Análise de Marcha

na rotina clínica
 Ao tratar a marcha de pessoas com limitações na
deambulação, profissionais de saúde tem o objetivo
comum de aumentar a velocidade e a qualidade da
marcha de seus pacientes, a fim de garantir maior
autonomia e funcionalidade.
Uma das maneiras mais tradicionais de se fazer a
avaliação clínica da marcha é a partir da análise visual da
marcha do paciente. Muitos profissionais após anos de
experiência acabam empiricamente desenvolvendo a
capacidade de avaliar aspectos qualitativos da marcha a
partir da visualização in situ.
No entanto, é muito complicado identificar
visualmente se o paciente se encontra na sua velocidade
ótima e verificar pequenas alterações na movimentação
baseadas na normalidade. Outro aspecto complexo é,
após
após a intervenção, verificar se houveram melhoras
efetivas de maneira confiável.
Desta forma, a KINETEC, Empresa brasileira
especializada em sistemas integrados para Análise
Biomecânica e distribuidores oficiais das marcas Italianas
BTS Bioengineering, em parceria com o cinesiologista
Guilherme Brodt (Centro de Medicina do Esporte -
Universidade de Caxias do Sul), vem lhe trazer este
e-book com as indicações para você poder fazer uma
avaliação da marcha factível e confiável.
 O que você vai precisar para fazer a análise de marcha?

Normalmente, a literatura informa que para fazer a avaliação de marcha é necessário um espaço em linha reta
de no mínimo 12 e no máximo 30 metros. Mas caso haja limitação de espaço, apresentamos uma alternativa .
Desta forma, se torna possível a análise ser feita inclusive em consultórios.

Você vai precisar de:

● Espaço apropriado
● Duas câmeras
Espaço apropriado
Primeiramente, é necessário encontrar um espaço onde você consiga percorrer de 5 a 10 metros, com no
máximo quatro curvas. Veja os exemplos abaixo:
Duas câmeras
Para que haja a gravação adequadamente, são necessárias duas câmeras posicionadas no trilho apresentado
abaixo.
Quais são os passos para fazer a análise de marcha ?

Passo 1 Passo 2
Teste de caminhada de 6 Vídeo clínico bidimensional em
minutos. dois planos.

Obtenha os indicadores Acesse de forma criteriosa a

espaço temporais e qualidade do movimento do
progresso do tratamento paciente.
Teste de caminhada de
seis minutos
 O teste de caminhada de seis minutos é um A partir dessa informação, e de informações
método avaliativo internacionalmente aceito para realizar anatômicas simples, é possível chegar nas mais diversas
a avaliação da velocidade da marcha de seu paciente. informações, como:
Neste protocolo, você deve solicitar que o paciente Dividindo a distância total percorrida pelo tempo
percorra um percurso por seis minutos. Existem duas total do protocolo é possível estimar a velocidade
maneiras de se realizar este teste: a primeira forma é confortável de marcha e a velocidade máxima tolerável
solicitando que o paciente caminhe os seis minutos em de marcha.
velocidade confortável, a segunda forma é que o paciente
caminhe a maior distância tolerável. Nas duas o paciente
Velocidade Máxima = distância máxima tolerável/360
pode interromper a caminhada no caso de fadiga
extrema ou algum outro sintoma limitante. O paciente
Velocidade Confortável = distância confortável/360
deve percorrer o caminho determinado com distâncias
conhecidas, assim o número de voltas multiplicado pelo
comprimento total do percurso determina a distância
total percorrida.
 Em seguida com a idade, o comprimento dos seu sexo, estatura, peso e idade (Brito e Souza; 2006). É
membros inferiores, a massa e a estatura, é possível um ótimo indicativo de condicionamento!
estimar a distância e velocidade ótimas ideais que o
paciente deveria ter percorrido, e a distância e
velocidade máximas ideais que hipoteticamente deve
ser alcançada pelo paciente. Para facilitar sua prática e lhe
poupar de longas equações, a Kinetec está lhe
disponibilizando uma planilha totalmente automatizada
que estima cada um destes atributos.
A velocidade ótima ideal indica qual seria a
velocidade de marcha em que o paciente iria apresentar
o menor gasto energético (Peyré-Tartaruga e Monteiro;
2016). É um ótimo indicativo de reabilitação!
Já a velocidade máxima ideal indica qual é a
velocidade recomendada para aquele paciente a partir do
seu
 Quantificando o progresso reabilitativo

Agora, com esses dois excelentes e simples indicadores de reabilitação e de condicionamento, o

fisioterapeuta, treinador ou médico podem estimar os índices de progresso de sua intervenção. Também
chamados de índice de reabilitação e índice de condicionamento. A partir desses índices, o profissional
saberá em qual percentual se encontra no progresso de sua intervenção; seja tratamento ou treinamento.
Uma ótima informação para a realização de um acompanhamento crônico das estratégias de intervenção e da
evolução de cada paciente de forma muito individualizada.
 Conteúdo adicional para seguidores da KINETEC

Você sabia que a velocidade de marcha confortável é também uma excelente métrica para a estimativa
de vida dos pacientes?
Isso mesmo! Em um estudo muito famoso divulgado por Studenski et al. 2011 foi verificado exatamente
isso: A velocidade da marcha apresentou maior associação com a sobrevida das pessoas do que a
presença de doenças crônicas e índice de massa corporal!
Como chegar nesse resultado com o teste de 6 minutos?
Muito simples, na tabela que você está recebendo incluímos um item especial para que você apresente
para seu paciente a sua expectativa de vida baseada na velocidade da marcha. Desta forma lhe mostrar a
importância de ter uma boa capacidade funcional.
Vídeo clínico bidimensional
em dois planos
 Atualmente, com o desenvolvimento e evolução
da avaliação tridimensional da biomecânica da marcha,
muitos clínicos podem acreditar que o vídeo clínico
qualitativo perde sua relevância frente às informações
gráficas e quantitativas da marcha. No entanto, a questão
é que o olho humano é insubstituível na avaliação clínica
da marcha e extremamente necessário para um bom
exame da biomecânica da marcha.
Desta forma, mesmo que você ainda não utilize
sistemas de captura tridimensional, é importante a
utilização de vídeos clínicos para avaliação qualitativa da
marcha. No entanto, é importante que a avaliação seja
feita adequadamente. É comum ver nas clínicas os vídeos
feitos de apenas um plano de cada vez, ou frontal ou
sagital. No entanto o correto é realizar a gravação do
vídeo
vídeo nos dois planos simultaneamente, para que as
alterações da marcha sejam visualizadas independente do
momento e do plano em que acontecem. Outro aspecto
importante é a organização do layout do percurso de
caminhada onde o vídeo será gravado, a literatura tem
apresentado como setup ótimo um percurso de pelo
menos 5 metros de comprimento, uma distância de 2 a 4
metros entre a câmera do plano sagital e a pista de
caminhada, e uma distância de 3 a 6 metros entre a
câmera do plano frontal e o centro da pista. Desta
forma, é possível realizar a gravação de dois vídeos
simultaneamente do mesmo evento e utilizar a
experiência clínica para fazer a verificação das
informações adquiridas a partir da cinemática.
 Para que haja fidedignidade é recomendável, ainda,
que sejam colocados marcadores reflexivos em pontos
anatômicos previamente estabelecidos. Assim, você
conseguirá visualizar perfeitamente o movimento
articular sem se preocupar se a imagem está alterando
alguma perspectiva.
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