Professional Documents
Culture Documents
— 137 —
PESQUISA QUALITATIVA C O M TEXTO, IMAGEM E SOM
— 138 —
6. VíDEO, FILME E FOTOGRAFIA.
— 139 —
PESQUISA QUALITATIVA COM TEXTO, IMAGEM E SOM
— 140 —
6. VÍDEO, FILME E FOTOGRAFIA.
— 141 —
PESQUISA QUALITATIVA COM TEXTO, IMAGEM E SOM
— 142 —
6. VÍDEO, FILME E FOTOGRAFIA.
— 143 —
PESQUISA QUALITATIVA COM TEXTO, IMAGEM E SOM
Figura 6.3 - 0 relatório da SAS mostra nove executivos condizentes, homens de meia
idade.
— 144 —
6. VÍDEO, FILME E FOTOGRAFIA.
Isto nos leva a uma nova questão: o que se pode inferir com segu-
rança, e com sensatez, de u m a fotografia? Inferências casuais são fá-
ceis, mas inferência mais segura exige bem mais. Suponhamos que
queremos inferir algo sobre atitudes de gênero e mudança social na
Grécia de duas fotografias da Figura 6.4: estaríamos autorizados a
fazer isso? Duas fotografias, sem informações maiores sobre como
elas foram feitas, o quanto elas diferem ou são semelhantes a milha-
res de outras fotografias de casais gregos, não p o d e m ser mais que
sugestivas ou impressionistas. Se nós analisamos centenas de foto
grafias de casamento e encontramos nelas padrões recorrentes, esta-
ríamos autorizados a pensar que estaríamos lidando "com algo" -
mas o quê, exatamente? Pois u m a fotografia p o d e ter sido feita de
uma maneira, entre pelo menos quatro outras possíveis:
1. Os sujeitos foram pegos de surpresa pelo fotógrafo, compor-
tando-se de maneira informal.
2. Um grupo de sujeitos, sabendo que alguém iria fazer uma fo
tografia, posiciona-se de um m o d o tal, considerado p o r eles
apropriado.
3. Um fotógrafo p o d e tomar a iniciativa de colocar os sujeitos
em u m a composição específica e eles p o d e m aceitar esta orien-
tação passivamente.
4. Algum conluio ou negociação entre o fotógrafo e os sujeitos
p o d e ser feito.
Por isso, nós precisamos saber como fotografias de casamento
específicas são feitas. Uma p e q u e n a observação irá revelar logo que
os fotógrafos muitas vezes tomam a iniciativa, devido a suas próprias
razões profissionais e estéticas. Mas os fotógrafos pertencem, em ge-
ral, à mesma cultura daqueles que eles retratam e q u e r e m agra-
dá-los. Deste modo, em um nível analítico, o que é revelado em uma
amostra relativamente ampla de fotografias de casamento, pode le-
gitimamente reforçar o p o n t o de vista de uma compreensão cultu-
ralmente construída sobre o que é apropriado. Na década de 1960,
em Chipre, havia um costume de casais recentemente esposados ti-
rarem fotografias de casamento. Eles eram geralmente posicionados
por fotógrafos profissionais e o casal era colocado literalmente face a
face, embora eles tivessem, muitas vezes, se conhecido há poucas ho-
ras. Esta postura pode ser vista como sugerindo um período de tran-
sição entre um sistema de casamento mais arranjado apenas pelos
pais e um em que os jovens estivessem começando a adquirir alguns
— 145 —
PESQUISA QUALITATIVA COM TEXTO, IMAGEM E SOM
Figura 6.4
Fonte: Fotografias de Cornelia Herzfeld.
— 146 —
6. VÍDEO, FILME E FOTOGRAFIA.
poderes de veto sobre pessoas com quem eles iriam casar, embora
eles ainda as tivessem encontrado pela primeira vez em reuniões or-
ganizadas por iniciativa da família e em encontros formais. Note-se,
porém, que esta leitura só se consegue com base em um conheci-
m e n t o histórico detalhado do t e m p o e do lugar. Ela não pode ser in-
ferida da postura estudada de uma ou duas fotografias, a não ser que -
e isso não é comum - nós tenhamos informação adicional que nos
apóie, como no caso da fotografia da família de Uganda, feita por A.
F. Robertson (Figura 6.5). Neste caso nós sabemos que a composição
da fotografia foi feita pelo h o m e m mais velho (Robertson, 1978.).
Figura 6 - Uma família da Uganda: a disposição das pessoas foi feita pelo homem
mais velho (Robertson, 1978).
Fonte: Fotografia de A. F. Robertson.
— 147 —
PESQUISA QUALITATIVA COM TEXTO, IMAGEM E SOM
— 148 —
6. VÍDEO, FILME E FOTOGRAFIA.
— 149 —
PESQUISA QUALITATIVA COM TEXTO, IMAGEM E SOM
— 150 —
6. VÍDEO, FILME E FOTOGRAFIA.
— 151 —
PESQUISA QUALITATIVA C O M TEXTO, IMAGEM E SOM
— 152 —
6. VÍDEO, FILME E FOTOGRAFIA.
— 153 —
PESQUISA QUALITATIVA COM TEXTO, IMAGEM E SOM
Referências bibliográficas
ARIES, P. (1962). Centuries of Childhood: A Social History of Family Life.
Nova Iorque: Knopf.
ASCH, T. (1988). Collaboration in Ethnographic Filmmaking: a Perso-
nal View. In: J. R. ROLLWAGEN (ed.). Anthropological Filmmaking.
New York: Harwood Academic.
CARPENTER, E. (1976). Oh, What a Blow that Phantom Gave Me. Lon-
don: Paladin.
CRAWFORD, S. (1987). Iconography, Sacred and Secular: Visions of
the Family. In: I. HODDER (ed.). The Archaeology of Contextual Mea-
nings. Cambridge: Cambridge University Press, p. 20-30.
FORGE, A. (1966). Learning to See in New Guinea. In: P. MAYER
(ed.), Socialization, the Approach from Social Anthropology. London: Ta-
vistock.
GOMBRICH, E. (1960). Art and Illusion. London: Phaidon.
GREGORY, R. (1966). Eye and Brain. London: Weidenfeld & Nicolson.
HALE, N. (1997). Making a Video: How to Produce and Present your own
Film or Programme. Oxford: How To Books.
HOPKINS, K. (1978). Conquerors and Slaves. Cambridge: Cambridge
University Press.
KRACAUER, S. (1947). From Caligari to Hitler. Princeton: Princeton
University Press.
— 154 —
6. VÍDEO, FILME E FOTOGRAFIA.
— 155 —