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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Manaus, fevereiro de 2017


DANIELA SOUZA DOS SANTOS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Relatório apresentado como requisito para


obtenção de nota final na disciplina de
Estágio Supervisionado I, ministrado pela
Ms. Joelise Mascarello de Andrade da
Universidade Federal do Amazonas,
Faculdade de Educação.

Manaus, fevereiro de 2017


Sumário

INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3

1 – DIAGNÓSTICO DO CAMPO DE ESTÁGIO. ................................... 4

1.1 Diagnóstico da Comunidade ....................................................... 4

1.2 Diagnóstico da Escola ................................................................. 5

1.3 Diagnóstico da sala de aula ........................................................ 5

2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................... 7

2.1 Concepções sobre o estágio e sobre a Educação Infantil ........... 7

2.2 A organização dos grupos e seu modo de trabalhar ................... 9

3 – PRÁTICAS EDUCATIVAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL ................ 11

3.1 Observações na sala de aula .................................................... 11

3.2 Relato de experiência do projeto de intervenção ...................... 12

3.3 Relato das Regências ............................................................... 14

CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................ 16

REFERÊNCIAS .................................................................................. 18

ANEXO A – Documentos do Estágio.................................................. 19

ANEXO B – Registro fotográfico......................................................... 22

ANEXO C – Atividades realizadas...................................................... 25


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INTRODUÇÃO

O relatório apresentado constitui parte do processo do estágio nele se


apresentam as análises do campo de estágio, diagnóstico da comunidade,
escola e sala de aula, concepções básicas sobre a infância e sobre a educação
infantil como modalidade de ensino. Além dos relatos de experiência do projeto
de intervenção e regências realizadas.

O processo de conhecer a escola, a comunidade e a sala de aula, as


pesquisas realizadas e as inferências constatadas, qual a importância do estágio
e da educação infantil bem como a importância dos conteúdos abordados é de
fundamental importância. É necessário que cada etapa do estágio seja
compreendida pelo aluno/estagiário e este relatório visa dar maior ênfase aos
processos necessários no período de estagio obrigatório.

O estágio não é apenas um período de tempo, mas espaço fundamental


de formação profissional e pessoal, pois vai além da aplicabilidade dos
conhecimentos teóricos, perpassa pela vida de cada criança e de cada
estagiário.

O período do estágio tem como objetivo construir a identidade do


professor, pois este só constrói sua identidade através do exercício de sua
profissão. O estágio supervisionado propicia o embate entre teoria e pratica das
ações vivenciadas, desenvolvendo assim uma ação reflexiva e crítica da
realidade.

A formação inicial e o estágio estão pautados na observação e análise


crítica e descritiva das experiências vivenciadas em sala de aula, o estágio é a
investigação da realidade, de modo que o professor e o aluno-estagiário avaliem,
questionem e examinem criticamente a sua prática pedagógica afim de tornar o
período de estágio momento de aprendizagem e prática reflexiva dos conceitos
dantes aprendidos.
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1 – DIAGNÓSTICO DO CAMPO DE ESTÁGIO.

O diagnóstico é a identificação da comunidade, da escola e sala de aula,


diagnóstico não é apenas criticar a realidade, mas, identificar os problemas
observados no campo de estágio. Diagnosticar é um trabalho de pesquisa, é dar
um pouco de si, para conhecer o outro.

A fase de diagnóstico do estágio supervisionado é ir além da percepção


imediata, não é dialogo da própria opinião, mas fundamentação teórica, análise
do projeto político pedagógico (PPP) da instituição.

O diagnóstico é a parte de um plano que profere um juízo


sobre a instituição planejada em todos ou em alguns aspectos tratados
no marco operativo (que descreveu o modo ideal de ser, de se
organizar, de agir da instituição), juízo este realizado com critérios
retirados do mesmo Marco Operativo e, sobretudo, do marco Doutrinal.
(...) O diagnóstico é o resultado da comparação entre o que se traçou
como ponto de chegada (Marco referencial) e a descrição da realidade
da instituição como ela se apresenta. (Gandin apud Vasconcelos)

1.1 Diagnóstico da Comunidade


O estágio foi realizado no CMEI Humberto de Alencar Castelo Branco
localizado no bairro do Parque Dez de Novembro dentro do Centro Social Urbano
– CSU.

Conhecer a comunidade onde a escola está localizada e de onde provém


as crianças/alunos do CMEI é parte relevante para todo o professor, por
conseguinte para o estagiário, deste modo o professor poderá agir como o
RCNEI recomenda quando fala sobre a diversidade e individualidade na infância.

Cabe ao professor a tarefa de individualizar as situações de


aprendizagem oferecidas as crianças, considerando suas capacidades
afetivas, emocionais, sociais e cognitivas assim como os demais
conhecimentos que possuem dos mais diferentes assuntos e suas
origens socioculturais diversas. (RCNEI, 1998a, p. 32)

A comunidade onde o CMEI está localizado é de classe média, contudo


os alunos da escola não provêm apenas de bairros adjacentes, assim, a classe
social é diversificada, possuindo tanto famílias de classe média quanto de classe
média baixa.
5

1.2 Diagnóstico da Escola

O diagnóstico da escola constitui fase importe no processo de estágio,


pois compreende não apenas tomar conhecimento da estrutura física do prédio,
outrossim conhecer o funcionamento, as pessoas que fazem parte da cultura
escolar, sua rotina e especificidades. Diagnosticar é observar a fundo cada
aspecto, não apenas para apontar problemas, mas soluções.

Quanto a estrutura física o CMEI possui nove salas de aula, uma sala de
recursos, uma secretaria, uma sala de direção, uma brinquedoteca, um
escovódromo, um consultório odontológico, um almoxarifado, um depósito de
merenda.

Por sua vez, em relação ao número de funcionários a escola possui quatro


funcionários administrativos, quatro serviços gerais, uma merendeira, uma
dentista, uma gestora, uma pedagoga e dezenove professores (as).

O CMEI trabalha com alguns projetos, entre eles, clássicos infantis,


PESC, Transversalizando o trânsito, formatura (para os alunos do 2º período),
valorização da hora cívica, Projeto aprender, conviver e lutar.

1.3 Diagnóstico da sala de aula

Neste momento a visão passa do coletivo para o individual, é o momento


de conhecer a sala de aula, o espaço disponível para a realização das atividades,
os materiais que a sala possui para o trabalho do professor, conhecer a estrutura
física da sala, conhecer os alunos, observar a sua rotina diária, qual a
metodologia adotada pelo professor em sala.

As salas de aula são diversificadas de acordo com o nível de ensino. As


salas do maternal são as únicas que possuem banheiro exclusivo devidamente
adaptado para o tamanho das crianças, entre os recursos mais utilizados estão
o giz de cera, massa de modelar, tinta guache e folhas de A4, com relação a
disposição da sala estão quatro ou cinco mesas (de acordo com o número de
alunos), cadeiras próprias para crianças, dois ou três armários (divididos entre
os professores dos dois turnos), mesa e cadeira do professor, lousa branca e um
bebedouro.
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As salas do 1º período não possuem banheiro exclusivo, desta forma os


alunos devem utilizar o banheiro que fica no corredor mais próximo de sua sala.
Em semelhança as salas do maternal as salas do 1º período possuem um
bebedouro, uma lousa branca e três armários para guardar os materiais, porém,
diversificam com relação as cadeiras, umas possuem mesas com cadeiras para
uso coletivo (4 crianças por mesa) outras mesas com cadeiras de uso individual.
Referente ao processo pedagógico, as professoras cumprem com o
planejamento, realizando a acolhida, roda de conversa, e horários de ir a
brinquedoteca e dia da história.

Por sua vez as salas de 2º período são organizadas da mesma maneira


que as do primeiro período, com bebedouro, lousa, armários, horários, acolhida,
roda de conversa e momento da história. Entre a formação das professoras,
existem professoras formadas em pedagogia, professoras com magistério e
cursando pedagogia.
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2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Concepções sobre o estágio e sobre a Educação Infantil

O estágio supervisionado está regulamentado pela Lei de Diretrizes e


Bases da educação Nacional (Lei nº 9.394/96) que dispõe sobre a realização de
estágios curriculares nos cursos de Ensino Superior, pela lei 11.788 de 25 de
setembro de 2008 que norteia a pratica do estágio obrigatório e não obrigatório
e pela CNE/CP Nº 1 de 15 de maio de 2006 que institui as Diretrizes para o Curso
de Graduação em Pedagogia, nos termos do Art. 7, parágrafo IV nos diz.

Estágio curricular a ser realizado, ao longo do curso, de modo


a assegurar aos graduandos experiência de exercício profissional, em
ambientes escolares e não-escolares que ampliem e fortaleçam
atitudes éticas, conhecimentos e competências:

Como exposto na CNE, o estágio é o momento onde o aluno de


graduação tem o privilégio de adquirir experiência profissional e fortalecer seus
conhecimentos, dantes limitados ao campo teórico e ampliar suas competências
como profissional.

O alicerce sobre qual o estágio está fundamentado é a concepção de uma


prática multilateral de reflexão e ação, onde o professor é o responsável por
observar a realidade e aprender com ela, sobre a prática e formação do professor
Ostetto (2012) destaca.

(...) o estágio, como parte do processo formativo dos


professores, não pode ser outra coisa senão uma aventura pessoal, o
que pressupõe escolhas e envolve viagens interiores e exteriores. Não
é apenas fazer, dar conta do conteúdo, planejar e executar um plano
de ensino perfeito, lindo e maravilhoso, com ideias inovadoras. É abrir-
se para a escuta do que ordinariamente nos escapa, é aventurar-se a
ir além dos hábitos de pensar e fazer; `a procura da própria voz, em
busca de um caminho autentico, singular. (OSTETTO 2012, p. 128)

Quando o aluno transpõe o teórico e vislumbra uma realidade com


inúmeras dificuldades, tende a planejar a perfeição, visto que os alunos não
vivenciaram experiências inovadoras. Para Ostetto, essa prática de almejar a
perfeição é seguir a voz de outros, é ser comum.

A necessidade de observar as diferentes crianças com as quais o


professor trabalhar tem se convertido em principio educativo deste modo
“emerge um aspecto essencial para a formação do professor: aprender a olhar,
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ampliando o foco da visão, mirando na diversidade por meio da sensibilidade


que acolhe as diferenças”. (OSTETTO, p.129)

Sobre as práticas na Educação infantil o RCNEI diz que algumas


instituições limitam o conhecimento transmitido as crianças por acreditarem que
as crianças não são capazes de aprender sobre algo que lhe está distante de
sua realidade concreta, contudo, a ampliação destes conhecimentos não é
realizada, sendo transmitida apenas parte das informações e trabalhadas
apenas atividades que servirão para os anos posteriores de sua escolaridade. O
ato de suprimir o conhecimento, mostrando apenas uma face do assunto
favorece a disseminação de um estereótipo.

Devemos lembrar que a educação infantil é considerada como a primeira


etapa da educação básica, ela foi reconhecida pela Constituição Federal de
1988, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e pela Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional, Lei 9.394/96. A educação infantil tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança, para o RCNEI a escola é um complemento
da família, lugar onde o conhecimento se constrói a partir da interação com o
outro.

No processo de construção do conhecimento, as crianças se


utilizam das mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que
possuem de terem idéias e hipóteses originais sobre aquilo que
buscam desvendar. Nessa perspectiva as crianças constroem o
conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras
pessoas e com o meio em que vivem. O conhecimento não se constitui
em cópia da realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de
criação, significação e ressignificação. (BRASILK, 1998a, p. 21-22)

Compreender todo esse processo de construção do conhecimento,


apreensão dos diversos tipos de linguagem, especificidades das crianças de
zero a seis anos é um dos grandes desafios do profissional que atua na área.

Para tal processo de crescimento da criança a educação infantil deve


enriquecer o desenvolvimento e inserção social através de elementos culturais
que propiciem tais crescimentos, as aprendizagens na educação infantil podem
ocorrer através de brincadeiras, rodas de conversas, situações pedagógicas
intencionais orientadas pelo professor.

Para o RCNEI educar compreende o ato de “propiciar situações de


cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que
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possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis (...)”. No


campo das teorias da aprendizagem Emilia Ferreiro defende que “existe um
sujeito que conhece e que, para conhecer, emprega mecanismos de
aprendizagem”. Nesse aspecto o sujeito que conhece possui um papel ativo na
interação com a realidade, contudo o que a criança aprende não é aquilo que lhe
é ensinado devendo o professor estar atento ao processo para promover
adequadamente a aprendizagem.

Sobre o papel do professor Barreiro (2006, p. 22) afirma que:

A aquisição e a construção de uma postura reflexiva


pressupõem um exercício constante entre a utilização dos
conhecimentos de natureza teórica e prática na ação e a elaboração
de novos saberes, a partir da ação docente.

Desta forma para que haja uma prática de ensino diferenciada é


necessário que o professor como agente ativo esteja em constante exercício
reflexivo, sabe-se, contudo que, este processo de reflexão deve ser a base da
formação inicial do professor pois de tal modo é permitido ao professor conjugar
os saberes da experiência com a teoria promovendo construção de saberes.

Nesse aspecto, podemos destacar o ensino de práticas de higiene onde


os PCNs (1997, p.107), dizem que a higiene corporal é tratada como condição
para a vida saudável. A aquisição de hábitos de higiene corporal tem início na
infância, destacando-se a importância de sua prática sistemática. E, é a infância
uma das fases mais decisivas na formação e construção do indivíduo e, a escola,
como uma instituição social, torna-se privilegiada pelo fato de poder desenvolver
trabalhos sistematizados com temas de suma importância.

2.2 A organização dos grupos e seu modo de trabalhar

Algumas considerações do RCNEI sobre o eixo natureza e sociedade.

Em algumas práticas, tem sido priorizado o trabalho que parte


da idéia de que a criança só tem condições de pensar sobre aquilo que
está mais próximo a ela e, portanto, que seja materialmente acessível
e concreto; e também da idéia de que, para ampliar sua compreensão
sobre a vida em sociedade, é necessário graduar os conteúdos de
acordo com a complexidade que apresentam. Assim, para que elas
possam conhecer algo sobre os diferentes tipos de organização social,
devem centrar sua aprendizagem, primeiro sobre os grupos menores
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e com estruturas mais simples e, posteriormente, sobre as


organizações sociais maiores e mais complexas. (BRASIL,1998b p.
165)

O RCNEI critica a postura adotada por certas instituições com relação ao


trabalho com o eixo natureza e sociedade, aborda o fato das datas
comemorativas serem pouco exploradas no que diz respeito ao aprofundamento
de conteúdo, nesse contexto, trabalhar com algo que as crianças já conhecem e
a partir de sua curiosidade propiciar um conhecimento mais profundo é o ideal.

Na instituição de educação infantil o professor constitui-se,


portanto, no parceiro mais experiente por excelência, cuja função é
propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não
discriminatório de experiências educativas e sociais variadas (BRASIL,
1998a, p.30).
11

3 – PRÁTICAS EDUCATIVAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

3.1 Observações na sala de aula

Durante o estágio a fase de observação é de suma importância pois nessa


fase é quando o aluno estagiário sai do domínio teórico e toma conhecimento da
realidade, este conhecimento dá-se através do levantamento de dados da
instituição, da comunidade, dos alunos, da sala de aula e dos professores.

A fase de observação não é um simples relato da realidade, outrossim um


olhar atento a realidade afim de identificar as necessidades, realizando um
confronto para verificar em qual situação estamos e qual realidade almejamos
alcançar.

Durante o período de estágio foram observadas as salas do maternal, 1º


período e 2º período em cada sala as metodologias são diferentes de acordo
com as práticas pedagógicas de cada professora.

Na sala do maternal as crianças têm como principal atividade as


brincadeiras, desenho e utilização da massa de modelar para trabalho com a
coordenação motora.

O primeiro período por sua vez possui uma rotina mais específica variando
apenas a metodologia das aulas, a professora faz a acolhida, roda de conversa
e passa as atividades na lousa, devendo o aluno realizar a cópia das atividades
no caderno.

Na sala do segundo período também existe uma rotina, em geral igual a


rotina do 1º período, porém, muita diversidade com relação a metodologia de
cada professora. Umas utilizam a lousa para passar as atividades para as
crianças devendo estas, copiarem a atividade no caderno, outra, entrega as
atividades para cada aluno via xerox.

As observações no CMEI foram realizadas no fim do ano letivo, por este


motivo muitas das atividades trabalhadas através dos projetos cujo os alunos
participam já haviam ocorrido, ficando assim apenas um projeto sendo aplicado
semanalmente – a valorização da hora cívica. Por este projeto ser aplicado
semanalmente os alunos estavam em constante ensaio para as apresentações
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que ocorriam as sextas-feiras. Por inúmeras vezes as professoras não


realizavam tarefas em sala para ficar ensaiando com os alunos. Sobre tais
práticas o RCNEI menciona que é necessário que as datas comemorativas são
abertura para um aprofundamento dos conhecimentos.

Algumas práticas valorizam atividades com festas do


calendário nacional: o Dia do Soldado, o Dia das Mães, o Dia do Índio,
o Dia da Primavera, a Páscoa etc. Nessas ocasiões, as crianças são
solicitadas a colorir desenhos mimeografados pelos professores, como
coelhinhos, soldados, bandeirinhas, cocares etc., e são fantasiadas e
enfeitadas com chapéus, faixas, espadas e pinturas. Apesar de certas
ocasiões comemorativas propiciarem aberturas para propostas
criativas de trabalho, muitas vezes os temas não ganham profundidade
e nem o cuidado necessário, acabando por difundir estereótipos
culturais e favorecendo pouco a construção de conhecimentos sobre a
diversidade de realidades sociais, culturais, geográficas e históricas.
(RCNEI, p.165)

Quando observadas as atividades realizadas pelas professoras, verificou-


se uma discrepância em seus métodos de ensino, umas com muita seriedade e
rigidez outras com um método mais liberal e até mesmo sem planejamento.

3.2 Relato de experiência do projeto de intervenção

A fase de intervenção é o momento em que o aluno já fez todo o


diagnóstico necessário à sua pesquisa e com está analise vai elaborar um
projeto de intervenção visando alcançar metas as quais ele observou serem
necessárias.

É uma atividade compartilhada entre os alunos sob a orientação do


professor para ser aplicada na escola campo de estágio e supervisionada pela
escola de formação. O projeto de intervenção é um momento de oportunidade
efetiva de crescimento para o estagiário, visto que, o projeto é fruto de suas
observações e interações com o meio escolar.

A ideia para o desenvolvimento do projeto de intervenção surgiu a partir


das observações e da necessidade vista na escola. O projeto com o tema
“Higiene e Saúde” diz respeito ao cuidado que cada aluno tem com seu corpo
através da higiene em geral.
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O principal objetivo deste projeto é ensinar hábitos e práticas de higiene


para as crianças da Educação Infantil, incentivando-as a conhecer e a cuidar do
próprio corpo, demonstrar a importância dos cuidados com o corpo e da higiene
para a saúde.

O projeto teve seu início com uma atividade coletiva de forma a envolver
toda a comunidade escolar. Assim foi realizada uma apresentação da peça
teatral “A gata Tita vai ao dentista”, uma adaptação da história “O gato Tito vai
ao dentista” (Anexo C).

A apresentação ocorreu no pátio central da escola, a peça, que tem como


personagem principal a gata Tita, que por falta de cuidados higiênicos teve que
extrair um dente. A história além de explorar os cuidados de higiene e saúde
(nosso principal foco) também trabalhou aspectos como comportamento e boas
maneiras. Após 20 minutos de apresentação, cantamos a música “Banho é bom”
do Castelo Rá-Tim-Bum (Anexo C).

Após a atividade coletiva o grupo dividiu-se em três grupos de três


pessoas e cada grupo ficou responsável por aplicar as atividades relacionadas
ao tema com os alunos do maternal, 1° período e 2° período.

O maternal retomou o assunto da higiene fazendo perguntas afim de


lembra-las da história contada na peça e se elas sabiam porquê devemos nos
manter limpos. Após esta roda de conversa, foi realizada a “Trilha da Higiene”
como forma de constatar quais práticas de higiene as crianças conheciam e
colocavam em prática diariamente. O maternal também trabalho com colagem
de papel em um desenho de um dente e pintura.

O primeiro período também retomou o assunto da higiene a partir da peça


teatral da gata Tita, a primeira atividade foi a caça aos objetos de higiene que
estavam escondidos pela sala, após a descoberta de todos os objetos foi
questionado as crianças para que servia cada um deles e se sabiam a sua
correta utilização.

O segundo período iniciou a roda de conversa falando sobre o banho e


após apresentou um vídeo falando sobre a importância do banho, um outro vídeo
desta vez com uma música foi apresentado com a intenção de proporcionar as
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crianças uma forma de aprender cantando. A última atividade foi o bingo da


higiene.

O projeto de intervenção proporcionou o conhecimento dos hábitos de


higiene conhecidos e praticados pelas crianças, pois, apesar de conhecer muitos
destes hábitos a sua prática está distante da desejada. Os momentos de
observação provaram isto, tanto que o tema foi escolhido para que o assunto
fosse fixado ainda mais. O momento da elaboração dos materiais também foi de
grande aprendizagem, pois possibilitou a conversa e interação para a melhor
abordagem do tema escolhido.

3.3 Relato das Regências

As oportunidades de uma ação pedagógica efetiva em sala de aula


embora restritas, compõem o estágio, mediante as regências o estagiário
colocará em pratica suas ideias, e obterá resultados de suas ações. A regência
é o resultado das observações e análises da realidade pedagógica em questão,
a aula planejada com a intenção de suprir a necessidade observada.

As regências foram aplicadas em dois dias, falando sobre as profissões.


A partir das observações realizadas em sala de aula observou-se a necessidade
de trabalhar com as crianças o assunto das profissões através da contação de
histórias, possibilitando o aprendizado de diversas áreas do conhecimento.

A temática das profissões foi abordada na primeira aula através da história


“O coelhinho que não era de Páscoa” de Ruth Rocha,(anexo C) partindo desta
história, as crianças pintaram as figuras de diversos profissionais e cobriram
seus nomes, logo após confeccionaram o Álbum das profissões com as figuras
e seus respectivos nomes.

No segundo dia a história de Ruth Rocha foi retomada, após as crianças


assistiram a um vídeo com o tema “ o que vou ser quando crescer? ”, este vídeo
possibilitou a pergunta da roda de conversa: Quais profissões você conhece, as
crianças foram mencionando as profissões que conheciam e durante a conversa
a sua curiosidade foi estimulada através de uma caixa com um objeto surpresa
de uma das profissões mencionadas, foram feitas charadas para que as crianças
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pudessem adivinhar o objeto escondido – uma das crianças acertou que era uma
seringa de injeção.

Após este momento a história do coelho foi retomada para que a próxima
atividade estivesse no contexto da história, como o coelho da história era um
doceiro, a temática de trabalhar com as crianças uma receita foi abordada, elas
fizeram o próprio lanche, neste momento foram inserido conceitos matemáticos
de número, quantidade, divisão, porção. Para finalizar a aula o Álbum
confeccionado na aula anterior foi revisado e cantou-se uma música com o tema
das profissões.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos momentos de observações em sala e prática pedagógica,


tanto em sala com o professor quanto nos momentos de regência e intervenção
pedagógica, experimentou-se a realidade educacional das crianças da educação
infantil, realidade esta que, ensina a cada a importância de observar a
diversidade cultural, étnica e social de cada individuo.

A riqueza da curiosidade de cada criança desperta muitas vezes por um


simples objeto oculto, ou charada feita em sala, evidencia como é importante
abordar os temas comuns criativamente, propiciando assim momentos de
interesse e curiosidade pelo assunto.

A educação infantil como primeira instancia escolar padece de bons


profissionais, contudo, carece ainda mais de recursos materiais para se utilizar
em sala, no período de observação no CMEI, um dos pontos negativos
destacados pelas professoras é a falta de material, como lápis de cor, massa de
modelar entre outros. Por falta de recursos algumas chegam a comprar com o
próprio salário alguns materiais, pois sem estes seria impossível lecionar.

Entre os pontos fortes pode-se destacar o carinho de cada criança pelas


professoras, o cuidado de cada professora por seus alunos. O CMEI campo de
estágio possui vários projetos, alguns trabalhados por todos da cidade, porém,
o diferencial é a oportunidade de ir ao dentista na escola, este é em suma o mais
específico projeto da escola, não sendo repetido por outras unidades.

Falar de crianças e de educação é também falar de brincadeiras de


ludicidade, as brincadeiras são momentos de aprendizagem importantes para as
crianças, pois é onde aprendem as noções que regem a sociedade, neste
aspecto a escola possui ponto negativo devendo-se ao fato de não possuir área
onde as crianças possam brincar à vontade, ficando deste modo, o momento da
brincadeira para a sala da brinquedoteca e este apenas algumas vezes na
semana.

O estágio em educação infantil é experiência importante para a formação


docente, pois o confronto entre teoria e prática faz-se necessário pois o
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enfrentamento propicia crescimento e análise das teorias estudadas na


universidade. Para além do embate entre a teoria e a prática, a educação infantil
é momento de afetividade, o trabalho com crianças pequenas exige do professor
o envolvimento emocional, este por sua vez é tido como auxiliador da prática
docente, uma vez que as crianças percebem o envolvimento do professor.

A partir das experiências relatadas surpreendemo-nos com as vivências,


com os momentos de aprendizagem, a roda de conversa e o nível de
conhecimento das crianças, o momento de estágio é conhecimento de si mesmo,
de suas paixões, de suas capacidades.
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REFERÊNCIAS

ARCE, Alessandra. O referencial curricular nacional para a Educação Infantil e


o espontaneísmo. In: Arce, Alessandra; MARTINS, Lígia Marcia. (Orgs.). Quem
tem medo de ensinar na Educação infantil? Em defesa do ato de ensinar.
Campinas, SP: Alínea, 2007. p. 13 – 36.

BRASIL, Ministério da Educação e do desporto. Secretaria de Educação


Fundamental. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. 1998a.
Brasília: MEC/SEF,3v.: il. Volume 1: Introdução.

BRASIL, Ministério da Educação e do desporto. Secretaria de Educação


Fundamental. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. 1998b.
Brasília: MEC/SEF,3v.: il. Volume 3: conhecimento de mundo.

BRASIL, Ministério da Educação. Práticas cotidianas na Educação infantil:


bases para a reflexão sobre as orientações curriculares. Brasília. 2009.
Disponível em
<http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/relat_seb_praticas_cotidianas.pdf>

BRASIL. Resolução CNE/CP Nº 1, de 15 de maio de 2006. Institui Diretrizes


Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura.
DOU Brasília, 16 de maio de 2006, Seção 1, p. 11. Disponível em:
<portal.mec.gov.br/cne/pdf/rcp01_06> Acesso em 16 de novembro de 2016.

OSTETTO, Luciana Esmeralda. O estágio Curricular no processo de tornar-se


professor. In: OSTETTO, Luciana Esmeralda. (Org.). Educação infantil: Saberes
e fazeres da formação de professores. 5ª ed. Campinas, SP: Papirus. 2012. p.
127 – 138.
ANEXO A – Documentos do Estágio
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ANEXO B – Registro fotográfico
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REGISTRO DO PRIMEIRO DIA DE REGÊNCIA

Figura 1– álbum das profissões Figura 2 – álbum das


profissões confeccionado

REGISTRO DO SEGUNDO DIA DE REGÊNCIA

Figura 3 – retomando a confecção do


Figura 4 – Pintando
álbum das profissões
as imagens
24

Figura 5 – Fazendo os Figura 6 – Fazendo os


sanduiches sanduiches

Figura 7 – Confeccionando Figura 8 – Recortando as


a álbum das profissões figuras para colar no álbum
ANEXO C – Atividades realizadas
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O coelhinho que não era de Páscoa


Ruth Rocha

Vivinho era um coelhinho. Branco, redondo, fofinho.


Todos os dias Vivinho ia à escola com seus irmãos.
Aprendia a pular, aprendia a correr...
Aprendia qual a melhor couve para se comer.
Os coelhinhos foram crescendo,

chegou a hora de escolherem uma profissão.


Os irmãos de vivinho já tinham resolvido:
- Eu vou ser coelho de Páscoa como meu pai.
- Eu vou ser coelho de Páscoa, como o meu avô.
- Eu vou ser coelho de Páscoa como meu bisavô.
E todos queriam ser coelhos de Páscoa,

como o trisavô, o tataravô, como todos os avôs.


Só Vivinho não dizia nada.

Os pais perguntavam, os irmãos indagavam:


- E você Vivinho, e você?
- Bom – dizia Vivinho – eu não sei o que quero ser.
Mas sei o que não quero: Ser coelho de Páscoa.
O pai de Vivinho se espantou, a mãe se escandalizou e desmaiou:
- OOOOOHHHHH!!!
Vivinho arranjou uma porção de amigos:
O beija-flor Florindo, Julieta a borboleta, e a abelha Melinda.

- Onde é que já se viu coelho brincar com abelha?


- Os irmãos de Vivinho diziam.
Os pais de Vivinho se aborreciam:
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- Um coelho tem que ter uma profissão.


Onde é que nós vamos parar com essa vadiação?

- Não se preocupem – Vivinho dizia

– estou aprendendo uma ótima profissão.


- Só se ele está aprendendo a voar – os pais de Vivinho diziam.
- Só se ele está aprendendo a zumbir – os irmãos de Vivinho caçoavam.
Vivinho sorria e saía, pula, pulando para se encontrar com seus amigos.
O tempo passou. A Páscoa estava chegando.
Papai e Mamãe Coelho foram comprar os ovos para distribuir.
Mas as fábricas tinham muitas encomendas.

Não tinham mais ovinhos para vender.


Em todo lugar a resposta era a mesma:
- Tudo vendido. Não temos mais nada...
O casal Coelho foi a tudo que foi fabrica da floresta.
Do seu Antão, do seu João, do seu Simão, do seu Veloso, do seu Matoso,
do seu Cardoso, do seu Tônio, do seu Petrônio, seu Sinfrônio.
Mas a resposta era sempre a mesma:
- Tudo vendido seu Coelho, tudo vendido...

Os dois voltaram pra casa desanimados.


- Ora essa. Isso nunca aconteceu...
- Não podemos despontar as crianças...
- Mas nós já fomos a todas as fábricas. Não tem jeito, não...

Os irmãos do coelhinho estavam tristes:


- Nossa primeira distribuição... Ai que tristeza no coração!...

Vivinho vinha chegando com Melinda.


- Por que não fazemos os ovos nós mesmos?
- É que nós não sabemos.

Coelho de Páscoa sabe distribuir ovos. Não sabe fazer!


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- Pois eu sei – disse Vivinho- Eu sei.


- Será que ele sabe? – disse o Pai?
- Ele disse que sabe – disseram os irmãos.
- Ele sabe, ele sabe – disse a mãe.
- E como você aprendeu? – perguntaram todos.
- Com meus amigos. Eu não disse que estava aprendendo uma profissão?
Pois eu aprendi a tirar o pólen das flores com Julieta e Florindo.
E Melinda é a maior doceira do mundo. Me ensinou a fazer tudo o que é doce...

A casa da família Coelho virou uma verdadeira fábrica.


Todos ajudavam: Papai Coelho, Mamãe Coelha e os coelhinhos...
e os amiguinhos também, florindo o beija-flor, a borboleta Julieta e a abelha Melinda, a
maior doceira do mundo.
E era Vivinho quem comandava o trabalho.
E quando a Páscoa chegou, estavam todos preparados.
As cestas de ovos estavam prontas.

E os pais de Vivinho estavam contentes.


A mãe de vivinho disse:
- Agora, nosso filho tem uma profissão.
E o pai de Vivinho falou:
- Cada deve seguir a sua vocação...
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“Banho é bom”

Castelo Rá-Tim-Bum

Tchau Preguiça

Tchau Sujeira

Adeus cheirinho de suor

Lava, lava, lava

Lava, lava, lava

Uma orelha, uma orelha

Outro orelha, outra orelha

Lava, Lava, lava

Lava testa, bochecha

Lava o queixo, lava coxa e lava até meu pé

Meu querido pé que me aguenta o dia inteiro

E o meu nariz, meu pescoço

O meu tórax e o meu bumbum

E também o fazedor de xixi.

La la la la la

Ainda não acabou não, vem cá, vem

Uma enxugadinha aqui, uma coçadinha ali

Faz a volta e põe a roupa de enfaixar

Banho é bom, Banho é bom

Banho é muito bom

Agora acabou!
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