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A IDADE MíNIMA PARA O BATISMO

Wilson Paroschi, Ph.D.


Professor de Novo Testamento no SALT
Engenheiro Coelho, SP

Entre as denominações cristãs que adotam a forma bíblica do batismo (imersão), e por
conseguinte rejeitam a prática do batismo infantil, existe certa diversidade quanto à idade considerada
mínima para a recepção do rito. Alvo de discussões acaloradas desde os tempos da Reforma
Prdtestante, a idade batismal tem sofrido um considerável decréscimo nesses quase quinhentos anos de
história, passando de vinte anos entre os anabatistas do século dezesseis (sendo que a idade média era
de 36,4)1
I
para quatro anos entre alguns grupos batistas modernos? Vários outros grupos tanto batistas
qu$nto menonitas preferem uma idade ao redor dos dez aos doze anos. Em ambos os casos, porém, a
ên~ase não está tanto na idade cronológica em si, mas na capacidade cognitiva da criança. Fala-se muito
na necessidade de a criança haver atingido a chamada idade da responsabilidade, visto que o conceito
operante no batismo é que o candidato seja capaz de professar uma fé consciente em Cristo antes que
~
", possa ser batizado.
Essa é a postura que, em geral, é adotada pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, que tem se
requsado a fixar uma idade mínima sob a alegação de que as pessoas diferem quanto à sua maturidade
em qualquer idade estabelecida, e que por isso alguns estariam prontos para o batismo mais cedo que
outros. Em termos práticos, porém, o que se tem verificado é uma enorme disparidade. Em alguns
países, crianças de até cinco anos de idade já foram levadas ao batismo em algumas séries de
conferências, ao passo que em outros, a idéia de se batizar adolescentes, mesmo de famílias
adventistas, com menos de quatorze ou quinze anos de idade chega quase a ser considerada uma
heresia. É provável, portanto, que o assunto mereça uma cuidadosa análise a partir de uma perspectiva
mais ampla, que leve em consideração questões tanto de natureza histórica e teológica quanto aspectos
relacionados ao desenvolvimento da criança.

A Origem do Batismo Cristão


Ritos de imersão (auto-imersão) eram abundantes na religião judaica, da qual o cristianismo
emergiu. O significado mais comum associado a tais ritos era o da purificação cerimonial. Além das
muitas situações previstas no Pentateuco (Lv 14:8-9; 15:2-30; 16:4, 24, 26-28; 22:3-7; 17:15-16; Nm
19:2-8), diversos outros banhos cerimoniais eram praticados por um grande número de judeus nos dias
de Jesus. Havia rituais diários, como aqueles observados pelos essênios, bem como rituais específicos
visando à participação em alguma cerimônia religiosa. Há informações de que os hemerobatistas, uma
seita judaica da qual pouco se sabe, chegavam a banhar-se até mesmo antes de cada refeição.3
Os judeus do primeiro séçulo também costumavam exigir a imersão (além da circuncisão, no
caso dos homens, e de uma oferta no templo) dos gentios que se convertiam ao judaismo, os chamados
prosélitos. Em vez de ser um rito de iniciação, porém, a imersão proselítica era de natureza
exclusivamente cerimonial, ou seja, ela consistia apenas numa purificação das impurezas pagãs e
idqlatras, e o rito era cumprido também por meio de uma auto-imersão: a pessoa entrava sozinha na

1 l land D. Harder, "Age at Baptism," Mennonite Encyclopedia Online (http://www.gameo.org/encyc!opedia/


co tents/B369ME.html), acessado em 20/10/2008.
2 K n Camp, "Baptism Meanings and Methods," Thoughts and Actions (http://thoughtsactions.wordpress.com/

20 6/08/17 /baptism-meanings-and-methods-spark-debate-among-some-baptists/), acessado em 19/10/2008.


3 V ja especialmente Robert l. Webb, John the Baptizer and Prophet: A Socio-historical Study (Sheffield: Sheffield
Ac demic Press, 1991),95-162.
2

ág~a, embora
cetimônia não na presença
seria de peloválida.4
considerada menos dois homens instruídos na Lei (rabinos), do contrário a
I O batismo cristão, porém, não deriva de nenhuma dessas práticas cerimoniais judaicas, nem
mdsmo do batismo proselítico, mas do batismo moral introduzido por João Batista. Enviado por Deus
co61o precursor de Jesus (Mt 3:1-3,11-12; Mc 1:2-4; Lc 3:1-6; Jo 1:6-8, 15,23,25-27), João Batista
desenvolveu seu ministério no deserto da Judéia, onde anunciava a chegada do reino de Deus (Mt 3:1-2)
e I batismo do "arrependimento" (Mc 1:4; Lc 3:3; At 13:24; 19:4), para a "remissão dos pecados" (Mc
1: i Lc 3:3), em vista da "ira vindoura" (Mt 3:5-10; Lc 3:7). Diferentemente das imersões cúlticas
ju aicas, portanto, o batismo de João era uma cerimônia única (não-repetitiva), com um profundo
sig ificado profético e simbólico, e era recebido de forma passiva, ou seja, João mesmo era quem o
mi istrava (Mt 3:5-6,11,13-17; Jo 1:33; At 19:4). Foi exatamente por isso que João ficou conhecido
co o '/0 Batista," isto é, Ilaquele que batizall (Mt 3:1; 11:1-12; 14:2,8; 16:14; 17:13; Lc 7:20,33; 9:19;
M 6:25; 8:28).
A relação entre o batismo cristão e o batismo de João é óbvia e não precisa ser argumentada em
de alhes. Não apenas Jesus e supostamente alguns de seus discípulos foram batizados por João (Mt
3: 3-17; Jo 1:35-42), mas também o início da atividade batismal de Jesus e Seus discípulos se deu em
ínt ma associação com o ministério de João (Jo 3:22-23; 4:1-2). Desde seu início, portanto, o batismo
cri tão não consistia senão numa continuação do batismo introduzido por João, inclusive na forma, visto
qu também era recebido passivamente pelo interessado. É verdade que após o Pentecoste o batismo
cri tão adquiriu dois novos elementos - a administração I'em nome de Jesus"S e o "dom do Espírito
Sa to"(At 2:38; 8:14-17; 10:47-48; 19:5-6) - mas ele ainda podia ser definido como batismo do
ar ependimento para o perdão dos pecados (At 2:38; 22:16; d. Ef 5:25-27; Ti 3:5-7). Em outras palavras,
el não perdeu o caráter moral (conversão) nem a orientação escatológica (Jo 3:5; At 2:38-40; Rm 6:4-5;
Ti :5-7) que herdara do batismo de João.
Talvez convenha salientar que a igreja apostólica como um todo nunca rompeu com o batismo
de João, nem mesmo com as mudanças introduzidas no batismo cristão após o Pentecoste. O episódio
oc rrido em Éfeso e registrado em At 19:1-7, no qual Paulo rebatizou alguns crentes que haviam sido
ba izados por João antes de se tornarem discípulos de Jesus (d. vss. 1-2), parece ter sido único no
pe íodo apostólico. Nem Áquila e Priscila rebatizaram Apoio, um cristão proveniente de Alexandria e
qu se encontrava numa situação idêntica à dos discípulos de Éfeso (At 18:24-28), nem a igreja em
Je usalém rebatizou os 120 discípulos pré-Pentecoste (At 1:15) que haviam recebido o batismo cristão
pri itivo ou, em alguns casos, apenas o batismo de João propriamente dito (Jo 1:35-42). O fato de Paulo
ha er rebatizado os discípulos de Éfeso talvez se deva, pelo menos em parte, à experiência de conversão
do próprio apóstolo, que ocorrera após o Pentecoste, sendo que ele mesmo fora batizado em nome de
Je us (At 22:6; d. Rm 6:3). A igreja apostólica, e mesmo pós-apostólica, sempre teve um elevado
re peito por João Batista (Mt 11:11; 17:10-13; Jo 1:6-7; 5:33-35), cujo ministério representava o próprio
iní io do movimento cristão (At 1:21-22; 10:36-37; 13:23-25).6

o Significado do Batismo
O significado do batismo cristão é determinado por sua natureza moral. O batismo está
associado, em primeiro lugar, à oferta de perdão inerente ao evangelho. Foi assim que o próprio Jesus

4 b i Yebamoth 47a. Sobre o batismo de prosélitos, veja Louis H. Feldman, Jew and Gentile in the Ancient World:

A ·tudes and Interactions Irom Alexander to Justinian (Princeton: Princeton University Press, 1993), 288-341.
5 S bre a relação entre o batismo lIem nome de Jesus" do livro de Atos e a fórmula trinitariana de Mt 28:19, veja
Le n Morris, The Gospel according to Matthew (Grand Rapids: Eerdmans, 1992), 747-748.
6 P ra um estudo completo de At 19:1-7, veja Wilson Paroschi, "Acts 19:1-7 Reconsidered in Ught of Paul's
Th ology of Baptism," Andrews University Seminary Studies (a ser publicado em breve).
3

denniu Seu ministério (Mc 2:17; cf. Mt 9:1-6; Lc7:36-50), e foi assim que os apóstolos O anunciaram ao
m ndo (At 13:38; Ef 1:7; CI1:13-14). Em segundo lugar, o batismo está associado a uma resposta de fé
!

da parte do pecador (At 10:43; 13:39). Issosignifica que o perdão dos pecados não é inevitável
(a tomático), mas resulta de uma aceitação e uma confiança irrestritas no dom salvador de Jesus (Jo
1: 2; 3:16; Rm 1:16-17; 10:9). Em terceiro lugar, o batismo está associado ao arrependimento, que é um
su produto da fé. O ato de crer por si só já consiste numa resposta voluntária e consciente à pregação
do evangelho (Rm 10:14), mas essa resposta deve também incluir aquilo que chamamos de
ar pendimento (At 5:31), do contrário ela não pode ser descrita como genuína (At 20:21; Hb 6:1). Em
ou ras palavras, a fé genuína conduz ao arrependimento.
E o que é arrependimento? No Novo Testamento, há duas palavras gregas que
co tumeiramente são traduzidas por "arrependimento," metanoia e metame/omai. Usada apenas seis
ve es, metamelomai tem um sentido mais restrito, não indo muito além de um sentimento de remorso
ou tristeza (Mt 21:29, 32; 27:3; 2 Co 7:8 [2x]; Hb 7:21). É claro que o verdadeiro arrependimento envolve
a i éia de remorso ou tristeza, mas não se limita a isso. A noção mais completa do verdadeiro
ar ependimento é expressa pelo substantivo metanoia, bem como por metanoeõ, seu cognato verbal
(" rrepender-se"). A idéia de metanoia/metanoeõ, que juntas aparecem 56 vezes no Novo Testamento,
é de uma mudança completa da mente, ou seja, uma mudança completa de atitude ao ponto de
in uenciar toda a existência do indivíduo (Lc 3:8-14; At 26:19-20; 2 Co 12:21; 2 Tm 2:24-26}.7 Nesse
ca o, teria sido muito mais apropriado se apenas metame/omaitivesse sido traduzida em português por
"a rependimento," palavra de origem latina que significa remorso ou tristeza. Em português, a tradução
m is correta de metanoia/metanoeõ seria "conversão/converter-se," que etimologicamente significam
m dança de rumo ou direção. O verdadeiro arrependimento, portanto, significa o abandono de velhas
op niões, atitudes e comportamentos, e a aceitação consciente e integral de um novo padrão de
cr nças, uma nova disposição ou postura que se reflete em todos os aspectos da vida, como ilustrado,
po exemplo, na parábola do Filho Pródigo (Lc 15:11-24).
A relação entre o batismo e o arrependimento ajuda a explicar uma das mais significativas
m táforas batismais do apóstolo Paulo, a metáfora da morte e ressurreição (Rm 6:1-11). Tomando como
ba e a forma do batismo bíblico (imersão), o apóstolo desenvolve a idéia de que a experiência do
ba ismo simboliza a morte para a velha vida (vss.1-3) e a ressurreição para uma vida completamente
n a, não mais em sujeição ao pecado (vss.4-6). Etudo isso deve ocorrer num nível absolutamente
co sciente, conforme demonstrado pelo verbo logizomai no vs. 11. Esseverbo, que significa
"j Igar/conslderar," Incorpora a noção de uma cuidadosa atividade cognitiva, de modo que, ao aceitar o
ba ismo, o pecador deve estar em plenas condições de tomar uma decisão, a decisão de servir a Deus,
nã mais permitindo que o pecado reine em sua vida, mas sujeitando-se voluntária e completamente à
vo tade de Deus (veja vss.12-13).
O batismo, portanto, consiste numa confissão pública não apenas de mudança de vida, mas
pr ncipalmente de mudança de senhorio. Ao ser batizado, o pecador está escolhendo submeter sua vida
à ontade de um novo Senhor e declarando sua inteira lealdade a Ele. Esseé também o significado dos
d is elementos que foram acrescentados ao batismo cristão após o Pentecoste. A fórmula "em nome de
Je us" tem a finalidade de dedicar o candidato a JesusCristo, e o dom do Espírito Santo, de fazer com
q isso seja uma realidade. Ao aceitar o batismo, portanto, o pecador declara solenemente que, desse
p nto em diante, sua vida tem um novo Senhor. Ele não está mais entregue aos poderes que até ali
ha iam ditado o curso de suas ações. Cristo agora é quem tem o controle absoluto (cf. 1 Co 1:12-13). Eo

7.". Merklein, "Metanoia/metanoeõ," Exegetical Dictionaryofthe New Testament, 3 vols. (GrandRapids:


Eetdmans, 1990-1993), 2:415-419.
4

ESfírito
re Santo,
Imente parte
viverà em de suaàcapacitação
sujeição profética
Cristo (Rm 8:9, 14-15;(cf. At 1:8;
GI4:6; 13:1), d.
5:22-25; é quem vai habilitar o crente a
1 Co 12:3).8
Tem sido sugerido que o próprio uso da palavra "crente," ou seus equivalentes, no livro de Atos
(A 5:14; 11:21; 13:48; 14:1; 15:5, 7; 17:34; 18:8, 27; 19:18; 21:20, 25) indica que, já a partir do
Pe tecoste, o rito batismal incluía uma espécie de exame do candidato: a pergunta se ele de fato cria
e Jesus como Salvador e Senhor, pergunta essaque deveria ser respondida afirmativamente. Há claras
ev dências de que um exame assim viria a se tornar prática comum na igreja do segundo século em
di nte. O próprio surgimento da leitura variante de At 8:37 pode estar relacionado com essa prática,
qu talvez remonte mesmo aos primórdios da atividade apostólica.9
Seja como for, o batismo não pode ser tratado de forma descuidada, como se ele fosse apenas
u testemunho público da aceitação de JesusCristo. Embora o batismo seja um testemunho público da
ac itação de Jesus, uma vaga percepção desse fato não é o bastante, não à luz do pleno significado do
rit conforme encontrado nas páginas do Novo Testamento. A relação existente entre o batismo e o
ev ngelho, a fé e o arrependimento pressupõe um elevado nível tanto da capacidade cognitiva quanto
do exercício da vontade do batizando. A resposta de fé à pregação do evangelho e o verdadeiro
ar ependimento implicam em escolhas conscientes e tomadas de decisões que vão impactar
pr fundamente toda sua vida e cujo alcance será eterno. A entrega e o comprometimento exigidos pelo
ba ismo não podem de modo algum ser minimizados, ainda mais se os ensinos doutrinários e éticos de
Cr sto também forem levados em consideração, como aquilo que deve ser compreendido e praticado
p r todo aquele que aceitou o senhorio de Cristo.

Batismo de Crianças na Novo Testamento?


Não há nenhum exemplo de batismo de criança no Novo Testamento que ajude a determinar
q I era a prática apostólica com relação a isso. Mesmo assim, os argumentos mais comuns
ap esentados em defesa do batismo precoce de crianças pretendem ter alguma base bíblica. Um dos
ar umentos mais freqüentemente utilizados é aquele que vincula, com base em 1 Co 7:14, a suposta
el gibilidade batismal dos filhos à qualificação espiritual dos pais. A idéia é que não haveria nenhum
pr blema em se antecipar o batismo dos filhos de pais cristãos, por causa da influência positiva que
es es pais exercem sobre eles. Mas, não só o batismo é uma questão individual, como também não há
na a em 1 Co 7:14 que diga respeito ao batismo ou a uma eventual transferência de atributos morais de
pa s para filhos. Essapassagem, em última análise, trata tão-somente da indissolubilidade da relação
m trimonial. Ela está inserida num contexto mais amplo em que Paulo discute a situação, inédita na
é oca, em que apenas um dos cônjuges se convertia ao Senhor (vss.12-16). Como havia entre os
cr ntes coríntios o temor de que o contato com pessoasou coisas pagãs pudesse gerar algum tipo de
i pureza ou contaminação religiosa (cf. 5:9-10; 8:1-13), o cônjuge crente estava considerando romper o
m trimônio para não ser contaminado, a si mesmo e a seusfilhos, pelo convívio com o descrente.
Em sua resposta, porém, o apóstolo deixa claro que a relação matrimonial é santa e se o
cô juge descrente concorda em permanecer, essarelação não deve ser rompida (d. 7:10). Paulo sabia
q e o contato físico por si só não pode contaminar (8:4, 8; 10:19, 27), e que mais importante que a
co taminação física é a contaminação moral (5:11-13). Por essa razão, ele inverte o argumento dos
co íntios, chegando a dizer que não é o descrente que contamina o crente, mas o crente é que santifica
o escrente. É claro que a santidade a que o apóstolo se refere não é de natureza moral, pois santidade
o qualquer outro atributo moral não é algo que possaser transferido pela simples convivência, como
n m processo de osmose. Santidade aqui, assim como a contaminação, tem uma conotação física,

8Forress,
E~uardlohse,
1983),68.
The First Christians: Their Beginnings, Writings, and Belie/s, trad. M. EugeneBoring(Philadelphia:
9. ~jalars Hartman, "Baptism," Anchor Bible Didionary, 6 vols.(NovaYork:Doubleday,1991), 1:591.
5

cú\tica. Ser santo significa ser separado para um propósito sagrado (d. 1:2). Esse é o sentido
predominante da palavra no Antigo Testamento.lO Assim, ao ser santificado pelo cônjuge crente, ao esse

po eria inclusive ser conduzido à salvação (7:16). O mesmo se aplica aos filhos desse relacionamento.
EI 5 não estão salvos, mas até que tenham idade o bastante para assumir a responsabilidade por si
pr~1smos,
m servar eles
a relação matrimonial,
não podem o descrenteimpuros
ser considerados não tinha como contaminá-Io,
só porque e quem
um de seus pais ainda sabe
não um dia ainda
é convertido.ll
Outro argumento muito utilizado para justificar o batismo precoce de crianças é a atitude de
Je us para com os pequeninos. De fato, Jesus disse: "Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis,
po que dos tais é o reino de Deus" (Me 10:14; d.
Mt 19:14; Lc 18:16). E mais: "Quem não receber o
rei o de Deus como uma criança, de maneira nenhuma entrará nele" (Me 10:15; d. Mt 18:3-4; lc
18 17). Esses textos, porém, nada têm que ver com o batismo. O próprio contexto esclarece: alguns pais
tr uxeram crianças para que Jesus as abençoasse, mas os discípulos tentaram impedi-Ios, talvez numa
te tativa de proteger a Jesus. Foi nesse momento que Ele, tomado de indignação pela atitude dos
di ípulos, proferiu as palavras acima. O que aconteceu em seguida, porém, não foi o batismo dessas
cri nças, mas a bênção, que era exatamente o que os pais vieram buscar: "Então, tomando-Ihes nos
b ços e impondo-Ihes as mãos, as abençoava" (Mc 10:16).
Trazer crianças para serem abençoadas pelos rabinos, especialmente ao elas completarem um
an de vida, era uma prática comum em Israel. Marcos não nos informa a idade dessas crianças, mas a
aç o de Jesus de tomá-Ias em Seus braços sugere que eram muito novas, quem sabe ainda de colo. Mas,
en ão por que Jesus afirmou que devemos nos tornar como uma criança para que possamos entrar no
re no de Deus? A ênfase de Sua declaração certamente está no verbo "receber." O reino é algo que Deus
dá e que o homem apenas recebe. Ninguém pode merecê-Io ou conquistá-Io de qualquer forma. As
pa avras de Jesus, portanto, pressupõem a pequenez e a impotência de uma criança. Só pode entrar no
remo aquele reconhece quão pequeno e impotente é o ser humano e que se dispõe a, como uma
cri nça, aceitar abertamente, sem reservas ou constrangimento, aquilo que é dado. "A piedade não-
in ntil da conquista deve ser abandonada em reconhecimento de que receber o reino é permitir a si
m smo que este lhe seja dado:,12
Um terceiro argumento às vezes apresentado com relação ao batismo de crianças é que, em
de erminadas ocasiões, quando toda a família está sendo batizada, não haveria nenhum problema em
se incluir também as crianças um pouco mais novas, caso haja alguma. Há inclusive quem cite alguns
ep sódios de conversão mencionados no livro de Atos para demonstrar a validade do argumento (At
1614-15,30-33; 18:8; d. 1 Co 1:16). Três observações, porém, relacionadas a esses episódios são
ne essárias: (1) em nenhum deles existe qualquer menção de crianças; (2) a palavra grega para "casa"
(01 osjoikia) podia incluir também os chamados escravos domésticos ou até mesmo "parentes e amigos
ín imos" que porventura estivessem presentes (At 10:24; cf, 11:14); e (3) pelo menos no caso de lídia
(A 16:14-15), é até provável, pela forma como é retratada na passagem, que ela fosse divorciada, viúva,
ou quem sabe até solteira.13 Ou seja, é completamente injustificável referir-se aos episódios em Atos em
qu toda uma "casa" foi batizada como evidências de batismos familiares que incluíam também crianças
m is novas.

10 .1'0 Antigo Testamento, o adjetivo "santo" se aplica tanto a pessoasquanto a objetos dedicados ou consagrados

a eus, de modo que eles são removidos de sua esfera ordinária para não mais servirem a propósitos comuns (e.g.,
Ex 9:27,34,37,44; 30:23-33, 34-38; 31:14-15; 40:9; Lv11:44-45; 19:2,24; etc.).
11 ara mais detalhes sobre 1 Co 7:14, veja Gordon D. Fee, The First Epistle to the Corinthians, NICNT (Grand
Ra ids: Eerdmans, 1987), 299-302.
U iIIiam L. Lane, The Gospel of Mark, NICNT(Grand Rapids: Eerdmans, 1974),361.
13. 'eja C. K. Barrett, The Acts of the Apostles, 2 vais., ICC(Edinburgh: T & T Clark, 1994-1998),2:783-784.
6

Em resumo, não há no Novo Testamento uma única referência sequer ao batismo de criança e
m~ito menos indicações que justifiquem, mesmo em casos especiais, a administração precoce do rito. O
ba~ismo é uma decisão individual e por isso não pode ser recebido sem que haja uma resposta

co~sciente deultrapassada
nã~ deve ser fé e arrependimento à pregação
sob a alegação doos
de que evangelho. A idade
pais são bons da responsabilidade,
cristãos, que Jesus recebiaportanto,
as
cri ncinhas, ou que toda a família está sendo batizada. É interessante notar que esses argumentos,
ju amente com os respectivos textos bíblicos, são exatamente os mesmos que são utilizados por
aq eles que acreditam que a igreja apostólica praticava o batismo infantil, inclusive de recém-nascidos.
Ai plicação é óbvia: quando se tenta f1exibilizar as coisas e ultrapassar a idade da responsabilidade,
sej ela qual for e pelo motivo que for, então por que não avançar um pouco mais e não batizar as
cri nças tão logo elas nasçam? Ou seja, quando são rompidos os parâmetros, as portas ficam
es ancaradas para todo e qualquer tipo de prática, inclusive o batismo de recém-nascidos, o qual tem
en ontrado uma resistência cada vez maior mesmo entre as denominações que o praticam.14

Considerações Históricas e Pedológicas


No judaismo dos dias de Jesus, a transição da infância para a idade adulta ocorria quando a
cri nça completava doze anos de vida. A partir de então, ela era considerada uma pessoa responsável
po suas próprias escolhas e ações. Até essa idade, poucas eram suas obrigações religiosas, e os pais não
de eriam ser muito rigorosos com ela. Ela deveria guardar o sábado corretamente, mas não era
ob igada a guardar todos os detalhes da lei cerimonial. Por exemplo, ela estava isenta do jejum anual do
di da expiação, mas deveria ser introduzida na prática um ou dois anos antes dele se tornar obrigatório,
ao doze anos, que era quando o menino judeu se tornava um bar mitzwah, isto é, 'Ifilho dos
m ndamentos." Era também somente a partir dessa idade que a criança começava a tomar os primeiros
vo os, oferecer os primeiros sacrifícios e a freqüentar regularmente as festas em Jerusalém.15lucas
de lara que a primeira peregrinação de Jesus a Jerusalém para a festa anual da Páscoa ocorreu quando
EI completou doze anos (2:42), embora Seus pais tivessem o costume de fazê-Io anualmente (vs. 41).
Não há nenhuma instrução ou preceito bíblico ordenando que o início da maioridade se dê a
pa ir do décimo-segundo aniversário da criança. Havia uma tradição judaica segundo a qual Moisés
pe manecera na casa de seus pais até aos doze anos/6 mas a importância atribuída a essa idade pelos
ra inos era unicamente pela observação das profundas transformações físicas, psíquicas e cognitivas
qu a criança começava a experimentar ao redor dessa idade. Eles enfatizavam, por exemplo, que era
po essa época que a criança começava a compreender mais profundamente detalhes da lei e a
m morizá-Ios com mais facilidade. Eles também diziam que era ao redor dos doze anos que a criança
co eçava a desenvolver mais resistência física ao ponto de poder empreender as longas caminhadas

14 eja o clássico estudo de Kurt Aland, Did the Early Church Baptize Infants?, trad. G. R. Beasley-Murray (Londres:
SC , 1963). Esselivro foi uma resposta ao esforço de Joachim Jeremias de demonstrar tanto bíblica quanto
his oricamente a prática do chamado pedobatismo (batismo infantil) já a partir do primeiro século da era cristã
(ln ant Baptism in the First Four Centuries, trad. David Cairns [Londres; SeM, 1960]). Jeremias publicaria ainda uma
ré !ica às objeções de Aland (The Origins of Infant Baptism: A Further Study in Reply to Kurt Aland, trad. Dorothea
M. Barton [Londres: SCM, 1963), mas a controvérsia é geralmente dada pelos especialistas como resolvida a favor
de land.
lS. eja Emil Schürer,The History ofthe Jewish People in the Age of Jesus Christ, 3 vols., rev. e ed. Geza Vermes,
Fe us Millar e Matthew Black (Edinburgh: T & T Clark, 1973-1987), 2:417-422.
16 itado por John Lightfoot, A Commentary on the New Testamentfrom the Talmud and Hebraica, 4 vols.
(P body: Hendrickson, 1997), 3:43. Mesmo sem citá-Ia nominalmente, Ellen G. White confirma essa tradição ao
diz r que a mãe de Moisés 1'0 manteve consigo o máximo que pôde, mas foi obrigada a separar-se dele quando ele
tin a cerca de doze anos de idade, e ele então se tornou o filho da filha de faraó" (Signs ofthe Times, 12/02/1880;
vej também Educação [Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2003], 62).
7

eX\gidasnas peregrinações a Jerusalém. Enfim, para os judeus, a idade da responsabilidade estava


in$iramente relacionada com o início da puberdade. O Talmude é explícito a respeito. Na época em que

o Ttalmude
religioso foi compilado,
inclusive passou já
dosnodoze
início da os
para Idade Média,
treze anos/7o ingresso na idade adulta
e assim permanece aindadohoje.
ponto de vista
Os judeus, porém, não são os únicos a relacionarem a idade da responsabilidade com o início da
pu erdade. Isso também acontece com a grande maioria dos grupos cristãos que praticam o batismo
ad Ito, embora, como regra, eles rejeitem o estabelecimento de uma idade específica, como o faz
ta bém a igreja adventista. Não há nenhuma dúvida de que esse conceito é resultado daquilo que
po eríamos chamar de senso comum, ou seja, a observação empírica do impacto da puberdade na
ca acidade cognitiva e conceitual da criança. Essefato é confirmado direta ou indiretamente pela
gr nde maioria dos estudos na área da pedologia (desenvolvimento da criança), desde Jean Piaget a
la rence Kohlberg, com sua teoria do desenvolvimento dos estágios morais. Estudos direcionados mais
es ecificamente para o campo da religião também confirmam que é na adolescência, ou pelo menos
no dois ou três anos de transição da pré-adolescência para a adolescência, que a criança começa
de envolver uma fé mais consciente e autônoma, que seja realmente parte de sua identidade pessoal e
re giosa.18
Jntre os educadores adventistas, Donna J. Habenicht é certamente uma referência no que diz
re peito à educação religiosa da criança. Êlatem se destacado na produção literária e no ensino sobre o
as unto, sempre procurando unir conceitos da pesquisa educacional com as intruções inspiradas de
EII n G. White. No seu livro How to Help Your Child Really Love Jesus, um clássico já traduzido para

di
no ersas Irnguas,
ões básicas deela declara
amor, quej.esde
confiança os primeiros
e obediência. Os an0.!ge vida
conceitos ~ criançaporém,
espirituais, já começa a desenvolver~
começam alJ
a adurecer apenas quan o a criança atinge, por assim dizer, a idade escolar (sete a nove anos). É nessa
ép ca que ela começa a entender o significado de pecado, perdão e salvação. Sua compreensão de tais
as untos não será completa, mas será suficiente para uma criança. Nessafaixa etária, a criança está
pr nta para entender a diferença entre o certo e o errado, bem como a necessidade de se obedecer e
a ar a Deus. Ela está pronta a reconhecer a suprema autoridade e o poder de Deus e, portanto, a
fo mar as primeiras idéias acerca do que significa religião.
É, porém, ao redor dos dez aos doze anos, os quais Habenicht chama de os anos de transição,
a capacidade cognitiva da criança se expande e ela começa a entender conceitos religiosos de forma
m is concreta. Simbolismos como a cruz e ão assavam de v bstrações,
co e am a s i nifi 'vos ar el • É somente a artir dessa ' e a-a
co preender a seqüência histórica e, portanto, pode assimilar o signifjcad~~_e,ª~u_lTlasJ~!:9f~f.@_~de
õ como as que envolvem a volta de Jesu~.É também a partir dessa época que o e~~~dotemático da
Bí lia (doutrinas) come a a ser relevante para aWcriançaao ela a nmo .-....,ua_ç~P3'!~º~<~a. É .=
n sa alxa etária somente ue a crian a v . r a entender a lidar com a ns problemas da vida
cri tã, como a tentação e a dúvida. Finalmente, é apenas ~m.~ osdeZ-ê os'cioze .. os' que elà pode saber
o er a eiro significado da conversão (arrependimento e fé) star . ta para a'ssumir o compromisso
si cero de entre ar a vida a Jesus e servi- ao. Portanto ~c1araHaben1Cfif,~
é ca que a maioria das crianças que cresceram em lar tistas estarão prontas ara o batISmo,
e bora ela reconheça que a gumas crian as precoce rão tar rontas mais cedo. Mas, ela•• '-
ta bém a erta para o fato de ue em ai uns casos o processo pode demorar um pouco mais, podendo
se estender até os quatorze an05.19 '-

18 eja DonnaJ. Habenicht,"Spiritual Nurture of Children:A Coure$yllabus,"material não-publicadousadona


Es ala de Educaçãoda AndrewsUniversity(BerrienSprings:1998)/4-30.
11 f' Kiddushin 1Gb.
19 onna J. Habenicht, How to He/p a Child Rea//y Lave Jesus (Hagerstown:Reviewand Herald, 1994), 113-127.
A Posição Adventista e EUen G. White
I Ao que parece, a maioria das crianças adventistas são batizadas entre os dez e os doze anos de

idJde.
la~fs não-adventistas,
Entre aqueles que
costuma-se
defendem dizer
um que
batismo
tal prática
precoceeramesmo
comumdeentre
crianças
os pioneiros
não-adventistas,
adventistas
isto eé,que
de
aSa. White jamais emitiu uma nota de reprovação a respeito. Há de fato um relato do próprio Tiago
W ite de que, em certa ocasião ele ba i u m ru o de doze cria 'nham tre se ~ze
an· s de idade.20 Três ontos orém recisam ser observados. Primeiro, o fato ocorreu em maio de
1 4, ainda no contexto do movimento milerita; Tiago White não passava de um jovem ministro de
ap nas 23 anos deidade; ele e EUen Harmon ainda não eram casados e EUen ainda não havia recebido
ne huma visão. Segundo, de acordo com o relato, embora incompleto, a situação parecia ser muito
es ecial. As crianças haviam ouvido as pregações do próprio Tiago White e se decidido pelo batismo por
si esmas; elas haviam inclusive tomado a iniciativa de formar um pequeno grupo de estudos. Havia
m ita oposição, a princípio até mesmo da parte dos pais. As crianças sofreram ameaças e um ministro
de outra denominação tentou por todos os meios desqualificar a decisão delas. No dia do batismo, três
ou ros ministros evangélicos estiveram presentes e se mostraram bastante hostis. Tiago White, porém,
nã se intimidou. "Eu estava determinado," escreveu ele, tia ajudar os sentimentos daquelas queridas
cri nças tanto quanto possível, e a repreender aqueles que as perseguiam.,,21 Terceiro, mesmo com o
at nuante da situação, o fato de Tiago White vir a se tornar, mais tarde, um dos líderes da Igreja
Ad entista não torna essa sua atitude passada necessariamente correta ou um paradigma a ser seguido.
No livro Nisto Cremos, a igreja reluta em estabelecer uma idade específica para o batismo,
ac editando que "os indivíduos diferem no tocante a sua maturidade espiritual em qualquer idade que
de ejemos considerar." Isso significa admitir que "alguns estarão preparados •.. antes que outroS.',22
Nã obstante, existe a preocupação de que os candidatos "(1) tenham idade suficiente para
co preender o significado do batismo, (2) tenham-se rendido a Cristo e estejam convertidos, (3)
co preendam os princípios fundamentais do cristianismo e (4) compreendam o significado de serem
m mbros da igreja.,,23
A mesma preocupação pode ser encontrada no Manual da Igreja. Ele também declara que
ne huma idade deve ser estabelecida para o batismo, mas salienta que crianças "muito novas" (sem,
co tudo, especificar quão novas) que expressem o desejo de serem batiza das, devem ser "incentivadas
e dmitidas num programa de instrução que conduza ao batismo.,,24 A linguagem em si é um pouco
va a, mas começa a ficar bem mais específica quando passa a destacar quão sérias e solenes são as
re ponsabilidades que repousam sobre aqueles que desejam se tornar membros da igreja. "Todos
de em ser fielmente instruídos quanto ao que significa tornar-se membro do corpo de Cristo. §ó os gue
dã prova de haver ex eri o o . estar desfrut do uma ex eriência
. I ual no Senhor Jesus se acham preparados para ser aceitos como membr~." texto ainda fa~ p
"e merada instru ão sobre os ensinos fundamentais e as práticas da i re' acionadas com eles" que
de e ser ministrada aos candidatos ao batismo. O batismo é uma relação espiritual e, portanto;"só os

20 J mes White, Li/e Incidents, in Conneetion with the Great Advent Movement as fIIustrated by the Three Angels of

Re elation 14 (Battle Creek: Steam Press, 1868), 110-112.


211 id.,110-111.

22 isto Cremos: As 28 Crenças Fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia, 8a. ed. (Tatuí: Casa Publicadora
Br si/eira, 2008), 249.
23 I id., 248.
24 • ·anual da Igreja Adventista do Sétimo Dia, ed. rev. em 2005 (Tatuí: CasaPublicadora Brasileira, 2006), 29.
9

qu~
e estão convertidos
alposição podem
espiritual da entrar nessa relação. Unicamente assim podem ser preservadas a pureza
igreja.,,25
Quando vamos para os escritos de Ellen G. White, verificamos a mesma preocupação quanto à

ba ismo devem ser examinados de maneira muito mais escrupulosa do que o temos feito ..$. ;mpQrtan~
ve
int~ução e aeles
ficar se necessidade de evidências
não assam concretas
de adventistas de arrependimento.
nominais; u "se realmente Ela de.claraqueaooslado
se colocaram candidatos ao
do Senhor,
'unciando o mundo e estando dispostos a não tocar!,,~'da imL.!nd..Q."
E mais~ências-cro------'---'

de em ser aceitos os candidatos que derem evidência de que "compreendem plenamente sua posição"
ao ado de devem
ev1ngelho Cristo?'ser estudadas a fundo com os batizandos.,,26Em outra citação ela declara que só
e. Sra. White lamenta que a is.rejaesteja sen'dodebilitaq; com o ingresso, pelo batismo, de

r---' pe soas'não-convertidas. "Homens, mulheres e crianças são admitidos no solene ~m


~
wY;..Y' qu ecificamente
es tenham sido sobre
completamente instruídos
crianças, ela comde
faz questão respeito aoas
destacar significado
enormes desta ordenança.,,28E,
responsabilidades que ao falar

P_~We
}./fI' . ~ig ousam
ificado sobre
do rito.
os "O
pais
batismo,"
antes dodiz ela, "é no
batismo, umsentido
rito muito
de instruir
importante
os filhos
e sagrado,
quanto eao
importa
verdadeiro
compreender

. N deve haver nenhuma precipita fio na administra fio desse rito." Somente quando os pais estão

.tf co vencidos de que os filhos IIcompreendem o significado da conversão e do batismo, e estão


be o seu sentido. Simboliza arrependime.nto do pecado e começo de uma vida nova em Cristo Jesus.
ve dadeiramente convertidos," éc:: que devem permitir
..
que eles sejam batizados?9

nclusão
O batismo cristão é um batismo moral. Eimassociado com o arrependimento e a fé, e
im lica numa escolha consciente de um novo senhorio, uma nova atitude que afeta todos os aspectos
da vida presente e mantém uma clara perspectiva da vida futura. Aceitar o batismo significa muito mais
qu apenas uma expressão teórica e simbólica da aceitação de Jesuscomo Salvador; significa
co preender a natureza e as implicações práticas da conversão, do novo nascimento e do compromisso
co Cristo que o ato envolve. É imprescindível, portanto, que a criança tenha atingido suficiente
m turidade, responsabilidade e capacidade cognitiva. Argumentos que tentem minimizar esses
as ectos, sejam eles quais forem, não estão de acordo com os princípios fundamentais do batismo
bí Iico, nem com as orientações de Ellen G. White.
Embora nenhuma idade específica deva ser estabelecida, o senso comum tem sido confirmado
pe a pesquisa educacional de que é somente quando a criança atinge a faixa etária dos dez aos doze
an s de idade, ao passar pelas várias transformações físicas, psíquicas e cognitivas comuns à pré-
ad lescência, que ela começa a estar em condições de compreender e experimentar a genuína
co versão e tomar uma decisão consciente ao lado de Cristo. Eventuais casos de crianças precoces,
m smo se provenientes de lares adventistas, devem ser tratados com muito cuidado e equilíbrio. A
or entação clara da Sra. White é que não se deve a ressar o batismo de crianças eu,' r . ndível

q e ela~ll
-Por outro la.dI>,t-'
ambém nãoexperimentado
ere aver a genuína
se deve postergar conversãodo
~ administração antes
rito de
deserem batizadas~'--
tal modo que a

2S bid.
26 lIen G.White, Testemunhos Seletos, 3 vols.(SantoAndré:casaPublicadoraBrasileira,1985), 2:393.
27 JlenG.White, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos (Tatuí:CasaPUblicadoraBrasileira,2002),
12 .
28 JlenG.White, Review and Hera/d, 06/10/1904.
29 lIen G.White, EvangeJismo (Tatuí:CasaPublicadoraBrasileira,1997), 309-310 (grifo acrescentado).
30 •• 'hite, Testemunhos Seletos, 2:392.
3J Ibid., Ellen
3~veja 1:146.G. White, O Desejado de Todas as Nações (Tatuí: CasaPublicadora Brasileira, 2003), 515.
3 Informação recebida por email de Tim Poirier, Vice-Diretor do Ellen G. White Estate da Associação Geral, no dia
05/11/08.

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