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ARACAJU
2017
FELIPE JOSÉ DA SILVA
ARACAJU
2017
FELIPE JOSÉ DA SILVA
Aprovado em _____/_____/_____.
Banca Examinadora
___________________________________________________________________________
Prof.(a) Me. Rosany Albuquerque Matos
Orientadora – UNIT
___________________________________________________________________________
Prof.(a) Esp. Clarisse de Almeida
Ao Deus Pai todo poderoso, criador dos céus e terra, o qual sua graça e misericórdia me
alcançou, mesmo não merecendo, ao seu filho unigênito Jesus Cristo que por sua morte e
ressurreição pode reconciliar-nos com Deus e ao seu Santo Espirito enviado para estar conosco
até a consumação dos séculos, o qual por nós intercede até com gemidos inexprimíveis.
A Mainha e Painho (Maria Elza e Naldo), não só por todo esforço para que eu pudesse
chegar até aqui, mas também pelo o amor, força e incentivo. Por me fazer acreditar que é
possível vencer na vida, alcançar os objetivos e sonhos sem precisar passar por cima de
ninguém. A eles por me ensinarem a ser humano. Assim como aos meus irmãos Marcos e
Mateus que sempre estiveram comigo.
Aos amigos da faculdade (vish, são muitos rsrs) Arthur, Netinha, Eduardo, e a melhor
dupla Angel, assim como a todos os outros que não citei, pelas amizades construídas ao decorrer
de todos esses anos, pela força e incentivo dado, e por cada momento que tivemos juntos.
A minha amada Dodorah Ramos que acreditou e me incentivou a dar cada passo.
Aos grandes professores que ao longo de minha vida me auxiliaram em toda caminhada,
meu agradecimento pela paciência, partilha de conhecimento e pelos ensinamentos para a vida.
Deixo minha eterna gratidão a cada um. E em especial a minha orientadora, Rosany
Albuquerque Matos.
É com muito carinho e felicidade que dedico essa vitória a todos. Obrigado!
“Pode-se, com convicção, afirmar que em
toda e qualquer cidade, vila ou vilarejo, existe
um acervo de informações e dados que
permitem detectar sua estrutura interna. ”
(LINDGREN, 1978, Temas Para Planejamento
Urbano, p. 40).
RESUMO
O presente trabalho foi desenvolvido com objetivo de gerar um estudo onde são apresentadas
as características urbanas do Olaria da Cidade de Canindé de São Francisco - Sergipe que sofre
com vários problemas tendo ele de forma geral uma vasta utilização por moradores, visitantes,
trabalhadores e estudantes, então com uma análise é apresentado um diagnóstico urbano do
bairro com o desafio de como desenvolve-lo levando em consideração tanto questões
ambientais, como sociais. Para um melhor desenvolvimento e compreensão o trabalho foi
dividido em 10 temas de estudos, sendo eles: titulação, população, uso e ocupação do solo,
segurança e áreas de risco, acessibilidade, mobilidade de trânsito, arborização, lazer, educação
e cultura, meio ambiente e infraestrutura e para cada destes foram identificados os problemas,
a causa e os impactos relacionados a cada. Para alcançar os objetivos a metodologia utilizada
para a estruturação do conteúdo apresentado foi de investigação com base em entrevistas e
averiguações fora e dentro de campo realizadas pelo aluno a fim de coletar dados atuais e
verídicos, de acordo com o tema proposto e com a realidade do local, pesquisas bibliográficas,
registros fotográficos e levantamento a histórico e documentos consultados na secretaria de
obras e planejamento da cidade. As informações adquiridas e atribuídas a conceitos urbanísticos
extraídas dessa pesquisa, geraram uma maior percepção do espaço e viabilizam a criação de
técnicas para a solucionar adversidades encontradas podendo assim serem mitigados os
problemas encontrados no bairro, levando em consideração a legislação da cidade de Canindé
de São Francisco, do bairro em questão e do Código Florestal.
The present work was developed with the purpose of generating a study where the urban
characteristics of the Pottery of the City of Canindé de São Francisco - Sergipe are presented,
which suffers from several problems, with a wide use by residents, visitors, workers and
students, Then an analysis presents an urban diagnosis of the neighborhood with the challenge
of how to develop it taking into account both environmental and social issues. For a better
development and understanding, the study was divided into 10 study themes, such as: Titling,
population, land use and occupation, safety and risk areas, accessibility, traffic mobility,
afforestation, leisure, education and culture, environment and Infrastructure and for each of
them the problems, the cause and the impacts related to each were identified. In order to reach
the objectives, the methodology used for the structuring of the presented content was a research
based on interviews and inquiries outside and in the field carried out by the student in order to
collect current and true data, according to the proposed theme and the reality of the Site,
bibliographical searches, photographic records and historical survey and documents consulted
in the works and planning department of the city. Therefore, the information acquired and
attributed to urbanistic concepts extracted from this research, generate a greater perception of
the space and allows the creation of techniques to solve adversities encountered, thus mitigating
the problems found in the neighborhood, taking into account the legislation of the city of
Canindé de São Francisco, the neighborhood in question and the Forest Code.
Keywords: Pottery district - problems - Canindé de São Francisco - urban diagnosis - themes
LISTAS
LISTA DE ILUSTRAÇÃO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13
2 BREVE HISTÓRIA DO PLANEJAMENTO URBANO ................................................ 15
2.1 BREVE HISTÓRIA ...................................................................................................... 15
2.2 BREVE HISTÓRICO DO PLANEJAMENTO URBANO NO BRASIL ................ 20
2.2.1 Período de 1875 até 1930 ....................................................................................... 22
2.2.2 Período de 1930 até 1992 ....................................................................................... 23
2.2.3 Período de 1992 até os dias atuais ......................................................................... 24
3 HISTÓRIA E LOCALIZAÇÃO DA CIDADE DE CANINDÉ DE SÃO FRANCISCO
E DO BAIRRO OLARIA ...................................................................................................... 27
3.1 HISTÓRIA DE CANINDÉ DE SÃO FRANCISCO .................................................. 27
3.2 HISTÓRICO E LOCALIZAÇÃO DO BAIRRO OLARIA ..................................... 32
4 DIAGNÓSTICO .................................................................................................................. 34
4.1 TITULAÇÃO ................................................................................................................ 34
4.2 POPULAÇÃO ............................................................................................................... 37
4.2.1 Identificação dos problemas referente a população ............................................ 41
4.2.2 Causa dos problemas referente a população ....................................................... 41
4.2.3 Impactos dos problemas referente a população .................................................. 41
4.3 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ................................................................................. 41
4.3.1 Identificação dos problemas referente ao uso e ocupação do solo ..................... 43
4.3.2 Causa dos problemas referente ao uso e ocupação do solo ................................ 43
4.3.3 Impactos dos problemas referente ao uso e ocupação do solo ........................... 44
4.4 SEGURANÇA E ÁREAS DE RISCO ......................................................................... 46
4.4.1 Identificação dos problemas referentes a segurança e áreas de risco ............... 47
4.4.2 Causa dos problemas referentes a segurança e áreas de risco ........................... 51
4.4.3 Impactos dos problemas referentes a segurança e áreas de risco ...................... 52
4.5 ACESSIBILIDADE ...................................................................................................... 53
4.5.1 Identificação dos problemas referentes a acessibilidade .................................... 55
4.5.2 Causa dos problemas referentes a acessibilidade ................................................ 60
4.5.3 Impactos dos problemas referentes a mobilidade ............................................... 60
4.6 MOBILIDADE DE TRÂNSITO ................................................................................. 61
4.6.1 Identificação dos problemas referentes a mobilidade......................................... 61
4.6.2 Causa dos problemas referentes a mobilidade .................................................... 65
4.6.3 Impactos dos problemas referentes a mobilidade ............................................... 66
4.7 LAZER ........................................................................................................................... 66
4.7.1 Identificação dos problemas referentes ao lazer ................................................. 67
4.7.2 Causa dos problemas referentes ao lazer ............................................................. 70
4.7.3 Impactos dos problemas referentes ao lazer ........................................................ 71
4.8 EDUCAÇÃO E CULTURA ......................................................................................... 72
4.8.1 Identificação dos problemas referentes a educação e cultura ............................ 72
4.8.2 Causa dos problemas referentes a educação e cultura.................................. 74
4.8.3 Impactos dos problemas referentes a educação e cultura .................................. 75
4.9 INFRAESTRUTURA ................................................................................................... 75
4.9.1 Identificação dos problemas referentes a infraestrutura ................................... 76
4.9.2 Causa dos problemas referentes a infraestrutura ............................................... 79
4.9.3 Impactos dos problemas referentes a infraestrutura .......................................... 79
4.10 MEIO AMBIENTE..................................................................................................... 80
4.10.1 Identificação dos problemas referentes ao meio ambiente ........................... 80
4.10.2 Causa dos problemas referentes ao meio ambiente .......................................... 87
4.10.3 Impactos causado pelos problemas ao meio ambiente...................................... 88
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 90
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 92
ANEXO A – Questionários aplicados ................................................................................... 96
ANEXO B – Quadras da cidade de Canindé de São Francisco registradas em cartório 98
13
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho apresenta uma análise do bairro, onde tal área foi escolhida por
conta de sua vasta utilização, sendo ela por moradores, visitantes, trabalhadores e estudantes,
assim, esse fluxo de pessoas produz vários problemas e consequências que necessitam de maior
atenção. Muitas das ruas sofrem com problemas como: pouco iluminação, vias não
pavimentadas, áreas de risco, então com o diagnóstico urbano do bairro desenvolvido, as
informações obtidas forneceram características do bairro e uma maior percepção do espaço que
viabiliza a criação de técnicas para podermos solucionar os problemas encontrados.
Para o desenvolvimento do mesmo, o estudo sobre a área foi dividido em nove temas,
sendo eles: uso e ocupação do solo, segurança e áreas de risco, acessibilidade, mobilidade de
trânsito, arborização, lazer, educação e cultura, meio ambiente e infraestrutura, onde cada um
desses foi dividido em subitens para facilitar a análise e orientar seu estudo. Nesse sentido, o
estudo da área foi desenvolvido com o objetivo de analisar as características urbanas do bairro
Olaria, que se faz necessário compreender a história do planejamento urbano, apresentar a
evolução urbana do bairro, identificar os principais problemas do bairro em relação aos temas
e apontar os principais impactos desses problemas, para que tais problemas sejam mitigados, e
a qualidade de vida da população juntamente com a qualidade ambiental da área possam ser
melhoradas.
Para que os objetivos fossem alcançados foram adotados procedimentos metodológicos,
sendo utilizado o uso de pesquisa bibliográfica que abordam os temas estudados, onde a partir
dela foi desenvolvido todo o fundamento teórico em que foi baseado todo trabalho. A mesma
consiste na seleção, levantamento, fichamento e arquivamento de elementos pertinentes ao
trabalho desenvolvido, também a mesma contribuiu para entender a causa dos problemas
encontrados no bairro. Foram realizadas 50 entrevistas semi-estruturadas para conhecer o perfil
da população frequentadora do bairro em questão e identificar problemas através do olhar e
vivência das pessoas que frequentam o local, também feito o uso de registros fotográficos para
se fazer um levantamento da atual condição do bairro, como também foram utilizados
documentos consultados em órgãos públicos (como na Secretaria de Obras) que ajudaram a
compreender melhor a situação do bairro, fazendo uso das informações contidas a respeito dos
temas que foram estudados e visitas ao local para identificar problemas.
Ao final do TFG são apresentadas três seções, onde na seção 2 foi discutido o conceito
com base em diversos pontos de vistas de autores diferentes que tratam sobre a história do
14
planejamento urbano, assim também como a importância do mesmo para cidades e bairros.
Onde tem o objetivo de minimizar problemas decorrentes de processos de urbanização.
Na seção 4 foi descrito cada um temas estudados (população, uso e ocupação do solo,
segurança e áreas de risco, acessibilidade, mobilidade, lazer, educação e cultura, infraestrutura
e por fim meio ambiente), onde foi realizada a análise de cada um destes para assim descrever
cada um dos problemas encontrados em relação aos respectivos temas, assim como também foi
descrito o motivo das causas de cada um desses problemas encontrados e os impactos causados
por tais problemas.
E por fim a Conclusão, onde é abordado o assunto referente a todo o trabalho que fora
desenvolvido, onde é apresentado os resultados de acordo com a história do planejamento
urbano, também sobre o histórico e localização da cidade de Canindé de São Francisco e do
bairro Olaria, e por fim, o diagnóstico urbano. Assim, constará aqui de forma resumida os
problemas encontrados em relação aos temas estudados, as causas desses problemas bem como
os impactos causados.
15
O planejamento urbano é algo que tem sido bastante discutido, enaltecido e também
criticado, uma vez que se faz necessário para o crescimento ordenado das cidades, pois o
crescimento desordenado gera muitos problemas tendo como exemplo a ocupação de locais
inadequados para moradia, que são áreas de elevada declividade, fundos de vale, praças,
viadutos, entre outras. Por muitos tem sido desacreditado “sobretudo nos últimos trinta anos. ”
(SOUZA, 2010, p.25).
Mesmo com tais críticas, continua com sua extrema importância para o
desenvolvimento adequado do espaço urbano. E para uma conceituação acerca do planejamento
devemos primeiramente saber que se refere a cidades e então “[...] começaria pela noção de
planejamento que creio ser a mais simples e comum: o contrário de improvisação. Uma ação
planejada é uma ação não improvisada. Uma ação improvisada é uma ação não planejada”.
(FERREIRA, 1992, p15).
Fonte: http://www.historiadetudo.com/neolitico
16
Segundo Aquino (2008, p.4) existem “pistas de que as civilizações humanas têm
trabalhado com planejamento urbano em escala limitada que remonta a 3500 a.C.”, mesmo que
se tenha dado em escala limitada. O grego Hippodamus recebeu o nome de pai do planejamento
urbano por historiadores, isso por conta de suas ideias e teorias acerca do melhor uso da terra e
das ruas e localização dos edifícios nas cidades de Mileto e Pireu na Grécia, com isso pode-se
notar a importância de Hippodamus ao que se refere ao planejamento urbano. Mas segundo
Guedes (2015) “A civilização do Vale do Indo é considerada por muitos como a primeira
civilização a desenvolver o senso de planejamento urbano, por volta de 2600 a.C.”.
Já na idade média as cidades eram protegidas por muros, pois seu planejamento era
voltado para a defesa militar e conveniência civil e ainda cercado por uma grade compacta de
ruas e uma praça no centro voltada para os serviços urbanos, “era uma fortaleza, o reduto e
abrigo em tempos de guerras e invasões” (CASSILHA E CASSILHA, 2009, pag. 17). Mas o
crescimento de sua população era um problema, pois, por conta de tal crescimento muitas
cidades tinham que derrubar seus muros para que a cidade pudesse crescer e posteriormente
algumas reconstruíam seus muros novamente, outra opção era que continuasse a construir a
cidade fora dos muros. Ainda sabemos que nessa época a religião (Catolicismo Romano) estava
ligada ao estado e era “parte integral da vida política, cultural e social da Europa da idade
média” (AQUINO, 2008. Pag. 06). Em sua maioria a igreja matriz, ou seja, a principal ficava
localizada no centro das cidades.
Na imagem a seguir vemos uma cidade da época, onde era cercada por uma muralha.
Fonte: http://historiadomundo.uol.com.br/idade-media/cidade-medieval.htm
17
Fonte: http://historiacomgosto.blogspot.com.br/2016/07/historia-resumida-de-florenca-da.html
Logo após o renascimento vem a revolução industrial quando “não havia preocupação
com as questões ambientais” (SOUZA E SILVA, 2009), muitas fábricas são construídas nas
cidades e com isso a população começa a aumentar drasticamente recebendo milhares de
pessoas das áreas rurais para trabalhar no setor fábril. Com isso muitos problemas como
superlotação, sujeira, barulho, bairros com péssimas condições sanitárias surgem nas cidades.
As pessoas começam a solicitar que o governo intervenha para que os problemas sejam
mitigados, mas as poucas medidas tomadas não foram suficientes para que tais fossem
suavizados, já que a população continuava a crescer rapidamente. Abaixo segue uma imagem
que ilustra uma rua que sofria com problemas causados na revolução industrial.
18
Figura 4: Uma rua de um bairro pobre de Londres (Dudley Street). Gravura de Gustave Doré de 1872.
No século XIX se inicia uma nova era no planejamento urbano, onde os planejadores
tinham que lidar com os problemas urbanísticos da revolução industrial e tinham que
reorganizar as configurações das cidades. Assim como disse Oliveira (2009):
Nesse período as ideias do pré-urbanista Ebenezer Howard são algumas das influências
para os planejadores, que diante dos problemas existentes no período pós-industrial propõe as
cidades jardins. O mesmo argumentava que deveria acontecer uma “fusão” entre a cidade e o
campo e assim seria aproveitado o que há de melhor entre ambas, nascendo “uma nova
19
esperança, uma nova vida, uma nova civilização” (HOWARD, 1996, p. 110). Abaixo segue
uma imagem que ilustra uma Cidade Jardim proposta por Howard.
Figura 5: Cidade-Jardim
Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/787030/classicos-da-arquitetura-ville-radieuse-le-corbusier
Entendemos que o acelerado processo de urbanização no Brasil trazia avanço, mas junto
com ele vinham problemas urbanos menores e cotidianos, com isso, as cidades passaram a
21
exigir ações do governo buscando soluções técnicas, como políticas para a resolução dos
problemas que só cresciam continuamente (MONTE-MÓR, 2007).
O planejamento urbano no Brasil não tem início em 1960, muito se acredita que teve
início nesse período por ter sido aí que o país torna-se dominantemente urbano, ou seja, o
processo de urbanização intensificou-se durante essa década (Ministério das Cidades, 2013),
trazendo consigo grande população e a necessidade maior de planejamento, pois é um período
de desenvolvimento do capitalismo industrial do Brasil, como diz Monte-Mor (2007):
Ainda sobre o início do planejamento urbano, não dá para falar sobre ele delimitando
um tempo onde tudo começou, como diz Villaça (1999):
Villaça (1999) diz que a história do planejamento urbano no Brasil foi dividida em três
momentos, sendo o primeiro de 1875 até 1930, o segundo 1930 até 1992 - com esse dividido
em três, onde o primeiro trata do Urbanismo e Plano Diretor (1930-1965), segundo do
22
Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/reportagem/passado-que-condena
Visto que as cidades passavam por um “caos” é aqui onde nasce o planejamento urbano
no Brasil, mas precisamente em 1875, quando é apresentado um relatório pelo Ministro do
Império João Alfredo Correa de Oliveira na Comissão de Melhoramentos da Cidade de Rio de
Janeiro que fora criada em 1874 pelo próprio Ministro.
Abaixo, foto da época no Rio de Janeiro:
23
Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/reportagem/passado-que-condena
Como citado acima o plano Agache foi desenvolvido no ano 1930 para a cidade do Rio
de Janeiro, após esse primeiro plano, começa-se a ser elaborado outros para várias outras
cidades do Brasil. Após isso, por um longo período foi se buscando adequações para o seu
nome, alguns desses nomes foram: Plano das Avenidas, Plano Urbanístico Básico, Plano
Diretor de Desenvolvimento Integrado. (RAMOS, 2015).
O segundo foi de 1965 até 1971, conhecido como o Planejamento Integrado e
Superplanos. Onde foi o momento em que os problemas urbanos não estavam limitados a
arquitetura e engenharia, ou seja, não se deveria apenas lhe dar com as cidades em seus aspectos
físicos. (VILLAÇA, 1999).
O terceiro foi de 1971 até 1992, conhecido como Plano Sem Mapa. No ano de 1971 foi
aprovado o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado do município de São Paulo (PDDI),
fato interessante que o mesmo fora desenvolvido por profissionais da própria prefeitura e não
por outros de fora. (VILLAÇA, 1999).
Como disse Villaça (1999): esse é um período onde se elabora planos e com isso:
Por último, temos o terceiro período que tem seu início na década de 90 e ao que
entendemos prevalece até 2001, onde começa o estatuto da cidade, e põe um fim a esse período.
O mesmo nasceu da luta de movimentos pela reforma urbana, que teve seu início em 1963 no
Seminário de Habitação e Reforma Urbana, que aconteceu em Petrópolis, onde foi inserido por
meio de uma emenda popular na constituição federal de 1988, artigos 182 e 183 que definem
nova etapa para a questão urbana no Brasil. Cidades como Recife e Porto Alegre, dentre tantas
25
outras, esforçaram-se para pôr em prática os conceitos introduzidos através da nova resolução
urbanística determinadas pela constituição de 1988. (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2013)
Com a criação do Estatuto da cidade surge uma nova esperança, como diz Oliveira
(2001), onde:
Tais princípios nos remetem a uma mudança positiva no meio urbano, já que a ação do
poder público local fora reforçado com instrumentos que contribuem para as soluções e/ou
minimizar o máximo possível os problemas encontrados em nossas cidades. Sabemos que a lei
por si só, não resolverá os problemas urbanos, para isso necessita que seus instrumentos sejam
utilizados de maneira responsável. (OLIVEIRA, 2001)
Apesar de concordar com os períodos traçados por Villaça a cerca do planejamento
urbano no Brasil, também podemos ver uma outra separação de tempos sobre sua história que
não contrapõe Villaça, mas complementa, o mesmo foi citado por Ramos (2015) em seu artigo:
O planejamento urbano e os planos diretores no Brasil, onde a mesma classifica por correntes,
sendo elas:
1. Urbanismo Sanitarista – presente no início do século XX, para higienização das cidades;
2. Planejamento de Novas Cidades – teve o seu desenvolvimento em projetos de novas
cidades;
3. Zoneamento – instrumento de planejamento mais antigo no país;
4. Planos de Infraestrutura Urbana – possuíam projetos de infraestrutura;
5. Planejamento Urbano Scrictu Sensu – atual corrente de planejamento urbano.
Vemos que as cidades brasileiras, assim como todas cidades do mundo, sempre vêm
sofrendo alterações, estão em constantes mudanças, crescendo, com isso, medidas devem ser
tomadas para que aconteça o crescimento ordenado e não o caos. Tais medidas devem ser
pensadas cuidadosamente a exemplo o Estatuto da Cidade, sendo mais preciso os estabelecidos
no Capítulo IV – Da Gestão Democrática da Cidade (art´s 43 a 45 – lei 10.257/2001), os
Conselhos de Política Urbana; os debates, audiências e consultas públicas; as conferências de
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A origem do seu nome vem do tupi, onde sua palavra original é kano’ne. Este nome
refere ao um pássaro da família dos Psitacídeos, um tipo de arara de tom azul claro, com penas
amarelas em suas asas e barriga e algumas com um avermelhado em parte da cabeça, muitas
vezes era dessa maneira a forma de escolher o nome de uma localidade, sendo sempre ligado a
natureza. (SOUZA, 2001)
Ainda segundo Souza (2001), a história de Canindé de São Francisco se dá logo depois
que Cristóvão de Barros em 1590 conquistar Sergipe, que é onde se começa a cobiça pela
margem direita do rio São Francisco pelos criados baianos provenientes da Casa da Torre e de
Pernambuco. Após esse período, já no século XVIII se tem início do povoamento dos sertões
onde são distribuídas grandes sesmarias. Abaixo vemos um mapa onde está delimitado o
município de Canindé de São Francisco.
28
Fonte: IBGE
A região que hoje se compreende Canindé de São Francisco era vinculada ao morgado
de Porto da Folha. E em seu início se chamava Canindé, então passou-se a ser chamado de
Curituba por conta da importância do rio que tinha o mesmo nome, mas através da Lei nº890
de 11 de janeiro de 1958 recebeu de maneira definitiva o nome de Canindé de São
Francisco.(IBGE).
No fim do século XIX foi vendido a Francisco Cardoso de Brito - conhecido por Coronel
Chico Porfírio - pelo Capitão Luiz da Silva Tavares que era herdeiro do Morgado, uma
propriedade que compreendia quatro grandes fazendas, sendo elas: Cuiabá, Brejo, Caiçara e
Oroco, onde a vegetação que predominava era a caatinga. Depois de exercer a compra, o
Coronel Chico Porfírio fez ali residência e juntamente com seu irmão fundou o Curtume de
Canindé e com isso levou novas pessoas ao lugar, assim o número de moradores do local
cresceu. (SOUZA, 2001). Abaixo veremos uma foto da caldeira da fábrica de curtume:
29
Fonte: http://g1.globo.com/se/sergipe/riquezas-do-sertao/fotos/2015/11/fotos-antigas-revelam-historia-
de-caninde-de-sao-francisco.html#F1852077
O local era conhecido como Canindé de Baixo que era formada por 120 casas e uma
capela, local que foi transformado em uma das mais importantes povoações da beira do Velho
Chico. Além da Canindé de Baixo existia também a Canindé de Cima com algumas casas de
pescadores, onde residia João e José Alves, Ota, José de Terto, Libório, Antônio de Fininho,
Neco de Carlota e mais outras famílias. Com tudo isso, no ano de 1936 Canindé foi elevado a
condição de 2º Distrito de Paz de Porto da Folha e após dois anos passava a condição de vila
através da lei nº 69, de 28 de março. (IBGE)
Fonte: http://g1.globo.com/se/sergipe/riquezas-do-sertao/fotos/2015/11/fotos-antigas-revelam-historia-
de-caninde-de-sao-francisco.html#F1852077
30
Segundo Souza (2001), foi por volta de 1940 que o Curtume foi desativado gerando
prejuízo, mesmo assim por conta do desenvolvimento que foi registrado, a vila é desconexada
de Porto da Folha e em 1953 através da lei Estadual nº 525-A, de 25 de novembro foi
emancipada e elevada a Canindé de São Francisco, e no dia 06 de fevereiro de 1955 é instalado
o município. Abaixo segue uma imagem da antiga Canindé:
Fonte: http://g1.globo.com/se/sergipe/riquezas-do-sertao/fotos/2015/11/fotos-antigas-revelam-historia-
de-caninde-de-sao-francisco.html#F1852077
Lima e Santana (2008) afirma que na década de 1980 se dá início a construção da Usina
Hidroelétrica de Xingó e tem seu término e funcionamento em 1994. A obra conhecida com
Projeto Xingó no final da década empregou milhares de pessoas de forma direto, além de outras
milhares de maneira indireta no comércio, na saúde, educação, segurança e outras mais.
A construção da UHX, levou a cidade que ficava as margens do rio para a parte mais
alta (Canindé de Cima). Segundo Souza (2001), a mudança se fazia necessária por dois motivos,
os quais são: 1º Falta de espaço para a expansão, pois com a construção viria o
desenvolvimento. 2º A antiga cidade ficava em área de risco.
Fonte:http://www.memoriadaeletricidade.com.br/file/imagens/Foto%20Mat%C3%A9ria%20Site%202.j
pg
Com o passar dos anos, a cidade de Canindé vem se desenvolvendo em parte, pois como
disse Souza(2001), “tudo gira em torno da administração municipal”. Mas mesmo com isso,
existe um grande potencial turístico na cidade por conta de suas belezas naturais, os cânions,
que “além de ser o quinto maior do mundo, é o maior navegável, formado por belas rochas
areníticas que parecem ter sido talhadas à mão” (NORONHA, 2011).
Fonte: http://quallyturismo.com.br/wp-content/gallery/canyon-xingo/canyon-xingo009-
20150312qually-tur.jpg
Atualmente, Canindé de São Francisco é conhecida em rede nacional, pois tem sido
veiculado nos meios de comunicações o turismo. E como diz Costa(2006): “A Nova Canindé é
notícia, é manchete, é noticiário de televisão, é uma jovem mocinha que precisa ser exemplada
para perder sua vaidade, seu orgulho e sua insensibilidade”.
Mas como história já nos mostrou, juntamente com o desenvolvimento que vem
acontecendo na cidade, também com ele vem surgindo problemas urbanísticos que não foram
32
previstos durante o seu planejamento. A seguir, veremos o bairro Olaria, que é objeto de estudo
desse trabalho, onde conheceremos o mesmo e logo após será desenvolvido o diagnóstico
urbano do mesmo.
O objeto de estudo - o bairro Olaria - tem a sua localização ao norte do centro da cidade
de Canindé de São Francisco e tem seus limites no sentido sul Rua José Aurino Rocha, ao
sentido norte Rua I, ao sentido leste Rua 1G e ao sentido oeste a Av. Ananias Fernandes dos
Santos.
Segundo o Marques(2016), o bairro tem seu início em 1987 juntamente com a mudança
para a Canindé de Cima, onde foi dado primeiramente importância para a construção das casas
dos antigos moradores de Canindé de Baixo. No ínico toda a área era tomada pela caatinga, mas
no local começou a ser alvo de invasões e fora construída uma olaria de tijolos artesanais, com
isso aos poucos o local foi habitado por várias pessoas, sendo muitas delas alagoanas. Aí então
começa a surgir barracos, casas de taipa e depois alvenaria, as primeira ruas e quadras são
formadas.
Segundo o site Rota do Sertão, é a partir do ano 2000 que se começa uma grande invasão
na área. As terras invadidas eram de propriedades privadas, eram áreas de preservação
permanente e algumas dessas eram de alto risco para que fossem ocupadas, muitas pessoas após
invadirem simplesmente vendiam o terreno passando para o comprador apenas um recibo de
compra e venda, assim entendemos que os moradores não possuem escritura de suas residências
e a área não é tida como legal, o que com isso fica quase impossível existir investimento para a
infraestrutura do bairro, o que por sua vez nos leva a encontrar o bairro nas péssimas condições
que encontramos hoje.
O problema com a escrituração permanece até os dias atuais, mas ainda diante desse
fato, medidas vem sendo tomadas desde o ano de 2009 pela administração pública para que as
quadras do bairro sejam escrituradas e com isso possam movimentar a economia local e atrair
investimentos e receitas federais para estruturação do bairro. Para que a escrituração ocorra é
necessário que a prefeitura e a CHESF - Companhia Hidroelétrica do São Francisco – entrem
em comum acordo para que a CHESF possa liberar as terras, o que segundo Rodeval Lima1 já
aconteceu.
1
Rodeval Lima é editor do site www.portalalarde.com e do blog Revista Canindé onde publicou uma reportagem com o seguinte título:
Prefeito Heleno Silva concederá escrituras das quadras no bairro Olaria e em outros locais: Indicação de projeto do vereador Ronildo Beserra
33
4 DIAGNÓSTICO
4.1 TITULAÇÃO
Sabemos através da história do bairro que o mesmo é fruto de invasões e que grande
parte das residências construídas não possuem escrituras, não são legais, pois estão em área
particular, além da divisão em Z1 e Z2 da Olaria foi necessário delimitar a área do bairro, tal
35
delimitação se da por conta de inúmeras residências terem sido construídas em lugares de risco
e estarem muito próximas do Riacho das Onças, ou seja, em Áreas de Preservação Permanente.
O Código Florestal (art. 2º) estabelece Áreas de Preservação Permanente para as margens de
cursos d’água, bordas de tabuleiros ou chapadas, os topos de morro, montes, montanhas e serras
e para as encostas com alta declividade, entre outras áreas de grande relevância ambiental.
Muitas edificações estão localizadas em áreas citadas acima, com isso, feita a
delimitação do bairro será necessária uma realocação das pessoas que moram nesses locais que
não deveriam ser ocupados. Abaixo segue imagens delimitando as ruas onde as pessoas ali
residentes devem ser realocadas.
Figura 16: Marcação de ruas a serem removidas e pessoas realocadas
A seguir temos fotos que mostram ruas onde há edificações ocupando o espaço que
deve ser preservadas, pois como sabemos são Áreas de Preservação Ambiental.
4.2 POPULAÇÃO
Foi realizada uma pesquisa com parte da população do bairro, onde foram realizadas 50
entrevistas semi-estruturadas que mostraram o perfil da população do bairro, assim como as
necessidades e problemas na visão deles. A baixo vemos os dados básicos das pessoas
entrevistadas.
Sexo
42%
58%
Masculino Feminino
Origem
6%
94%
Morador Trabalhador
39
Profissão
2% 9%
2% 2%
2%
8% 6% 52%
2%
9%
6%
Faixa Etária
8% 10%
18%
4% 32%
28%
Renda
10%
6%
84%
Algo que nos chama atenção é que através da pesquisa realizada com a população, foi
identificado que a maioria das pessoas não tem casa própria. Assim entendemos que existe esse
problema habitacional onde a maioria tem que viver de aluguel, sendo que as mesmas em sua
maioria não recebem mais que um salário mínino. A baixo segue o gráfico que ilustra tal
problema.
Gráfico que ilustra o que as pessoas fariam se recebecem uma propriedade no bairro
Olaria:
8%
14%
57%
21%
a) Por conta desse déficit, as pessoas muitas vezes acabam ocupando espaço inapropriado
e/ou de maneira desordenada.
grandes comércios é na avenida Ananias Fernandes do Santos. Abaixo segue o mapa de uso e
ocupação do solo do bairro Olaria.
Um problema bem comum no bairro está ligado a uso e ocupação do solo, sabemos que
existe o código de obras da cidade de Canindé de São Francisco que define como se deve
construir dentro dos lotes. Com base nele vemos que a taxa de permeabilidade, taxa de ocupação
e coeficiente de aproveitamento não são respeitados. Além desses, também vemos que existe
uma ocupação em áreas de preservação permanete.
A causa dos problemas referentes aos problemas acima citados partem em sua maioria
da ignorância das pessoas acerca das leis que dizem como se deve construir e outras mesmo
conhecendo as leis, as descumprem. Além disso, existe também a falta de fiscalização por
parte do órgão público responsável por planejamento e obras da cidade, assim as pessoas
em sua maioria irão continuar a construir de maneira irregular, sempre agravando a situação
do bairro. A causa também pode ser por conta do planejamento inadequado ou até mesmo
a inexistência de planejamento.
Com as taxas não respeitadas o maior impacto causado é o aumento de calor e a falta de
permeabilidade, com isso, essas áreas correm o risco de sofrer com enchentes. Também, a
ocupação de áreas de preservação permanete levará a redução e degradação ambiental da
área e com isso, o meio urbano perde a valorização da paisagem e do patrimônio natural. E
por fim, a ocupação desordenada acaba gerando poucas áreas de convívio social e isso é
notório no lado norte da olaria onde existe apenas uma área e a mesma fica entre a Escola
Municipal Estudante Edna Apolônio e a Faculdade Pio Décimo.
Primeiramente deve-se expor a diferença entre perigo e risco, palavras que são
comumente mal interpretadas, sendo assim, é necessária uma correta interpretação a respeito
dos dois termos, para muitos eles são o mesmo, tem o mesmo significado. Mas na verdade
possuem significados distintos.
Definição de Perigo:
Segundo o dicionário online Michaelis, perigo é uma “situação em que está ameaçada a
existência ou integridade de pessoa, animal ou coisa”. Sendo assim, pode-se entender perigo,
como a real possibilidade de algo causar danos como: lesão, doença, dano à propriedade, meio
ambiente, local de trabalho ou a combinação destes. Perigo é a fonte geradora.
Definição de Risco:
Segundo o dicionário online Michaelis: “Possibilidade de perigo, incerto mas previsível,
que ameaça de dano a pessoa ou a coisa.” Apesar de Jonh Adams (2009) afirmar que “a exata
definição do que seja risco ainda é motivo de diversas controvérsias acadêmicas”. Podemos
entender risco, como a probabilidade de algo acontecer, com isso, é algo que pode ser evitado
ou reduzir seus possíveis danos.
Então, podemos entender a diferença de forma clara e objetiva entre ambas como: O
perigo é a fonte geradora, e risco é a exposição a essa fonte.
47
a) Áreas de insegurança;
Vemos a análise realizada do bairro, onde uma parcela da população aponta a parte do
bairro conhecido como Cidade de Deus como um local perigoso por conta de drogas, roubos e
furtos. Mas mesmo apesar disso, muitas pessoas descrevem o bairro como tranquilo. Outros
locais de insegurança, são próximos a edificações abandonadas e a uma quadra de futebol, pois
em tais, pessoas em grupos ou sozinhas fazem uso desses lugares para fazer uso de
entorpecentes.
Figura 28: Quadra de fubebol que é frequentada por pessoas para uso de entorpecentes
Ficou claro através da pesquisa realizada que a maioria das pessoas que moram ou
frequentam o bairro não conhecem nenhuma área de risco no bairro, sendo que existe uma área
enorme de risco, onde é proibido não só permanecer na área, mas também construir ou transitar
na área onde passa uma rede elétrica de alta tensão, onde existe o limite mínimo de 35 metros
para permanência do local. Abaixo vemos fotos dessa área de risco.
Figura 30: Área de risco de alta tensão - Crianças jogando futebol na área
Existe uma fossa a céu aberto onde existem edificações próximas a ela, a mesma pode
causar danos a saúde das pessoas que moram ali perto. A situação ainda é pior em épocas de
chuvas, pois com ela a fossa transborda levando ainda mais riscos para apessoas pessoas que
residem próxima a ela.
50
Além desses riscos, também foram identificadas áreas onde normalmente é jogado lixo,
áreas como lotes vazio e edificações abandonadas. Aqui o risco é por conta do foco de dengue,
já que o lixo contém recipientes que armazenam águas das chuvas, e consequentemente terão
águas paradas.
No lado norte do bairro onde não existe pavimentação na maioria das ruas. Também
podemos ver que o esgoto está nas ruas, pois não existe saneamento básico nesse lado do bairro,
o que acaba levando riscos para os moradores e pessoas que frequentam o bairro, pois não se
51
tem higiene e ainda traz o risco de doenças para a população.A seguir, uma foto que mostra
uma das vias não pavimentadas juntamente com o esgoto pela rua.
a) Áreas de insegurança;
Parte da população não sabe que a área é de risco e que é proibido estar lá. Outros
conhecem, mas mesmo assim frequentam como local de lazer.
a) Áreas de insegurança;
Após chuvas essas áreas onde são jogados lixos se tornam focos de dengue, pois serão
acumuladas águas das chuvas, assim como o risco de doenças por conta da fosse existente.
14%
29%
57%
Carro Moto A pé
4.5 ACESSIBILIDADE
Pisos – Pisos de calçadas por obrigação tem que ser firmes e antiderrapantes em toda e
qualquer situação;
54
Fonte: http://www.vaicomtudo.com/pisos-para-garagem.html
Faixa de serviço: Esse espaço, que precisa ter, no mínimo, 0,75 m, é onde deverão ser
colocados os mobiliários urbanos - como árvores, rampas de acesso para pessoas com
deficiência, poste de iluminação, sinalização de trânsito, bancos, floreiras, telefones,
caixa de correio e lixeiras;
Faixa livre: Essa é a faixa mais importante, pois é aqui que garantiremos a circulação
de todos os pedestres. Ela deve ter, no mínimo 1,20 m de largura, não apresentar nenhum
desnível, obstáculo de qualquer natureza ou vegetação. Essa faixa tem de ter superfície
regular, firme, contínua e antiderrapante sob qualquer condição, ou seja, não pode ter
qualquer emenda, reparo ou fissura. As intervenções feitas precisam ser reparadas em
toda a largura, sempre seguindo o modelo original;
Faixa de acesso: Essa terceira faixa é dispensável em calçadas com menos de 2 m. Essa
área é aquela em frente ao seu imóvel ou terreno e pode receber vegetação, rampas,
toldos, propaganda e mobiliário móvel como mesas de bar e floreiras, desde que não
impeçam o acesso aos imóveis, ela não possui largura mínima.
55
Rampas para cadeirantes: Uso destinado para facilitar de forma segura o acesso as vias
para o cadeirante. A mesma deve ter uma inclinação máxima de 8,33% que é uma
inclinação suave de acordo com a norma NBR 9050.
a) Faixa livre
56
É claramente perceptível que as calçadas do bairro Olaria são um enorme problema que
necessita de urgente atenção, pois na maioria das calçadas não são acessíveis e até impossíveis
circular por elas, muitas vezes na faixa livre existem mobiliário alocados, além disso as faixas
livres não obedecem as dimensões mínimas de 1,20 m. As imagens a seguir, mostram essa
realidade onde existe postes e vegetação na mesma.
b) Faixa de Serviço
Na maioria dos casos não existe a faixa de serviço, os equipamentos que deveriam estar
alocadas na mesma acabam sendo colocados na faixa livre. É algo bastante comum no bairro,
onde o mobiliário fica muito próximo das fachadas das casas e a faixa que deveria ser de serviço
fica livre. Imagens a seguir tratam mostram isso.
c) Pisos
Foi identificado nas calçadas do bairro Olaria que em muitos casos não existe piso ou
continuidade deles, esse é um grave problema para locomoção para as pessoas com algum tipo
de deficiência, pois dificulta e até mesmo inviabiliza a locomoção dos mesmos pelas calçadas
que devem ser acessíveis e seguras. Com a falta de piso, consequentemente as mesmas não
existem piso tátil. E mesmo nas calçadas que possuem pisos não existem o piso tátil. Imagens
a seguir mostram isso.
Existe uma enorme carência de rampas nas calçadas e em locais onde elas existem não
estão de acordo com a norma, a exemplo a rampa localizada em frente a Escola Municipal
Estudante Edna Maria Apolônio Neta que não existe faixa de pedestre em frente a rampa até o
outro lado da rua onde deveria existir outra rampa de acesso para cadeirantes. Além da quase
inexistência de rampas, as existentes não seguem a norma.
60
A causa desses problemas é que a população não obdece as leis por conta da ignorância
a respeito da mesma, como também por conta da pouca e até mesmo inexistente fiscalização da
parte do órgão público responsável. Assim, muitas pessoas acabam construindo nos locais que
deveriam ser destinados a faixa livre e com isso acaba que sobrando apenas a faixa de serviço
que é ocupada por mobiliário e então quase não existe acessibilidade em muitas calçadas.
A construção e manutenção deve ser realizada pelos proprietários, mas acontece que as
calçadas encontram-se sem nas condições citadas por conta da negligência de parte de
moradores, mas também por conta do crescimento desordenado do bairro, onde não existe
planejamento e a falta de recurso dos moradores para a construção e manutenção por parte dos
moradores. Também existe da falta de conhecimento dos moradores a respeito de normas
técnicas e a negligência do poder público municipal.
Com a necessidade de locomoção das pessoas, seja dentro do mesmo bairro ou para
outro bairro da cidade, surge a necessidade de meios de transportes para os mesmos. Segundo
o Plano diretor de desenvolvimento urbano de Aracaju, entendemos que o uso massificado de
automóveis próprios tem levado muitos problemas para a mobilidade no trânsitos, o que acaba
provocando congestionamentos e aumentando o tempo de viagem para todos. Mas ante essa
realidade, podemos ver que o transporte público coletivo não é priorizado ou simplesmente não
existe, o que acaba causando mais problemas ainda. Na cidade Canindé de São Francisco não
exite transporte público.
Um problema bem comum no bairro Olaria é a falta de sinalização das lombadas nas
vias, as fotos a baixo ilustram isso.
Figura 50: Lombada sem sinalização em frente da Escola Municipal Estudante Edna Maria Apolônio Neta
c) Inexistência de ciclovia.
c) Inexistência de ciclovia.
A falta de sinalização traz consigo tanto possíveis acidentes como causa de danos aos
veículos.
c) Inexistência de ciclovia;
Ciclistas existentes são obrigados a transitar nos mesmos locais que motocicletas e
carros transitam, assim levando riscos aos ciclistas.
4.7 LAZER
Gaelzer (1979) define lazer "(...) como a harmonia entre a atitude, o desenvolvimento
integral e a disponibilidade de si mesmo. É um estado mental ativo associado a uma situação
de liberdade, de habilidade e de prazer". E para Masi (1993) o lazer constitui "o espaço que
possibilita o desenvolvimento humano".
A partir dessas definições podemos entender que o lazer é aquilo que queremos e
sentimos prazer em fazer nos momentos de descanso, quando não estamos trabalhado, ou seja,
livres de nossas obrigações diárias. E com isso, para que possamos usufruir desse tempo,
precisamos de um espaço, quer seja um construído por nós ou natural.
Existe também mais uma quadra e um campo de futebol, tais se encontram em uma área
de risco, eles estão localizados em baixo de uma linha de transmissão de alta voltagem, local
esse onde não deve permanecer e nem transitar a uma distância de 35 metros. Abaixo segue
fotos de ambos.
Com a falta de opções de lazer no bairro, a populução prefere sair do bairro para fazer
uso de lugares para o lazer.
E por fim, existe uma pequena praça que está localizada na Z2 entre a faculdade Pio
Décimo e a Escola Municipal Estudante Edna Apolônio Neta. A mesma só contem alguns
bancos e árvores, além dessa praça, existe uma outra localizada na Z1 entre as ruas Radialista
Zezinho Cazuza e Radialista J. Carlos, mas a mesmo está em péssimo estado, assim ambas as
praças acabam que não atraindo os moradores que preferem frequentar uma praça em outro
bairro.
Das quadras de futebol existentes no bairro, uma sofre com a falta de infraestrutura e
ainda o local é frequentado por pessoas para uso de entorpecentes, já na segunda é somente
para o uso dos alunos da Escola Estadual Delmiro de Miranda Britto.
Falta de equipamentos e infraestruta faz com que a população opte por não ir as praças.
Com um campo e uma quadra localizados em uma área de risco, moradores precisam
submeter-se ao risco para o lazer;
Com a falta de equipamentos e áreas que disponibilizem o lazer, as ruas do bairro ficam
vazias, sem pessoas ocupando os espaços urbanos. Com isso, a insegurança toma conta dos
cidadãos.
População é obrigada a sair para outros lugares em momentos de lazer, seja para prática
de esportes ou outro tipo de lazer, assim fazendo tornando as ruas do próprio bairro ainda mais
vazias.
Tudo isso transforma lugares de convívio social e lazer em lugares vazios, não
frequentados pela população. Com isso, as pessoas são obrigadas a se deslocarem para praças
de outros bairros.
Antes de tratar deste tema, é necessária a compreensão acerca de cada uma de suas
palavras, desta forma será exposta de maneira resumida as definições a respeito de Educação e
Cultura individualmente. Após suas definições, serão desenvolvido o diagnostico a respeito de
ambos.
De forma ampla, podemos entender educação como a maneira que uma comunidade
atua no crescimento de um indivíduo para que o mesmo possa atuar em uma sociedade pronta
para buscar a aceitação dos objetivos de maneira coletiva. (OLIVEIRA, 2009). Assim, podemos
entender que a educação é um método de desenvolvimento com o desígnio de garantir a
integração social e desenvolvimento da cidadania.
Já sobre cultura, a definição mais clara e simples que podemos dar é que cultura
compreende todas as realizações materiais e os aspectos espirituais de um povo.(SILVA E
SILVA, 2006). Ou seja, cultura é todo o fruto produzido pelo ser humano, podendo ser algo
concreto ou até mesmo imaterial, como a objetos, ideais e crenças. Cultura são conhecimentos
e habilidades humanas usadas socialmente. E para finalizar, podemos afirmar também que é
tudo aquilo aprendido.
Escolaridade
2%8%
10%2%
6%
4%
68%
A Escola Municipal Estudante Edna Apolônio Neta tem o seu ensino voltado para o
infantil até o 5º ano, já a Escola Estadual Delmiro de Miranda Britto tem o seu voltado ao ensino
médio e o Colégio e Faculdade Pio Décimo para o ensino médio, técnico e graduação. Com
isso, a população que necessita estudar a partir do 6º ano ao 9º tem que se locomover para outro
bairro. Segundo Moretti (1997, p.141) “à localização das escolas, os técnicos da FDE, indicam
uma localização preferencial que possibilite o acesso a pé em não mais que 15 min.,
correspondendo a um raio de atendimento de aproximadamente 800 m”. Com isso, a única
escola que atende alunos do 6º ao 9º ano fica a mais de 800 metros, o que gera transtornos para
74
os estudantes. Ainda dificulta para as pessoas que necessitam trabalhar e gostaria de estudar,
pois a longa distância traz consigo mais dificuldade.
A respeito da cultura a situação é bem delicada, pois através da pesquisa realizada foi
identificado que 100% das pessoas entrevistadas nunca realizaram qualquer atividade cultural
no bairro Olaria. A baixo segue o gráfico da pesquisa que ilustra a delicada questão cultural no
bairro Olaria.
0%
100%
Sim Não
Existe um índice de pessoas que não completaram o ensino fundamental muito grande,
com a falta de uma escola com o respectivo ensino, tende-se a continuar da mesma maneira ou
até aumentar esse índice com o passar dos anos.
Com isso, existe uma desvalorização e esquecimento da sua história e raízes, acaba-se
que a população tornando-se um povo sem identidade.
4.9 INFRAESTRUTURA
a) Abastecimento de água
8% 2%
16%
66%
b) Esgotamento sanitário
A respeito do esgoto sanitário no bairro olaria, a situação é bastante delicada, pois maior
parte da Z2 sofre com a falta de esgoto sanitário. Ao transitar por esse lado do bairro é
claramente visto que o esgoto fica a céu aberto nas ruas e é um anseio da população a resolução
desse problema. Já a Z1 sofre bem menos com essa questão, pois possui esgoto sanitário e os
únicos problemas identificados foram locais onde o esgoto foi entupido e consequentemente
estourou e transbordou pela rua.
77
c) Iluminação pública
A maior parte do bairro tem uma boa iluminação, tanto que a maior parte da população
entrevistada (exatos 51%) afirmaram que o bairro Olaria tem uma boa iluminação pública. E
isso realmente é notório no local, mas mesmo assim existe alguns lugares que sofrem com a
falta da mesma, a saber, parte da Rua Augusto Marinho sofre com a falta de iluminação e
energia elétrica, com isso os moradores fazem ligação de energia indevidamente por conta
própria, esse foi o único lugar identificado que sofre por não ter energia elétrica.
8% 10%
12%
19%
51%
Figura 60: Rua Parte Augusto Marinho não tem iluminação e nem energia
a) Abastecimento de água
O problema com o abastecimento de água leva a população a ficar sem água para
realização de todas as atividades diárias que necessitam da água a exemplo a limpeza e
cozinhar. Com isso, na maioria das vezes as pessoas são obrigadas a se deslocar até um
local onde tenha água para encher galões e levar para suas casas.
80
b) Esgotamento sanitário
Com a falta do saneamento básico que predomina a Z2 e ainda uma pequena parte
na Z1 a população sofre o impacto do esgoto nas ruas, onde além do mal cheiro, sofrem
com o risco de doenças. E para completar, esse esgoto é despejado diretamente no riacho,
assim levando impactos também ao meio ambiente, pois contribui com a poluição na Área
de Preservação Ambiental.
c) Iluminação pública
A Lei nº 12.727/12 do Código Florestal estabelece que para cursos de água com uma
largura inferior a 10 metros deve-se ter suas margens preservadas em 30(trinta) metros. Nas
proximidades do bairro Olaria existe um riacho com aproximadamente 5 (cinco) metros de
largura e observando a lei 12.727/12 do Código Florestal, sabemos que não se deve construir
em 30 metros do riacho, pois toda essa área torna-se uma Área de Preservação Permanente.
81
Segue abaixo uma imagem retirada do Google Maps onde mostra o Bairro e os locais onde o
riacho percorre.
A delimitação do bairro parte da linha vermelha para toda a esquerda e a linha preta
mostra o percurso do riacho nas proximidades do bairro. Ao analizarmos a distância das
construções mais próximas vemos uma distância de cerca de 140 metros, assim estaria tudo
dentro dos parâmetros estabelecidos pela lei. Mas desse riacho correm dois córregos, onde
ambos tem edificações a cerca de 5 metros de distância. Abaixo segue uma imagem que mostra
as proximidades das edificações ao córregos.
82
Figura 63: Bairro Olaria com o trajeto do riacho e seus dois córregos
Em comparação entre as duas imagens anteriores vemos que na primeira existe apenas
uma linha preta que mostra o percurso que o riacho segue e na segunda imagem surge mais
duas linhas pretas que podemos identificar através delas o trajeto que os córregos seguem em
direção das edificações .
d) Arborização
As árvores nas cidades são de extrema importância, pois elas possuem diversos
benefícios para o meio ambiente urbano, tais como: “estabilidade climática, ao conforto
ambiental, na melhoria da qualidade do ar, bem como na saúde física e mental da população,
além de influenciar na redução da poluição sonora e visual e auxiliar na conservação do
ambiente ecologicamente equilibrado” (CECCHETTO, CHRISTMANN e OLIVEIRA, p. 01).
Contudo para a arborizar uma rua, bairro ou cidade deve exister um planejamento por
profissionais, onde o mesmo irá identificar os tipos de árvores mais adequados para serem
inseridos no meio urbano, além de definir de maneira mais eficiente o tipo de intervenção a ser
realizado.(MANUAL DE ARBORIZAÇÃO)
83
Carência de árvores, pois existem poucas ruas onde há árvores e mesmo as que existem,
são muito poucas e não satisfazem a maioria da população que em entrevista afirma que
a arborização do bairro é ruim ou péssima.
Uso de espécies inadequadas no bairro por moradores que sentem a necessidade de áreas
verdes no bairro.
Abaixo segue fotos de algumas ruas onde podemos ver a enorme carência de áreas
verdes e também do uso de espécies inadequadas.
e) Lixo
As imagens abaixo são do descarte de lixo realizado pela população do lado norte do
bairro, já que são esses em sua maioria que não tem coleta de lixo:
Mas nesse processo a própria administração pública tem responsabilidade por essas
edificações, pois não deu a devida atenção ao que estava acontecendo, podendo intervir para
que as mesmas não fossem ali edificadas. Assim, entendemos que a causa vem da necessidade
de moradia por causa da “proporção crescente de moradores urbanos excluídos dos processos
regulares de acesso à terra e à moradia”(MACHADO, 2004, p. 47), juntamente com a
ignorância das pessoas que buscavam uma casa e da imprudência da administração pública.
O uso de espécies inadequadas pode ocorrer por conta de diversos fatores, podendo ser
a falta de planejamento adequado ou a falta de um profissional qualificado, pois sem
planejar tende-se a fracassar e, com isso, causar problemas futuros.
Com a ocupação de maneira ilegal nas margens dos córregos, vários problemas causam
impactos ao meio ambiente, como o desmatamento, a poluição do solo e das águas através do
lançamento de resíduos; problemas de saúde causados pela contaminação das águas,
deslizamento de terras, causando enchentes e essas quando acontecem geram problemas para
as pessoas que ali perto residem, pois o nível da água irá subir e causar danos a residência e a
casos em que possam acontecer deslizamentos, esse é um risco aos aqui residem.
Com a coleta irregular e falta de lixeiras no bairro, a população acaba descartando o lixo
em locais inadequados e/ou queimando. E isso pode ocasionar sérios impactos negativos para
a população e pessoas que frequentam o bairro. Sendo eles:
Possíveis focos de dengue por conta de recipientes que podem armazenar água das
chuvas;
A queima do lixo pode causar problemas respiratórios ou agravar a situação de pessoas
que já possuem algum tipo de problema respiratório;
Poluição do riacho .
90
CONCLUSÃO
A educação e cultura pouco contribuem aos moradores, pois não existem escolas em
quantidade e qualidade suficientes para atender às demandas de jovens estudantes como adultos
e idosos que tem vontade de voltar aos estudos, mas por conta da distância a ser percorrida após
o dia de trabalho, desistem. É através da educação de qualidade e programa culturais que o povo
se abastece de conhecimento para melhor viver em harmonia com local que habita. Mas as
atividades culturais não têm contribuído para melhor formação e conscientização dessa
população. Com a ocupação predatória que causa dano à fauna e flora locais e a diminuição das
unidades de paisagem, riscos à saúde pelo despejo de esgoto e lixo em locais inapropriados,
conclui-se que uma mudança de atitude de toda a população é imprescindível para que tais
danos não alcancem um nível irreversível.
Muito do que pudemos ver realmente é por conta da falta de conscientização da própria
população, onde, ao verem o local o viam como uma oportunidade de lucrar (invasão e venda
de terrenos), por outro lado foi a grande necessidade e anseio de moradia que levou muitas
pessoas a invasão local, consequentemente construindo de maneira desordenada. Além disso,
há também uma enorme parcela de culpa do poder público que não assistiu ao local no seu
início e quando se deu conta a olaria estava formada, estava constituída, algumas medidas foram
tomadas tentando realocar algumas famílias, mas não foi o suficiente. A administração deve
olhar com mais atenção para o local, deve procurar os meios cabíveis para a estruturação do
bairro, para que a população possa ter qualidade de vida. E para isso, deve começar resolvendo
o problema da titularidade das terras, onde grande parte das quadras ainda não são registradas
em cartório e consequentemente não tem escrituras das residências, o que com isso, dificulta o
investimento na infraestrutura do bairro, também deve-se fazer a realocação de algumas
famílias que tem hoje suas residências em locais completamente inapropriados, locais de risco
como locais por leis devem ser preservados.
A final das contas, algo tem que ser feito, não se pode deixar da maneira que se
encontra hoje. Com esse diagnostico urbano do bairro desenvolvido, conhecemos os problemas
e anseios da população, assim, é possível desenvolver propostas e diretrizes para que os
problemas sejam mitigados e a população tenho qualidade de vida, além de atrair investimentos
para o bairro.
92
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<http://brasilescola.uol.com.br/geografia/conceitos-populacao.htm>. Acesso em 17 de fevereiro de
2017.
SILVA, Kalina Vanderlei. SILVA Maciel Henrique. Dicionário de Conceitos Históricos – Ed.
Contexto – São Paulo. 2006
SOUZA, Katia Maria Araújo. Canindé de São Francisco Sergipe – Brasil: História e
Curiosidades. Ed. J. Andrade Ltda. 2001.
SOUZA, Maurício Novaes.; SILVA, Maria Angélica Alves da. A superpopulação, o modelo
de crescimento e a importância da consciência ambiental. 2009.
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ACESSIBILIDADE
Na sua opinião, como o sr.(a) classifica a qualidade das calçadas do bairro em relação à mobilidade?
□Excelente (entre 8 e 10) □Bom (entre 6 e 8) □Razoável (entre 4 e 6)
□Ruim (entre 2 e 4) □Péssimo (entre 0 e 2) □Não sabe
Para o sr.(a) é fácil chegar ao bairro?
□Sim □Não Por quê? __________________________________________________ □Não sabe
MOBILIDADE URBANA
Na sua opinião, as ruas do bairro estão adequadas ao trânsito?
□Sim □Não □Não sabe
Como o sr.(a) classifica a qualidade das ruas do bairro?
□Excelente (entre 8 e 10) □Bom (entre 6 e 8) □Razoável (entre 4 e 6)
□Ruim (entre 2 e 4) □Péssimo (entre 0 e 2) □Não sabe
Qual o principal meio de transporte que você utiliza para se deslocar para outros bairros?
□Carro □Moto □Cavalo, carroça □A pé □Outros_________________
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Gostaria que existisse um transporte público para a locomoção para outros bairros?
□ Sim □ Não
INFRAESTRUTURA
Como o sr.(a) classifica o abastecimento de água do bairro?
□Excelente (entre 8 e 10) □Bom (entre 6 e 8) □Razoável (entre 4 e 6)
□Ruim (entre 2 e 4) □Péssimo (entre 0 e 2) □Não sabe
Como o sr.(a) classifica o esgotamento sanitário do bairro?
□Excelente (entre 8 e 10) □Bom (entre 6 e 8) □Razoável (entre 4 e 6)
□Ruim (entre 2 e 4) □Péssimo (entre 0 e 2) □Não sabe
Como o sr.(a) classifica a coleta de Lixo?
□Excelente (entre 8 e 10) □Bom (entre 6 e 8) □Razoável (entre 4 e 6)
□Ruim (entre 2 e 4) □Péssimo (entre 0 e 2) □Não sabe
Como o sr.(a) classifica a iluminação pública?
□Excelente (entre 8 e 10) □Bom (entre 6 e 8) □Razoável (entre 4 e 6)
□Ruim (entre 2 e 4) □Péssimo (entre 0 e 2) □Não sabe
Como o sr.(a) classifica a pavimentação?
□Excelente (entre 8 e 10) □Bom (entre 6 e 8) □Razoável (entre 4 e 6)
□Ruim (entre 2 e 4) □Péssimo (entre 0 e 2) □Não sabe
EQUIPAMENTOS DE LAZER
Como o sr.(a) classifica as praças do bairro?
□Excelente (entre 8 e 10) □Bom (entre 6 e 8) □Razoável (entre 4 e 6)
□Ruim (entre 2 e 4) □Péssimo (entre 0 e 2) □Não sabe
Onde o sr.(a) costuma ir em momentos de lazer aqui no bairro? ______________________
MEIO AMBIENTE
O sr.(a) já derrubou alguma árvore?
□Sim_________________________ □Não □Não sabe
Como o sr.(a) classifica a arborização do bairro?
□Excelente (entre 8 e 10) □Bom (entre 6 e 8) □Razoável (entre 4 e 6)
□Ruim (entre 2 e 4) □Péssimo (entre 0 e 2) □Não sabe
O sr.(a) conhece alguma área de preservação do município?
□Sim___________________________________ □Não □Não sabe
O sr.(a) faz alguma ação para contribuir com a preservação ambiental?
□Sim___________________________________ □Não
O sr.(a) já plantou alguma árvore?
□Sim_________________________ □Não □Não sabe
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