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As sobretensões de origem interna têm a sua origem no próprio sistema e resultam de um modo geral

de acções de manobra (abertura ou fecho de circuitos). Nestas notas apenas irá ser abordado de uma
forma muito sucinta o problema das sobretensões de manobra.

Os aumentos dos níveis de tensão que têm vindo a ser utilizados nas redes de transporte e interligação
fez com que as sobretensões de manobra assumissem uma grande importância. De facto, para tensões
superiores a 400 kV, são as sobretensões de manobra, que podendo atingir valores de 3 a 4 p.u.,
condicionam os níveis de isolamento, ao contrário do que sucedia para tensões inferiores, onde eram as
sobretensões de origem externa que condicionavam os níveis de isolamento.

Por outro lado, dado que as sobretensões de manobra ocorrem aquando do fecho ou abertura dos
circuitos, a frequência com que podem ocorrer é grande.

7-SOBRETENSÕES DEVIDO À LIMPEZA DE FALHAS

Quando se interrompe uma falha sempre se apresenta um processo transitório com a correspondente
sobretensão.

Os casos mais típicos som os da limpeza de falhas a terra e neles joga um papel importante a distância a
que este o falha.

Outro elemento que pode dar lugar a uma sobretensão é a diferença no tempo de extinção do arco
entre os contatos de um interruptores trifásicos em um sistema isolando ao abrir uma falha trifásica.

Considerando que:

• O fornecimento se considera como uma barra infinita.

• A tensão no arco se despreza comparada com a tensão do circuito.

• R, L, C, e G são independentes da frequência e da corrente.


 1 
• O processo de recuperação da tensão no capacitor está governado U C  U max 1  cos t 
 LC 

Tipos de sobretensões internas

• Temporários ou a frequência de potência - Uma sobretensão de linha a terra, ou de fase a fase,


de relativamente larga duração muito fracamente amortecida ou não amortecida, usualmente a
frequência de potência. São usualmente de maior duração

• Transitorias Conhecem-se usualmente como sobretensões de manobra ou de comutação, são a


resposta dos circuitos RLC quando se apresenta uma mudança brusca das condições de estado
estável do mesmo. A fonte principal de energia é a energia apanhada na linha
Tipos de sobretensões transitória

• Energização de uma linha.

• Mudanças simples nos circuitos: abertura ou fechamento dos interruptores, Recierre de uma
linha.

• Mudanças mais complexas: falhas a terra intermitentes, reacendimento do arco entre os


contatos de um interruptor.

• Abertura de uma corrente capacitiva.

• Abertura de uma corrente indutiva.

• Limpeza de curto circuitos.

• Amplitude e duração de loa sobretensões transitórias dependem da configuração do sistema, de


seus parâmetros eléctricos, da condição do sistema prévio à mudança, etc., mas pelo comum
som de curta duração e altamente amortecidos.

• Para estudos de coordenação de isolamento os mesmos se definem mais que pela forma de
onda própria pela envolvente à mesma, usando-se para simulá-los nos laboratórios a onda típica
de 250/2500 mS.

2-Aspectos importantes das sobretensões internas

• Para sistemas de 300 kV e mais são estas sobretensões as que determinam o nível de
isolamento e as mesmas sempre são oscilações amortecidas, cuja frequência natural pode
variar desde umas poucas centenas de ciclo até os milhares de ciclos.

• A razão de crescimento da oscilação até alcançar seu primeiro valor máximo é muito mais
lenta que a correspondente a uma sobretensão produto de uma descarga atmosférica.

• Os tempos de frente normalmente oscilam entre 0,1 e 1 µS, havendo-se podido comprovar que
a ruptura superficial, no isolamento externo dos sistemas elétricos, produzidas pelas
sobretensões internas (além de apresentar-se a nivele de tensões menores devido às
características tensão-tempo de dito isolamento), ocorrem antes do primeiro valor máximo, por
isso em muitos laboratórios de prova as mesmas são simuladas por ondas de impulso com
tempos de frente entre os 10 e os 600 µs e com tempos de cauda da ordem dos milhares de µs.

• As sobretensões internas se originam nas próprias subestações, por isso o isolamento destas
estará submetido a seus efeitos sem que haja amortização, como é o caso das sobretensões
produzidas pelas descargas atmosféricas, que normalmente se geram nas linhas e se amortecem
bastante antes de afetar o isolamento das subestações.
3-SOBRETENSÕES NOS SISTEMAS COM O NEUTRO ISOLADO

A vantagem do sistema isolado de terra é que as falhas a terra permitem manter o serviço, mas a esta
vantagem lhe contrapõem as sobretensões ante falhas intermitentes e os problemas concernentes ao
isolamento deste tipo de falha, situações estas fáceis de controlar nos sistemas postos a terra
Atualmente solo se usam para tensões de distribuição

Consequências de uma falha a terra para o sistema

• Elevação da tensão com respeito a terra das fases não falhada as que passam a ter uma igual 3
tensão de fase para o caso de um curto-circuito a terra solido; entretanto no caso de uma falha
intermitente se podem produzir sobretensões de até 5-6 vezes a tensão nominal. Esta
situação, embora indesejável, não é um grande inconveniente pois o isolamento do sistema
deve suportar esta condição sem maiores dificuldades.

• Produzem-se quedas de tensão perigosas no chão nas proximidades do ponto de enguiço.

• Elevação brusca do potencial do ponto neutro com as consequentes sobretensões transitórias


no caso de falhas intermitentes.

SISTEMAS COM O NEUTRO ATERRADO

VANTAGENS DOS SISTEMAS COM NEUTRO ATERRADO:

• A tensão de linha a terra não excede Umáx.

• Podem-se usar sistemas de proteções adequados na detenção da corrente de falha a terra.

• Não apresentam sobretensões grande devido a falhas intermitentes a terra

• Por outra parte para tensões superiores a 33 kV o custo do isolamento nos transformadores e
demais equipes é uma parte importante do total, por isso ao usar sistemas aterrados e com isso
poder usar isolamento graduado ou distribuído se diminui o custo dos mesmos, o qual constitui
outra vantagem importante dos sistemas aterrados

DESVANTAGENS

• A corrente de falha a terra é muito alta já que não está limitada pelas capacitâncias como
ocorre nos sistemas isolados.

• É necessário fazer as conexões a terra de todos os pontos vulneráveis do sistema.

• Devido à alta corrente desta falha deve ser imediatamente eliminada.


4-SOBRETENSÕES DEVIDO À RESSONÂNCIA

• A causa das sobretensões é a produção de oscilações forçadas que acaba por produzir
ressonâncias

• Estas ressonâncias resultam muito perigosas em seções de grande longitude de condutores e


cabos de alta tensão, assim como em geradores cujas curvas de tensão estão deformadas por
harmônicos de ordem superior

• Na maior parte dos casos os fenômenos de ressonância se apresentam a seguir de curto-


circuitos e em particular com a interrupção dos condutores.

• Pode ser do harmônico fundamental ou dos harmônicos secundários.

• Entre os fenômenos de ressonância revestem uma importância particularmente grande os


devidos a chamada ferroresonancia.

Nos sistemas elétricos se pode apresentar um aumento considerável da corrente ao ocorrer um


fenômeno de ressonância. Apresenta-se ao neutralizá-las reatâncias indutivas e capacitivas entre si,
passando o sistema a ser resistivo.

Usualmente este fenômeno não provoca sobretensões muito grandes devido à magnitude tão
considerável das perdas nos circuitos comerciais, quer dizer, devido a que a corrente é limitada pela
magnitude da resistência total do circuito; entretanto em alguns casos especiais em que as perdas
sejam pequenas se podem apresentar sobretensões de grande magnitude, como por exemplo no
caso de provas a cabos.

Os sistemas elétricos mais factíveis de confrontar estes problemas são aqueles que alimentam
extensas redes a com cabos soterrados, condição esta que solo se apresenta nos sistemas de
distribuição. Nos sistemas de transmissão o mais comum é a ferroresonancia no que a ressonância se
refere.

4-SOBRETENSÕES DEVIDO À FERRORESONANCIA

Até agora se tem suposto que a indutância é independente da corrente e portanto é constante. Isto se
cumpre quando a trajetória principal do campo magnético é no ar como ocorre no caso da indutância
das linhas aéreas. Se o campo magnético flui principalmente através do ferro a indutância do circuito
não é constante, mantendo-se ao início virtualmente constante ao aumentar a corrente, diminuindo
depois

I
FERRORESONANCIA

• Apresenta-se em circuitos magnéticos saturáveis

• É um fenômeno de ressonância não linear que pode afetar à rede elétrica

• A taxa de harmônicos anormais, as sobretensões ou sobrecorrentes transitórias ou


permanentes que aparecem são perigosas para os materiais elétricas.

Principais características da ferroresonancia

• Apresenta ao menos dois regimes permanentes estáveis

• Aparecem a seguir de transitórios, sobretensões de origem atmosféricas, conexão ou


desconexão de transformadores ou de cargas, etc.

• É um fenômeno complexo caracterizado por:

 Multiplicidade de regimes permanentes para um circuito dado

 Grande variabilidade da aparição destes regimes aos valores dos parâmetros da rede

5-SOBRETENSÕES DURANTE A CONEXÃO DE LINHAS FRIAS

A condição pior que se pode apresentar é quando esta está aberta, já que a tensão no extremo aberto
pode chegar a ser até duas vezes o aplicado devido à reflexão que tem lugar em dito extremo.

6-SOBRETENSÕES DEVIDO À REACENDIMENTO DO ARCO ENTRE OS CONTATOS DOS INTERRUPTORES

Quando se abre uma linha energizada se apresentam sobretensões que podem chegar a tomar valores
apreciáveis.

Os casos mais críticos se apresentam quando se interrompe uma corrente capacitiva, como é o caso de
uma linha em vazio ou uma bateria de capacitores e quando se interrompe uma corrente indutiva
forçando a mesma a zero, como é o caso da interrupção da corrente de magnetização de um
transformador em vazio ou de um indutor por um interruptor de gás.
No processo de interrupção da corrente por um interruptor, tem lugar quando a mesma passa por
zero.

Se se tratar de uma corrente capacitiva que defasagem existirá entre a tensão e a corrente Fig. (b)?

90

Ao ser interrompida a corrente,

Que valor que valor terá a tensão

Está em seu valor máximo, por isso a tensão que fica aplicada aos extremos de interruptor vai
aumentando Fig. (c)
Se a razão de crescimento da tensão entre os polos A e B é menor que a correspondente ao
processo de recuperação das propriedades isolantes do meio que separa os contatos, o processo
de interrupção é completo e a energia armazenada no Cb se dissipará devido às perdas no
isolamento.

Se pelo contrário, a recuperação das características isolantes não é suficiente, chegará um


momento em que se reacemde o arco entre os contatos do interruptor Fig. (c), Fig. (d) e Fig. (e)

O reinicio do arco Fig. (c), faz-se antes de que a tensão tenha trocado de polaridade, condição para
o qual se restabelece a corrente de frequência de potência que havia antes de iniciá-la abertura,
não produzindo-se sobretensões no sistema, só uma pequena perturbação de frequência superior a de
potência.
No caso da (d) o arco se reinicia quando a diferença de potencial entre os contatos a máxima possível,
pois a tensão já investiu sua polaridade e está em seu valor negativo máximo, havendo entre os
contatos uma tensão de 2 UMax: ao reiniciar o arco, se se estabelecer de novo a corrente de frequência
de potência como é o caso desta figura, o potencial de Cb tenderá à tensão Ua depois de um processo
oscilatório o qual se propaga pela linha.

Se pelo contrário ao passar a corrente transitória por seu primeiro zero se extingue o arco elétrico o
condensador Cb ficará carregado a uma tensão de -2 UMax tal como se mostra na Fig. (e). Neste último
caso de novo a tensão entre os contatos seguirá aumentando o que pode produzir outra reiniciación do
arco entre os contatos, sendo a condição pior quando a mesma se apresenta depois que a tensão a
investido de novo seu sentido e está em seu valor máximo positivo, o que pode em dito caso produzir
uma oscilação que vai desde -2 UMax até 4 UMax produzindo-se já sobretensões muito perigosas para o
isolamento.

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