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abelhas1.htm
ABELHAS E DESENVOLVIMENTO RURAL
NO BRASIL
Vera Lucia Imperatriz-Fonseca; Lionel S. Gonçalves; David de Jong; Breno M. Freitas; Marina
Siqueira de Castro; Isabel Alves dos Santos; Giorgio Cristino Venturieri
Mensagem Doce n° 80
Março de 2005
Contextualização
Preparamos estas considerações para serem apresentadas on line, com referências eletrônicas e links
que permitissem ao leitor encontrar rapidamente maiores informações sobre o assunto, através de
um clique nos endereços eletrônicos aqui mencionados. Os estudos de caso também apresentam
referências adicionais. O modelo sugerido para este texto teve como objetivo apresentar as
informações gerais disponíveis na rede eletrônica. Os pesquisadores que apresentam os estudos de
caso são especialistas.
Quando falamos em abelhas e desenvolvimento rural, a apicultura e a abelha melífera são imagens
que vêm imediatamente à tona. As técnicas apícolas são conhecidas há séculos, permitindo o
manejo sob uma variedade de pressões ecológicas.
As AMAs coletam uma grande quantidade de néctar em um curto período de tempo. Se as AMAs
produzem mais mel, cera, ou geléia real, ou se elas são usadas como polinizadores dependerá
completamente de como elas são manejadas. Obviamente, uma boa proteção é essencial para
trabalhar com as AMAs. Porém, proteção a ferroadas não deveria ser a consideração primária. Nós
implementamos nossos métodos de manipular abelhas, mas ainda precisamos desenvolver melhores
equipamentos, como por exemplo os relacionados ao transporte de colméias. É importante lembrar
que a indústria mundial de criação de abelhas que nós temos hoje tem sua base em uma longa
história de desenvolvimento técnico e pesquisas com abelhas européias. Por isso, a tecnologia atual
é bastante eficiente. Muitas pesquisas ainda precisam ser realizadas a fim de alcançarmos o mesmo
nível de eficiência com as AMAs. Recentemente, as atividades de desenvolvimento e criação de
abelhas aumentaram no Brasil, especialmente no Nordeste, onde um rápido crescimento da
Apicultura tem ocorrido.
A criação de abelhas sem ferrão, também conhecida como meliponicultura, tem uma grande
tradição em alguns países latino-americanos, onde os indígenas souberam como manejá-las (por
exemplo, os Maias e a criação de Melipona beecheii). No Brasil, índios Kayapós criam várias
espécies de abelhas sem ferrão. Em áreas rurais do Nordeste brasileiro, a meliponicultura também é
uma tradição (http://www.ib.usp.br/jandaira ; http://www.ib.usp.br/urucu ).
Geralmente, os criadores de abelhas sem ferrão apenas vendem o mel de suas colônias.
Recentemente, o mercado para a compra de colônias de meliponíneos aumentou e a multiplicação
de seus ninhos é a fonte mais significativa de renda para criadores. Comparado ao mel das abelhas
melíferas, o das abelhas sem ferrão tem um mercado local maior e é vendido por um preço mais
alto. O Estudo de Caso 03 (Avaliação da introdução de novos sistemas de manejo para Melipona
fasciculata (Apidae: Meliponina), nas pequenas propriedades em Bragança, Pára, Brasil) mostra um
programa com meliponíneos para o desenvolvimento rural na região Amazônica.
Há uma grande diversidade de abelhas sem ferrão no Brasil (aproximadamente 300 espécies).
Tamanho, comprimento de língua e preferências florais variam entre as espécies. Os meliponíneos
são importantes polinizadores em ambientes naturais, através de preferências florais e comunicação
de fontes de alimento aos companheiros do ninho. Eles também atuam na manutenção da
biodiversidade e são essenciais para manter a flora original.
O cultivo de plantas que são consideradas "chaves" para a nidificação, ou são importantes fontes
alimentares para as abelhas, também é uma atividade compatível ao desenvolvimento sustentável.
Deste modo, os viveiros com espécies botânicas desempenham um papel importante para os
programas de restauração ambiental e implementação de propriedades rurais.
A meliponicultura traz, para a região onde é praticada, melhores frutos e maior produção de
sementes. Embora haja estudos sobre a eficiência destas abelhas na polinização e que algumas
espécies já foram avaliadas como polinizadores, este fato não é bem noticiado no mundo dos
"negócios agrícolas" (agribusiness), onde todos os impactos econômicos sobre os produtos agrícolas
são rigorosamente avaliados.
Para que possamos usar as abelhas como polinizadores, é necessário saber como criá-las em
quantidade para serem disponibilizadas para a agricultura. Por causa disto, as abelhas melíferas,
polinizadores generalistas, são utilizadas para esta função em todo o mundo.
As abelhas sem ferrão são boas polinizadoras. No México, a espécie Scaptotrigona mexicana é
usada como agente polinizador de abacate e tem sido exportada para Israel. Elas são utilizadas
também como polinizadoras na Austrália, onde muitos criadores têm abelhas sem ferrão, cuja
principal atividade é a polinização (um site de criador: http://www.uq.net.au/~zzrzabel/). No Brasil,
os benefícios agrícolas desta atividade estão ainda em estudo. Por exemplo, Nannotrigona
testaceicornis (iraí) e Tetragonisca angustula (jataí) são utilizadas em estufas para cultivo de
morango, Melipona subnitida (jandaíra) é usada em pomares de goiaba (Psidium guajava). O
Estudo de Caso 04 (As abelhas sem ferrão como importantes polinizadores de culturas agrícolas
tropicais) fornece dados adicionais sobre as iniciativas brasileiras.
Assim que o papel de abelhas sem ferrão como polinizadores receber a atenção apropriada e os
rendimentos de colheitas que as utilizam forem avaliados economicamente, o uso dessas abelhas
será altamente difundido. A demanda para seus ninhos aumentará, os produtores utilizarão colônias
de abelhas sem ferrão na agricultura e aqueles que vivem em áreas de conservação ou em paisagens
rurais encontrarão uma boa fonte de renda na produção destes ninhos. É preciso saber multiplicar as
colônias.
Como escolher entre a criação de abelhas melíferas e a criação de abelhas sem ferrão? Ambas
atividades ajudam no desenvolvimento sustentável, pois as abelhas dependem dos produtos florais
(como néctar e pólen) como fontes de alimento e de energia. As colônias de abelhas melíferas têm
populações maiores do que aquelas das abelhas sem ferrão e escolhem fontes de alimento mais
produtivas. Elas são muito úteis nas culturas agrícolas. As abelhas sem ferrão, muito diversas e com
preferências por visitar diferentes espécies de plantas, são importantes para a conservação da
biodiversidade. Para escolher entre elas é necessário avaliar os respectivos impactos no ambiente e
o valor de seus produtos para o apicultor.
Algumas espécies de abelhas solitárias são polinizadores muito importantes. Os Estudos de Caso 05
(Valor econômico do cajueiro (Anacardium occidentale L.) para o Brasil e sua importância para a
polinização) e 06 (Manejo racional das abelhas solitárias dos gêneros Xylocopa eCentris para
polinização em áreas agrícolas) tratam disso. O Estudo de Caso 07 (Pesquisas prioritárias com
abelhas solitárias necessárias para viabilizar o seu uso em larga escala na Agricultura) lista os
estudos que serão necessários para estabelecer o uso de abelhas solitárias como polinizadoras em
nosso país.
O Brasil também é muito rico em abelhas Megachilidae (ao redor de 160 espécies de Megachile).
Assim como Centris e Xylocopa, Megachile utiliza cavidades (geralmente troncos de árvores
mortas) como locais de nidificação. Elas polinizam principalmente flores de Fabaceae e Asteraceae,
e poderiam ter um papel importante na produção de alimento e de forragem (inclusive na produção
de sementes de alfafa). Este é um mercado ainda inexplorado no Brasil. Veja o Estudo de Caso 08
(Abelhas cortadoras de folhas no Brasil como polinizadores).
As populações de abelhas sem ferrão estão em declínio em vários hábitats perturbados, inclusive
naqueles fragmentados. Na Caatinga, por exemplo, as atividades antrópicas e o corte de madeira
para lenha destroem árvores usadas como locais de nidificação pelas abelhas sociais nativas.
Também eliminam todos os troncos e galhos de árvores utilizados como locais de nidificação pelas
abelhas solitárias. Ainda na Caatinga, meleiros também têm destruído sistematicamente várias
árvores no processo de coleta de mel para comer ou vender (veja o Estudo de Caso 09 - meleiros e a
conservação de polinizadores).
Os estudos de casos apresentados aqui também mostram a escassez de abelhas solitárias utilizadas
como polinizadores no Brasil. Isto é verdade tanto para áreas agrícolas pequenas como para as
grandes. O manejo da paisagem agrícola para a manutenção da população de polinizadores merece
estudos adicionais.
Conclusão
Quando o valor do serviço ambiental que as abelhas propiciam por implementar o rendimento da
Agricultura se tornar disponível, sua criação terá maior impacto na economia familiar. As
perspectivas são muito boas, mas dependem de uma divulgação eficiente de resultados, um plano de
desenvolvimento que una proprietários rurais, cooperativas e treinamento em todos os níveis.
Agradecimentos
ESTUDO DE CASO 01: Revisão sobre as Abelhas Melíferas Africanizadas (AMAs) no Brasil
Quase cinqüenta anos após a introdução das abelhas africanas (Apis mellifera scutellata) no Brasil,
nós podemos dizer que houve um grande impacto na apicultura brasileira e uma mudança
significativa nos métodos de manipulação destas abelhas. Levando isto em consideração, nós
podemos dividir a história da apicultura brasileira em três períodos diferentes. Entre 1839 e 1956,
anterior à introdução da abelha africana, a apicultura recebia pouca importância como ferramenta
agrícola e era considerada apenas como passatempo. A produção de mel nacional era inferior a
5.000 toneladas por ano. Esta baixa produção induziu a importação das abelhas africanas. O
segundo período (de 1956 a 1970) foi caracterizado pela introdução das abelhas africanas (Apis
mellifera adansonii, mais tarde identificada como A. m. scutellata pelo Prof. F. Ruttner) em 1956.
Durante este período, a agressividade excessiva destas abelhas causou muitos problemas sociais e
uma redução nas atividades apícolas. Devido à falta de informações disponíveis sobre a biologia de
A. m. scutellata aliada à falta de experiência em manipulação destas abelhas, muitos apicultores
decidiram abandonar suas atividades. Isto foi considerado o "caos de apicultura brasileira", e é
responsável pelo mito da "abelha assassina". O terceiro período começou com a criação da
Confederação Brasileira de Apicultura em 1970. Muitos avanços valiosos têm sido feitos desde
então. Um destes avanços foi mudando o nome das abelhas africanas para a nomenclatura
apropriada: "Abelha Melífera Africanizada", ou "AMA", um poli-híbrido resultante do cruzamento
entre Apis mellifera scutellata e outras abelhas européias introduzidas anteriormente no Brasil (A.
m. ligustica, A. m. mellifera, etc.). A africanização dos apiários resultou em uma AMA com
características predominantes da scutellata. Muitas modificações nos métodos de manipulação
foram feitas durante este período a fim de ajudar os apicultores a controlarem as AMAs. Hoje, a
maioria de apicultores se adaptou às AMAs. A indústria apícola cresceu consideravelmente nos
últimos vinte anos e não é mais necessário importar qualquer equipamento apícola. O número de
publicações científicas e técnicas sobre as abelhas produzidas depois da introdução de A. m.
scutellata no Brasil aumentou por um fator de aproximadamente 30. Esta elevação é atribuída,
principalmente, ao grande número de especialistas e institutos dedicados à pesquisa das abelhas
depois de 1970. As atividades apícolas aumentaram consideravelmente durante este período,
especialmente no Nordeste brasileiro, onde uma expansão nas atividades de apicultura pode ser
visto (especialmente nos Estados da Bahia, Ceará e Piauí). A atual produção nacional de mel é
superior a 40.000 toneladas por ano. A quantidade e qualidade dos produtos apícolas aumentaram
consideravelmente. Outro evento muito importante foi a descoberta da resistência que AMAs têm
ao parasita Varroa destructor (previamente conhecido como Varroa jacobsoni). Quando este
parasita foi observado pela primeira vez no Brasil em 1979, existia a preocupação imediata sobre o
dano para a apicultura. Nós testamos a maioria de acaricidas disponíveis no mercado internacional.
Já que os resultados de nossos testes foram insatisfatórios, aconselhamos o Ministério de
Agricultura para não importar estes acaricidas. Felizmente, as AMAs se tornaram resistentes ou
tolerantes a esse parasita. Em conclusão, nós podemos dizer que a Apicultura no Brasil melhorou
bastante. Embora nós ainda tenhamos muitos problemas para resolver, podemos dizer que o futuro
da indústria apícola de AMA no Brasil é muito promissor.
O ácaro parasita de abelhas melíferas, Varroa jacobsoni, foi encontrado pela primeira vez no Brasil
em 1978, e é assunto de um extenso programa de pesquisas desde 1979. Apesar da considerável
pressão econômica e política, devido às conseqüências sombrias para apicultura no resto do mundo,
especialistas brasileiros evitaram a aplicaçãoimediata de medidas de controle. Alguns dos controles
químicos disponíveis foram testados em Rio Claro, SP, enquanto pesquisas do impacto econômico
das infestações, da dinâmica de população e outros parâmetros biológicos começaram em Ribeirão
Preto, SP. Uma tentativa foi realizada para estabelecer um nível de dano econômico.
Porém, as infestações por Varroa desenvolveram-se diferentemente das conhecidas para a Europa
naquele tempo. As infestações iniciais foram rapidamente feitas por milhares de ácaros, mais de 50
ácaros por 100 abelhas em muitos casos, e flutuaram de acordo com a época do ano. Contudo, eles
nunca mataram quaisquer colônias, e dentro de um período de alguns anos, alcançaram níveis
relativamente baixos, de aproximadamente cinco ácaros para 100 abelhas adultas. Nós não éramos
capazes de mensurar os danos econômicos, então os tratamentos não foram recomendados ou
utilizados, exceto experimentalmente. Não obstante, Varroa jacobsoni ser encontrado em todas as
colônias de abelhas melíferas, o contraste interessante entre a situação catastrófica em muitos
lugares do mundo e a coexistência relativamente calma entre ácaros e abelhas encontradas no Brasil
manteve nosso interesse em investigar este parasita e estimulou a colaboração considerável com
pesquisadores de outros países, especialmente os da Alemanha e dos Estados Unidos.
Já que a pesquisa com Varroa na Europa, na década de 80, esteve concentrada basicamente em
encontrar caminhos para controlar este ácaro, muitas das primeiras informações disponíveis sobre a
biologia de Varroa e sua interação com abelhas melíferas vieram do Brasil. Desde 1979, V.
jacobsoni foi o assunto de inúmeros projetos de mestrado e doutorado. Os grandes temas de
pesquisas incluem: citogenética; embriologia; reprodução; comportamento de invasão de células de
cria; comportamento defensivo de abelhas melíferas; comparações entre o desenvolvimento das
infestações das abelhas africanizadas versus as européias; agressão das abelhas melíferas contra os
ácaros; prejuízos provocados pelos ácaros; remoção de cria infestada; efeito do clima e seleção de
linhagens mais resistentes ou tolerantes. Nós podemos dizer que atualmente, os apicultores
brasileiros não têm nenhum problema com estes ácaros e nós não recomendamos qualquer controle
com substâncias químicas. Embora a falta de um importante impacto econômico tenha eliminado
qualquer urgência para dedicar recursos para se estudar este ácaro, pesquisadores brasileiros
continuarão a estudar V. jacobsoni (atualmente chamado de V. destructor) para determinar como as
abelhas no Brasil podem sobreviver sem tratamentos, como parte de um esforço mundial para se
encontrar uma solução efetiva que eliminará a necessidade para aplicar controles químico
Giorgio Cristino Venturieri (1); Vanessa de Fátima Oliveira Raiol (2) & Charles André Barbosa
Pereira (3)
1) giorgio@cpatu.embrapa.br. Embrapa Amazônia Oriental, C.P. 48. CEP: 66095-100. Belém,
Pará Brasil.
2) vanessaraiol@yahoo.com.br. UFRA, C,P. 917, CEP: 66077-550. Belém, Pará Brasil.
3) stotaua@yahoo.com.br. Associação Comunitária São Sebastião, Cocal do Tauá, CEP: 68786-
000, Sto. Antônio do Tauá, Pará Brasil.
A meliponicultura, nome dado à criação de abelhas sem ferrão, é um exemplo prático do conceito
de diversificação como um componente de uso sustentável na Amazônia. É uma atividade que pode
ser integrada à silvicultura, à fruticultura e ao curto ciclo de culturas agrícolas. Através da
polinização, ela pode contribuir para aumentar a produção agrícola e a regeneração da vegetação
natural. O objetivo deste trabalho foi avaliar a introdução de técnicas de meliponicultura para o
manejo da abelha conhecida como "uruçu-cinzenta" (Melipona fasciculata) para criadores
tradicionais de Bragança, no Estado do Pará, Brasil. De junho até dezembro de 2002, usando
métodos participativos, 30 caixas simples de madeira, cada qual alojando uma colônia de abelha,
foram substituídas por caixas projetadas para melhorar a multiplicação da colônia e aumentar a
produção de mel. Os métodos tradicionais foram descritos, avaliados e comparados com o novo
método. Os resultados demonstraram que o novo sistema foi eficiente e economicamente viável,
produzindo mel em condições higiênicas e aumentando a sua coleta, bem como fornecendo maiores
rendimentos nas colheitas de culturas agrícolas. O período de florescimento coincide com o período
seco que, nesta área, varia de junho até dezembro. Porém, a produção de mel foi mais alta entre
agosto e novembro. As principais espécies botânicas na constituição dos méis incluíram: cajueiro
(Anacardium occidentale - Anacardiaceae), cajueiro-açu (A. giganteum - Anacardiaceae), siriúba
(Avicennia nitida - Avicenniaceae), sapateira (Miconia minutiflora - Melastomataceae) e lacre
(Vismia guianensis - Clusiaceae). O método adotado foi bem aceito, aumentando o interesse de
criadores experimentes e da comunidade em geral.
ESTUDO DE CASO 04: As abelhas sem ferrão como importante polinizadores de culturas
agrícolas tropicais
As políticas agrícolas ainda enfatizam os lucros ao curto prazo e a alta produtividade. Isto,
freqüentemente, acarreta vários problemas ambientais como erosão de solos, a fragmentação de
ecossistemas naturais, a perda das diversidades cultural e biológica e a contaminação de corpos
d'água e vias fluviais através do extenso uso de praguicidas. O nível do impacto depende do nível
de tecnologia e dos sistemas de produção adotados. A expansão das fronteiras agrícolas está sempre
ligada ao número reduzido de culturas agrícolas com pouca variação ou rotação. Deste modo,
monoculturas ocupam grandes expansões de terra, afetando, de forma negativa, a diversidade de
toda vida selvagem.
Novas perspectivas na produção sustentável estão se abrindo para a expansão da agricultura em uma
economia global. Embora a biodiversidade não se origine do conceito de sustentabilidade, ela é
essencial para a produção agrícola, pois é a chave para a criação de sistemas agrícolas equilibrados
e leva consigo tanto os benefícios sócios-econômicos, quanto os ambientais. A produtividade de
culturas pode depender completamente da polinização para a produção de frutos e sementes. Há
muitas espécies de abelhas altamente sociais que contribuem para a polinização de culturas
agrícolas, sendo que as melhores conhecidas, as abelhas melíferas, não são as únicas nem as mais
importantes polinizadores de culturas tropicais.
No Brasil, a diversidade de abelhas em ecossistemas naturais tem sido estudada nos últimos trinta
anos (Pinheiro Machado, 2002) e a importância das abelhas sem ferrão para as plantas tropicais, no
nível local, é mostrada de várias maneiras. Até agora, poucos estudos são feitos em culturas
agrícolas que dependam de abelhas sem ferrão para a polinização. Não obstante, experiências de
campo em polinização de frutos são realizadas. Algumas de nossas observações de campo e
experiências preliminares mostraram a importância das abelhas sem ferrão como polinizadores para
frutos tropicais e nativos. As abelhas sem ferrão no Nordeste brasileiro são polinizadores potenciais
para:
Organismos: abelhas sem ferrão como polinizadores; pomares na Mata Atlântica e um fruto nativo
(Spondias tuberosa) em áreas semi-áridas.
ESTUDO DE CASO 05: Valor econômico do cajueiro (Anacardium occidentale L.) para o
Brasil e sua importância para a polinização
O cajueiro (Anacardium occidentale L.) é uma árvore nativa do Nordeste brasileiro. Tem
importância econômica considerável para a região devido à sua castanha, produção do fruto e de
óleo. Os valores econômicos anuais estimados do caju para o Brasil são mostrados abaixo:
Porém, os rendimentos das culturas estão abaixo dos rendimentos dos pomares comerciais e estudos
sugerem que a polinização inadequada poderia ser a maior causa para a baixa produtividade do
cajueiro. A forma da flor do cajueiro sugere que ele seja polinizado por insetos, especialmente por
abelhas. Na maioria de casos, o vento e numerosos insetos que visitam as flores do cajueiro (como
vespas, borboletas e formigas) são citados como agentes falhos na polinização e na formação de
frutos. Isso mostra claramente que visita à flor e polinização não são sinônimos. Apenas abelhas
visitam e polinizam as flores do cajueiro regularmente na região Nordeste. Duas espécies são
particularmente eficientes na polinização dessas flores: a abelha indígena solitária Centris tarsata e a
abelha melífera exótica (Apis mellifera).
Mas há dois aspectos da falha de polinização adequada para o cultivo comercial do cajueiro no
Nordeste. De um lado, há poucas visitas de abelhas às flores de cajueiro em pomares. Apis mellifera
não visita facilmente flores de cajueiro mesmo quando trazida aos pomares em grande número
graças à competição com ervas daninhas no florescimento.
O outro polinizador apropriado, Centris tarsata, é raro em pomares comerciais de caju devido ao
hábitat perturbado e à falta de técnicas de criação para produzí-lo em alta quantidade. O segundo
aspecto para esta falha está, indubitavelmente, relacionado a práticas de horticulturas em que uma
linhagem clonal parcialmente auto-estéril cresce por grandes áreas sem a necessidade de fontes
compatíveis de pólen. Este problema é exacerbado, pois cada vez mais áreas cultivadas têm sido
plantadas ou replantadas com esses clones anões. Uma solução óbvia é intercalar árvores produtoras
de pólen compatível com as principais linhagens de cultura agrícola. Os experimentos com
polinização manual na Austrália e no Brasil identificaram tipos ou linhagens de cajueiros, cruzando-
os com os que tiveram rendimentos mais altos. Porém, ainda será imprescindível considerar o
manejo das abelhas dentro de pomares comerciais de caju, pois elas serão necessárias como vetores
de pólen compatível.
Pode-se concluir que, para melhorar os rendimentos na colheita de caju no Nordeste, sérias
considerações precisam ser feitas acerca da conservação e do manejo desses reconhecidos e eficazes
polinizadores (C. tarsata e, possivelmente, A. mellifera) e também o projeto de pomares com
misturas apropriadas de linhagens compatíveis de cajueiros.
ESTUDO DE CASO 06: Manejo racional de abelhas solitárias do gênero Xylocopa e Centris
para polinização em áreas agriculturáveis
As abelhas solitárias pertencentes aos gêneros Centris e Xylocopa provaram ser polinizadores
eficientes de algumas culturas agrícolas tropicais no Brasil. Geralmente, estas culturas não são
atrativas às abelhas melíferas, tais como a cereja do oeste indiano (Malpighia emarginata) e o
"murici" ou a cereja selvagem (Byrsonima crassifolia) que possui flores que secretam óleos ao invés
de néctar; ou crescem em ambientes hostis, onde as abelhas melíferas não são abundantes, como o
caju (Anacardium occidentale); ou a morfologia de suas flores não permite que as abelhas do
gênero Apis polinizem eficientemente, como ocorre com o maracujá (Passiflora edulis); ou
possuem flores ricas em recompensas que atraem visitantes florais, tais como a goiaba (Psidium
guajava). As primeiras três culturas agrícolas, citadas anteriormente, são bem polinizadas por
abelhas do gênero Centris, enquanto que as duas últimas são polinizadas por Xylocopa.
Esforços têm sido feitos no Brasil para criar e utilizar Centris e abelhas-carpinteiras (Xylocopa)
como polinizadoras de culturas agrícolas. Os estudos com abelhas do gênero Centris ainda são
restritos, principalmente, na identificação das espécies que são polinizadores eficientes e na biologia
de nidificação com o uso de ninhos-armadilha. Um sucesso relativo foi alcançado em relação às
espécies que nidificam em cavidades de madeira, mas aquelas que nidificam no solo mostraram
dificuldades em sua criação em ninhos-armadilha. As principais dificuldades para conseguir
grandes populações dessas abelhas deveram-se aos seguintes fatos: (i) elas não possuem hábitos
gregários, o que torna difícil conseguir grandes quantidades de ninhos empequenas áreas; (ii) elas
produzem baixo número de descendentes em cada ninho; (iii) a prole não hiberna e apresenta curto
ciclo entre o estágio de ovo até o de adulto, e; (iv) elas são ativas em qualquer época do ano.
Atualmente, o manejo recomendado procura estimular a nidificação e a presença de populações
naturais de abelhas do gênero Centris em áreas da colheita agrícola. Contudo, estas devem criar
condições de nidificação requeridas pelas abelhas, como: evitar a pulverização das culturas com
pesticidas ou reduzir seu uso nos estágios que não há florada; arar menos a área agriculturável para
preservar os ninhos de solo; não remover as plantas herbáceas que florescem quando a "cultura-
alvo" não está florida para assim fixar a população apícola na área; preservar a vegetação nativa nos
arredores da área cultivada para fornecer abelhas à cultura.
Estudos com abelhas-carpinteiras têm mais sucesso, provavelmente porque estas abelhas são melhor
pesquisadas e mostram menos variabilidade reprodutiva e comportamental que as do gênero
Centris. Também mostram as mesmas características reprodutivas listadas acima, como dificuldades
para constituir grandes populações. As abelhas-carpinteiras são muito maiores, necessitam visitar
mais flores e cobrir uma área muito maior do que as Centris, necessitando uma população menor na
área-alvo. Uma caixa para nidificação composta de quadros móveis de madeira e das janelas de
vidro foi desenvolvida com sucesso para criar abelhas do gênero Xylocopa. Assim, é possível
monitorar as rainhas quando escavam os ninhos para criar sua prole. Colocar quadros entre as
caixas de nidificação, para mover os ninhos para dentro ou fora da cultura, possibilita estimar o
número dos adultos vivos que forrageiam na cultura-alvo, como também reduzir ou aumentar a
população de Xylocopa no campo, etc.. No momento, alguns agricultores que possuem culturas de
maracujá começaram a usar estes ninhos racionais e estão conseguindo aumentos de até 92,3% na
frutificação. Embora o manejo racional destas abelhas seja possível, as práticas para atrair e fixar
populações naturais, como mencionado acima para as abelhas de Centris, o uso de postes de
madeira para suportar videiras e cultivar outras espécies vegetais que florescem quando o maracujá
não está florido são recomendadas.
ESTUDO DE CASO 07: Pesquisas Necessárias com Abelhas Solitárias para Possibilitar o seu
uso em larga escala como plonizadores de cultivos agrícolas
Ao redor de 85% das 20.000 espécies conhecidas de abelhas do mundo são solitárias e a maior parte
da polinização natural, que ocorre em cultivos selvagens e agrícolas, provém de suas atividades. O
papel das abelhas solitárias na polinização de culturas agrícolas foi ignorado por muito tempo e sua
importância como agente polinizador foi enfatizado, principalmente, em relação às espécies
vegetais selvagens. Neste período, as abelhas melíferas (Apis mellifera) eram as únicas
polinizadoras utilizadas para aumentar a polinização das culturas agrícolas. Recentemente,
descobriram que outras espécies de abelha poderiam ser polinizadores eficientes assim como as
abelhas melíferas e, para determinadas culturas, mais eficientes que A. mellifera.
Pesquisas realizadas com polinizadores (exceto A. mellifera) têm mostrado uma série de exemplos
de culturas que são polinizadas mais eficientemente por espécies solitárias do que pelas abelhas
melíferas, tais como Megachile rotundata e Nomia melanderi na alfafa (Medicago sativa),
Peponapis pruinosa na abóbora (Curcubita pepo), Osmia rufa na maçã (Malus domestica), Osmia
cornifrons no morango (Fragaria x ananassa), Xylocopa spp. no maracujá (Passiflora edulis), etc..
No Brasil, algumas das abelhas solitárias conhecidas como polinizadoras eficientes são Centris
tarsata no caju (Anacardium occidentale), C. tarsata e C. aenea na cereja do oeste indiano
(Malpighia emarginata), C. tarsata e C. bicolor no "murici" ou na cereja selvagem (Byrsonima
crassifolia), Xylocopa frontalis na goiaba (Psidium guajava), Eulaema spp. na castanha do Pará
(Bertholletia excelsa).
Entretanto, nas áreas agriculturáveis, as populações naturais destas espécies são pequenas e seu
número diminui rapidamente quando as práticas agrícolas intensas crescem e afetam negativamente
seus hábitats. Atualmente, exceto no caso de M. rotundata, as abelhas solitárias não estão
disponíveis em grandes números para a introdução como agentes polinizadores de áreas agrícolas.
Ainda é necessária muita pesquisa para se possibilitar o uso em grande escala de abelhas solitárias
como polinizadores de áreas agrícolas. Os desafios são (i) investigar outras espécies potenciais de
polinizadores e definir sua eficiência na polinização. Então, (ii) estudar a biologia, especialmente os
tópicos como a biologia de nidificação e necessidades, estratégias reprodutivas, ciclo(s) anual(is) e
parasitismo, para cada espécie de abelha. Baseado na informação obtida nesses estudos será
necessário (iii) desenvolver ninhos artificiais e/ou criar circunstâncias adequadas para estimular a
nidificação, a reprodução e o forrageamento espontâneos da espécie de abelha na cultura-alvo.
Finalmente, dependendo da espécie de abelha, (iv) desenvolver técnicas de manejo para dirigir ou
manter abelhas na cultura-alvo, para conseguir uma distribuição uniforme da abelha na área e para
maximizar a eficiência de polinização das flores.
Tornar a polinização com abelhas solitárias uma prática comum em cultivos agrícolas será um
processo longo e desafiante, mas também pode ser fascinante e muito recompensador. As abelhas
estão lá fora lá esperando por nós. Mãos à obra!
Editado do artigo "Identifying and using solitary bees for pollination of tropical crops" escrito por
Breno M. Freitas e José Everton Alves. Disponível na homepage do Grupo de Pesquisa com abelhas
da Universidade Federal do Ceará (http://www.abelhas.ufc.br/articles.htm).
O gênero Megachile contém 161 espécies descritas no Brasil (Silveira et al., 2002) e é abundante
em quase todos os ecossistemas no país, tanto em ambientes naturais quanto em campos cultivados.
Os resultados dos levantamentos de apifauna realizados no Brasil mostram que essas abelhas não
são especialistas restritas. Porém, possuem uma preferência para as flores pertencentes às famílias
vegetais Asteraceae e Fabaceae, onde elas são capazes de abrir a quilha e remover o pólen (uma
difícil tarefa para ser executada por outras abelhas, tais como Apis mellifera).
Megachile freqüentemente tem cor amarelada devido à sua densa pilosidade. As fêmeas carregam
os grãos de pólen na superfície ventral do metasoma ou abdômen (escopa ventral). A maioria de
espécies é solitária e nidifica em cavidades pré-existentes (como buracos em troncos de árvores,
tocas de besouro na madeira, etc.). Em muitas espécies do gênero Megachile, as fêmeas
especializaram as bordas da mandíbula para cortar pedaços de folhas, utilizando-os para construir as
células de cria no ninho. As paredes e as divisórias da célula são feitas de materiais trazidos do
ambiente externo do ninho e incluem pedaços de folhas, pétalas de flores, material mastigado da
folha, resina e barro.
Quase todos os estudos realizados no Brasil sobre o uso de ninhos-armadilha por abelhas e vespas
solitárias registraram espécies do gênero Megachile entre os nidificantes (Garófalo et al. 2004). Isto
indica que há uma boa possibilidade de melhorar e aumentar a presença de Megachile em um
campo da cultura, oferecendo as armadilhas e locais para nidificação artificialmente. A falta de
polinizadores nativos em campos agrícolas é devida, em grande parte, à ausência de possibilidades
de nidificação.
Em estudos recentemente concluídos vários dados bionômicos foram obtidos sobre abelhas do
gênero Anthodioctes, que pertence a tribo Anthidiini da família Megachilidae (Alves dos Santos
2004, Alves dos Santos et al. 2004). Estes dados serão úteis para elaboração de um plano de manejo
para o grupo, bem como para a possibilidade de uso destas abelhas no campo.
No Brasil, o conhecimento sobre os benefícios de Megachilidae na polinização de culturas agrícolas
é inexistente. Entretanto, há muitas culturas importantes, tais como a soja, o feijão, a alfafa
(Fabaceae), o girassol, bem como muitas espécies vegetais medicinais pertencentes à família
Asteraceae, que poderiam ter a produção incrementada com a polinização destas abelhas.
O potencial das Megachile nativas para o uso na polinização de culturas é elevado e deve ser
avaliado. A(s) espécie(s) apropriada(s) de Megachile para polinizar uma determinada cultura
precisa(m) ser detectada(s) e sua biologia deve ser estudada (sazonalidade, ciclo de vida, parasitas e
fenologia), de preferência adequando-se às diferentes regiões do Brasil.
O padrão contínuo da exploração das abelhas eussociais por ou meleiros, que adotam práticas
predatórias como a ocupação profissional em regiões semi-áridas do Nordeste do Brasil, foi
identificado como um fator no declínio no número de polinizadores no ecossistema da Caatinga. O
corte de grandes árvores nas áreas do Semi-Árido acarreta a remoção dos hábitats e do alimento
para os agentes polinizadores. As populações de polinizadores declinam e, conseqüentemente, a
produção de frutos pelas árvores restantes se torna deficiente. O ecossistema falha quando o ciclo
vicioso continua, como foi descrito por Janzen.
Os perfis dos meleiros na Bahia, bem como suas atividades, foram estudados. Cada coletor
estudado colheu, em média, 450 quilogramas de mel em três meses. Através de suas atividades,
cada um também destruiu de 35 a 40 árvores de importância econômica relevante à região semi-
árida do Nordeste: Commiphora lepthophoeus, Burseraceae; Schinopsis brasiliensis, Spondias
tuberosa e Myracrodum urundeuva, Anacardiaceae; Caesalpinia pyramidalis, Caesalpiniaceae.
O explorador de mel ganha sua vida em atividades variadas, como o trabalho na lavoura, a colheita
de frutos deSpondias tuberosa e a extração do mel após as estações chuvosas. Ele não teme as
abelhas africanizadas domésticas (não usa nenhuma proteção, à exceção do fumo). Sabe os nomes
da várias espécies de abelha, seu comportamento, seus locais de nidificação, bem como a "dinâmica
da Caatinga". Ele é um líder e compartilha de seu conhecimento com outros membros da
comunidade, que acreditam que seu mel seja de total confiança. As mulheres e as crianças o ajudam
a encontrar os ninhos. Nas áreas do Semi-Árido, a extração do mel e a caça de animais selvagens
são, como eles dizem, "uma ocupação profissional" que envolve verdadeiros "especialistas", cujo
objetivo é ganhar dinheiro para sobreviver.
Os efeitos negativos das práticas dos meleiros foram identificados como: baixa qualidade do mel,
contaminação bacteriana devido ao processo anti-higiênico da extração; contaminação dos
pesticidas; a destruição de colônias abelhas sem ferrão (Meliponini) e de abelhas melíferas
africanizadas (Apis mellifera) e a destruição parcial ou total de ninhos da abelha durante a extração
do mel.
Os caçadores do mel poderiam contribuir para a conservação de polinizadores no Brasil? Eles são
líderes na comunidade e têm um conhecimento inerente sobre as abelhas e seus locais de
nidificação, bem como sobre a coleta de mel. Porém, eles necessitam de novas aproximações para a
manipulação apícola e para a conservação do hábitat. Devem receber treinamento especial sobre o
manejo de abelhas e técnicas de criação. Também necessitam de suporte financeiro durante sua
transição de predadores para protetores. Este é um desafio verdadeiro: transformar o meleiro em
criador de abelha líder da comunidade.
Nós concluímos que as atividades de exploradores de mel no Nordeste são uma das causas do
declínio no número de polinizadores. O sucesso de programas de conservação de polinizadores em
áreas semi-áridas depende do grau de participação dos meleiros. Devem, assim, compreender que a
manutenção de abelhas eussociais também aumentaria sua renda.
<pESTUDO DE CASO 10: Lista de plantas de interesse apícola para restauração ambiental
Tereza Cristina Giannini (1), Marilda Cortopassi-Laurino (2) Denise de Araujo Alves (3)
Laboratório de Abelhas, Departamento de Ecologia, IB-USP, C.P. 11461. CEP: 05508-900, São
Paulo, SP, Brasil.
1)giannini@usp.br
2)mclaurin@usp.br
3)daalves@ib.usp.br
Uma vez feito o levantamento das espécies vegetais utilizadas para nidificação por abelhas
sem ferrão, a lista das espécies encontradas foi cruzada com uma lista de espécies indicadas
para reposição florestal, especialmente para o Estado de São Paulo.
KALIL-FILHO, N.A. et al., 2002. Espécies recomendadas para a restauração da Mata Atlântica.
In: Galvão A.P.M. & Medeiros A.C.S. (eds). Restauração da Mata Atlântica em áreas de sua
primitiva ocorrência natural. Colombo, EMBRAPA.
LORENZI, H. 2000. Árvores brasileiras. Volume 01. Nova Odessa. Instituto Plantarum
</p