You are on page 1of 469

Catálogo de Teses de Doutorado e

Dissertações de Mestrado da
UFPA
1976-2007

v. 1
CIÊNCIAS AGRÁRIAS, CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E CIÊNCIAS DA SAÚDE
UNIVERSIDA DE FEDE RAL DO PARÁ

R E I T OR
Alex Bolonha Fiúza de Mello

V I CE -RE IT O R A
Regina Fátima Feio Barroso

PRÓ-REITOR DE PL ANEJ AMENTO E DESEN V OLVIMENT O


Sinfrônio Brito Moraes

PRÓ-REITORA DE ADMINISTRA ÇÃO


Iracy de Almeida Gallo Ritzmann

PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO
Licurgo Peixoto de Brito

PRÓ-REITOR DE PE SQUISA E PÓS-GRADUA ÇÃO


Roberto Dall’Agnol

PRÓ-REITORA DE EXTENSÃO
Ney Cristina Monteiro de Oliveira

PRÓ-REITORA DE DE SENVOL VIMEN TO E GE STÃO DE PESSOAL


Sibele Maria Bitar de Lima Caetano

S I ST EM A D E B I BL IO T ECA S – S I B I/ U F P A
B I BL I OT EC A C EN T R A L P R OF . D R . CL O DO A L D O B EC KM A N N

D I RET O RA D O S IB I/ UF PA E D A B IBL I OTECA CE NT RAL


Silvia Maria Bitar de Lima Moreira

D I RET O RA D A C O O RDEN AD O RI A DE FORMAÇÃO E DE SENVOL VIMENT O D E


C O L E Ç ÕE S
Maria Hilda de Medeiros Gondim

D I RET O RA D A C O ORDEN AD O RI A DE P R OC ES SA MENT O D A IN FOR M AÇ Ã O


Diana Maria Paiva de Pontes Vieira

D I RET O RA D A C O ORDEN AD O RI A DE SERV I Ç OS A OS U SU Á RI O S


Albirene de Sousa Aires

D I RET ORA D A COORDEN AD ORIA DE GE ST ÃO DE PROD UT OS


Soraya Maria Bitar de Lima Souza

D I RET O RA D A C O ORDEN AD O RI A DE P LANEJ A MENTO E A VAL IA Ç ÃO


Samira Maria Rossy Prince
Catálogo de Teses de Doutorado e
Dissertações de Mestrado da
UFPA
1976-2007

v. 1
CIÊNCIAS AGRÁRIAS, CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E CIÊNCIAS DA SAÚDE

Edição Comemorativa aos 50 Anos da Universidade Federal do Pará e 45 Anos da


Biblioteca Central Prof. Dr. Clodoaldo Beckmann
Coordenação Técnica
Silvia Maria Bitar de Lima Moreira
Diretora do SIBI/UFPA e da Biblioteca Central
Soraya Maria Bitar de Lima Souza
Diretora da Coordenadoria de Gestão de Produtos

EQUIPE DE ELABORAÇÃO
Organização, Revisão e Produção Editorial Projeto Gráfico
Bibliotecárias Valentim Miranda
Elisangela Silva da Costa Capa
Irvana dos Santos Coutinho Edílson Motta e Valentim Miranda
Silvia Maria Bitar de Lima Moreira
Soraya Maria Bitar de Lima Souza EDITORA UNIVERSITÁRIA
Apoio de Revisão Diretora
Ana Maria Pereira Gomes da Cruz Laïs Zumero
Nádia Regina Pinto Mota GRÁFICA UNIVERSITÁRIA
Bolsistas Diretor
Flávia Coelho Pinheir Jefferson Wagner e Silva Galvão
Jucileide Barros de Loureiro o

2007
Universidade Federal do Pará – UFPA
Sistema de Bibliotecas – SIBI/UFPA
Biblioteca Central Prof. Dr. Clodoaldo Beckmann
Av. Augusto Corrêa, n. 1 – Bairro Guamá
CEP: 66075-110 Belém – PA
Fone: (91) 3201-7110
Fax: (91) 3201-7351
bc@ufpa.br
www.sibi.ufpa.br

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)


Biblioteca Central/UFPA, Belém-PA

Universidade Federal do Pará. Biblioteca Central.


Catálogo de teses de doutorado e dissertações de mestrado da UFPA : 1976-2007. – Belém :
EDUFPA, 2007.
3 v.

Edição Comemorativa aos 50 Anos da Universidade Federal do Pará e 45 Anos da Biblioteca


Central Prof. Dr. Clodoaldo Beckmann.

Conteúdo: v. 1 – Ciências Agrárias, Ciências Biológicas Ciências da Saúde; v. 2 – Ciências Exatas


e da Terra e Ciências Humanas e v. 3 – Ciências Sociais Aplicadas, Engenharias, Lingüística, Letras e
Artes e Multidisciplinar.
ISBN 978-85-247-0426-0

1. Universidade Federal do Pará – Teses – Resumos – Catálogos. 2. Teses – Pará – Resumos. I.


Universidade Federal do Pará. II. Título.

CDD: 22. ed. 015.8115075


SUMÁRIO
VOLUME 1
CIÊNCIAS AGRÁRIAS .............................................................................................. 15
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURAS AMAZÔNICAS ........... 17
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 19
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL ....................................... 47
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 49
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE
ALIMENTOS .................................................................................................................................... 95
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 97
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ......................................................................................... 107
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ..................................... 109
Teses de Doutorado .......................................................................................................................... 111
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 141
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA AMBIENTAL .......................... 221
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 223
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA DE AGENTES
INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS ............................................................................................ 253
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 255
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA
MOLECULAR .................................................................................................................................. 257
Teses de Doutorado .......................................................................................................................... 259
Dissertações de Mestrado 269
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NEUROCIÊNCIAS E BIOLOGIA
CELULAR .......................................................................................................................................... 295
Teses de Doutorado .......................................................................................................................... 297
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 301
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOLOGIA .................................................... 321
Teses de Doutorado .......................................................................................................................... 323
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 327
CIÊNCIAS DA SAÚDE .............................................................................................. 369
CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM .................................................................... 371
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 373
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DOENÇAS TROPICAIS 379
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 381
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA 435
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 437
ÍNDICE DE AUTORES ................................................................................................................ 447
ÍNDICE DE ORIENTADORES .................................................................................................. 463

VOLUME 2
CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA .......................................................................... 469
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICA .............................................................. 471
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 473
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOFÍSICA .................................................... 489
Teses de Doutorado .......................................................................................................................... 491
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 515
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA E GEOQUÍMICA 605
Teses de Doutorado .......................................................................................................................... 607
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 655
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA ............. 845
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 847
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA 855
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 857
CIÊNCIAS HUMANAS ............................................................................................. 901
CURSO DE MESTRADO EM ANTROPOLOGIA ................................................................ 903
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 905
CURSO DE MESTRADO EM SOCIOLOGIA ........................................................................ 927
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 929
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS ..................................... 945
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 947
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO ................................................... 953
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 955
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA ................................................. 987
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 989
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SOCIAL DA AMAZÔNIA 997
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 999
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA CLÍNICA ............................. 1007
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1009
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TEORIA E PESQUISA DO
COMPORTAMENTO .................................................................................................................... 1013
Teses de Doutorado .......................................................................................................................... 1015
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1023
ÍNDICE DE AUTORES ................................................................................................................ 1121
ÍNDICE DE ORIENTADORES .................................................................................................. 1143

VOLUME 3
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS ............................................................................ 1149
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO ......................................................... 1151
Teses de Doutorado .......................................................................................................................... 1153
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1155
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL ........................................ 1229
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1231
ENGENHARIAS ........................................................................................................ 1249
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 1251
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1253
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA ...................... 1275
Teses de Doutorado .......................................................................................................................... 1277
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1291
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA .................... 1373
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1375
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA ........................ 1405
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1407
LINGÜÍSTICA, LETRAS E ARTES ......................................................................... 1435
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS ............................................................ 1437
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1439
MULTIDISCIPLINAR .............................................................................................. 1515
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL DO TRÓPICO ÚMIDO ................................................................................ 1517
Teses de Doutorado .......................................................................................................................... 1519
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1553
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E
MATEMÁTICA ................................................................................................................................ 1657
Dissertações de Mestrado ................................................................................................................. 1659
ÍNDICE DE AUTORES ................................................................................................................ 1697
ÍNDICE DE ORIENTADORES .................................................................................................. 1721
PREFÁCIO

O Catálogo de Teses de Doutorado e Dissertações de Mestrado da UFPA é uma edição


especial, comemorativa dos 50 anos da Instituição e 45 anos da Biblioteca Central Prof. Dr.
Clodoaldo Beckmann. Reúne 3.000 Teses e Dissertações produzidas nos Programas de
Pós-graduação da UFPA nessas suas cinco primeiras décadas de história, a contar da
primeira dissertação de mestrado, datada de 1976.
Com rigor, atenção e dedicação, a equipe da Biblioteca Central resgata, sob a forma
impressa e on line, a memória dessa indelével aventura científica, inscrevendo no tempo,
para as gerações presentes e a posteridade, o registro desse significativo esforço coletivo,
frutuoso, virtuoso e promissor.
Nada melhor, em comemoração a essa dupla efeméride, que ratificar, com esta
simbólica publicação, a continuidade de toda essa trajetória institucional, patrimônio da
Amazônia, patrimônio nacional.

Prof. Dr. Alex Bolonha Fiúza de Mello


Reitor da UFPA
APRESENTAÇÃO

A Universidade Federal do Pará (UFPA), lócus característico da geração de


saberes e ambiente propício à inserção de novos cientistas na orbe da pesquisa, privilegia a
comunicação escrita como via legitimada de divulgação de conhecimento e pesquisas
produzidos cientificamente. Por isso mesmo, tem o compromisso de compartilhar com a
comunidade acadêmica e científica um retrospecto de sua produção.
Com o intuito de disseminar o conhecimento científico e tecnológico que vem
produzindo, bem como garantir a preservação da memória institucional, a UFPA, por meio
de sua unidade de informação – a Biblioteca Central Prof. Dr. Clodoaldo Beckmann –
apresenta o Catálogo de Teses e Dissertações defendidas nos Programas de Pós-Graduação
da UFPA, como edição comemorativa aos 50 anos da Instituição e 45 anos da Biblioteca
Central Prof. Dr. Clodoaldo Beckmann.
O ano de 1976 representa um marco para a pós-graduação na Universidade, pois
foi quando ocorreu a defesa da primeira dissertação de mestrado, o que favoreceu a
expansão dos cursos e programas, ao longo do tempo, com a formação de pesquisadores
altamente qualificados. Essas informações revelam o porquê de a UFPA ocupar um lugar
de destaque no meio educacional brasileiro. Trata-se da maior Universidade da Pan-
Amazônia e seus Programas de Pós-Graduação são reflexos de olhares, costumes,
problemas, falas do modus vivendi do povo amazônida.
Foram defendidas 3.000 teses e dissertações nos vários cursos e programas
mantidos por esta Instituição nas diversas áreas do conhecimento. Não se pretende aqui
fornecer apenas dados quantitativos, mas sim demonstrar o avanço da Pós-Graduação na
UFPA, em seus 32 anos de existência.
As teses e dissertações defendidas testemunham uma vultosa produção voltada à
diversidade do conhecimento científico e tecnológico, ao compromisso social e à
contribuição efetiva da UFPA ao desenvolvimento de políticas e práticas comprometidas
com a redução dos abismos sociais.
Reunir e disponibilizar esta produção intelectual sempre foi uma preocupação da
Biblioteca Central, o que ora se concretiza em decorrência do esforço e dedicação da
equipe que compilou e organizou as informações constantes neste Catálogo, visando a
futuros empreendimentos de transferência e geração de conhecimento.
A colaboração dos Cursos e Programas de Pós-Graduação, por meio das
Coordenações, Secretarias e Bibliotecas do SIBI/UFPA, foi de grande validade para tornar
esta obra exeqüível.
Este Catálogo apresenta-se dividido por grandes áreas de conhecimento adotadas
pela Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e,
dentro destas, por nome do Programa. Inseridas em cada Programa, as teses e dissertações
encontram-se reunidas/distribuídas em dois grupos: teses de doutorado e dissertações de
mestrado, apresentadas em ordem cronológica. A partir daí, as referências estão arroladas
em ordem alfabética pelo último sobrenome do autor.
Ao longo dos anos, alguns cursos tiveram seus nomes alterados e programas foram
criados, razão pela qual se considerou o nome vigente.
As referências das teses e dissertações foram elaboradas de acordo com os dados
constantes na folha de rosto do documento original e segundo a Norma NBR 6023:2002
Informação e Documentação – Referências – Elaboração, da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). Os resumos foram extraídos do documento original, sendo a sua
elaboração de total responsabilidade dos autores e de bases de dados on line.
Algumas teses e dissertações referentes ao período de 1976 até o fechamento desta
edição não estão contempladas neste Catálogo, o que se deve à não-entrega da versão final
às Secretarias dos Programas de Pós-graduação.
Para facilitar a identificação e a localização dos trabalhos no Catálogo, incluíram-se
os índices de autores e orientadores, remetendo ao número da referência correspondente.
Este Catálogo possui também uma versão on line, disponibilizada no website do
SIBI/UFPA e Biblioteca Central, link Portal do Conhecimento e os documentos originais
encontram-se disponíveis na Biblioteca Central e em outras Bibliotecas integrantes do
SIBI/UFPA.
15
16
17
18
19

1999
1
FIGUEIREDO, Raul Batista de. Capacidade de investimento da agricultura familiar na região de
Marabá, período de 1990 a 1996. 1999. 173 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas
Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.
Orientador: Vicent de Reynal

RESUMO: Estudo realizado com uma amostra de 321 estabelecimentos familiares na região de Marabá,
situados em localidades com diferentes estágios de evolução e em diferentes condições de acesso ao mercado.
Verifica a capacidade de investimento da agricultura familiar no período de 1990 a 1996, considerando as
tendências de fechamento da fronteira regional e as implicações que a pecuária bovina apresenta de corte-
queima. Observou que as condições de acesso ao mercado, a disponibilidade de meios de produção e de
recursos naturais pela família e as atividades implementadas, influenciam na realização da renda agropecuária.
O desenvolvimento da pecuária permite a realização de um incremento considerável na renda agropecuária e
a mata é o principal meio de realização dos investimentos. A maioria dos estabelecimentos familiares da
região apresentam limitações para a reprodução local, com base na atividade agropecuária. Apenas uma
parcela dos estabelecimentos, que apresentam sistemas de produção com bastante capital e superfície,
apresentam melhor capacidade de investimento que venha possibilitar uma mudança técnica no futuro. A
principal estratégia atualmente utilizada pelos agricultores para a reprodução dos sistemas de produção é
baseada na incorporação de novas áreas de terra no estabelecimento para o aumento das pastagens,
implicando na expulsão de uma parte das famílias destas localidades.

2
GUIA, Ana Patrícia de Oliveira Mares. Diagnóstico dos sistemas de produção da agricultura familiar
no Município de Paragominas – PA: papel da pecuária e proposta para o desenvolvimento. 1999. 168 f.
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável,
Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.
Orientador: Miguel Simão Neto

RESUMO: Realizou-se um perfil da agricultura familiar no Município de Paragominas, no Estado do Pará.


Este perfil é o resultado de um diagnóstico dos sistemas de produção, quer de criação, quer de culturas, em
89 estabelecimentos agrícolas familiares. Foram identificados 8 tipos de sistemas de produção, com diferentes
desempenhos econômicos. Esse desempenho é resultante da interação de diversos fatores internos e externos
ao estabelecimento, que influenciam diretamente na renda do produtor. A pecuária tem um importante papel
na renda do produtor. Conseqüentemente está correndo um fenômeno de "pecuarização" da agricultura
familiar, baseado no crescimento do número de estabelecimentos com atividade pecuária, assim como pelo
aumento do número de bovinos presentes nos rebanhos já existentes e da área destinada à implantação de
pastagens. Esta pecuária possui, no entanto, diversas limitações, quer do foro biológico, quer em nível da
tecnologia utilizadas no manejo dos animais e das pastagens. Uma das maiores restrições observadas foi a
carência alimentar proteica e mineral na dieta dos efetivos bovinos, resultado da falta de alimentos na época
seca do ano, do manejo inadequado das pastagens, assim como de uma suplementação mineral mal ajustada.
Baseado nas restrições descritas, e com a finalidade de complementar a dieta dos animais em nível protéico,
foi instalado um banco de proteína, à base de leguminosas, em 8 estabelecimentos, a fim de testar a sua
viabilidade agronômica e socioeconômica na agricultura familiar. Paralelamente, foi confeccionada uma
mistura mineral condizente com as deficiências dos solos e pastagens locais, para também validar a adaptação
e o uso desta tecnologia nas condições da agricultura familiar.
20

3
SIMÕES, Aquiles Vasconcelos. Agricultores e pesquisadores no processo de construção social da
demanda de pesquisa-ação. 1999. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares
e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.
Orientador: Heribert Schmitz

RESUMO: Estuda a reconstrução da experiência vivida sobre a introdução da mecanização na complexa


região da Transamazônica, tentando demonstrar que a demanda de pesquisa-ação é um processo de
construção social baseado no avanço do diálogo técnico entre pesquisadores e agricultores. Visando implantar
um programa de Pesquisa-Desenvolvimento Participativa, pesquisadores e lideranças das organizações dos
agricultores definiram o tema da mecanização como prioridade de pesquisa. No entanto, a suspeita dos
pesquisadores de que o tema se tratava de uma “demanda aparente” denunciava que o consenso escondia o
conflito. Aceitando as condições impostas pela situação, os pesquisadores decidiram levar à frente a proposta
de pesquisa, porém, foram envolvidos no “jogo dos atores locais”, sendo que isso resultou na elaboração de
uma estratégia que lhes permitisse construir um referencial técnico sobre o tema em questão, demonstrar a
coerência prática da pesquisa, e assim, organizar um espaço para a discussão coletiva, objetivando o diálogo
técnico com os agricultores, pois se acreditava que essa era uma opção para superar as injunções presentes,
bem como, delimitar o espaço de autonomia da pesquisa. Com o aval das lideranças e dos técnicos locais,
foram realizadas duas pesquisas complementares entre si: o acompanhamento da introdução da mecanização
no Município de Altamira, projeto coordenado pela Prefeitura, e o levantamento das experiências dos
agricultores no Município de Uruará. A apresentação dos resultados foi marcada por um forte
questionamento quanto à viabilidade ecológica e econômica da mecanização, revelando a posição cética dos
pesquisadores, contudo, a reação dos agricultores conduziu os pesquisadores a interrogarem os resultados
obtidos e os seus próprios referenciais teóricos, que não levava em conta a vontade deles em mudar o
sistema, culminando numa abertura para a realização de uma experiência conjunta e negociada sobre o
mesmo tema, havendo assim, a passagem de uma situação conflitiva de “demanda aparente” para uma
consensual de “demanda negociada”. Em conclusão, são abordados aspectos ligados às questões de diálogo,
parceria, além das incursões sobre o que poderia ser a “demanda real” dos agricultores. Enfim, todos esses
aspectos são sintetizados como uma contribuição metodológica aos programas de pesquisa-desenvolvimento.

2001

4
ASSIS, William Santos de. Organizações sociais locais e o processo de inovações no caso da
agricultura familiar na Amazônia. 2001. 165 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em
Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2001.
Orientador: Christophe Albaladejo

RESUMO: Analisa como a morfologia das redes sociais locais influencia o processo de inovação em nível de
localidade. Para isto, estudou dois casos de inovação com características diferentes do ponto de vista da
maneira de sua introdução. Uma foi introduzida na localidade através de mecanismos endógenos, é o caso do
Urucum na Lastância e outra, através de input externo, é o caso da apicultura em Mogno na microrregião de
Marabá/PA. O referencial conceitual se ancora no marco da antropologia cognitiva, utilizando a abordagem
de redes sociais como uma ferramenta importante para avaliar os contextos sociais locais mais favoráveis à
emergência da inovação e à condução do processo de mudança. As redes sociais locais foram obtidas
mediante entrevistas que visavam a reconstruir a história social da invasão. Os dados foram processados, por
meio de um programa de computação, baseados em matrizes binárias (0-1) denominado de FREEMAN.
Para análise das redes de parentescos, utilizou o esquema clássico de representação de árvore de parentesco.
21

Verificou que os agricultores discutem as inovações (independente da sua maneira de introdução) no seio de
redes locais de diferentes morfologias. Porém, o fato de existir discussões das inovações não significa que
todas as morfologias de redes se prestam à ampliação da inovação em nível local. A análise de uma
intervenção exógena mostrou que instituições privilegiam redes sociais dentro das localidades, no caso da
proposição de inovação, com base em critérios pouco dinamizadores do ponto de vista da ampliação da
inovação. Na apicultura em mogno, foi priorizada uma rede social com fortes laços de parentesco entre os
agricultores e o próprio assessor da instituição. No entanto, verificou que ocorrem intensas discussões e de
certa forma um potencial gerador latente. O problema é que a instituição tem que abrir sua rede privilegiada
para a participação de outras redes que não estão contempladas. O estudo mostra que esta é uma limitação
forte em nível das instituições. Por fim, ficou clara a necessidade de geração de metodologias de ação que
possibilitem a potencialização dos ensinamentos tirados das análises das redes sociais locais para apoiar as
futuras intervenções das instituições de desenvolvimento e gerar uma reflexão internamente aos próprios
grupos inovadores. Estes são temas que deverão ser pesquisados no futuro.

2002

5
AMARAL NETO, Manuel Almeida. Manejo florestal comunitário na Amazônia brasileira: análise da
participação e valorização de saberes de grupos locais na implementação de três projetos pilotos. 2002. 99 f.
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável,
Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientadora: Márcia Regina Gonçalves Muchagata

RESUMO: A atividade madeireira tem sido praticada ao longo de várias décadas da Amazônia por
empresários oriundos da Região Sudeste do país. As principais características desta atividade são os impactos
causados no ambiente e o fato de atuarem à margem da legislação florestal. O interesse pelos recursos
florestais faz com que os madeireiros tenham contato estreito com populações que vivem em áreas de
florestas, muitas das vezes oferecendo infra-estruturas básicas, como estradas, etc. No entanto, essas relações
comerciais de venda ou troca de recursos florestais são marcadas por condições desfavoráveis aos grupos
locais. Esses fatores têm levado algumas comunidades a se organizarem e buscarem alternativas de uso mais
sustentável de seus recursos florestais. Um exemplo desta tendência tem sido o surgimento de vários projetos
pilotos de manejo florestal comunitário, implementados na maioria dos estados amazônicos. Esse processo
tem acontecido graças a uma parceria inédita entre organizações não-governamentais e moradores de
comunidades que têm forçado o governo a criar, pela primeira vez, mecanismos para que colonos,
seringueiros, ribeirinhos e grupos indígenas possam manejar, coletivamente, seus recursos florestais. As
condições em que essas iniciativas possam ser bem-sucedidas ainda são desconhecidas. Repetindo análise de
processo similar em outros países da América Latina, a literatura acumulada sobre a implementação dos
projetos pilotos de manejo florestal comunitário na Amazônia tem privilegiado enfoque em aspectos técnicos,
ecológicos e financeiros. No entanto, a operacionalização dos planos de manejo tem revelado alguns desafios,
eminentemente sociais, a serem superados, colocando em risco a sustentabilidade dos projetos. Alguns desses
aspectos foram abordados neste trabalho, entre eles: a gestão que os grupos locais fazem dos recursos
naturais e sua relação com projeto de manejo, a valorização de saberes locais e formas de participação dos
grupos locais na definição de modelos técnicos e implementação de projetos de manejo florestal comunitário
na Amazônia. Para isso foram estudados três projetos pilotos de manejo florestal praticados por grupos
locais, com diferentes tipos de usuários da floresta (colonos e seringueiros), localizados em Marabá (PA),
Acrelândia (AC) e Costa Marques (RO). Verificou-se que os grupos distintos envolvidos nos projetos de
manejo estabelecem relações diferenciadas com a floresta. Além disso, têm formas próprias e eficazes de
manejar os recursos florestais para diversos fins. Esses saberes não têm sido potencializados para definição
dos modelos técnicos de manejo, sendo esta decisão centralizada pelos técnicos que assessoram os projetos.
Nesse sentido, a participação dos grupos locais tem sido mobilizada tão-somente para operacionalizar os
planos de manejo. A implementação desses projetos também pode proporcionar melhor planejamento de uso
22

do solo em nível local, além de possibilitar alternativas econômicas para os grupos locais envolvidos,
garantindo a participação dos grupos locais no processo decisório do projeto. Isso poderia influenciá-los na
proposição de políticas públicas que reconhecessem sua diversidade cultural e assegurassem o tempo
necessário para consolidação do processo de manejo florestal comunitário, clareando a relação necessária para
se estabelecer tempo para o projeto e tempo para as comunidades manejarem seus recursos florestais. Esse
processo poderia levar a políticas públicas que seriam verdadeiramente respeitadas e tornariam os grupos
locais fortes aliados do governo no uso mais sustentável dos recursos naturais.

6
BLANDYTT, Lucinaldo da Silva. Trabalho infanto-juvenil no uso do manguezal e a educação
fundamental. 2002. 165 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e
Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientador: Orlando Nobre Bezerra de Souza

RESUMO: O trabalho infantil não representa uma categoria importante para a formação da renda na área
manguezal. Apenas a agricultura, o beneficiamento do caranguejo e a pesca comercial se configuram como
atividades rentáveis para crianças em idade de seis a quatorze anos, pois se dedicam a atividades de trabalho
voltadas para a subsistência familiar. As crianças são incentivadas pelos familiares ao trabalho a partir dos
quatro anos de idade, porém, somente aos sete anos, para o trabalho dedicado aos meninos e aos cinco para o
trabalho dedicado às meninas, é que o trabalho infantil vai assumir importância para a sobrevivência familiar.
O recrutamento para o trabalho não acontece, até os quatorze anos diretamente entre os agentes mercantis e
as crianças. Quem lhes incumbe de participar do processo de exploração da força de trabalho são seus
familiares. Para os adolescentes, o trabalho remunerado representa uma forma de recrutamento indispensável
para o auto-sustento. Para 40% das crianças, é um grande empecilho para os estudos, pois se ocupam em
atividades sem remuneração, nos três horários, de ensino do dia, dificultando a freqüência à escola. Para
crianças e adolescentes, em sua situação socioeconômica e educacional, em que estão inseridos na área
manguezal de Bragança, a participação, por meio da transdisciplinaridade, enquanto elemento efetivador da
sustentabilidade, seria uma alternativa para se penetrar o ciclo de pobreza ao qual são condenados a participar
e que sua família vem perpetuando de geração a geração.

7
COSTA, Rosana Giséle Cruz Pinto da. Queimadas, mudanças ecológicas e transformações nas
atividades agroextrativistas da fronteira agrícola amazônica: o ponto de vista dos pequenos produtores
de duas localidades na região de Paragominas-PA. 2002. 158 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado
em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2002.
Orientadora: Ima Célia Guimarães Vieira

RESUMO: As queimadas na Amazônia vêm compondo o cenário das mudanças ambientais no dinâmico
processo de "ocupação" das áreas de fronteira. Mais precisamente a partir da década de 80, elas começam a
despertar interesse dos pesquisadores, principalmente pela incidência de queimadas acidentais, que difere da
queimada desejada pelo efeito causado à sociedade local, nacional e internacional. No entanto, as
interpretações realizadas têm procurado enfatizar as abordagens de causa e efeito no debate mais ecológico
ou econômico, deixando de compreender a influência do aspecto sociocultural na evolução dessas mudanças.
Neste sentido, é que priorizamos a percepção e a interpretação dos pequenos produtores, os migrantes "de
fora" e os "daqui" com a observação de suas ações e reações sobre o meio ambiente ao qual estão inseridos.
Pois hoje, o grande desafio colocado às ciências naturais é a inclusão da análise sociocultural dos sujeitos nos
estudos sobre as mudanças ambientais. Uma necessidade real, já que os estudos ecológicos clássicos
apresentam limites e esse outro elemento pode contribuir com informações para a compreensão da
problemática e na definição de políticas de desenvolvimento para a região. São fundamentais porque as óticas
dos sujeitos partem de uma percepção totalizadora do real espaço em transformação e porque suas dimensões
de análises são diferentes da realizada pelo pesquisador. Daí o ponto de partida dessa abordagem, em que a
história de vida, os objetivos da migração e os caracteres socioculturais específicos de cada grupo social são
23

levados em conta para entender as atitudes do presente. Identificando o sistema técnico que predomina nas
atividades de produção, no qual o fogo é técnica utilizada por todas as famílias na construção de seus sistemas
de produção, em que a evolução e suas diversidade têm ritmos diferenciados. Esses elementos são os
principais indicadores da diferença de concepção entre as famílias "de fora" e "daqui" sobre as mudanças
ambientais e a relação desta com o risco de fogo "invasor". Concluímos que os pequenos produtores
percebem, agem e reagem às mudanças ambientais de formas diferentes, orientados por uma complexidade
de fatores e suas interações, da qual o fator sociocultural faz parte. A intenção não é caracterizar os migrantes
"de fora" como destruidores da floresta e a população nativa da região como preservadora, mas para enfatizar
que são diferentes e assim devem ser percebidos, inclusive na elaboração de políticas públicas. Além disso,
sugere-se a importância de ampliar a abordagem sociocultural para a diversidade de outros sujeitos, para
entender as relações que constroem com dinâmica transformação ambiental nas áreas de fronteira na
Amazônia, pois entendemos que com o conhecimento dessas especificidades dos sujeitos poderá facilitar o
processo de diálogo na construção de alternativas de adaptação e inovação para o desenvolvimento da região.

8
LAGO, Maria Regina Teixeira. Babaçu livre e roças orgânicas: a luta das quebradeiras de coco babaçu do
Maranhão em defesa dos babaçuais e em busca de formas alternativas de gestão dos recursos naturais. 2002.
121 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento
Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientadora: Maristela de Paula Andrade

RESUMO: Estudo sobre as experiências que os pequenos agricultores familiares da região do Médio Mearim,
Estado do Maranhão, principalmente mulheres, estão desenvolvendo com as chamadas roças orgânicas
consorciadas ao extrativismo do babaçu, por meio do Programa de Produção Agroextrativista da Associação
em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão (ASSEMA). O trabalho tenta recuperar a luta pela terra
empreendida por essas mulheres, sua constituição enquanto sujeito coletivo com identidade própria, os novos
papéis assumidos junto ao grupo familiar e aos povoados aos quais pertencem e, sobretudo, as representações
que têm sobre o que vem se convencionando chamar, tanto na literatura, quanto nos documentos de órgãos
oficiais, ONG's, entidades de apoio aos trabalhadores, de desenvolvimento sustentável e agricultura orgânica.

9
LEAL, Eliane Constantino. Avaliação do potencial de regeneração da capoeira após preparo de área
com queima e sem queima na Região Bragantina. 2002. 121 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de
Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientadora: Ima Célia Guimarães Vieira

RESUMO: Na agricultura de corte e queima, a capoeira tem como papel principal a fertilização da terra, após
o corte e queima de sua biomassa vegetal. As repetidas queimadas para o preparo de área para o plantio têm
afetado consideravelmente o potencial de regeneração natural das capoeiras. Pensando nessa problemática, o
Projeto SHIFT, no qual esse projeto se insere, após uma série de estudos básicos sobre as capoeiras da
Região Bragantina, vem desenvolvendo uma alternativa de produção agrícola em que a capoeira é usada como
fonte de nutrientes e matéria orgânica para o solo em sistemas de produção de "agricultura sem queima". O
trabalho desenvolveu-se na Região Bragantina, nos Municípios de Igarapé-Açu e Marapanim em duas áreas
experimentais. A primeira área foi um experimento 4C, do Projeto SHIFT desde 1994, que segue uma
abordagem de pesquisa, em que áreas eram definidas por pesquisadores. A segunda área foi um experimento
participativo, com uma nova abordagem do projeto, no qual as áreas foram definidas pelos agricultores. O
objetivo do presente trabalho avalia o potencial de regeneração natural de áreas submetidas a diferentes
manejos do solo, caracterizando qualitativa e quantitativamente o banco de sementes e a composição
florística. Foram testadas as hipóteses de que o fogo diminui o potencial do banco de sementes e cria
condições favoráveis à regeneração de espécies invasoras herbáceas; e a cobertura triturada minimiza os
impactos provocados pela queima sobre a diversidade vegetal e aumenta a regeneração acumuladoras de
biomassa. O trabalho foi realizado em dois momentos, antes e depois do manejo do solo. No primeiro
24

momento foi feito o levantamento florístico de todas as áreas estudadas, e em seguida foram coletadas
amostras de solo para acompanhamento do potencial de germinação do banco de sementes em cada
tratamento, durante 270 dias. Os tratamentos foram: queima, cobertura triturada, cobertura incorporada e
testemunha, sendo que nas áreas dos agricultores foram considerados os tratamentos queima e cobertura
triturada. Em todos os tratamentos foi avaliada a densidade, riqueza de espécies, famílias e formas de vida
predominantes. Os resultados obtidos do levantamento florístico quanto à densidade no experimento 4C
mostram que a cobertura triturada incorporada foi o tratamento que apresentou o maior número de
indivíduos (2424/75m²), e o menor número foi encontrado na cobertura triturada (1792/75m²) de indivíduos.
No experimento participativo, nas áreas dos três agricultores, foram encontrados em média no tratamento
com queima 738 indivíduos/75m² e na cobertura triturada 538 indivíduos/75m². Quanto ao banco de
sementes antes do manejo do solo, no experimento 4C, o tratamento com maior densidade de indivíduos foi
cobertura triturada incorporada (4699 indivíduos/0,8 m²) e menor densidade foi a cobertura triturada (2729
indivíduos/0,8 m²). No experimento participativo foram em média na queima 284 indivíduos/0,8 m² e na
cobertura triturada 328 indivíduos/0,8 m². No banco de sementes depois do manejo do solo no experimento
4C, o tratamento que apresentou maior densidade foi cobertura triturada (1106 indivíduos/08m²) e a menor
densidade foi encontrada na queima (322 indivíduos/0,8 m²). Já no experimento participativo na queima
foram encontrados em média 23 indivíduos/08 m² e na cobertura triturada 139 indivíduos/0,8 m². A forma
de vida dominante em todos os tratamentos nos dois experimentos foi graminóides, seguida das ervas. A
espécie Borreira latifolia apareceu em todos os tratamentos, tanto antes como depois do manejo. Em todos
os tratamentos nos dois experimentos, houve uma semelhança da composição florística do banco de
sementes com a vegetação que se encontrava em pé.

10
MENEZES, Antônio José Elias Amorim de. Análise econômica da "Produção Invisível" nos
estabelecimentos agrícolas familiares no Projeto de Assentamento Agroextrativista Praialta e
Piranheira, Município de Nova Ipixuna, Pará. 2002. 130 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado
em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2002.
Orientador: Alfredo Kingo Oyama Homma

RESUMO: Discute a importância da "produção invisível" na composição da renda total dos agricultores
familiares de uma região de fronteira da Amazônia, como é o caso do sudeste paraense que é fortemente
marcado pelos conflitos agrários. Os dados utilizados neste estudo foram obtidos a partir de uma pesquisa de
campo realizada junto a 78 agricultores familiares do Projeto de Assentamento Agroextrativista Praialta e
Piranheira, Município de Nova Ipixuna, Pará, em 2001. O objetivo geral deste trabalho foi conhecer de que
forma a "produção invisível" contribui para composição da renda familiar e da estratégia de reprodução da
agricultura familiar na mesorregião do sudeste paraense. A escolha dos produtores entrevistados foi
intencional que se constitui na identificação da renda agrícola, bem como na caracterização dos sistemas de
produção desenvolvidos por estes agricultores. Este procedimento permitiu a elaboração de uma tipologia
dos sistemas de produção a partir de alguns indicadores socioeconômicos e agronômicos. Os resultados desta
pesquisa comprovam a forte participação da "produção invisível" no conjunto das atividades da agricultura
familiar. Produtos com mercado definido têm uma parte da produção retida para consumo familiar dos
produtos sem mercado voltados exclusivamente para o autoconsumo e, uma componente importante, refere-
se à venda da mão-de-obra familiar, essencial na sua estratégia de sobrevivência. Uma conclusão imediata é
que a produção agrícola e extrativa é muito superior àquela que vem sendo estimada ou desconhecida nas
estatísticas oficiais. O conhecimento da participação da "produção invisível" torna-se importante no
delineamento de políticas públicas, primeiro pela subestimação dos dados estatísticos oficiais, tanto pela
quantidade como pela não-inclusão de diversos produtos tanto produzidos ou coletados, pela agricultura
familiar, na propriedade ou fora dela. Desta forma, pode-se verificar que os agricultores familiares do Projeto
de Assentamento Agroextrativista Praialta e Piranheira possuem uma renda total equivalente a 1,48 salário
mínimo/mês. É interessante destacar que a contribuição da "produção invisível" na renda familiar chega a
0,28 salário mínimo/mês que representa 18,77 % total da renda invisível. A drenagem da renda não-agrícola
autônoma, decorrente da aposentadoria do INSS, representa 10,55 % da renda monetária dos agricultores,
25

constituindo em importante fator de sustentabilidade das comunidades locais. Espera-se que estes resultados
sejam importantes para aumentar a sustentabilidade da agricultura familiar de fronteira estimadas em mais de
600 mil unidades familiares na Amazônia, responsáveis pela maior parcela das derrubadas e queimadas
crônicas.

11
OLIVEIRA, Carlos Douglas de Sousa. Percepção de agricultores familiares na adaptação do sistema de
cultivo de corte e trituração. 2002. 140 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas
Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientadora: Maria do Socorro Andrade Kato

RESUMO: A dificuldade que os agricultores têm de se apropriar de tecnologias geradas por instituições de
Ciência e Tecnologia agropecuárias está relacionada com a que têm os pesquisadores em incluir os
agricultores em suas pesquisas, porém esse não é o principal problema, e sim a ausência de projetos que
consigam articular-se com os sistemas cognitivos dos agricultores. Buscou-se interpretar a percepção dos
agricultores sobre o sistema de cultivo de corte e trituração proposto pelo Projeto SHIFT - capoeira à
agricultores familiares do nordeste do Pará. Foram realizados experimentos participativos para comparar os
sistemas corte-queima e corte-trituração a partir da percepção dos agricultores, enfocando-se principalmente a
gestão do trabalho e o controle de invasoras no preparo do roçado. Os dados mais relevantes da pesquisa
foram obtidos por meio do acompanhamento do preparo da roça de seis agricultores, momento em que
pôde-se conhecer o saber tradicional mobilizado no sistema corte e queima. Assim, pôde-se avaliar que o
sistema corte e trituração não apresenta componentes que inviabilizem sua articulação com o saber
tradicional.

12
OLIVEIRA, Myriam Cyntia Cesar de. Evolução do sistema agrário na margem esquerda do Baixo
Amazonas. 2002. 198 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e
Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientador: Vicent de Reynal

RESUMO: A Amazônia tradicional abrange uma área geograficamente considerável da Região Amazônica.
Com o intuito de conhecer melhor essa outra realidade amazônica, o objetivo da pesquisa consistiu em
compreender o papel da Produção Familiar na dinâmica do Sistema Agrário da margem esquerda do Baixo
Amazonas, tomando como exemplo os Municípios de Monte Alegre e Alenquer, considerados
representativos da Amazônia tradicional. Ao longo dos anos essa região vem sofrendo transformações
significativas, cujos efeitos colocam em dúvida a sustentabilidade econômica dos sistemas de produção
praticados nesse espaço. Mediante a essas constatações, pretendeu-se verificar se os sistemas de produção
tradicionais são viáveis nas condições socioeconômicas em que a sociedade amazônica está envolvida
atualmente. O enfoque de sistema agrário ofereceu uma visão ampla da região e permitiu conhecer melhor a
realidade e a sociedade agrária envolvida no espaço estudado. Dessa forma, utilizou-se o Método Análise-
Diagnóstico de Realidades Agrárias, de maneira a identificar e hierarquizar os fatores condicionantes das
escolhas dos produtores e compreender como esses interferem nas transformações da agricultura local como
um todo. Os resultados obtidos utilizando-se desse método mostraram, pelo zoneamento histórico da região,
que os municípios da área de estudo passaram por 4 períodos históricos determinados pelas transformações
ocorridas na economia e nas políticas regionais, essas, muitas vezes, influenciadas pelas tendências dos
mercados nacional e internacional e pela atuação do governo federal. Esses períodos determinaram também,
parcial ou totalmente, as trajetórias de acumulação das famílias locais. Resultante desse processo histórico, o
sistema agrário estudado é caracterizado atualmente por 3 zonas agroecológicas determinadas a partir do meio
físico, do processo de ocupação e da sociedade envolvida: Zona dos Grãos, da Farinha e do Extrativismo. As
características das zonas também têm influência sobre as trajetórias das famílias, mas, em geral, essas se
desenvolveram dentro de um padrão: uma fase de instalação seguida pelo processo de acumulação - ou
desacumulação, dependendo da situação do mercado. Nessas zonas foram identificados 7 tipos de
estabelecimentos familiares, distribuídos conforme as condições disponíveis, sendo três tipos característicos
26

da zona dos Grãos, dois da Zona da Farinha e quatro da Zona Extrativista. Pelos resultados econômicos
obtidos a maioria dos sistemas são relativamente diversificados e sustentáveis economicamente a curto e
médio prazo, porém três deles - o tipo Ib, da zona da Farinha, e os tipos IV e V, da zona Extrativista -
apresentam-se pouco diversificados e economicamente pouco sustentáveis podendo-se dizer que, nas
condições atuais do meio envolvente, esses possuem uma baixa capacidade de se reproduzir. De uma maneira
geral, apesar de sofrer um processo de aceleração nos últimos anos, a dinâmica na área tradicional é mais lenta
que na de fronteira, apresentando fortes indicações que não chegará nas mesmas condições daquela, devido
às tendências claras de diversificação da agricultura familiar e o objetivo global das famílias em permanecer na
terra. Finalmente, o conhecimento mais aprofundado do sistema agrário da margem esquerda possibilitou a
identificação e a compreensão das principais restrições e potencialidades da produção familiar local,
configurando-se em uma contribuição, não definitiva e suficiente, mas importante para subsidiar discussões e
ações futuras de desenvolvimento para a região.

13
PEIXOTO, Lecir Aparecida. Crédito rural para a agricultura familiar: o caso do FNO Especial -
PRORURAL nos Municípios de Medicilândia e Pacajá, Transamazônica - Pará. 2002. 158 f. Dissertação
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro
Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientador: Thomas Peter Hurtienne

RESUMO: O FNO Especial tem grande importância no processo de desenvolvimento da agricultura familiar
da Transamazônica. Este trabalho faz uma análise da inserção deste financiamento nos sistemas de produção
beneficiados e as suas conseqüências para os diferentes tipos de agricultores localizados nos Municípios de
Medicilândia e Pacajá, buscando abranger as suas áreas totais, localizadas em pontos extremos desta região.
Os resultados apontam uma influência marcante do FNO Especial que contribui para uma redefinição do
perfil agropecuário regional, acentuando tendências ou mesmo sendo elemento decisivo para algumas
mudanças ocorridas, além de oferecerem subsídios para a discussão sobre o pagamento da dívida adquirida
pelos agricultores e a adequação do crédito rural para a agricultura familiar.

14
PEREIRA, Carmen Lúcia de Oliveira. Viabilidade dos sistemas agroflorestais dos agricultores
familiares do Município de Santo Antônio do Tauá, Pará. 2002. 135 f. Dissertação (Mestrado) – Curso
de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientador: Gutemberg Armando Diniz Guerra

RESUMO: Avalia as potencialidades e limitações socioeconômicas dos sistemas agroflorestais no âmbito da


agricultura familiar do Município de Santo Antônio do Tauá, no Pará. O objetivo é determinar em que
condições de implantação esses sistemas são importantes para atender às necessidades da família frente a
outras alternativas disponíveis e que mudanças sociais ocorreram nos recursos familiares a partir da adoção
destes sistemas de cultivos. Os procedimentos metodológicos envolveram pesquisa empírica em uma amostra
aleatória simples composta de 38 agricultores familiares de seis comunidades e seis lideranças comunitárias e
um modelo de análise hipotético-indutivo. O resultado da pesquisa comprova que na agricultura familiar das
comunidades pesquisadas existem três situações distintas: as unidades familiares que não empregam mão-de-
obra externa, mas alugam temporariamente sua força de trabalho; unidades familiares que empregam mão-de-
obra e alugam temporariamente sua mão-de-obra e as unidades familiares que não alugam sua força de
trabalho e empregam mão-de-obra externa de caráter permanente. O aluguel da mão-de-obra não
compromete a implantação e manutenção dos sistemas, ao contrário, é favorecida por eles, dada a melhor
distribuição da força de trabalho no espaço e no tempo. A substituição gradativa dos sistemas itinerantes de
cultivo por um sistema de cultivos permanentes resulta do empobrecimento dos solos e da restrição das áreas
para manutenção do sistema anterior, bem como da constatação de que os sistemas de cultivos temporários,
da forma em que vinham sendo explorados, conduziam a um empobrecimento crescente da unidade familiar.
Os novos sistemas são complexos e envolvem as mais variadas combinações que se encontram nos mais
27

diversos estágios de manutenção que, de certa forma, dificultam a avaliação socioeconômica. A opção pelo
sistema de cultivo que combina hortaliças, cultivos de ciclo longo, frutíferas e essências florestais resulta da
observação pessoal dos procedimentos realizados nas médias e grandes propriedades do município e das
recomendações técnicas. A combinação que satisfaz as necessidades imediatas, garantindo a sobrevivência das
famílias a curto prazo, é aquela que tem entre seus componentes as hortaliças. Na medida em que o sistema
se consolida reduz a necessidade de mão-de-obra que é liberada para outras atividades agrícolas e não
agrícolas, ao mesmo tempo que possibilita a liberação das crianças e adolescentes para a escola. Na percepção
dos agricultores estes sistemas garantirão a longo prazo a reprodução familiar. A complexidade desses novos
sistemas de cultivo tem permitido que as famílias das comunidades estudadas recomponham, mantenham ou
elevem a eficiência econômica das unidades agrícolas.

15
PINTO, José Ribamar da Silva. Análise de incentivos institucionais no manejo participativo de fauna
silvestre: o caso do Projeto "Pé-de-Pincha" no noroeste do Estado do Pará. 2002. 82 f. Dissertação
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro
Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientador: Henrique dos Santos Pereira

RESUMO: A fauna silvestre é um recurso de subsistência estratégico para algumas populações que habitam
regiões da Amazônia, onde predominam formas de agricultura familiar tradicional. No entanto, várias
espécies estão com seus estoques locais ameaçados pela caça predatória. A ausência de políticas eficazes que
incentivem a conservação e o uso sustentável dos recursos da fauna tem contribuído para agravar esse
quadro. O manejo coletivo pressupõe a descentralização administrativa e geográfica das ações de
conservação, o que difere do modelo convencional baseado em unidades de conservação geridas
unilateralmente pelo Poder Público. O Projeto “Pé-de-Pincha” surge como um projeto de educação e ação
ambiental, realizado pela Universidade do Amazonas, em parceria com prefeituras municipais e agricultores
familiares na microrregião do Baixo Amazonas, que promove o manejo coletivo para conservação de
quelônios aquáticos em comunidades ribeirinhas do município de Terra Santa, no noroeste do Estado do
Pará. Este plano apresenta resultados de um estudo de caso comparativo entre dez localidades rurais da área
de atuação do Projeto “Pé-de-Pincha”, com diferentes graus de sucesso na implementação de ações de
manejo local para conservação e reprodução de quelônios. Num segundo momento, através da análise das
práticas de manejo extensivo deste recurso, em cada uma das localidades estudadas, a proposta era a de
responder a seguinte questão: Que conjunto de incentivos institucionais favorece a participação voluntária de
usuários de recursos em ações de manejo extensivo e em que condições estas iniciativas são bem sucedidas?
Os resultados obtidos sugerem que o sucesso da participação, nas iniciativas de manejo, é relativo à
comunidade com maior grau de engajamento e que avaliou mais favoravelmente a densidade do recurso, e
das que têm um funcionamento das instituições de manejo local dos recursos. As de baixo poder aquisitivo e
oportunidades econômicas são mais dependentes dos recursos a serem manejados.

16
REIS, Maria de Nazaré Ferreira. Dinâmica do cooperativismo alternativo na Bragantina, Estado do
Pará: agricultores familiares no caminho da participação e da gestão. 2002. 223 f. Dissertação (Mestrado) –
Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientadora: Maria de Fátima Carneiro da Conceição

RESUMO: Versa sobre o cooperativismo alternativo no tocante à administração de associações e


cooperativas, quando a organização considera em sua dinâmica de trabalho motivações econômicas, sociais e
políticas. A partir da década de 1970, Organizações Não-Governamentais, Igrejas Católicas e de Confissão
Luterana estimularam e apoiaram iniciativas de organizações alternativas ao modelo de cooperativismo até
então fomentado no Pará, por meio da realização de projetos econômicos combinados com a formação e
capacitação de conteúdos e metodologias da educação popular. Na trajetória do cooperativismo alternativo,
as dificuldades enfrentadas pelas organizações aparecem notadamente àquelas voltadas para a produção, à
28

comercialização e a administração. Analisa-se, por meio da ação participante, a administração de (1) uma
associação e (2) duas cooperativas, com as quais traçamos em conjunto objetivos de refletir a percepção dos
associados sobre a administração, bem como extrair indicadores de participação, para auxiliar a formulação de
conteúdos de formação capacitação para esses agentes. Na base de sustentação dessas organizações estão
considerados aspectos de ordem econômica, social, educativa e cognitiva. Esses fatores apontam pistas para
intervenção no sistema de produção dos agricultores familiares e de implementação de práticas educativas
amplas. Ao experimentarem essa prática de cooperativismo, os associados passam a reivindicar de uma
organização bem administrada e eficácia econômica, o compromisso, a responsabilidade, a disciplina, o
companheirismo e a alegria. Com isso, ficam evidenciados não só fatores de êxito, mas principalmente, os
obstáculos e os limites do cooperativismo alternativo para se consolidar sem o respaldo de ações e políticas
governamentais adequadas à lógica da agricultura familiar no Pará.

17
SANTA-BRÍGIDA, Marluce Reis Souza. Sistemas de produção agrícola e familiar do Posto Indígena
Alto Rio Guamá - Povo Tembé. 2002. 72 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas
Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientador: Carlos Augusto Cordeiro Costa

RESUMO: Analisa aspectos gerais da área de produção agrícola familiar das aldeias indígenas jurisdicionado
pelo Posto Indígena Alto Rio Guamá, enfatizando às aldeias São Pedro e Itapytire, com objetivo de averiguar
a relação da comunidade com o espaço agrícola, identificar a possibilidade de geração de emprego e de renda,
e qual a influência no processo da aquisição de bens e serviços. Assim, foram examinados aspectos que nos
propiciaram aumentar o conhecimento sobre a cultura tradicional das sociedades indígenas amazônicas, dado
que muitos aspectos desse conhecimento encontram-se ameaçados. Nesse sentido, entende-se que estudo foi
relevante na medida em que tentou "resgatar" conhecimento, mais especificamente o conhecimento ligado ao
espaço agrícola, que se perdem face às novas opções que estas comunidades encontram no contexto de um
"estado nação moderno" e envolvente, que ora fazem estas populações sofrerem perdas irreversíveis em
termos de sabedoria, e que também os obriga a selecionar novos meios de sobrevivência que comprometem
seu modo de vida. Dentre os resultados apresentados, tem-se que as famílias das aldeias mencionadas
dependem em maior parte da agricultura, principalmente do consumo e comercialização da farinha de
mandioca, sendo que as outras atividades estão voltadas para a caça e pesca somente para consumo próprio.
Apesar do avanço no processo de comercialização dos produtos oriundos das aldeias estudadas,
principalmente a farinha de mandioca, a questão social é preocupante, como foi relatado por membros da
comunidade, devido principalmente ao avanço da exploração madeireira indiscriminada, ocasionando
constantes conflitos entre índios e não índios, sem contar de forma contundente com uma política
governamental que venha coibir atos impensados de ambas as partes, culminando com a perda cada vez
maior de espaço agricultável dos índios, o que poderá ocasionar, quem sabe em futuro não muito longe,
graves problemas de cunho sociopolítico na área de abrangência do PIN, Guamá. Dentre as principais
conclusões, tem-se que o sistema de produção agrícola identificado enquadra-se como familiar, no qual não
existem critérios definidos para o estabelecimento do espaço agrícola a ser trabalhado; a relação Equivalente
Homem (Eh)/ha é muito boa, suplantando a relação de outras culturas que utilizam sistemas tradicionais ou
modernos de produção, e mesmo sistemas tradicionais e mecanizados de mandioca em outras regiões do
Pará, possibilitando às aldeias estudadas: geração de empregos, um maior grau de interação social entre os
membros do grupo familiar e uma menor possibilidade de êxodo rural, e por fim foi observado que o grau de
organização do sistema produtivo é incipiente, propiciando uma renda líquida baixa, em alguns casos
deficitária.

18
SILVA, Cláudia Maria Carneiro Kahwage. Formas de organização e mobilização de agricultores na
fronteira amazônica: análise das relações sociais no âmbito de uma associação oficial em São Félix do
Xingu. 2002. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento
Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientador: Pascale de Robert
29

RESUMO: Este estudo no Município de São Félix do Xingu, no Sul do Estado do Pará, identifica alguns
aspectos do uso da terra e da dinâmica da paisagem na construção do espaço da Amazônia brasileira,
considerando o aumento crescente de associações oficiais em função do acesso ao crédito bancário. Neste
contexto são analisadas as relações sociais das populações que se organizam com o objetivo de garantir
projetos financiados.

19
SILVA, Luis Mauro Santos. O Plantio associado entre banana (Musa acuminata Cultivar Cavendish
"Grande Naine") e feijão-de-porco (Canavalia ensiformis (L.) D. C.): uma avaliação agronômica dos
efeitos da competição por água, nitrogênio e energia luminosa. 2002. 148 f. Dissertação (Mestrado) – Curso
de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientador: Harry Ozier-Lafontaine

RESUMO: Nas regiões de clima tropical, o monocultivo da banana vem causando conseqüências ambientais
desastrosas e, muitas vezes, impedindo uma exploração continuada de uma mesma área. A redução do
rendimento é devido principalmente as limitações físico-químicas do solo e a rápida degradação do sistema
radicular, agravada pela ação de parasitas do solo (nematóides, fungos, etc.). Em virtude destas limitações,
várias iniciativas vem sendo buscadas para a minimização das perdas agronômicas e ambientais, destacando-se
o melhoramento e a modificação genética, e a associação deste cultivo com espécies leguminosas. Porém uma
das grandes dificuldades de avaliarmos os novos sistemas de cultivo alternativos concentra-se na falta de
referenciais agronômicos relacionados principalmente com o funcionamento de sistemas de cultivos
associados, especialmente relacionados aos fatores e condições que interferem diretamente na definição do
rendimento da espécie principal. O presente estudo testou, em campo experimental, o uso de plantas de
serviço associada a bananeira e seus efeitos na produção de biomassa durante seu o ciclo vegetativo. Isto
porque é durante esta fase que a bananeira constrói sua capacidade de reservas de fotoassimilados e,
consequentemente, define o potencial de produção e enchimento dos frutos. Além do monocultivo, definiu-
se mais duas parcelas associadas com o feijão-de- porco: 1) o plantio simultâneo das duas espécies e; 2) o
plantio de feijão-de-porco e, após 2 meses, a introdução da banana. Além de acompanhamento semanal das
parcelas, realizou-se, bimensalmente, coletas destrutivas de dados sobre produção de matéria seca, superfície
foliar e análise nutricional das plantas. Após a análise agronômica da fase vegetativa, aplicou-se a modelização
dos sistemas de cultivo estudados e comparou-se os possíveis cenários sobre o rendimento final da bananeira,
além de outros indicadores sobre os fatores de crescimento das plantas. Após o acompanhamento dos 7
primeiros meses do ciclo vegetativo, concluiu-se que a data de estabelecimento da associação foi determinante
para o sucesso do cultivo associado. Podemos destacar que a associação entre a bananeira e o feijão-de-porco
não causou limitações na produção de biomassa (4,2 ton/ha), quando comparada com o monocultivo (4,5
ton/ha). A redução do número de capinas também foi um indicador animador deste sistema de cultivo
alternativo. Por outro lado, quando a bananeira foi plantada 60 dias após a leguminosa, a mesma representou
uma séria limitação na produção de biomassa (2,7 ton/ha). Esta limitação deveu-se ao estado de forte
competição devido a agressividade com que o feijão-de-porco recobria toda a parcela e alcançando uma altura
(74 cm) superior que a muda de banana (29 cm). Em relação a primeira parte da metodologia aplicada - o
diagnóstico agronômico -, a mesma foi eficiente para a avaliação do ciclo vegetativo da associação estudada,
ficando a necessidade da continuidade do acompanhamento do ciclo reprodutivo, para a confirmação dos
resultados em termos de formação e produção de frutos. Na fase de modelização, chegou-se a uma leitura
dos resultados próxima dos resultados obtidos no campo. Em termos de rendimento em frutos, o
monocultivo com adubação (400 kg/ha de nitrogênio) e irrigação (133 mm) teve um aumento na ordem de
50% no rendimento final (28 ton/ha) Quando comparada com a parcela nas condições reais do experimento
(19,6 ton/ha). Já o rendimento em frutos da associação, apresentou o mesmo resultado com e sem adubação
e irrigação (16 ton/ha). No tocante a construção dos cenários, confirmou-se novamente algumas das
vantagens da associação, principalmente na redução da adubação nitrogenada aplicada nos sistemas
convencionais de cultivo. Finalmente, podemos imaginar a construção de várias formas de testar e otimizar o
uso destes sistemas associados (cenários). Porém, confirma-se que a construção de novos referenciais
30

agronômicos sobre sistemas de cultivo mais complexos (os cultivos associados) torna-se ainda muito
necessário para a realização de avaliações mais precisas sobre estas alternativas. E, com estes novos
referenciais técnicos, podemos imaginar, a médio e longo prazo, alguns dos benefícios das leguminosas sobre
as propriedades físico-químicas do solo cultivado (cobertura viva, adubo verde, redução de adventícias, etc) e
sobre a manutenção do rendimento dos cultivos (adubação verde).

20
SOUSA, Romier da Paixão. Granja Marathon: a luta pela terra e a organização do trabalho em um
assentamento rural no nordeste do Pará. 2002. 121 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em
Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2002.
Orientador: Gutemberg Armando Diniz Guerra

RESUMO: O tema da Reforma Agrária sempre esteve presente de uma forma mais ou menos intensa nas
discussões acadêmicas desde os anos 20. A partir da abertura democrática ocorrida em 1985, intensificou-se a
luta pela terra no Brasil, por meio das ocupações, como forma de pressão ao Estado, visando à
desapropriação das referidas áreas. O estudo dos assentamentos rurais aumentou a partir da década de 90,
com a elevação do número de trabalhadores assentados, conformando um verdadeiro "microcosmo social".
Este trabalho buscou estudar a organização do trabalho da terra realizada por agricultores familiares em um
assentamento rural no Município de São Francisco do Pará no nordeste paraense, entendendo esta
organização como um processo de associação de mão-de-obra e/ou capital na organização da produção
diversificado e pautado nas relações sociais, econômicas e simbólicas que se constroem nos grupos locais.
Estas relações podem determinar a forma de reprodução dos diversos grupos familiares envolvidos nestas
localidades.

2003
21
BENJAMIN, Aldrin Mário da Silva. Agroextrativismo: sustentabilidade e estratégias na Reserva Extrativista
do Rio Cajari, sul do Amapá. 2003. 135 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas
Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientadora: Ligia Terezinha Lopes Simonian

RESUMO: A criação das reservas extrativistas, no início da década de 1990, surge como uma alternativa de
gestão de recursos florestais em Unidades de Conservação (UC). Centrada no princípio da gestão entre o
Estado e as populações tradicionais residentes, sua defesa, viabilidade econômica e social dependente em
grande parte da organização local dos agroextrativistas. Entretanto, apesar do enorme potencial de exploração
econômica de produtos florestais, como a castanha (Bertholletia excelsa) e o açaí (Euterpe oleraceae Mart.), da forte
tradição agrícola e das muitas possibilidades de caça e pesca, dificuldades múltiplas persistem no interior da
Reserva Extrativista Rio Cajari. A concepção do desenvolvimento sustentável e a pouca produção científica a
respeito das populações tradicionais em áreas de tais reservas são fatores decisivos para o início desta
investigação. Desse modo, o estudo acerca do agroextrativismo: sustentabilidade e estratégias na RESEX
Cajari, sul do Amapá procura identificar a evolução e as estratégias da base produtiva das populações que
vivem nesta UC, principalmente nas áreas do alto e baixo rio Cajari, numa tentativa de revelar a racionalidade
do agroextrativismo local. Busca-se, portanto, evidenciar a dimensão do processo de mudança implementada
pelas políticas de reserva associadas ao movimento social, com implicações nos campos ecológico, social e
econômico.
31

22
DRUDE, Rozilda Henrique. Tiradores de caranguejo: o trabalho sacrificoso no manguezal, Acarajó - PA.
2003. 103 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento
Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, Belém, 2003.
Orientadora: Delma Pessanha Neves

RESUMO: Mostra as condições de trabalho e de saúde do tirador na prática da captura do caranguejo (Ucides
cordatus), por meio da análise da relação que ele estabelece com o ecossistema de manguezal. O tirador que
vive em Acarajó, localidade situada na zona costeira do Município de Bragança (PA), desenvolve uma forte
relação com o manguezal, fazendo uso de recursos naturais a fim de assegurar a sobrevivência do grupo
familiar. Porém, esse trabalho é visto como "sacrificoso", em virtude do esforço exigido dos tiradores e das
condições adversas às quais eles estão sujeitos. Além de provocar "sofrimentos", também acarreta doenças,
consideradas como intrínsecas à prática do tirador. O estudo demonstra os recursos desse ecossistema que
são apropriados por essa população para o tratamento e a prevenção de outros tipos de doenças não
relacionados com a prática de captura do caranguejo. Finaliza propondo-se uma discussão sobre o
reconhecimento da identidade social dos coletores, reivindicada por eles com o intuito de garantir os
benefícios de seguridade social e, por conseguinte, a melhoria de sua qualidade de vida.

23
FEITOSA, Terezinha Cavalcante. Análise da sustentabilidade na produção familiar no sudeste
paraense: o caso dos produtores de leite do Município de Rio Maria. 2003. 172 f. Dissertação (Mestrado) –
Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Alfredo Kingo Oyama Homma

RESUMO: Analisa a sustentabilidade da pecuária leiteira na agricultura familiar, decorrente do rápido


processo de degradação das pastagens formadas em áreas de terra firme, numa região de fronteira da
Amazônia brasileira. A pesquisa realizou-se no Município de Rio Maria, sudeste paraense, sendo este um dos
municípios do Pará reconhecido internacionalmente pelo alto índice de conflitos fundiários. Foram
entrevistados 55 unidades de produção familiar, nos Projetos de Assentamentos Itaipavas 126, Barra Mansa,
Mata Azul, Fazenda São Roque e Vale da Serra que sobrevivem, especificamente, da pecuária leiteira, que
foram entrevistados nos meses de julho a agosto de 2002. A escolha das propriedades foi intencional e
constitui-se na identificação da renda da pecuária (venda do leite e reses), bem como, uma análise das técnicas
utilizadas pelos pequenos produtores no manejo, permitiu identificar por meio dos indicadores
socioeconômicos que, embora a pecuária seja considerada uma atividade de baixo risco, economicamente
viável para a Amazônia entre os pequenos produtores, torna-se uma atividade insustentável, posto que, o
processo de degradação das pastagens inicia-se a partir de três a cinco anos, sem, no entanto, permitir que as
unidades de produção poupem recursos para renovação ou recuperação.

24
HALMENSCHLAGER, Fábio Leandro. O Técnico da nova ATER: uma identidade profissional em
construção. O caso da mesorregião sudeste do Pará. 2003. 140 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado
em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do
Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2003.
Orientador: Iran Pereira Veiga Júnior

RESUMO: A Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) no Brasil, historicamente, tem sido tratada como
instrumento de modernização do meio rural brasileiro, ou seja, da transformação do agricultor "atrasado" em
agricultor "moderno". Da mesma forma, o técnico que nela atua finda por ser também visto como
instrumento, objeto, nunca como ator neste processo. Este trabalho tem o objetivo de colocar o técnico no
32

centro da questão, verificando-se as possibilidades e modos de construção da sua identidade profissional no


contexto da ATER surgido na mesorregião sudeste do Pará, a partir de 1997. Este contexto apresenta
demandas por competências para as quais o técnico não foi formado, como a exigência de uma postura
participativa com relação ao agricultor, findando por provocar conflitos entre o novo perfil requerido e a
forma de socialização e formação do técnico. A conclusão é que o ambiente regional é extremamente
favorável à atuação do técnico na construção de sua identidade profissional, o que não ocorria nos modelos
anteriores de ATER, porém a formação tecnicista acaba por impor barreiras à construção do comportamento
participativo no que se refere às inovações técnicas especificamente.

25
HERRERA, José Antonio. Dinâmica e desenvolvimento da agricultura familiar: o caso de Vila Amélia -
Breves/Pará. 2003. 150 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e
Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2003.
Orientador: Antonio Cardoso

RESUMO: Analisa a partir de um diagnóstico socioambiental da comunidade de Vila Amélia, no rio Mapuá -
Município de Breves/PA, as redes de relações estabelecidas historicamente entre trabalhadores
agroextrativistas e patrões (comerciantes e empresários/proprietários de terra) e as conseqüências desse
modelo de interação social para a atual configuração do cenário sócio-político-ambiental nessa comunidade.
Parte-se do pressuposto de que a compreensão dessas relações é uma condição sine qua non para se pensar
outros modelos de desenvolvimento menos predatórios, menos autoritários e mais socialmente responsáveis.
Enfatiza-se aqui algumas questões relacionadas à conservação e à sustentabilidade dos meios produtivos e às
desiguais relações de trabalho e controle da terra, focalizando a lógica predominantemente familiar das
atividades como um elemento de importância capital no funcionamento dos sistemas agroextrativistas.
Partindo da dinâmica de ocupação da região e das características dos núcleos familiares, a pesquisa aponta
indicativos para se compreender a ambígua relação de dependência manifestada pelos trabalhadores
agroextrativistas e sua resistência à discussão da proposta de desenvolvimento sustentável apresentada pela
Empresa Ecomapuá. Discute, ainda, possibilidades de superação dessa relação pela organização sociopolítica,
fator essencial para a construção de toda e qualquer proposição de desenvolvimento que pretenda envolver,
de fato, as populações locais como sujeito de seu próprio processo histórico, com objetivos, desejos,
aspirações e sonhos que é preciso considerar.

26
JESUS, Maria Nilza de. Agricultores experimentadores e troca de conhecimentos para criação de
alternativas de preparo de área sem o uso do fogo: o caso de duas comunidades no Município de Santa
Luzia do Pará. 2003. 110 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e
Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2003.
Orientador: Iran Pereira Veiga Júnior

RESUMO: Busca, a partir de um estudo de caso, compreender o impacto e a apropriação de uma inovação
técnica, envolvendo pequenos agricultores da microrregião do Guamá. Os resultados indicaram que o sistema
de cultivo utilizado no nordeste paraense vem passando por uma profunda mudança na dinâmica de uso da
terra. Foram revelados indicadores de uma possível passagem de corte-e-queima para a terra revolvida (com
enxada) ou mesmo revirada (com trator), implicando um uso mais intensivo do solo. Neste processo, a
introdução de novas terminologias; a adoção de novas ferramentas e uma utilização diferente do seu espaço
vêm criando uma nova percepção entre os agricultores frente ao seu ambiente. Esta nova percepção
demonstrou a sua capacidade em realizar inovações tecnológicas e de incorporar saberes, o que faz do
pequeno agricultor local um bricoleur, um experimentador e um bom parceiro dos projetos de
desenvolvimento.
33

27
MEDINA, Gabriel. A Vida dirige o rio: cem anos de ocupação cabocla e extrativismo madeireiro no Alto
Capim. 2003. 88 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e
Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2003.
Orientadora: Patrícia Shanley

RESUMO: Com o avanço do desmatamento na Amazônia brasileira, a comunidade científica internacional


tem feito grande esforço na busca por formas de aproveitamento da floresta que reconciliem
desenvolvimento e conservação. Desde o final da década de 1980, os pesquisadores têm explorado o papel
que o extrativismo dos Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNM) pode possuir para a economia, o bem-
estar e o meio ambiente dos moradores de área de floresta. Esta dissertação explora o papel dos PFNM na
vida de comunidades rurais em áreas de fronteiras da atividade madeireira ao longo do rio Capim, no Estado
do Pará. Com o desenvolvimento da indústria madeireira sobre novas fronteiras da bacia amazônica, muitas
comunidades estão tendo oportunidade de vender os direitos de exploração de sua madeira. As comunidades
consideram vários aspectos para avaliar o valor dos produtos florestais. Além do valor socioeconômico e
ecológico (valor real), há um valor relativo que influencia fortemente a forma como os recursos são
explorados. Este valor relativo é baseado em representações que consideram a importância dos produtos
florestais e no contexto em que essas representações são construídas. Para explorar essa temática, este
trabalho parte do histórico de uma comunidade cabocla enfocando na forma como ela se apropriou e
explorou seus recursos florestais. Para as famílias da comunidade, a madeira sempre representou uma herança
com valor de troca e uso não conflituoso. A madeira foi o produto que pôde ser gasto ao longo do tempo,
pois possuía valor de mercado e suas primeiras explorações não reduziram o acesso a outros produtos
florestais. Representada dessa forma, a madeira apareceu como uma possibilidade estratégica para melhoria
das condições de vida das famílias. Identificou-se quatro fatores socioeconômicos que influenciaram a
comunidade a vender madeira: 1) relações paternalistas entre os compradores da madeira e os caboclos; 2)
dificuldades de gestão comum dos recursos; 3) especialização na extração de madeira e dependência de
produtos externos e; 4) crescente interesse em ter acesso a produtos provenientes do mercado. Tais fatores
influenciaram a comunidade a manter a venda da madeira, mesmo depois de se tornarem evidentes as perdas
no consumo de PFNM. Compreender a influência do valor atribuído pelas comunidades aos produtos
florestais é fundamental para identificar a verdadeira alternativa que os PFNM podem representar diante das
demais opções de uso da terra.

28
NASCIMENTO, Ana Claudeise Silva do. Desenvolvimento da produção agrícola e intervenção social:
estudo de caso em uma comunidade da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. 2003. 127 f.
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável,
Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientadora: Maria José Oliveira e Silva Jackson da Costa
Co-orientadora: Edila Arnaud Ferreira Moura

RESUMO: Estudo etnográfico em uma comunidade ribeirinha da várzea amazônica, destacando suas
especificidades em relação ao uso dos recursos naturais. Tendo como elemento de análise um projeto de
desenvolvimento da pequena produção agrícola, elaborado com base em resultados de investigações
científicas, direcionado ao manejo participativo dos recursos naturais, com acompanhamento do processo,
por meio de avaliações periódicas dos resultados obtidos em conjunto entre extensionistas do Instituto
Mamirauá e as famílias camponesas. O objetivo da dissertação é analisar uma situação de intervenção social
direcionada ao manejo sustentado de produtos agrícolas em uma área de Reserva de Desenvolvimento
Sustentável, na várzea amazônica. Este estudo traz elementos que contribuem para a compreensão dos
resultados dos investimentos feitos na produção agrícola das famílias da comunidade de São Francisco do
Aiucá, possibilitando a interação entre o pensar-fazer a partir do entendimento dos resultados e avaliação da
intervenção social. Por meio de alguns indicadores, construídos com uso das metodologias participativas, foi
34

possível avaliar as alterações nas atividades econômicas de São Francisco do Aiucá, e outras formas de uso
dos recursos naturais, identificando alternativas para diversificação do plantio e formas de organização para a
comercialização desses produtos.

29
OLIVEIRA, Mara Rita Duarte de. A Escola rural da Vila da Paz: um ensaio etnográfico. 2003. 154 f.
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável,
Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Orlando Nobre Bezerra de Souza

RESUMO: No trabalho “Escola Rural da Vila da Paz: um ensaio etnográfico”, discutiremos a execução do
Programa Escola Ativa, nas escolas rurais do município de Rondon do Pará, no qual teremos como foco
central a Escola M.E.F. Vasco da Gama, localizada na comunidade rural da Vila da Paz. No transcurso deste
estudo, levantaremos questões acerca da contribuição de tal programa para a melhoria do processo ensino-
aprendizagem dos alunos e alunas e para a mudança das práticas pedagógicas das professoras. Ao mesmo
tempo, abordaremos a participação da comunidade local no desenvolvimento das diretrizes propostas,
ressaltando a importância da relação escola e comunidade. Para aprofundarmos a análise dessa temática,
apresentaremos, inicialmente de forma analítica, os programas oficiais de 1930 a 1990 recorrendo à legislação
educacional vigente, para assim compreendermos o contexto atual em que está inserida a educação do campo.
Para isso, também se faz necessário uma incursão dentro dos projetos educacionais dos movimentos sociais
ligados à luta no campo.

30
SILVA, Marizete Fonseca. Pensar o trabalho é pensar a vida: as dimensões da formação na pedagogia da
alternância da escola família agrícola de Marabá-PA. 2003. 103 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado
em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2003.
Orientadora: Ney Cristina Monteiro de Oliveira

RESUMO: Nas diretrizes curriculares do Programa de Formação baseado na Pedagogia da Alternância,


denominado Escola Família Agrícola de Marabá, na qual expressa a suposição de que este pode contribuir
para o desenvolvimento da agricultura familiar por estar alçado metodologicamente numa proposição que
superaria aquela praticada pelas escolas vinculadas ao sistema de educação pública, ou seja, o percurso
pedagógico ocorreria a partir das experiências desenvolvidas no processo socioprodutivo dos jovens e, em
conseqüência disso, dar-se-ía a requalificação do papel da família no processo formativo. Por meio deste
trabalho, analisamos as dimensões da formação que vêm sendo efetivadas pelo programa, tomando como
central a análise do papel atribuído à educação e ao conteúdo da categoria trabalho. Neste sentido,
concluímos que, embora o Programa seja um investimento importante na formação da juventude do campo,
em seu atual nível de desenvolvimento, ainda são pouco evidentes as rupturas com a prática negada do
sistema educacional e os efeitos sobre a agricultura familiar só poderão se fazer sentir mediante à
institucionalização de processos paralelos que viabilizem a presença das famílias e das novas gerações na terra.

2004
31
ABE, Marlene Naoyo. Mártires de abril: o MST semeando a utopia camponesa. 2004. 199 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro
Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2004.
Orientador: Gutemberg Armando Diniz Guerra
35

RESUMO: A descrição do Assentamento Mártires de Abril e a análise dos processos de construção das
práticas e do discurso sobre sua organização e gestão são o objeto deste trabalho. Desse modo é que se
definiu como temática o Estudo das Formas de Organização de Assentamento do MST com a perspectiva de
pensar os processos sociais que se foram construindo nos assentamentos de Reforma Agrária do MST no
Pará, e a sua complexidade a partir da experiência do Assentamento Mártires de Abril que apresenta
peculiaridades. A forma de organização da produção é uma tentativa de se implantar o projeto de organização
de assentamento do MST, que, neste trabalho, foram assim denominados: Grupo Coletivo ou de Produção
no Sistema de Cooperação; Semi-coletivo ou Produção Familiar Integrada e Individual ou Produção Familiar
Não Integrada. Nesta perspectiva, definiu-se como objetivos do trabalho: compreender os limites e as
possibilidades de implementação das formas de organização de assentamento do MST, associando
coletivismo e gestão familiar, a partir da experiência do Assentamento Mártires de Abril; identificar os limites
e as possibilidades das formas de organização da produção coletiva numa perspectiva de construção da
proposta de assentamento; identificar as representações sociais no processo de construção da organização
social, econômica e política do assentamento. Foi possível identificar que no Assentamento Mártires de Abril
predomina a perspectiva de uma forma de organização da produção coletiva com possibilidade de se
desenvolver a semi-coletiva e a individual; existência de diferenciação em nível político-ideológico de cada
pessoa assentada, resultando na distinção dos estágios de desenvolvimento dos núcleos de base, o que vai
determinar a forma de organização de cada núcleo e as estratégias de reprodução e que o contexto que o
Assentamento Mártires de Abril apresenta é de estágio em desenvolvimento, com expressão de conflitos
ainda evidentes, em face ao processo de definição de uma forma própria de organização de assentamento.
Entretanto, existe uma tendência em médio prazo à configuração de um projeto definido como uma nova
alternativa de assentamento com elementos culturais da velha forma de produção, mesclada a uma nova
proposta baseada na exploração semi-coletiva e culturas diversificadas.

32
INTINI, João Marcelo. Luzes e sombras - negociação e diálogo no sul e sudeste do Estado do Pará:
um estudo sobre as políticas públicas para reforma agrária e agricultura familiar. 2004. 212 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro
Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2004.
Orientador: Iran Pereira Veiga Júnior

RESUMO: Discute a problemática da participação nos processos de descentralização das políticas públicas
para a Reforma Agrária e de apoio à agricultura familiar, tomando por base as políticas de crédito agrícola e
assistência técnica e extensão rural. A região de estudo compreende o sul e sudeste do Estado do Pará que
tem, por característica, a violência histórica entre trabalhadores rurais e grupos dominantes e relações de
dominação tradicional. Procuramos demonstrar que a composição de espaços públicos e esferas públicas de
negociação e diálogo são recentes nesta região, e que os atores locais vivenciam o processo de aprendizagem
social, buscando estabelecer novas relações institucionais que garantam sua autonomia e representatividade.
Desta forma, a partir do estudo sobre o processo de descentralização do Estado, o clientelismo na formação
da sociedade brasileira e a composição dos espaços e esferas públicas de discussão e negociação, procuramos
responder em que medida a descentralização e a implementação local das políticas públicas federais criam
para a agricultura familiar condições à efetiva participação dos atores locais (sobretudo quanto às
organizações representativas dos agricultores) e para a mudança das práticas sociais dos diferentes atores
participantes.

33
MOURÃO, Patrícia de Lucena. Um Olhar de gênero sobre a reconstrução da agricultura em
Abaetetuba, Pará. 2004. 164 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e
Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2004.
Orientador: Gutemberg Armando Diniz Guerra
36

RESUMO: A revelação dos aspectos negativos da modernização da agricultura sobre mulheres, homens e
meio ambiente levou à necessidade de desenvolver formas alternativas de produção de alimentos,
estabelecendo novas relações com os ecossistemas locais. Nesta perspectiva, a agroecologia tem uma
importante contribuição por relacionar o modelo tecnológico aos aspectos produtivos, ambientais,
econômicos e sociais, incluindo as relações de gênero. Este estudo trata de analisar as estratégias de produção
e reprodução da agricultura familiar, identificando limites e potencialidades para o desenvolvimento de
agroecossistemas sustentáveis e para o alcance de relações mais eqüitativas. O levantamento dessas estratégias
foi realizado junto aos agricultores da região de terra firme em Abaetetuba - Pará, participantes do Centro de
Tecnologias Alternativas Tipiti. Como resultado desta pesquisa, tem-se que as estratégias da agricultura
familiar avançam mais para a construção da sustentabilidade agroecológica do que para o alcance da eqüidade
de gênero, pela pouca compreensão de que a transformação do padrão tecnológico deve estar associada à
percepção dos papéis e posições ocupadas por homens e mulheres, e que estes, também são passíveis de
alterações. Espera-se com este estudo possa contribuir para este processo.

34
REBELLO, Fabrício Khoury. Fronteira agrícola, uso da terra, tecnologia e margem intensiva: o caso
do Estado do Pará. 2004. 223 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Agriculturas Familiares e
Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2004.
Orientador: Alfredo Kingo Oyama Homma

RESUMO: Analisa o preço de terras de lavouras e pastagens, como um bem durável. Essa condição faz com
que o estoque de terras já incorporado exerça influência no mercado. Procura separar em que sentido os
preços de terras se devem ao caráter especulativo ou produtivo. Os resultados encontrados mostram que o
caráter especulativo dos preços de terras predomina nas Regiões Sul e Sudeste do país. No Estado do Pará e
nos demais Estados da Região Norte, exceção aos Estados do Acre e Roraima, o ganho produtivo é superior
ao especulativo. Essa característica contradiz a idéia comumente em voga de que os ganhos especulativos
constituem a razão do processo de ocupação de terras da Amazônia. A expansão do uso da terra no Estado
do Pará e na Amazônia está relacionada a causas e agentes tão diferentes como migração e crescimento
vegetativo da população; expansão das atividades de "roça" e da pecuária; reagrupamento de propriedades e
concentração fundiária; pólo madeireiro associado a invasões de terras; projetos de assentamento;
intensificação das culturas algodão, milho, arroz, soja. As ações governamentais têm se limitado a agendas
positivas catastróficas, envolvendo proibições, fiscalizações, sanções, entre outros. Essas agendas têm
amplitudes pontuais, dirigindo-se a público errado, visam, na maior parte, às unidades de conservação e o
extrativismo, o que é adequado, mas de efeitos inócuos para a reversão do desmatamento. A redução do
desflorestamento e queimada é mais complicadas do que costumava ser a solução para a sua redução, o que
pode ocasionar o seu recrudescimento, ao invés de provocar a sua diminuição. Os níveis de utilização de
calcário, fertilizantes e tratores são bastante ínfimos quando comparados com outras Unidades Federativas do
País, apesar de sua extrema necessidade com vistas à recuperação das áreas já desmatadas. A criação de novas
alternativas econômicas, a expansão de mercados e o processo de urbanização podem favorecer o de
intensificação da agricultura e conseqüentemente a utilização da fronteira interna já conquistada. Existe,
contudo, o risco da contínua incorporação de novas áreas, se medidas corretivas não forem tomadas com o
processo de criação de "berçários" de áreas desmatadas que tende a incentivar o processo de "construção de
solos". A mecanização agrícola e a utilização de fertilizantes químico e calcário não decorrem de um modelo
de desenvolvimento à maneira de Hayami e Ruttan, mas da indução da agricultura em grande escala e até de
questões trabalhistas. Por outro lado, o alto custo de insumos modernos induz à prática da agricultura de
derruba e queima, indicando a necessidade de políticas públicas consistentes para reduzir o custo de
recuperação das áreas já desmatadas, não centrado na superação dos fatores de produção escassos, mas a de
viabilizar a recuperação de áreas alteradas e de atividades mais adequadas. Há diferentes graus de
sustentabilidade que precisam ser alcançados ao invés da discussão monolítica como tem sido apresentado.
37

2005
35
ARAÚJO, Soraya Maria Mendonça. Formas de organização da produção apoiadas pelo MST:
assentamento João Batista II, Castanhal, Pará. 2005. 128 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em
Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2005.
Orientadora: Claudia Azevedo Ramos

RESUMO: Caracteriza e avalia a performance do sistema de produção coletivo e semi-coletivo, proposto


pelo MST, na perspectiva de melhoria da qualidade de vida e da capacidade de organização de agricultores
familiares em assentamentos. Paralelamente, embora numa situação menos privilegiada, avaliou-se a
performance de alguns dissidentes na gestão individual para entender os gargalos dos outros sistemas. A
hipótese testada foi que as formas coletivas de organização da produção familiar, apesar de envolverem um
grau considerável de organização social e maiores riscos, têm maior probabilidade de sucesso quando
comparadas ao uso individual em situação onde existe um forte aparato institucional bancando essa forma de
gestão. O local escolhido como objeto de estudo foi o Projeto de Assentamento João Batista II, localizado no
Município de Castanhal, na Região Metropolitana de Belém, Pará. Um total de 38 famílias, nos diferentes
sistemas de gestão, foi entrevistado a partir de um questionário semi-estruturado. De acordo com os
resultados obtidos, a principal fonte de renda nos três sistemas foi proveniente da atividade agropecuária,
sendo a maior renda familiar obtida no sistema coletivo, seguido do semi-coletivo. Os três sistemas possuem
culturas mistas, entre perenes e anuais, porém o sistema coletivo proporcionou maior área plantada. A
comercialização da produção nos três sistemas foi realizada indiretamente via o atravessador, mas o sistema
individual buscou outras formas de venda direta para o consumidor. Somente os agricultores nos sistemas
coletivo e semi-coletivo tiveram acesso ao crédito e a assistência técnica, que proporcionou um maior uso de
tecnologias no sistema de produção. Em relação a alguns aspectos de qualidade de vida das famílias, o sistema
semi-coletivo apresentou significativa aquisição de bens de consumo a disposição do lar, que deve-se a maior
autonomia desse sistema. Os membros do sistema coletivo e o semi-coletivo participaram das atividades
comunitárias de produção e das reuniões. Os membros do sistema individual tiveram um papel minoritário
nesses aspectos. A mulher teve um papel maior na tomada de decisão na gestão individual. Considerando
todas as variáveis avaliadas, o sistema individual não foi vantajoso nessa situação. Os sistemas coletivo e semi-
coletivo tiveram uma performance bem melhor e bastante semelhante entre si. No entanto, a maior
autonomia de decisão das famílias no semi-coletivo tem como resultado uma melhoria comparativa na
qualidade de sua moradia e, conseqüentemente, na sua qualidade de vida. Com o tempo, é possível que esta
seja a forma de gestão mais preponderante no assentamento, já que concilia a prática tradicional da agricultura
familiar de trabalhar a terra de forma individual e a proposta do MST de coletivização da produção. A
filosofia de gestão comunitária do MST parece estar funcionando satisfatoriamente nesse assentamento,
devido ao grande investimento desta instituição no fortalecimento do capital social local.

36
ATAÍDE, Tonildes Lisboa de. Agricultores familiares no Município de Igarapé Açu: estudo da
participação em processos de desenvolvimento local sustentável. 2005. 132 f. Dissertação (Mestrado) – Curso
de Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Maria de Fátima Carneiro da Conceição

RESUMO: Trata da participação de agricultores familiares no Município de Igarapé Açu em Processos de


Desenvolvimento Local Sustentável, tomando por referência as suas organizações e o relacionamento com
organismos governamentais e não-governamentais.
38

37
AZEVEDO, James Ribeiro de. Tipologia do sistema de manejo de açaizais nativos praticado pelos
ribeirinhos em Belém, Estado do Pará. 2005. 93 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em
Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2005.
Orientador: Osvaldo Ryohei Kato

RESUMO: O açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.) é um dos principais componentes da renda e do consumo de
ribeirinhos do Município de Belém, Estado do Pará, que manejam o açaizal para a produção de frutos, tendo
o palmito como subproduto. O objetivo deste trabalho foi identificar e caracterizar os diferentes tipos de
manejo de açaizais nativos praticados por esses ribeirinhos. A pesquisa realizou-se na Ilha de Paquetá e Ilha
Grande, Município de Belém, onde foram analisados os diferentes tipos de manejo e as diferentes estratégias
dos ribeirinhos com vistas a contribuir com a implantação de propostas de manejo de açaizais nativos. Os
estudos basearam-se na metodologia de diagnósticos de sistemas agrários, nos quais foram entrevistadas 22
famílias da Ilha Grande e 31 famílias de Paquetá, com auxílio de questionários elaborados com perguntas
abertas e fechadas, abordando a família, a habitação, o patrimônio, a situação fundiária, a renda, o manejo de
açaizal e a comercialização. Os resultados mostraram que os ribeirinhos realizam, de acordo com suas
estratégias, três tipos de manejo de açaizais: intermediário, moderado e sem manejo. O manejo intermediário
obteve a melhor produção de frutos.

38
BRINGEL, Fabiano de Oliveira. Rumos, trechos e borocas: trajetórias e identidades camponesas de
assentados rurais no sudeste do Pará. 2006. 217 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em
Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará,
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.
Orientador: Gutemberg Armando Diniz Guerra

RESUMO: Discute as trajetórias sociais e econômicas de camponeses que compõem o Projeto de


Assentamento Rural Palmares II, localizado no Município de Parauapebas na região sudeste do Pará.
Centramos nossa análise em quatro dimensões da vida: a história migratória, a história da família, a história do
trabalho e a história da educação. Assim, pretendemos estabelecer nexos e diferenciações de contextos
políticos, econômicos, sociais e culturais distintos por que esses camponeses passaram antes de chegar na
ocupação. Objetivamos com isso desvendar formas e estratégias de expropriação que são baseadas na
desqualificação social e econômica do sujeito social camponês, buscando uma requalificação portadora da
negação de um saber capaz de garantir a autonomia dos meios de produção e, logo, ameaçador das
possibilidades de acumulação e de consolidação de atividades econômicas insustentáveis na Região
Amazônica. A resistência à desqualificação e à requalificação encontra forte sustentáculo na matriz
camponesa que esses indivíduos mantêm ao longo de gerações, em signos como a posse e o trabalho na terra,
a mão-de-obra essencialmente familiar, a autonomia dos meios de produção e um estilo de vida que valoriza
uma relação mais direta com a natureza.

39
FIGUEIREDO, Luciene Dias. Empates nos babaçuais: do espaço doméstico ao espaço público – lutas de
quebradeiras de coco babaçu no Maranhão. 2004. 198 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-
Graduação em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade
Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.
Orientadora: Maristela de Paula Andrade

RESUMO: O eixo principal da análise volta-se aos condicionantes presentes no processo de construção das
relações de gênero no chamado Movimento ASSEMA. Busca-se apreender, analisando diferentes momentos
da história de constituição desse Movimento, em que condição se dá a participação de mulheres e homens,
39

tanto na esfera privada quanto pública. Estuda-se o contexto e as situações que levam as mulheres
denominadas como quebradeiras de coco babaçu a questionar a eqüidade de gênero, tanto no domínio da
casa como no espaço público.

40
GOMES, Jorge Evandro Santos. Intervenção e exploração de recursos naturais em comunidade
quilombola: o caso de Abacatal. 2005. 128 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em
Agriculturas Amazônicas, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.
Orientador: Heribert Schmitz

RESUMO: Analisa as possíveis conseqüências da introdução de inovações levadas por agentes de


desenvolvimento, a partir do ponto de vista do pequeno agricultor, assim como a pertinência das atividades
implantadas em comunidade quilombola, discutindo os fatores que influenciaram na adoção de inovações e o
reflexo destas nas formas de uso da terra e recursos naturais. Os resultados apontaram a participação nos
projetos, os resultados alcançados e o perfil do agente como fatores que podem influenciar na decisão do
pequeno agricultor na apropriação de uma prática. A pesquisa revelou que a requisição dos serviços de
Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) no território se constituiu em estratégia dos agricultores para
garantir seu território da ameaça de grileiros. Conclui-se que a sustentabilidade da agricultura familiar local
depende da mudança do sistema predominante, que aparentemente vem comprometendo a manutenção da
cobertura florística do território quilombola, composto de agricultura itinerante e produção de carvão para
outros sistemas mais elaborados como os Sistemas Agroflorestais (SAF’s), juntamente com a organização da
produção.

41
LIRA, José Antonio. Crédito agrícola: uma visão dos beneficiários do FNO no Município de Santo Antônio
do Tauá. 2005. 114 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Familiares e
Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.
Orientadora: Maria de Nazaré Angelo Menezes

RESUMO: Trata da inadimplência dos beneficiários de financiamento agrícola no quadro de uma associação
de produtores no Município de Santo Antônio do Tauá, no Nordeste do Estado do Pará.

42
MATOS, Lucilda Maria Sousa de. Agricultura familiar e informação para o desenvolvimento rural nos
Municípios de Igarapé-Açu e Marapanim. 2005. 147f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-
Graduação em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade
Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.
Orientadora: Lena Vânia Ribeiro Pinheiro
Co-orientadora: Maria do Socorro Andrade Kato

RESUMO: Identifica e analisa as necessidades, demandas e usos de informação por agricultores parceiros do
projeto de pesquisa "Adaptação e validação participativa de uma alternativa tecnológica de preparo de área
sem queima no nordeste paraense", desenvolvido nos Municípios de Igarapé-Açu e Marapanim pela
Embrapa, no processo de comunicação e de informação para ação. Com base em entrevistas e observação foi
traçado o perfil dos agricultores parceiros, agricultores vizinhos e formadores de opinião e identificadas as
suas demandas de informação, sendo a mais significativa relacionada à agricultura (cultivo, doenças, pragas,
financiamento/crédito agrícola), seguida de informações sobre Educação, Previdência Social, Direito etc. O
conceito de informação foi construído a partir de percepções dos entrevistados e foram estudados ainda,
ações participativas promovidas pelo projeto, meios de comunicação de massa de maior audiência, além de
estímulos e barreiras na informação. Entre os atores sociais e institucionais atuantes no processo, há forte
40

participação dos familiares e agricultores vizinhos, como fonte de informação para as comunidades e, entre as
diversas instituições, a Embrapa. Por meio da aplicação da técnica do incidente crítico analisou-se a busca de
informação mais recente, quando agricultores parceiros precisaram de informação para desenvolver suas
atividades, se a obtiveram ou não, e o que isso ocasionou nas suas atividades na agricultura familiar e nas suas
vidas.

43
OLIVEIRA, Dvandro Pedro de. Mudanças nos parâmetros técnicos dos projetos de crédito rural. 2005.
97 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento
Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, Belém, 2005.
Orientador: Heribert Schmitz

RESUMO: Aprofunda as mudanças ocorridas nos parâmetros técnicos, durante o período compreendido
entre 1994 a 2004. Analisou este período em dois momentos distintos: o primeiro entre os anos de 1994 a
1999, que coincide com a predominância da EMATER na elaboração dos projetos e; o segundo a partir de
2000, com a maior participação das prestadoras de serviço na elaboração de projetos para agricultores
familiares assentados. Este segundo momento coincide com a participação das prestadoras de serviço do
Projeto Lumiar. Como o segundo momento de mudanças nos parâmetros técnicos envolveu a participação
dos agricultores familiares e de diversas instituições vinculadas ao crédito rural para assentamentos, me detive
a maior parte das análises. As discussões sobre os projetos são realizadas nos fóruns de discussão técnica
(seminários e reuniões ou oficinas) promovidos pela câmara técnica. Por meio da melhoria no diálogo entre
os atores nos fóruns de discussão técnica, a construção dos parâmetros técnicos no sudeste do Pará vem
proporcionando uma melhoria na aplicação do crédito, apesar de faltar uma análise mais aprofundada da
adaptação dos projetos nos estabelecimentos agrícolas. A ausência de índices técnicos regionais pode colocar
em risco alguns projetos, como o financiamento do PRONAF Florestal. O principal avanço técnico nas
discussões do crédito para a agricultura familiar foi a incorporação das atividades de pequenos e médios
animais e, Sistemas Agroflorestais (SAF’s) como itens financiáveis. Permitiu uma maior adaptabilidade do
crédito à realidade dos agricultores familiares.

44
SERRA, Anderson Borges. Indicadores de sustentabilidade do solo em sistemas alternativos ao uso do
fogo, baseados nos princípios da agroecologia, desenvolvidos por agricultores familiares na região
da Rodovia Transamazônica - oeste do Pará. 2005. 83 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-
Graduação em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade
Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.
Orientadora: Tatiana Deane de Abreu Sá

RESUMO: Discute e testa indicadores de sustentabilidade do solo em sistemas alternativos ao uso do fogo,
baseados nos princípios da agroecologia, desenvolvidos por agricultores familiares na região da Rodovia
Transamazônica no oeste do Pará.

45
VIEIRA, Paulo Roberto. Florestas e comunidade. 2005. 174 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-
Graduação em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade
Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.
Orientador: Gutemberg Armando Diniz Guerra

RESUMO: Na Amazônia oriental, famílias de agricultores constroem seu cotidiano de vida a partir das
florestas que completam a paisagem, apropriando-se dos recursos materiais e não materiais oriundos dessa
vegetação. A pressão humana sobre a natureza, com o passar dos anos, gera um drama social. As famílias
vêem declinarem as florestas à sua volta e sentem ameaçada sua permanência na terra. Buscou-se discutir as
41

diversas faces dessa relação famílias-florestas, embasado na detalhada observação do cotidiano de vida na
Comunidade Jericó, em Garrafão do Norte, Pará, Brasil, utilizando-se como recursos: entrevistas, conversas
informais e registros fotográficos, tendo sempre no conhecimento empírico local sobre a natureza, uma base
sólida para as análises. Existe preocupação por parte das famílias com a degradação das florestas, entretanto,
há uma constante necessidade de utilizá-las na garantia das produções agropecuárias e das outras atividades
cotidianas. E, nesse contexto, a floresta funciona como um espelho do homem, diante do qual ele busca se
entender no mundo.

2006
46
CASTRO, Dulcilene Alves de. Práticas e técnicas agroextrativistas: um estudo de caso com famílias no
pólo rio Capim do PROAMBIENTE. 2006. 125 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em
Agriculturas Amazônicas, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.
Orientadora: Maria de Nazaré Angelo Menezes

RESUMO: O Programa de Desenvolvimento Sustentável da Produção Familiar Rural na Amazônia


(PROAMBIENTE) traz em sua proposta alternativas de uso dos solos e das florestas para a produção
familiar. A comunidade de Monte Sião situada no Município de São Domingos do Capim e participante do
PROAMBIENTE foi a área escolhida para este estudo que trata das práticas sócio-culturais associadas as
técnicas de produção de sistemas agroextrativistas de dez famílias que apresentam um histórico de utilização
dos recursos biofísicos, tais como a extração do látex de seringais nativos, exploração madeireira lenhosas e
sistemas intensivos de produção agrícola que a partir dos anos de 1990 adotaram os Produtos Florestais Não
Madeireiros (PFNM) como um elemento diferencial para a reprodução da agricultura familiar enquanto
unidade de produção e consumo.

47
LAUANDE, Eduardo Andre Risuenho. A Educação de jovens e adultos e os agricultores familiares
estudantes de Mocajuba/PA. 2006. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Agriculturas
Amazônicas, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, Belém, 2006.
Orientador: Orlando Nobre Bezerra de Souza

RESUMO: Trata de questões relacionadas à Educação Jovens e Adultos e à Educação Rural em


Mocajuba/PA, tomando como eixo principal os Agricultores Familiares Estudantes (AFE) mocajubenses. As
questões centrais são: Qual a construção histórica da EJA e da educação rural em Mocajuba? E qual o quadro
atual da EJA oferecida aos estudantes e AFE na zona rural de Mocajuba? Para tanto, elegem-se como eixos
privilegiados: 1) a pesquisa bibliográfica, visando a apresentar a história e a conjuntura da agricultura no
Brasil, Pará e Mocajuba; 2) estudo histórico da EJA e da educação rural do Brasil, do Pará e de Mocajuba e a
pesquisa e o levantamento dos dados oficiais e documentais, para tentar mapear o quadro atual da EJA
oferecida pelos organismos oficiais; 3) a análise do material coletado nas visitas às escolas e em entrevistas
realizadas com os AFE, as professoras e as lideranças sindicais e comunitárias. O estudo permitiu identificar
por meio dos depoimentos que os AFE têm avançado significativamente na dimensão humana, política e
técnica e, quando voltam a estudar ou quando entram pela primeira vez em sala de aula, representa uma
possibilidade de crescer sua cidadania. O que significa avaliar, diante dos resultados desta pesquisa acadêmica,
que a escola e sua educação escolar não são prioridades iniciais e únicas dos AFE e sim um dos instrumentos
de melhoria da qualidade de vida.
42

48
LOPES, Barto Monteiro. Uso da capoeira na extração de lenha: em três comunidades locais no pólo rio
Capim do PROAMBIENTE – PA. 2006. 99 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em
Agriculturas Amazônicas, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.
Orientador: Osvaldo Ryohei Kato
Co-orientadora: Maria de Nazaré Angelo Menezes

RESUMO: A lenha é um dos produtos de fundamental importância para os pequenos agricultores, por ser a
principal fonte de energia calorífica usada em suas atividades cotidianas. É obtida a partir do roçado e da
vegetação secundária, e utilizada por esses agricultores. Os objetivos deste trabalho foram identificar quais as
principais espécies florestais usadas pelos produtores para obtenção de lenha a partir das práticas dos
agricultores; estimar o consumo de lenha por pessoa; analisar as características químicas, físicas e energéticas
da lenha e averiguar suas potencialidades para produção de carvão e gases condensáveis. A pesquisa foi
realizada em três comunidades locais: São José do ltabocal e Fé em Deus, ambos em São Domingos do
Capim e Santa Rita, em Mãe do Rio, todas pertencentes ao Pólo Rio Capim do Programa PROAMBIENTE,
nordeste do Pará. O método utilizado foi o de estudo de caso múltiplo, utilizando-se de várias ferramentas
como pesquisa de campo, entrevistas, questionários, observação direta, agenda de campo, além de análise de
laboratório das características físicas, químicas e energéticas da lenha. Entre os resultados destaca-se que
61,3% dos agricultores necessitam da lenha para dois fins: casa de farinha, onde é o principal combustível
utilizado para o preparo da farinha de mandioca, e na cocção de alimentos, sendo ltabocal a comunidade mais
dependente desta fonte calorífica. Foram encontradas 14 árvores utilizadas como combustível, destacando-se
o lacre, a mitaceira e o ingá. Obteve-se o consumo de lenha, por pessoa, na ordem de 3,80, 3,68 e 2,51
kg/pessoa/dia para as comunidades de Fé em Deus, ltabocal e Santa Rita, respectivamente. Para a produção
de lenha e de carvão vegetal, sobressaíram a mitaceira e o ingá com base, principalmente, nas massas
específicas aparentes do material analisado das referidas espécies (0,52g.cm3 e 0,53g.cm3, respectivamente)
para a escolha como lenha; e no rendimento em carbono fixo, para a escolha de uso como carvão,
estatisticamente superiores ao da terceira espécie florestal analisada (lacre), 24,15% e 23,70%,
respectivamente. Para a produção de gases condensáveis, destaca-se o lacre (com Rendimento em Gases
Condensáveis = 44,93%), com grande potencial de uso por parte dos agricultores familiares.

49
OLIVEIRA, José Sebastião Romano de. Uso do território, experiências inovadoras e sustentabilidade:
um estudo em unidades de produção familiares de agricultores/as na área de abrangência do Programa
PROAMBIENTE, nordeste paraense. 2006. 230 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em
Agriculturas Amazônicas, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.
Orientador: Osvaldo Ryohei Kato

RESUMO: Avalia a sustentabilidade das experiências inovadoras baseadas em indicadores e critérios


fundamentados em teorias científicas pela percepção de agricultores/as dos Municípios de lrituia, São
Domingos do Capim, Concórdia do Pará e Mãe do Rio, na área de abrangência do Pólo Rio Capim do
Programa PROAMBIENTE. Objetivou compreender o cotidiano desses atores sociais no uso do território
por meio de práticas de mínimo impacto ambiental e os motivos que os levaram a estender os tradicionais
sítios ou quintais para outras parcelas das Unidades de Produção Familiares (UPFs), transformando-as em
Sistemas Agroflorestais (SAFs). A metodologia adotada compreendeu na construção de um formulário, a
coleta de dados empíricos e convívio direto em 78 UPFs, o que permitiu a identificação de constructo de
variabilidade pela Análise Fatorial, estabelecendo quatro fatores: produção e comercialização; prática de
produção; intervenção e questão de gênero. O primeiro fator foi utilizado como critério para a seleção e
retorno em 18 UPFs, definidas para aplicar o questionário e o formulário de notas avaliativas referentes aos
indicadores econômicos, social, cultural e ecológico-ambiental. A avaliação da sustentabilidade foi feita por
meio da consolidação destes indicadores utilizando o método agroecológico da “Ameba” e o mapeamento da
43

mesma pelo método de interpolação do “vizinho mais próximo” na área de estudo. Como resultados aos
indicadores cultural e ecológico/ambiental, apresentaram-se em melhores condições em termos de
sustentabilidade com a conceituação de bom para excelente, enquanto que inversamente foi a situação
demonstrada pelos indicadores social e econômico, dos quais os resultados avaliados estão no limiar do que
se pode deduzir como sustentável com desempenho de fraco para suficiente.

50
OLIVEIRA, Rosa de Souza. Expectativas de jovens que vivem em assentamento: um estudo sobre a
tríade trabalho-educação-família. 2006. 153 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em
Agriculturas Amazônicas, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.
Orientador: Orlando Nobre Bezerra de Souza

RESUMO: O estudo procura compreender as expectativas de jovens que vivem no assentamento Luiz Lopes
Sobrinho, localizado no Município de São Francisco do Pará. É uma pesquisa caracterizada como quantitativa
e qualitativa, uma vez que os dados tiveram tratamento estatístico e interpretativo com base na análise de
conteúdo. Utilizou o Método Probabilístico Aleatório Estratificado para a seleção da amostra. Os
instrumentos de coleta de dados foram os seguintes: observação direta e entrevista por meio de formulário e
de roteiro. O corpus da pesquisa se constituiu no discurso de trinta jovens do gênero masculino ou feminino,
na faixa etária de 15 a 24 anos e inseridos em uma família de origem ou de reprodução. As aproximações
conclusivas revelaram que a produção da juventude desse assentamento, em geral, nutre expectativas de
exercer atividades distintas da agropecuária, com a finalidade de melhorar sua condição de vida, deseja
transmitir valores e regras sociais, objetivando dar continuidade aos saberes adquiridos na família de origem;
espera conseguir um trabalho/emprego/formação profissional, buscando um sentido à própria existência,
bem como quer constituir família, ter uma (um) companheira (o) e filhos com a finalidade de reproduzir o
modelo de família vigente. Essas esperanças, em seu conjunto, reportam para a esfera de políticas que
possibilitem desenvolvimento rural.

51
SANTOS, Loraine de Oliveira Lauris dos. Percepção de um grupo de agricultores da localidade São
João do Município de Marapanim-PA, sobre o método de corte e trituração como alternativa ao
método tradicional de corte e queima da vegetação secundária. 2006. 184 f. Dissertação (Mestrado) -
Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas, Centro Agropecuário, Universidade Federal do
Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.
Orientador: Sérgio Roberto Martins

RESUMO: Os sistemas de produção agrícolas estão em constante transformação, a todo instante surgem
novas formas de exploração agrícola, afetando a base dos recursos naturais e modificando o meio cultivado.
O impacto de uma nova técnica de sistema de cultivo pode afetar o conhecimento dos agricultores que, ao
longo dos anos, é transmitido de geração para geração. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o processo
de mudança técnica do sistema tradicional de preparo de área (corte-e-queima) pelo processo de corte e
trituração das capoeiras e qual o seu impacto na prática agrícola tradicional de uma comunidade. O trabalho
realizou-se com os agricultores da Comunidade São João no Município de Marapanim – Pará. Como método
de pesquisa, utilizou-se entrevistas semi-estruturadas, estruturadas e imersão na comunidade para coleta de
dados com quatorze agricultores, onde, desse conjunto, selecionou-se nove agricultores definidos como
parceiros por estarem participando do Projeto de Inovação Tecnológica (Tipitamba) e cinco agricultores
vizinhos, por estarem inseridos na mesma comunidade e habitarem área contígua a dos que fazem parte do
projeto. Os resultados obtidos foram: A tecnologia de corte e trituração faz com que haja mudanças nas
práticas agrícolas (a época de preparo de área o que propicia uma flexibilização do calendário agrícola,
redução no número de capinas, redução de tempo para o preparo de área; melhorias na qualidade do solo –
aumento da produtividade agrícola – mudanças na forma de realizar o plantio e fazer as capinas); o alto custo
de implantação e manutenção do método de trituração que é considerado pelos agricultores como um fator
limitante para sua consolidação; os agricultores escolhem as áreas para os cultivos de acordo com algumas
44

características de capoeiras (coloração, idade, espécies nativas) e não há diferenças de escolha das áreas para
os cultivos levando em consideração o método de preparo de área. Assim conclui-se: (1) os sistemas de
cultivo, da localidade São João, sofreram impactos à inovação tecnológica (corte e trituração das capoeiras);
(2) o método de preparo não é um fator determinante na escolha das áreas para a implantação dos cultivos;
(3) a qualidade do solo, segundo a percepção dos agricultores, está mais relacionada com aspectos e
características das capoeiras.

52
SOARES, Soraia Melissa Failache. Em Boa Esperança - momentos da organização social de uma
comunidade da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, AM. 2006. Dissertação (Mestrado) -
Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas, Centro Agropecuário, Universidade Federal do
Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.
Orientador: Samuel Maria de Amorim e Sá

RESUMO: Trata de alguns aspectos relacionados às formas de organização social desenvolvidas por
moradores de uma comunidade da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amaná, localizada no Estado do
Amazonas, unidade de conservação que propõe a permanência da população ao longo do tempo. A
importância de estudar as formas de organização social associadas ao uso dos recursos naturais praticadas por
populações locais, consiste em levantar subsídios para reconhecer possibilidades e necessidades do padrão de
organização social atual e se possível trabalhar melhores formas de gestão dos recursos naturais (por meio de
intervenções de desenvolvimento), abordando a negociação entre os diferentes atores, no contexto de uma
unidade de conservação: moradores (residentes), usuários (não-residentes), extensionistas e pesquisadores,
partindo do conhecimento atual de sua organização social.

53
SOUSA, Walter Paixão de. A Dinâmica dos sistemas de produção praticados em uma unidade de
conservação de uso direto na Amazônia – a Reserva Extrativista do Rio Cajari no Estado do Amapá.
2006. 178 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas, Centro
Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.
Orientadora: Laura Angélica Ferreira

RESUMO: Aborda um tipo específico de extrativismo: o extrativismo da castanha-do-Brasil realizado na


Reserva Extrativista do Rio Cajari, no Estado do Amapá (RESEX/CA). O trabalho é uma continuidade de
pesquisas realizadas no ano de 2000, e tem como foco principal compreender a dinâmica dos sistemas de
produção, praticados na RESEX/CA. Neste trabalho, percebemos que as mudanças ocorridas nos sistemas
de produção praticados na RESEX/CA de 2000 para 2005, evidenciam que, além de fatores de ordem
econômica, a permanência das práticas agrícolas com o extrativismo da castanha se rege por outros fatores. A
relação histórica de uso da floresta com o extrativismo e as agriculturas é bem mais complexa, não podendo
ser avaliada apenas do prisma econômico. Os dados demonstram que as unidades de produção extrativistas
são aquelas de menor desempenho econômico, e, apesar disso, não há um movimento das famílias em acabar
com esse sistema. Ao contrário, o tipo extrativista não apenas se manteve, mas aumentou de
representatividade de 2000 para 2005, indicando atratividade deste tipo para as famílias da RESEX/CA.
Entretanto, os sistemas agroextrativistas também cresceram, indicando que algumas famílias procuram
alcançar melhores níveis de qualidade de vida, através da agricultura. Em se tratando de uma unidade de
conservação de uso direto, para esta reserva extrativista deveria ser direcionada ações de apoio aos
castanheiros da RESEX/CA, para que eles pudessem ter melhores condições de vida, sem ter que investir em
outras atividades que não o extrativismo.
45

54
SOUZA, Ana Paula Santos. O Desenvolvimento socioambiental na Transamazônica: a trajetória de um
discurso a muitas vozes. 2006. 140 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Agriculturas
Amazônicas, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, Belém, 2006.
Orientador: Iran Pereira Veiga Júnior

RESUMO: A Transamazônica é uma região de fronteira agrícola planejada pelos governos militares, com a
finalidade de ligar a Amazônia ao restante do país. Com o abandono do projeto de colonização, os migrantes
reagiram e com o apoio da Igreja Católica criaram um movimento social forte. O discurso do
desenvolvimento sustentável, difundido pela ECO92, chega à Transamazônica em 1989, a partir do Encontro
dos povos indígenas do Xingu, em protesto à construção da Hidrelétrica de Belo Monte. O enfoque desse
trabalho é o discurso. Trata-se de uma análise histórico-social do discurso oral e escrito dos agricultores e da
Igreja Católica, sobre o desenvolvimento e o meio ambiente, identificando limites e possibilidades, bem como
as mudanças provocadas por ele no cenário político, social e ambiental da região. Utilizou-se a ferramenta da
Análise do Discurso, a partir da categoria da interdiscursividade, definida por Fairclough (2001) como a
combinação de vários elementos de ordem de discurso em um mesmo discurso. O objetivo dessa categoria é
especificar os tipos de discurso que estão delineados na amostra discursiva sob análise. A área do estudo está
situada na região oeste do Pará com um recorte espacial nos municípios localizados ao longo da BR-230, de
Rurópolis a Pacajá, na BR 163 de Rurópolis a Itaituba e no Médio Xingu, incluindo os Municípios de Vitória
do Xingu, Senador José Porfírio e Porto de Moz. Essa região é também a área prioritária de atuação da
Prelazia do Xingu e do movimento social coordenado pelos agricultores familiares. Quatro assuntos foram
selecionados para a análise: a demarcação da terra indígena Cachoeira Seca, o FNO Especial, a construção de
Belo Monte e o Programa Proambiente. Os resultados mostraram que o discurso socioambiental
internacional influenciou o movimento social dos agricultores da Transamazônica e Xingu. Entretanto, a
criação das RESEX, parques, bem como os debates sobre os impactos ambientais de Belo Monte, a expansão
da soja e outras iniciativas revelaram também que a agricultura familiar diversificada, com acesso às políticas
públicas, tendo sua produção beneficiada e comercializada, é o modelo de desenvolvimento almejado por
esses atores. O Proambiente é um exemplo disso.

2007
55
AMARAL, Waldiléia Rendeiro da Silva. Do jirau ao geral: mulheres no Sindicato de Trabalhadores Rurais
no Estado do Pará, Brasil. 2007. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Agriculturas
Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2007.
Orientador: Gutemberg Armando Diniz Guerra

RESUMO: Analisa a presença das mulheres nos sindicatos de trabalhadores rurais no Estado do Pará. Reflete
a história da construção do sindicalismo de trabalhadores rurais na região enfocando a alteração de seu perfil,
ao longo dos últimos trinta anos, com destaque para a participação das mulheres. Baseia-se em documentos
históricos e entrevistas com diferentes atores que ocupam posições no movimento sindical em níveis
nacional, estadual e municipal. No total, foram realizadas quinze entrevistas. A partir das reflexões sobre o
conceito de gênero, fez-se questionamentos aos dados que pudessem esclarecer os debates e opiniões sobre
em que medida a atuação feminina na direção do sindicato tem alterado as práticas sindicais. A pesquisa
aponta para caminhos de reflexão e a necessidade de novos estudos. A intensificação do debate sobre gênero
no movimento sindical e a adoção de instrumentos de estímulo para garantia da participação têm aumentado
o número de mulheres na direção das organizações sindicais de trabalhadores rurais. Este esforço não tem
sido suficiente para que a presença feminina se iguale à masculina, ocupando as mulheres cargos de menor
46

relevância nestas organizações. Revelam-se as dificuldades vivenciadas por elas e ocorrência de antigas
práticas de discriminação. Finalmente, apresentam-se novos posicionamentos a serem tratados pela
organização sindical de trabalhadores e trabalhadoras rurais.

56
GOMES, Denyse Maria de Almeida. Cadeia de comercialização de produtos de floresta secundária dos
Municípios de Bragança, Capitão Poço e Garrafão do Norte. 2007. Dissertação (Mestrado) - Programa
de Pós-Graduação em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Centro Agropecuário,
Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2007.
Orientador: Francisco de Assis Costa
47
48
49

1998
57
CASSEB, Alexandre do Rosário. Diagnóstico da parvovirose canina com destaque para a prova de
hemaglutinação utilizando hemácias de macaco-prego (Cebus apella), macaco verde africano
(Cercopitecus althiops) e suínos (Sus scrofa domestico). 1998. 65 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Pós-Graduação em Ciência Animal, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1998.
Orientadora: Éva Lászlóné Molnár

RESUMO: Determina a presença do CPV (Parvovirus canino) em cães pertencentes à cidade de Ananindeua,
Estado do Pará, mediante exame clínico e laboratorial com ênfase para os métodos de hemaglutinação e
inibição, comparando três diferentes tipos de hemáceas. Para tal, estudou 146 amostras fecais de animais
doentes que apresentavam diarréia, independente de sexo, raça e idade, e vinte amostras fecais de animais
sadios (sem diarréia), provenientes de uma clínica veterinária com prontuários médicos. Analisou, também,
por meio de anamnese, exame clínico e parasitológico das fezes para verificação da presença de endoparasitas
intestinais. Para o diagnóstico laboratorial de CPV, utilizou a prova de hemaglutinação e inibição para CPV
com hemáceas de macaco verde africano (Cercopitecus althiops), macaco prego (Cebus apella) e suíno (Sus scrofa
domestico). O soro hiperimune utilizado na prova de inibição da hemaglutinação foi obtido através de
hiperimunização de coelhos com vacinas vivas atenuadas e verificada a presença de anticorpos por meio da
técnica de imunodifusão, e os controles positivos e negativos foram testados em um kit comercialmente
disponível para verificação do CPV nas fezes. Foi diagnosticado CPV em 95 amostras de fezes dos 146
animais doentes, e em nenhum dos 20 animais sadios. A metade destes animais também apresentava parasitas
intestinais e 51 animais doentes foram negativos para CPV. Esses dados comprovam a existência deste vírus
na região como importante causa de diarréia. Este trabalho demonstra pela primeira vez a utilização de
hemáceas de macaco-prego (Cebus apella) para a prova de hemaglutinação, comprovando que o mesmo tem
alta sensibilidade e baixa especificidade, que pode ser corrigida por meio do uso de soro hiperimune na prova
de inibição da hemaglutinação. Esse teste mostrou-se de fácil execução e de baixo custo econômico para e de
uso na rotina laboratorial.

1999
58
BENDAHAN, Amaury Burlamaqui. Avaliação das pastagens em propriedades leiteiras da
microrregião de Castanhal, Estado do Pará. 1999. 81 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação
em Ciência Animal, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio
Goeldi, Belém, 1999.
Orientador: Jonas Bastos da Veiga

RESUMO: O sistema de produção leiteira da microrregião de Castanhal, no Estado do Pará, é caracterizado


pelo baixo nível tecnológico que resulta em baixa produtividade das vacas. A alimentação do rebanho é
basicamente de pastagens de quicuio (Brachiaria humidicola) (Rendle Schweickerdt) de baixa qualidade.
Objetivou-se analisar o complexo solo-pastagem das propriedades leiteiras dessa microrregião. A pesquisa de
campo se desenvolveu de agosto/1998 a julho/1999 em seis propriedades, mediante duas campanhas de
amostragem, uma no verão (solo e pastagem) e outra no inverno (pastagem). Os piquetes utilizados pelas
vacas em produção foram divididos em três partes, em função do nível relativo de declive-baixo, médio e alto.
Para avaliar a pastagem, utilizaram-se cinco quadrados amostrais de 0,5m2, ao acaso, em cada unidade
experimental. As amostras de forragem foram cortadas a 5cm do chão e as de solo (três para cada uma de
forragem) tiradas à profundidade de 0-20cm. As análises laboratoriais da forragem foram feitas na fração
50

folha da forragem. A análise estatística foi feita considerando o desenho experimental completamente
casualizado. As variáveis analisadas foram: a) Quantitativas - disponibilidade total de forragem e de folha,
porcentagem de folha e altura da pastagem; b) De cobertura - cobertura da pastagem restrita, cobertura da
juquira restrita, área descoberta restrita, cobertura da pastagem integral, cobertura de juquira integral e área
descoberta integral; c) Qualitativas - proteína bruta, digestibilidade in vitro da matéria orgânica, fósforo e
potássio; e d) Edáficas - areia grossa, areia fina, silte, argila total, pH, carbono, matéria orgânica, N, P, Na, Ca,
Ca+Mg, Al+++ e saturação de bases. Os resultados mostraram que os solos, na sua maioria, pertencentes à
unidade Latossolo Amarelo, são de baixa fertilidade. A quantidade total de forragem disponível para os
animais fios pastos foi satisfatória, entretanto, a disponibilidade de folhas (parte mais nutritiva da pastagem)
pode ter limitado a performance animal, assim como os teores de proteína bruta e de fósforo e a
digestibilidade da forragem. A grande diversidade de manejo das pastagens, entre propriedades e ao longo do
ano, impediu de se mostrar claramente o efeito da estação do ano na maioria das características da pastagem.
Apenas os teores de proteína bruta e de potássio da forragem foram, em geral, maiores no inverno. Bastante
suave nas propriedades, o declive não afetou as características da pastagem. A baixa dominância da forrageira
na cobertura do solo pode estar agravando o superpastejo da pastagem.

59
BITTENCOURT, Paulo Celso Santiago. Características das pastagens no sistema de produção leiteira
da agricultura familiar no Município de Uruará, Pará, região da Transamazônica. 1999. 78 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.
Orientador: Jonas Bastos da Veiga

RESUMO: O sistema de produção leiteira desenvolvido pela agricultura familiar no Município de Uruará, no
Estado do Pará, é caracterizado pelo baixo nível tecnológico resultando em baixos índices de produtividade.
A alimentação do rebanho baseia-se unicamente na pastagem de Marandu (Brachiaria brizantha (Hochst ex. A
Rich) de baixa qualidade. Objetivou-se analisar o complexo solo-pastagem das propriedades leiteiras desse
município. A pesquisa de campo se desenvolveu de agosto de 1998 a julho de 1999, em quatro propriedades,
por meio de duas amostragens, uma no verão (solo e pastagem) e outra no inverno (pastagem). Cada piquete
utilizado pelas vacas em produção foi dividido em três partes, em função do nível relativo de declive-baixo,
médio e alto. Para avaliar a pastagem, utilizaram-se cinco quadrados amostrais de 1,0 m2 ao acaso, em cada
unidade experimental. As amostras de forragem foram cortadas a 5cm do chão e as de solo (quatro, para cada
uma de forragem) retiradas à profundidade de 0 a 20 cm . As análises laboratoriais da forragem foram feitas
na fração folha. O desenho experimental utilizado foi completamente casualizado. As variáveis analisadas
foram: a) Quantitativas - disponibilidade total de forragem, disponibilidade de folha, porcentagem de folha e
altura da pastagem; b) De cobertura - cobertura da pastagem restrita, cobertura da juquira restrita, área
descoberta restrita, cobertura da pastagem integral, cobertura de juquira integral e área descoberta integral; c)
Qualitativas - proteína bruta, digestibilidade in vitro da matéria orgânica, fósforo e potássio; e d) Edáficas -
areia grossa, areia fina, silte, argila total, pH, carbono, matéria orgânica, N, P, K, Na, Ca, Ca+Mg, Al+++ e
saturação de bases. Os resultados mostraram que os solos sob pastagem pertencem, predominantemente, à
unidade Podzólico, sendo de textura argilosa e de baixa fertilidade. A quantidade total de forragem disponível
para os animais nos piquetes foi satisfatória, entretanto, a disponibilidade de folhas (parte mais nutritiva da
pastagem) pode estar limitando a performance animal, assim como os teores de proteína bruta, de fósforo e a
digestibilidade da forragem. A grande diversidade de manejo de pastagem, entre propriedades e ao longo do
ano, impediu de se mostrar claramente o efeito da estação do ano nas características quantitativas e de
cobertura da pastagem. Já as médias de proteína bruta, digestibilidade in vitro da matéria orgânica, fósforo e de
potássio da forragem foram maiores no inverno. Mesmo bastante acentuado, o declive não afetou
consistentemente as características da pastagem. De modo geral, o baixo domínio da forrageira sobre o solo é
baixo, podendo implicar em superpastejo na pastagem.
51

60
COSTA, Palmiro Alvão da. Produção forrageira e valor nutritivo do capim-estrela (Cynodon
nlemfuensis Vanderyst) em três idades de corte, em Belém, Pará. 1999. 33 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,
Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.
Orientador: Ari Pinheiro Camarão

RESUMO: O capim estrela (Cynodon nlemfuensis Vanderyst) foi introduzido na Amazônia na década de 70 e
começou a ser testado em 1976, quando foram feitas restrições em função das altas exigências em fertilidade
dos solos. Este capim está sendo utilizado por produtores da Zona Bragantina em sistema de pastejo rotativo,
que, todavia, dispõem de poucas informações sobre o seu manejo, a produção e o valor nutritivo. Assim, este
trabalho objetiva avaliar a produção forrageira e o valor nutritivo em três idades de corte (21, 42 e 63 dias), a
fim de estabelecer bases para um manejo da pastagem mais equilibrado entre o potencial produtivo e o valor
nutritivo da forrageira. O trabalho realizou-se no Laboratório de Nutrição Animal da Embrapa Amazônia
Oriental, em Belém, Pará, no período de junho a julho de 1999, utilizando-se uma área de capim-estrela
estabelecida há dois anos. As variáveis de respostas medidas foram: produção de forragem, relação
folha/colmo, teores de Proteína Bruta (PB), Fbra Bruta (FB) e Extrato Etéreo (EE), Resíduo Mineral Fixo
(RMF), Extrato Não Nitrogenado (ENN), consumo e digestibilidade da Matéria Seca (MS), PB, FB, EE,
Nutrientes Digestíveis Totais (NDT) e energia digestível. Analisaram-se esses parâmetros em delineamento
experimental inteiramente casualizado, com três idades de corte. Usaram-se sete repetições para produção de
forragem, quatro repetições para composição química da parte aérea e relação folha/colmo e cinco repetições
para consumo e digestibilidade "in vivo" da forragem. Utilizaram-se quinze ovinos deslanados, com idade
média de um ano, com 25 kg de peso vivo. As variáveis de resposta foram correlacionadas entre si. A
produção de Matéria Seca (MS), teores de FB da parte aérea e folha aumentaram, enquanto a percentagem de
folha, relação folha/colmo, os teores de PB da parte aérea, folha e colmo, EE, RMF, consumo e
digestibilidade da MS, PB, EE, ED diminuíram com o aumento da idade de corte. O efeito da idade na
produção de MS, na produção de PB, nos teores de PB e FB da parte aérea e folha, % de folha, consumo de
MS, foram melhor representadas pelas regressões lineares, enquanto a digestibilidade da MS, PB, EE, NDT e
ED, pelas regressões quadráticas. Houve correlação simples (r) significativa (* P<0,05) entre a maioria das
variáveis estudadas. A relação folha/colmo e a percentagem de folha apresentaram coeficientes de correlação
com outras variáveis do valor nutritivo acima de 0,81*, indicando serem bons parâmetros para avaliar o valor
nutritivo das forragens, além de serem métodos de fácil execução e de custo reduzido. Para o manejo do
capim-estrela, a idade que melhor equilibra entre a produção e o valor nutritivo é de 42 dias.

61
LIMA, Francisco Valcenir Araújo de. Avaliação soroepidemiológica da B. bovis no Estado do Pará
através do método diagnóstico ELISA Indireto. 1999. 64 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Medicina e Saúde Animal, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,
Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.
Orientador: László Molnár

RESUMO: Em 11 municípios do Estado do Pará, Brasil, colheram-se 1.330 amostras de soro para examinar a
prevalência de infecção por Babesia bovis e 105 amostras de sangue periférico e de rins de animais clinicamente
sadios para demonstração direta do parasita. As amostras de soro foram examinadas por método ELISA
Indireto (kits assegurados pela FAO/IAEA, Vienna), e as lâminas preparadas de impressão renal e de sangue
periférico e coradas com Giemsa. De 105 amostras preparadas por impressão renal, oito (7,61%)
demonstraram-se positivas. Nenhuma das lâminas preparadas com sangue periférico afirmou-se como
positivas. Os rebanhos de onde fizeram-se as lâminas foram altamente infectados (80,37%). De 1.330
amostras de soro oriundas de 31 rebanhos, 700 amostras resultaram-se positivas, o que representa 52,63% de
prevalência. Em todos os 31 rebanhos foram encontrados animais soropositivos. A prevalência de
soropositividade alternou-se entre 5 e 100%. Em dois rebanhos encontrou-se prevalência menor que 15%, e
52

em nove, a proporção de soropositividade ultrapassou 80%, então 64,51% (20/31) dos rebanhos
encontraram-se em situação de instabilidade enzoótica. Examinando os resultados, segundo a faixa etária
descobriu-se que a proporção da infecção aumenta com o avançar da idade: 6 a 12 meses de idade: 23,61%; 1
a 2 anos de idade: 31,09%; 2 a 4 anos de idade: 46,96%; e > 4 anos de idade: 59,89%. É acentuado que a
técnica do ELISA Indireto é apta para fazer exames soroepidemiológicos em massa e isso seria muito
importante não somente para o Estado do Pará, mas para todo o país.

62
LIMA, Paulo Roberto Galdino de. Prevalência da leucose enzoótica dos bovinos no Estado do Pará.
1999. 70 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Medicina e Saúde Animal, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.
Orientadora: Éva Lászlóné Molnár

RESUMO: Em 31 rebanhos bovinos de 18 municípios localizados nas seis mesorregiões do Estado do Pará,
colheram-se 514 amostras de soro sangüíneo e 118 amostras de leite para mensurar a prevalência da infecção
pelo vírus da LEB. Estas amostras foram examinadas através do método ELISA Indireto. De 514 soros
sangüíneos, aptos para exame, resultaram positivas 364 amostras, o que representa 70,81% de prevalência.
Em todos os 31 rebanhos, exceto um, encontraram-se animais soropositivos. A prevalência de
soropositividade alternou-se entre 5 e 100%. Examinando os resultados, segundo a faixa etária, descobriu-se
que a proporção da infecção aumenta com o avanço da idade, entretanto, não foi encontrada diferença
importante segundo a idade (as amostras foram provenientes de animais entre 3 e 12 anos de idade). As
amostras de leite foram colhidas em 12 rebanhos (dos mesmos animais que foram colhidas as amostras de
sangue). Contudo, 98 animais do total destes rebanhos, as amostras de leite foram colhidas entre um e dois
anos após a coleta das amostras de sangue. Todas as 20 amostras de leite, bem como as 19 de sangue que
foram simultaneamente colhidas, resultaram em positivas. Acredita-se que o exame do leite através do
método ELISA Indireto seja bastante promissor.

63
LOPES, Cristina Ferreira Alves. Avaliação soroepidemiológica da brucelose em animais e humanos
procedentes de alguns municípios do Estado do Pará - Brasil. 1999. 113 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Pós-Graduação em Medicina e Saúde Animal, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal
do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.
Orientador: László Molnár

RESUMO: Coletaram-se amostras de soros de bovinos, bubalinos, ovinos, eqüinos, caninos e humanos em 9
(nove) fazendas do Estado do Pará, com a intenção de verificar e relacionar a ocorrência da brucelose entre
espécies que mantêm contato com rebanhos bovinos infectados. Os soros de bovinos foram examinados pela
prova de ELISA Indireto e os soros das demais espécies por ELISA Competitivo. A ocorrência de
soropositividade nas diferentes espécies foi a seguinte: bovinos 28,76% (559/1943); bubalinos 18,39%
(16/87); eqüinos 27,67% (44/159); ovinos 1,31% (2/152); caninos 9,37% (3/32) e humanos 32% (16/50). A
partir dos resultados, observou-se que nas fazendas onde o rebanho bovino apresentou índices mais altos de
reagentes, as demais espécies, inclusive o homem, também apresentaram positividade elevada, o mesmo
ocorrendo onde a convivência entre as espécies é mais estreita e pode-se concluir que, realmente, as espécies
que convivem com rebanhos bovinos são importantes epidemiologicamente e podem servir de fonte de
infecção, devendo ser levadas em conta quando se pretende erradicar a brucelose.

64
NEGRÃO, Andréa Maria Góes. Diagnóstico da leptospirose bovina em algumas regiões do Estado do
Pará - Brasil. 1999. 96 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Medicina e Saúde Animal,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.
Orientadora: Éva Lászlóné Molnár
53

RESUMO: Fez-se pesquisa sorológica pelo teste de soroaglutinação microscópica, utilizando 27 cepas de
antígenos vivos para encontro de anticorpos leptospíricos em bovinos de matadouro e de fazenda em
algumas regiões do Estado do Pará. Nas amostras do matadouro também foi feita demonstração direta de
leptospiras pelos métodos de impregnação pela prata em amostras de rim, e de coloração de Vágó em
amostras de urina e rim. Estas pesquisas tiveram como objetivos verificar a soroprevalência da leptospirose e
demonstrar a presença de leptospiras em rebanhos escolhidos aleatoriamente em alguns municípios do
Estado do Pará, Brasil. Das 417 amostras analisadas em 23 rebanhos, 275 (65,9%) mostraram-se positivas a
pelo menos um sorovar, e todos os rebanhos foram reagentes, demonstrando reações de no mínimo três e no
máximo 18 sorovares em cada rebanho. A porcentagem de positividade nos rebanhos alternou-se entre 30 a
90%. O sorovar de maior prevalência nas amostras pesquisadas foi hardjo reagindo em 20,1%, seguido de
hebdomadis com 18,2%, djasiman com 14,4%, bratislava com 10,5%, andamana com 7,1%, patoc com 6,9%
e sejroe com 6,7%. Os outros sorovares reagiram em menos de 3% cada um, exceto panama que não reagiu
em nenhuma amostra. Os sorovares mais difundidos nos rebanhos foram hardjo em 82,6% dos rebanhos
pesquisados, bratislava em 78,2%, djasiman em 65,2%, andamana em 56,5%, hebdomadis e sejroe ambos em
43,4%, patoc em 34,7% e castellonis em 30,4%; os outros sorovares reagiram em menos de 30%. O título
máximo pesquisado foi de 1:800, sendo encontrado nos sorovares hardjo, hebdomadis, andamana, castellonis,
pomona e javanica. O título de 400 foi encontrado nos sorovares djasiman, patoc, sejroe e shermani, e de 200
em bratislava, saxcoebing, pyrogenes, tarassovi e australis. Os outros sorovares reagiram com título máximo
de 100. A demonstração direta de leptospiras pelo método de coloração de Vágó em amostras de urina
mostrou 29,9% de positividade, enquanto que em amostras de rim foi de 24,4% de amostras positivas. Por
meio do método de impregnação pela prata em amostras de rim foi possível demonstrar leptospiras em
34,7% das amostras pesquisadas.

2000

65
COSTA, Antônio Messias. Toxoplasmose animal e humana no Parque Zoobotânico do Museu
Paraense Emílio Goeldi, Belém, Pará, Brasil. 2000. 99 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em
Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2000.
Orientadora: Marinete Marins Póvoa

RESUMO: Investigou-se sorologicamente, a prevalência de infecção pelo Toxoplasma gondii em animais cativos
e livres no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), em Belém – Pará – Brasil,
utilizando as técnicas de Hemaglutinação Passiva (HAP) e Imunofluorescência Indireta (IFI). De 153 animais
testados, 66 (42%) apresentavam evidência sorológica de toxoplasmose pela IFI e 110 (72%) pelo HAP. A
prevalência mais alta de anticorpos por meio de ambos os testes foi verificada entre primatas não humanos
neotropicais, 100% (7/7). Entre cutias (Dasyprocta sp) encontramos a prevalência de 82% (49/60) pela IFI e
83% (50/60) pela HAP; em antas 50% (2/4) pela IFI e 75% (3/4) pela HAP. Para outros grupos (gatos
invasores, carnívoros silvestres e aves silvestres), obtivemos prevalências entre 44% e 80% pela HAP e baixo
percentual pela IFI. Os Xenarthra apresentaram 30% (3/10) de soropositividade pela IFI e 10% (1/10) pela
HPA. Também foram realizados testes sorológicos em 20 humanos com atividades diretas no Parque. A
soropositividade neste grupo foi de 85% (17/20) pela IFI e 75% (15/20) pela HAP. Os mais altos títulos
obtidos ocorreram entre os tratadores da área de felídeos e varredores do Parque, que também foram
positivos pelos testes HAP e ELISA. Na mesma área de estudo, ocorreram dois surtos de toxoplasmose
aguda, diagnosticados em dois grupos de primatas amazônicos: 6 cuxiús (Chiropotes s. chiropotes) e 3 macacos-
barrigudos (Lagothrix lagotricha). O primeiro grupo manifestou sinais clínicos de febre, convulsão e
incoordenação motora, evidenciando à necrópsia um quadro anatomopatológico de hemorragia generalizada,
muito similar a quadros patológicos de intoxicação por rodenticidas, com muito sangue em órgãos e
cavidades. No segundo grupo, observaram-se sinais clínicos de letargia e insuficiência respiratória. As
alterações macro e microscópicas (pneumonia fibrinosa, inflamação, granuloma e focos necróticos em
54

diferentes órgãos, enterite com úlcera) são achados característicos da toxoplasmose descrita em espécies
silvestres e domésticas. Em todos os tecidos foram encontrados cistos toxoplasmáticos pelos métodos de
PAS e Giemsa. A provável fonte de contaminação foram gatos invasores presentes em grande número no
Parque Zoobotânico. Neste estudo foi observado que o teste de hemaglutinação passiva se mostrou melhor
para detecção de anticorpos anti-T. gondii na maioria das espécies estudadas, e que os animais livres no Parque
Zoobotânico são importantes indicadores do grau de contaminação ambiental, e dos primatas, o gênero Ateles
parece ter uma resistência específica ao T. gondii.

66
NAHÚM, Benjamim de Souza. Avaliação da água de coco (Cocus nucifera) como diluidor para a
congelação do sêmen de bubalino. 2000. 52 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Ciência
Animal, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, Belém, 2000.
Orientador: William Gomes Vale

RESUMO: Avalia a eficácia do diluente à base de água de coco (CEBRAN-I) na congelação do sêmen
bubalino. Utilizou três machos das raças Murrah e Mediterrâneo, com idades entre 2-4 anos, em atividade
sexual, e submetidos a regime de semi-estabulação. De cada reprodutor foram colhidos 20 ejaculados pelo
método de vagina artificial (42 à 46º C), após a colheita, cada amostra foi imediatamente colocada em banho
maria a 35ºC e submetida às análises qualitativas e quantitativas, sendo fracionadas em duas alíquotas iguais e
diluídas no meio CEBRAN-I (osmolaridade 300 mOs/Kg e pH 7,0) e no diluidor TES. A diluição foi feita
em duas etapas, pelo método de glicerolização lenta, com posterior congelação. Após descongelação, foram
avaliadas quanto à motilidade, do vigor, à integridade acrossomal, à patologias espermáticas e ao percentual de
vivos e mortos, além de teste de termo resistência lenta. Os touros diferiram estatisticamente na concentração
(p=0,027), turbilhonamento (p=0,005), percentual de espermatozóides normais (p=0,002)< patologias de
cabeça (p=0,024), cauda (p=0,000) e gota (p=0,025). Na pós-descongelação, o diluente CEBRAN-I foi
inferior significativamente ao diluidor TES nas características de motilidade, percentual de vivos, número de
espermatozóides normais, defeito de cauda e acrossoma, entretanto, no vigor, o CEBRAN-I apresentou uma
diferença significativa superior ao TES. No teste de termo resistência, a diminuição da motilidade e vigor
foram mais rápidas no diluente CEBRAN-I em relação ao TES, atingindo após 3 h de TTR um percentual de
10,92 ±13.98 quando comparado ao percentual de 16,58 ± 17,84, no diluente TES. O diluidor CEBRAN-I
apresentou condições satisfatórias para a manutenção da viabilidade espermática do sêmen de bubalino das
diferentes etapas da criopreservação.

67
SILVA, Débora Soraya Martins da. Banco de sementes de plantas invasoras em solo de pastagens de
Braquiarão (Brachiaria brizantha) e quicuio-da-Amazônia (Brachiaria humidicola) com diferentes
idades. 2000. 55 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Ciência Animal, Universidade Federal do
Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agorpecuária, Belém, 2000.
Orientador: Moacyr B. Dias Filho

RESUMO: O banco de sementes de plantas invasoras em pastagens cultivadas representa um dos maiores
problemas no controle destas plantas. O estudo do banco de sementes do solo foi feito em uma pastagem de
Brachiaria brizantha de quatro anos de idade, e em pastagens de Brachiaria humidicola de quatro, 15 e 20 anos de
idade. As pastagens estavam localizadas nos Municípios de Castanhal e Igarapé-Açu, Zona Bragantina, onde é
comum encontrar-se pastagens com considerável grau de infestação por plantas invasoras. Objetivou-se
avaliar a influência da espécie forrageira e da idade da pastagem no tamanho e composição do banco de
sementes do solo de plantas invasoras do solo. A coleta de solo foi feita em março de 1999, utilizando-se um
trado de 4 cm de diâmetro. Cada pastagem foi dividida em cinco partes, sendo que de cada parte foram
retiradas 10 subamostras até a profundidade de 10 cm e, cada parte constitui uma amostra composta. Para a
análise das amostras, o material coletado de cada amostra composta foi homogeneizado, identificado,
distribuído em bandeja de plástico e levado para germinar em casa de vegetação. O resultado da análise do
55

tamanho do banco de sementes do solo mostrou que houve diferença altamente significativa (P < 0,01)
dentre algumas das pastagens. O banco de sementes do solo da pastagem de E. brizantha de quatro anos de
idade (930 sementes/m2) foi em torno de 10 vezes menor que o da pastagem de E. humidicola de mesma idade
(9.486 sementes/m2). Com relação ao efeito da idade da pastagem, dentre pastagens de E. humidicola, o banco
de sementes do solo foi menor na pastagem de 20 anos de idade (1.247 sementes/m2), não tendo sido
detectada diferença significativa dentre as pastagens de 15 (11.602 sementes/m2) e quatro (9.486
sementes/m2) anos de idade. Em todas as pastagens estudadas foram identificadas 31 espécies, pertencentes a
15 famílias, representando 23 gêneros. As espécies mais freqüentes foram: Cyperns diffusus, Hyptis atrornbens,
Eorreria verticillata, Urera caracasana, Oldenlandia lancifolia e Eorreria latifolia, com, respectivamente, 52, 27, 17, 15 e
12 indivíduos. Dentre as famílias encontradas, Cyperaceae destacou-se com apenas uma espécie representante,
apresentando alta abundância no banco de sementes do solo de todas as pastagens estudadas.

2001

68
BARROS, Andréa Vieira Lourenço de. Influência de elementos climáticos sobre algumas
características da produção de leite de búfalas na Amazônia. 2001. 54 f. Dissertação (Mestrado) - Curso
de Mestrado em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Faculdade de Ciências Agrárias do Pará,
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2001.
Orientador: José Ribamar Felipe Marques

RESUMO: Estuda as características da produção de leite em búfalas e suas interações com elementos
climáticos, visando otimizar ações de manejo e aumentar a produtividade animal, utilizando-se dados de 23
anos (1967-1988) do Campo Experimental "Dr. Felisberto Camargo" (01°28'S e 48°27'W), Embrapa
Amazônia Oriental, em Belém, PA, clima tropical chuvoso. A criação foi o pasto com cobrição a campo e
duas ordenhas diárias. Os dados produtivos analisados foram: Produção Total de Leite (PRL), Produção de
Leite por Dia de Intervalo de Parto (PLIDP), Extensão de Lactação (EL), Produção de Gordura no Leite
(PRG) e Porcentual de Gordura no Leite (G); e os climáticos foram: Temperatura Média (T), Umidade
Relativa do Ar (UR), Precipitação Pluviométrica (PP) e Radiação Solar Global (RSG), considerando-se Grau
de Sangue (GSF) e Peso da Fêmea (PF), Estação do Nascimento das Fêmeas (EN) e Estação do Parto (EP).
A análise estatística e correlações foram desenvolvidas pelo GLM - General Linear Models (SAS< 1999). A
PRL foi influenciada pelo GSF, PF, PP e RSG, e associada negativamente com T e positivamente com UR,
PP e RSG. A PLIDP foi afetada pelo GSF, PF, T, UR e PP, com correlações positiva com a UR e negativa
com a T, PP e RSG. A EL teve influência do GSF, PF, T, UR, PP e RSG, e correlações negativas com a T e
positivas com a UR, PP e RSG. A PRG foi influenciada pelo GSF, EP, PF, EL, PRL, T, UR e PP. A G sofreu
influência do GSF, EL, PRL, T UR e PP. A PR G e G estiveram correlacionadas negativamente com a T e
positivamente com UR, PP e RSG. Nas condições estudadas, o comportamento produtivo das búfalas
lactantes é considerado satisfatório, indicando terem recebido boas práticas de manejo e alimentação.

69
DANTAS, Jamile Andréa da Silva. Influência de variáveis climáticas na fertilidade de búfalas Murrah e
Mediterrâneo na Amazônia Oriental. 2001. 56 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Ciência
Animal, Universidade Federal do Pará, Faculdade de Ciências Agrárias do Pará, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2001.
Orientador: José de Brito Lourenço Júnior

RESUMO: Analisa dados reprodutivos de fêmeas bubalinas das raças Murrah e Mediterrâneo, obtidos na
Embrapa Amazônia Oriental, de 1991 a 1998, em Belém, Pará. Utilizou, inicialmente, 60 búfalas que
permaneceram em pastagens cultivadas, em sistema de pastejo intensivo e eram inseminadas artificialmente
com sêmen importado da Bulgária e Itália, ou submetidas à monta natural, caso não houvesse concepção em
56

duas inseminações seguidas. Utilizou dados de umidade relativa do ar, precipitação pluvial, temperaturas
mínima, média e máxima, radiação solar global e de concepção. A análise estatística foi feita por meio do
Programa SAS. A concepção de búfalas Murrah e Mediterrâneo, nas condições de clima tropical quente e
úmido da Amazônia Oriental, está associada às variáveis climáticas. Nas fêmeas inseminadas artificialmente, a
concepção esteve mais associada à precipitação pluvial, umidade relativa do ar, temperaturas mínima, média e
máxima e radiação solar global, do que nas submetidas à monta natural, principalmente no período mais
chuvoso do ano. As búfalas Murrah submetidas à monta natural parecem sentir mais os efeitos de estresse
provocado pelas elevadas temperaturas do clima tropical quente e úmido do que as Mediterrâneo. As
concepções de ambas as raças foram distribuídas uniformemente durante os meses do ano nos animais em
monta natural, enquanto que apenas na raça Murrah, com inseminação artificial, houve concentração de
concepções no período de maio a outubro.

70
IMBIRIBA, Emir Palmeira. Crescimento e produção de pirarucu, Arapaima gigas, sob diferentes
densidades de estocagem em associação com búfalas leiteiras. 2001. 70 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Mestrado em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Faculdade de Ciências Agrárias do
Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2001.
Orientador: José de Brito Lourenço Júnior

RESUMO: Avalia quatro densidades de estocagem de pirarucu (Arapaima gigas) e identifica a que proporcione
melhor desempenho produtivo em ganho de peso e comprimento, para viabilizar o seu cultivo intensivo, foi
realizada uma pesquisa, durante 360 dias, utilizando as densidades de cinco, dez, quinze e 20 peixes por 100
m2 de viveiro, fornecendo-se tilápias vivas como alimento, capturadas em açude de manejo de búfalas
leiteiras, equivalente a 6% do peso vivo dos peixes, durante quatro dias por semana. Os animais foram
agrupados aleatoriamente em quatro tratamentos e duas repetições. Os dados foram analisados com base na
aplicação do modelo exponencial de crescimento, tendo sido obtidas as expressões matemáticas para cada
densidade de estocagem. Foram feitas análises de regressão linear simples. O crescimento em peso e
comprimento do pirarucu varia de acordo com a sua taxa de estocagem, entretanto, até os 120 dias de cultivo,
não houve diferença em peso nas quatro densidades estudadas. Os valores do coeficiente angular da relação
peso/comprimento do pirarucu demonstram que o seu crescimento é do tipo alométrico. O comprimento
total máximo foi de 107,66 cm e peso total máximo de 13,43 kg, na densidade de cinco peixes/100 m2.
Entretanto, a maior biomassa, de 85,69kg 100m2, foi observada na densidade de dez peixes/100 m2, o que a
indica como sendo a mais adequada para utilização em cultivo intensivo. O excelente desenvolvimento
ponderal do pirarucu indica o potencial de cultivo dessa espécie, em sistema intensivo de criação associada
com búfalas leiteiras.

71
PÉREZ RONDÓN, Gabriela del Mar. Utilização da ultra-sonografia na avaliação da gestação em
bubalinos. 2001. 74 f. Dissertação. (Mestrado) - Curso de Mestrado em Ciência Animal, Universidade
Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2001.
Orientador: William Gomes Vale

RESUMO: Dezessete búfalas gestantes foram examinadas, através de ultra-som, nas freqüências 7,5 e 5MHz,
desde o 15º dia após a IA até o 60º dia, a cada três dias, com a finalidade de acompanhar os aspectos ultra-
sonográficos relativos à gestação e ao crescimento embrionário e fetal e às perdas gestacionais. A vesícula
embrionária foi visualizada em média aos 17,82 ± 1,98 dia, após a inseminação artificial e o embrião aos 22,50
± 1,73 dia, com uma média de crescimento diário de 1,10 ± 0,42mm por dia. A visualização das estruturas
anatômicas no embrião e membranas anexas deu-se na seguinte ordem cronológica, após a IA: batimento
cardíaco e alantóide, 28,00 ± 3,14 dias e 29,75 ± 3,08 dias, respectivamente. Membros anteriores, região ótica,
âmnio e espinha dorsal 37,50 ± 3,00 dias, 39,00 ± 3,46 dias, 39,75 ± 2,87 dias e 40,50 ± 3,00 dias,
respectivamente. Já os membros posteriores foram visualizados 42,75 ± 3,77 dias; os placentomas 45,75 ±
9,91 dias; fenda do casco 51,00 ± 4,90 dias; costelas 61,50 ± 5,20 dias e vértebras 63,00 ± 4,24 dias. A
sexagem fetal foi possível a partir do 54º dia, em média 58,50 ± 3,00 dias da gestação. A perda embrionária
57

foi elevada (76,47%), apresentando um índice elevado de reabsorção fetal com a presença de piometra. A
ultra-sonografia, em tempo real, modo B, demonstrou ser uma ferramenta de grande utilidade na avaliação
reprodutiva normal e patológica, em búfalas, quando criadas extensivamente.

2002

72
BARBOSA, Adriana Carla Magno. Avaliação de pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu em
sistema de pastejo rotacionado, no Município de Castanhal – Pará. 2002. 53 f. Dissertação. (Mestrado)
- Curso de Mestrado em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2002.
Orientador: Ari Pinheiro Camarão

RESUMO: A pastagem de capim braquiarão (Brachiaria brizantha cv. Marandu) foi submetida ao sistema de
pastejo rotativo, no Município de Castanhal, PA, no período de 03/08/1999 a 13/08/2000. Foram realizados
10 ciclos de pastejos de 36,8 dias (6,1 dias de ocupação de 30,7 dias de descanso), utilizando-se taxa de
lotação média de 2,06 UA/ha. As variáveis de respostas constaram da disponibilidade de forragem total (DT)
fracionada em folha (DF), colmo (DC) e material morto (DMM) e teores de proteína bruta (PB) e
digestibilidade "in vitro" da matéria seca (DIVMS) da folha da gramínea. Houve diferenças significativas
(P<0,05) entre ciclos para todas as variáveis de disponibilidades e PB e DIVMS e entre épocas para DC,
DMM e DIVMS. A interação época x pasto foi significativa para DMM e DIVMS. A média geral da DT, DF,
DC, DMM foi de 1782,21±1145, 32, 1050,01± 675, 25, 538,42± : 543,44 e 197,88±254,18 kg de MS/ha. O
teor médio de PB foi de 8,72±1:2,40 e o coeficiente médio de DIVMS foi de 44,94±6,66 kg MS/ha. A
produção média de leite, obtida em pastagens de B. brizantha, aumentou 17 % em relação à pastagem de B.
humidico/a ( que era o pasto já existente na propriedade, onde os animais pastejavam para completar o ciclo).
A disponibilidade de forragem verde (excluindo material morto) não foi limitante para o desempenho animal.
Os teores de PB e DIVMS só atenderam às necessidades de mantença de bovinos. Para uma vaca produzir 10
kg de leite/dia, a pastagem atenderia somente 59,5 % das exigências de nutrientes digestíveis totais e 58,1 %
de proteína bruta. O manejo da pastagem com 6 e 31 dias de ocupação e descanso, considerando os
parâmetros quantitativos e qualitativos e taxa de lotação de 2,06 UAlha, pode ser considerado adequado para
a produção de leite da microrregião de Castanhal.

73
CAMELO, Antônio Sérgio Alves. Taxa de prenhez de búfalas amamentando submetidas à
sincronização da ovulação e inseminação em tempo fixo. 2002. 80 f. Dissertação. (Mestrado) - Curso de
Mestrado em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2002.
Orientador: Haroldo Francisco Lobato Ribeiro

RESUMO: Utilizaram-se 89 búfalas mestiças das raças Murrah e Mediterrânea, com quatro a nove anos de
idade e período pós-parto ajustado de 60 (animais com PPP de 60 dias até 79 dias), 90 dias (animais com PPP
de 80 dias até 99 dias) e 120 dias (animais com PPP de 100 dias até 120 dias), divididas em três (3) grupos. GI
(n= 30); GII (n= 29) submetidas à incronização da ovulação pelo Protocolo "Ovsynch" e IA em tempo fixo de
12 h e 24 h, respectivamente, e o grupo controle GIII (n= 30) com cio natural e IA 24 h após a detecção de
cio, na fazenda Motogeral Agropecuária Ltda., no Estado do Amapá, em uma área de várzea amazônica.
Verificou-se a influência do Escore da Condição Corporal (ECC) no início do tratamento (escala de 1 a 5),
período pós-parto (intervalo parto tratamento), ordem de parto (primíparas e pluríparas), inseminação em
tempo fixo de 12 h e 24 h e análise de custo do protocolo em relação à taxa de prenhez. A taxa de prenhez
das 89 búfalas inseminadas foi de 37,08%. Os grupos GI e GII apresentaram média de 37,29%, sendo
46,67% no GI e 27,59% no GII. No grupo GIII (controle) foi de 36,67%, não existindo diferença (X²=2,30 e
58

P>0,05) entre as taxas de prenhez dos grupos GI, GII e GIII. Observou-se influência significativa (X²=5,83 e
P<0,05) do escore da condição corporal 2,5 48,00% (24/50) e < 2,5 23,07% (9/39) sobre a taxa de prenhez
das 89 búfalas inseminadas com e sem sincronização, assim como também a ordem de partos (X²=6,47 e
P<0,05). As primíparas apresentaram menor eficiência reprodutiva quando comparadas com as búfalas
pluríparas (17,86% vs.45,90%). A inseminação em tempo fixo de 12 h e 24 h e o PPP do início do tratamento
60, 90, 120 dias não influenciaram na taxa de prenhez (X²=2,30 e P>0,05 e X²=0,61 e P>0,05),
respectivamente, dos animais inseminados. Os custos do Protocolo "Ovsynch" utilizando nas 59 búfalas (GI +
GII) e inseminador foi de R$34,69 por búfala e R$93,03 por prenhez. Para o GIII foi de R$ 50,00 por búfala
e R$ 136,36 por prenhez. Os resultados demonstram que a eficiência do uso do Protocolo "Ovsynch" não foi
satisfatório, no aumento da taxa de prenhez em búfalas com ECC < 2,5. Entretanto o protocolo mostrou-se,
como uma ferramenta, viável na indução e sincronização do cio em bubalinos criados num sistema de manejo
extensivo em área de várzea.

74
CAVALCANTE, Gustavo Góes. Prevalência e diagnóstico da Trypanosoma vivax em bovinos no
Estado do Pará. 2002. 69 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Centro
Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientadora: Imke Bárbara Pfeifer Barbosa
Co-orientadora: Hilma Lúcia Tavares Dias

RESUMO: Caracteriza o T. vivax diagnosticado no Estado do Pará. O resultado da biometria revelou que a
cepa atual de T. vivax do Estado mostrou-se semelhante estruturalmente a outros isolados, com cinetoplasto
subterminal, membrana ondulante pouco proeminente e núcleo central, entretanto apresentando valores
biométricos médios diferentes, principalmente no comprimento total (24,05 um) e flagelo livre (7,52 um).
Apesar da diferença significativa (p<0,05) no seu comprimento total e tamanho do flagelo livre quando
comparado com o T. vivax diagnosticado na nossa região anteriormente e de isolados do Pantanal do Estado
de Mato Grosso e da Bolívia, a PCR confirmou como T. vivax o Trypanosoma estudado. A prevalência de T.
vivax determinada pelo ensaio de imunoadsorção enzimática indireto (ELISA-I), com soro 1.056 bovinos de
21 municípios do Estado do Pará, coletados em fazendas e matadouros, revelou 30,6% de animais positivos.
A região de maior prevalência foi a Ilha do Marajó com 70,4% de amostras positivas e a de menor a sudeste
com 18,9% de positivos. Os animais foram divididos em três grupos de idade, menor que três anos; de três
até seis anos; maior que seis anos, sendo a ocorrência de 25,81%; 34,19%; 22,32%, respectivamente.
Observou-se uma diferença significativa quando comparou-se os valores das médias do hematócrito dos
animais positivos com os animais negativos, sendo 29,7% e 34%, respectivamente. Observou-se também uma
diferença significativa quando comparada as médias dos valores atribuídos ao escore corporal dos animais
negativos e positivos, sendo 3,1 e 2,8, respectivamente. Possivelmente a infecção crônica por T. vivax afete o
desempenho reprodutivo dos bovinos, pois foi observada diferença significativa nos valores de hematócrito.
Para complementar essas informações sobre a ocorrência do T. vivax no Estado do Pará, há a necessidade de
realizar estudos epidemiológicos que esclareçam as condições em que ocorrem surtos da doença e o efeito da
infecção crônica na produtividade dos bovinos.

75
COIMBRA, Anaximandro Soares. Características seminais de touros bovinos zebuínos (Bos taurus
indicus), taurinos (Bos taurus taurus) e bubalinos (Bubalus bubalis), doadores de sêmen em
condições de Trópico Úmido Amazônico. 2002. 78 f. Dissertação. (Mestrado) - Curso de Mestrado em
Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2002.
Orientador: Otávio Mitio Ohashi

RESUMO: No período de julho de 1995 a julho de 2001, ejaculados de touros bubalinos (Bubalus bubalis),
taurinos (Bos taurus taurus) e zebuínos (Bos taurus indicus) foram analisados. O total de ejaculados foi de 1.683,
onde 1.266 foram colhidos usando vagina artificial e 417 de touros zebuínos usando eletro-ejaculador. As
59

características físicas do sêmen dos touros foram avaliadas no estado fresco, diluído e descongelado. Foi
observada a média do volume (ml), concentração (x10(6)/ml) e motilidade (%) enquanto a avaliação para
turbilhonamento (0-5) e vigor (1-5) foi usada a moda. Assim, o sêmen fresco dos búfalos apresentou 3,00 ml
(± 1,53) para volume, 1046,56 x 10(6)/ml (±516,98) para concentração, 72,73 % (±9,88) para motilidade, 3
para turbilhonamento e 3 para vigor, enquanto àquele dos taurinos obtiveram valores de 6,55 ml(±3,05),
1027,58 x 10(6)/ml (±408,97), 66,55% (±11,28), 3, 3 , para as mesmas características, respectivamente. Os
zebuínos que tiveram sêmen colhido com vagina artificial tiveram valores de 4,82 ml (±2,23), 930,61 x
10(6)/ml (±470,04), 65,51 % (±12,35), 3, 3, e os bebuínos cujo sêmen foi colhido com eletro-ejaculador
obtiveram valores de 10,95 ml (±3,46), 406,19 x 10(6)/ml(±314,93), 64,32 % (±12,39), 1, 3, para volume,
concentração, motilidade, turbilhonamento e vigor, respectivamente. O sêmen descongelado dos bubalinos
obteve 52,60 % (±10,21) para motilidade e 3 para vigor, e o dos taurinos obteve 51,96 % (±9,93) para
motilidade e 3 para vigor. Os zebuínos que tiveram o sêmen colhido com vagina artificial tiveram valores de
49,11 % (± 9,95) e 3, enquanto que os zebuínos cujo sêmen foi colhido com eletro-ejaculador foi de 44,80
%(± 9,99) e 3, para motilidade e vigor, respectivamente. As anormalidades espermáticas, mensuradas em
percentagem e classificadas em defeitos maiores e menores, em bubalinos foram de 12,40 % (± 6,42) e 6,59
% (±4,63), respectivamente, em taurinos foram de 24,82 % (± 7,74) para os defeitos maiores e 18,06 %
(±6,28) para defeitos menores. Nos zebuínos que tiveram o sêmen colhido com vagina artificial, foram de
15,17 % (±8,43) e 7,46 % (±6,29), para defeitos maiores e menores, enquanto que para os zebuínos cujo
sêmen foi colhido com eletro-ejaculador foi de 26,76 % (±12,39) e 17,32 % (±8,28), em respectivo.

76
DANTAS, Jedna Kato. Desenvolvimento de embriões bubalinos (Bubalus bubalis) cultivados in vitro
em diferentes meios. 2002. 71 f. Dissertação. (Mestrado) - Curso de Mestrado em Ciência Animal,
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
Belém, 2002.
Orientador: Otávio Mitio Ohashi

RESUMO: Este trabalho teve como objetivos: (1) determinar o melhor meio de cultivo para o embrião
bubalino associado às células epiteliais do oviduto em suspensão ou células da granulosa folicular, visando ao
desenvolvimento até o estágio de blastocisto; (2) coletar dados referentes à biometria ovariana; (3) analisar as
taxas de recuperação ovocitária, MIV e FIV. Ovários bubalinos foram coletados em abatedouro e
transportados até o laboratório para biometria, os folículos foram obtidos com seringa (20 ml) e agulha (40 x
12), os ovócitos foram levados ao fluxo laminar para seleção e lavagem antes da MIV, onde permaneciam por
24 horas. As células epiteliais do oviducto foram coletas por raspagem, lavadas e cultivadas em meio de tuba
por 24 horas, até a colocação nas gotas de cultivo (B2, TCM199, CR2). As células da granulosa foram obtidas
por aspiração de 4-6 folículos maduros sendo lavadas e depositadas nas gotas de cultivo embrionário
(TCM199, CR2). O sêmen congelado foi separado por centrifugação durante 25 minutos em coluna de
gradiente de Percoll (45 e 90%) e lavado três vezes em meio TALP-Stock por 10 minutos, a 200 G. A
concentração espermática foi ajustada para 106 sptzlml e incubados para capacitação em meio de FIV por 2
horas; quando eram adicionados os ovócitos já maduros. Após 18 a 24 horas, os zigotos foram pipetados para
desnudamento e divididos nos grupos experimentais: G1 -B2+ 0vid.; G2 - TCM199+0vid.; G3 - CR2+0vid.;
G4 - B199+Gran.; G5 -CR2+Gran. A clivagem era analisada após 72 horas de cultivo, com a primeira
renovação do meio (feeding), e novas análises a cada 48 horas, junto com os feedings. Os resultados quanto à
biometria ovariana foram 2,53+ou 0,33 de comprimento; 1,52+ou-0,32 de largura; 1,32 +ou- 0,29 cm de
espessura e 3,70+ou- 1,09 g de peso. As médias do número de folículos, ovócitos recuperados e ovócitos
viáveis por ovário foram respectivamente 4,62+ou-1,41; 2,89+ou-1,06 e 1,52+ou-0,69. As taxas de MIV e
FIV foram de 91 e 67%, respectivamente. As taxas de divagem em G1 a G5 foram de 34,41; 28,52; 51,61;
27,92 e 35,66 % (p>0,05) e de mórula / blastocisto foram de 12,95a,c; 6,16a; 23,49c; 18,02a,b e 18,88b%,
respectivamente (p<0,05). A análise estatística dos resultados não mostrou diferença significante entre os
grupos quanto à taxa de clivagem, porém o G3 mostrou resultado superior (p<0,05) na obtenção de
blastocisto, seguido de G5, quando comparados aos outros grupos.
60

77
FREITAS, Cristóvão Morelly Kaneyoshi Hashiguti de. Estudo da produção leiteira do Município de
Uruará e da microrregião de Castanhal através da análise da cadeia produtiva. 2002. 111 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Mestrado em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio
Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2002.
Orientador: Jonas Bastos da Veiga

RESUMO: Estuda as cadeias produtivas do leite, em dois locais distintos, no Estado do Pará: o Município de
Uruará, região de fronteira agrícola, e a microrregião de Castanhal, cuja bacia leiteira é considerada já
estabelecida. O estudo foi feito sob a ótica dos fluxos econômicos das cadeias, a influência social exercida
sobre os atores e os contrastes que permeiam as limitações de desenvolvimento da atividade leiteira. Para
subsidiar o estudo foram aplicados questionários e realizadas análises de qualidade do leite. No Município de
Uruará, foram estudadas 25 propriedades e na microrregião de Castanhal 40, às quais foram aplicados os
questionários, realizada entrevista e feita visita as áreas de produção. Para a realização das análises de
qualidade do leite, foram coletadas 175 amostras de leite dos produtores do Município de Uruará e 95 dos
produtores da microrregião de Castanhal. O estudo demonstrou que os dois locais estudados possuem
características naturais e socioeconômicas que proporcionam limitações contrastantes aos respectivos
sistemas de produção, ali trabalhados. Entre as características naturais, está a localização geográfica, e entre as
socioeconômicas, a condição de infra-estrutura. Conclusivamente, os dois locais apresentam sistemas-ator
com características próprias e contrastantes, observadas na utilização da mão-de-obra familiar e notadamente
em relação ao fluxo sistêmico das cadeias, no qual o preço de comercialização do leite é melhor no Município
de Uruará e o acesso a mercados, mais favorável à microrregião de Castanhal. No entanto, sob o aspecto da
organização, se encontram niveladas, não apresentadas estruturas organizadas. Características e situações estas
que limitam o desenvolvimento da atividade leiteira e da condição socioeconômica dos atores envolvidos.
Isso permitiu elencar uma série de recomendações para a melhoria da cadeia leiteira.

78
MANESCHY, Rosana Quaresma. Perfil da nutrição mineral dos rebanhos leiteiros, na microrregião de
Castanhal e no Município de Uruará, Estado do Pará. 63 f. 2002. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Mestrado em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2002.
Orientadora: Elyzabeth da Cruz Cardoso

RESUMO: Determina os principais problemas da nutrição mineral nos sistemas de produção leiteira de
pequenas e médias propriedades na microrregião de Castanhal e no Município de Uruará, Estado do Pará.
Dos dados obtidos pelo questionário/entrevista, foram extraídas 22 variáveis consideradas importantes que
foram classificadas em quatro grupos principais. Utilizou-se a estatística descritiva, aplicando-se o teste de
Qui-quadrado em nível de 5% de probabilidade para determinação das diferenças testadas.

79
OLIVEIRA, Carlos Magno Chaves. Estudo de alguns parâmetros do perfil metabólico de búfalas
(Bubalus bubalis) leiteiras nos períodos pré e pós-parto, criadas em sistema extensivo de pastejo.
2002. 53 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará,
Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2002.
Orientador: José Diomedes Barbosa Neto

RESUMO: Estuda alguns parâmetros do perfil metabólico de búfalas (Bubalus bubalis) leiteiras nos períodos
pré e pós-parto criadas em sistema extensivo de partejo, com o objetivo de avaliar a influência da gestação e
da lactação sobre os valores da glicose sangüínea, proteína plasmática total, hematócrito e presença de corpos
cetônicos na urina. Realizou O experimento foi realizado em uma fazenda localizada no Município de Ipixuna
do Pará (Latitude 4º22'Sul; Longitude 44º34'Oeste), Brasil. Foram utilizadas oito vacas búfalas leiteiras da raça
61

Murrah clinicamente sadias com no mínimo duas lactações e idades que variavam entre 5 e 10 anos, utilizadas
por um período de 60 dias antes o pós-parto. Durante todo o período experimental os animais foram
alimentados com pastagem de Brachiaria brizantha, sal mineral e água ad libitum. Os valores médios da glicose
sangüínea e do hematócrito diminuíram significativamente no pós-parto (p<0,05). As concentrações de
proteína plasmática total não sofreram variações significativas do pré para o pós-parto. Os corpos cetônicos
no pré-parto só foram detectados na urina de uma búfala, entretanto, a partir do 32º dia de lactação foram
detectados em todos os animais. Houve uma relação direta entre a intensidade da coloração da urina positiva
para corpos cetônicos pelo Teste de Rothera e a concentrações de glicose sangüínea. Através dos resultados
deste experimento podemos concluir que na fase inicial da lactação as búfalas utilizadas sofreram um déficit
energético, caracterizado pela diminuição nas concentrações sangüínea de glicose e presença de corpos
cetônicos na urina, e que a lactação causou um declínio progressivo no hematócrito, enquanto que as
concentrações da proteína plasmática total não sofreram variações significativas do pré para o pós-parto.

80
REIS, Adriana Novaes dos. Efeito do estradiol e da progesterona no desenvolvimento e na qualidade
de embriões bovinos produzidos in vitro co-cultivados com células epiteliais do oviduto bovino.
2002. 79 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2002.
Orientador: Otávio Mitio Ohashi

RESUMO: Avalia o efeito do tratamento de Células Epiteliais do Oviduto Bovino (CEOB) com Estradiol
(E2) e Progesterona (P4) antes e durante o co-cultivo sobre o desenvolvimento de blastocistos bovinos.
Ovócitos bovinos foram maturados in vitro por 24 h e então fertilizados utilizando-se sêmen congelado. Após
18 a 20 h da FIV, os prováveis zigotos foram cultivados em sistemas de co-cultivo com CEOB contendo E2
e/ou P4 (1 g/ml E2 + 100 g/ml P4 [G1],1 g/ml E2 [G2], 100 g/ml P4 [G3] e sem E2 e sem P4[G4]) e com
células da granulosa (G5). Os padrões de clivagem, blastocistos e blastocistos eclodidos foram analisados nos
dias 3, 7 e 9 de cultivo, respectivamente. Nenhuma diferença significativa (P>0,05) foi observada nas taxas de
clivagem entre os grupos G1, G2, G4 e G5 (53,49%, 56,27%, 51,68%, 57,61 %), bem como em relação aos
padrões de blastocistos (29,26%, 31,22%' 28, 72%, 31,28%). Entretanto, índices significativamente inferiores
(P<0,05) foram obtidos no grupo G3 para ambas as variáveis (34,54% e 16,36%). Os grupos G1 e G2
apresentaram taxa de eclosão dos BLs significativamente maiores (P<0,001) que os outros grupos (23,26% e
23,16%), sendo G4 e G5 diferentes estatisticamente de G3 (16,07%, 19,28% e 17,03%) (P<0,01). Quando as
CEOB estavam associadas com os hormônios (G1, G2 e G3) o número de células presentes nos BLs
aumentou significativamente (125,9; 128,4; 123,6) (P<0,05) quando comparado com os grupos G4 e G5
(112,5 e 87,5). Estes resultados demonstram que a adição de E2 e/ou P 4 nas CEOB de diferentes fases do
ciclo estral, nas doses e combinações testadas, aumentou significativamente (P<0,05) o número total de
células do blastocisto, embora o padrão de blastocistos não tenha apresentado diferença significativa (P >
0,05) entre os diferentes grupos, exceto quando somente a P 4 foi adicionada ao meio de cultivo, visto que
demonstrou uma significante inibição no desenvolvimento (P < 0,05).

81
SILVA, Kátia Cristina de Araújo. Aspectos bioecológicos do camarão cascudo, Macrobrachium
amazonicum Heller, 1862 (Crustácea, Decapoda, Palaemonidae) no Município de Vigia - Pará -
Brasil. 2002. 125 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Ciência Animal, Universidade Federal do
Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2002.
Orientador: Raimundo Aderson Lobão de Souza

RESUMO: A espécie Macrobrachium amazonicum é abundante na bacia amazônica e largamente explorada pela
pesca artesanal do Estado do Pará. Também é utilizada em cultivos extensivos nesta região e no Nordeste do
Brasil. A finalidade deste trabalho é analisar aspectos bioecológicos da espécie, fornecendo subsídios para o
adequado manejo da mesma. Amostras mensais foram realizadas no Município de Vigia, durante os anos de
1999 a 2001 e os dados obtidos foram analisados considerando-se o período chuvoso (janeiro a junho) e o
62

período menos chuvoso (julho a dezembro). As variações de temperatura foram de 26 a 30 °C. A salinidade
oscilou entre 0 e 28 %, porém o valor médio classifica o ambiente como oligoalino. A espécie esteve presente
em todas as amostragens, porém foi mais abundante no período chuvoso. Capturou-se machos e fêmeas em
todas as amostragens, contudo os machos foram mais abundantes apresentando uma proporção de 2,5: 1. As
fêmeas ovígeras foram mais representativas no período chuvoso. A espécie apresenta reprodução contínua
com períodos mais intensos nos meses de fevereiro, maio e junho, no período chuvoso, e setembro, no
período menos chuvoso. Os machos apresentaram comprimentos superiores aos das fêmeas. O menor
indivíduo capturado mediu 1,7 cm e o maior 14,4 cm. A menor fêmea ovígera coletada mediu 3,5 cm e a
maior 11,6 cm. O surgimento de cortes foi observado nos meses de fevereiro, abril e maio, no período
chuvoso, e julho, agosto e setembro, no período menos chuvoso, caracterizando a ocorrência de desova e
recrutamento. A relação peso total / comprimento total apresentou dimorfismo sexual em todos os anos.
Para o primeiro ano obteve-se as seguintes relações: machos- WT = 0,0104 LT 2,8208 e fêmeas- WT =
0,0068 LT 3,0619 ; para o segundo: machos- WT = 0,0098 LT 2,8766 e fêmeas- WT = 0,0061 LT 3,1494 ; e
para o terceiro: machos- WT = 0,0072 L T 2,9224 e fêmeas- WT = 0,0072 L T 2.9726 . A espécie possui
crescimento alométrico. O abdome é o maior segmento do corpo, representando cerca de 56 % do
comprimento total. O comprimento do cefalotórax apresentou pouca diferença entre os sexos. As fêmeas
apresentaram o abdome um pouco mais pesado do que os machos. O peso do abdome pode ser expresso
pelas equações WAB = 0,5397 WT (machos) e WAB = 0,5619 (fêmeas). Nos machos o cefalotórax é mais
pesado do que nas fêmeas, podendo ser expressos, respectivamente por WCT = 0,4503 WT e WCT=0,4381
WT.

82
SILVA, René Ribeiro da. Ocorrência de bubalinos soroagentes para o vírus da DiarréiaViral Bovina
(BVDV) procedentes de diferentes municípios do Estado do Pará. 2002. 69 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém,
2002.
Orientadora: Hilma Lúcia Tavares Dias

RESUMO: A Diarréia Viral Bovina (Bovine Virus Diarrhea, BVD) é uma enfermidade infecto contagiosa dos
bovídeos e seus parentes, produzida por um vírus do gênero Pestivírus pertencente a família Flaviviridae. A
infecção por este vírus assume papel importante, pois pode provocar manifestações clínicas que vão desde
infecções agudas até alterações reprodutivas, incluindo infecções pré-natais capazes de levar ao quadro
denominado "Doença das Mucosas". Desta forma, objetivou-se nesta pesquisa realizar uma investigação
sorológica inicial sobre a ocorrência da infecção pelo vírus da Diarréia Viral Bovina (BVDV) em bubalinos de
diferentes municípios do Estado do Pará, demonstrando anticorpos contra esse vírus, através do Teste de
ELISA Indireto. Para tanto, foram colhidos 805 soros sanguíneos de bubalinos com idade superior a doze
meses, originados de 44 rebanhos, três mesorregiões e treze municípios. Do total de amostras colhidas,
verificou-se que 14,04% (113/805) foram positivas para anticorpos anti-BVDV, sendo que 54,45% (24/44)
dos rebanhos apresentavam pelo menos um animal com presença de anticorpos. Nas três mesorregiões e em
76,9% dos municípios examinados foram detectados anticorpos contra o vírus. Portanto, a circulação do
BVDV ocorreu nos rebanhos bubalinos de onze municípios examinados e o ELISA Indireto utilizado neste
estudo constituiu-se em uma alternativa de diagnóstico sorológico viável.

83
SILVA SOBRINHA, Márcia Costa. Ocorrência de Trypanosoma spp. em bovinos e bubalinos no
Estado do Pará e estudo comparativo dos métodos de diagnóstico de Trypanosoma evansi. 2002. 89
f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Centro Agropecuário, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientadora: Imke Bárbara Pfeifer Barbosa

RESUMO: Para esclarecer alguns aspectos epidemiológicos do Trypanosoma vívax na Região Norte, realizou-se
estudo com 1.465 amostras de sangue de bovinos e bubalinos, coletadas em matadouros e fazendas para
63

pesquisa do parasito e sua ocorrência em alguns municípios do Estado do Pará, e para comparação de alguns
exames parasitológicos. Em uma primeira triagem, analisou-se as amostras pelas técnicas de Centrifugação em
Microhematócrito (H.C.T.) e de Centrifugação da Camada Leucocitária (B.C.T.), em que as positivas eram
congeladas, inoculadas em camundongos e confeccionados esfregaços sanguíneos finos. Nesse primeiro
exame, foram observadas as características do parasito no sangue, tamanho e movimento, que serviram para
classifica-I os como Trypanosoma theíleri e T. vivax, respectivamente. Através do H.C.T. e do B.C.T. o T. vívax,
diagnosticou-se o parasito em 1,39% e em 1,0% no sangue dos bovinos, respectivamente. Nos bubalinos,
todas as amostras foram negativas para T. vivax. A ocorrência de T. vivax se restringiu à região nordeste do
Estado. Todas as amostras positivas eram procedentes de bovinos Nelore. Ocasionalmente, T. theileri foi
registrado em bovinos e bubalinos. Nos animais positivos para T. vivax, as médias do hematócrito e escore
corporal ficaram dentro da normalidade. Das 56 amostras inoculadas em camundongos, duas induziram uma
parasitemia curta e atípica, o que excluiu a possibilidade de ser T. evansi. Nos esfregaços sanguíneos, o parasito
apresentou um comprimento total de 26,1 um, em média, com extremidade posterior afinada, cinetoplasto
terminal e membrana ondulatória estreita. O segundo passo do estudo foi a inoculação de amostras positivas
em ovinos com fins de produzir parasitemias, para comparar a eficiência de quatro exames parasitológicos e
estudar o quadro clínico da doença. Dois ovinos infectados experimentalmente com amostras frescas de T.
vivax desenvolveram a doença de forma subclínica. O diagnóstico foi confirmado pela presença do parasito
no sangue, através do H.C.T. e da Reação de Polimerase em Cadeia (PCR), pelo aumento de temperatura e
que baixa do volume globular. À cadeia de diluições, coletou-se sangue no pico da parasitemia nos ovinos. As
técnicas testadas quanto à sensibilidade foram H.C.T., B.C.T., Técnica de Concentração de Mini Troca de
Anion (m-A.E.C.T.) e gota fresca. O H.C.T. foi a mais sensível, diagnosticando parasitemias baixas de até 100
tripanossomas/ml. O H.C.T. mostrou-se o teste parasitológico mais indicado para o diagnóstico de T. vivax,
por ser mais sensível, prático e econômico. A cepa do T. vivax, presente na região estudada aparentemente é
pouco patogênica, mas outros estudos epidemiológicos com testes mais sensíveis precisam ser realizados para
reavaliar a prevalência do parasito nos bovinos e bubalinos.

84
SOUZA, Rosália Furtado Cutrim. Dinâmica populacional do pargo Lutjanus purpureus Poye, 1875
(Pisces: Lutjanidae) na plataforma norte do Brasil. 2002. 95 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciência Animal, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientador: Raimundo Aderson Lobão de Souza
Co-orientador: Carlos Tassito Corrêa Ivo

RESUMO: O crescimento, a mortalidade, a biometria e a reprodução do pargo Lutjanus purpureus foram


estudadas a partir de amostras obtidas nos desembarques da frota comercial capturadas com pargueira na
costa norte do Brasil no âmbito do "Programa REVIZEE" e do "Projeto Biologia e Pesca do Pargo no Norte
do Brasil" do CEPNOR/IBAMA. Dados de comprimentos total e zoológico de aproximadamente 500
indivíduos foram coletados aleatoriamente e mensalmente nos desembarques dos Municípios de Belém, Vigia
e Bragança, no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2000. E para realizar estudos de reprodução e
biometria, foram obtidas subamostras mensais de 150 indivíduos em abril de 1998 a janeiro de 2000. No
laboratório do CEPNOR/IBAMA realizaram-se as biometrias, sexagem e identificados os estágios de
maturação gonadal. As amostras totalizaram 16.733 indivíduos com percentuais superiores a 50% de
indivíduos jovens. A amplitude de classe total variou de 13 a 112 cm de comprimento e as médias de
comprimentos foram de 45,72 cm e 51,91 cm, respectivamente para o ano de 1999 e 2000. As relações
morfométricas e as relações peso/comprimento apresentaram alometria positiva. E a relação
peso/comprimento para macho e fêmea diferem significativamente entre si, pelo teste de Student, bilateral,
com alfa = 0,05. A reprodução foi estudada determinando a proporção sexual através do "Teste Qui-
quadrado", o tamanho de primeira maturação e o período de desova, que foi analisado pela variação temporal
das freqüências dos estágios gonadais e relação gonadossomática. Para todo o período estudado foi verificada
a predominância de fêmeas e nas análises mensais apenas nos meses de abril de 1998, maio e junho de 1999
não apresentaram diferenças significativas entre os sexos. Na proporção sexual por classe de comprimento a
predominância de fêmeas foi altamente significativa de 28 a 45 cm. A classe de comprimento total do
tamanho de primeira maturação foi estimado 43 a 46 cm para fêmeas pelo "Método da Extrapolação Gráfica"
64

e de 43,67 cm pelo ajuste da "Ogiva de Galton". E o período reprodutivo foi observado em dois picos, sendo
um intenso no segundo trimestre, com maior amplitude no mês de maio/1998 e um mais reduzido no quarto
trimestre. Os parâmetros de crescimento foram estimados pelo "Sistema ELEFAN I", "Método de
Bhattacharya, Gulland & Holt e Appeldoorn" no Programa Fisat. O "Método de Appeldoorn" apresentou o melhor
ajuste para a espécie com o valor de Loo = 115 cm K= 0,091ano-l , que determinou a equação do
crescimento de von Bertalanffy Lt = 115 (1-e- 0,091t-to). A mortalidade natural foi estimada em 0,25 ano-1 e
0,31 ano-1 pelas equações de Pauly e Rikhter & Efanov, respectivamente. A mortalidade total estimada pelos
métodos do comprimento convertido em curva de captura linearizada e Berverton & Rolt atingiu valores de
0,59; 0,664, respectivamente. A mortalidade por pesca e a taxa de explotação também foram calculados. Os
resultados foram F = 0,34 ano -1 e E = 0,57. A longevidade estimada pela Fórmula de Taylor foi de 33 anos.
O pargo apresenta crescimento lento e vida longa com desova contínua e periódica. A pesca na costa norte
do Brasil incide em percentuais elevados de jovens o que pode contribuir para um estado de sobrepesca de
crescimento, comprometendo assim a sustentabilidade da espécie e da atividade pesqueira na Região Norte. É
imprescindível adotar medidas de ordenamento para a pesca do pargo, principalmente no que diz respeito ao
tamanho mínimo de captura.

2003
85
CONCEIÇÃO, Josyanne Christine Silva da. Taxa de prenhez em búfalas submetidas à sincronização
com o Protocolo "OVSYNCH", utilizando a via submucosa vulvar e inseminadas em tempo fixo de
00:00h e 24:00h. 2003. 76 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal,
Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Museu Paraense Emílio Goeldi,
Belém, 2003.
Orientador: Haroldo Francisco Lobato Ribeiro

RESUMO: Utilizaram-se 102 búfalas mestiças das raças Murrah e Mediterrâneo, de duas fazendas com
sistema de criação diferenciada. Da fazenda A (Pública) com sistema de criação semi-extensiva, utilizaram-se
57 animais e da Fazenda B (particular), 45 animais em regime semi-intensivo. Os animais foram subdivididos
em dois grupos em cada fazenda experimental, G1 (n=31) e G2 (n=26) na fazenda A e G1 (n=22) e G2
(n=23) na fazenda B, de acordo com momento ou hora da inseminação 00:00h e 24:00h, após a sincronização
da ovulação pelo Protocolo "Ovsynch", utilizando a via submucosa vulvar. Verificou-se a influência da hora ou
momento da inseminação (00:00h e 24:00h), via de administração (submucosa vulvar), Escore da Condição
Corporal (ECC); número de crias (primíparas e pluríparas); presença ou não do bezerro e análise de custos do
protocolo em relação a taxa e prenhez das búfalas. A taxa de prenhez das 102 búfalas sincronizadas foi de
35,29%. Na fazenda A, a taxa de prenhez média foi de 28,07% e na fazenda B foi de 44,44%. A inseminação
em tempo fixo de 00:00h e 24:00h não influenciou estatisticamente, onde foi obtido X 2 = 0,172487, P>0,05
e X 2 = 0,217885, P>0,05, respectivamente fazenda A e fazenda B. A utilização da via submucosa vulvar
durante todo o tratamento hormonal não modificou a eficácia do protocolo. O escore da condição corporal
das fêmeas tratadas quando analisado estatisticamente, não se observou influência, porém as melhores taxas
de prenhez foram dos animais da fazenda B 45,16% (14/31) e 42,86% (6/14) respectivamente para = 3 e >3.
Assim como para o número de crias, tanto na fazenda A, quanto na fazenda B esta variável, não influenciou
significativamente obtendo X 2 = 0,021595; P>0,05 e X 2 = 0,054878; P>0,05 respectivamente, com taxas de
43,90% (18/41) e 50,00% (2/4) para as pluríparas na fazenda B. Apesar de não ter sido encontrada diferença
significativa com relação à presença ou ausência do bezerro, pôde-se notar que as melhores taxas de prenhez
foram obtidas nos animais não amamentando, 29,73% (fazenda A) e 56,25% (fazenda B). O custo por
prenhez do Protocolo "Ovsynch" utilizado nas 102 búfalas, na fazenda A foi de R$ 44,53 e na fazenda B de R$
46, 18, devido aos honorários do inseminador. Os resultados demonstraram que o Protocolo "Ovsynch" é um
biotécnica viável, na indução e sincronização de cio em bubalinos mantidos em sistemas diferenciados na
Região Amazônica, no qual os resultados obtidos nas inseminações em 00h00min e 24h00min foram
65

semelhantes aos encontrados por outros autores quando da utilização do protocolo convencional, onde o
tempo fixo é de 16:00h.
66

86
COSTA, Eliana Déa Lara. Estudo anatomopatológico e isolamento de Mycobacterium sp em
granulomas sugestivos de tuberculose observados em bovídeos abatidos para consumo. 2003. 61 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Belém,
2003.
Orientador: José de Arimatéia Freitas

RESUMO: Há séculos a relação entre a tuberculose animal e humana constituem motivo de preocupação dos
órgãos de saúde pública e desafia os governos de todo o mundo. A tuberculose bovina é uma zoonose
caracterizada pelo desenvolvimento progressivo de lesões nodulares denominadas granulomas ou tubérculos,
encontrados nos pulmões, linfonodos e outros órgãos sendo que se desenvolve em bovinos principalmente
sob a forma pulmonar. Este trabalho descreve as características de granulomas observados em bovinos e
bubalinos abatidos, assim como procurou isolar Mycobacterium sp. do processo infeccioso observado e
apresenta dados epidemiológicos relacionados com o sexo, idade e procedência dos animais. Os granulomas
registrados em bubalinos e bovinos são de elevada proporção de natureza tuberculosa. A tuberculose
observada na inspeção post mortem de bovídeos independe do sexo, idade e procedência dos animais. A
freqüência de distribuição dos granulomas revelou que o processo infeccioso da tuberculose observado neste
estudo é, primordialmente, de localização pulmonar. A semelhança entre os granulomas tuberculosos e
tuberculóides evidencia a necessidade de complementação do diagnóstico morfológico por meio do
isolamento presuntivo de agentes microbacterianos. Os dados sugerem que medidas e ações de vigilância
sanitária devem ser implementadas durante o abate como forma de proteger os operários que exercem tal
função, além disso, a maior freqüência de lesões em animais procedentes dos municípios do arquipélago do
Marajó sugere a necessidade de estabelecimento de políticas públicas voltadas ao controle e erradicação da
doença no Pará e, principalmente, naquela região.

87
MACEDO, Lídia Carolina da Silva. Resíduos de antibióticos no leite: ocorrências em leite produzido no
Estado do Pará e suas implicações tecnológicas e na saúde pública. 2003. 50 f. Dissertação (Mestrado) - Curso
de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2003.
Orientador: José de Arimatéia Freitas

RESUMO: Os resíduos de antibióticos no leite constituem um fator de risco tanto tecnológico, que pode
levar a sérios prejuízos para as indústrias de laticínios, como para saúde do consumidor que pode causar
sérios problemas de saúde. Com o objetivo de detectar a presença de resíduos de antibióticos no leite,
oriundo de regiões produtoras do Estado do Pará, realizou-se estudo com 103 amostras de leite colhidas
diretamente nas propriedades rurais, no nível de consumo, como leite cru clandestino e no nível de consumo
como leite beneficiado, no período de setembro/2002 a março/2003. Empregaram-se os métodos rápidos,
entre os quais os métodos SNAP e CHARM SL Test e o Método Microbiológico (COPAM). Detectaram-se
resíduos de antibióticos em onze (10,67%) amostras. Conclui-se que o leite produzido no Estado do Pará
contém resíduos de antibióticos, ressaltando-se a implicação deste fato na saúde coletiva e na produção de
derivados. E o controle nas propriedades e nas indústrias de beneficiamento.

88
MENDONÇA, Clécio Leandro Gomes de. Composição botânica da dieta de bovinos em pastagem de
Brachiaria humidicola através da análise microhistológica de fezes. 2003. 93 f. Dissertação (Mestrado)
- Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2003.
Orientador: Ari Pinheiro Camarão
67

RESUMO: No nordeste do Pará, a agricultura familiar tradicional basea-se no sistema de exploração da


derrubada da vegetação secundária, seguida de queima da fitomassa, que por meio das cinzas melhora a
fertilidade dos solos. A pastagem bem manejada é boa alternativa para recuperar os solos. A composição
botânica e química da dieta de animais em pastejo são essenciais para determinação do valor nutritivo real da
forragem consumida. Entre os métodos de determinação da composição botânica destaca-se a
microhistologia das fezes. Este trabalho teve como objetivo avaliar a composição botânica da dieta
consumida por bovinos em pastagem de quicuio-da-Amazônia (Brachiaria humidicola) estabelecida em área
originalmente de capoeira através da análise microhistológica de fezes. O experimento foi instalado no
Município de Igarapé-Açu (470 30' W / 10 2' S). O período experimental foi de 26 de outubro de 2000 a 10
de março de 2001. A área experimental mede cerca de 3,24 ha, dividida em nove piquetes de 0,36 ha. Foi
utilizada pastagem de Brachiaria humidicola em três condições: 1 - Pastagem com 50% da área com espécies da
capoeira (PC); 2 - Pastagem + leguminosas (Chamaecrista rotundifolia + Cratylia argentea + Arachis pintoi), (PL) e 3
- Pastagem tradicional (PT). Essas pastagens foram submetidas a pastejo rotacionado sob taxas de lotação de
1,59; 1,51 e 1,58 respectivamente para PC, PL e PT. As fezes para determinação da composição botânica
foram coletadas aos 7, 14 e 21 dias após a entrada dos animais em cada piquete. Foram observadas 136
espécies de plantas na área experimental. A família Myrtaceae apresentou o maior número de espécies.
Independente da condição da pastagem foram consumidas por bovinos 32 espécies de 22 famílias de plantas
da capoeira. A disponibilidade total e de folha da pastagem tradicional foram maiores (p<0,05) do que as
outras condições de pastagens. O consumo de gramínea foi semelhante aos 7 e 14 e superior aos 21 dias de
coleta de amostragem. O consumo de espécies da capoeira aumentou com a extensão da data de coleta de
amostragem, sendo maior aos 21 dias. Não houve relação entre data de amostragem e as porcentagens de
gramínea e espécies da capoeira na dieta consumida, com exceção na pastagem com leguminosa. O aumento
na data de amostragem provocou maior consumo de espécies da capoeira e diminuição do consumo de
gramínea. Os animais preferiram a gramínea, mas as espécies da capoeira chegaram a participar com até 45%
da dieta dos bovinos, indicando que possuem potencial para serem utilizadas na alimentação.

89
OLIVEIRA, Jefferson Pinto de. Estudos das lesões sugestivas de brucelose em bovinos e bubalinos
abatidos para consumo. 2003. 53 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal,
Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Museu Paraense Emílio Goeldi,
Belém, 2003.
Orientador: José de Arimáteia Freitas

RESUMO: Coletaram-se lesões sugestivas de infecção brucélica em bovinos e bubalinos abatidos em um


frigorífico de Belém/PA, num período de dez meses, com o objetivo de verificar e relacionar a presença de
bursite e bigroma articular com a brucelose e demonstrar o risco potencial que esta infecção representa para
os animais e o homem. Encontrou-se uma taxa de prevalência de 0,10% de animais com lesão sugestiva de
brucelose de um total de 52.035 bovinos e bubalinos abatidos para consumo; observou-se também que nos
meses de janeiro a abril de 2002 representaram o período de maior prevalência de lesões (57,70%) de bursites;
e os animais da espécie bovina e do sexo feminino apresentou maior proporcional idade dos animais
infectados. As bursites cervicais dos bovinos e bubalinos abatidos para consumo são observadas somente no
exame post-morten na rotina dos frigoríficos, constituindo um fator de risco potencial para os manipuladores,
inspetores, equipamentos, carcaças e consumidores.

90
OLIVEIRA, Roseane Borner de. Intoxicação experimental por Arrabidaea bilabiata em búfalos
(Bubalus bubalis). 2003. 40 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Centro
Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: José Diomedes Barbosa Neto

RESUMO: Averigua a sensibilidade do búfalo à intoxicação por A. bilabiata, a segunda planta tóxica mais
importante para bovinos da Região Amazônica, por meio da administração por via oral da planta em doses de
68

1 a 6 g/kg a 10 búfalos. Verificou que tanto as folhas maduras como jovens causaram quadro de intoxicação,
caracterizado por "morte súbita" em três búfalos, semelhante ao que se observa em bovinos. Como nos
experimentos realizados em bovinos, não se conseguiu demonstrar com nitidez a influência da movimentação
no desencadeamento de sintomas graves e morte dos animais, aspecto mencionado nos históricos na
ocorrência da intoxicação desta planta em condições naturais em bovinos. A dose tóxica para búfalos das
folhas maduras de A. bilabiata foi 6g/kg, das folhas novas 3g/kg. Sintomas graves de intoxicação foram
observados entre 3 h 15 min e 13 h 52 min, após o começo da administração da planta. Em dois animais estes
terminaram com a morte do animal após evolução de 24 em um, e de 40 min. no outro. Em um terceiro
animal, após 6 min de manifestação de sintomas graves, estes desapareceram; e após outras 10 horas o animal
apresentou novamente sintomas graves e morreu em 7 min. Os dois primeiros animais mencionados nunca
foram movimentados. O terceiro animal mostrou sintomas graves após curtos períodos de movimentação.
Antes dos sintomas graves os dois primeiros animais apresentaram sintomas leves sob forma de se deitar
freqüentemente e andar lerdo. Os sintomas graves consistiram em o animal subitamente assumir o decúbito
lateral, fazer movimentos desordenados na tentativa de se levantar, movimentos de pedalagem intermitentes,
tremores musculares ocasionais e respiração ofegante. Os únicos achados de necropsia foram acentuados
edema e enfisema pulmonar no búfalo que mais rapidamente apresentou sintomas de intoxicação após a
administração da planta e em que a evolução deste foi a mais curta. A histopatologia comprovou alterações
causadas pela ingestão de folhas novas, em apenas um dos dois animais que morreram, as quais se limitaram
ao pulmão, com áreas de enfisema alveolar. No búfalo que recebeu folhas maduras, verificou-se necrose
incipiente das células epiteliais (núcleos com cromatina condensada e citoplasma mais eonófilo) de alguns
túbulos uriníferos no córtex. No miocárdio presença de microfocos de fibras musculares com degeneração
hialina. Havia, ainda, no fígado, necrose incipiente de alguns hepatócitos com localização controlobular.

91
PESSOA, Cleane Pantoja. Avaliação de misturas minerais para suplementação de bovinos, elaboradas
e comercializadas no Estado do Pará, Brasil. 2003. 77 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciência Animal, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientadora: Elyzabeth da Cruz Cardoso

RESUMO: Avalia misturas minerais elaboradas no Estado do Pará a fim de fornecer subsídios para melhorar
a qualidade da suplementação mineral de bovinos nas condições da Região Amazônica. Para isso, foram
utilizadas 24 misturas minerais procedentes de diversas localidades do Estado do Pará, sendo quinze
registradas e colhidas em oito fábricas e nove não registradas e colhidas em casas de produtos agropecuários e
fazendas. Avaliou o rótulo da embalagem de cada produto em relação à apresentação dos elementos e as
unidades empregadas; à especificação das fontes de elementos; à quantidade de cada elemento mineral e à
indicação e recomendação para uso. As análises químicas constaram da determinação de Ca, Mg, Na, K, Cu,
Co, Fe, Mn e Zn, através da espectrofotometria de absorção atômica em chama, e de P, pelo método
colorimétrico. Para comparar as concentrações médias dos elementos minerais declaradas nos níveis de
garantia do rótulo e as médias obtidas por meio das análises químicas de cada produto, foi utilizado o teste T
de Student com 1% de significância. Para comparar a média geral obtida da concentração de cada elemento
mineral declarada nos níveis de garantia do rótulo e a média geral obtida através da análise química, foi
utilizado o teste T de Student com 5% de significância. As misturas minerais registradas no Ministério da
Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA) e elaboradas no Estado do Pará apresentaram os níveis de
garantia, as recomendações e as indicações para uso do produto especificados no rótulo. Os níveis de garantia
desses produtos prescritos no rótulo apresentaram falhas na indicação de uso para diferentes espécies de
animais e para vários níveis de categoria animal de uma mesma espécie. Misturas minerais apresentando 4,5%
de P indicaram uma baixa qualidade do produto elaborado no Estado do Pará. Concentrações elevadas de Fe
e Mn não consideraram as particularidades regionais. Os elementos Cu e Zn atenderam em somente 50% das
exigências do animal. O fosfato bicálcico foi a fonte de P mais utilizada. O teor máximo de F e a relação P:F
encontraram-se dentro dos padrões exigidos pelo MAPA. As concentrações dos elementos minerais
especificadas nos níveis de garantia das misturas minerais registradas foram diferentes daquelas obtidas nas
análises químicas. As misturas minerais não registradas não apresentaram as informações necessárias no
rótulo da embalagem para realizar a avaliação da qualidade do produto, mas as análises químicas efetuadas
69

mostraram que as quantidades de P, Cu e Zn eram insuficientes para atender às exigências mínimas de


bovinos criados em sistema de pastejo na Amazônia. Concluiu-se que as misturas minerais encontradas no
comércio e nas fazendas do Estado do Pará são de baixa qualidade. A utilização desses produtos promove
sérios prejuízos econômicos, por comprometer a produção animal da região, disseminando o descrédito da
suplementação mineral do rebanho regional por parte dos criadores. Os órgãos governamentais de
fiscalização devem estar mais atentos para estabelecimentos que funcionam em condições de clandestinidade
e também para aqueles estabelecimentos que se apresentam registrados e que tenham a intenção de melhorar
a qualidade do produto industrializado. A fiscalização acrescida de orientação técnica qualificada e
implantação do controle de qualidade seriam medidas capazes de evitar a disseminação do comércio de
produtos de qualidade duvidosa.

92
RODRIGUES, Maria de Jesus Jorge. Condição nutricional da dieta da tartaruga-da-Amazônia,
Podocnemis expansa (Schweigger, 1812), em ambiente natural da Reserva Biológica do Rio
Trombetas, Oriximiná, Pará, Brasil. 2003. 61 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em
Ciência Animal, Centro Agropecuário, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientadora: Elyzabeth da Cruz Cardoso

RESUMO: A espécie Podocnemis expansa tem sua distribuição associada ao sistema hidrográfico da bacia
amazônica, predominantemente nas áreas de densa floresta que circunda os lagos e rios, principalmente pela
abundante oferta de alimentos e formação de praias para suas desovas. É uma espécie silvestre que começou
a ser explorada para criação em cativeiro para comercialização, não obstante a dificuldade encontrada quanto
a questão nutricional, a qual demanda um custo de produção bastante elevado. Este trabalho tem como
objetivo analisar a composição química do conteúdo gástrico da tartaruga-da-Amazônia em condições de vida
livre, a fim de se determinar o valor nutritivo dos alimentos ingeridos, e fornecer subsídios na preparação de
dietas a serem utilizadas na criação da tartaruga em cativeiro. Os animais experimentais foram capturados no
período de abril a novembro de 2001, na Reserva Biológica do Rio Trombetas (REBIO Trombetas), e
apresentaram valores de comprimento total entre 26,0 e 49,5 cm. Os dados relativos ao peso total,
comprimento de carapaça e de plastrão, largura de carapaça, quantidades de carnes e de gordura foram
calculados considerando se a média, desvio padrão, e os valores mínimo e máximo, testados segundo o
coeficiente de correlação de Pearson (r) considerando o valor crítico de r através do teste 1. A média de peso
total para P. expansa determinada neste estudo foi de 4,9 kg, enquanto que para as médias de comprimento e
de largura de carapaça e comprimento do plastrão, obteve-se os valores de 36,83, 33,32, e 29,59 cm,
respectivamente. O rendimento médio de carcaça foi de 23,7 % e o rendimento médio de gordura mostrou
um percentual de 6,5 %. O conteúdo estomacal foi retirado para identificação qualitativa e análises fisico-
químicas cujas determinações dos índices de proteína bruta (PB %) foi 16,84; lipídios (EE %) 6,50; fibra bruta
(FB %) 16,85; e cinza (MM %) 36,05. Para a Energia Bruta (EB), encontrou-se um valor de 6087 Kcal/kg. A
parte do conteúdo estomacal de P. expansa, analisado para identificação dos alimentos componentes do bolo
alimentar, mostrou a predominância de vegetais com 68 %. O presente estudo concluiu que o comprimento
de carapaça e de plastrão são medidas que podem ser utilizadas para avaliar o desenvolvimento da tartaruga-
da-Amazônia. A heterogeneidade da população estudada, a alimentação natural e a época do ano foram
fatores que provavelmente colaboraram para o baixo rendimento de carcaça. O peso total da P. expansa pode
ser utilizado para estimar a quantidade de carne por meio de um modelo de regressão linear. Em condições de
vida livre, a P. expansa consome variados tipos de alimentos, podendo ser considerada de hábito onívoro. Os
alimentos vegetais mais consumidos são folhas e sementes. Em ambiente natural, a composição química da
dieta da tartaruga-da-Amazônia apresenta baixos teores de proteína bruta quando comparado às dietas
utilizadas em cativeiro. É possível que a tartaruga-da-Amazônia tenha uma necessidade em ingerir alimentos
de elevado teor de fibra bruta em função do jejum prolongado comumente observado na espécie. Os níveis
percentuais da composição química do conteúdo estomacal de P. expansa encontrados nesta pesquisa poderão
nortear o conhecimento das exigências nutricionais dessa espécie para efeito de criação controlada, haja vista
não se ter ainda estudos similares à metodologia aplicada.
70

93
SILVA, Jurupytan Viana da. Avaliação do ELISA-PPD no diagnóstico da tuberculose bubalina em
algumas regiões do Estado do Pará. 2003. 39 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em
Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Universidade
Rural da Amazônia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2003.
Orientadora: Hilma Lúcia Tavares Dias

RESUMO: Recentemente muitos países considerados em vias de desenvolvimento estão realizando estudos
com a finalidade de avaliar as provas sorológicas que permitam um melhor diagnóstico da tuberculose bovina.
Em razão disto, o objetivo deste trabalho foi realizar a avaliação do ELISA Indireto, no diagnóstico da
tuberculose em búfalos. Para isto foram analisadas 264 amostras de sangue de bubalinos de 8 municípios do
Estado do Pará coletadas em 8 fazendas. O percentual de animais positivos a tuberculinização foi de 14,3%, e
ao ELISA foi de 81%. No teste de tuberculinização e no ELISA-PPD foi encontrada diferença significativa
entre as quatro mesorregiões observadas. Segundo o sexo no teste de tuberculinização o percentual de
positivos é maior nas fêmeas do que nos machos. Também foi verificado que o percentual de positivos
aumenta com o avanço da idade. Não houve diferença entre o sexo no ELISA-PPD, mas houve diferença
segundo a idade em que o percentual de positivos é maior em animais com idade acima dos quatro anos. A
sensibilidade no ELISA Indireto foi de 81,4%, a especificidade foi de 92% e a eficiência foi de 84,4%. Não
foram encontradas diferenças significativas na sensibilidade e especificidade entre a Tuberculinização e o
ELISA. O diagnóstico através do ELISA Indireto pode ser recomendado para uma triagem no rebanho antes
de testar cada animal com a Tuberculinização ou quando é desejado um diagnóstico coletivo.

2004
94
BARBAS, Luis André Luz. Estudo comparativo da toxidez de Arrabidaea bilabiata (Bignoniaceae)
em búfalos e bovinos e verificação da toxidez das folhas da planta no final do período de chuvas na
região nordeste do Pará. 2004. 53 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientador: José Diomedes Barbosa Neto

RESUMO: Na Região Amazônica, dentre as plantas tóxicas de importância na pecuária, destaca-se a


Arrabidaea Bilabiata, vulgarmente conhecida por "gibata" ou "xibata". A planta é causa de grandes
mortandades de bovinos nas margens do rio Amazonas e parte de seus afluentes, responsável por doença
chamada borracheira. Objetivou-se comparar a toxidez de A. bilabiata (Bignoniaceaea) entre bubalinos e
bovinos e verificar a toxidez das folhas da planta no fim da época de chuvas, na região nordeste do Pará.
Estabelecer a dose letal para ambas as espécies animais e comparar o quadro clínico. O experimento foi
realizado no Município de Castanhal. Foram utilizados 20 animais com idades entre 1 e 2 anos, peso de 80 a
265Kg , sendo 6 búfalos e 9 bovinos. Os animais controle foram 2 búfalos e 3 bovinos. Todos se
apresentavam saudáveis aos exames físicos. Utilizou-se plantas jovens e maduras de A. bilabiata coletadas no
final do mês de maio, procedentes do Município de Inhangapi - Pará. Antes da administração os animais
foram mantidos em jejum por 12 horas, com exceção dos animais controle. Administraram-se doses pré-
estabelecidas da planta de 3 e 6g/Kg. Doses maiores e menores foram utilizadas até se estabelecer a dose
letal. Para os bubalinos, a dose letal mínima para as folhas maduras foi de 9g/Kg, e para as folhas novas foi
de 6g/Kg. O início dos sintomas leves variou de 7h e 44 min a 14h e 38 min para os animais 5609 e 5608,
respectivamente. Para o búfalo número 5607, os sintomas graves iniciaram-se a partir de 5h e 40 min. O
quadro clínico para o animal 5609 evoluiu para mais grave 6h e 42 min após a verificação da sintomatologia
leve e morte após 8 min de fase dramática. Três búfalos não apresentaram sintomatologia da intoxicação
(números 5602, 5605 e 5611). Com relação aos bovinos, a dose letal mínima para as folhas maduras foi de
3g/Kg e para as folhas novas foi de 2 g/Kg. O início dos sintomas leves variou de 3 h e 09 min (bovino
5626) a 12h e 56min (bovino 5631) para os animais que morreram. O aparecimento mais rápido da
71

sintomatologia grave dentre os animais que foram a óbito ocorreu após 4h e 50min. No animal 5623,
enquanto que mais lentamente no bovino 5631, após 23h 52min. Três animais não apresentaram
sintomatologia após a administração (bovinos 5622, 5625 e 5627). Ambas as espécies foram sensíveis à
intoxicação por A. Bilabiata no final do período chuvoso. Para os búfalos, as doses letais mínimas de folhas
novas e maduras foram de 6 e 9g/Kg respectivamente, enquanto que para os bovinos foram de 2 e 3g/Kg. O
quadro clínico foi semelhante entre ambas as espécies, caracterizado por síndrome de morte súbita
consistentes com o quadro de insuficiência cardíaca aguda. Os achados de necropsia mais notáveis resultantes
da intoxicação em ambas as espécies consistiram em pulmões congestos e edematosos, sendo que na
histopatologia as lesões de uma maneira geral foram incipientes.

95
BENDELAK, Michelle Russo. Processo produtivo, características físico-químicas e microbiológicas
de implantação do sistema de análise de perigos e pontos críticos de controle na produção do queijo
marajoara tipo creme. 2004. 73 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal,
Universidade Federal do Pará, Universidade Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2004.
Orientador: José de Arimatéia Freitas

RESUMO: O queijo marajoara tipo creme é um importante produto alimentar produzido na Ilha do Marajó,
Estado do Pará, com grande aceitação regional e nacional e perspectivas para o mercado internacional. Existe
uma preocupação mundial crescente com relação à segurança e qualidade dos alimentos e o Sistema de
Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) tem sido indicado como o método mais eficiente
para garantir a qualidade e segurança alimentar. Assim sendo, o objetivo deste trabalho foi criar um modelo
específico do APPCC para a produção do queijo marajoara tipo creme. As observações "in loco" e os
levantamentos de dados em três unidades produtoras e a aplicação do sistema APPCC neste estudo
permitiram considerar que as etapas de transporte do leite "in natura", em latões, recepção do leite "in natura",
na queijaria e cozimento da massa como pontos críticos de controle. Os resultados das análises físico-
químicas e microbiológicas do produto final confirmaram a falta de utilização de boas práticas no processo
produtivo. Em face as características do processo produtivo atualmente utilizado para obtenção do queijo
marajoara tipo creme e a análise do produto final, concluiu-se que a aplicação das boas práticas agrícolas e de
fabricação aliadas ao treinamento da mão-de-obra das unidades produtoras em relação à melhorias da água,
instalações, bem como a implantação do Sistema APPCC, terão como resultado um produto de maior
aceitabilidade e segurança para o consumidor.

96
BITTENCOURT, Ruth Helena Falesi Palha de Moraes. Emprego de cloridrato de xilazina e de maleato
de acepromazina na exteriorização do pênis de búfalos (Bubalus bubalis, Lin.). 2004. 54 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade
Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2004.
Orientador: William Gomes Vale

RESUMO: A carência de pesquisas sobre agentes e doses que possam ser utilizados na espécie bubalina que
permitam a abordagem do pênis para exames clínicos objetivou o presente trabalho, no qual seis búfalos
mestiços Murrah, com idade avançando entre 21 e 35 meses e peso entre 355 kg e 540 kg, sadios, pertencentes
à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Amazônia Oriental, foram submetidos a seis tratamentos,
sendo três com o maleato de acepromazina e três com o cloridrato de xilazina a 2%, nas doses de 0,10; 0,12 e
0,14 mg/kg e de 0,05; 0,06 e 0,07 mg/kg, respectivamente, visando observar a capacidade destes em
promover a exteriorização espontânea e facilitar a exposição manual do pênis, bem como avaliar os efeitos
das doses sobre as Temperatura Retal (TR), Freqüências Cardíaca (FC) e Respiratória (FR), Movimentos
Ruminais (MR) e a ocorrência de efeitos colaterais. O delineamento estatístico foi inteiramente casualisado
em uma estrutura fatorial com repetições realizadas no tempo. As médias dos tratamentos foram comparadas
através do teste de Student Newman Keels, sendo as análises realizadas por meio do Software Statistical Analysis
System (1990). Os resultados permitiram selecionar a dose de 0,14 mg/kg do maleato de acepromazina a 1%,
72

como mais eficaz e segura, por ter propiciado e permitido facilmente a exteriorização espontânea do pênis o
que ocorreu aos 13 minutos, após a aplicação e a manual obtida aos 22,25 minutos. O cloridrato de xilazina a
2%, nas doses testadas, não apresentou a mesma eficácia e segurança. Na comparação dos efeitos das doses
testadas do maleato de acepromazina a 1% e do clondrato de xilazina a 2% sobre a TR, não houve
significância entre as mesmas (p>0,05). Comparativamente os efeitos entre os agentes e as doses do maleato
de acepromazina a 1%, não influenciaram (p>0,05) a TR dos animais, enquanto que as doses de 0,06 mg/kg e
0,07 mg/kg do cloridrato de xilazina a 2% elevaram significantemente (p<0,05) a temperatura retal. O
cloridrato de xilazina a 2% na dose de 0,05 mg/kg exerceu o mesmo efeito (p>0,05) que o maleato de
acepromazina a 1% na dose de 0,14 mg/kg. A FC não sofreu efeitos provocados pelo maleato de
acepromazina a 1% (p>0,05) no decorrer do tempo bem como entre as doses testadas (p>0,05). As doses do
cloridrato de xilazina a 2%, no decorrer do tempo, promoveram a redução significativa (p<0,05) da FC dos
animais, enquanto as doses entre si não provocaram efeitos significativos (p>0,05) no parâmetro sob
avaliação. Os efeitos do maleato de acepromazina a 1% e do cloridrato de xilazina a 2% sobre a FR e MR,
independentemente das doses empregadas, não provocaram diferenças entre os tratamentos (p>0,05),
todavia, o maleato de acepromazina a 1% e o cloridrato de xilazina a 2% ao longo do tempo promoveram
diminuição de ambos parâmetros fisiológicos. Os efeitos colaterais, tais como, abaixamento da cabeça,
relaxamento da 3ª pálpebra, lacrimejamento, protrusão da língua e deambulação foram observados com a
utilização e ambos agentes, enquanto que a sialorréia e o decúbito foram alterações exclusivas provocadas
pelo clondrato de xilazina a 2%. O maleato de acepromazina a 1% na dose de 0,14 mg/kg foi mais eficaz e
seguro na exteriorização espontânea e manual do pênis, por ter provocado menos efeitos colaterais
indesejáveis quando comparado ao cloridrato de xilazina a 2%, que, de um modo geral, não se mostrou
apropriado à finalidade para a qual foi estudado.

97
BITTENCOURT, Suzana Carla da Silva. Composição, distribuição e abundância do ictioplâncton da
ZEE Norte coletado na região da costa do Amapá e plataforma do Amazonas. 2004. 120 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientadora: Luiza Nakayama

RESUMO: Analisou-se amostras de ictioplâncton provenientes de 44 estações costeiras e oceânicas realizadas


na zona econômica exclusiva do Norte do Brasil (costa do Amapá e plataforma do Amazonas), durante a
expedição REVIZEE Norte III (maio a junho de 1999). O ictioplâncton foi coletado por meio de rede
Nêuston, malhas 500/m, dotadas de fluxômetro em arrastos superficiais. As larvas de peixes foram triadas e
quantificadas. A temperatura superficial da água, tanto para a costa do Amapá quanto para a plataforma do
Amazonas, não apresentou variação significativa, estando em torno de 27°C. As famílias que destacaram-se
foram Myctiphidae (38,64%), Gibiidae (42,64%). No Epinêuston foram registradas 13 famílias, merecendo
destaque às famílias Carangidae (costa do Amapá) e Gobiidae (plataforma do Amazonas). No hiponêustin 15
famílias foram identificadas, destacando-se a família Engraulidae. De uma maneira geral os valores de
ictioplâncton (ovos e larvas de peixes) foram mais elevados no Hiponêuston, em comparação com o
Epinêuston, em toda a área estudada. Os resultados de larvas de peixes demonstraram maior importância das
famílias Gobiidae, Myctophidae e Carangidae entre as 17 famílias identificadas na área. Diferenças significantes
entre as duas áreas analisadas foram observadas, tendo a costa do Amapá apresentado maior riqueza de
famílias nas estações neríticas. As famílias Anguillidae e Carangidae foram registradas somente na área da
Plataforma do Amazonas, e as famílias Gonostomatidae, Exocoetidae e Ophicththidae tiveram destaque por
ocorrerem somente em estações oceânicas.

98
BRAGA FILHO, Ermino. Diagnóstico sorológico de Toxoplasma gondii em ovinos criados em dois
municípios do Pará e considerações relativas à saúde animal e humana. 2004. 48 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2004.
Orientador: José de Arimatéia Freitas
73

RESUMO: No intuito de realizar uma investigação sorológica da toxoplasmose natural em ovinos, amostras
de 350 soros de ovinos foram submetidas à reação de Hemaglutinação Indireta (HAI) para detecção de
anticorpos anti-Toxoplasma gondii. Desta forma, objetivou-se nesta pesquisa realizar uma investigação
sorológica inicial sobre a ocorrência da infecção pelo T.gondii em ovinos de dois municípios do Estado do
Pará. Foram reagentes ao teste 42,57% das amostras de soros ovinos, adotando-se como ponto de corte a
diluição 1 :64 como positivo ao T gondii. Nos ovinos com idade superior a dois anos, apresentaram um maior
número de positividade, no entanto observou-se diferenças estatísticas significantes em relação ao sexo nas
duas regiões estudadas. Não foram encontradas associações significativas à soropositividade para T. gondii
com a presença de gatos domiciliados e/ou errantes, uma vez que foi constatada a permanência desses
animais em todas as propriedades. Por meio dos levantamentos epidemiológicos realizados, conclui-se que a
toxoplasmose está presente no rebanho ovino dos dois municípios estudados, evidenciando que a prevalência
de toxoplasmose demonstra que a disseminação da enfermidade, poderá limitar o desenvolvimento da
criação, havendo a necessidade de um controle de sanidade animal, que possibilite aos produtores
transformação do produto em fator positivo à saúde pública e animal.

99
CARDOSO, Deugles Pinheiro. Estudo comparativo entre teste tuberculínico, histopatologia e
bacteriologia no diagnóstico da tuberculose em búfalos (Bubalus bubalis). 2004. 59 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária, Universidade Rural da Amazônia, Belém, 2004.
Orientador: José Diomedes Barbosa Neto

RESUMO: Estuda-se o desempenho do diagnóstico alérgico, a partir da comprovação por análises


bacteriológica e histopatológica, avalia a eficiência da tuberculinização em búfalos. Foi realizado o teste
tuberculínico intradérmico duplo comparativo em 1.140 bubalinos de diferentes regiões do Estado do Pará -
Brasil; a leitura foi realizada 72 horas após a inoculação, baseando-se na chave de interpretação da
tuberculinização em bovinos em uso no Brasil. Constatou-se 53 reatores positivos (4,65%), 34 suspeitos
(2,98%) e 1.053 negativos (92,36%) ao referido teste alérgico. Após o abate dos búfalos testados, realizou-se a
avaliação qualitativa do diagnóstico alérgico, tendo como referência os métodos de diagnósticos de precisão,
bacteriológico e histopatológico, os quais apresentaram os seguintes valores: análise bacteriológica com
prevalência de 4,16%, sensibilidade de 71,43%, especificidade de 82,61%, valor preditivo positivo de 15,15%,
valor preditivo negativo de 98,52% e coeficiente global de 82,14%; análise histopatológica com prevalência de
4,16%, sensibilidade de 71,43%, especificidade de 82,61%, valor preditivo positivo de 15,15%, valor preditivo
negativo de 98,52% e coeficiente global de 82,14%. A bacteriologia constatou que todos os animais positivos
ao referido método de diagnóstico foram procedentes de duas propriedades da mesma região, onde se
determinou que a prevalência em tal região obteve o valor de 0,044% e que as categorias idade e sexo não
foram estatisticamente significante (p = 0,113 e 0,596, respectivamente), logo, sexo e idade dos animais não
foram fatores preponderantes para uma maior ocorrência da tuberculose na população restrita estudada.
Diante dos resultados obtidos, conclui-se que a tuberculinização intradérmica dupla comparativa utilizada
apresentou desempenho satisfatório tanto de sensibilidade quanto de especificidade, a qual satisfez as
necessidades dos estudos realizados nos bubalinos testados; a histopatologia e a bacteriologia apresentaram
excelente desempenho e similaridade na determinação de reações falso-positivas e verdadeiro-negativas, as
quais subsidiaram de forma eficaz o teste tuberculínico utilizado; a baixa prevalência constatada a partir da
tuberculinização intradérmica dupla comparativa, associada à bacteriologia e histopatologia, sugere que o
Mycobacterium bovis ocorria em poucos animais da população estudada durante a realização dos referidos
métodos de diagnóstico; dentre as mesorregiões estudadas, apenas o Baixo Amazonas Paraense apresentou
animais comprovadamente positivos para o Mycobacterium bovis e a idade e o sexo dos animais avaliados não
interferiu, de forma significativa, na determinação para maior suscetibilidade à tuberculose.
74

100
CAVALCANTE, Danielle Pedrociane. Marcas de crescimento aplicadas ao estudo de maturação
sexual do aruanã (Osteoglossum bicirrhosum) Vandelli, 1829, na Reserva de Desenvolvimento
Sustentável Mamirauá. 2004. 82 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal,
Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, Belém, 2004.
Orientador: Helder Lima de Queiroz

RESUMO: O aruaná, Osteoglossum bicirrhosum Vandeili, 1829, está entre os peixes mais comuns da bacia
amazônica, é utilizado para fins ornamentais e uma das principais fontes de proteína animais da dieta da
população ribeirinha da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM). O objetivo deste
trabalho é o de desenvolver formas de determinação da idade, usando marcas de crescimento e aplicar este
conhecimento na determinação do comprimento médio de maturação sexual de Osteoglossum bicirrhosum. A
área de estudo abrangeu a RDSM, no Estado do Amazonas, Brasil. Coletou-se 130 exemplares de aruanãs que
foram capturadas no período de novembro de 2002 a março de 2003. Todos os exemplares foram medidos
em seu comprimento total, peso total, sexados e avaliados em seu estágio de maturidade sexual, diâmetro das
gônadas, e das estruturas rígidas do peixe (as vértebras, os otólitos, os opérculos, os pré-opérculos e as
escamas) foram medidos o raio total e raios internos. O comprimento corporal médio foi de 60,38 cm ± 9,72,
e o peso médio foi de 1,45 Kg ± 0,65. A equação para a relação peso-comprimento de sexos agrupados foi:
W (g) = -15,222 L 351. As escamas e os opérculos foram as estruturas rígidas selecionadas, devido à fácil
acessibilidade de leitura na estrutura, a presença de marcas crescimento completas e nítidas, e baixa ocorrência
de marcas falsas. O número máximo de marcas de crescimento foi oito. O opérculo foi a estrutura rígida que
apresentou maior confiabilidade com relação à leitura de marcas nas escamas. A deposição de uma marca de
crescimento dos opérculos foi durante o mês de dezembro de 2003. Foram reconhecidos três estágios de
desenvolvimento gonadal para os machos: Imaturo, Desenvolvido e Maturo, e seis estágios gonadais para
fêmeas: Imaturo, Em Desenvolvimento I; II III, Maturo e Desovado. O diâmetro médio dos ovócitos
maturos foi de 11,87 mm. O comprimento médio de machos e fêmeas adultos foi de 68,5 cm e 66,0 cm,
respectivamente. O comprimento da primeira maturação sexual foi de 55 cm para fêmeas, e 61 cm para
machos.

101
FONSECA, Adriana Figueiredo. Caracterização da ictiofauna capturada com puçá de arrasto para
camarão na zona costeira-estuarina do rio Taperaçu (Pará – Brasil). 2004. 89 f. Dissertação (Mestrado)
- Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da
Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2004.
Orientador: Raimundo Aderson Lobão de Souza

RESUMO: Estuda a ictiofauna capturada nas pescarias de arrasto para camarão nos canais de mangue do rio
Taperaçu (Pará - Brasil) quanto às características morfométricas das espécies e da diversidade da captura. As
coletas foram geralmente mensais e realizadas no período de janeiro/1999 a janeiro/200l. Analisou 5.079
indivíduos, sendo a maioria em estágio juvenil. Perciformes, Cyprinodontiformes e Siluriformes foram as ordens mais
freqüentes. Identificou 28 famílias representadas em 74 espécies. Cathorops spixií, Colomesus psittacus, Arius
rugispinis, Stellifer stelltfer, Stellifer rastrifer, Ariopsis bonillai, Pterengraulis atherinoides, Cetengraulis edentulus, Stellifer naso,
Pseudauchenipterus nodosus e Chloroscombrus chrysurus foram as espécies mais abundantes. As relações
morfométricas apresentaram bons coeficientes de correlação r para as espécies analisadas, de modo que
foram significativas. A relação peso/comprimento para A. rugispinis, P. atherinoides, S. rastrifer e S. stellifer
tiveram valor de b significativamente diferente de 3. O fator de condição K não variou muito entre o período
chuvoso e estiagem. O índice de diversidade de Shannon teve destaque na estação chuvosa de 1999 e a
diversidade de Simpson destacou-se na estiagem de 2000. As médias para diversidade e riqueza foram maiores
em 1999. A média para eqüitabilidade foi semelhante para os dois anos. A ictiofauna capturada com arrasto
de puçá nos canais estuarinos analisados foi composta predominantemente de espécimes jovens, sendo a
maioria de origem marinha. A pesca de arrasto intensa sobre indivíduos juvenis implica na necessidade de
75

conservação das espécies em ambientes estuarinos, os quais são vistos como áreas de crescimento, proteção,
desova e alimentação para muitas espécies ictíicas.

102
MACÊDO, Raquel Soares Cavaleiro de. Comparação da toxidez das folhas de Palicourea juruana
(Rubiaceae) para bovinos e bubalinos. 2004. 72 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em
Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Universidade
Rural da Amazônia, Belém, 2004.
Orientador: José Diomedes Barbosa Neto

RESUMO: O estudo realizou-se para estabelecer a sensibilidade dos búfalos a P. juruana, compará-la a dos
bovinos, e agregar dados adicionais sobre a toxidez da planta nessa última espécie. Para esse estudo foram
usados quatro bovinos e quatro búfalos, com 1 a 2 anos de idade, todos machos. Os bovinos pesavam entre
110 e 225Kg, e os búfalos entre 183 e 206Kg. E seis animais, sendo três bovinos e três búfalos como
controle. Quantidades previamente determinadas das folhas de P. juruana eram administradas por via oral aos
animais contidos. Nos bovinos, a dose de 0, 125g/Kg não provocou sintomas de intoxicação, já as doses de
0,25, 0,5 e 2,0 g/kg causaram morte dos animais. Em relação aos búfalos, verificou-se que as doses de 0,25 e
0,5g/Kg não causaram sintomas de intoxicação, a dose de 19/Kg causou sintomas leves e que só a dose de
2g/Kg determinou a morte. Os sintomas graves da intoxicação para ambas as espécies caracterizaram-se
principalmente por súbita queda do animal ao solo, ficando logo ou dentro de pouco tempo em decúbito
lateral acompanhada de incoordenação motora, movimentos de pedalagem, tremores musculares, opistótono
e dispnéia com morte em 2 a 5 minutos após o início dos sintomas. Alguns animais, antes desta fase,
mostraram sintomas leves, menos óbvios, como relutância em andar, leve instabilidade e pulso venoso
positivo, especialmente quando eram movimentados, estes sintomas leves também foram vistos em animais
que ingeriram doses subletais. Os achados de necropsia nos bovinos 5634 e 5635 consistiram de fígado, ao
corte, levemente alaranjado, e no búfalo consistiram de sufusões no epicárdio esquerdo junto ao sulco
coronário longitudinal e pequena quantidade de líquido citrino no saco pericárdico. Os exames
histopatológicos revelaram, como lesões mais importantes para os bovinos, vacuolização dos hepatócitos na
zona intermediária do lóbulo hepático em dois animais (Bov. 5635 e 5636), e adicionalmente no miocárdio de
um deles (Bov. 5635), extensas áreas de necrose de coagulação incipiente, e no bovino (Bov. 5634) observou-
se no rim moderada degeneração hidrópico-vacuolar das células epiteliais dos túbulos contornados distais, e
para o búfalo observou-se no rim, discreta, porém, nítida degeneração hidrópico-vacuolar das células epiteliais
dos túbulos contornados distais. Demonstrou-se que o búfalo também é sensível à toxidez de P. juruana. O
quadro clínico-patológico observado nesta espécie é semelhante ao visto em bovinos. Verificou-se que o
búfalo é pelo menos quatro vezes mais resistente que o bovino à ação tóxica de P. juruana. Os sintomas que
precedem o desfecho da intoxicação foram mais evidentes e prolongados no caso da intoxicação em búfalos
que em bovinos.

103
TAVARES, Márcia Cristina. A Pesca de curral no Estado do Pará. 2005. 93 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Rural da
Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2004.
Orientador: Raimundo Aderson Lobão de Souza
Co-orientador: Ivan Furtado Júnior

RESUMO: A região do litoral norte do Brasil é caracterizada por apresentar uma linha de costa bastante
diversa onde se localizam inúmeros sistemas estuarinos. Possui uma topografia baixa e aporte de grandes
volumes de água doce, principalmente no Amazonas, produzindo processos oceanográficos interdependentes
e complexos, que exercem uma forte influência na distribuição dos recursos vivos da região. As localidades
do litoral amazônico do Pará, com extensas áreas de praia e formações de bancos de areia, têm favorecido a
prática de pesca costeira estuarina e marítima com currais-de-pesca. Um estudo da produção, esforço de
Pesca e a Captura por Unidade de Esforço (CPUE) das principais espécies de peixes capturadas em currais-
76

de-pesca no litoral amazônico do Estado do Pará, durante o período de 1995 a 2002, foi realizado visando
fornecer subsídios para o gerenciamento adequado desta pescaria. Para tal analisou-se os dados do Projeto
ESTATPESCA (CEPNORIIBAMA) em 15 municípios e entrevistas com pescadores e pessoas relacionadas
com a atividade pesqueira. A produção dos currais-de-pesca seguiu a mesma tendência da produção total com
a captura máxima em 1998 e a partir de 1999 apresentou uma tendência de produção decrescente com
pequena recuperação em 2002. As espécies que apresentaram produção substancial, destacaram-se em ordem
decrescente de participação relativa, a pescada gó (Macrodon ancylodon), o bagre (Anus herzbergii), o bandeirado
(Bagre bagre), a corvina (Micropogonias jurnieri) e o peixe-pedra (Genyatremus luteus). Os municípios mais
produtores foram: Quatipuru (19,07%), Curuçá (17,01%), Bragança (12,12%) e Marapanim (8,14%). O
esforço de pesca e a CPUE seguiu uma tendência de crescimento durante todo o período (1995 a 2002), com
uma pequena redução em 2001 logo compensada em 2002. A produção anual e as CPUEs do bagre,
bandeirado, peixe-pedra e pescada gó apresentaram uma tendência de queda enquanto que a corvina manteve
seus valores com pequenas variações ao longo do período. Os resultados da análise de variância teste H de
Kruskal-Wallis dos postos médios das CPIJEs dos 8 anos estudados para cada uma das cinco espécies, foram
significativos em nível de ct = 0,05. Utilizou-se o modelo linear de SCHAEFER para se estimar as tendências
de produções das principais espécies. Para todas as cinco espécies, os níveis de produção máxima sustentável
estão abaixo dos estimados, o esforço de pesca está em quase o dobro (163%) do considerado ótimo para os
currais-de-pesca e as capturas por unidade de esforço estão muito abaixo dos níveis considerados ótimos. As
quedas na produção das espécies capturadas pelos currais-de-pesca servem de alerta, no sentido de que
qualquer pescaria que se encontre em níveis acima do esforço máximo fica numa situação muito frágil e
qualquer alteração ambiental ou biológica, provocará mesmo que temporariamente, uma situação de
sobrecapacidade, podendo resultar em drásticas conseqüências sobre a produtividade e no rendimento
econômico dos currais-de-pesca.

2005
104
BARBOSA, Tienne Milena Farias. Dinâmica dos sistemas de produção familiares da ilha de Marajó: o
caso do Município de Cachoeira do Arari. 2005. 138 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em
Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.
Orientador: Jonas Bastos da Veiga
Co-orientador: Jean-François Tourrand

RESUMO: A Amazônia tradicional é a Amazônia dos rios, que foi e continua sendo um padrão de ocupação
espacial e econômico importante para o desenvolvimento regional. O arquipélago de Marajó, espaço geral
empírico desta pesquisa, como parte da Amazônia dos rios, não foge a esta regra. No entanto, sabe-se que a
organização espacial da Amazônia vem sofrendo grandes mudanças, incluindo diversas dinâmicas nos
sistemas produtivos agropecuários, com reflexos econômicos, sociais e ambientais complexos. Muitos estudos
têm produzido interpretações distintas sobre a sustentabilidade das atividades agropecuárias na Amazônia
brasileira e internacional. Por exemplo, os estudos sobre os modelos de exploração pecuária bovina e
bubalina identificam que esta atividade já não é prioridade somente dos grandes estabelecimentos, como em
décadas anteriores, em razão do processo de “pecuarização” da agricultura familiar. Esta pesquisa aborda
fundamentalmente, as dinâmicas que vêm se processando ou tomando forma nos sistemas de produção
familiar, no Município de Cachoeira do Arari, situado na Ilha de Marajó - PA, entre os anos de 1994 a 2004.
A investigação foi desenvolvida junto às famílias camponesas de seis comunidades (Bacuri, Camará, Caracará,
Gurupá, Jabuti e Retiro Grande). O objetivo principal do trabalho foi caracterizar as dinâmicas
socioeconômicas ocorridas nesta década. Os resultados deste trabalho poderão subsidiar futuras pesquisas e
políticas públicas que visem à sustentabilidade da produção agropecuária familiar. O método usado para
determinação da tipologia das propriedades foi o multi-variado por agregação. Os principais eixos de variáveis
que definiram esses tipos foram: magnitude do componente agrícola, magnitude do componente pecuário,
77

rendimento da lavoura branca, magnitude da criação de pequenos e médios animais e fontes de renda
externas à propriedade. Os tipos resultantes foram: subsistência, açaizeiro, abacaxizeiro, pecuaçaí, pecuarista e
outra renda. Constatou-se uma grande variabilidade dos sistemas de produção e identificou-se as dinâmicas
específicas dos tipos de propriedades ao longo de dez anos, bem como os fatores determinantes de
viabilidade dos sistemas de produção e as demandas de política pública.

105
BEZERRA, Nilson Veloso. Determinação qualitativa dos patógenos bacterianos presentes no
processo de produção In vitro de embriões bovinos (PIVE). 2005. 53 f. Dissertação (Mestrado) - Curso
de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da
Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.
Orientadora: Hilma Lúcia Tavares Dias

RESUMO: A PIVE (Produção in vitro de Embriões) é uma biotecnologia de reprodução que encontra-se em
franco desenvolvimento, cuja grande preocupação, neste momento, é avaliar todos os fatores, infecciosos ou
não, que possam influenciar na perda de embriões produzidos nesta biotécnica. Neste trabalho, avalia-se
quais os principais patógenos bacterianos presentes nas diferentes etapas deste processo, as principais fontes
de bactérias contaminantes do processo, se os métodos comumente empregados para a descontaminação são
eficientes e os prováveis efeitos decorrentes da presença de bactérias nas etapas de PIVE. Verificou-se que os
principais patógenos encontrados são: Streptococcus sp, E. coli, Staphylococcus sp., microplasmas e algumas
bactérias encontradas no ambiente. As principais fontes de contaminação do processo foram: o conteúdo
vaginal de vacas doadoras de ovócitos, o sêmen usado na fertilização e o ambiente no qual se realizam as
diferentes etapas de PIVE. As técnicas empregadas para redução de contaminação mostraram-se eficientes
para a grande maioria das bactérias, porém não ofereceu ação contra os microplasmas, sendo estes, entre os
patógenos encontrados, o mais importante fator de morte dos embriões produzidos por PIVE.

106
CAMPOS, Paula Nepomuceno. Composição e distribuição de ovos e larvas de peixes na plataforma
continental amazônica (Revizee – ZEE/NO). 2005. 124 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia,
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.
Orientador: Rosildo Santos Paiva

RESUMO: A costa norte do Brasil se caracteriza por apresentar um regime de instabilidade entre a descarga
fluvial e a circulação oceânica, o que favorece o desenvolvimento de vários organismos marinhos, inclusive os
peixes. As principais famílias de teleósteos demersais que desembarcam no litoral do Estado do Amapá são
Scianidae (pescada e corvina), Ariidae (bagres e gurijuba), Lutjanidae (pargo) e Serranidae (mero e garoupa). O
estudo do ictioplâncton tem contribuído para o avanço da investigação nos domínios da Ictiologia e da
Biologia Pesqueira, pois fornece informações para o inventário ambiental, monitoramento de estoques e
manejo da pesca. O presente estudo faz parte do “Programa de Avaliação do Potencial Sustentável de
Recursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva Brasileira” (REVIZEE-SCORE/NO) e tem como objetivos
determinar a composição e a densidade do ictioplâncton, bem como a sua distribuição ao longo das regiões
costeiras e oceânicas em frente à costa norte do Brasil, incluindo os Estados do Amapá e a foz do rio
Amazonas. As coletas realizaram-se em águas profundas, a bordo do Navio “Almirante Paulo Moreira”, em
cinco PROSPEC’s. As amostras foram coletadas entre agosto de 2000 (PROSPEC XVII) e dezembro de
2001 (PROSPEC XXIII), em um total de 58 estações. As coletas foram feitas com duas redes tipo Bongo
com malha de 300 e 500 µm, nas quais foi acoplado um fluxômetro, em arrastos oblíquos. As amostras foram
acondicionadas em frascos de 500 ml, fixadas com formol neutro a 4%. No Laboratório de Botânica da
Universidade Federal do Pará, as amostras foram triadas, as larvas foram quantificadas e identificadas em
nível de família e os ovos foram apenas quantificados. Foram registradas 2.210 larvas, distribuídas em 17
ordens e 44 famílias e as que não foram identificadas corresponderam a 9,9%. Os ovos encontrados
totalizaram 1.275. A família que mais se destacou em todas as PROSPEC’s foi Myctophidae (35,5% do total de
larvas), seguida de Gobiidae, Clupeidae e Carangidae com 12, 7 e 5%, respectivamente. A PROSPEC que
78

apresentou maior densidade de larvas (158 ind/m3) foi a XIX, coletada em frente à foz do rio Amazonas,
durante o período de maior descarga (março/2001). A PROSPEC XXIII, também coletada na foz do rio
entre o período de menor e maior descarga, teve maior densidade de ovos (48 ovos/m3). As famílias de peixe
de interesse comercial, apesar de serem bastante exploradas pela pesca industrial na costa do Estado do
Amapá, foram encontradas com baixa representatividade nas amostras analisadas. Myctophidae e Gobiidae foram
as mais abundantes e freqüentes e apresentam grande importância ecológica, pois servem de fonte de
alimento para os peixes de maior porte.

107
CARDOSO, Adriana Maciel de Castro. Interação genótipo X ambiente para a produção de leite na
espécie bubalina utilizando inferência Bayesiana por meio de amostradores de Gibbs. 2005. 62 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará,
Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.
Orientador: Cláudio Vieira de Araújo

RESUMO: Com o objetivo de verificar a existência da interação genótipo X ambiente, sob a forma de
heterogeneidade de variâncias para a produção de leite na espécie bubalina e o seu impacto na avaliação
genética dos animais, utilizando a inferência Bayesiana por meio de Amostrador de Gibbs, foram utilizados
5.484 registros de produção de leite referentes às produções de 2.994 búfalas predominantemente Murrah,
filhas de 150 reprodutores, acasalados com 1.130 matrizes, cujos partos ocorreram entre os anos de 1974 e
2004. Os registros foram provenientes do Programa de Melhoramento Genético dos Bubalinos
(PROMEBUL) com a adição de registros provenientes do rebanho da EMBRAPA Amazônia Oriental
(EAO), localizada em Belém, Pará. Estabeleceu-se classes de rebanho-ano de parto e de acordo com o desvio
padrão de cada classe, os registros de produção de leite foram classificados em classes de alto e baixo desvio -
padrão fenotípico. Posteriormente, os dados foram analisados desconsiderando e considerando as classes de
desvio-padrão. O modelo utilizado empregou os efeitos fixos referentes às classes de rebanho-ano, mês de
parto e covariáveis idade da fêmea ao parto e duração da lactação, além do efeito aleatório de animal,
ambiente permanente e ambiente temporário. Para os efeitos fixos, foi assumido distribuição à priori uniforme
e para os componentes de (co)variâncias foram assumidas distribuições priori Qui-quadrado inversa e Wishart
invertida. As médias observadas e desvio-padrão para produção de leite nas classes de alto e baixo desvio-
padrão e em análise geral foram iguais a 1870,21±758,78, 1900,50±587,76 e 1885,48±677,98,
respectivamente. As médias posteriores para os componentes de variâncias foram maiores na classe de alto
desvio-padrão. A herdabilidade obtida na classe de alto desvio-padrão foi próxima do valor observado na
análise geral e inferior ao valor encontrado na classe de baixo desvio-padrão fenotípico. A correlação genética
para produção de leite entre as classes de desvio-padrão foi igual a 0,58. As correlações de Spearman entre os
valores genéticos para a produção de leite obtidos em análise geral com os valores obtidos nas classes de alto
e baixo desvio padrão foram iguais a 0,94 e 0,93, respectivamente, para todos os reprodutores. Para uma
amostra dos 10 melhores reprodutores, as mesmas correlações foram iguais a 0,94 e 0,47, respectivamente.
Tais resultados revelam presença de heterogeneidade de variâncias entre rebanhos e esta heterogeneidade de
variâncias é resultante de fatores ambientais, que podem levar a uma classificação errônea dos melhores
reprodutores geneticamente para a produção leite.

108
CASTRO, Anderson Corrêa. Avaliação de sistema silvipastoril através do desempenho produtivo de
búfalos manejados nas condições climáticas de Belém, Pará. 2005. 87 f. Dissertação (Mestrado) - Curso
de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da
Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.
Orientador: José de Brito Lourenço Júnior

RESUMO: Estudam-se as relações entre variáveis produtivas, fisiológicas e de conforto animal de búfalos e
fatores do ambiente físico, em sistema silvipastoril, envolvendo mogno africano (Kaya ivorensis) e nim indiano
(Azadirachta indica) e pastejo rotacionado intensivo de Cynodon nlemfuensis, no período de maio de 2003 a
novembro de 2004, na Unidade de Pesquisa Animal “Senador Álvaro Adolpho”, Embrapa Amazônia
79

Oriental, Belém, Pará, no tipo climático Afi, com época mais chuvosa de dezembro a maio e menos chuvosa,
de junho a novembro. A área de pastagem experimental, de 5,4 ha, está dividida em seis piquetes, com
permanência animal de cinco dias e 25 dias de descanso. Foram utilizados 26 bubalinos Murrah, inteiros, com
idade entre 231 e 303 dias. Efetuou-se análise descritiva dos dados experimentais, para obtenção de médias,
desvio padrão, valores mínimos e máximos, correlações e variâncias, considerando-se ganho de peso,
disponibilidade e composição química da forrageira, variáveis fisiológicas dos animais, variáveis climáticas,
desenvolvimento das essências florestais, índices de Conforto (IC) e de Temperatura - Umidade (ITU).
Observou-se excelente desempenho ponderar dos animais experimentais, com ganhos médios de 0,911
kg/dia e peso vivo final de 510 kg. Nos períodos mais e menos chuvosos, a disponibilidade, os níveis de
proteína bruta do caule, folha e planta inteira e a digestibilidade “in vitro” da matéria seca e da orgânica da
forrageira foram satisfatórios, atendendo às necessidades mínimas para manutenção e destacado desempenho
produtivo. Houve interferências das variáveis meteorológicas nos batimentos cardíacos, freqüência
respiratória, temperatura retal e movimento ruminal dos animais. O IC ultrapassou o nível crítico,
principalmente no período menos chuvoso, bem como os níveis de ITU foram elevados, suplantando o
considerado de emergência, indicando a necessidade de práticas de manipulação do ambiente físico para
elevar o desempenho animal. O desenvolvimento das essências florestais já fornece melhor ambiência aos
animais, em função do sombreamento, o que contribui para a redução do estresse térmico e promove melhor
performance produtiva dos búfalos.

109
LOPES, Kelven Stella. Ecologia reprodutiva e subsídios para o manejo da reprodução de pirarucus,
Arapaima gigas Cuvier, 1817. 2005. 82 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência
Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.
Orientador: Helder Lima de Queiroz

RESUMO: A biologia reprodutiva do Arapaima gigas foi estudada utilizando-se 146 exemplares, sendo 63
fêmeas e 83 machos, coletados no período de outubro a novembro de 2003, na reserva de Desenvolvimento
Sustentável Mamirauá, localizada no Estado do Amazonas. Realizou-se análises morfológicas da coloração
vermelha, tanto sua área de cobertura quanto sua intensidade entre sexos e jovens e adultos. Foi determinado
o tamanho à primeira maturação sexual pela distribuição relativa dos diferentes estágios do ciclo de
maturação. A escala de maturidade sexual foi determinada macroscopicamente para a espécie por meio da
observação morfológica das gônadas. Os índices biológicos, índice gonadossomático e fator de condição
foram estabelecidos. Realizou-se um estudo para avaliar o conhecimento tradicional dos pescadores de
Mamirauá na discriminação do sexo.

110
MAIA, Paulo Henrique Sá. Desempenho produtivo da criação de avestruz (Struthio camelus) em áreas
alteradas da Pré-Amazônia maranhense. 2005. 12 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação
em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.
Orientador: José Ribamar Felipe Marques
Co-orientador: Cláudio Vieira de Araújo

RESUMO: Estrutiocultura, denominação dada à criação de avestruz (Struthio camelus), embora relativamente
nova, desenvolveu-se rapidamente no Brasil e a projeção é de que, em poucos anos, se torne um dos maiores
produtores no cenário mundial. Este crescimento tornou-se possível em função da organização do segmento
e aumento do plantel. O início da criação no Brasil é datado de meados da década de 90. A existência de
grandes áreas alteradas de florestas na Região Amazônica favorece de forma promissora a implantação da
criação de avestruz como uma possível alternativa econômica em nosso território. Os índices reprodutivos
observados em áreas alteradas da Pré-Amazônia maranhense comprovam a viabilidade dessa alternativa,
como mostra o estudo desenvolvido. Com base nos dados coletados no período de 1999 a 2004, nas
80

Fazendas Sítio São José e Vista Alegre, localizadas, respectivamente nos Municípios de Imperatriz e
Açailândia, no Estado do Maranhão, foram estudadas variáveis reprodutivas observadas nas proles e na
matriz como: idade ao primeiro ovo com média de 37,80 ± 10,08 meses; idade ao primeiro ovo fértil com
média de 40,95 ± 9,50 meses; peso do ovo na incubação no primeiro, aos 14 e aos 39 dias de incubação e
peso da cria na eclosão foram iguais à 1,36 ±0,13, 1,30 ± 0,12, 1,17± 0,12 e 0,86 ± 0,10, respectivamente;
relação entre o peso da cria na eclosão e peso do ovo aos 39 dias de incubação em relação ao peso do ovo no
primeiro dia de incubação foram iguais a 0,6380 ± 0,0454 e 0,8486 ± 0,0522, respectivamente; duração da
estação reprodutiva em 286 registros foi igual a 186,28 ± 92,87 dias, sendo observados registros até 363 dias
de postura; taxa de fertilidade na escala logarítmica e na escala original foram iguais a 3,09 ± 1,48 e 39,23 ±
28,53, respectivamente; número de ovo por dia de estação reprodutiva foi igual a 0,16±0,06 ovo/dia e
eclodibilidade em relação aos ovos férteis na postura foi igual a 0,71 75 ± 0,2960. Conclui-se que a criação de
avestruz na região da Pré-Amazônia maranhense é viável e que a melhoria dos índices reprodutivos tornaria
esta atividade economicamente rentável.

111
MASCARENHAS, Ronald Cristovão de Souza. Teste de eficiência de diferentes itens na composição da
dieta de aruanã (Osteoglossum bicirrhosum, pisces; teleostei, osteoglossidae) em cativeiro, baseado em
aspectos de sua alimentação em ambiente natural. 2005. 97 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia,
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.
Orientador: Helder Lima de Queiroz

RESUMO: Testa a eficiência de diferentes itens na composição da dieta de Aruanã (Osteoglossum bicirrhosum)
em cativeiro, baseados em aspectos da sua alimentação em ambiente natural. O aruanã representa uma
importante fonte de alimento para as populações tradicionais da Amazônia. Além disso, os alevinos e os
juvenis têm grande valor comercial no mercado de peixes ornamentais, sendo exportados para a Europa e
Ásia. O estudo foi realizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, localizada próximo ao
Município de Tefé, Estado do Amazonas. Os dados foram obtidos em duas fases de estudo: 1) análise do
conteúdo estomacal de Aruanãs coletados na vazante, seca, enchente e cheia; 2) teste de eficiência de
diferentes itens na composição da dieta dos aruanãs em cativeiro. Os insetos foram as presas mais
freqüentemente ingeridas em número de indivíduos, seguidos dos moluscos, peixes, aracnídeos e crustáceos.
Quanto à análise do peso relativo das presas identificadas, observou-se que os peixes foram o principal item,
seguido dos insetos, moluscos, crustáceos e aracnídeos, ratificando a condição de espécie piscívora insetívora
do aruanã. Com relação ao teste dos itens alimentares em cativeiro, foram oferecidos aos animais quatro
tratamentos distintos com réplica. “Ração”, “Insetos”, “Peixe” e “Ração” + “Peixe”. Só foi observado ganho
de peso e aumento do comprimento, tanto no tratamento quanto na réplica, naqueles animais alimentados
unicamente com insetos. Foram encontradas diferenças, estatisticamente significativas entre o tratamento de
alimentação com insetos e os demais tratamentos. Quando se compararam os demais tratamentos realizados,
não foi encontrada nenhuma diferença significativa para os seus efeitos. Os insetos foram o item alimentar
com maior taxa de ingestão observada. Os demais itens tiveram aceitação bastante inferior, o que pode
explicar os resultados do teste de eficiência alimentar. Os resultados sugerem que os insetos devem fazer
parte da dieta do aruanã em cativeiro, haja vista que no meio artificial eles são alimentados
predominantemente com ração comercial para peixes carnívoros. Ou, alternativamente, a ração comercial
deve ser reformulada para se adequar às necessidades da espécie.

112
OLIVEIRA, Silvio Abner Lameira de. Pesquisa de helmintos em musculatura e serosa abdominal de
peixes de importância comercial capturados no litoral norte do Brasil. 2005. 70 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade
Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.
Orientador: Raimundo Aderson Lobão de Souza
81

RESUMO: Pesquisa a presença de helmintos, suas freqüências e intensidades de infecções na musculatura e


serosa abdominal parietal de peixes de importância comercial beneficiados em Belém – PA. Foram
examinados 175 exemplares de quatro espécies de peixes, capturados no litoral norte do Brasil, sendo três
espécies marinhas da Família Sciaenidae - a pescada amarela (Cynoscion acoupa), a pescada-cambuçu (Cynoscioii
virescens) e a pescadinha-gó ou pescada-foguete Macrodon ancykxlon); e um siluriforme estuarino da Família
Ariidae - a uritinga (Anus proops). Os peixes foram mensurados quanto ao seu comprimento corporal padrão,
analisou-se a musculatura e a serosa abdominal em mesa de inspeção “candling table” após o filetamento das
amostras. Foi encontrado apenas parasitismo por larvas plerocercóides de cestóides da Ordem Trypanorhyncha.
Os biastocistos recuperados foram observados quanto a sua morfologia e tamanho, sendo o mesmo realizado
com os escólices após a sua liberação. Todas as espécies de peixes analisadas apresentavam indivíduos
parasitados, sendo 16% em M. ancylodon, 77,78% em A. proops, 79,17% em C. virescens e 82% em C. acoupa,
correspondendo uma freqüência parasitária geral de 61,71% (108 exemplares) e uma intensidade média de
infecção de aproximadamente seis larvas por peixe. As freqüências de infecção apresentadas pelas espécies de
cestóldes foram as seguintes: (Aliteírarhynchus gracilis (52,57%), Pteroboihnium heleracanibum (13,71%),
Poecilancistrium caryophylhsm (12%) e Pleroboíhrium crassicoile (3,43%). Entre os peixes parasitados, 85,19%
apresentavam parasitismo na região abdominal (serosa e musculatura abdominal) e 81,48% parasitismo
muscular (musculatura abdominal e corporal). A espécie P. heieracanihum preferencialmente parasitou a região
abdominal dos peixes e a espécie P. caryophyllum a musculatura. Verificou-se associação significativa (P < 0,01)
entre as espécies de peixes analisadas e a freqüência de parasitismo.

113
PALHETA, Glauber David Almeida. Composição e distribuição espaço–temporal do ictioplâncton no
estuário dos rios Curuçá e Muriá (Curuçá – Pará). 2005. 77 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia,
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.
Orientador: Rosildo Santos Paiva

RESUMO: Estuários são ambientes de transição entre o continente e o oceano, onde rios encontram o mar,
resultando na diluição mensurável da água salgada. Este estudo realizou-se a fim de determinar a composição
e distribuição de ovos e estágios larvais de peixes (ictioplâncton) dos estuários dos rios Curuçá e Muriá,
localizados no nordeste paraense. Para isso fez-se coletas bimensais em marés vazantes diurna e de quadratura
a partir de setembro de 2003 até julho de 2004. Foram pré-estabelecidas quatro estações ao longo do estuário
dos dois rios. Realizou-se medidas de condutividade, pH, temperatura e oxigênio dissolvido e realizados
arrastos a um metro de profundidade que foram feitos com uma rede com malha de 500µm e 50 cm de
abertura de boca, na qual foi acoplado um fluxômetro. Amostras foram conservadas com formol a 4%.
Foram registradas 1.326 larvas, sendo que destas, 451 foram amostradas no rio Muriá e 875 larvas no rio
Curuçá. As larvas de peixes identificadas pertencem a 12 famílias (Engraulidae, Clupeidae, Myctophidae, Gobiidae,
Scianidae, Carangidae, Pleuronectidae, Tetraodontidae, Beloniidae, Soleidae, Achiriidae e Scorpaenidae). As maiores
densidades registraram-se nos meses de julho, janeiro e março. Não houve um padrão espacial de distribuição
das larvas com as variáveis ambientais. O estuário do Município de Curuçá esteve representado
principalmente por clupeiformes (família Engraulidae e Clupeidae), que desempenham papel importante na teia
trófica deste ecossistema assim como papel relevante na alimentação local.

114
SILVA, Érica Bandeira da. Diagnóstico da paratuberculose em bovinos de corte do Estado do Pará -
Brasil. 2005. 60 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade
Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
Belém, 2005.
Orientadora: Hilma Lúcia Tavares Dias

RESUMO: 514 amostras de sangue bovino foram analisadas para detecção de anticorpos anti Mycobacterium
avium (subsp.) paratuberculosis, utilizando um kit comercial do Teste ELISA Indireto. Os animais eram todos
mestiços, machos e fêmeas, classificados em dois grupos, de acordo com a idade, menores ou iguais a 36
82

meses e maiores de 36 meses, provenientes de 23 municípios do Estado do Pará. Além deste teste, também
foram colhidas 100 amostras de fragmentos de intestino delgado e de linfonodo mesentérico para análise
bacteriológica através da coloração de Ziehl-Neelsen, a fim de identificar o Mycobacterium avium (subsp.)
paratuberculosis. As amostras foram colhidas aleatoriamente em matadouro da Região Metropolitana de Belém.
No Teste ELISA Indireto, das 514 amostras de sangue bovino, 182 (35,4%) foram reagentes para anticorpos
anti-Mycobacterium avium (subsp.) paratuberculosis e 332 (64,6%) foram não-reagentes. Em todas as mesorregiões
encontraram-se animais soropositivos. As fêmeas com idade superior a 36 meses mostraram maiores
respostas ao teste, 92,06% de animais soropositivos. Entre os machos, a maior prevalência (76,79%) foi
obtida nos mais novos, com idade abaixo de 36 meses. Das 100 lâminas coradas através do Método de Ziehl-
Neelsen, nenhum Mycobacterium sp. foi identificado. Conclui-se assim, que o elevado número de animais com
anticorpos anti-Mycobacterium avium (subsp.) paratuberculosis indica a presença da doença em todas as
mesorregiões estudadas, devendo-se atentar aos riscos desta enfermidade, por meio de pesquisas mais
abrangentes sobre a Paratuberculose, com aplicação de métodos diagnósticos diretos e indiretos.

115
SILVA, Klena Sarges Marruaz da. Avaliação da eficácia do TES e RINGER lactado na criopreservação
de sêmen de Ateles, mantidos em cativeiro. 2005. 78 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação
em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2005.
Orientador: Haroldo Francisco Lobato Ribeiro

RESUMO: A biotecnologia aplicada à reprodução é uma ferramenta também importante para conservação de
espécies ameaçadas de extinção. Algumas espécies de primatas não-humanos neotropicais têm sido
amplamente agredidas por ações antrópicas, ocasionando a inclusão de 26 espécies brasileiras na lista oficial
de animais ameaçados de extinção do IBAMA. As espécies de primatas não humanos Ateles belzebuth e Ateles
paniscus, participantes do gênero Ateles, popularmente chamados de macaco-aranha, encontram-se
particularmente ameaçadas. Poucos estudos são realizados acerca do status populacional destas espécies e
menos ainda sobre dados reprodutivos e reprodução assistida. O presente estudo pretende comparar a
performance dos diluentes TES e CEBRAN II, este último à base de ringer lactato, como criopreservadores
de sêmen destas espécies. O experimento foi realizado utilizando 06 exemplares machos de primatas não
humanos do gênero Ateles (02 exemplares de Ateles marginatus e 04 exemplares de Ateles paniscus) mantidos
sob as mesmas condições de cativeiro no Centro Nacional de Primatas (CENP-SVS/MS), em Ananindeua,
Pará. Os animais utilizados foram submetidos a exame clínico-andrológico e biometria testicular, antes da
colheita seminal realizada por eletroejaculação. Foram realizadas avaliações físico-químicas e de patologias
espermáticas, além de avaliação de motilidade e vigor no sêmen a fresco e pós-diluição com os diluentes TES
e CEBRAN II. As alíquotas de sêmen diluídas com os dois diluentes, na proporção 2:1, foram envasadas em
minitubos com capacidade para 0,25 ml e criopreservados em nitrogênio líquido. Após descongelação, as
doses envasadas foram avaliadas em teste de termo-resistência (T.T.R.). As médias de volume e concentração
espermáticas obtidas foram, respectivamente, 1,94 ml (± 0,83) e 3.020.000 sptz/ml (±275,97). O pH 8 foi
observado em todas as amostras e todos os exemplares apresentaram coagulação seminal. O índice de
patologias espermáticas encontrados foi alto (69,8%, ± 9,05), indicando que pode haver influência da
sazonalidade reprodutiva nas características seminais encontradas nos animais deste experimento. Os
resultados de avaliação de motilidade e vigor do sêmen a fresco, diluído e no T.T.R. não puderam ser
analisados estatisticamente, pois somente o sêmen de 03 animais demonstrou espermatozóides viáveis pós-
descongelação, com resultados que sugerem que o diluente TES apresenta melhor eficiência na preservação
de sêmen de Ateles do que o diluente CEBRAN II.
83

2006

116
BAÍA JÚNIOR, Pedro Chaves. Caracterização do uso comercial e de subsistência da fauna silvestre no
Município de Abaetetuba, PA. 2006. 126 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência
Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.
Orientadora: Diva Anelie Araújo Guimarães

RESUMO: Analisa o uso da fauna silvestre pelas populações rurais e urbanas do Município de Abaetetuba,
PA (S 1°42.008’ W 048°54.009), tendo como meta a geração de conhecimentos que viabilizem as ações
futuras de implementação de programas de produção comercial de animais silvestres nesta região. Para tanto
foram: 1) aplicados questionários aos vendedores e aos freqüentadores da feira livre do município, assim
como realizado o monitoramento do comércio de carne silvestre ao longo do ano de 2005, 2) realizadas
visitas às comunidades ribeirinhas e aplicados questionários aos moradores das ilhas Capim, Xingu e
Quianduba; 3) verificado o nível de conhecimento dos produtores rurais acerca da viabilidade ou não de
implementação de programas de criação de animais silvestres na região. As atividades na feira livre mostraram
que em 2005 aproximadamente 5.970 kg de carne de animais silvestres, pertencentes a oito etno-espécies
(mucura, veado, capivara, paca, tatu, jacaré-açu, jacaré-tinga e matamatá), foram comercializadas, sendo que as
carnes de capivara e jacaré foram as mais representativas, 64% e 34%, respectivamente. Os comerciantes
apresentaram alta dependência financeira desta atividade, obtendo mensalmente uma renda de até R$ 600,00.
Os consumidores moravam no município ou em regiões próximas e compraram os produtos mais por
hábitos culturais do que necessidades financeiras. As principais atividades de subsistência (pesca e agro-
extrativismo de açaí) praticadas pelas populações ribeirinhas encontram-se em declínio ou não atendem às
necessidades alimentares da comunidade ao longo de todo o ano. A caça ainda se constitui uma atividade
comum para os ribeirinhos entrevistados, cerca de 38% (n 55) destes caçaram durante o último ano um total
de 68 animais de pequeno porte, incluindo a mucura, a cutia, o tatu, a paca, o soia e o camaleão. Os animais
maiores podem estar localmente extintos em função da sobre-caça. Os produtores rurais indicaram como
fatores favoráveis para a criação de animais silvestres a proteção das populações naturais e a geração de renda,
e como desfavoráveis a falta de assistência técnica e de apoio financeiro, a burocracia e os altos custos de
produção. A formação de um sistema participativo de manejo, envolvendo a comunidade, o governo e o
setor privado, que garanta o estabelecimento de uma cadeia produtiva funcional, é apontada como uma
ferramenta necessária para a implantação de sistema de criação comercial de animais silvestres neste
município.

117
BRITO, Carla Suzy Freire de. Dinâmica sazonal da CPUE da pescada amarela (Cynoscion acoupa),
pescada gó (Macrodon ancylodon) e da serra (Scomberomorus brasiliensis), capturadas com rede de
emalhar no Estado do Pará. 2006. 77 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência
Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.
Orientador: Raimundo Aderson Lobão de Souza

RESUMO: A rede de emalhar é a arte de pesca mais usada para a captura de peixes ao longo da costa norte
do Brasil e normalmente, em cada comunidade pesqueira, é desenvolvido um tipo de rede sujeita a
aperfeiçoamentos progressivos através do tempo, conforme a experiência dos pescadores. Considerando a
importância socioeconômica das espécies: pescada amarela, pescada gó e serra para a pesca na costa norte do
Brasil, torna-se necessária a investigação das principais características da Biologia pesqueira delas, tais como a
área de atuação das frotas, a obtenção de estimativas das respectivas abundâncias relativas (CPUE), e suas
variações sazonais, que venham a suprir as escassas informações existentes para estas espécies na região.
Neste trabalho foram utilizados os dados obtidos dos formulários de controle de desembarque de pescado e
84

de esforço de pesca que foram coletados durante os anos de 2000 a 2003 pelo Projeto ESTATPESCA,
realizado pelo CEPNOR/IBAMA. Para análise dos dados, considerou-se o barco como unidade amostral,
distribuindo-se as embarcações da frota em grupos homogêneos, de acordo com suas características. Para
comparação dos valores de CPUE, entre os períodos mais chuvoso e menos chuvoso do ano, estimou-se os
postos médios desses valores de CPUE para cada uma das espécies em kg/l000m rede-dia
independentemente do tipo de embarcação e por tipo de embarcação e as variâncias desses postos médios
para os quatro anos de 2000 a 2003, procedendo-se análises de variância por postos - Teste H de Kruskal-
Wallis. A variação da CPUE média de 2000 a 2003 por período mais chuvoso e menos chuvoso,
independente do tipo de embarcação, foi estatisticamente significante para a pescada amarela e serra no
período menos chuvoso. A pescada gó não apresentou diferença estatisticamente significante.

118
CASTRO, Andréa Bezerra de. Biologia reprodutiva do muçuã Kinosternon scorpioides (Linnaeus,
1776) em cativeiro. 2006. 100 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal,
Universidade Federal do Pará, Universidade Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, Universidade Rural da Amazônia, Belém, 2006.
Orientadora: Diva Anelie Araújo Guimarães

RESUMO: Obteve-se dados a partir de pesquisa realizada nas dependências do Parque Zoobotânico do
Museu Paraense Emílio Goeldi, durante os anos de 1992 a 1997, que tiveram como objetivo o estudo da
Biologia reprodutiva e do crescimento do muçuã em cativeiro. Verificaram-se as relações biométricas e o
dimorfismo sexual entre machos e fêmeas adultas, o tipo de reprodução, o número de ovos por postura, o
período de incubação e o percentual de eclosão, a relação entre a biometria dos ovos e dos filhotes ao nascer,
a relação entre o tamanho da fêmea e seus ovos e filhotes, o crescimento biométrico e ponderal da espécie, a
idade em que ocorre o dimorfismo sexual nos filhotes e a idade da primeira postura. Utilizaram-se animais
adultos do plantel do Parque e um grupo composto por 70 recém-nascidos. Os resultados obtidos
demonstraram que os machos adultos (n= 75) possuíam a cauda longa e a cabeça pigmentada de negro e
apresentaram em média 314,05 g de peso, 14,79 cm de comprimento de carapaça, 9,79 cm de largura de
carapaça, 12,3 cm de comprimento de plastrão, 7,46 cm de largura de plastrão e 4,5 cm de altura. As fêmeas
adultas (n= 176) tinham a cauda curta e a cabeça amarela, apresentaram em média 430,08 g de peso, 15,26 cm
de comprimento de carapaça, 11,31cm de largura de carapaça, 13,35 cm de comprimento de plastrão, 8,01cm
de largura de plastrão e 5,51cm de altura, para todas as variáveis estudadas houve diferenças significativas,
sendo as fêmeas adultas maiores que os machos adultos. O período de acasalamento abrangeu os meses de
abril a agosto, caracterizando uma reprodução sazonal. A nidificação ocorreu entre os meses de maio a
setembro e dividiu-se nas fases de deambulação, abertura da cova, postura dos ovos, fechamento da cova e
abandono do ninho. Não houve variação no número de ovos entre posturas de fêmeas jovens e adultas. Em
média a postura de fêmeas adultas foi de 2,45 ovos com variação de 01 a 07 ovos, e de 2,7 ovos para fêmeas
jovens, com variação de 02 a 07 ovos por postura. Porém, as fêmeas adultas realizaram posturas de ovos com
maior peso, comprimento e largura do que as de fêmeas jovens. Os ovos tinham o formato alongado, de cor
rosa com uma mancha branca no centro, e a casca era dura e lisa (n=701). Em média, apresentaram 9,6 g de
peso, 3,8cm de comprimento e 2,0 cm de largura. O período de incubação foi em média de 136 dias, com
variação de 111 a 164 (n= 426) com média de eclosão de 86,6 1%. O peso, a largura da carapaça e a largura
do plastrão da fêmea foram determinantes do peso e largura do ovo, assim como o peso e a largura do ovo
foram determinantes do peso, comprimento de carapaça e plastrão e largura do plastrão do recém-nascido.
Os filhotes (n= 887) nasceram com peso médio de 6,5 g, 3,1 cm de comprimento da carapaça, 2,2 cm de
largura da carapaça, 2,7 cm de comprimento do plastrão, 1,8 cm de largura do plastrão e 1,6 cm de altura da
carapaça. O peso, largura da carapaça, o comprimento do plastrão, largura do plastrão e a altura do casco da
fêmea foram determinantes do peso, da largura da carapaça e da altura do casco do recém-nascido. Aos 22,49
meses de idade apareceram os primeiros sinais de dimorfismo sexual. A espécie apresentou uma correlação
positiva entre o peso vivo com as mensurações biométricas de comprimento, largura e altura até os 37,95
meses de idade, após esta idade o peso vivo continuou aumentando, enquanto que a taxa de aumento no
comprimento foi bem mais suave. Aos 37,94 meses o desvio padrão do peso vivo foi o maior observado em
todas as idades, provavelmente como resultado do dimorfismo sexual já presente nesta idade. Nessa idade foi
85

observada a postura do grupo que apresentava em média 11,84 cm de comprimento de carapaça. Aos 47,02
meses o grupo apresentou em média 410,9 g de peso e 14,15 cm de comprimento de carapaça, valores
semelhantes aos encontrados nos animais adultos estudados.

119
COSTA, Dayana Alves da. Avaliação nutricional da torta de dendê para suplementação de ruminantes
na Amazônia Oriental. 2006. 64 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal,
Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, Belém, 2006.
Orientador: José de Brito Lourenço Júnior
Co-orientador: Ari Pinheiro Camarão

RESUMO: O trabalho realizou-se na Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, Pará, (1°28’ S 48°2T W de
Greenwich), com o objetivo de avaliar a influência da adição da torta de dendê (Elacis guineensis), como
alternativa para suplementação alimentar de ruminantes, em períodos críticos de produção de forragem na
Amazônia oriental. Foram determinadas as características nutricionais da torta de dendê, durante um período
de 21 dias, com 16 ovinos, em gaiolas metabólicas individuais, distribuídas em delineamento inteiramente
casualizado, em quatro tratamentos e quatro repetições, onde os tratamentos (Ti, T2, T3 e T4) continham
quicuio-da-Amazônia (Brachiaria humidicola) e níveis crescentes de 10%, 20%, 30% e 40% de inclusão de torta
de dendê. Os consumos de matéria seca, em g/dia e % do peso vivo, foram de 666,6 e 2,5; 686.9 e 2,4; 649,4
e 2,4; e 540,9 e 2,0, de matéria orgânica 706,5; 710,8; 708,1 e 632,3 g/dia, e de proteína bruta 37,3; 42,9; 58,7 e
56,4 g/dia. O consumo de FDN, em g/dia, foi de 584,7; 583,5; 565,2; 527,0. Os coeficientes de
digestibilidade da matéria seca foram de 50,3; 47,8; 52,2; e 55,2%, da matéria orgânica de 50,8; 49,6; 53,5; e
56,3% e de proteína bruta de 48,0; 38,7; 66,8: 69,4%, em Ti, T2, T3 e T4, respectivamente. A torta de dendê
possui potencial produtivo, com elevada disponibilidade de matéria seca e bom valor nutritivo, constituindo-
se em alternativa para ser utilizada como suplemento alimentar para ruminantes, principalmente em períodos
críticos de estiagem, em níveis em torno de 30%, e possibilita maior consumo e digestibilidade de matéria
seca, matéria orgânica, proteína bruta, com suprimento adequado de energia.

120
FIGUEIREDO, Elaine Lopes. Elaboração e caracterização do “Queijo Marajó”, tipo creme de leite de
búfala, visando sua padronização. 2006. 103 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em
Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.
Orientador: José de Brito Lourenço Júnior

RESUMO: Objetiva a elaboração e caracterização físico-química, microbiológica e sensorial do “Queijo


Marajó”, tipo creme, processado com leite de búfala, além de avaliar sua vida de prateleira, durante 28 dias, e
rendimento econômico. Foram produzidos derivados em dois locais (Local A - Universidade do Estado do
Pará e Local B - Laticínio, de Soure, Pará). Foram determinados no leite e no queijo, os níveis de umidade,
lipídeo, proteína, carboidrato, valor calórico, acidez, pH, bactérias mesófilas, coliformes a 35°C e 45°C,
bolores e leveduras, Staphylococcus aureus e Salmonella. Apenas no queijo realizou-se análises de colesterol e
minerais. A análise sensorial constou de perfil de características e teste de aceitação. A similaridade das médias
das variáveis físico-químicas do leite de búfala indicou que ele foi adequado para a elaboração de derivado
padrão. Nenhuma amostra de leite apresentou contaminação por coliformes, Staphylococcus aureus e Salmonella.
A maior contaminação foi constatada para bactérias aeróbias mesófilas e bolores e leveduras. Os teores de
gordura no extrato seco e de umidade classificaram o derivado como gordo e de média umidade. O “Queijo
Marajó”, apresentou-se dentro dos padrões estabelecidos para alimento de qualidade, até o 21° de
armazenamento. Os atributos sensoriais mais perceptíveis e que caracterizaram o perfil sensorial do derivado
foram cor branca, aromas lácteo e ácido, gostos ácido e salgado e maciez. O Teste de Aceitação indicou que o
queijo foi muito apreciado pelos provadores. Para elaborar adequadamente o “Queijo Marajó” há necessidade
de boas práticas de fabricação, dentro as quais se destacam o controle da acidez e da gordura do leite e da
86

massa usada para o derivado, padronização da quantidade de creme, de cloreto de sódio e sorbato de potássio
adicionados, além da higiene na obtenção do leite e processamento.

121
GALO, Katiany Rocha. Freqüência de anticorpos anti-Borrelia burgdorferi em eqüinos na
Mesorregião Metropolitana de Belém, Estado do Pará. 2006. 63 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia,
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.
Orientador: José Diomedes Barbosa Neto
Co-orientador: Adivaldo Henrique da Fonseca

RESUMO: A Borreliose de Lyme é uma doença multissistêmica causada pela espiroqueta Borrelia burgdorferi latu
sensu e transmitida por carrapatos ixodideos, acometendo seres humanos e animais domésticos, tendo como
reservatórios naturais os animais silvestres, sendo ainda considerada uma zoonose de ampla distribuição
geográfica. Foram coletadas 300 amostras sanguíneas de eqüinos aparentemente sadios, procedentes dos
Municípios de Ananindeua, Belém, Benevides, Castanhal, Marituba e Santa lzabel do Pará da Mesorregião
Metropolitana de Belém - Pará. O sangue foi coletado pela veia jugular e os soros foram analisados por meio
do ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA) Indireto no Laboratório de Doenças Parasitárias na
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. O objetivo do trabalho foi verificar a soroepidemiologia da
Borrelia burgdorferi na Mesorregião Metropolitana de Belém. A freqüência de soropositividade foi de 26,67%
(n=80), sendo 72 (24%) com título de 1:800, seis (2%) a 1:1600 e dois (0,6%) a 1:3200. A soropositividade
entre os sexos foram valores aproximados sendo 13,67% nas fêmeas e 13% nos machos. A freqüência entre
os animais de raças e mestiços foram 90.10 e 180/0, respectivamente. Não houve diferença significativa de
animais soropositivos quanto aos municípios, sexo, raça e faixa etária. A freqüência encontrada corrobora a
hipótese da ocorrência de Borrelia sp. na região de estudo.

122
GUIMARÃES, Andréa Krystina Vinente. Massa de forragem e dieta selecionada por bovinos em
pastagens cultivadas e consorciadas com leguminosas, estabelecidas com e sem queima da
vegetação secundária. 2006. 111 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal,
Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, Belém, 2006.
Orientador: Ari Pinheiro Camarão

RESUMO: Realizou-se um estudo no Município de lgarapé-Açú com o objetivo de avaliar a massa de


forragem e a composição botânica da dieta de bovinos em pastagens de capim braquiarão e quicuio,
consorciadas com as leguminosas Arachis pintol, Cratylia argentea e Leucaena Ieucocephala, submetidas a dois
métodos de preparo de área: com Mulch e com queima da vegetação secundária. A área foi dividida em
parcelas, com três repetições. Foram realizados dois experimentos, um com queima e outro onde a vegetação
foi triturada - Mulch. Foram testadas três pastagens para cada experimento: 1. QB - Brachiaria humidicola +
Brachiaria brizantha cv. Marandu. 2. QBAL - B. humidicola + 8. brizantha consorciada com A. pintol cv.
Amarilo + L. Ieucocephala cv. Cunninghan. 3. QBAC - B. humidicola + B. brizantha consorciada com A. pintoi
cv. Amarilo + C. argentea. A composição da dieta consumida pelos animais foi estimada através da análise
microhistológica das fezes. As avaliações foram feitas no período experimental de 15/04/02 a 18/03/03. Para
a determinação da composição botânica foi utilizada a técnica da análise microhistológica de fezes. As coletas
de fezes e de forragem foram realizadas a cada dezoito dias. As amostragens de forragem foram feitas ao
acaso, nas parcelas somente com gramíneas foram amostrados seis locais, enquanto que nas parcelas
consorciadas foram amostrados doze locais. Os dados da massa de forragem e composição botânica da dieta
foram analisados estatisticamente pelo software SAS versão 8.2. Apresentaram diferenças entre épocas a massa
total, a massa de folha de braquiarão, de araquis, de espécies da capoeira, e de material morto. Quanto ao
método de preparo de área todas as variáveis de resposta apresentaram diferenças. As massas total, de folha e
de colmo de braquiarão e de material morto foram superiores na pastagem composta por gramíneas (QB). A
massa de folha e colmo de quicuio e de araquis foram superiores na pastagem QBAL e a massa de espécies da
87

capoeira foi maior na pastagem QBAC. Todas as variáveis apresentaram diferenças significativas entre ciclo,
sendo que, as massas totais mais elevadas foram alcançadas nos ciclos 3 e 4. O consumo de quicuio e de
espécies da capoeira foram superiores na época seca, enquanto a percentagem de braquiarão foi superior na
época chuvosa. As percentagens de quicuio foram superiores no método com queima, enquanto as de
braquiarão foram superiores no Método Mulch. Não houve diferenças significativas entre as pastagens para as
percentagens de capim quicuio e de espécies da capoeira. As percentagens de braquiarão foram superiores nas
pastagens de QB e QBAL e as de leguminosas foram superiores nas pastagens consorciadas com leguminosas
QBAC e QBAL. Foram encontradas 14 famílias e 23 espécies da capoeira. O método de preparo de área
influenciou na massa de forragem e na composição botânica da dieta. A composição botânica da dieta foi
influenciada pela massa de forragem. As espécies da capoeira tiveram pequena participação na composição
botânica da dieta dos animais, devido à suficiente oferta de forragem na maior parte do ano.

123
PICANÇO, Nayma da Silva. Uso da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em bubalinos
criados em Sistema de Produção de Várzea no Estado do Amapá. 2006. 80 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da
Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.
Orientador: Haroldo Francisco Lobato Ribeiro

RESUMO: Incrementa o uso da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em búfalas criadas em
sistema produtivo extensivo de terras alagadas sazonalmente. Experimento realizado na cidade de Itaubal, no
Estado do Amapá, mais precisamente na Fazenda Motogeral LTDA, no período de novembro de 2004 a
fevereiro de 2005, na estação favorável à reprodução. A propriedade possui um rebanho bubalino mestiço,
onde predomina as raças Mediterrâneo e Murrah. Os animais possuem idade média de seis anos, em sua
maioria plurípara e todas amamentando. Utilizou-se 93 animais, sendo que 70 animais sincronizados e
inseminados em tempo fixo e 23 animais constituíram o grupo controle. Todos os animais foram
previamente selecionados mediante exame ginecológico e Escore de Condição Corporal (ECC). Os animais
sincronizados dividiram-se em três grupos: No grupo 1 (G1) com 20 animais, utilizou-se o Protocolo Ovsynch;
No grupo 2 (G2) com 29 animais, utilizou-se o Protocolo DIB-synch; e no grupo 3 (G3), 21 animais
compuseram o grupo denominado CL-synch. E os não sincronizados compuseram o grupo controle ou
Grupo 4 (G4) composto por 23 animais que foram inseminados 12h após a visualização do cio. Das 93
búfalas inseminadas 52 (55,91%) tornaram-se gestantes. Das 70 búfalas sincronizadas e inseminadas em
tempo pré-determinado 43 (61,43%) ficaram gestantes. No G1 12 (60%) búfalas ficaram gestantes, no G2 19
(65,5%) búfalas ficaram gestantes e no G3 12 (57,14%) búfalas ficaram gestantes. No grupo controle a taxa
de prenhez foi de 39,13%. Não houve diferença significativa entre os grupos sincronizados e o grupo
controle (P=0,27; X²=3,86). Nos grupos sincronizados não se observou diferença significativa entre os
grupos (P=0,82; X² =0,38). As variáveis presença de muco (P= 4,11; Fisher=0,99) e contratilidade uterina
(P=8,65; Fisher=0,99) influenciaram significativamente na taxa de prenhez. Dos 70 animais sincronizados 34
(48,57%) apresentaram muco e 54 (77,14%) apresentaram contratilidade uterina durante a IATF. Quanto ao
ECC, apesar de estatisticamente não ter influência nos resultados, notou-se que os animais com ECC2.5
apresentaram as maiores taxas de prenhez. Pode-se concluir que os protocolos utilizados mostram que a
IATF em bubalinos, criados de forma extensiva em áreas pantanosas, são uma alternativa promissora para
melhorar a eficiência reprodutiva desta espécie na Região Amazônica. O protocolo CL-synch precisa de mais
estudos, com maior número de animais. Os custos dos tratamentos não inviabilizam a adoção da técnica em
propriedades rurais com sistema de produção extensiva.

124
ROLIM FILHO, Sebastião Tavares. Aspectos da eficiência reprodutiva de bubalinos criados em
sistema misto (várzea e terra firme) em Belém. 2006. 87 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia,
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.
Orientador: Haroldo Francisco Lobato Ribeiro
88

RESUMO: Avalia a eficiência reprodutiva e produtiva de um rebanho bubalino criado em um sistema


produtivo de várzea e terra firme na cidade de Belém, no Estado do Pará. O trabalho foi realizado na
Unidade de Pesquisa Bubalina “Dr. Felisberto Camargo” de propriedade da EMBRAPA/CPATU, onde
foram analisados registros reprodutivos colhidos durante aproximadamente 36 anos (1974 a 2005). Analisou
770 registros de fêmeas bubalinas, com um total de 2.115 registros de partos. Foram selecionados 57 búfalas
por meio de exame ginecológico e escore de condição corporal, para a Artificial em Tempo Fixo (IATF). Os
animais foram divididos em dois grupos, o grupo 1 (G1) com 31 animais e o grupo 2 (G2) com 26 animais,
ambos sincronizados pelo Protocolo “Ovsynch” e inseminados em tempo fixo com 00:00h e 24:00h, após a
última aplicação de GnRH, respectivamente. A média da Idade ao Primeiro Parto (IPP) encontrada nesse
estudo foi de 39,52±7,54, entretanto, somente o pai e o ano ao primeiro parto apresentaram efeito
significativo sobre a IPP. No sistema reprodutivo de MN (Monta Natural), IA (Inseminação Artificial) e
IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo), a média de idade ao primeiro parto foi de 39,5±6,58;
39,6±9,85 e 36,6±7,12 meses, respectivamente. A média da IPP em relação à época de parição foi de
39,40±7,29 e 38,74±7,76, meses para a época mais chuvosa e menos chuvosa, respectivamente. O Intervalo
Entre Partos (IEP) médio encontrado neste trabalho foi de 16,54±3,74 meses. Em relação à época de
parição, a média do IEP foi de 17,09±4,71 e 18,89±4,27, respectivamente, para a época mais chuvosa e
menos chuvosa. Para o sistema de reprodução a média de IEP foi de 17,31 meses, 18,43 meses e 20,79 meses,
para MN, IA e IATF, respectivamente. Pôde-se observar que houve uma maior concentração média dos
partos entre os meses de março e agosto durante os anos de 1974 a 2005. A média da eficiência reprodutiva
foi de 0.67±0,13. Para os animais da MN, IA e IATF a média da eficiência reprodutiva foi de 0,69; 0,56; 0,63,
respectivamente. O número de casos de aborto, retenção de placenta e morte embrionária foi, nesta ordem,
de 10 (5,9%), 13 (7,78%) e 14 (8,38%) casos. O número de casos de infecção uterina foi de 18 (10,77%). Em
relação aos ovários afuncionais, foram encontrados 26 casos ou 15,56%. Foram observados 2 (1,19%) casos
de hipoplasia ovariana, 3 (1,79%) casos de cistos ovarianos, 2 (1,19%) casos de salpingites. O reinício da
atividade ovariana, verificado pela observação visual do 10 cio pós-parto, foi em média aos 47,06±25,66 dias.
A involução uterina verificada por meio de palpação retal, foi de 27,5±7,77 dias. A taxa de serviço neste
experimento para IATF foi de 100% nos dois grupos de animais. A taxa de não retorno nas búfalas
inseminadas com 00:00h após a aplicação do GnRH, foi de 93,55 (29/31). Entretanto, nas búfalas
inseminadas 24:00h após a aplicação do GnRH, foi de 76,92 % (20/26). A taxa de prenhez obtida em cada
grupo, levando-se em consideração o momento ou hora da inseminação, foi 25,81% (08/31) nos animais
inseminados em 00:00h, e de 30,77 % (08/26) nos inseminados com 24:00h.

125
SEIXAS, Vitória Nazaré Costa. Determinação de parâmetros para a avaliação de carcaça em bubalinos
machos no Estado do Pará. 2006. 80 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência
Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.
Orientadora: Elyzabeth da Cruz Cardoso
Co-orientador: Cláudio Vieira de Araújo

RESUMO: Objetiva criar um protocolo para identificação da qualidade da carcaça de bubalinos machos
abatidos no Estado do Pará. Para isso, efetuou o estudo em duas etapas: na primeira, utilizou 174 animais
para a criação e implantação do protocolo de identificação da idade através do desenvolvimento dos pares de
dentes incisivos e das mensurações lineares, altura de garupa e cernelha, perímetro torácico e comprimento
corporal. A segunda etapa constou da comprovação do protocolo pré-estabelecido inserido dentro da
avaliação das características de carcaça, por meio dos rendimentos de carcaça quente e fria, do traseiro,
dianteiro, ponta de agulha, área de olho de lombo e espessura de gordura subcutânea de 76 animais abatidos.
Verificou a ausência dos cantos decíduos 4º par nos animais de zero a três meses de idade. Os cantos
estabeleceram-se definitivamente entre três e seis meses de idade. A partir dos seis meses de idade, os dentes
incisivos decíduos estão todos presentes e estabelecidos. Aos 24 meses observou-se o início da troca dentária
das pinças (1° par). Entre os 30 a 55 meses de idade ocorreu a troca dentária dos primeiros e segundos
médios (2° e 30° par, respectivamente) e acima dos 55 meses, a troca dos cantos. Dos 55 aos 100 meses de
idade, todos os dentes incisivos permanentes estavam estabelecidos. O peso vivo dos animais apresentou uma
89

correlação positiva e significativa com as mensurações lineares, altura de garupa e cernelha, perímetro torácico
e comprimento corporal. Dos 25,7 meses até os 30 meses de idade houve uma redução da taxa de
crescimento, conseqüência da puberdade e acabamento da gordura de cobertura. A partir dos 18 meses de
idade não houve diferença significativa de rendimento de carcaça quente e fria, do traseiro, da área de olho de
lombo e da espessura de gordura subcutânea dos animais. O rendimento dianteiro foi maior em búfalos
acima de 24 meses de idade e o rendimento de ponta de agulha foi maior para búfalos mais jovens. Concluiu-
se que o início da troca dentária das pinças é a idade ideal para o abate, onde coincide com a redução da taxa
de crescimento e da deposição de gordura de cobertura da carcaça.

126
SILVA, Dirlene Ferreira da. Utilização de indicadores biológicos na avaliação da qualidade da água da
Baía do Guajará e do rio Guamá (Belém–PA). 2006. 72 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia,
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.
Orientadora: Karla Tereza Silva Ribeiro

RESUMO: Belém, a capital do Estado do Pará, possui uma posição geográfica privilegiada devido a uma
vasta rede hidrográfica que permite a entrada de marés vinda da baía do Guajará e do rio Guamá. Estes são
importantes ecossistemas aquáticos para a região. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade
da água da baía do Guajará e do rio Guamá por meio de análises microbiológicas e da utilização de peixes
como biomarcadores. Durante o estudo foram feitas quatro coletas durante quatro períodos: intermediário
chuvoso (dezembro/04), chuvoso (março/05), intermediário seco (junho/05) e seco (setembro/05). Foram
coletadas 100ml de água superficial em quatro pontos localizados na baía do Guajará (porto do Arapari, Ver-
o–Peso, igarapé do Una e ilha da Barra) e três pontos no rio Guamá (Linhão, igarapé do Tucunduba e porto
da Palha). A análise microbiológica foi feita de acordo com a descrição da 20ª edição do Standard Methods for
the Examination of Water and Wasterwater (APHA, 1998). Para a análise de biomarcadores foram feitas pescarias
experimentais e capturados um total de 36 peixes da espécie Brachyplatystoma rousseauxii. Após a coleta foi feita
análise histológica do fígado. Os resultados das análises microbiológicas demonstraram que em seis pontos de
coleta as concentrações de coliformes totais e termotolerantes foram maiores durante os períodos
intermediário chuvoso e chuvoso, sendo que o ponto localizado na ilha da Barra apresentou baixa
concentração desses indicadores sanitários durante os quatro períodos de coleta. A água da baía do Guajará e
do rio Guamá de acordo com a portaria do CONAMA Nº 357/ 2005 são águas pertencentes à classe três, no
entanto elas apresentaram níveis de coliformes totais e termotolerantes acima do limite estabelecido para esta
classe de água, com exceção do ponto localizado na ilha da Barra. A análise microbiológica sugere que a água
da baía do Guajará e do rio Guamá apresenta altos índices de contaminação fecal. Em relação à análise dos
fígados da espécie Brachyplatystoma rousseauxii os resultados demonstram que nos locais de lançamentos de
efluentes houve uma variação no número de indivíduos com alterações do tecido hepático, sendo
encontrados 24 peixes com alterações. O igarapé do Una foi o local com maior número de peixes com
fígados alterados. Os resultados encontrados neste trabalho sugerem que o ambiente da baía do Guajará e do
rio Guamá encontram-se em início de degradação devido ao excesso de despejo de efluente doméstico e
industrial que representam um risco para o equilíbrio das comunidades aquáticas.

127
SILVA, Gicelle Maria Farias da. Estudo estrutural e ultra-estrutural das gônadas masculinas dos
diferentes morfotipos de Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862) (Crustacea, Decapoda,
Palaemonidae). 2006. 64 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal,
Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, Belém, 2006.
Orientadora: Rossineide Martins da Rocha

RESUMO: O Macrobrachium amazonicum corresponde ao camarão de água doce mais explorado


comercialmente na Amazônia, encontrando grande aceitação no mercado consumidor. Este trabalho teve
90

como objetivo caracterizar a estrutura e a ultra-estrutura das gônadas de diferentes morfotipos de M.


amazonicum em população natural. 500 exemplares foram coletados do Furo das Marinhas e acondicionados
em caixa de isopor e levados para o laboratório, onde foram identificados sexualmente e realizada a biometria
com o auxílio de um paquímetro digital e pesados em balança digital. As gônadas de 50 machos foram
dissecadas e fixadas em Karnovsky. Após 24h, as amostras foram desidratadas e incluídas em parafina. Em
seguida, foram feitos cortes seriados de 5cm de espessura e corados em Hematoxilina e Eosina. Para a
microscopia eletrônica, as gônadas foram pós-fixadas com tetróxido de osmio a 1% por duas horas em
temperatura ambiente, desidratadas em séries crescentes de álcool e incluídas em Epon 812®. Os cortes semi-
finos foram corados com azul de toluidina a 1%. Os cortes ultrafinos foram contrastados com acetato de
uranila e citrato de chumbo, sendo posteriormente analisados e fotografados em microscópio eletrônico de
transmissão Zeiss 900. Para a microscopia eletrônica de varredura, as amostras foram fixadas, pós-fixadas e
submetidas à secagem em ponto crítico em CO2 e posteriormente colocadas em stubs e submetidas à
metalização com cobertura de ouro de 10nm de espessura para a análise em microscópio eletrônico
varredura. Na população natural foram observados quatro morfotipos, de acordo com as dimensões
corporais e a coloração. Os morfotipos foram denominados como TC, CC, GC e GC segundo à classificação
de Moraes-Riodades (2002). As relações biométricas comprimento total e comprimento cefalotórax indicaram
crescimento alométrico negativo e as relações peso e comprimento também indicaram alometria negativa. Os
testículos estão localizados no cefalotórax e são constituídos por túbulos seminíferos; cada túbulo apresenta
uma cápsula de tecido conjuntivo bem delgada que divide o parênquima do órgão. O túbulo é revestido por
células achatadas e em seu interior foi observado uma população de células da linhagem espermatogênica em
diferentes fases de maturação que foram denominadas de: espermatogônias; espermatócitos; espermátides e
espermatozóides. As espermatogônias são as maiores células com cromatina organizada em grumos, situadas
excentricamente no túbulo. Os espermatócitos são células arredondadas com cromatina em grumos densos.
As espermátides são células pequenas com grandes quantidades de mitocôndrias. Os espermatozóides são
células côncavas na porção apical e convexa na porção distal, apresentando uma pequena espícula assumindo
um aspecto semelhante a uma taça ou cálice. Em corte transversal, os ductos deferentes apresentam-se
revestidos por tecido conjuntivo e podem apresentar um epitélio cúbico a cilíndrico; apresentam em seu
interior um aglomerado de células nutridoras localizadas na porção excêntrica e espermatozóides, situados no
lúmen dos ductos. A análise estrutural das gônadas de M. amazonicum demonstrou a existência três morfotipos
distintos no Furo das Marinhas.

128
SIMON, Jaime Édson. Consumo e digestibilidade de silagem de sorgo (Sorghum bicolor [L.] Moench)
como alternativa para alimentação suplementar de ruminantes na Amazônia oriental. 2006. 94 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará,
Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2006.
Orientador: José de Brito Lourenço Júnior
Co-orientador: Ari Pinheiro Camarão

RESUMO: Este trabalho foi realizado na Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, Pará, (1°28’ S 48°27 W de
Greenwich), para avaliar o efeito de quatro níveis (0%, 15%, 30% e 45%) de concentrado, com subprodutos
da agroindústria regional, em substituição à silagem de sorgo, no consumo voluntário e digestibilidade
aparente da Matéria Seca (MS), Proteína Bruta (PB), Energia Bruta (EB), Fibra em Detergente Neutro (FDN)
e Fibra em Detergente Ácido (FDA). Foi realizado um ensaio metabólico, em 14 dias de adaptação e sete dias
de período experimental, utilizando-se dezesseis ovinos, de cinco meses e média de 23 kg, em delineamento
inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e quatro repetições. Os dados foram analisados pelo
Software SAS. A inclusão de concentrado na dieta influenciou o consumo voluntário e a digestibilidade
aparente de todos os nutrientes, sendo descrito por função quadrática. Constatou-se um aumento quadrático
nos consumos aparentes da MS e MO, contudo, com aumento do nível de concentrado na ração, foram
observadas diminuições significativas nos teores de FDN e FDA. Percentagens entre 30% e 45% de
concentrado na dieta proporcionam melhores consumos e digestibilidades dos nutrientes, exceto de FDN e
FDA. A utilização de concentrado na silagem de sorgo, o que proporciona maior disponibilidade de matéria
91

seca na forragem e elevação do valor nutritivo da ração, é capaz de promover aumento da produtividade
animal.

2007
129
AVIZ, Márcia Alessandra Brito de. Valor nutritivo da leguminosa Flemingia macrophylla (Willd.)
Merril para suplementação alimentar de ruminantes na Amazônia oriental. 66 f. 2007. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade
Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2007.
Orientador: José de Brito Lourenço Júnior
Co-orientador: Ari Pinheiro Camarão

RESUMO: O conhecimento do valor nutritivo de plantas forrageiras é de grande relevância quando se


pretende elevar a produtividade dos sistemas pecuários na Amazônia oriental, principalmente em áreas onde
ocorre deficiência de forragem de boa qualidade, em períodos de déficit hídrico. Assim, caracterizar a
potencialidade da leguminosa Flemingia macrophylla (Willd.) Merrill, como alternativa para alimentação animal,
assume relevante importância, pois pode influenciar no desempenho produtivo de bovídeos para carne e leite.
Dessa forma, esta pesquisa visou avaliar a composição química, digestibilidade aparente e consumo voluntário
dessa leguminosa na alimentação suplementar de ruminantes, em períodos de reduzida disponibilidade de
forragem, de baixo valor nutritivo. O trabalho foi realizado na Embrapa Amazônia Oriental, em Belém -
Pará, (1º28´ S 48º27´ W de Greenwich). Foram determinadas as características nutricionais da leguminosa,
durante um período de 21 dias, com 16 ovinos, em gaiolas metabólicas individuais, distribuídas em
delineamento inteiramente casualizado, em quatro tratamentos e quatro repetições, onde os tratamentos (T1,
T2, T3 e T4) continham quicuio-da-Amazônia (Brachiaria humidicola) e níveis crescentes de 100%, 75%, 50% e
25% de inclusão de F. macrophylla. Os teores de tanino na composição da dieta foram 1,37; 0,62; 0,31 e 0,17%,
respectivamente. Os consumos de matéria seca, em g/dia e % do peso vivo, foram de 901,8 e 2,4; 947,9 e 2,5;
859,5 e 2,2; e 930,2 e 2,5 e de proteína bruta 232,4; 188,7; 132,1 e 107,6 g/dia. Os coeficientes de
digestibilidade da matéria seca foram de 54,1; 59,2; 55,1; e 62,0%, da matéria orgânica de 57,3; 61,2; 57,6; e
64,0% e de proteína bruta de 63,2; 60,5; 51,4; 52,0%, respectivamente. A leguminosa possui potencial
produtivo, com elevada disponibilidade de matéria seca, para ser utilizada como suplemento alimentar para
ruminantes, principalmente em períodos críticos. Níveis de inclusão de F. macrophylla, em torno de 75%,
possibilitam maior consumo da matéria seca, matéria orgânica, e das frações fibrosas e 100% permitem
melhor consumo de PB e EB.

130
FERREIRA, Silvaney Fonseca. Caracterização genética de avestruzes (Struthio camelus) usando
marcadores RAPD. 2007. 57 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal,
Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, Belém, 2007.
Orientador: José Ribamar Felipe Marques

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar a variabilidade genética de populações de avestruzes (Struthio
camelus) por meio de marcadores RAPD (Polimorfismos de DNA amplificado ao acaso). Foram coletadas 121
amostras de indivíduos procedentes dos Estados do Pará, Maranhão, Tocantins e Minas Gerais. O DNA
genômico foi extraído a partir de sangue total. A triagem de iniciadores permitiu a seleção de 15 entre os 60
analisados que foram amplificados pelo método PCR. Os produtos da PCR foram visualizados em gel de
agarose 1,5% e foi gerada uma matriz binária para os fragmentos amplificados com presença (1) e ausência (0)
de banda. Para a verificação do número ótimo de bandas polimórficas, foi realizada a análise de bootstrap por
meio do software GQMOL. Para a análise dos dados, foi utilizado o Programa NTSYS-pc (Numerical Taxonomy
and Multivariate Analysis Sistem), versão 2.02. A similaridade entre as amostras foi analisada por meio do
92

Coeficiente de Jaccard. Foi gerada uma matriz de distância cofenética, usando o Módulo Sahncof, do Programa
NTSYS 2.2. Para realização da estruturação gênica, o procedimento empregado foi a análise de variância
molecular (AMOVA), processada no Software Arlequin 2.0 (Schneider et al., 2000). Os 15 iniciadores geraram
um total de 109 bandas polimórficas. A análise de bootstrap mostrou que a partir de 100 bandas o trabalho já
se torna mais confiável, uma vez que a magnitude da correlação foi bem próxima do valor máximo (r=0,99),
como também a soma de quadrados dos desvios (SQd) atingiu valor baixo 1,25 e o valor do estresse (E) foi
de 0,05. Na análise entre pares de grupos, foi verificado que a maior e menor similaridade estão em torno,
respectivamente, de 0,86 e 0,00. No que diz respeito à distribuição de freqüência das similaridades obtidas
entre os 5.644 pares formados na matriz genética, pode-se verificar que 32,69 % dos pares ficaram incluídos
nas classes com similaridades variando de 0,01 a 0,10. Nota-se que a maior porcentagem (85,59%) dos pares
ficou distribuída nas três primeiras classes das extremidades e que a minoria deles (14,41%) apresentou
similaridades variando de 0,21 a 1,00. O Teste de Mantel mostrou correlação de 0,81 e o dendrograma gerou
67 grupos delimitados pela Sm que foi de 0,49. A maior similaridade foi de 0,86 e a menor de 0,06. Os dados
relativos à análise de variância molecular mostraram que a porcentagem de variação genética entre
procedências foi baixa e significativa (24,03%, p < 0,0001), evidenciando que grande parte da variação
encontra-se dentro das populações (75,97 %). Os marcadores RAPD foram eficientes na caracterização da
similaridade genética.

131
RODRIGUES, Alessandra Epifânio. Estimação de parâmetros genéticos para características
produtivas em búfalos (Bubalus bubalis) na Amazônia oriental 2007. 67 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da
Amazônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2007.
Orientador: José Ribamar Felipe Marques
Co-orientador: Cláudio Vieira Araújo

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi estimar parâmetros genéticos para características produtivas, tais
como: Produção de Leite (PL), Produção de Gordura (PG), Duração da Lactação (DL) e Produção de Leite
por Dia de Intervalo de Parto (PLDIDP) em búfalos (Bubalus bubalis) na Amazônia oriental. O trabalho foi
realizado na Fazenda “Dr. Felisberto Camargo” de propriedade da EMBRAPA/CPATU, onde foram
analisados registros produtivos colhidos no período compreendido entre 1967 a 2005. Foram analisados um
total de 1.182 registros de fêmeas bubalinas da raça Murrah e seus mestiços. As médias observadas e os
desvios-padrão para PL, PG, DL e PLDIDP foram 1.663,84 ±343,60, 116,84 ±29,71, 269,89 ±56,36 e 3,88
±1,15, respectivamente. Os parâmetros genéticos foram estimados por meio do método de Máxima
Verossimilhança Restrita processada por meio de análises de bicaracterísticas, sendo as características como a
produção de leite e gordura consideradas como efeitos fixos à época de parto, grupo genético e ordem de
parto do animal, além da cováriavel duração da lactação. As estimativas de herdabilidade (h²) encontrada para
as características PL, PG, DL e PLDIDP foram 0,25, 0,18, 0,08 e 0,09 respectivamente, com repetibilidade (r)
para PL, PG e DL de 0,33, 0,29 e 0,10, respectivamente. As correlações genéticas entre as características
foram 0,93 (PL-PG), 0,76 (PL-DL), 0,99 (PL-PLDIDP), 0,89 (PG-DL), 0,87 (PG-PLDIDP) e -0,27
(DLPLDIDP). No rebanho estudado existe expressiva percentagem de animais que foram superiores
geneticamente em relação à média da população para as características. Existe considerável variabilidade
genética aditiva para as características estudadas, sendo que esta variabilidade pode ser utilizada para
promover o melhoramento genético do rebanho.

132
SANTOS, Núbia de Fátima Alves dos. Valor nutritivo de Cratylia argêntea para suplementação de
ruminantes na Amazônia. 2007. 67 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência
Animal, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal Rural da Amazônia, Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, Belém, 2007.
Orientador: José de Brito Lourenço Júnior
Co-orientador: Ari Pinheiro Camarão
93

RESUMO: O trabalho realizou-se na Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, Pará, (1º28´ S 48º27´ W de
Greenwich), com o objetivo de avaliar a influência da adição de Cratylia argentea, como alternativa para
suplementação alimentar de ruminantes, em períodos críticos de produção de forragem na Amazônia oriental.
Foram determinadas as características nutricionais da dieta, durante um período de 21 dias, com 16 ovinos,
em gaiolas metabólicas individuais, distribuídas em delineamento inteiramente casualizado, em quatro
tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos continham quicuio-da-Amazônia (Brachiaria humidicola) e
níveis crescentes de 25%, 50%, 75% e 100% de inclusão de Cratylia argentea. Os consumos de matéria seca, em
g/dia e percentagem do peso vivo, foram de 656,47 e 1,76; 743,50 e 1,96; 714,92 e 1,89; e 480,52 e 1,31 de
matéria orgânica 619,64; 715,85; 665,36 e 535,85 g/dia, e de proteína bruta 68,01; 108,29; 187,67 e 170,61
g/dia. O consumo de FDN, em g/dia, foi de 567,44; 536,70; 486,51 e 382,25 g/dia. Os coeficientes de
digestibilidade da matéria seca foram de 37,87; 24,01; 21,93 e 34,36%, da matéria orgânica de 42,66; 31,54;
27,02 e 36,05% e de proteína bruta de 56,04; 56,64; 68,66 e 71,44%, em 25%, 50%, 75% e 100% de inclusão
de Cratylia argentea, respectivamente. A Cratylia argentea constitui alternativa no período de estiagem, quando
ocorre redução na disponibilidade e qualidade das forrageiras, visando elevar a produtividade animal.
Apresenta média digestibilidade da matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta, energia bruta e frações
fibrosas, mesmo em estádio de floração, embora tenha médio consumo, devido a menor palatabilidade,
causada pelo tanino. Níveis em torno de 50% possibilitam maior consumo da matéria seca, matéria orgânica,
proteína bruta, energia bruta e frações fibrosas.
94
95
96
97

2006
133
CHAGAS, André Antonio Corrêa das. Perfil dos vendedores-manipuladores e aspectos higiênico-
sanitários das comidas comercializadas em vias públicas em um bairro na cidade de Belém-PA.
2006. 73 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos,
Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Francisco das Chagas Alves do Nascimento

RESUMO: Identifica o perfil sociodemográfico dos vendedores-manipuladores de alimentos que


comercializam comidas típicas nas vias públicas do bairro de São Brás na cidade de Belém-Pará, bem como,
as condições microbiológicas dos alimentos comercializados. O trabalho foi desenvolvido em duas etapas. Na
primeira, no período de fevereiro a abril de 2005, efetuou-se a aplicação de questionário semi-estruturado
com questões abertas e fechadas aos vendedores-manipuladores. Enquanto na segunda, entre maio e
dezembro de 2005, foram coletadas 72 amostras de comidas típicas (sendo 24 amostras de tacacá, 19 de
vatapá, 19 de caruru e 10 de maniçoba), para pesquisa de Salmonella sp., contagem de estafilococos coagula-se
positiva, determinação de coliformes (a 450 C) e contagem de Bacilius cereus. Dos vendedores, 80% eram do
sexo feminino e 70% possuíam o ensino médio completo. Em relação à venda dos alimentos, observou-se
que estes ficavam expostos em média 5,05 horas em condições inadequadas e que todos os pontos de venda
não possuíam descarte de resíduos, nem sistema de abastecimento de água. Com base na legislação RDC n°
12 de 2001, os resultados mostraram que 12,50% das amostras de tacacá. 47,36% das de vatapá, 57,89% das
de caruru e 80% das de maniçoba apresentaram-se fora do padrão microbiológico estabelecido. Uma das
amostras de maniçoba apresentou contagem de estafilococos coagula-se positiva acima de 103 UFC/g. Em 31
amostras, sendo 3 de tacacá, 9 de vatapá, 11 de caruru e 8 de maniçoba, foram determinados NMP de
coliformes fecais a 45°C acima de 20/g, totalizando 43,05% das amostras “impróprias para o consumo
humano”, segundo a referida legislação. Os resultados encontrados na presente pesquisa indicaram
deficiências relacionadas à situação de comercialização das comidas típicas. Foi constatado um baixo nível de
conhecimento dos vendedores-manipuladores sobre higiene e sanidade de alimentos e condições higiênico-
sanitárias inadequadas das comidas típicas comercializadas no bairro de São Brás.

134
FERREIRA, Nelson Rosa. Micotecnologia aplicada à produção de 5-hidroxi-2-hidroximetil-gama-
piroma: uso potencial na indústria de alimentos. 2006. 100 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-
Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2006.
Orientador: Alberdan Silva Santos

RESUMO: Aspergillus flavus (IOC 3974) foi selecionado entre diversas linhagens de fungos filamentosos
pertencentes ao gênero Aspergillus no laboratório de coleção de fungos do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz,
RJ. Este microrganismo foi utilizado na produção do metabólito secundário, denominado 5-hidroxi-2-
hidroximetil-y-pirona, que pertence ao grupo das y-pironas, sendo conhecido como “ácido kójico”, e tendo
aplicações em diversos segmentos industriais. Na indústria de alimentos, apresenta grande potencial como
inibidor das polifenoloxidases (PFOs), responsável pelo escurecimento enzimático de produtos agrícolas.
Apresenta estrutura química que de um modo genérico poderá ser convertida em precursora de
potencializador de aromas a exemplo do maltol ou etil maltol, os quais já são aplicados em alimentos. Em
função do grande potencial metabólico deste microorganismo, o presente trabalho refere-se ao estudo de um
processo biotecnológico para otimizar a produção do 5-hidroxi,2-hidroximetil-v-pirona. Aspergillus flavus foi
cultivado em frascos de 250 ml contendo 100ml de meio líquido Czapek, variando-se a concentração da fonte
de carbono desde 30g L1 até 360g L1, seguido da regulação por nitrogênio inorgânico [NaNO3I(NH4)2S04],
sendo o pH ajustado para 5,5 no início do processo. Os frascos foram mantidos a 28 °C durante 16 dias e sob
agitação constante de 120 rpm. Alíquotas de 1 ml foram retiradas a cada 24h e analisadas quanto à produção
do metabólito, teor de açúcar residual, pH e biomassa. Estes estudos permitiram planejar estratégias para
98

induzir a produção do metabólito por meio da determinação dos parâmetros cinéticos da produção do
metabólito, produção de biomassa e consumo da sacarose utilizada como fonte de carboidrato. A extração e
o isolamento do 5-hidroxi-2-hidrometil-y- pirona foram realizados utilizando MeOH/ACoEt (1:1) e
cristalização em ambiente com temperatura controlada. Os resultados obtidos mostraram que a regulação por
carbono e nitrogênio influenciou na produção do metabólito, de modo que a relação CIN (2001) apresentou
15,5 g de metabólito por litro de meio de cultura num período de 35 dias. A utilização de diferentes
concentrações de sacarose mostrou que 120g L1 apresentou melhor condição de biotransformação atingindo
uma produção de 16g do metabólito por litro de meio de cultura num período de 15 dias. A extração do
metabólito por meio de solvente orgânico e posterior cristalização permitiu obter o produto puro com um
rendimento de 696% m/m tendo como base o substrato inicial. Os resultados confirmaram que o processo
apresenta grande potencial para obtenção do metabolito de modo a gerar quantidades adequadas para os
estudos de transformação e aplicação em escala piloto. Métodos físicos de análises foram realizados para
identificar e confirmar a estrutura do 5-hidroxi-2-hidroximetil-y-pirona.

135
GUEDES, Andréa Madalena Maciel. Estudo da extração de óleo da polpa de tucumã por CO2
supercrítico. 2006. 78 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de
Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Luiz Ferreira de França
Co-orientadora: Nádia Cristina Fernandes Corrêa

RESUMO: Muitos produtos comestíveis são obtidos de palmeiras como o tucumanzeiro (Astrocaryum vulgare,
Mart.). O fruto do tucumanzeiro apresenta polpa com elevado teor de carotenóides com potencial pró-
vitamina A, podendo, extrair um óleo de alto valor para a indústria de alimentos. Os carotenóides são
compostos termossensíveis, por isto é importante a definição de um método de extração que preserve a
qualidade deste óleo. Existem vários métodos de extração, destacando-se a prensagem, que oferece menor
rendimento em óleo e a extração por solvente, que deixa menos de 1 % de óleo residual, no entanto a
separação do solvente é difícil. Por outro lado, métodos ditos não-convencionais, como a extração por fluidos
supercríticos, geram bons rendimentos usando temperaturas de operação baixas, e o produto é isento de
solvente. Utilizando-se este método, consegue-se preservar as características nutricionais e sensoriais do
produto. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial de utilização de CO2 supercrítico para a extração de
óleo da polpa de tucumã. Para isto foi realizado um conjunto de experimentos de extração com CO2
supercrítico seguindo um planejamento fatorial 22, em duplicata, para identificar a influência dos fatores
principais, pré-tratamento (com e sem cozimento) e temperatura de extração (50° e 60°C), sobre as variáveis
de resposta rendimento em óleo, índice de acidez, concentração de carotenóides totais, ácido oléico e ácido
palmítico. Os resultados mostram que a utilização da polpa de tucumã sem o pré-tratamento de cozimento
como matéria-prima, e a temperatura de extração de 50°C, foram as condições mais favoráveis para a
extração supercrítica do óleo, em termos de rendimento e teor de carotenóides totais. Não houve influência
das variáveis consideradas sobre o índice de acidez e a composição dos ácidos graxos majoritários (palmítico e
oléico), demonstrando que os componentes lipídicos não foram afetados.

136
LINS, Roseana Telles. Determinação de tocoferóis e carotenóides em frutas amazônicas: implantação
de uma metodologia. 2006. 79 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e
Tecnologia de Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Luiza Helena Meller da Silva
Co-orientador: Sylvain Henri Darnet

RESUMO: A Região Amazônica apresenta uma elevada biodisponibilidade de matérias-primas de origem


vegetal, que representam fontes consideráveis em micronutrientes, principalmente vitaminas. O presente
trabalho teve por objetivo implantar uma metodologia, no laboratório do Departamento de Engenharia
Química e de Alimentos da Universidade Federal do Pará, para análise de tocoferóis em polpa de fruta. O
método selecionado foi por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE), nas seguintes condições
99

cromatográficas: detector de fluorescência com excitação a 290 nm e emissão a 230 nm, fluxo 1mL/min, fase
metanol: água (95/5 v/v), coluna Gemini C18 fase reversa (250x4,60 nm 5µ). A análise de vitamina E foi
testada, primeiramente, com o fruto de açaí. Dois frutos amazônicos: inajá (Maximiliana maripa) e mari
(Poraqueiba paraensis) tiveram seu perfil em tocoferol analisado. Realizou-se, também, análise de carotenóides
em espectrofotometria, considerando o β–caroteno como o carotenóide principal. Os resultados encontrados
de concentração destes compostos nas polpas dos frutos de inajá e mari variaram em média entre 135 e
176µg/g polpa seca para tocoferol e 113 e 227µg/g polpa seca para carotenóides (β-caroteno). Verificou-se
que estes frutos podem ser considerados como fontes importantes de vitaminas (E e A), pois suprem as
necessidades das recomendações diárias, o que pode proporcionar perspectivas interessantes de valorização
das matérias-primas amazônicas para o consumo.

137
PINTO, Samuel Viegas. Caracterização centesimal e dos perfis de ácidos graxos, aminoácidos e
minerais de filés de dez pescados amazônicos. 2006. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-
Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2006.
Orientador: Antônio Manoel da Cruz Rodrigues
Co-orientador: Hervé Louis Ghislain Rogez

RESUMO: A Amazônia é uma região com mais de 1.500 espécies de pescados já descritas, sendo que grande
parte com ocorrência no Estado do Pará. Em vista da ascendente produção de pescado da costa norte do
país, é fundamental o conhecimento da composição química e caracterização dos componentes das espécies
nativas. Foram estudadas oito espécies de pescados: corvina (Micropogonias furnieri), dourada (Brachyplatystoma
flavicans), gurijuba (Arius parker), pargo (Lutjanus purpureus), pescada amarela (Cynoscion acoupa), pescada gó
(Macrodon ancylodon), piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii) e pirarucu (Arapaima gigas) e duas de crustáceos:
camarão sete barbas (Penaeus subtilis) e caranguejo (Ucides cordatus). Três amostras de cada espécie foram
coletadas e todas as análises foram feitas em duplicata. Análises experimentais foram realizadas no intuito de
montar a composição centesimal dos pescados, além de identificar e quantificar os aminoácidos, ácidos
graxos e 14 minerais, comparando-os com outros pescados já conhecidos e/ou padrões de consumo de
nutrientes para seres humanos (segundo a FAO/WHO). As unidades variaram entre 78,07 a 86,11%. O
maior teor de proteínas foi apresentado pela pescada amarela (16,79%) e o menor, camarão (9,37%). Os
percentuais de lipídios do camarão e do caranguejo obtidos foram de 3,05% e 1,73%, respectivamente; os
demais, de 2,20% (pescada amarela) a 4,70% (pargo). O teor de minerais está dentro do descrito pela
literatura 1-2%. O índice químico (CS-Chemical score) variou entre 40,9% (pescada gó) e 81,3% (pargo), sendo
a VAL o aminoácido limitante para todas as espécies, com exceção da pescada gó (MET+CYS). Na relação
DHA/EPA, os mais importantes foram camarão e dourada; e quanto a n-6/n-3, o pargo (0,21) e a pescada
gó (0,18) demonstraram valores próximos ao que é preconizado pela FAO/WHO, que é de 0,2. Os minerais,
de maneira geral, estão dentro da Ingestão Diária Recomendada (IDR) e quanto aos ditos contaminantes,
dentro do LMTD.

138
REBELO, Monaliza Maia. Avaliação da capacidade antioxidante de Conobea scopararioides e Hyptis
crenata através do método do DPPH de suas toxidades frente à Artemia salina. 2006. Dissertação
(Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro Tecnológico,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: José Guilherme Soares Maia

RESUMO: Conobea scoparioides (Cham. & Schltdl.) Benth e Hyptis crenata (Pohl) ex Benth são duas espécies vegetais
aromáticas da Região Amazônica. A primeira, pertence à família Scrophulariaceae e é conhecida popularmente
como pataqueira. Encontra-se distribuída no Norte do Brasil e ocorre em áreas semi-inundadas, terras baixas
de rios e riachos, solo arenoso, espalhada em manchas. A segunda, compõe a família Lamiaceae e é conhecida
vulgarmente como salva-do-Marajó. Está distribuída em estuário do rio Amazonas, arquipélago do Marajó,
100

Estados do Pará e Amapá. Estas plantas em mistura com outras são utilizadas em banhos aromáticos nas
festividades de São João, que acontecem no mês de junho. Três amostras de C. scoparioides foram coletadas:
uma na localidade de Santa Quitéria, no Município de Santa Isabel/PA, e outras duas na área da Embrapa,
Município de Belém-PA. Três amostras de H. crenata foram coletadas nas localidades: Deus-me-Ajude, Rio
Câmara e São Pedro, Município de Salvaterra/PA. As plantas foram selecionadas em função de seus usos
etnobotânicos e pela presença de compostos fenólicos em seus óleos essenciais. Foram obtidos os óleos
essenciais e extratos metanólicos das plantas, que foram analisados quanto à capacidade antioxidante,
mediante o método de seqüestro do radical DPPH e quanto suas toxicidades frente às larvas do
microcrustáceo Artemia salina. Os óleos foram analisados por cromatografia gasosa e seus constituintes
identificados, sendo os majoritários: o éter metílico do timol, timol e α-felandreno (C. scoparioides) e o α-
pineno, 1,8-cineol, β-pineno e limoneno (H. crenata). Os resultados obtidos desse trabalho indicam que C.
scoparioides e H. crenata são plantas aromáticas da Região Amazônica com grande potencial terapêutico, pois
seus óleos e extratos apresentam atividade antioxidante e citotóxica, devido seus valores de CE50 e CL50,
respectivamente. Espera-se para tais espécies, inerentes inocuidades e boas aplicabilidades nas indústrias de
alimentos, de fitoterápicos e outras, de modo que estas representem mais uma alternativa promissora no
desenvolvimento sustentável da Região Amazônica.

139
SAMPAIO, Patrícia Brito. Avaliação das propriedades funcionais do açaí (Euterpe oleracea) em
plasma humano. 2006. 68 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia
de Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Hervé Rogez

RESUMO: O açaí é uma bebida rica em polifenóis, muito popular na Região Amazônica. Com o objetivo de
avaliar os efeitos no nível oxidativo sanguíneo, 350 ml de açaí foram adicionados diariamente à dieta de 30
homens voluntários (idade 41±8.9 anos) durante 28 dias. Amostras de sangue foram coletadas em jejum por
punção venosa nos dias 0, 10, 20 e 28 e as LDL’s foram isoladas nos dias 0 e 28. Substâncias Reativas do
Ácido Tiobarbitúrico (TBARS) no plasma e LDL, oxidação do LDL Induzida pelo Cobre (CILO). Parâmetro
Antioxidante de Captura de Radicais (TRAP) e capacidade de absorbância do radical oxigênio (ORAC) foram
determinados para avaliar o padrão antioxidativo dos voluntários. A análise de Cluster foi utilizada para
construirem-se dois grupos de voluntários (mais e menos protegidos), de acordo com esses parâmetros
antioxidantes no tempo zero. Neste tempo, o TI3ARS LDL foi 3 vezes maior no Cluster 1 que no Cluster 2
(3.8±2.3 e 1.2±0.5, respectivamente) e esta mudança foi significativa para o Cluster 1. Em geral, todos os
parâmetros apresentaram tendência a aumento do padrão antioxidativo com o consumo de açaí: diminuição
do plasma TBARS, aumento no tempo de latência do teste de CILO, estabilidade ou pequeno aumento dos
valores de ORAC e TRAP. Essas mudanças, entretanto, não foram significativas estatisticarnente (p>O.O5).
Marcadores bioquímicos séricos e níveis lipídicos foram medidos enzimaticamente, porém nenhum efeito
significativo foi observado. Esses resultados sugerem que o consumo de açaí possui efeitos
antiateroscleróticos por meio da inibição substancial da peroxidação do LDL em pessoas susceptíveis.

140
SILVA, Elen Vanessa Costa da. Caracterização e pasteurização de méis de abelhas Melipona
fasciculata (Uruçu Cinzenta) e Apis mellifera (Africanizada). 2006. 66 f. Dissertação (Mestrado) -
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Álvaro Alberto de Araújo
Co-orientador: Georgio Cristino Venturieri

RESUMO: Analisou-se as características de méis com e sem tratamento de pasteurização, armazenados


durante 9 meses, por meio da avaliação física e físico-química (pH, acidez, umidade, cinzas, sólidos insolúveis,
açúcar redutor, sacarose, hidroximetilfurfural, atividade diastásica e cor), microbiológica (Coliformes fecais,
Salmonela, bolores e leveduras) e sensorial (teste de aceitação), utilizando espécies de abelhas Melipona fasciculata
101

(uruçu cinzenta) e Apis meillifera (africanizadas). Foram utilizados nos ensaios méis de abelhas M. fasciculata e
de A. meillifera, colhidos em março de 2005, provenientes do Estado do Pará. As amostras foram colocadas
em frascos de vidro estéreis, em alíquotas de 250 mL e submetidas a dois tratamentos: com e sem
pasteurização. Finalmente foram armazenadas em ambiente sem contato com luz direta e à temperatura
ambiente e analisados por 9 meses. Os valores encontrados para méis de A. meillifera “in natura” e
pasteurizado, após 9 meses de armazenamento encontraram-se dentro dos limites da legislação (BRASIL,
2000), com exceção do valor de hidroximetilfurfural do mel pasteurizado, o qual alcançou valor de 61,22
mg/kg no ultimo mês. As metodologias de umidade e atividade diastásica para mel de Apis, não foram
eficientes para mel de M. fasciculata. O mesmo apresentou valores elevados de acidez em mel “in natura” e de
hidroximetilfurfural em mel pasteurizado. Físico-quimicamente, sugere-se a pasteurização apenas em méis de
M. fasciculata, fixando sua vida de prateleira em 6 meses. Microbiologicamente, os méis não apresentaram
contaminação após 9 meses de armazenamento, estando aptos para o consumo. Sensorialmente, o mel de A.
meillifera “in natura” obteve maior aceitação (76%), sendo considerado pelos provadores com sabor adocicado
e viscosidade elevada, característico de mel de abelha.

141
SILVA, Manoel Luiz Andrade da. Extração de corantes de urucum (Bixa orellana L.) utilizando
sistemas de recirculação de solventes. 2006. 95 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação
em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Lênio José Guerreiro de Faria

RESUMO: Realiza-se a otimização estatística do processo de obtenção de corantes em pó, a partir de grãos
de urucum (Bixa orellana L.), utilizando-se um protótipo de extrator por recirculação de solventes. São
empregadas as variáveis de entrada: soluções de KOH, tempo de extração e relação volume de solvente e
massa de sementes e as variáveis de resposta: rendimento em massa de corante e rendimento em bixina. A
análise dos dados é realizada com base na metodologia de superfícies de resposta, a partir de um
planejamento fatorial completo, em dois níveis, com auxílio do aplicativo Statistica 5.0. Quantifica-se a
influência das variáveis de entrada no processo nas variáveis de respostas consideradas e identifica o ponto
ótimo. Verifica-se que o rendimento em massa de corante pode ser estimado por um modelo de primeira
ordem, em função das variáveis de entrada estatisticamente significativas. O rendimento em bixina pode ser
estimado por meio de um modelo polinomial de segunda ordem. Avalia-se a estabilidade da bixina em função
do teor de cinzas presente na massa de corante.

142
SILVA, Mario Henrique Möler da. Levantamento de parâmetros de qualidade do produto “Medalhão
de Peixe” elaborado a partir de carne mecanicamente separada. 2006. 94 f. Dissertação (Mestrado) -
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Nádia Cristina Fernandes Corrêa
Co-orientadora: Lúcia de Fátima Henriques Lourenço

RESUMO: Identifica a influência dos parâmetros de qualidade obtidos para o produto “Medalhão de Peixe”
elaborado a partir de partes comestíveis recuperadas pelo processo de separação mecânica de ossos e pele
obtendo CMS (Carne Mecanicamente Separada) na linha de processamento das espécies: pescada amarela
(Cynoscion acoupa.) e bagre rosado (Tachysurus harbus), com referência particular sobre a “espécie de peixe” e o
“tempo de maturação”. Para tal, realizou-se o planejamento fatorial completo do tipo 22 para verificar a
influência das variáveis operacionais sobre as respostas lipídio, proteína, umidade e cinzas, no material
processado e outras análises, para assegurar as respostas qualitativas dos medalhões de peixes, dentre elas:
colorimetria, perfil dos ácidos graxos por cromatografia gasosa, análise microbiológica e análise sensorial. De
acordo com o planejamento experimental, foi possível identificar que a variável espécie de peixe (X1) foi
considerada significante (α= 0,05) somente para as respostas lipídio e proteína, sendo, portanto considerada
insignificante para as respostas umidade e cinzas, para todos os tempos avaliados. Os resultados obtidos na
determinação do valor de TBA (ácido 2-tiobarbitúrico) foram abaixo de um (1) para ambas espécies:
102

maturada e não maturada. Os índices de acidez observados foram considerados altos quando comparados a
outros trabalhos; quanto ao rendimento de óleo encontrado na extração com fluido supercrítico, mostrou-se
satisfatório; por meio de análise de cromatografia gasosa, identificou-se 14 ácidos graxos para ambas as
espécies dos quais se destacou o ácido palmítico com a maior concentração, 24 e 30% para pescada amarela e
bagre rosado, respectivamente. Dentre os ácidos insaturados, o EPA (Ácido Eicosapentaenóico) destacou-se
nas duas espécies, seguido pelo DHA (Ácido Docosahexaenóico) e o Araquidônico. Nas análises
microbiológicas os resultados encontram-se dentro dos padrões da legislação brasileira para Salmonella e S.
aureus, com exceção de coliformes a 45°. Na análise sensorial, os produtos obtiveram, em média 70,7% de
aceitação. Após avaliação dos medalhões de pescada amarela e bagre rosado por meio dos parâmetros já
mencionados, conclui-se que os resultados físico-químicos estão dentro dos limites encontrados na maioria
dos peixes marinhos magros, levando-se a considerar que as CMS’s (Carne Mecanicamente Separada) são
viáveis para a valorização de subprodutos da indústria de pesca, e os medalhões comportam-se
satisfatoriamente como produto alimentício.

143
TEODORO, Danielle Matos Diniz. Avaliação dos teores de mercúrio e selênio em pescados da Região
Amazônica. 2006. 59 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de
Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Antônio Manoel da Cruz Rodrigues

RESUMO: A Região Amazônica, em especial, o Pará possui mais de 1.500 espécies de pescados, só de água
doce, já descritas. Em vista de o pescado ser a principal fonte de proteína para vários grupos populacionais,
especialmente a população ribeirinha, como também o crescimento da preocupação com a poluição
ambiental que, vem sendo responsável pela contaminação por metais pesados em animais, plantas e seres
humanos, é de fundamental importância o conhecimento do teor em mercúrio e setênio, devido este último
formar um complexo estável com o metal referido, impedindo seus efeitos tóxicos. Foram estudadas oito
espécies de pescados: corvina (Micropogonias furnieri), dourada (Brachyplarystoma flavicans), gurijuba (Anus parker),
pargo (Lutjanus purpureus), pescada amarela (Cynoscion acoupa), pescada gó (Macrodon ancylodon), piramutaba
(Brachyplatystoma vaillanii) e pirarucu (Arapaima gigas) e duas de crustáceos: camarão sete barbas (Penaeus subtilis)
e caranguejo (Ucides cordatus). As análises experimentais foram realizadas por espectrofotometria de absorção
atômica com vapor frio, para mercúrio, identificando se os pescados estão dentro dos padrões estabelecidos
pela Legislação Brasileira, além de identificar e quantificar o teor de selênio das espécies, por
espectrofotometria com geração de hidretos metálicos, comparando-as com outros pescados já estudados na
literatura. No mercado do Ver-o-Peso, pode-se verificar que as concentrações de Hg nas espécies não
predadoras e predadoras foram em sua maioria, abaixo dos limites preconizados pela legislação. Apenas a
espécie Pirarucu apresentou um valor da concentração de Hg superior ao limite de referência (1,0 µg/g)
recomendado pela ANVISA para espécie predadora. Nas amostras coletadas no mercado de Icoaraci, pode-
se, verificar que as concentrações de Hg nas espécies não predadoras e predadoras foram também em sua
maioria abaixo dos limites preconizados pela legislação, sendo os menores valores encontrados para espécies
não predadoras de 0,0547 µg/g (caranguejo) e 0,134µg/g (piramutaba) para espécies predadoras. Os maiores
valores da concentração de Hg nas espécies não predadoras e predadoras foram respectivamente iguais a
0,5033µg/g (pescada amarela) e 1,3242µg/g (corvina). Sendo que nesta última espécie o valor da
concentração de Hg superou o limite de referência (1,0µg/g) recomendado pela ANVISA para espécie
predadora. Os teores de selênio aqui estudados variaram entre 0,295µg/g para pescada gó e 0,689µg/g para
piramutaba. Os resultados obtidos demonstram que as espécies alvo desse estudo podem ser classificadas
como boa fonte de selênio. Com exceção do pirarucu (Arapaíma gigas) e corvina (Plagioscion squamosissimus), a
maioria das espécies avaliadas neste trabalho encontram-se dentro do limite estabelecido pela legislação
brasileira em teor de mercúrio.

144
WAUGHON, Tonye Gil Matos. Caracterização e processamento do resíduo fibrosos gerado na
industrialização do suco de abacaxi. 2006. 58 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em
Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
103

Orientador: Rosinelson da Silva Pena

RESUMO: Caracteriza-se o resíduo fibroso gerado na industrialização do suco de abacaxi e estuda seu
aproveitamento mediante a secagem; visando obter um produto rico em fibras dietéticas. O resíduo
caracterizado apresenta um elevado teor de fibras (32,95% b.s.). A secagem realizou-se em secador de leito
fixo, em camada delgada, utilizando planejamento fatorial completo a três níveis, com triplicata no ponto
central. As variáveis de entrada foram: temperatura (50°C, 60°C e 70°C) e velocidade do ar (2,0 m/s; 2,5 m/s
e 3,0 m/s). As variáveis de respostas avaliadas foram: umidade de equilíbrio, tempo de secagem, taxa de
secagem a velocidade constante e coloração final do produto. Os resultados obtidos por meio da análise de
variância mostraram que, a temperatura foi a variável de entrada que apresentou maior influência sobre as
variáveis de resposta analisadas, não exercendo influência significativa apenas sobre a cor do produto.
Avaliou-se também, o comportamento higroscópico do resíduo após secagem. Foram construídas isotermas
de adsorção e dessorção de umidade a 25 e 40°C e determinados os valores da monocamada BET (mo). O
produto apresentou isotermas de sorção do Tipo III. Os valores médios da monocamada (mo) para adsorção
e dessorção foram de 11,6 g H2O/100 g b.s. e 12,7 g H2O/100 g b.s., respectivamente.

2007
145
BICHARA, Carissa Michelle Goltara. Estudo in vivo de uma suplementação rica em betacaroteno:
biodisponibilidade e efeito antioxidativo no plasma humano. 2007. 73 f. Dissertação (Mestrado) - Programa
de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2007.
Orientador: Hervé Rogez

RESUMO: Os carotenóides são pigmentos naturais sintetizados pelas plantas e responsáveis pela cor de
vários vegetais e frutos. São amplamente estudados por sua habilidade em prevenir doenças crônicas, devido
sua elevada capacidade antioxidante in vivo. Este trabalho teve como objetivos estudar a biodisponibilidade do
β-caroteno presente no tucumã e avaliar os efeitos in vivo de uma suplementação diária. Realizou-se um estudo
com 32 voluntários divididos em dois grupos: o grupo 1 (n=21) foi submetido a uma suplementação de 5 mg
β-caroteno/dia durante 52 dias e o grupo 2 (n=11) não fez ingestão do produto e foi denominado grupo
controle. Foram realizadas cinco coletas sanguíneas, com intervalos de 13 dias. Parâmetros bioquímicos como
o Colesterol Total (CT), HDL e LDL-Colesterol, Triglicerídeos (TG), Glicose (GLI), Fosfatase Alcalina (FA)
e Transaminase Glutâmico Pirúvica (TGP) foram analisados enzimaticamente. A susceptibilidade oxidativa
do plasma foi medida através do Método TBARS e a capacidade antioxidante pelo Método ORAC. Foi
desenvolvida uma metodologia para a quantificação do β-caroteno em amostras biológicas e polpa de tucumã.
O estudo da biodisponibilidade do β-caroteno mostrou uma baixa taxa de absorção e a maior disponibilidade
deste composto no organismo 5 horas após a ingestão. No estudo da suplementação, foi observado um
aumento significativo (p<0,05) na concentração de β-caroteno no plasma do grupo 1 e uma diminuição
significativa da formação de TBARS, mostrando assim a ação do β-caroteno contra a oxidação em sistemas
biológicos. O HDL do grupo 1 aumentou significativamente (p<0,05) durante os primeiros 28 dias de
suplementação. A FA sofreu uma diminuição significativa (p<0,05) em ambos os grupos. Os valores ORAC
não sofreram modificações significativas, assim como as concentrações de CT, LDL, TG, GLI e TGP. Esses
resultados mostram o efeito benéfico do β-caroteno em humanos, a curto prazo e baixas concentrações.

146
BRAGA, Adriano César Calandrini. Influência da temperatura e do tamanho de partículas no
comportamento reológico do suco de abacaxi “pérola” (Ananás comusus L. Merr.). 2007. 76 f.
Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro
Tecnológico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientador: Antônio Manoel da Cruz Rodrigues
104

RESUMO: Avalia a influência da temperatura e do tamanho de partículas sobre o comportamento reológico


do suco de abacaxi (Ananas comosus L.) natural e tratado com enzimas pectinolíticas. A polpa de abacaxi
utilizada na obtenção das amostras apresentou elevados teores de açúcares. Testes preliminares indicaram por
meio da análise de variância que as variáveis temperatura e tempo de tratamento exerceram efeito
estatisticamente significativo (p<0,05) sobre a concentração de pectina, sendo então o tratamento enzimático
realizado com uma concentração de enzima de 150 mg/L, temperatura de 50°C e tempo de tratamento de 80
minutos. O Modelo de Mizrahi-Berk foi ajustado aos dados obtidos experimentalmente e descreveu bem o
comportamento das amostras do suco de abacaxi analisado, apresentando elevados coeficientes de correlação
(R2>0,98). As amostras naturais e despectinizadas apresentaram, em sua maioria, comportamento não-
newtoniano com características de fluídos pseudoplásticos (n<1). A viscosidade aparente das amostras
naturais e despectinizadas diminuiu com o aumento da temperatura e da taxa de deformação. Os valores da
energia de ativação calculados a uma taxa de deformação de 103s-1 foram maiores nas amostras
despectinizadas. O tamanho de partícula exerceu influência sobre a viscosidade aparente, sendo os menores
valores observados nas amostras centrifugadas. O tratamento enzimático proporcionou uma redução na
viscosidade aparente das amostras do suco de abacaxi em todas as temperaturas utilizadas.

147
PELAIS, Ana Carla. Estudo dos fatores que influenciam a estabilidade e emulsão do açaí. 2007. 60 f.
Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro
Tecnológico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientador: Hervé Rogez

RESUMO: A bebida açaí obtida dos frutos do açaizeiro (Euterpe oleracea) é um alimento de grande aceitação
entre as classes populares paraenses e vem conquistando mercados nacional e internacional devido suas
propriedades calóricas e nutricionais. Durante a preparação desta bebida, amolecem-se os frutos em água
morna antes de despolpá-los com adição de água, formando uma emulsão estável. Os fatores que poderiam
influenciar a estabilidade desta emulsão tais como: temperatura de amolecimento dos frutos, concentração de
cloreto de cálcio na bebida, tratamento térmico, pH e condições experimentais de separação dos lipídios por
centrifugação foram estudadas neste trabalho, e dessa forma, a possibilidade tecnológica de retirar parte dos
lipídios e oferecer uma bebida do tipo light. A estabilidade da emulsão foi avaliada em função do diâmetro da
gotícula de lipídio e do percentual de matéria seca encontrada no sobrenadante após centrifugação. A
temperatura de amolecimento dos frutos não influenciou (p > 0,05) na estabilidade da emulsão, tanto no
amolecimento padrão (45°C/1h), quanto no amolecimento com temperatura alternada (0 e 50°C). O
tratamento da bebida com cloreto de cálcio (8, 9, 7, 13, 18, 28, 58 e 108 mM) e o tratamento térmico aplicado
(25, 50, 60, 70, 80 e 90°C) a um tempo fixo de 20 minutos, também não alteraram significativamente os
parâmetros de estabilidade usados. Quanto ao pH as amostras tiveram aumentos significativos no diâmetro
em pH 7,5 à temperatura ambiente e também quando sofreram tratamento térmico a partir de 60°C, devido à
desnaturação térmica das proteínas. Em relação ao processo de separação dos lipídios por centrifugação, a
velocidade e o tempo de rotação foram estudados considerando três procedências de frutos (Abaetetuba,
Cumbu e Ilha das Onças). O tempo não apresentou diferença significativa sobre a resposta percentual de
lipídios retirados, ao contrário da velocidade, que apresentou efeito quadrático negativo (p<0,05). A
procedência também apresentou efeito altamente significativo sobre a resposta. O tempo e a velocidade
ótimos para a separação foram de 3000g durante 1 minuto, os quais possibilitam a retirada mínima de 38% de
lipídios da emulsão.

148
POMPEU, Darly Rodrigues. Adsorção de três famílias de compostos fenólicos em resinas sintéticas
macroporosas. 2007. 72 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia
de Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientador: Hervé Rogez
105

RESUMO: A adsorção de compostos fenólicos de diferentes classes (ácido benzóico, ácidos cinâmicos e
flavonóides) utilizando resinas sintéticas macroporosas poliaromáticas não iônicas (EXA 118, EXA 90 e
XAD 16) e de éster acrílico (XAD 7) foi feita, a fim de conhecer a intensidade e a afinidade da adsorção
destes compostos pelas resinas estudadas. Para isso foram construídas isotermas de adsorção dos compostos
fenólicos em soluções aquosas, sob agitação de 200 rpm a 25°C, por duas horas. A afinidade e a intensidade
do processo de adsorção foi medido em termos dos parâmetros de Langmuir e de Freundlich. Os dados
obtidos experimentalmente se ajustaram bem aos modelos propostos (R2 > 0,900); sendo escolhido o modelo
de Langmuir para descrever o processo de adsorção dos compostos fenólicos em resinas sintéticas
macroporosas. Os compostos que apresentaram os maiores valores de QM foram o ácido caféico e a
catequina. Os valores de energia livre de adsorção (∆G) variaram de —4,11 a 8,99 kJ/mol. Em todas as
resinas estudadas, o ácido gálico apresentou valores de ∆G > 0. Avaliou o comportamento cinético dos
compostos fenólicos com as duas resinas que apresentaram os melhores resultados, em relação à capacidade
de adsorção: a EXA 118 e a XAD 16. Foram ajustados três modelos cinéticos (pseudo primeira ordem,
pseudo segunda ordem e difusão intra-partícula) aos dados experimentais. O modelo cinético que melhor
descreveu o processo de adsorção de compostos fenólicos, em resinas sintéticas macroporosas, foi o modelo
de pseudo segunda ordem (em todos os casos p < 0,001).

149
SILVA, Alessandra Eluan da. Fracionamento e desacidificação do Óleo de palma (Elaeis guineensis
Jacq.). 2007. 94 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de
Alimentos, Centro Tecnológico, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientadora: Luiza Helena Meller da Silva
Co-orientador: Antônio José de Almeida Meirelles

RESUMO: A extração líquido-líquido é um método alternativo na desacidificação de óleos vegetais, que


minimiza a perda do óleo neutro, utiliza baixas temperaturas preservando os compostos nutracêuticos
(carotenóides e tocoferóis) no óleo. Essas características são o diferencial desse método quando comparado
aos métodos convencionais de refino, como o químico e físico. Este trabalho teve como objetivo avaliar o
processo de extração líquido-líquido, em células de equilíbrio, na desacidificação das frações do óleo de palma
bruto (oleína e estearina) visando uma menor perda de óleo neutro e dos compostos nutracêuticos. O óleo de
palma bruto foi submetido a um fracionamento, por filtração a vácuo, e a partir das frações separadas os
sistemas foram preparados. Os sistemas estudados foram oleína/ácido comercial/solvente nas temperaturas
de 25°C e 45°C e estearina/ácido comercial/solvente a 50°C, para diferentes concentrações de água no
solvente. Os resultados indicam que o etanol com 5,46% massa de água é adequado ao processo de extração
líquido-líquido, por extrair os ácidos graxos livres do óleo sem a perda de óleo neutro e sem a destruição dos
carotenóides e tocoferóis.
106
107
108
109
110
111

1992
150
FRAIHA NETO, Habib. Contribuição à entomologia médica, à etiopatogenia e à ecoepidemiologia
de parasitos na Amazônia. 1992. 774 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1992.
Orientador: Ricardo Ishak

RESUMO: Faz um levantamento bibliográfico comentado acerca dos seguintes temas: Entomologia Médica,
Etiopatogenia e Ecoepidemiologia de Parasitos na Amazônia. Objetivou-se arrolar diversas publicações
científicas sobre determinadas áreas da Parasitologia Amazônica no sentido de auxiliar pesquisadores que
estejam desenvolvendo estudos nestas áreas. A metodologia utilizada foi um levantamento bibliográfico de
publicações científicas, compreendendo os anos de 1970 a 1992, agrupadas nos seguintes temas: Taxonomia
de flebotomíneos, flebotomíneos e epidemiologia de leishmanioses, lagoquilascaríase, lepidopterismo, míiases
humanas, malária, triatomíneos e Doença de Chagas, filarioses, Aedes aegypti e febre amarela, planorbídeos e
esquistossomose, outras endemias parasitárias, simulídeos e síndrome hemorrágica e Filárias de macacos.
Foram obtidas 93 publicações, sendo 9 livros, 21 capítulos de livro, 43 artigos de periódico, 1 trabalho de
conclusão de curso e 19 artigos apresentados em eventos científicos. Quanto ao idioma, foram obtidas 69
publicações em português, 22 em inglês e 2 em espanhol. Conclui-se que, embora exista uma produção
científica considerável sobre certos aspectos da Patologia Regional Amazônia, estas publicações carecem
ainda de tratamento científico e sistematizado da informação. A Amazônia persiste um universo quase
inexplorado. Sua biodiversidade, hoje tantas vezes exaltada no discurso preservacionista, fascina o naturalista
desde os primórdios da colonização e guarda infinidade de segredos a excitar a argúcia dos estudiosos. Por
isso, fazer ciência na Amazônia é ventura extremamente cara ao espírito pesquisador.

1993
151
SAMPAIO, Maria Iracilda da Cunha. Filogenia molecular das subfamílias Alouattinae, Atelinae e
Pitheciinae (Platyrrhini, Primates). 1993. 141 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1993.
Orientador: Horácio Schneider

RESUMO: Seqüências de DNA genômico que englobam todo o gene epsilon da família J3-globina e o intron 1
do gene IRBP (totalizando cerca de 3.600 pares de bases) foram obtidas para se investigar as relações
filogenéticas de 7 gêneros de primatas do Novo Mundo, pertencentes às subfamílias Atelinae, Alouatinae e
Pitheciinae. As seqüências obtidas foram analisadas por abordagem de máxima parcimônia e matriz de
distância, e o arranjo cladístico obtido sugere uma estreita similaridade entre Alouatíneos (Alouatta) e Atelíneos
(Ateles, Brachyteles e Lagothrix). Além disso, ficou evidenciado o caráter monofilético dos pitecíneos (Pithecia,
Chiropotes e Cacajao) e a estreita relação de Cebus com Saguinus (usados neste estudo como grupos externos).
Estimativas de tempo de divergência sugerem que a primeira radiação platirrina ocorreu por volta de 24-21
milhões de anos, originando os ancestrais dos atuais cebídeos e atelídeos. A emergência de Alouatta foi
estimada em 14 Ma, enquanto que a radiação dos atelíneos (Ateles, Brachyteles e Lagothrix) parece ter ocorrido
por volta de 11-9 Ma. Já a origem dos pitecíneos foi estimada em 7 Ma (origem de Pithecia) e 6-5 Ma
(separação entre Chiropotes e Cacajao). O arranjo taxonômico obtido com esta abordagem molecular corrobora,
com pequenas modificações, com a proposta taxonômica sugerida por Rosenberger (1981) para a família
Atelidae. Excetuando Aotus e CalliCebus, não representados neste trabalho, a classificação que propomos é a
seguinte: subfamília Atelinae, com tribos Alouattini (Alouatta) e Atelini (Ateles, Lagothrix, e Brachyteles); subfamília
Pitheciinae com tribo Pitheciini dividida em subtribos Pitheciina (Pithecia) e Chiropotina (Chiropotes e Cacajao).
112

1994
152
HARADA, Maria Lúcia. Abordagem molecular para o esclarecimento da filogenia dos gêneros Aotus,
CalliCebus, Cebus e Saimiri (Platyrrhini, Primates). 1994. 148 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1994.
Orientador: Horácio Schneider

RESUMO: Seqüências nucleotídicas do gene globínico epsilon e do intron 1 do gene IRBP foram obtidas,
respectivamente, em 5 e 11 espécies de primatas do Novo Mundo e dos seguintes grupos: (1) Aotus, Cebus,
Saimiri e Calitriquíneos; (2) CalliCebus, Pithecia, Chiropotes e Cacajao, utilizadas na avaliação das afinidades
filogenéticas dos gêneros Aotus, CalliCebus, Cebus e Saimiri. Os resultados das análises de parcimônia,
"Neighbor-joining", "Bootstrap" e intensidade de ligação das árvores obtidas forneceram forte suporte para a
monofilia. O agrupamento Cebus-Saimiri é favorecido pelos arranjos de parcimônia e NJ, embora seja
fracamente apoiado pelas análises de "Bootstrap". A exata relação deste clade com Aotus e Calitriquíneos
permanece não esclarecida. A identificação de uma nova família platirrina, Pitheciidae, apóia-se no fato deste
clade agrupar-se com os atelídeos nas análises com epsilon, porém une-se aos cebídeos nas análises com
IRBP. Reunindo os resultados das abordagens moleculares do presente estudo com os obtidos anteriormente
por nós (Schneider et al., 1993a) e por Sampaio (1993), propomos a seguinte classificação: (a) Família Cebidae
com as subfamílias Aotinae (Aotus), Callitrichinae (Cebuella, Callithrix, Saguinus, Leontopithecus, Callimico), e
Cebinae com as tribos Cebini (Cebus) e Saimiriini (Saimiri); (b) Família Pitheciidae com as subfamílias Callicebinae
(CalliCebus) e Pitheciinae, com uma tribo Pitheciini composta pelas subtribos Pitheciina (Pithecia) e Chiropotina
(Chiropotes, Cacajao); (c) Família Atelidae com a subfamília Atelinae dividida nas tribos Atelini (Ateles, Lagothrix,
Brachyteles) e Alouattini (Alouatta). Considerando 40 Ma como o tempo de separação Platyrrhini-Catarrini, a
primeira radição dos platirrinos foi estimada em torno de 27--23 Ma. Os cebídeos teriam se diversificado há
22-18 Ma; Cebus e Saimiri se separaram há 21-19 Ma e CalliCebus emergiu há 20-16 Ma.

1995
153
BARROSO, Carmem Maria Leitão. Filogenia molecular da subfamília Callitrichinae (Sensu
Rosenberger, 1981). 1995. 109 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientador: Horácio Schneider

RESUMO: Seqüências de DNA genômico, compreendendo o intron 1 do gene IRBP com cerca de 1800
pares de bases foram obtidas das seguintes espécies: Saguinus midas, S. bicolor, Leontopithecus rosalia, Callimico
goeldii, Callithrix jacchus, C geoffroyi, C. argentata e Cebuella pigmaea. Estas seqüências foram adicionadas ao banco
de dados de IRBP que continha as seqüências dos demais gêneros Cebóides referidas em Harada et al. (1995).
Ao mesmo tempo construiu-se um alinhamento em “Tandem” dos dados de IRBP com os do gene epsilon-
globina de Schneider et al. (1993). Os arranjos obtidos confirmam a monofilia da família Cebidae; demonstram
que Saguinus é o gênero calitriquíneo mais primitivo; agrupam Callimico dentro dos calitriquíneos; colocam
Cebuella inequivocamente como um membro do gênero Callithrix no grupo Pygmaea equivalente aos grupos
Jacchus e Argentata. Além disso, a partir das evidências filogenéticas é proposto um modelo de evolução para
os calitriquíneos segundo o qual um estoque Proto-Saguinus teria dado origem à população ancestral de
Leontopithecus e Callimico-Callithrix (ou Leontopithecus- Callimico e Callithrix). Os proto mico-leões teriam migrado
para o Leste, onde se isolariam em refúgios dando origem ao Leontopithecus. O estoque que permaneceu na
113

Amazônia teria originado os atuais Callimico e Callithrix. Este último ocuparia uma vasta área geográfica e daria
origem aos grupos Argentata e Pygmaea na Amazônia, e ao grupo Jacchus no Brasil Central e a Leste.

154
NAKAYAMA, Luiza. Polimorfismo bioquímico em bubalinos (Bubalus bubalis) e bovinos nelore (Bos
taurus indicus) do Estado do Pará. 1995. 160 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider

RESUMO: Realiza um estudo eletroforético de 19 locos em 15 populações de quatro raças de Bubalus bubalis:
2 da raça Murrah (N=53), 3 da Mediterrâneo (N=60), 2 da Carabao (N=54) e quatro populações de cada um dos
tipos de Jafarabadi (Gir, N=49; Palitana, N=50). Uma população de 51 bovinos Nelore foi usada como grupo
externo. Os objetivos foram: (1) a descrição da variabilidade eletroforética; (2) a comparação da variabilidade
genética intra e inter-raciais; (3) a quantificação da variabilidade genética através da heterozigose média; (4) a
investigação de heterogeneidade entre as populações; (5) a estimativa de distâncias genéticas entre as
populações; e (6) a construção de fenogramas que expressassem as similaridades entre os grupos. Dos 19
locos amostrados, doze foram monomórficos em todas as populações bubalinas (ACP1, GOT, IDH1,
MDH1, GPI, GPT, LDHA, LDHB, SOD1, HBA, HBB e HP), enquanto que os sete polimórficos
mostraram a seguinte distribuição: GLO1 apenas em Carabao; ADA em Jafarabadi, Mediterrâneo e em Murrah;
PGD em Jafarabadi e Mediterrâneo; CA2, ESD, ALB e TF em todas as quatro raças. A heterozigose média
variou de 1,1% (Carabao) a 4,5% (Jafarabadi var. Palitana), enquanto que a distância genética variou de 0,2%
(intra-racial:Jafarabadi e Mediterrâneo) a 4,0% (Carabao X Murrah). Os feneogramas obtidos tendo Nelore como
grupo externo mostram uma grande similaridade entre as raças Murrah e Mediterrâneo, tendo Jafarabadi como o
grupo mais próximo e Carabao como a mais diferenciada das quatro raças bubalinas, concordando com dados
morfológicos e cariotípicos.

155
YAMADA, Elizabeth Sumi. Organização morfofuncional do sistema visual de primatas Platirrinos:
análise quantitativa da morfologia, densidade e cobertura dendrítica das células ganglionares retinianas M e P
de Cebus e Aotus. 1995. 203 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira

RESUMO: Os espécimes machos de Cebus são todos dicromatas, enquanto que o Aotus é provavelmente
monocromata. Estudou-se a morfologia, a variação de tamanho de pericário e árvore dendrítica, e a variação
da densidade das células ganglionares retinianas M e P em Cebus machos e Aotus. As células ganglionares
foram marcadas retrogradamente a partir da colocação de biocitina no nervo óptico, revelando-se a totalidade
de suas arborizações dendríticas. A morfologia das células ganglionares M e P da retina do Cebus, com este
método, é semelhante àquela descrita para as células M e P de macaca e homem, obtida através da técnica de
injeção intra- celular de HRP ou neurobiotina. As células M e P do Aotus são maiores do que as classes
homólogas de primatas diurnos. Tanto no Cebus como no Aotus, as células M possuem árvore dendrítica e
pericário maiores do que as temporais. As células M e P foram classificadas em internas e externas de acordo
com o nível de estratificação dendrítica da retina. Tanto Cebus como Aotus possuem células P foveais com
árvores dendríticas diminutas o que nos fez supor que ambos possam ter circuitos de conexão um-para-um
entre cones, células bipolares e células P na região central da retina.
114

1996
156
BASTOS, Maria de Nazaré do Carmo. Caracterização das formações vegetais da restinga da Princesa,
ilha de Algodoal - Pará. 1996. 261 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.
Orientadora: Manoela Ferreira Fernandes da Silva

RESUMO: Para caracterizar as diversas formações vegetais de uma restinga do Estado do Pará, Brasil,
estudou-se um trecho da praia da Princesa, localizada na ilha de Algodoal, Município de Maracanã, a
00°35'03" e 00°38'29" S e 47°31'54" e 47°34'57" W.Gr. Ao longo de perfis planialtimétricos no sentido mar-
continente, foram identificadas as formações vegetais e observadas as unidades geomorfológicas as quais elas
estão associadas. Para o estudo da composição florística de cada uma delas, procederam-se coletas aleatórias
de espécimens em floração e/ou frutificação, tendo-se registrado um total de 241 espécies. A análise da
estrutura foi feita por meio do método fitossociológico de parcelas. Nas formações com estrato
predominantemente herbáceo, os levantamentos fitossociológicos foram realizados nos períodos de maior e
menor intensidade pluviométrica (período chuvoso e seco, respectivamente). As formações vegetais com
estrato herbáceo apresentaram mudanças na composição florística, do período chuvoso para o seco,
relacionadas ao regime das chuvas e ao nível do lençol freático, porém as espécies de maior importância
foram as mesmas nos dois períodos. Em três das formações com estrato herbáceo Cyperaceae e Gramineae
foram as mais importantes. Nas formações com estrato arbóreo, Myrtaceae foi a dominante. A diversidade
florística e eqüabilidade foram baixas, pela pequena riqueza de espécies e acúmulo de muitos indivíduos em
um grupo restrito de espécies. As formações estudadas apresentam estrutura e composição que justificam
uma diferenciação entre si. A similaridade florística entre elas variou de 15 a 45%.

157
MENDES, Antônio Carlos de Barros. Biologia e controle microbiano de Conotrachelus humeropictus
Fiedler, 1940 (Coleoptera: Curculionidae). 1996. 101 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em
Ciências Biológicas. Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.
Orientador: Bonifácio Peixoto Magalhães

RESUMO: Estuda a biologia de Conotrachelus humeropictus Fiedler, 1940 e avalia a eficiência de Metharizium
anisopliae (Metsch.) Sor. e Beauveria bassiana (Bals.) no controle desta séria praga do cacaueiro (Theobroma cacao
L.) e do cupuaçuzeiro [T. grandiflorum (Will. ex Spreng.) Schum] na Amazônia brasileira. Investigou também in
vitro o antagonismo entre os entomopatógenos e espécies fúngicas isoladas de solos com aquelas culturas na
região. A pesquisa foi desenvolvida nos laboratórios e campos experimentais da Comissão Executiva do
Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), em Belém, Pará e Ouro Preto D'Oeste, Rondônia. Em laboratório,
sob condições controladas de temperatura (27 ± 2ºC) e umidade relativa (80 ± 10 %), C. humeropictus
alimentado com folhas e frutos novos de cacaueiros, apresentou um ciclo de ovo e emergência do adulto do
solo de 79 a 151 dias e em média, 108,80 ± 9,44 (X ± E) dias para machos e 156,87 ± 16,19 dias para fêmeas.
O período de pré-oviposição foi longo, de 16,20 ± 0,49 dias, com intervalo de variação de 11 a 20 dias. O
período médio de oviposição foi de 80,50 ± 5,58 dias, colocando cada fêmea, de 55 a 153 ovos, em média
108,45 ± 6,21 ovos, sendo as posturas diárias e constituídas em média, por 1,29 ± 0,03 ovos. Para o
desenvolvimento embrionário e larval, no interior dos frutos de cacau, o inseto necessitou de 25 a 35 dias
(31,37 ± 10,96). Após esse período, um total de 15 a 20 dias (20,25 ± 1,50) se passaram no solo, para o
desenvolvimento das fases de pré-pupa, pupa e completa formação fisiológica do adulto. Neste ínterim, C.
humeropictus torna-se mais vulnerável ao ataque de seus inimigos naturais, principalmente fungos, dentre os
quais M. anisopliae e B. bassiana. A potencialidade desses fungos no controle da espécie foi avaliada em larvas
do último instar.
115

1997
158
BRASIL, Heliana Maria Silva. Utilização de canteiros centrais de avenidas como parte integrante da
área verde de Belém - PA. 1997. 159 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.
Orientador: Felisberto Cavalheiro

RESUMO: Em Belém, cidade cuja ocupação não considerou a necessidade de preservação da vegetação
nativa nem a exigência da população por áreas de lazer, não se pode desprezar a incorporação de terrenos
entre pistas de rolamento ao verde urbano. Visando propor formas de utilização dos atuais canteiros, e de
outros que vierem a ser construídos com largura superior a 15 m, após terem sido identificados os mais e
menos arborizados de cada uma das quatro avenidas estudadas, procedeu-se o inventário qualitativo da
arborização, identificaram-se as formas de uso pela população e a influência exercida pela arborização no
microclima. Concluiu-se por manter a aptidão para o lazer ativo dos canteiros da Av. 25 de Setembro, e
temporariamente dos situados nas avenidas Visconde de Inhaúma e Marques de Herval, e pela redução da
largura dos canteiros da Av. Duque de Caxias que passariam a ser usados para o lazer passivo. Embora a
arborização atual tenha sido suficiente para abrandar a temperatura nos dias nublados da época menos
chuvosa, para que essa redução seja mais efetiva é necessário aumentar o percentual de área coberta e a
densidade do dossel.

159
CARDOSO, Elyzabeth da Cruz. Nutrição mineral em bubalinos e bovinos nos campos do Marajó,
Estado do Pará: cálcio, fósforo, cobre, cobalto, manganês, ferro e zinco. 1997. 173 f. Tese (Doutorado) -
Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 1997.
Orientador: William Gomes Vale

RESUMO: Durante os meses de julho de 1994 a junho de 1995, realizaram-se dois experimentos objetivando
avaliar e comparar o estado da nutrição mineral nas espécies bubalina e bovina da ilha de Marajó, Estado do
Pará e estabelecer uma recomendação adequada de suplementação mineral. No primeiro estudo, utilizaram-se
16 animais de cada espécie, divididos em dois tratamentos (T1 e T2) com oito animais por espécie, mantidos
permanentemente em pastagens de Brachiaria humidicola, adicionando-se somente aos animais do T1, uma
mistura mineral contendo 100% das exigências nutricionais do animal. No início, e a cada 28 dias até o final
do experimento, foram determinados o consumo da mistura mineral, o ganho de peso animal e as
concentrações de cálcio (Ca), fósforo (P), cobre (Cu), manganês (Mn), ferro (Fe) e zinco (Zn) da forrageira.
No final dos períodos seco (dezembro de 1994) e chuvoso (junho de 1995), retirou-se de cada animal um
fragmento ósseo para avaliação do estado das cinzas e do Ca e P. Nesta mesma época, foi também retirado
um fragmento hepático de cada animal para determinação do Cu, Cobalto (Co), Mn, Fe, e Zn. A
suplementação mineral não promoveu um efeito significativo sobre o ganho de peso dos animais, e o
consumo da mistura mineral teve uma redução significativa de 133 g/UA/dia no período seco para
54/UA/dia no período chuvoso. A deficiência de P encontrada na pastagem (0,08 %) alterou o percentual de
cinzas no tecido ósseo, porém a suplementação mineral elevou a relação Ca : P óssea e a concentração do Cu
hepático. A capacidade produtiva mineral foi potencializada pela exuberância e melhor qualidade da pastagem
na época de maior chuva e, os bubalinos, mesmo consumindo 28% menos mistura mineral do que os
bovinos, apresentaram um melhor poder de resposta frente às condições climáticas extremas da ilha de
Marajó (seca e chuva). No segundo experimento, foram utilizados bubalinos (Bu) e bovinos (Bo) criados em
regime de pastagem, procedentes de diferentes municípios do Marajó e destinados ao abate. Foram estudados
57 bovinos e 59 bubalinos no final do período seco e 62 bovinos e 60 bubalinos no final do período chuvoso,
para determinar o percentual de cinzas, Ca e P no tecido ósseo e as concentrações de Cu, Co, Mn, Fe e Zn no
tecido hepático. Em ambas as espécies, as concentrações de Ca (23,6%), P (10,5%) e Cu (5,7 ppm) estavam
116

muito baixas, sobretudo no período chuvoso. As reservas hepáticas de Fe (1.038 ppm) foram muito além do
limite máximo estipulado pela literatura consultada (9180 ppm). Os minerais mais importantes a serem
suplementados, de acordo com este estudo, são o Ca, P e Cu. Essa suplementação se faz necessária sobretudo
no período chuvoso do ano, muito embora deva estar sempre disponível no cocho para consumo porque
tende a elevar as reservas no tecido animal. Os bubalinos parecem ser mais sensíveis à deficiência desses
minerais do que os bovinos.

160
LEITE, Angela Maria Conte. Ecologia de Carapa guianensis Aublet. (Meliaceae) "Andiroba". 1997.
183 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.
Orientador: John du Vall Hay

RESUMO: Estudou-se a ecologia de Carapa guianensis Aublet, espécie de importância socioeconômica. O uso
está associado à densidade da espécie e ao costume local. Em áreas menos densas, é favorecida a extração
madeireira e nas densas a extração do óleo. Os estudos foram realizados em três regiões da Amazônia
brasileira: Axixá (MA), Belém (PA) e Manaus (AM), sendo estudada a biologia reprodutiva, a etnobiologia, a
variação morfológica, a ecologia de populações e aspectos do crescimento, regeneração e recrutamento. Em
Belém, a espécie foi estudada em terra firme, igapó e várzea. Apresentou plasticidade fenotípica nos diversos
habitats e regiões, com frutificação em gradiente Oeste - Leste e assincrônica entre indivíduos. Existem
gradientes várzea - terra firme - igapó e Axixá - Belém - Manaus quanto à densidade de regenerantes. A
distribuição foi agrupada ou aleatória dependendo do tamanho da área. O crescimento dos regenerantes
mostrou crescimento negativo no tempo. A distribuição do número de indivíduos em classes de tamanho
também variou no tempo. A mortalidade dos regenerantes variou em função do número inicial de indivíduos
e da classe de altura e a taxa de natalidade foi menor que a de mortalidade. Os resultados indicam a Reserva
do Catú (Belém - PA) como mais equilibrada ecologicamente, Mocambo (Belém - PA) a mais ameaçada, e,
entre regiões, Manaus com maior variabilidade genética intraespecífica, e Axixá e Belém com maior
variabilidade intrapopulacional. A ocorrência em reboleiras (em Axixá) sugere seleção de indivíduos de
andiroba para produção de sementes.

161
MEIRELES, Carla Maria Marques. Evolução molecular dos genes globinas gama 1 e gama 2 em
Atelíneos (Primates, Platyrrhini). 1997. 235 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider

RESUMO: Seqüências nucleotídicas correspondentes a 9.673 pares de bases dos genes globinas gama 1
('GAMA POT.1') e gama 2 (GAMA POT.2') foram obtidas em sete espécies de platirrinos, pertencentes aos
quatro gêneros de atelíneos (Ateles, Lagothrix, Brachyteles e Alouatta). Os resultados mostraram que 'GAMA
POT.1' é um pseudogene em todos os gêneros, devido a uma deleção de 1,8 quilobases neste loco,
confirmando o achado de Fitch et al. (1991) em Ateles geoffroyi. Logo, esta deleção é antiga e ocorreu no
ancestral comum deste clado, há 13 M.a. Além disso, quando os dois genes foram comparados com um único
gene 'GAMA POT' em Tarsius mediante a distância parística, 'GAMA POT.2' é mais conservado que
'GAMA POT.1' em todas as espécies. Análises de conversões gênicas revelam áreas convertidas em A.
geoffroyi, Alouatta seniculus e Atelinae, com apenas uma direção, GAMA POT.2' GAMA POT.1. Este achado
juntamente com a inativação de GAMA POT.1', apóia a hipótese de que o GAMA POT.2' é o gene
preferencial e mais expresso na maioria dos platirrinos. O GAMA POT em Tarsius não possui o elemento
distal CCAAT e o proximal apresenta uma mutação de ponto, que não inativa, totalmente, o gene, pois os
éxons apresentaram apenas substituições sinônimas. Utilizando os métodos de máxima parcimônia,
verossimilhança e distância, foi estimado o mesmo arranjo filogenético, {Alouatta [Ateles (Lagothrix,
Brachyteles)]}, com 100% de Bootstrap para todos os grupos formados. Estes resultados são congruentes com
os de Harada et al. (1995) e Goodman (1996) para os genes epsilon e IRBP, e desta forma mantemos o arranjo
117

cladístico: família Atelidae, subfamília Atelinae, tribos Alouattiini (Alouatta) e Atelini, com as subtribos Atelina
(Ateles) e Brachytelina (Lagothrix e Brachyteles).

162
NOGUEIRA, Oscar Lameira. Regeneração, manejo e exploração de açaizais nativos de várzea do
estuário amazônico. 1997. 149 f. Tese (Doutorado). - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.
Orientador: Alfredo Kingo Oyama Homma

RESUMO: O açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.) é a maior fonte supridora de matéria-prima para a indústria de
palmito no Brasil. A forma com que a espécie vem sendo explorada tem ocasionado, em algumas áreas, a sua
degradação e a redução da oferta de frutos. O objetivo deste trabalho foi o de estudar o processo de
regeneração natural dos açaizais nativos de várzeas do estuário amazônico, que foram alterados em
decorrência da extração do palmito. A pesquisa foi conduzida no Município de Igarapé-Miri, Pará, Brasil,
onde foram analisados fatores fenológicos vegetativos de crescimento e socioeconômicos, visando subsidiar a
definição de técnicas que auxiliem o manejo racional do açaizeiro. Para realização dos estudos foram
selecionados quatro áreas de açaizais com diferentes períodos (0, 12, 24 e 36 meses) após a extração do
palmito para obtenção de dados sobre a população de plantas, emissão de perfilhos, altura, diâmetro e
número de folhas dos estirpes, produção de matéria seca, produtividade e rentabilidade dos açaizais
manejados e não-manejados. Os resultados mostraram que aos 48 meses após a extração do palmito os
açaizais nativos encontram-se reabilitados e voltam a ser produtivos, apresentando uma população de 1.600
plantas/ha, das quais 30% iniciaram a produção de frutos e 50% encontravam-se aptas a produzir palmito.
Verificou-se que a coleta de frutos é mais lucrativa que a extração de palmito, e que o manejo é uma prática
que aumenta a produtividade e a rentabilidade dos açaizais nativos de várzea.

163
TAGLIARO, Cláudia Helena. A Filogenia molecular na subfamília Callitrichinae (Platyrrhini,
Primates): as relações intergenéricas e intragenéricas de Callithrix (sensu SCHNEIDER et al., 1996). 1997.
187 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider

RESUMO: Seqüências de DNA genômico da região da Transferrina (1472 pb) e do DNA mitocondrial das
regiões da ND1 (951 pb) e da alça D (918 pb) foram obtidas em representantes da subfamília Callitrichinae
(sensu Schneider et al., 1996), com o objetivo de se estabelecer o relacionamento filogenético intergenérico
nesta subfamília e intragenérico entre as espécies de Callithrix. Os arranjos obtidos demonstram que Callimico
se une a Callithrix, e que Saguinus e Leontopithecus são os gêneros mais basais. Para Callithrix, os dados apoiaram
a seguinte classificação: Callithrix jacchus com as subespécies C. j. jacchus, C. j. penicillata e C. j. geoffroyi. Callithrix
argentata com as subespécies C. a. argentata, C. a. saterei, C. a. humeralifera, C. a. mauesi; Callithrix pygmaea, com
duas subespécies. A forma Callithrix Kuhli apresentou-se indistingüível de C. j. penicillata. Adicionalmente, é
proposto um modelo de evolução no qual, a partir de um ancestral comum (proto-Callitrichinae), originaram-
se inicialmente os gêneros Saguinus e Leontopithecus (a seqüência destes eventos não foi esclarecida).
Posteriormente, teria surgido uma linhagem de um proto-Callimico-Callithrix, a qual teria originado Callimico e
um proto Callithrix. O último seria o ancestral dos grupos argentata, pygmaea e jacchus. Além disso, entre os
membros do grupo jacchus, Callithrix aurita teria sido a primeira forma a separar-se das demais. C. j. geoffroyi
seria a forma ancestral de C. j. penicillata e de C. j. jacchus, sendo que a última seria a mais derivada.
118

1998
164
FIGUEIREDO, Francisco José Câmara. Aspectos fisiológicos e bioquímicos da emergência de
sementes e do estágio inicial do desenvolvimento de cupuaçuzeiro (Theobroma gandiflorum (wild.
ex. Spring.) Schum.). 1998. 231 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientador: Olinto Gomes da Rocha Neto

RESUMO: O cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum (Wild. ex. Spreng.) Schum.), espécie frutífera arbórea nativa
do Pará, pertencente à família Sterculiaceae, pode ser encontrado em estado silvestre nas florestas tropicais
úmidas de terra firme, na Pré-Amazônia maranhense e, espontaneamente ou cultivada, em toda a Amazônia
brasileira, na Venezuela, Equador, Costa Rica e Colômbia. O trabalho estuda os aspectos fisiológicos e
bioquímicos da emergência de sementes e de plantas cultivadas em viveiro ou em sala de crescimento (com
ou sem luz), submetidas ou não a tratamentos estressantes. As condições estressantes, comparadas aos
controles, foram representadas pelas exposições a 16°± 2°C e 65 ± 2 % UR e 21° ± 2°C e 45 ± 2% UR. As
variáveis de respostas foram o grau de umidade, emergência, vigor, respiração e a mobilização de reservas
(lipídios, carboidratos, proteínas, aminoácidos, nitrogênio, fósforo e potássio. As respostas fisiológicas das
plantas no estágio inicial do desenvolvimento, fotossíntese (luz) e respiração (escuro), foram complementadas
pelas de transpiração e condutância estomática. Os tratamentos estressantes causaram danos às sementes
reduzindo a emergência, o vigor e a respiração. As condições de luz não afetaram a emergência, embora
tenham provocado algumas modificações no vigor. Os aspectos fisiológicos e bioquímicos foram
influenciados negativamente pelos estresses aplicados às sementes, com reflexos direto sobre a mobilização
das reservas, a partir do início da emergência e na fase de plântula, como no comportamento fotossintético e
respiratório, tanto em viveiro como em sala de crescimento.

165
LOURENÇO JÚNIOR, José de Brito. Variáveis produtivas, fisiológicas e de comportamento de
zebuínos e fatores do ambiente físico em pastagem cultivada da ilha de Marajó. 1998. 127 f. Tese
(Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientador: Miguel Simão Neto

RESUMO: Estuda as relações entre variáveis produtivas e fisiológicas e de ambiente físico em bovídeos,
criados em pastagem de Brachiaria humidicola na ilha do Marajó. Utilizou 16 zebuínos Nelore e 16 bubalinos, de
cerca de 18 meses de idade, em delineamento fatorial misto 2 x 2 (zebuíno e bubalino vs. mineralizado e não
mineralizado), com oito animais por tratamento, com duas subparcelas (períodos seco e chuvoso). Os
bubalinos ganharam 23% mais peso que os zebuínos (0,354 kg vs. 0,288 kg). O ganho de peso dos animais
mineralizados foi maior no período chuvoso que no seco (0,509 kg vs. 0,255 kg) e foi semelhante ao dos não
mineralizados no período seco (0,255 kg vs. 0,212 kg). Observou decréscimos no ganho de peso diário de
setembro a dezembro, devido à estiagem que reduziu a qualidade da forragem. A elevada temperatura do ar
interferiu nas freqüências cardíaca e respiratória e temperatura retal, bem como no hábito de pastejo,
ruminação e ócio. Nos bubalinos, apenas na época seca e às 12h, o índice de Benezra, de 2,06, ultrapassou o
nível crítico de 2, enquanto o dos zebuínos permaneceu sempre acima do limite (2,27 a 2,53). Da mesma
forma, o índice de Temperatura - Umidade, na época seca e horário mais quente (15h), foi elevado (82),
chegando a suplantar o nível considerado de emergência. Os resultados indicam a necessidade de práticas de
manipulação do ambiente físico, visando melhor conforto animal e incremento da performance produtiva.
119

166
PEDROSA, Marise Prímola. A Presença africana em Alagoas: contribuições da genética e da biologia
molecular ao perfil das comunidades de Muquém e de Quilombo. 1998. 195 f. Tese (Doutorado) - Curso de
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1998.
Orientador: João Farias Guerreiro

RESUMO: Duas comunidades de origem africana (Muquém e Quilombo), localizadas no Nordeste brasileiro
(Estado de Alagoas), foram investigadas quanto à sua estrutura populacional, à ocorrência de polimorfismos
clássicos (grupos sanguíneos e proteínas) e polimorfismos de DNA, pela análise de seis sítios de restrição no
complexo de genes da globina (RFLP). Os resultados obtidos permitiram as seguintes conclusões: a) as duas
comunidades diferem entre si quanto ao Índice de Exogamia (29 e 48, respectivamente), mas o grau de
contribuição africana ((Muquém = 72,8 '+ OU -' 5,9 porcento; Quilombo = 63,6 '+ OU -' 1,4 porcento)
mostrou-se elevado em ambas; b) as estimativas de distâncias genéticas (Da) apontaram estreita similaridade
genética entre estas duas populações e dois grupos lingüísticos: Bantos e Africanos do oeste. Os haplótipos
associados ao alelo HBB*S confirmaram estes achados, uma vez que três combinações foram identificadas
em um total de 20 cromossomos: Banto (60%), Benin (20%) e Senegal (20%). É possível excluir a hipótese de
que estes haplótipos característicos de Africanos do Oeste (Benin e Senegal) resultem de migrações recentes.
Além da forte tendência endogâmica observada particularmente na comunidade de Muquém, o haplótipo
Senegal foi identificado em uma das famílias fundadoras. Desse modo, o estoque de genes africanos presente
nestas populações apresenta uma diversidade maior do que seria esperado apenas com base na história do
tráfico para Alagoas, isto é, Bantos, procedentes de Angola, Congo e Moçambique.

167
SOUZA, José Ricardo Soares Telles de. Degradabilidade ruminal da matéria seca e proteína bruta de
subprodutos da agroindústria, da pesca e de abatedouros, em caprinos. 1998. 65 f. Tese (Doutorado) -
Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 1998.
Orientador: Ari Pinheiro Camarão

RESUMO: Dois grupos de cinco caprinos sem raça definida foram formados em um delineamento do tipo
change-over, para estudar a degradabilidade da matéria seca e proteína bruta dos subprodutos: Farelo de Soja
(FS1), Soja Integral Tostada (SIT), Farelo de Algodão (FA), Farinha de Carne e Ossos 1 (FCO1), Farinha de
Carne e Ossos 2 (FCO2), Farelo de Soja 2 (FS2), Farinha de Peixe (FP), Torta de Babaçu (TB), Farinha de
Sangue (FSA) e Farinha de Vísceras de Frango (FVF), pela técnica dos sacos de náilon in situ, nos tempos 0h,
1,5h, 3h, 6h, 12h, 24h e 48h. O capim napier (Pennisetum purpureum) foi empregado como único volumoso. As
taxas de desaparecimento da MS apresentaram, nos tempos de incubação ruminal, semelhança entre os FS 1 e
2, os quais, superaram todos os outros alimentos, com execeção da SIT em 12h, 24h e 48h. A SIT foi
superior ao FA, às FCO 1 e 2, FP, TB, FSA e à FVF. O FA ultrapassou a TB, já as FCO 1 e 2 assemelharam-
se, com exceção em 1,5h e 3h. A FP apresentou taxas superiores às da FSA e inferiores às da FVF, com
exceção em 12h. A FSA registrou porcentuais inferiores à FVF. As taxas de desaparecimento da PB
acusaram, em todos os tempos, semelhança entre os FS 1 e 2, e destes com a SIT, sendo esta semelhante ao
FA. As FCO 1 e 2 foram semelhantes entre si, e superiores às FP, FVF às FSA. A TB igualou-se ao FA em
1,5h, 3h, e 48h, superando-se em 6h, 12h e 24h. Os FS1, FS2 e o FA, e a SIT, FCO1, FCO2, FP, TB e a FVF
apresentaram degradabilidades efetivas iguais a 75,48%, 73,05%, 52,39%, 70,38%, 44,45%, 47,01%, 48,43%,
38% e 53,82% para a MS, enquanto o FS1, FS2 e o FA e a SIT, FCO1 e FCO2 atingiram taxas de 68,47%,
65,60%, 60,71%, 65,69%, 61,59% e 62,58% para a PB, respectivamente, com de 0,05/h.
120

1999
168
CARNEIRO, Milene Russelakis. As Respostas inflamatória e neuronal num modelo animal de doenças
causadas por príons. 1999. 185 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.
Orientador: Victor Hugh Perry
Co-orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira

RESUMO: Estuda as respostas inflamatórias e neuronal em scrapie induzida experimentalmente em


camundongos. Utilizando a imunocitoquímica, foram investigadas as alterações histopatológicas nos estágios
iniciais da doença após a injeção estereotóxica de ME7 no hipocampo dorsal. As primeiras alterações
histopatológicas detectadas no parêquima cerebral foram a ativação de células da microglia, infiltração de
células T e astrocitose. Foram observadas alterações na morfologia dos neurônios nos estágios avançados da
scrapie. Foi demonstrado que a expressão da histona H1, detectada com o anticorpo ANA 108, é um indicador
sensível da ativação dos astrócitos e faz parte das alterações histopatológicas observadas nas doenças
neurodegenerativas crônicas. Após a injeção intraocular de ME7, foi demonstrado que a resposta inflamatória
se propaga ao longo dos axônios concomitantemente com a astrocitose e morte dos neurônios. As células
ganglionares, que são os neurônios de projeção da retina, degeneram nos estágios avançados da scrapie
induzida pela via intraocular. As células amácrinas, que são os interneurônios da retina, não degeneram após a
injeção intraocular de ME7. Estes resultados mostram, pela primeira vez in vivo, que duas populações de
neurônios expostas ao mesmo tempo aos efeitos tóxicos da PrPsc apresentam diferente suscetibilidade à
degeneração. Foi demonstrado que a degeneração das células ganglionares ocorre nos estágios terminais da
scrapie após a injeção de ME7 no colículo superior, mas não após a injeção de ME7 no hipocampo dorsal.
Estes resultados demonstraram que a degeneração dos neurônios na scrapie depende, criticamente, da região
do sistema nervoso central onde a doença inicia. Foi observada a degeneração do nervo óptico na ausência de
alterações na morfologia das células ganglionares, indicando que a morte destes neurônios é secundária à
degeneração retrógrada lenta dos axônios. A degeneração das células ganglionares não é devida unicamente a
perda do suporte trófico causada pela morte das células alvo nas áreas de projeção visual. Finalmente, foi
investigado o papel da degeneração dos axônios na scrapie em camundongos C57BL/Wlds que apresentam
degeneração axonal lenta. Os camundongos C57BL/Wlds sobreviveram duas semanas a mais do que os
camundongos C57BL/6J após a injeção intracerebral de ME7. Os camundongos C57BL/Wlds apresentaram
uma evolução mais lenta dos sinais clínicos da scrapie, dominados pela disfunção do sistema nervoso
autônomo. Estes resultados mostram a importância da degeneração dos axônios e disfunção do sistema
nervoso autônomo na scrapie, os quais estão envolvidos na gênese dos sinais clínicos avançados e,
provavelmente, no mecanismo de morte das doenças causadas por príons. As alterações histopatológicas,
anomalias no comportamento e o período de incubação da scrapie não foram afetados pela degeneração lenta
dos axônios de camundongos C57BL/Wlds.

169
LOURENÇO, Lúcia de Fátima Henriques. Análise da composição química, microbiológica, sensorial e
dos aromas do requeijão marajoara. 1999. 107 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.
Orientador: Miguel Simão Neto

RESUMO: Realiza análises em quatro tipos de queijo, dois de leite de búfala e dois de vaca bovina, sendo um
de cada espécie feito de forma artesanal e outro com tecnologia. Os queijos artesanais foram do setor
produtivo, enquanto os outros feitos no Laboratório de Agroindústria da Embrapa Amazônia Oriental,
utilizando leite de rebanhos dos Campos Experimentais "Dr. Felisberto Camargo", em Belém, PA, e de Terra
Alta, em Terra Alta, PA, cujos animais eram mantidos sob cuidados de higiene e sanidade. As avaliações
físico-químicas, microbiológicas e sensoriais foram iniciadas no dia subseqüente ao da fabricação e a
121

intervalos de sete dias, durante aproximadamente um mês. Os dados foram analisados pelo programa
estatístico NTIA. Os derivados não atendem aos padrões físico-químicos exigidos pela variabilidade existente.
Foram caracterizadas as principais substâncias responsáveis pelo "flavor". Não foi detectada a presença de S.
aureus e Salmonellas, embora a presença de coliformes totais e fecais, bolores e leveduras comprovem
contaminação microbiológica. O teste sensorial indicou que apenas os requeijões de leite, de ambas as
espécies, com tecnologia possuem maior preferência.

170
SANTOS, Eduardo José Melo dos. Os Últimos 5000 anos de história ameríndia na Amazônia: recente
expansão, migração e deriva genética. 1999. 87 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.
Orientador: João Farias Guerreiro

RESUMO: A compreeensão da história das populações humanas na Amazônia é crucial para a elucidação dos
processos evolucionários da América do Sul como um todo. Aspectos demográficos da história amazônica
foram investigados usando microssatélites e minissatélites em sete tribos indígenas da Amazônia.
Adicionalmente, dados publicados foram revistos para haplótipos de Y-DNA e dados de mtDNA.
Distribuição de diferenças pareadas para um número selecionado de microssatélites indicou uma recente
expansão populacional ocorrida há aproximadamente 4500 anos. Esses resultados concordam com as
distribuições de diferentes pareadas, obtidas a partir de dados publicados de Y e mtDNA e com achados
arqueológicos. Assim, as populações ameríndias atuais da Amazônia podem não ser representativas das
populações que inicialmente ocuparam a América do Sul. A comparação da estatística F de diferentes níveis
de subestruturação populacional sugere uma genealogia tipo estrela, confirmando a hipótese de expansão.
Elevado fluxo gênico também pode ser detectado. A estatística F sugeriu um tamanho efetivo das populações
inferior a 700 indivíduos e fornece um quadro de sucessivas fissões populacionais. A análise conjunta da
proporção de loci em desequilíbrio de ligação e da diversidade genética permitiu identificar expansões
populacionais muito recentes em Zoé e Arara do Laranjal, deriva genética intensa em Awá-Guajá e imigração
e/ou subestruturamento populacional em Kayapó e Katuena, enquanto Parakanã e Urubu-Kaapor não
demonstraram a prevalência de um processo demográfico específico. Em conclusão, as afinidades genéticas
entre tribos amazônicas aparentam ser o produto recente de forças demográficas.

171
SILVA FILHO, Manoel da. Forma e função de neurônios da substância branca do córtex visual
primário do rato. 1999. 151 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro
de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.
Orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz

RESUMO: Durante o desenvolvimento do sistema nervoso dos mamíferos, os primeiros neurônios a se


formarem são os da substância branca, e a maioria destes neurônios morrem logo após o nascimento do
animal. Estudou-se a morfologia celular e a variação da resistência de entrada, a constante de tempo somática
e dendrífica, o comportamento dos pós-potenciais na ausência de Ca²+, e as propriedades de disparo
repetitivo dos neurônios remanescentes em ratos machos e fêmeas, usando-se fatias de cérebro e o whole-cell
como modo de registro, e ainda neurônios piramidais da camada V foram registrados e usados como
controle. Os neurônios da substância branca foram marcados simultaneamente ao registro com injeção
intracelular de biocitina, revelando-se a árvore dendrítica e as ramificações axonais. Os neurônios da
substância branca apresentaram em sua maioria um padrão de disparo similar aos chamados fast-spiking,
diferindo completamente dos neurôrios piramidais da camada V que são chamados regular-spiking. A árvore
dendrítica é desprovida de espinhas e as ramificações axonais se projetam principalmente para as camadas
corticais, caracterizando-se como células possivelmente inibitórias que fazem parte de circuitos locais. Uma
subpopulação de células, as chamadas neurogliaformes, foi evidenciada pela sua morfologia e propriedades
eletrofisiológicas peculiares.
122

2000

172
ALMEIDA, Renata Andréa Chaves de. Identificação de novos genes e análise da expressão gênica
usando clones de cDNA de Leishmania major . 2000. 134 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
2000.
Orientador: Horácio Schneider

RESUMO: Este trabalho faz parte do projeto genoma de Leshmania, e tem por objetivo identificar novos
genes deste parasita e estudar suas expressões gênicas no seu ciclo de vida. O seqüenciamento parcial
aleatório de clones inteiros de cDNA, oriundos de três bibliotecas de diferentes estágios de desenvolvimento
promastigota e uma biblioteca amastigota, geraram 2.183 Seqüências Etiquetas Expressas (ESTs). Este banco
de dados identificou 1.094 genes, dos quais 206 (18,8 %) apresentaram uma identificação funcional purativa,
baseada na análise comparativa de seqüências com as depositadas em banco de dados públicos. O
seqüenciamento de ESTs identificaram novos genes em L. major apresentando funções estruturais,
metabólicas e de manutenção celular, incluindo genes previamente identificados em outros organismos como
alvo potencial de drogas e vacinas. A nova metodologia, chamada microarray, permite a quantificação rápida do
nível de expressão de milhares de genes em paralelo. Os clones de cDNA de L. major foram usados na
fabricação do microarray e RNAs de diferentes estágios de desenvolvimento de L. major e L. donovani foram
utilizados como sondas. O nível da expressão gênica muda nos diferentes estágios de desenvolvimento. O
método da análise de grupos foi usado para agrupar genes com padrões de expressão similares. Alguns
arranjos compreendem enzimas metabólicas, fatores de transcrição e genes que são expressos em estágios
específicos do desenvolvimento. O método da análise de grupos foi usado para agrupar genes com padrões
de expressão similares. Alguns arranjos compreendem enzimas metabólicas, fatores de transcrição e genes
que são expressos em estágios específicos do desenvolvimento do parasita. Um dos importantes resultados
deste trabalho foi a identificação de 150 genes desconhecidos, que são ativamente transcritos durante a fase
amastigota do parasita e se apresentaram como candidatos potenciais a drogas e vacinas.

173
ASSIS, Marlene Barros de. Identificação de fatores de patogenicidade em cepas termotolerantes de
Campylobacter, isoladas de diferentes origens no Chile. 2000. 165 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
2000.
Orientador: Heriberto Fernández

RESUMO: Foi estabelecida a presença dos fatores de patogenicidade (adesão, invasão, enterotóxico e
Cytolethal Distending Toxin (CDT)) em cepas de C. jejuni e C. coli, isoladas de humanos, mamíferos , aves, água e
alimentos. Foram estudadas 70 cepas, das quais 26 foram de origem humana, 21 de mamíferos, 20 de aves e
03 de água e alimentos. Do total de humanos, 12 corresponderam a C. jejuni do biotipo I e 09 do biotipo II;
04 corresponderam a C. coli biotipo I e 01 ao biotipo II. Do total de mamíferos, 08 corresponderam a C. jejuni
biotipo I e 08 ao biotipo II; 03 corresponderam a C. coli biotipo I e 02 ao biotipo II. Do total de aves, 08
corresponderam a C. jejuni biotipo I, 02 ao biotipo II e 01 ao biotipo III; 08 corresponderam a C. coli biotipo I
e 01 ao biotipo II. Do total de águas e alimentos 01 correspondeu a C. jejuni biotipo II; 01 correspondeu a C.
coli biotipo I e 01 ao biotipo II. A análise dos resultados mostra que 83,8% das cepas analisadas apresentaram
capacidade adesiva à células HEp-2. Sendo que 88,5% foram positivas para origem humana, 95,2% para
mamíferos, 85% para aves, 66,7% para água e alimentos. A presença da capacidade invasiva às células HEp-2
foi observada em 68,2% das cepas analisadas. Sendo 65,4% para origem humana, 85,75 para mamíferos, 55%
para aves, 66,7% para água e alimentos. O fator enterotóxico em células CHO foi observado em 43,4% dos
filtrados de cultivos das cepas de C. jejuni e 16,8% das cepas de C. coli. Os títulos de enterotoxina nos filtrados
123

de Campylobacter foram encontrados em maior porcentagem na origem humana para a espécie C. jejuni (53,8%)
na diluição 1/4; C. coli (50%) na diluição 1/2 e 1/4. Na origem mamíferos C. jejuni apresentou título de 50%
na diluição 1/4 e C. coli (75%) na diluição 1/2. Na origem aves, (50%) para C. jejuni na diluição 1/4, 50% para
C. coli na diluição 1/2 e apenas um filtrado apresentou título 1/16 (25%). Na origem água e alimentos, C.
jejuni apresentou 100% no título 1/8 e C. coli apresentou 50% na diluição 1/4 e 50% na diluição 1/16. A
atividade enterotóxica dos filtrados foi neutralizada mediante à antitoxina colérica. Em relação ao fator CDT,
pode-se estabelecer que 30, 6% das cepas de C. jejuni e 18,85% de C. coli apresentaram este fator. Não houve
associação direta entre os biótipos e a presença dos fatores tóxicos estudados, do mesmo modo a presença
destes fatores não estava associada à origem das cepas. As maiores porcentagens do título de CDT presente
nos filtrados de Campylobacter sp, segundo a origem, foram observadas na diluição 1/2 de humanos (23,1%),
mamíferos (23,8%), aves (30%) e na diluição 1/4 de água e alimentos (33,3%). As maiores porcentagens no
título CDT presente nos filtrados de Campylobacter sp, segundo a espécie, foram observadas na diluição 1/2 de
C. jejuni (55%) e C. coli (40%). As maiores porcentagens no título de CDT nos filtrados de Campylobacter sp,
segundo o biótipo, foram observadas na diluição 1/2 de C. jejuni I (58,3%), C. jejuni II (55,6%), C. coli I
(44,4%) e na diluição 1/8 de C. coli II (100%).

174
DAMIN, Enira Teresinha Braghirolli. Alterações psicofísicas do sistema visual humano relacionadas à
exposição ao mercúrio. 2000. 219 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2000.
Orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira

RESUMO: Estuda o desempenho do sistema visual de indivíduos residentes na Região Amazônica, com
história de exposição crônica a baixos níveis de mercúrio e seus compostos. Para isto, utilizou o registro dos
resultados obtidos em testes psicofísicos de visão espacial cromática e acromática, com a finalidade de avaliar
dois aspectos fundamentais da visão humana: a sensibilidade ao contraste de luminância espacial e a
capacidade de discriminação de cores. Os sujeitos iniciaram os testes após terem sido submetidos a exames
neurológicos e oftalmológicos. Os teste psicofísicos aplicados compreenderam a Avaliação da Sensibilidade
ao Contraste de 3 Luminância, a Avaliação da Sensibilidade ao Contraste de Cor Vermelho-Verde e Azul-
Verde, o Teste de Ordenamento de Cores de Farnsworth-Munsell e o Teste de Mollon-Reffin para Determinação
dos Limiares de Discriminação de Cores. Para fins de estudo e análise, os pacientes foram divididos em três
grupos de acordo com a faixa etária. Os dados mostraram que, 10 dos 13 sujeitos com intoxicação mercural
apresentaram graus variados de disfunção visual cromática e acromática, diferindo significativamente dos
dados do grupo controle (p < 0,005), os quais incluem diminuição da sensibilidade ao contraste de
luminância, vermelho-verde ou azul-verde, diminuição da capacidade de ordenamento de cores e aumento
dos limiares de discriminação de cores. Os resultados sugerem que a avaliação psicofísica das funções visuais
são de grande valia para acompanhamento de pacientes com história de intoxicação mercurial do sistema
nervoso.

175
DIAS, Hilma Lúcia Tavares. Soroepidemiologia da brucelose, leptospirose, anemia infecciosa eqüina,
herpesvirus eqüino tipo-1 e tipo-4 e babesiose em Eqüinos criados no Estado do Pará. 2000. 139 f.
Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2000.
Orientadora: Éva Lászlóné Molnár

RESUMO: Examinaram-se 1.179 amostras de soro sanguíneo de Eqüinos para a presença de anticorpos
brucélicos. As amostras originaram-se de onze fazendas na Ilha de Marajó (662), de oito fazendas em
municípios fora da ilha (197), e de onze haras (320) localizados em diferentes regiões do Estado do Pará. A
proporção da soropositividade foi: 34,74% (230/662) nas fazendas da ilha; 17,26% (34/197) nas fazendas
fora da ilha e 14,68% (47/320) nos haras. A porcentagem da soropositividade nas diversas provas foi a
seguinte: ELISA Indireto, 20,79% (245/1179); Teste de Rosa Bengala, 10,95% (129/1179); soroaglutinação
124

lenta, 10,27% (121/1179); fixação do complemento, 8,57% (101/1179); ELISA Competitivo, 6,02%
(71/1179); e soroaglutinação rápida 2,12% (25/1179). A soroaglutinação rápida, amplamente utilizada no
diagnóstico sorológico da brucelose em diferentes espécies de animais, no Brasil, é inadequada para este fim.
Foram examinados 1.074 amostras de soro sanguíneo de Eqüinos em duas provas sorológicas, para o
diagnóstico da leptospirose eqüina, a soroaglutinação microscópica (SAM) e um ELISA comercial. Os soros
eram oriundos de nove fazendas da Ilha de Marajó (455), oito fazendas de outros municípios do Estado (247)
e de cavalos pertencentes a doze haras (372). A proporção da soropositividade foi a seguinte: nos Eqüinos da
ilha, 38,02% (173/455) e 72,09% (328/455); nos animais de outros municípios, 40,08% (99/247) e 39,67%
(98/247); e aqueles pertencentes a haras, 14,24% (53/372) e 21,50% (80/372) nas provas de SAM e ELISA,
respectivamente. A grande diferença nos resultados dos dois testes em amostras oriundas da Ilha de Marajó
foram inexplicavelmente surpreendentes. Foram examinadas 1205 amostras de soro sanguíneo de Eqüinos
procedentes de 27 grupos de animais para a presença de anticorpos contra o vírus da anemia infecciosa
eqüina. Todas as amostras foram examinadas nas provas da imunodifusão em gel de ágar (IDAG) e de um
ELISA comercial. Verificou-se que 62,98% (759/1205) dos soros apresentaram resultados negativos em
ambas as provas, enquanto que 20,58% (248/1205) foram reagentes em ambas as provas, 15,43% (168/1205)
somente no ELISA e 0,99% (12/1205) em IDAG. A proporção de soro reagentes foi muito mais alta nos
animais da Ilha de Marajó (62,62%; 377/602) que nos oriundos de outros municípios do Estado (11,49%;
69/603). Foram examinadas 464 amostras de soro sanguíneo de Eqüinos, utilizando um ELISA comercial
para detectar a presença de anticorpos anti-herpevírus Eqüino tipo-1 e tipo-4 em 33 grupos de animais. As
amostras foram colhidas de dez fazendas na Ilha de Marajó (145), onze fazendas de outros municípios (137) e
de doze haras (182). A proporção de soropositividade foi a seguinte: em Eqüinos da Ilha de Marajó 21,37%
(31/145) e 93,10% (134/145); nos Eqüinos de outros municípios 21,89% (30/137) e 95,62% (131/137) e,
nos Eqüinos oriundos dos haras, 13,18% (24/182) e 97,80% (178/182) para o HVE-1 e HVE-4,
respectivamente. A soropositividade foi mais elevada em Eqüinos infectados com HVE-4 do que aqueles
infectados com HVE-1. Por meio do Teste de Imunofluorescência Indireta (IFI) foram examinadas 336
amostras de soro sanguineo de Eqüinos para B. caballi e 340 amostras para B. equi. Na região da Ilha do
Marajó 37,50% das amostras foram positivas para B. caballi e 30,83% para B. equi. Na microrregião Bragantina
57,38% das amostras foram positivas para B. caballi e 85,48% para B. equi. No Município de Paragominas
40,43% das amostras tiveram uma reação positiva para B. caballi e 69,79% para B. equi.

176
FARIAS, Izeni Pires. Filogenia molecular de peixes da família Cichlidae (Osteichthyes, Perciformes).
2000. 170 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, Belém, 2000.
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio

RESUMO: Apresenta uma extensa análise filogenética da família Cichlidae (Osteichthyes, Perciformes). Os dados
analisados incluem dois genes mitocondriais (rRNA 16S e Citocromo b) e dois locos nucleares (Tmo-M27 e
Tmo-4C4). Análises de evidência total (1.460 caracteres) para 34 táxons suportam uma robusta hipótese
filogenética para a família Cichlidae confirmandos ciclídeos de Madagascar/Índia como as linhagens mais
basais e grupos irmãos das linhagens monofiléticas africanas e neotropicais, sugerindo que o controverso
gênero africano Heterochmis está posicionado na base da radiação africana. Os testes de taxas relativas sugerem
taxas evolutivas, significativamente rápidas para as linhagens neotropicais, e mostraram que estas
heterogeneidades das taxas entre as linhagens neotropicais estão principalmente relacionadas aos geofagíneos
e aos ciclídeos anões. A utilidade do gene mitocondrial citocromo b para inferir as relações nos peixes
ciclídeos é limitada, e parece oferecer razoável informação filogenética para os táxons, que divergiram
recentemente. A relação filogenética dentro da família Cichlidae é congruente com os eventos associados com
o evento vicariante da fragmentação da Gondwana, e confirma que as principais diferenciações taxonômicas
ocorreram durante o Cretáceo, há aproximadamente 150 milhões de anos atrás. Uma classificação da família
Cichlidae é sugerida baseada em todos os dados moleculares do presente trabalho.
125

177
FARO, Lilian Rosana Ferreira. Efeitos do mercúrio sobre liberação de dopamina no núcleo estriado de
ratos: possíveis mecanismos de ação e proteção. 2000. 164 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação
em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio
Goeldi, Belém, 2000.
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento
Co-orientador: Miguel Alfonso Pallares

RESUMO: Estuda os efeitos da administração de metilmercúrio (MeHg) e mercúrio inorgânico (HgCl2) sobre
a liberação in vivo de dopamina (DA) e de seus metabólitos ácidos DOPAC e HVA, usando a técnica de
microdiálise cerebral acoplada à Cromatografia Líquida de Alta Eficácia. Tanto o MeHg quanto o HgCl2
produzem aumentos significativos nos níveis extracelulares de DA estriatal. No caso do MeHg os aumentos
nos níveis DA observados podem ter ocorrido por um aumento na liberação exocitótica de DA, por um
aumento da atividade do transportador de DA (DAT), com conseqüente aumento na liberação de DA via
DAT, ou ainda, devido a uma diminuição da recaptação de DA. Tendo em vista estas hipóteses, estudamos o
papel do DAT na liberação de DA induzida por MeHg. Para isto, estudamos os efeitos da administração
conjunta de MeHg e nomifensina ou anfetamina na liberação de DA induzida por MeHg. Da mesma forma,
estudamos os efeitos da retina dos íons Ca++ do meio de perfusão, do pré-tratamento com reserpina e com
TTX na liberação de DA induzida por MeHg. Em outro grupo experimental, estudamos os efeitos de MeHg
na liberação de DA estimulada por KCL. Em conjunto, nossos resultados sugerem que o MeHg aumenta a
liberação de DA de forma dependente do DAT e independente de TTX, de Ca++externo e dos estoques
vesiculares, além de diminuir a liberação de DA estimulada por KCL. Em outro grupo de experimentos,
estudamos o possível papel protetor de antagonistas dos receptores NMDA, de inibidores da síntase do óxido
nítrico (NOS) e de substâncias antioxidantes na liberação de DA induzida por MeHg. Nossos resultados
indicam que o MeHg também parece agir mediante de uma ativação excessiva dos receptores NMDA, com
uma possível produção de NO para induzir a liberação de DA. A administração de antagonistas dos
receptores NMDA e de inibidores da NOS protege contra a liberação de DA induzida por MeHg no núcleo
estriado de ratos. O pré-tratamento com glutationa e cisteína diminui a liberação de DA induzida por MeHg
possivelmente através da união do MeHg com os grupos sulfidrila destas moléculas.

178
FERREIRA, Márlia Regina Coelho. Identificação e valorização das plantas medicinais de uma
comunidade pesqueira do litoral paraense (Amazônia brasileira). 2000. 268 f. Tese (Doutorado) - Curso
de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2000.
Orientadora: Manoela Ferreira Fernandes da Silva

RESUMO: Este estudo se insere no quadro do Projeto RENAS, que vem atuando na microrregião do
Salgado paraense desde os anos setenta. Até então, nenhum estudo de caráter
etnobotânico/etnofarmacológico fora realizado no litoral amazônico, especificamente na costa do Estado do
Pará, embora seja um importante centro de migração e turismo e, por isso mesmo, sujeito a grandes perdas e
transformações. O objetivo deste estudo foi resgatar e documentar os saberes tradicionais sobre as plantas
medicinais, partindo-se do pressuposto de que a comunidade de Marudá, localizada no Município de
Marapanim, Salgado paraense, ainda os detenha. Visa-se também a valorizá-los, bem como aos seus
detentores, no contexto da "Atenção Primária à Saúde" (APS) e fornecer dados esclarecedores para
posteriores pesquisas envolvendo usos de plantas medicinais amazônicas. No trabalho de campo, utilizou-se
de técnicas de entrevistas semi-estruturada, discussões informais, observação participante e coleta de material
botânico. A escolha dos informantes foi feita em função da disponibilidade e interesse de cada um. O
universo amostral foi constituído por 37 informantes, mulheres, mães de família, cujas idades variam de 24 a
82 anos. As 6 informantes-chave selecionadas são especialistas da medicina tradicional local e, segundo a
maneira como se percebem, são denominadas parteiras, benzedeiras, curandeiras e raizeiras. As categorias de
doença mais representativas referem-se as de origem parasitária e infecciosa, gênito-urinária, digestiva,
126

respiratória e aos sintomas e sinais mal definidos. Os dados relativos às plantas e informantes foram
organizados em tabelas, sendo posteriormente analisados. Levantaram-se 228 espécies distribuídas em 175
gêneros e 78 famílias. Setenta e três espécies tiveram freqüência de citação representativa, com destaque para
Himatanthus sucuuba e H. articulata, Dalbergia monetaria e D. ecastophylla, Arrabidaea chica, Boerhaavia diffusa, Carapa
guianensis e Connarus perrottetii. Cinqüenta e nove destas apresentaram concordância de uso bastante
significante. Entre as mais representativas, selecionou-se Boerhaavia diffusa L., localmente denominada pega-
pinto ou solidônia, para proceder ao screening fitoquímico e análise antibacteriana. Os testes de prospecção
química do extrato hidroalcoólico de suas raízes revelaram a presença de açucares redutores, derivados de
benzoquinona, saponina espumídica, proteínas e aminoácidos; além destas classes de compostos, o extrato
aquoso seco revelou a presença de derivados de cumarina. As raízes de Boerhaavia diffusa inibiram o
crescimento de várias bactérias.

179
GUIMARÃES, Diva Anélie de Araújo. Aspectos reprodutivos e endócrinos da puberdade, ciclo estral,
gestação e cio pós-parto de cutias (Rodentia: Dasyproctidae), criadas em cativeiro. 2000. 94 f. Tese
(Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2000.
Orientador: William Gomes Vale

RESUMO: Os objetivos gerais desta pesquisa foram; analisar a puberdade das cutias fêmeas; contribuir para o
estudo do perfil da progesterona e do estradiol/17B durante o ciclo estral; observa a gestação e o período
pós-parto. Os animais utilizados no experimento pertenciam a gerações F2 e F3 nascidas em cativeiro. A
técnica empregada para análise hormonal foi o radioimunoensaio I125 (fase sólida) e a colpocitologia como
diagnóstico auxiliar. O estudo da puberdade foi realizado em duas etapas: na primeira, constatou-se uma
influência relevante do macho no surgimento da puberdade nas fêmeas, pois o aparecimento deste período
em seis animais acasalados foi em média aos 9,83±1,72 meses (8 a 11 meses) e em seis fêmeas mantidas
isoladas dos machos não foi verificado até os 17,50±1,4 meses (16 a 19 meses); neste caso, após um período
de contacto (10 a 60 dias) com o macho, houve início da atividade ovariana; na segunda etapa, das 20 fêmeas
acasaladas, foram observadas 15 com o início da puberdade em média aos 9,33± 0,62 meses (8 a 10 meses),
duas com aparecimento aos 14 e 15 meses, e em três não foi detectado. As fêmeas púberes pesavam em
média dois quilos. Com relação ao perfil da progesterona plasmática, durante o ciclo estral, foram observados
20 ciclos em dez fêmeas adultas (6 acasaladas e 4 isoladas) e 22 ciclos em oito fêmeas púberes. Não houve
diferença estatística (P>0,05) entre as concentrações hormonais das fêmeas isoladas e acasaladas, deste modo
foi confirmada a ovulação espontânea. As médias das concentrações hormonais, durante as fases do ciclo
estral, foram estatisticamente diferentes (P<0,05), sendo encontrados os seguintes valores: proestro
0,78±0,39 ng/ml (0,22 - 2,04ng/ml); estro 2,83±2,34 ng/ml (0,34 - 9,02 ng/ml); metaestro 1,49±1,24 ng/ml
(0,23 - 5,64 ng/ml); diestro 3,71±1,48 ng/ml (0,91 - 8,38 ng/ml). Foi verificado aumento dos níveis da
progesterona plasmática no estro, durante um período próximo a 24 horas. Neste caso, supõe-se que a fase de
estro ocorra dentro deste espaço de tempo e que a ovulação aconteça após a concentração da progesterona
atingir o nível máximo, indicando que este hormônio pode estar associado, direta ou indiretamente, ao
mecanismo ovulatório. As concentrações do estradiol / 17B mostraram uma variação individual durante o
ciclo estral de cinco fêmeas, no entanto não houve diferença estatística (P<0,05) entre as médias de cada fase.
Os níveis médios do estradiol / 17B em quatro ciclos analisados foram os seguintes: proestro
2030,98±961,00 pg/ml (598,28 - 4137,53 pg/ml); estro 1910,56±650,54 pg/ml (1162,91 - 2347,43 pg/ml);
metaestro 1724,83±767,28 pg/ml (765,64 - 2956,58 pg/ml); diestro 1939,94± 725,29 pg/ml (357,6 - 2897,
75 pg/ml). A concentração do estradiol / 17B encontrada em uma fêmea apresentava níveis inferiores aos
das amostras citadas anteriormente, sendo verificados os seguintes valores: proestro 77,26± 20,71 pg/ml
(62,62 - 91,91 pg/ml); estro: 82,24± 0,96 pg/ml (74,49 - 90 pg/ml); metaestro 75,88 pg/ml; diestro
85,74±13,59 pg/ml (71,93 - 109,37 pg/ml); em todas as amostras observaram-se dois períodos de elevação
hormonal, um no metaestro e o outro durante o proestro, sugerindo que ocorram duas etapas de crescimento
folicular. Sobre o pós-parto, em seis fêmeas foram analisados 23 períodos, dentre estes ocorreram 21 cópulas
e 19 gestações. A variação média encontrada para o primeiro cio pós-parto foi de 12,04± 4,29 dias (7,24 dias).
O período médio de 26 gestações foi de 104,04±1,31 dias (101,106 dias), verificado em 18 fêmeas. Os
127

problemas reprodutivos observados neste período foram morte fetal (6,06%), abortamento (6,6%) e distocia
(9,09%). A análise da concentração da progesterona plasmática durante a gestação mostrou um aumento
progressivo da 1ª semana (0,49± 0,37 ng/ml) à 5ª semana (6,88±3,01 ng/ml), sendo este o nível hormonal
mais elevado para o período; posteriormente houve um decréscimo gradual até o parto (1,26± 0,19 ng/ml).

180
JARDIM, Mário Augusto Gonçalves. Morfologia e ecologia do açaizeiro Euterpe oleracea mart. e das
etnovariedades espada e branco em ambientes de várzea do estuário amazônico. 2000. 119 f. Tese
(Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2000.
Orientadora: Ima Célia Guimarães Vieira

RESUMO: Nas várzeas baixa e alta, localizadas no estuário amazônico, a palmeira açaí (Euterpe oleracea Mart.),
conhecida como "açaí preto" ou "açaí roxo", é uma espécie promissora no extrativismo dos frutos e palmito
para a economia local. Porém, ocorrem nestas áreas plantas de açaizeiro conhecidas como etnovariedades,
por apresentarem outras denominações populares e diferenças na estrutura morfológica. Os objetivos desta
pesquisa foram descrever a morfologia externa e interna; caracterizar a composição e estrutura florística dos
açaizais nos dois ambientes de várzea em relação as outras espécies árboreas e avaliar os aspectos ecológicos
da estrutura das touceiras e dos estirpes, a avaliação da regenaração natural e os visitantes florais de Euterpe
oleracea Mart. e das etnovariedades espada e branco. A pesquisa foi desenvolvida na ilha do Combu, Município
de Belém, Estado do Pará, em 5 ha de várzea baixa e 5 ha de várzea alta. Os procedimentos metodológicos
foram: descrição morfológica, morfométrica e anatômica; análise fiitossociológica; análise ecológica de
touceiras e estipes; regeneração natural e identificação de visitantes florais, os resultados mostraram que as
etnovaridades são novas categorias taxonômicas; a freqüência e dominância das populações de açaí preto são
significativamente maiores na várzea baixa; o desenvolvimento em altura e DAP, e a regenaração natural são
influenciados por fatores ambientais.

181
NUNES, Marco Aurélio Leite. Comportamento ecofisiológico e fitopatológico de bananeiras (musa
spp) em solo artificialmente infestado com Fusarium oxysporum f. sp. Cubense (E. F. Smith) Sn
Hansen, nas condições da Amazônia oriental. 2000. 184 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação
em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2000.
Orientador: Benedito Gomes dos Santos Filho

RESUMO: Apesar das áreas tropicais apresentarem pontecialidades agroclimáticas para a produção de
bananas, poucos são os trabalhos relacionando as variáveis biofísicas com os fatores ambientais, bem como,
com os aspectos fitopatológicos. No Brasil, este é o primeiro estudo envolvendo essas questões em bananeira
(Musa spp). Dessa maneira, o presente trabalho teve por objetivo geral avaliar o comportamento ecofisiológico
e fitopatológico de bananeiras em solos artificialmente infestado por Fusarium oxysporum f. sp. cubense, nas
condições dos períodos chuvosos e seco, da Mesorregião Metropolitana de Belém - Pará, na Amazônia
oriental brasileira. Oito cultivares de bananeiras ("mysoure". "yangambi", "ouro da mata", "maçã", "thap maeo", "PV
0344", "PA 0322" e "PA 1203") foram cultivadas em latossolo amarelo textura média, obedecendo ao
delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro repetições. Em condições de campo, foram
mensurados: o crescimento em altura; a transpiração; a condutância estomática; o número de folhas normais;
o tempo de vida das folhas; a velocidade de emissão foliar; a área foliar total; a taxa fotossintética líquida e a
produtividade, em plantas sadias e infectadas pelo mal do Panamá. Em laboratório foram determinados: o
conteúdo relativo de água; os teores de carboidratos solúveis totais; os de proteínas solúveis totais e a
densidade estomática das folhas. Os resultados mostraram que a transpiração e condutância automática
sofreram reduções a partir da folha 4 (período seco) e folha 5 (período chuvoso) no sentido basípeto. A
transpiração foi crescente desde as primeiras horas da manhã até o meio-dia, passando a diminuir durante a
tarde. A condutância estomática diminuiu, gradualmente, a partir das primeiras horas da manhã. Tanto a
transpiração quanto a condutância estomática atingiram valores praticamente nulos no final da tarde. Ambas,
128

também, sofreram drásticas reduções no período seco e o déficit de pressão de vapor, em solos com boa
disponibilidade de água foi a variável climática que mais influenciou o fechamento dos estômatos. A
transpiração e a condutância estomática da face abaxial foram muito superiores àquelas observadas na face
adaxial, porquanto, naquela a densidade estomática foi, no mínimo, quatro vezes superior. No período seco, a
disponibilidade de água do solo parece exercer maior influência do que o déficit de pressão de vapor no
mecanismo de fechamento dos estômatos, pois exerceu grande influência na redução do conteúdo relativo de
água das folhas. Nesse período, houve redução do número de folhas normais e da área foliar total, muito
embora, a velocidade de emissão das folhas tenha sido semelhante àquela observada no período chuvoso.
Houve redução da taxa fotossintética líquida, da transpiração e da condutância estomática, em plantas
doentes, somente quando os sintomas do mal do Panamá se manifestaram pelo intenso amarelecimento das
folhas. Os teores de clorofila a, clorofila b e clorofilas (a + b) não diferiram entre as cultivares, mas com a
evolução dos sintomas da doença, verificou-se que houve degradação simultânea das clorofilas a e b, bem
como, das unidades fotossintéticas. Os teores de carboidratos solúveis totais aumentaram significativamente
no período seco, mas os de proteínas solúveis totais permaneceram estáveis entre os dois períodos,
entretanto, ocorreram reduções dos teores desses compostos em plantas doentes, sendo os de carboidratos
mais rapidamente alterados do que os de proteínas. Todas as cultivares de bananeiras apresentaram baixas
produtividades, sendo que a "PA 1203" apresentou maior potencial produtivo.

2001
182
COSTA, Joseane Carvalho. Avaliação de possíveis efeitos mnemotrópicos do neuropeptídeo
substância P e cloreto de colina em modelos experimentais de amnésia. 2001. 142 f. Tese (Doutorado)
- Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2001.
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento

RESUMO: A participação dos neuropeptídeos nos processos de aprendizagem e memória tem sido
demonstrada intensivamente. Dentre esses neuropeptídeos está a SP, que quando administrada após o treino
de uma determinada tarefa facilita a retenção de infomação e, conseqüentemente, o desempenho da mesma.
Por outro lado, a administração pré-treino de BZDs, uma classe de agentes psicoterapêuticos utilizados na
clínica com finalidades ansiolíticas, anticonvulsivantes e pré-anestésicas, produz uma severa amnésia
anterógrada. Esses efeitos, por sua vez, parecem ser mediados pelo sistema colinérgico septo hipocampal por
diminuir a atividade teta em neurônios colinérgicos no HPC. Há indícios de que os BZDs diminuem a
disponibilidade de colina, precursor na síntese de ACh. Visto que inúmeras evidências apontam para a SP
como uma substância "protetora" e que resultados anteriores mostraram a capacidade da SP 1-11 e SP 1-7 em
reverter a amnésia induzida por DZP, nosso trabalho teve como objetivo demonstrar a especificidade da ação
dos efeitos amnésicos do DZP, em nível de sistema colinérgico, por meio da administração alternada,
intraseptal e periférica, pós-treino, de SP 1-11, SP 1-7 e cloreto de colina em animais pré-tratados com DZP
ou ESC. Os resultados obtidos ratificaram estudos anteriores onde se demonstrou a reversão da amnésia
induzida por DZP através da administração pós-treino de SP 1-11 e SP 1-7, tanto em nível periférico quanto
em nível central. Adicionalmente, verificamos que a SP 1-11 e SP 1-7 revertem a amnésia induzida por ESC.
Além disso, a administração de cloreto de colina também foi eficaz em reverter tanto os efeitos amnésicos
induzidos pelo DZP, que quanto pela ESC. Esses resultados reforçam a hipótese do efeito amnésico induzido
por DZP, bem como os facilitadores da SP 1-11 e SP 1-7 são modulados, pelo menos em parte, pelo sistema
colinérgico ST-hipocampal.

183
COUTO, Alvaro Augusto Ribeiro D'Almeida. Caracterização de cepas de Plasmodium falciparum e
monitorização longitudinal da resistência a drogas em duas áreas da Amazônia brasileira. 2001. 138
129

f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,


Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.
Orientador: José Maria de Souza

RESUMO: Dois estratos epidemiológicos se destacam como fonte de manutenção e disseminação da malária.
São as áreas de garimpo e os projetos de assentamentos populacionais e agropecuários. Foram selecionados,
como representantes dessas áreas, o Distrito de Lourenço/AP (Área1) e o Município de Altamira/PA
(Área2). Nessas áreas, foram desenvolvidos estudos sobre a prevalência e evolução da resistência do P.
falciparum às drogas cloroquina, amodiaquina, quinino e mefloquina, no período de 1983 a 1995, com enfoque
sobre as características eco-ambientais e socioeconômicas. Nossos resultados mostram que, do ponto de vista
geofísico não parecem existir diferenças significativas que possam influenciar na epidemiologia da malária nas
áreas estudadas. Entretanto, quanto ao padrão socioeconômico, considerado baixo em ambas as áreas,
existem diferenças importantes no que se refere aos serviços básicos de saúde, educação e habitação, estes
com melhor qualidade em Paragominas/PA. O movimento populacional foi o fator considerado, no presente
estudo, como o de maior impacto sobre a prevalência da malária e a disseminação da resistência às drogas
antimaláricas. Identificou-se elevada prevalência de resistência à cloroquina nas duas áreas, 79,8 % em
Lourenço/AP e 68,4 % em Paragominas/PA, enquanto que para a amodiaquina e o quinino foram
observadas flutuações, dependendo do período em que foram realizados os estudos. Para a mefloquina não
foram observadas cepas resistentes, mas verificou-se perda de sensibilidade ao longo do tempo. Na evolução
temporal da resistência, destaca-se uma forte associação entre resistência à clorquina e perda de sensibilidade
ao quinino.

184
DUTRA, Saturnino. Análise fitossociológica de comunidades de espécies invasoras em ecossistemas
de pastagens cultivadas na região nordeste paraense. 2001 196 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.
Orientadora: Manoela Ferreira Fernandes da Silva

RESUMO: Este trabalho teve como objetivo geral identificar padrões de arranjo fitossociológico de espécies
componentes de comunidades invasoras em ecossistemas de pastagens cultivadas regionais. Os objetivos
específicos foram: a) caracterizar a composição florística e fitossociológica; e b) classificar e correlacionar com
variáveis ambientais as espécies componentes de comunidades de invasoras em ecossistemas de pastagens
cultivadas na região nordeste paraense. Foram realizadas 36 amostragens sistemáticas em ecossistemas de
pastagens de Brachiaria humidicola e Brachiaria brizantha durante o ano de 1999, períodos chuvoso e seco, em
fazendas representativas das regiões de Castanhal, Terra Alta e Paragominas. Nas parcelas, foram avaliadas a
freqüência, dominância e densidade das espécies invasoras e coletadas amostras de solo. As análises
estatísticas univariadas e multivariadas foram realizadas com o Sistema SAS. Os resultados encontrados
permitiram chegar às seguintes conclusões: 1) a composição florística de comunidades de espécies invasoras
regionais, em ecossistemas de pastagens de B. humidicola e B. bhrizantha, manejados em regime semi-extensivo,
está representada por 24 famílias, 50 gêneros e 66 espécies, sendo essas comunidades caracterizadas por
espécies de ciclo anual e perene, hábito de crescimento arbustivo e subarbustivo, consistência da planta
herbácea e lenhosa, e reprodução por sementes e brotações de tocos e raízes; 2) a análise dos parâmetros
fitossociológicos nessas comunidades permite indicar por local as seguintes espécies (famílias) de maior
importância: a) em Castanhal: Vismia guianensis (Guttiferae), Davilla rugosa (Dilleniaceae), Borreria verticillata
(Rubiaceae), Casearia grandiflora (Flacourtiaceae) e Rolandra argentea (Compositae); b) em Terra Alta: Borreria verticillata
(Rubiaceae); Panicum maritinum (Graminae), Vismia guianensis (Guttifeerae), Davilla rugosa (Dilleniaceae) e Casearia
grandiflora (Flacourtiaceae); e c) em Paragominas: Eupatorium squalidum (Compositae), Vernonia scabra (Compositae),
Vismia guianensis (Guttiferae), Davilla rugosa (Dilleniaceae) e Borreria verticillata (Rubiaceae); 3) a avaliação do padrão
de distribuição espacial das espécies componentes nessas comunidades indica que as espécies mais
importantes em termos fitossociológicos apresentam indivíduos com padrão de distribuição agrupada,
podendo estar relacionado com os métodos de manejo usados no controle dessas invasoras, com a dispersão
de sementes ou com interferências alelopáticas interespecíficas nesses ecossistemas; 4) os índices de
130

diversidade e eqüabilidade de espécies estimados evidenciam as comunidades invasoras em Castanhal como


as de maior diversidade e maior número de espécies invasoras que as comunidades de Terra Alta e
Paragominas, indicando que os ecossistemas de pastagens cultivadas em tipos climáticos ali podem apresentar
maiores custos com o manejo e controle das comunidades de plantas invasoras: 5) a diversidade e
eqüabilidade de espécies entre ecossistemas de B. humidicola e B. brizantha foram semelhantes, conferindo a
esses ecossistemas o mesmo padrão de biodiversidade de espécies nas comunidades invasoras; 6) as análises
de variância dos parâmetros fitossociológicos nos locais estudados indicam que as espécies componentes das
comunidades de invasoras são as fontes de variações mais importantes nessas comunidades; 7) as correlações
negativas e significativas detectadas entre espécies invasoras nos ecossistemas de B. humidicola e B. brizantha,
período chuvoso, indicam fortes evidências de interferências alelopáticas nesses ecossistemas, envolvendo as
seguintes espécies: Vismia guianensis (lacre), Davilia rugosa (cipó-de-fogo), Borreria verticillata (vassourinha-de-
botão), Tetracera willdenowiana (cipó-de-fogo), Myrcia bracteata (murta), Myrciaria tenella (vassoura), Rolandra
argentea (barba-de-paca), Casearia grandiflora (ponta-fina). Sida rhombifolia (guanxuma), Imiperata brasiliensis
(capim-sapé), Eupatorium squalidum (casadinha), Cassia tora (mata-pasto), Coutoubea spicata (escovinha), Solanum
juripeba (jurubebinha), Vernonia scabra (assa-peixe), Desmodium canum (carrapicho), Calopogonium mucunoides
(calopogônio), Panicum laxum (capim-mijillo) e Sida acuta (malva-vassoura); 8) a classificação multivariada,
apresentada sob a forma de dendrogramas de similaridades, possibilita formular os seguintes padrões de
arranjo histossociológico das espécies invasoras, visando estratégias de manejo e controle: a) grupo I -
espécies de grande importância fitossociológica, com altas freqüências, dominâncias e densidades, padrão de
distribuição espacial agrupado, em geral de ciclo perene, hábito de crescimento arbustivo e subarbustivo,
consistência lenhosa, reprodução por sementes e brotações de tocos e raízes, apresentando elevada
importância em termos de manejo e controle; b) grupo II - espécies de média importância fitossociológica,
em geral de ciclo perene, hábito de crescimento arbustivo e subarbustivo, consistência herbácea e lenhosa,
reprodução por sementes e brotações de tocos e raízes, apresentando média importância em termos de
manejo e controle nesses ecossistemas; e c) grupo III - demais espécies classificadas em outros grupos
homogêneos, apresentando respostas flitossociológicas menos significativas, padrão de distribuição espacial
aleatório e uniforme, em geral de ciclo anual, hábito de crescimento subarbustivo, consistência herbácea,
reprodução por sementes e com menor importância em termos de manejo e controle nos ecossistemas
estudados; e d) as correlações canônicas positivas e significativas estimadas no presente trabalho indicam que
as comunidades de plantas invasoras estão associadas positivamente à disponibilidade dos nutrientes potássio,
sódio, cálcio, magnésio e soma de bases, presentes nos solos componentes dos ecossistemas de pastagens
regionais.

185
MACHADO, Ricardo Luiz Dantas. Dinâmica de populações do Plasmodium falciparum Welch, 1897
da Região Amazônica brasileira. 2001. 141 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2001.
Orientadora: Marinete Marins Póvoa

RESUMO: Não existe conhecimento a respeito da estrutura populacional do Plasmodium falciparum na


Amazônia brasileira. Estudos com os loci codificadores de antígenos de superfície do merozoíto e esporozoíto
têm mostrado baixos níveis de variação. Desde que estes loci codificam antígenos estão expostos ao sistema
imune, não está claro se os padrões observados indicam diferentes regimes de seleção imune nas diferentes
regiões ou se estes padrões refletem a história da população. Os microssatélites estão difundidos no genoma
de P. falciparum, sendo úteis para o estudo da dinâmica deste protozoário. Descrevemos a variação de
comprimento de 10 microssatélites em 196 infeccões coletadas em cinco localizações da Amazônia brasileira
(Porto Velho/RO - PVL, Serra do Navio/AP - SNV, Marabá/PA - MRB, Tailândia/PA - TAI e Rio
Branco/AC – RBR). As populações de P. falciparum na Amazônia brasileira mostraram pequena diversidade
genética e diferenciação geográfica, e ainda, que estas populações estiveram sobre deriva genética e mutação.
A correlação entre a distância geográfica e as distâncias genéticas deste protozoário não sugerem um padrão
de isolamento por distância dentro da Amazônia brasileira. O subestruturamento das populações estudadas é
o principal fator da variação do Desequilíbrio de Ligação (DL). Foi identificado um significante DL em áreas
131

com menor prevalência de malária Falciparum, que resulta da presença de idênticos genótipos dentro das
populações, sugerindo altos níveis de autocruzamento nas populações de RBR, TAI, e SNV. As populações
de P. falciparum na Amazônia variam de endêmicas a pandemítica. A história recente destas populações mostra
que a migração e o subestruturamento foram importantes na evolução deste parasito e confirmam a grande
relação entre os padrões epidemiológicos e a estrutura genética deste parasito na Amazônia brasileira.

186
RIBEIRO, Rita de Cassia Mousinho. Variabilidade genética no complexo de genes da Globina B em
nove populações nativas da Amazônia brasileira - Polimorfismos de restrição e diversidade
nucleotídica. 2001. 100 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2001.
Orientador: João Farias Guerreiro

RESUMO: Polimorfismos de DNA no complexo de genes b da globina foram investigados em nove tribos
da Amazônia brasileira através: (i) da análise de polimorfimos de restrição e haplótipos deles derivados nas
regiões 5' e 3' do gene d, e (ii) da análise da diversidade nucleotídica do íntron 2 do gene b. Nove diferentes
haplótipos foram encontrados na região 5', dois dos quais observados como os mais freqüentes em
praticamente todos os grupos estudados. A distribuição de haplótipos na região 5' foi heterogênea e as
estimativas de diversidade haplotípica variaram de 0,000 a 0,504. Muito provavelmente, a variabilidade
haplotípica observada é resultante do processo de formação das tribos indígenas - efeito do fundador e da
ação da deriva genética. Na região 3' todos os haplótipos esperados foram encontrados nas populações
indígenas investigadas, e a diversidade de haplótipos observada nessa região foi maior do que a observada na
região 5'. Da Heterozigosidade Total (HT) observada, considerando-se a distribuição de haplótipos 5' e 3'
separadamente, a maior proporção foi encontrada em nível intrapopulacional (HS). Em relação à diversidade
nucleotídica do gene b, o framework 3 "asiático" foi o mais comum em todos os grupos estudados. Esse
polimorfismo intragênico também tem sido o mais freqüentemente observado nas populações asiáticas já
estudadas e em uma ilha da Melanésia.

187
RÍMOLI, José. Ecologia de macacos-prego (Cebus apella nigritus, Goldfuss, 1809) na Estação
Biológica de Caratinga (MG): implicações para a conservação de fragmentos de Mata Atlântica. 2001. 187
f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
Belém, 2001.
Orientador: Stephen Francis Ferrari

RESUMO: Dados sistemáticos da ecologia e do comportamento de um grupo habituado de macacos-prego-


preto (Cebus apella nigritus, Goldfuss, 1809) foram coletados durante um período de estudo composto por 15
meses, de junho de 1995 a agosto de 1996, na Estação Biológica de Caratinga (EBC) no Estado de Minas
Gerais, Brasil. Observações acerca da dieta, preferências por habitats, comportamento de dispersão e
interações sociais de um grupo formado por 24-29 indivíduos foram registradas diariamente por meio de um
ciclo anual completo, por meio de amostras de varredura de 5 minutos a intervalos de 10 minutos. Dados da
ecologia e do comportamento foram conseguidos através de 14.259 registros em 3.569 varreduras e indicaram
que os macacos-prego despendem em média: 15,99 % do seu tempo de atividade realizando um
forrageamento observacional ou varreduras à procura de presas animais; 11,80% em forrageamento
manipulativo-destrutivo; 26,12 % em deslocamentos; 37,99 % consumindo itens alimentares; 5,23 %
descansando; e 3,59 % em interações sociais. Apesar da sazonalidade no clima e nas precipitações, os
macacos-prego despenderam proporções consideráveis de tempo nessas atividades ao longo dos meses,
sendo que o orçamento de atividades variou consideravelmente. Diferenças entre o orçamento de atividades
de machos e fêmeas adultas foram significativas para três categorias: o forragear manipulativo, a varredura e o
descansar. Durante o comportamento de forrageamento, os machos despenderam mais tempo em varreduras
e as fêmeas no forrageamento manipulativo-destrutivo. O grupo utilizou uma área de vida de 268 ha e
deslocou-se em média cerca de 1605,0m por dia. Os macacos-prego despenderam significativamente mais
132

tempo em matas secundárias (50,64 %) e primárias (29,08 %) e relevante quantidade de tempo em capoeiras
(12,58 %) e plantações (7,7 %). Os animais reutilizaram a plantação de cana-de-açúcar sistematicamente
durante o ano, principalmente nas estações secas quando a concentração de açúcar pareceu atingir o seu
extremo. Os animais despenderam cerca de 20,27 % do tempo dedicado a material vegetal diverso e 20,16 %
consumindo cana-de-açúcar. Os resultados dessa tese proporcionaram valiosos parâmetros comparativos para
o entendimento da ecologia e do comportamento de Cebus apella nigritus em um fragmento de Mata Atlântica,
que contribuirão para o desenvolvimento de planos de manejo e conservação tanto da espécie estudada
quanto desse ameaçado ecossistema.

188
SOUSA, Abisai de Oliveira. Avaliação da eficiência reprodutiva de búfalas (Bubalus bubalis) durante o
fotoperíodo longo mediante à utilização de implantes de melatonina. 2001. 82 f. Tese (Doutorado) -
Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2001.
Orientador: Otávio Mitio Ohashi

RESUMO: Avalia o aspecto reprodutivo sazonal dos bubalinos com a seguinte finalidade: contribuir para a
compreensão do efeito do fotoperíodo nesta atividade; colaborar para o estudo da desestacionalização; e
verificar a funcionalidade de implantes auriculares de melatonina em búfalas pluríparas no período pós-parto
no vale do Ribeira. No Experimento (E1), além das observações de estro e de cobertura controlada,
procedeu-se monitoração da dinâmica folicular e do desenvolvimento embrionário pela ultra-sonografia e
pelas concentrações plasmáticas de progesterona (P4), de outubro a março (primavera e verão). Utilizou-se 22
fêmeas distribuídas em três grupos: G1 (grupo controle/ n=10), G2 (grupo com um implante de melatonina/
n=06) e, G3 (grupo com três implantes de melatonina/ n=06). As imagens ultra-sonográficas mostraram que
não houve variações significativas no diâmetro dos folículos dominantes durante os meses do experimento e
entre os grupos experimentais, cuja média foi 0,94±0,22 cm. Constataram-se ocorrências de valores baixos na
P4 plasmática, intercalados por valores elevados em diversas búfalas. As búfalas em anestros estacionais
mostraram, no perfil de P4 plasmática, valores de 0,1 a 4,35 ng/ml, que a partir de início de novembro,
diminuíram significativamente. As concentrações de P4, em seus valores individuais, não mostraram variações
significativas entre os animais e nem entre os valores das médias dos grupos experimentais, com ou sem
melatonina. No experimento E2, foi testada a eficiência dos tratamentos a campo, auxiliada pela investigação
do comportamento de estro, utilizando reprodutores com buçal marcador. Utilizou-se, 100 búfalas
distribuídas em três grupos; G1 (grupo controle / n=38), G2 (grupo com um implante de melatonina /
n=36) e G3 (grupo com três implantes de melatonina / n=26). Das 100 búfalas deste experimento 86 (86%)
manifestaram atividades cíclicas, foram cobertas, sendo que 71 (71%) se tornaram gestantes. Verificou-se que
21 (21 %) foram cobertas e repetiram o estro. Observou-se que 14 (14%) das búfalas permaneceram em
anestro, sendo (6/38) do grupo G1, (6/36) do grupo G2 e (2/26) do grupo G3. Observou-se que das 38
búfalas do G1, 84,2%(32) ciclaram durante o estudo, 73,0% (27) foram cobertas até 15/11 e 05 (13,2%)
foram servidas em seguida. As búfalas com implantes, demonstraram, no grupo G2 com 36 fêmeas, que
83,3%(30) delas ciclaram e, 75,0%(27) foram cobertas até 15 de novembro com apenas 8,3%(3) sendo
servidas dentro do fotoperíodo mais longo. E, no G3 com 26, que 92,3%(24) foram cíclicas e, 84,6%(22)
demonstraram estro e foram cobertas até 15 de novembro, apenas 7,7%(2) mostraram atividade reprodutiva
no fotoperíodo mais longo. O grupo com implantes, formado por 62 fêmeas, em que 87,1% (54) mostraram
ciclicidade reprodutiva e 79,0%(49) que foram cobertas até 15/11 e, apenas 8,1% (5) após esta data.
Observou-se 23 repetições regulares e irregulares de estro desde 27/10 até 13/03. No G1 (8/32), G-2 (11/30)
e, G-3 com (4/26), a tabulação dos dados mostrou taxa de serviço (em G1 =85,7%, em G2=83,3% e, em
G392,6%), taxa de concepção (em G1=80,0%, em G2=93,3% e, em G3=92,0%) e, de prenhez (em
G1=68,6%, em G2=77,8% e, em G3=85,2%). Não houve diferença estatística entre as concentrações
hormonais das fêmeas com ou sem melatonina, deste modo não foi confirmado o efeito dos implantes em
búfalas. As variações nas médias das concentrações hormonais de P4, nas implantadas e não-implantadas não
foram significativas estatisticamente (P < 0,05). Pelas observações de estro, pela ultra-sonografia e pela
concentração de P4 verificou-se a ciclicidade ovariana com boa fertilidade nos primeiros meses do
experimento (outubro e início de novembro). A partir da segunda metade de novembro os valores para P4
133

nos animais se mantiveram baixos, e foi observada manifestação de estros e dinâmica ovulatória em apenas
15% (15) destes animais. Os resultados mostraram sazonalidade reprodutiva nestes animais a partir de 15 de
novembro em sua maioria, não se evidenciou diferença significativa no comportamento reprodutivo entre
animais com implantes de melatonina e controle nas condições deste experimento.

189
SOUSA, Gabriella Pante de. A Contribuição africana para o norte do Brasil, revelada pela análise de
polimorfismos de DNA associados aos alelos HBB*S, HBB*C e HBB*A em quatro comunidades
afro-brasileiras da Amazônia. 2001. 153 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2001.
Orientador: João Farias Guerreiro

RESUMO: Sítios de restrição polimórficos (Hinc II-e, Xmn I-5'Gg, Hind III-Gg, Hind III-Ag, Hinc II-yb,
Hinc II-3'yb, Ava II-b e Hinf I-3'b) e haplótipos deles derivados foram investigados em cromossomos
normais (bA) e com as mutações (bS e bC) em quatro comunidades afro-derivadas da Amazônia: Curiaú
(AP), Pacoval (PA), Trombetas (PA) e Pitimandeua (PA). Através da análise de cinco sítios de restrição,
situados na região 5' do gene d, foram identificados dezessete haplótipos em um total de 184 cromossomos
normais estudados. Entre eles, 12 são comuns e 5 são raros, sendo o haplótipo (+ - + - +) descrito pela
primeira vez neste trabalho. O haplótipo 3 foi o mais comum em Curiaú (43%), enquanto que o haplótipo 2
predominou em Trombetas (37,5%), Pitimandeua (41%) e Pacoval (34%), seguido pelo haplótipo 3 (30%,
24,5% e 22,6%, respectivamente). Em termos gerais, a distribuição de haplótipos nas quatro comunidades foi
compatível com uma origem predominantemente africana, com diferentes graus de mistura com europeus e
indígenas. Adicionalmente, as análises de similaridade revelaram que os africanos trazidos para a Região
Norte do Brasil, correspondem principalmente a bantos e africanos do oeste e, em menor escala de
senegaleses. A alta variabilidade haplotípica observada (h=0,807) em cromossomos normais é provavelmente
devida a um efeito de fluxo gênico. A análise de dois sítios de restrição situados a 3' do gene d em 238
cromossomos bA identificou 4 haplótipos diferentes entre os afro-brasileiros, e ao contrário do observado
para os haplótipos 5', a variabilidade haplotípica foi reduzida (h=0,408), provavelmente em função de
afunilamento populacional e/ou deriva genética. As análises de similaridade genética também mostraram uma
maior similaridade dos afro-derivados com os africanos. A análise de haplótipos, em 28 cromossomos com a
mutação bS, revelou 44% dos cromossomos analisados com haplótipo Banto, 33% com o haplótipo Benin e
22% com o haplótipo Senegal. A distribuição de haplótipos associados ao alelo bS em Pitimandeua diferiu
significativamente das demais comunidades, em função da elevada freqüência do haplótipo Benin (87%). Em
termos globais, a distribuição de haplótipos associados ao alelo bS diferiu significativamente da observada em
pacientes falcêmicos do Pará, bem como em relação ao esperado com base nos dados históricos sobre o
tráfico direto para a região. As freqüências relativamente elevadas dos haplótipos Senegal e Benin entre os
afro-brasileiros sugerem que a contribuição de escravos do oeste africano pode ter sido maior que a
documentada nos dados históricos, e por outro lado corroboram os registros históricos sobre a introdução de
escravos da região do Benin pelo tráfico interno a partir de outras regiões do Brasil, bem como fugitivos da
Guiana Francesa e Suriname. Todos os sete cromossomos bC analisados em Curiaú apresentaram o haplótipo
mais comum descrito em africanos, indicando uma contribuição indireta do centro-oeste africano, para a
Amazônia.

190
TOCANTINS NETO, Arnóbio Amanajás. Principais tributárias da veia caudal em fetos de Búfalo
(Bubalus bubalis, L. 1758). 2001. 120 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2001.
Orientador: Ernö Túry

RESUMO: Com base na dissecação de 30 (trinta) fetos de búfalo, com idade estimada entre quatro e oito
meses, sendo 18 machos e 12 fêmeas, sem raça definitiva, provenientes de mães oriundas da Ilha de Marajó e
abatidas em Belém, Pará. O autor estudou a desembocadura das principais tributárias da veia cava caudal,
134

bem como as suas principais formadoras, chegando, dentre outras, às seguintes conclusões: A veia cava
caudal de fetos de búfalo não apresentou diferenças significativas em relação às outras espécies estudadas nos
aspectos de passagem da cavidade torácica para a cavidade abdominal, trajeto aproximadamente retilíneo e
ausência de válvulas. O número de veias hepáticas em fetos de búfalo mostrou-se mais próximo dos
encontrados em pequenos ruminantes. Na maioria dos casos a veia renal esquerda dos fetos de búfalo tem
origem cranial em relação à direita (46,65 %) na veia cava caudal. Em todas as preparações a veia ilíaca
externa continua com o nome de veia femoral ao penetrar no anel femoral a cada lado, emitindo antes disso,
as veias femoral profunda e pudendoepigástrica.

191
VALLINOTO, Antonio Carlos Rosário. Caracterização molecular, filogenia e origem do vírus
linfotrópico de células T humanas, tipo II (HTLV-II), de populações humanas da Amazônia
brasileira. 2001. 118 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2001.
Orientador: Ricardo Ishak

RESUMO: A infecção pelo HTLV-II tem distribuição endêmica entre os povos ameríndios, usuários de
drogas intravenosas das Américas, Europa e Ásia e em alguns grupos de pigmeus do Continente Africano. A
caracterização molecular inicial do HTLV-II mostrou dois subtipos principais, denominados de HTLV-IIa e
HTLV-IIb. Recentemente, foram identificados dois novos subtipos, designados HTLV-IIc, de ocorrência
principal entre grupos nativos da Amazônia brasileira, e o HTLV-IId entre os pigmeus. O presente trabalho
teve por objetivo principal esclarecer a variabilidade genética do HTLV-II na Região Amazônica por meio da
análise dos aspectos moleculares e filogenéticos do vírus presente entre povos indígenas e grupos urbanos.
Cinco tribos indígenas do Estado do Pará (Tiriyó, Kararaô, Arara do Laranjal, Zo'é e Gorotire) e dois grupos
urbanos da população de Belém (doadores de sangue e pacientes co-infectados HIV-1/HTLV-II) foram
avaliados para a presença do vírus por métodos sorológicos (ELISA e Western blot) e moleculares
(amplificação gênica e caracterização de segmentos das regiões pX e env, pela análise de polimorfismo de
fragmento de restrição após ação de endonucleases, assim como o seqüênciamento da região 5'LTR).
Seqüências nucleotídicas (630 nt) de doze amostras foram submetidas à análise filogenética de acordo com o
Método de Neighbor-Joining e foram usadas para o cálculo da taxa de evolução do HTLV-II. Os resultados
sorológicos e moleculares confirmaram a presença do HTLV-IIc entre três populações Ameríndias, assim
como, mostraram, pela primeira vez, a ocorrência do mesmo vírus entre os grupos urbanos de Belém. A taxa
de evolução variou de 2,96 a 3,5 x 10-7. Os resultados sugerem que a ocorrência isolada desse subtipo entre
as tribos indígenas da Amazônia pode ser atribuída: (i) a diferentes fluxos migratórios dos ancestrais
ameríndios e a um efeito de fundador; (ii) à redução do número populacional causado por distúrbios sociais
após a colonização do continente; e (iii) a uma possível origem autóctone a partir de um proto-HTLV-IIa
presente nos ancestrais dos ameríndios que migraram para a Amazônia em torno de 11.000 a 13.000 anos
atrás. Os resultados mostram claramente que o HTLV-IIc está amplamente distribuído e parece ser único no
Brasil. Além disso, os resultados sugerem que a origem do HTLV-IIc nas áreas urbanas do Brasil ocorreu
durante o processo de miscigenação ocorrido no período de colonização.

2002

192
BENCHIMOL, Ruth Linda. Efeito da casca de caranguejo e de resíduos de Piper aduncum no
controle da fusariose e no desenvolvimento de mudas de pimenteira-do-reino. 2002. 123 f. Tese
(Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2002.
Orientador: Cleber Novais Bastos
135

RESUMO: A fusariose, provocada por Fusarium solani f. sp. piperis, é a doença mais prejudicial à cultura da
pimenta-do-reino na Amazônia, acarretando grandes prejuízos aos produtores dessa especiaria e às economias
regional e nacional. Dentre as estratégias de controle dessa doença, a aplicação de fungicidas tem sido
tradicionalmente recomendada. Porém, a eficiência biológica e econômica do controle químico é limitada,
podendo causar ainda prejuízos ao meio ambiente. A aplicação de materiais orgânicos no solo pode ser
considerada como forma alternativa de controle dessa doença. Alguns materias de origem animal, como a
casca de caranguejo (Ucides cordatus), e vegetal, como os resíduos de Piper aduncum, piperácea nativa da
Amazônia, vêm sendo testados no controle de doenças provocadas por fitopatógenos. A atuação desses
materiais no controle de fitopatógenos se deve à presença de substâncias ativas encontradas nos mesmos,
como a quitina, na casca de caranguejo (CC), a qual pode estimular microorganismos degradadores desse
polímero, presente na parede celular de F. solani f. sp. piperis, e o óleo essencial, em P. aduncum, que contém
dilapiol, substância comprovadamente ativa na inibição de alguns fitopatógenos in vitro e in vivo. Com base
nas hipóteses de que a adição ao solo de CC e de resíduos de P. aduncum, antes (FPAD) e após (PAD) a
extração do éleo essencial, auxiliaria na redução da incidência de fusariose nas raízes e favoreceria o
desenvolvimento de mudas de pimenteira-do-reino, foram conduzidos diversos experimentos com o objetivo
de avaliar esses materiais em diferentes concentrações e períodos de pré-incubação, em solo de mata natural
(N) ou autoclavado (A) e de pimental abandonado (P), em casa-de-vegetação. Mediu-se a sobrevivência das
plantas, além de algumas características morfofisiológicas como: produção de massa seca; alocação de
biomassa e fotossíntese líquida além da biomassa microbiana do solo. A CC, quando pré-incubada no solo
por 15 dias antes do transplantio, na concentração de 1,0 % (m/m), aumentou em 20 % a sobrevivência das
mudas de pimenteira-do-reino por, no mínimo, 90 dias. A incorporação da CC ao solo, sem pré-incubação ou
pré-incubada por 15 e 30 dias antes do transplantio, nas concentrações de 0,5 e 1,0% (m/m), favoreceu o
aumento da produção de massa seca das plantas e a alocação de biomassa das mesmas para a parte aérea,
principalmente para as folhas. A taxa fotossintética líquida das mudas tendeu a aumentar ou a permanecer
inalterada na presença de 0,5 e 1,0 % de CC. A concentração de 2,0 % (m/m) de casca de caranguejo, no
entanto, reduziu a produção de massa seca e a taxa fotossintética das mudas. A adição de PAD ao solo, mais
particularmente dos resíduos sólidos (RS), na concentração de 3 % (m/m), aumentou a sobrevivência das
mudas a fusariose em 80 %. O favorecimento da sobrevivência das mudas em 83 % foi também observado
na presença de FPAD, quando esse material foi pré-incubado no solo por 45 dias, antes de transplantio, na
concentração de 3,0 %. A produção de massa seca, alocação de biomassa e a taxa de fotossíntese líquida das
mudas de pimenteira-do-reino foram favorecidas pela adição ao solo de 3,0 % de RS de PAD. Conclui-se que
a CC e os resíduos de PAD e FPAD têm potencial de uso no controle de fusariose da pimenteira-do-reino.

193
ISHIKAWA, Edna Aoba Yassui. Abordagem molecular para a identificação de linhagens de
Leishmania do subgênero Viannia. 2002. 133 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2002.
Orientador: Horácio Schneider

RESUMO: O minicírculo completo do kDNA de leismania das espécies L (v.) guyanenensis (N=8), L. (V.) shawi
(N=25), L. (v.) brasilienseis (N=41), L. (v.) naiffi (N=5), L. (v.) lainsoni (N=5), L. (L) amazonensis (N=3) e L. (L)
chagasi (N=3) foram seqüenciadas e comparadas a fim de obter iniciadores espécie-específicos, especialmente
para as espécies pertencentes ao subgênero Viannia da Região Amazônica, a serem utilizadas na técnica da
"Reação em Cadeia da Polimerares (PCR)". Realizou-se a análise das seqüências nucleotídicas da região
conservada, que se limita dentro de uma faixa de 200pb, no minicírculo. Os resultados mostraram que não é
possível obter um único iniciador espécie-específico dentro da seqüência de kDNA. No entanto observou-se
nas posições 114 e 115 a ocorrência de variação polimórfica, tendo sido identificado quatro haplótipos: CA,
TC, TA e CG. Os haplótipos TC e TA observados em L. (V.) braziliensis. Haplótipos CA, TC e CG em L.
(V.) shawi. Já, na espécie L. (V.) guyanensis foram encontrados dois haplótipos CA e TC. Os haplótipos CG e
TA são específicos de L. (V.) shawi e L (V.) brasiliensis, respectivamente. Assim foram obtidos iniciadores de
tamanho entre 19 a 25 pb com base nestes haplótipos que foram capazes de construir um painel
esquizodêmico para a identificação destes parasitas por PCR.
136

194
SANTOS, Simone do Socorro Damasceno. Isolamento, quantificação e cultivo de folículos pré-antrais
de fetos bubalinos. 2002. 81 p. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro
de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientador: Otávio Mitio Ohashi

RESUMO: Estuda a foliculogênese em bubalinos, por meio da realização do isolamento folicular, da


determinação da densidade folicular (folículos primordiais/mm2 de área cortical) de ovários de fetos em
diferentes idades e do desenvolvimento da técnica de cultivo destes folículos. Utilizou ovários de fetos
bubalinos entre 3 e 9 meses para determinação da melhor espessura de corte no cortador de tecidos entre 25,
50, 75 e 100 mm (Experimento I); fazendo-se isolamento, quantificação e determinação da densidade
folicular (Experimento II); além de realizar o cultivo destes folículos em quatro tratamentos diferentes
(Experimento III). No Tratamento 1 foi utilizado o MEM acrescido de 10% de SFB, kanamicina, ITS,
piruvato, glutamina, hipoxantina e FSH. No Tratamento 2, o MEM foi suplementado com 10 % de SFB,
kanamicina, piruvato, glutamina, hipoxantina, FSH e EGF. O Tratamento 3 consistiu de MEM acrescido de
10% de SFB, kanamicina, ITS, piruvato, glutamina, hipoxantina, FSH e EGF. No Tratamento 4, o MEM foi
acrescido de 10% de SFB, kanamicina, ITS, piruvato, glutamina, hipoxantina e EGF. Os folículos foram
cultivados isoladamente em placas de 96 fossas contendo ágar diluído em MEM e 60 ml de meio de cultivo,
em estufa a 5% de CO2 , por 7 dias. No Experimento I, a média de folículos pré-antrais isolados foi 415
±285,2, 457,5 ±341,9, 585 ±309,3 e 685 ±278,8 para 25, 50, 75 e 100 mm. No Experimento II, foram
utilizados cortes seriados de 75 mm, não sendo isolados folículos aos 3 meses, e média de 2070,7 ±2190,3,
2570,7 ±1796,6, 2298,1 ±2286,4, 1277,5 ±1074,9 e 643,6 ±543,9 folículos pré-antrais aos 4, 5, 6, 7 e 8 meses
respectivamente. Folículos antrais foram observados aos 6 e 7 meses. No Experimento III, observou-se taxas
de crescimento de 23,25 ±17,04, 33,75 ±26,19, 43,75 ±31,73 e 0,0 mm, e taxas de sobrevivência de 31,73
±22,77, 22,06 ±8,13, 28,92 ±21,32 e 0,0 % para os tratamentos 1, 2, 3 e 4, respectivamente. Com este
trabalho observou-se que o intervalo de corte do tecido ovariano não influenciou no número de folículos
isolados; o isolamento folicular é possível em qualquer fase de desenvolvimento fetal a partir de 4 meses;
fetos bubalinos apresentam folículos primordiais aos 4 meses e folículos antrais aos 6 meses; folículos pré-
antrais de fetos bubalinos apresentam baixas taxas de crescimento e sobrevivência in vitro; o meio mais efetivo
para o cultivo é o MEM com FSH, EGF e ITS (Tratamento 3). O FSH influencia no crescimento e
sobrevivência in vitro de folículos pré-antrais de fetos bubalinos, sendo o fator de maior importância para a
sobrevivência folicular in vitro.

2003

195
FONSÊCA, Maria de Jesus da Conceição Ferreira. A Biodiversidade e o desenvolvimento sustentável
nas escolas do ensino médio de Belém, Pará, Brasil. 2003. 134 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
2003.
Orientador: José Maria Cardoso da Silva

RESUMO: Objetiva verificar se os conhecimentos sobre biodiversidade e desenvolvimento sustentável estão


sendo socializados nas escolas da principal cidade da Amazônia brasileira e alcança papel de destaque na
formação escolar básica, de modo a auxiliar na formulação de uma consciência pública de valorização dos
bens biológicos da região, levando-se em conta que nessa região a biodiversidade é uma das suas maiores
riquezas e o desenvolvimento sustentável o maior alvo das políticas públicas. O trabalho foi realizado no
ensino médio e analisou 10 livros didáticos e 8 propostas curriculares referentes à disciplina Biologia; ouviu
ainda 24 professores e 719 alunos do 3º ano de escolas públicas e particulares do Município de Belém, Pará,
137

Brasil. Os resultados mostraram que os conteúdos apresentados nos livros didáticos e recomendados nas
propostas curriculares possuem características universais, desvinculadas das questões regionais, e que os
conhecimentos de estudantes e professores sobre biodiversidade geral amazônica e desenvolvimento
sustentável carecem de fundamentação científica atualizada; portanto, não alcançam significação na
formulação de uma postura voltada à conservação ambiental. Como propostas, são sugeridas: a) aproximação
mais significativa da escola com os conhecimentos científicos produzidos sobre questões ambientais
regionais; b) o estabelecimento de políticas públicas em nível educacional na região que priorizem essas
discussões na formação dos professores.

196
LIBONATI, Rosana Maria Feio. Fisiopatogenia da malária grave por Plasmodium berghei: avaliação do
possível Efeito Imunomodulador dos Hormônios Deidroepiandrosterona (DHEA) e estradiol. 2003. 171 f.
Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2003.
Orientador: José Maria de Souza

RESUMO: A malária representa um problema mundial, e sua fisiopatogenia não foi totalmente elucidada. Os
esteróides sexuais apresentam importante efeito imunomodulador. Tem-se sugerido que a
Deidroepiandrosterona (DHEA) apresenta efeito imunoestimulador, e o estradiol pode apresentar um efeito
imunoestimulador ou imunossupressor. Esta pesquisa avalia a participação da DHEA e estradiol na resposta
imune à malária, utilizando modelo experimental de malária grave e malária cerebral murina. Para tal, utilizou
camundongos CBA/j fêmeas e como parasito, o Plasmodium berghei cepas NK65 e ANKA. A DHEA foi
administrada quatro dias antes da infecção, até cinco após, e o estradiol, quatro dias antes da infecção, até a
morte do animal. Realizaram-se três modelos experimentais: modelo de malária grave, modelo de malária
cerebral e de malária cerebral com reposição hormonal. No primeiro, os camundongos foram tratados dois
grupos de animais, um tratado com P. berghei NK65, avaliando-se a parasitemia, sobrevida, níveis de
anticorpos IgG e níveis de IFN-g e IL-2, sendo estudados dois grupos de animais tratados com DHEA e
outro não-tratado. No segundo, os animais foram tratados com DHEA e infectados com P. berghei ANKA,
avaliando-se a parasitemia, sobrevida, clínica de malária cerebral, níveis de TNF-alfa, níveis de anticorpos,
grau de esplenomegalia e histopatologia de baço, fígado e cérebro. Avaliou-se a parasitemia pela técnica do
esfregaço; na análise de sobrevida utilizou-se Log Rank Test; avaliaram-se se as citocinas por ELISA; a
atividade da NO sintase pela técnica de Bredt e Snyder; os anticorpos pela imunofluorescência indireta; o grau
de esplenomegalia pela relação pesos do baço/peso do animal; e no histopatológico utilizou-se a coloração
Hematoxilina-Eosina. Observou-se que no primeiro modelo, animais tratados com DHEA apresentaram
menor parasitemia, e sobrevida maior, além do que os níveis de IFN-g e IL-2 foram maiores no grupo da
DHEA. Não houve, porém, diferença nos níveis de IgG. No segundo modelo, animais tratados com DHEA
apresentaram parasitemia mais alta, porém apresentaram maior sobrevida, pois a freqüência de clínica de
malária cerebral foi menor. Também não houve diferença nos níveis de IgG e níveis de TNF-alfa. No terceiro
modelo, animais tratados com estradiol apresentaram parasitemia mais baixa, e animais tratados com DHEA
apresentaram parasitemia mais baixa, que animais castrados sem reposição hormonal. Camundongos tratados
com estradiol foram menos resistentes à malária cerebral que animais tratados com DHEA. Por outro lado,
ambos os hormônios aumentaram a atividade da NO sintase. Não houve diferença entre níveis de TNF-alfa e
IgG. Quanto ao grau de esplenomegalia, animais tratados com DHEA apresentaram grau maior em relação
aos tratados com estradiol. No histopatológico, não houve diferença nas características das lesões entre os
grupos estudados. Sugere-se, portanto, que o estradiol e a DHEA modularam a resposta imune em
camundongos infectados com P. berghey.

197
PALHETA, Dulcidéia da Conceição. Intoxicação experimental por metilmercúrio em ratos: efeitos
sobre neurônios da retina. 2003. 150 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientadora: Elizabeth Sumi Yamada
138

RESUMO: Neste trabalho, produziu-se um modelo experimental de intoxicação organomercurial com o


objetivo de se determinar possíveis efeitos do metilmercúrio sobre a morfologia (tamanho e densidade) de
neurônios da retina. Os testes foram desenvolvidos em ratos Wistar adultos, que receberam cloreto de
metilmercúrio (MeHg) em 3 esquemas diferentes de intoxicação. O primeiro grupo recebeu 7 mg de
meHg/Kg/semana de peso vivo (p.v) durante 60 dias. O segundo recebeu 5 mg/Kg/semana durante 90 dias
e o terceiro grupo foi tratado com uma dose de 3 mg/Kg/semana durante 150 dias. Para análise do tecido
retiniano foram realizados ensaios histológicos pelo método de Nissl para análise de neurônios da camada
ganglionar, e reações imunohistoquímicas para as enzimas ChAT e PKC na investigação de células amácrinas
colinérgicas e de células e de células bipolares de bastonetes, respectivamente. Os resultados mostraram
efeitos significativos sobre a citologia e no tamanho neuronal de animais tratados com 7mg/Kg/semana
durante 60 dias, caracterizados por retração celular de neurônios da camada ganglionar; os animais tratados
com 3mg/Kg/semana de MeHg durante 150 dias também apresentaram sinais de degenaração, porém com
menor intensidade. O grupo tratado com 5mg/Kg/semana durante 90 dias não apresentou alterações nos
parâmetros investigados. A densidade celular parece não ter sido afetada. Também não houve efeitos
consistentes sobre a população de células amácrinas colinérgicas. A análise dos níveis de mercúrio em
amostras de pêlo dos animais revelou que houve a bioacumulação de metilmercúrio ao longo dos
experimentos. Os resultados mostraram que a retina pode ser afetada na intoxicação organomercurial,
sugerindo que mecanismos retinianos podem contribuir para as deficiências visuais observadas na intoxicação
por metilmercúrio em mamíferos.

198
RAMOS, Rosemar Silva Luz. Avaliação da resposta ovulatória em cutias (Dasyprocta prymnolopha e
Dasyprocta leporina), criadas em cativeiro, após estímulo com gonadotrofinas hipofisárias e extra-
hipofisária. 2003. 94 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas , Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Otávio Mitio Ohashi

RESUMO: Com o objetivo de estudar a resposta ovulatória em cutias (Dasyprocta prymnolopha e Dasyprocta
leporina), por meio de vários tratamentos com diferentes combinações de gonadotrofinas, no meio do ciclo
estral (16º ao 19º dia), 45 fêmeas foram utilizadas e divididas em grupos de cinco animais em duas fases
experimentais. No experimento 1, o grupo 1 recebeu 50UI de FSH-LH-p, os grupos 2 e 3 receberam 30UI e
50UI de eCG, respectivamente, e o grupo 4 (controle) recebeu 0,9 % de NaCl. Todos os grupos com exceção
do controle, receberam hCG. No experimento 2, os grupos 5, 6 e 8 receberam 50UI FSH-LH-p, 80UI FSH-
LA-p e 40UI FSH-LH-p, respectivamente, todos associados à (PG) F2alfa. O grupo 7 recebeu 40 mg FSH-p1
+ (PG) F2alfa e o grupo 9 (controle) recebeu 0,9 % NaCl. Dentre todos os grupos deste experimento, o
grupo 6 e dois animais um pertencente ao grupo 7 e outro ao grupo 8 - receberam hCG. A resposta
ovulatória variou independentemente da dose e hormônio utilizados. No experimento 1, o grupo 1 mostrou
maior estimulação ovariana, contudo, somente uma fêmea produziu embrião. Os grupos 2 e 3 mostraram
número de folículos normais semelhantes ao grupo controle, sendo que o grupo 3 apresentou maior número
de folículos atrésicos e luteinizados, e somente um animal produziu embrião, enquanto que no grupo 2 não
foi obtido nenhum embrião. No grupo 4, todas as fêmeas produziram embrião. No experimento 2, os grupos
5 e 8 se destacaram pela maior produção de folículos normais e embriões obtidos. Os grupos 6 e 7 não
produziram embrião e mostraram menor estímulo ovariano com ocorrência de atresia e luteinização folicular
semelhante ao grupo controle. No grupo 9, somente dois animais produziram embrião. A ausência de
embrião, observada nos grupos que responderam ao tratamento ocorreu devido à ausência de cópula ou
provavelmente, a distúrbios endócrinos ou fatores nutricionais. As gônadas foram localizadas na cavidade
abdominal logo abaixo dos rins, não envolvidas por gordura ou bursa ovárica, apresentando o formato
ovóide, coloração amarela e superfície lisa com pequenas projeções. Os dados biométricos do ovário revelam
semelhanças entre os ovários direito e esquerdo entre os grupos estudados. Histologicamente, foi identificada
a ocorrência de folículos poliovulares (2 a 5 oócitos), nas diferentes categorias (pré-antrais e antrais). Não foi
observada a ocorrência de corpo albicans. Todos os embriões colhidos (N=38) no 7º dia pós-coito,
apresentaram-se no estágio de mórula e o método de congelação utilizado manteve a integridade em 15 (39%)
dos embriões obtidos. O restante 23 (61 %) mostraram alteração, sendo 10 (43,47 %) com degeneração dos
139

blastômeros e 13 (56,52%) com fratura de zona pelúcida e degeneração dos blastômeros. A ovulação obtida
em alguns animais isoladamente, caracterizou uma resposta individual da cutia à estimulação por
gonadotrofinas exógenas. Portanto, há necessidade de aplicabilidade de outros protocolos para então definir o
melhor efeito da gonadotrofina nesta espécie, bem como, viabilizar o emprego desta técnica em biotecnologia
de embrião de espécies ameaçadas de extinção.

199
SANTOS, Cláudia Nunes. Isolamento de marcadores microssatélites e análise da variabilidade
genética de Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) (Brachyura, Ocypodidae) na costa brasileira. 2003. 102
f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio

RESUMO: Neste trabalho, marcadores microssatélites foram desenvolvidos e utilizados para avaliar a
diversidade e estrutura genética das populações de Ucides cordatus (Crustacea: Brachyur;: Ocypodidae) ao longo da
costa brasileira. Os marcadores foram obtidos por construção de sub-bibliotecas de DNA e detecção com
sondas. Dos 14500 clones produzidos, 107 foram seqüenciados e 98 possuiam seqüências repetitivas, destas
50% possuíam boas regiões flanqueadoras. Foram desenhados 21 pares de primers, 6 loci foram avaliados
quanto ao polimorfismo e 3 foram utilizados para as análises populacionais. O teste de desequilíbrio de
ligação demonstrou independência física entre os loci analisados. A riqueza de alelos dos marcadores
possibilitou detectar a elevada variabilidade genética desta espécie e detectar diferenciação populacional entre
as nove localidades analisadas. A heterozigosidade da espécie variou de 0,4 a 0,89. As populações
diferenciaram de 1,6 a 7,6 %, enquanto a variância intra-populacional foi de 93 a 98%. Apesar do elevado
fluxo gênico em toda a área, foram identificados 2 estoques genéticos, separados pela descarga de água doce
do rio Amazonas.

2004

200
AGUIAR, Oscar Raimundo Gavinho de. Inoculação de bactérias fixadoras de nitrogênio, isoladas de
cupins Nasutitermes (Isopteras – Termitidae) da microrregião de Belém – PA – Brasil em três
variedades de soja. 2004. 85 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientador: Dinaldo Rodrigues Trindade

RESUMO: Três espécies de cupins do gênero Nasutitermes foram coletadas de seus cupinzeiros e galerias em
áreas de floresta secundária numa fazenda e em reservas florestais na micorroregião de Belém, Pará, Brasil. A
atividade da nitrogenase foi testada pelo método da redução do acetileno utilizando operários e soldados, que
não foram separados para testes. Foi verificada uma diferença significativa nas atividades de redução do
acetileno entre as três espécies estudadas; Nasutitermes acajutlae foi a espécie com maior atividade (243,92
nanomoles/C2HJ grama de peso seco de cupim), seguida de Nasutitermes surinamensis (161,06 nanomoles/g de
peso seco) e Nasutitermes costalis (123,82 nanomoles/g peso seco). A atividade da nitrogenase diminuiu com o
tempo de incubação em acetileno. Foram isoladas e identificadas do intestino posterior de Nasutitermes duas
espécies de bactérias, Brevibacillus brevis e Streptococcus sp. que foram inoculadas em três variedades de soja
oriundas de Balsas-Maranhão. As variedades que tiveram melhor rendimento quanto à nodulação e altura da
parte aérea foram Tracajá e Sambaíba, quando inoculadas com as bactérias isoladas dos cupins.
140
141
142
143

1990
201
MACAMBIRA, Maria Lúcia Jardim. Formação de colônias incipientes e aspectos biológicos e
comportamentais de Coptotermes testaceus (L.) (Isoptera, Rhinotermitidae, Coptotermitinae) da
região de Belém, Pará. 1990. 96 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1990.
Orientador: Adelmar Gomes Bandeira

RESUMO: Avalia a possibilidade da formação de colônias incipientes e funcionais de Coptotermes testaceus a


partir de amostras fracionadas da original, em condições ambientais semelhantes as de origem. Em pedaços
de madeira infestados por Coptotermes testaceus, deixados em um porão de uma residência em zona urbana,
também foi tentada a possibilidade de formação e manutenção de colônias incipientes. Experimentos sobre a
biologia desta espécie foram desenvolvidos simultaneamente em condições laboratoriais e em área de
vegetação secundária. Os resultados obtidos indicam que Coptetermes testaceus, espécie comum na região, é
capaz de formar, em toras de madeira, colônias incipientes às custas de reprodutores de substituição ou
neotênicos. Embora tenham sido encontrados vivos e em boas condições no porão da residência, não se
acharam reprodutores primários nem neotênicos. Quando se analisam os experimentos de laboratório e de
local arborizado, concluiu-se que os térmitas têm maior sobrevida em ambiente natural, sendo os operários
bem mais sucedidos que os soldados. A proporção soldado/operário em toras de madeira obtida para
Coptotermes testaceus foi de 1/7. Este estudo mostra o período de maior atividade da espécie e a importância de
sua propagação através de madeiras de exportação. Embora preliminares, são apresentadas algumas
informações sobre o comportamento e as atividades da espécie, pois, como outras espécies do gênero,
tornou-se séria praga, na maioria das vezes, de difícil controle.

202
MARCELIANO, Maria Luiza Videira. Biologia e estrutura populacional do Tiziu volatinia jacarina
(Linnaeus, 1766) (Aves, Emberizidae) na região leste do Estado do Pará. 1990. 98 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 1990.
Orientador: David Conway Oren

RESUMO: Relata uma série de aspectos da sistemática e do comportamento da espécie Volatinia jacarina, com
o objetivo de testar a variedade das suas raças, Jacarina Splendens, propostas no passado com base na variação
da plumagem do macho adulto. Esta variação consiste em uma série de gradações da coloração branca da face
ventral da asa do pássaro. As observações de campo foram feitas durante um ano, em sua maioria em áreas
abertas dos municípios de Belém (EMBRAPA) e Benevides (DENPASA), sendo complementadas com
capturas e análises em municípios a leste do Estado do Pará. Foram feitos também estudos em coleções e em
cativeiro, complementados com análise bibliográfica da literatura pertinente ao assunto. O estudo consiste em
uma análise das variações dos padrões de coloração da face interna da asa dos machos adultos, abordando-se
padrões e épocas de muda da plumagem, como também aspectos da biologia da espécie, na tentativa de
desvendar o problema da ampla variação de indivíduos na população belenense, com características tanto da
raça Splendens como da Jacarina, bem como de formas intermediárias entre as duas raças. Foram propostas três
hipóteses baseadas em: polimorfismos, etapas de muda da plumagem e idade do pássaro, e migração. Com
base em uma ampla análise da literatura existente sobre o assunto, complementada com detalhadas
observações de campo e de coleções feitas pela autora, envolvendo análises estatísticas, chegou-se à conclusão
que a população de V. jacarina de Belém é uma só, descartando-se no momento a hipótese de migração. A
autora inclinou-se a aceitar que os diferentes fenótipos observados na população de Belém talvez estejam
relacionados à idade do pássaro, sugerindo, entretanto, mais estudos de acompanhamento de muda na
plumagem do pássaro (variações individuais) desde o nascimento até a idade adulta.
144

203
MELO, Ana Cláudia do Amaral. Variabilidade protéica e distância genética em duas espécies do
gênero Saguinus (Callitrichidae - Primates - Platyrrhini). 1990. 185 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1990.
Orientador: Horácio Schneider

RESUMO: Estudos sobre a diversidade genética de populações naturais de primatas tornaram-se mais
freqüentes com o advento da técnica de eletroforese, pois muitas informações até então desconhecidas pela
maioria dos pesquisadores tornaram-se disponíveis. Muitos destes dados bioquímicos têm sido usados para se
estabelecer relações taxonômicas e filogenéticas entre os diferentes grupos de primatas. O presente trabalho
analisa os padrões eletroforéticos de treze sistemas protéicos eritrocitários (ADA, ES, ACP1, CA2, GLOI,
MDH1, LDH, IDH1, PGD, SOD1, PGM1, GPI e HB) e dois plasmáticos (ALB e HP), codificados por
dezenove locos genéticos distintos, em uma amostra constituída de 239 indivíduos, pertencentes a três espécies
diferentes de primatas do Novo Mundo: Saguinus midas (N = 53) das regiões de Tucuruí (PA), Jari (AP),
Cachoeira Porteira (PA) e Balbina (AM); Saguinus fuscicollis (N = 136) e Alouatta belzebul (N = 50), oriundos das
regiões de Samuel (RO) e Tucuruí (PA), respectivamente. Os principais objetivos desta dissertação são os
seguintes: (1) descrição dos padrões eletroforéticos de treze sistemas eritrocitários e dois plasmáticos em duas
espécies do gênero Saguinus e uma do gênero Alouatta; (2) comparação dos padrões eletroforéticos entre as
populações investigadas; (3) estimativa das freqüências alélicas nos dezenove locos e Teste do Equilíbrio de
Hardy-Weinberg; (4) verificação da possível ocorrência de heterogeneidade entre subpopulações da mesma
espécie separadas por barreiras geográficas; (5) avaliação da variabilidade genética através da heterozigose
média; (6) estimativa das distâncias genéticas entre as populações amostradas; (7) comparação das estimativas
de distância genética obtidas neste trabalho com as distâncias reportadas na literatura entre diferentes taxas e
(8) construção de um fenograma que expresse as relações taxonômicas existentes entre estes grupos. A
técnica utilizada foi a eletroforese horizontal em gel de agarose (1%), agarose (1%) - amido (2%) e amido
(11%), e os principais resultados obtidos foram os seguintes: dos dezenove locos estudados, observou-se
variação polimórfica na ADA, ESD, ES2, CA2, PGD, SOD1, GPI e ALB, e em todos eles as distribuições
fenotípicas observadas ajustaram-se às esperadas de acordo com o principio de Hardy-Weinberg. A
heterozigose média variou de 1 a 8%, sendo estas estimativas de diversidade genética similares às obtidas para
várias espécies de platirrinos (Forman et al., 1986; Schneider, 1988). As distâncias genéticas intraespecíficas
variaram de 0,000 a 0,056, enquanto as interespecíficas de 0,145 a 0,170. Já as intergenéricas ficaram em torno
de 0,766 a 0,904, sendo estes resultados compatíveis com os valores obtidos na literatura para primatas. O
fenograma gerado a partir da matriz de distância genética está de acordo com os dados taxonômicos
propostos por Hershkovitz (1977) e Mittermeier & Coimbra-Filho (1988).

204
REIS, Ruy Edmundo Max Lopes dos. Moluscos bivalves perfuradores de madeira do Estado do Pará,
Brasil: caracterização taxonômica, distribuição e resistência de madeiras. 1990. 91 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 1990.
Orientador: William Leslie Overal

RESUMO: O presente trabalho teve como objetivos o levantamento e distribuição regional das espécies de
moluscos bivalves perfuradores de madeira do Estado do Pará e avaliar a resistência natural a esses
organismos de três tipos de madeiras usadas na construção de embarcações e obras portuárias da região. As
madeiras testadas foram: Bagassa guianensis Aubl. (Moraceae, nome vulgar: Tatajuba), Caryocar villosum Aubl Pers
(Caryocaraceae, nome vulgar: Pequia) e Dipterix odorata Wild (Leguminosae, nome vulgar: Camaru). No período
compreendido entre setembro de 1987 e dezembro de 1988, foram coletadas amostras de moluscos em
ambientes de várzea e manguezais, em diversos rios, furos e praias do Estado do Pará. Os testes de resistência
das madeiras foram realizados no rio Arapepó, Município de Salinópolis [estação I] e furo Santo Antônio,
Município de Barcarena [estação II], onde na superfície da água a salinidade média anual foi de 14ø/00 e
145

0,6ø/00, respectivamente. Nestas estações os blocos foram instalados no sentido horizontal à linha de maré,
sendo que na estação I eram cobertos apenas pela maré de enchente, ficando expostos na baixamar, e na
estação II ficavam sempre submersos a 150cm de profundidade de baixamar. Foram encontradas espécies de
bivalves das famílias Teredinidae (Neoteredo reynei e Psiloteredo healdi) e Pholadidae (Lignopholas clappi e Martesia
striata) em troncos no estado de decomposição, na zona intertidal. Este é o primeiro relato de L. clappi na
costa brasileira, descrita anteriormente apenas na Nicarágua e Suriname. As espécies de N.reynei e P. healdi são
amplamente distribuídas no estuário local, estando a primeira adaptada a ambientes tanto de baixo quanto de
alto teor salino, e a segunda, restrita a áreas de baixa salinidade. A espécie M. striata se distribui apenas em
ambiente marinho e a L. clappi em água de salinidade próxima de zero. Considerando-se as condições do
presente experimento, o tempo relativamente curto de coleta e a infestação apenas dos blocos da estação II,
indicam que a exposição ao ar e ao sol, mesmo que por períodos curtos entre a enchente e a vazante, não
favorece ao ataque dos perfuradores. As madeiras testadas foram atacadas apenas por P.healdi sendo Caryocar
villosum menos resistente do que Bagassa guianensis e Dipterix odorata, estas mediamente atacadas.

205
ROCHA, Rossineide Martins da. Grupo sangüíneo ABH em primatas neotropicais da região do rio
Jamari - Rondônia. 1990. 108 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1990.
Orientador: Horácio Schneider

RESUMO: Nos primatas do Novo Mundo, a determinação dos fenótipos ABH baseia-se na detecção dos
antígenos nas secreções, visto que nas hemácias somente os antígenos A-like e/ou B-like estão presentes e são
independentes do fenótipo salivar. No presente estudo, foram investigadas 744 salivas e 369 plasmas de
primatas do Novo Mundo pertencentes a oito espécies (Aotus azarae boliviensis, Ateles paniscus chamek, CalliCebus
brunneus, Callithrix emiliae, Cebus apella, Pithecia irrorata irrorata, Saguinus fuscicollis weddelli e Saimiri ustus), com os
seguintes objetivos: (1) detectar os antígenos do sistema ABO encontrados na secreção salivar das oito
espécies; (2) estimar as freqüências alélicas; (3) quantificar as substâncias ABH existentes na saliva; (4)
comparar os títulos das substâncias ABH dentro e entre as espécies; e (5) identificar as aglutininas do sistema
ABH. As amostras foram coletadas na área de influência do reservatório da UHE de Samuel na região do rio
Jamari, Rondônia. As substâncias ABH foram investigadas pela técnica da inibição da hemaglutinação e o
plasma pelo método da hemaglutinação, visando à identificação das aglutininas anti-A e anti-B. O sistema
ABO apresentou-se polimórfico em S. ustus, que apresentou quatro fenótipos A, B, AB e O, controlados por
três alelos ( IA=0,85; IB=0,04 e IO=0,11); em A. p. chamek, onde foram detectados dois fenótipos O e A, sob
o controle de dois alelos (IA=0,02 e IO=0,98); em C. apella, com dois fenótipos A e O e dois alelos (IA=0,85
e IO=0,15); e em A. a. boliviensis, também com dois fenótipos, B e AQB, provavelmente controlados por dois
alelos, (IA=0,02 e IB=0,98). As distribuições fenotípicas observadas estão de acordo com o esperado,
assumindo o Equilíbrio de Hardy-Weinberg tanto para o sistema tri-alélico (S. ustus) como para o di-alélico (A.
a. boliviensis). Por outro lado, algumas espécies se revelaram monomórficas (P. i. irrorata, C. brunneus, C. emiliae e
S. f. weddelli), apresentando somente o fenótipo A. Comparando os resultados obtidos neste trabalho com os
mencionados na literatura, observa-se que a maioria das populações apresenta uma alta freqüência do alelo
IA, que se acha distribuído por todos os gêneros (exceto em Aloutta), estando até fixado em alguns. Os dados
quantitativos revelaram níveis variáveis das substâncias ABH entre os diferentes fenótipos de uma espécie e
entre os fenótipos de diferentes espécies. O título médio de substância A foi maior do que H em todas as
espécies. O antígeno B apresentou nível médio mais elevado do que H em A. a. boliviensis de ambos os
fenótipos, porém em S. ustus observou-se uma relação inversa entre os títulos dessas substâncias. As espécies
P. i. irrorata, S. f. weddelli apresentaram níveis mais elevados de substância A, quando comparadas com as
demais. A maioria das espécies apresentou correlação positiva entre o título de A ou B e o título de H,
diferentemente do que se esperaria caso a substância H fosse o substrato das substâncias A e B. Como
relatado anteriormente na literatura, observou-se discrepâncias entre o soro e o fenótipo salivar em todas as
espécies. A maior proporção de anomalias ocorreu em C. brunneus (78%), sendo que 72% deles mostraram
anomalia negativa. Este tipo de anomalia também foi predominante em C. emiliae e S. f. weddelli, enquanto que
as demais espécies apresentaram anomalias positivas. A não detecção de aglutininas nesses animais pode ser
146

devido ao baixo título, entretanto é difícil de explicar a existência de anômalos positivos. Inúmeras hipóteses
têm sido levantadas, porém a questão das anomalias permanece ainda como um problema a ser solucionado.

206
SOUTO, Paulo Sérgio dos Santos. Estudo da suscetibilidade in vitro às drogas antimaláricas e
caracterização enzimática de cepas de Plasmodium falciparum (Welch, 1897) na Amazônia. 1990. 81
f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 1990.
Orientador: Bento Melo Mascarenhas

RESUMO: A malária humana é uma doença que preocupa as autoridades de saúde do mundo, por debilitar
as pessoas infectadas, podendo impossibilitá-las para o trabalho e acarretando obstáculos econômicos e
sociais nas áreas onde a doença é prevalente. Na Amazônia, as espécies infectantes do homem são: Plasmodium
falciparum, o Plasmodium vivax e o Plasmodium malariae, com a primeira causando a malária mais grave e sendo a
espécie responsável pelos casos de resistência "in vitro " só foi possível ser detectada graças ao
desenvolvimento da macrotécnica elaborada por Rieckmann em 1968, e aperfeiçoada pelo mesmo cientista em
1978, transformado-a em microtécnica. Além da microtécnica, o desenvolvimento do método de cultivo do
P. falciparum em laboratório por Trager & Jansen (1976) foi de fundamental importância no estudo da
resistência e o desenvolvimento da técnica de eletroforese em gel de amido feita por Carter (1973) e permitiu a
caracterização enzimática de cepas de P. falciparum. O nosso trabalho foi desenvolvido no Programa Malária
do Instituto Evandro Chagas, seguindo a linha de pesquisa adotada por essa instituição, com 141 amostras de
sangue infectadas com P. falciparum, coletadas de pacientes dos Municípios de Acará, Itaituba, Marabá, Moju,
Paragominas, S. Domingos do Capim, S. Félix do Xingu e Tucuruí, todos no Estado do Pará, Estados do
Amazonas, Rondônia e Amapá e que foram cultivadas "in vitro" pelo método de Trager & Jansen (1976). Em
setenta e quatro amostras o teste de suscetibilidade às drogas se desenvolveu completamente e, entre elas,
cinqüenta foram submetidas à análise por Saponina, Sanderson et al. (1981), e posterior corrida eletroforética
em acetato de celulose, Carter (1973), com quarenta e quatro, revelando as Enzimas GPI (Glucose Fosfato
Isomerase) (E.C. 5.3.1.9), ADA (Adenosina Deaminaseo (E.C. 3.5.4.4)) e (E.C. 3.4.1.1 ou E. C. 3.4.1.3)
(Peptidase). Muitas cepas submetidas ao cultivo não cresceram devido à contaminação por microorganismos,
como fungos ou bactérias. Das que chegaram até a etapa de eletroforese, seis não revelaram nenhuma enzima
investigada, seja por insuficiência de material, após a lise pelo método descrito por Sanderson et al. (1981), ou
devido a problemas técnicos durante a realização da eletroforese. O microteste de suscetibilidade às drogas
cloroquina, mefloquina, amodiaquina e quinino revelaram que 91,90 % das cepas são resistentes ao quinino e
57,15 % são resistentes à amodiaquina. A maioria das cepas mostrou-se suscetível à mefloquina (95,90 %),
porém, o fato de surgirem cepas resistentes, embora em pequeno número, é motivo de preocupação, por
tratar-se de um antimalárico de uso relativamente recente.

1991

207
MEIRELES, Carla Maria Marques. Variação protéica, taxonomia e evolução em cinco espécies do
gênero Callithrix (Callitrichidae - Primates). 1991. 180 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1991.
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider

RESUMO: No presente estudo, 15 sistemas protéicos (ldh, mdh1, idhi1, pgd, sod1, pgm1, es, acp1, ada, ca2,
glo, gpi, hb, alb e hp) codificados por 20 locus genéticos distintos foram investigados quanto aos seus padrões
eletroforéticos, usando-se a eletroforese horizontal em gel de agarose, agarose-amido e amido. Foram
analisados um total de 150 amostras de sangue, pertencente a 5 espécies do gênero Callithrix: C.humeralifer (Rio
147

Arapiuns-PA, n=14); C. emiliae (Rio Jamari-RO, n=63 margem direita, n=22 margem esquerda); C. Jacchus
(extremos-rn, n=35); C. penicillata (brasilia-df, n=10) e C. geoffroyi (Rio Doce-mg, n=06). como grupo ext.

208
YAMADA, Elizabeth Sumi. Organização do sistema visual de roedores da Amazônia: topografia das
células horizontais tipo A da retina da capivara, Hydrochoerus hydrochaeris. 1991. 157 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 1991.
Orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira

RESUMO: Utizando-se o Método Neurofribilar de Gros-Schultze corou-se a população de células horizontais


tipo A na retina da capivara. Foi feita análise quantitativa da densidade celular, do tamanho do pericário e do
campo dentrítico destas células. Foi estimada a magnitude da população em três retinas de capivara, obtendo-
se 69.316, 76.667 e 79.524 células horizontais tipo A. Estas células formam um mosaico regular. A sua
distribuição topográfica assemelha-se àquela das células ganglionares por apresentar uma faixa visual nítida,
uma acentuada assimetria dorso-ventral e o pico de densidade celular estar localizado na região central da
retina. Além disso, foram coradas duas populações de células horizontais, variantes da população de células
horizontais deslocadas e as células horizontais biplexiformes. Estas células ocorrem preferencialmente na
periferia da retina, próximo à “ora serrata”, e também são encontradas em retinas de outras espécies de
mamíferos investigadas neste trabalho, tais como a cutia, o coelho e o gato.

1992
209
NUNES, Andréa Ferreira Portela. Uso do habitat, comportamento alimentar e organização social de
Ateles belzebuth belzebuth (Primates: Cebidae). 1992. 192 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1992.
Orientador: José Márcio Corrêa Ayres

RESUMO: O estudo descreve diversos aspectos da ecologia e comportamento do coatµ, Ateles belzebuth
belzebuth, com base em observações sistemáticas de um grupo habituado. O enfoque foi dado a relação entre o
comportamento alimentar e a estrutura social. Durante as 1360h de observação, os coatus ocuparam
predominantemente trechos de mata alta de terra firme (93% dos scans), utilizando principalmente o estrato
superior do dossel, em média, 18% do tempo foi gasto em alimentação, 36% em deslocamento e 45% em
repouso. O grupo que oscilou entre 23-24 animais utilizou anualmente umas espécies botânicas, sendo 88.5%
das observações alimentares registradas para frutos, 8.3% para folhas novas, e 3.2% para outros itens (fungos,
flores, cascas de árvores mortas). A diversidade da dieta e a proporção de itens alimentares em frugivoria
acompanharam a oferta crescente de espécies com frutos maduros durante a estação chuvosa. A composição
da dieta refletiu também a representatividade da espécie na comunidade florística (expressa pela densidade
relativa e pelo índice de cobertura vegetal) e o seu tempo de frutificação.

210
SILVA JÚNIOR, José de Souza e. Revisão dos macacos-de-cheiro (Saimiri. Voigt, 1831) da Bacia
Amazônica (Primates: Cebidae). 1992. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1992.
Orientador: Inocêncio de Sousa Gorayeb

RESUMO: O gênero Saimiri voigt, 1831, apesar de vir sendo extensivamente investigado em diversas áreas do
conhecimento, ainda é considerado um grupo taxonômico confuso entre os primatas neotropicais. Os
148

principais autores que revisaram o gênero F, divergiram em suas metodologias, assim como nos arranjos
taxonômicos finais. O presente estudo teve como principal objetivo, a execução de uma nova revisão do
grupo que ocupa a Bacia Amazônica, por meio de uma reinterpretação de dados atualizados em Morfologia
Clássica, Osteologia, Imunogenética, Citogenética, Genética Bioquímica, Ecologia, Etologia e Morfometria,
dando-se aos mesmos um novo enfoque, voltado para a questão taxonômica. O material utilizado foi parte do
acervo de três coleções científicas brasileiras, incluindo exemplares recentemente coletados em áreas
geográficas consideradas importantes para a investigação da taxonomia e distribuição geográfica das formas
componentes do grupo. Foram também observados espécimes vivos, no campo e em cativeiro. A avaliação
das relações taxonômicas mantidas pelos macacos-de-cheiro foi baseada no conceito de Espécie Evolutiva
(Hennig, 1966; Wiley, 1981) e subespécie ou raça geográfica. A metodologia foi centrada em: (1) análise
qualitativa de caracteres monomórficos e polimórficos discretos, (2) formulação de hipóteses acerca da
ocorrência de simpatria, intergradação secundária e variação clinal; e (3) teste das hipóteses com base em
análise craniométrica. A análise dos caracteres monomórficos mostrou, através de comparação com um grupo
externo (gênero Cebus), que todos os macacos-de-cheiro são similares em todos os caracteres estruturais,
inclusive quanto à morfologia dos orgãos genitais. Estes animais compartilham também dos mesmos padrões
ecológicos e comportamentais gerais, além das expressões de caracteres genéticos. Estas evidências sugeriram
a existência de uma única espécie politípica de Saimiri na Bacia Amazônica. Isto ficou confirmado também
através de análise estatística descritiva e multivariada de medidas cranianas, que mostrou a existência de uma
variabilidade intragrupal maior do que a variabilidade intergrupal. A análise dos caracteres polimórficos
apoiou os resultados obtidos com a análise anterior. As similaridades morfológicas indicaram que todas as
formas de Saimiri da Bacia Amazônica compartilham a mesma identidade evolutiva. As pequenas diferenças
morfológicas, cariotípicas, fisiológicas e comportamentais detectadas foram corroboradas pelas pequenas
distâncias genéticas, típicas de subespécies, que não impedem a ocorrência de intergradação entre as formas
geograficamente contíguas. A análise craniométrica confirmou estes resultados. Dos 9 epifenótipos
identificados no presente estudo, 7 constituem raças geográficas válidas, enquanto que 2 constituem
populações intergradantes, envolvendo duas ou mais subespécies. Estes resultados corroboraram para a
hipótese da existência de uma única espécie evolutiva de Saimiri na Bacia Amazônica, a S. sciureus, composta
por, no mínimo, 7 subespécies ou raças geográficas(S. s. sciureus, S. s. cassiquiarensis, S. s. macrodon, S. s. ustus, S. s.
madeirae S. s. bolivjensjs e S. s. Vanzolinii. O “status” taxonômico desta última, contudo, ainda permanece sob
discussão.

1993

211
FERRARI, Maria Aparecida Lopes. Conservação do cuxiú-preto, Chiropotes satanas satanas (Cebidae,
Primates), e de outros mamíferos na Amazônia oriental. 1993. 158 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1993.
Orientador: Stephen Francis Ferrari

RESUMO: O principal objetivo do presente estudo foi a avaliação do estado de conservação do cuxiú-preto,
Chiropotes satanas satanas, baseada na definição de sua distribuição geográfica e na identificação dos fatores
determinantes tanto de sua ocorrência, quanto da abundância de populações remanescentes. Levantamentos
no Maranhão confirmaram estudos anteriores, restringindo a distribuição original de C.s.satanas à floresta
amazônica, sendo seus limites leste e sul coincidentes com os da floresta. A metodologia aplicada foi
escolhida durante um estudo-piloto realizado numa reserva particular. O estudo principal envolveu a coleta
de dados de densidades de C.s.satanas e de outros mamíferos diurnos em quatro áreas de amostragem, três no
Pará e uma no Maranhão. O método da transecção linear foi usado para os censos. A biomassa de primatas
foi calculada com base nas densidades populacionais estimadas. Informações sobre as atividades
socioeconômicas das populações humanas locais, particularmente sobre a caça, foram coletadas em
entrevistas com moradores locais. Dados sobre a estrutura e a composição da floresta em duas áreas foram
149

coletados e comparados com os de outros estudos. Os resultados dos censos indicam diferenças significativas
entre as quatro áreas na abundância da maioria das espécies de mamíferos encontradas. No caso específico de
C.s. satanas, os valores de densidade encontrados apresentaram variações entre as áreas de até mais de 500%,
dependendo do método usado na estimativa. As diferenças na abundância das espécies de médio e grande
porte parecem ser basicamente determinadas pela intensidade da pressão de caça. O estudo mostra que de
maneira geral, C.s. satanas é mais abundante em seu habitat natural do que se supunha, com uma população
total de algumas dezenas de milhares de indivíduos. Contudo, este primata encontra-se realmente ameaçado
pela contínua expansão da ocupação humana dentro de sua área de distribuição geográfica, e medidas efetivas
para sua conservação dependem da integração das populações humanas locais. Observações preliminares da
espécie de primata recentemente descrita para o Maranhão, Cebus kaapori, também são apresentadas.

212
FRANCA, João Guedes da. NADPH - diaforase no córtex visual do macaco-de-cheiro (Saimiri
sciureus): atividade histoquímica nas áreas 17 e 18. 1993. 124 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1993.
Orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz

RESUMO: O padrão de distribuição da atividade da enzima NADPH-diaforase foi estudado no córtex visual
do macaco-de-cheiro (saimiri sciureus), usando-se a técnica de histoquímica para NADPH-diaforase (Método
"indireto" da "enzima malica", modificado de Scherer-Singler et al., 1983). A neurópila e a morfologia de dois
neurônios marcados pela técnica histoquímica são descritas. O padrão de macaco observado na neurópila é
bastante semelhante aquele obtido para a enzima citocromo-oxidase (Horton, 1984). Nos cortes tangenciais, a
enzima é distribuída heterogeneamente formando grumos nas camadas supragranulares de v1 e faixas ao
longo demarcadas com detalhes semelhantes aqueles da técnica de golgi. Descreve-se esta ultima subpopulação
quanto à morfologia, a partir de reconstruções em câmara clara. Todas as células desenhadas correspondem a
neurônios não-piramidais pobremente espinhosos, com árvore dendrítica muito bem corada e grau de
marcação axonal variável. Esta subpopulação neuronal apresenta um padrão morfológico bastante
diversificado, sendo que sua grande maioria se localiza na substância branca subjacente, um padrão não
observado em roedores (Vincent & Kimura, 1992; Da Costa et al., 1993)

213
GUIMARÃES, Diva Anélie de Araújo. Algumas características reprodutivas da cutia fêmea Dasyprocta
prymnolopha (Wagler, 1831) criada em cativeiro. 1993. 89 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1993.
Orientador: William Gomes Vale

RESUMO: Realiza análises colpocitológicas das diferentes fases do ciclo reprodutivo, assim como a
determinação da duração da gestação em 20 fêmeas adultas de cutias (Dasyprocta Prymnolopha). As cutias foram
mantidas em regime de cativeiro, nas condições climatológicas encontradas no trópico úmido da Amazônia.
Os animais apresentaram reprodução do tipo poliestral contínua, com a duração média dos ciclos estrais de
30 ,69±4,65 dias e período médio de gestação de 104,33±0,57 dias. Com relação ao estudo da citologia
esfoliativa, notou-se que no proestro houve freqüência maior de células superficiais anucleadas, intermédio no
diestro, as células parabasais foram em número maior de vezes.

214
LIMA, Silene Maria Araújo de. Distribuição das células ganglionares M em retinas de primatas diurnos
e noturnos. 1993. 147 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro
de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1993.
Orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira
150

RESUMO: A densidade de células ganglionares M foi estudada em retinas de primatas do Novo Mundo, o
diurno Cebus e o noturno Aotus. Utilizamos montagens planas retinianas coradas pelo Método Neurofibrilar
de Gros-Schultze, semelhante ao que ocorre com as outras classes de células ganglionares, a densidade de
células ganglionares M atinge o valor máximo próximo à fóvea, decaindo progressivamente em regiões
periféricas da retina. Há uma assimetria nasotemporal. Em retinas de Cebus, a densidade é 1.2-4.3 vezes maior
na região nasal do que na temporal, há excentricidades equivalentes. No Aotus, a assimetria é menor, variando
de 1.6 a 2.2 vezes. A maior densidade de células no quadrante nasal ocorre em paralelo ao menor tamanho de
pericário das células ganglionares M nesta região. O número total de células M estimado para as retinas de
Cebus e Aotus foi de 140.300 e 74.000, respectivamente. Há uma maior proporção de células M, em relação ao
total de células ganglionares, em retina de Aotus, do que na retina do Cebus.

215
PEREIRA JÚNIOR, Antônio. O Papel das interações comissurais subcorticais na binocularidade dos
neurônios do núcleo do trato óptico do gambá. 1993. 93 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1993.
Orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz

216
RODRIGUES, Antônio Augusto Ferreira. Migrações, abundância sazonal e alguns aspectos sobre a
ecologia de aves limícolas na baía de São Marcos, Maranhão - Brasil. 1993. 102 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 1993.
Orientador: David Conway Oren

RESUMO: Anualmente milhares de aves limícolas migratórias alcançam a baía de São Marcos, golfo
maranhense, em migrações partindo do hemisfério norte. Os estudos relacionados à dinâmica populacional
das espécies são baseados em observações diretas sistematizadas feitas através de binóculo e telescópio.
Foram escolhidas 06 (seis) áreas nas ilhas do Cajual e São Luís para o desenvolvimento dos censos
populacionais. Das 06 (seis) áreas estudadas, a área 1 (areno-iodoso) e a área 2 (iodoso) pertencem à ilha do
Cajual; os habitats 3 (arenoso-rochoso), 4 (arenoso), 5 (arenoso, iodoso e mangue) e 6 (areno-iodoso)
pertencem à ilha de organismos bentônicos. Para se verificar a composição de espécies, a abundância relativa
e o tipo de substrato de acordo com Rebelo (1986), foram registrados um total de 140.939 indivíduos de aves
limícolas em 15 espécies, pertencentes as famílias Charadriidae e Scolopacidae durante o período de estudo;
sendo 02 (duas) espécies consideradas residentes. Os dados dos censos indicam que as populações das
espécies de aves limícolas flutuam numericamente ao longo do tempo de acordo com o padrão migratório e o
tipo de habitat utilizado.

217
SANTOS, Ândrea Kelly Campos Ribeiro dos. A Influência de marcadores genéticos na epidemiologia
do vírus da hepatite B. 1993. 105 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1993.
Orientador: Ricardo Ishak

RESUMO: O vírus da hepatite B (VHB) é capaz de interagir com o hospedeiro infectado e estabelecer uma
infecção persistente com vários graus de destruição do tecido hepático. Vários fatores de risco têm sido
associados com o desenvolvimento da persistência do VHB em humanos. A proposta do presente trabalho
foi de investigar marcadores genéticos do hospedeiro que poderiam influenciar e modular a replicação do
VHB durante a infecção aguda originando um quadro de persistência. A Região Amazônica brasileira é uma
área de interesse devido à grande distribuição desse vírus em áreas específicas da região oeste.
Adicionalmente, o componente genético dos hospedeiros é aparentemente único por serem mantidos em
comunidades fechadas ou parcialmente fechadas. Foram investigadas sete comunidades urbanas e dezessete
151

comunidades indígenas no total de 4.593 pessoas. Cada indivíduo foi averiguado para obtenção de
informações demográficas e familiares. As amostras de sangue foram coletadas e investigadas para quatro
marcadores sorológicos do VHB e trinta e três marcadores genéticos. Os resultados revelaram que: (i) as
freqüências fenotípicas encontram-se dentro do intervalo descrito anteriormente para outros grupos da
Região Amazônica; (ii) existiu uma grande variação de exposição prévia para o VHB em ambos os grupos,
urbanos e não urbanos; (iii) foram descritos padrões diferentes de distribuição epidemiológica do VHB, que
estiveram presente dentro de aldeias de uma mesma tribo; e (iv) a prevalência de marcadores do VHB foi
significativamente maior nas comunidades indígenas do que nas híbridas.

218
SILVA FILHO, Manoel da. Desenvolvimento de instrumentação para experimentação in vivo e in
vitro em fisiologia visual. 1993. 103 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1993.
Orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz

RESUMO: Desenvolve sistemas de aquisição de dados morfo-funcionais para preparações in vivo e in vitro
usando como modelo o sistema visual de primatas da Amazônia. Preparações de brain slices combinando
traçadores intra e extracelulares in vivo registrados eletrofisiologicamente.

1994
219
ALCÂNTARA NETO, Constantino Pedro. Ecologia e pesca dos maparás, Hypophthalmus spp.
(Siluriformes, hypophthalmidae), no Lago Grande de Monte Alegre, Baixo Amazonas, Pará. 1994.
158 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1994.
Orientador: Ronaldo Borges Barthem

RESUMO: Os maparás são bagres de porte médio, pertencentes à super ordem Ostariophysi, ordem
Siluriformes, família Sulamericana Hypophthalmidae, gênero Hypophthalmus, e distribuem-se entre apenas três
espécies: H. edentatus, H. marginatus e H. fimbriatus. As três espécies ocorrem na Bacia Amazônica e, no Estado
do Pará, as pescarias comerciais destes peixes verificam-se principalmente nos rios Tocantins e nos afluentes
do Amazonas, onde apresentam grande expressão econômica e social. A diminuição da produção de maparás
no trecho baixo do rio Tocantins incrementou o esforço da pesca comercial destes peixes no Baixo
Amazonas, principalmente no Lago Grande de Monte Alegre. Objetivando estudar a ecologia e a pesca dos
maparás no Lago Grande de Monte Alegre, Baixo Amazonas-PA, investigou-se os seguintes aspectos: 1)
tecnologia empregada nas pescarias comerciais; 2) esforço de pesca empregado nas pescarias comerciais e a
captura por unidade de esforço obtida; 3) curva de seletividade para a rede de esmalhar; e 4) ecologia das
espécies no lago e verificação da comunidade de peixes a que estes pertencem. A rede de esmalhar é a única
arte de pesca empregada nas pescarias comerciais dos maparás no Lago Grande de Monte Alegre. Possui
comprimento médio aproximado de 59 metros. Cada pescador utiliza um conjunto composto em média por
8,8 redes e realiza em média 5 lances de pesca por dia, cada um com duração de 63,5 minutos em áreas rasas e
101,4 minutos nos canais. A Captura por Unidade de Esforço (CPUE) (g peixes/metro de rede, hora de
pesca.pescador) obtida nos canais foi de 88,0 g para todas as espécies e de 57,3 g para os maparás. Em áreas
rasas, a CPUE obtida foi de 174,9 g para a captura total e 139,8 g para os maparás. A socioeconomia da
atividade pesqueira é comentada e as duas modalidades de pesca observadas são descritas. A equação geral da
curva de seletividade obtida para H. marginatus foi Cm* (L)= e - 0,019 (L - 0,95 . m)². Também foram
estimados os comprimentos forcais médios, sobre os quais as malhas empregadas apresentaram eficiência
máxima de retenção, e os comprimentos forcais máximos, para os quais as redes empregadas capturaram
cerca de 50% dos espécimes disponíveis. As três espécies ocorreram sazonalmente no Lago Grande de Monte
Alegre, em ambientes lóticos e lênticos, em pequenas profundidades (entre 1,75 m e 4,70 m ) e também nos
152

canais com profundidades entre 8,30 m e mais de 15 m , distribuindo-se simpatricamente; H. marginatus


predomina e H. fimbriatus é rara. A sazonalidade de ocorrência das espécies neste lago é motivada
principalmente por fatores tróficos.

220
BRASIL, Heliana Maria Silva. Caracterização da arborização urbana: o caso de Belém. 1994. 204 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 1994.
Orientador: Felisberto Cavalheiro

RESUMO: A fim de subsidiar projetos visando implantar e manter a arborização de Belém-PA, foi procedida
a caracterização da situação atual das árvores da cidade, que possui uma área de aproximadamente 5.600 ha e
envolve uma população que, em 1991, alcançou 790.453 hab. Em função do relevo, essa área foi distinguida
em dois estratos, considerando-se a cota de 5m como o limite entre ambos. O inventário quantitativo parcial
foi realizado em 9 transectos, constituídos por ruas e avenidas, com uma extensão total de 40,2 km , nos quais
foram contadas 2.607 árvores, classificadas em 80 espécies, sendo de 35,92 árvores por quilômetro (arv/km) a
densidade no estrato I (acima de cota 5). Aplicado o Teste T, a 95% de probabilidade, tomando-se como
variável a densidade por quilômetro, ficou comprovada a eficiência da estratificação efetuada, assim como a
necessidade de subestratificação. A espécie mais abundante foi Terminalia catappa, cujos indivíduos constituíam
23,7% do total e que juntamente com os indivíduos de outras três espécies, representavam 85,1% das árvores
amostradas. Utilizando-se do processo de amostragem sistemática, foram demarcadas sobre os transectos 34
subunidades (UA), de 100 m de comprimento cada, onde além da quantificação foram tomados dados
referentes ao porte, disposição e qualidade das árvores. As espécies identificadas foram enquadradas quanto
ao porte, em pequenas (20%), médias (60%), altas (15%) e muito altas (5%). Mangifera indica, possuía 64,3 %
de seus exemplares com altura superior a 10 m, significando que atualmente seu plantio tem sido a espécie
que ofereceu maior sombreamento, em conseqüência da grande área de copa de seus indivíduos. Constatou-
se também, que desde a produção das mudas aos tratos necessários à condução das árvores, não são seguidas
as recomendações técnicas para o plantio em vias públicas, já que 15,7 % das árvores possuíam altura abaixo
de 2,2m; 39,7% possuíam a primeira ramificação abaixo de 1,50 m e 23,6% abriram a copa abaixo dos 2,0 m.
Os dados obtidos quanto à disposição das árvores, tanto nas calçadas quanto nos canteiros centrais, permitem
afirmar que não tem sido obedecido qualquer padrão de distanciamento, o que é agravado pelo fato de que
80,78 % das árvores estavam plantadas sob rede aérea e 19% delas não dispunham de área livre para o
crescimento. De modo geral, as árvores foram classificadas como ruins, embora, 20,9% necessitassem apenas
de manutenção; 7,9% requeriam substituição, entre essas, 13,6% das árvores de Senna siamea, a espécie em
pior estado entre as quatro mais abundantes. A participação da arborização particular no sombreamento das
calçadas mostrou-se insignificante. Recomenda-se em novas pesquisas, que a subestratificação da área leve em
consideração a época de ocupação, o uso predominante e a condição socioeconômica da população residente.

221
CAMPOS, Lygia Catarina Trindade. Atividade da NADPH - diaforase na área 17 do córtex visual do
macaco-da-noite (Aotus azarae): morfologia neuronal, distribuição laminar e padrão de neurópila. 1994.
101 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1994.
Orientador: Luiz Roberto Giorgetti de Britto

RESUMO: O óxido nítrico tem recebido considerável atenção como neuromediador no sistema nervoso e
outros sistemas. Neurônios que contêm óxido nítrico podem ser revelados por uma técnica histoquímica para
NADPH-diaforase. Utilizando-se esta técnica, demonstrou-se neste trabalho a morfologia e a distribuição
laminar das células diaforase-positivas na área 17 de um primata do Novo Mundo da espécie Aotus azarae. Foi
feita uma análise quantitativa da distribuição celular em diferentes camadas, do tamanho do corpo celular em
relação ao campo dendrítico, e uma análise da tendência da orientação dendrítica das células da substância
branca e cinzenta. O padrão de atividade de neurópila em cortes parassagitais e horizontais está presente em
todas as camadas corticais. A camada I apresenta-se como uma faixa fina densamente marcada, separada das
153

camadas II-III, que apresentam moderada atividade enzimática. Abaixo destas observamos a camada IV. A
camada IVa não apresenta atividade enzimática e a camada IVb apresenta-se menos reativa do que a camada
IVc. Esta camada é dividida em duas subcamadas: uma superior, que ocupa 2/3 desta camada, e uma inferior,
que é mais reativa e ocupa 1/3 da camada IVc. Abaixo desta camada, observamos as camadas V e VI bem
menos reativas. A substância branca não apresenta atividade enzimática difusa, exceto em neurônios que são
diaforase-positivos. Foram marcadas duas classes de células: uma caracterizada por fraca marcação
enzimática, com apenas os corpos celulares evidenciados, e outra subpopulação de neurônios fortemente
marcados, apresentando detalhes morfológicos semelhantes aos obtidos com a Técnica de Golgi, e que são
classificados como neurônios não-piramidais, pobremente espinhosos. Este tipo morfológico é mais
freqüente na substância branca e foi descrito em outras espécies de primatas. Apesar das funções do óxido
nítrico nos neurônios corticais não sejam ainda bem conhecidas, o método histoquímico de NADPH-
diaforase permite revelar detalhes morfológicos e a distribuição de neurônios que potencialmente utilizam
óxido nítrico como neuromediador no córtex visual.

222
DANTAS, Sandra Maria Mendes de Moura. Estudos citogenéticos em oito subespécies do gênero
Saguinus (Primates). 1994. 136 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1994.
Orientadora: Regina Maria de Souza Barros

RESUMO: Trinta e oito exemplares pertencentes a oito subespécies de Saguinus (S. fuscicollis fuscicollis, S.
fuscicollis weddelli, S. bicolor bicolor, S. bicolor martinsi, S. mystax mystax, S. imperator imperator, S. midas midas e S. midas
niger) foram estudados citogeneticamente e apresentam número diplóide de 46 cromossomos. Cinco destas
subespécies tiveram o cariótipo descrito pela primeira vez. Todos os cariótipos foram analisados pelas
técnicas citogenéticas de coloração convencional e bandeamentos G, C e Ag-NOR. A presença de
quimerismo cromossômico XX/XY foi verificada em quase todos os exemplares. Os dados obtidos da
análise de cada cariótipo foram comparados com as informações da literatura. O cromossomo Y variou em
quase todas as subespécies em morfologia e tamanho. Os resultados da comparação cariótipa entre as
subespécies do gênero analisadas neste estudo revelaram uma grande uniformidade cromossômica, sendo a
espécie Saguinus fuscicollis (S. fuscicollis fuscicollis e S. fuscicollis weddelli) ligeiramente diferente das demais por
variação na quantidade e distribuição de heterocromatina constitutiva.

223
HENRIQUES, Luiza Magalli Pinto. Composição e biogeografia da avifauna das ilhas Caviana e
Mexiana, foz do rio Amazonas. 1994. 108 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém. 1994.
Orientador: David Conway Oren

RESUMO: As ilhas Caviana e Mexiana, localizadas na foz do rio Amazonas, são construídas por sedimentos
fluviais e por terrenos bem consolidados que datam do Terciário e que foram separados tectonicamente do
continente no início do Holoceno. A composição da avifauna dessas ilhas é analisada tanto do ponto de vista
biogeográfico como do ecológico. Registramos 148 espécies de aves para a ilha Caviana e 183 para a ilha
Mexiana. A discrepância entre o tamanho da área, Caviana é maior que Mexiana, e o número de espécies
observadas deve-se a uma subamostragem de Caviana. Entretanto, a análise da composição demonstrou que
Caviana é mais rica em espécies florestais do que Mexiana. Em contrapartida, Mexiana apresentou uma maior
riqueza de aves de habitats abertos. Essas diferenças sugerem que a elevação do nível do mar no início do
Holoceno provocou a extinção de grande parte da avifauna de sub-bosque de mata na ilha Mexiana. As
porções de teso na ilha Mexiana não foram submersas, permanecendo a avifauna característica, que também é
representada na ilha do Marajó. A análise da distribuição de 157 espécies, subdividiu a avifauna em sete
categorias: ampla distribuição sul-americana (77), ampla distribuição amazônica (25), distribuição restrita à
Amazônia oriental (07), distribuição restrita ao sul do rio Amazonas e a leste do rio Tapajós (03), distribuição
restrita à várzea (19), ampla distribuição ao norte da Amazônia e ausentes no interflúvio Tocantins-Xingu
(05), ampla distribuição no Brasil Central (21). Não reconhecemos elementos restritos ao interflúvio
154

Tocantins-Xingu. Esse fato relaciona-se com fatores ecológicos e não históricos. O padrão relacionado ao
norte da Amazônia pode ser interpretado como sendo dispersão recente, através do sistema de ilhas da foz do
rio Amazonas, ou pela formação dos arcos Purús e Gurupá, estabelecendo conexão entre a margem direita e
esquerda do rio Amazonas, associados ao abaixamento do nível do mar no Pleistoceno. A dispersão ocorreu
nos dois sentidos, explicando a existência de um grande número de espécies e subespécies cuja distribuição se
restringe à Amazônia oriental e a dispersão de elementos do Planalto Central para o norte da Amazônia. A
última também está relacionada com a expansão das vegetações abertas, características do Planalto Central,
nos períodos glaciais.

224
MEDEIROS, Manuel Alfredo Araújo. Citogenética, evolução cromossômica, radiação e especiação dos
macacos-aranha (Ateles, Primates). 1994. 137 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1994.
Orientadora: Regina Maria de Souza Barros

RESUMO: Estuda os cariótipos de 22 espécimes de macacos-aranha de quatro subespécies (Ateles paniscus


paniscus, A. p. chamek, A. belzebuth hybridus e A. b. marginatus) submetidos a quatro técnicas de citogenética
(coloração convencional, bandeamentos G e C e marcação NOR). Os dados obtidos sobre a estrutura
cariotípica e a variação de cromossomos da amostra foram comparados com informações acumuladas na
literatura. O resultado das análises, principalmente da variação dos cromossomos 5, 6, 7 e 12,
geograficamente relacionados, mostrou que A. paniscus chamek representa as populações mais primitivas do
gênero, que teria surgido no sudoeste da Bacia Amazônica e se expandido para leste fundando as populações
ancestrais de A. belzebuth. Os taxa transandinos teriam se originado de um ramo derivado das populações
ancestrais de A. b. belzebuth. A. paniscus paniscus deriva muito provavelmente de populações ancestrais de A. b.
hybridus. A radiação de Ateles na Bacia Amazônica foi periférica e pode ser parcialmente explicada por mais de
um modelo de evolução biogeográfica. Mas, a distribuição relativa dos taxa no norte da bacia e suas relações
filogenéticas, inferidas a partir dos dados citogenéticos, evideciam que no Pleistoceno houve radicais
mudanças na distribuição de florestas naquela região.

225
MUNIZ, José Augusto Pereira Carneiro. Filárias parasitas de primatas não humanos da Amazônia
brasileira (Nematoda: Filarioidea). 1994. 86 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1994.
Orientador: Habib Fraiha Neto

RESUMO: Ampla revisão da literatura especializada permite reconhecer que existem 20 espécies de filárias já
referidas parasitando macacos neotropicais: 6 do gênero Dipetalonema, 13 de Mansonelia e uma de Onchocerca.
São elas: Diperalonema caudispina, D. freirasi, D. gracilis, D. gracilformis, D. nicoliei, D. robini, M arelensis, M.
barbascalensis, M colombienszs, M. marzae, M. marmoserae, M. mysraxi. M obtusa, M. panamensís, M. parvum, M.
peruviana, M. simz, M. ramarinae, M. zakii e O. volvulus. Apenas 5 dessas espécies têm sido relacionadas ao Brasil.
Delas, somente 4 foram registradas em macacos da Amazônia: D. caudispina, D. gracilis, D. graciliformis e M
mystaxi. Os adultos de Dipetalonema se assestam, de preferência, na cavidade abdominal, entre as folhas do
peritônio, ou em outras serosas (pleuras e pericárdio). Já os de Mansonella preferem o tecido celular
subcutâneo e intermuscular, principalmente do dorso e do pescoço. Aparentemente, essas infecções são
oligossintomáticas. O interesse de caracterizar a fauna de filárias parasitas de macacos da Amazônia suscitou:
a montagem de um banco de dados sobre os achados concernentes, relativos à América Tropical; a
sistematização da informação; a elaboração de uma chave dicotômica para identificação das microfilárias do
sangue de primatas não humanos neotropicais; e o exame parasitoscópico de 1.284 amostras de sangue de
primatas, resgatados das áreas inundáveis dos projetos hidroelétricos de Tucuruí, sudeste do Pará (Amazônia
oriental), Balbina, no Estado do Amazonas, e Samuel, em Rondônia - estes dois últimos na Amazônia
ocidental, um acima e outro abaixo da calha do Solimões. Três microrregiões zoogeográficas distintas,
portanto. As amostras haviam sido estocadas em criobanco, glicerolizadas. Tiveram de ser descongeladas e
155

lavadas, para posterior preparação do estiraço em lâmina e coloração pelo Método de Giemsa, para a
microscopia de imersão. 933 (72,6%) dos animais examinados portavam infecção natural. Seis espécies de
microfilárias foram encontradas: Dipetalonema caudispina, D. gracilis e uma outra do mesmo gênero, não
identificada às espécies já descritas, aqui provisoriamente denominada Dipetalonema sp. 100.10; M. alelensis, M.
tamarinae e outra igualmente não identificada - Mansonelia sp. 200.09. Somente na área de Tucuruí, todas 6
espécies ocorrem, superando o número antes registrado no país. Esses dados denotam a riqueza da fauna
específica na Amazônia e o pouco que tem merecido atenção. Impõe-se, agora, a confirmação taxonômica
desses achados, mediante estudo das formas adultas a serem em breve investigadas em primatas das mesmas
áreas geográficas.

226
SALOMÃO, Rafael de Paiva. Estimativas de biomassa e avaliação do estoque de carbono da
vegetação de florestas primárias e secundárias de diversas idades (Capoeiras) na Amazônia oriental,
Município de Peixe-Boi, Pará. 1994. 53 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1994.
Orientador: Daniel Curtis Nepstad

RESUMO: A conversão das florestas tropicais primárias contribui significativamente no aumento de dióxido
de carbono (CO2) na atmosfera, acarretando importantes variações climáticas, sobretudo no ciclo hidrológico.
Estimativas recentes indicam um acréscimo líquido de 3,2 Gt ano -¹ (1Gt=10Mg) de CO2 na atmosfera. As
emissões líquidas de CO2 para 1980, devido ao desflorestamento, são da ordem de 1,8 Gt ano-¹. Qual é o
estoque de carbono da biomassa de floresta primária densa? Qual a taxa de acumulação de carbono das
florestas secundárias após o abandono? Para responder estas questões foi efetuado este estudo na paisagem
agrícola e em um fragmento de floresta primária densa no Município de Peixe-Boi, Pará. Foram amostrados 3
ha (DAP maior ou igual 10 cm) e 0,6 ha (DAP maior ou igual 5 cm) em floresta primária e, 0,25 ha em cada
classe de idade (5,10 e 20 anos) de capoeiras (DAP maior ou igual 5 cm). Foram calculados a abundância (n°
ind.ha-¹), a diversidade (n° spp área -¹), a área basal (m² ha-¹), o volume (m³ ha-¹) através de equações
alométricas e a biomassa total (Mg ha-¹). A estrutura diamétrica e altimétrica dos indivíduos desses
ecossistemas foram, também, previamente analisadas e discutidas. A biomassa total estimada (peso seco) para
a floresta primária foi de 388 Mg ha-¹ referentes à biomassa aérea, 68 Mg ha-¹ à biomassa subterrânea e 53
Mg ha-¹ à biomassa morta; o estoque de carbono calculado foi de 194 Mg ha-¹. Em florestas secundárias de
5,10 e 20 anos foram estimadas 13,44 e 81 Mg ha-¹ de biomassa aérea - incremento médio de 4 Mg ha-¹ ano-¹.
Tal incremento implica numa retirada de 2 Mg ha-¹ ano-¹ de carbono da atmosfera através da fotossíntese. A
análise do balanço preliminar da acumulação de biomassa e do estoque de carbono nestes ecossistemas,
demonstra que seriam necessários cerca de 90 anos para que capoeiras de até 20 anos reabsorvam (via
fotossíntese) cerca de 180 milhões de Mg de carbono liberados para a atmosfera, por meio da substituição de
930 mil ha de floresta primária que originariamente recobriam a região.

227
SILVA, Regina Célia Viana Martins da. Chlorophyceae (Algae, Chlorophyta) do lago Água Preta,
Município de Belém, Estado do Pará. 1994. 145 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1994.
Orientador: Carlos Eduardo de Mattos Bicudo

RESUMO: Realizou-se o inventário florístico das Chlorophyceae do lago Água Preta, o qual faz parte do
complexo de abastecimento de água do Município de Belém, cujo tratamento e distribuição são feitos pela
Companhia de Saneamento do Pará (COSANPA). O inventário foi efetuado a partir de quatro coletas no
período de outubro de 1992 a agosto de 1993. Foram identificados 46 taxa de Chlorophyceae, sendo 38 espécies,
sete variedades, e um que foi identificado apenas a nível de gênero. As famílias que representaram a classe
foram: Characiaceae (1 taxon), Treubariaceae (2), Golenkiniaceae (2), Hydrodictyaceae (3), Botryococcaceae (5), Oocystaceae
(1), Chlorellaceae (12), Coelastraceae (3), Scenedesmaceae (15) e Palmellaceae (2 taxa); 24 taxa são citados pela primeira
vez para o Estado do Pará, sendo três variedades, 16 espécies e quatro gêneros, Scenedesmus (7 taxa) e
Ankistrodesmus (5 taxa) foram os gêneros que, qualitativamente, melhor se fizeram representar. Para cada
156

táxon identificado são fornecidos seu nome completo, citação original, basiônimo (quando for o caso),
descrição, número de registro em herbário da(s) amostra(s) onde foi encontrado, distribuição geográfica no
Pará, comentário e ilustração. Acompanha o trabalho uma chave artificial dicotômica para identificação dos
gêneros inventariados e 11 outras para os taxa infragenéricos. Forneceu-se ainda mapas com a localização da
área de estudo e uma tabela de distribuição dos taxa inventariados nas respectivas épocas de coleta.

228
SOUTO, Raimundo Nonato Picanço. Sazonalidade de culicídeos e tentativas de isolamento de
arbovírus em floresta e savana no Estado do Amapá. 1994. 70 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1994.
Orientador: Inocêncio de Sousa Gorayeb

RESUMO: No período de agosto de 1992 a agosto de 1993, no Parque Zoobotânico, Macapá, Amapá em
uma área de floresta e de savana, foram executadas coletas de mosquitos adultos, objetivando-se determinar a
variação sazonal da população culicidiana, a idade fisiológica de algumas espécies vetores potenciais de
arbovírus e tentar isolar arbovírus. As coletas de mosquitos foram executadas com uso de "isca-humana" e
"isca-luminosa", tanto na floresta (solo e copa) quanto na savana (solo) nos períodos diurno e noturno. Para a
determinação da diversidade e da dominância das espécies, calculou-se os índices de Shannon-Wiener e Berger-
Parker, respectivamente. Usou-se a Análise Fatorial de Correspondência, para subsidiar o agrupamento das
espécies quanto a sua maior abundância nos ambientes, modalidades de capturas e períodos amostrais. As
espécies de culicídeos foram arrumadas em gráficos para determinação de suas variações sazonais. Analisou-se
também a correlação entre a densidade relativa de mosquitos e a chuva acumulada durante 7, 15, 30, 45 e 60
dias antes do dia em que o mosquito foi coletado. A idade fisiológica foi determinada a partir da taxa de
paridade. As tentativas de isolamento de arbovírus foram realizadas pelo Laboratório de Arbovírus do
Instituto Evandro Chagas. Foram obtidas, no total geral de mosquitos coletados, 41 espécies. A floresta foi o
ambiente que apresentou a maior riqueza, 38 espécies enquanto que na savana foram assinaladas 25. Sendo
que 21 destas, ainda não tinham sido registradas no Amapá. A diversidade calculada pelo índice de Shannon-
Wiener foi maior na floresta, enquanto que a dominância das espécies obtida pelo índice de Berger-Parker foi
maior na savana. Ae. scapularis, Ps. ferox e Ae. serratus foram as espécies coletadas em maior abundância. As
espécies mostraram com nitidez preferências de atividades em relação aos ambientes, tipos de iscas e períodos
amostrais. Os picos de abundância das espécies variaram nitidamente em função das estações climáticas, no
geral observou-se maior densidade durante a estação chuvosa, confirmando o que já se conhecia da
sazonalidade de mosquitos em áreas tropicais. Na determinação da taxa de paridade, da espécie Ps. ferox, a
maior proporção de oníparas foi constatada durante a estação chuvosa enquanto para Ae. scapularis, obteve-se
menor proporção de onípara nesta estação. Foram obtidos dois isolamentos do vírus Pacora (Bunyaviridae:
Bunyavirus-like), sendo que estes isolamentos são os primeiros a partir de mosquitos na Amazônia brasileira.

1995

229
ALMEIDA, Renata Andréa Chaves de. Estudo das relações intergenéricas na subfamília Callitrichinae
usando o intron 11 do gene fator de Von Willebrand. 1995. 113 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1995.
Orientador: Horácio Schneider

RESUMO: Com o objetivo de esclarecer as relações filogenéticas entre os gêneros da subfamília Callitrichinae,
constiuída por Cebuella, Callithrix, Saguinus, Leontopithecus e Callimico, foram estudados dois indivíduos da
espécie Cebuella pygmaea; três espécies de Callithrix do grupo Argentata (C. mauesi, C. argentata e C. humeralifer) e
157

duas do grupo Jaccus (dois indivíduos de C. geoffroyi e um de C. jacchus); duas espécies de Saguinus (S. fuscicollis e
S. bicolor); um Leotopithecus rosalia; dois indivíduos da espécie Callimico goeldii, como grupo irmão Aotus azarae e
Cebus nigrivitatus e como grupo externo Lagothrix lagotricha. No presente trabalho, o intron 11 do gene do fator
de Von Willebrand foi amplificado através da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), o produto resultante foi
purificado, clonado e posteriormente seqüênciado pelo método de didesoxiterminal. As seqüências obtidas
foram alinhadas manualmente usando o editor de seqüências ESEE, e os alinhamentos submetidos a análises
filogenéticas por métodos de máxima parcimônia, agrupamento de vizinhos e máxima verossimilhança. Todas
as análises cladísticas utilizadas forneceram o mesmo resultado: os callitriquíneos são um clado monifilético,
sendo que Saguinus é o gênero mais basal, seguido por Leontopithecus e sendo Callimico o grupo irmão de
Cebuella-Callithrix. Devido à grande similaridade entre Cebuella e Callitrhrix, mais precisamente do grupo
Argentata, propomos que Cebuella seja incluído dentro do gênero Callithrix fazendo parte do grupo Argentata.

230
AMORIM, Ana Karla Jansen de. Circuitos corticais da área 17 do macaco prego (Cebus apella):
morfologia, distribuição laminar e modular dos terminais axonais intrínsecos e dos neurônios de projeção
recíproca entre V1 e V2. 1995. 217 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz

RESUMO: A organização dos circuitos corticais intrínsecos de V1 e de projeção entre V1 e V2 do córtex


visual do Cebus apella foi estudada empregando a biocitina como neurotraçador, e as histoquímicas para
NADPH-diaforase e citocromo-oxidase como marcadores para lâminas e módulos. A morfologia dos
terminais axonais interligando lâminas e módulos de V1, assim como a dos neurônios de projeção intrínseca
de V1 e de projeção recíproca entre V1 e V2, foram analisadas através de microscopia automática
tridimensional ou reconstrução bidimensional em câmara clara. A análise quantitativa dos pontos de
ramificação, número e comprimento de segmentos, ângulo de ramificação, intervalo interbotões e densidade
de botões, permitiu identificar dois tipos de terminais axonais (I e II), que se caracterizam pela presença ou
ausência de cachos e de botões “terminaux” (terminais) ou “en passant” (de passagem) e pelo padrão geral de
ramificação esparso ou localizado. Os terminais do tipo I inervam principalmente as camadas supragranulares,
podendo restringir-se aos grumos ou aos intergrumos, inervar principalmente, mas não exclusivamente, um
dos dois ou finalmente inervar a ambos na mesma proporção. Neurônios piramidais, piramidais estrelares e
estrelares situados nas camadas IIIa, IIIb ∂ IIIb β e IIIc participam das projeções intrínsecas de V1. Os
mesmos tipos morfológicos participam da projeção de V1 para V2 mas sua distribuição se dá principalmente
nas camadas lua, IIIa, IIIb ∂ e IIIc e em menor proporção nas lâminas II, IIIb β, IV ∂, IV β e V. Os
neurônios de projeção de V2 para V1 são piramidais e ocupam as camadas supragranulares (II e III) e
infragranulares (V e VI). Tais resultados revelam grande similaridade na organização das conexões intrínsecas
de V1 e recíprocas entre V1 e V2 do Cebus apella e dos primatas do Velho Mundo.

231
CALVOSA, Vanja Suely Pachiano. Avaliação do papel de anticorpos (IgG) antimaláricos transferidos
da mãe para o feto na ocorrência de malária neo-natal: outros fatores de importância. 1995. 59 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientador: José Maria de Souza

RESUMO: Avaliou-se um grupo de 17 mulheres grávidas, antes e após o parto juntamente com seus recém-
nascidos, para tentar elucidar a razão do número tão pequeno de casos de malária neo-natal. A origem dos
casos, a idade gestacional e o tipo de malária foram variados. Realizaram-se testes de imunofluorescência
indireta, para detecção de anticorpos das classes IgG e IgM, gota espessa e exames anátomo-patológicos
macro e microscópico das placentas. Todas as informações foram reunidas numa ficha individual para cada
paciente. Os resultados permitem confirmar que há transferência passiva de anticorpos da classe IgG através
da placenta para todos os recém-nascidos. Os títulos encontrados nas mães variaram de 40 a 360, sendo que a
158

maioria ficou em 160. Outro fator importante é a barreira placentária, que parece ter funcionado como um
filtro eficaz para a não ocorrência, neste grupo, de malária neonatal.

232
CARNEIRO, Milene Russelakis. Fatores que afetam a degeneração das células ganglionares da retina
do gato após axonotomia parcial do nervo óptico. 1995. 114 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1995.
Orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira

RESUMO: Investiga a resposta das células ganglionares da retina do gato adulto à secção parcial do nervo
óptico. O nervo óptico esquerdo destes animais foi parcialmente seccionado 1-5 mm atrás do globo ocular.
Os animais foram sacrificados entre 2-21 dias após a lesão. Em seguida, as retinas foram dissecadas e coradas
pelo método neurofibrilar e Método de Nissi. Uma semana após a axonotomia, a densidade média das células
ganglionares foi 60% dos valores normais e 16 % destas células exibiram núcleo picnótico. As células ß
degeneraram antes dos demais tipos celulares, com o núcleo apresentando cromatólise e picnose. As células
alfa exibiram um aumento de coloração pelo método neurofibrilar antes de degenerarem entre 2 -3 semanas
após a lesão. A substância de Nissi destas células diminuiu, mas nós não observamos núcleo picnótico.
Algumas células degeneraram lentamente, tornando-se argirofílicas 3 semanas após a axonotomia. Nós
sugerimos que as células ß degeneram rapidamente por excitotoxidade, uma conseqüência de sua grande
aferência glutamatérgica das células bipolares. Para testar esta hipótese, um grupo de animais foi tratado com
injeções intraoculares diárias contendo 14,28 µg de MK-801, um antagonista de receptores para o glutamato,
diluídas em 20 µl de solução de NaCl 0,9%. Um grupo controle recebeu injeções intraoculares diárias de 20 µl
de solução salina. Nestes animais, um implante de Peroxidase de Raiz Forte (HRP) foi colocado no local de
lesão do nervo. Uma semana após axonotomia, os animais foram sacrificados e as células ganglionares
reveladas pela histoquímica para HRP e contracoradas pelo Método de Nissi. Após o tratamento com o MK-
801, 86% das células ganglionares sobreviveram e não foram observados núcleos picnóticos.
Inesperadamente, após o tratamento com solução salina 89% das células ganglionares sobreviveram e 4%
destas células exibiram núcleo picnótico. Nós concluimos que a degeneração precoce das células ganglionares
ocorre por mecanismo susceptível a ação de neurotrofinas, liberadas pela lesão do olho, e antagonistas de
receptores para o glutamato.

233
COSTA, Edmar Tavares da. Uma análise comparativa da atividade da enzima NADPH-diaforase no
córtex estriado de roedores e primatas da Amazônia. 1995. 92 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1995.
Orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz

RESUMO: A atividade histoquímica da enzima NADPH-diaforase foi estudada comparativamente no córtex


visual primário de dois gêneros de roedores, Dasyprocta (cutia), de hábito diurno, e Cavia (preá) de hábito
noturno, e dois gêneros de primatas, o Cebus (macaco-prego), de hábito diurno, e o Aotus (macaco-da-noite)
de hábito noturno. Usando-se o Método Indireto de Scherer-Singler et al. (1983), realizou-se a histoquímica em
fatias do córtex estriado daqueles animais, obtendo-se resultados semelhantes dentro de cada grupo estudado.
Nestes animais ficou evidenciada a presença de uma mesma população de neurônios que exibem morfologia
semelhante a neurônios não-piramidais lisos ou esparsamente espinhosos. A análise quantitativa da
distribuição laminar demonstrou a existência de uma predominância destas células na substância cinzenta dos
roedores, ao contrário do observado entre os primatas, em que a maior densidade de células é sempre
encontrada na substância branca. Uma segunda população de neurônios, exibindo uma marcação fraca
restrita ao pericário, foi também observada, principalmente nas camadas corticais supragranulares dos
primatas. O padrão heterogêneo obtido pela reação histoquímica observada na neurópila da área visual
primária nestes animais permitiu a discriminação das diferentes camadas, tal como observadas na laminação
clássica obtida pela técnica de Nissi. Nos roedores estudados, o padrão obtido pela reação mostrou-se similar
159

para o preá e para a cutia. Nos primatas, no entanto, verificou-se que a camada 4a observada nos cortes
corados pela técnica de Nissi não era evidenciada pela reação histoquimíca no macaco-da-noite, tal como
descrita no macaco-prego. Além disso, através da reação histoquímica observa-se a presença, no macaco-da-
noite, de uma reação mais intensa no limite da camada 4c com a camada 5, ocupando cerca de 1/3 da
primeira camada. Esta mesma sublâmina é verificada no macaco-prego, porém, menos espessa, constituindo
cerca de 1/5 da camada. A distribuição espacial da atividade da enzima NADPH-diaforase permitiu inferir a
disposição das fontes potenciais de óxido nítrico no cérebro. Neste trabalho, os achados comparativos em
duas ordens de mamíferos relativos à área 17 são de interesse geral para os estudos comparativos de funções
relacionadas aquele neuromediador no córtex visual primário.

234
FIGUEIRÓ, Celso Luis Miranda. Aspectos biológicos e controle da lagarta Dione juno juno
(Lepidoptera, Heliconiidae) do maracujazeiro (Passiflora edulis) por Baculovírus dione. 1995. 73 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientador: Carlos Fernando Salgueirosa de Andrade

RESUMO: A larva de Dione juno juno (Cramer, 1779) é considerada a principal praga do maracujazeiro
(Passiflora edulis), devido ao severo desfolhamento que ela provoca na planta e conseqüentemente uma redução
na produção de frutos. O Baculovírus dione por ser um agente natural e não provocar danos ao meio ambiente
foi utilizado neste estudo como um inseticida biológico. Os objetivos deste estudo são: i) avaliar os aspectos
da biologia de D. j. juno e, ii) determinar a eficácia do B. dione no controle biológico de larvas de D. j.juno. Duas
séries de experiências foram realizadas neste estudo. Uma série realizada em laboratório, para avaliação dos
aspectos biológicos de D. j. juno e da suscetibilidade das larvas ao vírus, outra série realizada em campo para
testes de dosagens do vírus. Os principais resultados deste estudo são assim divididos: a) dados biológicos:
número médio de ovos por postura = 91,2 (38 - 178 ovos); viabilidade dos ovos = 68,62% (19,3 - 100 %);
período de incubação dos ovos = 4,53 dias (4 - 5 dias); período larval = 13,81 dias (12 - 15 dias); número de
estádios larvais = 5 - 6; consumo foliar por larva = 136, 59 cm²; mortalidade larval = 20 a 40 % para larvas
agrupadas e 90 a 95% para larvas isoladas; fase de pupa = 7 dias; ciclo completo de D. j. juno = 25,87 dias (24-
28 dias); e proporção sexual = 1,26 machos para uma fêmea; b) controle biológico: o B. dione é um vírus da
poliedrose múltipla nuclear (MNPV) que mostrou ser altamente patogênico e eficiente no controle das larvas
de D. j. juno nas concentrações de 10, 20, 40 e 80 gramas de larvas/500 litros de água, com um percentual de
eficiência variando de 56 a 100 % no sétimo dia após a aplicação do vírus, e que após sete dias de exposição
no campo, apresentou mortalidade larval que variou de 30,23 a 70,94 % no nono dia da infecção das larvas.

235
HONDERMANN NUNEZ, Juan Bosco. Fitomassa e estoque de bioelementos das diversas fases da
vegetação secundária, provenientes de diferentes sistemas de uso da terra no nordeste paraense,
Brasil. 1995. 185 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientador: Manfred Denich

RESUMO: Estuda a produção de fitomassa e reserva de bioelementos de quatro fases de vegetação de


aproximadamente um, quatro/cinco, sete e dez anos de pousio ou abandono, proveniente de três sistemas de
uso da terra: sistema tradicional (roça e queima) e cultivo de pimenta-do-reino sob duas condições de preparo
e trato do solo-manual e mecanizado. O inventário florístico, em 12 faixas de 1x50 m, revelou 240 espécies
distribuídas em 70 famílias. A relação espécie-área indicou diferenças principalmente nas fases do primeiro
ano entre os sistemas tradicional e pimental com preparo mecanizado. Os perfis da estrutura horizontal e
vertical da vegetação indicam maior heterogeneidade nas áreas de ex-pimentais. A determinação da fitomassa
foi feita por métodos destrutivos em parcelas de 1x2 m, 1x4 m, 1x5 m; por meio da colheita, secagem e
pesagem da vegetação segundo componentes morfotaxonômicos. O estoque radicular foi estimado a partir da
extração de raízes com solos de até 50 cm de profundidade, e posterior lavagem. O estoque aéreo vivo da
160

fitomassa das fases um, quatro/cinco, sete e dez anos, dos três sistemas apresentaram valores semelhantes, a
exceção do local de sete anos do pimental com preparo manual (tradicional: 6,9; 19,9; 37,7 e 77,4 tha-1;
pimental manual: 3,9; 29,9; 67,0 e 65,8 tha-1; e pimental mecanizado: 6,1; 25,0; 34,0 e 65,6 t.ha-1). Os pesos
médios do estoque radicular dos sistemas de uso tradicional são maiores que os análogos dos pimentais
(tradicionais : 12,5; 16,8; 19,0 e 22,7 t.ha-1; pimental manual: 2,8; 8,6; 11,5 e 13,2 t.ha-); e pimental
mecanizado: 6,3; 10,5; 10,6 e 17,1 t.ha-1). A trajetória da regressão da fitomassa como função da idade foi
exponencial, com boa correlação para o sistema tradicional; no pimental mecanizado esta foi menor. As raízes
em ambos os sistemas apresentaram baixa correlação. Nos estoques de fitomassa foram encontradas
diferenças na variância e na porcentagem do coeficiente de variação, nos pimentais foram consideravelmente
mais altos que nas áreas de sistema tradicional, refletindo a heterogeneidade da estrutura horizontal e vertical.
Nas raízes médias e grossas (≥ 2mm), encontrou-se que nas provenientes de sistema tradicional a variância é
mais alta nos primeiros anos, esta relação é inversa nas áreas de pimentais, refletindo no primeiro caso o
estoque de raízes médias e grossas remanescentes da fase de cultivo. Os estoques de fitomassa oriundas das
espécies Leguminosas no sistema tradicional, à exceção da fase do primeiro ano, são maiores cerca de 5 a 20
vezes que os estoques nos sistemas de uso com pimentais. A Cecropia palmata foi encontrada nas áreas de ex-
pimentais, como reflexo da maior presença de luz nos diversos estratos do sistema em todas as fases da
sucessão da vegetação secundária. O material vegetal foi analisado quimicamente segundo grupos
morfotaxonômicos, e determinados os teores de N, P, K, Ca e Mg (Método de Koch e Moawd, 1977). Os
teores dos tecidos vegetais dos três sistemas apresentaram semelhanças quanto a N, Ca e Mg quanto a P e K,
os teores da vegetação dos sistemas perenes foram consideravelmente mais altos que os tradicionais. Também
as reservas de N, Ca e Mg do compartimento aéreo vivo são semelhantes nos três sistemas, quanto a P e K
nas áreas de ex-pimentais foram maiores. No solo encontrou-se essa mesma tendência. Comparando as fases
etárias dos três sistemas, os ecossistemas oriundos de pimentais são mais ricos em P e K.

236
NASCIMENTO, Regina Socorro Virgolino do. Estudo das colunas de dominância ocular do Cebus
apella pela histoquímica de NADPH-diaforase. 1995. 131 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas , Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1995.
Orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira

RESUMO: O padrão de distribuição da enzima NADPH-diaforase foi estudado pela reação histoquímica
“indireta” para NADPH-diaforase (Scherer-Singler et al., 1983), na neurópila do córtex visual primário (V1), em
macacos Cebus apella enucleados. Para tanto, o lobo occiptal foi aplanado e seccionado tangencialmente. Os
aspectos principais estudados nestas preparações foram os padrões especiais da organização modular,
semelhante àqueles descritos com a histoquímica para o citocromo oxidase (Horton 1984; Rosa et al., 1988a,
1991, 1992). Com a histoquímica para a enzima NADPH-diaforase foram visualizados os grumos nas
camadas supragranulares e as colunas de dominância ocular na camada IVC, sendo a camada IVC estudada
mais pormenorizadamente. Foram obtidas reconstruções completas das colunas de dominância ocular da
camada IVCß de V1 a partir de desenhos em câmara clara. Foi também feita uma reconstrução completa da
região opercular por montagem fotográfica. Foi realizada a análise morfométrica das colunas de dominância
ocular com obtenção de suas dimensões em largura e área, e depois comparada tais medidas entre as
projeções contralateral e ipsolateral. Foi descrita a asssimetria naso-temporal das colunas de dominância
ocular encontradas no meridiano horizontal da periferia do campo visual, na qual colunas de dominância
ocular de projeção contralateral superavam àquelas de projeção ipsolateral quanto à extensão de território
cortical ocupado. As diferenças encontradas entre as projeções contralateral e ipsolateral de um e de outro
olho nos hemisférios contralaterais ao olho intacto foram mais pronunciadas do que nos hemisférios
ipsolaterais. Estes resultados são complementares aos observados previamente para o Cebus apella pela
histoquímica de citocromo oxidase (Rosa et al., 1988a, 1992). Tais achados são de interesse para o estudo da
variação do tamanho de módulos corticais no córtex visual e suas relações com as projeções das vias visuais
no animal adulto.
161

237
OLIVEIRA, Lia Cunha de. Dinâmica de crescimento e regeneração natural de uma floresta
secundária no Estado do Pará. 1995. 126 f. Dissertação (Mestrado) Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientador: José Natalino Macedo Silva

RESUMO: O manejo de florestas secundárias é uma opção de uso alternativo da terra que vem adquirindo
importância no cenário brasileiro e mundial, à medida que se eleva o montante de áreas abandonadas pela
agricultura migratória, pastagem extensiva e exploração florestal realizada sem cuidados técnicos. Este
trabalho é uma análise da dinâmica de crescimento e regeneração natural de uma área de 48 ha de floresta
secundária, com aproximadamente 50 anos de idade, situada no planalto do Tapajós, em Belterra, Município
de Santarém, Pará. O estudo foi realizado com base em inventário florestal contínuo utilizando onze parcelas
permanentes e 0,25 ha, durante um período de 10 anos. Os resultados mostraram que o povoamento possui
88 espécies, 75 gêneros e 38 famílias botânicas. As espécies heliófilas duráveis dominam o dossel superior
com 58% da área basal e 79 % do volume total, entre elas, as mais abundantes foram Jacaranda copaia, Vochysia
maxima e Didymopanax morototoni, atualmente comercializadas no mercado de madeiras. Em termos de número
destacaram-se as espécies heliófilas efêmeras com 63 % do total de árvores da população. Durante o período
monitorado, a média do incremento periódico anual do diâmetro, área basal e volume para o estrato arbóreo
foi de 0,4 cm.ano; 0,73 m² ha ano e 4,22 m³ ha ano, respectivamente. As heliófilas duráveis apresentaram
incremento em diâmetro significativamente superior aos demais grupos de espécies. A quantidade de luz
recebida pelas copas teve forte influência no crescimento em DAP, árvores com copas completamente
iluminadas cresceram mais que as parcialmente sombreadas e as sem iluminação direta. O povoamento vem
mantendo um balanço positivo, nos últimos 10 anos, com o número de ingressos sendo superior à
mortalidade tanto na população de árvores como na regeneração natural. A análise do sub-bosque da floresta
demonstrou que a maior parte do dossel permanece aberto, permitindo a entrada de luminosidade que
favorece à regeneração e o crescimento das espécies heliófilas, que dominam o dossel inferior, apresentando
74 % do número de varas/ha (2,5 DAP < 5,0 cm) e 70 % do número total de mudas (H 30 cm e DAP < 2,5
cm). A quantidade e a distribuição da precipitação pluviométrica influenciou de maneira determinante a
regeneração natural. As taxas de incremento, ingressos e mortalidade oscilaram ao longo do ano de acordo
com a quantidade de chuvas da região. Esta influência se deu, em maior escala, entre as mudas de espécies
heliófilas.

238
RIBEIRO, Rita de Cassia Mousinho. Estudo da variabilidade genética de populações indígenas da
Amazônia através da análise de polimorfismos de DNA no complexo de genes da globina b e
polimorfismos genéticos clássicos. 1995. 102 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientador: João Farias Guerreiro

RESUMO: Duas populações indígenas da Amazônia foram investigadas para polimorfismos de DNA no
complexo de genes β da hemoglobina, a partir de seis sítios de restrição 1-Hincll, na região 5’do gene e; 2-
Hindlll, no IVS-2 do gene γG; 3-Hindili, no IVS-2 do gene γA; 4-Hincll, no gene Ψβ; 5-Hincll, na região 3’do
gene Ψβ; e 6-Hinfl, na região 5’do gene β) e dos haplótipos deles derivados. O haplótipo 2 (+ — — — —)
foi o mais encontrado nesses grupos, sendo observado com freqüência de 85,7% nos Poturujara e de 100%
nos Awá-Guajá. No primeiro grupo citado foram encontrados também os haplótipos 5 (— + — + +) e 6 (—
+ + — +) em 4,8 e 9,5% dos cromossomos, respectivamente. Quando comparou-se esses grupos com
outros anteriormente estudados por Guerreiro et al. (1992 e 1994):Yanomámi, Kayapó, Wayana-Apalaí, Wayampí
e Arára, foram observadas diferenças não significativas em relação à distribuição de freqüências haplotípicas,
embora a diversidade verificada nos Awá-Guajá (h0) tenha sido diferente da apresentada pelas demais
populações, com exceção dos Yanomámi, em virtude da aparente fixação do haplótipo 2. As comparações das
distribuições de haplótipos em nível mundial confirmaram, uma vez mais, a grande similaridade existente
entre indígenas e asiáticos, particularmente com as populações do leste do continente. Esse tipo de
162

comparação também evidenciou, claramente, a grande diversidade das populações africanas em relação aos
demais grupos humanos. Em termos de diversidade haplotípica (h), os indígenas revelaram uma variabilidade
estatisticamente superior à verificada em micronésios, embora similar à encontrada nos asiáticos e polinésios.
Essa medida de diversidade foi ainda significativamente inferior a de melanésios, europeus e africanos.
Adicionalmente, as comparações da variabilidade de haplótipos 13 revelaram discretas reduções de
heterozigosidade dos indígenas em relação aos asiáticos (leste e sudeste). Todos os resultados obtidos com a
investigação desses haplótipos corroboram a teoria de origem predominantemente asiática para o homem
americano. Alternativamente, procurou-se examinar a variabilidade apresentada pelos ameríndios quanto a
polimorfismos clássicos (RH, MNSs, GM e HLA-A), polimorfismos de DNA (complexos de genes a e 13 da
hemoglobina) e para o conjunto desses locos em relação à populações não-indígenas. Apesar do reduzido
número de sistemas analisados, foi possível observar, de maneira geral, um nível considerável de diversidade
entre as tribos analisadas, não sendo detectadas diferenças significativas, em nível de 5%, entre a variabilidade
desses grupos tribais e a heterozigosidade observada nas outras populações humanas, considerando-se o
conjunto de locos selecionados. No entanto, não foi verificado um padrão uniforme de redução ou aumento
da variabilidade apresentada pelos indígenas, quando comparados aos demais grupos humanos. Com base no
índice de diferenciação genética (GST), pode-se constatar a existência de uma significativa heterogeneidade
entre as tribos indígenas, demonstrando que a maior proporção da diversidade total verificada nesse grupo
pode ser atribuída à variabilidade intrapopulacional. Os resultados aqui obtidos indicaram a necessidade de
estudar-se um maior número de tribos, além da ampliação do número de locos, para melhor avaliar a extensão
da variabilidade das populações indígenas.

239
SILVA, Mary Fernandes da. Estudo fitossociológico das Orchidaceae da floresta marginal do rio Apeú,
Município de Castanhal-PA. 1995. 114 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientadora: Manoela Ferreira Fernandes da Silva

RESUMO: A floresta de igapó do rio Apeú (Município de Castanhal-PA) ainda conserva características de
um ambiente pouco impactado pelo homem e uma flora orquídica bastante rica. Neste ambiente, foi
realizado um levantamento fitossociológico da família Orchidaceae. Foram identificadas 92 espécies distribuídas
em 51 gêneros, entre estes o gênero Caluera Dodson, primeira citação de ocorrência deste gênero no Brasil.
Quanto as árvores hospedeiras (forófitos), a família Bombacaceae apresentou maior número de espécies
(28,17%) do total, seguida da família Leguminosae (25,35%). As espécies de forófitos mais ricas em Orchidaceae
foram: Macrolobium bifolium Pers., Pachira aquatica Aubl., Caraipa grandiflora Mart., Pterocarpus amazonicus Hub. e
Gustavia augusta L. O número de Orchidaceae epífita por espécie de forófito variou de 1 a 19 espécies, sendo o
número médio de 3 espécies de Orchidaceae por forófito. As espécies orquídicas que apresentaram maior
freqüência foram: Zygosepalum labiosum (L. C. Rich.) Garay (5,11%), Dichaeae picta Rchb. f. (46,47%), Maxillaria
camaridii Rchb. f. (16,30%) e Sobralia sessilis Lindl. (15,49%). Tendo estas espécies mais freqüentes uma ampla
distribuição vertical no interior da floresta. Os gêneros de Orchidaceae com maior número de espécies foram:
Epidendrum, Maxillaria, Pleurothallis e Scaphyglottis. Esta riqueza específica tende a diminuir à medida que se
afasta da margem do rio. Este trabalho apresenta ainda uma análise conjunta das variáveis, determinando os
agrupamentos dos indivíduos de acordo com suas características de similaridade. Para algumas espécies foram
ilustradas as peças florais, descrição e distribuição geográfica.

240
SILVEIRA, Lourdes Maria Garcez. Teste de Aglutinação Direta no sorodiagnóstico da leishmaniose.
1995. 64 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientador: Jeffrey Jon Shaw

RESUMO: Avaliaou-se o Teste de Aglutinação Direta (DAT) no soro diagnóstico da leishmaniose visceral (LV)
humana e canina e sua utilidade na detecção de anticorpos em casos de infecção natural da raposa Cerdocyon
163

thous, sendo os resultados comparados com aqueles obtidos em Imunofluorescência Indireta (IFAT) e Ensaio
Imunoenzimático (ELISA). O DAT foi também aplicado a soros do primata Cebus apella, infectados
experimentalmente com Leishmania spp. Utilizaram-se as seguintes amostras de soro: 1. Soros humanos (351):
de indivíduos com LV confirmada (16), em outras condições (102), controles negativos (15) e indivíduos de
área endêmica (105). 2. Soros de cães (82): de área endêmica (68), Salvaterra / Marajó/PA (21
parasitologicamente positivos), e controles negativos (14), de Belém. 3. Soros de raposas (9): capturadas na
Ilha do Marajó. 4. Soros de C. apella: 150 amostras de soro de primatas, nascidos em cativeiro,
experimentalmente infectados com Leishmania (Leishmania) amazonensis, L. (Viannia) lainsoni e L. (V.)
braziliensis. Os animais infectados com L. (L.) amazonensis e L. (V.) lainsoni foram reinoculados 1 mês após cura
espontânea da infecção primária. Antígenos para o DAT, de difícil padronização, foram preparados a partir
de L. (L.) donovani, L. (L.) chagasi, L. (L.) amazonensis e L. (V.) braziliensis. Não foi possível produzir-se antígeno
a partir de L. (V.) lainsoni, provavelmente pelo fato dos parasitas permaneceram agregados, mesmo após
tripsinização. O crescimento de L. (L.) donovani em cultura foi muito melhor que o de L. (L.) chagasi, logo L.
(L.) donovani foi a espécie escolhida para utilização no DAT contra LV. Os antígenos utilizados em ELISA e
IFAT foram preparados, respectivamente, de promastigotas (antígeno solúvel) e amastigotas de L. (L.)chagasi.
Em soros humanos a especificidade e sensibilidade do DAT, utilizando-se antígeno de L. (L.) donovani foram
altas (98,4% e 100%, respectivamente) e comparáveis as de IFAT (97,5% e 100%). ELISA foi menos
específico (84,8%), embora igualmente sensível. Em soros de cães, o DAT foi mais específico com antígeno
de L. (L.) donovani do que com aquele preparado a partir de L. (L.) chagasi, haja vista que 5, dentre os 14
controles negativos, tiveram títulos tão altos com o antígeno homólogo quanto aqueles observados em cães
com a infecção comprovada parasitologicamente. T AD-L. donovani, IFAT e ELISA não revelaram nenhum
resultado positivo nas mesmas amostra. Contudo, ELISA e DAT foram menos sensíveis (ambos 71,4%) que
IF-AT (100%). Essa diferença foi refletida nos resultados de cães de área endêmica, 87% dos quais foram
positivos para IFAT, mas somente 54% para ELISA e 49% para o DAT. Resultados similares foram
observados com raposas, quando todos os 9 soros foram positivos para IF AT, 7 de 9 (78%) positivos para
ELISA, enquanto que todos foram negativos para o DAT. Concluiu-se que o uso do DAT, com antígeno de
L. (L.) donovani é um teste útil para LV humana; sua utilização em ampla escala é indicada, desde que
monitorada por um laboratório de referência que garanta a qualidade dos antígenos. Contudo, não é a melhor
opção em inquéritos sorológicos caninos, já que foi menos específico que ELISA e, especialmente, que IFAT
na detecção de anticorpos na infecção canina. O DAT detectou níveis significativos de anticorpos na resposta
humoral de C. apella à infecção por Leishmania spp. A homologia favoreceu altos títulos, especialmente em
resposta secundária, confirmando a importância da utilização de antígenos homólogos na detecção de
anticorpos em leishmaniose cutânea humana.

241
SOUSA, Gabriella Pante de. Haplótipos associados ao gene HBB*S na população de Belém (Pará) e
seu significado antropológico. 1995. 75 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientador: João Farias Guerreiro

RESUMO: Haplótipos constituídos por seis sítios de restrição no complexo de genes β-similes da
hemoglobina (XmnI-5’Gγ, HindIII-Aγ, HindIII-Gγ, HincII-Ψβ, HincII-3’Ψβ, e HinfI-5’β) foram analisados em
trinta pacientes falcêmicos da população de Belém (PA), através do Método de PCR, seguido da digestão com
a enzima de restrição adequada. As freqüências genotípicas observadas foram: Banto/Benin (47%),
Banto/Banto (43%), Benin/Benin (7%) e Senegal/Senegal (3%). O haplótipo Banto [-+----] foi o mais
comum, com freqüência de 66%, seguido pelo haplótipo Benin [----+-] com freqüência de 30,5% e pelo
Senegal [++-+++] com freqüência de 3,5%. Essa distribuição de genótipos e haplótipos no Estado do Pará
foi similar à observada em outras populações brasileiras já estudadas (Ribeirão Preto, SP e Salvador, BA).
Esses dados haplótipos para o Brasil indicam, portanto, concordância com os registros históricos sobre o
tráfico de escravos para o país como um todo. A predominância do haplótipo Banto reflete a origem dos
escravos africanos trazidos para o país, uma vez que a maioria deles veio de Angola, Congo e Moçambique,
onde esse haplótipo é o mais freqüente. Deste modo, os resultados obtidos através de haplótipos ligados ao
gene HBB*S em populações de falcêmicos, apontam para a situação atual de homogeneidade da população
164

brasileira. As diferenças regionais devido à contribuição inicial de escravos trazidos diretamente de pontos
distintos da África para as diversas regiões do país, foram alteradas através do fluxo gênico, ocasionado
inicialmente pelo tráfico interno de escravos e, posteriormente, pela migração interna e miscigenação da
população brasileira. A presença do haplótipo Senegal no presente estudo, está de acordo com os dados
históricos regionais que indicam a entrada de negros desse grupo racial na Amazônia. Porém, pelo fato desse
haplótipo estar associado a uma sintomatologia benigna da anemia falciforme, pode estar havendo uma
subestimativa da sua freqüência na população de falcêmicos de Belém (PA). Esse fato pode ser atribuído a
um erro de amostragem, uma vez que o estudo foi realizado em pacientes de um centro de referência. Por
outro lado, a presença do haplótipo Benin, característico de um grupo racial cuja a entrada na Região Norte
não é mencionada pelos dados históricos, sugere um provável fluxo gênico originado pelo tráfico interno de
escravos de outras regiões para a Amazônia, bem como por migrações internas posteriores. Finalmente, os
dados de haplótipos obtidos para o Brasil mostram uma situação inversa à dos demais países já estudados no
continente americano, com o predomínio do haplótipo Banto sobre o do tipo Benin, em conseqüência dos
diferentes padrões de tráfico de escravos para as diversas regiões do continente.

242
VIEIRA, Conceição de Maria Almeida. Caracterização de novos arbovírus do grupo Changuinola
(Reoviridae: Orbivírus) da Região Amazônica do Brasil. 1995. 69 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1995.
Orientadora: Amélia Paes de Andrade Travassos da Rosa

RESUMO: Dez vírus selecionados do sorogrupo Changuinola, isolados de artrópodes entre 1981 e 1993 na
Região Amazônica do Brasil, foram caracterizados. Os vírus Irituia e Jamanxi, já registrados no Catálogo
Internacional de Arbovírus incluindo outros vírus de vertebrados, foram usados como controles. Todos os
vírus testados foram resistentes ao desoxicolato de sódio. Nos testes de fixação de complemento, os vírus
apresentaram forte reação cruzada, sendo indistinguíveis; porém, a partir dos testes de neutralização, oito
sorotipos distintos foram identificados e o uso da eletroforese em gel de poliacrilamida de RNA dupla fita
permitiu que dez perfis distintos fossem encontrados. Estes dados corroboram trabalhos anteriores, que
mostram que o sorogrupo Changuinola é composto de um grande número de vírus geneticamente diferentes.

1996

243
AMARAL, Jane Cristina de Oliveira Faria. Avaliação longitudinal da infecção causada por Plasmodium
falciparum e/ou Plasmodium vivax na população de duas localidades de Icoaraci, Distrito de
Belém, Pará. 1996. 84 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro
de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.
Orientadora: Marinete Marins Póvoa

RESUMO: O presente estudo, longitudinal com duas fases, foi realizado nas invasões São Vicente e Jardim
Tapanã, do Distrito de Icoaraci, Belém, Pará, com o fim de verificar em que condições a transmissão ocorre.
Para isso, realizaram-se levantamentos parasitológicos, sorológicos e entomológicos, durante o período de
maio de 1995 a abril de 1996. No levantamento parasitológico, utilizou-se a técnica da gota espessa (GE) e
Quantitative Buffy Coat (QBC); no sorológico, o Teste de Imunofluorescência Indireta (IFI), com detecção de
IgG e IgM para Plasmodium falciparum (Pf) e P. vivax (Pv); e no entomológico, captura de anofelinos adultos e
pesquisa larvária. Os resultados dos exame de GE e do QBC foram negativos em ambas as áreas na 1ª coleta,
e na 2ª uma única amostra foi positiva para os dois métodos. No Teste de IFI, todas as amostras, em ambas
as áreas, foram negativas para IgM. Quanto à IgG, foi detectado um maior percentual de positividade para Pf
ou infecção mista. O levantamento entomológico resultou na coleta de 204 espécimens de anofelinos adultos
165

(168 na ISV e 36 na IJT), distribuídos entre as seguintes espécies: Anopheles aquasalis, A. galvaoi, A. triannulatus,
A. intermedius e A. nuneztovari, sendo o A. aquasalis a espécie que apresentou maior densidade. Já na pesquisa
larvária só foram coletadas oito formas imaturas, todas de A. aquasalis, na ISV (março/96). Apesar dos casos
detectados nas áreas de estudo terem sido causados por P. vivax, no Teste de IFI o Pf foi a espécie que
apresentou maior positividade, o que pode ser ocasionado por malária falciparum pregressa, reação cruzada ou
inespecífica. Nas duas áreas estudadas, o crescimento desordenado propiciou o surgimento de casos de
malária. Entretanto, o efeito das medidas de controle, como diagnóstico rápido e efetivo, tratamento dos
doentes, tratamento dos criadouros e aplicação de inseticida, utilizados nessas áreas à época do surto da
doença (1993 a 1994), foi positivo, visto que houve redução significante no número de casos registrados.

244
AZEVEDO, Vânia Nakauth. Soroepidemiologia do HTLV em populações da Amazônia brasileira.
1996. 78 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.
Orientador: Ricardo Ishak

RESUMO: Visa a detecção do HTLV em populações da Amazônia brasileira. Um total de 1.549 indivíduos,
provenientes de 25 comunidades indígenas e duas comunidades de negros da Amazônia brasileira, foram
analisados quanto à presença de anticorpos anti-HTLV-I/II por um Ensaio Imuno Enzimático. As amostras
soropositivas foram confirmadas pelo teste de Western Blot que discrimina o HTLV-I do HTLV-II. Das 183
amostras analisadas pelo Western Blot, 104 reagiram para o HTLV-II, cinco para o HTLV-I, e cinco foram
indeterminadas. A soropositividade para o HTLV-II foi detectada em várias comunidades indígenas, sendo
constatada uma prevalência elevada entre os Kaiapó (32,3 %), Tiriyó (15,4%), Arara do Laranjal (11,4%),
Munduruku (8,1%) e Yamamadi (5,6%). Entre os Kaiapó foi observado o aumento da prevalência com a
idade, sugerindo a possibilidade de transmissão sexual, entretanto não foram detectadas diferenças na taxa de
infecção entre homens e mulheres. A alta prevalência detectada em crianças menores de dez anos, assim
como nos grupos familiares, demonstrou que a transmissão vertical pode ser uma das importantes rotas de
transmissão do HTLV-II. A presença do HTLV não foi detectada entre as comunidades negras estudadas.

245
CÂMARA, Evandro Pires Leal. Implicações do padrão atual de utilização dos recursos da várzea
amazônica na sustentabilidade da reserva de lago. 1996. 120 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1996.
Orientador: David Gibbs McGrath

RESUMO: O manejo coletivo da pesca na várzea amazônica se desenvolveu nos últimos trinta anos por meio
do controle do acesso aos lagos e definição de normas de uso do recurso pesqueiro. Este sistema de manejo
representa um esforço da população local em limitar a pesca comercial nos lagos de várzea e aumentar sua
produtividade a longo prazo, formando a base para uma proposta de manejo sustentável dos recursos da
várzea: a reserva de lago. A implementação de um manejo sustentável dos recursos da várzea depende, no
entanto, da forma atual de utilização destes recursos. Este trabalho tem por objetivo avaliar as implicações do
padrão atual de utilização dos recursos da várzea na sustentabilidade da reserva de lago. Esta avaliação foi
realizada a partir de um estudo de caso realizado na microrregião do Baixo Amazonas, Estado do Pará, Brasil.
O modelo de reserva de lago é compatível com a forma tradicional de utilização dos recursos da várzea.
Entretanto, o padrão atual de uso destes recursos e de ocupação da várzea comprometem a sustentabilidade
da reserva de lago, e apresentam barreiras para a sua implementação efetiva. A superação de tais dificuldades
depende em grande parte do melhor entendimento de como funciona o complexo ecossistema da várzea, e da
capacitação das organizações comunitárias para gerenciarem seus recursos pesqueiros de forma sustentável.
166

246
CARVALHO JÚNIOR, Oswaldo de. Dieta, padrões de atividades e de agrupamento do mono-
carvoeiro (Brachyteles arachnoides) no Parque Estadual Carlos Botelho-SP. 1996. 56 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 1996.
Orientador: Stephen Francis Ferrari

RESUMO: O presente estudo realizou-se no Parque Estadual Carlos Botelho, São Paulo, onde um grupo de
mono-carvoeiro (Brachyteles arachnoides) composto de até 31 indivíduos foi acompanhado entre fevereiro de
1990 e novembro de 1993. Dados quantitativos de comportamento foram obtidos através do método de
amostragem de varredura. A análise das 1.065 amostras coletadas indica que o grupo permanece em média
50% de seu período de atividade parado, 25% deslocando e 22% alimentando-se, não havendo diferenças
significativas entre as atividades nas estações seca e chuvosa. Esses resultados são semelhantes aos descritos
para a espécie em outros sítios. O grupo dedicou 59% do tempo de alimentação no consumo de frutos, 33%
para folhas e 4% para flores, não havendo diferenças sazonais significativas entre os itens consumidos. De
um total de 825 árvores de alimentação registradas, verificou-se, até o presente, um total de 61 espécies,
pertencentes a 43 gêneros de 30 famílias botânicas. As fontes de frutos utilizadas foram maiores do que as
folhas, existindo também uma tendência de maiores agrupamentos nas fontes de frutos. O padrão de
agrupamento observado reflete uma organização social bastante fluida, com tamanho médio de agrupamentos
igual a 7,5 (± 5,0) indivíduos, sendo que nunca foram observados agrupamentos maiores que 22 indivíduos.
Agrupamentos de três tipos de composição foram observados: grupos isosexuais de machos, grupos de
fêmeas com ou sem filhotes dependentes e grupos mistos. Os resultados obtidos sobre a dieta e o padrão de
agrupamentos do grupo estudado mostram-se mais próximos às informações existentes para Ateles do que as
de Brachyteles, possivelmente em função de diferenças de habitat nos respectivos sítios de estudo.

247
COUTINHO, Paulo Eduardo Guzzo. Comportamento reprodutivo de um grupo de Callithrix aurita
(Platyrrhini, Primates) no Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Cunha, São Paulo, Brasil. 1996.
83 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.
Orientador: Stephen Francis Ferrari

RESUMO: O comportamento social e reprodutivo de um grupo de Callithrix aurita foi estudado no Parque
Estadual da Serra do Mar, Núcleo Cunha no Estado de São Paulo, no período de março de 1993 a fevereiro
de 1994. O grupo de estudo foi habituado à presença humana e observado por 106 dias completos. Dados de
comportamentos sociais e padrões básicos de atividades foram registrados utilizando-se os métodos de
varredura instantânea (amostras de um minuto a intervalos de 5 minutos), ad libitum e todas as ocorrências. O
grupo conteve de sete a onze indivíduos, em sua maioria adultos reprodutivos e suas proles. O
comportamento reprodutivo foi restrito a um macho e duas fêmeas, configurando poliginia, mas pelo menos
um adulto não reprodutivo de ambos os sexos esteve presente no grupo durante pelo menos parte do
período de estudo. O comportamento social foi responsável por cerca de 18% das atividades diárias, tendo
como principais atividades sociais os comportamentos alocatação e brincadeira, geralmente associados ao
descanso. Os adultos reprodutivos foram os mais ativos em termos de comportamentos sociais como
alocatação, agonismo, transferência de alimentos e marcação de cheiro em plantas não utilizadas como fontes
de alimentos. Embora dominantes em relação ao resto do grupo, foi difícil estabelecer uma clara relação de
dominância entre as duas fêmeas reprodutoras. No entanto, uma das fêmeas se destacou em termos de
sucesso reprodutivo e de todos os tipos de comportamentos sociais, indicando um certo grau de dominância,
cuja significância ainda não está clara. Dos cinco partos registrados, apenas dois foram de gêmeos. As mães
cuidaram exclusivamente de suas proles até que os infantes atingissem entre 10 e 28 dias de vida, quando
então foi iniciado o comportamento cooperativo de criação. A aloamamentação foi relativamente rara.
167

248
LIMA, Consuelo Lúcia Sousa de. Isolamento e caracterização de Escherichia coli, de ambientes
aquáticos protegidos, pelos perfis plasmidiais e de resistência aos antibióticos, na Região Norte
(Pará). 1996. 148 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.
Orientadora: Irma Nelly Gutierrez Rivera

RESUMO: Os ecossistemas aquáticos possuem uma flora microbiana autóctone e outros microorganismos
transitórios que chegam por meio do ar, solo, despejos industriais ou domésticos. A caracterização de
microorganismos isolados de ambientes aquáticos protegidos é pouco estudada. A finalidade desta pesquisa
foi isolar e caracterizar E. coli de ambientes aquáticos protegidos e compará-la com microorganismos isolados
de ambientes não protegidos, fezes de animais e humanos sadios, através do perfil plasmidial e de resistência
aos antibióticos. Foram coletadas e analisadas dezoito amostras de água provenientes da Reserva Florestal de
Caxiuanã. E. coli foi isolada em 77,8% das amostras coletadas nas áreas com atividade atrópica mínima e em
100% das amostras coletadas nas áreas com atividade atrópica moderada evidente. Foi obtido 64,9% de
resistência aos antibióticos nas cepas isoladas de ambientes protegidos; 57,4% no de área moderada e 50%
nas cepas isoladas de ambientes aquáticos com atividade atrópica evidente; 40,5 e 71,4% nas fezes de animais
e humanos sadios, respectivamente. Em relação ao conteúdo plasmidial; 69,8% das cepas isoladas de área
protegida; 65,9% dos isolados da área moderada, 83,3% da evidente; 86,5 e 95,2% das cepas isoladas de fezes
de animais e humanos sadios apresentaram plasmídios. Não foi possível uma diferenciação entre os isolados
de E. coli provenientes das três origens utilizando análise de perfil plasmidial e resistência aos antibióticos.

249
OKADA, Yukari. O Papel das mutucas (Diptera: tabanidae ) na transmissão e manutenção de
arbovírus na Amazônia oriental. 1996. 96 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.
Orientador: Inocêncio de Sousa Gorayeb

RESUMO: Durante os anos de 1994 e 1995, 3.875, tabanídeos pertencentes a 33 espécies (13 gêneros) foram
coletados em várias áreas da Amazônia brasileira, processados para tentativas de isolamento de arbovírus e
dissecados para determinação da idade fisiológica. A metodologia utilizada para tentativas de isolamento de
arbovírus incluiu preparação de suspenção de tecidos de tabanídeos e também amostras de sangue de eqüinos
(n=32), e inoculação intracerebral de 0,02 ml do sobrenadante em camundongos albinos "swidd" recém-
nascidos (dois a três dias), com observação durante 21 a 24 dias, para sinais de doenças. Apesar de 962 grupos
terem sido inoculados, nenhum arbovírus foi isolado. Quinze espécies de tabanídeos foram dissecadas para
estudos da idade fisiológica; as dissecações foram realizadas em lâmina de microscopia sobre gotas de água
destilada, e a observação foi feita em lupa com luz transmitida. Nosso estudo mostrou que os tabanídeos
realizam duas, no máximo três, oviposições; têm período de vida estimado entre 18 a 24 dias. Também foi
evidenciada a ocorrência de anautogenia em nove espécies de tabanídeos e a autogenia em duas espécies.

250
QUEIROZ, Helder Lima de. Ecologia comparativa de mamíferos folívoros arborícolas das várzeas do
Médio Solimões, Estação Ecológica Mamirauá, Amazonas, Brasil. 1996. 229 f. Dissertação (Mestrado)
- Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 1996.
Orientador: José Márcio Corrêa Ayres

RESUMO: Com o objetivo final de determinar as formas de uso de recursos alimentares pela comunidade de
mamíferos folívoros arborícolas das várzeas do Médio Solimões, foi desenvolvido um estudo da ecologia
básica de três espécies sintópicas na Estação Ecológica Mamirauá, Amazonas, Brasil. Foram eles os guaribas
(Alouatta seniculus), as preguiças-comuns (Bradypus variegatus) e as preguiças-reais (Choloepus didaclylus). A última,
168

C. didaciylus, foi apenas parcialmente estudada, enquanto as outras foram objeto de investigação, visando
especialmente seus aspectos de uso do tempo, uso do espaço e uso da comunidade vegetal das várzeas. Neste
trabalho, realizado entre junho de 1991 e maio de 1992, foram executados inventário e acompanhamento
fenológico das árvores e cipós da área de estudo. Concomitantemente, desenvolveram-se o recenseamento
das populações das espécies-alvo e a observação direta de um grupo social de 08 guaribas e de um conjunto
de 23 preguiças, todos sintópicos. Na presente dissertação, eu mostro como a comunidade destes mamíferos
apresenta-se estável e bem estruturada ao longo dos diferentes habitats que ocorrem na região, apesar da
estrita seletividade de habitat realizada por C. didactylus. Enquanto a biomassa foi mantida constante nos três
tipos vegetacionais presentes, a biomassa metabólica tendeu a crescer com o aumento do porte da floresta e
da participação de frutos na dieta das espécies presentes. Alouatra seniculus apresentou uma dinâmica social que
variou estacionalmente com a disponibilidade dos itens sazonais da dieta. Mostro também que, enquanto A.
seniculus gastou cerca de três quartos de seu tempo em atividade de repouso, minimizando
comportalmentamente seus gastos energéticos, B. variegarus manteve-se inativo por maior proporção do seu
tempo, refletindo seus baixos níveis de metabolismo basal. Esta espécie apresentou-se ativa durante dias e
noites, mas sua atividade noturna foi mais intensa que as diurnas e crepuscular. As preguiças-comuns
apresentaram uma área de uso de 0,9 ha em média, com áreas de uso maiores nos habitats menos florestados,
e com áreas de fêmeas maiores que de machos. Estes animais não apresentaram nenhuma movimentação
inter-habitats e nenhum padrão definido de uso do espaço horizontal. Quanto ao espaço vertical, apesar de
selecionarem o estrato superior, realizam movimentos descendentes para termorregulação, alimentação e
defecação. Os gambás estabeleceram um território de cerca de 7,5 ha, dividido em duas áreas núcleo. O uso
das formações florestais menos florestadas apresentaram um padrão diário e sazonal. Também a área de uso
mensal e o espaço médio percorrido por dia variaram sazonalmente, e com a disponibilidade de itens sazonais
da dieta. Os estratos superiores também foram os selecionados. Enquanto os guaribas foram folívoros
obrigatórios, mas oportunisticamente frugívoros, ingerindo folhas e frutos em freqüências equivalentes, as
preguiças-comuns ingeriram quase que exclusivamente folhas e brotos de folhas. Ambas as espécies,
entretanto, demonstraram seletividade para itens sazonais. A. seniculus possuiu uma dieta mais diversa e menos
monótona que B. variegarus, tanto em termos de itens quanto de espécies constituintes de dieta. Apresento,
por fim, a coincidência no uso das árvores por gambás e preguiças-comuns. Esta coincidência foi estabelecida
para famílias, espécies e indivíduos de árvores. Árvores “modais” e árvores “pivotais” tenderam a ser das
famílias Moraceae, Euphorbiaceae e Bombacaceae, especialmente Ficus trigona, Coussapoua sp., Piranhea trifoliata e
Pseudobombax munguba. Apesar da sobreposição da dieta de guaribas e preguiças-comuns, nos períodos de
convergência dos animais às mesmas espécies de plantas, a similaridade entre elas atingiu o seu ponto mais
baixo até então. Nestes períodos as duas espécies diversificaram seus nichos divergindo quanto aos itens
daquelas mesmas espécies vegetais exploradas em comum. Ao final, discuto estas duas estratégias de vida,
enfatizando a coexistência obtida pelos membros desta comunidade de mamíferos.

251
RESTOM, Teresa Garcia. Contribuição dos cipós à evapotranspiração de floresta secundária na
Amazônia oriental. 1996. 117 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.
Orientador: Daniel Curtis Nepstad

RESUMO: Após o abandono de áreas utilizadas para agropecuária na Amazônia, a floresta começa a
reocupar o seu lugar formando as chamadas florestas secundárias ou capoeiras. As capoeiras recuperam
muitas das funções da floresta primária perdidas com o desmatamento como a resistência à flamabilidade, a
capacidade de retirar carbono da atmosfera e a evapotranspiração. Em uma capoeira na Amazônia oriental, a
recuperação da evapotranspiração pode se dar em 15 anos, após o abandono do pasto. Os cipós têm presença
marcante nesta capoeira, apresentando, inclusive, enraizamento profundo em pouco tempo de
estabelecimento. O objetivo deste trabalho foi estimar a contribuição dos cipós para a evapotranspiração de
uma capoeira de 20 anos de idade, em Paragominas (2º59' S, 47º31' W), PA. Para atingir este objetivo foram
formuladas duas hipóteses: H1 - os cipós contribuem para a transpiração mais do que as árvores em relação à
área basal, e H2-a redução na transpiração da estação úmida para a estação seca é menor em cipós do que em
árvores. Para testar essas hipóteses, foram feitas medidas diretas de transpiração (Flow32, Dynamax) no caule
169

das três espécies de cipós e nas três espécies de árvores mais comuns da capoeira (n=4, para cada espécie). As
medidas foram feitas durante pelo menos três dias, para cada indivíduo, na estação seca e, da mesma forma,
na chuvosa. A transpiração foi dividida pelo déficit de pressão de vapor (VPD) de cada dia, gerando um
índice chamado transpiração relativa para cada indivíduo. A transpiração relativa foi relacionada à área basal
em cipós e em árvores. A evapotranspiração total da área foi medida com sensores de TDR (time domain
reflectometry) instalados no solo em até 12m de profundidade. A transpiração total dos cipós na capoeira foi
estimada baseada na área basal medida através do método de quadrantes. A contribuição de cipós e árvores à
área basal de outras três capoeiras de diferentes idades na região também foi estimada através do mesmo
método. Os resultados obtidos mostram que tanto cipós como árvores apresentam uma relação significativa
entre transpiração relativa e área basal (r2=0,67 e 0,46, respectivamente, p<0, 05) na estação seca. A
transpiração relativa por área basal (transpiração relativa) é maior em cipós do que em árvores, confirmando a
hipótese H1. Ao contrário do que previa a hipótese H2, os cipós apresentaram maior redução na transpiração
relativa da estação úmida para a seca do que as árvores. Os cipós apresentam pouco mais de 5% da área basal
da capoeira e contribuem com mais de 8% da evapotranspiração total da capoeira durante a estação seca. Os
resultados deste estudo são importantes para o conhecimento do papel dos cipós em ecossistemas florestais e
podem ser aplicados na formulação de novas técnicas de recuperação de áreas degradadas na Amazônia e de
manejo para a extração de madeira em florestas tropicais.

252
ROCHA, José Almir Moraes da. Os Mosquitos (Diptera: Culicidae) da Estação Científica Ferreira
Penna - ECFPn, Caxiuanã, Melgaço, Pará, Brasil: ataque, sazonalidade e estratificação arbórea. 1996. 129
f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.
Orientador: Bento Melo Mascarenhas

RESUMO: Este trabalho realizou-se de fevereiro a dezembro de 1995, na Estação Científica Ferreira Penna,
localizada no interior da Floresta Nacional de Caxiuanã, Município de Melgaço, Estado do Pará, com o
objetivo de estudar as atividades sazonal e diária na floresta e no ambiente humano, e a estratificação arbórea
das várias espécies de culicídeos. As coletas foram realizadas com a utilização de isca humana e armadilha
luminosa do tipo CDC (isca ave) na floresta, no solo e copa das árvores e isca humana no peridomicílio. Um
total de 1919 mosquitos foram coletados, distribuídos nos gêneros Aedes meigen, 1818; Anopholes meigen, 1818;
Haemagogus williston, 1896; Psorophora Robineau-Desvoidy, 1827; Culex Linnaeus, 1758; Coquillettidia dyar, 1905;
Mansonia blanchard, 1904; uranotaenia Lynch-Arribalzaga, 1891; Limatus Theobald, 1901; Phoniomya theobald,
1903; Ruchomya theobald, 1903; Sabethes Robineau-Desvoidy, !827; Trichoprosopon theobald, 1901; e Wyeomyia
theobald, 1901. As espécies predominantes foram Culex (Melanoconion) portesi Senevet & Abonnec, 1941
(50,65%), Coquillettidia (Rhynchotaenia) venezuelensis, Theobald, 1912 (9,17%) e Haemagogus (Haemagogus)
janthinomys Dyar, 1921 (6,51%). As atividades horária e sazonal foram relacionadas com a temperatura,
umidade e precipitação pluviométrica, e por meio do Teste de Correlação de Spearman comprovou-se a
interferência desses fatores sobre a atividade de algumas espécies. A hipótese de haver diferença significativa
entre o número de espécies e exemplares, no solo e copa, foi verificada com utilização do Teste do X² (Qui-
quadrado), que comprovou a diferença significativa somente entre o número de exemplares coletados no solo
e copa em isca humana na floresta.

253
ROMA, Júlio César. Composição e vulnerabilidade da avifauna do leste do Estado do Pará, Brasil.
1996. 207 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.
Orientador: David Conway Oren

RESUMO: A região leste do Pará, com aproximadamente 140.000 km2, localizada entre os rios Tocantins e
Gurupi e outrora extensivamente coberta por floresta de terra firme, é atualmente a mais alterada pelo
processo de colonização humana da Amazônia brasileira. Como resultado, muitas espécies da fauna nativa
podem ter se tornado ou estar se tornando localmente extintas, principalmente entre as aves, as quais são um
170

dos grupos mais sensíveis às alterações de habitats entre os vertebrados, em decorrência de suas baixas
densidades. Com o objetivo principal de contribuir para a conservação das aves nativas do leste do Pará
realizou-se, inicialmente, uma compilação detalhada de todos os táxons relatados na literatura como
ocorrentes na região. Este levantamento, complementado com novos registros levantados na coleção de aves
do Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, PA, e por alguns dados originais resultantes de observações de
campos pessoais, resultou num catálogo da avifauna regional com 526 espécies com nomes latinos atuais,
informações sobre sinonímias, localidades de coleta e respectivas fontes de informações. Cerca de metade dos
táxons (268), considerados neste estudo como aves florestais, foram selecionados para o desenvolvimento de
uma análise de suas vulnerabilidades. Empregou-se a metodologia com propostas de se detectar espécies
potencialmente sob riscos de extinção devido as suas sensibilidades à alterações de habitats, a qual
fundamenta-se na avaliação de quão "rara" é uma espécie em cada uma das três variáveis de análise: a) a
distribuição da espécie, b) sua especificidade a determinado tipo de habitat, e c) o tamanho de suas populações
locais. Assim procedendo, objetivou-se: 1) testar a aplicabilidade desta metodologia para o estudo de aves de
florestas amazônicas, 2) identificar táxons ou grupos de táxons (famílias ou guildas) de aves do leste do Pará
potencialmente sob risco de extinção devido ao desmatamento, 3) avaliar se a massa corpórea está
correlacionada com a probabilidade de extinção das aves, e 4) avaliar se as variáveis empregadas na análise são
dependentes entre si ou se as mesmas são estimadores independentes de vulnerabilidade. Os resultados
indicam que a quantidade de aves apontadas como altamente suscetíveis à extinção pode variar grandemente
em função da escala geográfica empregada na análise. Quando todas as variáveis são incluídas, produzindo
uma análise denominada de "vulnerabilidae global", conclui-se que apenas 17 táxons estariam seriamente
ameaçados de extinção em toda extensão de suas áreas geográficas se o desmatamento no leste do Pará
continuar. Por outro lado, conclui-se que 116 táxons poderiam ser perdidos no leste do Pará, se a variável
referente à área de distribuição geográfica dos táxons é excluída da análise. Todos os 17 táxons altamente
vulneráveis globalmente referem-se a subespécies, o que evidencia a importância de proceder a análise
baseada nos níveis taxonômicos inferiores. As famílias Acciptridae e Falconidae foram indicadas como
particularmente resistentes à extinção, mas apenas quando consideradas suas distribuições
predominantemente amplas. Contudo, estas evidenciaram ser um grupo muito ameaçado localmente, o que
concorda com resultados de outros autores. As famílias Dendrocolaptidae, Furnariidae e Formicariidae foram
apontadas com altamente vulneráveis. No que se refere à análise de guildas, aves que vivem no estrato
arbustivo da floresta e se alimentam de insetos grandes, juntamente com os seguidores profissionais de
formigas-de-correição, foram indicadas como mais vulneráveis de outras guildas, enquanto que aves de copa
que se alimentam de pequenos frutos e insetos foram indicadas como mais resistentes à fragmentação de
florestas. Os resultados sugerem que o método de análise de vulnerabilidade, baseado em características de
vulnerabilidade, pode ser utilizado para proceder-se uma estimativa preliminar de aves que tendem a
desaparecer do leste do Estado do Pará se o desmatamento prosseguir. Entretanto, ao aplicar esta
metodologia devem ser observadas algumas condições prévias, como o não uso de escalas geográficas muito
amplas, a escolha de uma área homogênea em que as aves apresentem um padrão semelhante de distribuição,
o uso da categoria taxonômica de espécies filogenéticas ou subespécies. Além disso, a análise deve enfatizar a
vulnerabilidade de táxons individuais, ao invés de grandes grupos. Por outro lado, esta metodologia produz
apenas uma estimativa grosseira da vulnerabilidade das aves, e serve para enfatizar ainda mais a urgente
necessidade de estudos planejados sob o campo de Ecologia de Paisagens.

254
SILVA, Artur Luiz da Costa da. Evidências de variação nucleotídica ancestral no gene citocromo
oxidase II em Aotus (cebidae, Primates). 1996. 183 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação
em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider

RESUMO: No presente estudo, clonamos e seqüenciamos um fragmento de 549 pares de bases do gene
mitocondrial citocromo oxidase, subunidade II (CO II) em 24 macacos da noite, os quais correspondem a cinco
possíveis espécies de Aotus sensu Hershkovitz (1993), com o objetivo de avaliarmos a utilização de genes do
genoma mitocondrial para reconstrução filogenética. A análise das seqüencias nucleotídicas exibem 298 sítios
variáveis, sendo que 56% são filogeneticamente informativos para o método da parcimônia. A distância
171

genética intragenérica variou de 0 a 23,5%. Assim como em outros mamíferos, o conteúdo AT é maior que o
GC. Para cada uma das três posições do códon, a freqüência na utilização dos nucleotídeos foi sempre A > T
> C > G. Conforme observado em outros estudos, a utilização dos códons apresentou-se de forma
randômica. A taxa de transição-transversão variou de 0 a 22%. Nossa análise revela que o gene COII não é
útil para reconstrução filogenética através da análise de parcimônia em macacos da noite. Os cladogramas
obtidos não exibem nenhuma congruência com aqueles publicados até hoje, utilizando diferentes abordagens,
tais como: citogenética, polimorfismo protéico, padrões de pelagem e morfometria. Os valores de divergência
sustentam a idéia de que os haplótipos obtidos através do DNA mitocondrial nas populações destes primatas
divergiram antes da formação das diferentes espécies de Aotus. Outras análises utilizando o DNA
mitocondrial em macacos do Velho Mundo (Melnick & Hoelzer, 1993) e, recentemente, em macacos
neotropicais (Schneider, M.P.C. et al., 1996) concordam com nossas observações de existência de um
polimorfismo ancestral. A utilidade filogenética do genoma mitocondrial deve ser revista e a variação dentro
de um táxon deve ser examinada antes da reconstrução filogenética contendo outros táxons. Nossos dados,
conclusivamente, demonstram que as filogenias obtidas utilizando o DNA mitocondrial são ''árvores gênicas"
e não "árvores de espécies". A variação intraespecífica do DNAmt é muito elevada dentro do gênero Aotus,
portanto, a sua magnitude deve ser medida de forma acurada em outros platirrinos antes de pensarmos em
uma reconstrução filogenética utilizando genes mitocondriais.

255
TEIXEIRA, Cristina Rodrigues. Atividades de subsistência da comunidade pesqueira da ilha Canelas,
Bragança, Pará, Brasil. 1996. 95 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.
Orientador: Inocêncio de Sousa Gorayeb

RESUMO: Este trabalho teve como objetivos verificar: os recursos naturais da ilha Canelas, que vêm sendo
utilizados pela comunidade pesqueira; estudar a relação entre os pescadores de outras vilas com a ilha; avaliar
a atividade humana em Canelas e contribuir com esses dados para um melhor manejo e conservação da
mesma. Os estudos foram todos desenvolvidos na ilha Canelas, localizada a 0º47"06"S" e 46º43"41"O",
distando cerca de 10 km da costa e possuindo aproximadamente 8 km de perímetro. A metodologia
empregada foi a observação participante nas atividades da comunidade, principalmente a caça, a pesca e a
coleta de crustáceos e moluscos; entrevistas livres e com auxílio de questionários; além da pesagem do
pescado e medição das árvores utilizadas na construção de ranchos e currais de pescas. Foram obtidos dados
sobre: a fisiografia da ilha, caça, pesca e coleta de sururus, caranguejos e siris, utilização das madeiras do
manguezal e frutos da restinga; a atividade feminina na ilha; a alimentação dos moradores e freqüentadores da
ilha; a utilização de animais e plantas na fabricação de medicamentos caseiros; além da domesticação de
animais silvestres e a introdução de animais domésticos. Os resultados obtidos indicam que a população é
jovem e migrante. Indicam também que existem atividades desenvolvidas na ilha que se encontram em
desacordo com a legislação vigente, tais com a caça de animais silvestres e a retirada da madeira do
manguezal. Os dados demonstram que o ecossistema de manguezal vem sofrendo impactos crônicos e que
são agravados por fenômenos naturais como as correntes marinhas. Observam-se problemas relacionados ao
saneamento básico tais como o lixo espalhado na areia da praia, doenças provocadas pela falta de fervura da
água de consumo, necessidades fisiológicas feitas nas proximidades dos poços, a contaminação dos poços,
um elevado número de cães, pressão de caça sobre animais ameaçados de extinção tais como guará (Eudocimus
ruber) e o camaleão (Iguana iguana). Os resultados permitem propor que sejam desenvolvidos trabalhos de
orientação sobre noções de higiene junto à população da ilha, um trabalho de educação ambiental direcionado
para a não introdução de animais domésticos na ilha e de prevenção à caça de animais silvestres e à coleta de
caranguejos no período da andada (período reprodutivo). É necessário que se façam estudos no sentido de
criar alternativas ao uso das madeiras do manguezal para construção de ranchos e currais de pesca, para que
seja evitado um processo de degradação dos ecossistemas de manguezal. Este trabalho contribui com o
processo de transformação da ilha Canelas em unidade de conservação para preservação do exuberante ninhal
do Eudocimus ruber que existe na ilha.
172

256
VALLINOTO, Antonio Carlos Rosário. Estudo da variabilidade genética de cinco populações
indígenas da Amazônia através da análise de quatro LOCI hipervariáveis. 1996. 84 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 1996.
Orientador: João Farias Guerreiro

RESUMO: O polimorfismo de quatro loci de VNTR (D1S80, ApoB-3 `VNTR, D4S43 e DYS19) foi estudado
em 141 ameríndios pertencentes a cinco tribos (Poturujara, Awá-Guajá, Katwena, Urubu-Kaapor e Xikrín),
utilizando-se o Método de Amp-FLP para a amplificação de cada locus. O estudo demonstrou uma
heterogeneidade nas tribos indígenas, devido a diferenças de freqüências alélicas e a presença ou ausência de
alelos específicos. Esta heterogeneidade foi confirmada pelo valor do GST (0,100). Os valores de HT e Hs
demonstraram que 89% da diversidade entre os ameríndios é causada pela baixa variabilidade
intrapopulacional. Resultados semelhantes foram obtidos quando dessa estimativa para os grupos lingüísticos,
onde as tribos Tupi mostraram significativa heterogeneidade (GST= 0,141), comparada aos resultados
obtidos para os grupos Karib e Jê. Além disso, nossos resultados quando comparados a de outras populações
indígenas sugerem que não houve uma drástica ou prolongada redução da variabilidade genética entre os
ameríndios durante o povoamento do continente americano. As relações inter e intracontinentais dos
ameríndios foram estimadas de acordo com a distância genética de Nei et al. (1983), e as afinidades genéticas
representadas em dendrogramas, segundo o método de "Neighbor-Joining". Os resultados revelaram uma
razoável separação dos ameríndios em relação às populações negras e caucasóides, e demonstraram ainda
uma possível correlação entre distâncias genéticas e distância geográfica, quando a análise foi realizada em
nível intracontinental.

257
VALLINOTO, Izaura Maria Vieira Cayres. Polimorfismo de VNTRs em duas populações amazônicas
de origem africana. 1996. 101 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1996.
Orientador: João Farias Guerreiro

RESUMO: Duas comunidades amazônicas de ancestralidade africana (Curiaú-AP; Pacoval-PA) foram


investigadas para 4 loci VNTRs (D1S80, ApoB 3'VNTR, D4S43 e DYS19), utilizando-se o Método de Amp-
FLP, seguido de eletroforese em gel de poliacrilamida e coloração pela prata. A comparação dos resultados
obtidos com essas amostras e dos encontrados em outras amostras de negros brasileiros anteriormente
estudadas sugerem que as diferenças entre as duas populações negróides brasileiras devem ser decorrentes
principalmente de microdiferenciações intrapopulacionais, geradas pela ação de fatores estocásticos. Esse tipo
de comparação também evidenciou que todos os resultados obtidos para os loci ApoB 3'VNTR e D1S80,
corroboram a hipótese proposta por Deka et al. (1992a; 1994) da antigüidade evolucionária dos alelos modais
e da existência de padrões (uni, bi, trimodal) de distribuição alélica para os diferentes grupos humanos. De
acordo com os resultados obtidos nesse estudo, apenas o locus ApoB 3'VNTR foi capaz de diferenciar grupos
africanos ou de origem africana de grupos não africanos, tanto com relação ao padrão de distribuição de
freqüências alélicas quanto com relação aos valores altamente significantes de heterozigosidade esperada.
Com base no Índice de Diferenciação Genética (GST), foi constatada uma maior homogeneidade genética
tanto em caucasóides quanto em negróides em relação aos ameríndios, resultante do compartilhamento de
praticamente os mesmos alelos, bem como das semelhanças bastante significantes na distribuição de
freqüências alélicas nesses dois grupos humanos. Os resultados obtidos no locus ApoB 3'VNTR e na análise
de distância genética indicam uma similaridade genética das populações investigadas em relação a Camarões,
sugerindo uma contribuição desse grupo étnico africano para a composição do conjunto de genes dessas
comunidades amazônicas.
173

258
VIEIRA, José Ricardo dos Santos. Relações intergenéricas na subfamília Atelinae (Platyrrini,
Primates) através do estudo do intron 11 do gene do fator de Von Willebrand. 1996. 85 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 1996.
Orientador: Horácio Schneider

RESUMO: Foram obtidas seqüências de DNA genômico compreendendo o intron 11 do gene do fator de
Von Willebrand (vWF), com cerca de 750 pares de bases nos seguintes primatas neotropicais: Alouatta seniculus,
A. belzebulnigerrima, A. fusca clamitans, Brachyteles arachnoides arachnoides, B. a. hypoxanthus, Ateles paniscus, A. geoffroyi
e quatro espécimes de Lagothrixlagotricha lagotricha. Estas seqüências foram alinhadas com seqüências de
Saguinus bicolor, S. fuscicollis, Aotus azarae e Cebus olivaceus, obtidas por Almeida (1995) e submetidas à análise
filogenética pelos métodos de matriz de distância, máxima verossimilhança. As árvores filogenéticas obtidas
confirmam a monofilia da subfamília Atelinae, com Alouatta como gênero mais basal, seguido por Lagothrix e
o clado Ateles/Brachyteles. Os valores de divergência obtidos entre as duas subespécies do gênero Brachyteles são
compatíveis com diferenças entre espécies do mesmo gênero. O arranjo filogenético colocando Ateles e
Brachyteles como gêneros estreitamente relacionados e Lagothrix como grupo irmão se contrapõem aos arranjos
produzidos anteriormente baseados em dados moleculares. Entretanto, uma análise conjunta dos dados
moleculares disponíveis sugere uma tricotomia não resolvida. Uma possível explicação pode ser a de que os
pontos de emergência das três linhagens ocorreram a intervalos de tempo muito próximos.

1997

259
ADAMS, Moira. O Papel dos morcegos na regeneração de florestas em uma paisagem agrícola da
Amazônia oriental. 1997. 131 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.
Orientadora: Ima Célia Guimarães Vieira

RESUMO: Morcegos são importantes agentes de dispersão no processo de regeneração florestal em áreas
abandonadas após a utilização na agricultura e pecuária, por apresentarem plasticidade de habitat e se
adaptarem bem às novas condições criadas. O seu papel na regeneração de florestas, em uma paisagem
agrícola do leste amazônico, foi avaliado mediante a determinação: (a) da influência da distância das florestas
secundárias à floresta primária na quantidade de sementes florestais que chegam através das fezes de
morcegos; (b) da relação entre disponibilidade de alimento e densidade de morcegos frugívoros na floresta
primária e florestas secundárias; (c) da distribuição da chuva de sementes em relação a árvores frutíferas nas
florestas secundárias; (d) quais espécies da floresta primária são dispersadas para as florestas secundárias
através de fezes de morcegos; e (e) de quais espécies das florestas secundárias são potencialmente atrativas
para morcegos. A densidade de morcegos dispersores capturados na floresta (2,76) não diferiu
estatisticamente das densidades das florestas secundárias próximas (2,13) e distantes (2,26). A diversidade de
morcegos dispersores não diferiu na floresta primária (0,809) e florestas secundárias distantes (0,743), sendo
ambas maiores que nas florestas secundárias próximas (0,432). Ocorreram deslocamentos de morcegos entre
floresta primária e secundárias (até 2,76 km), e a disponibilidade de frutos mostrou-se um fator importante na
movimentação e reprodução de morcegos. A sua eficiência como dispersores pode ser considerada boa. A
história de uso da terra na área, que gerou uma paisagem bastante heterogênea, atenuou o efeito da
fragmentação da floresta primária e permitiu que haja uma grande densidade de morcegos (2,61) e presença
de espécies incomuns.
174

260
AMARAL, Dário Dantas do. Contribuição ao estudo das formações abertas de moitas do litoral
paraense: restinga do Crispim, Município de Marapanim/PA. 1997. 171 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1997.
Orientador: João Ubiratan Moreira dos Santos

RESUMO: Trata do estudo de uma formação aberta de moitas, localizada na restinga do Crispim, Município
de Marapanim-Pará, abordando aspectos da composição florística e estrutura das moitas, de acordo com
classes de tamanho. Foi considerado no levantamento fitossociológico somente as comunidades arbustiva e
arbórea. Todas as espécies ocorrentes no levantamento foram descritas, baseando-se em caracteres
vegetativos e separadas através de chave taxonômica. Adotou-se uma metodologia inédita, que visa ajustar um
modelo para estudar-se a estrutura da vegetação de uma moita em formações abertas de restingas no país,
onde considera-se cada moita como a própria unidade amostral. Trabalhou-se com um total de 80 moitas, as
quais foram distribuídas, de acordo com o volume, em oito classes de tamanho. O número de espécies
encontradas no levantamento foi de 40, pertencentes a 22 famílias. Cinco espécies destacaram-se na
ordenação dos valores de importância (VI) nas classes de tamanho, pela constância estão as cinco primeiras
posições: Clusia grandiflora Splitz; Humiria balsamifera St. Hill; Chrysobalanus icaco L.; Pagamea guianensis Aubl, e
Ouratea racemiformis Ule. As Myrtaceae destacaram-se em números de espécies, Clusiaceae em número de
indivíduos e Humiriaceae em valor de importância. Os indivíduos não apresentaram uma estratificação vertical
definida. Em diâmetro, exceto para algumas espécies, o desenvolvimento conforme o aumento em tamanho
das moitas mostrou-se pouco expressivo.

261
ANSELMO, Nilson Praia. Estudo de relações intragenéricas em CalliCebus (Primates) usando a
subunidade II do gene mitocondrial da citocromo c oxidase (CO II). 1997. 97 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 1997.
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider

RESUMO: Foram seqüenciados aproximadamente 600 pb da subunidade II do gene mitocondrial citocromo


c oxidase (CO II), em 16 indivíduos do gênero CalliCebus, englobando ao todo cinco espécies. Este fragmento
foi amplificado por meio da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), o produto foi purificado e clonado, e
posteriormente seqüenciado pelo método do didesoxiterminal. As seqüências obtidas foram alinhadas
manualmente utilizando um editor de seqüência (XEESE), em seguida foram submetidas às análises de
máxima parcimônia, agrupamento de vizinhos e máxima verossimilhança. As distâncias genéticas
intragenéricas variaram de 0,21% a 18,4%. A árvore consenso obtida mostra uma nítida separação entre as
espécies amazônicas (C. brunneus, C. cupreus, C. moloch e C. torquatus) e as da Mata Atlântica (C. personatus e
CalliCebus sp.), contudo, quase não houve concordância entre alguns agrupamentos de espécies com relação a
qualquer dado morfológico existente na literatura. O conteúdo de AT foi maior que o de GC, assim como
para cada uma das três posições do códon, a freqüência na utilização A > T > C > G. A utilização dos
códons nas diversas famílias, também se mostrou não randômica nos zogue-zogues, concordando com
estudos feitos anteriormente com outros primatas. A formação de alguns dados incomuns e os valores de
divergência encontrados entre as espécies de CalliCebus sustentam a hipótese de que este gênero de primatas
apresenta um polimorfismo anterior à emergência destas diferentes espécies. Conclusivamente, os dados aqui
obtidos demonstram que a árvore filogenética produzida pela CO II retrata a história gênica e não a história
das espécies estudadas neste trabalho.
175

262
ARAGÃO, Ivan Luiz Guedes de. Ecologia e história natural de duas populações de acapu
(Vouacapoua americana Aubl. Caesalpiniceae) em floresta amazônica de terra firme. 1997. 137 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.
Orientador: Pedro Luiz Braga Lisboa

RESUMO: Este estudo visa analisar de forma comparativa os diferentes aspectos ecológicos do acapu
(Vouacapoua americana Aubl.) em duas áreas amazônicas de floresta densa de terra firme: a Reserva do
Mocambo e a Estação Científica "Ferreira Penna". A primeira é uma área de floresta primária de 6 ha, cuja
fauna de mamíferos foi praticamente extinta e a outra de 33.000 ha muito bem conservada e protegida.
Foram analisados vários aspectos da ecologia da espécie, entre os parâmetros abordados estão a estrutura
populacional e a distribuição espacial de adultas e plântulas, a germinação de sementes, a dinâmica de
plântulas, ataque de fungos e insetos e a remoção de sementes. Nos dois locais, as árvores adultas (DAP > -5
cm) foram inventariadas em 2 ha. O censo de distribuição espacial de plântulas foi feito em transectos
perpendiculares à arvore matriz. O experimento de remoção de sementes foi realizado através de amostras
contendo diferentes densidades em diversas distâncias em relação à arvore matriz. Os testes de germinação,
mortalidade e crescimento foram feitos em casa de vegetação. Os resultados de germinação de sementes,
distribuição espacial de adultas, remoção de sementes e dinâmica de crescimento de plântulas apresentaram
diferenças significativas quando comparados os dois ambientes. A germinação de sementes de acapu ocorreu
entre 3 a 5 dias após o semeio nos dois locais de estudo, possuindo as plântulas um rápido crescimento inicial.
A população plântulas de acapu sofre um severo ataque de fungos nos dois ambientes, principalmente por
meio do fungo Septoria vouacapouae, que parece ser específico da espécie. As populações de acapu têm uma
forte dependência dos roedores, como a cutia (Dasyprocta sp.), responsáveis pela dispersão de suas sementes.

263
CARDOSO, Lucilene dos Santos. Avaliação de características reprodutivas de búfalos (Bubalus bubalis
L.) nas várzeas do Médio Amazonas. 1997. 98 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.
Orientador: José Ribamar Felipe Marques

RESUMO: Estuda as características da eficiência reprodutiva em rebanhos da espécie Bubalus bubalis L.,
envolvendo animais das raças Carabao, Jafarabadi, Mediterrâneo, Murrah, Tipo Baio e seus respectivos mestiços,
criados em sistema extensivo, sob regime de pastagem nativa de terra inundável, com o objetivo de identificar
fatores de influência não genética sobre as características estudadas e determinar os índices de eficiência
reprodutiva desses animais. O estudo foi desenvolvido com base nos dados colhidos no período de 12/02/76
a 18/12/95, no Campo Experimental do Baixo Amazonas (CEBA - EMBRAPA – CPATU), situado à
margem do rio Amazonas, em Monte Alegre, Estado do Pará. As características estudadas foram: Idade à
Primeira Cria (IPC), Intervalos de Parto (IDP), Período de Serviço (PS), Vida Útil (VU) e Eficiência
Reprodutiva (ER), cujas médias, desvios padrão, números de observações e coeficientes de variação foram,
respectivamente: IPC - 35,68 ± 2,99 meses (346), CV = 8,38; IDP - 385,57 ± 28,65 dias (830), CV = 7,43; PS
- 74,43 ± 23,10 dias (865), CV = 31,03; VU - 9,87 ± 3,99 anos (460), CV = 40,39 e ER - 94,67%. A análise
estatística mostrou que a IPC foi, significativamente, afetada apenas pelo grupo genético; o IDP e o PS foram
influenciados pelo grupo genético e pela época do parto, enquanto a VU foi, significativamente, influenciada
pelo grupo genético, pela ordem do parto e pelo peso ao nascer a cria. Os índices obtidos mostraram-se
superiores à maioria daqueles registrados no Brasil e em outros países, demonstrando a grande adaptabilidade
da espécie às áreas de terras inundáveis, bem como a excelente performance produtiva desses animais, apesar
da adversidade do ecossistema, principalmente durante a estação chuvosa.
176

264
COSTA, Joseane Carvalho. Efeitos da administração sistêmica do neuropeptídeo substância P e seus
fragmentos N-terminal (SP 1-7) e C-terminal (SP 6-11) sobre a amnésia induzida por diazepam. 1997.
107 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.
Orientador: Carlos Alberto Bezerra Tomaz

RESUMO: A participação dos neuropeptídeos nos processos de aprendizagem de memória tem sido
demonstrado intensivamente. Dentre esses neuropeptídeos está a substância P (SP). Uma série de estudos
tem demonstrado que a administração central (dependendo do sítio) ou periférica da SP, após o treino de
uma determinada tarefa, facilita a retenção e, conseqüentemente, o desempenho desta. Por outro lado, a
administração, pré-treino, de BZDs, uma classe de agentes psicoterapêuticos utilizados na clínica com
finalidades ansiolíticas, anticonvulsivantes e pré-anestésicas, produz uma severa amnésia anterógrada. Visto
que inúmeras evidências apontam para SP como uma substância "protetora", nosso trabalho teve como
primeiro objetivo investigar os efeitos da administração sistêmica (i. p.) do neuropeptídeo SP sobre a amnésia
induzida pelo diazepam (DZP). O resultado desse estudo mostrou que a SP administrada na dose de
50mg/kg atenua o déficit observado no desempenho de ratos tratados com diazepam (pré-treino) na dose de
2.0mg/kg. Posteriormente, com base em estudos que mostram a especificidade dos fragmentos SP 7-11 e SP
6-11 da molécula de SP 1-11, nos processos de aprendizagem e memória, respectivamente, foi realizada outra
série de experimentos, tendo por objetivo investigar uma possível especificidade desses fragmentos na
amnésia induzida por DZP. Nossos resultados mostraram que o fragmento SP 7-11 (167 mg/kg) apresenta
propriedades bloqueadoras em relação ao déficit induzido por DZP. Além disso, o efeito desse fragmento
pareceu ser mais potente que o efeito obtido com a administração da molécula inteira (SP - 1-11). Por outro
lado a administração pós-treino do fragmento SP-6-11 não apresentou efeito sobre o déficit no desempenho
de uma tarefa de esquina inibitória induzida por DZP. Esses resultados são discutidos em termos de
interações com sistema colinérgico a nível da via ST-hipocampal e região NBM. Os resultados obtidos nesses
estudos apontam para a SP como um agente modulador nos processos de aprendizagem e memória, além de
reforçar hipóteses que sugerem ser a SP um agente neurotrófico capaz de recuperar funções. Estes resultados
podem ser considerados como uma contribuição para as pesquisas que buscam solucionar problemas
referentes a doenças como a Doença de Alzheimer.

265
COSTA, Maria do Socorro Leal Carvalho. Avaliação do comportamento ecofisiológico de mangueiras
(Mangifera indica L.) utilizadas na arborização da cidade de Belém do Pará. 1997. 83 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 1997.
Orientador: Olinto Gomes da Rocha Neto

RESUMO: Devido ao crescimento desordenado da população urbana nos últimos anos, as grandes cidades
necessitam cada vez mais de áreas verdes para melhoria do ambiente, tanto no aspecto paisagístico como do
clima. A mangueira (Mangifera indica L.) continua sendo muito utilizada na arborização urbana da cidade de
Belém, pois é uma espécie que adapta-se bem às variações climáticas que ocorrem durante o ano e também
pode desenvolver-se nos mais variados tipos de solos existentes na região, desde que lhes sejam fornecidos os
nutrientes necessários a sua sobrevivência. No presente trabalho foram estudados os efeitos dos fatores
edafoclimáticos sobre o crescimento de 24 mangueiras plantadas em quatro áreas com características
diferentes na cidade de Belém. As plantas foram avaliadas em duas épocas do ano e a relação desses
ambientes sobre o desenvolvimento das plantas. As avaliações se deram em duas épocas do ano coincindindo
com o período de maior (abril/maio) e menor (julho/agosto) precipitação pluviométrica. O comportamento
estomático das plantas foi estudado com o auxílio de um porômetro de difusão (Steady State Porometer, LI-
1600), em condições de campo. Foi observado que durante o período de maior índice pluviométrico, as
plantas desenvolveram-se mais, quando comparadas com os resultados obtidos no período no qual o índice
177

de precipitação pluviométrica foi menor. No período compreendido entre os meses de abril e maio, os
lançamentos apresentaram-se mais longos, tendo em média vinte folhas por lançamento, e o tempo entre a
emissão de um lançamento e outro foi de aproximadamente sessenta dias. No período compreendido entre
julho e agosto, os lançamentos, quando totalmente expandidos, tinham em média dezessete centímetros de
limbo e apresentavam de dez a quinze folhas por lançamento. O tempo entre a emissão de um lançamento e
outro foi inferior a três meses. Esse fato foi verificado também quando comparadas as quatro áreas de
estudo, num mesmo período. Nas áreas onde o solo era mais permeável, as mangueiras se desenvolveram
melhor. Outro fator que influenciou de maneira significativa no desenvolvimento da espécie foi a adubação
química. A condutância estomática das plantas nos meses de julho a agosto foi menor em todas as áreas
quando comparada com a condutância nos meses de abril a maio, quando o índice pluvioméetrico foi mais
elevado. A disponibilidade de água no solo influenciou de forma que o índice pluviométrico foi mais elevado.
A disponibilidade de água no solo influenciou de forma bastante significativa no movimento estomático. Por
meio dos resultados obtidos neste trabalho, pode-se sugerir que para melhor aproveitamento das mangueiras,
devem ser avaliadas as características edafoclimáticas da área do plantio, para que o desenvolvimento ocorra
de forma mais rápida e as perdas das mudas plantadas sejam menores.

266
FARO, Lilian Rosana Ferreira. Localização da atividade da NADPH - Diaforase na área 17 do córtex
visual humano. 1997. 119 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.
Orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz

RESUMO: O padrão de distribuição da atividade da enzima NADPH-diaforase foi estudado na área 17 do


córtex visual humano normal e em dois estados alterados. Amostras de fragmentos de tecido da área 17
provenientes de autópsias (4-10 horas post-morten) foram fixadas por imersão em formalina 10% ou
paraformaldeído 4% em tampão fosfato 0,1 M, pH = 7,2-7,4, por 24 horas. A histoquímica para NADPH-
diaforase foi feita usando-se o método indireto para a enzima málica. A distribuição laminar da atividade
histoquímica na neurópila e nos neurônios, além da morfologia celular e análises quantitativas bi e
tridimensional de um total de 123 neurônios foram descritos. A distribuição da atividade histoquímica na
neurópila mostrou-se semelhante àquela descrita para citocromo oxidase. Além da neurópila, a reação
histoquímica também revelou dois tipos celulares marcados, denominados de tipo I e II, se possuíam alta ou
baixa atividade histoquímica, respectivamente. Nos neurônios do Tipo I, considerados como grupos
separados nas substâncias cinzenta e branca, foram encontradas diferenças morfométricas que indicaram
diferentes estratégias de organização na árvore dendrítica destas células nos dois compartimentos corticais
considerados. A técnica histoquímica para NADPH-diaforase também revelou, em uma das amostras, a
presença de colunas de dominância ocular. Em outra amostra, na qual foi relatada a presença da esclerose
tuberosa, marcou-se a desorganização laminar característica desta doença e também grande quantidade de
células NADPH-diaforase positivas. A NADPH-diaforase tem sido demonstrada como uma das técnicas de
escolha para a localização da forma neuronal da sintase do óxido nítrico. Assim, a distribuição espacial das
células NADPH-diaforase positivas é uma importante ferramenta que pode ajudar a descrever a interrelação
funcional entre os locais de produção de óxido nítrico em estados normais e alterados.

267
ISHIKAWA, Edna Aoba Yassui. Estudo sobre o polimorfismo genético de Leishmania (Viannia)
braziliensis do Estado do Pará, Brasil, pelo uso da técnica RAPD. 1997. 92 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 1997.
Orientador: Jeffrey Jon Shaw

RESUMO: Estudos recentes utilizando técnicas de Biologia Molecular têm demonstrado que existe
polimorfismo genético entre as amostras de Leishmania (Viannia) braziliensis sensu lato que poderiam estar
associados ou com a sua ecoepidemiologia ou com a distância entre as áreas das quais foram isoladas. Os
178

vetores de L.(V.) braziliensis s.l. diferem de uma região para outra e o objetivo do presente estudo foi
comparar as amostras de regiões que apresentaram diferentes vetores. Foram estudadas amostras de L .(V.)
braziliensis s.l. isoladas de humanos das localidades de Paragominas (10), Serra dos Carajás (3), Paraná (4) e
Peru (1), pelo uso da técnica de amplificação dos fragmentos de DNA (RAPD). Na primeira localidade o
vetor identificado é Psychodopygus complexus, na segunda Ps.wellcomei. No Paraná o vetor suspeito é Lutzomyia
whitmani e no Peru os vetores são desconhecidos, porém, os vetores de outras localidades não têm sido
registrados na Região Amazônica. Quando os resultados dos diferentes oligonucleotídeos utilizados foram
combinados e a média dos fragmentos compartilhados foram comparadas as amostras das diferentes
localidades ficaram em grupos separados. Foi observado, também, que esses grupos puderam ser definidos
apenas com o oligonucleotídeo M13-40. Um fenograma construído pelo método aritmético (UPGMA),
usando o pacote MEGA, mostrou que as populações de Carajás foram geneticamente mais similares com as
do Paraná do que com aqueles de Paragominas. A última localidade, no entanto é geograficamente mais
próxima do que Paraná. Os resultados indicaram que as diferenças geográficas observadas estão
provavelmente relacionadas à origem geográfica das amostras ou ao isolamento geográfico. Postula-se que os
grupos relacionam-se a diferentes entidades ecoepidemiológicas, entre as quais os vetores podem estar
excercendo maior pressão seletiva sobre a massa gênica das Leishmanias.

268
LIMA, Almira Cláudia Marinho. História natural do lagarto Polychrus marmoratus (Polychrotidae) na
Amazônia oriental, com ênfase ao hábito alimentar. 1997. 71 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1997.
Orientador: Inocêncio de Sousa Gorayeb

RESUMO: O lagarto Polychrus marmoratus (Polychrotidae) foi estudado em uma área de floresta secundária
(capoeira velha) no nordeste do Pará, Brasil. Estes lagartos, heliotérmicos, foram observados na borda de
florestas secundárias, geralmente sobre galhos de arbustos e árvores de pequeno porte. Além de possuir
coloração críptica, adota como estratégia de camuflagem, seja para proteção contra predadores ou para
aproximação da presa, o deslocamento durante a presença do vento, quando seus movimentos são poucos
percebidos em função do balanço simultâneo das folhagens. A reprodução é sazonal com fêmeas produzindo
de 5 a 10 ovos. A fecundação ocorre provavelmente no mês de fevereiro e a desova durante a estação seca,
por volta do mês de agosto. Os indivíduos permaneceram a maior parte do tempo parados (90%). Eles
apresentaram um baixo número de ataques a presas e gastaram maior parte do tempo na sombra. As fêmeas
adultas foram maiores do que os machos adultos em comprimento rostro-anal, cauda, largura e comprimento
da mandíbula e massa. A dieta consistiu basicamente de invertebrados arbóreos (insetos e aranhas) e matéria
vegetal, não ocorrendo diferenças significativas na composição da dieta entre machos e fêmeas. Apesar de
algumas diferenças na composição da dieta entre jovens e adultos, as proporções ingeridas dos principais
tipos de presas não foram relacionadas ao tamanho do lagarto. O tamanho médio das presas ingeridas pelos
lagartos aumentou com o tamanho do corpo, mas os lagartos maiores comeram presas de vários tamanhos.
As observações sobre os padrões de movimento e composição da dieta indicam que Polychrus marmoratus é um
forrageador de estratégia "senta-espera" mais do que um "forrageador ativo".

269
MACHADO, Ricardo Luiz Dantas. Distribuição das variantes do Plasmodium vivax (VK 210, VK 247 e
Plasmodium vivax-Like) em três áreas endêmicas da Região Amazônica brasileira, utilizando a
amplificação do gene codificador da Proteína que Circunda o Esporozoíto (CSP). 1997. 99 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.
Orientadora: Marinete Marins Póvoa

RESUMO: Este estudo realizou-se com a finalidade de verificar a distribuição das variantes do Plasmodium
vivax (VK 210, VK 247 e P. vivax-like) em áreas endêmicas da Amazônia brasileira, por meio da amplificação
179

do gene codifica a Proteína que Circunda o Esporozoíto (CSP) de amostras coletadas em Macapá, Porto
Velho e Belém no período de setembro de 1995 a setembro de 1996 por duas metodologias de diagnóstico,
utilizando amostra coletada em membrana de fibra de vidro para a reação em cadeia da polimerase associada
ao Teste Imunoenzimático (PCR/ELISA). Ademais, procurou-se correlacionar o tipo de P. vivax com sinais e
sintomas, parasitemia inicial, passado malárico e a velocidade de negativação parasitária. Para rastrear todos os
tipos de parasitemia, foram utilizados a gota espessa e o QBC®, cujos resultados mostraram que todas as
amostras foram positivas em ambos os métodos. O resultado da tipagem do P. vivax, por meio da técnica
MFV/PCR/ELISA, mostrou que há prevalência total em Macapá, Porto Velho e Belém do VK 210 foi de
85,7%, 84,8% e 87,5%, do VK 247 de 71,4%, 69,7% e 60,0% e do P. vivax-like de 71,4%, 60,6% e 42,55,
respectivamente. Infecções causadas somente pelo VK 210 foram evidenciadas em todas as três áreas de
estudo com percentual de 26,2% para Macapá, 27,8 % para Porto Velho e 37,5% para Belém. Infecções
mistas com VK 210 e P. vivax-like foram encontradas em 2,4% das amostras de Macapá, 12,1% de Porto
Velho e 20,0% de Belém. Já as causadas por VK 247 e P.vivax-like foram observadas em 2,4% das amostras de
Macapá, 3,1% de Porto Velho e 2,5 % de Belém. Para infecções mistas com os três variantes foi observada
prevalência de 54,8% nas amostras de Macapá, 42,4% nas de Porto Velho e 27,55 nas de Belém. Estes
resultados mostram que a forma clássica do P. vivax ainda é a mais prevalente na Região Amazônica brasileira
e as variantes VK 247 e P. vivax-like estão amplamente distribuídas nestas áreas de estudo, porém se
apresentam em infecções mistas. Os sinais e sintomas detectados nos pacientes incluídos neste trabalho não
destacaram nenhuma característica diferente daquelas descritas na literatura. Tanto o esquema clássico quanto
o reduzido para o tratamento da malária por P. vivax não mostraram diferenças na velocidade de negativação
parasitária para nenhum dos tipos de P.vivax encontrados. O passado malárico, o sexo e nem a idade
influenciaram nos tipos de P. vivax encontrados. A utilização da amostra em membrana de fibra de vidro foi
útil para a tipagem do P. vivax associado à hibridização líquida não isotópica. A técnica MFV/PCR/ELISA
foi sensível e específica para a detecção das parasitemia nas amostras de P. vivax, mostrando ser excelente para
levantamentos epidemiológicos do complexo vivax em ambas as metodologias usadas.

270
MENDES, Yvone Gabbay. Soroepidemiologia do vírus Norwalk e do astrovírus em crianças de
Belém, Pará, Brasil. 1997. 97 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.
Orientador: Ricardo Ishak

RESUMO: Durante um estudo longitudinal realizado em Belém do Pará, foram acompanhadas 83 crianças
desde o seu nascimento até a idade de três anos, com o intuito de avaliar os aspectos clínicos e
epidemiológicos da infecção pelos Astrovírus. Soros de 37 dessas crianças, selecionadas aleatoriamente, foram
testados quanto à presença de anticorpos para o vírus Norwalk e Astrovírus, por um ensaio imunoenzimático.
As 147 amostras de soro coletado aos 6, 12, 24 e 36 meses de idade mostraram uma taxa de positividade de
63,9% para o vírus Norwalk. Uma baixa soropositividade foi observada aos seis meses, mas um aumento
progressivo ocorreu do 12º ao 36º mês de vida. Soroconversões foram detectadas em 32 crianças: uma
primeira conversão foi demonstrada em quinze crianças aos 12 meses, onze aos 24 meses e seis aos 36 meses.
Uma segunda conversão foi registrada em seis crianças aos 24 meses e em nove aos 36 meses. Em uma
criança, foi verificada uma terceira conversão aos 36 meses de vida. Para os Astrovírus, foram testados 221
soros coletados aos 6, 12, 18, 24, 30 e 36 meses de vida, com uma positividade de 50,3%. Aos 6 meses a
positividade foi baixa e o primeiro aumento de títulos foi notado aos 12 meses. Nos meses subseqüentes, foi
observada uma variação no padrão de resposta imune com picos aos 24 e 36 meses, e níveis mais baixos aos
18 e 30 meses. Conversões sorológicas para os Astrovírus foram detectadas em 31 crianças: uma primeira
conversão foi evidenciada aos 12 meses em dezessete crianças; aos 18 meses em seis; aos 24 meses em cinco;
e aos 30 meses em três. Aos 18 meses, duas crianças mostraram uma segunda conversão sorológica, aos 24
meses dez e aos 30 meses duas. Aos 36 meses, quatro crianças tiveram uma segunda conversão e outras duas
demonstraram uma terceira conversão. Esses são os primeiros dados soroepidemiológicos obtidos no Brasil
sobre o vírus Norwalk e os Astrovírus, e constituem uma tentativa primária para definir a idade da
primoinfecção na criança, uma etapa obrigatória, considerando futuras estratégias para a prevenção e controle
das infecções por esses vírus.
180

271
MENEZES, Ilmarina Campos de. Morfogênese in vitro em tecido somático de pimenta-do-reino
(Piper nigrum L.). 1997. 86 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.
Orientador: Milton Guilherme da Costa Mota

RESUMO: A pimenta-do-reino (Piper nigrum L.) é cultivada em muitos países tropicais, e o Brasil é um dos
maiores produtores desta especiaria. A doença fusariose é um dos fatores limitantes para a produção da
cultura. O patógeno (Fusarium solani f sp. piperis) é disseminado principalmente pelo método de propagação
usual via sistema de enraizamento de estacas. O objetivo deste trabalho foi estudar as respostas
morfogenéticas in vitro em tecidos somáticos e regenerar plantas livre de patógenos. Ápices caulinares obtidos
de plântula in vitro foram estabelecidos em meio básico MS sólido, suplementado com AIA (0,5; 1,0 ou 2,0
mg.L-1) e BAP (1,0; 2,0 ou 4,0 mg.L-1) durante 10 ou 20 dias. A indução e o alongamento de múltiplos
brotos foram obtidos em mesmo meio de estabelecimento, sem AIA, mas, com 0,3 mg.L-1 GA3. Estes foram
subcultivados em meio MS contendo somente BAP (1,0; 2,0 ou 4,0 mg.L-1). Os meios com 2,0 ou 4,0 mg.L-1
BAP (3-4 brotos por explante) foram efetivos para a indução de novos brotos quando os explantes foram
estabelecidos em meio MS contendo 0,5 e/ou 1,0 mg.L-1 de AIA. As raízes foram induzidas em meio com
0,5; 1,5 ou 2,5 mg.L-1 de ANA ou AIB. As raízes em maior número foram obtidas em meio com ANA e as
raízes com maiores tamanhos em meio com AIB. Para a indução de calos a partir de embriões com
endosperma, os meios com 0,1 mg.L-1 de 2,4-D e a combinação de 1,0 mg.L-1 de 2,4-D e 1,0 mg L-1 BAP
foram os mais efetivos.

272
NASCIMENTO, Manoel Euclides do. Aspectos anatômicos dos órgãos vegetativos de Piper
hispidinervium C.DC. (Piperaceae) e suas estruturas secretoras. 1997. 78 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 1997.
Orientadora: Raimunda Conceição de Vilhena Potiguara

RESUMO: Trata de um estudo anatômico e morfológico da raiz, caule e folha de Piper hispidinervium C.D.C.
(Piperaceae), mais conhecida como "pimenta longa", nativa da Amazônia, nos campos de pastagem do Estado
do Acre. É rica em safrol, substância utilizada como inseticida e na indústria farmacêutica. As raízes primária,
adventícia aérea e adventícia subterrânea, são poliarcas e apresentam crescimento primário e secundário. Nas
raízes adventícias, observa-se um parênquima central formado por células com paredes delgadas. No caule, o
crescimento primário ocorre até o quarto entrenó contado do ápice e, o secundário, a partir do quinto
entrenó. A folha é anfiestomática e apresenta tricomas tectores, secretores, pearl gland e idioblastos oleíferos.
As pearl gland ou glândulas reluzentes são abundantes nas folhas jovens. A relação entre o número de
estômatos, células epidérmicas e tricomas secretores revelou índice estomático de 12,120 e índice de tricomas
secretores de 2,030 em uma área de 0,021 mm². O mesófilo é dorsiventral com tecido subepidérmico e
parênquima paliçádico, ambos bisseriados. Os idioblastos oleíferos foram encontrados em todos os orgãos
vegetativos, porém mais abundantes na folha, nos tecidos em crescimento primário e próximos aos nós
caulinares. Na superfície das folhas, o número de idioblastos oleíferos é diretamente proporcional ao número
de tricomas secretores.

273
PIRES, Andréa Ferreira. Dispersão de sementes na várzea do Médio Solimões, Estado do Amazonas-
Brasil. 1997. 221 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.
Orientador: José Márcio Corrêa Ayres
181

RESUMO: Traz uma abordagem em nível de comunidade, para traçar os padrões mais gerais dos principais
processos de dispersão de sementes das espécies de uma comunidade de plantas de várzea na Reserva de
Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM), localizada na região oeste da Amazônia, Estado do
Amazonas, Brasil. O objetivo principal deste estudo foi identificar os principais mecanismos de dispersão de
sementes; avaliar a qualidade da dispersão promovida por seus principais agentes dispersos, revelar os
aspectos temporais, espaciais e morfológicos da produção de frutos das espécies, sua importância para a
eficiência da dispersão das sementes, observa as adaptações das espécies de plantas para a vida na várzea e
conhecer as interações entre animais e plantas que contribuem para a dispersão de sementes das espécies. O
período do estudo foi entre novembro de 1992 a dezembro de 1993, e foram realizados: levantamento
botânico em 4 ha; levantamento fenológico mensal durante 14 meses consecutivos; exame da morfologia de
frutos e sementes de 132 espécies arbóreas; experimento de flutuação e longevidade de frutos e sementes de
74 espécies de plantas; exame de conteúdo estomacal e intestinal de cinco espécies de peixes frugívoros;
experimento de germinação de 26 espécies de plantas; e 1240 horas de observações de frugívoros diurnos.
Agentes bióticos e abióticos contribuem para a dispersão de sementes das espécies na área de estudo. Mais de
391.000 sementes foram potencialmente transportadas por animais frugívoros para distâncias variáveis da
planta mãe nessas florestas de várzea, onde os peixes, as aves e os mamíferos são os principais zoócoros. As
plantas maximizam o benefício proporcionado pelos dispersores por meio de adaptações morfológicas e
temporais. A sincronia do pico de frutificação com o pico da cheia encontrada neste estudo sugere uma
estratégia das espécies da várzea para maximizar o benefício proporcionado pelos agentes dispersores mais
eficientes nesta época do ano: os peixes e a água.

274
ROCHA, Roberta Valente da. O Gênero Microstrates lacordaire (Curculionidae: Baridinae): sistemática,
filogenia e evolução da associação com palmeiras hospedeiras. 1997. 158 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1997.
Orientador: Inocêncio de Sousa Gorayeb

RESUMO: A revisão e análise filogenética do gênero Microstrates são apresentadas com base em caracteres
descobertos durante o estudo e naqueles já utilizados na literatura. Foram reconhecidas onze espécies que
podem ser identificadas pela chave apresentada. Duas espécies novas são descritas: Microstrates almiri, sp. n.,
Caxiuanã, PA e M. piririma sp. n., Monte Alegre, PA. Microstrates bipunctatus Hustache, 1951 é considerada
sinônimo de M. cocois Bondar, 1941. O estudo das relações filogenéticas das espécies de Microstrates resultou na
seguinte hipótese expressa parenteticamente como: ((M. cocoscampestris (M. abbreviatus (M. rufus, M. cucullus, M.
bondari). Pela primeira vez são apresentadas as palmeiras hospedeiras de M.almiri sp. n., M. piririma sp. n. e M.
rufus Hustache, 1951. As espécies M. almiri sp. n. e M. piririma sp. n., coletadas no Estado do Pará,
representam o primeiro registro do gênero para a Região Amazônica. Todas as espécies são redescritas e as
estruturas mais importantes para a identificação estão ilustradas. A coleta de curculionídeos em diferentes
espécies de palmeiras nos Estados do Pará e Amazonas corroborou a hipótese de associação exclusiva de
Microstrates com as palmeiras dos gêneros Syagrus, Butia e Cocos, e que cada espécie de Syagrus e Butia hospeda
apenas uma única espécie de Microstrates. A sobreposição e otimização (Farris, 1970) dos gêneros de palmeiras
hospedeiras sobre o cladograma de Microstrates mostra a seguinte hipótese: a associação com o gênero Syagrus é
plesiomórfica, com o gênero Butia é apomórfica e com o coqueiro (Cocos nucifera) é devida a eventos de
colonização.
182

1998
275
CARVALHO, Leônidas Olegário de. Ativação partenogenética com etanol de ovócitos bovinos
azebuados. 1998. 53 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientador: Otávio Mitio Ohashi

RESUMO: Ovócitos de bovinos azebuados (bos taurus indicus) foram ativados partenogeneticamente com
etanol a 7% em diferentes momentos de maturação, a fim de se determinar o melhor período de ativação in
vitro com o objetivo futuro de utilizar esses dados na tentativa de inibir o desenvolvimento celular da meiose
em estágio de metáfase II, com posterior enucleação é possível implantação nuclear (clonagem bovina). Os
ovários foram coletados em matadouros e levados ao laboratório onde foram submetidos à punção folicular,
e selecionados os ovócitos que apresentassem de uma a três camadas de células do cumulus oophorus e ovócitos
com células do cumulus compactas. Os ovócitos escolhidos foram maturados em meio TCM 199 (FSH, LH,
estradiol, piruvato, garamicina e bicarbonato). Passadas vinte e duas horas de maturação, os ovócitos que
apresentassem células do cumulus expandidas eram desnudados e submetidos à ativação com etanol a 7%.
Eram ativadas em torno de 50 unidades ovocitárias num total de cinco repetições em diferentes tempos de
maturação (24,26,28,30, 32, e 34 horas), sendo levadas posteriormente a co-cultivo em meio Menezo (B2)
associado a células da tuba uterina. Foram ativados 1.340 ovócitos e analisado o desenvolvimento em cultivo
a partir das 24 horas. Os resultados demonstraram que do total de ovócitos ativados, clivaram 489 (43.4%),
permanecendo a maior porcentagem em torno de 30 (46.5 %) a 32 (52.2%) horas de maturação. Indicando
portanto, que o melhor período para a ativação partenogenética em ovócitos de bovinos deve ocorrer entre
30 e 32h de maturação in vitro, corroborando com os dados observados em bovinos taurinos.

276
EMÍDIO-SILVA, Cláudio. A Caça de subsistência praticada pelos índios Parakanã (sudeste do Pará):
características e sustentabilidade. 1998. 145 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientador: Stephen Francis Ferrari

RESUMO: A caça de subsistência dos índios Parakanã foi estudada na Terra Indígena Parakanã (Município
de Novo Repartimento-PA) entre 1995 e 1997, para avaliar a sustentabilidade da forma atual de exploração da
fauna. Realizou-se levantamentos populacionais de vertebrados por transecção linear em duas áreas com
diferentes tempos de ocupação. Na área de exploração mais antiga, foram levantados: a estrutura
populacional de ungulados, por meio da análise dos crânios de animais consumidos; as espécies e a biomassa
dos animais abatidos, quantificadas mediante a questionários; as estratégias de caça, uso dos recursos e
preferência alimentar de caça definidos por meio de entrevistas. Roedores e carnívoros foram mais
abundantes na área com menor tempo de utilização, mas os dados para outros da taxa foram inconclusivos.
As curvas de sobrevivência para as populações de ungulados não indicam uma superexploração, com a
exceção de Tayassu pecari, cuja curva indica uma população desequilibrada. Os Parakanã ainda caçam presas
preferidas, utilizando um número relativamente pequeno de espécies, e a quantidade de proteína animal
consumida está bem acima dos índices mínimos recomendados pela WHO. Foi estimada que a atual
população (449 indivíduos em 1997) utiliza menos de 42% da T.I. Parakanã (351.697 ha) como um todo entre
caça, coleta e roça. As informações coletadas sugerem que a atual forma de exploração na T.I. Parakanã ainda
não comprometeu de forma irreversível a sobrevivência das populações de vertebrados. A longo prazo,
entretanto, o crescimento da população humana em relação à área limitada da T.I. Parakanã pode vir a
prejudicar a manutenção das formas tradicionais de sobrevivência. Uma série de medidas devem ser
implementadas para garantir a conservação da área e a qualidade de vida dos Parakanã
183

277
FERREIRA, Humberto Soares. Algumas características hormonais e da citologia vaginal durante o
ciclo estral da espécie Aotus infulatus (macaco-da-noite) (Cebidae-Primates), em cativeiro. 1998. 82 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientador: Otávio Mitio Ohashi

RESUMO: Objetivando obter dados básicos sobre algumas características reprodutivas em fêmeas de
macaco-da-noite (Aotus infulatus), foram utilizadas 10 (dez) fêmeas desta espécie mantidas em cativeiro no
Centro Nacional de Primatas, divididas em 02 grupos: grupo 01 formado por 05 (cinco) fêmeas não
acasaladas e mantidas em gaiolas isoladas e o grupo 02 formado por 05 (cinco) fêmeas acasaladas cada uma
com um macho da mesma espécie, mantidos cada casal em gaiolas individuais de reprodução. Foram
realizadas em cada fêmea 03 (três) colheitas semanalmente, de amostras de sangue para dosagem de
concentrações de 17b-E2 e P4 pela Técnica de Radioimunoensaio (RIA); amostras de esfregaço vaginal para
exames colpocitológicos pela técnica de Papanicolau; medição de temperatura retal; observações de possíveis
sintomas na genitália externa, bem como modificações nos padrões de comportamento. Observou-se que não
há evidências de sintomas ou modificações na genitália externa, bem como alterações nos padrões
comportamentais em nenhuma das fases do ciclo estral nesta espécie. A duração do ciclo estral observado foi
de 14,87 ± 0,14dias, com uma fase de estro de 1,31 ± 0,1dias, a duração da fase de metaestro foi de 3,62 ±
0,15dias, a duração da fase de diestro de 6,49 ± 0,24dias e a fase de proestro de 3,43 ± 0,05dias. A
concentração média de 17b-E2 na fase de estro foi de 0,63 ± 0,01 ng/ml. A concentração média de P4 na
fase de diestro foi de 145,00 ± 12,23ng/ml. Exames de esfregaço vaginal (colpocitologia) indicaram as
seguintes características: houve a predominância de células superficiais na fase de estro, com média de 70,67
± 4,3%; a maior presença de células intermediárias ocorreu na fase de diestro (43,82 ± 1,79%); células
parabasais ocorreram em maior porcentagem também na fase de diestro (15,41 ± 1,45%); e a maior
porcentagem de células basais ocorrendo também na fase de diestro (4,22 ± 0,34%). Dados de variações de
temperatura retal em animais da espécie Aotus infulatus (macaco-da-noite) indicaram um aumento deste
parâmetro na fase de estro com média de 38,93 ± 0,01°C.

278
MACHADO, Luiz Fernando Almeida. Vírus parixá: um novo possível arbovírus isolado do morcego
Lonchophylla thomasi (Mammalia, Chiroptera, Phyllostomidae) na Amazônia brasileira. 1998. 81 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientadora: Amélia Paes de Andrade Travassos da Rosa

RESUMO: O vírus Parixá, isolado de vísceras do morcego Lonchophylla thomasi, capturado no Município de
Altamira, Pará, Brasil, em 1984, é antigenicamente diferente dos vírus amazônicos identificados no Serviço de
Arbovírus do Instituto Evandro Chagas, Belém, Pará, Brasil. Este trabalho objetivou a caracterização
morfológica e antigênica deste possível novo agente, classificando-o preliminarmente dentro de uma família
viral. O vírus Parixá provocou efeito citopático em células HEp-2, RD e Vero, 48-72 horas pós-infecção, com
aumento do volume e destruição celular, não se replicando em células do clone C6/36 de Aedes albopictus e
LLC-MK2. A contrastação negativa de sobrenadantes de cultivos celulares e macerado de fígado de
camundongos recém-nascidos infectados demonstrou a presença de partículas virais envelopadas, contendo
capsídio de simetria icosaédrica com diâmetro variando entre 90 e 116nm. O vírus completo apresentou
diâmetro variando entre 170 a 280nm e consiste de um cerne ocupando a região central, um capsídio
circundando o cerne, um tegumento e um envelope externo envolvendo o nucleocapsídio. Em cortes
ultrafinos de hepatócitos de camundongos recém-nascidos e células HEp-2 infectadas com o vírus Parixá, as
partículas virais foram inicialmente visualizadas no núcleo e, posteriormente, no citoplasma. Não foram
observadas partículas virais no cérebro dos camundongos infectados. O referido vírus mostrou-se sensível ao
DCA e não apresentou relação antigênica com os herpesvírus humanos e com o vírus Água Preta,
pertencente à mesma família e que foi isolado uma única vez do sangue do morcego Carollia subrufa, na
184

Amazônia brasileira. Os resultados obtidos demonstram que o vírus Parixá possui características morfológicas
e físico-químicas compatíveis com a família Herpesviridae.

279
MORAES, Edilson Carvalho de. Características do manejo reprodutivo de bovinos da raça nelore na
Amazônia oriental. 1998. 69 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientador: José Ribamar Felipe Marques

RESUMO: Estuda as características da eficiência reprodutiva em rebanhos da espécie Bos taurus indicus,
envolvendo animais da raça Nelore e mestiços criados em sistema extensivo e semi-intensivo, sob regime de
pastagens nativa e cultivada, com o objetivo de identificar fatores de influência não genética sobre as
características estudadas e determinar os índices de eficiência reprodutiva desses animais. O estudo foi
desenvolvido com base nos dados colhidos no período de 1973 a 1997 nas fazendas Rio Arataú
Agropecuária, Itaqui Agropecuária, Cristo Redentor, Promissão e Cedro, situadas respectivamente nos
Municípios de Novo Repartimento, Castanhal, São Francisco do Pará, Ipixuna do Pará e Marabá, Estado do
Pará. As características estudadas foram: Idade à Primeira Cria (IPC), Intervalo de Partos (IDP), Período de
Serviço (PS) e Eficiência Reprodutiva (ER), cujas médias, desvios padrões, número de observações e
coeficientes de variação foram : IPC-41,83 mais ou menos 7,36 meses (1.411) e 14,56% ; IDP-404,21 mais ou
menos 42,68 dias (742) e 10,08% ; PS-115,92 mais ou menos 82 dias (1.122) e 34,54% ; e ER-88,25 mais ou
menos 4,42% e 89,66 mais ou menos 9,25%, respectivamente. A análise estatística mostrou que a IPC foi
afetada significativamente por fazenda, ano e mês do nascimento da fêmea, o PS pelo grupo genético e pela
ordem do parto e a IDP pela fazenda e pela ordem do parto. Os índices mostraram-se inferiores à maioria
daqueles registrados em estudos realizados no Brasil e em outros países, demonstrando a aclimatação da
espécie às áreas de criação, assim como uma razoável perfomance reprodutiva desses animais no ecossistema
amazônico.

280
RAMOS, Rosemar Silva Luz. Análise cariotípica das espécies do gênero Dasyprocta (Rodentia:
Dasyproctidae) encontradas na Amazônia brasileira. 1998. 127 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1998.
Orientador: William Gomes Vale

RESUMO: Foram estudados citogeneticamente um total de 30 animais das espécies D. prymnolopha (N=20),
D. leporina (N=6), D. fuliginosa (N=1) e Dasyprocta spp. (N=3) (dasyproctidae, Histricomorfa). Os cromossomos das
quatro espécies foram obtidos do cultivo de sangue periférico, além de medula óssea e baço das espécies
D.prymnolopha e D. leporina. O número diplóide foi de 2n=64/65 em todos os exemplares. O cariótipo
mostrou similaridade, não sendo detectado, através de coloração convencional de Giemsa e de banda G,
polimorfismo cromossômico em qualquer uma das quatro espécies estudadas. A distribuição da
hetecromatina constitutiva foi uniforme entre as espécies localizadas na região pericentromérica de todos os
cromossomos. As espécies D. prymnolopha, D. leporina e Dasyprocta spp. apresentaram variação no tamanho do
bloco heterocromático entre os homólogos do par 6; e as espécies D. prymnolopha e Dasyprocta spp. mostraram
ausência de bloco e heterocromatina uniformemente distribuída em todos os cromossomos. Não houve
variação no padrão das RON entre as espécies estudadas. Nossos resultados, comparados aos descritos na
literatura, sugerem que o gênero Dasyprocta não ocupa uma posição ancestral na filogenia dos Histricomorfos.

281
RODRIGUES, Luís Reginaldo Ribeiro. Relacões cromossômicas entre Phyllostomus e Artibeus
(Phyllostomidae-chiroptera). 1998. 98 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientadora: Cleusa Yoshiko Nagamachi
185

RESUMO: Analisou-se citogeneticamente três espécies da família Phyllostomidae: Phyllostomus discolor (2m, 2F),
P. hastatus (2M, 2f) e Artibeus lituratus (1M, iF), coletados em populações naturais do Pará. Os cariótipos foram
comparados através de coloração convencional, bandeamentos G, C, G/C seqüencial e marcação Ag-NOR.
P. discolor apresentou-se 2n=32 e FN=60, sendo todos os autossomos de dois braços, o cromossomo X
submetacêntrico médio e o Y acrocêntrico pequeno. O cariótipo de P. hastatus é semelhante ao de P. discolor,
mas com 2n=32 e FN=58. As duas espécies de Phyllostomus se diferenciam apenas pelo par 15, que é
metacêntrico em P. discolor e acrocêntrico em P. hastatus, sendo esta diferença explicada por uma inversão
pericêntrica. Em ambas as espécies: 1) as bandas C positivas localizam-se apenas na região centrométrica de
todos os cromossomos, 2) ocorre apenas um par de organizadores nucleolares. P. discolor compartilha com
Mimon crenulatum a forma metacêntrica do par 15, que é considerada primitiva em relação ao par 15
acrocêntrico de P. hastatus. Artibeus lituratus apresentou 2n=30/31 e FN=56. Os autossomos são 10 pares
metacêntricos e quatro subtelocêntricos. O sistema sexual é do tipo XY1Y2, sendo o X subtelocêntrico e os
cromossomos Y1 e Y2 acrocêntricos pequenos. Tal cariótipo é semelhante ao decrito em espécimes de
Pernambuco, mas difere quanto ao padrão de bandas C, do encontrado em animais de São Paulo. P. hastatus e
A. lituartus compartilham vários segmentos homeólogos, incluindo cromossomos inteiros conservados,
cromossomos inteiros rearranjados e braços cromossômicos conservados, mas reorganizados dentro dos
cariótipos. Sugerimos que o sistema XY1Y2 de Artibeus que originou através de uma fusão in tandem de um
autossomo acrocêntrico com um X primitivo idêntico ao X de Phyllostomus.

282
SANTIAGO, Lucídia Fonseca. Soroprevalência de brucelose e toxoplasmose em diferentes grupos
populacionais na cidade de Belém. 1998. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientador: László Molnár

RESUMO: Examinaram-se amostras de soros de diferentes grupos populacionais da cidade de Belém, para
avaliar a difusão de infecção por B. abortus, B. canis e T. gondii. Para avaliação da infecção por B. abortus,
examinou-se 383 amostras através das provas de soroaglutinação lenta (SAL), fixação do complemento (FC) e
ELISA competitivo (cELISA), a proporção de positividade obtida nas provas foram de 5,2%, 8,8% e 2,09,
respectivamente, com a FC demonstrando maior sensibilidade. O grau de concordância observada entre
SAL/FC; SAL/cELISA e FC/cELISA foi de 66,8%, 71,9% e 83,0%, respectivamente. A proporção mais alta
de positividade ocorreu nos seguintes grupos ocupacionais: magarefes (65/23, 35,3%) e veterinários
(25/3,13,0%). Segundo o local de trabalho, observou-se maior índice de positividade entre os trabalhadores
do matadouro (80/23, 28,7%) e trabalhadores da colônia do Biotério/UFPA (12/3,25%). Segundo o sexo,
evidenciou-se proporção maior de soros reagentes no sexo masculino (220/26,11,8%) em relação ao
feminino (163/8,4,9%). Dentre os 383 soros examinados pelo teste de imunodifusão para a verificação de
anticorpos para B. canis, observou-se uma taxa de incidência de soros reagentes surpreendentes (14,6%), que
superou mesmo as obtidas em outros estados (Bahia, Minas Gerais, São Paulo). Os dados recebidos indicam
presença de infecção em cães da cidade de Belém, fato comprovado por pesquisa anterior (Carvalho et al.,
1996). Chamou-nos atenção a alta proporção de positividade entre as donas de casa (11,2%), fato
perfeitamente aceitável se atentarmos para a estreita co-habitação entre o homem e o cão observada na cidade
de Belém. Para avaliação da soroprevalência da infecção por T. gondii, foram examinados 362 soros através do
ELISA IgG e ELISA IgM e 208 soros pela prova de látex aglutinação, obtendo-se índice de positividade de
68,8%, 6,1% e 70,6%, respectivamente. Este índice pode ser considerado alto, sendo, entretanto, semelhante
a resultados observados em outras regiões do país. A látex aglutinação pode ser usada para avaliação
epidemiológica onde não existam outras possibilidades.
186

283
SANTOS, Cláudia Nunes. Diversidade e relações filogenéticas de roedores e marsupiais da Reserva de
Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (Amazonas): uma abordagem molecular. 1998. 89 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientador: José Márcio Corrêa Ayres

RESUMO: Técnicas de captura foram empregadas a fim de se conhecer quais espécies de pequenos
mamíferos ocorrem nos diferentes habitats das várzeas da área focal da Reserva de Mamirauá (Amazonas,
Brasil) e, diferentes "estações" do ano (seca, enchente e cheia). Foram capturados 53 animais pertencentes a
10 táxons de marsupiais e roedores: Didelphis, Philander, Caluromys, Micoureus, Mesomys, Oecomys, Proechimys,
Oligoryzomys, Makalata e um didelfídeo não identificado (um espécime de Erethizontidae (Coendou sp) foi
registrado através de coleta por moradores da área). Para obter uma identificação mais precisa e avaliar as
relações filogenéticas entre e dentro dos táxons amostrados, utilizou-se seqüências do fragmento inicial (+ ou
- 400 pares de bases) do gene mitocondrial Citocromo B de 5 táxons de marsupiais (Didelphis, Philander,
Caluromys, Micoureus e um didelfídeo não identificado) e 3 táxons de roedores (Proechimys, Mesomys e Oecomys)
capturados em Mamirauá. As seqüências obtidas foram analisadas por abordagem de máxima parcimônia e
matriz de distância, e comparadas com seqüências de indivíduos de outras localidades da Amazônia para
identificação das espécies em nível molecular. Outros 3 táxons foram identificados apenas em nível
morfológico (Oligoryzomys sp., Coendou sp. e Makalata cf. didelphoides). O arranjo filogenético obtido e a análise
das taxas de divergência nucleotídica confirmaram a identificação das espécies Didelphis marsupiais, Caluromys
lanatus, Micoureus demerrarae. Mesomys hispidus e Oecomys robertii. O espécime didelfídeo não identificado aparece
nesse arranjo formando um clado com Micoureus demerarae, entretanto a divergência nucleotídica indica que
este indivíduo pode pertencer a outra espécie. As taxas de divergência entre indivíduos de Proechimys cf. steerei
de pontos diferentes da reserva foi elevada (0,2 a 6,6 %), evidenciando uma alta variabilidade genética na área.
Além disso, as análises filogenéticas do gênero Philander refutam a proposta taxonômica de Patton e da Silva
(1997), sugerindo a divisão do gênero em dois grupos de espécies com a elevação de Philander opossum opossum,
P. o. fuscogriseus e P. o. canus em nível de espécie.

284
SANTOS, Domingos Ezenildo Matos dos. Subtipagem genômica do HIV- 1, a partir do gene env, em
pacientes portadores do HIV-1 ou com SIDA/AIDS, na cidade de Belém-PA, Brasil. 1998. 118 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientador: Ricardo Ishak

RESUMO: O HIV-1 apresenta uma grande diversidade genômica. No Brasil, a maioria das amostras pertence
ao subtipo B, porém já foram encontrados os subtipos C, D, F e genomas recombinantes B/F. O presente
estudo visa descrever a prevalência dos subtipos do HIV-1 isolados em Belém, Pará, Brasil. Os pacientes
atendidos na Unidade de Referência de AIDS assinaram termo de consentimento para participar do estudo.
O DNA proviral de linfócitos do sangue periférico foi amplificado pelo Nested-PCR e seus produtos
submetidos a uma comparação genômica pela técnica do heterduplex. Dentre as 99 amostras amplificadas, 62
tiveram o subtipo genético do HIV-1 identificado, revelando 59 (95%) do subtipo B, e 3 (5%) do subtipo F.
O subtipo B foi obtido entre 24(41%) homens e mulheres heterossexuais, em 18(30%) homens bissexuais,
16(27%) homens homossexuais e em 1(2%) hemofílico. O subtipo F foi detectado em 3 indivíduos
heterossexuais: uma mulher e dois homens, que também eram usuários de drogas injetáveis. O presente
estudo representou a primeira caracterização dos subtipos genômicos do HIV-1, em Belém-PA. As 32
amostras não subtipadas podem sugerir a ocorrência de uma co-infecção por dois subtipos (e.g., B e F), a
presença de cepas recombinantes do HIV-1 ou outro subtipo. Análises moleculares adicionais são necessárias
para monitorar a variabilidade genética e antigênica das cepas circulantes e para esclarecer a situação local da
epidemia.
187

285
SANTOS, Simone do Socorro Damasceno. Algumas características da maturação in vitro de ovócitos
bubalinos. 1998 60 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientador: Otávio Mitio Ohashi

RESUMO: Com o objetivo de verificar a influência das células da granulosa, de gonadotrofinas extra-
hipofisárias, de estradiol e do tempo de cultivo na maturação in vitro, 2746 ovócitos de cumulus compactos,
obtidos a partir de 1555 ovários de búfalas abatidas em matadouro, foram levados à maturação em meio 199
com 5% de soro fetal bubalino (SFB) e 5% de soro de búfala em cio(SBC) (T 1 ); meio 199 com 5% de SFB,
5% de SBC e células da granulosa (CG) (T 2); meio 199 com 5% de SFB, 5% de SBC, CG, 10 UI de eCG e
10 UI de hCG (T 3); meio 199 com 5% de SFB, 5% de SBC, 10 UI de eCG, 10UI de hCG e 1 µg de
estradiol/ml (T 4) em tempos de 14 17h, 20-22h, 23-25h, 26-28h, 29h e 32 horas de cultivo em estufa a
38,5°C, atmosfera de 5% de CO2 e alta umidade. Após a maturação os ovócitos foram fixados em etanol e
ácido acético (3 : 1) e analisados sob microscopia de contraste de fase, considerando-se maturos os ovócitos
que se encontravam em metáfase II. Após 14-17 horas de cultivo obteve-se 11,37%, 12,37%, 6,83% e 22,5%
de maturação para os tratamentos 1, 2, 3 e 4, respectivamente. Em 20-22 horas obteve-se 18,74%, 23,71%,
33,8% e 81,62% para os tratamentos 1, 2, 3 e 4, respectivamente. Em 23-25 horas obteve-se 45,42%, 22,91
%, 45,0% e 90,9% para T1, T2, T3 e T4, respectivamente. Em 26-28 horas obteve-se 35,3%, 43,3%, 72,0% e
75,0% para T1, T2, T3 e T4, respectivamente. Em 29 horas, obteve-se 54,54%, 53,3%, 58,81 % e 76,31 %
para os T1, T2, T3 e T4, respectivamente. Em 32 horas, obteve-se 58,58%, 49,24%, 48,06 e 74,99% para os
T1, T2, T3 e T4, respectivamente. Quando comparados os tratamentos 1, 2, 3 e 4, observou-se que não há
diferença estatisticamente significante (P<0,05) entre eles no tempo de 14-17h. Observou-se também que a
adição de células de granulosa não aumenta os percentuais de maturação quando utilizada sem suplementação
com gonadotrofinas, e que a suplementação hormonal com gonadotrofinas e estradiol aumenta o percentual
de ovócitos maturados e diminui o tempo necessário à maturação ovócitária em bubalinos, com maior
percentual ocorrendo em 23-25 horas com o T4.

286
SEGURA, Maria de Nazaré de Oliveira. Estudo do Anopheles (Nys) darlingi Root, 1926 e Anopheles
(Nys) Albitarsis Arribalzága, 1878 (Diptera: Culicídae) como vetores de malária numa mesma área
de transmissão, e caracterização de espécies do complexo albitarsis. 1998. 128 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientadora: Marinete Marins Póvoa

RESUMO: Durante os anos de 1995 e 1996, 9.102, mosquitos anofelinos vetores de malária foram coletados
com isca humana, em três localidades (Lagoa dos Índios-L. I; Granja Alves-G.A. e Zerão-ZE) do Município
de Macapá/AP, Brasil. Do total de mosquitos capturados 78,34% (7.131) foram identificados como An. (Nys)
albitarsis s.l. Arribalzága, 1878; 8,93% (813) como An. (Nys) darlingi Root, 1926; 6,66% (606) como An. (Nys)
braziliensis Chagas, 1907; 3,60% (326) de An. (Nys) nuneztovari Galbadón, 1940; 1,28% (117) An. (Nys)
triannulatus Neiva & Pinto, 1922; 0,78% (71) An. (Ano) peryassui Dyar & Knab, 1908; 0,25% (2) An. (Ano)
mattogrossensis Lutz & Neiva, 1911; 0,14% (13) An. (Arr) intermedius Chaga, 1908 e 0,02% (2) An. (Nys) aquasalis
Curry, 1932. O índice de picada/homem/hora foi de 38,3 para o An. (Nys) marajoara e 4,3 para An. (Nys)
darlingi. As análises das espécies do complexo albitarsis pelo Método RAPD-PCR nas três áreas de estudo
resultaram na identificação de somente uma espécie do complexo, o An. (Nys) marajoara. Usando ensaio
imunoenzimático (ELISA), a taxa de positividade foi de 1,58% (144/9.100) distribuída em cinco espécies: 115
(1,61 %) An. (Nys) marajoara, 5 (0,61 %) An. (Nys) darlingi, 17 (2,80%) An. (Nys) braziliensis, 4 (17,39%) An.
(Ano) mattogrossensis e 3 (0,05%) An. (Ano) peryassui. Cento e seis mosquitos (90 An. (Nys) marajoara, 2 An. (Nys)
darlingi, 9 An. (Nys) braziliensis, 3 An. (Ano) mattogrossensis e 2 An. (Ano) peryassul) foram positivos para o
Plasmodium vivax-VK 247; 25 (18 An. (Nys) marajoara, 3 An. darlingi, 4 An. braziliensis) para o Plasmodium
malariae, 8 (4 An. (Nys) marajoara, 3 An. (Nys) braziliensis e 1 An. (Ano) mattogrossensis) para o Plasmodium vivax e 5
188

(3 An. (Nys) marajoara, 1 An. braziliensis e 1 An. peryassul) para o Plasmodium falciparum. Dados epidemiológicos
da Coordenação Regional do Amapá/FNS/MS mostram que a malária vivax foi mais prevalente nos humanos
(96,33% em 1996), no Município de Macapá. Como neste estudo as capturas foram feitas com isca humana, e
a espécie de mosquito mais prevalente, a com maior taxa de infectividade para todas as espécies de plasmódio
humano, inclusive para P. vivax, e a com maior índice de picada/homem/hora foi o An. (Nys) marajoara,
podemos concluir que esta espécie tem grande importância na transmissão de malária nas áreas estudadas.
Portanto, é possível afirmar que o An. (Nys) marajoara é o principal vetor de malária vivax nas áreas deste
estudo, cuja incriminação como vetor está sendo feita pela primeira vez.

287
SENA, Leonardo dos Santos. Filogenia do gênero Callithrix Erxleben 1777 (Callitrichinae,
Platyrrhini) baseada em seqüências do gene mitocondrial da citocromo oxidase II (CO II). 1998.
111 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider

RESUMO: As relações filogenéticas entre doze espécies de Callithrix (Callitrichinae, Platyrrhini) são inferidas a
partir de seqüências de 549 bases do gene mitocondrial citocromo oxidase II (COII). Por tratar-se de um
gene relativamente conservado, a maior parte dos sítios variáveis localizou-se na terceira base do códon, que
não sofreu saturação nas comparações intra-específicas. As seqüências de nucleotídeos e aminoácidos
encontradas foram similares àquelas já conhecidas para outros mamíferos. A topologia das árvores
filogenéticas, obtidas pelos métodos de máxima parcimônia, agrupamento de vizinhos, e máxima-
verossimilhança, foi muito semelhante. As análises claramente indicam a existência de três grupos de espécies
- "argentata", "pygmaea" e jacchus"-, não sendo observado o arranjo preferencial entre os dois primeiros, como
proposto por Tagliaro (1997), baseado em seqüências nucleotídicas da alça-D mitocondrial. No grupo
"argentata", C. argentata e C. emiliae do sul do Pará estão proximamente relacionados, enquanto C. emiliae de
Rondônia não apresenta arranjo preferencial com qualquer espécie; C. humeralifera, C. mauesi, C. saterei e
C.melanura formam um terceiro clado dentro desse grupo. Este arranjo parece confirmar a necessidade de
uma reclassificação da forma emiliae de Rondônia, indicando também a existência de uma divisão importante
dentro do grupo de espécies "argentata" relacionada a uma barreira geográfica (o rio Tapajós), ao invés de
traços morfológicos com a presença ou ausência de tufos nas orelhas. No grupo "jacchus", C. aurita é uma
espécie bem diferenciada, enquanto as relações entre C. penicillata, C. geoffroyi, C. jacchus e C. kuhli são menos
claras, indicando possíveis casos de polimorfismo ancestral e introgressão diferencial entre algumas linhagens.
A filogenia obtida no presente estudo é comparada com as propostas existentes para Callithrix. São discutidas
as dificuldades de se inferir a filogenia das espécies a partir de análises de seqüências gênicas mitocondriais e a
contribuição deste e de outros estudos genéticos para a definição das relações taxonômicas dentro dos
grupos.

288
SILVA, Mônica Cristina de Moraes. A Deficiência da Enzima Glicose - 6 - Fosfato Desidrogenase
(G6PD) e sua relação com a infecção malárica. 1998. 99f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1998.
Orientadora: Marinete Marins Póvoa

RESUMO: A deficiência de G6PD é a enzimopatia mais comum em populações humanas, acometendo cerca
de 400 milhões de pessoas no mundo. A maioria é assintomática, podendo apresentar quadro hemolítico
grave após contato com um agente indutor como primaquina, doenças virais e feijão fava. A alta prevalência
desta enzimopatia em áreas onde a malária é ou foi endêmica sugere que a deficiência atua com um fator
seletivo contra a parasitose, do mesmo modo que a talassemia e anemia falciforme. Nosso estudo teve como
objetivos investigar a relação entre a deficiência de G6PD e a infecção malárica; quando a vantagem seletiva
oferecida ou não pela desordem hereditária em uma amostra de pacientes maláricos e avaliar o efeito
189

hemolítico da primaquina em pacientes portadores de infecção malárica, normais e enzimopênicos, que foram
tratados com 30mg diárias da droga. A freqüência da deficiência em nossa amostra foi 5,5%, o que está de
acordo com aquela sugerida para populações brasileiras. Foi demonstrado também que o grupo de pacientes
com a deficiência enzimática (homens e mulheres enzimopênicos e mulheres heterozigotas) são mais
protegidos contra a severidade da febre causada pela malária do que o grupo de pacientes normais. Todavia,
quanto ao calafrio, à cefaléia, e à parasitemia, não foi detectada proteção. A análise dos parâmetros
hematológicos e bioquímicos do sangue indicaram presença de processo hemolítico induzido pela primaquina
(30 mg/dia) apenas em pacientes enzimopênicos. Nossos resultados sugerem que a investigação da freqüência
da deficiência de G6PD deve ser realizada em pacientes com infecção malárica a fim de evitar complicações,
como anemia hemolítica. Assim, novos estudos sobre a relação entre a deficiência de G6PD e a infecção
malárica deverão ser conduzidos no sentido de esclarecer se há ou não a proteção oferecida pela enzimopatia.

289
SOUZA, Marcelo Nazareno Vallinoto de. Evidências de integração nuclear do gene mitocondrial
citocromo oxidase II em Saguinus Hoffmansegg, 1807 (Callitrichinae, Primates). 1998. 121 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider

RESUMO: No presente trabalho foram seqüenciados 549 pares de base da subunidade II do gene
mitocondrial citocromo oxidase (COII), em 11 indivíduos do gênero Saguinus. Para a análise foram somadas, a
estas; 3 seqüências do gênero Callithrix, 1 de Callimico e 1 de Saguinus, oriundas da literatura. De acordo com
diversas características, as seqüências de Saguinus foram divididas em dois grupos, chamados de grupo 1 e 2.
Os Saguinus do grupo 1 apresentavam grande divergência genética (sempre maior que 20 %) quando
comparados com indivíduos do grupo 2, possuíam taxas constantes de mudanças nas três posições do códon,
deleções e/ou inseções, e presença de códons de parada. A ocorrência de tais características aponta para a
presença de pseudogenes mitocondrais em nossa amostra, sendo eles do tipo nucleares, ou seja, cópias de
seqüências mitocondriais que migraram para o núcleo e perderam suas funções. A grande divergência
encontrada entre essas seqüências e as demais de COII no gênero Saguinus, bem como com as dos demais
calitriquíneos usados na análise, indica que a migração ocorreu antes da emergência da subfamília Callitrichinae,
ou seja, há mais de 10 milhões de anos.

290
VALENTE, Vera da Costa. Potencial de domiciliação de Panstrongylus geniculatus (Latreille.1811)
(Hemiptera, Reduviidae, Triatominae) no Município de Muaná, ilha do Marajó, nordeste do Estado
do Pará, Brasil. 1998. 87 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientador: Habib Fraiha Neto

RESUMO: Panstrongylus geniculatus é espécie silvestre de triatomíneo, classicamente associada a tocas de animais
no chão da mata úmida, particularmente a tocas de tatu, principal reservatório do zimodema 3 de Trypanosoma
cruzi. Apesar de seu encontro eventual no interior das habitações humanas, para onde vem atraído pela luz,
este triatomíneo não coloniza no domicílio - o que constitui importante fator limitante de sua capacidade vetora
de Doença de Chagas ao homem. É detectada agora sua colonização em chiqueiros de área de várzea, anexos
ou contíguos ao domicílio humano, no Município de Muaná, sudeste do Marajó, com invasão de aposentos
humanos e assédio a moradores. No curso dos trabalhos de investigação, foram coletados 564 triatomíneos em
domicílios, anexos e palmeiras do furo do Pau Grande, Capitariquara, Inamaru, Mucajatuba, rio Abacatal e
Flexal, correspondendo a 5 espécies distintas : Panstrongylus geniculatus, Rhodnius pictipes, P. lignarius, R. robustus e
Eratyrus mucronatus, com ampla predominância da primeira (89,36%). O índice de infecção natural da espécie
por tripanossoma tipo cruzi foi de 16,46% (27/164 examinados). Somente o zimodema 1 de T. cruzi, antes
associado a marsupiais e a R. pictipes, foi isolado de triatomíneos e mamíferos da microrregião. A infecção
natural de P. geniculatus por Z1 sugere mudança de hábitos desse vetor, provavelmente por força de pressão
190

ecológica. Vinte e sete exemplares da espécie foram coletados em dependências humanas do domicílio, 5
deles (18,51%) com infecção natural. Das 122 casas examinadas, 28 (22,95%) apresentavam-se infestadas.
Quarenta triatomíneos adultos foram aí coletados. Foram examinados 114 mamíferos domésticos (105 porcos,
5 cães e 4 gatos) e 7 silvestres (4 Didelphis marsupialis, 2 Philander opossum e 1 Proechymis guyanensis), tendo sido
constatada infecção natural por tripanossoma tipo cruzi em 3 porcos domésticos (Sus scrofa) (2,85%) dos
examinados, 4 D. marsupialis e 1 P. opossum. A infecção natural do porco doméstico por Z1, em chiqueiros
colonizados por P. geniculatus, constitui um achado relevante, além de ser este o primeiro registro de
associação de triatomíneos com animais domésticos na Amazônia brasileira. Não foi constatada infecção
humana nas comunidades. Todos 582 habitantes apresentaram sorologia negativa. Mas a ocorrência de casos
é previsível, cogitando-se até de a infecção poder ser contraída por manipulação de carne de porco, dado o
hábito local extravagante de lambuzar as mãos desprotegidas com o sangue do animal abatido. A
adaptabilidade constatada de P. geniculatus a criadouros de porcos no peridomicílio, em área de várzea, e o
ataque ao homem dentro das casas, justificam a domiciliação da espécie no delta do Amazonas.

1999

291
ALVES, Lívia Navegantes. Uso intensivo da pastagem de Brachiaria brizantha (Hochst ex. A Rich)
na engorda de bovinos nelorados em Belém-PA. 1999. 71 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1999.
Orientador: Jonas Bastos da Veiga

RESUMO: Avalia um sistema de pastejo intensivo em pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu na
engorda de novilhos, em Belém-PA. O pastejo foi rotacionado com doze piquetes, com ocupação de três e
descanso de 33 dias, em uma área total de 7,2 ha. A taxa de lotação variou de 2,5 a 4,12 UA/ha. Foram
utilizados 33 novilhos nelorados. A forragem foi amostrada ao acaso, em 5 áreas de 0,5m2 à 5 cm do solo.
Houve diferenças significativas entre os ciclos de pastejo e entre os piquetes em todas as variáveis estudadas
(P<_0,05). A média observada foi de 4.541±1.232 kg; 3.213±878 kg; 2.364±659 kg; 1,12± 0,33; 12,76±4,73
kg de PV/kgMS; 10,48±2,53%; 6,57±1,66%; 49,47±3,75%; 40,52±3,68%; 0,478±0,469 kg e 800 kg/ha/ano,
respectivamente para disponibilidade total de forragem, resíduo forrageiro, disponibilidade de folha, relação
F/C, pressão de pastejo, proteína bruta da folha, proteína bruta do colmo, digestibilidade “in vitro” da matéria
orgânica da folha, digestibilidade “in vitro” da matéria orgânica do colmo, ganho de peso diário, ganho de peso
por área. A proteína foi considerada adequada para a engorda dos animais, porém, a digestibilidade foi
limitante neste aspecto. O ganho de peso animal foi apenas razoável, porém o ganho de peso por área foi
bastante superior ao encontrado na literatura. O sistema proporcionou um lucro de US$ 83,75/ha/ano que
correspondeu a 20% do capital investido/ha.

292
BARBA, Glória Colonnelli. Fibrose cística: estudo da mutação ∆F508 e dos marcadores genéticos XV2c e
KM19 em afetados e na população de Belém. 1999. 87 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação
em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos

RESUMO: A Fibrose Cística (FC) é uma doença autossômica recessiva grave e na maioria das vezes letal.
Entre as doenças genéticas a FC é uma das mais prevalentes, principalmente em populações de ascendência
européia. O gene da fibrose cística está localizado no braço longo do cromossomo 7, na região q 3.1. A
primeira mutação identificada no gene da FC foi a ∆F508, cuja freqüência varia de acordo com a etnia e a
localização geográfica da população estudada. Até o momento mais de 700 mutações foram descritas no gene
da FC e, devido a esse elevado número de mutações foram descritos no gene da FC (XV2c/KM19) os
191

marcadores que estão sendo utilizados para calcular riscos de descendência com FC e diagnóstico pré-natal.
Os estudos realizados em populações do Sul e Sudeste do Brasil têm determinado a freqüência de portadores
de ∆F508 nessas regiões, cujo processo de colonização transcorreu de forma diferente ao das outras regiões
do país. Este trabalho tem como objetivos estudar a freqüência da mutação ∆F508 e caracterizar a
distribuição dos haplótipos XV2c/KM19 em cromossomos normais e cromossomos FC, em uma população
tri-híbrida do Norte do Brasil. Com essa finalidade, foram investigados 300 indivíduos sadios da população de
Belém e 15 famílias com fibrose cística. A mutação ∆F508 foi encontrada em quatro cromossomos da
amostra de indivíduos normais (0.7%) da população de Belém. Nos pacientes com FC a ∆F508 foi observada
com freqüência de 13%, sendo esse resultado menor do que a freqüência dessa mutação observada e em
outros cinco estados brasileiros em países do Continente Americano como México, Cuba e Argentina. A
distribuição dos haplótipos gerados pelos marcadores XV2c e KM19 em cromossomos normais,
cromossomos FC e cromossomos ∆F508 foi heterogênea. O haplótipo B apresenta freqüência muito maior
em cromossomos portadores da mutação ∆F508 do que em cromossomos normais e e cromossomos
portadores de outra mutação qualquer no gene da FC, corroborando o desequilíbrio de ligação existente entre
esses marcadores e a mutação ∆F508. Em relação à distribuição dos haplótipos (XV2c/KM19) em
cromossomos normais, cromossomos FC e cromossomos ∆F508, os resultados obtidos na população de
Belém irão permitir o cálculo da probabilidade de um indivíduo ser portador de uma mutação no gene da FC,
pela análise da composição de seus haplótipos (XK). Essa informação permite um cálculo mais preciso de
riscos de descendência com FC, nos casos de aconselhamento genético.

293
BARROS, Carlos Augusto Lima. Haptoglobina como marcador de infecção malárica causada por
Plasmoduim falciparum e/ou Plasmodium vivax em crianças e adultos e sua correlação com os
perfis hematológico e bioquímico. 1999. 103 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.
Orientadora: Marinete Marins Póvoa

RESUMO: A haptoglobina tem sido estudada como marcador de infecção malárica, principalmente em
grupos de crianças. Com o objetivo de avaliar o nível de haptoglobina plasmática como marcador de infecção
malárica em crianças e adultos, e correlacioná-lo com os perfis hematológico e bioquímico do sangue nesta
patologia, foram estudadas 132 amostras (41 crianças - grupo A e 91 adultos - grupo B) de sangue infectadas
com Plasmodium falciparum ou Plasmodium vivax oriundas das cidades de Belém e Marabá. Das 132 amostras, 58
foram diagnosticadas microscopicamente como P. falciparum e 74 como P. vivax. A média geométrica da
parasitemia no grupo A foi de 2.951,9 para o P. falciparum e de 2.906,7 para o P. vivax, e no grupo B de 1.439,1
para o P. falciparum e 2.834,7 para o P. vivax. Para determinação do nível plasmático de haptoglobina
desenvolvemos um método quantitativo (Método de ELISA modificado), para o qual foi calculado os Valores
de Referência para a haptoglobina e criada a Unidade Barros & Póvoa (UBP). A prevalência de
haptoglobinemia foi de 43,5% nas crianças e 25,0% nos adultos infectados por P. falciparum e de 13,7% nos
adultos infectados por P. vivax, a de hipohaptoglobinemia foi de 37,5% nos adultos infectados por P.
falciparum e de 52,9% nos infectados por P. vivax, e a de hiperhaptoglobinemia foi de 5,6% nas crianças e 1,9%
nos adultos infectados por P. vivax e de 7,5% nos adultos infectados por P. falciparum. Os componentes
bioquímicos estudados apresentaram níveis plasmáticos diminuídos ou aumentados, evidenciando a fase
aguda ou crônica do processo hemolítico na infecção malárica e estão em consonância com a fisiopatologia
da doença. Nas crianças com infecção malárica por ambas as espécies de plasmódio, haptoglobina e
transferrina são bons marcadores, enquanto que a bilirrubina indireta é bom marcador apenas para as
infectadas por P. vivax. Nos adultos, nenhum dos parâmetros estudados foram bons marcadores para esta
patologia.
192

294
CARVALHO FILHO, Nelson Monte de. Evolução e taxonomia molecular dos pitecíneos (Primates,
platyrrhini). 1999. 101 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro
de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio

RESUMO: Seqüências de DNA genômico contendo o intron 11 do gene do fator de Von Willebrand
(totalizando 755 pares de bases) foram obtidas para se investigar as relações filogenéticas da subfamília
Pitheciinae - Mivart, 1865. As seqüências obtidas foram analisadas por abordagem de máxima parcimônia e
matriz de distância, e o arranjo cladístico produzido confirma o caráter monofilético dos pitecíneos e a
condição mais derivada de Cacajao e Chiropotes em relação à Pithecia. Além de corroborar o posicionamento do
gênero CalliCebus como um grupo-irmão deste clado. As estimativas de tempo de divergências entre os
Pitecíneos sugerem que o primeiro evento de separação entre Pithecia, Chiropotes e Cacajao teria acontecido há
13,1 milhões de anos, e que a diversificação do gênero CalliCebus teria ocorrido há 10,6 M.a. As filogenias
obtidas neste trabalho são bastante congruentes com as propostas mais recentes baseadas em seqüências de
DNA. As diferenças encontradas entre as nossas estimativas de tempo de divergência para as linhagens
Pithecina e Chiropotina, e entre os grupos Moloch e Torquatus, sugerem uma taxa de evolução diferenciada entre
estes animais.

295
FIGUEIREDO, Wilséa Maria Batista de. Filogenia molecular do gênero Alouatta lacépede, 1799,
(Atelidae: Primates). 1999. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio

RESUMO: As seqüências de um fragmento de 620 pares de bases do gene mitocondrial codificador da


subunidade II da citocromo c oxidase foram utilizadas para investigar as relações filogenéticas entre 37
exemplares do gênero Alouatta, pertencentes a cinco espécies reconhecidas de guaribas. Representantes do
gênero Ateles foram utilizados como grupo-externo nas reconstruções filogenéticas. Estimativas de tempo de
divergência sugerem uma origem antiga para o gênero Alouatta, com a primeira irradiação datando por volta
de 8,3 milhões de anos atrás (Ma). A monofilia de Alouatta e a emergência basal de Alouatta palliata são bem
apoiadas nas análises. Este resultado está em completa congruência com os estudos morfológicos e
citogenéticos existentes em relação aos dados aqui examinados. Entretanto, as relações entre a maioria das
espécies deste gênero são de pouca resolução. A falta de resolução parece não resultar de falta de dados, mas
sim de eventos de divergência rápidos ou simultâneos da maioria dos táxons atuais. As populações de guariba
que ocupam a região nordeste da Amazônia aqui estudadas exibem uma vasta homogeneidade nas suas
seqüências da COII, e devem pertencer a uma mesma espécie. Alouatta belzebul nigerrima é proximamente
relacionada a estas populações, e seu status taxonômico e nomenclatura devem ser revistos. Alouatta seniculus
sara está definitivamente separada de Alouatta seniculus macconnelli, e estas devem ser consideradas como
espécies distintas. Alouatta caraya parece ser monotípica, contudo, Alouatta fusca clamitans proveniente do
Espírito Santo é consideravelmente divergente em relação aos indivíduos de Santa Catarina e São Paulo, esta
divergência é estimada em 2,5 Ma. Os espécimens de Alouatta belzebul belzebul da Amazônia e o da Mata
Atlântica não demonstram altos valores de divergência genética, e o tempo de coalescência das populações
estudadas foi 1,81 Ma. A taxa de evolução da COII em Atelidae é intermediária àquelas encontradas em
prossímios e humanos.

296
MATOS, Patrícia Santos. Estudo da ocorrência de mixosporídeos da família Myxobolidae -
Henneguya e Myxobolus - em peixes da Região Amazônica. 1999. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1999.
Orientador: Jeffrey Jon Shaw
193

RESUMO: Estuda a prevalência de Mixosporídeos, gêneros Henneguya e Myxobolus, em dezoito espécies de


peixes da Amazônia, coletadas nos Municípios de Peixe-Boi, Irituia e Joanes (ilha do Marajó), Pará, no
período de janeiro de 1995 a dezembro de 1996. Foram encontradas protoparasitas em todas as espécies de
peixes estudadas, sendo que em alguns hospedeiros foram encontrados também espécies de parasitas
pertencentes a outros grupos. A análise dos hospedeiros revelou que 47,2% estavam parasitados por
mixosporídeos (Henneguya e Myxobolus), sendo que alguns encontravam-se infectados só por Henneguya sp., ou
só por Myxobolus sp.; enquanto que outros estavam infectados por espécies de ambos os gêneros. Calculou-se
a prevalência de infecção pelos gêneros Henneguya e Myxobolus em relação a cada uma das espécies de peixe
analisadas, e o gênero que apresentou maior percentual de parasitismo foi o Henneguya. As brânquias e
gônadas foram alguns dos órgãos mais infectados por esses parasitas, comprometendo, assim, as funções
respiratória e reprodutiva dos hospedeiros. Observou-se, também, que a maioria dos machos apresentou
prevalências maiores que as fêmeas, em todos os três municípios onde os hospedeiros foram coletados. Os
peixes oriundos do Município de Joanes foram os que apresentaram as menores prevalências de parasitismo,
quando comparados com os oriundos dos Municípios de Peixe-Boi e Irituia, ocorrendo exceções apenas com
quatro espécies (Crenicichla saxatilis, Bunocephalus coracoides, Steindachnerina amazonica, Parauchenipterus galeatus) das
dezoito que foram estudadas. Apesar de todos os estudos já realizados, chegou-se à conclusão de que os
mixosporídeos são, realmente, parasitas bastante enigmáticos e muito ainda se tem para conhecer a respeito
deles.

297
OLIVEIRA, Francisco Williams Ribeiro de. Prevalência da tricomoníase bovina no Estado do Pará.
1999. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.
Orientador: László Molnár

RESUMO: Para examinar a prevalência de tricomoníase bovina no Estado do Pará foram colhidas 345
amostras de lavagem prepucial. Os exames aconteceram através de demonstração indireta (cultivo) do T.
foetus. Para cultivo foram utilizados quatro meios: Rieck Modificado (Guida et al., 1960); Solução de
Ringerlactato (Kimsy et al., 1980). Rieck Modificado mais Solução de Ringer Lactato e pactopep (Lopes et al.,
1995), paralelamente 108 amostras de nove municípios foram colhidas no matadouro. A esmagadora maioria
(90,74%; 98/108) destas amostras originou-se da ilha do Marajó e foram bovinos da raça Nelore. Nenhum
destes reprodutores se demonstrou positivo. Das outras 237 amostras de lavados prepuciais pertencentes a
112 propriedades dos 16 municípios localizados em três regiões, em 16 animais (6,75%), 11 propriedades
(9,82%), 10 municípios (62,5%) e 03 regiões (100%) mostraram-se positivas para o T. foetus. As amostras
foram colhidas de 18 raças ou mestiços. Entre as raças positivas, a Jersy (28,57%; 02/07), a Gir (15,38%;
02/13) e a Holandesa (12,5%; 02/16) foram infectadas em mais alto nível que a raça Nelore (8,62%; 05/58).
Na raça Simental não se encontrou touro infectado embora a sua amostragem fosse a segunda maior (35
reprodutores). Com demonstração indireta encontrou-se 16 animais infectados. O meio Rieck Modificado
(Guida et al., 1960) e Rieck Modificado mais Solução de Ringer Lactato mostraram-se excelentes para cultivo,
com o Lactopep os resultados foram desfavoráveis por causa da forte contaminação. A Solução de Ringer
Lactato foi boa como meio de transporte, entretanto, em 03 das 16 amostras positivas não foi observado o
parasita.

298
PARREIRA, Rogério José. Cenário evolutivo dos alelos do loco CPH-DQA1 nos primatas do Novo
Mundo. 1999. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.
Orientador: Horácio Schneider

RESUMO: O polimorfismo do éxon II do loco DQA1 do Complexo Principal de Histocompatibilidade


(CPH) foi analisado em dez espécies de primatas do Novo Mundo, e o seqüenciamento de DNA revelou um
acentuado polimorfismo, com a existência de 19 alelos diferentes, pela primeira vez descritos para os
194

primatas. Baseado nas seqüências dos aminoácidos, três linhagens alélicas foram atribuídas aos platirrinos,
sendo V e VI comuns a Atelídeos e Cebídeos, com idade estimada em cerca de 25 milhões de anos (Ma), e VII
exclusiva de Callithrix e Saguinus, tendo surgido há prováveis 13 Ma. A ausência de indícios de recombinação
sugere que o polimorfismo do loco CPH dos platirrinos se deve a mutações pontuais, sendo a grande
variabilidade intergenérica decorrente provavelmente de polimorfismo transespecífico. A distribuição das
linguagens alélicas na árvore filogenética permitiu a aplicação dos conceitos de Sintreptia e Sinapousia.
Nossos resultados sugerem ainda que o loco DQA1 dos platirrinos parece estar sob efeitos de seleção
sobredominante.

299
RAMOS, Alessandra de Rezende. Localização do sítio da ação da incompatibilidade do cupuaçu
(Theobroma grandiflorum Willdenowex Sprengel) Schumann). 1999. 95 p. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 1999.
Orientador: Giorgini Augusto Venturieri

RESUMO: O cupuaçu (Theobroma grandiflorum) é uma fruteira que vem despertando atenção tanto no Brasil
como em outros países tropicais, cuja polpa é usada na fabricação de sorvetes, sucos, geléias e vários doces
caseiros. Esta espécie possui baixíssima fecundidade atribuída a problemas de polinização e auto
incompatibilidade, apontados como restritivos à produtividade agronômica da espécie. Estudos de anatomia
floral foram realizados para uma familiarização inicial das estruturas onde o processo de fertilização,
desenvolvimento do zigoto e do endosperma aconteciam. Posteriormente, cruzamentos controlados com
parentais compatíveis e incompatíveis foram realizados para uma elucidação da ação do sistema de
incompatibilidade, assim como para indicar uma possível supressão deste problema. Para os estudos da ação
do sistema de incompatibilidade, botões em pré-antese e flores de cruzamentos controlados entre plantas
compatíveis e incompatíveis, foram coletados em três horários: 24, 48 e 72h após a polinização, nos períodos
florais de 1995 e 1998. Óvulos em pré-antese não apresentaram antípodas, estas já haviam degenerado. Nas
flores coletadas 24h após a polinização, tanto nos cruzamentos compatíveis quanto incompatíveis, cerca de
70% dos óvulos apresentavam o aparelho oosférico sem sinal de descarga espermática, apesar de alguns tubos
polínicos terem sido observados. Os ovários coletados 48h apresentaram um comportamento diferente
quanto ao tipo de cruzamento. Nos compatíveis, 35% dos óvulos não possuíam indícios de fusão gamética.
Nos cruzamentos incompatíveis este número passou para 50%. Ovários coletados com 72h, de cruzamentos
compatíveis e incompatíveis, apresentavam respectivamente 1,18% e 14,18% dos óvulos com apenas o
aparata oosférico e núcleos polares. Neste horário, para os dois tipos de cruzamentos, foi comum a presença
de núcleos endospermáticos e zigoto ainda indiviso. A ação de incompatibilidade está ocorrendo após a
fertilização, num mecanismo de ação tardia de auto-incompatibilidade.

300
RODRIGUES, Jackson Douglas. Análise da estrutura genética da população de Belém utilizando
polimorfismos de DNA autossômicos, mitocondriais e do cromossoma Y. 1999. 177 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 1999.
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos

RESUMO: A variabilidade genética da população de Belém foi investigada em relação aos polimorfismos de
DNA de cinco loci autossômicos de VNTRs, seis sítios polimórficos do genoma mitocondrial e dois
marcadores específicos do cromossomo Y. As estimativas de miscigenação, obtidas por meio dos marcadores
biparentais, estão de acordo com os registros históricos sobre a origem tri-híbrida da população de Belém, e
apresentam a seguinte ordem de contribuição : 41% ameríndia, 34% européia e 25% africana. Em relação à
contribuição indígena, os resultados dos polimorfismos genéticos uniparentais mostram que houve um
significativo fluxo gênico assimétrico, pois 60% dos haplogrupos mitocondriais observados em Belém são
ameríndios específicos e apenas 6% dos haplótipos do crossomo Y têm origem indígena. A análise da
distribuição dos haplogrupos mitocondriais ameríndios específicos mostra que há uma inversão das
195

freqüências haplotípicas observadas em Belém quando comparadas com aquelas descritas em ameríndios.
Essa discrepância pode ser o reflexo de que a distribuição das linhagens mitocondriais indígenas do período
pré-colombiano podem ter sido melhores preservadas nas populações urbanas com elevado grau de
contribuição indígena, como é o caso de Belém, do que nas populações indígenas atuais. A maior parcela dos
34% de contribuição européia para Belém é proveniente da migração masculina. Este fato é evidenciado pela
análise do cromossomo Y que mostra para Belém uma contribuição européia de 81%. Entre os 25% de
contribuição africana, 13% são decorrentes da participação masculina. Considerando que no início da
colonização de Belém houve um reduzido fluxo de mulheres européias, é provável que entre os 41% de
linhagens mitocondriais não indígenas, uma parcela significativa seja proveniente da contribuição africana
feminina. O presente estudo mostrou que com a utilização de vários polimorfismos de DNA foi possível
delinear com maior fidelidade a história da formação da população de Belém. Isso foi realizado não apenas
sob o ponto de vista de quantificar a contribuição de cada etnia, mas também foi possível quantificar a
contribuição de homens e mulheres de diferentes etnias na formação da população. Os resultados obtidos na
população de Belém evidenciam que o processo de miscigenação das populações urbanas da Amazônia deve
ser estudado por meio de diferentes polimorfismos genéticos e necessita da integração com os estudos
históricos, sociais e demográficos.

301
SARMENTO, Célia Maria Braga. Avaliação de pastagens de quicuio-da-Amazônia (Brachiaria
humidicola (Rendle) Schweickerdt) e de tobiatã (Panicum maximum, Bra 001503) em sistema de
pastejo rotacionado intensivo. 1999. 96 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.
Orientador: Jonas Bastos da Veiga

RESUMO: Avaliaram-se as pastagens de quicuio-da-amazônia (Brachiaria humidicola) e de tobiatã (Panicum


maximum) em sistemas de pastejo rotacionados intensivos, no Campo Experimental da Embrapa Amazônia
Oriental, em Belém-Pará. O sistema de pastejo no tobiatã foi de quatro dias de ocupação, 20 dias de
descanso, numa taxa de lotação média de 2,3 UA/ha (ciclo de pastejo de 24 dias), e no quicuio de sete dias de
ocupação, 35 de descanso, numa taxa de lotação média de 1,9 UA/ha (ciclo de pastejo de 42 dias). Utilizaram-
se bubalinos, sendo novilhas no tobiatã e novilhos no quicuio. As médias das variáveis estudadas no tobiatã e
quicuio foram, respectivamente: pressão de pastejo 13 e 9 kgMS/100 kg PV/dia; disponibilidade total de
forragem 4.017 e 4.246 kgMS/ha ; disponibilidade de folha 2.881 e 2.623 kgMS/ha ; resíduo forrageiro 2.621
e 2.542 kgMS/ha ; relação folha/colmo 2,90 e 1,79 ; proteína bruta da folha 12,8 e 9,5% ; proteína bruta do
colmo 9,6 e 7,2% ; digestibilidade "in vitro" da matéria seca da folha 60 e 53% ; digestibilidade "in vitro " da
matéria seca do colmo 56 e 46% ; ganho de peso por animal 0,524 e 0,474 kg/animal/dia e ganho de peso
por área 42,7 e 51,0 kg/ha/ciclo. Os ganhos por área anuais obtidos no tobiatã e no quicuio foram de,
respectivamente, 649 e 442 kg/ha/ano. À exceção da DIGF do tobiatã e da DIGC do tobiatã e do quicuio,
todas as demais variáveis medidas foram afetadas por ciclo de pastejo (P '<OU=' 0,05). O teor de proteína
das duas pastagens pode ser considerada como suficiente para um ganho por animal de 0,75 a 1,00
kg/animal/dia, respectivamente no tobiatã e quicuio. A qualidade da forragem e a performance animal só
foram relacionadas na pastagem de tobiatã. Uma análise econômica dos sistemas estudados, é recomendável
para uma avaliação definitiva.

302
SILVA, Dorotéa de Fátima Lobato da. Polimorfismo de DNA mitocondrial em quatorze populações
indígenas da Amazônia. 1999. 97 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos

RESUMO: A origem do nativo americano tem sido investigada por meio da diversidade morfológica,
lingüística e genética das populações de diferentes continentes, sendo que, análises mais recentes sobre a
viabilidade do mtDNA também têm sido utilizadas com este propósito. O objetivo deste trabalho foi de
196

identificar uma quinta linhagem (haplogrupo E) entre indígenas da Amazônia, descrita entre os primeiros
colonizadores do continente americano; além de investigar a variabilidade e a distribuição dos haplogrupos A
- D de mtDNA na Região Amazônica. Cerca de 300 amostras de DNA de indígenas de onze tribos da Região
Amazônica foram analisadas por RFLP. As amostras não enquadradas em nenhum dos haplogrupos A - D
foram submetidas às análises por seqüencimanto da alça-D do mtDNA. As análises por RFLP revelaram a
presença dos quatro haplogrupos A - D entre os nativos da Amazônia, tendo o haplogrupo D como o mais
prevalente e o haplogrupo E em baixa freqüência. A reunião dos dados com os de outros grupos indígenas da
região, anteriormente investigados, também está de acordo com estes resultados. As análises do
seqüenciamento da alça-D do mtDNA identificaram mutações características do haplogrupo B (três
amostras); do haplogrupo D (duas amostras) e do haplogrupo C (uma amostra). Foram também observadas
mutações que sugerem a quinta linhagem ou haplogrupo E (uma amostra) e mutação em um único ponto
(cinco amostras) que não caracteriza nenhum dos haplogrupos mitocondriais A - D, cujas amostras foram
enquadradas em um sexto grupo denominado F. Conclui-se que: i) a Região Amazônica foi colonizada por
grupos populacionais que portavam, de forma quase eqüitativa, os haplogrupos A - D; ii) três amostras
refletem o produto de mutações reversas ocorridas dentro do continente americano; iii) três amostras
representam haplótipos fundadores múltiplos dos haplogrupos D e C; iv) as amostras restantes necessitam de
análises complementares para esclarecer origens.

303
SILVA, Fernando César Oliveira da. Parâmetros genéticos e seleção em populações naturais de
cacaueiros (Theobroma cacao L.) da Amazônia brasileira. 1999. 90 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
1999.
Orientador: Milton Guilherme da Costa Mota

RESUMO: Com o objetivo de estimar parâmetros genéticos e selecionar genótipos superiores em populações
de cacaueiros silvestres, avaliou-se 143 progênies utilizando-se as variáveis: total de frutos colhidos (TFC),
peso de sementes úmidas (PSU) e o índice de tolerância à vassoura-de-bruxa (IT). O delineamento
experimental foi inteiramente casualizado, com diferentes números de repetições para cada progênie. Para o
caráter TFC a população que apresentou maior variabilidade foi a do rio Japurá e a menor foi a do rio
Solimões/Baixo Japurá. Para o caráter PSU, a maior variabilidade foi a do rio Japurá e a menor foi a do rio
Jiparaná. Para o caráter IT, as que mais se destacaram foram as do rio Acre e do rio Jiparaná. Obtiveram-se
valores de herdabilidade variando de 70,98% a 82,15% para TFC e de 49,82% a 73,61% para PSU. Os ganhos
genéticos esperados em relação à população original variaram de 15,75% a 67,22% para TFC e de 33,35% a
105,49% para PSU. Os ganhos genéticos esperados em relação aos híbridos, testemunhas foram de 29,29% a
31,32% para PSU. Depois de avaliadas, destacaram-se as seguintes progênies : CAB5104, CAB5120,
CAB5158, CAB5159, CAB5193, CAB5509, CAB5578, CAB5606, CAB5607, CAB5634, CAB5641 e
CAB5660 .

2000
304
FARIA, Dulcelena Ledo de. Comparação entre os métodos convencionais e a reação em cadeia da
polimerase no diagnóstico da Leishmaniose tegumentar na Amazônia. 2000. 111 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2000.
Orientador: Jeffrey Jon Shaw

RESUMO: A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é causada por seis diferentes espécies de
Leishmania. A Região Amazônica abrange 47% da casuística nacional. Os mais afetados são os homens de
zona rural, que apresentam uma variedade de formas de lesão, com tempo de evolução também variado.
197

Nestes casos, as técnicas diagnósticas tradicionais disponíveis apresentam dificuldades em detectar os


protozoários. Por esta razão, realizou-se um estudo para comparação da sensibilidade e especificidade da
reação em cadeia da polimerase (PCR), com os métodos diagnósticos convencionais da LTA. A amostragem
compreendeu 70 pacientes suspeitos de estarem com LTA. Retirou-se dos bordos das lesões exsudato para a
realização de: i) microscopia direta; ii) inoculação em hamster; iii) cultura direta. Também realizou-se biópsia
dos bordos da lesão e colheu-se sangue venoso periférico para a realização da PCR. Antígeno de Montenegro
foi aplicado na face dorsal do paciente para avaliação da resposta celular. A PCR foi realizada com DNA
extraído de sangue periférico. Amastigotas foram detectadas em 68,5% das amostras na microscopia direta.
Como um todo os métodos convencionais foram capazes de detectar 76% dos casos (cultura direta 51%,
inoculação em hamster 64%) do total de pacientes examinados e tratados como LTA. As cepas isoladas em
cultura direta dos pacientes ou de hamsters foram identificadas usando-se a técnica de anticorpos monoclonais.
O PCR foi positivo em 53% das biópsias e 54,5% do sangue. Do ponto de vista clínico, os resultados
indicaram que a PCR é um bom método de diagnóstico em casos de lesões de pacientes procedentes de área
endêmica, com IDRM positiva, sendo negativa toda a pesquisa de parasitos pelos métodos convencionais.
Esta situação foi observada em 21 pacientes que representa 30% do total. Os resultados finais indicaram que
a microscopia direta corada pelo giemsa ainda é o mais eficiente e barato método diagnóstico, mas em
determinadas situações a PCR é mais sensível.

305
JUNES, Katiana de Sales. Variabilidade intratípica de HPV 16 e 18 em carcinomas do colo do útero de
uma área de alto risco para o câncer cervical. 2000. 98 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2000.
Orientadora: Luisa Lina Villa

RESUMO: A infecção por papilomavírus é a principal causa de desenvolvimento das neoplasias intraepiteliais
cervicais e do câncer do colo uterino. Estudos epidemiológicos têm demonstrado que a persistência do
genoma viral e o desenvolvimento de câncer cervical encontram-se associados a variantes moleculares
específicas de Papilomavírus Humano (HPV) de alto risco. Este trabalho tem como objetivo analisar a
freqüência de variantes coleculares de HPV 16 e 18 em biópsias de neoplasia intraepitelial cervical de grau III
(NIC III) e câncer invasor do colo uterino (CCU) de mulheres oriundas da cidade de Belém, uma região de
alto risco para o câncer cervical. As variantes foram identificadas através do seqüenciamento de um
fragmento da região controladora (LCR) do genoma viral, onde cinco diferentes variantes de HPV 18 foram
identificadas em 12 espécimes (B-18-6, T-18-8, S-18-1, A-18-1, A-18-2). Nove variantes de HPV 16 foram
identificadas em 81 biópsias (protótipo, B-2, B-12, B-14, G-10, T-8, S21-A, além de dois novos isolados
relacionados à IND-5 e ANB-16). As variantes mais prevalentes foram a asiático-americana (B-2) seguida da
variante européia (B-12). Foi observado um predomínio das variantes não-protótipo nos casos de NIC III e
CCU. Este fato é relevante, uma vez que tem sido sugerido que, variantes não-protótipo possam ser mais
oncogênicas que o protótipo e possuem maior risco de desenvolvimento de CCU. Nenhuma associação foi
encontrada entre a distribuição de variantes de HPV 16 e 18, o diagnóstico histológico do tumor e a idade das
pacientes nos grupos estudados.

306
LEAL, Walace Gomes. Morfometria de terminais axonais intrínsecos do córtex visual primário do
gato (Felix catus). 2000. 109 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2000.
Orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz

RESUMO: Realizou-se estudos morfométricos, ao microscópio óptico, dos terminais axonais intrínsecos do
córtex visual primário do gato com o intuito de avaliar os padrões de eferências axonais. Para tanto, realizou-
se injeções iontoforéticas de biocitina a 5% no córtex visual primário de cinco gatos. Os animais tiveram uma
sobrevida de 24 a 48 horas após a injeção do neurotraçador, após a qual foram perfundidos usando
paraformaldeído a 4% para a fixação do tecido. Após craniotomia e microtomia, as secções foram submetidas
198

à histoquímica para a revelação da biocitina. As injeções iontoforéticas de biocitina possibilitaram


preferencialmente marcação anterógrada de terminais axonais intrínsecos localizados principalmente nas
camadas II e III na porção superior da camada IV. A análise qualitativa destes terminais foi efetuada através
de fotomicrografias e reconstruções em câmara clara. Os mesmos puderam ser classificados em tipos I e II,
de acordo com a aparência da árvore axonal. Terminais dos tipos I (N = 20) e II (N = 20) foram digitalizados
com auxílio de um microscópio Nikon, com avanço motorizado e codificação dos eixos x, y e z. Analisamos
os seguintes parâmetros morfométricos: o comprimento de cada segmento axonal e do terminal completo, o
número de botões em cada ramo, a densidade de pontos de ramificação, bem como os valores angulares dos
pontos de bifurcação dos ramos. Adotou-se procedimentos paramétricos da estatística descritiva (média,
desvio padrão) e teste t de Student monocaudal, para análise dos dados. Os terminais axonais do tipo II
apresentaram os maiores valores de densidade (p < 0,05) e os menores valores de comprimento de segmentos
axonais. As diferenças qualitativas e quantitativas existentes entre os terminais dos tipos I e II sugerem que o
primeiro tipo de terminal pertença a neurônios excitatórios e o segundo a neurônios inibitórios. Os resultados
obtidos são comparados aos publicados em um estudo prévio realizado no córtex visual primário do Cebus
apella à luz das estratégias sinápticas adotadas pelos distintos tipos funcionais de neurônios.

307
NORONHA, Renata Coelho Rodrigues. Reconstrução do comportamento meiótico e inferência
evolutiva dos cromossomos sexuais na família Phyllostomidae (Chiroptera). 2000. 130 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2000.
Orientadora: Regina Maria de Souza Barros

RESUMO: Foram feitas análises meióticas e inferência evolutiva dos cromossomos sexuais em 07 espécies de
quirópteros, pertencentes a três subfamílias da família Phyllostomidae (Chiroptera), com sistemas de
determinação sexual cromossômica dos tipos simples, múltiplo e composto. Em Glossophaga soricina
(Glossophaginae), com sistema simples XX/XY, os cromossomos sexuais têm comportamento assincrônico em
relação aos bivalentes autossômicos. Nesta espécie, observou-se Vesícula Sexual (VS) com pareamento da
pequena região de homologia entre X e Y, enrolamento do eixo assináptico de X sobre si mesmo e eixos
diferenciais condensados. Em Artibeus obscurus e A. lituratus (Stenodermatinae), com sistema XY1Y2, observou-
se independência de comportamentos entre as regiões de pareamentos dos segmentos Xp-Y2 e Xq-Y1. Em
Uroderma magnirostrum e A. cinereus (Stenodermatinae), com sistema neo-XY, foi observada uma Vesícula Sexual
(VS) característica, em forma de anel fechado com uma pequena cauda. O encontro de fechamento do anel
na VS corresponde a um bloco heterocromático, que representa região de pareamento entre os segmentos
autossômicos dos cromossomos sexuais X e Y rearranjados. Rhinophylla pumilio e Carollia perspicillata
(Carolliinae), sistemas simples e múltiplo, respectivamente, apresentam VS típica com comportamento precoce
em relação aos autossômicos. Em C. perspicillata observou-se a marcação Ag-RON no cromossomo X, esta
marcação provavelmente separa o trivalente XY1Y2 em duas regiões independentes: como X-Y2
autossômicos com atividade gênica e X-Y1 originais.

308
OLIVEIRA, Fabíola Raquel Tenório. Dimorfismo sexual e proteção do eixo hipotálamo-hipofisário em
ratas intoxicadas por metilmercúrio. 2000. 72 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2000.
Orientador: Domingos Luís Wanderley Picanço Diniz

RESUMO: Ações tóxicas do metilmercúrio (MeHg) sobre diversos sistemas biológicos têm sido amplamente
investigadas. Dentre outros, o sistema reprodutor tem-se apresentado como dos mais resistentes à
intoxicação mercurial. Diferenças sexuais na susceptibilidade mostraram que fatores hormonais podem atuar
como agentes protetores contra a ação do MeHg, tanto em mamíferos machos como em fêmeas. Nos
propusemos a avaliar níveis desta susceptibilidade no sistema reprodutor de fêmeas, identificar a existência de
dimorfismo sexual e possíveis diferenças no acúmulo tecidual de mercúrio induzidas por estrogênio
(estradiol), um hormônio gonadal regulador do ciclo reprodutivo a nível hipotalâmico e hipofisário. A
199

intoxicação experimental foi realizada em ratas e/ou ratos Wistar com diferentes doses de MeHgCl, em
tratamento subagudo (3 e 10 dias) ou subcrônico (55 dias). A ausência de alterações colpocitológicas sugerem
resistência do sistema reprodutor a tratamento subcrônico (55 dias) diário com 100 ug/100g p.c. de MeHgCl.
O perfil cumulativo tecidual diferenciado entre machos e fêmeas evidencia a provável interferência de fatores
hormonais na dinâmica de distribuição mercurial. Por outro lado, a diminuição de acúmulo mercurial em
sítios de regulação do eixo hipotálamo-hipofisário, induzida por reposição estrogênica, confirma a hipótese de
proteção seletiva e localizada no sistema reprodutor de ratas.

309
PINTO, Eliana Vieira. Caracterização do vírus Araguari, um agente isolado do marsupial Philander
opossum (Didelphidae) na Amazônia brasileira. 2000. 82 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
2000.
Orientadora: Amélia Paes de Andrade Travassos da Rosa

RESUMO: O vírus Araguari foi isolado de vísceras de um marsupial Phylander opossum capturado em 1989, na
Serra do Navio, Estado do Amapá, Brasil. Este vírus foi originalmente identificado como um vírus não
grupado e não classificado. Posteriormente, tentou-se classificar como um membro da família Arenaviridae. O
objetivo deste presente trabalho foi a expansão da caracterização antigênica, bioquímica e morfológica deste
vírus, usando testes sorológicos, como a inibição da hemaglutinação; fixação do complemento;
imunofluorescência indireta e neutralização; eletroforese do ácido nucléico; e técnicas de microscopia
eletrônica. O vírus Araguari causou efeito citopático em células Vero, com 3-4 dias após inoculação, mas não
em cultura de células de mosquito C6/36, e causou a morte de camundongos com quatro dias após
inoculação intracraniana. Pelos testes sorológicos, nenhuma reação com os soros hiperimunes de Arenavírus
foi observado. Em observações ultraestruturais, os vírions mostraram um diâmetro em média de 102nm, e
em cortes ultrafinos de células Vero, três dias após a infecção, foram observadas partículas virais brotando da
membrana plasmática. Em imunoelétron microscopia, estes vírus foram facilmente observados, formando
grupamento de partículas com seu soro homólogo; e pela técnica de imunocitoquímica. Essas partículas
mostraram marcação com 10nm de ouro coloidal. Em gel desnaturante, aproximadamente 5-6 bandas de
RNA foram detectadas do vírus Araguari purificado. Em resumo, estes resultados, quando comparados aos
da literatura, sugerem que este vírus pertença a família Orthomyxoviridae.

310
RAMOS, Patrícia Karla Santos. Evolução clínica e resposta humoral à inoculação experimental
primária e secundária de Leishmania (Leishmania) Amazonensis no primata Cebus apella. 2000. 99 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2000.
Orientador: Jeffrey Jon Shaw

RESUMO: O objetivo deste estudo foi associar a resposta humoral com o curso clínico de infecções
experimentais de Leishmania (Leishmania) amazonensis (IFLA/BR/67/PH8) no primata Cebus apella. Plasmas
foram testados por ensaio imunoenzimático (ELISA) e "immunoblotting", usando antígenos de L. (L.)
amazonensis e L. (V.) shawi. Todos os animais foram inoculados com promastigotas de fase estacionária na face
dorsal da superfície da cauda. Um grupo de 4 animais foi inoculado respectivamente com 0,5x10 6 (A), 1X10
6 (B), 2X10 6 (C) e 5x10 6 (D) de promastigotas. Outro, de 6 animais, foi inoculado com 2x10 de
promastigotas. Títulos de ELISA foram baixos durante as infecções primárias dos animais A e B e elevados
em C e D. Todos foram negativos com o antígeno heterólogo de L. (V.) shawi. As lesões dos animais C e D
foram maiores. Distintas frações foram detectadas por "immunoblotting" durante diferentes fases das infecções.
Uma banda de 97 kDa foi detectada no plasma de pré-infecção do animal A e uma banda de 46 kDa nos
plasmas dos animais B e C. Poucas bandas foram detectadas na infecção primária com antígeno homólogo de
L. (L.) amazonensis dos animais que haviam recebido pequeno número de parasitos vivos. Na infecção
secundária, polipeptídeos específicos de 46 a 88 kDa foram detectados nos animais C e D. Durante o desafio
200

bandas específicas foram detectadas nos macacos A, C e D. Um grande número de bandas foi detectado com
o antígeno de L. (V.) shawi. Um resultado inesperado foi observado com plasmas de pré-infecção com o
antígeno de L. (V) shawi. Uma banda de 46 kDa foi detectada em 5/6 macacos nascidos no Centro Nacional
de Primatas (CNP) - Pará, mas não em 6/6 Cebus nascidos em outros centros. Com o antígeno de L. (L.)
amazonensis um anticorpo específico de 46 kDa foi detectado em 3/6 dos macacos do CNP e em 5/6 dos
outros centros. Variações nos níveis de IgG foram detectadas mais eficientemente com o antígeno homólogo
durante as diferentes fases das infecções primária e secundária.

311
RIBEIRO, Nelson Antonio Bailão. Evolução cromossômica e filogenia de quatro espécies de
morcegos nectavírus do Novo Mundo (Phyllostomidae - Chiropitera). 2000. 107 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2000.
Orientadora: Regina Maria de Souza Barros

RESUMO: Estudaram-se os cariótipos de 20 espécimes de morcegos nectavírus do Novo Mundo


pertencentes à subfamília Glossophaginae, espécies Glossophaga soricina (2n= 32, NF= 60), Lionycteris spurrelli (2n=
28, NF= 50), Lonchophylla thomasi (2n=36, NF= 48) e Choeroniscus minor (2n= 20, NF=36). O material
cromossômico foi submetido à coloração convencional e técnicas de bandeamento, além de marcação RON.
Os dados obtidos foram comparados entre si e com os da literatura. As poucas homeologias entre os padrões
de banda G das diferentes espécies indicaram que a seqüência evolutiva para elas, caso constituissem um
grupo monofilético, seria: G. soricina, L. spurrelli, L. thomasi e C. minor. Essa proposta foi apoiada pela
ocorrência de um aumento significativo na quantidade de heterocromatina constitutiva e no número de
RONs na evolução dessas espécies. Os nossos resultados estão de acordo com dados da literatura, segundo
os quais G. soricina pertence ao grupo cariotipicamente conservado (Glossophaga), assim como as espécies L.
spurrelli, L. thomasi e C. minor, entre outras, ao grupo com uma acelerada evolução cariotípica (Choeronicteris).
Entretanto, dados adicionais também sugerem que a diferença cromossômica em C. minor pode ser devido a
uma evolução convergente, sendo a associação dessa espécie com as outras, provavelmente parafilética. As
comparações entre C. minor (subfamília Glossophaginae) e A. lituratus (subfamília Stenodermatinae) mostram um
par de cromossomos compartilhados (par 2 em C. minor e par 5 em A. lituratus). Enquanto que C. minor não
apresenta nenhuma homeologia com as outras espécies de Glossophaginae analisadas.

312
ROCHA, Carlos Alberto Machado da. Caracterização molecular de camarões do estuário do rio Caeté e
litoral do Município de Bragança, Pará, Brasil. 2000. 71f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
2000.
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio

RESUMO: O estudo teve como objetivo central a caracterização molecular das principais espécies de
camarões de interesse comercial do estuário do rio Caeté, Município de Bragança. As análises moleculares
foram realizadas com espécimes coletadas em vários pontos do estuário: furo do Taici, furo da Ostra, furo do
Café, vila de Ajuruteua e praia de Ajuruteua. A partir de um segmento de DNA de 443 pares de bases do
gene mitocondrial rRNA 16S, foram observadas 13 seqüências totalmente diferentes entre as 19 que foram
geradas: Penaeus subtilis (duas seqüências), P. paulensis (duas), P. schmitti (três) e M. rosenbergü (duas). Entretanto,
quatro dessas seqüências (duas de P. schmitti e as duas de P. paulensis) foram geradas de indivíduos obtidos do
litoral nordeste e sul brasileiro. As seqüências obtidas são importantes marcadores para análises filogenéticas
dos camarões e, principalmente, como identificadores espécie-específicos para estudos de ciclo biológico da
fauna de decápodos desta região. Além disso, as análises também geraram marcadores para duas espécies do
litoral nordeste e sul do Brasil.
201

313
ROCHA, Emiliana Guerra da. Morfometria e densidade de neurônios NADPH-Diaforase positivos e o
fator de ampliação cortical na área 17 do córtex visual da cutia (Dasyprocta aguti). 2000. 71 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2000.
Orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz

RESUMO: A morfometria e densidade de neurônios NADPH-diaforase positivos foram estudadas ao longo


da representação naso-temporal do "visual streak" na área 17 do córtex visual da cutia e correlacionadas ao
Fator de Ampliação Cortical em área (Picanço-Diniz et al.,1991). Após a perfusão com formalina 10% ou
paraformaldeído 4% em tampão fosfato (0,1 M / pH 7,2- 7,4), secções coronais de 200nm de espessura, de
cinco hemisférios cerebrais, foram obtidas através de um vibrátomo. As secções foram reagidas pela
histoquímica para NADPH-diaforase, usando-se o método indireto da enzima málica. Foram analisados 150 e
90 neurônios das camadas infragranulares e substância branca, respectivamente, usando-se reconstruções bi e
tri dimensionais. Neurônios NADPH-diaforase-positivos foram encontrados em maior densidade na região
próxima à borda lateral de V1, onde o Fator de Ampliação Cortical em Área (FACA) é mais elevado. Esta
região está incluída na representação binocular do campo visual nasal. Entretanto, a variação naso-temporal
da densidade celular não foi diretamente proporcional à variação do FACA. As características métricas
analisadas também revelaram diferenças morfológicas entre as células ao longo do eixo naso-temporal de V1,
podendo ser indicativo de que o maior FACA na borda lateral de V1 esteja também relacionado às
propriedades morfológicas destas células inibitórias. Assim, é razoável supor que outros fatores contidos nas
projeções retino-geniculadas e genículo-corticais possam estar relacionados à gênese das assimetrias naso-
temporais de representação do campo visual em V1.

314
SILVA, Adailton Moreira da. Estudo citogenético e evolução cromossômica em seis espécies
amazônicas da subfamília Stenodermatinae (Chiroptera: Phyllostomidae). 2000. 125 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2000.
Orientador: Júlio César Pieckzarka

RESUMO: Os morcegos (ordem Chiroptera) são um grupo de mamíferos com capacidade de realizar o vôo
verdadeiro. Possuem ampla distribuição e têm hábitos noturnos. Na presente dissertação, analisamos
exemplares de 06 espécies da subfamília Stenodermatinae: Artibeus lituratus, A. jamaicensis, A. obscurus, Sturnira
lillium, Uroderma bilobatum (citótipo 2n=42) e U. magnirostrum, coletados no Estado do Pará. Os cariótipos
foram comparados por bandeamento G e C e pela marcação Ag-RON. As três espécies de Artibeus
apresentam o mesmo número cromossômico (2n=30/31) e padrões de bandeamento G e C. Sturnira lillium
apresenta 2n=30. A espécie Uroderma bilobatum apresenta 2n=42. U. magnirostrum apresenta cariótipo 2n=36. A
comparação entre as espécies revela homeologias de cromossomos inteiros, braços e segmentos
cromossômicos. Sturnira lillium apresenta o cariótipo similar ao de A. lituratus; diferenças podem ser
visualizadas apenas em um par metacêntrico pequeno e nos cromossomos sexuais. U. bilobatum compartilha 5
pares com U. magnirostrum, entre estes estão os comuns a todas as espécies (par 1 e 2 de U. bilobatum) e
cromossomos exclusivos a ambas as espécies (par 15, 16 e 17 de U. bilobatum). U. magnirostrum compartilha 7
pares submetacêntricos com Artibeus lituratus. Rearranjos do tipo inversão, translocação e fissão/fusão são
requeridos para explicar a grande diferença existente entre as duas espécies de Uroderma, assim como são
requeridos, também, para explicar a diferença entre os cariótipos de U. magnirostrum e A. lituratus. Sugere-se
que o cariótipo de U. magnirostrum é primitivo em relação ao cariótipo de U. bilobatum. Os dados vêm
confirmar a diferença na taxa de evolução cariotípica dentro da subfamília Stenodermatinae, onde um grupo
apresenta alta taxa de evolução cariotípica e um outro apresenta baixa taxa de evolução cariotípica.
202

2001
315
BICHARA, Cléa Nazaré Carneiro. Perfil epidemiológico da toxoplasmose humana na Área
Metropolitana de Belém/PA: a experiência no serviço de parasitologia do Instituto Evandro Chagas. 2001.
79 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, Belém, 2001.
Orientadora: Marinete Marins Póvoa

RESUMO: Realizou-se um estudo clínico epidemiológico prospectivo de 1.629 pacientes, referenciados para
investigação laboratorial no Programa de Toxoplasmose do Instituto Evandro Chagas, Belém-PA. Os
pacientes foram estratificados em cinco grupos de acordo com a forma clínica, e tiveram uma amostra de
soro testada pela imunofluorescência indireta com pesquisa de anticorpos IgM e IgG. A soroprevalência geral
foi de 78 %, assim distribuída: toxoplasmose na gravidez (80,8 %), toxoplasmose linfadenífica/febril (72,3 %),
toxoplasmose ocular (90,3 %), toxoplasmose e HIV (78,9 %) e toxoplasmose congênita (69,2 %). A
incidência foi de 5,1 %, predominando na forma linfadenífica/febril (8,0 %). A correlação da soroprevalência
entre os grupos, e pelo teste binomial, mostrou-se significativa no grupo de toxoplasmose ocular (p<0,05) e
toxoplasmose na gravidez (p<0,05). Quanto à distribuição da diluição dos títulos sorológicos, divididos em
quatro grupos: <1280, =1280, =2560 e '> OU-'5120, houve maior concentração de pacientes na titulação
<1280(X = 121,44 ± 112.86), que se mostrou significativa (p<0,05) em relação ao grupo com título =2560 (X
=34,2 ± 30,48). A maioria dos pacientes tinha de 15 a 24 anos, sendo que a soropositividade incluiu todas as
faixas etárias e aumentou com a idade (X²=6,11 p<0,013). Observou-se associação significativa entre sexo
feminino e toxoplasmose (X²=8,14 / p=0,0055), mesmo após exclusão das pacientes grávidas. O risco
potencial para a infecção pelo T. gondii através do contato com gatos (p>0,05), cães (p>0,05) e aves (p>0,05)
não foi importante, entretanto, houve associação significativa entre o hábito de comer carne crua ou mal
passada e toxoplasmose (RR 1,06 / p=0,0314), tendo estas pessoas maior chance (OR 1,62 0=0,0106) em
adquirir a doença em relação as que negaram este hábito. A distribução da soroprevalência na área estudada
foi homogênea (X²=4,4167 / p=0,8891), mostrando que a população está respondendo igualmente aos
fatores de riscos. Conclui-se que a toxoplasmose é uma doença importante na Área Metropolitana de Belém-
PA, e que a distribuição homogêna da soroprevalência na área estudada demonstra a participação de vários
mecanismos implicados na transmissão.

316
BRAGA, Roseli Ribeiro. Estudo sobre a natureza de uma Leishmania, isolada do flebotomíneo
Lutzomyia tuberculata (I TUB/BR/77/M 4964) capturado na floresta do Utinga, Belém, Pará. 2001.
75 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.
Orientador: Ralph Lainson

RESUMO: Em 1977, um isolado de Leishmania foi obtido de um único espécime de flebotomíneo Lutzomya
tuberculata, capturado na floresta do Utinga, Belém, Pará, Norte do Brasil. Ela foi provisoriamente registrada
como um membro não identificado do complexo Leishmania braziliensis, com base no seu desenvolvimento
peripilariano no inseto hospedeiro, crescimento em meio de cultura agar-sangue e desenvolvimento na pele
de hamsters inoculados. O presente estudo foi feito sob uma comparação mais precisa do parasita com todas
as outras espécies de leishmania conhecidas na Região Amazônica brasileira, utilizando a Reação em Cadeia da
Polimerase (PCR) com os oligonucleotídeos específicos para o subgênero Viannia; teste de
imunofluorescência indireta com anticorpos monoclonais contra os clones VI-4B9-10; VII-2C5-C5; XIII-
3H6-A12; XLIV-5H2-E9; VI-5G3-F3; XIV-2A5-A10; XLIV-5A2-H2; CXLII-2C7-D3; CXLII-1D6-B8;
CXLII-3H1-BO; LI-3H2-G6; XLIV-2E9-E9; 174-3D7D3-A4; 2A9-B4; 2A9-BI; IX-2H7-E10; XLVI-5A5-
D4; CLXXVI-3C11-F4; XLV-1D11-E11; LXVIII-4E12-D8; 165-3E5-H90; WIC-79.3 e 154-3H5-H10; e
eletroforese de enzimas utilizando as enzimas: Asparto aminotransferase (E.C 2.6.1.1, ASAT); Alanina
203

aminotransferase (E.C 2.6.12 ALAT); Fosfoglucomutase (E.C 2.7.5.1, PGM); Glicose fosfato isomerase (E.C.
5.3.1.9, GPI); Manose fosfato desidrogenase (E.C. 5.3.1.8, MPI); Glicose-6-fosfato desidrogenase (E.C.
1.1.1.49, G6PD); Malato desidrogenase (E.C. 1.1.1.37, MDH); Aconitato hidratase (E.C. 4.2.1.3, ACON);
Aminopeptidase (E.C. 3.4.11.1, PEP) e 6-Fosfogluconato desidrogenase (E.C. 1.1.1.44, 6PGDH). Os
resultados da PCR confirmaram a localização do parasita do subgênero Viannia. O isolado reagiu com os
clones VI-4B9-10, XLIV-2E9-E9, CXLII-1D6-B8, CXLII-3H1-B8, 2A9-B4, mas não apresentou perfil
similar a qualquer uma das espécies conhecidas do subgênero Viannia da Amazônia brasileira. Similarmente,
os perfis enzimáticos apresentados pelo parasita diferiram de todos aqueles das espécies conhecidas de
Viannia com as quais foi comparado. Concluiu-se que o parasita de Lu. tuberculata representa uma nova
espécie de Leishmania, dentro do subgênero Viannia.

317
CARMO, Ediclei Lima do. Pesquisa de anticorpos anti-toxoplasma gondii em pacientes portadores de
lesão ocular toxoplásmica congênita ou adquirida. 2001. 72 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.
Orientadora: Marinete Marins Póvoa

RESUMO: O Toxoplasma gondii é o principal responsável pelos casos de uveíte posteriores em todo o mundo.
O diagnóstico preciso dessa forma de infecção é difícil, pois na maioria dos casos é presuntivo. Na
toxoplasmose ocular é importante estabelecer se o quadro observado é decorrente de infecção congênita ou
pós-natal. O objetivo desse estudo foi pesquisar anticorpos anti-T. gondii (IgG, IgM e IgA) no soro e fluidos
intra-oculares de pacientes com manifestações oculares sugestivas de toxoplasmose e verificar a ocorrência de
toxoplasmose adquirida pós-natal em nosso meio. A amostra desse estudo foi constituída de 29 pacientes
com diagnóstico oftalmológico sugestivo de toxoplasmose. Foram inclusas também as genitoras de 18 desses
pacientes. De todos foram coletados amostras de sangue e de 11 pacientes amostras de fluidos intra-oculares,
sendo 9 de humor vítreo e 2 de humor aquoso. Das mães só foi coletada amostra de sangue. Os testes
laboratorias utilizados foram: o Imunofluorescência Indireta (IFI) para detectar IgG e IGM e o ensaio
imunoenzimático (ELISA) para IgG, IgM e IgA e avidez (IgG). Foi observada 100% de positividade de IgG
nos dois testes e predomínio de títulos 320 no IFI. O Teste de ELISA detectou IgM em apenas 3 pacientes,
dos quais 2 foram positivos para IgA. Todos os pacientes apresentaram alta avidez no soro. No grupo das
mães, em 4 foi detectada IgM e dessas, duas possuíam também IgA. Uma das genitoras foi totalmente
soronegativa. Das amostras de humor vítreo, em 5 foi detectada IgA e dessas, apenas 4 apresentaram IgG.
Nas duas amostras de humor aquoso, foi detectado IgG e IgA. Nesse estudo, verificamos que: 1) há
correlação entre positividade, alto título de IgG e quadro ocular sugestivo de toxoplasmose; 2) que a IgA
intra-ocular pode ser importante marcador no diagnóstico e 3) há ocorrência da forma ocular adquirida pós-
natal em nosso meio.

318
CARVALHO, Maria Ierecê Miranda de. Caracterização molecular de variantes da glicose-6-fosfato
desidrogenase (G6PD) em populações da Amazônia. 2001. 73 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
2001.
Orientadora: Ândrea Kely Campos Ribeiro dos Santos

RESUMO: A deficiência da enzima G6PD é originada por mutações que reduzem a atividade e/ou
estabilidade da enzima. A identificação das mutações responsáveis por essa enzimopatia representa uma
abordagem inédita em populações da Amazônia. Com o objetivo de detectar defeitos moleculares básicos e
os haplóticos associados às variantes da G6PD na Amazônia, foram triados através de métodos bioquímicos
740 indivíduos de seis populações da região. A investigação molecular foi realizada em 77 indivíduos através
da reação em cadeia pela polimerase, seguida de digestão com enzimas de restrição. O resultado da
caracterização molecular revelou que 94,74 % dos enzimopênicos apresentavam o alelo G6PD*A - com o
genótipo 376/202; e 5,26 % possuíam o alelo G6PD*A - com genótipo 376/968. A investigação de nove
204

sítios de restrição no gene da G6PD possibilitou a identificação de seis haplótipos associados à variante
G6PD*A, dos quais, três ainda não foram descritos na literatura. Foi observado um único haplótipo
associado ao alelo G6PD*A - 376/202, e um outro ao alelo G6PD*A - 376/968. Desta forma, os dados
obtidos por Biologia molecular demonstraram que: i) o alelo G6PD*A - é a principal causa de deficiência na
Amazônia brasileira, com freqüência de 3,8 %, ll) o alelo G6PD*A - é mais recente que G6PD*A -; e iii) os
três novos haplótipos observados no presente estudo resultam do processo de miscigenação étnica, ocorrido
durante a colonização da Região Amazônica.

319
CARVALHO, Walther Augusto de. Efeito do metilmercúrio sobre a secreção de prolactina induzida
por estresse de imobilização em ratos Wistar. 2001. 60 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.
Orientador: Domingos Luís Wanderley Picanço Diniz

RESUMO: Diariamente estamos expostos a diversos poluentes ambientais. Em condições atuais a


distribuição destes é regida por um equilíbrio dinâmico, em grande parte, devido a processos biológicos que
afetam seus mecanismos de síntese e degradação. Na Região Amazônica, o mercúrio pode ser facilmente
encontrado a partir de fontes naturais e/ou artificiais, constituindo um risco à saúde pública, a partir da
exposição ocupacional (mercúrio inorgânico) ou ambiental (mercúrio orgânico). A existência de ações nocivas
relacionadas à intoxicação mercurial em diversos sistemas biológicos tem sido extensamente estudada nos
últimos anos, especialmente no que se refere a mecanismos de toxicidade, proteção e indicadores de
disfunção. No entanto, existe uma lacuna no conhecimento científico com relação aos sinais precoces de
intoxicação. Neste último caso, hormônios hipofisários, como a prolactina, podem ser utilizados como
sensíveis sinalizadores de intoxicação. Animais intoxicados com metilmercúrio apresentaram um aumento na
resposta secretória de prolactina, esta em condição basal ou induzida por estresse. Por outro lado, o
tratamento profilático com vitamina C - um anti-oxidante natural - é capaz de prevenir as disfunções
induzidas pelo metilmercúrio sobre a resposta secretória de prolactina, em animais submetidos a condições
estressogênicas.

320
CONDE, Valney Mara Gomes. Papel da adenosina na regulação de resposta secretória atrial a
diminuição do fluxo de nutrientes. 2001. 70 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2001.
Orientador: Domingos Luís Wanderley Picanço Diniz

RESUMO: A adenosina exerce efeitos potentes em muitos processos fisiológicos, incluindo a regulação da
atividade cardíaca, sobre a qual pode atuar como um fator homeostático local, em condições normais ou
alteradas de variação do seu metabolismo. A modulação da atividade contrátil, da perfusão coronariana e da
síntese e secreção de outros fatores locais de proteção celular, como o Pertídeo Natriurético Atrial (ANP) e o
Óxido Nítrico (NO), são alguns dos diversos efeitos induzidos por seus receptores externos de membrana.
Nos propusemos a avaliar efeitos de bloqueadores específicos de recaptação ou degradação, de antagonistas e
agonistas de adenosina, com o objetivo de estudar o significado funcional dos efeitos da adenosina intersticial
sobre a secreção de ANP, síntese de Óxido Nítrico (NO) e consumo de Oxigênio (O2) em átrios direitos
isolados de ratos albinos (Wistar) adultos e submetidos à diminuição de fluxo de perinfusão (50 %). A
diminuição do fluxo de nutrientes induziu aumento da concentração de nitrato (µM), seguido de diminuição
da concentração de ANP (pg/ml) no eluato e consumo de O2 pelo tecido, sugerindo que o aumento da
síntese de óxido nítrico seja responsável pela inibição observada. Por outro lado, foi sugerida uma diminuição
de responsividade de receptores a diferentes acúmulos de adenosina intersticial induzida por dipiridamol,
posto que somente uma suave elevação da concentração de ANP, no eluato foi observada para menor e
maior dose do bloqueador. A predominância de efeitos estimulatórios nessa condição foi confirmada pela
inibição da liberação de ANP induzida por antangonistas de receptores A1 ou A2, sugerindo que uma ação
205

tônica estimulatória da adenosina possa ocorrer em condições de fluxo diminuído. A potente elevação da
concentração de ANP induzida por agonistas A3 sugere a participação deste receptor nestes mecanismos.
321
DINIZ, Felipe Monteiro. Padrões na estruturação de comunidades de mamíferos terrestres na
América do Sul. 2001. 48 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.
Orientador: Peter Mann de Toledo

RESUMO: Na análise das causas que levam ao aparecimento de padrões das estruturas em comunidades de
mamíferos terrestres da América do Sul, sempre foi um desafio conseguir um perfil exato dos processos
evolutivos observáveis em larga escala. Neste trabalho, procura-se analisar os padrões de distribuição da
mastofauna terrestre na América do Sul, procurando correlacionar as diferentes faunas com diferentes
gráficos, utilizando um refinamento do método de cenogramas. Levaram-se em conta variáveis ecológicas que
(alimentação, locomoção e porte) teriam influenciado a distribuição das espécies e o tamanho que
apresentam. Verificou-se, também, a possibilidade de aplicação do método para a análise da fauna de
mamíferos terrestres extintos na América do Sul. Os resultados apontam para a consistência do uso de tal
metodologia nos conjuntos atuais e uma boa possibilidade de sua aplicação em comunidades extintas. Para
tanto, considerações devem ser feitas acerca de lacunas de conhecimento sobre os padrões de distribuição das
mastofaunas atuais, como as relações ecológicas e evolutivas entre os mamíferos e o Continente Sul-
americano.

322
GOMES, Francinaldo Lobato. Morfologia, densidade, regularidade e cobertura dendrítica das células
ganglionares M e P na retina do Sagüí comum, Callithrix jacchus. 2001. 137 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2001.
Orientadora: Elizabeth Sumi Yamada

RESUMO: Estuda a morfologia, a densidade, a cobertura dendrítica e a distribuição das células ganglionares
retinianas M e P em retinas de Callithrix jacchus. As células ganglionares foram marcadas retrogradamente com
biocitina, colocada no nervo óptico. A densidade foi calculada em mosaicos de células M e P, usando-se a
análise da distância do vizinho mais próximo e o raio efetivo. A regularidade foi avaliada por meio do fator de
empacotamento e do índice de regularidade. Morfologicamente, as células M e P do C. jacchus mostraram-se
semelhantes às células M e P descritas em outros primatas do Novo e do Velho Mundo, não havendo
diferença entre os subtipos interno e externo com relação ao tamanho de campo dendrítico. A densidade
celular cai acentuadamente em direção à periferia da retina, com esta queda sendo mais acentuada na região
temporal. O fator de cobertura para as células ganglionares retinianas M e P na retina do C. jacchus não se
manteve constante ao longo da retina e esteve acima do valor encontrado em outros primatas. A razão entre
células ganglionares retinianas M e P também não se manteve constante, diminuindo em direção à periferia
nasal da retina. Os mosaicos de células ganglionares retinianas M e P são regulares na retina do C. jacchus. A
proporção das células ganglionares P em relação ao total de células ganglionares cai acentuamente em direção
à periferia nasal da retina, com provável aumento de células ganglionares de projeção retinotectal. Estes
resultados indicam que as células ganglionares P exercem papel importante para a visão central dos primatas.

323
KHAYAT, André Salim. Avaliação da ação mutagênica e monitoramento genotóxico em pacientes
portadores de anemia de células falciformes tratados com hidroxiuréia. 2001. 108 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2001.
Orientador: Rommel Mario Rodríguez Burbano
206

RESUMO: O desenvolvimento de terapias para a anemia de células falciformes tem recebido atenção
especial, particularmente aquelas que envolvem prevenção ou inversão da polimerização da Hemoglobina
defeituosa (HbS) nos eritrócitos. A Hidroxiuréia (HU) é um agente comumente usado no tratamento de
doenças mieloproliferativas. O uso deste antitumoral em pacientes com anemia falciforme justifica-se pela
capacidade que a droga possui de induzir um significativo e favorecido aumento nos níveis de hemoglobina
fetal, produzindo uma diminuição na freqüência dos episódios vaso-oclusivos. Porém, doses inadequadas ou
tratamentos prolongados com essa droga podem ser citotóxicos ou genotóxicos para os pacientes com
anemia falciforme aumentando o risco para o desenvolvimento, principalmente, da leucemia aguda. Para
evitar que fenômenos deste gênero aconteçam, é necessário monitorar as células dos pacientes tratados com
este fármaco. A associação entre propriedades terapêuticas e genotóxicas da HU tornam os testes
citogenéticos (índice miótico e aberrações cromossômicas) fundamentais no acompanhamento dos efeitos
dessa droga. Por isso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a ação genotóxica desta droga in vitro em
indivíduos hígidos e em pacientes com anemia falciforme, e in vivo em pacientes com esta anemia, utilizando
cultura temporária de linfócitos. Os resultados dos experimentos in vitro em indivíduos hígidos nos permitem
concluir que, a HU é citotóxica somente em células que estão sintetizando DNA durante o período de
exposição à droga, exatamente por agir sobre a enzima ribonucleotídeo redutase, inibindo a divisão celular.
No experimento in vitro, com pacientes portadores de anemia falciforme, a HU não demonstrou efeito
citotóxico nem genotóxico nas doses e condições utilizadas. Por outro lado, nos experimentos in vivo, com
pacientes portadores deste tipo de anemia, a HU somente apresentou citotoxidade na primeira dose. Este
fenômeno não se repetiu nas outras doses, que apresentaram uma estabilidade fisiológica que se manteve até
o final do experimento. Acreditamos que o organismo se adaptou a presença da droga e após um ano e dois
meses de terapia, o aumento gradativo das dosagens não foi o suficiente para inibir a atividade da
ribonucleotídeo redutase. Este fármaco pode ser considerado não genotóxico nas doses e condições utilizadas
em nosso trabalho. Esses resultados sustentam as hipóteses levantadas na literatura que sugerem que à HU é
menos mutagênica que outros agentes. Este fenômeno deve ser o resultado da HU não agir diretamente
sobre o DNA, e sim sobre a ribonucleotídeo redutase. O acompanhamento citogenético de indivíduos
submetidos à terapia com HU deve ser constante, pois a ausência de genotoxidade pode ser temporária,
sendo também necessário observar o IM, onde alterações devem ser repassadas ao órgão de
acompanhamento em hematologia, para uma análise auxiliar dos níveis hematológicos durante a terapia.

324
MARTINS, Luisa Caricio. Soroprevalência de anticorpos contra o antígeno CagA DA Heliobacter
pylori em pacientes com úlcera gástrica. 2001. 84 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação
em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio
Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2001.
Orientadora: Tereza Cristina de Oliveira Corvelo

RESUMO: A infecção pela H. pylori é hoje considerada um dos maiores fatores na patogênese de um largo
espectro de afecções, levando ao desenvolvimento de uma gastrite crônica ativa, com denso infiltrado celular
na mucosa, que pode causar sérios danos à mucosa gástrica, podendo evoluir para gastrite atrófica, metaplasia
e ulcerações gástricas. O grau de inflamação na mucosa gástrica varia de cepa para cepa, e de hospedeiro para
hospedeiro. Embora a presença da cepa virulenta CagA+ seja um dos mais importantes fatores etiológicos
para o surgimento de úlcera péptica, ainda não está estabelecido todos os mecanismos envolvidos na relação
bactéria-úlcera péptica. Baseado nessa questão, esse estudo pretende contribuir para esclarecer os mecanismos
de infecções da bactéria H. pylori e a associação das cepas tipo I no desenvolvimento da úlcera gástrica, bem
como a relação destes com os grupos sangüíneos ABH e Lewis. Testes sorológicos foram utilizados para
verificar a resposta tumoral contra a H. pylori e proteína CagA em pacientes com úlcera gástrica e
caracterização fenotípica dos grupos sangüíneos ABH e Lewis. Nesse estudo, observamos uma alta
prevalência (82%) da cepa tipo I entre os pacientes com úlcera gástrica e a associação desta com o grau de
inflamação aumentado na mucosa gástrica. Em relação a distribuição dos fenótipos sangüíneos ABH e Lewis,
obtivemos uma correlação significativa entre o fenótipo salivar Lewis b e a infecção pela H. pylori. Além do
aumento da freqüência do fenótipo Lewis negativo não genuíno e do subgrupo A2 entre os pacientes. Baseado
nos resultados obtidos neste estudo, nós concluímos que a presença da cepa tipo I está relacionada ao
207

desenvolvimento de inflamação aumentada na mucosa gástrica, favorecendo a formação de ulcerações


gástricas. Assim como sua associação com fenótipo de grupo sangüíneo Lewis b.

325
OLIVEIRA, Manuela França de. Morfologia funcional e desenho corporal da cintura pélvica e
membros posteriores dos tamanduás (Mammalia: Xenarthra: Myrmecophagidae). 2001. 80 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2001.
Orientador: Peter Mann de Toledo

RESUMO: Entre os mamíferos, os Xenartros são, sem dúvida alguma, um grupo bastante singular no que diz
respeito à morfologia, fisiologia e hábitos locomotores e alimentares. Dentro da ordem Xenarthra, a família
Myrmecophagidae é a que tem recebido, nos últimos anos, menos atenção em termos de trabalhos sobre
morfologia funcional e biomecânica, em especial dos membros posteriores. Visando contribuir para o
enriquecimento do conhecimento biológico acerca da natureza morfofuncional e biomecânica dos membros
posteriores (fêmur e tíbia) e cintura pélvica destes animais de gêneros Cyclopes (tamanduá), Tamanduá
(tamanduá-de-colete) e Myrmecophaga (tamanduá-bandeira)], este trabalho propõe um estudo osteológico
descritivo-comparativo destas estruturas, enfatizando os principais pontos, com reflexo na funcionalidade
biomecânica ligada aos hábitos locomotores. Para isso, além das descrições osteológicas, foram tomadas vinte
e três medidas pós-cranianas distribuídas entre a cintura pélvica, fêmur, tíbia, úmero e rádio. A partir de tais
medidas, foram calculados treze índices osteométricos, os quais provaram ser eficazes na caracterização
morfofuncional dos três gêneros mirmecofagídeos, além de separá-los biomecanicamente em seus estilos
locomotores.

326
OLIVEIRA, Salma Gomes de. Perfil eletroforético da enzima glicose fosfato isomerase de isolados de
Plasmodium vivax do nordeste da Amazônia brasileira. 2001. 72 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.
Orientador: José Maria de Souza

RESUMO: Quarenta e seis amostras de Plasmodium vivax, isoladas de pacientes procedentes de várias
localidades da Amazônia ocidental foram analisadas pela técnica da eletroforese em gel de amido, quanto à
presença de polimorfismo enzimático do sistema Glicose Fosfato Isomerase (GPI). A variedade de bandas
encontradas caracteriza a existência de polimorfismo. O zimograma mostrou a presença de quatro variantes
da enzima GPI, as quais foram semelhantes às encontradas por outros autores para isolados da Índia e do
Brasil, no entanto encontramos uma variante, que denominamos "i", apresentando banda muito tênue, com
mobilidade eletroforética entre os tipos I e IV. Os tipos I, II, III e IV, foram encontrados isoladamente ou
combinados, dois a dois, entre si, sendo o tipo I o mais prevalente, tanto nas formas combinadas (30,2 %)
como na forma isolada (21,7 %), apresentando-se amplamente distribuído. A banda "i" foi encontrada em
12,5% das amostras em combinação com I, II ou IV. Um único isolado mostrou a combinação de três tipos
isoenzimáticos: I, IV e i.

327
PENELA, Armando Sequeira. Comparação entre os métodos da imunohistoquímica com anticorpo
policlonal, imunohistoquímica com anticorpo monoclonal G2D10 e histopatologia pela
hematoxilina-eosina no diagnóstico da leishmaniose tegumentar americana na Amazônia. 2001. 98 f.
Dissertação. (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
Belém, 2001.
Orientador: Arival Cardoso de Brito
208

RESUMO: A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma doença de grande importância no Estado
do Pará. Sua incidência nesta região é comparável às maiores do globo. O diagnóstico da mesma, que consiste
na identificação do parasita, nem sempre é fácil. A maioria dos pacientes, provenientes das zonas rurais,
raramente procuram os centros especializados no início da doença, quando seria possível encontrar o agente
biológico utilizando técnicas de rotina. Por outro lado, o emprego de técnicas de maior sensibilidade, idéias
para as formas crônicas e incomuns da enfermidade, não estão disponíveis para uso rotineiro. Nos últimos
dez anos, os chamados métodos imunohistoquímicos (IHQ), que utilizam anticorpos (AC) mono e
policlonais, têm possibilitado maior precisão no encontro dos parasitas em tecidos. No presente estudo,
foram comparadas a sensibilidade e a especificidade da técnica imunohistoquímica pela imunoperoxidase
(Método ABC), utilizando-se o anticorpo monoclonal G2D10 e o anticorpo policlonal (desenvolvido pelo
Instituto Adolfo Lutz) com o método tradicional da histopatologia pela hematoxilina-eosina (H&E), no
diagnóstico de 40 amostras de tecidos fixados por formol, obtidos de biópsias de pele de 40 portadores de
LTA, confirmados por cultura, todos procedentes da Região Amazônica. A sensibilidade do método da IHQ
com G2D10 (62,5 %) foi superior à H&E (30 %) (p=0,0018; 'alfa'=0,05; pelo teste bimonal unilateral). A
sensibilidade do método da IHQ com anticorpo policlonal (50%) foi superior à H&E (30%) (p=0,0339;
'alfa'=0,05; teste bimonal unilateral). Não foi observada diferença estatisticamente significativa entre as
sensibilidades dos dois métodos histoquímicos. A especificidade foi igual nos três métodos (100%). O valor
preditivo positivo foi de 100 % nas 3 técnicas. Os valores preditivos negativos foram de 62,5 %; 55,6 % e
47,2 % para IHQ com G2D10, IHQ com AC policlonal e H&E, respectivamente. A IHQ apresentou notável
capacidade de identificar leishmanias com facilidade, rapidez e precisão em baixas resoluções (X 20-40). A
histopatologia pela H&E necessita utilizar a técnica da imersão (X1000) para identificação dos parasitas. A
IHQ com AC G2D10, apresentou maior nitidez na marcação do antígeno que a técnica com AC policlonal. A
IHQ, especialmente com AC G2D10, mostrou-se um simples, rápido, eficiente e barato método de
diagnóstico de LTA.

328
ROCHA, Márcia Cardoso. Análise da variabilidade genética em um rebanho bovino da raça Nelore
(Bovidae : bos indicus , Linnaeus 1758) através de dois locos de minissatélite. 2001. 99 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2001.
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider

RESUMO: Os bovinos são mamíferos da ordem Artiodactila, família Bovidae, tribo Bovini, na qual estão os
gêneros Bos, Bison, Syncerus e Bubalus. Dados morfológicos e, posteriormente, moleculares têm gerado
propostas de filogenia para a tribo Bovini, os quais divergem quanto ao posicionamento de algumas espécies e
subgêneros. O gênero Bos inclui espécies selvagens (algumas ameaçadas e outras extintas) e domésticas.
Nestas estão animais de grande importância econômica e social, como o gado zebu (Bos indicuss). Este se
constitui de mais de 50 raças, difundidas em ampla distribuição geográfica. No Brasil, de acordo com a
Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), existem oito raças zebuínas. Dentre elas está o rebanho
Nelore, uma raça de destaque na pecuária nacional e pouco explorada em termos de conhecimento da
variabilidade genética. Para a análise desta, o presente trabalho empregou marcadores moleculares do tipo
minissatélite. Foram utilizados dois locos hipervariáveis: KBMS2 e BTGL1. Uma população de rebanho não
aparentado, composta por 130 indivíduos foi analisada. Foram encontrados e seqüenciados oito alelos no loco
KBMS2, o qual apresentou altos índices de Heterozigosidade e PIC, bem como PI. Os alelos deste loco estão
em equilíbrio de Hardy-Weinberg. O loco BTGL1 apresentou numerosos alelos e em baixas freqüências.
Foram seqüenciados três alelos deste loco e os padrões de repetição, analisados. Foram encontrados variações
muito estreitas de comprimento entre os alelos.

329
SANTOS, Carla Christiani Bastos dos. A Influência da salinidade no desenvolvimento e na
susceptibilidade do Anopheles aquasalis (Díptera: Culicidae) ao Plasmodium falciparum. 2001. 82 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas,
209

Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agopecuária,
Belém, 2001.
Orientadora: Marinete Marins Póvoa

RESUMO: O An. aquasalis é o principal vetor na área litorânea do Brasil. O objetivo deste estudo foi avaliar a
influência da salinidade no desenvolvimento e susceptilidade desta espécie ao P. falciparum. Para isso, foram
realizados experimentos com água doce e diluições de água do mar (10, 20, 25, 50 e 100 %) utilizando ovos,
larvas, pupas e adultos. Tanto os ovos quanto as larvas se desenvolveram melhor na diluição até 50 %, com
relação às pupas, evoluíram a adultos provenientes das diluições salinas e foram maiores que os adultos
oriundos da água doce. As fêmeas desta espécie não selecionaram o local de ovoposição, pois não houve
correlação do número de ovos postos e teor de salinidade. Para avaliar a susceptilidade, espécimens de An.
aquasalis (desenvolvidos em água doce e diluição de 10 % da água do mar) e An. darlingi (espécie controle)
foram colocados para se alimentar em pacientes portadores de infecção por P. falciparum. Para a detecção de
oocistos e de esporozoítos foi realizada a técnica de dissecção de intestino e glândulas salivares,
respectivamente. Ambas espécies foram susceptíveis ao P. falciparum. Durante o estudo foram coletados 488
mosquitos que foram testados pelo ELISA. Foram encontrados naturalmente infectados An. aquasalis (4,0 %),
An. darlingi (0,8 %) e An. galvaoi (0,6 %). Os espécimes de An. aquasalis foram positivos para as três espécies
de plasmódio humano, enquanto que os de An. darlingi e An. galvaoi foram positivos apenas para P. vivax
variante VK210. O An. aquasalis e An. darlingi continuam tendo papel importante na transmissão de malária
em Belém.

330
SARÁTY FILHO, Miguel. Papel da adenosina no controle hipotalâmico da sede em ratos submetidos
à privação hídrica. 2001. 70 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2001.
Orientador: Domingos Luís Wanderley Picanço Diniz

RESUMO: A sede é o resultado de um processo fisiológico natural, indutor de um comportamento


compensatório ingestivo, para quase todas as espécies animais. O principal centro controlador dos
mecanismos que processam a sede no hipotálamo está situado na região anteroventral do terceiro ventrículo,
abrangendo os Órgãos Circunventriculares (OCVs), onde estão localizados neurônios especializados em
detectar variações mínimas na osmolaridade e na concentração de sódio do Líquido Céfalo-raquidiano (LCR).
Neurônios hipotalâmicos colinérgicos e angiotensinérgicos compõem as principais vias reguladoras da sede. A
administração de antagonistas muscarínicos - como a atropina — e/ou angiotensinérgicos do tipo AT1 —
como o lozartan — pode bloquear a sede natural induzida por privação hídrica. Por outro lado, a adenosina
(um nucleosídeo purínico) parece modular a atividade secretória de neurohormônios hipotalâmicos,
envolvidos com a regulação do balanço hidroeletrolítico. Nossos resultados mostraram que, a administração
de R-phenilisopropil-adenosina (R-PIA), um agonista de receptores A1 ou um bloqueador de degradação e
recaptação de adenosina (dipiridamol), potenciou ou recuperou a sede inibida por atropina e induzida por
privação hídrica. Esta recuperação foi somente parcial para o bloqueio AT1, induzido por lozartan. O bloqueio
da recaptação de adenosina não potenciou a sede induzida por privação, mas recuperou a sede inibida pelo
bloqueio colinérgico (atropina), mimetizando ações de uma terceira via dipsogênica independente.
Considerando-se que os derivados purina nucleotídeos estão espalhados em quase todas as células do
organismo animal, inclusive neuronais, atuando como co-fatores para muitas reações bioquímicas celulares.
Então essas substâncias podem estar possivelmente fazendo parte de algum mecanismo modulador dos níveis
homeostáticos dos fluidos corporais, atuando no comportamento da sede (dipsogênico). O ATP, ADP e
AMP, como são comumente conhecidos, devem mediar algum mecanismo que possa estar marcando cada
passo dos processos que tornam esse comportamento tão evidente em quase todas as espécies. Os
purinérgicos, ou propriamente a adenosina, provavelmente constituiem-se em mais um tipo de
neuromodulador da sede induzida por privação de água.
210

331
SILVA, Ana de Nazaré Martins da. Susceptibilidade natural e experimental do Anopheles aquasalis
(diptera: culicidae) e colonização em laboratório. 2001. 100 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.
Orientadora: Marinete Marins Póvoa

RESUMO: A manutenção apropriada de mosquitos em condições de laboratório pode subsidiar diversos


estudos, entre eles os de susceptibilidade a parasitos. O objetivo deste estudo foi avaliar a susceptibilidade do
Anopheles aquasalis (Diptera : Culicidae), espécie importante para a transmissão de malária em Belém, às variantes
do Plasmodium vivax (Vk210, VK247 e P. vivax - "like"). Assim, pacientes portadores de infecção malárica por
esses plasmódios, alimentaram exemplares de An. aquasalis e de An. darlingi, espécies-controle, colonizados em
laboratório. Todos os pacientes infectaram espécimes das duas espécies de anofelinos utilizadas nesse estudo,
porém o An. darlingi foi mais susceptível do que o An. aquasalis. A tipificação do P. vivax nos pacientes foi
realizada pela PCR (Reação de Cadeia em Polimerase), enquanto que nos mosquitos foi empregado o método
de ELISA (Enzyme-Linked Imunosorbent Assay) para a identificação das variantes VK210 e VK247 do
parasito. Houve total concordância na detecção da variante VK210 entre os pacientes e mosquitos
correspondentes, enquanto que para a VK247, só foi encontrada concordância em um paciente. Infectividade
natural de anofelinos coletados em Belém foi detectada em espécimes de An. aquasalis, An. darling e An.
galvaoi. A primeira espécie apresentou as seguintes infecções: P. falciparum (2,5 %), P. vivax VK210 (0,8 %), P.
vivax VK247 (0,2 %) e P. malariae (0,6 %) ; enquanto a segunda e a terceira espécies de anofelino estavam
positivas somente para P. vivax VK210. O fato da maior proporção de mosquitos das duas espécies estudadas
estar infectadas com a variante VK210, natural e experimentalmente, pode explicar a alta prevalência deste
genótipo na população humana em Belém.

332
SIQUEIRA, Maria Lúcia Souza. Adenosina como fator local de regulação da secreção de peptídeo
atrial natriurético. 2001. 57 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2001.
Orientador: Domingos Luís Wanderley Picanço Diniz

RESUMO: O papel fisiológico da adenosina sobre a atividade cardíaca tornou-se uma referência a partir de
1929, quando a adenosina passou a ganhar importância como uma substância mediadora de variadas ações
fisiológicas. Sua atuação local regulando o fluxo sanguíneo coronariano em resposta a hipóxia, é hoje,
considerada como uma das principais ações autócrino-parácrina da adenosina no sistema cardiovascular. A
secreção de um hormônio peptídico no átrio, denominado de peptídeo natriurético atrial (ANP), o qual atua
como natriurético, diurético e hipotensor, apresenta uma relação funcional muito próxima a da adenosina no
controle do metabolismo cardíaco, uma vez que, tanto a adenosina quanto o ANP atuam como
vasodilatadores coronarianos em resposta à diminuição da oferta de oxigênio. O papel local da adenosina
intersticial regulando a secreção basal de ANP é o que nos propusemos a estudar neste trabalho, realizado
com perinfusão de átrio isolado num fluxo de 0,5 ml/min a partir de testes farmacológicos com um
bloqueador de recaptação de adenosina, inibidor de adenosina deaminase, agonistas e antagonistas seletivos
de receptores A1 e A2. As hipóteses formuladas consideram: (1) que as respostas bifásicas induzidas por
adenosina podem estar relacionadas à estimulação em doses baixas ou inibição em doses altas da secreção de
ANP; (2) a inibição induzida pela administração de antagonistas individualmente sugere que a adenosina
poderia atuar com uma ação tônico-estimulatória da secreção de ANP; (3) o bloqueio por CPT (8-ciclopentil-
1,3-dimetilxantina/ antagonista A1) da ativação A1 por R-PIA (R(-)-N6-(2-fenilisopropil)adenosina) /
agonista A1) e ausência de bloqueio por DMPX (3,7-dimetil-1-propargilxantina/ antagonista A2) sobre a
inibição induzida por CGS (2-[p-(2-carboxietil) fenetil amina]-5´-N-etilcarboxiamido adenosina/ agonista A2),
211

sugere que a inibição da secreção de ANP dependa, exclusivamente, da ativação de receptor A1. Finalmente,
outras abordagens experimentais devem ser conduzidas para a confirmação ou negação dessas hipóteses.

333
XAVIER, Marília Brasil. Leishmaniose tegumentar americana: uma análise quantitativa das células de
Langerhans em pacientes virgens de tratamento. 2001. 70 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação
em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio
Goeldi, Belém, 2001.
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento

RESUMO: Realiza estudo quantitativo da densidade das células de Langerhans (CL) através de imunomarcação
com anti CD1a, em espécimes obtidos de lesão de pacientes portadores de Leishmaniose Tegumentar
Americana (LTA) virgens de tratamento, e de casos controles com pele normal. A densidade das CL foi
significantemente maior nos pacientes do que nos controles e nos casos com maior tempo de doença. Em
relação à carga parasitária, que está diminuída nos casos crônicos, a densidade das CL foi inversamente
proporcional. A forma cutânea localizada (LCL) apresentou aumento da população celular quando
comparada à forma difusa (LCD). Houve uma tendência ao aumento da densidade das CL nos casos de
infecção por L.(L.) amazonensis em relação a L.(V.) sp. Em relação ao teste de hipersensibilidade tardia (Teste
de Montenegro), a L.(L.) amazonensis apresentou comportamento peculiar por ser má indutora de imunidade
celular, apresentando, nos casos e LCL, maior densidade nos pacientes Montenegro negativos do que nos
Montenegro positivos, provavelmente por aumento da reposição celular, a fim de estimular a resposta imune.
Esses resultados confirmam o papel importante das CL na LTA e sugerem que a L.(L.) amazonensis,
provavelmente, constitui um bom modelo para estudar as CL como APC na LTA, devido ao seu
comportamento clínico e imunológico espectral.

2002

334
COSTA, Maurimélia Mesquita da. Soroepidemiologia de Chlamydia trachomatis e de Chlamydia
pneumoniae em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica e asma e em pacientes com
doença coronariana isquêmica. 2002. 138 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio
Goeldi, Belém, 2002.
Orientadora: Marluísa de Oliveira Guimarães Ishak

RESUMO: As infecções causadas por Chlamydia trachomatis e por Chlamydia penumoniae têm distribuição
variável em todo o mundo. O espectro de patologias associado às duas espécies inclui as doenças respiratórias
e cardiovasculares. O presente estudo teve como objetivo descrever, através de métodos
soroepidemiológicos, a prevalência de anticorpos para C. trachomatis e para C. pneumoniae em um grupo de 99
pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e asma, e em 33 pacientes com doença
coronariana isquêmica internados, respectivamente, no Hospital Universitário João de Barros Barreto e no
Hospital da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. Para obtenção dos resultados, as amostras de
soros foram submetidas à triagem através da técnica de imunofluorescência indireta para a pesquisa de
anticorpos para o antígeno gênero-específico presente no sorotipo L2 de C. trachomatis. As amostras que
reagiram positivamente foram posteriormente testadas através da reação de microimunofluorescência para a
detecção de reatividade para um dos quinze sorotipos de C. trachomatis e para o sorotipo TWAR de C.
peneumoniae. Entre os pacientes com DPOC e asma, a prevalência de anticorpos para o gênero Chlamydia foi de
68 %, para C. pneumoniae, 30% enquanto para C. trachomatis, 43%. Entre os pacientes com doença coronariana
isquêmica, as prevalências encontradas foram de 73 %, 21 % e 67 % para o gênero Chlamydia, para C.
trachomatis e para C. pneumoniae.
212

335
FRANCO, Edna Cristina Santos. Análise comparativa da distribuição e número total de
fotorreceptores em seis espécies de primatas do Novo Mundo: correlação com a hipótese do
escalonamento neuronal. 2002. 108 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientadora: Elizabeth Sumi Yamada

RESUMO: A variedade de espécies de primatas do Novo Mundo tem despertado o interesse em estudar estes
animais em vários aspectos do seu sistema visual. Estudamos a variação de densidade e o número total de
fotorreceptores em seis espécies de primatas do Novo Mundo: Alouatta coraya, Cebus apella, Saimiri ustius,
Saguinus midas niger, Callithrix jacchus e Aotus sp. Utilizamos estes dados para testar a aplicação da hipótese do
escalonamento neuronal proposta por Finlay e Darlington (1995) para prever a taxa de variação
interespecífica do número total de cones e bastonetes nestes primatas. Os fotorreceptores foram contados em
montagens planas ao longo dos meridianos horizontal e veritical. Linhas de isodensidade foram desenhadas e
o número total de cones e bastonetes foi obtido a partir da integração dos valores de densidade celular ao
longo da extensão da retina. Os nossos resultados demonstraram que o pico da densidade de cones foi similar
para as espécies diurnas estudas: o Alouatta apresentou o maior pico da densidade de cones. O número total
de cones foi bastante semelhante enquanto que o número total de bastonetes apresentou maior variação. O
Aotus apresentou número total de cones inferior e número total de bastonetes superior em relação aos demais
primatas. Este trabalho demonstrou que a hipótese de Finlay e Darlington é válida para explicar a variação do
número total de cones e bastonetes nas retinas de primatas, com algumas ressalvas. A variação do número
total de cones segue uma função linear somente quando retiramos os dados dos calitriquíneos. No caso dos
bastonetes, o melhor ajuste acontecer quando omitimos o Aotus. Os resultados mostraram que o número
total de cones varia menos do que o número total de bastonetes como previsto pela hipótese do
escalonamento neuronal, mas que algumas espécies diminuem a força da correlação, sugerindo a contribuição
de adaptações evolutivas específicas na gênese de determinadas características da organização retiniana.

336
GOMES, Patrick Abdala Fonseca. Estudo da susceptibilidade do primata Cercopithecus aethiops à
infecção experimental por espécies de leishmania neotropicais: Leishmania (Leismania) amazonensis
e Leishmania (Viannia) braziliensis. 2002. 52 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio
Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2002.
Orientador: Jeffrey Jon Shaw

RESUMO: O uso de modelos animais é um dos principais fatores responsáveis pelos avanços na produção e
desenvolvimento de vacinas contra diversos patógenos. Modelos murinos apresentam limitações quanto à
susceptibilidade e resposta imune a leishmania. Assim, primatas não-humanos tornam-se uma boa opção, pois
possuem uma grande similaridade filogenética com o homem. O objetivo deste estudo é investigar a
susceptibilidade do primata Cercopithecus aethiops à infecção primária e secundária por leishmania (Leishmania)
amazonensis e leishmania (Viannia) braziliensis e acompanhar o curso clínico e resposta de anticorpos IgG anti-
Leishmania à infecção doença. Doze espécimes do primata, 6 machos e 6 fêmeas, divididos em 2 grupos de 6
animais cada, nascidos e criados em cativeiro, foram experimentalmente inoculados com L. (L.) amazonensis
(grupo 1) e L. (V.) braziliensis (grupo 2), posteriormente desafiados por L. (L.) amazonensis (grupo 1 e 2) e
desafiados com L. (V.) braziliensis (grupo 1). O inóculo consistiu de promastigotas de cultura suspensas em
solução salina glicosada (0,1ml) na concentração de 2 x 106 parasitas e foi administrado intradermicamente na
face dorsal da cauda tricotomizada. Os animais foram cuidadosamente examinados semanalmente durante
dois meses após inoculação (p.i.) e, posteriormente, mensalmente até cura total das lesões. Realizou-se biópsia
da lesão de cada animal para diagnóstico parasitológico, por exame microscópico direto ou inoculação em
hamster, e coleta de sangue para pesquisa de anticorpos. Antígenos para o Teste de ELISA foram preparados a
partir de promastigotas de L. (L.) amazonensis e L. (V.) braziliensis. Na primoinoculação, todos os animais
213

desenvolveram lesão e o período de incubação foi de 28 a 58 dias nos grupos 1 e 2. Verificou-se diferença
estatisticamente significativa quanto ao tamanho máximo das lesões entre os dois grupos (p= 0.0008). No
grupo 1, apenas um animal apresentou lesão ulcerada, e o restante, lesões nodulares (4 a 15mm de diâmetro),
que começaram a regredir em torno de 5 meses p.i. Na infecção desafio (grupo 1), apenas 4/6 animais
apresentaram lesões, aos 70 dias pós-desafio todos se curaram. No desafio heterólogo, todos os animais
apresentaram lesões, sendo que 2 animais apresentaram lesões múltiplas e 2,5 anos p.d.h ainda permanecem
com lesões. Diferenças significativas foram encontradas quando comparados o tamanho máximo das lesões
entre as infecções (p= 0.0142, primo-inoculação e desafio heterólogo) e (p= 0.0019, desafio homólogo e
heterólogo). No grupo 2, os animais apresentaram na sua maioria lesões ulceradas, e lesões múltiplas na cauda
(7 a 23mm) e começaram a regredir somente após 485 dias p.i. Foi realizado o desafio heterólogo e 4 meses
p.d.h nenhum animal apresentava lesão. O grupo 1 apresentou níveis significativos de anticorpos IgG quando
utilizado antígeno homólogo. No grupo 2, verificaram-se resultados similares, onde o antígeno homólogo foi
mais sensível. Quando comparados os dois grupos, verificou-se uma diferença significativa (p= 0.0063).
Quanto à resposta secundária, detectaram-se anticorpos aos 21 dias p.d mantendo-se constantes até a cura
das lesões, não se detectaram anticorpos com antígeno heterólogo. Quanto à resposta de anticorpos ao
desafio heterólogo, detectaram-se títulos tanto com antígeno homólogo quanto com heterólogo. Quando
comparados os títulos de anticorpos nas diferentes infecções no grupo 1, observaram-se diferenças
estatisticamente significativas entre a primoinfecção e o desafio heterólogo (p = 0.0210) e quando se
comparou o desafio homólogo com o heterólogo (p = 0.0016). Foi confirmada a susceptibilidade do primata
Cercopithecus aethiops à infecção experimental por L. (L.) amazonensis e L. (V.) braziliensis e o curso clínico da
doença assemelha-se muito ao observado no homem. A resposta de anticorpos foi antígeno específica, com
títulos mais altos com antígeno homólogo. Logo, o primata C. aethiops pode ser considerado um bom modelo
para estudos vacinais. Contudo, necessita-se de outras abordagens para sua completa indicação como modelo
animal.

337
HAMOY, Moisés. Convulsões induzidas pelo extrato bruto de Clibadium sylvestre: um modelo
experimental de epilepsia generalizada. 2002. 66 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em
Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento

RESUMO: O extrato bruto aquoso das folhas da Clibadium sylvestre foi usado para caracterizar os seus efeitos
convulsivantes. Ratos Wistar adultos e neonatos com até 10 dias de idade foram tratados intraperitonealmente
com extrato, em doses de 125 e 500 mg/kg, doses efetiva e letal respectivamente. Para caracterizar as
diferentes fases da atividade convulsivante do extrato, os animais foram observados logo após a sua
administração, segundo a evolução das crises convulsivas e classificadas de acordo com a intensidade de
apresentação. A injeção do extrato aquoso foi capaz de induzir alterações comportamentais, características de
atividades convulsivantes, semelhantes a outros modelos experimentais de epilepsia. Em animais neonatos
ocorreu um aumento da sensibilidade para a evolução das crises convulsivas a medida em que processou a
maturação cerebral. A atividade da Na(+) K(+) ATPase no hipocampo, no "Status epileticus", apresentou-se
diminuída em todas as fases, recuperando a atividade 24 horas após a crise convulsiva. Os resultados indicam
que a Clibadium sylvestre contém princípio(s) ativo(s) que pode(m) induzir crises epileptiformes de maneira
dependente da dose e apresentam grande potencial como instrumento para o estudo da epilepsia
experimental.

338
LIMA, Eleonidas Moura. Estabelecimento e caracterização citogenética de uma linhagem de
adenocarcinoma gástrico. 2002. 93 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientador: Rommel Mario Rodríguez Burbano

RESUMO: O câncer gástrico é o segundo tipo mais freqüente entre as neoplasias. É a segunda causa mais
importante de óbito no mundo. O Estado do Pará apresenta elevada incidência desta neoplasia e Belém, sua
214

capital, está entre as primeiras cidades do mundo com registro de câncer gástrico, fato este que reitera a
gravidade desta doença em nossa região, assim precisamos gerar informações para melhor entender a gênese
desta neoplasia com o objetivo de modificar este quadro hoje bastante preocupante. O estabelecimento de
linhagens de câncer gástrico é uma ferramenta para o alcance desses objetivos, praticamente todas as
linhagens estabelecidas, segundo a literatura, foram desenvolvidas nos países asiáticos, sendo que os países
ocidentais pouco contribuíram com esta tecnologia. Através de imortalização in vitro foi estabelecida e
caracterizada citogeneticamente, na nossa dissertação, a linhagem ACP01. Trata-se da primeira linhagem de
adenocarcinoma gástrico, estabelecida no Brasil. Após a análise cromossômica, a linhagem ACP01 revelou-se
triplóide; com alterações estruturais nos cromossomos 1, 9, 10 e 17, apresentando de 1 a 3 cromossomos
marcadores, crescendo em camada única, não organizada, semelhante a fibroblasto, com formação de focos,
divisão heterogênea e ciclo celular de aproximadamente de 40 horas. Estes dados nos conduzem a um
princípio multifatorial, onde a causa do câncer surgiria através de uma evolução de múltiplos estágios,
envolvendo mudanças genéticas progressivas e expansão clonal. Desta forma, esperamos contribuir com a
geração de informações que leve ao melhor entendimento deste "novo crescimento gástrico".

339
NASCIMENTO, Eliana da Silva. Investigação molecular de mutações betalassêmicas através de
Eletroforese em Gel com Gradiente Desnaturante (DGGE) e seqüenciamento de DNA em pacientes
com Volume Corpuscular Médio (VCM) reduzido. 2002. 69 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-
Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
2002.
Orientador: João Farias Guerreiro

RESUMO: A talassemia- 'beta' é uma desordem hereditária, encontrada praticamente em todos os grupos
étnicos humanos, muito embora seja mais freqüente em populações da região do Mediterrâneo (italianos,
gregos e cipriotas), assim como em sírios e em judeus. Essa patologia também é relativamente comum em
Portugal, em função da presença de povos mediterrâneos que, ao longo dos séculos, ocuparam o país,
particularmente fenícios, gregos, romanos e árabes. No Brasil os dados são incompletos, mas admite-se que
tenha distribuição heterogênea, em função das diferenças regionais em relação à mistura interétnica, em
especial aos europeus. Nas Regiões Sul e Sudeste essa patologia tem sido encontrada particularmente em
descendentes de europeus (italianos) e em descendentes de judeus. No Norte do Brasil não existem dados a
respeito, mas o esperado é que as freqüências sejam menores do que as observadas nas Regiões Sul e Sudeste,
em função da menor contribuição de italianos na população. Neste trabalho, amostras de sangue de 100
pacientes anônimos da rede pública de saúde de Belém foram selecionadas com base no CVM (<80fL) e
posteriormente submetidas à triagem em nível molecular por meio da técnica de DGGE, seguido de
seqüenciamento do DNA. Foi identificado apenas um indivíduo heterozigoto para a mutação IVS1-6
T'beta'C. Essa reduzida freqüência pode ser atribuída a uma elevada proporção de negros africanos entre os
ascendentes dos indivíduos estudados, bem evidenciada pela análise de índices hematimétricos, que sugeriram
que 62 % da amostra apresentavam coeficientes sugestivos de talassemia-'alfa', uma patologia que é comum
em populações negras. Além disso, a significativa contribuição africana também foi corroborada pela análise
molecular, que identificou dois indivíduos hetrozigotos para o gene da hemoglobina S, e um indivíduo
homozigoto para a mutação IVS2-26 T'seta'G, de origem argelina.

340
OLIVEIRA, Ciane Martins de. Diagnóstico molecular da leucemia mielóide crônica através da reação
em cadeia da polimerase a partir do RNAm quimérico BCR-ABL. 2002. 48 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2002.
Orientador: José Alexandre Rodrigues de Lemos

RESUMO: A Leuceima Mielóide Crônica (LMC) é uma expansão clonal da célula progenitora hematopoética,
constitui 14 % de todas as leucemias, sua incidência é de 1,6 casos a cada 100.000 habitantes, a idade mediana
do diagnóstico localiza-se entre 40 e 60 anos e há uma discreta predominância do sexo masculino: 1,4:1. A
215

doença pode ser classificada em fases; crônica, acelerada e blástica. A fase crônica tem duração média de
quatro a cinco anos; a fase a acelerada é uma transição para a fase seguinte e dura de três a seis meses; e, por
fim, a fase blástica que é habitualmente fatal. O marcador genético da LMC é o cromossomo Philadelphia, que
é resultado de uma translocação recíproca entre os cromossomos 9 e 22, t(9,22) (q34;q11). O proto-oncogene
ABL (Abelson ) e o gene BCR("Breakpoint Cluster Region") estão envolvidos nesse rearranjo. A fusão ocorre
entre a extremidade 3' do BCR e a extremidade 5' do ABL, produzindo o gene quimérico BCR-ABL que
codifica uma proteína tirosina-quinase com elevada atividade, sendo este o evento patogenético fundamental
da doença. Com a finalidade de analisar a distribuição das freqüências dos transcritos do gene BCR-ABL e
propor protocolo para diagnóstico confirmatório de LMC, foram coletadas amostras de sangue periférico de
70 pacientes diagnosticados hematologicamente com a doença. As amostras foram analisadas através da
técnica de RT-PCR (Reação em Cadeia da Polimerase a partir do RNAm). A maioria dos pacientes foi
diagnosticada por esta metodologia (94,3 %) e a freqüência dos transcritos ficou assim distribuída: 35,7 % dos
pacientes apresentaram o transcrito b3a2; 34,3 % b2a2; 10% b3a2; 7,1 % b3a3; 1,4 % b3a2 ela2; 5,7 %
apresentaram resultado negativo para gene BCR-ABL; e 4,3 % encontraram-se em remissão molecular após
transplante de medula óssea. Foram identificados dois grupos: um de bom prognóstico representado pelo
transcrito b3a2 e outro de mau prognóstico representado pelo b3a3.

341
PANTOJA, Wendell Mauro Soeiro. Regulação da captação e liberação de [3H]Gaba por atividade do
transportador em células de retina de embrião de pinto: influência da fosforilação/defosforilação. 2002.
59 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento

RESUMO: Recentes pesquisas sugerem que a atividade do transportador do ácido 'gama'-aminobutírico


(GABA) possui ampla regulação. Este transportador, chamado GAT, possui sítios de fosforilação e
desosforilação, e podem ser ativados por proteínas cinases dependentes de Adenosina Monofosfato Cíclico
(AMPc), pela proteína cinase C (PKC) e podem ser desativados por proteínas fosfatases. Os efeitos de
diferentes estimuladores e inibidores dos processos de fosforilação e defosforilação celular sobre o transporte
do GABA foram investigados. A Caliculina A e o Ácido Okadáico, inibidores das proteínas cinases tipo 1A e
2A, respectivamante, não foram capazes de inibiir a atividade do GAT, ao passo que, a Ciclosporina A, um
inibidor da proteína fosfatase tipo 2B, também conhecida como Calcineurina, apresentou um efeito
estimulatório sobre a captação do GABA e foi capaz de diminuir a liberação induzida pelo aminiácido
excitatório glutamato. Por outro lado, a ausência de cálcio no meio de incubação inibiu a captação do GABA,
mostrando a participação deste íon nos processos de fosforilação e defosforilação celular que modulam a
atividade do GAT. O W7, um antagonista da calmodulina foi capaz de inibir a captação do GABA, ao passo
que, BAPTA AM, um agente quelante do cálcio, apresentou resultados poucos significantes sobre a capitação,
mostrando que a principal via de sinalização do cálcio é através da Ca++/Calmodulina. A atividade do GAT
foi bloqueada pelos inibidores da proteína cinase A H89 e PKI e estimulada pelo ativador da adenilado
ciclase, Forskolina, e pelo agente mimético do AMPc, 8-Br-AMPc, ao passo que, o estimulador da proteína
cinase C, Forbol éster, bem como o seu inibidor, estaurosporina, não afetou a atividade do GAT. Estes
resultados sugerem que o GAT tem sua atividade regulada por um processo mediado por calmodulina e que
aparentemente envolve a atividade da calcineurina. A proteína cinase A pode, transentemente, estar envolvida
na regulação do GAT, ao passo que a proteína cinase C demonstou não interferir no transporte do GABA
em células de retina de embrião de pinto.

342
PEREIRA, Jacilea Maria. Diagnóstico molecular e a prevalência da talassemia alfa em indivíduos com
anemia microcítica e hipocrômica na cidade de Belém (PA). 2002. 64 f. Dissertação (Mestrado) - Curso
de Pós-graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2002.
Orientador: João Farias Guerreiro
216

RESUMO: A talassemia-(alfa) é uma deficiência de síntese de globinas do tipo (alfa), que pode acarretar a
diminuição ou perda total de função da hemoglobina, dando origem a uma anemia do tipo microcítica ou até
mesmo hemolítica. A talassemia-(alfa) é muito comum e, provavelmente, constitui a doença monogênica mais
freqüente em todo o mundo, representada principalmente pela deleção - (alfa)3.7, encontrada com
freqüências mais elevadas em populações mediterrâneas e africanas, e pela deleção - (alfa)4.2, encontrada com
freqüências elevadas no sudeste Asiático e na Oceania. Neste trabalho, foi investigada a prevalência de
talassemia-a em uma amostra da população de Belém constituída por indivíduos com anemia microcítica e
hipocrômica, utilizando-se o método Reação em Cadeia da Polimerase, para detecção das mutações -(alfa)3.7,
__MED e -(alfa)20.5. A prevalência da talassemia-(alfa) nos indivíduos portadores de anemia microcítica e
hipocrômica foi 24%, sendo detectada apenas a deleção - alfa 3.7 (deleção de um gene alfa), subtipo (-
alfa)3.7I, com freqüência de 13,2%. Dos 24 indivíduos identificados com a deleção -a3.7I, 19 (79%)
apresentaram o genótipo alfa-/alfa, clinicamente classificados como portadores silenciosos, e 5 (21%)
apresentaram o genótipo alfa-/alfa-, classificados como portadores de traço talassêmico severo. Os resultados
obtidos neste trabalho, que constitui a primeira investigação molecular de talassemia-alfa no Norte do Brasil,
empregando protocolo baseado na Reação em Cadeia da Polimerase, justificam a implantação dos métodos
de Biologia molecular aqui empregados como procedimento de rotina para a pesquisa de talassemia do tipo
alfa na população de Belém, em particular em indivíduos com anemia discreta, com etiologia não esclarecida,
ou pacientes com diminuição de VCM e HCM.

343
ROCHA, Daniela Cristiane da Cruz. Mapeamento citogenético comparativo de Saimiri boliviensis e
Saimiri ustus com Homo sapiens e Saguinus oedipus por FISH-Multicor. 2002. 151 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Belém, 2002.
Orientador: Júlio César Pieczarka

RESUMO: A citogenética molecular representa um enfoque novo que combina elementos da citogenética
convencional e as metodologias da biologia molecular. Esse progresso resultou no desenvolvimento da
Hibridização in situ Fluorescente (FISH) que consiste na detecção de pequenos segmentos de DNA ou RNA
a partir de "sondas" específicas fluorescentes aos genes ou cromossomos alvo complementares. Uma variação
desta técnica denominada Pintura Cromossômica se mostrou útil nos estudos de filogenia por meio do
mapeamento físico e permite definir mais claramente a origem e a história evolutiva dos cariótipos analisados,
contribuindo assim para um melhor entendimento da filogenia, taxonomia e evolução. Com este objetivo, os
carótipos de duas espécies do gênero Saimiri (S. boliviensis e S. ustus) foram analisados, utilizando-se a técnica
de FISH-Multicor com pools de sondas cromossomo-específicas de Homo sapiens e de Saguinus oedipus.
Através da hibridização de sondas de humanos e de Saguinus oedipus no cariótipo das duas espécies de Saimiri
foram observados 40 e 30 sinais de hibridizações, respectivamente. Os resultados mostram que ambas
espécies analisadas do gênero Saimiri apresentaram a associação 2a/15b, característica específica dos
Callitrichidae. Por este motivo, o gênero Saimiri foi incluído no mesmo lado formado pelos Callitrichidae,
obervando-se também que a reorganização genômica ocorrida no início da radiação deste gênero permaneceu
conservada, sendo seus cariótipos bastante conservados.

344
ROCHA, Fernando Allan de Farias. Caracterização de fotorreceptores na retina da cutia, Dasyprocta
agouti. 2002 91 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientadora: Silene Maria Araújo de Lima

RESUMO: Analisa-se a distribuição dos diferentes tipos de cones na retina de um roedor da Cavoidea, a cutia
(Dasyprocta agouti). Utilizamos, para isto, anticorpos monoclonais que têm sido utilizados para a identificação
dos cones S (JH-455) e cones M/L (JH-492). Na retina da cutia, os anticorpos distinguiram dois tipos de
217

cones. JH-455 reconheceu um pequeno grupo de cones com densidade inferior a 600 cells/mm² na porção
superior da retina. Sua densidade aumenta para aproxidamente 1.000 cells/mm² na região central e ventral. O
anticorpo JH-492 reconheceu os cones M/L. A distribuição dos cones M/L, diferente dos cones S,
apresentou uma alta densidade de células em uma faixa central horizontal, de maneira semelhante ao descrito
para a distribuição das células ganglionares. Baseado em nossos achados, os cones M/L representam 90 % e
10 % da população total de cones, respectivamente. A distribuição topográfica de cada subtipo de cone
demonstra que os cones M/L apresentam um gradiente centro/periferia e uma assimetria dorso-ventral na
retina. Os cones S, por outro lado, apresentaram somente uma assimetria dorso ventral. A regularidade do
arranjo dos cones foi quantificada por meio de estatística (fator de empacotamento) que varia de distribuição
aleatória (0) a um arranjo dos cones foi quantificada através de estatística (fator de empacotamento) que varia
de distribuição aleatória (0) a um arranjo triangular (1). Nossos resultados mostraram que o mosáico celular
formado pelos cones M/L é mais regular do que aquele formado pelos cones S.

2003
345
LIBERAL, Siany da Silva. Efeitos do estradiol sobre alterações provocadas por alumínio nos níveis de
peptídeo natriurético atrial e nitrato em ratas castradas. 2003. 96 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
2003.
Orientador: Domingos Luíz Wanderley Picanço Diniz

RESUMO: A principal fonte de contaminação pelo alumínio é antropogênica. Sua vasta aplicação em
materiais usados no cotidiano o qualifica como potencial agente contaminante e intoxicante, pelo fato de
poder se conjugar a outros compostos, os quais, facilitam sua absorção, acúmulo e ações tóxicas nos tecidos.
O alumínio pode provocar distúrbios na homeostase celular por (1) interferir em mecanismos de transdução
de sinal, cuja principal conseqüência é a manutenção de concentrações elevadas de cálcio no citoplasma da
célula; (2) interferir no metabolismo enzimático e produção de radicais livres de oxigênio, o que resulta quase
sempre em resposta inflamatória; (3) bloquear o transporte axonal e a transmissão sináptica, comprometendo
o funcionamento adequado dos circuitos neuronais. A retenção cerebral de alumínio pode tornar crônicos os
distúrbios conduzindo o cérebro a uma falência progressiva. A célula atingida pode utilizar como recurso de
proteção a síntese de óxido nítrico, o qual atua ativando mecânismos que diminuem os níveis de cálcio, a
produção de radicais livres e inibem a resposta inflamatória, prevenindo o sofrimento e, por conseguinte a
morte celular. Em casos mais drástricos o óxido nítrico pode induzir a morte programada da célula visando
proteger o tecido como um todo de seu mau funcionamento. Uma outra substância, agora de ação
extracelular, também ativa mecanismos celulares semelhantes aos do Óxido Nítrico (NO), é o Peptídeo
Natriurético Atrial (ANP), um hormônio produzido no átrio, cérebro e outros tecidos, cuja função principal é
evitar o excesso de sal e água no organismo. Adicionalmente, este hormônio pode atuar como um potencial
agente antiinflamatório, reduzindo também a magnitude da resposta alérgica. A liberação destas duas
substâncias pode ser regulada por estradiol, um hormônio sexual feminino com reconhecida ação protetora
em diversas situações de agressão celular. Considerando estas premissas, o objetivo deste trabalho foi avaliar
efeitos precoces do alumínio sobre a secreção de ANP e nitrato (um metabólico exclusivo do NO) em ratas
castradas e submetidas à terapêutica substitutiva com estradiol. Para tal, ratas Wistar adultas foram
ovariectomizadas e tratadas com estradiol (0,025 mg/Kg.dia) dois dias antes e durante a intoxicação por três
dias com cloreto de alumínio (1,5 e 7,5 mg/Kg. dia) iniciada dezoito dias após a castração. As ratas foram
sacrificadas pr decaptação 24 horas após o último dia de tratamento. Amostras de plasma e tecido cerebral
(hipotálamo anterior e área septal) foram coletadas e armazenadas a - 70ºC para dosagem de ANP e nitrato.
Os resultados mostraram um aumento significativo dos níveis de nitrato e ANP no plasma e nas áreas
cerebrais após a intoxicação com alumínio. O tratamento associado com estradiol preveniu o aumento dos
níveis de nitrato em todos os parâmetros analisados, o mesmo não ocorrendo com os níveis de ANP no
plasma e na área septal, sugerindo uma regulação sítio específica, provavelmente dependente da presença de
218

diferentes tipos de receptores para estradiol nos diversos tecidos produtores de ANP. Estes achados nos
conduzem à hipótese de que o nitrato e o ANP podem funcionar como indicadores precoces de distúrbios da
homeostase celular, já que tiveram seus níveis elevados na intoxicação subaguda por alumínio em ratas
castradas e que o estradiol pode atuar prevenindo ou atenuando estes distúrbios secretores, provavelmente
por mecanismos hábeis em neutralizar as ações do alumínio em suas células-alvo.

346
LIMA, Antonio Marcos Sousa de. Estudo das alterações cromossômicas em fibroadenomas da mama.
2003. 109 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Rommel Mario Rodríguez Burbano

RESUMO: Os Fibroadenomas (FAs) representam a lesão proliferada benigna sólida mais comum da mama
feminina, afetando mulheres preferencialmente com idade de 20 a 35 anos. São nódulos e bem marcados,
com aspecto borrachoso, liso, geralmente não maior do que 4 cm. Apresentam-se como massas solitárias,
sendo múltiplos em somente 20% dos casos. Sua causa é desconhecida. Apresentam sensibilidade aos
hormônios estradiol e progesterona. A marca histológica característica é a proliferação dos componentes
estromal e epitelial, podendo manifestar um largo espectro de alterações histopatológicas que vai desde
mudanças proliferativas. Acredita-se não possuírem potencial de transformação maligna. Contudo, focos de
células malignas são comumente vistos. Apesar da alta freqüência, resultados efetivos em estudos
citogenéticos são raros. Um estudo citogenético foi realizado em culturas de dez FAs. Cariótipos normais
foram vistos em 70 % dos casos, com o restante apresentando alterações citogenéticas clonais. Estas foram
do tipo numéricas nos seguintes cromossomos: 1, 12, 16 e 21. A perda do cromossomo 21 foi a mais
freqüente alteração encontrada nas amostras. Esta monossomia é também descrita em hiperplasias epiteliais.
Similaridades de perdas envolvendo o cromossomo 16 em FAs, lesões hiperplásicas e malignas da mama,
sugerem que o FA pode ser parte de uma seqüência progressiva de eventos que culmina em malignidade
mamária. Por outro lado, o ganho do cromossomo 1 em FAs, visto também no carcinoma lobular in situ,
carcinoma ductal in situ e carcinoma invasivo, mas não em tecidos hiperplásicos, sugere uma possível rota
alternativa de transformação maligna, sem que a lesão passe pelo processo hiperplásico, contrariando o
modelo hipotético de múltiplos estágios proposto para a carcinogênese da mama. Contudo, o sentido exato
dessas mudanças permanece para ser elucidado. O número de anormalidades citogenéticas (numéricas e
estruturais) em FAs é inumerável, envolvendo vários cromossomos, sem qualquer achado FA-específico,
formando uma verdadeira "sopa de letrinhas".

347
PASSOS, Adelaide da Conceição Fonseca. Captação e liberação de serotonina regulada por receptores
de glutamato em células da retina de aves. 2003. 72 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação
em Ciências Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento

RESUMO: Investiga o papel dos receptores de neurotransmissores na regulação dos sistemas de captação e
liberação de serotonina, utilizando como modelo experimental culturas primárias de células embrionárias da
retina de galinha. Nossos resultados demonstram que, a captação de serotonina é regulada pela ativação de
receptores ionotrópicos de glutamato (cainato e NMDA), enquanto que a ativação de receptores
metobotrópicos e de outros receptores neurotransmissores não mostraram regular esse transporte. Os
receptores do tipo cainato inibiram a captação de serotonina mesmo em baixas concentrações do agonista,
evidenciando um efeito específico sobre a atividade do transportador serotoninérgico. Os receptores NMDA
inibiram a captação de serotonina somente em concentrações elevadas, enquanto os receptores AMPA não
apresentaram nenhuma ação inibitória. O efeito inibitório sobre a captação de serotonina, induzido pela
ativação dos receptores cainato e NMDA foi bloqueado pela presença de seus antogonistas seletivos. A
ativação de receptores de glutamato do tipo cainato estimulou a liberação de serotonina e esse efeito
estimulatório foi bloqueado pela presença de antagonistas desses receptores. A liberação de serotonina parece
ser regulada por mecanismos vesiculares, visto que o bloqueio do transportador não influenciou na liberação
219

induzida por cainato. Esses resultados demonstram que, a ativação de receptores do tipo cainato desempenha
um papel importatemente na regulação da captação e liberação de serotonina em células da retina de galinha.

2004
348
SILVA, Mônica Moreira da. Avaliação preliminar da transmissão da filariose linfática no Município de
Belém, Pará, com base na reação em cadeia da polimerase para detecção de Wuchereria bancrofti
em Culex quinquefasciatus. 2004. 29 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientador: Habib Fraiha Neto

RESUMO: O Município de Belém já foi considerado o maior foco de filariose linfática. Inquérito
hemoparasitoscópico aí realizado em 1952 mostrou que 19,9% dos habitantes da capital eram portadores de
microfilárias. Campanha de controle então iniciada, consistindo, basicamente, na detecção e tratamento ativo
de casos humanos, logrou reduzir ao longo das cinco décadas transcorridas o índice de infecção a níveis
extremamente baixos, que permitem hoje considerar o foco como em vias de extinção, induzindo as
autoridades municipais a cogitarem de pleitear o título de eliminação. Impõe-se, entretanto, uma avaliação
técnica da possibilidade de transmissão residual, mesmo porque ainda em 2001 foi detectado um caso
autóctone, embora isolado, no Distrito de Icoaraci. Dentre os métodos mais indicados para essa avaliação,
destaca-se o da detecção de Wuchereria bancrofti em mosquitos pela técnica da PCR. Neste estudo, foram
realizadas coletas de mosquitos em 6.929 prédios da área urbana de Belém, randomicamente selecionados, no
período de junho de 2002 a dezembro de 2003. Dentre os espécimes capturados, 49.579 correspondem a
fêmeas de Culex quinquefasciatus, das quais 24.824 foram dissecadas para pesquisa de formas embrionárias de
Wuchereria, não tendo sido constatada infecção natural em qualquer deles. À técnica da PCR foram submetidas
2.600 fêmeas, provenientes dos Distritos Administrativos de Icoaraci, Mosqueiro, Entroncamento e
Sacramenta, consideradas áreas críticas, por incluírem os locais achados dos últimos casos de infecção
humana por Wuchereria no município. Os mosquitos, inteiros, foram separados em lotes de 50 espécimes. Em
nenhum dos 52 lotes submetidos a exames neste projeto piloto ocorreu amplificação de DNA do parasito,
caracterizando, portanto, total negatividade da amostra. Estes resultados reforçam a idéia de eliminação do
foco de Belém, embora se recomende ainda prosseguimento do estudo, com uma amostragem mais
representativa, tanto em número, como em extensão no âmbito do município.
220
221
222
223

2002
349
BARROS, Ana Hilda Mescouto Figueiredo. Lagostas comerciais da costa do Pará: caracterização genética
e identificação de estoques. 2002. 55 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia
Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2002.
Orientador: Horácio Schneider

RESUMO: A pesca da lagosta das famílias Palinuridae e Scyllaridae é muito explorada comercialmente, sendo o
Brasil um grande produtor mundial desses recursos naturais. Na costa norte brasileira, verifica-se uma extensa
exploração e o Estado do Pará é um dos principais centros exportadores desse recurso pesqueiro, mas estes
dados contrastam com a falta de informações sobre a identificação precisa das espécies. Para auxiliar na
correta identificação desses crustáceos, o presente estudo tem como objetivo desenvolver marcadores
moleculares de DNA, tal como o gene mitocondrial rRNA 16S, para as principais espécies comercializadas na
costa paraense. Foram produzidas seqüências espécie-específicas para Pamulirus argus (Palinuridae) e Scyllarides
delfosi (Scyllaridae). As espécies de P. argus de ocorrência do Pará foram comparadas com espécies do Rio
Grande do Norte e Caribe e S. delfosi do Pará comparadas com espécies do Ceará, Pernambuco e com a S.
nodifer (Scyllaridae). As espécies de P. argus que ocorrem no Caribe, Pará e Rio Grande do Norte formam
populações distintas, embora exista maior similaridade entre os estoques brasileiros. A divergência
nucleotídica de Scyllarides delfosi do Pará e de Pernambuco indicam a ocorrência de micro-diferenciação. Um
dado interessante observado foi a grande divergência genética de S. delfosi do Ceará em relação aos indivíduos
da mesma espécie de ocorrência no Pará e Pernambuco, e por outro lado a baixa divergência com S. nodifer, o
que nos leva a sugerir que S. delfosi do Ceará pode ser uma outra espécie do gênero Scyllarides.

350
BRAGA, Cesar França. A Atividade pesqueira de larga escala nos portos de desembarque do estuário
do rio Caeté, Bragança-Pará. 2002. 60 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia
Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2002.
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum

RESUMO: Dados estatísticos constituem elementos-chave de um projeto de pesquisa que sirva como base
para estimar e predizer a captura periódica de pescado de uma determinada região a partir de uma série de
capturas. O Projeto visa ao diagnóstico da atividade pesqueira de larga escala a partir do monitoramento dos
desembarques nos principais portos do estuário do rio Caeté, Bragança-PA: Bacuriteua, Vila de Ajuruteua,
Caratateua, Furo Grande, Tamatateua e Vila de Treme. Os dados sobre a captura foram coletados por meio
de um censo, realizado de junho de 2000 a junho de 2001, digitalizados em um banco de dados analisados
usando técnicas estatísticas unimultivariadas e multivariadas. Neste trabalho, consideramos pesca de larga
escala a atividade de captura exercida por dois tipos de embarcação: os barcos industriais e os barcos de
médio porte. De um total de 1.132 embarcações, 335 foram considerados barcos de pesca de larga escala. Os
desembarques ocorreram apenas nas comunidades Bacuriteua e Bragança e produziram 1.061t de pescado, o
que representa 20% do total desembarcado. Os barcos de médio porte foram de maior importância relativa
na produção, desembarcando 70,39% da produção total de larga escala. Também foram importantes ao
considerarmos os desembarques (78% dos desembarques totais de larga escala). Cerca de 72% das
embarcações de larga escala eram procedentes de outros estados, destacando-se o Ceará (59%). Os aparelhos
mais freqüentemente utilizados pelos barcos de larga escala foram a linha com bicicleta e a linha com caícos,
que juntas foram usadas em 53% das viagens, produzindo 682t de pescado (64% da captura total). Na cidade
de Bacuriteua ocorreu o maior desembarque, 63,89% do volume total, sendo que a maior parte foi
desembarcada pelos barcos de médio porte (70,39% da produção total da frota de larga escala). No total, 52
tipos de pescado foram capturados pelas unidades pesqueiras da frota de larga escala, e foram classificados
em 47 espécies pertencentes a 25 famílias de peixes. O grupo dos pargos, várias espécies família Lutjanidae, foi
o alvo principal das pescarias, correspondendo a 52% da produção total. Para análise de componentes
224

principais foram escolhidas as produções das 10 principais espécies, que representavam juntas 90% da
produção total. Foram extraídos 3 fatores que explicaram 60% da variância das amostras. O primeiro fator
destacou as espécies com maior volume desembarcado na região bragantina e foi responsável por 25,48% da
variabilidade dos dados. Este fator é caracterizado positivamente pela dominância de peixes capturados por
anzóis como o pargo e a garoupa, e negativamente, pela predominância de peixes capturados com redes de
malha como a serra e a canguira, sendo o número de pescadores a variável que mais afeta este fator. A receita
total da pesca de larga escala, estimada para o período analisado, foi de mais de US$1.100.000. Só a
comercialização do principal pescado desembarcado, os peixes da família Lutjanidae, geraram uma renda de
mais de US$ 729.000. A receita bruta estimada por tipo de arte de pesca revela que pescaria de maior renda
durante o período analisado a de linhas com bicicletas, com uma receita anual de quase US$ 500.000. Os
barcos de médio porte apresentaram maior valor de CPUE, pois utilizaram um número maior de anzóis que
os barcos industriais, o que contribuiu para a maior produção observada para este tipo de embarcação. Foram
registradas 15 grandes áreas de pesca (pesqueiros), utilizadas pela frota de larga escala para as atividades de
captura. O pesqueiro que apresentou a maior produtividade pesqueira foi o Cabo Norte, localizado na costa
do Amapá, com uma produção total de mais de 619t capturadas.

351
CARVALHO, Muzenilha Lira. Aspectos da produtividade primária dos bosques de mangue do Furo
Grande, Bragança-Pará. 2002. 57 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia
Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2002.
Orientador: Marcus Emanuel Barroncas Fernandes

RESUMO: Estuda a queda da serapilheira e os padrões de fenologia na área do Furo Grande, Bragança -
Pará, localizada entre as coordenadas 00º50'19,5"S e 46º38'14,9"W. Nos três sítios estudados (Sítio#01 -
Misto; Sítio#02 - Avicennia germinans e Sítio#03 - Rhizophora mangle), sete coletores de serapilheira foram
colocados em cada sítio. O material coletado mensalmente foi separado em componentes e seco até atingir
peso constante. Vinte árvores foram marcadas em cada sítio, sendo 10 de Avicennia e 10 de Rhizophora para o
estudo da fenologia. Visitas mensais registraram a quantidade de flores e frutos por árvore em escala ordinal.
Os resultados mostraram que a produção total de serapilheira para a área do Furo Grande foi de 7,87
ton.ha¹.ano¹, sendo a maior taxa a do Sítio#01 (9,83 ton.ha¹.ano¹), seguido pelo Sítio#02 (6,92 ton.ha¹.ano¹) e
Sítio#03 (6,85 ton.há¹.ano¹), não havendo diferença significativa entre eles (ANOVA, p>0,05). As folhas
apresentaram maior contribuição para a serapilheira (74% - 5,85 ton.ha¹.ano¹), sendo a diferença entre os
componentes bastante significativa (ANOVA; F=28,06, gl=71, p<0,001). Quanto à fenologia, todos os sítios
mostraram variação mensal significativa para a fenofase Flor (Friedman, p<0,001). No entanto, somente os
Sítios#02 e #03 mostraram variação mensal significativa para a fenofase Fruto (Friedman, p<0,001). Estes
resultados parecem seguir uma tendência geral, cuja economia de energia, pela perda de folhas no período da
seca, é revestida em produção de flores para efeito reprodutivo, sendo este evento também sincronizado com
o período de frutificação na estação chuvosa, viabilizando a dispersão dos propágulos para as áreas adjacentes
e promovendo a colonização de novas áreas de mangue.

352
ESPÍRITO SANTO, Roberto Vilhena do. Caracterização da atividade de desembarque da frota
pesqueira artesanal de pequena escala na região estuarina do rio Caeté, Município de Bragança-
Pará-Brasil. 2002. 87 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus
Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA.
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum

RESUMO: As regiões estuarinas representam locais de criação e alimentação para uma grande diversidade de
organismos, dentre os quais destacam-se os peixes pela sua significativa importância para as populações
ribeirinhas da Região Norte, poucos são os estudos sistemáticos desenvolvidos sobre esta atividade. A
caracterização da atividade pesqueira artesanal de pequena escala na região estuarina do Caeté foi feita
baseada em entrevistas diárias com pescadores atuantes em sete localidades da região durante o período de 13
meses (junho/2000 a junho/2001). Tanto pela tradição pesqueira, como pelas limitações financeiras e
225

tecnológicas existentes na região, esta atividade apresenta-se limitada à região estuarina e a pesqueiros
próximos ao litoral. A dinâmica da pesca é definida pelas modificações na abundância dos recursos
pesqueiros, estuarinos ou marinhos. Mudanças na atividade pesqueira estão relacionadas ao ciclo sazonal da
pluviosidade. No período de estiagem, as capturas direcionam-se aos estoques de origem marinha, que se
aproximam da costa. Nos outros períodos, as pescarias têm como alvo as espécies de hábito estuarino. A
atividade pesqueira desembarcada na região do estuário do rio Caeté é realizada preferencialmente por
embarcações com menos de 12 metros de comprimento. As principais artes de pesca são as redes de malha,
as armadilhas fixas e as artes com linha e anzol. Entre as principais espécies capturadas foram identifcados 3
grupos que apresentavam padrões comuns de captura. A pesca dos peixes bandeirado (Bagre bagre) e cangatá
(Arius quadriscutis) foi definida como estuarina, ocorrendo principalmente nos períodos de chuvas e na
transição ao período seco, realizada preferencialmente com linhas (espinhéis) em barcos de pequeno porte
e/ou com canoas motorizadas. O cação e o peixe serra (Scomberomorus brasilienses) são peixes capturados na
região costeira por barcos de pequeno porte que atuam com redes de emalhe nos períodos de maior
precipitação. A captura das arraias (Dasyatis sp) e da pescada amarela (Cynoscion acoupa) ocorre
preferencialmente na região costeira durante o período seco, com barcos de pequeno porte e/ou com canoas
motorizadas usando linhas de espinhel. As 10 principais espécies desembarcadas respondem por 80% do total
desembarcado, destacando a pescada gó (Macrodon ancylodon), o peixe serra e o bandeirado. Estima-se que
foram desembarcadas 3.522 toneladas de pescados, provenientes de 21.133 desembarques que movimentaram
cerca de R$ 4.083.286,96.

353
FIGUEIRA, Elder Augusto Guimarães. Caracterização da comunidade macrobentônica dos
manguezais do Furo Grande, Bragança, Pará. 2002. 110 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-
Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará,
Bragança-PA, 2002.
Orientador: Marcus Emanuel Barroncas Fernandes

RESUMO: Investiga a comunidade macrobentônica que coloniza os manguezais da região próxima ao Furo
Grande em Bragança, Pará. Coletas mensais foram realizadas em três subáreas de mangue, dada uma com
aspecto fisiográfico distinto. Uma subárea apresenta bosque misto com árvores de Avicennia germinans e
Rhizophora mangle, outra subárea é dominada por Avicennia germinans e uma terceira dominada por Rhizophora
mangle. Um total de 3.954 organismos foram coletados, sendo distribuídos em cinco Filos (Nemertina,
Mandibulata, Crustacea, Annelida e Mollusca), com dominância do grupo dos anelídeos poliquetas, que
representaram 84,39 % dos invertebrados presentes neste estudo. A densidade para área do Furo Grande,
como um todo, foi de 858 ind.m², sendo a subárea Mista a mais densamente povoada (963 ind.m²). O valor
do Índice de Shannon-Weiner (H'=1,23) calculado para a área do Furo Grande foi relativamente baixo, assim
como a eqüitabilidade (J'=0,343). Os invertebrados distribuíram-se de maneira agrupada no substrato, tanto
na área do Furo Grande quanto em cada subárea. A salinidade, condutividade e oxigênio dissolvido foram os
fatores abióticos que mostraram forte correlação com a comunidade.

354
GOCH, Ynglea Georgina de Freitas. A Comunidade íctica de uma lagoa no manguezal de Bragança,
PA. 2002. 52 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus
Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2002.
Orientador: Ulrich Saint-Paul

RESUMO: Determina a composição da fauna íctica da lagoa Salina, no estuário do rio Caeté, no litoral norte
do Brasil. Além disso, as modificações sazonais na distribuição das espécies de peixes e a influência dos
fatores físico-químicos na estrutura desta comunidade íctica foram observadas, somadas às prováveis épocas
de desova das espécies mais abundantes. Para tal, foram feitas coletas em três meses no período de seca
(setembro, outubro e novembro de 2000) e três no período das chuvas (fevereiro, março e abril de 2001).
Dezenove espécies de peixes foram capturadas na lagoa Salina, com uma CPUE em biomassa total de
4705,17 g/m²/24 horas e uma CPUE em número de indivíduos de 26,3 ind/m²/24 horas. Não ocorreu uma
226

diferença entre os valores de CPUE para seca e chuva, porém, houve uma diferença de captura entre os
períodos de coleta (dia e noite). Os valores médios de diversidade e dominância na lagoa Salina foram 1,62 e
027, respectivamente. Dos fatores abióticos estudados (oxigênio dissolvido, temperatura e salinidade), a
salinidade foi quem apresentou uma maior diferença sazonal, variando de 0,7 a 25 ppm nos seis meses de
coleta. As quatro espécies mais abundantes foram Achirus achirus, Centropomus pectinatus, Centropomus undecimalis
e Mugil curema, sendo que apenas A. achirus e M. curema apresentaram picos de IGS em abril e setembro,
respectivamente. A estrutura e composição da fauna íctica da lagoa Salina são altamente dependentes dos
gradientes de salinidade e da precipitação, sendo que não foram encontradas significativas modificações
temporais/sazonais nas ocorrências das espécies de peixes da lagoa.

355
MARQUES-SILVA, Nelane do Socorro. Variação no recrutamento de organismos incrustantes com
ênfase nos mexilhões do gênero Mytella (SOOT-RYEN, 1955), no estuário do rio Caeté, Bragança,
Pará. 2002. 67 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus
Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2002.
Orientador: Colin Robert Beasley

RESUMO: As áreas estuarinas constituem alguns dos ecossistemas mais produtivos do mundo. Muitas
espécies de peixes e invertebrados marinhos e de água doce o utilizam para desovar, devido à riqueza de
nutrientes e outras condições ambientais que são adequadas ao desenvolvimento das larvas. Entre os
invertebrados encontrados nos manguezais, os moluscos bivalves desempenham um papel importante como
consumidores de material orgânico e fitoplâncton. Mexilhão é o nome vulgar dos bivalves da família Mytilidae
que servem par a alimentação humana. No presente estudo foram selecionados dois canais de maré,
denominados de Furo do Meio e do Furo do Café (3º e 4º pontes, respectivamente), Península de Bragança.
Em cada ponto foram colocadas duas plataformas de ferro de 1 m², com placas de cerâmica e madeira, às
profundidades de 2,5 e 3,5 m, fixada nos pilares da ponte através de cabos de aço. Foram registradas três
espécies predominantes durante os 13 meses de estudo (Mytella falcata, Fistulobalanus citerosum e Crassostrea
rhizophorae). As abundâncias maiores foram registradas quando a salinidade era baixa (F. citerosum),
intermediária (M. falcata) e alta (C. rhizophoracea). As três espécies predominantes assentavam
preferencialmente na cerâmica, no lado inferior das placas e na plataforma mais baixa.

356
PEIXOTO, Sandra Nazaré Bastos. Caracterização molecular e biologia reprodutiva de Macrobrachium
amazonicum (crustacea, decapoda, palaemonidae). 2002. 71 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-
Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará,
Bragança-PA, 2002.
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio

RESUMO: Macrobrachium amazonicum corresponde ao camarão de água doce mais explorado comercialmente
na Amazônia. Sua localidade típica é a bacia central do Rio Amazonas, na região de Manaus, sendo
encontrada também em bacias costeiras brasileiras. A fecundidade, tamanho dos ovos e o número de estágios
lavais desta espécie variam de acordo com as características do meio. Espécies de águas continentais
geralmente apresentam um desenvolvimento larval abreviado e um número reduzido de ovos de grande
tamanho. As espécies costeiras apresentam uma maior quantidade de ovos de grande tamanho. As espécies
costeiras apresentam uma maior quantidade de ovos menores e a metamorfose das larvas planctônicas é
dependente da água salobra dos estuários. Apesar de sua importância econômica e ampla distribuição
geográfica, nenhum estudo genético com M. amazonicum foi realizado até o momento. Este trabalho tem
como objetivo utilizar marcadores moleculares de DNA para caracterizar populações costeiras e continentais
desta espécie, além da obtenção de parâmetros básicos da biologia reprodutiva de M. amazonicum no estuário
do rio Caeté, Município de Bragança-PA. As seqüências do gene mitocondrial COI distinguem claramente
três grupos geneticamente distintos (I) Goiás, (II) Santarém e (III) Costeiro do Pará. As sete populações do
grupo costeiro apresentam grande similaridade genética e indicações de fluxo gênico entre elas. Os dados
227

populacionais mostraram no estuário do rio Caeté um período reprodutivo aparentemente contínuo que
diminui com o aumento da salinidade. A fecundidade máxima observada, obtida pela contagem total dos
ovos aderidos aos pleópodos de fêmeas, foi de 3468 ovos, maior que a observada para a maioria das
populações que fecham o ciclo em água doce.

357
SANTOS, Simoni Sousa dos. Caracterização genética, taxonomia molecular e biogeografia da
pescada-gó (Macrodon ancylodon – Sciaenidae) da costa atlântica da América do Sul. 2002. 103 f.
Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de
Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2002.
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio

RESUMO: A família Sciaenidae é um importante recurso pesqueiro mundial, possuindo cerca de 70 gêneros e
270 espécies. No Atlântico Sul esta família está representada por aproximadamente 21 gêneros e 57 espécies.
A pescada-gó, Macrodon ancylodon, é a única espécie do gênero Macrodon e possui ampla distribuição ao longo
da costa atlântica da América do Sul, ocorrendo desde a Venezuela até a Argentina. Duas regiões do genoma
mitocondrial, rRNA 16S e Citocromo b, foram parcialmente seqüenciadas para avaliar o grau de diferenciação
genética e geográfica de Macrodon ancylodon (Sciaenidae) da costa atlântica da América do Sul. As análises
filogenéticas e de divergência nucleotídica mostraram a existência de dois grupos geneticamente distintos, um
grupo contendo os indivíduos da Venezuela e Norte-Nordeste brasileiro e outro com os indivíduos do
Sudeste-Sul do Brasil e Argentina. A baixa diferenciação genética e a falta de estruturação geográfica dentro
dos grupos sugerem que cada grupo seja uma grande população panmítica. Por outro lado, a divergência
genética entre os indivíduos dos diferentes grupos de Macrodon, com valores maiores ou iguais aos
encontrados entre espécies distintas do mesmo gênero, sugere que existam duas espécies para o gênero ao
longo de toda sua extensão, uma abrigando os espécimes da Venezuela até Pernambuco, e outra constituída
pelos indivíduos de São Paulo até Argentina. Vários fatores podem ter influenciado na diferenciação genética
de Macrodon, tais como, correntes marinhas superficiais, temperatura da água, glaciações do Pleistoceno e
diferenças no período reprodutivo. Apesar do alto grau de diferenciação genética, existe uma grande
similaridade morfológica entre as duas espécies o que nos leva a concluir que o gênero Macrodon é constituído
de duas espécies crípticas.

358
SOUSA, Alexandra Regina Bentes de. Abordagem molecular para caracterizar espécies brasileiras de
Peixe-Serra e Cavala (Scomberomorus, Scombridae, Perciformes). 2002. 59 f. Dissertação (Mestrado) –
Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal
do Pará, Bragança-PA, 2002.
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio

RESUMO: A família Scombridae abriga cerca de 50 espécies de peixes marinhos pelágicos, com distribuição
mundial, e que são muito importantes para pesca esportiva e comercial. O gênero Scomberomorus pertence a
esta família e reúne os peixes conhecidos como serra e cavala, recursos abundantes em toda a costa brasileira,
que está representado por três espécies: Scomberomorus brasiliensis (serra), Scomberomorus cavalla (cavala), e
Scomberomorus regalis (serra). O presente estudo teve como objetivo a caracterização genética das espécies de
Scomberomorus de ocorrência na costa brasileira e para tal foram seqüenciados dois fragmentos do genoma
mitocondrial, com diferentes taxas evolutivas (rRNA 16S e Cyt B) em exemplares de Scomberomorus do Pará,
Ceará, Pernambuco, Paraíba, Bahia e Paraná. Cladogramas inter e intra-específicos foram construídos, e foi
possível confirmar a ocorrência das três espécies previamente registradas para o Brasil. Foram selecionados
vários haplótipos moleculares que inequivocamente identificam cada umas destas espécies, sendo de grande
importância para futuros estudos de monitoramento de estoques de serra e cavala da região. Adicionalmente,
uma análise populacional em Scomberomorus brasiliensis de pontos geograficamente distantes, como Pará e
Paraná, revelou que o peixe-serra possui uma grande capacidade de migração, e que aparentemente não existe
228

estruturação genética nas populações de S. brasiliensis ao longo do litoral brasileiro. Tais resultados são
importantes para estratégias de manejo e conservação dos estoques de peixe-serra.

359
VALE, Roseilza Souza do. Ecologia e ciclo reprodutivo da Castalia ambigua ambígua (Molluca :
Bivalva) no rio Irituia, Municícpio de Irituia – Pará. 2002. 109 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de
Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará,
Bragança-PA, 2002.
Orientador: Colin Robert Beasley

RESUMO: O ciclo reprodutivo de Castalia ambígua (Lamarck, 1819) no rio Irituia, Pará, Brasil, foi investigado
durante setembro de 2000 a agosto de 2001. Para a realização das amostragens foram escolhidas três estações
A, B e C com 100 cada uma. Para a captura do molusco bivalve empregou-se uma amostragem aleatória
simples, realizando-se um sorteio de 20 pontos de coleta para cada estação. Em cada ponto sorteado foi
coletada uma amostra de água para obtenção dos parâmetros abióticos. Posteriormente, o sedimento do
fundo do rio foi amostrado usando um pegador de ferro para a obtenção dos espécimes. Os moluscos foram
levados para o laboratório onde realizou-se a sexagem e posteriormente a triagem das demibrânquias internas
das fêmeas para se estimar a fecundidade. Os resultados mostraram uma forte sazonalidade no ciclo
reprodutivo, com picos reprodutivos no final da estação chuvosa. A maior proporção de fêmeas grávidas foi
encontrada em maio e o maior valor de fecundidade média ocorreu em junho. Os bivalves fêmeas e machos
mostraram-se sexualmente maduros com 11 mm e 11.4 mm de comprimento, respectivamente. Não foi
verificada nenhuma relação entre o comprimento da concha e a fecundidade. Observou-se que o marsúpio
ocupa a área posterior ventral na demibrânquia interna. Os gloquídios de Castalia ambigua ambigua possuem
um comprimento antero-posterior de 0.27 mm e caracterizam-se pela presença de concha larval, gancho e o
músculo adutor. De todos os parâmetros abióticos analisados, somente a transparência mostrou um
correlação positiva com a fecundidade.

2003
360
MAGALHÃES, André Luiz Perez. Distribuição espaço-temporal, densidade e biomassa das espécies
de Pseudodiaptomus (Copepoda, Calanoida) no Estuário do Rio Caeté, Bragança, Pará. 2003. 52 f.
Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de
Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2003.
Orientador: Rauquírio André Albuquerque Marinho da Costa

RESUMO: A composição, densidade, biomassa e distribuição espaço-tempotal das espécies de copépodos da


família Pseudodiaptomidae no estuário do rio Caeté foram estudadas neste trabalho. As amostras de plâncton
foram obtidas por meio de arrastos horizontais na superfície da coluna d'água, utilizando-se uma rede cônico-
cilíndrica com malha de 300 µm e 40 cm de abertura de boca. As amostras foram imediatamente fixadas em
formol neutro a 4 % e transportadas ao laboratório. Concomitantemente às coletas, foram analisadas
amostras de água para determinação da salinidade superficial nos diferentes pontos de amostragem. O
estuário do rio Caeté caracterizou-se por uma grande variação espacial e sazonal de salinidade, observando-se,
ao longo do período estudado, valores que oscilaram entre 0,8 % (estuário interno) e 37,2 % (zona costeira).
Foram registradas três espécies de Pseudodiaptomus: P. richardi, P. acutus e P. marchi. Os valores de densidade e
biomassa variaram de 0,28-46,18 ind. m³ e 0,2 - 35 x 10² mg.m³ (P. richardi); 0,01 - 17,02 ind.m³ e 0,1 - 71,8 X
10 ² mg.m³ (P. acutus); 0-32,20 ind.m³ e 0 -58,3 X 10² mg.m³ (P.marshi). A relação peso-comprimento foi do
tipo exponencial para as espécies P. richardi (r. = 0,79; p<0,05) e P. acutus (r =0,76; p<0,05), enquanto que
para P. marshi (r+0,32; p<0,05) esta foi do tipo linear. Para o estuário do rio Caeté, assim como em outros
estuários da costa brasileira, observou-se uma relação entre a salinidade e a distribuição das espécies de
Pseudodiaptomus que ocorrem nele.
229

361
OLIVEIRA, Rosete da Silva. Reserva extrativista marinha: um processo em discussão em Porto do
Campo, Augusto Corrêa. 2003. 89 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia
Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2003.
Orientadora: Edna Maria Ramos de Castro

RESUMO: Discute a implementação da Reserva Extrativista Marinha na comunidade de Porto do Campo.


Primeiramente aborda conceitos e historicização, política e o reconhecimento como Unidade de Conservação
das Reservas Extrativistas. Depois se discute as Reservas Extrativistas Marinha e proposta de Novas
Reservas, no contexto paraense. No terceiro momento, analisa-se a situação e implementação da RESEX
Marinha no Município de Augusto Correa, mais especificamente em Porto do Campo vendo o modo de vida,
território, uso dos recursos, os conflitos pelo uso dos recursos no passado e presente. Faz-se também uma
caracterização e perfil da pesca na comunidade. No quarto momento, discute-se a implementação da RESEX,
as ações políticas e a necessidade de sua implementação a partir do cenário político institucional e local. O
que se conclui é que os recursos estão ameaçados pela exploração desordenada, uso de práticas predatórias
originando vários conflitos entre comunitários, tendo na criação da RESEX uma expectativa muito grande,
no sentido de minimizar esses conflitos internos e externos, mas também vê-se essa expectativa no sentido de
proporcionar melhoria de vida para a população, pois transparece que a questão ambiental fica como segundo
plano. A consolidação da RESEX esbarra na questão burocrática de cunho político, pois está faltando apenas
a assinatura do Presidente da República.

362
RODRIGUES, Luciana de Moraes. Dinâmica populacional de uricica amarela (Cathorops spixii Sensu
lato) (Teleostei: Ariidae), no estuário do rio Caeté, Bragança, Pará. 2003. 51 f. Dissertação (Mestrado) –
Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal
do Pará, Bragança-PA, 2003.
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum

RESUMO: Exemplares de Cathorops spixii foram coletados bimestralmente, de outubro de 1996 a agosto de
1997 no estuário do rio Caeté, Município de Bragança-Pará, com redes de arrastro, malhadeiras e puçá para
descrever sua reprodução, crescimento, mortalidade e recrutamento. Estimou-se que 50 % dos indivíduos da
população alcançaram a maturidade sexual com 11,6 cm de comprimento total. O desenvolvimento gonadal
foi sazonal e a reprodução ocorreu tanto na estação seca, de agosto a dezembro, quanto na estação chuvosa,
de fevereiro a abril. Gônadas no estádio de máximo desenvolvimento e estádios de pós-desova conformaram
os dois períodos de reprodução da espécie. A relação comprimento/idade relativa estimada através de dados
bimestrais de freqüências de comprimento foram consistentes com aqueles derivados das leituras de otólitos.
A estimativa dos parâmetros de crescimento variaram de 26,7 a 33,5 cm para L e de 0,39 a 056 ano¹ para K. A
análise do incremento marginal relativo mostrou que os anéis de crescimento foram depositados duas vezes
por ano. O padrão bianual de formação dos anéis etários foi confirmado através da progressão modal e do
nascimento arbitrário dos indivíduos mais jovens que entraram no estuário. A estimativa da mortalidade total
(1,08 ano¹) foi similar à estimativa da mortalidade natural (0,91 - 1,52 ano¹), indicando ausência de
mortalidade por pesca. O padrão de recrutamento da espécie apresentou dois pulsos anuais, confirmado os
dois períodos de desova encontrados nos estudos sobre reprodução.

363
SANTOS, Sônia Maria Lima. Estudos genéticos e ecológicos da família Teredinidae (Mollusca:
Bivalvia) do Pará. 2003. 84 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental,
Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2003.
Orientadora: Cláudia Helena Tagliaro
Co-orientador: Colin Robert Beasley
230

RESUMO: A atual taxonomia para Teredinidae foi totalmente baseada em morfologia e, até hoje, nenhum
estudo molecular foi publicado visando caracterizar e estabelecer as relações filogenéticas dentro deste grupo.
Portanto, resolveu-se estudar as espécies da família Teredinidae do Pará testando a eficiência do gene
rRNA16S. Os estudos moleculares mostraram que: Bankia fimbriatula, Neoteredo reynei e Psiloteredo healdi,
encontradas no Pará, apresentam cada uma pelo menos cinco distintos haplótipos; existe um haplótipo reynei
que difere em pelo menos oito sítios dos demais, indicando a existência de duas linhagens bastante distintas e
simpáticas; as árvores filogenéticas apoiam o agrupamento de B. fimbriatula com Nausitora fusticula e de N.
reynei com P. healdi, mas as distâncias genéticas não justificam a classificação destas espécies em duas
subfamílias distintas. Dados ecológicos mostraram os seguintes resultados: ocorreu a maior diversidade em
coletores tipo rodelas no mangue do Furo Grande, na área lamosa com a presença da N. reynei, Lyrodus
pedicellatus, Teredo turnerensi, B. fimbriatula e Martesia striata, a última de outra família; a maior abundância por
coletor foi registrada para N. reynei nesta área. Placas de madeira colocadas na praia da ilha Canela não
mostravam sinal de deteriorização e neste hábitat o maior número de conchas vazias foi encontrado,
indicando maior mortalidade. O período de acondicionamento da superfície de madeira para permitir a
colonização de turus foi entre 5 a 7 meses e foi mais curto em hábitats úmidos e lamosos. Nos levantamentos
de troncos fixos ao solo, a B. fimbriatula que possui maior resistência a dessecação, ocorreu em maior
densidade na praia da ilha Canela. Não houve diferenças significativas em densidade média da N. reynei entre
os locais.

364
VALE, Paulo Arthur Almeida do. Biologia reprodutiva do caranguejo Ucides cordatus cordatus
(Linnaeus, 1763), no manguezal do estuário do rio Caeté, Bragança - Pará - Brasil. 2003. 48 f.
Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de
Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2003.
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum
Co-orientadora: Karen Diele

RESUMO: Estuda a Biologia reprodutiva do caranguejo Ucides cordatus cordatus (Linnaeu, 1763) no manguezal
do estuário do rio Caeté, Bragança (PA), durante o período de dezembro/2000. Foram coletados 12
indivíduos em cada classe de 5 centímetros de largura de carapaça. Após a coleta os caranguejos foram
lavados, ensacados e congelados. No laboratório os indivíduos foram descongelados à temperatura ambiente,
novamente medidos e abertos para retirada das gônadas, que foram posteriormente classificadas quanto ao
estádio gonadal. As fêmeas ovadas foram imediatamente sacrificadas e a massa de ovos foi fixada em formol
a 10 % para posterior contagem. Os resultados possibilitaram identificar 5 estádios gonadais para fêmeas e 4
para machos. O período reprodutivo correspondeu aos meses de dezembro a abril, sendo correlacionado ao
aumento da precipitação e umidade do ar, bem como a uma queda da salinidade da água. O início do período
reprodutivo, indicado por indivíduos com gônadas em maturação, apresentou valores significativos de
correlação com os fatores abióticos analisados, onde a inspeção gráfica revelou sincronismo entre as maiores
freqüências de indivíduos em maturação com os maiores valores dos fatores abióticos. As fracas correlações
entre os fatores abióticos e as freqüências de indivíduos com gônadas maduras e esvaziadas indicou que os
eventos reprodutivos ocorrem na transição do período seco para o chuvoso (gônadas esvaziadas) e na
transição do período chuvoso para o seco (gônadas maduras). O tamanho em que 50% da população
apresenta-se madura (LC) correspondeu a 3,51 e 4,02 c, para machos e fêmeas, respectivamente. Também foi
possível, através do ajuste da curva logística, plotar a linha que corresponde ao segundo quartil (LC),
revelando os valores de 3,79 (machos) e 4,30 cm (fêmeas). Os valores de LC correspondem a 5,10 e 5,57 para
machos e fêmeas, respectivamente. A produção de ovos maduros mostrou correlação positiva com o
tamanho da carapaça da fêmea, revelando um aumento do número de ovos à medida que ocorre um aumento
da carapaça.
231

2004
365
ANDRADE, Fernanda Atanaena Gonçalves de. Diversidade e ecologia de morcegos, com ênfase na
família Phyllostomidae (Chiroptera: Mammalia), associada às florestas de mangue e terra firme na
Fazenda das Salinas, Bragança - PA. 2004. 67 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em
Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.
Orientador: Marcus Emanuel Barroncas Fernandes

RESUMO: Estuda a diversidade de alguns aspectos ecológicos da fauna de morcegos, com ênfase na família
phyllostomidae, associada aos ecossistemas manguezal e terra firme da Fazenda das Salinas, Bragança, Pará.
Quatro sítios de trabalhos foram escolhidos para realizar as campanhas bimestrais de capturas, durante um
ciclo anual. As coletas foram efetuadas com redes neblina distribuídas entre quatro transecções, duas na terra
firme e duas no manguezal. Durante as capturas das 18:00 à 01:00 h, foi obtido um total de 438 indivíduos de
cinco famílias e vinte e três espécies, sendo 217 para a terra firme e e 221 para o manguezal. A família
phyllostomidae foi a mais representada com 428 indivíduos. A análise comparativa entre os dois ecossistemas
mostrou não haver diferença significativa no que diz respeito à quiropterofauna (anosim,r=0,001;p>0,05) e a
análise de cluster para os quatro sítios de trabalho mostrou que há similaridade entre alguns sítios dos dois
ambientes. Os horários de atividades das espécies mais abundantes não foram sobrepostos, bem como não
foi registrada correlação significativa com a precipitação. Provavelmente, os dois ecossistemas funcionem
como fontes diferenciadas de alimentos para as espécies de morcegos. Assim as "ilhas" de terra firme seriam
uma fonte principal de frutos, visto que normalmente há maior disponibilidade de frutos neste sistema, ao
passo que o manguezal poderia simplesmente funcionar, para os frugívoros, como corredor de acesso a essas
"ilhas". Artibeus jamaicensis foi uma das espécies mais capturadas e exibiu um parão reprodutivo poliéstrico
bimodal, além do mais, este também foi o padrão de distribuição das fêmeas lactantes ao longo do ano. O
sucesso reprodutivo dos morcegos frugívoros parece estar relacionado com a estação seca. A guilda frugívora
foi a mais abundante com 64% dos indivíduos capturados, não havendo, contudo, diferença significativa
entre o número de indivíduos das guildas considerando os ambientes, mas somente quando as guildas foram
comparadas entre si (anova, f=693; gl=2; p< 0,05). Por fim as altas taxas de captura da subfamília
stenodermatinae e a presença de desmodus rotundus na área de estudos poderiam ser possíveis indicadores
biológicos da qualidade ambiental dos bosques de terra firme da Fazenda das Salinas.

366
BRABO, Lucinéa Barbosa. Medidas de trocas gasosas de plantas de manguezal sob diferentes
condições de salinidade e inundação em estufa e campo (Bragança - PA - Brasil). 2004. 46 f.
Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de
Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio

RESUMO: Em trabalhos de ecofisiologia vegetal, é importante que haja controle sobre fatores que possam
influenciar nas respostas das plantas. No caso específico de estudos de fotossíntese, esse controle deve ser
feito principalmente sobre as condições climáticas e de crescimento das plantas estudadas. Plantas jovens de
mangue, presentes na península de Ajuruteua (Bragança-PA, Brasil), foram retiradas de seu habitat natural e
adaptadas a condições de estufa. Na estufa, essas plantas foram submetidas a diferentes regimes de salinidades
e de freqüência de inundação e esses resultados foram comparados com estudos de campo em áreas que
possuíam diferenças na salinidade e na inundação. Os resultados das medidas de estufa mostraram que a
salinidade foi o principal fator a influenciar os parâmetros de fotossíntese avaliados. Nas medidas de campo,
o fator "área" foi o que mais apresentou significância para os parâmetros avaliados, e as diferenças entre as
espécies avaliadas, nos dois locais, parecem refletir diferenças nas estratégias de uso da água.
232

367
CUNHA, Janice Muriel Fernandes Lima da. Relações filogenéticas entre espécies de Ariidae
(Ostariophysi, Siluriformes) da costa brasileira através de seqüências de DNA mitocondrial. 2004. 99
f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de
Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio

RESUMO: Este trabalho é o primeiro a utilizar dados moleculares (seqüências de DNA mitocondrial) num
estudo filogenético neste grupo de Siluriformes, com o objetivo de avaliar as relações filogenéticas entre
espécies da família Ariidae e discriminar geneticamente espécies de Cathorops de ocorrência na região
costeira/estuarina brasileira. Foram obtidas seqüências de DNA mitocondrial rRNA 16S de 85 indivíduos
representantes de onze espécies de Ariidae, distribuídas nos gêneros: Arius, Bagre, Cathorops (51 seqüências) e
Genidens, coletados em oito pontos na costa brasileira. As árvores obtidas por meio da abordagem de máxima
parcimônia, máxima verossimilhança e agrupamento de vizinhos mostram que as espécies da família Ariidae
da costa brasileira constituem um clado monofilético, em relação ao grupo externo que inclui as famílias
Bagridae, Loricariidae, Callichiythidae, Cetopsidae, Pangasidae, Ictaluridae, Trichomycteridae e Malapteruridae. As espécies
da costa brasileira do gênero tradicionalmente chamado Arius não pertencem a um agrupamento
monofilético. Bagre é o gênero mais divergente entre os táxons analisados. Sugere-se uma especiação recente
para o grupo de bagres estuarinos/marinhos do gênero Cathorops. A uricica-amarela (Cathorops spixii) apresenta
uma diversidade haplotípica maior que a uricica-branca (Cathorops agassizii). Caracterizamos dois táxons que
correspondem a espécies válidas do gênero Cathorops, sendo que existem ao menos duas espécies distintas de
ocorrência na costa brasileira.

368
ELIAS, Marcos Pedro de Paiva. Diagnóstico da pesca de elasmobrânquios oriundos da costa norte
brasileira e desembarcados nos portos da Região Bragantina (Pará). 2004. 82 f. Dissertação (Mestrado)
– Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal
do Pará, Bragança-PA, 2004.
Orientadora: Zélia Maria Pimentel Nunes

RESUMO: Para a realização do diagnóstico sobre a pesca de tubarões e arraias capturados na costa norte
brasileira e desembarcados na Região Bragantina, foram obtidas informações do Banco de Dados do
Laboratório de Biologia Pesqueira da UFPA, no período de junho/2000 a junho/2001. As principais
informações analisadas foram: tipo de embarcação, arte de pesca e pesqueiros utilizados na captura desses
animais, assim como a produtividade pesqueira e a possível sazonalidade dessas capturas. Para complementar
estes dados, foram realizados 60 entrevistas com armadores, pescadores e atravessadores nos portos de
Bragança e Bacuriteua. Além disso, foi feito o acompanhamento da pesca de tubarões e arraias em um barco
de médio porte no pesqueiro Canal Grande, na costa do Pará, utilizando-se a rede malhadeira. Constatou-se
que 122,1t de tubarões e 65,2t de arraias foram desembarcadas durante o período analisado. O barco de
pequeno porte foi responsável pela maior captura de tubarões e arraias. A rede malhadeira e o espinhel foram
as artes de pesca responsáveis por 70 e 50% da captura de tubarões e arraias, respectivamente. Não houve
correlação entre a captura de tubarões e de arraias e a precipitação pluviométrica ocorrida na região durante o
período analisado, porém, houve um aumento na captura de tubarões durante o período de transição entre as
estações seca e chuvosa. A melhor produtividade pesqueira na captura de tubarões e arraias foi obtida
utilizando-se a rede malhadeira e o espinhel, respectivamente, pelos barcos de pequeno porte. A partir das
informações obtidas nas entrevistas, observou-se que a pesca foi dirigida para a captura de tubarões, tendo
como finalidade a obtenção de carne e, principalmente, de nadadeiras. As arraias foram capturadas
acidentalmente, não sendo objetivo da pesca. Além disso, ocorreu a pesca secundária de tubarões e arraias
durante a captura do Scomberomorus brasiliensis e da Cynoscion acoupa. Os tubarões mais procurados para
obtenção de nadadeiras foram Carcharhinus limbatus, Sphyrna sp. e Carcharhinus leucas. Para a obtenção de carne
foram comercializados os tubarões Carcharhinus porosus, Carcharhinus limbatus e Negaprion brevirostris. As arraias
233

mais utilizadas na comercialização da carne foram Aetobatus narinari, Dasyatis sp. e Rhinoptera sp. Verificou-se a
prática do aviamento entre os atravessadores de nadadeiras e os armadores e pescadores de tubarões.

369
FERNANDES, Jairo Santos. A Ocupação urbana de manguezais em Bragança-PA. 2004. 76 f.
Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de
Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.
Orientadora: Edna Maria Ramos de Castro

RESUMO: A ocupação de manguezais no Município de Bragança é um fenômeno relativamente recente e se


insere no quadro das transformações nas formas de exploração dos recursos naturais no município. Este
estudo teve por objetivo analisar o processo de ocupação de manguezais no bairro da Aldeia, em Bragança-
PA. A metodologia constituiu-se de uma abordagem qualitativa e quantitativa, desenvolvida em três etapas: 1)
descrição espacial da área de estudo; 2) identificação do perfil socioeconômico dos moradores e 3)
identificação dos fatores que contribuem para a ocupação. Mapeamento com GPS (Global Position System),
observação direta, entrevistas por meio de questionário com uma amostra de 40 famílias escolhidas
aleatoriamente e entrevistas narrativas com 8 moradores foram as técnicas utilizadas para obtenção dos
dados. A análise dos principais resultados revelou que a área do bairro da Aldeia apresenta-se, sob o aspecto
da ocupação humana, dividida em três subáreas (Rua do Sal ou Rua do Iraque, Beco da Amizade e Beco
Sônia Ferreira), cada uma estruturada em torno de um eixo principal que determina a distribuição espacial dos
lotes e as áreas de circulação. As redes de serviços públicos incluem abastecimento de água e energia elétrica;
a área não dispõe de sistemas telefônicos, rede de esgoto sanitário e de águas pluviais. Quanto ao aspecto
socioeconômico, a análise das trajetórias das famílias mostrou a existência de cinco categorias sociais: 1)
pescadores do litoral do Pará e do Maranhão (38%); 2) trabalhadores urbanos de Bragança (38%); 3)
pescadores do Ceará (15%); 4) trabalhadores da Região Metropolitana de Belém (8%) e 5) agricultores da
Microrregião Bragantina (5%). No que se refere à adaptação ao ecossistema manguezal, as práticas
identificadas foram: 1) uso dos recursos naturais; 2) habitação sobre pilotis; 3) auto-construção de infra-
estrutura coletiva; 4) ligações irregulares às redes de serviços públicos e 5) relações de reciprocidade. A
ocupação do manguezal em Bragança está ligada à migração de categorias sociais não homogêneas não se
relacionando a fatores econômicos, mas também às representações e práticas engendradas pelos habitus dos
grupos ocupantes.

370
GOMES, Ivanete Almeida. Turismo, ambiente e vida local: estudo na ilha de Ajuruteua, Bragança – Pará.
2004. 153 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus
Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.
Orientadora: Maria Cristina Alves Maneschy

RESUMO: Estudo realizado em duas vilas da ilha de Ajuruteua, no Município de Bragança, Estado do Pará.
O cotidiano da população local sofre alterações provocadas pela presença do turismo de massa. O estudo tem
como base teórica uma literatura sobre turismo como fenômeno social, sobre populações tradicionais na
Amazônia, sobre mercado de trabalho, sobre ecologia e desenvolvimento. Objetivando fundamentar a análise
das relações sociais, econômicas e culturais estabelecidas pelas populações da ilha em função do turismo de
massa. A metodologia constituiu-se de pesquisa de campo com aplicação de formulários junto a uma amostra
representativa de famílias nas vilas do Bonifácio e dos Pescadores. Um total de cem famílias foi investigado.
Utilizou-se um formulário anual de caracterização socioeconômica e um de acompanhamento mensal, entre
setembro de 2002 e agosto de 2003, para registrar a evolução da produção local e os impactos do turismo no
cotidiano local das várias atividades. Entre os principais resultados destacam-se: 1) O turismo é um dos
fatores que influi para uma maior pressão sobre o meio ambiente; 2) Os moradores aproveitam as
oportunidades de renda advinda do turismo; 3) A exploração desordenada dos peixes e das árvores do
manguezal é acelerada devido à demanda trazida pelo turismo; 4) As atividades dos grupos familiares
obedecem à dinâmica da divisão sexual do trabalho e suas estratégias de produção estão ligadas
principalmente à conciliação de suas atividades produtivas com algumas atividades sazonais. Assim, se
234

quisermos que a ilha de Ajuruteua permaneça com seu ambiente atrativo durante muito tempo, diversas
condições primordiais devem ser satisfeitas: o ordenamento dos espaços de modo a garantir a proteção do
manguezal e controlar as fontes de poluição em processos de planejamento do desenvolvimento do turismo,
dando -lhe subsídios para interagir de forma ativa nos processos econômicos, sociais, ambientais e culturais
trazidos pelo turismo.

371
OLIVEIRA, Francisco Pereira de. Avaliação dos impactos sócio-ambientais de projetos de extensão no
litoral bragantino - Bragança – Pará. 2004. 99 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em
Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum

RESUMO: O processo de avaliação de impactos ambientais vem demonstrando controvérsias e discussões


no mundo das ciências. Isso se deve à diversidade de programas e projetos implementados para atender uma
determinada população com objetivos de estabelecer políticas de manejo dos recursos naturais e do meio
ambiente. Partindo desse contexto, surge a necessidade de alavancar o paradigma de avaliação de impactos
socioambientais, uma vez que toda ação no meio ambiente reflete impactos, sejam positivos ou negativos,
significativos e/ou duradouros. Para tanto, este trabalho visa avaliar os impactos socioambientais no litoral
bragantino causados por projetos de extensão, assim como apresentar instrumentos de aconselhamento
científico à tomada de decisão política, de planejamento, de negociação social e de gestão ambiental. Para tal,
utilizou-se de técnicas para a compreensão das aspirações e da percepção dos atores sociais em relação ao
desenvolvimento socioambiental. O procedimento metodológico pautou-se na pesquisa quali-quantitativa,
utilizando um formulário com perguntas estruturadas e abertas como instrumento de coleta de informações e
a gravação das entrevistas para uma análise fidedigna. Para a escolha da área de pesquisa foram delineados
critérios como comunidade organizada e não organizada, a existência ou não de projetos de extensão nas
mesmas. Para analisar os resultados do trabalho, utilizou-se os métodos estatística descritiva, análise de
conteúdo e a análise de co-ocorrência do discurso. Concluiu-se a partir dessa análise que as aspirações dos
atores sociais são mais ligadas ao crescimento de renda familiar do que à preservação do meio ambiente,
assim como que os projetos de extensão, que têm como finalidade primária o manejo dos recursos naturais e
a preservação do meio ambiente, não atendem às expectativas desses atores. E ainda, propõe-se um repensar
quanto às medidas de co-manejo dos recursos naturais a partir de uma co-responsabilidade, numa perspectiva
de avaliação contínua dos projetos de extensão, considerando na medida do possível, as aspirações dos atores
sociais como precursoras das suas reais necessidades, e que a avaliação dos impactos socioambientais seja
considerada desde a fase inicial dos projetos até a sua execução.

372
SAMPAIO, Dioniso de Souza. Comparação da macrofauna bentônica em bosques de mangue sob
diferentes graus de degradação no Município de Bragança - Pará - Brasil. 2004. 84 f. Dissertação
(Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança,
Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.
Orientador: Marcus Emanuel Barroncas Fernandes

RESUMO: A fauna bentônica desempenha um importante papel ecológico, tanto na ciclagem de nutrientes
quanto na cadeia trófica estuarina, além da sua relevância econômica para as populações ribeirinhas
tradicionais. O objetivo deste trabalho foi investigar a macrofauna bentônica nos manguezais do Município
de Bragança-Pará, enfatizando-se o efeito da degradação dos bosques de mangue, bem como compreende
alguns aspectos da ecologia desses animais. As coletas foram realizadas no Km17 da Rodovia PA-458 de
fevereiro a dezembro/2002. A área de estudo foi dividida em três sítios de trabalho. Os sítios representam os
seguintes ambientes: (Sítio#01) - Área Degradada (AD), (Sítio#02) - Área Semi-Degradada (ASD) e
(Sítio#03) - Área Não Degradada (AND). Um total de 559 organismos foi coletado, sendo distribuídos em
seis filos (Nemertinea, Mandibulata, Crustacea, Annelida, Mollusca e Cheliceriformes), com dominância da classe
Polychaeta com 72% do total de invertebrados coletados. Os valores de densidade total para os sítios #01, #02
e #03 foram 94, 713 e 941 ind.m-2, respectivamente. Os valores estimados de diversidade e equitabilidade
235

para os Sítios de Trabalho foram os seguintes: Sítio#01 (H´=2,64; E=0,93), Sítio#02 (H´=2,01; E=0,63) e
Sítio#03 (H´=1,81; E=0,58). Os invertebrados distribuíram-se de forma aleatória no Sítio#01 e de forma
agrupada nos sítios #02 e #03. Os três sítios foram caracterizados por solos muito argilosos. Com a
construção da rodovia o solo perdeu umidade, compactando-se e aumentando as taxas de salinidade,
conseqüentemente, evitando a entrada dos organismos bênticos marinhos, diminuindo a abundância e
densidade desses organismos. Contudo, houve uma substituição das espécies da macrofauna bentônica
marinha por espécies de invertebrados terrestres, tornando a diversidade na área degradada (Sítio#01),
equivalente àquela encontrada na área não degradada (Sítio#03). Em suma, esta é uma situação particular,
onde o impacto causado pela rodovia afetou, sobremaneira, a distribuição e a composição desses organismos.

373
SANTANA, Daniela dos Santos. Composição florística e variação espaço-temporal dos parâmetros
ambientais e da biomassa fitoplanctônica do estuário do rio Marapanim (Pará, Brasil). 2004. 113 f.
Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de
Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.
Orientador: Rauquírio André Albuquerque Marinho da Costa

RESUMO: O trabalho visa o estudo da composição florística e variação espaço - temporal dos parâmetros
ambientais e da biomassa fitoplanctônica do estuário do rio Marapanim de modo a compreender o efeito
dessas variáveis sobre a composição, distribuição e biomassa do fitoplâncton da área estudada. Para tanto,
foram efetuadas amostragens trimestrais durante o período de novembro/2002 a setembro/2003, em maré de
quadratura de lua minguante, durante as condições de maré enchente e vazante, em seis estações distribuídas
ao longo do estuário. Foram efetuadas medidas in situ de parâmetros ambientais (transparência da água,
temperatura, pH e salinidade). Foram também realizadas coletas de água para determinação de parâmetros
abióticos (oxigênio dissolvido e material em suspensão) e bióticos (densidade, clorofila e feopigmentos). Para
as análises qualitativas foram efetuados arrastos horizontais na subsuperfície, por meio da utilização de redes
de plâncton com abertura de malha de 64 µm. Além da composição florística foram gerados dados de
abundância relativa, freqüência de ocorrência, índices de diversidade e equitabilidade. O microfitoplâncton
esteve bem representado na área estudada, apresentando 181 táxons. As variações espaço-temporais destes
organismos estiveram associadas às variações sazonais dos parâmetros ambientais, sobretudo da precipitação
pluviométrica, da concentração de material em suspensão e da penetração de luz na coluna d'água, os quais
foram fatores condicionantes para o florescimento e desenvolvimento fitoplanctônico. As correntes de marés,
a salinidade e os processos de ressuspensão de sedimentos atuaram também decisivamente para o grande
número de espécies fitoplanctônicas (bênticas e epífitas), neríticas e oceânicas planctônicas identificadas. A
densidade fitoplanctônica (céls. L-I) decresceu consideravelmente no período chuvoso, apresentando
melhores condições de florescimento no período de estiagem, e as concentrações de clorofila a foram
elevadas em comparação com as densidades registradas. O microfitoplâncton do estuário do rio Marapanim
apresentou uma estrutura complexa com alta diversidade e valores de equitabilidade próximos aos observados
para uma população com distribuição tendendo a uniformidade. Não obstante, a similaridade dos grupos é
considerada baixa e os agrupamentos encontrados nas Análises de Cluster não estão claramente separados,
possivelmente, em virtude da falta de barreiras físico-químicas e ecológicas que permitissem a segregação
mais nítida dos táxons registrados.

374
SEDOVIM, Waldelice Maria da Rocha. Representação social de manguezal entre professores do ensino
fundamental de Bragança – Pará. 2004. 143 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em
Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.
Orientadora: Edna Maria Ramos de Castro

RESUMO: O estudo "Representação social de manguezal entre professores do ensino fundamental de


Bragança - Pará" teve por objetivos identificar as representações sociais de manguezal, elaborada pelos
professores, como forma de compreender a sua rede de relações com o meio ambiente, analisar fontes
icônicas de veiculação de informações sobre manguezal e caracterizar a abordagem didática pedagógica
236

utilizada pelo professor no desenvolvimento dos temas manguezal e meio ambiente em meio escolar. O
estudo foi desenvolvido com uma amostra de 94 professores, escolhidos aleatoriamente a partir de uma
amostragem estratificada, considerando a área de localização da escola e o nível de ensino em que o professor
atua. A metodologia, caracterizada por uma abordagem qualitativa e quantitativa, teve como técnicas de coleta
de dados a entrevista por meio de questionário a associação de idéias com base da palavra indutora manguezal
e a construção de um corpus de pintura de meio ambiente e manguezal, a partir de fotografias de muros e
painéis existentes no município. A análise dos principais resultados mostrou que os conteúdos da
representação social de manguezal foram simbolizados com os seguintes sentidos: 1) Ambiente com
características específicas, constituído por animais e vegetais típicos que vivem em um substrato formado por
lama e sujeito ao regime de marés, servindo de ambiente de desova e de criação (berçário) para muitas
comunidades: animais que devem ser preservados e 2) Área provedora de recursos alimentares para a
população humana, sobretudo do caranguejo. As atitudes favoráveis citadas consistiram de intervenções
educativas por meio de encontros, palestras cursos e feiras culturais. Quanto à estrutura de representação
foram identificadas sete categorias que refletiram a objetivação e a ancoragem de representação: 1) Manguezal
como território de recursos; 2) Manguezal como paisagem; 3) Manguezal como reserva; 4) Manguezal como
ambiente com características próprias; 5) Manguezal como problema; 6) Manguezal como lugar de vida de
espécies e 7) Manguezal como locus cultural. A maioria das pinturas registradas no corpus icônico (81,48%)
apresentou o meio ambiente estereotipado na paisagem natural mais geral em comparação com as que
representaram o ambiente particularizado (18,52%) em que foi incluído o ecossistema manguezal. Entre as
abordagens didático-pedagógicas sobre o tema manguezal, verificou-se o foco central em conteúdos
relacionados a aspectos de preservação ambiental e a elementos relacionados à fauna e à flora. sobre o tema
manguezal, verificou-se o foco central em conteúdos relacionados a aspectos de preservação e conservação
ambiental e a elementos relacionados à fauna e à flora. As principais fontes para a obtenção desses conteúdos
foram a Universidade Federal do Pará e os livros didáticos e paradidáticos; a aula expositiva foi o
procedimento didático mais citado no desenvolvimento dos conteúdos. Sobre as práticas em Educação
Ambiental houve três tipos de formulações: 1) Aspectos mais gerais da preservação, conservação,
conscientização sobre o meio ambiente (rios, mangue, animais); 2) Aspectos mais específicos da realidade
local, envolvendo a importância, a valoração e a destruição do manguezal e 3) Aspectos metodológicos
relacionados ao trabalho do professor. Quanto às concepções sobre Educação Ambiental, evidenciou-se,
como foco principal, uma concepção voltada à conscientização e sensibilização das pessoas e de preservação
e conservação do meio ambiente. A compreensão das construções sociais que os professores fazem do
ecossistema manguezal e a gestão pedagógica dessas construções em meio escolar impõem-se como etapa
básica para a proposição de novas dimensões educativas na escola, visando a (re) orientar o pensamento e as
ações docentes diante do desafio de construir uma nova forma de interpretação das relações no plano pessoal,
social e ambiental.

375
SILVA, Ederly Santos. Relação entre solo e vegetação nos bosques de mangue do Furo Grande,
Bragança – PA. 2004. 37 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia Ambiental,
Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.
Orientador: Marcus Emanuel Barroncas Fernandes

RESUMO: O estudo faz uma comparação entre a estrutura da vegetação e os atributos edáficos dos bosques
de mangue do Furo Grande, Bragança-PA. Em campo foram realizadas medidas na estrutura da vegetação
como Circunferência à Altura do Peito, Altura Total, Largura da Copa. No laboratório foram analisadas as
propriedades físicas do solo como: os macronutrientes (Ca, Mg, Al, Na, K, F, S) e micronutrientes (Cu, Mn,
Fe e Zn). Somente duas espécies de mangue foram registradas no bosque do Furo Grande; Rhizophora mangle e
Avicennia germinans totalizando 1.211 indivíduos, sendo a espécie dominante a Avicennia germinans. Uma análise
dos componentes principais dos dados abióticos do solo indicou cinco componentes dominantes, os quais
explicam 89,2% das variações entre os fatores abióticos, indicando um ambiente salino e rico em nutrientes.
A análise de Escalonamento Multi-Dimensional (EMD), realizada para os dados abióticos, indicaram (Stress=
0,15). As variáveis mais importantes encontradas na Análise da Regressão Múltipla em ordem crescente de
importância foram: C p=0,001, argila p<0,01, Al p<0,05, Ca p>0,05 e N p>0,05, sendo que as duas últimas
237

variáveis não obtiveram significância. Através da variável abiótica dominância, confirmou-se à existência de
bosques quase puros como no sítio#01 e sítio#02, sendo que o sítio#03 é misto contendo Avicennia germinans
e Rhizophora mangle, porém obtendo-se o resultado das análises físico-químicas não houve a formação de
mosaico na vegetação, em função talvez do pequeno tamanho da área de estudo (1 ha) ou talvez outros
parâmetros abióticos que não foram medidos para a possível formação do mosaico. As variáveis bióticas não
explicam o porquê dessas espécies se separam em diferentes bosques, talvez haja outros parâmetros abióticos
que não foram medidos com freqüência de inundações, velocidade dos ventos, velocidade das correntes ou
provavelmente pode ser apenas competição dos indivíduos colonizando a área.

376
SILVA, Iracely Rodrigues da. Estudo sócio-ambiental em Bacuriteua, Pará, Brasil: subsídios para o
gerenciamento costeiro. 2004. 85 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Biologia
Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2004.
Orientadora: Luci Cajueiro Carneiro Pereira

RESUMO: A gestão ambiental na zona costeira é um processo dinâmico e democrático, que reconhece as
interconexões entre sistemas costeiros e usos dos recursos naturais, mantendo um balanço entre a
conservação dos ecossistemas e o desenvolvimento de atividades econômicas. O estudo socioambiental da
área de Bacuriteua foi realizado através da caracterização do perfil socioeconômico da população, do uso dos
recursos naturais e da ocupação territorial, visando contribuir com futuros planos de gerenciamento na zona
costeira bragantina. O estudo foi realizado entre os meses de maio e outubro de 2003, utilizando-se
questionários, entrevistas e observações diretas. Os resultados mostraram a existência de um rápido
crescimento populacional em decorrência da presença das fábricas de pesca, uma alta taxa de desemprego e
um baixo nível de escolaridade entre a população local. Os principais impactos das atividades antrópicas, na
área de Bacuriteua, são: ocupação irregular, presença de resíduos sólidos (lixo), falta de saneamento básico e
exploração da fauna e flora local. A solução de tais problemas perpassam pela implementação de uma política
de gerenciamento costeiro que, a longo prazo, possa reduzir os impactos ambientais sociais dessa população.

377
SILVA JÚNIOR, Milton Gonçalves da. Crescimento e mortalidade de algumas espécies de peixes do
estuário do rio Caeté, Bragança-PA. 2004. 101 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação
em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA,
2004.
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum

RESUMO: Os estuários tropicais apresentam condições propícias de alimentação, proteção e reprodução


para muitas espécies de peixes, servindo para eles como locais de berçário, residência e crescimento. Portanto,
o estudo dos parâmetros de crescimento e mortalidade é de vital importância em populações de peixes
estuarinos, porque os seus resultados podem ser usados como instrumentos para o monitoramento de
qualidade e preservação dos estoques e dos ecossistemas aquáticos. O presente trabalho visa: 1) uma revisão
abrangente dos conhecimentos biológicos, distribuição geográfica e outras características ecológicas
disponíveis de algumas espécies da fauna do rio Caeté e 2) determinar os parâmetros populacionais de
crescimento, mortalidade e recrutamento, através da análise das freqüências de comprimento, utilizando o
pacote computacional FISAT. O estudo foi realizado em períodos bimestrais com coletas de outubro de 1996
a junho de 1997, no estuário do rio Caeté, Bragança - Pará, através de redes de arrasto, redes de espera e puçá
manual, em quatro regiões do estuário, rio, baía, praia e um canal de maré, de acordo com o gradiente de
salinidade. Um total de 8410 indivíduos, representados em 20 espécies foram analisados. Baseado nesses
resultados pôde-se inferir sobre o comportamento e estrutura da ictiofauna, comparando seus comprimentos
máximos alcançados no estuário com os descritos na literatura. Os resultados indicaram que Anchoa spinifer,
Arius quadriscutis, Aspredinichthys filamentosus, Aspredo aspredo, Bagre bagre, Colomesus psittacus, Cynoscion
microlepidotus, Odontognathus mucronatus e Pseudauchenipterus nodosus ocorreram em todos os bimestres do ano em
que foram realizadas as coletas. Para estas nove espécies, a análise de progressão modal foi realizada pelo
método de Bhattacharya e usando os dados de incremento de crescimento resultantes da ligação das médias,
238

foram calculadas as seguintes taxas: 1) parâmetros de crescimento L∞ (cm) e K (ano-1), 2) taxas de


mortalidade total, obtidas através da curva de captura convertida em comprimento e do método de Beverton
& Holt (1956), 3) taxas de mortalidade natural pela equação empírica de Pauly (1980), 4) mortalidade por
pesca e padrão de recrutamento. O modelo de rendimento por recruta para Anchoa spinifer, Arius quadriscutis e
Bagre bagre foi calculado a partir da seleção de fio de navalha e seleção de ogiva comparando o Valor de Emax
com a taxa de explotação atual. Após a análise dos dados, as informações biológicas e populacionais de todas
as espécies estudadas foram resumidas em fichas.

2005
378
CARMONA, Nadir Pereira. Filogenia molecular de arraias da costa norte brasileira. 2005. 89 f.
Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade
Federal do Pará, Bragança-PA, 2005.
Orientador: Horácio Schneider

RESUMO: As arraias pertencem à classe Chondrichthyes, que abriga também tubarões e quimeras. Há um
consenso na literatura de que as arraias constituem um grupo monofilético, porém existem controvérsias
quanto à organização dos táxons e sua hierarquia dentro do grupo. São cerca de 70 gêneros, que alguns
autores arranjam em única ordem (Rajiformes), enquanto outros os organizam em várias ordens diferentes.
As arraias são de grande importância econômica para a Região Norte do Brasil, sendo sua pesca bastante
intensa. Entretanto, os dados sobre a estatística de pesca deste recurso são imprecisos, pois os exemplares
desembarcados já estão processados, sem o dorso, a cabeça e a cauda, o que impossibilita a identificação em
nível de espécie. Como a pressão de pesca sobre este grupo de peixes é grande na região, a única alternativa
para uma avaliação precisa da diversidade de espécies e estudos de monitoramento genético de estoques é o
emprego de análises de DNA para identificar o material comercializado nos mercados. O presente estudo
gerou seqüências de DNA de parte do gene mitocondrial 16S para as espécies de arraias mais comuns da
costa norte brasileira, e também para algumas espécies de água-doce. O marcador molecular utilizado foi
muito efetivo em discriminar as espécies, sendo muito útil para análises de pedaços de arraias comercializadas
nos mercados. Constatou-se que as espécies mais comuns comercializadas em Bragança pertencem aos
gêneros Aetobatus (pintada), Dasyatis (bicuda, jereba, pedra), Gymnura (balé), Manta (jamanta) e Rhinopsera
(azeite, morena). Além da identificação molecular, os dados de 16S permitiram a construção de um arranjo
filogenético, que é congruente com alguns dos arranjos propostos com base em morfologia.

379
GOMES, Grazielle Fernanda Evangelista. Filogenia molecular de espécies da família Lutjanidae da
costa norte brasileira e estrutura genética de populações de pargos vermelhos do Atlântico ocidental.
2005. 104 f. Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança,
Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2005.
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio

RESUMO: Os Teleósteos representam 95% de todos os peixes existentes, com cerca de 25 mil espécies
distribuídas em 38 ordens, 426 famílias e 4.064 gêneros. A ordem Perciformes destaca-se dentro dos Teleósteos
por apresentar o maior número e diversificação de espécies. A família Lutjanidae, pertencente à ordem
Perciformes, abriga espécies de peixes exclusivamente marinhas, de médio e grande porte, conhecidas no Brasil
como pargos ou vermelhos, um grupo de grande importância econômica. Esta família é constituída por
aproximadamente 20 gêneros e 125 espécies organizadas em cinco subfamílias: Etelinae, Apsilinae,
Paradichthyinae, Lutjaninae e Caesioninae, mas apenas duas subfamílias com quatro gêneros são relatadas para a
costa brasileira: Lutjaninae (Lutjanus, com nove espécies, e os monotípicos Ocyurus e Rhomboplites); Etelinae
(Etelis, monotípico para o Atlântico ocidental). Na presente análise, foram utilizados fragmentos do genoma
mitocondrial para avaliar as relações filogenéticas de algumas espécies de Lutjanidae da costa brasileira (usando
239

os genes rRNA 16S e 12S), assim como avaliar a variabilidade genética de populações de Lutjanus purpureus da
costa norte do Brasil, a espécie mais abundante e economicamente importante da área (usando a região
controle ou Dloop). Os dados de 12S e 16S mostram de forma inequívoca que Lutjanus não é monofilético, já
que não é possível separar Rhomboplites aurorubens e Ocyurus chrysurus do grupo de espécies deste gênero. Os
dados de D-loop mostram que não existem diferenças entre populações de L. purpureus da costa norte do
Brasil, revelando também que há fluxo gênico entre L. purpureus da costa norte do Brasil e L. campechanus da
costa dos EUA e Golfo do México. Este último achado indica que estes dois pargos vermelhos possam na
verdade ser populações de uma única espécie e não espécies distintas como amplamente aceito pela literatura.

380
GUIMARÃES, Danielly de Oliveira. Aspectos sócio-ambientais da praia de Ajuruteua, Bragança-PA
(Brasil): subsídio para o gerenciamento costeiro integrado. 2005. 86 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de
Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará,
Bragança-PA, 2005.
Orientadora: Luci Cajueiro Carneiro Pereira
Co-orientador: Rauquírio André Albuquerque Marinho da Costa

RESUMO: A praia de Ajuruteua está localizada na zona costeira do nordeste paraense, a 36 km da cidade de
Bragança. A ocupação da praia ocorreu a partir da década de 80, após a construção da rodovia PA-458 e,
atualmente, é considerada a terceira praia mais freqüentada do Estado. Por outro lado, o crescimento rápido e
desordenado e a falta de investimentos pelos órgãos governamentais e de organização comunitária vêm
causando vários problemas socioambientais. Para conhecer os aspectos socioambientais da praia de
Ajuruteua, alguns indicadores foram monitorados e um estudo integrado e multidisciplinar foi realizado para
propor medidas de gestão costeira integrada. Ajuruteua possui cerca de 392 moradores permanentes, sendo
108 famílias vivendo em cinco ruas incluindo a beira-mar. A população é de baixa renda e possui pouca
escolaridade, sendo a principal fonte de renda, a pesca artesanal (comercial ou de subsistência) e o turismo
(principalmente no mês de julho). A maioria das edificações é de madeira, construída sobre áreas de dunas e
vegetação de mangue sem planejamento territorial. Entre os principais problemas ambientais, a erosão
marinha se destaca por estar causando destruição em edificações no setor NW. A falta de infra-estrutura e
serviços e.g. banheiros públicos, coletores de lixo, iluminação pública, postos de saúde, saneamento básico,
água potável, etc. também são responsáveis por causar problemas socioambientais. Estudos realizados com a
biota marinha local apontam que o ambiente ainda não se encontra afetado pelos problemas originados no
continente. Apesar destes, a beleza natural, o clima, a tranqüilidade e a elevada quantidade de peixes são os
principais fatores que atraem turistas e imigrantes para a vila. São sugeridas como propostas para gestão
costeira integrada: A implementação de um Programa de Gestão Municipal, planejamento do uso da terra
determinando áreas para conservação (e.g.mangue, dunas e outros), controle dos usos múltiplos dos recursos
naturais, investimento governamental para infra-estruturas e serviços locais, monitoramento da zona costeira
(físico, ecológico e sociais) para avaliar os reais impactos, promover a participação do público local,
desenvolver trabalhos de extensão com a população promovendo a execução de programas de educação
ambiental, incentivar associações e organizações dos setores da comunidade e divulgar o programa em rádio,
tv, palestras e outros. Por fim, é necessário um programa de gerenciamento costeiro para conduzir o uso
racional dos recursos naturais e melhorar a qualidade ambiental e de vida da população local. As políticas
econômicas adotadas, a falta de incentivo ao turismo e um melhor planejamento sobre o uso e ocupação da
praia dificultam a solução dos problemas existentes.

381
LIMA, Jô de Farias. Levantamento dos crustáceos Brachyura da penísula bragantina (estuário do rio
Caeté), Pará-Brasil e descrição morfológica dos estágios larvais e pós-larvais de Armases benedicti e
Pinnixa gracilipes. 2005. 95 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia
Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2005.
Orientador: Fernando Araújo Abrunhosa
240

RESUMO: O estudo, por meio de um minucioso levantamento faunístico, descreve em detalhes a diversidade
de crustáceos Brachyura que ocorrem na península Bragantina. Foram registradas 26 espécies pertencentes a 16
gêneros e 8 famílias ao longo da costa. Cinco espécies foram consideradas como novas ocorrências para o
Estado do Pará: Armases rubripes, Arenaeus cribrarius, Panopeus berrnuderjsjs, Jca thaveri. U vocator e três para a costa
norte do Brasil, Arenaeus cribrarius, Panopeus hermudensis e U vocator. O levantamento faunístico realizado no
presente estudo, também possibilitou a descrição detalhada dos estágios larvais e pós-larvais de Armases
benedicti e Pinnixa gracilipes a partir de cultivos realizados em laboratório. No cultivo de Armases benedicti foram
observados quatros estágios larvais e um megalopa. A duração de cada estágio larval foi 3, 2, 4, 4 e 13 dias,
respectivamente. O período compreendido desde a eclosão até o surgimento do primeiro juvenil foi de 26
dias. Duas diferenças morfológicas principais podem distinguir a. benedicti das demais espécies do gênero
anteriormente descrita na literatura, a primeira é a presença de um pequeno espinho lateral na carapaça e a
outra é o número e distribuição das cerdas do endópodo da maxila (2+2), o qual também difere das demais
espécies da família, que apresentam a distribuição (2+3) exceto para Sesarma zerragonum (2+2). No cultivo de
Pinnixa gracilipes foi verificado o número de cinco estágios larvais e wn megalopa. O primeiro megalopa surgiu
24 dias após a eclosão. O período de duração de cada estágio larval foi 5, 4, 4, 5 e 6 dias, respectivamente.
Morfologicamente P. gracilipes pode ser distinguido das demais espécies do gênero, pela presença de um
pequeno espinho nas margens antero-laterais do telso e pelo diferente número de cerdas encontradas nas
maxilas e maxilípedes ao longo do desenvolvimento larval.

382
SANTOS, Helane Súzia Silva dos. Levantamento da densidade, biomassa e área de bancos de
mexilhões Mytella falcata (d´ORBIGNY, 1846), localizados em Nova Olinda, Augusto Corrêa, PA.
2005. 73 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus
Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2005.
Orientador: Colin Robert Beasley

RESUMO: Nos estuários e manguezais são encontradas muitas espécies de invertebrados devido à riqueza de
nutrientes e condições ambientais adequadas à adaptação destes organismos. Dentre eles, estão os moluscos
bivalves Mytella falcata da família Mtytilidae, conhecidos vulgarmente como mexilhões, que servem de alimento
para populações humanas, portanto têm importância econômica. O presente estudo foi feito em junho de
2003 a janeiro de 2005, no estuário do rio Emboraí, localizado em Nova Olinda, no Município de Augusto
Corrêa, Pará. Foram localizados quatro bancos de mexilhões, que apresentaram diferenças entre si
relacionadas ao tipo de sedimento e à exploração antrópica, presente apenas em três dos bancos localizados.
Cada banco teve sua área demarcada no início e final das coletas, onde foram verificadas as desdades médias
(número de indivíduos por m²), o comprimento médio da concha (mm) e peso seco médio (g). Nos Bancos 2,
3 e 4, houve diminuição da densidade até o desaparecimento total dos mexilhões, provavelmente devido à
grande exploração antrópica, enquanto no Banco 1, houve diminuição da densidade, mas não houve
desaparecimento do estoque, pois ele não foi explorado. Nos Bancos 2, 3 e 4, a exploração mudou a
dispersão espacial dos mexilhões de agregada para aleatória. No Banco 1, durante todo o período de estudo a
distribuição espacial dos mexilhões foi agregada. Em todos os bancos, houve tendência para o aumento do
comprimento da concha e do peso seco ao longo do tempo e a freqüência de comprimento da concha
mostrou o movimento de indivíduos distribuídos nas menores classes para as classes de maior comprimento
da concha, indicando crescimento. Este padrão foi mais claro nos Bancos 2, 3 e 4. Provavelmente, o
recrutamento ocorreu entre os meses de agosto a outubro devido à presença de indivíduos pequenos neste
período. A variação do peso seco pode estar relacionada, em torno de 21 % a 59 %, com o comprimento da
concha, mas outros fatores como reprodução e parasitismo podem ser responsáveis por esta variação. A
utilização de fotografias digitais para estimar a densidade mostrou-se viável para a obtenção destes dados.
Deve ser feito o controle da exploração dos mexilhões em Nova Olinda para evitar o desaparecimento dos
bancos, através do levantamento prévio da área total de cada banco, tempo de permanência dos estoques e
tamanho dos indivíduos. Em longo prazo deve ser estimulada fonte alternativa de renda para a população das
comunidades locais.
241

383
VARELA, Eduardo Sousa. Filogenia molecular e filogeografia de ostras do mangue (Crassostrea) da
costa brasileira com base em seqüências de Loci mitocindrias. 2005. 87 f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade
Federal do Pará, Bragança-PA, 2005.
Orientadora: Cláudia Helena Tagliaro

RESUMO: Ostras do mangue do gênero Crassostrea possuem distribuição contínua no litoral brasileiro. Para
investigar a história evolutiva das populações de ostra Crassostrea rhizophorae, de ampla distribuição na costa
leste e C. gasar, de ocorrência restrita a costa norte, seqüências parciais do gene mtDNA COI foram obtidas
de 60 amostras da primeira espécie e de 120 da segunda. Não foi detectada evidência de estruturação
populacional em nenhuma das espécies. Por outro lado, distintos padrões filogeográficos puderam ser
observados por meio dos diferentes níveis de variação genética e desvios de neutralidade nas duas espécies. A
genealogia do gene observada no presente estudo juntamente com as evidências da ocorrência transatlântica
de C. gasar sugerem que a população da costa norte brasileira é recém colonizadora apresentando uma
retenção de linhagem ancestral e pode ter passado por um processo de hitchhiking após efeito fundador. As
medidas de coalescência revelaram que C. rhizophorae passou por uma expansão populacional súbita durante a
penúltima transgressão do Pleistoceno há 197.000 anos.

2006
384
ARRUDA, Cinthya Cristina Bulhões. Análise da variabilidade genética de Anomalocardia brasiliana
(Gmelin, 1791) (Mollusca - Bivalvia) através de seqüências do gene mitocondrial COI. 2006. 48 f.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de
Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2006.
Orientadora: Cláudia Helena Tagliaro

RESUMO: O bivalve brasiliana, conhecido como berbigão, pode ser encontrado em toda a costa brasileira e
representa um importante recurso socioeconômico para muitas comunidades costeiras. A fim de caracterizar
geneticamente populações de A. brasilana de quatro pontos distintos do Brasil (Pará, Ceará, Paraíba, e Bahia) e
testar a homogeneidade genética entre elas, foram obtidos dados de 123 seqüência de gene mtDNA COI.
Somente a população do Ceará apresenta valor de Fs negativo e significativo, indicando que há desvio de
neutralidade. Nenhuma das populações estudadas apresentou indícios de expansão populacional. Os valores
de Fst mostraram que as populações do Ceará e Bahia representam um único estoque e que a população do
Pará e da Paraíba apresentam estruturação populacional. Entretanto, os resultados da AMOVA indicaram que
a maior porcentagem de diferenciação está entre está entre as populações, mas que as diferenças não são
significativas. A estruturação verificada para a população do Pará, provavelmente ocorreu devido à ampla
distância geográfica entre esta população e as demais. A população da Paraíba não compartilhou nenhum
haplótipo com as demais populações da Região Nordeste do Brasil e a explicação para este isolamento pode
estar na presença de uma barreira de recifes localizada na desembocadura do rio Mamanguape, onde foram
coletadas as amostras. O tamanho efetivo de A. brasiliana calculado para a população desde o Pará até a Bahia
foi em torno de 515 mil indivíduos.
242

385

BARBOSA, Roberta Sá Leitão. Interface conhecimento tradicional X conhecimento científico: um


olhar interdisciplinar da etnobiologia na pesca artesanal em Ajuruteua, Bragança-Pará. 2006. 60 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança,
Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2006.
Orientadora: Maria Cristina Alves Maneschy

RESUMO: O uso racional dos recursos pesqueiros com vistas a sua conservação depende de um manejo bem
estruturado e apoiado em informações sobre a biologia das espécies, que podem ser obtidas por meio do uso
de ferramentas etnobiológicas. Assume-se ainda como de caráter fundamental o registro da utilização de
recursos animais entre populações humanas. Nesse contexto, é realizado um levantamento do conhecimento
de pescadores artesanais da vila dos Pescadores e vila Bonifácio (Ajuruteua- Pará) acerca de informações de
padrões alimentares, comportamento, usos de habitat, migração e reprodução dos peixes da família Sciaenidae
corvina (Cynoscion microlepidotus), cururuca (Micropogonias furnieri), gó (Macrodon ancylodon) e pescada amarela
(Cynoscion acoupa). O presente estudo também aborda o uso terapêutico de peixes entre os pescadores
artesanais dessas comunidades, além de identificar as preferências, restrições e tabus alimentares relacionados
ao consumo de peixes. A metodologia consistiu na aplicação de formulários semi-estruturados, observação
direta, marcação dos principais pontos de pesca apontados pelos pescadores, coleta e análise do conteúdo
estomacal dos peixes. Os dados obtidos foram armazenados em um banco de dados, organizados em tabelas
de cognição comparada, em esquemas de cadeia alimentar, e quanto a diferenças ontogenéticas, recebendo
ainda tratamento estatístico. Os resultados apresentados revelam o saber acurado e detalhado dos pescadores
de Ajuruteua. Foram relatados fenômenos etológicos relacionados à alimentação, fisiologia, reprodução e
parasitismo. Os pescadores indicaram também as principais unidades espaciais ocupadas pelos peixes e
prováveis razões para o deslocamento entre essas unidades. Não houve associação entre a idade atual dos
pescadores e o conhecimento sobre aspectos reprodutivos dos peixes (p=0.406). De acordo com os
pescadores entrevistados a dieta alimentar dos peixes corvina, cururuca, gó e pescada amarela esteve baseada
principalmente no consumo de sardinha (Clupeidae/Engraulidae) e camarão. Há similaridade nos relatos sobre
o conhecimento do hábito alimentar dos peixes fornecidos pelos pescadores, das informações disponíveis na
literatura e nas análises de conteúdo estomacal. De um modo geral, verificou-se que os pescadores de
Ajuruteua não fazem o uso de peixes na medicina popular. Vinte e seis animais, incluindo 1 crustáceo, foram
considerados os peixes preferidos para os entrevistados. A rejeição ao consumo de alguns peixes esteve
relacionada a aspectos como morfologia, gosto, cheiro, veneno e ocorrência dos peixes. Padrões encontrados
em outros estudos para peixes sujeitos a tabus (peixes sujeitos a tabus X peixes medicinais/ posição na cadeia
alimentar/ peixes de couro) não apareceram no presente trabalho. Os tabus parecem assumir um caráter mais
simbólico que funcional entre os pescadores de Ajuruteua. Desta forma, é destacado no presente trabalho o
papel fundamental da etnobiologia na obtenção de dados plausíveis para o manejo da pesca a partir do
conhecimento de pescadores.

386
CARVALHO, Antonio Sérgio Silva de. Biologia e distribuição ecológica dos camarões Penaeidae
(Crustácea; Decapoda) do estuário de Curuçá, Pará, costa norte do Brasil. 2006. 60 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança,
Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2006.
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum

RESUMO: Os camarões Penaeidae representam um dos recursos pesqueiros mais freqüentes e explorados nas
regiões costeiras de todo o mundo. Nos estuários da costa norte do Brasil eles são pescados, ainda quando
jovens, de forma artesanal e abastecem principalmente os mercados locais. As espécies de maior ocorrência
nas capturas dos estuários paraenses são Farfantepenaeus subtilis (Pérez-Farfante, 1967), Litopenaeus schmitti
(Burkenroad, 1936) e Xiphopenaeus kroyeri (Heller, 1862). O objetivo deste trabalho foi determinar a
243

composição, a abundância, distribuição espacial e temporal e a estrutura populacional dessas espécies de


camarões Penaeidae capturadas no estuário de Curuçá, Pará. Coletas bimestrais, de julho/03 a julho/04, foram
realizadas em oito pontos de amostragem, distribuídos em dois perfis desse estuário (rio Curuçá e furo
Muriá), utilizando rede Modelo wing trawl. Os espécimes coletados foram acondicionados em sacos plásticos
devidamente etiquetados, resfriados, e posteriormente contados, separados por sexo e identificados. Para cada
camarão, foi efetuada a medida de comprimento da carapaça (Cc) e o peso total (Pt). Farfantepenaeus subtilis foi
a espécie mais abundante, com 78,5 % do total, seguida por Litopenaeus schmitti e Xiphopenaeus kroyeri, com 11,5
e 9,8 %, respectivamente. A maior abundância do camarão-rosa (F. subtilis) e do camarão-sete-barbas (X.
kroyeri) foi obtida durante a estação chuvosa (p < 0,05), com densidade de 197,4 ind./1000m2 e 23,7
ind./1000m2, respectivamente, ambas registradas durante o mês de março/04. O camarão-branco (L. schmitti)
foi significativamente mais abundante na estação seca (p < 0,05), e suas maiores densidades foram registradas
em julho/03 (10,4 ind./1000m2) e março/04 (16,5 ind./1000m2). Foram analisados 4818 espécimes de F.
subtilis (2.262 fêmeas, 1.959 machos e 597 indivíduos de sexo indeterminado), 732 espécimes L. schmitti (346
fêmeas, 231 machos e 155 indivíduos de sexo indeterminado) e 608 espécimes de X. kroyeri (352 fêmeas, 242
machos e 14 indivíduos de sexo indeterminado). Os valores médios de comprimento de carapaça (Cc) e peso
total (Pt) foram de 11,95 mm e 1,29 g para F. subtilis; de 15,32 mm e 3,67 g para L. schmitti e 12,78 mm e 0,97
g para X. kroyeri, respectivamente. A proporção sexual total (machos:fêmeas) variou em favor das fêmeas para
as três espécies estudadas, onde F. subtilis obteve uma proporção de 0,8:1, L. schmitti com 0,7:1 e X. kroyeri
com 0,6:1, ambas diferindo significativamente (p < 0,05) do esperado de 1:1. Os camarões F. subtilis e L.
schmitti obtiveram crescimento alométrico positivo, enquanto X. kroyeri apresentou crescimento alométrico
negativo. Estes resultados demonstram o potencial do estuário de Curuçá como uma importante área para o
desenvolvimento e manutenção deste recurso pesqueiro, dentro da costa norte brasileira.

387
COSTA, Vanessa Bandeira da. Estudo quali-quantitativo do fitoplâncton da praia de Ajuruteua
(Bragança/Pará). 2006 91 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental,
Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2006.
Orientador: Luci Cajueiro Carneiro Pereira

RESUMO: A zona costeira é uma região caracterizada pela alta hidrodinâmica e alta diversidade biológica,
estando sujeitas às contínuas alterações geradas por processos de origem continental e marinha. A dinâmica
das comunidades fitoplanctônicas destas regiões é determinada, principalmente, pelos períodos de chuva e
seca e pelos regimes dos ventos. Este trabalho objetiva determinar a estrutura e a dinâmica populacional do
fitoplâncton da praia de Ajuruteua (Bragança, Pará, Brasil), avaliando a influência de alguns fatores abióticos
sobre sua composição e distribuição espaço-temporal. As coletas foram realizadas no período de agosto/04 a
junho/05, em três pontos (marés enchente e vazante) distribuídos ao longo da praia de Ajuruteua. Foram
realizadas medidas superficiais de transparência, temperatura, salinidade, oxigênio dissolvido e (pH) da água.
As amostras destinadas ao estudo qualitativo do fitoplâncton foram obtidas por intermédio de filtração de
400l de água superficial, através de uma rede de plâncton de 65 mm de malha, enquanto que aquelas
destinadas ao estudo quantitativo e à quantificação da clorofila a foram coletas na superfície da água com o
auxílio de transparência da água, salinidade e pH, com a ocorrências de valores significativamente mais
elevados durante o período seco. Foram inventariados 123 e 82 táxons, nas amostras coletas com rede e
garrafa, respectivamente, distribuídos entre as divisões Cyanophyta, Dinophyta e Bacillariophyta. As diatomáceas
constituíram o grupo mais representativo do fitoplâncton da praia de Ajuruteua, apresentando a maior
riqueza específica. Os fitoflagelados constituíram o grupo que apresentou as maiores densidades em ambos os
períodos, seguidos pelas diatomáceas. As concentrações de clorofila a, a densidade e os índices de diversidade
e equitabilidade apresentam valores mais elevados durante o período chuvoso, evidenciando o papel do
regime pluviométrico sobre a dinâmica fitoplanctônica local, a qual parece ser o principal fator controlador da
dinâmica destes organismos na praia de Ajuruteua.
244

388
FERNANDES, Carlos Manoel. Caracterização espaço-temporal das associações macrobentônicas em
canais de maré da Planície Costeira Bragantina. 2006. 66 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará,
Bragança-PA, 2006.
Orientador: José Souto Rosa Filho

RESUMO: Os manguezais apresentam características pouco favoráveis à manutenção da vida, os organismos


que habitam esse tipo de ecossistema devem ser bem adaptados a grandes variações ambientais como
salinidade, granulometria fina, matéria orgânica, regime hidrodinâmico, pH, oxigênio dissolvido, variações de
temperatura, umidade e tempo de exposição. Dentre os componentes biológicos os bentos, compreendem
organismos de diversas formas que passam toda a vida, ou parte dela, associados a um substrato. A
macrofauna bentônica é composta por metazoários maiores de 0,3 mm, sendo dominada por Crustacea,
Mollusca e Annelida. Apresentam importância econômica, cultural e ecológica. O trabalho descreveu as
variações espaciais e temporais na estrutura das associações macrobentônicas de fundos moles, dentro e entre
distintas unidades de habitat nos ambientes estuarinos na Planície Costeira Bragantina. As coletas foram
realizadas em quatro canais de maré Taici, Ostra, Grande e Estiva, seguindo um gradiente crescente de
salinidade ao longo da estrada Bragança-Ajuruteua, rodovia PA-458, em duas áreas (vegetada e não vegetada)
e em duas ocasiões (período seco e chuvoso). Em cada área de amostragem foram retiradas três amostras de
0,008m², e outra para matéria orgânica e granulometria. As amostras foram triadas com uma malha de 0,3
mm e fixadas em formol a 10%. Os organismos foram identificados e contados. Foram calculadas, a
densidade, riqueza, diversidade e a equitatividade entre períodos e canais de maré. Os testes utilizados foram:
ANOVA, Homogeineidade, Análise de Similaridade (ANOSIM), o Índice de Similaridade Bray Curtis e MDS.
Para a sua realização serão utilizados os aplicativos STATISTICA®, PRIMER® 4.0. De uma forma geral, os
sedimentos foram compostos por silte e argila. Os valores de granulometria e salinidade mostram que a
Península apresenta um gradiente, no qual as partículas e a salinidade dos furos tendem a aumentar em
direção a costa. Foram coletadas um total de 10.864 organismos em 70 táxons pertencentes aos filos, Annelida
(22 táxons), Mandibulata (20 táxons), Crustácea (16 táxons), Mollusca (6 táxons), Chelicerata (3 táxons), Nemertea
(1 táxons), Phoronida ( 1 táxon) e Cnidária (1táxons) Os Annelida da classe Oligochaeta, os Poliquetos Streplospio
benedicti (Spionidae), Notomastus lobatus (Capitellidae) foram os táxons dominantes. A dissimilaridade entre os
períodos secos e chuvoso é de 61,89%. As maiores abundâncias foram registradas no período seco, sendo os
Annelidas dominantes. Os Oligoquetos foram dominantes nas áreas não vegetadas, enquanto que os
poliquetos foram dominantes nas áreas vegetadas. As maiores densidades foram encontradas nos furos com
maiores salinidade, enquanto que as menores densidade foram encontradas no furo que apresentou as
menores salinidade. A riqueza foi maior nas áreas vegetadas nas duas estações. Os maiores valores de
equitatividade foram observados nas áreas vegetadas no período chuvoso, enquanto que no período seco os
maiores valores foram encontrados nas áreas não vegetadas. Não houve diferenças na diversidade entre áreas
e setações. Ocorreu no período seco a formação de dois grupos: o primeiro composto pelas amostras dos
furos com salinidade maiores Ostra, Grande e Estiva, e o segundo pelas do taici com menor salinidade. A
rotina SIMPER identificou os táxons mais importantes no período seco com similaridade de 40.18%;
Oligochaeta 34,42%, Notomastus 23,56%, Acarina 9,24%, Streblospio 8,36% e Mediomastus 5,56%. No chuvoso a
similaridade foi de 40,75%, sendo os táxons mais importantes Oligochaeta 46,49%, Notomastus 20,38%, Acarina
13,43%, Sigambra 4,13%, Cossura 3,80% e Streblospio 2,85%.

389
GOMES, Cleidson Paiva. Ciclo sazonal de gametogênese em Mytella guyanensis (Mollusca Bivalvia).
2006. 77 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus
Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2006.
Orientador: Colin Robert Beasley

RESUMO: Os manguezais são considerados ecossistemas de valor significativo quanto à produtividade


animal e vegetal, e, portanto são áreas constantemente exploradas pelos habitantes locais. O mexilhão Mytella
guyanensis é um exemplo de molusco que apresenta importância econômica e ecológica para o litoral norte do
245

Brasil. Este estudo tem por finalidade descrever o ciclo reprodutivo da Mytella guyanensis por meio de estudos
histológicos da gônada e do manto. Mensalmente 10 indivíduos foram coletados do manguezal do Município
de Bragança (PA), e transportados até o laboratório, onde cada um dos espécimes foi pesado e teve o
comprimento antero-posterior da concha medido. Depois, parte da gônada e do manto foi processada para
microscopia óptica e os cortes foram corados pela Hematoxilina – Eosina (HE). A razão sexual na população
estudada foi de 1:1. Não foram detectadas relações entre a produção gametogênica e o comprimento e peso
dos animais. Houve uma relação entre a salinidade e o número médio de espermatozóides. O ciclo
reprodutivo em Mytella guyanensis é caracterizado por épocas de desova continua que ocorrem durante o ano
todo. Porém existem meses de intensa desova, como fevereiro e julho (na gônada) e entre junho e agosto (no
manto), quando a maioria dos indivíduos maduros elimina seus gametas simultaneamente de forma a
maximizar a fecundação.

390
MENDONÇA, José Ricardo Alfaia de. Decomposição foliar de Rhizophora l., Avicennia l. e
Laguncularia gaertn. f. em um manguezal da Península de Ajuruteua, Bragança - Pará. 2006. 44 f.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de
Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2006.
Orientador: Marcus Emanuel Barroncas Fernandes

RESUMO: O processo de decomposição foliar tem um papel na ciclagem de nutrientes dos diversos
ecossistemas. No manguezal, esse processo varia de acordo com a espécie e o local. O presente determina o
tempo de decomposição foliar e as concentrações de nutrientes de Rhizophora mangle, Avicennia germinans e
Laguncularia racemosa. Três experimentos foram montados no Furo Grande, Bragança-Pará, sendo cada
experimento (Chão, Ar e Água) composto por quatro tratamentos (três espécies e um tratamento misto). A
amostragem foi realizada em intervalos de 2, 9, 30, 44 e 58 dias. Conseqüentemente, cada experimento
continha 96 amostras (4 amostras por tratamento X 4 tratamentosX 6 intervalos) perfazendo um total de 288
amostras. Os resultados mostraram que no chão, L. racemosa decompôs mais rápido (t50=53 dias no 16° dia;
R2= 0,920; k=-0,0131). No ar e na água A. germinans se decompôs mais rapidamente (t50=100 dias;
k=0,0069; r2=0,719 e t50=22 dias; k= 0,0319, respectivamente), sendo R. mangle a espécie com o processo
mais lento de decomposição para os três experimentos. O aumento do número de espécies (tratamento
misto) não afetou as taxas de decomposição das folhas dessas espécies. A análise entre os experimentos, os
tratamentos e os intervalos de tempo apresentou as maiores concentrações de nitrogênio e fósforo, indicando
alta palatibilidade para invertebrados. Em suma, o processo de decomposição na água é mais rápido do que
no chão e no ar, sendo A. germinans a espécie a decompor mais rapidamente do que as outras de espécies
estudadas.

391
NEVIS, Andréia Barbosa das. Composição, abundância e estrutura populacional da família Portunidae
(Crustacea, Decapoda) no estuário de Curuça, litoral norte do Brasil. 2006. 75 f. Dissertação (Mestrado)
– Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade
Federal do Pará, Bragança-PA, 2006.
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum

RESUMO: A composição, a abundância e a estrutura populacional da família Portunidae no estuário de Curuçá


foram estudados bimestralmente entre julho/03 e julho/04. As amostragens foram realizadas com rede de
arrasto de fundo (wing trawl), durante o dia, na maré vazante e na lua minguante. Foi encontrado um total de
427 organismos pertencentes a três espécies: C. bocourti, C. danae e C. ornatus. A espécie mais abundante e
freqüente foi C. danae. A maior incidência de C. bocourti ocorreu na estação chuvosa e a de C. ornatus na
estação seca. C. danae ocorreu com oscilações ao longo de todo o ano. A alternância das espécies pode ser
interpretada como uma forma de evitar a competição entre grupos com preferências alimentares similares. A
proporção de machos foi superior a de fêmeas para todas as espécies. O tamanho da primeira maturação
sexual foi estimado em 92 mm para C. bocourti e 75 mm C. danae. Todas as espécies apresentaram maior
246

freqüência de indivíduos em estádio gonadal “imaturo” durante o estudo. Para as três espécies, foi observada
uma maior abundância de indivíduos de pequeno tamanho no estuário. A relação entre o peso total e a
largura da carapaça mostrou diferenças significativas entre espécies e sexos. As informações encontradas
neste trabalho mostram que as espécies possuem ciclos de vida diferenciados. Para se obter um estudo mais
completo sobre estrutura populacional, as amostragens devem ocorrer dentro e fora do estuário, para assim
se obter maior representatividade de todos os grupos etários.

392
QUADROS, Manoel Luciano Aviz de. Biologia reprodutiva, descrição morfológica do adulto, e
desenvolvimento larval de uma nova espécie de Macrobrachium (Decapoda, Palaemonidae) da
Região Amazônica. 2006. 87 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia
Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2006.
Orientador: Fernando Araújo Abrunhosa

RESUMO: A família abriga espécies conhecidas como "camarões de água doce", os quais passam pelo menos
uma fase da vida em ambiente dulcícola. Esta família apresenta ampla distribuição geográfica, sendo o gênero
Macrobrachium o principal representante da família, com cerca de 210 espécies no mundo. No Brasil, ocorrem
18 espécies nativas, algumas de grande interesse comercial. No nordeste paraense área de abrangência do
presente estudo - ocorrem oito espécies de Macrobrachium, sendo M. acanthurus e M. amazonicum as mais
comuns, e cujos estoques nativos são bastante explorados comrcialmente. Nesta região ocorre também a
espécie exótica asiática M. resenbergii, importada para cultivo em ambiente fechado, mas que atualmente é
bastante encontrada no ambiente natural. O presente estudo foi inicialmente delineado para avaliar a biologia
reprodutiva de M. acanthurus no estuário do rio Caeté (Bragança-Pará) como espécie nativa potencial para
cultivo. Entretanto, as análises preliminares revelaram a existência de um morfotipo similar a M. acanthurus,
mas que após análise detalhada verificou-se que apresenta diferenças marcantes quanto à abundância sazonal,
tamanho dos indivíduos, razão sexual, e outros aspectos de sua biologia reprodutiva. Análises genéticas desta
nova forma mostraram elevadas divergências necleotídicas no gene mitocondrial citocromo Oxidase I (COI),
sugerindo sua alocação ao status taxonômico de nova espécie, que foi então denominada de Macrobrachium
paraensis. M. acanthurus apresenta um pico reprodutivo durante a estação chuvosa, enquanto M. paraensis se
reproduz durante todo o ano, apresentando um pico no período de estiagem da região. Morfologicamente, M.
paraensis pode ser distinguido de M. acanthurus quanto à configuração do rosto, coloração e morfologia do
segundo para de preiópodos. Quanto à ontogenia, M. paraensis apresenta um desenvolvimento larval
prolongado, com 10 estágios de zoea, e estas larvas podem ser distinguidas das de M. acanthurus em diversas
estruturas, dentre as quais se destaca o desenvolvimento da antênula, maxila, maxilípedes e pereiópodos.
Todos estes dados da presente análise corroboram a conclusão de que Macrobrachium sp. é uma nova espécie
para a região costeira amazônica.

393
SILVA, Daiane Evangelista Aviz da. Variações espaço-temporais das associações macrobentônicas
sujeitas a contaminação ambiental no Estuário Guajará (Belém-PA, Brasil). 2006. 60 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança,
Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2006.
Orientador: José Souto Rosa Filho

RESUMO: Descreve a variação espaço-temporal da estrutura das associações macrobentônicas de fundos


inconsolidados do Estuário Guajará (Belém-Pará), mediante a comparação entre ocasiões e locais de
amostragem. Foram estabelecidos 11 locais de amostragem: nove próximos de fontes de lançamento de
efluentes (contaminados) e dois afastados (referências). As amostragens foram realizadas em ocasiões do
período seco (dezembro de 2004 e setembro de 2005) e chuvoso (março e junho de 2005). Foram coletadas
em cada local, em cada ocasião, quatro amostras biológicas, utilizando-se um pegador de fundo tipo Petersen
(0,039 m2). Paralela à amostragem biológica, foram coletadas: 1) amostras de sedimento, para a determinação
da textura, conteúdos de matéria orgânica, fósforo total, nitrogênio total e concentrações de metais pesados
(Cu, Cr, Ni, Zn, Fe2O3), e 2) amostras de água em superfície, para a determinação de pH, sólidos totais
247

dissolvidos, condutividade elétrica, temperatura, oxigênio dissolvido, demanda química de oxigênio, fósforo
inorgânico dissolvido, fosfato, nitrito, nitrato e amônia. Para análise dos dados, foram utilizadas técnicas
univariadas (ANOVA, IDM, Teste de Caswell), distribucionais (comparação de curvas de k-dominância) e
multivariadas (ANOSIM, MDS, CLUSTER). A macrofauna foi constituída por poucos táxons (26 taxa),
essencialmente de anelídeos. Os resultados demonstraram variação espacial e temporal significativa na
estrutura das associações macrobentônicas. As mudanças temporais apresentaram como principal evento a
alternância de dominância entre Polychaeta e Oligochaeta, o primeiro grupo dominando as ocasiões sob menor
reflexo das chuvas (dezembro e março) e o segundo os meses subseqüentes. As mudanças espaciais foram
associadas principalmente ao gradiente horizontal de sais. Em geral, locais próximos aos pontos de
lançamento de efluentes urbanos apresentaram maiores densidades de organismos, sem perda de diversidade.
Dado que o principal contaminante lançado é o esgoto doméstico, rico em matéria orgânica, sugere-se que
algumas áreas vêm sofrendo enriquecimento orgânico em níveis ainda favoráveis à bioestimulação. Contudo,
o registro de elevada densidade e/ou dominância de táxons indicadores de contaminação, altos valores de
compostos nitrogenados e demanda de oxigênio na água, aumento da concentração de compostos orgânicos
e metais pesados no sedimento, alertam para a perda potencial da qualidade ambiental, com impactos mais
negativos sobre a biota.

394
SOUSA, Eliane Brabo de. Composição, ecologia e variação temporal do fitoplâncton na ilha Canela
(Bragança-Pará-Brasil). 2006. 82 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia
Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2006.
Orientador: Rauquírio André Albuquerque Marinho da Costa

RESUMO: A Zona Costeira Amazônica (ZCA) é considerada uma região de extrema prioridade para a
conservação da sua biodiversidade. Neste sentido, estudos sobre a variação sazonal e nictemeral da
composição e biomassa do fitoplâncton e sua relação com os fatores físico-químicos da água foram realizados
em uma estação fixa (00º46'37.2"S-046º43'24.5"W), localizada na zona de arrebentação de uma ilha costeira
amazônica brasileira (ilha Canela-PA), durante os meses de setembro e dezembro de 2004 (período seco),
março e junho de 2005 (período chuvoso) em marés de sizígia, com amostragens realizadas em intervalos
regulares de três horas, durante 24 horas. Os parâmetros hidrológicos medidos foram: salinidade,
temperatura, pH, oxigênio dissolvido e o percentual de saturação do oxigênio. As amostras destinadas à
análise qualitativa do fitoplâncton foram obtidas a partir da filtragem de 400 l de água da camada
subsuperficial da zona de arrebentação, através de uma rede planctônica (65µm de abertura de malha) e
fixadas com formol neutro a 4%. Para os estudos quantitativos do fitoplâncton e para a determinação de
clorofila a foram coletadas amostras na superfície da coluna d’água. A salinidade apresentou variação sazonal
significativa caracterizando o ambiente como eualino-polialino. Os demais fatores variaram entre os meses de
estudo. As águas da ilha Canela foram classificadas como saturadas e alcalinas. A biomassa fitoplanctônica
variou entre 2,43 (dezembro/2004) a 8,70 mg.L-1 (setembro/2004). Foram identificados 130 táxons incluídos
nas divisões: Cyanophyta (2 táxons), Bacillariophyta (115 táxons) e Dinophyta (13 táxons). As espécies abundantes
e muito freqüentes que caracterizaram o ambiente foram: Asterionellopsis glacialis, Dimeregramma minor,
Skeletonema sp. e Thalassiosira subtilis. Três espécies foram registradas como novas ocorrências: Dimeregramma
minor, Triceratium pentacrinus e T. biquadratum. Os fitoflagelados dominaram quantitativamente o fitoplâncton
local, chegando a compor 76% da comunidade fitoplanctônica, seguidos pelas diatomáceas. As maiores
densidades do fitoplâncton foram registradas durante o período chuvoso (média= 1.870.000 Cel.L-1)
correlacionando-se diretamente com a as altas diversidade (média= 2,8 bits. cel-1) e equitabilidade (média=
0,70) das espécies possivelmente provocadas pelo fluxo das marés, ondas e correntes litorâneas que agem na
zona de arrebentação da ilha, e principalmente pela baixa salinidade encontrada durante este período, que em
conjunto permitiram uma maior homogeneidade da comunidade composta por populações de espécies
planctônicas neríticas, oceânicas, ticoplanctônicas, eurialinas e polialóbias. Os ventos e a precipitação
pluviométrica foram os principais fatores condicionantes tanto dos parâmetros hidrológicos como da
densidade fitoplanctônica.
248

2007
395
ABRUNHOSA, Jacqueline Pompeu. Aspectos morfofisiológico de Goniopsis cruentata (Latreille, 1803)
(Decapoda: Crapsidae), cultivado em laboratório. 2007. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará,
Bragança-PA, 2007.
Orientador: Fernando Araújo Abrunhosa

RESUMO: Examina o efeito da salinidade sobre a sobrevivência e desenvolvimento larval do caranguejo de


mangue Goniopsis cruentata. Fêmeas ovígeras foram capturadas manualmente no Furo do Café, nordeste do
Estado do Pará, em março de 2006. Sete diferentes salinidades foram testadas (5-35, com intervalos de 5
entre cada tratamento). As zoeae de G. cruentata foram alimentadas com a microalga Thalassiosira sp. e rotíferos
Brachionus sp.. A partir do estágio zoeae III, as larvas também foram alimentadas com náuplios recém-
eclodidos de Artemia. Alta mortalidade foi observada em todos os tratamentos, no entanto, algumas larvas
tiveram sucesso na mudança para o estágio seguinte somente na salinidade de 25.

396
COSTA, Kelli Garboza da. Composição e variação temporal do zooplâncton do estuário do rio
Taperaçu (Bragança-Pará-Brasil). 2007. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2007.
Orientador: Rauquírio André Albuquerque Marinho da Costa

RESUMO: Variações nictemeral e sazonal do zooplâncton no estuário do rio Taperaçu (Norte do Brasil,
Pará) e o efeito dos parâmetros hidrológicos sobre a dinâmica destes organismos foram estudados nos meses
de setembro de 2004 (período seco), março de 2005 (período chuvoso) e setembro de 2005 (período seco).
As coletas foram realizadas durante marés de sizígia em intervalos de 2 horas durante um período de 24
horas. As amostras foram coletadas na superfície da água por meio de arrastos horizontais de 3 minutos com
auxílio de uma rede de plâncton com abertura de malha de 120 µm provida de fluxômetro (Hydrobios, Kiel).
Medidas simultâneas de salinidade, pH, oxigênio dissolvido e temperatura foram realizadas na superfície da
coluna d’água com um analisador multi-parâmetros (WTW-304i). O estuário apresentou uma elevada variação
na salinidade (9,1-40) com características mesohalinas a polihalinas/marinhas durante os períodos
chuvoso/2005 e seco/2005, respectivamente. Os parâmetros hidrológicos apresentaram diferenças
significativas (p<0,05) em relação aos três meses de coleta. Identificou-se um total de 51 taxa compreendendo
os seguintes grupos: Sacomastigophora, Cnidaria, Nematoda, Platyhelminthes, Annelida, Mollusca, Arthropoda, Bryozoa,
Chaetognatha e Chordata. O grupo Copepoda dominou quantitativamente o zooplâncton local compreendendo
51% dos organismos. O valor médio da densidade zooplanctônica oscilou de 87.610,16 ind.m-3 a 214.685,5
ind.m-3 durante os meses de setembro de 2005 (período seco) e setembro de 2004 (período seco). A
pluviometria mostrou-se um dos principais responsáveis pelas oscilações dos parâmetros hidrológicos e
conseqüentemente pela dinâmica populacional do zooplâncton no estuário do Taperaçu. Não obstante, o
regime de marés pareceu influenciar diretamente a composição e a densidade zooplanctônica, apresentando
um importante papel em alguns dos meses estudados.

397
OLIVEIRA, Euzébio de. Caracterização socioambiental das comunidades de Tamatateua e Acarajó,
nordeste do Pará: contribuição para a gestão integrada na RESEX Marinha Carté-Taperaçu. 2007.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de
Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2007.
Orientadora: Luci Cajueiro Carneiro Pereira
249

RESUMO: Descreve os aspectos socioambientais de duas importantes comunidades (Tamatateua e Acarajó),


integrantes da Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçú, localizada na planície costeira do Município de
Bragança, nordeste do Estado do Pará (Norte do Brasil). Esta Unidade de Conservação está inserida em uma
das maiores áreas contínuas de manguezal do mundo. Para avaliar de forma integrada os diferentes aspectos
socioambientais destas comunidades, entrevistas, aplicação de questionários, bem como observação direta e
mensuração de alguns potenciais fatores de degradação ambiental foram realizados com o objetivo de
contribuir com a implantação de futuros planos/programas de Gestão Integrada nesta Unidade de
Conservação. De acordo com os resultados, foi observado que a maior parte destas populações é de baixa
renda, com baixo nível de escolaridade, e tem na agricultura familiar e na pesca artesanal as principais fontes
de subsistência e/ou renda. As comunidades apresentam um baixo índice de condição de vida e moradia,
decorrente da falta de infra-estrutura e serviços públicos disponíveis, bem como da precariedade dos aspectos
físicos e sanitários das moradias. Os principais problemas ambientais detectados/analisados estão
relacionados a dois aspectos principais: à deficiência dos serviços públicos, principalmente, à falta de
saneamento básico (coleta de lixo, abastecimento de água tratada, e a rede de canalização e tratamento de
esgoto) e ao uso inadequado dos recursos naturais. Estes fatores vêm comprometendo a qualidade dos
recursos hídricos e do solo, bem como vêm causando a redução dos recursos pesqueiros e florestais
(principalmente àqueles relacionados ao ecossistema de manguezal). Embora as comunidades tenham
consciência sobre a necessidade de preservação dos ecossistemas locais, a degradação dos recursos naturais
vêm ocorrendo de forma progressiva. A falta de investimento por parte das autoridades governamentais
(escolas, atendimento médico, saneamento básico, etc.) e a falta de atuação das associações comunitárias
existentes são fatores que têm contribuído com a intensificação dos problemas socioambientais. Por fim,
torna-se imprescindível a implantação de um programa/plano de Gestão Integrada nesta Unidade de
Conservação para garantir a preservação da mesma, bem como a utilização de forma sustentável dos recursos
naturais locais.

398
RODRIGUES, Rosa Maria da Silva. Análise da variabilidade genética da pescada amarela (Ccynoscion
acoupa – Sciaenidae) da costa norte brasileira baseada no seqüênciamento da região controle do
DNA mitocondrial. 2007. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental,
Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2007.
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio

RESUMO: A família Sciaenidae é um importante recurso pesqueiro mundial com cerca de 70 gêneros e 270
espécies. É amplamente distribuída nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico, ocorrendo principalmente em
águas marinhas e estuarinas. Cynoscion acoupa é um dos peixes cianídeos mais explorados na costa norte do
Brasil, tendo em média cerca de 16.000 toneladas desembarcadas a cada ano. Apesar de sua importância
econômica, poucos estudos genéticos têm sido realizados com esta espécie, principalmente, em nível
populacional. O presente estudo avaliou a variabilidade genética de C. acoupa da costa norte brasileira usando
300 seqüências da região controle do DNA mitocondrial. Os resultados mostram que a população apresenta
uma alta diversidade haplotípica, porém, baixa diversidade nucleotídica, que associada com os desvios de
neutralidade observados através dos valores negativos e significantes dos testes D e Fs, sugerem um passado
de expansão populacional. A diversidade e a divergência genética de C. acoupa mostraram-se baixa quando
comparada com a de dois cianídeos e outros dois Perciformes também explorados economicamente. A baixa
divergência genética observada na população pode ser resultado de uma coalescência recente entre os
haplótipos. A hipótese de expansão demográfica foi avaliada e vários testes foram realizados para rejeitar ou
não a expansão. Os resultados confirmam que o estoque de C. acoupa da costa norte está em processo de
recente expansão demográfica. As informações obtidas neste estudo são de grande importância e podem ser
úteis em futuros planos de manejo que potencializem o uso sustentável deste importante recurso pesqueiro da
costa norte do Brasil.
250

399
SANTA BRÍGIDA, Erikson Luiz. Variabilidade genética dos peixes serra
(Scomberromorusbrasiliensis) e cavala (Scomberomorus cavalla) (Scombridae, Perciformesi) da costa
brasileira através da alça do genoma mitocondrial. 2007. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança, Universidade Federal do Pará,
Bragança-PA, 2007.
Orientador: Marcelo Vallinoto

RESUMO: A família Scombridae compreende peixes epipelágicos bem adaptados a longas migrações e que são
importantes para a pesca comercial e recreativa em todo o mundo. Duas espécies desta família têm muita
importância para as capturas comerciais, o serra (Scomberomorus brasiliensis) e a cavala (S. cavalla), que ocorrem
em simpatria ao longo de suas áreas de ocorrência no Brasil. Há algumas evidências de sobre-exploração
destas espécies em algumas áreas, mas não há estudos genéticos para avaliar a variabilidade genética delas na
presente área. Portanto, o objetivo foi avaliar a variabilidade genética de indivíduos da costa brasileira usando
a região da Alça-D do DNA mitocondrial. De acordo com os resultados, há somente uma população
pamítica de S. brasiliensis, que possui altos níveis de diversidade haplotípica e nucleotidíca e que está em
processo de expansão demográfica populacional. Em relação a S. cavalla, não foi observada estruturação
geográfica e não houve evidência de expansão. Os níveis de diversidade haplotípica e nucleotídica
encontrados foram moderados e baixos, respectivamente. Os resultados apontam para duas diferentes
conclusões, de que apesar da alta variabilidade de S. brasiliensis, a sobre-exploração pode estar afetando esses
estoques, pois os altos níveis de variabilidade natural mascaram os efeitos da sobre-exploração e inicialmente
isso não é detectável até que seja severo e geralmente irreversível; e os moderados níveis de variabilidade de S.
cavalla poderiam ser conseqüência de tal sobre-exploração. Os resultados poderiam ser usados em futuros
estudos de manejo, contudo, é necessário comparar com estudos em outras populações e associar este estudo
com o uso de outras ferramentas moleculares, tais como os microssatélites, para confirmar os resultados.

400
SIMITH, Darlan de Jesus de Brito. Indução do assentamento e metamorfose da megalopa do
caranguejo-uçá, Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) (Decapoda: Ocypodidae). 2007. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Biologia Ambiental, Campus Universitário de Bragança,
Universidade Federal do Pará, Bragança-PA, 2007.
Orientador: Fernando Araújo Abrunhosa

RESUMO: Megalopas de várias espécies de caranguejos decápodos são capazes de retardar o assentamento e
a metamorfose na ausência de estímulos físico-químicos característicos do habitat parental. No presente
estudo, substâncias químicas liberadas por caranguejos adultos conspecíficos e interespecíficos (Goniopsis
cruentata, Uca spp. e Callinectes danae), diversos tipos de substratos (lamoso, arenoso e pedaços de Rhizophora
mangle em decomposição) e ainda a água estuarina foram experimentalmente avaliados como estímulos em
potencial para indução destes fenômenos nas megalopas do caranguejo-uçá, Ucides cordatus. Os estímulos
químicos de U. cordatus induziram a metamorfose das megalopas com elevadas e significativas taxas de muda
para o estágio de caranguejo juvenil (entre 89 e 100 %) e reduziram a duração média da fase de megalopa
(entre 13,10 ± 0,37 e 20,72 ± 0,67 dias), a qual foi ligeiramente mais curta na presença de ambos os estímulos
dos machos e das fêmeas (11,63 ± 0,40 dias) do que somente na presença dos estímulos dos machos (12,00 ±
0,34 dias) ou das fêmeas (12,29 ± 0,29 dias) individualmente no cultivo. De todos os caranguejos
interespecíficos, somente G. cruentata e Uca spp. (exceto U. maracoani) estimularam a muda das megalopas de
U. cordatus (20 e 10 % de muda, respectivamente). No entanto, os estímulos de G. cruentata retardaram a
metamorfose (por 30,30 ± 1,48 dias), ao contrário dos estímulos de Uca spp. (23,80 ± 2,08 dias). A segunda
maior eficiência na indução da metamorfose foi proporcionada pela presença do substrato lamoso no cultivo
(entre 67 e 76 %). Entretanto, o substrato lamoso coletado nas margens de um canal estuarino, retardou a
metamorfose (entre 20,30 ± 1,19 a 21,17 ± 0,87 dias), ao contrário da presença do substrato lamoso oriundo
do interior das tocas de U. cordatus (16,08 ± 1,01 dias). No cultivo com a presença de ambos os estímulos
251

químicos dos conspecificos e do substrato lamoso das tocas, não houve um aumento significativo na taxa de
muda, porém a duração da fase de megalopa foi significativamente mais curta (12,80 ± 0,49 dias) do que na
presença individual do substrato lamoso das tocas. Os demais estímulos testados proporcionaram reduzidas
taxas de muda (< 20 %) e retardaram a metamorfose (entre 18,13 ± 1,93 e 21,50 ± 3,45 dias). Nos cultivos
com ausência dos estímulos (controle), as taxas de muda foram baixas (entre 2 e 26 %), havendo retardo da
metamorfose (entre 14,46 ± 0,57 dias e 39 dias) e a maioria das megalopas sofreram mortalidade após 44,35
± 2,78 e 68,51 ± 2,07 dias. Os resultados mostraram que a fase de megalopa é flexível e dependente de
estímulos físico-químicos para o sucesso do assentamento e metamorfose para juvenil. Os estímulos
poderiam auxiliar as megalopas durante o recrutamento, aumentando as chances de sobrevivência, além de
proporcionar um rápido desenvolvimento, reduzindo desta forma os riscos de predação no plâncton. Os
estímulos químicos de caranguejos adultos, particularmente dos conspecíficos, e possivelmente os biofilmes
microbianos presentes no substrato lamoso, poderiam indicar um habitat específico e favorável ao
assentamento, dentro dos manguezais, além de induzir a metamorfose junto à população conspecífica. Assim,
os juvenis poderiam se desenvolver próximo ou no interior das tocas dos conspecíficos, onde possivelmente
as condições de alimento e refúgio são mais favoráveis. Estas indicações fornecem fortes evidências sobre a
ecologia dos juvenis de U. cordatus.
252
253
254
255

2004
401
DAHAN, Elias David. Verificação da associação da variabilidade genética da alfa-1-antitripsina e do
fator de necrose tumoral com a asma brônquica. 2004. 76 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-
Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos

RESUMO: A asma brônquica é uma desordem inflamatória crônica, complexa, na qual estão envolvidos
fatores genéticos e ambientais. A inflamação das vias aéreas na asma é regulada, predominantemente, por
células do sistema imunológico e por uma vasta rede de citocinas que interagem mutuamente e com as vias
aéreas. O exato desempenho funcional de cada citocina na fisiopatologia da asma ainda necessita ser
completamente estabelecido. A presente investigação teve como objetivo comparar a distribuição dos alelos S
e Z do gene da A1AT e do polimorfismo do gene do TNF-alfa (-308 G/A) em uma população de 110
asmáticos, divididos em dois níveis de severidade da asma (com 54 pacientes no nível da doença moderada
persistente e 56 pacientes no nível da doença severa persistente). Os genótipos da A1AT e do TNF-alfa (-308
G/A) foram determinados pela técnica de digestão enzimática (polimorfismo no comprimento dos
fragmentos de restrição). O polimorfismo no promotor do gene do fator de necrose tumoral TNF-alfa (-
308G/A), citocina pró-inflamatória que participa da reação inflamatória em pacientes com asma,
contribuindo para a hiperreatividade brônquica, não foi na presente investigação, associado com a doença ou
com o aumento da hiperreatividade brônquica, nos níveis de severidade sintomática mais graves da doença.

402
LAURENTINO, Rogério Valois. Epidemiologia molecular do vírus linfotrópico de células T humanas
tipo I e tipo II (HTLV-I e HTLV-II) co-infectando pacientes portadores do vírus da
imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1). 2004. 124 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-
Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientador: Antonio Carlos Rosário Vallinoto

RESUMO: No Brasil, as co-infecções HIV-1/HTLV-I/II são relativamente altas e estão associadas a fatores
de risco como a relação sexual com múltiplos parceiros e o uso de drogas intravenosas. O presente estudo
teve como objetivo avaliar, por meio de técnicas sorológicas e moleculares, a epidemiologia da co-infecção
pelo HTLV em pacientes soropositivos para o HIV-1 procedentes dos Estados do Pará e do Amapá. Foram
coletadas 169 amostras de sangue total de pacientes infectados pelo HIV-1, sendo 117 do Estado do Pará e
52 do Estado do Amapá, no período de novembro de 1998 a maio de 2002. Os soros foram testados para a
presença de anticorpos anti-HTLV-I/II, utilizando um método imunoenzimático (OethoDiagnostic Inc., USA).
Para a confirmação da infecção pelo HTLV e identificação do tipo e dos subtipos, as amostras sororreagentes
tiveram suas células mononucleadas do sangue periférico submetidas à extração de DNA. Uma Reação em
Cadeia da Polimerase em duas etapas (Nested PCR), foi utilizada para a ampliação de três regiões genômicas
do DNA próviral do HTLV (pX, env e 5'LTR). Os produtos amplificados foram submetidos à análise de
RFLP, usando-se as endonucleases TaqI, DraI, SacI, ApaI e XhoI. Das 169 amostras analisadas, apenas seis
(3,5 %) apresentaram sororeatividade para anti-HTLV-I/II no ELISA. Todas as amostras eram procedentes
do Estado do Pará, não sendo verificadas a infecção entre os pacientes do Estado do Amapá. As amostras
soropositivas foram submetidas à amplificação de um fragmento de 159pb do gene pX. A análise pela
endonuclease TaqI mostrou que quatro eram HTLV-II (66,7 %) e duas eram HTLV-I (33,3%). As quatro
amostras classificadas como HTLV-II foram submetidas à amplificação de uma região de 630pb do gene env
e, após a digestão com a endonuclease XhoI, verificou-se à presença de um perfil de RFLP característico dos
subtipos HTLV-IIa e HTLV-IIc. A análise filogenética a partir da seqüência nucleotídica da região 5'LTR
confirmou a ocorrência do subtipo IIc. As amostras positivas para HTLV-I tiveram amplificado e
seqüenciado um fragmento de 800pb da região 5'LTR que demonstrou um perfil de RFLP característico do
Grupo Cosmopolita, subtipo Transcontinental. Os resultados obtidos são reflexos da epidemiologia dos
256

retrovírus HIV-1 e HTLV em Belém e confirmam resultados prévios que demonstravam a maior prevalência
do HTLV-II em relação ao HTLV-I, fato esse que é distinto de outras áreas urbanas do Brasil.

403
MARTINS, Lívia Caricio. Caracterização taxonômica do Vírus minaçu (isolamento Be AR 548794) um
possível novo arbovírus. 2004. 85 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Biologia de
Agentes Infecciosos e Parasitários, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientador: Pedro Fernando da Costa Vasconcelos

RESUMO: Na Amazônia brasileira, já foram isolados 190 tipos diferentes de arbovírus, e 34 deles estão
associados à infecção humana. Portanto, é fundamental o desenvolvimento de estudos para caracterizar
novos isolamentos desses vírus. O objetivo desse trabalho foi realizar a caracterização taxonômica do Vírus
Minaçu (Be AR 548794), obtido de um lote de Oclherotatus scapularis capturados em Minaçu-GO, utilizando as
técnicas de: inóculo viral em cultivos de células VERO e clone C6/36, testes sorológicos (IH, FC e IFI), teste
de sensibilidade ao desoxicolato de sódio (DCA), técnicas de microscopia eletrônica de transmissão,
eletroforese do ARN viral (PAGE) e ensaio experimental em camundongos recém-nascidos infectados com o
Minaçu pela via intracerebral para análise histológica (HE) e imuno-histoquímica (IHQ). O vírus Minaçu se
replicou e produziu efeito citopático em células VERO, sendo positivo por IFI. As células C6/36 se
mostraram refratárias ao vírus mostrando resultados negativos por IFI. Por FC não foi observado
cruzamento sorológico do Minaçu com soros imunes dos arbovírus isolados no Brasil, observando reação
somente com o soro imune anti-Minaçu. As partículas do Minaçu destituídas de envelope viral apresentaram
tamanho médio de 75nm de diâmetro, as quais foram vistas apenas no citoplasma celular e não possuem
hemaglutinina para glóbulo de ganso. Por PAGE o ARN mostrou que o vírus Minaçu possui um genoma
com dez segmentos. Nos animais inoculados com o vírus Minaçu, alterações anátomo-patológicas (necrose e
apoptose) por HE foram observadas no cérebro, fígado, coração, baço e nos rins. A IHQ desses tecidos
usando o sistema de peroxidade mostrou presença de antígenos virais em todos os órgãos, porém com mais
intensidade no cérebro, fígado e coração. Com base nos resultados obtidos, o vírus Minaçu foi classificado na
família Reoviridae, gênero Orbivirus como um novo vírus para a ciência.

404
MEDEIROS, Daniele Barbosa de Almeida. Caracterização do vírus Rio Preto (Be AR 540870): um
possível novo arbovírus isolado de flebotomíneos (Díptera: Psychodidae) capturados no Amazonas. 2004. 97 f.
Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientador: Pedro Fernando da Costa Vasconcelos

RESUMO: O vírus Rio Preto (Be AR 540870) foi isolado a partir de flebotomíneos capturados no Município
de Rio Preto da Eva, Estado do Amazonas, Brasil, em 1995, sendo considerado um vírus não grupado/não
classificado. O objetivo deste trabalho foi classificar o vírus Rio Preto em um táxon viral, baseando-se nas
características físico-químicas e propriedades antigênicas, bem como descrever a morfogênese viral e as
alterações celulares associadas à infecção experimental. Camundongos recém-nascidos mostraram
suscetibilidade à infecção pelo vírus Rio Preto, apresentando sinais de doença a partir do 4º dia pós-
inoculação (p.i.). Células Vero e cultura primária de neurônios murino apresentaram efeito citopático, no 4º
dia p.i. e 2º dia p.i., respectivamente. A presença viral foi confirmada por imunofluorescência indireta e
Fixação de Complemento (FC). Testes de FC mostraram ausência de reação entre antígenos de cérebro do
vírus Rio Preto e soros hiperimunes de arbovírus e de outros vírus não-grupados/não-classificados. A reação
positiva restringiu-se ao seu soro homólogo. O teste de hemaglutinação utilizando eritrócitos de ganso
mostrou ausência de hemaglutinina. O vírus Rio Preto mostrou-se sensível ao desoxicolato de sódio,
sugerindo presença de envelope viral. A análise ultraestrutural de cérebro de camundongos infectados
mostrou partículas virais esféricas e envelopadas, com 80nm de diâmetro, apresentando o complexo de Golgi
como local da morfogênese viral. Estas partículas foram encontradas em células morfologicamente
semelhantes aos neurônios com alterações celulares como tumefação e morte celular. Os resultados sugerem
que o vírus Rio Preto trata-se de um novo possível arbovírus pertencente à família Bunyaviridae.
257
258
259

2005
405
CARVALHO, Leônidas Olegário de. Identificação de genes expressos no pedúnculo óptico do
caranguejo Ucides cordatus (decapoda, ocypodidae) e correlação fisiológica entre genes ortólogos.
2005. 108 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientador: Horácio Schneider

RESUMO: Mini-bibliotecas de cDNA foram construídas a partir de pedúnculos ópticos do caranguejo Ucides
cordatus para avaliar os genes expressos durante o período de ocorrência de muda no nordeste do Pará-Brasil.
Foram obtidos cinco animais adultos com tamanho acima de 6,5 cm de largura de carapaça. Depois de
dissecados os pedúnculos ópticos e selecionadas as amostras da retina, tecido muscular e trato protocerebral,
foram conservadas em RNAlater e extraído o RNA total com Trizol. O mRNA foi isolado com Oligotex e
purificado para produção dos perfis de ORESTES (Open Reading Frame ESTs) utilizando iniciadores
arbitrariamente selecionados. Depois de purificados os perfis, as bandas foram ligadas em plasmídeos
pGEM®-T da PROMEGA. Os vetores foram submetidos à transformação em bactérias por eletroporação e
seqüenciados em aparelho MegaBace 1000. As seqüências foram submetidas ao Sistema Genérico de
Anotações de ESTs e ao BLASTn contra o GenBank. Seqüências de baixa qualidade ou contaminantes foram
descartadas da análise. Foram identificadas 198 ORESTES de genes não descritos (genes novos), 122
ORESTES de peptídeos e 242 de nucleotídeos não redundantes ortólogas a diversos organismos. Destes
transcritos foram avaliadas as correlações fisiológicas do neuropeptídeo precursor do hormônio dispersor de
pigmentos, das opsinas retinianas (BCRH1 e BCRH2), dos peptídeos estruturais (actina I, actina alfa, cadeia
tubulínica alfa II e alfa tubulina II) e dos agentes de defesa orgânica (peptídeo antimicrobiano pulsátil,
calreticulina, prosaposin e citocromo P450). Este trabalho propiciou uma amostragem adequada do
transcriptoma das estruturas do pedúnculo óptico durante um período determinado do ciclo de vida do
animal, e a correlação da expressão dos peptídeos identificados em busca dos controles morfológico-
funcionais do caranguejo Ucides cordatus.

406
FRAGA, Elmary da Costa. Filogenia molecular de mugilídeos e análise populacional em mugil (M.
cephalus, M. Lisa e M. platanus). 2005. 120 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-graduação em
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio

RESUMO: Inferências filogenéticas baseadas apenas em caracteres morfológicos não têm possibilitado
esboçar com clareza as relações taxonômicas em alguns grupos de peixes, principalmente entre os mugilídeos,
devido sua morfologia ser extremamente conservada, sendo necessário o uso de informações adicionais de
seqüências de DNA. A família Mugilidae (Mugiliformes), mundialmente distribuída e contendo 14 gêneros e
64 espécies, está representada na costa Atlântica da América do Sul por somente um gênero, Mugil, com cerca
de sete espécies. Como se trata de um grupo de peixes muito explorado para consumo e considerando
algumas discordâncias importantes na lista de espécies da costa brasileira, o presente trabalho gerou uma
filogenia molecular para as espécies mais freqüentes do gênero Mugil, e avaliou também o grau de
estruturação genética de M. liza, M. platanus e M. cephalus, cuja taxonomia é questionada nas diferentes
classificações. A filogenia com dados de rRNA 16S e Citocromo b sugere a monofilia de Mugil e revela três
grupos de espécies para costa brasileira: grupo I com M. hospes e Mugil sp.; grupo II com M. incilis e M. curema e
o grupo III com M. liza e M. platanus. Os resultados com marcadores moleculares contribuem para melhor
identificar as espécies de mugilídeos do Atlântico ocidental, e podem servir de subsídios para aprimorar
chaves de classificação e tomadas de decisões sobre estratégias de manejo e conservação dos estoques nativos
e aqueles explorados para piscicultura.
260

407
MARTINS, Luisa Caricio. Infecção pelo Helicobacter pylori: diagnóstico de cepas virulentas e interações
genéticas com o hospedeiro. 2005. 131 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-graduação em Genética e
Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos

RESUMO: Aproximadamente 20% dos indivíduos infectados pelo H. pylori desenvolvem doenças
clinicamente significantes, tais como, úlceras pépticas e adenocarcinoma gástrico. E não se conhecem quais os
fatores bacterianos do hospedeiro e do ambiente que são determinantes críticos à predisposição dessas
diferentes manifestações clínicas da infecção pelo H. pylori. Nesse estudo, investigamos se o polimorfismo da
região promotora do gene IL-1B (-511 e -31) e do IL-1RN e o polimorfismo dos alelos vagA e do gene cagA
do H. pylori podem influenciar na clínica da infecção pelo H. pylori e se estão associados com as características
histopatológicas. Um número total de 197 pacientes com doenças gastrintestinais e 103 voluntários saudáveis
foram estudados. O polimorfismo do IL-1B (-511 3 -31) foi genotipado pela reação em cadeia da polimerase
associada a análise de polimorfismo de tamanho de fragmentos de restrição enzimática (PCR-RFLP), o
número variável do "tanden repeat" do gene IL-1RN, a genotipagem dos alelos vagA, o gene cagA das cepas
bacterianas. As biópsias gástricas foram avaliadas histologicamente. Encontramos uma associação significante
entre as cepas s1/m1/cagA positivas e o desenvolvimento de patologias graves, assim como com os elevados
graus de inflamação crônica, infiltrado neutrofílico e a presença de metaplasia na mucosa gástrica. Portadores
simultâneos dos alelos IL-1B - 511C, IL-1B - 31T e IL-1RN2 demonstraram uma aumento no risco de
desenvolver câncer gástrico, com odds ratio de 7.3. Contudo, não observamos associação entre os genétipos Il-
1B e IL-1RN e a infecção pelo H.pylori. Nossos resultados demonstraram qual a produção da IL-1B e a
infecção pelo H. pylori, quando associadas podem exacerbar o dano a mucosa e aumentar o risco de eventual
neoplasia.

408
RAMOS, Alessandra de Rezende. Aspectos celulares e moleculares do processo infeccioso Crinipellis
perniciosa no cacaueiro. 2005. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientador: Júlio César Pieczarka

RESUMO: O cacau (Theobroma cacao) é uma espécie que teve seu cultivo iniciado pelos Maias por volta de 600
a.C. Atualmente, é plantado em cerca de 5 milhões de hectares em áreas de terras tropicais com uma
produção anual de 3,194 milhões de toneladas. Os principais problemas na produção se devem,
principalmente, a doenças fúngicas. Destas, a vassoura-de-bruxa é a responsável por grandes perdas na
cacauicultura brasileira. Esta enfermidade é causada por um fungo basidiomiceto, Crinipellis perniciosa, de difícil
controle, sendo as medidas tomadas para seu combate baseadas, principalmente, em medidas fitossanitárias,
na busca por clones resistentes e na aplicação de fungicidas cúpricos. Medidas que são caras, laboriosas ou
prejudiciais ao meio ambiente. Nos últimos cinco anos, houve a intensificação das pesquisas para que a
biologia do fungo fosse desvendada, assim como seu modo de interagir nos tecidos do hospedeiro. Para isso,
as modernas ferramentas da biologia molecular estão sendo usadas. Neste sentido, o presente trabalho
apresenta quatro tipos de abordagens para contribuir ao conhecimento dos aspectos celulares e moleculares
da interação cacau x C. perniciosa. Primeiramente, análises protéicas em géis bidimensionais de calli de cacau
identificaram padrões diferenciais de expressão após a exposição ao fungo. Em particular, foi observada uma
dinâmica no que diz respeito à síntese e degradação de várias proteínas durante exposição ao fungo. A
segunda abordagem consistiu no acompanhamento do processo infeccioso em calli de cacau, de uma
variedade resistente e outra suscetível, utilizando microscopia eletrônica de varredura. Os resultados
demonstraram que em calli da variedade suscetível há uma colonização mais agressiva do micélio de C.
perniciosa que nas variedades resistentes. O isolamento de um gene que codifica uma proteína antimicrobiana
compôs a terceira abordagem deste trabalho. Dessa maneira, o gene Osm1 de cacau foi identificado e
caracterizado, codificando uma proteína PR (relacionada a Patogênese) da família 5 do tipo osmotina.
261

Proteínas desta família possuem atividades antifúngicas, além de estarem envolvidas nas respostas de
resistências a estresses osmóticos e climáticos. Por último, houve a busca por compostos naturais com
atividade antifúngica, como alternativa mais econômica para o controle de C. perniciosa. Neste sentido, foram
iniciados os experimentos com componentes de nim (Azadirachta indica), que demonstram inibir a germinação
e o crescimento de micélio de C. Perniciosa. Acredita-se que as informações geradas neste trabalho, somadas ao
que já é conhecimento sobre cacau e C. perniciosa, ajudarão no esclarecimento desse patossistema.

409
SANTOS, Marcelo Soares dos. Análise de populações naturais de Eudocimus ruber (Ciconiformes
Threskionithitae) através de marcadores microssatélites: implicações para a conservação da espécie.
2005. 227 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider

RESUMO: Eudocimus ruber, conhecida no Brasil comumente como “Guará” é uma espécie típica de regiões de
mangue e anteriormente apresentava distribuição por grande parte do litoral brasileiro. Contudo, devido,
provavelmente, à ação antrópica sobre seu hábitat, esta espécie apresentou um intenso declínio populacional,
ficando restrita à apenas algumas colônias localizadas na costa dos estados do Maranhão, Pará, Amapá e a
uma pequena população registrada na cidade de Cubatão/SP a cerca de vinte anos. Neste trabalho analisamos
os aspectos genéticos de cinco de populações remanescentes de E. ruber com a utilização de marcadores
microssatélites obtidos através da construção de uma biblioteca genômica enriquecida e com marcadores
heterólogos obtidos a partir de outra espécie da família Threskiornithidae, além de uma análise preliminar
realizada com marcadores AP-PCR. Os níveis da variabilidade genética observada variaram de baixo
(microssatélites) a moderado (marcadores AP-PCR) e podem estar associados a eventos ancestrais do tipo
“gargalo de garrafa” e flutuações demográficas significativas, com a similaridade entre as populações podendo
estar associada então a expansões populacionais posteriores. As populações analisadas também apresentaram
um nível de estruturação próximo ao apresentado por populações com baixo fluxo gênico entre si, aspecto
que pode estar associado a um grau de fidelidade de sítio maior do que geralmente é relacionado a esta
espécie. A falta de monitoramento e de informações básicas atualizadas sobre as populações impede que
correlações entre os aspectos genéticos, as relações interpopulacionais e a viabilidade destas populações sejam
estabelecidas. As populações analisadas apresentam características importantes que possibilitam seu
enquadramento como diferentes Unidades de Manejo, entretanto, um número maior de estudos incluindo
aspectos ecológicos é necessário para a determinação do real status de conservação desta espécie. A
classificação de E. ruber como espécie não ameaçada na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção deve
ser revisada, principalmente devido ao aparente declínio populacional e à falta de informações, podendo esta
espécie ser provisoriamente enquadrada como Espécie Deficiente em Dados. As populações de Eudocimus
ruber podem estar sujeitas a diferentes pressões ecológicas cuja manutenção pode culminar com o
desaparecimento das colônias remanescentes. A identificação dos vetores de ameaça é imprescindível para o
estabelecimento de estratégias conservacionistas que visem a manutenção desta espécie, cujo desaparecimento
se constituiria em uma perda inestimável não só para a avifauna, mas também para a biodiversidade brasileira
como um todo.

410
VIANA, Maria das Neves Silva. Ecologia molecular de quelônios do gênero Podocnemis (Pleurodira:
Pelomedusidae) da Amazônia Brasileira. 2005. 157 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio

RESUMO: Os quelônios são encontrados em locais diversos como lagos, rios, mares e pântanos, desertos e
florestas. Na Amazônia, muitas espécies, principalmente as maiores, são capturadas pelas populações locais
para consumo da carne e dos ovos, e também para comercialização no mercado negro, conseqüentemente,
algumas delas são consideradas pelo CITES como vulneráveis a dependentes de conservação. O gênero
262

Podocnemis compreende seis espécies das quais quatro podem ser facilmente encontradas na Amazônia
brasileira. Podocnemis expansa (tartaruga da Amazônia) e P. unifilis (tracajá), com maior tamanho, são as espécies
mais consumidas nos estados do Pará e Amazonas. Após a permissão para a criação em cativeiro, através da
portaria 142/92 do IBAMA, estas espécies vêm sendo exploradas comercialmente, entretanto pouco se
conhece sobre a estrutura populacional. Podocnemis sextuberculata, conhecida popularmente como iaçá, pitiú e
cambéua, largamente distribuída na bacia amazônica no Brasil, Colômbia, Peru e Equador é bastante
consumida nos locais onde já não existem as de maior tamanho. Podocnemis erythrocephala (irapuca), considerada
a menor espécie do gênero, é encontrada em rios de água preta e clara e seus afluentes, habitando
preferencialmente pequenos lagos de águas transparentes. No presente trabalho foram seqüenciadas regiões
do DNAmt de quatro espécies do gênero Podocnemis, coletadas em bacias hidrográficas dos Estados do Pará e
Amazonas: a Região Controle e fragmentos dos genes ND1 e 16S, também foi estudada a transferência de
iniciadores de microssatélites desenhados para P.expansa para outras três espécies do gênero. Para as
seqüências da região controle destas espécies, os resultados da AMOVA evidenciaram, com poucas exceções,
ausência de diferenciação genética nas comparações entre populações analisadas para as espécies. Tais
exceções envolveram a presença de barreiras geográficas como corredeiras (rio Jaú) entre as populações de P.
erythrocephala, e as características particulares de um rio (rio Jarauacá) entre as populações de P. unifilis, as
demais podem ser consideradas como populações panmíticas. Os resultados dos testes de transferibilidade de
primers, realizados com nove marcadores desenvolvidos para P. expansa, evidenciaram que oito marcadores
amplificam as outras espécies de Podocnemis e quatro são potencialmente úteis quanto à possibilidades de
serem utilizados para avaliar a variabilidade genética entre as populações. As análises filogenéticas utilizando a
região controle do DNAmt e fragmentos dos genes ND1 e 16S, tanto com dados individuais confirmaram a
monofilia do gênero Podocnemis em relação aos grupos externos, que foram representados pelos gêneros
Peltocephalus e Pelomedusa e Dipsochelys. De acordo com as árvores obtidas nas análises filogenéticas as espécies
P. sextuberculata e P. erythrocephala foram agrupadas como espécies irmãs em quase todas as análises seguidas
por P. unifilis e P. expansa. Quando comparamos estes resultados com as características apresentadas pelos
blocos de repetição e microssatélites encontrados dentro da região controle das espécies deste gênero,
evidenciamos conflitos com relação à posição de cada espécie. Se considerarmos os blocos de repetição e os
microssatélites encontrados na região controle do DNAmt o dado irmão formado por estas duas espécies são
os extremos opostos em relação a esta característica sendo a P. erythrocephala a mais simples, apresentando
apenas um bloco de repetição, e a P. sextuberculata a mais complexa de todas com cinco a oito blocos de
repetição e microssatélites com unidades TA muito longas variando entre 11 e 14 repetições. Estes resultados
podem indicar que a evolução dos microssatélites dentro da região controle não está relacionada com a
evolução dos genes mitocondriais estudados. Esperamos que os resultados apresentados aqui possam
contribuir para o conhecimento da estrutura populacional, comportamento reprodutivo e relações
filogenéticas entre as espécies do gênero Podocnemis.

2006
411
ASSUMPÇÃO, Paulo Pimentel. Análise citogenética molecular de adenocarcinomas gástricos. 2006.
104 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Rommel Mario Rodríguez Burbano

RESUMO: Os carcinomas são caracterizados por alterações citogenéticas complexas e grande mistura gênica,
decorrentes da Instabilidade Cromossômica. O adenocarcinoma gástrico é um dos tumores mais freqüentes
no mundo, apresentando ainda elevada mortalidade. Os eventos genéticos da carcinogênese gástrica ainda
não estão inteiramente definidos. Estudos citogenéticos apresentaram historicamente grandes limitações em
função da dificuldade de obtenção de metáfases de boa qualidade. As técnicas de citogenética molecular
permitiram, recentemente, significativo incremento do conhecimento das alterações cromossômicas destes
tumores. Dentre as alterações cromossômicas mais freqüentes destaca-se a ocorrência de trissomia do
263

cromossoma 8. Objetivando identificar aberrações numéricas no cromossoma 8 em adeocarcinomas


gástricos, 16 amostras de tumores primários foram estudadas por FISH interfásico com sonda centromérica e
a trissomia deste cromossoma foi observada em todas as amostras estudadas, confirmando resultados prévios
de citogenética clássica. A trissomia do cromossoma 8 foi também encontrada por citogenética clássica e por
FISH interfásico na linhagem ACPO 1 de adenocarcinoma gástrico estabelecida a partir de um tumor
primário, por nosso grupo de pesquisa. Adicionalmente foram estudados 21 adenocarcinomas gástricos
primários por Hibridação Genômica Comparativa (CGH), no intuito de identificar ganhos ou perdas
cromossômicas ao longo do genoma e sua relação com dados clínicos e histológicos. Ganhos no cromossoma
8 foram uma vez mais confirmados e o achado mais significativo foi a presença de ganhos na região 8q24,
onde está localizado o gene C-MYC, em todos os casos de adenocarcinomas do tipo intestinal de Lauren com
metástases. O aumento do número de cópias deste gene em tumores do tipo intestinal avançados foi também
evidenciado pela técnica de FISH com sonda para este gene, fortalecendo a hipótese de amplificações de C-
MYC estarem relacionadas à maior agressividade e presença de metástases em adenocarcinomas gástricos do
tipo intestinal. Evidenciaram-se ainda diferentes alterações entre os tipos intestinal e difuso de Lauren,
sugerindo a existência de vias genéticas distintas nestes tumores.

412
FIGUEIREDO, Wilséa Maria Batista de. Estimativas de tempo de divergência em platirrinos e
filogenia molecular e fitogeografia dos uacaris, parauacus e cuxius. 2006. 100 f. Tese (Doutorado) -
Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Horácio Schneider

RESUMO: Os estudos disponíveis na literatura que tratam do cálculo das datas de divergências entre
platirrinos usam abordagens metodológicas que não consideram a variação nas taxas de evolução molecular e
usam procedimentos de calibração que, atualmente, são questionadas. Neste trabalho, seqüências de DNA de
cinco genes nucleares não ligados foram utilizadas, com métodos bayesianos, para o estudo dos tempos de
separação entre as principais linhagens de platirrinos. A calibração do relógio molecular foi feita com
múltiplos pontos baseados no registro fóssil dos platirrinos. Os valores obtidos para as datas de divergência
sugerem tempos mais antigos para as separações intergenéricas do que calculado em estudos anteriores, com
o evento que originou a atual diversidade dos platirrinos calculada em 30 milhões de anos. A exploração dos
dados aponta que as diferenças entre os diferentes trabalhos se deve aos procedimentos de calibração e à
variações na taxa de evolução. Dentre os platirrinos, os Pitheciini (gêneros Pithecia, Chiropotes e Cacajao) formam
um grupo monofilético consensualmente estabelecido com base em critérios morfológicos, ecológicos e
moleculares. A fitogeografia desses três gêneros foi avaliada com base nas seqüências completas do gene
mitocondrial codificador do Citocromo b. Árvores filogenéticas foram construídas com métodos de Máxima
Parcimônia, Máxima Verossimilhança e de Análises Bayesianas. Quando a amostragem era adequada para
análises populacionais, empregou-se a Análise Filogeografica de dados Agrupados para o estudo de processos
histórico-demográficos que moldaram a estrutura genética atual nas espécies estudadas. Cálculos de tempo de
divergência foram feitos usando metodologia bayesiana, com pontos de calibração baseados nos intervalos de
confiança obtidos na análise citada acima. Os resultados são, em parte, concordantes com a taxonomia
vigente, baseada em dados morfológicos. Alguns táxons de Pithecia e Cacajao, definidos pela coloração da
pelagem, apresentam pouca diferenciação molecular. Por outro lado, em Cacajão e Chiropotes, linhagens
independentes não reconhecidas pela taxonomia foram encontradas. Os táxons analisados trazem uma
historia evolutiva dinâmica, influenciada por diferentes fatores em diferentes períodos geológicos.

413
LIMA, Karla Valéria Batista. Epidemiologia molecular da tuberculose resistente à rifampicina. 2006.
101f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider
264

RESUMO: O controle da tuberculose no Brasil tem sido dificultado por inúmeros fatores de caráter
socioambientais e tecnológicos. Este trabalho tem como objetivo investigar epidemiologicamente a
tuberculose, genotipar as cepas de Mycobacterium tuberculosis e avaliar a utilização do “rifoligotyping” como técnica
aplicada ao monitoramento da resistência aos tubérculos táticos. Foram investigadas 108 cepas resistentes a
rifampicina, obtidas de pacientes com tuberculose pulmonar, diagnosticados no período de 1998 a 2003, no
estado do Pará. A amostragem representou 43,7% (108/247) da população de cepas resistentes identificadas
nesse período. Toda a população de bacilos investigados foi reidentificada por PCR-multiplex e confirmada
como M. tuberculosis. As freqüências de falência e abandono de tratamento para tuberculose foram de 32,4%
(35/108) e 22,2% (24/108), respectivamente. Entre os casos com alta por cura 13,8% (15/108) recidivaram.
Ao avaliar os sintomas da tuberculose no momento do diagnóstico 72,2% (78/108) dos casos foram
caracterizados como crônico-evolutivos. A genotipagem das 108 cepas de M. tuberculosis resistentes a
rifampicina por meio de RFLP-IS6110 evidenciou 33,3% (36/108) de agrupamentos, destes 44,4% (16/36)
foram confirmados por MIRU. Vinte cepas apresentaram menos de seis seqüências do IS6110 com
agrupamento em 95,0% (19/20) destas por RFLP-IS6110. Surpreendentemente, a diversidade genotípica
determinada para o MIRU foi maior para as cepas com mais de 6 cópias do IS6110. Seis cepas apresentaram
monorresistência à rifampicina, as demais apresentaram resistência associada a outras drogas. O ensaio
“rifoligotyping” foi realizado para 70 cepas, permitindo a detecção de 88,6% (62/70) das cepas resistentes. Uma
amostra de 12 cepas submetidas a “rifoligotyping” foi seqüenciada para controle de qualidade do ensaio,
observando 100% (12/12) de concordância com a análise por seqüênciamento do fragmento mais variável do
gene rpoB. As freqüências de mutações nos códons 531, 526 e 516 foram de 54,3%, 18,6%, 5,7%,
respectivamente. Os dados de resistência primária, da epidemiologia descritiva e da genotipagem sugerem
elevada transmissão da tuberculose resistente no Pará. A técnica “rifoligotyping” apresentou-se promissora, com
elevada sensibilidade, podendo ser aplicada como ensaio preliminar para monitoramento da resistência em
amostragem representativa da população notificada como caso novo de tuberculose. Os resultados sugerem
um alerta aos programas de controle da tuberculose reforçando a necessidade de novo inquérito nacional,
incluindo avaliação da resistência por “rifoligotyping” e genotipagem da população de Mycobacterium tuberculosis.

414
NORONHA, Renata Coelho Rodrigues. Comportamento meiótico e evolução dos cromossomos
sexuais na família Phyllostomidae (Chiroptera): análise por hibridação in situ com fluorocromos. 2006.
211 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Júlio César Pieczarka

RESUMO: Foram feitas análises citogenéticas, clássica e molecular, em células mitóticas e meióticas em treze
espécies de quirópteros pertencentes a cinco subfamílias de Phyllostomidae (Chiroptera), com sistemas de
determinação sexual cromossômica dos tipos simples, múltiplo e composto. Os resultados revelaram que as
espécies com sistema simples XX/XY, compartilham 22 homeologia entre os cromossomos sexuais X e Y.
Nas células mitóticas e meióticas, os principais rearranjos responsáveis pela variação do sistema sexual
simples da família Phyllostomidae são as translocações do tipo autossomo-Xq e subseqüente autossomo-Yp,
que originaram os sistemas de determinação sexual cromossômica dos tipos múltiplos XX/XY1Y2 e
composto neo-XX/XY. Através de FISH multicor em células meióticas pode-se observar a independência de
comportamentos entre segmentos XpY1 originais e XqY2 e XY originais e neo-XY, observada nos
cromossomos sexuais das espécies de Carolliinae e de Stenodermatinae, com sistemas múltiplo e composto,
respectivamente. Este comportamento provavelmente é devido ao bloco heterocromomático (Artibeus e
Uroderma) e a região organizadora de nucléolo (Carollia) que bloqueiam o efeito de difusão de inativação
para a região autossomal do X. As seqüências teloméricas intersticiais (ITS) encontradas em células mitóticas
e meióticas de C. perspicillata, C. brevicauda e Uroderma bilobatum coincidem com regiões de BC positivas, sendo
que em U. bilobatum a ITS encontrada no X representa a região de fusão A-X que levou ao sistema múltiplo
neste animal. A partir dos dados inéditos de FISH multicor, pode-se comparar o comportamento meiótico
dos cromossomos sexuais nos três sistemas sexuais, analisar variações na condensação dos eixos diferenciais
de X e Y originais e autossomos-sexuais e, descrever o pareamento entre segmentos originais X-Y (região
pseudoautossomal) e A-X, sugerindo atividade gênica nessas regiões durante a meiose. O cromossomo 15 de
265

Phyllostomus hastatus rearranjado nos Xq de Artibeus cinereus e de Uroderma magnirostrum, representa uma
sinapomorfia que provavelmente mantém-se conservada em todas as espécies da subfamília Stenodermatinae.

415
RIBEIRO, Nelson Antonio Bailão. Analises cromossômicas e filogenia em roedores do gênero
Proechimys (Echimiyidae – Rodentia). 2006. 100 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Cleusa Yoshiko Nagamachi

RESUMO: As espécies do gênero Proechimys são amplamente distribuídas nas regiões tropicais e subtropicais
do Novo Mundo. Apresentam uma classificação sistemática polêmica, devido a pouca diferenciação
morfológica e grande variabilidade cariotípica. Graças a essas características são poucos os estudos
filogenéticos no gênero. Objetivando contribuir para o esclarecimento da evolução de Proechimys, oito espécies
tiveram seus cariótipos comparados, sendo cinco deste trabalho, Proechimys steerei, P. cuvieri, P. roberti, P. simonsi
e P. sp. 9, cujas espécies foram capturadas em três Estados (Acre, Amazonas e Pará) da Amazônia brasileira, e
quatro de trabalhos já publicados, P. longicaudatus, P. sp.1, P. sp.2, e P. sp.7. Para a caracterização citogenética
das espécies, usou-se dados de coloração convencional, bandeamentos G e C, e marcação de NORs. Para a
construção do cladograma foi utilizado o programa PAUP, usando o método da máxima parcimônia. As
espécies cariotipadas neste trabalho apresentaram as seguintes fórmulas cariotípicas: P. steerei (2n= 24, NF=
42), P. cuvieri (2n=28, NF= 48), P. roberti (2n= 30, NF= 54), P. simonsi (2n= 32, NF= 56) e P. sp. 9 (2n= 36,
NF= 58). A análise filogenética mostra uma única árvore mais parcimoniosa com a seguinte representação
(TAP + (PSP1 + (PSP9 + ((PRO + PSI) + (PSP7 + (PCU + (PLO + PSP2). As espécies demonstraram
diferenças cariotípicas inter e intra-específicas, por inversões pericêntricas e rearranjos Robertsonianos. Os
dados evolutivos obtidos indicam uma tendência à redução do número diplóide.

416
RODRIGUES, Luís Reginaldo Ribeiro. Estudos citogenéticos comparativos por bandeamento e
pintura cromossômica (zoo-fish) em Callicebus (Platyrrhini - Primates). 2006. 133 f. Tese
(Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Cleusa Yoshiko Nagamachi

RESUMO: O gênero Callicebus compreende 28 espécies classificadas em cinco grupos filéticos: donacophilus,
moloch, cupreus, torquatus e personatus. O grupo personatus é endêmico da mata atlântica, enquanto os demais
ocorrem principalmente em matas de terra firme na Amazônia. Estudos citogenéticos neste gênero
demonstraram uma extensa variação cariotípica, com números diplóides de 2n=16 em C. lugens (Grupo
torquatus) até 2n=50 em C. hoffmannsi, C. bernhardi e C. pallescens (Grupos moloch e donacophilus). Os cariótipos
com 2n=50 são considerados plesiomórficos e os principais rearranjos envolvidos na variação cariotípica do
grupo são do tipo fusão, fissão e inversão. Neste trabalho, foram descritos os cariótipos de C. cupreus, C.
dubius, C. nigrifrons, C. personatus e C. coimbrai. O cariótipo de C. personatus foi mapeado por pintura
cromossômica usando-se sondas de cromossomos humanos. Dados de bandeamento G e pintura
cromossômica foram utilizados em uma análise filogenética intra-genérica. C. nigrifrons apresentou 2n=42
cromossomos, enquanto C. personatus e C. coimbrai apresentaram cariótipos com 2n=44 sem distinção aparente
por bandas G, C e NOR. A diferença entre os números diplóides foi explicada por uma fusão/fissão cêntrica.
C. personatus apresentou 39 sinais de hibridização por lote haplóide autossômico. A fissão do segmento
HSA2a e as associações HSA20/13, 3c/8b, 1b/1c, 21/3a/15a/14 são derivadas para C. personatus. As
associações HSA15b/7b, 22/2a/22, 16b/.
266

417
VIEIRA, José Ricardo dos Santos. Identificação de alterações nucleotídicas no gene do LDLR para o
diagnóstico molecular de hipercolesterolemia familiar pelo método de SSCP por eletroforese capilar
fluorescente. 2006. 165 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: João Farias Guerreiro

RESUMO: Mais de 800 diferentes mutações foram identificadas no gene do receptor celular da lipoproteína
de baixa densidade (LDLR) que causam o aumento da concentração plasmática de colesterol que caracteriza a
hipercolesterolemia familiar (HF). Mutações no gene da apoliproteína B (APOB) e PCSK9 também podem
levar a desordens genéticas clinicamente similares a HF. Quando a presença de sintomas é detectada, a
doença arterial coronariana (DAC) está, freqüentemente, em estágio avançado, o que apóia o
desenvolvimento de métodos para o diagnóstico molecular precoce. Para estudar a importância da
identificação de mutações funcionais e polimorfismos no gene do LDLR para o diagnóstico molecular de HF,
foram investigadas por meio de análise de HD/SSCP em eletroforese capilar, todas as regiões codificadoras e
junções intron-éxons do gene do LDLR de 37 pacientes sul-africanos com um diagnóstico clínico de HF bem
estabelecido e 12 pacientes da Amazônia brasileira portadores de DAC com hipercolesterolemia
(>7mmol/L), mas sem diagnóstico clínico de HF. Seqüenciamento de DNA foi realizado nas amostras que
apresentaram diferentes padrões de CE-HD-SSCP. Para ampliar o estudo da relação entre SNPs com HF e
fatores de risco para DAC, foram determinadas as freqüências genotípicas de seis SNPs (IVS7 +10, A370T,
R450R, N570N, V633V e R723R) em 120 indivíduos brasileiros não portadores de DAC. Um estudo
adicional, para determinar a possível relação do SNP A370T com fatores de risco para DAC, foi realizado em
uma população de 2.659 indivíduos britânicos saudáveis pertencentes a um estudo prospectivo de cinco anos.
Um total de 46 alterações nucleotídicas foram identificadas, onde oito correspondiam a mutações funcionais
presentes somente em 16 pacientes sul-africanos, sendo cinco delas presentes no domínio ligante do gene do
LDLR (C146Y, D200G, D206E, Q233P e S285L), duas no domínio homólogo ao precursor do EGF (C356Y
e R385Q) e uma deleção de três pares de base na região promotora (-92 del CTC). Dentre as 38 mutações não
funcionais, 14 eram silenciosas (36,8%) e 24 estavam localizadas em zonas intrônicas sem correlação a sítios
regulatórios (63,2%). Todas as mutações funcionais já haviam sido previamente descritas e sete das mutações
não funcionais (18,4%) foram descritas pela primeira vez nesse trabalho. Não foi identificada mutação
funcional em nenhum paciente da Amazônia brasileira o que sugere que a hipercolesterolemia desse grupo
está relacionada a causas poligênicas ou a mutações funcionais em outros genes. O método CE-SSCP
demonstrou alta sensibilidade (97,8%) na triagem de alterações nucleotídicas no gene do LDLR, porém a
análise de CE-HD demonstrou-se ineficaz em detectar 71,1% das alterações nucleotídicas. Nenhum caso de
caso de falso positivo foi detectado, porém o método de CE-SSCP não foi capaz de identificar o SNP R723R
nem a maioria das variantes polimórficas em homozigose, o que comprova a possibilidade de resultados
falsos negativos para outras alterações nucleotídicas em homozigose não descritas neste trabalho. Em 33 das
46 alterações nucleotídicas (71,7%) pôde ser estabelecido um padrão gráfico de CE-HD/SSCP específico a
ela, contudo em fragmentos com mais de duas alterações nucleotídicas esta relação foi impossível. A análise
conjunta da relação dos seis SNPs e de 20 haplótipos identificados nos cromossomos da amostra composta
por pacientes e não pacientes portadores de HF e DAC não apresentou resultados significativos em relação à
ocorrência dessas doenças, à exceção do SNP A370T e do haplótipo 121111 que apresentaram um risco três e
cinco vezes aumentado para HF, respectivamente (também para DAC, no caso do haplótipo), quando
analisados isoladamente. Os resultados, entretanto podem estar sob viés da diferente composição étnica da
amostragem. O alto número de mutações silenciosas identificadas entre pacientes HF pode significar que haja
alguma relação com a patogenia da HF. Não foi comprovada nenhuma associação significante entre os
genótipos do SNP A370T e aumento de risco para DAC ou AVC nos indivíduos britânicos. Foi detectada
uma interação significante entre o alelo polimórfico do SNP A370T e valores diminuídos de IMC em relação
ao risco para DAC, porém sem identificação de mecanismo biológico plausível que justifique tal interação.
267

2007

418
COSTA, Maria Rosa Travassos da Rosa. Caracterização genética de eqüídeos da raça marajoara por
microssatélites. 2007. 93 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio

RESUMO: Caracteriza geneticamente a raça eqüina Marajoara que é uma das mais importantes da região
Amazônica, sendo originada no Brasil, mais especificamente na ilha de Marajó. Esta raça, bastante difundida e
utilizada nas fazendas da ilha, é mantida em conservação no Banco de Germoplasma Animal da Amazônia
Oriental — BAGAM, da Embrapa, sendo altamente adaptada às condições climáticas e ao relevo que
caracterizam essa região. Foram utilizadas amostras da raça Marajoara (54), Puruca (47), Mangalarga (30),
Puro Sangue Inglês coletado no Brasil (47), Árabe coletado no Brasil (25), Pantaneiro (63), Lusitano (93),
Árabe coletado na Espanha (48), Asturcon (39), Pura Raça Espanhola (60), Puro Sangue Inglês coletado na
Espanha (46), Losino (59), Mallorquina (30), Menorquina (69) e Potoka (27). Foram utilizados 22 iniciadores
(HTG4, AHT4, HMS7, ASB2, ASB17, HMS6, ASB23, HTG1O, HMS3, LEX33, T287, T294, T297, T301,
T312, T321, T325, T333, T341, T394, T343 e T344) amplificados pelo método de Reação em Cadeia da
Polimerase (PCR). Os produtos da PCR foram separados em gel desnaturante de poliacrilamida 6%. Foram
detectados 236 alelos, com média igual a 7,5 alelos/locus, variando entre 16 e 6 alelos. As médias de Conteúdo
de Informação Polimórfica (PIC) e as heterozigosidades observada (Ho) e esperada (He), conforme as raças
estudadas, foram respectivamente, 0,7610, 0,7873 e 0,7413. A estimativa da estatística F de Wright (1978)
mostrou que a variação entre as raças foi maior (Fst 8,1%) do que dentro delas (Fis 0,78%), demonstrando
que a diferenciação genética neste estudo foi maior entre as raças do que dentro de cada uma delas. Foram
observados poucos desvios em relação ao equilíbrio de Hardy — Weinberg. A menor distância genética
observada foi entre a raça Marajoara e a Puruca seguida da Mangalarga. Os resultados sugerem que a raça
Marajoara representa um grupo genético claramente distinto de outras raças excetuandose a Puruca que pode
ser utilizada como reservatório de genes para a mesma, com razoável variabilidade genética. Medidas de
conservação e manejo devem ser intensificadas nesse importante recurso genético brasileiro a fim de evitar a
sua descaracterização e perda de identidade genética.

419
NEGRÃO, Andréa Maria Góes. Identificação direta e indireta da Leptospira spp em bubalinos
(Bubalus bubalis) destinados ao abate, provenientes da Microrregião do Arari, Arquipelágo do
Marajó, Estado do Pará. 2007. 113 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e
Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientador: Otávio Mitio Ohashi

RESUMO: Foi comprovado a presença da Leptospira spp por meio de técnicas de demonstração direta e
indireta em bubalinos pertencentes a 10 rebanhos da microrregião do Arari, Arquipélago do Marajó, Estado
do Pará. Foram utilizados a Soroaglutinação Microscópica (SAM) e a Macroaglutinação Rápida (MAR) como
testes sorológicos, e o Isolamento em meio de cultura e a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), como
técnicas de demonstração direta do agente. Foi encontrado 53% de animais positivos pela SAM e os
sorovares mais prevalentes foram Butembo (49,05%), Hardjo (40,57%), Autumnalis (3,77%), Pomona e
Castelionis (1,87% cada) e Bratislava, Pyrogenes e Shermani (0,95% cada). Pela MAR, a prevalência
encontrada foi de 27,5% de positivos, sendo que 19,5% dos animais mostraram-se positivos aos dois testes.
Todos os rebanhos mostraram-se prevalentes aos dois testes, com variação de 30 a 75%, pela SAM e 15 a
50%, pela MAR. Pelo isolamento por meio de cultura, foi demonstrado a Leptospira spp. em 13 bubalinos.
Destes, em dez animais foi demonstrado o agente somente no rim, em dois animais foi demonstrado no rim e
na urina, e em um animal, somente na urina. Os sorovares reatores nos animais positivos ao isolamento renal
foram: Butembo (seis amostras), Hardjo (cinco amostras) e Autumnalis (1 amostra). Nas amostras urinárias,
268

somente o sorovar Hardjo foi reagente. A PCR não demonstrou a bactéria em nenhuma amostra renal e
urinária. Conclui-se que nos rebanhos bubalinos marajoaras estudados, a leptospirose está bastante difundida,
inclusive com a presença da Leptospira spp em amostras renais e/ou urinárias.

420
SILVA, Simoni Santos da. Filogeografia, estrutura genética populacional e taxonomia molecular de
Macrodon ancylodon (Perciformes, Sciaenidae) do Atlântico Sul Ocidental, utilizando dados do
DNA mitocondrial. 2007. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientador: Horácio Schneider

421
YOSHIOKA, France Keiko Nascimento. Caracterização imunofenotípica de células dendríticas
diferenciadas a partir de monócitos de indivíduos sintomáticos e assintomáticos para PET/MAH
infectados pelo HTLV-1. 2007. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientador: João Farias Guerreiro

RESUMO: O vírus linfotrópico de células T humanas do tipo 1 (HTLV-1) é um retrovírus humano, agente
causador da leucemia de células T do adulto e da paraparesia espástica tropical/mielopatia associada ao
HTLV-1 (PET/MAH). Recentemente, estão sendo investigados os efeitos causados pela infecção do vírus na
biologia das células dendríticas (CD). Estas são células apresentadoras de antígenos importantes no início da
resposta imune e no controle e/ou eliminação da infecção viral. O objetivo deste estudo foi gerar CD
imaturas e maduras diferenciadas a partir de monócitos a fim de caracterizá-las imunofenotipicamente e
detectar a expressão do mRNA do DC-SIGN (dendritic cell-specific intercellular adhesion molecule 3 grabbing
nonintegrin), também conhecido como CD209, em indivíduos assintomáticos e em pacientes sintomáticos para
PET/MAH infectados pelo HTLV-1. A metodologia utilizada para a realização da quantificação da expressão
do mRNA do DC-SIGN foi feita por PCR quantitativo em tempo real. As CD imaturas e maduras foram
geradas a partir de monócitos do sangue periférico e obtidas após o cultivo, por 5 dias, com 100 ng/mL GM-
CSF e 50 ng/mL lL-4 in vitro e as CD maduras foram obtidas após mais 48 h de cultivo com 20 ng/mL TNF-
α and 20 ng/mL PGE2. O fenótipo das CD imaturas e maduras foi determinado por citometria de fluxo.
Neste estudo a carga proviral foi 1,14 vez menor em indivíduos assintomáticos do que em pacientes
sintomáticos para PET/MAH. A expressão do marcador CD209 nas CD imaturas foi mais alta nos pacientes
sintomáticos e assintomáticos do que nas CD maduras dos indivíduos do grupo controle, apesar dessa
expressão não ter sido estatisticamente significativa. Além disso, nenhuma correlação foi encontrada entre o
mRNA do CD209 e a expressão imunofenótipica do CD209 na superfície das CD. A análise imunofenotípica
das CD mostrou um aumento significativo apenas da expressão do marcador CD86 (p=0,0042), nas CD
maduras dos indivíduos assintomáticos, após o estímulo de maturação, diferente das expressões dos
marcadores CD80 (p=0,0025), CD86 (p=0,0012), CD11c (p0,0062), observadas nas CD maduras dos
indivíduos do grupo controle. Nos paciente PET/MAH o estímulo de maturação não foi estatisticamente
significativo. De modo geral, apesar dessas diferenças encontradas, a expressão dos marcadores em ambos os
grupos (assintomáticos e sintomáticos) tiveram níveis mais baixos de expressão do que nos indivíduos do
grupo controle. Esses dados podem contribuir no entendimento da imunidade do hospedeiro contra o
HTLV-1, trazendo informações importantes sobre a patogênese desta infecção.
269
270
271

2003

422
LIMA, Patrícia Danielle Lima de. Avaliação in vitro da ação mutagênica da rotenona em linfócitos
humanos. 2003. 99 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Rommel Mario Rodríguez Burbano

RESUMO: A rotenona é um pesticida botânico de grande utilização, possuindo propriedades inseticidas,


acaricidas e pesticidas. Este pesticida é extraído de plantas da família das leguminosas, das espécies de Derris
spp e Lonchocarpus spp. A exposição à rotenona é sugerida como um possível fator de risco ao desenvolvimento
da Doença de Parkinson. O objetivo desta dissertação é investigar a ação mutagênica da rotenona avaliando o
efeito indutor de aberrações cromossômicas sob as diferentes fases do ciclo celular e a formação de cometas
em linfócitos humanos; o efeito citotóxico do pesticida também foi avaliado através do cálculo do Índice
Mitótico (IM). As concentrações de rotenona utilizadas foram de 1, 1,5 e 2 mg/ml. O substrato de análise foi
o sangue periférico de indivíduos hígidos. A análise do IM revelou que a rotenona é citotóxica em todas as
concentrações nas fases G1/S, S e G2 do ciclo celular. Na fase G1, a rotenona não apresentou citotoxicidade
na concentração de 1 mg/ml. Nesta mesma fase, foi demonstrada a presença de endoreduplicações e
poliploidias, nas concentrações de 1 e 1,5 mg/ml. Alterações cromossômicas foram encontradas nas fases
G1/S e S do ciclo celular, sendo encontradas mais quebras e gaps na fase S do que na fase G1/S do ciclo. No
Teste do Cometa, o experimento com sangue total revelou um aumento na freqüência de cometas nas
concentrações de 1,5 e 2 mg/ml. No mesmo teste, o experimento com linfócitos isolados, todas as
concentrações apresentaram genotoxicidade. Estes resultados demonstram efeito citotóxico e genotóxico do
pesticida na fase de replicação do DNA. A presença de endoreduplicações revela efeito da rotenona sobre o
aparelho mitótico indicando que a mesma apresenta ação antitumoral. Os níveis de genotoxicidade
encontrados no Teste do Cometa confirmam os achados citogenéticos encontrados neste trabalho.
Concluímos que a rotenona é genotóxica e citotóxica nas concentrações testadas. Outras abordagens serão
necessárias para se conhecer mais profundamente o modelo biológico da ação deste pesticida.

423
MARINHO, Anderson Nonato do Rosário. Mutações na região controle do DNA mitocondrial em uma
amostra de indivíduos jovens e idosos da população de Belém. 2003. 85 f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientadora: Ândrea Kely Campos Ribeiro dos Santos

RESUMO: O mtDNA corresponde ao material genético extranuclear, com formato circular e 16.569 pb. O
mtDNA é herdado de forma exclusivamente materna. A taxa de evolução (mutação) é elevada cerca de 10 a
17 vezes mais rápida que do DNA nuclear. Quando surge uma mutação no mtDNA, é criada uma população
mista de seqüências normais e mutantes, definido como heteroplasmia. Estudos demonstram que o acúmulo
de mutações somáticas no mtDNA contribui para o processo de envelhecimento com a observação de
mutações de pontos em idosos, não evidenciadas em jovens. Existem evidências ligando o processo de
envelhecimento com mutações mitocondriais e com a produção de radicais livres de oxigênio. Assim, neste
trabalho foi feito um estudo de identificação e comparação, das mutações somáticas da alça-D do mtDNA,
em uma amostra de mulheres idosas e de meia idade com seus descendentes diretos (filhos ou netos) da
população de Belém, modelo este de comparação jamais desenvolvido no estudo de mutações somáticas. Para
tanto, foi utilizado o seqüenciamento direto para identificar mutações somáticas e seqüências em
heteroplasmia e posterior clonagem dessas últimas para identificação dos pontos mutados. Os resultados
demonstraram que em 9,7% das amostras de seqüenciamento direto e 75% das amostras clonadas
apresentaram mutações somáticas, com as mutações somáticas sendo evidenciadas a partir da meia idade.
Demonstrando que o aparecimento das mutações somáticas está provocando distúrbios no funcionamento
272

das mitocôndrias e influenciando o processo de envelhecimento, podendo levar, até mesmo, ao aparecimento
de doenças neuro-degenerativas.

424
MENEZES, Elytânia Veiga. Análise da variabilidade genética em bovinos da raça simental utilizando
como ferramenta loci micro e minissatélites. 2003. 83 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2003.
Orientador: Artur Luiz da Costa da Silva

RESUMO: A raça Simental é uma das raças mais antigas do mundo. É originária da Suíça e foi introduzida no
Brasil em 1905. Apresenta grande importância econômica devido às características de dupla aptidão, por isso
é a raça campeã na venda de sêmen e muito importante para o cruzamento industrial. Com o objetivo de
avaliar a variabilidade genética de animais da raça Simental no Brasil e testar a utilização de marcadores
moleculares para o controle genealógico, foram utilizados os microssatélites INRA 063 e INRA 005 e os
minissatélites KBMS2 e BTGL. O isolamento de DNA de 160 animais da raça Simental foi realizado a partir
de leucócitos e a amplificação dos fragmentos foi realizada através da PCR. As análises estatísticas foram
realizadas nos Programas Genepop 3.1 e Popgene 32. As análises dos índices de polimorfismo na população
estudada indicou baixa diversidade genética, evidenciando elevado índice de endocruzamento, efeito do
fundador, gargalo de garrafa e efeito Wahlund na população avaliada. As estimativas de PIC (Conteúdo
Polimórfico Informativo) e PE (Poder de Exclusão) demonstraram que o conjunto de loci polimórfico aqui
utilizado precisa ser aumentado para gerar melhor eficiência no controle genealógico.

425
PALHA, Teresinha de Jesus Brabo de Ferreira. Análise da variabilidade do cromossomo Y na população
de Belém (PA). 2003. 136 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos

RESUMO: Segundo o último censo estatístico brasileiro, a população de Belém do Pará é formada por cerca
de 1.300.000 habitantes, a maioria deles autodenominados de mestiços. Historicamente, o processo de
miscigenação que formou a população de Belém foi muito complexo, incluindo a miscigenação preferencial
entre homens europeus e mulheres indígenas, nos primeiros 150 anos e, posteriormente, com mulheres
indígenas e/ou africanas. Polimorfismos de sistemas genéticos ligados ao cromossomo Y constituem uma
poderosa ferramenta para a investigação de eventos evolucionários e podem apresentar aplicações efetivas na
genética forense. Marcadores genéticos ligados ao cromossomo Y, como os microssatélites, demonstram um
elevado nível de diversidade genética, de forma que permitem um poder significante de discriminação entre
indivíduos. No presente trabalho foi investigada uma amostra de 200 indivíduos do sexo masculino da
população de Belém, em relação a nove sistemas de microssatélites e a dois sistemas bialélicos, todos eles
ligados ao cromossomo Y. Os dados obtidos foram utilizados para realizar estimativas de mistura interétnica
acumulada, de forma a permitir a quantificação do processo de cruzamento interétnico direcionado, que teria
ocorrido nas populações miscigenadas brasileiras, especialmente no Norte do país. Os dados foram
empregados, ainda, para testar se esses sistemas de microssatélites podem ser empregados nas análises de
vínculo genético entre indivíduos desta população. No conjunto de microssatélites investigados foram
identificados 84 alelos diferentes (média de 9.3 alelos por locus). A estimativa de diversidade genética global
corresponde a 99,99% e a estimativa de diversidade haplotípica, que corresponde ao Poder de Discriminação
e a Chance Média de Exclusão, do conjunto de sistemas é da ordem de 99,95%. De um modo geral, todas as
estimativas de variabilidade genética aqui realizadas podem ser consideradas como elevadas, o que nos
permite concluir que os nove sistemas Y-STR’s investigados podem ser utilizados com segurança em testes de
identificação de vínculo genético, na população de Belém. As estimativas de miscigenação, obtidas através de
Y-STR’s, demonstram a contribuição de 86,5% de linhagens masculinas européias, 7% de linhagens
ameríndias e 6,5% de africanas. As estimativas de mistura interétnica, utilizando os marcadores bialélicos
ligados ao cromossomo Y, demonstram a contribuição de 89% de linhagens masculinas européias, 8%
273

africanas e 3% ameríndias. Em ambos os casos, a contribuição de linhagens européias é muito elevada. Essas
estimativas estão de acordo com os registros históricos, que relatam a existência exagerada de acasalamentos
direcionados envolvendo homens europeus e mulheres africanas e ameríndias.

426
PINTO, Giovanny Rebouças. Caracterização citogenética de pacientes com sinais e sintomas de
síndromes mielodisplásicas do Estado do Pará 2003. 157 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2003.
Orientador: Rommel Mario Rodríguez Burbano

RESUMO: As Síndromes Mielodisplásicas (SMD) são doenças hematopoiéticas clonais comuns, que afetam
predominantemente idosos, caracterizadas por displasia medular, citopenia e freqüente evolução para
leucemia mielóide aguda. Em 1982, O Grupo Franco-Americano-Britânico (FAB) propôs uma classificação
para as SMD baseada em características morfológicas no sangue periférico e medula óssea. Pouco tempo
depois, a análise citogenética provou ser uma ferramenta no refinamento do prognóstico pelo uso do Sistema
de Escore Prognóstico Internacional (IPSS), assim como na evidência de clonalidade dessas doenças. Por esa
razão, um grupo da Organização Mundial de Saúde (OMS) recentemente propôs uma nova classificação para
as SMD, baseada em modificações significantes das propostas FAB e na inclusão da análise cromossômica. O
objetivo deste trabalho foi a caracterização citogenética de pacientes com sinais e sintomas de SMD, pelas
propostas da OMS e a aplicação do IPSS. Essa amostra foi composta de 17 pacientes, 13(76,47%) puderam
ser analisados com sucesso, uma vez que não obtivemos metáfases de 4(23,53 %). Cariótipo normal foi
observado em 12 (92,3 %) e em apenas 1 (7,7 %) a de (3) (p25) como anormalidade clonal. Os genes de
interesse mapeados no cromossomo 3p são: o gene XPC em 3p25.1 e FANCD2 e VHL em 3p25-26. Quatro
pacientes tiveram características clássicas de SMD, enquanto excluímos a possibilidade de serem portadores
de SMD ou sugerimos alguns meses de observação antes do diagnóstico, para os outros. Naqueles quatro
com SMD não foi possível aplicar o IPSS e as propostas da OMS, pois faltavam informações fundamentais:
as contagens de blastos medulares e de sideroblastos em anel. Os resultados obtidos neste trabalho justificam
a implementação das análises citogenéticas como rotina para o estudo das SMD, particularmente em
pacientes com displasia hematopoiética moderada.

427
REGO, Péricles Sena do. Hipótese filogenética para a família Pipridae (aves: passeriformes) a partir
do gene mitocondrial rRNA 16S. 2003. 95 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Horácio Schneider

RESUMO: As relações filogenéticas entre dezessete espécies de piprídeos são inferidas a partir das seqüências
de 547 bases do gene mitocondrial rRNA 16S. Nesta análise também foram incluídos um indivíduo da família
Cotingidae e quatro representantes da família Tyrannidae, utilizados como grupo externo. A composição
nucleotídica encontrada no segmento do gene 16S mostrou-se similar àquelas já descritas para outras aves. A
topologia das árvores filogenéticas obtidas pelos métodos de evolução mínima, agrupamento de vizinhos,
máxima verossimilhança, máxima parcimônia e análise bayesiana mostraram-se semelhantes nos pontos de
altos valores de confiabilidade. Os resultados indicam que os piprídeos compõem um grupo monofilético,
sendo os gêneros Neopelma e Tyranneutes pertencentes a esta família. Já os gêneros Schiffornis e Piprites
mostraram-se separados desta família. Dentro do grupo composto pelos piprídeos, observou-se também a
formação de dois dados, o primeiro contendo os gêneros Antilophia, Chiroxiphia e Manacus, e o segundo
formado pelas espécies do gênero Pipra. Este último dado mostrou-se monofilético, negando a hipótese de
parafiletismo para este gênero. Por meio dos resultados obtidos neste trabalho é sugerida uma hipótese
filogenética molecular para a família Pipridae a partir dos oito gêneros analisados.
274

428
RODRIGUES, Elzemar Martins Ribeiro. Análise da variabilidade genética de 11 sistemas de
microssatélites na população de Belém (PA). 2003. 108 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2003.
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos

RESUMO: A cidade de Belém, capital do Estado do Pará, foi fundada em 1616. Segundo o IBGE, no início
deste século, a população de Belém estava formada por aproximadamente 1,3 milhões de habitantes, a
maioria dos quais considerados como miscigenados. O processo de miscigenação da população de Belém foi
muito complexo incluindo, no início, a miscigenação de europeus e indígenas. A partir da segunda metade do
século XVIII, chegaram os africanos que ajudaram a formar o atual quadro de mistura dos três grupos étnicos
principais, característico das populações do Norte do Brasil. No presente trabalho trabalho, nós investigamos
a variabilidade genética presente em uma amostra de 325 indivíduos da população de Belém, em relação a 11
sistemas genéticos autossômicos (D3S1538, VWA, TH01, D21S11, D7S820, D18S51, D5S818, D13S317,
TPOX, D16S539 e CSF1PO), selecionados do CODIS (Sistema unificado de DNA Indexado), com o
objetivo maior de testar se esses sistemas de microssatélites podem ser utilizados para quantificar a
contribuição de populações ameríndias, européias e africanas em populações miscigenadas e se eles podem
ser empregados nas análises de vínculo genético entre indivíduos desta população. As estimativas de mistura
interétnica acumulada, demonstraram que esta amostra da população de Belém, apresenta 46% de
contribuição de genes europeus, 34% de contribuição de genes africanos e 20% de ameríndios. Na
investigação realizada foi identificado um total de 108 alelos diferentes (média de 9.8 alelos por oubl). As
estimativas de heterozigosidade (média de 80%), de poder de discriminação (média de 93%), de conteúdo de
informação de polimorfismo (média de 77%) e de poder médio de exclusão de paternidade (média de 60%)
são consideradas como elevadas. A utilização conjunta desses 11 sistemas de microssatélites permite
discriminar um indivíduo entre mais de um bilhão de pessoas, podendo, então, os mesmos serem utilizados
com segurança nos testes de identificação de vínculo genético, na população de Belém. O trabalho
desenvolvido serviu de base para estabelecer um protocolo laboratorial de amplificar em uma única reação,
diferentes sistemas de microssatélites (PCR Multiplex) para serem utilizados no Serviço de Investigação de
Paternidade oferecido pelo Laboratório de Genética Humana e Médica da Universidade Federal do Pará.

429
SELIGMANN, Igor Chamon Assumpção. Ausência de genotoxicidade e ativação de macrófagos
peritoneais murinos tratados in vitro com o composto medicamentoso Método Canova. 2003. 54 f.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Rommel Mario Rodríguez Burbano

RESUMO: O Método Canova é um produto homeopático desenvolvido a partir de tinturas derivadas do


Aconitum napellus, Bryonia alba, Thuya occidentalis, Lachesis trigonocephalus e Arsenicum album diluídos em água
destilada e álcool neutro. Ensaios in vivo e in vitro demonstraram que o Método Canova atua sobre macrófagos
peritoneais de camundongo, promovendo sua ativação, diminuindo a liberação do fator de necrose tumoral e
aumentando a produção de óxido nítrico. Os macrófagos ativados estimulam os linfócitos, para que estes
aumentem seu efeito citotóxico, no caso de crescimento tumoral ou infecção. O presente trabalho teve como
objetivos verificar possíveis efeitos genotóxicos ou citotóxicos deste composto, seus índices de ativação in
vitro de macrófagos e a influência de tal ativação em culturas de linfócitos humanos e murinos. Macrófagos
foram coletados da cavidade peritoneal de camundongos. As células foram plaqueadas tanto em meio
DMEM quanto RPMI. Após o plaqueamento, a cultura foi então mantida por 48h a 370 em 5%CO2, na
presença ou ausência do composto. Os macrófagos foram então processados para microscopia de luz, para a
confirmação da ativação dos mesmos, e o sobrenadante foi então utilizado como meio de cultura e
desenvolvimento de linfócitos de sangue periférico. Por meio da utilização do índice mitótico, analisamos a
divisão celular em culturas de linfócitos de sangue periférico murinos e humanos. Os linfócitos foram
275

cultivados na presença de fitohemaglutinina, nos sobrenadantes das diferentes culturas de macrófagos


peritoneais murinos. Foram também formados grupos, os quais não foram cultivados em sobrenadantes, mas
que foram expostos a diferentes concentrações de Método Canova. Para os experimentos, foram utilizadas
amostras de sangue de dezoito pessoas hígidas, assim como, 140 camundongos da espécie Mus musculus. Foi
observada uma taxa de ativação de macrófagos significativamente maior nas amostras tratadas com Método
Canova. Através de microscopia de luz, essa ativação pôde ser identificada pela visualização de células mais
espraiadas, pela presença de núcleos grandes e lobulados, além de citoplasma bastante claro e vacuolizado. Os
dados obtidos também mostraram que não houve variação significativa entre o índice mitótico ou a
freqüência de aberrações cromossômicas dos diferentes tratamentos com Método Canova. Estes dados são
importantes, pois demonstram ausência de genotoxicidade e citotoxicidade in vitro do Método Canova nas
concentrações testadas, além de um provável mecanismo imunomodulador in vivo através da ativação de
macrófagos. Cabe ressaltar que a interação linfócitos-macrófagos é ainda objeto de estudo por parte da
ciência, por este motivo, outras experiências ainda precisam ser realizadas, na tentativa de elucidar o
mecanismo de ação deste importante composto.

430
SILVA FILHO, Ednaldo da. Diversidade e relações genéticas de seis raças de cavalo. 2003. 104 f.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Artur Luiz da Costa da Silva

RESUMO: Os cavalos são animais domésticos que desempenham funções básicas na agricultura, lazer, saúde
e economia. No Brasil, a criação de cavalos iniciou durante o período colonial e atualmente podemos
encontrar uma variedade de raças com várias aptidões, desde tração até montaria. As raças Marajoara, Puruca,
Puro Sangue Inglês, Mangalarga Marchador, Brasileiro de Hipismo e Quarto de Milhas são raças bem
organizadas no Brasil e exercem variadas funções dentro do quadro de atividades eqüestres. O objetivo deste
trabalho é analisar a diversidade genética e as relações gênicas entre as seis raças utilizando três locos
microssatélites (VHL20, HTG4 e HMS7) úteis em rotina de paternidade de cavalos associados a métodos
estatísticos. Todas as raças apresentaram alta variabilidade genética, as heterozigosidades médias variaram
entre 0,766 a 0,846, PIC 0,551 a 0,868, poder de exclusão acumulada de 0,902 a 0,969 e poder de
discriminação acumulado entre 0,983 a 0,995. As proporções de Hardy-Weinberg foram significantes nas seis
raças devido ao baixo tamanho efetivo populacional. Todas as raças demonstraram diferenças significativas
nas freqüências alélicas e genotípicas, assim como os níveis moderados de diferenciação genética (Fst=0,093 e
Rst=0,103). As distâncias genéticas demonstram as grandes divergências dos cavalos Marajoara e Puruca com
as demais raças as quais não apresentam raças formadoras em comum.

2004

431
AMAZONAS, Kennie Kelly dos Santos. Associação de polimorfismos de microssatélites e genes do
complexo principal de histocompatibilidade com anemia aplástica. 2004. 98 f. Dissertação (Mestrado)
– Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientador: Eduardo José Melo dos Santos

RESUMO: Anemia Aplástica (AA) é uma patologia caracterizada por pancitopenia periférica e é considerada
idiopática em 50 a 70% dos casos, apresentando como principal mecanismo etiológico a supressão
imunológica da hematopoiese. A predisposição genética para esta doença foi descrita por poucos estudos e
está relacionada ao Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC), que é uma região de 3,6 Mb
localizada no cromossomo 6 e contém vários genes altamente polimórficos. Estudos envolvendo a região de
276

classe II do MHC têm associado a suscetibilidade à AA com o alelo HLA-DRB1*15. Poucos estudos
descreveram associação com HLA-DRB1*04 e HLADRB1*11, como alelos protetores. O presente estudo
objetiva investigar a variabilidade de microssatélites e loci HLA em pacientes com AA e o papel desse
polimorfismo na predisposição a essa doença. As regiões de classe I, II e III foram mapeadas com
microssatélites [DRA(CA), BAT2(CA), TNFd, HLA-BC(CA) e D6S510] e genes HLA [HLA-A, -B and –
DRB1], objetivando detector outras possíveis regiões associadas com AA. Após com a população de Belém,
investigada para os mesmos marcadores, os resultados sugeriram associação de AA com os loci HLA-DRB1
(pc=0,020) and BAT2(CA) (pc<0,0001). Os alelos HLA-DRB1*04 e HLA-DRB1*15 mostraram-se
predisponentes, enquanto que os alelos HLA-DRB1*01 e HLA-DRB1*07 protetores. Estimativas de
Desequilíbrio de Ligação (DL) e de variabilidade genética foram similares para ambas as populações. Em
conclusão, o mecanismo de predisposição genética inferida da análise conjunta dos padrões de variabilidade
genética e DL sugerem uma alta heterogeneidade de combinações genotípicas associada com AA. Sendo
assim, é possível que os genótipos associados com AA não tenham um ascendente comum, refletindo uma
grande heterogeneidade genética na sua etiopatogenia molecular.

432
BARBOSA, Fabíola Brasil. Suscetibilidade à artrite reumatóide investigada por microssatélites no
complexo principal de histocompatibilidade. 2004. 99 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2004.
Orientador: Eduardo José Melo dos Santos

RESUMO: Microssatélites são seqüências repetidas em tandem, contendo de uma a seis unidades de repetição.
Grande número destes marcadores são encontrados ao longo do complexo principal de histocompatibilidade
(MHC). Esta região contém importantes genes envolvidos na resposta imunológica. A Artrite Reumatóide
(AR) é uma doença auto-imune, inflamatória e crônica que atinge principalmente as articulações das mãos e
dos pés. O presente estudo objetiva mapear geneticamente o MHC com marcadores de microssatélites para a
identificação de regiões envolvidas na etiopatogenia e modulação da evolução clínica da artrite reumatóide. A
amostra constituiu-se de 47 pacientes subdividida em dois grupos de acordo com a classificação funcional da
doença: grupo um, englobando os estágios I e II (leve e moderado) e grupo dois, englobando o estágio III
(severo). A amostra controle foi constituída de 51 indivíduos da população local. Foram investigados cinco
microssatélites localizados ao longo do MHC. Nossos resultados evidenciaram associação dos microssatélites
DRA(CA) (pc = 0,01), região de classe II; BAT2(CA) (pc = 0,002) e TNFd (pc = 0,02), região de classe III
com AR. A associação com classe II é comumente descrita na literatura. Entretanto o papel de genes de
classe III ainda é controverso. Não houve evidências fortes da influência do MHC na evolução da doença. A
variabilidade genética em ambas populações (AR e controle) foi elevada, indo de encontro ao modelo
genético do Efeito do Fundador, evocado para explicar a suscetibilidade genética a doenças complexas, o qual
sugere que os genótipos atuais teriam se originado de um número reduzido de genótipos ancestrais, tendo
como conseqüências uma redução da variabilidade genética e aumento do Desequilíbrio de Ligação (DL). Os
altos valores de H e baixo valores DL obtidos para a população de AR, parecem ser mais concordantes com
um modelo onde a doença pode se originar de múltiplos genótipos ancestrais e a predisposição a AR seria
conferida por genótipos ou combinações genotípicas que não deram certo. Os níveis de DL ratificam o
modelo de recombinação em blocos para os genes do MHC.

433
COSTA, Perpetua do Socorro. Polimorfismos de microssatélites do complexo principal de
histocompatibilidade predisponentes à leucemia linfoblástica aguda infantil. 2004. 64 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientador: Eduardo José Melo dos Santos

RESUMO: A Leucemia Linfoblástica Aguda é o câncer mais comum na infância e é freqüentemente


associado a polimorfismos do Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC). O MHC está localizado
277

no braço curto do cromossomo 6, na região 6 p21.31 e contém muitos genes envolvidos com a resposta
imune inclusive genes HLA. Associações com a região de classe II têm sido relatadas. Entretanto, raros
estudos envolvendo classe I foram realizados e não há nenhum estudo envolvendo marcadores de classe III.
A investigação da variabilidade dos genes MHC é tecnicamente difícil devido ao seu alto grau de
polimorfismo. Uma abordagem alternativa é o mapeamento genético indireto de regiões predisponentes por
marcadores microssatélites. O presente estudo tem por objetivo mapear regiões de suscetibilidade do MHC
pelo uso de marcadores microssatélites ao longo de todo o MHC. Associações dos marcadores com o sexo,
classificação de prognóstico e resposta à toxicidade do tratamento também foram investigadas. A amostra foi
constituída de 54 pacientes de LLA e 56 indivíduos saudáveis como controles. Os loci investigados foram
DRA(CA) (classe II), BAT2(CA) e TNFd (classe III), HLABC-CA e D6S510(classe I). Novos alelos foram
descritos, provavelmente em conseqüência do alto grau de miscigenação na população brasileira. Uma forte
associação com classe III e a ausência de associação com classe II sugere que a principal região de
predisposição está localizada próximo a BAT2(CA), sendo a associação de classe II secundária. As amostras
de LLA apresentaram menor diversidade genética e menor desequilíbrio de ligação, permitindo sugerir o
modelo do efeito do fundador para explicar a origem da predisposição genética a LLA, onde todo haplótipo
suscetível surgiu de um único haplótipo ancestral. A ausência de associação com o sexo, classificação de
prognóstico e desenvolvimento de mucosite precisa ser confirmada com estudos em uma amostra maior.

434
MOTTA, Fábio José Nascimento. Instabilidade de microssatélites em tumores gástricos na população
paraense 2004. 79 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientadora: Maria Lúcia Harada

RESUMO: O câncer gástrico é o segundo tipo de neoplasia mais comum no mundo depois do câncer de
pulmão. Belém, capital do Estado do Pará é a 11ª cidade no mundo em registros de casos dessa neoplasia,
sugerindo que fatores ambientais, como a dieta, estejam envolvidos na carcinogênese gástrica. Estudos
anteriores sugerem que tumores MSI apresentam características distintas daqueles MSS, como ocorrência
precoce e melhor prognóstico. O presente estudo tem como objetivo avaliar a instabilidade de microssatélites
– MSI – em cinco 10Gi (BA T2S, BAT26, D2S123, DSS346 e D17S2S0), em pacientes submetidos à
gastrectomia, e sua associação com características clínico-patológicas e dieta. Tecidos tumoral e normal de 64
pacientes dos Hospitais Ofir Loyola e João de Barros Barreto foram analisados por PCR-SSCP em gel de
poliacrilamida 8%, corados por nitrato de prata. Os Teste Exato de Fisher, T - Student e x2 foram utilizados
nas análises de associação. A faixa etária mais acometida dos pacientes foi inferior a observada em outras
populações. Não foram observadas diferenças significativas entre MSI e tipos histopalógicos e invasão da
parede estomacal. Pacientes com tumor MSI apresentaram um menor comprometimento linfonodal,
apoiando a hipótese de bom prognóstico. Associação positiva foi obtida somente entre ingestão freqüente de
defumados e o fenótipo MSI, embora outras variáveis analisadas aumentem o risco de ocorrência de
instabilidade. A população paraense apresenta uma das mais elevadas taxas de MSI no mundo (64%). Nossos
resultados sugerem que os marcadores analisados são adequados para avaliação do prognóstico.

435
PEIXOTO, Raquel Lima. Predisposição genética da púrpura trombocitopênica idiopática na
população de Belém, mapeada por microssatélites no complexo principal de histocompatibilidade.
2004. 93 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro
de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientador: Eduardo José Melo dos Santos

RESUMO: A Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI) é uma doença autoimune caracterizada pela baixa
contagem de plaquetas e sangramentos mucocutâneos. É estimada a incidência de 100 casos em 1 milhão de
pessoas por ano. A PTI refere-se à trombocitopenia, na qual doenças associadas à trombocitopenia foram
excluídas. É caracterizada pela produção de auto-anticorpos dirigidos contra proteínas da membrana
plaquetária, mais comum contra o complexo glicoproteico Iib/IIIa. O presente trabalho teve como objetivo
278

principal o mapeamento de ligação da região do MHC com sete marcadores, seis de microssatélites e HLA
DRB1, para identificar genes predisponentes a PTI, além de investigar possíveis genes moduladores da
resposta ao tratamento. Foram estudados 64 pacientes que não possuíam doenças associadas dentre um
grupo de 110 pacientes adultos. Foi investigada a presença de auto-anticorpos anti-plaquetários e a
genotipagem de microssatélites. Vinte e um pacientes que apresentaram anticorpos antiplaquetários (33%) e
não portavam doenças associadas foram genotipado para HLA-DRB1. A variabilidade genética observada
entre pacientes foi equivalente à observada na população de Belém, tanto para microssatélites quanto para
HLA-DRB1. O tamanho amostral reduzido pode ser a principal causa da não detecção de associação entre os
marcadores estudados e a resposta ao tratamento com corticóides. Os resultados mostram uma associação
significativa entre o microssatélite DQIV e PTI com produção de anticorpos antiplaquetários, e também um
excesso de homozigotos para esse microssatélite, contrário do que apresenta os controles. Observou-se
associação dos microssatélites DRA(CA) e BAT2(CA) com a PTI, sendo esta última associação
provavelmente secundária, gerada por desequilíbrio de ligação. O trabalho sugere que exista uma região em
torno do microssatélite DRA(CA) responsável pela susceptibilidade ao desenvolvimento de PTI sem a
produção de anticorpos anti-glicoproteinas plaquetárias ou com a produção destes anticorpos em títulos
muito baixos. Enquanto que na região próxima ao microssatélite DQIV possuiria genes predisponentes ao
desenvolvimento de PTI com produção de altos níveis desses anticorpos. Os resultados confirmaram a
associação da PTI com genes de classe II do MHC, e pela primeira vez está sendo descrita a associação com
microssatélites.

436
SANTOS, Ana Cecília Feio. Implicações antropológicas e biológicas da variação do DNA
mitocondrial em uma população urbana (Santarém-PA). 2004. 79 f. Dissertação (Mestrado) – Programa
de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2004.
Orientadora: Ândrea Kely Campos Ribeiro dos Santos

RESUMO: A origem e expansão das populações da Amazônia têm sido alvo de inúmeras pesquisas e
discussões acadêmicas, uma vez que os povos que lá habitam foram formados de uma maneira única,
culturalmente e etnicamente. Neste estudo, investigamos a contribuição étnica em 160 indivíduos de
Santarém, uma população urbana e tri-híbrida, localizada às margens do rio Amazonas. Foram utilizados vinte
e um marcadores genéticos do mtDNA: i) deleção de 9pb da região V; ii) vinte polimorfismos analisados por
digestão com endonucleases (RFLP). Esses 21 marcadores definem os haplogrupos de Ameríndios, Africanos
e Europeus. Adicionalmente foram seqüenciadas amostras do mtDNA de 60 indivíduos para a primeira
região da alça-D do mtDNA, com a finalidade de inferir sobre a sua contribuição étnica. Os resultados
obtidos quanto à contribuição das matrilinhagens dos principais grupos étnicos foram de: i) 82,4% (131) são
de origem ameríndia, sendo que: (29,6% pertencem ao haplogrupo A; 25,1% pertencem ao haplogrupo B;
18,9% ao haplogrupo C; 8,8% ao haplogrupo D); ii) 14,5% (23) são de origem africana (6,3% do macro-
haplogrupo L e 8,2% pertencem ao macro-haplogrupo L3). Iii) 2,5% são de origem européia; iv) para 0,6%
não foi possível inferir a origem. Observamos ainda que 25% (13) dos haplótipos apresentavam dois tipos de
haplogrupos, um definido por RFLP e o outro pelo sequenciamento. Esse tipo de fenômeno já foi observado
em populações ameríndias por Santos et al. (1996).

437
SILVA, Flavio Ricardo Leal da. Análise da variabilidade de dez marcadores bialélicos do cromossomo
Y na população de Belém do Pará. 2004. 66 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos

RESUMO: A formação da população de Belém surgiu da miscigenação de africanos, ameríndios e europeus.


Para investigar a contribuição de cada um desses grupos na população, são realizados estudos com mtDNA e
com marcadores no cromossomo Y para determinar a contribuição feminina e masculina, respectivamente, de
um determinado grupo étnico. Neste trabalho analisamos a presença de marcadores bialélicos YAP, M 168, f
279

M96, M89, M09, M175, M74, M173, M242 e M03 (DYSI99) do cromossomo Y, para caracterização dos
haplogrupos I, 11, 111, IV, V, VI, VII, VIII, IX e X. Para tanto foram selecionados 160 indivíduos do sexo
masculino da população de Belém, não aparentados, do serviço de investigação de paternidade do
Laboratório de Genética Humana e Médica da UFPA. Os resultados obtidos na presente investigação foram
utilizados para realizar estimativas da mistura interétnica acumulada, de forma a permitir a quantificação do
processo de cruzamento interétnico direcionado, que teria ocorrido nas populações miscigenadas brasileiras,
especialmente no Norte do país. As estimativas de miscigenação, obtidas através de marcadores bialélicos do
Y-DNA, demonstraram a contribuição de 85% de europeus, 9% de africanos e 6% de ameríndios em Belém.
Essas estimativas corroboram com os dados históricos, que relatam a existência de acasalamentos
direcionados entre homens europeus e mulheres ameríndias e africanas.

438
SILVA, Juliana Araripe Gomes da. Filogenia molecular de representantes do gênero Saguinus
(Hoffmannsegg, 1807) através de genes mitocondriais. 2004. 116 f. Dissertação. (Mestrado) – Programa
de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2004.
Orientador: Horácio Schneider

RESUMO: No trabalho foram seqüenciados 512 pares de bases do gene mitocondrial rRNA 165 para 52
indivíduos pertencentes a 10 táxons de Saguinus para inferência das relações filogenéticas dentro do gênero.
Em uma segunda análise concatenamos as seqüências do gene 16S com 957 pares de base do gene ND1 para
um representante de cada táxon amostrado. Uma seqüência de Cebus apella retirada do GenBank foi ainda
utilizada como grupo externo. A topologia representativa para as duas análises mostrou um posicionamento
mais basal de S. fuscicollis seguido de uma politomia formada pelo clado S. midas/ S. niger/ S. bic%r/ S.
martinsi, o clado dos bigodudos (S. imperator/S. mystax/ S. labiatus), S. oedipus e S. leucopus. Uma próxima relação
entre S. midas e S. niger foi confirmada, assim como entre S. biocolor e S. martinsi. A monofilia dos sagüis
bigodudos também foi confirmada, sendo S. mystax e S. labiatus mais proximamente relacionados. A proposta
de classificação do gênero a partir do padrão de pelagem facial não foi completamente apoiada por nossos
resultados, tendo o caráter face nua, surgido mais de uma vez durante a evolução do gênero. Nossos dados
não resolveram a relação entre S. oedipus e S. leucopus, a qual permanece incerta. A. divergência observada entre
os dois indivíduos de S. imperator sugere ainda a existência de duas espécies de sagüi imperador.

439
VINSON, Christina Cleo. Isolamento de microssatélites em espécies madeireiras para avaliação da
sustentabilidade genética em planos de manejo. 2004. 130 f. Dissertação. (Mestrado) – Programa de Pós-
graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2004.
Orientadora: Maria Iracilda da Cunha Sampaio

RESUMO: O manejo de florestas naturais é um importante sistema de produção no processo de


desenvolvimento da Amazônia. No entanto, quando variáveis ecológicas e genéticas são consideradas como
densidade populacional, distribuição espacial, sistema de reprodução e dispersão de sementes. Neste sentido,
conhecer estas variáveis e/ou processos é fundamental para estimar os impactos causados pelas atividades do
manejo. Os marcadores moleculares constituem uma importante ferramenta para estudo da variabilidade
genética das espécies. Microssatélites ou Seqüências Simples Repetidas (SSR) são repetições curtas (1-6 pb) e
randômicas, abundantes e uniformementes distribuídas no genoma das plantas, tipicamente codominantes,
multialélicos e altamente polifórmicos, estes marcadores permitem a discriminação precisa de indivíduos
proximamente relacionados.
280

2005

440
CARDOSO, Greice de Lemos. Modulação genética da heterogeneidade fenotípica da anemia
falciforme no Estado do Pará. 2005. 90 f. Dissertação. (Mestrado) – Programa de Pós-graduação em
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientador: João Farias Guerreiro

RESUMO: Cento e trinta pacientes com anemia falciforme residentes em Belém, PA, foram agrupados em
dois fenótipos clínicos principais, de acordo com a gravidade das manifestações, sendo o Grupo 1 constituído
por pacientes com manifestações mais graves, e investigados em relação a sistemas genéticos (TNF-α, IL-10,
Fator V, MTHFR, talassemia alfa (deleção 3,7), e haplótipos βS), considerados como possíveis indicadores da
gravidade das manifestações. As análises realizadas nos dois grupos de pacientes e na amostra controle
revelaram diferenças estatisticamente significativas para as mutações TNFalfa*A e IL10*A, com freqüências
menores no Grupo 2, e para o fator V de Leiden com freqüência mais elevada no Grupo 1, sugerindo que
esses sistemas genéticos apresentam algum efeito na severidade das manifestações clínicas da doença. A
ausência de resultados estatisticamente significativos, em especial em relação aos haplótipos βS e à talassemia
alfa (deleção 3,7), constitui achado não esperado, uma vez que estudos realizados por outros pesquisadores
têm sugerido que o haplótipo Banto apresentaria um alto risco para o desenvolvimento de manifestações
clínicas mais graves e irreversíveis, e que a associação com o gene da globina alfa (deleção 3,7) atenuaria a
gravidade dessas manifestações. Desse modo, os resultados observados corroboram aqueles obtidos por
outros autores que também não observaram qualquer tipo de associação entres esses polimorfismos e as
manifestações clínicas da doença da anemia falciforme. No presente estudo, esses resultados podem ser
devidos a vários fatores, tais como: (i) o baixo poder de detecção de qualquer tipo de associação devido ao
pequeno número de pacientes quando divididos nos dois grupos de manifestações clínicas; (ii) a idade desses
pacientes (em sua maioria jovem), uma vez que ainda não apresentam manifestações clínicas mais severas que
são usualmente mais prevalentes em adultos, enquanto que em pacientes com idades acima de 20 anos pode
haver um déficit de pacientes mais gravemente afetados uma vez que as crises dolorosas constituem um fator
de risco de mortalidade em pacientes adultos; (iii) influência do tratamento medicamentoso amplamente
empregado nos pacientes com anemia falciforme. Além disso, é importante ressaltar que em populações
miscigenadas, onde grande parte dos pacientes são heterozigotos compostos para diferentes haplótipos, o
efeito destes sobre a gravidade da doença é menos clara.

441
CARVALHO, Bruno Maia. Populações afro-descendentes da Amazônia: o resgate das interações sócio-
biológicas de um povo pelo mtDNA. 2005. 144 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-graduação em
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Ândrea Kely Campos Ribeiro dos Santos

RESUMO: Historicamente, o processo de formação das populações da Amazônia envolveu três grupos
étnicos principais: o africano, o ameríndio e o europeu. As conseqüências genéticas desses processos têm sido
alvo de intensas investigações por meio de polimorfismos clássicos e Biologia molecular. Com a finalidade de
contribuir para estas análises, o presente trabalho investiga por meio do DNA mitocondrial (mtDNA) sete
comunidades afro-descendentes de diferentes regiões da Amazônia. No total analisou 301 indivíduos, não
relacionadas pelo lado materno, (sendo 97 da população de Pacoval, 32 da população de Trombetas, 45 de
Curiaú, 33 de Mazagão, 34 do Marajó, 31 de Tamauari e 29 de Pitimandeua), por meio de 23 RFLPs
(marcadores de linhagens mitocondriais ameríndias, africanas e européias), a deleção de 9pb da região V e o
seqüenciamento automático da primeira região hipervariável do mtDNA. Como resultado, observou-se a
presença de 51,9% de linhagens mitocondriais de origem ameríndias distribuídas entre os quatro haplogrupos
principais (13,3% - A; 12,0% - B; 11,3% - C e 15,3% - D). Em seguida tem-se a contribuição de linhagens
africanas com 46,9% (2,4% - L0; 10% - L1; 11,6% - L2 e 22,9% - L3), e uma pequena contribuição de duas
281

linhagens européias, 0,6% (haplogrupos K e T). Adicionalmente, encontrou-se a dois haplótipos atípicos
(0,6%). Por meio da metodologia utilizada, foi detectada a presença de resultados divergentes (entre análises
de RFLPs e de seqüenciamento da HVS-I), assim como haplótipos não usuais, representados por haplótipos
compostos e haplótipos complexos em linhagens ameríndias (haplogrupo C) e em linhagens africanas
(principalmente no haplogrupo L3e). Diferenças significativas foram observadas quanto ao estoque de
linhagens mitocondriais africanas que compões as diferentes regiões da Amazônia. Este fato é decorrente de
uma possível distribuição diferenciada dos escravos africanos que chegavam na Região Amazônica. Os
resultados biológicos, por meio do mtDNA permitiram o resgate de parte das interações biológicas e sociais,
ocorridas no passado, entre dois grupos principais, o africano, e o ameríndio, durante o processo de formação
e expansão das comunidades afro-brasileiras de Amazônia. Dessa forma, essas populações revelam-se como
espaços de resistências a uma política escravista vigente nos séculos XVII e XVIII, que uniram a força e a
sabedoria do negro africano e do nativo ameríndio.

442
MORAES, Mateus Fuchshuber. Estudo de seis polimorfismos em genes relacionados ao sistema
imune em pacientes com hanseníase no Estado do Pará. 2005. 76 f. Dissertação (Mestrado) – Programa
de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2005.
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos

RESUMO: A hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae, uma bactéria intracelular
obrigatória que cresce preferencialmente no interior de macrófagos e das células de Schwann. O Brasil possui a
maior prevalência desta doença e o segundo maior número de casos. O Estado do Pará possui uma das
maiores incidências de hanseníase do país, sendo considerado um Estado endêmico. A hanseníase apresenta-
se sob diversas formas clínicas podendo apresentar bacilos, ou não, nas lesões. As formas bacilíferas são
chamadas de multibacilares e as que não apresentam bacilos são ditas paucibacilares. O padrão de resposta
imune à infecção é o fator que irá determinar a progressão da hanseníase para as formas multibacilares ou
paucibacilares. Este trabalho investiga seis polimorfismos em cinco genes relacionados ao sistema imune, que
parecem estar associados com alterações qualitativas ou quantitativas na expressão destes genes. Foram
incluídos no estudo 116 pacientes com hanseníase (96 MB e 20 PB). Para a tipagem dos polimorfismos,
foram empregadas as técnicas da PCR e digestão por endonucleases, seguidas de eletroforese em gel de
poliacrilamida a 7% e em gel de agarose a 2%. Os resultados demonstraram que nenhum dos polimorfismos
pôde ser associado, de maneira isolada, com a progressão da hanseníase. As análises das combinações alélicas
demonstraram que a combinação formada pelos alelos TNF- 308*G / IL-12ß1188*A / IL-6-174*C parece
estar fortemente associada com o desenvolvimento de hanseníase paucibacilar. A despeito dos resultados aqui
obtidos, julgamos necessário um estudo mais aprofundado com um número de amostras maior, para que se
possa inferir com mais precisão acerca das associações entre os polimorfismos aqui estudados e a progressão
da hanseníase.

443
MELO, Mauro André Damasceno de. Variabilidade e diferenciação genética em três populações
naturais de macaco da noite (Aotus infulatus). 2005. 98 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2005.
Orientador: Artur Luiz da Costa da Silva

RESUMO: Os animais do gênero Aotus, também conhecidos como macaco da noite, macaco da coruja,
douroucouli ou mirikinha são primatas do Novo Mundo de pequeno porte que se estendem desde o Panamá
até a Argentina. Para se avaliar a variabilidade e distância genética das populações naturais de Aotus infulatus,
de ambas as margens do rio Tocantins, antes da construção da Hidrelétrica de Tucuruí, cinco marcadores
heterólogos foram utilizados: Ap 74, Ab 04, Ab 06, Ab 10 e Ab 13. Após o isolamento do DNA de 58
animais coletados nas atividades de resgate, realizou-se a amplificação dos fragmentos desejados através da
reação em cadeia da polimerase (PCR), a diversidade genética foi estimada a partir de um grupo de 12
282

indivíduos da base 1, 37 da base 3; ambos localizados na margem esquerda do rio e 9 indivíduos da base 4 na
margem direita. As análises estatísticas foram realizadas pelos Programas POPEGENE 1.31, GENEPOP
3.1D, RST CALC, GENECLASS 1.0 e BOTTLENECK. Os dados indicam que as três populações
compartilham uma elevada similaridade nos níveis de heterozigozidade, variando de 0.44 a 0.48. Os
resultados mostraram a presença de alelos exclusivos: quatro encontrados na base 1, dez na base 3 e dois na
base 4. Os níveis de distância genética demonstram que, apesar de serem pouco diferenciadas (Fst: 0,08),
existe certo distanciamento genético entre as populações das margens opostas. Não se observou a presença
de nenhum fenômeno recente de redução do número efetivo de indivíduos das populações.

444
NASCIMENTO, Aline Lira do. Estudos citogenéticos em peixes das subfamílias Astonotinae,
Geophaginae e Cichlassomatinae (Perciformes, Cichlidae) do Pará. 2005. 80 f. Dissertação (Mestrado)
– Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Cleusa Yoshiko Nagamachi

RESUMO: Entre os Perciformes, a família Cichlidae é uma das maiores em número de espécies dulcícolas. Na
Amazônia existem mais de 100 espécies de ciclídeos, as quais despertam grande interesse comercial. As
relações filogenéticas desta família ainda não foram bem esclarecidas, existindo no momento análises
filogenéticas baseadas em caracteres morfológicos e moleculares. Nove espécies de ciclídeos foram estudadas
neste trabalho, sendo uma da subfamília Astronotinae (Astronotus ocellatus), duas da subfamília Geophaginae
(Geophagus cf. proximus e Satanoperca cf. jurupaari) e seis de subfamília Cichlasomatinae (Caquetaia spectabilis,
Hypselecara temporalis, Symphysodon aequifasciatus, Heros sp., Mesonauta festivus e Pterophyllum scalare). Seis espécies
apresentaram 2n = 48 e apenas duas tiveram 2n maior que 48. O Número Fundamental variou de 52 a 106.
Todas apresentaram cariótipo constituído por cromossomos M-SM e ST-A. O bandeamento C revelou
blocos de heterocromatina constitutiva tipicamente centroméricos, entretanto foram observados blocos
intersticiais, distais e braços inteiramente heterocromáticos em algumas espécies. Apenas M. festivus
apresentou NOR múltiplas. As demais apresentaram apenas um par de NOR, a qual variou quanto ao tipo
cromossômico envolvido e à posição no cromossomo. Os dados cariotípicos existentes na literatura mais os
resultados obtidos neste trabalho ainda não permitem uma reconstrução filogenética baseada em dados
citogenéticos, mas permitem inferir sobre quais rearranjos cromossômicos estão envolvidos no processo de
evolução cariotípica da família Cichlidae. As diferenças observadas entre os cariótipos das espécies analisadas
neste trabalho são explicadas principalmente por inversões pericêntricas, entretanto há outros mecanismos
como fissões, fusões, translocações e adição de heterocromatina atuando na diversificação dessas espécies.

445
OLIVEIRA, Darleise de Souza. Genotipagem do vírus da Hepatite C (VHC) circulante na população
de Belém. 2005. 87 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Maria Lúcia Harada

RESUMO: A hepatite C é um problema de saúde global, com aproximadamente 500 milhões de portadores
do vírus causador da doença. O VHC pertencente à família Flaviviridae, gênero Hepacivirus e possui um
genoma de RNAta simples. Atualmente, são reconhecidos 6 genótipos e diversos subtipos para o VHC.
Alguns destes, como 1ª, 2ª e 2b, apresentam distribuição geográfica mundial, enquanto outros (5ª e 6ª) são
encontrados em regiões específicas. No Brasil, estudos têm mostrado uma maior prevalência dos genótipos 1
e 3, seguidos do genótipo 2. Na Região Amazônica, estudos sobre a identificação e distribuição dos genótipos
de VHC circulantes são escassos. Este estudo tem como objetivo identificar o genótipo de VHC presente em
amostras de sangue de pacientes e de candidatos a doador de sangue, VHC-positivos pelo Teste de PCR em
tempo real, atendidos pela Fundação HEMOPA. Foram obtidas as seqüências nucleotídicas parciais da região
5’UTR do genoma viral através de seqüenciamento automático. Estas foram alinhadas com Programa Clustal
W, incluindo seqüências da literatura representantes dos seis genótipos de VHC. As análises filogenéticas
283

foram realizadas com o programa PAUP*, pelos métodos de Máxima Verossimilhança e Agrupamento de
Vizinhos, usando o modelo evolutivo determinado pelo Programa MODELTEST 3.0. Das amostras
analisadas, 82% eram do sexo masculino e 18% do sexo feminino. Os resultados revelaram a presença
somente dos genótipos 1 e 3 (93,4% e 6,7%, respectivamente). Estes dados concordam com a literatura
quanto aos genótipos, porém a freqüência do genótipo 1 é levemente superior às descritas para as demais
regiões do Brasil. Para os genótipos 2 e 3 foram descritos, respectivamente, cinco e quatro resíduos
nucleotídicos característicos, além de resíduos sugestivos para identificação do subtipo 3ª e discriminação
entre os subtipos 2ª e 2b. As análises filogenéticas sugerem uma maior proximidade evolutiva entre os
genótipos 3 e 4.

446
PAULO, Tatiana Freitas. Polimorfismos de inserções ALU em populações afro-brasileiras e indígenas
da Amazônia. 2005. 101 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos

RESUMO: As populações amazônicas foram formadas por três grupos étnicos principais: o indígena, o
europeu e o africano. Populações isoladas, ou com um relativo isolamento, são uma fonte excelente de
investigação de diferenças genéticas entre povos de grupos étnicos distintos. Neste trabalho, nós investigamos
quatro polimorfismos de inserção ALU (ACE, APO, PV92 e FXIIIB), em cinco populações indígenas e
quatro de origem africana, para estimar a variabilidade genética e para testar se estes sistemas são (ou não)
bons marcadores de ancestralidade (MA). Verificamos que os sistemas ACE e FXIIIB podem ser
considerados bons Marcadores de Ancestralidade Indígena (MAI) e que nenhum dos sistemas pode ser
considerado bom Marcador de Ancestralidade Européia (MAE) ou Marcador de Ancestralidade Africana
(MAA). Estatísticas de transmissão de genes, nas populações afro-brasileiras demonstraram que somente
Pacoval possui desequilíbrio de ligação (ACE e APO), possivelmente decorrente de subestruturação
populacional causada por miscigenação recente. Quanto aos valores de mistura interétnica acumulada,
Pacoval e Tartarugueiro parecem ter experimentado um intenso processo de mistura; enquanto que Pontal e
Curiaú parecem estar isoladas do ponto de vista genético. Nossas estimativas podem ser decorrentes da
inadequação dos sistemas genéticos empregados como MAA e MAE. Alternativamente, em populações de
tamanho efetivo pequeno, com um relativo isolamento, como Curiaú e Pontal, podem ocorrer flutuações de
freqüências alélicas, as quais podem mascarar um resultado mais verossimilhante.

447
PERNA, Sirnoel José Quaresma. Genotipagem do sistema sangüíneo Duffy em indivíduos infectados
com P. vivax da população de Marabá, PA. 2005. 56 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2005.
Orientador: João Farias Guerreiro

RESUMO: O sistema sangüíneo Duffy é definido por três alelos comuns: FY*A e FY*B que codificam os
antígenos Fya e Fyb, respectivamente, e FY*O, uma mutação (T-33C) na região promotora do gene e que abole
a expressão do gene Fy nos eritrócitos. Esse alelo é o mais comum em Afro-Americanos e em Negros
Africanos e raramente encontrado em outras populações. Além da importância em transfusões sangüíneas, o
antígeno de Duffy, identificado como um receptor de quimiocina, também é um receptor essencial para que
merozoítas de P. vivax possam penetrar nos eritrócitos. Isto responde pela associação com a completa
resistência para infecção pelo P. vivax na maioria Centro-Oeste Africano, onde quase todos os indivíduos são
homozigotos para o alelo FY*O. Informações sobre esse polimorfismo eritrocitário são escassas no Brasil.
Neste trabalho, compara-se a distribuição de genótipos do sistema sangüíneo Duffy em 52 pacientes com
infecção por Plasmodium vivax e em 51 controles sadios do Município de Marabá, PA. A tipagem molecular do
sistema sangüíneo Duffy foi realizada por método de PCR com uma combinação de primers alelos-específicos
para quatro reações diferentes. Na amostra de indivíduos infectados foram identificados os três alelos mais
284

comuns do sistema Duffy (FY*A, FY*B, FY*O), porém a distribuição de genótipos encontra-se em
desequilíbrio de Hardy-Weinberg. As freqüências genotípicas do sistema Duffy em pacientes infectados foram
significativamente diferentes daquelas observadas nos controles não-infectados pelo P. vivax, sobretudo em
relação ao genótipo FY*0/FY*O: seis indivíduos homozigotos (12%) para o alelo FY*O foram identificados
entre os controles sadios, mas nenhum na amostra de pacientes com malária vivax. Esse resultado está de
acordo com o esperado, considerando-se que os homozigotos para o alelo FY*0 são refratários à infecção
pela malária de P. vivax. No entanto, as freqüências alélicas foram similares nas duas amostras, sugerindo-se
que a pressão seletiva exercida pelo P. vivax em relação aos homozigotos FY*O/FY*O, apesar de ter alterado
o equilíbrio entre as proporções genotípicas, ainda não foi suficiente para modificar significativamente as
freqüências gênicas nessa população.

448
PLAUTZ JÚNIOR, Helio Longoni. Relações evolutivas em Aotus illiger 1811 (Platyrrhini, Cebidae)
baseadas em seqüências de DNA mitocondrial. 2005. 96 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2005.
Orientador: Artur Luiz da Costa da Silva

RESUMO: Assim como para a maioria dos platirrinos, a sistemática de Aotus, o único primata neotropical de
hábitos noturnos, encontra-se sob discussão principalmente baseada em dados citogenéticos e morfológicos.
Um banco de dados composto de seqüências da subunidade II do gene mitocondrial citocromo c oxidase foi
utilizado na tentativa de elucidar as relações filogenéticas dos macacos da noite. As seqüências de 549 pares
de bases foram analisadas pelos métodos de máxima paromônia, máxima verossimilhança e agrupamento de
vizinhos. As árvores filogenéticas obtidas forneceram topologia similar para os 12 espécimes compreendendo
sete espécies da classificação de Hershkovitz, falhando no apoio à monofilia das espécies de pescoço vermelho,
mas claramente apresentando quatro grupos principais: (1) A. nancymai (sul do rio Amazonas) agrupando-se
com (2) A. lemurinus griseimembra, A. brumbacki e A. vociferans (ao norte do rio Amazonas); (3) A. infulatus
provenientes do rio Tocantins e da ilha do Marajó agrupando-se com A. azarae azarae em uma posição mais
basal e (4) A. nigriceps. Apesar desta incongruência entre as populações do norte e do sul, os resultados são
corroborados por estudos citogenéticos e morfológicos anteriores, fornecendo uma nova organização para o
gênero e permitindo o levantamento de hipóteses a respeito da diversificação dos macacos da noite na
formação da bacia amazônica durante a transição dos períodos Plioceno/Pleistoceno.

449
ROCHA, Ângela Pereira da. Caracterização molecular da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase em
populações humanas da Amazônia. 2005. 105 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação
em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Ândrea Kely Campos Ribeiro dos Santos

RESUMO: A enzima Glicose-6-Fosfato Desidrogenase (G6PD) possui papel fundamental na manutenção


dos eritócitos. Mutações que afetem seus sítios catalíticos ou a estabilidade estrutural de suas subunidades
podem provocar diversas manifestações clínicas tais como: icterícia neonatal, anemia hemolítica e anemia
crônica. Esta deficiência afeta cerca de 400 milhões de pessoas em todo o mundo. Populações de origem
africana e européia apresentam alta freqüência deficiente para a enzima G6PD. Uma vez que estas etnias
contribuíram de forma efetiva no processo de formação de algumas populações da Amazônia brasileira, é
importante a caracterização molecular das principais variantes. No presente estudo, investigamos quatro
populações humanas da Região Amazônica pertencentes ao Estado do Pará: Santana (n=161); Trombetas
(n=108); Altamira (n=101) e pacientes deficientes de G6PD de Belém (n=25). As amostras de sangue foram
coletadas utilizando o EDTA como anticoagulante. Estas foram triadas bioquimicamente por Teste de
Redução da Metehemoglobina e eletroforese em gel de agarose a 0,9% para a detecção de deficientes, que
foram posteriormente analisados por RFLPs para a detecção das mutações mais freqüentes: 202 G ® A (Nla
III),376 A ® G (Fok I). Todos os indivíduos que possuíam o genótipo G6PD*A – ou G6PD*A foram
caracterizados haplotipicamente através dos seguintes polimorfismos: 1.116 G ® A, (PSt I), 1.311 C ® T (Bcl
285

I ), 611 C ® G (Pvu II) e 163 C ® T (BspH I). Os haplótipos foram analisados de acordo com Tishkoff et al.,
2001 e Vulliamy et al. 1991. Como resultados obtivemos: i) a freqüência do alelo G6PD*A -376/202 em
Santana (PA), Trombetas (PA) e Altamira (PA) foi de 0,145, 0,040 e 0,045, respectivamente; ii) a freqüência
do alelo G6PD* A nas populações supracitadas foram: 0,013, 0,066 e 0,000; iii) foi observada uma grande
variabilidade haplotípica na população de Santana (PA). O haplótipo mais freqüente associado ao alelo
G6PD*A-376/202 foi: +/+/+/-/+/ - encontrado em 83% e 80% dos indivíduos de Santana (PA) e
Altamira (PA), respectivamente. Trombetas (PA) por sua vez apresentou apenas um haplótipo: +/+/+/-/-/-
; v) por meio de seqüenciamento foi encontrada uma nova variante com uma mutação não sinônima
Asp228Asn que, por estar localizada na interface dimérica da G6PD, sugerimos ser esta mutação responsável
por manifestações.

450
SAMPAIO, Vanderson de Souza. O Genoma mitocondrial de Cebus Capucinus (Cebidade, Primates).
2005. 57 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro
de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientador: Artur Luiz da Costa da Silva

RESUMO: O gênero Cebus é um dos grupos de primatas mais utilizados como modelos para pesquisa
biomédica e é também objeto de estudo nas áreas ecológica e comportamental. A difícil classificação das
espécies pertencentes a esse gênero é devida a uma predisposição dos indivíduos a uma variação individual
muito grande. A espécie Cebus capucinus é utilizada no presente trabalho como modelo para a abordagem de
seqüenciamento de genomas mitocondriais. O uso do genoma mitocondrial como ferramenta para estudos
evolutivos tem provado ser uma boa abordagem. Esse genoma tem demonstrado ser uma rica fonte de
informações sobre a evolução dos organismos, e o seqüenciamento do mesmo pode dar uma idéia mais geral
desse processo evolutivo (Boore, 1999). A abordagem de seqüenciamento utilizada no presente trabalho é o
Método de Shotgun, que tem como característica peculiar, a necessidade de um robusto suporte de
bioinformática, que é uma subárea comum biologia computacional responsável pelo armazenamento,
organização e análise da informação gerada por um projeto genoma. O presente trabalho tem como principal
objetivo o desenvolvimento de um protocolo padrão para o sequenciamento e a análise dos genomas
mitocondriais dos macacos do Novo Mundo utilizando como modelo a espécie Cebus capucinus, bem como a
análise das particularidades desse genoma e a publicação das seqüências em bancos de dados disponíveis na
Internet. A ferramenta MitoGen 1.0, bem como sua versão voltada para a internet: o WmitoGen 1.0, criadas a
partir da união de vários módulos utilizados na implementação do pipe/ine de tratamento e montagem das
seqüências, se mostraram eficientes para o que se propõem. Com exceção dos genes ND2, COXII e ATP6,
que se encontram parcialmente representados, os demais genes foram completamente seqüenciados e
encontram-se representados nos três contigs obtidos ao final do seqüenciamento. Foram anotados também 14
dos 22 tRNAs geralmente encontrados nos genomas mitocondriais de vertebrados. A genômica comparativa
revelou, entre outras coisas, que o ND6 é o gene que apresenta maior taxa de evolução, enquanto que o
COX1 é o de menor taxa evolutiva.

451
SANTOS, Ney Pereira Carneiro dos. Polimorfismos no gene da Paraoxonase 1 (L55M e Q192) em
populações humanas do Brasil. 2005. 87 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Ândrea Kely Campos Ribeiro dos Santos

RESUMO: As doenças cardiovasculares são consideradas como uma das principais causas de morte em
países industrializados. O risco de desenvolver Doença da Artéria Coronariana (DAC) é diferente entre povos
de diferentes regiões geográficas. Populações de um mesmo grupo étnico podem ter risco aumentado de
desenvolver CAD, dependendo de mudanças de condições de vida desses povos. O gene da Paraoxonase 1
possui dois polimorfismos estruturais (L55M e Q192R) que podem estar associados com o risco de
desenvolver DAC. Devido às possíveis associações desses polimorfismos com o risco do desenvolvimento de
DAC; ao fato que pouco se conhece a respeito desses polimorfismos em populações neo-brasileiras e que
286

nada se conhece a esse respeito em populações indígenas do Brasil, o presente trabalho procurou investigar
os polimorfismos (L55M E Q192R) em uma amostra de 259 indígenas de dez tribos da Amazônia brasileira e
em uma amostra de 544 indivíduos de Porto Alegre – RGS, formada por portadores de CAD (322
indivíduos) e por um grupo controle (222), de forma a testar sobre possíveis associações com o risco de
desenvolver (ou de ter agravada a sua condição) essa doença. Quanto à distribuição genotípica e haplotípica,
as dez tribos indígenas investigadas são relativamente homogêneas entre si, mas são diferentes de populações
européias e mesmo asiáticas. A comparação com outras populações mundiais revela que, dentre todas, os
ameríndios têm as freqüências mais elevadas de ambos os alelos L (PON1 55) e R (PON1 192), exatamente
aqueles considerados como alelos de risco para o desenvolvimento de CAD. Os resultados observados em
relação a amostra de pacientes com DAC, quando comparados a amostra controle, sugerem que a presença
do alelo L (PON1 55) é um fator de aumento de risco de desenvolver doença da artéria coronariana e que em
associação com o tabagismo pode até duplicar o risco de desenvolver CAD entre os portadores desse alelo.
Nossos dados sugerem ainda que portadores de genótipos compostos MMQQ têm risco reduzido de
desenvolver CAD e que o polimorfismo Q192R não pode ser associado com o risco de desenvolver essa
doença.

452
SUÁREZ, Pablo. Estudos citogenéticos em espécies dos gêneros Leptodactylus Fitzinger 1883 e Bufo
laurenti 1768, (Amphibia, Anura). 2005. 80 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientador: Júlio César Pieczarka

RESUMO: Quatro espécies de Leptodactylus (L. leptodactyloides, L. petersii, L. macrosternum e L. fuscus) e duas
subespécies do grupo Bufo granulosus (B. goeldii e B. g. mirandaribeiroi) foram estudadas citogeneticamente,
utilizando técnicas de coloração convencional como Giemsa, Bandeamento C e impregnação por AgNO3
para detecção de Regiões Organizadoras de Nucléolos (NOR). As espécies do gênero Leptodactylus analisadas
apresentaram o mesmo número diplóide (2n=22), cujos números fundamentais (FN) variaram de 36 (L.
leptodactyloides) a 44 (L. petersii, L. macrosternum e L. fuscus). Inversões pericêntricas poderiam estar envolvidas
nas diferenças observadas nos FNs. Constrições secundárias (SC), quando presentes, foram evidenciadas no
cromossomo 8, em posição variada dependendo da espécie. Em todos os casos as SC coincidem com a
localização da banda Ag-NOR. Em L. leptodactyloides essa região apresenta um bloco heterocromático C
positivo. Diferença nos números, localização e tamanho das bandas heterocromáticas intersticiais foram
detectadas entre as espécies analisadas, evidenciando variação inter-específica no padrão de bandeamento C.
As duas subespécies pertencentes ao grupo Bufo granulosus apresentaram o número diplóide de 22
cromossomos bibraquiados (FN=44), em que as marcas Ag-NOR foram evidenciadas na região terminal do
braço longo do cromossomo 5. Não foram evidenciadas diferenças cromossômicas associadas ao sexo. A
morfologia cromossômica de ambas as subespécies é basicamente a mesma. Contudo, pequenas diferenças no
padrão de bandeamento C foram detectadas. A informação genética disponível sugere alta afinidade
cariotípica entre as espécies pertencentes ao grupo granulosos, e a localização das Ag-NOR podeira
apresentar uma sinapomorfia do grupo.

2006

453
AMARAL, Paulo José Siqueira do. Estudos citogenéticos comparativos no gênero Cebus (Cebidae,
Primates) utilizando bandeamentos cromossômicos e zoo-fish. 2006. 152 f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Júlio César Pieczarka
287

RESUMO: Os primatas do gênero Cebus (Cebidae-Primates) estão divididos em dois grupos de espécies: o com
tufo, monoespecífico, representado por Cebus apeila e o grupo sem tufo formado por quatro espécies: Cebus
albifrons, Cebus capucinus, Cebus griseus e Cebus kaapori. Considera-se que o gênero Cebus apresenta um
cariótipo pouco diferenciado do ancestral dos platirrínios, com o número diplóide variando de 52 a 54
cromossomos. Os cariótipos das espécies de Cebus possuem como característica comum a presença de
grandes blocos de heterocromatina constitutiva, basicamente nas regiões intersticiais e terminais, com
variação intraespecífica e intraindividual, poucos cromossomos metacêntricos, uma grande quantidade de
acrocêntricos e presença de constrição secundária em dois pares acrocêntricos pequenos. A taxonomia de
Cebus é considerada uma das mais confusas dentre todos os mamíferos neotropicais, pois as espécies
apresentam grande variação, havendo também divergência quanto ao número de espécies e subespécies.
Estudos citogenéticos adicionais neste gênero, como a pintura cromossômica, são muito importantes para
defini-lo mais precisamente. O presente trabalho foi realizado a fim de comparar as homologias
cromossômicas entre as espécies do gênero Cebus e organizar as espécies intragenericamente. Para essa
análise, foram realizados experimentos de Bandeamento G, C e pintura cromossômica com sondas
cromossomo-específica de humanos e Saguinus oedipus. Os resultados revelam que os espécimes estudados
apresentam cinco associações conservadas quando comparadas com o possível cariótipo ancestral dos
Platyrrhini (5/7, 2/16, 10/16, 14/15, 8/18 e 3/21), as autapomorfias 8/15/8 em C. albifrons e 12/15 em C.
griséus. Além disso, encontramos nessa última espécie uma associação jamais vista nos Primatas do novo
mundo 5/16/7, somente em S. boliviensis encontramos uma associação similar envolvendo os cromossomos
humanos 5/16/2. A variação do número diplóide de 2n= 54 para 52 é resultado de uma fusão/fissão
cêntrica, seguida de inversões.

454
BRASILIENSE, Danielle Murici. Caracterização molecular de Pseudomonas isoladas de ecossistemas
aquáticos do Estado do Pará. 2006. 88 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Maria Lúcia Harada

RESUMO: O gênero Pseudomonas é um dos mais diversos e ecologicamente significantes grupos de bactérias.
Ocupam uma grande diversidade de habitats na natureza, podendo ser encontrados no solo, água, sedimento,
entre outros. Também podem estar em associação com plantas e animais, como agente de doenças. A espécie
P. aeruginosa é a mais importante do ponto de vista clínico, uma vez que pode causar infecções oportunistas,
principalmente infecções hospitalares. No presente estudo, foram analisadas 138 amostras de Pseudomonas
coletadas de dois Igarapés (Combú e Paracuri), do Estado do Pará, com o objetivo de avaliar a diversidade
dessas bactérias nestes ambientes através do seqüênciamento da região de transcrito interno 1 (ITS1), e
verificar a presença de genes de interesse ambiental: MerR, MerT, MerP e MerA, presentes no operon de
resistência ao mercúrio e também do gene Nahac, envolvido na degradação de hidrocarbonetos aromáticos
policíclicos (HAP). Foram obtidas 122 seqüências da região ITS1, que foram analisadas, juntamente às
seqüências disponíveis na literatura, pelo Método de Agrupamento de Vizinhos e de Máxima
Verossimilhança, utilizando o programa PAUP. A grande maioria das linhagens foi identificada como P.
aeruginosa (n=118), sendo que as quatro restantes foram P. fluorescens. A comparação dos isolados de P.
aeruginosa revelou uma baixa diversidade genética, fato que tem sido descrito na literatura para esta espécie.
Entre os isolados não foram identificados catabolizadores de HAP, entretanto um isolado do Igarapé Combú
apresentou o operon Mer.

455
CALCAGNO, Danielle Queiroz. Análise da aneuplodia do cromossomo 8, do nível de amplificação e
expressão do gene C-MYC em adenocarcinomas gástricos no Estado do Pará. 2006. 107 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Rommel Mario Rodríguez Burbano
288

RESUMO: O câncer gástrico é o terceiro tipo de câncer mais freqüente no mundo. No Norte do Brasil, o
Estado do Pará apresenta elevada incidência dessa neoplasia. Os mecanismos genéticos envolvidos com essa
patologia ainda não são totalmente esclarecidos. Foi utilizado o método de Hibridação in situ fluorescente
(FISH) para avaliar o grau de aneuploidia do cromossomo 8 e nível de amplificação do gene C-MYC em 18
adenocarcinomas gástricos, e a técnica de imuno-histoquímica para avaliação da expressão do C-MYC
somente em sete destas amostras. Todos os casos estudados, tanto em tumores do tipo intestinal quanto do
tipo difuso de Laurén, apresentaram aneuploidias do cromossomo 8 e amplificação do gene C-MYC. Não foi
observada uma diferença estatisticamente significativa (p<0.05) entre o grau de ploidia do cromossomo 8 e a
localização, estádio ou tipo histológico dos adenocarcinomas estudados. A alta amplificação de C-MYC,
Regiões Homogeneamente Corada (HSRs) e/ou Double minutes (DMs), foi observada apenas no tipo
histológico intestinal. Rearranjos do gene C-MYC com outro cromossomo, como uma translocação, foi
observada apenas nos casos do tipo histológico difuso. A diferença entre o nível de amplificação desse gene e
o tipo histológico foi estatisticamente significante (p>0.05). A expressão da proteína C-MYC foi observada
em todos os casos estudados. A imunoreatividade no tipo intestinal foi predominantemente no núcleo, e no
tipo difuso foi tanto nuclear quanto citoplasmática. Em conclusão, as diferentes alterações entre os tipos
histológicos de Laurén, encontradas nesse trabalho, sustenta a hipótese que o tipo intestinal e difuso seguem
diferentes vias genéticas. Entretanto, mais amostras devem ser avaliadas por imuno-histoquímica para
confirmar este resultado.

456
CARVALHO, Tarcísio André Amorim de. Análise molecular no gene da enzima 21 – hidroxilase em
pacientes com hiperplasia adrenal congênita do Estado do Pará. 2006. 135 f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: João Farias Guerreiro

RESUMO: A Hiperplasia Adrenal Congênita (HAC) é um distúrbio genético autossômico recessivo


resultante de disfunções enzimáticas da via metabólica do colesterol, cuja etiologia está ligada a deficiência da
enzima 21-hidroxilase (21OH) em 95% dos casos. Esse processo resulta em pseudohermafroditismo
feminino, por acúmulo de substrato da enzima 21OH e aumento da síntese de andrógenos nas glândulas
adrenais. Com a finalidade de identificar o perfil das mutações mais freqüentes no gene CYP21 que causam
deficiência de 21-hidroxilase no Estado do Pará, 46 pacientes com HAC foram analisados por meio de PCR,
seguida de seqüenciamento automático de DNA. As mutações mais freqüentes foram a IVS2 A/C®G (37%),
Q318X (13%), V281L (13%), INS 1761T (9,8%), P30L (7,6%) e Cluster E6 (7,6%). As mutações I172N
(2,2%), R356W (1,1%) e Del 8nt (1,1%) apresentaram freqüências mais baixas. O genótipo heterozigoto
composto foi encontrado em 61% dos pacientes e em 2 indivíduos não foi detectada nenhuma mutação. O
polimorfismo normal mais freqüente foi o K102R (48,9%), seguido do N493S (34,8%), S268T (6,5%),
N183E (4,6%) e S205T (1,1%). As freqüências das mutações detectadas nos pacientes com HAC do Estado
do Pará, em geral, apresentaram-se similar ao observado em outros estudos, sendo a mutação IVS2A/C®G a
mais freqüente. Foram encontradas cinco possíveis mutações novas, L226Q, A265V, G274E, M283K e
A362S. Os resultados indicam que outras mutações no gene da enzima 21OH, ou em outra envolvida na
biossíntese nas adrenais, possam estar presentes nos pacientes que não apresentaram as mutações
investigadas, ou a presença de dois polimorfismos combinados esteja influenciando o genótipo nestes
indivíduos.

457
CASTRO, Luciana Santos Serrão de. Identificação de mutações no gene GJB2 em indivíduos com
surdez pré-lingual não-sindrômica de Belém, Pará. 2006. 102 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de
Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2006.
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos
289

RESUMO: A surdez é o defeito sensorial mais freqüente em seres humanos, podendo ter diferentes causas
ambientais ou hereditárias. Em países desenvolvidos, estima-se que um em cada 1.000 nascidos manifesta
algum tipo de surdez e mais de 60% de casos sejam de origem genética. No Brasil, muito pouco ainda é
conhecido sobre surdez hereditária. Estima-se que quatro em cada mil recém-nascidos manifestem algum tipo
de deficiência auditiva e que a freqüência da surdez causada por fatores genéticos seja da ordem de 16%,
enquanto os 84% restantes dos casos sejam causados por fatores ambientais e de etiologia desconhecida. As
várias formas de surdez hereditária já identificadas são muito raras, com exceção de uma, causada por
mutações no gene GJB2 que codifica a Conexina 26. As conexinas representam uma classe de família de
proteínas responsáveis pela formação de canais de comunicação entre células adjacentes (Gap Junctions), esta
comunicação entre células adjacentes é fundamental para o crescimento e para a diferenciação de tecidos. Até
o presente, foram descritas 102 mutações do gene GJB2 que estão associadas com surdez hereditária. Três
mutações se destacam por apresentarem freqüência elevada em grupos populacionais específicos: 35delG
entre europeus e entre a população brasileira; l67delG entre Judeus Askenazitas; e 235delG entre asiáticos.
Neste trabalho, foi realizada a análise molecular de toda a seqüência codificadora do gene GJB2 (Conexina
26) em uma amostra constituída de 77 indivíduos não aparentados, com surdez esporádica pré-lingual, não-
sindrômica da população de Belém. Mutações no gene da Conexina 26 foram observadas em 40% da amostra
(31/77). A mutação 35delG foi observada em sete (9%) pacientes e sendo observada em 80% (8/10) dos
alelos mutados. Duas outras mutações foram observadas: V95M e M34T, ambas no estado heterozigoto e em
dois diferentes indivíduos, O polimorfismo V27l foi observado em 22 indivíduos com freqüência alélica de
15.5%. Neste trabalho, as freqüências observadas de mutações são equivalentes a freqüências observadas em
outras populações anteriormente estudadas. Esses resultados indicam que mutações no gene GJB2 são
importantes causas de surdez em nossa região.

458
FINOTELO, Liane Fiúza de Mello. Filogenia cromossômica da subfamília Pitheciinae (Platyrrhini,
Primates) por citogenética clássica e pintura cromossômica. 2006. 59 f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Cleusa Yoshiko Nagamachi

RESUMO: A subfamília Pitheciinae é constituída pelos gêneros Pithecia, Chiropotes e Cacajao. Estes gêneros são
constituídos por espécies altamente ameaçadas de extinção, e em função disso, o conhecimento acerca desses
animais ainda é bastante escasso em várias áreas da Biologia, inclusive em relação a trabalhos citogenéticos.
No presente trabalho, foram estudados os cariótipos das espécies Pithecia irrorata e Cacajao calvus rubicundus
utilizando técnicas de citogenética clássica e molecular. Os resultados obtidos por bandeamentos G, C, NOR,
Cromomicina A3 e por hibridização in situ, com sondas cromossomo-específicas humanas e de Saguinus
oedipus, permitiram determinar as características cromossômicas das espécies em estudo, além de permitir uma
análise cromossômica comparativa entre as mesmas e Chiropotes utahicki, observando assim suas homeologias e
diferenças cariotípicas, além de contribuir para uma melhor definição da filogenia desse grupo. Os resultados
revelam que os pitecíneos apresentam todas as associações encontradas no possível cariótipo ancestral dos
Platyrrhini e que a monofilia desta subfamília deve-se a três caracteres sinapomórficos (2ª/10b, 15/14
acrocêntrico, 19 acrocêntrico). Além disso, cada uma das três espécies se diferencia por apresentarem algumas
autapomorfias. A análise filogenética mostra ainda que o gênero Pithecia ocupa uma posição mais basal
estando mais próximo do ancestral platirrino e que C.c.rubicundus e C.utahicki apresentam-se intimamente
relacionados, em função de características sinapomórficas exclusivas dessas duas espécies.

459
HAMOY, Igor Guerreiro. Estrutura genética do Arapaima gigas (Teleostei, Osteostei, Osteoglossidae)
em lagos de várzea no médio rio Amazonas, inferida por marcadores microssatélites. 2006. 87 f.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Sidney Emanuel Batista dos Santos
290

RESUMO: O Arapaima gigas é o maior peixe de água doce dos trópicos, podendo medir até 3 m de
comprimento e pesar cerca de 200 Kg. Uma das formas mais importantes de avaliar a viabilidade de
populações naturais é estimar sua diversidade genética. Na maioria das espécies de peixes, esse tipo de
investigação tem sido centrada na análise da variabilidade de marcadores microssatélites. Neste trabalho
descrevemos o desenvolvimento de um painel multiplex de oito marcadores microssatélites para Arapaima
gigas. Utilizamos este sistema de genotipagem multiplex para averiguar o fluxo gênico, o nível de variabilidade
genética e a subestruturação populacional presente em populações naturais de Arapaima do baixo rio
Amazonas. Foram coletadas 190 amostras de Arapaima gigas, capturados em diferentes lagos no baixo
Amazonas, Estado do Pará, Brasil. Quantificamos o nível de variabilidade genética detectada com este painel
multiplex utilizando a heterozigosidade observada (HO), analisamos ainda o nível de fluxo gênico e a
subestruturação destas populações. O fluxo gênico e a heterozigosidade encontrados no presente trabalho
foram elevados e similares ao descrito na literatura, a subestruturação populacional encontrada variou de
pequena a moderada em todas as análises. O painel multiplex de oito microssatélites desenvolvido neste
trabalho mostrou-se capaz de quantificar a variabilidade genética presente na população de Arapaima gigas
investigada. Os resultados indicam que este sistema pode ser usado como uma metodologia rápida, de baixo
custo e elevado poder de discriminação para avaliação de variabilidade de populações naturais de Arapaima
gigas.

460
LEITE, Daniela Soares. Investigação de Aneuploidias do cromossomo 21 em fibroadenomas da mama
por hibridação in situ fluorescente. 2006. 70 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Rommel Mario Rodríguez Burbano

RESUMO: Fibroadenoma (FA) é uma lesão benigna de mama que ocorre em cerca de 25% das mulheres,
sendo que 13 a 20% delas podem apresentar múltiplos FA. Este tumor é mais comumente diagnosticado em
mulheres jovens, com idade entre 20 e 36 anos. Os FA não estão diretamente relacionados ao câncer de
mama. Transformações malignas dos componentes epiteliais são relatadas em 0.02-0.3% dos casos, em geral
originando carcinoma lobular in situ. FA apresentam heterogeneidade de achados citogenéticos, envolvendo
diferentes cromossomos, o que aumenta a dificuldade de definir a etiologia e o entendimento da
tumorigênese mamária, bem como uma possível associação destas alterações com o começo e a progressão
do tumor e um posterior desenvolvimento de carcinoma. Hibridização in situ fluorescente é uma técnica que
permite detectar seqüência de DNA em cromossomos metafásicos e núcleos interfásicos. O objetivo deste
estudo foi investigar, usando FISH, a existência de alterações numéricas no cromossomo 21 em FA da mama
e para tanto, foram investigadas amostras de FA de quinze mulheres de Belém-PA, onde a população é
resultado de uma miscigenação entre três grupos étnicos: Ameríndios, Africanos e Europeus. Sete deles
mostraram alteração clonal do cromossomo 21, e a presença de um sinal (monossomia) variou de 24,5% a
43,5% das células analisadas. A monossomia do cromossomo 21 não é um achado freqüente no câncer de
mama, isto sugere que a monossomia encontrada está pouco relacionada com as transformações malignas em
câncer de mama. As alterações cromossômicas em FA são conseqüências do processo proliferativo, e a
presença de aneuploidias em tecidos em proliferação proporciona uma base para uma continua não-disjunção.
O estudo de proliferações benignas e a comparação com alterações cromossômicas nas suas contrapartes
malignas resultariam em um melhor entendimento da ação dos genes no processo proliferativo, e quais destes
levam as células a sofrem transformação maligna e se tornarem invasivas.

461
LEITE, Mauro de Meira. Repertório dos genes KIR na população de Belém e em imigrantes
portugueses. 2006. 57 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia
Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Eduardo José Melo dos Santos
291

RESUMO: Os genes KIR (Killer cell immunoglobulin-like receptors – Receptores imunoglobulina-símiles de células NK
[Natural Killer]) desempenham papel fundamental na resposta imune inata, codificando receptores de
superfície celular que efetuam o reconhecimento das moléculas de HLA Classe I nas células alvo,
estabelecendo um controle no padrão de expressão das mesmas nas células do organismo. Quando este
padrão se apresenta alterado, as células NK, por intermédio de seus receptores (entre estes os KIR), destroem
a célula alterada. Para descrever a variabilidade genética do complexo KIR na população de Belém e em
imigrantes portugueses no Pará, usando esta informação para inferir sobre a história biológico-demográfica
destas populações na Amazônia, foram investigados 15 loci KIR. A amostra de Belém é constituída de 69
indivíduos não aparentados e a amostra de portugueses 27 voluntários. Os fenótipos foram definidos com
base na combinação da presença ou ausência dos loci investigados. As relações entre as populações foram
evidenciadas pela análise de componentes principais, através do programa SPSS 3.0. Belém e portugueses
partilham de uma semelhança genética bastante profunda e possuem um grau de variabilidade bem superior
ao da maioria das populações da literatura. A freqüência do haplogrupo A em Belém está de acordo com o
esperado, tomando como base os estudos de mistura racial para a população de Belém. Belém encontra-se
eqüidistante de ameríndios e asiáticos, em termos de diferenciação genética. O heterogêneo padrão de
desequilíbrio de ligação observado para diferentes populações humanas, parece ser indicativo da ação de
fatores estocásticos como migração e deriva genética e/ou pressões seletivas locais.

462
MENESCAL, Luciana Alcantarino. Análise comparativa da expressão do gene da miostatina em
diferentes músculos em gado nelore (Bos indicus). 2006. 81 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de
Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider

RESUMO: O fator de crescimento e diferenciação 8 (GDF-8) é membro da superfamília de crescimento e


diferenciação β e codifica uma proteína reguladora negativa do crescimento muscular denominada miostatina.
Mutações neste gene estão relacionadas com o fenótipo de musculatura dupla freqüentemente encontrado em
algumas raças de gado como Belgian Blue e Piamontês, que tem como características, além do aumento da massa
muscular, diminuição da massa da maioria dos outros órgãos e diminuição da gordura intramuscular e tecido
conjuntivo. A miostatina é predominantemente expressa nos músculos esqueléticos, mas já foi descrita em
adipócitos, coração e glândulas mamárias. O GDF-8 regula a progressão do ciclo celular dos mioblastos
através da hipofosforilação da proteína retinoblastoma, via inativação do complexo ciclina E-cdk2 pela
proteína p21. A proteína também afeta a transição da fase G2 para M durante a mitose nos mioblastos e a
ativação das células satélites. Neste trabalho, a expressão do gene da miostatina foi mensurada nos músculos
semimembranosus, semitendinosus e glúteo bíceps de nove bovinos adultos da raça Nelore (Bos indicus) e no
músculo semitendinosus de quatorze animais em desenvolvimento gestacional por meio da técnica de PCR em
tempo real. Todos os valores de p não foram significantes com valor de alfa 0,05 indicando que não há
diferença na expressão do gene da miostatina entre esses músculos e nem entre as diferentes idades do
desenvolvimento estudadas.

463
SCERNI, Ana Carolina Costa. Monitoramento com PCR quantitativo para BCR-ABL de pacientes
portadores de leucemia mielóide crônica em tratamento com mesilato de imatinib. 2006. 77 f.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: José Alexandre Rodrigues de Lemos

RESUMO: A Leucemia Mielóide Crônica (LMC) é uma doença mieloproliferativa originada pela expansão
clonal da célula hematopoiética pluripotente, caracterizada pela translocação cromossômica recíproca
t(9;22)(q34;q11), que resulta na junção BCR-ABL no cromossomo 22q-, o cromossomo Philadelphia (Ph). Esse
gene quimérico codifica uma proteína citoplasmática com atividade tirosina quinase constitutiva, responsável
292

pela transformação celular e efeitos leucemogênicos. Este trabalho teve como objetivo: discriminar e
quantificar os transcritos principais do gene quimérico BCR-ABL em leucócitos do sangue de pacientes com
LMC durante o tratamento com mesilato de imatinib para verificar se existe relação entre a ação da droga e o
tipo de transcrito; verificar se os níveis de expressão antes do início do tratamento exercem algum papel na
resposta a terapia e avaliar a freqüência das remissões moleculares. Foram acompanhados 57 pacientes, por
um período médio de 21 meses (variação 4 - 46 meses) em quatro intervalos ao longo do tratamento: antes do
início do tratamento, 1 ├ 15, 15 ├ 30, ≥ 30 meses após o início do tratamento. Esses pacientes foram
submetidos à técnica de PCR Quantitativo em Tempo Real (QRT-PCR) durante o acompanhamento. Foi
observada diferença significativa dos níveis de expressão BCRABL entre os transcritos B2A2 e B3A2 nos
intervalos 1 ├.15 e ≥ 30 meses (P=0,0247 e P=0.0049, respectivamente), sendo B2A2 mais sensível ao
imatinib. A expressão antes do início do tratamento apresentou valor preditivo a partir do trigésimo mês de
terapia (P=0.0017; R2= 0.4571). A maioria dos pacientes 49 (86%) continuaram expressando BCR-ABL,
enquanto apenas 8 (14%) atingiram níveis indetectáveis. Os resultados desse estudo indicam que a ação do
mesilato de imatinib é capaz de modificar a história natural da LMC, demonstrando tendência de melhor
prognóstico para os pacientes que apresentam o transcrito B2A2, sugerindo que os transcritos, pelo menos os
tipos principais, devam não somente ser quantificados, mas também discriminados e monitorados durante
todo o tratamento e que a expressão antes do início do tratamento tem valor preditivo a partir do trigésimo
mês de terapia, identificando grupos de bons e maus respondedores em pelo menos 46% dos pacientes, mas a
doença residual é raramente eliminada.

2007

464
ALVES, Erik Artur Cortinhas. Investigaçção de mutações no éxon 10 do gene do receptor de
tireotrofina em pacientes com hipoteroidismo congênito. 2007. 56 f. Dissertação (Mestrado) – Programa
de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientador: Luiz Carlos Santana da Silva
Co-orientadora: Ândréa Kely Campos Ribeiro dos Santos

RESUMO: O Hipotireoidismo Congênito (HC) é a doença endócrina mais comum, que em regiões iodo
suficientes, afeta cerca de 1:3000 a 1:4000 recém-nascidos. O HC é uma doença metabólica hereditária
relacionada aos defeitos no desenvolvimento da glândula tireóide e na síntese, secreção e ação dos hormônios
T3 e T4. Caso não seja diagnosticado e tratado precocemente, o HC ocasiona distúrbios no metabolismo do
indivíduo afetado, como por exemplo, alterações no desenvolvimento do cérebro e do esqueleto (atraso do
desenvolvimeto neuropsicomotor). Estudos comprovam que mutações nos fatores de transcrição (TTF2,
TTF1 e PAX-8) e no gene do receptor de TSH (TSHR) são responsáveis por essa doença. O TSHR é
responsável por ativar o metabolismo da tireóide via proteína G. O éxon 10 do gene TSHR é o éxon com
maior número de mutações que explicam os casos de HC primário causados por perda de função do TSHR.
O presente estudo teve como objetivo investigar as mutações presentes no exon 10 do gene TSHR
causadoras de HC em pacientes do estado do Pará tratados na Unidade de Referência Especializada Materno
Infantil e Adolescente (UREMIA). Foram encontradas três alterações nucleotídicas: a transição de G>A no
códon 459 (GCG—>GCA - A459A), a transição de G>A no códon 645 (CTG—>CTA — L645L) e uma
transversão de C>G códon 727 (GAC—>GAG — D727E). A partir da análise dos prontuários foi possível
dividir os pacientes com HC em dois grupos. O grupo 1 (80% da amostra) apresentou valores de TSH
elevado e T4 livre abaixo do normal; o grupo 2 (20% da amostra) apresentou a dosagem de TSH elevada e T4
livre normal. A análise clínica dos pacientes com HC não é preponderante para a realização do diagnóstico
nesse pacientes, mas os achados clínicos descritos nesse trabalho corroboram os sinais e sintomas presentes
nos indivíduos com HC.

465
293

BASTOS, Heitor Burlamaqui. Estrutura genética de Alouatta belzebul (primates, platyrrhini) da área
de influência da UHE-Tucuruí. 2007. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Genética
e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientadora: Maria Paula Cruz Schneider

466
GUIMARÃES, Adriana Costa. Estudos de Aneuploidias, expressão e status de metilação no gene TP16
em tumores gástricos no Estado do Pará. 2007. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação
em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientador: Rommel Mario Rodríguez Burbano

467
MILHOMEM, Susana Suely Rodrigues. Estudos cromossômicos em espécies do gênero Gymnotus
(Gimnotidae – Gymnotiformes). 2007. 102 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientadora: Cleusa Yoshiko Nagamachi.

RESUMO: Este trabalho descreve sete populações do gênero Gymnotus. Duas simpátricas, provenientes da
ilha do Marajá-PA (G. mamiraua e G. cf. carapo) e as outras cinco (G. cf. carapo) de Benfica, Capanema, São
Miguel do Guamá, Ponta de Pedras e Almeirim. Os estudos cariotípicos demonstraram dois cariótipos
distintos para G. cf. carapo Linnaeus, um com 2n=42 (30M/SM+12ST/A) e o outro com 2n=40
(28M/SM+12ST/A). G. mamiraua Albert & Crampton, possui 2n=54 (50M/SM+4ST). A região organizadora
de nucléolo (NOR) foi encontrada na porção distal do braço curto do par 20 em G. cf. carapo com 2n=42 e na
mesma posição no par 19 em G. cf. carapo com 2n=40, em G. mamiraua está presente na região intersticial do
par 1. Em ambas as espécies (G. mamiraua e todas as populações de G. cf. carapo) a coloração com DAPI
mostrou um padrão concordante com o do bandeamento C, enquanto que a CMA3 mostrou marcações
semelhantes ao padrão da NOR. Os novos dados e a revisão de dados citogenéticos em Gymnotus,
apresentados nesta dissertação, confirmam a hipótese de que G. carapo é um complexo de populações com
cariótipos distintos ou um complexo de espécies crípticas. As duas espécies simpátricas podem ser
reprodutivamente isoladas por mecanismos pré-zigóticos (como a estrutura da descarga do órgão elétrico) ou
por barreiras pós-zigóticas (como a fórmula cariotípica). O entendimento das estruturas citogenéticas de G.
carapo e G. mamiraua poderá auxiliar na compreensão dos processos evolutivos dessas espécies.

468
MOREIRA, Caroline Aquino. Uso do diepoxibutano em cultura de linfócito para diagnóstico de
Anemia de Faconi por citogenética e citometria de fluxo. 2007. 78 f. Dissertação (Mestrado) – Programa
de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientador: José Alexandre Rodrigues de Lemos

RESUMO: A anemia de Fanconi (AF) é uma doença autossômica recessiva, caracterizada por anormalidades
congênitas, instabilidade cromossômica, hipersensibilidade do DNA celular à agentes clastogênicos e um
aumento da predisposição para o desenvolvimento de vários tipos de câncer. A característica mais marcante
desta síndrome é a alta sensibilidade de suas células ao agente clastogênico Diepoxibutano (DEB), assim o
diagnóstico diferencial desta síndrome é dado principalmente pela citogenética, quando adicionado o DEB
(Teste DEB) em cultura, há um aumento do número de quebras cromossômicas, tornando tal método o
“padrão ouro” para o diagnóstico da AF. As células dos pacientes portadores de AF possuem anormalidades
no ciclo celular, onde uma porcentagem aumentada de células na fase G2/M, a quantificação por citometria
de fluxo das células acumuladas nessa fase constitui uma importante ferramenta no diagnóstico desta doença.
O objetivo deste trabalho foi comparar a eficiência dos métodos de citogenética e de citometria de fluxo, de
cultura de linfócitos com e sem uso de DEB, para a caracterização e diagnóstico da AF, para tal
desenvolvemos uma técnica de análise por citometria de fluxo ainda inédita na literatura. A amostra foi
composta de 11 pacientes diagnosticados primariamente como portadores de anemia aplástica. Dois pacientes
294

foram diagnosticados como portadores de AF igualmente, tanto pela análise citogenética, quanto citometria
de fluxo, demonstrando que o uso do DEB na citometria de fluxo também constitui uma poderosa
ferramenta para o diagnóstico da AF.
295
296
297

2005
469
PINHEIRO, Maria da Conceição Nascimento. Exposição mercurial e defesas antioxidantes em
mulheres ribeirinhas da Amazônia. 2005. 166 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em
Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento

RESUMO: Analisaram-se os efeitos do mercúrio sobre o sistema antioxidante celular quando a exposição
humana àquele metal ocorre através da dieta, focalizando mulheres que vivem em comunidades ribeirinhas da
Amazônia. Previamente, os efeitos do mercúrio sobre o sistema antioxidante foram estudados apenas em
pessoas expostas ocupacionalmente ao vapor de mercúrio, havendo uma grande carência de informação na
exposição humana ao mercúrio pela dieta, especialmente em mulheres ribeirinhas da Amazônia. Visando
contribuir para a compreensão de alguns aspectos da toxicodinâmica do mercúrio e na identificação de
biomarcadores de lesão celular precoce, este estudo tem por objetivo avaliar os efeitos do mercúrio da dieta
sobre os níveis de glutationa e a atividade das enzimas antioxidantes (superóxido dismutase e catalase) em
mulheres ribeirinhas de diferentes áreas geográficas do Estado do Pará, na Amazônia brasileira. Participaram
87 mulheres, sendo 28 de São Luiz do Tapajós, 39 de Barreiras (duas comunidades da bacia do Tapajós) e 20
mulheres de Panacauera (comunidade da bacia do Tocantins). As amostras de cabelo foram processadas para
análise de Hg-total através da espectrofotometria de absorção atômica e as amostras de sangue para
determinação dos níveis de glutationa e atividade das enzimas antioxidantes. A concentração média de Hg-
total em amostras de cabelo das mulheres de Panacauera foi 3,61 ± 0,30ig/g, em Barreira 13,20 ± 1,21 j.ig/g
e em São Luiz do Tapajós 14,48 ± 1,31ig/g. Foi observada diferença altamente significativa na comparação
entre Panacauera e cada comunidade do Tapajás (p <0,001). Os níveis médios de glutationa total foram 2261,
80 ± 77,10mg/ml de sangue em Panacauera, 2740,71 ± 148,32mg/ml sangue em Barreiras e 3726,50 ±
122,26mg/ml sangue em São Luiz do Tapajós, sendo observada diferença significativa na comparação entre
Panacauera e São Luiz do Tapajós e entre Barreiras e São Luiz do Tapajós (p < 0,001). A atividade da
superóxido dismutase foi 11,54 ± 1,91U/ml sangue em Panacauera, 6,95 ± 0,39U/ml em Barreiras e 6,98 ±
0,50U/ml sangue em São Luiz do Tapajós, observando-se diferença significativa na comparação de cada
comunidade do Tapajós com Panacauera (Tocantins) (p < 0,01). A atividade da catalase foi em média 8,83 ±
0,8/mg de H202/mg de proteína/minuto em Panacauera, 4,92 ± 0,26mg de H202/mg de proteína/minuto
em Barreiras e 4,13 ± 0,32mg de H202/mg de proteína/minuto em São Luiz do Tapajós. A comparação da
atividade apresentada pelas mulheres de Panacauera com as de cada comunidade do Tapajós foi altamente
significativa (p < 0,001). Conclui que as concentrações de mercúrio em amostras de cabelo bem como a
prevalência de exposição em níveis maiores que 10 ig/g apresentados pelas mulheres ribeirinhas do Tapajós
confirmam a exposição ao mercúrio da dieta em áreas poluídas da Amazônia. Estes níveis de exposição estão
associados a alterações nos mecanismos de defesa antioxidante com altas concentrações de glutationa total
com provável acúmulo da forma oxidada (GSSG), baixa atividade das enzimas Superóxido Dismutase (SOD)
e Catalase (CAT). A atividade reduzida dessas enzimas demonstra ser um marcador bioquímico de sofrimento
celular associado à exposição crônica ao mercúrio da dieta, cuja reversão desse quadro poderá ser susceptível
a introdução de medidas são necessários para avaliar as concentrações de GSSG como marcador de dano
bioquímico celular causado pelo mercúrio.
298

2006

470
FREIRE, Marco Aurélio Moura. Reatividade de neurópila, distribuição e morfometria de neurônios
reativos à NADPH diaforase no isocórtex de roedores. 2006. 147 f. Tese (Doutorado) - Programa de
Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2006.
Orientador: Antônio Pereira Júnior
Co-orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz

RESUMO: O padrão geral de reatividade de neurópila e a distribuição e morfometria dos neurônios reativos
para NADPH diaforase (NADPH-d) foram avaliados ao longo do isocórtex de quatro espécies de roedores
de portes e hábitos distintos: camundongo (Mus musculus), rato (Rattus rattus), cutia (Dasvprocra agouti) e paca
(Cuniculus paca). O padrão de reatividade da NADPH-d revelou a localização das áreas sensoriais primárias em
todas as espécies, especialmente o campo de barris nas espécies de menor porte. No córtex parietal da paca
há a presença de estruturas similares aos barris encontrados em roedores de menor porte. Nas quatro
espécies, dois subgrupos de neurônios reativos à NADPH-d foram identificados - neurônios do tipo I
(maiores e com arborização dendrítica exuberante) e do tipo II (menores e mais fracamente reativos). Na paca
e na cutia, a distribuição dos neurônios do tipo I é semelhante, havendo uma maior concentração de células
nas regiões anterior e lateral das camadas supragranulares. Nas camadas infragranulares, a distribuição tende a
ser mais homogênea. Nas quatro espécies, o número de neurônios é muito maior na substância cinzenta que
na branca. No campo de barris de rato e camundongo, os neurônios da região dos septos possuem uma
arborização dendrítica mais complexa que aqueles do interior dos barris, o mesmo sendo notado quando se
compara a área SI com as áreas AI e VI nestas espécies. Uma avaliação qualitativa apontou uma arborização
dendrítica mais elaborada nos neurônios do tipo 1 ao longo das regiões anterior e lateral das camadas
supragranulares de paca e cutia. Os resultados de distribuição celular estão em concordância com o padrão
observado em outras espécies filogeneticamente afastadas, sugerindo que tal padrão de distribuição é uma
característica geral do isocórtex dos mamíferos. Já o padrão diferencial na arborização dendrítica dos
neurônios do tipo I possivelmente reflete um circuito neuronal específico nas diferentes áreas corticais.

471
XAVIER, Marília Brasil. Estudo clínico e imunopatológico da hanseníase em pacientes co-infectados
pelo vírus da imunodeficiência humana. 2006. 167 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em
Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento

RESUMO: A hanseníase é altamente prevalente no mundo e com a epidemia da aids, espera-se aumento de
casos de co-infecção entre essas moléstias. Com o objetivo de avaliar aspectos clínicos e imunopatológicos da
hanseníase em pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), realizou-se um estudo
transversal, considerando o momento do diagnóstico da hanseníase em 31 pacientes portadores de HlV/aids.
Concluiu-se que formas clínicas tuberculóides (TT e BT) foram mais prevalentes mesmo em pacientes com
aids e aspecto não usual de lesão ulcerada foi observada em freqüência muita baixa. Reação reversa (RR) foi
altamente prevalente mesmo em pacientes com níveis baixos de CD4+ periférico. As neurites hansênicas
foram altamente prevalentes em RR, apontando a possibilidade de interação neurotrópica dos agentes. O
surgimento da hanseníase foi altamente significativo entre o 1° e 6° mês após o início da terapêutica
antiretroviral, sugerindo ser a hanseníase uma doença associada à reconstituição imunológica. Alta taxa de
alergia à lepromina foi observada em formas tuberculóides e positividade associada à presença de RR. Não
houve aumento da resposta humoral ao M. leprae avaliada através de ELISA antiglicolipídeo fenólico 1 (anti-
PGL-1) em pacientes de formas tuberculóides, mesmo em fase de aids. A presença de auto-anticorpos
antifator do crescimento do nervo (anti-NGF) foi encontrada nas diversas formas clínicas, sugerindo ser o
NGF importante no mecanismo de dano neural, mesmo em pacientes imunossuprimidos. Macrofágos
299

CD68+ e linfócitos T de memória CD45R0+ foram evidenciados em lesões de todas as formas através de
imunohistoquímica demonstrando a manutenção de resposta imune celular macrofágica e que a
imunossupressão pelo HIV não parece afetar a migração de células T de memória para o sítio da lesão. A
citocina de perfil Th2, TGF-1 apresentou baixa expressão em lesões tuberculóides e maior expressão em
formas BB e BV, sugerindo sua importância na formação do granuloma, mantendo, portanto o padrão da
resposta imune ao M. leprae mesmo na presença do HIV. Os achados corroboram para afirmações de que
tais moléstias, embora concomitantes, cursam de forma pouco dependente.

2007

472
OLIVEIRA, Ricardo Bezerra de. Efeitos do metilmercúrio sobre a morfologia de neurônios do córtex
visual do gato. 2007. 97 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia
Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientador: Cristovam Wanderley Picanço Diniz

RESUMO: A utilização do Hg e de seus derivados faz com que toneladas desse metal sejam lançadas
anualmente no meio ambiente. Esse lançamento pode pôr em risco a saúde de milhares de pessoas, podendo
até mesmo levar à morte, como aconteceu no Japão nos anos 60. Embora muitos estudos experimentais de
neurointoxicação pelo metilmercúrio tenham utilizado como modelo o sistema visual de mamíferos, a
neuropatologia axonal e dentrítica permanece por ser investigada em detalhe. Este estudo tem como objetivo
contribuir para isso investigando alterações precoces na morfologia de neurônios do córtex visual do gato.
Para tal, estudamos a morfologia de duas populações de neurônios: os neurônios lisos, estudados através da
atividade histoquímica da NADPH-diaforase e de neurônios espinhosos através do neurotraçador biocitina.
Assim, os animais experimentais foram divididos em 04 grupos. Cada grupo (n=6) recebeu diferentes doses
de MeHgCl, via oral, na seguinte ordem: grupo 1 (MeHg 0,25mg/Kg/30 dias) com sobrevida após a última
dose de 6 meses; grupo 2 (MeHg 0,25mg/Kg/30 dias) com sobrevida de 24h.; grupo 3 (MeHg 6,4mg/Kg),
dose única com sobrevida de 30 dias; o grupo 4 foi o grupo controle. Após os períodos de sobrevida os
animais foram anestesiados e perfundidos. Amostras de cérebro, fígado e rins foram utilizadas para a
determinação da concentração de Hg inorgânico e MeHg por fluorescência atômica e cromatografia gasosa.
Todos os cérebros foram cortados em fatias de 200pm e em seguida submetidos à reação histoquímica para
NADPH-diaforase. No grupo 3, 24h antes da perfusão, foi injetado, na área visual, através de iontoforese, a
biocitina que foi depois revelada utilizando-se o método da diaminobenzidina (DAB) e sulfato de níquel e
amônio. Após as reações histoquímicas, os cortes foram montados em lâminas e os neurônios foram
analisados com auxílio de microscopia óptica e câmara clara (neurônios lisos), bem como também utilizamos
microscópio óptico acoplado a câmera de vídeo com utilização do software Neurolúcida para reconstrução e
análise dos terminais axonais. Os resultados mostram que a atividade da NADPH-diaforase foi reduzida nos
ramos dendríticos de 4ª e 5ª ordem nos grupos 1 e 3 com latência de pelo menos 30 dias associada ao
aparecimento desse efeito. Em nossos experimentos, os neurônios espinhosos apresentaram redução nas
densidades de botões, pontos de ramificações e segmentos quando comparados ao controle (p<0,001). As
concentrações de MeHg nos rins, fígado e cérebro foram (119±0,3), (2,4±0,2) e (1,39±0,3), respectivamente.
A análise de conglomerados confirmou resultados prévios no grupo controle com a presença de dois tipos de
terminais axônicos e demonstrou alterações morfológicas nos grupos tratados, afetando ambos os tipos de
fragmentos. Este trabalho mostrou, além disso, que doses de 0,25mg/Kg durante 30 dias ou dose única de
6,4mg/Kg o MeHg são suficientes para promover alterações em neurônios do córtex visual do gato.
300

473
SAITO, Cezar Akiyoshi. Sensibilidade temporal e espectral das células ganglionares retinianas M e P
de primatas neotropicais. 2007. 153 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Neurociências
e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira

RESUMO: Os primatas são os únicos mamíferos que possuem células ganglionares M e P na retina. Eles
podem ser divididos em prossímios e antropóides, sendo que estes últimos compreendem os catarríneos
(comumente chamados de antropóides do Velho Mundo) e platirríneos (comumente chamados de
antropóides do Novo Mundo ou Neotropicais). Todos os catarríneos até então estudados, incluindo o
homem, são diurnos e têm visão tricromática. Por outro lado, os platirríneos podem ser diurnos ou noturnos
e a grande maioria possui um polimorfismo sexual quanto à visão de cores: todos os machos são dicromatas e
as fêmeas podem ou não ser tricromatas. No presente trabalho, foram estudados três platirríneos: Alouatta
(diurno e tricromata), Cebus macho (diurno e dicromata) e Aotus (noturno e monocromata). Foi
correlacionado os diferentes estilos de vida e a presença ou não do polimorfismo sexual com as propriedades
temporais e espectrais das células ganglionares retinianas M e P. Foram obtidos registros in vivo de células
parafoveais isoladas usando microeletródios de metal e vidro. Os seguintes estímulos foram usados: pulsos de
luminância e de cor para classificar a célula em fásica ou tônica; oscilações temporais de luminância e de cor
para levantar a função de transferência de modulação temporal; dois LEDs, 554 e 638 nm foram modulados
em contrafase e em diferentes proporções ou em diferentes fases relativas mas com a mesma amplitude para
estudar as propriedades espectrais. Em todos os primatas estudados foram encontradas células ganglionares
fisiologicamente classificadas como células M e P. As respostas celulares aos pulsos e oscilações temporais
foram similares àquelas de catarríneos: foram observadas células fásicas com um mecanismo de controle de
ganho de contraste, classificadas como M, e células tônicas e lineares classificadas como P. As células do
Alouatta e do Cebus são dominadas pelos sinais dos cones e as do Aotus pelos sinais dos bastonetes. As células
P do Alouatta têm oponência cromática como em catarríneos, enquanto as células P do Cebus macho e do
Aotus não têm oponência cromática, sendo “cegas para a cor”. Os resultados corroboram os achados
morfológicos de que as vias M e P estão presentes tanto em catarríneos quanto platirríneos. As células
ganglionares M e P dos platirríneos são similares, qualitativamente, às células dos catarríneos quanto às
propriedades temporais, mas bastante diferentes quanto às propriedades espectrais.
301
302
303

2004
474
AGUIAR, Márlison José Lima de. Determinação da sensibilidade espectral em células horizontais de
carpa através da utilização da fotometria com variação luminosa heterocromática (FVLH). 2004. 70 f.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientador: Manoel da Silva Filho
Co-orientadora: Dora Fix Ventura

RESUMO: A capacidade em detectar movimento, imagem e cor foi um grande avanço adaptativo na
evolução das espécies. Contudo, pouco se sabe sobre como é feito o processamento de cor. Nesse trabalho,
usando a técnica de Fotometria com variação Luminosa Heterocromática, determinaremos a sensibilidade
relativa das células horizontais de carpa (Cyprinus carpio) a dois comprimentos de onda (550 e 628 nm) – com a
finalidade de verificar se há a presença de um ponto de nulo, quando são apresentados em contrafase, em
situação de isolamento de cones – indicando somação das entradas dos respectivos fotorreceptores.
Concluiu-se que há ponto de cancelamento nas células horizontais do tipo H1, demonstrando que estas
respondem aos estímulos de forma equivalente às H1 de primatas; as células H2 e H3, que são bifásicas, não
apresentam o ponto de nulo mostrando oponência similar à encontrada nas células bipolares (midget-centro-
OFF) de primatas; as HB de carpas responderam de forma similar as suas, com o ponto de nulo deslocado no
eixo do x.

475
BASTOS, Gilmara de Nazareth Tavares. Efeito antiinflamatório e antinociceptivo de Physalis angulata
(Camapu) em ratos inibição da PGE2 e óxido nítrico. 2004. 108 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de
Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2004.
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento

RESUMO: Este estudo, identifica as possíveis ações antinociceptiva e antiinflamatória do extrato aquoso de
raízes de Physalis angulata (EAPa), conhecido no Brasil como “Camapu”. O EAPa administrado por i.p. ou
p.o., 0,5 e 1 hora antes do agente álgico na dose de (10-30 mg/kg) promoveu uma inibição significante nas
contrações abdominais causada por ácido acético, com valores de 1D50 de 18.5 (17.4-19.8) e 21.5 (18.9-24.4)
mg/kg e inibições de 83±8 e 66±5%, respectivamente. O EAPa (10-60 mg/kg, i.p.) também causou uma
inibição da segunda fase de dor induzida por formalina, com um valor de lD50 de 20.8 (18.4 – 23.4) mg/kg e
inibição de 100%. O tratamento de ratos com EAPa (60 mg/kg, i.p.) ou com morfina (10 mg/kg, i.p.)
produziu um aumento do tempo de reação no teste de placa-quente. Estes resultados demonstram que EAPa
promoveu antinocicepção contra a dor visceral induzida por ácido acético e inibição da dor inflamatóna
induzida por formalina em ratos. Para estudar o efeito deste extrato no processo flogístico, a bolsa de ar foi
induzida subcutaneamente no dorso de ratos dos animais e um processo inflamatório foi produzido
injetando-se 1% de carragenina no nono dia depois da preparação de bolsa de ar. Os ratos foram tratados
intraperitonealmente com veículo (salina): Indometacina; ou EAPa (0.5mg; 1mg e 5mg/kg), uma hora antes
da administração de carragenina. Dezesseis horas depois da aplicação do agente de flogístico, os animais
foram sacrificados por excesso de éter e os exsudatos libertados naquela área foram retirados e analisados. A
atividade da ADA, os metabolitos do óxido de nítrico e os níveis de PGE2 foram usados como mediadores
inflamatórios. A indometacina e EAPa promoveram uma inibição significativa do processo inflamatório
induzido por carragenina quando comparados com o grupo controle. O EAPa (0.5mg/kg) teve pouco efeito
nos parâmetros analisados. Em contraste, 1mg/kg de EAPa apresentou efeito antiinflamatório significativo.
O volume de exsudato, o número total de células, os metabólitos de óxido de nítrico, a atividade da ADA e
os níveis de PGE2 diminuíram em 50%, 41%, 60%, 20% e 41% respectivamente, enquanto no grupo tratado
com 5mg/kg, a inibição foi maior (84%, 80%, 70%, 43%, 75% respectivamente) para os mesmos parâmetros
analisados. Os valores foram representados por média ± SEM, e estatisticamente analisados usando-se a
304

ANOVA, seguida do post hoc Newman-Keuls. Diferenças foram consideradas significantes quando *p <0.05 e
p <0.01. Os resultados indicam que EAPa mostra uma poderosa atividade antiinflamatória e antinociceptiva
interferindo com as vias da ciclooxigenase e produção de NO, indicando um possível mecanismo de ação.

476
CHIANG, Jannifer Oliveira. Caracterização do isolamento viral BE AR 637257 obtido de mosquitos
Wyeomya SP. Em Caxiuanã, Pará. 2004. 92 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientador: Pedro Fernando da Costa Vasconcelos

RESUMO: O isolamento viral BE AR 637257 foi obtido em 2000, a partir de um lote de mosquitos do
gênero Wyeomyia, em Caxiuanã — Pará. Os trabalhos preliminares realizados com este vírus foram
insuficientes para classificá-lo em uma família viral, necessitando a realização de estudos adicionais para
definir um táxon viral ao mesmo. Desta forma, objetivou-se classificar o isolamento viral BE AR 637257 em
um táxon, baseando-se em suas características físico-químicas, antigênicas e morfológicas. Os camundongos
albinos suíços recém-nascidos apresentaram suscetibilidade à replicação do isolado viral BE AR 637257, indo
a óbito no 9° dia pós-inoculação (p.i.) via intracerebral. Todos os cultivos celulares testados (Vero, C6,
C6/36, cultura primária de astrócitos e neurônios de camundongos albinos suíços) apresentaram
suscetibilidade para a replicação do vírus sob estudo, sendo observado efeito citopático nas células Vero,
cultura primária de astrócitos e neurônios, no 1°, 5° e 6° dia p.i., respectivamente. A replicação viral nos
cultivos celulares foi confirmada por teste de Fixação do Complemento (FC) e Imunofluorescência Indireta
(IFI). No teste de hemaglutinação, o isolamento viral Be AR 637257 não aglutinou hemácias de ganso,
sugerindo ausência de hemaglutininas. Testes de FC, realizados com o isolado viral BE AR 637257,
apresentaram reação sorológica positiva com o seu soro homólogo e com o soro hiperimune do Vírus Triniti.
O teste de neutralização cruzado entre o isolamento viral BE AR 637257, o Vírus Triniti e seus anticorpos,
apresentou neutralização específica, mostrando uma relação antigênica entre os dois vírus. O Teste de DCA
revelou sensibilidade do vírus a este solvente lipídico, confirmando presença de envelope viral. Cortes
ultrafinos de cultura primária de neurônios infectados revelaram partículas esféricas e envelopadas, com 70nm
de diâmetro, com morfologia semelhante aos integrantes da família Togaviridae. Os resultados obtidos,
sugerem que o isolamento viral Be AR 637257 é relacionado à família Togaviridae, ao vírus não grupado Triniti,
possivelmente constituindo um subtipo deste vírus.

477
COIMBRA, João Paulo. Topografia da densidade neuronal da camada de células ganglionares em
retinas de aves da família Tyrannidae. 2004. 109 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação
em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém,
2004.
Orientadora: Elizabeth Sumi Yamada

RESUMO: A família Tyrannidae é considerada o táxon de aves passeriformes mais numeroso e diversificado
da região Neotropical. As espécies desta família são essencialmente insetívoras e exibem um repertório
extremamente variado de estratégias de forrageamento. Utilizando-se a técnica de montagem plana retiniana e
a coloração pelo método de Nissl, analisou-se a topografia da densidade de neurônios da camada de células
ganglionares da retina de Pitangus sulphuratus, Myiozetetes cayanensis e Phaeomyias murina, espécies de tiranídeos
cujas táticas de aquisição de alimentos são contrastantes. A fim de ampliar a comparação entre táxons de
passeriformes, analisamos a topografia da densidade neuronal do estrildídeo Lonchura striata, que apresenta
hábito granívoro. Nas espécies de tiranídeos analisadas, os contornos de isodensidade revelaram a presença
de uma fóvea central e uma área temporal circundadas por uma faixa visual horizontal inconspícua. Em
Lonchura striata, observou-se a presença de uma fóvea central e uma faixa visual horizontal inconspícua. A
densidade máxima da fóvea central variou de 48.000 a 55.000 células/mm2 em Pitangus sulphuratus, 62.000 e
65.000 células/mm2 em Myiozetetes cayanensis, 60.000 e 61.000 células/mm2 em Phaeomyias murina e de 40.000 a
45.000 células/mm2 em Lonchura striata. O pico de densidade da área temporal variou de 40.000 a 42.188
305

células/mm2 em Pitangus sulphuratus, 46.094 e 46.563 células/mm2 em Myiozetetes cayanensis e de 43.438 e 44.375
células/mm2 em Phaeomyias murina. O tamanho dos pencários dos neurônios variou em diferentes
excentricidades retinianas. Na periferia temporal das retinas dos tiranídeos analisados observou-se uma maior
concentração de neurônios com corpos celulares > 200 j.im2 para Pitangus sulphuratus e > 150 j.tm2 para
Myiozetetes cayanensis e Phaeomyias murina, sugerindo a presença de uma área de células gigantes. Do ponto de
vista funcional, a presença de uma fóvea associada a uma área temporal pode subsidiar uma alta resolução
espacial para captura de insetos pelas espécies de tiranídeos. Não obstante, mesmo com estratégias de
forrageamento diferentes, as espécies de tiranídeos compartilham um padrão de organização topográfica da
densidade neuronal comum. Já em relação a Lonchura striata, a presença de uma fóvea seria de grande valia
para a obtenção de grãos, mas também seria esperada a presença de uma área dorso-temporal que
proporcionaria uma maior acuidade no campo visual inferior. A partir da análise topográfica da retina de
outras espécies de passeriformes, poder-se-á identificar que tipos de especializações são compartilhados entre
espécies com requerimentos visuais diferentes bem como inferir o momento em que uma determinada
topografia surgiu na história filogenética de aves.

478
FONTES JÚNIOR, Enéas de Andrade. Investigação das possíveis atividades antinociceptiva e
antiinflamatória do estrato etanólico de raiz de Pouteria ramiflora Radlk. 2004. 73 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientadora: Vânia Maria Moraes Ferreira
Co-orientadora: Damaris Silveira

RESUMO: O uso de plantas na medicina popular, visando ao tratamento de algumas patologias, sejam
centrais ou periféricas, pode ter alguma base científica. O objetivo do presente estudo foi investigar as
atividades antinociceptivas e antiinflamatórias do extrato etanólico da raiz de Pouteria ramiflora (EEPr). Para
esta pesquisa foram usados camundongos suíços machos, com 3 meses de idade. A toxicidade do extrato foi
testada. Doses nas faixas de 100, 500 ou 1.000 mg/kg, administradas por gavagem, foram usadas para avaliar-
se a toxicidade aguda. Nesta investigação, os camundongos foram observados quanto a qualquer mudança
comportamental por um período de 4h a partir da administração do EEPr. Essas observações também foram
realizadas com 12 e 24h. Os animais toleraram a dose de 100 mg/kg, sem ocorrer nenhuma espécie de
toxicidade ou mortalidade. As mortes ocorreram somente com as doses de 500 ou 1.000 mg/kg. Três
modelos experimentais de nocicepção foram usados para examinar o efeito analgésico do EEPr, envolvendo
tanto estímulos nociceptivos químicos (ácido acético e formalina), quanto térmico (placa aquecida). Os
extratos das plantas e os solventes foram todos dados por gavagem, 1h antes dos estímulos químicos ou
térmicos. Os controles positivos, morfina ou indometacina, foram usados para comparar as respostas
farmacológicas dos EEPr. A atividade antiinflamatória foi estudada em ratos Wistar (n=4), através do modelo
da bolsa de ar, com inflamação induzida por carragenina (1 mg/kg). A partir do exsudato inflamatório, foram
feitas culturas de células para examinar as concentrações de óxido nítrico e a atividade da adenosina
deaminase. Os resultados mostraram uma inibição das contorções abdominais induzidas pelo ácido acético,
aumentado tempo de reação no teste da placa quente e uma inibição da primeira (0-5 mm) e segunda fases
(15-30 mm) no teste da formalina. O EEPr foi capaz de inibir a migração celular, a síntese de óxido nítrico e a
atividade da adenosina deaminase, com efeitos mais potentes que a indometacina. Tomados em conjunto, os
resultados sugerem uma potente atividade antinociceptiva e antiinflamatória dos EEPr em doses que não
apresentaram toxicidade aguda. Os exatos mecanismos de ação que estão envolvidos com essas respostas
ainda não foram identificados até o presente momento. Estudos complementares devem ser realizados na
tentativa de se conhecer, não somente os exatos mecanismos analgésicos e antiinflamatórios apresentados
pelos EEPr, mas também quais os seus constituintes que estão diretamente relacionados com aquelas
atividades.
306

479
FURTADO, Adriano Penha. Fatores antifúngicos associados ao córion de culicídeos. 2004. 85 f.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientadora: Ana Claudia do Amaral Melo

RESUMO: Os insetos representam um grande interesse para estudos científicos, principalmente por
manterem uma íntima relação com outras espécies. Neste aspecto, destacamos a interação inseto-fungo e a
capacidade que os insetos apresentam de organizar uma resposta imune bastante eficiente e imediata. A
maioria dos estudos sobre a imunidade em insetos está relacionada aos adultos e fases imaturas. Pouco se
sabe sobre a resposta imune em embriões. O embrião é isolado do meio externo por uma membrana
protéica, o córion, que é secretado pelas células foliculares do ovário no final da ovogênese. O cárion deve
proteger o embrião dos ataques de microorganismos e garantir o sucesso da reprodução. O objetivo principal
deste trabalho foi investigar os fatores antifúngicos presentes no córion dos ovos de Aedes aegypti e Anopheles
gambiae, relacionando estes fatores com as principais alterações nas estruturas celulares de Aspergillus niger. O
extrato bruto de córion (EBC) de A. aegypti foi capaz de retardar o desenvolvimento de A. niger. A análise
ultraestrutural mostrou profundas alterações morfológicas do fungo, com uma completa desorganização
celular na presença de EBC. Foram purificados dois fatores antifúngicos liberados pelo córion de A. aegypti e
A. gambiae através de gel filtração. O fator antifúngico 38min (FA38) de A. aegypti apresentou uma massa
molecular estimada de 1,86kDa, enquanto, o fator antifúngico 14min (FA14) de A. gambiae apresentou uma
massa molecular estimada bem maior que 66kDa. Apenas o FA38 foi testado para ação fungiostática.

480
GUIMARÃES, Leda Rezende Cardoso. Atividade leishmanicida do alcalóide julocrotina isolado da
planta Cróton pullei var Glabrior e sua ação na interação parasito – célula hospedeira. 2004. 91 f.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientadora: Edilene Oliveira da Silva

RESUMO: Na Região Amazônica brasileira, as leishmanioses constituem um grave problema de saúde


pública, principalmente devido à presença de diversas espécies de Leishmania. A quimioterapia é um dos
tratamentos mais eficazes, porém, embora existam várias drogas leishmanicidas, em geral são bastante tóxicas,
de custo elevado e requerem tratamento a longo prazo. O presente estudo tem como objetivo analisar o
efeito da droga julocrotina, alcalóide isolado da planta Cróton pullei Var Glabrior, no protozoário Leishmania (L.)
amazonensis. Este composto induziu uma redução dose-dependente de 54% na proliferação do parasito com
uma concentração de 79 μM em 72 h e uma inibição de 80% na sobrevivência de amastigotas nas mesmas
condições. A viabilidade, analisada por colorimetria, dos macrófagos tratados com a droga foi mantida. A
análise da iNOS por imunofluorescência, histoquímica e produção de NO pela reação de Griess indicaram
que a droga parece estimular a produção de NO em macrófagos infectados e não infectados. A análise
ultraestrutural mostrou que a julocrotina induziu alterações morfológicas significativas nos parasitos tratados.
Em promastigotas, observou-se tumefação mitocondrial, condensação da cromatina e aparecimento de
membranas concêntricas na bolsa flagelar. Entretanto, amastigotas intracelulares apresentaram vacuolização e
figuras de mielina no citoplasma. Estes resultados demonstram que a julocrotina é um potente agente anti-
proliferativo contra formas promastigotas e amastigotas de L. (L.) amazonensis através de um mecanismo que
parece ser dependente da produção de NO.

481
LEÃO, Renato Augusto Carvalho. Estresse oxidativo e atuação do sistema antioxidante como
removedor de radicais livres no sangue periférico de pacientes hansenianos. 2004. 73 f. Dissertação
307

(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências


Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento

RESUMO: A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobactenum Ieprae com um amplo
espectro clínico e imunopatológico. Entre os mecanismos de defesa desenvolvidos pelo hospedeiro está a
geração de radicais livres, os quais promovem a destruição do bacilo. Os radicais livres são produzidos dentro
das células por reações endógenas, geralmente oxidativas, que ocorrem em processos metabólicos normais, e
também em condições anormais, como na inflamação causada por doenças infecciosas. Este trabalho visa
estudar a atividade de substâncias antioxidantes e sua relação com o estresse oxidativo gerado na resposta à
hanseníase. Foram realizados experimentos com as enzimas superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT),
além do antioxidante glutationa (GSH) e a participação do óxido nítrico (NO) como indicador da presença de
radicais livres. Os resultados foram comparados com um grupo controle e aqueles de pacientes sem
tratamento e em tratamento com PQT. Os resultados obtidos indicam um aumento de até 280% dos níveis
dos antioxidantes, bem como dos metabólitos do óxido nítrico (596%) em relação ao controle, sugerindo
estresse oxidativo severo nos pacientes hansenianos. Os pacientes em tratamento mostram um aumento de
até 87% nos níveis de antioxidantes comparados ao controle, reduzindo a geração de radicais livres em
relação aos indivíduos sem tratamento. Portanto, a medida do balanço entre defesas antioxidantes e a
presença de radicais livres pode ser uma excelente ferramenta de estudo dos níveis de estresse oxidativo e sua
contribuição na evolução da hanseníase.

482
MAUÉS, Luís Antônio Loureiro. Ação do metilmercúrio sobre a liberação basal de prolactina em
cultura de células GH3B6. 2004. 85 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento
Co-orientador: Domingos Luiz Wanderley Picanço Diniz

RESUMO: Este trabalho investiga o efeito do MeHg sobre a liberação de PRL em cultura de células
mamosomatotrópicas GH3B6 e a participação do sistema nitrérgico neste fenômeno. O teste de viabilidade
celular demonstrou que o MeHg promoveu uma diminuição da viabilidade somente na concentração máxima
testada de 100µM, no entanto, o co-tratamento com L-NARG foi capaz de impedir parte deste
comprometimento, tanto em 2 h quanto em 6 h de exposição, sugestivo de que a síntese de NO estimulada
por MeHg, seja um dos meios de agressão à viabilidade destas células. Quanto à ação do MeHg na liberação
de PRL, foi observado um efeito bifásico dose dependente no tratamento por 2h com o MeHg. Na
concentração de 0,5µM, foi observado um aumento da PRL liberada no meio, porém em concentrações
maiores como 1µM, 10µM e 100µM houve uma diminuição na liberação deste hormônio. No entanto, este
fenômeno bifásico não foi observado em 6h de intoxicação, apresentando apenas uma diminuição na
concentração de PRL com 1µM e 10 µM de MeHg. Contudo o co-tratamento com LNARG foi capaz de
impedir a diminuição na liberação de PRL em 1µM e 10µM de MeHg tanto em 2h quanto em 6h de
incubação, sugestivo de que tal diminuição na liberação de PRL seja decorrente da atividade da NOS
estimulada pelo MeHg. Complementando estes dados, a análise de imunofluorescência para tubulina e PRL
em 2h de intoxicação demonstrou alteração acentuada apenas na concentração de 100µM, sugestivo de que
nesta concentração a diminuição na liberação de PRL, deve-se muito mais em virtude de uma desestruturação
do citoesqueleto do que da ação direta do NO, já que o co-tratamento com L-NARG nesta concentração de
MeHg não foi capaz de impedir a diminuição na liberação deste hormônio.

483
MIRANDA, Moysés dos Santos. Avaliação de um sistema de cultivo de baixo custo na produção in
vitro de embriões bovinos. 2004. 75 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientador: Otávio Mitio Ohashi
308

RESUMO: Um dos desafios da técnica de produção in vitro (PIV) de embriões bovinos é a diminuição de seus
custos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a utilização de um sistema de cultivo experimental e de baixo
custo, no cultivo de embriões bovinos. O sistema consistiu de um recipiente cilíndrico de acrílico com tampa
superior, parcialmente mergulhado em banho maria a 39°C e conectado a um cilindro contendo mistura
gasosa (5% de CO2, 5% de 02 e 90% de N2). Foram realizados três experimentos. Os dois primeiros
experimentos avaliaram a eficácia deste sistema experimental no cultivo de embriões bovinos produzidos in
vitro e o terceiro verificou a eficácia da utilização do sistema em todas as etapas do processo de PIV. No
experimento Piloto, ovócitos foram maturados e ativados partenogeneticamente em estufa tradicional de CO2
e então cultivados em dois sistemas: PADRÃO (meio CR2 suplementado com 3mg/ml de BSA e 10% de
SFB em estufa tradicional de CO2) ou EXPERIMENTAL (meio SOF suplementado com 3mg/ml de BSA e
5% de SFB no sistema experimental de cultivo). No experimento 1, ovócitos foram maturados e fecundados
in vitro em estufa de tradicional de CO2, e cultivados no sistema PADRÃO ou EXPERIMENTAL. No
Experimento 2 ovócitos foram maturados, fecundados e cultivados in vitro separadamente no sistema
PADRÃO ou no sistema EXPERIMENTAL. A análise da clivagem não revelou diferença estatística entre os
dois sistemas de cultivo em nenhum dos três experimentos (p>0,05). Também não foi observado nenhum
efeito do sistema utilizado sobre a taxa de mórula/biastocisto ao sétimo dia de cultivo tanto no experimento
Piloto quanto no Experimento 1 (p>0,05). Entretanto no Experimento 2, a utilização do sistema
EXPERIMENTAL em todas as etapas do processo de PIV resultou em decréscimo da taxa de
mórula/blastocisto em comparação ao sistema tradicional (p<0,05). Houve semelhança entre os sistemas de
cultivo de todos os experimentos, com relação a qualidade dos embriões obtidos (p>0,05). Estes resultados
mostram que é possível cultivar eficazmente embriões bovinos produzidos in vitro de forma alternativa e mais
barata que o convencional.

484
SENA, Chubert Bernardo Castro de. Autoanticorpos contra fator de crescimento de nervo (NGF) em
pacientes com hanseníase. 2004. 80 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientador: José Luiz Martins do Nascimento

RESUMO: Autoanticorpos contra o fator de crescimento de nervo (NGF) foram observados no soro de
pacientes com hanseníase, o que podem explicar os níveis baixos de NGF nesta doença. A presença destes
anticorpos pode resultar em desmielinização crônica de fibras sensoriais autonômicas que contribuem para
neurite, inflamação e perda de nocicepção cutânea. Os níveis destes anticorpos em pacientes reacionais não
diferem dos pacientes sem reação. Porém, quando o soro de pacientes reacionais tratados com ciclosporina A
(CsA) foi analisado uma diferença notável foi observada, com títulos baixos de anti-NGF que assemelham-se
aos indivíduos sem a doença (grupo controle). Para confirmar estes resultados, a atividade biológica dos
anticorpos anti-NGF foi analisada in vitro pelo bloqueio da diferenciação de células PCI2, induzida por NGF,
com a adição de soro de pacientes com hanseníase ao meio de cultura. Estes resultados sugerem que
anticorpos anti-NGF estejam presentes no soro de pacientes com hanseníase e que estes podem ter influência
sobre o acometimento de neurites.

2005
485
ANDRADE, Anderson Cleyton Ferreira de. Efeitos da intoxicação por manganês e retenona sobre o
sistema nigroestriatal de ratos Wistar: avaliação comportamental e imuno-histoquímica. 2005. 98 f.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Elizabeth Sumi Yamada
Co-orientador: Edmar Tavares da Costa
309

RESUMO: Evidências epidemiológicas e experimentais sugerem que agentes ambientais como pesticidas e
metais podem potencializar mecanismos fisiopatogênicos relacionados à degeneração de neurônios
dopaminérgicos na Doença de Parkinson. Provavelmente, diversos modos de exposição podem contribuir
para o aparecimento da doença, mesmo eventos de exposição que estejam bastante separados temporalmente.
Este trabalho avalia se a exposição ao cloreto de manganês por via oral (VO) durante o período neonatal
potencializaria efeitos neurotóxicos do pesticida rotenona administrado na fase adulta. Ratos machos Wistar
foram tratados do 1º ao 212 dia de vida por VO com 50 mg/kg/dia de MnCI2 (Mn) ou veículo. Entre 4-5
meses de idade, os animais foram infundidos por via endovenosa (EV) com 2-3 mg/kg/dia de rotenona em
solução de 1:1 de DMSO/PEG, por 14-28 dias; animais controles receberam veículo. A análise
comportamental foi feita antes, no 72 e no 14 dia de tratamento; analisou-se a ambulação, o n2 de
levantamentos e o grooming. Após o sacrifício, secções encefálicas foram processadas para imunomarcação de
neurônios dopaminórgicos e glia. Após análise, verificou-se que o número de levantamentos foi
significativamente menor nos animais intoxicados com rotenona em relação aos que receberam veículo.
Entretanto, não se observou potencialização relacionada à exposição neonatal ao Mn++. Não houve
diferenças significativas entre tratados e controles nos dois outros parâmetros comportamentais avaliados.
Apenas um animal tratado com rotenona apresentou degeneração de terminais dopaminérgicos no estriado.
Não foi observada diferença significativa no n2 de neurônios TH-positivos na Substância Negra Compacta
(SNpc) comparando-se os grupos tratados com rotenona e veículo. A exposição ao Mn no período neonatal
não alterou o n2 de neurônios TH imunoreativos da SNpc. Comparações entre ratos Wistar e Lewis tratados
com rotenona mostrou que os ratos Lewis apresentaram alterações comportamentais semelhantes as de ratos
Wistar. Entretanto, os animais da linhagem Lewis apresentaram maior susceptibilidade à rotenona do que os
animais da linhagem Wistar no que se refere à presença de lesão histopatológica estriatal. Em conclusão, a
infusão EV de rotenona provocou diminuição do comportamento de levantamento de risco, e a exposição
neonatal ao Mn não influenciou a neurotoxicidade da rotenona em animais da linhagem Wistar. Os nossos
resultados sugerem que a linhagem Wistar é mais resistente aos efeitos da exposição sistêmica à rotenona.

486
SANTOS, Suzane Câmara Tourinho dos. Citoarquitetonia, padrões de reatividade da enzima citocromo
oxidase e morfometria dos neurônios NADPH-Diaforase positivos em diferentes segmentos da
medula espinhal da cutia (Dasyprocta prymnolopha). 2005. 109 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de
Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2005.
Orientador: Wallace Gomes Leal
Co-orientador: Antônio Pereira Jr.

RESUMO: O presente estudo, descreve a citoarquitetonia, o padrão de reatividade da enzima citocromo


oxidase, e a distribuição dos neurônios NADPH-diaforase positivos (NADPH-d+) em diferentes segmentos
da medula espinhal da Cutia (Dasyprocta prymnolopha). O padrão citoarquitetônico da medula espinhal da cutia é
semelhante ao encontrado em outros mamíferos. Os neurônios NADPH-d+ foram observados em todas as
lâminas dos segmentos medulares estudados (intumescências cervical e lombar e segmentos torácicos),
embora ocorram em maior número na intumescência cervical e, em termos de distribuição laminar, no corno
dorsal e na substância cinzenta intermediária. Os neurônios NADPH-d+ apresentaram morfologia bastante
variada em todos os segmentos e regiões analisados, incluindo neurônios bipolares pobremente ramificados e
neurônios multipolares com extensa arborização dendrítica. A reatividade enzimática tanto para a
NADPHdiaforase quanto para a citocromo oxidase foi mais intensa na substância gelatinosa do corno dorsal
dos segmentos cervical e torácico. Em um mesmo segmento da medula espinhal, existem mais células no
corno dorsal e na substância intermediária do que no corno ventral. Nas comparações intersegmentos, a
intumescência cervical foi a região que apresentou o maior número de células nadph-d+. A análise
morfométrica quantitativa mostrou que a árvore dendrítica dos neurônios NADPH-d+ do corno dorsal e da
substância cinzenta intermediária são mais ramificadas que em outras regiões. Os neurônios dos segmentos
cervicais são mais ramificados que os dos outros segmentos estudados, embora apenas na substância cinzenta
intermediária houvesse diferença significativa entre os segmentos cervical e lombar. Além disso, os neurônios
310

do corno dorsal dos segmentos cervical e lombar foram os que apresentaram os maiores valores de área de
cobertura dendrítica. Como esperado, os neurônios do corno ventral foram os que apresentaram as maiores
áreas de corpo celular em todos os segmentos da medula espinhal. Estes resultados demonstram que os
neurônios NADPH-d+ são mais numerosos e possuem árvores dendríticas mais complexas em regiões
(como dorsal e substância cinzenta intermediária) cervicais da medula espinhal relacionadas com o
processamento de informações sensonais periféricas provenientes do membro anterior, bastante utilizado
pela cutia na escavação e manipulação de alimentos.

487
SERRA, Raphael Borges. Importância dos hormônios tireoidianos na Síndrome Alcoólico Fetal. 2005.
86 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Vânia Maria Moraes Ferreira

RESUMO: Os estudos dos mecanismos de ação do álcool têm permitido um melhor entendimento de como
esta droga atua no cérebro desencadeando um distúrbio tão complexo quanto ao do alcoolismo. As
exposições de longa duração ao etanol produzem várias alterações nas funções do sistema nervoso central,
bem como modificações comportamentais, que podem caracterizar a Síndrome Alcoólico-Fetal (FAZ). É
bem sabido que a dependência a esta droga é um dos mais sérios problemas de saúde do mundo e não há
nenhuma terapia eficaz para tratar ou pelo menos prevenir os danos causados pelo consumo dela. Neste
estudo, nosso objetivo foi verificar os aspectos comportamentais relacionados com a interferência da terapia
hormonal T3 nas proles de ratas que consumiram álcool durante a gravidez. As análises foram realizadas
através de modelos/testes experimentais em animais, usados para avaliar sinais neurológicos, locomoção,
ansiedade e depressão. Para esta pesquisa, ratas grávidas receberam etanol 20% p/v (6.5 g/kg/dia, via oral)
durante 21 dias e durante mais 21 dias pós-natal. Tão logo as proles nasceram, elas receberam salina ou
hormônio T3 (0,05 mg/kg, s.c., volume of injeção: 100 g/kg). Todos os comportamentos foram realizados
com as proles aduilas, com 2 meses de idade (n=10 animais/tratamento). O presente estudo mostrou que
ratos com a Síndrome Alcoólico-Fetal não alterou a atividade locomotora e reduziu a percentagem de
freqüência e do tempo de entradas nos braços abertos no teste do labirinto em cruz elevado, comportamento
este sugestivo de resposta ansiogênica. Foi também observado um aumento no tempo de imobilidade no teste
do nado forçado, sugestivo de comportamento depressivo. Tomados em conjunto, os resultados sugerem que
a terapia hormonal com T3, administrada nos cinco primeiros dias pós-natal para prevenir os sinais e/ou
sintomas da Síndrome Alcoólico-Fetal, pelo menos nesta dose (0,05 mg/kg) e/ou nos modelos experimentais
animais, aqui usados, não mostrou ser uma farmacoterapia eficaz para prevenir os efeitos prejudiciais
produzidos pela administração do álcool durante a vida intra-uterina. Certamente, experimentos adicionais
devem ser conduzidos objetivando um melhor entendimento de como essa terapia pode influenciar no
tratamento do alcoolismo.

488
SOUZA, Givago da Silva. Avaliação da sensibilidade ao contraste de luminância humana através do
potencial cortical provocado visual transiente: comparação com resultados obtidos psicofisicamente.
2005. 273 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientador: Manoel da Silva Filho

RESUMO: O presente trabalho compara a função de sensibilidade ao contraste espacial de luminância (CSF)
obtida eletrofisiologicamente através do potencial cortical provocado visual transiente (VECP) com a CSF
psicofísica dinâmica e estática. Seis indivíduos hígidos foram testados monocularmente. Os estímulos
utilizados foram circulares, 5° de campo visual, composto por redes senoidais horizontais, isocromáticas,
luminância média de 40 cd/m2 Os registros eletrofisiológicos foram obtidos a partir de estímulos com
freqüências espaciais de 0,4 cpg, 0,8 cpg, 2 cpg, 4 cpg, 8 cpg e 10 cpg, revertendo abruptamente em 1800 de
fase espacial com 1 Hz de freqüência temporal. Para os testes psicofísicos foram mostrados estímulos com
0,4 cpg, 0,8 cpg, 1 cpg, 2 cpg, 4 cpg, 6 cpg, 8 cpg e 10 cpg, com a mesma configuração espaço-temporal da
311

eletrofisiologia (dinâmica) e apresentação estática. A regressão linear variação da amplitude do componente


P100 do VECP em função do logaritmo do contraste do estímulo foi utilizada para estimar o contraste limiar,
ou seja, a sensibilidade. Para estimar a sensibilidade psicofísica foi empregado o método do ajuste. A CSF
obtida eletrofisiologicamente encontrou maior correlação com àquela obtida psicofisicamente de forma
dinâmica, a qual mostrou diminuição da sintonia passa-banda quando comparada com a CSF psicofísica
estática. Este trabalho conclui que a sensibilidade ao contraste espacial de luminância obtida
eletrofisiologicamente e psicofisicamente mostram melhor correspondência quando obtidas com as mesmas
condições espaciais e temporais do estímulo.

489
WALSH-MONTEIRO, André. Identificação de neuropeptídeos relacionados ao controle do balanço
energético no hipotálamo de búfalo d’água (Bubalus bubalis). 2005. 131 f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Silene Maria Araújo
Co-orientador: Artur Luiz Silva

RESUMO: O desenvolvimento da bubalinocultura brasileira representa uma das mais importantes atividades
do agronegócio nacional. O objetivo deste estudo é descrever, nestes animais, a distribuição hipotalâmica de
três diferentes neuropeptídeos envolvidos no controle de peso corporal, já descritos em uma variedade de
outros mamíferos. Animais adultos pertencentes à Cooperativa SOCIPE, Belém/PA, tiveram seus encéfalos
dissecados e fixados com paraformaldeído 4% em tampão fosfato de sódio 0,1M acrescido de sacarose a
20%. O hipotálamo foi seccionado no plano frontal. Em uma das séries realizou-se a técnica de coloração de
Nissl de maneira a estudar a citoarquitetonia do hipotálamo de búfalo. Através de técnicas de
imunohistoquímica, podemos observar imunoreatividade ao neuropeptídeo Y (NPY-ir) em neurônios dos
núcleos arqueado e paraventricular principalmente. A imunoreatividade ao MCH (MCH-ir) foi detectada na
área hipotalâmica lateral, e a imunoreatividade para o transcrito regulado pela cocaína e anfetamina (CART-ir)
em neurônios dos núcleos arqueado, paraventricular e na área hipotalâmica lateral. Estes peptídeos têm sido
relacionados ao controle do peso corporal em mamíferos. A compreensão da regulação do peso corporal
pelos núcleos hipotalâmicos é crucial para o entendimento dos mecanismos moleculares envolvidos no
controle do balanço energético em búfalos. Esse tipo de análise poderá nos conduzir ao desenvolvimento de
novas tecnologias que propiciem o aumento e qualidade do rebanho.

2006
490
CORDEIRO, Marcela da Silva. Uso da água de coco (Cocos nucifera) como meio de manutenção de
oócitos bovinos imaturos para produção in vitro de embriões. 2006. 59 f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Otávio Mitio Ohashi

RESUMO: O estresse oocitário causado pelas condições de transporte até o laboratório é um dos fatores
limitantes para a difusão comercial da técnica de produção in vitro de embriões (PIVE). Por este motivo, a
utilização de um meio de manutenção que forneça maior viabilidade aos complexos cumulus-ovócito (COCs)
durante os longos períodos de transporte é fundamental. O trabalho avalia a eficiência da solução à base de
água de coco como meio de manutenção de COCs bovinos imaturos. COCs obtidos de ovários provenientes
de abatedouro foram selecionados e distribuídos entre os Grupos: Controle – submetidos a MIV
imediatamente após a seleção; Grupos H-6, H-9 e H-12 – mantidos em TCM 199-Hepes acrescido de 10% de
SFB, antibióticos e piruvato, durante 6, 9 e 12h, respectivamente; Grupos C-6, C-9 e C-12 – oócitos mantidos
em solução de água de coco (75% de água de coco + 25% de água ultrapura) com 25 mM de Hepes, 10%
312

SFB, antibióticos e piruvato, durante 6, 9 e 12h, respectivamente. As taxas de metáfase II, clivagem,
biastocisto e blastocisto eclodidos foram submetidas à ANOVA em nível de significância de 5%.
Experimento 1: para avaliar a capacidade de sofrer maturação nuclear in vitro ao COCs foram submetidos ao
processo de MIV por 18* e 24h, independente do tempo de manutenção. As taxas de M II dos Grupos H-9
(85.96 ± 8.5%), C-9 (88.39 ± 6.4%), H-12 (87.85 ± 5.8%) e C-12 (87.16 ± 3.5%) com 24h de MIV foram
estatisticamente inferiores (p<0,05) as dos Grupos H-6 (97.12 ± 2.9%), C-6 (95.73 ± 3.4%) com 24h de MIV
e H9* (97.73 ± 3.7%), C9* (100 ± 0.0%), H12* (94.83 ± 1.0%), C12* (95.24 ± 4.1%) com 18*h de MIV.
Entretanto, não houve diferença estatística (p>0,05) dos grupos H-9, C-9, H-12 e C-12 com 24h de MIV com
relação o Grupo Controle (89.29 ± 2,9%,). Experimento 2: neste segundo experimento os COCs, após 6, 9 e
12 horas de manutenção e 18, 15 e 12h de MIV foram fecundados e cultivados in vitro para análise
quantitativa do desenvolvimento embrionário pré-implantacional. Houve uma redução significativa (p<O,05),
apenas nas taxas de biastocistos, dos Grupos H-9 (33.9 ± 8.7%), C-9 (35.9 ± 8.9%), H-12 (34.2 ± 6.0%) e C-
12 (35.6 ± 5.6%) quando comparadas com o Grupo Controle (50.9 ± 8.7%) e os Grupos H-6 (49.7 ± 7.3%) e
C-6 (49.4 ± 4.1%). De acordo com os resultados, a solução de água de coco pode ser usada como meio de
manutenção para o transporte de COCs bovinos imaturos sem redução da viabilidade, por um período de até
6h. A redução do potencial de desenvolvimento observada nos períodos de 9 e 12h podem ser superadas por
condições mais adequadas de temperatura e adição de fatores de crescimento, antioxidantes e hormônios ao
meio de manutenção.

491
COSTA, Ana Maria Rabelo. Lesão axonal e alterações progressivas na bainha de mielina após lesão
isquêmica focal no córtex motor de ratos adultos. 2006. 122 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de
Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2006.
Orientador: Wallace Gomes Leal

RESUMO: Danos isquêmicos agudos no córtex cerebral desencadeiam uma cascata de eventos patológicos
incluindo resposta inflamatória, excitotoxicidade e estresse oxidativo, que induzem danos teciduais
secundários nas substâncias branca e cinzenta. Após isquemia, notam-se dano axonal e desmielinização como
importantes componentes de lesão na substância branca. No entanto, poucos trabalhos têm direcionado ao
estudo dos padrões de resposta inflamatória, lesão axonal e desmielinização após dano isquêmico no córtex
motor. No presente estudo, descreveremos os padrões de resposta inflamatória, lesão axonal e
desmielinização após lesão do córtex motor induzida por endotelina-l (ET-1) em ratos Wistar, machos,
adultos. Administrou-se microinjeções de 10 pmoles de ET-1 para indução de lesão isquêmica no córtex
motor ou apenas solução salina estéril em animais controles. Os animais foram perfundidos, 1, 3 e 7 dias após
a lesão isquêmica. Secções coronais do encéfalo foram obtidas com auxílio de criostato e coradas pela técnica
de hematoxilina para avaliação da área da lesão assim como realizada imunohistoquímica para neutrófilos
(anti-MBS-l), macrófagos/micróglia ativados (antiED1), lesão axonal (anti-BAPP) e bainha de mielina (anti-
MBP). Houve recrutamento de neutróflios e macrófagos no parênquima cortical lesado, com recrutamento
máximo de 1 e 7 dias, respectivamente. Houve desmielinização secundária progressiva nos tratos de
substância branca, principalmente no tempo de sobrevida mais tardio. Observamos ainda, dano axonal em 7
dias pós-lesão. Os modelos de resposta inflamatória descritos diferem de estudos prévios que mostraram
ausência de recrutamento de neutrófilos após lesão induzida por ET- no córtex parietal de ratos. Nossos
resultados sugerem que eventos patológicos secundários induzem lesão axonal e desmielinização na
substância cortical após um dano isquêmico focal restrito à substância cinzenta cortical.

492
FREITAS, Pedro Eduardo Bonfim. Identificação e caracterização molecular de mutações causadoras
de fenilcetonúria em pacientes do Estado do Pará. 2006. 124 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de
Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2006.
Orientador: Luiz Carlos Santana da Silva
313

RESUMO: As aminoacidopatias representam um importante grupo dos Erros Inatos do Metabolismo (EIM).
Os distúrbios na hidroxilação do aminoácido fenilalanina (Phe) são denominados de Hiperfenilalaninemias
(HPA). As HPA são provocadas pela deficiência da enzima hepática fenilalanina hidroxilase (PAH) ou
alterações no metabolismo do cofator tetrahidrobiopterina (BH4). As HPA por deficiência de PAH são
genericamente denominadas de Fenilcetonúria (PKU). Este trabalho teve como objetivos principais:
identificar mutações específicas e comuns no gene da PAH e estabelecer a incidência das mesmas na amostra
em estudo; identificar e caracterizar mutações raras e/ou novas e tentar estabelecer uma correlação genótipo
— fenótipo nos pacientes. Amostras de sangue total de 13 pacientes com PKU, em tratamento na Unidade
de Referência Especializada Materno-Infantil e do Adolescente (UREMIA) do Estado do Pará, foram
submetidas ao procedimento de extração de DNA (Método do Fenol-Clorofórmio). Posteriormente, regiões
(éxons e suas regiões adjacentes) específicas do gene da fenilalanina hidroxilase (PAH) foram amplificadas por
PCR e analisados por digestão com endonucleases de restrição, análise de polimorfismos conformacionais de
cadeia simples (SSCP) e seqüenciamento direto do DNA. A análise molecular destes pacientes, identificou 10
alterações diferentes, sendo 8 mutações (I65T, R158Q, R261Q, L242F, L249F, IVS10nt-11g>a, R408W e
Y414C) e 2 polimorfismos (IVS2nt19t>c e V245V). Neste estudo foi identificado 44% dos alelos mutantes,
sendo as alterações mais freqüentes: as mutações IVS10nt-11g>a (12,0 %) e L249F (8,0 %) e os
polimorfismos IVS2nt19t>c (15 %) e V245V (23 %). A maioria destas alterações (40%) se localiza no éxon 7
e suas regiões adjacentes e 80 % destas alterações afetam o domínio catalítico enzimático, situado entre os
éxons 5 e 12. Dos 13 pacientes com PKU analisados, 3 pacientes tiveram o genótipo definido. Os genótipos
identificados foram: IVS10nt-11g>a/ Y414C; L242F/R158Q e IVS10nt-11g>a/ IVS10nt-11g>a.

493
GOMES, Bruno Duarte. Determinação das elipses de discriminação de cor através da estimulação
com redes senoidais cromáticas e registro do potencial cortical evocado visual transiente: comparação
com resultados obtidos através de métodos psicofísicos. 2006. 371 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de
Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2006.
Orientador: Manoel da Silva Filho
Co-orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira

RESUMO: No presente trabalho, limiares de diferença cromática foram estimados com potencial cortical
evocado visual (PCEV). Seis tricromatas normais (24 ± 1 anos de idade) e um deutan (26 anos de idade)
foram testados. Os estímulos consistiram de redes senoidais cromáticas isoluminantes de pares de
cromaticidade localizados ao longo de quatro direções de cor centralizados em dois pontos de referência
(Elipse 2: u’= 0,219; v’=O,480. Elipse 3: u’= 0,225; v’= 0,415) no diagrama de cromaticidade da CIE
(Comission Intemationale de I’Eclairage) 1976. A fotometria com flicker heterocromático (HFP) foi usada
para obter a isoluminância individual para todos os pares de cromaticidade das redes. A freqüência espacial de
2 cpg. O modo de apresentação foi de períodos onset (300 ms) 1 offset (700 ms). Foi encontrado um pico
negativo no PCEV, relacionado à diferença cromática: quando a diferença cromática aumentou, a amplitude
aumentou e a latência diminuiu. As respostas em amplitude do PCEV foram colocadas em função da
diferença cromática entre as distâncias no espaço de cor CIE 1976 das cromaticidades das redes. Os limiares
de diferença cromática foram localizados no espaço de cor como elipses de MacAdam. Nos tricromatas
normais, as elipses tiveram tamanho pequeno e foram orientadas verticalmente, com baixa excentricidade. No
indivíduo deutan, as elipses tiveram tamanho maior, com excentricidades altas e orientadas em direção ao
ponto conpunctual deutan. Os limiares do PCEV foram similares aos obtidos por dois testes psicofísicos
usando redes, sendo, porém menores do que os limiares obtidos, usando os estímulos pseudoisocromáticos
do teste de Mollon-Reffin. Conclui-se que, o PCEV transiente pode ser usado como um método objetivo
para o estudo da discriminação cromática em indivíduos tricromatas normais e dicromatas.
314

494
LIMA, Rafael Rodrigues. Resposta inflamatória aguda e lesão axonal após lesão excitotóxica
experimental do estriado. 2006. 83 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Wallace Gomes Leal

RESUMO: Resposta inflamatória e lesão axonal são importantes componentes da fisiopatologia de doenças
neurodegenerativas agudas, como trauma cerebral e da medula espinhal e acidente vascular encefálico. No
entanto, poucos estudos experimentais foram realizados para a elucidação dos padrões temporais destes dois
eventos patológicos no mesmo modelo experimental. No presente estudo, avaliou-se a resposta inflamatória e
lesão axonal após indução de lesão estriatal aguda por NMDA em ratos Wistar adultos. Para isso,
microinjeções estereotáxicas de 80 nmol de NMDA foram utilizadas como agente indutor da lesão. Animais
controle foram injetados com solução salina estéril. Animais injetados com NMDA e controle foram
perfundidos com solução salina a 0.9 % e paraformaldeído a 4%, 1, 3 e 7 após a indução da lesão
excitotóxica. Após microtomia, secções foram coradas pela técnica de hematoxilina & eosina para avaliação
da área da lesão assim como realizada imunohistoquímica para neutrófilos (anti-MBS-1),
macrófagos/micróglia ativados (anti-ED1) e lesão axonal (anti-p-APP). No tempo de sobrevida de 1 dia,
observou-se intenso recrutamento neutrofílico, reduzindo-se em intensidade ao 3° dia. Neutrófilos não foram
observados no tempo de sobrevida de 7 dias. Células ED1+ foram observadas 1 dia após a lesão primária,
mas o número destas células aumentou consideravelmente entre 3 e 7 dias pós lesão, atingindo o pico
máximo de recrutamento ao 7º dia. Axônios lesados foram observados com uma distribuição esparsa apenas
7 dias após a injeção de NMDA. As células inflamatórias localizaram-se preferencialmente na SC, o que foi
concomitante com a perda progressiva da mesma. Os resultados mostram uma correlação espacial entre o
aumento do número de macrófagos/microglia ativados e axônios lesados em um tempo de sobrevida mais
tardio após lesão estriatal aguda. Estudos futuros, utilizando técnicas de microscopia eletrônica, devem
confirmar a presença de axônios lesados no parênquima estriatal no tempo de sobrevida observado no
presente estudo.

495
RIBAS, Simone Augusta. Influência dos índices antropométricos na determinação do perfil lipídio em
estudantes da rede de ensino pública e privada do município de Belém/Pará. 2006. 144 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Luiz Carlos Santana da Silva

RESUMO: A existência da associação entre o excesso de peso em relação à altura e o aumento dos níveis da
hipoproteína de baixa densidade (LDL) e diminuição dos níveis da lipoproteína de alta densidade (HDL) tem
sido tema de discussão em vários estudos envolvendo crianças e adolescentes. Tal situação pode conduzir em
longo prazo, às doenças crônicas como obesidade, diabetes, hipertensão arterial e arteriosclerose, principais
fatores de risco para doenças cardiovasculares. Objetivo: Investigar a influência do índice de massa corporal e
da distribuição da gordura corporal no perfil lipídico (PL) em estudantes da rede de ensino pública e
particular. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal, prospectivo, sendo avaliados 874 escolares
pareados por tipo de rede de ensino, na faixa etária entre 6 e 19 anos, divididos em 422 do sexo masculino e
452 do sexo feminino. Para obtenção dos dados antropométricos foram mensurados peso e estatura, para o
cálculo do índice de massa corporal (IMC); pregas cutâneas e perímetro do braço (PB) para o cálculo do
percentual de gordura e da área de gordura do braço (AGB) e a circunferência da cintura (CC) para análise do
padrão de distribuição da gordura. O PL foi composto pelo colesterol total (CT) e frações (LDL-c e HDL-c)
e triglicerídeo (TG). Resultados: Quanto à prevalência, observou-se que 194 (22,2%) apresentaram IMC
acima percentil 85, 258 (29,5%) percentual de gordura elevado, 92 (10,1%) CC acima do percentil 90 e
81(9,3%) AGB acima do percentil 90. Quanto ao PL: 6,4% dos escolares apresentaram hipercolesterolemia,
15,9% hipertrigliceredemia, 5,7% LDL - colesterol elevado e 28,1% HDL - colesterol baixo na amostra,
constatando que 424 (48,5%) indivíduos apresentaram algum tipo de alteração do perfil lipídico. Ao verificar
a associação dos índices antropométricos com as alterações do PL, observou-se que o IMC e o percentual de
315

gordura foram consideradas as variáveis preditoras, sendo o primeiro, o melhor indicador para explicar
qualquer alteração na lipidemia. Quanto à faixa etária, as crianças e os adolescentes da faixa de 10 a 12 anos
foram os grupos etários que merecem destaque na investigação de outros fatores de risco, devido terem
apresentado as maiores taxas de dislipidemia (64,5 e 51%). Conclusão: Esses achados demonstram a
importância em se diagnosticar o mais cedo possível o perfil lipídico, principalmente se este já apresentar
associação com outro fator de risco como a obesidade.

496
SANTANA, Maxwell Barbosa de. Efeitos do flutriafol sobre a liberação in vivo de dopamina no núcleo
estriado de ratos: um estudo mediante microdiálise cerebral. 2006. 117 f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Lílian Rosana Ferreira Faro
Co-orientador: Rafael Durán Barbosa

RESUMO: O flutriafol é um pesticida da classe dos triazóis, cuja utilização na agricultura vem crescendo nos
últimos anos por ser um eficiente substitutivo de outros fungicidas clássicos. A ação deste pesticida sobre o
SNC é pouco conhecida, no entanto, quando se considera outros fungicidas na mesma classe, como o
triadimefon, é descrito que este provoca hiperatividade e comportamentos esteriotipados em roedores, sendo
estes efeitos associados a alterações na transmissão dopaminérgica no SNC. No presente trabalho, estudou-se
os efeitos da administração de diferentes concentrações de flutriafol (1, 6,6, e 12 mM) sobre a liberação in vivo
de dopamina e de seus metabólitos, ácido dihidroxifenilacético (DOPAC) e ácido homovanílico (HVA), no
núcleo estriado de ratos, usando a técnica de microdiálise cerebral acoplada à Cromatografia Líquida de Alta
Eficácia com detecção eletroquímica. A administração intraestriatal de 6,6 e 12 mM de flutriafol produziu
aumentos significativos nos níveis extracelulares de dopamina (1223±305% e 3093±345%, em relação aos
níveis basais, respectivamente), assim como de DOPAC e HVA. De acordo com estes resultados, o flutriafol
poderia provocar aumentos nos níveis de dopamina extracelulares através de uma indução da liberação
exocitótica ou de uma ação sobre o transportador de dopamina (DAT). Tendo em vista estas hipóteses,
buscou-se comprovar o possível mecanismo de liberação de dopamina induzida pelo flutriafol, para tanto
administrou-se 6,6 mM de flutriafol juntamente com TTX, meio Ringer sem cálcio ou sem sódio e meio com
alta concentração de KCI. Quando o flutriafol foi administrado em um meio Ringer sem cálcio ou sem sódio,
observou-se que os níveis extracelulares de dopamina reduziram-se 92% e 70%, respectivamente, em relação
à liberação observada com a perfusão de flutriafol em meio Ringer normal. Do mesmo modo, observou-se
que a perfusão intraestriatal de flutriafol em animais pré-tratados com TTX (10 µM) ou com reserpina (10
mg/kg) produziu aumentos na liberação de dopamina que foram 73% e 86% menores, respectivamente, que
aqueles observados em animais sem pré-tratamento. Em outro grupo experimental, investigou-se o possível
envolvimento do DAT na liberação de dopamina induzida pelo flutriafol, através da administração de
nomifensina, um bloqueador deste transportador, juntamente com flutriafol. Os resultados indicaram que os
aumentos nos níveis de dopamina induzidos pelo flutriafol não dependem de uma ação deste pesticida sobre
o DAT. Em conjunto, esses resultados sugerem que a liberação in vivo de dopamina estriatal induzida pelo
flutriafol parece ser mediada por um mecanismo exocitótico, cálcio, sódio e TTX dependente, sendo este
mecanismo independente do DAT.

497
SANTOS, Daniel Valle Vasconcelos. Propriedades eletrofisiológicas passivas e ativas de neurônios da
camada I no córtex visual do rato. 2006. 100 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Manoel da Silva Filho

RESUMO: A camada I é a mais externa de todas as lâminas neocorticais. Suas principais características são a
escassez neuronal quando comparadas com as outras camadas e a presença de neurônios GABAérgicas que,
em última análise, ajudam a inibir e regular a complexa rede neural composta pelos buquês apicais de todos os
neurônios piramidais que chegam de camadas mais profundas. Sua má formação está associada ao
316

aparecimento de diversas patologias neurológicas e psiquiátricas em seres humanos. Neste estudo,


procuramos descrever as propriedades passivas e ativas de membrana dos neurônios presentes nesta camada,
assim como, analisar o efeito do potencial de membrana e da concentração de Ca+2 extracelular sobre as
propriedades de disparo. Utilizamos a técnica de patch clamp em modo whole cell para registrar os disparos de
244 células estimuladas por pulsos de corrente despolarizantes e hiperpolarizantes em fatias cerebrais da área
17 de ratos Wistar com idades entre 14 e 21 dias. Nossos resultados indicam haver, pelo menos, seis padrões
de disparos próprios de interneurônios. Três deles, até então, não haviam sido descritos na camada 1. São
eles: células fast-spiking não acomodantes (fast-spiking clássicas); células regular-spiking non pyramidals; células
apresentando períodos quiescentes (stuttering); células Iate-spiking; células low-threshold spiking e células com
disparos característicos de células imaturas. Concluímos que as correntes de repolarização dos ec das células
da camada 1 são dependentes tanto da tensão de membrana quanto da disponibilidade de Ca+2 extracelular,
porém esta última parece não ser tão essencial sobre a geração dos PPHr, característicos de interneurônios
corticais.

498
SANTOS, Emanoel Oliveira dos. Padrões de distribuição de heterocromatina e regiões organizadoras
de nucléolos em “cascudos” (Siluriformes, Loricariidae) do rio Xingu. 2006. 99 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Edivaldo H. C. de Oliveira

RESUMO: Três espécies de cascudos - Glyptoperichthys xinguensis, Pseudacanthicus sp., Scobinancistrus aureatus -
pertencentes à família Loricariidae, do rio Xingu-PA, foram estudados citogeneticamente usando marcação
convencional por Giemsa, bandeamento C, Ag – NOR e marcação DAPI. O número diplóide foi o mesmo
nas espécies, com 2n=52. Contudo, algumas diferenças cromossômicas puderam ser identificadas. Nenhum
heteromorfismo cromossômico sexual foi identificado. Blocos de heterocromatina constitutiva apresentaram
uma distribuição similar entre as espécies, nas regiões pericentroméricas e nas regiões distais nos braços
longos de alguns pares. Alguns desses blocos foram marcados pelo DAPI, indicando riqueza de bases A-T.
Ag-NOR foi encontrada no braço longo de um par subtelocêntrico e subtelo/acrocêntrico, exceto em
Glyptoperichthys xinguensis na qual a marcação Ag-NOR foi num par submetacêntrico. Os resultados
demonstraram que essas espécies, possuindo número diplóide similar, algumas diferenças cromossômicas
poderiam ser usadas em sua identificação.

499
SOUZA, Renata Duarte de. Resposta inflamatória aguda, lesão axonal e desmielinização após
isquemia focal experimental no estriado de ratos adultos. 2006. 86 f. Dissertação (Mestrado) – Programa
de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal
do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Wallace Gomes Leal

RESUMO: Durante doenças neurodegenerativas agudas e crônicas, uma cascata de eventos patológicos que
inclui resposta inflamatória, excitotoxicidade e estresse oxidativo, induz perda tecidual secundária, tanto na
substância cinzenta quanto na branca. Lesão axonal e desmielinização são alterações histopatológicas
importantes da fisiopatologia destas doenças. Apesar disso, poucos estudos têm investigado estes eventos
ocorridos após lesão isquêmica do sistema nervoso central (SNC). Nesta dissertação, descrevemos os padrões
de resposta inflamatória aguda, de lesão axonal e da bainha de miellina, após lesão isquêmica focal induzida
por microinjeções de 10 pmoles de endotelina-1, no estriado de ratos adultos. Os animais foram perfundidos
nos tempos de sobrevida 1,3 e 7 dias após as referidas injeções. Secções de 20 µm obtidas foram coradas pela
hematoxilina e marcadas por imunohistoquímica para neutrófilos (anti-MBS-1), macrófagos/microglia
ativados (anti-ED1), lesão axonal (antißAPP) e mielina (anti-MBP). Foram realizadas contagens dos números
de neutrófilos e macrófagos nos tempos de sobrevida especificados, bem como, as comparações entre os
grupos foram feitas por análise de variância com correção de Tukey, considerando-se como nível de variância
P< 005. Houve recrutamento de neutrófilos e macrófagos para o parênquima estriatal, tanto para o sítio de
317

injeção de endotelina-1 como para regiões circunjacentes. O pico máximo de recrutamento de neutrófilos
ocorreu no primeiro dia pós-lesão, diminuindo nos tempos de sobrevida subseqüentes. Macrófagos ativados
foram evidenciados no estriado isquêmico a partir do primeiro dia pós-lesão, mas o recrutamento máximo
destas células inflamatórias ocorreu entre 3 e 7 dias. Danos progressivos à bainha de mielina nos tratos de
substância branca foram observados principalmente nos tempos de sobrevida mais tardios. Não foi
encontrada lesão axonal em nenhum dos tempos de sobrevida avaliados. Os resultados da presente
dissertação sugerem que a inflamação aguda e a desmielinização progressiva, mas não a lesão ao cilindro
axonal, são importantes componentes da lesão isquêmica estriatal aguda.

2007
500
CABRAL, André dos Santos. Análise comparativa das propriedades eletrofisiológicas passivas e ativas
de células piramidais das camadas corticais do córtex visual do rato. 2007. 146 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientador: Manoel da Silva Filho

RESUMO: Os neurônios piramidais contribuem com aproximadamente 85% das células do córtex cerebral
do rato. São células excitatórias espinhosas as quais participam tanto de conexões locais como a distância,
sendo responsáveis por grande parte do processamento cortical. Neste trabalho, realizou-se uma análise
quantitativa e comparativa da eletrofisiologia básica de 92 células piramidais distribuídas nas camadas II/III,
IV, V e VI do córtex visual primário do rato, de animais na faixa etária de 14 a 17 dias pós-natal, utilizando a
técnica de Patch-clamp na configuração whole-cell através da fixação da corrente da membrana plasmática. O
objetivo principal foi obter dados de normalidade para essas características. Para tanto, aferiu-se os valores
das propriedades passivas como potencial de repouso da membrana plasmática, resistência de entrada e
constante de tempo, bem como das propriedades de disparo tais como, limiar de disparo, amplitude do
potencial de ação, tempo na metade da amplitude do potencial de ação, tempo de despolarização, tempo de
repolarização e freqüência de disparo. Observou-se que tais características são bastante heterogêneas variando
de uma camada para outra, e em alguns casos, essa variação ocorre dentro da mesma camada. Alguns
trabalhos aportam que essa variação deve-se provavelmente as diferenças morfológicas existentes neste grupo
de células, tanto na mesma camada quanto em camadas diferentes. A característica comum dessas células é a
forma de resposta a qual se caracteriza por um aumento da freqüência de disparo no primeiro intervalo em
função do aumento da corrente de estímulo, a qual decai nos períodos subseqüentes. Os dados aqui
mostrados estão de acordo com a literatura pesquisada que utilizaram semelhante metodologia.

501
PEIXOTO, Marília Sakamoto. Fatores de risco ao infarto agudo do miocárdio, em ratos submetidos à
associação de etanol e/ou metilmercúrio. 2007. 85 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2007.
Orientadora: Vânia Maria Moraes Ferreira

RESUMO: O infarto do miocárdio tem o alcoolismo crônico como um dos fatores de risco, no entanto,
vários trabalhos têm mostrado que o consumo de doses moderadas de álcool, em especial o etanol (EtOH),
pode ser útil na prevenção de eventos cardiovasculares. O metilmercúrio (MeHg), ao contrário, tem sido
associado ao infarto do miocárdio. Entretanto, a associação entre essas duas substâncias necessita ser
considerada para futuras investigações. Nosso objetivo, portanto, foi avaliar as alterações bioquímicas de
animais adultos expostos ao EtOH e/ou MeHg durante a vida intra-uterina, como fatores de risco para o
infarto agudo do miocárdio. Ratas Wistar, grávidas (n=12), foram divididas em 04 grupos, sendo que dois
receberam 6,5 g/kg de álcool (22,5% p/v, v.o.) por 21 dias, e mais 21 dias pós-desmame. Os dois outros
318

grupos receberam água de torneira. O MeHg foi administrado em um dos grupos de EtOH e em grupo
controle, em dose única de 8 mg/kg (v.o.) no 15°. Dia. Ao atingir 3 meses, os machos das proles, em jejum
de 6h, passaram por atividade física exaustiva de natação, por no mínimo 50 min, em piscina redonda com
água a temperatura ambiente. A seguir, os animais foram anestesiados com quetamina e sacrificados. O
sangue foi retirado para análise bioquímica (CPK, CK-mB, DHL, glicose, colesterol e frações, triglicerídios,
GGT, TGO, TGP, uréia e creatinina), verificando-se aumentos significativos (p<0,05) de CK-mB, CPK,
TGO e triglicerídios em animais contaminados, durante a vida intrauterina, com MeHg em comparação com
os grupos controle, EtOH e EtOH+MeHg. Nossos dados reforçam e complementam pesquisas relacionadas
com a ação cardioprotetora do EtOH, ainda que os prováveis mecanismos desta cardioproteção contra os
efeitos do MeHg não estejam esclarecidos.

502
SANTOS, Ricardo Neves. Morfometria dos neurônios da camada l do córtex visual do rato: estudo com
injeção intracelular. 2007. 78 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e
Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientador: Manoel da Silva Filho

RESUMO: A morfometria de três populações de neurônios da camada l do neocórtex do rato, serviu como
base para este estudo, usando para isso o marcador intracelular biocitina em fatias do córtex visual de rato
entre 14 a 21 dias pós-natais. A injeção de biocitina a 0,8% foi feita concomitantemente ao registro
eletrofisiológico pela técnica do patch-clamp. A revelação da biocitina foi feita pela técnica da avidina-biotina-
peroxidase (kit ABC standart), as fatias foram montadas em lâminas gelatinizadas e depois processadas usando
a coloração de Nissl. O desenho em câmera clara, a fotomicrografia e a análise morfométrica junto com o
programa scion image geraram os dados obtidos. Com estas ferramentas foram identificadas: Células
Superficiais, com área do corpo celular = 0,62 ± 0,22 µm2; área de campo dendrítico = 51,13 ± 38,27 µm2
densidade de espinhas dendríticas = 56,33 ± 21,36; número de dendritos = 22,67 ± 11,72 e densidade de
pontos de ramificações dendríticas = 7,33 ± 3,06; Células Neurogliaformes, com área do corpo celular = 0,32
± 0,21 µm2; área de campo dendrítico = 87,54 ± 32,04 µm2; não possui espinhas dendríticas; número de
dendritos 52,11 ± 11,45 e densidade pontos de ramificações dendríticas = 22,56 ± 4,1 e Células da Borda
Inferior da camada l, com área do corpo celular = 0,19 ± 0,13 µm2; área de campo dendrítico = 90,68 ± 30,10
µm2; densidade de espinhas dendríticas = 12217 ± 56,81: número de dendritos = 38,83 ± 12,50 e densidade
de pontos de ramificações dendríticas = 14,17 ± 3,55. Estes resultados foram expressos como média ±
desvio padrão e a análise estatística dos dados foram feitos pela análise de variância (ANOVA) que não
demonstrou existir significância (P > 0,05) entre as células analisadas. Os valores encontrados para as
variáveis foram semelhantes com os dados da literatura.

503
SILVA, Joanilson Guimarães. Estudo dos efeitos neuroprotetores da minociclina nos padrões de
ativação, degeneração glial e desmielinização no estriado e cápsula interna de ratos adultos
submetidos à lesão excitotóxica. 2007. 127 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Neurociências e Biologia Celular, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientador: Wallace Gomes Leal

RESUMO: Estudos recentes sugerem que processos degenerativos na substância branca são fatores
importantes para o surgimento de déficits funcionais durante doenças neurogenerativas agudas, incluindo
lesão aguda da medula espinhal e acidente vascular encefálico. Demonstrou-se experimentalmente que a
tetracilina sintética minociclina possui efeitos neuroprotetores nestas condições patológicas, os quais são
associados à sua propriedade antiinflamatória através da inibição da resposta microglial e do bloqueio da
ativação de enzimas pró-inflamatórias. No presente estudo, investigamos os efeitos neuroprotetores da
minociclina sobre componentes da substância branca após lesão excitotóxica induzida por microinjeções de
N-metil-d-aspartato (NMDA) no estriado de ratos adultos. Os animais foram profundamente anestesiados e
injetados com 80 nmol de NMDA. Minociclina (90 mg/kg) ou solução salina estéril foi administrada (i.p) 2
horas após a injeção do neurotóxico, seguida de administrações suplementares (45mg/kg) em intervalos de 12
319

horas durante dois dias. Os animais foram perfundidos após os tempos de sobrevida de 1, 3 e 7 dias.
Realizou-se análise histopatológica básica em secções coradas com hematoxilina ou violeta de cresila.
Avaliou-se por imunohistoquímica os padrões de astrocitose (anti-GFAP), de ativação microglial/macrofágica
(anti-ED1), comprometimendo da bainha de mielina (anti-MBP), degeneração de oligodendrócitos (anti-
TAU-1) e apoptose (anti-caspase 3) através de imunocitoquímica. Microinjeções de NMDA induziram perda
tecidual progressiva no parênquima estriatal, concomitante com ativação microglial/macrofágica e astrocitose.
Uma perda significativa de oligodendrócitos (células TAU-1+) foi observada 3 dias após a lesão excitotóxica.
Estas células gliais foram imunopositivas para caspase-3, evidenciando a participação de mecanismos
apoptóticos relacionados a este processo degenerativo. Houve perda de reatividade para proteína básica de
mielina (MBP) entre três e 7 dias pós-lesão . O tratamento com minociclina inibiu significativamente (P<0.05)
a ativação microglial 3 dias após a indução da lesão estriatal, o que foi associado à preservação de
oligodendrócitos e diminuição da desmielinização (P<0.05). Estes resultados sugerem que a degeneração
secundária dos tratos de substância branca é um componente importante da fisiopatologia da lesão estriatal
aguda e que a ativação microglial/macrofágica contribui para este fenômeno patológico.

504
TEIXEIRA, Cláudio Eduardo Corrêa. Medida de sensibilidade ao contraste de luminância aplicada
através de teste psicofísico computadorizado: determinação de valores normativos para uso clínico. 2007.
145 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Neurociências e Biologia Celular, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.
Orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira

RESUMO: O objetivo deste trabalho é a medida de valores normativos para sensibilidade ao contraste de
luminância, em seus aspectos espacial e temporal, para o uso desses valores tanto em avaliações clínicas como
na pesquisa básica do sistema visual. Os estímulos aqui utilizados foram desenvolvidos para computadores
pessoais (PCs), o que também permitiu a avaliação do potencial desta ferramenta em testes psicofísicos
visuais. Neste estudo, foram avaliados, no teste de sensibilidade ao contraste espacial de luminância, 30
indivíduos de ambos os sexos (15 homens e 15 mulheres), na faixa etária entre 16 e 30 anos. Os estímulos
utilizados consistiam de padrões de grades com luminância senoidal, em 11 freqüências espaciais: 0,2, 0,5, 0,8,
1,0, 2,0, 4,0, 8,0, 10,0, 15,0, 20,0, e 30,0 ciclos por grau (cpg). Os resultados encontrados para esta amostra
revelaram curvas de sensibilidade de comportamento passa-banda, com pico de sensibilidade em torno de 300
para freqüências na faixa de 2-4cpg, e ponto de corte de alta freqüência em torno de 30-40cpg. Por outro
lado, também foram avaliados no teste de sensibilidade ao contraste temporal de luminância 34 indivíduos de
ambos os sexos (16 homens e 18 mulheres), na mesma faixa etária. O estímulo utilizado consiste de um plano
isoluminante projetado em toda a tela do monitor, dentro do qual uma área quadrada central apresenta
variação senoidal de luminância em relação a luminância da área geral deste plano, através de oscilações
temporais em 7 freqüências: 0,5, 1,0, 2,0, 4,0, 8,0, 16,0, e 32,0 Hertz (Hz). Os resultados obtidos para esta
amostra revelaram curvas de sensibilidade de comportamento passa-banda, com pico de sensibilidade em
torno de 100 na faixa de freqüências próxima de 8Hz. Os limites de tolerância e de confiança calculados para
ambos os testes delinearam faixas de sensibilidade com diferentes escalas, sendo a faixa de tolerância a de
maior amplitude. Na avaliação em separado dos diferentes grupos componentes das amostras (homens e
mulheres), somente os limites de tolerância de sensibilidade ao contraste espacial, em seu limite inferior, não
apresentaram comportamento passa-banda esperado em sua curva. Estes resultados sugerem que os testes
psicofísicos desenvolvidos para PCs, e utilizados neste trabalho são compatíveis com avaliações clínicas de
caráter visual. Além disso, os valores normativos medidos por estas ferramentas podem ser utilizados como
parâmetro de avaliação de alterações da visão normal.
320
321
322
323

2004
505
BORGES, Sérgio Henrique. Avifauna do Parque Nacional do Jaú: um estudo integrado em biogeografia,
ecologia de paisagens e conservação. 2004. 284 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em
Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2004.
Orientador: José Maria Cardoso da Silva

RESUMO: Vários estudos de comunidades biológicas enfatizam a importância de fatores ecológicos


operando em escalas locais. Estudos mais recentes têm desafiado esta tendência, ao valorizar processos
operando em escalas regionais e incorporando a importância de eventos históricos únicos estruturando
comunidades específicas. É necessário adotar uma abordagem multidisciplinar e de larga escala na
investigação da diversidade biológica. A avifauna da Amazônia está entre as mais ricas em espécies do mundo.
Parte dessa diversidade é explicada por padrões de distribuição entre habitats - (beta-diversidade).
Comparações de riqueza de espécies de aves ocupando habitats similares (alfa-diversidade) sugerem que as
espécies tropicais usam o espaço ecológico em regiões temperadas. Além disso, várias espécies tropicais
exploram nichos ecológicos únicos. Entre os mecanismos hipotéticos responsáveis pela especiação de aves na
Amazônia estão aqueles que enfatizam: a) a importância dos rios como barreiras biogeográficas, b) a suposta
existência de refúgios florestais no Pleistoceno, c) a especiação ocorrendo ao longo de gradientes ecológicos,
d) eventos geológicos como incursões marinhas ou eventos tectônicos, o corridos durante o Mioceno. Os
estudos ornitológicos assumem papel fundamental na elaboração de estratégias de conservação da
biodiversidade amazônica, principalmente na identificação de áreas prioritárias para conservação. Entre as
prioridades de pesquisas ornitológicas para a Amazônia estão: a) revisões taxonômicas e estudos sistemáticos
que auxiliem na delimitação mais refinada da unidade básica da biodiversidade (espécies), b) testes rigorosos
das hipóteses biogeográficas já propostas, o que requer a expansão de coletas de aves e a incorporação de
metodologias modernas, como a sistemática molecular e sistemas de informações geográficas, c) estudos
ecológicos de escala regional que incorporem a importância da diversidade entre habitats para a estruturação
de comunidades locais, d) estudos de pequena e larga escala investigando os efeitos de atividades
antropogênicas sobre a diversidade de aves e outros organismos. O objetivo geral desse estudo é analisar a
diversidade de aves de uma região específica da Amazônia - o Parque Nacional do Jaú - sob estas perspectivas
distintas e complementares.

2005

506
HENRIQUES, Luiza Magalli Pinto. Aves da Floresta Nacional do Tapajós, Pará, Brasil: composição,
distribuição ecológica e efeitos da exploração madeireira de baixo impacto. 2005. 246 f. Tese (Doutorado) -
Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,
Belém, 2005.
Orientador: David Conway Oren

RESUMO: Uma comunidade de aves de sub-bosque foi estudada em floresta de terra firme na Floresta
Nacional do Tapajós. Como resultado, a avifauna é caracterizada do ponto de vista ecológico e é apresentada
a lista taxonômica das espécies registradas com dados sobre habitat, microhabitat, abundância, sociabilidade
intraespecífica e interespecífica e a dieta de cada espécie. Também foi investigado: 1) a contribuição das
clareiras naturais para a diversidade de aves de sub-bosque; 2) o efeito da exploração madeireira de baixo
impacto sobre a comunidade de aves de sub-bosque com amostragens antes e depois da exploração; 3) e o
efeito da exploração madeireira de baixo impacto em clareira e em sub-bosque. As análises são baseadas em
324

dados quantitativos obtidos com o uso de redes de captura ao longo de cinco anos e desenvolvidas no nível
das espécies e de guildas.

507
SANTOS, Marcos Pérsio Dantas. Avifauna do estado de Roraima: biogeografia e conservação. 2005. 589 f.
Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2005.
Orientador: José Maria Cardoso da Silva

RESUMO: Apresenta uma lista comentada e atualizada da avifauna do Estado de Roraima. Primeiro,
apresenta-se uma caracterização de Roraima. Segundo, apresenta-se um histórico completo da exploração
ornitológica do Estado. Terceiro, define-se como a lista foi preparada e os critérios utilizados. Por fim,
apresenta-se uma lista comentada de todas as espécies registradas para Roraima até hoje. Para a confecção da
lista de espécies do estado, utilizamos três procedimentos básicos: análise bibliográfica, estudo de espécimens
em museus e trabalhos de campo. Como resultados foram registradas 736 espécies de aves para Roraima.
Estas espécies estão distribuídas em 72 famílias e 22 ordens. Os Paleognathae possuem 08 espécies e os
Neognathae possuem 728 espécies. Os Passeriformes possuem 418 espécies, sendo 258 espécies da subordem
Tyranni e 116 da subordem Passeres. Vinte e sete espécies são listadas pela primeira vez para Roraima. A
grande maioria das espécies em Roraima (705) é residente. Trinta e uma espécies são migratórias. Destas, 30
são migrantes regulares e apenas uma, Stercorarius parasiticus, parece ser acidental. Entre as espécies migratórias
regulares, 3 espécies (10%) são migrantes austrais e 28 (90%) migram da região neártica. Dentre as aves
registradas em Roraima, nenhuma está citada na Lista Oficial Brasileira de Animais Ameaçados de Extinção.
Entretanto, duas espécies são consideradas como globalmente ameaçadas segundo os critérios da IUCN,
sendo uma classificada como vulnerável (Synallaxis kollari) e outra como em perigo (Cercomacra carbonaria). O
registro de 736 espécies de aves supera todas as estimativas anteriores para a avifauna de Roraima e
representa cerca de 57% de todas as espécies de aves encontradas na Amazônia. O número de espécies de
aves registradas no estado de Roraima certamente sofrerá acréscimos com a realização de novos estudos
ornitológicos, caso estes sejam direcionados principalmente para algumas áreas pouco amostradas.

2006

508
CORRÊA, Honorly Kátia Mestre. Ecologia de dois grupos de sagüis-brancos, Mico argentatus
(Linnaeus 1771) em um fragmento florestal natural, Santarém-Pará. 2006. 148 f. Tese (Doutorado) -
Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2006.
Orientadora: Stephen Francis Ferrari

RESUMO: Apresenta os resultados de um estudo de longo-prazo sobre ecologia e comportamento de dois


grupos silvestres de Mico argentalus em um fragmento florestal natural, isolado por uma matriz de vegetação
de savana, na região de Alter do Chão, Amazônia central. Os grupos, denominados Cm1 e Cm2 foram
habituados e monitorados durante 12 meses em 2000 e quatro meses em 2001 (Cm1) e sete meses em 2000 e
três meses em 2001 (Cm2). Análises de variação temporal envolveram três períodos sazonais distintos
(Chuvosa-Início. Chuvosa-Final e Seca) em 2000, e a comparação longitudinal dos meses julho e setembro
em 2000-2001. Análises das relações entre as variáveis ecológicas (abundância de principais recursos: frutos e
insetos) e os padrões ecológicos e comportamentais entre os grupos foram estabelecidos. Os grupos
apresentaram composições e tamanhos diferentes, que variaram entre 4-8 e 8-11 membros, em Cm1 e Cm2,
respectivamente. Os dados quantitativos foram coletados utilizando-se a amostragem de varredura
instantânea com amostras de um minuto de duração a cada intervalo de cinco minutos, durante todo o
período de atividade diária do grupo. Os resultados mostraram que ambos os grupos gastam mais da metade
325

do tempo em forrageio e alimentação. A dieta foi constituída de frutos, néctar, gomas e presa animal
(invertebrados, principalmente ortópteros, formicídeos e coleópteros, além de lagartos e anfíbios). O
tamanho total da área dos grupos Cm1 e Cm2 em 2000 foram respectivamente, 11,5 ha e 14,6 ha. As
comparações sazonais mostraram uma similaridade entre grupos na alocação sistemática de mais tempo ao
comportamento de forrageio e alimentação na medida em que os recursos não gomíferos se tornavam mais
escassos. Já a análise longitudinal, além de apresentar uma redução de 30% na precipitação em 2001, mostrou
uma mudança considerável na composição e distribuição espacial dos dois grupos. Assim, diferentes aspectos
da comparação entre grupos pareceram refletir a influência destes diferentes fatores, com padrões opostos
nos dois grupos. O aspecto geral mais importante parece ter sido o registro de padrões bem diferentes, além
de similaridades importantes em grupos que ocupam quase o mesmo espaço, e a variabilidade das condições
do habitat entre as estações e entre os anos. As estratégias comportamentais identificadas pareceram ser
reflexo, tanto da variabilidade e flexibilidade comportamental, já conhecidas para os calitnquídeos, como de
condições ecológicas impostas pela variabilidade na disponibilidade dos recursos num fragmento reduzido.

509
MONTAG, Luciano Fogaça de Assis. Ecologia, pesca e conservação dos peixes na Floresta Nacional
de Caxiuanã (Municípios de Melgaço e Portel – Pará – Brasil). 2006. 205 f. Tese (Doutorado) -
Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2006.
Orientador: Ronaldo Borges Barthem
Co-orientador: Wolmar Benjamin Wosiacki

RESUMO: Apresenta e analisa aspectos sinecológicos e autoecológicos da ictiofauna da Floresta Nacional de


Caxiuanã, descrevendo os padrões de uso desses recursos pelas comunidades ribeirinhas e pela pesca
comercial da região. Os aspectos ecológicos foram analisados com base em coletas experimentais seguidas de
análises de rotina para caracterização da estrutura de comunidade, bem como para análises de estrutura
populacional e ecologia alimentar de quatro espécies da família Auchenipteridae. Os dados sobre a pesca foram
obtidos por meio de entrevistas com comunitários e pescadores locais. Dentre os sistemas hídricos da região
de Caxiuanã, podemos distinguir dois tipos de ambientes, os rios (Caxiuanã, Pracupi, Cariatuba e igarapé
Caquajó) e as baías (dos Botos e de Caxiuanã). As baías apresentaram maior diversidade, riqueza e biomassa,
além de um número elevado de espécies exclusivas, quando comparadas com os rios. Acredita-se que tais
valores estão relacionados com a maior complexidade ambiental e a maior extensão das áreas ripárias
(interface terra-água), quando comparadas com os rios. Devido à sua localização, a região recebe tanto a
influência da maré quanto da oscilação sazonal da vazão do rio Anapu, porém ambas com intensidade
bastante reduzida. Este fato explica a aparente ausência de diferenças estruturais nas comunidades de peixes
da região de Caxiuanã entre os períodos de cheia e de seca. Além disso, a pequena variação temporal nas
características ambientais, parece resultar em uma diminuição no aporte de alimento e no fornecimento de
abrigo para a ictiofauna. Os aspectos autoecológicos de quatro espécies de cachorro-de-padre
(Auchenipter/chthys longimanus, Auchenipterus nuchalis, Parauclienipterus sp. e Tatia intermédia) (Auchenipteridae)
indicam padrões distintos, demonstrando muitas vezes variações espaciais e temporais na sua estrutura
populacional e na alimentação. Dentre as variações temporais mais marcantes estão aquelas relacionadas à
alimentação das espécies, como os índices de importância alimentar e de repleção. Muitas vezes a atividade
alimentar está relacionada à disponibilidade e localização do recurso. Verificou-se que os recursos pesqueiros
encontram-se, de maneira geral, pouco explorados na região, uma vez que a pesca exclusivamente de
subsistência. As baías dos Botos e de Caxiuanã representam os locais onde ocorre a pesca comercial com uma
pequena exploração dos recursos. Nestas áreas, observam-se pescadores comerciais “bate-vara”, vindo de
áreas adjacentes, que muitas vezes ocasionam conflitos locais, principalmente por posse do recurso.
326

510
SOUTO, Raimundo Nonato Picanço. Atividades repelente e inseticida de óleos essenciais de Piper spp
Linnaeus da Amazônia em Anopheles marajoara Galvão e Damasceno, Stegomyia aegypti Linnaeus
(Díptera:Culicidae) e Solenopsis saevissima Fr. Smith (Hymenoptera:Formicidae). 2006. 246 f. Tese
(Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Ana Yoshi Harada

RESUMO: O controle de mosquitos e formigas tem sido realizado, durante décadas, no mundo, usando
inseticidas químicos sintéticos primariamente organoclorados e secundariamente organofosforados e
piretróides. Estes inseticidas causam impacto negativo ao meio ambiente, danos à saúde humana e por
pressão seletiva, a evolução de populações resistentes. O ressurgimento das pesquisas com derivados vegetais
ocorreu, em razão da necessidade de novos compostos bioracionais, que possibilitem o controle de pragas,
sem maiores danos para o homem e o ambiente. Este estudo visou avaliar as atividades inseticida e repelente
de óleos essenciais de Piper aduncumn L, P. marginatum Jacq var. anisatum Kunth C.DC. P. marginatum Jacq var.
marginatum, P. divaricatum G. Mey e P. calosum Ruiz e Pav em Anopheles marajoara . Stegomyia uegypti e em
operárias de Solenopsis saevissima, em laboratório. Os métodos utilizados nos ensaios biológicos seguiram os
protocolos padrões, consultados em estudos similares. Os óleos essenciais das cinco espécies de Piper
produziram mortalidade média acima de 50% nas espécies de insetos testadas. As estimativas das
concentrações letais (CL 50, CL 90 e CL 95) determinadas para todos os óleos sugerem que o maior potencial
inseticida foi produzido pelo óleo de P. aduncum e o menor pelo óleo de P. callossum . Nos testes de avaliação
da atividade repelente as estimativas das dosagens efetivas (ED 50. ED 90 e ED 95) apontam o óleo de P.
aduncum como o mais ativo e o de Piper callosum como o de menor proteção contra picadas dos mosquitos.
Com este estudo, espera-se contribuir para o desenvolvimento de métodos de controle de baixo custo, não
tóxicos para humanos e animais, adaptados à realidade regional e obter elevado grau de aceitação e aplicações
futuras pela comunidade.

511
SOUZA, Luciane Lopes de. Ecologia das florestas do baixo Japurá, Amazonas, Brasil. 2006. 335 f. Tese
(Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: José Maria Cardoso da Silva

RESUMO: Os padrões de riqueza, diversidade, composição e abundância de espécies foram analisados em


dois hectares de terra firme, três de igapó e quatro de florestas de várzea no Baixo Japurá. Embora a riqueza
florística por meio da técnica de rarefação, tenha se mostrado maior na terra firme, sítios de várzea e igapó
foram mais diversos do que os de terra firme, segundo o índice de Simpson (1-D) e de Shannon-Weaver (H’).
Por outro lado, um sítio de igapó e outro de várzea foram os mais pobres e menos diversos em relação aos
demais. As florestas do baixo Japurá foram dominadas por poucas espécies de alta densidade e por uma
maioria de espécies raras. A composição florística variou entre os ambientes estudados, especialmente nas
florestas inundáveis de várzea. Myristicaceae e Lecythidaceae foram as famílias mais abundantes na terra firme,
Sapotaceae e Fabaceae no igapó, e Annonaceae, Apocynaceae, Euphorbiaceae e Urticaceae na várzea. Eschweilera coriacea
(Fabaceae) e Pouteria elegans (Sapotaceae) foram as espécies mais importantes na terra firme e igapó,
respectivamente, enquanto que na várzea Malouetia lama quarina (Apocynaceae) foi a mais abundante na restinga
alta, Plerocarpus amazonicus (Fabaceae) na restinga baixa e Cecropia laiiloba (Urticaceae) no chavascal. A similaridade
foi maior entre sítios do mesmo ambiente do que entre ambientes distintos, com exceção de alguns sítios de
várzea que são mais similares a outros ambientes. Estima-se que 43% das diferenças observadas na
composição florística entre os sítios podem ser explicadas pela distância geográfica. No geral, os resultados
revelam que os padrões de riqueza e diversidade no baixo Japurá foram distintos de outras áreas amazônicas,
diferentemente do que ocorreu com os padrões de abundância, contudo os ambientes aluviais foram mais
similares entre si floristicamente do que com florestas de terra firme.
327
328
329

1997
512
SOUZA, Suely Basílio de. Dimorfismo sexual quanto ao tamanho em três espécies de sabiás
amazônicos (aves passeriformes: turdidae). 1997. 54 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em
Zoologia, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi,
Belém, 1997.
Orientador: José Maria Cardoso da Silva

RESUMO: Três espécies de sabiás se substituem ecologicamente nas florestas primárias e secundárias na
Amazônia Oriental: Turdus albicollis, T. fumigatus e T. leucomelas. Estas três espécies são monocromáticas, isto é,
machos e fêmeas possuem plumagem semelhante. O que não se conhecia é se estas espécies são também
monomórficas, isto é, se machos e fêmeas possuem tamanho igual. Estudos nas florestas mexicanas indicam
que algumas aves monocromáticas Neotropicais são de fato cripticamente dimórficas, ou seja, machos e
fêmeas diferem estatisticamente em tamanho quando técnicas estatísticas apropriadas são usadas. Este
trabalho teve três objetivos principais: (a) avaliar o padrão de dimorfismo sexual quanto ao tamanho em T.
albicollis phaeopygus, T. fumigatus fumigatus e T. leucomelas albiventer; (b) contribuir para o estudo do dimorfismo
sexual quanto ao tamanho em aves monocromáticas Neotropicais e (c) fornecer subsídios para o estudo
ecológico-evolutivo do gênero Turdus, em particular, e da família Turdidae, em geral. A hipótese de trabalho
era que as três espécies de Turdus analisadas seriam cripticamente dimórficas, tais como os outros
passeriformes florestais estudados nas florestas mexicanas. Concluiu-se que das três espécies estudadas, duas
são monomórficas (T. f. fumigatus e T. a. phaeopygus) e uma é cripticamente dimórfica (T. l. albiventer). Na única
espécie cripticamente dimórfica, machos diferem significativamente das fêmeas quanto ao comprimento da
asa, cauda, tarso e unha do quarto dedo. Mesmo assim, a função linear discriminante gerada, não permite uma
sexagem segura dos espécimes. A razão de as três espécies de Turdus mostrarem-se monomórficas ou
cripticamente dimórficas talvez esteja associada ao seu comportamento pré-reprodutivo. Durante o período
de acasalamento, a vocalização seria um instrumento mais importante de atração de fêmeas e determinação
do território do que a plumagem ou o tamanho. Assim, existiria forte pressão seletiva sobre a vocalização dos
machos e fraca ou inexistente pressão seletiva sobre o tamanho do corpo. Sugere-se a realização de mais
estudos de dimorfismo sexual em outras espécies de Turdus e de análise filogenética deste gênero, para se
esclarecer a evolução dos padrões de dimorfismo sexual em sabiás.

1998
513
GIESE, Elane Guerreiro. Origem e desenvolvimento do revestimento tegumentar no bacu-pedra,
Lithodoras dorsalis (Valenciennes 1840) (Siluriformes, Doradidae). 1998. 59 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Mestrado em Zoologia, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará e Museu
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1998.
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum

RESUMO: Lithodoras dorsalis, vulgarmente conhecido como bacu-pedra, é uma espécie de peixe da família
Doradidae, que se caracteriza pela presença de um escudo lateral discoidal, formado por placas ósseas,
sobreposto à linha lateral. Diferentemente dos doradídeos, descritos anteriormente por outros autores, L.
dorsalis apresenta como peculiaridade uma propriedade de hiperossificação dérmica, da qual resulta em uma
forte carapaça óssea, principalmente nos indivíduos adultos. Este trabalho tem como objetivo descrever a
origem e formação dessa carapaça óssea, bem como correlacionar este carácter com o crescimento e
maturação sexual da espécie. Durante o período de um ano, coletaram-se 320 espécimes, dos quais foram
obtidas lâminas histológicas de cortes de pele e de gônadas. Os cortes foram analisados e classificados
segundo o grau de ossificação, com o propósito de correlacioná-los com os períodos de maturação sexual.
Através da análise dos tamanhos e estádios de maturidade tiraram-se conclusões sobre as estratégias de
migração reprodutiva, que parece iniciar juntamente com a estação das chuvas, no mês de dezembro, e
330

ocorrer a partir do estuário, à jusante, em direção ao interior. O ambiente estuarino parece ter importante
função de criatório da espécie, pois grande quantidade de indivíduos jovens foram ali capturados.
Comprovou-se também que o desenvolvimento da propriedade hiperossificante está relacionado ao
crescimento e envelhecimento dos indivíduos dessa espécie. Indivíduos maiores possuem uma grande
quantidade de placas, dando-lhe o aspecto pétreo conferido à espécie.

514
IWANAGA, Simone. Atelíneos (Primates, Atelidae) do Estado de Rondônia: distribuição, abundância,
ecologia e status de conservação. 1998. 91 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1998.
Orientador: Stephen Francis Ferrari

RESUMO: O Estado de Rondônia abriga representantes dos três gêneros amazônicos da subfamília Atelinae
(Primates, Platyrrhini): Alouatta seniculus, Ateles belzebuth chamek e Lagothrix lagothricha cana. Neste estudo, a
abundância local dos três atelineos foi estimada em 32 sítios do Estado com base em levantamentos de
transecção linear e sua distribuição geográfica foi redefinida por observações diretas durante os
levantamentos quantitativos, entrevistas com moradores e a investigação de 3 sítios adicionais. Aspectos
básicos do comportamento de grupos sintópicos dos três gêneros de atelineos foram registrados em um dos
sítios. Os resultados confirmam a ampla distribuição de A. b. chamek, diminuem a área de distribuição
conhecida para L.I. cana, e reforçam a descontinuidade na distribuição de A. seniculus (provavelmente
relacionada à exploração de habitats específicos) e a ocorrência de um quarto táxon (Alouatta caraya) no
Estado. Mostram que em sítios sintópicos, L.l. cana tende a ser mais abundante à A.b. chamek ou A. seniculus e
que as contagens grupais obtidas durante os levantamentos podem fornecer médias de tamanho grupal
subestimadas para o cálculo de estimativas de densidade, em função de pequenas amostras, comportamento
das espécies e sazonalidade. Não foram obtidos dados conclusivos sobre sobreposição de nichos entre
atelineos sintópicos, mas aparentemente, A.b. chamek e L.l. cana têm a mesma preferência por frutos macios,
sendo que L.l. cana é capaz de explorar frutos com maior grau de dureza se comparada à A.b. chamek.
Também indicaram que L.l. cana e A.b. chamek podem ser relativamente tolerantes, pelo menos a curto prazo,
aos efeitos de colonização no Estado, já que estas espécies mostraram-se abundantes mesmo em fragmentos
de mata e parecem sofrer menos a pressão de caça em comparação com outros sítios da Amazônia.

1999
515
BERNARDI, José Antônio Renan. Composição e diversidade de espécies da anurofauna da Estação
Científica Ferreira Penna, Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará, Brasil. 1999. 64 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará e
Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.
Orientador: David Conway Oren

RESUMO: Compara a composição da anurofauna dos 4 principais habitats (mata de terra firme, capoeira,
igapó e vegetação aquática) existentes nas áreas de dois igarapés de água preta (igarapé Arauá e Laranjal),
pertencentes à Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn), localizada na Floresta Nacional de Caxiunã
(FLONA de Caxiuanã), Pará, Brasil. As amostragens nas duas áreas foram feitas através de transectos
medindo 850m de comprimento por 10m de largura. As duas áreas dos igarapés foram amestradas nos quatro
períodos do ano relacionados à precipitação (período de transição chuva/seca, seca, transição seca/chuva e
chuva). Para a comparação entre as áreas e entre os habitats foram utilizados os índices de diversidade de
Shannon-Weiner e índice de similaridade de Jaccard. No total das amostragens, foram registrados 924
indivíduos pertencentes a 29 espécies, distribuídas em 15 gêneros e 5 famílias. Quanto aos habitats, a mata de
terra firme apresentou maior diversidade. O número de espécies registradas foi maior no período de chuvas.
Este estudo associado aos estudos de Ávila-Pires e Hoogmoed (1997) contabilizam 41 espécies de anuros
331

para a região, um número muito alto para Amazônia oriental, reforçando a hipótese de que a baixa
diversidade de espécies de anuros normalmente associada a esta região possa ser fruto do baixo número de
inventários realizados até o presente.

516
CAMARGO-ZORRO, Maurício. Biologia e estrutura populacional das espécies da família Sciaenidae
(Pisces: Perciformes) no estuário do rio Caeté, Município de Bragança, Pará-Brasil. 1999. 87 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum

RESUMO: O estudo estima a biomassa média e caracteriza a distribuição espaço-temporal dos peixes da
família Sciaenidae no estuário do rio Caeté, no litoral norte do Brasil, com ênfase nas espécies Stellifer rastrifer,
Stellifer naso, Macrodon ancylodon e Cynoscion microlepidotus. Estimam-se parâmetros biológicos como a idade da
primeira maturação sexual (L50), os períodos de desova, a relação peso-comprimento, hábitos alimentares, a
sobreposição das dietas, o consumo médio de alimento por unidade de peso (Q/B), bem como a estrutura e
dinâmica populacional. Para tal, durante o período outubro de 1996 a agosto de 1997, foram feitas 6 coletas
bimensais, no estuário do rio Caeté. Onze espécies de peixes da família Sciaenidae foram coletadas. A biomassa
média da família Sciaenidae foi de 0,840g/m2. A distribuição espacial da biomassa no sistema foi relacionada
com a dinâmica de recrutamento e reprodução das espécies. Assim, os juvenis das espécies S. rastrifer, S. naso e
M. ancylodon distribuíram-se nas áreas mais internas do estuário e os adultos nas áreas externas, com maiores
teores de salinidade. Os valores de L50 foram estimados em 10cm, 10,7cm e 21,5cm, respectivamente. Foram
determinados para essas três espécies dois períodos anuais de reprodução, que definiram dois períodos de
recrutamento, cada corte apresentando diferentes parâmetros de crescimento. As relações peso-comprimento
foram do tipo alométrico positivas, sem mostrar diferenças significativas entre sexos. Foi achada uma
mudança na composição da dieta relacionada com o tamanho da espécie. Assim o zooplâncton foi comum
nos indivíduos jovens, para ser substituído por juvenis de crustáceos decápodos, poliquetas e juvenis de
peixes nos indivíduos maiores. O grau de sobreposição das dietas variou durante o desenvolvimento
ontogênico das espécies. A relação Q/B mostrou que as espécies menores como S. rastrifer e S. naso
consumem anualmente maior proporção de alimento em relação ao seu peso corporal, ao ser comparado com
as espécies maiores M. ancylodon e C. microlepidotus. Os resultados demonstraram maiores taxas de crescimento,
menores comprimentos para cada idade e menor longevidade para os peixes do estuário do Caeté, quando
comparados com as mesmas espécies em latitudes maiores.

517
KETELHUT, Suzana Maria. Avaliação das comunidades de formigas em uma área de extração
madeireira. 1999. 115 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.
Orientadora: Ana Yoshi Harada

RESUMO: Apresenta um estudo comparativo entre as comunidades de formigas existentes em uma floresta
primária e dois tipos de sistemas de extração de madeira (Manejado e Tradicional) em uma área Tropical
localizada em Paragominas, PA. Formigas foram amostradas através de pitfall-traps (Majer & Delabie 1994) em
transetos de 200m separados 100m entre si. Diferenças na diversidade da fauna de formigas entres habitats
foram testadas por meio de Índices de Diversidade (Shannon, Simpson and Fisher's Alpha), e Protocolos de
Estimativa de Riqueza (Colwell & Coddington 1994). A composição de espécies foi avaliada empregando
Análises de Afinidade (Scheiner 1992) e Índices de Similaridade (Jaccard and Morisita-Horn). No total, 134
espécies de formigas, pertencentes a sete subfamílias, e 42 gêneros foram identificadas na área toda. Destas,
90 foram encontradas na Floresta Primária, 90 no Corte Manejado e 84 no Sistema de Corte Tradicional.
Diferenças entre a Diversidade e Similaridade entre habitats apenas puderam ser detectadas quando
comparados transectos/habitats. Quando os índices foram comparados através dos valores absolutos
calculados para cada habitat, a diferença desaparece. Os resultados dos Protocolos de Estimativa de Riqueza
332

empregados indicam que a fauna de formigas foi igual entre os habitats e sugerem que a fauna está submetida.
Variações periódicas na temperatura e umidade podem ter um forte efeito, igualmente nas estimativas de
Diversidade e de Riqueza nos habitats estudados. Análises na composição mostram que a fauna de formigas é
similar entre os habitats e, apesar desta similaridade, pudemos detectar através da Análise de Afinidade uma
alta Diversidade de Mosaico, a qual sugere que a comunidade é composta por gradientes muito complexos,
assim diferenças na composição poderão estar ocorrendo em escalas menores.

518
MENDES, Fabrício Lemos de Siqueira. Alimentação, distribuição espacial a sazonal das espécies de
Arius (Suliriformes, ariidae) do estuário amazônico. 1999. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado
em Zoologia, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi,
Belém, 1999.
Orientador: Ronaldo Borges Barthem

RESUMO: Pertencente à ordem dos Siluriformes, a família Ariidae compreende os brages marinhos e
estuarinos os quais distribuem-se pelas costas de todos os continentes, habitando áreas costeiras de região
tropical e subtropical, onde vivem em águas de pouca profundidade, com fundo arenoso ou lodoso. No
estuário amazônico, no estado do Pará, encontram-se 7 espécies pertencentes ao gênero Arius (A. couma,
A.parketi, A. rugispinis, A. quadricutis, A. grandicassis, A. phrygiatus e A. proops. O objetivo deste estudo é
identificar os hábitos alimentares, sobreposição alimentar e espacial, distribuição espacial e sazonal das
espécies de Arius (Suliriformes, Ariidae) do Estuário Amazônico. As coletas foram realizadas durante o período
de agosto a outubro de 1996, de fevereiro a abril e agosto a outubro de 1997. Os indivíduos foram capturados
com rede de fundo sem porta da frota piramutabeira do estuário Amazônico. Existem dois grupos de
espécies do gênero Arius: as espécies que se alimentam de crustáceos (A. rugispinis, A. quadriscutis, A.
grandicassis, A. phrygiatus e A. proops) e as espécies que se alimentam de peixes (A. couma, A. parkeri). Com
relação a sobreposição alimentar todas as espécies apresentam um certo grau sobreposição alimentar, assim
como a sobreposição espacial. A. couma e A. phrygiatus estão mais abundantes nos estratos de profundidade
entre 5- 10 m e A. rugispinis, A. quadriscutis, A. grandicassis, A. parkeri e A. proops nos extratos de 10-20 m. A.
phrygiatus e é a única espécie que apresenta maior abundância durante o inverno e as demais espécies aparecem
tanto no verão como no inverno.

519
PERES, Ariadne da Costa. A Comunidade zooplanctônica em um canal de maré no estuário do rio
Caeté, Bragança (Pará, Brasil). 1999. 91 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia,
Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum

RESUMO: Poucos são os estudos realizados sobre zooplâncton em estuários na região bragantina do Estado
do Pará. Este trabalho foi realizado em um canal de maré, denominado de Furo do Chato, próximo à
localidade de Ajuruteua, Mnicípio de Bragança, no litoral do Estado do Pará, e teve por objetivo estudar a
composição qualitativa e quantitativa do zooplâncton, bem com as variações sazonais em função das variáveis
ambientais. Durante o período de agosto/96 a janeiro/97, foram feitas oito campanhas a cada três semanas,
com obtenção de amostras a cada duas horas, durante 24 horas. O Furo do Chato é um canal de maré com
forte influência costeira. Assim, a maior parte dos representantes dos zooplânctos encontrados são de origem
costeira. Além de componentes holoplanctônicos e meroplanctônicos, as amostras de zooplâncton no Furo
do Chato apresentaram representantes da fauna bentônica. Dez filos foram identificados: Protozoa, Mollusca,
Chordata, Annelida, Cnidaria, Arthropoda, Urochordaata, Chaetognatha, Nematoda e Bryozoa. A classe Copepoda teve
maior representatividade, tanto pela densidade, pela biomassa como pela freqüência de ocorrência nas
amostras. As categorias mais abundantes e freqüentes (>40%) foram Pseudodiaptomus marshi, Acartia lilljeborgi,
A. tonsa, Harpacticoida, Sagitta sp., Oikopleura dioica, Cnidaria, Isopoda, zoeas de caranguejo, pó-larvas de camarão e
alevinos de peixes. Aa abundâncias médias foram baixas (1,07 indiv./m³ e 16,43 mg/m³). A comunidade do
zooplâncton é mais abundante nos meses de transição do que no período seco. As maiores abundâncias
ocorreram em geral à noite e durante as marés de sizígia. Contudo, o ciclo diário de marés, a salinidade e as
333

fases lunares não influenciaram a variabilidade do zooplâncton como um todo, mas apenas em algumas
categorias isoladamente.

520
ROCHA, Mônica Monteiro Barros da. Levantamento da quiropterofauna (Mammalia: chiroptera) da
ilha de Cotijuba - PA, com observações sobre sua ecologia. 1999. 116 f. Dissertação (Mestrado) - Curso
de Mestrado em Zoologia, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará e Museu Paraense
Emílio Goeldi, Belém, 1999.
Orientadora: Suely Aparecida Marques Aguiar

RESUMO: Investigações sobre a quiropterofauna da Amazônia revelam a ocorrência de no mínimo 135


espécies regionais, de hábitos alimentares variados - insetívoras, frugívoras, polinívoras, carnívoras e
hematófagas. Os morcegos contribuem ao equilíbrio da biota amazônica por diferentes meios, por exemplo,
controle populacional de insetos, dispersão de sementes e polinização. Potencialmente perigosos à saúde
humana são os hematófagos portadores do vírus rábico. Os objetivos do estudo foram assim definidos: (a)
levantamento das espécies da ordem Chiroptera presentes na Ilha de Cotijuba - PA; (b) descrições do período
de atividade, alimentação, reprodução e abrigos das diferentes espécies; (c) análise de diagnóstico de raiva dos
quirópteros hematófagos coletados. Foram encontradas 31 espécies, duas delas necessitando ainda de estudos
mais detalhados para a confirmação taxonômica. A maioria é de espécies frugívoras, isto é, dispersoras
potenciais da flora local (por exemplo, Carollia spp, Artibeus spp, Uroderma spp). Duas espécies hematófagas
foram observadas: Desmodus rotundus (cerca de 8% da amostra) e Diaemus youngi (menos de 1% da amostra). A
pesquisa do vírus rábico foi negativa, mas ainda há registros de agressões de morcegos a ribeirinhos e animais
domésticos, exigindo análises laboratoriais de novas amostras, com finalidade de monitoramento sanitário.

521
SOUZA, Luciane Lopes de. Comportamento alimentar e dispersão de sementes por Guaribas
(Alouatta belzebul) na Estação Científica Ferreira Penna (Caxiuanã/Melgaço/Pará). 1999. 168 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.
Orientador: Stephen Francis Ferrari

RESUMO: O comportamento de dois grupos silvestres de guaribas (Alouatta belzebul) foi monitorado na
Estação Científica Ferreira Penna (Pará) ao longo de um período de 13 meses em 1997/98, visando registrar
suas características ecológicas, principalmente sua dieta e a dispersão de sementes. Dados comportamentais
quantitativos foram obtidos através do método de varredura instantânea. Os guaribas foram sempre pouco
ativos, dedicando mais da metade de seu tempo ao descanso e proporções bem menores às atividades de
locomoção, alimentação e comportamento social. A utilização da área de vida foi fortemente influenciada pela
distribuição de recursos alimentares, especialmente fontes de frutos. A composição básica da dieta foi
folívora-frugívora, embora no inverno (novembro-abril) o item mais consumido foi fruto (54,1 % de registros
para o grupo principal, denominado "L", enquanto no verão (maio-agosto), folhas foram muito mais
consumidas (84,5 %, grupo L). O tempo de passagem das sementes pelo trato digestivo foi em média
22:49±6:12 h, e sementes ingeridas foram dispersadas a uma distância média de 172,0± 113,8 m , embora esta
distância tenha sido significativamente maior no inverno. As taxas de germinação de sementes registradas em
testes realizados no campo e no laboratório foram inclusivos a respeito dos efeitos da ingestão sobre sua
viabilidade. Em apenas alguns casos, como Ficus guianensis, a principal fonte de fruto, a taxa de germinação de
sementes ingeridas foi significativamente maior em comparação com o controle (Não-ingeridas). Mesmo
assim, em nenhum caso a ingestão teve efeito negativo marcante sobre a viabilidade. De um modo geral, o
presente estudo reforça a idéia de que A. belzebul é um guariba típico, ecologicamente, embora relativamente
frugívoro, exercendo um papel importante no ecossistema de floresta amazônica como dispersor de
sementes.
334

522
TORRES, Marcelo Ferreira. Variação sazonal e espacial da estrutura de comunidades dos peixes
demersais da região de foz dos rios Amazonas e Tocantins/PA (0º 10'S-2º 30'N-47º 50'W-50º 30'W).
1999. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Centro de Ciências Biológicas, Universidade
Federal do Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 1999.
Orientadora: Ronaldo Borges Barthem

RESUMO: A composição, abundância e freqüência de ocorrência das espécies de peixes demersais do


estuário amazônico foram estudadas em três áreas delimitadas pelos estratos de profundidade de 5-10m, 10-
20m e 20-50m. Os objetivos principais deste estudo são os de comparar a diversidade, abundância e
distribuição das espécies de peixes demersais, nestas três áreas, durante um ciclo hidrológico, e avaliar a
influência dos fatores ambientais sobre a estrutura da comunidade. As amostragens foram feitas a bordo de
dois navios da frota industrial piramutabeira, com uma rede de arrasto sem porta, em seis cruzeiros com
duração de quinze dias cada, divididos entre os períodos seco (entre março e abril/97) e chuvoso (entre
agosto e setembro/97). Foram capturados 91 espécies em 237 amostragens e as ordens mais diversificadas
foram Perciformes e Siluriformes, que juntas apresentaram cerca de 70% das famílias e 42 % das espécies. As
famílias Scianidae e Ariidade foram as mais diversificadas, representando juntas 25% do número de espécies.
As espécies mais abundantes numericamente no inverno foram M. ancylodon (56,2%) e B. vaillantii (13,6%), e
no verão M.ancylodon (31%) e S. rastrifer (15,8%). Na área 1 B. vaillantii e M. ancylodon, foram as mais
abundantes em ambos os períodos, o mesmo acontecendo para M. ancylodon e S. rastrifer na área 2, e para M.
ancylodon e B. bagre na área 3. As espécies mais freqüêntes nas amostragens foram M. ancylodon (40,9%) e A.
spinifer (35%) no inverno, e M. ancylodon (45,6%) e A. grandicassis (38,4%) no verão. Na área 1, B. vaillantii e B.
flavicans tiveram maior freqüência de ocorrência nas amostragens, para os dois períodos; o mesmo
acontecendo para M. ancylodon e B. bagre, na área 2; e para M. ancylodon e A. spinifer, na área 3. As espécies
dominantes foram: M. ancylodon, no inverno (56% dos exemplares coletados); e M. ancylodon, S. rastrifer e A.
quadriscutis no verão, que representaram 61% das capturas. Na área dominaram B. vaillantii e M. ancylodon
(73%), no inverno e, no verão, as duas espécies já citadas mais A. grandicassis (53%) no verão e, na área 3,
apenas M. ancylodon (70% no inverno e 49% no verão). Os padrões de distribuição foram principalmente
influenciados pela salinidade. A área 1, apresentou a maior diversidade e equitabilidade em relação às outras.
Na área 2, a riqueza de espécies foi maior e, na área 3, houve uma maior dominância. Três comunidades de
peixes foram identificadas na região: uma composta de espécies de águas continentais que exploram as áreas
rasas entre 5 a 20m; outra é composta de espécies resistentes ao gradiente salino, com ampla distribuição no
estuário, principalmente na faixa dos 10 a 20m; e a terceira é composta de espécies marinhas que se
distribuem pelas áreas mais profundas do estuário, desde os 10 até a faixa dos 50m.

2000

523
ANJOS, Claudinéia Ramos dos. Entomofauna decompositora de carcaças de porcos na região de
Belém, Pará, Brasil, com ênfase na família Calliphoridae (Diptera). 2000. 123 f. Dissertação (Mestrado)
- Curso de Mestrado em Zoologia. Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém,
2000.
Orientadora: Maria Cristina Espósito

RESUMO: O trabalho visou estudar o desenvolvimento da sucessão entomológica em carcaças de porcos e a


influência do tamanho da carcaça sobre esta sucessão; verificando quais espécies são de potencial interesse
forense para a Região Amazônica, enfatizando as espécies de dípteros da família Calliphoridae por sua grande
abundância nestes recursos e comprovou interesse forense. Visando alcançar estes objetivos, quatro porcos
mortos foram expostos em uma área urbana de Belém, e diariamente eram realizadas coletas tanto de insetos
adultos como de larvas, as quais eram criadas até a emergência do adulto com a finalidade de se verificar quais
335

espécies utilizaram as carcaças como substrato de oviposição. Além disso, foram feitas análises de
desenvolvimento ovariano em fêmeas de califorídeos, tal análise foi usada como indicadora do tipo de
utilização da carcaça (alimentação e/ ou oviposição). Um total de 195.940 artropodos foram coletados sobre
as carcaças, destes os mais abundantes pertenciam as ordens Díptera 98,20% e Coleóptera (1,23%). Dos
192.416 dípteros coletados, as famílias mais abundantes foram Calliphoridae (10,96%) Muscidae (17,91%) e
Sarcophagidae (10,79%). Foi confirmado um padrão de sucessão entomológica que ocorre em carcaças da
Região Amazônica, na qual os dípteros da família Calliphoridae são os primeiros a chegar sendo seguidos pelos
dípteros das famílias Sarcophagidae, Muscidae e Stratyomiidae; após estes, os dípteros da família Phoridae, são
mais freqüentemente vistos e por fim, os coleópteros só são detectados nos últimos dias da decomposição. O
tamanho foi um fator que influenciou somente a abundância dos insetos decompositores coletados e criados,
mas não a sucessão entomológica, nem a diversidade, a composição ou o número de táxons dos insetos
decompositores. A classificação para os estágios de decomposição proposta por Bornemissza (1957) foram
observados e ajustados para a presente pesquisa, obteve-se assim uma caracterização dos estágios de
decomposição para a região de Belém do Pará. O processo de decomposição observada ocorreu mais
rapidamente quando comparados a outros trabalhos. As espécies exóticas do gênero Chrysomya estão
dominando a fauna de dípteros de carcaças e causando um deslocamento nas espécies nativas colonizadoras
de carcaças. Os estágios de putrefação e putrefação escura parecem ser os mais atrativos às espécies da família
Calliphoridae, mas somente as espécies exóticas do gênero Chrysomya mostraram significativa preferência tanto
para se alimentar como para ovipor em carcaças nestes estágios.

524
ASSUNÇÃO, Maria Ivaneide da Silva. Pesca, alimentação e ecologia reprodutiva e embrionária de
Carataí (Pseudauchenipterus nodosus) (Siluriformes, Auchennipteridae) no rio Marapanim,
Marapanim, Pará. 2000. 112 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia. Universidade
Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2000.
Orientador: Ronaldo Borges Barthem

RESUMO: Apresenta informações sobre a pesca, alimentação, reprodução e desenvolvimento embrionário


do Carataí, Pseudauchenipterus nodosus, com base em material coletado do rio Marapanim, PA, no período de
dezembro de 1998 a abril de 1999. Para tal, foram realizadas coletas diárias e quinzenais, utilizando-se curral,
tapagem e cerca, em quatro trechos do rio: na baía, no funil estuarino, nas porções média e superior. Foi
confirmada que a pesca era realizada durante o período reprodutivo da espécie, sendo a maior parte da
produção vendida nos municípios vizinhos. Os dados de captura ao longo do rio destacaram a porção
superior (33%) e média (44%) como os trechos mais produtivos do rio Marapanim e indicaram que o Carataí
realiza movimento ascendente regido pela lua. A espécie ingeriu maiores proporções de alimento no trecho de
água túrbida, principalmente nos córregos de maré, sendo sua dieta composta por anelídeos, artrópodes,
moluscos e peixes. As observações locais e a distribuição das freqüências dos ovários nos estádios maduro, de
reprodução e esvaziado indicaram que o Carataí desova no trecho de água doce e limpa, nas margens do rio e
dos igarapés, sob floresta não perturbada. As desovas ocorrem durante os últimos picos das marés máximas
de sizígia, e após a retração das marés, os ovos são incubados no solo por cerca de 11 dias até a sizígia
seguinte, sob temperatura de 22 a 27,5ºC. Após a eclosão, enquanto a maré não chega, os embriões
permanecem na casca e, quando escapam desta, sobrevivem no solo por cerca de duas horas. Esses embriões
eclodiam precocemente, aparentando pouca percepção do ambiente. A interferência na reposição anual de
Carataí no rio Marapanim pareceu depender mais da distribuição das chuvas locais e da integridade da floresta
do que da pesca.

525
LAMEIRA, Ana Paula Guimarães. Determinação de alguns parâmetros da Biologia reprodutiva e
produtiva da paca fêmea (Agouti paca LINNAEUS, 1744) criada em cativeiro. 2000. 49 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,
Belém, 2000.
Orientador: Otávio Mitio Ohashi
336

RESUMO: O estudo teve o propósito de determinar as características reprodutivas básicas de pacas criadas
em cativeiro, tais como: duração do ciclo estral, duração do período gestacional, intervalo do parto ao
primeiro cio pós-parto, duração do intervalo entre partos, além do número de produtos por parto e da
proporção sexual. Foram utilizados treze animais, todos criados em cativeiro no Biotério da Universidade
Federal do Pará sendo que os dados foram obtidos através de técnicas colpocitológicas, exceto aqueles
relacionados à determinação do produto por parto e à proporção sexual, os quais foram observados
diretamente após o parto. O período médio encontrado para o ciclo estral foi de 32,5 ± 3,69 (n=20) dias
sendo classificado em quatro fases: proestro, estro, metaestro e diestro. Estes resultados indicam que esta
espécie tem poliestro com reprodução contínua. Quanto ao período gestacional, dois resultados foram
obtidos: 147,5 ±2,83 (n=2) dias para fêmeas cujo último cio foi confirmado com a presença de
espermatozóides na lâmina). 146,7 ± 6,43 (n=3) dias para fêmeas que tiveram a confirmação do início da
gestação apenas pelas características clínicas do último cio antes do parto, confirmado através da
caracterização da lâmina. Os filhotes apresentaram, ao nascer, olhos abertos, corpo completamente coberto
de lâmina. Os filhotes apresentaram, ao nascer, olhos abertos, corpo completamente coberto de pêlos,
movimentos ativos e capacidade de comer alimentos sólidos dentro de dois dias. O peso médio foi de 605,9
± 87,47 g (n=12) para as fêmeas e de 736,7 ± 108,41 g (n=14) para os machos. Dos 38 nascimentos
ocorridos no Biotério, nenhum foi gemelar, embora a paca seja capaz de produzir gêmeos. O intervalo entre
partos foi de 187,3 ± 8,48 (n=15) dias e dentro de 35,6 ± 5,22 (n=5) dias ocorreu o primeiro cio pós-parto.
Estes resultados podem servir de base para futuros trabalhos que tenham como objetivo o estudo de
parâmetros reprodutivos de animais silvestres através da biotecnologia. Além disso, criatórios bem manejados
de pacas podem tornar-se, no futuro, fonte de alimentação com qualidade e fonte de renda acarretando, desta
maneira, a garantia da preservação da espécie.

526
SALDANHA, Nélio. Caracterização da comunidade de quirópteros (Mammalia) em áreas naturais e
manejadas da Floresta Nacional do Tapajós, PA - Brasil. 2000. 100 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2000.
Orientadora: Suely Aparecida Marques Aguiar

RESUMO: Os quirópteros representam 25% da mastofauna mundial. São os mamíferos neotropicais mais
diversificados e abundantes. A Amazônia brasileira apresenta cerca de 128 espécies de morcegos registradas.
Eles possuem uma grande variabilidade morfológica, a qual os permite ocupar diferentes nichos tróficos no
ecossistema. São eficientes na dispersão de sementes, polinização e no controle biológico de insetos e
constituem ótimos bioindicadores do estado e das dinâmicas sofridas por esses ecossistemas. O presente
estudo objetivou caracterizar a quiropterofauna de uma região da Floresta Nacional do Tapajós, Pará, Brasil,
em áreas de floresta primária, capoeira de um experimento de corte seletivo de madeira. O nível de impacto
sobre a comunidade de morcegos desse manejo e da área de capoeira foi comparado aos testemunhos de
mata primária em cada habitat e em seus microhabitats, ou fisionomias: matrizes de sub-bosques, clareiras e
pátios de armazenamento de madeira. A comparação se deu através de análises de distribuição, diversidade,
abundância, número de espécies e densidade das guildas. Foram amostradas 55 espécies, a maioria frugívoras,
representantes de seis famílias. Ao comparar o número de espécies e a diversdade, as áreas de exploração
exibem algum impacto, mas não tão acentuado como as áreas de capoeira. As amostras sugerem que a
vegetação secundária proporciona uma maior densidade de quirópteros na comparação entre habitats. Mas
poucas espécies são favorecidas por esta estrutura de vegetação. As guildas mais favorecidas nesta vegetação
são de morcegos frugívoros/onívoros e insetívoros aéreos. A comparação entre fisionomias sugere que os
quirópteros de sub-bosque evitam espaços abertos na vegetação. Os processos de sucessão aqui observados
apresentam dinâmicas que necessitam de acompanhamento periódico, para a formulação de um modelo mais
próximo da realidade.
337

2001
527
CHARVET-ALMEIDA, Patricia. Ocorrência, Biologia e uso das raias de água doce na Baía de Marajó
(Pará, Brasil), com ênfase na biologia de Plesiotrygon iwamae (Chondrichthyes: Potamotrygonidae).
2001. 213 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.
Orientador: Ronaldo Borges Barthem

RESUMO: O presente estudo incluiu espécimes da família Potamotrygonidae, única dentre os elasmobrânquios
que possui todos representantes exclusivamente em águas doces, e foi desenvolvido na região estuarina da
baía de Marajó nas ilhas de Cotijuba e Colares, durante os meses de maio, agosto, outubro e dezembro de
2000. As coletas incluíram os gêneros Plesiotrygon, Potamotrygon, Paratrygon e um quarto gênero que está
atualmente em processo de descrição. Informações relacionadas a freqüência de ocorrência e biomassa
indicam uma predominância de Potamotrygon spp. e de Plesiotrygon iwamae nesta região, sendo o tamanho das
raias selecionado pelos aparelhos de pesca. Observações mais específicas sobre a alimentação e biologia
reprodutiva da espécie P. iwamae foram realizadas. As análises de conteúdo estomacal, realizadas através do
Índice de Importância Relativa (IRI), apontaram esta espécie como uma consumidora de crustáceos e peixes.
Observações macroscópicas de órgãos reprodutivos de machos e fêmeas foram efetuadas. Os resultados
indicaram que esta espécie apresenta viviparidade aplacentária com matrofia-trofodermata. Provavelmente
seu ciclo reprodutivo é sazonal, está ligado a oscilações de salinidade e muitas fêmeas são capturadas ao
aproximarem-se das margens da baía para reproduzirem. As raias de água doce nesta região são
rotineiramente capturadas predominantemente para fins de consumo, medicinal e ornamental. Um grande
número de acidentes com ferroadas de raias e respectivos tratamentos foram observados em ambas as
localidades. A conservação das espécies de raias de água doce requer maiores conhecimentos sobre sua
biologia, um acompanhamento de sua exploração e eventuais medidas de manejo.

528
ESTUPIÑÁN-TRISTANCHO, Ruth Amanda. Variação geográfica de Osteocephalus taurinus
Steindachner, 1862 (Amphibia: Anura: Hylidae). 2001. 76 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado
em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.
Orientador: David Conway Oren

RESUMO: Osteocephalus taurinus é uma espécie nominal de ampla distribuição na Amazônia e nos llanos do
Orinoco. Sua grande variação morfológica indica que se trata de um complexo de espécies. O presente estudo
examina a variação geográfica de vários caracteres morfológicos e morfométricos da espécie nominal, avalia a
hipótese de tratar-se de fato um complexo de espécies; e testa a teoria da atual distribuição das formas,
através de padrões biogeográficos, ecológicos e de regímen de precipitação já definidos. A partir de 431
espécimes estudados, foram selecionadas 16 populações, nas quais foram analisados 20 caracteres anatômicos
internos, 14 caracteres morfométricos e seis caracteres morfológicos externos. Através de análises estatística e
mapas de isolinhas evidenciou-se que O. taurinus não se trata de um complexo de espécies e sim possui uma
grande variação intra e interpopulacional das caraterísticas morfométricas e morfológicas. Simultaneamente,
foram observados caracteres anatômicos internos polimórficos. O primeiro componente obtido através de
uma análise de componentes principais mostra uma variação clinal do tamanho corporal ao longo da
distribuição geográfica total, mais evidente nos machos. Em outros caracteres analisados, a variação ficou
independente do clima. O padrão espacial do tamanho indicou que as formas maiores ocorrem nas terras
baixas da Amazônia, onde a vegetação de floresta ombrofila divide as áreas de cerrado ao norte e ao sul do
continente sul americano. Nestas últimas áreas, ocorrem com maior intensidade as formas menores. Esta
distribuição espacial não se explicou através das divisões propostas por outros autores para Amazônia, o que
pode ser devido a um mascaramento gerado pela grande variação intrapopulacional. O modelo espacial do
tamanho corporal de O. taurinus não corresponde a um padrão de isolamento por distância, o que pode
338

sugerir que a colonização da espécie em algumas áreas seja recente. Este estudo confirma a hipótese da
origem do gênero no início do Plioceno, o que indica que O. taurinus teria tido tempo suficiente para se
dispersar antes do surgimento dos Andes como barreira geográfica.

529
KALIF, Kemel Amim Bittencourt. Impactos da exploração madeireira sobre a fauna de formigas e
conseqüências para a remoção de sementes florestais na Amazônia oriental. 2001. 62 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,
Belém, 2001.
Orientador: Paulo Roberto de Souza Moutinho

RESUMO: A exploração madeireira na Amazônia atinge anualmente cerca de 1,5 milhões de hectares de
floresta. Esta atividade promove mudanças estruturais e microclimáticas na floresta, que potencialmente
afetam a diversidade e a composição das espécies animais. Como grande parte das sementes florestais são
dispersas por animais, a regeneração dos ambientes explorados através de técnicas de extração madeireira
com impactos reduzidos mantém sua integridade original, não afetando os mecanismos de dispersão de
sementes. Tomando as formigas como um grupo animal ecologicamente representativo e integrado aos
processos de regeneração, via dispersão e predação de sementes, foi avaliado neste trabalho se (1) a
exploração madeireira afeta a fauna (diversidade e composição de espécies) destes insetos, se (2) planos de
exploração de baixo impacto são capazes de preservá-la e se (3) a exploração afeta a eficiência ecológica das
formigas na remoção (dispersão ou predação) de sementes. Os efeitos da exploração madeireira sobre a
diversidade e a composição de espécies de formigas, bem como sobre a remoção de sementes florestais
realizadas por estes insetos, foram investigadas em três ambientes de floresta, no Município de Paragominas,
Estado do Pará: uma floresta que sofreu exploração madeireira convencional (FC), outra floresta explorada
por técnicas de extração de baixo impacto (FB) e uma floresta primária, como controle (FP).

530
MONTAG, Luciano Fogaça de Assis. Diversidade distribuição e estrutura da comunidade de peixes na
Estação Científica Ferreira Penna: Amazônia Oriental. 2001. 135 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.
Orientador: Ronaldo Borges Barthem

RESUMO: A conservação da biodiversidade nos ecossistemas aquáticos é um dos desafios mais importantes
e difíceis que se enfrenta o mundo atual. De acordo com as informações disponíveis, a biodiversidade dos
ecossistemas aquáticos é pobremente conhecida, quando se compara com ecossistemas terrestres tropicais. A
carência nesta área inclui o conhecimento sistemático e taxonômico das espécies, suas relações filogenéticas,
biogeográficas e ecológicas. A primeira questão aqui abordada é a caracterização do ambiente, onde se
observou a ocorrência de uma variação espacial quanto às características ambientais ao longo dos rios,
principalmente pelas variáveis morfológicas (largura e profundidade), destacando-se os trechos inferiores,
caracterizados por uma zona de transição entre rio e lago. A questão seguinte é a estimativa de riqueza de
peixes na Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn). Para isto utilizou-se de protocolos com várias técnicas
de captura, e obteve-se 130 espécies, sendo que 39 foram apenas separadas como morfoespécie, indicando
que aproximadamente 30% da fauna pode ser nova para a ciência ou não possui uma literatura adequada para
a identificação. Mesmo assim, acredita-se que o conjunto de espécies coletadas no inventário representou
razoavelmente a ictiofauna da área. A terceira e última questão é caracterizar as comunidades ictias e explicitar
o padrão de distribuição das espécies em relação aos habitats investigados. Pode-se observar que a composição
de espécies nas comunidades seguiu o padrão de substituição e adição. A maior diversidade de espécie foi
observada em geral para os trechos finais dos rios. O aumento no volume d’água e na área de alguns habitats
nos rios possibilita que os mesmos sejam explorados por um número maior de indivíduos e por novas
espécies.
339

531
PIRKER, Lilianne Esther Mergulhão. Determinação da idade e crescimento da Piramutaba
Brachyplatystoma vaillantii (Valenciennes, 1840) (Siluriformes: Pimelodidae) capturada no estuário
amazônico. 2001. 85 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do
Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.
Orientador: Ronaldo Borges Barthem

RESUMO: Neste trabalho, foram analisados exemplares de piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii)


provenientes de pescarias experimentais no estuário amazônico. Para o estudo de determinação da idade
foram analisados acúleos das nadadeiras peitorais e dorsais, opérculos, otólitos (lapillus) e vértebras. Da
análise destas estruturas rígidas foi concluído que a vértebra é a estrutura mais adequada para determinar a
idade da piramutaba, pois esta estrutura apresentou 59% de anéis nítidos e uma boa correlação entre o seu
raio e o comprimento furcal do peixe (r2 = 0,9889 e P<0,05). Os anéis etários das vértebras foram validados
pelo método da distribuição de freqüências por classes de comprimento. A piramutaba forma dois anéis
etários por ano em suas vértebras. A relação entre o peso total e o comprimento furcal da piramutaba
descreve seu crescimento como alométrico e a equação que descreve este crescimento é Wt = 6,1 * 10-6 * Lf
3,1129. A proporção sexual de piramutaba verificada não foi de 1:1, onde o número de fêmeas foi superior ao
de machos. Foi observado um número máximo de dez anéis nítidos nas vértebras de piramutaba. O modelo
de crescimento utilizado neste trabalho foi o de Von Bertalanffy para as estimativas das equações de
crescimento em comprimento e em peso. Os parâmetros de crescimento (k, t0 e L¥) foram estimados através
de quatro diferentes métodos: contagem de anéis nas vértebras, retrocálculo, decomposição dos raios e
distribuição de freqüências por classes de comprimento. Os parâmetros de crescimento foram: k = 0,138 ano-
1, t0 = -0,239 e L¥ = 110,5 cm (contagem de anéis); k = 0,119 ano-1, t0 = -0,202 e L¥ = 110,5 cm

(retrocálculo); k = 0,096 ano-1, t0 = -0,146 e L¥ = 110,5 cm (decomposição dos raios) e k = 0,127 ano-1, t0 =
-0,236 e L¥ = 110,5 cm (distribuição de freqüências).

532
RAVETTA, André Luís. O Coatá-de-testa-branca (Ateles marginatus) do baixo rio Tapajós, Pará:
distribuição, abundância e conservação. 2001. 66 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia,
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.
Orientador: Stephen Francis Ferrari

RESUMO: O coatá-de-testa-branca, Ateles marginatus, é uma espécie primata ameaçada de extinção segundo a
UICN. Endêmica da Amazônia brasileira, este status deve-se a uma combinação de uma distribuição
geográfica relativamente restrita e às crescentes pressões antrópicas dentro desta área. O presente estudo
compreendeu a margem direita do baixo Rio Tapajós, centrado na rodovia BR-163 (Santarém-Cuiabá), região
de intensa e antiga ocupação humana. O objetivo principal do estudo foi uma avaliação da distribuição e
abundância de A. marginatus dentro desta área, e a análise dos fatores determinantes destas variáveis. Foram
visitados 16 sítios, onde moradores foram entrevistados informalmente para a confirmação da presença ou
ausência da espécie. Levantamentos populacionais de transecção linear foram realizados em oito sítios,
representativos de diferentes graus de fragmentação de habitat, com um percurso total de 697,6 km. Em dois
sítios, agrupamentos de A. marginatus foram monitorados sistematicamente para a obtenção de dados sobre
seu comportamento e ecologia. Os resultados indicam que a espécie é ausente de algumas áreas, entre lacunas
naturais em sua distribuição e uma zona de extinção local, que parece estender até pelo menos 60 km a sul da
cidade de Santarém. Um total de 23 espécies de mamíferos não-voadores foi registrado nos levantamentos
populacionais, mas a presença de A. marginatus foi confirmada em apenas três sítios. O estudo indica que
fragmentos isolados de floresta com menos de cem hectares não suportam populações de A. marginatus. No
caso de fragmentos maiores, a presença e abundância da espécie parecem ser influenciadas mais diretamente
por fatores antrópicos (caça e extração de madeira). Mesmo em floresta contínua, a espécie parece ser
relativamente pouco abundante, mas semelhante a outras populações de Ateles na Amazônia brasileira. Dois
340

grupos, um com oito membros e o outro com pelo menos vinte, foram identificados durante o
monitoramento. Como em outros membros do gênero, a formação de subagrupamentos (fissão-fusão), uma
proporção relativamente alta de fêmeas na população e uma dieta frugívora parecem ser características de A.
marginatus. O estudo deixa clara a situação crítica da espécie na região, frente à ocupação humana, e a
necessidade urgente tanto de deter o processo de fragmentação de habitat como de implantar novas unidades
de conservação.

533
SANTOS, Emerson Monteiro dos. Estudo de Simuliidae (diptera: nematocera) e seus criadouros em
igarapés do Município de Santo Antônio do Tauá, Estado do Pará, Brasil. 2001. 110 f. Dissertação
(Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense
Emílio Goeldi, Belém, 2001.
Orientador: Inocêncio de Souza Gorayeb

RESUMO: Considerando a grande importância dos simulídeos (piuns e borrachudos) do ponto de vista bio-
ecológico, médico e veterinário, desenvolveu-se este estudo sobre as espécies do gênero Simulium que se
criam em igarapés do Município de Santo Antônio do Tauá, Estado do Pará, Brasil. Os estudos foram
desenvolvidos pelas seguintes metodologias: observações diretas dos criadouros nos igarapés; instalação de
criadouros artificiais para a colonização por simulídeos; análise das freqüências de picadas em pessoas durante
o dia; coletas e amostragens da entomofauna associada aos habitats aquáticos; amostragens qualitativas e
quantitativas da vegetação nos criadouros; análises físico-químicas da água dos igarapés e criadouros; análises
de fatores climáticos locais; e morfometria das larvas para a determinação do número de estádios larvais de
Simulium quadrifidum. Estudou-se a entomofauna aquática e a respectiva abundância relativa de Simuliidae em
dois igarapés. As espécies Simulium perflavum, Simulium quadrifidum, Simulium incrustatum e Simulium goeldii foram
coletadas. As formas imaturas de Simulium perflavum foram as predominantes em ambientes perturbados com
águas claras. Simulium quadrifidum foi predominante em ambientes com pouca alteração, de águas pretas, com
baixos teores de nutrientes. Simulium incrustatum foi mais abundante em ambientes arbustivos e somente em
águas claras. Simulium goeldii foi registrada apenas em áreas de matas primárias (com pouca alteração) e mais
abundante em águas pretas. Os fatores que mais interferiram na colonização natural dos substratos artificiais
por Simuliidae foram as constantes oscilações no nível d’água durante o período quando em que substratos
ficaram expostos nos igarapés. A entomofauna aquática apresentou-se abundante no período seco.
Constatou-se pela primeira vez a antropofilia da espécie Simulium incrustatum no Pará. Esta espécie mostrou
dois picos diários de freqüência de picadas em voluntários, um pela manhã e outro à tarde. Houve diferenças
significativas na freqüência de picadas entre áreas com tipos diferentes de vegetação nos mesmos períodos, e
alta correlação negativa com a temperatura do ar, apenas na área de capoeira e no período seco. Determinou-
se, pela primeira vez, o número de estádios larvais de Simulium quadrifidum e registrou-se a ovipostura de suas
fêmeas somente pela parte da tarde, às 16:30h. Novos registros de predadores de adultos de simulídeos foram
acrescentados.

534
SANTOS, Marcos Pérsio Dantas. Análise biogeográfica da avifauna de uma área de transição cerrado-
caatinga no centro-sul do Piauí, Brasil. 2001. 103 p. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em
Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2001.
Orientador: José Maria Cardoso da Silva

RESUMO: Vários autores têm sugerido que a fauna de vertebrados do cerrado e da caatinga não são
distintas, mas que a fauna da caatinga é somente um subconjunto da fauna do cerrado. A razão para isso seria
a extensa mistura destas faunas durante os períodos glaciais do quaternário, levando a um processo de
homogeneização biótica. Esta hipótese, porém, nunca foi testada com aves. Neste trabalho, é avaliado a
distribuição das espécies de aves ao longo de uma área de transição entre o cerrado e a caatinga no centro-sul
do Piauí, a fim de verificar se as avifaunas destes dois biomas seguem as três predições da hipótese de
homogenização. A distribuição das espécies de aves foi estudada com base em estudos de campo,
complementados por registros da literatura e de espécimens em museus. As espécies presentes na área de
341

transição foram classificadas em duas categorias (amplamente distribuídas e que reconhecem as bordas entre
os biomas) e segundo a proferência de habitat (dependente, semi-dependente a independente de floresta).
Espécies encontradas na área de estudo são amplamente distribuídas (69.7%), embora algumas (30.3%)
reconheçam a borda entre o cerrado e a caatinga. A presença de espécies que são sensíveis a borda não
apóiam a primeira predição da hipótese de homogeneização. A avifauna da caatinga não é um subconjunto da
fauna do cerrado, pois ambas as regiões apresentam espécies endêmicas. Espécies que tem seus centros de
distribuição no cerrado ou na caatinga não são encontradas nos mesmos sites ao longo da área de transição,
indicando que ocupam diferentes paisagens, por conseguinte, a distribuição das espécies de aves ao longo da
transição entre o cerrado e a caatinga não dão suporte para as três maiores predições da hipótese de
homogeneização.

2002

535
COSTA, Robson Gil Neris. Caracterização morfológica de Liophis reginae semilineatus (Wagler,1824)
e Liophis reginae macrosomus (Amaral,1935), e o status taxonômico de Liophis oligolepis Boulenger,
1905. 2002. 77 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal
do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2002.
Orientadora: Ana Lúcia da Costa Prudente

RESUMO: Analisa um total de 249 espécimes das subespécies de Liophis reginae que ocorrem no Brasil
(Liophis reginae macrosomus e Liophis reginae semilineatus), com o objetivo de caracterizar morfologicamente os
dois táxons e verificar a validade de Liophis oligolepis, táxon considerado sinônimo de Liophis reginae semilineatus.
Considerou 22 dados merísticos e 18 morfométricos. Os complexos osteológicos cefálicos e hemipenianos
foram analisados comparativamente entre os táxons. Foram identificadas, utilizando MANOVA, diferenças
sexuais significativas em variáveis mensuradas da cabeça e do corpo. Uma análise da função discriminante
(AFD) foi utilizada em sexos separados para maximizar a separação, num espaço multivariado, dos três
táxons definidos a priori: Liophis reginae semilineatus, Liophis reginae macrosomus e Liophis oligolepis. Os escores dos
espécimes machos separaram claramente Liophis reginae semilineatus de Liophis oligolepis, no eixo da primeira
função discriminante, e Liophis reginae semilineatus de Liophis reginae macrosomus, na segunda função. Em fêmeas,
a primeira função discriminante separou Liophis oligolepis de Liophis reginae semilineatus e Liophis reginae
macrosomus. Na AFD de Liophis oligolepis e Liophis reginae semilineatus, considerando os dois sexos juntos, houve
uma diferenciação entre os dois táxons na primeira função discriminante. A mesma análise foi feita para
Liophis reginae semilineatus e Liophis reginae macrosomus, sendo observado uma separação destes táxons na
primeira função discriminante. Verificou-se alguns exemplares de Liophis reginae semilineatus, Liophis reginae
macrosomus além de suas áreas de distribuição. Para verificar se estes e os outros exemplares, ocorrentes nas
áreas de distribuição citadas em bibliografia (1983), formavam o mesmo grupo, foi feita uma análise da
função discriminante. Esta análise ilustrou que as novas ocorrências pertencem ao mesmo grupo dos
exemplares que estão distribuídos segundo a literatura. A morfologia hemipeniana não diferiu entre Liophis
reginae semilineatus, Liophis oligolepis e Liophis reginae macrosomus. Os três táxons apresentam crânios semelhantes
no aspecto geral, porém existem diferenças no osso parietal de Liophis reginae semilineatus e Liophis oligolepis. O
status taxonômico de Liophis oligolepis foi definido com base nos caracteres merísticos, morfométricos e
morfológicos. As subespécies Liophis reginae semilineatus e Liophis reginae macrosomus deverão ser reavaliadas no
futuro, para a verificação de seus status, incrementando o número de exemplares e incluindo as outras duas
subespécies (Liophis reginae reginae e Liophis reginae zweifeli).
342

536
FERREIRA, Ana Cássia Sarmento. Determinação de puberdade em cutias (Rodentia: Dasyproctidae)
criadas em cativeiro, através da quantificação das células espermatogênicas. 2002. 77 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,
Belém, 2002.
Orientador: Otávio Mitio Ohashi

RESUMO: A cutia (Dasyprocta spp) é um roedor de médio porte, que apresenta o hábito de enterrar parte de
seus alimentos, principalmente sementes, é considerado um dispersor em potencial, pois contribui com o
reflorestamento natural. Por ser uma espécie muito procurada para consumo na área rural da Amazônia, o
manejo em cativeiro e o conhecimento dos seus aspectos reprodutivos são formas alternativas para a criação
de programas de produção e preservação dessa espécie com potencial econômico. O objetivo do presente
trabalho foi determinar o período que ocorre a puberdade, caracterizar os estádios do Ciclo do Epitélio
Seminífero (CES), determinar a freqüência relativa dos estádios, calcular o rendimento geral da
espermatogênese e o índice das células de sertoli. Foram utilizados 7 grupos com idade variando de 4 a 17
meses, os animais foram divididos em G1 (4 e 5 meses, n=4), G2 (6 e 7 meses, n=4), G3 (8 e 9 meses, n=4),
G4 (10 e 11 meses, n=3), G5 (12 e 13 meses, n=4), G6 (14 e 15 meses, n=3) e G7 (16 e 17 meses, n=2). Ao
atingir a idade programada os animais foram castrados, sob anestesia, e as amostras testiculares após
biometria foram fixadas em ALFAC por 24 horas, submetidas ao processamento histológico de rotina, foram
realizados cortes de 5 mm de espessura e os tecidos obtidos corados com HE. As fases de desenvolvimento
reprodutivo, incluindo a puberdade, foram determinadas através da quantificação das células
espermatogênicas de 10 túbulos seminíferos/animal com o contorno circular, os quais se encontravam no
estádio I do CES, previamente caracterizado pelo método da morfologia tubular, que apresentou oito estádios
do CES, e de 20 túbulos seminíferos/animal que não apresentavam espermatogênese completa, o número
real das células foi obtido através da correção dos números brutos pelo diâmetro nuclear/nucleolar médio e
espessura do corte histológico. Para determinar a freqüência relativa, 100 túbulos seminíferos de cada animal
que já havia atingido a puberdade foram analisados. Os pesos corporal e testicular apresentaram correlações
significativas com a idade e entre si. O peso corporal e biometria testicular aumentaram significativamente
(P<0.05) até a maturidade sexual, onde na puberdade o PC e PT foram (1.903 + 0.55 Kg; 1.8 + 1.4 g,
respectivamente) e na fase adulta foram (2.825 + 0.11Kg; 6.1 + 0.37g). Os grupos analisados foram
classificados como G1 impúbere (13.21 + 1.6 mm); G2 pré-puberdade (7.09 + 1.7 mm); G3 puberdade
(93.82 + 58.7 mm); G4 Pós-puberdade 1 (164.03 + 10.03 mm); G5 e G6 Pós-puberdade 2 de fase longa
(173.8 + 10.5 mm; 185.9 + 1.5 mm) e G7 Adulto (238.8 + 72.6 mm). As células de sertoli diminuiram
significativamente (P<0.05) da fase impúbere (21.7 + 3.5 mm) até a puberdade (9.7 + 4.2 mm) onde iniciaram
sua estabilização até a fase adulta (9.03 + 0.01mm). As células espermatogênicas apresentaram correlações
altas e significativas com o peso testicular. As médias das seções transversais do diâmetro tubular aumentaram
significativamente (P<0.05) entre os grupos analisados, G1 (109.5 + 4.6 mm); G2 (119.7 + 10 mm); G3
(174.6 + 24.1 mm); G4 (240.9 + 14.1 mm); G5 (219.6 + 9.8 mm); G6 (221.1 + 7.9 mm) e G7 (258.1 + 55.3
mm). Após a análise de 1600 túbulos seminíferos, os oito estádios caracterizados pelo método da morfologia
tubular apresentaram as seguintes freqüências relativas: I (16.8 + 2.3%); II (18.8 + 3.4%); III (7.6 + 1.3%); IV
(11.1 + 1.2%); V (21.2 + 4.2%); VI (10.4 + 3.4%); VII (7.9 + 2.4%); VIII (6.4 + 1.4%). A freqüência
conjunta dos estádios foi pré-meiótica (43.5%), meiótica (10.7%) e pós-meiótica (45.8%). Portanto, a
puberdade em cutias é alcançada no período de 8 e 9 meses, onde se observa maior produção das células
espermatogênicas e estabelecimento das células de sertoli, a partir dessa fase inicia-se uma tentativa de
estabilização das células espermatogênicas, o qual é acompanhado por uma tendência a estabilização do
crescimento testicular.
343

537
MARTINS, Simone de Souza. Efeitos da fragmentação de habitat sobre a prevalência de parasitoses
intestinais em Alouatta belzebul (Primates, Platyrrhini) na Amazônia Oriental. 2002. 86 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,
Belém, 2002.
Orientador: Stephen Francis Ferrari

RESUMO: Estudos parasitológicos em populações naturais de primatas neotropicais são relativamente raros,
existindo poucos dados disponíveis sobre o guariba-de-mão-ruiva, Alouatta belzebul. No presente estudo,
populações de A. belzebul foram amostradas em cinco locais na área do reservatório da Usina Hidrelétrica de
Tucuruí, no sudeste da Amazônia brasileira, correspondendo à margem direita do rio Tocantins. As áreas de
coleta incluíram a floresta contínua e fragmentos de habitats em ilhas, com tamanhos que variaram de 180 a
484 hectares. O principal objetivo deste estudo foi a avaliação dos efeitos da perturbação do habitat sobre os
padrões de infestação por endoparasitas. A densidade populacional foi estimada para cada ponto de coleta
usando o método de transecção linear, que variou de 100-108 km percorridos por ponto. Amostras fecais
foram coletadas de seis a quatorze grupos em cada local, com um total de 40-46 amostras por ponto (n =
212). As amostras fecais foram fixadas em MIF e observadas através de microscópio óptico, com aumentos
de até 400x. A densidade populacional variou entre 66,4 e 191,5 indivíduos por km2. No total, 76,4% das
amostras foram positivas para pelo menos uma espécie de endoparasita. Foram identificadas doze táxons de
endoparasitas, oito de helmintos e cinco de protozoários. Amostras individuais apresentaram até cinco
diferentes espécies de endoparasitas. Em cada local de coleta, o número de espécies identificadas variou entre
seis e doze e as taxas de infecção ficaram entre 67,5% e 86%. Não foram encontrados padrões sistemáticos na
diversidade de parasitas ou nas taxas de infecção em relação a variáveis como, tamanho de população,
densidade ou fragmentação de habitat. A diversidade e as taxas de infecção variaram mais entre os dois pontos
de floresta contínua que nos locais fragmentados e, no geral, foram menores nos locais com menor densidade
populacional. A única exceção foi o Trypanoxyuris minutus, um oxiurídeo bastante comum transmitido através
do contato direto, para o qual foi encontrada uma correlação forte entre as taxas de infecção e a densidade
populacional. No geral, foram encontradas poucas evidências capazes de sustentar a hipótese de que a
fragmentação do habitat tem um efeito sistemático nos padrões de infestação em A. belzebul. Contudo,
recomenda-se a realização de mais estudos detalhados antes de se estabelecer conclusões definitivas.

538
MELO, Cláudia Cristina de Souza de. Considerações sobre anatomia funcional e adaptativa de alguns
Sigmodontinae (Mammalia: Rodentia: Muridae). 2002. 128 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-
Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2002.
Orientador: Peter Mann de Toledo

RESUMO: Entre os mamíferos, os pequenos roedores compõem um grupo singular. Devido sua grande
reprodutiva e adaptabilidade aos diferentes habitats tornaram-se animais em plena explosão evolutiva.
Filogeneticamente, o grupo ainda não está bem caracterizado e apresenta fortes similaridades morfológicas
para os roedores Sigmodontinae da Serra dos Carajás. Através de estudos das características externas e de alguns
ossos do pós-crânio relacionados ao hábito locomotor observamos que: 1) a preferência de habitat dentro da
região da Serra dos Carajás entre os roedores estudados, parece não estar relacionada a um padrão
filogenético; 2) não foi possível estabelecer uma correlação entre as características ecológicas e as principais
feições morfológicas do pós-crâneo ligadas ao desenho corporal entre os Sigmodontinae; 3) a morfologia do
úmero e fêmur contém forte sinal filogenático característco de subfamília Sigmodontinae 4) os índices
intermembral, crural e braquial não foram eficazes na caracterização dos vários modos de locomoção entre os
roedores Sigmodontinae.

539
344

PINTO, Gabriel Silva. Análise morfométrica em cinco espécies do gênero Mabuya FITZINGER, 1825
(Squamata: SCINCIDAE). 2002 28 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia,
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2002.
Orientadora: Teresa Cristina Sauer de Ávila Pires

RESUMO: Analisa a variação da forma do corpo ao longo da ontogenia em Mabuya agilis Boulenger, 1887; M.
bistriatra (Spix, 1825); M. guaporicola Dunn, 1936; M. macrorhyncha Hoge, 1946 e M. nigropunctata (Spix, 1825),
espécies sul-americana de lagartos, buscando definir as diferenças interespecíficas em termos de suas
proporções corporais, qual o papel de um possível crescimento alométrico no desenvolvimento da forma
adulta de cada espécie, e se as diferenças observadas poderiam estar associadas às diferenças nos habitats
ocupados por cada espécie. Para isso foi utilizada a análise de componentes principais (PCA), para estimar
tanto as trajetórias antogenéticas como o crescimento alimétrico de cada espécie. Dados sobre os habitats
ocupados por cada espécie foram compilados da literatura. A inclinação da reta indicando a trajetória
ontogenética foi significativamente diferente entre Mabuya guaporicola e todas as demais espécies, e entre M.
bistriata e M. nigropunctata. A análise dos coeficientes alométricos permitiu constatar que: a redução relativa dos
membros, associados com um alongamento do corpo em Mabuya guaporicola, foi alcançada através da redução
das mãos, pés e, especialmente, dos dígitos; em M. agilis houve um alongamento do corpo; M. macrorhyncha
apresentou a região da cintura escapular robusta, especialmente alta, e as mãos com uma redução acentuada;
em M. bistriata os braços são relativamente curtos e coxa e tíbia alongados; e M. nigropunctata, comparado com
a demais espécies estudadas, foi a espécie cuja forma do corpo menos se alterou ao longo do crescimento.
Por meio desses resultados, juntamente com os dados obtidos da literatura sobre o habitat ocupado por cada
espécie estudada, foi concluído que algumas especializações morfológicas encontradas poderiam ser
explicadas como adaptações funcionais ao uso de seus habitats.

540
SANTOS, Ricardo Rodrigues dos. Ecologia de cuxiús (Chiropotes santanas) na Amazônia Oriental:
perspectivas para a conservação de populações fragmentadas. 2002. 53 f. Dissertação (Mestrado) - Programa
de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2002.
Orientador: Stephen Francis Ferrari

RESUMO: Encontrados na Amazônia brasileira do Maranhão ao Amazonas e Rondônia, os cuxiús (Chiropotes


albinasus e Chiropotes satanas) são primatas especializados na predação de sementes. Visando caracterizar
padrões de atividade e exploração de recursos alimentares, dois grupos sociais (IG e B4) de C. satanas foram
monitorados entre julho e novembro de 2001, na área de influência do reservatório da UHE de Tucuruí (PA).
O grupo IG (C. s. utahicki), de 24 indivíduos, ocupa uma ilha de 100 ha e o grupo B4 (C.s. satanas), com 27
indivíduos, habita uma área de mata contínua, ambas protegidas pela Eletronorte S. A. Dados quantitativos
foram coletados em amostras de varredura, com intervalo de 5 min, realizadas continuamente durante 5 dias
por mês. Observações complementares foram registradas de forma ad libitum durante todo o trabalho de abril
a novembro. Um total de 5490 registros foram coletados para o grupo IG (apenas o comportamento
alimentar do grupo B4 foi analisado aqui), que foram distribuídos entre alimentação (58,8%), deslocamento
(30,8%), parado (9,5% e outras atividades (0,9%). Estas proporções variaram consideravelmente entre meses.
Cento e dez espécies diferentes de plantas foram exploradas pelos cuxiús, mas não foi observada insetivoria.
Como esperado, o componente maior da dieta foi semente em ambos os casos (grupo IG: 75,6 %, n=2721
registros, grupo B4: 49,6%, n=1865). Flor, fruto, broto foliar e o mesocarpo de cocos de palmeiras
completaram a dieta. Padrão semelhante na variação do consumo de diferentes itens foi observado nos dois
grupos entre setembro e novembro. A diversidade taxonômica da dieta do grupo IG foi maior do que a do
B4, como também foi a área de vida (100 contra 57 ha). Não foi encontrado um padrão sistemático de
variação no tamanho de agrupamento de forrageio. Os resultados do estudo indicam um potencial muito
grande para a conservação a longo prazo de populações remanescentes de cuxiús na paisagem fragmentada da
região.
345

2003

541
ALMEIDA, Maurício Pinto de. Pesca, policromatismo e aspectos sistemáticos de Potamotrygon
scobina Garman, 1913 (Chondrichthyes: Potamotrygonidae) da região da ilha de Colares - Baía de
Marajó - Pará. 2003. 145 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Universidade Federal
do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2003.
Orientador: Ronaldo Borges Barthem

RESUMO: O estudo incluiu espécimes da Família Potamotrygonidae, única dentre os elasmobrâquios em que
todos os representantes são exclusivamente de água doce. Este trabalho foi desenvolvido na região estuarina
da baía de Marajó, na ilha de Colares, durante os meses de maio, agosto, outubro e dezembro de 2000,
dezembro de 2001 e março de 2002. As coletas compreenderam os gêneros Plesiotrygon, Potamotrygon, Paratrygon
e um quarto gênero não escrito, totalizando 723 exemplares capturados. Informações relacionadas à
freqüência de ocorrência e biomassa indicaram uma predominância nesta região do gênero Potamotrygon, em
especial da espécie P. scobina. O tamanho das raias capturadas foi influenciado pelos aparelhos de pesca.
Observações sobre os padrões de coloração dorsal, estrutura de tamanho e sexual da espécie P. scobina foram
realizadas. Os resultados da análise estatística multivariada e da genética molecular para P. scobina, mostraram
que os morfotipos comumente definidos com base em padrões de coloração dorsal não se referem na
realidade a espécies distintas. Três novos padrões de coloração dorsal para subadultos/adultos e dois novos
padrões para juvenis foram observados em P. scobina. Os caracteres externos analisados para a referida espécie
mostraram uma ampla variação em forma, adulta. As raias de água doce nesta região são rotineiramente
capturadas predominantemente para fins como alimento, medicinais e ornamentais. A conservação das
espécies de raias de água doce requer maiores conhecimentos sobre sua biologia e taxonomia para
acompanhamento de sua exploração e eventuais medidas de manejo.

542
D'HORTA, Fernando Mendonça. Variação geográfica, zonas de integração e especiação no Complexo
Icterus cayanensis chrysocephalus (Aves: icteridae). 2003. 111 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2003.
Orientador: José Maria Cardoso da Silva

RESUMO: O Complexo Icterus cayanensis-chrysocephalus apresenta um intrincado padrão de variação em


plumagem e tamanho corpóreo. São reconhecidos tradicionalmente para o grupo seis táxons: Icterus
chrysocephalus, I cayanensis cayanensis. I cayanensis tibialis, I. cayanensis tibialis, I. cayanensis valenciobuenoi, I. cayanensis
periporphyrus e I. cayanensis pyrrhopterus, que se substituem geograficamente ao longo de grande parte da América
do Sul. Neste estudo foi feita a descrição dos padrões de variação geográfica. Foram diagnosticadas quatro
espécies, à luz do conceito filogenético de espécie: Icterus cayanensis (Amazônia Meridional), Icterus chrysocephalus
(Amazônia setentrional), Icterus tibialis (Caatinga) e Icterus pyrrhopterus (Chaco); os táxons I. cayanensis
valenciobuenoi e I. cayanensis periporphyrus foram sinonimizados. Entre as formas amazônicas (Chrysocephalus e
Cayanensis), foi detectada a presença de uma zona híbrida mais extensa do que aquela reportada na literatura.
No Brasil Central, foi diagnosticada a maior zona de intergradação conhecida para aves, com
aproximadamente 2.300 km de extensão, produto do intercruzamento entre Icterus tibialis e Icterus pyrrhopterus,
formas distribuídas pela Caatinga e Chaco, respectivamente. Postula-se que as zonas de intergradação
diagnosticadas neste estudo são produtos do intercruzamento de populações previamente diferenciadas em
isolamento geográfico.
346

543
LIMA, Jucivaldo Dias. Composição e diversidade de serpentes em um mosaico de habitats no
Município de Urbano Santos, Maranhão. 2003. 62 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em
Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2003.
Orientador: Ulisses Galatti

RESUMO: Este estudo apresenta os resultados de um ano de observações de campo para amostragens da
fauna de serpentes em um mosaico de habitats, abrangendo matas de terra firme e inundável, plantações de
eucalipto e áreas abertas, na Fazenda Santo Amaro, Município de Urbano Santos, Maranhão. A região é
dominada por vegetação de Cerrado e possui clima tropical megatérmico, com total pluviométrico anual em
torno de 1800 mm. O ano de estudo (2001) apresentou-se mais seco que a média anual, com 1197,5 mm. As
amostragens foram realizadas durante 24 excursões quinzenais, com duração de quatro dias cada, entre
janeiro e dezembro de 2001. Estas amostragens totalizaram 768h/observador de procuras visuais diurnas e
noturnas, onde os diferentes habitats foram amostrados por sorteios randomizados, nos diversos horários do
dia, obtendo o mesmo número de horas de amostragem nas diferentes épocas do ano. Foram capturadas 114
serpentes, representadas por seis famílias, vinte e sete gêneros e trinta e duas espécies. Para cada espécie são
apresentadas informações sobre o tamanho, período de atividade, classe etária, habitat e microhabitat. Das 32
espécies amostradas na área, seis foram registradas pela primeira vez para o Maranhão como, Apostolepis
cearensis, Helicops leopardinus trigeminus, Psomophis joberti, Waglerophis merremii e Micrurus ibiboboca. Em geral, a
maioria das espécies registradas tem distribuição Amazônica. Entre as espécies da área, 40,1 % foram
arborícolas, 25 % fossóreas/criptozóicas, 21,9% terrícolas e 12,5% aquáticas, embora algumas espécies
ocuparam mais de um microhabitat. A maioria das espécies ocorreu nos ambientes de mata de terra firme, mata
inundável e área abereta. A similaridade entre os habitats da área, de modo geral, foi muito baixa, sendo que
apenas a mata de terra firme e área tiveram mais de 60 % de espécies em comum. A menor
complementariedade de fauna ocorreu entre os habitats "mata de terra firme" e "área aberta" e "mata
inundável" e "área aberta". Em relação a outras áreas, a maior similaridade entre as áreas ocorreu com as
serras e maciços e o Estado do Ceará. A riqueza estimada para a área, segundo os índices e estimadores
utilizadores nas análises, indica que o número de espécies observadas está abaixo do estimado, que variou
entre 38 (bootstrap) e 58 (Chão 2) espécies. Esses resultados representam uma primeira contribuição sobre a
diversidade de serpentes na região e oferece subsídios para possíveis programas de monitoramento da fauna
de serpentes e da situação dos habitats na área.

544
PEREIRA, Rodolfo Fernando Moraes. Ictiologia na Amazônia brasileira de Diogo Nunes (1538) a
Landi (1772): a visão dos viajantes e naturalistas que trataram de sua ictiofauna durante este período. 2003.
230 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2003.
Orientador: Nelson Papavero

RESUMO: Este trabalho visou reunir e disponibilizar informações sobre a ictiofauna da Amazônia, segundo
vários escritos do século XVI ao XVII. Consultaram-se fontes documentais de várias bibliotecas e arquivos, e
dos documentos selecionados procedeu-se à identificação taxonômica das espécies neles referidas. Também
se fizeram observações com base nas referências textuais e iconográficas disponíveis, de forma a acrescentar
informações consideradas de relevância zoológica. Constatou-se que, devido à definição então vigente do
conceito de "peixe", um estudo da ictiologia do período precisaria incluir também informações sobre espécies
de outros táxons aquáticos que não agnatos, elasmobrânquios e teósteos. No início do Período Colonial, a
idéia de peixe era generalizada simplesmente como pescado, e não havia muita preocupação em inventariar a
ictiofauna do Novo Mundo. Mais tarde, alguns dos visitantes da região puseram-se a descrever e ilustrar a
ictiofauna de maneira mais específica: nessa fase em que se dava mais detalhamento às espécies de peixes,
destacam-se o texto atribuído ao Fr. Cristovão de Lisboa (1625-1631), o códice do arquiteto Antônio
Giuseppe Landi (1772) e principalmente o manuscrito do Pe. João Daniel (1758-1776) - o qual se revelou um
pioneiro do movimento conservacionista da Amazônia. Os visitantes que vieram à região careciam, no geral,
de formação acadêmica específica e, servindo a funções várias alheias à Ciência, não seguiam uma
347

metodologia que se pudesse chamar de científica. Devido ao fato de seus manuscritos não terem sido
divulgados ou sequer impressos, por vários motivos, o conhecimento neles produzido não foi cumulativo ou
analítico, e não teve influência significativa no desenvolvimento da Ictiologia. Por outro lado, os naturalistas
que efetivamente não estiveram na Amazônia puderam trazer principalmente da obra de Georg Marcgrave
(1648) e de exemplares coletados nas possessões holandesas da América do Sul, e incluindo-o num grande
sistema classificatório que mais tarde despertaria o interesse de outros cientistas em conhecer a ictiofauna
amazônica.

545
SILVA, Alessandra de Azevedo Rodrigues da. Polinização de Cacauí (Theobroma speciosum Willd. ex
Spreng. - Sterculiaceae): implicações para conservação. 2003. 67 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Mestrado em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2003.
Orientadora: Marlúcia Bonifácio Martins

RESUMO: O cacauí (Theobroma speciosum) é uma fruteira típica da Região Norte, cujas flores sapromiofílicas
atraem dípteros. Os recursos que os insetos utilizam são muito variados e entre eles estão as flores, que
podem ser utilizadas como alimento e local para reprodução. Este trabalho visou fazer uma comparação do
sistema de polinização de T. speciosum em duas áreas de preservação distintas, contribuindo para a avaliação
das estratégias de conservação da espécie. O trabalho foi realizado nos anos de 2000 a 2002, no Centro de
Pesquisa do Trópico Úmido da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA/CPATU) e na
Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn/MPEG). Foram realizados estudos sobre estrutura populacional e
fenologia de T. speciosum nas duas áreas de preservação, observação comportamental dos insetos no campo,
coletas de insetos visitantes das flores de cacauí, análise de carreamento de pólen pelos insetos e verificação
dos insetos emergentes no laboratório. As árvores de cacauí, em ambos os locais, florescem em períodos mais
secos e frutificam em períodos mais úmidos. As populações de cacauí nas duas áreas diferem pela distribuição
espacial e etária dos seus indivíduos. A falta de jovens e subadultos na área de preservação ex situ, mostra
falha no “turn over” populacional, demonstrando fragilidade no sistema estabelecido. As inflorescências de T.
speciosum são utilizadas por uma grande diversidade de invertebrados. Nove ordens de insetos, e pelo menos
duas ordens de outros invertebrados, visitaram as flores de cacauí. As ordens com maior quantidade de
indivíduos foram Hymenoptera, Thysanoptera, Diptera e Coleoptera. Os visitantes das flores de cacauí foram
classificados como: oportunistas, predadores e polinizadores. Drosofilídeos foram indicados como
polinizadores de T. speciosum, com a possibilidade da participação de alguns forídeos. As guildas dos
drosofilídeos foram distintas nas duas áreas de preservação e mais diversa na área de preservação in situ.
Quatro espécies foram comuns às duas áreas. A perda de diversidade e alteração na composição na guilda de
polinizadores parece não ter afetado a população de T. speciosum na área de preservação ex situo. No caso em
estudo o sistema de polinização, apesar de profundamente alterado, ainda apresenta sinais de viabilidade.

546
SILVA, Suleima do Socorro Bastos da. Comportamento alimentar do Cuxiú-preto (Chiripotes satanas)
na área de influência do reservatório da Usina Hidrelétrica de Tucuruí-Pará. 2003. 104 f. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2003.
Orientador: Stephen Francis Ferrari

RESUMO: A Usina Hidrelétrica de Tucuruí, construída em 1985, criou um lago de 2.430 km² (3º43'-5º15'S,
49º12'-50º00'W) que isolou populações do cuxiú-preto (Chiropotes satanas), um primata ameaçado de extinção
em uma série de ilhas e outros fragmentos de habitat. Este estudo foi realizado em dois pontos na margem
direita do lago, um na mata contínua (T4) e outro em uma ilha de 16,3 hectares (Su), com grupos de 34 e sete
indivíduos, respectivamente. O objetivo principal foi avaliar a influência da fragmentação de habitat sobre o
comportamento de forrageiro dos cuxiús. Dados básicos foram coletados em amostras de varredura de um
minuto de duração e cinco de intervalo, e o comportamento de forrageio foi registrado em maiores detalhes
através da amostragem de árvore focal e de todas as ocorrências. As categorias comportamentais básicas
348

foram locomoção, descanso, forrageio, alimentação e interação social, com algumas subcategorias. De julho a
dezembro de 2002, foram obtidos 3.501 registros (varredura) para o grupo T4 e 835 para o grupo Su. O
orçamento de atividades de T4 foi 55,8% de locomoção, 21,7% alimentação, 16,1% descanso, 3,6% forrageio,
com 2,8% de interação social. No caso de Su, a alimentação foi registrada em uma proporção semelhante
(22,4%), mas foi registrada uma proporção significativamente menor de locomoção (45,9%) e maior de
descanso (27,0%). Uma diferença grande foi encontrada também no número de espécies vegetais exploradas
por seus recursos alimentares, sendo 40 por T4 (maior família Arecaceae) e apenas 22 por Su (maior família
Lecythidaceae), porém não foi encontrada uma diferença significativa na diversidade de suas dietas. A
composição da dieta dos dois grupos foi significativamente diferente, sendo o item mais utilizado por T4 as
sementes imaturas (o mesocarpo de frutos de palmeiras também foi importante), enquanto o consumo de
flores - praticamente todas da espécie Alexa grandiflora (Leguminosae) - foi muito alto no grupo Su. As
diferenças entre grupos parecem estar relacionadas, pelo menos parcialmente, à diferença no tamanho da área
de vida, que foi de 68,9 hectares para T4 e apenas 16,3 ha (toda a área da ilha) para Su. Aspectos do
comportamento dos membros do grupo Su, como as taxas altas de descanso e consumo de flores, parecem
refletir efeitos da fragmentação de habitat sobre sua ecologia, com implicações negativas para sua
sobreviviência a longo prazo. Espera-se que estes resultados contribuam de forma significativa para o
desenvolvimento de estratégias efetivas de conservação tanto deste importante primata, como também da
paisagem fragmentada da Amazônia oriental.

547
SOUZA, Augusto César Paes de. Descrição cariotípica de peixes dos gêneros Baryancistrus,
Parancistrus, Peckoltia e Ancistrus (Ancistrinae, Loricariidae) da Bacia Amazônica. 2003. 130 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Júlio César Pieczarka

RESUMO: A subfamília Ancistrinae é uma das mais diversificadas entre os Loricariidae, incluindo cerca de 200
espécies distribuídas em 26 gêneros. Esses peixes são facilmente reconhecidos pela presença de placas ósseas
dispostas em séries ao longo do corpo e pela presença de boca em posição ventral anterior. São vulgarmente
conhecidos por acaris, bodós, cascudos. As espécies da subfamília Ancistrinae representam um importante
recurso socioeconômico, constituindo uma das mais importantes atividades comerciais no Município de
Altamira-PA. Foram analisadas, por meio das técnicas convencionais (Giemsa, bandeamento C e Ag-NORs)
e técnica de fluorocromo (Cromomicina A3), nove espécies de peixes da subfamília Ancistrinae pertencentes a
quatro gêneros (Baryancistrus, Parancistrus, Peckoltia e Ancistrus). As espécies do gênero Baryancistrus revelaram
um número diplóide 2n= 52 e NF=104. A NOR foi encontrada em posição intersticial no braço curto de um
par cromossômico do tipo meta/submetacêntrico. A espécie B. aff. niveatus apresentou grandes blocos
heterocromáticos ricos em pares de bases G-C como apomorfia, sendo esta espécie considerada como mais
derivada cariotipicamente entre os Baryancistrus. As espécies do gênero Parancistrus apresentaram uma estrutura
cariotípica muito similar àquela encontrada em Baryancistrus, apresentando as Regiões Organizadoras de
Nucléolos como uma provável sinapomorfia entre os dois gêneros. Os representantes do gênero Peckoltia
possuem número diplóide 2n=52 e NF=102. Todas as espécies analisadas apresentaram grandes blocos
heterocromáticos, envolvendo quase todos os braços longos de alguns pares cromossomos do tipo
submetacêntricos e subtelocêntricos, sendo esta característica uma provável sinapomorfia para este grupo. A
NOR foi localizada no braço longo de um par de cromossomos submetacêntricos em P. vittata e em no
máximo três cromossomos nas espécies Peckoltia sp. 1 e Peckoltia sp.2. A espécie Ancistrus ranunculus foi a
que apresentou o cariótipo mais derivado entre as espécies estudadas, com o número diplóide igual a 48
cromossomos e NF = 80. As análises citogenéticas feitas até agora sugerem que os principais eventos de
diversificação cariotípica para os Ancistrinae foram às inversões, a exceção de Ancistrus ranunculus que
apresentou também rearranjos Robertsonianos.
349

548
TRAVASSOS, Alessandra Elisa Melo. Biologia reprodutiva e hábito alimentar de Dendrophryniscus
minutus (Melin, 1941) (Amphibia: Bufonidae) na Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará. 2003. 47 f.
Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2003.
Orientador: Ulisses Galatti

RESUMO: Este estudo teve como objetivo examinar características da Biologia reprodutiva, condição
nutricional e hábito alimentar do anuro de serapilheira Dendrophyniscus minutus por meio de indivíduos
coletados na Estação Científica Ferreira Pena, Floresta Nacional de Caxiuanã no período de abril de 1997 a
abril de 1998. Uma amostragem de 166 espécies foi examinada para obtenção de medidas de comprimento
rostro-cloaca, massa de corpos de gordura, diâmetro, massa e número de óvulos nas fêmeas, e volume dos
testículos em machos. O hábito alimentar da espécie foi determinado através da análise dos conteúdos
estomacais. A estrutura da população amostrada indicou um padrão com a predominância de indivíduos
adultos, incluindo fêmeas grávidas, nos meses de chuva, e o recrutamento de juvenis no início da estação
seca. Igualmente, o diâmetro e a massa de óvulos no ovário, utilizados como indicadores de estágio de
desenvolvimento gonadal, foram maiores na estação chuvosa. Entre os machos, os maiores valores de
volume dos testículos também apareceram em fevereiro e abril, mas não houve um padrão evidente de
correlação com a precipitação. O consumo de alimento não apresentou um padrão claro de variação entre os
meses não foi correlacionado à massa do corpo de gordura. As medidas de corpos de gordura foram
positivamente correlacionadas aos estágios de desenvolvimento dos óvulos em fêmeas, indicando que
acúmulo de gordura e desenvolvimento gonadal podem ocorrer simultaneamente. A composição da dieta da
espécie foi constituída basicamente de formigas, ácaros e cupins, invertebrados abundantes no folhiço na área
de estudo.

2004

549
BARREIROS, José Augusto Pereira. Inventário da Araneofauna ( Arachnida, Araneae ) de serapilheira
na Estação Científica Ferreira Penna, Pará, Brasil. 2004. 71 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-
Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2004.
Orientador: Alexandre Bragio Bonaldo

RESUMO: A Estação Científica Ferreira Penna (ECFP), com aproximadamente 33.000 hectares, está
localizada na Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará, com o objetivo de implementar um protocolo estruturado
de inventário da fauna de aranhas de serapilheira, nos períodos chuvoso e seco. As aranhas foram segregadas
através da combinação das técnicas de triagem manual e de extratores de Winkler. Estas amostras foram
provenientes de cinco parcelas. Três parcelas estão localizadas em mata de terra firme (LBA-EXP, LBA-CON
e TF-IMC) e duas em mata de igapó (IG-N e IG-S). Uma das parcelas de terra firme sofre estresse hídrico
(LBA-EXP), sendo a chuva ecluída do solo por meio de painéis e calhas. Foram coletados 2.230 indivíduos
(5,6 indivíduos /m², em média), pertencentes a 34 famílias. Sete famílias foram representadas apenas por
animais imaturos: Nesticidae, Pisauridae, Gnaphosidae, Mimetidae, Deinopidae, Oxiopidae, Oxiopidae, Uloboridae. As
famílias mais abundantes foram Salticidae, Theridiidae, Ctenidae, Oonopidae e Linyphiidae. Foi obtido um total de
876 indivíduos adultos, atribuídos a 120 espécies ou morfo-espécies, em 27 famílias. As espécies com maior
abundância relativa foram Styposis sp. 3(Theridiidae) com 16,55 % do total de indivíduos adultos, pseudanapis sp.
1 (Anapidae) com 6,96 %, Meioneta sp.1 (Linyphiidae) com 6,39 %, oonopidae sp.1 com 5,59 % e salticidae sp. 1
com 4,56 %. Para a maioria das análises, foram excluídas 15 espécies consideradas como ocasionais na
serapilheira.
350

550
GUIMARÃES, Delma Gomes. Contribuição ao conhecimento da fauna anofélica antropofílica da
praia da Saudade na ilha de Cotijuba - Belém - Pará: uma área endêmica da malária. 2004. 82 f.
Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2004.
Orientador: Bento Melo Mascarenhas

RESUMO: Apesar da sua localização perto de Belém, Pará, a ilha de Cotijuba tem sido assolada por surtos de
malária durante os últimos anos, principalmente nos meses de abril e maio. A ilha faz parte de arquipélago
situado às margens da baía do Marajó, a 29 km de Belém, constituindo uma parte insular dessa cidade, e
possui uma área de cerca de 60 km² e uma costa de 20 km de praias, que corresponde a 66% da área total da
ilha. Por causa da epidemia, tornou-se necessário conhecer as espécies de anofelinos vetores da malária na
ilha. Nos anos de 2002 a 2004, foram realizadas coletas periódicas de larvas e adultos de mosquitos e os seus
criatórios foram localizados e caracterizados. Os imaturos foram coletados com auxílio de conchas e em
bandejas plásticas. Para os adultos, utilizou-se o método de captura manual com isca humana. Duas coletas de
adultos na floresta foram realizadas, uma no período seco e outra no período chuvoso, com duração de 24
horas ininterruptas. Seis coletas bimensais no peridomicílio foram registradas, apenas duas espécies em
atividade atacando o homem, Anopheles (Nyssonrhynchus) aquasalis e Anopheles (Anopheles) intermedius. A. aquasalis
foi mais freqüente no peridomicílio, enquanto A. intermedius teve maior freqüência na floresta. Verificou-se
que o maior número de casos de malária na ilha ocorre dois meses depois do início das chuvas, no mês de
maio. Na ilha de Cotijuba, como um todo, existem quatro lagos que são os possíveis criatórios de anofelinos
da ilha. O lago da Gabriela é o principal criatório da ilha de Cotijuba, sendo responsável por 42% dos casos
de malária na ilha no ano de 2003. As condições climáticas, o comportamento dos residentes e a falta de
recursos para o efetivo controle dos vetores da doença, entre outros fatores, favorecem a persistência de
malária na ilha de Cotijuba.

551
HERNÁNDEZ RUZ, Emil José. A Morfologia de Stenocercus dumerilii Steindachner (1867)
(Squamata, Iguanidae) e suas implicações filogenéticas. 2004. 56 f. Dissertação (Mestrado) - Programa
de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2004.
Orientadora: Teresa Cristina Sauer de Ávila Pires

RESUMO: O estudo teve por objetivo incluir Stenocercus dumerilii (Seindachner, 1867) no contexto dos estudos
filogenéticos recentes, realizados com Tropidurinae*. Apresenta-se uma descrição da escutelação, crânio,
cintura escapular, esqueleto abdominal e hemipênis, com ênfase nos caracteres utilizados na literatura em
análises filogenéticas envolvendo o gênero Stenocercus. O estudo baseou-se em 65 exemplares fixados, dois
exemplares diafanizados e dois hemipênis evertidos. Constatou-se que S. dumerilii apresenta as características
utilizadas para definir o gênero Stenocercus, dentro de sua definição atual, assim como os táxons
hierarquicamente superiores que o incluem. Algumas diferenças observadas são um único par de costelas
xifisternais, cauda deprimida, escamas pós-supraciliares projetadas em forma de "chifre" (também presentes
em S. tricristatus) e escamas pareitais, pós-perietais e occipitais aumentadas, em seqüência longitudinal. Ao
contrário do que tem sido considerado anteriormente, a espécie não apresenta grande parte das características
do denominado "grupo Ophryoessoides". As principais características de S. dumerilii que o separam deste grupo
são o arranjo das escamas supraoculares e posteriores da cabeça e a distância entre os pares de costelas pós-
xifisternais. Conclui-se que S. dumerilli se enquadra bem nos Tropidurinae* e no gênero Stenocercus, mas não faz
parte do chamado "grupo Ophryoessoides".

552
RICETTI, Janael. Inventário de aranhas (Arachnida, Araneae) em quatro fitofisionomias da Serra do
Cachimbo, Novo Progresso, Pará, Brasil. 2004. 65 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Mestrado em
Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientador: Alexandre Bragio Bonaldo
351

RESUMO: Realiza um inventário da fauna de aranhas na Serra do Cachimbo, dentro do Campo de Provas
Brigadeiro Velloso, Município de Novo Progresso, Pará. As coletas ocorreram em duas expedições, uma na
estação seca (agosto e setembro de 2003) e outra na chuvosa (março e abril de 2004). Cada expedição contou
com a participação de três coletores. O esforço de amostragem foi de 240 amostras, sendo 96 por meio de
guarda-chuva entomológico e rede de varredura, 96 por meio de coleta manual noturna e 48 por triagem
manual e extratores de Winkler. Foi comparada a diversidade de aranhas de quatro tipos de vegetação,
compreendendo áreas de floresta ombrófila aberta, a mata de galeria ao entorno do rio Formiga, áreas de
cerrado (savana arbórea) e áreas de campina. As coletas resultaram em um total de 4.964 indivíduos, dos quais
2.724 adultos. Foram identificadas 397 morfoespécies em 37 famílias, sendo as mais abundantes Theridiidae,
Salticidae e Araneidae e as mais especiosas Salticidae, Araneidae e Theridíidae. As espécies representadas por
apenas um indivíduo somaram 40% do total e apenas duas espécies apresentaram mais de cem indivíduos. As
curvas de riqueza de espécies estimadas atingiram entre 473 (bootstrap) e 674 (jackknífe) espécies. A maior
diversidade alfa (Índice de Shannon-Wiener) foi encontrada em floresta ombrófila, seguida pela mata de galeria,
campina e cerrado. A maior diversidade beta (Índices de Jaccard e Morisita-Horn.) foi encontrada entre a
floresta e a campina e as menores entre a floresta, cerrado e mata de galeria. A estação seca apresentou mais
espécies que a chuvosa, porém essa diferença não foi detectada na campina. Uma análise de componentes
principais revelou que algumas espécies demonstraram especificidade pelas vegetações fechadas e outras pela
vegetação aberta da campina. Estas diferenças na diversidade e na composição taxonômica entre as
vegetações podem ser explicadas devido a variações de recursos alimentares (presas), recursos espaciais
(refúgios e substrato para fixação de teias) e fatores microclimáticos (temperatura e umidade) de cada
fitofisionomia. O coletor mais experiente coletou mais espécies e os demais mostraram números de espécies
semelhantes. As diferenças de abundância entre as amostras de cada coletor não foram significativas. As
coletas noturnas mostraram-se mais eficientes para detectar as diferenças entre a riqueza das fisionomias. Os
métodos guarda-chuva entomológico/rede de varredura e coleta de serapilheira não apresentaram diferenças
significativas para riqueza de espécies.

553
RUFFEIL, Luis Augusto Araújo dos Santos. Abundância, reprodução, caça de subsistência e
conservação de jacarés na Terra Indígena Uaçá, Amapá, Brasil. 2004. 57 f. Dissertação (Mestrado) -
Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,
Belém, 2004.
Orientador: Ronis da Silveira

RESUMO: Estudou-se na Terra Indígena (T.I.) Uaçá, entre setembro de 2002 e março de 2003, a
distribuição, a abundância, a estrutura dos tamanhos, a razão sexual e a reprodução do jacaré-açu
(Melanosuchus niger) e do jacaretinga (Caiman crocodilus crocodilus). Também, estudou-se a caça de subsistência de
jacarés praticada pelos indígenas. A T.I. Uaçá localiza-se no Município de Oiapoque, Estado do Amapá, no
extremo nordeste da Amazônia brasileira, fronteira com a Guiana Francesa. Esta área tem 470.164 ha e é
habitada por aproximadamente 5.000 índios das etnias Karipuna, Palikur e Galibi-Marworno. Na região, ocorrem
florestas de terra firme (50%), cerrados (15%) e campos sazonalmente alagados, onde executou-se esta
pesquisa (35%). M niger ocorreu nos três rios (145 km) e nos cinco lagos (20,2 km) em que fez-se
levantamentos noturnos, e possivelmente distribui-se por toda a área de campos da T.I. Uaçá. C. crocodilus
ocorreu apenas nos levantamentos do lago Tupaia e do rio Uaçá, e representou somente 0,2 % dos 3042
jacarés que localizei nos levantamentos. A densidade média de M niger foi de 18,4 jacarés por quilômetro de
margem percorrida, com máximo de 114 jacarés/km no lago Txipok. Oitenta e três por cento dos 776 M niger
tinham o comprimento rostro-anal (CRA) menor que 100 cm, indicando uma população com potencial de
crescimento. As estruturas dos tamanhos observadas para esta espécie foram semelhantes nos rios e lagos. A
razão sexual (machos:fêmeas) de M niger foi, em média, de 2:1, nos rios e 1,9:1, nos lagos. Os únicos quatro C.
crocodilus capturados eram machos. Localizei 18 ninhos de M niger nas margens dos rios, e 21 nos lagos
periféricos a estes. Dos 39 ninhos, 16 foram utilizados pelos indígenas na alimentação, um foi destruído pelo
fogo e 22 tiveram destino desconhecido. Encontrei 45 jacarés caçados para alimentação, sendo que 53% eram
C. crocodilus, 38% M niger e 9% eram jacaré-coroa (Paleosuchus trigonatus). Os 12 C. crocodilus caçados medidos
352

eram subadultos, com 20 < CRA < 60 cm. Sete M niger medidos também eram subadultos, com 40 < CRA <
90 cm, e somente um tinha 150 cm de CRA. Medi três dos quatro P. trigonatus caçados, que eram de 50 <
CRA < 80 cm. C. crocodilus pode estar ameaçado de extinção biológica local pela caça de subsistência, e a
proibição dessa atividade é urgente. A caça de subsistência de M niger, se não for devidamente planejada,
também poderá ameaçar essa espécie em um futuro próximo. A continuidade das pesquisa para a elaboração
de um plano de conservação e manejo é uma importante forma de garantir a manutenção das populações de
crocodilianos na Terra Indígena Uaçá .

554
SILVA, Bianca Bentes da. Diagnóstico da pesca no litoral paraense. 2004. 138 f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,
Belém, 2004.
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum

RESUMO: Na Região Norte, convivem vários sistemas de pesca que vão desde os de subsistência até
pescarias industriais com embarcações mais sofisticadas na captura e, em cujas empresas receptoras, há maior
apoio tecnológico para o beneficiamento do pescado. Um levantamento do estado atual da pesca no litoral do
Estado do Pará, segundo aspectos econômicos, sociais e ecológicos, foi realizado visando estabelecer linhas
de ação para o melhoramento sustentável deste setor. Foram delimitados sistemas de produção por meio de
um processo de subdivisão sucessiva da atividade pesqueira segundo características da frota, prática ou arte de
pesca, recurso explorado, ambiente alvo, residência, relações de trabalho e renda do pescador e o grau de
isolamento da localidade onde há concentração de atividade pesqueira. Para tal foram elaborados e aplicados
questionários às lideranças locais, empresas pesqueiras, mercados e pescadores. Foram realizadas 575
entrevistas distribuídas entre os pescadores dos sistemas (524), comunidades (13), mercados (5), colônias (8),
associações (13) municípios (9) e empresas pesqueiras (3). Assume-se a coexistência de 20 sistemas de
produção dos quais 3 são industriais, 3 artesanais de larga escala e 14 artesanais de pequena escala. Os
sistemas industriais são voltados à captura do pargo, piramutaba e camarão rosa, e todos se apresentam em
estado de sobre-exploração. Utilizam petrechos como redes de arrastões, covos ou manzuás, em embarcações
com casco de aço com autonomia média de 30 dias de pesca e com alguma tecnologia para comunicação e
busca de cardumes, além da mecanização da captura. As pescarias industriais produzem grande quantidade de
rejeito que é descartado na maioria das vezes. Os pescadores destes sistemas são em geral colonizados, e têm
maior poder aquisitivo e social (escolarização, instrução profissional, moradia e assistência à saúde) que a
média da classe, porém atuam apenas como mão-de-obra na atividade, já que não são detentores de
embarcações e/ou apetrechos de pesca. As pescarias de larga escala atuam na captura do pargo e da lagosta,
utilizando embarcações de médio porte (maiores que 12m com casco de madeira) com autonomia média de
15 dias de viagem e alguma (rara) tecnologia de comunicação e/ou localização dos cardumes. Os pescadores
destes sistemas são em sua maioria colonizados, não são detentores de embarcações e/ou petrechos e são
fortemente dependentes dos atravessadores. A pesca tradicional, artesanal ou de pequena escala, realizada em
toda a costa, responde por 90% das pescarias do Estado do Pará e atua em regiões estuarinas e costeiras,
voltadas principalmente para a captura da serra, cioba, cavala, pescada amarela, gurijuba, pescada-gó, além de
recursos estuarino-fluviais como a dourada e a pescada branca. São pescarias que utilizam uma grande
variedade de artes, com diferentes graus de seletividade e por produtores autônomos ou com relações de
trabalho baseadas em parcerias. Os pescadores destes sistemas representam a parcela mais empobrecida de
toda a população pesqueira do Estado do Pará. De modo geral, grande parte da comercialização do pescado
não gera impostos nem para o Estado nem para os municípios. O Estado do Pará permanece ainda como
exportador de matéria-prima e conta com um atual cenário de sobre-explotação de mais de 2/3 dos estoques
pesqueiros de interesse comercial, conseqüência de um modelo de livre acesso aos recursos, excessivos
investimentos em tecnologia de pesca e a sobre-capitalização das empresas. O fortalecimento das
organizações sociais dos pescadores, a disseminação de técnicas de conservação e manuseio do pescado,
educação ambiental e garantia do cumprimento da legislação pesqueira poderiam ser tomadas como metas
para o ordenamento do setor pesqueiro no Estado do Pará.
353

555
SOUZA, Manuella Andrade de. Padrões de distribuição e a conservação das aves passeriformes da
caatinga. 2004. 114 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Centro de
Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará e Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2004.
Orientador: José Maria Cardoso da Silva

RESUMO: A caatinga, bioma exclusivamente brasileiro, localizada principalmente na Região Nordeste, é um


dos ecossistemas menos conhecidos do ponto de vista científico e também um dos mais ameaçados e
transformados pela ação humana. Foram determinadas as áreas com maior riqueza de passeriformes, como
estas espécies estão distribuídas na região e como utilizam o habitat. Além disso, também foi testada a
eficiência das unidades de conservação da caatinga e das áreas prioritárias definidas pelo PROBIO na
proteção de táxons endêmicos e ameaçados da região. Os 273 táxons de passeriformes registrados para
caatinga, em sua maioria (66%), dependem, direta ou indiretamente, das florestas da região para sobreviver.
Foram registrados 37 táxons endêmicos à região, sendo 26 dependentes de florestas. As áreas de maior
riqueza de espécies estão diretamente relacionadas com a diversidade de habitats. Foram identificadas 10 áreas
prioritárias mais importantes para a conservação de táxons endêmicos e ameaçados de passeriformes. As
unidades de conservação da caatinga além de cobrirem apenas uma pequena extensão da região, não
representam bem os táxons endêmicos e ameaçados do bioma. Assim, um sistema eficiente de conservação
para a caatinga deve incluir toda a diversidade paisagística existente na região, dando prioridade para unidades
de conservação nas áreas compostas pelos encraves florestais e caatingas adjacentes.

556
TRINCA, Cristiano Trapé. Caça em assentamento rural no sul da floresta amazônica. 2004. 53 f.
Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu
Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2004.
Orientador: Stephen Francis Ferrari

RESUMO: Este trabalho investiga os efeitos sobre as populações de mamíferos silvestres das atividades de
caça praticadas por sitiantes de um assentamento rural na floresta amazônica do norte do Estado de Mato
Grosso. A segunda parte do assentamento Japuranã, na qual foram realizadas com 17 moradores.
Informações adicionais foram coletadas informalmente, durante todo tipo de contato com assentados durante
o período de estudo. A maioria dos assentados são provenientes dos estados do Sul e Sudeste do Brasil.
Tipicamente, são trabalhadores rurais, semi-analfabetos, com baixa renda mensal. As principais técnicas de
caça praticadas são a “espera”, “cachorros” e “excursão”. A carne de caça se mostrou um elemento
importante na alimentação, aparecendo em cerca de um terço das refeições. A atividade de 14 caçadores foi
monitorada entre maio e novembro de 2003, neste período eles abateram 113 mamíferos de 17 espécies.
Análises da estrutura da população baseadas em crânios foram possíveis para apenas as espécies de porco-do-
mato, Tayassu pecari (queixada) e Pecari tajacu (cateto). A análise indicou que a situação da estrutura da
população do T. pecari e do P.tajacu é sensível e poderia seriamente ser afetada se a pressão da caça aumentar.
Estimou-se a extração de 4096,3 kg de biomassa em uma área de aproximadamente 38 km², representando
um consumo médio de carne de 0,268 kg/pessoa por dia. Levantamentos populacionais de transecção linear
foram realizados em três pontos, dois no assentamento e um em uma área vizinha de floresta contínua, como
"controle", na qual a caça não é praticada. Num percurso total de 108 km, foram registradas quinze espécies e
sua abundância foram maiores em ambos os pontos do assentamento em comparação com o controle. A
abundância de ungulados (porcos-do-mato e veado), os principais alvos dos caçadores, também foi maior no
assentamento (ambos os pontos de coleta) em comparação com o controle. Isto sugere claramente que a caça
ainda não teve um impacto significativo sobre as populações de mamíferos do assentamento, em termos de
sua abundância, pelo menos. A maior parte da atividade de caça foi de subsistência (85,8 %), a restante foi
para o controle de animais predadores de criações domésticas (8,0 %) ou depredatória (6,2%), neste caso,
basicamente para a proteção dos cachorros durante perseguições. Apesar desta pressão, a abundância relativa
de mamíferos na área do assentamento sugere que a caça seja sustentável a curto prazo (três anos),
possivelmente em função da abundância natural de mamíferos na região, e a densidade populacional humana
ainda baixa. Entretanto, esta situação pode durar pouco, já que o desmatamento e a conseqüente
354

fragmentação de habitat na área do assentamento é um processo contínuo, e a caça ocorre sem qualquer
controle. Os resultados deste estudo fornecem uma base importante para o desenvolvimento de planos de
manejo para a fauna local, envolvendo a comunidade local, órgãos fiscalizadores, o governo e instituições de
pesquisa. Serão fundamentais tanto para conservação das espécies como pelo melhor aproveitamento dos
recursos de caça pelos sitiantes locais.

557
TRINDADE, Rosimeire Lopes da. Maruins (Dptera: Ceratopogonidae) que atacam o homem no litoral
atlântico e estuário do rio Pará, Estado do Pará, Brasil. 2004. 83 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de
Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2004.
Orientador: Inocêncio de Sousa Gorayeb

RESUMO: A família Ceratopogonidae tem aproximadamente 5.360 espécies, das quais 205 são extintas. Estas
espécies estão distribuídas em 125 gêneros. As espécies de Culicoides estão entre as menores moscas
hematófagas do mundo, medindo de um a três milímetros de comprimento. Mais de 1400 espécies têm sido
identificadas em todo o mundo, das quais 96% , obrigatoriamente, sugam sangue de mamíferos (inclusive
humanos) e aves, tendo sua principal importância como vetores de viroses humanas e de animais. Apesar da
importância epidemiológica, são poucos os trabalhos realizados no Brasil sobre biologia, comportamento de
ataque e ecologia das espécies de Ceratopogonidae que sugam o homem. Este trabalho teve como objetivo fazer
o levantamento das espécies de Ceratopogonidae que ocorrem em áreas costeiras do Estado do Pará, estudando
as atividades horárias de ataque das espécies a procura do repasto sanguíneo no ser humano e fornecer
informações básicas importantes para definição de períodos menos e mais problemáticos por causa do ataque
destes dípteros. Foram dois os pontos amostrados na região costeira do Estado do Pará, um no litoral
atlântico a nordeste do Estado do Pará (Município de Belém). As coletas foram realizadas mensalmente de
abril e outubro de 2003, utilizando-se isca humana e armadilhas CDC. Foram coletados 4083 exemplares de
Ceratopogonidae distribuídos em 9 espécies pertencentes a seis gêneros, sendo 620 exemplares provenientes de
Outeiro distribuídos em 29 espécies pertencentes a cinco gêneros e 3463 exemplares provenientes de
Marapanim de nove espécies, pertencentes a quatro gêneros. A fauna da região litorânea mostrou-se bastante
diferente da zona do estuário do rio Pará, sendo Leptoconops brasiliensis a única espécie comum aos dois pontos
amostrados. Em Outeiro as espécies mais abundantes foram Culicoides batesi e Culicoides denisae e em Marapanim
Culicoides maruim e Culicoides phlebotomus. As espécies Culicoides crucifer e Culicoides daviesi coletadas em Outeiro
são registradas pela primeira vez no Brasil e Culicoides denisae e Culicoides phlebotomus tiveram suas distribuições
ampliadas ao Estado do Pará. Em Outeiro encontrou-se correlação negativa significativa entre a temperatura
e a atividade de antropofilia por horas do dia de Culicoides batesi , Culicoides crucifer e Culicoides paramaruim e
correlação positiva significativa com a umidade relativa do ar. Em Marapanim Culicoides maruim apresentou
correlação negativa significativa com a temperatura positiva significativa com a umidade do ar. Em Outeiro,
de acordo com os horários de ataque das duas espécies mais abundantes (C. batesi e C. denisae), principalmente,
durante o período seco do ano, as pessoas são mais incomodadas pelos maruins pela parte da manhã das
05h00min as 09h00min e menos intensamente no período da tarde a partir das 16h00min e se estendendo
pela noite.

2005

558
AMARAL, João Valsecchi. Diversidade de mamíferos e uso da fauna nas reservas de desenvolvimento
sustentável Mamirauá e Amanã – Amazonas – Brasil. 2005. 161 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de
Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2005.
Orientador: José de Sousa e Silva Júnior
355

RESUMO: A parte mais setentrional da Amazônia ocidental tem sido pouco estudada no que diz respeito à
diversidade de mamíferos, especialmente a área correspondente aos interflúvios Içá-Japurá e Japurá-Negro,
no Brasil. Essa fauna, além das de aves e répteis, vem sendo constantemente impactada pela atividade
humana onde pode se destacar a caça. O objetivo desta dissertação foi iniciar o levantamento sistemático da
diversidade da mastofauna das Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã em diferentes
habitats, e o seu uso pela população humana local. Uma listagem atualizada das espécies de mamíferos foi
gerada para os interflúvios Içá-Japurá e Japurá-Negro, bem como para cada área amostrada. A caça e suas
implicações sobre esta fauna, além das de aves e répteis, foi analisada em seis comunidades da RDS Mamirauá
e quatro comunidades da RDS Amanã, de forma a gerar subsídios para o manejo dessas Unidades de
Conservação. Para tanto, foram realizadas expedições para o levantamento da mastofauna existente e o
monitoramento da atividade de caça em 10 comunidades por um período de dois anos. O estudo realizado
representou o primeiro levantamento sistemático sobre a diversidade de mamíferos de Amanã, que
considerou todas as ordens presentes na região. Também, a lista da mastofauna produzida para Mamirauá
representou um acréscimo de 25% em relação às listas anteriores. Foram identificadas 57 espécies de
mamíferos na área da reserva Amanã e 40 espécies na área da reserva Mamirauá. Os resultados já obtidos
esclareceram questões sobre a identidade de algumas espécies de mamíferos das reservas. A diversidade de
mamíferos das duas áreas estudadas foi determinante para os padrões de caça encontrados no período de
estudo. A atividade de caça em Amanã seguiu o principal padrão da atividade na Amazônia, onde mamíferos
herbívoros e aves de grande e médio porte foram as espécies mais caçadas e estas representaram a maior
porcentagem no peso abatido. O principal padrão da atividade de caça encontrado em Mamirauá, se
caracterizou por ter os quelônios, primatas e aves, de grande e médio porte, como as espécies mais caçadas
durante o período de estudo. Foram apresentadas considerações acerca do estabelecimento de estratégias de
manejo de fauna cinegética para as áreas de estudo, esperando contribuir para um futuro modelo de uso
sustentável da fauna silvestre nas reservas, que leve em consideração aspectos biológicos, econômicos e
culturais da região.

559
BRAGANÇA, Alexandre José Machado. Pesca, alimentação e crescimento do Amure, Gobioides
broussonetii Lacepède, 1800 (Pisces: Gobiidae ) no estuário amazônico, Município de Vigia - Pará.
2005. 69 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do
Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2005.
Orientador: Ronaldo Borges Barthem

RESUMO: Gobioides broussonetii é o maior membro da família Gobiidae, e está distribuído no Atlântico
Ocidental dos Estados Unidos até o Rio Grande do Sul. É abundante na foz do rio Amazonas onde habita as
águas salobras dos manguezais. Além de ser um importante elo na cadeia trófica do estuário amazônico, é um
recurso pesqueiro explorado por pescadores artesanais. Estudaram-se aspectos da pesca, alimentação,
reprodução e crescimento de Gobioides broussonetii na baía de Marajó, Município de Vigia, Pará, Brasil, entre
setembro de 2003 e agosto de 2004. Exemplares para estudo foram adquiridos de pescadores locais e
informações sobre a pesca foram obtidas através da observação de campo e entrevistas com os pescadores.
No estudo da alimentação foi analisada a composição dos itens alimentares encontrados nos estômagos. A
análise reprodutiva abordou aspectos do período reprodutivo e tamanho da 1ª maturação gonadal. Foram
estimados os parâmetros de crescimento, utilizando o método indireto baseados nas análises das medidas de
comprimento total de 1.155 exemplares. G. broussonetii é conhecido como amurés no estuário amazônico e é
capturada no fundo lodoso em águas rasas, sendo utilizada como isca na pesca comercial. De maneira geral é
uma espécie fitáfaga. Análises de conteúdo estomacal revelaram que algas da espécie Coscinodiscus concinus são
alimentos mais consumidos. Há maior conteúdo estomacal durante a estação seca (julho a dezembro). O
período entre janeiro e junho corresponde a época de atividade reprodutiva para essa espécie na área de
estudo. O comprimento médio da primeira maturação gonadal foi de 23,9 cm. A razão sexual observada foi
de 1:1. Os resultados obtidos neste estudo indicam que G. Broussonetii usa o estuário amazônico como local de
alimentação e reprodução. A análise macroscópica das gônadas indicou uma época de reprodução durante o
inverno (janeiro a junho), com apenas um período de desova por ano entre fevereiro e abril. Foram
encontrados nove grupos etários de G. broussonetii no estuário amazônico. Estimaram-se os valores de L ¥ =
356

67,36 (K=0,205 ano-1 , f = 3,014). A relação peso-comprimento apresentou diferenças significativas entre
machos e fêmeas, com as fêmeas que pesam mais que os machos.

560
CAMARGO, Carolina Cigerza de. Ecologia comportamental de Alouatta belzebul (Linnaeus, 1766) na
Amazônia Oriental sob alteração antrópica de habitat. 2005. 92 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de
Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2005.
Orientador: Stephen Francis Ferrari

RESUMO: Dois grupos de guaribas-de-mãos-ruivas (Alouatta belzebul) foram monitorados na ilha de


Germoplasma (Tucuruí, Pará), entre abril e setembro de 2004, enfatizando a ecologia comportamental destes.
Os dois grupos de estudo apresentavam tamanho e composição social semelhantes, mas habitavam diferentes
tipos de floresta: floresta nativa (grupo P) e plantação de espécies arbóreas nativas (grupo Q). Dados
comportamentais quantitativos foram obtidos através da amostragem de varredura instantânea com duração
de três minutos e intervalos de dez minutos. O método "todas as ocorrências" foi empregado para registro de
atividades raras, como interações sociais e interespecíficas. O repouso foi a atividade predominante em ambos
os grupos (P: 67,3%, e Q: 61,9%), seguido de alimentação (P: 15,7%, e Q: 21,4%) e deslocamento (P: 15,8%,
e Q: 15,5%). A diferença entre os grupos foi significativa apenas para repouso e alimentação. A dieta foi
folívora-frugívora, complementada basicamente por flores. Não foi observada uma variação sazonal na
composição da dieta de ambos os grupos de estudo. O grupo da mata nativa (P) ocupou uma área de vida de
5,25 ha, e o grupo da plantação (Q), 5,50 ha. Entretanto, o percurso diário médio percorrido pelo grupo P foi
maior (612 m, contra 541 m pelo grupo Q). Ambos os grupos utilizaram preferencialmente seus habitats
originais, e preferiram o estrato superior da floresta. As interações interespecíficas foram pacíficas, e as
interações sociais foram pouco observadas. Os resultados do presente estudo apresentam maiores
similaridades com os estudos de A. belzebul realizados em fragmentos de Mata Atlântica do que aqueles
realizados na Amazônia (floresta contínua). Isto pode sugerir que a fragmentação de habitat pode ser mais
determinante no padrão de atividades dos animais do que as características do bioma. De uma maneira geral,
os resultados aqui obtidos concordam com o padrão típico de Alouatta, descrito na literatura.

561
COSTA, Luiz Rodolfo Ferreira da. Ecologia de lagos da planície inundada do Baixo Tapajós:
diversidade estruturada da comunidade de peixes e percepções socioeconômicas dos moradores de Alter do
Chão, Santarém-PA. 2005. 145 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia,
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2005.
Orientador: Ronaldo Borges Barthem

RESUMO: Na planície alagável do Baixo Tapajós, durante um período de dois anos, nove lagos foram
estudados de modo a caracterizar a estrutura de comunidade de peixes em relação às características
ambientais dos lagos (variação espacial) e ao avanço da estação seca (efeito temporal) (Capítulo I). As espécies
capturadas foram documentadas fotograficamente e tiveram a sua abundância e distribuição demonstradas
através de gráficos (Capítulo II). A importância de diferentes atividades econômicas para a subsistência das
famílias de moradores da vila de Alter do Chão, como a pesca e o turismo, foram investigados (Capítulo III).

562
COSTA, Sue Anne Regina Ferreira da. A Comunidade de tubarões (Chondrichthyes: Selachii: Galea) da
formação Pirabas, neógeno da Amazônia Oriental. 2005. 81 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de
Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2005.
Orientador: Peter Mann de Toledo

RESUMO: A comunidade de tubarões (Selachii:Galea) proveniente da Formação Pirabas pode ser considerada
como uma das mais representativas e de maior diversidade entre as unidades do Neógeno da América do Sul.
A presença de 8 gêneros permitiu elaborar hipóteses sobre a reconstrução da cadeia trófica envolvendo
357

outros elementos da paleofauna de vertebrados, assim como também serviu como um indicador
paleoecológico adicional que corrobora dados anteriores sobre a reconstituição dos parâmetros
paleoambientais da unidade geológica. Foi realizada uma revisão taxonômica das espécies previamente
conhecidas para a Formação Pirabas, cuja composição da paleocomunidade de tubarões foi a seguinte:
Carcharhinus sp.1, Carcharhinus sp.2, Carcharhinus sp.3, Carcharhinus priscus, Sphyrna magna, Hemipristis serra,
Carcharodon mega/odon, /surus sp., Ging/ymostoma serra, Ging/ymostoma ob/iquum. Novas coletas possibilitaram a
expansão de 31 exemplares, depositados em museus brasileiros, para 231 novos indivíduos, incluindo material
microscópico. Esta coleta serviu para aumentar o conhecimento sobre a diversidade e aspectos
paleoecológicos dos grupos representados.

563
MELO, Ana Ely Esteves de Oliveira. Riqueza de espécie e uso de habitats por mamíferos terrestres de
médio e grande porte no alto rio Marmelos, Manicoré (AM). 2005. 91 f. Dissertação (Mestrado) -
Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,
Belém, 2005.
Orientadora: Andréa Ferreira Portela Nunes

RESUMO: A ausência de um consenso sobre as prioridades de conservação de mamíferos, e a escassez de


inventários completos dificulta ações eficazes de conservação dessas espécies na Amazônia. Dentro desse
contexto, a região do alto rio Marmelos ao sul do Amazonas, ainda pouco conhecida e ameaçada por
exploração madeireira e expansão agropecuária, é considerada prioritária para a realização de inventários.
Dessa forma, foi realizado no período de 25 de julho a 10 de setembro de 2004 um estudo objetivando
identificar a riqueza e uso de habitats por mamíferos terrestres de médio e grande porte nessa região. Para
tanto, foram empregados métodos indiretos (registro de pegadas) e diretos (avistamento) em um esforço
amostral que totalizou 228 km percorridos em transecções lineares. Nas quatro formações vegetais
amostradas (mata aberta, mata densa, savana parque e campo cerrado), foi registrado um total de 50 espécies,
sendo 14 através de entrevistas com moradores e 36 através de observações dos animais ou das suas pegadas.
Destas espécies, 18 encontram-se sob algum grau de ameaça segundo a lista vermelha da IUCN e 8 espécies
segundo o IBAMA. O método de pegadas foi o que registrou o maior número de espécies e de forma mais
rápida. A maior fração (45,45%) das espécies terrestres registradas apresentou um comportamento generalista,
utilizando tanto os habitats florestais, como as formações abertas, corroborando a tendência descrita na
literatura para áreas com formações vegetais similares. Sendo a mata aberta em particular o ambiente que
abrigou o maior número de espécies, além de ser o habitat mais utilizado.

564
MÜHLEN, Eduardo Matheus Von. Consumo de proteína animal em aldeias de terra firme e de várzea
da terra indígena Uaçá, Amapá, Brasil. 2005. 46 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação
em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2005.
Orientador: Ronis da Silveira

RESUMO: Estudou-se, entre abril e junho de 2004, o consumo de proteína animal em sete aldeias de terra
firme e oito aldeias de várzea na Terra Indígena (TI) Uaçá utilizando calendários diários de consumo. A TI
Uaçá localiza-se no Município de Oiapoque, no extremo norte do Estado do Amapá, e faz divisas com as
Terras Indígenas Juminã e Galibi e com o Parque Nacional de Cabo Orange. A TI Uaçá é habitada por
aproximadamente 4.500 índios das etnias Palikur, Karipuna e Galibi-Marworno em uma área de 470.164 ha, onde
ocorrem grandes porções de campos sazonalmente alagados (várzeas), terra firme e pequenas manchas de
cerrado. Durante o período de estudo, que na região corresponde à época de cheias, foram distribuídos 243
calendários em 83 casas das aldeias de terra firme e em 160 casas das aldeias de várzea. Cada calendário era
composto por um conjunto de desenhos representando as diferentes fontes de proteína animal disponíveis
para o consumo e os moradores marcavam em cada dia o que haviam consumido. Nas análises utilizou-se
somente 55 calendários das aldeias de terra firme e 113 de várzea que tinham mais de 40% do total de dias
disponíveis preenchidos. A carne de fauna e o pescado foram as fontes de proteína animal mais
freqüentemente utilizadas na alimentação dos moradores tanto de terra firme como de várzea. Itens
358

comercializados, como a carne de frango, conservas enlatadas e carne de gado foram menos consumidos
pelos índios, sendo, porém, mais utilizados nas aldeias de terra firme do que na várzea. Os mamíferos foram a
classe de vertebrados silvestres mais consumida na terra firme, seguido pelos répteis e pelas aves. Na várzea,
não foram encontradas diferenças significativas entre o consumo de mamíferos e répteis, que foram mais
consumidos do que as aves. Dentre os grupos de vertebrados consumidos, os ungulados foram os mais
freqüentes na dieta dos habitantes da TI Uaçá, sendo os mais consumidos na terra firme e, juntamente com
os crocodilianos, os mais consumidos também na várzea. Este estudo será a base para um futuro plano de
manejo de fauna para a TI Uaçá, vista a importância da carne de fauna para a alimentação dos moradores da
área, que em breve sofrerá os impactos causados pelo asfaltamento de uma rodovia que corta seu território e
pela construção de uma linha de energia ligando Oiapoque à Macapá e que também passará por dentro da
área.

565
MUNIZ, Izaura da Conceição Magalhães. Desenvolvimento do dimorfismo nos macacos de cheiro
(Saimiri VOIGT, 1831). 2005. 109 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Zoologia,
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2005.
Orientador: José de Souza e Silva Júnior

RESUMO: O gênero Saimiri Voigt, 1831 é conhecido vulgarmente como macaco-de-cheiro. Distribui-se por
toda a Amazônia e parte da América Central. Neste gênero, observa-se a existência de diferenças sexuais no
padrão de coloração da pelagem, no tamanho e forma dos dentes caninos e, ainda, um ciclo espermatogênico
anual nos machos, caracterizado pela aquisição de gordura subcutânea, denominada de "condição de
engorda". Durante este período, os machos apresentam um aumento de peso variando de 15 a 20%. O
presente estudo teve como objetivo investigar o dimorfismo sexual em Saimiri sciureus, comparando os
resultados com os de cinco outras espécies de Saimiri (S. cassiquiarensis, S. juruanus, S. ustus, S. boliviensis e S.
vanzolinii). Para tanto, foram analisados 610 espécimes pertencentes às coleções do Museu Paraense Emílio
Goeldi (MPEG), Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro (MNUFRJ) e Museu de Zoologia
da Universidade de São Paulo (MZUSP). As classes etárias foram determinadas de acordo com a morfologia
da arcada, descrita com base na seqüência eruptiva dos dentes de leite e permanentes. Foram coletados dados
sobre caracteres cromáticos, onde se analisou a coloração da mancha pré-auricular de fêmeas em relação ao
processo de erupção dentária, morfologia craniana para verificação de diferenciação etária e sexual, além de
vinte e uma medidas cranianas, analisadas através do Teste "T" de Student. A partir dos resultados obtidos,
constatou-se que não existem diferenças na coloração da pelagem entre classes sexuais anteriores à idade
adulta em nenhum dos sexos. Não foram observadas diferenças na coloração da pelagem entre classes de
idade em machos. A mancha pré-auricular enegrecida é um caráter exclusivo de fêmeas adultas, mas não está
estritamente relacionada à ontogenia. O aparecimento do dicromatismo sexual na pelagem não é sincronizado
com o aparecimento do dimorfismo na morfologia do crânio, especialmente dos dentes. Diferenças sexuais
visíveis macroscopicamente, como tamanho e forma da caixa craniana, forma da face, distância bi-zigomática
e forma da mandíbula, podem ser evidenciadas a partir da idade subadulta. Observou-se também que o
dimorfismo sexual, para todas as espécies, é mais bem evidenciado em variáveis relacionadas ao aparato
mastigatório. Além disso, diferenças sexuais na morfologia dos ossos do crânio podem ser claramente
observadas entre os indivíduos subadultos de qualquer táxon. Os machos se tornam maiores do que as
fêmeas a partir da idade subadulta, e o caráter mais conspícuo do dimorfismo sexual é o comprimento do
canino. Cada espécie difere das demais por apresentar exclusividade em alguma variável (ou conjunto de
variáveis) morfométricas, evidenciando dimorfismo sexual.

566
PIMENTA, Flávio Eduardo. Uso de habitats por mamíferos terrestres de médio e grande porte na
Serra do Cachimbo, PA. 2005. 109 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Zoologia,
Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2005.
Orientadora: Andréa Ferreira Portela Nunes
359

RESUMO: Mamíferos neotropicais de médio e grande porte são ainda pouco estudados. Na Amazônia as
lacunas no conhecimento científico sobre este grupo ocorrem principalmente pela dificuldade da realização
de estudos mais completos durante curtos períodos de tempo e recursos financeiros limitados. Para
minimizar estes problemas, métodos indiretos de estudá-los têm sido utilizados como alternativa aos métodos
tradicionais e por isso foram aplicados neste trabalho. Com o intuito de se detectar como a comunidade local
de mamíferos de médio e grande porte faz uso do habitat, através da comparação da freqüência de uso de
diferentes fitofisionomias obtida por meio da contabilização de pegadas, pretende-se contribuir para a
conservação e identificação de áreas de alto valor biológico para as espécies estudadas. A riqueza de espécies e
a freqüência relativa de uso de habitats foram analisadas de forma comparativa entre a campina, a savana
arbórea aberta (Campo Cerrado), a savana arbórea densa (Cerradão) e a floresta ombrófila através de três
visitas à área de estudo. Foram obtidos registros de 33 espécies, distribuídas em 8 ordens, 18 famílias e 29
gêneros. As formações fitofisionômicas na área de estudo não diferiram em termos da presença de espécies,
com exceção da fauna de primatas, que é particular de formações florestais. Entretanto, com relação ao uso
de habitats, foram demonstradas tendências distintas na freqüência de uso de cada formação fitofisionômica
pelas diferentes espécies. A maioria das espécies registradas pelo método de detecção de pegadas parece
sofrer os efeitos da variação sazonal do regime de chuvas. Além disso, parecem depender mais das formações
fitofisionômicas florestais. Isto fica claro quando é demonstrada uma maior diversidade e uso dos habitats
florestados pelas espécies estudadas. Entretanto, são versáteis na ocupação dos diferentes tipos de habitat,
com exceção de espécies arborícolas. Sendo assim, a Serra do Cachimbo apresenta uma fauna rica e
diversificada, talvez devido ao fato desta região apresentar uma mesclagem de elementos fitofisionômicos
distintos, o que favoreceria tanto espécies com preferências por habitats florestais quanto savanoides.

567
PRAXEDES, Catarina de Lurdes Bezerra. Inventário dos drosofilídeos (Diptera) associados a frutos, na
Floresta Nacional de Caxiuanã, Melgaço, Pará, Brasil. 2005. 75 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de
Pós-Graduação em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Marlúcia Bonifácio Martins

RESUMO: Descreve a diversidade de Drosophilidae (Diptera) frugívoros, da Floresta Nacional de Caxiuanã,


Melgaço, Pará, Brasil, mediante a implementação de um protocolo estruturado. Entre 2003 e 2004, foram
realizadas duas expedições, onde se procederam coletas com armadilhas contendo isca de banana fermentada,
distribuídas em 12 transectos de 1 km , sendo dois deles em cada um dos seis interflúvios ao norte da baía de
Caxiuanã, na Estação Científica Ferreira Pena, Flona Caxiuanã. Foi obtido um total de 4.320 indivíduos,
distribuídos em 35 táxons, pertencentes aos gêneros Drosophila, em sua maioria, e Neotanygastrella. A espécie
dominante foi D. willistoni com 33,96% dos indivíduos coletados, seguido por D. paulistorum (21,94%), D.
sturtevanti (18,73%), D. tropicalis (11,3golo) e D. equinoxialis (37%). Cinco espécies cosmopolitas do grupo
melanogaster ocorreram em Caxiuanã, porém a freqüência do grupo foi apenas de 1,75%. As curvas de
acumulação de espécies, com 315 amostras, aproximaram-se da assíntota, com estimativas que variaram entre
40 e 53 espécies para Caxiuanã. O estimador Chão 2 produziu curvas que chegaram a estabilização, com
estimativa de 50 espécies. As análises da matriz de incidência e abundância mostraram que os sítios são
similares entre si, compartilhando entre 40% e 66% em composição (Jaccard), com distribuições de
abundância praticamente iguais (Morisita entre 85% e 100%). O percentual de completitude do inventário
(7g%) indica que seriam necessárias somente 83 amostras adicionais (21% de incremento de esforço, sem
adição de singletons), para acessar a diversidade total de Drosophilidae na Flona Caxiuanã. Estes resultados
refletem bem a eficiência do método utilizado para estimar diversidade de drosofilídeos de frutos. Das 23
espécies do subgênero Sophophora, identificadas nesse estudo, foram registradas 4 novas ocorrências para o
Brasil (D. dacunhai, D. milleri, D. saltans e D. septentriosaltans) e 8 para Amazônia brasileira (D. austrosaltans, D.
dacunhai, D. magalhaesi, D. milleri, D. neocordata, D. neoelliptica, D. saltans e D. septentriosaltans).

568
360

SANTOS, Ronildon Miranda dos. Efeito da fragmentação florestal sobre a estrutura da comunidade de
drosofilídeos (Diptera) no extremo sul da Amazônia. 2005. 80 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de
Pós-Graduação em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Marlúcia Bonifácio Martins

RESUMO: Perturbações ambientais freqüentemente provocam alterações na estrutura da paisagem e na


diversidade faunística. Dados referentes ao histórico de degradação, estrutura ambiental e coleta de espécies
foram obtidas em 30 fragmentos florestais de vários tamanhos nos Municípios de Alta Floresta e Apiacás, sul
da Amazônia, com o intuito de examinar como a comunidade de Drosophilidae responde à alteração florestal.
Os resultados mostraram grande heterogeneidade entre os fragmentos florestais, porém a diversidade de
espécies foi semelhante entre os maiores e mais conservados e os menores com alto grau de degradação. Um
total de 10.692 indivíduos de Drosophilidae, divididos em 62 táxons, foram coletados. Não foi observada
relação entre tamanho dos fragmentos florestais e diversidade de espécies. Entretanto, a abertura do sub-
bosque foi uma das variáveis ambientais que mais contribuiu para a diminuição da diversidade. A estimativa
de riqueza de espécies para a região ficou em torno de 100 espécies. A estrutura de abundância das
comunidades foi mais similar entre os fragmentos florestais do que a composição de espécies. Cerca de 34%
da riqueza total esteve restrita à borda florestal e 19% ao centro dos remanescentes, 400 das espécies foram
comuns a ambos os habitats. Algumas espécies de drosofilídeos responderam a um gradiente de distância
matriz-centro florestal. D. malerkotliana, S. latifasciaeformis e Z. indianus decresceram suas freqüências com a
proximidade do centro, por outro lado, as espécies do grupo willistoni aumentaram em abundância. O
principal efeito da fragmentação florestal sobre a comunidade de drosofilídeos foi a alteração drástica na
composição de espécies, com a matriz do habitat sendo determinante na composição faunística do fragmento.

569
SOUZA, Danni Roberto Santos de. Revisão taxonômica do gênero neotropical Xeropigo Pickard-
Cambridge (Araneae, Corinnidae, Corinninae). 2005. 62 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-
Graduação em Zoologia, Museu Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientador: Alexandre Bragio Bonaldo

RESUMO: O gênero Xeropigo O. Pickard-Cambridge é revisado, com a proposição de sete espécies novas
neotropicais: X candango, com base em machos e fêmeas de Brasília, Distrito Federal e Goiás, Brasil; X
rheimsae, com base em machos de Goiás, Brasil; X camilae, com base em machos e fêmeas do Norte e Centro-
Oeste do Brasil; X cotijuba, com base em machos e fêmeas do Norte e Centro-Ooeste do Brasil; X pachitea,
machos e fêmeas de Huánuco e Cajamarca, Peru; X perene, com base em fêmeas de Junin e Loreto, Peru; X
brescoviti com base em machos de Beni, Bolívia. As espécies anteriormente conhecidas, X tridentiger (O. Pickard-
Cambridge, 1869), espécie-tipo, descrita da ilha de Santa Helena, mas também registrada nas Américas do sul e
Central e X smedigaari (Caporiacco, 1955), do norte da Venezuela e Trinidad, são rediagnosticadas sendo
fornecidos novos registros e ilustrações de X tridentiger. Uma chave dicotômica para todas as nove espécies
conhecidas, bem como um mapa de distribuição georreferenciado para as espécies aqui propostas são
também fornecidos.

570
VIEIRA, Tatiana Martins. Aspectos da ecologia do Cuxiú de Uta Hick, Chiropotes Utahickae
(Hershkovitz, 1985), com ênfase na exploração alimentar de espécies arbóreas da ilha de
Germoplasma, Tucuruí-PA. 2005. 122f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2005.
Orientador: Stephen Francis Ferrari

RESUMO: A criação da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, em 1985, inundou uma área de 2.400 km2 de floresta,
originando centenas de ilhas de tamanhos diferentes, onde diversos organismos, dentre eles os cuxiús
(Chiropotes spp.), tiveram suas populações fragmentadas. A área de estudo, ilha de Germoplasma possui 129 ha
e abriga uma população de Chiropotes utahickae, atualmente com 23 membros, já estudada por Santos (2002). O
361

objetivo principal deste estudo foi descrever aspectos da ecologia do cuxiú de Uta Hick e caracterizar a
exploração alimentar de espécies arbóreas. A metodologia utilizada foi baseada em oito dias de coleta mensal
de dados, utilizando-se o método de varredura instantânea de um minuto de duração e cinco de intervalo,
aplicado paralelamente às amostragens de árvore-focal e fruto-focal, intercalando-se estes dois tipos. As
principais categorias comportamentais foram alimentação, deslocamento, forrageio, repouso e interação
social. Foram obtidos 11.277 registros de varredura, 259 de árvore-focal e 711 de fruto-focal durante o
período de março a agosto de 2004. Foram gastos 50,6% do tempo em deslocamento, 31,9% em alimentação,
10,6% em repouso, 5,4% em forrageio e 1,2% em interação social. A dieta foi composta principalmente de
semente imatura (31,7%), mesocarpo imaturo (21,2%), fruto maduro (18,3%) e flores (14,4%). A comparação
com o estudo de Santos (2002) sugere diferenças longitudinais e sazonais. Os frutos explorados variaram de
0,4 cm a 15,3 cm de comprimento e as sementes, de 0,1cm a 2,3 cm. Os cuxiús foram considerados
predadores para 74,2% das 31 espécies analisadas. Não houve relação significativa entre o tamanho das
sementes e o tipo de interação. Também não existiu relação significativa entre a distância de deposição das
sementes e o tamanho destas, sugerindo que o transporte de sementes pelos cuxiús pode estar ligado a outros
fatores (dimensão da copa, tamanho do subagrupamento). Após vinte anos de isolamento, os cuxiús
pareceram apresentar um padrão comportamental típico do gênero Chiropotes. Esta tolerância ao ambiente
fragmentado, pareceu ser evidenciada nesse estudo, pelo intenso consumo do mesocarpo imaturo de ingás
(Inga spp.) e de flores de castanheira (Bertholletia excelsa). Flores parecem ser um recurso importante para os
cuxiús da área de influência do reservatório de Tucuruí (Santos, 2002; Silva, 2003). Este trabalho vem
contribuir para o conhecimento da ecologia da espécie, ressaltando que o monitoramento das populações nas
áreas do reservatório de Tucuruí precisa ser continuado a fim de que se reúna mais informações a respeito da
sua organização social, dieta e interferência na comunidade vegetal, necessárias para o planejamento de
medidas de manejo e conservação.

2006

571
ALBUQUERQUE, Adna Almeida de. A Pesca do tamoatá Hoplosternum littorale (Hancock, 1828)
(Suluriformes: Callichthyidae), na ilha do Marajó – foz amazônica. 2006. 58 f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2006.
Orientador: Ronaldo Borges Barthem

RESUMO: Hoplosternum littorale (Hancock, 1828) (Siluriformes, Callichthyidae) é um peixe de médio porte,
conhecido na Amazônia brasileira como tamoatá, sendo o principal recurso pesqueiro da ilha de Marajó. A
pesca do tamoatá é realizada de forma artesanal, principalmente na região do lago Arari, Município de Santa
Cruz do Arari, sendo que sua comercialização nos centros urbanos é feita por intermédio de barcos
conhecidos como geleiras. O objetivo deste trabalho foi descrever os aspectos da pesca do tamoatá na ilha de
Marajó e relacionar a abundância desta espécie com os dias gastos pelas geleiras para completar a sua carga e
com a quantidade de chuva. A pesca artesanal comercial do tamoatá é aqui descrita com base em observações
de campo e entrevistas com pescadores, sendo realizada basicamente por redes de arrasto e no período de
estiagem, quando o nível da água do rio e do lago Arari está baixo. A estimativa de abundância do tamoatá na
ilha de Marajó foi baseada na relação entre o total desembarcado no porto do Ver-o-Peso, em Belém e o
número de dias que os barcos geleira esperam para encher suas umas. A precipitação foi medida pela estação
meteorológica de Soure, situada na porção leste da ilha de Marajó. A análise de covariância (ANCOVA) dos
dados mensais referentes aos anos 1994 a 2004 apontou uma relação significativa entre estas variáveis, sendo
o total desembarcado apresentando-se diretamente proporcional ao número de dias-geleiras e inversamente
proporcional à chuva mensal. Por outro lado, observou-se ainda uma relação significativa entre o volume de
chuva anual e o peso total de pescado capturado. Esta relação parece explicar a diminuição do desembarque
do tamoatá nos dois períodos amostrados.
362

572
ARAÚJO, Ivanei Souza. Estrutura e influência da sazonalidade na comunidade de borboletas da
subfamília Ithomiinae (Lepidóptera: Nymphalidae) na Estação Científica Ferreira Penna, Melgaço,
Pará. 2006. 57 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Museu Paraense
Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: William Leslie Overal

RESUMO: As borboletas do grupo Ithomiinae são caracterizadas por espécies estritamente neotropicais,
consideradas modelos de anéis miméticos e apresentam uma taxonomia relativamente bem conhecida. Por
estas razões são freqüentemente utilizadas como indicadores biológicos. O presente estudo teve como intuito
caracterizar a comunidade de Ithomiinae em uma área de floresta ombrófila densa (terra firme), localizada na
Estação Científica Ferreira Penna (Floresta Nacional de Caxiuanã), Município de Melgaço, Estado do Pará,
além de testar a eficiência do protocolo de captura deste grupo. Para isto foram realizadas coletas em uma
área de 500 x 500 m, utilizando dois métodos. O primeiro foi o de armadilhas contendo isca de folhas e
inflorescências de Heliotropium indicum dentro de cinco parcelas amostrais de 100 x 100 m, sendo que cada uma
continha cinco pares de armadilhas (uma sub-bosque e outra no dossel da floresta). O outro método foi o de
coletas com redes entomológicas entre as parcelas. O período da amostragem foi nos meses de julho, outubro
de 2004 e janeiro a novembro de 2005 (cinco dias de coleta mensais). Com um esforço total de 2000
armadilha horas por mês e 40 redes horas por mês foram registrados 1.844 indivíduos de Ithomiinae,
pertencentes a 14 espécies. As espécies Hypothyris ninonia (Hübner, [1806]) e Napeogenes rhezia (Geyer, [1834])
foram as espécies mais abundantes. Foi encontrada uma diversidade homogênea tanto no sentido horizontal
quanto vertical, apesar de ser observada uma preferência da maioria das espécies pelo ambiente de sub-
bosque. Foi registrada uma predominância de machos na comunidade da área. Como o grupo apresenta
diferenças comportamentais entre indivíduos machos e fêmeas, essa predominância de machos nos registros
pode ser resultado de uma seleção dos métodos na captura dos espécimes. Não foi encontrada uma diferença
significativa entre a riqueza de espécies registrada pelos diferentes métodos, apesar de três espécies serem
obtidas exclusivamente pelas redes, e outras duas pelas armadilhas de isca. Houve uma predominância nos
registros de Melhona sp. pelas redes entomológicas, sugerindo uma atração diferenciada da espécie pela isca
utilizada. Verificou-se uma correlação negativa entre o número de indivíduos coletados e o aumento dos
índices de pluviosidade. O estudo apresentou uma baixa riqueza de espécies com amostragem intensiva, a
comunidade é representada por espécies abundantes e raras, e apresenta oscilações na abundância conforme a
precipitação pluviométrica. As armadilhas de sub-bosque foram mais eficientes. Sugere-se para Ithomiinae a
utilização de somente armadilhas no sub-bosque com isca de Heliolropium indicum.

573
CANDIANI, David Figueiredo. Sobre o gênero Tenedos O. Pickard-Cambridge, 1897 (Araneae,
Zodariidae), com a descrição de quatro espécies novas do Brasil e do Peru. 2006. 51 f. Dissertação
(Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Alexandre Bragio Bonaldo

RESUMO: São propostas quatro espécies novas de Tenedos O. Pickard-Cambridge, 1897. T garoa sp. n. do
Parque do Estado, São Paulo, São Paulo, Brasil; T. kuruaya sp. n. de Caxiuanã, Melgaço, Pará, Brasil; T. preslesi
sp. n. de Barra dos Bugres, Mato Grosso, Brasil; T. nancyae sp. n. de Panguana, Huanuco, Peru. Storena major
(Keyserling, 1891) e S. minor (Kcyserling. 1891) ambas conhecidas de Blumenau, Santa Catarina, Brasil e S.
hirsuiu Meilo-Leitão, 1941 conhecida de Rio Negro, Paraná, Brasil, são transferidas para Tenedos e redescritas.
S. major e S. minor são descritas pela primeira vez com base em material adulto. É apresentada chave
dicotômica para machos e fêmeas das espécies brasileiras do gênero Tenedos.
363

574
FEITOSA, Darlan Tavares. Morfologia hemipeniana de 11 espécies do gênero Micrurus Wagler, 1824
na Amazônia brasileira, com redescrição de Micrurus filiformis (Günther, 1859) e Micrurus paraensis
Cunha & Nascimento, 1973 (Serpentes, Elapidae). 2006. 169 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de
Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2006.
Orientadora: Ana Lúcia da Costa Prudente

RESUMO: O gênero Micrurus reúne serpentes de hábitos semi-fossoriais, terrestres e semiaquáticos,


distribuídas desde o Sul dos Estados Unidos até o Sul da Argentina. Entre as cerca de 66 espécies atualmente
válidas, 25 são registradas para a Amazônia brasileira. Com o objetivo de ampliar o conhecimento das
serpentes do gênero Micrurus na Amazônia brasileira, foram levantados neste trabalho dados de lepidose,
hemipênis e distribuição geográfica de 544 exemplares de 11 espécies. O presente trabalho compreende dois
capítulos. O primeiro capítulo apresenta uma descrição comparativa dos hemipênis de 11 espécies de
Micrurus. Baseado nos resultados obtidos nas análises dos exemplares foi elaborada diagnose, padrão de
desenho e coloração, descrição e representação do hemipênis e mapa de distribuição geográfica para cada
táxon. Neste capítulo são apresentadas descrições inéditas dos hemipênis de M hemprichii ortoni e M paraensis
além de variações morfológicas até então não descritas da morfologia hemipeniana das espécies. O segundo
capítulo apresenta uma descrição mais detalhada de duas espécies, M filiformis e M paraensis, com base na
morfologia externa e hemipênis.

575
FERNANDES, Willian Ricardo da Silva. Estudo sobre a distribuição da malária no Pará e sua
correlação com fatores ambientais e socioeconômicos. 2006. 106 f. Dissertação (Mestrado) - Programa
de Pós-Graduação em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Ana Luisa Kerti Mangabeira Albvenaz

RESUMO: A malária é uma doença parasitária causada por protozoários do gênero Plasmodium que
completam seu ciclo de desenvolvimento alternando entre hospedeiros humanos e mosquitos do gênero
Anopheles. No contexto mundial, constitui um grave problema de saúde pública que afeta principalmente os
países em desenvolvimento de clima tropical e subtropical. No Brasil, acredita-se que 99,5% dos casos
registrados de malária encontram-se na Amazônia Legal. Muito do sucesso deste agravo nesta região deve-se
a fatores biológicos e ambientais que favorecem níveis altos de vetores, além de fatores sociais que
comprometem os esforços para controlar a doença. Assim, o objetivo deste trabalho foi estudar o perfil
epidemiológico da malária no Pará, durante uma série histórica (1999 - 2003), analisando a influência de
variáveis ambientais e socioeconômicas sobre a prevalência dos casos. Para tal foram calculados os Índices
Parasitários Anuais (IPA) de cada município e, através de um SIG, estes dados foram georreferenciados e
estudados de forma temporal e espacial. Dados sobre o desmatamento no Estado foram analisados, através
de uma regressão por permutação, para tentar explicar a variação temporal da malária. Para o estudo espacial
foi testada (regressão múltipla) a influência das variáveis: temperatura, pluviosidade, altitude, educação,
longevidade e renda, sobre a prevalência da malária. No estudo temporal, a malária apresentou uma tendência
decrescente no Estado, entretanto, apenas 31 municípios apresentaram a mesma tendência, não houve
tendência crescente, os 112 municípios restantes apresentaram tendência estável. Além disso, muitos
municípios alternaram aumento e diminuição dos casos ao longo da série, indicando uma boa ação de
controle, mas uma fraca atuação da vigilância. Neste contexto, o desmatamento parece influenciar a série
temporal da malária, obteve-se resultados significativos em dois (2001 e 2002) dos três anos estudados. No
estudo espacial o modelo final adotado, apesar de um baixo poder explicativo (R2=0.31), apresentou três
variáveis significativas: número de meses secos, renda e educação. No entanto, o resultado das duas primeiras
não se apresenta de uma forma direta, sendo reflexo de outras atividades. Apesar da escala adotada e de
problemas na agregação dos dados (só estão disponíveis por município), este trabalho apresenta resultados
relevantes que podem auxiliar os gestores da saúde (ou de endemias) a direcionar ações de controle para as
áreas apontadas como críticas, atuando nos fatores de maior significância, obtendo assim melhor
aproveitamento dos recursos humanos e materiais disponíveis.
364

576
FONSECA, Rodrigo Teixeira D’Alincourt. Diversidade da quiropterofauna (Mammalia) no Parque
Ecológico de Gunma, Santa Bárbara do Pará. 2006. 119 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, 2006.
Orientadora: Suely Aparecida Marques Aguiar

RESUMO: O implemento de Unidades de Conservação constitui um dos meios para se evitar a perda de
biodiversidade nas regiões de influência das grandes metrópoles, e o monitoramento de certos grupos
zoológicos nessas unidades pode contribuir ao êxito de programas conservacionistas locais. O Parque
Ecológico de Gunma (PEG), com área de 540 hectares administrada pela Associação Gunma Kenjin-Kai do
Norte do Brasil, protege um remanescente florestal no Município de Santa Bárbara do Pará, região da Grande
Belém, Estado do Pará, constituído principalmente por fitofisionomias de terra firme e igapó. Este trabalho
tem por objetivo oferecer um perfil taxonômico e ecológico da quiropterofauna (Mammalia) nos limites do
Parque e seu entorno. A análise quantitativa incluiu medidas de esforço de captura, riqueza e diversidade,
assim como uma avaliação da estrutura de comunidades por Escalonamento Multidimensional (MDS),
considerando-se as fisionomias vegetais principais e duas áreas selecionadas de terra firme. Num conjunto de
seis campanhas, de julho a dezembro de 2005, identificaram-se 37 espécies de morcegos, distribuídas em
cinco famílias. Contudo, em nenhum ambiente as curvas de rarefação atingiram a assíntota. Os Índices de
Diversidade de Shannon-Wiener (H’) e Simpson (D) foram de 1,86 e 0,69, respectivamente. Carollia perspicillata
exibiu a mais alta abundância relativa, abrangendo 50% das capturas, mas de modo distinto entre fisionomias
com aproximadamente 59% em terra firme e 32% em lgapó. O achado de Neonycleris pusilla representa a
segunda ocorrência do táxon para o Estado do Pará. As estimativas de diversidade foram mais elevadas no
igapó (H’ = 1,91; [1 –D] = 0,80) do que na terra firme (H’ = 1,71; [1-DJ = 0,63), apesar da pequena área do
primeiro (3,3% da extensão do PEG) e da maior riqueza de espécies da segunda. Isto pode refletir o fato de
que a quase totalidade das capturas se deu nos meses mais secos do ano na região, quando em tese haveria
tropismo das espécies por espaços de maior oferta hídrica. Assim, parece imperativo complementar o
levantamento com amostragens na estação chuvosa para uma descrição fidedigna da quiropterofauna do
PEG. Confirmando-se o previsto, a comparação de duas áreas de terra firme com distintos graus de alteração
apontou maior diversidade de quirópteros na área mais conservada. A importância do PFG como Unidade de
Conservação pode ser atestada pela presença de espécies sob risco (vulneráveis ou quase ameaçadas), p.ex. N.
pusilla e Tonatia carrikeri. Verificou-se a ameaça de interferências antrópicas sobre os seus ecossistemas devido
principalmente à proximidade com áreas rurais e urbanas. O monitoramento da riqueza e dinâmica ecológica
dos morcegos no Parque Ecológico de Gunma pode evitar a extinção local de táxons raros, assim como a
proliferação de outros, que em situações especiais se tornam ameaçadores à saúde humana, caso do
hematófago Desmodus rothundus, potencial hospedeiro e transmissor do vírus rábico.

577
FURTADO, Ivaneide da Silva. Efeito das clareiras de ação petrolífera sobre a composição de
Drosophilidae (Díptera) na Bacia do rio Urucu, Coari-Amazonas. 2006. 107 f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,
Belém, 2006.
Orientadora: Marlúcia Bonifácio Martins

RESUMO: Os drosofilídeos são indicadores das condições do ecossistema em relação aos efeitos do
desmatamento das florestas tropicais úmidas, atuando indiretamente como ferramentas para a criação de
estratégias de conservação dos grandes biomas. Foi conduzido um estudo na área petrolífera do Urucu - AM,
com o intuito de comparar a riqueza e diversidade de espécies de drosofilídeos entre os habitats de clareiras
artificiais (jazidas), naturais e floresta contínua. No período de 2003 a 2005, foram realizadas três excursões,
nas quais foram utilizadas armadilhas contendo isca de banana fermentada. Para tal, foram utilizados 33 sítios:
11 clareiras naturais, 16 clareiras artificiais e seis transectos em floresta contínua. Além disto, foi testada
experimentalmente no campo a capacidade de nove espécies desenvolverem-se nos dois habitats estudados.
365

Foram capturados 7.652 insetos, dentre os quais 4.354 pertencentes à ordem Diptera (56.90%), distribuídos
em 24 espécies de Drosophilidae, pertencentes a dois subgêneros: Sophophora e Drosophila. O padrão de
abundância das espécies foi diferente entre os habitats. O subgrupo willistoni representou 60.54% do total de
drosofilídeos, mais concentrado nas áreas de mata (79,09%). O segundo subgrupo mais abundante foi
ananassae, representando 10.40% do total de drosofilídeos, concentrado nas jazidas (35.36%). As curvas de
acumulação de espécies, com 227 amostras não tenderam à assíntota, com estimativas que variaram de 24 a
34 espécies. A análise de similaridade no coeficiente de Jaccard mostra 55% de semelhança entre os habitats de
clareira natura e jazida, enquanto para Morisita ficou em torno de 98.1% entre a mata e clareira natural. Em
relação ao experimento, D. malerkotliana foi a única espécie do subgrupo ananassae que emergiu em todos os
habitats, apresentando diferenças significativas de emergência entre estes (ANOVA. p<0,001). As espécies do
subgrupo willistoni apresentaram menores taxas de emergência. Porém, estas ocorreram apenas nas áreas de
floresta independentemente do local de origem das moscas parentais. Estes resultados mostram a eficiência
do método utilizado, precisando aumentar o esboço amostral para estimar a riqueza real de drosofilídeos de
frutos.

578
HERCOS, Alexandre Pucci. Diversidade e variabilidade espaço-temporal da ictiofauna da região
estuarina do rio Curuçá, Município de Curuçá, Pará, Brasil. 2006. 123 f. Dissertação (Mestrado) -
Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,
Belém, 2006.
Orientadora: Victoria Judith Isaac Nahum

RESUMO: O estudo de comunidades de peixes estuarinos tem recebido a atenção de pesquisadores, pelo
fato destes ecossistemas apresentarem uma grande variedade e abundância de peixes. Muitas destas espécies
são interesse comercial, constituido-se numa ferramenta fundamental para a avaliação dos estoques
pesqueiros, contribuindo também para a conservação dos ambientes estuarinos e costeiros. O estuário do rio
Curuçá localiza-se na costa norte, região do salgado paraense. Apesar da pesca ser a principal atividade
econômica das cidades da região, existem poucos estudos a respeito da ictiofauna local. O objetivo principal
deste trabalho foi de caracterizar a ictiofauna demersal dos canais principais do estuário do rio Curuçá,
identificando as variações anuais e espaciais na composição, densidade e biomassa, bem como os fatores
abióticos que influenciam nestas variações. Para isto, foram realizadas coletas bimestrais, utilizando uma rede
de arrasto de fundo, nos dois canais principais do estuário. Ao final do estudo foram capturados 18.989
indivíduos, pertencentes a 73 espécies, destas Ophichthus cylindroideus, Hippocampsu reidi, Sygnathus pelagicus e Butis
koilomatodon ainda não haviam sido registradas para a costa norte. As famílias Sciaenidae, Engraulidae e Ariidae,
foram as mais representativas em número de espécies, densidade e biomassa, dominando as capturas. As 20
espécies classificadas como estuarinas foram a maioria, e apresentaram as maiores densidades e biomassa em
todos os meses e estações de coleta. A densidade média (0,12 ind/m2) foi significativamente maior na estação
chuvosa, já para a biomassa (1,11 g/m2) não houve diferenças significativas entre os meses de coleta. Entre os
perfis, Curuçá apresentou uma maior riqueza de espécies, densidade e biomassa. Esta diferença está
relacionada principalmente a uma maior heterogeneidade de substratos deste perfil, fazendo com que este
possua uma maior disponibilidade de microhabitat. Os parâmetros físico-químicos da água se apresentaram
homogêneos ao longo dos pontos de coletas, tendo pouca influência sobre a distribuição espacial da
ictiofauna. O fato de encontrarmos novos registros de espécies para a região reforça a importância de novos
estudos para uma maior compreensão da ictiofauna local, que é um importante recurso econômico para as
populações locais.

579
LIMA, Ana Caroline de. Análise da variação morfológica de Dipsas catesbyi (Sentzen, 1796) e Dipsas
pavonina Schlegel, 1837 (Serpentes: Colubridae: Dipsanidae). 2006. 115 f. Dissertação (Mestrado) -
Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Universidade Federal do Pará, Museu Paraense Emílio Goeldi,
Belém, 2006.
Orientadora: Ana Lúcia da Costa Prudente
366

RESUMO: Subfamília Dipsadinae engloba 22 gêneros da fauna de colubrídeos neotropicais e 24 outros


considerados Incertae sedis, mas com caracteres comuns aos dipsadíneos. Os gêneros Dipsas, Sibon,
Sibynomorphus e Tropidodipsas formalmente compõem a tribo Dipsadini a qual é considerado um grupo
monofilético bem fundamentado. A tribo é caracterizada por serpentes que apresentam um alto grau de
especialização morfológica, relacionado ao modo de alimentação e adaptações ao habitat em que vivem. O
gênero Dipsas inclui aproximadamente 32 espécies, distribuídas do México até a América do Sul, é constituído
por serpentes de corpo delgado e alongado, com cabeça curta e proeminente, olhos grandes, pupilas verticais
e ausência de sulco mentoniano. As espécies são notavelmente variáveis na coloração, número de escamas e
outros caracteres morfológicos. Essa extrema variação tem dificultado a definição dos limites entre as
espécies e a interpretação de padrões de variação geográfica. A grande variação morfológica dos caracteres
presentes nas espécies D. catesbyi e D. pavonina, associada à dificuldade de identificação dos táxons e à escassez
de informações sobre as suas distribuições geográficas justificam a necessidade de uma análise mais detalhada
destas espécies. Para tal, o presente estudo foi dividido em dois capítulos. O primeiro capítulo corresponde à
análise da variação individual, sexual e geográfica de D. catesbyi e D. pavonina, e a comparação dos caracteres
morfológicos entre as duas espécies. O segundo corresponde à análise da macroestrutura das glândulas
cefálicas nestas duas espécies, relacionando-as com outros táxons de Dipsadinae.

580
LIMA, Janaina Reis Ferreira. Composição e riqueza de espécies de anuros (Amphibia) em fragmentos
florestais no lago de Tucuruí, Pará. 2006. 48 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em
Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Ulisses Galatti

RESUMO: A perda e fragmentação de habitats representam sérios riscos à manutenção das espécies de
anfíbios na Amazônia. Neste estudo, determinamos a composição, a riqueza e abundância das espécies de
anuros em fragmentos florestais nas Zonas de Proteção da Vida Silvestre (ZPVS) estabelecidas no Lago de
Tucuruí, leste do Pará. Os anuros foram amostrados através de transectos em doze fragmentos de diferentes
tamanhos distribuídos igualmente entre as duas ZPVS. Uma na margem direita (ZPVS-D) e outra na margem
esquerda (ZPVS-E) do Lago. Os animais foram registrados por meio dos métodos de procura ativa e
armadilhas de interceptação e queda. De janeiro a julho de 2005 registramos 2.370 indivíduos de 35 espécies
de anuros. Destas espécies, 30 foram encontradas na ZPVS-E (13 exclusivas) e 22 na ZPVS-D (cinco
espécies exclusivas). Sete estimadores de riqueza de espécies foram obtidos com o auxílio do Programa
Estimates®. Para a maioria dos estimadores, as curvas de acumulação de espécies tenderam a certa
estabilidade. Entretanto, as estimativas de riqueza de espécies variaram entre os estimadores, sendo a
estimativa Bootstrap a mais baixa (38 espécies) e Jackknifè a mais alta (45 espécies). A combinação das espécies
de anuros observadas neste estudo com nove espécies registradas na Coleção Herpetológica do Museu
Paraense Emilio Goeldi resultaram num total de 44 espécies, indicando que os estimadores de riqueza de
espécies tiveram um bom desempenho. A similaridade de espécies de anuros foi maior entre os fragmentos
de uma mesma ZPVS do que entre fragmentos do mesmo tamanho. A riqueza de espécies foi positivamente
e significativamente relacionada com o tamanho, mas não com o grau de isolamento dos fragmentos. Não
houve relação significativa do número de indivíduos observados por fragmento e o tamanho dos fragmentos.
A diferença na composição e riqueza de espécies encontradas entre as duas ZPVS indicam certa
complementariedade entre as duas unidades para a conservação da anurofauna local, assim como a
necessidade de maior esforço de amostragem de anuros, principalmente através da ampliação da área de
estudo, para uma melhor compreensão destas diferenças e suas implicações.

581
RIBEIRO JÚNIOR, Marco Antônio. Avaliação de cinco métodos de captura de lagartos em diferentes
ambientes na Amazônia. 2006. 111 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Zoologia,
Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Teresa Cristina Sauer de Ávila Pires
367

RESUMO: Devido à necessidade de se obter bons inventários compreendendo eficientes listas de riqueza,
abundância e composição da diversidade faunística de uma determinada região, estudos sobre o sucesso de
metodologias de captura se tornam imprescindíveis. Embasado nesta necessidade, foram comparadas a
eficiência de cinco métodos de captura de lagartos, sendo eles armadilha de interceptação e queda (AIQ) com
baldes de 351, AIQ com baldes de 621, armadilhas de cola, armadilhas de funil e transeção (coleta ativa
delimitada por tempo-espaço), no período de janeiro a junho de 2005, na área pertencente à Jari Celulose
S.A., localizada no Município de Almeirim, norte do Estado do Pará. As cinco técnicas foram aplicadas em
três ambientes, sendo monocultura de eucalipto, mata secundária e primária, contando com cinco réplicas
para cada ambiente. Com um esforço total de 2.100 estações/noite de AIQ de 351, 630 estações/noite de
AIQ de 621, 3.324 armadilhas/noite de cola, 4.900 armadilhas/noite de funil e 150 horas/homem de
transeção, foram registrados 1.472 lagartos pertencentes a 29 espécies em toda a área da Jari, sendo 11
espécies em eucalipto, 15 em mata secundária e 25 em mata primária. Em comparação padronizada por
números de indivíduos coletados, as AIQ de 351 e 621 apresentaram a maior riqueza de espécies registrada
em todos os ambientes. Quanto à abundância relativa das espécies capturadas as armadilhas de cola e funil
registraram predominantemente uma espécie, enquanto as AIQ apresentaram uma melhor distribuição dos
indivíduos por espécie capturada nos três ambientes. As famílias Gymnophthalmidae e Teiidae foram melhor
registradas pelas AIQ, enquanto que lagartos arborícolas ou semi-arborícolas (Polychrotidae) foram mais
coletados pelas armadilhas de cola. Quando comparados os sucessos de captura de um mesmo método entre
plantação de eucalipto, mata secundária e primária, as AIQ de 351 apresentaram sucesso similar entre os
ambientes, enquanto as AIQ de 621 e armadilhas de funil apresentaram sucesso de captura maior em
plantação de eucalipto, e armadilhas de cola e transeção em ambientes de mata. Porém, quando o sucesso por
unidade de captura foi comparado em um mesmo ambiente uma hora/homem de transeção se mostrou a
unidade mais eficiente, assim como o melhor retorno com relação ao custo/beneficio por unidade de captura
e espécime capturado. As AIQ de 351 e 61 não apresentaram diferenças quanto à porção capturável da
comunidade em todos os três ambientes, obtendo uma composição similar de registros. As armadilhas de cola
obtiveram registros complementares às AIQ, com uma composição da comunidade registrada diferente. O
tamanho do balde das AIQ não influenciou no registro de lagartos, obtendo riqueza de espécies, abundância e
composição da comunidade similares em todos os ambientes, porém as AIQ de 351 apresentaram custo por
unidade de captura e espécime coletado menor que as AIQ de 62 1. No caso de um inventário de curta
duração (AER) as AIQ de 351 apresentaram as maiores riqueza de espécies registradas em todos os
ambientes, sendo esta técnica aconselhada para uma Avaliação Ecológica Rápida. As armadilhas de funil
registraram os maiores lagartos, enquanto que as transeções os menores. Quanto à taxa de mortalidade
apresentada pelos métodos, as armadilhas de cola obtiveram os maiores valores, sendo aconselhada a revisão
das armadilhas mais de uma vez ao dia a fim de diminuir a perda de exemplares. Por meio deste trabalho
pretende-se fornecer subsídios para futuros planejamentos de inventário de lagartos, assim como auxiliar
planos de manejo para o grupo.

582
TEIXEIRA, Frederico Machado. A Composição de scarabaeidae (Coleóptera) coprófagos na região de
Alter do Chão, Pará: a influência dos biomas Amazônia e cerrado e da sazonalidade e os efeitos de tamanho
de área, isolamento e proximidade de estradas. 2006. 98 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-
Graduação em Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Ana Luisa Kerti Mangabeira Albvenaz
Co-orientadora: Roberta de Melo Valente

RESUMO: Investiga o efeito do tamanho das ilhas de floresta, de suas distâncias para a floresta contínua
(isolamento) e para as estradas adjacentes sobre a comunidade de Scarabaeidae coprófagos. Amostras foram
coletadas em 24 ilhas de floresta semidecídua, entre 0,5 e 360 ha, em uma matriz de savana amazônica e em
oito locais em mata contínua predominantemente secundária, semidecídua, na região de Alter do Chão,
Santarém, Pará. Os Scarabaeidae foram coletados com armadilhas do tipo pitfall com isca (fezes humanas) em
dois períodos sazonais (seca e chuva). Para cada ponto de coleta foram instaladas 10 armadilhas distribuídas
em dois transectos de 250m distantes 100m entre si. Em cada transecto foram colocadas 5 armadilhas
distantes 50m entre si. Para cada local de coleta, foi registrado o DAP de todos os caules com diâmetro igual
368

ou superior a 5cm, em quatro transectos de 250 x 2m, sendo estes dados utilizados para derivar os índices da
estrutura da vegetação (diâmetro médio e número de indivíduos). A área, perímetro e as distâncias das ilhas
para a floresta contínua foram calculadas, utilizando-se respectivamente as extensões “X-Tools e Nearest
Features v3.6d” para ArcView sobre o mapa da área digitalizado a partir de uma imagem de Landsat TM de
1996. Os exemplares coletados foram identificados com a ajuda de bibliografia especializada e de
especialistas. Para a caracterização da fauna, as espécies encontradas foram comparadas com uma lista de
espécies gerada a partir de publicações para o cerrado, Amazônia e ecótonos de transição (floresta-ceifado)
brasileiros. Para avaliar a robustez da amostragem, foram empregadas curvas de rarefação e obtidas
estimativas de riqueza empregando-se diversos estimadores. Para a análise dos padrões das comunidades, foi
feita uma análise (INMDS) (Semi-strong Hibrid Multidimensional Scaling), utilizando- se a distância de Bray-
Curtis. Foram encontrados 18 gêneros e 36 espécies pertencentes aos biomas do cerrado e da Amazônia, mas
não foi possível ter uma noção completa da parcela de cada bioma representada neste ecótono de transição
savana-floresta, uma vez que as amostras não foram suficientes para o levantamento exaustivo da riqueza de
Scarabaeidae. A ordenação mostrou uma tendência de agrupamento das florestas contínuas e de separação
destas das ilhas de floresta. Apesar de o levantamento ter registrado um maior número de espécies nas ilhas
de floresta que nas áreas de floresta contínua, as comunidades apresentaram um forte padrão hierárquico [P
(T< 14,87°)<0,001], indicando que nas ilhas estão persistindo apenas uma parcela do total de espécies da
região. Não foi encontrada uma relação entre a composição de Scarabaeidae e o tamanho e a forma das ilhas de
floresta. Mas foi encontrada uma relação significativa entre a composição (eixo 1) e o isolamento (F=5,363,
P0,031) e a composição (eixo 1) e o número de árvores (DAP 5 cm) (F=6,103, P0.012, corrigido por
Bonferroni). O número de árvores de cada local de amostragem foi relacionado com a proximidade de estradas
(0,65 8), o que reforça a idéia de que as estradas estão contribuindo para mudanças na estrutura da vegetação,
que por sua vez têm um efeito sobre a fauna de Scarabaeidae.
369
370
371
372
373

1995

583
ANDRADE, Rosemary Ferreira de. Políticas de desenvolvimento regional, migração, urbanização e
saúde na Amazônia brasileira com ênfase ao Município de Macapá. 1995. 138 f. Dissertação (Mestrado)
- Curso de Mestrado em Enfermagem, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientadora: Maria José Pompílio

RESUMO: A pesquisa foi realiza com ênfase no Município de Macapá/AP-BR, tendo como objetivo
identificar os processos de urbanização, migração e saúde e suas implicações de saúde desta população. Os
dados foram obtidos através de uma pesquisa bibliográfica aprofundada, utilizando-se para análise dos
resultados a teoria geral dos sistemas. Visando ressaltar as partes críticas de cada fase, dividiu-se este estudo
em cinco segmentos referentes ao período de 1940 a 1990 de acordo com os resultados obtidos, conclui-se
que a intensidade e extensão de endemias, epidemias e outras doenças estão associadas a caotização do
sistema de saúde.

584
BITAR, Maria Amélia Fadul. Aleitamento materno: um estudo etnográfico sobre os costumes, crenças e
tabus ligados a esta prática. 1995. 202 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Enfermagem,
Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientadora: Elizabeth Teixeira

RESUMO: Identificaram-se e conheceram-se os costumes, crenças e tabus ligados à prática do aleitamento


materno em um grupo de mulheres residentes na zona rural, na localidade de Itapuá no estado do Pará. Para
tal, realizamos um estudo etnográfico dentro de uma perspectiva êmica. Para a coleta de dados, utilizamos a
observação participante do cenário onde o estudo se desenvolveu, a qual se processou seguindo as quatro
fases preconizadas por Leininger, em conjunto com as entrevistas realizadas com quinze informantes,
moradores desta comunidade e que já tinham tido experiências com aleitamento anteriormente os mesmos
foram validados e um tema emergiu, expressando as concepções das mulheres em relação ao aleitamento
materno e o desvendamento de alguns aspectos da cultura que permeiam esta prática dentre as mesmas. Os
achados deste estudo permitiram ter uma visão dos aspectos culturais relacionados ao aleitamento materno.
Ao final, apontamos alguns caminhos considerados importantes para a sua promoção.

585
CALDERARO, Dalila Teixeira. Perfil das enfermeiras dos centros de saúde de Rio Branco – Acre:
perspectivas de mudanças. 1995. 117 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Enfermagem,
Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientador: Creso Machado Lopes

RESUMO: Trata de um estudo do tipo exploratório- descritivo desenvolvido com 18 enfermeiros que
trabalham em centro de saúde em Rio Branco /AC. O estudo apresenta o perfil destes enfermeiros. Os dados
foram levantados através de questionário contendo questões abertas e fechada, sendo as mesmas, em sua
maioria, quantificadas e verificadas suas freqüências. Após a análise e discussão dos dados, estes deixam claro
a necessidade de maior investimento das instituições nos profissionais-enfermeiros por meio de sua
qualificação em cursos em nível de especialização e até mesmo mestrado e doutorado a fim de melhorar a
demanda das necessidades reais da comunidade.
374

586
CORRÊA, Iolanda Maria Silva. Representações sobre saúde das lideranças de uma comunidade em
luta pela cidadania: uma referência para a ação. 1995. 169 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado
em Enfermagem, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientadora: Elizabeth Teixeira

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi conhecer as representações sociais sobre saúde das lideranças de
uma comunidade em luta política pela cidadania. O marco teórico adotado foi a teoria das representações
sociais, fundamentando-se na proposta metodológica construída por Bardin, foi feita a análise do discurso
dos oito líderes entrevistados, organizada a partir de quatro temas centrais: a sua saúde, a saúde da família, a
saúde da comunidade e luta por saúde/ movimento popular por saúde, e treze categorias de análise.
Constatou-se que a representação sobre saúde das lideranças do bairro do Jurunas / Belém-PA se constrói a
partir da assistência à saúde em todos os níveis. A atribuição de responsabilidades pela solução dos problemas
de saúde e compartilhada entre o estado, a população e a família. O MOPS evidencia-se como instrumento de
luta e formula pautas de reivindicações que visam potenciais transformações. As representações de saúde
sinalizam para alianças entre os profissionais de saúde e a comunidade, entre os diversos movimentos, entre
as lideranças e o estado, dentre outros.

587
DUARTE, Maria Selma Carvalho Frota. Perfil psico-social de adolescentes autores de atos infracionais
do Programa de Liberdade Assistida – Comunitária – PLAC – uma contribuição da enfermagem.
1995. 260 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Enfermagem, Universidade Federal do Pará,
Belém, 1995.
Orientadora: Elisa da Silva Feitosa

RESUMO: A pesquisa está voltada para o estudo dos adolescentes autores de atos infracionais que se
encontrava na época no Programa de Liberdade Assistida Comunitária (PLAC), sendo desenvolvido pelo
juizado da infância e da adolescência na 24ª vara cível de Belém, para execução das medidas sócio-educativa
de liberdade assistida, previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), cap. 4, art. 112. O estudo foi
realizado no período de maio a outubro de 1995, cujo objetivo foi verificar as condições psico-sociais destes
adolescentes, para que através destas, caracterizar o seu perfil psico-social, identificar os tipos de o como
instrumento de coleta de dados. Apresentamos referencial teórico baseado em diversos autores que discutem
aspectos relativos à adolescência / adolescentes quanto a fatores de risco, tipos de violência praticados contra
esses fatores determinantes da marginalização e delinqüência juvenil. E ainda, assuntos de interesse do ECA,
juizado da infância e da juventude do programa desenvolvido no mesmo.

588
MOTA, Zandra da Silva e. Tendências na formação do enfermeiro: formamos para manter ou para
transformar. 1995. 140 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Enfermagem, Universidade Federal
do Pará, Belém, 1995.
Orientadora: Elizabeth Teixeira

RESUMO: Descreve as tendências pedagógicas desenvolvidas no cotidiano de um Curso de Enfermagem, no


que se refere às práticas acadêmicas vivenciadas por alunos docentes. Foi norteado pelas tendências
pedagógicas e pela construção da Dra. Rosita Salpe, a partir de Libaneo (1994) e Luckesi (1994). Foi
desenvolvida uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso em curso de enfermagem da cidade de Belém.
Utilizamos entrevista, questionário e análise documental procurando identificar as tendências que
predominam no curso, através da análise das categorias em estudo. Podemos constatar que a unidade em
estudo na fala dos discentes, embora não tenham uma prática progressista, mas em nível de discurso
conseguem se expressar com mais facilidade.
375

589
NEVES, Jane Monteiro. Evidenciando o pensar para rever o fazer enfermagem: concepções dos
usuários do Centro de Saúde do Guamá sobre saúde–doença e práticas populares de saúde–doença. 1995. 108
f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Enfermagem, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientadora: Elizabeth Teixeira

RESUMO: O estudo propõe compreender as representações sociais do processo saúde-doença. Em sua


trajetória, um breve histórico busca resgatar as várias concepções de saúde-doença em vários momentos da
vida da sociedade, retratando o imaginário e a prática popular no que se refere à saúde-doença. Apresenta um
suporte teórico que enfatiza a mudança de paradigma e suas implicações neste processo. Os conceitos de
mundo, do homem e de saúde-doença trazem elementos que reforçam o elo entre a prática popular e a
prática oficial, como dois componentes essenciais para a construção de conceitos e/ou teorias que tem
suporte ao paradigma econômico–político-cultural, em interações e relações com o meio onde vive.

590
PACHECO, Amariles Maria das Graças Ferreira. O Ser paciente em uma unidade de terapia intensiva –
uma abordagem fenomenológica. 1995. 127 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em
Enfermagem, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientadora: Elizabeth Teixeira

RESUMO: Este estudo é resultado de minhas inquietações como enfermeira e docente no mundo vida dos
pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva / UTI, e tem como objetivo compreender sua
vivência nesta unidade. Para isso, utilizei-me da abordagem fenomenológica porque, através dessa trajetória,
eu estarei apreendendo a essência do fenômeno, sem me prender aos motivos que o determinaram. Como
forma de desvelar o fenômeno, busquei nos depoimentos de 10 pacientes essa compreensão, usando como
questão norteadora: Como você se sentiu na UTI e o que significou para você ter sido um paciente em uma
UTI? A análise compreensiva assistir o ser humano na totalidade de sua existência.

591
RÊGO, Deolinda da Graça. Diferenciação e integração no sistema de enfermagem do Hospital
Universitário João de Barros Barreto. 1995. 120 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em
Enfermagem, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientador: Alacoque Lorenzini Erdmann

RESUMO: A contingência é ainda um campo de conhecimento da administração pouco explorado na


organização de sistemas de saúde e de enfermagem. Esta abordagem contrapõe-se aos ditames burocráticos
frequentemente empregados na organização de serviços públicos (na realidade brasileira), ao afirmar que na
organização nada é absoluto, tudo é relativo, tudo depende. Neste enfoque, o presente estudo representa o
delineamento da situação organizacional de uma instituição hospitalar pública de ensino, em fase de
reestruturação, através de pesquisa exploratória e descritiva de abordagem qualitativa, voltada para a definição
de situação compõem um referencial para as demais fases do processo de organização do hospital, assim
como, para o ensino e pesquisa de administração em Enfermagem.

592
SILVA, Telma Francisca Carvalho Frota e. Discentes recém–ingressados no Curso de Enfermagem da
Universidade Federal do Pará, 1995 – motivações e expectativas. 1995. 203 f. Dissertação (Mestrado) –
Curso de Mestrado em Enfermagem, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientadora: Elisa da Silva Feitosa

RESUMO: A pesquisa e um estudo exploratório descritivo envolvem 53 discentes recém-ingressados no


Curso de Graduação em Enfermagem, via vestibular, no período de maio a outubro de 1995, em Belém do
376

Pará. Frente à situação, o problema detectado a cada semestre por ocasião da matrícula é relativo à opção não
consciente / madura pelo curso, por um número significativo de discentes consolidou a expectativa de
averiguarmos cientificamente a opinião e expectativas dos sujeitos da pesquisa sobre o curso de enfermagem
e a ocorrência ou não de orientação/informação educacional / vocacional / profissional relativo ao mesmo.
Diante análise dos recém-ingressados a carreira profissional sob uma ótica reflexiva e crítica, frente aos limites
das diferentes profissões e particularmente das questões relativas ao processo de trabalho. Em face às
confederações finais do estudo, fica o indicativo de que deve haver um trabalho compartilhado entre
enfermeiros e orientadores educacionais de cursos de 1º e 2º graus, voltados à população discente deste.
Diante do exposto podemos afirmar ter o presente estudo alcançado os objetivos propostos.

593
SOUZA, Raimunda Bandeira de. Conhecimento e percepção dos docentes e discentes sobre a
utilização de fitoterapia por pacientes hospitalizados. 1995. 185 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de
Mestrado em Enfermagem, Universidade Federal do Pará, Belém, 1995.
Orientadora: Maria Elizabeth Van den Berg

RESUMO: Neste estudo, a autora procura verificar as noções que os docentes e discentes dos cursos de
graduação das universidades da Amazônia Oriental, (02 em Belém/PA e 01 em Macapá/AP), têm quanto à
utilização da fitoterapia em ações de saúde, seu papel e relacionamento com outros procedimentos ou linhas
terapêuticas, tentando identificar o modo de aquisição de seu conhecimento sobre práticas e usos de plantas
medicinais, procurando sua postura perante a utilização de fitoterapia por parte de pacientes em tratamento
sobre sua responsabilidade. Buscou-se principalmente subsídios para comprovar a hipótese da existência de
um consenso não só nesta matéria, adequando-se a realidade regional e as tendências mundiais de
diversificações das práticas de atendimento à saúde, porém tendo um sólido embasamento científico para
orientar os pacientes hospitalizados e a população em geral.

1998

594
CUNHA, Maria Heliana Chaves Monteiro da. Estratégia de sobrevivência entre famílias da Perimetral e
representações sobre planejamento familiar. 1998. 170 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em
Enfermagem, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientadora: Rosa Elizabeth Acevedo Marin

RESUMO: Focaliza o planejamento familiar enquanto serviço oferecido pela Rede Oficial de Saúde.
Apresenta uma abordagem sobre sua origem, atuação e operacionalização, enquanto prática criada para
intervir em realidades sociais distintas. Tem como objetivo desvendar as representações que os diversos
arranjos familiares possuem sobre o controle da fecundidade e do planejamento familiar organizado em
algumas Unidades Básicas de Saúde da cidade de Belém. Partiu da suposição que entre as estratégias de
sobrevivência das famílias entrevistadas, é possível registrar e inferir estratégias de reprodução. Busca
conhecer o significado de “Planejamento Familiar” dentro das famílias estudadas, com a perspectiva de
dimensionar e refletir como técnicas e teorias instrumentalizar intervenções em determinados espaços sociais.
Para alcançar os objetivos propostos, trabalhou-se com a pesquisa qualitativa, apoiada na teoria das
representações sociais. As informações coletadas foram submetidas a dois processos de análise: processo
descritivo e análise do conteúdo com base em BARDIN. Os resultados evidenciaram uma representação
fragmentada do planejamento familiar, servindo para apontar a lacuna de conhecimento sobre a ferida
terminologia reprodutiva. Evidenciou, também, um modelo reprodutivo adotado em grande escala no
contexto do estudo – a esterilização – que é utilizada como mais uma estratégia de sobrevivência via estratégia
de reprodução.
377

595
SILVA, Ana Gracinda Ignácia da. A Participação do usuário e a qualidade da assistência de
enfermagem. 1998. 163 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Enfermagem, Universidade
Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientadora: Elizabeth Teixeira

RESUMO: Desvenda as representações sociais de usuários de um hospital público paraense sobre a qualidade
da assistência de enfermagem hospitalar. Foram caracterizados em suas representações: o cotidiano
hospitalar, o cuidar como forma de assistir em enfermagem e a qualidade dessa assistência. As concepções
teóricas da representação social, a partir de Serge Moscovici, com uma abordagem qualitativa, foram as bases
teórico-metodológicas utilizadas para o reconhecimento da realidade estudada. Além disso, as concepções das
teorias de qualidade e a do cuidar apoiaram a análise dessa pesquisa. A qualidade da assistência de
enfermagem foi desvendada a partir de três temas emergentes: 1- o usuário no contexto da representação, o
cotidiano hospitalar; 2- o encontro do usuário com a enfermagem no cuidar; 3- a qualidade da assistência de
enfermagem. As representações, apresentadas nesses temas, indicaram dimensões de qualidade para a
assistência de enfermagem hospitalar, permitindo uma construção hermenêutica com base nos princípios de
Hayes (1996), que demonstraram uma representação social de qualidade envolvendo a expectativa de um
cotidiano, que respeite o doente como cidadão; de presença constante dos profissionais e de assistir, através
de ações de cuidar, que reflitam competência e relação de empatia.

596
TORRES, Vera Lúcia Scaramuzzini. Velhice numa cidade do trópico. 1998. 142 f. Dissertação (Mestrado)
– Curso de Mestrado em Enfermagem, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientadora: Rosa Elizabeth Acevedo Marin

RESUMO: Nos dias de hoje, compreender a velhice no microcosmo da cidade de Belém exige dos estudiosos
desprender-se da orientação exclusivamente biológica ou demográfica e aproximar-se do conhecimento
tomado por empréstimo de outras áreas do saber. As histórias de vida de 13 citadinos e suas experiências
constituem o material para refletir a velhice indo ao encontro de um referencial teórico e de conceitos
encadeados, a saber: experiência, vivência, imagem, memória, modernidade com o nuclear na velhice. Da
análise das narrativas emergem os temas: as relações dos velhos com o mundo do trabalho, da família e das
transformações neste século, assim como a morte e a imagem que de si fazem. O olhar lançado sobre a
velhice posiciona-se na sua multidimensionalidade e complexidade.
378
379
380
381

1997

597
CAVALCANTE, Vânia Lúcia Noronha. Papilomavírus humano associado a lesões de cérvix uterina.
1997. 99 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Medicina Tropical, Núcleo de Medicina Tropical,
Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.
Orientador: Arival Cardoso de Brito

RESUMO: Com a finalidade de contribuir para um melhor conhecimento do eventual papel do


Papilomavírus Humano (HPV) na etiopatogênese do câncer cervical na Região Norte do Brasil, estudou-se a
prevalência do vírus em 228 mulheres portadoras de lesões de cérvix uterina, atendidas no Instituto Ofir
Loyola (IOL), em Belém, Pará, no período de março de 1992 a maio de 1996. As pacientes foram submetidas
à biópsia de colo uterino, sendo o material coletado encaminhado para histopatologia e pesquisa de HPV por
diferentes técnicas laboratoriais. Para fins de análise, as participantes foram distribuídas em 3 grupos, de
acordo com o diagnóstico histopatológico. O grupo A foi constituído de 155 mulheres com carcinoma
epidermóide invasor ou adenocarcinoma, o grupo B de 54 portadoras de neoplasia intraepitelial cervical grau
II ou III (NIC II e NIC III) e o C, de 19 pacientes com cervicite crônica. Pelas técnicas de PCR e
hibridização por dot-blot, registraram-se prevalência de HPV em 70,3%, 63,0% e 36,8% das mulheres reunidas
nos grupamentos A, B e C, respectivamente. O tipo de HPV predominante foi o 16, que representou 60,4%
das amostras positivas do grupo A e 54,5% daquelas do grupo B. Os HPV tipo 16, 18 e 33 representaram
71,4% dos detectados no grupo C. Em 155 das 228 amostras testadas por PCR, realizou-se também a técnica
de hibridização in situ (HIS) com sondas para detectar HPV 6/11, 16/18 e 31/33/35. A prevalência de HPV
registrada por essa técnica foi de 17,4%, enquanto que por PCR observou-se, nas mesmas amostras,
percentual positivo de 65,2%. No que diz respeito a outros fatores, também tidos como implicados no
desenvolvimento de carcinomas e lesões precursoras em cérvix uterina, verificou-se que cerca de 40% das
mulheres dos grupos A e B admitiram iniciação sexual precoce (com 15 anos ou menos). Entretanto, a
maioria referiu de 1 a 3 parceiros, não caracterizando comportamento sexual promíscuo. Os dados aqui
apresentados, a exemplo do que se registrou em outros estudos conduzidos em diversas áreas geográficas,
sustentam a hipótese de que o HPV desempenha um importante papel na etiologia dos carcinomas de colo
uterino e neoplasias intraepiteliais cervicais. Contudo, investigações adicionais e mais amplas devem ser
realizadas, com vistas a uma melhor compreensão das características epidemiológicas da infecção por HPV,
na Região Amazônica.

598
LIBONATI, Rosana Maria Feio. Avaliação dos níveis séricos de cortisol e dehidroepiandrosterona em
pacientes com malária por Plasmodium falciparum não-complicada. 1997. 99 f. Dissertação (Mestrado)
– Curso de Mestrado em Medicina Tropical, Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará,
Belém, 1997.
Orientador: José Maria de Souza

RESUMO: O objetivo desta pesquisa foi avaliar o comportamento dos níveis séricos de cortisol e
dehidroepiandrosterona (DHEA) em pacientes com malária por Plasmodium falciparum. Como o cortisol
apresenta um efeito imunossupressor e o DHEA um efeito imunoestimulador, estudou-se a correlação entre
os níveis destes esteróides e a condição clínica do paciente de malária. A amostra constou de 24 pacientes
com malária por P. falciparum não-complicada, sendo 18 do sexo masculino e 6 do sexo feminino, com idade
variando de 15 a 47 anos, 12 primoinfectados e 12 multi-infectados, provenientes de área endêmica de malária
da Amazônia. Coletaram-se amostras diárias de sangue de 20 em 20 minutos no pré-tratamento (D0), 24
horas após o início da medicação (D1) e no 8º dia de acompanhamento (D7), quando o paciente já se
encontrava assintomático. Todos os pacientes apresentavam parasitemia negativa em D7. Dosaram-se: os
níveis séricos de cortisol em D0, D1 e D7; DHEA em D0 e D7; os níveis de anticorpos totais IgG anti-P.
382

falciparum, anti- P. vivax, e anticorpos IgM anti-P. falciparum em D0. Comparam-se os níveis séricos de cortisol
dos três dias, concluindo-se que os níveis de cortisol eram significativamente mais elevados em D0 do que
nos outros dias. Foram correlacionados os níveis de cortisol com a parasitemia, obtendo-se como
significativas as correlações entre cortisol D0 e parasitemia D1, assim como cortisol D1 com parasitemia D1,
levando-se a deduzir que o cortisol pode interferir na resposta inicial à terapêutica de pacientes com malária
por P. falciparum. O cortisol foi correlacionado com a temperatura, tempo de evolução da doença, níveis de
anticorpos IgG anti-P. falciparum, não se obtendo resultados estatisticamente significativos, levando a inferir
que a temperatura não interfere nos níveis de cortisol e o mesmo não interfere nos níveis de anticorpos, e não
apresenta variações importantes com o tempo de evolução da doença. Os níveis de DHEA em D0 foram
significativamente mais elevados do que em D7, apesar dos pacientes estarem sintomáticos há mais de um
dia, já que um estímulo mantido do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) leva a uma diminuição deste
esteróide. O DHEA foi correlacionado com a parasitemia, obtendo-se um resultado significativo na
correlação DHEA D0 com parasitemia D1. A correlação entre cortisol e DHEA em D0 não foi significativa
(p = 0,057), porém este resultado leva a crer que o DHEA acompanha o aumento dos níveis de cortisol.
Obteve-se uma correlação negativa entre DHEA e tempo de evolução de doença, apesar destes níveis
estarem aumentados no pré-tratamento. Calculou-se a correlação parcial entre cortisol, DHEA e temperatura,
concluindo-se que a temperatura interfere positivamente na correlação cortisol e DHEA. Uma vez que a
febre reflete o momento em que ocorre a lise das hemácias secundária a esquizogonia, provavelmente esta lise
com conseqüente liberação de citocinas serve como um fator agudizador da estimulação do eixo HPA,
sugerindo que a liberação dos dois hormônios apresenta mecanismo comum. A correlação entre DHEA e
anticorpos não foi significativa, portanto o DHEA não deve interferir na produção de anticorpos de
pacientes com malária por P. falciparum.

599
PINTO, Ana Yecê das Neves. Plasmodium vivax: avaliação da resposta de anticorpos IgG em crianças
expostas à malária. 1997. 100 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Medicina Tropical, Núcleo
de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.
Orientador: José Maria de Souza

RESUMO: As estratégias atuais de combate à malária estimulam o conhecimento mais profundo dos
mecanismos de defesa humana antiplasmodiais. A cooperação de anticorpos citofílicos com monócitos
sangüíneos, facilitando a fagocitose de células infectadas, tem mostrado ser um mecanismo efetivo nesta
defesa. Estudos comparativos entre populações semi-imunes e não imunes têm sido feitos a fim de identificar
o padrão de imunoglobulinas nestas populações. Somando-se a estes, o presente trabalho objetivou avaliar a
resposta de anticorpos IgG anti-P.vivax (lgG anti-PV), subclasses citofílicas: IgG1 e IgG3 – e não citofílicas:
IgG2, em crianças com malária por P.vivax. Foram avaliadas 34 crianças portadoras de malária vivax,
diagnosticadas pela gota espessa, acompanhadas desde a fase aguda até o último controle de cura, as quais
tiveram seus níveis de anticorpos IgG anti-PV e subclasses mensurados pela técnica de imunoflüorescência
indireta. Os pacientes foram subdivididos em dois grupos: priminfectados (n=28) e pacientes com história de
malária anterior o (n=6). A média geométrica dos títulos de anticorpos IgG anti-PV foi a demonstrada nos
diferentes períodos relativos ao controle de cura, sendo que os níveis de anticorpos mensurados durante a
fase aguda (dias zero e sete) foram comparados (Teste T de Student). Níveis de anticorpos IgG anti-PV foram
correlacionados com parasitemia e tempo de doença, (Correlação de Spearman). Sinais e sintomas clínicos
foram descritos em ambos os subgrupos. A proporção de indivíduos positivos e negativos quanto as
subclasses foi comparada nos dois subgrupos (teste exato de Fisher). Os resultados mostraram um aumento
inicial dos títulos de IgG anti-PV entre o dia zero (D0) e o dia sete (D7), sendo esta diferença significativa
(p=0,027), independente de exposição anterior ou não à malária. Aos 60, 120 e 180 dias pós-tratamento,
obteve-se uma curva descendente de títulos, com as seguintes proporções de respostas positivas: aos 60 dias:
95,2%, com títulos variando entre 40 e 2560; aos 120 dias: 62,5%, com variação de 40 e 320; e aos 180 dias
apenas 28,5% de positivos, com variação entre 40 e 160. Foi encontrada correlação positiva entre tempo de
doença e níveis de anticorpos totais entre indivíduos priminfectados. As médias geométricas dos títulos de
anticorpos IgG anti-PV subclasses encontradas em D0 foram: IgG1 (598,41) > IgG3 (4,064) > IgG2 (1,422).
Não ocorreram diferenças entre proporções de indivíduos positivos e negativos para as subclasses de IgG
383

anti-PV, quando se comparou priminfectados e pacientes sem história anterior de malária. Concluiu-se que,
no grupo estudado: 1) Ocorre inicialmente aumento de anticorpos IgG anti-PV entre o primeiro e oitavo dia
de tratamento; 2) Os níveis de anticorpos totais anti-PV declinam gradativamente durante o controle de cura:
4,76% dos pacientes apresentaram resultados negativos até D60, 37,5% até D120, e 71,42% até 180 dias após
o início do tratamento 3) Não há associação entre parasitemia assexuada no dia zero e títulos de anticorpos
IgG anti-PV no primeiro e oitavo dias de tratamento; 4) Em crianças expostas a ataques anteriores, quanto
maior o tempo de evolução da doença, maiores são os níveis de anticorpos, ao contrário do que ocorreu com
crianças priminfectadas; 5) Não há correlação entre títulos de anticorpos anti-PV totais e presença de
esplenomegalia; 6) Houve predominância de anticorpos citofilicos (lgG1 > IgG3) sobre os anticorpos não
citofilicos, na amostra estudada.

600
SILVA, Rita do Socorro Uchôa da. Estudos de dose adequada da droga Ro 42-1611 (arteflene) no
tratamento da malária por Plasmodium falciparum. 1997. 120 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de
Mestrado em Medicina Tropical, Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.
Orientador: José Maria de Souza

RESUMO: A resistência crescente do P. falciparum aos antimaláricos habitualmente empregados torna urgente
a avaliação de novas drogas. O Ro 42-1611 é um antimalárico derivado da planta chinesa Arlabotrys uncinatus.
Usado apenas na África em três trabalhos no tratamento da malária por P. falciparum, tem sua ação
desconhecida em sul-americanos com esta doença. Apesar do efeito antimalárico ter sido comprovado, ainda
não se encontrou a dose adequada para o tratamento supressivo do P. falciparum. Avaliar a tolerância à
toxicidade e à eficácia de três diferentes doses do Ro 42-1611 no tratamento da malária por P. falciparum é o
que objetiva este trabalho. O estudo foi realizado em Marabá-Pará, caracterizando-se por ser aberto,
prospectivo e randomizado; incluiu pacientes voluntários, adultos, masculinos, de peso corporal até 80 kg;
febris ou com outros sintomas constitucionais de malária e com gota espessa positiva para P. falciparum (≥200
e ≤50.000 parasitas/mm³ de sangue). Grupos de estudo: I -1.500 mg de 12/12 horas por 1 dia; II -1.500 mg
de 12/12 horas por 2 dias e III -1.500 mg de 12/12 horas por 3 dias. Todos os pacientes foram tratados em
regime hospitalar, sendo avaliados no pré-tratamento através de: dados pessoais e biométricos, sinais e
sintomas, uso de medicação concomitante, temperatura por meio, freqüência respiratória, pressão arterial,
eletrocardiograma, parasitemia, exames hematológicos e bioquímicos. A partir do início da terapêutica, a
avaliação destes parâmetros foi feita seguindo protocolo próprio, incluindo a anotação de efeitos colaterais. A
análise de variância de Friedman foi usada para avaliar os valores obtidos nos exames hematológicos e
bioquímicos. Foram selecionados 16 pacientes, sendo 5 alocados no grupo I, 6 no II e 5 no III. Idade variou
de 17 a 41 anos (média: 26,6), peso corporal de 44 a 72 kg (média: 54,9), parasitemia assexuada inicial de 200 a
40.000 formas/mm³ de sangue, sendo os grupos homogêneos quanto a estas variáveis. A febre desapareceu
no mínimo com 9 e no máximo com 48 horas a partir do início da terapêutica. A avaliação do traçado
eletrocardiográfico e da pressão arterial não mostrou alterações significativas. O desaparecimento da
parasitemia assexuada ocorreu em média com 53,6 horas, não se evidenciando diferenças estatísticas e
significantes entre os grupos (p=0,7264). Houve uma diminuição significativa entre o pré-tratamento (D0) e o
terceiro (D2) e oitavo (D7) dias de acompanhamento quanto os níveis de hematócrito (p=0,0046), um
aumento no número de leucócitos entre D2 e D7 (p=0,0171) e plaquetas entre D0 e D7, assim como entre
D2 e D7 (p< 0,0001). Entre D0 e D7 detectou-se diminuição nos níveis de bilirrubina total (p=0,0024),
fosfatase alcalina (p=0,0195) e uréia (p=0,0168). Efeitos colaterais foram em geral leves ou moderados e de
curta duração. Do total de pacientes, 87,5% obtiveram desaparecimento da parasitemia assexuada, porém
apenas 2 (12,5%) curaram ambos incluídos no grupo III. Nenhum dos esquemas posológicos usados foi
adequado para a cura desta doença. Talvez em estudos posteriores usando a droga em maior dose ou por
maior número de dias ou ainda associando-a a outros antimaláricos, possa obter-se eficácia adequada.
384

601
VENTURA, Ana Maria Revorêdo da Silva. Malária por Plasmodium vivax na infância e na
adolescência: aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais. 1997. 139 f. Dissertação (Mestrado) – Curso
de Mestrado em Medicina Tropical, Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará, Belém,
1997.
Orientador: José Maria de Souza

RESUMO: As crianças, assim como os adultos, são susceptíveis em adquirir malária, apresentando
manifestações clínicas de intensidade variável na dependência do seu grau de imunidade e da espécie de
plasmódio causadora da infecção. Com o objetivo de traçar o perfil epidemiológico, clínico e laboratorial da
malária por P. vivax foram avaliadas 100 crianças entre 0-14 anos de idade, de ambos os sexos, com
diagnóstico positivo para P. vivax (gota espessa), no Ambulatório do Programa de Malária do Instituto
Evandro Chagas, Belém - Pará, no período de janeiro de 1995 a novembro de 1996. Em relação à faixa etária,
os adolescentes foram os mais acometidos pela doença (37,0%). Os casos autóctones representaram 34,0% da
casuística, evidenciando a presença do paludismo nos núcleos urbanos da Região Amazônica. A febre, em
88,0% das crianças se constituiu na principal manifestação clínica inicial da doença. No 1° dia de atendimento
(D0), a febre, o calafrio e a cefaléia (tríade malárica) ocorreram respectivamente em 97,0%, 91,0% e 85,0%,
enquanto que a hepatomegalia em 29,0% e a esplenomegalia em 46,0% das crianças. Entre palidez e anemia,
avaliada pela taxa de hemoglobina, houve uma correlação significativa (p < 0,05), verificando-se que entre as
crianças pálidas, 89,2% eram anêmicas. A hemólise parece ter sido a causa básica da anemia, tendo também
contribuído para sua instalação o retardo no diagnóstico (média de 12,5 dias) e o parasitismo intestinal por
ancilostomídeos. Neste estudo, a desnutrição parece não ter exercido qualquer influência sobre a anemia.
Com a terapêutica, observou-se um declínio tanto, no percentual de crianças com tríade malárica, como no
percentual de crianças com parasitemia assexuada, sendo este declínio de maior intensidade na tríade malárica.
Outros sinais e sintomas (palidez, astenia, artralgia, cefaléia, colúria) ocorreram por um período de tempo
maior do que o da tríade malárica, em geral, persistindo até 14 dias. As complicações presentes durante ou
imediatamente após o tratamento, em 5,0% das crianças, foram pneumonia, broncopneumonia, impetigo
generalizado, gastroenterite e exantema de etiologia não definida. Em relação à metodologia empregada para
avaliação da hepatoesplenomegalia, a ultrassonografia abdominal mostrou-se mais sensível do que a palpação
abdominal. Com o tratamento instituído, as taxas de hemoglobina, os reticulócitos e o Volume Corpuscular
Médio (VCM) tiveram um aumento significativo de D0 (primeiro dia de terapêutica) para D7 (oitavo dia de
terapêutica). Entretanto, em relação à concentração da hemoglobina corpuscular média (CHCM) houve uma
diminuição significativa nos valores encontrados em D7 quando comparados aos valores de D0,
possivelmente à custa de uma menor oferta de ferro para a medula óssea.

602
WEIRICH, Judith. Infecção congênita pelo citomegalovírus: estudo realizado na Fundação Santa Casa de
Misericórdia do Pará. 1997. 124 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Medicina Tropical,
Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará, Belém, 1997.
Orientador: Manoel Barbosa de Rezende

RESUMO: O citomegalovírus é um vírus de DNA pertencente à família Herpesviridae, subfamília Beta-


herpesvirinae. Sua distribuição é universal e pode causar infecções congênitas e perinatais, assim como durante a
infância e na idade adulta. É um dos principais patógenos responsáveis pela morbidade e mortalidade em
pacientes imunocomprometidos. Foi estudada a incidência da infecção congênita pelo citomegalovírus, na
maternidade da Fundação Santa Casa Misericórdia do Pará, no período de novembro de 1994 a maio de 1995.
A amostra trabalhada constou de 663 recém-nascidos e suas respectivas mães. O peso dos recém-nascidos
variou de 900 a 5.450 g, com uma média de 3.046g. Em 11,4% das crianças foi observado baixo peso ao
nascer. A avaliação pelo isolamento do vírus da saliva dos 663 recém-nascidos, através da inoculação em
células primárias de fibroblasto de prepúcio humano, mostrou 3,2% (21) de positividade. A pesquisa de
anticorpos IgM específicos para o CMV, através do Método ELISA, utilizando-se sangue do cordão umbilical
do mesmo grupo de recém-nascidos foi positiva em 2,1% (14). Para o diagnóstico da infecção congênita pelo
CMV, a análise estatística pelo Teste de McNemar dos Pares Discordantes (p)=0,0233 e Teste do Qui-
385

Quadrado da Homogeneidade (p)<0,01 demonstrou que o isolamento do citomegalovírus da saliva foi mais
sensível que a detecção de anticorpos IgM no sangue do cordão umbilical. Dos 21 recém-nascidos infectados,
28,5% (6) apresentou nas primeiras 24 horas de vida, sintomatologia sugestiva de infecção congênita. Os
sinais e sintomas encontrados foram: microcefalia (4), prematuridade (3), hepatoesplenomegalia (2), pequeno
para a idade gestacional (2) e icterícia precoce (1). A pesquisa de anticorpos IgG específicos para o CMV, pelo
método ELISA, foi positiva em 90,2% das puérperas. Das 21 mulheres que transmitiram o vírus para o
concepto, foram detectados anticorpos IgM em 4. A entrevista pessoal com as mães dos recém-nascidos
revelou nível socioeconômico baixo e assistência pré-natal deficiente, com 26,4% das puérperas sem
nenhuma consulta durante o período gestacional. Em nossa amostra, a idade materna variou de 12 a 42 anos,
com idade média de 22,2 anos, sendo que a idade das mães dos recém-nascidos infectados foi inferior a 25
anos.

1998

603
ABDON, Nagib Ponteira. Nova proposta de tratamento para malária por Plasmodium vivax. 1998. 117
f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Medicina Tropical, Núcleo de Medicina Tropical,
Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientador: José Maria de Souza

RESUMO: Recaídas que podem ocorrer com o tratamento convencional de longa duração para malária por
P. vivax são em parte devido à parcial adesão do paciente. Portanto a utilização de esquemas terapêuticos de
curta duração é capaz de proporcionar melhor acompanhamento do caso e ao mesmo tempo manter a
eficácia, ser de boa tolerância e praticamente isento de efeitos adversos. O presente trabalho foi desenvolvido
no Programa de Malária do Instituto Evandro Chagas, em Belém do Pará, no período de julho de 1994 a
junho de 1995. O estudo caracterizou-se por ser aberto, comparativo, prospectivo e randomizado.
Participaram aqueles com idade superior a 12 anos, de ambos os sexos e que pudessem permanecer em
Belém até o final do controle. Todos procederam da Amazônia, sendo que o Pará foi o responsável pela
maioria dos casos (85,8%) e a área metropolitana de Belém contribuiu com 39,2%, equivalente a autoctonia.
A amostra foi composta de 120 pacientes, os quais foram alocados em 3 diferentes esquemas, cada um com
40 participantes, conforme a seguinte distribuição: esquema I–fosfato de cloroquina, comprimidos contendo
150 mg de substância base -25 mg/kg como dose total, dividida em 3 dias, sendo 10 mg/kg de peso corporal
no primeiro dia; 7,5mg/kg no segundo e terceiro dias, associada ao fosfato de primaquina, comprimidos
contendo 15mg de substância base -0,25 mg/kg/dia, por 14 dias; esquema II–fosfato de cloroquina,
comprimido contendo 150mg de substância base -10 mg / kg, dose única, associada ao fosfato de primaquina
comprimidos contendo 15mg de substância base -0,50 mg/kg/dia, por 7 dias; esquema III–fosfato de
cloroquina, comprimidos contendo 150mg de substância base -10 mg/kg, dose única, associada ao fosfato de
primaquina comprimidos contendo 15mg de substância base -0,50 mg/kg/dia, por 5 dias. A medicação foi
administrada por via oral, sob supervisão médica, sendo todos os pacientes tratados em regime ambulatorial.
O diagnóstico clínico fundamentou-se na história, epidemiologia e exame físico do paciente, enquanto o
encontro do hematozoário, plasmódio, através da gota espessa, confirmou o caso de malária. As respostas
terapêuticas aos 3 esquemas foram satisfatórias, com percentual de cura acima dos 80%, sendo que o
esquema II não permitiu recaídas. O desaparecimento da tríade sintomática ocorreu no máximo em até 96
horas, e a negativação da parasitemia assexuada em até 72 horas, para os três diferentes esquemas de
tratamento. Os efeitos colaterais foram mínimos e efêmeros. Não se observou toxicidade, mesmo com doses
duplicadas de primaquina.

604
386

ARAÚJO, Eliete da Cunha. Sífilis congênita: incidência em recém-nascidos. 1998. 102 f. Dissertação
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Medicina Tropical, Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal
do Pará, Belém, 1998.
Orientadora: Eloisa Flora de Arruda Moura

RESUMO: A sífilis congênita (SC) vem ocupando um lugar de destaque no mundo todo, desde que se
observou um aumento no número de casos, a partir dos meados de 1980. Apesar do fato de ser uma doença
perfeitamente prevenível, a SC permanece como um importante problema de saúde pública. O objetivo deste
trabalho foi verificar a incidência de SC em neonatos. A pesquisa foi realizada na Maternidade da Fundação
Santa Casa de Misericórdia do Pará, no período de maio a setembro de 1996. Foram entrevistadas 361 mães e
realizado o exame físico de seus recém-nascidos (RN). Os soros das puérperas e neonatos foram testados
através de três métodos: um não treponêmico, Veneral Disease Research Laboratory (VDRL) e dois
treponêmicos, Fluorescent Treponemal Antibody Absorption (FTA-Abs) e Enzime-Linked Immunosorbent Assay
(ELISA) Imonuglobulina M (IgM) foi dado o diagnóstico de SC em 9,1% dos conceptos: no que diz respeito a
outros fatores relacionados com a doença, encontrou-se que 39,4% dos recém-natos com sífilis, apresentaram
algum sinal sugestivo da infecção; 36,4% das puérparas com sífilis não realizaram pré-natal; 12,1% dessas
puérparas confessaram consumir drogas e a maioria tinha história pregressa de natimortalidade e aborto. A
bissexualidade paterna foi significativamente maior no que diz respeito aos recém-natos com sífilis em
comparação aos sem a moléstia. Investigações mais amplas devem ser realizadas para melhor compreensão
das características epidemiológicas da infecção na Região Amazônica, e para adoção de medidas adequadas
para seu controle e erradicação.

605
CARTÁGENES, Paulo Roberto Brito. Infecção pelo HCV em uma unidade de diálise em Belém –
Pará: desempenho de testes imunoenzimáticos em relação à técnica de Biologia Molecular. 1998. 120 f.
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Medicina Tropical, Núcleo de Medicina Tropical,
Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientador: Ricardo Ishak

RESUMO: Compara o desempenho de quatro kits para detecção do anti-HCV, por enzimaimunoensaio,
frente à detecção do HCV-RNA por meio de reação em cadeia pela polimerase (PCR), em 19 funcionários
(FC) e 66 pacientes, sendo 54 submetidos à hemodiálise (HD) e 12 à diálise peritoneal (DP), em uma unidade
de diálise em Belém, Pará. A pesquisa do anti-HCV foi realizada com kits de 3 gerações do Ortho, Ubi,
BioChem e Abbott. A amplificação e quantificação de HCV-RNA foram realizadas utilizando-se kits do
Roche. A concordância de resultados entre os quatro kits imunoenzimáticos foi de 89,5% entre os
funcionários e 81,8% entre os pacientes. A prevalência do anti-HCV variou de 34,1 a 37,5% entre a
população estudada, e de 42,4 a 47% entre os pacientes. O HCV-RNA foi detectado em 25 (37,9%) dos
pacientes, dos quais 24 eram submetidos à hemodiálise. Não foi detectada infecção pelo HCV entre os
funcionários. Não houve diferença estatística à análise dos índices de sensibilidade, especificidade e valores
preditivos, entre os quatro kits em relação ao PCR, contudo, deixou-se de identificar, na dependência do kit
utilizado, de 12,5 a 20% de indivíduos infectados pelo HCV. Não se observou correlação entre infecção pelo
HCV e aumento nas aminotransferases. Foi possível mostrar correlação estatística entre a infecção pelo HCV
e o tratamento por hemodiálise, tempo de tratamento superior a seis meses de idade dos pacientes superior a
cinqüenta anos. Além disso, houve alta prevalência de portadores do HBV (13%) entre os hemodialisados.

606
FIGUEIREDO, Érika Maria Riebisch de. Adenopatia cervical turbeculosa em crianças: aspectos
epidemiológicos, clínicos e laboratoriais. 1998. 120 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em
Medicina Tropical, Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.
Orientador: Manuel Ayres

RESUMO: A tuberculose constitui um sério problema de saúde pública, sendo o M. tuberculosis o principal
agente da doença no Brasil. Entre as formas extra pulmonares, a ganglionar periférica é uma das mais
387

freqüentes na infância, apesar de pouco estudada. Com o objetivo de avaliar a incidência e conhecer os
aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais da tuberculose ganglionar foram atendidas no ambulatório
do Hospital Ofir Loyola, no período de janeiro de 1995 a dezembro de 1996, 73 crianças entre 0-14 anos, de
ambos os sexos, portadoras de linfadenopatia cervical. A amostra foi dividida em dois grupos: o primeiro
constituído por 61 crianças com adenopatias de outras etiologias e o segundo formado de 12 pacientes com
etiologia tuberculosa. Nesse período, para as adenopatias tuberculosas, a taxa anual de incidência na área
metropolitana de Belém, por 100 mil habitantes, foi de 1,03 e para o grupo de outras etiologias a incidência
foi de 4,27 e 6,15 para os anos de 1995 e 1996, respectivamente. Verificou-se que a maioria das adenopatias
na infância foram inespecíficas (64,4%), entretanto, quando consideradas somente as de etiologia conhecida,
o risco relativo de ser tuberculose foi de 1,17. A análise comparativa entre os dois grupos não revelou
diferença estatisticamente significativa no que tange à faixa etária, sexo, estado nutricional, apresentação
clínica inicial, cadeias ganglionares comprometidas e características dos linfonodos. Em ambos, foi observada
maior incidência em pré-escolares e no sexo masculino. O comprometimento do estado nutricional pode ter
contribuído para o aumento da morbidade em 41,7% dos casos de tuberculose. A presença de massa cervical
constitui a queixa principal nos dois grupos, embora durante o exame tenha sido constatado
comprometimento ganglionar generalizado em 75,1% das crianças com adenopatia tuberculosa. Quanto à
duração dos sintomas, os casos de adenopatia tuberculosa foram atendidos a partir do primeiro mês de
doença e tiveram como manifestação clínica abscesso frio em 25% dos casos. A fonte de infecção foi
identificada em 1/3 dos pacientes. A reação tuberculínica com leitura ≥10mm foi positiva em 63,6% das
crianças tuberculosas. Entre os exames bacteriológicos realizados, a cultura constituiu o elemento
fundamental para o diagnóstico de tuberculose, obtendo-se 100% de positividade nos exames realizados; a
baciloscopia foi de menor importância. O exame histopatológico com lesão granulomatosa compatível com
tuberculose foi observado em 88,9% dos casos. O comprometimento pulmonar associado esteve presente em
27,3% das crianças tuberculosas. A resposta à terapêutica com esquema padronizado pelo Ministério da
Saúde foi satisfatória, não tendo sido observados efeitos colaterais aos medicamentos utilizados.

607
MESQUITA, Francisco Carlos Lopes de. Descrição de outras doenças sexualmente transmissíveis em
pessoas infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana Tipo 1. 1998. 107 f. Dissertação (Mestrado)
– Curso de Mestrado em Medicina Tropical, Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará,
Belém, 1998.
Orientador: Ricardo Ishak

RESUMO: Noventa pacientes soropositivos para o HIV-1 foram estudados, visando-se a descrição de
manifestações clínicas e de marcadores de outras doenças sexualmente transmissíveis, assim como de fatores
demográficos e comportamentais que possam estar relacionados com a infecção pelo HIV-1 e em pacientes
com SIDA/ AIDS. A maioria dos entrevistados (83,3%) foi do sexo masculino, apresentou a média de idade
31,4 anos (variando entre 18 e 60 anos) e a distribuição da renda familiar mensal mostrou que 79,5% tinham
um ganho inferior a cinco salários mínimos. Pelos menos um tipo de droga foi consumido por 51,1%, sendo
que 20,7% usaram drogas não medicamentosa de uso injetável. Destes, 94,4% referiram antecedentes de
doenças sexualmente transmissíveis. A observação dos hábitos sexuais revelou que 41,6% eram bissexuais,
38,2% heterossexuais e 20,2% eram homossexuais. Cerca de 51,1% dos bissexuais usaram drogas injetáveis e
todos referiram a prática de sexo anal e foram positivos para a presença de anticorpos para Chlamydia. A
média de idade da primeira relação sexual com penetração foi de 14,7 anos, enquanto que a média de idade
em que ocorreu a primeira doença sexualmente transmissível foi de 20,6 anos. A quase totalidade (95,5%) dos
entrevistados teve múltiplos parceiros sexuais, antes do conhecimento da soropositividade para o HIV- 1.
Dentre os 90 soropositivos, 73,3% referiram antecedentes de doenças sexualmente transmissíveis. Destes,
82,2% referiram a presença de secreção uretral, de sífilis e de herpes simples. No momento da avaliação,
36,6% (33/90) apresentaram secreção uretral, anal e/ou vaginal, lesão genital, anal, perianal e/ou adenopatia
inguinal, assim discriminado: Secreção (51,1%), vesículas (18,1%), lesão verrucosa (18,1%), Adenopatias
iguinais (18,1%), úlceras (12,1 %) e pápulas (6%). A reação do VDRL foi positiva em 13,7% (11/80), sendo
que neste grupo, 90,9% referiram a prática do sexo anal e 81,8% revelaram antecedentes de DST. Cerca de
388

96,4% (81/84) apresentaram anticorpos para Chlamydia, sendo que 81,8% revelaram a prática do sexo anal e
72,8% relataram antecedentes de DST.

1999

608
MIRANDA, Esther Castello Branco Mello. Carcinoma hepatocelular e as infecções pelos vírus das
hepatites B e C na Amazônia Oriental: estudo clínico-sorológico e de biologia molecular. 1999. 170 f.
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.
Orientadora: Ermelinda do Rosário Moutinho da Cruz

RESUMO: Com o objetivo de contribuir para um melhor conhecimento do eventual envolvimento das
infecções pelos vírus das hepatites B e C, na etiopatogenia do carcinoma hapatocelular (CHC) na Amazônia
Oriental, estudaram-se 36 pacientes internados em três hospitais públicos em Belém (PA), de janeiro de 1992
a março de 1999. Os critérios de inclusão adotados foram: o clínico, associado à imagenologia compatível,
níveis séricos de alfafetoproteína (AFP) acima de 400ng/ml e/ou histopatologia compatível. Foram avaliados
os aspectos clínicos, exames bioquímicos e hematológicos, imagenologia, histopatologia, níveis séricos de
AFP e exames sorológicos das hepatites B e C. A presença dos ácidos nucléicos virais, o HBV-DNA e o
HCV-RNA, foi avaliada a partir da detecção no soro pela reação em cadeia da polimerase. Observou-se um
predomínio do sexo masculino (p<0.01), com reação M/F de 6,2: 1. Média e medianas gerais de idade foram,
respectivamente, 50,8 e 53,0 anos, com amplitude de 6-81 anos. A maioria dos pacientes (52,7%) era
procedente da zona rural, sendo a profissão de lavrador a mais freqüente (p<0,01). Etilismo foi encontrado
em 33,3% dos casos. Dor abdominal e hepatomegalia, presentes em 94,4% dos casos, foram os sintomas e
sinais mais freqüentes. Observou-se a presença de cirrose em 83,3% dos casos, sendo 80% enquadrados nas
classes B e C (child-pugh). Cinqüenta por cento apresentaram complicações durante o diagnóstico, sendo as
mais freqüentes a encefalopatia hepática e a hemorragia digestiva alta, relacionadas à doença hepática crônica
de base. Marcadores sorológicos de infecção pelo HBV e pelo HCV foram encontrados em, respectivamente,
88,9% e 8,3% da casuística. Em 11,1% não se encontrou marcador sorológico. O HbsAg foi encontrado em
58, 3%. Anti-HBc foi encontrado em 86%, estando associado ao anti-HBs em 25%. Entre os HbsAg
positivos: o anti- Hbe foi encontrado em 85%; o antiHBc IgM em 57,1%; e o anti-HD não foi detectado. O
HBV-DNA foi encontrado em 37,7% do total de casos e em 65% dos HbsAG positivos. O HCV-RNA foi
encontrado em 8,5% da amostra estudada e em 100% dos casos anti-HCV positivos. Não foi observada
positividade para o HBV-DNA e para o HCV-RNA em soros de pacientes HbsAG ou anti- HCV negativos.
A AFP esteve acima da normalidade em 88,9% dos casos, estando acima de 400 ng/ml em 75% e em 27,8% a
titulações foi superior a 70.000 ng/ml. A ultrassonografia abdominal mostrou tumores com múltiplos
nódulos em 63,9% e, nódulo único em 36,1% dos casos. O tipo histológico predominante foi carcinoma bem
diferenciado do tipo trabecular (p<0,05). Os casos HbsAg positivos apresentaram menor média de idade e
níveis de AFP mais elevados (p<0,01). A maioria dos pacientes se encontrava em fase avançada de doenças
com uma taxa de óbito durante o diagnóstico de 38,9%. Conclui-se que, na Amazônia Oriental, a infecção
pelo HBV parece exercer importância na etiologia do CHC, ressaltando-se a necessidade de incrementação de
medidas preventivas, como vacinação e programa de detecção precoce do tumor em populações de risco. São
necessários estudos adicionais controlados ou direcionados, para os possíveis co-fatores de importância na
região, o que pode contribuir para um melhor entendimento dos mecanismos envolvidos na
hepatocarcinogênese.
389

609
OLIVEIRA, Consuelo Silva de. Eficácia clínica da vacina tetravalente (RRV – TV) contra rotavírus em
Belém, Pará. 1999. 122 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Medicina Tropical, Núcleo de
Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará, Belém, 1999.
Orientador: Nildo Alves Batista

RESUMO: Acumula-se evidências presentemente, indicando que o efetivo controle das gastroenterites por
rotavírus só poderá ser alcançado com o advento de um imunizante eficaz para uso nos primeiros meses de
vida. Com o objetivo de avaliar a eficácia da vacina geneticamente rearranjada, rhesus-humana, tetravalente
(RRV-TV, 4x104 pfu/dose) frente aos parâmetros clínicos mais relevantes das gastroenterites por rotavírus,
procedeu-se ao reexame de 91 episódios diarréicos em crianças no âmbito de uma investigação prévia
conduzida em Belém, Pará, Brasil. As informações para o estudo foram obtidas a partir de dados contidos em
fichas utilizadas na rotina de vigilância dos episódios diarréicos, bem como daqueles com registro clínico
diário enquanto persistisse a diarréia. A eficácia relativa foi especificamente avaliada frente aos seguintes
indicadores clínicos de gravidade: a) duração da diarréia; b) número máximo de evacuações
líquidas/semilíquidas por dia; c) duração dos vômitos; d) número máximo de vômitos/24h; e) febre
(temperatura retal); f) desidratação; e g) necessidade de tratamento. A gravidade clínica global das
gastroenterites por rotavírus foi determinada por um sistema de escores (somatória máxima de 20 pontos)
que permitiu classificar os episódios diarréicos em: leves (0-8), moderados a severos (9-14) e muito graves
(>14). Uma significativa (p<0,05) proteção conferida pela RRV-TV foi observada em cinco das sete
condições clínicas avaliadas, quais sejam: a) duração da diarréia (episódios puros, eficácia de 52%); b) número
máximo de evacuações líquidas/semilíquidas por dia (todos os episódios, 42% e os puros, 53%); c) número
máximo de vômitos (todos, 56% e os puros, 62%); d) desidratação (todos, 42% e os puros, 48%); e e)
necessidade de reidratação (todos, 42% e os puros, 46%). Elevados índices de proteção foram obtidos frente
aos episódios associados ao sorotipo G2, durante o segundo ano de acompanhamento, se considerados o
número máximo e a duração dos vômitos: 90% e 100% respectivamente. Ainda em relação ao tipo G2, a
eficácia cumulativa foi de 100% contra os episódios com escore clínico >14. Taxas similares de eficácia frente
às infecções mistas (35%) e puras (37%) foram registradas nos dois anos de estudo. Embora não se tenha
registrado proteção quanto aos casos leves (escores de 0 a 8), a RRV-TV foi 75% (p=0,02) eficaz contra os
episódios mais graves de gastroenterites por rotavírus; houve tendência à proteção contra todos os quadros
diarréicos e os puros, com escores clínicos de 9 a 14: 44% (p=0,06) e 45% (p=0,08), respectivamente. Os
resultados do estudo sustentam o conceito vigente de que a RRV-TV parece proteger seletivamente contra os
quadros diarréicos revestidos de maior gravidade clínica.

2000

610
BARROS, Vera Lúcia Reis Souza de. Arbovírus Morumbi (Phlebovirus: Bunyaviridae) – estudo
histopatológico e imuno-histoquímico do fígado na infecção experimental em camudongos:
comparação entre as vias cerebral, intraperitoneal e subcutânea. 2000. 113 f. Dissertação (Mestrado) – Curso
de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém,
2000.
Orientador: Venâncio A. Ferreira Alves
Co-orientadora: Amélia P. A. Travassos da Rosa

RESUMO: O vírus Morumbi é membro do sorogrupo Phlebotomus fever (família Bunyaviridae: gênero Phlebovirus)
nativo da Região Amazônica. Seu vetor é desconhecido, mas supõem-se ser transmitido por flebotomíneos.
Foi isolado em 1988 de ser humano apresentando quadro febril agudo. Este arbovírus, quando inoculado em
camundongo por via cerebral, demonstrou viscerotropismo, induzindo inclusive lesões no fígado do animal
inoculado. Com os objetivos de: i) estabelecer as características anátomo-patológicas e imuno-histoquímicas
390

em fígado de camundongos albinos Swiss recém-nascidos experimentalmente infectados pelo vírus Morumbi;
ii) verificar se o vírus apresenta hepatotropismo diferenciado na dependência de inoculação pelas vias
cerebral, peritoneal ou subcutânea; iii) caracterizar detalhadamente os padrões anátomo-patológicos
seqüenciais no fígado; iv) demonstrar a localização do antígeno viral no tecido hepático ao longo da infecção
experimental; v) estudar possíveis inter-relações entre os achados anátomo-patológicos e os imuno-
histoquímicos. Foram estudados experimentalmente 71 camundongos Swíss recém-nascidos (dois e três dias),
distribuídos ao final do experimento como segue: 21 animais inoculados por via intracerebral (IC), 21 por via
intraperitoneal (IP) e 29 animais inoculados por via subcutânea (SC). Utilizou-se a dose infectante 5,0DL
50/0,02ml de suspensão de vírus. Outros trinta animais que não receberam inóculos foram utilizados como
grupo controle. Subgrupos de oito animais (seis inoculados e dois do grupo controle) foram sacrificados
diariamente a intervalos de 24 em 24 horas, até 96 horas para os grupos IC e IP e até 120 horas para o grupo
SC. Fragmentos de fígado de todos os animais foram fixados em solução de formalina neutra a 10%,
incluídos em parafina, de onde foram obtidos cortes de 5 μm que foram corados pela técnica de
hematoxilina-eosina para análise morfológica e, cortes adicionais, foram submetidos à técnica de imuno-
histoquímica (Sistema Envision, DAKO, USA), utilizando a fosfatase alcalina e soro hiperimune do vírus
Morumbi preparado em camundongos jovens, para detecção de antígeno viral. Foram estudados seis
parâmetros de lesão em áreas portais e nove outros nos lóbulos, que foram semiquantificados numa escala
que variou de zero (0) a três cruzes (+++), onde zero significou ausência de lesão e três cruzes lesão intensa.
À microscopia óptica ficou evidente que o vírus Morumbi inoculado em camundongos por três diferentes
vias induz lesões em áreas portais e lobulares, caracterizando uma hepatite aguda com presença de
corpúsculos acidófilos, semelhantes aos corpúsculos de Councilman – Rocha Lima, de distribuição irregular
nos lóbulos, cujo aparecimento foi observado 24 horas pós-inoculação (p.i.) e atingiu o máximo de
intensidade às 72 horas p.i. em animais inoculados por via IP. O exame imuno-histoquímico mostrou
presença leve de antígeno viral a partir de 24 horas p.i. no grupo IC e a partir de 48 horas p.i. nos grupos IP e
SC, havendo certo paralelismo em relação à intensidade de lesão morfológica, tendo-se observado o máximo
de detecção de antígeno viral em animais inoculados por via IP e sacrificados às 72 horas p.i. A distribuição
geral de antígeno foi observada especificamente nos lóbulos hepáticos, no citoplasma de hepatócitos íntegros
e necrosados e no interior de células de Kupffer, não havendo preferência por nenhuma das três zonas do
lóbulo. Concluiu-se que: i) o modelo de infecção experimental em camundongos foi excelente para o estudo
das lesões causadas pelo vírus Morumbi, podendo ser selecionada a via IP como referencial; ii) em todas as
vias utilizadas (IP, IC e SC) se confirmou a infecção pelo vírus Morumbi com marcante detecção de seu
antígeno, no tecido hepático de camundongos Swiss; iii) a presença de antígeno do vírus Morumbi no fígado
desses camundongos associou-se ao aparecimento de hepatite aguda, com necrose focal; iv) hepatite intensa
pôde ser observada em fígado de camundongos sacrificados 72 h p.i. com o vírus Morumbi por via IP, o que
não foi verificado com as outras duas vias; v) a hepatite aguda mostrou-se limitada, neste experimento,
tendendo a desaparecer na maioria dos camundongos inoculados, com avançar das horas; vi) colestase não foi
alteração freqüente na hepatite experimental pelo vírus Morumbi, quando inoculada por via IC, IP e SC; vii) o
antígeno do vírus Morumbi teve predominância pela localização intracitoplasmática, padrão granular, nos
hepatócitos e células de Kupffer; viii) antígeno viral foi detectado em fragmento hepático de animais
experimentalmente inoculados com o vírus Morumbi, a partir das 24 horas via IC e a partir de 48 horas nas
vias IP e SC.

611
BRÍGIDO, Helena Andrade Zeferino. Prevalência de anticorpos para HTLV em indivíduos atendidos
em um centro de diagnóstico para Anti-HIV. 2000. 70 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2000.
Orientador: Manoel Barbosa de Rezende

RESUMO: As pesquisas relativas às infecções pelos vírus HTLV I e II têm crescido nos últimos anos, com o
advento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, por também ser causada por um retrovírus. E, ainda, e
caso de co-infecção, a AIDS tem maior precocidade em seu desenvolvimento com modificações, inclusive
dos parâmetros de acompanhamento e início de terapêutica antiretroviral. Devido a isto, foi feito um estudo
com o objetivo de determinar a soroprevalência de Anti-HTLV I e II na comunidade que procura um Centro
391

de Testagem de Anti-HIV. Foram obtidas amostras sangüíneas de 588 usuários da Unidade de Referência
Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitárias (URE-DIPE), além de 292 usuários do Instituto
Evandro Chagas (IEC) e 295 doadores de sangue do Centro Hemoterápico do Pará (HEMOPA). Foram
utilizados os métodos de ELISA em duplicata e Western Blot. Na URE-DIPE, o heterossexual foi a categoria
de exposição predominante na procura de testagem Anti-HIV, em ambos os sexos, com 499 pessoas (84,9
%), entretanto, após análise dos resultados de Anti-HTLV, não houve diferença significante nas amostras
seoropositivas de indivíduos heterossexuais comparando com os homossexuais, demonstrando que a
vulnerabilidade está presente independente da opção sexual. A soropositividade foi constatada em 7 usuários
(1,2 %), com detecção exclusiva do Anti-HTLV I. A co-infecção HTLV/HIV ocorreu em 3 casos,
correspondentdo a 0,5 % do total estudado. No IEC, a soropositividade foi encontrada em 2 casos (0,7 %) de
Anti-HTLV I e II. Comparando.

612
DOMINGUES, Jenifer. Determinação de mercúrio total em cabelo e sua relação com o
desenvolvimento psicomotor de crianças, na comunidade de Barreiras, Pará .2000. 90 f. Dissertação
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal
do Pará, Belém, 2000.
Orientador: José Luiz Fernandes Vieira

RESUMO: O mercúrio é um elemento mineral metálico sem função fisiológica no organismo humano, sendo
tóxico aos seres vivos em geral, nas suas diferentes formas físico-químicas (composto inorgânico e orgânico)
podendo levar a diferentes efeitos tóxicos orgânicos. Em especial na Amazônia, “pulmão do mundo” o
desajuste ecológico tem feito vítimas silenciosas. Vários são os fatores como o crescente desmatamento, as
inundações das florestas por hidroelétricas, que levam a um aumento da quantidade de mercúrio no ambiente,
nos animais e no homem, e o maior e mais importante de todos os fatores a exploração mineral aurífera,
descontrolada, que entre 1980 a 1988 foi responsável por mais de 80% da produção total de ouro do País,
utilizando para cada grama extraída de ouro 1 a 5 gramas de mercúrio. Vários estudos mostram que a queima
do amalgama é extremamente tóxica a curto e a longo prazo, aos trabalhadores locais, levando à alterações
nos pulmões, SNC, rins, testículos, olhos, pele e mucosas.

2001

613
CORRÊA, Maria do Perpétuo Socorro Costa. Neurocriptococose pediátrica no Estado do Pará: espectro
de achados tomográficos na infecção por Cryptococcus neoformans var. gattii. 2001. 84 f. Dissertação (Mestrado) –
Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2001.
Orientador: Luiz Carlos Severo

RESUMO: Mostra-se o espectro de lesões cerebrais, através de tomografia computadorizada, na


neurocriptococose da infância, por Cryptococcus neoformans var. gattii, no Estado do Pará. Analisamos os
achados tomográficos de onze crianças (menores de 13 anos de idade), com infecção comprovada do sistema
nervoso central por Cryptococcus neoformans var. gattii, internados no Hospital Universitário João de Barros
Barreto, Belém PA, entre janeiro de 1992 a dezembro de 2000. A neurocriptococose foi definida pela
identificação de leveduras encapsuladas ao exame microscópico, isolamento de Cryptococcus neoformans do
líquor e identificação positiva da variedade gattii, através do meio composto de Canavanina, glicina e azul-de-
bromotimol com, pelo menos, o estudo tomográfico no momento do diagnóstico. A idade das crianças
estudadas variou entre 6 a 12 anos, com média de 8,8 anos. Cinco eram meninos e seis meninas. Os principais
achados clínicos foram cefaléia, febre e rigidez de nuca (n=11), náuseas e vômitos (n=10). O tempo médio
entre o início dos sintomas e o diagnóstico foi de 4,2 semanas (variando de 2 a 8 semanas). Todas as
392

tomografias de crânio foram anormais. Em todos os pacientes foram observados nódulos hipodensos. As
demais anormalidades tomográficas observadas foram: 6 pacientes com hidrocefalia, 9 com atrofia difusa e 5
com associação de hidrocefalia e atrofia difusa. Descreve-se, pela primeira vez, achados tomográficos em série
de casos de neurocriptococose por Cryptococcus neoformans var. gattii em crianças imunocompetentes. Este
estudo mostra que esta infecção desenvolve múltiplos nódulos hipodensos, especialmente na região dos
gânglios da base e na substância branca cerebral. As lesões, aparentemente progridem para importante atrofia
da substância branca, com dilatação ventricular e proeminência de sulcos cerebrais, provavelmente,
conseqüência de hidrocefalia compensatória. Em geral, estes pacientes apresentaram alterações leves do
córtex cerebral.

614
ESTEVES, Paulo Sérgio Cardoso. Correlação clínico laboratorial na amebíase intestinal. 2001. 70 f.
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2001.
Orientador: Ricardo Ishak

RESUMO: O diagnóstico clínico da amebíase intestinal continua sendo meramente presuntivo, o diagnóstico
de certeza depende sempre de confirmação laboratorial. Com o objetivo de correlacionar os achados clínicos
com a pesquisa do coproantígeno GIAP de Entemoaba histolytica, por teste imunoenzimático, foram estudados
105 pacientes de ambos os sexos, com idade entre 13 e 60 anos, provenientes de demanda passiva do serviço
ambulatorial de clínica médica da Polícia Militar. A prevalência da amebíase intestinal encontrada por
coproacopia foi de 13,33% (14/105) e por ELISA 24,76% (28/105). Houve diferença estatisticamente
significativa na prevalência desta protozoose quando os métodos foram comparados (p < 0,05 – McNemar)
entre os enteroparasitas, detectados por métodos coproscópicos de rotina destacaram-se: Endolimax nana com
61,90% (65/105), Blastocytis hominis 28,57% (30/105), Entamoeba. Coli 18,10% e Giardia lamblia em
5,71(06/105). Entre os helmintos, os mais prevalentes foram o Trichiuris com 4, 78 (5/105) e de Ascaris
lumbricoides em 3,81% (4/105). A prevalência desses parasitoses na população estudada foi compatível com a
casuística regional. No estudo da sintomatologia dos pacientes com Teste de ELISA positivo, 73,08%(19/26)
relataram um ou mais sintomas sugestivos de amebíase intestinal, observando-se cólicas intestinais em
46,15% (12/26), diarréia sem elementos anormais em 42,31% (11/26), tenesmo em 3,85% (1/26) e
constipação intestinal em 11,54% (3/26). A presença desses sintomas quando comparada com os casos
clinicamente idênticos, porém com teste de ELISA negativo, não apresentaram significância estatística (p >
0,05 – McNemar). Quando a diarréia mucosanguinolenta, esta foi referida por 4,76% (5/105) do total
estudado, porém a associação com o teste ELISA positivo foi constatada em 3,84% (1/26) dos pacientes
revelando-se estatisticamente significativa quando comparada com os pacientes com teste ELISA negativo.
Os resultados deste estudo demonstraram as dificuldades da correlação clínico-laboratorial na amebíase
intestinal, devido à inespecificidade de apresentação das síndromes clínicas e sua amplitude de diagnósticos
diferenciais, aliados as possibilidades de equívocos que os métodos diagnósticos usualmente empregados
podem fornecer. Recomenda-se a inclusão do teste de ELISA no diagnóstico da amebíase intestinal como
recurso indispensável na clínica, embora ele não dispense o exame coproparasitológico, por ser capaz de
identificar somente um patógeno. A E. histolytica.

2002

615
CANIZARES, Vivian Susi de Assis. Situação vacinal de crianças atendidas em uma unidade de saúde
na cidade de Porto Velho. 2002. 73 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais,
Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientador: Cláudio Sérgio Carvalho de Amorim
393

RESUMO: Analisa a situação vacinal de 173 crianças de 0 a 2 anos de idade atendidas na Policlínica Hamilton
Raulino Gondin situada num bairro periférico da cidade de Porto Velho, Rondônia. Os dados foram colhidos
de maio a setembro de 2001 e obtidos por meio de entrevistas realizadas com o acompanhante da criança
mediante a aplicação de formulário padronizado. Por meio deste instrumento foram analisadas as carteiras de
vacina das crianças, tendo como critério o aprazamento das doses e colhidas informações referentes aos
aspectos socioeconômicos e culturais da família onde a criança está inserida. Os resultados mostraram que os
maiores percentuais de atrasos encontrados foram 6,4% para a vacina contra a febre amarela e 5,8% para as
vacinas contra sarampo (1ª e 2ª dose) e contra o Haemophilus influenza tipo b-Hib 3ª dose. Dentre os motivos
de atrasos vacinais pesquisados o de maior relevância foi a falta de informação da mãe ou responsáveis.
Estudando os fatores socioeconômicos e culturais da família das crianças da amostra, evidenciou-se
predominância de mães jovens, com idade entre 19 e 25 anos. Em relação ao grau de escolaridade do
acompanhante das crianças, detectamos o percentual de 63,0% para o I grau incompleto. Analisando a renda
das famílias das crianças do estudo observou-se que 29,5% vivem com rendimento compreendidos entre 1 e
2 salários mínimos.

616
CARDOSO, Maria do Socorro Oliveira. Avaliação clínica em doadores de sangue portadores dos vírus
linfotrópicos de células T de humanos. 2002. 82 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientador: José Alexandre Rodrigues de Lemos

RESUMO: Os vírus linfotrópicos de células T humanas do tipo I e II (HTLV-I/II) são retrovírus que podem
ser transmitidos por transfusão de sangue. Estes vírus estão associados com Paraparesia Espástica Tropical
(PET), leucemia/linfoma de células T do adulto (L/LTA) e outras doenças sistêmicas imunomediadas. O
presente estudo teve como objetivo investigar sinais clínicos de patologias associadas a esses vírus para
utilizar na triagem clinica de candidatos à doação de sangue. Usou procedimentos padronizados para
avaliação clínica de 30 doadores de sangue soropositivos para HTLV-I/II, confirmados pela técnica de
Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), matriculados no ambulatório do Núcleo de Medicina Tropical da
UFPA. Paralelamente, por meio de interrogatório clínico complementar, estudou-se grupo controle com 40
candidatos à doação de sangue escolhidos aleatoriamente, que tiveram resultados sorológicos negativos. Dos
30 pacientes examinados, verificou-se que 23 eram portadores de HTLV-I e 07 HTLV-II. Na avaliação
clínica, 15 pacientes (50%) não referiram queixas, sendo que 12 pacientes com queixas exclusivamente
neurológicas. Observou 05 pacientes com formigamentos; 05 com diminuição da força muscular; 04 com
constipação intestinal; 02 com parestesia; 02 com nódulos subcutâneos; 01 com incontinência urinária; 01
com visão borrada; 01 com diminuição da libido. No grupo controle, 05 candidatos (12,5%) referiram
queixas. Os resultados indicam que diminuição da força muscular e formigamento devem ser questionados na
triagem clínica prévia à doação de sangue para reduzir risco de infecção transfusional.

617
CESAR, Kátia Lamarão Vieira. Análise higiênico-sanitária da carne do caranguejo-uça, comercializada
em dois municípios litorâneos do Estado do Pará. 2002. 81 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de
Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientador: Manoel Barbosa de Rezende

RESUMO: Entre os produtos de origem animal, o caranguejo é tido como um dos alimentos mais
susceptíveis ao processo de deterioração devido à sua composição química específica, atividades de enzimas
autolíticas e ao pH próximo da neutralidade. Além destes fatores intrínsecos relacionados ao crustáceo, o
processo de extração de suas “carnes” é realizado, na grande maioria das vezes, em condição higiênico-
sanitária insatisfatória, ocasionando, assim, um alto teor de contaminação destas. Com objetivo de analisar a
qualidade microbiológica, microscópica e parasitológica da carne de caranguejo comercializada em dois
municípios do Pará (São Caetano de Odivelas e Bragança), foram pesquisadas 30 amostras da carne
adquiridas dos catadores, nos seus pontos de catação. Na análise microbiológica, observou-se presença, em
394

níveis elevados, de coliformes fecais e S. aureus, em ambos os municípios, entretanto a Salmonella (S. panamá
sorogrupo D) foi detectada somente em Bragança/Vila de Caratateua. Ressalta-se que grande parte dos
pontos de catação apresentou suas amostras fora dos padrões legais vigentes na atual legislação brasileira. A
análise microscópica revelou constante presença de sujidades (fragmentos e lascas de pau, semente, fibra e
lascas de origem vegetal, pelo humano, excremento e larva de inseto). Contudo, a análise parasitológica foi
negativa para a detecção de cistos de protozoários (E. histolytica/E. díspar e G. lamblia). Os resultados revelam
a precariedade das condições higiênico-sanitárias das amostras pesquisadas, indicando desta forma a
necessidade de ser criado, por parte das autoridades competentes, um registro do Ministério da Agricultura e
Secretaria da Agricultura do Estado, para que o beneficiamento e a comercialização deste produto sejam
feitos de acordo com as normas sanitária brasileira e estadual.

618
CÉZAR, Marinês Rodrigues dos Santos Avaliação da exposição ao mercúrio e seus compostos em mães
e seus recém-nascidos em Porto Velho. 2002. 78 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientadora: Marúcia Irena Medeiros de Amorim

RESUMO: Estudou-se 103 binômios mãe-filho nascidos em hospitais da cidade de Porto Velho-RO, durante
os meses de novembro/2000 até fevereiro/2001. Foram analisadas amostras de cabelo da mãe e do recém-
nascido, sangue materno, placenta e cordão umbilical. As coletas das amostras foram realizadas no momento
do parto. Aplicou-se questionário à mãe onde se registrou informações relevantes para o risco de
contaminação mercurial e/ou malformações. Os produtos da gestação que apresentaram mal formação foram
incluídos no estudo. A medida da exposição ao metilmercúrio foi feita utilizando os biomarcadores coletados
e realização de técnicas através de método de espectofotometria de absorção atômica pelo vapor frio.
Utilizou-se o fator prático de conversão total em mercúrio que é de 0,90 a 0,92. Após análise e estudo
estatístico as principais conclusões foram: o consumo de bebida alcoólica durante a gravidez, dentre outras
variáveis, não influenciou no aparecimento de malformações, especialmente os Defeitos de Tubo Neural
(DTN) a maioria das malformações encontradas foi DNT (66,6%) que foram significantemente
correlacionadas com os níveis de mercúrio total no cabelo do recém-nascido; os níveis de mercúrio total, na
placenta e no cordão umbilical, foram equivalentes.

619
JESUS, Maria do Socorro Bandeira de. Diagnóstico de enteroparasitoses em uma comunidade rural de
Mirante da Serra, Rondônia, Brasil. 2002. 83 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças
Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientadora: Marinete Marins Póvoa

RESUMO: As enteroparasitoses estão entre as infecções mais comuns no homem, apresentando-se com
maior intensidade em países subdesenvolvidos por estarem diretamente relacionadas às condições higiênico-
sanitárias. Este estudo tem por objetivo investigar a presença de enteroparasitoses causadores de doença ao
homem, em uma comunidade do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra (MST) no Estado de
Rondônia. No acampamento Pe. Ezequiel, Município de Mirante da Serra, RO, foram utilizados os métodos
direto e de sedimentação espontânea em água para detecção e identificação das formas parasitárias de
protozoários e helmintos em material fecal de residentes do mesmo e o teste de ELISA (Ensaio
imunoenzimático) para detecção de coproantígeno específico, anti-GIAP (proteína de aderência inibidora da
galactose, de Entamoeba histolytica (Techlab. Blacksburg, VA, USA). Foram examinados 313 amostras fecais
pelo teste coproscópicos e 186 pelo Teste de ELISA. A prevalência encontrada foi de 33,5% sendo a E.
histolytica, Giardia lamblia e os ancilostomídeos os parasitas patogênicos mais freqüentes. Não foram
encontradas diferenças significativas entre parasitismo e idade, mas entre agente causador da infecção e sexo
houve significância entre E. histolytica e sexo feminino. Não foi possível determinar fator(es) de risco
relacionado(s) às infecções. Quanto ao resultado do ELISA, foi detectado um número maior de amebíase
intestinal por este método do que por coproscopia. Considerando ser o acampamento uma área rural sem
395

infra-estrutura ideal, o baixo parasitismo encontrado foi surpreendente. Todavia, a estrutura alternativa do
local somado à organização social do grupo, consciência comunitária e formação básica em saúde constitui
fatores preponderantes para a prevenção e/ou controle das enteroparasitoses.

620
LACERDA, Dailton Alencar Lucas de. Prevenção de incapacidades físicas causadas pela hanseníase
na 1ª Região de Saúde, Ji-Paraná, Rondônia. 2002. 69 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientadora: Marinete Marins Póvoa

RESUMO: A hanseníase, doença endêmica no Brasil, de caráter crônico, que afeta principalmente o
tegumento cutâneo e os nervos periféricos. Também pode afetar a bucofaringe. Este trabalho objetivou
realizar estudo sobre a Prevenção de Incapacidades (PI) em Hanseníase, na Primeira Região de Saúde de
Rondônia, no Programa para Eliminação e Controle da Hanseníase com sede no município de Ji-Paraná, que
envolve o atendimento sistemático aos portadores de Hanseníase de 16 municípios circunvizinhos. Utilizou-
se como instrumento de coleta um levantamento de dados nos mapas de controle e relatórios da 1ª Região de
Saúde de todos os indivíduos atendidos no programa no período de 2000 e 2001, considerando-se faixa etária,
sexo, forma clínica e grau de incapacidade. Foram estudados 331 indivíduos, na faixa etária de 10 a 84 anos de
ambos os sexos. Numa etapa posterior, foi analisado o cruzamento dos dados acima mencionados com
outros estudos feitos a respeito do assunto. Baseado nos resultados encontrados e discutidos ficou
evidenciado a importância do diagnóstico precoce, do tratamento imediato pelo uso da poliquimioterapia e da
prevenção de incapacidades como meio de estacionar ou regredir lesões advindas do acometimento dos
nervos periféricos e pele, encontrados em algumas formas da hanseníase, principalmente, na Tuberculóide e
Dimorfa, que são as de maior freqüência na área estudada.

621
MARQUES, Rejane Corrêa. Avaliação da exposição ao mercúrio e seus compostos sobre o
desenvolvimento neuropsicomotor em crianças de Porto Velho. 2002. 100 f. Dissertação (Mestrado) –
Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2002.
Orientadora: Marúcia Irena Medeiros de Amorim

RESUMO: Estudaram-se 100 binômios mãe-fillho para verificação dos níveis de mercúrio total ao
nascimento e o curso da exposição pós-natal sobre o desenvolvimento e crescimento de lactentes durante o
primeiro semestre de vida, na cidade de Porto Velho. Para avaliação da exposição pré-natal, verificaram-se os
níveis de mercúrio total ao nascimento, em amostras de cabelo da mãe e recém-nascidos, placenta, cordão
umbilical e sangue materno. Os recém-nascidos foram submetidos a exame clínico e físico de rotina. As mães
responderam um questionário com informações relevantes na busca de fatores de risco para a acumulação
mercurial ou que poderiam afetar o desenvolvimento neuropsicomotor na semana em que completavam seis
meses de idade. O teste de Gesell foi o instrumento utilizado para avaliação do desenvolvimento
neuropsicomotor. Também foi coletada uma nova amostra de cabelo da criança para verificação dos níveis de
mercúrio total aos seis meses de idade. Todos os dados foram analisados, comparados e submetidos a
tratamento estatístico. Das vinte e três crianças (26%) que apresentaram atraso no desenvolvimento
neuropsicomotor, 11 eram do sexo masculino e 12 eram do sexo feminino. Estas alterações foram
correlacionadas com os níveis de mercúrio total no cabelo da criança ao nascer e aos seis meses de vida.
Também foram encontradas correlações estatisticamente significantes entre o perímetro cefálico e os níveis
de mercúrio total nas diversas amostras estudadas.
396

622
MOREIRA, Lucinda Maria Dutra de Souza. Prevalência de anticorpos anti-vírus da hepatite A em
escolares no Município de Porto Velho, Rondônia. 2002. 64 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de
Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientador: Cláudio Sérgio Carvalho de Amorim

RESUMO: A avaliação da prevalência de anticorpos contra o vírus da Hepatite A foi realizada no período de
setembro a dezembro de 2000, em 185 escolares de níveis socioeconômico distintos, na faixa etária entre seis
e quinze anos, em duas escolas no município de Porto Velho, Rondônia, utilizando teste imunoenzimático
comercial (DiaSorin) para detecção de anticorpos anti-VHA Totais e IgM. Foram avaliados 90 escolares de
nível socioeconômico médio e alto, procedentes de Escola Privada, e 95 de baixo nível socioeconômico, de
Escola Pública. Dos 90 escolares da Escola Privada, 45 (50%) apresentaram positividade ao teste para
detecção de anticorpos anti-VHA Totais e deste, 4 (8,9%) foram soropositivos ao anti-VHA IgM, enquanto
na Escola Pública, dos 95 estudantes, 90 (94,7%) apresentaram anticorpos anti-VHA Totais e destes, apenas 1
(1,1%) apresentou anticorpos anti-VHA IgM (p< 0,05). As faixas etárias entre 12 e 14 anos na Escola
Privada, e 8 e 10 anos na Escola Pública, apresentaram maior prevalência de anticorpos anti-VHA. Não
houve diferença significativa de prevalência de anti-VHA entre os sexos, nos dois grupos estudados (p>0,05).
Fatores como renda familiar, destino dos dejetos domiciliares e qualidade de água consumida também foram
estudados e relacionados à prevalência de anti-VHA, apresentando diferenças significativas entre os grupos.
Os resultados deste estudo mostraram que a HVA é endêmica na região, e que, medidas, como melhoria nas
condições sanitárias do município, são necessárias para diminuir a propagação do VHA na população.

623
NEVES, José Joaquim de Oliveira. Malária no Pará: estudo do quadro clínico e laboratorial nas infecções
causadas pelo Plasmodium vivax, na atualidade. 2002. 102 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientador: José Maria de Souza

RESUMO: A malária é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o maior problema de
Saúde Pública na atualidade e os estudos produzidos mais recentemente apontam para algumas mudanças em
termos clínicos e padrões laboratoriais. Com o objetivo de detectar essas mudanças, foram estudadas as
manifestações clínicas e laboratoriais da infecção malárica causada pelo Plasmodium vivax. O estudo
caracterizou-se por ser longitudinal e prospectivo, tendo sido realizado no Instituto Evandro Chagas (IEC),
na cidade de Belém, no período de novembro de 2001 a junho de 2002. A metodologia utilizada constou de
diagnóstico pelo exame da gota espessa e por acompanhamento clínico e laboratorial de pacientes portadores
de malária por P. vivax, durante todo o tratamento. Foram avaliados 127 pacientes nos aspectos
epidemiológico, clínico e laboratorial, incluindo sexo, cor, profissão, procedência da infecção, período de
incubação e persistência de cefaléia, calafrios e febre, além de outros sintomas ao final do tratamento. A
avaliação laboratorial inclui densidade parasitária e exames relacionados à coagulação sanguínea, além de
hemograma completo, aminotransferases, bilirrubinas, fosfatase alcalina, uréia e creatinina séricas. Dados do
presente estudo demonstram uma ocorrência maior de casos entre estudantes e donas de casa como o perfil
epidemiológico relacionado ao tipo de ocupação dos doentes portadores de malária atendidos em área
urbana. O presente ensaio corrobora estudos anteriores relativos à ação esquizonticida da cloroquina em um
tempo médio de 48 a 72 horas e revela significativa plaquetopenia até hoje não muito estudada em malária
por P. vivax, e apesar deste achado, as provas de coagulação sangüíneas não mostraram alterações
significantes. A palidez cutâneo-mucosa em D7 foi observada em 124 dos 127 pacientes estudados, embora
este dado não tenha obrigatoriamente correlação com o achado de anemia.
397

624
PARDAL, Pedro Pereira de Oliveira. Aspectos clínicos e epidemiológicos dos acidentes por arraias nos
Distritos de Mosqueiro e Outeiro, Belém-Pará-Brasil. 2002. 82 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de
Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientador: Manoel Barbosa de Rezende

RESUMO: As águas da Baía de Marajó tornam-se doce nos meses de maior precipitação pluviométrica e
salobra no outro período, o que torna possível o encontro de arraias da família Potamotrygonidae e exemplares
de águas marítimas, as quais são providas de ferrões pontiagudos e retrosserilhados que, ao penetrarem nas
vítimas, danificam o tegumento que recobre as células glandulares de veneno, expondo os tecidos a toxina,
levando ao aparecimento de manifestações clínicas. Empregou-se um modelo observacional e descritivo da
prevalência para avaliar os aspectos clínicos e epidemiológicos de 116 acidentes por arraias, ocorridos nos
Distritos de Mosqueiro e Outeiro, Belém-Pará, no período de julho de 1999 a agosto de 2001. Estes
ocorreram, principalmente, em Mosqueiro (80,2%) com maior freqüência no sexo masculino (63,8%), no
grupo etário dos adolescentes e de adultos (38,8% e 50,0%), respectivamente, no mês de julho (37,9%). Em
todas as marés houve vítimas, porém, com menor freqüência na preamar (4,3%). A maioria dos acidentes
ocorreu no fundo do rio com areia (49,1%) e no período vespertino (62,1%), as arraias mais capturadas nas
praias de Mosqueiro foram da família Potamotrygomidae. As vítimas socorridas na primeira hora em 79,3% dos
casos, sendo o membro inferior a região mais atingida em 84,5%, particularmente o pé (75,0%). Todos os
pacientes apresentaram manifestações clínicas locais, com dor em 99,1% e cianose em 42,2% dos casos. Os
sintomas sistêmicos estiveram presentes em 14,6%, sendo a tontura (6,0%) e a sudorese (5,2%) os mais
encontrados. A pressão arterial acima do normal presente em 6,0%, e a taquicardia em 9,5%. O debridamento
foi o manejo cirúrgico mais utilizado (94,5%). Retornaram para reavaliação somente 18,1% dos pacientes, dos
quais, 33,3% evoluíram com necrose e 28,6% com infecção local. Não houve significância estatística na
correlação entre evolução clínica, os tratamentos instituídos e o tempo entre o acidente e o início do
atendimento médico. Conclui-se que os acidentes por arraias são um importante agravo de saúde para a
população que apesar das complicações locais, as vítimas não apresentam quadro grave. O período das águas
salobras parece que influencia no aumento de casos.

625
PAULA, Soraya Nedeff de. Diarréia aguda: avaliação dos sinais de alarme na estratégia da atenção integrada
às doenças prevalentes na infância. 2002. 54f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças
Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2002.
Orientador: Cláudio Sérgio Carvalho de Amorim

RESUMO: A estratégia de Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI) consiste em


reduzir a mortalidade e morbidade infantil mediante a adaptação de um enfoque que inclui melhorar os
sistemas de saúde, a capacidade dos trabalhadores de saúde, e as práticas familiares e comunitárias, por meio
de educação dos pais ou responsáveis sobre o conhecimento dos sinais de alarme na doença diarréica. Com o
objetivo de avaliar o conhecimento das mães ou responsáveis sobre os sinais de alarme na diarréia aguda,
foram coletadas informações de 174 mães ou responsáveis por crianças menores de cinco anos com diarréia
aguda no Hospital Infantil Cosme e Damião de Porto Velho-Rondônia, no período de março a maio de 2001,
utilizando-se o formulário padrão do AIDPI. Os resultados mostraram que 64,36% das mães desconhecem
os sinais de alarme na diarréia aguda, 59,20% das mães fornecem pouco alimento durante um processo
diarréico, 92% das mães conhecem que se deve administrar maior quantidade de líquidos na diarréia aguda.
Considerando os achados do presente trabalho consideramos válida a aplicação da estratégia do AIDPI no
Hospital Infantil Cosme e Damião de Porto Velho.
398

2003

626
AQUINO, Eulália Gonçalves de. Parasitismo intestinal: estudo epidemiológico em dois grupos
socioeconômicos distintos de uma população infantil de Porto Velho - RO. 2003. 97 f. Dissertação
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal
do Pará, Belém, 2003.
Orientadora: Tereza Cristina de Oliveira Corvelo

RESUMO: As infecções parasitárias apresentam-se de forma endêmica em diversas áreas do Brasil. A


investigação estimou a prevalência de enteroparasitas em 200 crianças de 2 a 13 anos pertencentes a duas
classes socioeconômicas distintas, média e baixa, no período de abril a junho de 2001, na cidade de Porto
Velho, RO. E também analisou os fatores contextuais de risco de maior importância epidemiológica. As
amostras de fezes foram examinadas pelos métodos Direto e Sedimentação Espontânea. A população de
nível socioeconômico médio (A) composta por 100 indivíduos, apresentou um índice de positividade de 18%,
sendo o parasita mais prevalente, Giardia lamblia (52,4%), seguido por Ascaris lumbricoides (19,0%), Trichuris
trichiura (14,3%), Enterobius vermicularis (4,8%), Hymenolepis nana (4,8%) e Endolimax nana (4,8%). No grupo de
nível socioeconômico baixo (B), a positividade atingiu 56% dos indivíduos, sendo também Giardia lamblia
(28,9%) o mais prevalente, seguido por Entamoeba coli (22,7%), A. lumbricoides (14,4%), T. Trichiura (8,3%), E.
vermicularis (7,2%), H. nana (4,1%), E. nana (4,1%), E. histolytica (4,1%), Ancylostomidae (3, 1%) e leveduras
(3,1%). A ocorrência de mais de um parasita por indivíduo foi maior no grupo B (46,4%), sendo que o
parasitismo foi mais prevalente entre as crianças com sintomas gastrintestinais em ambos os grupos A e B. As
parasitoses intestinais afetaram igualmente meninos e meninas, negroides e caucasóides e ocorreram
igualmente nas duas faixas etárias de crianças menores e maiores de cinco anos, contudo as crianças com
menos de cinco anos de grupo A apresentaram predomínio de infecção por protozoários da espécie G.
lamblia. A baixa renda salarial e residências com número elevado de pessoas coabitando e sem rede de
abastecimento de água se constituíram em fatores de risco socioeconômicos que favorecem a elevada
prevalência das parasitoses intestinais. As condições de anemia e estado nutricional também foram avaliadas e
não mostraram associação significantes com enteroparasitoses, nos diferentes grupos socioeconômicos. Logo,
a elevada prevalência de crianças, em especial de baixo nível socioeconômico, com parasitismo intestinal,
anemia e com desnutrição aguda moderada, reflete as precárias condições de saúde pública na cidade de Porto
Velho-RO.

627
ATHAYDE, Aidalucy do Socorro Costa de. Forma oligossintomática da Leishmaniose visceral
americana: aspectos clínico e soroepidemiológico. 2003. 94 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado
em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Fernando Tobias Silveira

RESUMO: A Leishmaniose visceral americana (LVA) é doença infecciosa, não contagiosa de evolução crônica,
com altos índices de morbi-mortalidade, sendo o Brasil detentor de 90% dos casos notificados no continente
Americano. No entanto, ainda não estão esclarecidos de forma objetiva os sinais e sintomas da forma
subclínica da doença, ocasionando retardo ou confusão no diagnóstico da infecção. Neste sentido, o presente
trabalho propôs-se a acompanhar clínica e sorologicamente a população previamente definida, a fim de
caracterizar a forma oligossistomática da LVA e estudar a prevalência e incidência da infecção. Foram
acompanhados 307 indivíduos infectados ou não pela Leishmania chagasi, crianças e adultos, pertencentes a 61
famílias, moradores da localidade Cabresto, Barcarena-Pará, triados por meio de exame clínico e laboratorial,
com base na sorologia para LVA por técnica de imunofluorescência indireta, no período de janeiro/2000 a
janeiro/2001. Para o cálculo da incidência da infecção e determinantes clínicos foram excluídos da amostra 06
pacientes que já haviam desenvolvido a forma clássica da doença em período anterior. A análise estatística foi
realizada com auxílio do programa EPIINFO 6.04 e BioEstat 2.0 e os testes aplicados foram o Qui-quadrado,
399

Teste Exato de Fisher e Teste G. No momento do primeiro exame (triagem sorológica), 34 (11%) pacientes
tiveram sorologia positiva para a infecção, entretanto 06 desses pacientes já haviam desenvolvido as
manifestações clássicas da LVA, transcorridos os 12 meses da pesquisa surgiram mais 09 indivíduos com
sorologia positiva de títulos maiores ou iguais a 1/320, perfazendo um total de 43 (14%) pacientes infectados
pelo parasita. Entre os pacientes infectados: as faixas etárias de maior predominância foi o sexo masculino
com 28 (65,1 %); os sinais e sintomas manifestos ou percebidos pelos indivíduos oligossintomáticos (5,5%),
foram: palidez cutâneo-mucosa, adenite, sopro cardíaco, perda de peso, hepatomegalia, distensão abdominal e
tosse. A taxa de incidência da infecção foi de 2,9%. Nenhum dos pacientes infectados apresentou
exacerbação dos sintomas ou manifestou semelhança com a forma aguda da doença, durante os doze meses
de estudo, mesmo quando apresentavam títulos mais elevados da sorologia, compatíveis com àqueles de
pacientes da forma clássica da LVA.

628
AZEVEDO, Maria do Socorro Marques. Ciclosporina A no eritema nodoso hansênico com
manifestações sistêmicas: avaliação clínica, laboratorial e histopatológica. 2003. 87 f. Dissertação
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal
do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Arival Cardoso de Brito

RESUMO: O ENH é séria intercorrência aguda ou subaguda que acomete pacientes das formas dimorfa-
virchowiana e virchowiana da classificação de Ridley e Jopling. Neste estudo, foi utilizada uma droga
imunorreguladora, a ciclosporina A, com o propósito de avaliar a eficácia nesta reação, cujo tratamento
depende de medicamentos como a talidomida, que tem contra-indicações formais e corticóides, que
provocam dependência, entre outros danos. Foram selecionados dez doentes de ENH com sintomas
sistêmicos; todos haviam passado por vários episódios desta reação e faziam uso contínuo e prolongado de
prednisona em doses elevadas e ocasionalmente, de talidomida. Os pacientes tomaram ciclosporina A em
doses de 3-5 mg/kg/dia durante um período de 90 dias. Realizaram exames laboratoriais nos dias zero, 150 e
600 de uso da ciclosporina A e também o histopatológico das lesões de ENH ( antes do tratamento e com 60
dias). Os exames laboratoriais solicitados foram: hemograma e leucograma; TGO; TGP: uréia e creatinina.
Detectou-se leucocitose em graus entre moderado e elevado em 70% dos casos, mas evoluiu para leucocitose
leve até o término do acompanhamento na mesma percentagem dos doentes. O exame bioquímico não
mostrou alterações significantes, com exceção da elevação da TGO em um caso, da TGP em outro, além de
dois pacientes que mostraram aumento da uréia e creatinina, mas que posteriormente, normalizaram sem
precisar de medidas adicionais. Os achados histológicos encontrados no primeiro exame foram representados
em 40% dos doentes, por dermatite granulomatosa e em 30%, por dermatite nodular. Na segunda análise,
houve mudança para dermatite perivascular superficial e profunda em 50% dos casos e para paniculite septal
em 20%; isto denota melhora histológica compatível com a melhora dos sintomas verificada nos primeiros
quinze dias de terapêutica. A ação da ciclosporina A se revelou benéfica, principalmente na sintomatologia
sistêmica, com exceção dos casos que se acompanhavam de neurite; desta forma, a ciclosporina A pode ser
uma opção para a melhoria clínica das reações hansênicas tipo 11.

629
AZEVEDO, Valéria Nascimento da Gama Freqüência das neoplasias intra-epiteliais cervicais em
mulheres portadoras do vírus da imunodeficiência humana. 2003. 89 f. Dissertação (Mestrado) – Curso
de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém,
2003.
Orientador: Fábio André Souto Lima

RESUMO: Dentre as manifestações ginecológicas mais importantes nas mulheres soropositivas para o HIV,
estão o câncer do colo uterino e as neoplasias intraepiteliais cervicais que lhe são as lesões precursoras. Neste
estudo foram analisadas 36 mulheres soropositivas para o vírus da imunodeficiência humana e 54
soronegativas, com a finalidade de analisar a freqüência de lesões precursoras do câncer uterino cervical.
Todas as pacientes foram submetidas ao exame clínico ginecológico, colheita de colpocitologia cérvico-
400

vaginal, colposcopia e à biópsia genital quando o exame colposcópico revelava achados anormais. Nas
pacientes soro positivas foram quantificados os linfócitos com receptores CD4 e verificado a aderência ao
esquema antiretroviral. Os resultados demonstraram que a freqüência das neoplasias intraepiteliais cervicais
foi semelhante nos dois grupos estudados. Observamos ainda que a maioria das pacientes soropositivas
apresentava contagem de CD4 acima de 200 células / mm³, ou seja, eram consideradas imunocompetentes. E
que trinta e três pacientes das trinta e seis estudadas eram aderentes ao esquema antiretroviral. Concluímos
que as mulheres HIV soropositivas consideradas imunocompetentes e em uso de antiretrovirais apresentaram
freqüência de neoplasias intra-epiteliais cérvico-uterinas semelhantes às mulheres soronegativas incluídas
neste estudo. Observamos, ainda, que o HPV é importante co-fator no desenvolvimento das neoplasias intra-
epiteliais cervicais.

630
BARBOSA, Heloisa Helena Moreira de Moraes. Perfil epidemiológico dos pacientes com tuberculose
pulmonar atendidos na Unidade Básica de Saúde da Pedreira. 2003. 78 f. Dissertação (Mestrado) –
Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2003.
Orientador: Manoel Barbosa de Rezende

RESUMO: A tuberculose pulmonar continua sendo um dos maiores problemas de saúde pública em todo o
mundo, inclusive no Brasil. A situação de controle se agrava com a dificuldade de implantar-se um programa
eficiente pela desproporção entre necessidades e recursos disponíveis e pela limitada cobertura e utilização da
capacidade instalada de atenção, e no fim da década de 80 pela propagação do HIV. Com o objetivo de traçar
o perfil epidemiológico dos pacientes com tuberculose pulmonar atendidos na Unidade Básica de Saúde da
Pedreira, no município de Belém do Pará, foram estudados 143 pacientes de ambos os sexos e de todas as
faixas etárias com diagnóstico de tuberculose, no período de janeiro de 2001 a julho de 2002. Aspectos
analisados: sinais e sintomas, baciloscopia, raio-X de tórax, comunicantes intradomiciliares, história de
tuberculose na família, tempo entre o início dos sintomas e o o início do tratamento, tipos de alta do
tratamento, procedência, grau de escolaridade, recidivas, ocupação, qualificação da ocupação, renda familiar,
refeições diárias, situação da moradia, tipo de parede, número de janelas, número de cômodos x número de
moradores, água encanada, luz elétrica e tipo de fossa do banheiro, práticas de tabagismo e etilismo.
Resultados: o sintoma mais freqüente foi a tosse com 89,51 %; a baciloscopia positiva correspondeu a 60,01
%; os achados radiológicos com infiltração corresponderam a 42,86 %; 84,62 % dos pacientes possuem pelo
menos um comunicante intradomiciliar; 57,34 % apresentaram pelo menos um caso de tuberculose na
família; 65,04 % demoraram 2 meses para começar o tratamento após os sintomas terem iniciado; 94,23 %
receberam alta por cura; 3,85 % altas por abandono e 1,92 % altas por óbito; 78 % procederam de Belém; 7
% são analfabetos e 51,75 % possuem primeiro grau incompleto; 11,19 % de recidivas; das pessoas que
possuem ocupação 68,49 % não possuem qualificação; 86 % apresentaram renda familiar inferior a 6 salários
mínimos; 43,68 % praticam o etilismo. Conclui-se que o sexo e a faixa etária predominantes foram
respectivamente o masculino e de 16 a 45 anos; as condições socioeconômicoculturais e de moradia são
muito precárias. Sendo fundamental entender que esta é uma das doenças que mais claramente coloca em
evidência a sua determinação social. Os processos biológicos da saúde são, portanto, parte da vida social da
coletividade, desta forma, a saúde e a doença são tomadas como pílos de um mesmo processo que se
constitui como uma parte da totalidade maior que é a vida. Palestra de educação sanitária é, portanto, meio
educativo, criando hábito de saúde que certamente contribuirá para um melhor desenvolvimento das
potencialidades do ser humano. Este estudo corrobora pesquisas anteriores.

631
BASSO, Rosely Valéria. Soroprevalência da infecção por Helicobacter pylori em crianças de diferentes
níveis socioeconômicos em Porto Velho-Rondônia. 2003. 82 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de
Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientadora: Tereza Cristina de Oliveira Corvelo
401

RESUMO: Investiga a soroprevalência da infecção pelo Helicobacter pylori em 200 crianças da cidade de Porto
Velho, Rondônia, subdivididas em dois grupos de 100 crianças da classe média alta e de classe baixa. A
prevalência da soropositividade variou consideravelmente de acordo com o nível socioeconômico, sendo que
enquanto 51% das crianças do baixo nível eram positivas para a infecção pelo H. pylori, somente 24%
daquelas do nível médio-alto eram positivas. As características da população infantil relacionadas com o sexo,
raça e dieta não representaram fatores de risco para a aquisição da infecção, porém a maioria das crianças
infectadas pertencia à faixa etária de cinco ou mais anos independente do nível sócioeconômico. A
probabilidade da infecção pelo H. pylori foi analisada com relação aos principais fatores de risco
socioeconômico, em que as populações de baixa renda apresentaram maior prevalência para a infecção que as
populações de nível médio-alto, evidenciando que as precárias condições de higiene e saneamento,
relacionado com o nível socioeconômico das famílias de baixa renda, torna-as muito mais propensas a definir
o perfil epidemiológico da infecção correlacionando com os contatos íntimos entre as pessoas, facilitando a
transmissão oral-oral e/ou fecal/oral desta bactéria. A distribuição fenotípica dos grupos sanguíneos ABO
entre os indivíduos infectados e não-infectados mostrou que a soro-reatividade ao H. pylori foi maior entre as
crianças do grupo sanguíneo pertencentes ao fenótipo O, sugerindo que há uma maior susceptibilidade
genética destas crianças para a infecção pelo H. pylory.

632
BERG, Ana Virgínia Soares Van Den. Investigação da presença do vírus linfotrópico de células T
humanas em leucemia linfóide aguda na infância. 2003. 88 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de
Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: José Alexandre Rodrigues de Lemos

RESUMO: Os vírus linfotrópicos de células T humanas do tipo I e II (HLTV-I/II) apresentam genoma de


ácido ribonucléico (RNA) e infectam geralmente células CD4+, com relação endêmica em determinadas áreas
como Japão e Caribe com predomínio maior ou menor em outras regiões; na Amazônia brasileira as
pesquisas estão correlacionadas principalmente à população indígena. Estes vírus estão associados a doenças
malígnas, desordens neurológicas e imunodeficiências, ocasionando viremia por longo período, sem
manifestações clínicas. O HTLV é considerado agente etiológico da Leucemia/ linfoma de célula T do adulto
(L/LTA) e Parapasemia espática tropical/Mielopatia associada ao HTLV-I (PET/HAM) dentre outras. Este
estudo tem como objetivo investigar a presença de HTLV e determinar o tipo mais freqüente (HTLV-I ou
HTLV-II) em crianças com Leucemia Linfóide Aguda, matriculadas no serviço de referência para Câncer em
Belém, observando a via de transmissão pelo aleitamento materno, os sintomas neurológicos relacionados
com a infecção, a revisão bibliográfica pertinente. A pesquisa dos vírus foi realizada pela técnica de PCR
(Reação em Cadeia da Polimerase), que permite a distinção entre HTLV-I e HTLV-II. Foram observados os
parâmetros de idade, sexo, lesões cutâneas, marcha e transfusão sanguínea por meio de porcentagens. O
HTLV-I foi positivo em uma criança do sexo feminino, sem relação com transmissão por aleitamento
materno, e não houve o envolvimento do HTLV como agente etiológico de neoplasia de células linfóide na
faixa etária pediátrica.

633
CAMPOS, Marliane Batista. Estudos in vitro da infectividade de espécies de Leishmania do
subgênero viannia em macrófagos peritoneais de camundongo Balb/c. 2003. 78 f. Dissertação
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal
do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Fernando Tobias Silveira

RESUMO: Os parasitos do gênero Leishmania apresentam variações de infectividade intra e inter específicas.
Entretanto, são escassas as informações a respeito da infectividade das espécies de Leishmania do Novo
Mundo, principalmente, daquelas encontradas na Região Amazônica brasileira, onde, até o presente momento
são conhecidas seis espécies pertencentes ao subgênero Viannia causadoras de L TA. Diante disso, o objetivo
do presente trabalho foi investigar, in vitro, o comportamento da infectividade de 5 espécies de Leishmania do
402

subgênero Viannia em macrófagos peritoneais de camundongos BALB/c e sua correlação com a produção de
óxido nítrico pelos macrófagos infectados. Trinta cepas de Leishmania foram distribuídas em seis grupos
iguais, de acordo com as espécies seguintes: I- L. (V) braziliensis/LCL, II-L. (V) braziliensis/LCM, 111- L. (V)
guyanensis, IV –L. (V) shawi, V –L. (V) naiffi e VI- L. (V) lainsoni. As cepas foram cultivadas em meio RPMI
suplementado com 10% de soro bovino fetal e 1% de penicilina-gentamicina, até atingir a fase estacionária de
cultivo, quando foram usadas para infectar macrófagos na proporção de 4 parasitos/macrófago. As culturas
foram incubadas a 35°C e 5% de CO 2 e após 24h, as lamínulas foram coradas com Giemsa para contagem
do número de parasitos e determinação do índice de infecção, enquanto a concentração de NO (nitrito) foi
calculada pelo método de Griess. Observou-se que as cepas de L. (V) braziliensis/LCM apresentaram o maior
índice de infecção (385), sendo este significativamente maior (p<0,005) que as cepas de L. (V)
braziliensis/LCL (264), L. (V) naiffi (215) e L. (V) lainsoni (272), porém, não significativamente maior que os
índices das espécies L. (V) shawi (292) e L. (V) guyanensis (300). Quanto aos níveis de NO (nitrito), detectou-se
maior concentração para a espécie L. (V) naiffi (4,1J.lM) e menor concentração para as cepas de L. (V)
braziliensis/LCM (2,15J.lM). As demais espécies tiveram concentrações de: L. (r:) lainsoni (3, 14J.lM), L. (V)
shawi (2,96, L. (V) guyanensis (2,76J.lM) e cepas de L. (V) braziliensis/LCL (3,1J.lM). Diante do exposto,
concluímos que cepas de L. (V) braziliensis/LCM são mais infectivas do que as demais espécies estudadas e,
também, mais infectivas que cepas homólogas isoladas de casos clínicos de LCL. Além disso, observou-se
menor infectividade da espécie L. (V) naiffi. Desse modo, notou-se que os níveis de NO produzidos pelos
macrófagos infectados foram inversamente proporcionais ao grau do parasitismo.

634
CARNEIRO, Lígia Maia. Avaliação do estado secretor ABH e Lewis em mulheres não grávidas com e
sem risco de desenvolver vulvovaginites por candida sp. 2003. 78 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de
Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientadora: Tereza Cristina de Oliveira Corvelo

RESUMO: Um estudo epidemiológico da prevalência da infecção por candida sp em mulheres não grávidas foi
realizado em uma população do Norte do Brasil (Belém-Pará, 2002). Este estudo teve como objetivo
principal contribuir para esclarecer os mecanismos de infecção por candida sp e sua possível associação com os
antígenos de grupos sangüíneos ABO e Lewis e estado secretor de substâncias ABH. Tal estudo compreendeu
um total de 165 mulheres, atendidas no Ambulatório do Hospital da Polícia Militar e Laboratório de Análises
Clínicas do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará, que procuraram essas unidades
para a realização de exames ginecológicos, das quais foram coletadas amostras de sangue, saliva e muco
vaginal. A presença da infecção por candida sp foi feita através do exame a fresco de secreção vaginal e
bacterioscopia da secreção vaginal. A identificação dos fenótipos ABH e Lewis no sangue foi determinada
pelos testes de hemaglutinação direta e na saliva pelo dot-blot Elisa. Aplicou-se um questionário padrão para
obtenção das informações epidemiológicas. A prevalência da infecção por candida sp. foi de 47,9%. Dentre os
sintomas mais comumente associados à infecção por candida sp, destacaram-se o prurido e corrimento.
Mulheres com idade inferior a 40 anos, que não faziam uso de preservativo e que já tiveram infecções
anteriores apresentaram um maior risco de infecção vulvovaginal causada por candida sp Mulheres infectadas e
não infectadas por candida sp tiveram distribuição similares para os fenótipos de grupos sanguíneos ABO,
Lewis e estado secretor de substâncias ABH. E na comparação da expressão dos antígenos Lewis no sangue,
saliva e muco vaginal, verificou-se que ambas as secreções expressavam antígenos Lewis sem qualquer estreita
correlação dos fenótipos eritrocitários Lewis. Neste contexto, considera-se que a natureza da diversidade
genética na interação entre hospedeiro e candida sp requer estudos complementares envolvendo a identificação
de diferentes cepas para determinar estas prováveis associações entre os fenótipos de grupos sanguíneos
ABH e Lewis com candidíase.
403

635
CARTÁGENES, Vivian Lúcia Aslan D’Annibale. Estudo soroepidemiológico da infecção pela bactéria
Helicobacter pylori em crianças e suas respectivas mães: avaliação dos fatores de risco. 2003. 137 f.
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientadora: Tereza Cristina de Oliveira Corvelo

RESUMO: Uma investigação com o objetivo de estudar a soroprevalência da infecção pela bactéria
Helicobacter pylori foi realizada em 100 crianças, entre 1 e 12 anos, no Hospital Universitário João de Barros
Barreto, em Belém, Brasil, e em suas respectivas 100 mães. Analisaram-se possíveis fatores de risco
relacionados à infecção e possíveis associações da infecção entre as mães e seus filhos, inclusive por cepas
CagA. Colheram-se amostras de sangue e saliva de todos os participantes e fezes das crianças. A sorologia
anti-H. pylori foi realizada pela hemaglutinação indireta e a anti-CagA por Elisa. Os fenótipos ABH e Lewis no
sangue foram determinados por hemaglutinação direta e na saliva por dot-blot Elisa. Pesquisaram-se antígenos
da bactéria em 79 amostras de fezes das crianças por um Elisa de captura. Informações pessoais e familiares
foram obtidas através de um questionário padrão. A soroprevalência nas crianças foi de 50,0% e nas mães de
86,0%. A soroprevalência nas crianças aumentou com a idade (p < 0,05) e com o hábito de freqüentarem
creche ou escola (p < 0,05). Os métodos Elisa de captura e hemaglutinação indireta apresentaram
desempenhos semelhantes nas crianças, sendo que nas de 1 a 4 anos observaram-se maiores discordâncias (p
< 0,05). Mães infectadas representaram fator de risco para infecção em seus filhos (p < 0,05), sobretudo mães
com cepas CagA (p < 0,05). Procedência de municípios com 100 mil habitantes ou mais (p < 0,05), água
encanada (p < 0,05), ausência de instalações sanitárias (p < 0,05) e de saneamento na residência (p < 0,05)
representaram risco para infecção familiar. A transmissão da H. pylori foi facilitada pelas precárias condições
de higiene e saneamento, conglomerados urbanos e por contatos íntimos entre as crianças e mães, mediante
as rotas de transmissão fecal-oral, oral-oral e/ou gastro-oral.

636
COSTA, Airton Leite. Cobertura vacinal e fatores associados à não vacinação contra Hepatite B em
área rural do Município Alto Paraíso, Rondônia, Amazônia Ocidental, Brasil. 2003. 95 f. Dissertação
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal
do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Luiz Hidelbrando Pereira da Silva

RESUMO: Estudo realizado no período compreendido entre junho de 2001 e julho de 2002, em área rural do
Município de Alto Paraíso, Estado de Rondônia, Amazônia Ocidental, Brasil. Tem como objetivos
determinar a cobertura vacinal contra a hepatite B e identificar os motivos da não vacinação. A população de
estudo inclui 460 indivíduos, compreendendo 216 crianças e 244 adolescentes na faixa etária de zero a 19
anos de idade. Estudo descritivo com base em inquérito domiciliar, utilizando a metodologia de amostragem
por conglomerado, inquérito vacinal individual e aplicação de inquéritos semi-estruturados para identificar os
possíveis motivos da não vacinação. Os procedimentos adotados incluíram o recadastramento populacional
de 191 famílias e conseqüente levantamento de dados das condições de moradia, saneamento e renda familiar
e avaliação da composição, forma de organização e processo de trabalho da Equipe de Saúde da Família. Os
resultados encontrados apontam cobertura vacinal contra a hepatite B de 45,0% calculada pelo método
estatístico. Em crianças a cobertura vacinal encontrada foi de 71, 5% e em adolescentes de 21,7%. Índices
significativamente inferiores aos registrados e oficializados pelo município e calculados pelo método
administrativo. Os principais motivos da não vacinação incidem na deficiência de informação e/eu orientação
em saúde. Em usuários adolescentes o medo da injeção é o principal motivo da não vacinação. A intensa
mobilidade social, as deficiências de comunicação e de acessibilidade geográfica, a extensa área geográfica
ocupada pela população e o fato da vacinação exigir três doses vacinantes, intercaladas de zero a seis meses,
indicam a necessidade da utilização de estratégias de vacinação não tradicionais e extramurais, associadas à
utilização de recursos e procedimentos originais, regionais e inovadores, para atingir índices satisfatórios de
cobertura vacinal.
404

637
COSTA, Helena Meika Uesugui. Soroprevalência de Hepatite A associado a fatores de risco em
comunidade ribeirinha urbana-Vila Candelária, Porto Velho, Amazônia Ocidental, Brasil. 2003. 64 f.
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Ricardo Ishak

RESUMO: Este trabalho realizou-se a partir de inquérito domiciliar, durante o mês de outubro de 2001, em
uma comunidade ribeirinha urbana denominada Vila Candelária, situada no Município de Porto Velho,
Estado de Rondônia, Região Norte, Brasil. O estudo teve como objetivos, determinar a soroprevalência de
hapatite A e estabelecer possíveis relações com fatores de risco associados. Participaram cento e quarenta e
três indivíduos, de ambos os sexos, na faixa etária correspondente entre zero e oitenta anos. Os
procedimentos consistiram em cadastramento dos participantes, levantamento de dados acerca das condições
de moradia, saneamento, renda familiar e coleta de material biológico. O método empregado para detecção de
anticorpos totais contra o vírus da hepatite A, foi o ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay), utilizando-se
kit comercial da marca DiaSorin, com especificação; ETI-AB-HAVK-3 (P001652). Os valores de
soroprevalência encontrados foram de 41,6%; 55,5%; 66,6%; 88% e 100%, para as faixas etárias
correspondentes de 0 a 4 anos; 5 a 9 anos; l0 a 14 anos; 15 a 19 anos e acima de 40 anos de idade,
respectivamente. Os resultados obtidos mostram uma soroprevalência total de 86%, considerada alta, embora
com tendência a redução, verificada entre os mais jovens, na faixa etária de até 19 anos de idade, o que talvez
possa ser atribuído a disponibilização de abastecimento público de água na localidade, que ocorreu a partir de
1982. Enfatiza ainda, a importância da realização de mais pesquisas, as quais servem de parâmetro para
priorizar investimentos em programas sociais como habitação, saúde e saneamento básico, que se traduzem
em bem-estar da coletividade em geral.

638
FREITAS, Virginia Tereza Neta. Perfil epidemiológico e prevalência de doenças sexualmente
transmissíveis em escolares da área urbana no Município de Porto Velho-Rondônia. 2003. 88 f.
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Ricardo Ishak

RESUMO: As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) estão entre os problemas de saúde pública mais
comuns em todo o mundo, principalmente entre os adolescentes, pois eles são mais vulneráveis em relação à
sexualidade, tanto em países industrializados como nos em desenvolvimento. Este estudo tem por objetivo
investigar a prevalência de doenças sexualmente transmissíveis em escolares da rede pública municipal de
ensino da área urbana do Município de Porto Velho, Estado de Rondônia. Foram investigados 122 alunos da
Escola Municipal de Ensino Fundamental Marechal Joaquim Vicente Rondon, na faixa etária de 11 a 19 anos,
por meio de questionário de autopreenchimento e coleta de amostras de sangue, secreção uretral e vaginal. O
método sorológico ELISA (Ensaio imunoenzimático) e a bacterioscopia pelo método de Gram foram os
testes utilizados para detecção e identificação de DST. 84,4% dos estudantes responderam saber o que é uma
DST, 82,8% informaram que usavam preservativo durante as relações sexuais para prevenir DST, 11,5% não
utilizavam o preservativo e 5,7% afirmaram que selecionavam seus parceiros sexuais. Examinou 83 amostras
de soro pelo teste ELISA e 41 esfregaços corados pelo método de Gram. A prevalência encontrada para
Chlamydia foi de 65,3% no sexo feminino e 34,6% no sexo masculino. Os agentes biopatogênicos encontrados
com mais freqüência foram Gardnerella vaginalis, Candida albicans e Trichomonas vaginalis.

639
GADELHA, Maria Apolonia da Costa. Prevalência da infecção pelo vírus da Hepatite B em duas
comunidades ribeirinhas de afluentes do Tocantins. 2003. 60 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de
Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Manoel Barbosa de Rezende
405

RESUMO: A infecção por vírus da Hepatite B atinge cerca de 5% da população mundial, existindo áreas de
alta, intermediária e baixa endemicidade de acordo com a variação dos índices de prevalência. O estudo
objetiva avaliar a prevalência da infecção pelo vírus da hepatite B (VHB) em duas comunidades ribeirinhas de
afluentes do Tocantins, com o intuito de contribuir com programas de controle de hepatites virais para a
Região Amazônica. Foram avaliados 58 pacientes residentes no município de Igarapé Miri (Panacauera e
Pindobal Grande). A pesquisa dos marcadores sorológicos para o VHB (HbsAg, anti-HBs e anti-HBc),
revelou, ausência do HbsAg em ambas as comunidades; enquanto que o anti-HBc mostrou-se positivo em
3,84% dos pacientes em Panacauera e em 12,5% no Pindobal Grande. O anti-HBs apresentou positividade de
3,84% em Panacauera e de 6,25% em Pindobal Grande. Diante destes resultados, constatamos que os índices
de prevalência da infecção pelo VHB em ambas as comunidades foram baixos em relação aos encontrados
em outras áreas da Amazônia. No entanto, esses marcadores devem ser considerados em possíveis doadores
das comunidades estudadas e a ocorrência da hepatite pós-transfusional. A prevenção pela vacinação deve ser
realizada, pois os indivíduos dessas comunidades por apresentarem fatores de riscos ficam predispostos a
infecção e a possibilidade de evoluírem para a cirrose e o hepatocarcinoma.

640
JENNINGS, Yara Lúcia Lins. Caracterização isoenzimática e por anticorpos monoclonais dos agentes
da Leishmaniose tegumentar americana (LTA) na mesorregião do Baixo Amazonas, Estado do Pará,
Brasil. 2003. 129 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências
da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Fernando Tobias Silveira

RESUMO: Existe uma diversidade de espécies de Leishmania prevalentes na Região Amazônica associadas à
LTA configurando a etiologia múltipla da doença e, apesar do conhecimento da elevada ocorrência desta
protozoose na Mesorregião do Baixo Amazonas, a oeste do Estado do Pará, quase nada era sabido sobre os
agentes etiológicos da doença na referida área. Nesse sentido, o presente trabalho propôs-se a caracterizar por
eletroforese de isoenzimas as amostras de Leishmania isoladas de pacientes procedentes da Mesorregião do
baixo Amazonas, verificando a existência da correlação geográfica das espécies encontradas com a sua
distribuição regional previamente conhecida, e ainda, verificando a presença de variação intraespecífica. A
caracterização das 43 amostras de Leishmania foi feita por eletroforese em gel de amido utilizando sete
sistemas enzimáticos (6PGDH, PGM, G6PD, MPI, GPI, ASAT e ALAr), comparando seus perfis
eletroforéticos com os perfis das sete cepas-referência das espécies conhecidas da região. As amostras foram
testadas previamente por imunofluorescência indireta com o uso de um painel com 23 anticorpos
monoclonais (sistema biotina-avidina) apenas como uma triagem. A caracterização isoenzimática das amostras
permitiu o seguinte resultado: 11 (25,28%) amostras de L.) braziliensis, 20 (46,50%) de L.) guyanensis, 2(4,60%)
de L. (L.) amazonensis, 4 (9,30%) de L. (V) shawi e 6 (13,95%) de L.) lainsoni. A eletroforese isoenzimática
apresentou elevado poder discriminatório para a identificação das amostras estudadas, permitindo concluir
que esta técnica representa uma importante ferramenta para a caracterização dos parasitos do gênero
Leishmania. Nas cepas de L. (V) braziliensis, observou-se pela primeira vez na Mesorregião do Baixo Amazonas
a ocorrência de variação intraespecífica revelada pela presença de três serodemas. Nas cepas de L. (V)
guyanensis, observou-se a presença de duas variantes, uma que apresentou reatividade com o monoclonal B 19
(espécie-específico), porém com variação nas enzimas 6PGDH e PGM, e a segunda, sem reatividade para este
monoclonal e com perfis eletroforéticos semelhantes ao da cepa-referência L.) guyanensis especialmente nas
enzimas 6PGDH, porém com tribandas, e na PGM, consideradas os melhores marcadores enzimáticos pelo
seu elevado poder discriminatório. Dessa forma, descreveu-se pela primeira vez a ocorrência de diferentes
espécies de Leishmania dennotrópicas na Mesorregião do Baixo Amazonas, as quais já têm registro na Região
Norte do Brasil, sugerindo a transmissão simpática das espécies encontradas na referida área estudada.
406

641
MAGNO, Ismaelino Mauro Nunes. Perfil do marcador bioquímico de lesão miocárdica
creatinoquinase-mb (ck-mb) em pacientes com leptospirose atendidos na cidade de Belém-PA.
2003. 70 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Eduardo Augusto da Silva Costa

RESUMO: Avaliou-se o perfil da creatinoquinase-MB em pacientes com leptospirose internados no Hospital


Universitário João de Barros Barreto, na cidade de Belém-PA, no período de janeiro de 2002 a junho de 2003,
através de um estudo transversal, no qual foi caracterizado os achados clínicos e o perfil do referido marcador
bioquímico de lesão miocárdica. Foram relacionados os perfis séricos de creatinoquinase-MB,
creatinoquinase, potássio, aspartatoaminotransferase e alaninaaminotransferase com os achados clínicos do
processo inflamatório do músculo cardíaco. Os resultados demonstraram que, apesar da maioria dos
pacientes serem sintomáticos, apenas 12,76% apresentaram elevação da creatinoquinase-MB. Portanto, o
referido marcador bioquímico não pode ser utilizado com indicador de lesão miocárdica na leptospirose
humana.

642
MAGNO, José Emílio Campos. Marcadores ultra-sonográficos hepáticos em portadores
assintomáticos do vírus da hepatite C, pré-doadores de sangue da Fundação Hemopa, Belém-Pará.
2003. 90 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientadora: Maria Rita de Cássia Costa Monteiro

RESUMO: Para avaliar a importância da ultra-sonografia como método de diagnóstico por imagem na
detecção de alterações ecográficas hepático-portais na hepatite por vírus C, realizou-se esta investigação cujos
objetivos foram: descrever os achados de marcadores ecográficos de alteração morfológica do fígado e do
sistema porta; determinar a freqüência dessas alterações e investigar a presença de associação entre as
alterações ultra-sonográficas hepáticas e portais e a infecção pelo vírus da hepatite C (VHC), em indivíduos
portadores assintomáticos deste vírus, os quais foram selecionados entre pré-doadores de sangue da
Fundação Hemopa, hemocentro de referência oficial no Estado do Pará, Brasil, no período de outubro a
dezembro de 2003. O estudo foi realizado comparando-se os achados de um grupo com 30 participantes
soropositivos para o VHC (grupo central) e de um grupo controle, composto de 38 participantes
soronegativos. Ambos os grupos da pesquisa incluíram indivíduos assintomáticos, de ambos os sexos e com
idade adequada para doação de sangue. A triagem para doação foi realizada no hemocentro, utilizando seus
procedimentos de rotina. Procedeu-se pareamento dos participantes da pesquisa por sexo e idade. A amostra
analisada evidenciou predomínio da lixa etária de 18 a 28 anos, correspondendo a 53% dos participantes do
grupo central e 50% dos participantes do grupo controle. Hepatomegalia e biperecogenicidade do
parênquima, achados inespecíficos e encontrados comumente na esteatose hepática, foram mais freqüentes
no grupo central, porém sem diferença estatística significantes. Heterogenicidade textural, focos
hipoecogênicos, alterações de visibilidade dos ramos venosos intra-hepáticos e esplenomegalia foram outros
parâmetros mais freqüentes no grupo de infectados, também sem diferença estatística significante. Os
participantes do grupo central apresentaram alterações com diferença estatística significante no parâmetros
superfície hepática e na classificação por pontuação pelos escores de Lin, considerando-se os parâmetros
superfície, parênquima, veias internas e índice esplênico. A totalização de pontos classificou os participantes
nos padrões fino – 80% no grupo central e 100% no grupo controle -, heterogêneo – 13,3% no grupo central
e 0% no grupo controle – e nodular – 6,7% no grupo central e 0% no grupo controle, demonstrando
diferença estatística significante. Não foram observados em participantes de ambos os grupos achados de
nódulos, massas, ascite, aumento de calibre das veias porta e esplênica e circulação colateral, podendo-se
aventar que o predomínio da faixa etária mais jovem na população de pré-doadores pode ter minimizado os
achados dos marcadores ecográficos, haja vista a tendência evolutiva lenta e silenciosa da infecção pelo VHC,
com expressão tardia das alterações morfológicas de hepatite crônica, cirrose e carcinoma hepatocelular.
407

643
MARTINS, Valéria de Carvalho. Aspectos clínicos e epidemiológicos da infecção por pseudomonas
aeruginosa em pacientes portadores de fibrose cística no Estado do Pará. 2003. 109 f. Dissertação
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal
do Pará, Belém, 2003.
Orientador: José Luiz Fernandes Vieira

RESUMO: Pseudomonas aeruginosa é um bacilo gram-negativo, importante patógeno para pacientes


neutropênicos, queimados e em condições de ventilação artificial em Unidades de Tratamento Intensivo,
onde causam infecção nosocomial. Nestas condições, a infecção pode ser séria e muitas vezes letal. Em
pacientes com fibrose cística, o curso da patologia por P. aeruginosa evolui como uma infecção pulmonar
crônica severa, pois a bactéria produz diversas toxinas e outros fatores de virulência responsáveis pelo
estabelecimento da colonização persistente do trato respiratório destes pacientes. A apresentação
característica da persistente infecção por P. aeruginosa é a produção de alginato mucóide e a formação de
microcolônias, que é considerada a estratégia de sobrevivência da bactéria no meio ambiente, P.aeruginosa
crescendo em biofilm é altamente resistente a antibióticos, estando usualmente associada com progressiva
perda da função pulmonar. Esta pesquisa realizou uma avaliação epidemiológica e clínica de portadores de
fibrose cística, colonizados por P.aeruginosa, atendidos no Hospital Universitário João de Barros Barreto, na
cidade de Belém, Pará no ano de 2003. Foi feito coleta de escarro dos pacientes expectoradores e swab de
orofaringe nos demais para estudo microbiológico realizado no laboratório microbiologia deste hospital.
Foram avaliados 32 pacientes fibrocísticos, distribuídos em três grupos, conforme: ausência de infecção por
P. aeruginosa (G1), infecção pela bactéria sem colonização (G2) e colonização crônica (G3). Pacientes
pertencentes a G3 apresentaram complicações respiratórias mais freqüentes e mais graves que os demais. A
ocorrência de cepas mucóidaes de P.aeruginosa foi significativamente mais prevalente neste grupo, onde a
doença respiratória se apresentou de forma mais severa. Cepas não-mucóides foram identificadas de forma
similar nos grupos G2 e G3. Os sintomas respiratórios foram os mais freqüentes ao diagnóstico. A idade
média dos pacientes ao diagnóstico foi de 7 anos. Condições socioeconômicas adversas, diagnóstico tardio,
desnutrição e mutação genética parecem ter favorecido a colonização e contribuído para ocorrência de óbito
no grupo G3.

644
MIRANDA, Rozinéia de Nazaré Alberto. Epidemiologia da tuberculose em crianças menores de 15
anos atendidas nas unidades municipais de saúde. 2003. 102 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de
Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientadora: Irland Barroncas Gonzaga Martens

RESUMO: A tuberculose nas crianças é, por definição, um indicador de transmissão recente e assim serve de
sinal de alerta. O objetivo deste trabalho foi descrever os aspectos epidemiológicos da tuberculose na
infância. Por meio de um protocolo de pesquisa foram coletados dados de prontuários de 80 crianças, de
ambos os sexos, portadoras de tuberculose com idade de 0 a 15 anos, retrospectivamente relativo aos anos de
1998 a 2002, atendidas em 18 Unidades Municipais de Saúde, no município de Belém. Verificou-se que a
idade de 10 a <15 anos foi mais acometida pela doença, não apresentando diferença significativa entre os
sexos. Na avaliação antropométrica 17,15 % das crianças apresentaram déficit de peso em graus variados para
o índice P/I. A sintomatologia clássica da tuberculose apresentou-se mais freqüente conjuntamente com a
forma clínica pulmonar em 77,50 % das crianças. A pesquisa de BAAR e a radiografia foram os exames de
maior importância no diagnóstico da tuberculose, 76,25 % das crianças apresentaram cicatriz vacinal e as
precárias condições socioeconômicas são fatores determinantes no processo infeccioso. A aplicação rigorosa
dos meios de intervenção disponíveis associados a melhoria das condições socioeconômicas são importantes.
Assim, evita-se que qualquer falha no controle da tuberculose atinja imediatamente a geração mais jovem.
408

645
NEVES, Dilma Costa de Oliveira. Doenças tropicais e infecciosas como causa de morte atestada e
classificada: um estudo de concordância, no Estado do Pará, no período de 1996 a 2001. 2003. 117 f.
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Arival Cardoso de Brito

RESUMO: A falta de decisão na declaração da causa básica de morte é uma fonte de erro particularmente
importante nas análises de moralidade segundo causas. O objetivo do estudo foi avaliar a concordância entre
a causa de morte atestada por médicos e a classificada mediante o uso das regras internacionais de
classificação de causa básica de morte e sua influência no perfil da mortalidade por doenças tropicais,
infeccionais e parasitárias, no Estado do Pará, no período de 1996 a 2001. O estudo foi do tipo descritivo,
exploratório, tendo como base de dados os atestados de óbitos do sistema de informações de mortalidade
estadual. Utilizou-se, para seleção dos dados, recursos do programa Excel 7.0 e do PI-INFO 6.04 e, para
análise o Coeficiente de Mortalidade (CM) por causa, a concordância observada (CO) e o Kappa. Os
resultados encontrados evidenciam um perfil de mortalidade semelhante para as causas atestadas e
classificadas (septicemias, diarréias e gastroenterite de origem infecciosa presumível, SIDA/AIDS,
tuberculose e malária), com diferenças significativas nos valores dos CM por causa dos anos estudados
(1996,p=0,0426; 1997,p=0,0223; 1998, p=0,001; 1999, p=0,0023; 2000, p=0,009 e 2001, p=0,0023). Os
valores, encontrados, da CO e de Kappa, refletem as limitações impostas pelo preenchimento incorreto dos
atestados do óbito e para a necessidade da implantação, nos municípios, das tabulações de causa múltipla de
morte.

646
OIKAWA, Teiichi. Anemia, parasitismo intestinal e exposição mercurial em duas comunidades
ribeirinhas da Amazônia. 2003. 77 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais,
Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: José Luiz Fernandes Vieira

RESUMO: A incidência de anemia, parasitismo intestinal e prevalência da exposição mercurial foi avaliada
em duas comunidades amazônicas ribeirinhas, São Luiz do Tapajós (rio Tapajós) e Igarapé-Mirim (rio
Tocantins) cujos padrões socioeconômicos são semelhantes. Foram analisadas amostras de cabelo, sangue e
fezes dos residentes nestas comunidades, empregando metodologia analítica oficialmente reconhecida.
Oitenta amostras de cabelo, sangue e fezes foram analisadas. Os resultados demostraram incidência média de
42,5 % de parasitose intestinal, em São Luiz do Tapajós e 75,15 %, em Igarapé-Mirim. Os índices
hematimétricos indicaram incidência de anemia de 40 %, em São Luiz do Tapajós e 25 %, em Igarapé-Mirim.
Os teores médios de mercúrio total nas amostras de cabelo dos residentes em São Luiz do Tapajós foram de
14,9 ± 6,6 µg/g nos indivíduos do sexo masculino e 13,4 ± 3,4 µg/g no sexo feminino, enquanto que em
Igarapé-Mirim foi de 2,5 ± 1,4 µg/g na população masculina e 3,5 ± 1,6 µg/g na feminina. Observou-se que
em São Luiz do Tapajós, 82 % das concentrações de mercúrio total encontram-se acima de 10µg/g, valor
considerado de referência para população não exposta, enquanto que em Igarapé-Mirim, não foram
encontrados valores acima destes. Pode-se concluir que a qualidade de vida dos ribeirinhos analisados é
comprometida pelos fatores avaliados, tornando-se necessária a adoção de medidas preventivas e ações
educadoras nestas comunidades pelas autoridades governamentais responsáveis.

647
PIMENTA, Adriana do Socorro Coelho. O Uso da técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR)
em tempo real em doadores de sangue soropositivo para o anti-HCV. 2003. 61 f. Dissertação
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal
do Pará, Belém, 2003.
Orientador: José Alexandre Rodrigues de Lemos
409

RESUMO: O HCV é um vírus esférico que apresenta um genoma de RNA com polaridade positiva.
Atualmente está classificado na família Flaviviridae num gênero separado que é o Hepacivírus, apresenta cerca
de 9,4 Kb constituído por uma única e longa fase de leitura aberta (ORF) que compreende quase todo o
genoma. Apresenta duas regiões não traduzidas nas extremidades 5’ e 3’ denominadas 5’ UTR e 3’ UTR. A
poliproteína precursora é clivada em dez proteínas, resultando em proteínas virais estruturais e proteínas não-
estruturais. É um vírus de transmissão preferencialmente parenteral, com distribuição universal, cujo
diagnóstico é feito na grande maioria de maneira acidental, sendo atualmente utilizado os testes sorológico e
molecular. Este trabalho tem como objetivo comparar o teste sorológico de imunoensaio enzimático (ELISA)
e a reação em cadeia da polimerase (PCR) na ocasião de seleção de pré-doadores de sangue. Foram feitos
testes de detecção do vírus C por PCR em 290 amostras com resultado positivo ou indeterminado para o
teste ELISA. A análise dos resultados revelou que as amostras com Testes ELISA positivo/PCR positivo e
ELISA positivo/PCR negativo são duas amostras diferentes e independentes (p=0,0006). Esta diferença pode
ser supostamente devido a resposta imune diferenciada nas amostras que apresentaram resultado no teste
PCR positivas. Esperava-se que houvesse correlação entre os resultados do DO/Cutoff (ELISA) e carga viral
(PCR) como o que ocorre em outros vírus como o HIV, no entanto os resultados apresentaram-se totalmente
dispersos (R²=0,025), confirmando a não correlação entre os dois testes: ELISA e PCR para vírus C.

648
QUARESMA, Mariana do Socorro Maciel. Análise morfológica das células de Langerhans purificadas
da epiderme de camundongo Balb/c, após interação in vitro com Leishmania (Viannia) brasiliensis
e Leshmania (Leishmania) amazonensis. 2003. 43 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Cláudio Guedes Salgado

RESUMO: Células de Langerhans (CL) são células apresentadoras de antígenos, MHC classe II positivas, que
constituem 2 a 3% de todas as células da epiderme, e que têm demonstrado serem estimuladoras de uma
resposta vigorosa de linfócitos T contra Leishmania major. A leishmanionse cutânea do Novo Mundo é causada
por diferentes espécies, apresentando formas clínicas diversas variando de leishmaniose cutânea difusa anérgica.
Utilizando a técnica de “panning”, CL da epiderme de camundongos BALB/c foram purificadas para em
torno de 95% de pureza (pCL) em relação às outras células da epiderme. AS CL recentemente isoladas
apresentaram dendritos pequenos e delicados e os clássicos grânulos de Birbeck. Tem sido sugerido que os
parasitos do subgênero Viannia e Leishmania, que são geneticamente bastante distintos, podem ter respostas
espécie-específicas na resposta imune celular. Neste estudo, pCL e L. (V.) brasilienses ou L. (L.) amazonensis
foram cultivadas e a morfologia das CL foi analisada após 12 ou 36 h de cultura. Utilizando a coloração de
Giemsa e a microscopia eletrônica de varredura, alterações morfológicas diferentes foram detectadas nas CL
após 12 h de cultivo nas duas culturas, CL e L. (V.) brasiliensis ou CL e L. (L.) amazonensis. Depois da interação
com L. (V.) brasiliensis as CL tornaram-se mais dentríticas, que eram mais curtos quando comparados às CL
cultivadas isoladamente. Em contraste, após a interação com L. (L.) amazonensis, as CL tornaram-se
arredondadas com algumas células mostrando alguns dendritos. Além disto, verificou-se um contato íntimo
entre o flagelo das prostigota com as CL, mas sem observar a fagocitose das leishmanias após 12 ou 36 h de
cultivo, o que é diferente dos relatos da literatura com CL e L. major. Estes resultados sugerem que a resposta
imune primária das CL contra as diferentes espécies de leishamania podem ser distintas de acordo com a
espécie envolvida no processo de interação.

649
RAMOS, Teresa Cristina. Avaliação da exposição congênita ao mercúrio sobre o peso de recém-
nascidos em Porto Velho – Rondônia. 2003. 75 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientadora: Marúcia Irena Medeiros de Amorim

RESUMO: Estudaram-se 100 mães com seus RN, em três maternidades da cidade de Porto Velho-RO, para a
avaliação da exposição pré-natal ao mercúrio, através da verificação dos níveis de mercúrio total ao
410

nascimento em amostras de cabelo da mãe e de recém-nascidos, sangue materno, cordão umbilical e placenta.
As mães responderam a um questionário, com a finalidade de identificar fatores de risco para contaminação
mercurial e todas as crianças foram submetidas ao exame físico de rotina. A análise laboratorial do mercúrio
foi realizada no Laboratório de Biogeoquímica Ambiental da UNIR, pela técnica de espectrofotometria de
absorção atômica; os resultados mostraram significante correlação entre as concentrações de mercúrio total
na placenta e cordão umbilical, cabelo do RN, sangue materno e cabelo materno. Concluímos que ocorreu
exposição congênita; que os níveis de concentração deste metal observados no estudo, não repercutiram
diretamente sobre a idade gestacional; mas, apresentaram correlação significante entre a concentração
mercurial e peso do RN, confirmados pelos valores encontrados no cabelo do RN.

650
RASSY, Maria Elizabete de Castro. Soroepidemiologia da sífilis em gestantes e seus recém-nascidos.
2003. 70 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientadora: Tereza Cristina de Oliveira Corvelo

RESUMO: A sífilis é uma doença infecto-contagiosa sistêmica causada pelo Treponema pallidum, parasita
exclusivo do homem, cuja transmissão se faz essencialmente pelo contato sexual. A incidência de sífilis
congênita tem atingido proporções de verdadeira epidemia, apesar do conhecimento de medidas que
poderiam controlar esta doença. A investigação caracterizou gestantes com sífilis internadas na FSCMPA no
período de janeiro de 2001 até junho de 2003, quanto às características sociodemográficas, comportamento
para promoção da saúde sexual e reprodutiva, dados sorológicos e clínicos relacionados a sífilis no binômio
mãe/recém-nascido. O estudo é de natureza analítico-descritivo, de corte transversal, com 245 gestantes, a
partir da revisão de prontuários destes pacientes, com sorologia positiva para sífilis e do recém-nascido,
testados pelo método de VDRL. A incidência de sífilis em gestantes foi de 1,73% do total de pacientes
internadas nos últimos 2 anos e meio. O perfil epidemiológico demonstrou que os principais fatores de risco
para aquisição da sífilis na gestação foram: ausência de acompanhamento pré-natal e de tratamento, inclusive
do parceiro sexual. De acordo com a soropositividade materna no pós-natal, verificou-se que a possibilidade
de um recém-nascido ter sífilis, se VDRL positivo, foi de 98,68%. A icterícia e o baixo peso foram os sinais
clínicos de maior ocorrência, a prematuridade também foi um sinal clínico observado. Estas análises revelam
a necessidade de campanhas educativas mais abrangentes, sobre os fatores de risco para aquisição desta
enfermidade e um melhor atendimento às gestantes no pré-natal, com acompanhamento e diagnóstico
controle das gestantes.

651
RIBEIRO, Kleber Dias. Pesquisa de Streptococcus agalactiae em gestantes residentes em Belém-Pará.
2003. 76 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: José Luiz Fernandes Vieira

RESUMO: Na infecção por Streptococcus agalactiae são reconhecidas duas formas neonatais, a de início precoce,
cujo quadro clínico é caracterizado por bacteremia com envolvimento pulmonar. Meningite é a manifestação
clínica predominante. Considerando-se a gravidade da patologia, o desconhecimento da incidência desta
bactéria em gestantes residentes na Região Norte do Brasil e a importância do seu diagnóstico em exames
pré-natais, é fundamental a determinação da ocorrência dos estreptococos do B neste referido grupo
populacional. Portanto, este estudo objetivou a realização do diagnóstico laboratorial de Streptococcus agalactiae
no trato genital feminino de gestantes, no último trimestre de gestação, determinando a incidência e alertando
sobre a importância do diagnóstico no exame pré-natal. O estudo foi realizado no período de fevereiro a
agosto de 2002, em 50 gestantes voluntárias residentes e domiciliadas na cidade de Belém-Pará, procedentes
do setor de Tocoginecologia da Universidade Federal do Pará, e a identificação da bactéria foi realizada
através da bacterioscopia e da cultura do conteúdo vaginal. Das 50 gestantes estudadas, sete (14 %)
apresentavam cultura positiva para Streptococcus agalactiae. Destas, duas (28,6 %) eram primigestas e cinco (71,4
%) secundigestas. Os resultados obtidos indicaram a presença significativa da bactéria, indicando a
411

necessidade da adoção de medidas profiláticas da infecção por este agente, devido às altas taxas de morbidade
e mortalidade associadas ao estreptococo do grupo B.

652
RODRIGUES, Rosely Valéria. Soroprevalência da infecção por Helicobacter pylory em crianças de
diferentes níveis socioeconômicos em Porto Velho – Rondônia. 2003. 83 f. Dissertação (Mestrado) –
Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2003.
Orientadora: Tereza Cristina de Oliveira Corvelo

RESUMO: Investiga a soroprevalência da infecção pelo Helicobacter pylori em 200 crianças da cidade da classe
média alta e de classe baixa. A prevalência da soropositividade variou consideravelmente de acordo com o
nível socioeconômico, onde 51% das crianças do baixo nível eram positivas para a infecção e somente 24 %
daqueles do nível médio-alto eram positivas. As características da população infantil relacionadas com o sexo,
raça e dieta não representam fatores de risco para a aquisição da infecção, porém a maioria das crianças
infectadas pertencia à faixa etária de cinco ou mais anos independente do nível socioeconômico. A
probabilidade da infecção pelo H. pylori foi analisada com relação aos principais fatores de risco
socioeconômico, onde as populações de baixa renda apresentaram maior prevalência que as populações de
nível médio-alto, evidenciando que as precárias condições de higiene e saneamento, relacionados com o nível
socioeconômico das famílias de baixa renda, torna-as muito mais propensas a definir o perfil epidemiológico
da infecção correlacionando com os contatos íntimos entre as pessoas, facilitando a transmissão oral-oral
e/ou fecal/oral desta bactéria. A distribuição fenotípica dos grupos sangüíneos ABO entre os indivíduos
infectados e não-infectados mostrou que a sororreatividade ao H. pylori foi maior entre as crianças do grupo
sanguíneo pertencentes ao fenótipo O, sugerindo que há uma maior susceptibilidade genética destas crianças
para a infecção pelo H. pylori.

653
ROJAS, Márcia de Fátima Maciel de. Esquistossomose mansônica na área metropolitana de Belém: a
experiência do ambulatório do Núcleo de Medicina Tropical – UFPA. 2003. 86 f. Dissertação (Mestrado) –
Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2003.
Orientadora: Marinete Marins Póvoa

RESUMO: Estudaram-se 408 pacientes portadores de esquistossomose mansônica, atendidos no ambulatório


do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Pará, na área metropolitana de Belém, no
período de 1997 a 1999 (retrospectivamente) e de 2000 a 2001 (retrospectivamente). Estes foram divididos
em dois grupos: grupo I, constituído de 105 pacientes da demanda espontânea do ambulatório, e grupo II,
constituído de 303 pacientes triados pela Fundação Nacional de Saúde (FNS), por inquérito coproscópico. A
análise estatística revelou não haver diferenças entre os grupos, para as variáveis estudadas (sexo, faixa etária,
procedência, carga parasitária, ocupação, escolaridade, forma clínica e classificação epidemiológica do caso).
Assim, em ambos os grupos observou-se o seguinte perfil clínico epidemiológico: ser da faixa etária entre 0 a
9 anos, sexo masculino, morador do bairro do Telégrafo, apresentar carga parasitária inferior a 200 ovos/g de
fezes, ser estudante, de baixa escolaridade e apresentar a forma clínica intestinal. Os principais fatores de risco
observados foram as condições de moradia em áreas alagadiças, o saneamento básico precário, associados ao
baixo nível socioeconômico e educacional da população. A área é de baixa endemicidade principalmente as
comunidades menos assistidas e apresentando alta autoctomia. A baixa endemicidade, apesar do intenso
processo migratório e da presença de planorbídeos vetores na região é explicada por fatores limitantes ao
avanço desta endemia, tais como o grande volume dos rios, a forte correnteza e o pH ácido de suas águas.
412

654
SANTANA, Elaine Maria de. Risco ocupacional da infecção pelo vírus da hepatite B em centro
obstétrico de hospital público de Porto Velho, Rondônia. 2003. 71 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de
Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Ricardo Ishak

RESUMO: A prevalência dos marcadores HbsAg e anti-HBc foi descrita em 168 indivíduos, distribuídos em
três grupos: 88 usuárias do atendimento obstétrico, 61 profissionais de saúde do Centro Obstétrico
(PAS/CO) e 19 funcionários administrativos (grupo controle), todos do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro
de Porto Velho, capital de Rondônia. No período de novembro, dezembro de 2000 e janeiro de 2001 foram
coletadas amostras de soros, para a detecção do VHB através do teste imunoenzimático (ELISA). A
prevalência do HbsAg foi de 1.1% no grupo de usuárias obstétricas, nos PAS/CO 3,3% e no grupo controle
52,6%. Para o anti-HBc, os resultados positivos foram 5,3% no grupo controle, 27,3% no grupo de usuárias e
42,6% no grupo dos PAS/CO. A estratificação por faixas etárias relacionada à sorologia positiva demonstrou
que nos intervalos de 15 a 25 anos e 25 a 35 anos a prevalência do VHB foi maior nos grupos de usuárias e
controle, e no grupo dos PAS/CO o intervalo de prevalência mais elevada foi de 45 a 55 anos. A elevada
prevalência do VHB nas usuárias obstétricas pode ser fator de transmissão vertical. A taxa de positividade do
grupo controle sugere a característica endêmica da população de Porto Velho. Fatores como o número de
parceiros, o uso de preservativo e a escolaridade no grupo dos PAS/CO foram comparados com os
resultados sorológicos para o VHB. O fluido orgânico e a via de exposição mais referidos nas ocorrências de
contaminações pelos PAS/CO foram o sangue e a cutânea, 43% e 22% respectivamente.

655
SILVA, Flávia Garcez da. Teores de tiocinato urinário em portadores de úlcera péptica. 2003. 69 f.
Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: José Luiz Fernandes Vieira

RESUMO: A etiopatia da úlcera péptica apresenta diversos fatores que contribuem para a agressão à mucosa
gastroduodenal, sendo que o hábito alimentar pode ser um fator desencadeante, a população paraense
apresenta relevante característica quanto ao hábito alimentar, em decorrência da ingestão de alimentos
derivados da mandioca contendo glicosídeos ciangênicos, sendo que este trabalho tem o objetivo de
determinar os teores de tiocinato urinário em portadores de úlcera péptica considerando-se a presença de
Helicobacteer pylori e comparando com indivíduos sadios de acordo com o nível de ingestão destes alimentos.
Para a determinação dos teores de tiocinato foi empregado o método espectrofotométrico (UV), sendo que
os resultados obtidos apresentaram valores médios de 0.7619 ± 0.4859 mg SCN-/L, 0.9258 ± 0.5701 mg
SCN-/l e 1.2467 ± 0.8236 mg SCN-/l naqueles com baixa, moderada e elevada ingestão de glicosídeos
cianogênicos respectivamente, concluindo-se que o método empregado na culinária paraense é eficaz, os
indivíduos portadores de úlcera péptica H. pylori (positivo) apresentaram teores de tiocianato médios de
0.4913 ± 0.3841 mg SCN-/L, enquanto que os H. pylory (negativo) valores de 0.2463 ± 0.2922 mg SCN-/L,
portanto, a ingestão de glicosídeos cianogênicos não interferiu no crescimento da bactéria no trato
gastrintestinal.

656
SILVA, Silvana Conceição Campos da. Insuficiência renal aguda na malária por Plasmodium
falciparum:: estudo clínico epidemiológico em um hospital universitário. 2003. 72 f. Dissertação (Mestrado)
– Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2003.
Orientador: Manoel Barbosa de Rezende

RESUMO: A malária é um dos principais problemas de saúde pública mundial, com alta morbidade e
mortalidade. É endêmica na Região Amazônica e uma de suas mais graves complicações é a Insuficiência
413

Renal Aguda (IRA). Este trabalho analisa a incidência de IRA na malária por Plasmodium falciparum, em um
hospital universitário. Feita revisão de 522 prontuários de pacientes internados, no período de janeiro de 1989
a dezembro de 2001, com parasitemia positiva para P. falciparum. Foram analisados dados clínicos,
laboratoriais e a mortalidade. De 522 pacientes, 105 (20,1 %) evoluíram com IRA. A idade média foi de
31.11± 11.76 e a maioria era do sexo masculino 77 (73,3%) com menos de 40 anos. 88,5% eram
primoinfectados. Diálise peritoneal foi realizada em 55 (52.4%) dos pacientes. Os principais fatores de risco
para o desenvolvimento de IRA foram a primoinfecção, hiperbilirrubinemia, hiperparasitemia. A mortalidade
foi 32,4%. Os fatores de risco associados a pior prognóstico na IRA na malária por P. falciparum foram:
hiperbilirrubinemia, acidemia e uso de ventilação mecânica. A IRA no curso da malária por P.falciparum é uma
importante causa de mortalidade nos indivíduos jovens não imunizados.

657
TUMA, Kiânia Nazaré de Souza. Tinea Capitis: aspectos clínico-epidemiológicos e tratamento com
terbinafina em crianças atendidas na localidade de Marituba-Pará-Brasil. 2003. 88 f. Dissertação (Mestrado) –
Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2003.
Orientador: Cláudio Guedes Salgado

RESUMO: A Tinea capitis é uma doença infecto-contagiosa que atinge preferencialmente crianças e tem, como
principais características clínicas, a presença de prurido, descamação, tonsura e alopecia. O tratamento
convencional é baseado no uso da griseofulvina, droga que necessita ser utilizada por, em média, 45 dias e
possui efeitos colaterais importantes. Neste trabalho prospectivo, foram avaliados os aspectos clínico-
epidemiológicos da Tinea capitis em crianças atendidas na região de Marituba, Pará, bem como a eficácia do
tratamento desta afecção com a droga antifúngica terbinafina administrada por um período de duas semanas.
Dentre os principais achados estão: 1) a presença do gênero Trichophyton rubrum; 2) a caracterização do quadro
clínico com prurido, descamação, tontura e alopecia, o que é consistente com a literatura; 3) a ausência de
uma relação específica entre o quadro clínico e o agente etiológico encontrado, o que não permite o
diagnóstico da espécie envolvida somente pelo contato com os animais, apesar dos altos índices de cães e
gatos convivendo com as crianças estudadas; e 5) a segurança da terbinafina, que é bem tolerada e eficaz, com
índice de cura elevado (94,11%), especialmente considerando o fato de que o gênero predominante na região
do estudo foi o Trichophyton. Desta maneira, a utilização da terbinafina nos pacientes de Tinea capitis nesta
região é uma alternativa viável ao uso da griseofulvina.

658
XAVIER, Fábio Branches. Parasitoses intestinais e desnutrição em crianças expostas ao mercúrio na
Amazônia. 2003. 84 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de
Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2003.
Orientador: Luiz Carlos de Lima Silveira

RESUMO: Descreve-se a prevalência de parasitoses intestinais, desnutrição exposição mercurial na população


infantil da comunidade ribeirinha Barreiré, Município de Itaituba, oeste do Estado do Pará. Para detecção de
parasitos intestinais, adotou-se a parasitoscopia das fezes pelo método de Hoffmann. Para diagnóstico da
desnutrição, utilizou-se o método recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A dosagem do
mercúrio total em amostras de cabelo obtida por meio de espectrofotometria de absorção atômica. Os
resultados demonstraram elevada prevalência de Ascaris lumbricoides e Ancylostoma duodenale. Episódios de
desnutrição aguda totalizaram apenas 2,4% população. Quanto à exposição mercurial, 43,5% das crianças
apresentaram níveis de mercúrio total acima do recomendado peta OMS. Não houve associação entre
parasitoses intestinais e desnutrição.
414

2004

659
CARDOSO, Ana Maria Calabria. Diagnóstico nutricional de pacientes internados por tuberculose em
Belém do Pará. 2004. 60 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de
Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientador: Habib Fraiha Neto

RESUMO: Doenças infecciosas crônicas como a Tuberculose (Tb) são causas de distúrbios metabólicos que
interferem na utilização e mobilização de nutrientes corporais, afetando o estado nutricional. A função
imunológica de doentes desnutridos é alterada, o que provavelmente, implica maior incidência de infecções.
Neste estudo, objetivou-se diagnosticar o estado nutricional de pacientes recém-internados por tuberculose
no Hospital Universitário João Barros Barreto em Belém, aplicando uma técnica de avaliação subjetiva global
(ASG) e verificar sua concordância com um método objetivo o índice de Massa Corporal (ICM). Foi utilizado
o método indutivo, descritivo e parte dele descritivo-analítico, transversal, tendo como ponto de referência
pacientes com tuberculose encaminhados para hospitalização, excluindo aqueles com meningite tuberculosa.
As variáveis controladas foram peso, altura, sexo, formas de tuberculose, alterações de peso, de gordura
subcutânea, de massa muscular, de ingestão alimentar e da capacidade funcional, a presença de sintomas
gastrointestinais, sinais de edema e ascite. O perfil nutricional observado foi de 77,8% de desnutridos, sendo
destes 83,78% moderados e 16,22% graves, com um ICM médio de 18, 66 ± 3,86 kg/m². A maioria relatou
perda ponderal nos últimos 6 meses antes da internação em níveis de 5% a 10% do seu peso habitual, 73,82%
relataram modificações para menos na ingestão alimentar, e presença de sintomas gastrointestinais em
64,58% deles, sendo a anorexia o mais freqüente, seguido de náuseas, vômitos e diarréia. A perda da
capacidade funcional foi referida em 100% (nutridos e desnutridos). Ao exame físico foi possível perceber
que 79,16% apresentavam perda de gordura subcutânea e massa muscular, conjuntamente, e nenhum caso
apresentou edema ou ascite. A Tb pulmonar foi a mais incidente, sendo encontrados três casos de Tb
ganglionar e um de Tb óssea, associada à SIDA. O IMC, em relação à ASG, apresentou um coeficiente igual a
0,47, validade sensível de 67% e especificidade de 1000%. A ASG se mostrou uma técnica de boa
aplicabilidade, demonstrando na prática dados inerentes não só ao estado nutricional mas também ao modo
de vida dos indivíduos, oferecendo subsídios relevantes para a terapêutica em nível hospitalar. O diagnóstico
hospitalar mostrou uma prevalência de desnutridos, tanto pelo método subjetivo, como pelo objetivo, e que a
preocupação com o estado nutricional precoce propicia uma adequada intervenção nutricional. Os resultados
recomendam a continuidade deste estudo, avaliar a situação nutricional, quando da internação e
acompanhamento periodicamente cada caso, de modo a subsidiar melhor assistência por parte de toda a
equipe de saúde a este grupo de doentes.

660
CARDOSO, Bernardo da Silva. Aspectos clínicos e epidemiológicos da malária em pacientes expostos
ao mercúrio metálico em região de garimpos no Estado do Pará. 2004. 80 f. Dissertação (Mestrado) –
Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2004.
Orientador: José Luiz Fernandes Vieira

RESUMO: A Região Amazônica vem sofrendo nos últimos anos um acelerado e desordenado processo de
ocupação, no qual as intensas ondas migratórias têm facilitado a dispersão e a disseminação das doenças
infecciosas, principalmente a malária, que ocupa o primeiro lugar em ocorrência. Some-se o surgimento de
outras posologias, como a intoxicação por metais pesados, como o mercúrio, amplamente utilizado na
garimpagem do ouro na região. Admite-se a ocorrência de uma profunda relação entre as atividades
extrativistas e as doenças tropicais, e a compreensão desta é de fundamental importância para manutenção da
qualidade de vida do amazonida. Este trabalho propõe contribuir para o conhecimento da interação entre a
malária e a exposição ao mercúrio metálico, com vistas ao melhor entendimento dos achados clínicos,
415

epidemiológicos e laboratoriais desta associação. Foram analisados 40 pacientes portadores de malária, destes,
20 apresentavam exposição ao mercúrio metálico. Os resultados demonstraram que a idade média dos
participantes do estudo foi de 31 e 27 anos com e sem exposição ao metal, respectivamente. Houve maior
ingestão de bebidas alcoólicas entre os garimpeiros. A redução dos índices hematimétricos observado em
ambos os grupos foi creditada a malária. Não foram observadas alterações hepáticas e renais. Foram
observadas, manifestações psiquiátricas e neurológicas características nos indivíduos expostos ao mercúrio,
como excitabilidade, irritabilidade, labilidade emocional, depressão, ansiedade, diminuição do campo visual,
alteração da coordenação motora, ataxia, disartria e adnamia. A ocorrência de impotência sexual alcançou
40% dos garimpeiros. Os teores de mercúrio total indicam a exposição humana ao metal, embora estejam
abaixo do índice biológico máximo permitido. Portanto, é de suma importância o conhecimento dessas
manifestações clínicas associadas no tratamento do paciente com malária.

661
CARRERA, Maria de Fátima Pinheiro. Malária: estudo de casos na ilha de Cotijuba, Belém, Pará – Brasil.
2004. 80 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientadora: Maria Rita de Cássia Costa Monteiro

RESUMO: A ilha de Cotijuba vem nos últimos tempos apresentando altos índices de casos de malária em
decorrência da devastação para construção de habitações, o que contribui para o surgimento de novos
criadouros, favorecendo contato homem-vetor. Considerando estas questões, a ilha possibilitou a realização
deste estudo, com objetivo de avaliar diferentes aspectos envolvidos no adoecimento e tratamento da malária.
Foi realizado um estudo de casos em cinqüenta pacientes diagnosticados. Os resultados foram os seguintes: a
incidência de malária foi em ambos os sexos, com predomínio para o sexo masculino (58%), a faixa etária
mais acometida foi entre indivíduos entre 18 e 28 anos. As donas de casa foram as mais acometidas (32%). As
más condições de moradia e a falta de saneamento básico contribuem significantemente para o aumento do
número de casos. A maior freqüência em indivíduos da população investigada teve intervalo transcorrido
entre os primeiros sintomas e o diagnóstico entre 0 a 3 dias. O P. vivax foi diagnosticado em todos os
pacientes. Portanto, os casos de malária são causados pelo P. vivax.

662
RIBEIRO, Claudete Teles. Estudo das causas de internação por dengue no Hospital Universitário
João de Barros Barreto, período de 1997-2001. Belém-Pará. 2004. 123 f. Dissertação (Mestrado) – Curso
de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém,
2004.
Orientador: Pedro Fernando da Costa Vasconcelos

RESUMO: Avaliou-se a causa de internação por dengue no Hospital Universitário João de Barros Barreto no
período de 1997-2001, por meio de um estudo retrospectivo, descritivo e comparativo, no qual foram
investigadas entre outras variáveis, o quadro de sinais e sintomas apresentados pelos pacientes ao internar.
Utilizou como fonte de dados os registros em prontuários de 144 casos internados com suspeita de febre do
dengue. Os resultados demonstraram que 137 (95,1%), 117 (81,2%),93 (64,4%) e 67 (46,5%) dos casos
estudados apresentaram como sintoma clássico da doença a febre, cefaléia, mialgia e artralgia
respectivamente. Finalmente, observou-se que a internação por dengue poderia ter sido evitada e os pacientes
tratados em nível ambulatorial. Nenhum caso de febre hemorrágica foi observado. Não obstante, a tendência
observada é de diminuição do número de internação e do tempo médio de permanência hospitalar por
dengue clássica.
416

663
SOUZA, Paulo Fernando Pimenta de. O Comportamento clínico-cardiológico, eletrocardiográfico e
radiológico do tórax de pacientes com leptospirose internados no Hospital Universitário João de
Barros Barreto, no período de 2002-2003, Belém-Pará. 2004. 81 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de
Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2004.
Orientador: Eduardo Augusto da Silva Costa

RESUMO: A leptospirose apresenta alta prevalência em nossa região. É uma doença infecciosa,
multissistêmica, que acomete vários órgãos e o envolvimento cardíaco é freqüente, constituindo atualmente
uma das principais causas de morte dos portadores desta afecção. O objetivo do trabalho foi avaliar o
comportamento clínico-epidemiológico, eletrocardiográfico e radiológico do tórax de pacientes com
diagnóstico clínico-epidemiológico, eletrocardiográfico e radiológico do tórax de pacientes em diagnóstico
clínico-epidemiológico de leptospirose na fase aguda e em ambiente hospitalar. Para este propósito, foi
realizado um estudo transversal com 41 pacientes, seis do sexo feminino e 35 do sexo masculino, com idades
entre 15 e 78 anos, internados no Hospital Universitário João de Barros Barreto, no período de fevereiro de
2002 a junho de 2003. Os participantes do estudo submeteram-se à anamnese e exame clínico, com ênfase ao
aparelho cardiovascular, realizaram de um a três eletrocardiogramas, uma radiografia do tórax e exames
laboratoriais de rotina. Analisando-se os achados clínicos, 37 (90,2 %) apresentaram sinais e sintomas
compatíveis com envolvimento miocárdico. As anormalidades eletrocardiográficas ocorreram em 20 casos,
correspondendo a 48,7 % do total. O nível médio de potássio foi de 3,8 meq/l. A maioria das alterações
foram reversíveis e, a principal, correspondeu ao supradesnivelamento de segmento ST, sem diferença
estatística significante (p>0,05) entre elas. Nos 37 enfermos que apresentaram sintomas e sinais sugestivos de
comprometimento cardíaco, não houve diferença estatística significativa (p> 0,05) entre os
eletrocardiogramas normais e os alterados. Em apenas oito indivíduos houve anormalidades radiológicas (19,5
%), sendo que o aumento discreto do ventrículo esquerdo com infiltrado intersticial nas bases pulmonares foi
o principal achado, com diferença estatística significante (p<0,05) entre outros tipos de infiltrados
pulmonares. Portanto, neste estudo, os principais achados clínicos foram: hepatomegalia e dispnéia; eletro-
cardiográficos: supradesnível de segmento ST e taquicardia sinusal com reversão na maioria dos casos e
radiológicos: aumento ventricular esquerdo discreto com infiltrado pulmonar nas bases.

2005

664
ALMEIDA, Adriana de Jesus Benevides de. Doença de Chagas aguda no Estado do Amapá: avaliação
clínica e laboratorial após quatro anos de tratamento. 2005. 90 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientador: Eduardo Augusto da Silva Costa

RESUMO: A Doença de Chagas é considerada um dos mais importantes problemas de saúde pública na
América Latina, afetando cerca de 16 milhões de pessoas. Na Amazônia brasileira observa-se o aumento da
incidência de casos agudos ao longo de duas décadas, caracterizando-se pela ocorrência singular de
microepidemias familiares ou vicinais com suposta transmissão por via oral. O Estado do Amapá é o segundo
na Região Norte de maior prevalência de casos. Portanto, o estudo baseou-se na avaliação clínica e
laboratorial de nove pacientes que tiveram simultaneamente a doença aguda em 2000, no Estado do Amapá.
Foram analisados os resultados de sorologia (imunofluorescência indireta e hemaglutinação) e parasitológicos
(xenodiagnóstico e hemocultura) durante o período de quatro anos após o tratamento e realizado exame
clínico e cardiovascular com a utilização do eletrocardiograma, Holter de 24 horas, ecodopplercardiograma,
teste ergométrico, raio-x de tórax e radiografia contrastada de esôfago, no ano de 2004. Os resultados da
avaliação clínica e laboratorial foram inexpressivos e o perfil sorológico de todos os pacientes apresenta queda
da titulação de anticorpos e negativação de exames parasitológicos. Concluímos que a apresentação clínica e
417

epidemiológica dos casos é semelhante aos demais ocorridos na região e que até o momento os pacientes não
apresentam seqüelas cardiovasculares ou esofágicas perceptíveis aos exames aos quais foram submetidos,
sendo necessário permanecer o acompanhamento dos mesmos por período mínimo de cinco anos.

665
ALMEIDA, Simone Maria Roque. Desenvolvimento e detecção por PCR de Leishmania (Vianna)
Lindenbergi em Lutzomyia longipalpis experimentalmente infectados. 2005. 73 f. Dissertação
(Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal
do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Edna Aoba Yassui Ishikawa

RESUMO: Os protozoários do gênero Leishmania Ross - 1903 apresentam diferentes perfis de


desenvolvimento no tubo digestivo de flebotomíneos e seu estudo tem sido importante para reconhecer
grupos evolucionários dentro da classificação proposta por Lainson & Shaw, em 1987. O objetivo deste
estudo foi avaliar o desenvolvimento e detectar por PCR Leishmania (Viannia) lindenbergi em Lutzomyia
longipalpis experimentalmente infectados. Foi utilizada no estudo uma cepa de Leishmania (Viannia) Shawi,
representante do subgênero Viannia e Leishmania (Leishmania) chagasi, representante do subgênero Leishmania,
visto que Luizomyia longipalpis é o vetor natural. Para a PCR foi utilizado um par de oligonucleotídeos que
amplificam o gene do mini-exon. Os resultados das infecções experimentais mostraram que o
desenvolvimento de L. (V) lindenbergi no intestino do flebotomíneo é compatível com o perfil do subgênero
Viannia. No entanto, a taxa de infecção foi bem mais baixa, 19%, em comparação com L. (L.) chagasi e L. (V)
shawi que foram de 30% e 33%, respectivamente, e foi observado também que do primeiro ao quinto dias
após alimentação, os parasitas de L. (V) lindenbergi estavam aderidos e em multiplicação no intestino médio e
posterior do flebotomíneo, enquanto que em L. (V) shawi este perfil foi observado no terceiro e quarto dias;
no quinto dia os parasitos já estavam migrando para a porção anterior do intestino. Os resultados da PCR
demonstraram que a presença de sangue não interfere na reação, podendo ser detectado parasito qualquer dia
após o repasto. Diante disso, concluímos que existem diferenças de comportamento no desenvolvimento dos
parasitos dentro do intestino do flebotomíneo entre as espécies do subgênero Viannia, e que a técnica de PCR
é útil e pode ser aplicada em trabalhos de campo como técnica de apoio ao diagnóstico da infecção natural de
Leishmania em flebotomíneos.

666
AMADOR, Maria do Perpétuo Socorro Corrêa. Soroprevalência para Hanseníase em áreas endêmicas
do Estado do Pará. 2005. 85 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças
Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientador: Arival Cardoso de Brito

RESUMO: Analisou-se a prevalência de anticorpos IgM utilizando teste sorológico e antígeno específico
Glicolipídio Fenólico I (PGL-I) do Mycobacterium leprae, por meio do teste rápido ML Dipistick em 1611
indivíduos sadios categorizados em contatos de pacientes hansênicos intradomiciliares e comunitários,
residentes em cinco municípios endêmicos para hanseníase. Realizou-se estudo transversal pela análise do
banco de dados do Laboratório de Hanseníase, Instituto Evandro Chagas. O estudo estendeu-se de março a
dezembro de 1998, com reavaliações anuais até dezembro de 2002, no qual, os municípios selecionados –
Curionópolis, Eldorado dos Carajás, Xinguara, Rondon do Pará e Dom Eliseu – apresentaram taxas de
prevalência em hanseníase maiores que 20 em cada 10.000 hab. E detecção de casos novos maiores que
quatro em cada 10.000 hab. A idade variou de 2 a 90 anos, devido ao fato de que a doença em áreas de alta
endemicidade possibilita o diagnóstico de crianças. Estudou-se 957 mulheres (957/1611-59,4%), 654 homens
(654/1611-40,6%) e observou-se predominância de soropositividade entre as mulheres na faixa etária entre
21 e 50 anos, 62,81% contra 53,97% nos homens. A análise foi realizada nos bancos de dados D-Base, EPI-
INFO 6,4 e 2002, BIOESTAT 3.0 e SINAM, existentes no Instituto Evandro Chagas e Secretaria Estadual de
Saúde do Pará. A média da prevalência de anticorpos IgM para PGL-I geral, foi 40,14/10.000 hab.,
moderadamente abaixo da média de detecção da doença na região estudada, que foi de 47,77/10.000 hab. Em
418

1998. A associação entre a soropositividade e situação vacinal dos sujeitos do estudo é significativa,
especialmente na análise da ausência de anti-PGL-I e proporção de indivíduos vacinados com duas doses de
BCG id antigas, em 1998, recebidas há mais de um ano em relação à data de realização do teste sorológico,
comparados com a proporção de indivíduos vacinados com duas doses de BCG id em 2002 (p=0.0001;
“Odds Ratio” = 7.3506; IC95%-4.044 ≤ μ ≤ 3.3609; Risco Relativo (RR) = 5.8083; p= 0.0001; IC 95% =
3.2992 ≤ μ ≤ 10.2256; X2 = 56.256; p=0.0001. É evidente a necessidade de ações mais efetivas e
operacionalmente executáveis para a eliminação da hanseníase no Estado do Pará.

667
CAVALCANTE, Rejane Maria Sales. Análise higiênico-sanitária de polpas de cupuaçu e bacuri
comercializadas na cidade de Belém, Pará. 2005. 67 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientador: Habib Fraiha Neto

RESUMO: O consumo de polpas de frutas e seus derivados vem sendo notavelmente incrementados. Dadas
suas propriedades nutricionais, a grande variedade de sabores e aromas e a demanda cada vez maior por
produtos com características sensoriais do alimento “in natura”. As polpas são utilizadas para consumo direto
ou como matéria-prima na indústria de sucos, sorvetes, iogurtes etc. O processo de sua obtenção deve ser
realizado em condições de higiene adequadas, seguido de acondicionamento e armazenamento também
apropriados, de modo a assegurar a integridade e a qualidade do produto. O objetivo deste estudo foi o de
avaliar as condições higiênico-sanitárias de polpas congeladas de cupuaçu e bacuri, comercializadas no
município de Belém, considerando que o seu processamento implica manipulação direta dos frutos, nem
sempre por mãos convenientemente preparadas para este ofício. Sua realização contou com o indispensável
apoio da Divisão de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde do Laboratório Central do Estado
do Pará (LACEN) e do Laboratório de Parasitologia do Centro de Ciências Biológicas da Universidade
Federal do Pará. O método correspondeu a análises microbiológicas, microscópica e parasitológica de 33
amostras coletadas em 11 feiras-livres, precisamente aquelas em que esses produtos são regularmente
oferecidos à venda, distribuídas em igual número de bairros da cidade de Belém e da vila de Icoaraci. Foram
examinadas 22 amostras de cupuaçu e 11 de bacuri. A análise microbiológica correspondeu à pesquisa de
coliformes a 45°C mediante a técnica do número mais provável (NMP) e à pesquisa de Salmonella sp, em
obediência ao prescrito na resolução RDCn O 12/2001/ANVISA. Os resultados foram todos negativos. O
exame microscópico, realizado em observância à Instrução Normativa nº 1/2000 do Ministério da
Agricultura e Abastecimento, não logrou revelar a presença de sujidades em qualquer das amostras. A análise
parasitológica foi feita pelo Método de Faust. Todas as amostras apresentando ausência de cistos de
protozoários e ovos de helmintos. A despeito da observação macroscópica das condições higiênico-sanitárias
do ambiente das feiras-livres, muito sugestivas de fácil contaminação do produto, todas 33 amostras de
polpas congeladas de cupuaçu e bacuri foram consideradas adequadas para o consumo, por atenderem às
exigências da legislação vigente. Isto talvez seja devido ao grau de acidez e à presença de ácido cítrico em
ambos os produtos, e ainda ao processo de congelamento a que são submetidos.

668
ESTEVES, Nelma Maria Rosa de Sousa. Diagnóstico coproparasitológico e avaliação dos fatores de
risco para infecção parasitária intestinal em uma comunidade ribeirinha do Município de Belém-
Pará, Brasil. 2005. 107 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais,
Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Marinete Marins Póvoa

RESUMO: As parasitoses intestinais estão entre as doenças mais freqüentes que acometem o homem,
principalmente nos países mais pobres, onde as condições higiênico-sanitárias são muito precárias. Este
estudo tem como objetivo determinar a prevalência e identificar os fatores de risco para enteroparasitoses, na
comunidade ribeirinha da ilha de Jutuba, localizada no município de Belém-PA. Foram examinadas 109
amostras de fezes pelos métodos direto e de sedimentação espontânea em água potável. A prevalência de
419

enteroparasitose encontrada foi de 77,98% (85/109). O protozoário mais prevalente foi a Entamoeba histolytica
(49,41%) e entre os helmintos destacaram-se os ancilostomideos (40,0%), Ascaris lumbricoides (29,41%) e
Trichuris trichiura (24,71%). Não foram encontradas diferenças, estatisticamente, significativas entre
parasitismo e sexo. A correlação entre o parasitismo por Giárdia lamblia e idade apresentou significância
estatística (p<0,05) na faixa etária infantil. Entre os fatores de risco para doença parasitária na Ilha
consideramos o baixo nível socioeconômico, a falta de saneamento básico, o consumo de água direto do rio e
o consumo de açaí in natura. A correlação entre o consumo de água não tratada e parasitose intestinal não
mostrou significância estatística. A razão de chances (Oddes Ratio) calculada mostrou que os indivíduos que
consomem açaí têm quatro vezes mais chances de adquirir parasitose intestinal do que os que não consomem.
Conclui-se que para redução significativa na morbidade das doenças parasitárias na Ilha de Jutuba é
fundamental a ação do poder público e levar à comunidade noções básicas de higiene e de educação sanitária,
pois os fatores pertinentes no sentido de reduzir a prevalência de parasitoses intestinais envolvem, além de
medidas de saneamento básico, o conhecimento da comunidade sobre o assunto.

669
MAGALHÃES, Mioni Thieli Figueiredo. Caracterização fenotípica de isolados de Cryptococcus gattii.
2005. 42 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Márcia dos Santos Lazéra

RESUMO: Cryptococcus neoformans foi descrito como patógeno humano, em 1894. Desde então, estudos
abrangendo aspectos da biologia, taxonomia, ecologia e epidemiologia do fungo vêm se desenvolvendo com
significante importância para a medicina e para o meio ambiente. O fungo foi recentemente classificado em
duas espécies distintas, C. neoformans (sorotipo A, D e AD) e C. gattii (sorotipos B e C), cada uma com
características morfológicas e genéticas bem definidas, assim como seus aspectos ecológicos e
epidemiológicos. C. neoformans acomete principalmente indivíduos imunocomprometidos, especialmente
aqueles infectados pelo HIV, enquanto C. gattii infecta principalmente indivíduos imunocompetentes,
atingindo todas as faixas etárias. Os fatores principais que determinam a patogênese da criptococose são
relacionados com a situação de defesa do hospedeiro, o tamanho do inóculo e a virulência da cepa, sendo este
último determinado por quatro características principais: a cápsula polissacarídica, a produção de melanina, a
diferença de tipos sexuados (MAT a e MATa) e a termotolerância. O fungo possui ciclo de vida transitório
entre formas leveduriformes haplóides e formas filamentosas dicarióticas. A reprodução sexuada envolve
mistura de material genético de parentais que formam progênies contendo características genéticas de ambos.
A forma sexuada pode ocorrer através de um processo conhecido como frutificação haplóide. As espécies são
heterotálicas, com dois tipos sexuados MAT a e MATa. Estudos de caracterização fenotípica, incluindo a
identificação da espécie, sorotipo e tipo sexuado tem grande relevância para a condução de estudos mais
aprofundados devido ao estreito relacionamento entre seus aspectos ecológicos variáveis e seu ciclo de
desenvolvimento e multiplicação, especialmente para o Norte e Nordeste do Brasil, onde o sorotipo B
destaca-se como principal agente de meningite fúngica em hospedeiros normais. Este trabalho utilizou a
técnica do CGB para a análise metabólica (identificação da espécie), onde 28 cepas apresentaram resultado
positivo, caracterizando C. gattii e duas apresentaram resultado negativo, caracterizando C. neoformans. Os
resultados de sorotipagem, realizados por meio de teste de aglutinação revelaram 28 cepas do sorotipo B e
duas do sorotipo A. A determinação do tipo sexuado foi realizada através de técnica de PCR e todas as
amostras eram MATa.

670
MARSOLA, Lourival Rodrigues. Fatores de risco para pneumonia associada à ventilação mecânica:
estudo de caso-controle. 2005. 83 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças
Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Rita Catarina Medeiros Sousa

RESUMO: A pneumonia associada à ventilação mecânica é a infecção hospitalar mais comum em pacientes
de unidade de terapia intensiva. Estratégias de prevenção podem ser mais bem elaboradas com o
420

conhecimento dos fatores de risco para esta infecção. Com o objetivo principal de identificar fatores
associados com maior risco de desenvolvimento de pneumonia em pacientes que recebem ventilação
mecânica, foi realizado estudo retrospectivo, caso-controle, não pareado, em uma unidade de terapia
intensiva, clínico-cirúrgica, de um hospital universitário na cidade de Belém do Pará, Brasil. O período de
estudo foi de 19 meses (janeiro de 2003 a julho de 2004). Os critérios de definição foram adaptados a partir
dos critérios dos Centers for Diseases Control and Prevention. Foram avaliadas características demográficas,
procedimentos invasivos, morbidades associadas e variáveis dependentes de tempo (ventilação mecânica,
nutrição, exposição a drogas), entre outros fatores, em 27 casos e 27 controles. A pneumonia associada à
ventilação mecânica teve uma taxa bruta e incidência por 1000 ventiladores/dia de 10,6% e 12,3 episódios,
respectivamente. O tempo médio de permanência na unidade de terapia intensiva dos pacientes foi de 34,2 ±
27,7 dias, enquanto dos controles foi de 15,4 ± 13,6 dias (p=0,003). O tempo médio para início da
pneumonia foi de 14,29 ± 9,16 dias. A taxa global de mortalidade foi similar nos dois grupos (OR=1,60;
p=0,576). A análise univariada demonstrou que medicamentos administrados em aerossóis (OR=4,75;
p=0,01) e uso de curares (OR=8,61; p=0,003) estiveram associados a um maior risco de desenvolvimento da
infecção. Conclui-se que a pneumonia associada a ventilação mecânica esteve associada ao uso de curares e
aerossóis, sendo que medidas preventivas poderiam ser direcionadas a estes fatores por serem eles,
potencialmente modificáveis.

671
MODESTO, Ana Sheyla Falcão. Estudo de soroprevalência da leptospirose em feirantes do bairro da
Cremação – Belém – Pará. 2005. 64 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças
Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientador: Eduardo Augusto da Silva Costa
Co-orientadora: Edna Aoba Ishikawa

RESUMO: Um estudo sorológico para Leptospira foi realizado em feirantes da Feira Livre do bairro da
Cremação, bairro definido com base em dados epidemiológicos que indicam o distrito D’água, no qual o
bairro da Cremação está incluso, como altamente prevalente em casos de leptospirose no Município de
Belém-Pará. Ressalta-se que o interesse neste estudo reside no fato de que, até o momento, o grupo
populacional de feirantes não foi referenciado em estudos de soroprevalência da leptospirose no ambiente de
trabalho. Foram examinados vinte e seis soros de feirantes pela técnica de soroaglutinação microscópica. No
momento da coleta do sangue, os indivíduos examinados possuíam aspecto saudável e não apresentavam
sinais clínicos sugestivos de leptospirose. Os resultados deste estudo demonstraram-se negativos para
soroaglutinação microscópica da leptospirose. No presente estudo, 73% dos feirantes era do sexo masculino e
27%, feminino. A faixa etária mais prevalente foi entre 28 a 47 anos, com 68% dos casos. Não foram
detectados reagentes na pesquisa de aglutininas antileptospira, apesar destas variáveis estarem de acordo com
os achados da literatura e em consonância com os dados epidemiológicos do Município de Belém. A maioria
dos indivíduos da casuística do estudo conhece a via de transmissão e o risco de mortalidade da leptospirose,
sendo este dado significativo para a prevenção desta patologia infecciosa. No estudo realizado, 88,5 %
utilizavam algum tipo de Equipamento de Proteção Individual e apenas 11,5% não o utilizavam. Cerca de
81% do terreno dos estabelecimentos comerciais são do tipo firmes (seco), excluindo a principal via de
transmissão, pela veiculação hídrica das Leptospira. As ações de saneamento ambiental, como o controle de
reservatórios (principalmente o rato) e a coleta de lixo, podem ter contribuído para a proteção destes
profissionais no ambiente de trabalho.

672
NUNES, Heloisa Marceliano. Prevalência dos marcadores sorológicos dos vírus das hepatites B e D na
área indígena Apyterewa, do grupo Parakanã, Pará, Brasil. 2005. 111 f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Maria Rita de Cássia Costa Monteiro
Co-orientador: Manoel do Carmo Pereira Soares
421

RESUMO: Estuda a prevalência dos vírus das hepatites B (HBV) e D (HDV) em indígenas das aldeias
Apyterewa e Xingu, do grupo Parakanã, Altamira, Pará, Brasil, assim como, avalia o impacto da vacinação
contra a hepatite B, iniciada nessas aldeias, em 1995. Em setembro de 2004, foram coletadas, nas aldeias, 258
amostras de soro para análise dos marcadores sorológicos das hepatites B e D, por técnicas
imunoenzimáticas, no Instituto Evandro Chagas, Belém, Pará, Brasil. Também foram analisados os resultados
de 196 amostras de soro, coletadas nessas aldeias, em 1995. Os resultados do estudo atual revelaram padrão
de endemicidade moderada nas aldeias, com prevalência total de infecção pelo HBV, de 55,7% com 5,4% de
portadores do vírus, na aldeia Apyterewa, e de 49,5% com 1,1% de portadores do HBV, na aldeia Xingu. Não
foi detectada sorologia positiva para o HDV, entre os portadores do HBV. Comparando o estudo de 2004,
com o de 1995, verifica-se que, em 1995, havia portadores do HBV a partir dos três anos de idade e em 2004,
somente foram encontrados portadores do vírus, acima de dez anos. A positividade isolada para o anti-HBs,
ausente em 1995, mostrou prevalência de 3 1,4%, em 2004. Caracterizamos, em base laboratorial, a presença
de portadores crônicos do HBV e a ausência de portadores do HDV nas aldeias Apyterewa e Xingu. A
emergência de perfil vacinal entre os susceptíveis e o deslocamento da faixa etária de portadores HBV
confirmaram a efetividade da vacinação e a necessidade em mantê-la, principalmente no primeiro ano de vida,
assim como, a necessidade de desenvolver uma vigilância epidemiológica efetiva, para detecção precoce do
surgimento de infecção pelo HDV, entre os indígenas portadores do vírus da hepatite B.

673
PAES, Andréa Luzia Vaz. Aspectos clínicos, epidemiológicos e microbiológicos e terapêuticos da
candidemia nosocomial em unidades neonatal e pediátrica em um hospital geral em Belém/Pará.
2005. 76 f Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Rita Catarina Medeiros Sousa

RESUMO: As infecções fúngicas têm emergido como responsáveis por infecções nosocomiais,
particularmente quando associadas com co-morbidades como prematuridade, doenças hematológicas,
permanência hospitalar por mais de 15 dias, entre outras. Com a finalidade de avaliar a ocorrência de
candidemia em pacientes da neonatologia e da pediatria internados em hospital público em Belém do Pará,
Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP), foi realizado um estudo retrospectivo tendo como
base de investigação todas as culturas realizadas no hospital, de janeiro de 1999 a dezembro de 2004. De um
total de 2.622 culturas, apenas cinco com isolamento para C. albicans, de pacientes da pediatria e neonatologia.
Vale ressaltar que não foi identificada nenhuma outra espécie de Candida. As crianças tinham entre 0 e 9
meses, e todas foram submetidas a procedimentos cirúrgicos. Ocorreram outras infecções hospitalares
concomitantes às candidemias. Entre os sinais e sintomas apresentados no momento da colheita da
hemocultura, observamos que taquipnéia e febre foram os mais freqüentes. Anemia e leucocitose foram os
achados laboratoriais predominantes. Alguns fatores de risco para o desenvolvimento de candidemia foram
identificados como antibioticoterapia, cirurgias, transfusão de sangue, e uso de bloqueador de H2, cateter
venoso central, sonda oro-gástrica. Dentre os antimicrobianos utilizados, observamos que antibióticos de
amplo espectro, como cefiazidima, imipenem, vancomicina, foram utilizados na maioria dos casos (4/5). O
tempo médio de permanência hospitalar foi de 55 dias, e três pacientes permaneceram internados na UTI.
Este trabalho reflete um isolamento baixo de Candida sp em crianças internadas na FSCMP, sugerindo uma
melhoria nos testes empregados para culturas de fungos.

674
PEREIRA, Elza Alves. Leishmaniose visceral no Município de Barcarena, Pará: importância do
comportamento da enzootia canina por Leishamania (Leishmania) chagasi e de outros fatores para infecção
humana. 2005. 121 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em Doenças Tropicais, Centro de Ciências
da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientador: Fernando Tobias Silveira

RESUMO: A leishmaniose é uma doença infecciosa não contagiosa de evolução crônica com altos índices de
mortalidade, sendo que o Brasil notifica cerca de 90% dos casos do continente Americano. A epidemiologia
422

do LV no Brasil é baseada na ocorrência de casos clínicos. Assim, o presente estudo propôs-se a estudar o
comportamento da enzootia canina e de outros fatores para a infecção humana, em uma localidade do
município de Barcarena, onde a população é estável, ocorrendo a doença de forma endêmica. O estudo
acompanhou durante um ano duas coortes, sendo uma para caninos, com 172 cães, e uma para humanos,
com 1.064 pessoas. Foi realizado teste sorológico através da Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI),
para determinar a prevalência inicial de infecção e as incidências em dois momentos do estudo, tanto da
população humana quanto canina. Também foi realizado na população humana a Intradermo Reação de
Montenegro (IDRM), com a mesma finalidade, aferir a prevalência e incidência de infecção através deste
método. Outros fatores também foram analisados e podem estar associados ao risco para a infecção. A
análise estatística foi realizada com auxílio dos programas EPI INFO versão 6.04 e BIOESTAT versão 3.0 e
os testes aplicados foram o Qui-Quadrado e o cálculo de prevalência e incidência. No inquérito sorológico
canino, foram observadas prevalência de infecção canina de 37,2% e a incidência seis meses após foi de
29,2%. No intervalo da segunda para a terceira coleta, foi realizada a eutanásia dos cães sorologicamente
positivos, num total de 70 cães, pois 15 haviam morrido antes da intervenção. A incidência calculada após a
intervenção mostrou uma taxa de 14,6%, o que caracteriza uma redução de cerca de 50%. Quando realizado
o inquérito sorológico humano, foi observada uma prevalência de infecção humana de 5,25%, e a incidência
seis meses após foi de 1,69% e na última avaliação 6,52%, com aumento de cerca de 300%pela RIFI,
enquanto pela IDRM a prevalência inicial foi de 10,78% e as incidências de 4,75% e 7,30% aos seis e doze
meses do estudo respectivamente. Sobre os infectados detectados tanto pela RIFI, quanto a IDRM, destaca-
se a significância estatística da variável ocupação. As variáveis tempo residência no local, proximidade de
residência com a mata, destino do lixo e dejetos também se mostraram significativas. O estudo mostrou-se
adequado para o conhecimento das prevalências e incidências de infecção canina e humana na localidade,
assim como o comportamento de alguns fatores que associados podem constituir-se em risco para infecção, e
que a eliminação de cães soropositivos reduz a incidência de infecção canina, no entanto, não altera o curso
da infecção humana, podendo haver outros reservatórios silvestres envolvidos na transmissão.

675
RAMOS, Francisco Lúzio de Paula. Febre tifóide: a experiência do Instituto Evandro Chagas. 2005. 83 f.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Tereza Cristina de Oliveira Corvelo

RESUMO: A febre tifóide é doença infecciosa de distribuição mundial e, estando estreitamente relacionada
com baixos níveis socioeconômicos, ocorre com maior freqüência nos países em desenvolvimento. Neste
trabalho é apresentada a experiência do Instituto Evandro Chagas (IEC) com essa doença, desde 1987 até
2004, período no qual se construiu uma casuística de 443 casos, todos diagnosticados por meio do isolamento
da Salmonella typhi no sangue e/ou nas fezes, sendo alguns deles complementados com a reação sorológica de
Widal. Os casos foram procedentes de Belém e do interior do Estado, ora encaminhados ao IEC pelas
respectivas unidades do Sistema Único de Saúde para esclarecimento diagnóstico de síndrome febril, a
maioria de curso prolongado, aqui designados como “demanda espontânea”, ora detectados por ocasião da
investigação de surtos ocorridos em localidades do interior. Discutiram-se aspectos relacionados à
apresentação clínica, com ênfase às manifestações atípicas; à distribuição por gênero e faixa etária; à
sazonalidade; e à distribuição por área de procedência, identificando-se os municípios de maior prevalência, e
a distribuição por bairros, em relação aos casos procedentes de Belém. Foram discutidos, também, aspectos
relacionados ao diagnóstico laboratorial com ênfase à aplicação dos métodos de cultivo (coprocultura e
hemocultura) comparando o rendimento delas em relação ao tempo de doença e a relação dessas provas com
a reação de Widal, e o valor desta como método auxiliar ou complementar no diagnóstico da doença. As
análises estatísticas foram realizadas por meio do programa Bio Estat versão 3.0, aplicando-se o teste do qui-
quadrado e teste “G” e a significância estatística foi aceita ao nível de 95%. Os resultados nos permitiram tirar
as seguintes conclusões: 1) em situações de normalidade epidemiológica a febre tifóide acomete mais a faixa
etária do adulto jovem, enquanto que, nas situações epidêmicas, a faixa etária mais atingida é a infantil; 2)
existem homogeneidade entre as amostras provenientes dos casos de surtos e da demanda espontânea quanto
à distribuição dos gêneros, sendo que o masculino está mais exposto à febre tifóide; 3) no interior do Estado
423

a doença se mostrou mais freqüente nas regiões onde se concentra maior número de populações ribeirinhas e,
em relação à capital, ela mostra a maior prevalência no bairro do Jurunas; 4) a enfermidade tem um perfil
sazonal, que mostra a maior ocorrência na segunda metade do ano, favorecida provavelmente por fatores
geo-climáticos e culturais; 5) a febre tifóide constitui sério problema de saúde pública no Estado do Pará,
confirmando sua estreita relação com os elevados níveis de pobreza; 6) a fórmula leucocitária revelou padrão
normal ou leucocitose em maior percentual em relação à leucopenia; 7) na abordagem laboratorial não se
deve prescindir dos ensaios que visam ao isolamento em detrimento do teste sorológico, e a coprocultura e a
hemocultura devem ser solicitadas em todos os casos sem se levar em conta o tempo de evolução do quadro
clínico; 8) em nossa região, nas áreas onde não há disponibilidade das provas de cultivo a reação de Widal
pode ser uma alternativa de valor diagnóstico; 9) é enfermidade de curso clínico prolongado e com
manifestações clínicas atípicas (pneumonias e hepatite colestática) cujos sinais/sintomas, quando presentes,
devem suscitar a suspeita por parte do investigador; 10) nas regiões de elevada endemicidade, a febre tifóide
pode causar um impacto negativo na economia tanto pelos custos gerados com exames laboratoriais,
tratamento, hospitalizações e eventuais intervenções cirúrgicas, como por afastar o trabalhador do seu posto
de trabalho por um período de tempo prolongado.

676
REIS, Fernando Vinícius Faro. Treinamento desportivo e incidência de infecções respiratórias agudas
em atletas de natação (Belém, Pará). 2005. 84 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Mestrado em
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Rita Catarina Medeiros Sousa

RESUMO: O estresse fisiológico determinado pelo exercício físico pode aumentar a suscetibilidade de atletas
a infecções respiratórias agudas (IRA). O presente trabalho analisa o impacto do treinamento desportivo e
competições sobre a incidência e duração de IRA em atletas de natação do clube Associação dos Docentes da
Escola Superior de Educação Física do Pará (ADESEF-PA), Belém, Pará, no período de janeiro a junho do
ano de 2004. Para isso, dezoito atletas de natação de ambos os sexos, das categorias infantil (13 e 14 anos),
juvenil (15 e 16 anos) e júnior (17 e 18 anos) foram acompanhados durante um período de treinamento de 24
semanas, visando às disputas do campeonato brasileiro de natação das referidas categorias. A partir do
macrociclo, foram obtidos os dados a respeito do volume de treinamento e o número de competições
disputadas. Por meio de uma ficha clínico-epidemiológica, levantando a ocorrência de sinais e sintomas
sugestivos de gripe e resfriado, registrou-se o número e a duração dos episódios de IRA. Os resultados deste
estudo revelaram uma ocorrência freqüente de IRA no grupo de atletas estudado e ausência de imunidade
prévia por vacina anti- Influenza. A incidência (61,1%) e a duração média total (9,5 dias) dos episódios de IRA
não diferiu entre os sexos, categorias e períodos do treinamento desportivo. Identificou-se ainda uma
importante proporção de recorrência dos episódios de IRA nos atletas acompanhados. As infecções
respiratórias apresentaram um perfil clínico compatível com a gripe, sugerindo que o vírus Influenza parece
constituir o principal agente etiológico das infecções respiratórias apresentadas pelos atletas estudados. A
partir dos resultados obtidos no estudo, concluiu-se que tanto a incidência quanto a duração dos episódios de
IRA não foram influenciadas pelo volume de treinamento e número de competições aos quais os atletas
foram expostos.

677
SANTOS, Dirceu Costa dos. Avaliação da suscetibilidade do primata Cebus apella a diferentes
inóculos de Leishmania (Leishmania) chagasi. 2005. 80 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientador: Fernando Tobias Silveira

RESUMO: No Brasil, o primata Cebus apella tem sido utilizado com sucesso em modelos de estudos
experimentais para leishmaniose cutânea. Em função disso, decidiu-se investigar a susceptibilidade desse
primata como modelo experimental frente à leishmaniose visceral. Foram utilizados 10 espécimes do primata
Cebus apella: 7 machos e 3 fêmeas, todos jovens, nascidos e criados em cativeiro. No primeiro experimento
424

foram utilizados 6 primatas divididos em 2 grupos, sendo que o primeiro grupo (com 3 primatas) inoculado
com 30x106 promastigotas de L.(L.) chagasi (MCAO/BR/1998/M18011, Estado do Maranhão) na fase
estacionária de cultura, enquanto o segundo grupo foi inoculado com 5 doses sucessivas do mesmo inóculo
totalizando 150x106 promastigotas. No segundo grupo o fenótipo foi associado a 5 pares de glândulas
salivares de Lutzomyia longipalps. Este experimento foi feito com 4 primatas, divididos em 2 grupos. No
primeiro grupo (2 primatas) foi inoculado 30x106 promastigotas de L.(L.) chagasi (MCAO/BR/1998/M18011,
estado do Maranhão) na fase estacionária de cultura, enquanto o segundo grupo (2 primatas) foi inoculado
com 5 doses sucessivas do mesmo inóculo totalizando 150x106 promastigotas. As inoculações foram
intradérmicas na base da cauda dos animais. A evolução da infecção foi avaliada incluindo exames clínicos,
anticorpos IgG dentro da resposta imune medida através do teste de Imunofluorescência Indireta (RIFI). Os
macacos inoculados com formas promastigotas, associadas ou não às glândulas salivares de flebotomíneos,
não apresentaram manifestação clínica ao longo do experimento e não demonstraram parasitas na medula
óssea ou resposta imune específica. Os resultados sugerem que o Cebus apella apresenta resistência natural à
infecção por L. (L.) chagasi.

678
SODRÉ, Roberta Nice Salgado. Avaliação da susceptibilidade de camundongos BALB/c e swiss,
hamsters e Proechimys roberti à infecção por Leishmania (Viannia) naiffi e Leishmania (Viannia)
lindenbergi. 2005. 78 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais,
Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.
Orientadora: Edna Aoba Yassui Ishikawa

RESUMO: Leishmania (Viannia) naiffi e Leishmania (Viannia) lindenbergi são espécies de Leishmania que causam
leishmaniose cutânea e apresentam grande similaridade em relação à produção de infecção inaparente em
hamsters, no perfil de isoenzimas e anticorpos monoclonais. Pelo fato de não se ter um modelo experimental
altamente suscetível à infecção por L. (V.) naiffi e L. (V.) lindenbergi. O objetivo deste estudo foi avaliar a
susceptibilidade de roedores, como hamsters, camundongos BALB/c e Swiss e Proechimys roberti à infecção por
essas duas espécies. Foram preparados dois inóculos para cada espécie: um contendo apenas formas
promastigotas e outro contendo promastigotas misturadas com glândulas salivares de Lutzomyia longipalpis. Os
animais experimentais, de três a cinco semanas de idade, de ambos os sexos, foram inoculados
intraperitonealmente na face dorsal das duas patas traseiras e acompanhados durante até 90 dias para
avaliação do aparecimento de lesões. No período de 30, 60 e 90 dias pós-inoculação, os animais foram
sacrificados e diferentes fragmentos de pele foram retirados do local de inoculação para cultura, exame
microscópico e reação em cadeia da polimerase (PCR). Não foi possível observar lesões nos animais
inoculados com L. (V.) naiffi e L. (V.) lindenbergi com ou sem a presença de glândulas salivares. As lâminas
coradas pelo giemsa não revelaram presença de amastigotas das duas espécies estudadas durante 30, 60 e 90
dias após a inoculação. Na cultura, todos os animais inoculados com L. (V.) lindenbergi não apresentaram
formas promastigotas. Em relação à L.(V.) naiffi, todos os camundongos BALB/c apresentaram positividade
quando sacrificados no período de 30 dias após a inoculação. Um número menor de camundongos BALB/c
apresentou positividade na cultura com 30 e 60 dias pós-inoculação desta espécie. Apenas dois hamsters foram
positivos na cultura com 30 e 60 dias pós-inoculação enquanto todos os Proechimys apresentaram negatividade
na cultura. O PCR não foi muito sensível, conseguindo amplificar apenas uma amostra retirada de
camundongo BALB/c com 30 dias após a inoculação com L.(V.) naffi. A partir disso, podemos concluir que
L.(V.) naiffi e L.(V.) lindenbergi são espécies que apresentam baixa infectividade para os modelos experimentais
estudados e estes não puderam ser considerados altamente susceptíveis à infecção por essas duas espécies.
425

2006

679
AMARAL, Ivanete do Socorro Abraçado. Co-infecção vírus da imunodeficiência humana e vírus da
hepatite C (HIV/HCV): aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais de uma população atendida em
um serviço de hepatopatias na cidade de Belém-Pará. 2006. 130 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Rita Catarina Medeiros Sousa

RESUMO: A infecção pelo Vírus da imunodeficiência humana 1 (HIV- 1) em associação com a do Vírus da
hepatite C (HCV) representa, atualmente, uma comorbidade que pode interferir principalmente na história
natural da hepatite C. Este trabalho descreve aspectos demográfico, clínico e laboratorial, incluindo exame
histopatólogico de pacientes co-infectados HIV/HCV. No período de agosto de 2004 a dezembro de 2006,
36 pacientes co-infectados foram selecionados para o estudo. Noventa e dois por cento desses pacientes eram
procedentes de Belém, com média de idade de 42 anos. Entre as principais informações demográficas da
população estudada, foram identificados 72,52% solteiros, 83,5% do sexo masculino e 61,1% relataram ser
heterossexuais. Entre os fatores de risco para o HCV, o uso de drogas ilícitas injetáveis foi identificado em 4
1,7% dos casos, o uso de cocaína intranasal foi relatado por 38,9% dos pacientes, e o compartilhamento de
seringas e material pessoal, em 38,9% dos casos. A história de etilismo em 77,8% e o uso de TARV foram os
possíveis fatores agravantes mais freqüentes para a doença hepática. Apenas um paciente apresentou sinais
clínicos de insuficiência hepática crônica. Entre os testes bioquímicos hepáticos, a mediana de ALT e AST foi
de 68U11L e 6IUTJL, respectivamente. Os níveis de linfócitos T CD4+ apresentaram mediana de 327
células/mm3, a carga viral do HIV com mediana de 2,53 log1o cópias/ml (ep=0,34), carga viral do HCV com
mediana de 5,9 log10Ul/ml O genótipo 1 do HCV foi o mais freqüente (58,82%). Cinqüenta e sete por cento
dos pacientes submetidos à biópsia hepática apresentavam fibrose de moderada a severa, e 11% não
apresentaram fibrose pela classificação METAVIR. Houve associação entre níveis de linfócitos T CD4+ e
níveis de ALT e de AST (p=0,0009 e p=0,0002, respectivamente), assim como associação entre genótipo 1
do HCV e HCV-RNA maior ou igual a 6 log10 UI/ml (p=0.0039). Foi observada também associação entre
HCV-RNA e HIV-RNA (p=0.0039). Os pacientes apresentam estado geral bom, imunologicamente estáveis,
sem sinais de descompensação hepática, mas com alterações estruturais hepáticas importantes, sendo
portanto bons candidatos à terapia antiviral para o HCV. Futuros estudos, talvez de caso-controle, com
casuística maior são necessários para melhor entendimento da co-infecção HIV/HCV.

680
AMÉRICO, Ana Paula Larêdo. Avaliação do teste de quimiosensibilidade deli-teste para verificação da
sensibilidade in vitro do Plasmodium vivax à cloroquina em condições de campo no Município de
Tucuruí, Pará. 2006. 93 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais,
Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: José Maria de Souza

RESUMO: O Estado do Pará é um dos responsáveis pela maioria das notificações de malária na Região
Amazônica. O Plasmodium vivax é a espécie mais freqüente e a avaliação da sensibilidade do mesmo à
cloroquina é essencial para verificar se tal droga mantém sua eficácia. Entretanto, isso não era factível em
função da não disponibilidade de metodologia de cultivo de curto prazo e da dificuldade de avaliação da
maturação desse parasito. Recentemente, um sistema para cultivo de curto prazo de P. vivax foi introduzido,
assim como uma metodologia de mensuração (DELI-teste) da maturação/crescimento do parasito, baseada
na detecção da enzima Lactato Desidrogenase (pLDH), permitindo estudos de sensibilidade dessa espécie
plasmodial aos antimaláricos. O objetivo desse trabalho foi então avaliar o desempenho dessa metodologia
para avaliar a quimiossensibilidade de P. vivax a cloroquina em condições de campo no Município de Tucuruí,
no Estado do Pará. Foram utilizados 44 pacientes positivos para Malária vivax, diagnosticados pelo exame de
gota espessa, dos quais, após consentimento, foram coletados 5ml de sangue. Uma suspensão de hemácias de
426

cada paciente, preparada em meio de cultura especial (meios RPMI e Waymouth, soro AB+, hematócrito de
1,8%), foi colocada em cultivo in vitro de curto prazo (48 horas), a 37°C e microaerofilia, frente a uma gama
de concentrações (2,34-600ng/ml) de cloroquina. As placas foram então congeladas e, posteriormente, os
parasitos foram lisados por congelamento e descongelamento, liberando a pLDH. A mensuração da pLDH
foi feita por ELISA-sanduiche (DELI-teste), utilizando como anticorpos de captura os monoclonais 6C9
(anti-pLDH de Plasmodium) e 11D (anti-pLDH de P. vivax) e como anticorpo de detecção o monoclonal 19G
(anti-pLDH de Plasmodium). Os valores de densidade ótica obtidos permitiram, na maioria dos casos, traçar
curvas de sensibilidade a droga e o conseqüente cálculo da concentração inibitória de 50% (IC50). Do total de
amostras, 53,8% apresentaram melhores curvas com o monoclonal 11D e 46,1% com o monoclonal 6C9.
Das 44 amostras, 26 (59,2%) permitiram traçar curvas interpretáveis de sensibilidade a cloroquina. O
rendimento de 62% pode ser considerado satisfatório em função da conhecida dificuldade de se cultivar P.
vivax in vitro, e das precárias condições de infra-estrutura para realização das culturas. Doze (46,2%) dessas 26
amostras apresentaram IC50 superior ao limiar de 100nM, sendo consideradas resistentes. Esse elevado
percentual de amostras com perda de sensibilidade a cloroquina é preocupante e indica que esse tipo de
avaliação deve ser continuada e estendida a outras localidades para se ter uma caracterização mais clara dessa
situação. O DELI-teste é o único capaz de avaliar a resistência in vitro do P. vivax e sua utilização em
condições de campo pode contribuir para direcionar estratégias terapêuticas para malária em nosso País.

681
ARAÚJO, Taís Pinheiro de. Caracterização morfológica e antigênica do vírus Juruaçá, isolado de
morcego no Estado do Pará. 2006. 146 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Pedro Fernando da Costa Vasconcelos

RESUMO: O vírus Juruaçá (AN 401933) foi isolado a partir de um lote de vísceras de um morcego capturado
na região de Porto Trombetas, Município de Oriximiná, Estado do Pará, em 1982, sendo considerado um
vírus não grupado/ não classificado. O objetivo deste trabalho foi classificar o vírus Juruaçá em um táxon
viral, baseando-se nas suas propriedades morfológicas, físico-químicas, antigênicas e moleculares, bem como
descrever as alterações anátomo-patológicas associadas à infecção experimental. Camundongos recém-
nascidos mostraram suscetibilidade à infecção pelo vírus Juruaçá por inoculação i.c., iniciando os sintomas
com quatro dias p.i.. e culminando com morte dos animais oito dias p.i.. O vírus não é sensível à ação do
OCA e consegue aglutinar hemácias de ganso em pH 5,75. Pelos testes de 1H e FC, o vírus não se relaciona
com nenhum arbovírus ou outros vírus de vertebrados conhecidos testados, reagindo apenas com o seu soro
homólogo. O vírus não causa ECP em linhagens de células Vero e C6/36, e IFI destas células também foi
negativa. Entretanto, o vírus Juruaçá replica em cultivo primário de células do SNC de camundongo
(astrócitos e microglias), confirmada por IFI com dupla marcação. Cultivos de neurônios não se mostraram
susceptíveis à infecção pelo vírus Juruaçá, porém a presença do antígeno viral nestas células foi confirmada
por imunohistoquímica. A microscopia eletrônica de transmissão revelou a presença de partículas esféricas,
com um diâmetro médio de 23-3Onm. Alterações anatomopatológicas foram observadas principalmente no
SNC de camundongos infectados experimentalmente com o vírus Juruaçá. O resultado do RT-PCR sugere
que o vírus Juruaçá pode ser um novo vírus pertencente à família Picomaviridae, gênero Enterovirus.

682
ASSUMPÇÃO, Mônica Baraúna. Comparação das cepas de Helicobacter pylori na placa bacteriana
dental e mucosa gástrica. 2006. 88 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças
Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Tereza Cristina de Oliveira Corvelo

RESUMO: A infecção pela Helicobacter pylori é extremamente freqüente em todo o mundo, com prevalência
maior em países em desenvolvimento atingindo o Brasil. Está associada à gastrite crônica, úlcera gástrica e
duodenal e é considerada um fator de risco para câncer gástrico e linfoma MALT do estômago. As rotas de
transmissão desta bactéria ainda não estão completamente esclarecidas, sendo as mais prováveis a oral-oral e
fecal-oral. A importância da presença da bactéria da placa dental permanece obscura, podendo constituir-se
427

em fonte de infecção gástrica. Objetivando identificar e correlacionar as cepas da H. pylori presentes em


biopsias gástricas e em amostras de placa dental, foram avaliados 99 pacientes adultos dispépticos,
submetidos a endoscopia digestiva alta no Hospital Universitário João de Barros Barreto, da Universidade
Federal do Pará, no ano de 2005. Amostras da placa dental foram obtidas utilizando coletores esterelizados, e
analisadas pelo teste da urease e pela Reação em cadeia da polimerase (PCR). Durante a endoscopia, seis
biopsias foram retiradas do antro gástrico e analisadas pelo teste da urease, exame histopatológico e PCR,
após consentimento informado e aprovação pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário João de Barros
Barreto. Os resultados obtidos foram analisados utilizando-se o programa BioEstat 3.0. A bactéria foi
identificada em 96% das biopsias gástricas e em 72% das amostras de placas dentais, diferença
estatisticamente significante (p<0,001). Em relação à idade e sexo, não houve diferença estatisticamente
significante. Todos os pacientes apresentaram alterações gástricas, sendo que 18% apresentaram grau maior
de severidade, com lesões ulceradas à endoscopia e/ou lesão pré-maligna do tipo metaplasia intestinal, nestes
houve concomitância de infecção na placa dental e mucosa gástrica em 82.4%. Dentre os testes utilizados o
de maior sensibilidade foi a PCR, tanto em amostras gástricas como na placa dental. Nos casos de
positividade para a bactéria na placa dental (71 casos), houve coincidência entre as cepas da mucosa gástrica e
placa dental em 89%. O genótipo mais freqüentemente identificado foi s1bm1/ cagA positivo, tanto na
mucosa gástrica, quanto na placa dental. As cepas tipo 1, considerada a mais patogênica foram encontradas
em 63 pacientes na mucosa gástrica e em 58 pacientes na placa dental. A freqüência elevada da H. pylori na
placa dental, pode ser um indicador de que a cavidade oral seria um sítio de colonização deste
microorganismo, a partir do qual poderia ser diretamente disseminada, constituindo-se em um fator de risco
para infecção gástrica.

683
BARBOSA, Hivana Patrícia Melo. Infecção pela bactéria Helicobacter Pylori e o polimorfismo do gene
do fator de necrose tumoral alfa. 2006. 84 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Tereza Cristina de Oliveira Corvelo

RESUMO: Muitos fatores são importantes na patogênese das doenças gastrointestinais, fatores ambientais,
como dieta, consumo de álcool e fumo, a infecção pela Helicobacter pylori (H. pylori) e fatores genéticos dos
indivíduos. Cerca de 20% dos indivíduos infectados pela H. pylori desenvolvem doenças clinicamente severas,
como úlceras pépticas e câncer gástrico. Baseado nessa questão, esse estudo procurou contribuir para
esclarecer a associação da infecção pela bactéria H. pylori, e a presença de cepas virulentas CagA positivas, no
desenvolvimento de doenças gastrointestinais, bem como a relação destes ao polimorfismo -308 na região
promotora do gene do fator de necrose tumoral alfa (TNFA). Testes moleculares e sorológicos, como PCR e
ELISA, foram utilizados para diagnosticar a bactéria H. pylori e cepas CagA, em 100 pacientes com doenças
gastrointestinais e 100 controles assintomáticos. O polimorfismo do TNFA foi analisado por PCR, seguida de
digestão por enzimas de restrição (PCR-RFLP). Nesse estudo, com relação aos dados epidemiológicos, foi
observada uma freqüência similar de doenças gastrointestinais entre indivíduos do sexo masculino e feminino.
Foram observadas associações significativas, entre a infecção por cepas virulentas da H. pylori no
desenvolvimento de doenças gastrointestinais. Não obtivemos uma diferença significativa na distribuição da
freqüência genotípica do polimorfismo TNFA -308 entre o grupo controle e o grupo de pacientes. Também
não houve associação destes genótipos com a presença da bactéria H. Pylori e das cepas CagA positivas nas
amostras de pacientes com diferentes doenças gastrointestinais e controle investigados. Nossos resultados
demonstram que a maior produção de TNFA, associada ao padrão genotípico GA/AA e a possível interação
sinérgica com a infecção por cepas CagA positivas da H. Pylori, não contribuem significativamente em causar
exacerbado dano a mucosa e consequente desenvolvimento de severas doenças gastrointestinais como úlceras
e câncer gástrico.
428

684
LIMA, Edna Porfírio de. Estudo clínico, morfológico e imuno-histoquímico de série de casos de
tuberculose pleural e ganglionar. 2006. 81 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Maria Rita de Cassia Costa Monteiro

RESUMO: A dificuldade no diagnóstico definitivo da tuberculose extrapulmonar persiste, principalmente,


devido à baixa resolutividade dos métodos convencionais disponíveis para a detecção do Mycobacterium
tuberculosis. Esse estudo teve como objetivos avaliar a contribuição da técnica imunohistoquímica para a
detecção de Mycobacterium spp. Em casos de tuberculose pleural e ganglionar com histoquímica negativa, assim
como investigar alguns aspectos clínicos, laboratoriais e morfológicos dos participantes. Para obtenção desta
amostra fez-se a busca dos casos no Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Divisão de Arquivo Médico e
Estatística e Departamento de Anatomia Patológica do Hospital Universitário João de Barros Barreto,
selecionando-se aqueles que haviam realizado exame histopatológico para esclarecimento diagnóstico do caso.
Ao final, constituíram esta amostra 50 participantes, sendo 25 com diagnóstico presuntivo de tuberculose
pleural e 25 de tuberculose ganglionar. Para obtenção dos dados clínicos e laboratoriais os respectivos
prontuários foram revisados, e para confirmação dos aspectos morfológicos foi realizada a revisão de todas as
lâminas selecionadas. Posteriormente, cada amostra foi submetida à técnica imunohistoquímica com
anticorpo policlonal Mycobacterium bovis BCG. Encontrou-se, no grupo investigado, maior freqüência do sexo
masculino. A média de idade foi de 33,8 anos (desvio padrão: 14,1), mediana de 29,0 anos e a grande maioria
era procedente da cidade de Belém-Pará. Cerca de metade desta amostra tinha escolaridade de sete ou menos
anos de estudo. Os sintomas menos constitucionais mais freqüentes em todo o grupo foram a febre e perda
ponderal. Naqueles com tuberculose pleural, os sintomas específicos mais encontrados foram tosse, dor
torácica e dispinéia, e naqueles com a forma ganglionar foi o envolvimento da cadeia cervical isolada.
Infecção por HIV/Sida e etilismo foram as condições de risco mais frequentemente associadas. Na
tuberculose pleural, 20,0% dos casos cursaram com derrame pleural associado à lesão parenquimatosa, e em
60% o líquido pleural foi do tipo exudativo. Na forma ganglionar, em 50% dos casos evidenciou-se lesão
parenquimatosa à radiografia do tórax. Nesta amostra, foi inexpressiva a quantidade de participantes nos
quais foi realizada a pesquisa direta de BAAR e cultura para micobactéria nos diversos espécimes clínicos
analisados (líquido pleural, tecido pleural e ganglionar, escarro e lavado broncoalveolar) o padrão morfológico
predominante em ambas as formas da doença foi o granuloma tipo tuberculóide com necrose caseosa,
independente do status sorológico para o HIV. A técnica imunohistoquímica contribuiu para o diagnóstico de
tuberculose pleural e ganglionar em cerca de um terço dos casos estudados, sendo positiva em 21,0% (4/19)
das amostras de tecido pleural e em 37,5% (9/24) de tecido ganglionar. Um resultado imunohistoquímico
positivo define o diagnóstico de micobacteriose, e quando associado aos achados clínicos, laboratoriais e
morfológicos torna-se uma ferramenta de grande utilidade para melhorar o diagnóstico da tuberculose
extrapulmonar.

685
LIMA, Luciana Vieira do Rêgo. Leishmaniose visceral canina: análise comparativa da carga parasitária na
pele, linfonodo e vísceras de cães sintomáticos e assintomáticos de área endêmica. 2006. 103 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Fernando Tobias Silveira

RESUMO: A leishmaniose visceral canina representa um sério problema de saúde pública no Brasil, tendo
em vista a sua importância epidemiológica com o surgimento de focos da leishmaniose visceral humana.
Entretanto, considerando a escassez de trabalhos bem planejados que esclareçam a importância do cão
sorologicamente positivo, assintomático, no contexto das medidas de vigilância epidemiológica da doença
humana, procurou-se contribuir avaliando, pela imunohistoquímica, a carga parasitária por L. (L.) chagasi na
pele, linfonodo e vísceras (fígado e baço) de cães soro-positivos, assintomáticos e sintomáticos, de área
endêmica (Santana do Cafezal) do município de Barcarena, Pará. Desse modo, foram colhidas biópsias, de
pele (orelha), linfonodo (poplíteo), fígado e baço, após necropsia de 60 cães sorologicamente positivos pela
429

reação de imunofluorescência indireta para LVA, assintomáticos e sintomáticos, cuja carga parasitária nos
tecidos foi determinada com base na média da densidade de macrófagos infectados do exame de cortes
histológicos de cada órgão. Como controle da imunohistoquímica, utilizou-se a coloração de Giemsa em dez
cães escolhidos aleatoriamente. O programa Bio-Estat 4.0 e o Teste Qui-Quadrado e Man-Whitney foram
usados para avaliar as diferenças entre as médias das densidades de macrófagos infectados dos tecidos dos
cães, assintomáticos e sintomáticos (p<0,05). Dos resultados observados, os mais expressivos foram: i) o
linfonodo foi o único órgão que alcançou 100% de prevalência da infecção nos cães assintomáticos e
sintomáticos, seguido das vísceras com 98%, e, por último, a pele com 77% nos sintomáticos e 55,5% nos
assintomáticos; ii) a pele dos cães, embora com as menores taxas de prevalência da infecção, foi o órgão que
apresentou a maior concentração do parasito dentre os quatro órgãos dos cães, independente do estado
clínico (p<0,05); iii) as vísceras (fígado e baço) dos cães sintomáticos apresentaram parasitismo mais elevado
que as dos assintomáticos (p<0,05); iv) a carga parasitária total dos quatro órgãos dos cães sintomáticos foi
significativamente maior que a dos assintomáticos (p<0,05) e, v) a avaliação da carga parasitária com a
resposta tumoral dos cães demonstrou haver uma associação direta entre as duas, ou seja, cães com títulos
sorológicos elevados (≥1280 IgG) tinham carga parasitária maior que cães com títulos sorológicos baixos (80-
640 IgG). Considerando a vigilância epidemiológica da LVA, a conclusão mais importante do trabalho é que
o cão sorologicamente positivo, assintomático demonstrou ser tão importante quanto o sintomático.

686
LIMA, Telma Vitorina Ribeiro. Caracterização sorológica e molecular de amostras de HTLV em
pacientes com distúrbios neurológicos no Estado do Pará, Brasil (1996-2005). 2006. 90 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Alexandre da Costa Linhares

RESUMO: O vírus linfotrópico de células de T humanas tipo 1 (HTLV-1) é reconhecido como agente
etiológico da paraparesia espástica tropical/mielopatia associada ao HTLV-1 (PET/MAH). Quadro clínico
muito similar a este vem sendo crescentemente associado ao HTLV-2, cuja patogenicidade ainda requer
maiores esclarecimentos. Este inquérito epidemiológico transversal objetivou determinar a prevalência do
HTLV entre indivíduos com distúrbios neurológicos e esclarecer, por métodos de biologia molecular, os
casos de sorologia inconclusiva. O presente estudo envolveu pacientes residentes no Estado do Pará e/ou
internados em instituições de saúde desse Estado, e que tenham sido encaminhados à Seção de Virologia
(SEVIR) do Instituto Evandro Chagas (IEC) por médicos locais, entre janeiro de 1996 e dezembro 2005,
com vistas à pesquisa de anticorpos específicos para HTLV-1/2. Dessa população foram selecionados 353
pacientes, com idades entre 9 meses e 79 anos, que apresentassem pelo menos um sinal ou sintoma do
Complexo de Marsh (1996), bem como sorologia positiva para os testes de triagem e confirmatório de EIE
específico para HTLV-1/2. A prevalência geral de anticorpos específicos para HTLV por EIE foi de 8,8%
(31/353), com taxas de 10,6% (19/179) e 6,9% (12/174) nos sexos feminino e masculino, respectivamente.
Entre os pacientes positivos para HTLV-1/2 por EIE, verificou-se que, tomadas em conjunto, as
manifestações de paresia (n = 8), parestesia (n = 5) e paraplegia (n = 3) ocorreram em 48,4% (15/31) dos
casos. Dos 31 pacientes positivos para HTLV por EIE, 25 puderam ser submetidos ao WB para definição do
tipo viral, encontrando: 80% (20/25) de HTLV-1, 12% (3/25), HTLV-2, uma infecção mista (4%) e um perfil
indeterminado (4%). Destes 25 indivíduos, apenas 14 puderam ser re-localizados para coleta de nova amostra
visando-os à análise molecular. Verificou-se que 78,6% das amostras tipadas por WB revelaram amplificação
da região TAX pró-viral pela nested-PCR e foram confirmadas quanto à tipagem pela pesquisa da região POL
por PCR em tempo real, denotando especificidade e sensibilidade satisfatórias do método de WB empregado
no estudo. A amostra definida como infecção mista por WB foi amplificada para região TAX, porém a PCR
em tempo real confirmou infecção apenas pelo HTLV-1. O paciente com perfil indeterminado e uma das
amostras tipadas como HTLV-2 por WB foram amplificadas pela nested-PCR, porém a PCR em tempo real
não detectou genoma pró-viral de HTLV-1, nem do -2 em quaisquer das duas amostras. Uma paciente,
portadora de quadro de mialgia e parestesia crural, com duração de aproximadamente 7 anos se apresentou
positiva para HTLV-2 por WB e PCR em tempo real, caracterizando um quadro compatível com mielopatia
associada a esse tipo. Registraram-se indícios de transmissão vertical em dois casos distintos: uma paciente
430

cuja mãe apresentou anticorpos para HTLV-1 por WB e duas irmãs com diagnóstico de HTLV-1 por WB e
PCR em tempo real. Os resultados deste trabalho evidenciam a necessidade de análises mais profundas acerca
da epidemiologia molecular dos tipos e subtipos do HTLV, bem como avaliações clínicas mais rigorosas do
ponto de vista neurológico, visando melhor caracterizar a associação do vírus à condição mórbida designada
mielopatia crônica.

687
LOPES, Carmen Andréa Freitas. Genotipagem do HIV-1 no Pará em pacientes experimentando falha
terapêutica anti-retroviral. 2006. 102 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças
Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Maria Rita de Cássia Costa Monteiro

RESUMO: Terapia supressiva anti-retroviral reduz significativamente morbidades e mortalidade relacionadas


ao HIV, mas há emergência de vírus resistentes à pressão seletiva das drogas. Objetivou-se neste trabalho
descrever, em portadores de HIV/sida experimentando terapêutica anti-retroviral, em Belém do Pará, as
principais mutações de resistência encontradas nas enzimas transcriptase reversa e protease do HIV-1.
Realizou-se estudo descritivo, retrospectivo, do tipo transversal, com dados obtidos na Unidade de
Referência Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitárias Especiais (URE-DIPE) de Belém do Pará, de
pacientes com perfil laboratorial indicativo de falha terapêutica. A presente amostra constituiu-se de
cinqüenta pacientes, obtida no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2005. Os critérios de inclusão
foram: adesão à terapia imediata a genotipagem, falha terapêutica, perfil de resistência viral à terapêutica anti-
retroviral e ser paciente da rede pública de saúde. Foram descritos aspectos demográficos da população
estudada, terapia utilizada precedendo a genotipagem e as mutações implicadas em resistência viral ao
tratamento anti-retroviral. A resistência encontrada predominou em pacientes residentes em Belém do Pará
(72%) e no sexo masculino (90%). As maiores prevalências de substituições na transcriptase reversa do HIV-
1 foram: a L214F (86%), seguida da M184V (76%), da R211K (48%) e da T215Y (36%). Na protease a L90M
em 32% dos casos, seguida pela M46I (30%) foram as mais prevalentes dentre as substituições principais e,
dentre as secundárias, a L63P (74%), a I93L (50%) e a E35D (46%) predominaram. Diferentes combinações
de anti-retrovirais foram experimentadas pelos pacientes que variaram entre 1 a 6 terapias e, apenas 16% dos
pacientes foram submetidos ao teste de resistência em sua primeira falha terapêutica, enquanto que 84%
haviam experimentado pelo menos duas terapias. Conclui-se que a maioria da população estudada por ter
feito uso de múltiplos esquemas anti-retrovirais apresentou significante percentual de resistência com 48% do
grupo evidenciando comprometimento a duas classes e 40% a três classes de anti-retrovirais. As mutações
implicadas com a resistência anti-retroviral observadas neste estudo estão de acordo com aquelas descritas em
literatura.

688
MIRANDA, Antônio Marcos Mota. Avaliação das condições de saúde e exposição ao mercúrio em
duas comunidades garimpeiras da Amazônia. 2006. 110 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: José Luiz Fernandes Vieira

RESUMO: Na avaliação das condições de saúde em duas comunidades garimpeiras na Amazônia, garimpo do
São Chico e do Creporizinho, verificou-se a prevalência de sintomas clínicos e neurológicos e a ocorrência de
DIP´S, associado à concentração do mercúrio total na urina dos garimpeiros. Em São Chico foram
investigados 104 garimpeiros, enquanto no Creporizinho 169, sendo utilizado a condição socioeconômica,
epidemiológica e laboratorial como metodologia diagnóstica e utilizado os testes estatísticos adequados para
verificação da significância. Os resultados demonstraram que a média do metal na urina dos garimpeiros do
São Chico é superior a do Creporizinho 9.29 μg Hg/g creatinina e 5.64 μg Hg/g creatinina, respectivamente,
onde a distribuição do Hg na urina da população do São Chico e do Creporizinho, abaixo do IBMP 93% -
96% e acima 7%-4%, respectivamente. Há o predomínio do sexo masculino em ambos os garimpos e a
ocorrência de DIP´S nos dois garimpos, cuja seqüência foi idêntica, onde as parasitoses intestinais e a malária
são mais prevalentes, porém ficando abaixo do IBMP. A avaliação clínica do São Chico apresenta prevalência
431

de sintomas osteomuscular, dermatológico e digestivo 32%,30% e 23%, respectivamente, enquanto no


Creporizinho ocorreu mudança na seqüência osteomuscular, digestivo e dermatológico 51%,44% e 39%,
respectivamente. Dentre os sintomas neurológicos mais prevalentes os tremores, parestesias e cefaléia
apresentaram no grupo do São Chico e Creporizinho a seguinte seqüência, respectivamente, 38% - 58%, 32%
- 53% e 28% - 48%. As condições de saúde são mais precárias no garimpo do São Chico, porém os
garimpeiros encontram-se expostos ocupacionalmente nas duas populações estudadas, contudo não há
parâmetros seguros para afirmar a presença do Mercurialismo Crônico.

689
SANTOS, Mirleide Cordeiro dos. Caracterização molecular de Vírus Respiratório Sincicial isolados de
casos de infecção respiratória aguda na cidade de Belém, Pará, Brasil nos anos de 2000 a 2006. 2006.
90 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da
Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Rita Catarina Medeiros Sousa

RESUMO: As doenças do trato respiratório são as principais queixas nos serviços de atendimento médico,
sendo as infecções respiratórias agudas (IRA) as manifestações mais comuns, principalmente em crianças
menores de cinco anos de idade. Em países em desenvolvimento, as IRA constituem um sério problema de
saúde pública. Em todo mundo, estima-se que ocorram cerca de 2 milhões de mortes devido as IRA a cada
ano. Dentre os agentes causais de IRA, destaca-se o Vírus Respiratório Sincicial (VRS), especialmente por
causar doença grave em crianças menores de 2 anos. Com o objetivo de gerar dados sobre a epidemiologia
molecular deste vírus, foram analisadas amostras colhidas de pacientes com IRA no período de 2000 a 2006,
na cidade de Belém, Pará. Foram utilizados testes de imunofluorescência indireta (IFI) para caracterização
antigênica dos vírus isolados e RT-PCR para os genes codificadores das proteínas G e F, que foram em
seguida parcialmente seqüenciados. Dentro do período estudado, 153 amostras positivas para VRS foram
detectadas. A faixa etária de 0-4 anos foi a que concentrou maior número de casos (n=138; 90,19%). Em
relação ao perfil sazonal, o pico de atividade do VRS ocorreu nos primeiros seis meses do ano, estando
associado principalmente ao período de troca da estação chuvosa para um período de menor pluviosidade.
Houve co-circulação dos subgrupos A e B nos anos de 2001 e 2003. Em 2000, 2005 e 2006 somente o
subgrupo A circulou. Entretanto no ano de 2004 foi registrada a ocorrência somente do subgrupo B. Dentro
do período estudado, genótipos distintos da proteína G do subgrupo A (GA2 e GA5) e do subgrupo B
(SAB1 e SAB3) foram detectados, indicando o primeiro relato da circulação do genótipo SAB1 na América
do Sul. Em 2004, um cluster diferenciado dos demais genótipos circulantes foi encontrado, sendo este
denominado BRB1. A análise do gene codificador da proteína F permitiu a identificação de mutações na
seqüência nucleotídica resultando em trocas na cadeia aminoacídica da mesma. Este estudo representa o
primeiro relato sobre dados da epidemiologia molecular do Vírus Respiratório Sincicial na região Norte do
Brasil.

690
SILVA, Bibiane Monteiro da. Estudo clínico-radiológico de pacientes com paracoccidioidomicose
pulmonar no Hospital Universitário João de Barros Barreto. 2006. 102 f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do
Pará, Belém, 2006.
Orientador: Cláudio Guedes Salgado

RESUMO: A paracoccidioidomicose (PCM) ou blastomicose sul-americana é micose sistêmica, endêmica na


América Latina, em pacientes do sexo masculino, lavradores, entre os 30 e 60 anos de idade, causada pelo
fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis, sapróbio na natureza. A forma crônica pulmonar multifocal é
freqüente e está presente em 50-75% dos casos. O diagnóstico da PCM é realizado através do exame
micológico direto e cultivo de espécimes clínicos e o exame radiológico é fundamental na detecção das lesões
pulmonares da doença. Neste estudo, foram selecionados 45 pacientes sintomáticos respiratórios crônicos, no
HUJBB, moradores ou trabalhadores em áreas rurais, adultos, de ambos os sexos, nos quais foi realizada
pesquisa do P. brasiliensis, no escarro e/ou lavado broncoalveolar, através do exame micológico direto, de
432

meios de cultura artificiais e de exames radiológicos. A PCM foi detectada em 15 pacientes (33, 3%) e entre
estes, 13 (86,7%) eram do sexo masculino, dois (13,3%) do feminino, 10 (66,6%) lavradores e nove (35,6%)
encontravam-se na faixa etária de 40-49 anos.Todos os pacientes (100,0%) eram moradores e/ou
trabalhadores de áreas rurais. No quadro clínico predominou emagrecimento (100,0%), tosse e adinamia
(80,0%), dispnéia e febre (73,3%). O padrão radiológico freqüente foi o infiltrado intersticial difuso bilateral, à
radiografia e à TCAR de tórax, em 80,0% e 46,6%, respectivamente. O escarro foi positivo em 80,0% do
exame micológico direto e em meio BHI, respectivamente. Dos pacientes com PCM, dois (13,3%) evoluíram
a óbito com PCM pulmonar, uma paciente (6,6%) com PCM e neoplasia pulmonar; 12 pacientes (80,0%)
receberam alta, com controle ambulatorial. Nesta casuística, a PCM apresentou o perfil clínico,
epidemiológico, radiológico e laboratorial descrito na literatura e sua presença em várias regiões do estado do
Pará, além da necessidade do diagnóstico precoce e do tratamento adequado dos pacientes.

691
SOARES, Luana da Silva. Caracterização antigênica e molecular de amostras de rotavírus do tipo G1,
obtidas de crianças participantes de estudos em gastroenterites virais, no período de 1982 a 2003, em
Belém, Pará, Brasil. 2006. 97 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças
Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Alexandre da Costa Linhares
Co-orientadora: Joana D’Arc Pereira Mascarenhas

RESUMO: A mortalidade infantil permanece como um importante problema de saúde pública em escala
mundial, principalmente nos países em desenvolvimento. Dos mais de 50 agentes etiológicos implicados
nessa moléstia, os rotavírus se destacam por estarem associados a 111 milhões de episódios diarréicos,
resultando em mais de 600.000 óbitos entre crianças menores de cinco anos, dos quais 82% são notificados
nos países mais pobres do mundo. O estudo em questão objetivou a caracterização antigênica e molecular de
amostras de rotavírus do tipo G1, obtidas de crianças participantes de estudos em gastroenterites virais, no
período de 1982 a 2003, em Belém, Pará, Brasil. Cento e quarenta e oito espécimes de rotavírus G1 foram
analisados na presente investigação. A prevalência global do tipo G1 foi de 41,3%, sendo que a freqüência
deste genótipo no decorrer dos estudos analisados variou de 11,0% a 67,6%. A caracterização dos
eletroferotipos, sorotipos G e genotipos P de rotavírus G1 ocorreram em freqüências de 78,4%, 89,9% e
87,8%, respectivamente. Foram identificadas três variedades de eletroferotipos longo, sendo que a variedade
L1 foi encontrada com maior freqüência (79,3%). Os sorotipos G1, G9 e G1+G4 foram detectados em
88,0%, 9,8% e 2,2% dos espécimes, respectivamente. Detectou-se a infecção mista G1+G4 em uma amostra.
A combinação binária prevalente foi P[8],G1, sendo responsável por 72,3% dos casos. Infecções mistas
circularam em percentual de 20,0% , sendo detectados os genótipos P[4]+P[8],G1, P[6]+P[8],G1,
P[4]+P[6],G1, P[4]+P[6]+P[8],G1 e P[61]+P[8],G1+G4. O tipo G1 circulou do 2° ao 35° meses de idade e
registrou-se maior número de casos na faixa compreendida entre 6 a 16 meses de idade. Não se verificou
diferença de gravidade entre as variedades genotípicas G1 e outros tipos de rotavírus. A presente análise
assume um caráter pioneiro no Brasil, permitindo ampliar os conhecimentos acerca da diversidade antigênica
e molecular das infecções pelo tipo G1 de rotavírus e esses resultados permitirão entender a complexidade
genética de tais agentes virais.

692
VALE, Elivam Rodrigues. Qualidade da água domiciliar e superficial na área insular do Município de
Belém-Pará. 2006. 100 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais,
Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: José Luiz Fernandes Vieira

RESUMO: O saneamento ambiental é um dos mais importantes meios de prevenção de doenças, mas
infelizmente não é uma realidade em todos os setores da população, gerando uma situação preocupante para
os profissionais de Saúde Pública. A problemática relativa à saúde e meio ambiente mostra-se particularmente
importante para a Região Norte do Brasil, onde pessoas habitam as margens de rios e igarapés com carência
ou até mesmo, ausência de infra-estrutura de saneamento, estando expostas a possíveis riscos de
433

contaminação. Neste estudo, de caráter descritivo exploratório, utilizou-se métodos quali-quantitativos,


visando diagnóstico bacteriológico da água consumida pelos ribeirinhos habitantes da região insular, mais
especificamente nas ilhas de Paulo da Cunha (ilha Grande) e Murutucu na zona rural do Município de Belém-
PA. Foram coletadas 96 amostras de água armazenada nas residências e 80 amostras de água superficial em
dez pontos localizados ao entorno das ilhas. Foi avaliado o número de Coliformes termotolerantes e
Contagem Padrão de Bactérias Heterotróficas na água armazenada para consumo, assim como Coliformes
termotolerantes Estreptococos / Enterococos fecais e enteropatógenos bacterianos na água superficial. Na
ilha Grande os resultados revelam concentrações que variaram de 25 a 3600, 15 a 420 e 15 a 420, para
Coliformes termotolerantes, Estreptococos e Enterococos fecais, respectivamente. Em relação à ilha
Murutucu, estes valores variaram de 540 a 2600, 44 a 680 e 44 a 448, respectivamente para os mesmos
indicadores. A presença de Salmonella spp foi observada em 27,5% na ilha Grande e 12,5% na ilha Murutucu.
Foi verificado que 58,7% e 66%, das amostras de água de consumo nas ilhas Grande e Murutucu,
respectivamente foram consideradas impróprias para consumo, com presença de coliformes termotolerantes.
Em relação a bactérias heterotróficas, 41,3% na ilha Grande e 15% na ilha Murutucu possuíam mais de 500
UFC/mL. Considerando-se os resultados obtidos no presente trabalho, verificamos que a água utilizada nas
zonas rurais pode funcionar como um fator de risco à saúde dos seres humanos que a utilizam.

693
VALENTE, Maria do Socorro da Silva. Talidomida no tratamento do eritema nodoso hansênico:
concentrações plasmáticas e eventos adversos. 2006. 62 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: José Luiz Fernandes Vieira

RESUMO: O eritema nodoso hansênico (ENH) é uma reação inflamatória aguda que ocorre no curso
crônico da hanseníase, causando danos progressivos nos nervos periféricos, um dos principais responsáveis
pelas incapacidades físicas. A talidomida vem sendo utilizada como a droga de escolha para este tipo de
evento, a despeito de sua conhecida teratogenicidade, com melhora significativa das manifestações clínicas.
Estudos farmacocinéticos nestes pacientes ainda são escassos, e a influência do uso concomitante da
rifampicina não está bem estabelecida. Foi realizado um estudo prospectivo em dois grupos de pacientes com
ENH, dez sem poliquimioterapia (PQT) e quatro com PQT, em uso de dose oral única de 100 mg de
talidomida, objetivando determinar a sua concentração sérica, correspondente à “amostra de vale”, nos dias
DO (dia da primeira coleta), D7 (sete dias após DO) e D14 (quatorze dias após DO), com registro de seus
principais eventos adversos e da evolução clínica. Nos pacientes com PQT, a média das concentrações de
talidomida no DO, D7 e D14 foi 0,83 ± 0,24 µg/ml, 0,82 ± 0,45 µg/ml e 1,55 ± 1,06 µg/ml,
respectivamente, sem diferença estatisticamente significante na comparação do D7 e D14 (p=O,2536).
Quanto aos pacientes sem PQT, estes valores foram 0,43 ± 0,20 µg/ml, 0,8 ± 0,36 µg/ml e 0,79 ± 0,32
µg/ml, nos dias DO, D7 e D14, respectivamente, sem diferença estatística significativa nos diversos dias (p>
0,05). A comparação das concentrações plasmáticas médias de talidomida nos dois grupos não demonstrou
diferença estatística significativa no D7 (p=0,9453) e no D14 (p= 0,2594). Nos dois grupos estudados, sem e
com PQT, a sonolência figurou como o evento adverso relacionado à talidomida mais freqüente com 90% e
100%, além de cefaléia com 40% e 25%, respectivamente. A melhora das manifestações clínicas do ENH
observada foi ≥ 70% nos dois grupos estudados.

2007

694
REZENDE, Manoel Antônio Costa de. Aplicação do modelo de acurácia em casos suspeitos de
amebíase em uma comunidade rural do nordeste do Estado do Pará, Brasil. 2007. f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, Centro de Ciências da Saúde, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2007.
434

Orientadora: Edna Aoba Yassui Ishikawa

RESUMO: A amebíase é uma parasitose que ocorre em todo o mundo, predominantemente nas regiões
tropicias e subdesenvolvidas, onde as condições socioeconômicas são precárias. Estima-se que 10% da
população mundial esteja infectada pela Entamoeba histolytica. No Brasil, a prevalência da amebíase varia de 2 a
40% em inquéritos realizados em diversas regiões do país. O Município de Tailândia é considerado área
endêmica da parasitose intestinal, porém, até então, nenhuma pesquisa foi realizada para dimensionar o
problema na tentativa de solucioná-lo. A pesquisa sobre diagnóstico é aquela que responde à acurácia de
exame complementar, ou seja, se há exatidão de uma operação ou de uma tabela. Cada morador selecionado
era submetido a exame semiológico, incluindo anamnese e, inspeção, palpação e percussão do abdome. Foi
realizado o exame parasitológico direto dos participantes e dos casos positivos para Entamoeba histolytica,
também foi realizado o método da hematoxilina férrica. Dos 124 moradores examinados, 56,5% pertenciam
ao sexo masculino e destes, 60% tinham entre 18 e 43 anos de idade. Dos incluídos na pesquisa, 64,5%
tinham o primeiro grau incompleto de escolaridade e 28,2% recebiam salário mínimo. Calculada a prevalência
em 24,2%; a acurácia em 73,4%; a sensibilidade em 70%; a especificidade em 74,5%. Os fatores de risco que
interferem na dimensão coletiva e social incluem a educação, o trabalho, consumo de água potável e destino
adequado das fezes. Como na maioria das parasitoses intestinais, as medidas de saneamento básico são
decisivas na prevenção da doença.
435
436
437

2006

695
ALVES, Eurydice Maria Atallah. Avaliação clínica da sensibilidade pós-operatória em restaurações de
resina composta em dentes posteriores: efeito da interposição do oxalato de potássio ou do ionômero de
vidro. 2006. 89 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências
da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Mário Honorato Silva e Souza Júnior

RESUMO: Em virtude da grande incidência da sensibilidade pós-operatória em restaurações de resina


composta em cavidades classe l (oclusal), esta pesquisa clínica objetivou avaliar a presença ou não de
sensibilidade pós-operatória em restaurações de resina composta, realizadas em cavidades padronizadas tipo
classe l (oclusal), em pré-molares e molares, em pacientes com idade entre 18 e 35 anos, com interposição do
oxalato de potássio ou ionômero de vidro previamente ao procedimento restaurador. Todos os
procedimentos restauradores foram avaliados no período de 48 horas e sete dias por meio de relatos dirigidos
pelo paciente e por relatos induzidos com testes térmicos, pressão e percussão referidos mediante a Escala
Analógica Visual. Resultados encontrados referiram não haver significância estatística, pois não houve relatos
de sensibilidade pós-operatória em nenhum dos grupos estudados.

696
AQUINO, Elane Barrosos de. Influência das técnicas de cimentação, fundição em monobloco e
brasagem na adaptação de componentes protéicos de próteses sobre implantes fundidos em Cr-Co.
2006. 112 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da
Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Bruno Pereira Alves

RESUMO: Avaliou-se a adaptação da interface implante/componente protético, utilizando pilares Micro-


Units com seus respectivos copings acrílicos (Conexão Sistemas de Prótese - São Paulo - SP - Brasil) e UCLAs
(Conexão Sistemas de Prótese - São Paulo - SP - Brasil), por meio de três diferentes técnicas: cimentação
(grupo 1), fundição em monobloco (grupo 2) e fundição e brasagem (grupo 3). Foram confeccionados 20
corpos-de-prova, cada corpo apresentava 3 componentes protéticos e duas barras que os unia. Foram
utilizados 30 componentes protéticos Micro-Units, 30 copings acrílicos dos Micro-Units (Conexão Sistemas
de Prótese - São Paulo - SP - Brasil) e 30 UCLAs (Conexão Sistemas de Prótese - São Paulo - SP - Brasil).
Também foram usadas 40 barras cilíndricas de 2mm de diâmetro, obtidas a partir de uma matriz. Cada grupo
tinha 10 corpos-de-prova. Os corpos-de-prova foram divididos inicialmente em dois grupos. No grupo 1
foram utilizados componentes protéticos Micro-Units e seus respectivos copings acrílicos, os quais foram
fundidos em Cr-Co, parafusados e cimentados sobre os Micro-Units. No grupo 2 os componentes protéticos
calcináveis (UCLA), foram fundidos em monobloco utilizando-se Cr-Co. Posteriormente foi realizada a
separação das peças em monobloco do grupo 2, o qual passou a ser chamado de grupo 3, sendo então
submetido à brasagem. Todos os grupos foram mensurados em um estereomicroscópio (SZXI2, Olympus,
Japan) com aumento de 60X em relação à adaptação, antes e após os procedimentos para a obtenção das
estruturas, através de cada técnica. Os resultados mostraram que o grupo 1 apresentou uma adaptação
estatisticamente superior, inicial (0,000µm) e final (3,588µm), em relação aos grupos 2 (9,252µm e 325,259µm)
e 3 (0,874µm e 121,592µm). O grupo 3 apresentou uma melhora significativa em relação ao grupo 2. A
técnica com melhor adaptação foi a cimentação.
438

697
CARNEIRO, Maria Cleide Mendes. Avaliação da rugosidade superficial e resistência à flexão de três
tipos de resina composta indireta após variação de tratamento da superfície. 2006. 113 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Eliza Burlamaqui Klautau

RESUMO: Neste estudo avaliou-se a rugosidade superficial em corpos-de-prova confeccionados com três
tipos de resinas indicadas para confecção de restaurações indiretas, SR Adoro (lvoclar-Vivadent) (GA),
Signum Matrix (Heraeus-Kulzer) (GSM) e Signum+ (Heraeus-Kulzer) (GSP), assim como a resistência à
flexão, após serem utilizados diferentes tratamentos de superfície com o propósito de se verificar a influência
dos mesmos na resistência mecânica dos materiais. Obteve-se 120 corpos-de-prova de cada tipo de resina de
acordo com as recomendações dos fabricantes, os quais foram divididos e tratados com: A- Jateamento com
óxido de alumínio a 5Opm por 6 s a 60-80 libras (Grupo Controle); B- Jateamento e silanização com
Monobond (Ivoclar Vivadent) e Excite DSC (Ivoclar Vivadent); C- Jateamento e condicionamento com ácido
ortofosfórico a 37% por 3 minutos e D- Jateamento, condicionamento e silanização. Após a execução do
tratamento superficial, analisou-se os corpos-de-prova em rugosímetro Mytutoyo no parâmetro Ra e teste de
flexão por compressão em três pontos em máquina de ensaio universal Kratos. Submeteu-se os dados
observados à análise estatística, tendo como nível de significância 5% para a construção dos resultados. Os
resultados mostraram um comportamento bastante coerente com o que é visto na literatura com relação à
composição das resinas estudadas, os quais apresentaram inicialmente lisura de superfície similar (p>0.05).
Com a aplicação dos tratamentos de superfície, houve um comportamento bastante diversificado entre os
materiais. Os grupos que receberam a aplicação de silano e adesivo apresentaram superfícies mais lisas e
maiores valores de resistência flexural em todas as resinas. No entanto não houve correlação dos valores de
rugosidade com a resistência flexural, a qual demonstrou ser maior nas resinas SR Adoro e Signum Matrix,
sendo que nesta última, apenas após a silanização é que se observou melhoria deste aspecto flexural.

698
CARVALHO, Márcia Regina de. Padrão de imunorreatividade de fatores de crescimento,
metaloproteinases da matriz e seus inibidores no ameloblastoma. 2006. 117 f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2006.
Orientador: João de Jesus Viana Pinheiro

RESUMO: O ameloblastoma é um tumor odontogênico de origem ectodérmica que apresenta crescimento


lento, porém localmente invasivo, o que dificulta sua erradicação, possibilitando a ocorrência de recidivas.
Diversas pesquisas vêm sendo realizadas no intuito de elucidar suas propriedades invasivas. A interação entre
as metaloproteinases da matriz (MMPs), proteases que degradam a matriz extracelular, e os fatores de
crescimento, polipeptídios envolvidos em várias funções celulares, pode ser um dos fatores responsáveis pela
invasividade desta neoplasia. Existem estudos que comprovam a expressão de certas MMPs no
ameloblastoma, portanto o objetivo desse trabalho foi verificar se as células desse tumor expressam o
receptor EGFR, e os fatores de crescimento EGF, TGF-а e TGF-β1, bem como compará-los com a
imunoexpressão de MMPs e TIMPs. Utilizando a técnica de imunohistoquímica, foi detectado que os tecidos
do ameloblastoma expressam MMPs 1,2 e 9, TIMPs 1 e 2, receptor e os fatores de crescimento acima citados,
e que houve diferença de expressão estatisticamente significante entre MMP-2 e MMP-9,TIMP-1 e TIMP-2,
em células neoplásicas e do estroma, entre EGF/EGFR, EGF/TGF-β1, e TGF-а/TGF- β1, nas células
neoplásicas, e entre EGF/TGF-β1 no estroma. Esses resultados demonstram que o comportamento
biológico do ameloblastoma pode ser influenciado pelas moléculas estudadas.
439

699
CARVALHO, Nelson Monte de. Avaliação do grau de aceitação dos pais ou responsável às Técnicas
de Gerenciamento Comportamental do tipo Contenção Física na Clínica Odontopediátrica da
Universidade Federal do Pará. 2006. 64 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Antonio José da Silva Nogueira

RESUMO: A pesquisa está baseada no grau de aceitação dos pais ou responsável às Técnicas de
Gerenciamento Comportamental do tipo Contenção Física Ativa, Passiva e Mão Sobre a Boca (MSB) na
Clínica Odontopediátrica da UFPA. Este estudo foi feito mediante apresentação de material áudio-visual
demonstrando as técnicas e, em seguida, preenchimento de questionário distribuídos aos pais ou responsável,
onde os mesmos avaliavam as técnicas demonstradas e respondiam de acordo com seu grau de aceitação.
Com a finalidade de obter-se um estudo descritivo e correlacional de natureza quantitativa, procurou-se
observar as relações de aceitação entre as Técnicas já citadas, em que na análise estatística verificou-se que,
entre as Técnicas de Gerenciamento Comportamental, a mais aceita é a de Contenção Física Ativa com
73,33% (110) de casos e, que a maioria dos usuários 83,33% (125) não tinham conhecimento algum sobre
Técnicas de Gerenciamento Comportamental.

700
CHERMONT, Armando Brito. Avaliação clínica da sensibilidade pós-operatória em restaurações
oclusais com três sistemas adesivos: 3 passos (Scotchbond MP Plus), 2 passos associados à dessensibilizante
(Gluma Confort Bond + Dessensitizer) e de 1 passo-auto-condicionante simplificado (I Bond). 2006. 60 f.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Mário Honorato Silva e Souza Júnior

RESUMO: Analisa clinicamente o comportamento de 60 restaurações oclusais, em relação à sensibilidade


pós-operatória em cavidades oclusais em pré-molares e molares. Selecionou dentes considerados dentro da
normalidade, após testes clínicos e radiográficos, onde cavidades de média profundidade e largura máxima de
1/ da distância entre os vértices de cúspides na área do istmo, eram requeridas. A profundidade da parede
2
pulpar foi estabelecida em dentina pelo menos 1 mm além da junção amelodentinária. Os detalhes do preparo
foram registrados por fotografia (digitalizadas), por moldagem com silicone de condensação, modelos de
gesso. Esses cuidados foram tomados para que futuramente servissem como auxiliar de interpretação de
resultados. As restaurações foram feitas sob isolamento absoluto, para evitarmos contaminação pela saliva e
sangue. Em 20 preparos foram feitos procedimentos restauradores com sistema de 3 passos (Scotchbond MP
Plus). Em outros 20 preparos foram feitos procedimentos restauradores com sistema de 2 passos associado a
dessensibilizantes (Gluma Confort Bond + Dessensitizer). Em outros 20 preparos foram feitos procedimentos
restauradores com sistema de 1 passo auto- condicionante simplificado (1 Bond). Os 60 dentes foram
restaurados com a resina composta Filtek Supreme, por ser um material apropriado para dentes posteriores,
por meio da técnica incremental. Após 48 horas e 7 dias, os pacientes retornavam para o controle da
sensibilidade pós-operatória. Inicialmente era obtido um relato do paciente, para em seguida serem realizados
testes clínicos (térmico, pressão e percussão). Os dados foram tabelados e os resultados analisados. Não
houve diferença na sensibilidade antes e após (48 horas e 7 dias) a colocação das restaurações para todos os
grupos.

701
COSTA, Ana Cássia Reis da. Soroepidemiologia da infecção pelo vírus da Hepatite B (VHB) e pelo
vírus da Hepatite C (VHC) em cirurgiões-dentistas da cidade de Belém, Pará. 2006. 98 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Luiz Fernando Almeida Machado
440

RESUMO: As hepatites virais representam um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo.
A Hepatite B e a Hepatite C são as de principal interesse para os profissionais da área de saúde em função do
modo de transmissão e da possibilidade de aquisição ocupacional. O presente trabalho teve por principal
objetivo verificar a soroprevalência da infecção pelo Vírus da Hepatite B (VHB) e pelo Vírus da Hepatite C
(VHC) em cirurgiões-dentistas e relacioná-la com os fatores de risco. Participaram do estudo 97 cirurgiões-
dentistas, sendo 39 do gênero masculino e 58 do gênero feminino, no período de junho a dezembro de 2005,
que atuam no Município de Belém, Pará, Brasil. Os dados epidemiológicos foram obtidos por meio de
inquéritos e os sorológicos por um ensaio imunoenzimático para a pesquisa de antígeno e anticorpo tanto
para o VHB quanto para o VHC. O teste de Tendência foi utilizado para a análise estatística dos resultados. A
prevalência do VHB foi de 6,2%, enquanto do VHC foi de 3,1% entre a população estudada. Das amostras
sororreativas para os marcadores da hepatite B, a prevalência foi de 1,03% (1/97) para o anti-HBc total,
5,16% (5/97) para a presença simultânea do anti-HBc total e anti-HBs e 54,61% (53/97) para o anti-HBs.
Quando comparado ao encontrado na população de doadores de sangue no Estado do Pará a prevalência do
VHC na população estudada foi significativamente maior, enquanto a do VHB foi semelhante. Além disso,
37,7% (36/97) relataram terem tido algum tipo de exposição ocupacional, estando o acidente com objetos
pérfuro-cortante como o mais relatado (86,1%). A medida adotada após a exposição foi sempre a lavagem
com água e sabão e apenas 2,8% (1/36) dos acidentados relataram a realização de testes sorológicos. O
conhecimento das normas de biossegurança e a utilização de pelo menos uma barreira de proteção individual
foram relatados por todos, sendo o uso de luvas e máscaras a resposta mais mencionada (96,9%).
Encontravam-se imunizados contra o VHB por meio de vacina 54,61% (53/97) dos cirurgiões-dentistas,
enquanto que imunes por infecção natural 5,16% (5/97). O elevado percentual de ocorrência de acidentes
ocupacionais, aliado a baixa soroconversão pós-exposição dentre os cirurgiões-dentistas participantes,
demonstra a necessidade de se conhecer a prevalência de infecções de risco ocupacional em profissionais da
área de saúde para que se adotem medidas de prevenção e controle mais eficazes contra os agentes
causadores.

702
COSTA, Maria Elizabeth Gemaque. Análise clínica da doença periodontal em pacientes diabéticos tipo
2 correlacionada com o nível de hemoglobina glicada e proteína C-reativa. 2006. 108 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Adriano Maia Corrêa
Co-orientador: João Soares Felício

RESUMO: O Diabetes mellitus é uma desordem patológica de origem endócrina que provoca inúmeras
alterações de ordem sistêmica. Tem sido considerado que o diabetes influencia na instalação e progressão da
doença periodontal a exemplo da dificuldade cicatricial, mas também sofre influência da mesma, posto que o
curso clínico da doença periodontal pode alterar o metabolismo da glicose e, conseqüentemente, dificultar o
controle do diabetes. Desta forma, a estreita relação entre a doença periodontal e diabetes tem sido motivo de
preocupação entre os cirurgiões-dentistas. O objetivo deste estudo foi avaliar a condição clínica do
periodonto em indivíduos diabéticos tipo 2 e a necessidade de tratamento periodontal mediante o Registro
Penodontal Simplificado (PSR), juntamente com análise laboratorial (HbAlc e Proteína C- reativa ultra-
sensívelPCR). Dos 88 participantes do estudo, 5,69% apresentaram-se livres de doenças; 36,36%
apresentaram-se com gengivite e 57,95% apresentaram-se com periodontite. No grupo dos indivíduos não
diabéticos, 51,06% tiveram periodontite, enquanto 65,85% dos diabéticos apresentaram a doença. A doença
periodontal apresentou-se mais grave na faixa etária de 60-69 anos (grupo controle) e 70-79 anos (grupo
diabéticos). Todos os diabéticos apresentaram doença periodontal, e o escore 3 (50,34%) o mais prevalente.
No grupo controle, 89,36% apresentaram doença periodontal, e o escore 2 (31,25%) foi o mais prevalente.
Apesar dos altos níveis de proteína C-reativa e de hemoglobina glicada, não houve associação com a
gravidade da doença periodontal nos participantes do estudo.
441

703
EMMI, Danielle Tupinambá. Análise comparativa da eficácia de evidenciadores de placa dental à base
de corantes naturais x sintéticos. 2006. 54 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Regina Fátima Feio Barroso

RESUMO: O mérito comprovado dos evidenciadores de placa dental como agentes motivadores para
realização da higiene bucal faz com que seu uso seja cada vez mais difundido para educação e orientação do
paciente no que se refere a remoção eficaz dos depósitos microbianos, prevenindo assim, a instalação e
progressão das doenças cárie e periodontal. Os corantes sintéticos utilizados nos evidenciadores de placa
existentes no mercado apresentam-se com vários efeitos colaterais que desagradam não só pacientes como
também cirurgiões-dentistas, levando a restrições no seu uso. Atualmente, é grande a tendência à utilização de
corantes naturais em substituição aos sintéticos, em todos os segmentos industriais, por oferecerem melhor
qualidade ao consumidor. Assim sendo, esta pesquisa experimental foi realizada, com o objetivo de analisar
comparativamente a eficácia de evidenciadores de placa dental com corantes naturais (açaí e urucum) e
sintéticos (Replak® e Plakstesim®). Para análise, foram testados 4 corantes: antocianinas (açaí),
bixina/norbixina (urucum), fucsina básica (Plakstesim®) e corante azul/vermelho alimentício (Replak®) que
foram aplicadas com intervalo de 7 dias cada uma, em 42 alunos de graduação do Curso de Odontologia da
Universidade Federal do Pará. A análise comparativa se deu através do índice de placa visível, antes da
aplicação do evidenciador e o índice de placa com corante, após a aplicação da substância corante, utilizando-
se os Testes T-Student e ANOVA. Pôde-se verificar que o evidenciador com corante de açaí (antocianinas)
apresentou eficácia superior na identificação da placa dental quando comparado com o evidenciador com
corante de urucum, Replak® e Plakstesim®, com nível de significância menor que 0,01. A pesquisa conclui que
o evidenciador a base das antocianinas (corante do açaí) apresentou eficácia superior quando comparado com
o evidenciador com corante do urucum, Replak® e Plakstesim®, tornando-se uma alternativa viável para a
Odontologia, como substância evidenciadora do biofilme dental.

704
KHAYAT, Alessandra Iamanouth de Farias. Análise em canais curvos do desvio apical provocado por
limas de aço inoxidável e de níquel-titâneo manuais e acopladas em sistema de rotação alternada.
2006. 95 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da
Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Suely Maria Santos Lamarão

RESUMO: O propósito deste estudo foi analisar in vitro o desvio apical produzido por limas de aço inoxidável
(Flexofile) pré curvadas e limas de níquel-titânio (Nitifiex), manualmente e em rotação alternada, com contra-
ângulo TEP-10-R (NSK), na instrumentação do canal radicular. Foram utilizadas oitenta raízes mesiais curvas
de molares inferiores extraídos, as quais foram selecionadas e distribuídas em quatro grupos homogêneos de
vinte elementos cada. Foi realizada a cirurgia de acesso, preparo da entrada do canal e odontometria. Em
seguida, os dentes foram incluídos em resina transparente, em fôrma hexagonal. Para padronização das
tomadas radiográficas, foi utilizada a plataforma radiográfica com uma modificação que permitiu a obtenção
de radiografias iniciais e finais idênticas em três diferentes incidências, ou seja, sentidos V/L, M-V / D-L e D-
V / M-L. Após a radiografia inicial em todos os três sentidos com uma lima #15 no interior dos condutos,
procedeu-se o preparo do canal. As raízes do Grupo 1 foram instrumentadas com técnica manual coroa-ápice
e limas Flexofile; o Grupo 2 foi instrumentado com limas Flexofile em técnica mecâno-oscilatória (TEP- 10 R-
NSK); o Grupo 3 foi instrumentado manualmente, em técnica coroa-ápice, com limas Nitiflex e o Grupo 4 foi
preparado com limas Nitiflex em técnica mecâno-oscilatória (TEP- 10 R- NSK). Finda esta fase, foi realizada
uma nova radiografia com uma lima #40 no interior do canal, nos mesmos padrões da primeira. As imagens
foram digitalizadas, a análise dos desvios se deu pela sobreposição das imagens e a mensuração através do
software Image Tool. Os resultados mostraram que a utilização de três incidências em diferentes sentidos no
mesmo espécime radicular é importante para detectar, com segurança, algum grau angular de desvio apical
após o preparo do canal. Constatou-se que em 67,5% das raízes houve algum grau angular de desvio
independente da técnica e, apesar de não-significantes estatisticamente, a ocorrência dos desvios ocorreram,
442

em ordem decrescente, com a técnica mecâno-oscilatória com limas Flexo file (G2), técnica manual com limas
Nitiflex (G3), técnica mecâno-oscilatória com limas Nitiflex (G4) e técnica manual com limas Flexofile (G1).

705
OLIVEIRA, César Augusto Teixeira de. Estudo da correlação da estatura de indivíduos pela análise
dos incisivos centrais superiores de Belém, Pará. 2006. 49 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Regina Fátima Feio Barroso

RESUMO: O trabalho objetiva estudar a correlação entre o comprimento total dos incisivos centrais
superiores permanentes e a estatura de indivíduos de Belém, Estado do Pará, na faixa etária de 20-35 anos,
como subsídio para a Antropologia Forense, Odontologia Legal e Medicina Legal, na elaboração de laudos
periciais para a autoridade policial e judiciária, principalmente no que se refere à identidade e identificação.
Foram estudados 100 indivíduos, sendo 50 do gênero masculino e 50 do gênero feminino. Para a obtenção da
estatura foi utilizada uma balança antropométrica e para o comprimento total dos incisivos, utilizou a técnica
radiológica do cone longo. Os resultados foram analisados por meio do Coeficiente de Correlação de
Pearson, onde foram encontrados valores diferentes de zero, para ambos os gêneros e o Teste T de “Student”
que indicou que o coeficiente de correlação amostral foi estatisticamente diferente de zero entre as variáveis
estudadas, para ambos os gêneros, indicando que não existe correlação significativa entre o comprimento dos
incisivos e à estatura dos indivíduos.

706
OLIVEIRA, Raimundo Paulo Costa de. Avaliação microscópica da limpeza das paredes destinatárias
em razão de diferentes métodos de remoção da pasta de hidróxido de cálcio. 2006. 82 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Oscar Faciola Pessoa

RESUMO: Avaliaou-se in vitro a eficiência da remoção da pasta de hidróxido de cálcio do interior dos canais
radiculares de dentes humanos através de microscopia eletrônica de varredura. Quarenta raízes distais de
molares inferiores foram instrumentadas através da técnica seriada utilizando como substâncias químicas o
hipoclorito de sódio a 1% e o creme de Endo-PTC, com irrigação final de solução de EDTA-T seguida de
nova regadura de hipoclorito de sódio a 1%. A partir de então, os canais foram preenchidos com pasta de
hidróxido de cálcio PA, incorporada à solução anestésica por meio de propulsor de Lentulo, e mantidas por
sete dias em estufa úmida. Em seguida, foram divididas em quatro grupos onde foram utilizadas as seguintes
técnicas de remoção: no Grupo I (GI), a remoção foi realizada valendo-se apenas do último instrumento
memória seguida de 10 ml de EDTA-T e 10 ml de hipoclorito de sódio. No Grupo II (GII), foi acrescido o
uso de mais uma lima de calibre imediatamente superior ao do GI. No Grupo III (GIII), além da utilização
do instrumento imediatamente superior ao memória, foi empregado o propulsor de Lentulo associado à
solução de EDTA-T. Em seguida, os espécimes foram clivados e observados a luz da microscopia eletrônica
de varredura. As imagens de cada espécime foram analisadas quantitativamente para verificar o número de
túbulos dentinários limpos. Após análise estatística, valendo-se do Teste de Kruskal-Wallis e Dunnett, os
resultados mostraram superioridade para o Grupo II seguido dos demais grupos, sendo que a diferença
estatisticamente significante ocorreu somente na comparação entre os grupos II e IV.

707
PEREIRA, Kalena de Melo Maranhão. Análise in vitro do selamento coronário em restaurações
provisórias e da permeabilidade dentária após tratamento endodôntico. 2006. 82 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientadora: Eliza Burlamaqui Klautau
443

RESUMO: Avaliou-se in vitro o selamento coronário de dois materiais restauradores provisórios e a


permeabilidade dentária após tratamento endodôntico. Foram selecionados 80 molares íntegros, nos quais,
após o tratamento endodôntico, padronizou-se cavidades com 4mm de profundidade e 2mm de espessura de
parede dentária para inserção do material selador; originando dois grupos com 40 corpos- de-prova cada:
Grupo 1 - Coltosol e Grupo II - Vitremer. Procedeu-se então a termociclagem e, em seguida, cada grupo foi
sub-dividido em 2 novos grupos contendo 20 dentes cada para a impermeabilização dos espécimes. No grupo
para análise da infiltração marginal, foi aplicado o cianocrilato em toda a superfície do dente, com exceção de
1 mm da interface dente/material, enquanto que no grupo para análise da permeabilidade dentária o
cianocrilato, foi aplicado somente na superfície radicular e sobre o material selador, deixando a superfície
coronária exposta a penetração do corante. Logo após, metade de cada grupo foi imerso no corante azul de
metileno a 2%, com pH 7,2, por 7 dias, enquanto que a outra metade permaneceu imerso na solução corante
por 30 dias. Em seguida, os corpos-de-prova foram seccionados no sentido Mesio-Distal e levados à leitura
em um Estereoscópio, com aumento de 25 vezes, após análise estatística por meio dos testes T “Student”.

708
PINHEIRO, Helder Henrique Costa. Condições de saúde bucal de diabéticos acompanhados pelo
Programa Saúde da Família em Belém – Pará. 2006. 132 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Regina Fátima Feio Barroso

RESUMO: Avaliaram-se as condições de saúde bucal de diabéticos acompanhados pelo Programa Saúde da
Família no município de Belém-Pará. As condições analisadas foram: cárie dentária, doença periodontal, uso e
necessidade de prótese dentária e lesões de mucosa. A amostra foi composta de 268 diabéticos e 270
indivíduos não diabéticos compondo o grupo controle. Para a coleta dos dados, foram utilizados os índices
recomendados pela Organização Mundial de Saúde. Os exames foram realizados nos domicílios dos
indivíduos selecionados por examinadores previamente calibrados. Os dados foram processados no Programa
de computação Epi info versão 3.3.2 para o Sistema Operacional Windows e estatisticamente analisados. Os
resultados demonstraram que: não houve diferença na prevalência de cárie. O CPOD foi igual a 25,7 e 25,4
para diabéticos e grupo controle, respectivamente, com uma grande perda dentária para ambos os grupos. A
presença de cálculo foi verificada em 10,6% dos diabéticos e em 13,6% do grupo controle com a prevalência
de bolsa periodontal mais evidente em diabéticos (p<0,05). Aproximadamente metade da amostra necessitava
de prótese superior e cerca de 78% dos examinados necessitavam de prótese inferior, não diferindo entre os
grupos (p>0,05). A ocorrência de lesões de mucosa bucal, como estomatites e lesões hiperplásicas, em ambos
os grupos, foi relacionada ao uso de prótese dentária inadequada. Os dados encontrados demonstram
prevalência significante em todas as condições estudadas em ambos os grupos, mas só a doença periodontal
teve relação estatisticamente significante com a condição de Diabetes Mellitus.

709
RODRIGUES, Helena do Nascimento Araújo. Análise da condição periodontal e associação com
fatores de risco de pacientes do Curso de Odontologia da Universidade Federal do Pará. 2006. 143 f.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Adriano Maia Corrêa

RESUMO: Analisa a condição periodontal dos pacientes que procuram o serviço de triagem para o primeiro
atendimento no curso de odontologia do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará. O
inquérito epidemiológico abrangeu 210 indivíduos, na faixa etária entre 20 e 66 anos, sendo 56 homens e 154
mulheres, no período de agosto à dezembro de 2005. O exame clínico de boca toda foi utilizado com seis
sondagens por elemento dentário. Foram registradas as médias de profundidade de sondagem e nível de
inserção em quatro superfícies dentárias, o percentual de sítios sangrantes e sítios com presença de placa. As
médias de profundidade de sondagem e nível de inserção aumentaram com o avanço da idade e foram mais
prevalentes nos sítios interproximais. As faces vestibulares somente apresentaram maiores médias de nível de
inserção na faixa etária acima de 40 anos e em pacientes fumantes, caracterizada pela presença de recessões.
444

Os resultados demonstraram que a maioria dos indivíduos são acometidos de periodontite leve a moderada e
o gênero masculino apesar de ser minoria na amostra mostrou associação significante com profundidade de
sondagem e perda de inserção. O fumo também se comportou como um fator de risco significante para
perda de inserção e perdas dentárias. Com esses resultados, o planejamento de ações de saúde para
esclarecimento à comunidade sobre doença periodontal, se faz necessário na Universidade Federal do Pará.

710
ROTHBARTH, Cláudia Pires. Resistência à fadiga cíclica de instrumentos relatórios de níquel-titânio
de diferentes características geométricas antes e após o uso. 2006. 74 f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2006.
Orientador: Oscar Faciola Pessoa

RESUMO: Avalia a resistência à fadiga cíclica de instrumentos rotatórios de níquel-titânio de diferentes


características geométricas, antes e após o uso em canais artificiais. Selecionou limas rotatórias do Sistema
Race (FKG Dentaire) e do Sistema K3 (SybronEndo) de conicidade 0,04, com 25mm de comprimento e diâmetro
de ponta de 25, padrão ISO. As mesmas foram divididas em quatro grupos experimentais, com doze limas
cada, totalizando quarenta e oito instrumentos. Os grupos foram assim divididos: grupo AO, instrumentos
Race sem nenhum uso; grupo A5, instrumentos Race de cinco usos; grupo BO, instrumentos K3 de nenhum
uso e grupo B5, instrumentos K3 de cinco usos. A simulação de uso foi realizada em canais artificiais de
resina, com curvatura de 400 e raio de 5 mm, utilizando uma peça de mão com contra-ângulo, acionado por
motor elétrico, na velocidade de 350 mm e 1 N/cm de torque. Todos os grupos foram submetidos a ensaios
de fadiga cíclica num dispositivo que permitia o instrumento girar livremente, reproduzindo uma
instrumentação rotatória num canal curvo. O tempo despendido até a fratura foi aferido por um cronômetro.
Para avaliação estatística empregou-se o Teste ANOVA para dois fatores e foi observada diferença
estatisticamente significante entre as amostras. O Teste de Tukey foi utilizado para verificar a diferença entre
as médias dos grupos. Os resultados mostraram que o uso e a característica geométrica dos instrumentos
influenciam na sua resistência à fadiga cíclica (p<0,05). As limas do grupo BO (K3 sem nenhum uso)
apresentaram maior resistência à fadiga, quando comparadas às limas dos demais grupos experimentais,
independente do número de uso.

711
SAITO, Kunihiro. Avaliação da relação entre Diabetes mellitus e doença periodontal: um estudo em
pacientes pertencentes à Casa do Diabético no Município de Belém-PA. 2006. 44 f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará,
Belém, 2006.
Orientadora: Ana Cláudia Amoras Alves

RESUMO: O Diabetes mellitus é uma doença caracterizada por anormalidades endócrinas e metabólicas, que
resulta em alterações em muitos setores do organismo. Ao passo que a doença periodontal é uma lesão
infecto-inflamatória que envolve os tecidos de sustentação dos dentes. Convém, esclarecer a relação entre o
diabetes mellitus e a doença periodontal por uma associação biológica, na qual diabéticos apresentam
deficiência na resposta orgânica e aumento da suscetibilidade para muitos tipos de infecção, incluindo a
infecção periodontal. Este trabalho tem como objetivo comparar indivíduos com adequado controle
metabólico do diabetes mellitus e indivíduos com pobre controle glicêmico da doença, em diferentes tempos
de duração do diabetes. Foram avaliados periodontalmente 31 indivíduos com controle glicêmico adequado e
29 sujeitos com pobre controle metabólico. Os resultados revelaram que as condições de higiene bucal e de
inflamação gengival são similares entre os indivíduos com diferentes anos de diabetes, independente da
qualidade do controle metabólico do diabetes mellitus. A profundidade de sondagem revelou maior
severidade em indivíduos com mais de cinco anos de doença, principalmente no grupo com pobre controle
glicêmico. Em conclusão, indivíduos diabéticos com mais de cinco anos de duração da doença e com pobre
controle metabólico do nível de glicemia apresentam maiores perdas de estrutura periodontal.
445

712
SANTOS, Cláudia Dourado dos. Padrões diferenciais de resposta inflamatória, lesão axonal
desmielinização após lesão exitotóxica e isquêmica no tronco cerebral de ratos adultos. 2006. 131 f.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde,
Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Wallace Gomes Leal

RESUMO: Resposta inflamatória, lesão axonal e desmielinização são componentes importantes da


fisiopatologia de doenças neurodegenerativas agudas e crônicas, tais como trauma cerebral, da medula
espinhal, acidente vascular encefálico e esclerose múltipla. Na presente dissertação, investigamos a evolução
destes eventos patológicos após indução de lesão excitotóxica (por injeção de NMDA) e isquêmica (por
injeção de endotelina-1), no núcleo espinhal do sistema trigeminal de ratos adultos, 1 e 7 dias após a injeção.
Microinjeções de 80 nmol NMDA e 40 pmol de endotelina-1 induziram eventos histopatológicos diferenciais
no que concerne aos padrões de perda tecidual, inflamatórios, de lesão do cilindro axonal e da bainha de
mielina. A injeção de NMDA induziu perda tecidual intensa da substância cinzenta do núcleo espinhal, sem
perda tecidual significativa na substância branca. A resposta inflamatória induzida pela injeção deste
neurotóxico foi moderada, com pouco recrutamento de neutrófilos e macrófagos para o parênquima neural.
Houve lesão axonal na substância cinzenta após injeção de NMDA, com pouco comprometimento axonal na
substância branca. A mielina foi afetada, a partir do tempo de sobrevida de 7 dias. Microinjeções de
endotelina-1 na mesma região do núcleo espinhal induziram menor perda tecidual, do que a induzida pela
injeção de NMDA, com resposta inflamatória intensa dominada pelo recrutamento de macrófagos, com
maior incidência de lesão axonal e perda de mielina, a partir de 1 dia após a injeção. Grande número de
microcistos foi encontrado na substância branca do trato trigeminotalâmico, 7 dias após a injeção. A lesão
isquêmica induziu o aparecimento de células picnóticas, neste mesmo tempo de sobrevida. Estes resultados
demonstram que a lesão isquêmica do tronco cerebral induz mais resposta inflamatória, lesão axonal e perda
de mielina do que uma lesão primariamente excitotóxica. Estes eventos histopatológicos podem ocorrer após
lesão aguda do tronco cerebral de seres humanos, o que pode contribuir para os déficits funcionais
subjacentes. Futuros estudos, utilizando marcadores de oligodendrócitos, de células apoptóticas e técnicas de
microscopia eletrônica devem contribuir para a elucidação das diferenças observadas nestes modelos
experimentais de doenças neurodegenerativas agudas.

713
SILVA, Eliana Lago. Avaliação do nível de conhecimento do uso de protocolos de urgência e/ou
emergência médica na Clínica Odontológica. 2006. 77 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: Antonio José da Silva Nogueira

RESUMO: Avaliou-se o nível de conhecimento do uso de protocolos de urgência e/ou emergência médica
de todos os alunos do último ano do curso de graduação em Odontologia em Instituições de Ensino
Superior, no ano de 2005, na cidade de Belém-PA, com relação a situações que possam ocorrer no
atendimento odontológico, bem como descrever seus aspectos clínicos. Adotou-se metodologia específica
com realização de pesquisa bibliográfica e aplicação de questionário com questões abertas e fechadas,
distribuídas para 121 alunos. Verificou-se que, embora conscientes dos riscos de ocorrência de situações
emergenciais nos consultórios, a maioria dos alunos não possui conhecimentos sistematizados sobre os
procedimentos necessários em casos de ocorrência destas situações, com a maioria demonstrando interesse
em participar de um curso de formação em emergências médicas. Concluiu-se que a maioria dos alunos não
possui protocolos de assistências médicas emergenciais, cuja existência é de fundamental importância para a
continuidade na qualidade do atendimento de saúde.
446

714
ZACCA, Carlos Alberto. Investigação da prevalência de traumatismos dento–faciais em praticantes
de boxe e a importância dos protetores bucais nas conseqüências dos traumas. 2006. 50 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade
Federal do Pará, Belém, 2006.
Orientador: João Evandro da Silva Miranda

RESUMO: Os dados da National Youth Sports Safety Foundation (NYSSF) (2002) - entidade de pesquisa
americana ligada aos estudos e a prevenção de traumas esportivos informaram que há 10% de probabilidade
dos atletas sofrerem injúrias traumáticas durante uma temporada esportiva, recaindo isso não só no problema
físico, mas também no econômico, bastante representativo para os clubes. As lesões causadas por traumas em
dentes e tecidos adjacentes podem levar à fraturas coronárias ou mesmo até, a perda do elemento dental. Este
trabalho observacional, transversal descritivo, baseia-se na diversidade de opiniões com relação ao uso de
protetores bucais e sua importância como fator de proteção para os tecidos bucais durante a prática esportiva.
Assim sendo, nossa metodologia envolveu inquérito por meio de questionário aplicado à atletas praticantes de
boxe. Como critério de inclusão, o atleta tinha de estar praticando o esporte escolhido. Como critério de
exclusão, utilizamos o atleta ter sofrido qualquer injúria traumática com repercussão dento-facial anterior que
não seja por prática de boxe, assim como aqueles que tivessem história de hábito parafuncional. Foram
entrevistados e examinados 50 atletas sendo que 3 eram do gênero feminino e 47 do masculino, e 46%
pertenciam à faixa etária entre 18/26 anos. Entre os atletas, 24% iniciaram a prática do boxe quando adultos.
Os resultados coletados por meio dos questionários foram submetidos a tratamento estatístico, utilizando-se
o Teste do Qui-Quadrado, em nível de significância de p<0,05, e demonstraram que o índice de traumas
dento-faciais quando o protetor bucal está sendo utilizado é de 10%, comprovando assim que, de acordo com
a amostra analisada, o protetor bucal é um mecanismo de proteção efetivo, principalmente quanto aos
traumas dentais durante a prática do boxe.
447

INDICE DE AUTOR

A
ABDON, Nagib Ponteira, 603
ABE, Marlene Naoyo, 31
ABRUNHOSA, Jacqueline Pompeu, 395
ADAMS, Moira, 259
AGUIAR, Márlison José Lima de, 474
AGUIAR, Oscar Raimundo Gavinho de, 200
ALBUQUERQUE, Adna Almeida de, 571
ALCÂNTARA NETO, Constantino Pedro, 219
ALMEIDA, Adriana de Jesus Benevides de, 664
ALMEIDA, Maurício Pinto de, 541
ALMEIDA, Renata Andréa Chaves de, 172, 229
ALMEIDA, Simone Maria Roque, 665
ALVES, Erik Artur Cortinhas, 464
ALVES, Eurydice Maria Atallah, 695
ALVES, Lívia Navegantes, 291
AMADOR, Maria do Perpétuo Socorro Corrêa, 666
AMARAL, Dário Dantas do, 260
AMARAL, Ivanete do Socorro Abraçado, 679
AMARAL, Jane Cristina de Oliveira Faria, 243
AMARAL, João Valsecchi, 558
AMARAL, Paulo José Siqueira do, 453
AMARAL, Waldiléia Rendeiro da Silva, 55
AMARAL NETO, Manuel Almeida, 5
AMAZONAS, Kennie Kelly dos Santos, 431
AMÉRICO, Ana Paula Larêdo, 680
AMORIM, Ana Karla Jansen de, 230
ANDRADE, Anderson Cleyton Ferreira de, 485
ANDRADE, Fernanda Atanaena Gonçalves de, 365
ANDRADE, Rosemary Ferreira de, 583
ANJOS, Claudinéia Ramos dos, 523
ANSELMO, Nilson Praia, 261
AQUINO, Elane Barrosos de, 696
AQUINO, Eulália Gonçalves de, 626
ARAGÃO, Ivan Luiz Guedes de, 262
ARAÚJO, Eliete da Cunha, 604
ARAÚJO, Ivanei Souza, 572
ARAÚJO, Soraya Maria Mendonça, 35
ARAÚJO, Taís Pinheiro de, 681
ARRUDA, Cinthya Cristina Bulhões, 384
ASSIS, Marlene Barros de, 173
ASSIS, William Santos de, 4
ASSUMPÇÃO, Mônica Baraúna, 682
ASSUMPÇÃO, Paulo Pimentel, 411
ASSUNÇÃO, Maria Ivaneide da Silva, 524
ATAÍDE, Tonildes Lisboa de, 36
ATHAYDE, Aidalucy do Socorro Costa de, 627
448

AVIZ, Márcia Alessandra Brito de, 129


AZEVEDO, James Ribeiro de, 37
AZEVEDO, Maria do Socorro Marques, 628
AZEVEDO, Valéria Nascimento da Gama 629
AZEVEDO, Vânia Nakauth, 244

B
BAÍA JÚNIOR, Pedro Chaves, 116
BARBA, Glória Colonnelli, 292
BARBAS, Luis André Luz, 94
BARBOSA, Adriana Carla Magno, 72
BARBOSA, Fabíola Brasil, 432
BARBOSA, Heloisa Helena Moreira de Moraes, 630
BARBOSA, Hivana Patrícia Melo, 683
BARBOSA, Roberta Sá Leitão, 385
BARBOSA, Tienne Milena Farias, 104
BARREIROS, José Augusto Pereira, 549
BARROS, Ana Hilda Mescouto Figueiredo, 349
BARROS, Andréa Vieira Lourenço de, 68
BARROS, Carlos Augusto Lima, 293
BARROS, Vera Lúcia Reis Souza de, 610
BARROSO, Carmem Maria Leitão, 153
BASSO, Rosely Valéria, 631
BASTOS, Gilmara de Nazareth Tavares, 475
BASTOS, Heitor Burlamaqui, 465
BASTOS, Maria de Nazaré do Carmo, 156
BENCHIMOL, Ruth Linda, 192
BENDAHAN, Amaury Burlamaqui, 58
BENDELAK, Michelle Russo, 95
BENJAMIN, Aldrin Mário da Silva, 21
BERG, Ana Virgínia Soares Van Den, 632
BERNARDI, José Antônio Renan, 515
BEZERRA, Nilson Veloso, 105
BICHARA, Carissa Michelle Goltara, 145
BICHARA, Cléa Nazaré Carneiro, 315
BITAR, Maria Amélia Fadul, 584
BITTENCOURT, Paulo Celso Santiago, 59
BITTENCOURT, Ruth Helena Falesi Palha de Moraes, 96
BITTENCOURT, Suzana Carla da Silva, 97
BLANDYTT, Lucinaldo da Silva, 6
BORGES, Sérgio Henrique, 505
BRABO, Lucinéa Barbosa, 366
BRAGA, Adriano César Calandrini, 146
BRAGA, Cesar França, 350
BRAGA, Roseli Ribeiro, 316
BRAGA FILHO, Ermino, 98
BRAGANÇA, Alexandre José Machado, 559
BRASIL, Heliana Maria Silva, 158, 220
BRASILIENSE, Danielle Murici, 454
BRÍGIDO, Helena Andrade Zeferino, 611
BRINGEL, Fabiano de Oliveira, 38
BRITO, Carla Suzy Freire de, 117
449

C
CABRAL, André dos Santos, 500
CALCAGNO, Danielle Queiroz, 455
CALDERARO, Dalila Teixeira, 585
CALVOSA, Vanja Suely Pachiano, 231
CÂMARA, Evandro Pires Leal, 245
CAMARGO, Carolina Cigerza de, 560
CAMARGO-ZORRO, Maurício, 516
CAMELO, Antônio Sérgio Alves, 73
CAMPOS, Lygia Catarina Trindade, 221
CAMPOS, Marliane Batista, 633
CAMPOS, Paula Nepomuceno, 106
CANDIANI, David Figueiredo, 573
CANIZARES, Vivian Susi de Assis, 615
CARDOSO, Adriana Maciel de Castro, 107
CARDOSO, Ana Maria Calabria, 659
CARDOSO, Bernardo da Silva, 660
CARDOSO, Deugles Pinheiro, 99
CARDOSO, Elyzabeth da Cruz, 159
CARDOSO, Greice de Lemos, 440
CARDOSO, Lucilene dos Santos, 263
CARDOSO, Maria do Socorro Oliveira, 616
CARMO, Ediclei Lima do, 317
CARMONA, Nadir Pereira, 378
CARNEIRO, Lígia Maia, 634
CARNEIRO, Maria Cleide Mendes, 697
CARNEIRO, Milene Russelakis, 168, 232
CARRERA, Maria de Fátima Pinheiro, 661
CARTÁGENES, Paulo Roberto Brito, 605
CARTÁGENES, Vivian Lúcia Aslan D’Annibale, 635
CARVALHO, Antonio Sérgio Silva de, 386
CARVALHO, Bruno Maia, 441
CARVALHO, Leônidas Olegário de, 275, 405
CARVALHO, Márcia Regina de, 698
CARVALHO, Maria Ierecê Miranda de, 318
CARVALHO, Muzenilha Lira, 351
CARVALHO, Nelson Monte de, 699
CARVALHO, Tarcísio André Amorim de, 456
CARVALHO, Walther Augusto de, 319
CARVALHO FILHO, Nelson Monte de, 294
CARVALHO JÚNIOR, Oswaldo de, 246
CASSEB, Alexandre do Rosário, 57
CASTRO, Anderson Corrêa, 108
CASTRO, Andréa Bezerra de, 118
CASTRO, Dulcilene Alves de, 46
CASTRO, Luciana Santos Serrão de, 457
CAVALCANTE, Danielle Pedrociane, 100
CAVALCANTE, Gustavo Góes, 74
CAVALCANTE, Rejane Maria Sales, 667
CAVALCANTE, Vânia Lúcia Noronha, 597
CESAR, Kátia Lamarão Vieira, 617
450

CÉZAR, Marinês Rodrigues dos Santos 618


CHAGAS, André Antonio Corrêa das, 133
CHARVET-ALMEIDA, Patricia, 527
CHERMONT, Armando Brito, 700
CHIANG, Jannifer Oliveira, 476
COIMBRA, Anaximandro Soares, 75
COIMBRA, João Paulo, 477
CONCEIÇÃO, Josyanne Christine Silva da, 85
CONDE, Valney Mara Gomes, 320
CORDEIRO, Marcela da Silva, 490
CORRÊA, Honorly Kátia Mestre, 508
CORRÊA, Iolanda Maria Silva, 586
CORRÊA, Maria do Perpétuo Socorro Costa, 613
COSTA, Airton Leite, 636
COSTA, Ana Cássia Reis da, 701
COSTA, Ana Maria Rabelo, 491
COSTA, Antônio Messias, 65
COSTA, Dayana Alves da, 119
COSTA, Edmar Tavares da, 233
COSTA, Eliana Déa Lara, 86
COSTA, Helena Meika Uesugui, 637
COSTA, Joseane Carvalho, 182, 264
COSTA, Kelli Garboza da, 396
COSTA, Luiz Rodolfo Ferreira da, 561
COSTA, Maria do Socorro Leal Carvalho, 265
COSTA, Maria Elizabeth Gemaque, 702
COSTA, Maria Rosa Travassos da Rosa, 418
COSTA, Maurimélia Mesquita da, 334
COSTA, Palmiro Alvão da, 60
COSTA, Perpetua do Socorro, 433
COSTA, Robson Gil Neris, 535
COSTA, Rosana Giséle Cruz Pinto da, 7
COSTA, Sue Anne Regina Ferreira da, 562
COSTA, Vanessa Bandeira da, 387
COUTINHO, Paulo Eduardo Guzzo, 247
COUTO, Alvaro Augusto Ribeiro D'Almeida, 183
CUNHA, Janice Muriel Fernandes Lima da, 367
CUNHA, Maria Heliana Chaves Monteiro da, 594

D
DAHAN, Elias David, 401
DAMIN, Enira Teresinha Braghirolli, 174
DANTAS, Jamile Andréa da Silva, 69
DANTAS, Jedna Kato, 76
DANTAS, Sandra Maria Mendes de Moura, 222
D'HORTA, Fernando Mendonça, 542
DIAS, Hilma Lúcia Tavares, 175
DINIZ, Felipe Monteiro, 321
DOMINGUES, Jenifer, 612
DRUDE, Rozilda Henrique, 22
DUARTE, Maria Selma Carvalho Frota, 587
DUTRA, Saturnino, 184
451

E
ELIAS, Marcos Pedro de Paiva, 368
EMÍDIO-SILVA, Cláudio, 276
EMMI, Danielle Tupinambá, 703
ESPÍRITO SANTO, Roberto Vilhena do, 352
ESTEVES, Nelma Maria Rosa de Sousa, 668
ESTEVES, Paulo Sérgio Cardoso, 614
ESTUPIÑÁN-TRISTANCHO, Ruth Amanda, 528

F
FARIA, Dulcelena Ledo de, 304
FARIAS, Izeni Pires, 176
FARO, Lilian Rosana Ferreira, 177, 266
FEITOSA, Darlan Tavares, 574
FEITOSA, Terezinha Cavalcante, 23
FERNANDES, Carlos Manoel, 388
FERNANDES, Jairo Santos, 369
FERNANDES, Willian Ricardo da Silva, 575
FERRARI, Maria Aparecida Lopes, 211
FERREIRA, Ana Cássia Sarmento, 536
FERREIRA, Humberto Soares, 277
FERREIRA, Márlia Regina Coelho, 178
FERREIRA, Nelson Rosa, 134
FERREIRA, Silvaney Fonseca, 130
FIGUEIRA, Elder Augusto Guimarães, 353
FIGUEIREDO, Elaine Lopes, 120
FIGUEIREDO, Érika Maria Riebisch de, 606
FIGUEIREDO, Francisco José Câmara, 164
FIGUEIREDO, Luciene Dias, 39
FIGUEIREDO, Raul Batista de, 1
FIGUEIREDO, Wilséa Maria Batista de, 295, 412
FIGUEIRÓ, Celso Luis Miranda, 234
FINOTELO, Liane Fiúza de Mello, 458
FONSECA, Adriana Figueiredo, 101
FONSÊCA, Maria de Jesus da Conceição Ferreira, 195
FONSECA, Rodrigo Teixeira D’Alincourt, 576
FONTES JÚNIOR, Enéas de Andrade, 478
FRAGA, Elmary da Costa, 406
FRAIHA NETO, Habib, 150
FRANCA, João Guedes da, 212
FRANCO, Edna Cristina Santos, 335
FREIRE, Marco Aurélio Moura, 470
FREITAS, Cristóvão Morelly Kaneyoshi Hashiguti de, 77
FREITAS, Pedro Eduardo Bonfim, 492
FREITAS, Virginia Tereza Neta, 638
FURTADO, Adriano Penha, 479
FURTADO, Ivaneide da Silva, 577
452

G
GADELHA, Maria Apolonia da Costa, 639
GALO, Katiany Rocha, 121
GIESE, Elane Guerreiro, 513
GOCH, Ynglea Georgina de Freitas, 354
GOMES, Bruno Duarte, 493
GOMES, Cleidson Paiva, 389
GOMES, Denyse Maria de Almeida, 56
GOMES, Francinaldo Lobato, 322
GOMES, Grazielle Fernanda Evangelista, 379
GOMES, Ivanete Almeida, 370
GOMES, Jorge Evandro Santos, 40
GOMES, Patrick Abdala Fonseca, 336
GUEDES, Andréa Madalena Maciel, 135
GUIA, Ana Patrícia de Oliveira Mares, 2
GUIMARÃES, Adriana Costa, 466
GUIMARÃES, Andréa Krystina Vinente, 122
GUIMARÃES, Danielly de Oliveira, 380
GUIMARÃES, Delma Gomes, 550
GUIMARÃES, Diva Anélie de Araújo, 179, 213
GUIMARÃES, Leda Rezende Cardoso, 480

H
HALMENSCHLAGER, Fábio Leandro, 24
HAMOY, Igor Guerreiro, 459
HAMOY, Moisés, 337
HARADA, Maria Lúcia, 152
HENRIQUES, Luiza Magalli Pinto, 223, 506
HERCOS, Alexandre Pucci, 578
HERNÁNDEZ RUZ, Emil José, 551
HERRERA, José Antonio, 25
HONDERMANN NUNEZ, Juan Bosco, 235

I
IMBIRIBA, Emir Palmeira, 70
INTINI, João Marcelo, 32
ISHIKAWA, Edna Aoba Yassui, 193, 267
IWANAGA, Simone, 514

J
JARDIM, Mário Augusto Gonçalves, 180
JENNINGS, Yara Lúcia Lins, 640
JESUS, Maria do Socorro Bandeira de, 619
JESUS, Maria Nilza de, 26
JUNES, Katiana de Sales, 305
453

K
KALIF, Kemel Amim Bittencourt, 529
KETELHUT, Suzana Maria, 517
KHAYAT, Alessandra Iamanouth de Farias, 704
KHAYAT, André Salim, 323

L
LACERDA, Dailton Alencar Lucas de, 620
LAGO, Maria Regina Teixeira, 8
LAMEIRA, Ana Paula Guimarães, 525
LAUANDE, Eduardo Andre Risuenho, 47
LAURENTINO, Rogério Valois, 402
LEAL, Eliane Constantino, 9
LEAL, Walace Gomes, 306
LEÃO, Renato Augusto Carvalho, 481
LEITE, Angela Maria Conte, 160
LEITE, Daniela Soares, 460
LEITE, Mauro de Meira, 461
LIBERAL, Siany da Silva, 345
LIBONATI, Rosana Maria Feio, 196, 598
LIMA, Almira Cláudia Marinho, 268
LIMA, Ana Caroline de, 579
LIMA, Antonio Marcos Sousa de, 346
LIMA, Consuelo Lúcia Sousa de, 248
LIMA, Edna Porfírio de, 684
LIMA, Eleonidas Moura, 338
LIMA, Francisco Valcenir Araújo de, 61
LIMA, Janaina Reis Ferreira, 580
LIMA, Jô de Farias, 381
LIMA, Jucivaldo Dias, 543
LIMA, Karla Valéria Batista, 413
LIMA, Luciana Vieira do Rêgo, 685
LIMA, Patrícia Danielle Lima de, 422
LIMA, Paulo Roberto Galdino de, 62
LIMA, Rafael Rodrigues, 494
LIMA, Silene Maria Araújo de, 214
LIMA, Telma Vitorina Ribeiro, 686
LINS, Roseana Telles, 136
LIRA, José Antonio, 41
LOPES, Barto Monteiro, 48
LOPES, Carmen Andréa Freitas, 687
LOPES, Cristina Ferreira Alves, 63
LOPES, Kelven Stella, 109
LOURENÇO, Lúcia de Fátima Henriques, 169
LOURENÇO JÚNIOR, José de Brito, 165

M
MACAMBIRA, Maria Lúcia Jardim, 201
454

MACEDO, Lídia Carolina da Silva, 87


MACÊDO, Raquel Soares Cavaleiro de, 102
MACHADO, Luiz Fernando Almeida, 278
MACHADO, Ricardo Luiz Dantas, 185, 269
MAGALHÃES, André Luiz Perez, 360
MAGALHÃES, Mioni Thieli Figueiredo, 669
MAGNO, Ismaelino Mauro Nunes, 641
MAGNO, José Emílio Campos, 642
MAIA, Paulo Henrique Sá, 110
MANESCHY, Rosana Quaresma, 78
MARCELIANO, Maria Luiza Videira, 202
MARINHO, Anderson Nonato do Rosário, 423
MARQUES, Rejane Corrêa, 621
MARQUES-SILVA, Nelane do Socorro, 355
MARSOLA, Lourival Rodrigues, 670
MARTINS, Lívia Caricio, 403
MARTINS, Luisa Caricio, 324, 407
MARTINS, Simone de Souza, 537
MARTINS, Valéria de Carvalho, 643
MASCARENHAS, Ronald Cristovão de Souza, 111
MATOS, Lucilda Maria Sousa de, 42
MATOS, Patrícia Santos, 296
MAUÉS, Luís Antônio Loureiro, 482
MEDEIROS, Daniele Barbosa de Almeida, 404
MEDEIROS, Manuel Alfredo Araújo, 224
MEDINA, Gabriel, 27
MEIRELES, Carla Maria Marques, 161, 207
MELO, Ana Cláudia do Amaral, 203
MELO, Ana Ely Esteves de Oliveira, 563
MELO, Cláudia Cristina de Souza de, 538
MELO, Mauro André Damasceno de, 443
MENDES, Antônio Carlos de Barros, 157
MENDES, Fabrício Lemos de Siqueira, 518
MENDES, Yvone Gabbay, 270
MENDONÇA, Clécio Leandro Gomes de, 88
MENDONÇA, José Ricardo Alfaia de, 390
MENESCAL, Luciana Alcantarino, 462
MENEZES, Antônio José Elias Amorim de, 10
MENEZES, Elytânia Veiga, 424
MENEZES, Ilmarina Campos de, 271
MESQUITA, Francisco Carlos Lopes de, 607
MILHOMEM, Susana Suely Rodrigues, 467
MIRANDA, Antônio Marcos Mota, 688
MIRANDA, Esther Castello Branco Mello, 608
MIRANDA, Moysés dos Santos, 483
MIRANDA, Rozinéia de Nazaré Alberto, 644
MODESTO, Ana Sheyla Falcão, 671
MONTAG, Luciano Fogaça de Assis, 509, 530
MORAES, Edilson Carvalho de, 279
MORAES, Mateus Fuchshuber, 442
MOREIRA, Caroline Aquino, 468
MOREIRA, Lucinda Maria Dutra de Souza, 622
MOTA, Zandra da Silva e, 588
MOTTA, Fábio José Nascimento, 434
455

MOURÃO, Patrícia de Lucena, 33


MÜHLEN, Eduardo Matheus Von, 564
MUNIZ, Izaura da Conceição Magalhães, 565
MUNIZ, José Augusto Pereira Carneiro, 225

N
NAHÚM, Benjamim de Souza, 66
NAKAYAMA, Luiza, 154
NASCIMENTO, Aline Lira do, 444
NASCIMENTO, Ana Claudeise Silva do, 28
NASCIMENTO, Eliana da Silva, 339
NASCIMENTO, Manoel Euclides do, 272
NASCIMENTO, Regina Socorro Virgolino do, 236
NEGRÃO, Andréa Maria Góes, 64, 419
NEVES, Dilma Costa de Oliveira, 645
NEVES, Jane Monteiro, 589
NEVES, José Joaquim de Oliveira, 623
NEVIS, Andréia Barbosa das, 391
NOGUEIRA, Oscar Lameira, 162
NORONHA, Renata Coelho Rodrigues, 307, 414
NUNES, Andréa Ferreira Portela, 209
NUNES, Heloisa Marceliano, 672
NUNES, Marco Aurélio Leite, 181

O
OIKAWA, Teiichi, 646
OKADA, Yukari, 249
OLIVEIRA, Carlos Douglas de Sousa, 11
OLIVEIRA, Carlos Magno Chaves, 79
OLIVEIRA, César Augusto Teixeira de, 705
OLIVEIRA, Ciane Martins de, 340
OLIVEIRA, Consuelo Silva de, 609
OLIVEIRA, Darleise de Souza, 445
OLIVEIRA, Dvandro Pedro de, 43
OLIVEIRA, Euzébio de, 397
OLIVEIRA, Fabíola Raquel Tenório, 308
OLIVEIRA, Francisco Pereira de, 371
OLIVEIRA, Francisco Williams Ribeiro de, 297
OLIVEIRA, Jefferson Pinto de, 89
OLIVEIRA, José Sebastião Romano de, 49
OLIVEIRA, Lia Cunha de, 237
OLIVEIRA, Manuela França de, 325
OLIVEIRA, Mara Rita Duarte de, 29
OLIVEIRA, Myriam Cyntia Cesar de, 12
OLIVEIRA, Raimundo Paulo Costa de, 706
OLIVEIRA, Ricardo Bezerra de, 472
OLIVEIRA, Rosa de Souza, 50
OLIVEIRA, Roseane Borner de, 90
OLIVEIRA, Rosete da Silva, 361
OLIVEIRA, Salma Gomes de, 326
456

OLIVEIRA, Silvio Abner Lameira de, 112

P
PACHECO, Amariles Maria das Graças Ferreira, 590
PAES, Andréa Luzia Vaz, 673
PALHA, Teresinha de Jesus Brabo de Ferreira, 425
PALHETA, Dulcidéia da Conceição, 197
PALHETA, Glauber David Almeida, 113
PANTOJA, Wendell Mauro Soeiro, 341
PARDAL, Pedro Pereira de Oliveira, 624
PARREIRA, Rogério José, 298
PASSOS, Adelaide da Conceição Fonseca, 347
PAULA, Soraya Nedeff de, 625
PAULO, Tatiana Freitas, 446
PEDROSA, Marise Prímola, 166
PEIXOTO, Lecir Aparecida, 13
PEIXOTO, Marília Sakamoto, 501
PEIXOTO, Raquel Lima, 435
PEIXOTO, Sandra Nazaré Bastos, 356
PELAIS, Ana Carla, 147
PENELA, Armando Sequeira, 327
PEREIRA, Carmen Lúcia de Oliveira, 14
PEREIRA, Elza Alves, 674
PEREIRA, Jacilea Maria, 342
PEREIRA, Kalena de Melo Maranhão, 707
PEREIRA, Rodolfo Fernando Moraes, 544
PEREIRA JÚNIOR, Antônio, 215
PERES, Ariadne da Costa, 519
PÉREZ RONDÓN, Gabriela del Mar, 71
PERNA, Sirnoel José Quaresma, 447
PESSOA, Cleane Pantoja, 91
PICANÇO, Nayma da Silva, 123
PIMENTA, Adriana do Socorro Coelho, 647
PIMENTA, Flávio Eduardo, 566
PINHEIRO, Helder Henrique Costa, 708
PINHEIRO, Maria da Conceição Nascimento, 469
PINTO, Ana Yecê das Neves, 599
PINTO, Eliana Vieira, 309
PINTO, Gabriel Silva, 539
PINTO, Giovanny Rebouças, 426
PINTO, José Ribamar da Silva, 15
PINTO, Samuel Viegas, 137
PIRES, Andréa Ferreira, 273
PIRKER, Lilianne Esther Mergulhão, 531
PLAUTZ JÚNIOR, Helio Longoni, 448
POMPEU, Darly Rodrigues, 148
PRAXEDES, Catarina de Lurdes Bezerra, 567
457

Q
QUADROS, Manoel Luciano Aviz de, 392
QUARESMA, Mariana do Socorro Maciel, 648
QUEIROZ, Helder Lima de, 250

R
RAMOS, Alessandra de Rezende, 299, 408
RAMOS, Francisco Lúzio de Paula, 675
RAMOS, Patrícia Karla Santos, 310
RAMOS, Rosemar Silva Luz, 198, 280
RAMOS, Teresa Cristina, 649
RASSY, Maria Elizabete de Castro, 650
RAVETTA, André Luís, 532
REBELLO, Fabrício Khoury, 34
REBELO, Monaliza Maia, 138
RÊGO, Deolinda da Graça, 591
REGO, Péricles Sena do, 427
REIS, Adriana Novaes dos, 80
REIS, Fernando Vinícius Faro, 676
REIS, Maria de Nazaré Ferreira, 16
REIS, Ruy Edmundo Max Lopes dos, 204
RESTOM, Teresa Garcia, 251
REZENDE, Manoel Antônio Costa de, 694
RIBAS, Simone Augusta, 495
RIBEIRO, Claudete Teles, 662
RIBEIRO, Kleber Dias, 651
RIBEIRO, Nelson Antonio Bailão, 311, 415
RIBEIRO, Rita de Cassia Mousinho, 186, 238
RIBEIRO JÚNIOR, Marco Antônio, 581
RICETTI, Janael, 552
RÍMOLI, José, 187
ROCHA, Ângela Pereira da, 449
ROCHA, Carlos Alberto Machado da, 312
ROCHA, Daniela Cristiane da Cruz, 343
ROCHA, Emiliana Guerra da, 313
ROCHA, Fernando Allan de Farias, 344
ROCHA, José Almir Moraes da, 252
ROCHA, Márcia Cardoso, 328
ROCHA, Mônica Monteiro Barros da, 520
ROCHA, Roberta Valente da, 274
ROCHA, Rossineide Martins da, 205
RODRIGUES, Alessandra Epifânio, 131
RODRIGUES, Antônio Augusto Ferreira, 216
RODRIGUES, Elzemar Martins Ribeiro, 428
RODRIGUES, Helena do Nascimento Araújo, 709
RODRIGUES, Jackson Douglas, 300
RODRIGUES, Luciana de Moraes, 362
RODRIGUES, Luís Reginaldo Ribeiro, 281, 416
RODRIGUES, Maria de Jesus Jorge, 92
RODRIGUES, Rosa Maria da Silva, 398
458

RODRIGUES, Rosely Valéria, 652


ROJAS, Márcia de Fátima Maciel de, 653
ROLIM FILHO, Sebastião Tavares, 124
ROMA, Júlio César, 253
ROTHBARTH, Cláudia Pires, 710
RUFFEIL, Luis Augusto Araújo dos Santos, 553

S
SAITO, Cezar Akiyoshi, 473
SAITO, Kunihiro, 711
SALDANHA, Nélio, 526
SALOMÃO, Rafael de Paiva, 226
SAMPAIO, Dioniso de Souza, 372
SAMPAIO, Maria Iracilda da Cunha, 151
SAMPAIO, Patrícia Brito, 139
SAMPAIO, Vanderson de Souza, 450
SANTA BRÍGIDA, Erikson Luiz, 399
SANTA-BRÍGIDA, Marluce Reis Souza, 17
SANTANA, Daniela dos Santos, 373
SANTANA, Elaine Maria de, 654
SANTANA, Maxwell Barbosa de, 496
SANTIAGO, Lucídia Fonseca, 282
SANTOS, Ana Cecília Feio, 436
SANTOS, Ândrea Kelly Campos Ribeiro dos, 217
SANTOS, Carla Christiani Bastos dos, 329
SANTOS, Cláudia Dourado dos, 712
SANTOS, Cláudia Nunes, 199, 283
SANTOS, Daniel Valle Vasconcelos, 497
SANTOS, Dirceu Costa dos, 677
SANTOS, Domingos Ezenildo Matos dos, 284
SANTOS, Eduardo José Melo dos, 170
SANTOS, Emanoel Oliveira dos, 498
SANTOS, Emerson Monteiro dos, 533
SANTOS, Helane Súzia Silva dos, 382
SANTOS, Loraine de Oliveira Lauris dos, 51
SANTOS, Marcelo Soares dos, 409
SANTOS, Marcos Pérsio Dantas, 507, 534
SANTOS, Mirleide Cordeiro dos, 689
SANTOS, Ney Pereira Carneiro dos, 451
SANTOS, Núbia de Fátima Alves dos, 132
SANTOS, Ricardo Neves, 502
SANTOS, Ricardo Rodrigues dos, 540
SANTOS, Ronildon Miranda dos, 568
SANTOS, Simone do Socorro Damasceno, 194, 285
SANTOS, Simoni Sousa dos, 357
SANTOS, Sônia Maria Lima, 363
SANTOS, Suzane Câmara Tourinho dos, 486
SARÁTY FILHO, Miguel, 330
SARMENTO, Célia Maria Braga, 301
SCERNI, Ana Carolina Costa, 463
SEDOVIM, Waldelice Maria da Rocha, 374
SEGURA, Maria de Nazaré de Oliveira, 286
459

SEIXAS, Vitória Nazaré Costa, 125


SELIGMANN, Igor Chamon Assumpção, 429
SENA, Chubert Bernardo Castro de, 484
SENA, Leonardo dos Santos, 287
SERRA, Anderson Borges, 44
SERRA, Raphael Borges, 487
SILVA, Adailton Moreira da, 314
SILVA, Alessandra de Azevedo Rodrigues da, 545
SILVA, Alessandra Eluan da, 149
SILVA, Ana de Nazaré Martins da, 331
SILVA, Ana Gracinda Ignácia da, 595
SILVA, Artur Luiz da Costa da, 254
SILVA, Bianca Bentes da, 554
SILVA, Bibiane Monteiro da, 690
SILVA, Cláudia Maria Carneiro Kahwage, 18
SILVA, Daiane Evangelista Aviz da, 393
SILVA, Débora Soraya Martins da, 67
SILVA, Dirlene Ferreira da, 126
SILVA, Dorotéa de Fátima Lobato da, 302
SILVA, Ederly Santos, 375
SILVA, Elen Vanessa Costa da, 140
SILVA, Eliana Lago, 713
SILVA, Érica Bandeira da, 114
SILVA, Fernando César Oliveira da, 303
SILVA, Flávia Garcez da, 655
SILVA, Flavio Ricardo Leal da, 437
SILVA, Gicelle Maria Farias da, 127
SILVA, Iracely Rodrigues da, 376
SILVA, Joanilson Guimarães, 503
SILVA, Juliana Araripe Gomes da, 438
SILVA, Jurupytan Viana da, 93
SILVA, Kátia Cristina de Araújo, 81
SILVA, Klena Sarges Marruaz da, 115
SILVA, Luis Mauro Santos, 19
SILVA, Manoel Luiz Andrade da, 141
SILVA, Mario Henrique Möler da, 142
SILVA, Marizete Fonseca, 30
SILVA, Mary Fernandes da, 239
SILVA, Mônica Cristina de Moraes, 288
SILVA, Mônica Moreira da, 348
SILVA, Regina Célia Viana Martins da, 227
SILVA, René Ribeiro da, 82
SILVA, Rita do Socorro Uchôa da, 600
SILVA, Silvana Conceição Campos da, 656
SILVA, Simoni Santos da, 420
SILVA, Suleima do Socorro Bastos da, 546
SILVA, Telma Francisca Carvalho Frota e, 592
SILVA FILHO, Ednaldo da, 430
SILVA FILHO, Manoel da, 171, 218
SILVA JÚNIOR, José de Souza e, 210
SILVA JÚNIOR, Milton Gonçalves da, 377
SILVA SOBRINHA, Márcia Costa, 83
SILVEIRA, Lourdes Maria Garcez, 240
SIMITH, Darlan de Jesus de Brito, 400
460

SIMÕES, Aquiles Vasconcelos, 3


SIMON, Jaime Édson, 128
SIQUEIRA, Maria Lúcia Souza, 332
SOARES, Luana da Silva, 691
SOARES, Soraia Melissa Failache, 52
SODRÉ, Roberta Nice Salgado, 678
SOUSA, Abisai de Oliveira, 188
SOUSA, Alexandra Regina Bentes de, 358
SOUSA, Eliane Brabo de, 394
SOUSA, Gabriella Pante de, 189, 241
SOUSA, Romier da Paixão, 20
SOUSA, Walter Paixão de, 53
SOUTO, Paulo Sérgio dos Santos, 206
SOUTO, Raimundo Nonato Picanço, 228, 510
SOUZA, Ana Paula Santos, 54
SOUZA, Augusto César Paes de, 547
SOUZA, Danni Roberto Santos de, 569
SOUZA, Givago da Silva, 488
SOUZA, José Ricardo Soares Telles de, 167
SOUZA, Luciane Lopes de, 511, 521
SOUZA, Manuella Andrade de, 555
SOUZA, Marcelo Nazareno Vallinoto de, 289
SOUZA, Paulo Fernando Pimenta de, 663
SOUZA, Raimunda Bandeira de, 593
SOUZA, Renata Duarte de, 499
SOUZA, Rosália Furtado Cutrim, 84
SOUZA, Suely Basílio de, 512
SUÁREZ, Pablo, 452

T
TAGLIARO, Cláudia Helena, 163
TAVARES, Márcia Cristina, 103
TEIXEIRA, Cláudio Eduardo Corrêa, 504
TEIXEIRA, Cristina Rodrigues, 255
TEIXEIRA, Frederico Machado, 582
TEODORO, Danielle Matos Diniz, 143
TOCANTINS NETO, Arnóbio Amanajás, 190
TORRES, Marcelo Ferreira, 522
TORRES, Vera Lúcia Scaramuzzini, 596
TRAVASSOS, Alessandra Elisa Melo, 548
TRINCA, Cristiano Trapé, 556
TRINDADE, Rosimeire Lopes da, 557
TUMA, Kiânia Nazaré de Souza, 657

V
VALE, Elivam Rodrigues, 692
VALE, Paulo Arthur Almeida do, 364
VALE, Roseilza Souza do, 359
VALENTE, Maria do Socorro da Silva, 693
VALENTE, Vera da Costa, 290
461

VALLINOTO, Antonio Carlos Rosário, 191, 256


VALLINOTO, Izaura Maria Vieira Cayres, 257
VARELA, Eduardo Sousa, 383
VENTURA, Ana Maria Revorêdo da Silva, 601
VIANA, Maria das Neves Silva, 410
VIEIRA, Conceição de Maria Almeida, 242
VIEIRA, José Ricardo dos Santos, 258, 417
VIEIRA, Paulo Roberto, 45
VIEIRA, Tatiana Martins, 570
VINSON, Christina Cleo, 439

W
WALSH-MONTEIRO, André, 489
WAUGHON, Tonye Gil Matos, 144
WEIRICH, Judith, 602

X
XAVIER, Fábio Branches, 658
XAVIER, Marília Brasil, 333, 471

Y
YAMADA, Elizabeth Sumi, 155, 208
YOSHIOKA, France Keiko Nascimento, 421

Z
ZACCA, Carlos Alberto, 714
462
463

INDICE DE ORIENTADOR

A
ABRUNHOSA, Fernando Araújo, 381, 392, 395, 400
ACEVEDO MARIN, Rosa Elizabeth, 594, 596
AGUIAR, Suely Aparecida Marques, 520, 526, 576
ALBALADEJO, Christophe, 4
ALBVENAZ, Ana Luisa Kerti Mangabeira, 575, 582
ALVES, Ana Cláudia Amoras, 711
ALVES, Bruno Pereira, 696
ALVES, Venâncio A. Ferreira, 610
AMORIM, Cláudio Sérgio Carvalho de, 615, 622, 625
AMORIM, Marúcia Irena Medeiros de, 618, 621, 649
ANDRADE, Carlos Fernando Salgueirosa de, 234
ANDRADE, Maristela de Paula, 8, 39
ARAÚJO, Álvaro Alberto de, 140
ARAÚJO, Cláudio Vieira de, 107
ARAÚJO, Silene Maria, 489
AYRES, José Márcio Corrêa, 209, 273, 283
AYRES, Manuel, 606

B
BANDEIRA, Adelmar Gomes, 201
BARBOSA, Imke Bárbara Pfeifer, 74, 83
BARBOSA NETO, José Diomedes, 79, 90, 94, 99, 102, 121
BARROS, Regina Maria de Souza, 222, 224, 307, 311
BARROSO, Regina Fátima Feio, 703, 705, 708
BARTHEM, Ronaldo Borges, 219, 509, 518, 522, 524, 527, 530, 531, 541, 559, 561, 571
BASTOS, Cleber Novais, 192
BATISTA, Nildo Alves, 609
BEASLEY, Colin Robert, 355, 359, 382, 389
BERG, Maria Elizabeth Van den, 593
BICUDO, Carlos Eduardo de Mattos, 227
BONALDO, Alexandre Bragio, 549, 552, 569, 573
BRITO, Arival Cardoso de, 327, 597, 628, 645, 666
BRITTO, Luiz Roberto Giorgetti de, 221
BURBANO, Rommel Mario Rodríguez, 323, 338, 346, 411, 422, 426, 429, 455, 460, 466

C
CAMARÃO, Ari Pinheiro, 60, 72, 88, 122, 167
CARDOSO, Antonio, 25
CARDOSO, Elyzabeth da Cruz, 78, 91, 92, 125
CASTRO, Edna Maria Ramos de, 361, 369, 374
CAVALHEIRO, Felisberto, 158, 220
CONCEIÇÃO, Maria de Fátima Carneiro da, 16, 36
464

CORRÊA, Adriano Maia, 702, 709


CORRÊA, Nádia Cristina Fernandes, 142
CORVELO, Tereza Cristina de Oliveira, 324, 626, 631, 634, 635, 650, 652, 675, 682, 683
COSTA, Carlos Augusto Cordeiro, 17
COSTA, Eduardo Augusto da Silva, 641, 663, 664, 671
COSTA, Francisco de Assis, 56
COSTA, Maria José Oliveira e Silva Jackson da, 28
COSTA, Rauquírio André Albuquerque Marinho da, 360, 373, 394, 396
CRUZ, Ermelinda do Rosário Moutinho da, 608

D
DENICH, Manfred, 235
DIAS, Hilma Lúcia Tavares, 82, 93, 105, 114
DIAS FILHO, Moacyr B., 67
DINIZ, Cristovam Wanderley Picanço, 171, 212, 215, 218, 230, 233, 266, 306, 313, 472
DINIZ, Domingos Luís Wanderley Picanço, 308, 319, 320, 330, 332, 345

E
ERDMANN, Alacoque Lorenzini, 591
ESPÓSITO, Maria Cristina, 523

F
FARIA, Lênio José Guerreiro de, 141
FARO, Lílian Rosana Ferreira, 496
FEITOSA, Elisa da Silva, 587, 592
FERNANDES, Marcus Emanuel Barroncas, 351, 353, 365, 372, 375, 390
FERNÁNDEZ, Heriberto, 173
FERRARI, Stephen Francis, 187, 211, 246, 247, 276, 508, 514, 521, 532, 537, 540, 546, 556, 560, 570
FERREIRA, Laura Angélica, 53
FERREIRA, Vânia Maria Moraes, 478, 487, 501
FRAIHA NETO, Habib, 225, 290, 348, 659, 667
FRANÇA, Luiz Ferreira de, 135
FREITAS, José de Arimatéia, 86, 87, 89, 95, 98

G
GALATTI, Ulisses, 543, 548, 580
GORAYEB, Inocêncio de Sousa, 210, 228, 249, 255, 268, 274, 533, 557
GORAYEB, José Márcio Corrêa, 250
GUERRA, Gutemberg Armando Diniz, 14, 20, 31, 33, 38, 45, 55
GUERREIRO, João Farias, 166, 170, 186, 189, 238, 241, 256, 257, 339, 342, 417, 421, 440, 447, 456
GUIMARÃES, Diva Anelie Araújo, 116, 118
465

H
HARADA, Ana Yoshi, 510, 517
HARADA, Maria Lúcia, 434, 445, 454
HAY, John du Vall, 160
HOMMA, Alfredo Kingo Oyama, 10, 23, 34, 162
HURTIENNE, Thomas Peter, 13

I
ISHAK, Marluísa de Oliveira Guimarães, 334
ISHAK, Ricardo, 150, 191, 217, 244, 270, 284, 605, 607, 614, 637, 638, 654
ISHIKAWA, Edna Aoba Yassui, 665, 678, 694

K
KATO, Maria do Socorro Andrade, 11
KATO, Osvaldo Ryohei, 37, 48, 49
KLAUTAU, Eliza Burlamaqui, 697, 707

L
LAINSON, Ralph, 316
LAMARÃO, Suely Maria Santos, 704
LAZÉRA, Márcia dos Santos, 669
LEAL, Wallace Gomes, 486, 491, 494, 499, 503, 712
LEMOS, José Alexandre Rodrigues de, 340, 463, 468, 616, 632, 647
LIMA, Fábio André Souto, 629
LIMA, Silene Maria Araújo de, 344
LINHARES, Alexandre da Costa, 686, 691
LISBOA, Pedro Luiz Braga, 262
LOPES, Creso Machado, 585
LOURENÇO JÚNIOR, José de Brito, 69, 70, 108, 119, 120, 128, 129, 132

M
MACHADO, Luiz Fernando Almeida, 701
MAGALHÃES, Bonifácio Peixoto, 157
MAIA, José Guilherme Soares, 138
MANESCHY, Maria Cristina Alves, 370, 385
MARQUES, José Ribamar Felipe, 68, 110, 130, 131, 263, 279
MARTENS, Irland Barroncas Gonzaga, 644
MARTINS, Marlúcia Bonifácio, 545, 567, 568, 577
MARTINS, Sérgio Roberto, 51
MASCARENHAS, Bento Melo, 206, 252, 550
MCGRATH, David Gibbs, 245
MELO, Ana Claudia do Amaral, 479
MENEZES, Maria de Nazaré Angelo, 41, 46
MIRANDA, João Evandro da Silva, 714
MOLNÁR, Éva Lászlóné, 57, 62, 64, 175
466

MOLNÁR, László, 61, 63, 282, 297


MONTEIRO, Maria Rita de Cássia Costa, 642, 661, 672, 684, 687
MOTA, Milton Guilherme da Costa, 271, 303
MOURA, Eloisa Flora de Arruda, 604
MOUTINHO, Paulo Roberto de Souza, 529
MUCHAGATA, Márcia Regina Gonçalves, 5

N
NAGAMACHI, Cleusa Yoshiko, 281, 415, 416, 444, 458, 467
NAHUM, Victoria Judith Isaac, 350, 352, 362, 364, 371, 377, 386, 391, 513, 516, 519, 554, 578
NAKAYAMA, Luiza, 97
NASCIMENTO, Francisco das Chagas Alves do, 133
NASCIMENTO, José Luiz Martins do, 177, 182, 333, 337, 341, 347, 469, 471, 475, 481, 482, 484
NEPSTAD, Daniel Curtis, 226, 251
NEVES, Delma Pessanha, 22
NOGUEIRA, Antonio José da Silva, 699, 713
NUNES, Andréa Ferreira Portela, 563, 566
NUNES, Zélia Maria Pimentel, 368

O
OHASHI, Otávio Mitio, 75, 76, 80, 188, 194, 198, 275, 277, 285, 419, 483, 490, 525, 536
OLIVEIRA, Edivaldo H. C. de, 498
OLIVEIRA, Ney Cristina Monteiro de, 30
OREN, David Conway, 202, 216, 223, 253, 506, 515, 528
OVERAL, William Leslie, 204, 572
OZIER-LAFONTAINE, Harry, 19

P
PAIVA, Rosildo Santos, 106, 113
PAPAVERO, Nelson, 544
PENA, Rosinelson da Silva, 144
PEREIRA, Henrique dos Santos, 15
PEREIRA, Luci Cajueiro Carneiro, 376, 380, 387, 397
PEREIRA JÚNIOR, Antônio, 470
PERRY, Victor Hugh, 168
PESSOA, Oscar Faciola, 706, 710
PIECKZARKA, Júlio César, 314, 343, 408, 414, 452, 453, 547
PINHEIRO, João de Jesus Viana, 698
PINHEIRO, Lena Vânia Ribeiro, 42
PIRES, Teresa Cristina Sauer de Ávila, 539, 551, 581
POMPÍLIO, Maria José, 583
POTIGUARA, Raimunda Conceição de Vilhena, 272
POVOA, Marinete Marins, 65, 185, 243, 269, 286, 288, 293, 315, 317, 329, 331, 619, 620, 653, 668
PRUDENTE, Ana Lúcia da Costa, 535, 574, 579
467

Q
QUEIROZ, Helder Lima de, 100, 109, 111

R
RAMOS, Claudia Azevedo, 35
REYNAL, Vicent de, 1, 12
REZENDE, Manoel Barbosa de, 602, 611, 617, 624, 630, 639, 656
RIBEIRO, Haroldo Francisco Lobato, 73, 85, 115, 123, 124
RIBEIRO, Karla Tereza Silva, 126
RIVERA, Irma Nelly Gutierrez, 248
ROBERT, Pascale de, 18
ROCHA, Rossineide Martins da, 127
ROCHA NETO, Olinto Gomes da, 164, 265
RODRIGUES, Antônio Manoel da Cruz, 137, 143, 146
ROGEZ, Hervé, 139, 145, 147, 148
ROSA, Amélia Paes de Andrade Travassos da, 242, 278, 309
ROSA FILHO, José Souto, 388, 393

S
SÁ, Samuel Maria de Amorim e, 52
SÁ, Tatiana Deane de Abreu, 44
SAINT-PAUL, Ulrich, 354
SALGADO, Cláudio Guedes, 648, 657, 690
SAMPAIO, Maria Iracilda da Cunha, 176, 199, 294, 295, 312, 356, 357, 358, 366, 367, 379, 398, 406, 410, 418,
439
SANTOS, Alberdan Silva, 134
SANTOS, Ândrea Kely Campos Ribeiro dos, 318, 423, 436, 441, 449, 451
SANTOS, Eduardo José Melo dos, 431, 432, 433, 435, 461
SANTOS, João Ubiratan Moreira dos, 260
SANTOS, Sidney Emanuel Batista dos, 292, 300, 302, 401, 407, 425, 428, 437, 442, 446, 457, 459
SANTOS FILHO, Benedito Gomes dos, 181
SCHMITZ, Heribert, 3, 40, 43
SCHNEIDER, Horácio, 151, 152, 153, 172, 193, 203, 205, 229, 258, 298, 349, 378, 405, 412, 420, 427, 438
SCHNEIDER, Maria Paula Cruz, 154, 161, 163, 207, 254, 261, 287, 289, 328, 409, 413, 462, 465
SEVERO, Luiz Carlos, 613
SHANLEY, Patrícia, 27
SHAW, Jeffrey Jon, 240, 267, 296, 304, 310, 336
SILVA, Artur Luiz da Costa da, 424, 430, 443, 448, 450
SILVA, Edilene Oliveira da, 480
SILVA, José Maria Cardoso da, 195, 505, 507, 511, 512, 534, 542, 555
SILVA, José Natalino Macedo, 237
SILVA, Luiz Carlos Santana da, 464, 492, 495
SILVA, Luiz Hidelbrando Pereira da, 636
SILVA, Luiza Helena Meller da, 136, 149
SILVA, Manoela Ferreira Fernandes da, 156, 178, 184, 239
SILVA FILHO, Manoel da, 474, 488, 493, 497, 500, 502
SILVA JÚNIOR, José de Sousa e, 558, 565
SILVEIRA, Fernando Tobias, 627, 633, 640, 674, 677, 685
468

SILVEIRA, Luiz Carlos de Lima, 155, 174, 208, 214, 232, 236, 473, 504, 658
SILVEIRA, Ronis da, 553, 564
SIMÃO NETO, Miguel, 2, 165, 169
SIMONIAN, Ligia Terezinha Lopes, 21
SOUSA, Rita Catarina Medeiros, 670, 673, 676, 679, 689
SOUZA, José Maria de, 183, 196, 231, 326, 598, 599, 600, 601, 603, 623, 680
SOUZA, Orlando Nobre Bezerra de, 6, 29, 47, 50
SOUZA, Raimundo Aderson Lobão de, 81, 84, 101, 103, 112, 117
SOUZA JÚNIOR, Mário Honorato Silva e, 695, 700

T
TAGLIARO, Cláudia Helena, 363, 383, 384
TEIXEIRA, Elizabeth, 584, 586, 588, 589, 590, 595
TOLEDO, Peter Mann de, 321, 325, 538, 562
TOMAZ, Carlos Alberto Bezerra, 264
TRINDADE, Dinaldo Rodrigues, 200
TÚRY, Ernö, 190

V
VALE, William Gomes, 66, 71, 96, 159, 179, 213, 280
VALLINOTO, Antonio Carlos Rosário, 402
VALLINOTO, Marcelo, 399
VASCONCELOS, Pedro Fernando da Costa, 403, 404, 476, 662, 681
VEIGA, Jonas Bastos da, 104, 291, 301, 58, 59, 77
VEIGA JÚNIOR, Iran Pereira, 24, 26, 32, 54
VENTURIERI, Giorgini Augusto, 299
VIEIRA, Ima Célia Guimarães, 7, 9, 180, 259
VIEIRA, José Luiz Fernandes, 612, 643, 646, 651, 655, 660, 688, 692, 693
VILLA, Luisa Lina, 305

Y
YAMADA, Elizabeth Sumi, 197, 322, 335, 477, 485

You might also like