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Direito Empresarial

Prof. Tiago

Direito do Trabalho

Aula 1

Fontes do Direito do Trabalho

Prof. Hermes Cramacon

1. Fontes materiais

2. Fontes formais

2.1.1 Autônomas

2.1.2 Heterônomas

3. Fontes Supletivas

1. Fontes materiais

Consiste no momento pré-jurídico da norma, ou seja, a norma ainda não positivada.

Exemplo: movimento grevista - greve - Lei 7.783/89.

2. Fontes formais

Correspondem à norma jurídica já constituída, já positivada.

2.1.1 Fontes formais autônomas

2.1.2 Fontes formais heterônomas

2.3 Fontes supletivas

Deverão ser aplicadas na ausência de normas legais ou contratuais.

Fundamentos legais

a) Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – art. 4º - “Quando a lei for omissa, o juiz
decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”.

b) CPC – art. 126 - “O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou
obscuridade da lei”.

c) CLT – art. 8º.

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Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais
ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e
outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de
acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum
interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.

Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho,


naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste.

Analogia: aplicação de uma lei existente para uma determinada hipótese, a um caso
semelhante.

OJ 273 SDI 1 TST - “TELEMARKETING". OPERADORES. ART. 227 DA CLT. INAPLICÁVEL


(cancelada) - Res. 175/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011.

A jornada reduzida de que trata o art. 227 da CLT não é aplicável, por analogia, ao operador de
televendas, que não exerce suas atividades exclusivamente como telefonista, pois, naquela
função, não opera mesa de transmissão, fazendo uso apenas dos telefones comuns para
atender e fazer as ligações exigidas no exercício da função.

OJ 355 da SDI 1 TST - INTERVALO INTERJORNADAS. INOBSERVÂNCIA. HORAS EXTRAS.


PERÍODO PAGO COMO SOBREJORNADA. ART. 66 DA CLT. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO § 4º
DO ART. 71 DA CLT.

O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por


analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST,
devendo-se pagar a integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do
respectivo adicional.

Jurisprudência: conjunto de reiteradas decisões dos tribunais sobre certa matéria.

• Não é considerado como fonte, por não ser de observância obrigatória.

Exceções

• Súmulas vinculantes – art. 103-A da CF;

• Decisões de mérito em ADI e ADECON – art. 102, § 2º, CF.

Princípios gerais de Direito: alicerces de um ordenamento jurídico.

Equidade: forma de integração da norma jurídica a um caso específico, em que são observados
os critérios de justiça e igualdade.

Costumes: são comportamentos reiterados por um longo espaço de tempo, por toda uma
sociedade, trasnsformando-o em norma jurídica.

Exemplo:

Lei 5.889/73 - Trabalhador Rural.

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“Art. 5º Em qualquer trabalho contínuo de duração superior a seis horas, será obrigatória a
concessão de um intervalo para repouso ou alimentação observados os usos e costumes da
região, não se computando este intervalo na duração do trabalho. Entre duas jornadas de
trabalho haverá um período mínimo de onze horas consecutivas para descanso.”

Direito comparado: um estudo comparado entre os diversos sistemas jurídicos para a


interpretação de determinada norma.

QUESTÃO

No Direito do Trabalho, o acordo coletivo é classificado como uma fonte:

(A) formal heterônoma.

(B) material heterônoma.

(C) material autônoma.

(D) formal autônoma.

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Aula 2

Princípios do Direito do Trabalho

1. Princípios norteadores do Direito do Trabalho

1.1 Princípio protetor

1.1.1 In dubio pro operario

1.1.2 Aplicação da norma mais favorável

1.1.3 Condição mais benéfica

2. Princípio da irrenunciabilidade

3. Princípio da continuidade da relação de emprego

4. Princípio da primazia da realidade sobre a forma

5. Princípio da intangibilidade salarial

1.1 Princípio protetor

1.1.1 In dubio pro operario

Norma jurídica que admita diversas interpretações, deverá ser interpretada da maneira que
mais favorecer o empregado.

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ATENÇÃO: não possui incidência no campo probatório.

1.1.2 Aplicação da norma mais favorável

Havendo diversas normas válidas incidentes sobre a mesma relação jurídica de emprego, deve
ser aplicada aquela mais benéfica ao trabalhador.

a) Teoria da acumulação;

b) Teoria do conglobamento;

c) Teoria do conglobamento mitigado – art. 3º, II, da Lei 7.064/82.

ATENÇÃO!! Súmula 207 TST cancelada.

Lei 7.064/82 - Dispõe sobre a situação de trabalhadores brasileiros contratados ou transferidos


para prestar serviços no exterior

Art. 3º.

II - a aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que não for


incompatível com o disposto nesta lei, quando mais favorável do que a legislação territorial, no
conjunto de normas em relação a cada matéria.

1.1.3 Condição mais benéfica

As vantagens adquiridas não poderão ser retiradas, tampouco modificadas para pior.

Fundamentos:

*Art. 468 da CLT – Não podem causar prejuízos diretos ou indiretos.

*Súmula 51, item I, do TST.

I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente,


só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento.

2. Princípio da irrenunciabilidade

Em regra, não se admite que o empregado renuncie, abrindo mão dos direitos
assegurados por lei.

2.1 Critérios para renúncia dos direitos trabalhistas

2.1.1 Quanto à origem;

2.1.2 Critério temporal.

3. Princípio da continuidade da relação de emprego

Tem por objetivo preservar o contrato de trabalho, presumindo a contratação por


prazo indeterminado, sendo a exceção o contrato com prazo determinado.

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3.1 Fundamentos legais

Arts. 10 e 448 da CLT – Sucessão trabalhista.

Súmula 212 do TST.

Súmula 212 TST

O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e


o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego
constitui presunção favorável ao empregado.

4. Princípio da primazia da realidade sobre a forma

Deve prevalecer a realidade dos fatos e não eventual forma construída em desacordo
com a verdade.

Contrato realidade - ignora-se a disposição contratual, para examinar-se a realidades


dos fatos.

5. Princípio da intangibilidade salarial

É proibido ao empregador efetuar descontos no salário do empregado, salvo


adiantamentos, dispositivos de lei ou contrato coletivo.

Fundamento legal: art. 462 da CLT

§ 1º. Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde de que esta
possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.

5.1 Descontos permitidos

a) contribuições previdenciárias;

b) contribuições sindicais;

c) imposto de renda;

d) desconto para prestação alimentícia;

e) desconto para pagamento de pena criminal pecuniária;

f) pagamento de custas judiciais;

g) pagamento de prestações do Sistema Financeiro de Habitação;

h) retenção de saldo salarial por falta de aviso prévio do empregado;

i) faltas injustificadas;

j) empréstimos, até 30%;

l) desconto de antecipações salariais;

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m) dano culposo, mediante consentimento;

n) dano doloso, sem consentimento.

QUESTÃO

Assinale a alternativa que indique o princípio do Direito do Trabalho que prevê a


proteção dos salários contra descontos não previstos em lei.

(A) Princípio da unidade salarial.

(B) Princípio da primazia da realidade.

(C) Princípio da legalidade.

(D) Princípio da intangibilidade.

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Aula 3

Contrato de Trabalho

RELAÇÃO DE EMPREGO

RELAÇÃO DE TRABALHO

1. Relação de trabalho: refere-se a toda modalidade de contratação de trabalho humano.

Exemplos: autônomo, eventual, avulso, temporário, estagiário etc.

2. Relação de emprego: espécie de relação de trabalho, firmada por meio de contrato de


trabalho que é composto pela reunião dos elementos fático-jurídicos dispostos nos arts. 2º e
3º da CLT.

3. Conceito - Art. 442 da CLT.

É o acordo tácito ou expresso correspondente à relação de emprego.

4. Características

I - Contrato de direito privado;

II - lntuitu personae em relação ao empregado;

III - Consensual;

IV - Sinalagmático;

V - Sucessivo ou continuado;

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VI - Oneroso.

5. Requisitos: Subordinação

Onerosidade

Pessoalidade

Pessoa física

HAbitualidade

Alteridade

6. Período de experiência na atividade contratada

Art. 442-A CLT - Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a
emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo
tipo de atividade.

7. Elementos do contrato de trabalho

Para validade do contrato de trabalho, deverá observar os elementos de validade do


negócio jurídico, previstos no art. 104 do Código Civil:

F.A.V.O.

7.1 Forma prescrita ou não proibida por lei;

7.2 Agente capaz;

7.3 Vontade sem vícios;

7.4 Objeto lícito.

7.1 Agente capaz: Art. 7º, XXXIII, da CF.

Art. 7º...

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e


de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos.

7.1.1 Capacidade para o trabalho

a) Absolutamente incapazes: menores de 14 anos de idade.

b) Relativamente incapazes: pessoas com idade entre 14 e 18 anos.

É proibido o trabalho noturno, perigoso e insalubre aos menores de 18 anos e de qualquer


trabalho aos menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos. Art. 7º,
XXXIII, CF.

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c) Capazes: Pessoas com idade superior a 18 anos de idade.

7.2 Objeto

O objeto do contrato de trabalho deve ser lícito.

7.2.1 Trabalho proibido: é aquele que a lei impede que seja exercido por determinadas
pessoas ou em determinadas circunstâncias, como por exemplo, o trabalho do menor em
condições insalubres, art. 7º, XXXIII, CF e art. 405, I, da CLT.

Exemplos: súmulas 363 e 386 do TST.

SÚMULA 363 TST - CONTRATO NULO. EFEITOS

A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso


público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao
pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas,
respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do FGTS.

SÚMULA 386 TST - RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM EMPRESA PRIVADA

Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de


emprego entre policial militar e empresa privada, independentemente do eventual cabimento
de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar.

7.2.2 Trabalho ilícito: é aquele não permitido porque seu objeto consiste na prestação de
atividades criminosas e/ou contravencionais.

Exemplo: jogo do bicho – OJ 199 da SDI 1 TST

OJ 199 SDI 1 TST - JOGO DO BICHO. CONTRATO DE TRABALHO. NULIDADE. OBJETO ILÍCITO

É nulo o contrato de trabalho celebrado para o desempenho de atividade inerente à


prática do jogo do bicho, ante a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o requisito de validade
para a formação do ato jurídico.

7.3 Consequências

Trabalho proibido: é reconhecido, conta-se o tempo de serviço para fins previdenciários,


recebimento das seguintes parcelas: salário pactuado e depósitos de FGTS.

Trabalho ilícito: não é reconhecido, não conta-se como tempo de trabalho e não há
recebimento de valor algum.

QUESTÃO

No contexto da teoria das nulidades do contrato de trabalho, assinale a alternativa correta.

(A) Configurado o trabalho ilícito, é devido ao empregado somente o pagamento


da contraprestação salarial pactuada.

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(B) Os trabalhos noturno, perigoso e insalubre do menor de 18 (dezoito) anos de
idade são modalidades de trabalho proibido ou irregular.

(C) O trabalho do menor de 16 (dezesseis) anos de idade, que não seja aprendiz, é
modalidade de trabalho ilícito, não gerando qualquer efeito.

(D) A falta de anotação da Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado


invalida o contrato de trabalho.

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Aula 4

Duração do contrato de trabalho

Art. 443 da CLT: O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou
expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado.

I- Contrato de trabalho com prazo indeterminado: não tem prazo certo para o término.
Regra do sistema.

II- Contrato de trabalho com prazo determinado: é aquele cuja vigência dependa de
termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo
acontecimento suscetível de previsão aproximada.

1. Contrato com prazo indeterminado – regra geral - em função do princípio da continuidade


da relação de emprego, os contratos de trabalho são, em regra, por prazo indeterminado.

2. Contrato com prazo determinado – exceção admitida pela legislação. Apenas poderão ser
pactuados quando a lei permitir.

2. Contratos de trabalho por prazo determinado

2.1 Regulados pela CLT – art. 443, § 2º e alíneas

2.1.1 atividade de caráter transitório

2.1.2 atividade empresarial transitória

2.1.3 Contrato de experiência

2.2 Trabalho temporário – Lei 6.019/74

2.3 Regulados pela Lei 9.601/98

2.4 Contrato do trabalhador rural por pequeno prazo – Lei 5.889/73 – art. 14-A

2.1 Contratos à termo regulados pela CLT – art. 443, § 2º, da CLT.

2.1.1 Serviços cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo.

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2.1.2 Atividades empresarias de caráter transitório.

2.1.3 Contrato de experiência.

2.1.1 Serviços cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo – art.


443, § 2º, a, da CLT

É levado em consideração a natureza ou a periodicidade do serviço prestado e não a natureza


da empresa.

Exemplo: aumento de produção e acréscimo extraordinário de serviço.

2.1.2 Atividades empresarias de caráter transitório - art. 443, § 2º, b, da CLT

A atividade realizada pela empresa possui caráter transitório. É levado em consideração a


natureza da empresa e não do serviço prestado.

Exemplo: venda de fogos de artifício em época de festa junina e/ou final de ano.

2.1.3 Contrato de experiência - art. 443, § 2º, c, da CLT

Modalidade do contrato por prazo determinado, onde as partes irão se testar mutuamente.

2.1.3.1 Prazo máximo

Contrato de experiência – 90 (noventa) dias.

2.1.3.2 Prorrogações

Admite-se uma única prorrogação, desde que não exceda o limite máximo de 90
(noventa) dias.

2.1.4 Prorrogação irregular – art. 451 da CLT

O contrato com prazo determinado que for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar por
prazo indeterminado.

2.1.5 Período entre uma contratação e outra – art. 452 da CLT

Entre uma contratação e outra, deve ser observado um período mínimo de 6 meses,
sob pena de ser considerado contrato por prazo indeterminado.

2.1.6 Exceções – art. 452, parte final, da CLT

a) caso a expiração do primeiro contrato dependeu da execução de serviços


especializados;

b) ocorre com o trabalhador contratado para trabalhar em períodos de aumento de


serviços, como por exemplo, no Natal, carnaval etc.

2.1.7 Rescisão antecipada nos contratos por prazo determinado

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a) Por vontade do empregador - Art. 479 da CLT- estará obrigado a pagar indenização
correspondente a metade da remuneração a que teria direito até o termo do contrato.

b) Por vontade do empregado - art. 480 da CLT- será obrigado a indenizar o empregador
dos prejuízos que desse fato lhe resultarem. ATENÇÃO! Nesse caso a indenização paga
pelo empregado não poderá ser mais alta a que ele teria direito em iguais condições.

c) c) Contrato de experiência: aviso prévio, súmula 163 do TST.

2.1.8 Cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão – art. 481 da CLT

Permite às partes instituírem cláusula que trate da hipótese de rescisão antecipada do


contrato por prazo determinado.

Havendo estipulação da cláusula, serão aplicados os princípios que regem a rescisão


dos contratos por prazo indeterminado.

QUESTÃO

Assinale a opção correta de acordo com o contrato individual de trabalho regido pela
CLT.

(A) O referido contrato somente poderá ser acordado de forma expressa.

(B) É exigida forma especial para a validade e eficácia do contrato em apreço,


motivo pelo qual não é permitida a forma verbal.

(C) Um contrato de trabalho por prazo determinado de dois anos poderá ser
prorrogado uma única vez, por igual período.

(D) No contrato mencionado, o contrato de experiência poderá ser prorrogado


uma única vez, porém não poderá exceder o prazo de noventa dias.

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Aula 5

Duração do contrato de trabalho

2.2 Trabalho temporário – Lei 6.019/74

É aquele prestado por pessoa física para atender à necessidade transitória de


substituição de pessoal regular e permanente ou ao acréscimo extraordinário de serviços da
empresa.

2.2.1 Contratação - relação triangular

A contratação ocorre por meio de uma “empresa de trabalho temporário”. É


estabelecida uma relação triangular, onde o trabalhador mantém relação jurídica com a
empresa de trabalho temporário, que o coloca à disposição da empresa tomadora de serviços.

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Havendo contratação irregular, é reconhecido o vínculo com a empresa tomadora de
serviços, havendo responsabilidade solidária entre as empresas.

2.2.2 Prazo máximo

3 (três) meses.

2.2.3 Prorrogação

Uma única vez, por igual período, mediante autorização do Ministério do Trabalho e
Emprego, desde que comprove que a situação persiste.

2.3 Contrato por prazo determinado pela Lei 9.601/98

Contratação do obreiro para quaisquer atividades da empresa, desde que represente


um aumento no número de empregados da empresa.

2.3.1 Considerações

a) Prévia negociação coletiva.

b) Indenização para rescisões antecipadas.

c) Multa por descumprimento das cláusulas.

d) Não aplicação do art. 451 da CLT – regra da prorrogação.

e) Estabilidade - art. 1º, § 4º, da Lei 9.601/98.

f) Prazo máximo de duração e prorrogação.

g) rescisão antecipada do contrato, não aplicação dos arts. 479 e 480 da CLT.

2.4 Contrato do trabalhador rural por pequeno prazo – Lei 5.889/73 – art. 14-A

Trata-se de um contrato por prazo determinado que somente poderá ser firmado por pessoa
física, não sendo admitida a contratação por pessoa jurídica.

2.4.1 Prazo máximo de duração:

Não poderá exceder, dentro do período de 1 (um) ano, 2 (dois) meses.

Caso não seja respeitado esse prazo, será, automaticamente convertido em contrato por prazo
indeterminado.

2.5 Contrato de empreitada - arts. 610 a 626 do Código Civil.

2.5.1 Conceito: é o contrato pelo qual um dos contraentes (empreiteiro) se obriga, sem
subordinação ou dependência, a realizar, pessoalmente ou por meio de terceiro, certa obra
para o outro (dono da obra ou comitente), com material próprio ou por este fornecido,
mediante remuneração determinada ou proporcional ao trabalho executado.

2.5.2 Subempreitada

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Ocorrerá sempre que o empreiteiro principal efetuar a contratação de outros empreiteiros
(subempreiteiros) para o cumprimento de suas obrigações contratuais.

Ao contratar um subempreiteiro o empreiteiro principal, além dos riscos quanto à realização


da obra, assume as obrigações trabalhistas. Art. 455 da CLT.

2.5.3 Responsabilidade do dono da obra

ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL 191 SDI 1 TST - CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA


DE CONSTRUÇÃO CIVIL. RESPONSABILIDADE.

Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de empreitada de construção


civil entre o dono da obra e o empreiteiro não enseja responsabilidade solidária ou subsidiária
nas obrigações trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma
empresa construtora ou incorporadora.

QUESTÃO

Em relação ao contrato de trabalho instituído pela Lei de Estímulo aos Novos Empregos – Lei
9.601/98, considere as seguintes assertivas:

I. As estabilidades da gestante, do dirigente sindical e do acidentado são garantidas durante o


curso do contrato de trabalho.

II. A prorrogação por mais de uma vez é permitida, desde que respeitado o prazo máximo de
dois anos previsto no caput do art. 445 da CLT.

III. A empresa terá alguns incentivos, entre eles, uma redução na ordem de 2% (dois por cento)
na contribuição para o FGTS ao mês, tendo em vista a intenção social da lei.

IV. Ao término da duração do contrato será indevida a indenização sobre os depósitos do FGTS
e aviso prévio.

V. O valor da indenização de rescisão antecipada devida pela parte que der causa imotivada a
ela será previsto na norma coletiva.

(A) se todas as assertivas estiverem corretas.

(B) se apenas as assertivas I, II e IV estiverem corretas.

(C) se apenas as assertivas II, III e IV estiverem corretas.

(D) se apenas as assertivas I, II, IV e V estiverem corretas.

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Aula 6

Sujeitos da relação de trabalho

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I- Empregado: art. 3º da CLT

II- Empregador: art. 2º da CLT

1. Empregado – art. 3º da CLT

Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário.

1.1 Espécies de empregados

1.1.1 Empregado doméstico;

1.1.2 Empregado rural;

1.1.3 Empregado aprendiz;

1.1.5 Diretor de sociedade;

1.1.6 Empregado público;

1.1.7 Mãe social.

1.1.1 Empregado doméstico – Lei 5.859/72

Conceito: São considerados empregados domésticos aqueles que prestam serviços de


natureza contínua, à pessoa ou à família, no âmbito residencial dessas que não desenvolve
atividade econômica. (art. 1º da Lei 5.859/72).

1.1.2 Direitos assegurados aos domésticos – art. 7º, par. único, da CF de acordo com a EC
72/2013

“São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV,
VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas
as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações
tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades,
os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência
social."

Direitos com aplicação imediata

 salário mínimo;

 irredutibilidade de salário;

 garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração


variável;

 13º salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

 proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

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 duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e
quatro semanais), facultada a compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

 remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do normal;

 repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

 gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 a mais do que o salário
normal;

 licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 120 (cento
e vinte dias);

 licença-paternidade;

 aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 (trinta) dias,


nos termos da lei;

 redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;

 aposentadoria;

 reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

 proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão


por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

 proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do


trabalhador portador de deficiência;

 proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de


qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a
partir de quatorze anos.

Dependem de regulamentação:

 relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos;

 seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

 fundo de garantia do tempo de serviço;

 remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

 salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda;

 assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de
idade em creches e pré-escolas;

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 seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

São garantidos aos domésticos, ainda: anotação da CTPS; férias anuais de 30 dias; vedação
contra despedida arbitrária ou sem justa causa da empregada doméstica gestante, desde a
confirmação da gravidez até 5 meses após o parto.

ATENÇÃO!

FGTS – Inclusão facultativa do empregador, art. 3º-A da Lei 5.859/72

Revogado pela EC 72/2013

1.1.2 Empregado rural – Art. 2º da Lei 5.889/73

É toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de
natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário.

OJ-SDI1-315 MOTORISTA. EMPRESA. ATIVIDADE PREDOMINANTEMENTE RURAL.


ENQUADRAMENTO COMO TRABALHADOR RURAL.

É considerado trabalhador rural o motorista que trabalha no âmbito de empresa cuja


atividade é preponderantemente rural, considerando que, de modo geral, não enfrenta o
trânsito das estradas e cidades.

1.1.3 Aprendiz – art. 428 CLT

Contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o
empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 (quatorze) e menor de 24 (vinte e
quatro) anos inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-profissional metódica,
compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar
com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação.

1.1.3.1 Validade do contrato

a) Contrato escrito;

b) Prazo determinado, máximo de 2 anos, exceto para portadores de necessidades


especiais;

c) anotação em CTPS,

d) matrícula e frequência na escola (para aprendizes que não completaram o ensino


médio) e

e) inscrição em programa de aprendizagem.

1.1.3.2 Jornada de trabalho: 6 (seis) horas, sem prorrogação e compensação.

1.1.3.3 Obrigatoriedade de contratação

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Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos
dos Serviços Nacionais de Aprendizagem (SESI, SENAI, SENAC, etc) número de aprendizes
equivalente a 5%, no mínimo, e 15%, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada
estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional.

1.1.3.4 Extinção normal

No termo do contrato ou completado 24 anos. (não se aplica para portadores de necessidades


especiais).

1.1.3.5 Extinção antes do termo

a) por desempenho insuficiente ou não adaptação do aprendiz;

b) falta disciplinar grave;

c) ausência injustificada à escola que provoque perda do ano letivo;

d) a pedido do aprendiz.

1.2 Espécies de relação de trabalho

1.2.1 Trabalhador autônomo: desenvolve suas atividades com autonomia, assumindo os riscos
da atividade.

Não há o elemento subordinação.

1.2.2 Trabalhador eventual: trabalho realizado de maneira eventual, de curta duração, cujos
serviços não são coincidentes com os fins normais da empresa.

Não há o elemento habitualidade.

QUESTÃO

Assinale a opção correta.

(A) Um empregado que trabalhe em uma casa de cômodos para aluguel não pode ser
considerado empregado doméstico, em razão da configuração da atividade lucrativa do
empregador.

(B) A empregada doméstica faz jus à estabilidade no emprego desde a confirmação da


gravidez até 1 ano após o parto.

(C) É considerado trabalhador rural o motorista que trabalha no âmbito de empresa


cuja atividade é preponderantemente rural, considerando que, de modo geral, enfrenta o
trânsito das estradas e cidades.

(D) Aos empregados domésticos são garantidos aposentadoria e o reconhecimento das


convenções e acordos coletivos de trabalho, mas não a licença paternidade.

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