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MORFOLOGIA

Os plasmódios variam individualmente em tamanho, forma, e aparência, de acordo com o seu estágio de
desenvolvimento e características especificas.
As formas deste parasito são:
*Esporozoíto: é a forma infectante em humanos, presente nas glândulas salivares do mosquito que as inocula
no homem. É alongado medindo cerca de 11 μm de comprimento por 1 μm de largura possui núcleo central
único, complexo apical formado por organelas conhecidas como roptrias e micronemas. Sua membrana é
formada por duas camadas sendo a mais externa formada principalmente pela proteína CS.
*trofozoito: após a penetração do esporozoíto no hepatócito, ocorre a perda das organelas e o parasita se torna
arredondado. Essa forma é chamada de trofozoíto e após sucessivas divisões celulares da origem ao esquizonte
tissular.
*Esquizonte tissular: composto por uma massa citoplasmática e milhares de núcleos filhos, como seu
tamanho varia de 30 a 70 μm de diâmetro e isso provoca um aumento do tamanho do hepatócito infectado. O
número de merozoíto formados variam entre as espécies, mas em geral acima de 10.000 parasitos.
*Merozoíto: São células capazes de invadir somente hemácias. São semelhantes aos esporozoítos, sendo
porem mais arredondados, com 1 a 5 μm de comprimento por 2 μm de largura e tendo uma membrana externa
composta por três camadas.
*forma eritrocíticas: compreendem os estágios de trofozoíto jovem: é uma forma encontrada dentro de
hemácias, com aspecto de anel, sendo o aro formado pelo citoplasma e a pedra representada pelo núcleo do
parasito. Trofozoíto maduro: é uma forma presente dentro de hemácias, na qual o citoplasma se apresenta
irregular e vacuolizado e o núcleo ainda está indiviso. Esquizonte: também dentro de hemácias, na qual o
citoplasma é irregular e vacuolizado, mas o núcleo já se apresenta dividido em alguns fragmentos. Gametócito:
que é a diferenciação em estágios sexuados.
*Macrogameta: é a célula sexuada feminina que apresenta uma estrutura proeminente na superfície, por onde
se dá a penetração do microgameta(fecundação)
*Microgameta: é a célula sexuada masculina, flagelada originaria do processo de exflagelação. Apresenta de
20 a 25 μm de comprimento, sendo constituída por uma membrana que envolve o núcleo e o único flagelo.
*Oocineto: é uma forma alongada de aspecto vermiforme, móvel, com comprimento entre 10 e 20 μm
contendo núcleo volumoso.
*Oocisto: estrutura esférica de 40 a 80 μm. Apresenta grânulos pigmentares sem seu interior, está envolto em
uma cápsula com espessura em torno de 0,1 μm. Em infecções baixas seu tamanho é único e em infecções
densas apresenta vários tamanhos. Estima-se que um único oocisto possa produzir em média, 1,000
esporozoítos.
IMUNIDADE
Os mecanismos imune envolvidos na proteção contra a malária são complexos, mas podem ser dividias em
duas categorias:
Resistência inata: pode ser absoluta, quando protege completamente o indivíduo da doença ou relativa nos
casos em que mesmo havendo o desenvolvimento do parasito, o processo infeccioso é autolimitado. Fatores
do hospedeiro podem influenciar a sua suscetibilidade. A ausência de receptores específicos na superfície dos
eritrócitos impede a interação de merozoíto. Certos polimorfismos genéricos estão associados a distribuição
da malária por P. falciparum, o exemplo mais convincente é o da anemia falciforme. Crianças africanas que
morreram de malária grave raramente apresentam o traço falciforme, dessa forma, em áreas de intensa
transmissão de malária, indivíduos apresentam o traço falciforme são protegidos. Nos eritrócitos falciforme, o
nível de potássio intracelular esta diminuído em virtude da baixa afinidade da hemoglobina S pelo oxigênio, o
que causa a morte do parasito. Acredita-se que a deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogenase possa impedir
o desenvolvimento dos parasitos por efeitos oxidantes, pois sabe-se que a hemoglobina de eritrócitos
deficientes desta enzima é facilmente oxidada, formando metemoglobina, que é toxica para o parasito.
Imunidade adquirida: durante a fase aguda da malária é desencadeada uma potente resposta imune dirigida
contra os diferentes estágios evolutivos dos parasitos. Os esporocistos, apesar de rápida permanência na
corrente sanguínea, induzem uma resposta imune que resulta na produção de anticorpos dirigidos contra
antígenos de superfície, em particular contra a proteína CS. Acredita-se que tais anticorpos ajam bloqueando
a motilidade necessária a invasão da célula hospedeira. Durante a fase de desenvolvimento intra-hepático, o
parasito também é capaz de funcionar como alvo da resposta imune. Pesquisas feitas in vitro dos efeitos dos
anticorpos protetores, mostram dois mecanismos: participação de anticorpos opsonizantes que promovem a
fagocitose de eritrócitos infectados e a participação de anticorpo citofílicos que se ligam a monócitos e
promovem a inibição do crescimento do parasito intra-eritrocítico.

PATOGENIA
Apenas o ciclo eritrocítico assexuado é responsável pelas manifestações clinicas e patologia da malária. A
destruição dos eritrócitos e consequentemente liberação dos parasitos e de seus metabolitos na circulação
provocam uma resposta do hospedeiro. Os possíveis mecanismos determinantes das diferentes formas clinicas
da doença baseiam-se, na interação dos seguintes fenômenos patogênicos:
- Destruição dos eritrócitos parasitados
- Toxicidade resultante da liberação de citosinas
- Sequestro dos eritrócitos parasitados na rede capilar, no caso especifico do P. falciparum
- Lesão capilar por deposição de imunocomplexos, no caso do P. malariae

QUADRO CLÍNICO
O período de incubação da malária varia de acordo com a espécie de plasmódio, sendo de 8 a 12 dias para P.
falciparum, 13 a 17 para P. vivax e 28 a 30 dias para P. malariae.
Fase sintomática inicial: mal-estar, cansaço e mialgia, geralmente precede a clássica febre da malária, porem
estes sintomas são comuns a muitas outras infecções, não permitindo um diagnóstico clinico seguro. O ataque
paroxístico agudo (acesso malárico), coincidente com a ruptura das hemácias ao final da esquizogonia é
geralmente acompanhada de calafrios e sudorese, essa faze dura de 15 minutos a 1 hora, sendo seguida por
uma fase febril. Após duas a uma hora o paciente apresente sudorese profunda e fraqueza intensa. Depois de
duas horas, os sintomas desaparecem e o paciente sente-se melhor.
Após a fase inicial: a febre assume um caráter intermitente relacionado ao tempo de ruptura de uma quantidade
suficiente de hemácias contendo esquizontes maduros. Os sintomas dependeram do tempo de duração dos
ciclos dos eritrocíticos de cada espécie de plasmódio. Porém o padrão mais observado é o da febre cotidiana.

MANIFESTAÇÕES CLINICAS
As manifestações clínicas mais frequentes na fase aguda são comuns as quatro espécies. Em geral os
acessos maláricos são acompanhados de intensa debilidade física, náuseas e vomito. Ao exame físico
o paciente apresenta pálido e com baço palpável. Na fase crônica da malária, os pacientes podem
apresentar volumosa esplenomegalia, hepatomegalia, anemia, leucopenia e plaquetopenia. Os níveis
de IgM total e IgG antiplasmodio são elevados nesses casos e a síndrome regride após o uno
prolongado de antimaláricos. Adultos não imunes, bem como crianças e gestantes, podem apresentar
manifestações mais graves da infecção, podendo ser fatal no caso de P. falciparum, a hipoglicemia,
convulsões, vomito, icterícia e distúrbio de consciência são indicadores de pior prognostico e podem
proceder as seguintes formas clinicas da malária grave e complicada:
- Malária cerebral
- Insuficiência renal aguda
- Edema pulmonar agudo
- Hipoglicemia
- Icterícia
- Hemoglobinúria
EPIDEMIOLOGIA:
São vários fatores que contribuem para a incidência de malária, como socioeconômicos, culturais e ecológico
que favorecem a transmissão. As regiões com zona tropicais, subtropicais e zonas temperadas que apresentam
condições favoráveis ao desenvolvimento dos vetores. Das mais de 400 espécies de mosquitos,
aproximadamente 80 podem transmitir malária ao homem é 45 delas são consideradas vetores em potencial.
As condições que favorecem a transmissão do parasito no inseto vetor são a alta umidade relativa do ar acima
de 60% e temperaturas entre 20-30°c. A transmissão não ocorre em temperaturas inferiores a 16°c ou acima
de 33°c

A CLASSIFICAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE MALÁRIA


ESTABELECE AS SEGUINTES CATEGORIAS:
- caso autóctone: quando a transmissão ocorre no local, sem que o indivíduo tenha realizado deslocamentos
para outras regiões. É quando supõe a existência de casos anteriores e continuidade da transmissão;
- caso importado: quando a transmissão ocorreu em local distinto daquele de origem do indivíduo, em
deslocamento realizado para área malarígena, sendo detectado fora da área onde houve a infecção;
- caso introduzido: quando a transmissão foi local, porém não-continuada e o caso detectado foi originado de
um outro importado;
- induzido: quando a transmissão ocorreu sem a participação do vetor, ou seja, por transfusão sanguínea, por
uso compartilhado de seringas contaminadas ou por via congênita no momento do parto, em consequência de
lesões nos vasos sanguíneos de mãe e filho;
- recaída: quando ocorre o reaparecimento da parasitemia sanguínea, sem que o indivíduo tenha realizado
novos deslocamentos para áreas com possibilidade de transmissão, sendo portanto este novo episódio de
malária decorrente.
No Brasil, a malária apresenta distribuição heterogênea e dependente das atividades ocupacionais
desenvolvidas por populações expostas na Amazônia. Por exemplo, a infecção é frequente entre garimpeiros
e trabalhadores envolvidos em projetos agropecuários e de colonização.

DIAGNÓSTICO:
A certeza da infecção malárica só é possível pela demonstração do parasito ou de antígenos relacionados, no
sangue periférico do paciente.

DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Os sintomas da malária são inespecíficos, não se prestando à distinção entre a malária e outras infecções agudas
do homem. Existe alguns casos de indivíduos semi-imunes ao plasmódio que tem o parasito mas sem sintomas
da doença, geralmente ocorre em áreas holoendêmicas (África, e ao sul do Saara). O elemento principal do
diagnóstico clínico é sempre pensar na possibilidade da doença em indivíduos de áreas endêmicas, e também
se fez transfusão sanguínea ou faz uso de agulhas contaminadas.

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
O diagnóstico tradicional continua sendo feito, onde se pesquisa o parasito no sangue periférico, ou seja pelo
método de gota espessa, ou pelo esfregaço sanguíneo. Essas técnicas baseiam-se na visualização do parasito
através de microscopia ótica, após coloração com corante vital (azul de metileno e giemsa). Em função de sua
eficiência diagnóstica, o exame da gota espessa tem sido utilizado em todo o mundo para o diagnóstico
específico da malária.

TRATAMENTO:
O medicamento usado para atuação contra a malária são os esquzontecidas teciduais, que atuam nas formas
pré-eritrociticas( exoeritrociticas), impedindo a invasão das hemácias, sendo fundamentais para obtenção da
cura radical.

PROFILAXIA:
A Profilaxia consiste na eliminação do vetor, o mosquito, por inseticidas ou eliminar seus focos de reprodução
como pneus e vasos com água acumulada. Deve-se ainda evitar o contato com o inseto, através do uso de telas
(mosquiteiros) em cabanas, na janelas e cama.

QUIMIOPROFILAXIA:
Nada mais é que a administração de medicamentos para evitar a infecção. Em locais onde só existe a malária
por P. Vivax, pode-se propor a profilaxia com cloroquina, 5 mg/Kg/semana, iniciando uma semana antes da
viagem e mantendo até oito semanas após o retorno da área. Devido às elevada taxa de resistência do P.
Falciparum aos diferentes medicamentos e à toxicidade da maioria deles, não é habitual preconizar
quimioprofilaxia a indivíduos que viajam para região que existe a malária por P. Falciparum.

SITUAÇÃO ATUAL DA MALÁRIA E PERSPECTIVA PARA SEU


CONTROLE
Em 2011 foram registrados de 200-300 milhões de casos de malária a cada ano. Deste número alarmante, 90%
se concentrar na África Tropical, com aproximadamente entre crianças menores de cinco anos de idade (85%).
O restante está distribuído nas Américas Central e do Sul, Sudeste Asiático e Ilha da Oceania (Neves, David
Pereira Parasitologia humana- 12. Ed. São Paulo 2011). Segundo a OMS publicado no site G1 em 29/11/2017
foi registrado no mundo 216 milhões de casos em 2016, contra 211 milhões em 2015, a incidência da doença
apresentava uma diminuição de 21%. No Brasil, a maior parte dos casos é registrada na região amazônica, onde a malária
é endêmica (ocorre com frequência na região). A eliminação, no entanto, só ocorre quando não há mais transmissão interna
da doença e é diferente da erradicação, quando quase não são registrados novos casos. Também são necessários serviços
constantes de vigilância para que a eliminação seja garantida. O Brasil não está entre os países com menos de 10 mil casos --
com 129.251 casos em 2016 -- e, portanto, a meta de eliminação não é uma realidade para o nosso território.

VACINAS CONTRA MALÁRIA


Até o momento não existe nenhum produto vacinal eficaz contra Malária. Em fevereiro de 2018 foi publicado pelo
jornal da USP. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2015, parasitas da
espécie Plasmodium vivax foram responsáveis por mais de 13 milhões de casos de malária em todo o mundo
e ainda não há um imunizante disponível contra esses patógenos. Uma nova vacina pré-clínica contra a malária
vivax, forma da doença com maior distribuição geográfica e maior prevalência nas Américas, foi testada em
camundongos e obteve 45% de eficácia, o que representa um importante avanço no desenvolvimento de
alternativas de prevenção. A estratégia da nova vacina se baseia em desenvolver versões recombinantes de
proteínas encontradas no esporozoíto, forma do parasita presente na glândula salivar do mosquito transmissor
e que infecta o ser humano. A proteína em questão é homóloga à que está sendo usada em outra vacina em
estágio mais avançado contra o Plasmodium falciparum, o parasita de malária mais comum no continente
africano. A candidata à vacina contra o P. falciparum, a RTS,S/AS01, já passou por testes clínicos de fase 3,
a pesquisa clínica é usualmente classificada em quatro fases e recebeu uma sinalização positiva da OMS para
um estudo piloto de implementação. A vacina não será para uso geral na população. Talvez para crianças e
pessoas não imunes, como viajantes que vão para a região endêmica. É uma forma de não ter essas formas
graves da doença.

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