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INTRODUÇÃO

Como Portugal, outras nações, como a Inglaterra que também colonizou o Novo Mundo
e fez uso da mão-de-obra escrava, também enfrentaram diversos problemas. Quando
começou a escassear a força do trabalho indígena por causa da política de extermínio e
da fuga dos indígenas, os colonizadores europeus passaram a encarar duas opções: a mão-
de-obra europeia ou a africana.
Por que, de modo geral, os colonizadores europeus optaram pela escravidão dos
africanos?
Engajados nesse lucrativo negócio chamado América, os estados europeus permitiam
monopólios comerciais, assim os traficantes brasileiros, portugueses, espanhóis, ingleses,
franceses e holandeses se utilizaram do comércio de escravos africanos para solucionar o
problema da mão-de-obra nas colônias americanas. Esse contato com a escravidão
africana não era novidade para os portugueses que, desde 1441, capturavam negros na
costa atlântica da África. Entre os séculos XVI e XIX, de 10 a 12 milhões de africanos
foram transferidos, na condição de escravos, para o continente americano.

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A VIDA DOS ESCRAVOS NA AMERICA

A costa atlântica africana, entre o Senegal e Angola, concentrou as principais regiões de


origem dos escravos. Até o ano de 1600, cerca de 900 mil escravos desembarcaram nas
Américas.
No século seguinte, cresceu o pedido europeu por açúcar. Holandeses, franceses e
ingleses competiam pelo mercado. Em 1700, mais de 2.750.000 africanos haviam deixado
o seu continente.
Do ponto de vista numérico, o tráfico alcançou seu auge entre o final do século XVIII e
meados do século XIX. As culturas exportadoras de algodão nos Estados Unidos, cana-
de-açúcar no Caribe e café no Brasil foram responsáveis pelo aumento do comércio
escravista. Entre 1810 e 1820, calcula-se que a população africana tenha atingido quase
3 milhões no Caribe, cerca de 2,5 milhões no Brasil e 2 milhões a 2,5 milhões nos Estados
Unidos.
Os escravos eram obtidos com a captura feita pelos povos africanos por meio de guerras
entre os reinos, estes que eram vendidos a comerciantes até o século XVIII, quase
exclusivamente portugueses, seguidos de holandeses, franceses e ingleses, além de
colonos baianos e fluminenses. O comércio era feito por meio da troca de mercadorias
nas parcerias firmadas entre comerciantes e líderes africanos. Os principais produtos de
troca eram: aguardente, tabaco, tecidos, os quais eram considerados pelos guerreiros
africanos como bens de prestígio social, mas eram comercializados também em menor
quantidade alimentos, armas e munições.
Vindos de diversas regiões, sobretudo da Guiné, Angola, Congo e Moçambique, eram
deixados em cativeiros na própria África, até a chegada do comerciante europeu para
serem transportados.
Uma vez embarcados nos navios negreiros, conhecidos como tumbeiros, os novos
escravos eram tratados com violência. Nus e mal alimentados, eram castigados e expostos
a todos os tipos de doenças e humilhações desde o cativeiro no continente africano.
Finalizada a travessia marítima (verdadeiro martírio que poderia estender-se de 33 a 165
dias) e uma vez em terra firme, o escravo era exposto em armazéns onde funcionavam os
mercados de “escravos novos” e então comercializados e distribuídos para as diversas
regiões da América.
À medida que se aproximava o final do século, os negros começaram a chegar em grande
número às colônias do sul. O clima e a fertilidade do sol tornaram possível a produção
agrícola comercial em grande escala: tabaco na Virgínia e na Carolina do Norte, índigo e
arroz na Carolina do Sul e Geórgia. A mão-de-obra branca podia dar conta do trabalho,
mas nenhum homem livre queria fazê-lo. Servos contratados eram obrigados a trabalhar
apenas por um tempo limitado, e alguns fugiam para a fronteira antes mesmo de terminar
o contrato. Os plantadores voltaram-se inevitavelmente para o trabalho forçado, barato,
totalmente controlado e cativo a vida toda. Na África encontraram o que queriam. No
começo do século XVII – e por mais 150 anos -, a escravidão negra foi fundamento sobre
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o qual os fazendeiros do sul e os mercadores do norte construíram sua riqueza.

O sistema escravista, caracterizado pela opressão e pela exploração sobremodo selvagens,

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transformou os escravos em vítimas. Mas, os seres humanos vitimados não se
conformaram com tal situação; lutaram para tornar a vida tolerável e para vivê-la com o
máximo possível de alegria. De certa maneira, até os senhores mais rígidos os ajudaram.
A lógica da escravidão requeria que os senhores enfraquecessem o espírito de seus
escravos e os transformassem numa extensão de sua própria vontade: objetos que não
pensam e não sentem; mas os escravos resistiram à desumanização, e por isso os senhores
se viram forçados a fazer certas concessões para conseguirem o trabalho que desejavam.
O Brasil não se limitou a recolher da África a lama de gente negra que lhe fecundou os
canaviais e os cafezais; que lhe amaciou a terra seca; que lhe completou a riqueza das
manchas de massapé. Vieram-lhe da África “donas de casa” para seus colonos sem
mulher branca; técnicos para as minas; artífices em ferro; negros entendidos na criação
de gado e na indústria pastoril; comerciantes de panos e sabão.

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História da Escravidão no Brasil
Quando os portugueses iniciaram a exploração do Brasil, no início do século XVI, havia,
aqui, mais de 5 milhões de indígenas divididos em várias etnias com usos e costumes
diferentes. Havia diferenças e conflitos entre essas etnias, o que poderia resultar em
guerras. A historiografia tem dificuldades em definir em que condições viviam os
prisioneiros dessas guerras. Talvez estes prisioneiros fossem submetidos a alguma
espécie de escravidão nas aldeias indígenas. Entretanto, os escravos se submetiam à toda
comunidade e não a um senhor individual.
O projeto de expansão marítima europeia, ocorrido a partir do século XV, permitiu que
os europeus encontrassem novas terras e sociedades com diferentes modos de vida, dentre
elas, os povos que já habitavam o continente que passou a ser chamado de América. A
parte central do continente (1492) foi o primeiro alvo dessa apropriação, a medida que a
notícia do descobrimento corria mundo afora, europeus de diversas nacionalidades
chegavam para demarcar seu território (ingleses, franceses, holandeses) e o Novo Mundo
(América) aos poucos foi sendo desbravado pelo Velho Mundo (Europa).
O novo continente (América) continha características étnicas, linguísticas e culturais tão
variadas quanto as dos povos que habitavam a Europa naquele período.
Além da apropriação e exploração dessas novas terras pelos europeus, ocorreu um
processo que levou a destruição de várias etnias indígenas, eliminação de aldeias inteiras
por meio de matança, escravização e doenças, além da formação de um organizado
sistema comercial que foi montado em todo continente ao longo do domínio colonizado.
Em relação ao Brasil, os portugueses perceberam, nos primeiros contatos, que nada da
produção indígena poderia reverter em grandes lucros na Europa, pois seria preciso
implantar seu próprio estilo de produção e suas relações de trabalho. Recorreram primeiro
à comercialização de pau-brasil e usaram do trabalho indígena para o corte e transporte
desta madeira – por meio de escambo (troca) de produtos, que variavam de espelhos e
perfumes a alimentos e bebidas europeias.
A exploração e a crueldade contra os indígenas não demorou a acontecer, o que antes era
feito voluntariamente, passou a ser feito obrigatoriamente através da escravidão.
Essas alterações no relacionamento entre os europeus e os indígenas ficam claras a partir
de 1534, quando o governo metropolitano iniciou a efetiva ocupação e colonização do
Brasil. Com a decisão de introduzir a cultura da cana-de-açúcar (século XVI), houve a
necessidade contínua do trabalho na lavoura de tal modo que a principal mão-de-obra
utilizada, em 1540 a 1620 aproximadamente, foi a indígena. O governo português usou
de duas formas para escravizar os indígenas de suas terras: a primeira consistia na
escravidão pura e simples; a segunda, através das ordens religiosas, usando como
argumento a fé. Havia divergências com relação a essas duas políticas, as ordens
religiosas protegiam os indígenas através das reduções ou missões, transformando-os, por
intermédio do ensino, em “bons cristãos”.
Essa mudança no estilo de vida dos indígenas da América foi absorvida por várias etnias,
independente do colonizador ou região do continente.
O fato dos indígenas trabalharem o necessário para sua sobrevivência chocou-se com o
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trabalho intensivo e compulsório imposto pelo colonizador nas lavouras de cana-de-


açúcar, a questão da produtividade era estranha a eles, além da disciplina rígida. Pela
dificuldade de adaptação à cultura, muitos indígenas fugiam, morriam de melancolia e
cometiam suicídio das mais diversas formas, além de promover revoltas contra os

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colonizadores.
A pressão da Igreja Católica junto à Coroa portuguesa reivindicando leis que impedissem
a escravização indígena também era outro inconveniente.

Os Jesuítas subordinaram os índios a uma semi-servidão disfarçada que não correspondia


ao que a servidão tem de específico, mas ao mesmo tempo, não era trabalho livre ou a
escravidão na sua pureza conceptual.
Contribuíram ainda para o abastardamento cultural do índio, destruindo os seus padrões
de valores. Esses padrões eram fruto da experiência adquirida através de longo processo
de adaptação ao meio. Os jesuítas substituíram esses padrões por outros aquilatados e
impostos segundo estereótipos e julgamentos morais que eram inteiramente estranhos aos
índios. Esta desfasagem levou a que a população indígena fosse marginalizando
progressivamente do processo produtivo.

A mão-de-obra indígena – a princípio voluntária e caracterizada mente interesseira;


subordinada em seguida, a regime
escravista – foi o que permitiu aos portugueses que mais rapidamente dessem início à
tarefa preliminar de reconhecimento territorial e exploração econômica do Brasil,
facilitando-lhes a fixação e os meios de subsistência na nova colônia.
Com tantas dificuldades, os indígenas deixaram de ser o centro do escravismo e, a partir
de 1758, a coroa portuguesa concedeu a legalmente libertação definitiva dos indígenas
em sua colônia. Como ficaram os indígenas que enfrentaram este choque cultural?
Voltaram para o seu antigo modo de vida e se desvincularam da cultura europeia?
Ou mesmo após a introdução de africanos em grande escala, os indígenas, por serem mão-
de-obra mais barata, continuaram a ser empregados ainda durante muitos anos, no período
colonial? Será que isto ocorreu em regiões mais distantes do Nordeste açucareiro e na
região amazônica?

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História Abolição da Escravidão no Brasil e Estados Unidos
O processo de abolição da escravidão no continente americano faz parte das
transformações que ocorreram na organização política e econômica e que marcaram a
industrialização mundial.
Nos países que passaram pelo processo de industrialização, em especial a Inglaterra,
predominava o trabalho assalariado. Numa conjuntura de expansão do capitalismo, a
permanência do trabalho escravo nas colônias americanas não estava articulada com os
interesses econômicos dos países industrializados. Dessa forma, a Inglaterra, no século
XIX, com amparo legal, passou a combater militarmente o tráfico de escravos.
Nesse contexto de desenvolvimento industrial ocorreu a abolição da escravidão nos
Estados Unidos. As treze colônias inglesas na América do Norte foram colonizadas com
propósitos diferentes. Disso decorrem divergências políticas e econômicas que se
acentuaram depois da Independência dos Estados Unidos da América. Os Estados do
Norte, predominantemente industrializados, e os Estados do Sul, com sua economia
voltada para a agricultura, discordavam principalmente sobre a questão da mão-de-obra
escrava.
A eleição do Presidente Abrahan Lincoln (1809-1865), em 1860, apoiado pelo norte,
agravou as divergências entre os Estados do Norte e do Sul, os últimos se separam dos
Estados Unidos formando os Estados da Confederação da América, do qual faziam parte:
Carolina do Sul, Carolina do Norte, Flórida, Alabama, Mississipi, Texas e Georgia. Em
1861, teve início uma Guerra Civil entre os Estados do Sul e do Norte. Os Estados do
Norte que não aceitaram a separação (secessão).
Após quatro anos de luta, essa guerra foi vencida em 1865 pelos Estados do Norte. O
resultado deste conflito manteve o país unificado politicamente.
É nesse contexto que acontece a abolição da escravidão nos Estado Unidos. A mão-de-
obra escrava foi utilizada, principalmente, nos Estados do Sul que tinham uma produção
de monocultura (no caso dos EUA, o produto era o algodão) escravista e latifundiária
voltada para o mercado externo nos moldes do pacto colonial. Em 1863, o Presidente
Lincoln declarou o fim da escravidão nos Estados do Sul.
Ku Klux Klan (também conhecida como KKK) é o nome de várias organizações racistas
dos Estados Unidos que apóiam a supremacia branca e o protestantismo (padrão
conhecido também como WASP) em detrimento a outras religiões. A KKK, em seu
período mais forte, foi localizada principalmente na região sul de tal país.
A primeira KKK foi fundada por veteranos do exército dos Estados Confederados da
América em 1866. A Ku Klux Klan lutava pelo restabelecimento do poder dos Estados
do Sul e contra as reformas impostas pelos Estados do Norte, como o fim da escravidão.
A primeira Ku Klux Klan foi extinta pelo presidente Ulysses S. Grant (1822-1885).
O segundo grupo que utilizou o mesmo nome foi fundado em 1915 (alguns dizem que foi
em função do lançamento do filme O Nascimento de uma Nação, naquele mesmo ano),
em Atlanta, por William J.Simmons (1880-1945). Este grupo foi criado como uma
organização fraternal e lutou pelo domínio dos brancos protestantes sobre os negros,
católicos, judeus e asiáticos, assim como outros imigrantes. Este grupo ficou famoso
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pelos linchamentos e outras atividades violentas contra seus “inimigos”. Chegou a ter 4
milhões de membros na década de 1920, incluindo muitos políticos. A popularidade do
grupo caiu durante a Grande Depressão e durante a Segunda Guerra Mundial.

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Em 1850, o Brasil, por pressão da Inglaterra, aprovou uma Lei que determinava o fim do
tráfico de escravos. A diminuição da entrada de escravos no país fez com que o tráfico
interprovincial aumentasse, bem como o preço dos escravos. Apesar da luta dos
abolicionistas, a extinção da escravidão ocorreu lentamente, atendendo às pressões
políticas dos conservadores. A Lei do Ventre Livre determinava que os filhos das escravas
nascidos a partir da data da aprovação da lei, 28 de setembro de 1871, seriam livres. A
Lei dos sexagenários, aprovada em 1884, determinava que os escravos com mais de 65
anos seriam libertados.
Na década de 1880, tomou forma um movimento de luta contra a escravidão. O
movimento abolicionista expressou suas ideias em jornais, comícios e organizou fundos
para a emancipação dos escravos.
Intelectuais, que participavam desse movimento, defendiam o fim da escravidão. O
processo da abolição da escravidão chegou ao fim oficialmente com a assinatura da Lei
Áurea, em 13 de maio de 1888.

Documento 10
Fundamentos Gerais do Abolicionismo (1883)
Joaquim Nabuco condena a escravidão entre outros pelos seguintes motivos:
• Porque a escravidão, assim como arruína economicamente o país, impossibilita seu
progresso material, corrompe-lhe o caráter, desmoraliza-lhe os elementos constitutivos,
desonra o trabalho material, retarda a aparição de indústrias.
• Porque só com a emancipação total podem concorrer para a grande obra de uma Pátria
comum, forte e respeitada.
A tão sonhada liberdade foi conquistada, tanto pelos negros brasileiros quanto pelos
norte-americanos e os ex-escravos e seus descendentes.
Como ficou a situação desses ex-escravos? Onde foram morar?
Onde foram trabalhar?
Os registros nos mostram que tanto nos Estados Unidos como no Brasil a competição
pelo mercado de trabalho já era de longe acirrada, grande parte das profissões eram
igualmente desempenhadas por libertos e por livres. Porém, havia proibições em
empregar negros em certas profissões. Um decreto, de 25 de junho de 1831, proibia a
admissão de escravos como trabalhadores ou como oficiais das artes nas estações públicas
da província da Bahia.
Desde o início da colonização, a divisão de trabalho já acontecia, tanto entre os escravos,
como também entre os libertos e a sociedade branca.
Além dos problemas internos do trabalho, os ex-escravos e os livres tiveram que enfrentar
o grande número de pessoas: os imigrantes europeus e asiáticos que chegavam todos os
anos. Eram alfaiates franceses, maquinistas ingleses, médicos alemães, relojoeiros suíços,
lavradores, comerciantes, enfim, pessoas de todas as partes do mundo. Esses chegaram
só após a abolição? Quais os fatores que justificam essa vinda? De onde vieram?

Na bagagem, esperança e sonhos…


A nova mentalidade política e econômica, consolidando as relações capitalistas, e uma
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divisão internacional do trabalho, do século XVIII em diante, auxiliaram na transição do


trabalho escravo para o trabalho livre. No Brasil, a lavoura cafeeira e novas possibilidades
de investimento no setor da indústria e comércio tornaram o trabalho escravo

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um investimento menos vantajoso. É importante também relembrar as pressões e a
dependência do Brasil ao capital internacional que pretendia alargar seu mercado.
No Brasil, devido às pressões internas e externas, manter a escravidão estava difícil,
principalmente após o fim do tráfico negreiro. A produção do açúcar começou a enfrentar
problemas a partir de 1654, quando o produto passou a ser cultivado por holandeses,
franceses e ingleses nas Antilhas (América Central), tornando-se um forte concorrente.
Foi necessário encontrar um produto tão ou mais lucrativo que o açúcar, e a partir do
século XVIII, uma nova cultura passou a fazer parte da economia brasileira: o café.
A produção de café necessitava de grande quantidade de mão-de obra.
Com a proibição do tráfico de escravos, faltaram braços para a lavoura.
Buscou-se, então, a solução para esse problema no uso da mão de-obra do imigrante
europeu.
Na Europa, o avanço do capitalismo modificava as relações sociais fazendo com que o
excedente de trabalhadores se tornasse incômodo para a sociedade. Tanto nos países em
que ocorreu o avanço da industrialização quanto nos países onde o capitalismo
modificava as relações de produção no campo houve um incentivo para que a mão-de
obra excedente emigrasse para outras nações.
O fluxo imigratório para o Brasil acontece desde a independência do país. Na região Sul
teve como objetivo o povoamento de regiões pouco habitadas. Porém, é no contexto da
produção do café que a chegada dos imigrantes se relaciona com a transição da mão-de-
obra escrava para a mão-de-obra livre.
Os primeiros imigrantes que foram para as fazendas de café tinham as despesas relativas
à viagem e aos gastos de instalação pagos pelos fazendeiros. Os imigrantes se
comprometiam a reembolsar o fazendeiro com seu trabalho. Na prática e até pela
mentalidade dos escravocratas, o tratamento ao imigrante não se diferenciava do
tratamento dispensado aos escravos.

Muitos eram os imigrantes que chegavam ao Brasil. Os italianos formaram o maior grupo
(38%), seguido pelos portugueses com (29%), os espanhóis também alcançaram uma
grande percentagem (14,6%), japoneses, alemães, sírios, libaneses, poloneses, judeus,
finlandeses, chineses, coreanos vieram residir e fazer história em nosso país. As duas
grandes guerras (1914-1918 e 1938-1945) também colaboraram para engrossar o fluxo
migratório para a América.

Os antigos escravos, cuja exploração implicava um recurso sistemático e direto à


violência, estão entre os trabalhadores menos adaptados ideologicamente às formas
superiores de dominação do capital.
Nos países como o Brasil, dadas as possibilidades de autossubsistência ou integrar-se as
formas pré-capitalistas de produção predominantes no campo, os antigos escravos
“escapavam” mais ou menos facilmente ao trabalho assalariado. Mesmo os antigos
escravos, que estavam nas cidades das regiões mais desenvolvidas e aí permaneciam,
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submetiam-se dificilmente à disciplina própria da produção capitalista. Sabe-se que os


preconceitos raciais encontram, muitas vezes, as suas origens na escravidão.

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Esse sistema foi condenado pelos países de origem desses imigrantes, que chegaram a
proibir a continuidade do processo imigratório.
Como o problema de falta de mão-de-obra para a cafeicultura persistia, foi necessário que
o setor se adaptasse a mão -de- obra assalariada.
Se os proprietários brasileiros estavam há tempo enfrentando os movimentos em favor da
abolição, enfrentariam também as reivindicações dos imigrantes europeus e asiáticos, que
desde o tempo colonial estavam chegando, apesar de lento e gradual, o fluxo migratório
já existia no tempo do Brasil colonial.
É bom lembrar que o trabalhador assalariado existia no Brasil desde o período colonial,
o que mudaria eram as relações de trabalho, além da quantidade e os tipos variados de
pessoas que iriam compor essa recente sociedade.

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Conclusão
É quase inimaginável o que aqueles homens e mulheres sofreram nas mãos dos
capturadores, mercadores, compradores, donos e feitores. Ainda que fossem vistos,
comparados e usados como objetos, sem direitos humanos ou qualquer outro, sempre
resistiram a essa forma de existência indigna de se tratar um ser humano.
Os amos brancos empregaram todo tipo de castigo físico, além de toda
a crueldade da Inquisição. O único "amparo" daquelas pessoas maltratadas foi o facto que
com marcas de castigo, o valor era diminuído.

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Bibliografia
www. Google.co.ao
Mundoeducação.bol.uol.com.br

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