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Quantidades traço significam quantias extremamente pequenas detectadas em certo ambiente ou amostra, falando-se na ordem dos
microgramas por litro. Mesmo sendo tão pequenas, tais quantias são frequentemente importantes para o ambiente em que se
encontram, sendo alguns componentes conhecidos necessários ao corpo humano, responsável pela morte de várias espécies de
vegetais e contaminação bastante significativa do ar, solo e água.
Índice
Funções dos microminerais
Lista de micronutrientes
Funções específicas
Molibdênio
Função na planta
Deficiência
Absorção pela planta
Correção quanto à toxidez
Fontes de adubação
Translocação na planta
Elemento no solo do cerrado
Sódio
Funções do elemento na planta
Deficiência
Correção quanto à toxidez
Fontes de adubação
Elemento no solo do cerrado
Silício
Funções do elemento na planta
Deficiência
Absorção pela planta
Correção quanto à toxidez
Fontes de adubação
Translocação na planta
Elemento no solo do cerrado
Alumínio
Funções do elemento na planta
Deficiência
Absorção pela planta
Correção quanto à toxidez
Translocação na planta
Elemento no solo do cerrado
Níquel
Funções do elemento na planta
Deficiência
Absorção pela planta
Correção quanto à toxidez
Fontes de adubação
Translocação na planta
Elemento no solo do cerrado
Cobalto
Funções do elemento na planta
Deficiência
Absorção pela planta
Correção quanto à toxidez
Fontes de adubação
Translocação na planta
Elemento no solo do cerrado
Cloro
Funções do elemento na planta
Deficiência
Absorção pela planta
Correção quanto à toxidez
Fontes de adubação
Translocação na planta
Elemento no solo do cerrado
Zinco
Funções do elemento na planta
Deficiência
Absorção pela planta
Correção quanto à toxidez
Fontes de adubação
Translocação na planta
Elemento no solo do cerrado
Ferro
Funções do elemento na planta
Deficiência
Absorção pela planta
Correção quanto à toxidez
Fontes de adubação
Translocação na planta
Elemento no solo do cerrado
Manganês
Funções do elemento na planta
Deficiência
Absorção pela planta
Correção quanto à toxicidade
Fontes de adubação
Translocação na planta
Elemento no solo do cerrado
Cobre
Funções do elemento na planta
Deficiência
Absorção pela planta
Correção quanto à toxidez
Translocação na planta
Elemento no solo do cerrado
Boro
Funções do elemento na planta
Deficiência
Absorção pela planta
Correção quanto à toxidez
Fontes de adubação
Translocação na planta
Elemento no solo do cerrado
Referências
Lista de micronutrientes
Ferro (Fe)
Zinco (Zn)
Cobre (Cu)
Manganês (Mn)
Selênio (Se)
Cromo (Cr)
Iodo (I)
Flúor (F)
Arsénio (As)
Boro (B)
Molibdênio (Mo)
Cobalto (Co)
Estanho (Sn)
Níquel (Ni)
Vanádio (V)
Silício (Si)
Funções específicas
Molibdênio
Função na planta
Sua principal atuação está no processo de fixação simbiótica do nitrogênio e em outros processos fisiológicos das plantas
superiores. O Mo participa ativamente como cofator integrante nas enzimas nitrogenase, redutase do nitrato e oxidase do sulfato, e
está intensamente relacionado com o transporte de elétrons durante as reações bioquímicas
Deficiência
A falta de Mo no solo irá ocasionar menor síntese da enzima nitrogenase, com consequente redução da fixação biológica do
nitrogênio (N2).
A deficiência de Mo na soja pode ser percebida na coloração (amarelada pálida) das folhas mais velhas, semelhante a deficiência
de nitrogênio. Nas situações de deficiência, o íon Mo se desloca das folhas mais velhas para as mais novas.
Em condições de pH extremamente baixo, o Mo existente na solução do solo encontra-se predominantemente em forma não
dissociada de ácido molíbdico (H2MoO4). Com o aumento do pH, o H2MoO4 se dissocia em (HMoO4-) e, posteriormente, a
molibdato (MoO42-), o qual se torna a forma predominante em solos de pH neutro e alcalino. O suprimento para as plantas é feito
principalmente na forma de MoO42-, presente na solução do solo, via fluxo de massa.
Portanto, quando o solo esta sofrendo saturação por Mo, deve-se evitar o uso de calcário para que este seja adsorvido pelo solo.
Fontes de adubação
As formas de Mo mais utilizadas em adubações são os molibdatos de sódio e de amônio e o trióxido de molibdênio, sendo ainda
utilizado o ácido molibídico e fertilizantes compostos contendo o Mo em sua composição como as fritas (fritted trace elements).
Estas formas podem ser supridas às plantas como adubo de solo, aspersão foliar (exceto o FTE) ou aderido com as sementes.
Translocação na planta
Não há muitas informações sobre a mobilidade do Mo dentro das plantas e os poucos relatos existentes ainda são
contraditórios.Em leguminosas parece que há uma alta taxa de retranslocação deste micronutriente durante o estádio de
enchimento de grãos, para garantir um alto armazenamento de Mo nas sementes. As diferenças relatadas em termos de eficiência
de Mo em cultivares de feijão fava (Vicia faba) podem ser atribuídas a diferentes níveis de acúmulo de Mo nos nódulos e a
diferentes taxas de retranslocação das raízes para as vagens e dessas para os grãos durante o estádio de amadurecimento de grãos
Sódio
Osmótica – O K tem essa função nas plantas. Entretanto, não há uma exigência absoluta desse elemento visto
que o comportamento vacuolar contem diversos outros solutos como açucare, aminoácidos e sais de sódio. Daí
a possibilidade do Na preencher parcialmente essa função biofísica do K.
Fixação do carbono – Em plantas CAM (ou MAC) e C4, é essencial à enzima PEPcase
Ativação enzimática
Deficiência
A deficiência de sódio em algumas plantas do tipo C4 acarretaram em menor desenvolvimento das plantas, cloroses foliares,
necrose nas folhas ou não florescimento.
O K mostra o padrão duplo de absorção: o mecanismo 1 opera em baixas concentrações, apresenta alta afinidade e depende da
energia metabólica, não sendo influenciado pela presença do sódio. O mecanismo 2 que funciona sob altas concentrações parece
ser comum ao sódio que inibe a absorção de K: é passivo e se da através de canais proteicos. Acredita-se que a absorção de sódio
se dê através desse segundo mecanismo.
Fontes de adubação
Algumas fontes de adubação sódica são:
As espécies vegetais são classificadas em natrófilas e natrófobas segundo absorvem e transportam Na com facilidade ou não, as
ultimas mostrando mais seletividade em favor do K. As natrófobas concentram o Na nas suas raízes o que pode acarretar toxidez e
morte.
Elemento no solo do cerrado
O Na no solo do cerrado é escasso, encontrando-se em teores que variam de 0,01 meq/100g até 0,1meq/100g de solo.
Silício
Deficiência
A deficiência de Si nas plantas é muito rara, mas quando ocorre, causa o enfraquecimento das células das plantas, tornando-a mais
susceptível a patógenos, pragas e intempéries climáticas.
Fontes de adubação
As fontes de adubos silicatados conhecidas são os silicatos em geral, como silicato de cálcio, silicato de fósforo, entre outros.
Translocação na planta
O transporte de Si a longa distancia se da no xilema em alta proporção do elemento e deposita nas células das paredes desses
vasos podendo evitar o colapso dos mesmos quando a planta transpira muito. Esse transporte é apoplástico em parte, mas o Si tem
que passar ao simplasto para chegar ao xilema.
Alumínio
Alguns autores afirmam que plantas de arroz, leguminosas tropicais, eucalipto, chá, pessegueiro, beterraba, milho e trigo
apresentaram maior desenvolvimento com concentrações adequadas de Al.
Deficiência
A deficiência de Al não acarreta prejuízos significativos para a maioria das culturas, e ainda promove um melhor desenvolvimento
para outras.
Translocação na planta
Ainda que as raízes apresentem teores mais altos de Al, e por isso sejam o órgão mais prejudicado pela toxidez, dá-se transporte a
longa distancia, presumivelmente no xilema, visto que os órgãos da parte aérea apresentam o elemento.
Níquel
Deficiência
Os principais sintomas de deficiência de Ni em pecã são:
Folhas e folíolos com manchas escuras na ponta e formato arredondado (orelha-de-rato), devido ao acúmulo de
uréia e possivelmente de ácido lático e oxálico;
Necrose da ponta das folhas e folíolos com zona verde adjacente à necrose;
Morte da planta.
Fontes de adubação
As principais fontes de níquel são o lodo de esgoto, biossólido, calcários, adubos fosfatados, Cloreto de níquel e sulfato de níquel,
sendo que o cloreto de níquel[NiCl2.H2O] tem 26% de niquele o sulfato de níquel (II) (NiSO4.6H2O) tem 21% de níquel.
Translocação na planta
Muito pouco se sabe a respeito da mobilidade do Ni dentro das plantas. Entretanto, o grande acúmulo específico de Ni em
sementes, semelhante ao que ocorre para Mo provavelmente requer alta regulação da mobilização e da retranslocação de Ni das
folhas mais velhas e durante o estádio de enchimento de grãos.
Cobalto
Deficiência
Vários trabalhos de pesquisa atribuem à ausência do Co, a diminuição da fixação do N2 para a soja com repercussão negativa para
a produtividade. A deficiência de Co na soja se apresenta sempre nas folhas mais novas, sendo essa uma característica de sintomas
produzidos por elementos de baixa mobilidade nas plantas.
Fontes de adubação
As principais fontes de adubação de cobalto são os sulfatos e nitratos de cobalto. O nitrato de cobalto (Co(NO3).6H2O) tem um
teor de cobalto de 18%, já o sulfato de cobalto (II) (CoSO4.7H2O) tem um teor de cobalto de 19%.
Translocação na planta
O Cobalto é totalmente imóvel, então se ele fosse aplicado via folha ele não translocaria até as raízes.
Cloro
O Cl-1 atua como cofator de uma enzima contendo Mn a qual catalisa a fotólise da água com a liberação de O2.
Mn2+, Cl-
Várias enzimas são estimuladas pelo Cl-1, entre elas uma a ATPase localizada no tonoplasto e outras vesículas fechadas (Tabela
1); estaria aqui a explicação para o fato que, quando se fornece à folhas do cafeeiro ZnSO4 + KCl aumenta consideravelmente a
absorção de Zn;
Como o Cl-1 é um elemento muito móvel e tolerado em altas concentrações, é idealmente adequando para manter o balanço de
cargas elétricas quando os cátions, como o K+1, movem-se através das membranas celulares;
(4) Osmo-regulação
O processo de ajustamento osmótico ocorre quando solutos como Cl-1 acumulam-se na célula fazendo com que o potencial da
água dentro dela caia abaixo do potencial externo; o gradiente de potencial da água resultante faz com que a mesma entre na
célula e o plasmalema se expanda contra a parede celular rígida, que resulta num aumento na turgescência; os estômatos se abrem
quando a água entra na células-guardas fazendo-as tornar-se mais rígidas; o influxo da água é causado por um aumento na
concentração dos solutos o que, por sua vez, faz com que o potencial intracelular da água torne-se mais negativo; os principais
solutos no caso, são o K+1, o Cl-1 e o malato;
Deficiência
A inibição do crescimento por deficiência de Cl parece ser causada por uma diminuição do controle do fechamento estomatal
durante estresse pela seca. As plantas também apresentam requerimento muito alto de Cl, o que parece estar relacionado com o
uso preferencial deste micronutriente em vez de ânions orgânicos no balanço de cargas.
a) Via Radicular
Forma: Cl-
b) Via Foliar
Forma: Cl-;
Fontes de adubação
Todas as fontes usuais de Cl são de iguais eficiência: KCl, NH4Cl, CaCl2, MgCl2 e NaCl que contém, respectivamente, 47, 66,
65, 74 e 38% de cloro ureia, contém cerca de 99% de cloro
Translocação na planta
Transporte: via xilema ocorre na forma Cl-;
Redistribuição: via floema ocorre também na forma Cl-, podendo ser rápido ou lento dependendo da espécie;
Elemento no solo do cerrado
Encontrado nos minerais primários: tarquidrita, silvinita, carnalita e halita;
Solução: Cl-, sendo muito móvel, encontrado na concentração de 0,2 a 2,0 meq/100cm3;
Zinco
Deficiência
Quando ocorre deficiência de Zn, a atividade da AC diminui acentuadamente. Esta enzima é localizada no citoplasma e nos
cloroplastos e pode facilitar a transferência de CO2/HCO3 para a fixação fotossintética de CO2. Como mostrado pela baixíssima
taxa de fotossíntese no citossol das células do mesófilo de plantas C4, e possivelmente também de plantas C3, AC é de grande
importância para garantir uma alta taxa de fotossíntese (HATCH e BURNELL, 1990). Duas outras enzimas também são afetadas
pela deficiência de Zn e também estão presentes nos cloroplastos e no citoplasma. Estas são a frutose 1,6 difosfato, a qual regula a
quebra dos açúcares C6 no cloroplasto e no citoplasma, e a aldolase, a qual promove a transferência dos fotossintatos C3 do
cloroplasto para o citoplasma e, dentro do citoplasma, o fluxo de metabólitos da via glicolítica.
Em todos os casos, a atividade destas enzimas é diminuída pela deficiência de Zn; porém, apesar desta diminuição, a taxa de
fotossíntese em grande parte não é afetada e os amidos e açúcares frequentemente se acumulam em plantas deficientes neste
nutriente. Pode-se, portanto, concluir que as mudanças no metabolismo de carboidratos induzidas pela deficiência de Zn não são
fundamentalmente responsáveis nem pelo retardamento do crescimento, nem pelos sintomas visíveis da deficiência deste
micronutriente.
A forma em que o zinco é absorvido pelas raízes também não é bem conhecida. Existe, entretanto, uma concordância de que a
forma predominante absorvida é a de Zn2+, podendo também o ser na de Zn- quelato.
Fontes de adubação
As principais fontes de adubação para zinco são o óxido de zinco, o sulfato de zinco, o nitrato de zinco e o cloreto de zinco, sendo
que, o óxido de zinco[ZnO] tem 78% de zinco, o sulfato de zinco[ZnSO4.7H2O] tem 23% de zinco, o nitrato de
zinco[Zn(NO3)2.7H2O] tem 19% de zinco e o cloreto de zinco[ZnCl2] tem 42% de zinco.
Translocação na planta
Pensa-se que a mobilidade do Zn dentro das plantas é baixa e sua translocação ocorre principalmente durante a senescência. No
entanto, estudos recentes indicaram que há retranslocação substancial deste micronutriente via floema em folhas de trigo jovens
em desenvolvimento (ERENOGLU et al., 2002) e em arroz. Nesta última cultura, a taxa de retranslocação de Zn mostrou
correlação com a eficiência de Zn observada para os genótipos estudados. Esta descoberta enfatiza a importância de uma
mobilidade interna do Zn em adição à aquisição pelas raízes na determinação da eficiência deste micronutriente. A importância da
mobilidade do Zn, portanto, deve ser considerada na obtenção de genótipos melhorados com alta eficiência em Zn.
Ferro
As proteínas heme são caracterizadas pela presença de um complexo Fe heme-porfirina, o qual age, por exemplo, como um grupo
prostético dos citocromos que facilitam o transporte de elétrons na respiração.
Deficiência
As atividades das enzimas heme diminuem sob condições de deficiência de Fe, como é particularmente o caso de catalase e
peroxidase. A catalase facilita a dismutação do peróxido de hidrogênio em água e O2, de acordo com a reação: 2H2O2 → 2H2O +
O2 Esta enzima heme desempenha um importante papel em associação com a superóxido dismutase (SD), a qual será considerada
posteriormente em relação ao Zn, assim como na fotorrespiração e na via do glicolato.
AH + AH + H2O2 → A – A + 2H2O
Ocorre em dicotiledôneas e monocotiledôneas não gramíneas onde a dissociação do quelado e redução previa
do Ferro.
Os fitossideróforos são quelantes excretados pelas raízes, aminoácidos não protéicos de baixo peso molecular
que se ligam ao Fe facilitando a sua absorção.
Correção quanto à toxidez
O ferro é um elemento essencial mas quando encontrados em teores acima de 1880mg/kg de solo apresentou-se fitotóxico para a
planta. Uma calagem adequada é capaz de acabar com a saturação por ferro no solo.
Fontes de adubação
As principais fontes de adubação de ferro são o sulfato ferroso, cloreto ferroso, cloreto férrico e nitrato férrico, sendo que, o
sulfato ferroso (FeSO4.7H2O) tem 19% de ferro em sua constituição, o cloreto ferroso (FeCl2.4H2O) tem 25% de ferro, o cloreto
férrico(FeCl3.6 H2O) tem 18% de ferro e o nitrato férrico (Fe(NO3).9 H2O) tem 12% de ferro.
Translocação na planta
O Fe incorporado nos cloroplastos tem mobilidade bastante limitada dentro das plantas, o que está de acordo com a observação de
que os sintomas de deficiência deste micronutriente são restritos às brotações jovens (TERRY e LOW, 1982). Entretanto,
Rissmüller (1874 citado por MOLISCH, 1892) mostrou, há mais de 100 anos, que o Fe pode ser translocado através do floema
durante a senescência das folhas. Esta mobilidade do Fe dentro da planta foi confirmada mais recentemente por Zhang et al.
(1995) em feijão fava (Vicia faba) submetido a sombreamento.
Além disso, os mesmos autores mostraram que uma alta proporção de Fe que foi translocada das raízes para as brotações no
xilema pode ser retranslocada pelo floema até os ápices das brotações em crescimento após a transferência no xilema/floema nas
folhas mais velhas sem a necessidade de senescência como pré-requisito. Para isso, a transferência no xilema/floema ou o
carregamento do floema com Fe-nicotianamina é obviamente requerido, pois a nicotianamina é quelador de micronutrientes
catiônicos. Esses dados claramente enfatizam que, em princípio, o Fe é móvel no floema. Este fato é importante para aplicações
foliares deste micronutriente.
Porém, deve-se levar em consideração que, antes de atingir o apoplasto das folhas, o Fe tem que passar através da parede celular
da epiderme, com sua camada cutinizada e cera epicuticular e, para atingir isto, é essencial estar em uma forma quelada. O Fe
pode ser facilmente transportado dentro do xilema ou do floema antes que seja rapidamente desintoxicado por imobilização para
evitar danos às folhas por formação de radicais de oxigênio.
Manganês
Deficiência
Até mesmo deficiências leves de Mn afetam a fotossíntese e diminuem o nível de carboidratos solúveis na planta, mas o
resuprimento deste micronutriente reativa a evolução fotossintética de oxigênio. Com deficiência mais severa de Mn, entretanto,
ocorre uma quebra na estrutura do cloroplasto que não pode ser revertida.
Por causa da importância fundamental do Mn na cadeia de transporte de elétrons durante a fotossíntese, quando ocorre deficiência
deste micronutriente a reação à luz durante a fotossíntese é seriamente prejudicada e todas as outras reações associadas com o
transporte de elétrons também o são. Isto inclui a fotofosforilação, a redução de CO2, de nitrito e de sulfito. O nitrito acumulado
pode exercer um controle em feedback sobre a nitrato redutase de tal modo que o NO3 se acumula, como, algumas vezes, é
observado em plantas deficientes em Mn.
Fontes de adubação
As principais fontes de adubação para manganês são o sulfato de manganês, o oxido de manganês, o nitrato de manganês e o
cloreto de manganês, sendo que o sulfato de manganês[MnSO4.3H2O] tem 26% de manganês, o oxido de manganês[MnO] tem
41% de manganês, o nitrato de manganês[Mn(NO3)2.6H2O] tem 18% de manganês e o cloreto de manganês[MnCl2] tem 43% de
manganês em sua constituição.
Translocação na planta
O Mn, da mesma forma que o Fe, é facilmente translocado através do xilema das raízes até as brotações, mesmo as localizadas
nos ápices da planta (HORST, 1976); já a translocação no floema é limitada. Este é particularmente o caso para Mn aplicado via
foliar (EL-BAZ et al., 1990), sendo a retranslocação de Mn quelado como MnEDTA um tanto melhor do que a de MnSO4. Em
contraste com Fe, Zn e Cu, assim que o Mn é incorporado ou imobilizado nas folhas, não pode mais ser retranslocado, mesmo sob
senescência induzida (WOOD et al., 1986).
Particularmente interessante é a redistribuição a curto prazo do Mn junto com o Si após ataque de patógenos (LEUSCH e
BUCHENAUER, 1988), a qual está estreitamente relacionada com o aumento da biossíntese de substâncias fenólicas que
aumentam a resistência a doenças (MARSCHNER, 1995). Também está bemdocumentado que o Si pode alterar a mobilidade do
Mn e o padrão de redistribuição deste nutriente e, portanto, diminuir os sintomas de toxicidade de Mn quando há alto suprimento
deste micronutriente (HORST e MARSCHNER, 1978). Em algumas leguminosas, entretanto, possivelmente durante o estádio de
enchimento de vagens, uma concentração relativamente alta de Mn já foi relatada na seiva do floema, o que está estreitamente
correlacionado com a ocorrência de sintomas da desordem denominada “semente partida” em tremoço (CAMPBELL e NABLE,
1988). Esta descoberta sugere alta dependência da retranslocação de Mn para o genótipo da planta e o estádio de crescimento e
requer pesquisas sistemáticas adicionais.
Cobre
Funções do elemento na planta
Várias proteínas contendo Cobre desempenham papel fundamental em processos tais como fotossíntese, respiração,
desintoxicação de radicais superóxido e lignificação. Quando há deficiência de Cobre, as atividades de todas essas enzimas ficam
drasticamente reduzidas. O decréscimo do transporte fotossintético de elétrons, como consequência especialmente dos menores
teores da plastocianina, uma proteína contendo Cobre, diminui a taxa de fixação de CO2, de tal modo que o teor de amido e de
carboidratos solúveis (especialmente sacarose) é diminuído. Este é o principal fator que causa a redução da produção de matéria
seca em plantas que sofrem deficiência de Cobre durante o crescimento vegetativo. A falta de suprimento de carboidratos para os
nódulos das leguminosas, causando crescimento restrito e deficiência de N na planta hospedeira, também parece ser um efeito
indireto da deficiência de Cobre, pois não há evidência de que o Cobre seja requerido especificamente no processo de fixação de
N2.
Deficiência
A deficiência de Cu diminui a atividade dessas enzimas, levando ao acúmulo de fenóis e à diminuição da lignificação e de
substâncias melanóticas. Este papel do Cu no metabolismo secundário indica uma função importante do elemento para conferir à
planta resistência a doenças. A formação da lignina significa uma barreira mecânica contra a entrada de organismos assim como a
produção de substâncias melanóticas também aumenta a resistência, pois alguns desses compostos são ativos como fitoalexinas,
as quais inibem a germinação de esporos e o crescimento fúngico.
Fontes de adubação
As principais fontes de adubação de cobre são o sulfato de cobre, o oxido cuproso ou cúprico, oxi-cloreto de cobre, nitrato de
cobre e hidróxido de cobre.
O sulfato de cobre[CuSO4.5H2O] tem 25% de cobre em sua constituição, o oxido cuproso[Cu2o] tem 89 m% de cobre em sua
constituição, o oxido cúprico[CuO] tem 75% de cobre, o oxi-cloreto de cobre[3Cu(OH)2.CuCl2] tem 50% de cobre, o nitrato de
cobre[Cu(NO3)2.6H2O] tem 23% de cobre e o hidróxido de cobre[Cu(OH)2] tem 50% de cobre em sua constituição.
Translocação na planta
A mobilidade do Cu dentro das plantas é limitada e particularmente dependente do estado nutricional em termos de Cu e de N.
Devido a sua forte ligação com as paredes celulares, a translocação do Cu das raízes para as brotações é lenta. Além disso, um alto
suprimento de N diminui a disponibilidade de Cu dentro das plantas com a consequência de um requerimento crítico maior de Cu
para a máxima produtividade de grãos (Tabela 16). Em adição a isso, como um alto suprimento de N retarda a senescência, a
possível retranslocação de Cu induzida pela senescência também é retardada, como já mostrado na Tabela 15 (WOOD et al.,
1986).
Boro
Não parece ser requerido por fungos ou bactérias e não há evidências de que seja nem um ativador, nem um constituinte de
qualquer enzima. As funções que se sugere para o B nas plantas incluem o transporte de açúcar, a lignificação da parede celular, a
estruturação da parede celular, o metabolismo de carboidratos, o metabolismo do RNA, a respiração, o metabolismo do AIA, o
metabolismo dos fenóis, a função da membrana, a fixação de N2, o metabolismo do ascorbato e a diminuição da toxicidade de Al.
Há evidências crescentes de que alguns destes efeitos são o que Marschner (1995) descreveu como uma cascata de efeitos
secundários originados de falta de B na parede celular e na interface membrana plasmática/parede celular.
Deficiência
Um exemplo prático, mostrando como a qualidade e a produtividade de uma cultura podem ser prejudicadas pela deficiência de B
em relação ao metabolismo da planta, foi mostrado por Shelp et al. (1992).
Esses pesquisadores conseguiram demonstrar que o sabor desagradável de brócolis cultivado sob deficiência de B é causado por
aumento do teor de indolmetilglucosinolato. Este composto é derivado do triptofano, um produto secundário da via do ácido
chiquímico, que fica extremamente aumentado sob deficiência de B.
Obs: a absorção radicular não sofre efeito de venenos respiratórios encontrados ao redor das raízes, na rizosfera, entretanto estes
mesmos venenos respiratórios afetam a absorção do boro via foliar.
b) Via foliar
A absorção via foliar é influenciada pela da temperatura, venenos respiratórios e pela concentração de Cálcio na
calda.
Fontes de adubação
As principais fontes de adubação de boro são o Bórax o solubor e o acido bórico. Sendo que o bórax[Na2B4O7.10H2O] tem 11%
de boro em sua constituição, o solubor[Na2B4O7.5H2O + Na2B10O16.10H2O] tem 20% de boro, e o ácido bórico[H3BO3] tem
17% de boro em sua constituição.
Translocação na planta
Há uma crença generalizada, baseada na literatura mais antiga, de que o B é imóvel no floema (OERTLI e RICHARDSON, 1970)
e isto é realmente verdadeiro para a maioria das espécies de plantas. Porém, ecentemente reconheceu-se que o B é móvel, em
variados graus, no floema de várias espécies de plantas, incluindo uma grande gama de culturas agrícolas e olerícolas, como por
exemplo brássicas, cenoura, ervilha, aipo e cebola. Nessas espécies, nas quais os álcoois de açúcar e os polióis (sorbitol, manitol e
dulcitol) são as principais formas de exportação de C das folhas, o B é ligado e transportado na forma de complexos poliol-B
(BROWN e SHELP, 1997).
As diferenças em mobilidade do B no floema entre as espécies resulta em um padrão típico de concentração deste micronutriente
nas folhas e nos frutos de árvores que cresceram no campo, com uma distribuição muito mais equânime em espécies nas quais o B
é móvel no floema. A importância da translocação de B mediada por sorbitol no floema foi provada em plantas de fumo
geneticamente modificadas para sintetizar sorbitol. A síntese de sorbitol aumentou acentuadamente a mobilidade do B dentro da
planta, o que, por sua vez, aumentou o crescimento da planta e a produtividade pelo fato de ter ajudado a superar deficiências
transitórias de B no solo (BROWN et al., 1999).
Matéria Orgânica: principal fonte de B no solo, sendo liberado através de mineralização, pois encontra-se ligados a esteres
presentes nas membranas celulares.
Boro disponível: ocorre nas formas inorgânicas Borato de Ca, Mg e Na, ou associados à esteres(M.O.)
Referências
Nutrição Mineral de Plantas (http://fisiologiavegetal.homestead.com/files/Nutricao_mineral_de_plantas.htm) -
fisiologiavegetal.homestead.com
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