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A “insônia subjetiva” que está afetando a qualidade de vida de milhares


de brasileiros
Estima-se que o problema (quando o paciente relata que não dorme bem) afete entre 20% e 40% das pessoas no mundo

Por
AGÊNCIA RBS

3 DE JULHO DE 2018
alterado em: 3 de julho de 2018

FA L E C O N O S C O

COMUNIQUE ERROS

C O M PA RT I L H E

Dependendo do país, o número de pessoas que se queixa de noites maldormidas pode chegar quase à metade da
Mais Lidas
população. Foto: Bigstock

Dormir, uma das mais elementares necessidades do organismo, pode estar associado a
1 Quer saber qual era a
música #1 no dia em que
você nasceu?
pprraazzeerr ee ttoorrm
meennttoo – quem dorme bem talvez não consiga compreender a real dimensão

2
do impacto de uma noite em claro ou de um período de repouso não reparador.
Pesquisa revela os nomes
das crianças mais levadas

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CONTEÚDOS EXCLUSIVOS VIVER BEM. 3 Jovem é primeira mulher
a conhecer todos os
países do mundo

O ssoonnoo foi um dos destaques da programação do 15º Congresso sobre Cérebro,


4 Parque Barigui é cenário
para história de amor
Comportamento e Emoções, realizado em Gramado, na Serra, entre os dias 20 e 23 de
junho, como tema de três mesas-redondas. ProVssionais das áreas de neurologia,
geriatria e medicina do sono discutiram a iim
mppoorrttâânncciiaa ddee ddoorrm
miirr bbeem
m, as 5 7 motivos pelos quais
você sente muito sono
durante o dia
características típicas do sono da infância à velhice e os problemas mais comuns que
perturbam as noites de descanso.

>>>>  77 m
moottiivvooss ppeellooss qquuaaiiss vvooccêê sseennttee m
muuiittoo ssoonnoo dduurraannttee oo ddiiaa

““O
O ssoonnoo éé aa aattiivviiddaaddee m
maaiiss iim
mppoorrttaannttee ddaass nnoossssaass vviiddaass,, ooccuuppaannddoo uum
m tteerrççoo ddeellaass.

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RÚSSIA: Brasil  
Monica Levy Andersen, diretora de Ensino e Pesquisa do Instituto do Sono, também na cai para a
capital paulista, em uma entrevista coletiva para a imprensa. Bélgica nas
quartas de final
por Gazeta do Povo
Magda Lahorgue Nunes, neurologista infantil, professora da Escola de Medicina da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e vice-diretora do Instituto
do Cérebro (InsCer), apresenta dados preocupantes: ddeeppeennddeennddoo ddoo ppaaííss,, oo nnúúm
meerroo ddee
ppeessssooaass qquuee ssee qquueeiixxaa ddee nnooiitteess m
maallddoorrm
miiddaass ppooddee cchheeggaarr qquuaassee àà m
meettaaddee ddaa
ppooppuullaaççããoo..

A insônia subjetiva
EEssttiim
maa--ssee qquuee aa cchhaam maaddaa iinnssôônniiaa ssuubbjjeettiivvaa ((qquuaannddoo oo ppaacciieennttee rreellaattaa qquuee nnããoo
ddoorrmmee bbeem m)) aaffeettee eennttrree 2200%
% ee 4400% % ddaass ppeessssooaass.. A partir do momento em que se
procura ajuda médica e se obtém o diagnóstico de insônia, baseado no Manual
Diagnóstico e Estatístico dos Distúrbios Mentais (DSM, na sigla em inglês), o percentual
cai, passando a oscilar entre 14% e 20%, o que, aponta a médica, ainda é uma quantidade
muito signiVcativa.
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Para alcançar e manter um sono de qualidade, é preciso entender que cada fase da vida tem suas
peculiaridades. Da infância a velhice, as horas necessárias de sono mudam. Bigstock

“A s p e s s o a s e m g e ra l , n a n o s s a s o c i e d a d e , d o r m e m
m a l . E s t a m o s f re n t e a d u a s e p i d e m i a s ,
d e p re s s ã o / a n s i e d a d e e i n s ô n i a , e e l a s a n d a m m u i to
juntas”, comenta Magda.
SSiinnaaiiss qquuee ppooddeem
m ddeem
moonnssttrraarr qquuee oo ssoonnoo nnããoo éé rreeppaarraaddoorr::

Queixas de noites maldormidas


Sonolência diurna excessiva
Mau humor
Sensação de exaustão
Problemas de memória
DiVculdades de aprendizado
Queda no desempenho escolar, acadêmico ou proVssional
Deitar-se na cama e não conseguir dormir. Crianças devem adormecer em até 15 minutos.
Adolescentes e adultos, em 30 minutos.
Despertar de madrugada e não conseguir dormir mais ou acordar várias vezes: pessoas com
reclamações desse tipo podem ser encaminhadas para uma polissonograVa, exame que avalia a
qualidade do sono e identiVca possíveis distúrbios, como a apneia obstrutiva do sono ou a síndrome
das pernas inquietas.

Da infância à velhice
Para alcançar e manter um ssoonnoo ddee qquuaalliiddaaddee, é preciso entender que cada fase da vida
tem suas peculiaridades. Conhecendo-as, é possível saber o que é esperado que
aconteça e o que deve ser interpretado como sinal de que algo não vai bem.

Nas ccrriiaannççaass m
maaiioorreess,, nnooss aadduullttooss ee nnooss iiddoossooss, o sono é um ciclo bem dividido de luz

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humano).

PPaarraa ooss bbeebbêêss, esse processo é diferente – eles obedecem ao ciclo ultradiano (vários
ciclos se repetem em um mesmo dia), ou seja, eles dormem, acordam, mamam, dormem,
acordam, mamam. No primeiro mês após o nascimento, essas fases duram de três a
quatro horas. Com o avançar do tempo, o sono vai evoluindo e se consolidando em
blocos cada vez mais longos à noite, até que, ao completar um ano ou um ano e pouco, a
criança deve conseguir manter um bloco contínuo de sono de cerca de seis horas.

D o r m i r b e m é h á b i to

Dormir menos que o nosso corpo precisa colabora para desencadear doenças.
Foto: Bigstock.

A criação de um excelente hábito pode começar a partir dos seis meses, ponto em que a
criança, se ainda não deixou o quarto dos pais, pode ser transferida para o berço em seu
próprio quarto. É importante que ela entre no cômodo enquanto ainda estiver acordada e
adormeça na cama, para evitar um susto provocado por uma troca de lugares que não
tenha percebido.

Ao longo da infância, os adultos servem de exemplo também em seus hábitos de


repouso. Se na casa ninguém tem hora Vxa para nada, indo para a cama a cada dia em
um horário diferente, os pequenos podem acabar entrando no mesmo rriittm moo ddeessrreeggrraaddo:
hoje, se deitam às 21h, amanhã, Vcam jogando videogame até as 23h, depois, chegam a
ultrapassar a meia-noite por conta da presença de visitas para jantar em um dia de
semana, quando devem estar cedo no colégio na manhã seguinte.

“A g ra n d e q u e s t ã o é a f a l t a d e l i m i t e. A c r i a n ç a
p re c i s a d e u m a ro t i n a , q u e t e m d e s e r i m p r i m i d a p e l a
f a m í l i a” , o r i e n t a a n e u ro l o g i s t a i n f a n t i l M a g d a
L a h o rg u e N u n e s .
É fundamental pôr em prática a hhiiggiieennee ddoo ssoonnoo,, uma série de hábitos que auxiliam a
obter um repouso de qualidade e que servem para crianças e adultos. Ao anoitecer, é
indicado diminuir os ruídos e as luzes dos ambientes, reduzir a intensidade das
atividades e das brincadeiras, evitar brigas, não fazer refeições pesadas e próximas do
horário de ir para a cama. Eletrônicos devem ser desligados entre uma hora e uma hora e
meia antes. Levar celular para a cama, nem pensar.

Na aaddoolleessccêênncciiaa,, ocorre uma leve desregulação de origem hormonal no ciclo circadiano


que provoca um retardamento, fazendo com que a vontade de dormir apareça mais
tarde. Mais uma vez, destaca-se aqui a importância do estabelecimento de uma rotina,
especialmente em relação ao uso frenético do celular.

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d e d i s t ú r b i o s d o s o n o p o r f a l t a d e c o n t ro l e d o s p a i s –
é c o m u m q u e o s a d o l e s c e n t e s p a s s e m l o n g a s h o ra s
t ra n c a d o s n o q u a r t o , s e m q u e a f a m í l i a s a i b a o q u e
e s t ã o f a ze n d o . D o e n ç a s e m o c i o n a i s p s i q u i á t r i c a s
c o m o a d e p r e s s ã o t a m b é m t ê m p o t e n c i a l p a ra
per turbar o sono.
E o bullying, que pode começar ainda na infância, é outro gatilho para noites em claro ou
maldormidas, cujas consequências podem se retetir no humor, na memória, na cognição
e no desempenho escolar, além de provocar sonolência em excesso durante o dia.

Para o grupo dos aadduullttooss, são esperadas entre sete e nove horas de sono por noite. Ao
deitar, o adormecimento precisa se dar em até 30 minutos. Q Quueessttõõeess eem moocciioonnaaiiss ee
pprroobblleem
maass nnããoo rreessoollvviiddooss,, qquuaannddoo ““lleevvaaddooss”” ppaarraa aa ccaam
maa,, ssããoo ggrraannddeess oobbssttááccuullooss
ppaarraa ddoorrm
miirr,, e o ideal é tentar não pensar nas pendências nessa hora. DiVculdades para
manter o sono exigem a orientação de um especialista, que investigará possíveis
problemas, como apneias obstrutivas do sono (breves interrupções na respiração) e a
síndrome das pernas inquietas (caracterizada por movimento periódico das pernas,
sensação dolorosa – tipo cãibra – em membros inferiores ao se deitar, fragmentação do
sono e sonolência diurna excessiva).

Na vveellhhiiccee, o idoso experimenta o contrário do que acomete o adolescente: há um


avanço de fase no ciclo circadiano, e a sonolência vem mais cedo, além de ele ter
tendência a dormir menos. Segundo Magda, não há ainda uma explicação muito clara
para isso. Uma das hipóteses é de que a glândula pineal, que secreta melatonina
(hormônio que regula o sono), calciVque-se. Com vontade antecipada de se recolher e
dormindo menos horas, está criado um problema: caso se deite às 19h30min ou 20h, o
idoso acordará de madrugada, muito antes do amanhecer. Para evitar esse transtorno, o
sugerido é tentar protelar ao máximo a ida para a cama, entretendo-se de alguma forma.

Matutinos, vesper tinos e intermediários: o tipo que


v o c ê s e e n c a i x a i n t e r f e r e n a s h o ra s d e s o n o
Dois conceitos fundamentais em medicina do sono foram apresentados, no congresso,
pelo geriatra e médico do sono Ronaldo Delmonte Piovezan, pesquisador da Unifesp. O
primeiro deles, o ccrroonnoottiippoo, formado por características genéticas e outras relacionadas
ao comportamento, refere-se às preferências de cada um quanto ao hábito de dormir.
EExxiisstteem
m aass ppeessssooaass m
maattuuttiinnaass,, que dormem cedo e acordam cedo; as vveessppeerrttiinnaass,,
que retardam o horário de ir para a cama e dormem até mais tarde; e as iinntteerrm meeddiiáárriiaass,,
um grupo adaptável e sem preferências marcantes que Vca entre os dois extremos e
corresponde à maior parte da população (de 60% a 70%).

Crianças precisam de mais tempo de sono. Foto: Bigstock

De acordo com Piovezan, pesquisas têm mostrado que o padrão vespertino é o mais
prejudicial ao organismo. Um estudo realizado com mais de 433 mil pessoas no Reino

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diabetes e hipertensão, e psiquiátricas, como depressão e ansiedade. O risco de morte
também aumentou nos indivíduos de cronotipo vespertino, independentemente da
duração do sono. Os participantes idosos da pesquisa se mostraram mais vulneráveis a
esses desfechos.

Nosso padrão social, destaca o médico, favorece os matutinos, que sofrem com
eventuais mudanças e têm diVculdade para se adaptar a dormir até mais tarde. Quanto
aos vespertinos, costumam enfrentar um “jet lag social” – acabam dormindo pouco para
cumprir compromissos pela manhã e precisam compensar nos Vnais de semana.

“O vespertino tende a se alimentar mal e a comer mais durante a noite, o que é maléVco
para a saúde”, acrescenta Piovezan.

Q u a n to t e m p o vo c ê d o r m e ?
Outro conceito importante é o tempo de sono. O sono curto (abaixo de seis horas) ou o
sono longo demais (acima de oito ou nove horas), quando se transformam em rotina, no
primeiro caso, ou necessidade, no segundo, são ruins de maneira geral. Quem dorme
pouco está mais sujeito a enfrentar quadros psiquiátricos e a morte por infarto e
acidente vascular cerebral (o risco de óbito e de enfermidades mentais também cresce
para as pessoas de sono longo).

“Dormir mais de oito ou nove horas não é necessário. É mais provável que padrões de
sono mais longos sejam sinal de um sono de má qualidade”, avalia Piovezan.

Para os dois casos, indica-se a consulta com um especialista. Na maior parte das vezes,
mudanças comportamentais são suVcientes para sanar o problema. Ocorrências
eventuais de sono curto ou longo não devem preocupar.

(Foto: Bigstock)

Idosos dormem menos 


O sono na velhice merece atenção especial. Segundo Dalva Poyares, neurologista,
especialista em sono e professora da Unifesp, o sono tende a se fragmentar durante o
processo de envelhecimento, e o iiddoossoo eessttáá m
maaiiss ssuujjeeiittoo aa tteerr iinnssôônniiaa. Uma variedade
de motivos pode contribuir para as noites em claro ou com repouso de má qualidade,
como o medo da morte ou de doenças e a presença de sintomas depressivos.

As pessoas de idade mais avançada também sofrem mais de apneia obstrutiva do sono
(breves interrupções na respiração). Uma apneia leve não é preocupante, e talvez nem
precise ser tratada. A realização de exames e a avaliação do médico determinarão a
intervenção a ser feita. Além de não permitir um ssoonnoo rreeppaarraaddoorr,, a apneia aumenta o
risco para doenças cardiovasculares.

Outro problema que pode aparecer é o movimento periódico das pernas (um dos
componentes da síndrome das pernas inquietas) – depois de adormecer, a pessoa
movimenta as pernas, o que também contribui para um período de descanso ruim. Ter

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“E existe também o contrário: quanto mais doente você é, pior você dorme. O idoso tem
que ter a saúde bem cuidada para poder dormir bem”, ressalta Dalva.

Na hora da ddeeVVnniiççããoo ddoo ttrraattaam


meennttoo, não se deve exagerar nas doses de remédios,
principalmente de hipnóticos. Se o idoso Vcar muito sedado, pode cair ao se levantar à
noite e sofrer fraturas.

Dalva salienta ainda a importância da socialização na velhice. O idoso necessita de


contato com familiares e amigos para não Vcar isolado. Dispor de um ambiente
iluminado ao longo do dia e realizar atividades físicas e mentais, quando for possível,
também são elementos importantes do cotidiano que intuenciam no sono.

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