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Profª: Luana Damasceno

Ferreira
Engenharia

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UNIDADE 1

SEÇÃO 1.2- OBJETIVO:

• Identificar e analisar os princípios da legislação ambiental,


tratados e acordos ambientais em diálogo com o direito
ambiental brasileiro e internacional.
• Conhecer a Constituição Federal do Brasil no tocante ao
meio ambiente.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

• O estudo do direito ambiental enquanto uma


subárea do Direito está em constante diálogo com a
Gestão Ambiental, visto que essa área do
conhecimento jurídico busca compreender e estudar
as interações da sociedade com a natureza a partir dos
mecanismos legais para proteção do meio ambiente.
Trata-se, portanto, de uma ciência interdisciplinar em
campos diversos, tais como: Antropologia, Biologia,
Ciências Sociais, Engenharias, Geologia, além dos
princípios fundantes do direito internacional.
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

As legislações ambientais estão inseridas no Direito Ambiental a


partir da premissa de que é preciso e é dever de todos preservar e
defender o meio ambiente de eventuais agressores. Com certeza, você já
viu alguns crimes ambientais. Dessa forma, reafirma-se que a
Constituição Federal do Brasil de 1988, no artigo 225, prevê que:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gerações” (BRASIL, 2008, p. 127).
Com essa disposição constitucional, o Direito Ambiental adquire
uma dimensão infinita em todas as áreas do Direito, pois, nesse
parágrafo e nos demais, fica clara a importância e relevância do Estado.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

O Direito Ambiental adquiriu uma dimensão


importante em todas as áreas do Direito.

Mas como se define Direito?


• Entende-se por Direito o conjunto de normas,
princípios e valores que o Estado cria para regular as
relações sociais de determinado povo em
determinada época (SIRVINSKAS, 2014).
Essa conceituação permite regular a “vida” e seu
modo em diferentes lugares e épocas, ou seja,
remete aos recursos ambientais existentes e a como
as pessoas, indústrias e Estados devem utilizá-los. 5
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Ainda sobre o Direito Ambiental, pode-se afirmar


que é uma disciplina nova no direito brasileiro, ou
seja, surgiu apenas em 1981 com a Lei nº 6.938.
Antes, constava como uma subárea do direito
administrativo e do direito urbanístico.
O Direito Ambiental está estruturado a partir da
Constituição Federal de 1988, e como saber jurídico
se desenvolveu rapidamente no país nos últimos
anos e amplia-se
na esfera da União, dos estados, do Distrito Federal
e dos municípios a partir da jurisprudência produzida
nas diversas cortes brasileiras.
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Na figura a seguir é possível conhecer as normas


jurídicas brasileiras que se iniciam com a
Constituição da República Federativa do Brasil, ou
seja, a Lei Fundamental (Lex Legum ou Carta
Magna), até os contratos que são tidos como “lei
entre as partes”. Acompanhe:

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Sirvinskas (2014) analisa as sete constituições federais


que o Brasil já teve e informa que nas seis primeiras (1824, 1891,
1934, 1937, 1946 e 1967), há apenas menção sobre setor agrícola,
mineração, elementos na natureza, caça, pesca, energia, uso do
solo, água, patrimônio histórico, cultural e paisagístico, etc., que
estão atrelados à condição e exploração econômica.

A Constituição Federal de 1988 é reconhecida por inserir a


expressão meio ambiente nas discussões e elaborações. Ficou
conhecida como a “Constituição Verde”, por ser a primeira a trazer
uma abordagem inovadora em relação à temática ambiental. Nesse
sentido, o direito ambiental utiliza-se desse fato para elucidar
inúmeras discussões para proteger o meio ambiente de forma
equilibrada para todos. 8
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Os princípios ambientais indicam o papel do
Estado, conforme é possível identificar a seguir:
1) respeitar a comunidade dos seres vivos e cuidar
dela;
2) melhorar a qualidade da vida humana;
3) conservar a vitalidade e a diversidade do planeta
Terra;
4) minimizar o esgotamento de recursos não
renováveis;
5) permanecer nos limites da capacidade de suporte
do planeta Terra;
6) modificar atitudes e princípios do direito humano
fundamental;
7) permitir que as comunidades cuidem de seu
próprio meio ambiente; 9
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Segundo o Procurador de Justiça de São Paulo, Dr. Luís


Sirvinskas (2014), os tratados internacionais surgem no
século XX com o objetivo de proteger o meio ambiente
nacional mediante diretrizes e normas internacionais.
Nesse sentido, entende-se o direito internacional do
meio ambiente “como sendo o conjunto e regras e
princípios que criam obrigações e direitos da natureza
ambiental para os Estados, as organizações
intergovernamentais e os indivíduos” (SIRVINSKAS, 2014, p.
897).
Trata-se, portanto, de acordos de vontade entre os
países soberanos.
Tais tratados internacionais sobre o meio ambiente são
realizados periodicamente para estabelecer regras mínimas
para os Estados, organismos e empresas para combater,
leia-se: reduzir, o aquecimento global, por exemplo. 10
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
A seguir, você conhecerá alguns desses eventos que revelam o compromisso
internacional e nacional para o despertar da conscientização ambiental, e, sobretudo,
como um elemento norteador da política ambiental, acompanhe:
1) 1900 – Convenção para a preservação dos animais selvagens, pássaros e peixes da África.
2) 1902 – Convenção para proteção dos pássaros úteis à agricultura.
3) 1930 – Conferência sobre o mar.
4) 1968 – Conferência da biosfera. Contou com a participação de 64 países, 14 organizações
intergovernamentais e 13 ONGs, em Paris, para discutir as bases para uso e conservação
racional dos recursos da biosfera. Como resultado, em 1970, foi criado o programa
interdisciplinar – O Homem e a Biosfera (RIBEIRO, 2014).
5) 1972 – Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, na
Suécia, a primeira do gênero que resultou, entre outras medidas, na criação do Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
6) 1975 – Conferência de Belgrado, na ex-Iugoslávia, atual Sérvia, promovida sob a tutela da
Unesco: no encontro de Belgrado foram formulados os princípios e as orientações para o
Programa Internacional de Educação Ambiental – PIEA (IEEP).
7) 1978 – Tratado de Cooperação Amazônica.
8) 1983 – Criação da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 11
(CMMAD) pela Assembleia Geral da ONU.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
9) 1987 – Relatório Brundtland, que difundiu a expressão “desenvolvimento sustentável”.
Entre 1983 e 1987, a CMMAD realizou uma série de estudos sobre as relações entre meio
ambiente, desenvolvimento e segurança, cujo resultado foi apresentado no Relatório
“Nosso Futuro Comum”.
10) 1992 – Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
(RIO-92 ou ECO-92). Dentre os desdobramentos do evento, a Agenda 21 emergiu como
um marco. Declaração sobre florestas. Convenção sobre Biodiversidade. Convenção sobre
Mudanças climáticas.
11) 1997 – Assinatura, no Japão, do Protocolo de Kyoto, sobre redução dos gases
causadores do aquecimento global.
12) 2002 – Conferência de Joanesburgo, na África do Sul, conhecida, também, como Rio
+ 10, que discutiu as propostas da Agenda 21 e a diversidade biológica.
13) 2007 – Painel Intergovernamental sobre as Mudanças do Clima (IPCC), que debateu
as alterações climáticas e o papel da sociedade nesse processo.
14) 2011 – Conferência de Durban, África do Sul – Conferência das Partes das Nações
Unidas sobre o Clima (COP 17).
15) 2012 – Rio + 20. Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável (CNUDS), realizada no Rio de Janeiro, em junho de 2012, com o objetivo de
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discutir e renovar os compromissos políticos sobre o desenvolvimento sustentável.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Os eventos indicados não foram os únicos; houve
inúmeras reuniões, conferências, acordos, tratados, leis,
entre outros instrumentos que amplificaram a visão sobre
as políticas ambientais na perspectiva ampla que a
temática exige. Um desdobramento nítido nesse processo
foi a Agenda 21, que nasceu na ECO-92 (Rio de Janeiro,
Brasil), pois, por meio dos seus 40 capítulos, prevê um
diálogo permanente sobre a questão socioambiental local
e global, que interessa à sociedade civil, às empresas e aos
governos.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
AS 17 LEIS AMBIENTAIS DO BRASIL:

A legislação ambiental brasileira é uma das mais


completas do mundo. Apesar de não serem cumpridas
da maneira adequada, as 17 leis ambientais mais
importantes podem garantir a preservação do grande
patrimônio ambiental do país.

Brasil possui várias leis de


proteção ambiental .

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Principais leis de proteção ambiental no Brasil
•Novo Código Florestal Brasileiro - Lei nº 4771/65 (ano 1965)
- Promulgada durante o segundo ano do governo militar, estabeleceu que as florestas existentes
no território nacional e as demais formas de vegetação, ...são bens de interesse comum a todos os
habitantes do País.

•Política Nacional do Meio Ambiente - Lei nº 6938/81 (ano 1981)


- Tornou obrigatório o licenciamento ambiental para atividades ou empreendimentos que possam
degradar o meio ambiente. Aumentou a fiscalização e criou regras mais rígidas para atividades de
mineração, construção de rodovias, exploração de madeira e construção de hidrelétricas.

•Lei de Crimes Ambientais - Decreto nº 3179/99 (ano 1999)


- Instituiu punições administrativas e penais para pessoas ou empresas que agem de forma a
degradar a natureza. Atos como poluição da água, corte ilegal de árvores, morte de animais
silvestres tornaram-se crimes ambientais.

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
•Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SUNC) - Lei nº 9985/2000
(ano 2000)
-Definiu critérios e normas para a criação e funcionamento das Unidades de Conservação
Ambiental.

• Medida Provisória nº 2186-16 (ano 2001)


-Deliberou sobre o acesso ao patrimônio genético, acesso e proteção ao conhecimento genético e
ambiental, assim como a repartição dos benefícios provenientes.

•Lei de Biossegurança - Lei nº 11105 (ano 2005)


-Estabeleceu sistemas de fiscalização sobre as diversas atividades que envolvem organismos
modificados geneticamente.

•Lei de Gestão de Florestas Públicas - Lei nº 11284/2006 (ano 2006)


- Normatizou o sistema de gestão florestal em áreas públicas e criou um órgão regulador (Serviço
Florestal Brasileiro). Esta lei criou também o Fundo de Desenvolvimento Florestal.

•Medida Provisória nº 458/2009 (ano 2009)


- Estabeleceu novas normas para a regularização de terras públicas na região da Amazônia.
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