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Resumo: Este artigo apresenta a descrição da execução de uma laje convencional com contrapiso
em um edifício na cidade de Chapecó-SC e, através de referenciais teóricos, sugere etapas
necessárias para tornar a laje nivelada e assim ter a possibilidade de assentar qualquer revestimento
em sua superfície. A principal mudança para a obtenção da laje nível “zero” está relacionada à
deformação de lajes em que ela não pode ultrapassara flecha estipulada pelo engenheiro estrutural.
Há também outros fatores que devem ser considerados na sua execução, como por exemplos como a
adoção de cimbramento metálico, cuidados na fixação da armadura e de instalações embutidas,
adoção de mestras rígidas e guarda-corpos postos há aproximadamente 50 cm para fora do
perímetro do pavimento para que a máquina power float possa desempenar as extremidades da laje,
entre outros. Além disso, o artigo apresenta como pesquisas adicionais modos de aprimoramento
para sua execução, como a utilização de concreto auto-adensável que se apresenta como uma boa
forma de aumento de produtividade das lajes, porém seu emprego é difícil devido ao seu alto custo.
Apresenta também algumas maneiras de diminuir o ruído da laje “zero”, sendo a principal delas, a
adoção de mantas com lã de rocha sobre o forro. Também apresenta uma pesquisa feita com
engenheiros das principais construtoras da cidade, onde procura saber qual é o principal motivo que
as impedem de não utilizarem o sistema construtivo em suas obras. De acordo com a entrevista uma
das principais dificuldades enfrentadas na execução da laje nível “zero” é a passagem de tubulação
de gás. Uma das alternativas apresentadas é a colocação de barrotilhos de madeira por onde passa
a tubulação. Este artigo pode servir como referência de pesquisa a construtoras, pois reúnem
informações sobre os problemas locais relacionados à execução de laje nível “zero” bem como
possíveis soluções.
Palavras-chaves: Nível “zero”. Formas. Laje.
1. Introdução
Empresas do ramo da construção civil estão sempre em busca maneiras para
se tornarem competitivas. Tal objetivo pode ser alcançado com o aprimoramento da
produtividade. Quando se fala em desperdício na construção civil não se trata
apenas de somente entulhos gerados. Há de se levar em conta também as perdas
geradas por consumos extras de materiais provenientes da má qualidade executiva,
sem contar aspectos não materiais como tempo e mão de obra. Portanto é possível
afirmar que o desperdício começa com o processo construtivo. Um dos métodos que
podem conduzir à redução do desperdício é a laje “zero” que são lajes acabadas
diretamente no momento de sua execução. A regularização é dispensada na
execução deste tipo de laje.
2. Revisão bibliográfica
2.1. Acabamentos de lajes
Nas lajes de edifícios de concreto, há diversos métodos construtivos com
ampla aceitação no mercado da construção civil. Com as novas tecnologias
existentes para redução de custos, a aplicação destas rende muitos benefícios.
Carvalho (1998) ainda cita que devem ser calculados deslocamentos para os
pavimentos para várias combinações de carregamentos que atuam ao longo da vida
útil da edificação. Com isso, podem-se adotar os valores ideais, ou seja, uma média,
das contra-flechas a serem aplicadas. A definição dos valores das contra-flechas a
serem aplicadas é um aspecto de extrema relevância, pois ela deve compensar as
deformações que o pavimento vai sofrer quando da sua utilização para não ocorrer
nenhum erro no nivelamento.
3. Procedimentos metodológicos
3.1. Método de pesquisa
3.1.1. Método de abordagem
Segundo Gil (2002) o método de abordagem da pesquisa é dedutivo, pois
parte do principio de bibliografias e leis gerais dos procedimentos para execução da
laje nível “zero” que foram adequadas para um fenômeno particular representado por
um estudo de caso de uma laje convencional com contrapiso em um edifício da
cidade de Chapecó - SC.
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4.2.1. Formas
As formas da laje do edifício “A” foram constituídas por escoras metálicas,
estrutura de madeira seguida de cubetas plásticas constituindo assim a laje
nervurada.
Após sarrafear a laje em toda a superfície da mestra, ela era retirada por um
funcionário. Este trabalho também deixava buracos profundos na laje, o que fazia
com que o funcionário corrigisse novamente a imperfeição deixada. Este retrabalho
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Então foi sugerido que a mestra fosse apoiada na base da cubeta para que
garantisse a espessura da laje definida em projeto.
Na laje nivelada, não é possível fazer este trabalho, pois para receber o
desempenamento, a superfície da laje deve estar sem objetos salientes no pano da
laje. Além disso, os trabalhadores que caminham sobre a superfície do concreto
fresco geram retrabalhos desnecessários de regularização.
Portanto a solução sugerida neste caso foi fixar as peças de pé-de-pilar com o
concreto já endurecido. Esta idéia foi utilizada no pavimento superior. Nesta laje, as
madeiras pé-de-pilar foram postas alguns dias depois da concretagem. Elas foram
fixadas ao redor dos pilares com dois pinos com cabeça cada peça.
4.3.2.2. Armaduras
Um dos principais problemas da execução da laje nível “zero” são as deformações.
O aumento da armadura de tração, mesmo que não necessário para a segurança no
Estado Limite Ultimo, pode diminuir significativamente as deformações das
estruturas de concreto armado.
Após algumas horas, em que for possível andar sobre o concreto deixando leves
marcas de sapato é possível prosseguir com o acabamento da laje. O tempo de
espera depende das características do concreto. Neste momento deve ser aplicada
a desempenadeira motorizada com disco chamada power float. Ela tem a mesma
função que o bullfloat, porém realiza o trabalho 10 vezes mais rápido do que o
equipamento manual.
Assim que for possível transitar pela laje sem deixar nenhuma marca, é possível
aplicar a desempenadeira motorizada do tipo power troweler esta maquina possui
pás acionadas por um motor que ao girarem na laje produzem uma superfície lisa e
uniforme.
Desta maneira pode se concluir que não seria possível o emprego da laje nível
“zero”, sendo que se esta fosse empregada, poderia haver problemas para assentar
pisos de grande dimensão com o risco de ocorrer sua ruptura.
Como dito, mesmo que tais mudanças forem implementadas na obra em estudo,
esta precisaria de uma reformulação no que diz respeito a projeto estrutural, como
por exemplo, aumento da resistência característica do concreto das lajes, aumento
da espessura, diminuição dos vãos, etc.
5. Considerações finais
Na busca de um sistema construtivo racionalizado, a utilização de laje nível “zero” se
torna uma solução muito conveniente, pois propicia varias vantagens em relação ao
sistema convencional como, por exemplo, eliminação do contrapiso; redução do
peso da estrutura; redução de custos, materiais e mão-de-obra; fácil manutenção e
limpeza.
As vantagens da laje nível “zero” são inúmeras, não somente com a economia do
gasto com contrapiso. Porem falta dedicação por parte dos engenheiros para tentar
adequar os procedimentos descritos neste artigo em suas obras. A laje nível “zero” é
rara de se ver em Chapecó e região, seu desenvolvimento é impedido, pois as
construtoras que o executam, se recusam a disponibilizar informações sobre o
planejamento da laje, pelo fato de ser segundo as empresas, “um segredo
profissional”.
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Há certo receio das construtoras de Chapecó-SC para aplicar esse novo método de
se executar a laje, pois há um padrão de procedimentos construtivos usados por
cada uma delas. Cada mudança passa por planejamentos, estudos e principalmente
ambição de se buscar um novo método que traz racionalização suas obras e
propicia não só a economia do contrapiso, mas encurta o cronograma da obra,
impede o estoque excessivo de materiais, diminui valores de cargas em todo o
pórtico da estrutura.
Portanto este artigo pode servir como referência de pesquisa há algumas empresas,
principalmente chapecoenses, pois reúnem informações sobre os problemas locais
enfrentados bem como possíveis soluções. Como o estudo de caso apresentado
pode representar uma visão muito especifica dos problemas, as pesquisas
adicionais foram realizadas e podem também servir como referência.
Outra conclusão retirada com os estudos realizados é que a laje nível “zero” é um
método executivo que recomendado em edificações de baixo padrão, pois o fato que
prevalece neste tipo de laje é a economia com materiais e a redução de etapas
construtivas. Como neste tipo de edificação a qualidade não é a principal
característica eminente, pequenos problemas da laje “zero” como falta de caimento
para ralos e o mal isolamento acústico passam despercebidos diante da economia
que esta laje traz. Este que é a qualidade fundamental em edifícios de baixo padrão
de qualidade construtiva
Referências
CARVALHO, Roberto Chust. Uso de contrapiso “zero” em pavimentos de
sistemas estruturais de lajes sem vigas. Escola Politécnica - Universidade de São
Paulo, São Paulo, nov. 1998.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
MELHADO, Silvio Burrattino; SOUZA, Ana Lucia Rocha de. Projeto e execução de
Lajes Racionalizadas de concreto armado. Primeiros passos da qualidade no
canteiro de obras. 1 ed, ago. 2002.
YOSHIMOTO Mituso. Acústica. Revista Téchne. São Paulo, Ed. 142, jan. 2009.