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DIFERENÇAS ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS ENTRE OS SISTEMAS DO CORPO HUMANO DO

RECÉM NASCIDO, DA CRIANÇA E DO ADULTO

• As crianças apresentam uma anatomia diferente da dos adultos, não só pelo


tamanho das estruturas, com distribuição anatômica e maturidade fisiológica.
• Essas diferenças tornam as crianças mais suscetíveis a desenvolver insuficiência
respiratória aguda.
- Obstrução do fluxo aéreo;
- Fadiga muscular;
- Alterações na complacência e resistência pulmonar.

• A via aérea distal é relativamente mais estreita e não totalmente formada até 5 anos de idade, levando a um grande
aumento na resistência da via aérea periférica.
• O suporte cartilaginoso da traquéia é responsável pela estabilidade da via aérea de condução:
- A relativa fraqueza deste suporte leva a compressão dinâmica da traquéia em situações com alto fluxo expiratório e
aumento da resistência da via aérea.

• Alvéolos:
• O fato de a criança ter menor número de alvéolos faz com que tenha menor reserva de troca gasosa, predispondo a IRA.
• Ao mesmo tempo a criança tem maior potencial de recuperação, já que ocorre um aumento importante ao longo do
tempo.

• FASES DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO PULMONAR:


1ª FASE: PERÍODO EMBRIONÁRIO ( 4 a 7 semanas – embrião com 4 mm)

Início do desenvolvimento pulmonar (4ª semana)

Origem endodérmica (epitélio resp.)
Origem mesodérmica (mm; vasos; cartilagem; pleuras)

Formação vias aéreas proximais até brônquios subsegmentares

Epitélio alto

Diafragma ainda não foi formado
2ª FASE: PERÍODO PSEUDOGLANDULAR (7 a 16 semanas – embrião/feto com 18 mm)

Desenvolvimento completo das VA condutoras até bronquíolo terminal
Diferenciação do epitélio resp.

Vascularização do interstício e formação da cartilagem

Formação do diafragma

3ª FASE: PERÍODO CANICULAR: (17 a 26 semanas – feto com 150 mm e peso de 250 grs)

Canalização das vias aéreas

Formação dos ácinos

Aumento da vascularização do interstício

Diferenciação do epitélio resp. (pneumócito tipo I e II)

Síntese surfactante

Formação do líquido pulmonar

POSSÍVEL A VIDA EXTRA UTERINA

4ª FASE: PERÍODO SACULAR (27 a 35 semanas – feto com 260mm e peso de 1000grs)

Formação dos sacos aéreos terminais e septos secundários (início alveolação – 30ª semana)

Secreção do surfactante pelo pneumócito tipo II

Aumento da síntese de elastina

Achatamento do epitélio
Aumento importante da vascularização do interstício
5ª FASE: ALVEOLAÇÃO (> 35 sem – feto com 360 mm e peso 2500 grs)

Aumento importante da superfície e volume pulmonar

Aumento da elastina

Aumento significativo dos septos alveolares

Presença de movimento resp. fetais

PICO DE PRODUÇÃO E AMADURECIMENTO DO SURFACTANTE (35ªsemana)
A ALVEOLAÇÃO CONTINUA APÓS O
NASCIMENTO ATÉ O 2ºANO DE VIDA , APÓS O CRESCIMENTO, O Nº DE ALVÉOLOS ESTABILIZA E COMEÇA O AUMENTO DO
VOLUME TERMINANDO POR VOLTA DOS 8 ANOS DE IDADE.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO DA CRIANÇA


A respiração até o 6º mês é predominantemente nasal
As narinas opõem uma resistência de 11 – 41% do total do fluxo aéreo
A epiglote é mais curta, estreita e rígida em forma de “U” ou “V”
Há um sítio de estreitamento nas vias respiratórias à nível da cricóide (abaixo das
cordas vocais)
O brônquio fonte direito é mais inclinado na criança do que no adulto
Vias mais curtas e estreitas favorecendo o aumento da resistencia das vias aéreas
(na criança menor de 5 anos é 4 vezes maio que no adulto)
Músculo diafragma principal na determinação do volume pulmonar (maior parte)
Músculos intercostais pouca ação como inspiratórios e expiratórios agem mais como
fixadores do gradil costal
Hipotonia eixo (incluindo músculos abdominais)
Músculos respiratórios pouco resistentes à fadiga (maior nº de fibras pouco oxidativas e
de contração rápida)
Maior densidade das glândulas produtoras de muco
Aparecimento dos poros de Köhn, canais de Lambert e canais
de Martin (permitem a ventilação colateral) só começam a
aparecer por volta do 6º ano de vida e se completam por volta
do 13º
Complacência torácica maior
Complacência pulmonar menor
Caixa torácica mais circular e plana (costelas horizontalizadas)
Inserção do diafragma na horizontal (menor área de aposição)
• SEIOS PARANASAIS:
Os seios paranasais desenvolvem-se entre o primeiro e segundo
ano de vida.
Os primeiros a serem visualizados com relativa facilidade são as
células etmoidais, seguidas pelo seio esfenoidal. No geral, o seio frontal e
o seio maxilar estão visíveis a partir do sétimo ano de vida.
Os seios paranasais se desenvolvem durante a infância, chegando
à puberdade em seu volume quase total. Os seios frontal e maxilar tendem
a expandir suas cavidades para dentro dos ossos correspondentes na
idade adulta, e o seio maxilar pode continuar sua expansão mesmo no
envelhecimento do adulto.

Coanas: Em RN são estreitas e, por isso, ocorre facilmente obstrução (principalmente devido ao tecido linfóide)

Septo Nasal: Em RN é reto, porém em adultos, tende a desviar para o lado direito

Tuba auditiva: Ponto de comunicação da cavidade timpânica com a


cavidade nasal. É importante, pois as mucosas destes 2 lugares são
iguais, e avançam e revestem a orelha média, deste modo, pode
originar infecções (otite média). O óstio faríngeo da tuba auditiva é
aberto, baixo (quase intranasal), e também se contamina com
infecções. Com o tempo este óstio vai subindo, e irá se colocar atrás da
concha nasal inferior, onde permanecerá na idade adulta.
Laringe: Entre seis e doze meses, encontramos a epiglote à altura do dente do áxis. Durante a infância ela inicia seu
descenso e à idade adulta se encontra em algum local entre as vértebras cervicais três e seis, variando de acordo com o
sexo.
Traquéia: Como nos adultos, é mais larga em cima do que em baixo. Os anéis traqueais já estão prontos ao nascimento
(cerca de 16 a 20), e os ligamentos traqueais também existem, porém até a infância crescem na mesma proporção que
os anéis traqueais, vindo a ter seu crescimento maior (em largura, levando a um crescimento em comprimento) apenas
na puberdade (por isso é difícil de se realizar traqueostomia em RN). Por isso, no RN, a traquéia é mais estreita do que nos
adultos. A bifurcação da traquéia no RN ocorre acima do que nos adultos.

• SISTEMA LINFÁTICO
Linfonodos: Quantidades variantes de linfonodos, porém os inguinais formam a maior massa. Os linfonodos, ao
nascimento são róseos (depois mudam de cor conforme a região). O tamanho dos linfonodos aumenta muito até a idade
adulta (20x), porém o nº deles não aumenta muito (3x). A formação de linfócitos no feto ocorre no fígado, medula óssea
e timo. Eles param de se formar no fígado antes do nascimento. Aos quatro meses de desenvolvimento, são produzidos
nos linfonodos. O ducto torácico esquerdo é bem visível no feto, já o direito não.
Tonsilas: Tonsilas faríngica (adenóide), palatinas e lingual formam o anel de Waldeyer, que protege da entrada de
infecções nos sistemas respiratório e digestório. A tonsila tubária é importante pois protege o óstio faríngeo da tuba
auditiva (comunicação com a cavidade timpânica)
Timo: Possui peso de 10 g, e isto aumenta até a puberdade, atingindo o máximo do
peso nesta fase (30 g). Depois, vai diminuindo. Aos 2 anos de idade, adquire o tamanho
máximo. O tipo bilobar é o mais comum de timo. Sua porção cervical repousa sobre a
superfície anterior da traquéia e das bainhas carotídeas. Ela é coberta pelos m.
esterno-hióideo e esterno-tireóideo. Sua porção torácica, no RN é coberta pela
metade superior do esterno e também pelas 3 primeiras cartilagens costais. A veia
braquiocefálica tem íntima relação com o timo, e pode inclusive estar mergulhada
nele. Na infância, o timo se torna mais comprido e estreito(porção cervical vai ficando
menor). Primariamente, é constituído de linfócitos (amadurecimento do SI), e depois,
gordura. Ele desenvolve a polpa branca do baço.

• SISTEMA URINÁRIO:
A função renal tem início desde o período fetal, fazendo com que o RN
apresente certa quantidade de urina na bexiga ao nascer.
a) Qualidade de urina: 30ml por micção podendo alcançar 60 vezes em 24 horas.
b) Aspecto da urina: é pálida, transparente e de densidade baixa, podendo
apresentar uma coloração avermelhada, devido a eliminação de uratos.
Rins: Ao nascimento, podem apresentar de 5 a 20 lóbulos, que podem sumir ou
persistir no adulto. Durante a vida fetal, possuem pouca função excretora (graças
à placenta, que tb exerce esta função). Até ± 6 semanas, os rins funcionam mal,
porém após o 2º mês começam a funcionar plenamente .
Ureteres: Permitem o refluxo vesico-ureteral, por isso, crianças tem muitas
infecções urinárias.

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