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Universidade Católica de Brasília

Integração Regional
Marilize Loandra de Souza Rodrigues UC13103130

O NEOLIBERAL INSTITUCIONALISMO: um modelo teórico para a integração regional -


Karina L. P. Mariano

O novo ambiente internacional favorece cada vez mais as relações de dependência


entre os países, sendo assim as ações de um ator internacional afeta os outros atores do
sistema. O aspecto econômico também ganhou maior importância nas relações
internacionais e por isso os países buscam formas de maximizar sua eficiência através
por exemplo da integração econômica entre si.
Com fundamentos na teoria neofuncionalista e na teoria da interdependência, o
neoliberal institucionalismo considera as organizações institucionais como relevantes no
sistema internacional por defenderem interesses que são divididos em: interesses
originados a partir de valores, lealdades ou consensos comuns e interesses discordantes
mas que cuja discordância leva à formação de uma instituição que organize essa
competição entre seus integrantes.
Para a criação de uma instituição internacional o artigo expõe quatro requisitos:
desenvolvimento de instituições relacionadas a determinadas tarefas; é necessário que as
políticas e normas criadas pelas instituições devem ser efetivadas e seguidas por todos
os seus membros mesmo que isso signifique uma transferência de autoridade das nações
para a instituição; os Estados devem se comprometer a cooperar com os processos da
instituição; e é preciso que cada nova função abra caminhos para a expansão e o
fortalecimento do processo de integração e cooperação.
Para a teoria neofuncional, a disponibilidade que os Estados tem em negociar entre
si em busca de soluções de problemas é a chave para a criação dessas instituições que
moldariam o processo de integração. A supranacionalidade que seria criada então
permitiria que interesses comuns fossem desenvolvidos e as tomadas de decisões
tivessem sempre um denominador comum que atenderia às necessidades do conjunto
dos membros das instituições. Mas para que a integração tenha espaço é preciso que os
países parem de se enxergar como prováveis inimigos, isso seria a base para que as
negociações possam ocorrer.
Os neofuncionalistas acreditam que para que a cooperação internacional possa se
desenvolver, é necessário que os países interessados sejam abertos economicamente e
industrializados, as políticas internas e as sociedades de maneira geral devem ser
pluralistas para que os diferentes grupos de interesses possam ter voz no meio do
processo. Essas características garantem que os países estejam receptivos ao processo
de integração e que ele ocorra com a maior participação social possível.
O exemplo integracionista europeu conseguiu fazer com que a união de alguns
setores comerciais fosse aos poucos se expandindo para a política e a economia e a cada
novo sucesso, mais apoio à causa era dado. Apesar de que sacrifícios no início foram
feitos, havia a garantia de que estes seriam compensados.
Rogowski criou um modelo para avaliar como os acontecimentos internacionais
refletiam no doméstico dos países ao mesmo tempo que analisava como que as políticas
internas afetavam as tomadas de decisões no ambiente internacional. O autor então
afirma que como haveria maior exposição do comércio doméstico no internacional,
coalizões que buscariam resolver os possíveis problemas permitindo assim que os países
se adaptassem a essa nova forma de competição. Essa ideia de que a interdependência
tem influência nos interesses domésticos que por sua vez pressionam os governos a
buscar soluções tem relação estreita com as ideias da teoria da interdependência
complexa.
Como na atualidade há uma grande facilidade de comunicação entre os atores, é
muito mais comum que eles criem uma relação de interdependência. Nessa nova
realidade, o sistema internacional pode exercer influência nas questões internas mas seus
interesses particulares podem da mesma forma afetar o sistema de acordo com o seu
poder. Essa nova realidade tira do Estado o papel de ator dominante e único já que
surgem as organizações internacionais e as forças transnacionais como atores no
sistema. Por causa dessa estreita relação de influência entre o meio internacional e o
meio nacional, é comum que guerras e catástrofes ambientais sejam vistas como uma
questão de segurança não só do país diretamente ligado mas também de todos os países
do sistema internacional. Para Keohane e Nye porém, a interdependência sempre trará
algum custo para seus envolvidos mesmo que não-intencionado. Alguns atores podem
acabar se beneficiando às custas de um prejuízo de outro.
As três principais características principais da interdependência são: suas
comunicações se dão pelos canais interestatais, transgovernamentais e transnacionais;
não há uma hierarquia das agendas de interesses que dependerão da necessidade dos
atores no momento; e as Forças Armadas perdem sua relevância já que com a
cooperação há menos necessidade de priorizar a militarização.
A intenção das instituições internacionais é criar regras e normas cujos padrões
sejam aceitos por todos os seus membros favorecendo assim um diálogo mais aberto e
próspero ao mesmo tempo em que diminui as incertezas e desconfianças entre um ator e
outro.
O neoliberal institucionalismo com base nessas ideias teoriza integração
econômica mundial inclusive assimilando alguns conceitos realistas como o Estado tendo
o papel de ator central nas relações internacionais apesar da existência de outros atores.
A globalização envolve a comunicação ou circulação de informações, o transporte ou
movimento de objetos, finanças ou movimentação de dinheiro e instrumentos de crédito e
por fim a movimentação de pessoas. Algumas dessas interações sã realizadas
exclusivamente por órgãos governamentais mas as outras são as chamadas
transnacionais. Esse tipo de relação acaba por aumentar a sensibilidade entre as
sociedades, o pluralismo internacional e a dependência entre si.
A teoria aborda de maneira mais otimista a cooperação entre os Estados já que no
contexto pós-Guerra Fria segurança e poder perdem a importância para o
desenvolvimento econômico e a segurança social. Mesmo assim seus defensores ainda
afirmam que se há uma relutância dos atores estatais em cooperar, isso se deve por
ainda haver alguma desconfiança quanto às consequências desse tipo de interação.
Também é defendido que os Estados como atores racionais acabam percebendo que a
cooperação é a melhor possibilidade onde alcançarão objetivos que sem esse elemento
não seriam alcançados e aqueles que por algum motivo sofrem algum prejuízo podem
Para o neoliberal institucionalismo vê a integração regional como um regime
intergovernamental criado para administrar a interdependência econômica, utilizando a
coordenação política negociada entre seus participantes como forma de controle.
A teoria possui então três principais características: acredita na racionalidade do
Estado; favorece a formação de uma preferência nacional e apresenta a negociação
estatal.

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