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PSICOLÓGICAS E JURÍDICAS 1
Renota Pau!iv de Souza2
Vera Regina Miranda3
Sumário: 1. A família. 2. Adoção. 3. Família e adoção. 4. Conclusão. 5. Referências.
1 A FAMÍLIA
A Teoria Geral dos Sistemas define a família como um sisten1a
no qual seus membros (pai, mãe, filhos) desempenham papéis e funções
diversos. É a estrutura social básica, modelo natural de interação em grupo
"(. . .) _relacionado com a sociedade, que lhe impõe uma cultura e ideologia
particulares, bem como recebe dele in/luências específicas" (SOIFER,
1982, p. 22).
Para Carter e McGoldrick, ( 1995, p. 8), "O ciclo de vida indivi
dual acontece dentro do ciclo de vida familiar,(..) contexto primáriQ__do
desenv_[?lyi1J1,entQ hwn_an_o_", sendo um "minilaboraiori.à'� -sóCial, a "(..)
mais· importante matriz do desenvolvimento humano e(. . .) principal fonte
de saúde mentaI" (PRADO, 1996, p. 135).
"(..) os pais transmitem a seus filhos seus conhecimentos, de
acordo com as possibilidades psicológicas reais que possuem, determi
nadas pelos (..) traços de caráter, e estes p or sua vez co11figuram a cul
tura e ideologia da família'' (SOIFER, 1985, p. 37), e os filhos apreen
de1n "(..) esses ensinamentos (. . .) segundo as variantes impressas e,n sua
personalidade(.)" (SOIFER, 1985, p. 37).
2 ADOÇÃO
Adoção vem do latim: adoptione, que significa: adoção, perfi
lhainento, enxertia. "É urn ato jurídico pelo qual o vínculo de .filiação é
criodo artificialmente. Gera, sem co11,YQ1Jg(U11�d_c;_1df!:_.!1ern pj�nidade, _ o pa-
1..x:JJ!esco ( . .)" (SOUZA, 1999, p. 17). No atual conceito é um "( . .) jiro
< '( sso (?letivo e legal por mt'io do qual uma criança passa a ser .filho de
11111 adulto ou um ca.�·af' (FREIRE, apud CeCIF, 2001, p. 21 ).
te 1) _11111din, d�, ivil1/,açfio, hfi referências ao ten1a, com artigos que es
ti1hcl · -crn s•1�1 rcgula1nc11tação. Na Grécia, em Ron1a e no Egito a adoção
t111ln ,,or 0h_1clivo a perpetuação dos rituais religiosos, podenào ocorrer
'orn tin:il id.idc política e permitir mudança de classe social.
Na Idade Média, "(. . .) n direito canônico não reconhecia as
rdor,-; �s (. . .), consiclerando-o uma possihilidade de reconhecirnento de
filhos adulterinos 011 ince.'í·t11osus" (PAIVA, 2004, p. 38). Surge, etn
ários países. a Roda dos Expostos. onde a criança era deixada para
adoção.
Na Idade Moderna, códigos jurídicos: dinamarquês ( 1683);
prussiano ( 1 - , ): e na Bavária ( 1756), i11íluencia1n o Código Napoleôni-
·o. partir da inclu. ão da ado ão no ó iigo Civil francês, .o tema foi
\1 h rdado nos códi ron1 '11 t, 1--l ). italiano ( 1 865) e espanhol ( 1889).
Em 1 <J _,< . n:1 Fr,m ·a. cbbProu-s · ''u I Kitima�:ão adotiva, me
dianle o 4110! , , , ·11 ,s / · ci,1 ·o anos. (..). adquirirarn de
modo irn'\'< ,,í\·t·I li , , ft · ilh ,,. I -�ítimas dos adulantes·" (PAIVA,
0()4 p 4() . Hl hv ,� )� 1 ·1is 's: l 945, Un1guai; 1958, Espanha;
1 )57 B asil. 1 , .
l ·., . a l 1t1n1n ão adotiva é substituída pela
1 I )/ , lo o •stalulo de }ilho legí I i n10.
·,, ,mili 1 de origen1 (. . .)" (PAIV /\,
.2 Hi o co n r sil
1 _,. \..l 1, 1 · .1 111111 ·11a 1 ·1 1 ·l' ·rc11l • ú ado�ãu, t.: IH> ( \ ) di
1(
1 1l ·1 li d I 'I - l k OI O 1 1 t) 1 , houve sistc1natiza<,:ão da
'l h,. a . , J i atal< 00 ,p.45),ern08.05.19 7,
t l lU � · d ) d tante; e i( u a p ·sibi l idade
i l
e o adotante, excluindo os apelidos
/,,, li
,,p. 5).
� re.c ntada· pela L 4.655, de
' (' ) 1 (} ) ' ti a par ·ts s d cnança co1n até sete
Psicologia Jurídica: Temas de Aplicação 83
As fJ •ssous intt'f"<'·'"'ª"º"
1
l<'rtin f/11<' J><'rcnrrcr as i11\·tit11iç:ri �v ,:11( <-1r1· ,_
gados, 1n·ocuro1· o / ,wo do lnf<i,11 io ,, .luv<'ntucle (lui:=arlo d,, \ {1 ·nri ·
res), para Jl/'uvidc•11c1m· dnc11111,·111os ( ... ) (SOf í/..-1. / 999. I :; 11 ( 111-
tcrcssmlo será cada.\·t1·odo e Of..!,llordoní o che'go lo de 1011<1 cri1111,:11 11111·
atenda o perfil de.\·ejaclo. O processo de hohi/i/oçrio por 1 u ud ,ci < 111 11
gratuito.
-
, li��1a por meio de estudo psicossocial dos adotantes, ornecendo avalia- -·
-
ç�º_ t;._ p:ã1�eçt=;_r-té:cn1co.--Ein-reiiçãÜ-aos abrigados, há i1ecessldaae de prepa- -
raç�g _.gi!1_·él__ª----ª-c_l_9_ç_ã9_p�l9_ps1cólogo do abrigo ou - ··elo pró rio profissional
que �r.a�_a..U;� junto à VI ..
Além dessas atribuições, o psicólogo jun ico da Vara de Ado-
ção _s,nç_ai:rega-se da regula����ç�_9.___9� -��g_ções iTregllllares, da questão de
guarda, "tutela e da crtãi1ça ou adolescente em simação de i o, . empre �
z�i'anclo-1)efo melhor interesse dos n1esmos.
3 FAMÍLIA E ADOÇÃO
1
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1 nos genes-do 'outro', no 'sangue ruim que esta criança pode ter trazido'�
(WEBER, 2002,p. 23)
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1
d.�--�convivência no qual os adultos aprenderão a se adaptar ao ritmo da
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crianç �---i'iiseriü'do gfãdãtivamerite a· da família. t)s iadõs terão
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