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Autor: Alex Barbosa Sobreira de Miranda | Publicado na Edição de: Dezembro de 2013
Categoria: Psicodrama
1. Considerações Iniciais
A palavra drama designa-se “ação” no grego. Portanto, entende-se por
psicodrama como um método de trabalho que se propõe em investigar os
fenômenos psicológicos através da ação, isto é, um modelo terapêutico que
explora a representação dramática, que possibilita o livre desempenho de papeis
e seus vínculos, trabalhando para ampliá-los.
O Psicodrama pode ser definido como uma ciência que busca a verdade por
meio de métodos dramáticos e usa a ação como uma forma de investigar a alma
humana (MORENO, 1999). O método foi criado por Jacob Levy Moreno (1889-
1974) um psiquiatra romeno que viveu na Áustria e nos Estados Unidos. Assim,
essa forma de trabalho surge no teatro de improviso. No ano de 1925 o psiquiatra
fundou o Teatro da espontaneidade, no qual, convidava, ousadamente as
pessoas para exporem sua história de forma espontânea.
A principal característica do método é a dramatização. Durante a sessão,
esse processo pode ser feito de modo grupal ou individual; o coordenador
convida o sujeito a protagonizar uma situação conflituosa e realiza intervenções
específicas a fim de aprofundar as relações e vínculos no aqui e agora.
Assim, o psicodrama se constitui uma prática eficaz no tratamento de
diversas situações psicológicas, propiciando saúde, mudanças de atitude,
transformamações, percepção de fenômenos, e desenvolvimento de papeis.
Sendo assim, profissionais da área clínica tem se dedicado em estudar e
desenvolver o método como conhecimento teórico e prático no manejo do
sofrimento humano.
2. A Origem do Psicodrama
O origem do psicodrama se deve a Jacob Levy Moreno (1889-1974) que foi
um psiquiatra romeno, de origem judaica, que estudou Medicina em Viena entre
os anos de 1909 a 1917, ano em que completara 28 anos.
Sua paixão pelo teatro vem da infância. Conta-se que gostava de reunir
amigos para representar. A adolescência em Viena foi uma fase mais mística de
sua vida. Segundo seu biógrafo René F. Marineau, Moreno começou a reunir um
grupo de amigos e discípulos à sua volta em 1908. Juntos criaram a religião
centrada em criatividade, encontros e anonimato. Ajudavam pobres e refugiados,
deixavam crescer a barba e dedicavam um bocado de tempo a discutir questões
teológicas e filosóficas (MARINEAU, 1992, p. 41).
Em 1922, Moreno alugou um teatro, propriedade do pai de uma famosa atriz
na época, a que dá o nome de Teatro de Espontaneidade. Todas as noites ali se
reuniam atores de projeção para representar dramas do cotidiano com intensa
participação do público. É quando Moreno começa a desenvolver sua proposta
de psicodrama, sociodrama e axiodrama. Ele propõe uma inversão de papéis
entre os atores e o público, no qual o público passa a representar seus dramas
cotidianos no espaço cênico. Esse espaço é composto pelo palco, o protagonista
ou cliente, um diretor ou terapeuta, egos auxiliares e o público ou platéia. Através
do uso de técnicas como a inversão de papéis, o duplo, o espelho, a
concretização da imagem de um sentimento, uma emoção, da interpolação de
resistência, entre outras, as pessoas desenvolvem uma nova percepção sobre
si mesmas, sobre os outros e sobre o ambiente, permitindo o surgimento do
novo, da eventualidade, da resposta nova, uma nova linguagem resignificada.
Portanto, o espaço cênico é multidimensional, vivencial pois inclui o verbal, o
corporal, gestual, a cultura, o jogo, a imaginação, presentificados no momento,
ou seja no aqui e agora (MESQUITA, 2000).
Com base nesses dados, Moreno refletiu que há uma relevância e uma
intencionalidade na cena, ou seja, possibilitar a criatividade através de uma
contextualização com o problema, a partir de uma ação dramática que envolve
o olhar do outro, e o olhar sobre si mesmo.
5. Considerações Finais
Portanto, o psicodrama surge como uma ideia inovadora no âmbito da
psicologia, a fim de promover um inter-locução entre a ciência psicológica e o
teatro. A partir da dramatização o indivíduo pode expressar livremente seus
medos, inquietações, angústias a fim de dar ênfase no conflito e libertar a sua
possibilidade criatividade e espontânea para direcionar um novo olhar sobre si
mesmo. Desse modo, esse princípio teórico e prático tem ganhado visibilidade
e respaldo para atuar com diversos fenômenos psicológicos, bem como para
dar suporte ao sujeito que sofre.
Fonte: https://psicologado.com/abordagens/psicodrama/uma-compreensao-sobre-o-
psicodrama © Psicologado.com