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Curso de Bacharelado em Engenharia de Produção

Área de Ciências Exatas e Tecnologias


Disciplina: Comércio Exterior
Prof.: André Reis

Resumo da Pesquisa sobre o mercado de Carne Suína no Japão


Pesquisa elaborada por uma consultoria, sob coordenação do Setor de Promoção Comercial
(SECOM) da Embaixada do Brasil em Tóquio (2011).

Alunos:
Ana Maria Dias
Dyego Sampaio
José Edilson Neto

Belém
2016
Ficha técnica Japão

Japão (Nippon)

• DADOS PRINCIPAIS
• ÁREA: 372.819 km²
• CAPITAL DO JAPÃO: Tóquio
• POPULAÇÃO: 127 milhões (estimativa 2014)
• MOEDA DO JAPÃO: iene
• CONSTITUIÇÃO: 3 de maio de 1947.
• FUSO HORÁRIO: + 12 horas em relação à Brasília
• CIDADES DO JAPÃO (PRINCIPAIS): Tóquio, Osaka; Yokohama, Nagoya,
Sapporo, Kyoto, Kobe.
• COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO: japoneses 98,5%, coreanos 0,5% , chineses 0,4%
outros 0,6% (2004)
• IDIOMAS: japonês (oficial)
• RELIGIÃO: xintoísmo (84%), budismo (71,5%), cristianismo (2%), outras (7,8%)
• ÁREA TOTAL: 377.873 Km2
• DENS. DEMOGRÁFICA: 336,02 hab./km2 (2014)
• IDH: 0,891 (2014) - desenvolvimento humano muito alto
• PIB: US$ 4,61 trilhões (2014), Renda per Capita: US$ 36.332 (2014)
• PRODUTOS AGRÍCOLAS: arroz, batata, repolho, beterraba, frutas cítricas.
• PECUÁRIA: bovinos, suínos, aves.
• MINERAÇÃO: calcário, enxofre, asfalto natural.

Nos últimos 20 anos o número de criados de suínos no Japão vem diminuindo de forma
drástica. Dos 36.000 criadores que haviam em 1991, apenas 7.230 foram listados em 2008 e,
como consequência, aumentou-se a quantidade de suínos por criador. Na década de 2000-
2009 o número de suínos manteve-se estável no país, mas a exportação da carne suína
aumentou bastante.

O principal motivo do maior consumo de carne suína no país foi decorrente de surtos de
doenças (como febre afetosa e influência aviária) enfrentados com outros tipos de carne
(bovina e de aves). Em 2001 houve o surgimento dos primeiros casos de BSE.
Em 2011 após os desastres naturais ocorridos no
país, seguido do acidente da Usina Nuclear de
Fukushima, houve o invalidação do consumo de
vários alimentos por causa dos elevados indíces de
radiação.

Dentre os maiores exportadores de carne suína para


o Japão, destacam-se a Dinamarca, Estados Unidos e
Canadá. A somatória de exportação dos 3 chega a
81% do total. Um fato curioso é que apesar da China
ser a maior produtora mundial de carne suína, o país não pode exportar carne ao Japão pois
consta na lista das regiões proibidas. O Brasil aparece somente com 5 mil dólares de
exportações que se referem ao produto NCM 0206.90-000 (outras miudezas da espécie suína
congeladas). Até 2011 apenas as carnes brasileiras termoprocessadas tinham acesso ao
mercado japonês.

Em 1951 o Japão estabeleceu a “Lei de controle de doenças infecciosas em animais


domésticos” (com última revisão em 2003), na qual se definem as doenças infecciosas e as
regiões proibidas de exportação e importação. Dentre as doenças destacam-se a febre aftosa,
peste bovina e cólera suína africana, que são consideradas doenças infecciosas malignas. Por
esse motivo, a importação de animais está sujeita a restrições. O Ministério da Agricultura,
Floresta e Pesa do Japão (MAFF) divide o mundo em três regiões distintas no que se refere ao
processo de exportação de animais ungulados:

1. Categoria com permissão de importação de carnes e órgãos de animais ungulados,


bem como animais vivos, e outros produtos de origem animal: 35 países da Europa,
Américas e Oceania. Na América Latina incluem México, Guatemala, Honduras, El
Salvador, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, República Dominicana e Chile.
2. Categoria com permissão de importação de animais vivos, com proibição da
importação de carne in natura, permitindo-se somente o acesso de carnes termo
processadas: Cingapura, Romênia, Eslovênia, Croácia e Bósnia-Herzegovina.
3. (c) Categoria com proibição da importação de animais vivos e de carnes in natura,
permitindo somente o acesso de carnes previamente termo processadas: todas as
demais regiões, incluindo o Brasil.

De acordo com o MAFF do Japão, em 2010, o consumo da carne suína era de 47% para
consumo doméstico, 24% para indústria de processamento e 29% para restaurantes/outros.
Os motivos que a carne suína é mais consumida nos lares dá-se ao fato do seu preço,
facilidade de preparo e variedade de receitas que oferece a culinária japonesa. Entre 2005 e
2010 o preço da carne suína manteve-se bem estável, no qual o lombo custava em torno de
2.500 ienes/kg e o pernil 1.650 ienes/kg.

A carne suína que chega congelada é majoritariamente importada pelas grandes tradings e
que repassam para as indústrias processadoras, já que um pouco mais da metade da
produção é destinada para a fabricação de embutidos como salsichas e linguiças. Após vem a
produção de presunto (20%) e os bacons (16%).

De uns tempos para cá, aumentou o registro nas importações de carne in natura resfriada
porque a carne tende a manter o seu paladar original. A Dinamarca, por exemplo, tem
prestígio no mercado japonês pela sua boa reputação na qualidade e da facilidade de
processamento das carnes. A origem de 80% do bacon japonês é proveninente dos suínos
dinamarqueses porque a carne suína importada vem com três camadas distintas o que facilita
a produção do bacon.
Na tabela ao lado é possível verificar (fonte MAFF Jan/2011) o
consumo de carne suína per capita em 2005 houve o pico de
consumo de carne suína em virtude do surto de influência
aviária. A partir do ano seguinte o índice diminuiu, alcançando
11.5kg/hab em 2009. (Dado refere-se somente a carna suína não
industrializada). Porém, de acordo com o Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos, o consumo per capta japonês foi
de 19.4kg em 2009.

Apesar de todas as restrições amparadas por lei e pelo criterioso apreço na qualidade dos
produtos exigidos pelos japoneses, ainda existe a possibilidade da importação de carnes e
seus derivados desde que tenham sido processadas adequadamente, obedecendo algumas
condições. Essas condições referem-se a análise feito no processo de reconhecimento da
modificação das condições sanitárias por parte da OIE (Organização Mundial de Saúde
Animal), requerimento por parte do país interessado ao MAFF, inspeções “in loco”,
convocação de comentários públicos no Japão e demais trâmites legais necessários para
revisão de ordem ministerial.

Em 2011 o governo Japonês ia enviar uma missão à Santa Catarina para avaliar o sistema de
controle sanitário para a produção de carne suína. Caso o sistema brasileiro seja aprovado, a
liberação das exportações catarinenses para o mercado japonês poderia acontecer
posteriormente. O Japão só importa carnes, frescas ou processadas, provenientes de
frigoríferos credenciados no MAFF do Japão. As carnes processas devem passar pelo processo
de validação citado anteriormente; já as termoprocessadas devem também acompanhar o
certificado de termo processamento expedido por órgão previamente indicado.

Caso as autoridades Japonesas liberem a exportação in natura de carne suína do Brasil para o
mercado Japonês, as empresas brasileiras interessadas deverão solicitar, por intermédio do
MAPA, às autoridades sanitárias do Governo do Japão, visitas de inspeção de suas instalações
de modo a obter credenciamento como unidade exportadora de carnes. Dessa forma, as
participações em feiras, parcerias com representantes japoneses, conhecimento das tarifas de
exportação, documentos necessários para o credenciamento da empresa, e contatos dos
principais compradores são importantes para ajudar na estratégia de exportação de suínos
das empresas brasileiras.

Principais feiras do setor: FOODEX JAPAN -International Food & Beverage Exhibition
(http://www,jma,or,jp/FOODEX/), feira anual realizada desde o ano de 1976, no mês de
março; SUPERMAKET TRADE SHOW (http://www.smts.jp/english/), feira anual realizada no
mês de fevereiro.
Principais Importadores Japoneses: Mitsubishi Corporation; Mitsui & Co,, Ltd.; Itochu
Corporation; Sumitomo Corporation; Kanematsu Corporation; Marubeni Corporation; Cargill
Toshoku (ex-Toshoku Ltd.), entre outros.

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