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Diagnostico Participativo
˜
de Unidades de Conservacao
’
˜ Biodiversitas - GTZ
IEF - IBAMA - Fundacao
’
46p. ilust.
CDU: 911.9
1. Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
2. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
3. Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
4. Referência Histórica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
5. Fundamentação Metodológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
6. Processo DiPUC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
7. Técnicas Aplicadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
13. Monitoramento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
14. Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
15. Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Agradecimentos
Expressamos nossos sinceros agradecimentos
aos gerentes e funcionários do Parque Estadual do Rio Doce
e do Parque Nacional do Caparaó.
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1 - Apresentacao
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com o apoio de uma consultoria especializada, desenvolveu o
DiPUC – Diagnóstico Participativo de Unidades de Conservação.
6 cipal e de particulares.
As três Unidades de Conser-
Para contribuir com a proteção vação envolvidas no Projeto
do bioma Mata Atlântica, em são o Parque Estadual do Rio
Minas Gerais, foi criado o Doce, o Parque Nacional do
Projeto Doces Matas, com o Caparaó e a Reserva Particular
objetivo de promover o manejo do Patrimônio Natural Mata do
adequado dos recursos natu- Sossego.
rais, visando assegurar de forma
participativa a conservação da
biodiversidade e o desenvolvi-
mento sustentável de algumas
UCs.
Parque Nacional do Caparaó, Bandeira. Possui como principais
criado em 24 de maio de 1961, atrativos cachoeiras, matas, tri-
está localizado na divisa dos es- lhas, picos, com vistas privile-
tados de Minas Gerais e Espírito giadas do nascer e por do sol.
Santo, no maciço do Caparaó, cu- Administrado pelo IBAMA, possui
jo ponto mais alto é o Pico da uma área total 31.800 hectares.
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Parque Estadual do Rio Doce, O Parque Estadual, com uma área
criado em 14 de julho de 1944. de 35.973 hectares, possui cerca
Administrado pelo IEF, é o maior de 40 lagoas naturais e infra-
remanescente de Mata Atlântica -estrutura para visitação pública.
contínua de Minas Gerais.
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servação ambiental.
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conjunto. visualização, que facilitam a 13
participação dos funcionários
das UCs e das populações de
seus entornos, independente de
sua formação escolar.
Diagnóstico Participativo de
Unidade de Conservação
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Informações sobre a UC
˜ Metodologica
5 - Fundamentacao
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Quando se realiza um diagnós- que favorece a manutenção de 15
15
agentes externos, que assumem do, tanto para projetos de desen-
um novo papel de catalisador e volvimento, como de conser-
não mais o de promotor do vação ou combate à pobreza.
desenvolvimento.
A prática tem demonstrado que
Os métodos e técnicas do DRP a inclusão de várias instituições
são variáveis e susceptíveis à relacionadas com o contexto,
adaptação. Inicialmente, foi con- desde o início do processo, con-
cebido para a zona rural, na fase tribui para o reconhecimento e
de planejamento de projetos e divisão de responsabilidades de
no âmbito de estudos explo- todos, esclarecendo as dife-
ratórios. Atualmente, estão sendo rentes atitudes, mediante a apli-
utilizados, com êxito, em todas as cação de ferramentas apropria-
fases do planejamento, onde as das. O êxito de um diagnóstico
atitudes e o saber locais são participativo depende da expe-
essenciais. riência pessoal e profissional de
quem o aplica. Para tanto, um
As práticas do DPR têm demons- requisito básico é uma capaci-
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VERTENTE TÉCNICA
(conhecimento)
+ VERTENTE SÓCIO-POLÍTICA
(motivação para tomada
de decisão)
Œ
PARTICIPAÇÃO EFETIVA
sensibilização / motivação
envolvimento e responsabilidade
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ETAPAS DE UM DIAGNOSTICO PARTICIPATIVO:
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• formação da equipe interdisciplinar (técnicos, lideranças 17
tradicionais, etc.);
• levantamento de dados secundários com vista a comple-
mentar os temas a serem trabalhados;
• apresentação do grupo de trabalho e dos objetivos do
processo;
• sistematização e análise dos dados levantados;
• orientação para os envolvidos no processo sobre os funda-
mentos, métodos e técnicas do diagnóstico participativo;
• aplicação das técnicas selecionadas;
• consolidação dos resultados da aplicação das técnicas;
• devolução dos resultados;
• monitoramento e avaliação dos avanços obtidos em função
do processo participativo.
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DiPUC - Diagnóstico O DiPUC contribui para:
Participativo de Unidades
• nivelar conhecimentos entre
de Conservação
os envolvidos;
O DiPUC é um método funda-
• possibilitar relacionamento
mentado no enfoque participa-
mais horizontal, entre os dife-
tivo, para analisar a realidade
de UCs, por meio de um rentes níveis funcionais;
processo de aprendizagem
compartilhada. • criar, entre os funcionários
das UCs, maior intimidade
É indicado para levantamento com processos participativos;
de dados e análises qualitati-
vas, assim como para incenti- • subsidiar práticas educativas
var o fortalecimento da partici- (educação ambiental, ecotu-
pação dos envolvidos com a rismo, práticas ambientais
Unidade. sustentáveis);
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DRP DiPUC
Subsidia o planejamento da UC
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Subsidia o planejamento do 19
desenvolvimento local. e de atividades relacionadas à
conservação ambiental dos en-
tornos.
Horizontalidade Adaptabilidade
De modo geral, os funcionários Os recursos e materiais utiliza-
da UC têm nível cultural e de dos são os disponíveis na UC.
escolaridade muito distintos. É Não são necessários equipa-
comum a presença de técnicos mentos nem materiais especiais.
com altos níveis de graduação, A utilização do método requer
trabalhando junto a funcio- uma equipe capacitada.
nários de pouca escolaridade.
Os primeiros podem desco- Participação
nhecer a dinâmica de vida do É fundamental a participação
local e os últimos não pos- efetiva dos funcionários da UC.
suírem completo domínio e en- As técnicas são todas voltadas
tendimento dessas dinâmicas. para grupos, sendo utilizadas
entrevistas individuais apenas
O DiPUC busca meios que per- em momentos de checagem
mitam uma comunicação mais e/ou complementações finais.
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que ainda não sabia”. 21
Monitoramento
Focalização O acompanhamento deixa de
Além de coletar informações, ser uma atividade desenvolvida
tem a finalidade de estimular os pela equipe coordenadora do
participantes na busca da re- diagnóstico e passa a fazer parte
flexão e da ação. da gestão compartilhada do
Os diagnósticos participativos processo. Aumenta a capaci-
são realizados com objetivos dade de analisar e registrar as
definidos. É importante que as mudanças ocorridas, com possi-
equipes tenham cuidado, para bilidade de maior acerto na iden-
que o trabalho não se torne um tificação de ações corretivas.
amontoado de informações,
desvinculadas do objetivo pro- Heterogeneidade
posto. A composição do grupo deve
considerar a multidisciplinari-
dade e, também, o equilíbrio
entre os participantes: número
de homens e mulheres, agentes Visualização
locais e externos. As fontes de Na visualização compartilhada
informação devem buscar dife- (mapas, maquetes ou diagramas)
rentes pontos de vista (pessoas, todos os presentes podem con-
lugares, acontecimentos e pro- templar as figuras, apresentar
cessos) e devem ser analisadas propostas de modificação, des-
com diferentes técnicas, por tacar os problemas, ordenar e
meio de cruzamento de dados. reordenar os objetos e/ou esque-
mas utilizados.
Instrumentos apropriados
O DiPUC utiliza uma varie- A equipe condensa os dados
dade de técnicas de investi- levantados, apresenta e dis-
gação estruturadas, que se cute-os publicamente. Os re-
complementam. São claras, sultados devem ser apresenta-
compreensivas, adaptadas às dos de forma visualizada, por
condições da UC e abertas às meio de slides, fotografias, de-
mudanças que se fizerem senhos ou tabelas.
necessárias. Devem apoiar as
intervenções, pois o êxito da Documentação
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ação depende das propostas Todas as informações, modelos
apresentadas. Esses instrumen- e mapas da UC, elaborados em
tos servem para favorecer a conjunto, favorecem a reflexão.
participação dos mais retraídos. Devem ser condensados, regis-
trados em relatórios, desenhos
ou fotografias e disponibiliza-
dos para o grupo envolvido.
6 - Processo DiPUC
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A instituição deve estar sempre 23
atenta e preparada para a res- • considerar o desejo e a dis-
ponsabilidade com os impactos ponibilidade dos envolvidos
gerados. em participar do processo.
Levantamento de dados
II – Preparação de parcerias
O processo de levantamento
com instituições Ł foco:
de dados da UC deve ocorrer
Unidade de Conservação &
num clima de descontração,
outras instituições
confiança e serenidade para
que todos os participantes pos-
É um processo de curto, médio
sam expor seus conhecimentos
e longo prazo, que deverá ser
e esclarecer suas dúvidas, de
iniciado com instituições com
0
Sistematização
Compete à equipe de trabalho
anotar as informações, para sis-
tematização após as oficinas.
A sistematização dos dados de-
verá ser realizada por mem-
bros da equipe coordenadora,
anteriormente definida.
Etapa 1
Diagnóstico participativo na UC.
I - Preparação do diagnóstico.
II - Realização da coleta de informações: ferramentas DRP.
III - Devolução das informações com análise das mesmas, em
agrupamentos visualizados de: pontos positivos e negativos.
IV - Identificação de nós críticos.
V - Definição da visão de futuro da UC.
Etapa 2
Preparação de parcerias.
I - Identificação dos envolvidos na UC e no entorno.
II - Definição da estratégia de envolvimento dos interessados:
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• informação;
• sensibilização;
• articulação.
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ticipação dos funcionários,
além de registrar a memória da
experiência.
Participação de um funcionário da UC
Mapa
Conhecimento mais profundo Durante a atividade atentar para
do espaço físico da UC, seus palavras ou expressões cujo sig-
problemas e potenciais nificado demonstre situações de
conflito, problemas ou infor-
O mapa é uma técnica que mações não compartilhadas.
serve de base para as outras
etapas. A partir do nivelamento Após cada atividade os compo-
de informações sobre o espaço nentes do grupo devem trans-
físico da UC, os participantes crever o trabalho para o papel.
têm uma referência mais funda-
mentada para prosseguir na in-
vestigação. O mapa é usado Observação
como trabalho inicial porque é Caso o local não disponha de
abrangente e exploratório. materiais para a confecção do
mapa, a equipe deve providen-
Procedimento ciar, com antecedência, cordas,
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Solicitar ao grupo que elabore pedras, galhos, etc. Após a rea-
um desenho da UC no chão, us- lização do mapa, as infor-
ando materiais diversos para mações obtidas devem ser
simbolizar limites, cursos avaliadas para se proceder à se-
d’água, pontos geográficos, cons- leção da próxima ferramenta a
truções e outros. ser trabalhada.
A atividade se desenvolve num
processo de investigação oral e
visual, relacionando os mate-
riais (símbolos) com sua respec-
tiva significação para a UC.
Exemplo: cordas – rios.
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Nos cruzamentos das linhas, incêndios florestais são intensi-
os participantes representam ficadas.
o período de realização das
atividades e a intensidade das
mesmas.
Área Administrativa •• • • • • •
Manutenção infra-estrutura •• •• •• •• •• ••
Coleta de lixo •• •• •• •• •• ••
Turismo •• ••• •• ••• • •
Plano Integrado de Prevenção
aos Incêndios Florestais •• •• •• •• •• ••
Fiscalização • • • • • •
Atividades do Viveiro • • • • •• ••
Educação Ambiental Palestras • • •• •• •• ••
Capacitação • • • •• •• ••
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Atividades Jul Ago Set Out Nov Dez 31
Área Administrativa • • • • • ••
Manutenção infra-estrutura •• • • • • •
Coleta de lixo •• • • • • ••
Turismo • • • • • ••
Plano Integrado de Prevenção
aos Incêndios Florestais •• •• • • • •
Fiscalização • • • • • •
Atividades do Viveiro •• •• •• •• • •
Educação Ambiental Palestras •• •• •• •• • •
Capacitação • • •• •• •• ••
Procedimento Potenciais
Representar a UC no centro do Identificação de parceiros, con-
diagrama. Solicitar que os par- flitos potenciais e existentes.
ticipantes da oficina levantem Possibilita verificar o grau de
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as principais instituições e importância e envolvimento dos
atores envolvidos com a Uni- parceiros, redirecionar as es-
dade, discutindo o seu grau de tratégias da UC com relação aos
envolvimento e de importância. parceiros importantes que estão
pouco envolvidos em sua
gestão.
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PREFEI-
TURAS
STR-EF/ POSTO
EMATER Iúna/Iru GASOLINA
UNIVER-
SIDADE
GTZ
DOCES
FACI
MATAS ONGs
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PREFEI- ParNa
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TURAS CAPARAÓ 33
MEIOS IEF
COMUNI-
CAÇÃO COMUNI- TROPEIROS
DADES
POLÍCIA ESCOLAS
FLORESTAL /
AMBIENTAL
HOTÉIS
ASSOCIA-
IGREJAS
COMÉR- ÇÕES
CIO
Diagrama de Relações - PERD
OUTRAS BOM
EMPRESAS JESUS
DO
GALHO
EMPRESA GTZ
ACESITA
CAF
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34 USIMINAS
ESCOLAS
PERD
TIMÓTEO
CORPO DE OUTRAS
BOMBEIROS PREFEI-
TURAS
CENIBRA
POLÍCIA
FLORESTAL
MARILÉIA
IPATINGA
CEL.
DIONÍSIO FABRICIANO
PINGO
FUNDAÇÃO
D’ÁGUA
RELICTOS
FUNDAÇÃO
ACESITA
Diagrama de fluxo
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Turista entra
Informação
UC
Pesquisador
Lixo
Motivação Articulação
Para manter a motivação, deve- É de fundamental importância
se garantir a circulação das in- para a sustentabilidade do pro-
formações devolvendo os re- cesso que as formas e canais
sultados para os participantes. adequados à participação este-
Logo após a organização dos jam bem articuladas.
dados coletados durante a apli-
cação das técnicas escolhidas, Definição dos Nós Críticos
recomenda-se a checagem e Levantamento de pontos nega-
análise destes dados de forma tivos, considerados mais graves,
participativa, para consolidar as que dificultam o gerenciamento
etapas de levantamento. Essa da UC.
devolução deve ser visualizada
através de painéis, de fotogra-
fias, slides, datashow, banners e
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outros, disponibilizada em rela-
tórios.
˜ nas quais
9 - Situacoes
’
o DiPUC e’ aplicavel
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1. No planejamento da UC
constitui instrumental
para:
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2. Sensibilização para
questões ambientais
4. Em situações de conflito
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sentação dos diversos inte- a se expressar e a ouvir; 39
resses;
• proporciona oportunidade de
• identifica e analisa conflitos compreensão das diversas
potenciais existentes; percepções ou faces de uma
mesma situação;
• propicia distanciamento pes-
soal, para análise do conflito; • facilita o conhecimento de
outras situações para esclare-
• simula a situação conflitante, cer a questão.
de maneira mais imparcial,
para clarear situações;
10 - Como o DiPUC pode Trabalhar os
Diversos Interesses dos Envolvidos?
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Identificar quais são os
interesses, através de
reuniões, encontros etc.
Favorecer a proposta de
alternativas compatíveis
11 - Como Fortalecer
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Parcerias Atraves do DiPUC
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através de visão de futuro
compartilhada.
,Ç
12 - Recomedacoes Gerais
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Encontros periódicos de acom- de sucesso na busca dos obje- 43
panhamento devem ser realiza- tivos estabelecidos. Fazer uma
dos, com o intuito de manter a reflexão crítica a respeito da
motivação dos envolvidos e a metodologia e da análise de
credibilidade do processo. Os dados durante o monitoramen-
resultados parciais alcançados to, para investigar as tendências
e as discussões para vencer as e definir os próximos passos.
˜
14 - Conclusao
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Jailma das Graças Soares - IEF/Parque Estadual do Rio Doce
Pedro Roberto Maia Ventura - IBAMA/Parque Nacional do Caparaó
Paulo Rogério Peixoto - IBAMA/Parque Nacional do Caparaó
Colaboradores
Cibele Maria de Sá Bavay - IBAMA
Infaide Patrícia do E. Santo - IEF
Lêda Luz - Projeto Doces Matas
Elke Mannigel - Projeto Doces Matas
Armin Deitenbach - Projeto Doces Matas
Coordenação Editorial
Jussara Ramos - GTZ
Consultora
Maria Alice Salles Moura