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PROJETO INTEGRADOR I

Daiane Predebon
PROJETO INTEGRADOR I 2

SUMÁRIO
Introdução3

COMPETÊNCIA4

Conceito de competência 5
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC
Competências organizacionais 8 Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107.
Caxias do Sul/ RS

Competências técnicas e comportamentais 13 REITOR


Claudino José Meneguzzi Júnior
PRÓ-REITORA ACADÊMICA

Competências técnicas 14 Débora Frizzo


PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Altair Ruzzarin
DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)
Competências comportamentais 15 Lígia Futterleib

Desenvolvido pela equipe de Criações para o


Competências técnicas X competências ensino a distância (CREAD)

comportamentais: quais pesam mais? 16 Coordenadora e Designer Instrucional


Sabrina Maciel
Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem
Igor Zattera, Leonardo Ribeiro
Desenvolvendo competências comportamentais 20 Revisora
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Introdução

Estimados alunos,

O presente material foi elaborado com o propósito de “incomodá-los”, le-


vando-os a refletir “fora da caixa” a respeito daquilo que vocês acreditam ser
determinante para se atingir o sucesso, seja no âmbito pessoal, seja no profissional.

Estamos falando de competência, que não tem a ver com “ser competen-
te”, mas com “ter competências”. Mas o que são competências? E quais são as
competências de fato importantes para conquistarmos o tão almejado sucesso?
É mesmo possível “chegar lá”?

Essas são algumas das inquietações que queremos provocar em vocês com
este material... Vamos dar as respostas? Não! Faremos mais do que isso: vamos
prová-las!

Se vocês estão dispostos a descobrir, comecem “saindo da caixa”. Feito isso,


mergulhem nesse maravilhoso CHA e preparem-se para percorrer um novo
caminho, um caminho rumo ao melhor de si mesmos, rumo ao sucesso.
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COMPETÊNCIA
Ter competências é ser competente?
Será mesmo?
Cada indivíduo carrega em si um conjunto único de experi-
ências e conhecimentos adquiridos ao longo da vida profissional
e pessoal, formando um conjunto específico de competências
(individuais) que, em conjunto com outros indivíduos, porta-
dores de outras competências, formam uma teia (organização),
um sistema de conhecimentos e experiências integrados a fim
de atingir vantagens competitivas (competências centrais ou
core competencies).
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Contudo, a sociedade evoluiu e o dinamismo no mundo


empresarial trouxe novas demandas, além de uma imprevisi-
bilidade crescente, se tratando de um ambiente onde não se
consegue prever ao certo as atividades que cada cargo demanda,
cabendo ao indivíduo identificar quais são as necessidades para
atender cada exigência da empresa juntamente do mercado de
trabalho.

Sendo assim, houve uma dissociação do conceito de com-


petência da necessidade de um cargo em si, associando agora
Conceito de competência a habilidade do indivíduo de mobilizar o seu intelecto para se
mobilizar e atender a demanda da corporação. Exigindo assim,
Na década de 80 e início dos anos 90 no Brasil, em Admi- a necessidade de uma competência em ação (Dutra, Ruas e
nistração, competência foi disseminado entre as corporações Nakata, 2006).
como um conceito baseado em um conjunto de conhecimentos,
habilidades e atitudes de um indivíduo (CHA), necessário Essas competências se dão pela integração do que a com-
para que sejam supridas as necessidades de determinado cargo panhia carrega (culturas, valores, conhecimentos, vantagens
(Dutra, 2004). competitivas) com o que o indivíduo pode oferecer, assim como
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conceituado por Fleury no ano 2000: “Saber agir responsável e


reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhe-
cimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico
à organização e valor social ao indivíduo.” (Fleury, 2000).
Nesse contexto, saber agir de maneira responsável significa
que o indivíduo deve entregar-se completamente à empresa,
ou seja, comprometer-se com seus objetivos.

Nesta perspectiva, o conceito de


competência é pensado como conjunto de
conhecimentos, habilidades e atitudes (isto
é, conjunto de capacidades humanas) que
justificam um alto desempenho. Em outras
palavras, a competência é percebida como
estoque de recursos que o indivíduo detém.
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Para Rabaglio, competência é um conjunto de conheci- designada a fazer uma outra tarefa e não obter o mesmo nível
mentos, habilidades, atitudes e comportamentos que permitem de satisfação. Assim, ser competente está relacionado com um
ao indivíduo desempenhar com eficácia determinadas tarefas. bom desempenho numa determinada tarefa, o que não garante
Para ela, ser competente e ter competência são coisas diferen- que este desempenho será sempre bom. Ter competência para a
tes. Uma pessoa pode ter sido competente ao ser designada a realização de uma tarefa significa ter conhecimentos, habilida-
fazer uma determinada tarefa, mas isso não significa que ela des e atitudes compatíveis com o desempenho dela e ser capaz
seja sempre competente, ou seja, esta mesma pessoa pode ser de colocar esse potencial em prática sempre que for necessário.
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Competências organizacionais

Paul C. Green é considerado um dos maiores estudiosos do Já as competências individuais, segundo o autor, são des-
assunto na atualidade. Em seu livro “Desenvolvendo Competên- crições de hábitos de trabalhos que são mensuráveis e habili-
cias Consistentes”, uma de suas obras mais famosas, Green defen- dades pessoais que são utilizadas por uma pessoa para alcançar
de que existem duas dimensões de competências, as competências os objetivos de trabalho da organização. Por exemplo, ideias
organizacionais e as competências individuais. As competências relacionadas à liderança, criatividade ou habilidades de apre-
organizacionais, que o autor chama de competências essenciais, sentação podem ser expandidas para definições de competência
são conjuntos únicos de conhecimentos técnicos e habilidades e individual.
possuem ferramentas que causam impacto em produtos e serviços
múltiplos em organização e fornecem uma vantagem competitiva Um dos primeiros a utilizarem o termo competência es-
no mercado. Explicando melhor, uma competência essencial é sencial foram C.K.Prahalad e Gary Hamel. Em 1990, eles
um conjunto peculiar de know-how técnico, que é o centro do afirmavam que uma organização ganhava vantagens compe-
propósito organizacional. Ela está presente nas múltiplas divi- titivas no mercado através do uso de um pequeno número de
sões da organização e nos diferentes produtos e serviços. Essas competências essenciais que afetam produtos diferentes através
competências fornecem uma vantagem competitiva peculiar da das unidades de negócios. Segundo os mesmos, as competências
organização, resultando em valor percebido pelos clientes, e são essenciais são as habilidades que permitem que a empresa seja
difíceis de serem imitadas por outras empresas. capaz de oferecer um benefício fundamental aos seus clientes.
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a fundo cada definição, poderemos observar que todas as de-


finições possuem pontos em comum. Vejamos quais são estes
pontos.

Em primeiro lugar, fica claro perceber que alguns autores


supramencionados classificam competência em duas dimensões
distintas: competências organizacionais e competências indivi-
duais. Prahalad & Hamel foram um dos primeiros a escrever
sobre as competências organizacionais quando publicaram,
em 1990, um artigo na Harvard Business Review com o título
“Core Competence”, Competências Essenciais. Esse artigo
Como podemos notar, cada autor define a questão da repercutiu no mundo inteiro e logo o assunto começou a ser
competência de acordo com sua visão e seus valores sobre o debatido em milhares de encontros entre gestores, organizações
assunto. Quando todos estes autores citados descrevem sobre e universidades. Alguns anos depois, Green também escreveria
o que é competência, embora as linguagens para explicar a de- sobre as competências organizacionais.
finição sejam diferentes, na realidade todos eles estão falando
basicamente sobre a mesma filosofia de trabalho dentro das Já Boog e Resende referem-se não ao termo “competências
organizações. Algumas definições parecem bem diferentes organizacionais”, mas preferem chamar de “competências em-
umas das outras, porém, se prestarmos atenção e analisarmos presariais.” Analisando as definições destes autores, podemos
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concluir que as competências organizacionais (ou competências pessoas e não de máquinas ou paredes. São os colaboradores de
empresariais) são aquelas competências essenciais para que a uma empresa os maiores responsáveis pelo desenvolvimento de
empresa sobreviva no mercado competitivo. São competências competências organizacionais. Por isso, muitos autores escrevem
características de uma empresa, aquelas que nenhuma outra sobre a segunda dimensão da competência: as competências
possui de forma similar. Estas características são o diferencial individuais.
de uma empresa, o que a torna única em seu segmento. Como
o próprio Green (2000) explica, por serem essenciais e únicas
de uma empresa, essas competências fornecem uma vantagem
competitiva e geram valor percebido pelos clientes.

Desenvolver as competências organizacionais deve ser


sempre o primeiro objetivo de uma empresa, pois dominando
tais competências a empresa consegue garantias de um bom
desempenho no mercado não só nos dias atuais, mas estará
também garantindo este bom desempenho no futuro. Porém,
para se desenvolver competências organizacionais precisamos
essencialmente de pessoas. As empresas funcionam através de
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Competências individuais

Fazendo uma análise das diversas definições sobre com- vidual, características que podem ser incluídas no conjunto de
petência individual citadas anteriormente, podemos observar atitudes de um indivíduo. Fleury também vai além, ao definir
que a maioria dos autores cita as palavras “hábitos”, “atitudes” que a competência está relacionada com a capacidade de entrega
e “conhecimentos” em suas definições. Embora, assim como de um indivíduo, assim como também defende Dutra. Porém,
na definição de competências organizacionais, cada escritor a entrega também pode ser incluída no grupo de atitudes de
define competências individuais de maneira diferente, a maioria uma pessoa. Quando uma pessoa assume determinada tarefa,
deles destaca os hábitos, as atitudes e os conhecimentos de um ele pode ter duas atitudes: ou desempenha exatamente aquilo
indivíduo como partes integrantes de sua competência. Assim, que se espera dela ou desempenha a tarefa além do que é es-
podemos chegar a uma definição de competência individual: perado, supera as expectativas, e isso só pode acontecer se ele
é um conjunto de conhecimentos, atitudes e habilidades que realmente se entregar ao que está fazendo. Isso terá feito parte
uma pessoa possui sobre determinado assunto. de seu grupo de atitudes como profissional.

Mas não podemos deixar de dar importância ao fato de Boog descreve a competência como meio para atingir re-
que alguns autores vão além das palavras “hábitos”, “atitudes” sultados. Parry define que a competência afeta a atividade de
e “conhecimentos” em suas definições. Resende, por exemplo, um indivíduo. Resende fala da competência transformada em
inclui “interesse” e “vontade” na definição de competência indi- resultados. Rabaglio define a competência como meio para
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desempenhar com eficácia uma tarefa. Green defende a impor- 5. Competências sociais e políticas: capacidade de se relacionar
tância da competência para se alcançar objetivos. E Fleury é muito e participar dos acontecimentos sociais.
mais profunda em sua definição, pois descreve a competência
6. Competências didático-pedagógicas: são as competências
como meio para mobilizar, integrar, transferir conhecimentos e
voltadas à educação e o ensino.
agregar valor social.
7. Competências metodológicas: capacidade de aplicar técnicas
De um modo geral, as competências podem ser classifica- e meios de organização de trabalhos e atividades.
das em nove categorias, sugerindo que existem vários tipos de
8. Competências de liderança: capacidade de influenciar e condu-
competências:
zir pessoas para diversos fins ou objetivos na vida profissional
ou social.
1. Competências técnicas: de domínio apenas de especialistas
em determinado assunto ou trabalho. 9. Competências empresariais ou organizacionais: são as compe-
tências aplicadas a diferentes objetivos e formas de organização
2. Competências intelectuais: relacionadas a aptidões mentais.
e gestão empresarial.
3. Competências cognitivas: uma mistura de capacidade inte-
lectual com domínio de conhecimento. Nesse contexto, concluímos que as competências comporta-
mentais são as atitudes e comportamentos que uma pessoa possui.
4. Competências relacionais: capacidade de se relacionar e in-
Já as competências técnicas são os conhecimentos e habilidades
teragir.
que uma pessoa aplica em técnicas ou funções específicas.
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Competências técnicas e comportamentais

Quando vamos a uma entrevista de emprego, deve- Afinal, qual é o papel de cada
mos estar preparados para receber perguntas relacionadas
tanto as nossas habilidades profissionais quanto as nossas
uma para o sucesso?
características pessoais. Afinal, a empresa quer saber se o
candidato que está diante dele não só é capaz de cumprir
bem as funções que a ele são delegadas, mas também se é
capaz de apresentar na organização uma postura compatível
com os valores que ela mantém.

De acordo com especialistas, o sucesso profissional e


pessoal pode fazer grande diferença quando unimos compe-
tência técnica e competência comportamental. Mas, afinal,
o que é competência técnica e o que é competência compor-
tamental? O que de fato significa cada uma e sua relevância
para o alcance do sucesso é o assunto a partir de agora.
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São consideradas técnicas as competências obtidas por


meio da educação formal, aquelas relacionadas com o nível de
escolaridade que o profissional possui, que deve ser compatível
com as atribuições que ele assumirá dentro da organização.
Englobam também os treinamentos que ele adquire por meio de
graduações, especializações e cursos de habilitação profissional,
que visam à obtenção de melhor desempenho no exercício do
cargo. Em suma, os conhecimentos técnicos são formados pela
soma da escolaridade com os treinamentos, mais a experiência
adquirida ao longo da vida profissional.

Os níveis de conhecimentos técnicos variam desde os ele-


Competências técnicas mentares, que são aqueles necessários para que o profissional
compreenda um determinado vocabulário específico, necessário
Podemos entender as competências técnicas como todas à orientação das tarefas, até os mais profundos, que permite
aquelas adquiridas por meio da educação formal, de treina- ao profissional interferir no desenvolvimento da organização
mentos e a partir das experiências profissionais obtidas ao a partir de implantação de novos conceitos, planejamentos e
longo da carreira. metodologias.
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Competências comportamentais Basicamente, as competências comportamentais podem


ser distinguidas como:
As competências comportamentais são aquelas inerentes
à personalidade do indivíduo, que podem contribuir para o • Intelectuais: são aquelas necessárias para o reconhecimento,
sucesso no desempenho de uma função. Elas são conquista- análise e solução de um problema e pela capacidade de pensar
das e aperfeiçoadas a partir do autoconhecimento, que leva à estrategicamente, agir proativamente, atuar preventivamente
compreensão e ao domínio sobre nossas próprias habilidades, e transferir conhecimentos.
capacidades, oportunidades de melhoria e potencialidades.
• De comunicação: são utilizadas na forma de expressão e de
Desse modo, podem ser aprimoradas pelo treinamento e pela
comunicação com todo o conjunto de pessoas com as quais
busca do desenvolvimento pessoal.
o profissional deve se relacionar no exercício da função.

• Sociais: estão relacionadas com o comportamento do profis-


sional tanto na vida pessoal quanto no ambiente de trabalho.

• De comportamento: demonstram a capacidade do profissio-


nal de empreender, inovar, tomar iniciativa, criar, aprender,
mudar, agir com ética e buscar a qualidade no que faz.

• Organizacionais: estão relacionadas com a compreensão das


finalidades da organização e das relações dela com a sociedade.
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Competências técnicas X competências


comportamentais: quais pesam mais?

É fundamental compreendermos que o mercado de traba-


lho é dinâmico, com constante oferta de bons profissionais, o
que exige que aquele que pretende de fato se destacar busque
diferenciais consistentes. Nesse sentido, não dá pra dizer que
uma competência vale mais do que a outra, durante todo o
tempo. O que vale mais é a combinação das duas, buscando Por exemplo, imagine o gerente de um posto de gasolina
nivelá-las no mais alto grau possível. que conhece tudo do mercado de combustíveis, tem exce-
lente capacidade de gestão financeira, sabe muito bem como
De fato, quando estão diante de uma necessidade, muitas controlar o estoque da empresa, mas que, por outro lado, é
empresas contratam profissionais somente de olho nas com- arrogante com os colaboradores, usa o cargo como um núcleo
petências técnicas. Porém, com o passar do tempo e com a de poder e é impaciente com a clientela. De fato, em função
convivência, essas empresas acabam percebendo que mesmo das competências técnicas, durante um tempo ele pode até
com boa capacitação técnica, o profissional contratado não permanecer no cargo, mas a convivência com a falta de com-
está alinhado com os valores da organização, o que acaba em petências comportamentais acabará tendo como consequência
demissão. a demissão desse gerente.
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Uma pesquisa sobre os motivos das demissões, realizada em maio de 2000 pela
H2R e Right Management, a pedido da revista Você S/A, apontou que 61% dos
profissionais acreditavam que poderiam perder seus empregos por problemas de atu-
alização, conhecimento e habilidade técnica ou por falta de experiência. Entretanto,
87% das organizações declararam, naquela ocasião, demitir profissionais em razão
de suas atitudes, ou seja, por motivos comportamentais, tais como: temperamento,
falta de garra ou por problemas de relacionamento interpessoal (Revista Você S/A,
maio de 2000).

Isso quer dizer que as empresas estão demitindo pessoas por problemas compor-
tamentais. São as atitudes das pessoas que as estão demitindo ou impedindo o seu
sucesso dentro das organizações e apenas 13% das demissões está ligado à deficiência
técnica.

Esse resultado reitera o que Peter Drucker já afirmava: “As pessoas são contrata-
das pelas suas habilidades técnicas, mas são demitidas pelos seus comportamentos”.

Falando um pouco mais sobre competência comportamental, todos nós já nascemos


com uma base comportamental condicionada, seja pela educação que recebemos de
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nossos pais ou durante a escola, adquirimos isso durante todo experientes e hábeis para lidar com as oportunidades, ameaças
o tempo. Às vezes, fazemos coisas que depois e, em seguida, e os conflitos organizacionais.
nos damos conta que aconteceram no automático, ou seja, nem
percebemos nossas atitudes, e vamos ver o que fizemos depois Contudo, vale destacar que ter só o comportamental e não
que aconteceu a situação. Você já se deparou com uma situação saber utilizar a parte técnica não garante empregabilidade ou
dessas? Isso é muito comum em nossas relações familiares, bem sucesso a ninguém. É como diz aquele ditado, “muita manchete
como nas profissionais. e pouco conteúdo.” Ou seja, ninguém consegue manter-se apenas
com um dos lados: deve haver um equilíbrio harmônico entre
Por essa razão, programas de formação e desenvolvimento o técnico e o comportamental. Como tudo na vida, devemos
estão sendo promovidos pelas empresas, visando desenvolver sempre manter o equilíbrio para sermos bons como pessoas e
as competências (especialmente as comportamentais) de seus como profissionais.
colaboradores nos diversos níveis da estrutura organizacional.
O foco básico recai sobre a aquisição e o desenvolvimento de
conhecimentos, habilidades e atitudes que se apresentam como
gaps entre o perfil desejado e o perfil atual. Em meio a tais
programas, encontram-se cada vez mais frequentes aqueles
que objetivam desenvolver lideranças nas empresas, uma vez
que, com o aumento da complexidade e do nível de mudanças
no ambiente organizacional, vêm sendo requeridas lideranças
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Desenvolvendo competências comportamentais

Face à complexidade do atual ambiente de trabalho, o profissional deve


buscar, de forma contínua, o aprimoramento de sua carreira e o desenvolvimen-
to de suas competências individuais, tanto técnicas como comportamentais.

Vimos que nossas competências técnicas podem ser aperfeiçoadas através


de cursos, treinamentos, qualificações, prática, treino, entre outros. Mas o
que nós podemos fazer para promover o desenvolvimento de nossas com-
petências comportamentais?

Um excelente recurso para o desenvolvimento de nossas competências é


o exercício do feedback, ou seja, buscar obter, através das outras pessoas, um
retorno a respeito da forma como nos comportamos no dia a dia, pensando
criticamente a respeito das informações obtidas.

A partir da autoavaliação de nossos comportamentos, podemos investir


em técnicas diversas para o desenvolvimento das competências que precisam
ser aperfeiçoadas, tais como cursos, terapia e até mesmo leituras.
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Um dos recursos muito utilizado hoje em dia é o


coaching, ferramenta rápida, eficaz e objetiva para
o desenvolvimento de competências específicas,
sejam elas de caráter pessoal ou profissional. No
contexto organizacional, a técnica pode ser inserida
em treinamentos, dinâmicas de grupo, avaliação
de desempenho, vivenciando situações do dia a dia.
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Síntese

Neste ebook vimos que...

• O conceito de competência é pensado como conjunto de através de pessoas e não de máquinas ou paredes. São os
conhecimentos, habilidades e atitudes (isto é, conjunto de colaboradores de uma empresa os maiores responsáveis pelo
capacidades humanas) que justificam um alto desempenho. desenvolvimento de competências organizacionais.
Em outras palavras, a competência é percebida como estoque
de recursos que o indivíduo detém. • Podemos entender as competências técnicas como todas
aquelas adquiridas por meio da educação formal, de trei-
• As competências organizacionais, também chamadas de com- namentos e a partir das experiências profissionais obtidas
petências essenciais, são conjuntos únicos de conhecimentos ao longo da carreira.
técnicos e habilidades e possuem ferramentas que causam
impacto em produtos e serviços múltiplos em organização • As competências comportamentais são aquelas inerentes à
e fornecem uma vantagem competitiva no mercado. personalidade do indivíduo, que podem contribuir para o
sucesso no desempenho de uma função. Elas são conquista-
• Para se desenvolver competências organizacionais preci- das e aperfeiçoadas a partir do autoconhecimento, que leva à
samos essencialmente de pessoas. As empresas funcionam compreensão e ao domínio sobre nossas próprias habilidades,
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capacidades, oportunidades de melhoria e potencialidades. pessoas que as estão demitindo ou impedindo o seu sucesso
Desse modo, podem ser aprimoradas pelo treinamento e dentro das organizações e apenas 1,3% das demissões está
pela busca do desenvolvimento pessoal. ligado à deficiência técnica.

• É fundamental compreendermos que o mercado de trabalho • Face à complexidade do atual ambiente de trabalho, o pro-
é dinâmico, com constante oferta de bons profissionais, o fissional deve buscar, de forma contínua, o aprimoramento
que exige que aquele que pretende de fato se destacar busque de sua carreira e o desenvolvimento de suas competências
diferenciais consistentes. Nesse sentido, não dá pra dizer que individuais, tanto técnicas, como comportamentais.
uma competência vale mais do que a outra, durante todo o
tempo. O que vale mais é a combinação das duas, buscando • As competências técnicas podem ser aperfeiçoadas através
nivelá-las no mais alto grau possível. de cursos, treinamentos, qualificações, prática, treino, entre
outros. Já as comportamentais podem ser desenvolvidas
• Segundo pesquisa realizada no Brasil, 87% das organizações através do exercício do feedback e a partir da autoavaliação
declaram demitir profissionais em razão de suas atitudes, de nossos comportamentos, podemos investir em técnicas
ou seja por motivos comportamentais, tais como: tempera- diversas para o desenvolvimento das competências que pre-
mento, falta de garra ou por problemas de relacionamento cisam ser aperfeiçoadas, tais como coaching, cursos, terapia
interpessoal. Isso quer dizer que as empresas estão demitindo e até mesmo leituras.
pessoas por problemas comportamentais. São as atitudes das
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Referências

BOOG, Gustavo. O Desafio da competência. São Paulo: Seller, 2000.

CODA, Roberto. Competências comportamentais. São Paulo: Atlas, 2016.

DEMO, Pedro. Habilidades e competências no século XXI. Porto Alegre: Mediação, 2010.

DUTRA, J. S. Competências: conceitos e instrumentos para a gestão de pessoas na empresa moderna. São Paulo: Atlas, 2004.

FERREIRA, Patricia Itala. Rio de Janeiro: LTC, 2015.

FLEURY, Maria Tereza. Estratégias empresariais e formação de competências. São Paulo: Campus, 2000.

GRAMIGNA, Maria Rita. Modelo de competências e gestão dos talentos. São Paulo: Pearson, 2007.

GREEN, Paul C. Desenvolvendo competências consistentes – como vincular sistemas de recursos humanos a estratégias or-
ganizacionais. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2000.

RABAGLIO, Maria Odete. Gestão por competências. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2013.

RABAGLIO, Maria Odete. Seleção por competência. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.

RESENDE, Enio. O Livro das competências – Desenvolvimento das competências: a melhor auto ajuda para pessoas, orga-
nizações e sociedade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003.

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