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LÍNGUA PORTUGUESA

Níveis de Linguagem..................................................................................................................................................................................... ..........01


Adequação Conceitual............................................................................................................................................................................................ 02
Figura de Linguagem, Pensamento e Construção....................................................................................................................................... 04
Variações Linguísticas............................................................................................................................................................................................. 10
Tipologia e Gênero Textual................................................................................................................................................................................... 10
Reescrita de Textos/Equivalência de Estruturas............................................................................................................................................ 11
Coesão e Coerência................................................................................................................................................................................................. 14
Redação........................................................................................................................................................................................................................ 15
Interpretação Textual............................................................................................................................................................................................... 17
Análise e Tipo de Discurso.................................................................................................................................................................................... 19
Letra e Fonema.......................................................................................................................................................................................................... 20
Estruturas de Palavras............................................................................................................................................................................................. 25
Significado das Palavras......................................................................................................................................................................................... 27
Denotação e Conotação........................................................................................................................................................................................ 28
Polissemia.................................................................................................................................................................................................................... 28
Ortografia.................................................................................................................................................................................................................... 29
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................... 32
Acentuação................................................................................................................................................................................................................. 35
Classes de Palavras e suas Flexões..................................................................................................................................................................... 37
Vozes do Verbo.......................................................................................................................................................................................................... 72
Colocação Pronominal............................................................................................................................................................................................ 73
Concordância Verbal e Nominal......................................................................................................................................................................... 75
Regência Verbal e Nominal................................................................................................................................................................................... 81
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 86
Introdução à Literatura........................................................................................................................................................................................... 97
Linguagem Verbal e Não Verbal......................................................................................................................................................................... 98
Versificação................................................................................................................................................................................................................. 99
Estilos Literários, Resumo da Literatura Brasileira. Características Gerais........................................................................................105
Redação Oficial........................................................................................................................................................................................................111
Escola Preparatória de Cadetes do Exercício - Concurso de Admissão / 2010..............................................................................121
Exercícios - Provas Anteriores............................................................................................................................................................................131
LÍNGUA PORTUGUESA

Eu não vi ela hoje.


NÍVEIS DE LINGUAGEM Ninguém deixou ele falar.
Deixe eu ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuse!
Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
A língua é um código de que se serve o homem para Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basica-
mente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a
funcionais: norma culta, deixando mais livres os interlocutores.
A) a língua funcional de modalidade culta, língua O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que
culta ou língua-padrão, que compreende a língua literá- é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se
ria, tem por base a norma culta, forma linguística utilizada por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou
pelo segmento mais culto e influente de uma sociedade. seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se
Constitui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de co- alteram:
municação de massa (emissoras de rádio e televisão, jor- Eu não a vi hoje.
nais, revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de Ninguém o deixou falar.
serem aliados da escola, prestando serviço à sociedade, Deixe-me ver isso!
colaborando na educação; Eu te amo, sim, mas não abuses!
B) a língua funcional de modalidade popular; lín- Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
gua popular ou língua cotidiana, que apresenta grada- Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
ções as mais diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.
Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos
1.1 Norma culta de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista,
A norma culta, forma linguística que todo povo civiliza- etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgres-
do possui, é a que assegura a unidade da língua nacional. sões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas,
E justamente em nome dessa unidade, tão importante do quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço
ponto de vista político--cultural, que é ensinada nas esco- à causa do ensino.
las e difundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e O momento solene, acessível a poucos, é o da arte
criativa, a língua popular afigura-se mais expressiva e dinâ- poética, caracterizado por construções de rara beleza.
mica. Temos, assim, à guisa de exemplificação: Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume.
Estou preocupado. (norma culta) Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa
Tô preocupado. (língua popular) de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o co-
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) mete, passando, assim, a constituir fato linguístico registro
de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda
Não basta conhecer apenas uma modalidade de lín- que não tenha amparo gramatical. Exemplos:
gua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a es- Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)
pontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir)
viver; urge conhecer a língua culta para conviver. Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das nor- dispersar e Não vamos dispersar-nos)
mas da língua culta. Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de
sair daqui bem depressa)
1.2 O conceito de erro em língua O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no
seu posto)
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos
casos de ortografia. O que normalmente se comete são As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos im-
transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num pedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos
momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele fa- também de transgressões ou “erros” que se tornaram fatos
lar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride linguísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu
a norma culta. tais verbos como derivados de pedir, que tem início, na sua
Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua conjugação, com peço. Tanto bastou para se arcaizarem as
fala, transgride tanto quanto um indivíduo que compare- formas então legítimas impido, despido e desimpido, que
ce a um banquete trajando xortes ou quanto um banhista, hoje nenhuma pessoa bem-escolarizada tem coragem de
numa praia, vestido de fraque e cartola. usar.
Releva considerar, assim, o momento do discurso, que Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário
pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o escolar palavras como corrigir e correto, quando nos refe-
das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre ami- rimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que
gos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases
perfeitamente normais construções do tipo: da língua popular para a língua culta”.

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Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a


uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada ADEQUAÇÃO CONCEITUAL
conforme as normas gramaticais; em suma, conforme a
norma culta.

1.3 Língua escrita e língua falada - Nível de lin- Na construção de um texto, assim como na fala, usam-
guagem se mecanismos para garantir ao interlocutor a compreen-
são do que é dito ou lido. Esses mecanismos linguísticos
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos que estabelecem a conectividade e retomada do que foi
econômica, não dispõe dos recursos próprios da língua escrito ou dito são os referentes textuais, que buscam
falada. garantir a coesão textual para que haja coerência, não só
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoa- entre os elementos que compõem a oração, como também
ção (melodia da frase), as pausas (intervalos significati- entre a sequência de orações dentro do texto.
vos no decorrer do discurso), além da possibilidade de Essa coesão também pode, muitas vezes, dar-se de
gestos, olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modo implícito, baseado em conhecimentos anteriores
modalidade mais expressiva, mais criativa, mais espon- que os participantes do processo têm com o tema. Por
tânea e natural, estando, por isso mesmo, mais sujeita a exemplo, o uso de uma determinada sigla, que para o pú-
transformações e a evoluções. blico a quem se dirige deveria ser de conhecimento geral,
Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em impor- evita que se lance mão de repetições inúteis.
tância. Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar Em uma linguagem figurada, a coesão é uma linha ima-
a língua falada com base na língua escrita, considerada ginária - composta de termos e expressões - que une os
superior. Decorrem daí as correções, as retificações, as diversos elementos do texto e busca estabelecer relações
emendas, a que os professores sempre estão atentos. de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de di-
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mos- ferentes procedimentos - sejam lexicais (repetição, substi-
trando as características e as vantagens de uma e outra, tuição, associação) ou gramaticais (emprego de pronomes,
conjunções, numerais, elipses) - constroem-se frases, ora-
sem deixar transparecer nenhum caráter de superiorida-
ções, períodos, que apresentarão o contexto – decorre daí
de ou inferioridade, que em verdade inexiste.
a coerência textual.
Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na
Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o
língua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação
apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoe-
de línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de
rência é resultado do mau uso daqueles elementos de coe-
dialetos, consequência natural do enorme distanciamen-
são textual. Na organização de períodos e de parágrafos,
to entre uma modalidade e outra.
um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexi-
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-ela-
cais prejudica o entendimento do texto. Construído com os
borada que a língua falada, porque é a modalidade que elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
mantém a unidade linguística de um povo, além de ser Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado
a que faz o pensamento atravessar o espaço e o tem- não se constrói com um amontoado de palavras e orações.
po. Nenhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência
possível sem a língua escrita, cujas transformações, por e independência sintática e semântica, recobertos por unida-
isso mesmo, processam-se lentamente e em número des melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.
consideravelmente menor, quando cotejada com a mo- Desta lição, extrai-se que não se deve escrever frases
dalidade falada. ou textos desconexos – é imprescindível que haja uma uni-
Importante é fazer o educando perceber que o nível dade, ou seja, que as frases estejam coesas e coerentes for-
da linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo mando o texto.
com a situação em que se desenvolve o discurso. Além disso, relembre-se de que, por coesão, entende-
O ambiente sociocultural determina o nível da lingua- se ligação, relação, nexo entre os elementos que compõem
gem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronún- a estrutura textual.
cia e até a entoação variam segundo esse nível. Um pa-
dre não fala com uma criança como se estivesse em uma Há diversas formas de se garantir a coesão entre os
missa, assim como uma criança não fala como um adulto. elementos de uma frase ou de um texto:
Um engenheiro não usará um mesmo discurso, ou um  Substituição de palavras com o emprego de si-
mesmo nível de fala, para colegas e para pedreiros, assim nônimos - ou de palavras e expressões do mesmo campo
como nenhum professor utiliza o mesmo nível de fala no associativo.
recesso do lar e na sala de aula.  Nominalização – emprego alternativo entre um
Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre verbo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgas-
esses níveis, destacam-se em importância o culto e o co- tar / desgaste / desgastante).
tidiano, a que já fizemos referência.  Repetição na ligação semântica dos termos, em-
pregada como recurso estilístico de intenção articulatória,
e não uma redundância - resultado da pobreza de voca-

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bulário. Por exemplo, “Grande no pensamento, grande na Nessa frase, as palavras magistrado, solicitação, patro-
ação, grande na glória, grande no infortúnio, ele morreu nos e acusado funcionam como elementos de coesão, pois
desconhecido e só.” (Rocha Lima) retomam, respectivamente, os termos juiz, pedido, advoga-
 Uso de hipônimos – relação que se estabelece dos e réu. Veja que a seleção vocabular utilizada na frase
com base na maior especificidade do significado de um acima, além de dar coesão ao texto, tem função estilística,
deles. Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais pois permite que não se repitam as mesmas palavras.
genérico).
 Emprego de hiperônimos - relações de um ter- Os mecanismos de combinação e seleção – a coe-
mo de sentido mais amplo com outros de sentido mais rência e articulação de sentidos
específico: felino está numa relação de hiperonímia com
gato. Escrever não é só colocar as ideias no papel, até porque
 Substitutos universais, como os verbos vicários elas não surgem do nada, mas fazem parte do processo de
(verbos que substituem outro empregado anteriormente): comunicação de que participamos e de todas as informa-
Necessito viajar, porém só o farei no ano vindouro. ções que nos chegam, através de trocas de experiências
com seus interlocutores e muita, muita leitura.
A coesão apoiada na gramática se dá no uso de co- Veja a manchete de um jornal de grande circulação na-
nectivos, como pronomes, advérbios e expressões adver- cional que publicou o seguinte:
biais, conjunções, elipses, entre outros. A elipse se justifica
quando, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra Professoras mandam carta a deputados protestando
elidida é facilmente identificável (O jovem recolheu-se contra o aumento de seus salários.
cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O
termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a Repare que, da forma como a manchete foi redigida, o
relação entre as duas orações.). leitor poderia entendê-la de dois modos diversos: as pro-
fessoras, chateadas com o aumento insignificante de seus
Dêiticos salários, reclamam, protestando através de uma carta, aos
senhores deputados; ou as professoras questionam o au-
São elementos linguísticos que têm a propriedade de mento de salário que os deputados tiveram, comparando
fazer referência ao contexto situacional ou ao próprio dis- com o salário delas e escrevem-nos protestando.
curso. Exercem, por excelência, essa função de progressão Por que essa dupla interpretação aconteceu e acontece
textual, dada sua característica: são elementos que não quando menos esperamos? Nesse caso, é o emprego do
significam, apenas indicam, remetem aos componentes pronome “seus” o causador desse duplo sentido. Podemos
da situação comunicativa. Já os componentes concen- dizer que o pronome possessivo destacado tanto pode se
tram em si a significação. Elisa Guimarães ensina-nos a referir aos salários das professoras como dos deputados.
esse respeito: Sendo o texto uma ‘unidade de sentido’, os elementos
que o compõem (palavras, orações, períodos) precisam se
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais in- relacionar harmonicamente.
dicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes A estruturação de uma simples frase pode ser compa-
demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, rada com a articulação de um esqueleto com seus ossos.
bem como os advérbios de tempo, referenciam o momento Do mesmo jeito que uma articulação entre dois ou mais
da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterio- ossos acontece, resultando num movimento, as palavras
ridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste devem combinar umas com as outras numa articulação
momento (presente); ultimamente, recentemente, ontem, de pensamentos, tornando o texto coeso, com nexo. Não
há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em diante, se esqueça de que nexo significa “ligação, vínculo”. Esse
no próximo ano, depois de (futuro).” modo de estruturar o texto, a combinação e seleção das
palavras para evitar a falta de nexo, recebe o nome de me-
Somente a coesão, contudo, não é suficiente para que canismos de coesão.
haja sentido no texto, esse é o papel da coerência, e esta A coesão decorre das relações de sentido que se ope-
se relaciona intimamente a contexto. ram entre os elementos de um texto. Também resulta da
perfeita relação de sentido que tem de haver entre as par-
A seleção vocabular tes do texto. Assim, o uso de conectivos é de grande im-
portância para que possa haver coesão textual.
Na produção de texto, a seleção vocabular também Leia o texto que se segue:
é importante elemento de coesão, já que, muitas vezes,
substituímos uma palavra que já empregamos por outra “Além de ter liberdade para receber e transmitir infor-
que lhe retoma o sentido. Observe: mações é preciso que todos sejam livres para manifestar
opiniões e críticas sobre o comportamento do governo. Não
Os advogados do réu apresentaram um pedido ao juiz, basta, porém, dizer na Constituição que essas liberdades
no entanto o magistrado não acatou a solicitação dos pa- existem. É preciso que existam meios concretos ao alcance
tronos do acusado. de todo o povo para a obtenção e divulgação de informa-

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ções, e por esses meios o povo participe constantemente do relevantes para o desenvolvimento do tema, os fatos es-
governo, que existe para realizar sua vontade, satisfazer suas tão corretamente sequenciados, ou seja, o texto deve estar
necessidades e promover a melhoria de suas condições de constituído de relações de sentido entre os vocábulos, ex-
vida”. pressões e frases e com encadeamento linear das unidades
DALLARI, Dalmo de Abreu. In: Viver em sociedade. São linguísticas no texto.
Paulo: Editora Moderna, 1985. p. 41. O inverso é verdadeiro e podemos dizer que não have-
rá coesão quando, por exemplo, empregarmos conjunções
Atente para o fato de que as orações que formam esse e pronomes de modo inadequado, deixarmos palavras -
trecho apresentam uma perfeita relação de sentido criada ou até frases inteiras – desconectadas, e quando a escolha
com a ajuda dos conectivos. Vamos analisar um a um os vocabular for inadequada, levando à ambiguidade, entre
períodos encontrados no texto transcrito acima para en- outros problemas.
tender esses mecanismos relacionais que os conectivos nos Para perceber a falta de coesão no texto, deve-se lê-lo
dão. atentamente, estabelecer as relações entre as palavras que
o compõem, as orações que formam os períodos e, por fim,
“Além de ter liberdade para receber e transmitir infor- os períodos que formam o texto.
mações é preciso que todos sejam livres para manifestar opi-
niões e críticas sobre o comportamento do governo.”
No 1.º segmento, encontramos a locução conjuntiva
FIGURA DE LINGUAGEM, PENSAMENTO E
“além de” que introduz as orações seguintes, ambas subor-
dinadas adverbiais finais ‘para receber e (para) transmitir’, CONSTRUÇÃO
que por sua vez são coordenadas aditivas entre si, ou seja,
têm a mesma função.
Na 2.ª oração “Não basta, porém, dizer na Constituição A figura de palavra consiste na substituição de uma
que essas liberdades existem”, a conjunção destacada indica palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico,
contradição, oposição ou restrição ao que foi dito na ora- seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja
ção anterior.
por uma associação, uma comparação, uma similaridade.
Já no último segmento do texto encontramos o pro-
Estes dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade -
nome relativo “que” retomando o substantivo “governo”
permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras:
da oração anterior e que aparece como oração principal
a metáfora e a metonímia.
de três outras orações subordinadas a ela, também com
o sentido de finalidade – para realizar sua vontade; (para)
Metáfora
satisfazer suas necessidades e (para) promover a melhoria
de suas condições de vida.
Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em
“É preciso que existam meios concretos ao alcance de lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em vir-
todo o povo para a obtenção e divulgação de informações, tude da circunstância de que o nosso espírito as associa
e por esses meios o povo participe constantemente do go- e percebe entre elas certas semelhanças. É o emprego da
verno, que existe para realizar sua vontade, satisfazer suas palavra fora de seu sentido normal.
necessidades e promover a melhoria de suas condições de
vida”. Observação:
Toda metáfora é uma espécie de comparação implícita,
Repare que trabalhamos com os conectores (outro em que o elemento comparativo não aparece.
nome para os conectivos), visando à perfeita relação de Seus olhos são como luzes brilhantes.
sentido que deve haver entre as partes que compõem um O exemplo acima mostra uma comparação evidente,
texto. Sendo os conectivos elementos que relacionam par- através do emprego da palavra como.
tes de um discurso, estabelecendo relações de significado Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes.
entre essas partes, possuem valores próprios, uns expri- Neste exemplo não há mais uma comparação (note a
mindo finalidade, outros, oposição; outros, escolha, e assim ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja,
por diante. qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me.
A seleção vocabular é também um importante meca- Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta
nismo coesivo e a estamos empregando quando substituí- é a verdadeira metáfora.
mos uma palavra que já foi usada por outra que lhe retoma
o sentido. Podemos usar sinônimos, pronomes (retos ou Outros exemplos:
oblíquos), pronomes relativos, etc. Esse mecanismo seleti- “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando
vo, além de dar coesão ao texto, tem função estilística, pois Pessoa)
permite que as palavras não sejam repetidas. Neste caso, a metáfora é possível na medida em que
De maneira geral, podemos dizer que temos um texto o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio
coerente e coeso quando este não contém contradições, subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a
o vocabulário utilizado está adequado, as afirmações são fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).

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Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar Perífrase ou Antonomásia
algum.
Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase Trata-se de uma expressão que designa um ser através
acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que de alguma de suas características ou atributos, ou de um
indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por
inútil), há uma comparação subentendida: Minha alma é outro ou por uma expressão que facilmente o identifique:
tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua
terra que leva a lugar algum. atraindo visitantes do mundo todo.
A Cidade-Luz (=Paris)
A Amazônia é o pulmão do mundo. O rei das selvas (=o leão)
Em sua mente povoa só inveja.
Observação:
Metonímia Quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o
nome de antonomásia. Exemplos:
É a substituição de um nome por outro, em virtude de O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida pratican-
existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição do o bem.
pode acontecer dos seguintes modos: O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jo-
vem.
Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (=
Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis). O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.
Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (= As
lâmpadas iluminam o mundo). Sinestesia
Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da
cruz. (= Não te afastes da religião). Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen-
Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso Ha- sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
vana. (= Fumei um saboroso charuto). cruzamento de sensações distintas.
Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Sócrates Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = au-
tomou veneno). ditivo; áspero = tátil)
Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu tra- No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte-
balho. (= Moro no campo e como o alimento que produzo). cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual)
Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (= Be- Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil)
beu todo o líquido que estava no cálice).
Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfones Antítese
foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás dos
jogadores). Consiste no emprego de palavras que se opõem quan-
Parte pelo todo: Várias pernas passavam apressada- to ao sentido. O contraste que se estabelece serve, essen-
mente. (= Várias pessoas passavam apressadamente). cialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos
Gênero pela espécie: Os mortais pensam e sofrem nes- que não se conseguiria com a exposição isolada dos mes-
se mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse mundo). mos. Observe os exemplos:
Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir às “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram chama- O corpo é grande e a alma é pequena.
das, não apenas uma mulher). “Quando um muro separa, uma ponte une.”
Marca pelo produto: Minha filha adora danone. (= Mi- Não há gosto sem desgosto.
nha filha adora o iogurte que é da marca Danone).
Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (= Alguns Paradoxo ou oximoro
astronautas foram à Lua).
Símbolo pela coisa simbolizada: A balança penderá É a associação de ideias, além de contrastantes, contra-
para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado). ditórias. Seria a antítese ao extremo.
Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
Catacrese Ouvimos as vozes do silêncio.

Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, Eufemismo


cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por
falta de um termo específico para designar um conceito, É o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre
toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera,
algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: desagradável ou chocante.
“asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor.
mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”. (= morreu)

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O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou) O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos
Fernando faltou com a verdade. (= mentiu) olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se refere ao
Faltar à verdade. (= mentir) céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus olhos.
Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem decres-
Ironia cente de intensidade. Outros exemplos:
“Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu
É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que amor”. (Olavo Bilac)
as palavras ou frases expressam, geralmente apresentando “O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-
intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem construí- se.” (Padre Antônio Vieira)
da para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode
passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emis- Figuras de Construção
sor.
Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota mí- As figuras de construção (ou sintática, de sintaxe)
nima. ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade
Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela
estão por perto. maior expressividade que se dá ao sentido.
O governador foi sutil como um elefante.
Elipse
Hipérbole
Consiste na omissão de um ou mais termos numa ora-
É a expressão intencionalmente exagerada com o intui- ção e que podem ser facilmente identificados, tanto por
to de realçar uma ideia. elementos gramaticais presentes na própria oração, quan-
Faria isso milhões de vezes se fosse preciso. to pelo contexto.
“Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac) A catedral da Sé. (a igreja catedral)
O concurseiro quase morre de tanto estudar! Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao está-
dio)
Prosopopeia ou Personificação
Zeugma
É a atribuição de ações ou qualidades de seres anima-
dos a seres inanimados, ou características humanas a seres Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita
não humanos. Observe os exemplos: a omissão de um termo já mencionado anteriormente.
As pedras andam vagarosamente. Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um português)
cego que guia. Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só mo-
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra. dernos. (só havia móveis)
Chora, violão. Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)

Apóstrofe Silepse

Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa A silepse é a concordância que se faz com o termo que
personificada, de acordo com o objetivo do discurso, que não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. É uma
pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo concordância anormal, psicológica, porque se faz com um
chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginá- termo oculto, facilmente identificado. Há três tipos de si-
rio ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha lepse: de gênero, número e pessoa.
de pensamento do discurso, destacando-se assim a enti-
dade a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evi- Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e femi-
dência com tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. nino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se
Exemplos: faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos:
Moça, que fazes aí parada? A) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o ca-
“Pai Nosso, que estais no céu” lor intenso.
Deus, ó Deus! Onde estás? Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando
com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence
Gradação ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a
cidade de Porto Velho).
Apresentação de ideias por meio de palavras, sinôni-
mas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou descenden- B) Vossa Excelência está preocupado.
te (anticlímax). Observe este exemplo: O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pes-
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana soa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa
com seus olhos claros e brincalhões... Excelência.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Silepse de Número - Os números são singular e plural. Nesta oração, os termos “o problema da violência” e
A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não “lo” exercem a mesma função sintática: objeto direto. As-
concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas sim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pro-
com a ideia que nele está contida. Exemplos: nome “lo” classificado como objeto direto pleonástico. Ou-
A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade tro exemplo:
de Salvador. Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto. Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto

Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o
gritavam não concordam gramaticalmente com os sujei- pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto pleo-
tos das orações (que se encontram no singular, procissão nástico.
e povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está
Observação:
contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por
O pleonasmo só tem razão de ser quando confere mais
isso que os verbos estão no plural.
vigor à frase; caso contrário, torna-se um pleonasmo vicio-
so:
Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais:
Vi aquela cena com meus próprios olhos.
eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as Vamos subir para cima.
três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um Ele desceu pra baixo.
desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não con-
corda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que Anáfora
está inscrita no sujeito. Exemplos:
O que não compreendo é como os brasileiros persista- É a repetição de uma ou mais palavras no início de vá-
mos em aceitar essa situação. rias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coe-
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho. rência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar de-
públicos.” (Machado de Assis) terminado elemento textual. Os termos anafóricos podem
muitas vezes ser substituídos por pronomes.
Observe que os verbos persistamos, temos e somos não Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhe-
concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasilei- cia.
ros, agricultores e cariocas, que estão na terceira pessoa), “Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca-
mas com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, ba.” (Padre Vieira)
os agricultores e os cariocas).
Anacoluto
Polissíndeto / Assíndeto
Consiste na mudança da construção sintática no meio
Para estudarmos as duas figuras de construção é ne- da frase, ficando alguns termos desligados do resto do pe-
cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre ríodo. É a quebra da estrutura normal da frase para a intro-
período composto. No período composto por coordena- dução de uma palavra ou expressão sem nenhuma ligação
ção, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A sintática com as demais.
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo)
Morrer, todo haveremos de morrer.
é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assin-
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
dética. Recordado esse conceito, podemos definir as duas
figuras de construção:
A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
A) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repe- deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma
tição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: O meni- interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não exer-
no resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada. cendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é
B) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên- chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma in-
cia, pela omissão das conjunções coordenativas, resultan- terrupção na sequência lógica do pensamento.
do no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos:
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. Observação:
“Vim, vi, venci.” (Júlio César) O anacoluto deve ser usado com finalidade expressiva
em casos muito especiais. Em geral, evite-o.
Pleonasmo
Hipérbato / Inversão
Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as
mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é real- É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da
çar a ideia, torná-la mais expressiva. ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o
O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo. sujeito venha depois do predicado:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor venceu ao ódio)
Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria: Eu cuido dos meus problemas)

#FICADICA
Observação da Zê!
O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já que, na ordem direta, teríamos:
“As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico”.

 Figuras de Som

Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.

Assonância - Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos:


“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”

Onomatopeia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade:


Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro – Técnico Superior Especializado em Biblioteconomia - Supe-
rior – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo de linguagem
figurada denominada
a) metonímia.
b) eufemismo.
c) hipérbole.
d) metáfora.
e) catacrese.
A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo cam-
po de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.htm)
GABARITO OFICIAL: D

2. (Prefeitura de Arcoverde/PE - Administrador de Recursos Humanos – Superior - CONPASS/2014) Identifique


a figura de linguagem presente na tira seguinte:

a) metonímia
b) prosopopeia
c) hipérbole
d) eufemismo
e) onomatopeia

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LÍNGUA PORTUGUESA

“Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais  Cacoepia: é a má pronúncia de uma palavra. Ex.:
suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar al- compania (em vez de companhia), gor (em vez de gol), ca-
guma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da dalço (em vez de cadarço);
tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós”  Silabada: é a troca de acentuação prosódica de
no lugar de “que morreram por nós”. uma palavra. Ex.: récorde (em vez de recorde), rúbrica (em
GABARITO OFICIAL: D vez de rubrica), íbero (em vez de ibero);
 Cacografia: é a má grafia ou má flexão de uma
3. (CASAL/AL - Administrador de Rede – Superior - palavra. Ex.: maizena (em vez de maisena), cidadões (em vez
COPEVE/UFAL/2014) de cidadãos), interviu (em vez de interveio);
Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto.  Deslize: é o mau emprego de uma palavra. Ex.:
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de mala leviana (por mala leve), peixe com espinho (por peixe
linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, com espinha), vultuosa quantia (por vultosa quantia).
horário do dia em que o calor é mais intenso, a tempera-
tura do asfalto, medida com um termômetro de contato, Comete Barbarismo ainda quem abusa do emprego
chegou a 65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local de palavras estrangeiras, grafando-as como na língua de
alcançasse aproximadamente 90ºC. origem. Por princípio, todo estrangeirismo que não possuir
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso equivalente adequado em nossa língua deve ser aportu-
em: 22 jan. 2014. guesado. Portanto, convém grafar: abajur, boate, garagem,
coquetel, checape, xampu, xortes, e não abat-jour, boite, ga-
O texto cita que o dito popular “está tão quente que rage, cocktail, check-up, shampoo, shorts.
dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de Tão usadas entre nós são algumas grafias estrangeiras,
linguagem. O autor do texto refere-se a qual figura de lin- que a estranheza por algumas formas aportuguesadas é
guagem? natural. Incluem--se ainda como barbarismo todas as for-
a) Eufemismo. mas de estrangeirismo, isto é, uso de palavras ou expres-
sões de outras línguas:
b) Hipérbole.
c) Paradoxo.
B) Galicismo (do francês): Mise-en-scène em vez de
d) Metonímia.
encenação, Parti pris em vez de opinião preconcebida.
e) Hipérbato.
A expressão é um exagero! Ela serve apenas para re-
C) Anglicismo (do inglês): Weekend em vez de fim de
presentar o calor excessivo que está fazendo. A figura que
semana.
é utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a hipér-
bole. D) Solecismo: Todo desvio sintático provoca um sole-
GABARITO OFICIAL: B cismo. Existem três tipos:
1. de concordância: houveram eleições (por houve elei-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ções), o pessoal chegaram (por o pessoal chegou);
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa 2. de regência: assisti esse filme (por assisti a esse filme),
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. ter ódio de alguém (por ter ódio a alguém), não lhe conheço
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- (por não o conheço);
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São 3. de colocação: darei-lhe um abraço (por dar-lhe-ei um
Paulo: Saraiva, 2010. abraço), tenho queixado-me bastante (por tenho me queixa-
do bastante).
SITES
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8. E) Cacófato: Todo som obsceno resultante da união
php de sílabas de palavras diferentes provoca um cacófato. Ex.:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil5. preciso ir-me já, vaca gaúcha, etc.
php O cacófato só existe quando a união das sílabas expri-
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2. me obscenidade. Portanto, ela tinha, boca dela, alma minha
php e outras uniões semelhantes não constituem cacófatos,
mas simples cacofonias, de menor importância.
1. VÍCIOS DE LINGUAGEM
F) Ambiguidade ou Anfibologia: todo duplo sentido,
Todo desvio das normas gramaticais provoca um vício causado pela má construção da frase, é uma ambiguidade.
de linguagem. São incorreções e defeitos no uso da língua Ex.: Beatriz comeu um doce e sua irmã também. (por: Beatriz
falada ou escrita. Origina-se do descaso ou do desprepa- comeu um doce, e sua irmã também); Mataram o porco do
ro linguístico de quem se expressa. Os principais vícios de meu tio. (por: Mataram o porco que era de meu tio).
linguagem são:
A) Barbarismo: todo desvio na grafia, na flexão ou na G) Redundância: Toda repetição de uma ideia median-
pronúncia de uma palavra constitui um barbarismo. Exis- te palavras ou expressões diferentes provoca uma redun-
tem quatro tipos: dância ou pleonasmo vicioso. Ex.: subir lá em cima, descer

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LÍNGUA PORTUGUESA

lá embaixo, entrar pra dentro, sair pra fora, novidade inédita, mácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, con-
hemorragia de sangue, pomar de frutas, hepatite do fígado, trapondo-se à linguagem dos internautas, a qual se fun-
demente mental, e tantas outras. damenta pela supressão do vocábulos. Analisemos, pois, o
fragmento exposto:
H) Arcaísmo: Consiste no emprego de palavras ou ex-
pressões antigas que já caíram de uso. Exemplo: asinha em Antigamente
vez de depressa, antanho em vez de no passado. “Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e
eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos:
I) Neologismo: Emprego de palavras novas que, ape- completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas,
sar de formadas de acordo com o sistema da língua, ainda mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arras-
não foram incorporadas pelo idioma. Exemplo: As mensa- tando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.”
gens telecomunicadas foram vistas por poucas pessoas. Carlos Drummond de Andrade
Comparando-o à modernidade, percebemos um voca-
J) Eco: Ocorre quando há palavras na frase com ter- bulário antiquado.
minações iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
Exemplo: A divulgação da promoção não causou comoção B) Variações regionais: São os chamados dialetos,
na população. que são as marcas determinantes referentes a diferentes
regiões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que,
K) Hiato: Ocorre quando há uma sequência de vogais, em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:
provocando dissonância. Exemplo: Eu a amo; Ou eu ou a macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade
outra ganhará o concurso. estão os sotaques, ligados às características orais da lin-
guagem.
L) Colisão: Ocorre quando há repetição de consoantes
iguais ou semelhantes, provocando dissonância. Exemplo: C) Variações sociais ou culturais: Estão diretamente
Sua saia sujou. ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também
ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como
exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
As gírias pertencem ao vocabulário específico de cer-
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS tos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores,
entre outros. Os jargões estão relacionados ao profissiona-
lismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando
A linguagem é a característica que nos difere dos de- a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissio-
mais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar nais da área de informática, dentre outros.
sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião Vejamos um poema sobre o assunto:
frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano e, so-
bretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. Vício na fala
Dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os Para dizerem milho dizem mio
níveis da fala, que são basicamente dois: o nível de formali- Para melhor dizem mió
dade e o de informalidade. Para pior pió
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem Para telha dizem teia
escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo Para telhado dizem teiado
geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma ma- E vão fazendo telhados.
neira que falamos. Este fator foi determinante para a que Oswald de Andrade
a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais.
Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o SITE
estilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gera- http://www.brasilescola.com/gramatica/variacoes-lin-
do controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que, guisticas.htm
para a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de
maneira errônea é considerada “inculta”, tornando-se des-
ta forma um estigma.
Compondo o quadro do padrão informal da lingua- TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL
gem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais
representam as variações de acordo com as condições so-
ciais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. A todo o momento nos deparamos com vários textos,
Dentre elas destacam-se: sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença
A) Variações históricas: Dado o dinamismo que a lín- do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo
gua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão interlocutores são as peças principais em um diálogo ou
da ortografia, se levarmos em consideração a palavra far- em um texto escrito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

É de fundamental importância sabermos classificar os A escolha de um determinado gênero discursivo de-


textos com os quais travamos convivência no nosso dia a pende, em grande parte, da situação de produção, ou seja,
dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais a finalidade do texto a ser produzido, quem são os locu-
e gêneros textuais. tores e os interlocutores, o meio disponível para veicular
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um o texto, etc.
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opi- Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a es-
nião sobre determinado assunto, descrevemos algum lu- feras de circulação. Assim, na esfera jornalística, por exem-
gar que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre alguém plo, são comuns gêneros como notícias, reportagens, edito-
que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nessas riais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação científica
situações corriqueiras que classificamos os nossos textos são comuns gêneros como verbete de dicionário ou de enci-
naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dis- clopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência.
sertação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
As tipologias textuais se caracterizam pelos aspec- Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
tos de ordem linguística reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
Os tipos textuais designam uma sequência definida Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
pela natureza linguística de sua composição. São observa- – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa
dos aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações Souza. – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
logicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argu-
mentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo. SITE
A) Textos narrativos – constituem-se de verbos de http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-tex-
ação demarcados no tempo do universo narrado, como tual.htm
também de advérbios, como é o caso de antes, agora, de-
pois, entre outros: Ela entrava em seu carro quando ele apa-
receu. Depois de muita conversa, resolveram...
B) Textos descritivos – como o próprio nome indica, REESCRITA DE TEXTOS/EQUIVALÊNCIA DE
descrevem características tanto físicas quanto psicológicas ESTRUTURAS
acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos
verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito
imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a asa da
graúna...”
C) Textos expositivos – Têm por finalidade explicar “Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase
um assunto ou uma determinada situação que se almeje leva-nos a refletir sobre a organização das ideias em um
desenvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela acon- texto. Significa dizer que, antes da redação, naturalmen-
tecer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia te devemos dominar o assunto sobre o qual iremos tratar
02 de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob e, posteriormente, planejar o modo como iremos expô-lo,
pena de perder o benefício. do contrário haverá dificuldade em transmitir ideias bem
D) Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação de textos e a
modalidade na qual as ações são prescritas de forma se- experiência de vida antecedem o ato de escrever.
quencial, utilizando-se de verbos expressos no imperativo, Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos
infinitivo ou futuro do presente: Misture todos os ingredien- escrever, feito o esquema de exposição da matéria, é ne-
te e bata no liquidificador até criar uma massa homogênea. cessário saber ordenar as ideias em frases bem estrutura-
E) Textos argumentativos (dissertativo) – Demar- das. Logo, não basta conhecer bem um determinado as-
cam-se pelo predomínio de operadores argumentativos, sunto, temos que o transmitir de maneira clara aos leitores.
revelados por uma carga ideológica constituída de argu- O estudo da pontuação pode se tornar um valioso alia-
mentos e contra-argumentos que justificam a posição as- do para organizarmos as ideias de maneira clara em frases.
sumida acerca de um determinado assunto: A mulher do Para tanto, é necessário ter alguma noção de sintaxe. “Sin-
mundo contemporâneo luta cada vez mais para conquistar taxe”, conforme o dicionário Aurélio, é a “parte da gramá-
seu espaço no mercado de trabalho, o que significa que os tica que estuda a disposição das palavras na frase e a das
gêneros estão em complementação, não em disputa. frases no discurso, bem como a relação lógica das frases
entre si”; ou em outras palavras, sintaxe quer dizer “mistu-
Gêneros Textuais ra”, isto é, saber misturar as palavras de maneira a produ-
zirem um sentido evidente para os receptores das nossas
São os textos materializados que encontramos em mensagens. Observe:
nosso cotidiano; tais textos apresentam características só- 1. A desemprego globalização no Brasil e no na está La-
cio-comunicativas definidas por seu estilo, função, com- tina América causando.
posição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita 2. A globalização está causando desemprego no Brasil e
culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, na América Latina.
piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma É preciso notar que em Língua Portuguesa, há muitas
frase, as palavras estão amontoadas sem a realização de frases que não têm sujeito, somente predicado. Por exem-
“uma sintaxe”, não há um contexto linguístico nem relação plo: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Friburgo.
inteligível com a realidade; no caso 2, a sintaxe ocorreu de São quatro horas agora;
maneira perfeita e o sentido está claro para receptores de Outras frases são construídas com verbos intransitivos,
língua portuguesa inteirados da situação econômica e cul- que não têm complemento:
tural do mundo atual. O menino morreu na Alemanha. (sujeito +verbo+ ad-
junto adverbial)
A Ordem dos Termos na Frase A globalização nasceu no século XX. (idem)
Há ainda frases nominais que não possuem verbos:
cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem
Leia novamente a frase contida no item 2. Note que
direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os termos
ela é organizada de maneira clara para produzir sentido. existentes nelas.
Todavia, há diferentes maneiras de se organizar gramatical-
mente tal frase, tudo depende da necessidade ou da von- Levando em consideração a ordem direta, podemos
tade do redator em manter o sentido, ou mantê-lo, porém, estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula:
acrescentado ênfase a algum dos seus termos. Significa di- Se os termos estão colocados na ordem direta não ha-
zer que, ao escrever, podemos fazer uma série de inversões verá a necessidade de vírgulas. A frase 2 é um exemplo
e intercalações em nossas frases, conforme a nossa von- disto:
tade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos A globalização está causando desemprego no Brasil e na
transmitir uma ideia, do nosso estilo. Por exemplo, pode- América Latina.
mos expressar a mensagem da frase 2 da seguinte maneira:
No Brasil e na América Latina, a globalização está cau- Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração
sando desemprego. por três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula,
mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a re-
Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma, gra básica n.º1 para a colocação da vírgula. Veja:
apenas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase a A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira”
alguns termos (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repare que, causam desemprego…
(três núcleos do sujeito)
para obter a clareza tivemos que fazer o uso de vírgulas.
Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e
A globalização causa desemprego no Brasil, na América
o que mais nos auxilia na organização de um período, pois Latina e na África.
facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula (três adjuntos adverbiais)
ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando produzimos
frases complexas. Com isto, “entregamos” frases bem orga- A globalização está causando desemprego, insatisfação
nizadas aos nossos leitores. e sucateamento industrial no Brasil e na América Latina.
O básico para a organização sintática das frases é a (três complementos verbais)
ordem direta dos termos da oração. Os gramáticos estru-
turam tal ordem da seguinte maneira: B) Em princípio, não devemos, na ordem direta, sepa-
rar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu
SUJEITO + VERBO+ COMPLEMENTO VERBAL+ CIR- complemento, nem o complemento e as circunstâncias, ou
CUNSTÂNCIAS seja, não devemos separar com vírgula os termos da ora-
A globalização + está causando+ desemprego + no ção. Veja exemplos de tal incorreção:
Brasil nos dias de hoje. O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego.

Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem to- Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre
os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas,
das contêm todos estes elementos, portanto cabem algu-
assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é
mas observações:
a regra básica n.º 2 para a colocação da vírgula. Dito em
A) As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.) outras palavras: quando intercalamos expressões e frases
normalmente são representadas por adjuntos adverbiais entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos com
de tempo, lugar, etc. Note que, no mais das vezes, quan- vírgulas. Vejamos:
do queremos recordar algo ou narrar uma história, existe A globalização, fenômeno econômico deste fim de sécu-
a tendência a colocar os adjuntos nos começos das frases: lo XX, causa desemprego no Brasil.
“No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…” “Nas mi- Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o
nhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos e ou- sujeito e o verbo.
tros elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil existe…”
Outros exemplos:
Observações: A globalização, que é um fenômeno econômico e cultu-
Tais construções não estão erradas, mas rompem com ral, está causando desemprego no Brasil e na América Lati-
a ordem direta; na.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada. Embora alguns desses senhores afortunados ocasio-
As orações adjetivas explicativas desempenham fre- nalmente emprestassem seus livros, eles o faziam para um
quentemente um papel semelhante ao do aposto explicati- número limitado de pessoas da própria classe ou família.
vo, por isto são também isoladas por vírgula. (Adaptado de: MANGUEL, Alberto, op.cit.)
A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil… Mantêm-se a correção e as relações de sentido esta-
Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu belecidas no texto, substituindo-se Embora (2.º parágrafo)
complemento. por
a) Contudo.
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável, b) Desde que.
no Brasil… c) Porquanto.
Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não per- d) Uma vez que.
tence ao assunto: globalização, da frase principal, tal ora- e) Conquanto.
ção é apenas um comentário à parte entre o complemento “Embora” é uma conjunção concessiva (apresenta uma
verbal e os adjuntos). exceção à regra). A outra conjunção concessiva é “con-
quanto”.
Observação: GABARITO OFICIAL: E
A simples negação em uma frase não exige vírgula: A
globalização não causou desemprego no Brasil e na América 2. (PRODEST/ES – Assistente Organizacional – Mé-
Latina. dio - VUNESP/2014 - adaptada) Considere o trecho: “Se
o senhor não se importa, vou levar minha sobrinha ao den-
C) Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a, tista, mas posso quebrar o galho e fazer sua corrida”. Esse
tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra n.º 3 da trecho está corretamente reescrito e mantém o sentido em:
colocação da vírgula. a) Uma vez que o senhor não se importe, vou levar mi-
No Brasil e na América Latina, a globalização está cau- nha sobrinha ao dentista, assim que possa quebrar o galho
sando desemprego… e fazer sua corrida.
No fim do século XX, a globalização causou desemprego b) Já que o senhor não se importa, vou levar minha
no Brasil… sobrinha ao dentista, porque posso quebrar o galho e fazer
sua corrida.
Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente c) À medida que o senhor não se importe, vou levar mi-
se dá com a colocação das circunstâncias antes do sujeito. nha sobrinha ao dentista, logo que possa quebrar o galho
Trata-se da ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramá- e fazer sua corrida.
tica, são representadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas d) Caso o senhor não se importe, vou levar minha so-
vezes, elas são colocadas em orações chamadas adverbiais brinha ao dentista, no entanto posso quebrar o galho e
que têm uma função semelhante a dos adjuntos adverbiais, fazer sua corrida.
isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exemplos: e) Para que o senhor não se importe, vou levar minha
Quando o século XX estava terminando, a globalização sobrinha ao dentista, todavia posso quebrar o galho e fazer
começou a causar desemprego. sua corrida.
Enquanto os países portadores de alta tecnologia de- “Se o senhor não se importa, vou levar minha sobrinha
senvolvem-se, a globalização causa desemprego nos países ao dentista, mas posso quebrar o galho e fazer sua corrida”
pobres. O primeiro período é introduzido por uma conjunção
Durante o século XX, a Globalização causou desempre- condicional (“se”); o segundo, conjunção adversativa. As
go no Brasil. conjunções apresentadas que têm a mesma classificação,
respectivamente, e que, por isso, poderiam substituir ade-
Observação: quadamente as destacadas no enunciado são “caso” e “no
Quanto à equivalência e transformação de estruturas, entanto”. Acredito que, mesmo que você não saiba a clas-
um exemplo muito comum cobrado em provas é o enun- sificação das conjunções, conseguiria responder à questão
ciado trazer uma frase no singular e pedir a passagem para apenas utilizando a coerência: as demais alternativas não
o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é a mudança a têm.
de tempos verbais. GABARITO OFICIAL: D

EXERCÍCIOS COMENTADOS SITE


http://ricardovigna.wordpress.com/2009/02/02/estu-
1. (TRF/3.ª REGIÃO - Analista Judiciário – Superior - dos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/
FCC/2014 - adaptada)
Reunir-se para ouvir alguém ler tornou-se uma prática
necessária e comum no mundo laico da Idade Média. Até
a invenção da imprensa, a alfabetização era rara e os livros,
propriedade dos ricos, privilégio de um pequeno punhado
de leitores.

13
LÍNGUA PORTUGUESA

O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira,


COESÃO E COERÊNCIA Sua Santidade participou de uma reunião com a Presiden-
te Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumprimentava as
pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele guarda respeito
por elas.
 Uso de hipônimos – relação que se estabelece
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos
com base na maior especificidade do significado de um
mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão deles. Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais
do que é dito, ou lido. Estes mecanismos linguísticos que genérico).
estabelecem a coesão e retomada do que foi escrito - ou  Emprego de hiperônimos - relações de um termo
falado - são os referentes textuais, que buscam garantir de sentido mais amplo com outros de sentido mais especí-
a coesão textual para que haja coerência, não só entre os fico. Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia
elementos que compõem a oração, como também entre a com gato.
sequência de orações dentro do texto. Essa coesão tam-  Substitutos universais, como os verbos vicários.
bém pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado
em conhecimentos anteriores que os participantes do pro- Ajuda da Zê:
cesso têm com o tema. Verbo vicário é aquele que substitui outro já utilizado
no período, evitando repetições. Geralmente é o verbo fa-
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima- zer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. Faço porque preci-
ginária - composta de termos e expressões - que une os so. O “faço” foi empregado no lugar de “estudo”, evitando
diversos elementos do texto e busca estabelecer relações repetição desnecessária.
de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de di-
ferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substi- A coesão apoiada na gramática se dá no uso de conec-
tuição, associação), sejam gramaticais (emprego de prono- tivos, como pronomes, advérbios e expressões adverbiais,
mes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases, conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quan-
orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decor- do, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida
re daí a coerência textual. é facilmente identificável (Exemplo.: O jovem recolheu-se
Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O ter-
apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoe- mo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
rência é resultado do mau uso dos elementos de coesão relação entre as duas orações).
textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um
erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais Dêiticos são elementos linguísticos que têm a pro-
prejudica o entendimento do texto. Construído com os priedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao
elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal. próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de
Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado progressão textual, dada sua característica: são elementos
não se constrói com um amontoado de palavras e orações. que não significam, apenas indicam, remetem aos compo-
Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência nentes da situação comunicativa.
e independência sintática e semântica, recobertos por unida- Já os componentes concentram em si a significação.
des melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”. Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito:
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais indi-
Não se deve escrever frases ou textos desconexos – é cam os participantes do ato do discurso. Os pronomes de-
imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as frases monstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem
estejam coesas e coerentes formando o texto. Relembre-se como os advérbios de tempo, referenciam o momento da
de que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade
os elementos que compõem a estrutura textual. ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento
(presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns
Formas de se garantir a coesão entre os elementos dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo
de uma frase ou de um texto: ano, depois de (futuro).”

 Substituição de palavras com o emprego de si- A coerência de um texto está ligada:


nônimos - palavras ou expressões do mesmo campo as- 1. à sua organização como um todo, em que devem es-
sociativo. tar assegurados o início, o meio e o fim;
 Nominalização – emprego alternativo entre um 2. à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um texto
verbo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgas- técnico, por exemplo, tem a sua coerência fundamentada em
tar / desgaste / desgastante). comprovações, apresentação de estatísticas, relato de expe-
 Emprego adequado de tempos e modos verbais: riências; um texto informativo apresenta coerência se tra-
Embora não gostassem de estudar, participaram da aula. balhar com linguagem objetiva, denotativa; textos poéticos,
 Emprego adequado de pronomes, conjunções, por outro lado, trabalham com a linguagem figurada, livre
preposições, artigos: associação de ideias, palavras conotativas.

14
LÍNGUA PORTUGUESA

EXERCÍCIOS COMENTADOS Em d: “...desprezando o passado e a tradição = adição


Em e: “...capaz de exprimir a experiência da violência,
As questões abaixo também envolvem o conteúdo “Con- da velocidade e do progresso = adição
junção”. Eu as coloquei neste tópico porque abordam - inclu- GABARITO OFICIAL: C
sive - coesão e coerência.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
1. (SEDUC/AM – Assistente Social – Superior - Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
FGV/2014) Assinale a opção que indica o segmento em – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa
que a conjunção e tem valor adversativo e não aditivo. Souza. – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
a) “Em termos de escala, assiduidade e participação da
população na escolha dos governantes,...”. SITE
b) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, moder- http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/
no e dinâmico, no cotejo com a restrita experiência eleito-
COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/Paacutegina1.html
ral anterior”.
c) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades REDAÇÃO
de hoje”.
d) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
ela na história nacional, inventou o que mais perto se pode
chegar de um Estado de Bem-Estar num país de renda mé-
dia”. Uma boa redação é aquela que permite uma leitura
e) “A baixa qualidade dos serviços governamentais está prazerosa, natural, de fácil compreensão. Para fazer bons
ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta de políti- textos é fundamental ter o hábito de leitura, utilizar todas
cas públicas social-democratas”. as regras da língua Portuguesa e as técnicas de redação a
Em a: “Em termos de escala, assiduidade e participação seu favor.
= adição
Em b: “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, #FICADICA
moderno e dinâmico = adição  Organize seus argumentos sobre o tema propos-
Em c: “A hipótese de ruptura com o passado se fortale- to e os escreva de forma compreensível. Organize os argu-
ce quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri- mentos em ordem crescente, ou seja, deixe o argumento
buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades mais forte para o final;
de hoje”. = adição  Nas dissertações em que é necessário defender
Em d: “A democracia brasileira contemporânea, e ape- algo, não fique “em cima do muro”, coloque claramente
nas ela na história nacional = adição sua posição, pois muitas vezes os corretores estão interes-
Em e: “A baixa qualidade dos serviços governamentais sados em avaliar sua capacidade de opinar, refletir e argu-
está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta = mentar;
adversativa (dá para substituirmos por “mas”)  Escreva com clareza;
GABARITO OFICIAL: E  Seja objetivo e fiel ao tema;
 Escolha sempre a ordem direta das frases (sujeito
2. (Defensoria Pública do Distrito Federal/DF –
+ predicado);
Analista de Apoio à Assistência Jurídica – Superior -
 Evite períodos e parágrafos muito longos;
FGV/2014) A alternativa em que os elementos unidos pela
 Elimine expressões difíceis ou desnecessárias do
conjunção E não estão em adição, mas sim em oposição, é:
texto;
a) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
fazer justiça com as próprias mãos...”  Não use termos chulos, gírias e regionalismos;
b) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas  Esteja sempre atualizado em tudo que acontece
instituições:...” no mundo;
c) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos  Leia muito. A leitura enriquece o vocabulário, você
anarquistas e mais nos fascistas italianos...” olha visualmente as palavras e envia para a sua memória a
d) “...desprezando o passado e a tradição...” forma correta de escrevê-las;
e) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da  Treine fazer redação com temas que poderão es-
velocidade e do progresso...” tar relacionados com as provas de concursos públicos, ou
Em a: “...a disposição do povo de agir por conta própria então faça com temas da atualidade e notícias constantes
e fazer justiça com as próprias mãos = adição nos meios de comunicação;
Em b: “...como sintoma de descrença nos políticos e nas  Seja crítico de si mesmo, revise os textos de trei-
instituições = adição no, retire os excessos, deixe seu texto “enxuto”;
Em c: “...os nossos mascarados se inspiram menos nos  Cronometre o tempo que é gasto nas suas reda-
anarquistas e mais nos fascistas italianos = ideia de opo- ções de treino e tente sempre diminuir o tempo gasto na
sição próxima;

15
LÍNGUA PORTUGUESA

 Não ultrapasse as margens, nem o limite de linhas escrever algo confuso. Os parágrafos devem tratar dos ar-
estabelecido na prova; gumentos apresentados na introdução. Cada parágrafo, ao
 Mantenha o mesmo padrão de letra do início ao menos, referente a um deles.
fim do texto. Não inicie com letra legível e arredondada,
por exemplo, e termine com ela ilegível e “apressada”. Isso C) Conclusão
dará uma péssima impressão para o examinador da banca A conclusão não traz nenhum argumento novo. Ela
quando for ler; ressalta o que já foi dito, ou traz uma POSSÍVEL solução.
 Não faça marcas, rabiscos, não suje e nem amasse
sua redação; Tenha o máximo de asseio possível; FIQUE ATENTO!
 Faça as redações de provas anteriores do concur- Na dissertação NUNCA usamos: eu, nós, temos, deve-
so que você prestará; mos, podemos, iremos, sei, sabemos, e palavras conjugadas
 Fique focado no enunciado que a banca está pe- da mesma forma. Isto porque ela devem ser escrita na 3ª
pessoa do singular. O certo seria: sabe-se, deve-se, impor-
dindo, não redija um texto lindo, mas que está totalmente
tante se faz, tem-se. “Todo mundo”, “todo o planeta”, “todas
fora do tema. Nunca fuja do tema proposto;
as pessoas”, “todos”: tais palavras devem ser evitadas, pois a
 Use sinônimos, evite repetir as mesmas palavras;
dissertação não admite generalização. Logo, devemos usar
 Tenha seus argumentos fundamentados. Seja “a maioria”, “grande parte”, “parcela da população”, “um sig-
coeso e coerente; nificativo número” etc. “Com certeza”, “obviamente”, defini-
 Algo comum no mundo dos concurseiros é o tivamente”: são palavras que também devem ser evitadas.
grande temor pela redação nas provas. Muitas vezes o A dissertação consiste numa argumentação, na qual se é
candidato prepara-se para a prova objetiva e deixa a reda- exposto um pensamento, o qual poderá ser refutado por
ção de lado, perdendo grandes chances de passar. A úni- outro pensamento.
ca maneira eficaz de aprender a fazer uma boa redação é
treinando. Faça redações sobre diversos temas, leia e releia Exemplo de uma redação. O texto trata da redução da
quantas vezes precisar, e lembre-se: a prática pode levar à maioridade no Brasil.
perfeição; A INTRODUÇÃO é a seguinte:
 Além dessas dicas é preciso saber, principalmen-
te, as regras de acentuação gráfica, pontuação, ortografia Na sociedade atual, muitos crimes vêm sendo cometi-
e concordância. dos por infratores menores de dezoito anos. As penas a eles
aplicadas são relativamente pequenas e não os inibem de
1.1 Estrutura da Redação praticar novos delitos. A maioria destes jovens, contudo, SÃO
de regiões periféricas e não têm o devido acesso á educação.
Um texto é composto de três partes essenciais: intro-
dução, desenvolvimento e conclusão. O correto é haver um Lembra da regra dos assuntos (pelo menos três) da in-
elo entre as partes, como se formassem a costura do texto. trodução? Então... vamos ver quais serão os assuntos.
Na introdução é onde o tema abordado é apresentado, não
deve ser muito extensa, e aconselha-se que tenha apenas Assunto 1: na sociedade atual, muitos crimes vêm sendo
um parágrafo de quatro a seis linhas. O desenvolvimento cometidos por infratores menores de dezoito anos
é o “corpo” do texto, a parte mais importante dele. É onde Assunto 2: As penas a eles aplicadas são relativamente
se expõe o ponto de vista, e argumenta de uma forma pequenas e não os inibe de praticar novos delitos
Assunto 3: A maioria destes jovens, contudo, são de re-
lógica para que o leitor acompanhe seu raciocínio. Nesta
giões periféricas e não têm o devido acesso á educação
parte do texto faz-se uso de, no mínimo, dois parágrafos.
A conclusão é o fechamento. Mas é válido lembrar que a
Agora, construamos o texto, abordando cada assunto
introdução, desenvolvimento e conclusão são ligados e de- em um parágrafo do desenvolvimento.
pendentes entre si para que a coesão e coerência textual
sejam mantidas e o texto faça sentido. Na sociedade atual, muitos crimes vêm sendo cometi-
dos por infratores menores de dezoito anos. As penas a eles
A) Introdução aplicadas são relativamente pequenas e não os inibem de
A introdução (dependendo do número máximo de li- praticar novos delitos. A maioria destes jovens, contudo, É de
nhas) deve ter argumentos, dos quais você falará no de- regiões periféricas e não TEM o devido acesso á educação.
senvolvimento. Então, deixe para explicar o assunto da in- É de se notar que o crescente número de infrações reali-
trodução depois. Apenas coloque os argumentos de forma zadas por crianças e adolescentes, aparentemente, só tende
conexa e, o mais importante, apenas os coloque se tiver a aumentar, tal como vem acontecendo. Crimes como roubo
certeza de que falará sobre eles depois. e tráfico se mostram cada vez mais presente nas ações des-
tes jovens. (assunto 1)
B) Desenvolvimento Se, por um lado, o número de crimes praticados por eles
O desenvolvimento (dependendo do número máximo aumenta, por outro, diminui a severidade das medidas. O
de linhas) deve ter, no mínimo, dois parágrafos. Cada pa- grande problema de medidas tão brandas consiste no fato
rágrafo deve ter entre 2 a 4 linhas. O ideal seria três linhas, de estas não cumprirem um de seus importantes deveres: o
pois quanto mais linhas tiver, maiores as chances de você de inibir a ocorrência de novas infrações. (assunto 2)

16
LÍNGUA PORTUGUESA

A falta de estudo e de condições sociais favoráveis, certa-


mente, é um ponto que fortalece o envolvimento com ações INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
infratoras. Dispersos, tratados com descaso e sem perspecti-
va, muitos jovens veem no crime a possível solução para seus
problemas. (assunto 3)
A necessidade de se diminuir a maioridade penal, nas Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio-
condições atuais, de fato, se mostra gritante. Contudo, no nadas entre si, formando um todo significativo capaz de
dia que o país investir em educação e não em formas de produzir interação comunicativa (capacidade de codificar
conter os efeitos gerados pela falta desta, talvez, sequer seja e decodificar).
necessária qualquer pena. Contexto – um texto é constituído por diversas frases.
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com
1.2 Planejando a Dissertação a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
Veja a seguir outro tipo de roteiro. Siga os passos: estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interli-
 Interrogue o tema; gação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre
 Responda-o de acordo com a sua opinião; as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu
 Apresente um argumento básico; contexto original e analisada separadamente, poderá ter
 Apresente argumentos auxiliares; um significado diferente daquele inicial.
 Apresente um fato-exemplo; Intertexto - comumente, os textos apresentam refe-
 Conclua. rências diretas ou indiretas a outros autores através de ci-
tações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto.
Vamos supor que o tema de redação proposto seja: Interpretação de texto - o objetivo da interpretação
Nenhum homem vive sozinho. Tente seguir o roteiro: de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir
1. Transforme o tema em uma pergunta: Nenhum ho- daí, localizam-se as ideias secundárias - ou fundamenta-
mem vive sozinho? ções -, as argumentações - ou explicações -, que levam ao
2. Procure responder a essa pergunta de um modo esclarecimento das questões apresentadas na prova.
simples e claro, concordando ou discordando (ou concor-
dando em parte e discordando em parte): essa resposta é o Normalmente, numa prova, o candidato deve:
seu ponto de vista.  Identificar os elementos fundamentais de uma
3. Pergunte a você mesmo o porquê de sua resposta, argumentação, de um processo, de uma época (neste caso,
uma causa, um motivo, uma razão para justificar sua posi- procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o
ção: aí estará o seu argumento principal. tempo).
4. Agora, procure descobrir outros motivos que aju-  Comparar as relações de semelhança ou de dife-
dem a defender o seu ponto de vista, a fundamentar sua renças entre as situações do texto.
posição. Estes serão os argumentos auxiliares.  Comentar/relacionar o conteúdo apresentado
5. Em seguida, procure algum fato que sirva de exem- com uma realidade.
plo para reforçar a sua posição. Este fato-exemplo pode  Resumir as ideias centrais e/ou secundárias.
vir de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do  Parafrasear = reescrever o texto com outras pa-
que você leu. Pode ser um fato da vida política, econômica, lavras.
social. Pode ser um fato histórico. Ele precisa ser bastante
expressivo e coerente com o seu ponto de vista. O fato Condições básicas para interpretar
-exemplo geralmente dá força e clareza à argumentação.
Além disso, pessoaliza o nosso texto, diferenciando-o dos Fazem-se necessários: conhecimento histórico-literário
demais. (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e
6. A partir desses elementos, você terá o rascunho de prática; conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
sua redação. texto) e semântico; capacidade de observação e de síntese;
capacidade de raciocínio.
SITES
http://www.okconcursos.com.br/como-passar/dicas Interpretar/Compreender
-para-concurso/330-como-fazer-uma-boa-redacao#.Upo-
qg9Kfsfh Interpretar significa:
http://capaciteredacao.forum-livre.com/t5097-explica- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
cao-como-fazer-uma-redacao Através do texto, infere-se que...
http://www.soportugues.com.br/secoes/Redacao/Re- É possível deduzir que...
dacao2.php O autor permite concluir que...
Qual é a intenção do autor ao afirmar que...

Compreender significa
Entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
O texto diz que...

17
LÍNGUA PORTUGUESA

É sugerido pelo autor que... Dicas para melhorar a interpretação de textos


De acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
ção...  Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral
O narrador afirma... do assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos can-
didatos na disputa, portanto, quanto mais informação você
Erros de interpretação absorver com a leitura, mais chances terá de resolver as
questões.
 Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se  Se encontrar palavras desconhecidas, não inter-
sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no rompa a leitura.
texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela  Leia, leia bem, leia profundamente, ou seja, leia o
imaginação. texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem neces-
 Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se sárias.
atenção apenas a um aspecto (esquecendo que um tex-  Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma
to é um conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente conclusão).
para o entendimento do tema desenvolvido.  Volte ao texto quantas vezes precisar.
 Contradição = às vezes o texto apresenta ideias  Não permita que prevaleçam suas ideias sobre
contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões as do autor.
equivocadas e, consequentemente, errar a questão.  Fragmente o texto (parágrafos, partes) para me-
lhor compreensão.
Observação:  Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado
Muitos pensam que existem a ótica do escritor e a de cada questão.
ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de  O autor defende ideias e você deve percebê-las.
concurso, o que deve ser levado em consideração é o que  Observe as relações interparágrafos. Um parágra-
o autor diz e nada mais. fo geralmente mantém com outro uma relação de conti-
nuação, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito
bem essas relações.
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
 Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre
seja, a ideia mais importante.
si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de
 Nos enunciados, grife palavras como “correto”
um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um
ou “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora
pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o
da resposta – o que vale não somente para Interpretação de
que se vai dizer e o que já foi dito.
Texto, mas para todas as demais questões!
 Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia
São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre principal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão.
eles, está o mau uso do pronome relativo e do prono-  Olhe com especial atenção os pronomes relati-
me oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; vos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc.,
aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer tam- chamados vocábulos relatores, porque remetem a outros
bém de que os pronomes relativos têm, cada um, valor vocábulos do texto.
semântico, por isso a necessidade de adequação ao an-
tecedente. EXERCÍCIOS COMENTADOS
Os pronomes relativos são muito importantes na in-
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de 1. (Secretaria de Estado da Administração Pública
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que do Distrito Federal/DF – Técnico em Eletrônica – Médio
existe um pronome relativo adequado a cada circunstân- - IADES/2014)
cia, a saber: Gratuidades
que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- Crianças com até cinco anos de idade e adultos com
te, mas depende das condições da frase. mais de 65 anos de idade têm acesso livre ao Metrô-DF.
qual (neutro) idem ao anterior. Para os menores, é exigida a certidão de nascimento e, para
quem (pessoa) os idosos, a carteira de identidade. Basta apresentar um
cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e de- documento de identificação aos funcionários posicionados
pois o objeto possuído. no bloqueio de acesso.
como (modo) Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/estacoes/
onde (lugar) gratuidades.html> Acesso em: 3/3/2014, com adaptações.
quando (tempo)
quanto (montante) Conforme a mensagem do primeiro período do texto,
Exemplo: assinale a alternativa correta.
Falou tudo QUANTO queria (correto) a) Apenas as crianças com até cinco anos de idade e os
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria adultos com 65 anos em diante têm acesso livre ao Metrô-
aparecer o demonstrativo O ). DF.

18
LÍNGUA PORTUGUESA

b) Apenas as crianças de cinco anos de idade e os adul- Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem
tos com mais de 65 anos têm acesso livre ao Metrô-DF. compatível com o texto.
c) Somente crianças com, no máximo, cinco anos de a) A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Os-
idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre car Niemeyer, está localizada às margens do Lago Paranoá,
ao Metrô-DF. no Setor de Clubes Esportivos Norte.
d) Somente crianças e adultos, respectivamente, com b) Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF
cinco anos de idade e com 66 anos em diante, têm acesso em 1969.
livre ao Metrô-DF. c) Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que hoje
e) Apenas crianças e adultos, respectivamente, com até é a Secretaria de Cultura do DF.
cinco anos de idade e com 65 anos em diante, têm acesso d) A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura
livre ao Metrô-DF. do DF.
Dentre as alternativas apresentadas, a única que condiz e) A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília.
com as informações expostas no texto é “Somente crianças Recorramos ao texto: “Localizada às margens do Lago
com, no máximo, cinco anos de idade e adultos com, no Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao lado do
mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF”. Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha Acústi-
GABARITO OFICIAL: C ca do DF. Projetada por Oscar Niemeyer”. As informações
contidas nas demais alternativas são incoerentes com o
2. (SUSAM/AM – Técnico (Direito) – Superior - texto.
FGV/2014 - adaptada) “Se alguém que é gay procura GABARITO OFICIAL: A
Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá‐lo?” a
declaração do Papa Francisco, pronunciada durante uma SITES
entrevista à imprensa no final de sua visita ao Brasil, ecoou http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
como um trovão mundo afora. Nela existe mais forma que gues/como-interpretar-textos
substância – mas a forma conta”. (...) http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-me-
(Axé Silva, O Mundo, setembro 2013) lhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas
http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-pa-
O texto nos diz que a declaração do Papa ecoou como ra-voce-interpretar-melhor-um.html
um trovão mundo afora. Essa comparação traz em si mes- http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques-
ma dois sentidos, que são tao-117-portugues.htm
a) o barulho e a propagação.
b) a propagação e o perigo.
c) o perigo e o poder.
d) o poder e a energia.  ANÁLISE E TIPO DE DISCURSO
e)  a energia e o barulho.  
Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um tro-
vão, provavelmente a intenção do autor foi a de mostrar o A Análise do Discurso é uma prática da linguística no
“barulho” que ela causou e sua propagação mundo afora. campo da Comunicação, e consiste em analisar a estrutura
Você pode responder à questão por eliminação: a segun- de um texto e, a partir disto, compreender as construções
da opção das alternativas relaciona-se a “mundo afora”, ou ideológicas presentes no mesmo.
seja, que se propaga, espalha. Assim, sobraria apenas a al- O discurso em si é uma construção linguística atrelada
ternativa a! ao contexto social no qual o texto é desenvolvido. Ou seja,
GABARITO OFICIAL: A as ideologias presentes em um discurso são diretamente
determinadas pelo contexto político-social em que vive o
3. (Secretaria de Estado de Administração Pública seu autor. Mais que uma análise textual, a análise do Dis-
do Distrito Federal/DF – Técnico em Contabilidade – curso é uma análise contextual da estrutura discursiva em
Médio - IADES/2014 - adaptada) questão.
Concha Acústica Michel Foucault descreveu a Ordem do Discurso como
Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de uma construção de características sociais. A sociedade que
Clubes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de promove o contexto do discurso analisado é a base de toda
Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada a estrutura do texto, atrelando, deste modo, todo e qual-
por Oscar Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969 quer elemento que possa fazer parte do sentido do discur-
e doada pela Terracap à Fundação Cultural de Brasília (hoje so. O texto só pode assim ser chamado se o seu receptor
Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre. for capaz de compreender o seu sentido, e isto cabe ao
Foi o primeiro grande palco da cidade. autor do texto e à atenção que o mesmo der ao contex-
Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa- to da construção de seu discurso. É a relação básica para
cultura/concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, a existência da comunicação verbal: emissão – recepção –
com adaptações. compreensão.

19
LÍNGUA PORTUGUESA

As práticas discursivas geram também outros âmbitos  Terceira pessoa - ele(s), ela(s) – O narrador só usa
de análise do discurso, como o Universo de Concorrências, sua própria voz, o que foi dito pela personagem passa pela
que consiste na competição entre vários emissores para elaboração do narrador. Não há uma pontuação específica
atingir um mesmo público-alvo. A partir disto, os emisso- que marque o discurso indireto: A menina disse em tom
res precisam inteirar-se do contexto da vida do seu recep- zangado, que não gostava daquilo.
tor, para que deste modo possam interpelá-lo segundo
sua própria ideologia, fazendo com que sua mensagem C) Discurso indireto livre: É um discurso no qual há
seja recebida e assimilada pelo receptor sem que o mesmo uma maior liberdade, o narrador insere a fala do persona-
perceba que está sendo alvo de uma tentativa de conven- gem de forma sutil, sem fazer uso das marcas do discurso
cimento, por assim dizer. direto. É necessário que se tenha atenção para não confun-
Dentro da análise do Discurso há também o discurso dir a fala do narrador com a fala do personagem, pois esta
estético, feito por meio de imagens, e que interpelam o surge de repente em meio à fala do narrador: A menina pe-
indivíduo através de sua sensibilidade, que está ligada ao rambulava pela sala irritada e zangada. Eu não gosto disso!
seu contexto também. A sensibilidade de um indivíduo se E parecia que ninguém a ouvia.
define a partir do que, ao longo de sua vida, torna-se im-
portante e desperta-lhe sentimentos. Com isto, podemos
analisar as artes produzidas em diferentes épocas da his-
tória em todo o mundo e perceber as diferentes formas de LETRA E FONEMA
interpelação e contextualidade presentes nas mesmas. O
discurso estético tem a mesma capacidade ideológica que
o discurso verbal, com a vantagem de atingir o indivíduo A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos
esteticamente, o que pode render muito mais rapidamente fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”).
o sucesso do discurso aplicado. Significa literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos
A partir na análise de todos os aspectos do discurso sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que es-
chega-se ao mais importante: o sentido. O sentido do dis- tuda os sons da língua quanto à sua função no sistema
curso não é fixo, por vários motivos: pelo contexto, pela es- de comunicação linguística, quanto à sua organização e
tética, pela ordem do discurso, pela sua forma de constru- classificação. Cuida, também, de aspectos relacionados à
ção. O sentido do discurso encontra-se sempre em aberto divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da
para a possibilidade de interpretação do seu receptor. O forma correta de pronunciar certas palavras. Lembrando
efeito do discurso é, claramente, transmitir uma mensagem que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar
e alcançar um objetivo premeditado através da interpreta- estes sons no ato da fala. Particularidades na pronúncia de
ção e interpelação do indivíduo alvo. cada falante são estudadas pela Fonética.
Na língua falada, as palavras se constituem de fone-
1.1 Tipos de Discurso: direto, indireto e indireto li- mas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas por
vre meio de símbolos gráficos, chamados de letras ou grafe-
Vozes do Discurso mas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro
capaz de estabelecer uma distinção de significado entre as
Ao lermos um texto, observamos que há um narrador palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que
- que é quem conta o fato. Esse locutor ou narrador pode marcam a distinção entre os pares de palavras:
introduzir outras vozes no texto para auxiliar a narrativa.
Para fazer a introdução dessas outras vozes no texto, a voz amor – ator / morro – corro / vento - cento
principal ou privilegiada - o narrador - usa o que chama-
mos de discurso. O que vem a ser discurso dentro do tex- Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua
to? É a forma como as falas são inseridas na narrativa. Ele portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica
pode ser classificado em: direto, indireto e indireto livre. que você - como falante de português - guarda de cada um
deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este
A) Discurso direto: reproduz fiel e literalmente algo forma os significantes dos signos linguísticos. Geralmente,
dito por alguém. Um bom exemplo de discurso direto são aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.
as citações ou transcrições exatas da declaração de alguém.
 Primeira pessoa (eu, nós) – é o narrador quem O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é
fala, usando aspas ou travessões para demarcar que está a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por
reproduzindo a fala de outra pessoa: “Não gosto disso” – exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na
disse a menina em tom zangado. palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê).

B) Discurso indireto: o narrador, usando suas próprias Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por
palavras, conta o que foi dito por outra pessoa. Temos en- mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que
tão uma mistura de vozes, pois as falas dos personagens pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento,
passam pela elaboração da fala do narrador. exílio.

20
LÍNGUA PORTUGUESA

Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais 1.2.2 Semivogais


de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar:
A) o fonema /sê/: texto Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais.
B) o fonema /zê/: exibir Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma
C) o fonema /che/: enxame só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas
D) o grupo de sons /ks/: táxi
são chamados de semivogais. A diferença fundamental en-
O número de letras nem sempre coincide com o nú- tre vogais e semivogais está no fato de que estas não de-
mero de fonemas. sempenham o papel de núcleo silábico.
Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas:
t ó x i c o pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca
1 2 3 4 5 6 7 1 é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão
2 3 45 6 forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade,
história, série.
Galho = fonemas: /g/a/lh/o/ letras:
ga lho 1.2.3 Consoantes
1 2 3 4 1234
5
Para a produção das consoantes, a corrente de ar expi-
As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não re- rada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela ca-
presentam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta. vidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam verda-
Nestas palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais deiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos.
que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fone- Seu nome provém justamente desse fato, pois, em portu-
ma; dança: o “n” não é um fonema; o fonema é /ã/, repre- guês, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos:
sentado na escrita pelas letras “a” e “n”. /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc.

A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fone- 1.3 Encontros Vocálicos
ma.
Hoje = fonemas: ho / j / e / letras: h o j e
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e
1 2 3 1234
semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante
1.2 Classificação dos Fonemas reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em
sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o triton-
Os fonemas da língua portuguesa são classificados em: go e o hiato.

1.2.1 Vogais A) Ditongo

As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-
corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
língua, desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso
Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal:
significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma úni-
ca vogal. sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entrea- Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal:
berta. As vogais podem ser: pai (a = vogal, i = semivogal)
Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
/o/, /u/. Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais:
Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais. mãe
/ã/: fã, canto, tampa
/ ẽ /: dente, tempero B) Tritongo
/ ĩ/: lindo, mim
/õ/: bonde, tombo É a sequência formada por uma semivogal, uma vo-
/ ũ /: nunca, algum
gal e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba.
Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até,
bola. Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tri-
Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, tongo nasal.
bola.
C) Hiato
Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
Abertas: pé, lata, pó É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que
Fechadas: mês, luta, amor pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais
Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das pala- de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia
vras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”). (po-e-si-a).

21
LÍNGUA PORTUGUESA

1.4 Encontros Consonantais

O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vogal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal. Existem
basicamente dois tipos:
A) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r” e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no, a-tle-
ta, cri-se.
B) os que resultam do contato de duas consoantes pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo, psi-có-lo-
go.

1.5 Dígrafos

De maneira geral, cada fonema é representado, na escrita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e quatro
letras.
Há, no entanto, fonemas que são representados, na escrita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco letras.
Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ foram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.
Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas para representar um único fonema (di = dois + grafo = letra). Em
nossa língua, há um número razoável de dígrafos que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos: consonantais
e vocálicos.

A) Dígrafos Consonantais

Letras Fonemas Exemplos

lh /lhe/ telhado
nh /nhe/ marinheiro
ch /xe/ chave
rr /re/ (no interior da palavra) carro
ss /se/ (no interior da palavra) passo
qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo
gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia
sc /se/ crescer
sç /se/ desço
xc /se/ exceção

B) Dígrafos Vocálicos

Registram-se na representação das vogais nasais:

Fonemas Letras Exemplos

/ã/ am tampa
an canto
/ẽ/ em templo
en lenda
/ĩ/ im limpo
in lindo
õ/ om tombo
on tonto
/ũ/ um chumbo
un corcunda

22
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação: Em c: Chefe /x/ – caixas /x/ – deixo /x/ – exata-


“gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos mente /z/
de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/: guitarra, Em d: cozinha /z/ – pesada /z/ – lesão /z/– exemplo
aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum /z/
fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” represen- GABARITO OFICIAL: D
ta um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça,
aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também não 3. (Corpo de Bombeiros Militar/PI – Curso de For-
há dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, ave- mação de Soldados – Médio - UESPI/2014) “Seja Sangue
riguo). Bom!” Na sílaba final da palavra “sangue”, encontramos
duas letras representando um único fonema. Esse fenôme-
#FicaDica no também está presente em:
Conseguimos ouvir o som da letra “u” também, por isso a) cartola.
b) problema.
não há dígrafo! Veja outros exemplos: Água = /agua/ nós
c) guaraná.
pronunciamos a letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos,
d) água.
em “água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/
e) nascimento.
- não pronunciamos o “u”, então temos dígrafo [aliás, dois
Duas letras representando um único fonema = dígrafo
dígrafos: “gu” e “rr”]. Portanto: 8 letras e 6 fonemas). Em a: cartola = não há dígrafo
Em b: problema = não há dígrafo
1.6 Dífonos Em c: guaraná = não há dígrafo (você ouve o som do
“u”)
Assim como existem duas letras que representam um Em d : água = não há dígrafo (você ouve o som do “u”)
só fonema (os dígrafos!), exite letra que representa dois Em e: nascimento = dígrafo: sc
fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o GABARITO OFICIAL: E
“x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são
exemplos de dífonos. Quando uma letra representa dois fo- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
nemas temos um caso de dífono. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
EXERCÍCIOS COMENTADOS Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
1. (Prefeitura de Pinhais/PR – Intérprete de Libras – Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
Superior - FAFIPA/2014) Em todas as palavras a seguir há reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
um dígrafo, EXCETO em Paulo: Saraiva, 2010.
a) prazo.
b) cantor. SITE
c) trabalho. http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono1.
d) professor. php
Em a: prazo – “pr” é encontro consonantal
Em b: cantor – “an” é dígrafo SÍLABAS
Em c: trabalho – “tr” encontro consonantal / “lh” é dí-
grafo CON – CUR - SO
Em d: professor – “pr” encontro consonantal q “ss” é
A palavra “concurso” está dividida em grupos de fone-
dígrafo
mas pronunciados separadamente: con – cur - so. A cada
GABARITO OFICIAL: A
um desses grupos pronunciados numa só emissão de voz
dá-se o nome de sílaba. Em nossa língua, o núcleo da sílaba
2. (Prefeitura de Pinhais/PR – Intérprete de Libras – é sempre uma vogal: não existe sílaba sem vogal e nunca
Superior - FAFIPA/2014) Assinale a alternativa em que os há mais do que uma vogal em cada sílaba (já que haverá
itens destacados possuem o mesmo fonema consonantal semivogais). Assim, para sabermos o número de sílabas de
em todas as palavras da sequência. uma palavra, devemos perceber quantas vogais ela tem.
a) Externo – precisa – som – usuário.
b) Gente – segurança – adjunto – Japão. Atenção: as letras “i” e “u” (mais raramente as letras “e”
c) Chefe – caixas – deixo – exatamente. e “o”) podem representar semivogais.
d) cozinha – pesada – lesão – exemplo.
Coloquei entre barras( / / ) o fonema representado pela Classificação das Palavras quanto ao Número de Sí-
letra destacada: labas
Em a: Externo /s/ – precisa /s/ – som /s/ – usuário /z/
Em b: Gente /j/ – segurança /g/ – adjunto /j/ – Japão 1) Monossílabas: possuem apenas uma sílaba: mãe,
/j/ flor, lá, meu

23
LÍNGUA PORTUGUESA

2) Dissílabas: possuem duas sílabas: ca-fé, i-ra, a-í, Subtônica: é a sílaba de intensidade intermediária.
trans-por Ocorre, principalmente, nas palavras derivadas, correspon-
dendo à tônica da palavra primitiva. Veja o exemplo abaixo:
3) Trissílabas: possuem três sílabas: ci-ne-ma, pró-xi-
mo, pers-pi-caz, con-cur-so Palavra primitiva: be - bê
átona tônica
4) Polissílabas: possuem quatro ou mais sílabas: a-ve-
ni-da, li-te-ra-tu-ra, a-mi-ga-vel-men-te Palavra derivada: be - be - zi -
nho
Divisão Silábica átona subtônica tônica áto-
na
Na divisão silábica das palavras, cumpre observar as
seguintes normas: Classificação das Palavras quanto à Posição da Sí-
- Não se levam em conta os elementos formadores das laba Tônica
palavras, mas sua soletração. Por isso, ao dividirmos as síla-
bas das palavras interestadual, superelegante e bisavô, por De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábu-
exemplo, teremos: in-te-res-ta-du-al, su-pe-re-le-gan-te, los da língua portuguesa que contêm duas ou mais sílabas
bi-sa-vô. são classificados em:

- Não se separam os ditongos e tritongos: foi-ce, a- Oxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a última:
ve-ri-guou urubu, parabéns, português.

- Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu: cha- Paroxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a penúl-
ve, ba-ra-lho, ba-nha, fre-guês, quei-xa tima: dócil, suavemente, banana, pátio.

Proparoxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a an-


- Não se separam os encontros consonantais que ini-
tepenúltima: máximo, parábola, íntimo.
ciam sílaba: psi-có-lo-go, re-fres-co
Saiba que:
- Separam-se as vogais dos hiatos: ca-a-tin-ga, fi-el,
sa-ú-de
São oxítonas: cateter, mister, Nobel, novel, ruim, sutil,
transistor, ureter.
- Separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç xc: car
-ro, pas-sa-re-la, des-cer, nas-ço, ex-ce-len-te São paroxítonas: avaro, aziago, boêmia, caracteres,
cartomancia, celtibero, circuito, decano, filantropo, fluido,
- Separam-se os encontros consonantais das sílabas fortuito, gratuito, Hungria, ibero, impudico, inaudito, intuito,
internas, excetuando-se aqueles em que a segunda con- maquinaria, meteorito, misantropo, necropsia (alguns dicio-
soante é “l” ou “r”: nários admitem também necrópsia), Normandia, pegada,
ap-to, bis-ne-to, con-vic-ção, a-brir, a-pli-car policromo, pudico, quiromancia, rubrica, subido(a).
Acento Tônico São proparoxítonas: aerólito, bávaro, bímano, crisân-
temo, ímprobo, ínterim, lêvedo, ômega, pântano, trânsfuga.
Na emissão de uma palavra de duas ou mais sílabas,
percebe-se que há uma sílaba de maior intensidade sonora As seguintes palavras, entre outras, admitem dupla
do que as demais. tonicidade: acróbata/acrobata, hieróglifo/hieroglifo, Oceâ-
calor - a sílaba lor é a de maior intensidade. nia/Oceania, ortoépia/ortoepia, projétil/projetil, réptil/reptil,
faceiro - a sílaba cei é a de maior intensidade. zângão/zangão.
sólido - a sílaba só é a de maior intensidade.
 A Ortoépia trata da pronúncia adequada dos fo-
A sílaba pronunciada com maior intensidade chama- nemas e das palavras, de acordo com a variedade padrão
se sílaba tônica; a com menor, átona. Quase todas as pa- da língua; a Prosódia trata da acentuação e da entoação
lavras têm acento tônico (têm uma sílaba em destaque, adequadas dos fonemas, também segundo a variedade
tônica), mas nem todas têm acento gráfico. Por exemplo: padrão.
escada e português. Aquela tem acento (sílaba tônica “ca”);
esta, acento e acento gráfico (guês).  Escreve-se quatorze ou catorze, mas a pronúncia
é “catorze”.
Classificação da Sílaba quanto à Intensidade
 São pronunciadas de acordo com a grafia: benefi-
Tônica: é a sílaba pronunciada com maior intensidade. cência, mortadela, gratuito (ui é ditongo), ruim (u-i = hia-
Átona: é a sílaba pronunciada com menor intensidade. to), irrequieto, salsicha, caderneta.

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LÍNGUA PORTUGUESA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: C.1 Desinências nominais: indicam o gênero e o nú-


SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa mero dos nomes. Para a indicação de gênero, o português
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. costuma opor as desinências -o/-a: garoto/garota; menino/
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- menina. Para a indicação de número, costuma-se utilizar
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência
Paulo: Saraiva, 2010. de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- garotas; menino/meninos; menina/meninas. No caso dos
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assu-
me a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.
SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono5. C.2 Desinências verbais: em nossa língua, as desinên-
php cias verbais pertencem a dois tipos distintos. Há desinên-
cias que indicam o modo e o tempo (desinências modo-
temporais) e outras que indicam o número e a pessoa dos
ESTRUTURA DAS PALAVRAS verbos (desinência número-pessoais):
cant-á-va-mos:
cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência mo-
do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do indicati-
As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista vo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primei-
de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos ra pessoa do plural)
em seus menores elementos (partes) possuidores de sen-
tido. A palavra inexplicável, por exemplo, é constituída por cant-á-sse-is:
três elementos significativos: cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência mo-
In = elemento indicador de negação do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do subjunti-
Explic – elemento que contém o significado básico da vo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda
palavra pessoa do plural)
Ável = elemento indicador de possibilidade
D) Vogal temática
Estes elementos formadores da palavra recebem o Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge
nome de morfemas. Através da união das informações sempre o morfema –a. Este morfema, que liga o radical
contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se en- às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função
tender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que não é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao
tem possibilidade de ser explicado, que não é possível tornar tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as de-
claro”. sinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vo-
Morfemas = são as menores unidades significativas gais temáticas. No caso dos verbos, a vogal temática indica
que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido. as conjugações: -a (da 1.ª conjugação = cantar), -e (da 2.ª
conjugação = escrever) e –i (3.ªconjugação = partir).
1.2 Classificação dos morfemas
D.1 Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quan-
do átonas finais, como em mesa, artista, perda, escola, base,
A) Radical, lexema ou semantema – é o elemento
combate. Nestes casos, não poderíamos pensar que essas
portador de significado. É através do radical que podemos
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois
formar outras palavras comuns a um grupo de palavras da mesa e escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de fle-
mesma família. Exemplo: pequeno, pequenininho, pequenez. xão. É a estas vogais temáticas que se liga a desinência
O conjunto de palavras que se agrupam em torno de um indicadora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes
mesmo radical denomina-se família de palavras. terminados em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por
exemplo) não apresentam vogal temática.
B) Afixos – elementos que se juntam ao radical an-
tes (os prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo: beleza D.2 Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que ca-
(sufixo), prever (prefixo), infiel. racterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de
conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a per-
C) Desinências - Quando se conjuga o verbo amar, tencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática
obtêm-se formas como amava, amavas, amava, amá- é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal
vamos, amáveis, amavam. Estas modificações ocorrem temática -i pertencem à terceira conjugação.
à medida que o verbo vai sendo flexionado em número
(singular e plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). E) Interfixos
Também ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do São os elementos (vogais ou consoantes) que se in-
verbo (amava, amara, amasse, por exemplo). Assim, pode- tercalam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou mes-
mos concluir que existem morfemas que indicam as flexões mo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Por
das palavras. Estes morfemas sempre surgem no fim das exemplo:
palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro.
desinências nominais e desinências verbais. Consoantes: cafezal, sonolento, friorento.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2. Formação das Palavras Não entendi o porquê da briga. (o substantivo “porquê”


deriva da conjunção porque)
Há em Português palavras primitivas, palavras deriva- Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva
das, palavras simples, palavras compostas. do verbo olhar).
A) Palavras primitivas: aquelas que, na língua portu-
guesa, não provêm de outra palavra: pedra, flor. #FICADICA
B) Palavras derivadas: aquelas que, na língua portu- A derivação regressiva “mexe” na estrutura da palavra,
guesa, provêm de outra palavra: pedreiro, floricultura. geralmente transforma verbos em substantivos: caça = de-
C) Palavras simples: aquelas que possuem um só ra- riva de caçar, saque = deriva de sacar
dical: azeite, cavalo. A derivação imprópria não “mexe” com a palavra, ape-
D) Palavras compostas: aquelas que possuem mais de nas faz com que ela pertença a uma classe gramatical “im-
um radical: couve-flor, planalto. própria” da qual ela realmente, ou melhor, costumeiramen-
As palavras compostas podem ou não ter seus elemen-
te faz parte. A alteração acontece devido à presença de
tos ligados por hífen.
outros termos, como artigos, por exemplo:
O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a fun-
2.1 Processos de Formação de Palavras
cionar como substantivo devido à presença do artigo “o”)
Na Língua Portuguesa há muitos processos de forma- 2.1.2 Composição
ção de palavras. Entre eles, os mais comuns são a derivação,
a composição, a onomatopeia, a abreviação e o hibridismo. Haverá composição quando se juntarem dois ou mais
radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de
2.1.1 Derivação por Acréscimo de Afixos composição: justaposição e aglutinação.
A) Justaposição: ocorre quando os elementos que for-
É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (deri- mam o composto são postos lado a lado, ou seja, justapos-
vadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A deri- tos: para-raios, corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira,
vação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética. girassol.
A) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida B) Composição por aglutinação: ocorre quando os
por acréscimo de prefixo. elementos que formam o composto aglutinam-se e pelo
In feliz des leal menos um deles perde sua integridade sonora: aguardente
Prefixo radical prefixo radical (água + ardente), planalto (plano + alto), pernalta (perna +
alta), vinagre (vinho + acre).
B) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
acréscimo de sufixo. 2.1.3 Onomatopeia – é a palavra que procura repro-
Feliz mente leal dade duzir certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-
Radical sufixo radical sufixo fom.

C) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acrés- 2.1.4 Abreviação – é a redução de palavras até o limi-
cimo simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassíntese for- te permitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu
mam-se principalmente verbos. (pneumático), metrô (metropolitano), foto (fotografia).
En trist ecer
Prefixo radical sufixo
FIQUE ATENTO!
Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras,
Em tard ecer
limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras ini-
prefixo radical sufixo
ciais: p. ou pág. (para página), sr. (para senhor).
Há dois casos em que a palavra derivada é formada Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual se re-
sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação duzem locuções substantivas próprias às suas letras iniciais
regressiva e a derivação imprópria. (são as siglas puras) ou sílabas iniciais (siglas impuras), que
se grafam de duas formas: IBGE, MEC (siglas puras); DE-
2.1.1.2 Derivação TRAN ou Detran, PETROBRAS ou Petrobras (siglas impuras).
 Derivação regressiva: a palavra nova é obtida
por redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na 2.1.5 Hibridismo: é a palavra formada com elemen-
formação de substantivos derivados de verbos. tos oriundos de línguas diferentes: automóvel (auto: grego;
janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca móvel: latim); sociologia (socio: latim; logia: grego); sambó-
(substantivo) – deriva de pescar (verbo) dromo (samba: dialeto africano; dromo: grego).

 Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) EXERCÍCIOS COMENTADOS


é obtida pela mudança de categoria gramatical da palavra 1. (Rioprevidência – Especialista em Previdência So-
primitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas so- cial – Superior - CEPERJ/2014) A palavra “infraestrutura”
mente na classe gramatical. é formada pelo seguinte processo:

26
LÍNGUA PORTUGUESA

a) sufixação Observação:
b) prefixação A contribuição greco-latina é responsável pela exis-
c) parassíntese tência de numerosos pares de sinônimos: adversário e
d) justaposição antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemiciclo;
e) aglutinação contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diálogo;
Infra = prefixo + estrutura – temos a junção de um pre- transformação e metamorfose; oposição e antítese.
fixo com um radical, portanto: derivação prefixal (ou pre-
fixação). 1.2 Antônimos
GABARITO OFICIAL: B
São palavras que se opõem através de seu significado:
2. (Secretaria de Estado de Defesa Social/MG ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar;
– Agente de Segurança Socioeducativo – Médio - mal - bem.
IBFC/2014) O vocábulo “entristecido”, presente na terceira
Observação:
estrofe, é um exemplo de:
A antonímia pode se originar de um prefixo de sen-
a) palavra composta
tido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; simpático e
b) palavra primitiva
antipático; progredir e regredir; concórdia e discórdia; ativo
c) palavra derivada e inativo; esperar e desesperar; comunista e anticomunista;
d) neologismo simétrico e assimétrico.
en + triste + ido (com consoante de ligação “c”) = ao
radical “triste” foram acrescidos o prefixo “en” e o sufixo 1.3 Homônimos e Parônimos
“ido”, ou seja, “entristecido” é palavra derivada do processo
de formação de palavras chamado de: prefixação e sufixa-  Homônimos = palavras que possuem a mesma
ção. Para o exercício, basta “derivada”! grafia ou a mesma pronúncia, mas significados diferentes.
GABARITO OFICIAL: C Podem ser

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife-


SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa rentes na pronúncia:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- (subst.); jogo (subst.) e jogo (verbo); denúncia (subst.) e de-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São nuncia (verbo); providência (subst.) e providencia (verbo).
Paulo: Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- B) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. ferentes na escrita:
SITE acender (atear) e ascender (subir); concertar (harmoni-
http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e- zar) e consertar (reparar); cela (compartimento) e sela (ar-
formacao-de-palavras-i.htm reio); censo (recenseamento) e senso ( juízo); paço (palácio)
e passo (andar).

C) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou


SIGNIFICADO DAS PALAVRAS perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia:
caminho (subst.) e caminho (verbo); cedo (verbo) e cedo
(adv.); livre (adj.) e livre (verbo).
Semântica é o estudo da significação das palavras e
 Parônimos = palavras com sentidos diferentes,
das suas mudanças de significação através do tempo ou
porém de formas relativamente próximas. São palavras
em determinada época. A maior importância está em dis- parecidas na escrita e na pronúncia: cesta (receptáculo de
tinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e vime; cesta de basquete/esporte) e sesta (descanso após o
homônimos e parônimos (homonímia / paronímia). almoço), eminente (ilustre) e iminente (que está para ocor-
rer), osso (substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/
1.1 Sinônimos ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimento
(medida) e cumprimento (saudação), autuar (processar) e
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), deferir
- abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. (atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e soar (emi-
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são tir som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar; apro-
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara priar-se de), tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo a
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando, movimento, trânsito), mandato (procuração) e mandado
ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra, (ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mergulhar,
em deteminado enunciado (aguadar e esperar). afundar).

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LÍNGUA PORTUGUESA

1.4 Hiperonímia e Hiponímia medicamentos, textos científicos, entre outros. A palavra


“pau”, por exemplo, em seu sentido denotativo é apenas
Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem um pedaço de madeira. Outros exemplos:
a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o hipô- O elefante é um mamífero.
nimo uma palavra de sentido mais específico; o hiperôni- As estrelas deixam o céu mais bonito!
mo, mais abrangente.
O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipôni- B) Conotação
mo, criando, assim, uma relação de dependência semânti- Uma palavra é usada no sentido conotativo quando
ca. Por exemplo: Veículos está numa relação de hiperoní- apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes in-
mia com carros, já que veículos é uma palavra de significa- terpretações, dependendo do contexto em que esteja inse-
do genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. Veículos é rida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que vão
um hiperônimo de carros. além do sentido original da palavra, ampliando sua signifi-
Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em cação mediante a circunstância em que a mesma é utiliza-
quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili- da, assumindo um sentido figurado e simbólico. Como no
zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita a exemplo da palavra “pau”: em seu sentido conotativo ela
repetição desnecessária de termos. pode significar castigo (dar-lhe um pau), reprovação (tomei
pau no concurso).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A conotação tem como finalidade provocar sentimen-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa tos no receptor da mensagem, através da expressividade e
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios pu-
Paulo: Saraiva, 2010. blicitários, entre outros. Exemplos:
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Você é o meu sol!
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Minha vida é um mar de tristezas.
XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua Por-
Você tem um coração de pedra!
tuguesa – 2.ª ed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.
#FICADICA
SITE
Procure associar Denotação com Dicionário: trata-se
http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an-
de definição literal, quando o termo é utilizado com o sen-
tonimos,-homonimos-e-paronimos
tido que consta no dicionário.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
Exemplos de variação no significado das palavras: reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido li- Paulo: Saraiva, 2010.
teral)
Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido SITE
figurado) http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota-
Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado) cao/
As variações nos significados das palavras ocasionam
o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
(conotação) das palavras.
POLISSEMIA

A) Denotação
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
apresenta seu significado original, independentemente multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconheci- mas que abarca um grande número de significados dentro
do e muitas vezes associado ao primeiro significado que de seu próprio campo semântico.
aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
palavra. cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
A denotação tem como finalidade informar o recep- algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em
tor da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um consideração as situações de aplicabilidade. Há uma infini-
caráter prático. É utilizada em textos informativos, como dade de exemplos em que podemos verificar a ocorrência
jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de da polissemia:

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LÍNGUA PORTUGUESA

O rapaz é um tremendo gato.


O gato do vizinho é peralta. ORTOGRAFIA
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
sobrevivência
O passarinho foi atingido no bico. A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta
grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem
Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são
computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em co-
grafados segundo acordos ortográficos.
mum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido de
“entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”, A maneira mais simples, prática e objetiva de apren-
que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras,
“jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é
formato quadriculado que têm. necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e,
em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti-
Polissemia e homonímia mologia (origem da palavra).

A confusão entre polissemia e homonímia é bastante 1.1 Regras ortográficas


comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi-
cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado, A) O fonema S
quando duas ou mais palavras com origens e significados
distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho- São escritas com S e não C/Ç
monímia.
 Palavras substantivadas derivadas de verbos com
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - preten-
polissemia porque os diferentes significados para a pala- são / expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter
vra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra - inversão / aspergir - aspersão / submergir - submersão /
polissêmica: pode significar o elemento básico do alfabeto, divertir - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compul-
o texto de uma canção ou a caligrafia de um determinado sório / repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - dis-
indivíduo. Neste caso, os diferentes significados estão in- curso / sentir - sensível / consentir – consensual.
terligados porque remetem para o mesmo conceito, o da
escrita. São escritos com SS e não C e Ç
 Nomes derivados dos verbos cujos radicais ter-
Polissemia e ambiguidade minem em gred, ced, prim ou com verbos terminados por
tir ou -meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão /
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / per-
interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
cutir - percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão /
ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpreta-
ção. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação comprometer - compromisso / submeter – submissão.
específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em
uma frase. Vejamos a seguinte frase:  Quando o prefixo termina com vogal que se junta
Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequen- com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - as-
temente são felizes. simétrico / re + surgir – ressurgir.
Neste caso podem existir duas interpretações diferen-
tes:  No pretérito imperfeito simples do subjuntivo.
As pessoas têm alimentação equilibrada porque são feli- Exemplos: ficasse, falasse.
zes ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela São escritos com C ou Ç e não S e SS
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma inter-  Vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açú-
pretação. Para fazer a interpretação correta é muito impor- car.
tante saber qual o contexto em que a frase é proferida.
 Vocábulos de origem tupi, africana ou exótica:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS cipó, Juçara, caçula, cachaça, cacique.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-  Sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça,
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São uçu, uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, ca-
Paulo: Saraiva, 2010. niço, esperança, carapuça, dentuço.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa  Nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. / deter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
 Após ditongos: foice, coice, traição.
SITE  Palavras derivadas de outras terminadas em -te,
http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia. to(r): marte - marciano / infrator - infração / absorto – ab-
htm sorção.

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LÍNGUA PORTUGUESA

B) O fonema z  Palavras de origem inglesa e espanhola: xampu,


lagartixa.
São escritos com S e não Z  Depois de ditongo: frouxo, feixe.
 Sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é  Depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval.
substantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: fre- Exceção: quando a palavra de origem não derive de
guês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa. outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
 Sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, me-
tamorfose. São escritas com CH e não X
 Formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera,
quis, quiseste.  Palavras de origem estrangeira: chave, chumbo,
 Nomes derivados de verbos com radicais termi- chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
nados em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreen-
der - empresa / difundir – difusão. E) As letras “e” e “i”
 Diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís
- Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.  Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem.
 Após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa. Com “i”, só o ditongo interno cãibra.
 Verbos derivados de nomes cujo radical termina  Verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar
com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar – pes- são escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos
quisar. com “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai,
dói, possui, contribui.
São escritos com Z e não S
 Sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de FIQUE ATENTO!
adjetivo: macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza. Há palavras que mudam de sentido quando substituí-
Sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori- mos a grafia “e” pela grafia “i”: área (superfície), ária (melo-
gem não termine com s): final - finalizar / concreto – con-
dia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir (vir à
cretizar.
tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que anda a
 Consoante de ligação se o radical não terminar
pé), pião (brinquedo).
com “s”: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal
Exceção: lápis + inho – lapisinho.
#FICADICA
Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à ortografia
C) O fonema j
de uma palavra, há a possibilidade de consultar o Vocabu-
São escritas com G e não J lário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), elaborado
 Palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de referên-
gesso. cia até mesmo para a criação de dicionários, pois traz a gra-
 Estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, fia atualizada das palavras (sem o significado). Na Internet,
gim. o endereço é www.academia.org.br.
 Terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com
poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. Informações importantes
Exceção: pajem. Formas variantes são formas duplas ou múltiplas, equi-
valentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/relampar/
 Terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, relampadar.
litígio, relógio, refúgio. Os símbolos das unidades de medida são escritos sem
 Verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plural,
fugir, mugir. sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km,
 Depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, 120km/h.
surgir. Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.
 Depois da letra “a”, desde que não seja radical
terminado com j: ágil, agente. Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve
haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min,
São escritas com J e não G 14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e
 Palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. quatro segundos).
 Palavras de origem árabe, africana ou exótica: ji- O símbolo do real antecede o número sem espaço:
boia, manjerona. R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra
 Palavras terminadas com aje: ultraje. vertical ($).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
D) O fonema ch SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
São escritas com X e não CH Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
 Palavras de origem tupi, africana ou exótica: aba- reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
caxi, xucro. Paulo: Saraiva, 2010.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro
SITE -ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
tografia O hífen é suprimido quando para formar outros ter-
mos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
1.2 Hífen
#FICADICA
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para Lembrete da Zê!
ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi- Ao separar palavras na translineação (mudança de li-
dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos nha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por
(ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti
translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se- -inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima
parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro). linha escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as linhas).

A) Uso do hífen que continua depois da Reforma B) Não se emprega o hífen:


Ortográfica: 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
1. Em palavras compostas por justaposição que formam termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antir-
para formam um novo significado: tio-avô, porto-alegrense, religioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia,
luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda-feira, conta-gotas, microrradiografia, etc.
guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, azul-escuro.
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora-
vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoes-
menina, erva-doce, feijão-verde.
trada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoes-
cola, infraestrutura, etc.
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re-
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém-
3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
-casado.
“dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” inicial: de-
sumano, inábil, desabilitar, etc.
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo
4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando
uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de-
meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará. o segundo elemento começar com “o”: cooperação, coo-
brigação, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir,
5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- etc.
Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações
históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram no-
etc. ção de composição: pontapé, girassol, paraquedas, para-
quedista, etc.
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su-
per- quando associados com outro termo que é iniciado 6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: ben-
por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc. feito, benquerer, benquerido, etc.

7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, FIQUE ATENTO!


ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito. Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas correspon-
dentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte,
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado,
pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc. pressuposto, propor.
Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccio-
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra- so, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-
ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. -humano, super-realista, alto-mar.
Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma, antis-
10. Nas formações em que o prefixo tem como se- séptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante, ultras-
gundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, som, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus, autoa-
geo--história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, juda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
super-homem.

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LÍNGUA PORTUGUESA

EXERCÍCIOS COMENTADOS Questão que envolve ortografia.


I. O cidadão se dirigia para sua SEÇÃO eleitoral. (setor)
1. (TRE/MS - Estágio – Jornalismo – Superior - TRE/ II. A zona eleitoral ficava A CERCA DE 200 metros de
MS – 2014) De acordo com a nova ortografia, assinale o um posto policial. (= aproximadamente)
item em que todas as palavras estão corretas: III. O condutor do automóvel INFRINGIU a lei seca. (re-
a) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial. lacione com infrator)
b) supracitado – semi-novo – telesserviço. IV. Foi encontrada uma VULTOSA soma de dinheiro no
c) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som. carro. (de grande vulto, volumoso)
d) contrarregra – autopista – semi-aberto. V. O policial anunciou o FLAGRANTE delito. (relacione
e) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor. com “pego no flagra”)
Correção: Seção / a cerca de / infringiu / vultosa / flagrante
Em a: autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = GABARITO OFICIAL: D
correta
3. (PRODAM – Auxiliar - Motorista – Fundamental
Em b: supracitado – semi-novo – telesserviço = semi-
- FUNCAB/2014) Uma das palavras abaixo deve se preen-
novo
chida com SS. Aponte-a.
Em c: ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som =
a) a__ociação
hidroelétrica, ultrassom b) a__ude
Em d: contrarregra – autopista – semi-aberto = semia- c) diver__ão
berto d) e__eção
Em e: contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = in- e) in__êndio
fraestrutura Em a: aSSociação
GABARITO OFICIAL: A Em b: aÇude
Em c: diverSão
2. (CASAL/AL - Administrador de Rede – Superior - Em d: eXCeção
COPEVE/UFAL/2014) Em e: inCêndio
GABARITO OFICIAL: A

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

SITE
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
tografia

PONTUAÇÃO

Armandinho, personagem do cartunista Alexandre


Os sinais de pontuação são marcações gráficas que
Beck, sabe perfeitamente empregar os parônimos “cestas”
servem para compor a coesão e a coerência textual, além
“sestas” e “sextas”. Quanto ao emprego de parônimos, da-
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas.
das as frases abaixo,
Um texto escrito adquire diferentes significados quando
I. O cidadão se dirigia para sua _____________ eleitoral.
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação
II. A zona eleitoral ficava ___________ 200 metros de um depende, em certos momentos, da intenção do autor do
posto policial. discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente
III. O condutor do automóvel __________ a lei seca. relacionados ao contexto e ao interlocutor.
IV. Foi encontrada uma __________ soma de dinheiro no
carro. 1.1 Principais funções dos sinais de pontuação
V. O policial anunciou o __________ delito.
Assinale a alternativa cujos vocábulos preenchem cor- A) Ponto (.)
retamente as lacunas das frases.
a) seção, acerca de, infligiu, vultosa, fragrante.  Indica o término do discurso ou de parte dele,
b) seção, acerca de, infligiu, vultuosa, flagrante. encerrando o período.
c) sessão, a cerca de, infringiu, vultosa, fragrante.  Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com-
d) seção, a cerca de, infringiu, vultosa, flagrante. panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de pe-
e) sessão, a cerca de, infligiu, vultuosa, flagrante. ríodo, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto

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LÍNGUA PORTUGUESA

de abreviatura marca, também, o fim de período. Exemplo: F) Reticências (...)


Estudei português, matemárica, constitucional, etc. (e não
“etc..”)  Indica que palavras foram suprimidas: Comprei
 Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do lápis, canetas, cadernos...
ponto, assim como após o nome do autor de uma citação:  Indica interrupção violenta da frase.
Haverá eleições em outubro “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão  Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este
Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) mal... pega doutor?
 Os números que identificam o ano não utilizam  Indica que o sentido vai além do que foi dito: Dei-
ponto nem devem ter espaço a separá-los, bem como os xa, depois, o coração falar...
números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250.
G) Vírgula (,)
B) Ponto e Vírgula ( ; )
Não se usa vírgula
 Separa várias partes do discurso, que têm a mes- Separando termos que, do ponto de vista sintático, li-
ma importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos gam-se diretamente entre si:
dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo 1. Entre sujeito e predicado:
pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...” Todos os alunos da sala foram advertidos.
(VIEIRA) Sujeito predicado
 Separa partes de frases que já estão separadas
por vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, 2. Entre o verbo e seus objetos:
montanhas, frio e cobertor. O trabalho custou sacrifício aos
 Separa itens de uma enumeração, exposição de realizadores.
motivos, decreto de lei, etc. V.T.D.I. O.D. O.I.
Ir ao supermercado;
Pegar as crianças na escola; Usa-se a vírgula:
Caminhada na praia;
Reunião com amigos. 1. Para marcar intercalação:
A) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun-
C) Dois pontos (:) dância, vem caindo de preço.
B) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
 Antes de uma citação produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: C) das expressões explicativas ou corretivas: As indús-
 Antes de um aposto trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à querem abrir mão dos lucros altos.
tarde e calor à noite.
 Antes de uma explicação ou esclarecimento 2. Para marcar inversão:
Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo A) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
a rotina de sempre. Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe-
 Em frases de estilo direto chadas.
Maria perguntou: B) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
- Por que você não toma uma decisão? pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
C) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
D) Ponto de Exclamação (!) maio de 1982.

 Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, 3. Para separar entre si elementos coordenados (dis-
susto, súplica, etc. postos em enumeração):
Sim! Claro que eu quero me casar com você! Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
 Depois de interjeições ou vocativos A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
Ai! Que susto!
João! Há quanto tempo! 4. Para marcar elipse (omissão) do verbo:
Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
E) Ponto de Interrogação (?)
5. Para isolar:
 Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. A) o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasi-
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze- leira, possui um trânsito caótico.
vedo) B) o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observações: Correções realizadas:


Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expressão Em a: Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre
latina et coetera, que significa “e outras coisas”, seria dis- verbo e seu complemento (objeto)
pensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo Em b: Naquela noite os Stevensens prometeram servir
ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. bifes e lagostas aos vizinhos. = não há vírgula entre verbo
predecido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer, etc. e seu complemento (objeto)
Em c: Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas
As perguntas que denotam surpresa podem ter com- para Hagar e Helga.
binados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você Em d: “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse
Hagar à Helga.
falou isso para ela?!
Em e: Helga chegou com o recado: fomos convidados,
pelos Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
Temos, ainda, sinais distintivos:
GABARITO OFICIAL: E
 a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), se-
paração de siglas (IOF/UPC); 2. (Caixa Econômica Federal – Médico do Trabalho –
 os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas Superior - CESPE/2014 - adaptada)
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas al-
aos parênteses, principalmente na matemática; coólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns em todo
 o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula
uma nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um logo após a palavra “vinhos”.
nome que não se quer mencionar. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predicado,
EXERCÍCIOS COMENTADOS a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo do su-
jeito (2), ou algum termo que requeira estar separado entre
1. (SAAE/SP - Fiscal Leiturista – Médio - VUNESP - pontuações, como abaixo:
2014) O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa!
Os meninos, ansiosos (2), chegaram!
GABARITO OFICIAL: CERTO

3. (PRODAM/AM – Assistente – Médio - FUN-


CAB/2014) Em apenas uma das opções a vírgula foi corre-
tamente empregada. Assinale-a.
a) No dia seguinte, estavam todos cansados.
b) Romperam a fita da vitória, os dois atletas.
c) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas per-
plexas.
d) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fun-
damental.
e) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque-
na parte do território.
Em a: No dia seguinte, estavam todos cansados. = cor-
reta
Em b: Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não
se separa sujeito do predicado (o sujeito está no final).
Em c: Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas
perplexas = não se separa sujeito do predicado.
Em d: A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e
Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, a fundamental = não se separa sujeito do predicado.
Em e: As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em pe-
pontuação está correta em:
quena parte do território. = não se separa sujeito do pre-
a) Hagar disse, que não iria.
dicado
b) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bi-
GABARITO OFICIAL: A
fes e lagostas, aos vizinhos.
c) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
para Hagar e Helga Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
d) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Ha- reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
gar à Helga. Paulo: Saraiva, 2010.
e) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
los Stevensens, para jantar bifes e lagostas. Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

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LÍNGUA PORTUGUESA

SITE 1.2.1 Regras fundamentais


http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu- A) Palavras oxítonas:
la.htm Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”,
“o”, “em”, seguidas ou não do plural(s):
Pará – café(s) – cipó(s) – Belém.
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
ACENTUAÇÃO Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
guidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
Quanto à acentuação, observamos que algumas pala- seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo
vras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se
dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por B) Paroxítonas:
isso, vamos às regras! Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
i, is: táxi – lápis – júri
Regras básicas us, um, uns: vírus – álbuns – fórum
l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax – fór-
A acentuação tônica está relacionada à intensidade ceps
com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sí- ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não
laba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos de “s”: água – pônei – mágoa – memória
intensidade, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi- #FICADICA
cadas como: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Repare que
esta palavra apresenta as terminações das paroxítonas que
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM = fórum), R, X,
a última sílaba. Ex.: café – coração – Belém – atum – caju –
Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
papel
C) Proparoxítona:
A palavra é proparoxítona quando a sua antepenúltima
Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai
sílaba é tônica (mais forte). Quanto à regra de acentuação:
na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – sapato
todas as proparoxítonas são acentuadas, independente-
– passível
mente de sua terminação: árvore, paralelepípedo, cárcere.
Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está 1.2.2 Regras especiais
na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano
– médico – ônibus Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
Há vocábulos que possuem mais de uma sílaba, mas de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente: palavras paroxítonas.
são os chamados monossílabos.
FIQUE ATENTO!
1.2 Os acentos Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos estive-
rem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu)
A) acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e ainda são acentuados: dói, escarcéu.
“i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras repre-
sentam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público.
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre Antes Agora
aberto: herói – médico – céu (ditongos abertos).
B) acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras assembléia assembleia
“a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado:
tâmara – Atlântico – pêsames – supôs . idéia ideia
C) acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” geléia geleia
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
D) trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi total- jibóia jiboia
mente abolido das palavras. Há uma exceção: é utiliza-
do em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: apóia (verbo apoiar) apoia
mülleriano (de Müller) paranóico paranoico
E) til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam
vogais nasais: oração – melão – órgão – ímã

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LÍNGUA PORTUGUESA

1.2.3 Acento Diferencial #FICADICA


Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos que, no
Representam os acentos gráficos que, pelas regras de plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais acento
acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para como antes: CRER, DAR, LER e VER.
diferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras Repare:
e/ou tempos verbais. Por exemplo: O menino crê em você. / Os meninos creem em você.
Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito Elza lê bem! / Todas leem bem!
de Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indica- Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que os
tivo do mesmo verbo). garotos deem o recado!
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas: Rubens vê tudo! / Eles veem tudo!
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada, Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se, tarde!
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição. As formas verbais que possuíam o acento tônico na
Os demais casos de acento diferencial não são mais raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de
utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substanti- “e” ou “i” não serão mais acentuadas:
vo), pelo (preposição). Seus significados e classes gramati-
cais são definidos pelo contexto. Antes Depois
Polícia para o trânsito para realizar blitz. = o primei-
ro “para” é verbo; o segundo, preposição (com relação de apazigúe (apaziguar) apazigue
finalidade). averigúe (averiguar) averigue
argúi (arguir) argui
#FicaDica
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa
Quando, na frase, der para substituir o “por” por “co-
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo
locar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
vir)
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: Faço isso por
A regra prevalece também para os verbos conter, obter,
você. / Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles
1.2.4 Regra do Hiato
obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm.
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, for a se- EXERCÍCIOS COMENTADOS
gunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá
acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís 1. (Prefeitura de São Paulo/SP – Auditor Fiscal Tri-
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan- butário Municipal – Superior - CETRO/2014 - adapta-
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, Lu-iz, da) Assinale a alternativa que contém duas palavras acen-
sa-ir, ju-iz tuadas conforme a mesma regra.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti- a) “Hambúrgueres” e “repórter”.
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha. b) “Inacreditáveis” e “repórter”.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem c) “Índice” e “dólares”.
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba d) “Inacreditáveis” e “atribuídos”.
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando e) “Atribuídos” e “índice”.
hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas): Em a: “Hambúrgueres” = proparoxítona / “repórter” =
paroxítona
Em b: “Inacreditáveis” = paroxítona / “repórter” = pa-
Antes Agora
roxítona
bocaiúva bocaiuva Em c: “Índice” = proparoxítona / “dólares” = proparo-
feiúra feiura xítona
Em d: “Inacreditáveis” = paroxítona / “atribuídos” = re-
Sauípe Sauipe
gra do hiato
Em e: “Atribuídos” = regra do hiato / “índice” = propa-
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi roxítona
abolido: GABARITO OFICIAL: B

Antes Agora 2. (SEFAZ/RS – Auditor Fiscal da Receita Federal –


Superior - FUNDATEC/2014 - adaptada)
crêem creem Analise as afirmações que são feitas sobre acentuação
lêem leem gráfica.
vôo voo I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
enjôo enjoo portuguesa.

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LÍNGUA PORTUGUESA

II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá- Observe outros exemplos:
rios’ e ‘país’ não é a mesma.
III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente. de águia aquilino
IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em de aluno discente
situação de uso, quanto à flexão de número.
Quais estão corretas? de anjo angelical
a) Apenas I e III. de ano anual
b) Apenas II e IV.
de aranha aracnídeo
c) Apenas I, II e IV.
d) Apenas II, III e IV. de boi bovino
e) I, II, III e IV. de cabelo capilar
I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
de cabra caprino
seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
portuguesa = teremos “transito” e “especifico” – serão ver- de campo campestre ou rural
bos (correta) de chuva pluvial
II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
rios’ e ‘país’ não é a mesma = vários é paroxítona termina- de criança pueril
da em ditongo; país é a regra do hiato (correta) de dedo digital
III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente = há de estômago estomacal ou gástrico
um hiato, por isso a acentuação (da - í) = incorreta.
IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em de falcão falconídeo
situação de uso, quanto à flexão de número = “vêm” é uti- de farinha farináceo
lizado para a terceira pessoa do plural (correta) de fera ferino
GABARITO OFICIAL: C
de ferro férreo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS de fogo ígneo
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
de garganta gutural
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- de gelo glacial
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São de guerra bélico
Paulo: Saraiva, 2010.
de homem viril ou humano
SITE de ilha insular
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao. de inverno hibernal ou invernal
htm
de lago lacustre
de leão leonino
de lebre leporino
CLASSES DE PALAVRAS E SUAS FLEXÕES
de lua lunar ou selênico
de madeira lígneo
1.1 Adjetivo de mestre magistral
É a palavra que expressa uma qualidade ou caracterís- de ouro áureo
tica do ser e se relaciona com o substantivo, concordando de paixão passional
com este em gênero e número.
de pâncreas pancreático
As praias brasileiras estão poluídas.
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de porco suíno ou porcino
(plural e feminino, pois concordam com “praias”). dos quadris ciático
de rio fluvial
1.1.2 Locução adjetiva
de sonho onírico
Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne- de velho senil
cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma
coisa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição + subs- de vento eólico
tantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locução Ad- de vidro vítreo ou hialino
jetiva (expressão que equivale a um adjetivo). Por exemplo: de virilha inguinal
aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio (paixão
desenfreada). de visão óptico ou ótico

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observação:
Nem toda locução adjetiva possui um adjetivo correspondente, com o mesmo significado. Por exemplo: Vi as alunas
da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.

1.1.3 Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):

O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como
adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).

1.1.4 Adjetivo Pátrio (ou gentílico)

Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe alguns deles:

Estados e cidades brasileiras:

Alagoas alagoano
Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense
Amazonas amazonense ou baré
Belo Horizonte belo-horizontino
Brasília brasiliense
Cabo Frio cabo-friense
Campinas campineiro ou campinense

1.1.4.1 Adjetivo Pátrio Composto

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:

África afro- / Cultura afro-americana


Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

1.1.5 Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.

1.1.5.1 Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:

38
LÍNGUA PORTUGUESA

A) Biformes - têm duas formas, sendo uma para o 1.1.5.3 Grau do Adjetivo
masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a inten-
feminino somente o último elemento: o moço norte-ameri- sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo:
cano, a moça norte-americana. o comparativo e o superlativo.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda. A) Comparativo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
B) Uniformes - têm uma só forma tanto para o mas- buída a dois ou mais seres ou duas ou mais características
culino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz. atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igual-
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no dade, de superioridade ou de inferioridade.
feminino: conflito político-social e desavença político-social. Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da
1.1.5.2 Número dos Adjetivos comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
quão.
A) Plural dos adjetivos simples
Os adjetivos simples se flexionam no plural de acor- Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
do com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos rioridade Analítico
substantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e No comparativo de superioridade analítico, entre os
ruins, boa e boas. dois substantivos comparados, um tem qualidade supe-
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do
função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que” ou “mais...que”.
que estiver qualificando um elemento for, originalmente,
um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe-
a palavra cinza é, originalmente, um substantivo; porém, rioridade Sintético
se estiver qualificando um elemento, funcionará como ad-
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de
jetivo. Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos
superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São
cinza.
eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior,
Veja outros exemplos:
grande/maior, baixo/inferior.
Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Observe que:
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
 As formas menor e pior são comparativos de su-
perioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau,
B) Adjetivo Composto respectivamente.
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor-  Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéti-
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas cas (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações
o último elemento concorda com o substantivo a que se feitas entre duas qualidades de um mesmo elemento, de-
refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso ve-se usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja grande e mais pequeno. Por exemplo:
um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto fi- Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
cará invariável. Por exemplo: a palavra “rosa” é, original- mentos.
mente, um substantivo, porém, se estiver qualificando um Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
elemento, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra duas qualidades de um mesmo elemento.
palavra por hífen, formará um adjetivo composto; como é Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Infe-
um substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro fi- rioridade
cará invariável. Veja: Sou menos passivo (do) que tolerante.
Camisas rosa-claro.
Ternos rosa-claro. B) Superlativo
Olhos verde-claros. O superlativo expressa qualidades num grau muito ele-
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. vado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou relativo e
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. apresenta as seguintes modalidades:
B.1 Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade
Observação: de um ser é intensificada, sem relação com outros seres.
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer ad- Apresenta-se nas formas:
jetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre inva-  Analítica: a intensificação é feita com o auxílio
riáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, vestidos de palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por
cor-de-rosa. exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois elemen-  Sintética: nessa, há o acréscimo de sufixos. Por
tos flexionados: crianças surdas-mudas. exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.

39
LÍNGUA PORTUGUESA

Observe alguns superlativos sintéticos: Estudei bastante. = modificando o verbo estudei


Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio
benéfico - beneficentíssimo (bem)
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um ad-
bom - boníssimo ou ótimo jetivo (claros)
comum - comuníssimo
cruel - crudelíssimo Quando modifica um verbo, o advérbio pode acres-
centar ideia de:
difícil - dificílimo
Tempo: Ela chegou tarde.
doce - dulcíssimo Lugar: Ele mora aqui.
fácil - facílimo Modo: Eles agiram mal.
Negação: Ela não saiu de casa.
fiel - fidelíssimo
Dúvida: Talvez ele volte.

B.2 Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade
de um ser é intensificada em relação a um conjunto de se- 1.2.1 Flexão do Advérbio
res. Essa relação pode ser:
 De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não
todas. apresentam variação em gênero e número. Alguns ad-
 De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de vérbios, porém, admitem a variação em grau. Observe:
todas. A) Grau Comparativo
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo
FIQUE ATENTO!
modo que o comparativo do adjetivo:
O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, an-  de igualdade: tão + advérbio + quanto (como):
tepostos ao adjetivo. Renato fala tão alto quanto João.
O superlativo absoluto sintético se apresenta sob duas  de inferioridade: menos + advérbio + que (do
formas: uma erudita - de origem latina - outra popular - que): Renato fala menos alto do que João.
de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo  de superioridade:
radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou A.1 Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma popular fala mais alto do que João.
é constituída do radical do adjetivo português + o sufixo A.2 Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato
-íssimo: pobríssimo, agilíssimo. fala melhor que João.
Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- B) Grau Superlativo
nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio O superlativo pode ser analítico ou sintético:
– cheíssimo.
B.1 Analítico: acompanhado de outro advérbio: Re-
nato fala muito alto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São de modo
Paulo: Saraiva, 2010. B.2 Sintético: formado com sufixos: Renato fala al-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa tíssimo.
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Observação:
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são
comuns na língua popular.
SITE Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32. A criança levantou cedinho. (muito cedo)
php
1.2.2 Classificação dos Advérbios
1.2 Advérbio

Compare estes exemplos: De acordo com a circunstância que exprime, o advér-


O ônibus chegou. bio pode ser de:
O ônibus chegou ontem. A) Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá,
atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí,
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sen- abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures,
tido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de tempo, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, exter-
de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e do próprio namente, a distância, à distância de, de longe, de perto,
advérbio. em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta.

40
LÍNGUA PORTUGUESA

B) Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, #FICADICA


amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, Como saber se a palavra bastante é advérbio (não
doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en- varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia, sofre
fim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes, flexão)? Se der, na frase, para substituir o “bastante” por
imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessiva- “muito”, estamos diante de um advérbio; se der para subs-
mente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de tituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja:
vez em quando, de quando em quando, a qualquer momen- 1. Estudei bastante para o concurso. (estudei muito, pois
to, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia. “muitos” não dá!). = advérbio
C) Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depres- 2. Estudei bastantes capítulos para o concurso. (estudei
sa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à muitos capítulos) = pronome indefinido
toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse
modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, 1.2.4 Advérbios Interrogativos
a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como?
“-mente”: calmamente, tristemente, propositadamente, pa-
por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes
cientemente, amorosamente, docemente, escandalosamen-
às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja:
te, bondosamente, generosamente.
D) Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efe-
tivamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente. Interrogação Direta Interrogação
E) Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, Indireta
de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
F) Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel-
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe. Onde mora? Indaguei onde
G) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em exces- morava.
so, bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tan-
to, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de Por que choras? Não sei por que choras.
todo, de muito, por completo, extremamente, intensamente, Aonde vai? Perguntei aonde ia.
grandemente, bem (quando aplicado a propriedades gra-
duáveis). Donde vens? Pergunto donde vens.
H) Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, so-
Quando voltas? Pergunto quando voltas.
mente, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Brando,
o vento apenas move a copa das árvores.
I) Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, tam- 1.2.5 Locução Adverbial
bém. Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante
Quando há duas ou mais palavras que exercem função
a adolescência.
de advérbio, temos a locução adverbial, que pode expres-
J) Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por
sar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordinaria-
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus
mente por uma preposição. Veja:
amigos por comparecerem à festa. A) lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para
dentro, por aqui, etc.
Saiba que: B) afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se C) modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei geral, frente a frente, etc.
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos D) tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde,
tarde possível. hoje em dia, nunca mais, etc.
Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente,
em geral sufixamos apenas o último: Por exemplo: O aluno FIQUE ATENTO!
respondeu calma e respeitosamente. A locução adverbial e o advérbio modificam o verbo, o
adjetivo e outro advérbio:
1.2.3 Distinção entre Advérbio e Pronome Indefi- Chegou muito cedo. (advérbio)
nido Joana é muito bela. (adjetivo)
De repente correram para a rua. (verbo)
Há palavras como muito, bastante, que podem apare-
cer como advérbio e como pronome indefinido. Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advérbio:
Cheguei primeiro.

41
LÍNGUA PORTUGUESA

Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução No caso de os nomes próprios personativos estarem
adverbial desempenham na oração a função de adjunto no plural, são determinados pelo uso do artigo:
adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân- Os Maias, os Incas, Os Astecas...
cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio.
Exemplo: Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a)
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad- para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o
verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”) artigo), o pronome assume a noção de qualquer.
Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi- Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
dade e de tempo, respectivamente. Toda classe possui alunos interessados e desinteressa-
dos. (qualquer classe)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São cultativo:
Paulo: Saraiva, 2010. Preparei o meu curso. Preparei meu curso.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. A utilização do artigo indefinido pode indicar uma
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa ideia de aproximação numérica:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. O máximo que ele deve ter é uns vinte anos.
SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf75. O artigo também é usado para substantivar palavras
php pertencentes a outras classes gramaticais:
Não sei o porquê de tudo isso.
1.3 Artigo
1.3.2 Há casos em que o artigo definido não pode
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo- ser usado:
se como o termo variável que serve para individualizar ou Antes de nomes de cidade e de pessoas conhecidas:
O professor visitará Roma.
generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
(masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
Roma.
“uma”[s] e “uns]).
A) Artigos definidos – São aqueles usados para indi-
Antes de pronomes de tratamento:
car seres determinados, expressos de forma individual: Vossa Senhoria sairá agora?
O concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam Exceção: O senhor vai à festa?
muito.
B) Artigos indefinidos – São aqueles usados para in- Após o pronome relativo “cujo” e suas variações:
dicar seres de modo vago, impreciso: Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?
Uma candidata foi aprovada! Umas candidatas foram Este é o candidato cuja nota foi a mais alta.
aprovadas!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.3.1 Circunstâncias em que os artigos se manifes- Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
tam: reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
numeral “ambos”: ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SAC-
Ambos os concursos cobrarão tal conteúdo. CONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi.
30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
artigo, outros não: reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... Paulo: Saraiva, 2010.

Quando indicado no singular, o artigo definido pode SITE


indicar toda uma espécie: http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm
O trabalho dignifica o homem.
1.4 Conjunção
No caso de nomes próprios personativos, denotando
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso Além da preposição, há outra palavra também invariá-
do artigo: vel que, na frase, é usada como elemento de ligação: a con-
Marcela é a mais extrovertida das irmãs. junção. Ela serve para ligar duas orações ou duas palavras
O Pedro é o xodó da família. de mesma função em uma oração:

42
LÍNGUA PORTUGUESA

O concurso será realizado nas cidades de Campinas e D) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
São Paulo. que expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas:
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito. logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por
isso, assim.
1.4.1 Morfossintaxe da Conjunção Marta estava bem preparada para o teste, portanto não
ficou nervosa.
As conjunções, a exemplo das preposições, não exer- Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão.
cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
E) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas:
1.4.2 Classificação da Conjunção
que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.
Não demore, que o filme já vai começar.
De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as Falei muito, pois não gosto do silêncio!
conjunções podem ser classificadas em coordenativas e
subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados 1.4.2.2 Conjunções Subordinativas
pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse iso-
lamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas
sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo dependente da outra. A oração dependente, introduzida
caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção de- pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de ora-
pende da existência do outro. Veja: ção subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado
Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo. quando ela chegou.
Podemos separá-las por ponto: O baile já tinha começado: oração principal
Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo. quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal)
ela chegou: oração subordinada
Temos acima um exemplo de conjunção (e, conse-
quentemente, orações coordenadas) coordenativa – “mas”. As conjunções subordinativas subdividem-se em inte-
Já em: grantes e adverbiais:
1.4.2.2.1 Integrantes - Indicam que a oração subor-
Espero que eu seja aprovada no concurso!
dinada por elas introduzida completa ou integra o sentido
Não conseguimos separar uma oração da outra, pois a
da principal. Introduzem orações que equivalem a substan-
segunda “completa” o sentido da primeira (da oração prin-
tivos, ou seja, as orações subordinadas substantivas. São
cipal): elas: que, se.
Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período temos uma Quero que você volte. (Quero sua volta)
oração subordinada substantiva objetiva direta (ela exerce
a função de objeto direto do verbo da oração principal). 1.4.2.2.2 Adverbiais - Indicam que a oração subordi-
nada exerce a função de adjunto adverbial da principal. De
1.4.2.1 Conjunções Coordenativas acordo com a circunstância que expressam, classificam-se
em:
São aquelas que ligam orações de sentido completo A) Causais: introduzem uma oração que é causa da
e independente ou termos da oração que têm a mesma ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como
função gramatical. Subdividem-se em: (= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez
A) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando que, porquanto, já que, desde que, etc.
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e não), Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
não só... mas também, não só... como também, bem como,
não só... mas ainda. B) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
A sua pesquisa é clara e objetiva. ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua
realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se
Não só dança, mas também canta.
bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto,
etc.
B) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, ex-
Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
pressando ideia de contraste ou compensação. São elas:
mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não C) Condicionais: introduzem uma oração que indica
obstante. a hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui. elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde
que, a menos que, sem que, etc.
C) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressan- Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
do ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se
realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... #FICADICA
já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez. Você deve ter percebido que a conjunção condicional
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário. “se” também é conjunção integrante. A diferença é clara ao

43
LÍNGUA PORTUGUESA

ler as orações que são introduzidas por ela. Acima, ela nos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
dá a ideia da condição para que recebamos um telefonema SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
(se for preciso ajuda). Já na oração: Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Não sei se farei o concurso... Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
Não há ideia de condição alguma, há? Outra coisa: o reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
verbo da oração principal (sei) pede complemento (objeto Paulo: Saraiva, 2010.
direto, já que “quem não sabe, não sabe algo”). Portanto, Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
a oração em destaque exerce a função de objeto direto da ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
oração principal, sendo classificada como oração subordi- SITE
nada substantiva objetiva direta. http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
D) Conformativas: introduzem uma oração que expri- php
me a conformidade de um fato com outro. São elas: confor-
me, como (= conforme), segundo, consoante, etc. 1.5 Interjeição
O passeio ocorreu como havíamos planejado.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
E) Finais: introduzem uma oração que expressa a fina- ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin-
lidade ou o objetivo com que se realiza a oração principal. guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de
São elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que), maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim
que, etc. a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor-
Toque o sinal para que todos entrem no salão. rente de uma situação particular, um momento ou um con-
texto específico. Exemplos:
F) Proporcionais: introduzem uma oração que expres- Ah, como eu queria voltar a ser criança!
sa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência do ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
expresso na principal. São elas: à medida que, à proporção Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
que, ao passo que e as combinações quanto mais... (mais), hum: expressão de um pensamento súbito = interjei-
quanto menos... (menos), quanto menos... (mais), quanto ção
menos... (menos), etc.
O preço fica mais caro à medida que os produtos escas- O significado das interjeições está vinculado à maneira
seiam. como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o senti-
Observação: do que a expressão vai adquirir em cada contexto em que
São incorretas as locuções proporcionais à medida em for utilizada. Exemplos:
que, na medida que e na medida em que. Psiu!
contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua
G) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando!
uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração Ei, espere!”
principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que,
logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim Psiu!
que, agora que, mal (= assim que), etc. contexto: alguém pronunciando em um hospital; sig-
A briga começou assim que saímos da festa. nificado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!”

H) Comparativas: introduzem uma oração que expres- Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
sa ideia de comparação com referência à oração principal. puxa: interjeição; tom da fala: euforia
São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)... como,
tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual, Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
que nem, que (combinado com menos ou mais), etc. puxa: interjeição; tom da fala: decepção
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
I) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa A) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo ale-
a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo gria, tristeza, dor, etc.
que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que Ah, deve ser muito interessante!
(tendo como antecedente na oração principal uma palavra B) Sintetizar uma frase apelativa.
como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. Cuidado! Saia da minha frente.
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do
exame. As interjeições podem ser formadas por:
 simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
FIQUE ATENTO!  palavras: Oba! Olá! Claro!
Muitas conjunções não têm classificação única, imutá-  grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu
vel, devendo, portanto, ser classificadas de acordo com o Deus! Ora bolas!
sentido que apresentam no contexto (grifo da Zê!).

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LÍNGUA PORTUGUESA

1.5.1 Classificação das Interjeições 3. A interjeição pode ser considerada uma “palavra-
frase” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Por
Comumente, as interjeições expressam sentido de: exemplo:
A) Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique quieto!
Atenção! Olha! Alerta!
B) Afugentamento: Fora! Passa! Rua! 4. Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
C) Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: Miau!
D) Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-
E) Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem! quá!, etc.
Ânimo! Adiante!
F) Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva! 5. Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
G) Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
H) Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamen-
tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do “oh!” exclamativo
te! Essa não! Chega! Basta!
e não a fazemos depois do “ó” vocativo. Por exemplo:
I) Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira
“Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Deus!
J) Desculpa: Perdão! Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
K) Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena!
L) Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
M) Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
N) Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
Pô! Ora! – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa
O) Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade! Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
P) Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! SITE
Viva! Olá! Alô! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus! http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
Q) Silêncio: Psiu! Silêncio! php
R) Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
1.6 Numeral
Saiba que:
As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não Numeral é a palavra variável que indica quantidade
sofrem variação em gênero, número e grau como os no- numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes-
mes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa determi-
como os verbos. No entanto, em uso específico, algumas nada sequência.
interjeições sofrem variação em grau. Não se trata de um
processo natural desta classe de palavra, mas tão só uma FIQUE ATENTO!
variação que a linguagem afetiva permite. Exemplos: oizi- Os numerais traduzem, em palavras, o que os números
nho, bravíssimo, até loguinho. indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão
é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se trata de nu-
1.5.2 Locução Interjetiva merais, mas sim de algarismos.
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala-
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus!
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exclama- proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
tivo torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise dúzia, par, ambos(as), novena.
dos termos que a compõem: Macacos me mordam!, Valha-
me Deus!, Quem me dera! 1.6.1 Classificação dos Numerais

#FICADICA A) Cardinais: indicam quantidade exata ou determi-


1. As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. nada de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais têm
Por exemplo: sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia, dé-
Ué! (= Eu não esperava por essa!) cada, bimestre.
Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe.) B) Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém
ou alguma coisa ocupa numa determinada sequência: pri-
2. Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é meiro, segundo, centésimo, etc.
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes
gramaticais podem aparecer como interjeições. Por exem- # FicaDica
plo: As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
Viva! Basta! (Verbos) final e penúltimo também indicam posição dos seres, mas
Fora! Francamente! (Advérbios) são classificadas como adjetivos, não ordinais.

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LÍNGUA PORTUGUESA

C) Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por
seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc. dois zeros, usa-se o “e”:
D) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação Seu salário será de mil e quinhentos reais. (R$1.500,00)
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au- Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)
mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
1.6.2 Flexão dos numerais décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/ venha depois do substantivo;
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du-
zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro- Ordinais Cardinais
centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
são invariáveis.
Os numerais ordinais variam em gênero e número: D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
primeiro segundo milésimo Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)

primeira segunda milésima Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

primeiros segundos Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido


milésimos como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)

#FICADICA
primeiras segundas
Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por associa-
milésimas
ção. Ficará mais fácil!

Os numerais multiplicativos são invariáveis quando Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o or-
atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço dinal até nono e o cardinal de dez em diante:
e conseguiram o triplo de produção. Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses tri-
plas do medicamento. Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se re-
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e fere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/ “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empregados
duas terças partes. para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma
Sua utilização exige a presença do artigo posposto: Ambos
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O arti-
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau
go só é dispensado caso haja um pronome demonstrativo:
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
sentido. É o que ocorre em frases como: Ambos esses ministros falarão à imprensa.
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade! 1.6.4 Função sintática do Numeral
O time está arriscado por ter caído na segundona. (=
segunda divisão de futebol) O numeral tem mais de uma função sintática: se na
oração analisada seu papel é de adjetivo, o numeral as-
1.6.3 Emprego e Leitura dos Numerais sumirá a função de adjunto adnominal; se fizer papel de
substantivo, pode ter a função de sujeito, objeto direto ou
Os numerais são escritos em conjunto de três algaris- indireto.
mos, contados da direita para a esquerda, em forma de Visitamos cinco casas, mas só gostamos de duas.
centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma Objeto direto = cinco casas
separação através de ponto ou espaço correspondente a Núcleo do objeto direto = casas
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456. Adjunto adnominal = cinco
Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar Objeto indireto = de duas
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem Núcleo do objeto indireto = duas
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
No português contemporâneo, não se usa a conjunção
“e” após “mil”, seguido de centena:
Nasci em mil novecentos e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários

um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto catorze avos
quinze décimo quinto quinze avos
dezesseis décimo sexto dezesseis avos
dezessete décimo sétimo dezessete avos
dezoito décimo oitavo dezoito avos
dezenove décimo nono dezenove avos
vinte vigésimo vinte avos
trinta trigésimo trinta avos
quarenta quadragésimo quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo sessenta avos
setenta septuagésimo setenta avos
oitenta octogésimo oitenta avos
noventa nonagésimo noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

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LÍNGUA PORTUGUESA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A matéria que estudei é fácil!


SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Irei à festa sozinha.
Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo: Entregamos a flor à professora!
Saraiva, 2010. o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lu-
SITE gar e/ou a função de um substantivo.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40. Nós trouxemos a apostila. = Nós a trouxemos.
php
1.7.2 Relações semânticas (= de sentido) estabeleci-
1.7 Preposição
das por meio das preposições:
Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar
termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normal-
Destino = Irei a Salvador.
mente há uma subordinação do segundo termo em relação
ao primeiro. As preposições são muito importantes na estru- Modo = Saiu aos prantos.
tura da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem Lugar = Sempre a seu lado.
valores semânticos indispensáveis para a compreensão do Assunto = Falemos sobre futebol.
texto. Tempo = Chegarei em instantes.
Causa = Chorei de saudade.
Fim ou finalidade = Vim para ficar.
1.7.1 Tipos de Preposição
Instrumento = Escreveu a lápis.
Posse = Vi as roupas da mamãe.
A) Preposições essenciais: palavras que atuam exclusi-
vamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, Autoria = livro de Machado de Assis
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, Companhia = Estarei com ele amanhã.
atrás de, dentro de, para com. Matéria = copo de cristal.
B) Preposições acidentais: palavras de outras classes Meio = passeio de barco.
gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja, Origem = Nós somos do Nordeste.
formadas por uma derivação imprópria: como, durante, ex- Conteúdo = frascos de perfume.
ceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto. Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
C) Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valen- Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
do como uma preposição, sendo que a última palavra é uma
(preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas locu-
respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em fren- ções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução prepo-
te a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa sitiva por trás de.
de, por cima de, por trás de.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A preposição é invariável, no entanto pode unir-se a ou- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
tras palavras e, assim, estabelecer concordância em gênero Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
ou em número. Exemplo: por + o = pelo por + a = pela. Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
Essa concordância não é característica da preposição, reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
mas das palavras às quais ela se une. Paulo: Saraiva, 2010.
Esse processo de junção de uma preposição com outra Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
palavra pode se dar a partir dos processos de: ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
 Combinação: união da preposição “a” com o ar-
tigo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os SITE
vocábulos não sofrem alteração. http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
 Contração: união de uma preposição com outra
palavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de +
1.8 Pronome
o = do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = daque-
Pronome é a palavra variável que substitui ou acom-
le, em + isso = nisso.
 Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” preposi- panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma
ção + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do pro- forma.
nome “aquilo”). O homem julga que é superior à natureza, por isso o
homem destrói a natureza...
#FICADICA Utilizando pronomes, teremos:
O “a” pode funcionar como preposição, pronome pes- O homem julga que é superior à natureza, por isso ele
soal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” seja a destrói...
um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo para Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de termos
determiná-lo como um substantivo singular e feminino. (homem e natureza).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Grande parte dos pronomes não possuem significados 1.ª pessoa do singular: eu
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro 2.ª pessoa do singular: tu
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- 3.ª pessoa do singular: ele, ela
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos 1.ª pessoa do plural: nós
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro- 2.ª pessoa do plural: vós
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes 3.ª pessoa do plural: eles, elas
têm por função principal apontar para as pessoas do dis-
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação FIQUE ATENTO!
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, Esses pronomes não costumam ser usados como com-
os pronomes apresentam uma forma específica para cada plementos verbais na língua-padrão. Frases como “Vi ele
pessoa do discurso. na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até aqui”,
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. comuns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na lín-
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] gua formal escrita ou falada. Na língua formal, devem ser
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? usados os pronomes oblíquos correspondentes: “Vi-o na
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-me até aqui”.
fala]
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. #FICADICA
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem Frequentemente observamos a omissão do pronome
se fala] reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias
formas verbais marcam, através de suas desinências, as
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- boa viagem. (Nós)
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência
através do pronome seja coerente em termos de gênero B) Pronome Oblíquo
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
sentença, exerce a função de complemento verbal (ob-
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.
jeto direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto in-
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos-
direto)
sa escola neste ano.
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância
Observação:
adequada]
O pronome oblíquo é uma forma variante do pronome
[neste: pronome que determina “ano” = concordância
pessoal do caso reto. Essa variação indica a função diversa
adequada]
que eles desempenham na oração: pronome reto marca o
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- sujeito da oração; pronome oblíquo marca o complemento
dância inadequada] da oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. tônicos.
1.8.1 Pronomes Pessoais B.1 Pronome Oblíquo Átono
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
São aqueles que substituem os substantivos, indicando são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve fraca: Ele me deu um presente.
assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os pronomes Lista dos pronomes oblíquos átonos
“tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se di- 1.ª pessoa do singular (eu): me
rige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à 2.ª pessoa do singular (tu): te
pessoa ou às pessoas de quem se fala. 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- 1.ª pessoa do plural (nós): nos
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto 2.ª pessoa do plural (vós): vos
ou do caso oblíquo. 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes

A) Pronome Reto Observações:


Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen- O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se
tença, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos flores. apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en-
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê- tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por
nero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a acompanhar diretamente uma preposição, o pronome
principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. “lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na oração.
Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi- Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos
gurado: diretos como objetos indiretos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como FIQUE ATENTO!


objetos diretos. Há construções em que a preposição, apesar de surgir
Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combi- anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração
nar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode
mas como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pronome, deve-
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. rá ser do caso reto.
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem: Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Trouxeste o pacote? Não vá sem eu mandar.
Sim, entreguei-to ainda há pouco.
Não contaram a novidade a vocês? A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”
Não, no-la contaram. está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”.
A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para
No Brasil, essas combinações não são usadas; até mes- mim!
mo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
A combinação da preposição “com” e alguns prono-
FIQUE ATENTO! mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais de- conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
pois de certas terminações verbais: quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
1. Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome companhia.
assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a Ele carregava o documento consigo.
terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
fiz + o = fi-lo A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
fazeis + o = fazei-lo Ela veio até mim, mas nada falou.
dizer + a = dizê-la Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de)
inclusão, usaremos as formas retas:
2. Quando o verbo termina em som nasal, o pronome
Todos foram bem na prova, até eu! (=inclusive eu)
assume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
viram + o: viram-no
As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por
repõe + os = repõe-nos
“com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são
retém + a: retém-na
reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios, to-
tem + as = tem-nas
dos, ambos ou algum numeral.
Você terá de viajar com nós todos.
B.2 Pronome Oblíquo Tônico
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos Estávamos com vós outros quando chegaram as más
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. notícias.
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função Ele disse que iria com nós três.
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica
forte. B.3) Pronome Reflexivo
Lista dos pronomes oblíquos tônicos: São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela expressa pelo verbo.
1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco Lista dos pronomes reflexivos:
2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim.
3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas Eu não me lembro disso.

Observe que as únicas formas próprias do pronome tô- 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti.
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As Conhece a ti mesmo.
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto.
3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.
As preposições essenciais introduzem sempre prono- Guilherme já se preparou.
mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso Ela deu a si um presente.
reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da Antônio conversou consigo mesmo.
língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
forma: 1.ª pessoa do plural (nós): nos.
Não há mais nada entre mim e ti. Lavamo-nos no rio.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
Não há nenhuma acusação contra mim. 2.ª pessoa do plural (vós): vos.
Não vá sem mim. Vós vos beneficiastes com esta conquista.

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LÍNGUA PORTUGUESA

3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. 3. Os pronomes de tratamento representam uma for-
Eles se conheceram. ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
Elas deram a si um dia de folga. tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
#FICADICA supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
O pronome é reflexivo quando se refere à mesma pes-
soa do pronome subjetivo (sujeito): Eu me arrumei e saí. 4. Embora os pronomes de tratamento dirijam-se à
É pronome recíproco quando indica reciprocidade 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3.ª
de ação: pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os
Nós nos amamos. pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem
Olhamo-nos calados. ficar na 3.ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro-
messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
C) Pronomes de Tratamento
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
5. Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portan-
ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao lon-
to, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pes-
go do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmen-
soa. Alguns exemplos: te. Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques de “você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
sos em geral Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior teus cabelos. (errado)
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais, Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
governadores, secretários de Estado, presidente da Repú- seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
blica (sempre por extenso) ou
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi- Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
dades teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais 1.8.2 Pronomes Possessivos
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de
igual categoria São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Meretíssima (sempre por extenso) = para juízes (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
de direito (coisa possuída).
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1.ª pessoa do
cerimonioso singular)
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
NÚMERO PESSOA PRONOME
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se-
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são emprega- singular primeira meu(s), minha(s)
dos no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no trata- singular segunda teu(s), tua(s)
mento familiar. Você e vocês são largamente empregados singular terceira seu(s), sua(s)
no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma plural primeira nosso(s), nossa(s)
vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou plural segunda vosso(s), vossa(s)
literária. plural terceira seu(s), sua(s)

Observações: Note que:


1. Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de A forma do possessivo depende da pessoa gramatical
tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados em a que se refere; o gênero e o número concordam com o obje-
relação à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Se- to possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele
nhor Ministro, compareça a este encontro. momento difícil.

2. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito Observações:
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua 1. A forma “seu” não é um possessivo quando resultar
Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com pro- da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado,
priedade. seu José.

51
LÍNGUA PORTUGUESA

2. Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos- C) Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se
se. Podem ter outros empregos, como: falará ou escreverá):
A) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer fa-
B) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 zer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará:
anos. Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, or-
C) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem tografia, concordância.
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende
3. Em frases onde se usam pronomes de tratamento, fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Excelência Sua aprovação no concurso, isso é o que mais deseja-
trouxe sua mensagem? mos!

4. Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi- Este e aquele são empregados quando se quer fazer
vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e referência a termos já mencionados; aquele se refere ao
anotações. termo referido em primeiro lugar e este para o referido por
último:
5. Em algumas construções, os pronomes pessoais
oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir- Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
lhe os passos. (= Vou seguir seus passos) este está mais bem colocado que aquele. (= este [São Paulo],
aquele [Palmeiras])
6. O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró- ou
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, para
que não ocorra redundância: Coloque tudo nos respectivos Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
lugares. aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Paulo],
aquele [Palmeiras])
1.8.3 Pronomes Demonstrativos
Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
São utilizados para explicitar a posição de certa palavra
invariáveis, observe:
em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ser
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
de espaço, de tempo ou em relação ao discurso.
la(s).
A) Em relação ao espaço:
Invariáveis: isto, isso, aquilo.
Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da pes-
soa que fala:
Também aparecem como pronomes demonstrativos:
Este material é meu.
 o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que”
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da pes- e puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
soa com quem se fala: Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
Esse material em sua carteira é seu? Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
indiquei.)
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está dis-
tante tanto da pessoa que fala como da pessoa com quem  mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): va-
se fala: riam em gênero quando têm caráter reforçativo:
Aquele material não é nosso. Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
Vejam aquele prédio! Eu mesma refiz os exercícios.
Elas mesmas fizeram isso.
B) Em relação ao tempo: Eles próprios cozinharam.
Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em Os próprios alunos resolveram o problema.
relação à pessoa que fala:
Esta manhã farei a prova do concurso!  semelhante(s): Não tenha semelhante atitude.

Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po-  tal, tais: Tal absurdo eu não comenteria.
rém relativamente próximo à época em que se situa a pes-
soa que fala: #FICADICA
Essa noite dormi mal; só pensava no concurso! 1. Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou en-
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afastamento tão: este solteiro, aquele casado) - este se refere à pessoa
no tempo, referido de modo vago ou como tempo remoto: mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em
Naquele tempo, os professores eram valorizados. primeiro lugar.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2. O pronome demonstrativo tal pode ter conotação Todo e toda no singular e junto de artigo significa intei-
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor? ro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
3. Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no Trabalho todo dia. (= todos os dias)
= naquilo)
São locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada
1.8.4 Pronomes Indefinidos um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja
quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo),
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quan- Cada um escolheu o vinho desejado.
tidade indeterminada.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém 1.8.5.1 Indefinidos Sistemáticos
-plantadas.
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa percebemos que existem alguns grupos que criam oposi-
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu- sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des- sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em: afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade
A) Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres na fra- algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
se. São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, e qualquer, que generaliza.
ninguém, outrem, quem, tudo. Essas oposições de sentido são muito importantes na
Algo o incomoda? construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
Quem avisa amigo é. vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
B) Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um
de que fazem parte:
ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantida-
Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
de aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s).
prático.
Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
Certas pessoas exercem várias profissões.
pessoas quaisquer.
Note que: Nenhum é contração de nem um, forma mais enfática,
Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora pro- que se refere à unidade. Repare:
nomes indefinidos adjetivos: Nenhum candidato foi aprovado.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), Nem um candidato foi aprovado. (um, nesse caso, é nu-
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, meral)
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), 1.8.5 Pronomes Relativos
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
Menos palavras e mais ações. São aqueles que representam nomes já mencionados
Alguns se contentam pouco. anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem
as orações subordinadas adjetivas.
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va- O racismo é um sistema que afirma a superioridade de
riáveis e invariáveis. Observe: um grupo racial sobre outros.
 Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, (afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros
vário, tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, = oração subordinada adjetiva).
pouca, vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, al-
guns, nenhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema”
quantos, algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra
tantas, outras, quantas. “sistema” é antecedente do pronome relativo que.
 Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, O antecedente do pronome relativo pode ser o prono-
nada, algo, cada. me demonstrativo o, a, os, as.
Não sei o que você está querendo dizer.
Qualquer é composto de qual + quer (do verbo querer), Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plural é expresso.
feito em seu interior). Quem casa, quer casa.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observe: O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre


Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os precedido de preposição.
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, É um professor a quem muito
quantas. devemos.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. (preposição)

Note que: “Onde”, como pronome relativo, sempre possui ante-


O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, cedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser subs- casa onde morava foi assaltada.
tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu
antecedente for um substantivo. Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) em que: Sinto saudades da época em que (quando) moráva-
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a mos no exterior.
qual)
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa-
quais) lavras:
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as  como (= pelo qual) – desde que precedida das
quais) palavras modo, maneira ou forma:
Não me parece correto o modo como você agiu semana
O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente passada.
pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que  quando (= em que) – desde que tenha como an-
podem ter várias classificações) são pronomes relativos. tecedente um nome que dê ideia de tempo:
Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa Bons eram os tempos quando podíamos jogar videoga-
me.
por motivo de clareza ou depois de determinadas preposi-
ções: Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia,
Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
o qual me deixou encantado. O uso de “que”, neste caso,
numa só frase.
geraria ambiguidade. Veja: Regressando de São Paulo, visitei
O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste es-
o sítio de minha tia, que me deixou encantado (quem me
porte.
deixou encantado: o sítio ou minha tia?).
= O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas
dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utiliza-
Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
se o qual / a qual) ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de
gente que conversava, (que) ria, observava.
O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e
se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou 1.8.6 Pronomes Interrogativos
de ser poeta, que era a sua vocação natural.
São usados na formulação de perguntas, sejam elas di-
O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com o retas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
seu antecedente (o ser possuidor), mas com o consequente referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo impreciso.
(o ser possuído, com o qual concorda em gênero e núme- São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações),
ro); não se usa artigo depois deste pronome; “cujo” equiva- quanto (e variações).
le a do qual, da qual, dos quais, das quais. Com quem andas?
Existem pessoas cujas ações são nobres. Qual seu nome?
(antecedente) (consequente) Diz-me com quem andas, que te direi quem és.

Se o verbo exigir preposição, esta virá antes do prono- #FICADICA


me: O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu-se O pronome pessoal é do caso reto quando tem função
a) de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo
quando desempenha função de complemento.
“Quanto” é pronome relativo quando tem por antece- 1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
dente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo: 2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
Emprestei tantos quantos foram necessá- lhe ajudar.
rios.
(antecedente) Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
Ele fez tudo quanto havia exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
falado. reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce função
(antecedente) de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso. Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo
devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe). comum.
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, homem, mulher, país, cachorro.
diferentemente dos segundos, que são sempre precedidos Estamos voando para Barcelona.
de preposição.
A) Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
eu estava fazendo. pécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio – aquele
B) Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para que designa os seres de uma mesma espécie de forma par-
mim o que eu estava fazendo. ticular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
B) Substantivos Concretos e Abstratos
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
B.1 Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
que existe, independentemente de outros seres.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
Observação:
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Os substantivos concretos designam seres do mundo
Paulo: Saraiva, 2010.
real e do mundo imaginário.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Brasília.
SITE
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42.
ma.
php
B.2 Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres
1.9 Substantivo
que dependem de outros para se manifestarem ou existi-
rem.
Substantivo é a classe gramatical de palavras variá- Por exemplo: a beleza não existe por si só, não pode
veis, as quais denominam todos os seres que existem, se- ser observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa
jam reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e fenô- ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser para
menos, os substantivos também nomeiam: se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo
 lugares: Alemanha, Portugal abstrato.
 sentimentos: amor, saudade Os substantivos abstratos designam estados, qualida-
 estados: alegria, tristeza des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
 qualidades: honestidade, sinceridade... abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado),
 ações: corrida, pescaria... rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento).

1.9.1 Morfossintaxe do substantivo  Substantivos Coletivos

Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, ou-
diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo tra abelha, mais outra abelha.
do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, funcio- Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
nar como núcleo do complemento nominal ou do aposto,
como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto ou como Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne-
núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha,
como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos ad- mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
verbiais - quando essas funções são desempenhadas por palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan-
grupos de palavras. tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de
seres da mesma espécie (abelhas).
1.9.2 Classificação dos Substantivos O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
A) Substantivos Comuns e Próprios Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mes-
Observe a definição: mo estando no singular, designa um conjunto de seres da
Cidade: s.f. 1. Povoação maior que vila, com muitas ca- mesma espécie.
sas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a
sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em
oposição aos bairros).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Substantivo coletivo Conjunto de:


assembleia pessoas reunidas
alcateia lobos
acervo livros
antologia trechos literários selecionados
arquipélago ilhas
banda músicos
bando desordeiros ou malfeitores
banca examinadores
batalhão soldados
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas
concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas
elenco atores de uma peça ou filme
esquadra navios de guerra
enxoval roupas
falange soldados, anjos
fauna animais de uma região
feixe lenha, capim
flora vegetais de uma região
frota navios mercantes, ônibus
girândola fogos de artifício
horda bandidos, invasores
junta médicos, bois, credores, examinadores
júri jurados
legião soldados, anjos, demônios
leva presos, recrutas
malta malfeitores ou desordeiros
manada búfalos, bois, elefantes,
matilha cães de raça
molho chaves, verduras
multidão pessoas em geral
nuvem insetos (gafanhotos, mosquitos, etc.)
penca bananas, chaves
pinacoteca pinturas, quadros
quadrilha ladrões, bandidos
ramalhete flores
rebanho ovelhas
repertório peças teatrais, obras musicais

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LÍNGUA PORTUGUESA

réstia alhos ou cebolas


romanceiro poesias narrativas
revoada pássaros
sínodo párocos
talha lenha
tropa muares, soldados
turma estudantes, trabalhadores
vara porcos

1.9.3 Formação dos Substantivos

A) Substantivos Simples e Compostos


Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra.
O substantivo chuva é formado por um único elemento ou radical. É um substantivo simples.
A.1 Substantivo Simples: é aquele formado por um único elemento.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois elemen-
tos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
A.2 Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo.

B) Substantivos Primitivos e Derivados


B.1 Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O subs-
tantivo limoeiro, por exemplo, é derivado, pois se originou a partir da palavra limão.
B.2 Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra palavra.

1.9.4 Flexão dos substantivos

O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo,
pode sofrer variações para indicar:
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: meninão / Diminutivo: menininho

A) Flexão de Gênero
Gênero é um princípio puramente linguístico, não devendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito a todos
os substantivos de nossa língua, quer se refiram a seres animais providos de sexo, quer designem apenas “coisas”: o gato/a
gata; o banco, a casa.
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos que
podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes:
O velho e o mar
Um Natal inesquecível
Os reis da praia

Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
A história sem fim
Uma cidade sem passado
As tartarugas ninjas

Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes


1. Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam uma forma para cada gênero: gato – gata, homem – mulher,
poeta – poetisa, prefeito - prefeita
2. Substantivos Uniformes: apresentam uma única forma, que serve tanto para o masculino quanto para o feminino.
Classificam-se em:
A) Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo se faz mediante a utilização das palavras “macho” e “fêmea”: a
cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
B) Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes a pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemunha, a vítima, o
cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

C) Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: in- Sobrecomuns:


dicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega e a Entregue as crianças à natureza.
colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas-
#FICADICA culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem
Substantivos de origem grega terminados em ema ou o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
oma são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o sin- sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja:
toma, o teorema. A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria.
 Existem certos substantivos que, variando de gê-
nero, variam em seu significado: Outros substantivos sobrecomuns:
o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz); o cabeça a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
(líder) e a cabeça (parte do corpo); o capital (dinheiro) e a criatura.
capital (cidade); o coma (sono mórbido) e a coma (cabelei-
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
ra, juba); o lente (professor) e a lente (vidro de aumento);
Marcela faleceu
o moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclusão); o
praça (soldado raso) e a praça (área pública); o rádio (apa-
relho receptor) e a rádio (estação emissora). Comuns de Dois Gêneros:
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno - É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
aluna. vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.
 Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a A distinção de gênero pode ser feita através da análise
ao masculino: freguês - freguesa do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti-
 Substantivos terminados em -ão: fazem o femini- vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem
no de três formas: - uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran-
1. troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa cês - repórter francesa
2. troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
3. troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona A palavra personagem é usada indistintamente nos
Exceções: barão – baronesa, ladrão- ladra, sultão - sul- dois gêneros.
tana Entre os escritores modernos nota-se acentuada pre-
 Substantivos terminados em -or: ferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens os
acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora personagens dos contos de carochinha.
troca-se -or por -triz: = imperador – imperatriz Com referência à mulher, deve-se preferir o feminino:
 Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: O problema está nas mulheres de mais idade, que não acei-
cônsul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / tam a personagem.
duque - duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
 Substantivos que formam o feminino trocando o Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo fo-
-e final por -a: elefante - elefanta tográfico Ana Belmonte.
 Substantivos que têm radicais diferentes no mas-
culino e no feminino: bode – cabra / boi - vaca
#FICADICA
 Substantivos que formam o feminino de maneira
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó
especial, isto é, não seguem nenhuma das regras anterio-
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o
res: czar – czarina, réu - ré
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes proclama, o pernoite, o púbis.

Epicenos: Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a


Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros. cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso São geralmente masculinos os substantivos de origem
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilograma, o
para indicar o masculino e o feminino. plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o telefonema,
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o eczema, o
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha- edema, o magma, o estigma, o axioma, o tracoma, o hema-
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver toma.
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
macho e fêmea.
A cobra macho picou o marinheiro. Gênero dos Nomes de Cidades: Com raras exceções,
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. nomes de cidades são femininos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

A histórica Ouro Preto. Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de


A dinâmica São Paulo. duas maneiras:
A acolhedora Porto Alegre. 1. Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
Uma Londres imensa e triste. 2. Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
Observação:
Gênero e Significação
A palavra réptil pode formar seu plural de duas manei-
ras: répteis ou reptis (pouco usada).
Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe:
o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à duas maneiras:
frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), a 1. Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o
baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibi- acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
ção de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do cor- 2. Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
po), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza
(resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital (ci- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural de
dade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o três maneiras.
coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra 1. substituindo o -ão por -ões: ação - ações
venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração
2. substituindo o -ão por -ães: cão - cães
da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento
3. substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o
estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vege-
tação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (documento, Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o
pena grande das asas das aves), o grama (unidade de peso), látex - os látex.
a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (re-
cipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente Plural dos Substantivos Compostos
(vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a A formação do plural dos substantivos compostos de-
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva pende da forma como são grafados, do tipo de palavras
a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala que formam o composto e da relação que estabelecem
(poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa- entre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-
ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga se como os substantivos simples: aguardente/aguardentes,
(remador), a voga (moda).
girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malme-
queres.
B) Flexão de Número do Substantivo
O plural dos substantivos compostos cujos elementos
Em português, há dois números gramaticais: o singular, são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:
indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica A) Flexionam-se os dois elementos, quando forma-
do plural é o “s” final. dos de:
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
Plural dos Substantivos Simples substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
feitos
Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – mens
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
Exceção: cânon - cânones.
B) Flexiona-se somente o segundo elemento, quan-
Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em
“ns”: homem - homens. do formados de:
Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. palavra invariável + palavra variável = alto-falante e al-
to-falantes
Atenção: palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-re-
O plural de caráter é caracteres. cos

Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam- C) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quan-
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara- do formados de:
col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul substantivo + preposição clara + substantivo = água-
e cônsules. de-colônia e águas-de-colônia

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LÍNGUA PORTUGUESA

substantivo + preposição oculta + substantivo = cava- Plural dos Nomes Próprios Personativos
lo-vapor e cavalos-vapor
substantivo + substantivo que funciona como determi- Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas
nante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do sempre que a terminação preste-se à flexão.
termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba-re- Os Napoleões também são derrotados.
lógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã, peixe-espa- As Raquéis e Esteres.
da - peixes-espada.
Plural dos Substantivos Estrangeiros
D) Permanecem invariáveis, quando formados de:
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es-
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exce-
ca-rolhas
to quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os
Casos Especiais jazz.
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor-
do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os
o louva-a-deus e os louva-a-deus jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os ré-
o bem-te-vi e os bem-te-vis quiens.
o bem-me-quer e os bem-me-queres Observe o exemplo:
Este jogador faz gols toda vez que joga.
o joão-ninguém e os joões-ninguém. O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
Plural das Palavras Substantivadas Plural com Mudança de Timbre
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam, Certos substantivos formam o plural com mudança de
no plural, as flexões próprias dos substantivos.
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
Pese bem os prós e os contras.
O aluno errou na prova dos noves. fonético chamado metafonia (plural metafônico).
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
Singular Plural
Observação:
Corpo (ô) corpos (ó)
Numerais substantivados terminados em “s” ou “z” não
variam no plural: Nas provas mensais consegui muitos seis esforço esforços
e alguns dez. fogo fogos
Plural dos Diminutivos forno fornos
Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final fosso fossos
e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
imposto impostos
pãe(s) + zinhos = pãezinhos olho olhos
animai(s) + zinhos = animaizinhos osso (ô) ossos (ó)
botõe(s) + zinhos = botõezinhos ovo ovos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos poço poços
farói(s) + zinhos = faroizinhos porto portos
tren(s) + zinhos = trenzinhos posto postos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas tijolo tijolos
flore(s) + zinhas = florezinhas Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
mão(s) + zinhas = mãozinhas sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
papéi(s) + zinhos = papeizinhos
Observação:
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas Distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de
funi(s) + zinhos = funizinhos molho (ó) = feixe (molho de lenha).
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
FIQUE ATENTO!
pai(s) + zinhos = paizinhos Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
pé(s) + zinhos = pezinhos norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
pé(s) + zitos = pezitos
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do 1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática -
singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade, E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
bom nome) e honras (homenagem, títulos). C) Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
Usamos, às vezes, os substantivos no singular, mas signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
com sentido de plural: falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo)
Aqui morreu muito negro. / falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo)
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas D) Desinência número-pessoal: é o elemento que
improvisadas. designa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número
(singular ou plural):
C) Flexão de Grau do Substantivo falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam (in-
dica a 3.ª pessoa do plural.)
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
FIQUE ATENTO!
1. Grau Normal - Indica um ser de tamanho conside-
O verbo pôr, assim como seus derivados (compor, repor,
rado normal. Por exemplo: casa
depor), pertencem à 2.ª conjugação, pois a forma arcaica
2. Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver desapa-
do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje- recido do infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo:
tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande. põe, pões, põem, etc.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
cador de aumento. Por exemplo: casarão. 1.10.2 Formas Rizotônicas e Arrizotônicas

3. Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura


do ser. Pode ser: dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce-
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena. tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, por
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi- exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai
cador de diminuição. Por exemplo: casinha. no radical, mas sim na terminação verbal (fora do radical):
opinei, aprenderão, amaríamos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa 1.10.3 Classificação dos Verbos
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- Classificam-se em:
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São A) Regulares: são aqueles que apresentam o radical
Paulo: Saraiva, 2010. inalterado durante a conjugação e desinências idênticas às
de todos os verbos regulares da mesma conjugação. Por
SITE exemplo: comparemos os verbos “cantar” e “falar”, conju-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12. gados no presente do Modo Indicativo:
php
canto falo
1.10 Verbo
cantas falas
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, núme- canta falas
ro, tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o cantamos falamos
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre cantais falais
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno cantam falam
(choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer).
#FICADICA
1.10.1 Estrutura das Formas Verbais Observe que, retirando os radicais, as desinências mo-
do-temporal e número-pessoal mantiveram-se idênticas.
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar Tente fazer com outro verbo e perceberá que se repetirá
os seguintes elementos: o fato (desde que o verbo seja da primeira conjugação e
A) Radical: é a parte invariável, que expressa o signi- regular!). Faça com o verbo “andar”, por exemplo. Substitua
ficado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal o radical “cant” e coloque o “and” (radical do verbo andar).
-am. (radical fal-) Viu? Fácil!
B) Tema: é o radical seguido da vogal temática que
indica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: B) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alte-
fala-r. São três as conjugações: rações no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observação: #FICADICA
Alguns verbos sofrem alteração no radical apenas para Os verbos unipessoais podem ser usados como verbos
que seja mantida a sonoridade. É o caso de: corrigir/corrijo, pessoais na linguagem figurada:
fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo. Tais alterações não Teu irmão amadureceu bastante.
caracterizam irregularidade, porque o fonema permanece O que é que aquela garota está cacarejando?
inalterado.
Principais verbos unipessoais:
C) Defectivos: são aqueles que não apresentam conju-  Cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer,
gação completa. Os principais são adequar, precaver, com- ser (preciso, necessário):
putar, reaver, abolir, falir. Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bas-
D) Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, tante)
normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
Os principais verbos impessoais são: É preciso que chova. (Sujeito: que chova)
1. Haver, quando sinônimo de existir, acontecer, reali-  Fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, se-
zar-se ou fazer (em orações temporais). guidos da conjunção que.
Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = Exis- Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Eu-
tiam) ropa)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram) Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo.
Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão) (Sujeito: que não a vejo)
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)
F) Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais
2. Fazer, ser e estar (quando indicam tempo) formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
Faz invernos rigorosos na Europa. das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as
Era primavera quando o conheci. chamadas formas curtas (particípio irregular).
Estava frio naquele dia. O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na
voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é em-
3. Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza
pregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar.
são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhe-
Observe:
cer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci
cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figura-
do. Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido fi- Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular
gurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, Aceitar Aceitado Aceito
terá conjugação completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu) Acender Acendido Aceso
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos) Anexar Anexado Anexo
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
Benzer Benzido Bento
4. O verbo passar (seguido de preposição), indicando Corrigir Corrigido Correto
tempo: Já passa das seis. Dispersar Dispersado Disperso
5. Os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição Eleger Elegido Eleito
“de”, indicando suficiência: Envolver Envolvido Envolto
Basta de tolices.
Chega de promessas. Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
6. Os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Limpar Limpado Limpo
Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem refe-
rência a sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele Matar Matado Morto
está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como Misturar Misturado Misto
hipotético, tornando-se, tais verbos, pessoais.
Morrer Morrido Morto
7. O verbo dar + para da língua popular, equivalente Murchar Murchado Murcho
de “ser possível”. Por exemplo:
Pegar Pegado Pego
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila? Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
E) Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, con-
jugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do Suspender Suspendido Suspenso
plural. São unipessoais os verbos constar, convir, ser (= pre- Tingir Tingido Tinto
ciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais Vagar Vagado Vago
(cacarejar, cricrilar, miar, latir, piar).

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LÍNGUA PORTUGUESA

FIQUE ATENTO!
Estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escrever/
escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

G) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui)
e ir (fui, ia, vades).

H) Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das
formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Vou espantar todos!
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Observação:
Os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

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LÍNGUA PORTUGUESA

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio

ser ser eu sendo sido


seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.

estou estive estava estivera estarei estaria


estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria

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LÍNGUA PORTUGUESA

havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos


haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres

haver

havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

I) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

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LÍNGUA PORTUGUESA

 Essenciais: são aqueles que sempre se conju- 1.10.5 Formas Nominais


gam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São
poucos: abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, Além desses três modos, o verbo apresenta ainda for-
arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a re- mas que podem exercer funções de nomes (substantivo,
flexibilidade já está implícita no radical do verbo. Por exem- adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
plo: Arrependi-me de ter estado lá. nominais. Observe:
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito
(eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre A) Infinitivo
ela mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda A.1 Impessoal: exprime a significação do verbo de
do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partí- modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de
cula integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conju- substantivo. Por exemplo:
gada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de Viver é lutar. (= vida é luta)
reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presen-
respectivos pronomes):
te (forma simples) ou no passado (forma composta). Por
Eu me arrependo
exemplo:
Tu te arrependes
Ele se arrepende É preciso ler este livro.
Nós nos arrependemos Era preciso ter lido este livro.
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem A.2 Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três
pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
 Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos apresenta desinências, assumindo a mesma forma do im-
em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o obje- pessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
to representado por pronome oblíquo da mesma pessoa 2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres(tu)
do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre 1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou tran- 2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
sitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os 3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
pronomes mencionados, formando o que se chama voz Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.
reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode B) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjeti-
ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: A vo ou advérbio. Por exemplo:
garota penteou-me. Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de
advérbio)
FIQUE ATENTO! Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)
Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes
oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem fun- Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação
ção sintática. em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Há verbos que também são acompanhados de prono- Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
mes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pro- Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.
nominais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos,
os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica
Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundis-
à do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
mo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me
1. Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando fu-
(objeto direto) – 1.ª pessoa do singular
tebol.
1.10.4 Modos Verbais 2. – Sim, senhora! Vou estar verificando!

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada,
pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momen-
Existem três modos: to da outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução
A) Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em an-
estudo para o concurso. damento, exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou
B) Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: “vou verificar”.
Talvez eu estude amanhã.
C) Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude,
colega!

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LÍNGUA PORTUGUESA

C) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o resul-
tado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos
saíram.
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)

1.10.6 Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.

A) Tempos do Modo Indicativo


Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele pu-
desse, estudaria um pouco mais.

B) Tempos do Modo Subjuntivo


Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o
jogo.
Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier à
loja, levará as encomendas.

FIQUE ATENTO!

Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Tabelas das Conjugações Verbais


Modo Indicativo
Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

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LÍNGUA PORTUGUESA

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de nú-
mero e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin.


pessoal 1.ª /2.ª e 3.ª
conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø

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LÍNGUA PORTUGUESA

cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S


cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

C) Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

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LÍNGUA PORTUGUESA

#FICADICA
 No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem,
pedido ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
 O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

FIQUE ATENTO!
 O verbo parecer admite duas construções:
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

 O verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (TRE/MS - Estágio – Jornalismo – Superior - TRE/MS – 2014) A assertiva correta quanto à conjugação verbal é:
a) Houveram eleições em outros países este ano.
b) Se eu vir você por aí, acabou.
c) Tinha chego atrasado vinte minutos.
d) Fazem três anos que não tiro férias.
e) Esse homem possue muitos bens.
Correções à frente:
Em a: Houveram eleições em outros países este ano = houve
Em c: Tinha chego atrasado vinte minutos = tinha chegado
Em d: Fazem três anos que não tiro férias = faz três anos
Em e: Esse homem possue muitos bens = possui
GABARITO OFICIAL: B

2. (Polícia Civil/SC – Agente de Polícia – Médio - ACAFE/2014) Complete as lacunas com os verbos, tempos e mo-
dos indicados entre parênteses, fazendo a devida concordância.
• O juiz agrário ainda não _________ no conflito porque surgiram fatos novos de ontem para hoje. (intervir - pretérito
perfeito do indicativo)
• Uns poucos convidados ___________-se com os vídeos postados no facebook. (entreter - pretérito imperfeito do indi-
cativo)
• Representantes do PCRT somente serão aceitos na composição da chapa quando se _________ de criticara atual dire-
toria do clube, (abster-se - futuro do subjuntivo)
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) interveio - entretinham - abstiverem
b) interviu - entretiveram - absterem
c) intervém - entreteram - abstêm
d) interviera - entretêm - abstiverem
e) intervirá - entretenham - abstiveram

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LÍNGUA PORTUGUESA

O verbo “intervir” deve ser conjugado como o verbo A) Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
“vir”. Este, no pretérito perfeito do Indicativo fica “veio”, ação expressa pelo verbo:
portanto, “interveio” (não existe “interviu”, já que ele não Ele fez o tra-
deriva do verbo “ver”). Descartemos a alternativa b. Como balho.
não há outro item com a mesma opção, chegamos à res- sujeito agente ação
posta rapidamente! objeto (paciente)
GABARITO OFICIAL: A
B) Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a
3. (Polícia Militar/SP – Oficial Administrativo – Mé- ação expressa pelo verbo:
dio - VUNESP/2014) Considere o trecho a seguir. O trabalho foi feito p o r
Já __________ alguns anos que estudos a respeito da ele.
utilização abusiva dos smartphones estão sendo desen- sujeito paciente ação agente
volvidos. Os especialistas acreditam _________ motivos para da passiva
associar alguns comportamentos dos adolescentes ao uso
prolongado desses aparelhos, e _________ alertado os pais C) Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
para que avaliem a necessidade de estabelecer limites aos agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
seus filhos. O menino feriu-se.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res- #FICADICA
pectivamente, com: Não confundir o emprego reflexivo do verbo com a
a) faz … haver … têm noção de reciprocidade:
b) fazem … haver … tem Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
c) faz … haverem … têm Nós nos amamos. (um ama o outro)
d) fazem … haverem … têm
e) faz … haverem … tem 1.1 Formação da Voz Passiva
Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns anos
A voz passiva pode ser formada por dois processos:
que estudos a respeito da utilização abusiva dos smartpho-
analítico e sintético.
nes estão sendo desenvolvidos. Os especialistas acreditam
A) Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte
HAVER (sentido de existir: não varia) motivos para associar
maneira:
alguns comportamentos dos adolescentes ao uso prolon-
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo:
gado desses aparelhos, e TÊM (concorda com o termo “os
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos:
especialistas”) alertado os pais para que avaliem a necessi-
os alunos pintarão a escola)
dade de estabelecer limites aos seus filhos.
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho)
Temos: faz, haver, têm.
GABARITO OFICIAL: A Observações:
 O agente da passiva geralmente é acompanhado
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada de solda-
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. dos.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São  Pode acontecer de o agente da passiva não estar
Paulo: Saraiva, 2010. explícito na frase: A exposição será aberta amanhã.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.  A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
SITE (SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54. ção das frases seguintes:
php Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per-
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz
ativa)
VOZES DO VERBO
Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica-
Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a tivo)
ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)
as vozes verbais:

72
LÍNGUA PORTUGUESA

 Nas frases com locuções verbais, o verbo SER as- Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa teremos
sume o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o tempo
ativa. Observe a transformação da frase seguinte: verbal no pretérito – assim como na passiva).
O vento ia levando as folhas. (gerúndio) GABARITO OFICIAL: B
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)
2. (PRODAM/AM – Assistente – Médio - FUN-
B) Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou CAB/2014 - adaptada) Ao passarmos a frase “... e É CON-
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, segui- SIDERADO por muitos o maior maratonista de todos os
do do pronome apassivador “se”. Por exemplo: tempos” para a voz ativa, encontramos a seguinte forma
verbal:
Abriram-se as inscrições para o concurso.
a) consideravam.
Destruiu-se o velho prédio da escola.
b) consideram.
c) considerem.
Observação: d) considerarão.
O agente não costuma vir expresso na voz passiva sin- e) considerariam.
tética.
É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista de
1.2 Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva todos os tempos = dois verbos na voz passiva, então na ati-
va teremos UM: muitos o consideram o maior maratonista
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs- de todos os tempos.
tancialmente o sentido da frase. GABARITO OFICIAL: B
O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto 3. (TRT-16.ª Região/MA - Analista Judiciário – Área
Administrativa – Superior - FCC/2014)
A apostila foi comprada pelo concurseiro. Transpondo-se para a voz passiva a frase “vou glosar
(Voz Passiva) uma observação de Machado de Assis”, a forma verbal re-
Sujeito da Passiva Agente da Passi- sultante deverá ser
va a) terei glosado
b) seria glosada
c) haverá de ser glosada
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; o
d) será glosada
sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ativo e) terá sido glosada
assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. “vou glosar uma observação de Machado de Assis” –
Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos. “vou glosar” expressa “glosarei”, então teremos na passiva:
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos uma observação de Machado de Assis será glosada por
mestres. mim.
GABARITO OFICIAL: D
Eu o acompanharei.
Ele será acompanhado por mim. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
FIQUE ATENTO! Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: Pre- reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
judicaram-me. / Fui prejudicado. Paulo: Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
Com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir, ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
SITE
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente
php
ou agente paciente.

EXERCÍCIOS COMENTADOS COLOCAÇÃO PRONOMINAL

1. (Tribunal de Justiça/GO – Analista Judiciário – Su-


perior - FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida Colocação Pronominal trata da correta colocação dos
pelo instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a: pronomes oblíquos átonos na frase.
a) que o instituto Endeavor traz;
b) que o instituto Endeavor trouxe; #FICADICA
c) trazida pelo instituto Endeavor; Pronome Oblíquo é aquele que exerce a função de
d) que é trazida pelo instituto Endeavor; complemento verbal (objeto). Por isso, memorize:
e) que traz o instituto Endeavor. OBlíquo = OBjeto!

73
LÍNGUA PORTUGUESA

Embora na linguagem falada a colocação dos prono-  Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas de- no concurso, mudo-me hoje mesmo!
vem ser observadas na linguagem escrita.  Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a
proposta fazendo-se de desentendida.
1.1 Próclise = É a colocação pronominal antes do ver-
bo. A próclise é usada: Colocação pronominal nas locuções verbais
 Quando o verbo estiver precedido de palavras
 Após verbo no particípio = pronome depois do
que atraem o pronome para antes do verbo. São elas:
A) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, verbo auxiliar (e não depois do particípio):
jamais, etc.: Não se desespere! Tenho me deliciado com a leitura!
B) Advérbios: Agora se negam a depor. Eu tenho me deliciado com a leitura!
C) Conjunções subordinativas: Espero que me expli- Eu me tenho deliciado com a leitura!
quem tudo!  Não convém usar hífen nos tempos compostos e
D) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se es- nas locuções verbais:
forçou. Vamos nos unir!
E) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportuni- Iremos nos manifestar.
dade.  Quando há um fator para próclise nos tempos
F) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. compostos ou locuções verbais: opção pelo uso do pro-
nome oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos
 Orações iniciadas por palavras interrogativas: preocupar (e não: “não nos vamos preocupar”).
Quem lhe disse isso?
 Orações iniciadas por palavras exclamativas:
Quanto se ofendem! Emprego de o, a, os, as
 Orações que exprimem desejo (orações optati-
vas): Que Deus o ajude.  Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral,
 A próclise é obrigatória quando se utiliza o pro- os pronomes: o, a, os, as não se alteram.
nome reto ou sujeito expresso: Chame-o agora.
Eu lhe entregarei o material amanhã. Deixei-a mais tranquila.
Tu sabes cantar?  Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoan-
tes finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos:
1.2 Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do (Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.
verbo. A mesóclise é usada: (Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.
 Em verbos terminados em ditongos nasais (am,
Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu- em, ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no,
turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
na, nos, nas.
precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento Chamem-no agora.
em prol da paz no mundo. Põe-na sobre a mesa.
Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
lizará”: #FICADICA
realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma palavra Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que significa
que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria. Veja: “antes”! Pronome antes do verbo!
Não se realizará... Ênclise – “en”... lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, em In-
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia glês – que significa “fim, final!). Pronome depois do verbo!
nessa viagem. Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do verbo
(com presença de palavra que justifique o uso de pró- Pronome Oblíquo – função de objeto
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompa-
nharia nessa viagem). EXERCÍCIOS COMENTADOS
1.3 Ênclise = É a colocação pronominal depois do ver-
1. (IBGE - Supervisor de Pesquisas – Administração
bo. A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não
forem possíveis: – Superior - CESGRANRIO/2014) Em “Há políticas que
 Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo: reconhecem a informalidade”, ao substituir o termo des-
Quando eu avisar, silenciem-se todos. tacado por um pronome, de acordo com a norma-padrão
 Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: da língua, o trecho assume a formulação apresentada em:
Não era minha intenção machucá-la. a) Há políticas que a reconhecem.
 Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não b) Há políticas que reconhecem-a.
se inicia período com pronome oblíquo). c) Há políticas que reconhecem-na.
Vou-me embora agora mesmo. d) Há políticas que reconhecem ela.
Levanto-me às 6h. e) Há políticas que lhe reconhecem.

74
LÍNGUA PORTUGUESA

Primeiramente identifiquemos se temos objeto direto SITE


ou indireto. Reconhece o quê? Resposta: a informalidade. http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao
Pergunta e resposta sem preposição, então: objeto direto. -pronominal-.html
Não utilizaremos “lhe” – que é para objeto indireto. Como
temos a presença do “que” – independente de sua função
no período (pronome relativo, no caso!) – a regra pede pró-
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
clise (pronome oblíquo antes do verbo): que a reconhecem.
GABARITO OFICIAL: A
Os concurseiros estão apreensivos.
2. (SABESP – Tecnólogo – Superior - FCC/2014) A
Concurseiros apreensivos.
substituição do elemento grifado pelo pronome corres-
pondente foi realizada de modo INCORRETO em: No primeiro exemplo, o verbo estar encontra-se na
a) que permitiu à civilização = que lhe permitiu terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito,
b) envolveu diferentes fatores = envolveu-os os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreen-
c) para fazer a dragagem = para fazê-la sivos” está concordando em gênero (masculino) e núme-
d) que desviava a água = que lhe desviava ro (plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros.
e) supriam a necessidade = supriam-na Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gê-
Em a: que permitiu à civilização = que lhe permitiu = nero correspondem-se.
correta A correspondência de flexão entre dois termos é a con-
Em b: envolveu diferentes fatores = envolveu-os = cor- cordância, que pode ser verbal ou nominal.
reta
Em c: para fazer a dragagem = para fazê-la = correta 1.1 Concordância Verbal
Em d: que desviava a água = que lhe desviava = que a
desviava É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
Em e: supriam a necessidade = supriam-na = correta seu sujeito.
GABARITO OFICIAL: D
1.1.1 Sujeito Simples - Regra Geral
O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
3. (TRT/AL - Analista Judiciário – Superior -
em número e pessoa. Veja os exemplos:
FCC/2014) A prova para ambos os cargos será aplicada
cruzando os desertos do oeste da China − que con- às 13h.
tornam a Índia − adotam complexas providências 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
grifados acima foram corretamente substituídos por um Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
pronome, respectivamente, em: 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
a) os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as
b) cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam Casos Particulares
c) cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes
d) cruzando-os - que a contornam - adotam-nas A) Quando o sujeito é formado por uma expressão
e) lhes cruzando - que contornam-a - as adotam partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a
Não podemos utilizar “lhes”, que corresponde ao ob- maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de
jeto indireto (verbo “cruzar” pede objeto direto: cruzar o um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar
quê?), portanto já desconsideramos as alternativas “b” e no singular ou no plural.
“d”. Ao iniciarmos um parágrafo (já que no enunciado te- A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
mos uma oração assim) devemos usar ênclise: (cruzando Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram
proposta.
-os); na segunda oração temos um pronome relativo (dá
para substituirmos por “o qual”), o que nos obriga a usar
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
a próclise (que a contorna); “adotam” exige objeto direto dos coletivos, quando especificados: Um bando de vânda-
(adotam quem ou o quê?), chegando à resposta: adotam- los destruiu / destruíram o monumento.
nas (quando o verbo terminar em “m” e usarmos um pro-
nome oblíquo direto, lembre-se do alfabeto: jklM – N!). Observação:
GABARITO OFICIAL: D Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a
unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS aos elementos que formam esse conjunto.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. B) Quando o sujeito é formado por expressão que in-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- dica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de,
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo con-
Paulo: Saraiva, 2010. corda com o substantivo.

75
LÍNGUA PORTUGUESA

Cerca de mil pessoas participaram do concurso.  Se o número percentual estiver determinado por
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade. artigo ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas eles:
Olimpíadas. Os 30% da produção de soja serão exportados.
Esses 2% da prova serão questionados.
Observação:
Quando a expressão “mais de um” associar-se a verbos F) O pronome “que” não interfere na concordância; já o
que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: Mais “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do singular.
de um colega se ofenderam na discussão. (ofenderam um Fui eu que paguei a conta.
ao outro) Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida.
C) Quando se trata de nomes que só existem no plu- Sou eu quem faz a prova.
ral, a concordância deve ser feita levando-se em conta a Não serão eles quem será aprovado.
ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve
ficar no singular; com artigo no plural, o verbo deve ficar G) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu-
o plural. mir a forma plural.
Os Estados Unidos possuem grandes universidades. Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan-
Estados Unidos possui grandes universidades. taram os poetas.
Alagoas impressiona pela beleza das praias. Este candidato é um dos que mais estudaram!
As Minas Gerais são inesquecíveis.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.  Se a expressão for de sentido contrário – nenhum
dos que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular:
D) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga.
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, Nem uma das que me escreveram mora aqui.
quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de vós”, o verbo
 Quando “um dos que” vem entremeada de subs-
pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pes-
tantivo, o verbo pode:
soa do plural) ou com o pronome pessoal.
1. ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
Quais de nós são / somos capazes?
o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio que faça o
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
mesmo).
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino-
2. ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão
vadoras.
poluídos (noção de que existem outros rios na mesma con-
dição).
Observação:
Veja que a opção por uma ou outra forma indica a in- H) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
clusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos”, Vossa Excelência está cansado?
ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre Vossas Excelências renunciarão?
ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo e nada
fizeram”, frase que soa como uma denúncia. I) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver acordo com o numeral.
no singular, o verbo ficará no singular. Deu uma hora no relógio da sala.
Qual de nós é capaz? Deram cinco horas no relógio da sala.
Algum de vós fez isso. Soam dezenove horas no relógio da praça.
Baterão doze horas daqui a pouco.
E) Quando o sujeito é formado por uma expressão que
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve Observação:
concordar com o substantivo. Caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino,
25% do orçamento do país será destinado à Educação. torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
prefeito. Soa quinze horas o relógio da matriz.
1% do eleitorado aceita a mudança.
1% dos alunos faltaram à prova. J) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular. São
 Quando a expressão que indica porcentagem não verbos impessoais: Haver no sentido de existir; Fazer indi-
é seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o cando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da nature-
número. za. Exemplos:
25% querem a mudança. Havia muitas garotas na festa.
1% conhece o assunto. Faz dois meses que não vejo meu pai.
Chovia ontem à tarde.

76
LÍNGUA PORTUGUESA

1.1.2 Sujeito Composto  Quando os núcleos do sujeito composto são uni-


dos por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de
A) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, acordo com o valor semântico das conjunções:
a concordância se faz no plural: Drummond ou Bandeira representam a essência da poe-
Pai e filho conversavam longamente. sia brasileira.
Sujeito Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.

Pais e filhos devem conversar com frequência. Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi-
Sujeito ção”. Já em:
Juca ou Pedro será contratado.
B) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra- Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim-
maticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte ma- píada.
neira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece sobre a
segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece sobre a Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam
terceira (eles). Veja: no singular.
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Primeira Pessoa do Plural (Nós)  Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem
outro”, a concordância costuma ser feita no singular.
Tu e teus irmãos tomareis a decisão. Um ou outro compareceu à festa.
Segunda Pessoa do Plural (Vós) Nem um nem outro saiu do colégio.

Pais e filhos precisam respeitar-se.  Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou
Terceira Pessoa do Plural (Eles) no singular: Um e outro farão/fará a prova.

 Quando os núcleos do sujeito são unidos por


Observação:
“com”, o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos re-
Quando o sujeito é composto, formado por um ele-
cebem um mesmo grau de importância e a palavra “com”
mento da segunda pessoa (tu) e um da terceira (ele), é pos-
tem sentido muito próximo ao de “e”.
sível empregar o verbo na terceira pessoa do plural (eles):
O pai com o filho montaram o brinquedo.
“Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no lugar de “to-
O governador com o secretariado traçaram os planos
maríeis”.
para o próximo semestre.
O professor com o aluno questionaram as regras.
C) No caso do sujeito composto posposto ao verbo,
passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se
vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o a ideia é enfatizar o primeiro elemento.
verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do su- O pai com o filho montou o brinquedo.
jeito mais próximo. O governador com o secretariado traçou os planos para
Faltaram coragem e competência. o próximo semestre.
Faltou coragem e competência. O professor com o aluno questionou as regras.
Compareceram todos os candidatos e o banca.
Compareceu o banca e todos os candidatos. FIQUE ATENTO!
Com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito
D) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concor- composto. O sujeito é simples, uma vez que as expressões
dância é feita no plural. Observe: “com o filho” e “com o secretariado” são adjuntos adver-
Abraçaram-se vencedor e vencido. biais de companhia. Na verdade, é como se houvesse uma
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. inversão da ordem. Veja:
“O pai montou o brinquedo com o filho.”
1.1.3 Casos Particulares “O governador traçou os planos para o próximo semes-
tre com o secretariado.”
 Quando o sujeito composto é formado por nú- “O professor questionou as regras com o aluno.”
cleos sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no sin-
gular. Casos em que se usa o verbo no singular:
Descaso e desprezo marca seu comportamento. Café com leite é uma delícia!
A coragem e o destemor fez dele um herói. O frango com quiabo foi receita da vovó.

 Quando o sujeito composto é formado por nú- Quando os núcleos do sujeito são unidos por expres-
cleos dispostos em gradação, verbo no singular: sões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não somen-
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segun- te”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o verbo
do me satisfaz. ficará no plural.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o Quando o sujeito ou o predicativo for:
Nordeste.
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a no- A) Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER
tícia. concorda com a pessoa gramatical:
Ele é forte, mas não é dois.
Quando os elementos de um sujeito composto são re- Fernando Pessoa era vários poetas.
sumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é A esperança dos pais são eles, os filhos.
feita com esse termo resumidor.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia. B) nome de coisa e um estiver no singular e o outro no
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
na vida das pessoas. que estiver no plural:
Os livros são minha paixão!
1.1.4 Outros Casos Minha paixão são os livros!

O Verbo e a Palavra “SE” Quando o verbo SER indicar


Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas
de particular interesse para a concordância verbal:  horas e distâncias, concordará com a expressão
A) quando é índice de indeterminação do sujeito; numérica:
B) quando é partícula apassivadora. É uma hora.
Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se” São quatro horas.
acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilôme-
de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na ter- tros.
ceira pessoa do singular:
Precisa-se de funcionários.  datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
Confia-se em teses absurdas. estar expressa ou subentendida:
Hoje é dia 26 de agosto.
Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver- Hoje são 26 de agosto.
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indire-
tos (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso,  Quando o sujeito indicar peso, medida, quanti-
o verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: dade e for seguido de palavras ou expressões como pouco,
Construiu-se um posto de saúde. muito, menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular:
Construíram-se novos postos de saúde. Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Aqui não se cometem equívocos Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Alugam-se casas. Duas semanas de férias é muito para mim.

#FICADICA  Quando um dos elementos (sujeito ou predicati-


Para saber se o “se” é partícula apassivadora ou índi- vo) for pronome pessoal do caso reto, com este concordará
ce de indeterminação do sujeito, tente transformar a frase o verbo.
para a voz passiva. Se a frase construída for “compreensí- No meu setor, eu sou a única mulher.
vel”, estaremos diante de uma partícula apassivadora; se Aqui os adultos somos nós.
não, o “se” será índice de indeterminação. Veja:
Precisa-se de funcionários qualificados. Observação:
Tentemos a voz passiva: Sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) repre-
Funcionários qualificados são precisados (ou precisos)? sentados por pronomes pessoais, o verbo concorda com o
Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de inde- pronome sujeito.
terminação do sujeito. Eu não sou ela.
Agora: Ela não é eu.
Vendem-se casas.
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta!  Quando o sujeito for uma expressão de sentido
Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o ver-
passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per- bo SER concordará com o predicativo.
cebeu semelhança? Agora é só memorizar!). A grande maioria no protesto eram jovens.
O Verbo “Ser” O resto foram atitudes imaturas.

A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o O Verbo “Parecer”


sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
sujeito.  Ocorre variação do verbo PARECER e não se fle-
xiona o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.

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LÍNGUA PORTUGUESA

 A variação do verbo parecer não ocorre e o infi- C) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
nitivo sofre flexão: O adjetivo fica no masculino singular, se o substanti-
As crianças parece gostarem do desenho. vo não for acompanhado de nenhum modificador: Água é
(essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho aas bom para saúde.
crianças) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for mo-
dificado por um artigo ou qualquer outro determinativo:
FIQUE ATENTO!: Esta água é boa para saúde.
Com orações desenvolvidas, o verbo PARECER fica no
singular. Por Exemplo: As paredes parece que têm ouvidos. D) O adjetivo concorda em gênero e número com os
(Parece que as paredes têm ouvidos = oração subordinada pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as
substantiva subjetiva). muito felizes.

1.2 Concordância Nominal E) Nas expressões formadas por pronome indefinido


neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE +
A concordância nominal se baseia na relação entre adjetivo, este último geralmente é usado no masculino sin-
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se gular: Os jovens tinham algo de misterioso.
ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se: F) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem
normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um função adjetiva e concorda normalmente com o nome a
termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal. que se refere:
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as Cristina saiu só.
seguintes regras gerais: Cristina e Débora saíram sós.
A) O adjetivo concorda em gênero e número quando
se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas denun- Observação:
ciavam o que sentia. Quando a palavra “só” equivale a “somente” ou “ape-
nas”, tem função adverbial, ficando, portanto, invariável:
B) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a Eles só desejam ganhar presentes.
concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
xão nos seguintes casos: #FICADICA
 Adjetivo anteposto aos substantivos: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se a frase
O adjetivo concorda em gênero e número com o subs- ficar coerente com o primeiro, trata-se de advérbio, por-
tantivo mais próximo. tanto, invariável; se houver coerência com o segundo, fun-
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. ção de adjetivo, então varia:
Encontramos caída a roupa e os prendedores. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Encontramos caído o prendedor e a roupa. Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad-
vérbio
Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa-
rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descansan-
do)
 Adjetivo posposto aos substantivos: G) Quando um único substantivo é modificado por
O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as
ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural se construções:
houver substantivo feminino e masculino).  O substantivo permanece no singular e coloca-se
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. o artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espa-
A indústria oferece atendimento e localização perfeita. nhola e a portuguesa.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.  O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e portu-
guesa.
Observação:
Os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, 1.2.1 Casos Particulares
pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos dois
substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
plural masculino, que é o gênero predominante quando há mitido
substantivos de gêneros diferentes.
Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o adje-  Estas expressões, formadas por um verbo mais
tivo fica no singular ou plural. um adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se
A beleza e a inteligência feminina(s). referem possuir sentido genérico (não vier precedido de
O carro e o iate novo(s). artigo).

79
LÍNGUA PORTUGUESA

É proibido entrada de crianças. Tome nota!


Em certos momentos, é necessário atenção. Não variam os substantivos que funcionam como ad-
No verão, melancia é bom. jetivos:
É preciso cidadania. Bomba – notícias bomba
Não é permitido saída pelas portas laterais. Chave – elementos chave
Monstro – construções monstro
 Quando o sujeito destas expressões estiver deter- Padrão – escola padrão
minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
como o adjetivo concordam com ele. EXERCÍCIOS COMENTADOS
É proibida a entrada de crianças.
Esta salada é ótima. 1. (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Co-
A educação é necessária. mércio Exterior – Superior - Analista Técnico Adminis-
São precisas várias medidas na educação. trativo – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar
satisfeita com os resultados das negociações”, o adjetivo
Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - estará corretamente empregado se dirigido a ministro de
Quite Estado do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve
concordar com a locução pronominal de tratamento “Vos-
Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú- sa Excelência”.
mero com o substantivo ou pronome a que se referem. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Seguem anexas as documentações requeridas. Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo femini-
A menina agradeceu: - Muito obrigada. no (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo
Muito obrigadas, disseram as senhoras. masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O
Seguem inclusos os papéis solicitados. pronome de tratamento é apenas a maneira de como tratar
Estamos quites com nossos credores. a autoridade, não concordando com o gênero (o pronome
de tratamento, apenas).
Bastante - Caro - Barato - Longe GABARITO OFICIAL: ERRADO

Estas palavras são invariáveis quando funcionam como 2. (Governo do Distrito Federal – Cadastro Reser-
advérbios. Concordam com o nome a que se referem va para o Metrô/DF – Administrador – Superior - IA-
quando funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, DES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos destacados
ou numerais. no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no elevador”,
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) fossem empregados, respectivamente, Esquecer e gostar,
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pro- a nova redação, de acordo com as regras sobre regência
nome adjetivo) verbal e concordância nominal prescritas pela norma-pa-
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) drão, deveria ser
As casas estão caras. (adjetivo) a) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador.
Achei barato este casaco. (advérbio) b) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador.
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) c) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no elevador.
d) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no elevador.
Meio - Meia e) Esqueço os filmes dos quais não gosto no elevador.
O verbo “esquecer” pede objeto direto; “gostar”, in-
A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, direto (com preposição): Esqueço os filmes dos quais não
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi gosto.
meia porção de polentas. GABARITO OFICIAL: E
Quando empregada como advérbio permanece inva-
riável: A candidata está meio nervosa. 3. (SABESP – Tecnólogo – Superior - FCC/2014) Con-
siderada a substituição do segmento grifado pelo que está
#FICADICA entre parênteses ao final da transcrição, o verbo que deve-
Dá para eu substituir por “um pouco”, assim saberei rá permanecer no singular está em:
que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A candidata a) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pesqui-
está um pouco nervosa”. sadores)
b) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a
Alerta - Menos ruína dessa sociedade... (as mudanças do clima)
c) No sistema havia também uma estação... (várias es-
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem tações)
sempre invariáveis. d) ... a civilização maia da América Central tinha um
Os concurseiros estão sempre alerta. método sustentável de gerenciamento da água. (os povos
Não queira menos matéria! que habitavam a América Central)

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LÍNGUA PORTUGUESA

e) Um estudo publicado recentemente mostra que a ci- Cheguei ao metrô.


vilização maia... (Estudos como o que acabou de ser publi- Cheguei no metrô.
cado). No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se-
Em a: ... disse (disseram) (os pesquisadores) gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado.
Em b: Segundo ele, a mudança climática contribuiu
(contribuíram) (as mudanças do clima) A voluntária distribuía leite às crianças.
Em c: No sistema havia (várias estações) = permanece- A voluntária distribuía leite com as crianças.
rá no singular Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado
Em d: ... a civilização maia da América Central tinha (ti- como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (obje-
nham) (os povos que habitavam a América Central) to indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto
Em e: Um estudo publicado recentemente mostra (objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial).
(mostram) (Estudos como o que acabou de ser publicado).
GABARITO OFICIAL: C Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- formas em frases distintas.
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010. A) Verbos Intransitivos
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.

SITE Chegar, Ir
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49. Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
php biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
indicar destino ou direção são: a, para.
Fui ao teatro.
Adjunto Adverbial de Lugar
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Ricardo foi para a Espanha.
Adjunto Adverbial de Lugar

Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Comparecer


que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
(regência nominal) e seus complementos. em ou a.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
1.1 Regência Verbal = Termo Regente: VERBO último jogo.

A regência verbal estuda a relação que se estabelece B) Verbos Transitivos Diretos


entre os verbos e os termos que os complementam (obje-
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos Os verbos transitivos diretos são complementados por
adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regência, objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
o que corresponde à diversidade de significados que estes para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
verbos podem adquirir dependendo do contexto em que gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos
forem empregados. o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, con- podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver-
tentar. bais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agra- formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
do ou prazer”, satisfazer. lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agra- São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
dar a alguém”. donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar,
admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar,
O conhecimento do uso adequado das preposições castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender,
é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar,
verbal (e também nominal). As preposições são capazes proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
de modificar completamente o sentido daquilo que está Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
sendo dito. como o verbo amar:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Amo aquele rapaz. / Amo-o. D) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos


Amo aquela moça. / Amo-a.
Amam aquele rapaz. / Amam-no. Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa-
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la. nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta-
que, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São verbos
Observação: que apresentam objeto direto relacionado a coisas e obje-
Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos to indireto relacionado a pessoas.
para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos ad-
nominais): Agradeço aos ouvintes a audiência.
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Objeto Indireto Objeto Direto
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car-
reira) Paguei o débito ao cobrador.
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
Objeto Direto Objeto Indireto
mor)
O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
C) Verbos Transitivos Indiretos
com particular cuidado:
Os verbos transitivos indiretos são complementados Agradeci o presente. / Agradeci-o.
por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi- Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
gem uma preposição para o estabelecimento da relação de Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter- Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são Paguei minhas contas. / Paguei-as.
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- Informar
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
lhe, lhes. Informe os novos preços aos clientes.
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: preços)
Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo-
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos Na utilização de pronomes como complementos, veja
iguais para todos. as construções:
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple- Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
mentos introduzidos pela preposição “a”: bre eles)
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Eles desobedeceram às leis do trânsito. Observação:
A mesma regência do verbo informar é usada para os
Responder - Tem complemento introduzido pela pre- seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.
posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a
quem” ou “ao que” se responde.
Comparar
Respondi ao meu patrão.
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
Respondemos às perguntas.
preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
Respondeu-lhe à altura.
indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de
Observação: uma criança.
O verbo responder, apesar de transitivo indireto quan-
do exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva Pedir
analítica: Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
O questionário foi respondido corretamente. forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamen- pessoa.
te.
Pedi-lhe favores.
Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen- Objeto Indireto Objeto Direto
tos introduzidos pela preposição “com”.
Antipatizo com aquela apresentadora. Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
Simpatizo com os que condenam os políticos que gover- Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
nam para uma minoria privilegiada. tantiva Objetiva Direta

82
LÍNGUA PORTUGUESA

#FICADICA Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa,


A construção “pedir para”, muito comum na linguagem as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são utiliza-
cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. das, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. Veja o
No entanto, é considerada correta quando a palavra licença exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam
estiver subentendida. a ela)
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
Assistir
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infiniti- assistência a, auxiliar.
vo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.

Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen-


Preferir
ciar, estar presente, caber, pertencer.
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in-
Assistimos ao documentário.
direto introduzido pela preposição “a”:
Não assisti às últimas sessões.
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Essa lei assiste ao inquilino.
Prefiro trem a ônibus.
No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é intran-
Observação: sitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar
Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa contur-
termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, bada cidade.
um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo
existente no próprio verbo (pre). Chamar
Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, soli-
Mudança de Transitividade - Mudança de Signifi- citar a atenção ou a presença de.
cado Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha-
má-la.
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi- Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen-
to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apre-
guístico muito importante, pois além de permitir a correta sentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades preposicionado ou não.
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, A torcida chamou o jogador mercenário.
estão: A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário.
Agradar A torcida chamou ao jogador de mercenário.
Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
nhos, acariciar, fazer as vontades de. Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
Sempre agrada o filho quando. Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
Aquele comerciante agrada os clientes.
Custar
Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
Agradar é transitivo indireto no sentido de causar
valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento in-
Frutas e verduras não deveriam custar muito.
troduzido pela preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes. No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
O cantor não lhes agradou. ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração re-
duzida de infinitivo.
O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto:
O cantor desagradou à plateia. Muito custa viver tão longe da família.
Verbo Intransitivo Oração Subordinada
Aspirar Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar
(o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Custou-me (a mim) crer nisso.
Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi-
rávamos a ele)

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LÍNGUA PORTUGUESA

A Gramática Normativa condena as construções que Visar


atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar,
pessoa: Custei para entender o problema. = Forma fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
correta: Custou-me entender o problema. O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.
Implicar
Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como
A) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
implicavam um firme propósito. O ensino deve sempre visar ao progresso social.
B) ter como consequência, trazer como consequência, Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
acarretar, provocar: Uma ação implica reação. público.

Como transitivo direto e indireto, significa comprome- Esquecer – Lembrar


Lembrar algo – esquecer algo
ter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões eco-
Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi-
nômicas.
nal)
No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,
indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem
exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
não trabalhasse arduamente. No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e
exigem complemento com a preposição “de”. São, portan-
Namorar to, transitivos indiretos:
Sempre tansitivo direto: Luísa namora Carlos há dois Ele se esqueceu do caderno.
anos. Eu me esqueci da chave.
Eles se esqueceram da prova.
Obedecer - Desobedecer Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Sempre transitivo indireto:
Todos obedeceram às regras. Há uma construção em que a coisa esquecida ou lem-
Ninguém desobedece às leis. brada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
alteração de sentido. É uma construção muito rara na lín-
Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem gua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de
Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
Proceder Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto momentos é sujeito)
adverbial de modo.
As afirmações da testemunha procediam, não havia Simpatizar - Antipatizar
como refutá-las. São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
Você procede muito mal. Não simpatizei com os jurados.
Simpatizei com os alunos.
Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposi-
Importante:
ção “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido
A norma culta exige que os verbos e expressões que
pela preposição “a”) é transitivo indireto.
dão ideia de movimento sejam usados com a preposição
O avião procede de Maceió.
“a”:
Procedeu-se aos exames.
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
O delegado procederá ao inquérito. Cláudia desceu ao segundo andar.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
Querer
Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter 1.2 Regência Nominal
vontade de, cobiçar.
Querem melhor atendimento. É o nome da relação existente entre um nome (subs-
Queremos um país melhor. tantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
nome. Essa relação é sempre intermediada por uma prepo-
Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, sição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
estimar, amar: Quero muito aos meus amigos. conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo

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LÍNGUA PORTUGUESA

regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes
cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela
preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será comple-
tiva nominal (subordinada substantiva).

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação:
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; parale-
lamente a; relativa a; relativamente a.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

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LÍNGUA PORTUGUESA

SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa O uso do acento indicativo de crase está condiciona-
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. do aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- e nominal, mais precisamente ao termo regente e termo
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. regido. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que
SITE exige complemento regido pela preposição “a”, e o termo
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61. regido é aquele que completa o sentido do termo regente,
php admitindo a anteposição do artigo a(s).
Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela con-
EXERCÍCIOS COMENTADOS tratada recentemente.
Após a junção da preposição com o artigo (destacados
1. (PRODAM – Auxiliar - Motorista – Fundamen- entre parênteses), temos:
tal - FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada
segue a norma culta da língua quanto à regência verbal. recentemente.
a) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, clas-
b) Eu esqueci do seu nome.
sifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referi-
c) Você assistiu à cena toda?
mos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o
d) Ele chegou na oficina pela manhã. artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome
e) Sempre obedeço as leis de trânsito. demonstrativo aquela (àquela).
Em a: Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. = prefiro
viajar de ônibus a dirigir Observações importantes:
Em b: Eu esqueci do seu nome. = Eu me esqueci do Alguns recursos servem de ajuda para que possamos
seu nome confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns:
Em c: Você assistiu à cena toda? = correta  Substitui-se a palavra feminina por uma masculi-
Em d: Ele chegou na oficina pela manhã. = Ele chegou na equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a crase
à oficina pela manhã está confirmada.
Em e: Sempre obedeço as leis de trânsito. = Sempre Os dados foram solicitados à diretora.
obedeço às leis de trânsito Os dados foram solicitados ao diretor.
GABARITO OFICIAL: C
 No caso de nomes próprios geográficos, substi-
2. (Polícia Civil do Estado de São Paulo/SP – Médico tui-se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na
Legista – Superior - VUNESP/2014 - adaptada) Leia o expressão “voltar da”, há a confirmação da crase.
seguinte trecho para responder à questão. Faremos uma visita à Bahia.
A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada)
baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imuno-
lógica melhor a essa medida, similar _______________ . Não me esqueço da viagem a Roma.
A alternativa que completa, corretamente, o texto é: Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja-
a) das mulheres mais vividos.
b) às mulheres
c) com das mulheres FIQUE ATENTO!
d) à das mulheres Nas situações em que o nome geográfico se apresen-
tar modificado por um adjunto adnominal, a crase está
e) ao das mulheres
confirmada.
Similar significa igual; sua regência equivale à da pala-
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas
vra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (suben-
praias.
tendido: resposta imunológica) das mulheres.
GABARITO OFICIAL: D #FICADICA
Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou A volto
DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Campinas. = Volto de
Campinas. (crase pra quê?)
CRASE Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!)
FIQUE ATENTO!
Quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá
A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais crase. Veja:
idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos pro- que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
nomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com Irei à Salvador de Jorge Amado.
o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais).
Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s),
acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re-
quais. gente exigir complemento regido da preposição “a”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Entregamos a encomenda àquela menina. Antes de verbos no infinitivo.


(preposição + pronome demonstrativo) Ele estava a cantar.
Começou a chover.
Iremos àquela reunião.
(preposição + pronome demonstrativo) Antes de numeral.
O número de aprovados chegou a cem.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando crian- Faremos uma visita a dez países.
ça. (àquelas que eu ouvia quando criança)
(preposição + pronome demonstrativo) Observações:
 Nos casos em que o numeral indicar horas – fun-
A letra “a” que acompanha locuções femininas (adver- cionando como uma locução adverbial feminina – ocorrerá
biais, prepositivas e conjuntivas) recebem o acento grave: crase: Os passageiros partirão às dezenove horas.
 locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às  Diante de numerais ordinais femininos a crase
pressas, à vontade... está confirmada, visto que estes não podem ser emprega-
 locuções prepositivas: à frente, à espera de, à pro- dos sem o artigo: As saudações foram direcionadas à pri-
cura de... meira aluna da classe.
 locuções conjuntivas: à proporção que, à medida  Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quan-
que. do essa não se apresentar determinada: Chegamos todos
exaustos a casa.
Cuidado: quando as expressões acima não exercerem Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto ad-
a função de locuções não ocorrerá crase. Repare: nominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos exaus-
Eu adoro a noite! tos à casa de Marcela.
Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não  Não há crase antes da palavra “terra”, quando
preposição. essa indicar chão firme: Quando os navegantes regressaram
a terra, já era noite.
Casos passíveis de nota: Contudo, se o termo estiver precedido por um deter-
minante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase.
 A crase é facultativa diante de nomes próprios fe- Paulo viajou rumo à sua terra natal.
mininos: Entreguei o caderno a (à) Eliza. O astronauta voltou à Terra.
 Também é facultativa diante de pronomes posses-
sivos femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa.  Não ocorre crase antes de pronomes que reque-
 Facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja rem o uso do artigo.
ficará aberta até as (às) dezoito horas. Os livros foram entregues a mim.
 Constata-se o uso da crase se as locuções prepo- Dei a ela a merecida recompensa.
sitivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão por  Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos
comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV) à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, o uso da
 Não se efetiva o uso da crase diante da locução crase está confirmado no “a” que os antecede, no caso de
adverbial “a distância”: Na praia de Copacabana, observa- o termo regente exigir a preposição.
mos a queima de fogos a distância. Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia.
Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma  Não ocorre crase antes de nome feminino utiliza-
locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi do em sentido genérico ou indeterminado:
arremessado à distância de cem metros. Estamos sujeitos a críticas.
Refiro-me a conversas paralelas.
 De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguida-
de -, faz-se necessário o emprego da crase. EXERCÍCIOS COMENTADOS
Ensino à distância.
Ensino a distância. 1. (Polícia Civil/SC – Agente de Polícia – Médio -
 Em locuções adverbiais formadas por palavras re- ACAFE/2014) Assinale a alternativa que preenche correta-
petidas, não há ocorrência da crase. mente as lacunas da frase a seguir.
Ela ficou frente a frente com o agressor. Quando________ três meses disse-me que iria _________
Eu o seguirei passo a passo. Grécia para visitar ___ sua tia, vi-me na obrigação de ajudá
-la _______ resgatar as milhas _________ quais tinha direito.
Casos em que não se admite o emprego da crase: a) a - há - à - à - às
b) há - à - a - a – às
Antes de vocábulos masculinos. c) há - a - há - à - as
As produções escritas a lápis não serão corrigidas. d) a - à - a - à - às
Esta caneta pertence a Pedro. e) a - a - à - há – as

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quando HÁ (sentido de tempo) três meses disse-me Em c: Comprovação dessa assertiva – chegar à com-
que iria À (“vou a, volto da, crase há!”) Grécia para visitar provação
A (artigo) sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-la A (ajudar Em d: Emitir uma opinião desse tipo – chegar a emitir
“ela” a fazer algo) resgatar as milhas ÀS quais tinha direito (verbo no infinitivo)
(tinha direito a quê? às milhas – regência nominal). Tere- Em e: Semelhante resultado – chegar a semelhante (pa-
mos: há, à, a, a, às. lavra masculina)
GABARITO OFICIAL: B GABARITO OFICIAL: C

2. (EMPLASA/SP – Analista Jurídico – Direito – Su- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


perior - VUNESP/2014)
A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de tra- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
balho para proceder _____ medidas necessárias _____ exu- Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
mação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart, Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exumação de reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente morreu Paulo: Saraiva, 2010.
de causas naturais, ou seja, devido ____ uma parada cardía-
ca – que tem sido a versão considerada oficial até hoje –, SITE
ou se sua morte se deve ______ envenenamento. http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-.
(http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,- html
governo-cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jan-
go,1094178,0.htm 07. 11.2013. Adaptado) 1. Frase, oração e período
1.1 Sintaxe da Oração e do Período
Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as la- 1.1.2 Termos da Oração
cunas da frase devem ser completadas, correta e respecti- 1.2 Coordenaçao e Subordinação
vamente, por
a) a ... à ... a ... a Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para
b) as ... à ... a ... à
estabelecer comunicação. Normalmente é composta por
c) às ... a ... à ... a
dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obrigato-
d) à ... à ... à ... a
riamente, pois há orações ou frases sem sujeito: Trovejou
e) a ... a ... a ... à
muito ontem à noite.
A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de tra-
balho para proceder a medidas (palavra no plural, genera-
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em
lizando) necessárias à (regência nominal pede preposição)
verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nominais
exumação dos restos mortais do ex-presidente João Gou-
(sem a presença de verbos), feita a partir de seus elementos
lart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exuma-
constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu
ção de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente
morreu de causas naturais, ou seja, devido a uma (artigo sentido global:
indefinido) parada cardíaca – que tem sido a versão consi- A) frases interrogativas = o emissor da mensagem for-
derada oficial até hoje –, ou se sua morte se deve a (regên- mula uma pergunta: Que dia é hoje?
cia verbal) envenenamento. A / à / a / a B) frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou faz
GABARITO OFICIAL: A um pedido: Dê-me uma luz!
C) frases exclamativas = o emissor exterioriza um esta-
3. (SABESP/SP – Advogado – Superior - FCC/2014) do afetivo: Que dia abençoado!
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fizeram D) frases declarativas = o emissor constata um fato: A
uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga cidade prova será amanhã.
de Tikal, na Guatemala.
O a empregado na frase acima, imediatamente depois Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo
de chegar, deverá receber o sinal indicativo de crase caso o (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais:
segmento grifado seja substituído por: sujeito e predicado.
a) Uma tal ilação. O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo
b) Afirmações como essa. em número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o
c) Comprovação dessa assertiva. tema do que se vai comunicar”; o predicado é a parte da
d) Emitir uma opinião desse tipo. frase que contém “a informação nova para o ouvinte”, é o
e) Semelhante resultado. que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema, constituindo
Em a: Uma tal ilação – chegar a uma (não há acento a declaração do que se atribui ao sujeito.
grave antes de artigo) Quando o núcleo da declaração está no verbo (que in-
Em b: Afirmações como essa – chegar a afirmações (an- dique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo sig-
tes de palavra no plural e o “a” no singular) nificativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo es-

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LÍNGUA PORTUGUESA

tiver em um nome (geralmente um adjetivo), teremos um A indeterminação do sujeito ocorre quando não é
predicado nominal (os verbos deste tipo de predicado possível identificar claramente a que se refere a concor-
são os que indicam estado, conhecidos como verbos de dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não
ligação): interessa indicar precisamente o sujeito de uma oração.
O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação Estão gritando seu nome lá fora.
(predicado verbal) Trabalha-se demais neste lugar.
A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o nú-
cleo é “fácil” (predicado nominal) O sujeito simples é o sujeito determinado que apre-
senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída plural; pode também ser um pronome indefinido. Abaixo,
por uma ou mais orações, formando um todo, com sen- sublinhei os núcleos dos sujeitos:
tido completo. O período pode ser simples ou composto. Nós estudaremso juntos.
A humanidade é frágil.
Período simples é aquele constituído por apenas Ninguém se move.
uma oração, que recebe o nome de oração absoluta. O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve
Chove. uma derivação imprópria, tranformando-o em substan-
A existência é frágil. tivo)
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso. As crianças precisam de alimentos saudáveis.

Período composto é aquele constituído por duas ou O sujeito composto é o sujeito determinado que
mais orações: apresenta mais de um núcleo.
Cantei, dancei e depois dormi. Alimentos e roupas custam caro.
Quero que você estude mais. Ela e eu sabemos o conteúdo.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.
1.1.2 Termos da Oração
1.1.2.1 Termos essenciais Além desses dois sujeitos determinados, é comum a
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o
O sujeito e o predicado são considerados termos “antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo
essenciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis do sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido
para a formação das orações. No entanto, existem ora- pela desinência verbal ou pelo contexto.
ções formadas exclusivamente pelo predicado. O que de- Abolimos todas as regras. = (nós)
fine a oração é a presença do verbo. O sujeito é o termo Falaste o recado à sala? = (tu)
que estabelece concordância com o verbo.
O candidato está preparado. Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri-
Os candidatos estão preparados. meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na se-
gunda do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os
Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida- pronomes não estejam explícitos.
to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno- Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implíci-
minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo, to na desinência verbal “-mos”
estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na de-
no singular: candidato = está). sinência verbal “-ais”
A função do sujeito é basicamente desempenhada
por substantivos, o que a torna uma função substantiva Mas:
da oração. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós
outras palavras substantivadas (derivação imprópria) tam- Vós cantais bem! = sujeito simples: vós
bém podem exercer a função de sujeito.
Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, subs- O sujeito indeterminado surge quando não se quer
tantivo) - ou não se pode - identificar a que o predicado da ora-
Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem- ção refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito,
plo: substantivo) caso contrário, teríamos uma oração sem sujeito.
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermi-
Os sujeitos são classificados a partir de dois elemen- nado de duas maneiras:
tos: o de determinação ou indeterminação e o de núcleo A) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que
do sujeito. o sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
Um sujeito é determinado quando é facilmente iden- Bateram à porta;
tificado pela concordância verbal. O sujeito determinado Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi-
pode ser simples ou composto. nistro.

89
LÍNGUA PORTUGUESA

Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples ou O predicado acima apresenta apenas uma palavra
composto: que se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras li-
Os meninos bateram à porta. (simples) gam-se direta ou indiretamente ao verbo.
Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto) A cidade está deserta.

B) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres- O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refe-
cido do pronome “se”. Esta é uma construção típica dos re-se ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como
verbos que não apresentam complemento direto: elemento de ligação (por isso verbo de ligação) entre o
Precisa-se de mentes criativas. sujeito e a palavra a ele relacionada (no caso: deserta =
Vivia-se bem naqueles tempos. predicativo do sujeito).
Trata-se de casos delicados.
Sempre se está sujeito a erros. O predicado verbal é aquele que tem como núcleo
significativo um verbo:
O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice de
Chove muito nesta época do ano.
indeterminação do sujeito.
Estudei muito hoje!
Compraste a apostila?
As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predi-
cado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A men-
sagem está centrada no processo verbal. Os principais ca- Os verbos acima são significativos, isto é, não ser-
sos de orações sem sujeito com: vem apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam
 os verbos que indicam fenômenos da natureza: processos.
Amanheceu.
Está trovejando. O predicado nominal é aquele que tem como nú-
cleo significativo um nome; este atribui uma qualidade
 os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam ou estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo em do sujeito. O predicativo é um nome que se liga a ou-
geral: tro nome da oração por meio de um verbo (o verbo de
Está tarde. ligação).
Já são dez horas. Nos predicados nominais, o verbo não é significativo,
Faz frio nesta época do ano. isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre-
Há muitos concursos com inscrições abertas. dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado
do sujeito: Os dados parecem corretos.
Predicado é o conjunto de enunciados que contém a O verbo parecer poderia ser substituído por estar,
informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas andar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como
orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia elemento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele
um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado é relacionadas.
aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com exceção
do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que difere A função de predicativo é exercida, normalmente, por
do sujeito numa oração é o seu predicado. um adjetivo ou substantivo.
Chove muito nesta época do ano.
Houve problemas na reunião. O predicado verbo-nominal é aquele que apresen-
ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No
Em ambas as orações não há sujeito, apenas predicado.
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir
ao sujeito ou ao complemento verbal (objeto).
As questões estavam fáceis!
Sujeito simples = as questões O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig-
Predicado = estavam fáceis nificativo, indicando processos. É também sempre por in-
termédio do verbo que o predicativo se relaciona com o
Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento. termo a que se refere.
Sujeito = uma ideia estranha O dia amanheceu ensolarado;
Predicado = passou-me pelo pensamento As mulheres julgam os homens inconstantes.
Para o estudo do predicado, é necessário verificar se
seu núcleo é um nome (então teremos um predicado no- No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
minal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se considerar duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de
também se as palavras que formam o predicado referem- ligação. Este predicado poderia ser desdobrado em dois:
se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. um verbal e outro nominal.
O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres
de opinião. No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona
Predicado o complemento homens com o predicativo “inconstantes”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1.1.2.2 Termos integrantes da oração As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto


adverbial são:
Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o assunto: Falavam sobre futebol.
complemento nominal são chamados termos integrantes da causa: As folhas caíram com o vento.
oração. companhia: Ficarei com meus pais.
Os complementos verbais integram o sentido dos ver- concessão: Apesar de você, serei feliz.
bos transitivos, com eles formando unidades significativas. conformidade: Fez tudo conforme o combinado.
Estes verbos podem se relacionar com seus complementos dúvida: Talvez ainda chova.
diretamente, sem a presença de preposição, ou indireta- fim: Estudou para o exame.
mente, por intermédio de preposição. instrumento: Fez o corte com a faca.
intensidade: Falava bastante.
O objeto direto é o complemento que se liga direta- lugar: Vou à cidade.
matéria: Este prato é feito de porcelana.
mente ao verbo.
meio: Viajarei de trem.
Houve muita confusão na partida final.
modo: Foram recrutados a dedo.
Queremos sua ajuda.
negação: Não há ninguém que mereça.
tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo.
O objeto direto preposicionado ocorre principalmen-
te: O adjunto adnominal é o termo acessório que deter-
A) com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns mina, especifica ou explica um substantivo. É uma função
referentes a pessoas: adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais. exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Também
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomi- atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais e
na-se: objeto direto preposicionado) os pronomes adjetivos.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
B) com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes amigo de infância.
de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero cansar a
Vossa Senhoria. O adjunto adnominal se liga diretamente ao substan-
tivo a que se refere, sem participação do verbo. Já o predi-
C) para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise. cativo do objeto se liga ao objeto por meio de um verbo.
(sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica a O poeta português deixou uma obra originalíssima.
crise) O poeta deixou-a.
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: ad-
O objeto indireto é o complemento que se liga indi- junto adnominal)
retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
Gosto de música popular brasileira. O poeta português deixou uma obra inacabada.
Necessito de ajuda. O poeta deixou-a inacabada.
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do
O termo que integra o sentido de um nome chama-se objeto)
complemento nominal, que se liga ao nome que comple-
ta por intermédio de preposição: Enquanto o complemento nominal se relaciona a um
substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto nominal se re-
A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a palavra
laciona apenas ao substantivo.
“necessária”
Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
O aposto é um termo acessório que permite ampliar,
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um ter-
1.1.2.3 Termos acessórios da oração e vocativo mo que exerça qualquer função sintática: Ontem, segunda-
feira, passei o dia mal-humorado.
Os termos acessórios recebem este nome por serem Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo
explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad- “ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao termo
junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o vocativo que se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira
– este, sem relação sintática com outros temos da oração. passei o dia mal-humorado.
O aposto pode ser classificado, de acordo com seu va-
O adjunto adverbial é o termo da oração que indi- lor na oração, em:
ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o A) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma-
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com o
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais mundo.
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei a B) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
pé àquela velha praça. coisas: amor, arte, ação.

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LÍNGUA PORTUGUESA

C) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho, c) ... viajavam por cordilheiras...


tudo forma o carnaval. d) ... até cair em desuso, seis séculos atrás.
D) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixa- e) O maquinista empurra a manopla do acelerador.
ram-se por muito tempo na baía anoitecida. Acompanhar é transitivo direto (acompanhar quem ou
o quê - não há preposição):
O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar Em a: foi = verbo de ligação (ser) – não há complemen-
ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não mantendo to, mas sim, predicativo do sujeito (rota única);
relação sintática com outro termo da oração. A função de Em b: floresceram = intransitivo (durante os primórdios
vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes = adjunto adverbial);
substantivos, numerais e palavras substantivadas esse pa- Em c: viajavam = intransitivo (por cordilheiras = adjun-
pel na linguagem. to adverbial);
João, venha comigo! Em d: cair = intransitivo;
Traga-me doces, minha menina! Em e: empurra = transitivo direto (empurrar quem ou
o quê?)
EXERCÍCIOS COMENTADOS GABARITO OFICIAL: E

1. (CASAL/AL - Administrador de Rede – Superior - 1.2 Períodos Compostos


COPEVE/UFAL/2014 - adaptada) 1.2.1 Período Composto por Coordenação

O período composto se caracteriza por possuir mais de


uma oração em sua composição. Sendo assim:
Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma ora-
ção)
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
(Período Composto =locução verbal + verbo, duas orações)
Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um
protetor solar. (Período Composto = três verbos, três ora-
ções).

Há dois tipos de relações que podem se estabelecer


entre as orações de um período composto: uma relação de
coordenação ou uma relação de subordinação.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas
em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de
O cartaz acima divulga a peça de teatro “Quem tem informações, marcado pela pontuação final), mas têm, am-
medo de Virginia Woolf?” escrita pelo norte-americano bas, estruturas individuais, como é o exemplo de:
Edward Albee. O termo “de Virginia Woolf”, do título em Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
português da peça, funciona como: (Período Composto)
a) objeto indireto. Podemos dizer:
b) complemento nominal. 1. Estou comprando um protetor solar.
c) adjunto adnominal. 2. Irei à praia.
d) adjunto adverbial. Separando as duas, vemos que elas são independen-
e) agente da passiva. tes. Tal período é classificado como Período Composto
O termo complementa a palavra “medo”, que é subs- por Coordenação.
tantivo (nome – nominal). Portanto é um complemento no- Quanto à classificação das orações coordenadas, te-
minal. O verbo “ter” tem como complemento verbal (ob- mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas
jeto) a palavra “medo”, que exerce a função sintática de Sindéticas.
objeto direto.
GABARITO OFICIAL: B A) Coordenadas Assindéticas
São orações coordenadas entre si e que não são liga-
2. (TRT/AL - Analista Judiciário – Superior - das através de nenhum conectivo. Estão apenas justapos-
FCC/2014) tas.
... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas... Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de com-
plemento que o da frase acima está em: B) Coordenadas Sindéticas
a) A Rota da Seda nunca foi uma rota única... Ao contrário da anterior, são orações coordenadas en-
b) Esses caminhos floresceram durante os primórdios tre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coor-
da Idade Média. denativa, que dará à oração uma classificação. As orações

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LÍNGUA PORTUGUESA

coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos: Observação:


aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicati- As orações reduzidas não são introduzidas por conjun-
vas. ções nem pronomes relativos. Podem ser, eventualmente,
introduzidas por preposição.
Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
 Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas A) Orações Subordinadas Substantivas
principais conjunções são: e, nem, não só... mas também, A oração subordinada substantiva tem valor de subs-
não só... como, assim... como. tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção inte-
Nem comprei o protetor solar nem fui à praia. grante (que, se).
Comprei o protetor solar e fui à praia.
Não sei se sairemos hoje.
 Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: Oração Subordinada Substantiva
suas principais conjunções são: mas, contudo, todavia, en-
tretanto, porém, no entanto, ainda, assim, senão. Temos medo de que não sejamos aprovados.
Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante. Oração Subordinada Substantiva
Li tudo, porém não entendi!
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
 Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: introduzem as orações subordinadas substantivas, bem
suas principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer... como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde,
quer; seja...seja. como).
Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
O garoto perguntou qual seu nome.
 Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: Oração Subordinada Subs-
suas principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por tantiva
conseguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo).
Passei no concurso, portanto comemorarei! Não sabemos quando ele virá.
A situação é delicada; devemos, pois, agir. Oração Subordinada Substan-
tiva
 Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas:
suas principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na Classificação das Orações Subordinadas Substanti-
verdade, pois (anteposto ao verbo). vas
Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do-
mingo. Conforme a função que exerce no período, a oração
Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos. subordinada substantiva pode ser:
1. Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
1.2.2 Período Composto Por Subordinação verbo da oração principal:
É fundamental o seu comparecimento à reu-
Quero que você seja aprovado! nião.
Oração principal oração subordinada Sujeito

Observe que na oração subordinada temos o verbo É fundamental que você compareça à
“seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular reunião.
do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por Oração Principal Oração Subordinada Substan-
conjunção. As orações subordinadas que apresentam ver- tiva Subjetiva
bo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do
indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas por con- FIQUE ATENTO!
junção, chamam-se orações desenvolvidas ou explícitas. Observe que a oração subordinada substantiva pode
Podemos modificar o período acima. Veja: ser substituída pelo pronome “isso”. Assim, temos um pe-
Quero ser aprovado. ríodo simples:
Oração Principal Oração Subordinada É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Desta forma, a oração correspondente a “isso” exercerá
A análise das orações continua sendo a mesma: “Que- a função de sujeito.
ro” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração su-
bordinada “ser aprovado”. Observe que a oração subordi- Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
nada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além disso, principal:
a conjunção “que”, conectivo que unia as duas orações,  Verbos de ligação + predicativo, em constru-
desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge ções do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece
numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particí- certo - É claro - Está evidente - Está comprovado
pio) chamamos orações reduzidas ou implícitas. É bom que você compareça à minha festa.

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LÍNGUA PORTUGUESA

 Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Sou- Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sen-
be-se, Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anuncia- timos orgulho disso.)
do, Ficou provado. Oração Subordinada Substantiva
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro. Completiva Nominal

 Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar #FicaDica


- importar - ocorrer - acontecer As orações subordinadas substantivas objetivas indire-
Convém que não se atrase na entrevista. tas integram o sentido de um verbo, enquanto que orações
subordinadas substantivas completivas nominais integram
Observação: o sentido de um nome. Para distinguir uma da outra, é ne-
Quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, cessário levar em conta o termo complementado. Esta é
o verbo da oração principal está sempre na 3.ª pessoa do a diferença entre o objeto indireto e o complemento no-
singular. minal: o primeiro complementa um verbo; o segundo, um
nome.
2. Objetiva Direta = exerce função de objeto direto do
verbo da oração principal:
Todos querem sua aprovação no concurso. 5. Predicativa = exerce papel de predicativo do sujei-
Objeto Direto to do verbo da oração principal e vem sempre depois do
verbo ser.
Todos querem que você seja aprovado. (Todos Nosso desejo era sua desistência.
querem isso) Predicativo do Sujeito
Oração Principal oração Subordinada Substantiva
Objetiva Direta Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo
era isso)
Oração Subordinada Substantiva
As orações subordinadas substantivas objetivas diretas
Predicativa
(desenvolvidas) são iniciadas por:
 Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e
Observação:
“se”: A professora verificou se os alunos estavam presentes.
Em certos casos, usa-se a preposição expletiva “de”
 Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às
para realce. Veja o exemplo: A impressão é de que não fui
vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas:
bem na prova.
O pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.
 Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às 6. Apositiva = exerce função de aposto de algum ter-
vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: mo da oração principal.
Eu não sei por que ela fez isso. Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
Aposto
3. Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do
verbo da oração principal. Vem precedida de preposição. Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz!
Oração subordinada
Meu pai insiste em meu estudo. substantiva apositiva reduzida de infinitivo
Objeto Indireto
(Fernanda tinha um grande sonho: isso)
Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste
nisso) Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! (:)
Oração Subordinada Substantiva
Objetiva Indireta B) Orações Subordinadas Adjetivas
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
Observação: valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
Em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem
oração. a função de adjunto adnominal do antecedente.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Esta foi uma redação bem-sucedida.
Oração Subordinada Substantiva Substantivo Adjetivo (Adjunto Adno-
Objetiva Indireta minal)

4. Completiva Nominal = completa um nome que O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo
pertence à oração principal e também vem marcada por “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra
preposição. construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:
Sentimos orgulho de seu comportamento. Esta foi uma redação que fez sucesso.
Complemento Nominal Oração Principal Oração Subordinada
Adjetiva

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LÍNGUA PORTUGUESA

Perceba que a conexão entre a oração subordinada universo de homens, isto é, não se refere a todos os ho-
adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é mens, mas sim àquele que estava passando naquele mo-
feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou mento.
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha
uma função sintática na oração subordinada: ocupa o pa- Exemplo 2:
pel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso, O homem, que se considera racional, muitas vezes
“redação” é sujeito, então o “que” também funciona como age animalescamente.
sujeito).
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
Observação:
Para que dois períodos se unam num período compos- Agora, a oração em destaque não tem sentido restriti-
to, altera-se o modo verbal da segunda oração. vo em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas ex-
plicita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito
FIQUE ATENTO! de “homem”.
Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o
pronome relativo “que”: ele sempre pode ser substituído Saiba que:
por: o qual - a qual - os quais - as quais A oração subordinada adjetiva explicativa é separada
Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é da oração principal por uma pausa que, na escrita, é repre-
equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual estuda. sentada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação
seja indicada como forma de diferenciar as orações expli-
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas cativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm sempre
isoladas por vírgulas; as restritivas, não.
Quando são introduzidas por um pronome relativo e
apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi- C) Orações Subordinadas Adverbiais
das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas Uma oração subordinada adverbial é aquela que exer-
reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo ce a função de adjunto adverbial do verbo da oração prin-
(podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o cipal. Assim, pode exprimir circunstância de tempo, modo,
verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida,
particípio). vem introduzida por uma das conjunções subordinativas
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou. (com exclusão das integrantes, que introduzem orações
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar. subordinadas substantivas). Classifica-se de acordo com
a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz (assim
No primeiro período, há uma oração subordinada ad- como acontece com as coordenadas sindéticas).
jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
relativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito
Oração Subordinada Adverbial
perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subor-
dinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome re-
lativo e seu verbo está no infinitivo. A oração em destaque agrega uma circunstância de
tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adver-
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas bial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessó-
rios que indicam uma circunstância referente, via de regra,
Na relação que estabelecem com o termo que caracte- a um verbo. A classificação do adjunto adverbial depende
rizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de da exata compreensão da circunstância que exprime.
duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
especificam o sentido do termo a que se referem, indivi- minha vida.
dualizando-o. Nestas orações não há marcação de pausa, Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem minha vida.
também orações que realçam um detalhe ou amplificam
dados sobre o antecedente, que já se encontra suficiente- No primeiro período, “naquele momento” é um adjun-
mente definido. Estas orações denominam-se subordina-
to adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “sen-
das adjetivas explicativas.
Exemplo 1: ti”. No segundo período, este papel é exercido pela oração
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que “Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração subordina-
passava naquele momento. da adverbial temporal. Esta oração é desenvolvida, pois é
Oração introduzida por uma conjunção subordinativa (quando) e
Subordinada Adjetiva Restritiva apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do
pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la,
No período acima, observe que a oração em destaque obtendo-se:
restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: tra- Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de minha
ta-se de um homem específico, único. A oração limita o vida.

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LÍNGUA PORTUGUESA

A oração em destaque é reduzida, apresentando uma D) Concessiva = indica concessão às ações do verbo
das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou
introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente
preposição (“a”, combinada com o artigo “o”). ligada ao contraste, à quebra de expectativa. Principal con-
junção subordinativa concessiva: embora. Utiliza-se tam-
Observação: bém a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda
A classificação das orações subordinadas adverbiais é quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que.
feita do mesmo modo que a classificação dos adjuntos ad- Só irei se ele for.
verbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela oração. A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu”
ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita.
Classificação das Orações Subordinadas Adverbiais Compare agora com:
Irei mesmo que ele não vá.
A) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A
que se declara na oração principal. Principal conjunção su-
oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con-
bordinativa causal: porque. Outras conjunções e locuções
cessiva.
causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à Observe outros exemplos:
oração principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto Embora fizesse calor, levei agasalho.
que. Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte. bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)
Já que você não vai, eu também não vou.
E) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais
A diferença entre a subordinada adverbial causal e a comparativas estabelecem uma comparação com a ação
sindética explicativa é que esta “explica” o fato que aconte- indicada pelo verbo da oração principal. Principal conjun-
ceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apresen- ção subordinativa comparativa: como.
ta a “causa” do acontecimento expresso na oração à qual Ele dorme como um urso. (como um urso dorme)
ela se subordina. Repare: Você age como criança. (age como uma criança age)
1. Faltei à aula porque estava doente.
2. Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.  geralmente há omissão do verbo.
Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro que o
fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato de estar F) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou
doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a oração seja, apresenta uma regra, um modelo adotado para a
sublinhada relata um fato que aconteceu depois, já que execução do que se declara na oração principal. Principal
primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram vermelhos. conjunção subordinativa conformativa: conforme. Outras
B) Consecutiva = exprime um fato que é consequên- conjunções conformativas: como, consoante e segundo (to-
cia, é efeito do que se declara na oração principal. São in- das com o mesmo valor de conforme).
troduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que, Fiz o bolo conforme ensina a receita.
de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão...que, tan- Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm
to...que, tamanho...que. direitos iguais.
Principal conjunção subordinativa consecutiva: que
G) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho)
se declara na oração principal. Principal conjunção subordi-
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con-
nativa final: a fim de. Outras conjunções finais: que, porque
cretizando-os.
(= para que) e a locução conjuntiva para que.
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzi- Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
da de Infinitivo) Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
C) Condicional = Condição é aquilo que se impõe H) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou
como necessário para a realização ou não de um fato. As seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal.
orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: à
que deve ou não ocorrer para que se realize - ou deixe de proporção que. Outras locuções conjuntivas proporcionais:
se realizar - o fato expresso na oração principal. à medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas: quan-
Principal conjunção subordinativa condicional: se. Ou- to maior...(maior), quanto maior...(menor), quanto menor...
tras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, (maior), quanto menor...(menor), quanto mais...(mais), quan-
salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, to mais...(menos), quanto menos...(mais), quanto menos...
uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). (menos).
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, À proporção que estudávamos mais questões acertáva-
certamente o melhor time será campeão. mos.
Caso você saia, convide-me. À medida que lia mais culto ficava.

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LÍNGUA PORTUGUESA

I) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato ma definição verdadeiramente estável para o texto literá-
expresso na oração principal, podendo exprimir noções de rio. Para simplificar, pode-se exemplificar através de uma
simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principal comparação por oposição. Vamos opor o texto científico
conjunção subordinativa temporal: quando. Outras con- ao texto artístico: o texto científico emprega as palavras
junções subordinativas temporais: enquanto, mal e locu- sem preocupação com a beleza, o efeito emocional. No
ções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que, texto artístico, ao contrário, essa será a preocupação maior
antes que, depois que, sempre que, desde que, etc. do artista. É óbvio que também o escritor busca instruir e
Assim que Paulo chegou, a reunião acabou. perpassar ao leitor uma determinada ideia; mas, diferente-
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi- mente do texto científico, o literário une essa instrução à
nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio) necessidade estética que toda obra de arte exige. O texto
científico emprega as palavras no seu sentido dicionariza-
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA do, denotativo, enquanto o texto artístico busca empregar
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa as palavras com liberdade, preferindo o seu sentido cono-
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. tativo, figurado. O texto literário é, portanto, aquele que
pretende emocionar e que, para isso, emprega a língua
SITE com liberdade e beleza, utilizando-se, muitas vezes, do
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/fra- sentido metafórico das palavras.
se-periodo-e-oracao
1.1 Prosa e Poesia

Os textos literários dividem-se em duas partes: pro-


INTRODUÇÃO À LITERATURA sa e poesia. A POESIA é a linguagem subjetiva, metafísi-
ca, vaga com o mundo interior do poeta. É um texto curto
com orações e períodos curtos, onde sobressai a beleza, a
A literatura está ligada à escrita, portanto sua origem harmonia e o ritmo; é a mais velha composição do mundo.
perde-se nos tempos. Não há um único marco histórico do Com o surgimento do livro em placas de argila, começaram
surgimento da escrita, já que os desenhos das cavernas são também as primeiras aulas. Tudo teria que ser decorado,
considerados escritos antigos. O hieróglifo é uma escrita pois não havia material onde escrever tudo e a toda hora.
do antigo Egito. Nas casas-escola, os alunos decoravam os poemas com os
Desde que apareceu o ser humano, ele teve vontade conhecimentos, números, gramática, filosofia, etc.
de deixar resquícios de sua passagem pelo mundo. O ho- Com os livros de argila e o uso de poemas, poder-se-ia
mem sempre quis deixar sua marca para a posteridade, transmitir muita coisa com pouco material. Estes livros fi-
como é que ele fazia para caçar, mostrar seus feitos, seu cavam nas bibliotecas, já que não se poderia carregar um
heroísmo, sua força, dinamismo, coragem. Também quis livro de dez quilos pra lá e pra cá.
mostrar como era o seu povo, os animais, o meio ambiente Prosa é a linguagem objetiva, usual, veículo natural do
da época. Já se estava definindo o que seria literatura. pensamento humano. A PROSA pode ser escrita de diver-
A Literatura é a arte de compor escritos artísticos, em sas formas como: romances, crítica, novela, conto, etc. Ve-
prosa ou em verso, de acordo com princípios teóricos e jamos as diferenças entre um texto em forma de poesia e
práticos, o exercício dessa arte ou da eloquência e poesia. outro em forma de prosa:
A palavra “Literatura” vem do latim “litteris” que sig-
nifica “Letras”, e possivelmente uma tradução do grego POEMA
“grammatikee”. Em latim, literatura significa uma instrução  Frases curtas.
ou um conjunto de saberes ou habilidades de escrever e  Destaque para a beleza dos versos.
ler bem, e se relaciona com as artes da gramática, da re-  Uso de rimas: Porta/importa, minha/vizinha.
tórica e da poética. Por extensão, refere-se especificamen-  Uso de métrica - contagem de sílabas poéticas.
te à arte ou ofício de escrever de forma artística. O termo  Texto escrito em forma de versos.
“Literatura” também é usado como referência a um corpo
ou um conjunto escolhido de textos como, por exemplo, a PROSA
literatura médica, a literatura inglesa, literatura portuguesa,  Frases longas, num só período.
literatura japonesa etc.  Não há beleza no texto, somente a informação.
Mais produtivo do que tentar definir Literatura talvez  Texto objetivo: transmitir uma mensagem.
seja encontrar um caminho para decidir o que torna um  Não há métrica, nem rima, nem ritmo.
texto, em sentido lato, literário. A definição de literatura  Texto escrito em forma de parágrafos.
está comumente associada à ideia de estética, ou melhor,
da ocorrência de algum procedimento estético. Um texto 1.2 A Linguagem Literária e a não Literária
é literário, portanto, quando consegue produzir um efeito
estético e quando provoca catarse, o efeito de definição A linguagem literária é bem diferente da linguagem
aristotélica, no receptor. A própria natureza do caráter es- não literária. A linguagem literária é bela, emotiva, senti-
tético, contudo, reconduz à dificuldade de elaborar algu- mental, trazendo as figuras de linguagem como a metá-

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LÍNGUA PORTUGUESA

fora, a metonímia, a inversão, etc. Apresenta o fantástico C) Gênero Épico ou Narrativo - Ao gênero narrativo
que precisa ser descoberto através de uma leitura atenta. pertencem aqueles textos em que alguém narra uma histó-
A linguagem não literária é própria para a transmissão do ria, procurando retratar o mundo exterior.
conhecimento, da informação, no âmbito das necessidades Na antiguidade, a forma narrativa consagrada era a
da comunicação social. É a língua na sua função pragmá- épica em que se faziam relatos de versos sobre as origens
tica, empregada pela ciência, pela técnica, pelo jornalismo, das nacionalidades, os acontecimentos históricos que mu-
pela conversação entre os falantes. daram o curso da humanidade. Os heróis épicos eram per-
Podemos estabelecer o seguinte confronto entre as sonagens históricas ou semideuses que se destacaram por
duas formas: excepcionais façanhas. Cumpre ressaltar as mais célebres
Linguagem Literária Linguagem epopeias: a “Ilíada” e a “Odisseia”, de Homero; a “Eneida”,
não Literária de Vergílio; “Os Lusíadas”, de Camões.
Intralinguística Extralinguística As formas narrativas modernas resultam da evolução
do gênero épico. São elas: o romance, o conto, a novela e
ambígua clara/exata
a crônica. O romance e a novela apresentam uma estrutura
conotação denotação
de múltiplos conflitos, em que se caracteriza a pluralidade
sugestão precisão
de ações. Em contrapartida, o conto gira em torno de um
transfiguração da realidade realidade
único conflito, decorre disso a unidade de ações. A crônica,
subjetiva objetiva
nascida das colunas dos jornais, exploram fatos da atuali-
ordem inversa ordem direta dade.
1.3 Gêneros Literários SITES
http://www.webartigos.com/artigos/introducao-a-lite-
O estudo dos gêneros literários preocupa-se em agru- ratura/39801/
par as diversas modalidades de expressão literária pelas http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura
suas características de forma e conteúdo. Cada gênero
pressupõe uma técnica, um estilo, um modo de ser do ar-
tista. A classificação básica dos gêneros compreende: o líri-
co, o épico e o dramático. LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL

A) Gênero Lírico - Na Grécia Antiga, a poesia era de-


clamada ao som da lira, daí a origem da palavra lírico. Pela O que é linguagem? É o uso da língua como forma de
tradição literária esse instrumento passou a simbolizar a expressão e comunicação entre as pessoas. A linguagem
poesia. não é somente um conjunto de palavras faladas ou escritas,
No gênero lírico predomina o sentimento, a emoção, mas também de gestos e imagens. Afinal, não nos comuni-
a subjetividade, a expressão do “eu”. É a manifestação do camos apenas pela fala ou escrita, não é verdade?
mundo interior através de uma visão pessoal do mundo. Então, a linguagem pode ser verbalizada, e daí vem a
O tema lírico por excelência é o amor, os demais lhe analogia ao verbo. Você já tentou se pronunciar sem utilizar
são, de certa forma, correlatos: a solidão, a angústia, a sau- o verbo? Se não, tente, e verá que é impossível se ter algo
dade, a tristeza. fundamentado e coerente! Assim, a linguagem verbal é a
A linguagem lírica prima pela elaboração artística; que utiliza palavras quando se fala ou quando se escreve.
mostra-se densamente metafórica, explora a sonoridade e A linguagem pode ser não verbal, ao contrário da verbal,
não utiliza vocábulo, palavras para se comunicar. O objeti-
o arranjo das palavras.
vo, neste caso, não é de expor verbalmente o que se quer
O lirismo identifica-se com a própria poesia, mas pode
dizer ou o que se está pensando, mas se utilizar de outros
ocorrer num romance, num filme, num quadro e em outras
meios comunicativos, como: placas, figuras, gestos, objetos,
formas de arte.
cores, ou seja, dos signos visuais.
Vejamos: um texto narrativo, uma carta, o diálogo, uma
B) Gênero Dramático - A palavra “drama”, em grego, entrevista, uma reportagem no jornal escrito ou televisiona-
significa “ação”. O gênero dramático abrange os textos em do, um bilhete? = Linguagem verbal!
forma de diálogo destinados à encenação. Agora: o semáforo, o apito do juiz numa partida de fu-
Os fatos não são narrados como num romance, posto tebol, o cartão vermelho, o cartão amarelo, uma dança, o
que os autores assumem papel das personagens diante de aviso de “não fume” ou de “silêncio”, o bocejo, a identificação
um público que assim é envolvido com os acontecimentos. de “feminino” e “masculino” através de figuras na porta do
Uma peça é uma obra literária enquanto texto desti- banheiro, as placas de trânsito? = Linguagem não verbal!
nado à leitura. Por outro lado, enquanto espetáculo teatral
depende dos meios técnicos empregados na apresentação: A linguagem pode ser ainda verbal e não verbal ao
imposição de voz, maquilagem, cenário, figurino, ilumina- mesmo tempo, como nos casos das charges, cartoons e
ção. anúncios publicitários.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Alguns exemplos: Esses versos são tradicionais porque possuem o mes-


Cartão vermelho – denúncia de falta grave no futebol. mo número de sílabas, e as pausas que dão ritmo a eles
Placas de trânsito. são regulares.
Símbolo que se coloca na porta para indicar “sanitário Observe, agora, um exemplo de versos livres que não
masculino”. possuem essas características:
Imagem indicativa de “silêncio”.
Semáforo com sinal amarelo advertindo “atenção”. Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
SITE Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Fonte: http://www.brasilescola.com/redacao/lingua- Porque o amor resultou inútil.
gem.htm
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
VERSIFICAÇÃO (Carlos Drummond de Andrade)

1.1 A Estrofe

Versificação é a arte ou técnica de escrever em forma Estrofe ou estância: é o conjunto de versos de um


de versos. Pode ser também o estudo dos recursos que poema que, de acordo com o número de versos que tenha,
constituem o poema. recebe uma classificação:
Verso é cada linha de um poema, com um número  monóstico: estrofe de um verso;
determinado de sílabas e sonoridade harmoniosa entre as  dístico: estrofe de dois versos;
sílabas átonas e tônicas.  terceto: estrofe de três versos;
 quadra ou quarteto: estrofe de quatro versos;
Da tribo pujante  quintilha: estrofe de cinco versos;
Que agora anda errante  sextilha: estrofe de seis versos;
Por fado inconstante,  sétima ou septilha: estrofe de sete versos;
Guerreiro nasci:  oitava: estrofe de oito versos;
Sou bravo, sou forte,  nona: estrofe de nove versos;
Sou filho do Norte,  décima: estrofe de dez versos.
Guerreiros, ouvi.
(Gonçalves Dias) Vejamos um exemplo de dístico.

É um texto que apresenta palavras cujos sons são se- Poema do beco
melhantes a partir da vogal tônica: pujante, errante e ou- Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do
tras. Além disso, cada linha possui o mesmo número de horizonte?
sílabas e a 5.ª sílaba de cada linha é a última sílaba tônica. - O que eu vejo é o beco.
Esses são recursos de que o poeta Gonçalves Dias utilizou- (Manoel Bandeira)
se para estruturar seu poema.
O uso de recursos como o citado com a finalidade de 1.2 Estribilho ou Refrão
estruturar um poema chama-se versificação.
Os versos podem ser classificados em tradicionais ou Alguns poemas, no fim das estrofes, apresentam um
livres. verso ou um grupo de versos que se repete e que recebe o
São tradicionais quando possuem o mesmo número nome de estribilho ou refrão.
de sílabas e o espaço entre as sílabas tônicas ocorre no
mesmo ritmo. Roda viva
São livres quando os versos não possuem o mesmo
número de sílabas; ou quando as pausas entre as sílabas Tem dias que a gente se sente
tônicas são irregulares. como quem partiu ou morreu,
Vejamos um exemplo a gente estancou de repente
ou foi o mundo então que cresceu.
“Tu choraste em presença da morte?
Na presença da morte choraste? A gente quer ter voz ativa
Não descende o cobarde do forte; no nosso destino mandar,
Pois choraste, meu filho não és!” mas eis que chega a roda viva
(Gonçalves Dias) e carrega o destino pra lá.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Roda mundo, roda-gigante 1.3 Poemas de Forma Fixa


rodamoinho, roda pião,
o tempo rodou num instante (refrão) Existem poemas que têm forma fixa, isto é, obedecem
nas voltas do meu coração. a regras quanto ao número de estrofes e de versos e quan-
to à disposição das rimas. Dentre eles temos:
A gente vai contra a corrente A) Balada: composto por três oitavas ou três décimas,
até não poder resistir, que têm as mesmas rimas, seguidas de uma quadra ou
na volta do barco é que sente quintilha.
o quanto deixou de cumprir.
B) Haicai: poema de origem japonesa, composto por
Faz tempo que a gente cultiva três versos, sendo o primeiro e o último pentassílabos e o
a mais linda roseira que há, segundo, heptassílabo. Originalmente não possui rima; no
Brasil, Guilherme de Almeida adaptou-o com dois pares de
mas eis que chega a roda viva
rimas. Rimam o 1.º com o 3.º verso e a 2.ª com a 7.ª sílaba
e carrega a roseira pra lá.
do segundo verso.
A roda da saia, a mulata
C) Rondó: formado de três estrofes: uma quintilha, um
não quer mais rodar, não senhor,
terceto e outra quintilha, com estribilho constante.
não posso fazer serenata
a roda de samba acabou. D) Sextina: composição de seis sextilhas e um terceto;
apresenta versos decassílabos.
a gente toma a iniciativa
viola na rua a cantar, E) Vilancete: composto por um terceto e duas oitavas.
mas eis que chega a roda viva
e carrega a viola pra lá. F) Soneto: poema composto de catorze versos, sendo
(Chico Buarque) dois quartetos e dois tercetos, que apresenta, geralmente,
versos decassílabos ou alexandrinos.
As estrofes podem ser simples ou compostas. As que
contêm versos de uma só medida são chamadas de sim- De todas essas formas, o soneto tem sido a mais cul-
ples. No exemplo a seguir, todos os versos são heptassíla- tivada na literatura, tanto na portuguesa quanto na brasi-
bos. Observe: leira.

Canção do amor perfeito 1.4 O Metro

O tempo seca a beleza, Metro é a extensão da linha poética do verso. Na poé-


seca o amor, seca as palavras. tica tradicional, há doze tipos de versos, de acordo com o
Deixa tudo solto, leve, número de sílabas poéticas que o verso possui: monossíla-
desunido para sempre bos, dissílabos, trissílabos, tetrassílabos, pentassílabos,
como as areias nas águas hexassílabos, heptassílabos, octossílabos, eneassílabos,
O tempo seca a saudade decassílabos, hendecassílabos e dodecassílabos.
seca as lembranças e as lágrimas. Paralelamente a essas denominações, certos versos po-
dem receber nomes especiais:
Deixa algum retrato, apenas,
 redondilha menor: versos de cinco sílabas ou
vagando seco e vazio
pentassílabos;
como estas conchas das praias.
 redondilha maior: versos de sete sílabas ou hep-
(Cecília Meireles)
tassílabos;
 heroico: versos de dez sílabas ou decassílabos;
As compostas são as que associam versos maiores com  alexandrino: verso de doze sílabas ou dodecas-
menores. As combinações mais encontradas em nossa lín- sílabos.
gua são: versos decassílabos com hexassílabos; versos de-
cassílabos com octossílabos, hexassílabos ou tetrassílabos; 1.4.1 Sílabas Métricas
versos heptassílabos com trissílabos ou dissílabos. As sílabas métricas, também chamadas de poéticas,
Veja um exemplo do primeiro tipo de combinação: são as sílabas dos versos e têm uma contagem diferente da
sílaba gramatical. Dividir o verso em sílabas métricas cha-
“Debruçada nas águas dum regato ............(decassílabo) ma-se escandir.
A flor dizia em vão ...................................(hexassílabo)
À corrente, onde bela se mirava.................(decassílabo) Escandir um verso é dividi-lo em sílabas métricas.
‘Ai, não me deixes, não!”...........................(hexassílabo) Veja a escansão dos versos a seguir:

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LÍNGUA PORTUGUESA

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D) Sinérise: é a transformação de um hiato em diton-


“Al / ma/ mi / nha/ gen / til,/ que / te/ par / tis/ (te)” = go. Exemplos: cru/el/da/de ( cruel-da-de); vi/o/le/ta (
esta sílaba não é contada ( Camões) vio-le-ta).

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 E) deérise: é a transformação de um ditongo em hia-


“A / mor,/ que o/ ges/to hu / ma / no / na al / ma es/ to. Exemplos: sau/da/de (sa-u-da-de); vai/da/de ( va-i-da-
cre/ (ve) = não conta de).
( Camões)
F) ectilipse: é a queda de um fonema nasal final para
A contagem das sílabas métricas é feita auditivamente, que haja crase ou ditongação. Exemplos: com o = (co);
obedecendo aos seguintes preceitos: com os = (cós); com a = (coa); com as = (côas).
A) Não são contadas as sílabas métricas que se apre-
sentam após a última sílaba tônica do verso. Veja o exem- G) aférese:é a queda de fonemas ou sílabas iniciais.
plo acima. Exemplos: inda (em vez de ainda), ‘stamos (em vez de es-
tamos)
B) Os ditongos crescentes, em geral, têm o valor de
uma só sílaba métrica: H) síncope: é a queda de um fonema no meio da
palavra. Exemplos: esp’rança (por esperança); dev’ria ( por
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 deveria); per’la ( por pérola);
“- Co/mo/ fi/zes/te,/ por-/se a/ tal/ fe / ri / (da?) = não
conta a última I) apócope: é a queda de fonema no fim da palavra.
“cia” = uma sílaba métrica Exemplos: mármor (em vez de mármore); cárcer (por cár-
(ditongação) cere); val (por vale).

C) Duas ou mais vogais átonas, ou tônicas, podem fun- J) prótese: é o acréscimo de fonema no início da
dir-se em uma só sílaba métrica, quando se encontram no palavra. Exemplos: alevanta (por levantar); amostra (por
fim de uma palavra e início de outra: mostra);

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 K) paragoge ou epítese: é o acréscimo de fonema


“A / mor,/ que o/ ges/to hu/ma/no/ na al/ma es/cre/ no final da palavra. Exemplos: mártire (por mártir); can-
(ve)” = não conta ( tare (por cantar);
Camões)
L) diástole: é a deslocação do acento para a sílaba
Perceba a diferença entre a sílaba gramatical e a seguinte. Exemplo: Cleopatra (em vez de Cleópatra);
métrica ou poética: neste verso temos 15 sílabas gramati-
cais, mas só 10 sílabas poéticas. M) sístole: é o inverso da diástole: deslocação do
acento para a sílaba anterior. Exemplo: Dário (por Dario);
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 calmária (por calmaria). A sístole e a diástole recebem o
14 15 nome genérico de hiperbibasmo;
“A /mor,/ que /o /ges /to / hu / ma / no / na/ al /ma /
es / crê / ve” N) metátese: é a transposição de um fonema na pró-
pria palavra. Exemplos: vairo (por vário); rosairo (por rosá-
1.5 Licenças Poéticas rio); trata-se de um recurso fonético pouquíssimo usado
pelos poetas, que só para ele apelam quando desejam
Os poetas podem recorrer a vários processos fonéticos satisfazer as exigências de rima.
para que o metro seja perfeito. Os principais são:
A) crase: é a fusão de duas vogais numa só: mi/nha al/ #FICADICA
ma ( mi-nhal-ma). Todos esses recursos são usados pelos poetas, no
verso tradicional, para que o metro seja perfeito. Convém
B) elisão ou sinalefa: é a quebra de uma vogal átona observar que, no verso tradicional, a métrica é fixa: os
final de uma palavra, quando a seguinte começa por vo- versos de um poema terão, cada um deles, de uma a doze
gal). Exemplo: can/ta um (can-tum). sílabas poéticas. No verso moderno, a métrica é livre, isto
é, cada verso pode ter o número de sílabas poéticas que
C) ditongação: é a fusão de uma vogal átona final com o autor desejar. Em função disso, o ritmo também é esta-
a seguinte, formando ditongo. Exemplos: gran/de a/mor belecido livremente, de acordo com a vontade do autor.
(gran/dia/mor); cam/po al/ca/ti/fa/do ( cam-pual-ca-ti-fa-
do).

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LÍNGUA PORTUGUESA

1.6 O Ritmo Bota fogo


Na fornalha
O ritmo de uma poesia é estabelecido pela regulari- que eu preciso
dade na sucessão de sílabas átonas e tônicas. É o ritmo Muita força
que determina a melodia fundamental e indispensável Muita força
na estrutura de um verso ou poema. Muita força”
Há, portanto, necessidade de repetirem-se as sílabas Muita força”
tônicas, com pausas regulares entre elas, o que dá, ao (Manuel Bandeira)
verso, uma cadência mais musical e melodiosa.
Assim, de acordo com a métrica do verso, a sílaba Em nossa Literatura, é este poema de Gonçalves Dias
tônica recai em determinadas sílabas poéticas, conside- um dos exemplos de versos trissílabos mais conhecidos.
rando-se os seguintes preceitos básicos:
A) Nos versos de uma a sete sílabas, a tônica recai “Vem a aurora
sobre a última. Assim, em versos com três sílabas, por pressurosa
exemplo, deve haver acento tônico na terceira sílaba; cor-de-rosa
em versos com seis sílabas, deverá haver acento tônico, que se cora
obrigatoriamente, na sexta sílaba. Vejamos os exemplos de carmim;
para esses casos: a seus raios
 Verso de uma sílaba: monossílabos as estrelas
“Pingo que eram belas
d’água, têm desmaios
pinga, já por fim.”
bate (Gonçalves Dias)
tua
mágoa!”  Versos de quatro sílabas: tetrassílabos
(Cassiano Ricardo)
“Noites perdidas,
 Versos dissílabos geralmente se empregam ao não te lamento:
lado de outros, para obtenção de maior valor expressivo. embarco a vida
Veja: no pensamento,
busco a alvorada
“Antiga do sonho isento,
cantiga puro e sem nada,
da amiga - rosa encarnada,
deixada. intacta ao vento.”
Musgo de piscina (Cecília Meireles)
De uma água tão fina, (versos de 5 sílabas)
Sobre a qual se inclina a 5ª é sempre acentuada.  Versos de cinco sílabas: pentassílabos ou re-
A lua exilada. dondilha menor - são muito frequentes nos poemas da
Antiga Literatura em Língua Portuguesa. Dão ritmo e leveza
Cantiga ao texto.
Da amiga
Chamada.” “Enfunando os papos,
(Cecília Meireles) saem da penumbra,
aos pulos os sapos,
 Versos de três sílabas: trissílabos - usados iso- a luz os deslumbra.
ladamente são raríssimos na poesia brasileira. Quando
ocorrem, costumam ser mais encontrados também em Em ronco que aterra,
estrofes compostas, como os versos monossílabos e os Berra o sapo-boi:
dissílabos. Veja o exemplo: - ‘Meu pai foi à guerra!’
- ‘não foi!’ – ‘Foi!’ – ‘Não foi!’
“Agora sim (Manuel Bandeira)
Café com pão ( versos de 4 sílabas)
Agora sim a 4ª é sempre tônica
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai se foguista

102
LÍNGUA PORTUGUESA

 Versos de seis sílabas: Hexassílabos 2. verso de 9 sílabas: tônica na 9.ª e na 4.ª; ou tônica na
9.ª, na 3.ª e 6.ª;
“O menino ambicioso 3. verso de dez sílabas: tônica na 10.ª e na 6.ª; ou tônica
não de poder ou glória na 10.ª, 4.ª e 8.ª .
mas de soltar a coisa Vejamos os exemplos para esses tipos de versos.
oculta no seu peito
escreve no caderno  Versos de oito sílabas: octossílabos
e vagamente conta
à maneira de sonho “Ó solidão do boi no campo,
sem sentido sem forma ó solidão do homem na rua!
aquilo que não sabe.” Entre carros, trens, telefones,
(Carlos Drummond de Andrade) Entre gritos, o ermo profundo.”
(Carlos Drummond de Andrade)
 Versos de sete sílabas: heptassílabos ou redon-
dilha maior - é largamente usado na literatura em Língua “O samba, a viola, a roseira
Portuguesa. Dele se serviram os poetas desde a Idade Mé- um dia a fogueira queimou
dia até os nossos dias. foi tudo ilusão passageira
que a brisa primeira levou.
“Belo belo minha bela (Chico Buarque)
tenho tudo que não quero
não tenho nada que quero  Versos de nove sílabas: eneassílabos
Não quero óculos nem tosse
Nem obrigação de voto.” “Ó guerreiro da Taba sagrada,
(Manuel Bandeira) Ó guerreiro da tribo Tupi,
Falam Deuses nos cantos da Piaga,
A redondilha maior é também a medida preferida dos Ó guerreiros meus cantos ouvi.”
compositores de música popular brasileira. (Gonçalves Dias)

“Estava à-toa na vida


“Na tênue casca de verde arbusto
o meu amor me chamou Gravei teu nome, depois parti.
pra ver a banda passar Foram-se os anos, foram-se os meses,
cantando coisas de amor.” Foram-se os dias, acho-me aqui.
(Chico Buarque) (Fagundes Varela)

“Caminhando contra o vento  Versos de dez sílabas: decassílabos - versos


sem lenço e sem documento decassílabos têm grande ritmo. São encontrados principal-
no sol de quase dezembro mente em poemas épicos e no soneto. Veja esse exemplo:
eu vou.”
(Caetano Veloso) “Dorme, ruazinha...É tudo escuro...
E os meus passos, quem é que pode ouvi-los?
Entre os poetas portugueses, a redondilha maior tam- Dorme o teu sono, sossegado e puro,
bém é frequente: Com teus lampiões, com teus jardins tranquilos...”
(Mário Quintana)
“Outros haverão de ter
O que houvemos de perder. C) Nos versos de onze e doze sílabas, deve haver, além
Outros poderão achar do acento tônico na última sílaba, outros assim distribuí-
O que no nosso encontrar, dos;
Foi achado ou não achado 1. versos de onze sílabas: tônica na 11.ª e na 5.ª;
Segundo o destino dado. 2. versos de doze sílabas: tônica na 12.ª e na 6.ª;
(Fernando Pessoa) Veja a seguir exemplos desses versos:

B) Nos versos de oito a dez sílabas, além do acento  Versos de onze sílabas: hendecassílabos
tônico na última sílaba poética, deve haver outro que recaia
no meio do verso. No entanto, se não houver sílaba tônica “Meus olhos são garços, são cor de safiras
no meio, deverá haver duas outras que se distribuam da - Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar;
seguinte maneira: Imitam as nuvens de um céu anilado,
1. verso de 8 sílabas: tônica na 8.ª e na 4.ª; ou tônica As cores imitam das vagas do mar!”
na 8.ª e na 5.ª; (Gonçalves Dias)

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LÍNGUA PORTUGUESA

 Versos de doze sílabas: dodecassílabos ou ale- repousa lá no céu eternamente,


xandrinos e viva eu cá na terra sempre triste.
(Luís Vaz de Camões)
É, quando ela passar, tudo o que eu não sentia
da vida há de acordar no coração, que vela... C) Raras: formadas entre palavras para as quais há
E ela irá como o sol, e eu iremos atrás dela poucas rimas possíveis:
Como sombra feliz... – Tudo isso eu me dizia.” “Para que não ter por ti desprezo? Por que não per-
(Guilherme de Almeida) dê-lo?...
Ah, deixa que eu te ignore... O teu silêncio é um leque –
 Versos bárbaros - São aqueles que têm mais de Um leque fechado, um leque que aberto seria tão belo,
doze sílabas. São bastante raros. Veja: tão belo,
Mas mais belo é não abrir, para que a Hora não peque...”
“Às vezes, quando à tarde, nas tardes brasileiras, (Fernando
A cisma e a sombra descem das altas cordilheiras; Pessoa)
Quando a viola acorda na choça o sertanejo
E a linda lavadeira cantando deixa o brejo, D) Preciosas: são rimas obtidas de forma artificial,
E a noite- a freira santa - no órgão das florestas construídas com palavras combinadas:
Um salmo preludia nos troncos, nas giestas.” “Brilha uma voz na noute...
(Castro Alves) De dentro de Fora ouvi...
Ó Universo, eu sou-te
1.7 A Rima Oh, o horror da alegria
Deste pavor, do archote
É a semelhança de sons entre as palavras que se locali- De apagar, que me guia!”
zam no fim ou no meio de versos diferentes. Observe: (Fernando Pessoa)

“Cambiando a luz em mil cores, 1.7.2 Quanto à disposição, as rimas podem classifi-
Deus – de infinitas facetas – car-se em:
Concebeu os Beija-flores, A) Encadeadas: rima de fim de verso com o interior do
As Rosas e as Borboletas.” verso seguinte:
(Maria Madalena Ferreira) “Quando a alta noite n’amplidão flutua
Pálida a lua com fatal palor,
“Donzela bela, que me inspira à lira Não sabes, virgem, que eu por ti suspiro
um canto santo de fremente amor.” E que deliro a suspirar de amor”
(Castro Alves) (Castro Alves)
B) Cruzadas ou alternadas: apresenta-se em versos
Há, também, versos sem rima, chamados de versos alternadas:
brancos ou soltos: Minha terra sem palmeiras
Nos longes de mim se faz
“Nua, de pé, solto o cabelo às costas, E morre pelas ladeiras
Sorri. Na alcova perfumada e quente, E desvãos o nunca mais.
Pela janela, como um rio enorme (José Inaldo Alonso)
De áureas ondas tranquilas e impalpáveis C) Intercaladas, interpoladas ou opostas: rimam os
Profusamente a luz do meio dia versos extremos de uma estrofe:
Entra e se espalha palpitante e viva.” “Disse um dia Jeová
(Olavo Bilac) “Vai Colombo, abre a cortina
Da minha eterna oficina...
1.7.1 Quanto à qualidade, as rimas podem classificar- Tira a América de lá!”
se em: (Castro Alves)
A) Pobres: rimas formadas com palavras da mesma D) Emparelhadas: sucedem-se duas a duas. Veja:
classe gramatical: “- Dize, Juca Mulato, o mal que te tortura.
“Não acabava, quando uma figura” (substantivo) - Roque, eu mesmo não sei se esse meu mal tem cura.
Se nos mostra no ar, robusta e válida, ( adjetivo) - Sei rezas com que venço a qualquer mau olhado,
De disforme e grandíssima estatura; ( substantivo) - Breves para deixar o corpo fechado.”
O rosto carregado, a barba esquálida. ( adjetivo) (Menotti del Picchia)

B) Ricas: Rimas formadas com palavras de classes gra- SITE


matical diferente: http://www.recantodasletras.com.br/teorialitera-
“Alma minha gentil que te partiste ria/2033272
tão cedo desta vida descontente,

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LÍNGUA PORTUGUESA

Destacaram-se:
ESTILOS LITERÁRIOS  Gregório de Matos - apelidado de “A Boca do
RESUMO DA LITERATURA BRASILEIRA Inferno”. Oscilou entre o sagrado e o profano. Poeta lírico,
CARACTERÍSTICAS GERAIS satírico, reflexivo, filosófico, sacro, encomiástico, obsceno.
Não foi poeta épico.
 Bento Teixeira
 Pe. Antonio Vieira - Expoente máximo da Litera-
1.1 Era Colonial / Quinhentismo - (século XVI) tura Brasileira e da Literatura Portuguesa, pois durante sua
Início: A Carta de Caminha estada em Portugal aderiu a temas nacionais portugueses
e durante a sua permanência no Brasil aderiu a temas na-
Contexto histórico: cionais brasileiros. Era prosador e não poeta, e conceptis-
Os portugueses chegam ao Brasil. ta, pois atacou o cultismo. Escreveu sermões, entre eles o
A chegada dos primeiros jesuítas ao Brasil. “Sermão da Sexagésima”.

Característica: Literatura documental, histórica, de ca- 1.3 Arcadismo - (século XVIII)


ráter informativo. Início: Publicação de “Obras Poéticas”, de Cláudio Ma-
nuel da Costa, obra inicial do Arcadismo brasileiro.
A Carta de Caminha é o primeiro documento literário
brasileiro. Carta descritiva com espírito ufanista e nativista. O século XVIII é marcado pela ascensão da burguesia
O Quinhentismo serviu de inspiração literária para alguns e de seus valores. Esse fato influenciou na produção das
poetas e escritores do Romantismo e do Modernismo. obras desta época. Enquanto as preocupações e conflitos
do barroco são deixados de lado, entram em cena o ob-
jetivismo e a razão. A linguagem complexa é trocada por
Destacaram-se durante o Quinhentismo:
uma linguagem mais fácil. Os ideais de vida no campo são
 Pero Vaz de Caminha - A Carta de Caminha
retomados (fugere urbem = fuga das cidades ) e a vida bu-
 Pe. José de Anchieta - escreveu textos religiosos,
cólica passa a ser valorizada, assim como a idealização da
um teatro religioso. Tinha devoção ao culto mariano. Rece-
natureza e da mulher amada.
beu influência da tradição medieval.
Observação: Contexto histórico:
Não recebeu influência da poesia lírica de Camões (so- A Inconfidência Mineira.
neto). A Revolução Farroupilha.
 Pe. Manuel da Nóbrega A vinda da Família Real para o Brasil.

1.2 Barroco - (século XVII) Características:


Início: “Prosopopeia” - poema épico de Bento Teixeira Pastoralismo, bucolismo. Ideal de vida simples, junto à
natureza (locus amoenus).
Contexto histórico: Fugere urbem (“evitar a cidade”, “fugir da civilização”).
 Essa época foi marcada pelas oposições e pelos Busca do equilíbrio e da naturalidade, no contato com a
conflitos espirituais. Esse contexto histórico acabou in- natureza.
fluenciando na produção literária, gerando o fenômeno Carpe diem (“aproveite o dia”). Consciência da fugaci-
dade do tempo.
do barroco. As obras são marcadas pela angústia e pela
Simplicidade, clareza e equilíbrio. Emprego moderado
oposição entre o mundo material e o espiritual. Metáforas,
de figuras de linguagem.
antíteses e hipérboles são as figuras de linguagem mais
Natureza racional (é vista como um cenário, como uma
usadas neste período.
fotografia, como um pano de fundo).
 As invasões holandesas no Brasil.
Pseudônimos.
 Os bandeirantes. Fingimento / Artificialismo
Características: rebuscamento, virtuosismo, ornamen- Destacaram-se:
tação exagerada, jogo sutil de palavras e ideias, ousadia de  Tomás Antonio Gonzaga - poeta maior do Arca-
metáforas e associações. dismo brasileiro com suas liras “Marília de Dirceu”. Pseudô-
Cultismo ou Gongorismo: abuso de metáforas, hipér- nimo como poeta lírico: Dirceu; pseudônimo como poeta
boles e antíteses. Obsessão pela linguagem culta, jogo de satírico: Critilo (“Cartas Chilenas”).
palavras.
Conceptismo (Quevedo): jogo de ideias, pesquisa e es- Autores épicos do Arcadismo brasileiro:
sência íntima.  Cláudio Manuel da Costa - Poeta lírico e épico.
Frequência das antíteses e paradoxos, fugacidade do Seu pseudônimo é Glauceste Satúrnio. Seus sonetos são de
tempo e incerteza da vida. imitação Camoniana. Obra: “Vila Rica”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

 Basílio da Gama - Obra: “O Uraguai”. Modalidades do Romantismo:


 Santa Rita Durão - Obra: “Caramuru”. Obs.: O  Romance de folhetim - Teixeira e Sousa, “O filho
índio, antes de José de Alencar, aparece nos poemas épicos do pescador”.
“O Uraguai” e “Caramuru”. Portanto, o Arcadismo preparou  Romance urbano - Joaquim Manuel de Macedo,
o Romantismo. “A Moreninha”.
 Romance regionalista: Bernardo Guimarães, “O
1.4 Era Nacional / Romantismo - (século XIX) ermitão de Muquém”, “Escrava Isaura”.
Início: publicação de “Suspiros Poéticos”, de Gonçalves  Romance indianista e histórico - José de Alencar,
de Magalhães “O Guarani”.
A modernização ocorrida no Brasil, com a chegada da
família real portuguesa em 1808, e a Independência do 1.5 Realismo / Naturalismo - (segunda metade do
Brasil, em 1822, são dois fatos históricos que influenciaram século XIX)
na literatura do período. Realismo - Início: “Memórias Póstumas de Brás Cubas”,
de Machado de Assis, publicado em 1881.
Contexto histórico: Naturalismo - Início: “O Mulato”, de Aluísio Azevedo
A Imprensa no Brasil.
A crise do 2.º Reinado. Na segunda metade do século XIX, a literatura român-
A abolição da escravidão. tica entrou em declínio, juntos com seus ideais. Os escrito-
res e poetas realistas começam a falar da realidade social e
Características: dos principais problemas e conflitos do ser humano. Como
Predomínio da emoção, do sentimento (subjetivismo); características desta fase, temos: objetivismo, linguagem
evasão ou escapismo (fuga à realidade). Nacionalismo, reli- popular, trama psicológica, valorização de personagens
giosidade, ilogismo, idealização da mulher, amor platônico. inspirados na realidade, uso de cenas cotidianas, crítica so-
Liberdade de criação e despreocupação com a forma; pre- cial, visão irônica da realidade.
domínio da metáfora.
Contexto histórico:
1.ª geração romântica: 1840/50 - indianista ou nacio-
A Proclamação da República.
nalista. A temática era o índio, a pátria.
A Primeira República.
Destacou-se:
 Gonçalves Dias - Obras: “Canção do Exílio” e “I-
1.5.1 Realismo
Juca Pirama”.
Literatura de combate social, crítica à burguesia, ao
adultério e ao clero.
2.ª geração romântica: 1850/60 - byroniana, mal-do-
Análise psicológica dos personagens.
século, individualista ou ultrarromântica. A temática era
Objetividade, temas contemporâneos.
a morte. Destacou-se:
Destacou-se: Machado de Assis - trilogia: “Memórias Póstumas de
 Álvares de Azevedo - poeta da dúvida, tinha ob- Brás Cubas” (narrado em 1.ª pessoa); “Quincas Borba” (“ao
sessão pela morte. Recebeu influência de Byron e Shakes- vencedor as batatas”); “Dom Casmurro” (narrado em 1.ª
peare. Oscila entre a realidade e a fantasia. Obra: Livro de pessoa - enigma de traição)
contos “Noite na taverna”.
1.5.2 Naturalismo
3.ª geração romântica: 1860/70 - condoreira, social. A Desdobramento do Realismo.
temática é a abolição e a república. Escritores naturalistas retratam pessoas marginalizadas
Destacaram-se: pela sociedade.
Poesia: O Naturalismo é fruto da experiência.
 Castro Alves - poeta representante da burguesia Análise biológica e patológica das personagens.
liberal. Obras: “Espumas Flutuantes”, “O Navio Negreiro”, Determinismo acentuado.
“Vozes d’África”. As personagens são compradas aos animais (zoomor-
fismo).
Prosa: Destacaram-se:
 José de Alencar (representante maior) - defensor  Aluísio Azevedo - Obras: “O Mulato”, “O Corti-
do “falar brasileiro” / dá forma ao herói / amalgamando a ço” (romance social, personagem principal do romance é o
sua vida à natureza. próprio cortiço).
 Joaquim Manuel de Macedo - Obra: “A Moreni-  Raul Pompeia - Obra: “O Ateneu”.
nha”.
 Bernardo Guimarães - Obra: “A escrava Isaura”. 1.6 Parnasianismo - (final do século XIX e início do
 Manuel Antônio de Almeida - Obra: “Memórias século XX)
de um sargento de milícias”. Início: “Fanfarras”, de Teófilo Dias.

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LÍNGUA PORTUGUESA

O parnasianismo buscou os temas clássicos, valori- Neste período, alguns anos após a abolição da escra-
zando o rigor formal e a poesia descritiva. Os autores par- vatura, muitos imigrantes - em sua maioria italianos - vêm
nasianos usavam uma linguagem rebuscada, vocabulário ao Brasil substituir a mão de obra rural e escrava.
culto, temas mitológicos e descrições detalhadas. Diziam A urbanização de São Paulo faz surgir uma nova classe
que faziam a arte pela arte. Graças a esta postura foram social: a operária, enquanto os ex-escravos são marginali-
chamados de criadores de uma literatura alienada, pois zados nos centros urbanos.
não retratavam os problemas sociais que ocorriam naquela Os estados brasileiros passam por transformações na
época. Os principais autores parnasianos são: Olavo Bilac, economia: a ascensão do café no Sul e Sudeste, e o declínio
Raimundo Correa, Alberto de Oliveira e Vicente de Car- da cana-de-açúcar no Nordeste.
valho. O governo republicano não promovia as esperadas
mudanças sociais - a sociedade se encontrava dividida en-
Contexto histórico: tre a elite detentora de dinheiro, respeito e poder das oli-
Contemporâneo do Realismo - Naturalismo
garquias rurais e a classe trabalhadora rural, bem como dos
Estilo especificamente poético, desenvolveu-se junto
marginalizados nos centros urbanos.
com o Realismo - Naturalismo.
A desigualdade social culminou em diversos movimen-
A maior preocupação dos poetas parnasianos é com
tos sociais pelo Brasil - como a Revolta de Canudos, ocorri-
o fazer poético.
da no final do século XIX no sertão da Bahia, sob liderança
Arte pela arte.
Poesia descritiva sem conteúdo; vocabulário nobre; de Antônio Conselheiro -, dentre outros movimentos de
objetividade. protesto às condições de vida no Nordeste. Além disso,
Os poetas parnasianos são considerados “os mestres ocorreram os movimentos protestantes no meio urbano,
do passado”. Por suas manias de precisão, foram criticados como a Revolta da Chibata, em 1910 - contra o maltrato da
severamente pelos poetas do 1.º Tempo Modernista. Marinha à corporação - e as greves de operários.
Destacou-se: Já no começo do século XX começa a surgir os primei-
Olavo Bilac (poeta representante) – “Profissão de Fé”. ros indícios da crise cafeeira com a superprodução de café,
a chamada crise da “República Café-com-Leite”.
1.7 Simbolismo É em meio a este quadro na sociedade brasileira que
Início: “Missal” e “Broquéis”, de Cruz e Souza começa no Brasil uma nova produção literária, intitulada
de Pré-Modernismo pelo crítico literário Tristão de Ataíde.
Os poetas simbolistas usavam uma linguagem abstrata Destacam-se neste período as obras Os sertões (Euclides da
e sugestiva, enchendo suas obras de misticismo e religio- Cunha) e Canaã (Graça Aranha). Contudo, o Pré-Modernis-
sidade. Valorizavam muito os mistérios da morte e dos so- mo não é tido como uma “escola literária”, pois apresenta
nhos, carregando os textos de subjetivismo. Os principais características individuais muito marcantes. No entanto, há
representantes do simbolismo foram: Cruz e Souza e Al- características comuns às obras desse período: a ruptura
phonsus de Guimaraens. com a linguagem pomposa parnasiana; a exposição da
realidade social brasileira; o regionalismo; a marginalidade
Contexto histórico: exposta nas personagens e associação aos fatos políticos,
Fundação da Academia Brasileira de Letras. econômicos e sociais.
Origem: a poesia de Baudelaire. Os principais autores pré-modernistas são: Euclides
Características: desmistificação da poesia, sinestesia, da Cunha, Augusto dos Anjos, Lima Barreto, Graça Aranha,
musicalidade, preferência pela cor branca, sensualismo, dor Monteiro Lobato.
e revolta.
Destacou-se:
Vanguardas europeias
Cruz e Souza (poeta representante) - Obra: “Missal” e
“Broquéis”.
As vanguardas europeias foram manifestações artístico
-literárias surgidas na Europa, nas duas primeiras décadas
SITES
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_ do Século XX, e vieram provocar uma ruptura da arte mo-
aula/portugues/literatura_brasileira/estilos_literarios/cro- derna com a tradição cultural do século anterior.
nologia_quadro Com o advento da tecnologia, as consequências da Re-
http://www.suapesquisa.com/literaturabrasil/ volução Industrial, a Primeira Guerra Mundial e atmosfera
política que resultou destes grandes acontecimentos, sur-
PRÉ-MODERNISMO giu um sentimento nacionalista, um progresso espantoso
das grandes potências mundiais e uma disputa pelo poder.
O Pré-Modernismo acontece anos antes da Semana da Várias correntes ideológicas foram criadas, como o nazis-
Arte Moderna, em 1922, e é o período de transição entre as mo, o fascismo e o comunismo, e também com a mesma
tendências do final do Simbolismo ou Parnasianismo, sécu- terminação “ismo” surgiram os movimentos artísticos que
lo XIX, e o Modernismo. chamamos de vanguardas. Todos se pautavam no mesmo

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LÍNGUA PORTUGUESA

objetivo: o questionamento, a quebra dos padrões, o pro- O Surrealismo foi um movimento artístico e literário
testo contra a arte conservadora, a criação de novos pa- surgido primeiramente em Paris nos anos 20, inserido no
drões estéticos que fossem mais coerentes com a realidade contexto das vanguardas que viriam a definir o modernis-
histórica e social do século que surgia. mo no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais.
Estas manifestações se destacaram por sua radicalida- A palavra Op Art deriva do inglês Optical Art e significa
de, que influenciou a arte em todo o mundo. Arte Óptica. Simboliza um mundo precário e instável, que
Os movimentos e as tendências artísticas, tais como se modifica a cada instante. Apesar de ter ganhado força na
o Expressionismo, o Fauvismo, o Cubismo, o Futurismo, o metade da década de 1950, a Op Art passou por um desen-
Abstracionismo, o Dadaísmo, o Surrealismo, a Op art e a volvimento relativamente lento. Ela não tem o ímpeto atual
Pop art expressam a perplexidade do homem contempo- e o apelo emocional da Pop Art, pois é excessivamente ce-
râneo. rebral e sistemática, mais próxima das ciências do que das
O Expressionismo surge como uma reação ao Impres- humanidades. Por outro lado, suas possibilidades parecem
sionismo, pois naquele a preocupação está em expressar ser tão ilimitadas quanto às da ciência e da tecnologia.
as emoções humanas, transparecendo em linhas e cores A razão da Op Art é a representação do movimento
vibrantes os sentimentos e angústias do homem moderno; através da pintura apenas com a utilização de elementos
neste, o enfoque se resumia na busca pela sensação de luz gráficos. Outro fator fundamental para a criação da Op Art
e sombra. foi a evolução da ciência, que está presente em pratica-
O Fauvismo foi um movimento que teve basicamente mente todos os trabalhos, baseando-se principalmente
dois princípios: a simplificação das formas das figuras e o nos estudos psicológicos sobre a vida moderna e da Física
emprego das cores puras, sem mistura. As figuras não são sobre a Óptica. A alteração das cidades modernas e o so-
representadas tal qual a forma real, ao passo que as cores frimento do homem com a alteração constante em seus
são usadas da maneira que saem do tubo de tinta. O nome ritmos de vida.
deriva de “fauves” (feras, no francês), devido à agressivida-
de no emprego das cores. As principais características da Op Art são:
No Cubismo há a mesma despreocupação em repre-  Explorar a falibilidade do olho pelo uso de ilusões
sentar realisticamente as formas de um objeto, porém a de óticas;
 Defender para arte “menos expressão e mais vi-
intenção era representá-lo de vários ângulos, em um único
sualização”;
plano. Com o tempo, o Cubismo evoluiu em duas grandes
 Quando as obras são observadas, dão a impres-
tendências chamadas Cubismo Analítico e Cubismo Sintéti-
são de movimento, clarões ou vibração, ou por vezes pare-
co. O movimento teve o seu melhor momento entre 1907
cem inchar ou deformar-se;
e 1914, e mudou para sempre a forma de ver a realidade.
 Oposição de estruturas idênticas que interagem
O Futurismo abrange sua criação em expressar o real,
umas com as outras, produzindo o efeito ótico;
assinalando a velocidade exposta pelas figuras em movi-
 Observador participante;
mento no espaço. Foi um movimento que se desenvolveu
 Busca nos efeitos ópticos sua constante alteração;
em todas as artes e exerceu influência sobre vários artistas  As cores têm a finalidade de passar ilusões ópticas
que, posteriormente, criaram outros movimentos de arte ao observador.
moderna. Repercutiu principalmente na França e na Itália.
O Abstracionismo é a arte que se opõe à arte figurati-
va ou objetiva. A principal característica da pintura abstrata
é a ausência de relação imediata entre suas formas e cores
e as formas e cores de um ser. A pintura abstrata é uma
manifestação artística que despreza completamente a sim-
ples cópia das formas naturais.
No Dadaísmo, encontra-se um movimento que abran-
ge a arte em todos os seus campos, pois não foi apenas
uma corrente artística, mas um verdadeiro movimento li-
terário, musical, filosófico e até mesmo político. Embora a
palavra dada em francês signifique cavalo de madeira, sua
utilização marca o nonsense ou falta de sentido que pode
ter a linguagem (como na fala de um bebê). A princípio, o
movimento não envolveu uma estética específica, mas pro-
vavelmente as principais expressões do Dadaísmo tenham O termo Pop Art (abreviação das palavras em inglês
sido o poema aleatório e o ready made. O intuito deste Popular Art) foi utilizado pela primeira vez em 1954, pelo
movimento era protestar contra os estragos trazidos da crítico inglês Lawrence Alloway, para denominar a arte po-
guerra, denunciando de forma irônica toda aquela loucura pular que estava sendo criada em publicidade, no desenho
que estava acontecendo. Como negação total da cultura, o industrial, nos cartazes e nas revistas ilustradas. Represen-
Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a desordem, tava os componentes mais ostensivos da cultura popular,
o caos. de poderosa influência na vida cotidiana na segunda me-

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LÍNGUA PORTUGUESA

tade do século XX. Era a volta a uma arte figurativa, em SITES


oposição ao expressionismo abstrato que dominava a cena https://www.infoescola.com/artes/principais-movi-
estética desde o final da Segunda Guerra Mundial. Sua ico- mentos-artisticos-do-seculo-xx/
nografia era a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos, http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/pre-
do cinema e da publicidade. modernismo.htm
Com o objetivo da crítica irônica do bombardeamen- https://www.infoescola.com/artes/vanguardas-euro-
to da sociedade pelos objetos de consumo, operava com peias/
signos estéticos massificados da publicidade, quadrinhos, https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-se-
ilustrações. Muito do que era considerado brega, virou culo-20/op-art/
moda. A Pop Art proporcionou a transformação do que era https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-se-
considerado vulgar em refinado, e aproximou a arte das culo-20/pop-art/
massas, desmitificando-a, pois se utilizava de objetos pró-
prios e populares. MODERNISMO

Suas principais características são: O Modernismo no Brasil teve como marco inicial a Se-
 Linguagem figurativa e realista se referindo aos mana de Arte Moderna, em 1922, momento marcado pela
costumes, ideias e aparências do mundo contemporâneo; efervescência de novas ideias e modelos. Foi um movimen-
 Temática extraída do meio ambiente urbano das to cultural, artístico e literário da primeira metade do sécu-
grandes cidades, de seus aspectos sociais e culturais: his- lo XX. Situa-se entre o Simbolismo e o Pós-Modernismo.
tória em quadrinhos, revistas, jornais sensacionalistas, fo-
tografias, anúncios publicitários, cinema, rádio, televisão, Contexto Histórico
música, espetáculos populares, elementos da sociedade de
consumo e de conveniências (alimentos enlatados, gela- O Modernismo surge em um momento de insatisfação
deiras, carros, estradas, postos de gasolina, etc.); política no Brasil, em decorrência do aumento da inflação
 Ausência de planejamento crítico: os temas são
que fazia aumentar a crise e propulsionava greves e protes-
concebidos como simples motivos que justificam a realiza-
tos. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) também trouxe
ção da pintura;
reflexos para a sociedade brasileira. Em uma tentativa de
 Representação de caráter inexpressivo, preferen-
reestruturar o país politicamente, também no campo das
cialmente frontal e repetitiva;
artes - estimulado pelas Vanguardas Europeias - encon-
 Combinação da pintura com objetos reais inte-
tra-se a motivação para romper com o tradicionalismo. A
grados na composição da obra como flores de plástico,
“Semana de arte moderna” que marca a essa tentativa de
garrafas, etc., como uma nova forma dadaísta em conso-
mudança artística.
nância aos novos tempos;
 Formas e figuras em escala natural e ampliada;
 Preferência por referências ao status social, fama, Características do Modernismo
violência e desastres, a sensualidade e o erotismo, aos sím-
bolos da tecnologia industrial e a sociedade de consumo;  Libertação estética;
 Uso de matérias como tinta acrílica, poliéster e  Ruptura com o tradicionalismo;
látex, produzindo cores puras, brilhantes e fosforescentes  Experimentações artísticas;
inspiradas na indústria e nos objetos de consumo;  Liberdade formal (versos livres, abandono das for-
 Reprodução de objetos do cotidiano em tamanho mas fixas, ausência de pontuação);
maior, transformando o real em hiper-real.  Linguagem com humor;
 Valorização do cotidiano.

A preocupação dos autores modernos era substituir


os antigos valores. As principais características desta es-
cola literária são o progresso, a sensação de instabilidade
e transitoriedade, a criação e investigação pessoal, o livre
exame e o futuro. Com esta configuração, o Modernismo
se fixa na historiografia literária brasileira com o início da
Semana de Arte Moderna de 1922, que ocorreu nos dias
13, 15 e 17 daquele ano no Teatro Municipal de São Paulo.
Entretanto, antes destes dias de manifestação de obras e
ideias modernistas, o espírito literário já havia começado
um processo de preparação anos antes. Uma das primeiras
manifestações do pré-modernismo no Brasil foi o Futuris-
mo, termo presente no país entre 1915 e 1921, ano em que
Oswald de Andrade publicou um artigo no qual chamou
Mário de Andrade de “o meu poeta futurista”.

109
LÍNGUA PORTUGUESA

A origem da Semana de Arte Moderna de 1922 foi uma ambiente, a religião, a planificação, o espaço, o marketing,
sugestão do pintor Di Cavalcanti feita a Paulo Prado. A pro- a administração. O geógrafo Georges Benko afirma que o
posta era iniciar uma “série de escândalos da Semana de “pós” é incontornável, o fim do século XX se conjuga em
Elegância de Deauville”. “pós”.
Vinte anos após o final do movimento, Mário de An- As características da pós-modernidade podem ser re-
drade traçou quais foram seus rumos iniciais: estabilizar sumidas em alguns pontos: propensão a se deixar domi-
uma nova forma de consciência criadora brasileira, atua- nar pela imaginação das mídias eletrônicas; colonização do
lizar a inteligência artística do país e conquistar o direito à seu universo pelos mercados (econômico, político, cultural
pesquisa estética. e social); celebração do consumo como expressão pessoal;
Tradicionalmente, a literatura modernista é dividida em pluralidade cultural; polarização social devido aos distan-
três fases. São elas: ciamentos acrescidos pelos rendimentos; falências das me-
1. Primeira fase (ou primeira geração modernista): A tanarrativas emancipadoras como aquelas propostas pela
fase heroica é representada pela tríade modernista, isto é, Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.
os escritores Manuel Bandeira, Mário e Oswald de Andrade. A pós-modernidade recobre todos esses fenômenos,
O trio deu continuidade aos postulados de 1922, apresen- conduzindo, em um único e mesmo movimento, a uma ló-
tando uma estética transgressora, testando os limites da gica cultural que valoriza o relativismo e a (in)diferença, a
forma e do conteúdo e combatendo as escolas tradicionais um conjunto de processos intelectuais flutuantes e inde-
de nossa literatura; terminados, a uma configuração de traços sociais que sig-
nificaria a erupção de um movimento de descontinuidade
2. Segunda fase (geração de 1930): Os escritores da da condição moderna: mudanças dos sistemas produtivos
literatura modernista nos anos 30 deram continuidade às e crise do trabalho, eclipse da historicidade, crise do indi-
conquistas da primeira fase, contudo, diante de um con- vidualismo e onipresença da cultura narcisista de massa.
texto histórico beligerante, era preciso voltar as atenções Em outras palavras: a pós-modernidade tem predomínio
para a realidade e utilizar a literatura como instrumento de do instantâneo, da perda de fronteiras, gerando a ideia de
denúncia e análise social, tanto na prosa quanto na poesia. que o mundo está cada vez menor através do avanço da
Entre os principais representantes dessa fase estão os es- tecnologia.
critores Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Carlos Drum- No campo urbano, a cidade é vendida aos pedaços por-
mond de Andrade, Cecília Meireles, Vinícius de Moraes; que nela há caos, (des)ordem: padrões de diferentes graus
de complexidade: o efêmero, o fragmentário, o descontí-
3. Terceira fase (geração de 1945): A pesquisa estética nuo, o caótico predomina. Mudam-se valores: é o novo, o
e a renovação das formas de expressão literária, tanto na fugidio, o efêmero, o fulgaz e o individualismo que valem.
poesia quanto na prosa, foram as principais características A aceleração transforma o consumo numa rapidez nunca
da geração de 45. Caminhando em direção à experimenta- vivenciada: tudo é descartável (desde copos a maridos/ou
ção, os autores da terceira fase do Modernismo vislumbra- esposas). A publicidade manipula desejos, promove a se-
ram outras possibilidades temáticas, deixando em segundo dução, cria novas imagens e signos, eventos como espetá-
plano as preocupações políticas, ideológicas e culturais que culos, valorizando o que a mídia dá ao transitório da vida.
marcaram a geração de 30. Seus principais representantes As telecomunicações possibilitam imagens vistas em todas
foram Clarice Lispector, Guimarães Rosa, João Cabral de as partes do planeta, facilitando a mercadificação de coisas
Melo Neto, Ariano Suassuna, Mario Quintana. e gostos. A informatização, o computador, o caixa 24 horas
e a telemática são compulsivamente disseminadas. As lutas
SITES mudam: agora não é contra o patrão, mas contra a falta
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/mo- deles. Os pobres só dizem presente nos acontecimentos
dernismo.htm de massa, lugar de deslocamento das energias de revolta.
https://www.todamateria.com.br/modernismo-no O pós-modernismo invadiu o cotidiano com a tecnolo-
-brasil/ gia eletrônica em massa e individual, onde a saturação de
https://www.infoescola.com/literatura/modernismo informações, diversões e serviços, causam um “rebu” pós-
-brasileiro/ moderno, com a tecnologia programando cada vez mais o
dia a dia dos indivíduos.
PÓS-MODERNISMO A importância do pós-modernismo na economia foi
“mostrar” aos indivíduos a capacidade de consumo, a ado-
O conceito de pós-modernidade se tornou um dos tarem estilos de vida e de filosofias, o consumo personali-
mais discutidos nas questões relativas à arte, à literatura zado, usar bens e serviços e se entregarem ao presente e
ou à teoria social, mas a noção de pós-modernidade reú- ao prazer.
ne uma rede de conceitos e modelos de pensamento em Os pós-modernistas querem rir levianamente de tudo,
“pós”, dentre os quais: sociedade pós-industrial, pós-es- encaram uma ideia de ausência de valores, de vazio, do
truturalismo, pós-fordismo, pós-comunismo, pós-marxis- nada, e do sentido para a vida.
mo, pós-hierárquico, pós-liberalismo, pós-imperialismo, O ambiente pós-moderno significa simulação, ele não
pós-urbano, pós-capitalismo. A pós-modernidade se co- nos informa sobre o mundo, ele o refaz à sua maneira, hi-
loca também em relação com o feminismo, a ecologia, o per-realiza o mundo, transformando-o em um espetáculo.

110
LÍNGUA PORTUGUESA

No pós-modernismo o homem vive imerso em um rio Tudo é fluido na pós-modernidade, daí o termo prefe-
de testes permanentes, em que a informação e a comuni- rido pelo polonês Zygmunt Bauman, que tornou popular
cação transportam a impulsividade para o consumo. esta expressão, e prefere traduzi-la como ‘modernidade
líquida’, uma vez que nada mais é realmente concreto na
Simbolicamente o pós-modernismo nasceu em 1945. era atual. Tempo e espaço são reduzidos a fragmentos; a
Nos anos 60 foi a época de grandes mudanças e desco- individualidade predomina sobre o coletivo e o ser huma-
bertas tecnológicas, sociais, artísticas, científicas e arquite- no é guiado pela ética do prazer imediato como objetivo
tônicas. prioritário, denominado hedonismo.
A sociedade industrial descende da máquina, de arti- A humanidade é induzida a levar sua liberdade ao ex-
gos de série padronizados – o ferro celebra a liberdade in- tremo, colocada diante de uma opção infinita de probabi-
dividual do burguês capitalista para o progresso, foi criado lidades, desde que sua escolha recaia sempre no circuito
o Projeto Iluminista da modernidade, o desenvolvimento perverso do consumismo. Daí a subjetividade também ser
material e moral do homem pelo conhecimento, foi cre- incessantemente fracionada.
ditado o imenso progresso das nações capitalistas nos sé-
culos XIX e XX, progresso fundado nas grandes fábricas, SITES
ferrovias, navegação e na exploração, com elas vieram o https://www.infoescola.com/movimentos-artisticos/
automóvel, o telefone, a TV, etc. pos-modernismo/
Completando o cenário moderno as metrópoles indus- http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/geografia/o-
triais, as classes médias consumidoras de moda e de lazer, conceito-posmodernidade-na-sociedade-atual.htm
surgiu a família nuclear, pessoas isoladas em apartamen- https://www.coladaweb.com/literatura/pos-modernis-
tos, e a cultura de massa (revistas, filmes, novelas), dando mo
vitória à razão técnico-científica , inspirada no Iluminismo,
a máquina fez a humanidade recuar seus hábitos religiosos,
morais e foi ditado novos valores, mais livres, urbanos, mas REDAÇÃO OFICIAL
sempre atrelados no progresso social.

Com a sociedade industrial e a multinacional, chega-


Pronomes de tratamento na redação oficial
ram os serviços da tecnologia em geral, como informações
e comunicações em tempo real, o que proporciona uma
A redação oficial é a maneira utilizada pelo poder pú-
economia pela informação.
blico para redigir atos normativos. Para redigi-los, muitas
Codificar e manipular o conhecimento e a informação
regras fazem-se necessárias. Entre elas, escrever de forma
é vital para as sociedades pós-industriais, ou também cha-
clara, concisa, sem muito comprometimento, bem como
madas de sociedades programadas, onde a programação um uso adequado das formas de tratamento. Tais regras,
da produção do consumo e da vida social significa projetar acompanhadas de uma boa redação, com um bom uso da
o comportamento. linguagem, asseguram que os atos normativos sejam bem
O ambiente pós-moderno é povoado pela cibernética, executados.
a robótica industrial, a biologia molecular, a medicina nu- No Poder Público, nós nos deparamos com situações
clear, a tecnologia dos alimentos, as terapias psicológicas, em que precisamos escrever – ou falar – com pessoas com
a climatização, as técnicas de embelezamento, o trânsito as quais não temos familiaridade. Nestes casos, os prono-
computadorizado e os eletroeletrônicos. mes de tratamento assumem uma condição e precisam es-
Os indivíduos na condição pós-moderno são um su- tar adequados à categoria hierárquica da pessoa a quem
jeito “blip”, alguém submetido a um bombardeio maciço nos dirigimos. E mais, exige-se, em discurso falado ou es-
e aleatório de informações parcelares, que nunca formam crito, uma homogeneidade na forma de tratamento, não só
um todo, e com importantes efeitos culturais, sociais e po- nos pronomes como também nos verbos. No entanto, as
líticos. formas de tratamento não são do conhecimento de todos.
O pós-modernismo pode ser definido como as carac- Abaixo, seguem as discriminações de usos dos prono-
terísticas de natureza sociocultural e estética que marcam mes de tratamento, com base no Manual da Presidência da
o capitalismo da era contemporânea. Este movimento, que República.
também pode ser chamado de pós-industrial ou financeiro,
predomina mundialmente desde o fim do Modernismo. Ele São de uso consagrado:
é caracterizado pela avalanche recente de inovações tec-
nológicas, pela subversão dos meios de comunicação e da Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
informática, com a crescente influência do universo virtual, A) do Poder Executivo
e pelo desmedido apelo consumista que seduz o homem Presidente da República, Vice-Presidente da República,
pós-moderno. Ministro de Estado, Secretário-Geral da Presidência da Repú-
O homem pós-moderno habita em um universo ima- blica, Consultor-Geral da República, Chefe do Estado-Maior
gético, repleto de signos e ícones, privilegiados em detri- das Forças Armadas, Chefe do Gabinete Militar da Presidên-
mento dos objetos. cia da República, Chefe do Gabinete Pessoal do Presiden-

111
LÍNGUA PORTUGUESA

te da República, Secretários da Presidência da República, A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoali-
Procurador – Geral da República, Governadores e Vice-Go- dade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão,
vernadores de Estado e do Distrito Federal, Chefes de Es- formalidade e uniformidade. Fundamentalmente esses
tado – Maior das Três Armas, Oficiais Generais das Forças atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no arti-
Armadas, Embaixadores, Secretário Executivo e Secretário go 37: “A administração pública direta, indireta ou funda-
Nacional de Ministérios, Secretários de Estado dos Gover- cional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
nos Estaduais, Prefeitos Municipais. Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
B) do Poder Legislativo: eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade
Presidente, Vice–Presidente e Membros da Câmara dos princípios fundamentais de toda administração pública,
Deputados e do Senado Federal, Presidente e Membros do claro que devem igualmente nortear a elaboração dos
Tribunal de Contas da União, Presidente e Membros dos atos e comunicações oficiais.
Tribunais de Contas Estaduais, Presidente e Membros das Não se concebe que um ato normativo de qualquer
Assembleias Legislativas Estaduais, Presidente das Câma- natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou
ras Municipais. impossibilite sua compreensão. A transparência do sen-
tido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade,
C) do Poder Judiciário: são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável
Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal, que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos.
Presidente e Membros do Superior Tribunal de Justiça, Pre- A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e
sidente e Membros do Superior Tribunal Militar, Presiden- concisão.
te e Membros do Tribunal Superior Eleitoral, Presidente e Fica claro também que as comunicações oficiais são
Membros do Tribunal Superior do Trabalho, Presidente e necessariamente uniformes, pois há sempre um único
Membros dos Tribunais de Justiça, Presidente e Membros comunicador (o Serviço Público) e o receptor dessas
dos Tribunais Regionais Federais, Presidente e Membros comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso
de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o
dos Tribunais Regionais Eleitorais, Presidente e Membros
conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de forma
dos Tribunais Regionais do Trabalho, Juízes e Desembar-
homogênea (o público).
gadores, Auditores da Justiça Militar.
A redação oficial não é necessariamente árida e in-
fensa à evolução da língua. É que sua finalidade básica
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigi-
– comunicar com impessoalidade e máxima clareza – im-
das aos Chefes do Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido
põe certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de
do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da
maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalísti-
República; Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso
co, da correspondência particular, etc.
Nacional; Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo
Apresentadas essas características fundamentais da
Tribunal Federal.
redação oficial, passemos à análise pormenorizada de
E mais: As demais autoridades serão tratadas com o cada uma delas.
vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Se-
nador, Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador. A Impessoalidade
O Manual ainda preceitua que a forma de tratamento
“Digníssimo” fica abolida para as autoridades descritas A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala,
acima, afinal, a dignidade é condição primordial para que quer pela escrita. Para que haja comunicação, são neces-
tais cargos públicos sejam ocupados. sários: a) alguém que comunique; b) algo a ser comuni-
Fica ainda dito que doutor não é forma de tratamen- cado; c) alguém que receba essa comunicação. No caso
to, mas titulação acadêmica de quem defende tese de da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço
doutorado. Portanto, é aconselhável que não se use dis- Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Depar-
criminadamente tal termo. tamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é
sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão
As Comunicações Oficiais que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o
público, o conjunto dos cidadãos, ou outro órgão públi-
1. Aspectos Gerais da Redação Oficial co, do Executivo ou dos outros Poderes da União.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que
O que é Redação Oficial deve ser dado aos assuntos que constam das comunica-
ções oficiais decorre:
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a A) da ausência de impressões individuais de quem co-
maneira pela qual o Poder Público redige atos norma- munica: embora se trate, por exemplo, de um expediente
tivos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto assinado por Chefe de determinada Seção, é sempre em
de vista do Poder Executivo. nome do Serviço Público que é feita a comunicação. Ob-

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LÍNGUA PORTUGUESA

tém-se, assim, uma desejável padronização, que permite redação oficial decorre do fato de que ele está acima das
que comunicações elaboradas em diferentes setores da diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais,
Administração guardem entre si certa uniformidade; dos modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísticas,
B) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida com-
com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cida- preensão por todos os cidadãos.
dão, sempre concebido como público, ou a outro órgão Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a
público. Nos dois casos, temos um destinatário concebido simplicidade de expressão, desde que não seja confundida
de forma homogênea e impessoal; com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do
C) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada,
o universo temático das comunicações oficiais restringe- nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem
se a questões que dizem respeito ao interesse público, é próprios da língua literária.
natural que não caiba qualquer tom particular ou pessoal. Pode-se concluir, então, que não existe propriamente
Desta forma, não há lugar na redação oficial para im- um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do
pressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que
uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, haverá preferência pelo uso de determinadas expressões,
ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
isenta da interferência da individualidade que a elabora. sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade consagre a utilização de uma forma de linguagem buro-
de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais crática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser
contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.
impessoalidade. A linguagem técnica deve ser empregada apenas em
situações que a exijam, evitando o seu uso indiscriminado.
A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulá-
rio próprio à determinada área, são de difícil entendimento
A necessidade de empregar determinado nível de lin- por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o
guagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações en-
lado, do próprio caráter público desses atos e comunica- caminhadas a outros órgãos da administração e em expe-
ções; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui en- dientes dirigidos aos cidadãos.
tendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem
regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcio- Formalidade e Padronização
namento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em
sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O As comunicações oficiais devem ser sempre formais,
mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade isto é, obedecem a certas regras de forma: além das já
precípua é a de informar com clareza e objetividade. mencionadas exigências de impessoalidade e uso do pa-
As comunicações que partem dos órgãos públicos fe- drão culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa forma-
derais devem ser compreendidas por todo e qualquer ci- lidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvi-
dadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar da quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome
o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. de tratamento para uma autoridade de certo nível; mais do
Não há dúvida de que um texto marcado por expressões que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade
de circulação restrita, como a gíria, os regionalismos voca- no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a co-
bulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão dificul- municação.
tada. A formalidade de tratamento vincula-se, também, à
Ressalte-se que há necessariamente uma distância en- necessária uniformidade das comunicações. Ora, se a ad-
tre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente di- ministração federal é una, é natural que as comunicações
nâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de que expede sigam um mesmo padrão. O estabelecimento
costumes, e pode eventualmente contar com outros ele- desse padrão exige que se atente para todas as caracterís-
mentos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, ticas da redação oficial e que se cuide, ainda, da apresen-
a entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores tação dos textos.
responsáveis por essa distância. Já a língua escrita incorpo- A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para
ra mais lentamente as transformações, tem maior vocação o texto definitivo e a correta diagramação do texto são in-
para a permanência e vale-se apenas de si mesma para co- dispensáveis para a padronização.
municar.
Os textos oficiais, devido ao seu caráter impessoal e sua Concisão e Clareza
finalidade de informar com o máximo de clareza e conci-
são, requerem o uso do padrão culto da língua. Há consen- A concisão é antes uma qualidade do que uma carac-
so de que o padrão culto é aquele em que se observam as terística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue
regras da gramática formal e se emprega um vocabulário transmitir o máximo de informações com um mínimo de
comum ao conjunto dos usuários do idioma. É importante palavras. Para que se redija com essa qualidade, é funda-
ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na mental que se tenha, além de conhecimento do assunto

113
LÍNGUA PORTUGUESA

sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar o Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o
texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a
se percebem eventuais redundâncias ou repetições desne- que se refere, e não com o substantivo que compõe a lo-
cessárias de ideias. cução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto
O esforço de sermos concisos atende, basicamente, ao é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve
princípio de economia linguística, à mencionada fórmula estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atare-
de empregar o mínimo de palavras para informar o má- fada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”.
ximo. Não se deve, de forma alguma, entendê-la como No envelope, o endereçamento das comunicações di-
economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar rigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a
passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em ta- seguinte forma:
manho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis,
redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já A Sua Excelência o Senhor
foi dito. Fulano de Tal
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto ofi- Ministro de Estado da Justiça
cial. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita 70.064-900 – Brasília. DF
imediata compreensão pelo leitor. No entanto, a clareza
não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente A Sua Excelência o Senhor
das demais características da redação oficial. Para ela con- Senador Fulano de Tal
correm: Senado Federal
 a impessoalidade, que evita a duplicidade de in- 70.165-900 – Brasília. DF
terpretações que poderia decorrer de um tratamento per-
sonalista dado ao texto; Senhor Ministro,
 o uso do padrão culto de linguagem, em princí- Submeto a Vossa Excelência projeto (...)
pio, de entendimento geral e por definição avesso a vocá-
bulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão; Fechos para Comunicações
 a formalidade e a padronização, que possibilitam
a imprescindível uniformidade dos textos; O fecho das comunicações oficiais possui, além da fi-
 a concisão, que faz desaparecer do texto os ex- nalidade de arrematar o texto, a de saudar o destinatário.
cessos linguísticos que nada lhe acrescentam. Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados fo-
É pela correta observação dessas características que se ram regulados pela Portaria nº1 do Ministério da Justiça,
redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável re- de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de
leitura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos ofi- simplificá-los e uniformizá-los, este Manual estabelece o
ciais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém, emprego de somente dois fechos diferentes para todas as
principalmente, da falta da releitura que torna possível sua modalidades de comunicação oficial:
correção. A) para autoridades superiores, inclusive o Presi-
A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A dente da República: Respeitosamente,
pressa com que são elaboradas certas comunicações qua- B) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie-
se sempre compromete sua clareza. Não se deve proceder rarquia inferior: Atenciosamente,
à redação de um texto que não seja seguida por sua re-
visão. “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi-
diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tra-
repercussão no redigir. dição próprios, devidamente disciplinados no Manual de
Redação do Ministério das Relações Exteriores.
Pronomes de Tratamento
Concordância com os Pronomes de Tratamento Identificação do Signatário

Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente
indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à con- da República, todas as demais comunicações oficiais de-
cordância verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram vem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede,
à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificação
ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância deve ser a seguinte:
para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o subs-
tantivo que integra a locução como seu núcleo sintático: (espaço para assinatura)
“Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Excelência Nome
conhece o assunto”. Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos
a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pes- (espaço para assinatura)
soa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vos- Nome
sa... vosso...”). Ministro de Estado da Justiça

114
LÍNGUA PORTUGUESA

Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a as- cio é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm
sinatura em página isolada do expediente. Transfira para como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos ór-
essa página ao menos a última frase anterior ao fecho. gãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício,
também com particulares.
Forma de diagramação
Forma e Estrutura
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
seguinte forma de apresentação: do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o
 deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman destinatário, seguido de vírgula.
de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas Exemplos:
notas de rodapé;
 para símbolos não existentes na fonte Times New Excelentíssimo Senhor Presidente da República
Roman poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; Senhora Ministra
 é obrigatório constar a partir da segunda página Senhor Chefe de Gabinete
o número da página;
 os ofícios, memorandos e anexos destes poderão Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as
ser impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as seguintes informações do remetente:
margens esquerda e direta terão as distâncias invertidas nome do órgão ou setor;
nas páginas pares (“margem espelho”); endereço postal;
 o campo destinado à margem lateral esquerda telefone e e-mail.
terá, no mínimo, 3,0 cm de largura;
 o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 Observação:
cm de distância da margem esquerda; Estas informações estão ausentes no memorando, pois
 o campo destinado à margem lateral direita terá se trata de comunicação interna - destinatário e remetente
1,5 cm; possuem o mesmo endereço. Se o Aviso é de um Ministé-
 deve ser utilizado espaçamento simples entre as rio para outro Ministério, também não precisa especificar o
endereço. O Ofício é enviado para outras instituições, logo,
linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
são necessárias as informações do remetente e o endereço
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha
do destinatário para que o ofício possa ser entregue e o
em branco;
remetente possa receber resposta.
 não deve haver abuso no uso de negrito, itálico,
sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo,
Memorando
bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a
elegância e a sobriedade do documento;
Definição e Finalidade
 a impressão dos textos deve ser feita na cor pre-
O memorando é a modalidade de comunicação entre
ta em papel branco. A impressão colorida deve ser usada
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem
apenas para gráficos e ilustrações; estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível dife-
 todos os tipos de documentos do Padrão Ofício rente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação
devem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, eminentemente interna.
29,7 x 21,0 cm; Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser em-
 deve ser utilizado, preferencialmente, o formato pregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes,
de arquivo Rich Text nos documentos de texto; etc. a serem adotados por determinado setor do serviço
 dentro do possível, todos os documentos elabo- público.
rados devem ter o arquivo de texto preservado para con- Sua característica principal é a agilidade. A tramitação
sulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra-
análogos; pidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos.
 para facilitar a localização, os nomes dos arqui- Para evitar desnecessário aumento do número de comu-
vos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do do- nicações, os despachos ao memorando devem ser dados
cumento + número do documento + palavras-chaves do no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em
conteúdo. Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002” folha de continuação. Este procedimento permite formar
uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
Aviso e Ofício transparência à tomada de decisões e permitindo que se
historie o andamento da matéria tratada no memorando.
Definição e Finalidade
Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial Forma e Estrutura
praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do
o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário
para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofí- deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Ex:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração  mensagem de abertura da sessão legislativa;


Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos  comunicação de sanção (com restituição de au-
tógrafos);
Exposição de Motivos  comunicação de veto;
 outras mensagens.
Definição e Finalidade - Exposição de motivos é o ex-
pediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Pre- Forma e Estrutura - As mensagens contêm:
sidente para: A) a indicação do tipo de expediente e de seu nú-
a) informá-lo de determinado assunto; b) propor algu- mero, horizontalmente, no início da margem esquerda;
ma medida; ou c) submeter a sua consideração projeto de B) vocativo, de acordo com o pronome de tratamen-
ato normativo. to e o cargo do destinatário, horizontalmente, no início
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presi- da margem esquerda (Excelentíssimo Senhor Presidente
dente da República por um Ministro de Estado. do Senado Federal);
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de C) o texto, iniciando a 2,0 cm do vocativo;
um Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada D) o local e a data, verticalmente a 2,0 cm do final
por todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, do texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final
chamada de interministerial. com a margem direita.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo
Forma e Estrutura - Formalmente, a exposição de mo- Presidente da República, não traz identificação de seu
tivos tem a apresentação do padrão ofício. A exposição de signatário.
motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas for-
mas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha cará- Telegrama
ter exclusivamente informativo e outra para a que propo-
nha alguma medida ou submeta projeto de ato normativo. Definição e Finalidade - Com o fito de uniformizar
No primeiro caso, o da exposição de motivos que sim- a terminologia e simplificar os procedimentos burocrá-
plesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presi- ticos, passa a receber o título de telegrama toda comu-
nicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex,
dente da República, sua estrutura segue o modelo antes
etc.
referido para o padrão ofício.
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa
aos cofres públicos e tecnologicamente superada, deve
Mensagem
restringir-se o uso do telegrama apenas àquelas situa-
ções que não seja possível o uso de correio eletrônico
Definição e Finalidade - É o instrumento de comuni-
ou fax e que a urgência justifique sua utilização. Em ra-
cação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notada-
zão de seu custo elevado, esta forma de comunicação
mente as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executi-
deve pautar-se pela concisão.
vo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da Admi-
nistração Pública, expor o plano de governo por ocasião Forma e Estrutura - Não há padrão rígido, deven-
da abertura de sessão legislativa, submeter ao Congresso do-se seguir a forma e a estrutura dos formulários dis-
Nacional matérias que dependem de deliberação de suas poníveis nas agências dos Correios e em seu sítio na
Casas, apresentar veto, enfim, fazer e agradecer comunica- Internet.
ções de tudo quanto seja de interesse dos poderes públi-
cos e da Nação. Fax
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos
Ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias Definição e Finalidade - O fax (forma abreviada já
caberá a redação final. consagrada de fac-símile) é uma forma de comunica-
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Con- ção que está sendo menos usada devido ao desenvol-
gresso Nacional têm as seguintes finalidades: vimento da Internet. É utilizado para a transmissão de
 encaminhamento de projeto de lei ordinária, mensagens urgentes e para o envio antecipado de do-
complementar ou financeira; cumentos, de cujo conhecimento há premência, quando
 encaminhamento de medida provisória; não há condições de envio do documento por meio ele-
 indicação de autoridades; trônico. Quando necessário o original, ele segue poste-
 pedido de autorização para o Presidente ou o riormente pela via e na forma de praxe.
Vice-Presidente da República ausentarem-se do País por Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com
mais de 15 dias; cópia do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em
 encaminhamento de atos de concessão e renova- certos modelos, deteriora-se rapidamente.
ção de concessão de emissoras de rádio e TV;
 encaminhamento das contas referentes ao exer- Forma e Estrutura - Os documentos enviados por
cício anterior; fax mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes.

116
LÍNGUA PORTUGUESA

É conveniente o envio, juntamente com o documento que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe o nome
principal, de folha de rosto e de pequeno formulário com de período, que terá tantas orações quantos forem os ver-
os dados de identificação da mensagem a ser enviada, con- bos não auxiliares que o constituem.
forme exemplo a seguir: Outra função relevante é a do sujeito – mas não indis-
pensável, pois há orações sem sujeito, ditas impessoais –,
[Órgão Expedidor] de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre um substantivo.
[setor do órgão expedidor] Sempre que o verbo o exigir, teremos nas orações substan-
[endereço do órgão expedidor] tivos (nomes ou pronomes) que desempenham a função
Destinatário:____________________________________ de complementos (objetos direto e indireto, predicativo e
No do fax de destino:_______________ Data:___/___/___ complemento adverbial). Função acessória desempenham
Remetente: ____________________________________ os adjuntos adverbiais, que vêm geralmente ao final da
Tel. p/ contato:____________ Fax/correio eletrônico:____ oração, mas que podem ser ou intercalados aos elementos
No de páginas: ________No do documento:____________ que desempenham as outras funções, ou deslocados para
o início da oração.
Observações:___________________________________ Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos ele-
mentos que compõem uma oração (Observação: os parên-
Correio Eletrônico teses indicam os elementos que podem não ocorrer):

Definição e finalidade - O correio eletrônico (“e-mail”), (sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adverbial).
por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na princi-
pal forma de comunicação para transmissão de documen- Podem ser identificados seis padrões básicos para as
tos. orações pessoais (isto é, com sujeito) na língua portuguesa
(a função que vem entre parênteses é facultativa e pode
Forma e Estrutura - Um dos atrativos de comunicação ocorrer em ordem diversa):
por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não inte-
1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial)
ressa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto,
O Presidente - regressou - (ontem).
deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma
comunicação oficial.
2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (ad-
O campo “assunto” do formulário de correio eletrôni-
junto adverbial)
co mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a
O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na
organização documental tanto do destinatário quanto do
manhã de terça-feira).
remetente.
Para os arquivos anexados à mensagem, deve ser utili- 3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto -
zado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem (adjunto adverbial).
que encaminha algum arquivo deve trazer informações mí- O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os se-
nimas sobre seu conteúdo. tores).
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de con-
firmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar 4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. dire-
na mensagem o pedido de confirmação de recebimento. to - obj. indireto - (adj. Adv.)
Os desempregados - entregaram - suas reivindicações -
Valor documental - Nos termos da legislação em ao Deputado - (no Congresso).
vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha
valor documental, e para que possa ser aceito como docu- 5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento
mento original, é necessário existir certificação digital que adverbial - (adjunto adverbial)
ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Buenos
em lei. Aires - (na próxima semana).
O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira)
Elementos de Ortografia e Gramática
6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto
Problemas de Construção de Frases adverbial)
O problema - será - resolvido - prontamente.
A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas,
principalmente, pela construção adequada da frase, “a me- Estes seriam os padrões básicos para as orações, ou
nor unidade autônoma da comunicação”, na definição de seja, as frases que possuem apenas um verbo conjugado.
Celso Pedro Luft. Na construção de períodos, as várias funções podem ocor-
A função essencial da frase é desempenhada pelo pre- rer em ordem inversa à mencionada, misturando-se e con-
dicado, que, para Adriano da Gama Kury, pode ser entendi- fundindo-se. Não interessa aqui análise exaustiva de todos
do como “a enunciação pura de um fato qualquer”. Sempre os padrões existentes na língua portuguesa. O que importa

117
LÍNGUA PORTUGUESA

é fixar a ordem normal dos elementos nesses seis padrões Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente sub-
básicos. Acrescente-se que períodos mais complexos, com- metido ao Presidente da República, que o aprovou, consulta-
postos por duas ou mais orações, em geral podem ser re- das as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
duzidos aos padrões básicos (de que derivam).
Os problemas mais frequentemente encontrados na Erros de Paralelismo
construção de frases dizem respeito à má pontuação, à
ambiguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos pa- Uma das convenções estabelecidas na linguagem es-
ralelismos, erros de comparação, etc. Decorrem, em geral, crita “consiste em apresentar ideias similares numa forma
do desconhecimento da ordem das palavras na frase. In- gramatical idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim,
dicam-se, a seguir, alguns desses defeitos mais comuns e incorre-se em erro ao conferir forma não paralela a ele-
recorrentes na construção de frases, registrados em docu- mentos paralelos. Vejamos alguns exemplos:
mentos oficiais.
Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministé-
Sujeito
rios economizar energia e que elaborassem planos de redu-
ção de despesas.
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que
executa a ação enunciada na oração. Ele pode ter comple-
mento, mas não ser complemento. Devem ser evitadas, Na frase temos, nas duas orações subordinadas que
portanto, construções como: completam o sentido da principal, duas estruturas diferen-
tes para ideias equivalentes: a primeira oração (economizar
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda. energia) é reduzida de infinitivo, enquanto a segunda (que
Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda. elaborassem planos de redução de despesas) é uma oração
desenvolvida introduzida pela conjunção integrante que.
Errado: Apesar das relações entre os países estarem cor- Há mais de uma possibilidade de escrevê-la com clareza e
tadas, (...). correção; uma seria a de apresentar as duas orações subor-
Certo: Apesar de as relações entre os países estarem dinadas como desenvolvidas, introduzidas pela conjunção
cortadas, (...). integrante que:

Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim. Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministé-
Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim. rios que economizassem energia e (que) elaborassem planos
para redução de despesas.
Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).
Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...). Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas
como reduzidas de infinitivo:
Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministé-
(...). rios economizar energia e elaborar planos para redução de
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, despesas.
(...).
Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na
Frases Fragmentadas coordenação de orações subordinadas.
Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita
A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma
culta:
oração subordinada ou uma simples locução como se fosse
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação,
uma frase completa”. Decorre da pontuação errada de uma
não ser inseguro, inteligência e ter ambição.
frase simples. Embora seja usada como recurso estilístico
na literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos
textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão. O problema aqui decorre de coordenar palavras (subs-
Exemplo: tantivos) com orações (reduzidas de infinitivo).
Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou por
Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso transformá-la em frase simples, substituindo as orações re-
Nacional. Depois de ser longamente debatido. duzidas por substantivos:
Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, se-
Nacional, depois de ser longamente debatido. gurança, inteligência e ambição.
Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa
recebeu a aprovação do Congresso Nacional. Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso pa-
ralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente)
Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente a ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar,
submetido ao Presidente da República, que o aprovou. Con- de forma paralela, estruturas sintáticas distintas:
sultadas as áreas envolvidas na elaboração do texto legal. Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa.

118
LÍNGUA PORTUGUESA

Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
(Paris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibili- do que os outros Ministérios do Governo.
dade de correção é transformá-la em duas frases simples, Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
com o cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar): do que os demais Ministérios do Governo.
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta
última capital, encontrou-se com o Papa. Ambiguidade

Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em
pelo uso inadequado da expressão “e que” num período mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de
que não contém nenhum “que” anterior. todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que
Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que possam gerar equívocos de compreensão.
tem sólida formação acadêmica. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar a qual palavra se refere um pronome que possui
Para corrigir a frase, suprimimos o pronome relativo: mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode ocorrer
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem só- com:
lida formação acadêmica.
A) pronomes pessoais:
Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”: Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que
Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas ele seria exonerado.
precipitadas, e que comprometam o andamento de todo o Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu se-
programa. cretariado.
Da mesma forma com que corrigimos o exemplo ante- Ou então, caso o entendimento seja outro:
rior, aqui podemos suprimir a conjunção: Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exo-
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas neração deste.
precipitadas, que comprometam o andamento de todo o
B) pronomes possessivos e pronomes oblíquos:
programa.
Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da Repúbli-
ca, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Esta-
Erros de Comparação
do, mas isso não o surpreendeu.
Observe a multiplicidade de ambiguidade no exemplo
A omissão de certos termos ao fazermos uma compa-
acima, a qual torna incompreensível o sentido da frase.
ração, omissão própria da língua falada, deve ser evitada
Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente
na língua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem
da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção
sempre é possível identificar, pelo contexto, qual o termo
federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente
omitido. A ausência indevida de um termo pode impossi- da República.
bilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma
frase: C) pronome relativo:
Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que costumava trabalhar.
um médico. Não fica claro se o pronome relativo da segunda ora-
A omissão de termos provocou uma comparação inde- ção faz referência “à mesa” ou “a gabinete”. Esta ambigui-
vida: “o salário de um professor” com “um médico”. dade se deve ao pronome relativo “que”, sem marca de
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o gênero. A solução é recorrer às formas o qual, a qual, os
salário de um médico. quais, as quais, que marcam gênero e número.
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costu-
de um médico. mava trabalhar.
Se o entendimento é outro, então:
Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria. Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costu-
Novamente, a não repetição dos termos comparados mava trabalhar.
confunde. Alternativas para correção:
Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, que decorre da
Portaria. dúvida sobre a que se refere a oração reduzida:
Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria. Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o
funcionário.
Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas Para evitar o tipo de ambiguidade do exemplo acima,
do que os Ministérios do Governo. deve-se deixar claro qual o sujeito da oração reduzida.
No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este
“demais”) acarretou imprecisão: indisciplinado.

119
LÍNGUA PORTUGUESA

Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora Vamos ao Manual: O Manual ainda preceitua que a
chamou o médico. forma de tratamento “Digníssimo” fica abolida (...) afinal,
Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi a dignidade é condição primordial para que tais cargos
chamado por uma senhora. públicos sejam ocupados.
Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_
EXERCÍCIOS COMENTADOS oficial_publicacoes_ver.php?id=2
GABARITO OFICIAL: ERRADO
1. (TJ-PA - Médico Psiquiatra – Superior - VUNESP
- 2014) Leia o seguinte fragmento de um ofício, citado do 3. ( Tribunal de Justiça/SE – Técnico Judiciário –
Manual de Redação da Presidência da República, no qual Médio - CESPE/2014) Em toda comunicação oficial, ex-
expressões foram substituídas por lacunas. ceto nas direcionadas a autoridades estrangeiras, deve-
Senhor Deputado se fazer uso dos fechos Respeitosamente ou Atenciosa-
Em complemento às informações transmitidas pelo te- mente, de acordo com as hierarquias do destinatário e
legrama n.º 154, de 24 de abril último, informo ______de que do remetente.
as medidas mencionadas em ______ carta n.º 6708, dirigida ( ) CERTO (
ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo ) ERRADO
procedimento administrativo de demarcação de terras in- Segundo o Manual de Redação Oficial: (...) Manual
dígenas instituído pelo Decreto n.º 22, de 4 de fevereiro de estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes
1991 (cópia anexa). para todas as modalidades de comunicação oficial:
(http://www.planalto.gov.br. Adaptado) A) para autoridades superiores, inclusive o Presiden-
te da República: Respeitosamente,
A alternativa que completa, correta e respectivamen- B) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie-
te, as lacunas do texto, de acordo com a norma-padrão rarquia inferior: Atenciosamente,
da língua portuguesa e atendendo às orientações oficiais Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações di-
a respeito do uso de formas de tratamento em correspon-
rigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e
dências públicas, é:
tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual
a) Vossa Senhoria … tua.
de Redação do Ministério das Relações Exteriores.
b) Vossa Magnificência … sua.
GABARITO OFICIAL: CERTO
c) Vossa Eminência … vossa.
d) Vossa Excelência … sua.
SITES
e) Sua Senhoria … vossa.
http://www.redacaooficial.com.br/redacao_oficial_
Podemos começar pelo pronome demonstrativo. Mes-
publicacoes_ver.php?id=2
mo utilizando pronomes de tratamento “Vossa” (muitas
vezes confundido com “vós” e seu respectivo “vosso”), os http://portuguesxconcursos.blogspot.com.br/p/re-
pronomes que os acompanham deverão ficar sempre na dacao-oficial-para-concursos.html
terceira pessoa (do plural ou do singular, de acordo com o
número do pronome de tratamento). Então, em quaisquer Novo Acordo Ortográfico
dos pronomes de tratamento apresentados nas alterna-
tivas, o pronome demonstrativo será “sua”. Descartamos, Desde 1.º de janeiro de 2016, o Novo Acordo Orto-
então, os itens a, c e e. Agora recorramos ao pronome ade- gráfico é o único formato da língua reconhecido no Bra-
quado a ser utilizado para deputados. Segundo o Manual sil. Ele vigora desde 2009, quando o trema de linguiça,
de Redação Oficial, temos: o acento das europeias e o hífen do dia a dia desapa-
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: receram. Seu objetivo é unificar a escrita do Brasil e a
b) do Poder Legislativo: Presidente, Vice–Presidente e das demais nações de língua portuguesa: Portugal, An-
Membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal gola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé
(...). e Príncipe e Timor-Leste. Entre as mudanças na língua
GABARITO OFICIAL: D portuguesa ocasionadas pela reforma ortográfica, temos
o fim do trema, alterações da forma de acentuar palavras
2. (ANTAQ – Especialista em Regulação de Serviços com ditongos abertos e que sejam hiatos, supressão dos
de Transportes Aquaviários – Superior - CESPE/2014) acentos diferenciais e dos acentos tônicos, novas regras
Considerando aspectos estruturais e linguísticos das cor- para o emprego do hífen (*Observação da Zê: tais al-
respondências oficiais, julgue os itens que se seguem, de terações são abordadas nos conteúdos Acentuação e Or-
acordo com o Manual de Redação da Presidência da Re- tografia, desta apostila) e inclusão das letras w, k e y ao
pública. idioma.
O tratamento Digníssimo deve ser empregado para A intenção de unificar a língua portuguesa entre os
todas as autoridades do poder público, uma vez que a dig- países em que ela é o idioma oficial é antiga. Em 1931, foi
nidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes de realizado o primeiro Acordo Ortográfico luso-brasileiro,
cargos públicos. mas ele acabou não sendo efetivado na prática. Em 1945,
( ) CERTO ( ) ERRADO a Convenção Ortográfica Luso-Brasileira foi adotada em

120
LÍNGUA PORTUGUESA

Portugal, mas não no Brasil. Anos depois, em 1986, os gem adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do
sete países de língua portuguesa (Timor-Leste não pôde corpo como de uma planta delicada. E mostrou a Dona
ser incluído na lista, pois se tornaria independente apenas Laurinha a nevoenta radiografia da coluna vertebral com
em 2002) consolidaram as Bases Analíticas da Ortografia certo orgulho de estar assim tão afetado.
Simplificada da Língua Portuguesa de 1945, que não che- – Quando você ficar bom...
garam a ser implementadas. Em 1990, os países de língua – Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida.
portuguesa se comprometeram a unificar a grafia da lín- Para Dona Laurinha, a melhor maneira de curar-se é to-
gua, segundo a proposta apresentada pela Academia de mar remédio e entregar o caso à alma de Padre Eustáquio,
Ciências de Lisboa e pela Academia Brasileira de Letras. que vela por nós. Começou a fatigar-se com a importância
Mesmo assim, o acordo ainda não podia entrar em vigor. que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se
Foram necessários mais 16 anos para que fossem al- amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no
cançadas as três adesões necessárias para que o acordo hospital Gaffré e Guinle.
fosse cumprido. Em 2006, São Tomé e Príncipe e Cabo – Você não sentirá falta de nada – assegurou-lhe San-
Verde se uniram ao Brasil e ratificaram o Novo Acordo. tos. – Tirei licença com ordenado integral. Eu mesmo virei
Entretanto, Portugal ainda apresentava uma grande re- aqui todo começo de mês trazer o dinheiro. Hospital não
lutância às mudanças. Apenas em maio de 2008 o Parla- é prisão.
mento português ratificou o Acordo para unificar a orto- – Vou visitar você todo domingo, quer?
grafia em todas as nações de língua portuguesa. – É melhor não ir. Eu descanso, você descansa, cada
qual no seu canto.
SITE Ela também achou melhor, e nunca foi lá. Pontualmen-
https://guiadoestudante.abril.com.br/redacao/en- te, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, ficaram até um
tenda-as-mudancas-do-novo-acordo-ortografico/ pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos.
Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo que
EXERCÍCIOS COMENTADOS nem melhorava nem matava. A visita não era de todo de-
sagradável, desde que a doença deixara de ser assunto. Ela
notou como a vida de hospital pode ser distraída: os inter-
nados sabem de tudo cá de fora.
– Pelo rádio – explicou Santos.
ESCOLA PREPARATÓRIA DE CADETES DO Um dia, ela se sentiu tão nova, apesar do tempo e das
EXÉRCITO - CONCURSO DE ADMISSÃO / 2010 separações fundamentais, que imaginou uma alteração:
por que ele não ficava até o dia seguinte, só essa vez?
O Outro Marido – É tarde – respondeu Santos. E ela não entendeu se
ele se referia à hora ou a toda a vida passada sem com-
Era conferente da Alfândega – mas isso não tem im- preensão. É certo que vagamente o compreendia agora, e
portância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu recebia dele mais que a mesada: uma hora de companhia
irredutível nada tem a ver com as classificações profissio- por mês.
nais. Pouco importa que nos avaliem pela casca. Por den- Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio.
tro, sentia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquan- Dona Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta os
to a situação exterior e familiar não mudava. Nisso está o cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao hospi-
espinho do homem: ele muda, os outros não percebem. tal pela primeira vez, em alvoroço. Lá ele não era conheci-
Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há do. Na Alfândega informaram-lhe que Santos falecera ha-
23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro). via quinze dias, a senhora quer o endereço da viúva?
Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um – Sou eu a viúva – disse Dona Laurinha, espantada.
do outro, sem derivativo. Tão perto que se desconhe- O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia
ciam mutuamente, como um objeto desconhece outro, muito bem a viúva do Santos, Dona Crisália, fizera bons pi-
na mesma prateleira de armário. Santos doía-se de ser queniques com o casal na Ilha do Governador. Santos fora
um objeto aos olhos de Dona Laurinha. Se ela também seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era
era um objeto aos olhos dele? Sim, mas com a diferença padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos,
de que Dona Laurinha não procurava fugir a essa sim- coitado.
plificação, nem reparava; era de fato, objeto. Ele, Santos, E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá es-
sentia-se vivo e desagradado. tavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher, os
Ao aparecerem nele as primeiras dores, Dona Lauri- três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu marido.
nha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as Contudo, a outra realidade de Santos era tão destacada da
relações do casal. Santos parecia comprazer-se em estar sua, que o tornava outro homem, completamente desco-
doente. Não propriamente em queixar-se, mas em alegar nhecido, irreconhecível.
que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego su- – Desculpe, foi engano. A pessoa a que me refiro não é
plementar. O médico da Alfândega dissera-lhe que certas esta – disse Dona Laurinha, despedindo-se.
formas reumáticas levam anos para ser dominadas, exi- (Carlos Drummond de Andrade)

121
LÍNGUA PORTUGUESA

1. “Começou a fatigar-se com a importância que o reu- a) sertanejo.


matismo assumira na vida do marido.” A palavra sublinhada b) fantástico.
indica um estado de c) histórico.
a) fastio. d) realista.
b) enjoo. e) romântico.
c) arrepio. Uma das características das obras de Machado de Assis
d) distração. é a análise psicológica e crítica de seus personagens e da
e) desconfiança. sociedade em que vive - ponto marcante do Realismo.
Podemos responder à questão por eliminação: dentro GABARITO OFICIAL: D
do contexto (... Começou a fatigar-se com a importância que
o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amo- 6. Quanto à Literatura Brasileira, assinale a alternativa
lou muito quando ele anunciou que ia internar-se no hos- correta.
pital Gaffré e Guinle.), as alternativas “b”, “c”, “d” e “e” não a) Os escritores românticos, contrários aos árcades,
expressam o sentido proposto pelo texto, o qual nos leva buscavam uma forma mais objetiva de descrever a realida-
a entender que Dona Laurinha não se incomodava com a de, revelando os costumes, as relações sociais, a crise das
doença do marido. Restou-nos a “a” – mesmo que, no dia instituições etc.
do concurso, não saibamos o significado de “fastio”, sabe- b) O racionalismo é uma característica presente tanto
mos que as demais não são as substituições corretas. no Arcadismo, quanto no Realismo, em contraposição ao
GABARITO OFICIAL: A Barroco e ao Romantismo, respectivamente.
c) A publicação de “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo, em
2. No trecho, “Por falta de filhos, os dois viveram dema- 1881, marca oficialmente o início do Realismo no Brasil.
siado perto, sem derivativo”, o termo sublinhado pode ser d) A linguagem objetiva, a perfeição formal e o uni-
classificado morfologicamente como versalismo são características presentes na poesia barroca.
a) substantivo. e) Amor, solidão, pátria, índio, medievalismo são temas
b) adjetivo. igualmente presentes na poesia épica de Gonçalves Dias e
c) advérbio.
Castro Alves.
d) verbo.
a) Os escritores românticos, contrários aos árcades,
e) conjunção.
buscavam uma forma mais objetiva (X) de descrever a rea-
Classificação morfológica diz respeito à classe grama-
lidade, revelando os costumes, as relações sociais, a crise
tical à qual pertence o termo a ser analisado. No caso, um
das instituições etc. – predominava a metáfora
advérbio – que está caracterizando outro advérbio (perto).
b) O racionalismo é uma característica presente tanto
GABARITO OFICIAL: C
no Arcadismo, quanto no Realismo, em contraposição ao
3. No trecho, “Ele chegava e saía curvado, sob a garra Barroco e ao Romantismo, respectivamente. - correta
do reumatismo que nem melhorava nem matava.”, os ver- c) A publicação de “O Cortiço”, (X) de Aluísio Azevedo,
bos sublinhados indicam, respectivamente: em 1881, marca oficialmente o início do Realismo no Brasil.
a) ação – ação – ação – ação – publicação de “O mulato”, início do Naturalismo
b) ação – estado – ação – estado d) A linguagem objetiva, a perfeição formal e o univer-
c) estado – ação – estado – ação salismo são características presentes na poesia barroca. (X)
d) estado – ação – ação – ação - Metáforas, antíteses e hipérboles são as figuras de lingua-
e) ação – ação – estado – ação gem mais usadas neste período
Os quatro verbos destacados indicam ação. e) Amor, solidão, pátria, índio, medievalismo (X) são te-
GABARITO OFICIAL: A mas igualmente presentes na poesia épica de Gonçalves
Dias e Castro Alves.
4. No trecho, “– É tarde – respondeu Santos.”, o sujeito GABARITO OFICIAL: B
do verbo sublinhado é
a) indeterminado. DECEx – DETMil
b) indefinido. ESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMAS
c) inexistente.GABARITO OFICIAL: ESCOLA SARGENTO MAX WOLF FILHO
d) oculto. EXAME INTELECTUAL AOS CURSOS DE FORMAÇÃO
e) simples. DE SARGENTOS 2012-13
O verbo “ser” em destaque não faz referência a ne-
nhum termo anterior presente no texto. Portanto, não há 1. Nas orações “A poetisa está emocionada” e “Ela está
sujeito (inexistente). à janela”, os predicados classificam-se, respectivamente,
GABARITO OFICIAL: C como
a) verbal e verbal.
5. “Cultivado no Brasil por Machado de Assis, é uma b) nominal e nominal.
narrativa voltada para a análise psicológica e crítica da so- c) verbo-nominal e verbo-nominal.
ciedade a partir do comportamento de determinados perso- d) verbal e nominal.
nagens.” O texto acima refere-se ao romance e) nominal e verbal.

122
LÍNGUA PORTUGUESA

Na primeira oração temos o verbo “está” atuando como 4. A obra literária que marca o final do Romantismo e
verbo de ligação, e “emocionada” - com a função sintática o início do Realismo no Brasil é
de predicativo do sujeito - portanto: predicado nominal; a) “Suspiros Poéticos e Saudades”, de Gonçalves de Ma-
na segunda, o verbo “está” expressa ação (Está parada à galhães.
janela, por exemplo), sem presença de predicativo (tanto b) “A Moreninha”, de Joaquim Manoel de Macedo.
do sujeito quanto do objeto), então: predicado verbal. c) “O Guarani”, de José de Alencar.
GABARITO OFICIAL: E d) “O Ateneu”, de Raul Pompéia.
e) “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado
2. Assinale a opção que segue o padrão culto da lín- de Assis.
gua. A obra que deu início ao Realismo foi “Memórias Póstu-
a) Seus projetos de vida são os melhor elaborados, pois mas de Brás Cubas”, de Machado de Assis.
garantem suficientes opções que evitem atos mal GABARITO OFICIAL: E
sucedidos.
b) Seus projetos de vida são os mais bem elaborados, 5. Assinale a alternativa correta quanto à concordância
pois garantem suficientes opções que evitem atos mal su- nominal.
cedidos. a) A aluna estava meia desconfiada de suas colegas.
c) Seus projetos de vida são os mais bem elaborados, b) Compareceram menas pessoas do que esperáva-
pois garantem suficiente opções que evitem atos mal su- mos.
cedidos. c) Na sala havia bastantes candidatos aguardando.
d) Seus projetos de vida são os melhor elaborados, d) É proibido a entrada de pessoas sem identificação.
pois garantem suficientes opções que evitem atos mau e) Seguem anexos aos currículos as cópias dos docu-
sucedidos. mentos.
e) Seus projetos de vida são os melhor elaborados, a) A aluna estava meia desconfiada – meio desconfia-
pois garantem suficiente opções que evitem atos mau da (podemos substituir por “um pouco”= outro advérbio,
sucedidos.
portanto, invariável)
Indiquei entre parênteses a correção:
b) Compareceram menas pessoas – menos pessoas
a) Seus projetos de vida são os melhor (mais bem) ela-
(não existe a palavra “menas”)
borados, pois garantem suficientes opções que evitem atos
c) Na sala havia bastantes candidatos aguardando. =
mal sucedidos.
correta (substitui-se por “muitos” e tem sentido = então
b) Seus projetos de vida são os mais bem elaborados,
variável).
pois garantem suficientes opções que evitem atos mal su-
d) É proibido a entrada de pessoas sem identificação. –
cedidos. - correta
c) Seus projetos de vida são os mais bem elaborados, proibida a (presença do artigo)
pois garantem suficiente (suficientes) opções que evitem e) Seguem anexos aos currículos as cópias dos docu-
atos mal sucedidos. mentos. – seguem anexas ... as cópias
d) Seus projetos de vida são os melhor (mais bem) ela- GABARITO OFICIAL: C
borados, pois garantem suficientes opções que evitem atos
mau (mal) sucedidos. DECEx – DEE
e) Seus projetos de vida são os melhor (mais bem) ela- ESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMAS
borados, pois garantem suficiente (suficientes) opções que ESCOLA SARGENTO MAX WOLF FILHO
evitem atos mau (mal) sucedidos. EXAME INTELECTUAL AOS CURSOS DE FORMAÇÃO
GABARITO OFICIAL: B DE SARGENTOS 2013-14

3. A alternativa em que podemos encontrar um exem- Poema Transitório


plo de catacrese (figura de linguagem) é:
a) Aquela menina é um doce de pessoa. Eu que nasci na Era da Fumaça: - trenzinho
b) Estou lendo Fernando Pessoa ultimamente. vagaroso com vagarosas
c) Coloque dois dentes de alho na comida. paradas
d) Estava triste e chorou rios de lágrimas. em cada estaçãozinha pobre
e) Ela faz tortas como ninguém. para comprar
A catacrese costuma ocorrer quando, por falta de um pastéis
termo específico para designar um conceito, toma-se outro pés-de-moleque
“emprestado”. Assim, passamos a empregar algumas pala- sonhos
vras fora de seu sentido original. Exemplos: “asa da xícara”, - principalmente sonhos!
“batata da perna”. Vamos às alternativas: porque as moças da cidade vinham olhar o trem pas-
Em “a” temos um exemplo de metáfora. sar;
Em “b” temos metonímia. elas suspirando maravilhosas viagens
Em “d”, hipérbole. e a gente com um desejo súbito de ali ficar morando
Em “e”, não há figura de linguagem. sempre...Nisto,
GABARITO OFICIAL: C o apito da locomotiva

123
LÍNGUA PORTUGUESA

e o trem se afastando c) rubrica = não é acentuada / barbárie = paroxítona


e o trem arquejando terminada em ditongo / juízes = regra do “i” e “u” forman-
é preciso partir do hiato.
é preciso chegar d) catástrofe = proparoxítona / metonímia = paroxí-
é preciso partir é preciso chegar... Ah, como esta vida tona terminada em ditongo / gratuito = não é acentuada
é urgente! e) misantropo = não é acentuada / crânio = paroxítona
...no entanto terminada em ditongo / ruim = não é acentuada
eu gostava era mesmo de partir... GABARITO OFICIAL: B
e - até hoje - quando acaso embarco
para alguma parte 3. Sobre as obras e os autores do Realismo-Naturalis-
acomodo-me no meu lugar mo no Brasil é correto afirmar que
fecho os olhos e sonho: a) o principal autor desse período é Adolfo Caminha
que trabalhou dentro de uma linha realista mais definida.
viajar, viajar
b) Raul Pompeia é um autor significativo dessa época,
mas para parte nenhuma...
porém suas obras mostram apenas traços impressionistas.
viajar indefinidamente...
c) a parte mais significativa da obra de Machado de
como uma nave espacial perdida entre as estrelas.
Assis é representada por seus romances e contos.
(QUINTANA, Mário. Baú de Espantos. in: MARÇAL, d) o teatro dessa época teve muitos adeptos dentre os
Iguami Antônio T. Antologia Escolar, Vol.1; BIBLIEX; quais podemos citar José de Alencar.
p. 169.) e) Aluízio Azevedo e Machado de Assis produziram
obras numa linha naturalista bem definida.
1. Em função do que é dito nos versos do poema (Texto Dentre as alternativas apresentadas, a única correta é a
de Interpretação), observa-se que o “eu lírico”: que faz referências às obras machadianas.
a) viaja, não só fisicamente, mas também por meio de GABARITO OFICIAL: C
seus pensamentos.
b) é um homem agitado, que leva uma vida de passa- 4. “A feição deles é serem pardos, quase avermelhados,
geiro com luxo e mordomias. de rostos regulares e narizes bem feitos; andam nus sem ne-
c) deseja ser mau e mórbido, por isso faz suas viagens nhuma cobertura; nem se importam de cobrir nenhuma coi-
pelas estrelas. sa, nem de mostrar suas vergonhas.” Essa passagem perten-
d) tem fome e pouco dinheiro, logo não gasta com co- ce à Carta de Pero Vaz de Caminha, primeiro texto escrito
midas que não alimentam. no Brasil, no qual eram descritos
e) é uma voz que clama por tranquilidade e brada con- a terra e o povo que a habitava. A respeito da Literatura
tra a poluição do ar. Quinhentista, é correto afirmar que
Recorramos ao texto: e - até hoje - quando acaso em- a) os textos dessa época têm grande valor literário.
barco / para alguma parte / acomodo-me no meu lugar / b) registra apenas o choque cultural entre colonizado-
fecho os olhos e sonho: / viajar, viajar / mas para parte ne- res e colonizados.
nhuma... / viajar indefinidamente... O eu lírico viaja, tam- c) toda essa produção está diretamente relacionada à
bém, em seus pensamentos. intenção de catequizar os selvagens.
GABARITO OFICIAL: A d) os textos quinhentistas fazem parte do movimento
literário intitulado Poesia Pau-Brasil.
2. Assinale a alternativa cujos vocábulos exigem acento e) a literatura da época está relacionada ao espírito
aventureiro da expansão marítima e comercial portuguesa.
gráfico pelo mesmo motivo dos existentes, respectivamen-
A Literatura Quinhentista – ou de Informação, como
te, nas palavras cosméticos, laboratórios e países, (Os
também era chamada – tinha por finalidade narrar e des-
acentos gráficos das palavras abaixo estão omitidos.)
crever à Coroa portuguesa as viagens dos navegantes por-
a) ilusorio, melancia, raiz
tugueses e seus primeiros contatos com a terra brasileira e
b) parafrase, arrogancia, saude seus nativos.
c) rubrica, barbarie, juizes GABARITO OFICIAL: E
d) catastrofe, metonimia, gratuito
e) misantropo, cranio, ruim 5. Na frase “Poderia ouvir o fogo gemer.”, há a seguinte
Classifiquemos, primeiramente, as palavras destacadas: figura de linguagem:
Cosméticos = proparoxítona; laboratórios – paroxítona a) prosopopeia.
terminada em ditongo; países – regra do “i” e “u” formando b) sinédoque.
hiato. c) eufemismo.
a) ilusório = paroxítona terminada em ditongo / me- d) oxímoro.
lancia e raiz = não são acentuadas e) metáfora.
b) paráfrase = proparoxítona / arrogância = paroxítona “ouvir o fogo gemer” = atribuir característica humana a
terminada em ditongo / saúde = regra do “i” e “u” forman- seres inanimados é típico da prosopopeia.
do hiato. GABARITO OFICIAL: A

124
LÍNGUA PORTUGUESA

6. Assinale a alternativa em que o verbo “haver” NÃO Quando, há(1) alguns meses, o tema foi sugerido e ado-
está empregado corretamente. tado na reunião, todos concordaram unanimemente com
a) Hão de existir sonhos nas estações de trem. o mesmo. Dali há(2) três meses, devido a determinados
b) Há de haver vida em planetas distantes. acontecimentos, alguns mudariam de opinião. Há(3)
c) No futuro, haverão naves espaciais viajando para es- anos não há um consenso verdadeiro na empresa.
trelas. Não está(ão) de acordo com a linguagem padrão
d) Não houve dúvidas: viajamos de trem para as es- a) 1, 2 e 3.
trelas. b) 1, apenas.
e) Os viajantes da estação de trem não hão de partir c) 2, apenas.
sem comer sonhos. d) 2 e 3, apenas.
Em “c”: No futuro, haverá naves espaciais viajando para No trecho apresentado, o desacordo com a norma pa-
estrelas. “Haver” - no sentido de “existir” - é invariável. drão está no item “2”, pois o correto é “Dali a três meses” =
GABARITO OFICIAL: C indica tempo futuro, portanto “a” - e não “há” (usado para
tempo passado).
7. No período: “Se ele trouxer a tarefa, pensei comigo, GABARITO OFICIAL: C
não irei castigá-lo.”, as vírgulas foram empregadas
a) corretamente, para isolar uma oração intercalada. 2. Cada palavra é constituída por unidades fônicas, as
b) incorretamente, por se tratar de um período simples. sílabas. A partir das sequências a seguir, indique quais
c) adequadamente, porque apresenta mais de um ver- contêm divisão silábica incorreta.
bo. I. cre-i-o / de-mo-cra-ci-a / pou-cos
d) indevidamente, por se tratar de um período com- II. con-vi-vên-cia / a-ções / de-mo-cra-ci-a
posto por coordenação. III. cog-ni-ti-va / im-po-nho / vio-len-ta-men-te
e) corretamente, para isolar uma oração adjetiva ex- IV. ques-tio-nan-do / dog-má-ti-co / re-fle-xi-vo
plicativa. Apresentam alguma incorreção apenas as sequências
A oração entre vírgulas não tem função sintática com
a) I e II.
relação às outras duas (a primeira é subordinada adverbial
b) II e IV.
condicional; a terceira, principal); por estar entre ambas é
c) I, II e III.
chamada de intercalada.
d) I, III e IV.
GABARITO OFICIAL: A
Em I temos: crei-o / de-mo-cra-ci-a / pou-cos;
Em III, cog-ni-ti-va, im-po-nho, vi-o-len-ta-men-te
8. Em “E mal acendi a luz, puf, puf, puf, puf.” encontra-se:
a) sinestesia. Em IV: ques-ti-o-nan-do, dog-má-ti-co, re-fle-xi-vo
b) antítese. Em II, tudo ok.
c) onomatopeia. GABARITO OFICIAL: D
d) metonímia.
e) prosopopeia. 3. Dentre os vocábulos a seguir, indique o grupo que
“Puf, puf” é a representação gráfica de um som, portan- apresenta mesma regra que justifique a acentuação de to-
to = onomatopeia. dos os vocábulos.
GABARITO OFICIAL: C a) níveis, próprios, também
b) inteligência, política, está
9. “Não era um craque, mas sua perda desfalcaria o c) provável, nível, dogmático
time”. No trecho, a segunda oração é, na gramática norma- d) democrático, vítimas, prática
tiva, uma oração Vamos aos itens:
a) subordinada substantiva. Em a: níveis = paroxítona terminada em ditongo / pró-
b) coordenada assindética. prios = paroxítona terminada em ditongo / também = oxí-
c) subordinada adjetiva. tona terminada em “em”
d) coordenada sindética. Em b: inteligência = paroxítona terminada em ditongo
e) subordinada adverbial. / política = proparoxítona / está = oxítona terminada em
“Mas” é uma conjunção adversativa = expressa ideia “a”
contrária à anterior apresentada. Temos uma oração coor- Em c: provável = paroxítona terminada em “l” / nível =
denada (uma é independente da outra) sindética (com paroxítona terminada em “l” / dogmático = proparoxítona
presença de conjunção) adversativa. Na alternativa há Em d: democrático = proparoxítona / vítimas = propa-
apenas a informação coordenada sindética. roxítona / prática = proparoxítona
GABARITO OFICIAL: D GABARITO OFICIAL: D

CADAR/CAFAR/EAOAP/EAOEAR 2016 CAMAR - Curso de Adaptação de Médicos da Aero-


1. O texto a seguir foi redigido com incorreções lin- náutica para o ano de 2016
guísticas propositais. Considerando o uso da linguagem 1. “Cerca de 25 mil soldados da Força Expedicionária
padrão e o correto emprego do verbo “haver” em “[...] há Brasileira além de homens da Força Aérea lutaram na Itá-
pouco mais de 20 anos.”, identifique os registros em desa- lia.”. Indique a frase a seguir cujo verbo em destaque possui
cordo com a norma padrão da língua. a mesma tipologia sintática do sublinhado anteriormente.

125
LÍNGUA PORTUGUESA

a) Não conheço essa pessoa. Aos itens:


b) As crianças são inteligentes. Em a: céu = monossílaba com ditongo aberto / avô =
c) Os gatos corriam no telhado. oxítona
d) Eles precisam de nossa ajuda. Em b: astrônomos = proparoxítona / álibi = proparo-
O verbo em destaque, nesta frase, funciona como ver- xítona
bo intransitivo (não precisa de complemento). Vejamos os Em c: histórias = paroxítona / balaústre = hiato
itens: Em d: formidáveis = paroxítona / ínterim = proparoxí-
Em a: Não conheço essa pessoa = transitivo direto tona
Em b: As crianças são inteligentes = verbo de ligação GABARITO OFICIAL: B
Em c: Os gatos corriam no telhado = intransitivo
Em d: Eles precisam de nossa ajuda = transitivo indi- COMANDO DA AERONÁUTICA
reto DEPARTAMENTO DE ENSINO DA AERONÁUTICA
ESCOLA PREPARATÓRIA DE CADETES DO AR
GABARITO OFICIAL: C
EXAME DE ADMISSÃO AOS CFOAV/CFOINT/CFOINF
2017
2. De acordo com seu significado, o conjunto de ca-
racterísticas formais e sua posição estrutural no interior da
TEXTO I
oração, as palavras podem pertencer à mesma classe
de palavras ou não. Estabeleça a relação correta entre as RETRATO
colunas a seguir considerando tais aspectos (considere
as palavras em destaque). Eu não tinha este rosto de hoje,
(1) advérbio Assim calmo, assim triste, assim magro,
(2) pronome Nem estes olhos tão vazios,
(3) conjunção Nem o lábio amargo
(4) substantivo Eu não tinha estas mãos sem força,
( ) “Não há prisão pior [...]” Tão paradas e frias e mortas;
( ) “O lugar de estudo era isso.” Eu não tinha este coração
( ) “E o olho sem se mexer [...]” Que nem se mostra.
( ) “Ora, se eles enxergavam coisas tão distantes, [...]” Eu não dei por esta mudança,
( ) “Emília respondeu com uma pergunta que me es- Tão simples, tão certa, tão fácil:
pantou.” – em que espelho ficou perdida
A sequência está correta em a minha face?
a) 1 – 4 – 2 – 3 – 2 (MEIRELES, Cecília. Obra Poética de Cecília Meireles.
b) 2 – 1 – 3 – 3 – 4 Rio de Janeiro: José Aguilar, 1958.)
c) 3 – 4 – 1 – 3 – 2
d) 4 – 2 – 4 – 1 – 3 1. Sobre os versos acima, é correto afirmar que
Vamos às alternativas: a) o poema traz referência à perda de todos os senti-
Não há prisão pior = advérbio dos humanos, ocasionada pelo envelhecimento.
O lugar de estudo = substantivo b) a visão do eu lírico oscila entre o pessimismo e o
E o olho sem se mexer = pronome otimismo ante a efemeridade do tempo.
Ora, se eles enxergavam = conjunção c) o tom melancólico se desfaz no décimo verso, quan-
do o eu lírico constata a inevitabilidade da transformação
Emília respondeu com uma pergunta que me espan-
física.
tou = dá para substituir por “a qual”, portanto: pronome
d) o eu lírico sente-se perplexo diante da consciência
(relativo)
tardia das mudanças trazidas pela passagem do tempo.
GABARITO OFICIAL: A
Dentre as alternativas apresentadas, a única coerente
com o poema é a que relata a perplexidade do eu lírico
3. “Os astrônomos eram formidáveis. Eu, pobre de mim, ao constatar os efeitos da velhice... em que espelho ficou
não desvendaria os segredos do céu. Preso à terra, perdida a minha face?
sensibilizar-me-ia com histórias tristes [...]”. Nas alterna- GABARITO OFICIAL: D
tivas a seguir, os vocábulos acentuados do trecho
anterior foram colocados em pares com palavras tam- MINISTÉRIO DA DEFESA
bém acentuadas graficamente. Dentre os pares formados, COMANDO DA AERONÁUTICA
indique o que apresenta igual justificativa para tal ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA
evento. EXAME DE ADMISSÃO AO CFS-B 1-2/2014
a) céu / avô
b) astrônomos / álibi 1. Leia:
c) histórias / balaústre I. Um violão chorava suas canções com saudade.
d) formidáveis / ínterim II. Luísa, ó Luísa! Longe dos olhos e perto do coração!

126
LÍNGUA PORTUGUESA

Nas frases acima há, respectivamente, as seguintes fi- c) futuro do subjuntivo e presente do indicativo.
guras de linguagem: d) futuro do subjuntivo e presente do subjuntivo.
a) eufemismo e antítese. Descartemos o infinitivo: verbos não conjugados em
b) antítese e eufemismo. tempo e modo algum (correr e conseguir).
c) prosopopeia e antítese. Se eu correr = (condição, hipótese) – verbo no futuro
d) prosopopeia e hipérbole. do Subjuntivo / talvez consiga – presente do Subjuntivo.
No primeiro exemplo temos a atribuição de caracte- GABARITO OFICIAL: D
rística humana a um ser inanimado (prosopopeia); fica-
mos, então, com as alternativas “c” e “d”. No segundo, 5. Não esticava o braço, sem espiar primeiro para todos
não há exagero (hipérbole), o que nos leva ao item cor- os lados, a ver se vinha alguém, e, se vinha alguém, dis-
reto (antítese = Consiste no emprego de palavras que se farçava e ia-se embora.
opõem quanto ao sentido. O contraste que se estabelece Na frase acima, de Machado de Assis, as orações des-
serve, essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos tacadas são subordinadas, respectivamente,
envolvidos que não se conseguiria com a exposição isola- a) adverbial temporal e substantiva subjetiva.
da dos mesmos.). b) substantiva subjetiva e adverbial temporal.
GABARITO OFICIAL: C c) adverbial condicional e substantiva objetiva direta.
d) substantiva objetiva direta e adverbial condicional.
2. Leia: Vamos aos termos: a ver se vinha alguém = ver o quê?
O alfinete disse à agulha: se vinha alguém (função de objeto direto – objetiva direta)
- Faça como eu, que não abro caminho para ninguém. / se vinha alguém, disfarçava = caso viesse alguém -
Passando para o discurso indireto o fragmento acima, condição para que disfarçasse = adverbial condicional.
de acordo com a norma gramatical, tem-se: GABARITO OFICIAL: D
a) O alfinete disse à agulha que fizesse como ele, que
não abria caminho para ninguém. 6. Coloque 1 para predicado nominal, 2 para verbal e 3
b) O alfinete dissera à agulha que faria como ele, que para verbo-nominal. Em seguida, assinale a alternativa com
não abria caminho para ninguém. a sequência correta.
c) O alfinete disse à agulha que fizesse como ele, que ( ) Ficou realmente feliz com o resultado da prova.
não abrirá caminho para ninguém. ( ) Ao fim do jogo, ele saiu de campo muito frustrado.
d) O alfinete tinha dito à agulha que faça como ele, ( ) Os próprios habitantes fabricavam alimentos e re-
que não abre caminho para ninguém. médios.
Ao passarmos para o discurso indireto (escrever com a) 3 – 1 – 2
nossas palavras o que foi dito por outrem), temos: O al- b) 1 – 2 – 3
finete disse à agulha que fizesse como ele, que não abria c) 1 – 3 – 2
caminho para ninguém. d) 2 – 3 – 1
GABARITO OFICIAL: A Ficou (verbo de ligação) realmente feliz (predicativo do
sujeito) = nominal (1)
3. Assinale a frase que apresenta um erro de orto- Ao fim do jogo, ele saiu (ação) de campo muito frustrado
grafia. (predicativo do sujeito) = verbo-nominal (3)
a) Ele se alimentava mal. Os próprios habitantes fabricavam (ação) alimentos e
b) Assisti ao filme da sessão das dez. Foi ótimo! remédios= verbal (2)
c) Jamais exitei um instante sequer diante dos meus GABARITO OFICIAL: C
objetivos.
d) A condessa compareceu ao encontro, por isso hou- 7. Relacione as colunas quanto às regras de acentua-
ve tanta comemoração. ção gráfica, sabendo que haverá repetição de números. Em
Acertos à frente: seguida, assinale a alternativa com a sequência correta.
Em a: Ele se alimentava mal = correta (1) Põe-se acento agudo no i e no u tônicos que for-
Em b: Assisti ao filme da sessão das dez. Foi ótimo! = mam hiato com a vogal anterior.
correta (2) Acentua-se paroxítona terminada em i ou u segui-
Em c: Jamais exitei = hesitei dos ou não de s.
Em d: A condessa compareceu ao encontro, por isso (3) Todas as proparoxítonas devem ser acentuadas.
houve tanta comemoração = correta (4) Oxítona terminada em e ou o, seguidos ou não de
GABARITO OFICIAL: C s, é acentuada.
( ) íris
4. Se eu correr em busca dos meus sonhos, talvez con- ( ) saída
siga encontrá-los bem próximo a mim. ( ) compraríamos
Na frase acima, os verbos destacados encontram-se, ( ) vendê-lo
respectivamente, no ( ) bônus
a) infinitivo pessoal e presente do indicativo. ( ) viúvo
b) infinitivo pessoal e presente do subjuntivo. ( ) bisavôs

127
LÍNGUA PORTUGUESA

a) 2 – 1 – 3 – 4 – 2 – 1 – 4 c) as duas primeiras orações são classificadas como


b) 1 – 2 – 3 – 4 – 1 – 1 – 4 coordenadas assindéticas e a terceira como subordinada.
c) 4 – 1 – 1 – 2 – 2 – 3 – 2 d) há três orações de estrutura sintática independente,
d) 2 – 2 – 3 – 4 – 2 – 1 – 3 ou seja, são orações autônomas, cada uma tem um sentido
próprio.
Classifiquemos as palavras abaixo segundo as regras A pegadinha aqui está no enunciado da questão: IN-
apresentadas: CORRETO. Cuidado! Por isso, ao resolver qualquer prova,
Íris = Acentua-se paroxítona terminada em i ou u se- grife as palavras do enunciado, assim você não cai nas ar-
guidos ou não de s. madilhas.
Saída = Põe-se acento agudo no i e no u tônicos que Silenciei-me = oração coordenada assindética (sem
formam hiato com a vogal anterior. conjunção); desliguei o rádio = coordenada assindética; e
Compraríamos = Todas as proparoxítonas devem ser deixei meu pensamento livre = coordenada sindética aditi-
acentuadas.
va. As três orações são independentes sintaticamente, por-
vendê-lo = Oxítona terminada em e ou o, seguidos ou
tanto não há subordinação.
não de s, é acentuada (lembre-se de que, neste caso, des-
GABARITO OFICIAL: C
considera-se o pronome oblíquo “-lo”).
Bônus = Acentua-se paroxítona terminada em i ou u
MINISTÉRIO DA DEFESA
seguidos ou não de s.
viúvo = Põe-se acento agudo no i e no u tônicos que COMANDO DA AERONÁUTICA
formam hiato com a vogal anterior. ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA
Bisavôs = Oxítona terminada em e ou o, seguidos ou EXAME DE ADMISSÃO AO CFS-B 2/2011
não de s, é acentuada
Temos a sequência: 2-1-3-4-2-1-4 Ler ajuda a escrever?
GABARITO OFICIAL: A
Os olhos do leitor sustentam as mãos do escritor. A
8. Quanto ao processo de formação de palavras, rela- leitura e a escrita estão intimamente ligadas porque a
cione as duas colunas e, a seguir, assinale a alternativa com primeira nutre a segunda.
a sequência correta. É praticamente impossível que um leitor sensível não
( 1 ) sufixação ou derivação sufixal ( se torne um bom escritor. Quem lê norteia sua escrita so-
) entristecer bre três pilares: o da criticidade, o do conhecimento e o da
( 2 ) prefixação ou derivação prefixal ( apreensão da língua. Quanto ao pilar da criticidade, po-
) imoral demos dizer que a leitura crítica permite-nos uma melhor
( 3 ) composição por justaposição ( compreensão da intrincada realidade que vivemos: ler o
) hidrelétrico mundo é engendrar o humano. Já o conhecimento é des-
( 4 ) composição por aglutinação ( velado a quem lê num encontro cosmogônico, ou seja, pela
) passatempo leitura o universo se abre ao homem. Finalmente, no diálo-
( 5 ) parassíntese ( go linguístico, o leitor encontrará o sêmen que fecundará a
) sapataria criação transfigurada na escrita.
a) 1 – 2 – 4 – 3 – 5 Assim, podemos dizer que a leitura é mestra-mãe da
b) 5 – 2 – 4 – 3 – 1 escrita, ela alimenta em seu seio o texto que nasce.
c) 2 – 5 – 4 – 3 – 1 (Sandra Aparecida da Silva)
d) 5 – 1 – 3 – 2 – 4
entristecer = parassintética
1. Leia: O conhecimento é desvelado a quem lê num
imoral = prefixal
encontro cosmogônico...
hidrelétrico = aglutinação
De acordo com o texto, qual o sentido que não pode
passatempo = justaposição
ser atribuído ao termo destacado acima?
saparia = sufixal
Sequência: 5-2-4-3-1 a) esclarecido
GABARITO OFICIAL: B b) elucidado
c) revelado
9. Leia: Silenciei-me, desliguei o rádio e deixei meu pen- d) ocultado
samento livre. Cuidado com o que se pede: qual o sentido que não
Sobre o período acima, é incorreto afirmar que pode ser atribuído. Três podem, apenas um que não. Va-
a) a primeira e a segunda orações são classificadas mos ao texto: (...) Já o conhecimento é desvelado a quem lê
como orações coordenadas assindéticas. num encontro cosmogônico, ou seja, pela leitura o universo
b) a terceira oração é uma coordenada sindética, in- se abre ao homem = revela-se, esclarece. O sentido equivo-
troduzida por uma conjunção que explicita uma relação de cado é o “ocultado”.
adição. GABARITO OFICIAL: D

128
LÍNGUA PORTUGUESA

2. Assinale a alternativa que melhor contempla a ideia Em c: Alguns trabalhadores daquela siderúrgica não
contida no primeiro parágrafo. entenderam por que deveriam paralisar a produção ontem.
a) A escrita fornece elementos e recursos linguísticos Em d: O descanço (descanso) no domingo é funda-
que enriquecem e norteiam a leitura. mental para revigorarmos as energias, porisso (por isso)
b) Leitura e escrita se fundem e se confundem, contu- não devemos abrir mão dele.
do, em determinadas situações, uma pode viver longe da GABARITO OFICIAL: C
outra.
c) A escrita é possível por meio da leitura, uma vez que CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS FUZILEIROS
esta fornece elementos que servem de sustentação para NAVAIS TURMAS I E II/2017
aquela.
d) Torna-se bom escritor somente aquele que tem 1. Em relação à colocação pronominal, segundo a nor-
grande domínio dos recursos linguísticos e das regras gra- ma padrão da língua, a posição do pronome oblíquo átono
‘me’ na frase: “- me diz um francês residente no Brasil - (...)”
maticais.
está
Voltemos ao parágrafo: Os olhos do leitor sustentam as
a) correta, pois o pronome ‘me’ sempre deve ser posi-
mãos do escritor. A leitura e a escrita estão intimamente li-
cionado no início do período.
gadas porque a primeira nutre a segunda. A que a completa
b) errada, pois não se inicia período com pronome
é: A escrita é possível por meio da leitura, uma vez que esta oblíquo.
fornece elementos que servem de sustentação para aquela. c) errada, pois pronome oblíquo não é utilizado antes
GABARITO OFICIAL: C de locução verbal.
d) errada, pois o pronome ‘me’ deveria ser posicionado
3. Assinale a alternativa que apresenta, de acordo com após o verbo, já que o artigo indefinido ‘um’ atrai o pro-
a norma culta formal, um erro de regência verbal. nome.
a) Infelizmente, os jovens preferem aos jogos de com- e) correta, pois o travessão que antecede o pronome
putador do que a leitura de um bom livro. atraiu-o para antes do verbo.
b) As crianças obedeciam ao pai sem nenhuma con- Não se inicia período com pronome oblíquo, segundo
testação. a regra de Colocação Pronominal. A forma correta é “Diz-
c) Aspirei muita poeira quando limpei o velho tapete. me”. Quanto ao artigo “um”, ele não exerce “atração”, por
d) Preciso visar meu passaporte ainda hoje. isso não é a justificativa para o uso da ênclise.
Correções à frente: GABARITO OFICIAL: B
Em a: Infelizmente, os jovens preferem aos jogos de
computador do que a leitura de um bom livro = preferem 2. Considere a frase: “E irão ao banho de mar em vez
jogos à leitura. de ir à praia”. Observe que o acento indicativo de crase foi
Em b: As crianças obedeciam ao pai sem nenhuma con- utilizado corretamente. Assinale a opção que, obrigatoria-
testação = correta mente, também deve receber esse sinal gráfico.
Em c: Aspirei muita poeira quando limpei o velho ta- a) Vou a Brasília toda semana.
pete = correta b) Marcos estuda a matéria com afinco.
Em d: Preciso visar meu passaporte ainda hoje = cor- c) Dirijo a palavra a Vossa Senhoria.
reta d) Visando a vitória, não poupou esforços.
GABARITO OFICIAL: A e) Levou a criança ao circo.
Em a: Vou a Brasília = regrinha do “Vou a, volto da,
crase há. Vou a, volto de, crase pra quê?” (Vou a Brasília e
4. Em qual alternativa não há erro de grafia?
volto de Brasília)
a) O adolescente prescisa se concientizar de que as
Em b: Marcos estuda a matéria = estuda o quê? a ma-
drogas podem levá-lo à desgraça.
téria (objeto direto – sem preposição, não há crase)
b) Tudo estava quieto naquele momento, mas derre-
Em c: Dirijo a palavra (objeto direto) a Vossa Senhoria
pente um estrondo pertubou a todos da sala. (objeto indireto)
c) Alguns trabalhadores daquela siderúrgica não en- Em d: Visando a vitória = sentido de pretender – tran-
tenderam por que deveriam paralisar a produção ontem. sitivo indireto: visando à vitória
d) O descanço no domingo é fundamental para revigo- Em e: Levou a criança (objeto direto) ao circo.
rarmos as energias, porisso não devemos abrir mão dele. GABARITO OFICIAL: D
Cuidado novamente: o enunciado pede a alternativa
que não apresenta erro. Vamos a elas: 3.
Em a: O adolescente prescisa (precisa) se concientizar Pesquisa
(conscientizar) de que as drogas podem levá-lo à desgra- Na gostosa penumbra da Biblioteca Municipal
ça. leio velhos jornais
Em b: Tudo estava quieto naquele momento, mas der- e
repente (de repente) um estrondo pertubou (perturbou) dos anúncios prescritos
a todos da sala. das novidades caducas

129
LÍNGUA PORTUGUESA

dos poetas mortos há tanto tempo que parecem Em c: As crianças tinham receio (objeto direto) de cas-
de novo estreantes tigos severos = complemento nominal (da palavra receio)
das ferocíssimas batalhas políticas do ano Em d: Precisamos de muito treinamento = objeto in-
de 1910 direto
- brotam como balões meus sábados azuis. GABARITO OFICIAL: B
as horas bebidas aos goles
(num copo azul) 2. Há um termo sintático negritado, classifique-o
e as ruas de poeira e sol onde bailam A minha vontade é forte, mas a minha disposição de
obedecer-lhe é fraca.
sozinhos
Carlos Drummond de Andrade
os meus sapatos de colegial. a) Predicativo do sujeito
(QUINTANA, Mário. © by herdeiros de Mário Quintana. b) Objeto direto
Porta Giratória. São Paulo, Globo, 1997.) c) Complemento nominal
As expressões “meus sábados azuis” e “copo azul” pos- d) Agente da passiva
suem, respectivamente, Analisemos a oração:
a) sentido denotativo e conotativo. A minha vontade é forte = Verbo “é” (de ligação); “a
b) sentido descritivo e conativo. minha vontade” (sujeito); “forte” (característica/predicativo
c) sentido metafórico e conotativo. do sujeito).
d) sentido denotativo e metafórico. GABARITO OFICIAL: A
e) sentido conotativo e denotativo.
Denotativo tem o sentido do dicionário; conotativo, o 3. Marque a alínea cuja palavra destacada seja consi-
figurado. “Sábados azuis” = sentido figurado, conotativo; derada partícula apassivadora:
“copo azul” = sentido real, denotativo. a) Se não tinha competência para o cargo, não deveria
GABARITO OFICIAL: E ter assumido a gerência.
b) Só iremos se você for.
4. O adjetivo “ferocíssimas” - linha 8 – está flexionado, c) Precisa-se de secretária.
d) Alugam-se barcos.
quanto ao grau, na forma
Dica: A partícula APASSIVADORA (“se”) permite que a
a) superlativa relativa de superioridade. oração passe para a voz PASSIVA. Classifiquemos os itens:
b) superlativa absoluta sintética. Em a: Se não tinha competência para o cargo = con-
c) comparativa de superioridade. junção
d) superlativa absoluta analítica. Em b: Só iremos se você for = conjunção
e) comparativa de igualdade. Em c: Precisa-se de secretária = tentemos passar para a
Dica: o superlativo absoluto sintético tem a presença voz passiva: Secretária é preciso (?). Aqui, o “se” é índice de
dos “ss”! Portanto: ferocíssima. indeterminação do sujeito (Dica: presença de preposição!)
GABARITO OFICIAL: B Em d: Alugam-se barcos = voz passiva: Barcos são alu-
gados (“se” = partícula apassivadora)
5. Considere esta frase: “brotam como balões meus GABARITO OFICIAL: D
sábados azuis.” - linha 10. Substituindo “sábados” por
“sábado”, as palavras destacadas deverão ser substituídas, INSTITUTO TECNOLÓGICO DE AERONÁUTICA –
respectivamente, por 2015
a) brotam – meu - azul. 1. O título do livro A hora da estrela, de Clarice Lispec-
b) brota – meus - azuis. tor, diz respeito ao seguinte momento do romance:
c) brotam – meus - azul. a) O despertar amoroso de Macabéa no namoro com
d) brotam – meu - azuis. Olímpico.
e) brota – meu – azul. b) A descoberta de Macabéa de que Olímpico a traía
Com a substituição, teremos: “brota como balões meu com Glória.
sábado azul”. c) A obtenção por Macabéa de um bom emprego
GABARITO OFICIAL: E como datilógrafa.
d) A previsão do grande futuro de Macabéa, feita pela
cartomante.
CONCURSO PÚBLICO N.º 014/CESIEP/2015 e) A morte de Macabéa, atropelada por um carro de
SOLDADO POLÍCIA MILITAR (QPPM) luxo.
SANTA CATARINA O título da obra faz referência à hora em que Macabéa
1. Indique o período que apresenta, simultaneamente: “vira estrela, é notada pelas pessoas”, ao ser atropelada por
objeto direto e objeto indireto. um carro de luxo.
a) Precisamos de informações confiáveis. GABARITO OFICIAL: E
b) Mandaram a documentação para a controladoria.
c) As crianças tinham receio de castigos severos. SITES
d) Precisamos de muito treinamento! http://www.concursosmilitares.com.br
Em a: Precisamos de informações confiáveis = objeto http://www.espcex.eb.mil.br/downloads/concur-
indireto so/2017/Edital_CA_2017_Publ_Internet.pdf
Em b: Mandaram a documentação (objeto direto) para http://concurso.esa.ensino.eb.br/site/ManualDoCandi-
a controladoria = objeto indireto dato.aspx

130
LÍNGUA PORTUGUESA

fascinado pela exuberância da natureza tropi-


EXERCÍCIOS - PROVAS ANTERIORES cal.
Em 4 de abril, o Beagle atracou no Rio de
35 Janeiro e aí começaram as descobertas que, do
AFA - 2009 A 2016 ponto de vista natural, seduziram e encanta-
ram o jovem naturalista, ainda que, do ponto
Leia o Texto I para responder as questões de 21 a 29. de vista
Texto I social, tenham sido motivo de frustração, de-
sencanto
Darwin no Brasil e, em alguns momentos, de completo horror.
Encanto com a Natureza e choque com a escravidão (...)
40
Na passagem pelo Brasil, especialmente no Rio de A incursão começou em 8 de abril, for-
Janeiro, Darwin descobre um mundo novo de sedução mada por
e horrores. uma equipe de sete pessoas. Darwin conta
que, em
Em 27 de dezembro de 1832, depois de meio a um calor intenso, o silêncio da mata é
ser deslocado duas ou três vezes por ventos completo, quebrado apenas pelo voo pregui-
contrários, o HMS Beagle, um brigue com 10 çoso de
canhões sob o comando do capitão Fitz-Roy borboletas. A vista e as cores na passagem de
45
deixou a localidade de Davenport, no sudoeste Praia
5 Grande (atual Niterói) absorvem toda a atenção
da Inglaterra, para uma viagem de quatro anos
e nove meses ao redor do mundo. de Darwin ao menos até o meio-dia, quando o
Um personagem, que a história tornaria o grupo
passageiro mais importante a bordo do Beagle, para, para almoçar em “Ithacaia”, aldeia cerca-
tinha da de choças ocupadas por negros escravos.
pouco mais de 22 anos e havia sofrido alguns Com a lua cheia, que nasce cedo no céu,
50
reveses profissionais antes de se envolver o grupo decide prosseguir viagem para dormir
com a história natural. Charles Robert Darwin na Lagoa de Maricá e, no trajeto, passam por
10 regiões
(Shrewsbury, 12 de fevereiro de 1809 – Dow-
ne, Kent, 19 de abril de 1882), cujo nome seria escarpadas, entre elas uma meseta em torno
sinônimo de de onde escravos formaram quilombos, a que
evolucionismo, ainda era um criacionista des- Darwin se
preocupado, quando o Atlântico se abriu a refere genericamente como refúgio. Aí, repro-
55
15 sua frente para a viagem que reformularia não duz um
apenas suas convicções pessoais, mas mudaria relato que diz ter ouvido de alguém. Um grupo
profundamente toda a história da ciência. de soldados teria sido enviado para recuperar
esses
Darwin fez uma parada no arquipélago
de Cabo Verde, onde registrou minuciosamen- fugitivos e todos se renderam, à exceção de
te suas observações e se impressionou com o uma mulher, já velha, que se atira contra as
20 rochas.
arquipélago de São Pedro e São Paulo, antes
de passar por Fernando de Noronha. Mas foi Então, ele faz uma das observações que reve-
60
no Rio de Janeiro, lam sua profunda repulsa à escravidão que tem
diante dos olhos: “Praticado por uma matrona
especialmente por uma incursão de alguns romana esse ato
dias pelo interior, que pôde sentir a diversida-
de de Natureza que deveria conhecer antes de, seria interpretado e difundido como amor à
25 65 liberdade, mas da parte de uma pobre negra,
inteiramente contra a vontade, tornar-se um
evolucionista. limitaram-se a dizer que não passou de um
Em Viagens de um naturalista ao redor do gesto bruto.”
mundo (Voyage of a naturalist round the world),
em que faz um detalhado registro de sua longa CAPAZZOLI, Ulisses. Scientfic American Brasil.
exploração, Darwin dedica menos de dez pági- Fev. 2009,
30
nas a Salvador, na Bahia, aonde chegou em 29 nº 81, ano 7. Edição Especial. Pág.90.(Adapta-
de fevereiro de 1833, para uma estada curta, do)
mas já

131
LÍNGUA PORTUGUESA

1) (AFA – 2009-2010) Da leitura do texto, conclui-se 6) (AFA – 2009-2010) Assinale a opção correta.
que: a) De acordo com a norma padrão da língua em “Um
a) a viagem iniciada em 27 de dezembro foi longa e grupo de soldados teria sido enviado...” (. 58 e 59), a flexão
sem transtornos, contudo revolucionária. do verbo ter pode ser feita no plural, concordando com o
b) em 1832, apesar de bastante jovem, Darwin já acu- substantivo soldados.
mulava alguns sucessos profissionais. b) No período “Em 4 de abril, o Beagle atracou no Rio de
c) a exuberante natureza tropical fez com que Darwin Janeiro e aí começaram as descobertas que...” (. 36 e 37), o
se apaixonasse por Salvador. sujeito do verbo começar está indeterminado.
d) a estada no Rio de Janeiro foi o momento mais mar- c) Em “Então, ele faz uma das observações que revelam
cante da viagem, por despertar em Darwin intensos senti- sua profunda repulsa à escravidão” (. 62 e 63), o verbo revelar
mentos. foi flexionado de acordo com o núcleo do sujeito.
d) Na oração “A vista e as cores na passagem de Praia
2) (AFA – 2009-2010) Assinale a alternativa que apre- Grande (atual Niterói) absorvem toda a atenção de Darwin...”
senta a relação INCORRETA entre o parágrafo e a ideia
(. 47 a 49) o verbo absorver pode ficar no singular, concor-
nele contida.
dando com o núcleo do sujeito.
a) O 1º parágrafo justifica a hipótese de que o Bra-
sil não estava nos planos de Darwin, que somente chegou
aqui por um desvio de percurso. 7) (AFA – 2009-2010) Assinale a opção cuja justificativa
b) O 2º parágrafo apresenta o grande cientista da teo- para o uso dos termos sublinhados está correta.
ria do evolucionismo. a) No trecho “Em Viagens de um naturalista ao redor do
c) No 3º parágrafo, fica patente o encanto de Darwin mundo (...), em que faz um detalhado registro...” (. 29 a 31),
diante da diversidade da natureza do Rio de Janeiro. a expressão em que pode ser trocada por em cujo, já que
d) No 6º parágrafo, o autor descreve a paisagem e os ambas são compostas de pronomes relativos.
ruídos da mata. b) Em “Charles Robert Darwin... cujo nome seria sinônimo
de evolucionismo...” (. 12 a 15), o pronome relativo cujo traz
3) (AFA – 2009-2010) De acordo com o texto, entende- uma ideia de posse e sempre concorda em gênero e número
se que Darwin com a palavra que o antecede.
a) era, desde a mocidade, um evolucionista convicto. c) No período “A incursão começou em 8 de abril, for-
b) se encantou com o Brasil, escandalizando-se apenas mada por uma equipe de sete pessoas.” (. 43 e 44), o verbo
com questões de natureza antropológica. formar está no particípio e introduz uma oração substantiva-
c) presenciou um ato aterrador: a morte de uma velha da reduzida.
que se atirou contra as rochas. d) Em “Um personagem, que a história tornaria o passa-
d) desejou permanecer no Brasil, depois de se sur- geiro mais importante a bordo do Beagle...” (. 8 e 9), o tempo
preender com a natureza e a vida social intensa. do verbo denota um estado não concluído no passado.

4) (AFA – 2009-2010) Leia o trecho abaixo, conside- 8) (AFA – 2009-2010) Assinale a opção em que a palavra
rando-o no parágrafo em que ele se insere. “Praticado por entre parênteses substitui a destacada sem alterar o sentido
uma matrona romana esse ato seria interpretado e difundi- da expressão original.
do como amor à liberdade, mas da parte de uma pobre ne- a) “... havia sofrido alguns reveses profissionais antes de
gra, limitaram-se a dizer que não passou de um gesto bru- se envolver com a história natural.”(insucessos) (. 10 a 12)
to.” (. 62 a 68) É possível afirmar que, no fragmento acima, b) “Mas foi no Rio de Janeiro, especialmente por uma
o autor utiliza uma estratégia argumentativa denominada
incursão de alguns dias pelo interior...” (dispersão) (. 24 a 26)
a) especificação.
c) “Praticado por uma matrona romana esse ato seria in-
c) exemplificação.
terpretado e difundido como amor à liberdade...” (escrava)
b) conceituação.
d) citação. (. 64 a 66)
d) “Darwin dedica menos de dez páginas a Salvador, na
5) (AFA – 2009-2010) Os termos abaixo destacados re- Bahia, aonde chegou... mas já fascinado pela exuberância
presentam lugar. Porém, apenas um deles NÃO pode ser da natureza tropical”. (singeleza) (. 32 a 35)
classificado como circunstância adverbial. Assinale-o. 9) (AFA – 2009-2010) Assinale com V (verdadeiras) ou
a) “..., para uma viagem de quatro anos e nove meses F (falsas) as afirmativas abaixo e, a seguir, marque a alter-
ao redor do mundo.” (. 5 a 7) nativa correta.
b) “... à exceção de uma mulher, já velha, que se atira ( ) Os vocábulos arquipélago, Atlântico e sinônimo são
contra as rochas.” (. 60 e 61) acentuados pela mesma razão.
c) “Em Viagens de um naturalista ao redor do mundo, (...) ( ) A presença de encontros vocálicos é observada nas
em que faz um detalhado registro de sua longa exploração...” palavras, a seguir, Lagoa, exceção e Praia.
(. 29 a 32) ( ) Estão corretas as seguintes divisões silábicas: ve –
d) “Com a lua cheia, que nasce cedo no céu, o grupo lha, pros – se – guir, I – tha – ca – ia,.
decide prosseguir viagem para dormir na Lagoa de Maricá...” ( ) Os vocábulos: três, canhões e Niterói recebem a
(. 52 a 54) mesma classificação quanto à posição da sílaba tônica.

132
LÍNGUA PORTUGUESA

a) F – V – F – V. razão e iria golpeá-lo. O negro abaixou ime-


c) V – V – V – F. diatamente as mãos, semicerrou os olhos e
b) V – V – F – F. dirigiu-lhe um olhar temeroso. Darwin relata
d) F – F – V – V. 30
o profundo sentimento de surpresa, descon-
forto e vergonha que se apoderara dele e
Texto II que jamais iria
Desconforto com a Escravidão esquecer.
(...)
O retorno ao Rio marca uma nova
Nas últimas horas de viagem a cavalo, 35
fase de êxtase com a Natureza e coleta de
Darwin relata que “o caminho ficou cada vez espécimes animais e vegetais. Nesse período,
mais difícil, porque atravessa uma terra selva- Darwin ficara
gem e pantanosa”.
(...) hospedado em uma casa à beira-mar (cot-
tage) em Botafogo. Sobre essas semanas diz
Darwin fica profundamente impressionado que é
com “impossível sonhar com algo mais delicioso
a fecundidade da região e imagina a quan- 40
que essa
tidade de estada de algumas semanas num país tão
alimentos que poderá produzir num futuro impressionante”. “Na Inglaterra”, continua
5
distante. Darwin,
A selva o fascina e as nuvens de vapor d’água
que “os interessados em história natural têm
sobem das matas o deixam extasiado, mas vantagem no sentido de que sempre desco-
daí brem alguma coisa
45 que lhes chama a atenção, mas nesses climas
também irá emergir uma imagem do terror. tão férteis, repletos de seres animados, para
Na fazenda, junto ao rio Macaé, Da- fazer uma caracterização, descobertas novas
rwin relata são feitas a cada
um desencontro, que não detalha, e que, por
10 pouco, instante e são tão numerosas que só se pode
não dividiu pelo menos 30 famílias de escra- avançar com dificuldade”.
vos, (...)
50
levando filhos e mulheres para a venda no Em 5 de julho, Darwin deixa definitiva-
mercado. mente o
Rio de Janeiro e o Brasil rumo à Patagônia e à
carioca, depois de uma convivência de anos.
Diz que passagem que o levará a Galápagos e às
interesses estritamente financeiros, e não hu- observações que o conduzirão ao evolucio-
15 manistas, evitaram essa cruel separação. Ele nismo. Ainda que a um enorme custo pessoal
suspeita que o proprietário da fazenda nem e ao receio desesperado de, literalmente, im-
55
sequer possa ter se dado conta da brutalida- plodir os valores de
de de seu ato sua época, como se constata nas cartas an-
gustiadas
“infame”.
O grupo cruzava um rio, provavelmente, o que trocou com sua prima e futura esposa,
rio Macaé, conduzido por um negro, quando Emma Wedgwood. No final de 2008, o tetra-
20 60
outra cena relacionada à escravidão chocou neto de Darwin,
Darwin profundamente. O negro tinha algu- Randal Keynes, conheceu a rota percorrida
ma dificuldade de pelo naturalista.
comunicação, o que fez com que Darwin
tentasse comunicar-se com ele por mímica e CAPAZZOLI, Ulisses. Scientfic American Brasil.
outros sinais. Fev. 2009,
Num desses movimentos, conta ele, suas nº 81, ano 7. Edição Especial – Pág.92-93
25 mãos (Adaptado)
passaram próximo ao rosto do homem, le-
vando-o a 10) (AFA – 2009-2010) O título do texto remete-nos à
acreditar que Darwin estava enraivecido por
ideia de que
alguma
a) o Brasil, apesar de ser um país livre, ainda permitia a
escravidão em alguns momentos.

133
LÍNGUA PORTUGUESA

b) Darwin ficou incomodado com algumas cenas pre- Estão corretas apenas
senciadas por ocasião de sua estada no Brasil. a) I, III e IV.
c) no Brasil, a natureza foi o único aspecto apreciado b) II e III.
por Darwin. c) II, III e IV.
d) os negros participaram da expedição como simples d) I e IV.
carregadores do material necessário para a pesquisa de
Darwin. 15) (AFA – 2009-2010) Leia o trecho e, a seguir, assinale
a opção correta.
11) (AFA – 2009-2010) Assinale a alternativa que apre-
Nas últimas horas de viagem a cavalo, Darwin relata que
senta uma inferência FALSA.
‘o caminho ficou cada vez mais difícil, porque atravessa uma
a) A exuberância da natureza brasileira prejudica os
terra selvagem e pantanosa’. O grupo viaja na região hoje
trabalhos de caracterização daqueles que se interessam
por história natural. conhecida como Serra da Tiririca... (adaptado)
b) O evolucionismo, para vir à tona, exigiu de seu cria- a) As aspas simples, usadas para introduzir a fala de Dar-
dor coragem e desprendimento de sua vida pessoal. win, iniciam o discurso indireto livre.
c) A agressão era, no Brasil, um tratamento rotineiro b) Se o substantivo cavalo fosse substituído por outro
nas relações do branco com o negro. feminino, como, por exemplo, carroça, a ocorrência da crase
d) A estada de Darwin no Rio de Janeiro foi marcada seria obrigatória.
basicamente por profundos sentimentos de vergonha e c) No trecho “o caminho ficou cada vez mais difícil...”, o
desconforto. verbo ficar é intransitivo.
d) A palavra como pode ser substituída, sem prejuízo se-
mântico, pela preposição por.
12) (AFA – 2009-2010) A partir das ideias presentes no
texto, assinale com (V) as assertivas verdadeiras ou com (F) 16) (AFA – 2009-2010) Considere as afirmativas a seguir.
as falsas e, a seguir, marque a alternativa correspondente. I. O vocábulo verbal relata (l. 2) exige uma complemen-
( ) A dificuldade do percurso relaciona-se à ingremi- tação, no caso, um termo oracional.
dade doterreno. II. Êxtase e espécime (l. 38) são vocábulos determinantes
( ) A falta de comunicação entre Darwin e os habitan- que se referem à Natureza.( l. 38)
tes daterra leva-o a uma atitude violenta.
III. Cartas angustiadas (l. 59) denotam um estado emo-
( ) O encantamento com a fauna e flora brasileira
cional do emissor.
sãoexaltados no penúltimo parágrafo.
( ) Mais tarde, Darwin retornou ao Brasil reforçando Estão corretas apenas
suaspesquisas sobre o evolucionismo. a) I e II.
b) II e III.
a) V – V – F – F c) I e III.
b) V – F – F – V d) I, II e III.
c) F – F – V – F
d) F – V – V – V 17) (AFA – 2009-2010) Assinale a alternativa em que a
análise da palavra sublinhada está correta.
13) (AFA – 2009-2010) Assinale a alternativa INCORRETA. a) “O retorno ao Rio marca uma nova fase de êxtase...”
a) Darwin acredita que nem sempre os atos tirânicos os (l. 37 e 38) - (Palavra substantivada, proveniente de deriva-
escravos eram conscientes. ção imprópria).
b) O tetraneto de Darwin interessou-se em percorrer a b) “O negro abaixou imediatamente as mãos, semicer-
mesma rota do naturalista por interesses econômicos. rou os olhos e dirigiu-lhe um olhar temeroso...”( l. 30 a 32)
c) As descobertas são numerosas, principalmente, em re- (Pronome pessoal na função de objeto indireto)
giões com fauna e flora tão rica. c) “... os interessados em história natural têm vantagem
d) Darwin fica maravilhado com sua estada no Rio de Janei- no sentido de que sempre descobrem...”( l. 45 e 46) (Ele-
ro e impressiona-se com a exuberância do Brasil.
mento de coesão que retoma a palavra sentido).
d) “Nesse período, Darwin ficara hospedado em uma
14) (AFA – 2009-2010) Leia as proposições abaixo.
casa à beira-mar (cottage) em Botafogo.” (l. 39 e 41) (Par-
I - A principal intencionalidade discursiva do locutor do
texto é conscientizar o leitor do horror da escravidão. ticípio do verbo hospedar que, juntamente com o verbo
II - O futuro do presente foi utilizado no último parágrafo ficar, forma voz passiva).
para indicar ações realizadas num momento futuro em rela-
ção ao narrado. 18) (AFA – 2009-2010) De acordo com a pontuação
III - As descobertas em Galápagos deram origem ao evo- do texto, é INCORRETO afirmar que as vírgulas do trecho
lucionismo, que surpreendeu e assustou o próprio Darwin. a) “O grupo cruzava um rio, provavelmente, o rio Ma-
IV - O conectivo e (. 16) possui valor adversativo e intro- caé, conduzido por um negro, quando...” separam, respec-
duz uma crítica de Darwin ao tratamento dado aos escravos. tivamente, circunstância adverbial e oração reduzida.

134
LÍNGUA PORTUGUESA

b) “Num desses movimentos, conta ele, suas mãos pas- recomendação foi dada no programa de
saram próximo ao rosto do homem...” separam uma oração entrevistas
intercalada. Painel, exibido pela Rede Globo em 1977. Pelo
c) “... Darwin relata um desencontro, que não detalha, e 5 menos no quesito trabalho, os brasileiros perto
que...” separam uma oração adjetiva explicativa. dos 20 anos de idade parecem dispensar o
d) “Insetos luminosos, provavelmente vaga-lumes, conselho. Apesar de começarem a procurar
segundo o relato, voam em torno...” separam, respectiva- emprego num momento de
mente, aposto e oração intercalada.
otimismo econômico, quase eufórico, os jovens
19) (AFA – 2009-2010) Sobre o modo como as ideias brasileiros têm expectativas de carreira bem
no texto se relacionam, é correto afirmar que a menos
a) expressão ainda que (l. 57) introduz uma concessão 10 idealistas que os americanos e europeus — e
ao período que a precede. olha que por lá eles estão enfrentando uma
b) conjunção que (l. 46) inicia uma oração adverbial crise brava. É o que revela uma pesquisa da
causal. consultoria americana
c) conjunção porque (l. 3) antecede uma oração ad- Universum, feita em 25 países. (...). No estudo,
verbial final. chamado Empregador ideal, universitários
d) palavra como (l. 59) traz uma comparação ao perío- expressam seus desejos em relação às
15
do no qual está inserida. empresas, em diversos quesitos. O Brasil é o
primeiro país sul-americano a participar --
20) (AFA – 2009-2010) Dentre as análises abaixo, assi- foram entrevistados mais de 11 mil
nale a INCORRETA. universitários no país de fevereiro a abril.
a) No período “...descobertas novas são feitas a cada De acordo com o estudo, dois em cada
instante e são tão numerosas que só se pode avançar com três universitários brasileiros acham que o
dificuldade.” (l.49 a 51), a conjunção adverbial estabelece 20
empregador ideal oferece, em primeiro lugar,
uma relação de consequência com a oração anterior a ela. treinamento e desenvolvimento — quer dizer, a
b) Em “Darwin relata o profundo sentimento de surpre- possibilidade de virar
sa, desconforto e vergonha que se apoderara dele e que
jamais iria esquecer.” (l. 32 a 35), ambos os pronomes re- um profissional melhor. A mesma característica
lativos destacados substituem a palavra sentimento e são, é valorizada só por 38% dos americanos,
respectivamente, classificados como sujeito e complemen- que colocam no topo das prioridades, neste
to verbal. 25 momento, a estabilidade no emprego. Os
c) No trecho “O negro tinha alguma dificuldade de co- brasileiros apontaram como segundo maior
municação, o que fez com que Darwin tentasse comuni- objetivo a possibilidade de empreender, criar
car-se com ele por mímica...” (l. 24 a 26) o pronome se é ou
uma partícula de realce que pode ser retirada sem prejuízo inovar, numa disposição para o risco que parece
sintático. estar diminuindo nos Estados Unidos.
d) Em, “...os interessados em história natural têm van- O paulista Guilherme Mosaner, analista
30
tagem no sentido de que sempre descobrem alguma coisa de negócios de 25 anos, representa bem as
que lhes chama a atenção...”,( l. 45 a 47) o pronome lhes preocupações brasileiras. “O trabalho precisa
refere-se aos interessados e, sintaticamente, completa o ser desafiador. Tenho de
substantivo atenção. aprender algo todo dia.” Mosaner trabalha há um
ano e meio em uma empresa de administração
AFA - 2011 de patrimônio, mas acha improvável construir a
35
carreira numa mesma companhia, assim como
Texto I metade dos estudantes brasileiros entrevistados
Os ideais da nossa Geração Y pela Universum. Entre as boas
Uma pesquisa inédita mostra como pensam os jovens qualidades de um empregador, os universitários
que estão entrando no mercado de trabalho. incluem
Eles são bem menos idealistas que os americanos. seu sucesso econômico e a valorização que ele
40
Daniella Cornachione confere ao currículo. “A gente sabe que não vai
ficar 40 anos em um mesmo lugar, por isso já se
prepara para coisas novas”, diz Mosaner.
Quando o jornalista Otto Lara Resende,
diante das câmeras de TV, pediu ao dramaturgo
Nelson Rodrigues que desse um conselho
aos jovens telespectadores, a resposta foi
contundente: “Envelheçam!”. A

135
LÍNGUA PORTUGUESA

Apesar de mais pragmáticos, os universitários II. “Entre as boas qualidades de um empregador, os


brasileiros, assim como os americanos e universitários incluem seu sucesso econômico e a valoriza-
europeus, ção que ele confere ao currículo.” (l. 39 a 42)
45 consideram como objetivo máximo equilibrar III. “Os brasileiros apontaram como segundo maior ob-
trabalho e vida pessoal. Quem pensa em jetivo a possibilidade de empreender, criar ou inovar...” (l.
28 a 30)
americanos como viciados em trabalho e em
IV. “...dois em cada três universitários brasileiros
europeus como cultivadores
acham que o empregador ideal oferece, em primeiro
dos prazeres da vida talvez precise reavaliar lugar, treinamento e desenvolvimento ...“ (l. 21 a 24)
as crenças diante da geração que está saindo Os períodos acima apresentam complementos direto e
da faculdade: o bom balanço entre trabalho indireto apenas nos verbos destacados em
50
e vida pessoal é a meta número um de 49% a) I e III.
dos brasileiros, 52% dos europeus e... 65% dos b) I e II.
americanos. c) I, II e IV.
d) III e IV.
(ÉPOCA, 21 de junho de 2010) 5) (AFA – 2011) Assinale a alternativa em que o vocá-
bulo “como” é uma conjunção integrante.
1) (AFA – 2011) Sobre o texto, só NÃO é correto afirmar a) “Uma pesquisa inédita mostra como pensam os
que jovens que estão entrando no mercado de trabalho.” (lide)
a) a rotatividade do mercado faz com que os jovens b) “Quem pensa em americanos como viciados em tra-
brasileiros, mesmo estando bem empregados, busquem se balho...” (l. 48 e 49)
capacitar cada vez mais. c) “Apesar de mais pragmáticos, os universitários bra-
b) as empresas preferem trabalhadores com perfis de sileiros, assim como os americanos e europeus...” (l. 45 e
sucesso econômico e currículo valorizado. 46)
c) tanto brasileiros, quanto europeus e americanos va- d) “... consideram como objetivo máximo equilibrar
lorizam o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. trabalho
d) o jovem brasileiro não cria expectativas quanto à sua e vida pessoal.” (l. 47 e 48)
permanência em uma única empresa durante toda a sua
vida profissional. 6) (AFA – 2011) Assinale a alternativa em que o recur-
so textual apontado NÃO foi utilizado no texto.
2) (AFA – 2011) Assinale a alternativa em que configura a) Citação textual.
INCORREÇÃO ortográfica. b) Contraste temporal.
a) ... um de quarenta e nove por cento dos brasileiros, c) Comparação.
cinquenta e dois por cento dos europeus e ... sessenta e d) Linguagem conotativa.
cinco por cento dos americanos.
b) Os ideais de nossa geração ípsilon... 7) (AFA – 2011) Assinale a alternativa em que a rees-
c) .... uma pesquisa da consultoria americana Univer- crita proposta contraria a norma gramatical e acarreta mu-
sum, feita em vinte e cinco países e publicada... danças no sentido original do texto.
d) ... exibido pela Rede Globo em mil novecentos e ce- a) A expectativa de carreira dos jovens brasileiros é
tenta e sete. bem menos idealista que dos americanos e dos europeus,
mesmo começando a procura de emprego num momento
3) (AFA – 2011) Assinale a alternativa em que a relação de otimismo econômico, quase eufórico. (l. 08 a 13)
foi estabelecida corretamente. b) A resposta de Nelson Rodrigues – quando o jornalis-
a) Em “O trabalho precisa ser desafiador”, o substantivo ta Otto Lara Resende, diante das câmeras de TV, pediu-lhe
“trabalho” é sujeito da oração, e o adjetivo “desafiador”, que desse um conselho aos jovens telespectadores – foi
sua atribuição. incisiva: Envelheçam! (l. 01 a 04)
b) Nas palavras desenvolvimento, possibilidade, e im-
c) Tal qual os americanos e europeus, os universitários
provável, os encontros destacados são denominados dí-
brasileiros consideram equilibrar trabalho e vida pessoal
grafos.
conforme objetivo máximo, por mais que sejam mais prá-
c) Nos vocábulos valorização, treinamento e dia foram
ticos. (l. 45 a 48)
destacados os ditongos.
d) Há um ano e meio, Mosaner trabalha em uma em-
d) A locução “de acordo com”, linha 21, introduz uma
presa de administração de patrimônio, contudo acha que
ideia comparativa.
construir a carreira numa mesma companhia, tal qual me-
tade dos estudantes brasileiros entrevistados pela Univer-
4) (AFA – 2011) Leia os excertos abaixo. sum, é improvável. (l. 35 a 39)
I. “Quando o jornalista Otto Lara Resende, diante das
câmeras de TV, pediu ao dramaturgo Nelson Rodrigues 8) (AFA – 2011) Assinale a alternativa que traz uma
que desse um conselho aos jovens telespectadores...” (l. 01 explicação pertinente ao emprego de numerais ao longo
a 03) do Texto I.

136
LÍNGUA PORTUGUESA

a) Confere rigor matemático ao texto, tornando-o in- apego ao sonho do emprego estável e da maior
questionável. segurança financeira possível para a família e
b) Tem valor argumentativo e, portanto, reforça a ideia os filhos. Isso explica muito sobre a Geração Y.
central do texto. 20
Os Ys cresceram em ambiente bem
c) É indispensável porque o texto é jornalístico e traduz diferente, com estabilidade econômica, inflação
uma opinião do autor. sob controle,
d) Relativiza o acentuado rigor matemático predomi- globalização e oportunidades abertas.
nante no texto. Convivem com a internet desde a infância e se
acostumaram às decisões coletivas, ao debate
9) (AFA – 2011) Observe as expressões destacadas a 25
sempre aberto, à interação permanente. Nas
seguir. empresas, eles vêm sendo considerados, numa
“Apesar de mais pragmáticos, os universitários brasi- interpretação favorável, como
leiros, assim como os americanos e europeus...” (l.45 a 48) questionadores; numa interpretação não tão
Assinale a alternativa cujos termos substituem, respec- favorável, como insolentes. “É uma geração
tivamente, os grifados acima sem alterar-lhes o sentido. mais aberta a novas possibilidades, que tem
a) Contudo, a exemplo de. 30 muito compromisso consigo mesma. Se o
b) Embora, conquanto. jovem não estiver satisfeito com o trabalho
c) Conquanto, tal como. ou quiser outras oportunidades, não fica na
d) Quando, ainda que. empresa”,
afirma Sara Behmer, presidente da consultoria
de
recursos humanos Voyer e professora da
Texto II Brazilian
35
Business School.
Daniella Comachione Se a nova estabilidade econômica tornou
os Ys brasileiros mais ambiciosos e dispostos a
(continuação) arriscar, o
desenvolvimento econômico nos Estados
A busca desse equilíbrio é considerada uma Unidos (e uma certa decepção com jeito
característica básica dos trabalhadores mais tradicional de fazer negócios, pelas crises
jovens, 40 dos anos 2000) tornou os Ys americanos
com idades entre 18 e 29 anos — faixa extremamente exigentes e idealistas. Eles
apelidada de fazem questão de ter equilíbrio entre vida
Geração Y. Dividir os profissionais por grupos pessoal e carga de
etários é trabalho, buscam empresas com boa reputação
útil para as consultorias de recursos humanos e alto padrão ético e querem ter funções cujo
como 45 objetivo seja o bem maior da sociedade. Todas
uma forma de perceber mudanças no metas muito admiráveis
5 comportamento e nos interesses das pessoas – e que bateram de frente com a crise.
e ajudar as empresas a atrair e manter os
trabalhadores que elas considerem mais
valiosos. Por exemplo, os profissionais nascidos (ÉPOCA, 21 de junho de 2010)
nos anos 70 e 80 formam a Geração X, assim 10) (AFA – 2011) Segundo o Texto II, os ideais profis-
chamada porque parecia ser uma incógnita sionais da geração X diferem da geração Y, principalmente,
em termos de comportamento. “A Geração X porque aquela
10
chegou à adolescência quando as revoluções a) cresceu em ambiente de instabilidade econômica e,
já estavam feitas, e as grandes causas mundiais por isso, apegou-se à ideia de emprego estável.
mais ou menos resolvidas”, afirma b) teve acesso à internet e se acostumou às decisões
coletivas e à interação permanente.
Carlos Honorato, pesquisador do grupo c) é uma geração mais aberta a novas possibilidades e
especializado em tendências Profuturo, da tem muito compromisso consigo mesma.
Fundação Instituto de Administração (FIA). d) não viveu períodos de inflação, dívidas externas e
15 Apesar disso, os Xs brasileiros cresceram planos econômicos fracassados.
ouvindo falar em inflação, dívida externa e
planos econômicos fracassados. Por isso, têm 11) (AFA – 2011) Pode-se inferir do Texto II que
mais a) não se deve dividir os grupos de acordo com a faixa
etária, pois isso dificultaria o crescimento das empresas.

137
LÍNGUA PORTUGUESA

b) os jovens que vivem em um país em crise, possuem 15) (AFA – 2011) Assinale a alternativa em que oração
uma tendência maior em cultivar os sonhos da estabilidade destacada tem a mesma natureza sintática (substantiva,
no emprego. adjetiva ou adverbial) da que foi sublinhada em
c) os jovens que possuem maior conhecimento em in- “Dividir os profissionais por grupos etários é útil para
formática tendem certamente a um crescimento profissio- as “consultorias de recursos humanos...” (l. 04 e 05)
nal e pessoal. a) “...como uma forma de perceber mudanças no com-
d) na atualidade, todos os jovens possuem um futuro portamento e nos interesses das pessoas e ajudar as em-
promissor tanto na vida pessoal quanto profissional. presas a atrair e manter trabalhadores...” (l. 05 a 08)
b) “...formam a Geração X, assim chamada porque pa-
12) (AFA – 2011) Da leitura do Texto II, é correto afir- recia ser uma incógnita em termos de comportamento..”(
mar que a l. 10 a 12)
a) geração Y se acomoda com facilidade porque se c) “Se o jovem não estiver satisfeito com o trabalho ou
acostumou, desde cedo às decisões coletivas e à interação quiser outras oportunidades, não fica na empresa..” (l. 33
permanente. e 34)
b) geração X possuía um comportamento revolucioná- d) “Apesar disso, os Xs brasileiros cresceram ouvindo
rio, no entanto, no que diz respeito ao futuro profissional, falar em inflação, dívida externa e planos econômicos fra-
era bastante conservadora. cassados.” (l. 18 e 19)
c) crise financeira nos Estados Unidos resultou em jo-
vens mais preocupados com as questões éticas humanitá- 16) (AFA – 2011) Assinale a alternativa que contém
rias. uma afirmação correta.
d) geração Y brasileira não foi educada em um clima de a) “Por isso, têm mais apego ao sonho do emprego es-
temor financeiro, por isso é mais atirada e ambiciosa. tável...” (l. 19 e 20). A função do termo destacado é conec-
tar períodos que apresentam uma relação de adição entre
as ideias.
13) (AFA – 2011) Relacione a 1a coluna à 2a e, a seguir,
b) “Apesar disso, os Xs brasileiros cresceram ouvindo...”
assinale a alternativa correta. l. 17). A expressão destacada tem por função apresentar
uma ideia de alternância para a afirmação feita no período
1a coluna 2a coluna anterior.
( ) Cresceram ouvindo falar em c) “... manter os trabalhadores que elas considerem
(1) Geração Y
inflação. mais valiosos.” (l l. 08). O termo destacado remete-se a
trabalhadores e desempenha a função sintática de objeto
( ) Cresceram num ambiente de direto na oração em que se encontra.
estabilidade econômica. d) “...e querem ter funções cujo objetivo seria o bem
( ) São questionadores e, em maior da sociedade.” (l. 46 e 47). O termo destacado pode
certas, ser substituído por em que o sem que a norma padrão seja
situações, insolentes. desacatada.
(2) Geração X ( ) Brasileiros ambiciosos e
dispostos a Texto III
arriscar. O adolescente
( ) Profissionais nascidos nos
anos 70 e
80. A vida é tão bela que chega a dar
medo.
a) 1, 2, 2, 1, 1 Não o medo que paralisa e gela,
b) 2, 2, 1, 2, 2 estátua súbita.
c) 1, 1, 2, 2, 1 mas
d) 2, 1, 1, 1, 2 esse medo fascinante e fremente de
curiosidades que faz o jovem felino
14) (AFA – 2011) Assinale a alternativa correta. seguir para frente farejando o vento
a) As palavras “equilíbrio”, “etários” e “inflação” pos- ao sair, a primeira vez, da gruta.
5
suem, quanto à tonicidade, a mesma classificação.
b) Na linha 33 – “Se o jovem não estiver satisfeito com Medo que ofusca: luz!
o trabalho...” – observa-se a presença de um termo oracio-
nal que expressa circunstância de condição. Cumplicemente
c) Em com-pro-mis-so / sa-tis-fe-i-to / de-sen-vol-vi-
men-to, os vocábulos foram divididos corretamente con-
forme a norma gramatical.
d) Encontram-se nos vocábulos “família”, “tendências”
e “etários” ditongos decrescentes orais.

138
LÍNGUA PORTUGUESA

as folhas contam-te um segredo AFA - 2012


velho como o mundo:
TEXTO I
10
Adolescente, olha! A vida é nova...
A vida é nova e anda nua O silêncio Incomoda
− vestida apenas com teu desejo!
QUINTANA, Mário. Nariz de vidro. São Como trabalho em casa, assisto a um
Paulo, Moderna, grande número de jogos e programas
1984, p. 7. esportivos, alguns porque gosto e outros
para me manter atualizado, vejo ainda muitos
17) (AFA – 2011) Assinale a alternativa que NÃO traz noticiários gerais, filmes, programas culturais
uma análise correta do poema, Texto III. (são pouquíssimos) e também, por curiosidade,
a) O mais antigo segredo da vida é que ela se renova muitas coisas ruins. Estou viciado em televisão.
a cada olhar. Não suporto mais ver tantas tragédias,
5
b) A ausência da vírgula, antes do pronome relativo crimes, violências, falcatruas e tantas
que, verso 2, indica que qualquer medo paralisa e gela. politicagens para a realização da Copa de
c) O terceiro verso é uma metáfora de medo e simboli- 2014.
za a sensação paralisante desse sentimento. Estou sem paciência para assistir a tantas
d) A beleza da vida provoca não só o medo, mas tam- partidas tumultuadas no Brasil, consequência
bém a curiosidade das pessoas. 10 do estilo de jogar, da tolerância com a violência
e do ambiente bélico em que se transformou
18) (AFA – 2011) Assinale a alternativa em que há a o futebol, dentro e fora do campo.
correta relação entre a ideia principal e as estrofes do poe-
ma de Quintana. Na transmissão das partidas, fala-se e
a) 1ª estrofe – O segredo / 2ª estrofe – O desejo / 3ª grita-se demais. Não há um único instante de
estrofe – A curiosidade cria oportunidade / 4ª estrofe – O silêncio, nenhuma pausa. O barulho é cada
15
deslumbramento / 5ª estrofe – A beleza da vida nos ame- dia maior no futebol, nas ruas, nos bares, nos
dronta. restaurantes e em quase todos os ambientes.
b) 1ª estrofe – A beleza da vida nos amedronta / 2ª O silêncio incomoda as pessoas.
estrofe – O segredo / 3ª estrofe – O desejo / 4ª estrofe – O É óbvio que informações e estatísticas
deslumbramento / 5ª estrofe – A curiosidade criaoportu- são importantíssimas. Mas exageram. Fala-
nidade. se muito, mesmo com a bola rolando.
20
c) 1ª estrofe – A curiosidade cria oportunidade / 2ª es- Impressiona-me como se formam conceitos,
trofe – O deslumbramento / 3ª estrofe - O segredo / 4ª dão opiniões, baseados em estatísticas que
estrofe – A beleza da vida nos amedronta / 5ª estrofe – O têm pouca ou nenhuma importância.
desejo. Na partida entre Escócia e Brasil, um
d) 1ª estrofe – A beleza da vida nos amedronta / 2ª repórter da TV Globo deu a “grande notícia”,
estrofe – A curiosidade cria oportunidade / 3ª estrofe – O que Neymar foi o primeiro jogador brasileiro
deslumbramento / 4ª estrofe – O segredo / 5ª estrofe – O 25 a marcar dois gols contra a Escócia em uma
desejo. mesma partida.
Parece haver uma disputa para saber
19) (AFA – 2011) A linguagem da poesia é plurissigni- quem dá
ficativa. Ou seja: tem vários sentidos. Com base nisso, as-
sinale a alternativa INCORRETA sobre o poema de Mário mais informações e estatísticas, e outra, entre
Quintana. os narradores, para saber quem grita gol mais
a) A palavra “medo”, na 1a estrofe, apresenta o sentido alto e prolongado. Se dizem que a imagem
30
próprio de “estátua súbita”. vale mais que mil palavras, por que se fala e
b) O verso “Medo que ofusca: luz!” é uma metáfora se grita tanto?
para o medo que move os jovens para frente. Outra discussão chata, durante e após as
c) Em “velho como o mundo”, há uma comparação que partidas, é se um jogador teve a intenção de
mostra a linguagem denotativa predominante no poema. colocar a mão na bola e de fazer pênalti, e se
d) Em “jovem felino” que sai “da gruta” e segue “para outro teve a
frente”, há uma referência ao medo que impulsiona o jo- 35 intenção de atingir o adversário. Com
vem. raríssimas exceções, ninguém é louco para
fazer pênalti nem tão canalha para querer
quebrar o outro jogador.

139
LÍNGUA PORTUGUESA

O que ocorre, com frequência, é o jogador, 5) (AFA – 2012) Considere o seguinte trecho, extraído
no impulso, sem pensar, soltar o braço na do 6o parágrafo:
cara do outro. O impulso está à frente da “... um repórter da TV Globo deu a “grande notícia” ...”
40 (l. 25 e 26)
consciência. Não sou também tão ingênuo
para achar que todas as faltas violentas são O uso de aspas na expressão grande notícia tem por
involuntárias. objetivo chamar a atenção do leitor para
a) uma informação sobre a qual o autor não tem cer-
Não dá para o árbitro saber se a falta foi teza.
intencional ou não. Ele precisa julgar o fato, b) a ênfase sobre a grande importância da notícia ci-
e não a intenção. Eles precisam ter também tada.
45
bom senso, o que é raro no ser humano, para c) uma ironia do autor em relação à informação apre-
saber a gravidade das faltas. Muitas parecem sentada.
iguais, mas não são. Ter critério não é d) a citação direta da fala do repórter de televisão.
50 unificar as diferenças.
6) (AFA – 2012) Sobre o fragmento do texto “O que
(Tostão, Folha de S.Paulo, caderno D, “esporte”, ocorre, com frequência, é o jogador, no impulso, sem pen-
p. 11, 10/04/2011.) sar, soltar o braço na cara do outro.” (l. 40 e 41), é correto
afirmar que
1) (AFA – 2012) Assinale a opção que NÃO apresenta um a) todas as locuções adverbiais do período acima pos-
argumento utilizado pelo autor para justificar que, no futebol, suem um advérbio correspondente.
“o silêncio incomoda as pessoas.” b) encontram-se, nesse período, pronomes demons-
a) Há excessiva informação e estatística durante os jogos. trativo, relativo e indefinido.
b) Disputa-se qual narrador grita gol mais alto e prolon- c) há, no período, três circunstâncias adverbiais.
gado. d) o período possui somente orações substantiva e ad-
c) Há muita discussão em torno dos temas polêmicos. verbial.
d) Os árbitros precisam de bom-senso na hora de julgar
o fato, e não a intenção. 7) (AFA – 2012) Assinale a única alternativa em que
a palavra SE recebe a mesma classificação morfossintática
2) (AFA – 2012) Sobre as informações que o autor apre- que a destacada em:
senta sobre si mesmo, só NÃO se pode afirmar que “Outra discussão chata, durante e após as partidas, é se
a) nem todos os programas a que assiste agradam-no. um jogador teve a intenção ....”( l. 34 e 35)
b) não se limita apenas a se informar sobre esportes. a) “...ambiente bélico em que se transformou o futebol,
c) apresenta uma visão crítica sobre os programas dete- dentro e fora de campo.” (l. 12 a 14)
levisão a que assiste. b) “Impressiona-me como se formam conceitos ....” (l
d) prefere os noticiários e filmes aos programas culturais. 22 e 23)
c) “Se dizem que a imagem vale mais que mil palavras
3) (AFA – 2012) Assinale a opção que traz uma informa- ...” (l. 32 e 33)
ção pertinente ao texto. d) “Não dá para o árbitro saber se a falta foi intencional
a) A relação semântica estabelecida entre o período ou não.” (l. 45 e 46)
“Como trabalho em casa, assisto a um grande número de jo-
gos e programas esportivos...” (l. 01 e 02) é de causa. 8) (AFA – 2012) Assinale a alternativa na qual a palavra
b) Em “fala-se e grita-se demais” o sujeito da ação verbal QUE tem a mesma classificação morfológica que a desta-
está oculto. cada em:
c) O estilo de jogar, a tolerância com a violência e com as “...baseados em estatísticas que têm pouca ou nenhu-
armas é consequência das partidas tumultuadas no futebol. ma importância.” (l. 23 e 24)
d) Os conceitos e as opiniões baseados em estatísticas a) “... ambiente bélico em que se transformou o fute-
sempre têm pouca importância no futebol. bol.” (l.12 e 13)
4) (AFA – 2012) Encontram-se exemplos de empre- b) “É óbvio que informações e estatísticas são impor-
go de linguagem coloquial nos seguintes trechos do texto, tantíssimas.” (l. 20 e 21)
EXCETO: c) “Se dizem que a imagem vale mais que mil palavras
a) “Fala-se muito, mesmo com a bola rolando.” (l 21 e
...” (l. 32 e 33)
22)
b) “... para saber quem grita gol mais alto e prolongado d) “... para achar que todas as faltas violentas são invo-
luntárias.” (l. 43 e 44)
...” (l. 31 e 32)
c) “... ninguém é louco para fazer pênalti nem tão cana-
9) (AFA – 2012) As palavras abaixo destacadas foram
lha para querer quebrar o outro jogador.” (l. 38 e 39)
utilizadas para introduzir orações subordinadas substanti-
d) “... o jogador, no impulso, sem pensar, soltar o braço
vas. Porém, em somente uma opção, essa relação sintática
na cara do outro.” (l. 40 e 41) foi estabelecida por uma conjunção integrante própria. As-
sinale-a.

140
LÍNGUA PORTUGUESA

a) “Impressiona-me como se formam conceitos, dão opi- TEXTO


niões, baseados em estatísticas...” (l l. 22 e 23)
b) “Parece haver uma disputa para saber quem dá mais O ídolo
informações e estatísticas...” l 29 e 30)
c) Estou sem paciência para assistir a tantas partidas Em um belo dia, a deusa dos ventos
tumultuadas no Brasil.” (l. 10 e 11) beija o pé do homem, o maltratado,
d) “Na partida entre Escócia e Brasil, um repórter da TV desprezado pé, e, desse beijo, nasce
Globo deu a “grande notícia”, que Neymar ...” (l. 25 e 26) o ídolo do futebol. Nasce em berço
de palha e barraco de lata e vem ao
10) (AFA – 2012) No período “Na transmissão das par- mundo abraçado a uma bola.
tidas, fala-se e grita-se demais”, a vírgula foi empregada
para destacar um termo deslocado e com função sintática Desde que aprende a andar, sabe
semelhante ao da opção: jogar. Quando criança, alegra os
a) “Fala-se muito, mesmo com a bola rolando.” (l. 21 descampados e os baldios, joga e joga
e 22) 5 e joga nos ermos dos subúrbios até que
b) “Outra discussão chata, durante e após as partidas, é a noite cai e ninguém mais consegue ver
se um jogador teve a intenção...” (l. 34 e 35) a bola, e, quando jovem, voa e faz voar
c) “Parece haver uma disputa para saber quem dá mais nos estádios. Suas artes de malabarista
informações e estatísticas, e outra...” (l. 29 e 30) convocam multidões, domingo após
d) Se dizem que a imagem vale mais que mil palavras, domingo, de vitória em vitória, de
porque se fala e se grita tanto?” (l. 32 e 33) ovação em ovação.
10 A bola o procura, o reconhece, precisa
11) (AFA – 2012) No contexto do seguinte trecho, ex- dele. No peito de seu pé, ela descansa e
traído do 7o parágrafo do texto, analise a classe gramatical se embala. Ele lhe dá brilho e a faz falar,
a que pertencem os termos grifados: “... para saber quem e neste diálogo entre os dois,
grita gol mais alto e prolongado.” (l. 31 milhões de mudos conversam. Os Zé
e 32) Assinale a alternativa em que o termo sublinhado Ninguém, os condenados a serem para
pertence àquela mesma classe. sempre ninguém, podem
a) “Não suporto mais ver tantas tragédias, crimes, vio- sentir-se alguém por um momento, por
lências ...” (l. 07 e 08) 15
obra e graça
b) “Fala-se muito, mesmo com a bola rolando.” (l. 21 desses passes devolvidos num toque,
e 22) essas fintas que desenham os zês na
c) “Outra discussão chata, durante e após as partidas...” grama, esses golaços de
(l. 34 e 35)
d) “Muitas parecem iguais, mas não são.” (l. 49) calcanhar ou de bicicleta: quando ele
joga o time tem
doze jogadores.
20 – Doze? Tem quinze! Vinte!
A bola ri, radiante, no ar. Ele a
amortece, a adormece, diz galanteios,
dança com ela, e vendo
essas coisas nunca vistas, seus
adoradores sentem
piedade por seus netos ainda não
nascidos, que não
25
estão vendo o que acontece.
Mas o ídolo é ídolo apenas por um
momento, humana eternidade, coisa de
nada; e quando chega a
hora do azar para o pé de ouro, a estrela
conclui sua viagem do resplendor à
escuridão. Esse corpo está com mais
30 remendos que roupa de palhaço, o
acrobata virou paralítico, o artista é uma
besta:
– Com a ferradura, não!

141
LÍNGUA PORTUGUESA

A fonte da felicidade pública se informação correta.


transforma no páraraios do rancor a) Em “E, às vezes, quando se quebra...”, (l. 38 e 39), o
público: se estabelece uma relação de condição.
35 – Múmia! b) O segundo parágrafo do texto “O ídolo” é caracteri-
Às vezes, o ídolo não cai inteiro. E, às zado predominantemente por locuções temporais.
vezes, quando se quebra, a multidão o c) “A bola ri, radiante, no ar” (l. 23) – radiante é uma
devora aos pedaços. característica adverbial de modo.
d) O emprego de trechos em discurso direto represen-
ta a fala do ídolo.
(Eduardo Galeano. Futebol, ao sol e à
sombra.) 17) (AFA – 2012) Leia o trecho abaixo.
“Os Zé Ninguém, os condenados a serem para sempre
12) (AFA – 2012) Pela leitura do texto, só NÃO se pode ninguém, podem sentir-se alguém por um momento, por
afirmar que o ídolo obra e graça desses passes devolvidos num toque, essas
a) é uma criança que vem de uma classe social baixa. fintas que desenham os zês na grama...” (l. 15 a 19). De
b) será aplaudido e respeitado enquanto possuir habili- acordo com a análise morfossintática dos termos subli-
dades com a bola. nhados abaixo, pode-se concluir que está INCORRETA a
c) está sujeito à opinião pública que, inevitavelmente, afirmativa:
irácriticá-lo um dia. a) em Zé Ninguém, há uma derivação imprópria, já
d) adquire habilidade por causa dos insistentes jogos que foi utilizado um pronome indefinido como substantivo
nos descampados do subúrbio. próprio.
b) em “A fonte da felicidade pública se transforma no
13) (AFA – 2012) Sobre os textos I e/ou II, pode-se afir- páraraios do rancor público”, (l. 35 e 36), a expressão grifa-
mar que da é predicativo do sujeito.
a) a função poética está presente no texto II, através do c) o substantivo destacado em “...esses golaços de cal-
uso de linguagem figurada. canhar ou de bicicleta...” foi formado a partir de sufixação.
b) tanto o texto I quanto o texto II apresentam função d) Caso antes da locução “... podem sentir-se alguém...”,
emotiva. houvesse uma palavra negativa, o pronome se teria que,
c) no texto I, a intenção do autor é persuadir o leitor a obrigatoriamente, vir antes do verbo poder.
mudar seu comportamento, fazendo uso, dessa forma, da
função apelativa. 18) (AFA – 2012) Julgue cada item a seguir, como V
d) o fato de Tostão ser um ex-jogador de futebol e estar (verdadeiro) ou F (falso), considerando o que se afirma so-
falando sobre esse esporte - texto I - caracteriza uma meta- bre o emprego dos pronomes no texto II.
linguagem ( ) Em “A bola o procura, o reconhece, precisa dele.”
(l l. 12) e “/.../ que não estão vendo o que acontece.” (l. 26
14) (AFA – 2012) A relação estabelecida entre as orações e 27), todos os termos assinalados são pronomes pessoais
do período “Desde que aprende a andar, sabe jogar.”, (l. 05, oblíquos átonos.
Texto II), é igual à do período: ( ) No trecho “por obra e graça desses passes devol-
a) “Como trabalho em casa, assisto a um grande número vidos num toque, essas fintas que desenham os zês na
de jogos e programas esportivos.” (l. 01 e 02, Texto I) grama, esses golaços de calcanhar ou de bicicleta...” (l. 17
b) “Muitas parecem iguais, mas não são.” (l. 49, Texto I) a 20), os pronomes grifados poderiam contrair-se com a
c) “Quando se quebra, a multidão o devora.” (l. 39, Texto preposição de sem prejuízo da correção gramatical.
II) ( ) No trecho “No peito de seu pé, ela descansa e se
d) “Esse corpo está com mais remendos que roupa de- embala. Ele lhe dá brilho e a faz falar...” (l. 12 a 14), todos os
palhaço.” (l. 31 e 32, Texto II) pronomes grifados têm o mesmo referente.
( ) Em “Esse corpo está com mais remendos X” (l. 31 e
15) (AFA – 2012) Em “ A bola o procura, o reconhece, 32), a substituição do pronome grifado por aquele acarre-
precisa dele”, (l. 12, Texto II), há uma figura de linguagem taria alteração de sentido no trecho.
semelhante à presente na opção: A seqüência correta é:
a) “E, às vezes, quando se quebra, a multidão o devora a) V, V, F, F
em pedaços.” (l. 38 e 39, Texto II) b) F, V, F, V
b) “Ele lhe dá brilho e a faz falar, e neste diálogo entre c) F, F, V, V
os dois, milhões de mudos conversam.” (l. 13 a 14, Texto II) d) V, F, F, V
c) “Nasce em berço de palha e barraco de lata e vem ao
mundo abraçado a uma bola.” (l. 03 a 04, Texto II) TEXTO III
d) “A fonte da felicidade pública se transforma no pára
-raios do rancor público.” (l. 35 e 36, Texto II) Sermão da Planície
16) (AFA – 2012) Assinale a opção cuja análise traz uma (para não ser escutado)

142
LÍNGUA PORTUGUESA

Bem-aventurados os que não 19) (AFA – 2012) Marque em cada item a seguir V para
entendem nem aspiram a entender verdadeiro ou F para falso.
de futebol, pois deles é o reino da ( ) No texto III, a expressão “matraquear dos locutores”
tranquilidade. (l. 18) permite identificar uma crítica semelhante à realizada
Bem-aventurados os que, por no seguinte trecho do texto I: “fala-se e gritase demais” (l.
entenderem de 15 e 16)
( ) Pode-se afirmar que o 5º parágrafo do texto III (l.
futebol, não se expõem ao risco de 13 a 15) tem por objetivo desqualificar a argumentação do
assistir às partidas, pois não voltam com cronista esportivo Tostão, autor do texto I.
decepção ou enfarte. ( ) A construção do sentido do parágrafo final do texto
(...) III faz uso de relações de antítese, encaminhando a conclu-
5 Bem-aventurados os que não são para a ideia de que, apesar dos problemas racionais, o
escalam, pois não que move o torcedor é a paixão.
terão suas mães agravadas, seu sexo ( ) O significado das afirmações “a multidão o devora
contestado e sua integridade física aos pedaços” (l. 39, texto II) e “sua integridade física amea-
ameaçada, ao saírem do estádio. çada” (l. 8 e 9 texto III) é o mesmo em ambos os contextos,
Bem-aventurados os que não são pois, conforme demonstram os pronomes destacados, têm
escalados, pois escapam das vaias, o mesmo referente: o jogador. A sequência correta é:
projéteis, contusões, fraturas, e mesmo a) V, V, V, F
10 da glória precária de um dia. b) F, V, F, F
Bem-aventurados os que não são c) F, F, F, V
cronistas esportivos, pois não carecem d) V, F, V, F
de explicar o inexplicável e
20) (AFA – 2012) Sobre a possibilidade de se estabe-
racionalizar a loucura.
lecerem relações entre textos – intertextualidades – consi-
(...)
dere a seguinte afirmação: Toda leitura é necessariamente
Bem-aventurados os surdos, pois não
intertextual, pois, ao ler, estabelecemos associações desse
os atinge o estrondar das bombas da
15 texto do momento com outros já lidos. /.../ Os textos, por
vitória, que fabricam os surdos, nem o
isso, são lidos de diversas maneiras, num processo de pro-
matraquear dos locutores, carentes de
dução de sentido que depende do repertório de cada leitor
exorcismo.
em seu momento de leitura.
(...)
(PAULINO, Graça et alli. Intertextualidades: teoria e prá-
Bem-aventurados os que, depois de tica. Belo Horizonte: Ed. Lê, 1995, p. 54.) Considerando a
escutar esse sermão, aplicarem todo afirmação anterior, bem como a possibilidade de relacio-
o ardor infantil no peito maduro para nar entre si os textos que você leu nesta prova, assinale a
20
desejar a vitória do selecionado brasileiro alternativa correta.
nesta e em todas as futuras Copas do a) Pode-se afirmar que o 4º parágrafo do texto III (l l.
Mundo, como faz o velho sermoneiro 10 a 12) realiza uma intertextualidade com o conteúdo do
desencantado, mas torcedor assim texto II, ao sintetizar as antíteses que marcam a carreira do
mesmo, jogador de futebol.
pois para o diabo vá a razão quando o b) A expressão “glória precária de um dia”, (l. 12, texto
25 III) só pode ter seu sentido depreendido pelo leitor após a
futebol invade o coração.
leitura do trecho “Mas o ídolo é ídolo apenas por um mo-
mento”, (l. 28, texto II).
(Carlos Drummond de Andrade. Jornal c) Pelas características do texto “Sermão da Planície”,
do Brasil, 18/06/1974.) pode-se inferir que ele permite ao leitor estabelecer uma
associação com o texto bíblico “Sermão da montanha”, de-
nominada paráfrase.
d) O subtítulo do texto III – “Para não ser escutado” –
assim como o título do texto I – O silêncio incomoda – re-
velam uma mesma intenção dos autores: alertar os leitores
sobre os exageros dos torcedores nas partidas de futebol.

143
LÍNGUA PORTUGUESA

AFA - 2013 BARRUCHO, Luís Guilherme & TSUBOI, Larissa. A


maçã de ouro. In:
TEXTO I Revista Veja, 02 de jun. 2010, p.187. Adaptado)
A MAÇÃ DE OURO
1) (AFA – 2013) Sobre o texto, é correto afirmar que
A Apple supera a Microsoft em valor de a) a Apple, para conseguir superar sua crise econômica,
mercado, contou somente com a ajuda do lançamento de produtos
premiando o espírito visionário e libertário de inovadores criados por Jobs.
Steve Jobs b) Michael Dell, fundador da Dell, só passou a acreditar
no futuro da Apple quando Steve Jobs retornou à empresa.
A Microsoft e a Apple vieram ao mundo c) Apple e Microsoft se ajudaram mutuamente e, por
praticamente ao mesmo tempo, em meados isso, ambas se firmaram no mundo da tecnologia.
dos anos 1970, criadas na garagem de jovens d) entre os idealizadores da nova economia havia, além
estudantes. Mas as empresas não trilharam da concorrência de mercado, uma disputa pessoal.
caminhos paralelos. A Microsoft
desenvolveu o sistema operacional mais 2) (AFA – 2013) Assinale a alternativa que traz uma
popular do mundo e rapidamente se tornou leitura correta do texto.
uma das maiores corporações americanas, a) As trajetórias da Microsoft e da Apple jamais se cru-
5 rivalizando com gigantes da velha indústria. A zaram desde 1970.
Apple, ao contrário, demorou a b) O preço das ações da Apple alcançou o óctuplo de
decolar. Fazia produtos inovadores, mas que seu valor desde 2005.
vendiam c) O comando financeiro de Jobs foi fundamental para
o sucesso da Apple.
pouco. Isso começou a mudar quando d) A relação amistosa entre Gates e Jobs marcou o iní-
Steve Jobs, um de seus fundadores, que fora cio das duas maiores empresas de tecnologia do mundo.
afastado nos anos 80, assumiu o comando
10 criativo da empresa, em 1996. A Apple estava 3) (AFA – 2013) Assinale a alternativa em que o ter-
à beira da falência e só ganhou sobrevida mo retomado pelo mecanismo coesivo em destaque foi
porque recebeu um aporte de 150 milhões de corretamente indicado entre parênteses:
dólares de a) “Isso começou a mudar quando Steve Jobs...” (l. 10)
Microsoft. Jobs iniciou o lançamento de – (fazia produtos inovadores)
produtos genuinamente revolucionários b) “...e devolver o dinheiro a seus acionistas.” (l. 31 e
nas áreas que mais crescem na indústria de 32) – (Steve Jobs)
15 tecnologia. Primeiro com o iPod e a loja virtual c) “...quando Steve Jobs, um de seus fundadores, que
iTunes. Depois vieram o iPhone e, agora, fora afastado nos anos 80,...” (l. 10 e 11) – (Steve Jobs)
o iPad. Desde o início de 2005, o preço das d) “A marca, para além da disputa pessoal entre os
ações da maiores gênios da economia, coroa a estratégia definida
empresa foi multiplicado por oito. Na semana por Jobs.” (l. 26 a 28) – (Steve Jobs, Bill Gates, Michael
passada, a Apple alcançou o cume. Tornou- Dell)
se a companhia de tecnologia mais valiosa do
20
mundo, superando a Microsoft. Na sexta-feira, 4) (AFA – 2013) As palavras genuinamente (l. 16),
a empresa de Jobs tinha valor de mercado de presciência (l. 33) e aporte (l. 14) só NÃO podem ser
233 bilhões de dólares, contra 226 substituídas, correta e respectivamente, no contexto, por
a) originalmente; previsão; subsídio.
bilhões de dólares da companhia de Bill Gates. b) basicamente; precaução; prêmio.
A Marca, para além da disputa pessoal entre c) autenticamente; pressentimento; contribuição.
os maiores gênios da nova economia, coroa d) propriamente; presságio; auxílio.
25
a estratégia definida por Jobs. Quando ele
retornou à Apple, tamanha era a descrença 5) (AFA – 2013) Analise o período abaixo: “A Apple
no futuro da empresa que estava à beira da falência e só ganhou sobrevida porque
Michael Dell, fundador da Dell, afirmou que o recebeu um aporte de 150 milhões de dólares da Micro-
melhor a fazer era fechar as portas e devolver soft.” (l. 12 a 15) Nele, pode-se afirmar que
o dinheiro a seus acionistas. Hoje, a Dell vale a) a conjunção e estabelece, entre as orações coorde-
30
um décimo da Apple. O mérito de Jobs foi nadas, um sentido adversativo.
ter a presciência do rumo que o mercado b) a conjunção porque introduz ideia de causa à pri-
tomaria. meira oração do período.
c) há três orações, cujos núcleos são transitivos diretos.
d) o verbo receber possui somente objeto direto.

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LÍNGUA PORTUGUESA

6) (AFA – 2013) Assinale a alternativa em que o uso administrar com carisma e intensidade
da vírgula se dá pela mesma razão da que se percebe no indiscriminada. Gates era mais metódico; as
trecho abaixo. reuniões para exame dos produtos tinham
“A Microsoft e a Apple vieram ao mundo praticamente ao 25 horário rígido, e ele chegava ao cerne das
mesmo tempo, em meados dos anos 1970, criadas na gara- questões com uma habilidade ímpar. Jobs
gem de jovens estudantes.” (l 01 a 03) encarava as pessoas com uma intensidade
a) “A Marca, para além da disputa pessoal entre os cáustica e ardente;
maiores gênios da economia, coroa a estratégia definida
por Jobs.” (l. 26 a 28) Gates às vezes não conseguia fazer contato
b) “Na sexta-feira, a empresa de Jobs tinha valor de visual, mas era essencialmente bondoso.
mercado de 233 bilhões de dólares, contra 226 bilhões de “Cada qual se achava mais inteligente do
30
dólares...” (l. 23 a 25) que o outro, mas Steve em geral tratava Bill
c) “...Fazia produtos inovadores, mas que vendiam pou- como alguém levemente inferior, sobretudo em
co.” (l . 09 e 10 ) questões de gosto e
d) “Tornou-se a companhia de tecnologia mais valiosa do estilo”, diz Andy Hertzfeld. “Bill menosprezava
mundo, superando a Microsoft.” (ll. 21 a 23) Steve porque ele não sabia de fato programar.”
Desde o começo da relação, Gates ficou
35
TEXTO II fascinado por Jobs e com uma ligeira inveja
de seu efeito hipnótico sobre as pessoas. Mas
GATES E JOBS também o considerava “essencialmente
esquisito” e “estranhamente falho como ser
Quando as órbitas se cruzam humano”, e se sentia desconcertado com a
grosseria de Jobs e sua tendência a funcionar
40
Em astronomia, quando as órbitas de duas “ora no modo de dizer que você era um merda,
estrelas se entrecruzam por causa da interação ora no de tentar seduzi-lo”. Jobs, por sua vez,
gravitacional, tem-se um sistema binário. via em Gates uma estreiteza enervante.
Historicamente, ocorrem situações análogas Suas diferenças de temperamento e
quando uma era é moldada pela personalidade iriam levá-los para lados opostos
relação e rivalidade de dois grandes astros da linha fundamental de divisão na era digital.
orbitando: Albert Einstein e Niels Bohr na física 45 Jobs era um perfeccionista que adorava estar
no século XX, por exemplo, ou Thomas Jefferson no controle e se comprazia com sua índole
5
e Alexander Hamilton na condução inicial do intransigente de artista; ele e a Apple se
governo americano. Nos primeiros trinta anos tornaram
da era do computador pessoal, a partir do exemplos de uma estratégia digital que
final dos anos 1970, o sistema estelar binário integrava solidamente o hardware, o software
definidor foi composto por dois indivíduos de e o conteúdo numa unidade indissociável.
50
10 grande energia, que largaram os estudos na Gates era um analista inteligente, calculista
universidade, ambos nascidos em 1955. e pragmático dos negócios e da tecnologia;
Bill Gates e Steve Jobs, apesar das ambições dispunha-se a licenciar o software e o sistema
semelhantes no ponto de convergência da operacional da Microsoft para um grande
tecnologia e dos negócios, tinham origens número de fabricantes.
bastante diferentes e personalidades Depois de trinta anos, Gates desenvolveu
55
15 radicalmente distintas. um respeito relutante por Jobs. “De fato, ele
À diferença de Jobs, Gates entendia de nunca entendeu muito de tecnologia, mas tinha
programação e tinha uma mente mais prática, um instinto espantoso
mais para saber o que funciona”, disse. Mas Jobs
disciplinada e com grande capacidade de nunca retribuiu valorizando devidamente os
raciocínio pontos fortes de Gates. “Basicamente Bill é
60
analítico. Jobs era mais intuitivo, romântico, e pouco imaginativo e nunca inventou nada,
20 dotado de mais instinto para tornar a tecnologia e é por isso que acho que ele se sente mais à
usável, o design agradável e as interfaces vontade agora na filantropia do que na
amigáveis. Com sua mania de perfeição, era tecnologia”, disse Jobs, com pouca justiça. “Ele
extremamente exigente, além de 65 só pilhava despudoradamente as ideias dos
outros.”

145
LÍNGUA PORTUGUESA

(ISAACSON, Walter. Steve Jobs: a biografia. São a) O ponto e vírgula foi utilizado para separar orações
Paulo: coordenadas que mantêm entre si uma relação de expli-
Companhia das Letras, 2011. p. 189-191. cação.
Adaptado) b) O verbo chegar, nesse contexto, admite dupla re-
gência, logo a reescrita chegava no cerne da questão aten-
de à norma padrão da língua.
7) (AFA – 2013) Assinale a opção que NÃO contém uma c) O termo para exame dos produtos especifica o subs-
estratégia argumentativa utilizada no texto II. tantivo reuniões e mantém com esse termo uma relação
a) Referências históricas. semântica de finalidade.
b) Testemunhos. d) O termo com uma habilidade ímpar subordina-se
c) Dados estatísticos. ao verbo da oração ao qual acrescenta uma circunstância
d) Opinião pessoal. de modo.

8) (AFA – 2013) Marque a alternativa que traz uma 12) (AFA – 2013) O texto II desenvolve-se basicamente
análise INCORRETA do texto II. pela oposição entre Jobs e Gates. Leia as inferências abaixo.
a) Steve Jobs e Bill Gates possuem aspirações seme- I. Reconhecia as qualidades do adversário em meio aos
lhantes nos aspectos relacionados à tecnologia e aos ne- inúmeros defeitos que nele apontava.
gócios. II. A racionalidade era o elemento estruturante de sua
b) A relação de rivalidade entre Jobs e Gates definiu a personalidade.
era do computador pessoal. III. Era genial, contudo arrogante e intransigente.
c) Gates e Jobs são comparados a duas estrelas no IV. Era direto, incisivo e apaixonante.
mundo da computação; este como um hábil programador V. Primava pela praticidade dos produtos que criava.
e aquele, um exigente designer. A(s) inferência(s) que se relaciona(m) a Bill Gates é(são),
d) Bill Gates possuía um sentimento paradoxal em re- apenas:
lação a) I.
a Steve Jobs. b) I e II.
c) IV e V.
9) (AFA – 2013) Em relação ao texto II, assinale a al- d) II, III e IV.
ternativa correta.
a) O uso do presente do indicativo no subtítulo do tex- 13) (AFA – 2013) Há palavras na língua, chamadas
to se justifica por ser um presente histórico que exprime de homônimas, que apresentam a mesma pronúncia, ou
um fato passado como se fosse atual. a mesma grafia, ou ainda, a mesma pronúncia e grafia, po-
b) Há no texto a predominância do pretérito imperfei- rém possuem significados diferentes. Assinale o período
to do indicativo para destacar a duração do fato passado abaixo em que NÃO há este tipo de vocábulo.
expresso. a) “...administrar com carisma e intensidade indiscrimi-
c) O futuro do pretérito, na linha 46, expressa incerteza nadas.”
a respeito de um fato já ocorrido por meio de um tempo b) “...sobretudo em questões de gosto e estilo”,
composto. c) “...ora no modo de dizer que você era um merda...”
d) A reescrita ‘Suas diferenças de pensamento e perso- d) “...e se sentia desconcertado com a grosseria de
nalidade levá-los-iam para lados opostos’ (l. 45 e 46) aten- Jobs...”
de à norma padrão da língua.
14) (AFA – 2013) Leia o período abaixo.
10) (AFA – 2013) Assinale a sentença cuja figura de “Cada qual se achava mais inteligente do que o outro,
linguagem foi indicada corretamente entre parênteses. mas Steve em geral tratava Bill como alguém levemente in-
a) “Gates e Jobs – Quando as órbitas se cruzam.” (com- ferior, sobretudo em questões de gosto e estilo”, diz Andy
paração) Hertzfeld.” (l. 32 a 35).
b) “Jobs encarava as pessoas com uma intensidade Analisando morfologicamente as palavras destacadas
cáustica e ardente;” (catacrese) acima, pode-se afirmar que a expressão
c) “...ora no modo de dizer que você era um merda, ora a) cada qual corresponde a um artigo definido.
no de tentar seduzi-lo”. (metáfora) b) mais...do que é uma construção própria do grau su-
d) “...Jobs, por sua vez, via em Gates uma estreiteza perlativo absoluto.
enervante.” (metonímia) c) como introduz uma comparação, sendo, portanto,
uma preposição de ligação.
11) (AFA – 2013) Marque a alternativa INCORRETA a d) sobretudo é um advérbio que equivale à palavra
respeito do trecho abaixo destacado. principalmente.
“Gates era mais metódico; as reuniões para exame dos
produtos tinham horário rígido, e ele chegava ao cerne das 15) (AFA – 2013) Assinale a opção correta quanto à
questões com uma habilidade ímpar.” (l.. 26 a 28) análise das palavras abaixo, em destaque, retiradas do tex-
to II

146
LÍNGUA PORTUGUESA

a) Os termos indissociável e intransigente são forma- 17) (AFA – 2013) Sobre a tira acima, NÃO se pode afir-
das somente pelo processo de derivação prefixal. mar que a) a fala de São Pedro corrobora as ideias expostas
b) As palavras ímpar e saída seguem a regra de acen- no texto II.
tuação gráfica das vogais i e u tônicas dos hiatos. b) depreende-se um tom sarcástico nas falas dos doi-
c) Na frase, “...tinham...personalidades radicalmente sinterlocutores.
distintas.” (l. 16 e 17), o termo distintas é sinônimo de no- c) os verbos foram flexionados no imperativo afirmati-
táveis. vo deacordo com a norma padrão.
d) Nas palavras destacadas em“...Gates ficou fascinado d) a colocação do pronome pessoal oblíquo no segun-
por Jobs e com uma ligeira inveja de seu efeito hipnótico...” doquadrinho é marca da linguagem coloquial brasileira.
(l. 37 e 38), há, respectivamente, dígrafo, dígrafo e en-
contro consonantal. 18) (AFA – 2013) A diferença entre as construções sin-
táticas determina, também, diferentes sentidos para o que
16) (AFA – 2013) Analise o excerto abaixo e assinale está enunciado sobre o sujeito.
V para as proposições(verdadeiras) e F para as (falsas). Em Assinale a alternativa em que a articulação sintática en-
astronomia, quando as órbitas de duas estrelas se entre- tre as três ideias abaixo expressas melhor se aproxima do
cruzam por causa da interação gravitacional, tem-se um sentido da tirinha.
sistema binário. (l. 01-03) I. Jobs é acusado de ter sido egocêntrico, arrogante e
( ) A oração principal é constituída por sujeito simples. um chefe tirano.
( ) Há três elementos que exercem função sintática ad- II. Jobs criou o Ipad.
verbial. III. Jobs merece o reino do céu.
( ) O verbo entrecruzar é formado pelo processo de a) Jobs é acusado de ter sido egocêntrico, arrogante
formação vocabular parassíntese. e um chefe tirano, mas ele criou o Ipad, por conseguinte
( ) As duas ocorrências do se classificam-se morfologi- merece o reino do céu.
camente como pronome pessoal oblíquo. b) Apesar de ter criado o Ipad, Jobs é acusado de ter
( ) Há, no excerto, uma preposição e uma locução pre- sido egocêntrico, arrogante e um chefe tirano, dessa forma
positiva que estabelecem relações de estado e consequên- merece o reino do céu.
cia, respectivamente. c) Como foi acusado de ter sido egocêntrico, arrogante
e um chefe tirano e apesar de ter criado o Ipad, Jobs mere-
A sequência correta é: ce o reino do céu.
a) V – F – V – F – V d) Apesar de ter criado o Ipad, Jobs foi acusado de ter
b) V – V – F – F – F sido egocêntrico, arrogante e um chefe tirano, por isso me-
c) F – F – F – V – V rece o reino do céu.
d) F – V – F – V – F
19) (AFA – 2013) Na ocasião da morte de Steve Jobs,
Leia a tira abaixo para responder às questões que se a Época homenageou-o, através da capa de sua revista.
seguem. Analisando-a , só NÃO se pode inferir que

147
LÍNGUA PORTUGUESA

a) os óculos fazem uma alusão a Steve Jobs e, por isso, De saia podia. Ela então abriu a bolsa, tirou
constituem, neste contexto, uma metonímia. uma saia que estava dentro, toda embrulhadi-
b) o estilo da capa (fundo branco e informação sucinta) nha (devia ser pra presente). Desembrulhou e
corresponde ao estilo clean, “limpo”, de Jobs, descrito no 35
vestiu ali mesmo, por cima do pomo da dis-
texto II, cujo design era agradável.
c) a frase escrita por Jobs revela um homem deprimido córdia. No caso, a calça “Saint-Tropez”. De-
que vê na morte uma solução para seus conflitos pessoais. pois, calmamente, afrouxou a calça e deixou
d) as linguagens verbal e não-verbal fazem referência que a dita escorresse saia abaixo. Apanhou,
à transitoriedade da vida; esta pela ausência do corpo e guardou na bolsa e entrou com uma altivez
aquela pela certeza da morte. que só vendo.
40
AFA - 2014 Enquanto rasgava o bilhete, o porteiro
comentou:
TEXTO I _ Faço votos que ela tenha outra por baixo.
A MOÇA E A CALÇA 45 Outra calça, naturalmente

Foi no Cinema Pax, em Ipanema. O filme (Stanislaw Ponte Preta)


em exibição é ruim: “O menino mágico”. Se
mágico adulto geralmente é chato, imaginem 1) (AFA – 2014) O texto, embora escrito seguindo as
menino. Mas isso não vem ao caso. O que vem regras da norma padrão culta da língua, apresenta, em
ao caso é a mocinha muito da várias momentos, estruturas com características de infor-
redondinha, condição que seu traje aperta- malidade e coloquialismo. Assinale a alternativa em que o
dinho deixava sobejamente clara. A mocinha trecho NÃO está de acordo com a afirmativa acima.
chegou, comprou a entrada, apanhou, foi até a) “A mocinha chegou, comprou entrada, apanhou, foi
5 até a porta, mas aí o porteiro olhou pra ela e disse que ela
a porta, mas aí o porteiro olhou pra ela e disse
que ela não podia entrar: não podia entrar.” (l.6 a 8)
_ Não posso por quê? b) “Desembrulhou e vestiu ali mesmo, por cima do
pomo da discórdia.” (l. 37 e 38)
_ A senhora está de “Saint-Tropez”. c) “... não podia com aquela calça bossa-nova e, sabe
_ E daí? como é... ele tinha que obedecer...” (l.16 e 17).
Daí o porteiro olhou pras exuberâncias d) “ Apanhou, guardou na bolsa e entrou com uma al-
10
físicas dela, sorriu e foi um bocado sincero: _ tivez que só vendo. (l. 40 e 41)”
Por mim a senhora entrava. (Provavelmente
completou baixinho... e 2) (AFA – 2014) O termo sublinhado nos trechos reti-
entrava bem.) Mas o gerente tinha dado or- rados do texto, pode ser substituído pelo que está entre
dem de que não podia com aquela calça parênteses sem que haja prejuízo do sentido original, nas
bossa-nova e, sabe como é... ele tinha que alternativas abaixo, EXCETO em
15 obedecer, de maneira que sentia muito, mas a) “...seu traje apertadinho deixava sobejamente clara.”
com aquela calça não. (l.5 e 6) (demasiadamente)
_ O senhor não vai querer que eu tire a b) “... olhou pras exuberâncias físicas dela, sorriu...” (l.
calça. 12 e 13) (superabundâncias)
c) “...sorriu, e foi um bocado sincero.” (l. 13) (notada-
Nós, que estávamos perto, quase res- mente)
pondemos por ele: _ Como não, dona! _ Mas d) “... e entrou com uma altivez que só vendo.” (l. 41)
ela não queria resposta. Queria era discutir a (arrogância)
20
legitimidade de suas apertadas calças “Saint-
-Tropez”. Disse então que suas calças eram 3) (AFA – 2014) A partir da leitura do texto pode-se
tão compridas como outras quaisquer. O inferir que
cinema Pax é dos padres e talvez por causa a) o umbigo, assim como o representante de Cuba,
desse detalhe é que não pode “Saint-Tropez”. parecem feios e deslocados em se tratando dos padrões
A calça, de fato, era comprida como as ou- estéticos panamericanos.
25 b) a rigidez e a atitude do porteiro parecem ser explica-
tras, mas embaixo. Em cima era curta demais.
das pelo fato de o cinema Pax ser de propriedade dos pa-
O umbigo ficava ali, isolado, parecendo até o
dres, por isso tanta exigência com o estilo de roupa usado.
representante de Cuba em conferências
c) a mocinha foi, propositadamente, ao cinema de cal-
panamericanas. ça “Saint-Tropez”, pois queria legitimar o uso dessa moda
_ Quer dizer que com minhas calças eu tão comum entre os jovens da época.
30 não entro? _ Quis ela saber ainda mais uma d) não era permitido o uso de calças compridas para
vez. E vendo o porteiro balançar a cabeça em mulheres, portanto elas só poderiam frequentar o cinema
sinal negativo, tornou a perguntar: _ E de saia? se estivessem de saia ou de vestido.

148
LÍNGUA PORTUGUESA

4) (AFA – 2014) A variação de grau das palavras é, mui- capaz de salvar e desenvolver um país. Até aqui
tas vezes, utilizada para expressar outras ideias que não o todos estão de acordo. Contudo é importante se
aumento ou diminuição das proporções. Assim, elas são perguntar qual é o tipo de educação necessária
utilizadas para expressar depreciação, carinho, simpatia, in- 35
para um país como o Brasil, que tem uma das
tensificação, etc.
Assinale a alternativa em que o diminutivo expressa maiores concentrações de renda do mundo. Há
uma ideia DIFERENTE das demais. pessoas que tiveram acesso a
a) “...tirou uma saia que estava dentro, toda embrulha- todos os estudos possíveis e, no entanto,
dinha...” (l.. 35 e 36) continuam
b) “Provavelmente completou baixinho...” (l. 14) defendendo uma sociedade livre sem ser justa, o
c) “A mocinha chegou, comprou a entrada...” (l. 6 e 7) 40 que, convenhamos é uma grande possibilidade.
d) “...condição que seu traje apertadinho...” (l. 5) Pesquisa realizada pela Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas (Fipe), a pedido do
TEXTO II MEC,
A FAVOR DA DIFERENÇA, CONTRA
TODA DESIGUALDADE demonstrou que quanto mais preconceito e
práticas discriminatórias existem numa escola,
pior é o desempenho de seus estudantes. Foram
A maioria das pessoas acredita que está 45
entrevistadas 18.500 pessoas entre alunos, pais,
isenta
diretores, professores e funcionários de 501
de preconceitos. No entanto até sua linguagem
escolas de todo o
contradiz esta crença. De modo especial,
o corpo, que deveria ser um elemento de Brasil. Do total de estudantes entrevistados,
agregação e de comunicação, se torna 70% têm menos de 20 anos.
Esta pesquisa revela que praticamente
elemento de discriminação.
50 todos os
Coube-me fazer uma pesquisa com dez
entrevistados (99,3%) têm preconceito em
adolescentes sobre a presença da violência na
5 algum nível. Sobre contra quem eles admitem
escola através da palavra. Todos afirmaram que
ter preconceito
já agrediram e foram agredidos com palavras.
Surpreende que os revelaram: homossexual, deficiente mental,
cigano, deficiente físico.
adolescentes veem no corpo um elemento de
Enquanto a educação não enfrentar
discriminação. A obesidade, a altura, pequenos 55
essas questões, o que está acontecendo em
defeitos físicos são motivos de preconceito.
10 nossas escolas é apenas uma transmissão de
Acontece que nossa sociedade seleciona
conteúdos, um verniz
um determinado corpo como modelo e quem
não obedece a colorido que não penetra o profundo, a
60
consciência e o coração das pessoas. (...)
este padrão está fora de cogitação. Num
país de pobres que não conseguem ter uma SANDRINI, Marcos. Mundo jovem. Realidade
alimentação equilibrada e nem os cuidados brasileira Fevereiro de 2013.
15
mínimos com a saúde, a consequência é a
marginalização. 5) (AFA – 2014) Assinale a alternativa que apresenta
As pessoas com necessidades especiais uma inferência INCORRETA.
a) A sociedade percebe a diferença como pressuposto
também são consideradas anormais. É muito
para um tratamento desigual.
comum agredir verbalmente as pessoas
b) Os pobres do Brasil não têm condições de se enqua-
chamando-as de retardadas. Até os pobres
20 drar ao padrão estético vigente.
entram na dança da agressão. Um xingamento
c) Mesmo os pobres, que são as maiores vítimas de
comum é o de vileiro ou favelado. E o que dizer
xingamentos, realizam agressões verbais.
dos adolescentes homossexuais?
d) O mau desempenho intelectual dos alunos é direta-
Diferença x desigualdade mente proporcional ao nível de preconceito e discrimina-
Existe a visão de que a diferença se identifica ção nas escolas.
25
com a desigualdade. Há um padrão de ser
humano 6) (AFA – 2014) Leia o excerto abaixo:
estandardizado e único que deve servir de “Ha pessoas que tiveram acesso a todos os estudos
metro para o julgamento das pessoas. O possiveis..” Assinale a alternativa em que o termo destaca-
grande desafio para a educação é descobrir do classificase, morfologicamente, da mesma maneira que
30 o sublinhado no recorte acima.
este currículo oculto verdadeiro e forte para
enfrentá-lo adequadamente. a) “... Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a pedi-
Há pessoas que dizem que só a educação é do do MEC...” (l. 43 e 44)

149
LÍNGUA PORTUGUESA

b) “Enquanto a educação não enfrentar essas ques-


tões...” (l. 57 e 58) Protagonista do filme “Colegas”, do diretor
c) “É muito comum agredir verbalmente as pessoas Marcelo Galvão, o ator Ariel Goldenberg, 32, se
chamando-as de retardadas.” (l. 20 a 22) define como um “guerreiro”. E ele é. Guerreiro
d) “O grande desafio para a educação é descobrir este down, diga-se. Down de síndrome de Down
currículo...” (l. 31 e 32) mesmo.(...)
7) (AFA – 2014) Observe as estruturas sintáticas abai-
xo. O sonho do guerreiro, agora é se firmar na
I. “Coube-me fazer uma pesquisa com dez adolescen- carreira de ator (pensa em atuar em uma novela)
tes...” (l. 6 e 7) e estudar para se tornar diretor também.
5
II. “Acontece que nossa sociedade seleciona um deter- Abaixo, entrevista de Goldenberg, em que
minado corpo como modelo...” (l. 13 e 14) revela o segredo de seu sucesso e dá dicas
III. “Existe a visão de que a diferença se identifica com sobre como os pais
a desigualdade.” (l. 28 e 29) de crianças com Down podem ajudar seus
IV. “Há pessoas que dizem que só a educação é capaz filhos. Como você avalia o seu desempenho
de salvar e desenvolver um país.” (l. 34 e 35) no filme?
V. “Há um padrão de ser humano estandardizado...” (l 10 Eu dei a minha alma para que o Stallone
29 e 30) expressasse a realidade de um down que luta
para materializar seus sonhos. Stallone sou eu.
Assinale a alternativa em que o comentário apresen- Tenho
tado está de acordo com as regras gramaticais para uma orgulho de dizer que fizemos o filme todo
norma padrão da língua. em um take só. Gravamos direto, não houve
a) Os termos sublinhados em I, II, III, IV e V representam a necessidade de refazer cenas porque os
o sujeito dos verbos que os antecedem. 15 atores se esqueceram do texto, ou porque não
b) Em IV encontram-se cinco orações que estão coor- colocaram verdade nos personagens.
denadas entre si. Você alguma vez se sentiu discriminado por
c) O pronome me em I é um pronome oblíquo e de- ser
sempenha a função de Objeto Indireto do verbo caber.
d) Os verbos ‘acontecer’, ‘existir’ e ‘haver’ em II, III, I down?
Uma vez. E foi, por coincidência, em um
8) (AFA – 2014) Na norma padrão da língua, há casos cinema. Eu e a Rita estamos acostumados a
20
de regência e concordância que admitem duas constru- ir ao cinema toda sexta-feira. Sempre fomos
ções, mantendo o mesmo sentido. tratados com respeito, mas, naquele dia, o
I. “A maioria das pessoas acredita que está isenta...” l.1) gerente se recusou a
A maioria das pessoas acreditam que estão isentas... aceitar que pagássemos meia-entrada, que é
II. “Há pessoas que tiveram acesso a todos os estudos um direito assegurado aos downs. Ficou claro
possíveis ...” (l. 39 e 40) Há pessoas que tiveram acesso por que ele não nos queria lá. Me subiu o sangue
todos os estudos possíveis ... 25 na hora.
III. “É muito comum agredir verbalmente as pessoas Como você conheceu a Rita?
chamando-as de retardadas ...” (l. 20 e 21) É muito comum Entrei no site “Grandes encontros”, que é
agredir verbalmente as pessoas chamando-as retardadas... uma
Exemplificam corretamente essa proposição: sala de bate-papo para pessoas com deficiência,
a) I e III apenas. ea
b) II e III apenas. encontrei. O que ela tem de mais? Nada.
c) I, II e III. 30 Apenas uma
d) I apenas. alma pura e os olhos azuis bonitos. Casamos
nos rituais judaico, religião da minha família, e
TEXTO III no católico, da família da Rita.
SOMOS SÓ PARTE DA IMENSA DIVERSIDADE Você se sente um cara diferente das pessoas
comuns?
Protagonista do filme “Colegas”, que estreou sexta, fala Não. Eu me sinto igual a todo mundo. Nós
35
da vida com a sindrome de Down e de como se sente igual downs perante a sociedade somos downs, mas,
a todos. perante Deus, somos normais. É claro que eu
sei que temos

150
LÍNGUA PORTUGUESA

a) Nas duas ocorrências o para tem a mesma classifi-


uma cópia a mais do cromossomo 21. Mas
cação sintática e o que, em ambas as ocorrências, tem a
todo dia nasce um bebê torto, ou loiro, ou
mesma classificação morfológica.
40 moreno, ou mais inteligente ou menos. Nós
b) Em “Ficou claro que ele não nos queria lá.” o que
somos apenas parte da imensa diversidade dos
tem a mesma função sintática do segundo que do excerto
seres humanos. Por isso, somos normais.
acima. (l. 26 e 27)
E ter filhos, você e a Rita não planejam? c) Em “Entrei no site ‘Grandes Encontros’, que é uma
Não. Porque dá muito trabalho formar sala de bate-papo para pessoas com deficiência”, (l. 29 e
45 um filho com a síndrome. E há a probabilidade 30) os elementos sublinhados se classificam morfologica-
muito grande de termos um filho com a mente tais quais os primeiros que e para do excerto.
síndrome. Eu não quero arriscar. d) O que sublinhado em “...filme ‘Colegas’, que estreou
50 na sexta...” (lead) possui a mesma classificação sintática e
morfológica da segunda ocorrência marcada no fragmento
CAPRIGLIONE, Laura. Folha de São Paulo. 04 de
55 acima.
março de 2013.
TEXTO IV
9) (AFA – 2014) Assinale a alternativa que NÃO condiz
com a ideia presenteno fragmento abaixo.
SER DIFERENTE É NORMAL
“Nos somos apenas parte da imensa diversidade dos se-
res humanos. Por isso, somos normais.” (l. 42 a 44)
a) “E há a probabilidade muito grande de termos um Todo mundo tem seu jeito singular de ser feliz,
filho com a síndrome. Eu não quero arriscar.” (l. 47 e 48) de viver e de enxergar se os olhos são maiores
b) “Sempre fomos tratados com respeito, mas, naque- ou são orientais e daí, que diferença faz?
le dia, o gerente se recusou a aceitar que pagássemos
meiaentrada, que é um direito assegurado aos downs.” Todo mundo tem que ser especial
l.23 a 26) 5 em oportunidades, em direitos, coisa e tal
c) “O que ela tem de mais? Nada. Apenas uma alma seja branco, preto, verde, azul ou lilás
pura e os olhos azuis bonitos.” (l. 31 e 32) e daí, que diferença faz?
d) “...perante a sociedade somos downs, mas, perante
Deus, somos normais. É claro que eu sei que temos uma
cópia a mais do cromossomo 21.” (l. 38 a 40) Já pensou, tudo sempre igual?
Ser mais do mesmo o tempo todo não é tão
10
10) (AFA – 2014) “Tenho orgulho de dizer que fize- legal
mos o filme todo em um take so. Gravamos direto, nao Já pensou, sempre tão igual?
houve a necessidade de refazer cenas porque os atores se Tá na hora de ir em frente:
esqueceram do texto, ou porque não colocaram verdade ser diferente é normal!
nos personagens.”(. 14 a 18)
Assinale a alternativa que apresenta uma inferência 15 Todo mundo tem seu jeito singular
adequada a respeito do excerto acima. de crescer, aparecer e se manifestar
a) Em filmes cujos atores são pessoas com deficiência se o peso na balança é de uns quilinhos a mais
quase sempre há a necessidade de gravar várias vezes,
uma vez que eles não conseguem decorar textos. e daí, que diferença faz?
b) Fazer filmes ou gravações em um só take é comum
quando os atores são experientes ou quando são pessoas 20 Todo mundo tem que ser especial
com deficiência, pois o nível de exigência para o último é em seu sorriso, sua fé e no seu visual
menor. se curte tatuagens ou pinturas naturais
c) As pessoas com deficiência são plenamente capa- e daí, que diferença faz?
zes de executar tarefas com a mesma propriedade que as
outras chamadas de normais, podendo até superá-las em Já pensou, tudo sempre igual?
alguns casos. 25
Ser mais do mesmo o tempo todo não é tão
d) As pessoas com deficiência são mais ágeis e rápidas legal
quando executam atividades relacionadas a si mesmas, por já pensou, sempre tão igual?
isso conseguem colocar verdade nos personagens e, dessa
Tá na hora de ir em frente:
forma, não há necessidade de refazer cenas. 30
Ser diferente é normal!
11) (AFA – 2014) “Eu dei a minha alma para que o
Stallone expressasse a realidade de um down que luta para (Adilson Xavier/ Vinícius Castro)
materializar seus sonhos.” (l. 12 a 14)
Assinale a alternativa correta em relação aos termos
sublinhados acima.

151
LÍNGUA PORTUGUESA

12) (AFA – 2014) Na Declaração Universal dos direitos Diga que ela é uma mulher inteligente, e ela
do homem lê-se:“Os direitos humanos sao os direitos es- irá com a sua cara.
senciais a todos os seres humanos, sem que haja discrimi-
Diga que ela tem um ótimo caráter e um
nacao por raca, cor, genero, idioma, nacionalidade ou por
qualquer outro motivo.” 5 corpo que é uma provocação, e ela decorará o
No texto, “Ser diferente é normal”: seu número.
I. há alusão ao direito à educação e ao trabalho nas Fale do seu olhar, da sua pele, do seu sorriso,
estrofes 2 (dois) e 4 (quatro) . da
II. o direito à liberdade de opinião é entrevisto nas es- sua presença de espírito, da sua aura de
trofes 4 (quatro) e 5 (cinco). mistério, de
III. a 5ª estrofe tematiza unicamente o direito à liberda- como ela tem classe: ela achará você muito
de de expressão.
observador e lhe dará uma cópia da chave de
Está(ao) correta(s) a (s) proposição (ões): 10
a) I e III apenas. casa.
b) I apenas. Mas não pense que o jogo está ganho:
c) I, II e III. manter o cargo vai depender da sua perspicácia
d) II e III apenas. para encontrar
novas qualidades nessa mulher poderosa,
13) (AFA – 2014) A musicalidade de um texto é resul- absoluta.
tado da utilização de vários recursos. Assinale a alternativa Diga que ela cozinha melhor que a sua
que analisa corretamente os recursos que foram emprega-
15 mãe, que ela tem uma voz que faz você pensar
dos para garantir a musicalidade do texto:
a) O texto possui uma métrica regular, tendo em vista obscenidades, que ela é um avião no mundo
que apresenta apenas versos octossílabos e alexandrinos. dos negócios.
b) O locutor explora a rima no final dos versos, mas Fale sobre sua competência, seu senso de
também a rima encadeada. oportunidade, seu bom gosto musical.
c) As rimas da primeira estrofe, quanto à qualidade, Agora quer ver o mundo cair?
classificam-se como preciosas. 20 Diga que ela é muito boazinha.
d) Quanto à disposição, as rimas do estribilho classifi- Descreva aí uma mulher boazinha.
cam-se como emparelhadas.
Voz fina, roupas pastel, calçados rente ao chão.
14) (AFA – 2014) As palavras que ocorrem em um Aceita encomendas de doces, contribui
texto têm sempre uma função determinada. Leia os trechos para a igreja, cuida dos sobrinhos nos finais de
abaixo e analise a função que é indicada para as expressões semana.
sublimadas. 25
Disponível, serena, previsível, nunca foi vista
I- “E daí, que diferença faz?” – O termo que exprime um negando um favor.
estado de dúvida, de incerteza. Nunca teve um chilique.
II- “Ser mais do mesmo não é tão legal.” - Vocábulo
que expressa intensificação. Nunca colocou os pés num show de rock.
III- “Todo mundo tem que ser especial” – Termo que É queridinha.
exprime obrigatoriedade. 30 Pequeninha.
IV- “...em oportunidades, em direitos, coisa e tal” – Ex- Educadinha.
pressão coloquial utilizada para sugerir impaciência. Es- Enfim, uma mulher boazinha.
tá(ao) correta(s) apenas
a) II. Fomos boazinhas por séculos.
b) I, III e IV. Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada,
c) II e III. 35 ceguinhas.
d) I e IV. Vivíamos no nosso mundinho, rodeadas de
panelinhas e nenezinhos.
AFA – 2015 A vida feminina era esse frege: bordados,
paredes brancas, crucifixo em cima da cama,
TEXTO I
tudo certinho.
MULHER BOAZINHA 40
Passamos um tempão assim, comportadinhas,
(Martha Medeiros) enquanto íamos alimentando um desejo
incontrolável de virar a mesa.
Qual o elogio que uma mulher adora Quietinhas, mas inquietas.
receber? Até que chegou o dia em que deixamos de
Bom, se você está com tempo, pode-se 45 ser as coitadinhas.
listar aqui uns setecentos: mulher adora que Ninguém mais fala em namoradinhas do
verbalizem seus atributos, sejam eles físicos ou Brasil: somos atrizes, estrelas, profissionais.
morais.

152
LÍNGUA PORTUGUESA

Adolescentes não são mais brotinhos: são b) Depois que o homem ganha uma mulher através dos
garotas da geração teen. elogios certos, nas horas certas e que se referem aos atribu-
50 Ser chamada de patricinha é ofensa mortal. tos mais valorizados por ela, a conquista está garantida e o
relacionamento está destinado ao sucesso.
Pitchulinha é coisa de retardada.
c) As mulheres hoje querem receber os elogios que as
Quem gosta de diminutivos, definha.
tratem como bacanas, complicadas, batalhadoras, persisten-
Ser boazinha não tem nada a ver com ser tes, ciumentas, apressadas, velozes, produtivas e enigmáti-
generosa. cas.
Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo. d) Ao dizer que “as ‘inhas’ não moram mais aqui” e que
55
As boazinhas não têm defeitos. “foram para o espaço, sozinhas”, o locutor afirma que as mu-
Não têm atitude. lheres boazinhas perderam seu lugar social e ainda por cima
Conformam-se com a coadjuvância. ficaram sozinhas.
PH neutro.
Ser chamada de boazinha, mesmo com a 5) (AFA – 2015) Assinale a alternativa que apresenta
melhor das intenções, é o pior dos desaforos. uma análise correta acerca de aspectos linguísticos tratados
60 no texto.
Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras,
persistentes, ciumentas, apressadas, é isso que a) A função poética da linguagem se faz presente no
somos hoje. texto por meio da repetição do sufixo –inha que, através da
Merecemos adjetivos velozes, produtivos, sonoridade, expressa depreciação.
enigmáticos. b) O emprego da vírgula que antecede o conectivo na
65 linha 5 não está de acordo com a norma padrão; seu uso foi
As “inhas” não moram mais aqui.
Foram para o espaço, sozinhas. decorrente da predominância da norma popular da língua.
c) Os dois pontos foram utilizados na linha 13 para indi-
(Disponível em: http://pensador.uol.com.br/ car a supressão da conjunção subordinativa causal.
frase/NTc1ODIy/ acesso em 28/03/14) d) O predomínio da função metalinguística da lingua-
gem no texto se manifesta nas interrogações presentes nas
1) (AFA – 2015) principal objetivo do texto é: linhas 1 e 21.
a) mostrar como as mulheres, após séculos de submis-
são,conquistaram o respeito masculino. 6) (AFA – 2015) Analise as assertivas feitas em relação
b) descrever um perfil feminino que não é mais desejá- ao que se discute no texto e as inferências possíveis acerca
vel nos dias de hoje. dessa discussão. Julgue-as como adequadas ou inadequa-
c) analisar o processo de libertação das mulheres que das. Em seguida, assinale a alternativa que contém apenas
hoje assumem o controle de suas vidas. assertivas adequadas.
d) instruir a mulher a não mais se adequar a um ideal I. As mulheres gostam de receber elogios e, quando
de submissão e passividade. os recebem, aceitam-nos e ficam mais receptivas não se
2) (AFA – 2015) Há, no texto, o predomínio da variante preocupando muito com a veracidade deles.
coloquial da língua. O único trecho abaixo que NÃO corro- II. A expressão “bom” (l.2) é própria da linguagem oral
bora com essa afirmativa é: e se encontra nesse texto escrito com o objetivo de chamar
a) “Nunca teve um chilique.” o leitor para estar mais próximo do locutor.
b) “Descreve aí uma mulher boazinha.” III. As expressões “e ela irá com a sua cara” (l.5 e 6),
c) “Pitchulinha é coisa de retardada.” “ela é um avião no mundo dos negócios l.17 e 18) e “quer
d) “Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo.” ver o mundo cair” (l.21) foram empregadas para tornar o
3) (AFA – 2015) Segundo o locutor, a mulher texto acessível a todo tipo de leitor, inclusive aos menos
escolarizados.
a) de qualquer época, adora ser lembrada principalmen-
IV. No trecho que vai das linhas 5 a 20, o texto se apre-
te por seus atributos físicos.
senta com características injuntivas, ou seja, instruem o lei-
b) era conformada com a situação na qual vivia, surgin-
tor a agir de uma forma que, segundo o locutor, irá causar
do assim, por exemplo, as patricinhas. boa impressão nas mulheres.
c) sempre ansiou expressar suas convicções, preferên- V. “Namoradinha do Brasil” era um título concedido a
cias e temperamentos. celebridades que se encaixavam no perfil de mulher “boa-
d) é chamada de boazinha porque gosta de cultivar a zinha”, ou seja, aquela que “nunca teve um chilique” (l.29)
imagem de serena, educada e santa. que “nunca colocou os pés num show de rock” (l.30), que
vivia “rodeada de panelinhas e nenezinhos” (l..38 e 39) e,
4) (AFA – 2015) Observe as inferências feitas a partir da principalmente, conservava-se solteira para manutenção
leitura global do texto e assinale a alternativa que contém do título.
uma afirmação INCORRETA. VI. As mulheres hoje em dia, para serem valorizadas,
a) “Diga que ela cozinha melhor que a sua mãe” (l.16) é não podem e não devem aceitar elogios que as associem
um argumento forte de valorização de uma mulher, já que às tarefas domésticas e aos seus atributos que não sejam
há uma crença de que os homens consideram suas mães aqueles relacionados à sua competência e ao seu novo pa-
sempre as melhores cozinheiras de suas vidas. pel na sociedade moderna.

153
LÍNGUA PORTUGUESA

a) I, IV e VI O passeio preferido da brasiliense


b) I, II, IV e V Neiriane Marcelli da Silva Costa, quando
c) I, II e IV criança, era acompanhar seu pai, suboficial
d) II, III e VI da Força Aérea Brasileira (FAB), nos desfiles
militares. Ela gostava de
7) (AFA – 2015) Assinale a alternativa que analisa
de maneira adequada a figura de linguagem utilizada. observar os aviões no céu e sonhava em estar
a) “Merecemos adjetivos velozes, produtivos, enigmá- um dia no lugar dos pilotos. “Eu me desiludia
ticos.” – Assonância. ao pensar que nunca poderia realizar meu
b) “... que ela é um avião no mundo dos negócios.” – 5 sonho, porque apenas homens pilotavam
Hipérbole. aviões militares”, diz Marcelli, hoje com 28
c) “Mas não pense que o jogo está ganho: manter o anos. Até o dia em que oficiais da FAB foram
cargo vai depender de sua perspicácia...” – Metáfora. ao
d) “Vivíamos em nosso mundinho, rodeadas de paneli- colégio dela para contar uma novidade:
nhas e nenezinhos.” – Eufemismo. a partir daquele ano, 2002, as meninas
também poderiam se inscrever no curso de
8) (AFA – 2015) Leia os fragmentos abaixo: Quieti- 10 oficiais aviadores. Marcelli se formou cinco
nhas, mas inquietas. (l.45) Ser boa é bom, ser boazinha é anos depois na Academia da Força Aérea
péssimo. (l.56) (AFA), integrou um esquadrão em Belém, no
I. O grau superlativo absoluto sintético foi utilizado Pará, e hoje
para estabelecer a diferença entre as mulheres boas e as ensina os cadetes da AFA, em Pirassununga,
boazinhas. interior de São Paulo. O ambiente, dominado
II. O paradoxo foi utilizado no primeiro fragmento por homens, nunca a intimidou. “Não pensei
para ressaltar a complexidade do comportamento femi- 15
se faria alguma diferença ser mulher. Era o
nino por meio da coexistência de aspectos opostos. que queria fazer.” A tenente Marcelli faz
III. Ambos os fragmentos apresentam como recursos parte de uma geração de
expressivos o jogo com palavras cognatas e o uso da ad- mulheres criadas para pensar que o limite
versidade. para elas é o mesmo que para os homens:
Estão corretas as alternativas: o céu. Algumas alcançaram essa fronteira
a) I, II e III. 20 literalmente, como Marcelli. Outras, no
b) I e III apenas. sentido figurado. Nunca as mulheres
c) II e III apenas. chegaram tão longe: à Presidência da
d) I e II apenas. República ou da

9) (AFA – 2015) Consideramos como elementos de Petrobrás, a maior empresa do país. As


coesão todas as palavras ou expressões que servem para conquistas, como sempre, dão origem a
novas e ainda mais ambiciosas aspirações. As
estabelecer elos, para criar relações entre os segmentos do 25
mulheres querem permanecer na liderança e
discurso. Nesse sentido, assinale a alternativa que apre-
avançar em muitas áreas. Elas conquistaram
senta uma análise INCORRETA.
um território dominado pelos
a) O vocábulo “enfim” (l.34) introduz uma conclusão
do que foi apresentado anteriormente e poderia ser subs- homens. Contaram com mudanças na
tituído por “não obstante” sem modificação semântica. sociedade (que permitiu mulheres oficiais
b) O conectivo “mas” l.13) provoca uma inversão no aviadoras) e com alta dose de determinação
sentido da argumentação que vinha sendo desenvolvida 30 pessoal. Suas histórias contêm lições para
até então. outras desbravadoras – e para os homens
c) “Isso” (ll.64) é um anafórico que abarca a totalidade também.
do que é ser mulher hoje. (...)
d) O vocábulo “até” (l.46) indica limite temporal.
(Época, número 823, 10 de março de 2014.
TEXTO II Editora Globo; p.60 – adaptado)
ELAS QUEREM O TOPÓ
10) (AFA – 2015) Assinale a alternativa que apresenta
(Marcela Buscato) uma inferência correta.
a) Na geração de Marcelli, não mais são encontradas
O sucesso de algumas mulheres pioneiras em áreas mulheres passivas e conformadas que se satisfazem com a
dominadas pelos homens mostra que elas podem chegar coadjuvância.
lá – e revela como isso anda difícil.

154
LÍNGUA PORTUGUESA

b) A conquista de Marcelli foi possível devido somente Para a responder às questões 15 e 16, leia o texto e
à sua grande determinação pessoal e coragem de enfrentar analise os gráficos abaixo.
desafios.
c) As mulheres já alcançaram o topo ao ocupar os mais TEXTO III
altos cargos como Presidência da República e da maior em- PALAVRAS DO COMANDANTE
presa brasileira.
d) Não há limites para a ambição feminina que se ali- “As mulheres estão conquistando
menta dos exemplos e das conquistas de desbravadoras cada vez mais espaço na Força Aérea
como Marcelli. Brasileira. Só em pensar que, em 2002,
o efetivo da FAB era composto por,
11) (AFA – 2015) Assinale a alternativa em que o vo- apenas, 3.249 mulheres e que hoje em
cábulo destacado relaciona uma oração que exerce função dia, já somam
sintática de natureza diferente das demais.
a) “ – e revela como isso anda difícil.” 9.250, isso mostra o quanto elas têm se
b) “Algumas alcançaram essa fronteira literalmente, esforçado para ajudar na defesa do país.
como Marcelli.” (P) E, aos poucos, elas alcançam patentes
c) “As conquistas, como sempre, dão origem a novas e 5 cada vez mais altas. Já existem, inclusive,
ainda mais ambiciosas aspirações.” mulheres Tenente-Coronel e, este ano, as
d) Como seu pai era suboficial da FAB, a carreira de pilo- primeiras aviadoras chegam ao posto de
to militar tornou-se uma grande aspiração na vida de Mar- Capitão. É
celli. bem possível que, no futuro, tenhamos
10 mulheres Coronel e, quem sabe, possam
12) (AFA – 2015) Assinale a alternativa correta no que chegar ao posto de Oficial-General.”
diz respeito ao uso ounão do acento indicativo de crase.
a) As conquistas originam às novas e ainda mais auda-
ciosas aspirações. (NOTAER, ano XXXVII/nº3, março de 2014,
b) Marcelli aspirava a carreira de piloto desde criança. p.3)
c) Algumas almejaram àquele limite e alcançaram-no.
d) Assistir a paradas militares era a diversão preferida
de Marcelli na infância.

13) (AFA – 2015) O primeiro parágrafo do texto é uma nar-


rativa que conta como Marcelli realizou o sonho da menina – hoje
uma das mulheres pioneiras como piloto militar na FAB. É típico
dessa construção textual a presença de discursos direto, indireto
e indireto livre. Assinale a alternativa em que o discurso apresen-
tado DIFERE dos demais.
a) “Eu me desiludia ao pensar que nunca poderia reali-
zar o meu sonho...” (l.6 e 7)
b) “... a partir daquele ano, 2002, as meninas poderiam
se inscrever no curso...” (l.10 a 12)
c) “... Não pensei se faria alguma diferença ser mulher.”
(l.17 e 18)
d) “ Era o que queria fazer.” (l.18)

14) (AFA – 2015) “Suas histórias contêm lições para


outras desbravadoras – e para os homens também.” (l.32
e 33)
Sobre o excerto é correto afirmar que
a) “suas histórias” retoma o exemplo das conquistas
feitas pela tenente Marcelli.
b) “outras desbravadoras” refere-se a outras histórias
que contêm lições de vida das mulheres vencedoras.
c) “e para os homens também” significa que as histó-
rias de mulheres pioneiras são exemplos para todos: mu-
lheres e homens, inclusive.
d) as histórias contêm lições tanto para as mulheres
quanto para os homens que sejam desbravadores. (Época, número 823, 10 de março de 2014. Editora Glo-
bo; p.64 -adaptado)

155
LÍNGUA PORTUGUESA

TEXTO I

Quarto de Despejo

“O grito da favela que tocou a consciência do mun-


do inteiro”

2 de MAIO de 1958. Eu não sou indolente. Há


tempos que eu pretendia fazer o meu diario.
Mas eu pensava que não tinha valor e achei
que era perder tempo.
...Eu fiz uma reforma para mim. Quero tratar
as pessoas
(NOTAER, ano XXXVII/nº3, março de 2014, p.7) que eu conheço com mais atenção. Quero
enviar sorriso amavel as crianças e aos
15) (AFA – 2015) Observando os gráficos e seus res- operarios.
pectivos textos, assinale a opção que traz uma análise cor- 5 ...Recebi intimação para comparecer as 8
reta. horas da noite na Delegacia do 12. Passei o
a) As palavras do Comandante vão ao encontro do ex- dia catando papel. A noite os meus pés doiam
posto no gráfico “A luta continua”. tanto que eu não podia andar.
b) O gênero feminino, como exposto no gráfico “Mu- Começou chover. Eu ia na Delegacia, ia levar
lheres na FAB”, tem mais chance de atingir cargos de chefia o José Carlos. A intimação era para ele. O José
na Força Aérea do que em outras profissões no restante Carlos tem 9 anos.
do Brasil. 10
c) O texto “Onde estão as mulheres?” e as palavras do 3 de MAIO. ...Fui na feira da Rua Carlos de
Comandante revelam, respectivamente, um crescimento Campos,
em massa da mulher no mercado de trabalho e na Força catar qualquer coisa. Ganhei bastante verdura.
Aérea Brasileira. Mas ficou sem efeito, porque eu não tenho
d) Em relação ao revelado no gráfico “Comparação In- gordura. Os meninos estão nervosos por não
ternacional”, pode-se afirmar que a entrada de mulheres 15
ter o que comer.
no mercado de trabalho é diretamente proporcional à sua 6 de MAIO. De manhã não fui buscar agua.
ascensão profissional. Mandei o
João carregar. Eu estava contente. Recebi outra
16) (AFA – 2015) Marque a opção em que a reescrita intimação. Eu estava inspirada e os versos eram
de trechos retirados dos textos indicados ao lado de cada bonitos e eu esqueci de ir na Delegacia. Era 11
alternativa permanece de acordo com a norma padrão da 20 horas quando eu recordei do convite do ilustre
língua portuguesa. tenente da 12ª Delegacia.
a) No Brasil, existe menos cargos de chefia ocupados ...o que eu aviso aos pretendentes a política,
por mulheres do que em outros países. (o verbo “existir” é é que o
sinônimo do verbo “haver”, substituindo-o acima correta- povo não tolera a fome. É preciso conhecer a
mente). – “Onde estão as mulheres?” fome para
b) Nos últimos anos, o número de cargos de chefia saber descrevê-la.
25
ocupados por mulheres no Brasil caíram quase pela meta- Estão construindo um circo aqui na Rua
de. (o verbo “cair” concorda, por atração, com o substanti- Araguaia, Circo
vo plural “cargos”). – “A luta continua” Theatro Nilo.
c) ... este ano, as primeiras aviadoras chegam no posto 9 de MAIO. Eu cato papel, mas não gosto.
de Capitão. (a substituição de “ao” para “no” é possível em Então eu
casos em que o verbo “chegar” não indica lugar físico). – penso: Faz de conta que estou sonhando.
“Palavras do Comandante” - (l. 8 e 9) 30
d) Só de pensar que, em 2002, o efetivo da FAB era 10 de MAIO. Fui na Delegacia e falei com o
composto por... (a preposição “em” pode ser substituída Tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse
corretamente pela preposição “de”). – “Palavras do Coman- que ele era tão
dante” - (l. 2 e 3) amavel, eu teria ido na Delegacia na primeira
intimação. (...) O Tenente interessou-se pela
AFA – 2016 educação dos meus filhos. Disse-me que
35 a favela é um ambiente propenso, que as
ATENÇÃO: O TEXTO ABAIXO FOI TRANSCRITO COMO pessoas tem mais possibilidades de delinquir
NO ORIGINAL E OS DESVIOS DA NORMA PADRÃO, NELE do que tornar-se util a patria e ao país. Pensei:
PRESENTES, SERÃO OBJETOS DE ANÁLISE DESTA PROVA. se ele sabe

156
LÍNGUA PORTUGUESA

disso, porque não faz um relatorio e envia “Dona Ida peço-te se pode me arranjar um
para os politicos? O Senhor Janio Quadros, o pouquinho de gordura, para eu fazer sopa
Kubstchek, e o Dr Adhemar de Barros? Agora para os meninos. Hoje choveu e não pude
40 85
falar para mim, que sou uma pobre lixeira. Não catar papel. Agradeço. Carolina” (...) Choveu,
posso resolver nem as minhas dificuldades.(...) esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a
O Brasil precisa ser dirigido por uma gente come mais. A Vera começou a pedir
pessoa que já passou fome. A fome tambem comida. E eu não tinha. Era a reprise do
é professora. Quem passa fome aprende a espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros.
pensar no proximo e nas crianças. Pretendia comprar um pouco de farinha para
45 90
fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha
11 de MAIO. Dia das mães. O céu está azul e a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9
branco. horas da noite quando comemos.
Parece que até a natureza quer homenagear as E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava
95
mães que atualmente se sentem infeliz por não contra a escravatura atual – a fome!
realizar os desejos de seus filhos. (...) O sol vai
50
galgando. Hoje não vai chover. Hoje é o nosso
dia. (...) A D. Teresinha veio visitar-me. Ela deu- (DE JESUS, Carolina Maria. Quarto de Despejo.)
me 15 cruzeiros. Disse-me que era
para a Vera ir no circo. Mas eu vou deixar o 1) (AFA – 2016) O título do livro “Quarto de Despe-
dinheiro para comprar pão amanhã, porque jo” pode sugerir algumas inferências. Assinale aquela que
eu só tenho 4 cruzeiros.(...) Ontem eu ganhei NÃO pode ser comprovada pelo relato.
55 a) O ambiente onde escreve Carolina assemelha-se a
metade da cabeça de um porco no frigorifico.
Comemos a carne e guardei os ossos para um quarto de despejo.
ferver. E com o caldo fiz as batatas. Os meus b) Tal qual os objetos que Carolina recolhe nas ruas, ela
filhos estão sempre com fome. Quando eles e seus filhos são restos ignorados pelo poder público.
passam muita fome eles não são exigentes no c) Os relatos da vida da autora são comparados aos
paladar. (...) Surgiu a noite. As estrelas estão pertences deixados em um quarto de despejo.
60 d) Há uma alusão ao local onde vivem as pessoas que
ocultas. O barraco estácheio de pernilongos.
Eu vou acender uma folha de jornal e passar trabalham com serviços domésticos em casas de luxo.
pelas paredes. É assim que os favelados
matam mosquitos. 2) (AFA – 2016) Diário é um gênero textual no qual
são registrados acontecimentos cotidianos com base em
13 de MAIO. Hoje amanheceu chovendo. É um uma perspectiva pessoal. A partir dessa definição é correto
dia afirmar que, no texto,
65 a) o vocabulário utilizado vai de encontro às caracterís-
simpatico para mim. É o dia da Abolição. Dia
que ticas de relatos pessoais.
comemoramos a libertação dos escravos. Nas b) a linguagem utilizada foi inadequada.
prisões c) a incorreção de alguns aspectos gramaticais ajuda a
os negros eram os bodes expiatorios. Mas os dar autenticidade a ele.
brancos agora são mais cultos. E não nos trata d) não há elementos suficientes que o caracterizem
com desprezo. Que Deus ilumine os brancos como um diário.
70
para que os pretos sejam feliz. (...) Continua
chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A chuva 3) (AFA – 2016) Por meio do discurso de Carolina Maria
está forte. Mesmo assim, mandei os meninos de Jesus, percebemos marcas de preconceitos existentes
para a escola. Estou escrevendo até passar na época em que ela escreveu seu texto. Assinale a opção
a chuva para mim ir lá no Senhor Manuel que ilustra explicitamente essa marca.
vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros a) “Fui na feira da Rua Carlos de Campos, catar qual-
75
vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou quer coisa. Ganhei bastante verdura.”
um pouco. Vou sair. (...) Eu tenho dó dos meus b) “Eu vou acender uma folha de jornal e passar pelas
filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles paredes. É assim que os favelados matam os mosquitos.”
brada: Viva a mamãe!. A manifestação agrada- c) “Eu tenho dó dos meus filhos. Quando eles vê as
me. Mas eu já perdi o habito de sorrir. Dez coisas de comer eles brada: Viva a mamãe!”
80 minutos depois eles querem mais comida. Eu d) “Nas prisões os negros eram os bodes expiatorios.
mandei o João pedir um pouquinho de gordura Mas os brancos agora são mais cultos. E não nos tratam
a Dona Ida. Mandei-lhe um bilhete assim: com desprezo.”

157
LÍNGUA PORTUGUESA

4) (AFA – 2016) Pode-se afirmar que um recorrente c) “...as pessoas tem mais possibilidades de delinquir
problema encontrado no texto, no que se refere ao uso da do que tornar-se util a patria e ao país.”
língua padrão, está relacionado à acentuação gráfica. Assi- d) “É preciso conhecer a fome para saber descrevê-la.”
nale a alternativa em que esse fato NÃO ocorre.
a) “...as pessoas tem mais possibilidades de delinquir...” 9) (AFA – 2016) Atente para o excerto abaixo e para as
b) “Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer afirmativas que a ele se referem.
um virado.” “Parece que até a natureza quer homenagear as mães
c) “Nas prisões os negros eram os bodes expiatorios.” que atualmente se sentem infeliz por não realizar os dese-
d) “...os meus pés doiam tanto que eu não podia an- jos de seus filhos.”
dar.” I) De acordo com a experiência de vida de Carolina,
todas as mães se sentem infelizes, pois não têm meios de
5) (AFA – 2016) Assinale a opção cuja reescrita ficou realizar os desejos de seus filhos.
totalmente de acordo com as regras gramaticais da Língua II) A mudança de posição do vocábulo até [Parece até
Portuguesa. que a natureza quer homenagear...] não provoca mudança
a) “Parece que até a natureza quer homenagear as semântica e sintática no enunciado.
mãesque atualmente se sentem infeliz...” – Parece que até III) O verbo realizar, para atender à norma padrão da
anatureza quer homenagear as mães que, atualmente,sen- língua, deverá ser flexionado, tendo em vista que o seu su-
tem-se infelizes... jeito está claro na oração.
b) “Quando eles vê as coisas de comer eles brada.” – Está (ão) correta (s) a (s) afirmação (ões) feita (s) em:
Quando eles vêm as coisas de comer, eles bradam. a) III apenas.
c) “Eu estava inspirada e os versos eram bonitos e eu b) II apenas.
esqueci de ir na Delegacia” – Eu estava inspirada; os versos c) I, II e III.
eram bonitos e eu esqueci de ir à delegacia. d) I e II apenas.
d) “Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouqui-
nho de gordura, para eu fazer sopa para os meninos.” – TEXTO II
Dona Ida peço-lhe se pode me arranjar um pouquinho de
gordura, para eu fazer sopa para os meninos. FAVELÁRIO NACIONAL

6) (AFA – 2016) Assinale a alternativa abaixo em que os Carlos Drummond de Andrade


períodos NÃO apresentam relação de causa e consequên-
cia entre si. Quem sou eu para te cantar, favela,
a) “O barraco está cheio de pernilongos. Eu vou acen-
Que cantas em mim e para ninguém
der uma folha de jornal e passar pelas paredes.”
a noite inteira de sexta-feira
b) “Quando eles passam muita fome eles não são exi-
gentes no paladar.” e a noite inteira de sábado
c) “Surgiu a noite. As estrelas estão ocultas.” E nos desconheces, como igualmente não te
d) “A chuva passou um pouco. Vou sair.” conhecemos?
5 Sei apenas do teu mau cheiro:
7) (AFA – 2016) Quanto ao uso da crase, percebe-se Baixou em mim na viração,
pela escrita de Carolina Maria de Jesus, que, nos trechos direto, rápido, telegrama nasal
destacados abaixo, ela não foi utilizada, infringindo, dessa
forma, a regra gramatical. Assinale a opção em que a crase anunciando morte... melhor, tua vida.
NÃO deveria ocorrer obrigatoriamente. ...
a) “Quero enviar sorriso amavel as crianças e aos ope- 10 Aqui só vive gente, bicho nenhum
rarios.” tem essa coragem.
b) “...o que eu aviso aos pretendentes a política, é que ...
o povo não tolera a fome.” Tenho medo. Medo de ti, sem te conhecer,
c) “A noite os meus pés doiam tanto que eu não podia
Medo só de te sentir, encravada
andar...”
d) “Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura 15 Favela, erisipela, mal-do-monte
a Dona Ida.” Na coxa flava do Rio de Janeiro.

8) (AFA – 2016) Quanto ao uso dos pronomes, assina- Medo: não de tua lâmina nem de teu revólver
le a opção que traz uma INFRAÇÃO à norma padrão da nem de tua manha nem de teu olhar.
língua. Medo de que sintas como sou culpado
a) “Estou escrevendo até passar a chuva para mim ir lá 20
e culpados somos de pouca ou nenhuma
no Senhor Manuel vender os ferros.”
irmandade.
b) “Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-
me a banha e arroz.” Custa ser irmão,

158
LÍNGUA PORTUGUESA

custa abandonar nossos privilégios c) “vês que perdi o tom e a empáfia do começo?”
d) “Aqui só vive gente, bicho nenhum/ tem essa cora-
e traçar a planta
gem.”
25 da justa igualdade.
Somos desiguais 14) (AFA – 2016) Nos versos abaixo, percebe-se que
e queremos ser foram utilizadas figuras de linguagem, enfatizando o sen-
sempre desiguais. timento do eu-lírico. Porém, há uma opção em que não se
E queremos ser verifica esse fato. Assinale-a.
30 bonzinhos benévolos a) “Baixou em mim na viração / direto, rápido, telegra-
comedidamente ma nasal”
b) “Medo: não de tua lâmina nem de teu revólver”
sociologicamente
c) “Aqui só vive gente, bicho nenhum”
mui bem comportados. d) “Favela, erisipela, mal-do-monte”
Mas, favela, ciao,
35 que este nosso papo 15) (AFA – 2016) Assinale a alternativa em que a fun-
está ficando tão desagradável. ção sintática exercida pela oração em destaque está corre-
vês que perdi o tom e a empáfia do começo? tamente indicada.
a) “Medo de que sintas como sou culpado” – Adjunto
40 ...
adverbial
b) “Custa ser seu irmão” - Objeto direto
(ANDRADE, Carlos Drummond de, Corpo. Rio c) “...telegrama nasal anunciando morte...” – Adjunto
de Janeiro: Record, 1984) adnominal
d) “Medo só de te sentir, encravada” - Objeto indireto
10) (AFA – 2016) Os versos que resumem o real motivo
do sentimento do eu-lírico em relação à “favela” são: GABARITO – AFA - 2009-2016
a) “Medo de que sintas como sou culpado”
b) “Tenho medo. Medo de ti, sem te conhecer,” 2009-2010 2011 2012
c) “Medo só de te sentir, encravada / Na coxa flava do 1 D 1 B 1 D
Rio de Janeiro”
d) “Sei apenas do teu mau cheiro:” 2 A 2 D 2 D
3 D 3 A 3 A
11) (AFA – 2016) Nos versos: “Mas, favela, ciao, / que 4 B 4 B 4 B
este nosso papo / está ficando tão desagradável / vês que
perdi o tom e a empáfia do começo?”, verifica-se a presen- 5 A 5 A 5 C
ça das funções de linguagem 6 A 6 D 6 B
a) apelativa e referencial.
b) poética e referencial. 7 D 7 C 7 D
c) metalinguística e apelativa. 8 A 8 B 8 A
d) fática e emotiva. 9 B 9 C 9 D
12) (AFA – 2016) Para o eu-lírico a situação precária de 10 B 10 A 10 B
vida dos moradores da favela é causada, principalmente, 11 D 11 B 11 B
pela (o) (s)
a) condições sanitárias do ambiente em que vivem. 12 C 12 D 12 D
b) violência do ambiente, representada no poema pela 13 B 13 D 13 A
lâmina e revólver. 14 B 14 C
14 C
c) descaso que os mais abastados têm em mudar a rea-
lidade social do país. 15 D 15 A 15 B
d) qualidade de vida dos moradores que está aquém 16 C 16 C 16 B
dados bichos.
17 B 17 B 17 D
13) (AFA – 2016) Em uma das opções abaixo, percebe- 18 D 18 D 18 B
se que o verbo foi utilizado de forma coloquial, não seguin- 19 D
19 A 19 C
do a rigidez imposta pelas regras gramaticais. Assinale a
opção em que há essa ocorrência. 20 C 20 A
a) “E nos desconheces, como igualmente não te co-
nhecemos?”
b) “Custa ser irmão/ custa abandonar nossos privilé-
gios”

159
LÍNGUA PORTUGUESA

Rebento, a reação imediata


2013 2014 2015 2016
A cada sensação de abatimento.
1 D 1 B 1 A 1 D Rebento, o coração dizendo “bata”,
2 B 2 C 2 D 2 C A cada bofetão do sofrimento.
Rebento, esse trovão dentro da mata
3 C 3 B 3 C 3 D E a imensidão do som desse momento.
4 B 4 C 4 B 4 B
As questões de 01 a 04 referem-se ao texto acima.
5 A 5 C 5 A 5 A
6 B 6 A 6 C 6 C 1) (EEAR - 2010) Com base na leitura do texto, assinale
7 C 7 C 7 D a alternativa correta.
7 C a) A palavra rebento recebe várias definições no texto,
8 C 8 A 8 A 8 A considerando seu valor como substantivo e como verbo.
9 D 9 A 9 A b) O autor analisa a palavra rebento observando ape-
9 A
nas o seu sentido denotativo.
10 C 10 C 10 D 10 A c) O autor analisa a palavra rebento observando apenas
11 B 11 D 11 A 11 D o seu sentido conotativo.
d) A palavra rebento é analisada apenas como um
12 B 12 C 12 C
12 D substantivo.
13 A 13 B 13 B 13 B
14 D 14 C 14 C 2) (EEAR - 2010) Em qual dos versos abaixo a palavra
14 C rebento foi empregada no sentido de “reagir, tomar uma
15 D 15 C 15 C atitude”?
16 B a) Tudo o que nasce é rebento.
16 D b) Rebento raro como flor na pedra.
17 C c) Rebento farto como trigo ao vento.
18 A d) Rebento, o coração dizendo: Bata! A cada bofetão do-
sofrimento.
19 C
3) (EEAR - 2010) Relacione os versos abaixo enumera-
dos aos que se colocam à disposição logo a seguir, consi-
derando a correspondência de sentido entre eles. Depois,
assinale a alternativa correta.
EEAR - 2010 A 2016 1- “Rebento, tudo que nasce é rebento,”
2- “Tudo (...) que medra,”
EEAR 2010 3- “(Rebento) Como acidente em forno radioativo.”
4- “...rebento simplesmente/No presente do indicati-
Rebento vo,”
( ) “Rebento farto como trigo ao vento.”
Gilberto Gil ( ) “(Rebento) Como uma estrela nova e seu barato”
( ) “(Rebento) Às vezes, mesmo perigosamente,”
Rebento, substantivo abstrato, ( ) “(Rebento) Às vezes somente porque estou vivo.”
a) 2, 1, 3, 4
O ato, a criação, o seu momento,
b) 1, 4, 3, 2
Como uma estrela nova e seu barato
c) 3, 1, 4, 2
Que só Deus sabe lá no firmamento.
d) 2, 3, 4, 1
Rebento, tudo que nasce é rebento, 4) (EEAR - 2010) Com relação ao texto, é incorreto
Tudo que brota, que vinga, que medra, afirmar que
Rebento raro como flor na pedra, a) desenvolve, em sua totalidade, idéia de ciclo entre
Rebento farto como trigo ao vento. vida e morte, como bem ilustra o verso “Tudo que brota,
que vinga, que medra,”.
Outras vezes rebento simplesmente b) torna-se rico em imagens poéticas devido à possi-
No presente do indicativo, bilidade de explorar morfológica e sintaticamente o termo
Como a corrente de um cão furioso, rebento.
Como as mãos de um lavrador ativo. c) predominam em suas construções a idéia de supera-
Às vezes, mesmo perigosamente, ção, força, coragem, como confirma o verso “Rebento raro
Como acidente em forno radioativo, como flor na pedra”.
Às vezes, só porque fico nervoso, d) representa circunstâncias da vida humana, das mais
Rebento. comuns às mais raras, os momentos de nascimento, explo-
Às vezes somente porque estou vivo. são, superação, evolução, sofrimento, transformação.

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LÍNGUA PORTUGUESA

5) (EEAR - 2010) Leia: 9) (EEAR - 2010) Assinale a alternativa cuja sequência


“A liberdade que não faz uma coisa porque teme o casti- enumera corretamente as conjunções em destaque.
go não está ‘eticizando-se’.” (Paulo Freire) Paulo Freire vale- ( ) Ela me abordou com tanta violência que eu nem
se das aspas no termo eticizando-se porque cria um verbo consegui reagir.
a partir do substantivo ética. Quanto à sua grafia, podes e ( ) Que ela é uma pessoa imprevisível, todo mundo
dizer que o autor sabe.
a) tem liberdade de, no sufixo, escolher entre as letras ( ) Desligue esse rádio agora, que eu quero dormir.
Z ou S, porque esse verbo não existe. ( ) A família tem medo de que ela engravide.
(1) conjunção adverbial consecutiva
b) apoiou sua criação na correta norma gramatical que
(2) conjunção coordenativa explicativa
determina o uso do sufixo -izar para a formação de verbos.
(3) conjunção integrante
c) desviou-se propositadamente da regra gramatical, a) 1-2-2-3
que determina o uso do sufixo -isar na formação de verbos, b) 1-3-2-3
porque fala de falsa ética. c) 2-1-3-1
d) só poderia utilizar a letra Z, porque determina a gra- d) 3-2-1-2
mática o uso do sufixo -izar para a formação de verbos 10) (EEAR - 2010) Observe: As provocações dos estu-
derivados de substantivos abstratos. dantes aos professores causaram forte reação do diretor.
Em relação à função sintática dos termos destacados,
6) (EEAR - 2010) Considere a frase: Pedi ajuda a ela, coloque falso (F) ou verdadeiro (V) para as afirmações que
pois precisava entregar a ficha de avaliação do aluno. A di- seguem.
retoria estava a espera desse documento. Dentre as ocor- ( ) I. dos estudantes é um adjunto adnominal que indica
rências destacadas, apenas uma deve receber o acento in- o agente de uma ação.
dicativo de crase. Marque a alternativa que apresenta essa ( ) II. aos professores é complemento nominal que indi-
ocorrência. ca o paciente/alvo de uma ação.
a) a ela ( ) III. do diretor é complemento nominal, pois é um
b) a ficha termo que exprime idéia de posse.
c) a espera A alternativa com a seqüência correta é:
a) V – V – F
d) A diretoria
b) V – F – V
c) F – F – F
7) (EEAR - 2010) Leia o texto abaixo, do qual foram d) F – V – F
retirados os sinais de pontuação, e, a seguir, assinale a al-
ternativa incorreta quanto às opções para pontuá-lo, uma 11) (EEAR - 2010) Classifique os verbos da estrofe
vez que desconsidera as regras estabelecidas pela gramá- abaixo em regulares ou irregulares e assinale a seqüência
tica. correta.
“Francisca tinha me falado tanto no ossuário disse Le- “ Cavaleiro das armas escuras,
vindo como esconderijo confesso que não há melhor.” Onde vais pelas terras impuras?
a) Francisca tinha me falado tanto no ossuário! Disse Com a espada sangüenta na mão?
Levindo: – Como esconderijo confesso que não há melhor. Por que brilham teus olhos ardentes
b) “Francisca tinha me falado tanto no ossuário!”, disse E gemidos nos lábios frementes
Levindo. “Como esconderijo confesso que não há melhor.” Vertem fogo do teu coração?”
c) – Francisca tinha me falado tanto no ossuário – disse a) regular - irregular - irregular
Levindo. – Como esconderijo confesso que não há melhor. b) irregular - regular - irregular
d) – Francisca tinha me falado tanto no ossuário, disse c) irregular - regular - regular
Levindo. – Como esconderijo confesso que não há melhor. d) regular - irregular - regular

12) (EEAR - 2010) Observe as seguintes manchetes


8) (EEAR - 2010) Observe o texto abaixo:
de jornal:
O despertar no campo me deixou renovado. O canto dos
I- Os traficantes invadiram as escolas do bairro.
pássaros despertou em mim a sensação de liberdade, mas II- As escolas do bairro foram invadidas pelos trafican-
infelizmente tenho que voltar à realidade: amanhã é segun- tes. Quanto à flexão de voz dos verbos que aparecem nas
da- -feira, e a vida retoma seu ritmo normal. Assinale a al- duas frases, é incorreto afirmar que
ternativa que apresenta uma informação incorreta. a) as duas manchetes dão a mesma informação, apesar
a) As palavras liberdade e realidade possuem sufixos. de estarem os verbos de cada uma delas empregados em
b) Segunda-feira é uma palavra formada pelo processo vozes verbais diferentes.
de composição por justaposição. b) na primeira oração, o verbo está na voz ativa, e o
c) A palavra infelizmente é formada pelo processo de sujeito os traficantes é agente (pratica a ação).
derivação parassintética. c) o sujeito da segunda oração recebe a ação (é pacien-
d) Despertar é um exemplo de derivação imprópria, e te); o verbo está, portanto, na voz passiva.
canto é uma palavra formada pelo processo de derivação d) quem pratica a ação na voz ativa não continua pra-
regressiva. ticando na voz passiva.

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LÍNGUA PORTUGUESA

13) (EEAR - 2010) Leia: 18) (EEAR - 2010) A frase “Marcela é a mais edu-
Como o combate ao tabagismo é quase um consenso cada de todas as alunas da classe.” apresenta adjetivo
universal, estou intuindo que as autoridades estejam sofren- flexionado no grau
do pressões, por isso elas tratam essa questão com morosi- a) superlativo absoluto analítico.
dade. b) superlativo absoluto sintético.
Analisando o texto acima, é correto afirmar que há, res- c) comparativo de superioridade.
pectivamente, uma oração d) superlativo relativo de superioridade.
a) adverbial comparativa, uma oração principal, uma
oração adjetiva explicativa e uma oração coordenada sin- 19) (EEAR - 2010) Alma minha gentil, que te partiste
dética conclusiva. Tão cedo desta vida descontente
b) adverbial causal, uma oração principal, uma oração Repousa lá no Céu eternamente,
substantiva objetiva direta e uma oração coordenada sin- E viva eu cá na terra sempre triste
dética conclusiva. Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação in-
c) adverbial causal, uma oração coordenada assindéti- correta sobre os termos destacados no texto.
ca, uma oração adjetiva restritiva e uma oração coordena- a) O advérbio cedo exprime o mesmo tipo de circuns-
da sindética explicativa. tância que os advérbios eternamente e sempre.
d) adverbial conformativa, uma oração principal, uma b) lá e triste são advérbios: o primeiro exprime circuns-
oração substantiva objetiva direta e uma oração subordi- tância de lugar, e o segundo, de modo.
nada adverbial consecutiva. c) tão é um advérbio de intensidade que está modifi-
cando o advérbio de tempo cedo.
14) (EEAR - 2010) Analise sintaticamente as duas ora- d) lá e cá são advérbios que exprimem circunstância
ções destacadas no texto “O assaltante pulou o muro, mas de lugar.
não penetrou na casa, nem assustou seus habitantes.” A
seguir, classifique-as, respectivamente, como coordenadas 20) (EEAR - 2010) Leia:
a) adversativa e aditiva. Apenas 20% do eleitorado assistiram ao debate entre
b) explicativa e aditiva.
os dois candidatos. O eleitor que, alguma vez, já assistiu ou
c) adversativa e alternativa.
ouviu o horário político deve lembrar que ele pode decidir
d) aditiva e alternativa.
uma eleição.
O voto consciente implica uma sociedade melhor.
15) (EEAR - 2010) Considere os substantivos destaca-
No texto acima, há um erro de regência verbal. Que
dos nas frases abaixo:
alternativa apresenta a passagem com esse erro?
I- O jovem mostrava orgulhoso os troféus que conquis-
a) “... assistiram ao debate..”
tara.
II- O salão estava enfeitado de balõezinhos coloridos. b) “... implica uma sociedade melhor.”
III- Os colegas de classe eram verdadeiros amigos-da c) “... assistiu ou ouviu o horário político...”
-onça. d) “... deve lembrar que ele pode decidir uma eleição.”
Está correta a flexão de número do substantivo des-
tacado 21) (EEAR - 2010) Coloque certo (C) ou errado (E)
a) em I, II, III. para a classificação do sujeito e, a seguir, assinale a se-
b) apenas em I e II. qüência correta.
c) apenas em II e III. 1- ( ) A guerra do Vietnã é retratada no filme Corações
d) apenas em I e III. e Mentes. (composto)
2- ( ) A pobreza leva multidões a migrar para nações
16) (EEAR - 2010) Coloque certo (C) ou errado (E) ricas. (simples)
quanto à concordância nominal nas orações “A padaria 3- ( ) Choveram idéias no debate sobre ecologia. (ora-
proporcionava aos clientes torta e café saborosos ( ). Por isso, ção sem sujeito)
eram sempre elogiados talentoso cozinheiro e ( ).” A seguir, 4- ( ) Perguntaram por você na balada. (indeterminado)
assinale a seqüência correta. a) E-C-E-C
a) C - E b) E-C-C-E
b) E - C c) C-E-E-C
c) C - C d) C-E-C-E
d) E - E
22) (EEAR - 2010) Em “Joana levantou-se aborreci-
17) (EEAR - 2010) Assinale a alternativa em que a da naquela manhã. A atitude de suas colegas magoou-a.
concordância verbal está inadequada. A decepção foi inevitável.”, os termos destacados classifi-
a) Não foi alcançado rio nem mata. cam-se, respectivamente, em predicado
b) Somos nós que destrói a natureza. a) nominal, verbal, nominal
c) A maioria dos funcionários não aceitou a explicação. b) verbal, verbo-nominal, verbal
d) Não foram os cidadãos quem reclamou do proble- c) verbo-nominal, verbal, nominal
ma do trânsito. d) verbo-nominal, nominal, verbo-nominal

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23) (EEAR - 2010) Em “Cuidado com as palavras, Fer- 10 intrincada realidade que vivemos: ler o
nando, pois os estudantes da avenida Peixoto podem não mundo é engendrar o humano. Já o co-
gostar. E você sabe muito bem o que poderá acontecer-lhe, nhecimento é desvelado a quem lê num
amigo!”, os termosdestacados classificam-se, respectiva- encontro cosmogônico, ou seja, pela leitura
mente, como o universo se abre ao homem. Finalmente,
a) vocativo – aposto – aposto. no diálogo linguístico, o leitor encontrará o
b) vocativo – aposto – vocativo. sêmen que fecundará a
c) aposto – vocativo – aposto.
d) aposto – vocativo – vocativo. 15 criação transfigurada na escrita.
Assim, podemos dizer que a leitura é
24) (EEAR - 2010) Reconheça, entre as alternativas mestra-mãe
abaixo, aquela que apresenta características do discurso da escrita, ela alimenta em seu seio o texto
indireto livre. que nasce.
a) “Era uma vez uma realidade(...)/ E as ovelhas baliam
que linda que está/ a re a re a realidade”
(Sandra Aparecida da Silva)
b) “eu melhor compreendo agora teus blues nesta hora
triste da raça branca, negro, Negro! Olá, Negro!”
As questões de 01 a 04 referem-se ao texto acima.
c) “De súbito ali ao pé do poço Ana Terra teve a im-
1) (EEAR - 2011) Assinale a alternativa que melhor con-
pressão de que não estava só (...) Esquisito. Ela não via nin-
templa a ideiacontida no primeiro parágrafo.
guém, mas sentia uma presença estranha.”
a) A escrita fornece elementos e recursos linguísticos
d) “Maria, filha de Maria, a filha de/ Maria, tem trinta e
que enriquecem e norteiam a leitura.
um desgostos./Lava a roupa, lava a louça, varre/que varre,
b) Leitura e escrita se fundem e se confundem, contu-
e a patroa – Jesus,Maria, José! –/ a patroa reclamando.
do, em determinadas situações, uma pode viver longe da
outra.
25) (EEAR - 2010) Leia o texto abaixo:
c) A escrita é possível por meio da leitura, uma vez que
“Com humildade, a mulher rezava: ‘Ó Tu, que conheces
esta fornece elementos que servem de sustentação para
meu coração. Entrego-o a Ti. Por mim, ele não pode ser
aquela.
comandado. Eu, tão pequena, que tropeço tanto. Cami-
d) Torna-se bom escritor somente aquele que tem
nha
grande domínio dos recursos linguísticos e das regras gra-
comigo, para que eu seja Tua.”
maticais.
Assinale a alternativa que contém a seqüência de pro-
nomes com as seguintes funções: agente da passiva, su-
2) (EEAR - 2011) Leia:
jeito, vocativo, predicativo do sujeito, objeto direto.
É praticamente impossível que um leitor sensível não
a) por mim, ele, Tu, Tua, o
se torne um bom escritor. (linhas 4 e 5)
b) que, Tu, comigo, a Ti, ele
De acordo com o texto, um leitor sensível é aquele que
c) comigo, que, Tua, a Ti, Tu
a) tem a possibilidade de se tornar um bom escritor,
d) a Ti, ele, eu, por mim, meu
pois consegue fazer uma análise crítica e profunda do tex-
to.
b) se deixa influenciar pelas sensações externas e não
EEAR 2011
consegue expressar as suas opiniões.
c) é intenso em seus sentimentos e que vive suas emo-
Ler ajuda a escrever?
ções sem medir as consequências.
d) se sente ofendido com o conteúdo de alguns textos.
1 Os olhos do leitor sustentam as mãos do
escritor. 3) (EEAR - 2011) Considerando os três pilares citados
A leitura e a escrita estão intimamente liga- no texto, marque (1) para criticidade, (2) para conhecimen-
das porque a primeira nutre a segunda. to e (3) para apreensão da língua.
É praticamente impossível que um leitor ( ) A leitura dá ao homem a possibilidade de desvendar
sensível o universo.
5 não se torne um bom escritor. Quem lê nor- ( ) Quem lê tem maior capacidade para compreender o
teia sua escrita sobre três pilares: o da critici- ser humano e todas as suas complexidades.
dade, o do conhecimento e o da apreensão ( ) O contato com a leitura permite ao escritor criar
da língua. Quanto ao pilar da criticidade, bons textos.
podemos dizer que a leitura crítica permite-
-nos uma melhor compreensão da

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LÍNGUA PORTUGUESA

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência 8) (EEAR - 2011) Assinale a alternativa em que o termo
correta. como introduz uma oração subordinada adverbial causal.
a) 3, 1, 2 a) Como devemos agir em caso de intoxicação alimentar?
b) 2, 1, 3 b) Como poucas pessoas compareceram, a reunião foi
c) 3, 2, 1 remarcada para a próxima semana.
d) 1, 3, 2 c) Como uma criança que ganha um brinquedo, ela rea-
giu quando reencontrou os velhos amigos.
4) (EEAR - 2011) Leia: d) Como rastilho de pólvora, a notícia do suicídio do pre-
feitos e espalhou por todo o vilarejo.
O conhecimento é desvelado a quem lê num encontro
cosmogônico... (linhas 11 e 12)
9) (EEAR - 2011) Leia:Nos últimos tempos, a ocorrência de
De acordo com o texto, qual o sentido que não pode
brigas tem prejudicado o aprendizado dos alunos.
ser atribuído ao termo destacado acima? Assinale a alternativa que apresenta o sujeito do período
a) esclarecido acima e sua classificação.
b) elucidado a) últimos tempos – sujeito determinado simples
c) revelado b) a ocorrência de brigas – sujeito determinado simples
d) ocultado c) a ocorrência de brigas – sujeito determinado composto
d) o aprendizado dos alunos – sujeito determinado com-
5) (EEAR - 2011) Considere os pronomes das frases: posto
I- Senhor Ministro, gostaria de vos colocar uma per-
gunta: Sua Excelência acredita realmente que Vossa Majes- 10) (EEAR - 2011) Assinale a alternativa que contém uma
tade, a rainha, aceitará as denúncias? metonímia.
II- Devo alertar-te que, devido à falta de confiança en- a) Você é isto: uma nuvem calma.
tre mim e b) Vejo a lua dizendo pro sol: “Eu sou sua namorada”.
ti, tivemos muitas falhas no ensaio da peça teatral. c) Durante o tumulto, pezinhos infantis são levados para
III- Pediram para mim marcar a data da viagem ao Mé- umlugar tranquilo.
xico, mas antes quero encontrar os amigos para combinar d) Seus doces olhos são lindos espelhos d’água brilhando
os detalhes. sem parar para a vida.
Está (ão) de acordo com o padrão culto da língua ape-
11) (EEAR - 2011) Leia:
nas
A caminhada, uma atividade aeróbica saudável, traz gran-
a) I e II. des benefícios ao corpo e à mente. Com a idade avançando,
b) II e III. nós, limitados mortais, uma vez que não podemos interromper
c) I. o tempo, devemos caminhar todos os dias.
d) II. Quanto ao emprego das vírgulas no texto acima, assinale
a alternativa com a afirmação incorreta.
6) (EEAR - 2011) Assinale a alternativa que apresenta, a) A primeira e a segunda vírgulas separam elementos de
de acordo com a norma culta formal, um erro de regência um sujeito composto.
verbal. b) A terceira vírgula separa uma oração subordinada re-
a) Infelizmente, os jovens preferem aos jogos de com- duzida de gerúndio antecipada.
putador do que a leitura de um bom livro. c) O aposto “limitados mortais” está corretamente isolado
b) As crianças obedeciam ao pai sem nenhuma con- pelas vírgulas quarta e quinta.
testação. d) A oração subordinada adverbial “uma vez que não po-
c) Aspirei muita poeira quando limpei o velho tapete. demos interromper o tempo” está devidamente isolada pelas
d) Preciso visar meu passaporte ainda hoje. vírgulas quinta e sexta.

7) (EEAR - 2011) Complete as lacunas do texto abaixo 12) (EEAR - 2011) Em qual alternativa há forma verbal na
voz passiva sintética?
com a ou à, depois assinale a alternativa com a sequência
a) Nas férias, vive-se feliz e despreocupado ao ar livre!
correta.
b) O amor é semeado no vento, nas estrelas e no eclipse.
Muitos pacientes alegam que o tratamento homeopático
c) No desespero de um abraço mudo, encontraram a fe-
os tem ajudado ____ verem-se livres de doenças, razão pela licidade.
qual juram fidelidade ____ homeopatia. Apesar de criticada d) Pela fria madrugada, ouvia-se ainda o estridente cantar
pelos médicos alopatas, calcula-se que 17 milhões de bra- das aves noturnas.
sileiros já tenham recorrido____ essa forma de tratamento. 13) (EEAR - 2011) Leia:
a) à, à, a Faça piadas velhas para pessoas novas e piadas novas
b) a, a, à para pessoas velhas. (Jô Soares)
c) a, à, a Considerando o texto acima, assinale a alternativa in-
d) à, a, à correta.

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LÍNGUA PORTUGUESA

a) Se o termo novas fosse colocado antes de pessoas, 18) (EEAR - 2011) Leia os versos abaixo e, em segui-
o sentido do texto poderia ser alterado: Faça piadas velhas da, assinale a alternativa com a afirmação correta.
para novas pessoas. O tempo é ainda de fezes
b) Como o autor repete as palavras novas e velhas, elas O tempo pobre
deixaram de ser adjetivos e passaram a ter valor de subs- (...)
tantivo. O sol consola os doentes, não os renova.
c) Nas duas situações, as palavras novas e velhas são (...)
adjetivos, pois caracterizam os substantivos piadas e pes- Uma flor nasceu na rua!
soas. Passam de longe, bondes, ônibus
d) O autor faz um jogo com os adjetivos novas e velhas Sento-me no chão da capital e lentamente
e com os substantivos piadas e pessoas. Isso torna o texto Passo a mão nessa forma insegura (...)
criativo. É feia, mas é uma flor.
Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
14) (EEAR - 2011) Leia:
a) Quanto à flexão de gênero, doentes, no texto, classi-
A bela moça estava na rodoviária, num dia claro de ve-
fica-se como substantivo comum de dois gêneros.
rão, encostada em uma grade. Vestia uma saia azul e blusa
branca e tinha no pescoço uma gargantilha preta. Segurava b) O substantivo fezes, embora termine em –s, pode ser
um livro velho e amarelado. Era uma figura misteriosa. empregado no singular ou no plural.
No texto acima, há quatro locuções adverbiais. Assina- c) São substantivos próprios: flor, mão, sol e rua.
le a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, d) No último verso, todos os substantivos são abstra-
as circunstâncias que essas locuções expressam. tos.
a) lugar, tempo, lugar, lugar.
b) lugar, lugar, lugar, tempo. 19) (EEAR - 2011) Em qual alternativa não há erro
c) tempo, lugar, tempo, lugar. de grafia?
d) tempo, tempo, lugar, tempo. a) O adolescente prescisa se concientizar de que as
drogas podem levá-lo à desgraça.
15) (EEAR - 2011) Assinale a alternativa em que apare- b) Tudo estava quieto naquele momento, mas derre-
cem dois tipos de discurso. pente um estrondo pertubou a todos da sala.
a) “Não venda seu voto, eleitor!” – pede o Tribunal Su- c) Alguns trabalhadores daquela siderúrgica não en-
perior Eleitoral. “Ele é que vai decidir o futuro do seu país.” tenderam por que deveriam paralisar a produção ontem.
b) O candidato da oposição garantiu, durante seu dis- d) O descanço no domingo é fundamental para revigo-
curso naquela agitada manhã, que a educação, a saúde e a rarmos as energias, por isso não devemos abrir mão dele.
segurança seriam prioridades no seu governo.
c) O candidato da situação pediu que não consideras- 20) (EEAR - 2011) A ausência do acento gráfico pode
sem as acusações de irregularidade na campanha. Como modificar a classe gramatical de uma palavra. Em qual das
poderiam blasfemar daquele jeito? Quanta injustiça! alternativas há uma palavra que, se não for acentuada, dei-
d) O alto índice de analfabetismo no país – fato preo- xa de ser um substantivo e passa a ser um verbo?
cupante para qualquer governo – é uma das bandeiras de a) inocência, ignorância, frequência
políticos de má fé, os quais pedem que lhes demos nosso b) carência, fragrância, polícia
voto. c) comício, fascínio, decência
d) palácio, domínio, ciência
16) (EEAR - 2011) Assinale a alternativa em que a colo-
cação do pronome átono destacado não obedece à norma
21) (EEAR - 2011) Leia:
culta.
a) Nunca a vejo serena e obstinada no dia a dia. Carlos declarou ao delegado ter visto uma elegante car-
b) Que o vento te leve os meus recados de saudade! ruagem que dois imponentes cavalos levavam.
c) Devo mostrar-lhe a mais bela paisagem da cidade. Quanto aos complementos verbais que aparecem no
d) Em pondo-se o sol, vão-se os belos e alegres pás- texto, não se pode afirmar que
saros. a) dois imponentes cavalos é objeto direto, pois com-
17) (EEAR - 2011) Observe: pleta o sentido do verbo levavam.
Embora os índices de analfabetismo tenham baixado b) o pronome relativo que retoma o termo uma elegan-
nos últimos anos, muitos brasileiros são apenas alfabetiza- te carruagem.
dos funcionais. Como afirmam os especialistas, o problema c) uma elegante carruagem é objeto direto.
será solucionado caso haja o investimento em bons projetos d) ao delegado é objeto indireto.
educacionais.
As conjunções que aparecem no texto exprimem, res- 22) (EEAR - 2011) Na oração Aurélia surgiu linda e
pectivamente, relação de radiante no baile da corte, podemos afirmar que
a) concessão, conformidade, condição. I- O predicado é verbo-nominal.
b) concessão, conformidade, causa. II- O predicado é nominal.
c) tempo, comparação, finalidade. III- O verbo surgir é intransitivo.
d) tempo, comparação, causa. IV- O verbo surgir é transitivo indireto.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Estão corretas apenas as alternativas Ehrlich em seu mais famoso livro, publicado em... 1968. Pois
a) I e II. é: a bomba populacional não estourou. Nos anos 70 e 80,
b) I e III. a agropecuária aumentou sua produtividade e a taxa de
c) II e IV. natalidade despencou no mundo inteiro, levando ao quase
d) III e IV. consenso de que a população mundial vai se estabilizar em
torno de 9 bilhões de pessoas ali por 2050. E essa freada
23) (EEAR - 2011) Leia: brusca vai transformar o mundo.
É importante que sejam colocados avisos nos estabele- Um artigo de Jack Goldstone, publicado na última edi-
cimentos, comunicando que a venda de bebidas alcoólicas ção da revista Foreign Affairs, mostra que o importante não
para menores de idade é proibida, mas não podemos nos é tanto o tamanho da população, mas onde ela diminui
esquecer de que os pais devem orientar seus filhos quanto e onde cresce, e aponta quatro tendências. A primeira já
aos perigos do álcool. está em curso há muito tempo: em 2050, a maioria dos
Considerando as orações subordinadas substantivas, terráqueos vai viver em grandes cidades – e haja esgoto,
há, no período acima, hospital e ruas para tanta aglomeração. Outras duas dizem
a) uma objetiva direta, uma completiva nominal e uma respeito aos países mais ricos: além de sua população en-
objetiva indireta. velhecer e diminuir, Europa, EUA e Canadá vão representar
b) uma subjetiva, uma objetiva direta e uma objetiva menos riqueza – apenas 30% do PIB mundial em 2050, me-
indireta. nos que antes da Revolução Industrial.
c) uma objetiva direta, uma predicativa e uma objetiva Por fim, 70% do crescimento mundial deve se concen-
indireta. trar em países com maioria ou grande população islâmica.
d) uma subjetiva e duas objetivas diretas. Ou seja, é bom Ocidente e Oriente Médio começarem a se
entender, antes que o mundo fique pequeno demais para
24) (EEAR - 2011) Leia: os dois.
Na planície avermelhada, os juazeiros formavam duas Texto de Emiliano Urbin – Revista SuperInteressante –
manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro março 2010.
famintos e já consideravam aterrorizante o local.
No texto acima, classificam-se, respectivamente, como As questões de 01 a 04 referem-se ao texto acima.
predicativo do sujeito e predicativo do objeto os termos 1) (EEAR - 2011) Qual das situações abaixo, de acordo
a) verdes – inteiro. com o texto, já vem ocorrendo e se configurará como um
b) infelizes – famintos. problema em 2050?
c) famintos – aterrorizante. a) Morte de centenas de milhões de pessoas causada
d) avermelhada – infelizes. pela fome.
b) Diminuição vertiginosa da taxa de natalidade no
25) (EEAR - 2011) Observe: mundo inteiro.
Os policiais investigaram uma tentativa de sequestro e, c) Impossibilidade de se impedir o aumento substan-
antes que ocorresse o fato, não se demoraram em questões cial da mortalidade mundial.
burocráticas: anteciparam a prisão dos suspeitos. d) Concentração populacional em grandes cidades, o
Substituindo-se os verbos destacados, respectivamen- que demandará mais esgoto, hospital e ruas.
te, por supor, advir e deter, e mantendo o mesmo tempo
e modo verbais, obtêm-se, corretamente, 2) (EEAR - 2011) – Leia:
a) suporam – advisse – deteram. Pois é: a bomba populacional não estourou.
b) suporam – advisse – detiveram. A metáfora presente nessa afirmação nos remete à ex-
c) supuseram – adviesse – deteram. pressão
d) supuseram – adviesse – detiveram. a) freada brusca.
b) explosão demográfica.
c) mortalidade mundial
EEAR 2011 02
3) (EEAR - 2011) – Leia:
A POPULAÇÃO DO MUNDO VAI PARAR O importante não é tanto o tamanho da população,
DE CRESCER? mas onde ela diminui e onde cresce.
Assinale a alternativa que define corretamente a afir-
Provavelmente sim, em 2050. Mas isso vai trazer alguns mação acima.
problemas. a) Apesar de haver preocupação com o aumento de-
senfreado da população, o que mais preocupa é o fato de
“A batalha para alimentar toda a humanidade acabou. haver grande concentração demográfica em determinadas
Nas próximas décadas, centenas de milhões de pessoas regiões e poucas pessoas em outras regiões.
vão morrer de fome, apesar de qualquer plano de emer- b) Não há uma preocupação com o crescimento da po-
gência iniciado agora. A esta altura, nada pode impedir o pulação, o problema está nas grandes cidades, que já não
aumento substancial da mortalidade mundial”, alerta Paul têm mais estrutura para comportar tanta gente.

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LÍNGUA PORTUGUESA

c) A preocupação com a explosão demográfica é exclu- 8) (EEAR - 2011) – Leia:


siva das grandes cidades, que não terão estrutura suficien- Maliciosas em tentação,
te para suprir as necessidades das populações. Riem amoras orvalhadas.
d) A explosão demográfica é uma preocupação mun- Assinale a alternativa em que não há a mesma figura
dial, e isso acontece em todas as cidades do planeta. de linguagem presente no texto acima.
a) O bonde passa cheio de pernas Pernas brancas pre-
4) (EEAR - 2011) – Ao se afirmar que é bom Ocidente e tas amarelas
Oriente Médio começarem a se entender, antes que o mundo b) Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
fique pequeno demais para os dois, não se pode concluir c) E o vento brinca nos bigodes do construtor.
que d) O sol consola os doentes e não os renova.
a) existe a possibilidade de o povo do Ocidente passar
a depender economicamente do Oriente Médio, visto que 9) (EEAR - 2011) – Leia:
a população da Europa, do Canadá e dos EUA vai se tornar Fui à janela indagar da noite por que razão os sonhos
mais velha e menos produtiva. hão de ser assim tão tênues que se esgarçam ao menor abrir
b) os países do Oriente Médio terão que manter rela- de olhos. Nesse momento os morros palejavam de luar e o
ções diplomáticas com o Ocidente, pois a população islâ- espaço morria de silêncio.
mica dependerá dos recursos econômicos da Europa, do Os encontros vocálicos dos termos destacados no tex-
Canadá e dos EUA. to acima recebem, respectivamente, os nomes de
c) é inevitável que os países do Oriente Médio aumen- a) tritongo, ditongo crescente e ditongo decrescente.
tem seu PIB, pois, com o envelhecimento da população b) ditongo crescente, ditongo decrescente e hiato.
do Ocidente, eles possuirão uma população mais jovem e
c) ditongo decrescente, ditongo crescente e hiato.
mais ativa.
d) hiato, tritongo e ditongo crescente.
d) há a possibilidade de o Ocidente não aceitar o do-
mínio econômico do Oriente Médio, e isso pode provocar
10) (EEAR - 2011) – Em qual alternativa não há cor-
sérios conflitos internacionais.
respondência de significado entre apenas uma locução ad-
jetiva e o adjetivo?
5) (EEAR - 2011) – Leia:
O acesso de jovens à internet consagrou uma bem-hu- a) de idade = etário de vento = eólico
morada modalidade de escrita: o miguchês. Acompanhe o b) de sonho = onírico de lobo = leporino
transcurso de criação dessa palavra: amigo migo migucho c) de guerra = bélico de fogo = ígneo
miguchês d) de chuva = fluvial de gato = ferino
Considerando-se apenas os elementos em negrito, é 11) (EEAR - 2011) – Leia o texto abaixo e assinale
correto afirmar-se que miguchês foi formada por a alternativa em que as expressões destacadas estão cor-
a) aglutinação. retamente substituídas pelos pronomes pessoais oblíquos
b) justaposição. átonos, observando a correta colocação pronominal.
c) derivação sufixal. Contaria aos pais toda a verdade se eles tivessem dispo-
d) derivação imprópria. sição para ouvir a filha mais velha e diria a eles que nunca
6) (EEAR - 2011) – Quanto à concordância do verbo traíra o marido e que havia dedicado a ele os melhores anos
ser, qual alternativa está incorreta? de sua vida.
a) Tudo eram lamentações naquele triste lar. a) Contaria-lhes toda a verdade se eles tivessem dis-
b) Mil reais será pouco para se viver na capital. posição para ouvi-la e lhes diria que nunca traíra-o e que
c) Quando chove, o coração do seu carro são os limpa- havia dedicado-lhe os melhores anos de sua vida.
dores do pára-brisa. b) Contar-lhes-ia toda a verdade se eles tivessem dis-
d) Vinte minutos foram muito tempo para se chegar ao posição para ouvir-lhe e os diria que nunca o traíra e que
palco das comemorações. havia lhe dedicado os melhores anos de sua vida.
c) Contar-lhes-ia toda a verdade se eles tivessem dis-
7) (EEAR - 2011) – Observe: posição para ouvi-la e lhes diria que nunca o traíra e que
O livro apresenta profundos questionamentos a seus lei- havia lhe dedicado os melhores anos de sua vida.
tores. d) Contá-los-ia toda a verdade se eles tivessem dispo-
A estrutura sintática do período acima é a seguinte: su- sição para ouvi-la e diria-lhes que nunca lhe traíra e que
jeito + verbo + objeto direto + objeto indireto. Assinale a havia o dedicado os melhores anos de sua vida.
alternativa em que há a mesma sequência sintática acresci-
da de um vocativo e de um aposto. 12) (EEAR - 2011) – Observe os períodos abaixo e
a) Pela manhã, Fábio, o mais antigo funcionário, anun- indique a sequência que classifica corretamente as circuns-
ciou aos seus colegas seu desligamento da empresa. tâncias expressas nas orações adverbiais destacadas.
b) Candidatos, a apostila, material exclusivo do nosso I- Apesar de nos considerarmos modernos e inova-
curso, traz exercícios para todos os concursos. dores em muitos aspectos, ainda trazemos, em nossos
c) Justamente para ele, o mais fofoqueiro do grupo, discursos, as palavras de nossos pais.
você revelou nosso segredo, Beatriz! II- Assim que deixarmos de trazer, em nossos dis-
d) Filho, contaremos para todas as pessoas os aconte- cursos, as palavras de nossos pais, poderemos nos consi-
cimentos daquele dia. derar modernos e inovadores em muitos aspectos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

III- Como ainda trazemos, em nossos discursos, as 1- Quem sabe ela ______ reverter a situação desagradável
palavras de nossos pais, não podemos nos considerar pela qual passou.
modernos e inovadores em muitos aspectos. 2- Possivelmente _____ o trem lotado, fato que não nos
a) consequência, comparação, condição deve irritar jamais.
b) causa, comparação, proporção 3- Os técnicos esperam que _____ chegar logo para a
c) concessão, finalidade, tempo competição de futebol de salão.
d) concessão, tempo, causa 4- Talvez os juízes _____ qualquer tentativa de suborno
durante as apurações dos fatos.
13) (EEAR - 2011) – Leia: a) consegue, tomamos, possemos, impedem
Fez o que disse, e atou o lenço outra vez na testa. Em se- b) consiga, tomemos, possamos, impeçam
guida, acompanhou-me ao quintal para se despedir de mim. c) consegue, tomemos, possemos, impedem
Ventava, o céu estava coberto. Capitu falou novamente da d) consiga, tomamos, possamos, impeçam
nossa separação, como de um fato certo e definitivo por mais
que eu, receoso disso mesmo, buscasse razões agora para 18) (EEAR - 2011) – Leia:
animá-la. Inundava-se de ternura meu espírito aos acordes do ma-
Entre os pronomes destacados acima, quais se classifi- nhoso violão.
cam como objetos direto, direto, indireto e direto, respec- Assinale a alternativa cuja oração apresenta o mesmo
tivamente? tipo de sujeito observado na frase acima.
a) o, me, mim, la a) É-se fantasioso na infância.
b) que, me, mim, eu b) Grita-se muito em uma partida de futebol.
c) o, que, me, mim c) Tratam-se como inimigos os dois irmãos.
d) que, me, eu, la d) Dançou-se com animação na festa de ontem.
19) (EEAR - 2011) – Assinale a alternativa em que a
14) (EEAR - 2011) – Leia: vírgula foi empregada de maneira incorreta.
I- A inatividade física acaba se tornando um __________
a) O cristalino açúcar de meu café nesta manhã de Ipa-
vicioso, em que a fraqueza e a fadiga levam à perda da au-
nema, não foi produzido por mim.
toestima e da vitalidade.
b) Em dias de céu nublado, prevenido é quem sai de
II- O crime de ____________ racial é inafiançável.
galochas.
III- O advogado entrará com o ___________ de seguran-
c) A mãe o fora buscar no colégio, mas não o encon-
ça para garantir os direitos dos servidores públicos.
trou.
Agora marque a alternativa que completa correta e res-
d) Desconfiada, Tereza não entrou no táxi.
pectivamente as lacunas acima.
a) ciclo – discriminação - mandato
b) ciclo – descriminação – mandado 20) (EEAR - 2011) – Considere o seguinte período:
c) círculo – discriminação – mandado O paciente fugiu, mas foi resgatado pelo médico.
d) círculo – descriminação – mandato Assinale a alternativa em que, inserindo-se os termos
do hospital e rápido no período acima, eles exercem, res-
15) (EEAR - 2011) – Considerando o sentido da frase, pectivamente, as funções de adjunto adnominal e adjunto
qual alternativa não aceita a segunda opção entre parênteses adverbial.
em substituição aos elementos em negrito? a) O paciente rápido fugiu do hospital, mas foi resga-
a) Resolvi assistir ao filme. / (lhe assistir) tado pelo médico.
b) Quero a você acima de tudo. / (quero-lhe) b) O paciente do hospital fugiu rápido, mas foi resga-
c) O invento custou a ele anos de pesquisa. / (lhe custou) tado pelo médico.
d) Não mais serviria a ela aquela amizade. / (lhe serviria) c) O paciente, rápido, fugiu, mas foi resgatado pelo
médico do hospital.
16) (EEAR - 2011) – Leia: d) O paciente fugiu, mas foi resgatado rápido do hos-
Tapsia é um gênero de plantas herbáceas nativas da re- pital pelo médico.
gião do Mediterrâneo.
Sabendo-se que a palavra em negrito acima não é oxíto- 21) (EEAR - 2011) – Leia:
na e considerando-se que nela não há hiato, então sua cor- Procure não gritar, mesmo tendo razão; o valor das pa-
reta grafia é lavras não está no volume com que elas são ditas.
a) Tapsia mesmo. Apenas uma das orações em negrito abaixo recebe a
b) Tápsia. mesma classificação da destacada acima. Assinale-a.
c) Tapsía. a) Queria muito se bronzear nas areias de Copacabana;
d) Tapsiá. o dia amanhecera nublado.
b) Escolheu o automóvel mais caro; não teve como pa-
17) (EEAR - 2011) – Qual sequência de verbos no pre- gá-lo.
sente do subjuntivo completa corretamente as lacunas das c) Devia haver gente na casa; as luzes estavam acesas.
frases abaixo? d) Sempre quis casar na igreja; terminou solteiro.

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LÍNGUA PORTUGUESA

22) (EEAR - 2011) – Marque a alternativa em que o EEAR 2012


tipo de discurso utilizado para reproduzir a fala do ex-pre-
sidente dos Estados Unidos, George Bush, completa corre- Falsa tristeza
tamente o trecho a seguir:
Indagado sobre as determinações do Protocolo de Kyoto, 01 A expressão “chorar lágrimas de cro-
George Bush disse codilo”, que significa manifestar cinica-
a) que eram os maiores poluidores do mundo, mas, se mente uma falsa tristeza, possui pelo me-
fosse preciso, poluiriam mais para evitar uma recessão na nos três explicações diferentes. A primeira
economia americana. hipótese, atribuída ao historiador romano
b) que serão os maiores poluidores do mundo, mas, se
for preciso, poluiríamos mais para evitar uma recessão na 05 Plínio, o Velho (23-79 d.C.), diz que os cro-
economia americana. codilos que habitavam as margens do rio
c) isso: “Somos os maiores poluidores do mundo, mas, Nilo choravam ruidosamente e manifes-
se fosse preciso, poluiremos mais para evitar uma recessão tavam desespero para atrair a atenção
na economia americana”. e despertar a compaixão dos passantes,
d) o seguinte: “Fomos os maiores poluidores do mun- que, assim que se aproximavam, eram
do, mas, se era preciso, poluímos mais para evitar uma re- devorados.
cessão na economia americana”. 10 A segunda teoria vem de uma lenda
medieval, segundo a qual os crocodilos
costumavam chorar após
23) (EEAR - 2011) – Assinale a alternativa em que a devorar alguém.
ocorrência da crase não depende da regência da palavra A terceira explicação, mais provável
destacada em O réu parecia insensível... de todas, diz que, quando o crocodilo
a) ... às vezes, sem o mínimo arrependimento. mastiga suas vítimas, faz uma
b) ... às perguntas do promotor de Justiça.
15 forte pressão contra o céu da boca,
c) ... à comoção provocada pela mídia.
comprimindo as glândulas lacrimais, o
d) ... à manifestação do público.
que acaba provocando o derramamen-
to de lágrimas.
24) (EEAR - 2011) – Observe:
I- Precisava-se de maior número de brasileiros partici- Reinaldo Pimenta, adaptado
pando das Olimpíadas de 2010.
II- Eram realizados verdadeiros espetáculos pelos dan- As questões de 01 a 04 referem-se ao texto acima.
çarinos naquelas pistas de gelo.
III- Aplaudia-se fortemente a equipe de patinação 1) (EEAR - 2012) Para a origem da expressão chorar
quando ela entrou no estádio. lágrimas de crocodilo,
IV- Os atletas cumprimentavam-se amistosamente o autor apresenta
após cada competição. a) opiniões semelhantes, de autores de mesma época.
Estão na voz passiva os verbos das orações: b) explicações diferentes, de autorias distintas.
a) I e II c) três explicações totalmente científicas.
b) II e III d) três lendas que a exemplificam.
c) III e IV
d) I, II, III e IV 2) (EEAR - 2012) Para introduzir cada uma das três ex-
plicações, o texto apresenta um recurso linguístico que se
25) (EEAR - 2011) – Assinale a alternativa em que assemelha ao destacado na alternativa:
o termo destacado exerce a mesma função do termo em a) Habituou-se apenas a boas leituras. Isso se eviden-
destaque em Os turistas estrangeiros consideram maravi- ciava em suas redações.
lhosa a cidade do Rio de Janeiro. b) Há enchentes que castigam cidades inteiras. Muitos
a) A má conservação das estradas torna perigoso o governos não conseguem evitar os alagamentos.
tráfego de veículos em algumas regiões do país. c) Fui ver o Carnaval no Rio de Janeiro. A Cidade Ma-
b) Muitos brasileiros ainda não conhecem a cidade ravilhosa foi dominada pela alegria.
maravilhosa do Rio de Janeiro. d) Dois motivos justificaram a tragédia: o primeiro foi
c) As palavras bruscamente proferidas soaram estra- o nervosismo de todos e o segundo, a negligência de al-
nhas aos ouvidos da platéia. guns.
d) Foram praticamente inúteis todos os nossos esfor-
ços. 3) (EEAR - 2012) Quanto à organização dos parágrafos
do texto, marque a alternativa com a afirmação incorreta.
a) O autor expôs, em cada parágrafo, uma explicação
diferente para a expressão chorar lágrimas de crocodilo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

b) O primeiro e o segundo parágrafos poderiam se jun- 8) (EEAR - 2012) Leia:


tar, uma vez que trazem o mesmo fato histórico que explica “Minha suspeita é que todos ficaram aliviados com a
o crocodilo chorar após devorar alguém. notícia.” A oração em destaque no período acima classifi-
c) No primeiro parágrafo, há apresentação do assunto ca-se como subordinada substantiva
ao leitor. a) apositiva.
d) Há parágrafo no texto com mais de uma informação. b) subjetiva.
c) predicativa.
4) (EEAR - 2012) De acordo com o texto, atribui-se o d) objetiva direta.
significado de falsa tristeza à expressão chorar lágrimas de
crocodilo, porque 9) (EEAR - 2012) Assinale a alternativa em que aparece
a) o choro desse animal está relacionado à satisfação uma oração reduzida.
dele, não à tristeza. a) Como dizem os mais velhos, beleza não se põe na
b) o crocodilo, sendo irracional, não consegue de- mesa.
monstrar mágoa ao chorar.
b) Queremos isto: que a distribuição de rendas seja
c) apenas seres humanos têm capacidade de sentirem-
mais justa.
se realmente tristes.
c) Montada a feira de artesanato, as pessoas entraram
d) o crocodilo imita os cínicos, assemelhando-se a eles.
curiosas.
5) (EEAR - 2012) Assinale a alternativa em que se en- d) A resposta que os policiais esperavam dos seques-
contra uma oração subordinada adverbial. tradores não veio.
a) “Ali se perdem / como se perde a água derramada.”
b) “Todas as coisas de que fala estão / na cidade entre 10) (EEAR - 2012) Leia os versos abaixo e, em segui-
o céu e a terra.” da, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta
c) “Nunca me esquecerei que no meio do caminho / com relação aos tipos de sujeito.
tinha uma pedra.” “ Faz tempo sim que não te escrevo,
d) “Minha terra tem palmeiras / onde canta o sabiá.” Ficaram velhas todas as notícias.
Eu mesmo envelheci.”
6) (EEAR - 2012) Relacione as colunas de acordo com o a) simples, simples, indeterminado, oculto
valor semântico das conjunções coordenativas e, em segui- b) simples, oculto, indeterminado, simples
da, assinale a alternativa com a sequência correta. c) sujeito inexistente , oculto, simples, simples
( ) O político não agiu com lealdade; perdeu, pois, na d) sujeito inexistente, oculto, indeterminado, oculto
disputa para a reeleição.
( ) Não solte balões, que pode causar incêndio. 11) (EEAR - 2012) Estão grafadas corretamente todas
( ) Choveu vários dias sem parar, por conseguinte as palavras em
houve enchente no sul. a) analisar, quisesse, invalidez.
( ) Ele foi eleito, não obstante suas loucuras não ti- b) prazeroso, freiada, azuleijo.
nham o apoio da população. c) pequenês, calabreza, obsessão.
(1) ideia de conclusão d) adolescência, excessão, chuchu.
(2) ideia de explicação
(3) ideia de adversidade 12) (EEAR - 2012) Assinale a alternativa incorreta em
a) 2, 1, 1, 3 relação à classificação do predicado.
b) 3, 2, 1, 1
a) O choro parecia um desabafo. (Predicado nominal)
c) 1, 2, 1, 3
b) Maria fez-se pálida com o incidente. (Predicado ver-
d) 1, 1, 2, 3
bal)
7) (EEAR - 2012) Leia: c) Os colegas consideram Paulo inteligente. (Predicado
I. As palavras nuvens e melancia devem receber acen- verbo nominal)
to agudo, porque são, respectivamente, paroxítona termi- d) Os bancários terminaram o trabalho aliviados. (Pre-
nada em -ens e paroxítona terminada em ditongo. dicado verbo-nominal)
II. Deve receber acento agudo o i tônico das palavras
raizes e faisca. 13) (EEAR - 2012) Assinale a alternativa que apresenta a
III. É necessário o uso do acento agudo na antepenúlti- correta concordância da forma verbal destacada.
ma sílaba de sozinho e chapeuzinho. a) Ocorreu fatos, na vida daquele homem, que o torna-
IV. As formas verbais vende-lo e encontra-la-ei de- ram uma pessoa amarga.
vem ser acentuadas. b) Houve razões para que aquele homem se tornasse
Está correta a afirmação contida apenas em uma pessoa amarga.
a) II e IV. c) Aquele homem é uma pessoa amarga, porque as cir-
b) I e III. cunstâncias tornou-o assim.
c) II e III. d) Motivos existiu para que ele se tornasse uma pessoa
d) I, II e IV. amarga.

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LÍNGUA PORTUGUESA

14) (EEAR - 2012) Observe os termos destacados nas fra- 19) (EEAR - 2012) Na frase “Alguns políticos dão um
ses abaixo e assinale a alternativa com a correta classificação jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o má-
sintática nos parênteses. ximo”, ocorre a mesma figura de linguagem presente em
a) O técnico do time deu outra oportunidade ao jovem a) “Ele enriqueceu por meios ilícitos.”
goleiro. (objeto indireto) b) “Meu coração é um barco de velas içadas.”
b) O técnico do time deu outra oportunidade ao jovem c) “As margaridas estremecem sobressaltadas.”
goleiro. (objeto indireto) d) “Eu preparo uma canção/ que faça acordar os ho-
c) O técnico do time deu outra oportunidade ao jovem mens/ e adormecer as crianças.”
goleiro. (objeto direto)
d) O técnico do time deu outra oportunidade ao jovem 20) (EEAR - 2012) Observe:
goleiro. (objeto indireto) O pai dirige-se ao filho, explicando ao filho que as re-
gras da casa impediam o filho de sair após o jantar.
15) (EEAR - 2012) Assinale a alternativa em que há voz Para se evitarem as repetições das palavras destacadas
passiva sintética. no período, devem ser feitas, de acordo com a língua culta,
a) “A voz dela me chega aos ouvidos.” respectivamente, as seguintes substituições:
b) “Sob o luar, abraçaram-se vento e rosa.” a) explicando-lhe, impediam-lhe
c) “Suporta-se com paciência a cólica do próximo.” b) explicando-lhe, impediam-no
d) “(...) ela (...) fora criada por uma parente muito madrasta c) explicando-o, impediam-lhe
má.” d) explicando-o, impediam-o

16) (EEAR - 2012) Leia: 21) (EEAR - 2012) Que alternativa contém a forma plu-
“Amigo, abraça tuas quedas e tira delas o conhecimento. ral correta do substantivo destacado?
Não te deixes abater.” a) Século XXI: estamos na era do culto exagerado ao
Optando-se pela forma você em vez da forma tu, a alter- corpo perfeito e aos abdômenes definidos.
nativa que contém a correta conjugação verbal é
b) É papel da escola criar cidadões conscientes para
a) Abrace suas quedas e tire delas o conhecimento. Não
que possam lutar por seus direitos.
se deixe abater.
c) Os tenente-coronéis do Batalhão de Infantaria do
b) Abraçai suas quedas e tirai delas o conhecimento.
Exército serão homenageados amanhã.
Não se deixai abater.
d) Os aviãozinhos da minha coleção já estão encaixo-
c) Abraça suas quedas e tire delas o conhecimento. Não
tados para o transporte.
se deixa abater.
d) Abrace suas quedas e tira delas o conhecimento. Não
22) (EEAR - 2012) Marque a alternativa em que a clas-
se deixa abater.
sificação do advérbio em destaque está incorreta.
a) “Provavelmente sinhá Vitória não estava regulan-
17) (EEAR - 2012) Observe as palavras destacadas no
texto abaixo e, em seguida, assinale a alternativa com a afir- do.” (dúvida)
mação correta. b) “Os bons vi sempre passar/No mundo graves tor-
Descubra se você está preparado para entrar no mundo mentos” (tempo)
virtual. Mande uma mensagem e fique despreocupado. Ela c) “Os rios que correm aqui / têm água vitalícia.” (lugar)
se apaga automaticamente. d) “Declarei muito verdadeiro e grande o amor que eu
a) A palavra preparado é formada pelo processo de de- tinha a ela.” (modo)
rivação prefixal.
b) O advérbio automaticamente é formado pelo acrésci- 23) (EEAR - 2012) Coloque A para a presença de aposto
mo do sufixo -mente. e V para a presença de vocativo nas frases abaixo. A seguir,
c) A palavra mensagem é formada pelo sufixo -agem, o assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta.
que dá a esse substantivo a noção de coletivo. ( ) “Cobrar o cumprimento das promessas de campa-
d) Na palavra despreocupado, o radical é preocupa-, e nha, eleitores, é compromisso de todos.”
-do é desinência verbal. ( ) “A pressa, inimiga da perfeição, propicia um trabalho
18) (EEAR - 2012) Qual das alternativas completa, cor- de má qualidade.”
reta e respectivamente, as lacunas do período abaixo? ( ) “O poeta Vinícius de Morais, na sua época, cantou o
___ tarde, assistimos ___ apresentação da peça teatral amor em versos.”
e, ___ seguir, dirigimo-nos ___ estação do metrô, onde fica- ( ) “Amo-te, ó rude e doloroso idioma. / És, a um tempo,
mos ___ espera de nossos pais. esplendor e sepultura.”
a) À, à, a, a, a a) V – A – A – V
b) A, a, à, à, a b) V – A – V – V
c) À, à, a, à, à c) A – V – A – A
d) A, a, a, à, à d) A – V – V – A

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LÍNGUA PORTUGUESA

24) (EEAR - 2012) Assinale a alternativa que contém a 25 que apresentam distúrbios alimentares têm
correta justificativa para a pontuação do texto abaixo. “Na- uma maior prevalência de obesidade pré-
quela manhã de segunda-feira o rapaz voltou à cidade mas -mórbida em relação às garotas.
ao fechar negócio percebeu que as contas estavam erradas.”
a) No texto devem ser usadas quatro vírgulas: para isolar As questões de 01 a 04 referem-se ao texto anterior.
o adjunto adverbial Naquela manhã de segunda-feira; an-
tes da conjunção adversativa mas e para intercalar a oração 1) (EEAR - 2013) Marque a alternativa que apresenta
adverbial ao fechar negócio. uma sugestão de atividade que seria considerada inade-
b) Com uma vírgula, deve-se isolar o adjunto adverbial quada para se desenvolver a conscientização da percepção
Naquela manhã de segunda-feira e com outra, a oração pessoal e social dos adolescentes nas escolas.
adjetiva explicativa que as contas estavam erradas. a) Dinâmicas que estimulem o bom convívio social,
c) Faltam apenas duas vírgulas no texto: depois de o ra- dentro e fora de sala de aula.
paz, para separar o sujeito do predicado, e antes da conjun- b) Atendimento individual a alunos que apresentem
ção adversativa mas. indícios de transtorno alimentar.
d) Devem-se usar duas vírgulas obrigátorias para sepa- c) Palestras que visem ao autoconhecimento, com pro-
rar o adjunto adverbial à cidade, que está intercalado, e uma fissionais de diversas áreas.
após a conjunção mas. d) Aulas que ensinem estratégias eficazes para se cul-
tuar a magreza como modelo de corpo saudável.
EEAR 2013 - 01
2) (EEAR - 2013) Assinale a alternativa correta quanto
Quando a alimentação vira um transtorno à ideia presente no primeiro parágrafo.
a) Poucos são os adolescentes que se preocupam em
(Adaptado do texto Guia de Saúde para adolescentes, seguir os padrões de magreza estipulados pela mídia.
de Fernanda Emmerick – Revista Viva Saúde, maio/2011) b) Somente na adolescência se consegue ter um corpo
magro, segundo os padrões vigentes hoje em dia.
01 Atualmente, vemos desfiles de moda, re- c) Os desfiles de moda, as novelas e as revistas ensinam
vistas que expõem curvas perfeitas e nove- os adolescentes a evitarem distúrbios alimentares nessa
las que priorizam e cultuam a magreza. Na fase da vida.
adolescência, momento da vida em que se d) A busca pelo corpo ideal é um problema para o ado-
busca a formação da identidade e a acei- lescente quando prejudica sua saúde, levando-o a doenças
tação graves.
05 do grupo, o corpo ideal torna-se uma das
principais metas ou problemas numa gera- 3) (EEAR - 2013) Assinale a alternativa correta quanto
ção composta por números alarmantes de ao que se afirma sobre os blogs.
doenças como anorexia e bulimia. a) São os responsáveis pela obesidade dos adolescen-
Os transtornos alimentares podem causar tes.
a morte e b) Indicam dietas severas com vistas a um corpo magro
e saudável.
10 ocorrem, na maior parte das vezes, entre as c) São um importante veículo de propagação de bons
garotas. Para evitar tais casos, Mônica Beyru- hábitos alimentares entre os adolescentes.
ti, diretora do Departamento de Nutrição da d) Têm significativa influência sobre o comportamento
SOCESP, recomenda que as instituições de das adolescentes quanto aos distúrbios alimentares.
ensino médio e fundamental desenvolvam 4) (EEAR - 2013) Quanto aos problemas alimentares
atividades voltadas para a conscientização enfrentados por adolescentes de ambos os sexos, o texto
15 da percepção pessoal e social. afirma que
Um dos contribuintes fundamentais para a) ocorrem, na maioria, entre as garotas.
que os transtornos ganhem popularidade b) a anorexia tem levado mais meninos à morte.
entre as meninas são os blogs. Vários deles, c) a obesidade é a doença predominante entre as ga-
que são a favor da anorexia, cultuam ima- rotas.
gens de pessoas excessivamente magras e d) meninos e meninas competem entre si em busca do
corpo perfeito.
20 ensinam a fazer jejum. “Algumas meninas
se inspiram nesses blogs e se tornam ano-
5) (EEAR - 2013) Leia os textos abaixo e coloque A para
réxicas purgativas, aquelas que ingerem e
aposto e V para vocativo. Depois assinale a alternativa com
vomitam, um grau ainda mais preocupante
a sequência correta.
do distúrbio”, alerta Cristiano Nabuco, do
( ) “Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Instituto de Psiquiatria da FMUSP. Os poucos
Arte pura, inimiga do artifício,
garotos
É a força e a graça na simplicidade.”

172
LÍNGUA PORTUGUESA

( ) “Ofendi-vos, meu Deus, é bem verdade; c) “Relatório da CPI da Prostituição Infantil concluiu que
É verdade, Senhor, que hei delinquido; o tráfico utiliza rede de meninas prostituídas para distribuir
Delinquido vos tenho, e ofendido.” drogas em São Paulo.”
( ) “Não te rias de mim, meu anjo lindo! d) “Como a primeira forma de chocolate que existiu no
Por ti, as noites eu velei chorando, mundo foi o amargo, condimentos eram misturados ao ca-
Por ti, nos sonhos morrerei sorrindo.” cau para agradar ao paladar.”
( ) “Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera. 9) (EEAR - 2013) Marque a alternativa em que o pronome
Somente a Ingratidão – esta pantera – em destaque está corretamente empregado na frase.
a) Entre eu e ele nunca mais existirá confiança.
Foi tua companheira inseparável.” b) Durante toda minha vida, eu sempre se virei sozinho.
a) A – V – V – A c) Meu desejo é este: garantir com honestidade o susten-
b) A – A – V – V to de nossa família.
c) V – A – A – V d) – Sua Excelência, posso opinar sobre o assunto? –
d) V – V – A – A perguntou o funcionário.

6) (EEAR - 2013) Leia: 10) (EEAR - 2013) Leia:


Mesmo que haja inúmeras campanhas preventivas “Não tenham medo de mim, que eu não sou nenhum papa
alertando os jovens para a prática do sexo seguro, muitos crianças, nem eu venho desmanchar prazeres de ninguém.”
ainda contraem o vírus da Aids. O jovem conhece a teoria, No trecho acima, há
mas não a coloca em prática. Eles agem assim já que acre- a) dois predicados nominais e um predicado verbal.
ditam serem imunes a qualquer tipo de doença. O problema b) dois predicados verbais e um predicado nominal.
é tão preocupante que o governo já pensa em desenvolver c) três predicados verbais e um predicado verbo-nomi-
campanhas mais intensas nas escolas. nal.
Sobre o emprego das conjunções e locuções conjun- d) um predicado verbal, um predicado nominal e um
tivas destacadas no texto acima, é incorreto afirmar que predicado verbo-nominal.
a) no primeiro período, a locução conjuntiva mesmo
que classifica-se como conformativa, indicando conformi- 11) (EEAR - 2013) Assinale a alternativa que apresenta a
dade de um fato com outro. correta classificação do sujeito na frase.
b) a conjunção subordinativa consecutiva que, no a) Desconfiaram da idoneidade daquela empresa. (sujei-
quarto período (precedida de tão), inicia uma oração que to oculto)
exprime uma consequência. b) Grandes contradições econômicas atingem nosso
c) mas, no segundo período, é uma conjunção coor- país. (sujeito composto)
denativa adversativa, usada para indicar a oposição entre c) Exercia influência somente em pessoas menos atentas.
duas informações. (sujeito indeterminado)
d) a locução conjuntiva subordinativa causal já que, do d) No mundo, existem várias organizações preocupadas
terceiro período, introduz uma justificativa para a atitude com a preservação do meio ambiente. (sujeito simples)
dos jovens.
12) (EEAR - 2013) Leia:
“Ele chegou, num avião da FAB, mandado pelos rapazes
7) (EEAR - 2013) Em relação à regência nominal e à ver- da Proteção aos Índios, numa derradeira tentativa de salvação.
bal, assinale a alternativa que não está de acordo com a nor- É um dos pouquíssimos remanescentes de uma tribo que se
ma culta. acaba (...). Mationã, o índio, tem uns oito anos, parecia um
a) A sua falta à prova foi justificada. bichinho moribundo (...) de uma magreza espantosa, o olhar
b) Não suportava às dores de cabeça. vidrado (...), boca chagada de febre, a mãozinha seca feito uma
c) Álvares de Azevedo foi contemporâneo de Junqueira garra de pássaro (...).”
Freire e Fagundes Varela. Marque F para Falso ou V para Verdadeiro para as afir-
d) Apesar de toda a comemoração em sua homenagem, mativas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa com a
ainda era necessária a confirmação de sua presença. sequência correta.
( ) O substantivo magreza é derivado de uma outra
8) (EEAR - 2013) Em que alternativa há somente orações palavra da língua, sendo formado pelo processo de sufixa-
coordenadas? ção.
a) “Uma pesquisa comprovou o que todas as mulheres ( ) Quanto ao gênero, os substantivos rapazes e índios
já desconfiavam: os homens perdem peso mais facilmente classificam-se como comum de dois gêneros.
que elas.” ( ) O substantivo mãozinha tem seu plural formado
b) “Com a falta de chuvas durante o inverno, a vegetação como no seu grau normal (mão).
rasteira seca, por isso o perigo de incêndio é constante em ( ) A palavra olhar no texto aparece substantivada pela
junho e julho.” anteposição de um artigo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

a) V – F – F – V a) Basta – quer – Faz


b) F – V – V – F b) Basta – quer – Fazem
c) V – F – V – V c) Bastam – querem – Faz
d) F – V – F – V d) Bastam – querem – Fazem

13) (EEAR - 2013) Relacione as colunas considerando as 18) (EEAR - 2013) Leia:
regras de acentuação gráfica e, em seguida, assinale a alter- “O tempo fora afastando aquelas amargas lembranças
nativa com a sequência correta. de minha memória. Se não fosse assim, hoje estaria morto
1- quilômetro – déssemos ( ) vocábulos oxítonos em vida.”
2- pôr – pôde ( ) vocábulos com acen- Os verbos destacados nas frases acima estão conjuga-
to diferencial dos, respectivamente, no
3- faísca – reúne ( ) vocábulos proparoxí- a) futuro do presente do indicativo – presente do sub-
tonos juntivo – futuro do presente do indicativo.
4- será – pajé ( ) hiatos b) pretérito imperfeito do subjuntivo – pretérito imper-
a) 4 – 2 – 1 – 3 feito do subjuntivo – futuro do subjuntivo.
b) 2 – 4 – 3 – 1 c) pretérito perfeito do indicativo – pretérito imperfeito
c) 1 – 3 – 4 – 2 do indicativo – futuro do pretérito do indicativo.
d) 3 – 1 – 2 – 4 d) pretérito mais-que-perfeito do indicativo – pretérito
imperfeito do subjuntivo – futuro do pretérito do indicativo.
14) (EEAR - 2013) Em qual alternativa ocorre um erro
quanto à pontuação? 19) (EEAR - 2013) Leia:
a) A dengue, que é uma doença transmitida pelo mos- As televisões 3D já chegaram ao mercado brasileiro.
quito Aedes aegypti, está presente em quase todos os es- A tecnologia dessas televisões atrai muitos consumidores.
tados do território brasileiro. Transformando os períodos simples num período com-
b) Febre alta, dor de cabeça, dor nos olhos, dor nas posto por subordinação (oração principal + oração adjeti-
juntas e, às vezes, sangramento no nariz e na gengiva são
va), tem-se a construção correta na alternativa:
alguns dos sintomas da doença.
a) As televisões 3D, que a tecnologia atrai muitos con-
c) A pessoa com dengue deve ficar em repouso, beber
sumidores, já chegaram ao mercado brasileiro.
muito líquido e para aliviar as dores e a febre, tomar me-
b) As televisões 3D, cuja tecnologia atrai muitos consu-
dicamento.
midores, já chegaram ao mercado brasileiro.
d) As prefeituras precisam combater a proliferação do
c) As televisões 3D, as quais a tecnologia atrai muitos
mosquito, mas, com certeza, a população deve fazer a sua
consumidores, já chegaram ao mercado brasileiro.
parte.
d) As televisões 3D, onde a tecnologia atrai muitos con-
15) (EEAR - 2013) Assinale a alternativa em que a colo- sumidores, já chegaram ao mercado brasileiro.
cação do pronome oblíquo átono está correta, segundo a
norma culta da língua. 20) (EEAR - 2013) Observe:
a) Nada tirá-lo-ia daquela depressão. I- Logo que ele voltar, a família irá apoiá-lo.
b) Deus o livre de tamanha desgraça! II- A família irá apoiá-lo desde que ele volte.
c) Nos perdemos dos guias devido à escuridão da mata. III- Ainda que ele não queira voltar, a família irá apoiá
d) Tanta insistência talvez leve-nos a um resultado po- -lo.
sitivo. IV- A família irá apoiá-lo uma vez que ele voltou.
As orações subordinadas adverbiais destacadas acima
16) (EEAR - 2013) Leia: se classificam, respectivamente, como
“No final do ano, você sempre fala para você mesmo a) condicional, concessiva, causal, temporal.
tudo o que quer mudar. Neste ano faça isso antes.” b) temporal, condicional, concessiva, causal.
Em relação à classificação sintática dos termos em des- c) condicional, causal, concessiva, temporal.
taque, assinale a alternativa correta. d) temporal, concessiva, condicional, causal.
a) objeto indireto e objeto direto
b) sujeito e complemento nominal 21) (EEAR - 2013) As orações subordinadas substanti-
c) objeto indireto e complemento nominal vas destacadas estão corretamente classificadas, exceto na
d) complemento nominal e predicativo do sujeito alternativa
a) Tenho certeza de que as obras serão concluídas até
17) (EEAR - 2013) Marque a alternativa com as formas as Olimpíadas em 2016. (completiva nominal)
verbais que completam corretamente as lacunas do tex- b) Não pudemos saber quantos aviões foram abati-
to abaixo. ______ ao time, para vencer o campeonato, mais dos durante a batalha. (objetiva direta)
algumas contratações. A diretoria consultou a torcida e c) É possível que Artur Zanetti seja campeão olímpi-
cerca de 40% dos torcedores ______ jogadores mais jovens co novamente. (subjetiva)
no time. ______ alguns meses que o clube está adiando as d) O IBAMA proibiu que os turistas visitassem a reser-
mudanças. va marinha. (subjetiva)

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LÍNGUA PORTUGUESA

22) (EEAR - 2013) Leia: Nos versos acima, há, respectivamente, as seguintes
“Cavaleiro das armas escuras figuras de linguagem:
Onde vais pelas trevas impuras a) hipérbole, antítese, eufemismo.
Com a espada sanguenta na mão? b) prosopopeia, antítese, antítese.
Por que brilham teus olhos ardentes c) hipérbole, metáfora, antítese.
E gemidos nos lábios frementes d) antítese, metáfora, antítese.
Vertem fogo do teu coração?” 27) (EEAR - 2013) Assinale a alternativa em que há o
emprego incorreto do acento grave indicando a ocorrên-
Considerando o gênero dos adjetivos destacados nos cia da crase.
versos acima, têm-se a) A diretora do MASP (Museu de Arte de São Paulo)
a) cinco biformes. decidiu fechar o lugar à visitas.
b) quatro uniformes e um biforme. b) Devemos àquelas pessoas os inúmeros recursos de
c) dois biformes e três uniformes. comunicação que temos hoje.
d) três biformes e dois uniformes. c) Ele ficou extremamente feliz quando pôde ir à casa
dos avós.
23) (EEAR - 2013) Observe: d) Economizaram dinheiro para ir à cidade de Apare-
I- Todos da cidade ficaram admirados com a queima cida.
de fogos.
II- Os pais da vítima ficaram satisfeitos com a condena- 28) (EEAR - 2013) Leia:
ção da assassina. “O leme partiu-se!
III- A criação de novos cargos na empresa era neces- Marinheiros tristes
sária. contam, pensativos,
IV- O discurso do professor emocionou todos os alu- os mortos antigos
nos. e os inúteis vivos.”
Considerando os termos destacados, classificam-se
como complemento nominal os que estão em Assinale a alternativa em que o termo destacado exer-
a) I, II e III apenas. ce a mesma função sintática do termo em destaque na es-
b) III e IV apenas. trofe acima.
c) I e II apenas. a) O excelente atleta foi o vencedor.
d) I, II, III e IV. b) As pipas coloridas contrastavam com o céu azul.
c) As construções antigas eram trabalhadas artistica-
24) (EEAR - 2013) Em que alternativa o termo destaca- mente.
do classifica-se como agente da passiva? d) O técnico ficou surpreso com o desempenho do jo-
a) Caminhava silencioso pela relva. gador naquele dia.
b) Eu seguirei meus ideais pela vida toda.
c) A empresa foi aplaudida pelos serviços prestados. 29) (EEAR - 2013) Marque a alternativa em que a pala-
d) Naquela tarde, a paz foi quebrada pelos desordei- vra destacada apresenta a grafia incorreta.
ros. a) Se nosso chefe quiser, seremos dispensados hoje à
tarde.
25) (EEAR - 2013) Coloque C para certo ou E para erra- b) O chefe conseguiu amenizar os ânimos dos funcio-
do em relação à classificação das circunstâncias expressas nários demitidos.
pelo advérbio ou pela locução adverbial em destaque. Em c) Ao improvizar, no discurso de ontem, o chefe co-
seguida, assinale a alternativa com a sequência correta. meteu alguns deslizes gramaticais.
I- “Quero ser feliz/ Nas ondas do mar.” (modo) d) Se nosso chefe impuser novas regras na seção, tere-
II- “Se és fogo, como passas brandamente?” (lugar) mos que reavaliar nossa conduta.
III- “Vinham todos em manada/ um simples, outro
doutete.” (modo) 30) (EEAR - 2013) Assinale a alternativa em que a pala-
IV “Triste Bahia! Oh quão dessemelhante/ Estás, e es- vra destacada é formada por composição.
tou do nosso antigo estado!” (modo) a) “É o lobisomem ... – e avançou num pulo.”
a) E – E – C – E b) “Quantos anos levaria até envelhecer de novo?”
b) C – C – C – E c) “Incapaz de se mover para apanhar suas compras,
c) E – E – E – C Ana se aprumava pálida.”
d) E – C – E – C d) “Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de
guardar alheio gado”
26) (EEAR - 2013) Leia
“Essa que eu hei de amar perdidamente um dia,
Será tão loura, e clara, e vagarosa, e bela
Que eu pensarei que é o sol que vem, pela janela
Trazer luz e calor a esta alma escura e fria.”

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LÍNGUA PORTUGUESA

EEAR 2013 - 02 2) (EEAR - 2013) A expressão minimalismo, que pode


ser empregada no campo das artes, refere-se ao princípio
Nanobiotecnologia: o futuro já começou. de reduzir o emprego de elementos e recursos. Conside-
rando a expressão minimalista, presente no último pará-
01 Robôs microscópicos que navegam grafo do texto, assinale a informação incorreta.
pela corrente sanguínea e mandam a) Está a expressão valendo-se da surpreendente capa-
informações do corpo humano para cidade de geração de alta tecnologia em elementos míni-
equipamentos. Medicamentos inteligentes mos e precisos.
que agem exclusivamente nas células b) Demonstra a preocupação com a simplificação dos
doentes. recursos na área da saúde, em virtude dos custos que de-
05 Nanopartículas injetáveis que possibilitam, mandam tal área.
em casos de câncer, localizar metástases c) Diz respeito aos já existentes suportes cada vez mais
até então não visualizadas nos exames inovadores, bem como aos que advirão em auxílio do co-
de imagem. Parece ficção científica? nhecimento médico.
Essas possibilidades já são realidade nos d) É possível vislumbrar as possibilidades de desenvol-
laboratórios de pesquisa, acenando com vimento no campo da medicina como o desenvolvimento
promessas de utilização de uma forma de arte, na busca pelo “perfeito” sem exces-
10 médica no futuro. O fato é que a sos.
nanobiotecnologia vem transpondo as
fronteiras da imaginação para ganhar 3) (EEAR - 2013) A frase “fazendo emergir um admirá-
terreno em aplicações reais, fazendo vel mundo novo na medicina” (linhas 12 e 13) remete-se ao
emergir um admirável mundo novo na título do famoso livro de ficção Admirável Mundo Novo, do
medicina. inglês Aldous Huxley, publicado em 1932, que narra, em
Lidando com a manipulação de resumo, o funcionamento de uma sociedade hipotética, do
materiais em escala futuro.
15 nanométrica – um nanômetro equivale A partir dessa informação, assinale a alternativa cor-
à bilionésima parte do metro, algo 50 reta.
mil vezes menor que um fio de cabelo –, a) Apenas os conhecedores dessa obra de Huxley são
a nanobiotecnologia está presente em capazes de estabelecer conexão entre todas as informa-
novas formas de exames diagnósticos, ções do texto.
tratamentos e medicamentos. b) A referência pretende valorizar a nanobiotecnolo-
20 Ainda há aplicações que permanecem gia como um recurso que conseguiu alcançar o mundo do
no âmbito da pesquisa, outras requerem imaginário.
aprimoramento e há as que ainda c) Existe apenas coincidência entre os textos, porque a
se mantêm apenas no território da nanobiotecnologia é apresentada como previsível.
imaginação. Mas o fato é que essa d) A literatura inegavelmente influencia o mundo cien-
tecnologia minimalista é uma realidade tífico, e o uso da expressão ilustra esse fato.
que vai, cada vez mais, aportar recursos
25 inovadores para a área da saúde. 4) (EEAR - 2013) Complete as lacunas com o ou a e, a
seguir, assinale a alternativa com a sequência de substanti-
Revista Veja, 28/07/2010, texto adaptado
vos masculino, feminino, masculino.
a) __ eclipse, __ dinamite, __ derme
As questões de 01 a 04 referem-se ao texto acima. b) __ magma, __libido, __ pernoite
c) __ aneurisma, __fonema, __ clã
1) (EEAR - 2013) Quais fatos apresentados no primeiro d) __ pane, __ ênfase, __ dó
parágrafo provocam a pergunta “Parece ficção científica?”?
a) Células cancerígenas sendo plenamente restauradas. 5) (EEAR - 2013) Assinale a alternativa em que a re-
b) Exames com capacidade curativa, dizimando doen- lação expressa pela oração coordenada em destaque está
ças. correta.
c) O ultrapequeno substituindo em definitivo a ação a) A vida parou ou foi o automóvel? (adversidade)
humana. b) Mude seu pensamento e você mudará o mundo.
d) Robôs navegando no sangue, remédios agindo inte- (alternância)
ligentemente, partículas superando grandes máquinas. c) Nem sempre as esperanças se realizam, contudo
sempre as cultivo. (conclusão)
d) Não só era inteligente, mas também observava
tudo comatenção. (adição)

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LÍNGUA PORTUGUESA

6) (EEAR - 2013) Marque a alternativa em que se des- b) Sempre que conversamos, ele se refere àquele jardim.
tacam locução adjetiva e adjetivo nas frases. c) Às seis horas, já estávamos prontos para o desfile.
a) “Certa hora da tarde era mais perigosa.” d) Foi entregue à imprensa as listas dos aprovados.
b) “Desceu a íngreme escada, apegando-se às cordas.”
c) “Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro 11) (EEAR - 2013) Assinale a alternativa em que não se
da floresta.” verifica a presença de metáfora.
d) “Houve um momento de silêncio: todos os rostos a) “Deus, antes de ser homem, era sol sem sombra.” (Pe.
empalideceram (...)” Vieira)
b) “As tuas saudades ficam onde deixas o coração.” (Ca-
7) (EEAR - 2013) Assinale a alternativa em que os ter- milo Castelo Branco)
mos destacados em cada grupo de frases são parônimos. c) “Tem nas faces o branco das areias que bordam o
a) 1- Tudo já está preparado para a cidade empossar mar.” (José de Alencar)
o novo prefeito. d) “...meu pensamento vadio era uma borboleta serena
2- É preciso cuidar para o piso da varanda não empo- que não pousava em nada.” (Bernardo Elis)
çar água.
b) 1- Uma das grandes festas de apreço popular é a do 12) (EEAR - 2013) Leia:
Círio de Nazaré. “Nas horas mortas da noite
2- Chegou à hospedaria um homem; dizem que é sírio. Como é doce o meditar
c) 1- Nas cidades europeias, após o almoço, a sesta Quando as estrelas cintilam
põe tudo a dormir com as pessoas. Nas ondas quietas do mar.”
2- A menina, feliz, preparou uma grande cesta de Pás-
coa para sua avó. O mesmo processo de formação de palavras, em desta-
d) 1- Espera-se que as delegações dos países viajem que no texto acima, ocorre em:
nesta para a realização dos jogos olímpicos. a) “Discreta e formosíssima Maria
2- Segundo o poeta, a viagem mais difícil é a que faze-
Enquanto estamos vendo a qualquer hora,
mos para dentro de nós mesmos.
Em teus olhos e boca o Sol e o dia (...)”
b) “Se Deus dá o seu sol e a sua chuva aos bons e aos
8) (EEAR - 2013) Leia:
maus, aos maus que se quiserem fazer bons, como negará?”
“Um discurso de metafísica política apaixona natural-
c) “Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem
mente (...), chama os apartes e as respostas.”
a semear, há outros que semeiam sem sair (...)”
Reescrevendo o trecho acima, do conto Teoria do Me-
d) “A cada canto um grande conselheiro, Que nos quer
dalhão, de Machado de Assis, e a ele acrescentando um, ou
governar cabana e vinha (...)”
mais, adjetivo com função de adjunto adnominal, temos
como incorreta a seguinte alternativa:
a) Um discurso de metafísica política apaixona natural- 13) (EEAR - 2013) O pronome indefinido está em des-
mente, chama os apartes e as respostas contrafeitos. taque em:
b) Um discurso de metafísica política apaixona natural- a) “Todos aguardavam sua chegada. E eis! Menos jovial
mente, chama os apartes contrafeito e favorável. que a imagem congelada na lembrança.”
c) Um discurso de metafísica política apaixona natural- b) “Com a lupa em punho, levei um susto: então essa era
mente, chama aparte e alegação contrafeitas. a cara de um inseto debaixo da lente?”
d) Um discurso de metafísica política apaixona natural- c) “A moça para quem entregaria seu coração passara
mente, contrafeito aparte e resposta. por ele reluzente; tanta beleza deixava-o tonteado.”
d) “Inclino a cabeça para o segredo que ela vai me con-
9) (EEAR - 2013) Leia: tar; sou invadida por sentimentos... Alguns são leves; outros,
“Muitos homens choravam (...) Só Capitu, amparando a difíceis!”
viúva, não se desesperou. Consolava a outra, queria arran-
cá-la dali. Ela confessou-me que não conseguia chorar e que 14) (EEAR - 2013) As vírgulas obrigatórias do texto abai-
iria desdobrar-se em cuidados para com a amiga.” xo foram omitidas propositalmente:
No texto, os termos que se classificam como objeto (I) O tão esperado verão deverá ser intenso nos próximos
direto são: meses. (II) Estima-se que na Região Sudeste as temperaturas
a) a viúva, a outra, -la poderão manter-se acima dos 35 graus. (III) Calor e chuva for-
b) muitos homens, Ela marão portanto a combinação perfeita para o Aedes aegypti
c) para com a amiga, -la o mosquito transmissor da dengue.
d) Capitu, -se, -me Assinale a alternativa com a afirmação incorreta sobre
10) (EEAR - 2013) Em qual alternativa o emprego do o emprego exigido dessas vírgulas.
acento indicador de crase é facultativo? a) Na primeira frase do texto (I), é obrigatório o empre-
a) Diante da situação tão grave, fomos até às últimas go da vírgula para separar o adjunto adverbial nos próxi-
consequências. mos meses, que aparece deslocado.

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LÍNGUA PORTUGUESA

b) Na segunda frase, é obrigatório o emprego de duas 19) (EEAR - 2013) Observe:


vírgulas para isolar o adjunto adverbial na Região Sudeste, fre-ar: contém hiato
que aparece intercalado. pou-co: contém ditongo oral decrescente
c) Na terceira frase, há o aposto o mosquito transmis- Em qual alternativa a palavra não apresenta nenhuma
sor da dengue, que precisa estar separado por uma vírgula das classificações acima?
obrigatória. a) aorta
d) A conjunção portanto, que aparece na terceira frase, b) miolo
deve ser isolada por duas vírgulas, uma vez que ela é pos- c) vaidade
positiva. d) quatro
15) (EEAR - 2013) Observe: 20) (EEAR - 2013) Observe as conjunções subordinati-
“Que barulho estranho vas em destaque nas frases abaixo com a respectiva classi-
vem de fora
ficação entre parênteses.
vem de dentro?!...
I. Embora meu pai não estivesse aqui, fiz o trabalho do
E o menino encolhe
mesmo modo. (temporal)
e se embrulha nas cobertas,
II. Se meu pai estivesse aqui agora, perguntaria a ele se
enfia a cabeça no travesseiro
e devagar, o trabalho ficou bem-feito. (integrante)
sem segredo, III. Enquanto meu pai estava aqui, fiz o trabalho do
vem o sono.” modo como ele me ensinou. (conformativa)
A classificação está correta em
Entre os tipos de adjunto adverbial em destaque no a) I.
texto acima, há b) II.
a) dois de modo. c) III.
b) dois de tempo. d) I, II e III.
c) apenas um de causa.
d) apenas um de lugar. 21) (EEAR - 2013) Leia:
I - Praticamente nos intoxicamos com as notícias diá-
16) (EEAR - 2013) Assinale a alternativa em que a re- rias de violência.
gência verbal está de acordo com a norma culta vigente. II - Organizam-se projetos ineficientes em quase todos
a) Nunca aspirei o seu cargo público. os setores da vida pública.
b) Nunca me simpatizei com pessoas falantes. III - As pessoas são atacadas de surpresa nos grandes
c) Com olhar curioso, a menina assistia aos filmes anti- centros urbanos.
gos que herdara da avó. Estão na voz passiva as orações
d) Preferimos a tranquilidade das cidades do interior a) I e II.
do que a agitação dos grandes centros. b) I e III.
c) II e III.
17) (EEAR - 2013) Coloque, nos parênteses que se- d) I, II e III.
guem os termos em destaque no trecho abaixo, CN para
complemento nominal e OI para objeto indireto e assinale 22) (EEAR - 2013) Marque a alternativa que completa
a alternativa com a sequência correta.
as lacunas com vocativo e aposto.
“Creio no mundo ( ) como num malmequer,
_________ não permitam a ruína destes jovens,_______.
Porque o vejo. Mas não penso nele ( )
a) Espero que os pais / pois são o futuro de nossa pátria
Porque pensar é não compreender ...
b) Queridos pais, / já que são o futuro de nossa pátria
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(pensar é estar doente dos olhos)” ( ) c) Que os pais / futuro de nossa pátria
a) CN, CN, OI d) Pais, / futuro de nossa pátria
b) OI, CN, CN
c) OI, OI, CN 23) (EEAR - 2013) Leia:
d) CN, OI, OI “Em lugares distantes, onde
não há hospital nem escola
18) (EEAR - 2013) Leia: homens que não sabem ler
“Da chaminé de tua casa e morrem aos 27 anos
Uma a uma plantaram e colheram a cana.”
Vão brotando as estrelinhas...” A oração em destaque acima é classificada como su-
No texto acima, o sujeito é classificado como bordinada
a) oculto. a) substantiva predicativa.
b) simples. b) substantiva subjetiva.
c) composto. c) adjetiva explicativa.
d) indeterminado. d) adjetiva restritiva.

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LÍNGUA PORTUGUESA

24) (EEAR - 2013) Leia: 25 sobretudo como cidadão.


“Por longos anos, o pobre homem tinha se abstido da
felicidade. Agora ela estava tão escancaradamente próxima! (Nilo Odália,
Saberia aceitá-la?” O que é violência, ed. Brasiliense –
Assinale a alternativa que não corresponde à expres- texto adaptado)
são verbal em destaque. Vocabulário
a) O pronome se liga-se ao verbo ter; a forma abstido amalgamar: misturar num só bloco,
não se conjuga como pronominal. de modo que não se percebam os
b) Apresenta forma nominal que compõe tempo com- elementos que o compõem.
posto.
c) Abstido é verbo principal da conjugação composta.
d) A forma do particípio deriva do verbo ter. As questões de 01 a 04 referem-se ao texto anterior.

EEAR 2014 – 01 1) (EEAR - 2014) Com a expressão “a televisão nossa


de cada dia”, o autor
Televisão e violência a) exalta o papel da televisão, induzindo-nos a crer que
ela também pode ser vista de forma positiva.
01 Nos dias de hoje, a formação da b) faz referência à conhecida oração do Pai Nosso, su-
mentalidade e da gerindo que devemos rezar para não sermos influenciados
opinião pública é largamente pela televisão.
dependente dos veículos de c) sugere que sejam exibidos mais programas religio-
comunicação em massa, que sos na televisão, para se sobreporem aos programas noci-
selecionam o que devo ver, ouvir e vos à formação do indivíduo.
ler. Eles não apenas informam mas, na d) destaca que o hábito de ver televisão se converteu
grande numa espécie de ritual para a grande maioria das pessoas,
05 maioria das vezes, interpretam o que como se fosse um alimento, uma necessidade fundamen-
transmitem, de maneira a bloquear em tal.
mim a possibilidade de exercer meu
próprio senso crítico para interpretar o 2) (EEAR - 2014) Por que o autor diz que a formação
que foi divulgado. da mentalidade e da opinião pública é largamente depen-
Dentre esses meios de comunicação, dente dos veículos de comunicação em massa?
ganha a) Eles são indispensáveis à vida moderna, por nos
transmitirem informações sem as quais não formaríamos
10 especial realce a televisão, que cria opiniões próprias.
intimidades; a fascinação que exerce b) Não é possível formar nosso senso crítico sem as-
sobre a população e seu domínio sobre
sistir aos noticiários que a televisão transmite diariamente.
nossas vontades parecem estar no fato
c) Os veículos de comunicação em massa são as únicas
mágico de diluir realidades e fantasias,
fontes de informação de que dispomos.
amalgamando-as num consumismo
d) São os meios de comunicação em massa que sele-
puramente passivo, de imagens e
cionam o que devemos ver, ouvir e ler.
ideias.
15 A televisão nossa de cada dia 3) (EEAR - 2014) Observe o trecho abaixo retirado do
está cheia de violências políticas que texto e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta
interiorizamos passivamente. Criando especificamente a ideia contida nele.
ilusões de novos estilos de vida, ela Eles não apenas informam mas, na grande maioria das
impõe valores, transforma as fantasias vezes, interpretam o que transmitem, de maneira a bloquear
em razões de vida. em mim a possibilidade de exercer meu próprio senso crítico
Afinal, quem, no dia a dia, vende a para interpretar o que foi divulgado.(linhas 4 a 8)
calça que uso, a) O poder de manipulação dos meios de comunicação
20 pasta de dente que utilizo, o de massa impede a capacidade que as pessoas têm de julgar
apartamento em que moro, acaba, os fatos por si mesmas.
naturalmente, por dizer-me também b) Os meios de comunicação de massa definem o que
o que devo pensar, o que devo fazer, cada pessoa deve consumir, uma vez que eles bloqueiam a
como devo agir em tais ou tais situações, capacidade de escolha de compra da população.
numa palavra, determinando meu c) A televisão é a principal responsável pelos atos vio-
comportamento não apenas como lentos que ocorrem na sociedade, pois ela e os outros meios
consumidor mas de comunicação de massa não se preocupam em propagar
a pacificidade entre as pessoas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

d) Os meios de comunicação de massa cumprem seu 8) (EEAR - 2014) Leia:


papel de divulgadores dos fatos tais como eles ocorrem. As Em sua carreira profissional, o sargento da FAB deve as-
pessoas são as próprias responsáveis por sua passividade, pirar ___ um padrão de qualidade em tudo que faz. Traba-
porque elas não exercem sua cidadania. lhos malfeitos podem implicar ___ consequências graves. Por
isso, sempre que chegar ___ seu setor de trabalho, proceda
4) (EEAR - 2014) Considerando que o autor apresenta ___ ofícios de forma idônea. Considerando a regência verbal,
a televisão como um meio de comunicação de massa que assinale a alternativa que completa corretamente os espa-
se destaca pela sua capacidade de manipulação e sedução, ços da frase acima.
observe os trechos abaixo retirados do texto: (Obs.: O símbolo Ø significa que o espaço deve ficar
I- ...a fascinação que exerce sobre a população e seu em branco.)
domínio sobre nossas vontades parecem estar no fato má- a) a – Ø – a – aos
gico de diluir realidades e fantasias... (linhas 10 a 13) b) Ø – em – a – os
c) a – em – em – os
II- Criando ilusões de novos estilos de vida ... (linha 17)
d) Ø – Ø – em – aos
III- ...ela impõe valores, transforma as fantasias em razões
de vida. (linhas 17 e 18)
9) (EEAR - 2014) Considere as seguintes frases:
Há justificativa para o poder de sedução da televisão em
I- Na milésima segunda noite, Scherazade degolou o
a) II e III apenas. sultão.
b) I e II apenas. II- Angustiado estou com sua indiferença.
c) I, II e III. III- Saímos curiosos da apresentação.
d) I apenas.
Quanto ao predicado, pode-se firmar que
5) (EEAR - 2014) Leia: a) II é nominal e III é verbo-nominal.
A cidade de Aparecida, onde foi encontrada a imagem b) I é verbo-nominal e II é verbal.
de Nossa Senhora, à qual são atribuídos muitos milagres, fica c) I é verbal e II é verbo-nominal.
intransitável na festa da Padroeira do Brasil, que ocorre no d) III é verbal.
dia doze de outubro.
Em relação aos pronomes relativos em destaque, é cor- 10) (EEAR - 2014) Observe:
reto afirmar que Não fui ___ jantar porque encontraria algumas desagra-
a) onde está empregado incorretamente, pois ele não dáveis pessoas. Pedi, então, desculpas ___ senhora que me
pode representar um lugar, espaço físico. convidou, pois não vou ___ reuniões em que não me sinto___
b) que está corretamente empregado e representa o an- vontade. Acabaria me chateando com cenas iguais ___ que
tecedente festa da Padroeira do Brasil. vi em outras ocasiões.
c) a preposição em deveria preceder o que, por isso há Assinale a alternativa que, de acordo com a norma
erro no emprego desse pronome. culta, completa, correta e respectivamente, as lacunas do
d) à qual está corretamente empregado e representa o texto acima.
antecedente A cidade de Aparecida. a) àquele – a – à – à – a
b) aquele – à – a – a – às
6) (EEAR - 2014) Assinale a alternativa em que o termo c) àquele – à – a – à – às
em destaque pode assumir a função de objeto indireto. d) aquele – a – à – a – a
a) O mundo, com tanta violência, pode acabar.
b) O mundo pode, com tanta violência, acabar.
c) O mundo pode acabar, com tanta violência.
11) (EEAR - 2014) Leia:
d) O mundo pode acabar com tanta violência.
“Conheci que Madalena era boa em demasia... A cul-
7) (EEAR - 2014) Leia:
pa foi desta vida que me deu uma alma agreste. Procuro
“Há um cemitério de bêbados na minha cidade. Nos recordar o que dizíamos. Terá realmente piado a coruja?
fundos do mercado de peixe e à margem do rio ergue-se Será a mesma que piava há dois anos?” (Graciliano Ra-
o velho ingazeiro • ali os bêbados são felizes. A população mos, São Bernardo)
consideraos animais sagrados, provê suas necessidades de Em relação às orações subordinadas em destaque no
cachaça e peixe (...). No trivial contentam-se com as sobras trecho acima, tem-se que
do mercado.” a) todas são substantivas.
(Dalton Trevisan) b) duas são adverbiais.
Dos termos destacados no trecho acima, qual se classi- c) todas são adjetivas.
fica como complemento nominal? d) três são adjetivas.
a) do rio
b) de bêbados 12) (EEAR - 2014) Assinale a alternativa em que a pon-
c) do mercado tuação empregada faz surgir no texto, de forma incorreta,
d) de cachaça e peixe um termo acessório.

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LÍNGUA PORTUGUESA

a) Olha bem estes sítios queridos, 17) (EEAR - 2014) Leia:


Vê-os bem neste olhar derradeiro... “A vida é combate,
Ai! o negro dos montes erguidos, Que os fracos abate,
Ai! o verde do triste pinheiro! Que os fortes, os bravos,
Só pode exaltar.” (Gonçalves Dias – I Juca-Pirama)
b) Olha bem estes sítios queridos!
Vê-os bem neste olhar derradeiro... O mesmo processo de formação da palavra em des-
Ai, o negro dos montes erguidos! taque no texto ocorre em qual palavra também destacada
Ai, o verde do triste pinheiro! abaixo?
a) “Oh! Que doce era aquele sonhar!”
c) Olha bem estes sítios, queridos, b) “Os bons vi sempre passar/ No mundo graves tor-
Vê-os bem, neste olhar derradeiro! mentos.”
Ai! O negro dos montes erguidos,
c) “Não sei o que há de vago/ No voo em que divago/
Ai! O verde do triste pinheiro!
à tua busca, amor!”
d) “Já é noite em teu bairro/ e as mocinhas de calças
d) Olha bem estes sítios queridos...
compridas desceram para a porta/ após o jantar.”
Vê-os bem neste olhar derradeiro!
Ai, o negro dos montes erguidos...
Ai, o negro do triste pinheiro... 18) (EEAR - 2014) Leia:
“Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era
13) (EEAR - 2014) Assinale a alternativa em que o ter- mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma
mo grifado pode ser classificado como aposto ou vocativo, pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava
dependendo da leitura. tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar.”
a) Vida, por que não me curas esta ferida? (Machado de Assis, Missa do galo)
b) Esta é Holanda, a terra das flores encantadoras.
c) Minha melhor amiga, Marta, é benquista por todos. Qual das classificações abaixo não se refere a nenhum
d) Os dinossauros, seres gigantes e já extintos, são dos pronomes destacados no texto?
muito pesquisados. a) Relativo
b) Indefinido
14) (EEAR - 2014) Leia: c) Possessivo
“Eu também já fui brasileiro / moreno como vocês. / d) Demonstrativo
Ponteei viola, guiei forde / e aprendi na mesa dos bares
/ que o nacionalismo é uma virtude.” 19) (EEAR - 2014) Quanto ao uso dos homônimos con-
Em relação à oração a que pertence, é correto afirmar serto/concerto, assinale a alternativa incorreta.
que a) O rapaz tentou reparar-se por suas palavras. Os sen-
a) brasileiro é predicativo do objeto. timentos que elas geraram, no entanto, ficaram sem con-
b) moreno é predicativo do sujeito. serto.
c) nacionalismo é objeto direto. b) Das Dores era daquelas costureiras mais perfeccio-
d) viola é sujeito. nistas que oficiosas. Por mais simples que fosse um con-
15) (EEAR - 2014) Assinale a alternativa em que a frase certo seu, a roupa ganhava ares de nova.
contém a seguinte sequência: sujeito + verbo + objeto in-
c) Naquele momento histórico, as nações discordavam
direto + objeto direto.
quanto aos acordos de paz, mas os olhos do mundo pe-
a) O amor maduro traz à alma paz.
diam um urgente e justo concerto entre elas.
b) O amor maduro traz em paz a alma.
d) Queria muito desfrutar do concerto magnífico a que
c) O amor maduro traz em paz na alma.
d) O amor maduro traz paz para a alma. assistia, mas a reforma no apartamento vizinho dolorosa-
mente se sobrepunha aos sublimes acordes.
16) (EEAR - 2014) Atentando para a acentuação grá-
fica, assinale a alternativa que completa corretamente os 20) (EEAR - 2014) Leia:
espaços do texto abaixo. “Já brilha o fogo, companheiro (1) da noite. Correm len-
Dias vão, dias ____, tas, silenciosas no azul (2) do céu as estrelas. Martim se em-
E nada consegue apagar bala (3) docemente. (4) Por certo o espera a virgem loura
A dor que deles _____. dos castos afetos.” (José de Alencar, adaptado)
E vou seguindo meu caminho Assinale a alternativa que contém a numeração corres-
Buscando em vago _________ pondente às palavras ou expressões destacadas no texto
Driblar as mágoas que a contêm. classificadas como advérbio ou locução adverbial.
a) vêm – advém – redemoinho a) 1 e 2
b) vem – advém – redemoínho b) 1 e 3
c) vem – advêm – redemoínho c) 3 e 4
d) vêm – advêm – redemoinho d) 2 e 4

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LÍNGUA PORTUGUESA

21) (EEAR - 2014) Considere a seguinte frase: “Pouco a Quais são as figuras de linguagem presentes nos ter-
pouco uma vida nova, ainda confusa, se foi esboçando.” mos destacados?
(Graciliano Ramos, Vidas Secas) a) eufemismo e metáfora
b) metonímia e metáfora
Assinale a alternativa em que, reescrevendo-se a frase, c) eufemismo e antítese
os adjetivos ficam no grau comparativo. d) antítese e metonímia
a) Pouco a pouco, a mais nova e confusa das vidas se
foi esboçando.
26) (EEAR - 2014) Assinale a alternativa incorreta
b) Pouco a pouco, uma vida tão nova quanto confusa
quanto à classificação da oração subordinada substantiva
se foi esboçando.
c) Pouco a pouco, uma vida novíssima e ainda muito em destaque.
confusa se foi esboçando.
d) Pouco a pouco, uma vida supernova e ainda extre- a) “Mas que dizer do poeta
mamente confusa se foi esboçando. numa prova escolar?
Que ele é meio pateta (objetiva direta)
22) (EEAR - 2014) Marque a alternativa em que o verbo e não sabe rimar?”
está na voz passiva.
a) “De repente, senti um bafo quente no rosto.” b) “Mas ele desconhecia
b) “Quanto aos discos, obedecerão às nossas preferên- Esse fato extraordinário:
cias.” Que o operário faz a coisa (apositiva)
c) “A bem da verdade, ela jamais me desagravou com E a coisa faz o operário.”
atitudes hostis.”
d) “Os fios telegráficos foram inventados para a propa-
c) “[Tinha] medo que lhe dissessem alguma coisa,
gação do exagero.”
que a olhassem muito.” (completiva nominal)
23) (EEAR - 2014) Assinale a alternativa em que a con-
junção subordinada adverbial destacada exprime ideia de d) “...com esses cabelos brancos parece que não
condição. vou morrer...” (predicativa)
a) “Quando chegou a hora, tive vontade de desani-
mar.” 27) (EEAR - 2014) Todas as orações reduzidas destaca-
b) “Para que eu seja um bom escritor é preciso que das são subordinadas adverbiais concessivas, exceto uma.
descreva Glória com precisão.” Assinale-a.
c) “Mas minha mãe diz que prefere [meu casamento], a) Não conseguiu realizar uma boa prova, mesmo sa-
contanto que eu fique com o nome limpo.” bendo toda a matéria.
d) “Há vários dias ansiava por ele, como um jovem ado- b) Ocupado com tantos afazeres, não tenho tido mui-
lescente espera o dia de ir ao cinema com a namoradinha.”
to tempo para o lazer.
c) Ela chegou rapidamente ao local da festa sem co-
24) (EEAR - 2014) Leia:
“Todavia, despido de quaisquer outras circunstâncias, a nhecer direito o caminho.
minha decisão (ser) bonita, porque (exprimir) um justo es- d) Apesar de estar bastante ansiosa, a professora fez
crúpulo, um sentimento de alma delicada. Era o que me di- uma louvável apresentação.
zia minha dama, elogiando-me.”
(Machado de Assis, adaptado) 28) (EEAR - 2014) Observe:
O jovem padre permanece, já por alguns anos, na paró-
Assinale a alternativa que não é uma opção correta quia, sofrendo a rejeição dos tradicionais devotos do vilarejo.
para a conjugação dos verbos entre parênteses nos tem- As alternativas seguintes apresentam a reescrita da fra-
pos do indicativo. se acima.
a) presente Assinale a que tem o verbo em destaque com a corre-
b) pretérito perfeito taconcordância verbal.
c) futuro do pretérito
a) Há alguns anos, o jovem padre permanece na pa-
d) pretérito imperfeito
róquia sofrendo a rejeição dos tradicionais devotos do vi-
25) (EEAR - 2014) Leia: larejo.
Criança periférica rejeitada... b) Já se passou alguns anos, e o jovem padre perma-
Teu mundo é um submundo. nece na paróquia sofrendo a rejeição dos tradicionais de-
Mão nenhuma te valeu na derrapada. votos do vilarejo.
c) Fazem alguns anos que o jovem padre permanece
Ao acaso das ruas – nosso encontro. na paróquia sofrendo a rejeição dos tradicionais devotos
És tão pequeno... eu tenho medo. do vilarejo.
Medo de você crescer, ser homem. d) Transcorreu alguns anos, e o jovem padre perma-
Medo da espada de teus olhos... nece na paróquia sofrendo a rejeição dos tradicionais de-
(Cora Coralina, Menor abandonado) votos do vilarejo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

29) (EEAR - 2014) Relacione as colunas quanto aos 05 organismo, estabeleceram-se dois dos
tipos de sujeito. Em seguida, assinale a alternativa com a principais dogmas da ciência da nutrição. O
sequência correta. primeiro deles é que a gordura saturada faz
mal ao coração; em contrapartida, o outro
(1) indeterminado preceito ensina que a gordura insaturada
( ) João da Cruz e Sousa
(2) simples protege as artérias cardíacas. Uma dieta
nasceu no Desterro, atual
(3) composto saudável, portanto, seria
Florianópolis, em 1861.
(4) oculto 10 aquela com menos quantidade possível
( ) Deixaram a biblioteca de gordura saturada e porções generosas
limpa e de insaturada. Esses conceitos, no entanto,
arrumada. começam a ser revistos. Estudos recentes
( ) Nas palavras daquele propõem uma mudança de orientação ao
texto, afirmar que a gordura saturada não é assim
permaneci imerso por horas. tão vilã e a insaturada

( ) Glauceste Satúrnio e 15 nem sempre é a mocinha. Com base nas


Dirceu são os descobertas, as recomendações sobre o
pseudônimos de dois grandes consumo saudável de gorduras passam por
líricos da poesia arcádica inédita reviravolta.
brasileira. O exemplo mais claro dessa mudança
de normas é o da gordura saturada. Até
a) 3, 1, 4, 2 recentemente, conforme os
b) 2, 4, 3, 1 20 manuais da boa alimentação, o máximo
c) 2, 1, 4, 3 preconizado de saturada era de 7% do total
d) 3, 4, 2, 1 de calorias ingeridas diariamente. Agora
o limite foi estendido para 10%. No Brasil,
30) (EEAR - 2014) Observe: com o objetivo de orientar sobre as novas
I- Eu posso reclamar, ___ estou na minha razão. recomendações, foi elaborada a mais
II- Houve avanços na negociação entre trabalhadores ampla cartilha já
e empresários, ___ a situação ainda não foi resolvida. 25 feita sobre a associação entre o consumo de
III- Apiedei-me da borboleta caída no chão, tomei-a gorduras e as doenças cardiovasculares. “É
na palma da mão ___ fui depô-la no peitoril da janela. a redenção da gordura”, diz o cardiologista
IV- Não desista de seus sonhos, ___ eles são plena- coordenador das novas orientações.
mente realizáveis.
Assinale a alternativa com os tipos de conjunções (Adaptado da revista Veja, 27 de junho de
coordenativas que preenchem correta e respectivamente 2012)
as lacunas das frases acima.
a) explicativa, adversativa, aditiva, explicativa
b) aditiva, explicativa, adversativa, adversativa As questões de 01 a 04 referem-se ao texto acima.
c) adversativa, adversativa, aditiva, explicativa
d) explicativa, aditiva, explicativa, adversativa 1) (EEAR - 2014) A “redenção da gordura” (linha 26) está
associada à seguinte informação:
a) não mais se prejudica a saúde com a ingestão excessiva
EEAR 2014 – 02 de gorduras saturada e insaturada.
b) houve uma importante mudança nas recomendações
A gordura do bem sobre o consumo saudável de gordura.
c) o aumento na quantidade de ingestão de gordura insa-
turada revolucionou os manuais da boa nutrição.
01 Poucas questões na medicina foram d) a abordagem atual é a de que o descontrole no con-
unanimidade por tanto tempo quanto o sumo de gordura não é a principal causa das doenças cardio-
impacto das gorduras dos alimentos sobre vasculares.
a saúde. Desde a década de 50, quando
surgiram os estudos iniciais avaliando a
função do nutriente no

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LÍNGUA PORTUGUESA

2) (EEAR - 2014) Observe: 6) (EEAR - 2014) Leia:


O alfinete disse à agulha:
Exemplos de alimentos com índice maior de - Faça como eu, que não abro caminho para ninguém.
Passando para o discurso indireto o fragmento acima,
Gordura Gordura de acordo com a norma gramatical, tem-se:
saturada – Grupo A insaturada – Grupo B a) O alfinete disse à agulha que fizesse como ele, que
não abria caminho para ninguém.
Carne vermelha Óleo de canola b) O alfinete dissera à agulha que faria como ele, que
Manteiga Azeite de oliva não abria caminho para ninguém.
chocolate Peixe c) O alfinete disse à agulha que fizesse como ele, que
nãoabrirá caminho para ninguém.
A partir das informações acima e das informações que se d) O alfinete tinha dito à agulha que faça como ele, que
encontram no texto, pode-se afirmar que nãoabre caminho para ninguém.
a) a carne vermelha, com a nova orientação sobre o con-
sumo de gordura, deve ser ingerida numa quantidade bem 7) (EEAR - 2014) Assinale a frase que apresenta um erro
menor por ser totalmente maléfica ao coração. de ortografia.
b) alimentos como o peixe, que eram considerados prote- a) Ele se alimentava mal.
tores das artérias cardíacas, nem sempre são tão mocinhos, ou b) Assisti ao filme da sessão das dez. Foi ótimo!
seja, pressupõe se que haja também restrições para o consu- c) Jamais exitei um instante sequer diante dos meus ob-
mo desse tipo de alimento. jetivos.
c) as pessoas devem consumir porções exclusivas de ali- d) A condessa compareceu ao encontro, por isso houve
mentos do grupo B, eliminando os alimentos do grupo A do tanta comemoração.
cardápio, de acordo com estudos recentes sobre o consumo
de gordura e as doenças cardiovasculares. 8) (EEAR - 2014) Se eu correr em busca dos meus so-
d) tanto a carne vermelha como o peixe são benéficos à nhos, talvez consiga encontrá-los bem próximo a mim. Na
saúde de nosso coração, não importando o teor de gordura frase acima, os verbos destacados encontram-se, respecti-
saturada e insaturada que cada um possui. Há, inclusive, vamente, no
uma nova cartilha que incentiva o consumo desmedido de a) infinitivo pessoal e presente do indicativo.
b) infinitivo pessoal e presente do subjuntivo.
gordura saturada.
c) futuro do subjuntivo e presente do indicativo.
d) futuro do subjuntivo e presente do subjuntivo.
3) (EEAR - 2014) Qual dos trechos abaixo, presentes
no texto, contém ideia de finalidade?
9) (EEAR - 2014) Não esticava o braço, sem espiar pri-
a) Agora o limite foi estendido para 10%. (l. 22)
meiro para todos os lados, a ver se vinha alguém, e, se
b) conforme os manuais da boa alimentação (l. 19 e 20)
vinha alguém, disfarçava e ia-se embora.
c) ao afirmar que a gordura saturada não é assim tão Na frase acima, de Machado de Assis, as orações des-
vilã (l. 13 e 14) tacadas são subordinadas, respectivamente,
d) com o objetivo de orientar sobre as novas recomen- a) adverbial temporal e substantiva subjetiva.
dações (l. 23 e 24) b) substantiva subjetiva e adverbial temporal.
c) adverbial condicional e substantiva objetiva direta.
4) (EEAR - 2014) Assinale a alternativa que traz uma d) substantiva objetiva direta e adverbial condicional.
informação incorreta.
a) A expressão dessa mudança (linha 18) faz referência à 10) (EEAR - 2014) Assinale a frase com erro de con-
reviravolta citada na frase anterior. cordância verbal.
b) A expressão em contrapartida (linha 7) introduz uma a) No mesmo dia, faleceu um político e um músico.
ideia oposta ao que se mencionou antes. b) Desse produto foi fabricado, no ano passado, dez
c) A conjunção no entanto (linha 12) apresenta uma modelos.
conclusão para o que se disse antes. c) Desapareceram misteriosamente o livro e a revista
d) A palavra descobertas (linha 15) faz referência ao que que estavam aqui.
se diz sobre as gorduras saturada e insaturada. d) É importante que esses assuntos sejam discutidos
reservadamente.
5) (EEAR - 2014) Leia:
I. Um violão chorava suas canções com saudade. 11) (EEAR - 2014) Assinale a alternativa que completa,
II. Luísa, ó Luísa! Longe dos olhos e perto do coração! correta e respectivamente, os espaços da seguinte frase:
Nas frases acima há, respectivamente, as seguintes figu- Nunca me veio ___ cabeça ___ possibilidade de admitir ___
ras de linguagem: sua renúncia devido___ uma questiúncula tão insignificante.
a) eufemismo e antítese. a) à – a – a – a
b) antítese e eufemismo. b) à – a – à – a
c) prosopopeia e antítese. c) a – à – à – à
d) prosopopeia e hipérbole. d) a – à – a – à

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LÍNGUA PORTUGUESA

12) (EEAR - 2014) Coloque 1 para predicado nominal, 17) (EEAR - 2014) Assinale a alternativa cujo termo des-
2 para verbal e 3 para verbo-nominal. Em seguida, assinale tacado não é aposto.
a alternativa com a sequência correta. a) Apreciava o estilo do poeta Paulo Leminski.
( ) Ficou realmente feliz com o resultado da prova. b) O escritor Paulo Leminski nasceu em Curitiba.
( ) Ao fim do jogo, ele saiu de campo muito frustrado. c) O poema de Paulo Leminski apresenta rico conteúdo.
( ) Os próprios habitantes fabricavam alimentos e re- d) Paulo Leminski, poeta contemporâneo, possui uma
médios. obra primorosa.
a) 3 – 1 – 2
b) 1 – 2 – 3 18) (EEAR - 2014) Leia:
c) 1 – 3 – 2 Vestido azul, longo e bonito
d) 2 – 3 – 1 meias da cor da pele,
sapato de meio salto prateado
13) (EEAR - 2014) Relacione as colunas quanto às re-
batom e esmalte discretos
gras de acentuação gráfica, sabendo que haverá repetição
tudo como convém a uma garota,
de números. Em seguida, assinale a alternativa com a se-
a uma linda garota para ser exata.
quência correta.
Coloque F para Falso ou V para Verdadeiro para as afir-
(1) Põe-se acento agudo no i e no u tônicos que for-
mam hiato com a vogal anterior. mações sobre os adjetivos que aparecem nos versos acima
(2) Acentua-se paroxítona terminada em i ou u segui- e, a seguir, assinale a alternativa com a sequência correta.
dos ou não de s. ( ) Há adjetivo em todos os versos.
(3) Todas as proparoxítonas devem ser acentuadas. ( ) Todos os adjetivos do texto são terminados em vogal
(4) Oxítona terminada em e ou o, seguidos ou não de s, e flexionam-se no plural acrescentando-se s ao singular.
é acentuada. ( ) Quanto ao gênero, o adjetivo prateado classifica-se
( ) íris como biforme.
( ) saída ( ) No primeiro verso, os três adjetivos que caracteri-
( ) compraríamos zam o substantivo vestido são primitivos e simples.
( ) vendê-lo a) F – F – V – V
( ) bônus b) F – F – V – F
( ) viúvo c) V – F – F – V
( ) bisavôs d) V – V – F – V
a) 2 – 1 – 3 – 4 – 2 – 1 – 4
b) 1 – 2 – 3 – 4 – 1 – 1 – 4 19) (EEAR - 2014) Observe:
c) 4 – 1 – 1 – 2 – 2 – 3 – 2 I. Precisou-se de novos professores para elaborar a
d) 2 – 2 – 3 – 4 – 2 – 1 – 3 prova. II. Ninguém se candidatou à presidência do grêmio.
Quanto à classificação dos sujeitos das orações acima,
14) (EEAR - 2014) Assinale a alternativa cujo plural do é correto afirmar que
substantivo destacado está incorreto. a) em I e II, os sujeitos são ocultos.
a) Os capelães celebraram com muita alegria a cerimônia. b) em I e II, os sujeitos são indeterminados.
b) Na praia, guardas-sóis coloridos alegravam o cenário. c) em I, o sujeito é simples e determinado (novos pro-
c) Arrematou três obras-primas no evento beneficente. fessores)
d) Leu o texto premiado em diversos saraus escolares. e, em II, o sujeito é indeterminado.
d) Em I, o sujeito é indeterminado e, em II, o sujeito é
15) (EEAR - 2014) Assinale a alternativa em que o prono-
simples: ninguém.
me relativo foi corretamente empregado.
a) Os monitores são peças fundamentais das pesquisas
20) (EEAR - 2014) Assinale a alternativa que apresenta
com as quais eu colaboro.
b) Os monitores são peças fundamentais das pesquisas pontuação correta.
de que eu colaboro. a) No frio, é bom tomar uma xícara de chá antes de ir
c) Os monitores são peças fundamentais das pesquisas para a cama. Mas é preciso cautela: a bebida costuma con-
que eu colaboro. ter cafeína, que pode espantar o sono.
d) Os monitores são peças fundamentais cujas pesquisas b) No frio é bom tomar uma xícara de chá, antes de
eu colaboro. ir para a cama. Mas, é preciso cautela, a bebida costuma
conter cafeína que pode espantar, o sono.
16) (EEAR - 2014) Assinale a alternativa que apresenta c) No frio, é bom tomar uma xícara de chá, antes de
em destaque o complemento nominal. ir para a cama. Mas é preciso cautela: a bebida costuma
a) Herdou tão somente o verde casaco de lã. conter cafeína que, pode espantar o sono.
b) O céu de estrelas encantava-o desde menino. d) No frio é bom tomar uma xícara de chá, antes de ir
c) Esta jovem é uma profissional de consciência. para a cama. Mas é preciso cautela, a bebida costuma con-
d) A família mudou-se para longe da cidade grande. ter, cafeína, que pode espantar o sono.

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LÍNGUA PORTUGUESA

21) (EEAR - 2014) Leia: c) as duas primeiras orações são classificadas como
A seleção brasileira derrotou o time argentino na noi- coordenadas assindéticas e a terceira como subordinada.
te de ontem. Essa vitória deu ao Brasil uma boa vantagem. d) há três orações de estrutura sintática independente,
Para ir à final, os jogadores brasileiros poderão até perder ou seja, são orações autônomas, cada uma tem um senti-
o segundo jogo por um gol de diferença. Nossa seleção vive do próprio.
tempos de glória.
No texto acima, há quatro termos que funcionam EEAR 2015
como objeto direto. Marque a alternativa em que eles se
apresentam. Leitores vorazes
a) A seleção brasileira – o time argentino – ao Brasil –
Para satisfazer fãs cada vez mais ansiosos, editoras
tempos de glória
encurtam intervalos entre livros de séries
b) o time argentino – ao Brasil – uma boa vantagem – o
segundo jogo
c) uma boa vantagem – à final – o segundo jogo – tem- 01 Não é só a maneira de ver séries televisivas
pos de glória que está
d) o time argentino – uma boa vantagem – o segundo mudando com as chamadas maratonas,
jogo – tempos de glória em que todos os episódios são vistos de
uma vez só. Os leitores também estão
22) (EEAR - 2014) Quanto ao processo de formação cada vez mais ansiosos para saber como
continua a
de palavras, relacione as duas colunas e, a seguir, assinale a
alternativa com a sequência correta. 05 história dos personagens de livros.
( 1 ) sufixação ou derivação sufixal ( ) en- A pressão do público pela sequência
tristecer de títulos que compõem séries vem
( 2 ) prefixação ou derivação prefixal ( ) influenciando os lançamentos editoriais no
imoral exterior e no Brasil.
( 3 ) composição por justaposição ( ) hi- “As pessoas estão consumindo cada vez
drelétrico mais rápido o
( 4 ) composição por aglutinação ( ) pas- 10 livro, então conseguimos um intervalo
satempo menor do que um
( 5 ) parassíntese ( ) sa- ano para lançar um segundo volume”, diz
pataria Alessandra Ruiz, da editora Gutenberg,
a) 1 – 2 – 4 – 3 – 5 que pretende diminuir o espaço entre seus
b) 5 – 2 – 4 – 3 – 1 lançamentos para seis meses a partir de
c) 2 – 5 – 4 – 3 – 1 2015.
d) 5 – 1 – 3 – 2 – 4 Pascoal Soto, diretor da Leya, observa
que o
23) (EEAR - 2014) Observe: 15 comportamento do leitor brasileiro está
I. Os alunos obedeceram o professor sem contestações. ficando cada vez mais parecido com o do
II. O bairro em que chegamos fica afastado. americano. Ele diz: “Os livros, especialmente
III. Ele me lembrou de minhas obrigações. os best-sellers, têm essa dinâmica rápida há
muito tempo nos mercados mais maduros,
De acordo com a norma culta, a regência verbal está isso é muito próprio dos produtos de massa.
correta em 20 Para o professor da Unesp João Luís
a) III apenas. Ceccantini, isso pode revelar “um apego à
b) II apenas. quantidade e ao mais do mesmo”.
c) I apenas.
25 Folha de S. Paulo, 15/03/2014, adaptado
d) I, II e III.

24) (EEAR - 2014) Leia: As questões de 01 a 04 referem-se ao texto acima.


Silenciei-me, desliguei o rádio e deixei meu pensamento
livre. 1) (EEAR - 2015) Baseando-se nas ideias apresenta-
Sobre o período acima, é incorreto afirmar que das no texto, pode-seafirmar que o título Leitores Vorazes
a) a primeira e a segunda orações são classificadas expressa
como orações coordenadas assindéticas. a) o novo tipo de leitor que se forma dentro da atual
b) a terceira oração é uma coordenada sindética, in- sociedade, ou seja, aquele que exige do mercado edito-
troduzida por uma conjunção que explicita uma relação rial uma quantidade cada vez maior de publicações de
de adição. uma série, num intervalo de tempo mais curto.

186
LÍNGUA PORTUGUESA

b) uma crítica ao novo tipo de leitor que vem obri- Sobre o emprego da vírgula no período acima, coloque
gando o mercado editorial a produzir uma literatura de (C) para a afirmação correta e (E) para a errada. Em seguida,
massa, a qual assinale a alternativa com a sequência correta.
se caracteriza por livros com histórias curtas e enre- ( ) Depois do adjetivo modernas, deve haver uma vírgu-
dos independentes. la para assinalar a anteposição do adjunto adverbial.
c) o objetivo principal do texto, que é estabelecer um ( ) Depois da palavra cooktop, deve haver uma vírgula
paralelo entre o leitor brasileiro e o americano, demons- para isolar o aposto.
trando as diferenças e semelhanças que há entre eles. ( ) O adjetivo moderno deve ficar entre vírgulas, pois é
d) o surgimento de um público-leitor mais preparado adjunto adnominal.
para uma leitura bastante reflexiva e densa, uma vez que a) C, E, E
os best-sellers já são consumidos há muito tempo. b) E, C, C
c) C, C, E
d) E, E, C
2) (EEAR - 2015) Assinale a alternativa que apre-
senta uma afirmação relacionada ao primeiro parágrafo.
6) (EEAR - 2015) Assinale a alternativa em que há erro
a) Os personagens de livros são mais atraentes que
na flexão de gênero do substantivo em destaque.
os da TV, pois estimulam a imaginação das pessoas.
a) O comichão é uma sensação cutânea desconfortá-
b) Atualmente, leitores têm demonstrado o mesmo vel que leva o indivíduo a coçar ou friccionar a pele.
interesse de telespectadores, no que diz respeito às his- b) O anátema é uma sentença de maldição usada pela
tórias em séries. Igreja para excomungar alguém.
c) O sucesso das histórias em séries na TV vem de c) O apêndice é uma parte acessória de um órgão, ou
sua exibição por meio de maratonas, o que tem inspirado que lhe é contínua.
escritores a produzir histórias longas. d) O edema é o acúmulo anormal de líquido nos teci-
d) A televisão e o livro, apesar de serem veículos de dos do organismo.
comunicação diferentes, tornam-se semelhantes ao pro-
porcionar às pessoas emoção e divertimento, por meio 7) (EEAR - 2015) Marque a alternativa correta quanto
de histórias fictícias. à regência nominal em destaque.
a) Esta atitude é passível a cárcere privado.
3) (EEAR - 2015) Em uma das alternativas abaixo, b) O evento será propício da permanência dos funcio-
não se explicita a justificativa das editoras em encurtar o nários na empresa.
intervalo entre livros e séries. Assinale-a. c) O desprezo com bens materiais ajudou-o na supe-
a) A maneira de ver séries televisivas está mudando ração da tragédia.
com as chamadas maratonas, em que todos os episódios d) Residente na avenida principal, convivia diariamente
são vistos de uma vez só. com o barulho do trânsito intenso.
b) A pressão do público pela sequência de títulos que
compõem séries influencia os lançamentos editoriais no 8) (EEAR - 2015) Assinale a alternativa em que a indi-
Brasil. cação do processo de formação de palavras colocado entre
c) Alessandra Ruiz pretende diminuir o espaço entre parênteses está correta em relação à palavra em destaque na
seus lançamentos para seis meses a partir de 2015. frase.
d) Pascoal Soto diz que isso é muito próprio dos pro- a) Seu João era homem sério; não gostava das amolações
dos moleques. (redução)
dutos de massa.
b) O mundo ficou boquiaberto com a ousadia da ação
terrorista daquele grupo radical. (hibridismo)
4) (EEAR - 2015) Considerando o que se afirma no
c) O tique-taque do relógio parecia uma bomba sobre a
texto, assinale a alternativa que completa corretamente a
cabeça do homem insone e cheio de remorso. (justaposição)
lacuna abaixo. d) O acontecimento da tarde, principalmente para as mu-
A afirmação do professor João Luís Ceccantini – “isso lheres, era a inauguração da bela sapataria com vitrines con-
pode revelar ‘um apego à quantidade e ao mais do mesmo’ vidativas. (parassíntese)
” (linhas 21 a 23) – expressa a ________ que impulsiona o
mercado editorial a encurtar os intervalos entre as publica- 9) (EEAR - 2015) Considere os versos seguintes.
ções de livros de séries. O mundo é um palco; os homens e as mulheres, meros
a) divergência artistas, que entram nele e saem.
b) contradição Muitos papéis cada um tem no seu tempo; sete atos, sete
c) objeção idades.
d) causa Assinale a alternativa correta quanto à classificação sintá-
tica dos termos.
5) (EEAR - 2015) Leia: a) Os homens e as mulheres é sujeito composto.
Nas cozinhas modernas é comum ver tecnologias como b) É um palco é predicado verbo-nominal.
o cooktop um fogão moderno com sistema de indução ele- c) Meros artistas é predicado verbal.
tromagnética. d) Muitos papéis é sujeito simples.

187
LÍNGUA PORTUGUESA

10) (EEAR - 2015) Assinale a alternativa em que o acento grave indicador de crase foi empregado incorretamente.
a) Refiro-me àquele assunto sobre o qual conversamos na semana passada.
b) O gerente estava disposto à colaborar com os funcionários.
c) A maioria dos brasileiros prefere o futebol à natação.
d) Chegamos às nove horas em Porto Seguro.

11) (EEAR - 2015) Assinale a alternativa em que o termo em destaque apresenta erro de ortografia.
a) As crianças riam e perdiam-se em meio à espuma que aumentava de tanto enxampuarem as pequenas cabeças.
b) A lama acumulada e trazida pelas chuvas incessantes transformou a pequena e simpática vila em um enxurreiro.
c) O encerador era um encherido – essa era a conclusão de Tia Maristela sobre aquele senhor simpático, bom de prosa, que
trabalhava mas falava.
d) Achava divertido descobrir os diferentes significados das palavras: enchouriçado era perfeito para o Tico, que adorava
encrespar-se com seus colegas de sala.

12) (EEAR - 2015) Leia:


A carona solidária é uma alternativa simples e eficaz para o trânsito caótico da capital paulistana. É uma medida que
independe de decisão político-administrativa. A ideia surgiu emvários lugares com objetivo semelhante: economia de tempo
edinheiro.
Analise as afirmações:
I. Há no texto apenas dois adjetivos uniformes. São eles: simples e eficaz.
II. O plural do adjetivo composto político-administrativa é político-administrativas.
III. Paulistana é um adjetivo simples.
IV. Não há adjetivo derivado no texto.
Estão corretas apenas
a) I e IV.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.

13) (EEAR - 2015) Leia:


O autismo não tem cura, (1)no entanto o diagnóstico precoce faz toda a diferença, (2)pois ele colabora com o tra-
tamento do autista.
As orações coordenadas sindéticas em destaque classificam-se, respectivamente, como
a) explicativa e conclusiva.
b) adversativa e conclusiva.
c) explicativa e adversativa.
d) adversativa e explicativa.

14) (EEAR - 2015) Assinale a alternativa em que o termo em destaque é complemento nominal.
a) Aquele administrador distribuiu dinheiro público a seusfamiliares.
b) O sistema público de educação necessita de reformas urgentes e eficazes.
c) A construção dos estádios para a Copa do Mundo trará alguns prejuízos para os cofres públicos.
d) O grande poeta Manoel de Barros evidencia a complexidade das coisas simples em sua obra.

15) (EEAR - 2015) Relacione as colunas quanto à conjugação dos verbos em destaque e, em seguida, assinale a alter-
nativa com a sequência correta.

1- O garoto olhou pela janela a noite enluarada. ( ) futuro do pretérito do indicativo

2- Havia tempo para mais uma conversa séria. ( ) futuro do subjuntivo


3- Se buscarmos respostas, certamente as acharemos. ( ) pretérito perfeito do indicativo
4-Não desistas de teus
( ) pretérito imperfeito do indicativo
objetivos.

5- Eu jamais imaginaria encontrá-lo outra vez. ( ) imperativo negativo

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LÍNGUA PORTUGUESA

a) 3 – 5 – 2 – 4 – 1 c) “...Sua feição era triste, distante... mas essa feição


b) 5 – 3 – 2 – 1 – 4 nunca me pareceu tão distinta, tão altiva.”
c) 3 – 4 – 2 – 5 – 1 d) “A raça humana risca, rabisca, pinta/ A tinta, a lápis,
d) 5 – 3 – 1 – 2 – 4 carvão ou giz/ O rosto da saudade/ que traz do gênesis.”

16) (EEAR - 2015) Assinale a alternativa que corres- 20) (EEAR - 2015) Assinale a alternativa em que o ver-
ponde à sequência correta de figuras de linguagem pre- bo passar é transitivo direto e indireto.
sentes nos textos abaixo. a) “Passarão as profecias, também todas as línguas; a
I- “... só resta ao homem (estará equipado?)/ a dificí- ciência um dia acabará.”
lima dangerosíssima viagem/ de si a si mesmo:/ pôr o pé b) “Embora passassem privações no corpo, as almas
no chão/ dos homens enchiam-se da esperança de vislumbrar a
do seu coração...” nova pátria.”
II- “... o chiclets ora se contrai/ ora se dilata,/ e consubs- c) “A Eletropaulo adverte: jogar tênis velhos nos fios
tante ao tempo, se rompe,/ interrompe, embora logo se dos postes pode causar curto-circuito e passar chulé para a
remende,/ e fique a romper-se, a remendar-se...” rede elétrica.” (texto de grafitagem)
d) “E a garota ficava a imaginar a fada, que passava
III- “ E não importa se os olhos do mundo inteiro/ Pos-
pelo buraco da fechadura, magicamente, num cortejo de
sam estar por um momento voltados para o largo/ Onde
luzinhas, tomando forma e levando seu pequenino dente
escravos eram castigados...”
para sempre.”
a) metáfora, antítese, metonímia
b) metonímia, hipérbole, metáfora 21) (EEAR - 2015) Leia:
c) prosopopeia, metáfora, eufemismo O Sol era a referência de direção para deixar aquele
d) hipérbole, eufemismo, prosopopeia inferno e caminhar, meu Deus, mas em direção a quê?
Em relação aos vocábulos em destaque no texto acima,
17) (EEAR - 2015) Leia: é correto afirmar que
Ao chegar à idade de dar acordo da vida, achou-se em a) todos são tônicos.
casa de um barbeiro (1) que dele cuidava, porém (2) que b) apenas para é átono.
nunca lhe disse (3) se era ou não seu pai ou seu parente, c) para e mas são átonos.
nem tampouco o motivo (4) por que tratava da sua pes- d) para e quê são tônicos.
soa.
Considerando as orações subordinadas em destaque 22) (EEAR - 2015) Observe:
no texto acima, assinale a alternativa que traz a correta I. E, minha senhora, desde aquele dia, as coisas fica-
classificação de uma delas. ram mal para mim, e vós, filha de Dom Paio Muniz, tendes
a) oração 1: adjetiva explicativa a impressão de que eu possuo roupa luxuosa para vós.
b) oração 2: substantiva subjetiva II. Filha de Dom Paio Muniz, desde aquele dia, as coi-
c) oração 3: adverbial condicional sas ficaram mal para mim. Minha senhora, tendes a im-
d) oração 4: adjetiva restritiva pressão de que eu possuo roupa luxuosa para vós.
A respeito dos termos em destaque, assinale a alterna-
18) (EEAR - 2015) Observe: tiva com a afirmação correta.
I. O gosto que Ana tinha pelos livros era conhecido a) Em I e II, todos os termos são apostos.
portodos. b) Em I, todos os termos são apostos e, em II, todos
II. Você está cercado de amigos com quem poderá são vocativos.
contar pela vida inteira. c) Em I, os termos são, respectivamente, aposto e voca-
III. O dinheiro foi tirado do caixa eletrônico pela mu- tivo. E em II, são vocativo e aposto.
d) Em I, os termos são, respectivamente, vocativo ea-
lhermisteriosa que estava com uma mala preta.
posto. E em II, são vocativos.
Os termos acima em destaque classificam-se como
agente da passiva em
23) (EEAR - 2015) Assinale a alternativa em que a ora-
a) III apenas.
ção em destaque é subordinada adverbial concessiva.
b) II e III. a) Por mais que a população pedisse novas creches,
c) I e III. o Estado não as construía.
d) I e II. b) Os lucros das empresas iam aumentando, à propor-
ção que se reduziam os custos.
19) (EEAR - 2015) Não há advérbio ou locução adver- c) O documento foi entregue ao presidente do júri
bial em: para que todos comprovassem a sua autenticidade.
a) “Esta página, imaginamo-la profundamente emocio- d) Muitos membros do clero fazem opção pelos po-
nante e trágica.” bres e injustiçados como fez Jesus dois mil anos atrás.
b) “Eu vou tirar você de mim/ Assim que descobrir/
Com quantos nãos se faz um sim.”

189
LÍNGUA PORTUGUESA

EEAR 2016 d) uma característica comum das tribos isoladas que


foram fotografadas por Sebastião Salgado: a falta de fé dos
O rastro divino nativos.

Documentário vê Sebastião Salgado como testemunha 2) (EEAR - 2016) O texto, ao relatar o trabalho de Se-
inigualável da históriapor Rosane Pavam – publicado em
bastião Salgado e o modo como o documentário retratou
27/03/2015 05:11
o fotógrafo, apresenta
a) um ponto de vista crítico sobre o documentário que
01 Fotógrafo ou deus? Uma etnia latino- se concentra nas aventuras do fotógrafo e não mostra os
americana por ele fotografada o problemas sociais que circundam suas fotografias.
entendeu como divindade, conta o b) um elogio incontestável ao trabalho pioneiro de Se-
próprio Sebastião Salgado em O Sal da bastião Salgado, já que este descobriu novas etnias e as
Terra, documentário que estreou dia 26
influenciou espiritualmente.
codirigido por seu filho, Juliano Ribeiro
c) uma crítica positiva, com informações técnicas acer-
05 Salgado, e Wim Wenders. E assim o filme ca do documentário produzido sobre a vida e a obra do
parece vê-lo, uma vez que jamais mostra fotógrafo.
o contexto fotográfico em que suas d) um alerta para que os fotógrafos que se interessem
imagens foram realizadas. Não houve por trabalhar com tribos isoladas não levem em conta as
fotógrafos antes ou depois desse Salgado, necessidades sociais delas.
nem influências nem agências como a
Magnum a orientá-lo...
3) (EEAR - 2016) Sobre o trecho abaixo, assinale a
10 No filme, ele é o ser único a testemunhar alternativa correta. “A esse Salgado, é permitido não so-
a história recente e a interpretá-la com mente registrar o cotidiano de uma tribo indígena brasi-
a entonação do ator. Nenhuma palavra leira quanto, ao burlar a vigilância dos preservacionistas,
sobre a ética a circundar seus retratos da presenteá-la com um canivete.”
tragédia humana, sempre tão próximos. a) O trecho mostra as dificuldades que o fotógrafo en-
Do homem que viu dessa altura soberana
frentou para realizar seu trabalho, precisando presentear a
tanto Serra Pelada quanto
tribo para, em troca, fotografá-la.
15 construir o perfil de quem, ao refazer a b) O trecho é um exemplo das limitações encontradas
Mata Atlântica em sua propriedade, por qualquer pessoa que se disponha a trabalhar em pro-
dá lições sobre a reconstrução da vida jetos sociais, pois é sempre preciso burlar a vigilância para
global. A esse Salgado, é permitido não realizar o trabalho.
somente registrar o cotidiano de uma c) Fica claramente demonstrado no trecho que as neces-
tribo indígena brasileira
sidades da tribo indígena brasileira eram tão grandes que o
20 quanto, ao burlar a vigilância dos fotógrafo precisava dar a ela presentes.
preservacionistas, presenteá-la com d) O trecho reafirma a visão demonstrada no texto de
um canivete. O filme constitui, assim, que a Sebastião Salgado, tal como a um deus, era permiti-
narrativa extensa de suas aventuras que do, inclusive, burlar a vigilância que protegia a tribo.
invariavelmente culminarão em morte,
real ou insinuada nas feições dos seres e 4) (EEAR – 2016) Levando em consideração o contex-
animais em suas fotografias.
to, a expressão “tragédia humana” só não significa
Disponível em http://www.cartacapital. a) morte.
com.br/revista/842/orastro- b) miséria.
divino-621.html, acesso em 28/03/2015. c) abandono social.
d) desilusão amorosa.
As questões de 01 a 04 referem-se ao texto acima.
5) (EEAR - 2016) Em relação ao período “Em tudo na
1) (EEAR - 2016) Pela leitura do texto, é correto afirmar
vida, é razoável que a verdade prevaleça.”, marque (V) para
que o título expressa
verdadeiro e (F) para falso. Em seguida, assinale a alternati-
a) uma afirmação de que algum ser sobrenatural passou
por lugares desolados e deixou um rastro de esperança. va com a sequência correta.
b) uma referência à fala do próprio Sebastião Salgado ( ) O período é composto por coordenação.
sobre uma etnia latino-americana que o entendeu como ( ) O período é simples, portanto coordenado.
divindade. ( ) O período é composto, com presença de oração su-
c) uma contradição com o texto, já que os ambientes bordinada adjetiva.
descritos são tão miseráveis que não apresentam nada de ( ) O período é composto, com presença de oração su-
divino. bordinada substantiva.

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LÍNGUA PORTUGUESA

a) V – F – F – V 10) (EEAR – 2016) De acordo com a frase “Está na hora


b) F – F – F – V das onças beberem água.”, assinale a opção que apresenta
c) V – F – V – V abordagem gramatical em relação à sintaxe.
d) F – V – F – V a) O sujeito nunca é regido por preposição. No caso
em questão, houve contração da preposição com o sujeito
6) (EEAR - 2016) Assinale a alternativa em que a ora- por questões de eufonia.
ção apresenta sujeito indeterminado. b) O verbo “estar”, indicando tempo, é pessoal, confor-
a) Chegaram os convites para o baile. me ocorrência na frase.
b) Morrem os vícios para que nasçam as virtudes. c) O trecho “das onças”, classificado com adjunto ad-
c) Choveram pétalas, enquanto o cortejo passava. nominal, não é, gramaticalmente, regido por preposição.
d) Devolveram a liderança para o grupo de apoio. Nesse caso, ocorreu a fusão de uma preposição com ele
por questões de eufonia.
7) (EEAR - 2016) No trecho “Essa era a casa em que d) Para evitar a cacofonia, fundem-se preposições e
havia passado meus melhores anos.”, em relação ao uso conjunções, conforme visto na frase, embora a gramática
do pronome relativo, pode-se afirmar que o termo grifado normativa não aceite tais fusões.
exerce a função sintática de
a) sujeito. 11) (EEAR – 2016) Relacione as colunas e, em seguida,
b) objeto indireto. assinale a alternativa com a sequência correta.
c) adjunto adverbial. (1) Eufemismo
d) complemento nominal. (2) Prosopopeia
(3) Antítese
8) (EEAR – 2016) Leia o fragmento da canção a seguir. (4) Metáfora
( ) Nem o céu nem o inferno estavam preparados para
Chega de Saudade – texto adaptado – (Vinícius de Mo- sua chegada.
raes) ( ) O sertão castigava com seu ódio sem lágrimas todo
o povo.
Vai minha tristeza ( ) Com cuidado, mas em estado de cólera, seu grito
E diz a ela que sem ela não pode ser pela funcionária da limpeza da casa ecoava nos corredores.
Diz-lhe numa prece ( ) Moça, sonhei com você esta noite. Seu sorriso é meu
Que ela regresse travesseiro. Sua determinação de mulher, minha inspiração.
Porque não posso mais sofrer a) 3 – 2 – 1 – 4
Chega de saudade b) 3 – 1 – 2 – 4
A realidade é que sem ela c) 4 – 1 – 2 – 3
Não há paz, não há beleza d) 2 – 3 – 1 – 4
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim 12) (EEAR – 2016) Marque a alternativa que completa,
Não sai de mim correta e respectivamente, as lacunas das sentenças a seguir.
Não sai I- O enfermeiro assistia ___ doente em seu leito, dia-
Mas, se ela voltar riamente.
Se ela voltar II- Aspirei ___ posto de Oficial durante seis meses de
Que coisa linda! minha vida militar.
Que coisa louca! III- Quando foi chamada, a professora atendeu ___ alu-
Pois há menos peixinhos a nadar no mar nos com brevidade.
Do que os beijinhos que darei na sua boca [...] a) ao – ao – aos
Na canção, o uso da conjunção adversativa marca uma b) o – o – aos
mudança significativa, do ponto de vista semântico, de es- c) ao – ao – os
tado de ânimo do eu lírico. Marque o trecho que exempli- d) o – ao – os
fica essa mudança.
a) Que coisa linda! 13) (EEAR – 2016) Marque a alternativa correta quanto
b) Mas, se ela voltar. à separação silábica.
c) Que sem ela não pode ser. a) ca-u-le/ quais-quer/ so-cie-da-de/ sa- ú- de
d) Porque não posso mais sofrer. b) gai-o-la/ a-ve- ri- guou/ du-e-lo/ e-nig-ma
c) ân-sia/ des- mai-a-do/ ma-li-gno/ im-bui-a
9) (EEAR – 2016) Assinale a alternativa em que o termo d) gno-mo/ e-cli-pse/ sos-se-go/ sub-ma-ri-no
em destaque apresenta erro de ortografia.
a) Não é bom que vocês viajem à noite. 14) (EEAR – 2016) Assinale a alternativa em que a
b) Os recursos não foram concedidos para a viagem. acentuação gráfica foi empregada incorretamente.
c) Obrigado pelo elogio, fico lisonjeado com a sua a) Os ítens de prova foram revisados.
atenção. b) Eles têm acesso ao banco de dados.
d) Durante a primavera, os pássaros gorgeavam anun- c) Ontem a enfermeira não pôde atender.
ciando a nova florada. d) Dirija-se àquela seção de identificação primária.

191
LÍNGUA PORTUGUESA

15) (EEAR – 2016) Leia o texto e, a seguir, marque a 21) (EEAR – 2016) Leia:
alternativa correta. “O Major Cavalcanti, que saltou à porta de Monte Cristo
A Dengue é uma doença terrível. Como pode um mos- num carro de aluguel, apresentou-se ao conde à hora com-
quitinho de nada fazer o estrago que faz no corpo humano! binada.”
Papai me disse para ir rapidinho ao posto, caso eu sentisse (DUMAS, Alexandre. O Conde de Monte Cristo. Rio de
algum dos sintomas da doença. Ele me disse isso no leito Janeiro: Ediouro, 2002, p.90).
de morte, pobrezinho papai! Morreu de Dengue.
Das palavras destacadas no texto, pode-se afirmar, so- Quanto à sintaxe, os termos destacados, no período
bre sua classificação, que são, respectivamente, acima, são classificados, respectivamente, como
a) substantivo, adjetivo, adjetivo. a) sujeito e aposto.
b) substantivo, advérbio, adjetivo. b) complemento nominal e sujeito.
c) adjetivo, adjetivo, adjetivo. c) adjunto adnominal e objeto direto.
d) adjetivo, advérbio, adjetivo. d) adjunto adnominal e objeto indireto.

22) (EEAR – 2016) Em “Eu nasci em Guaratinguetá, pe-


16) (EEAR – 2016) Assinale a alternativa em que há
quena cidade do interior paulista que marcou minha vida.
presença de verbo na voz passiva. Lá, a infância e minha alegria de menino, assim como os
a) O atirador novato acertou a ave. aviões da Escola de Especialistas, passaram rapidinho.”, os
b) Organizou-se nova atividade para os alunos. termos grifados, do ponto de vista sintático, são classifica-
c) Os animais comeram toda a ração disponível. dos, respectivamente, como:
d) Os professores de gramática ensinam jovens seden- a) adjunto adverbial, adjunto adverbial.
tos de conhecimento. b) adjunto adnominal, adjunto adverbial.
c) adjunto adverbial, adjunto adnominal.
17) (EEAR – 2016) Com relação ao acento grave indi- d) adjunto adnominal, adjunto adnominal.
cador de crase, assinale a alternativa correta.
a) A carta foi escrita à lápis. 23) (EEAR – 2016) Assinale a alternativa correta quanto
b) Permaneceram frente à frente durante a reunião. à concordância do predicativo com o sujeito.
c) A maioria dos atores prefere cinema à televisão. a) É proibido a pesca nesta lagoa.
b) Estavam molhadas as calças e os sapatos.
d) O professor estava disposto à ajudar seus alunos .
c) O mar e o céu, no inverno, estavam escuro.
d) Vossa Excelência está enganada, Senhor Ministro.
18) (EEAR – 2016) Quanto ao tipo de predicado, colo-
que (1) para verbal, (2) para nominal, (3) para verbo-nomi- 24) (EEAR – 2016) Marque a alternativa que apresenta
nal e, em seguida, assinale a sequência correta. forma verbal bem empregada de acordo com a gramática.
( ) Os pássaros entoavam canções aos demais animais. a) Coubestes tu em meu coração. Dizia o colega de tra-
( ) Em casa, a mulher ficava quieta. balho a sua companheira que se sentia esquecida.
( ) Eu acho Português fácil. b) Tu cabeis em cada vão. Dizia a lagartixa para a mos-
( ) Ficamos abatidos. ca fujona.
a) 2 – 1 – 3 – 1 c) Vós cabes todos juntos no mesmo elevador?
b) 1 – 3 – 2 – 2 d) Eu caibo muito bem nesse espaço.
c) 1 – 2 – 3 – 2
d) 1 – 2 – 3 – 3

19) (EEAR – 2016) Marque a opção que apresenta cor-


retamente exemplo de concordância verbal.
a) Haviam motivos diversos para ser feliz.
b) Deve existir formas de cálculos mais fáceis.
c) Podem haver meios mais fáceis para ser feliz.
d) Podia haver meios mais fáceis de ingressar na Ae-
ronáutica.

20) (EEAR – 2016) Assinale a alternativa em que o


pronome grifado não modifica um nome.
a) Ninguém voltou para dar satisfação.
b) Todo dia ela vem com essa conversa.
c) As crianças ficaram ali por pouco tempo.
d) Convocaram a mesma equipe para o torneio.

192
LÍNGUA PORTUGUESA

GABARITO LÍNGUA PORTUGUESA – EEAR - 2010- 2013 02 2014 01 2014 02


2013 01
2016
1 D 1 D 1 D 1 B
2 D 2 B 2 D 2 B
3 D 3 B 3 A 3 D
2010 2011 01 2011 02 2012
4 A 4 B 4 C 4 C
1 A 1 C 1 D 1 B
5 A 5 D 5 B 5 C
2 D 2 A 2 B 2 D
6 A 6 A 6 D 6 A
3 A 3 B 3 A 3 B
7 B 7 C 7 D 7 C
4 A 4 D 4 B 4 A
8 B 8 C 8 A 8 D
5 B 5 D 5 C 5 A
9 C 9 A 9 A 9 D
6 C 6 A 6 D 6 C
10 B 10 A 10 C 10 B
7 D 7 C 7 B 7 A
11 D 11 B 11 D 11 A
8 C 8 B 8 A 8 C
12 C 12 B 12 C 12 C
9 B 9 B 9 C 9 C
13 A 13 D 13 C 13 A
10 A 10 C 10 B 10 C
14 C 14 A 14 B 14 B
11 C 11 A 11 C 11 A
15 B 15 A 15 A 15 A
12 D 12 D 12 D 12 B
16 A 16 C 16 A 16 D
13 B 13 B 13 A 13 B
17 C 17 C 17 C 17 C
14 A 14 A 14 C 14 B
18 D 18 B 18 C 18 A
15 A 15 C 15 A 15 C
19 B 19 D 19 B 19 D
16 C 16 D 16 B 16 A
20 B 20 B 20 C 20 A
17 B 17 A 17 B 17 B
21 D 21 C 21 B 21 D
18 D 18 A 18 C 18 C
22 D 22 D 22 D 22 B
19 B 19 C 19 A 19 D
23 A 23 D 23 C 23 A
20 C 20 B 20 B 20 B
24 D 24 A 24 A 24 C
21 A 21 A 21 C 21 A
25 A
22 C 22 B 22 A 22 D
26 C
23 B 23 B 23 A 23 A
27 A
24 C 24 C 24 B 24 A
28 D
25 A 25 D 25 A
29 C
30 A

193
LÍNGUA PORTUGUESA

2015 2016 EFOMM 2013

1 A 1 B ESPERA UMA CARTA


2 B 2 A
Carlos Drummond de Andrade
3 A 3 D
4 D 4 D Agora sei por que não vieste, depois de tanto e tanto
5 C 5 B te esperar. Cheguei a supor que não existisses. Imaginei,
às vezes, que foras ter a outra porta, e alguém se benefi-
6 A 6 D
ciava de ti. Era o equívoco mais consolador, afinal não se
7 D 7 C perderia a mensagem. Eu indagava os rostos, pesquisava
8 A 8 B neles a furtiva iluminação, o traço de beatitude, que indi-
casse conhecimento de teu segredo. Não distinguia bem,
9 A 9 D
as pessoas se afastavam ou escondiam tão finamente tua
10 B 10 A posse, que a dúvida ficava enrodilhada à minha esquerda.
11 C 11 A O desengano, à direita. E não havia combate entre eles.
Coexistiam, mais a cabeçuda esperança.
12 C 12 D Todas as manhãs te aguardava. Ao meio-dia já era
13 D 13 B certo que não vinhas. O resto do dia era neutro. Restava
14 C 14 A amanhã. E outro amanhã. E depois. Repousava, aos do-
mingos, dessa expectação sem limites. Via-te aparecer em
15 D 15 B sonho, e fechava os olhos como quem soubesse que não
16 A 16 B te merecia, ou quisesse retardar o instante de comunica-
17 D 17 C ção. Esperar era quase receber. Cismava que te recebera
havia longos anos, mas era menino e sem condições de
18 B 18 C avaliar-te, ou vieras em código, e eu, sem possuir a cha-
19 B 19 D ve, me quedava mirando-te e remirando-te como à estrela
20 C 20 A intocável.
Muitas recebi durante esse prazo. Não se confundiam
21 C 21 D contigo. Traziam palavras boas ou más, indiferentes, quais-
22 D 22 A quer. E o receio de que entre elas rolasses perdida, fosses
considerada insignificante? Desprezada, como impresso
23 A 23 B
de propaganda?
24 D As dádivas que devias trazer-me, quais seriam? Nunca
imaginei ao certo o que de grande me reservavas. Quem
sabe se a riqueza, de que eu tinha medo, mas revestida de
doçura e imaginação, a resumir os prazeres do despoja-
mento? Ou a glória espiritual, sem seus gêmeos a jactância
e o orgulho? Ou o amor – e esta só palavra me fazia curvar
a cabeça, ao peso de sua magnificência. Eu não
escolhia nem hesitava. O dom seria perfeito, sem pro-
porção com o ente gratificado. E infinito, a envolver minha
finitude.
Mas agora sei por que não vieste nem virás. Estavas
entre inúmeras companheiras, jogadas em sacos espessos,
por sua vez afundados num subterrâneo. E dizer que to-
dos os dias passei por tuas proximidades, até mesmo em
cima de ti, sem discernir tua pulsação. Servidores infiéis
ou cansados foram acumulando debaixo do chão o mon-
te de notícias, lamentos, beijos, ameaças, faturas, ordens.
saudades, sobre o qual os caminhões passavam, os dias
passavam, passavam os governos e suas reformas. Escon-
dida, esmagada no monte, sem sombra de movimento, lá
te deixaste jazer, enquanto eu conjeturava mil formas de
extravio e omissão. Cheguei a desconfiar de ti, a crer que
zombavas de minha urgência, distraindo-te por itinerários
loucos. Suspeitei que te recusavas, quase desejei que fogo
ou água te liquidassem, já que te esquivavas a tua missão.

194
LÍNGUA PORTUGUESA

E foi o que aconteceu, sem dúvida. A umidade e os d ) os fragmentos da carta esperada pelo autor contam
ratos de esgoto te consumiram. Restam – se restarem – ou explicam tudo o que aconteceu.
fragmentos que nada contam ou explicam, senão que uma e ) a carta idealizada por Drummond continua na pro-
carta maravilhosa, esperada desde a eternidade, por mim cura de seu destino que parece ser inglório.
e por outro qualquer homem igual a mim, foi escrita em
alguma parte do mundo e não chegou a destino, porque 5) (EFOMM - 2013) A proposição do início do pri-
o Correio a jogou fora, entre trezentas mil ou trezentos meiro parágrafo: Agora sei por que não vieste (...) é am-
milhões de cartas. pliada no quinto parágrafo: (...) agora sei por que não
OBS.: O texto foi adaptado às regras do Novo Acor- vieste nem virás, porque o autor, nesse momento,
do Ortográfico. a ) tem certeza de que a vinda da carta é inquestio-
nável.
Com base no texto, responda às questões 01 a 20. b ) tem consciência do lugar em que a carta foi per-
dida.
1) (EFOMM - 2013) A dúvida do autor se evidencia na c ) foi informado da localização da carta e de a deixou
passagem: ali.
a ) Repousava, aos domingos, dessa expectação sem li- d ) sabe que os ratos de esgoto e a umidade destruí-
mites. ram a carta.
b ) Cismava que te recebera havia longos anos, mas era e ) não quer receber mais carta maravilhosa alguma.
menino (...).
c ) Cheguei a supor que não existisses. Imaginei, às ve- 6) (EFOMM - 2013) No que diz respeito ao meca-
zes (...) nismo de coesão utilizado, a palavra retomada NÃO está
d ) A umidade e os ratos de esgoto te consumiram. indicada corretamente na opção:
e ) E infinito, a envolver minha finitude. a ) O desengano, à direita. E não havia combate entre
eles. – a dúvida e o desengano.
2) (EFOMM - 2013) Pode-se perceber que o autor as- b ) Eu indagava os rostos, pesquisava neles a furtiva
sume uma posição mais crítica na passagem: iluminação, o traço de beatitude (...). – rostos.
a ) (...) as pessoas se afastavam ou escondiam tão fina-
c ) (...) porque o Correio a jogou fora, entre trezentas
mente tua posse (...).
mil (...) – carta maravilhosa.
b ) O dom seria perfeito, sem proporção com o ente
d ) (...) sobre o qual os caminhões passavam, os dias
gratificado.
passavam os governos e suas reformas. – governos.
c ) Era o equívoco mais consolador, afinal não se perde-
e ) As dádivas que devias trazer-me, quais seriam? –
ria a mensagem.
cartas.
d ) (...) os dias passavam, passavam os governos e suas
reformas.
7) (EFOMM - 2013) Assinale a alternativa em que a
e ) (...) me quedava, mirando-te e remirando-te como à
palavra sublinhada se acentua por uma regra que se DIS-
estrela intocável.
TINGUE das demais.
3) (EFOMM - 2013) a ) (...) mas era menino e sem condições de avaliar-te,
A respeito do texto, é CORRETA a afirmação: ou vieras em código, e eu (...).
a ) O autor trata o tema de modo polêmico e discri- b ) As dádivas que devias trazer-me, quais seriam?
minador. c ) Era o equívoco mais consolador, afinal não se per-
b ) A estratégia do autor é conquistar o leitor, por meio deria a mensagem.
de um desfecho melodramático. d ) (...) sem possuir a chave, me quedava mirando-te e
c ) A carta pretende comover, já que a espera se pro- remirando-te como à estrela intocável.
longa desde a infância. e ) Estavas entre inúmeras companheiras, jogadas em
d ) O autor critica, de maneira ácida, a eficiência dos sacos espessos (...).
Correios.
e ) O texto apresenta sinais próprios de subjetividade, 8) (EFOMM - 2013) Assinale a opção em que a locu-
de emotividade. ção sublinhada NÃO tem valor de adjetivo.
a ) Repousava, aos domingos, dessa expectação sem
4) (EFOMM - 2013) Da leitura do texto pode-se con- limites.
cluir que b ) Cismava que te recebera havia longos anos, mas era
a ) a espera da carta demonstrou ser inútil, uma vez menino e sem condições (...).
que seu código não pôde ser decifrado. c ) Eu indagava os rostos, pesquisava neles a furtiva
b ) o autor faz uma reflexão profunda sobre a finitude iluminação, o traço de beatitude (...).
do ser humano diante de um fato tão corriqueiro. d ) E foi o que aconteceu, sem dúvida.
c ) a expectativa do autor revelou-se infrutífera, por- e ) A umidade e os ratos de esgoto te consumiram.
quanto a carta perdeu-se pelo caminho.

195
LÍNGUA PORTUGUESA

9) (EFOMM - 2013) Assinale a opção em que se pode- 14) (EFOMM - 2013) Assinale a opção em que o pro-
ria colocar uma vírgula. nome oblíquo NÃO exerce a função de objeto direto.
a ) Todas as manhãs te aguardava. a ) Agora sei por que não vieste, depois de tanto e tanto
b ) Ao meio-dia já era certo que não vinhas. te esperar.
c ) Cheguei a supor que não existisses. b ) Todas as manhãs te aguardava. Ao meio-dia já (...)
d ) Nunca imaginei ao certo o que de grande me reser- c ) Via-te aparecer em sonho e fechava os olhos como
vavas. quem (...).
e ) E dizer que todos os dias passei por tuas proximida- d ) Cismava que te recebera havia longos anos, mas era
des (...). menino (...).
e ) Todas as manhãs te aguardava.
10) (EFOMM - 2013) Assinale a opção em que se ana-
lisou CORRETAMENTE a classe gramatical do termo sub- 15) (EFOMM - 2013) Assinale a opção em que se en-
linhado. contra uma oração na voz passiva.
a ) O resto do dia era neutro. Restava amanhã. E outro a ) Era o equívoco mais consolador, afinal não se perde-
amanhã. – substantivo. ria a mensagem.
b ) Muitas recebi durante esse prazo. – advérbio de in- b ) Não distinguia bem, as pessoas se afastavam ou es-
tensidade. condiam (...).
c ) (...) todos os dias passei por tuas proximidades, até c ) Restam – se restarem – fragmentos que nada contam
mesmo em cima de ti (...) – locução adverbial. (...).
d ) Nunca imaginei ao certo o que de grande me reser- d ) Imaginei, às vezes, que foras ter a outra porta, e al-
vavas. – advérbio de negação. guém se beneficiava de ti.
e ) Quem sabe se a riqueza, de que eu tinha medo, mas e ) Quem sabe se a riqueza, de que eu tinha medo, mas
revestida de doçura e imaginação (...) – conjunção condi- (...).
cional.
16) (EFOMM - 2013) Assinale a opção em que se ana-
lisou INADEQUADAMENTE a oração sublinhada.
11) (EFOMM - 2013) A forma verbal que pertence à
a ) Agora sei por que não vieste (...) – Oração subordina-
segunda conjugação aparece na opção:
da adverbial causal.
a ) Imaginei, às vezes, que foras ter a outra porta, e al-
b ) Todas as manhãs te aguardava. – Oração absoluta.
guém se beneficiava de ti.
c ) Ao meio-dia já era certo que não vinhas. – Oração
b ) Via-te aparecer em sonho, e (...).
subordinada substantiva subjetiva.
c ) (...) mas era menino e sem condições de avaliar-te, ou
d ) Cheguei a supor que não existisses – Oração prin-
vieras em código, (...).
cipal.
d ) Coexistiam, mais a cabeçuda esperança.
e ) Eu não escolhia nem hesitava. – Oração coordenada
e ) (...) até mesmo em cima de ti, sem discernir tua pul- sindética.
sação.
17) (EFOMM - 2013) Assinale a opção cuja palavra
12) (EFOMM 2013) (...) mas era menino e sem condi- sublinhada se forma por um processo diferente das demais.
ções de avaliar-te, ou vieras em código, e eu, sem possuir a a ) Eu indagava os rostos, pesquisava neles a furtiva ilu-
chave, me quedava mirando-te e remirando-te (...). Nessa minação (...).
passagem, a forma verbal sublinhada tem o sentido de b ) (...) o traço de beatitude, que indicasse conhecimento
a ) me debruçava. (...).
b ) permanecia. c ) Quem sabe se a riqueza, de que eu tinha medo, mas
c ) me inquietava. revestida de doçura (...).
d ) me desesperava. d ) (...) as pessoas se afastavam ou escondiam tão fina-
e ) caía. mente tua posse (...).
e ) Cheguei a supor que não existisses. Imaginei, às vezes
13) (EFOMM - 2013) É POSSÍVEL colocar acento grave (...).
indicativo de crase em uma palavra que aparece na opção:
a ) Imaginei, às vezes, que foras ter a outra porta e al- 18) (EFOMM - 2013) Assinale a opção em que o termo
guém se beneficiava de ti. sublinhado NÃO exerce a função de sujeito.
b ) Eu indagava os rostos, pesquisei neles a furtiva ilu- a ) Era o equívoco mais consolador, afinal não se perde-
minação (...). ria a mensagem.
c ) E infinito, a envolver minha finitude. b ) (...) pessoas se afastavam ou escondiam tão finamen-
d ) (...) desejei que fogo ou água te liquidassem, já que te te tua posse, que a dúvida ficava enrodilhada à minha es-
esquivavas a tua missão. querda.
e ) (...) foi escrita em alguma parte do mundo e não che- c ) O desengano, à direita. E não havia combate entre
gou a destino (...). eles.

196
LÍNGUA PORTUGUESA

d ) Restam – se restarem – fragmentos que nada contam 15 grandes lanhos vermelhos. Deitaram-me,
ou explicam, senão (...). enrolaram-me em panos molhados com
e ) Eu indagava os rostos, pesquisava neles a furtiva ilu- água de sal – e houve uma discussão
minação, o traço de beatitude, que indicasse conhecimento na família. Minha avó, que nos visitava,
de teu segredo. condenou o procedimento da filha e esta
afligiu-se. Irritada, ferira-me à toa,
19) (EFOMM - 2013) Suspeitei que te recusavas (...). Ao
longo do texto, o autor, ao se dirigir ao seu destinatário, 20 sem querer. Não guardei ódio a minha
usa um tratamento íntimo, de segunda pessoa do singular. mãe: o culpado era o nó. Se não fosse
Se ele usasse um tratamento mais formal como o de V.Sa., ele, a flagelação me haveria causado
teríamos a seguinte construção: menor estrago. E estaria esquecida. A
a ) Suspeitei que V.Sa. vos recusásseis. história do cinturão, que veio pouco
b ) Suspeitei que V.Sa. te recusasses. depois, avivou-a.
c ) Suspeitei que V.Sa. se recusasse. 25 Meu pai dormia na rede, armada na
d ) Suspeitei que V.Sa. se recusasses. sala enorme. Tudo é nebuloso. Paredes
e ) Suspeitei que V.Sa. vos recusasse. extraordinariamente afastadas, rede
infinita, os armadores longe, e meu pai
20) (EFOMM - 2013) Assinale a opção em que a palavra acordando, levantando-se de mau
sublinhada NÃO tem relação com a forma verbal colocada humor, batendo com os
ao lado.
30 chinelos no chão, a cara enferrujada.
a ) E o receio de que entre elas rolasses perdida (...) –
Naturalmente não me lembro da
recear.
ferrugem, das rugas, da voz áspera,
b ) Ou a glória espiritual, sem seus gêmeos a jactância e
do tempo que ele consumiu rosnando
o orgulho? – jactanciar-se.
uma exigência. Sei que estava bastante
c ) (...) foram acumulando debaixo do chão o monte de
zangado, e isto me trouxe a covardia
notícias, lamentos, beijos, ameaças, faturas, ordens, sauda-
habitual.
des (...). – saudar.
d ) E foi o que aconteceu, sem dúvida. – duvidar. 35 Desejei vê-lo dirigir-se a minha mãe e
e ) (...) enquanto eu conjeturava mil formas de extravio e a José Baía, pessoas grandes, que não
omissão. – omitir-se. levavam pancada. Tentei ansiosamente
fixar-me nessa esperança frágil. A força
de meu pai encontraria resistência e
EFOMM 2014 gastarse-ia em palavras.
40 Débil e ignorante, incapaz de conversa
UM CINTURÃO ou defesa, fui encolher-me num canto,
para lá dos caixões verdes. Se o pavor
Graciliano Ramos não me segurasse,
tentaria escapulir-me: pela porta da
01 As minhas primeiras relações com a frente
justiça foram dolorosas e deixaram-me chegaria ao açude, pela do corredor
funda impressão. Eu devia ter quatro ou acharia o pé
cinco anos, por aí, e figurei na qualidade 45 de turco. Devo ter pensado nisso, imóvel,
de réu. Certamente já me atrás dos caixões. Só queria que minha
05 haviam feito representar esse papel, mãe, sinhá Leopoldina, Amaro e José
mas ninguém me dera a entender que Baía surgissem de repente, me livrassem
se tratava de julgamento. Batiam-me daquele perigo.
porque podiam bater-me, e isto era Ninguém veio, meu pai me descobriu
natural. 50 acocorado e sem fôlego, colado ao
Os golpes que recebi antes do caso do muro, e arrancou-me dali violentamente,
10 cinturão, puramente físicos, reclamando um cinturão. Onde estava
desapareciam quando findava a dor. o cinturão? Eu não sabia, mas era
Certa vez minha mãe surrou-me com uma difícil explicar-me: atrapalhava-me,
corda nodosa que me pintou as costas gaguejava, embrutecido, sem atinar com
de manchas sangrentas. Moído, virando o motivo
a cabeça com dificuldade, eu distinguia
nas costelas

197
LÍNGUA PORTUGUESA

55 da raiva. Os modos brutais, coléricos, 95 cachorros da fazenda abandonaram-


atavam-me; os sons duros morriam, me. Aperto na garganta, a casa a girar, o
desprovidos de significação. meu corpo a cair lento, voando, abelhas
Não consigo reproduzir toda a cena. de todos os cortiços enchendo-me os
Juntando vagas lembranças dela a fatos ouvidos – e, nesse zunzum, a pergunta
que se medonha. Náusea, sono. Onde estava o
60 deram depois, imagino os berros de meu cinturão?
pai, a zanga terrível, a minha tremura 100 Dormir muito, atrás de caixões, livre do
infeliz. martírio.
Provavelmente fui sacudido. O assombro Havia uma neblina, e não percebi
gelavame o sangue, escancarava-me os direito os movimentos de meu pai. Não
olhos. o vi aproximar-se do torno e pegar o
Onde estava o cinturão? Impossível chicote. A mão cabeluda prendeu-me,
65 responder. Ainda que tivesse escondido arrastou-me para o meio da sala, a
o infame objeto, emudeceria, tão 105 folha de couro fustigou-me as costas.
apavorado me achava. Situações deste Uivos, alarido inútil, estertor. Já então
gênero constituíram as maiores torturas eu devia saber que gogos e adulações
da minha infância, e as consequências exasperavam o algoz. Nenhum socorro.
delas me acompanharam. José Baía, meu amigo, era um pobre
70 O homem não me perguntava se eu tinha diabo.
guardado a miserável correia: ordenava 110 Achava-me num deserto. A casa
que a entregasse imediatamente. Os seus escura, triste; as pessoas tristes. Penso
gritos me entravam na cabeça, nunca com horror nesse ermo, recordo-me de
ninguém se esgoelou de semelhante cemitérios e de ruínas malassombradas.
maneira. Cerravam-se as portas e as janelas, do
75 Onde estava o cinturão? Hoje não teto negro pendiam teias de aranha. Nos
posso ouvir uma pessoa falar alto. O 115 quartos lúgubres minha irmãzinha
coração bate-me forte, desanima, engatinhava, começava a aprendizagem
como se fosse parar, a voz emperra, a dolorosa. Junto de mim, um homem
vista escurece, uma cólera doida agita furioso,
coisas adormecidas cá dentro. A horrível segurando-me um braço, açoitando-me.
sensação Talvez as vergastadas não fossem muito
80 de que me furam os tímpanos com pontas fortes: comparadas
de ferro. 120 ao que senti depois, quando me
Onde estava o cinturão? A pergunta ensinaram a cartade A B C, valiam
repisada ficou-me na lembrança: parece pouco. Certamente o meu choro, os
que foi pregada a martelo. saltos, as tentativas para rodopiar na sala
A fúria louca ia aumentar, causar-me como carrapeta eram menos um sinal de
sério dor que a explosão do medo reprimido.
85 desgosto. Conservar-me-ia ali desmaiado, Estivera sem bulir,
encolhido, movendo os dedos frios, 125 quase sem respirar. Agora esvaziava os
os beiços trêmulos e silenciosos. Se o pulmões, movia-me num desespero.
moleque José ou um cachorro entrasse na O suplício durou bastante, mas, por
sala, talvez as pancadas se transferissem. muito prolongado que tenha sido,
O moleque e os cachorros eram não igualava a mortificação da fase
90 inocentes, mas não se tratava disto. preparatória: o olho duro a
Responsabilizando qualquer deles, meu 130 magnetizar-me, os gestos ameaçadores,
pai me esqueceria, deixar-me-ia fugir, a voz rouca a mastigar uma interrogação
esconder-me na beira do açude ou no incompreensível.
quintal. Minha mãe, José Baía, Amaro, Solto, fui enroscar-me perto dos caixões,
sinhá Leopoldina, o moleque e os coçar as pisaduras, engolir soluços, gemer

198
LÍNGUA PORTUGUESA

135 baixinho e embalar-me com os gemidos. 3) (EFOMM 2014) As minhas primeiras relações com
Antes de adormecer, cansado, vi meu a justiça foram dolorosas e deixaram-me funda impressão.
pai dirigir-se à rede, afastar as varandas, Quanto a essa proposição, no início do primeiro pará-
sentar-se e logo se levantar, agarrando grafo, ela
uma tira de sola, o maldito cinturão, a que a ) é retificada no último parágrafo, após a leitura do
desprendera a fivela quando se deitara. texto.
b ) revela ao leitor a decepção sentida pela criança em
140 Resmungou e entrou a passear agitado. relação ao pai, que deveria ser admirado e visto como um
Tive a impressão de que ia falar-me: baixou herói.
a cabeça, a cara enrugada serenou, os c ) torna notório, após a leitura do texto, o efeito psico-
olhos esmoreceram, procuraram o refúgio lógico na criança causado pela ira do pai dela.
onde me abatia, aniquilado. d ) deixa claro ao leitor a autoridade e o orgulho do pai,
Pareceu-me que a figura imponente castigando física e psicologicamente a criança.
145 minguava – e a minha desgraça diminuiu. e ) demonstra ao leitor que os pais são compreendidos
Se meu pai se tivesse chegado a mim, como autores de uma violência doméstica.
eu o teria recebido sem o arrepio que
a presença dele sempre me deu. Não 4) (EFOMM 2014) Nas passagens abaixo, há evidência
se aproximou: conservou-se longe, de o autor personagem ser uma criança quando se deu o
rondando, inquieto. Depois se afastou. fato.
A única passagem que NÃO contém esse indício está
150 Sozinho, vi-o de novo cruel e forte,
na opção:
soprando, espumando. E ali permaneci,
a ) Desejei vê-lo dirigir-se a minha mãe e a José Baía,
miúdo, insignificante, tão insignificante e
pessoas grandes, que não levavam pancada.
miúdo como as aranhas que trabalhavam
b ) Situações deste gênero constituíram as maiores tor-
na telha negra.
turas da minha infância, e as consequências delas me acom-
Foi esse o primeiro contato que tive
panharam.
com a
c ) As minhas primeiras relações com a justiça foram do-
155 justiça. lorosas e deixaram-me funda impressão. Eu devia ter quatro
ou cinco anos, por aí, e figurei na qualidade de réu.
d ) Débil e ignorante, incapaz de conversa ou defesa, fui
OBS.: O texto foi adaptado às regras do Novo Acor- encolher-me num canto, para lá dos caixões verdes.
do Ortográfico. e ) O suplício durou bastante, mas, por muito prolongado
que tenha sido, não igualava a mortificação da fase prepa-
ratória: o olho duro a magnetizarme, os gestos ameaçadores,
Com base no texto, responda às questões 21 a 40. a voz rouca
(...).
1) (EFOMM 2014) O texto apresenta uma criança
a ) conformada com a pobreza em que vive com a fa- 5) (EFOMM 2014) No que diz respeito ao mecanismo
mília. de coesão utilizado, a palavra retomada NÃO está indicada
b ) amada pelos pais, mas em alguns momentos mos- corretamente na opção:
trada como rebelde. a ) Minha avó, que nos visitava, condenou o procedimento
c ) feliz, porém repreendida quando aborrecia seus da filha e esta afligiu-se. – a mãe da criança.
pais. b ) Se não fosse ele, a flagelação me haveria causado
d ) desprezada não só pela mãe dela como também menor estrago. – o ódio.
pela avó. c ) O homem não me perguntava se eu tinha guardado a
e ) solitária, evocando uma imagem de constante so- miserável correia (...). – o pai da criança.
frimento. d ) Responsabilizando qualquer deles, meu pai me es-
queceria (...). – o moleque e os cachorros.
2) (EFOMM 2014) A partir da leitura de Um Cinturão, e ) Pareceu-me que a figura imponente minguava (...). –
é INCORRETA a afirmação: o pai da criança.
a ) O autor retrata as experiências infantis do menino-
narrador. 6) (EFOMM 2014) Assinale a opção em que a forma
b ) O conto se centra no menino e na violência que verbal sublinhada NÃO se encontra no pretérito mais que-
enfrentou. perfeito.
c ) O texto é caracterizado pelo inter-relacionamento a ) Certamente já me haviam feito representar esse papel
entre as condições sociais e psicológicas das personagens. (...).
d ) A avó repudiava as atitudes do pai do personagem. b ) Irritada, ferira-me à toa, sem querer.
e ) O foco narrativo do texto é em 1ª pessoa e num tom c ) Se não fosse ele, a flagelação me haveria causado
confessional. menor estrago.

199
LÍNGUA PORTUGUESA

d ) Ainda que tivesse escondido o infame objeto, emu- d ) Onde estava o cinturão? A pergunta repisada ficou-
deceria (...). me na lembrança (...).
e ) Estivera sem bulir, quase sem respirar. e ) Havia uma neblina, e não percebi direito os movi-
mentos de meu pai.
7) (EFOMM 2014) Assinale a opção em que o processo
de formação da palavra sublinhada é diferente das demais. 12) (EFOMM 2014) Uma palavra acentuada por uma
a ) Se não fosse ele, a flagelação me haveria causado regra referente às oxítonas aparece sublinhada na opção:
menor estrago. a ) Eu devia ter quatro ou cinco anos, por aí (...).
b ) Sei que estava bastante zangado, e isto me trouxe a b ) Minha avó, que nos visitava, condenou o procedi-
covardia habitual.
mento da filha (...).
c ) Débil e ignorante, incapaz de conversa ou defesa, fui
c ) José Baía, meu amigo, era um pobre diabo.
encolher-me num canto (...).
d ) Dormir muito, atrás de caixões, livre (...).
d ) Solto, fui enroscar-me perto dos caixões, coçar as pi-
saduras (...). e ) (...) Amaro, sinhá Leopoldina, o moleque e os ca-
e ) As minhas primeiras relações com a justiça foram do- chorros da fazenda abandonaram-me.
lorosas (...).
13) (EFOMM 2014) Assinale a opção em que a cir-
8) (EFOMM 2014) Nas opções que se seguem as for- cunstância expressa pela palavra sublinhada é ERRO-
mas verbais sublinhadas são locuções verbais, EXCETO: NEAMENTE indicada ao lado.
a ) Eu devia ter quatro ou cinco anos, por aí, e figurei na a ) Tentei ansiosamente fixar-me nessa esperança frá-
qualidade de réu. gil. – modo.
b ) Batiam-me porque podiam bater-me, e isto era na- b ) (...) nunca ninguém se esgoelou de semelhante ma-
tural. neira. – negação.
c ) Devo ter pensado nisso, imóvel, atrás dos caixões. c ) Só queria que minha mãe, sinhá Leopoldina, Amaro
d ) Antes de adormecer, cansado, vi meu pai dirigir-se à e José Baía surgissem de repente (...). – modo.
rede (...). d ) (...) não me perguntava se eu tinha guardado a mi-
e ) Resmungou e entrou a passear agitado. serável correia: ordenava que a entregasse imediatamente.
– tempo.
9) (EFOMM 2014) Assinale a opção em que o adjetivo e ) (...) e arrancou-me dali violentamente, reclamando
sublinhado cumpre função sintática diferente dos demais.
um cinturão. – modo.
a ) Irritada, ferira-me à toa, sem querer.
b ) Tentei ansiosamente fixar-me nessa esperança frágil.
c ) Devo ter pensado nisso, imóvel, atrás dos caixões. 14) (EFOMM 2014) Assinale a opção em que a pala-
d ) Ninguém veio, meu pai me descobriu acocorado e vra sublinhada NÃO pode ser substituída pela expressão
sem fôlego, colado ao muro (...). destacada.
e ) Solto, fui enroscar-me perto dos caixões, coçar as pi- a ) (...) uma corda nodosa que me pintou as costas (...).
saduras (...). – repleta de nós.
b ) (...) eu distinguia nas costelas grandes lanhos ver-
10) (EFOMM 2014) Considerando-se a modalidade melhos. – ferimentos.
culta da língua escrita, NÃO é possível uma vírgula na op- c ) Nos quartos lúgubres minha irmãzinha engatinha-
ção: va (...). – avermelhados.
a ) Certamente já me haviam feito representar esse pa- d ) (...) a flagelação me haveria causado menor estra-
pel (...). go. – tortura física.
b ) Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda no- e ) Uivos, alarido inútil, estertor. – agonia.
dosa (...).
c ) Nos quartos lúgubres minha irmãzinha engatinhava, 15) (EFOMM 2014) Assinale a opção em que NÃO
começava (...). se estabelece uma relação de condição entre as orações.
d ) Agora esvaziava os pulmões (...). a ) Se não fosse ele, a flagelação me haveria causado
e ) Depois se afastou.
menor estrago.
b ) Se o pavor não me segurasse, tentaria escapulir-me
11) (EFOMM 2014) Há nos períodos abaixo um pe-
(...).
ríodo de oração sem sujeito. Assinale a opção em que ela
aparece. c ) O homem não me perguntava se eu tinha guardado
a ) Certamente já me haviam feito representar esse pa- a miserável correia (...).
pel, mas (...). d ) Se o moleque José ou um cachorro entrasse na sala,
b ) Batiam-me porque podiam bater-me, e isto era na- talvez as pancadas se transferissem.
tural. e ) Se meu pai se tivesse chegado a mim, eu o teria
c ) Deitaram-me, enrolaram-me em panos molhados recebido sem o arrepio (...).
com água de sal (...).

200
LÍNGUA PORTUGUESA

16) (EFOMM 2014) O pronome que cumpre a função d ) Antes de adormecer, cansado, vi meu pai dirigir-se à
de objeto direto na opção: rede (...). – tempo.
a ) Os golpes que recebi antes do caso do cinturão, pura- e ) E ali permaneci, miúdo, insignificante, tão insignifi-
mente físicos, desapareciam (...). cante e miúdo como as aranhas que trabalhavam na telha
b ) A história do cinturão, que veio pouco depois, avi- negra. – consequência.
vou-a.
c ) (...) e a José Baía, pessoas grandes, que não levavam EFOMM 2015
pancada.
d ) Juntando vagas lembranças dela a fatos que se de- UM QUARTO DE RAPAZ
ram depois, imagino (...).
e ) E ali permaneci, miúdo, insignificante, tão insignifi- Elsie Lessa
cante e miúdo como as aranhas que trabalhavam na telha
negra. Abro as venezianas na alegria do sol desta manhã e só
não ponho a mão na cabeça porque, afinal das contas, o
17) (EFOMM 2014) Assinale a opção em que a palavra correr dos anos nos dá uma certa filosofia. Essa rapaziada
sublinhada NÃO é um pronome demonstrativo. parece que é mesmo toda assim.
a ) Batiam-me porque podiam bater-me, e isto era na- Quem sai para uma prova de matemática não há mes-
tural. mo de ter deixado a cama feita, tanto quando ficou lendo
b ) Minha avó, que nos visitava, condenou o procedi- Carlos Drummond de Andrade até às tantas, como prova
mento da filha e esta afligiu-se. este Poesia até agora, rubro de vergonha de ter sido larga-
c ) Os seus gritos me entravam na cabeça, nunca nin- do no chão junto a este cinzeiro transbordante e às meias
guém se esgoelou de semelhante maneira. de náilon. E dizer que desde que esse menino nasceu tento
d ) Responsabilizando qualquer deles, me upai me es- provar-lhe que já não estamos – hélas!
queceria (...). – no tempo da escravidão e que somos nós mesmos,
brancos, pretos ou amarelos, intelectuais ou estudantes em
e ) Foi esse o primeiro contato que tive com a justiça.
provas, que devemos encaminhar ao destino conveniente
as roupas da véspera. Qual, ele não se convence. Também
18) (EFOMM 2014) Assinale a opção em que a palavra
uma manta escocesa, de suaves lãs macias, que a mãe da
sublinhada NÃO se classifica como adjetivo.
gente trouxe embaixo do braço da Inglaterra até aqui, para
a ) As minhas primeiras relações com a justiça foram
que nos aqueça nas noites de inverno, não devia ser lar-
dolorosas e deixaram-me funda impressão.
gada no chão, nem mesmo na companhia de um livro de
b ) Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda no-
versos. E quem é que está ligando para tudo isso?
dosa que me pintou as costas (...).
Ó mocidade inquieta, só mesmo o que está em ordem
c ) Hoje não posso ouvir uma pessoa falar alto. dentro deste quarto são os montes de discos. E estes livros,
d ) Dormir muito, atrás de caixões, livre do martírio. meu Deus? Como é que gente que gosta de ler pode deixar
e ) (...) o olho duro a magnetizar-me, os gestos ameaça- os próprios livros numa bagunça dessas? Coitado do Pablo
dores, a voz rouca (...). Neruda, olha onde foi parar! E o Dom Quixote de la Man-
cha, Virgem Santíssima! Há três gerações que os antepas-
19) (EFOMM 2014) Uma situação de crase facultativa sados desse menino não fazem outra coisa senão escrever
aparece na opção: livros, e ele os trata assim!
a ) Irritada, ferira-me à toa, sem querer. − Livro é pra ler! Não é para enfeitar estante!
b ) Não guardei ódio a minha mãe: o culpado era o nó. − Está certo! Que não enfeite, mas também não preci-
c ) A pergunta repisada ficou-me na lembrança: parece sam ser empurrados desse jeito, lá para o fundo, com esse
que foi pregada a martelo. monte de revistas de jazz em cima! E custava, criatura, cus-
d ) Se meu pai se tivesse chegado a mim, eu o teria re- tava você pendurar essas calças nesse guarda-roupa que é
cebido sem o arrepio que a presença dele sempre me deu. para você, sozinho, que é provido de cabides, que não têm
e ) Antes de adormecer, cansado, vi meu pai dirigir-se à outro destino senão abrigar as suas calças?
rede (...). − Mania de ordem é complexo de culpa, já te avisei!
Meu quarto está ótimo, está formidável. E gosto que mexa,
20) (EFOMM 2014) Assinale a opção em que se ana- hein, senão depois não acho as minhas coisas!
lisou ERRONEAMENTE a circunstância estabelecida pela E pensar que esse menino um dia casa e vai levar essas
oração destacada. noções de arrumação para a infeliz da esposa, e que juízo,
a ) Ainda que tivesse escondido o infame objeto, emude- que juízo vai fazer essa moça de mim, meu Deus do céu! Há
ceria (...). – concessão. bem uns quinze anos que esse problema me atormenta, te-
b ) Os golpes que recebi antes do caso do cinturão, pura- nho trocado confidências com amigas e há várias opiniões
mente físicos, desapareciam quando findava a dor. – tempo. a respeito. Umas acham que um dia dá um estalo de Padre
c ) O suplício durou bastante, mas, por muito prolon- Vieira na cabeça desses moleques e passam a pendurar a
gado que tenha sido, não igualava a mortificação da fase roupa, tirar pó de livro, desamarrar o sapato antes de tirar
preparatória (...) – concessão. do pé.

201
LÍNGUA PORTUGUESA

Pode ser. Deus permita! Mas que agonia, enquanto 2) (EFOMM - 2015) Assinale a opção em que a autora
isso não acontece. assume uma posição associada a um presságio infundado e
Dizer que peregrinei por antiquários para descobrir vão.
nobres jacarandás, de boa estirpe, que o rodeassem em a ) São Sebastião, na sua peanha dourada, está de olhos
todas as suas horas, que lhe infundissem o gosto das coisas erguidos para o alto e, felizmente, não vê a desordem que anda
belas. Qual! Pendurei a balada do “If”1 em cima de todos cá por baixo.
esses discos de jazz, e sobre a vitrola, já nem sei por quê, b ) Quem sai para uma prova de matemática não há mes-
esse belo retrato de Napoleão, em esmalte, vindo das mar- mo de ter deixado a cama feita, tanto mais quando (...)
gens do Sena! E ele está se importando? O violão está sem c ) (...) já nem sei por quê, esse belo retrato de Napoleão, em
cordas, e em cima do meu retrato, radioso retrato da minha esmalte, vindo das margens do Sena!
juventude, ele já pôs o Billy Eckstine, a Sarah Vaughan, a d ) Dizer que peregrinei por antiquários para descobrir no-
Ava Gardner de biquíni e duas namoradas ora descartadas! bres jacarandás, de boa estirpe, que o rodeassem em todas as
E não tira um, antes de colocar o outro! Vai empurrando suas horas (...)
por cima e já a moldura estoura com essa variedade de e ) Guardo os chinelos, que ficam sempre emborcados. Já
predileções! São Sebastião, na sua peanha dourada, está lhe disse que isso é atraso de vida.
de olhos erguidos para o alto e, felizmente, não vê a desor- 3) (EFOMM - 2015) Há uma passagem em que, apesar
dem que anda cá por baixo. de toda a contrariedade, a mãe demonstra esperança de
Vejo eu, olho em roda para saber por onde começar. melhora nas atitudes do filho. Assinale a opção em que isso
Custava ele despejar esses cinzeiros? Onde já se viu fumar na ocorre.
cama e fazer furos nos meus lençóis? E, em tempos de provas, a ) E ele está se importando? O violão está sem cordas, e
é hora de ficar folheando livros de versos, até tarde da noite,
em cima do meu retrato, radioso retrato da minha juventude
desse jeito? O caderno de física está assim de poesias e letras
(...)
de fox e caricaturas de colegas, não sei também se de algum
b ) Umas acham que um dia dá um estalo de Padre Viei-
professor! E para que seis caixas de fósforo em cima dessa
ra na cabeça desses moleques e passam a pendurar a roupa
vitrola? E onde já se viu misturar na mesma mesa esse nunca
(...)
assaz manuseado Manuel Bandeira, e El son entero, de Nico-
c ) E, em tempos de provas, é hora de ficar folheando
lás Guillén, e os poemas de Mário de Andrade, e os Pássaros
livros de versos, até tarde da noite, desse jeito?
Perdidos de Tagore, e Fernando Pessoa, e esse pocket book
d ) Onde já se viu fumar na cama e fazer furos nos meus
policial? Quer ler Graham Greene, e fazer versos, e fumar feito
lençóis?
um desesperado, e não perder praia no Arpoador, nem broto
na vizinhança, nem filme na semana e passar nas provas. E em e ) Quer ler Graham Greene, e fazer versos, e fumar feito
que mundo isso é possível? um desesperado, e não perder praia no Arpoador (...)
Guardo os chinelos, que ficam sempre emborcados. Já
lhe disse que isso é atraso de vida. E ele morre de rir. E ponho 4) (EFOMM - 2015) A respeito do texto, é INCORRETA
as cobertas em cima da cama. E abro as janelas, para sair esse a afirmação:
cheiro de fumo. E deixo só uma caixa de fósforos. Mas não a ) A narradora relata a desordem do quarto do seu
faço mais nada, porque abri um caderno, de letra muito ruim, filho adolescente.
até a metade com os seus versos. b ) O filho da narradora era apaixonado por jazz e lite-
ratura.
1) (EFOMM - 2015) Percebe-se na mãe uma irritação c ) O filho da narradora gostava de ler obras barrocas.
constante, manifestada ao longo do texto. Além disso, é pos- d ) O filho da narradora era devoto de São Sebastião,
sível identificar também uma ideia de frustração, que se evi- protetor da Humanidade.
dencia na opção e ) O filho da narradora não gostava que arrumasse o
a ) Abro as venezianas na alegria do sol desta manhã e só quarto dele.
não ponho a mão na cabeça porque, afinal das contas, o correr
dos anos nos dá uma certa filosofia. 5) (EFOMM - 2015) Considerando o quadro que a mãe
b ) Também uma manta escocesa, de suaves lãs macias, encontra ao entrar no quarto do filho, pode-se afirmar que
que a mãe da gente trouxe embaixo braço da Inglaterra até a ideia principal do texto é apresentada na opção
aqui, para que nos aqueça nas noites de inverno, não devia ser a ) O dia ensolarado era propício para que a mãe arru-
largada no chão (...) masse o quarto do rapaz.
c ) Que não enfeite, mas também não precisam ser empur- b ) Mãe e filho param um momento para conversar so-
rados desse jeito, lá para o fundo, com esse monte de revistas bre o quarto desarrumado.
de jazz em cima! c ) O rapaz gostava que a mãe arrumasse o quarto dele
d ) Umas acham que um dia dá um estalo de Padre Vieira quando tinha tempo para isso.
na cabeça desses moleques e passam a pendurar a roupa, tirar d ) A mãe encontra o quarto de seu filho desarrumado
pó de livro, desamarrar o sapato (...) com alguma frequência.
e ) O caderno de física está assim de poesias e letras de fox e ) É normal que mães generosas como aquela arru-
e caricaturas de colegas, não sei também se de algum professor! mem o quarto de seus filhos.

202
LÍNGUA PORTUGUESA

6) (EFOMM - 2015) Uma situação de crase facultativa 10) (EFOMM - 2015) (...) como prova este “Poesia até
aparece na opção agora”, rubro de vergonha de ter sido largado no chão jun-
a ) (...) que devemos encaminhar ao destino conveniente to a este cinzeiro transbordante e às meias azuis de náilon.
as roupas da véspera. No fragmento sublinhado, temos uma figura de linguagem
b ) (...) rubro de vergonha de ter sido largado no chão denominada
junto a este cinzeiro transbordante e às meias azuis de nái- a ) metáfora.
lon. b ) catacrese.
c ) E não gosto que mexa, hein, senão depois não acho c ) silepse de pessoa.
as minhas coisas! d ) eufemismo.
d ) (...) para você, sozinho, que é provido de cabides, que e ) prosopopeia.
não têm outro destino senão abrigar as suas calças?
e ) Mas não faço mais nada, porque abri um caderno, de 11) (EFOMM - 2015) A despeito do estilo da escritora,
letra muito ruim, até a metade com os seus versos. que prima pela norma culta literária, observa-se, dado o
7) (EFOMM - 2015) No que diz respeito ao mecanismo tipo de gênero literário, uma aproximação a certas marcas
de coesão utilizado, a palavra retomada NÃO está indicada da língua oral. Um desses exemplos da modalidade falada
corretamente na opção NÃO se encontra na opção
a ) Há três gerações que os antepassados desse menino a ) − Livro é pra ler! Não é para enfeitar estante!
não fazem outra coisa senão escrever livros, e ele os trata b ) Quer ler Graham Greene, e fazer versos, e fumar feito
assim. – livros. um desesperado, e não perder praia no Arpoador, nem broto na
b ) Umas acham que um dia dá um estalo de Padre Viei- vizinhança, nem filme na semana (...)
ra na cabeça desses moleques (...) – amigas. c ) Essa rapaziada parece que é mesmo toda assim.
c ) Como é que gente que gosta de ler pode deixar os d ) Coitado do Pablo Neruda, olha onde ele foi parar!
próprios livros numa bagunça dessas? – ordem. e ) E ponho as cobertas em cima da cama.
d ) (...) não vê a desordem que anda cá por baixo. – o
12) (EFOMM - 2015) Assinale a opção em que se
quarto do filho.
analisou ERRONEAMENTE a classe gramatical da palavra
e ) Já lhe disse que isso é atraso de vida. – deixar os
sublinhada.
chinelos emborcados.
a ) (...) e só não ponho a mão na cabeça porque, afinal
das contas, o correr dos anos nos dá uma certa filosofia. –
8) (EFOMM - 2015) Assinale a opção em que a ex-
substantivo.
pressão sublinhada NÃO cumpre a função de sujeito.
b ) (...) quando ficou lendo Carlos Drummond de An-
a ) (...) porque, afinal das contas, o correr dos anos nos
drade até às tantas, como prova este “Poesia até agora” (...)
dá uma certa filosofia. conjunção subordinativa conformativa.
b ) (...) como prova este “Poesia até agora”, rubro de ver- c ) (...) o correr dos anos nos dá uma certa filosofia. –
gonha de ter sido largado (...) pronome indefinido.
c ) Como é que gente que gosta de ler pode deixar os d ) Umas acham que um dia dá um estalo de Padre
próprios livros numa bagunça dessas? Vieira na cabeça desses moleques (...) – artigo indefinido.
d ) Umas acham que um dia dá um estalo de Padre e ) Dizer que peregrinei por antiquários para descobrir
Vieira na cabeça desses moleques (...) nobres jacarandás, de boa estirpe (...) – adjetivo.
e ) E onde já se viu misturar na mesma mesa esse nunca
assaz manuseado Manuel Bandeira (...) 13) (EFOMM - 2015) Assinale a opção em que a acen-
tuação da palavra sublinhada se justifica por uma regra DI-
9) (EFOMM - 2015) Analise as passagens abaixo e FERENTE das demais.
assinale a opção em que se ERROU o número de orações a ) Abro as venezianas na alegria do sol desta manhã e
indicado ao lado. só não ponho a mão na cabeça (...)
a ) Abro as venezianas na alegria do sol desta manhã e b ) (...) porque, afinal das contas, o correr dos anos nos
só não ponho a mão na cabeça porque, afinal das contas, o dá uma certa filosofia.
correr dos anos nos dá uma certa filosofia. – três orações. c ) Essa rapaziada parece que é mesmo toda assim.
b ) Quem sai para uma prova de matemática não há d ) (...) provido de cabides, que não têm outro destino
mesmo de ter deixado a cama feita, tanto mais quando fi- senão abrigar as suas calças?
cou lendo Carlos Drummond de Andrade até às tantas (...) e ) (...) ele já pôs o Billy Eckstine, a Sarah Vaughan, a Ava
– quatro orações. Gardner de biquíni e duas namoradas ora descartadas!
c ) E quem é que está ligando para tudo isso? – uma
oração. 14) (EFOMM - 2015) Considerando a predicação das
d ) E pensar que esse menino um dia casa e vai levar es- formas verbais sublinhadas que se seguem, aquela que se
sas noções de arrumação para a infeliz da esposa (...) – três DISTINGUE das demais está na opção
orações. a ) (...) da Inglaterra até aqui, para que nos aqueça nas
e ) São Sebastião, na sua peanha dourada, está de olhos noites de inverno, não devia ser largada no chão (...)
erguidos para o alto e, felizmente, não vê a desordem que b ) Guardo os chinelos, que ficam sempre emborcados.
anda cá por baixo. – três orações. c ) Abro as venezianas na alegria do sol desta manhã (...)

203
LÍNGUA PORTUGUESA

d ) (...) tenho trocado confidências com amigas e há vá- c ) Como é que gente que gosta de ler pode deixar os
rias opiniões a respeito. próprios livros (...)
e ) Vejo eu, olho em roda para saber por onde começar. d ) E em que mundo isso é possível?
e ) Já lhe disse que isso é atraso de vida. E ele morre de
15) (EFOMM - 2015) No que respeita à sintaxe de rir.
concordância, o verbo ser, em alguns casos, concorda com
o predicativo. GABARITO
Um exemplo desses casos, encontra-se na opção
a ) Essa rapaziada parece que é mesmo toda assim.
b ) (...) somos nós mesmos, brancos, pretos ou amarelos, 2013 2014 2015
intelectuais ou estudantes em provas, que devemos encami- 1 C 1 E 1 B
nhar ao destino conveniente as roupas da véspera.
c ) Ó mocidade inquieta, só mesmo o que está em ordem 2 D 2 D 2 E
dentro deste quarto são os montes de discos. 3 E 3 A 3 B
d ) E quem é que está ligando para tudo isso? 4 E
4 C 4 C
e ) Já lhe disse que isso é atraso de vida. E ele morre de
rir. 5 D 5 B 5 D
6 E 6 C 6 E
16) (EFOMM - 2015) E onde já se viu misturar na mes-
ma mesa esse nunca assaz manuseado Manuel Bandeira (...) 7 D 7 C 7 C
A palavra sublinhada no trecho pode ser substituída sem 8 D 8 D 8 D
prejuízo do sentido por
( a ) suficientemente. 9 B 9 B 9 B
( b ) comumente. 10 A 10 E 10 E
( c ) simplesmente. 11 E
11 B 11 E
( d ) corretamente.
( e ) repentinamente. 12 B 12 A 12 D
13 D 13 B 13 D
17) (EFOMM - 2015) Dizer que peregrinei por antiquá-
rios para descobrir nobres jacarandás, de boa estirpe, que o 14 C 14 C 14 B
rodeassem em todas as suas horas, que lhe infundissem o 15 A 15 C 15 C
gosto das coisas belas. Qual! Pendurei a balada do “If”em
cima de todos esses discos de jazz, e sobre a vitrola, já nem 16 A 16 A 16 A
sei por quê, esse belo retrato de Napoleão, em esmalte, vindo 17 E 17 D 17 C
das margens do Sena! 18 C 18 C 18 A
No tocante à tipologia textual, pode-se considerar que
o fragmento acima 19 C 19 B 19 C
a ) é predominantemente dissertativo. 20 C 20 E
b ) mescla narração, descrição e dissertação.
c ) possui elementos descritivos e narrativos.
d ) é narrativo com elementos dissertativos.
e ) traz uma descrição e uma dissertação.

18) (EFOMM - 2015) Assinale a opção em que NÃO


aparece uma oração adjetiva.
a ) E dizer que desde que esse menino nasceu tento pro-
var-lhe que já não estamos (...)
b ) Também uma manta escocesa, de suaves lãs macias,
que a mãe da gente trouxe embaixo do braço (...)
c ) Como é que gente que gosta de ler pode deixar os
próprios livros numa bagunça dessas?
d ) (...) custava você pendurar essas calças nesse guar-
da-roupa que é para você, sozinho, que é provido de cabides
(...)
e ) Guardo os chinelos, que ficam sempre emborcados.

19) (EFOMM - 2015) Assinale a opção em que apare-


ce no período uma locução expletiva.
a ) Essa rapaziada parece que é mesmo toda assim.
b ) Também uma manta escocesa, de suaves lãs macias,
que a mãe da gente trouxe (...)

204
LÍNGUA PORTUGUESA

EsPCEx 2010 - 2016 – Pelo rádio – explicou Santos.


Um dia, ela se sentiu tão nova, apesar do tempo e das
EsPCEx 2010 separações fundamentais, que imaginou uma alteração:
por que ele não ficava até o dia seguinte, só essa vez?
Leia o texto abaixo e responda às questões de 15 a 25, – É tarde – respondeu Santos. E ela não entendeu se
referentes à Gramática e Interpretação de Texto. ele se referia à hora ou a toda a vida passada sem com-
preensão. É certo que vagamente o compreendia agora, e
O Outro Marido recebia dele mais que a mesada: uma hora de companhia
por mês.
Era conferente da Alfândega – mas isso não tem im- Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio.
portância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu ir- Dona Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta os
redutível nada tem a ver com as classificações profissionais. cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao hospi-
Pouco importa que nos avaliem pela casca. Por dentro, sen- tal pela primeira vez, emalvoroço. Lá ele não era conhecido.
tia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a situa-
Na Alfândega informaram-lhe que Santos falecera havia
ção exterior e familiar não mudava. Nisso está o espinho do
quinze
homem: ele muda, os outros não percebem.
dias, a senhora quer o endereço da viúva?
Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há
23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro). – Sou eu a viúva – disse Dona Laurinha, espantada.
Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um do O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia
outro, sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mu- muito bem a viúva do Santos, Dona Crisália, fizera bons pi-
tuamente, como um objeto desconhece outro, na mesma queniques com o casal na Ilha do Governador. Santos fora
prateleira de armário. Santos doía-se de ser um objeto aos seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era
olhos de Dona Laurinha. Se ela também era um objeto aos padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos,
olhos dele? Sim, mas com a diferença de que Dona Lauri- coitado.
nha não procurava fugir a essa simplificação,nem reparava; E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá es-
era de fato, objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e desagra- tavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher, os
dado. três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu marido.
Ao aparecerem nele as primeiras dores, Dona Lau- Contudo, a outra realidade de Santos era tão destacada da
rinha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as sua, que o tornava outro homem, completamente desco-
relações do casal. Santos parecia comprazer-se em estar nhecido, irreconhecível.
doente. Não propriamente em queixar-se, mas em alegar – Desculpe, foi engano. A pessoa a que me refiro não é
que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego su- esta – disse Dona Laurinha, despedindo-se.
plementar. O médico da Alfândega dissera-lhe que certas (Carlos Drummond de Andrade)
formas reumáticas levam anos para ser dominadas, exigem
adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do corpo Questões
como de uma planta delicada. E mostrou a Dona Laurinha
a nevoenta radiografia da coluna vertebral com certo orgu- 1) (EsPCEx 2010) Considere as palavras destacadas no
lho de estar assim tão afetado. período a seguir:
– Quando você ficar bom... “Começou a fatigar-se com a importância que o reu-
– Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida. matismo assumira na vida do marido. E não se amolou
Para Dona Laurinha, a melhor maneira de curar-se é to- muito quando ele anunciou que ia internar-se no hospital
mar remédio e entregar o caso à alma de Padre Eustáquio,
Gaffré e Guinle...” (linha 21)
que vela por nós. Começou a fatigar-se com a importância
que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se
Elas introduzem, respectivamente, orações
amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no
hospital Gaffré e Guinle.
– Você não sentirá falta de nada – assegurou-lhe San- a) subordinada adjetiva restritiva e subordinada subs-
tos. – Tirei licença com ordenado integral. tantiva objetiva direta.
Eu mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o di- b) subordinada adjetiva explicativa e subordinada
nheiro. Hospital não é prisão. substantiva subjetiva.
– Vou visitar você todo domingo, quer? c) subordinada adverbial causal e subordinada adjetiva
– É melhor não ir. Eu descanso, você descansa, cada explicativa.
qual no seu canto. Ela também achou melhor, e nunca foi d) subordinada substantiva subjetiva e subordinada
lá. Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, adverbial consecutiva.
ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a lon- e) subordinada adjetiva restritiva e subordinada subs-
gos intervalos. Ele chegava e saía curvado, sob a garra do tantiva completiva nominal.
reumatismo que nem melhorava nem matava. A visita não
era de todo desagradável, desde que a doença deixara de 2) (EsPCEx 2010) “Ao aparecerem nele as primeiras do-
ser assunto. Ela notou como a vida de hospital pode ser res, D. Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não bene-
distraída: os internados sabem de tudo cá de fora. ficiou as relações do casal.” (linha 11)

205
LÍNGUA PORTUGUESA

Assinale a alternativa que contém a classificação sintá- c) essencialmente pronominal como pentear-se, quei-
tica correta das orações do período transcrito acima. xar-se e matar-se.
a) oração subordinada adverbial temporal reduzida de d) transitivo e só se usa com dois objetos: um direto e
infinitivo / oração principal / oração coordenada sindética outro indireto.
adversativa e) regular com conjugação completa em todos os tem-
b) oração subordinada adverbial causal reduzida de pos do modo Indicativo e Subjuntivo.
infinitivo / oração coordenada sindética aditiva / oração
principal 8) (EsPCEx 2010) “...a outra realidade de Santos era tão
c) oração subordinada adverbial consecutiva reduzida destacada da sua, que o tornava outro homem, completa-
de infinitivo / oração principal / oração coordenada sindé- mente desconhecido, irreconhecível.” (linha 48)
tica adversativa Os termos sublinhados são
d) oração principal / oração subordinada adverbial a) núcleos do sujeito composto.
modal reduzida de infinitivo / oração coordenada sindética b) núcleos do objeto direto.
aditiva d) predicativos do sujeito.
e) oração subordinada adverbial conformativa redu- d) predicativos do objeto.
zida de infinitivo / oração principal / oração coordenada e) adjuntos adverbiais.
sindética adversativa
9) (EsPCEx 2010) “A pessoa a que me refiro não é esta”
3) (EsPCEx 2010) “Começou a fatigar-se com a impor- (linha 51)
tância que o reumatismo assumira na vida do marido.” (li- A alternativa que classifica corretamente a palavra sub-
nha A palavra sublinhada indica um estado de linhada é
a) fastio. a) artigo definido.
b) enjoo. b) preposição.
c) arrepio. c) conjunção.
d) distração. d) palavra expletiva.
e) desconfiança.)
e) pronome.
4) (EsPCEx 2010) No trecho, “Por falta de filhos, os dois
10) (EsPCEx 2010) Marque a alternativa em que há um
viveram demasiado perto, sem derivativo” (linha 6), o termo
verbo essencialmente pronominal.
sublinhado pode ser classificado morfologicamente como
a) “Por dentro, sentia-se diferente, ...” (linha 3)
a) substantivo.
b) “Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de Dona
b) adjetivo.
Laurinha.” (linha 8)
c) advérbio.
d) verbo. c) “Não propriamente em queixar-se, mas em alegar
e) conjunção. que ia mal.” (linha 12)
d) “...quando ele anunciou que ia internar-se no hospi-
5) (EsPCEx 2010) No trecho, “Ele chegava e saía curva- tal...” (linha 22)
do, sob a garra do reumatismo que nem melhorava nem e) “Dona Laurinha preocupou-se.” (linha 39)
matava.” (linha 29), os verbos sublinhados indicam, respec-
tivamente:’ 11) (EsPCEx 2010) “Era conferente da Alfândega – mas
a) ação – ação – ação – ação isso não tem importância.” (linha 1) O narrador caracteriza,
b) ação – estado – ação – estado no trecho acima transcrito, o personagem, para, logo em
c) estado – ação – estado – ação seguida, dizer que tal classificação é irrelevante. Marque a
d) estado – ação – ação – ação alternativa que explica a razão dessa aparente contradição.
e) ação – ação – estado – ação a) Não é importante mencionar o cargo que o persona-
gem ocupava, pois a história envolve o ser humano e seus
6) (EsPCEx 2010) No trecho, “– É tarde – respondeu San- problemas mais profundos.
tos.” (linha 36), o sujeito do verbo sublinhado é b) O texto trata de um indivíduo cujos problemas –
a) indeterminado. tanto de saúde quanto familiares – não têm importância, já
b) indefinido. que era conferente da Alfândega.
c) inexistente. c) O cargo que o personagem ocupava não era rele-
d) oculto. vante para a história, pois não se tratava de uma posição
e) simples. de destaque na sociedade.
d) Não tem importância o personagem ser conferente
7) (EsPCEx 2010) O verbo comprazer-se (linha 12), de da Alfândega porque a história é sobre a amante.
forma geral, é classificado como e) O autor propõe uma ironia: ser conferente da Alfân-
a) defectivo e só se usa nas formas nominais, ou seja, dega e ter duas famílias.
infinitivo, gerúndio e particípio.
b) abundante, havendo as formas “comprazera-me e Responda às questões de 26 a 28, referentes à Lite-
comprouve-me”. ratura Brasileira.

206
LÍNGUA PORTUGUESA

12) (EsPCEx 2010) “Cultivado no Brasil por Machado de Assinale a alternativa correta quanto ao emprego das
Assis, é uma narrativa voltada para a análise psicológica e formas verbais.
crítica da sociedade a partir do comportamento de deter- a) Caso a autor da frase preferisse usar o pronome tu,
minados personagens.” as formas verbais corretas seriam, respectivamente, escre-
O texto acima refere-se ao romance vas, gostarias, lesses, contarias, conteis.
a) sertanejo. b) Os verbos escreva, contaria e conte estão sendo
b) fantástico. usados no pretérito perfeito do indicativo.
c) histórico. c) Se autor tivesse escolhido o pronome nós, as for-
d) realista. mas verbais corretas seriam, respectivamente, escrevemos,
e) romântico. gostaríamos, lesses, contaríamos, contamos.
d) Os verbos gostaria e lesse estão sendo usados,
13) (EsPCEx 2010) “É o período que caracteriza prin-
respectivamente, no futuro do pretérito do indicativo e no
cipalmente a segunda metade do século XVIII, tingindo as
pretérito imperfeito do subjuntivo.
artes de uma nova tonalidade burguesa. Vive-se o Século e) Os verbos escreva e conte, se conjugados no im-
das Luzes, o Iluminismo burguês, que prepara o caminho perativo afirmativo, na terceira pessoa do plural, teriam,
para a Revolução Francesa.” respectivamente, as seguintes formas: escrevais e conteis.
O texto acima refere-se ao
a) Romantismo. 3) (EsPCEx 2011) Identifique a alternativa correta
b) Simbolismo. quanto à classificação das palavras em negrito e sublinha-
c) Barroco. das, na ordem em que aparecem, presentes no trecho de O
d) Realismo. Apólogo, de Machado de Assis: “Não sei se disse que isto
e) Arcadismo. se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista
ao pé de si, para não andar atrás dela.” [...]
14) (EsPCEx 2010) Quanto à Literatura Brasileira, assi- a) conjunção integrante, conjunção integrante, conjun-
nale a alternativa correta. ção final.
a) Os escritores românticos, contrários aos árcades, b) conjunção integrante, conjunção integrante, prono-
buscavam uma forma mais objetiva de descrever a realida- me relativo.
de, revelando os costumes, as relações sociais, a crise das c) conjunção condicional, conjunção causal, conjunção
instituições etc.
integrante.
b) O racionalismo é uma característica presente tanto
d) pronome relativo, conjunção integrante, conjunção
no Arcadismo, quanto no Realismo, em contraposição ao
integrante.
Barroco e ao Romantismo, respectivamente.
e) conjunção condicional, pronome relativo, pronome
c) A publicação de “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo, em
relativo.
1881, marca oficialmente o início do Realismo no Brasil.
d) A linguagem objetiva, a perfeição formal e o uni-
4) (EsPCEx 2011) “Quando eu passo no Saara amor-
versalismo são características presentes na poesia barroca.
talhada...
e) Amor, solidão, pátria, índio, medievalismo são temas
Ai! dizem: “Lá vai África embuçada
igualmente presentes na poesia épica de Gonçalves Dias e
Castro Alves. No seu branco albornoz. . .”
Nem vêem que o deserto é meu sudário,
EsPCEx 2011 Que o silêncio campeia solitário
Por sobre o peito meu.
1) (EsPCEx 2011) Assinale a alternativa correta, em re- (…)”
lação ao significado dos termos em negrito e sublinhados. No texto, extraído de Vozes d’África, de Castro Alves,
a) “O conto é bem curto.” (qualidade) encontramos a seguinte figura de linguagem:
b) “Eu até aceitaria seu presente, se não fosse tão caro.” a) Catacrese
(modo) b) Assíndeto
c) “Até as palavras não ditas possuem uma magia para c) Anacoluto
aliviar a alma.” (intensidade) d) Polissíndeto
d) “Até as palavras não ditas possuem uma magia para e) Prosopopeia
aliviar a alma.” (direção)
e) “Ficarei esperando você, ansiosa, até o amanhecer.” 5) (EsPCEx 2011) Leia o trecho abaixo e responda a
(tempo) questão a seguir.

2) (EsPCEx 2011) “Nunca escreva um anúncio que você “Pobre velha música!
não gostaria que sua família lesse. Você não contaria men- Não sei por que agrado,
tiras para a sua própria esposa. Não conte para minha.” Enche-se de lágrimas
(David Ogilvy) Meu olhar parado.”

207
LÍNGUA PORTUGUESA

O sujeito de “enche-se”, no 3º verso é Leia o fragmento a seguir e responda a questão 11.


a) pobre velha música
b) lágrimas “Quando saí do tribunal, vim pensando na frase do Lo-
c) meu olhar parado pes, e pareceu-me entendê-la. ‘Suje-se gordo!’ era como
d) música se dissesse que o condenado era mais que ladrão, era um
e) eu ladrão reles, um ladrão de nada.”
ASSIS, Machado. Relíquias de Casa Velha.
6) (EsPCEx 2011) Na frase “Se o ______ , avisa-me.” , a
11) (EsPCEx 2011) Em “...vim pensando...”, quanto ao
alternativa que completa corretamente a frase é:
aspecto verbal, a expressão é uma perífrase
a) veres
a) incoativa.
b) vir
b) durativa.
c) reverdes c) pontual.
d) vires d) descontínua.
e) ver e) conclusiva.

7) (EsPCEx 2011) Assinale a alternativa em que a passa- 12) (EsPCEx 2011) Assinale a alternativa em que todas
gem do imperativo afirmativo para o imperativo negativo as palavras estão grafadas corretamente.
está correta. a) cotelaria - majestade - giló - continue - viajem
a) Sai daqui. / Não saies daqui. b) miçanga – dansar – ganço - possues - cafajeste
b) Deixai vir a mim as crianças. / Não deixeis vir a mim c) chuchu – pajem – exceção - escárnio - atravéz
as crianças. d) cachimbo – capixaba – caxumba - coturno - vicissi-
c) O pão nosso nos dai hoje. / O pão nosso não nos tude
dês hoje. e) esteriótipo – analisar – catalizador - gesso – entopir
d) Escreve ao diretor. / Não escreva ao diretor.
e) Apõe a assinatura! / Não aponheis a assinatura! 13) (EsPCEx 2011) Em “Uns diziam que se matou, ou-
tros, que fora para o Acre.”, a vírgula em destaque, colocada
8) (EsPCEx 2011) Assinale a oração cujo sujeito é ine- depois da palavra “outros”, foi empregada do mesmo modo
na alternativa:
xistente.
a) “O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimen-
a) Houve-se muito bem o rapaz na prova.
tos...”
b) Havia falado sobre tal assunto.
b) “A História, diz Cícero, é a mestra da vida.”
c) Há de existir uma solução. c) “O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas do
d) Não há possibilidade de êxito. paletó.”
e) Havia-o por louco. d) “Eis que, aos poucos, lá para as bandas do oriente,
clareia um cantinho do céu.”
9) (EsPCEx 2011) e) “As mãos eram pequenas e os dedos, finos e deli-
“Foram-se os deuses, foram-se, em verdade; cados.”
Mas das deusas alguma existe, alguma
Que tem teu ar, a tua majestade, 14) (EsPCEx 2011) Quando a intenção do emissor
Teu porte e aspecto, que és tu mesma, em suma.” está voltada para a própria mensagem, quer na seleção
e combinação das palavras, quer na estrutura da men-
O fragmento acima, quanto à versificação, está classifi- sagem, com as mensagens carregadas de significados,
cado corretamente em qual das alternativas? temos a função de linguagem denominada
a) rima alternada; verso livre a) fática.
b) rima emparelhada; verso branco b) poética.
c) rima interpolada; verso tradicional c) emotiva.
d) rima rara; verso branco d) referencial.
e) metalinguística.
e) rima alternada; verso tradicional
15) (EsPCEx 2011) Quanto à estrutura e formação de
10) (EsPCEx 2011) Em “Não me leves para o mar.”,
palavras, assinale a alternativa correta.
quanto ao sentido, a frase é [A] Perfeição e percurso são palavras cognatas.
a) optativa. [B] Em combatente, ocorre derivação parassintética.
b) imprecativa. [C] A palavra pontiagudo é formada por justaposição.
c) declarativa. [D] Em exportar e êxodo, os prefixos têm sentido cor-
d) imperativa. respondente.
e) exclamativa. [E] Em hipótese, o prefixo indica “antes, anterioridade”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

16) (EsPCEx 2011) Assinale a alternativa que melhor 19) (EsPCEx 2011) Leia o trecho abaixo:
completa as lacunas do texto a seguir: “(Isto é talvez ridículo aos ouvidos
Estar ob__e__ivamente ob__ecado pela beleza dessa De quem, por não saber o que é olhar para as cousas,
mulher tra__ sempre uma sensação de impotência, e__e__ão Não compreende quem fala delas
feita quando, em raras vezes, ela olha para mim e sorri. Com o modo de falar que reparar para elas ensina.)”
a) c – ss – c – z – xc – ç Fernando Pessoa, O Guardador de Rebanhos
b) s – c – c – z – xc – ç
c) s – ss – c – z – xc – ç A preposição com pode assumir diferentes significa-
d) c – ss – c – z – xc – ç dos, de acordo com sua função na frase.
e) s – ss – s – z – xc – ç Assinale a alternativa em que o sentido de com equiva-
le ao do que se verifica no 4º verso da estrofe acima.
17) (EsPCEx 2011) Assinale a única alternativa em que o a) No princípio de 1869, voltou Vilela da província,
pronome relativo onde está corretamente empregado. onde casara com uma dama formosa e tonta; abandonou a
magistratura e veio abrir banca de advogado. (Machado de
a) Criou-se uma situação embaraçosa, onde as pessoas
Assis, A Cartomante)
não sabiam o que dizer diante da presença do presidente
b) D. Antônio tinha cumprido o seu juramento de vas-
da empresa.
salo leal; e, com a consciência tranquila por ter feito o seu
b) O arqueólogo relatou uma crença, onde se acredita
dever, (...) vivia feliz no seio de sua pequena família. (José
que alguns homens possuem o poder de se transformar em de Alencar, O Guarani)
jaguares durante a noite. c) Era, porém, preciso assustar os sertões com o mons-
c) Durante o evento, as pessoas respiravam uma tal fe- truoso espantalho de aço, ainda que se pusessem de parte
licidade, onde até o mal humorado do chefe contagiava-se. medidas imprescindíveis. (Euclides da Cunha, Os Sertões)
d) Não gosto de cidades onde faltam aspectos básicos d) E, pois, despediram-se amuados. Fabrício queria ain-
como abastecimento regular de água e de eletricidade. da demorar-se e mesmo ficar com Augusto, mas Leopoldo
e) O professor nos apresentou uma condição onde o e Filipe o levaram consigo, à força. (Joaquim Manuel de
trabalho não terá sentido. Macedo, A Moreninha)
e) Quando o esculto saiu, levantei os tijolos de már-
18) (EsPCEx 2011) “Língua torta: portão menor que por- more do meu quarto, e com as mãos cavei aí um túmulo.
ta.” (Álvares de Azevedo, Noite na Taverna)
Observando-se a frase acima, de Millôr Fernandes, po-
de-se inferir que 20) (EsPCEx 2011) “De sorte que os jagunços os as-
a) a forma-ão não necessariamente funciona como saltaram, de surpresa, antes da chegada, ao meio-dia, no
sufixo aumentativo, como no caso da palavra irmão, por Angico. Foi mais sério o ataque, ainda que não valesse o
exemplo. Sendo assim, porta e portão são palavras com- nome de combate, que mais tarde lhe deram.”
pletamente distintas e, portanto, a frase de Millôr Fernan- (Euclides da Cunha, Os Sertões)
des não faz sentido.
b) a frase está em sentido denotativo e quer mostrar No trecho acima, a oração adverbial destacada expressa
que, ao não dominar bem o próprio idioma, o falante mal a) causa.
consegue passar pelo portão da comunicação e, portanto, b) consequência.
menos ainda conseguirá quando a exigência chegar a inter- c) proporção.
pretações mais complexas. d) finalidade.
e) concessão.
c) a forma portão, por ter o sufixo aumentativo-ão, in-
dica aumento, ou seja, uma porta grande. Como existem
21) (EsPCEx 2011)
portões menores que a forma normal porta, Millôr conclui
“Ao velho coitado
que, nesse caso, a língua é torta, ou seja, defeituosa.
De penas ralado,
d) o humorista faz uma brincadeira com o fato de a lin- Já cego e quebrado,
guagem vir de dentro para fora na comunicação interpes- Que resta? — Morrer.
soal. Sendo assim, para que as palavras entrem no mundo Enquanto descreve
da comunicação, devem passar primeiramente pelo portão, O giro tão breve
representado pelos dentes, para só então entrarem pela Da vida que teve,
porta, representada pela boca, cuja abertura, enquanto Deixai-me viver!
porta, é maior do que a da arcada dentária. Não vil, não ignavo,
e) o pensador Millôr Fernandes, por trás de uma frase Mas forte, mas bravo,
curta e rimada, quer nos levar a imaginar que, quando não Serei vosso escravo:
se domina a linguagem, a primeira barreira, representada Aqui virei ter.
pelo termo portão, precisa ser ultrapassada sem medo, por- Guerreiros, não coro
que, depois dessa entrada dificultosa, todo o resto será mais Do pranto que choro:
fácil, já que é comum as portas se abrirem para aqueles que Se a vida deploro,
falam bem. Também sei morrer.”

209
LÍNGUA PORTUGUESA

Sobre os versos acima, é correto afirmar que são de d) a sátira constitui a parte mais original da prosa de
um poema Gregório de Matos ao criticar a sociedade carioca da época.
a) indianista, caracterizado pelas cargas lírica, dramá- e) os trovadores portugueses, por sua origem proven-
tica, épica e pela perfeita utilização dos vários recursos da çal, limitaram-se à mera imitação.
métrica, da musicalidade e do ritmo.
b) que é exemplo da melhor poesia barroca, quer na 25) (EsPCEx 2011) Assinale a alternativa correta, quan-
forma (decassílabos rimados), quer na temática desenvolvi- to à Literatura Brasileira.
da (os estados contraditórios da condição humana). a) A primeira geração poética do Romantismo está vol-
c) byroniano, impregnado de egocentrismo, negativis- tada para a expressão dos próprios sentimentos e frustra-
mo, pessimismo e dúvida. ções.
d) parnasiano, que manifesta uma postura anti-român- b) A fase de maturidade de Machado de Assis é es-
tica, impassível e impessoal. sencialmente problematizadora; trata da questão existen-
e) simbolista, que expressa a purificação, por meio da cialista.
qual o espírito atinge as regiões etéreas, o espaço infinito. c) Canaã é um romance de tese e integra a literatura dos
jesuítas.
22) (EsPCEx 2011) Sobre a segunda fase do Modernis- d) O Simbolismo é uma afirmação do Naturalismo (lin-
mo no Brasil, é correto afirmar que guagem) e do Parnasianismo (estética).
a) foi marcada pela exaltação da natureza, a volta ao e) O Barroco explora o antropocentrismo, resgatando
passado histórico, o medievalismo e a criação do herói na- características renascentistas: culto à forma e linguagem re-
cional na figura do índio. buscada.
b) se caracterizou pela linguagem rebuscada, culta, ex-
travagante; pela valorização do pormenor mediante jogos 26) (EsPCEx 2011) Assinale a alternativa correta, quanto à
de palavras. Literatura Brasileira.
c) representou um amadurecimento e um aprofunda- a) No final do séc. XIX e início do séc. XX, três tendências
mento das conquistas da geração de 1922, resultando em literárias caminhavam paralelas: o Romantismo, o Simbolismo
uma literatura mais construtiva e mais politizada. e o Pré Modernismo.
d) se caracterizou por ser uma literatura meramente b) Em Os Lusíadas, o herói Bartolomeu Dias canta as gló-
descritiva e, como tal, sem grande valor literário, possuin- rias daqueles que conquistaram as Índias e edificaram o Im-
do, portanto, somente interesse histórico. pério Português no Oriente.
e) seguiu os modelos clássicos greco-latinos e os re- c) No romance naturalista, o narrador não interfere na
nascentistas, retomando a mitologia pagã como elemento ação nem faz um julgamento das personagens: ele se limita a
estético. uma descrição objetiva da realidade.
d) O Simbolismo, por ser um movimento antilógico e an-
23) (EsPCEx 2011) a narrativa de Clarice Lispector, po- tirracional, valoriza os aspectos interiores e pouco conhecidos
de-se afirmar que da alma e da mente humana.
a) se utiliza do fluxo de consciência, quebrando os limi- e) Os escritores brasileiros do Arcadismo se rebelaram
tes espaço-temporais que tornam a obra verossímil. contra as rígidas normas da tradição clássica e apresentaram
b) mostra a dor e o sofrimento da mulher sertaneja, em suas obras aspectos totalmente diferentes daqueles pre-
castigada pela seca e pelo preconceito social e cultural. conizados pelas academias literárias.
c) apresenta em sua obra recursos como o ritmo, ali-
terações, metáforas e imagens, retomando o movimento 27) (EsPCEx 2011) “Reconstruir a cultura brasileira sobre
concretista. bases nacionais; promover uma revisão crítica de nosso pas-
d) recria a própria língua portuguesa, utilizando-se de sado histórico e de nossas tradições culturais; eliminar de vez
termos em desuso, bem como neologismos. o nosso complexo de colonizados, apegados a valores estran-
e) foi fortemente marcada pelo Simbolismo do séc. XIX, geiros” foram propostas defendidas, dentre outros, pelos
de cunho documental. modernistas da Primeira Fase,
a) Manuel Bandeira e Clarice Lispector.
24) (EsPCEx 2011) Sobre a Literatura Brasileira, é cor- b) Mário de Andrade e Oswald Andrade.
reto afirmar que c) Graça Aranha e Monteiro Lobato.
a) A Moreninha apresenta uma descrição dos costumes d) Carlos Drummond de Andrade e Lima Barreto.
do Rio de Janeiro imperial, à semelhança da maioria dos e) Euclides da Cunha e Monteiro Lobato.
romances românticos urbanos.
b) o artista barroco não só reproduz um fragmento da 28) (EsPCEx 2011) Sobre a poesia da Segunda Geração
vida, de acordo com suas inclinações pessoais, mas tam- modernista, é correto afirmar que
bém o reproduz tal como viu, isto é, desfigurado. a) apresenta fortes características regionalistas, assim
c) Machado de Assis trabalha alguns adjetivos e ima- como a prosa do período.
gens típicos da idealização da mulher, como bem repre- b) valoriza as formas fixas, como o soneto, em detrimento
senta a personagem Virgília. à liberdade de expressão.

210
LÍNGUA PORTUGUESA

c) preocupa-se fundamentalmente com o sentido da existência humana.


d) apresenta forte tendência nacionalista e de crítica à realidade social brasileira.
e) é essencialmente experimentalista e inovadora quanto a temas e formas de expressão.

29) (EsPCEx 2011) Assinale a alternativa que indica em qual das três partes em que foi dividida a obra Os Sertões pode ser
encontrado um elaborado trabalho sobre a etnologia brasileira.
a) A Terra
b) O Nordestino
c) O Homem
d) A Guerra
e) A Luta

30) (EsPCEx 2011) Sobre as obras relacionadas na coluna A, assinale a alternativa que completa corretamente a coluna
B.

Coluna A Coluna B

( ) Obra totalmente inovadora para sua época, pode


ser considerada o verdadeiro romance de costumes do
( 1 ) Senhora Romantismo brasileiro, pois abandona a visão da burguesia
urbana para retratar o povo
em toda a sua simplicidade.
( ) Retrato da sociedade carioca da época do Segundo
Reinado, o romance narra a história do relacionamento
( 2 ) Memórias de um
entre Aurélia Camargo e Fernando Seixas, levando o leitor
sargento de milícias
a refletir a respeito da influência do dinheiro nas relações
amorosas e nos casamentos da época.
( ) Romance narrado em terceira pessoa, é uma análise
da desagregação psicológica e financeira de Rubião,
humilde professor do interior de Minas Gerais que recebe
( 3 ) O Ateneu
uma herança do criador de um sistema filosófico chamado
Humanitismo. Rubião morre pobre e louco, acreditando ser
Napoleão.
( ) O personagem Sérgio, já adulto, narra seu tempo de
aluno em um colégio interno; a narrativa é feita em primeira
( 4 ) Usina
pessoa, o que permite ao autor entrar no complexo mundo
das revelações que só se fazem à consciência.
( ) O romance retrata a decadência do engenho Santa
Rosa, arrancado de suas bases por força do processo
( 5 ) Quincas Borba industrial, com máquinas de fábrica, com ferramentas
enormes, com moendas gigantes, que suplantam a
produção artesanal.

[A] 2–1–5–4–3
[B] 2–1–4–3–5
[C] 1–5–2–3–4
[D] 2–4–5–2–3
[E] 2–1–5–3–4

LÍNGUA PORTUGUESA | EsPCEx 2012

1) (EsPCEx 2012) Assinale a alternativa correta quanto à classificação do sujeito, respectivamente, para cada uma das
orações abaixo.
– Choveu pedra por no mínimo 20 minutos.
– Vende-se este imóvel.
– Fazia um frio dos diabos naquele dia.

211
LÍNGUA PORTUGUESA

a) indeterminado, inexistente, simples 5) (EsPCEx 2012) Assinale a alternativa que completa


b) oculto, simples, inexistente corretamente as lacunas da frase abaixo.
c) inexistente, inexistente, inexistente Quando se aproximava ___ tarde, logo depois do almo-
d) oculto, inexistente, simples ço, ___ moça largava ___ roupas secando, para, ___ cinco,
e) simples, simples, inexistente voltar com o ombro entulhado, ___ casa, direto ___ engoma
___ ferro de carvão.
2) (EsPCEx 2012) Assinale a alternativa que completa a) a - a - às - as - a - à - à
corretamente as lacunas do período abaixo. “Informaram b) à - à - às - as - à - a - à
c) a - a - as - às - a - à - à
aos candidatos que, ___________ , seguiam a comunicação
d) à - à - as - às - à - a - a
oficial, o resultado e a indicação do local do exame médico,
e) a - a - as - às - a - à - a
e que estariam inteiramente à ________ disposição para
verificação.” 6) (EsPCEx 2012) Assinale a alternativa que apresenta a
a) anexo – vossa correta classificação da partícula “se”, na sequência em que
b) anexos – sua aparece no período abaixo. O maquinista se perguntava se
c) anexo – sua a próxima parada seria tão tumultuada quanto a primei-
d) anexas – vossa ra, com aquelas pessoas todas se debatendo, os bilhetes
e) anexos – vossa avolumando nas mãos do cobrador, os reclamos que se
ouviam dos mais exaltados.
3) (EsPCEx 2012) Assinale a alternativa correta quanto a) objeto indireto – conectivo integrante – parte do
à classificação sintática das orações grifadas abaixo, res- verbo – partícula apassivadora
pectivamente. b) objeto direto – conectivo integrante – pronome re-
– Acredita-se que a banana faz bem à saúde. flexivo – partícula apassivadora
– Ofereceram a viagem a quem venceu o concurso . c) objeto direto – conjunção integrante – pronome re-
– Impediram o fiscal de que recebesse a propina cíproco – indeterminação do sujeito
combinada. d) objeto indireto – conjunção integrante – pronome
– Os patrocinadores tinham a convicção de que os lu- reflexivo – partícula apassivadora
cros seriam compensadores. e) objeto direto – conectivo integrador – pronome
a) subjetiva – objetiva indireta – objetiva indireta – oblíquo – partícula apassivadora
completiva nominal
b) subjetiva – objetiva indireta – completiva nominal – Leia o trecho abaixo e responda às questões 7 e 8.
completiva nominal
c) adjetiva – completiva nominal – objetiva indireta –
“Carta a uma jovem que, estando em uma roda em
objetiva indireta
que dava aos presentes o tratamento de ‘você’, se dirigiu
d) objetiva direta – objetiva indireta – objetiva indireta
ao autor chamando-o ‘o senhor’ ”.
– completiva nominal
e) subjetiva - completiva nominal - objetiva indireta - 7) (EsPCEx 2012) A análise morfossintática das palavras
objetiva indireta grifadas, na sequência em que aparecem, está correta na
alternativa:
4) (EsPCEx 2012) Assinale a alternativa que contém a a) conjunção integrante, adjunto adverbial, partícula
classificação do modo verbal, dos verbos grifados nas apassivadora, pronome pessoal oblíquo
frases abaixo, respectivamente. b) sujeito, pronome relativo, pronome pessoal, artigo
– Esse seu lado perverso, eu o conheço faz tempo. definido
– Anda logo, senão chegarás só amanhã. c) pronome relativo, conjunção integrante, objeto dire-
– Se você chegar na hora, ganharemos um tempo to, pronome substantivo
precioso. d) pronome relativo, adjunto adverbial, pronome oblí-
– Acabaríamos a tarefa hoje, se todos ajudassem. quo, objeto direto
a) indicativo – imperativo – subjuntivo – subjuntivo – e) objeto direto, pronome locativo, sujeito, artigo d efi-
indicativo – subjuntivo – indicativo nido
b) subjuntivo – indicativo – indicativo – subjuntivo – in-
dicativo – subjuntivo – indicativo 8) (EsPCEx 2012) A oração “... estando em uma roda...”
c) subjuntivo – imperativo – indicativo – infinitivo – in- do trecho lido é
dicativo – subjuntivo – indicativo a) adverbial temporal.
d) indicativo – imperativo – indicativo – subjuntivo – b) adverbial proporcional.
indicativo – indicativo – subjuntivo c) substantiva subjetiva.
e) indicativo – subjuntivo – indicativo – subjuntivo – in- d) adjetiva restritiva.
dicativo – subjuntivo – subjuntivo e) coordenada explicativa.

212
LÍNGUA PORTUGUESA

9) (EsPCEx 2012) Assinale a alternativa que completa 14) (EsPCEx 2012) Faça a correspondência da segunda
corretamente as lacunas. coluna com base na primeira e assinale a alternativa que
“Não nos ______ respeito os motivos que ____________ os preenche corretamente as colunas, no que diz respeito às
homens a __________ à causa. formas líricas.
a) diz – conduzirão – aderir
b) dizem – conduzirão – aderirem Coluna 1 Coluna 2
c) dizem – conduzirá – aderirem
( ) o(a) mais conhecido(a) das
d) diz – conduzirá – aderir
formas líricas. Poema em 14
e) dizem – conduzirá – aderir ( 1 ) elegia
versos, organizados em dois
quartetos e dois tercetos.
10) (EsPCEx 2012) Em “Embarcaremos amanhã, en-
tão, vimos dizer-lhe adeus, hoje.”, a alternativa que clas- ( ) poema originado na Grécia
sifica corretamente a conjugação modo-temporal do verbo Antiga que exalta os valores
( 2 ) écloga
destacado no fragmento é nobres, caracterizando-se pelo
a) Pretérito Perfeito do Indicativo tom de louvação.
b) Futuro do Presente do indicativo ( ) poema pastoril que retrata a
c) Presente do Indicativo ( 3 ) ode vida bucólica dos pastores, em
d) Imperativo Afirmativo um ambiente campestre.
e) Pretérito Imperfeito do Indicativo ( ) trata de acontecimentos
( 4 ) soneto tristes, muitas vezes enfocando a
11) (EsPCEx 2012) Leia os versos abaixo e assinale a morte de um ente querido.
alternativa que apresenta o mesmo emprego das vírgulas a) 4, 3, 2, 1
no primeiro verso b) 3, 2, 1, 4
c) 2, 1, 3, 4
“Torce, aprimora, alteia, lima d) 1, 2, 4, 3
A frase; e, enfim,” e) 4, 3, 1, 2
(Olavo Bilac)
15) (EsPCEx 2012) Leia o trecho abaixo:
a) “E, ao vir do sol, saudoso e em pranto” “Não tenho uma palavra a dizer. Por que não me calo,
b) “O alvo cristal, a pedra rara,/ O ônix prefiro.” então? Mas se eu não forçar a palavra a mudez me engolfa-
c) “Acendeu um cigarro, cruzou as pernas, estalou as rá para sempre em ondas. A palavra e a forma serão a tábua
unhas,...” onde boiarei sobre vagalhões de mudez.”
d) “Uns diziam que se matou, outros, que fora para o O fragmento, extraído da obra de Clarice Lispector,
Acre.” apresenta
e) “Mocidade ociosa, velhice vergonhosa.” a) uma reflexão sobre o processo de criação literária.
b) uma postura racional, antissentimental, triste e re-
corrente na literatura dessa fase.
12) (EsPCEx 2012) A alternativa que apresenta trecho
c) traços visíveis da sensibilidade, característica presen-
corretamente pontuado é:
te na 2ª fase modernista.
a) A intensa exploração de recursos naturais, constitui
d) a visão da autora, sempre preocupada com o valor
uma ameaça ao planeta.
da mulher na sociedade.
b) Esperanza discordou da decisão do chefe, e pediu e) exemplos de neologismo, característica comum na
demissão do cargo. 3ª fase modernista.
c) Dona Elza pediu, ao diretor do colégio, que colocas-
se o filho em outra turma. 16) (EsPCEx 2012) Considerando a imagem da mulher
d) Os animais, que se alimentam de carne, chamam-se nas diferentes manifestações literárias, pode-se afirmar que
carnívoros. a) nas cantigas de amor, originárias da Provença, o eu
e) Van Gogh, que pintou quadros hoje muito valiosos, -lírico é feminino, mostrando o outro lado do relaciona-
morreu na miséria. mento amoroso.
b) no Arcadismo, a louvação da mulher é feita a partir
13) (EsPCEx 2012) Assinale a alternativa em que todas da escolha de um aspecto físico em que sua beleza se igua-
as palavras são formadas por prefixos com significação se- le à perfeição da natureza.
melhante. c) no Realismo, a mulher era idealizada como miste-
a) metamorfose – metáfora – meteoro – malcriado riosa, inatingível, superior, perfeita, como nas cantigas de
b) apogeu – aversão – apóstata – abster amor.
c) síncope – simpatia – sobreloja – sílaba d) a mulher moderna é inferiorizada socialmente e uti-
d) êxodo – embarcar – engarrafar – enterrar liza a dissimulação e a sedução, muitas vezes desencadean-
e) débil – declive – desgraça – decapitar do crises e problemas.

213
LÍNGUA PORTUGUESA

e) a mulher barroca foi apresentada como arquétipo da beleza, evidenciando o poder por ela conquistado, enquanto
os homens viviam uma paz espiritual.

Leia o trecho abaixo, de “Morte e vida severina”, de João Cabral de Melo Neto, e responda às questões 18 e 19:

“– Severino retirante, E não há melhor resposta


deixa agora que lhe diga: que o espetáculo da vida:
eu não sei bem a resposta vê-la desfiar seu fio,
da pergunta que fazia, que também se chama vida,
se não vale mais saltar ver a fábrica que ela mesma,
fora da ponte e da vida; (…) teimosamente, se fabrica,”

17) (EsPCEx 2012) Quanto ao gênero literário, é correto afirmar que o fragmento lido é
a) narrativo, que conta em prosa histórias do sertão nordestino.
b) uma peça teatral, desprovido de lirismo e com linguagem rústica.
c) bastante poético e marcado por rimas, sem metrificação.
d) uma epopeia, que traduz o desencanto pela vida dura do sertão.
e) dramático, que encena conflitos internos do ser humano.

18) (EsPCEx 2012) Em relação a esse mesmo fragmento, pode-se ainda afirmar que
a) trata da impotência do homem frente aos problemas do sertão e da cidade.
b) Severino representa todos os homens que são latifundiários.
c) reflete sobre as dificuldades que o homem encontra para trabalhar.
d) trata da temática que descarta a morte como solução para os problemas.
e) é um texto bem simples e poético sobre o significado do amor da época.

19) (EsPCEx 2012) Leia a estrofe que segue e assinale a alternativa correta, quanto às suas características.
“Visões, salmos e cânticos serenos
Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes...
Dormências de volúpicos venenos
Sutis e suaves, mórbidos, radiantes...”
a) valorização da forma como expressão do belo e a busca pela palavra mais rara – Parnasianismo.
b) linguagem rebuscada, jogos de palavras e jogos de imagens, característica do cultismo – corrente do Barroco.
c) incidência de sons consonantais (aliterações) explorando o caráter melódico da linguagem – Simbolismo.
d) pessimismo da segunda geração romântica, marcada por vocábulos que aludem a uma existência mais depressiva
– Romantismo.
e) lírica amorosa marcada pela sensualidade explícita que substitui as virgens inacessíveis por mulheres reais, lascivas
e sedutoras – Naturalismo

EsPCEx 2013

1 (EsPCEx – 2013) Assinale a alternativa que contém um grupo de palavras cujos prefixos possuem o mesmo signifi-
cado.
a) compartilhar - sincronizar
b) hemiciclo - endocarpo
c) infeliz - encéfalo
d) transparente - adjunto
e) benevolente - diáfano

2 (EsPCEx – 2013) Assinale o sujeito do verbo “forjar” no período abaixo.


Chama atenção das pessoas atentas, cada vez mais, o quanto se forjam nos meios de comunicação modelos de com-
portamento ao sabor de modismos lançados pelas celebridades do momento.
a) meios de comunicação
b) modelos de comportamento
c) modismos
d) celebridades do momento
e) pessoas atentas

214
LÍNGUA PORTUGUESA

3 (EsPCEx – 2013) Evadiu-se do acampamento duran- 8 (EsPCEx – 2013) Epopeia é uma longa narrativa em
te uma tempestade terrível. versos que ressalta os feitos de um herói, protagonista de
Assinale a alternativa cujo fragmento sublinhado pos- fatos históricos ou maravilhosos. A maior das epopeias da
sui a mesma classificação sintática do termo “terrível”, sub- Língua Portuguesa é “Os Lusíadas”, de Camões, em que o
linhado no trecho acima. grande herói celebrado é
a) Diogo Álvares Correia.
a) Bastou um telefonema para deixá-lo arrasado.
b) Fernão de Magalhães.
b) Bastou uma tacada mais forte para derrubá-lo. c) O Gigante Adamastor.
c) Bastou um aceno para enchê-lo de esperanças. d) Vasco da Gama.
d) Bastou a composição de um trecho para consagrá e) Cristóvão Colombo.
-lo.
e) Bastou um elogio do chefe para reanimá-lo. 9 (EsPCEx – 2013) Leia o fragmento abaixo:

4 (EsPCEx – 2013) Assinale a alternativa em que o “AO LEITOR


trecho sublinhado pode ser substituído por “lhe”, sem mo-
dificar o sentido original. Que Stendhal confessasse haver escrito um de seus li-
a) A governanta batia no menino constantemente. vros para cem leitores, cousa é que admira e consterna.
O que não admira, nem provavelmente consternará é se
b) A moça aspirou com gosto o suave perfume.
este outro livro não tiver os cem leitores de Stendhal, nem
c) Como o auxiliar via o fiscal de campo, Armando agiu cinquenta, nem vinte, e quando muito, dez. Dez? Talvez cin-
com calma. co. Trata-se, na verdade, de uma obra difusa, na qual eu,
d) Ainda pensou em chamar o atendente. Brás Cubas, se adotei a forma livre de um Sterne, ou de um
e) Faltou informar o homem sobre o horário de visitas. Xavier de Maistre, não sei se lhe meti algumas rabugens
de pessimismo. Pode ser. Obra de finado. Escrevi-a com a
5 (EsPCEx – 2013) Ao se alistar, não imaginava que o pena da galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil an-
combate pudesse se realizar em tão curto prazo, embora o tever o que poderá sair desse conúbio. Acresce que a gente
ribombar dos canhões já se fizesse ouvir ao longe. grave achará no livro umas aparências de puro romance, ao
Quanto ao processo de formação das palavras subli- passo que a gente frívola não achará nele o seu romance
usual, ei-lo aí fica privado da estima dos graves e do amor
nhadas, é correto afirmar que sejam, respectivamente, ca-
dos frívolos, que são as duas colunas máximas da opinião.”
sos de
a) prefixação, sufixação, prefixação, aglutinação e ono- O fragmento acima é parte da obra “Memórias Pós-
matopeia. tumas de Brás Cubas”, publicada em folhetim em 1880 e
b) parassíntese, derivação regressiva, sufixação, agluti- editada em livro em 1881. Essa obra, de autoria de
nação e onomatopeia. a) Machado de Assis, é uma das mais conhecidas do
c) parassíntese, prefixação, prefixação, sufixação e de- Naturalismo no Brasil.
rivação imprópria. b) Guimarães Rosa, é tida como a mais importante pro-
d) derivação regressiva, derivação imprópria, sufixação, dução do Modernismo no Brasil.
justaposição e onomatopeia. c) Aluísio Azevedo, lançou no Brasil o movimento de-
e) parassíntese, aglutinação, derivação regressiva, jus- nominado Naturalismo.
d) Machado de Assis, é apontada como o marco inicial
taposição e onomatopeia.
do Realismo no Brasil.
e) Aluísio Azevedo, encerra o Romantismo e inicia o
6 (EsPCEx – 2013) Assinale a alternativa em que a pa- Realismo brasileiro.
lavra “bastante(s)” está empregada corretamente, de acor-
do com a norma culta da Língua. 10 (EsPCEx – 2013) Leia os versos abaixo:
a) Os rapazes eram bastantes fortes e carregaram a
caixa. “Se não tivermos lãs e peles finas,
b) Há provas bastante para condenar o réu. podem mui bem cobrir as carnes nossas
c) Havia alunos bastantes para completar duas salas. as peles dos cordeiros mal curtidas,
d) Temos tido bastante motivos para confiar no chefe. e os panos feitos com as lãs mais grossas.
e) Todos os professores estavam bastantes confiantes. Mas ao menos será o teu vestido
por mãos de amor, por minhas mãos cosido.”
7 (EsPCEx – 2013) Assinale a alternativa que contém A característica presente na poesia árcade, presente no
um complemento verbal pleonástico. fragmento acima, é
a) Assistimos à missa e à festa. a) aurea mediocritas.
b) As moedas, ele as trazia no fundo do bolso. b) cultismo.
c) Deste modo, prejudicas-te e a ela. c) ideias iluministas.
d) Atentou contra a própria vida e dos passageiros. d) conflito espiritual.
e) Técnica e habilidade sobram-lhe e aos adversários. e) carpe diem.

215
LÍNGUA PORTUGUESA

11 (EsPCEx – 2013) Em “Não sei, sequer, se me vis- c) Não houveram quaisquer mudanças no regulamen-
te...” a alternativa que classifica corretamente a palavra em to.
destaque é d) Amanhã, vão haver aulas de informática durante
a) conjunção subordinativa condicional. todo o período de aula.
b) conjunção substantiva subjetiva. e) Houveram casos significativos de contaminação no
c) conjunção subordinativa temporal. hospital da cidade.
d) conjunção coordenativa explicativa.
e) conjunção subordinativa integrante. 18 (EsPCEx – 2013) São palavras primitivas:
a) época – engarrafamento – peito – suor
12 (EsPCEx – 2013) A alternativa que apresenta vocá- b) sala – quadro – prato – brasileiro
bulo onomatopeico é: c) quarto – chuvoso – dia – hora
a) Os ramos das árvores brandiam com o vento. d) casa – pedra – flor – feliz
b) Hum! Este prato está saboroso.
e) temporada – narcotráfico – televisão – passatempo
c) A fera bramia diante dos caçadores.
d) Raios te partam! Voltando a si não achou que dizer.
19 (EsPCEx – 2013) Quanto à poesia parnasiana, é
e) Mas o tempo urgia, deslacei-lhe as mãos...
correto afirmar que se caracteriza por
13 (EsPCEx – 2013) A oração que apresenta comple- a) buscar uma linguagem capaz de sugerir a realidade,
mento nominal é: fazendo, para tanto, uso de símbolos, imagens, metáforas,
a) O povo necessita de alimentos. sinestesias, além de recursos sonoros e cromáticos, tudo
b) Caminhar a pé lhe era saudável com a finalidade de exprimir o mundo interior, intuitivo,
c) O cigarro prejudica o organismo. antilógico e antirracional.
d) O castelo estava cercado de inimigos. b) cultivar o desprezo pela vida urbana, ressaltando o
e) As terras foram desapropriadas pelo governo. gosto pela paisagem campestre; elevar o ideal de uma vida
. simples, integrada à natureza; conter nos poemas elemen-
14 (EsPCEx – 2013) Assinale a alternativa que comple- tos da cultura greco-latina; apresentar equilíbrio espiritual,
ta corretamente as lacunas da frase: racionalismo.
“Este é o autor ___ obra tenho simpatia e ___ gosto mui- c) apresentar interesse por temas religiosos, refletindo
to.” o conflito espiritual, a morbidez como forma de acentuar
a) cuja – que o sentido trágico da vida, além do emprego constante de
b) de cuja – de que figuras de linguagem e de termos requintados.
c) por cuja – de quem d) possuir subjetivismo, egocentrismo e sentimentalis-
d) cuja a – que mo, ampliando a experiência da sondagem interior e pre-
e) por cuja a – de quem parando o terreno para investigação psicológica.
e) pretender ser universal, utilizando-se de uma lingua-
15 (EsPCEx – 2013) No fragmento: “A designação gem objetiva, que busca a contenção dos sentimentos e a
gótico, na literatura, associa-se ao universo cadente...”. A perfeição formal.
expressão “na literatura” está separada por vírgulas porque
se trata de um (a) 20 (EsPCEx – 2013) Assinale a única alternativa que
a) adjunto adverbial deslocado. contém a figura de linguagem presente no trecho subli-
b) aposto do termo “gótico”.
nhado:
c) vocativo no meio da oração.
d) adjunto adverbial de assunto.
“As armas e os barões assinalados,
e) complemento pleonástico.
Que da ocidental praia lusitana,
16 (EsPCEx – 2013) É correto afirmar sobre o Trova- Por mares nunca dantes navegados,
dorismo que Passaram ainda além da Taprobana,”
a) os poemas são produzidos para ser encenados.
b) as cantigas de escárnio e maldizer têm temáticas a) metonímia
amorosas. b) eufemismo
c) nas cantigas de amigo, o eu lírico é sempre feminino. c) ironia
d) as cantigas de amigo têm estrutura poética compli- d) anacoluto
cada. e) polissíndeto
e) as cantigas de amor são de origem nitidamente po-
pular. EsPCEx 2014

17 (EsPCEx – 2013) Marque a única alternativa em que 1 (EsPCEx – 2014) Assinale a alternativa em que há o
o emprego do verbo haver está correto. correto emprego da palavra sublinhada.
a) Todas as gotas de água havia evaporado. a) Tens recursos bastante para as obras?
b) Elas se haverão comigo, se mandarem meu primo b) Nesta escola, formam-se alunos melhores prepara-
sair. dos.

216
LÍNGUA PORTUGUESA

c) Nas ocasiões difíceis é onde sobressai o verdadeiro 8 (EsPCEx – 2014) Quanto à separação silábica, assina-
líder. le a alternativa correta.
d) O homem foi atendido mais bem do que esperava. a) trans-a-tlân-ti-co; hi-dre-lé-tri-ca; su-bes-ti-mar; in-
e) Ainda não tinha visto redação mais mal escrita. te-rur-ba-no; bi-sa-vô
b) ist-mo; ma-gnó-lia; ap-ti-dão; felds-pa-to; sols-tí-
2 (EsPCEx – 2014) Assinale a alternativa que contém a
cio
expressão cuja classificação sintática é a mesma da subli-
nhada na frase abaixo. c) a-fta; sub-lin-gual; téc-ni-co; rép-til; rit-mo
d) e-clip-se; trans-tor-no; de-cep-ção; of-tal-mo-lo-
“Era uma verdadeira casa de ensino.” gis-ta; ra-diou-vin-te
a) aviso do ministro e) ra-di-ou-vin-te; pre-en-cher; pers-pi-caz; de-sa-
b) defesa da pátria ten-to; in- te-rur-ba-no
c) perdão da injúria
d) temor da trovoada 9 (EsPCEx – 2014) Leia o texto abaixo e responda o
e) disputa dos papéis que se pede.
A partir do texto apresentado, é correto afirmar que o
3 (EsPCEx – 2014) Assinale a alternativa em que o pe- personagem Fabiano
ríodo está grafado corretamente.
a) subestima-se pela própria condição animal.
a) O aborígeni esperava com displiscência que a maré
baixasse. b) questiona a própria condição humana.
b) O aborígene esperava com displisciência que a maré c) valoriza-se como ser humano.
baichasse. d) sente vergonha da condição animal.
c) O aborígine esperava com displicência que a maré e) abomina a própria condição animal.
baixace.
d) O aborígine esperava com displicência que a maré “(...)
baixasse. – Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta.
e) O aborígini esperava com displicência que a maré Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com
baixasse. certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só. E, pensando
bem, ele não era homem: era apenas um cabra ocupado
4 (EsPCEx – 2014) Assinale a alternativa cujo período
em guardar coisas dos outros. Vermelho, queimando, tinha
está de acordo com a norma culta da Língua.
a) Precisa-se vendedores. os olhos azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vivia
b) Cercou-se as cidades. em terra alheia, cuidava de animais alheios, descobria-se,
c) Corrigiu-se o decreto. encolhia-se na presença dos brancos e julgava-se cabra.
d) Dominou-se muitos. Olhou em torno, com receio de que, fora os meninos,
e) Aclamaram-se a rainha. alguém tivesse percebido a frase imprudente. Corrigiu-a,
murmurando:
5 (EsPCEx – 2014) “Chovesse ou fizesse sol, o Major – Você é um bicho, Fabiano.
não faltava.” Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, um
a) Você não sairá sem antes me avisar. bicho, capaz de vencer dificuldades.”
b) Aprendeu a ler sem ter frequentado escola.
(Fragmento de “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos)
c) Retirei-me discretamente, sem ser percebido.
d) Não podia fitá-lo sem que risse.
e) Aqui viverás em paz, sem ser incomodado. 10 (EsPCEx – 2014) Marque a opção que justifica a
colocação do ponto e vírgula e da vírgula utilizados por
6 (EsPCEx – 2014) No trecho abaixo, a alternativa cor- José de Alencar no período.
reta quanto ao sujeito da oração é:
“O por fazer é só com Deus.” “Depois Iracema quebrou a flecha homicida; deu a
a) oração sem sujeito haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta far-
b) sujeito oracional pada.”
c) sujeito composto “O por fazer” a) O ponto e vírgula indica citação e a vírgula indica
d) sujeito simples “O por fazer” locução.
e) sujeito simples “Deus”
b) O ponto e vírgula separa oração coordenada e a
7 (EsPCEx – 2014) Assinale a opção em que todas as vírgula separa oração reduzida.
palavras correspondem à mesma origem. c) O ponto e vírgula indica citação e a vírgula separa
a) Do árabe: algodão, almofada, alagamento. termos da oração.
b) Do inglês: xampu, esporte, futebol. d) O ponto e vírgula separa oração coordenada e a
c) Do japonês: judô, gueixa, ameixa. vírgula marca mudança de sujeito.
d) Do chinês: chá, nanquim, mirim. e) O ponto e vírgula indica enumeração e a vírgula
e) Do francês: toalete, tricô, licor. separa termos da oração.

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LÍNGUA PORTUGUESA

11 (EsPCEx – 2014) O texto a seguir refere-se a qual b) o poeta para de se questionar como indivíduo e
poeta brasileiro? como artista.
c) amadurece e amplia as conquistas da geração an-
“Em sua obra, o drama da existência revela uma pro- terior.
vável influência das ideias pessimistas do filósofo alemão d) fortalece a busca pela poesia construtiva e apoliti-
Schopenhauer, que marcaram o final do século XIX. Além zada.
disso, certas posturas verificadas em sua poesia – o desejo e) se liberta das profundas transformações ocorridas
de fugir da realidade, de transcender a matéria e integrar- no período.
se espiritualmente no cosmo – parecem originar-se não
apenas do sentimento de opressão e mal-estar produzido 16 (EsPCEx – 2014) Assinale a alternativa que anali-
pelo capitalismo, mas também do drama racial e pessoal sa corretamente a oração sublinhada na frase a seguir.
que o autor vivia.”
a) Gregório de Matos “Os animais que se alimentam de carne chamam-se
b) Castro Alves carnívoros.”
c) Machado de Assis
d) Cruz e Souza a) A oração adjetiva sublinhada serve para explicar
e) Lima Barreto como são chamados os animais que se alimentam de car-
ne e, portanto, por ser explicativa, deveria estar separada
12 (EsPCEx – 2014) A temática do Arcadismo presen- por vírgulas.
te nos versos abaixo é o b) Como todos os animais carnívoros alimentam-se de
carne, não há restrição. Nesse caso, a oração sublinhada só
“Se o bem desta choupana pode tanto, poderá ser explicativa e, portanto, deveria estar separada
Que chega a ter mais preço, e mais valia, por vírgulas.
Que da Cidade o lisonjeiro encanto” c) Trata-se de uma oração evidentemente explicativa,
a) “carpe diem”.
pois ensina como são chamados os animais que se ali-
b) paganismo.
mentam de carne. Sendo assim, a oração adjetiva subli-
c) “fugere urbem”.
nhada deveria estar separada por vírgulas.
d) fingimento poético.
e) louvor histórico.
d) A oração adjetiva sublinhada tanto pode ser expli-
cativa, pois esclarece, em forma de aposto, o termo ante-
13 (EsPCEx – 2014) Assinale a alternativa que apresen-
cedente, quanto pode ser restritiva, por limitar o sentido do
ta a figura de linguagem anacoluto.
termo “animais”.
a) Eu não me importa a desonra do mundo.
b) Passarinho, desisti de ter. e) A oração adjetiva sublinhada só pode ser restritiva,
c) O que não tenho e desejo é que melhor me enri- pois reduz a categoria dos animais e é indispensável ao
quece. sentido da frase: somente os que comem carne é que são
d) De todas, porém, a que me cativou logo foi uma... chamados de carnívoros.
uma... não sei se digo.
e) E espero tenha sido a última. 17 (EsPCEx – 2014) Em relação ao momento histórico
do Quinhentismo brasileiro, podemos afirmar que
14 (EsPCEx – 2014) Assinale a opção que completa a) a Europa do século XVI vive o auge do Renascimen-
corretamente as lacunas das frases a seguir. to, com a cultura humanística recrudescendo os quadros
I – ____ uma semana que telefono e não consigo con- rígidos da cultura medieval.
tato. b) o século XVI marca também uma crise na Igreja: de
II – ____ muito tempo que a amiga o procurava sem um lado, as novas forças burguesas e, de outro, as forças
sucesso. tradicionais da cultura medieval.
III– Passara no concurso_____ pouco tempo. c) os dogmas católicos são contestados nos tribunais
IV– Iniciou os estudos______poucos dias. da Inquisição (livros proibidos) e no Concílio de Trento, em
V – Estávamos ali_______ quatro horas. 1545.
a) havia – há – havia – há – havia. d) o homem europeu estabelece duas tendências lite-
b) há – havia – há – há – havia. rárias no Quinhentismo: a literatura conformativa e a lite-
c) há – há – há – há – há – há. ratura dominicana.
d) havia – havia – havia – havia – havia. e) a política das grandes navegações coíbe a busca pela
e) há – havia – havia – há – havia. conquista espiritual levada a efeito pela Igreja Católica.

15 (EsPCEx – 2014) É correto afirmar, em relação à 18 (EsPCEx – 2014) Em 1909, o jornal parisiense Le Fi-
poesia do segundo momento modernista brasileiro, que garo, publicou um importante manifesto artístico, do ita-
a) deixa de ser influenciada por Mário e Oswald de liano Filippo Tommasio Marinetti, que traz o seguinte texto
Andrade. em seu item 5:

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LÍNGUA PORTUGUESA

“Queremos cantar o homem ao volante, que percorre a QUASE; ATRAVÉS; EM TORNO DE; FORA; SIMULTANEI-
Terra com a lança do seu espírito, traçando o círculo de sua DADE
órbita”. a) hemisfério; trasladar; justapor; epiderme; parasita
b) semicírculo; metamorfose; retrocesso; ultrapassar;
Esse trecho caracteriza bem o seguinte movimento de circunavegação
vanguarda europeia: c) penumbra; diálogo; periscópio; exogamia; sintaxe
a) Expressionismo d) visconde; ultrapassar; unifamiliar; programa; multi-
b) Dadaísmo nacional
c) Surrealismo e) pressupor; posteridade; companhia; abdicar; ambi-
d) Futurismo valente
e) Cubismo
4 (EsPCEx – 2015) Assinale a alternativa que apresenta
19 (EsPCEx – 2014) Assinale a alternativa em que o ideia equivalente à da oração grifada a seguir:
vocábulo grifado está no sentido denotativo. “O professor não proíbe, antes estimula as pergun-
a) Estava imerso em profunda tristeza. tas em aula.”
b) Não sejas escravo da moda. a) As abelhas não apenas produzem mel e cera, mas
c) Quebrei o galho da árvore. ainda polinizam as flores.
d) Sofria de amargas desilusões. b) Os livros ensinam e divertem.
e) Tive uma ideia luminosa. c) Vestia-se bem, embora fosse pobre.
d) Não aprovo nem permitirei essas coisas.
EsPCEx 2015 e) Quis dizer mais alguma coisa e não pôde.

1 (EsPCEx – 2015) Leia o conjunto de frases a seguir e 5 (EsPCEx – 2015) Leia a frase abaixo e assinale a alter-
responda, na sequência, quais funções são assumidas pela nativa que substitui corretamente a oração grifada.
“Vejo que sabes tanto quanto nós, se bem que tenhas
palavra “que”.
estado no local dos acontecimentos.”
Cinco contos que fossem, era um arranjo menor...
A) “..., porque tenhas estado no local dos acontecimen-
Que bom seria viver aqui!
tos.”
Leio nos seus olhos claros um quê de profunda curio-
b) “..., porquanto tenhas estado no local dos aconteci-
sidade.
mentos.”
A nós que não a eles, compete fazê-lo.
c) “..., posto que tenhas estado no local dos aconteci-
Falou de tal modo que nos empolgou.
mentos.”
a) conjunção subordinativa consecutiva - interjeição
d) “..., para que tenhas estado no local dos aconteci-
de admiração - pronome indefinido – conjunção subordi- mentos.”
nativa comparativa - conjunção subordinativa consecutiva e) “..., sem que tenhas estado no local dos aconteci-
b) conjunção subordinativa concessiva - interjeição de mentos.”
admiração - substantivo - pronome relativo - conjunção
subordinativa consecutiva 6 (EsPCEx – 2015) Leia a frase abaixo e assinale a al-
c) conjunção subordinativa consecutiva - advérbio de ternativa que traduz, na sequência em que aparecem, as
intensidade - substantivo - pronome relativo - conjunção circunstâncias grifadas.
subordinativa consecutiva “Num átimo, cessou de todo o ruído das vozes e ele
d) conjunção subordinativa concessiva - advérbio de entrou a falar à vontade, calma e decididamente.”
intensidade - substantivo - conjunção coordenativa - con- a) tempo - intensidade - modo - modo - modo
junção subordinativa consecutiva b) modo - inclusão - explanação - modo - modo
e) conjunção subordinativa comparativa - interjeição c) tempo - intensidade - intensidade - modo - modo
de admiração - pronome indefinido – palavra expletiva - d) modo - intensidade - intensidade - modo - modo
conjunção subordinativa consecutiva e) realce - intensidade - modo - afetividade - modo

2 (EsPCEx – 2015) Assinale a alternativa correta quan- 7 (EsPCEx – 2015) Assinale a alternativa em que a gra-
to ao emprego do verbo haver. fia de todas as palavras está correta.
a) Eu não sei, doutor, mas devem haver leis. a) Mulçumano é todo indivíduo que adere ao islamis-
b) Também a mim me hão ferido. mo.
c) Haviam tantas folhas pelas calçadas. b) Gostaria de saber como se entitula esse poema em
d) Faziam oito dias que não via Guma. francês.
e) Não haverão umas sem as outras. c) Esses irmãos vivem se degladiando, mas no fundo
se amam.
3 (EsPCEx – 2015) Responda, na sequência, os vocábu- d) Não entendi o porquê da inclusão desses asterísti-
los cujos prefixos ou sufixos correspondem aos seguintes cos.
significados: e) Essa prova não será empecilho para mim.

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LÍNGUA PORTUGUESA

8 (EsPCEx – 2015) Assinale a alternativa em que 14 (EsPCEx – 2015) Assinale a oração em que o termo
está destacada uma oração coordenada explicativa. ou expressão grifados exerce a função de Objeto Indireto.
a) Peço que te cales. a) Cumprimentei-as respeitosamente.
b) O homem é um animal que pensa. b) Perderam-na para sempre.
c) Ele não esperava que a mãe o perdoasse. c) Amava mais a ele que aos outros.
d) Leve-a até o táxi, que ela precisa ir agora. d) Eu culpo a tudo e a todos.
e) É necessário que estudes. e) Obedeceu-lhe prontamente.

9 (EsPCEx – 2015) Assinale a alternativa em que o uso 15 (EsPCEx – 2015) Leia o trecho a seguir e responda.
dos pronomes relativos está em acordo com a norma culta “O senhor tolere, isto é o sertão. Uns querem que não
da Língua Portuguesa. seja: que situado sertão é por os campos-gerais a fora a
a) Busca-se uma vida por onde a tolerância seja, de dentro, eles dizem, fim de rumo, terras altas, demais do
Urucúia. Toleima. Para os de Corinto e do Curvelo, então,
fato, alcançada.
o aqui não é dito sertão? Ah, que tem maior! Lugar sertão
b) Precisa-se de funcionários com cujo caráter não pai-
se divulga: é onde os pastos carecem de fechos; onde um
rem dúvidas.
pode torar dez, quinze léguas, sem topar com casa de mo-
c) São pessoas com quem depositamos toda a con-
rador; e onde criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do
fiança. arrocho de autoridade. O Urucúia vem dos montões oestes.
d) Há situações de onde tiramos forças para prosseguir. Mas, hoje, que na beira dele, tudo dá – fazendões de fa-
e) José é um candidato de cuja palavra não se deve zendas, almargem de vargens de bom render, as vazantes;
duvidar. culturas que vão de mata em mata, madeiras de grossura,
até ainda virgens dessas lá há. Os gerais corre em volta.
10 (EsPCEx – 2015) Assinale a alternativa em que o Esses gerais são sem tamanho. Enfim, cada um o que quer
pronome grifado não apresenta vício de linguagem. aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opi-
a) Quando Ana entrou no consultório de Vilma, encon- niães... O sertão está em toda parte.” Quanto ao trecho, é
trou-a com seu noivo. correto afirmar que
b) Caro investidor, cuide melhor de seu dinheiro. a) não há ponto de vista do narrador, que apenas re-
c) O professor proibiu que o aluno utilizasse sua gra- lata as impressões alheias.
mática. b) apresenta alguns neologismos, como “toleima”,
d) Aída disse a Luís que não concordava com sua re- “almargem”, “opiniães” e “oestes”.
provação. c) não há abordagem universal, a passagem constitui
e) Você deve buscar seu amigo e levá-lo em seu carro apenas uma descrição do sertão.
até o aeroporto. d) o trecho transpõe os limites do regional, alcançan-
do a dimensão universal.
11 (EsPCEx – 2015) Assinale a alternativa que apresen- e) transparece todo misticismo sertanejo, baseado
ta uma oração correta quanto à concordância. apenas nos dois extremos: o bem e o mal.
a) Sobre os palestrantes tem chovido elogios.
b) Só um ou outro menino usavam sapatos. 16 (EsPCEx – 2015) Assinale a alternativa que contém
c) Mais de um ator criticaram o espetáculo. uma das características da segunda fase modernista bra-
d) Vossa Excelência agistes com moderação. sileira.
e) Mais de um deles se entreolharam com espanto. a) Os efeitos da crise econômica mundial e os cho-
ques ideológicos que levaram a posições mais definidas
formavam um campo propício ao desenvolvimento de um
12 (EsPCEx – 2015) Assinale a única opção em que a
romance caracterizado pela denúncia social.
palavra “a” é artigo.
b) Na poesia, ganha corpo uma geração de poetas
a) Hoje, ele veio a falar comigo.
que se opõem às conquistas e inovações dos primeiros
b) Essa caneta não é a que te emprestei. modernistas de 1922. Uma nova proposta é defendida ini-
c) Convenci-a com poucas palavras. cialmente pela revista Orfeu.
d) Obrigou-me a arcar com mais despesas. c) O período de 1930 a 1945 é o mais radical do movi-
e) Marquei-te a fronte, mísero poeta. mento modernista, pela necessidade de ruptura com toda
arte passadista.
13 (EsPCEx – 2015) No período “Ninguém sabe como d) As revistas e manifestos marcam o segundo mo-
ela aceitará a proposta”, a oração grifada é uma subor- mento modernista, com a divulgação do movimento pe-
dinada los vários estados brasileiros.
a) adverbial comparativa. e) Ao mesmo tempo em que se procura o moderno,
b) substantiva completiva nominal. o original e o polêmico, o nacionalismo se manifesta em
c) substantiva objetiva direta. suas múltiplas facetas: uma volta às origens, a pesquisa de
d) adverbial modal. fontes quinhentistas, a procura de uma “língua brasileira”.
e) adverbial causal.

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LÍNGUA PORTUGUESA

17 (EsPCEx – 2015) Leia o trecho do conto “O Peru de Cinquenta anos! Quantas horas inúteis! Consumir-se
Natal” e responda. uma pessoa a vida inteira sem saber para quê!
“O nosso primeiro Natal em família, depois da morte Comer e dormir como um porco! Levantar-se cedo
de meu pai, acontecida cinco meses antes, foi de conse- todas as manhãs e sair correndo, procurando comida! E
quências decisivas para a felicidade familiar. Nós sempre depois guardar comida para os filhos, para os netos, para
fôramos familiarmente felizes, nesse sentido muito abs- muitas gerações. Que estupidez! Que porcaria! Não é bom
trato da felicidade: gente honesta, sem crimes, lar sem vir o diabo e levar tudo?
brigas internas nem graves dificuldades econômicas. Mas, (...)
devido principalmente à natureza cinzenta de meu pai, Penso em Madalena com insistência. Se fosse possível
ser desprovido de qualquer lirismo, duma exemplarida- recomeçarmos... Para que enganar-me? Se fosse possível
de incapaz, acolchoado no medíocre, sempre nos faltara recomeçarmos, aconteceria exatamente o que aconteceu.
aquele aproveitamento da vida, aquele gosto pelas feli- Não consigo modificar-me, é o que mais me aflige.
cidades materiais, um vinho bom, uma estação de águas, (...)
aquisição de geladeira, coisas assim. Meu pai fora de um Foi este modo de vida que me inutilizou. Sou um aleija-
bom errado, quase dramático, o puro-sanguedos des- do. Devo ter um coração miúdo, lacunas no cérebro, nervos
mancha-prazeres. diferentes dos nervos dos outros homens. E um nariz enor-
Morreu meu pai sentimos muito, etc. Quando chega- me, uma boca enorme, dedos enormes.
mos nas proximidades do Natal, eu já estava que não po- (...)”
dia mais pra afastar aquela memória obstruente do morto, Quanto ao trecho lido, é correto afirmar que
que parecia ter sistematizado pra sempre a obrigação de a) há predomínio de uma visão ufanista do narrador.
uma lembrança dolorosa em cada almoço, em cada ges- b) o intimismo dificulta uma visão crítica.
to da família... A dor já estava sendo cultivada pelas apa- c) a abordagem universal permite alcançar à dimensão
rências, e eu, que sempre gostara apenas regularmente de regional.
meu pai, mais por instinto de filho que por espontaneidade d) a incapacidade de modificar o modo de vida revela
de amor, me via a ponto de aborrecer o bom do morto. traços deterministas.
Foi decerto por isso que me nasceu, esta sim, espon- e) o narrador externo explora conflitos internos do per-
taneamente, a ideia de fazer uma das minhas chamadas sonagem.
“loucuras”. Essa fora, aliás, e desde muito cedo, a minha
esplêndida conquista contra o ambiente familiar. Desde 19 (EsPCEx – 2015) Leia os versos a seguir e responda.
cedinho, desde os tempos de ginásio, em que arranjava re-
gularmente uma reprovação todos os anos; desde o beijo “Catar Feijão”
às escondidas, numa prima, aos dez anos...eu consegui no
reformatório do lar e vasta parentagem, a fama conciliató- Catar feijão se limita com escrever: joga-se os grãos
ria de “louco”. “É doido coitado!” (…) na água do alguidar e as palavras na folha de papel; e de-
Foi lembrando isso que arrebentei com uma das mi- pois, joga-se fora o que boiar. Certo, toda palavra boiará no
nhas “loucuras”: papel, água congelada, por chumbo seu verbo: pois para
– Bom, no Natal, quero comer peru. catar esse feijão, soprar nele, e jogar fora o leve e o oco,
Houve um desses espantos que ninguém não imagina.” palha eco,” Alguidar: recipiente de barro, metal ou material
Nesse fragmento, o universo ficcional constitui plástico, usado para tarefas domésticas
a) o ponto de vista externo do narrador, que valoriza a Em Catar feijão, João Cabral de Melo Neto revela
célula dramática das novelas românticas. a) o princípio de que a poesia é fruto de inspiração
b) característica da primeira geração modernista, que poética, pois resulta de um trabalho emocional.
repudiava o conservadorismo. b) influência do Dadaísmo ao escolher palavras, ao
c) a temática da prosa de costumes, enaltecendo a pri- acaso, que nada significam para a construção da poesia.
meira geração romântica. c) preocupação com a construção de uma poesia racio-
d) uma temática nacionalista ao exaltar o conservado- nal contrária ao sentimentalismo choroso.
rismo. d) valorização do eu lírico, ao extravasar o estado de
e) a valorização do sistema patriarcal. alma e o sentimento poético.
e) valorização do pormenor mediante jogos de pala-
18 (EsPCEx – 2015) Leia o trecho do romance “São Ber- vras, sobrecarregando a poesia de figura e de linguagem
nardo” e dê o que se pede. rebuscada.
“(...)
O que estou é velho. Cinquenta anos pelo S. Pedro. EsPCEx 2016
Cinquenta anos perdidos, cinquenta anos gastos sem ob-
jetivo, a maltratar-me e a maltratar os outros. O resultado 1 (EsPCEx – 2016) Dígrafo é o grupo de duas letras
é que endureci, calejei, e não é um arranhão que penetra formando um só fonema. Ditongo é a combinação de uma
esta casca espessa e vem ferir cá dentro a sensibilidade vogal com uma semivogal, ou vice-versa, na mesma sílaba.
embotada. Nas palavras “também” e “ontem”, observa-se que há, para
(...) cada palavra, respectivamente,

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LÍNGUA PORTUGUESA

a) dígrafo – dígrafo / dígrafo – dígrafo. c) como introduz uma oração adverbial conformativa,
b) ditongo nasal – ditongo nasal / ditongo nasal – di- pois exprime acordo ou conformidade de um fato com ou-
tongo nasal. tro.
c) dígrafo – ditongo nasal / ditongo nasal – dígrafo. d) porém indica concessão, pois expressa um fato que
d) ditongo nasal – dígrafo / dígrafo – ditongo nasal. se admite em oposição ao da oração principal.
e) dígrafo – ditongo nasal / dígrafo – ditongo nasal. e) para que exprime uma explicação: falta muito para a
humanidade dominar os segredos da vida.
5 (EsPCEx – 2016) Marque a alternativa correta quanto
2 (EsPCEx – 2016) Assinale a alternativa que classifica à função sintática do termo grifado na frase abaixo.
corretamente a sequência de predicados das orações abai- “Em Mariana, a igreja, cujo sino é de ouro, foi levada
xo. pelas águas”.
- Soa um toque áspero de trompa. a) adjunto adnominal
- Os estudantes saem das aulas cansados. b) objeto direto
- Toda aquela dedicação deixava-o insensível. c) complemento nominal
- Em Iporanga existem belíssimas grutas. d) objeto indireto
- Devido às chuvas, os rios estavam cheios. e) vocativo
- Eram sólidos e bons os móveis.
6 (EsPCEx – 2016) Assinale a alternativa em que as pa-
a) VERBAL; VERBO-NOMINAL; VERBO-NOMINAL; VER- lavras são antônimas.
BAL; NOMINAL; NOMINAL a) escrupuloso/diligente
b) VERBAL; VERBAL; VERBO-NOMINAL; NOMINAL; b) ambicioso/ modesto
VERBO- NOMINAL; NOMINAL c) didático/facilitador
c) NOMINAL; VERBAL; VERBO-NOMINAL; VERBAL; NO- d) protocolar/cerimonioso
MINAL; VERBO-NOMINAL e) habilidoso/jeitoso
d) VERBO-NOMINAL; VERBAL; NOMINAL; VERBAL;
VERBO-NOMINAL; NOMINAL 7 (EsPCEx – 2016) Marque a alternativa correta quanto
e) NOMINAL; VERBAL; VERBAL; NOMINAL; NOMINAL; ao emprego da vírgula, de acordo com as normas grama-
VERBO-NOMINAL ticais.
a) Ele pediu, ao motorista que parasse no hotel.
3 (EsPCEx – 2016) Em “A velha disse-lhe que descan- b) A vida como diz o ditado popular é breve.
sasse”, do conto Noite de Almirante, de Machado de Assis, c) Da sala eu vi sem ser visto todo o crime acontecen-
a oração grifada é uma subordinada do.
a) substantiva objetiva indireta. d) Atletas de várias nacionalidades, participarão da ma-
b) adverbial final. ratona.
c) adverbial conformativa. e) Meus olhos, devido à fumaça intensa, ardiam muito.
d) adjetiva restritiva.
e) substantiva objetiva direta. 8 (EsPCEx – 2016) Assinale a alternativa correta quanto
ao emprego do pronome relativo.
4 (EsPCEx – 2016) “Pela primeira vez na história, pes- a) Aquele era o homem do qual Miguel devia favores.
quisadores conseguiram projetar do zero o genoma de um b) Eis um homem de quem o caráter é excepcional.
ser vivo (uma bactéria, para ser mais exato) e ‘instalá-lo’ c) Refiro-me ao livro que está sobre a mesa.
com sucesso numa célula, como quem instala um aplicati- d) Aquele foi um momento onde eu tive grande ale-
vo no celular. gria.
É um feito e tanto, sem dúvida. Paradoxalmente, po- e) As pessoas que falei são muito ricas.
rém, o próprio sucesso do americano Craig
Venter e de seus colegas deixa claro o quanto ainda 9 (EsPCEx – 2016) Marque a única alternativa correta
falta para que a humanidade domine os segredos da vida. quanto ao emprego do verbo.
Cerca de um terço do DNA da nova bactéria (apelidada de a) Se você me ver na rua, não conte a ninguém.
syn3.0) foi colocado lá por puro processo de tentativa e b) Mãe e filho põem as roupas para lavar aqui.
erro – os cientistas não fazem a menor ideia do porquê ele c) Não pensei que ele reouvisse os documentos tão
é essencial.” (Folha de S. Paulo, 26/03/2016). cedo.
O texto informativo acima, que apresenta ao público d) Evitaram o desastre porque freiaram a tempo.
a criação de uma bactéria apenas com genes essenciais à e) As súplicas da mulher não o deteram.
vida, contém vários conectivos, propositadamente desta-
cados. Pode-se afirmar que 10 (EsPCEx – 2016) Leia o texto a seguir.
a) para inicia uma oração adverbial condicional, pois
restringe o genoma à condição de bactéria.
b) e introduz uma oração coordenada sindética aditiva,
pois adiciona o projeto à instalação do genoma.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Somente uma bala 14 (EsPCEx – 2016) “Ao responder pelo cri-


me de_____________, o acusado, surpreendido em
Vocês têm só uma bala na agulha para capturar a aten- ________________, foi ______________ em uma _____________ que
ção dos leitores: as primeiras linhas de durou pouco mais de duas horas, após as quais deixou
um texto. Se elas não forem capazes de despertar inte- _____________ a sua _____________ em todas as folhas do de-
resse, tchau e bênção. [...] poimento.”
O erro pode estar na escolha dos assuntos. Ou na qua- As lacunas do período acima podem ser completadas,
lidade dos textos. Ou nas duas coisas. respectivamente, com
Os assuntos podem ser atraentes. Se oferecidos por a) estupro-flagrante-inquerido-sessão-inserta-rubrica.
meio de textos medíocres, não serão lidos. Os textos po- b) estrupo-flagrante-inquirido-sessão-incerta-rúbrica.
dem ser gramaticalmente corretos e contar uma história c) estupro-fragrante-enquirido-seção-inserta-rúbrica.
com começo, meio e fim. Se não forem instigantes, bye, d) estupro-flagrante-inquirido-sessão-inserta-rubrica.
bye, leitores. e) estrupo-flagrante-enquirido-seção-incerta-rubrica.

NOBLAT, Ricardo. A arte de fazer um jornal diário. 15 (EsPCEx – 2016) Assinale a alternativa cujo vocábulo
São Paulo, Contexto, 2003, p.86 (fragmento). só pode ser empregado com acento gráfico.
a) Diálogo
De acordo com o fragmento do texto, de Ricardo b) Até
Noblat, o autor defende a ideia de que o escritor deve c) Análogo
a) escolher muito bem o assunto do texto. d) É
b) usar o texto como uma arma. e) Música
c) cativar o leitor logo no início de um texto.
16 (EsPCEx – 2016) Assinale a alternativa que apresen-
d) saber escrever de acordo com as normas gramati-
ta exemplo de discurso indireto livre.
cais.
a) – Desejo muito conhecer Carlota – disse-me Glória,
e) saber narrar uma história com início, meio e fim
a certo ponto da conversação. – Por que não a trouxe con-
sigo?
11 (EsPCEx – 2016) Marque a alternativa em que os
b) Omar queixou-se ao pai. Não era preciso tanta seve-
termos do período foram escritos na ordem direta.
ridade. Por que não tratava os outros filhos com o mesmo
a) Em canoa furada eu não embarco. rigor?
b) Sempre lutamos com os mesmos objetivos na edu- c) – Isso não pode continuar assim, respondeu ela; –
cação. é preciso que façamos as pazes definitivamente.
c) Todos os anos, a cena repetia-se na escola. d) Uma semana depois, Virgília perguntou ao Lobo Ne-
d) “Não tem azul nem estrelas a noite que enlutam os ves, a sorrir, quando seria ele ministro. Ele respondeu que,
ventos”. pela vontade dele, naquele mesmo instante.
e) Um grande incêndio reduziu a floresta a cinzas mês e) Daí a pouco chegou João Carlos e, após ligeiro exa-
passado. me, receitou alguma coisa, dizendo que nada havia de
anormal.
12 (EsPCEx – 2016) Em “Há também o que vai para se
entregar, ser um com o Arpoador, mil-partido.” a palavra 17 (EsPCEx – 2016) Assinale a alternativa que contém,
“o”, grifada, é na sequência, a forma correta da substituição da voz passi-
a) termo essencial da oração. va analítica pela voz passiva pronominal e, ao mesmo tem-
b) termo acessório da oração. po, a substituição dos termos destacados pelos pronomes
c) palavra expletiva. oblíquos correspondentes.
d) termo integrante da oração. Era notada no olhar dela uma expressão feliz.
e) pronome de interesse. Era vista no rosto dele a palidez da morte.
São vistas no corpo dele as marcas das balas.
13 (EsPCEx – 2016) Assinale a alternativa que contém, Foi notado no rosto dele algo de estranho.
na sequência em que aparecem, os adjetivos correspon- Foi inserida na opinião dele um dado novo.
dentes aos seguintes seres: COBRE – PELE – BRAÇO –
BODE – COBRA – PRATA a) Notou-se-lhe no olhar dela uma expressão feliz.
a) CUPRÍCULO – EPIDÉRMICO – BRAÇAL – HIRCINTO – b) Viu-se-lhe no rosto a palidez da morte.
COLUBRINO – ARGÊNTEO c) Vê-se no seu corpo as marcas das balas.
b) CÚPRICO – EPIDÉRMICO – BRAQUIAL – HIRCINO – d) Notou-se-lhe no rosto algo de estranho.
COLUBRINO – ARGENTINO e) Inseriu-se na sua opinião um dado novo.
c) COBREMOL – CUTÂNEO – BRAÇAL – CAPRINO – OFÍ-
DICO – ARGÊNTEO 18 (EsPCEx – 2016) Quanto ao Simbolismo, assinale a
d) CUPRÍCULO – EPIDÉRMICO – BRAQUIAL – HIRCINTO alternativa correta.
– OFÍDICO – ARGENTINO a) O objetivo declarado dos poetas desse movimento
e) COLÚMBUM – CUTÂNEO – BRAÇAL – CAPRINO – literário era um só: desenvolver a beleza formal à poesia,
COLUBRINO – ARGÊNTEO eliminando o que consideravam os excessos sentimenta-

223
LÍNGUA PORTUGUESA

listas românticos que comprometiam a qualidade artística Se eu ardo por querer por que o lamento
dos poemas. Na base desse projeto estava a crença de que Se sem querer o lamentar que val?
a função essencial da arte era produzir o belo. O lema ado- Ó viva morte, ó deleitoso mal,
tado – a arte pela arte – traduz essa crença. Tanto podes sem meu consentimento.
b) A preocupação dos artistas desse período não é
mais a análise da sociedade. O principal interesse é a son- E se eu consinto sem razão pranteio.
dagem do “eu”, a decifração dos caminhos que a intuição e A tão contrário vento em frágil barca,
a sensibilidade podem descortinar. A busca é do elemento Eu vou por alto-mar e sem governo.
místico, não-consciente, espiritual, imaterial.
c) O desejo de dar um caráter científico à obra literária É tão grave de error, de ciência é parca
define as condições de produção dos textos dessa estéti- Que eu mesmo não sei bem o que eu anseio
ca. Os escritores acompanham com interesse as discussões E tremo em pleno estio e ardo no inverno.
feitas no campo da biologia e da medicina, acreditando na
possibilidade de tornar esse conhecimento como base para O artista do Classicismo, para revelar o que está no uni-
a criação de seus romances. verso, adota uma visão
d) Essa estética substitui a exaltação da nobreza pela a) subjetiva.
valorização do indivíduo e de seu caráter. Em lugar de lou- b) idealista.
var a beleza clássica, que exige uma natureza e um físico c) racionalista.
perfeito, o artista desse período literário elogia o esforço d) platônica.
individual, a sinceridade, o trabalho. Pouco a pouco, os va- e) negativa.
lores burgueses vão sendo apresentados como modelos
de comportamento social nas obras de arte que começam
a ser produzidas.
e) O modelo de vida ideal adotado pelos autores do
período envolve a representação idealizada da Natureza
como um espaço acolhedor, primaveril, alegre. Os poemas
apresentam cenários em que a vida rural é sinônimo de
tranquilidade e harmonia.

19 (EsPCEx – 2016) Leia poesia a seguir.

Não indagues, Leucónoe


Não indagues, Leucónoe, ímpio é saber,
a duração da vida
que os deuses decidiram conceder-nos,
nem consultes os astros babilônios:
melhor é suportar
tudo o que acontecer.
[…]
Enquanto conversamos,
foge o tempo invejoso.
Desfruta o dia de hoje, acreditando
o mínimo possível no amanhã.

A segunda estrofe da poesia horaciana faz referência


ao(s)
a) teocentrismo.
b) amor cortês.
c) feitos heroicos.
d) carpe diem.
e) amor platônico.

20 (EsPCEx – 2016) Leia o soneto a seguir e marque a


alternativa correta quanto à proposição apresentada.

Se amor não é qual é este sentimento?


Mas se é amor, por Deus, que cousa é a tal?
Se boa por que tem ação mortal?
Se má por que é tão doce o seu tormento?

224
LÍNGUA PORTUGUESA

GABARITO
2013 2014 2015 2016
1 A 1 E 1 D 1 E
2010 2011 2012 2 B 2 A 2 B 2 A
1 A 1 E 1 E 3 E 3 D 3 C 3 E
2 A 2 D 2 B 4 A 4 C 4 E 4 B
3 A 3 B 3 A 5 B 5 B 5 C 5 A
4 C 4 E 4 D 6 C 6 D 6 A 6 B
5 A 5 C 5 E 7 B 7 B 7 E 7 E
6 C 6 D 6 A 8 D 8 D 8 D 8 C
7 B 7 B 7 D 9 D 9 B 9 E 9 B
8 D 8 D 8 A 10 A 10 B 10 B 10 C
9 B 9 E 9 B 11 E 11 D 11 E 11 E
10 C 10 D 10 C 12 C 12 C 12 E 12 D
11 A 11 B 11 C 13 B 13 A 13 C 13 B
12 D 12 D 12 E 14 C 14 E 14 E 14 D
13 E 13 E 13 B 15 A 15 C 15 D 15 C
14 B 14 B 14 A 16 C 16 E 16 A 16 B
15 D 15 A 17 B 17 B 17 B 17 D
16 C 16 B 18 D 18 D 18 D 18 B
17 D 17 E 19 E 19 C 19 C 19 D
18 C 18 D 20 A 20 C
19 B 19 C
20 A
21 C EsSA - 2010 – 2016
22 A EsSA - 2010
23 A
24 A TEXTO DE INTERPRETAÇÃO
Ela tem alma de pomba
25 B
26 D Que a televisão prejudica o movimento da pracinha
Gerônimo Monteiro, em todos os Cachoeiros de Itapemi-
27 B
rim, não há dúvida. Sete horas da noite era hora de uma
28 C pessoa acabar de jantar, dar uma volta pela praça para de-
29 C pois pegar a sessão das 8 no cinema. Agora todo mundo
fica em casa vendo uma novela, depois outra novela. O
30 E futebol também pode ser prejudicado. Quem vai ver um
jogo do Cachoeiro F. C. com o Estrela F. C., se pode ficar
tomando cervejinha e assistindo a um bom Fla-Flu, ou a um
Internacional x Cruzeiro, ou qualquer coisa assim?
Que a televisão prejudica a leitura de livros, também
não há dúvida. Eu mesmo confesso que lia mais quando
não tinha televisão. Rádio, a gente pode ouvir baixinho, en-
quanto está lendo um livro. Televisão é incompatível com
livro – e com tudo mais nessa vida, inclusive a boa conver-
sa, até o making love. Também acho que a televisão parali-
sa a criança numa cadeira mais do que o desejável. O me-
nino fica ali parado, vendo e ouvindo, em vez de sair por aí,
chutar uma bola, brincar de bandido, inventar uma besteira
qualquer para fazer. Por exemplo: quebrar o braço. Só não

225
LÍNGUA PORTUGUESA

acredito que a televisão seja “máquina de amansar doido”. d) A TV pode ser um meio de consolo para os solitários.
Até acho que é o contrário; ou quase o contrário: é máqui- e) As mulheres só ficam em frente à TV para assistir a
na de amansar doido, distrair doido, acalmar, fazer doido novelas.
dormir. Quando você cita um inconveniente da televisão,
uma boa observação que se pode fazer é que não existe 03) (EsSA – 2010) Apesar dos inconvenientes aponta-
nenhum aparelho de TV, a cores ou em preto e branco, dos, o olhar do autor para com a TV é de:
sem um botão para desligar. Mas quando um pai de família a) complacência, pois ela é paliativo para as dores do
o utiliza, isso pode produzir o ódio e rancor no peito das homem.
crianças e até de outros adultos. Quando o apartamento é b) muita simpatia, por ela servir de companhia aos so-
pequeno, a família é grande, e a TV é só uma – então sua litários, doentes.
tendência é para ser um fator de rixas intestinais. c) melancolia, pois, apesar dos malefícios, ela veio para
– Agora você se agarra nessa porcaria de futebol... ficar.
– Mas você não tem vergonha de acompanhar essa d) indiferença, pois não é a TV a causadora dos males
besteira de novela? do homem.
– Não sou eu não, são as crianças! e) antipatia, pelos prejuízos causados a crianças, jovens
– Crianças, para a cama! e adultos.
Mas muito lhe será perdoado, à TV, pela sua ajuda aos .
doentes, aos velhos, aos solitários. Na grande cidade – num 04) (EsSA – 2010) O recurso sonoro utilizado na com-
apartamentinho de quarto e sala, num casebre de subúr- posição de poemas que consiste na repetição de um mes-
bio, numa orgulhosa mansão – a criatura solitária tem nela mo fonema consonantal é:
a grande distração, o grande consolo, a grande companhia. a) Assonância.
Ela instala dentro de sua toca humilde o tumulto e o frê- b) Aliteração.
mito de mil vidas, a emoção, o “suspense”, a fascinação c) Paronomásia.
dos dramas do mundo. A corujinha da madrugada não é d) Paralelismo.
e) Rima.
apenas a companheira de gente importante, é a grande
amiga de pessoa desimportante e só. Da mulher velha, do
05) (EsSA – 2010) Os textos dramáticos podem ser de-
homem doente... é a amiga dos entrevados, dos abandona-
finidos como aqueles em que:
dos, dos que a vida esqueceu para um canto... ou dos que
a) a “voz narrativa” está entregue a um narrador onis-
estão parados, paralisados, no estupor de alguma desgra-
ciente.
ça... ou que no meio da noite sofrem o assalto das dúvidas
b) uma “voz particular” manifesta a expressão do mun-
e melancolias... mãe que espera filho, mulher que espera
do interior
marido... homem arrasado que espera que a noite passe, c) uma “voz particular” pertence a um personagem que
que a noite passe, que a noite passe... conta a história.
(Rubem Braga. 200 crônicas escolhidas. São Paulo: Cír- d) a “voz narrativa” está entregue às personagens.
culo do Livro.) e) a “voz narrativa” exalta os feitos de um povo e de
um herói.
01) (EsSA – 2010) Depois de citar vários exemplos de
como a televisão pode prejudicar as pessoas, o narrador 06) (EsSA – 2010) Assinale a figura de linguagem que
utiliza uma frase que revela seu real posicionamento. Essa consiste no emprego de um termo por outro, dada a rela-
frase é: ção de semelhança ou a possibilidade de associação entre
a) Só não acredito que a televisão seja “máquina de eles.
amansar doido”. a) Metáfora
b) Também acho que a televisão paralisa a criança b) Hipérbole.
numa cadeira mais do que o desejável. c) Catacrese.
c) Mas muito lhe será perdoado, à TV, pela sua ajuda d) Sinédoque.
aos doentes, aos velhos, aos solitários. e) Antonomásia.
d) Televisão é incompatível com livro – e com tudo mais
nessa vida, inclusive a boa conversa, até o making love. 07) (EsSA – 2010) Identifique a opção em que todas as
e) Quando o apartamento é pequeno, a família é gran- palavras estão grafadas corretamente:
de, e a TV é só uma – então sua tendência é para ser um a) Marquize – contagio – espontâneo – jiló – estiagem.
fator de rixas intestinais. b) Herege – obsessão – assessor - trapézio – laje.
c) Agiota – lambugem – cocheira – casulo – congestão.
02) (EsSA – 2010) De acordo com a visão proposta d) Pesquisar – analizar – sintetizar – popularizar - sen-
pelo texto, pode-se afirmar que: sibilizar
a) Quem assiste à televisão não precisa ler livros. e) Macacheira – alcachofra – chuchu - berinjela.
b) Só as crianças e os velhos perdem tempo vendo te-
levisão. 08) (EsSA – 2010) Assinale a opção correta:
c) Os maridos só ficam em frente à TV quando há jogo a) Trissilábica, a palavra maioria apresenta um tritongo
de futebol. e um hiato.

226
LÍNGUA PORTUGUESA

b) Trissilábica, a palavra existem apresenta um ditongo. A) formação profissional.


c) Proparoxítona, a palavra rúbrica recebe acento grá- B) qualidade valorizada.
fico. C) seleção dos melhores.
d)Paroxítona, a palavra Nobel não é acentuada grafi- D) aperfeiçoamento de conhecimentos.
camente. E) persistência.
e) Paroxítona, a palavra gratuito apresenta um hiato.
02) (EsSA – 2011) O resgate de momentos históricos
09) (EsSA – 2010) A palavra invitrescível é um adjetivo no 1º e 2º parágrafos do texto é utilizado com a finalidade
que significa “que não pode ser transformado em vidro” e, prioritária de
considerando os seus elementos constituintes/morfemas, é A) noticiar as novas descobertas relacionadas ao as-
CORRETO afirmar que: sunto em questão.
a) Contém dois afixos: in - escível. B) ampliar nossos conhecimentos relacionados à cons-
b) Em vitres tem-se a significação básica. trução de navios.
C) mostrar que há muito tempo o sucesso tem fórmula.
c) escivel é um morfema desinencial.
D) apresentar dados estatísticos sobre resultados do
d) Vitrificável e envidraçar lhe são cognatas.
passado.
e) Apresenta vogal de ligação
E) minimizar o papel do profissional frente aos resultados.
10 (EsSA – 2010) Escolha a alternativa em que o em- 03) (EsSA – 2011) O vocábulo meritocracia aparece no
prego do verbo ou da locução verbal na frase não corres- oitavo parágrafo do texto. Considerando o contexto, o sig-
ponde à norma culta da Língua Portuguesa. nificado que melhor o substitui é
a) No futuro, não haverá desemprego, doença e anal- A)agradecimento.
fabetismo. B) honradez.
b) Caso não façam o exercício, eles se haverão com o C) merecimento.
professor. D) entusiasmo.
c) Futuramente, não mais haverão existido mudanças. E) altruísmo.
d) Não havia mais mudanças na economia do país.
e) Sempre poderão haver novas respostas para o pro- 04) (EsSA – 2011) Nas orações “A poetisa está emo-
blema. cionada” e “Ela está à janela”, os predicados classificam-se,
respectivamente, como
11 (EsSA – 2010) Analise a frase e classifique o termo A) verbal e verbal.
destacado: Era necessário que atravessássemos o rio. B) nominal e nominal.
a) Pronome relativo. C) verbo-nominal e verbo-nominal.
b) Partícula expletiva. D) verbal e nominal.
c) Conjunção integrante. E) nominal e verbal.
d) Conjunção subordinativa consecutiva.
e) Pronome indefinido. 05) (EsSA – 2011) Assinale a opção que segue o padrão
culto da língua.
12 (EsSA – 2010) Assinale a alternativa certa quanto ao A) Seus projetos de vida são os melhor elaborados,
emprego correto do sinal indicativo de crase. pois garantem suficientes opções que evitem atos mal su-
a) Estarei sempre a disposição dos senhores. cedidos.
B) Seus projetos de vida são os mais bem elaborados,
b) Ele disse que viria à partir de hoje.
pois garantem suficientes opções que evitem atos mal su-
c) Nas férias, iria à terra dos meus sonhos.
cedidos.
d) O homem de quem lhe fale estava à cavalo.
C) Seus projetos de vida são os mais bem elaborados,
e) Ela saiu do escritório as pressas. pois garantem suficiente opções que evitem atos mal su-
cedidos.
13 (EsSA – 2010) Assinale a opção em que todos os D) Seus projetos de vida são os melhor elaborados,
vocábulos estão grafados corretamente. pois garantem suficientes opções que evitem atos mau su-
a) aspersão, extinção, infração, promoção, retensão cedidos.
b) descrição, distenção, isenção, reivindicação, rescisão E) Seus projetos de vida são os melhor elaborados, pois
c) cessão, exceção, isenção, submersão, absolvição garantem suficiente opções que evitem atos mau sucedi-
d) comoção, resolução, expansão, distorção, absorsão dos.
e) apreensão, conversão, disperção, prescrição, absten-
ção 06) (EsSA – 2011) A alternativa em que podemos en-
EsSA - 2011 contrar um exemplo de catacrese (figura de linguagem) é:
A) Aquela menina é um doce de pessoa.
01) (EsSA – 2011) O texto apresenta ingredientes da B) Estou lendo Fernando Pessoa ultimamente.
fórmula do sucesso, porém um desses ingredientes não C) Coloque dois dentes de alho na comida.
está diretamente relacionado à aquisição prévia de conhe- D) Estava triste e chorou rios de lágrimas.
cimentos. Esse ingrediente é a(o) E) Ela faz tortas como ninguém.

227
LÍNGUA PORTUGUESA

07) (EsSA – 2011) Em “A arte _______________ é a expres- D) prazeirosamente – consciência – cônjuge – salchicha
são das contradições e do conflito espiritual do homem – exceção
da época.”, qual a alternativa que completa corretamente E) fingimento – encapuzar – beneficiente – aterrisagem
a lacuna? – compania
A) clássica
B) barroca 13) (EsSA – 2011) Há um caso típico de palavra forma-
C) romântica da por composição em
D) árcade A) aguardente.
E) parnasiana B) pesca.
C) amanhecer.
08) (EsSA – 2011) A obra literária que marca o final do D) perigosamente.
Romantismo e o início do Realismo no Brasil é E) repatriar.
A) “Suspiros Poéticos e Saudades”, de Gonçalves de
Magalhães. EsSA - 2012
B) “A Moreninha”, de Joaquim Manoel de Macedo.
C) “O Guarani”, de José de Alencar. POEMA TRANSITÓRIO
D) “O Ateneu”, de Raul Pompéia.
E) “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado 1. Eu que nasci na Era da Fumaça: -
de Assis. trenzinho
vagaroso com vagarosas
09) (EsSA – 2011) Em relação ao uso dos pronomes paradas
pessoais, todas as alternativas abaixo estão de acordo com em cada estaçãozinha pobre
a norma culta da Língua Portuguesa, exceto em:
A) Vossa Excelência é generoso em dar-me vosso apoio. 5. para comprar
B) Amigo, dá-me um cigarro. pastéis
C) Pedi-lhe um favor e ainda não tive resposta. pés-de-moleque
D) Ela nunca te revelou o que sentia. sonhos
E) Eles guardam as sobras e dão-nas para o cachorro. - principalmente sonhos!
10. porque as moças da cidade vinham
10) (EsSA – 2011) Assinale a alternativa correta quanto olhar o trem passar;
à concordância nominal. elas suspirando maravilhosas viagens
A) A aluna estava meia desconfiada de suas colegas. e a gente com um desejo súbito de ali
B) Compareceram menas pessoas do que esperáva- ficar morando
mos. sempre...Nisto,
C) Na sala havia bastantes candidatos aguardando. o apito da locomotiva
D) É proibido a entrada de pessoas sem identificação.
15. e o trem se afastando
E) Seguem anexos aos currículos as cópias dos docu-
e o trem arquejando
mentos.
é preciso partir
é preciso chegar
11) (EsSA – 2011) Assinale a alternativa que completa
é preciso partir é preciso chegar... Ah,
corretamente as lacunas do parágrafo a seguir.
como esta vida é urgente!
O chefe perguntou-lhe ____ chegara atrasado, já ante-
vendo a explicação de sempre:_____o trem não cumpriu o 20. ...no entanto
horário;_____o trânsito estava muito lento; e os engarrafa- eu gostava era mesmo de partir...
mentos_____passara eram infindáveis. e - até hoje - quando acaso embarco
A) por que - porque - porque - por que para alguma parte
B) por que - por que - porquê - porque acomodo-me no meu lugar
C) por que - por que - porque - porquê 25. fecho os olhos e sonho:
D) porquê - porque - por que - por que viajar, viajar
E) porque - por que - porque – porque mas para parte nenhuma...
viajar indefinidamente...
12) (EsSA – 2011) Identifique a opção em que todas as como uma nave espacial perdida
palavras estão grafadas corretamente. entre as estrelas
A) disenteria – privilégio – excêntrico – superstição –
empecilho (QUINTANA, Mário. Baú de Espantos. in: MARÇAL,
B) imprescindível – pajem – discussão – estrupo – men- Iguami Antônio T. Antologia Escolar, Vol.1; BIBLIEX;
dingo p. 169.)
C) enxarcar – pesquisar – frustração – bugiganga –
acumpuntura

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LÍNGUA PORTUGUESA

01) (EsSA – 2012) Em função do que é dito nos versos A) Há de haver várias reclamações desse tipo.
do poema (Texto de Interpretação), observa-se que o “eu B) Não a vejo há dias.
lírico”: C) Há um ano esperamos notícias.
A) viaja, não só fisicamente, mas também por meio de D) Há horas ouço a mesma história.
seus pensamentos. E) Ela há de chegar no horário.
B) é um homem agitado, que leva uma vida de passa-
geiro com luxo e mordomias. 7) (EsSA – 2012) Qual das alternativas abaixo é forma-
C) deseja ser mau e mórbido, por isso faz suas viagens da por ditongos decrescentes?
pelas estrelas. A) pouco, loteria, contrário, estratégia.
D) tem fome e pouco dinheiro, logo não gasta com B) inquietação, pouco, aumenta, grau.
comidas que não alimentam. C) cair, compreensível, beijar, treino.
E) é uma voz que clama por tranquilidade e brada con- D) imponderáveis, atuar, psicologia, seu.
tra a poluição do ar. E) colégio, não, imediatamente, história.
02) (EsSA – 2012) Levando em conta o contexto do 8) (EsSA – 2012) São formadas por derivação prefixal, sufi-
poema (Texto de Interpretação), em qual das alternativas xal e parassintética, respectivamente, a sequência
há um sentido semelhante ao de “acomodo-me no meu A) abdicar, pernoite, descer.
lugar” ? B) superpor, forense, amanhecer.
A) Ajeito-me no meu canto. C) suavisar, dispneia, ensurdecer.
B) Entendo-me com minhas ideias. D) embainhar, sinfonia, bondosamente.
C) Adapto-me ao meio em que vivo. E) abotoar, ponteiro, intravenoso.
D) Limito-me a ficar pensativo.
E) Satisfaço-me com o lugar que me dão. 9) (EsSA – 2012) Sobre as obras e os autores do Realis-
mo-Naturalismo no Brasil é correto afirmar que
03) (EsSA – 2012) A expressão “viajar indefinidamen-
A) o principal autor desse período é Adolfo Caminha que
te”, no Texto de Interpretação, só NÃO significa
trabalhou dentro de uma linha realista mais definida.
A) viajar sem se preocupar com o tempo de chegar.
B) Raul Pompeia é um autor significativo dessa época, po-
B) aventurar-se pelo mundo sem ter um objetivo de-
rém suas obras mostram apenas traços impressionistas.
finido.
C) a parte mais significativa da obra de Machado de Assis
C) passear de modo errante, a esmo.
é representada por seus romances e contos.
D) sair por aí sem definir o nome das pessoas conhe-
cidas. D) o teatro dessa época teve muitos adeptos dentre os
E) não ter a preocupação de saber o lugar para onde quais podemos citar José de Alencar.
se vai. E) Aluizio Azevedo e Machado de Assis produziram obras
numa linha naturalista bem definida.
04) (EsSA – 2012) No período: “Dei-lhe de presente
um computador moderníssimo para que pudesse trabalhar 10) (EsSA – 2012) “A feição deles é serem pardos, quase
mais motivado.”, os vocábulos grifados são, respectiva- avermelhados, de rostos regulares e narizes bem feitos; andam
mente, nus sem nenhuma cobertura; nem se importam de cobrir ne-
A) pronome demonstrativo, conjunção. nhuma coisa, nem de mostrar suas vergonhas.”
B) pronome relativo, locução adjetiva. Essa passagem pertence à Carta de Pero Vaz de Caminha,
C) pronome pessoal, locução adverbial. primeiro texto escrito no Brasil, no qual eram descritos a terra
D) pronome indefinido, interjeição. e o povo que a habitava. A respeito da Literatura Quinhentis-
E) pronome pessoal, locução conjunctiva ta, é correto afirmar que
A) os textos dessa época têm grande valor literário.
05) (EsSA – 2012) Assinale a alternativa cujos vocá- B) registra apenas o choque cultural entre colonizadores
bulos exigem acento gráfico pelo mesmo motivo dos exis- e colonizados.
tentes, respectivamente, nas palavras cosméticos, labora- C) toda essa produção está diretamente relacionada à in-
tórios e países, (Os acentos gráficos das palavras abaixo tenção de catequizar os selvagens.
estão omitidos.) D) os textos quinhentistas fazem parte do movimento li-
A) ilusorio, melancia, raiz terário intitulado Poesia Pau-Brasil.
B) parafrase, arrogancia, saude E) a literatura da época está relacionada ao espírito aventureiro
C) rubrica, barbarie, juizes da expansão marítima e comercial portuguesa.
D) catastrofe, metonimia, gratuito
E) misantropo, cranio, ruim 11) (EsSA – 2012) Na frase “Poderia ouvir o fogo gemer.”,
há a seguinte figura de linguagem:
06) (EsSA – 2012) Observe o vocábulo grifado na se- A) prosopopeia.
guinte frase: “Há duas contribuições fundamentais nesse B) sinédoque.
encontro: uma mestiçagem do corpo e uma mestiçagem C) eufemismo.
da cultura. ”Assinale a alternativa em que a palavra desta- D) oxímoro.
cada foi empregada com esse mesmo sentido. E) metáfora.

229
LÍNGUA PORTUGUESA

12) (EsSA – 2012) “Invadiu a mente de Fabiano a lem- Autoridade justa, mas muito rigorosa, é o que talvez nos
brança de que a chuva poderia demorar demais”. deixe mais lúcidos e mais bem-educados: em casa, na escola, na
O termo em destaque desempenha a função de rua, na estrada, no bar, no clube, dentro do nosso carro. E os
A) adjunto adnominal. fatigados anjos da morte poderão, se não entrar em férias, ao
B) complemento nominal. menos relaxar um pouco.
C) objeto indireto. Lya Luft
D) adjunto adverbial.
E) sujeito. 01) (EsSA – 2013) · Depreende-se da leitura do Texto
de Interpretação que
EsSA 2013 A) as propagandas contra a violência no trânsito são
tão eficazes quanto as de cerveja.
Falta de educação e velocidade ( Texto de Interpre- B) motoristas inconsequentes e agressivos provocam
tação ) acidentes de trânsito.
C) somente a educação de qualidade reverterá o caos
Os anjos da morte estão cansados de nos recolher, a nós presente no trânsito.
que nos matamos ou somos assassinados no tráfego das es- D) as mulheres não são capazes de violência no trânsi-
tradas, cidades, esquinas deste país. Os anjos da morte estão to em função de sua natureza dócil.
exaustos de pegar restos de vidas botadas fora. Os anjos da E) o consumo de álcool é a principal causa de acidentes
morte andam fartos de corpos mutilados e almas atônitas. Os no trânsito..
anjos da morte suspiram por todo esse desperdício.
Não sei se as propagandas que tentam aos poucos ali- 02) (EsSA – 2013) · No trecho do Texto de Interpreta-
viar essa tragédia ajudam tanto a preservar vidas quanto as ção: “Os anjos da morte andam fartos de corpos mutilados
intermináveis, ricas e coloridas propagandas de cerveja aju- e almas atônitas.”, a palavra em destaque pode ser substi-
dam a beber mais e mais e mais, colaborando para uma par- tuída, sem prejuízo de significado no contexto e respecti-
te dessa carnificina. Mas sei que estou no limite. Não apenas vamente, por
porque abro jornais, TV e computador e vejo a mortandade A) desesperançadas
em andamento, mas porque tenho observado as coisas em B) amaldiçoadas
questão. Recentemente, dirigindo numa autoestrada, percebi C) perplexas
um motorista tentando empurrar para o canteiro central um D) emocionadas
carro que seguia à minha frente na faixa esquerda, na veloci- E) abnegadas
dade adequada ao trajeto. Chegava provocadoramente perto,
pertinho, pertíssimo, quase batia no outro, que se desviava 03) (EsSA – 2013) · Na conclusão do Texto de Interpre-
um pouco lutando para manter-se firme no seu trajeto sem tação, a autora
despencar. A) mostra que nos últimos anos o consumo de álcool
[...] por menores tem aumentado muito.
Atenção: os jovens são – em geral, mas não sempre – B) analisa cientificamente o que leva os jovens a serem
mais arrojados, mais imprudentes, têm menos experiência mais imprudentes no volante.
na direção. Portanto, são mais inclinados a acidentes, bobos C) ressalta a importância de ações mais rígidas e justas
ou fatais, em que a gente mata e morre. Mas há um número contra motoristas infratores.
impressionante de adultos – mais homens do que mulheres, D) critica a ineficácia das propagandas que tentam coi-
diga-se de passagem, porque talvez sejam biologicamente bir o consumo de álcool.
mais agressivos – cometendo loucuras ao dirigir, avançando E) apresenta um Projeto de Lei para ajudar a diminuir
o sinal, quase empurrando o veículo da frente com seu pa- o caos no trânsito.
rachoque, não cedendo passagem, ultrapassando em locais
absurdos sem a menor segurança, bebendo antes de dirigir, 04) (EsSA – 2013) · No período: “Espero que ele venha
enfim, usando o carro como um punhal hostil [...]. a São Paulo.”, a oração em destaque classifica-se sintatica-
Cada um se porta como quer – ou como consegue. Isso mente como
vem do caráter inato, combinado com a educação recebida A) subordinada substantiva objetiva direta.
em casa. Quando esse comportamento ultrapassa o convívio B) subordinada substantiva objetiva indireta.
cotidiano e pode mutilar pais de família, filhos e filhas ama- C) subordinada substantiva subjetiva.
dos, amigos preciosos, ou seja lá quem for, então é preciso D) subordinada adjetiva restritiva.
instaurar leis férreas e punições comparáveis. Que não permi- E) subordinada adjetiva explicativa.
tam escapadelas nem facilitem cometer a infração com bran-
da cobrança. Que não admitam desculpas e subterfúgios, não 05) (EsSA – 2013) · O poeta da Segunda Geração Ro-
premiem o erro, não pequem por uma criminosa omissão. mântica que soube utilizar, de forma sensível e surpreen-
Precisamos em quase tudo de autoridade e respeito, para dente, os temas e as formas estereotipados do Ultrarro-
que haja uma reforma generalizada, passando da desordem e mantismo, bem como poetizar figuras e imagens retiradas
do caos a algum tipo de segurança e bem-estar. [...] do cotidiano mais banal foi

230
LÍNGUA PORTUGUESA

A) Gonçalves Dias 12) (EsSA – 2013) · Na frase “A pessoa estava com


B) José de Alencar tanta fome que comeu dois pratos”, encontra-se a seguinte
C) Álvares de Azevedo figura de linguagem
D) Machado de Assis A) metáfora.
E) Castro Alves B) eufemismo.
C) hipérbole.
6) (EsSA – 2013) · Analise a frase e classifique o termo D) metonímia.
destacado:”Era necessário que pedíssemos ajuda”. E) prosopopéia.
A) pronome relativo
B) partícula expletiva EsSA 2014
C) conjunção integrante
D) conjunção subordinativa consecutiva 01) (EsSA – 2014) A expressão “dias de cão” só não se
E) pronome indefinido refere:
A) a dias tipicamente escaldantes atualmente.
07) (EsSA – 2013) · Em : “Chegou a hora de a alegria B) à série de fatos vinculados à corrosão social e cita-
aparecer”. ,os termos destacados têm a função sintática de dos no texto.
A) Objeto direto da 1ª oração. C) à época de temperaturas inclementes.
B) Objeto direto preposicionado da 2ª oração. D) à influência maligna da constelação de Cão Maior.
C) Predicativo do sujeito da 1ª oração E) ao verão de 2013-2014.
D) Aposto explicativo da 2ª oração
E) Sujeito da 2ª oração. 02) (EsSA – 2014) Assinale o trecho em que o autor dá
a entender que as expressões “calor do cão e dias de cão”
8) (EsSA – 2013) · Em “Todos os soldados viram, duran- não surgiram atualmente:
te o combate, que os inimigos foram derrotados”, pode-se
classificar a oração que foi sublinhada como oração subor- A) “Ás noites abafadas e mal-dormidas seguem ma-
dinada substantiva nhãs secas e tórridas”. (linha 1)
A) completiva nominal. B) “Não é coincidência que as duas expressões se en-
B) predicativa. contram nesta época de temperaturas inclementes”. “(li-
C) objetiva indireta. nhas 8 e 9)
D) objetiva direta. C) “Elas foram forjadas há mais de dois milênios, sob o
E) apositiva sol mediterrâneo” (linha 9).
D) “Talvez seja exagero dizer que o verão brasileiro é a
9) (EsSA – 2013) · Em “O chão da rua está todo molha- causa dos dias de cão.” (linha 22)
do; deve ter, pois, chovido muito”, a conjunção pois tem o E) “Ou, para quem preferir, é tempo de procurar algu-
sentido de ma luz na escuridão, como a das estrelas na noite escura”
A) explicação. (linha 25)
B) adição.
C) oposição. 03) (EsSA – 2014) Marque a opção cuja palavra apre-
D) conclusão. sente um prefixo com o mesmo significado do prefixo des-
E) causa. tacado na palavra “inverdades”:
A) afônico
10) (EsSA – 2013) · Marque a alternativa cuja regra de B) iminente
acentuação é a mesma da palavra sótão. C) encéfalo
A) réptil. D) anteposto
B) fáceis. E) introvertido
C) lúmen.
D) index. 04) (EsSA – 2014) Assinale a alternativa correta quanto
E) consul à regência verbal:
A) O bom cidadão obedece as leis e os regulamentos.
11) (EsSA – 2013) · Em poesia, para determinar a medi- B) O caçador visou ao alvo, disparou o tiro, mas não
da de um verso, divide-se o verso em sílabas poéticas. Esse acertou.
procedimento tem o nome de C) Assistimos o desfile cívico ao lado do palanque das
A) redondilha. autoridades.
B) dístico. D) Lembrei a resposta correta no último minuto de
C) escansão. prova.
D) métrica. E) O estabelecimento de ensino já informou aos alunos
E) quintilha. das notas das provas finais.

231
LÍNGUA PORTUGUESA

05) (EsSA – 2014) Na frase: “Faria isso mil vezes nova- A) adjetivo e substantivo.
mente, se fosse preciso.”, encontra-se a seguinte figura de B) pronome indefinido e adjetivo
linguagem C) pronome adjetivo e substantivo.
A) metáfora. D) substantivo e adjetivo.
B) hipérbole. E) advérbio de intensidade e substantivo
C) eufemismo.
D) antítese. EsSA - 2015
E) personificação.
01) (EsSA – 2015) Na conclusão, a autora deixa claro que
06) (EsSA – 2014) Marque a alternativa que apresenta pra garantir o abastecimento de água
informação correta sobre autor e obra representativos da A) as ações de efeito são: investir, planejar e proteger.
literatura brasileira B) o essencial é adequar, otimizar e produzir.
C) é urgente conscientizar, garantir e preservar.
A) Aluísio de Azevedo escreveu “O Cortiço”, obra em que
D) são necessários proteção e racionamento.
fica evidente a zoomorfização das personagens.
E) urge investir para otimizar a distribuição de água no Su-
B) Machado de Assis escreveu “Dom Casmurro”, ro-
deste
mance idealista sobre a experiência do amor inacessível.
C) Raul Pompéia escreveu “Lira dos Vinte Anos”, e é um 02) (EsSA – 2015) De acordo com a introdução do texto, é
representante do mal-do-século no Romantismo. imprescindível.
D) Gregório de Matos escreveu peças teatrais popula- A) implantar ações de conservação para o uso dos manan-
res e de conteúdo religioso para catequizar os indígenas. ciais de água.
E) Olavo Bilac escreveu “Navio Negreiro” e “Vozes da B) empreender ações de preservação com vistas à manu-
África”, poemas com evidentes intenções abolicionistas. tenção dos recursos hídricos.
C) agir no sentido de explorar e esgotar o potencial hídrico.
07) (EsSA – 2014) A forma fixa caracterizada por ver- D) executar ações de recuperação e exploração dos ma-
sos heroicos ou alexandrinos dispostos em duas quadras e nanciais.
dois tercetos é chamada: E) atuar no sentido de recuperação dos mananciais.
A) haicai.
B) oitava. 03) (EsSA – 2015) A expressão latina sine qua non, levan-
C) soneto. do em conta o contexto, significa
D) décima. A) impossível.
E) espinela. B) inviável.
C) improvável
08) (EsSA – 2014) Assinale a opção em que todas as pa- D) indispensável.
lavras têm, em sua sílaba tônica, uma vogal nasal: E) invariável.
A) alemã, ombro, penumbra, elefante
B) campo, ímã, órfã, cantado 04) (EsSA – 2015) Assinale a alternativa em que o sinal in-
C) bomba, andar, combate, cambada dicativo de crase foi empregado de acordo com a norma culta.
D) mundo, inchado, empresa, âmbar A) Depois do acidente, passou à praticar esportes.
E) pombo, chumbo, planta, plantio B) Aquele aluno dedica-se à várias atividades extracurricu-
lares.
C) Os convidados chegaram ao local após às dez horas.
09) (EsSA – 2014) A alternativa que apresenta uma
D) O turista dirigiu-se à essa instituição para obter orien-
oração na voz passiva é:
tações.
A) Come-se bem neste restaurante. E) Esta é a obra à qual o jornalista se referiu em seu co-
B) Precisa-se de operários. mentário.
C) A maior parte das reservas florestais foi destruída.
D) O menino feriu-se. 05) (EsSA – 2015) No período: “Nós nos tornamos pavões
exibicionistas.”, encontra-se a seguinte figura de linguagem (fi-
E) Poucos viram o acidente gura de palavra):
10) (EsSA – 2014) O tipo de sujeito presente na oração A) Comparação.
“Todas as profissões têm sua visão do que é felicidade” é : B) Eufemismo.
A) Sujeito oculto. C) Prosopopeia.
B) Sujeito indeterminado. D) Onamatopeia.
C) Sujeito simples. E) Metáfora
D) sujeito composto.
E) Oração sem sujeito. 06) (EsSA – 2015) Assinale a alternativa em que há erro no
emprego da vírgula:
11) (EsSA – 2014) No período “ Tinha o coração gros- A) Carla, leia o primeiro parágrafo para nós.
so, queria responsabilizar alguém pela sua desgraça”, os B) Isabel, aluna aplicada do terceiro ano, faltou à aula de
vocábulos em destaque são, respectivamente Cálculo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

C) Belo Horizonte, 13 de abril de 2015. EsSA – 2016


D) Márcia trouxe para a sala de aula seus cadernos, livros,
réguas, lápis e borracha. 01) (EsSA – 2016) Em todas as alternativas, há Orações
E) Márcia, comprou, os últimos livros da Livraria Virtual. Subordinadas Adverbiais, exceto:
A) Estude bastante, porque amanhã haverá uma prova.
07) (EsSA – 2015) Assinale a palavra abaixo cujo prefi- B) Estudou tanto que teve um ótimo desempenho na
xo apresente o mesmo valor semântico do prefixo compo- prova.
nente de desatentos. C) Você terá um excelente desempenho desde que es-
A) Antibiótico. tude.
B) Importação. D) Os alunos realizaram a prova assim que chegaram
C) Insatisfeito. na escola.
D) Adjacência. E) Não compareceu à aula ontem porque viajou.
E) Antebraço
02) (EsSA – 2016) Segundo o autor do texto, qual é a
08) (EsSA – 2015) Os dois vocábulos em destaque nos principal consequência “do uso excessivo do celular”?
enunciados a seguir possuem função morfológica e sintá- A) Gasto financeiro excessivo.
tica idênticas. Assinale a alternativa que apresenta correta- B) Desinteresse pelos estudos.
mente essas funções. “Há pai que nunca viu o próprio filho. C) Baixa produtividade no trabalho.
Marido que nunca viu a própria mulher.” D) Doenças incuráveis.
A) pronome relativo; objeto direto. E) Comprometimento das relações interpessoais.
B) conjunção subordinativa integrante; objeto direto.
C) pronome relativo; sujeito. 03) (EsSA – 2016) No final do texto “Vício em celular
D) conjunção coordenativa explicativa; adjunto adno- atrapalha vida afetiva e gera nomofobia”, conclui-se que:
minal. A) não há como solucionar o problema da nomofobia.
E) preposição; sujeito. B) a melhor solução para quem sofre de nomofobia é
procurar atendimento médico.
09) (EsSA – 2015) Das frases a seguir, a única inteira- C) a melhor solução para quem sofre de nomofobia é
mente de acordo com as regras de concordância verbal é: fazer acompanhamento psicológico.
A) A rede de coleta e de tratamento de esgoto pos- D) os viciados em celular devem procurar companhia
suem tubulações mais estreitas que as galerias pluviais nas para não se sentirem sós.
ruas. E) todos que sofrem de nomofobia têm a predisposi-
B) Na sala de aula, haviam inúmeros quadros de artis- ção a vícios e a medos de ficar só.
tas renomados.
C) Ocorreram, naquele mesmo ano, acontecimentos 04) (EsSA – 2016) Assinale a alternativa em que os vo-
extraordinários. cábulos estejam acentuados pela mesma razão.
D) Podem trazer sérias consequências ao planeta a fal- A) parabéns, álbuns
ta de cuidados com o ambiente B) exército, jóquei
E) O técnico e o presidente da empresa chegou muito C) hífen, também
cedo ao local do acidente D) chapéu, herói
E) lápis, país
10) (EsSA – 2015) O desafio consiste em garantir o
abastecimento às grandes cidades brasileiras nos próximos 05) (EsSA – 2016) Marque a única alternativa em que
anos, uma vez que é previsto crescimento populacional e, as palavras não se formam pelo processo de composição.
consequentemente, aumento das demandas de consumo. A) beija-flor; pernalta
A conjunção em negrito B) amanhecer; desalmado
A) conecta orações integrantes. C)embora; segunda-feira
B) inicia uma oração coordenativa. D) pé-de-meia; aguardente
C) expressa causa. E) tira-teima; madrepérola
D) denota finalidade
E) é indicadora de explicação 06) (EsSA – 2016) “São exemplos de verbos impessoais:
A) alvorecer, chover, anoitecer e trovejar.
11) (EsSA – 2015) O movimento literário que caracte- B) amar, morrer, crescer e ser.
rizou-se pelo pioneirismo na busca pela nacionalização da C) haver, fazer, parecer e ser.
literatura por meio da valorização da paisagem e da cultura D) correr, jogar, cantar e partir.
da nossa terra, opondo-se ao neoclassicismo foi o: E) anoitecer, chuviscar, nevar e falar.
A) Clacissismo.
B) Arcadismo. 07) (EsSA – 2016) Destaque a alternativa em que o
C) Romantismo. termo sublinhado seja um objeto indireto:
D) Parnasianismo. A) Vou descobrir mundos.
E) Simbolismo. B) Já tenho seis gatos em casa

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LÍNGUA PORTUGUESA

C) Não recebo dinheiro há muito tempo. GABARITO


D) Não quero que fiques triste.
E) Cantava para os amigos.
2010 2011 2012
08) (EsSA – 2016) São exemplos de verbos da 2ª con- 1 C 1 E 1 A
jugação:
2 D 2 C 2 A
A) cantar, ficar, remar e amar
B) compor, depor, dever e temer 3 A 3 C 3 D
C) sorrir, partir, dormir 4 B 4 E 4 E
D) remar, receber, dever e dormir
E) fugir, ir, dormir e sorrir. 5 D 5 B 5 B
6 D 6 C 6 A
09) (EsSA – 2016) Assinale a alternativa que analisa 7 B 7 B 7 B
correta, sintática e respectivamente os termos destacados
na frase seguinte: “Pertencem-te todos os documentos. ” 8 B 8 E 8 B
A) Pronome oblíquo – sujeito 9 D 9 A 9 C
B) Objeto direto – objeto indireto
10 E 10 C 10 E
C) Objeto indireto – objeto direto
D) Objeto direto – sujeito 11 C 11 A 11 A
E) Objeto indireto - sujeito 12 C 12 A 12 B

10) (EsSA – 2016) Interesse pelas zonas profundas da 13 C 13 A


mente e pela loucura; desejo de transcendência e integra-
ção cósmica; linguagem vaga, fluida que busca sugerir em 2013 2014
vez de nomear. Essas são características que identificam as
1 B 1 A
obras de autores
A) naturalistas. 2 C 2 C
B) parnasianistas. 3 C 3 A
C) simbolistas.
D) quinhentistas. 4 A 4 D
E) realistas. 5 C 5 B
6 C 6 A
11) (EsSA – 2016) Assinale a alternativa que preenche,
de acordo com a norma padrão, as lacunas da seguinte fra- 7 E 7 C
se: “O professor se referia _______ alunas dispostas ________ 8 D 8 A
vencer qualquer obstáculo do dia ______ dia.”
9 D 9 C
A) às – a – a
B) às – a – à 10 B 10 C
C) às – à – a 11 C 11 A
D) as – à – à
E) as – a – à 12 D

12) (EsSA – 2016) Assinale a alternativa em que a con-


cordância foi efetuada conforme a norma padrão.
A) Devem haver outras formas de executar a missão.
B) Queria voltar a estudar, mas faltava-lhe recursos.
C) Não se admitirá exceções.
D) Basta-lhe duas ou três oportunidades para vencer.
E) Fazia dez anos que ele não vinha a São Paulo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2015 2016 10 Seus desenhos, porém, não nasciam de


1 A passes de mágica, nem somente de sua
1 A
apurada técnica de gravador. Sua obra
2 B 2 E está apoiada em conceitos matemáticos,
3 D 3 C extraídos
especialmente do campo da geometria.
4 E 4 D
Essa era a fonte de seus efeitos
5 E 5 B surpreendentes.
6 E 6 A Foi com base nesses princípios que Escher
subverteu a noção da perspectiva clássica
7 C 7 E para obter suas figuras impossíveis de existir
8 C 8 B no espaço “real”. Aliás, desde o começo,
9 C 9 E 15 fascinou-o essa condição essencial
10 C do desenho, que é a representação
10 C
tridimensional dos
11 C 11 A objetos na inevitável bidimensionalidade do
12 E papel. Brincou com isso o mais que pôde.
Também ___ matemática na divisão regular
da superfície usada por Escher para criar, de
maneira perfeita, suas famosas séries de
IME | 2013 – 2016 metamorfoses, onde formas geométricas
abstratas ganham vida e vão, aos poucos, se
2013-2014 transformando em aves, peixes, répteis e até
seres humanos.
Atenção! Nos textos 1, 2 e 3, você encontrará lacunas 20 Foi essa proximidade com a ciência que
referentes ao pedido da primeira questão desta prova. deixou os críticos de arte da época de
cabelo
TEXTO 1 em pé. Afinal, como classificar o trabalho de
Escher? Era “artístico” o que ele fazia ou
Escher, o gênio da arte matemática puramente “racional”? Na dúvida,
preferiram silenciar sobre sua obra durante
Com a ajuda da geometria, nada é o que aparenta ser no vários anos.
trabalho surpreendente do artista holandês. Enquanto isso, o artista foi ganhando
a admiração de matemáticos, físicos,
1 Você já deve ter visto pelo menos uma das cristalógrafos e
gravuras do artista gráfico holandês M. C. 25 eruditos em geral. Mas essa é outra faceta
Escher. Elas já foram reproduzidas não só em surpreendente de Escher.
dezenas de livros de arte, mas também na
forma de pôsteres, postais, jogos, CD-ROMs, GALILEU. Escher, o gênio da matemática. Disponível em:
camisetas e até gravatas. Caso não se <http://galileu.globo.com/edic/88/conhecimento2.
lembre, então você não viu nenhuma. Olhar htm> Acesso em 05/05/2013.
para as intrigantes imagens criadas por
5 Escher é uma experiência inesquecível. Tudo
o que nelas está representado nunca é
exatamente o que parece ser. Há, em todas
elas, sempre uma surpresa visual ___espera
do espectador. Isso porque, para ele, o
desenho era pura ilusão. A realidade pouco
interessava. Antes, preferia o contrário: criar
mundos impossíveis que apenas parecessem
reais. Eis porque acabou se tornando uma
espécie de mágico das artes gráficas.

Xilogravura: ‘Céu e Água I’, de 1938.

235
LÍNGUA PORTUGUESA

Foto: The M.C. Escher Company B.V. Baarn,The Nether- TEXTO 3


lands.
VEJASP. Xilogravura ‘Céu e Água’. Disponível em: Poesia Matemática
http://vejasp.abril.com.br/atracao/maurits-cornelis-es-
cher. Acesso em 09/05/2013. Millôr Fernandes

Texto 2 1 Às folhas tantas


Arte estimula o aprendizado de matemática 2 do livro matemático
3 um Quociente apaixonou-se
1 Resolver operações matemáticas foi 4 um dia
difícil para muitos dos gênios da ciência, 5 doidamente
e continua pouco atraente para muitos 6 por uma Incógnita.
alunos em salas de aula. Muita gente pensa 7 Olhou-a com seu olhar inumerável
em vincular matemática com a arte para 8 e viu-a do ápice __ base
tornar o aprendizado mais estimulante. 9 uma figura ímpar;
10 olhos romboides, boca trapezoide,
5 O professor Luiz Barco, da Escola de 11 corpo retangular, seios esferoides.
Comunicações e Artes, da Universidade 12 Fez de sua uma vida
de São Paulo (USP) é um deles. “Há mais 13 paralela à dela
matemática nos livros de Machado de 14 até que se encontraram
Assis, nos poemas de Cecília Meireles e 15 no infinito.
Fernando Pessoa do que na maioria dos 16 “Quem és tu?”, indagou ele
livros didáticos de matemática”. Para 17 em ânsia radical.
ele, a matemática captura __ lógica do 18 “Sou a soma do quadrado dos catetos.
raciocínio, assim como acontece com o 19 Mas pode me chamar de Hipotenusa.”
imaginário na literatura, com a harmonia 20 E de falarem descobriram que eram
na música, na escultura, na pintura, nas 21 (o que em aritmética corresponde
artes em geral. 22 a almas irmãs)
10 Para o pesquisador Antônio Conde, do 23 primos entre si.
Instituto de Matemática e Computação da 24 E assim se amaram
USP/São Carlos, a convivência entre arte 25 ao quadrado da velocidade da luz
e matemática aumentaria a capacidade 26 numa sexta potenciação
de absorção dos estudantes. “O lado 27 traçando
estético da matemática é muito forte, a 28 ao sabor do momento
demonstração de um teorema é uma obra 29 e da paixão
de arte”, conclui. 30 retas, curvas, círculos e linhas senoidais
31 nos jardins da quarta dimensão.
15 O holandês Maurits Cornelis Escher é,
32 Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas eucli-
provavelmente, um dos maiores
diana
representantes dessa ligação, produzindo
33 e os exegetas do Universo Finito.
obras de arte geometricamente
34 Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
estruturadas. Ele provou, na prática, que é
35 E enfim resolveram se casar
possível olhar __ formas espaciais do ponto
36 constituir um lar,
de vista matemático, ou sob o seu aspecto
37 mais que um lar,
estético, utilizando-as para se expressar
38 um perpendicular.
plasticamente.
39 Convidaram para padrinhos
20 “Olhando os enigmas que nos rodeiam 40 o Poliedro e a Bissetriz.
e ponderando e analisando as minhas 41 E fizeram planos, equações e diagramas para o
observações, entro em contato com o futuro
mundo da matemática”, dizia Escher, que 42 sonhando com uma felicidade
morreu em 1972. 43 integral e diferencial.
44 E se casaram e tiveram uma secante e três cones
CIÊNCIA E CULTURA. Arte estimula o aprendizado de 45 muito engraçadinhos.
matemática. Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs. 46 E foram felizes
br/scielo.php?pid=S0009-67252003000100017&script=s- 47 até aquele dia
ci_arttext>. 48 em que tudo vira afinal
Acesso em 05/05/2013. 49 monotonia.
50 Foi então que surgiu
51 O Máximo Divisor Comum

236
LÍNGUA PORTUGUESA

52 frequentador de círculos concêntricos, d) A Poesia Matemática de Millôr Fernandes revela sua


53 viciosos. habilidade para operar números e símbolos matemáticos
54 Ofereceu-lhe, a ela, usados na demonstração de um teorema, por exemplo.
55 uma grandeza absoluta e) O raciocínio lógico pode ser revelado tanto na ca-
56 e reduziu-a a um denominador comum. pacidade de fazer inferências harmoniosas nas artes em
57 Ele, Quociente, percebeu geral quanto na habilidade demonstrada na abstração do
58 que com ela não formava mais um todo, cálculo.
59 uma unidade.
60 Era o triângulo, 04) (IME – 2013-2014) Quanto ao texto 1, é possível
61 tanto chamado amoroso. afirmar que
62 Desse problema ela era uma fração, a) busca desvincular a obra de M. C. Escher da mate-
63 a mais ordinária. mática, pois esclarece a ignorância do artista quando era
64 Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade aluno em escolas tradicionais.
65 e tudo que era espúrio passou a ser b) possui um movimento argumentativo que vai de en-
66 moralidade contro ao desejo de quem pretende valorizar a matemática.
67 como aliás em qualquer c) coloca em evidência a ligação entre a matemática e
68 sociedade. a obra de M. C. Escher.
d) subordina a experiência sublime da arte àquela vi-
RELEITURAS. Poesia matemática. Disponível em: venciada pelo aluno que é competente na matemática, tal
<http://www.releituras.com/millor_poesia.asp>. como é vivenciada nas escolas, em geral.
Acesso em 09/05/2013. e) desvincula a matemática do fazer artístico por serem
campos distintos do conhecimento.
01) (IME – 2013-2014) Assinale a alternativa que
preenche correta e respectivamente as lacunas dos textos 05) (IME – 2013-2014) Assinale a alternativa que con-
tém uma inferência alheia ao movimento argumentativo
desta prova. (linhas 6, 17 e 27, texto 1) , (linhas 7 e 16, texto
do texto 2.
2) (linha 8, texto 3).
a) A dificuldade que alguns gênios da ciência apre-
a) a – há – há – a – às – à.
sentam para resolver operações matemáticas pode ser um
b) à – a – à – à – às – a.
sinal de que o ensino de matemática deveria ser feito tam-
c) à – há – a – a – as – à.
bém mostrando a lógica em outras áreas do saber.
d) há – à – a – à – às – à.
b) Em geral, o ensino de matemática nas escolas costu-
e) há – à – há – a – as – à.
ma ser pouco atraente.
c) As formas espaciais podem ser consideradas uma
02) (IME – 2013-2014) Assinale a alternativa que traz expressão plástica da matemática que, desse modo, deixa-
uma síntese das ideias apresentadas nos textos 1 e 2. ria de ser percebida como uma linguagem somente tradu-
a) A expressão da matemática está restrita à maneira zível em números.
tradicional de se apresentar essa disciplina nas escolas. d) A literatura, a música e as artes plásticas não abdi-
b) Os livros didáticos de matemática não ajudam a cam da lógica como comumente se acredita.
construir conhecimento matemático. e) Se não fosse possível perceber a matemática que
c) Os artistas dificilmente são capazes de entender e atravessa o trabalho de M. C. Escher, todo o valor de sua
de desenvolver uma equação, embora possam expressar obra se perderia.
raciocínios de ordem lógica.
d) Todas as escolas deveriam aliar o prazer concedido 06) (IME – 2013-2014) Dentre os trechos do texto 2
pelas artes ao ensino de matemática. nas alternativas a seguir, um revela uso inadequado do re-
e) A escola que desvincula as artes da matemática nega curso coesivo. Aponte-o.
aos alunos uma excelente ferramenta para a construção de a) O professor Luiz Barco, (...) é um deles. (linhas 4 e 5)
conceitos lógicos. b) Para ele, a matemática captura a lógica do raciocínio,
(...) (linha 7)
03) (IME – 2013-2014) Assinale a alternativa cuja afir- c) Ele provou, na prática, que é possível (...) (linha 16)
mação é incoerente quanto às mensagens dos textos e da d) (...) ou sob o seu aspecto estético, (...) (linha 17)
xilogravura apresentados. e) (...) utilizando-as para se expressar plasticamente.
a) A xilogravura “Céu e Água” ilustra muito do que está (linha 17)
dito no texto 1.
b) A xilogravura “Céu e Água” e a Poesia Matemática 07) (IME – 2013-2014) A repetição da conjunção “e”
fazem abstrações relacionadas à geometria. nos versos 41, 44 e 46 do texto 3 revela um traço estilístico
c) O fato de M. C. Escher e Millôr Fernandes produ- que
zirem arte relacionada a conceitos matemáticos permite a) dá uma ideia de ênfase à sequência de ações do ca-
inferências como as dos professores Luiz Barco e Antônio sal.
Conde apresentadas no texto 2 b) dá uma ideia de monotonia aos acontecimentos.

237
LÍNGUA PORTUGUESA

c) dá uma ideia de confusão à sequência de ações do 11) (IME – 2013-2014) Observe a oração destacada a
casal. seguir:
d) ajuda a prever o desfecho da separação anunciada “Olhar para as intrigantes imagens criadas por Escher é
ao final. uma experiência inesquecível.” (linha 4, texto 1)
e) deixa perceber a que movimento literário se filia o Em qual das opções abaixo a expressão em destaque
autor do texto. exerce função sintática distinta daquela da expressão des-
tacada acima?
a) (...) criar mundos impossíveis que apenas pareces-
08) (IME – 2013-2014) Leia atentamente as assertivas
sem reais (...) (linha 8, texto 1)
a seguir, todas referentes ao texto 3 desta prova.
b) (...) Tudo o que nelas está representado nunca é exa-
I – A partir de conceitos matemáticos construiu-se uma tamente o que parece ser. (...) (linha 5, texto 1)
narrativa poética em terceira pessoa cujo tema é a traição c) (...) Essa era a fonte de seus efeitos surpreendentes.
numa relação amorosa. (...) (linha 12, texto 1)
II – O adjetivo ordinária (V. 63) está carregado de um d) (...) que é a representação tridimensional dos ob-
tom moralizante e deixa entrever um juízo de valor relati- jetos na inevitável bidimensionalidade do papel. (...) (linha
vo ao comportamento feminino no relacionamento entre a 15, texto 1)
Hipotenusa e o Quociente. e) (...) mesmo quando discorria sobre teorias que o ar-
III – É coerente com o tom moralizante da Poesia Ma- tista aplicava intuitivamente (...) (linha 31, texto 1)
temática associar o nome dado ao elemento masculino da
relação amorosa narrada, Quociente, ao adjetivo consciente, 12) (IME – 2013-2014) Na escrita, por vezes, prefe-
isto é, aquele que faz uso da razão. re-se manter algumas marcas de coloquialismo, pois desse
IV – A quebra de paradigmas científicos requerida pela modo ocorre mais facilmente a interação entre o autor e o
leitor, dependendo do tipo de público que se deseja alcan-
Teoria da Relatividade einsteiniana é associada, à quebra
çar. Dentre as opções abaixo, apenas uma não apresenta
de paradigmas morais nas sociedades modernas.
marcas da variante coloquial. Aponte-a.
Dentre as afirmativas acima a) Você já deve ter visto pelo menos uma das gravuras
a) apenas a I e a II estão corretas. do artista gráfico holandês M. C. Escher
b) apenas a II e a III estão corretas. (...) (linha 1, texto 1).
c) apenas a III está correta. b) (...) não só em dezenas de livros, mas também na
d) apenas a III e a IV estão corretas. forma de pôsteres, postais, jogos (linha 2, texto 1).
e) todas estão corretas. c) (...) que deixou os críticos de arte da época de cabelo
em pé. (linha 21, texto 1).
9) (IME – 2013-2014) Assinale a opção que apresenta d) (...) Ele mesmo admitiu mais tarde que jamais ga-
o par de definições adequadas às palavras “ortodoxos” (v. nhou, ao menos, um “regular” em matemática. (linha 27,
32, texto 3) e “espúrio” (v. 65, texto 3), respectivamente. texto 1).
a) Que segue rigorosamente uma tradição ou norma; e) (...) Conta-se até que que H. M. S. Coxeter, um dos
papas da geometria moderna, entusiasmado (...) (linha 28,
ilegítimo.
texto 1)
b) Que se atém à geometria; falso.
c) Que respeita os princípios matemáticos básicos; au- 13) (IME – 2013-2014) As questões 14 e 15 referem-se
têntico. ao trecho do texto 1, destacado a seguir:
d) Que prefere a matemática às letras; desonesto. “Olhando os enigmas que nos rodeiam e ponderan-
e) Que se atém à lei e ao padrão; genuíno. do e analisando as minhas observações, entro em contato
com o mundo da matemática.”
10) (IME – 2013-2014) Assinale a opção em que se Em relação às combinações sintáticas do trecho acima,
usou o par de vírgulas para isolar elementos de natureza qual das opções apresenta uma análise equivocada referen-
sintática distinta da dos demais. tes às expressões destacadas abaixo?
a) Há, em todas elas, uma surpresa visual (...) (linha 6, a) A palavra que funciona como objeto direto de “ro-
texto 1). deiam”.
b) Aliás, desde o começo, fascinou-o essa condição es- b) A expressão “as minhas observações” funciona
sencial do desenho, (...) (linha 14, texto 1). como sintagma nominal (objeto direto) de “ponderando”
e “analisando”.
c) (...) onde formas geométricas abstratas ganham vida
c) “entro em contato com o mundo da matemática” é
e vão, aos poucos, se transformando (...) (linha 18, texto 1).
a oração principal à qual três outras orações estão subor-
d) (...) na divisão regular da superfície usada por Escher dinadas.
para criar, de maneira perfeita, sua famosas séries de meta- d) “olhando”, “ponderando” e “analisando” são orações
morfoses, (...) (linha 17, texto 1). subordinadas adverbiais temporais reduzidas de gerúndio,
e) Conta-se até que H. M.S. Coxeter, um dos papas da isto é, têm função adverbial em relação à principal.
geometria moderna, entusiasmado com os desenhos do e) A oração “que nos rodeiam” tem função adjetiva em
artista, (...) (linha 28, texto 1). relação ao substantivo “enigmas” que a antecede.

238
LÍNGUA PORTUGUESA

14) (IME – 2013-2014) Em qual dos trechos a seguir o peito. Queria ser esse soldado e dormir, tranquilo, na paz
uso da vírgula justifica-se pelo mesmo motivo que a vírgula celestial daquele vale até que a turma toda esquecesse a
foi usada no período destacado? minha existência. Ou que a guerra fosse declarada finda.
a) Sua obra está apoiada em conceitos matemáticos, Ou que eu fosse declamado culpado. A Primeira Guerra
extraídos especialmente do campo da geometria. (linha 11, Mundial parecia durar menos do que aqueles 15 minutos
texto 1) de exame. Minha boca está seca até hoje. Minhas mãos
b) (...) fascinou-o essa condição essencial do desenho, estão molhadas até agora. Só eu sei o que suei por você,
que é a representação tridimensional dos objetos na inevi- querida Poesia.
tável bidimensionalidade do papel. (linha 15, texto 1) Aos 17, a poesia ainda me apavorava. Podia ser o
c) Embora seus trabalhos tivessem forte conteúdo mate- verso mais delicado do mundo, eu tinha medo. Podia ser
mático, ele era leigo no assunto. (linha 26, texto 1) o poeta mais simpático da face da Terra, eu desconfia-
d) Resolver operações matemáticas foi difícil para mui- va. Desconversava, lia outra coisa. Ou não lia nada. Talvez
tos dos gênios da ciência, e continua pouco atraente para por não querer entendê-la. Talvez por achar não merecê
muitos alunos em salas de aula. (linhas 1 e 2, texto 2) -la. E assim ficava à mercê da minha rebeldia. Não queria
e) “O lado estético da matemática é muito forte, a de- aprender a contar sílabas, queria ser verso livre. Tolo! Até
monstração de um teorema é uma obra de arte.” (linha 12, a liberdade exige teoria!
texto 2) Se hoje eu pudesse falar com aquele menino, diria-
lhe que a poesia não é nenhum decassílabo de sete cabe-
IME - 2014-2015 ças. Que se ela o assusta é porque ela o deseja. Que se ele
sente medo é porque ele precisa dela. Não há mais mons-
LEIA OS TEXTOS A SEGUIR E UTILIZE-OS PARA SO- tro debaixo da sua cama. O monstro agora está em você.
LUÇÃO DAS QUESTÕES PROPOSTAS.
- Filho, acho que tem um poema por dentro de quem
Texto 1 você ama…
O MENINO QUE TINHA MEDO DE POESIA
Disponível em: <www.intrinseca.com.br/si-
te/2014/.../o-menino-que-tinha-medo-de-poesia> .
(Pedro Gabriel – Março de 2014)
(texto adaptado) Acesso em: 29 Abr 2014
_ Mãe, acho que tem um poema debaixo da minha
Texto 2
cama!
Quando menino, a poesia me assustava. Parecia ter
A MULHER QUE NÃO SENTE MEDO DE ABSOLUTA-
dentes afiados, pernas desajeitadas, mãos opressoras. E
nem as mãos da professora mais dócil conseguiam me MENTE NADA
acalmar. Não compreendia uma palavra, uma metáfora,
uma rima pobre, rica ou rara. Não entendia nada. Tentava (Jeanna Bryner – Dezembro de 2010)
adivinhar o que o poeta queria dizer com aquela frase en-
tupida de imagens e sentidos subjetivos. Achava-me inca- Você gostaria de não sentir medo? Pelo menos uma
paz de pertencer àquilo. Não conseguia mergulhar naque- pessoa no mundo não tem medo de nada: uma mulher de
le mundo. Eu, sem saber nadar em versos, afogava-me na 44 anos, que até ajudou pesquisadores a identificarem o
incompreensão de um soneto; ela – a tão sagrada poesia local em que vive o fator medo no cérebro humano.
– não me afagava e me deixava morrer na praia, entre um
alexandrino e um heptassílabo. Os pesquisadores tentaram inúmeras vezes assustar a
Toda vez que eu era obrigado a decorar poesia, sentia mulher: casas mal-assombradas, onde monstros tentaram
vontade de sumir, de virar um móvel e ficar imóvel até tudo evocar uma reação de rejeição, aranhas e cobras, e uma
se acabar. Por dentro, sentia azia, taquicardia, asma espon- série de filme de terror apenas entreteram a paciente.
tânea, tremelique e gagueira repentina. Por fora, fingia A mulher tem uma doença rara chamada síndrome de
que estava tudo bem. Eu sempre escolhia o poema mais Urbach-Wiethe que destruiu sua amígdala. A amígdala é
curto da lista que a escola sugeria. Naquele dia, sobrou uma estrutura em forma de amêndoa situada no fundo do
Pneumotórax, de Manuel Bandeira, e eu queria ser aquele cérebro. Nos últimos 50 anos, estudos mostraram que ela
paciente para não precisar declamá-lo. Eu queria tossir, tem um papel central na geração de respostas de medo em
repetir sem parar: trinta e três… Trinta e três… Ter uma diferentes animais.
doença pequena, uma desculpa qualquer, um atestado Agora, o estudo envolvendo essa paciente é o primeiro
médico assinado pelo meu avô que me deixasse em casa a confirmar que essa região do cérebro é responsável pelo
– não a semana toda, mas só o tempo da aula. medo nos seres humanos. A descoberta pode levar a trata-
Depois, para a prova de francês, não tive escolha: fui mentos para transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
obrigado a decorar Le dormeur du Val, de Rimbaud. Eu Tratamentos de psicoterapia que seletivamente amorteçam
lembro que, antes de ficar em pé de frente para o meu a hiperatividade na amígdala podem curar pacientes com
professor, eu queria que alguém me desse dois tiros no TEPT.

239
LÍNGUA PORTUGUESA

Estudos anteriores com a mesma paciente revelaram (A noite com os seus sortilégios.)
que ela não conseguia reconhecer expressões faciais de Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
medo, mas não se sabia se ela tinha a capacidade de sen- A mesa posta,
tir medo. Para descobrir, os pesquisadores deram vários Com cada coisa em seu lugar.
questionários padronizados à paciente, que sondaram os
diferentes aspectos do medo, desde o medo da morte até Disponível em: <http://www.poesiaspoemaseversos.com.
o medo de falar em público. br> Acesso em: 29 Abr 2014.
Além disso, durante três meses ela carregou um diá-
rio que informatizava sua emoção, e que, aleatoriamente, Texto 4
pedia-lhe para classificar o seu nível de medo ao longo do
dia. O diário também indicava emoções que ela estava sen- AUTOSSABOTAGEM: O MEDO DE SER FELIZ
tindo em uma lista de 50 itens. Sua pontuação média de (Raphaela de Campos Mello – Outubro de 2012)
medo foi de 0%, enquanto para outras emoções ela mos-
trou funcionamento normal. A cada passo dado você sente que a felicidade se
Em todos os cenários, ela não mostrou nenhum medo. afasta alguns metros? Talvez esteja,
Baseado no seu passado, os pesquisadores encontraram , queimando chances de se realizar. Repense as pró-
muitas razões para ela reagir com medo. Ela própria contou prias atitudes para interromper esse ciclo destrutivo.
que não gosta de cobras, mas quando entrou em contato Por medo dos riscos e das responsabilidades da vida,
com duas, não sentiu medo. Além disso, já lhe apontaram podemos acabar inconscientemente com as nossas reali-
facas e armas, ela foi fisicamente abordada por uma mu- zações. Isso se chama autossabotagem. São atitudes for-
lher duas vezes seu tamanho, quase morreu em um ato de jadas por uma parte de nós que não nos vê como mere-
violência doméstica, e em mais de uma ocasião foi explici- cedoras do sucesso ou que subestima nossa capacidade
tamente ameaçada de morte. de lidar com a vitória.
O que mais se sobressai é que, em muitas destas situa- Pode ser aquela espinha que apareceu no nariz no dia
ções a vida da paciente estava em perigo, mas seu compor- daquele encontro especial ou da gripe que a pegou na
tamento foi desprovido de qualquer senso de desespero véspera daquela importante reunião.
ou urgência. E quando ela foi convidada a lembrar como “Muitos desses comportamentos destrutivos estão
se sentiu durante as situações, respondeu que não sentiu quase fora do domínio da consciência”, afirma o psicó-
medo, mas que se sentia chateada e irritada com o que logo americano Stanley Rosner, coautor do livro O Ciclo
aconteceu. da Auto- Sabotagem - Por Que Repetimos Atitudes que
Segundo os pesquisadores, sem medo, pode-se dizer Destroem Nossos Relacionamentos e Nos Fazem Sofrer
que o sofrimento dela não tem a intensidade profunda e (ed. BestSeller).
real suportada por outros sobreviventes de traumas. Essen- “A autonomia, a independência e o sucesso são apa-
cialmente, devido aos danos na amígdala, a mulher está vorantes para algumas pessoas porque indicam que elas
imune aos efeitos devastadores do transtorno de estresse não poderão mais argumentar que suas necessidades pre-
pós traumático. cisam ser protegidas”, diz o autor.
Mas há uma desvantagem: ela tem uma incapacidade O filósofo e psicanalista paulista Arthur Meucci, coau-
de detectar e evitar situações ameaçadoras, o que prova- tor de A Vida Que Vale a Pena Ser Vivida (ed. Vozes) co-
velmente contribuiu para a frequência com que ela enfren- menta sobre os ganhos secundários. “Há jovens que saem
tou riscos. de casa para tentar a vida, enquanto outros permanecem
Os pesquisadores dizem que esse tipo de paciente é na zona de conforto, porque continuam recebendo aten-
muito raro, mas para entender melhor o fenômeno, seria ção dos pais e se eximem de enfrentar as dificuldades da
ótimo estudar mais pessoas com a condição. fase adulta”, afirma.
O problema é que, ao fazermos isso, não nos desen-
Disponível em<:http://hypescience.com> (texto volvemos plenamente. “Todo mundo busca a felicidade, a
adaptado de http://www.livescience.com). Acesso questão é ter coragem de viver, o que significa correr riscos
em: 29 Abr 2014 e assumir responsabilidades”, diz ele.

Texto 3 Disponível em: <http://exame.abril.com.br/estilo-de-vi-


da/noticias/autossabotagem-o-medo-deser-
CONSOADA feliz.> (Texto adaptado). Acesso em 29 Abr 2014
(Manuel Bandeira)
Texto 5
Quando a Indesejada das gentes chegar O QUASE
(Não sei se dura ou caroável), (Sarah Westphal Batista da Silva)
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga: Ainda pior que a convicção do não, e a incerteza do
— Alô, iniludível! talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me inco-
O meu dia foi bom, pode a noite descer. moda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que

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LÍNGUA PORTUGUESA

poderia ter sido e não foi. Quem quase passou ainda estu- 02) (IME – 2014-2015) Observe os fragmentos em des-
da, quem quase morreu ainda está vivo, quem quase amou taque:
não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam “_ Mãe, acho que tem um poema debaixo da minha
pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas cama!” (texto1; 1º parágrafo)
idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania “_ Filho, acho que tem um poema por dentro de
de viver no outono. quem você ama…” (texto1; 7º parágrafo)
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma O jogo de ideias criado em forma de diálogo pode ser
vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A res- interpretado como:
posta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza a) a resposta da mãe aos questionamentos do seu fi-
lho, o protagonista, a cerca do medo da poesia.
dos sorrisos na frouxidão dos abraços, na indiferença dos
b) ideia subentendida sobre real mudança positiva na
“Bom Dia” quase que sussurrados. Sobra covardia e falta
relação entre o protagonista e a poesia.
coragem até para ser feliz. A paixão queima, o amor enlou- c) apenas uma forma estilística de introduzir e concluir
quece, o desejo trai.Talvez esses fossem bons motivos para o texto, sem grande significado.
decidir entre a alegria e a dor, mas não são. Se a virtude d) constatação de que o medo de poema do protago-
estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os nista se transformou em medo de amar.
dias seriam nublados e o arco-íris e) evidência de que o medo de poesia do protagonista
em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não nunca existiu.
aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz
dentro de si. 03) (IME – 2014-2015) Acerca da postura do autor
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as es- diante da morte, no texto 3, pode-se afirmar que:
trelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem a) revela-se doente e já a espera da morte.
ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir b) admite que tem muito medo da morte.
a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a opor- c) se mostra conformado com a sua vinda, sem dese-
tunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, já-la.
chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta d) deseja alegremente a sua chegada.
cercar um coração vazio ou economizar alma. Um roman- e) demonstra ainda não estar pronto para a sua che-
ce cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não gada.
deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que
04) (IME – 2014-2015) Ainda no texto 3, ao utilizar a
o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredi-
expressão “a Indesejada das gentes”, o autor faz uso da
te em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, figura de linguagem conhecida como:
fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, a) hipérbole.
embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive b) anacoluto.
já morreu. c) antítese.
Disp. em: <www.pensador.uol.com.br>. Acesso em: 29 d) metonímia.
Abr 2014. e) eufemismo.

01) (IME – 2014-2015) Leia atentamente as afirmativas 05) (IME – 2014-2015) Observe os fragmentos extraí-
relacionadas aos textos apresentados e, a seguir, marque a dos do último parágrafo do texto 4.
alternativa correta: “ ... a questão é ter coragem de viver, ... ” / “ ... o que
I – Todos os textos apresentados mostram que o medo significa correr riscos e assumir responsabilidades ..., ”
só nos leva ao insucesso; Pode-se dizer que o segundo fragmento, em relação à
II – No texto 1, o protagonista retrata um medo vivido ideia expressa no primeiro, representa uma:
em sua infância, fazendo alusão a elementos próprios des- a) explicação.
se medo; b) finalidade.
III – No texto 2, a mulher não reage às situações de- c) causa.
d) consequência.
sagradáveis a ela impostas, porque não é capaz de sentir
e) exceção.
medo;
IV – O texto 3 aborda um único medo: o medo da mor- 06) (IME – 2014-2015) No título do texto 5, a palavra
te; e “quase” aparece precedida do artigo “O”. Nesse contexto,
V – Os textos 4 e 5 encorajam o leitor a sair de uma o artigo tem a função de:
posição de conforto e a encarar riscos e responsabilidades a) particularizar um substantivo.
em busca do sucesso. b) atribuir intensidade à palavra “quase”.
a) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras. c) mudar a classe sintática da palavra “quase” de ad-
b) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras. junto adnominal para adjunto adverbial.
c) Apenas as afirmativas III e V são verdadeiras. d) mudar a classe gramatical da palavra “quase” de
d) Apenas as afirmativas II, IV e V são verdadeiras. advérbio para substantivo.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras. e) mudar o campo semântico da palavra “quase”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

07) (IME – 2014-2015) Indique o par de vocábulos que 11) (IME – 2014-2015) Nos textos 2 e 4, observam-se
se enquadra num mesmo campo semântico, de acordo alguns termos “se” em destaque. A análise desse termo foi
com o feita de forma correta em:
texto 5. a) “...mas não se sabia se ela tinha a capacidade de sen-
a) ondas / nublados (2º parágrafo; 2º parágrafo). tir medo...” (texto2; 5º parágrafo)- conjunção subordinativa
b) outono / morna (1º parágrafo; 2º parágrafo). adverbial condicional.
c) cinza / alma (2º parágrafo; 3º parágrafo). b) “...pode-se dizer que o sofrimento dela não tem a
d) não / talvez (1º parágrafo, linha 1; 1º parágrafo). intensidade profunda e real suportada por outros sobre-
e) destino / você (3º parágrafo; 3º parágrafo). viventes de traumas.” (texto2; 9º parágrafo) - partícula de
realce.
08) (IME – 2014-2015) Assinale a opção na qual a vír- c) “A cada passo dado você sente que a felicidade se
gula foi empregada pelo mesmo motivo de sua ocorrência afasta alguns metros?” (texto 4; 1º parágrafo) - conjunção
no trecho: subordinativa adverbial temporal.
“Quando menino, a poesia me assustava.” (texto 1; d) “Isso se chama autossabotagem.” (texto 4; 2º pará-
2º parágrafo) grafo) - conjunção integrante.
a) “... casas mal-assombradas, onde monstros tentaram e) “...porque continuam recebendo atenção dos pais e
evocar uma reação de rejeição...”(texto se eximem de enfrentar as dificuldades da fase adulta...”
2; 2º parágrafo). (texto 4; 6º parágrafo)- pronome reflexivo.
b) “Quem quase passou ainda estuda, quem quase
morreu ainda está vivo...” (texto 5; 1º parágrafo). 12) (IME – 2014-2015) Assinale a alternativa em que o
c) “A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.” termo em destaque possui classificação sintática diferente
(texto 5; 2º parágrafo). daquele destacado no trecho a seguir:
d) “ Não queria aprender a contar sílabas, queria ser “ Achava-me incapaz de pertencer àquilo.”(texto 1; 2º
verso livre.” (texto 1; 5º parágrafo). parágrafo)
e) “Para descobrir, os pesquisadores deram vários a) “...afogava-me na incompreensão de um soneto;”(-
questionários padronizados à paciente ...” (texto 2; 5º pa- texto 1; 2º parágrafo).
rágrafo). b) “...ela não conseguia reconhecer expressões faciais
de medo...”(texto 2; 5º parágrafo).
09) (IME – 2014-2015) Os termos “Consoada” (texto 3, c) “...mas que se sentia chateada e irritada com o que
título) e “se eximem” (texto 4; 6º parágrafo) podem signi- aconteceu.” (texto 2; 8º parágrafo).
ficar, respectivamente:
d)- “...ela tem uma incapacidade de detectar e evitar
a) pequena refeição tomada à noite / isentam-se.
situações ameaçadoras,...”(texto 2; 10º parágrafo).
b) pequena refeição tomada à noite / aprimoram-se.
e) “...ou que subestima nossa capacidade de lidar com
c) tipo de panela / desobrigam-se.
a vitória.”(texto 4; 2º parágrafo).
d) tipo de panela / aperfeiçoam-se.
e) tipo de panela / superam-se.
13) (IME – 2014-2015) Observe os trechos a seguir:
“Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é
10) (IME – 2014-2015) “Depois, para a prova de fran-
romance.” (texto 5; 3º parágrafo) / “...diria-lhe que a poesia
cês, não tive escolha...” (texto1; 4º parágrafo) / “É o quase
não é nenhum decassílabo de sete cabeças.”(texto 1; 6º
que me incomoda...” (texto 5; 1º parágrafo).
parágrafo)
Assinale a opção em que as palavras em destaque
nos trechos acima foram formadas, respectivamente, pe- Os pronomes em destaque desempenham, respectiva-
los mesmos processos daquelas destacadas nos trechos a mente, a função de:
seguir: a) adjunto adverbial / objeto indireto.
a) “Em todos os cenários, ela não mostrou nenhum b) objeto indireto / objeto direto.
medo” / “Agora, o estudo envolvendo essa paciente” (texto c) adjunto adnominal / objeto indireto.
2; 7º parágrafo / texto 2; 4º parágrafo). d) adjunto adnominal / adjunto adverbial.
b) “ O nada não ilumina, ...” / “...o amor enlouquece, ...” e) objeto indireto / objeto indireto.
(texto 5; 2º parágrafo / texto 5; 2º parágrafo).
c) “Ter uma doença pequena...” / “De nada adianta 14) (IME – 2014-2015) “Podia ser o verso mais deli-
cercar um coração vazio ou economizar alma”. (texto 1; 3º cado do mundo, eu tinha medo.”(texto 1; 5º parágrafo) O
parágrafo / texto 5; 3º parágrafo). fragmento em destaque expressa ideia de:
d) “Estudos anteriores com a mesma paciente...” / “Ain- a) Causa.
da pior que a convicção do não, ...” (texto 2; 5º parágrafo / b) Finalidade.
texto 5; 1º parágrafo). c) Condição.
e) “Desconversava, lia outra coisa.” / “Com cada coisa d) Concessão.
em seu lugar.” (texto 1; 5º parágrafo / texto 3; v. 10). e) Consequência.

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LÍNGUA PORTUGUESA

15) (IME – 2014-2015) Assinale a opção em que a fun- currais e das pocilgas? Quem deixa toda a espécie de lixo
ção sintática do termo em destaque é diferente daquela nas areias das nossas praias e matas? Quem usa e abusa do
exercida pelos demais. automóvel? Quem berra contra as queimadas mas enche a
a) “Eu sempre escolhia o poema mais curto da lista que sala de fumaça, intoxicando toda a família? Quem não ad-
a escola sugeria.”(texto 1; 3º parágrafo). mira o fogo de artifício, que enche a atmosfera e as águas
b) “Além disso, durante três meses ela carregou um de metais pesados?
diário que informatizava sua emoção,...” (texto 2, 6° pará- Há o hábito de utilizar a expressão “substância quími-
grafo). ca” para designar substâncias sintetizadas, imprimindo-lhes
c) “Pode ser aquela espinha que apareceu no nariz no um ar perverso, de substância maldita. Há tempos passou
dia daquele encontro especial...” (texto 4; 3º parágrafo). na TV um anúncio destinado a combater o uso do taba-
d) “É o quase que me incomoda,...” (texto 5; 1º pará- co que dizia: “… o fumo do tabaco contém mais de 4000
grafo). substâncias químicas tóxicas, irritantes e cancerígenas…”.
e) “Basta pensar nas oportunidades que escaparam Bastaria referir “substâncias”, mas teve de aparecer o qua-
pelos dedos,...” (texto 5; 1º parágrafo). lificativo “químicas” para lhes dar um ar mais tenebroso.
Todas as substâncias, naturais ou de síntese, são “substân-
IME - 2015-2016 cias químicas”! Todas as substâncias, naturais ou de síntese,
podem ser prejudiciais à saúde! Tudo depende da dose.
LEIA OS TEXTOS A SEGUIR E UTILIZE-OS PARA SO- Qualquer dia aparecerá uma notícia na TV referindo,
LUÇÃO DAS QUESTÕES PROPOSTAS. OBSERVE QUE, NO logo a seguir às notícias dos dirigentes e jogadores de fu-
TEXTO 2, OS NÚMEROS ENTRE PARÊNTESES CORRES- tebol, que “A água, substância com a fórmula molecular
PONDEM, RESPECTIVAMENTE, ÀS LACUNAS A SEREM H2O, foi a substância química responsável por muitas mor-
PREENCHIDAS E QUE CONSTITUEM RESPOSTA À 4ª tes nas nossas praias”… por falta de cuidado! Porque os
QUESTÃO. Químicos determinaram as estruturas e propriedades des-
sas substâncias, haverá razão para lhes chamar “substân-
Texto 1 cias químicas”? Estamos sendo envenenados pelas muitas
“substâncias químicas” que invadem as nossas vidas?
A QUÍMICA EM NOSSAS VIDAS A ideia de que o câncer está aumentando devido a es-
sas “substâncias químicas” é desmentida pelas estatísticas
Carlos Corrêa sobre o assunto, à exceção do fumo do tabaco, que é a
maior causa de aumento do câncer do pulmão e das vias
Há a ideia generalizada de que o que é natural é bom e respiratórias. O aumento da longevidade acarreta neces-
o que é sintético, o que resulta da ação do homem, é mau. sariamente um aumento do número de cânceres. Curiosa-
Não vou citar os terremotos, tsunamis e tempestades, tudo mente, o tabaco é natural e essas 4000 substâncias tóxicas,
natural, que não têm nada de bom, mas certas substâncias irritantes e cancerígenas resultam da queima das folhas do
naturais muito más, como as toxinas produzidas natural- tabaco. A reação de combustão não foi inventada pelos
mente por certas bactérias e os vírus, todos tão na moda químicos; vem da idade da pedra, quando o homem des-
nestes últimos tempos. Dentre os maiores venenos que cobriu o fogo.
existem, seis são naturais. Só o sarin (gás dos nervos) e as O número de cânceres das vias respiratórias na mu-
dioxinas é que são de origem sintética. lher só começou a crescer em meados dos anos 60, com a
Muitos alimentos contêm substâncias naturais que po- emancipação da mulher e o subsequente uso do cigarro. É
dem causar doenças, como por exemplo o isocianato de o tipo de câncer responsável pelo maior número de mortes
alila (alho, mostarda) que pode originar tumores, o ben- nos Estados Unidos. Não é verdade que as substâncias de
zopireno (defumados, churrascos) causador de câncer do síntese (as “substâncias químicas”) sejam uma causa impor-
estômago, os cianetos (amêndoas amargas, mandioca) que tante de câncer; isso sucede somente quando há exposição
são tóxicos, as hidrazinas (cogumelos) que são canceríge- a altas doses. As maiores causas de câncer são o cigarro,
nas, a saxtoxina (marisco) e a tetrodotoxina (peixe estra- o excesso de álcool, certas viroses, inflamações crônicas e
gado) que causam paralisia e morte, certos taninos (café, problemas hormonais. A melhor defesa é uma dieta rica em
cacau) causadores de câncer do esôfago e da boca e mui- frutos e vegetais.
tos outros. Há alguns anos, metade das substâncias testadas (na-
A má imagem da Química resulta da sua má utilização turais e sintéticas) em roedores deram resultado positivo
e deve-se particularmente à dispersão de resíduos no am- em alguns testes de carcinogenicidade. Muitos alimentos
biente (que levam ao aquecimento global e mudanças cli- contêm substâncias naturais que dão resultado positivo,
máticas, ao buraco da camada de ozônio e à contaminação como é o caso do café torrado, embora esse resultado não
das águas e solos) e à utilização de aditivos alimentares e possa ser diretamente relacionado ao aparecimento de um
pesticidas. câncer, pois apenas a presença de doses muito elevadas
Muitos desses males são o resultado da pouca educa- das substâncias pode justificar tal relação.
ção dos cidadãos. Quem separa e compacta o lixo? Quem Embora um estudo realizado por Michael Shechter, do
entrega nas farmácias os medicamentos que se encontram Instituto do Coração de Sheba, Israel, mostrasse que a ca-
fora do prazo de validade? Quem trata os efluentes dos feína do café tem propriedades antioxidantes, atuando no

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LÍNGUA PORTUGUESA

combate a radicais livres, diminuindo o risco de doenças publicidade contemporânea trata com pessoas e elas têm
cardiovasculares e alguns tipos de câncer, a verdade é que, cada vez mais acesso ( 2 ) informação e é assim que vejo a
há meia dúzia de anos, só 3% dos compostos existentes comunicação: com fronteiras menos marcadas e deixando
no café tinham sido testados. Das trinta substâncias tes- de lado o paradigma de que o público é passivo”, acredi-
tadas no café torrado, vinte e uma eram cancerígenas em ta. Silvania concorda e diz que a sociedade começa ( 3 )
roedores e faltava testar cerca de um milhar! Vamos deixar perceber que a verdade suprema é estanque, não condiz
de tomar café? Certamente que não. O que sucede é que com o dia-a-dia. “Ao se depararem com uma informação,
a Química é hoje capaz de detectar e caracterizar quan- as pessoas começam a pesquisar e isso as aproxima do
tidades minúsculas de substâncias, o que não sucedia no fazer científico, ou seja, de que a verdade é questionável”,
passado. Como se disse, o veneno está na dose e essas enfatiza.
substâncias estão presentes em concentrações demasiado Para a professora da UFMG, isso cria o “jornalista con-
pequenas para causar danos. tínuo”, um indivíduo que põe a verdade à prova o tem-
Diante do que se sabe das substâncias analisadas até po todo. “A noção de ciência atual é a de verdade em
aqui, todos concordam que o importante é consumir abun- construção, ou seja, de que determinados produtos ou
dantes quantidades de frutos e vegetais. Isso compensa in- processos imediatamente anteriores à ação atual, são de-
clusive riscos associados à possível presença de pequenas fasados”.
quantidades de pesticidas. Cavallini considera que ( 4 ) três linhas de pensamento
CORRÊA, Carlos. A Química em nossas vidas. Dis- possíveis que poderiam explicar a utilização do recurso
ponível em: <http://www.cienciahoje.pt/index.php?oi- da imagem científica para vender: a quantidade de in-
d=49746&op=all>. Acesso em 17 Abr 2015. (Texto adap- formação que a ciência pode agregar a um produto; o
tado) quanto essa informação pode ser usada como diferen-
cial na concorrência entre produtos similares; e a ciência
Texto 2 como um selo de qualidade ou garantia. Ele cita o caso
dos chamados produtos “verdes”, associados a determi-
CONSUMIDORES COM MAIS ACESSO À INFORMAÇÃO nadas características com viés ecológico ou produtos que
QUESTIONAM A VERDADE QUE LHES É VENDIDA precisam de algum tipo de “auditoria” para comprovarem
seu discurso. “Na mídia, a ciência entra como mecanismo
Ênio Rodrigo de validação, criando uma marca de avanço tecnológico,
mesmo que por pouquíssimo tempo”, finaliza Silvania.
Se você é mulher, talvez já tenha observado com mais O fascínio por determinados temas científicos segue
atenção como a publicidade de produtos de beleza, espe- a lógica da saturação do termo, ou seja, ecoar algo que já
cialmente os voltados a tratamentos de rejuvenescimento, esteja exercendo certo fascínio na sociedade. “O interesse
usualmente possuem novíssimos “componentes anti-ida- do público muda bastante e a publicidade se aproveita
de” e “micro-cápsulas” que ajudam “a sua pele a ter mais desses temas que estão na mídia para recriá-los a partir
firmeza em oito dias”, por exemplo, ou mesmo que deter- de um jogo de sedução com a linguagem” diz Cristina
minados organismos “vivos” (mesmo depois de envazados, Bruzzo, pesquisadora da Faculdade de Educação da Uni-
transportados e acondicionados em prateleiras com pouco versidade Estadual de Campinas (Unicamp) e que acom-
controle de temperatura) fervilham aos milhões dentro de panhou ( 5 ) apropriação da imagem da molécula de DNA
um vasilhame esperando para serem ingeridos ajudando a pelas mídias (inclusive publicidade). “A imagem do DNA,
regular sua flora intestinal. Homens, crianças, e todo tipo por exemplo, foi acrescida de diversos sentidos, que não
de público também não estão fora do alcance desse discur- o sentido original para a ciência, e transformado em dis-
so que utiliza um recurso cada vez mais presente na publi- curso de venda de diversos produtos”, diz.
cidade: a ciência e a tecnologia como argumento de venda. Onde estão os dados comprovando as afirmações
Silvania Sousa do Nascimento, doutora em didática da científicas, no entanto? De acordo com Eduardo Corrêa,
ciência e tecnologia pela Universidade Paris VI e professora do Conselho Nacional de Auto Regulamentação Publici-
da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Mi- tária (Conar) os anúncios, antes de serem veiculados com
nas Gerais (UFMG), enxerga nesse processo um resquício qualquer informação de cunho científico, devem trazer
da visão positivista, na qual a ciência pode ser entendida os registros de comprovação das pesquisas em órgãos
como verdade absoluta. “A visão de que a ciência é a baliza competentes. Segundo ele, o Conar não tem o papel de
ética da verdade e o mito do cientista como gênio criador é avalizar metodologias ou resultados, o que fica a cargo do
amplamente difundida, mas entra, cada vez mais, em atrito Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sani-
com a realidade, principalmente em uma sociedade infor- tária (Anvisa) ou outros órgãos. “O consumidor pode pe-
macional, como ( 1 ) nossa”, acrescenta. dir uma revisão ou confirmação científica dos dados apre-
Para entender esse processo numa sociedade pauta- sentados, contudo em 99% dos casos esses certificados
da na dinâmica da informação, Ricardo Cavallini, consultor são garantia de qualidade. Se surgirem dúvidas, quanto a
corporativo e autor do livro O marketing depois de amanhã dados numéricos de pesquisas de opinião pública, temos
(Universo dos Livros, 2007), afirma que, primeiramente, de- analistas no Conar que podem dar seus pareceres”, escla-
vemos repensar a noção de público específico ou senso co- rece Corrêa. Mesmo assim, de acordo com ele, os proces-
mum. “Essas categorizações estão sendo postas de lado. A sos investigatórios são raríssimos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

RODRIGO, Enio. Ciência e cultura na publicidade. Dis- 01) (IME – 2015-2016) Quanto aos textos desta prova,
ponível em: <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pi- assinale a opção que é oposta às mensagens veiculadas.
d=S0009-67252009000100006&script=sci_arttext>.Acesso (A) O texto 1 faz um alerta sobre os mitos e supersti-
em 22/04/2015. ções que criamos a partir de dados científicos mal inter-
pretados e o texto 2 mostra como os interesses comerciais
Texto 3 fazem uso desses mitos.
(B) A pequenez e a transitoriedade humana são ques-
SOLUÇÃO tionadas nos textos 3 e 4, fundamentalmente.
(C) O único objetivo da ciência é apresentar respostas
João Paiva aos nossos problemas, sejam esses problemas de ordem
Eu quero uma solução fisiológica ou não.
homogênea, preparada, (D) O homem, em geral, busca apaziguar uma inquie-
coisa certa, controlada tação por meio de uma verdade suprema que lhe apontará
para ter tudo na mão. um caminho a ser seguido.
Solução para questão (E) Houve e há ainda uma aposta na ciência como uma
que não ouso resolver. verdade inquestionável, capaz de solucionar inclusive nos-
Diluída num balão sos dilemas existenciais relacionados ao envelhecimento,
elixir pra me entreter. por exemplo.
Faço centrifugação
para ter ar uniforme 02) (IME – 2015-2016) Quanto ao texto 2, é possível
uso varinha conforme, inferir que
seja mágica ou não. (A) a sociedade está habituada a um conceito de ver-
Busco uma solução dade relacionado à chamada ciência positivista por isso os
tudo lindo, direitinho interesses comerciais se valem desse ponto de vista visan-
do ao mercado.
eu quero ter tudo certinho
(B) os interesses comerciais desvinculam “verdade
ter o mundo nesta mão.
científica” dos resultados de análises laboratoriais.
Procuro mistura,
(C) o público consumidor é cada vez mais passivo dian-
então aqueço tudo em cadinho.
te das informações veiculadas.
E vejo não ter solução
(D) uma verdade constatada em laboratórios é perene
mas apenas um caminho...
e dificilmente questionável.
(E) a linguagem está dissociada das questões do que é
PAIVA, João. Quase poesia, quase química. Disponí-
veiculado como verdade.
vel em: <http://www.spq.pt/files/docs/boletim/poesia/
quase-poesia-quase-quimica-jpaiva2012.pdf> Acesso em: 03) (IME – 2015-2016) Quanto ao poema de Augusto
22/04/2015. dos Anjos (texto 4), é coerente afirmar que
(A) revela um “eu” conformado com seu destino ao tra-
TEXTO 4 duzir um olhar depressivo sobre o homem reduzido às leis
PSICOLOGIA DE UM VENCIDO fisiológicas.
(B) vai ao encontro do movimento parnasiano e da ten-
Augusto dos Anjos dência geral de se pensar a poesia como a arte de dizer o
Eu, filho do carbono e do amoníaco, sublime, o inefável.
Monstro de escuridão e rutilância, (C) reduz as possibilidades de polissemia exigidas pela
Sofro, desde a epigênese da infância, arte literária ao trazer palavras consideradas “antipoéticas”
A influência má dos signos do zodíaco. como “carbono”, “verme” e “epigênese”.
Profundissimamente hipocondríaco, (D) resiste às classificações literárias de cunho didático
Este ambiente me causa repugnância... por suas características formais e temáticas.
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia (E) despreza completamente o cientificismo em voga
Que se escapa da boca de um cardíaco. no início do século XX.
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas 04) (IME – 2015-2016) Assinale a opção que preenche
Come, e à vida em geral declara guerra, corretamente as lacunas existentes no texto 2, respectiva-
Anda a espreitar meus olhos para roê-los, mente.
E há de deixar-me apenas os cabelos, (A) à (1) – há (2) – à (3) – há (4) – a (5).
Na frialdade inorgânica da terra! (B) a (1) – à (2) – a (3) – à (4) – há (5).
(C) à (1) – a (2) – a (3) – há (4) – a (5).
ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civiliza- (D) a (1) – à (2) – há (3) – há – (4) a (5).
ção Brasileira, 1998. (E) a (1) – à (2) – a (3) – há (4) – a (5).

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LÍNGUA PORTUGUESA

05) (IME – 2015-2016) Assinale a opção em que a aná- II - “ (…) é assim que vejo a comunicação: com frontei-
lise do termo destacado em negrito está de acordo com o ras menos marcadas e deixando de lado o paradigma de
uso no contexto dado. que o público é passivo” (texto 2, 3º parágrafo)
(A) (…) um indivíduo que põe a verdade à prova o tem- III - Silvania concorda e diz que (…) a verdade suprema
po todo (texto 2, 4º parágrafo). O vocábulo “que”, nesse é estanque. (…) Texto 2, 3º parágrafo)
caso, é uma conjunção integrante. IV - Monstro de escuridão e rutilância, (texto 4, verso
(B) Tudo depende da dose (texto 1, 5º parágrafo). A 2)
expressão “da dose” destacada na oração funciona como (A) excesso – modelo – relevante – fluorescência;
complemento nominal. (B) resto – arquétipo – absoluta – trevas;
(C) (…) e a publicidade se aproveita desses temas que (C) vestígio – modelo – importante – trevas;
estão na mídia para recriá-los a partir de um jogo de se- (D) vestígio – modelo – absoluta – fluorescência
dução com a linguagem (texto 2, 6º parágrafo). A expres- (E) excesso – arquétipo – máxima – fluorescência.
são grifada tem valor adverbial de circunstância.
(D) Na frialdade inorgânica da terra! (texto 4, verso 09) (IME – 2015-2016) Nas opções abaixo, o vocábulo
14). O vocábulo destacado, numa análise morfológica, destacado indica uso de recurso coesivo referencial, exce-
equivale a um adjetivo. to em:
(E) Em “direitinho” (texto 3, verso 14) e “certinho” (A) (...) “todos tão na moda nestes últimos tempos”. (1º
(texto 3, verso 15) a terminação -inho é um sufixo diminu- parágrafo, texto 1).
tivo que possui valor adverbial de intensidade. (B) “Não é verdade que as substâncias de síntese (as
‘substâncias químicas’)” (…) (8º parágrafo, texto 1)
06) (IME – 2015-2016) Marque a opção em que o uso (C) (…) “sejam uma causa importante do câncer; isso
de vírgulas segue uma regra diversa da que foi aplicada sucede somente quando há a exposição a altas doses”. (8º
aos demais casos. parágrafo, texto 1)
(A) “A água, substância com a fórmula molecular H2O, (D) “Há tempos passou na TV um anúncio destinado
foi a substância química responsável por muitas mortes a combater o uso do tabaco que dizia” (...) (5º parágrafo,
nas nossas praias” (…) (texto 1, 6º parágrafo)
texto 1)
(B) “Ricardo Cavallini, consultor corporativo e autor
(E) (…) “mas teve de aparecer o qualificativo “químicas”
do livro O marketing depois de amanhã (Universo dos Li-
para lhes dar um ar mais tenebroso.” (5º parágrafo, texto 1)
vros, 2007), afirma” (…) (texto 2, 3º parágrafo)
(C) “Há o hábito de utilizar a expressão “substância
10) (IME – 2015-2016) Dentre os vocábulos abaixo, as-
química” para designar substâncias sintetizadas, impri-
sinale aquele cuja regra de acentuação é diversa daquela
mindo-lhes um ar perverso, de substância maldita.” (texto
usada no vocábulo destacado em: “(...) a verdade é ques-
1, 5º parágrafo)
(D) “Eu, filho do carbono e do amoníaco,” (...) (texto tionável “. (3º parágrafo, texto 2)
4, verso 1) (A) abdômen
(E) “Silvania Sousa do Nascimento, doutora em didá- (B) fóssil
tica da ciência e tecnologia pela Universidade Paris VI e (C) fascínio
professora da Faculdade de Educação da Universidade (D) tórax
Federal de Minas Gerais (UFMG), enxerga” (...) (texto 2, 2º (E) câncer
parágrafo)
11) (IME – 2015-2016) “Quem usa e abusa do automó-
07) (IME – 2015-2016) Marque a opção em que difere vel?” (4º parágrafo, texto 1).
das demais a função sintática exercida pelas orações des- Assinale a opção em que a regra ortográfica diverge
tacadas em negrito. em relação à grafia dos verbos acima apresentados.
(A) “Onde estão os dados comprovando as afirma- (A) simboli_ar
ções científicas, no entanto?” (texto 2, 7º parágrafo) (B) anali__ar
(B) “Se você é mulher, talvez já tenha observado com (C) improvi__ar
mais atenção” (…) (texto 2, 1º parágrafo) (D) pesqui__ar
(C) (...) “isso sucede somente quando há exposição a (E) parali__ar
altas doses”. (texto 1, 8º parágrafo)
(D) “Ao se depararem com uma informação, as pes- 12) (IME – 2015-2016) Acerca do vocábulo “categori-
soas começam a pesquisar” (...) (texto 2, 3º parágrafo) zações” (3º parágrafo, texto 2) e da expressão “marca de
(E) “Anda a espreitar meus olhos para roê-los,” (...) avanço tecnológico, mesmo que por pouquíssimo tem-
(texto 4, verso 12) po” (5º parágrafo, texto 2), podemos afirmar que
08) (IME – 2015-2016) Marque a opção em que a res- I. o vocábulo “categorizações” refere-se a “compo-
pectiva substituição dos termos destacados não prejudica- nentes anti-idade” e “microcápsulas que ajudam a sua
ria o sentido encontrado no contexto dado. pele a ter mais firmeza em oito dias”.
I - Silvania (…) enxerga nesse processo um resquício II. a expressão “marca de avanço tecnológico, mes-
da visão positivista, na qual a ciência pode ser entendida mo que por pouquíssimo tempo” traz a ideia de verdade
como verdade absoluta. (texto 2, 2º parágrafo) questionável.

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LÍNGUA PORTUGUESA

III. o vocábulo “categorizações” retoma as noções de GABARITO


“público específico” e “senso comum”.
Marque a opção correta:
(A) I apenas. 2013-2014 2014-2015 2015-2016
(B) II apenas.
1 C 1 D 1 C
(C) II e III
(D) I e II 2 E 2 B 2 A
(E) III apenas. 3 D 3 C 3 D
13) (IME – 2015-2016) Sobre o texto 3 podemos in- 4 C 4 E 4 E
ferir que 5 E 5 A 5 E
I. o autor do texto nos traz uma mensagem altamente
negativa e pessimista do fazer científico. 6 A 6 D 6 C
II. o vocábulo que confere título ao texto pode ter o 7 A 7 B 7 A
mesmo valor semântico no primeiro e quinto versos, o
que confirma a intenção do cientista em “para ter tudo 8 E 8 E 8 D
na mão” (verso 4). 9 A 9 A 9 B
III. o cientista falha quando não encontra meios em
seu trabalho cotidiano para solucionar, com extrema pre- 10 E 10 D 10 C
cisão, tudo o que lhe vier às mãos para fazer. 11 D 11 E 11 A
Marque a opção correta:
12 B 12 B 12 C
(A) I apenas.
(B) II apenas. 13 A 13 C 13 B
(C) II e III 14 C 14 D 14 D
(D) III apenas.
(E) nenhuma das alternativas. 15 A 15 E

14) (IME – 2015-2016) O autor do texto 2 discute


acerca dos temas “Ciência como baliza ética da verdade”
e “Mito do cientista como gênio criador”. Considerando
essas reflexões e o conteúdo do texto 3, podemos afirmar ITA - 2011 – 2016
que
(A) a Ciência como baliza ética da verdade é cada vez ITA 2011
mais vista como verdade absoluta pela sociedade.
(B) o “Mito do cientista como gênio criador” é a con- As questões de 21 a 27 referem-se ao texto seguin-
clusão a que chega a voz do texto 3. te.
(C) o objetivo “ter o mundo nesta mão” (verso 16,
texto 3) vai de encontro aos interesses comerciais ques- 01 Véspera de um dos muitos feriados em 2009
tionados no texto 2.
e a insana tarefa de mover-se de um bairro a
(D) a incerteza do cientista em seu fazer experimental
outro em São Paulo para uma reunião de tra-
é a temática do texto 3.
(E) a visão positivista da ciência não é questionada balho. Claro que a cidade já tinha travado
no texto 3. no meio da tarde. De táxi, pagaria uma for-
tuna para ficar parada e chegar atrasada,
15) (IME – 2015-2016) Acerca da expressão “Este am- pois até as vias alternativas que os taxistas
biente” e do verbo “come” (6º e 11º versos do texto 4, conhecem estavam entupidas. De ônibus,
respectivamente), podemos afirmar que nem o corredor funcionaria, tomado pela
I. a expressão faz referência a nossa existência no pla- fila dos mastodônticos veículos. Uma dádiva:
neta em que vivemos. 05 eu não estava de carro. Com as pernas livres
II. o sujeito do verbo em questão é “o sangue podre dos pedais do automóvel e um sapato bai-
das carnificinas” (verso 10).
xo, nada como viver a liberdade de andar
III. o verbo em questão tem o mesmo sujeito de “anda”
(verso 12). a pé. Carro já foi sinônimo de liberdade, mas
IV. a expressão refere-se à ação do trabalho final do não contava com o congestionamento.
“operário das ruínas” (verso 9). Liberdade de verdade é trafegar entre os
carros, e mesmo sem apostar corrida, obser-
Marque a opção correta: var que o automóvel na rua anda à mesma
(A) I, II e III velocidade média que você na calçada.
(B) I e III apenas. É quase como flanar. Sei, como motorista,
(C) II, III e IV que o mais irritante do trânsito é quando o
(D) II e IV apenas. pedestre naturalmente te ultrapassa. En-
(E) nenhuma das alternativas quanto você, no

247
LÍNGUA PORTUGUESA

10 carro, gasta dinheiro para encher o ar de po- 35 A locomoção a pé acontece tanto nos
luentes, esquentar o planeta e chegar atra- locais de maior densidade –caso da área
sado às reuniões. E ainda há quem pegue central, com registro de dois milhões de via-
congestionamento para andar de esteira na gens a pé por dia –, como nas regiões mais
academia de ginástica. distantes, onde são maiores as deficiências
Do Itaim ao Jardim Paulista, meia horinha detransporte
de caminhada. Deu para ver que a Avenida motorizado e o perfil de renda é menor. A
Nove de Julho está cheia de mudas cresci- maior parte das pessoas que andam a pé
das de pau-brasil. E mais uma porção de ce- tem poder aquisitivo mais baixo. Elas bus-
nas que só andando a pé se pode observar. cam alternativas para enfrentar a condução
Até chegar ao compromisso pontualmente. cara, desconfortável ou lotada, o ponto de
15 Claro que há pedras no meio do caminho ônibus ou estação distantes, a demora para
dos pedestres, e muitas. Já foram inclusive a condução passar e a viagem demorada.
objeto de teses acadêmicas. Uma delas, Já em bairros nobres, como Moema, Itaim
Andar a pé: um modo de transporte para e Jardins, por exemplo, é fácil ver carrões
a cidade de São Paulo, de Maria Ermelina que saem das garagens para ir de uma es-
Brosch Malatesta, sustenta que, apesar de quina a outra e disputar improváveis vagas
ser a saída maisutilizada pela população nas de estacionamento. A ideia é manter-se
atuais condições de esgotamento dos siste- 40 fechado em shoppings, boutiques, clubes,
mas de mobilidade, o modo de transporte academias de ginástica, escolas, escritórios,
a pé é tratado de forma inadequada pelos porque o ambiente lá fora – o nosso meio
responsáveis por administrar e planejar o mu- ambiente urbano – dizem que é muito peri-
nicípio. goso.
20 As maiores reclamações de quem usa o (Amália Safatle. http://terramagazine.terra.
mais simples ebarato meio de locomoção com.br, 15/07/2009. Adaptado.)
são os “obstáculos” que aparecem pelo
caminho: bancas de camelôs, bancas de 1) (ITA – 2011) De acordo com o texto, pode-se afirmar
jornal, lixeira, postes. Além das calçadas es- que
treitas, com buracos, degraus, desníveis. E o A ( ) em São Paulo, os acidentes fatais de trânsito são
estacionamento de veículos nas calçadas, decorrentes da má administração pública.
mais a entrada e a saída em guias rebaixa- B ( ) Londres é uma das cidades consideradas exemplo
das, aponta o estudo. de gestão política no transporte individual.
Sem falar nas estatísticas: atropelamentos C ( ) em bairros carentes, o transporte coletivo é pior,
correspondem a 14% dos acidentes de trân- embora em São Paulo tenha prioridade administrativa.
sito. Se o acidente D ( ) todos os usuários de transporte motorizado em
25 envolve vítimas fatais, o percentual sobe São Paulo são também praticantes de transporte a pé.
para nada menos que 50% –o que atesta a E ( ) moradores de bairros periféricos de São Paulo
falta de investimento público no transporte necessitam de maior investimento em transporte público.
a pé.
Na Região Metropolitana de São Paulo, 2) (ITA – 2011) Do relato da experiência da autora na
as viagens a pé, com extensão mínima de véspera de feriado, NÃO se pode depreender que
500 metros, correspondem a 34% do total de A ( ) os congestionamentos são inevitáveis.
viagens. Percentual parecido com o de Lon- B ( ) o trânsito dificulta o cumprimento de horários.
dres, de 33%. Somadas aos 32% das viagens C ( ) é preferível andar a pé a andar de carro.
realizadas por transporte coletivo,que são ini- D ( ) o uso do táxi é tão ineficiente quanto do ônibus.
ciadas e concluídas por uma viagem a pé, E ( ) o problema do trânsito decorre exclusivamente do
perfazem transporte individual motorizado.
30 o total de 66% das viagens! Um número bem
desproporcional ao espaço destinado aos 3) (ITA – 2011) Sob o ponto de vista da autora, pode-
pedestres e ao investimento público desti- se inferir que as políticas públicas para o transporte urbano
nado a eles, especialmente em uma cidade em São Paulo são
como São Paulo, onde o transporte indivi- A ( ) imperceptíveis.
dual motorizado tem a primazia. B ( ) inexistentes.
C ( ) inoperantes.
D ( ) ineficientes.
E ( ) iniciantes.

248
LÍNGUA PORTUGUESA

4) (ITA – 2011) Do título do texto, Meio ambiente urba- As questões de 08 a 13 referem-se ao texto seguinte.
no: o barato de andar a pé, NÃO se pode depreender que
andar a pé é mais 01 São Paulo – Não é preciso muito para imagi-
I. prazeroso. nar o dia em que a moça da rádio nos anun-1
II. econômico. ciará, do helicóptero, o colapso final: “A CET
III. divertido. já não registra a extensão do congestiona-
IV. frequente. mento urbano. Podemos ver daqui quetodos
Estão corretas os carros em todas as ruas estão imobilizados.
A ( ) apenas I e II. Ninguém anda, para frente ou para trás. A
B ( ) apenas I, II e III. cidade, enfim, parou. As autoridades pedem
C ( ) apenas I, III e IV. calma, muita calma”.
D ( ) apenas II e IV.
E ( ) apenas II, III e IV. 05 “A autoestrada do Sul” 2é um conto extraor-
dinário de Julio Cortázar . Está em Todos os
5) (ITA – 2011) Assinale a opção em que a expressão ou fogos o fogo, de 1966 (a Civilização Brasilei-
palavra grifada expressa exagero. ra traduziu). Narra, com monotonia infernal,
A ( ) De ônibus, nem o corredor funcionaria, tomado um congestionamento entre Fontainebleau
pela fila dos mastodônticos veículos. (linha 4) e Paris. É a história que inspirou
3
Weekend à
B ( ) É quase como flanar. (linha 8) francesa (1967), de Godard .
C ( ) E mais uma porção de cenas que só andando a pé O que no início parece um transtorno corri-
se pode observar. (linhas 13 e 14) queiro vai assumindocontornos absurdos. Os
D ( ) Um número bem desproporcional ao espaço des- personagens passam horas, mais horas, dias
tinado aos pedestres [...]. (linha 30) inteiros entalados na estrada.
E ( ) [...] onde o transporte individual motorizado tem a 10 Quando, sem explicações, o nó desata, os
primazia. (linhas 31 e 32) motoristas aceleram “sem que já se soubesse
6) (ITA – 2011) Assinale a opção em que o termo gri- para que tanta pressa, por que essa corre-
fado NÃO indica a circunstância mencionada entre parên- ria na noite entre automóveis desconhecidos
teses. onde ninguém sabia nada sobre os outros,
A ( ) [...] pois até as vias alternativas que os taxistas co- onde todos olhavam para a frente, exclusi-
nhecem estavam entupidas. (Causa) (linhas 3 e 4) vamente para a frente”.
B ( ) Já foram inclusive objeto de teses acadêmicas.
(Tempo) (linhas 15 e 16) Não serve de consolo, mas faz pensar. Se-
C ( ) [...] apesar de ser a saída mais utilizada pela popu- guimos às cegas em frente há quanto tem-
lação [...]. (Concessão) (linha 17) po? De Prestes Maia aos túneis e viadutos de
D ( ) Já em bairros nobres, como Moema, Itaim e Jar- Maluf, a cidade foi induzida a andar de car-
dins, por exemplo, [...]. (Tempo) (linha 38) ro. Nossa urbanização se fez contra o
E ( ) [...] porque o ambiente lá fora – o nosso meio
15 transporte público. O símbolo modernizador
ambiente urbano – dizem que é muito perigoso. (Causa)
da era JK é o pesadelo de agora, mas o fe-
(linhas 40 e 41)
tiche da lata sobre rodas jamais se abalou.
Será ocasional que os carrões dos endinhei-
7) (ITA – 2011) A palavra QUE remete a um antece-
rados – essas peruas high-tech – se pareçam
dente em:
com tanques de guerra? As pessoas saem de
A ( ) Claro que a cidade já tinha travado no meio da
casa dentro de bunkers, literalmente arma-
tarde. (linha 2)
das. E, como um dos tipos do conto de Cor-
B ( ) Sei, como motorista, que o mais irritante do trân-
tázar, veem no engarrafamento uma “afron-
sito é quando o pedestre naturalmente te ultrapassa. (li-
ta pessoal”.
nhas 8 e 9)
C ( ) E mais uma porção de cenas que só andando a pé 20 Alguém acredita em soluções sem que haja
se pode observar. (linhas 13 e 14) antes um colapso? Ontem era a crise aérea,
D ( ) Claro que há pedras no meio do caminho dos amanhã será outra qualquer. A classe média
pedestres, e muitas. (linha 15) necessita reciclar suas aflições. E sempre ha-
E ( ) [...] o percentual sobe para nada menos que 50%. verá algo a lembrá-la –coisa mais chata – de
(linha 25) que ainda vivemos no Brasil. (SILVA, Fernan-
do de Barros. Folha de S. Paulo, 17/03/2008.)

249
LÍNGUA PORTUGUESA

(1) CET - Companhia de Engenharia de Trá- Está(ão) correta(s)


fego. (2) Julio Cortázar (1914-1984), escritor A ( ) apenas I.
argentino. (3) Jean-Luc Godard, cineasta B ( ) apenas I e II.
francês, nascido em 1930. C ( ) apenas I e III.
D ( ) apenas II e III.
8) (ITA – 2011) Das afirmações abaixo, a INCORRETA é: E ( ) todas.
A ( ) O cenário criado por Cortázar tem um teor premo-
nitório quanto ao trânsito de São Paulo. 13) (ITA – 2011) NÃO há emprego de metáfora em
B ( ) Os problemas no Brasil só são enfrentados quando A ( ) Ninguém anda, para frente ou para trás. (linha 3)
chegam ao extremo. B ( ) Quando, sem explicações, o nó desata, os motoris-
C ( ) A urbanização não se faz acompanhar de uma po- tas aceleram [...]. (linha 10)
lítica de transporte. C ( ) [...] mas o fetiche da lata sobre rodas jamais se aba-
D ( ) A atração pelo carro não foi abalada, apesar dos lou. (linhas 15 e 16)
problemas de trânsito. D ( ) As pessoas saem de casa dentro de bunkers, literal-
E ( ) Os mais ricos usam carros grandes para se isolarem
mente armadas. (linha 18)
dos problemas da cidade.
E ( ) A classe média necessita reciclar suas aflições. (linha
9) (ITA – 2011) O autor do texto 21)
I. manifesta sua visão pessimista quanto ao futuro do
trânsito em São Paulo. 14) (ITA – 2011) Os trechos a seguir, que estão fora de
II. aponta que, no Brasil, o que seria sinônimo de pro- ordem, fazem parte de um texto coeso e coerente.
gresso torna-se um retrocesso, como é o caso das políticas I. Estudos feitos com várias profissões que trabalham em
de JK. turnos mostram que ficar acordado por mais de 19 horas ou
III. critica a preferência dos mais ricos por carros gran- ter uma jornada de trabalho superior a 12 horas provoca sin-
des. tomas semelhantes ao de um porre.
II. Se essas duas condições se sobrepõem numa madru-
Está(ão) correta(s) gada, as consequências negativas se potencializam ao extre-
A ( ) apenas I. mo.
B ( ) apenas I e II.
III. As reações ficam mais lentas e o julgamento da reali-
C ( ) apenas I e III.
dade é comprometido.
D ( ) apenas II e III.
E ( ) todas. IV. Um piloto dormir no manche do avião é uma cena
muito mais rara do que um motorista de ônibus ou caminhão
10) (ITA – 2011) Assinale a opção em que o autor ex- cochilar no volante. Mas pode acontecer.
pressa claramente seu julgamento. V. No caso da aviação, há ainda o agravante de que os
A ( ) Podemos ver daqui que todos os carros em todas pilotos trabalham a 10 mil metros do solo, no comando de
as ruas estão imobilizados. (linhas 2 e 3) aeronaves complexas e delicadas, às vezes com mais de uma
B ( ) A cidade, enfim, parou. (linha 3) centena de passageiros a bordo.
C ( ) Os personagens passam horas, mais horas, dias (Em: Pesquisa Fapesp, agosto/2009. Adaptado)
inteiros entalados na estrada. (linhas 8 e 9)
D ( ) Ontem era a crise aérea, amanhã será outra qual- Assinale a opção que apresenta a melhor sequência.
quer. (linhas 20 e 21) A ( ) I – II – IV – III – V.
E ( ) E sempre haverá algo a lembrá-la – coisa mais chata B ( ) IV – I – II – V – III.
– de que ainda vivemos no Brasil. (linhas 21 e 22)
C ( ) IV – I – III – II – V.
D ( ) I – V – IV – III – II.
11) (ITA – 2011) O autor se vale da obra de Julio Cortá-
zar para E ( ) IV – I – II – III – V.
A ( ) mostrar seu gosto literário ao leitor.
B ( ) contextualizar a menção ao filme Weekend à fran- 15) (ITA – 2011) Acerca da protagonista do romance Ira-
cesa, de Godard. cema, de José de Alencar, pode-se dizer que
C ( ) introduzir uma crítica às peruas high-tech. I. é uma heroína romântica, tanto por sua proximidade
D ( ) sustentar seu ponto de vista em relação ao trânsito com a natureza, quanto por agir em nome do amor, a ponto
de São Paulo. de romper com a sua própria tribo e se entregar a Martim.
E ( ) passar uma imagem de culto e refinado. II. é uma personagem integrada à natureza, mas que se
corrompe moralmente depois que se apaixona por um ho-
12) (ITA – 2011) São recursos de progressão no texto mem branco civilizado e se entrega a ele.
I. as perguntas. III. possui grande beleza física, descrita com elementos
II. as citações do conto de Cortázar. da natureza, o que faz da personagem uma representação
III. a menção ao filme de Godard. do Brasil pré-colonizado.

250
LÍNGUA PORTUGUESA

Está(ão) correta(s) Está(ão) correta(s)


A ( ) apenas I. A ( ) apenas I.
B ( ) apenas I e II. B ( ) apenas I e II.
C) ( ) apenas I e III. C ( ) apenas I e III.
D ( ) apenas II e III. D ( ) apenas II e III.
E ( ) todas. E ( ) todas.

16) (ITA – 2011) Sobre o romance Capitães da areia, de 19) (ITA – 2011) Considere o poema ao lado, “A canti-
Jorge Amado, é INCORRETO afirmar que ga”, de Adélia Prado:
A ( ) se trata de um livro cuja personagem central é Acerca desse poema, é INCORRETO afirmar que
coletiva, um grupo de meninos de rua, e isso o aproxima
de O cortiço. “Ai cigana ciganinha,
B ( ) as principais personagens masculinas são Pedro ciganinha, meu amor”.
Bala, Sem Pernas, Volta Seca, Pirulito e Professor, e a figura Quando escutei essa cantiga
feminina central é Dora. era hora do almoço, há muitos anos.
C ( ) há uma certa herança naturalista, visível na preco- A voz da mulher cantando vinha de uma cozinha,
ce e promíscua vida sexual dos adolescentes. ai ciganinha, a voz de bambu rachado
D ( ) os vestígios românticos aparecem em algumas continua tinindo, esganiçada, linda,
cenas de jogos e brincadeiras infantis e na caracterização viaja pra dentro de mim, o meu ouvido cada vez melhor.
de Dora. Canta, canta, mulher, vai polindo o cristal,
E ( ) todos os meninos acabam encontrando um bom canta mais, canta que eu acho minha mãe,
rumo na vida, apesar das dificuldades. meu vestido estampado, meu pai tirando boia da panela,
canta que eu acho minha vida.
17) (ITA – 2011) O poema ao lado, “Gioconda (Da Vin- (Em: Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.)
ci)”, de Carlos Drummond de Andrade, refere-se a uma cé-
A ( ) a poeta tem consciência de que seu passado é
lebre tela renascentista:
irremediavelmente perdido.
B ( ) existe um tom nostálgico, e um saudosismo de
NÃO se pode afirmar que o poema
raiz romântica.
C ( ) a cantiga faz com que a poeta reviva uma série de
O ardiloso sorriso
lembranças afetivas.
alonga-se em silêncio
D ( ) predomina o tom confessional e o caráter auto-
para contemporâneos e pósteros
biográfico.
ansiosos, em vão, por decifrá-lo. E ( ) valoriza os elementos da cultura popular, também
Não há decifração. Há o sorriso. uma herança romântica.
(Em: Farewell. Rio de Janeiro: Record, 1996.)
20) (ITA – 2011) Considere o poema ao lado, de Ronal-
A ( ) faz uso de metalinguagem num sentido amplo, do Azeredo:
pois é uma obra de arte que fala de outra. Esse texto
B ( ) procura se inserir no debate que a tela Gioconda I. explora a organização visual das palavras sobre a página.
provoca desde a Renascença. II. põe ênfase apenas na forma e não no conteúdo da
C ( ) mostra que são inúmeros os significados do sor- mensagem.
riso da Gioconda. III. pode ser lido não apenas na sequência horizontal
D ( ) garante não haver razão alguma para a polêmica, das linhas.
como diz o último verso. IV. não apresenta preocupação social.
E ( ) ilustra a polissemia de obras de arte, inclusive do
próprio poema.

18) (ITA – 2011) A figura da prostituta aparece em di-


versos romances do século XIX. Por exemplo:
I. Em Lucíola, a protagonista Lúcia deixa a prostituição
depois que se apaixona por Paulo, o que significa que o
amor verdadeiro pode regenerar a mulher.
II. Em Memórias póstumas de Brás Cubas, Marcela con-
segue seduzir o jovem Brás Cubas, que lhe dá dinheiro e
bens materiais, mas ela morre pobre.
III. Ao final de O cortiço, Pombinha rompe com o casa-
mento e opta pela prostituição, e faz isso, em boa medida,
por vontade própria.

251
LÍNGUA PORTUGUESA

Estão corretas Em Istambul, monotrilhos foram instalados


A ( ) I e II. no nível da rua, como os “trams” das cida-
B ( ) I, II e III. des alemãs e suíças. Mesmo em uma cida-
C ( ) I e III. de de 16 milhões de habitantes na Turquia,
D ( ) II e IV. país emergente como o Brasil, houve cuida-
E ( ) todas. do com os abrigos feitos de vidro, com os
20
bancos caprichados – em formato de livro
ITA 2012 –e com a iluminação. Restou menos espaço
para os carros porque a idéia ali era tentar
As questões de 21 a 29 referem-se ao seguinte texto: convencer na marra os motoristas a deixa-
rem mais seus carros em casa e usarem o
TEXTO I transporte público.
Se os monotrilhos do Morumbi, de fato, se
Moradores de Higienópolis admitiram ao parecerem com um Minhocão*, o Godzilla
jornal Folha de S. Pauloque a abertura de do centro de
uma estação de metrô na avenida Angéli- São Paulo, os moradores deveriam protestar,
ca traria “gente diferenciada” ao bairro. Não pedindomelhorias no projeto, detalhamento
01
é difícil imaginar que alguns vizinhos do Mo- dos materiais, condições e impacto dos tri-
rumbi compartilhem esse medo e prefiram o 25 lhos na paisagem urbana. Se forem como os
isolamento garantido com a inexistência de antigos bondes, ótimo.
transporte público de massa por ali. Mas se os moradores simplesmente recusa-
Mas à parte o gosto exacerbado dos pau- rem qualquer ampliação do transporte públi-
listanos por levantar muros, erguer fortalezas co, que beneficiará diretamente os milhares
e se refugiar em ambientes distantes do Brasil de prestadores de serviço que precisam tra-
real, o poder público não fez a sua parte em balhar na região do
desmentir que a chegada do transporte de Morumbi, vai ser difícil acreditar que o pro-
05 massas não degrade a paisagem urbana. blema deles não seja a gente diferenciada
Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá, na 30 que precisa circular por São Paulo. (Raul Just-
Colômbia, e grande especialista em trans- es Lores. Folha de S. Paulo, 07/10/2010. Adap-
porte coletivo, diz que não basta criar cor- tado.)
redores de ônibus bem asfaltados e servidos
por diversas linhas. Abrigos (*) Elevado Presidente Costa e Silva, ou Mi-
nhocão, é uma via expressa que liga o Cen-
confortáveis, boa iluminação, calçamento, tro à Zona Oeste da cidade de São Paulo.
limpeza e paisagismo que circundam esta-
ções de metrô ou pontos de ônibus precisam 1) (ITA – 2012) Todas as opções abaixo estão respalda-
mostrar o status que o transporte público tem das no texto. Assinale a que contém a ideia central.
em uma determinada cidade. A ( ) O transporte público exige medidas técnicas e
Se no entorno do ponto de ônibus, a cal- administrativas, além de cuidado com a paisagem urbana.
10 çada está esburacada, há sujeira e a escuri- B ( ) As pessoas contrárias à instalação da estação do
dão afugenta metrô são movidas por preconceito.
pessoas à noite, é normal que moradores não C ( ) Os paulistanos constroem o espaço onde vivem
queiram a chegada do transporte de massa. de modo a se isolarem das adversidades sociais.
A instalação de linhas de monotrilho ou de D ( ) As experiências de transporte público de outras
corredores de ônibus precisa vitaminar uma cidades poderiam ser adotadas em São Paulo.
área, não E ( ) A instalação de linhas de ônibus e de metrô deve
propiciar o desenvolvimento da área em que se encontram.
destruí-la.
Quando as grades da Nove de Julho fo- 2) (ITA – 2012) O fato de parte de moradores de Higie-
ram retiradas, a avenida ficou menos tétrica, nópolis recusar a instalação de uma nova estação de metrô
quase bonita. Quando o corredor da Rebou- na avenida Angélica é justificável, uma vez que
15 ças fez pontos muito modestos, que acumu- A ( ) o isolamento em condomínios fechados é prefe-
lam diversos ônibus sem dar vazão a desem- rível para eles.
barques, a imagem do engarrafamento e da B ( ) o poder público não desmentiu a possível degra-
dação do espaço público com a instalação do metrô.
bagunça vira um desastre de relações públi-
C ( ) a chegada de transporte de massas não traria
cas. melhoria para a região.
D ( ) não há público para o uso dessa linha de metrô.
E ( ) eles usam mais seus carros e não necessitam do
metrô.

252
LÍNGUA PORTUGUESA

3) (ITA – 2012) Leia os seguintes enunciados: usados para atribuir relação de causa e efeito entre dois ou
I. Partindo de um fato noticioso – a reação de morado- mais segmentos. Isso ocorre nas opções abaixo, EXCETO
res diante da intenção da Prefeitura de São Paulo em cons- em
truir uma estação do metrô na Avenida Angélica –, o autor A ( ) [...] a abertura de uma estação de metrô na ave-
questiona a eficiência do transporte público na cidade. nida Angélica traria “gente diferenciada” ao bairro. (linhas
II. Para o autor, a valorização do transporte coletivo ur- 1 e 2)
bano está atrelada a aspectos estruturais e arquitetônicos B ( ) [...] a escuridão afugenta pessoas à noite [...]. (li-
das estações de metrô e pontos de ônibus. nhas 12 e 13)
III. A informação sobre o número de habitantes da ci- C ( ) A instalação de linhas de monotrilho ou de corre-
dade de Istambul e a comparação do Brasil com a Turquia dores de ônibus precisa vitaminar uma área [...]. (linha 14)
permitem que o leitor avalie a possibilidade de iniciativas D ( ) Quando as grades da Nove de Julho foram retira-
para a melhoria do transporte coletivo em São Paulo. das, a avenida ficou menos tétrica [...]. (linha 16)
Está correto o que se afirma apenas em E ( ) [...] a imagem do engarrafamento e da bagunça
A ( ) I e II. vira um desastre de relações públicas. (linha 18 e 19)
B ( ) I e III.
C ( ) II. 8) (ITA – 2012) A possível instalação de uma estação do
D ( ) II e III. metrô na avenida Angélica e a reação por parte de morado-
E ( ) III. res de Higienópolis gerou muita polêmica e manifestações,
que foram veiculadas na mídia impressa e virtual. Assinale a
4) (ITA – 2012) Assinale a opção que NÃO se pode opção, cuja manifestação NÃO constitui uma ironia.
pressupor do texto. A ( ) “Só ando de metrô em Paris, Nova York e Londres”
A ( ) O transporte de massas em São Paulo pode de- (cartaz que integrava uma manifestação contra a mudan-
gradar a paisagem urbana. ça da futura estação do metrô da avenida Angélica para a
B ( ) Os pontos de ônibus do corredor da Rebouças avenida Pacaembu).
dificultam o trânsito. B ( ) “Nós queremos o metrô sim. Mas ele tem que ser
C ( ) Em Istambul, as estações de monotrilho não redu- condizente com o nível do bairro. Portanto, exigimos uma
ziram os espaços para os carros. ligação direta com Alphaville, Morumbi e Veneza, na Itália.”
D ( ) Numa cidade de 16 milhões de habitantes em um (frase de um participante de uma manifestação contra a
país emergente não se espera o cuidado com os abrigos, mudança da futura estação do metrô da avenida Angélica
bancos e iluminação. para a avenida Pacaembu).
E ( ) A criação de corredores de ônibus bem asfaltados C ( ) “É tão fácil resolver problema, gente: faz uma
e servidos por diversas linhas é condição necessária, mas entrada social e uma de serviço.” (Luísa Tieppo, no Twitter)
não suficiente. D ( ) “Eu não uso metrô e não usaria. Isso vai acabar
com a tradição do bairro. Você já viu o tipo de gente que
5) (ITA – 2012) No texto, o segmento que NÃO expres- fica ao redor das estações do metrô? Drogados, mendigos,
sa uma avaliação do autor é uma gente diferenciada.” (moradora de Higienópolis, em
A ( ) [...] à parte o gosto exacerbado dos paulistanos reportagem da Folha, 13/08/2010).
por levantar muros. (linha 5) E ( ) “Não se esqueçam dos sacos de lixo. Somos dife-
B ( ) [...] a avenida ficou menos tétrica, quase bonita. renciados, mas somos limpinhos” (convite virtual divulgado
(linha 16) no Facebook para o “Churrascão da Gente Diferenciada”,
C ( ) [...] a imagem do engarrafamento e da bagunça uma manifestação contra a mudança da futura estação do
vira um desastre de relações públicas. (linhas 18 e 19) metrô da avenida Angélica para a avenida Pacaembu).
D ( ) Em Istambul, monotrilhos foram instalados no
nível da rua, como os “trams” das cidades alemãs e suíças.
(linhas 20 e 21)
E ( ) Se forem como os antigos bondes, ótimo. (linha
27)

6) (ITA – 2012) No texto, “gente diferenciada” é equi-


valente a
A ( ) Brasil real. (linha 6)
B ( ) poder público. (linha 6)
C ( ) relações públicas. (linhas 18 e 19)
D ( ) motoristas. (linha 24)
E ( ) moradores. (linha 28)

7) (ITA – 2012) Em sentido amplo, a relação de causa e


efeito nem sempre é estabelecida por conectores (porque,
visto que, já que, pois etc). Outros recursos também são

253
LÍNGUA PORTUGUESA

9) (ITA – 2012) Considere as correlações entre o Texto 1 e a tirinha expostas abaixo.

http://novacharges.wordpress.com

I. O personagem que fala tem uma postura semelhante à de parte de moradores de Higienópolis em relação às pessoas
que representariam a “gente diferenciada”.
II. Os personagens que se encontram fora do carro no segundo quadro corresponderiam à “gente diferenciada” a que
se refere parte dos moradores de Higienópolis.
III. No segundo quadro, o carro seria comparável aos muros e fortalezas que separam parte dos moradores de Higie-
nópolis do “Brasil real”.
Estão corretas:
A ( ) I e II, apenas.
B ( ) I e III, apenas.
C ( ) II, apenas.
D ( ) II e III, apenas.
E ( ) todas.

As questões de 10 a 14 referem-se ao seguinte texto:

TEXTO 2

01 Gosto de olhar as capas das revistas


populares no supermercado nestes tempos
de corrida do ouro da classe C. A classe C é
uma versão sem neve e de biquíni do Yukon
do tio Patinhas quando jovem pato. Lembro
do futuro milionário disneyano enfrentando a
nevasca paraobter suas primeiras patacas.
Era preciso conquistar aquele território com
a mesma sofreguidão com que se busca,
agora, fincar a bandeira do consumo
05 no seio dos emergentes brasileiros.
Em termos jornalísticos, é sempre aquela
concepção de não oferecer o biscoito fino
para a massa. É preciso dar o que a classe
C quer ler – ou o que se convencionou a
pensar que ela quer ler. Daí as políticas de
didatismo nas redações, com o objetivo
de deixar o texto mastigado para o leitor
e tornar estanque a informação dada ali.
Como se não fosse interessante que, ao não
compreender algo, ele fosse beber em

254
LÍNGUA PORTUGUESA

10 outras fontes. Hoje, com a Internet, é facílimo, 30 quer realmente ler estas revistas? A
está ao alcance da vista de quase todo vendagem delas é razoável, mas nada
mundo. impressionante. São todas inspiradas nas
Outro aspecto é seguir ao pé da letra o que revistas populares inglesas, cuja campeã é a
dizem as pesquisas na hora de confeccionar “Take a Break”. A fórmula é a mesmade uma
uma revista popular. Tomemos como “Sou + Eu”: dietas, histórias reais de sucesso
exemplo a pesquisa feita por uma grande ou escabrosas e distribuição de prêmios.
editora sobre “a mulher da classe C” ou Além deste tipo de abordagem também
“nova classe média”. Lá, ficamos sabendo fazem sucesso as publicações de fofocas de
que: a mulher da classe C vai consumir cada celebridades ou sobre programas de TV –
vez mais artigos de decoração e vai investir aqui, as novelas.
na reforma de casa; que ela gasta muito 35 Sei que deve ser utopia, mas gostaria
com beleza, sobretudo o cabelo; que est de ver publicações para a classe C que
15 preocupada com a alimentação; e que ensinassem as pessoas a se alimentar melhor,
quer ascender social e profissionalmente. que mostrassem como a obesidade anda
É com base nestes números que a editora perigosa no Brasil porque se come mal.
oferece o produto – a revista – ao mercado Atacando, inclusive, refrigerantes, redes de
de anunciantes. Normal. fast food e guloseimas, sem se preocupar
Mas no que se transformam, para o em perder anunciantes. Que priorizassem
leitor, estes dados? Preocupação com não as dietas, mas a educação alimentar
alimentação? Dietas amalucadas? A e a importância de fazer exercícios e de
principal chamada de capa destas revistas levar uma vida saudável. Gostaria de ver
é alguma coisa esdrúxula como: “perdi 30 kg reportagens ensinando as mulheres da classe
com fibras naturais”, “sequei 22 quilos com C a se sentirem bem com seu
cápsulas de centelha asiática”, “emagreci
27 kg com florais de Bach e 40 próprio cabelo, muitas vezes cacheado, em
20 colágeno”, “fiquei magra com a dieta da vez de simplesmente copiarem as famosas.
aveia” ou “perdi 20 quilos só comendo Que mostrassem como é possível se vestir
linhaça”. Pelo amor de Deus, quem é que bem gastando pouco, sem se importar com
vai passar o dia comendo linhaça? Estão marcas.
confundindo a classe C com passarinho, só Gostaria de ler reportagens nas revistas
pode. para a classe C alertando os pais para que
Quer reformar a casa? Nada de dicas vejam menos televisão e convivam mais com
de decoração baratas e de bom gosto. O os filhos. Que falassem da necessidade de
objetivo é ensinar como tomar empréstimo tirar as crianças do computador e de levá-las
e comprar móveis em parcelas. Ou então para passear ao ar livre. Que tivessem dicas
alguma coisa “criativa” que ninguém vai de livros, notícias sobre o mundo, ciências,
fazer, tipo uma parede toda de filtros de café artes –é
usados. Juro que li isso. A parte de ascensão 45 possível transformar tudo isso em informação
profissional vem em matérias acessível e não apenas para conhecedores,
25 como “fiquei famosa vendendo bombons como se a cultura fosse patrimônio das
de chocolate feitos em casa” ou “lucro 2500 classes A e B. Gostaria, enfim, de ver revistas
reais por mês com meus doces”. Falar das populares que fossem feitas para ler de
possibilidades de voltar a estudar, de ter uma verdade, e que fizessem refletir. Mas a quem
carreira ou se especializar para ser promovido interessa que a classe C tenha suas próprias
no trabalho? Nada. Dicas culturais de leitura, ideias? (Cynara Menezes, 15/07/2011, em:
filmes, música, então, nem pensar. http://www.cartacapital.com.br/politica/o-
Cada vez que vejo pesquisas dizendo que que-quer-a-classe-c)
a mídia impressa está em baixa penso nestas
revistas. A internet oferece grátis à classe C 10) (ITA – 2012) Embora todas as opções estejam res-
um cardápio ainda pobre, mas bem mais paldadas no texto, a crítica mais abrangente da autora às
farto. Será que a nova classe média revistas dirigidas às mulheres da classe C deve-se ao fato
de tais revistas
A ( ) sugerirem dietas amalucadas.
B ( ) fornecerem soluções equivocadas para os anseios
das mulheres da classe C.
C ( ) levarem muito a sério as pesquisas sobre as mu-
lheres da classe C.

255
LÍNGUA PORTUGUESA

D ( ) sugerirem às possíveis leitoras terem seus pró- As questões 15 e 16 referem-se ao poema abaixo,
prios negócios. de Oswald de Andrade, que integra o romance Memó-
E ( ) terem como principal preocupação o consumo. rias sentimentais de João Miramar.

11) (ITA – 2012) Para a autora, um bom texto é aquele Verbo cracker
que
I. explicita ao máximo as informações para o leitor. Eu empobreço de repente
II. leva o leitor a procurar outras fontes de informação. Tu enriqueces por minha causa
III. possibilita a reflexão do leitor. Ele azula para o sertão
IV. necessita de pouco tempo para ser lido e com- Nós entramos em concordata
preendido. Vós protestais por preferência
Está correto o que se afirma apenas em Eles escafedem a massa
A ( ) I e II.
Sê pirata
B ( ) I e III.
Sede trouxa
C ( ) II e III.
D ( ) II e IV.
Abrindo o pala
E ( ) III e IV. Pessoal sarado.
Oxalá que eu tivesse sabido que esse verbo era irre-
12) (ITA – 2012) Das opções abaixo, a única que NÃO gular
apresenta linguagem informal é
A ( ) Hoje, com a Internet, é facílimo, está ao alcance da Azula: foge
vista de quase todo mundo. (linha 10) Abrindo o pala: escapando
B ( ) [...] a editora oferece o produto – a revista – ao Sarado: valentão, abusado
mercado de anunciantes. Normal. (linha 16) 15) (ITA – 2012) Com base no poema, a única opção
C ( ) Estão confundindo a classe C com passarinho, só que NÃO contempla a proposta modernista é
pode. (linha 21) A ( ) o escape da visão lírico-amorosa.
D ( ) [...] tipo uma parede toda de filtros de café usa- B ( ) a apresentação de problemas existenciais.
dos. [...]. (linhas 23 e 24) C ( ) a inovação da linguagem literária.
E ( ) Dicas culturais de leitura, filmes, música, então, D ( ) a apresentação de problemas sociais.
nem pensar. (linha 27) E ( ) a ironia ao sistema econômico-social.

13) (ITA – 2012) Considere as seguintes afirmações re- 16) (ITA – 2012) O título do poema “Crackar”, relacio-
lativas a aspectos sintático-semânticos do texto nado ao romance,
I. A chamada “perdi 20 quilos só comendo linhaça” foi I. revela o comportamento do personagem.
interpretada como “perdi 20 quilos comendo só linhaça”. II. é próprio do contexto sócio-econômico da época.
II. Nos dois últimos parágrafos, há recorrência de pe- III. afeta diretamente a vida do personagem.
ríodos fragmentados em que faltam as orações principais.
III. Devido à estrutura da frase “Que mostrassem como Está correto o que se afirma em
é possível se vestir bem gastando pouco, sem se importar A ( ) I e II, apenas.
com marcas”, o segundo período ficaria melhor se fosse B ( ) II, apenas.
C ( ) II e III, apenas.
assim: “sem se importassem com marcas”.
D ( ) III, apenas.
E ( ) todas.
Está correto o que se afirma apenas em
A ( ) I.
B ( ) I e II.
C ( ) II.
D ( ) II e III.
E ( ) III.

14) (ITA – 2012) Os Textos 1 e 2 dialogam, por abor-


darem
A ( ) a alienação da população em geral.
B ( ) o descaso dos mais ricos pelos mais pobres.
C ( ) questões que envolvem classes sociais.
D ( ) a passividade dos mais pobres.
E ( ) a convivência entre as pessoas de diferentes es-
tratos sociais.

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LÍNGUA PORTUGUESA

17) (ITA – 2012) O texto abaixo é o início da obra As questões 18 e 19 referem-se ao texto abaixo, ex-
Dom Casmurro, de Machado de Assis. traído de O Guarani, de José de Alencar.

1 Uma noite dessas, vindo da cidade 1 De um dos cabeços da Serra dos Órgãos
para o Engenho Novo, encontrei no trem desliza um fio de água que se dirige para
da Central um rapaz aqui do bairro, o norte, e engrossado com os mananciais,
que eu conheço de vista e de chapéu. que recebe no seu curso de dez léguas,
Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de torna-se rio caudal.
mim, falou da lua e dos ministros, e acabou É o Paquequer: saltando de cascata
recitando-me versos. A viagem era curta, em cascata, enroscando-se como uma
e os versos pode ser que não fossem serpente, vai depois se espreguiçar na
inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, várzea e embeber no Paraíba, que rola
como eu estava cansado, fechei os olhos majestosamente em seu vasto leito.
três ou quatro vezes; tanto 5 Dir-se-ia que, vassalo e tributário desse
5 bastou para que ele interrompesse a leitura rei das águas, o pequeno rio, altivo e
e metesse os versos no bolso. sobranceiro contra os rochedos, curva-se
[...] No dia seguinte entrou a dizer de humildemente aos pés do suserano. Perde
mim nomes feios, e acabou alcunhando- então a beleza selvática; suas ondas são
me Dom Casmurro. Os vizinhos, que não calmas e serenas como as de um lago,
gostam dos meus hábitos reclusos e e não se revoltam contra os barcos e as
calados, deram curso à alcunha, que afinal canoas que resvalam sobre elas: escravo
pegou. submisso, sofre o látego* do senhor.
[...] Não consultes dicionários. Não é neste lugar que ele deve ser visto;
Casmurronão está aqui no sentido que eles sim três ou quatro léguas acima de sua foz,
lhe dão, mas no que lhe pôs o onde é livre ainda, como o filho indômito
vulgo de homem calado e metido consigo. desta pátria da liberdade.
Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos 10 Aí, Paquequer lança-se rápido sobre
de fidalgo.Tudo por o seu leito, e atravessa as florestas como o
10 estar cochilando! Também não achei tapir, espumando, deixando o pelo esparso
melhor título para a minha narração; se pelas pontas do rochedo, e enchendo a
não tiver outro daqui até ao fim do livro, vai solidão com o estampido de sua carreira.
este mesmo. De repente, falta-lhe o espaço, foge-lhe
a terra; o soberbo rio recua um momento
Considere as afirmações abaixo referentes ao trecho, para concentrar as suas forças, e precipita-
articuladas ao romance: se de um só arremesso, como o tigre sobre
I. O narrador já apresenta seu estilo irônico de narrar. a presa. (José de Alencar. O Guarani.) (*)
II. O narrador assume uma alcunha que o caracteriza ao látego: chicote
longo do enredo.
III. Os eventos narrados no trecho inicial desencadeiam 18) (ITA – 2012) O trecho anterior, relacionado ao en-
o conflito central da obra. redo do romance, cria um cenário que prepara o leitor para
IV. O título Dom Casmurro não caracteriza adequada- o conflito entre:
mente o personagem Bentinho. A ( ) espécies do mundo natural.
B ( ) nativos e a natureza.
Estão corretas apenas C ( ) índios e escravos.
A ( ) I e II. D ( ) tribos indígenas.
E ( ) colonizador e nativos.
B ( ) I e III.
C ( ) II e III. 19) (ITA – 2012) No contexto da obra, a personificação
D ( ) II e IV. da natureza
E ( ) III e IV. I. descreve um cenário fiel ao ambiente natural.
II. exibe a grandiosidade da natureza do país.
III. antecipa as características determinantes dos dois
protagonistas masculinos.
Está correto o que se afirma apenas em
A ( ) I.
B ( ) I e II.
C ( ) I e III.
D ( ) II.
E ( ) II e III.

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LÍNGUA PORTUGUESA

20) (ITA – 2012) Considere o poema ao lado, de Ana 10 Conheço ainda como a tecnologia é capaz de
Cristina César (1952-1983). criar empregos. Vivo há 15 anos num meio que
disputa engenheiros e técnicos a tapa, digo, a
dólares. O que acontece aí no Brasil, nessa área,
acontece igualzinho no Vale do Silício: empresas
tentando arrancar talentos umas das outras.
Aqui, muitos decidem tentar a sorte abrindo sua
própria
sttart-up, em vez de encher o bolso do patrão.
Estou rodeada também de investidores
querendo fazer apostas para... oltar a encher os
bolsos ainda mais.
Mas queria falar hoje de outro tipo de
escravidão tecnológica. Não dos que dormiram
na rua sob chuva para comprar o novo iPhone
4S... Quero reclamar de quanto nós estamos
tendo de trabalhar de graça para os sistemas,
cada vez que tentamos nos mover na Internet.
Isso é escravidão – e odeio isso.
O título do poema está relacionado ao eu-lírico por um
conflito de natureza 15 Outro dia, fiz aniversário e fui reservar uma
A ( ) amorosa. mesa num restaurante bacana da cidade. Achei
B ( ) social. o sitedo restaurante, ndo, e pareceu fácil de
C ( ) física. reservar on-line. Call onOpenTable, sistema
D ( ) existencial. bastante usado e eficaz por aqui. Escolhi dia,
E ( ) imaginária. hora, informei número de pessoas e, claro, tive
de dar meu nome, e-mail e telefone.
ITA 2013 Dois dias antes da data marcada, precisei
mudar o número de participantes, pois tive
As questões 21 a 26 referem-se ao Texto 1. confirmação de mais pessoas. Entrei no site, mas
aí nem o site nem o OpenTable podiam modificar
a reserva on-line, pela proximidade do antar. A
01 Não, não vou falar das fábricas que atraem recomendação era... telefonar ao restaurante!
trabalhadores honestos e os tratam de forma Humm... Telefonei. Secretária eletrônica. Deixei
desumana. Cada vez que um produto informa recado.
orgulhoso que foi desenhado na Califórnia e
fabricado na China, sinto um arrepio na espinha. 20 No dia seguinte um funcionário do restaurante
Conheço e amo essas duas partes do mundo. me ligou, confirmando ter ouvido o recado
e tudo certo com o novo tamanho da mesa.
05 Também conheço a capacidade de a Incrível! Que felicidade ouvir um ser humano
tecnologia eliminar empregos. Parece o sonho de verdade me dando a resposta que eu queria
de todo patrão: muita margem de lucro e ouvir! Hoje, tentando dar conta da leitura dos
poucos empregados. Se possível, nenhum! Tudo vários e-mailsque recebo, tentando arduamente
terceiro! não perder os relevantes, os imprescindíveis,
os dos amigos, os da família e os dos leitores,
recebi um do OpenTable.
25 Queriam que avaliasse minha experiência no
restaurante. Tudo bem, concordo que rankingde
público é coisa gal. Mas posso dizer outra coisa?

Não tenho tempo de ficar entrando em sites e


preenchendo questionários de avaliação de cada
refeição, produto e serviço que usufruo na vida!
Simples assim! Sem falar que é chato! Ainda
mais agora que os crescentes intermediários
eletrônicos se metem no jogo entre o cliente e
o fornecedor

258
LÍNGUA PORTUGUESA

30 Quando o garçom ou o “maitre” perguntam 23) (ITA – 2013) Assinale a opção em que o trecho
se a comida está boa, você fica contente em res- NÃO apresenta uma interpretação subjetiva da autora.
ponder, até porque A ( ) Parece o sonho de todo patrão: muita margem de
lucro e poucos empregados. (linhas 4 e 5)
les podem substituir o prato se você não B ( ) Isso é escravidão – e odeio isso. (linha 13)
estiver gostando. Mas quando um terceiro se C ( ) Dois dias antes da data marcada, precisei mudar
mete nessa relação sem ser chamado, pode o número de participantes, pois tive a confirmação de mais
ser excessivo e desagradável. Parece que pessoas. (linhas 17 e 18)
todas as empresas do mundo decidiram que, D ( ) Tudo bem, concordo que ranking de público é
além de exigir informações cadastrais, logins e coisa legal. (linhas 26 e 27)
senhas, e empurrar goela abaixo seus sistemas E ( ) Mas quando um terceiro se mete nessa relação
automáticos de atendimento, tenho agora de sem ser chamado, pode ser excessivo e desagradável. (li-
preencher fichas pós-venda eletronicamente, nhas 32 e 33)
de modo que as estatísticas saiam prontas e
baratinhas para 24) (ITA – 2013) Assinale a opção em que no trecho
estes do outro lado da tela, à custa do meu selecionado NÃO se evidencia o recurso à linguagem fi-
precioso tempo! gurada.
35 Por que o OpenTable tem de perguntar de A ( ) Também conheço a capacidade de a tecnologia
novo o que achei da comida? Eu sei. Porque eliminar empregos. (linha 4)
para o OpenTable essa informação tem um B ( ) Vivo há 15 anos num meio que disputa engenhei-
valor diferente. Não contente em fazer reservas, ros e técnicos a tapa, digo, a dólares. (linhas 6 e 7)
quis invadir a praia do Yelp, o grande guialocal C ( ) Aqui, muitos decidem tentar a sorte abrindo sua
que lista e traz avaliações dos clientes para própria start-up, em vez de encher o bolso do patrão. (li-
tudo quanto é tipo de serviço, a começar pelos nhas 8 e 9)
restaurantes. D ( ) Parece que todas as empresas do mundo decidi-
O Yelp, por sua vez, invadiu a praia do ram que, além de exigir informações cadastrais, logins e se-
Zagat (recém-comprado pelo Google), nhas, e empurrar goela abaixo seus sistemas automáticos
tradicionalíssimo guia (em papel) e restaurantes, de atendimento, [...]. (linhas 33 a 35)
que, por décadas, foi alimentado pelas avaliações E ( ) Não contente em fazer reservas, quis invadir a
dos leitores, via correio. praia do Yelp, o grande guia local que lista e traz avaliações
40 As relações cliente-fornecedor estão dos clientes para tudo quanto é tipo de serviço, a começar
mudando. Não faltarão “redutores” de custos e pelos restaurantes. (linhas 38 e 39)
atravessadores on-line.(Marion Strecker. Folha 25) (ITA – 2013) Em diversos momentos do texto, a
de S. Paulo, 20/10/2011. Texto adaptado.) autora dialoga com o leitor, antecipando possíveis reações
( * ) dele. Assinale a opção em que no trecho selecionado NÃO
há essa antecipação.
21) (ITA – 2013) Embora todas as afirmações abaixo A ( ) Não, não vou falar das fábricas que atraem traba-
estejam respaldadas no texto, o foco da crítica está lhadores honestos e os tratam de forma desumana. (linha
A ( ) na venda de produtos e serviços por meio de 1)
empresas virtuais. B ( ) Não dos que dormiram na rua sob chuva para
B ( ) no consumo das pessoas em empresas virtuais comprar o novo iPhone 4S... (linhas 11 e 12)
atualmente. C ( ) Mas posso dizer outra coisa? (linha 27)
C ( ) na intermediação da Internet nas relações consu-
midores e empresas. D ( ) Eu sei. Porque para o OpenTable essa informação
D ( ) nas pessoas que se deixam explorar pelas empre- tem um valor diferente. (linhas 37 e 38)
sas virtuais. E ( ) As relações cliente-fornecedor estão mudando.
E ( ) nas pesquisas de opinião que consumidores fa- (linha 43)
zem gratuitamente para as empresas virtuais.
26) (ITA – 2013) No trecho “Porque para o OpenTable
22) (ITA – 2013) O aspecto da noção de sistema critica-
do no texto diz respeito essa informação tem um valor diferente.” (linhas 37 e 38), o
A ( ) à fabricação de produtos tecnológicos em mais segmento grifado refere-se
de um país. A ( ) à opinião do consumidor sobre a comida.
B ( ) ao uso de mecanismos computacionais para co- B ( ) ao trabalho de fazer reservas.
lher informações dos consumidores. C ( ) às avaliações dos restaurantes.
C ( ) aos mecanismos eletrônicos para fazer reservas. D ( ) às avaliações de todo tipo de serviço.
D ( ) à forma como foram elaborados os guias Yelp e
E ( ) às fichas pós-venda eletrônicas.
Zagat.
E ( ) à terceirização da fabricação de produtos e da
prestação de serviços.

259
LÍNGUA PORTUGUESA

As questões 27 a 29 referem-se ao Texto 2. III. por empresas pode ser danosa se as pessoas não
souberem para que são usadas.
Texto 2 Está(ão) correta(s) apenas:
Trecho de uma entrevista com o escritor canadense A ( ) I.
Don Tapscott. B ( ) I e III.
Jornalista:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ C ( ) II.
________________________ D ( ) II e III.
Don Tapscott: Quando falamos em informação livre, E ( ) III.
em transparência, falamos de governos, de empresas, não do
28) (ITA – 2013) Assinale a opção que apresenta a me-
ser humano comum. As pessoas não têm obrigação de expor
lhor pergunta do jornalista (1ª linha do texto) para a res-
seus dados, seus gostos. Ao contrário, elas têm a obrigação posta do entrevistado.
de manter a privacidade. Porque a garantia da privacidade é A ( ) Qual sua opinião sobre o uso que as empresas
um dos pilares de nossa sociedade. Mas vivemos num mundo fazem da Internet?
em que as informações pessoais circulam, e essas informações B ( ) O senhor vê grandes mudanças na comunicação
formam um ser virtual. Muitas vezes, esse ser virtual tem mais hoje, após o advento da Internet?
dados sobre você do que você mesmo. Exemplo: você pode C ( ) Qual sua opinião sobre o comportamento dos
não lembrar o que comprou há um ano, o que comeu ou que jovens hoje na Internet?
filme viu há um ano. Mas a empresa de cartão de crédito sabe, D ( ) Hoje, quando tanto se fala de troca de informa-
o Facebook pode saber. Muitas pessoas defendem toda essa ções on-line, como fica a questão da privacidade?
abertura, mas isso pode ser muito perigoso por uma série de E ( ) Atualmente, por que os governos precisam de
razões. Há muitos agentes do mal por aí, pessoas que podem tantas informações sobre as pessoas comuns?
coletar informações a seu respeito para prejudicá-lo. Muitas
vezes somos nós que oferecemos essa informação. Por exem- 29) (ITA – 2013) Na resposta de Don Tapscott para a
plo, 20% dos adolescentes nos Estados Unidos enviam para segunda pergunta, uma forma típica da linguagem oral,
as namoradas ou namorados fotos em que aparecem nus. cujo uso NÃO é recomendado para textos escritos formais
Quando uma menina de 14 anos faz isso, ela não tem ideia de é:
I. a troca de pronome da primeira para a segunda pes-
onde vai parar essa imagem. O namorado pode estar mal-in-
soa do singular.
tencionado ou ser ingênuo e compartilhar a foto.
II. a forma do pronome relativo em “sobre a qual”.
Jornalista: E as informações que não fornecemos, mas que
III. o emprego do pronome pessoal oblíquo em “mani-
coletam sobre nós por meio da visita a websitesou pelo con-
pulá-lo” e “motivá-lo”.
sumo?
Está(ão) correta(s) apenas:
Don Tapscott: Há dois grandes problemas. Um é o que
A ( ) I.
chamo de Big Brother 2.0, que é diferente daquela ideia de
ser filmado o tempo todo por um governo. Esse Big Brother B ( ) I e II.
2.0 é a coleta sistemática de informações feita pelos gover- C ( ) I e III.
nos. O segundo problema é o «little brother» – as empresas D ( ) II.
que também coletam informações a nosso respeito por ra- E ( ) II e III.
zões econômicas, para definir nosso perfil e nos bombardear
com publicidade. Muitas empresas, como o Facebook, que- 30) (ITA – 2013) Os Textos 1 (Escravos da tecnologia)
rem é que a gente forneça mais e mais informações sobre nós e 2 (trecho de uma entrevista com Don Tapscott) têm em
mesmos porque isso tem valor. Às vezes, isso pode até ser comum:
vantajoso. Se eu, de fato, estiver procurando um carro, seria A ( ) a crítica à exposição da privacidade dos usuários
ótimo receber publicidade de carros diretamente. Mas e se da Internet pelas empresas.
essas empresas tentarem manipulá-lo? Podem usar sofistica- B ( ) as avaliações da autora (Texto 1) e do entrevistado
dos instrumentos de psicologia para motivá-lo a fazer alguma (Texto 2) em relação ao uso atual da Internet.
coisa sobre a qual você nem estava pensando.
C ( ) o apontamento de mais aspectos positivos que
Jornalista: O que podemos fazer para evitar isso?
Don Tapscott: Precisamos de mais leis sobre como essas negativos no uso da Internet.
informações são usadas. É necessário ficar claro que os dados D ( ) a crítica ao fornecimento voluntário de dados por
coletados serão usados apenas para um propósito específi- usuários da Internet para as empresas.
co e que esse conjunto de dados não pode ser vendido para E ( ) a ingenuidade dos internautas quanto ao forneci-
outros sem a sua permissão. (Folha de S. Paulo, 12/07/2012. mento de informações.
Texto adaptado.)
As questões 31 e 32 referem-se ao Texto 3.
27) (ITA – 2013) Para o entrevistado, a coleta de infor-
mações Texto 3
I. por indivíduos pode ser prejudicial às pessoas. Edison não conseguia se concentrar de jeito nenhum.
II. pelo “little brother” é mais danosa do que a pelo Big Tinha sempre dois ou três empregos e passava o dia indo
Brother 2.0. de um para outro. Adorava trocar mensagens, e se acostu-

260
LÍNGUA PORTUGUESA

mou a escrever recados curtos e constantes, às vezes para O spam remete às mensagens não-solicitadas envia-
mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Apesar de ser um das em massa, geralmente utilizadas para fins comerciais, e
cara mais inteligente do que a média, sofria quando pre- pode de fato prejudicar consideravelmente a produtivida-
cisava ler um livro inteiro. Para completar, comia rápido e de no ambiente de trabalho.
dormia pouco – e não conseguia se dedicar ao casamen- Um relatório da Symantec, empresa de segurança vir-
to conturbado, por falta de tempo. Se identificou? Claro, tual, mostra que o Brasil é o segundo maior emissor de
quem não tem esses problemas? Passar horas no twitter spamdo mundo, com geração de 10% de todo o fluxo de
ou no celular, correr de um lado para o outro e ter pouco mensagens indesejadas na rede mundial de computado-
tempo disponível para tantas coisas que você tem que fa- res. Os campeões são os norte-americanos, com 26%. [...]
zer são dramas que todo mundo enfrenta. Mas esse não é (Rodrigo Capelo. http://www.vocecommaistempo.com.br.
um mal do nosso tempo. O rapaz da história aí em cima era Acesso em: 23/09/2012. Texto adaptado.)
ninguém menos que Thomas Edison, o inventor da lâm-
pada. A década era a de 1870 e o aparelho que ele usava 33) (ITA – 2013) Um título que contempla o conteúdo
para mandar e receber mensagens, um telégrafo. O relato, abordado no texto é:
que está em uma edição de 1910 do jornal New York Times, A ( ) Spam: Estados Unidos e Brasil lideram o ranking.
conta que quando Edison finalmente percebeu que seu B ( ) Spam: preocupação de empresas europeias.
problema era falta de concentração, parou tudo. Se fechou C ( ) Spam: perda de tempo e prejuízos financeiros.
em seu escritório e se focou em um problema de cada vez. D ( ) Spam: praga da modernidade.
A partir daí, produziu e patenteou mais de 2 mil invenções. E ( ) Spam: nova forma de propaganda.
[...] (Gisela Blanco. Superinteressante, julho/2012)
34) (ITA – 2013) A expressão “apesar de simplória” no
31) (ITA – 2013) O tema desse texto é: segundo parágrafo pode ser substituída por
A ( ) o modo de viver de um cientista durante parte A ( ) embora efêmera.
de sua vida. B ( ) no entanto fácil.
B ( ) a dispersão de um cientista.
C ( ) não obstante comum.
C ( ) a criatividade de um grande gênio da ciência.
D ( ) ainda que pouco complexa.
D ( ) a falta de tempo das pessoas.
E ( ) todavia rápida.
E ( ) a dificuldade de concentração de pessoas ao lon-
35) (ITA – 2013) O conto Missa do galo, de Machado
go dos tempos.
de Assis, relata uma conversa do narrador, Sr. Nogueira,
32) (ITA – 2013) O emprego da vírgula no trecho, “A
década era a de 1870 e o aparelho que ele usava para man- um jovem de 17 anos, com Conceição, de 30 anos, mulher
dar e receber mensagens, um telégrafo.”, é semelhante em: do escrivão Meneses, um distante parente seu. O narrador,
A ( ) Para quem busca uma diversão na tarde de do- de Mangaratiba (RJ), hospedou-se durante alguns meses
mingo, este filme é o mais recomendado. na casa de Meneses e Conceição, no Rio de Janeiro, a fim
B ( ) Ainda que não sejam os de menor custo, os ali- de estudar na capital. O foco do conto é a incompreensão
mentos orgânicos são os mais indicados pelos nutricionis- do narrador sobre tal conversa com Conceição, momen-
tas. tos antes da missa do galo. O fragmento abaixo expressa
C ( ) O professor de desenho prefere os alunos criati- um dos aspectos que contribuiu para a incompreensão do
vos e o de lógica, os ousados na teoria. narrador.
D ( ) Os testes de QI (Quociente de Inteligência), atual-
mente, são desacreditados por diversas correntes teóricas De costume tinha os gestos demorados e as atitudes
da Psicologia. tranquilas; agora, porém, ergueu-se rapidamente, passou
E ( ) Pôr circuitos eletrônicos em envoltórios é uma para o outro lado da sala e deu alguns passos, entre a ja-
prática comum, conhecida como encapsulamento. nela da rua e a porta do gabinete do marido. Assim, com o
desalinho honesto que trazia, dava-me uma impressão sin-
As questões 33 e 34 referem-se ao Texto 4.
gular. Magra embora, tinha não sei que balanço no andar,
como quem lhe custa levar o corpo; essa feição nunca me
Texto 4
pareceu tão distinta como naquela noite. Parava algumas
Nove em cada dez usuários de Internet recebem spams vezes, examinando um trecho da cortina ou consertando
em seus e-mails corporativos, segundo estudorealizado a posição de algum objeto no aparador; afinal deteve-se,
pela empresa alemã Antispameurope, especializada em ante mim, com a mesa de permeio. Estreito era o círculo
lixo eletrônico virtual. Cada trabalhador perde, em média, das suas ideias; tornou ao espanto de me ver esperar acor-
sete minutos por dia limpando a caixa de mensagens, e dado; eu repeti-lhe o que ela sabia, isto é, que nunca ouvira
essa quebra na produtividade custa € 828 – pouco mais de missa do galo na Corte, e não queria perdê-la.
R$ 2,3 mil – anuais às empresas. Esse aspecto, recorrente no conto, refere-se
Tomando-se como base os números apontados pela A ( ) à movimentação de Conceição na sala.
pesquisa, uma corporação de médio porte, com mil fun- B ( ) às razões da insônia de Conceição.
cionários, perde, portanto, € 828 mil por ano – ou R$ 2,3 C ( ) ao acanhamento de Conceição.
milhões –com esta prática que é considerada, apesar de D ( ) à conversa repetitiva de Conceição.
simplória, uma verdadeira praga da modernidade. E ( ) aos sobressaltos de Conceição

261
LÍNGUA PORTUGUESA

36) (ITA – 2013) As personagens desta obra, que anun- E vejo qui os teus mistero
ciam um movimento literário posterior, são quase carica- Ninguém sabe decifrá.
turas de tipos do estrato socioeconômico médio da socie- A tua beleza é tanta,
dade da época – o mestre de rezas, a cigana, o barbeiro, Qui o poeta canta, canta,
dentre outras. Elas agem conforme as necessidades de E inda fica o qui cantá.
sobrevivência, sem moralismos ou escrúpulos. As perso- [...]
nagens, de certa forma, representam aspectos da cultura
brasileira, entre os quais se destaca o “jeitinho brasileiro”. (Cante lá que eu canto cá. Petrópolis: Vozes, 1982)
Trata-se de: A ( ) um testemunho de quem conhece o ambiente
A ( ) O cortiço, de Aluísio Azevedo. retratado.
B ( ) O Ateneu, de Raul Pompéia. B ( ) humor e ironia numa linguagem simples típica do
C ( ) Macunaíma, de Mário de Andrade. sertanejo.
D ( ) Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel C ( ) uma descrição detalhada do espaço.
Antônio de Almeida. D ( ) a percepção do poeta de que seu canto é a me-
E ( ) Memórias sentimentais de João Miramar, de Os- lhor das interpretações.
E ( ) perceptível distanciamento entre o poeta e o ob-
wald de Andrade.
jeto do seu canto.
37) (ITA – 2013) O poema ao lado traz a seguinte ca-
As questões 39 e 40 referem-se ao texto abaixo.
racterística da escola literária em que se insere:
Miguilim espremia os olhos. Drelina e a Chica riam. To-
Violões que Choram... mezinho tinha ido se esconder.
– Este nosso rapazinho tem a vista curta. Espera aí, Mi-
Cruz e Sousa guilim...
E o senhor tirava os óculos e punha-os em Miguilim,
Ah! plangentes violões dormentes, mornos, com todo o jeito.
soluços ao luar, choros ao vento... – Olha, agora!
Tristes perfis, os mais vagos contornos, Miguilim olhou. Nem não podia acreditar! Tudo era
bocas murmurejantes de lamento. uma claridade, tudo novo e lindo e diferente, as coisas, as
árvores, as caras das pessoas. Via os grãozinhos de areia,
Noites de além, remotas, que eu recordo, a pele da terra, as pedrinhas menores, as formiguinhas
noites de solidão, noites remotas passeando no chão de uma distância. E tonteava. Aqui, ali,
que nos azuis da Fantasia bordo, meu Deus, tanta coisa, tudo... O senhor tinha retirado dele
vou constelando de visões ignotas. os óculos, e Miguilim ainda apontava, falava, contava tudo
como era, comotinha visto. Mãe esteve assim assustada;
Sutis palpitações à luz da lua, mas o senhor dizia que aquilo era do modo mesmo, só que
anseio dos momentos mais saudosos, Miguilim também carecia de usar óculos, dali por diante. O
quando lá choram na deserta rua senhor bebia café com eles. Era o doutor José Lourenço, do
as cordas vivas dos violões chorosos. Curvelo. Tudo podia. Coração de Miguilimbatia descom-
[...] passado, ele careceu de ir lá dentro, contar à Rosa, à Maria
Pretinha, a Mãitina. A Chica veio correndo atrás, mexeu: –
A ( ) tendência à morbidez. “Miguilim, você é piticego...” E ele respondeu: – “Donazi-
B ( ) lirismo sentimental e intimista. nha...”
Quando voltou, o doutor José Lourenço já
C ( ) precisão vocabular e economia verbal.
tinha ido embora. (Guimarães Rosa. Manuelzão e Miguilim.
D ( ) depuração formal e destaque para a sensualidade
“Campo Geral”)
feminina.
Miguilim espremia os olhos. Drelina e a Chica riam. To-
E ( ) registro da realidade através da percepção senso- mezinho tinha ido se esconder.
rial do poeta. – Este nosso rapazinho tem a vista curta. Espera aí, Mi-
guilim...
38) (ITA – 2013) O segmento do poema ao lado apre- E o senhor tirava os óculos e punha-os em Miguilim,
senta com todo o jeito.
Eu e o sertão – Olha, agora!
Miguilim olhou. Nem não podia acreditar! Tudo era
Patativa do Assaré Sertão, uma claridade, tudo novo e lindo e diferente, as coisas, as
árvores, as caras das pessoas. Via os grãozinhos de areia,
Sertão, arguém te cantô a pele da terra, as pedrinhas menores, as formiguinhas
Eu sempre tenho cantado passeando no chão de uma distância. E tonteava. Aqui, ali,
E ainda cantando tô, meu Deus, tanta coisa, tudo... O senhor tinha retirado dele
Pruquê, meu torrão amado, os óculos, e Miguilim ainda apontava, falava, contava tudo
Munto te prezo, te quero como era, comotinha visto. Mãe esteve assim assustada;

262
LÍNGUA PORTUGUESA

mas o senhor dizia que aquilo era do modo mesmo, só que 10 andar habitual de Carlito.
Miguilim também carecia de usar óculos, dali por diante. O O vestuário da personagem –fraquezinho
senhor bebia café com eles. Era o doutor José Lourenço, do humorístico, calças lambazonas, botinas
Curvelo. Tudo podia. Coração de Miguilimbatia descom- escarrapachadas, cartolinha – também se fixou pelo
passado, ele careceu de ir lá dentro, contar à Rosa, à Maria consenso do público.
Pretinha, a Mãitina. A Chica veio correndo atrás, mexeu: – Certa vez que Carlito trocou por outras as botinas
“Miguilim, você é piticego...” E ele respondeu: – “Donazi- escarrapachadas e a clássica cartolinha, o público
nha...” não achou graça: estava desapontado. Chaplin
Quando voltou, o doutor José Lourenço já tinha ido eliminou imediatamente a variante. Sentiu com o
embora. (Guimarães Rosa. Manuelzão e Miguilim. “Campo
Geral”) 15 público que ela destruía a unidade física do tipo.
Podia ser jocosa também, mas não era mais Carlito.
39) (ITA – 2013) A narrativa Note-se que essa indumentária, que vem dos
I. desenvolve-se num universo fantástico, corroborado primeiros filmes do artista, não contém nadade
pela subversão da linguagem. especialmente extravagante. Agrada por não sei
II. não retrata as experiências afetivas entre Miguilim quê de elegante que há no seu ridículo de miséria.
e as outras personagens, pois o foco está nas ações dele. Pode-se dizer que Carlito possui o dandismo do
III. é escrita em terceira pessoa, mas a história é filtrada grotesco.
pela perspectiva do menino Miguilim. Não será exagero afirmar que toda a humanidade
Está(ão) correta(s) viva colaborou nas salas de cinema para a
A ( ) apenas I. 20 realização da personagem de Carlito, como ela
B ( ) apenas I e II. aparece nessas estupendas obras-primas de
C ( ) apenas II. humourque são O Garoto, Ombro Arma, Em Busca
D ( ) apenas III. do Ouro e O Circo.
E ( ) todas. Isto por si só atestaria em Chaplin um extraordinário
dom de discernimento psicológico. Não obstante,
40) (ITA – 2013) Os diminutivos do segmento contri- se não houvesse nele profundidade de pensamen-
buem para criar uma linguagem to, lirismo, ternura, seria levado por esse processo
A ( ) afetada. de criação à vulgaridade dos artistas medíocres que
B ( ) afetiva. condescendem com o fácil gosto do
C ( ) arcaica.
D ( ) objetiva. público.
E ( ) rebuscada. 25 Aqui é que começa a genialidade de Chaplin.
Descendo até o público, não só não se vulgarizou,
ITA 2014 mas ao contrário ganhou maior força de emoção
e de poesia. A sua originalidade extremou-se.
As questões de 01 a 11 referem-se ao Texto 1, de Ma- Ele soube isolar em seus dados pessoais, em sua
nuel Bandeira, publicado em 1937. inteligência e em sua sensibilidade de exceção, os
elementos de irredutível humanidade. Como se diz
TEXTO 1 em linguagem matemática, pôs em evidência o
fator
01 Não há hoje no mundo, em qualquer domínio de 30 comum de todas as expressões humanas. O
atividade artística, um artista cuja arte contenha olhar de Carlito, no filme O Circo, para a brioche
maior universalidade que a de Charles Chaplin. A do menino faz rir a criançada como um gesto de
razão vem de que o tipo de Carlito é uma dessas gulodice engraçada. Para um adulto pode sugerir
criações que, salvo idiossincrasias muito raras, da maneira mais dramática todas as categorias do
interessam e agradam a toda a gente. Como os desejo. A sua arte simplificou-se ao mesmo tempo
heróis das lendas populares ou as personagens das que seaprofundou e alargou. Cada espectador
velhas farsas de mamulengo. pode encontrar nela o que procura: o riso, a crítica,
05 Carlito é popular no sentido mais alto da palavra. o lirismo ou ainda o contrário de tudo isso.
Não saiu completo e definitivo da cabeça de
Chaplin: foi uma criação em que o artista procedeu
por uma sucessão de tentativas e erradas. Chaplin
observava sobre o público o efeito de cada detalhe.
Um dos traços mais característicos da pessoa física
de Carlito foi achado casual. Chaplin certa vez
lembrou-se de arremedar a marcha desgovernada
de um tabético. O público riu: estava fixado o

263
LÍNGUA PORTUGUESA

35 Essas reflexões me acudiram ao espírito ao ler 60 um ajuntamento se forma nos filmes, os transeuntes
umas linhas da entrevista fornecida a Florent Fels vão parando e acercando-se do grupo com um
pelo pintor Pascin, búlgaro naturalizado americano. ar de curiosidade interesseira. Todos têm uma
Pascin não gosta de Carlito e explicou que uma fita fisionomia preocupada. Carlito é o único que está
de Carlito nos Estados Unidos tem uma significação certo do prazer ingênuo de olhar.
muito diversa da que lhe dão fora de lá. Nos Estados Neste sentido Carlito é um verdadeiro professor
Unidos Carlito é o sujeito que não sabe fazer as de heroísmo. Quem vive na solidão das grandes
coisas como todo mundo, que não sabe viver como cidades não pode deixar de sentir intensamente o
os outros, não se acomoda em meio algum, –em influxo da sua lição, e uma simpatia enorme nos
suma um inadaptável. O espectador americano 65 prende ao boêmio nos seus gestos de aceitação tão
40 ri satisfeito de se sentir tão diferente daquele simples.
sonhador ridículo. É isto que faz o sucesso de Nada mais heróico, mais comovente do que a saída
Chaplin nos Estados Unidos. Carlito com as suas de Carlito no fim de O Circo. Partida a companhia,
lamentáveis aventuras constitui ali uma lição de em cuja troupe seguia a menina que ele ajudara a
moral para educação da mocidade no sentido de casar com outro, Carlito por alguns momentos se
preparar uma geração de homens hábeis, práticos senta no círculo que ficou como último vestígio do
e bem quaisquer! picadeiro, refletindo sobre os dias de barriga cheia
Por mais ao par que se esteja do caráter prático do e relativa felicidade sentimental que acabava de
americano, do seu critério de sucesso para desfrutar. Agora está de novo sem nada e
45 julgamento das ações humanas, do seu gosto pela 70 inteiramente só. Mas os minutos de fraqueza
estandardização, não deixa de surpreender aquela duram pouco. Carlito levanta-se, dá um puxão na
interpretação moralista dos filmes de Chaplin. casaquinha para recuperar a linha, faz um molinete
Bem examinadas as coisas, não havia motivo para com a bengalinha e sai campo afora sem olhar para
surpresa. A interpretação cabe perfeitamente dentro trás. Não tem um vintém, não tem uma afeição, não
do tipo e mais: o americano bem verdadeiramente tem onde dormir nem o que comer. No entanto
americano, o que veda a entrada do seu território a vai como um conquistador pisando em terra nova.
doentes e estropiados, o que propõe o pacto contra Parece que o Universo é dele. E não tenham dúvida:
a guerra e ao mesmo tempo assalta a Nicarágua, o
não poderia sentir de outro modo. Universo é dele.
50 Não importa, não será menos legítima a concepção Com efeito, Carlito é poeta.
contrária, tanto é verdade que tudo cabe na
humanidade vasta de Carlito. Em vez de um
fraco, de um pulha, de um inadaptável, posso eu
(Em: Crônicas da Província
interpretar Carlito como um herói. Carlito passa por
do Brasil. 1937.)
todas as misérias sem lágrimas nem queixas. Não é
força isto? Não perde a bondade apesar de todas
as experiências, e no meio das maiores privações 1) (ITA – 2014) Considerando que o título pode ante-
acha um jeito de amparar a outras criaturas em cipar para o leitor o tema central do texto, assinale a opção
aperto. Isso é pulhice? que apresenta o título mais adequado.
A ( ) A representatividade de Carlito em O Circo.
55 Aceita com estoicismo as piores situações, dorme
B ( ) O heroísmo de Carlito.
onde é possível ou não dorme, come sola de sapato
C ( ) As representações da vida real por Chaplin.
cozida como se se tratasse de alguma língua do Rio
D ( ) A recepção dos filmes de Chaplin.
Grande. É um inadaptável?
E ( ) A dualidade no personagem Carlito.
Sem dúvida não sabe se adaptar às condições de
sucesso na vida. Mas haverá sucesso que valha a
2) (ITA – 2014) Considere o enunciado “Carlito é popu-
força de ânimo do sujeito sem nada neste mundo,
lar no sentido mais alto da palavra” (linha 5) e as informa-
sem dinheiro, sem amores, sem teto, quando ele
ções de todo o texto. Na visão de Bandeira, a popularidade
pode agitar a bengalinha como Carlito com um
pode ser explicada pelo fato de Carlito
gesto de quem vai tirar a felicidade do nada?
I. ser apresentado com indumentária elegante.
Quando
II. ser responsável por atrair grande público para os ci-
nemas.
III. retratar o tipo heroico americano, que não quer ser
considerado malsucedido.
IV. ter sido ajustado a partir das reações do público.

Está(ão) correta(s):

264
LÍNGUA PORTUGUESA

A( ) apenas I e II. IV. A interpretação cabe perfeitamente dentro do tipo


B( ) apenas I e III. e mais: o americano bem verdadeiramente americano, o
C( ) apenas II e IV. que veda a entrada do seu território a doentes e estropia-
D( ) apenas III e IV. dos, [...] (linhas 47 e 48)
E( ) todas. As palavras em negrito têm valor de adjetivo
A ( ) apenas em I, II e IV.
3) (ITA – 2014) Assinale a opção cujo elemento coesivo B ( ) apenas em I, III e IV.
em negrito substitui os dois pontos sem alterar o sentido C ( ) apenas em II e IV.
do enunciado. D ( ) apenas em III e IV.
A ( ) Não saiu completo e definitivo da cabeça de Cha- E ( ) em todas.
plin: foi uma criação em que o artista procedeu por uma
sucessão de tentativas e erradas. (linhas 5 e 6) – já que 7) (ITA – 2014) Segundo Bandeira, o comportamento
B ( ) O público riu: estava fixado o andar habitual de de Carlito é “uma lição de moral para educação da mocida-
Carlito. (linha 9 e 10) – visto que de” (linhas 41 e 42), porque:
C ( ) [...] o público não achou graça: estava desaponta- A ( ) contribui como modelo para a formação de pes-
do. (linhas 13 e 14) – de forma que soas hábeis e práticas.
D ( ) Cada espectador pode encontrar nela o que pro- B ( ) reforça a interpretação moral das pessoas, já que
cura: o riso, a crítica, o lirismo ou ainda o contrário de tudo desejam se parecer com o personagem.
isso. (linhas 33 e 34) – posto que C ( ) o personagem é contraditório e as pessoas se
E ( ) A interpretação cabe perfeitamente dentro do tipo identificam com isso.
e mais: o americano bem verdadeiramente americano, o D ( ) o personagem exibe uma grande humanidade.
que veda a entrada do seu território a doentes e estropia- E ( ) as pessoas rejeitam para si as características do
dos, [...] (linhas 47 a 48) – tanto que personagem.
4) (ITA – 2014) De acordo com Bandeira, 8) (ITA – 2014) Segundo o texto, herói é aquele que
A ( ) Carlito é essencialmente triste, apesar de não de- A ( ) comove as pessoas que o rodeiam.
monstrar. B ( ) faz as pessoas levarem a vida de maneira leve.
B ( ) o público se identifica com Carlito, porque ele C ( ) age de maneira corajosa e previsível.
representa um tipo universal de simplicidade. D ( ) enfrenta as adversidades, ainda que tenha mo-
C ( ) Carlito faz sucesso nos Estados Unidos, porque é mentos de fraqueza.
sonhador como os americanos. E ( ) despreza o sucesso, embora o considere impor-
D ( ) Carlito representa o lado heroico do ser humano, tante.
embora isso não seja explicitado em seus filmes.
E ( ) Carlito representa o lado debochado e despojado 9) (ITA – 2014) Considerando a estrutura do texto,
do ser humano, daí seu grande sucesso. pode-se dizer que Bandeira
I. vale-se de outro texto para refletir sobre a recepção
5) (ITA – 2014) Sobre Charles Chaplin, o texto nos do público americano aos filmes de Chaplin.
permite dizer que II. considera fatos da época para refletir sobre o com-
A ( ) sua arte desperta diversas emoções e extrapola os portamento dos americanos.
limites geográficos. III. descreve cenas de filmes para enaltecer a criação
B ( ) seu personagem Carlito originou-se das reações de Chaplin.
do público. IV. usa recursos linguísticos, como perguntas retóricas
C ( ) seu personagem Carlito é apresentado como um e adjetivos, para reforçar seu ponto de vista.
tipo astuto e inteligente.
D ( ) seu personagem Carlito satiriza a miséria material Está(ão) correta(s)
e emocional do ser humano. A ( ) apenas I e II.
E ( ) sua arte desfaz no público sentimentos antagô- B ( ) apenas I, II e IV.
nicos. C ( ) apenas II, III e IV.
D ( ) apenas III e IV.
6) (ITA – 2014) Considere os enunciados abaixo, aten- E ( ) todas.
tando para as palavras em negrito.
I. Não há hoje no mundo, em qualquer domínio de ati- 10) (ITA – 2014) Depreende-se do texto que os ame-
vidade artística, um artista cuja arte contenha maior univer- ricanos
salidade que a de Charles Chaplin. (linhas 1 e 2) I. procuram valorizar as particularidades das pessoas.
II. Agrada por não sei quê de elegante que há no seu II. julgam as pessoas, conforme seu padrão de sucesso
ridículo de miséria. (linha 17) ou fracasso.
III. [...] uma fita de Carlito nos Estados Unidos tem uma III. são incoerentes em suas atitudes.
significação muito diversa da que lhe dão fora de lá. (linhas IV. não reconhecem suas próprias fraquezas.
36 e 37) Está(ão) correta(s)

265
LÍNGUA PORTUGUESA

A( ) apenas I e II. 15 E ninguém tirava também um cigarro do maço


B( ) apenas I, II e IV. e o levava à boca. Tirava-o da cigarreira ou
C( ) apenas II, III e IV. de dentro do bolso mesmo, da calça ou do
D( ) apenas III e IV.
paletó. Ou seja, nos velhos filmes americanos,
E( ) todas.
as pessoas
andavam com os cigarros soltos pelos bolsos.
11) (ITA – 2014) Assinale a opção em que NÃO há
Acho que era para não mostrar de graça,
avaliação do autor.
para milhões, a marca impressa no maço.
A ( ) Não há hoje no mundo, em qualquer domínio de
Já uma coisa que nunca entendi era por que
atividade artística, um artista cuja arte contenha maior uni-
todo mundo só entrava no carro pelo lado
versalidade que a de Charles Chaplin. (linhas 1 e 2).
B ( ) Chaplin observava sobre o público o efeito de do carona e tinha de vencer aquele banco
cada detalhe. (linha 7) imenso, passando por cima das marchas,
C ( ) Podia ser jocosa também, mas não era mais Car- para chegar ao volante. Não seria mais
lito. (linha 15) prático, já que iriam dirigir, entrar pelo lado do
D ( ) Isso por si só atestaria em Chaplin um extraordi- motorista? Seria. Mas Hollywood, como tantas
nário dom de discernimento psicológico. (linha 22) 20 instituições, em Roma, Tegucigalpa ou Brasília,
E ( ) Aqui é que começa a genialidade de Chaplin. (li- tinha seus ritos. E vá você entender os ritos,
nha 26) sacros ou profanos.
As questões de 12 e 14 referem-se ao Texto 2, de
Ruy Castro. (Em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/
TEXTO 2 opiniao/fz2707200805.htm, 27/07/2009)
Ritos Nonchalance: indiferença, desinteresse.
Tegucigalpa: capital de Honduras.
01 Nos filmes americanos do passado, quando 12) (ITA – 2014) O Texto 2 é uma crítica
alguém estava falando ao telefone e a linha A ( ) à artificialidade dos ritos no cinema e na vida real.
de repente era cortada, a pessoa batia B ( ) às produções hollywoodianas.
repetidamente no gancho, dizendo “Alô? C ( ) à ausência de publicidade nos filmes.
Alô?”, para ver se o outro voltava. Nunca vi D ( ) à qualidade dos produtos americanos.
uma linha voltar por esse processo, nem no E ( ) ao funcionamento de aparelhos tecnológicos.
cinema, nem na vida real, mas era assim que
os atores faziam. 13) (ITA – 2014) Está presente no Texto 1, de Manuel
05 Assim como acontecia também com o Bandeira, e no 2, de Ruy Castro
ato de o sujeito enfiar a carta dentro do A ( ) a abordagem de que os filmes constroem reali-
envelope elamber este envelope para fechá- dades próprias.
lo. Era formidável a “nonchalance” com que B ( ) a descrição de gestos artificiais de personagens
os atores lambiam envelopes no cinema nos filmes.
americano – a cola devia ser de primeira. C ( ) uma crítica a situações improváveis retratadas pe-
Nos nossos envelopes, se não aplicássemos a los filmes.
possante goma arábica, as cartas chegariam D ( ) a descrição de comportamentos do público de
abertas ao destino. filmes americanos antigos.
Outra coisa que sempre me intrigou nos velhos E ( ) comentários sobre comportamentos inadequados
filmes era: o sujeito recebia um telegrama ou dos americanos.
10 mensagem de um boy, enfiava a mão no
bolso lateral da calça e já saía com uma 14) (ITA – 2014) Em uma passagem do romance Lu-
moeda no valor certo da gorjeta, que ele cíola, de José de Alencar, Lúcia e Paulo vão a uma praia em
atirava ao ar e o garoto pegava com notável Niterói, local onde ela passou a infância. Podemos afirmar
facilidade. Ninguém tirava a moeda do que esta cena
bolsinho caça-níqueis, que é onde os homens A ( ) reforça a percepção de que, para o Romantismo, o
costumam guardar moedas. amor não é possível no meio urbano, mas apenas no meio
natural.
B ( ) acentua a diferença entre a violência urbana e a
paz que reina no meio natural.
C ( ) mostra a praia como cenário perfeito para Lúcia
contar a Paulo como foi obrigada a se prostituir.
D ( ) faz Lúcia voltar a ser criança por um momento,
revelando que, apesar de se prostituir, mantém o caráter

266
LÍNGUA PORTUGUESA

puro e ingênuo. E ( ) O adultério de Gabriela é secundário na obra, mais


E ( ) é apenas um bom exemplo do gosto romântico preocupada em denunciar o coronelismo no Nordeste.
pela natureza brasileira e pela cor local.
18) (ITA – 2014) O poema abaixo, sem título, é um
15) (ITA – 2014) Acerca da representação da infância haicai de Paulo Leminski:
em Vidas secas, de Graciliano Ramos, é INCORRETO dizer
que
A ( ) tanto o menino mais velho como o mais novo
encontram pouca alegria no ambiente inóspito em que vi-
vem.
B ( ) os dois meninos sentem muito afeto pela cachorra
Baleia, companheira inseparável da família.
C ( ) o menino mais velho se rebela contra a situação
da família e contra a brutalidade de Sinhá Vitória.
D ( ) o menino mais novo quer ser igual ao pai e o mais
velho entra em conflito com a mãe quando falam sobre o Neste texto,
inferno. I. há constraste entre a imagem natural e o fato histó-
E ( ) quando o menino mais velho associa o lugar em rico.
que vive com a ideia de inferno, começa a deixar de ser II. o contraste entre “lua” e “auschwitz” provoca uma
criança. reação emotiva no sujeito lírico.
III. o caráter interrogativo revela a perplexidade do su-
16) (ITA – 2014) O poema abaixo é de Cecília Meireles: jeito lírico.
Está(ão) correta(s):
A ( ) apenas I e II.
B ( ) apenas I e III.
C ( ) apenas II e III.
D ( ) apenas III.
E ( ) todas.

19) (ITA – 2014) Considere o poema abaixo, de Carlos


Drummond de Andrade, à luz da reprodução da pintura de
Edvard Munch a que ele se refere.

É CORRETO afirmar que o texto


A ( ) contém uma expressão exagerada de dor e triste-
za, decorrente do fim de um envolvimento amoroso.
B ( ) fala sobre o rompimento de duas pessoas, que,
por já ser previsto, não causou dor no sujeito lírico.
C ( ) registra o término de um envolvimento afetivo
superficial, pois os amantes não se entregaram totalmente.
D ( ) contém ambiguidade, pois, apesar de o sujeito
lírico dizer que não chorou, o poema exprime tristeza.
E ( ) garante que a forma mais aconselhável de lidar
com as desilusões é estarmos de antemão preparados para
ela.

17) (ITA – 2014) Acerca do romance Gabriela, cravo e


canela, de Jorge Amado, assinale a opção CORRETA.
A ( ) A história central, que retrata o amor entre Ga-
briela e Nacib, segue estritamente o modelo realista-natu-
ralista de paixão sexual.
B ( ) O final revela que a união amorosa de Gabriela e
Nacib não condiz com as regras e valores sociais ligados ao
matrimônio oficial.
C ( ) O adultério de Gabriela com Mundinho Falcão
determina o final realista do romance.
D ( ) As mulheres, exceto Gabriela, têm destinos seme-
lhantes ao de Sinhazinha, morta pelo marido ao surpreen-
dê-la com Osmundo.

267
LÍNGUA PORTUGUESA

O grito – Edvard Munch (1863-1944), Noruega

O texto de Drummond
I. traduz a estreita relação entre a forma e o conteúdo da pintura.
II. mostra como o desespero do homem retratado repercute no ambiente.
III. contém o mesmo exagero dramático e aterrorizante da pintura.
IV. interpreta poeticamente a pintura.
Está(ão) correta(s)
A ( ) apenas I e II.
B ( ) apenas I, II e IV.
C ( ) apenas II, III e IV.
D ( ) apenas III e IV.
E ( ) todas.
ITA 2015

As questões de 01 a 08 referem-se ao Texto 1, de Rubem Braga, publicado pela primeira vez em 1952, no jor-
nal Correio da Manhã, do Rio.

268
LÍNGUA PORTUGUESA

01) (ITA – 2015) O objetivo do autor é


A ( ) discutir a reportagem de José Leal sobre a chegada de imigrantes ao Brasil.
B ( ) apoiar a imigração europeia, independentemente da condição social dos imigrantes.
C ( ) mostrar que o Brasil não precisa de imigrantes sem qualificação profissional.
D ( ) defender uma política imigratória não necessariamente vinculada a critérios profissionais.
E ( ) criticar a legislação brasileira sobre imigração vigente na época.

02) (ITA – 2015) O autor do texto


A ( ) destaca a aparência das imigrantes como um fator preponderante para a imigração.
B ( ) reproduz os nomes dos imigrantes citados na reportagem para atribuir-lhes importância social.
C ( ) toma como sua a expressão “para entulhar as grandes cidades”.
D ( ) desenvolve os argumentos para sustentar que “é insensato importar gente assim”.
E ( ) concorda parcialmente com o repórter José Leal, porém assume um ponto de vista diferente.

03) (ITA – 2015) De acordo com o texto, Rubem Braga


I. assevera que os imigrantes qualificados teriam destino promissor no Brasil.
II. mostra otimismo em relação aos imigrantes sem profissão definida.
III. apresenta ideias sobre imigração tanto semelhantes como avessas às de José Leal.
IV. considera que, sem imigração, não haveria algumas das grandes personalidades no Brasil.
Estão corretas apenas:
A ( ) I e II.
B ( ) I, II e IV.
C ( ) II e III.
D ( ) II, III e IV.
E ( ) III e IV.

04) (ITA – 2015) No trecho, Tudo gente para o asfalto, “para entulhar as grandes cidades”, como diz o repórter, Rubem
Braga
I. retrata o ponto de vista do repórter José Leal.
II. cita José Leal e, com isso, marca a direção argumentativa do seu texto.
III. concorda com o repórter, segundo o qual os imigrantes deveriam trabalhar apenas no campo.
IV. concorda com o repórter, segundo o qual os imigrantes são desqualificados por exercerem profissões tipicamente
urbanas.
Estão corretas apenas:
A ( ) I e II.
B ( ) I, II e IV.
C ( ) I e III.
D ( ) II, III, IV.
E ( ) III e IV.

05) (ITA – 2015) Assinale a opção em que o termo grifado é conjunção integrante.
A ( ) José Leal fez uma reportagem na Ilha das Flores, onde ficam os imigrantes logo que chegam. (linha 1)
B ( ) As pessoas que ele encontrou não eram agricultores e técnicos, gente capaz de ser útil. (linhas 2 e 3)
C ( ) Mas eu peço licença para ficar imaginando uma porção de coisas vagas, ao olhar essas belas fotografias que
ilustram a reportagem. (linhas 7 e 8)
D ( ) [...] e quem nos garante que uma legislação exemplar de imigração não teria feito Roberto Burle Marx nascer
uruguaio, [...] (linhas 25 e 26)
E ( ) [...] o grande homem do Brasil de amanhã pode descender de um clandestino que neste momento está saltan-
do assustado na praça Mauá, [...] (linhas 28 e 29)
06) (ITA – 2015) Assinale a opção em que a expressão grifada NÃO retoma um conteúdo anterior.
A ( ) O repórter tem razão. (linha 7)
B ( ) É insensato importar gente assim. (linha 12)
C ( ) A humanidade não vive apenas de carne, alface e motores. (linhas 13 e 14)
D ( ) Muitos se perderão, sem futuro, na vagabundagem inconsequente das cidades; [...] (linhas 17 e 18)
E ( ) [...] e que interessa saber, se esses homens ou seus pais ou seus avós vieram para o Brasil como agricultores,
[...] (linhas 22 e 23)

07) (ITA – 2015) De acordo com as normas gramaticais de pontuação,


I. o travessão da linha 10 serve para realçar uma conclusão do que foi dito anteriormente.
II. os dois pontos da linha 16 podem ser substituídos por ponto e vírgula.
III. a vírgula, em “está saltando assustado na praça Mauá, e não sabe”, linha 29, pode ser excluída.
IV. o ponto e vírgula da linha 30 pode ser substituído por ponto final.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Estão corretas apenas


A ( ) I, II e III.
B ( ) I, III e IV.
C ( ) II e III.
D ( ) II, III e IV.
E ( ) III e IV.

08) (ITA – 2015) Assinale a opção em que há metonímia.


A ( ) gente para o asfalto (linha 5)
B ( ) plantar cidades (linha 11)
C ( ) apetite de vida (linha 17)
D ( ) fazer um mundo (linha 19)
E ( ) loteria humana (linha 32)

As questões de 09 a 12 referem-se ao Texto 2, do psicanalista uruguaio Marcelo Viñar, ou aos

Textos 1 e 2.

09) (ITA – 2015) Assinale a opção que indica o que há de comum nos Textos 1 e 2 em relação ao assunto.
A ( ) A abordagem relativa aos não nativos.
B ( ) A serventia dos imigrantes no país de chegada.
C ( ) O racismo diante dos biotipos diferentes de estrangeiros.
D ( ) A tentativa de nativos de desqualificarem os estrangeiros.
E ( ) O medo de nativos de os estrangeiros tomarem seus postos de trabalho.

10) (ITA – 2015) Em relação às estratégias argumentativas, os Textos 1 e 2 igualmente apresentam


A ( ) informações ordenadas do geral para o específico como forma de persuasão.
B ( ) referências externas para discussão dos respectivos temas.
C ( ) comparações de comportamento de grupos sociais.
D ( ) testemunhos de autoridade.
E ( ) definições de palavras.

270
LÍNGUA PORTUGUESA

11) (ITA – 2015) No Texto 2, pode-se depreender que a xenofobia


A ( ) é comum entre os primitivos e as crianças, por isso é inata.
B ( ) tem sempre como fator gerador a aparência diferente dos estrangeiros.
C ( ) pode ter níveis diferentes de sofisticação, dependendo do contexto social.
D ( ) ocorre apenas em relação aos estrangeiros oriundos de lugares distantes.
E ( ) é um sentimento incontrolável por parte de pessoas de qualquer cultura, por isso inevitável.

12) (ITA – 2015) Considere o primeiro parágrafo do Texto 2 (linhas 1 a 5) e a tirinha a abaixo.

O par de pronomes que expressa a dicotomia dos conjuntos tribos/navegantes e tribos vizinhas/não navegantes é
A ( ) eu – você
B ( ) tu – vós
C ( ) ele – eles
D ( ) nós – eles
E ( ) vocês – eles

As questões 13 e 14 referem-se aos dois excertos de entrevistas com dois africanos de Guiné-Bissau, que foram
universitários no Brasil nos anos 1980.
Excerto 1: Para muitas pessoas, mesmo professores universitários, a África era um país. “Ah, você veio
de
onde? Da África?” “Sim, da Guiné-Bissau.” “Ah, Guiné-Bissau, região da África.” Quer dizer, Guiné-
Bissau pra
eles é como Brasil, São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro.
Excerto 2: Porque a novela passa tudo de bom, o pobre vive bem, né? Mesmo dentro da favela, você

aquela casa bonitinha, tal. Então tinha uma ideia, eu, pelo menos, tinha uma ideia de um Brasil... quer
dizer,
fantástico!
(Extraídos do curta-metragem Identidades em trânsito, de Daniele Ellery e Márcio Câmara. Disponível
em: http://portacurtas.org.br)

13) (ITA – 2015) A visão de alguns brasileiros sobre Guiné-Bissau, segundo um guineense (Excerto 1), assim como a de
um outro guineense sobre o Brasil (Excerto 2) é
A ( ) idealizada.
B ( ) pessimista.
C ( ) equivocada.
D ( ) antropocêntrica.
E ( ) utilitarista.

14) (ITA – 2015) No Excerto 1, a expressão quer dizer introduz uma


A ( ) descrição.
B ( ) explicação.
C ( ) repetição.D ( ) enumeração.
E ( ) delimitação.

15) (ITA – 2015) Em Dom Casmurro, de Machado de Assis, Bentinho toma alguns episódios como evidências da traição de
Capitu, dentre os quais NÃO consta
A ( ) a impressionante semelhança entre Ezequiel, tanto criança como adulto, e Escobar.
B ( ) o encontro dele com Escobar na porta de sua casa, quando retorna mais cedo do teatro.
C ( ) o fato de Dona Glória, a mãe dele, começar a mostrar-se fria com a nora e com o neto.

271
LÍNGUA PORTUGUESA

D ( ) a emoção de Capitu no velório de Escobar, quando ela D ( ) II, III e IV.


tenta em vão disfarçar o choro. E ( ) III e IV.
E ( ) a cena em que ele a vê escrevendo uma carta a Esco-
bar, mas ela diz que está fazendo contas. 19) (ITA – 2015) O poema abaixo, de João Cabral de
Melo Neto, integra o livro A escola das facas.
16) (ITA – 2015) No romance Senhora, José de Alencar Sobre o poema, é INCORRETO afirmar que a descrição
mostra que
A ( ) o dinheiro e a ambição impedem a realização do amor
entre Aurélia e Seixas.
B ( ) Aurélia, moça de origem pobre, conquistou o amor de
Seixas só porque enriqueceu.
C ( ) o amor de Aurélia teve força suficiente para regenerar
o caráter de Seixas.
D ( ) Seixas se regenerou moralmente por si mesmo, inde-
pendentemente de Aurélia.
E ( ) o meio social corrompeu de uma vez por todas o ca-
ráter de Seixas.

17) (ITA – 2015) O título do livro A hora da estrela, de Cla-


rice Lispector, diz respeito ao seguinte momento do romance:
A ( ) O despertar amoroso de Macabéa no namoro com
Olímpico.
B ( ) A descoberta de Macabéa de que Olímpico a traía
com Glória. A ( ) compara o som das folhas do canavial com o da
C ( ) A obtenção por Macabéa de um bom emprego como cigarra.
datilógrafa. B ( ) põe em relevo a rusticidade da plantação de cana
D ( ) A previsão do grande futuro de Macabéa, feita pela de açúcar.
cartomante.
C ( ) destaca o som do vento que passa pela plantação.
E ( ) A morte de Macabéa, atropelada por um carro de luxo.
D ( ) associa o som do canavial com o amassar das
18) (ITA – 2015) O poema abaixo, de Manuel Bandeira, folhas de papel.
pertence ao livro Lira dos cinquentanos. E ( ) faz do vento a navalha que corta o canavial.
O poema apresenta uma diferença entre
I. o passado (a infância) e o presente (a velhice) vivido pelo 20) (ITA – 2015) O poema abaixo, de Alice Ruiz, faz
eu lírico. parte do livro Jardim de Haijin.
II. um espaço puramente natural (o campo) e outro socio-
familiar (a casa).
III. o que é desfeito pelo tempo (a casa) e o que ele não
apaga (a lembrança).
IV. a chácara (espaço ideal) e a cidade (espaço arrasado pela
usura).

Estão corretas apenas:


No texto, NÃO há
A ( ) sentimento de amor pela natureza, exacerbado e
de raiz romântica.
B ( ) emoção estética despertada pela vegetação na-
quele que passeia.
C ( ) descrição de parte da flora que integra o parque
do Ibirapuera.
D ( ) surpresa, durante o passeio pelo parque, causada
por uma beleza inesperada.
E ( ) referência a um local específico, o parque situado
na cidade de São Paulo.

A ( ) I, II e III.
B ( ) I, II e IV.
C ( ) II e III.

272
LÍNGUA PORTUGUESA

ITA - 2016
As questões de 01 a 09 referem-se ao texto a seguir:
TEXTO I
1 Vou confessar um pecado: às vezes, faço maldades. Mas não faço por mal. Faço o que faziam os mestres
2 zen com seus “koans”. “Koans” eram rasteiras que os mestres passavam no pensamento dos discípulos. Eles
3 sabiam que só se aprende o novo quando as certezas velhas caem. E acontece que eu gosto de passar
4 rasteiras em certezas de jovens e de velhos...
5
Pois o que eu faço é o seguinte. Lá estão os jovens nos semáforos, de cabeças raspadas e caras pintadas,
6
7 na maior alegria, celebrando o fato de haverem passado no vestibular. Estão pedindo dinheiro para a festa!
8 Eu paro o carro, abro a janela e na maior seriedade digo: “Não vou dar dinheiro. Mas vou dar um conselho.
9 Sou professor emérito da Unicamp. O conselho é este: salvem-se enquanto é tempo!”. Aí o sinal fica verde e
10 eu continuo.
11 “Mas que desmancha-prazeres você é!”, vocês me dirão. É verdade. Desmancha-prazeres. Prazeres
12 inocentes baseados no engano. Porque aquela alegria toda se deve precisamente a isto: eles estão enga-
13 nados.
14 Estão alegres porque acreditam que a universidade é a chave do mundo. Acabaram de chegar ao
15 último patamar. As celebrações têm o mesmo sentido que os eventos iniciáticos – nas culturas ditas primiti-
16 vas, as provas a que têm de se submeter os jovens que passaram pela puberdade. Passadas as provas e os
17 seus sofrimentos, os jovens deixaram de ser crianças. Agora são adultos, com todos os seus direitos e deveres.
18 Podem assentar-se na roda dos homens. Assim como os nossos jovens agora podem dizer: “Deixei o cursinho.
19 Estou na universidade”.
20
Houve um tempo em que as celebrações eram justas. Isso foi há muito tempo, quando eu era jovem.
21
Naqueles tempos, um diploma universitário era garantia de trabalho. Os pais se davam como prontos para
22
23 morrer quando uma destas coisas acontecia: 1) a filha se casava. Isso garantia o seu sustento pelo resto da
24 vida; 2) a filha tirava o diploma de normalista. Isso garantiria o seu sustento caso não casasse; 3) o filho entra-
25 va para o Banco do Brasil; 4) o filho tirava diploma.
26 O diploma era mais que garantia de emprego. Era um atestado de nobreza. Quem tirava diploma não
27 precisava trabalhar com as mãos, como os mecânicos, pedreiros e carpinteiros, que tinham mãos rudes e
28 sujas.
29 Para provar para todo mundo que não trabalhavam com as mãos, os diplomados tratavam de pôr no
30 dedo um anel com pedra colorida. Havia pedras para todas as profissões: médicos, advogados, músicos,
31 engenheiros. Até os bispos tinham suas pedras.
32 (Ah! Ia me esquecendo: os pais também se davam como prontos para morrer quando o filho entrava
33 para o seminário para ser padre – aos 45 anos seria bispo – ou para o exército para ser oficial – aos 45 anos
34 seria general.)
35 Essa ilusão continua a morar na cabeça dos pais e é introduzida na cabeça dos filhos desde pequenos.
36
Profissão honrosa é profissão que tem diploma universitário. Profissão rendosa é a que tem diploma universi-
37
38 tário. Cria-se, então, a fantasia de que as únicas opções de profissão são aquelas oferecidas pelas universi-
39 dades.
40 Quando se pergunta a um jovem “O que é que você vai fazer?”, o sentido dessa pergunta é “Quando
41 você for preencher os formulários do vestibular, qual das opções oferecidas você vai escolher?”. E as opções
42 não oferecidas? Haverá alternativas de trabalho que não se encontram nos formulários de vestibular?
43 Como todos os pais querem que seus filhos entrem na universidade e (quase) todos os jovens querem en-
44 trar na universidade, configura-se um mercado imenso, mas imenso mesmo, de pessoas desejosas de diplo-
45 mas e prontas a pagar o preço. Enquanto houver jovens que não passam nos vestibulares das universidades
46 do Estado, haverá mercado para a criação de universidades particulares. É um bom negócio. Alegria
47 na entrada. Tristeza ao sair. Forma-se, então, a multidão de jovens com diploma na mão, mas que não con-
48 seguem arranjar emprego. Por uma razão aritmética: o número de diplomados é muitas vezes maior que o
49 número de empregos.
50 Já sugeri que os jovens que entram na universidade deveriam aprender, junto com o curso “nobre” que
51 frequentam, um ofício: marceneiro, mecânico, cozinheiro, jardineiro, técnico de computador, eletricista, en-
52
canador, descupinizador, motorista de trator... O rol de ofícios possíveis é imenso. Pena que, nas escolas, as
53
54 crianças e os jovens não sejam informados sobre essas alternativas, por vezes mais felizes e mais rendosas.
55 Tive um amigo professor que foi guindado, contra a sua vontade, à posição de reitor de um grande
56 colégio americano no interior de Minas. Ele odiava essa posição porque era obrigado a fazer discursos. E el
tremia de medo de fazer discursos. Um dia ele desapareceu sem explicações. Voltou com a família para o
seu país, os Estados Unidos. Tempos depois, encontrei um amigo comum e perguntei: “Como vai o Fulano?”.
57 Respondeu-me: “Felicíssimo. É motorista de um caminhão gigantesco que cruza o país!”.

(Rubem Alves. Diploma não é solução, Folha de S. Paulo, 25/05/2004.)

273
LÍNGUA PORTUGUESA

01) (ITA – 2016) De acordo com o autor,


A ( ) a escolha certa do curso universitário é a garantia de sucesso profissional.
B ( ) é aconselhável que o universitário concilie o curso superior com uma formação alternativa.
C ( ) é imprescindível mais de uma formação universitária como garantia de futuro bem sucedido.
D ( ) é recomendável que as universidades ofereçam cursos para formação de trabalhadores manuais.
E ( ) o diploma universitário, aliado a cursos de curta duração, possibilita o amadurecimento do jovem.

02) (ITA – 2016) O autor mostra-se


A ( ) contrário à realização dos vestibulares atuais.
B ( ) otimista quanto à realidade educacional brasileira.
C ( ) simpático às atividades informais não assalariadas.
D ( ) realista quanto à oferta limitada de emprego para os diplomados.
E ( ) contrário aos critérios de seleção de instituições privadas de ensino.

03) (ITA – 2016) De acordo com o texto, uma expectativa da sociedade brasileira que ainda se mantém é
A ( ) a carreira sacerdotal como forma de ascensão social.
B ( ) a carreira militar como garantia de rápida progressão profissional.
C ( ) o casamento como garantia de segurança econômica para as mulheres.
D ( ) a aprovação em concurso público como garantia de sucesso profissional.
E ( ) o diploma universitário como garantia de emprego e reconhecimento social.

04) (ITA – 2016) Assinale a opção que NÃO sustenta a tese do autor.
A ( ) Há profissionais diplomados sem emprego.
B ( ) Há diplomados descontentes com a carreira que escolheram.
C ( ) As melhores opções de carreira são as oferecidas pelas universidades.
D ( ) Existem ofícios mais rentáveis que algumas carreiras de nível superior.
E ( ) Há quem tenha trocado a profissão em que se diplomou por outro ofício.

05) (ITA – 2016) Considere a frase seguinte no seu contexto: “Essa ilusão continua a morar na cabeça dos pais”. O
sintagma sublinhado diz respeito à
A ( ) formação universitária.
B ( ) escolha profissional.
C ( ) estabilidade financeira.
D ( ) conquista de um emprego público.
E ( ) obtenção de status social.

06) (ITA – 2016) Assinale a opção que apresenta características de coloquialidade.


A ( ) Vou confessar um pecado: às vezes, faço maldades. (linha 1)
B ( ) O conselho é este: salvem-se enquanto é tempo! (linha 8)
C ( ) Aí o sinal fica verde e eu continuo. (linhas 8 e 9)
D ( ) Acabaram de chegar ao último patamar. (linhas 13 e 14)
E ( ) O diploma era mais que garantia de emprego. (linha 24)

07) (ITA – 2016) Assinale a opção em que o segmento NÃO apresenta a figura de pensamento a ele atribuída.

08) (ITA – 2016) Assinale a opção em que o verbo ter apresenta valor semântico diferente das demais.
A ( ) As celebrações têm o mesmo sentido que os eventos iniciáticos [...]. (linha 14)
B ( ) [...] as provas a que têm de se submeter os jovens que passaram pela puberdade. (linha 15)
C ( ) [...] como os mecânicos, pedreiros e carpinteiros, que tinham as mãos rudes e sujas. (linhas 25 e 26)
D ( ) Profissão honrosa é profissão que tem diploma universitário. (linha 34)
E ( ) Tive um amigo professor que foi guindado, contra a sua vontade, à posição de reitor [...] (linha 53)

274
LÍNGUA PORTUGUESA

09) (ITA – 2016) No trecho “Até os bispos tinham suas pedras.”, a palavra sublinhada expressa ideia de
A ( ) inclusão.
B ( ) tempo.
C ( ) modo.
D ( ) quantidade.
E ( ) qualidade.

As questões 30 a 33 referem-se ao texto seguinte, extraído do livro Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Ho-
landa, cuja primeira edição é de 1936.

10) (ITA – 2016) Assinale a opção que expressa o que há de comum nos Textos 1 e 2.
A ( ) Os equívocos nas escolhas profissionais dos jovens.
B ( ) A absorção de profissionais de trabalho intelectual pelo mercado.
C ( ) O crescimento dos centros urbanos e das profissões que lhes são típicas.
D ( ) A valorização do trabalho intelectual em detrimento do trabalho manual.
E ( ) A formação histórico-social da distinção entre o trabalho intelectual e manual.

11) (ITA – 2016) No Texto 2, há predominância do tom


A ( ) saudosista.
B ( ) crítico.
C ( ) sarcástico.
D ( ) cômico.
E ( ) revoltado.

12) (ITA – 2016) Conforme a norma padrão da Língua Portuguesa, o emprego de vírgulas é opcional em
A ( ) ascensão dos centros urbanos, precipitada grandemente pela vinda, em 1808, (linhas 1 e 2)
B ( ) semelhantes ocupações venham a caber, em primeiro lugar, à gente principal (linhas 5 e 6)
C ( ) o simples exercício da inteligência, em contraste com as atividades (linha 14)
D ( ) O trabalho mental, que não suja as mãos e não fatiga o corpo, pode constituir (linha 16)
E ( ) a verdade é que, embora presumindo o contrário, dedicamos, de modo geral, (linhas 18 e 19)

275
LÍNGUA PORTUGUESA

13) (ITA – 2016) O emprego das aspas em “inteligência” (linha 10) e “talento” (linha 11) tem a função de
I. realçar ironicamente essas palavras.
II. retomar uma explicação dada anteriormente.
III. destacar que essas palavras não são peculiares ao estilo do autor.
Está(ão) correta(s) apenas:
A ( ) I.
B ( ) I e II.
C ( ) I e III.
D ( ) II.
E ( ) II e III.

14) (ITA – 2016) O efeito de humor da tirinha abaixo se deve

A ( ) à postura desobediente de Mafalda diante da mãe.


B ( ) à resposta autoritária da mãe de Mafalda à pergunta da filha.
C ( ) ao uso de palavras em negrito e cada vez maior do 2º ao 4º quadrinho.
D ( ) ao fato de aparecer apenas a fala da mãe de Mafalda e não sua imagem.
E ( ) aos sentidos atribuídos por Mafalda para as palavras “títulos” e “diplomamos”.

15) (ITA – 2016) Sobre Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, é INCORRETO afirmar que o prota-
gonista
A ( ) destaca, no período de sua adolescência, a paixão por Marcela.
B ( ) se mostra melancólico no negativo balanço final de suas lembranças.
C ( ) relata com franqueza e sem autocomplacência as experiências que viveu.
D ( ) narra o envolvimento adúltero que teve com Virgília, esposa de Lobo Neves.
E ( ) confessa que a passagem mais triste de sua vida foi a morte precoce de Eulália.

16) (ITA – 2016) Acerca das personagens femininas de O cortiço, de Aluísio Azevedo, podemos dizer que
A ( ) Rita Baiana seduz Jerônimo somente para vingar-se de Firmo, seu amante.
B ( ) Pombinha, aos domingos, escreve as cartas ditadas pelos moradores do cortiço.
C ( ) Estela não ama Miranda, mas é fiel a ele, ainda que por mera conveniência.
D ( ) Bertoleza dedica, até o final do romance, um amor platônico a João Romão.
E ( ) Leónie, que não mora no cortiço, se sustenta sozinha, trabalhando como lojista.
17) (ITA – 2016) O poema abaixo é de José Paulo Paes:

276
LÍNGUA PORTUGUESA

O texto apresenta

A ( ) uma oposição campo/cidade, de filiação árcade-romântica.


B ( ) um bucolismo típico da tradição árcade, indicado pelo título.
C ( ) uma representação tipicamente romântica do homem do campo.
D ( ) um contraste entre o arcadismo do título e o realismo social dos versos.
E ( ) uma total ruptura com a representação realista do homem do campo.

18) (ITA – 2016) No romance São Bernardo, de Graciliano Ramos, o desenlace trágico decorre sobretudo
A ( ) do fato de Madalena ter se casado unicamente por necessidade financeira.
B ( ) das dúvidas de Paulo Honório quanto à paternidade do filho de Madalena.
C ( ) da tristeza final de Paulo Honório, que o leva a se desinteressar pela fazenda.
D ( ) dos envolvimentos sexuais de Paulo Honório com as empregadas da fazenda.
E ( ) dos conflitos nascidos da diferença de mentalidade e de temperamento do casal.

19) (ITA – 2016) O poema ao lado é de Ivan Junqueira. O texto,


I. na 1ª estrofe, trata da infância por meio de metáforas construídas com elementos naturais (“montanha” e “flor ama-
rela”).
II. na 2ª estrofe, por meio da conjunção “porém”, rompe com a representação metafórica presente na 1ª estrofe.
III. na sequência da 1ª para a 2ª estrofe, faz com que as metáforas apontem mais para a interioridade do sujeito que
para a exterioridade da natureza.

Está(ão) correta(s) apenas


A ( ) I.
B ( ) I e II.
C ( ) I e III.
D ( ) II.
E ( ) II e III.

20) (ITA – 2016) A adivinha é um gênero da oralidade popular que formula construções como: “O que é, o que é:
tem escamas mas não é peixe, tem coroa mas não é rei? O abacaxi!. Ela consiste num jogo enigmático de perguntas
que, por conter dualidades e oposições, leva o ouvinte a pensar. Considerando essa definição, leia o poema abaixo de
Orides Fontela.

277
LÍNGUA PORTUGUESA

2013 2014
1 E 1 B
2 B 2 C
3 C 3 A
4 A 4 D
5 E 5 A
6 C 6 B
7 B 7 E
8 D 8 D
9 A 9 E
10 B 10 C
Considere as seguintes afirmações:
I. O poema mantém alguns traços formais da adivinha 11 E 11 B
popular. 12 C 12 A
II. Como a adivinha popular, a do poema possui uma 13 C 13 A
única resposta, que é um elemento concreto.
III. A adivinha do poema é uma reinvenção da adivi- 14 D 14 D
nha popular. 15 A 15 C
Está(ão) correta(s) apenas:
A ( ) I. 16 D 16 D
B ( ) I e II. 17 E 17 B
C ( ) I e III. 18 A 18 E
D ( ) II.
E ( ) II e II 19 D 19 E
GABARITO 20 B

2011 2012 2015 2016


1 E A A 1 D 1 B
2 E B B 2 E 2 D
3 D D D 3 D 3 E
4 B C C 4 A 4 C
5 A D D 5 D 5 A
6 D A A 6 C 6 C
7 C C C 7 B 7 D
8 E D D 8 A 8 B
9 C E E 9 A 9 A
10 E B B 10 B 10 D
11 D C C 11 C 11 B
12 B A A 12 D 12 C
13 A B B 13 C 13 A
14 E C C 14 B 14 E
15 C B B 15 E 15 E
16 E E E 16 C 16 B
17 D A A 17 E 17 D
18 E E E 18 A 18 E
19 A D D 19 E 19 C
20 C D D 20 A 20 C

278

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