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COMO ASSEGURAR A SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA DA

UNIDADE DE CONSERVAÇÃO (UC) PARQUE MÃE BONIFÁCIA


(PCMB) EM CUIABÁ/MT?
MARQUES1, Jakline; MENEZES2, Niuyara Lina Santana de
1
Acadêmica de graduação do Curso de Arquitetura e Urbanismo. UNIC, Universidade de
Cuiabá, Avenida Manuel José de Arruda, 3100, Jardim Europa – Cuiabá/MT (Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo). E-mail: jakline_marques@hotmail.com
2
Acadêmica de graduação do Curso de Arquitetura e Urbanismo. UNIC, Universidade de
Cuiabá, Avenida Manuel José de Arruda, 3100, Jardim Europa – Cuiabá/MT (Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo). E-mail: niuyara@hotmail.com

RESUMO:
Este ensaio tem como objetivo relatar argumentos favoráveis e não favo-
ráveis sobre possíveis meios de contribuição da teoria de sustentabilidade
financeira da "Unidade de Conservação - Parque Mãe Bonifácia" localizado
na região oeste da cidade de Cuiabá/MT. Como a administração da
unidade possivelmente conseguiria alcançar o ápice da manutenção e
conservação do local com uma vertente financeira paralela e exclusiva, e
explanar de que maneira a administração poderia gerenciar o valor fixo
anual repassado pelo governo do estado do Mato Grosso de modo que
esse valor se fizesse suficiente para a manutenção e conservação da
unidade. O processo de argumentação foi embasado através de três
artigos científicos pesquisados relacionados a contingência de pagamento
financeiro do local.

PALAVRAS-CHAVE: Unidades de Conservação, Sustentabilidade


Financeira, Parque Estadual

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E SUAS CATEGORIAS.

Segundo a LEI Nº 9.502, DE 14 DE JANEIRO DE 2011 - D.O. 10.02.11, capítulo


II do sistema estadual de unidades de conservação - SEUC em seu Art. 3º "O
Sistema Estadual de Unidades de Conservação – SEUC é constituído pelo
conjunto de Unidades de Conservação – UCS."

No capítulo III das categorias de unidades de conservação em seu Art. 9° tem-


se os seguintes grupos, com características distintas:
I - Unidades de Proteção Integral; II - Unidades de Uso Sustentável;
III - Unidades de Manejo Provisório.

Em seu Art.° 10 constituem o grupo das Unidades de Proteção Integral as


seguintes categorias de Unidades de Conservação:

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I - Estação Ecológica; II - Reserva Biológica; III - Parque Estadual e Municipal;
IV - Monumento Natural; V - Refúgio de Vida Silvestre.

OBJETIVO DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO (UC) PARQUE


ESTADUAL DENTRO DO ESPAÇO URBANO.
Art. 13 "O Parque Estadual tem como objetivo básico a preservação de
ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica,
possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de
atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com
a natureza e de ecoturismo."
§ 1º "O Parque Estadual é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas
particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o
que dispõe a lei."
§ 2º "A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no
Plano de Manejo da Unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável
por sua administração, e aquelas previstas em Regulamento."
§ 3º "A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável
pela administração da Unidade e está sujeita às condições e restrições por este
estabelecidas, bem como aquelas previstas em Regulamento."
§ 4º "As Unidades dessa categoria, quando criadas pelo Município, serão
denominadas Parque Natural Municipal."

MEIOS DE ASSEGURAR A SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA DO


PARQUE MÃE BONIFÁCIA (PCMB).
O Parque Mãe Bonifácia estabelece uma função importante e considerável aos
moradores do entorno e também aos moradores que não são contemplados com
parques estaduais próximo à sua moradia.
A visitação ao parque se dá principalmente pela prática de atividades físicas ao
ar livre, espaço para práticas de educação ambiental, recreação, turismo e
pesquisa. Nos finais de semanas além dessas atividades a demanda se dá por
famílias a procura de um lugar tranquilo, proporcionado pelo lazer
e contemplação a fauna e flora do local.

A concepção da valoração econômica ambiental decorre da perspectiva de que


os recursos naturais e os serviços ambientais estiveram e estão sendo usados,

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muitas vezes, excessivamente. A questão levantada identifica a disposição dos
usuários a pagar um valor de entrada por seu uso, para contribuir na manutenção
e preservação do parque e caracteriza também seus usuários que frequentam o
local.
Dentro das pesquisas realizadas, os resultados mostram que 27,5% dos
entrevistados estão dispostos a pagar um valor de entrada para a manutenção
do Parque. A média de valor levantada pelo público disposto a pagar foi de R$
1,10 por pessoa. O perfil de usuário disposto a pagar é caracterizado por sua
grande parte, da classe média à classe alta e quanto a escolaridade, a
disposição a pagar foi maior entre os entrevistados de nível médio.
Tabela 1 - Renda familiar mensal dos visitantes do Parque da Cidade
Mãe Bonifácia Cuiabá-MT.
Renda Familiar Mensal %

até 1 salário mínimo (R$ 380,00) 1,5%


de 1 a 3 salários mínimos (R$ 380,00 a R$ R$ 1.140,00) 6,5%
de 3 a 5 salários mínimos (R$ 1.140,00 a R$ 1.900,00) 14,0%
de 5 a 7 salários mínimos (R$ 1.900,00 a R$ 2660,00) 15,5%
de 7 a 10 salários mínimos (R$ 2.660,00 a R$ 3.800,00 18,0%
Acima de 10 salários mínimos (acima de R$ 3.800,00) 44,5%

Tabela 2 - Nível de escolaridade dos visitantes do Parque da cidade


Mãe Bonifácia, Cuiabá-MT.

Nível de Escolaridade %

Ensino fundamental incompleto 3,5%


Ensino fundamental completo 4,0%
Ensino médio incompleto 5,0%
Ensino médio completo 26,5%
Ensino superior incompleto 11,5 %
Ensino superior completo 49,5%

Essa valoração fornece subsídios técnicos que estimam os possíveis preços


dos recursos e serviços ambientais, determinando suas explorações, de
maneira racional, e transformando-os em capitais passíveis de reprodução.
Assim, permitiria um melhor controle e gerenciamento dos recursos ambientais,
pelo poder público e pela sociedade.
Hoje financeiramente, o Governo Estadual é a principal instituição responsável
pelo repasse de valor a unidade. O valor do orçamento anual disponibilizado pelo
Governo Estadual é de R$ 503.576,35 para conservação e manutenção do
Parque.
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Acreditamos na importância da preservação e conservação de Parques na
cidade, pois, o benefício gerado a população é muito significante, gerando
qualidade de vida e opções de lazer aos finais de semana.
Porém, enaltecemos a questão de que seria necessário a valoração ambiental
para o controle e gerenciamento dos recursos repassados pelo poder público?
O valor disponibilizado pelo governo do estado não seria suficiente para
manutenção e preservação do Parque?

O efeito negativo gerado por esta cobrança poderá restringir seus usuários,
desfavorecendo principalmente as classes com faixa de renda de até um salário
mínimo, faixa que equivale a cerca de 33,3% dos entrevistados dispostos a
pagar, que mesmo opinando a favor do pagamento sua frequência e visitação
ao parque não é tão frequente.
Que garantia teremos que o Parque será
melhor conservado? Que melhorias esses valores repassados pela população
poderiam gerar? Uma gestão planejada faria com que os recursos
disponibilizados pelo governo do estado se fariam suficiente para conservação
e manutenção do Parque Estadual.

CONSIDERAÇÕES FINAIS.
As pesquisas indicaram um padrão entre médio e alto no perfil dos usuários do
Parque, o maior atrativo da área é a realização de atividades físicas e o contato
com a natureza. Foi-se constatado que apenas 27,5% dos usuários do parque
estariam dispostos a pagar uma taxa de entrada para fins de contribuição
financeira para conservação e manutenção da unidade. Grande parte dos
entrevistados não dispostos a pagar o valor, deixaram evidente que a
manutenção da área é uma atribuição do governo, porém, mostraram interesse
em um maior investimento em áreas verdes na cidade, justificando os benefícios
gerados a população.
Consideramos, sem dúvida que a população ainda não consegue se sentir
totalmente satisfeita com o que é oferecido nos parques estaduais e áreas
verdes disponíveis na cidade. Por mais que o valor repassado pelo governo do
estado seja visto como suficiente pela população, os parques ainda sofrem com
a escassez na manutenção.

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Por outro lado, entendemos que um possível pagamento pela população
usuária não seria garantia de benefícios revertidos a população, já que o valor
sugerido pela população equivale a 52,33% do orçamento anual disponibilizado
pelo governo do estado.
Por tanto, a possível taxa cobrada não seria viável no momento. Já que estaria
criando uma desigualdade aos usuários do parque, pois, notamos que existe
uma porcentagem significativa de visitantes na faixa que varia de 1 salário
mínimo até 3 salários mínimos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MATO GROSSO, Lei Nº 9502, de 14 de


janeiro de 2011; Sistema Estadual de Unidade de Conservação. Mato Grosso,
Brasil. Disponível em <http://www.al.mt.gov.br/leis/lei_5442.pdf>.
Acesso em 29 maio 2016.

NASCIMENTO, Stéphanie Thayssa Mattos Fontes; RIBEIRO, Edilene Silva;


SOUSA, Roberto Antônio Ticle de Melo e. Valoração econômica de uma
unidade de conservação urbana, Cuiabá, Mato Grosso. jun. 2013 .
Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-
70122013000100008&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 30 maio 2016.

SOUZA, Laudyana Aparecida Costa e; FIGUEIREDO, Dirlene Conceição;


COSTA, Marcelo Ednan Lopes da. Aplicação do método de avaliação
contingente através da técnica de disposição a pagar numa unidade de
conservação do município de Cuiabá -MT. nov. 2013 . Disponível em
<http://www.ibeas.org.br/congresso/Trabalhos2014/VI-053.pdff>.
Acesso em 30 maio 2016.

VOLANOVA, Sílvia Regina Fernandes; CHICHORRO, José Franklim;


ARRUDA, Carlos Alberto Simões de. Disposição a pagar pelo uso de
unidades de conservação urbanas: Parque da Cidade Mãe Bonifácia,
Cuiabá-MT. jun. 2010. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-
70122010000100005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 29 maio 2016.

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