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Inicia afirmando que a segurança jurídica do processo penal é salutar importante para que haja
reparação da desigualdade de tratamento a pessoas que não tiveram oportunidades
semelhantes àqueles que já nasceram com possibilidades reais de ascenção, seja econômica,
política e principalmente social.
No primeiro ponto, o autor argumenta sobre o que é princípio e sua representatividade para a
ordem jurídica, sabendo ainda que os princípios são a mola propulsora do ordenamento
jurídico, visando alinhar e dar consistência ao próprio sistema jurídico.
A questão a ser observada é o risco de tornar o criminoso como vítima. Para tal situação, a
forma de avaliação do Estado deve ser respaldada pela observação correta dos princípios e o
interesse maior da responsabilidade social. A culpabilidade, para tal informação exige que haja
vontade, consciência real da pessoa ante a possibilidade de cometido do crime. Enquanto
responsabilidade indireta a falta do cumprimento dos deveres estatais e os princípios da
dignidade da pessoa humana, basilam a necessidade da erradicação da desigualdade enquanto
barreira para a concretização do combate real da pobreza e desigualdade.
Aos criminalizados que tiveram o cometimento de infrações devido a sua condição social
desigual, o princípio da co-culpabilidade permite revisão da pena a ser aplicada e verificação
da possibilidade da aplicabilidade ou não de uma reprovação jurídica. Sendo que o cárcere
brasileiro está repleto de pessoas excluídas e desamparadas pelo Estado, vide então o citado
princípio. O Direito penal enquanto ferramenta do Estado liberal para controle de massa,
promoveu em seu arcabouço a exclusão de direitos de pessoas desprovidas de condições reais
se sobrevivência. O resultado deste panorama, é uma gama de pessoas propensas ao erro. Tais
exemplos podem ser tipificados por aqueles que não dispõem de condições mínimas para
realização prática da vida em sociedade, tais como mendigos que perambulam pelas ruas e
encontram no consumo de álcool e outras drogas a fuga para a negação de sua condição
deprimente de sobrevivência.
Neste ponto, o autor apresenta a finalidade de seu trabalho reconhecendo a falha do Estado e
sociedade e a possibilidade real de reversão do quadro, isso enquanto reparação do dano
nestas vidas marcadas pelo sistema excludente. A discriminação daqueles que doravante se
encontram neste ciclo, servem a uma certeza de injustiça. A quebra de paradigma se revela
como mudanças de mentalidade da sociedade que deve proteger aqueles que em sua
diferença social, devem ser tratados como também detentores de direitos sociais.
O próprio Estado sofre pela sua insuficiência e negligência, a exemplo, verificamos o advento
das organizações criminosas que enfrentam o Estado e ensaiam seus próprios sistemas de
Estado. A falta de interesse em qualificar e preparar seus cidadãos os deixam à margem para
serem recepcionados pelo crime, salutar o organizado em suas próprias leis e panacéias. Se o
Estado institucionalizado quer exigir dos seus cidadãos condutas adequadas, deve
proporcionar aos mesmos a dignidade equivalente. Conforme assina a finalização da discussão
do terceiro ponto, a injustiça social irá refletir na Justiça Criminal.