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Cristina Silva- Psicóloga

(Alzira Cristina da Silva)


CRP- 06/71699

“CURSO PRÁTICO DE CONSTELAÇÃO SISTÊMICA/FAMILIAR”

Com base na Hipnose Ericksoniana/ Programação Neurolingüística/


Teorias da Psicologia

São Paulo - 2017

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Cristina Silva - Psicóloga
(Alzira Cristina da Silva)
CRP- 06/71699

“CURSO PRÁTICO DE CONSTELAÇÃO SISTÊMICA/FAMILIAR”

Com base na Hipnose Ericksoniana/ Programação Neurolingüística/


Teorias da Psicologia

Apostila desenvolvida para o Curso Prático


de Constelação Familiar/Sistêmica. Deverá
ser utilizada pelos alunos do curso em uso
próprio ou profissional.

São Paulo – 2017

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“Porque como ele pensa consigo mesmo, assim é;”
Pv. 23.7

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Este curso nasce do sonho e desejo de transmitir os conhecimentos adquiridos ao longo dos
15 anos, tanto teóricos por meio de diversos cursos realizados, como pela prática clínica.
O primeiro contato com este tipo de ferramenta foi como cliente de Hipnose, técnica que
encantou e solucionou, transformando medos em coragem, dor em saúde, entre outros
resultados.
Nestes anos muitas histórias se passaram e entre elas também aprendizagens, e dentre estas
estão a Hipnose de Milton Erickson, a Programação Neurolingüística (PNL) e a tão atual
Constelação Sistêmica/Familiar.
O objetivo é unir estas ferramentas e quebrar paradigmas, conceitos e pré-conceitos,
mostrando e ensinando o poder e potencial para transformação.
Ao perceber que uma linha de pensamento tenta anular a outra, defendo que não há uma
forma correta ou não. Mas existem pessoas com comportamentos, histórias e significados
diferentes, que recebem melhor uma forma ou outra de ser destas metodologias.
A Constelação por sua vez, consegue concentrar teorias da Psicologia, hipnose, PNL, Física,
etc. em um só método.
Passar conhecimentos adquiridos à frente, contribuir para o bem estar do outro, ensinar o
que é e como é, treinar gerando aprendizado e segurança, era o sonho que começou a se
tornar possível quando inicio as primeira turmas, levar o método para uma Universidade e
ser pioneira é mais que sonho, meta e objetivo, é missão que realizo com ética,
responsabilidade, compromisso e amor.

Cris

Profissional:

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Alzira Cristina da Silva
 Psicóloga Clinica desde 2003 com atuação em Psicodagnóstico Infantil, Ludoterapia,
Psicoterapia, Grupos, Orientação de Casal e Família.
 Ministrante do Curso de Técnicas para Psicoterapia Pontual e Breve:
Hipnose/PNL/Constelação Sistêmica.
 Especialista em Docência na Educação Superior – Universidade Presbiteriana Mckenzie
 Especialista em Constelação Sistêmica Organizacional -
 Especialista em Constelação Familiar sob orientação de Mimansa Érika Furnny –
 Artigo Cientifico publicado na Revista Pandora da Universidade Mackenzie - 2012
 Formada pelo Instituto Milton Erickson de São Paulo no curso de Psicoterapia e Hipnoterapia
Ericksoniana – 2004
 Formação de Practitioner em Programação Neuro Lingüística pelo Instituto Terapêutico Via
Lux- 2005
 Formada em Psicologia pelas Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU. 2012
Outros:
 Organizadora do Projeto Social “Venha Crescer com a Gente”- desenvolvido na Igreja
Presbiteriana Independente de Freguesia do Ó – 2011 – com utilização da Constelação
Familiar
 Palestras
 Aprimoramento em Atendimento Clinico.
 Expositora do Trabalho “Analise do Desenvolvimento de bebês em um abrigo para meninos
na grande São Paulo”, Faculdades Metropolitana Unidas.
 Participação em Debates no Programa Vejam Só do canal Rit TV
 Artigos publicados na Revista Alvorada da Igreja Presbiteria Independente

Sumário

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Introdução .......................................................................................................................................... 7
História da Hipnose .......................................................................................................................... 9
Milton Erickson – Biografia ........................................................................................................... 11
Hipnose Clássica x Hipnose de Milton Erickson........................................................................... 16
Mitos ....................................................................................................................... .......................... 18
Ética .................................................................................................................................................. 20
Sobre Postura............................................................................................................................
Sobre Sigilo ..............................................................................................................................
Outras Áreas Profissionais .....................................................................................................
Rapport ..................................................................................................................... ....................... 22
Realidade Individual........................................................................................................................ 25
Crenças ............................................................................................................. ................................ 27
Comunicação Indireta......................................................................................................... ............. 29
Auto Hipnose..................................................................................................................................... 30
Processos-Tratamentos com hipnose.............................................................................................. 32
Níveis de sensibilidade Hipnótica ................................................................................................... 33
Técnicas da Hipnose ........................................................................................................................ 34
Frases da Hipnose de Milton Erickson........................................................................................... 35
Induções ............................................................................................................................................ 36
Por contagem......................................................................................................................39
Por partes ..........................................................................................................................
Retirar Transe e relaxamento .........................................................................................
Auto Hipnose ....................................................................................................................
Programação Neurolinguística
O que è PNL?................................................................................................................................... 39
Fundadores................................................................................................................... .....................40
Pressuposotos.....................................................................................................................................41
Âncoras ..................................................................................................................... ...................... 42
Boa Formulação de Objetivos..........................................................................................................45
Constelação Familiar
Constelação Familiar.........................................................................................................................53
Ordens do amor............................................................................................................... ..................54
Fenomenologia – campo mórfico......................................................................................................54
Fenomeno x espiritismo....................................................................................................... ..............56
Bibliografia....................................................................................................................................... 57
Anexos

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Este material deve ser utilizado pelos alunos do Curso de Constelação Familiar/Sistêmica, contanto que
considere a obrigação ética em dois sentidos: o seu constante desenvolvimento enquanto SER humano e
seu desenvolvimento profissional, visando o respeito ao outro.

Bert Hellinger, autor que desenvolveu o método de terapia Constelação Familiar, tem em sua base de
formação a Hipnose Ericksoniana e a Programação Neurolinguística. Duas ferramentas que de forma direta
ou indireta estão presentes nas constelações, o facilitador (nome dado a quem conduz uma constelação) que
está embasado nestas ferramentas têm sem dúvidas, um potencial maior.

A hipnose de Milton Erickson é reconhecida pelo Conselho Regional de Psicologia assim como pelo de
Medicina, Odontologia e Fisioterapia, soma a vasta experiência obtida no campo da hipnose, estes fatos nos
levam a crer, tratar-se de uma ferramenta eficaz nos tratamentos das diversas áreas de atuação.

A hipnose foi utilizada nas culturas antigas pelos sacerdotes como forma de cura, não com este nome, mas
com procedimentos hipnóticos. No período de experimentação científica do séc. XVIII e XIX também foi
utilizada por médicos como James Braid, Jean Martin Charcot e Sigmund Freud.

Braid patenteou o termo hipnose do grego Hypnos, que simbolizava Deus do Sono na Mitologia Grega,
fazendo com que o termo hipnose ficasse erroneamente associada à ideia de sono, se arrependeu, pois
percebeu que hipnose não poderia ser comparada ao sono, uma vez que trata de uma intensa atividade
psíquica e mental.

Freud utilizou a hipnose, porém logo a abandonou reconhecendo sua própria inabilidade em lidar com a
técnica. Nesta época ainda de experimentação científica havia muitas dúvidas, desconhecimentos e mitos a
respeito da hipnose e como se trabalhar com ela.

A palavra hipnose, até hoje suscita mistérios e causa dois fenômenos: encanto e/ou medo. Costuma-se tratar
a hipnose como um fenômeno fora do normal. E na verdade a hipnose conta com diversos fenômenos
naturais e vivenciados no cotidiano, como por exemplo:
 Expansão de tempo: a sensação de 5 minutos em uma fila de banco é de meia hora.
 Condensação de tempo: estar em companhia de um amigo por 2 horas parecem 2 minutos.
 Regressão de idade: homem jogando futebol se comporta como criança.
 Transe: fenômeno mais comum da hipnose, vivencia-se ao ver um filme, por exemplo.

O terapeuta utiliza dos fenômenos da hipnose para um fim, a melhora do cliente. Sendo esta uma ferramenta
de grande poder de mudança de crenças limitantes e comportamentos. Pode-se considerar os trabalhos
hipnóticos como ferramentas cirúrgicas, o que a psicoterapia convencional ou a tomada de consciência não
consegue resolver, com a hipnose e suas descendentes é possível alcançar e re-significar.

A hipnose é a base para Programação Neurolingüística (PNL), O’Connor relata que, Milton Erickson foi
pioneiro na abordagem à hipnoterapia, que ainda leva seu nome e é praticada e reconhecida em todo o
mundo.

O modelo Ericksoniano é um conjunto de padrões de linguagem utilizados para induzir transes ou um estado
alterado de consciência, utilizar recursos do inconsciente para realizar mudanças desejáveis e solucionar

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problemas e foi modelada por Richard Bandler e John Grinder, iniciando a Programação Neurolingüística,
uma nova forma de hipnose. (O’Connor, 2004, pg.201)

A PNL conta com diversas técnicas de atuação na causa e com foco na solução, algumas promovem a cura
e outras o re-significado de um momento passado. Estas são assertivas e vivenciadas de forma dissociada e
evita que o cliente entre em dores emocionais desnecessárias. Algumas técnicas da PNL: cura rápida de
fobia, psicogeografia, reimprint, etc.

A Constelação Sistêmica / Familiar é uma ferramenta nova, há quase trinta anos no Brasil, seu autor Bert
Hellinger (ainda vivo), nascido em 18/12/1925, relata que não criou a Constelação, apenas observou os
movimentos que acontecem nos sistemas familiares.

Todo seu trabalho se resume nas ordens do amor e nas três leis que regem estas ordens:
 Pertencimento;
 Equilíbrio;
 Hierarquia.

Este não é um curso de hipnose ou de PNL, mas entender e vivenciar essas linhas de pensamento
enriquecerá o profissional que autuara com constelações, tornado-o mais humano, fornecendo-lhe recursos
que provém destes pensadores para atuar com o outro.

O curso nasce do desejo de transmitir conhecimentos sobre constelações embasado nestas ferramentas de
alto poder: Hipnose Ericksoniana e PNL uma vez que também são bases da formação de Bert Hellinger.
Conta também com teorias da Psicologia , para que por meio desta junção promova novas aprendizagens
e o aluno possa ter uma nova leitura sobre elas e descobrir o potencial e as limitações do ser humano, e a
partir dai escolher caminhos a seguir. Ferramentas que serão acrescidas na vida das pessoas em geral:
clientes, terapeutas, psicoterapeutas, psicopedagogos, fonoaudiólogos, TO’s, entre outros profissionais.

Aprendê-las é igual a treiná-las, sendo assim, o curso será prático e vivencial com apostila teórica, contendo
informações relevantes e indicação de uma vasta literatura.

Sabe-se que a escola é o único espaço legitimado Politicamente que certifica o saber. Este curso fornecerá
ferramentas para que o aluno some à sua profissão ou à sua vida novos saberes, que contribuirão para o
crescimento pessoal e profissional.

Dentre os temas abordados no curso está a ÉTICA, pois sem ética nada se pode
fazer pelo outro e para o outro.

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HISTÓRIA DA HIPNOSE

A hipnose existe desde o início dos tempos, Sidney Moraes relata que a hipnose é uma prática muito
mais antiga do que se imagina. A Bíblia, no livro de Gênesis 2: 21-23 relata um fato que nos faz pensar na
utilização da hipnose: “ Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre o homem, e este adormeceu;
tomou-lhe então, uma das costelas e fechou a carne em seu lugar; e da costela que o Senhor Deus lhe tomara,
formou a mulher e a trouxe ao homem. Então disse o homem: esta é agora osso dos meus ossos, e carne da
minha carne, ela será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada”.

Sendo assim, Moraes afirma que Deus foi o primeiro hipnólogo da história do mundo e Adão o
primeiro paciente, tendo utilizado a técnica de analgesia.
A história da hipnose se destaca em três momentos distintos:
- Utilizada pelos povos e civilizações antigas.
- Período de experimentações científicas (séc. XVIII e XIX)
- Forma moderna

Hipnose utilizada pelas civilizações antigas

A hipnose é a forma mais antiga de cura utilizada pelos sacerdotes, utilizava-se os processos e
procedimentos para curas de dores e doenças. Segundo Galvão, sacerdotes induziam a um estado hipnótico
com a finalidade de cura, conforme escrito nos Papiros de Ebers, que continham uma coletânia de antigos
escritos médicos, descrevendo como aliviar as dores e as doenças. (Bauer, 1998; Carvalho, 1999 citados
por Galvão)
Na Grécia antiga se fazia diagnóstico e cura por intermédio do sono divino ou terapia onírica. As
imagens surgiam automaticamente à consciência e os sacerdotes trabalhavam sobre estas imagens com
induções hipnóticas de cura. No século XI, Avicena, médico Iraniano, filósofo e sábio, acreditava que a
imaginação era capaz de enfermar e curar as pessoas, afirma Galvão.
A hipnose utilizada na antiguidade era impregnada de magia, misticismo e religiosidade, com
objetivos de cura através da imaginação, imposição de mãos, captação de ideias, profecias e mensagens dos
deuses. E podiam ser utilizadas como indução hipnótica, com danças, cantos, orações, rituais e palavras.
(Carvalho, 1999, citado por Galvão - 2004).
Fato que faz pensar que nasce neste momento os preconceitos sobre a hipnose. Pode-se pensar
inclusive em inconsciente coletivo, nome dado por Jung, psicólogo discípulo de Freud, para conteúdos que
herdamos. O homem está ligado ao seu passado pessoal, ao passado de sua espécie e à longa cadeia da
evolução orgânica.

Hipnose no período de Experimentação Científica. Séc. XVIII e XIX

A expressão Estado Hipnoide, segundo Pontalis, foi introduzida por Breuer, este vê no estado
hipnoide que introduz uma clivagem no seio da vida psíquica o fenômeno da histeria.
A expressão Estado hipnoide continua ligada ao nome de Breuer, sendo a relação entre hipnose e
histeria, ou seja, a semelhança entre os fenômenos gerados pela hipnose e certos sintomas histéricos, que
levou Breuer a denominar estados hipnoides.
Estes estados seriam, na origem da histeria, os equivalentes naturais dos estados induzidos pela
hipnose.

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Segundo Breuer, citado por Pontalis, os estados hipnoides têm duas condições: estado de devaneio
(sonho diurno, estado crepuscular) e o aparecimento de um afeto, pois a auto hipnose espontânea
desencadeia quando a emoção penetra no devaneio habitual. Para Breuer, segundo Pontalis, os estados
hipnoides podem, em ultimo caso, serem causados por um dos dois fatores: transformação de um devaneio
em auto-hipnose sem intervenção do afeto, ou emoção viva que paralisa o curso das emoções.
Freud começou com uso da hipnose, mostrando o que para ele esta teoria oferecia de positivo, para
explicar a existência na pessoa histérica de uma clivagem da consciência com formação de grupos psíquicos
separados. Onde segundo ele, a histérica invoca uma fraqueza inata da capacidade de síntese psíquica e uma
estreiteza do campo da consciência.

Mais tarde, Freud condena de modo radical as concepções de Breuer: “A hipótese de estados
hipnoides provêm inteiramente da iniciativa de Breuer. Considero supérfluo e enganador o uso desse termo,
porque quebra a continuidade do problema referente à natureza do processo psicológico que atua na
formação dos sintomas histéricos”. (Freud citado por Pontalis, pg. 162).

Abrindo aqui um parênteses, Freud tinha razão, a hipnose em mãos de pessoas sem preparo, pode
apenas camuflar o problema ou desviá-lo, tira-se um sintoma e aparece outro. O terapeuta hábil vai tratar
por meio da hipnose impedindo que ocorra este processo.

Ainda sobre a época da experimentação científica, Galvão afirma que Freud abandonou o uso da
hipnose por várias razões, mas cita três motivos específicos: pela desinformação, pelo desconhecimento e
mitos a respeito do que era ou não a hipnose e de como deveria trabalhar com ela.

A história da Hipnose no meio científico, tem início com Franz Anton Mesmer (1734-1815), médico
austríaco do século XVIII que apresentou um trabalho segundo o qual um fluído magnético misterioso
emanaria das estrelas, enchendo todo o universo e influenciando todos os organismos vivos.

Após sua mudança para Paris, seu trabalho foi foco de muita atenção no meio científico, Mesmer
acreditava na influência de um fluído magnético dos corpos celestes. Mais tarde, ele percebeu que o próprio
homem captava energia e passou a falar em magnetismo humano. Realizou várias cirurgias e anestesias
sobre o sono mesmérico, desenvolvendo a expressão Mesmerismo, houve grande repercussão no meio
científico, embora tenha tido grandes sucessos e fracassos em suas curas.

O Rei Luiz XVI foi pressionado pelos acadêmicos de Medicina, a convocar a Comissão da
Sociedade Real de Medicina e da Academia de Ciências (1784), composta por renomados cientistas, para
estudar o fenômeno hipnótico.

"No conceito ericksoniano, desenvolvida por Milton H Erickson ( 1901-1980) não existe muita
diferença entre hipnose, ensino e psicoterapia, porque todas estas áreas devem acreditar na aprendizagem
inconsciente. As pessoas já possuem os recursos que precisam para mudar. as terapias são eliciadoras para
que a realidade individual, em seu conceito se apresente ao paciente através da comunicação indireta.

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MILTON ERICKSON
Biografia

Erickson foi nascido no Estado de Nevada/EUA (1901), morreu em 1980 na cidade do Arizona.
Proveniente de família de fazendeiros simples, meio onde viveu até sua adolescência. Ele teve um fato
marcante em sua vida, quando aos 17 anos contraiu poliomielite, o que o incapacitou fisicamente, só
manteve a fala e o movimento dos olhos por um período.
Este quadro patológico manteve-se por toda sua vida, entre melhoras e pioras no quadro da doença.
Isso fez que ocorresse degeneração dos músculos e outras deficiências progressivamente.

Erickson teve uma história de superação e inovação de pscicoterapia, tendo em vista as dores e
grandes dificuldades de saúde. Afirmava que “a pólio foi o melhor professor que já tivera, quanto ao
comportamento humano e seu potencial.” Aprendizado de força e motivação, pequenas mudanças de
comportamento e desenvolveu maior percepção e observação.

Sua formação acadêmica deu-se na Universidade de Medicina em Wisconsin, no ano de 1929,


conferindo-lhe o título de Bacharel e Mestre em Psicologia. Nos anos 20, período de sua formação,
Erickson, abordagem predominante era a Psicanálise, sendo muito influenciado pela visão dela. Alguns
conceitos de Freud foram por ele utilizados, porém mais tarde se distanciou dos mesmos, reformulando
alguns deles e direcionando-se para modelo e método próprio no uso da psicoterapia.

Desde seus 22 anos demonstrou interesse pelo uso da hipnose clinicamente, quando ainda cursava
o segundo ano na Universidade de Wisconsin, isso motivado de psicólogo behaviorista Clark Hull. Aplicou-
se em um profundo estudo da hipnose clínica durante ao longo de sua vida acadêmica, propôs nova forma
de compreensão a hipnose e seus fenômenos, com isso distanciou-se radicalmente dos tradicionalismos,
mitos e experimentos científicos utilizados por Freud, Wolpe, Frits Perls e Eric Berne.

Realizou vários projetos e representou várias entidades, tais como: American Society of Clinical
Hipsonsis, onde foi presidente; também foi diretor fundador da Education and Research Foundation odf
the American Society of Clinical Hypnosis; fundador e diretor do American Journal of Clinical Hipnosis;
foi professor associado de psiquiatria na Wayne State University College of Medicine; Membro da American
Psychological Association; Membro da American Phychiatric Association. Escreveu ainda, mais de 140
artigos didáticos publicados nos Collected Papers vol. I a IV, e foi co-autor de inúmeros publicações
literárias sobre o tema, publicadas ou em andamento.

Erickon hoje é considerado a “figura mais criativa da terapia breve e estratégica, inovando na busca
da terapia voltada para solução” ( Zeig, 1985, p.36). É considerado ainda o pai das abordagens estratégicas
pra psicoterapia. Ao longo de toda sua vida, aplicou inúmeros métodos e citações de casos tratados, junto à
psicoterapia estratégica breve.

Suas dificuldades físicas foram descritas em uma carta datada de 10 de dezembro de 1934, por sua
esposa, direcionada a um aluno, Elizabeth Erickson, a que se segue:

“Meu marido, Milton Erickson, teve poliomelite pela primeira vez com a idade de 17 anos (em
1919). Foi uma infecção extremamente grave. Ele ficou completamente paralisado, incapaz de fazer
qualquer coisa a não ser falar e mover os olhos. Sabia que não tinha chances de sobreviver. Sua mãe e uma
enfermeira cuidavam dele na casa da fazenda. Quando a paralisia deu evidencias de estar cedendo, a

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enfermeira, por conta própria, resolveu usar um tipo de terapia (mesmo contra a opinião dos médicos), que
mais tarde popularizou-se através de uma enfermeira australiana, Irmã Kenny. Ela desenvolveu um sistema
de bolsas de água quente, massagem, exercícios dos membros paralisados e de motivação para a
participação do paciente.
Milton, por si mesmo, desenvolveu um tipo de concentração mental para qualquer movimento
mínimo, refazendo mentalmente cada movimento repetidas vezes. Enquanto adquiria mais força,
aproveitava qualquer oportunidade para exercitar um novo grupo de músculos, para fortalecê-los cada vez
mais, aprendendo a andar com as muletas, a equilibrar se e a andar na sua bicicleta. Finalmente quando
conseguiu uma canoa, mantimentos, equipamento para acampar e alguns dólares, planejou uma viagem de
canoa durante o verão, começando num lago próximo do campus da Universidade de Winsconsin, seguindo
até o Rio Mississippi e dai para o Sul, além de St. Louis, voltando depois rio acima, fazendo o mesmo
percurso.
Um amigo dele tinha combinado de acompanhá-lo, mas na última hora desistiu. Milton foi assim
mesmo, a despeito da sua condição física e sem que seus pais soubessem que faria a viajem sozinho. Depois
de muitas aventuras e de vencer várias dificuldades, depois de ter aprendido tanto com elas, ter encontrado
muitas pessoas interessantes e algumas delas muito solidárias, concluiu sua viagem com os músculos dos
ombros bastante desenvolvidos e com uma saúde muito melhor, pronto para enfrentar a Faculdade de
medicina.
Ele contou-me, muitos anos mais tarde, que a perda permanente de alguns músculos, a maioria deles
do lado direito, fizeram com que o ombro esquerdo ficasse mais alto que o direito e as costas um pouco
tortas. Num grande esforço físico, conseguiu nivelar os ombros, treinando na frente de um espelho, embora
tivesse aumentado sobremaneira a curvatura da coluna vertebral, que era uma consequência natural de
qualquer caso de pólio em menor grau. Mas ele achou que valia a pena tal esforço para ter uma aparência
mais próxima do normal. Durante a Segunda Guerra Mundial, Erickson foi submetido a uma avaliação
física intensa para ver se ele se qualificava para determinadas tarefas como oficial-médico do Exército.
Naquela época, as radiografias da sua coluna causaram espanto aos especialistas que fizeram os exames.
Embora ele tenha ficado orgulhoso por ter conseguido nivelar os ombros, este fato pode ter sido, a
longo prazo, a causa de graves problemas sofridos mais tarde. Nos últimos anos de vida, um dos seus
médicos disse-me que pelo menos alguns dos seus períodos recorrentes da mais completa incapacidade,
perda progressiva dos músculos e dor, talvez tenham sido consequência de um ajustamento forçado dos
ossos da coluna já defeituosa, agravada por artrites ou ainda pelo pinçamento e a degeneração progressiva
dos últimos nervos remanescentes da sua espinha.
Conheci Milton Erickson em 1935 e nos casamos em 1936, naquela época ele era um homem ativo
e vigoroso. Ele mancava bastante do lado direito. Usava bengala, mas ainda podia caminhar por longas
distancias, e seus ombros eram largos e fortes.
Ele teve algumas crises de dor muscular e nas articulações, mas não ocorreu nada muito sério até o
final dos anos 40. Durante a guerra, o trabalho do corpo clínico do Hospital Eloise (conhecido mais tarde
como Wayne County General Hospital and Infirmary de Eloise) cresceu muito por falta de pessoal
qualificado. Ele estava ainda envolvido com a orientação dos residentes em Eloise e os estudantes de
medicina da Faculdade de medicina de Wayne, em Detroit. Além disso, ele passava muitas horas (ou antes
ou depois do trabalho em Eloise), fazendo avaliação psiquiátrica nos alistados para as Forças Armadas no
posto de recrutamento no centro da cidade, indo e voltando de ônibus já que não havia gasolina por causa
do racionamento. Todo esse trabalho não o incomodava.
Uma coisa que gostaria de ressaltar é que suas crises recorrentes geralmente pareciam ter início
quando havia algum estresse físico acentuado. Erickson gostava de pedalar grandes distâncias para se
exercitar. No final do verão ou início do outono de 1947, ele estava indo de bicicleta, do apartamento para

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o consultório, quando um cachorro correu atrás da bicicleta, chocou-se com a roda e ele caiu, sofrendo
algumas escoriações e cortes superficiais, inclusive alguns no rosto e que ficaram todos sujos de terra.
Erickson nunca tinha se vacinado contra tétano, então decidiu tomar as tradicionais injeções
antitetânicas, mesmo correndo o risco de uma reação alérgica (ele teve muitas reações alérgicas durante
toda a vida). Mais ou menos dez dias depois da vacina ele teve uma grave crise de doença do soro, com
dores musculares, um período pré-comatoso e outras sintomatologias. Recuperou-se parcialmente,
reassumiu seu trabalho em algumas aulas, e ai ficou doente novamente.
Finalmente, na primavera de 1948 ficou tão doente que foi hospitalizado no hospital da Universidade
de Michigan em Ann Arbor. Nenhum dos médicos, incluindo os melhores neurologistas de lá, podiam dar
algum tipo de conselho, exceto que o inverno úmido e frio de Michigan e suas múltiplas alergias de outono
e primavera estavam agravando seu quadro, e que deveríamos pensar em passar as férias de verão num
lugar quente e seco, com ar puro e bem longe do clima alergênico de Michigan.
Nós decidimos então por Phoenix, Arizona, porque era o único lugar entre Arizona, Nevada ou Novo
México que tinha estas características climáticas onde conhecíamos algumas pessoas. O diretor do Hospital
Estadual do Arizona (única instituição em todo o Estado, que tinha uma população de 800 mil pessoas, que
tratava doentes mentais, alcoólatras, idosos, retardados mentais graves e os “psicopatas criminosos” numa
ala à parte) era o doutor John Larson, um velho amigo, antes um proeminente psiquiatra de Detroit e
pesquisador em filosofia. Ele mudou para o Oeste por causa da saúde do seu filho, estava dirigindo aquela
instituição pequena, de poucos recursos, instalada em prédios antiquados, com um corpo clínico antigo e
insuficiente; e estava fazendo um excelente trabalho, tornando-a uma das mais avançadas e bem dirigidas
instituições da região. Milton ficou contente em poder ajudar. No final de junho, fui de carro até o Arizona
com nossas quatro crianças mais novas. Os dois mais velhos, que estavam com 17 e 19 anos, ficaram em
Michigan. Poucos dias depois da minha partida, Milton deixou o Hospital de Ann Arbor e foi levado até o
Aeroporto por um amigo para que viajasse até o Arizona, onde o doutor Larson o hospedou até que eu
chegasse alguns dias depois. Em Phoenix, Milton começou a recuperar-se. Ficamos num hotel por uma
semana e depois alugamos uma pequena casa de campo para passar o verão.
Durante aquele período, lembro-me somente de um episódio de recaída mais ou menos curto, e
sentiu-se tão bem que decidiu fazer parte definitivamente do corpo clínico do hospital estadual. Tomei um
avião, voltei para casa por alguns dias, fiz todos os preparativos para a mudança e quando voltei mudamos
para os alojamentos do hospital. O filho de 17 anos juntou-se a nós, vindo de ônibus. Lembro-me de que
até a primavera de 1949, Milton trabalhou intensamente, com muito entusiasmo e energia, promovendo
grandes mudanças no hospital. Então o doutor Larson teve um desentendimento com um grupo de políticos
do Arizona State Board of Control, demitiu-se e deixou o Estado. Milton fez o mesmo e decidiu trabalhar
somente na clínica particular.
Compramos uma casa em Phoenix e estávamos prontos para mudar quando ele ficou gravemente
doente, mas por pouco tempo. Foi hospitalizado por uns dias durante a mudança, então voltou para casa e
lentamente se recuperou. Gradativamente ele formava sua clientela.
Nossa primeira intenção era alugar um consultório num centro médico, mas naquela época ele
percebeu que precisava esforçar-se menos e descansar mais e então descobrimos que nos seria muito mais
prático destinar uma sala da própria casa para escritório e consultório, porque assim, quando tivesse algum
horário livre, poderia dormir se quisesse. A partir de então, desde aquela época até a sua morte em 1980,
seu consultório passou a ser em casa.
No outono de 1949 foi hospitalizado duas vezes – a recaída foi considerada como uma recorrência
da doença do soro causada por alérgicos locais, aos quais ele era sensível, como poeira e alguns alimentos.
Ele tinha um ótimo médico de alergias, que tratou dele por vários anos, recomendou injeções de antígenos,
um ambiente tanto quanto possível, livre de poeira e a identificação dos alimentos que ele deveria evitar.

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O episódio seguinte, e o mais severo, foi em 1953, os médicos locais foram solidários, mas não
sabiam o que recomendar. Um amigo médico, que trabalhava no Jons Hopkins Hospital, disse que poderia
internar Milton para tratamento se eu pudesse levá-lo até lá. Eu não podia ir com ele, porque estava com
duas crianças pequenas, nascidas em 1949 e 1951, além das outras crianças maiores que ainda estavam em
casa. Providências foram tomadas para que dois jovens médicos residentes fossem com ele de trem, uma
ambulância foi apanhá-lo na estação e os dois jovens voltaram de avião.
Milton foi hospitalizado em Maryland por algum tempo, e enquanto se recuperava, foi examinado
por neurologistas, ortopedistas e médicos de várias outras especialidades. Então ele parecia estar bem, mas
ainda não tinham um diagnóstico ou prognóstico. Eles queriam que Erickson ficasse por lá indefinidamente
para novos exames, mas pediu para voltar para casa e eles permitiram.
Embora se sentisse bem novamente, era evidente que tinha desenvolvido muitas outras deficiências
musculares. Alguns meses mais tarde, quando já tinha voltado a trabalhar normalmente, um ortopedista
amigo foi visitado por um famoso neurologista. Esse médico examinou Milton e disse que analisando as
recentes perdas musculares, ele só poderia fazer um provável diagnóstico, ou seja, tratava-se de uma
poliomielite recorrente, era rara, mas não impossível, uma vez que existem três diferentes categorias de
vírus.
Em vista das recentes descobertas de episódios similares em outras vítimas de poliomielite
(incluindo a recorrência dos sintomas originais de pólio), tratou-se de um diagnóstico inteligente e
perspicaz, porém possivelmente equivocado.
Durante o resto da sua vida, Erickson teve, de fato, muitas recaídas semelhantes àquelas descritas.
Mas após cada recaída ele voltava a reassumir seu trabalho, viajar, escrever artigos, fazer pesquisas e
organizar a editoração de trabalhos. A cada momento, entretanto, ele perdia um pouco mais de sua energia
e sua vitalidade física.
Ele perdeu a força dos músculos dos ombros de tal forma que, frequentemente precisava de ambas
as mãos para poder manejar um talher. Usava cada vez mais a cadeira de rodas – inicialmente apenas para
longas viagens e, depois, a maioria do tempo, usando sua bengala para andar cada vez menos e finalmente,
passou a ficar o tempo todo na cadeira de rodas. Era 1969. A partir daí ele deixou de viajar e em 1970
mudamos para outra casa, que foi reformada para nos permitir uma movimentação mais cômoda da cadeira
de rodas.
Entre 1970 e 1980, ele gradualmente perdeu sua força muscular e um pouco do controle dos músculos da
língua e bochechas, de tal forma que não podia mais usar dentadura nem falar de maneira clara. Perdeu a
sua capacidade de manter a focalização ocular por longos períodos de tempo e teve que abandonar sua
extensa atividade de leitura, tanto profissional quanto recreativa. Sua condição aparentemente estava
estabilizada e eu apenas me lembro de uma recaída grave, mas de curta duração, entre os anos 1970 e 1971.
Foi reduzindo aos poucos sua atividade como psicoterapeuta clínico que ele abandonou completamente por
volta de 1974, desde então, recebeu propostas para dar aulas, que em geral eram conduzidas em seu
consultório em nossa casa. Elas tornaram-se tão concorridas que ele tinha agenda completamente tomada
até o final de 1980 e poderia tê-la preenchido por um ano ou mais. Depois ele foi diminuindo os horários
de aula, passou a dar aulas apenas à tarde, somente cinco dias por semana e depois passou para apenas
quatro dias por semana.
Isto me leva a enfatizar um outro ponto: embora o doutor Erickson se achasse muito debilitado, juntava
suas forças para fazer uma palestra muito importante ou atender um paciente que estivesse passando por
uma crise psiquiátrica aguda e não pudesse esperar. Ele ia à palestra ou atendia o paciente e depois
simplesmente desmaiava de cansaço na cama. Mas em geral, ele dosava suas forças, deixando intervalos
na agenda para deitar e descansar; se sentisse vontade de ler seria algo muito leve (um livro cômico, por
exemplo).

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Nos seus últimos anos, seu passatempo era assistir a televisão – estava em dia com as notícias, adorava
programas de história natural e outros programas jornalísticos, tais como “McNeil-Leher Report”, mas
também relaxava com programas leves como “Vila Sésamo” e outros.
Ele continuava a contribuir com a literatura profissional, colaborando com Ernest Rossi e Jeffrey Zeig, mas
relaxava escrevendo a lápis longas histórias de animais sobre a vida familiar, que ele contava para os seus
filhos e neto. Ele dizia que os programas infantis da TV e as histórias que escrevia para as crianças, eram-
lhe benéficos, pois o distraiam da sensação de dor.
Ele viveu até 78 anos – mais do que esperava – e permaneceu ativo durante toda a semana anterior a sua
morte.
A senhora Erickson, ao escrever sobre as extremas limitações físicas de seu marido, afirmava que existia
uma constelação de outros problemas físicos que poderiam ter diminuído sua alegria de viver, mas nenhum
deles chegou sequer a vir a tona, devido a grande força de vontade e ao desejo de Erickson de vencê-los.
Por exemplo: ele era daltônico de nascença. Contudo, ao invés de se limitar por causa disso, ele transformou
o fato numa via de expressão muito rica. Frequentemente usava roupas roxas porque era a cor que mais
apreciava. Tinha muitos adornos com essa cor e seus alunos frequentemente ofereciam-lhe presentes de cor
púrpura.
Ele tinha deficiência auditiva; com a perda progressiva dos músculos, sua visão ficou dupla e sua audição
ainda mais limitada. Conseguia respirar graças a uns poucos músculos intercostais e a metade do diafragma;
tinha artrite na coluna vertebral, gota e um leve princípio de enfisema. Quando o encontrei pela primeira
vez, em 1973, seus braços tinham movimentos precários: quando desejava escrever, ás vezes tinha que guiar
a mão direita com a esquerda, porque esta era a sua mão que tinha mais coordenação. O uso das pernas era
muito limitado; assim, Erickson conseguia ficar de pé apenas por pequenos períodos de tempo, o suficiente
para transferir-se da cadeira de rodas para a cadeira do consultório. Por volta de 1976 ele parou de fazer
essa manobra e passou a permanecer o tempo todo em sua cadeira de rodas. Apesar de tudo isso, não se
recebia nele qualquer toque de amargura ou resignação; Erickson contentava-se com o que tinha.
Quando estava com 70 anos, sentia dificuldades extremas de se mover pela manhã. Às vezes, dispendia
tanta energia vestindo-se ou fazendo a barba, que tinha que descansar um pouco antes de poder atender seus
pacientes. As dores pareciam ser piores de manhã cedo. Sua expressão facial demonstrava isso e
oportunamente ele confirmava esse fato. Em 1974 ele me disse : “Hoje de madrugada, mais ou menos as 4
da manhã, achei que fosse morrer; ao meio dia, estava feliz por estar vivo e passei a ser mais feliz desde
então”
Apesar das suas extraordinárias dificuldades físicas, Erickson era um dos seres humanos que mais sentia
alegria de viver. Este aspecto de sua personalidade proporcionou-lhe as condições que ele precisava para
ser tão afetivo como professor e terapeuta.

HIPNOSE CLÁSSICA X HIPNOSE DE MILTON ERICKSON

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Há algumas diferenças entre as duas linhas de pensamento. Algumas diferenças são bastante sutis e
outras são consideravelmente significantes.
Chama a atenção que cada profissional quer defender a sua linha de atendimento e tenta denegrir a
outra, e na verdade, quando tratamos de pessoas com sentimentos, significados e história de vida podemos
não dividir, ou separar esta daquela, mas unir e somar, para poder oferecer o melhor para o outro em prol
do outro. Sendo este um dos objetivos deste trabalho, a união de duas formas de pensar uma única
ferramenta, a Hipnose.
A primeira grande diferença entre as duas é a forma de comunicação.

Hipnose Clássica: a comunicação é direta, o hipnotizador mantém uma postura de autoridade, induz
ao estado de hipnose com confiança e determinação. Aqui o hipnotizado está associado, recebe um comando
e o segue na mesma hora.

Hipnose Ericksoniana: a comunicação é indireta, o hipnotizado está a todo tempo dissociado, a


comunicação é feita com indução de permissão, como por exemplo: você pode começar a respirar.... você
pode perceber...., todo o transe é feito iniciando por algum tipo de relaxamento e vai sendo conduzido para
o mais profundo possível.

Entre as duas, não há a certa e a errada, existem pessoas que precisam de voz de comando e existem
pessoas que, para confiar, precisa se sentir no comando.
Isso é para todas as profissões. Vamos pensar em vendas, alguns vendedores são mais arrojados e
conquistam determinado perfil de clientes, outro vendedor pode ser mais acolhedor e atrair um outro perfil
de cliente. A grande descoberta é saber usar os diversos meios de comunicação e usá-los a partir da
percepção da personalidade do outro.

Induções

Hipnose Clássica: tem um script, que pode ser usado para diversas pessoas, são falas de comando
que levam do relaxamento ao transe. É necessário bastante confiança e segurança do hipnoterapeuta para
que, em um comando, o hipnotizado entre em transe.
Hipnose Ericksoniana: considera a realidade individual, como o relaxamento é feito por partes, e
conduz a um estado agradável a partir de imagens, nesta hipnose são considerados muitos gostos, crenças,
pensamentos etc. do cliente. Verifica-se com antecedência do que ela gosta e o mais indicado é que se
prepare a indução com antecedência.

Novamente, não há a forma certa e nem errada, ambas tem seus prós e contras, porém cabe ao
profissional sentir no outro, qual será a melhor forma para se trabalhar com ele.
No script, a indução é mais rápida, sobrando tempo para se trabalhar o que realmente é necessário.
No relaxamento, por partes, considerando a realidade individual, leva-se um longo tempo para que o cliente
entre em transe, podendo sobrar pouco para se trabalhar uma questão.
Programar com antecedência um trabalho, pode ser eficiente, mas pode interferir na naturalidade do
momento, se programar um dia antes, nunca sabemos como o cliente vai chegar, e que questões podem
trazer. Sempre deve prevalecer o bom senso do condutor.

Por este motivo se fazem necessário ás duas abordagens.

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Relação Paciente x terapeuta

Clássica: há uma relação de hierarquia, o hipnoterapeuta é detentor do saber e conduz o outro. Para
algumas pessoas é estritamente necessária esta relação, pois só confiará se houver a certeza da segurança e
da soberania do outro. Quem tem o saber tem o poder.
Muitos clientes costumam chamar o psicólogo de Doutor, e psicólogo não é doutor e é anti-ético se
apresentar como tal, a menos que tenha o titulo de doutorado. Portanto, se para o paciente é importante que
o psicólogo seja sentido como um doutor, então deve ser respeitado. O mesmo ocorre na hipnose clássica.
Ericksoniana: não há hierarquia, profissional e cliente se colocam na mesma posição, e para algumas
pessoas isso é importante, pois saber que o outro é igual, suscita confiança, sentem igual, pensam igual,
compreendem igual, dá então para confiar.

Alguns adeptos da Hipnose Ericksoniana condenam comportamentos Clássicos, talvez por falta de
conhecimentos e informação. Dizem que a hipnose clássica não tem cuidados e não considera a realidade
do outro, foca no problema, e assim vai.
A verdade é que ambas têm como objetivo a ordem da ajuda, o foco é buscar na história de vida a
possível causa e mudar padrões de comportamentos e até curar determinados sintomas.
Se há mais ou menos respeito, na verdade, não depende da técnica e sim de quem está utilizando a
técnica.

Hipnose Clássica Hipnose


Ericksoniana
Compreensão do Direcionada ao Direcionada a
Problema passado, procura a causa possibilidades de
para re-significar mudanças, usando ou não o
passado
Diagnóstico Assertivo pelo foco Potente pelo
de direcionamento da direcionamento dado à
abordagem uma mudança possível
Comunicação De forma dieta Comunicação
indireta, utilizando a RI
Indução Script Direcionada,
considerando a RI
Intervenção Técnicas diretivas De acordo com a RI
Transe Profundidade De acordo com cada
caso
Relação Terapeuta- Autoridade e Noção não clara de
paciente Hierarquia autoridade

MITOS

Hipnose é sugestão, é a denominação de raciocínio específico, aplicada com maior ou menor


intensidade, não é “Sugestão”. A partir desses raciocínios, quatro aspectos são designados: intensidade do
pensamento, articulação específica do pensamento iniciado pelo paciente e ou terapeuta, a história das
associações e articulações, e aparato orgânico que o habilita.

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Conforme a comunicação, entre paciente e terapeuta, essas articulações podem aparecer. Portanto,
sugestão não é hipnose, visto que o fato da sugestão palavra que vem do latim “sugerere” significa
comunicar e informar, é somente um caminho que o terapeuta provoca às articulações específicas do
pensamento no paciente.

Hipnose não é relaxamento, pois o mesmo é definido como uma diminuição considerável de
atividade de origem orgânica ou psíquica. A hipnose é a denominação de uma ou mais articulações
específicas do pensamento, ocorridas com, maior ou menor intensidade ou esforço. O relaxamento pode ser
uma das seis formas básicas de indução para levar o pensar de um estado cotidiano a um pensar alterado.

Fenômenos ocorrem em estados profundos de hipnose, concepção está difundida para


compreensão da hipnose. Acredita-se que somente alguns consigam atingir tal estado, tão profundidade e
possam submeter-se a hipnoterapia.
Atualmente, verifica-se ser uma afirmação errônea, visto não ser necessário tal condição para
ocorrência na terapia. A hipnose leva alteração na forma de pensar da pessoa a qual está articulando sua
realidade individual em termos da hipermnésia, progressão de idades, entre outras, um pensar alterado,
ocorrendo maior ou menor esforço/intensidade.
A Hipnoterapia presume a “não” profundidade da hipnose, mas sim as alterações apresentadas. Uma
forma complexa que depende da variante das articulações de intensidade e grau de esforço.

Hipnose é sono; o sono, palavra que vem do latim e significa “somnus” dormir, o mesmo é um
estado de repouso normal e periódico que, nos seres humanos e animais, se caracteriza pela suspensão da
consciência e relaxamento dos músculos, sentidos, ritmo circulatório, respiratório e atividades oníricas dos
sonhos (Cunha – 2000). Hipnose não é o sonho visto de intensa atividade psíquica, onde pensamentos estão
sendo ativamente articulados intensamente (pensamento ativo). Há muito, confundiu-se hipnose com sono,
dado o fato de haver relaxamento físico enquanto a pessoa estivesse em transe ou hipnose, existindo maior
controle. Rossi (2000) afirmou que são nove os níveis de consciência no sono, havendo assim, maior ou
menor controle sobre a direção do mesmo. Com isso, encontramos no transe em psicoterapia, a existência
de maior direção por parte do terapeuta e paciente.

Hipnose não é mágica, mágica é algo pouco explicável que tenha efeito na realidade.

A hipnose é uma programação mental.


Lembrando que foi o homem quem criou e produziu os computadores, é ele uma extensão do mesmo
e de sua forma de pensar e não ao contrário. Portanto, seria desumano considerar o homem um mero
computador e sua história. Programação mental é um termo referido a alteração de raciocínio e da forma de
articular o sujeito, isso é uma premissa verdadeira. A hipnose e o transe são uma forma de programação
mental, que altera a forma com que o indivíduo articula sua realidade. Conforme o conteúdo transmitido ou
informado, vai haver uma reação impactante do pensamento sobre o corpo. Isso pode ser feito de pessoa
para pessoa terapeuticamente ou não.

Existem perigos? Sim. Quando mal utilizada, seja por falta de habilidade ou lucidez por parte do
terapeuta.

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Pode o paciente perder o controle durante o processo da hipnose? Ou ficar inconsciente? No
processo de hipnose, o cliente fica todo o tempo consciente do que ocorre, mesmo que esteja em transe é
possível ouvir sons, como canto de pássaros, batida na porta, vozes, música, etc.

Todos podem ser hipnotizados? No geral qualquer pessoa pode ser hipnotizada, uma vez que a
hipnose é nome dado a uma ou mais articulações específicas do pensamento, sendo mais difícil em pacientes
com dificuldades de focar atenção. A contra indicação do uso de transe ou hipnose, devido a uma
dificuldade de manutenção do raciocínio lógico, isso em indivíduos hiperativos, pscicóticos, embora a
inabilidade do terapeuta seja a maior contra-indicação na aplicação do processo.

ÉTICA

Sem ética nada se pode fazer pelo outro e para o outro.

“A missão primordial de um código de ética profissional não é o de normatizar a natureza técnica


do trabalho, e, sim, a de assegurar, dentro de valores relevantes para a sociedade e para as práticas
desenvolvidas, um padrão de conduta que fortaleça o reconhecimento social daquela categoria.”

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Por se tratar de ferramentas de grande poder de influência, é necessário que se atente para questões
éticas e morais.
Falar sobre ética nem sempre é tão simples, pois conceitos éticos recebem influência da cultura em
que se encontra o indivíduo, do sistema familiar, da história de vida, da vida social em que está inserido, de
questões espirituais e principalmente da representação interna de mundo externo.
O que é ético para uns pode não ser para outros, portanto, na vida profissional, existem algumas
regras básicas que devem ser seguidas, tomo aqui como referência um dos códigos de ética mais respeitados
e bem conceituados da área da saúde, o Código de Ética da Psicologia.
Para o exercício terapêutico ou psicoterapêutico, é necessário que leve em consideração alguns
fatores fundamentais. Ao atuar como terapeuta e facilitador nos colocamos no lugar de mais alta confiança.
O cliente/paciente costuma nos contar de forma consciente ou inconsciente fatos da sua vida que muitas
vezes nem mesmo ele sabe.
É comum falas como: _ Nunca falei isso pra ninguém. (consciência)
_ Eu não sabia que eu funcionava desta forma. (inconsciente que se torna
consciência na constelação).
Tamanha é a confiança do cliente no terapeuta, que emergem informações das mais profundas
variações do psiquismo, da alma humana e da história de vida.
Portanto, para que estes fenômenos ocorram, é necessário que o profissional tenha uma postura ética
e até moral diante da sua atuação.

Sobre a Postura

Por postura, podemos entender uma série de comportamentos adequados e esperados de um


profissional.
Mulheres e homens, seres histórico-sociais, nos tornamos capazes de comparar, de valorar, de
intervir, de escolher, de decidir, de romper, por tudo isso, nos fizemos seres éticos. Só somos porque
estamos sendo. Estar sendo é a condição, entre nós, para ser. Não é possível pensar os seres humanos longe,
sequer da ética. Estar longe ou, pior, fora da ética, entre nós, mulheres e homens, é uma transgressão. (Paulo
Freire, 2011, pg. 34)

Do modo de se vestir, forma de falar, cuidados pessoais e com o ambiente, se faz necessária a
atenção, para que o outro encontre na postura profissional um ponto de confiança.
Um dos requisitos mais importante para a Postura de um profissional é a segurança. E segurança
adquire-se com estudos e aperfeiçoamentos na área de atuação, assim como na prática profissional.
Segundo Masetto, aprendemos melhor quando vivenciamos, experimentamos e sentimos. Relata
também que aprendemos quando:
- Descobrimos novas dimensões de significação;
- Equilibramos e integramos o sensorial, o racional, o emocional, o ético, pessoal e o
social;
- Pelo pensamento divergente, por meio da tensão, da busca, e pela convergência;
- Pela concentração em temas ou objetivos definidos pela atenção difusa.
- Interagimos com os outros e o mundo e depois interiorizamos, quando nos voltamos
para dentro, fazendo nossa própria síntese.
- Pelo interesse, pela necessidade.
- Pela criação de hábitos, pela automatização de processos, pela repetição.

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APRENDEMOS PELA CREDIBILIDADE QUE ALGUÉM NOS MERECE.
(Marcos Masetto)

Sobre o Sigilo

O sigilo faz parte da ética e da postura profissional. Por sigilo pode-se entender: tudo que se ouve,
observa e entende do outro, deve-se guardar com todo o respeito, todas as informações obtidas devem ser
mantidas em absoluto silêncio.
Nomes, detalhes que revelam a história de vida, situações, e tudo que envolve a história, deve ser
tratada com todo o respeito possível.
Para isso, a pessoa que recebe a confiança do outro, seja o terapeuta ou um colega, em caso de curso,
deve despir-se de todos os seus julgamentos, crenças e valores para ouvir e estar junto. Depois, fora da
situação, volte a vestir-se, para a sua própria vida.

Considerando diversos autores que falam de sombras, a iniciar por Jung, tudo que julgamos e
condenamos no outro, é um reflexo do que somos, e muitas vezes do que somos no campo do inconsciente,
não reconheço em mim comportamentos, sentimentos, atitudes, mas as reconheço no outro e me incomoda
e reajo. Por este motivo devemos respeitar o outro e assim estaremos respeitando a nós mesmos.

Demais áreas profissionais

Tudo que aqui se falou sobre ética serve para todas as áreas de atuação.
São ferramentas que nos permitem ser persuasivos com o outro. Portanto, é fundamental que o aluno
que passa a conhecer, usufruir e utilizar destas técnicas, tenha internalizado valores éticos e morais, para
que a Hipnose, PNL e Constelação Familiar/Sistêmica, venham a acrescentar na vida pessoal, profissional
e relacional, de forma a acrescentar e contribuir para uma melhor qualidade de vida, sendo este um dos
objetivos deste curso.
Para atuar com ética é necessário conhecer sobre os conceitos que se seguem.

RAPPORT

Segundo Gonzaga, a aproximação do paciente/cliente ao hipnoterapeuta é conhecida pelo nome de


Rapport, quando feita pela primeira vez. É de muita importância, porque exercerá grande influencia sobre
o hipnotizado. (pg. 102, 1959)

Temos em mãos técnicas terapêuticas de abordagem ampla no campo do comportamento humano.

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Em todas as fases da humanidade, influenciar as atitudes de outras pessoas é uma das mais fortes
solicitações humanas, vemos claramente nos programas de televisão. Percebemos que um carro utilizado
por um personagem de novela não é ao acaso, mas um acordo para passar uma ideia à mente dos
telespectadores.

Ideia de poder, se o personagem é um grande empresário, de juventude, sucesso, etc. É essa mesma
imagem que a empresa quer agregar a marca!

Investem-se grandes quantidades de dinheiro para isso, mas por quê?

Isto é o que chamamos de comunicação subliminar. Você não percebe, mas está sendo influenciado!

Comunicação não é tudo, mas é cem por cento!

Não é tudo, já que estamos falando de múltiplas inteligências com as quais nos comunicamos, então
é uma dança, e o resultado pode não ser exatamente o que esperamos, porém tudo, toda conquista relevante
em sua vida, parte de sua capacidade de colocar suas ideias e convencer seus possíveis parceiros.

Lembrando que convencer é vencer com, portanto não se trata de enganar, mas de conquistar aliados
importantes para sua vida. A palavra Rapport significa harmonia. Então entrar em Rapport é entrar em
harmonia e convencer, convencer que somos iguais, que estamos ali, presente.

Pilares do Rapport

- Entendimento – compreensão da realidade do outro.

- Sintonia – seguir a linha de raciocínio do outro.

- Harmonia – estar no mesmo estado.

- Empatia – colocar-se no lugar do outro.

- Ressonância afetiva – alterar o seu pensamento/sentimento em conjunto com o outro.

A busca da infinitude do outro com ética e respeito.

O grau de sinergia, desenvolvido entre o terapeuta e o cliente, é parte fundamental de um plano de ação,
que amplie os horizontes comportamentais do cliente em suas principais queixas diante de suas estratégias
para a vida.

Bom lembrar que, criar e desenvolver Rapport, são de obrigação única e exclusiva do terapeuta, ao cliente
basta o verdadeiro interesse e envolvimento pelos resultados desejados.

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Fato é que não gostamos de nos expor. Queremos nos proteger do reconhecimento de nossas fraquezas
comportamentais e só existe um sentimento que nos faz capazes de desenvolver a coragem para expor
nossas limitações, o nome deste sentimento é confiança!

Em nosso trabalho o sentimento de confiança ou rapport, sempre foi desenvolvido pelo profissional através
de uma postura ereta e de comportamentos assertivos, firmeza, demonstração de conhecimento de ação,
idoneidade, foram requisitos fundamentais no campo da ajuda.

Porém os tempos são outros, e se a postura ética e firme do profissional continua sendo fundamental para o
desenvolvimento de qualquer técnica que envolva mudança de comportamento, também é verdade que nos
dias atuais, com a evolução intelectual e comportamental do ser humano diante da vida, vem uma resistência
ás posturas autoritárias.

Hoje, a criação de sinergia entre terapeuta e cliente, mudou o foco do terapeuta para o cliente, em uma
postura de muito mais respeito, principalmente a partir da abordagem de psicoterapeutas que fizeram
história no campo do relacionamento humano, entre eles destaca-se a figura de Milton Erickson.

A partir de então, a atenção foi delicadamente focada no cliente e sua postura, não mais apenas no
profissional!

Sabe-se que, o que é dito em palavras é a parte menos significativa da comunicação, não passa de dez por
cento, a importância do que é dito!

Os outros noventa por cento se distribuem em fisiologia e tom de voz

Palavras

Fisiologia

Tom de voz

É possível perceber a limitação de um profissional que procura criar rapport apenas com sua postura, e leva
em conta apenas as queixas verbalizadas pelo cliente.

O psicoterapeuta moderno está com o foco no cliente desde que ele chega para o atendimento até o momento
em que se despedem, as mudanças fisiológicas e de tom de voz conseguidas durante a terapia vai para sua
ficha de atendimento, e a confiança se desenvolve através de uma modelagem respeitosa de comportamento.

Observe um casal de namorados que estão apaixonados em uma lanchonete. Muitas das posturas de um é
modelada pelo outro de forma inconsciente, descruzam as pernas quase ao mesmo tempo, falam no mesmo
tom de voz, respiram no mesmo ritmo, este é um bom exemplo de como se pode criar e manter o rapport,
claro que o objetivo do profissional não deve ser igual ao objetivo do casal de namorados, porém apenas o
de se mostrar confiável ao cliente, sem julgamentos inúteis.

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REALIDADE INDIVIDUAL
(RI) e/ou Mapa Mental

Cada pessoa é única. Age, sente, pensa e se comporta diferente umas das outras.
Um dos grandes problemas de relacionamento é querer que o outro pense igual, sinta e haja da
mesma forma.
Quando aprende-se que, cada pessoa tem uma realidade e é individual, fica mais fácil as relações e
o respeito.
Vamos imaginar o Brasil, de forma geográfica. Cada Estado tem um mapa:

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Veja estes exemplos, dois Estados de um mesmo País e unidos um ao outro, porém são totalmente
diferentes em sua composição geográfica. Seus desenhos são diferentes e mais o povo, a cultura, as crenças
são diferentes.

Nós, pessoas, também somos diferentes umas das outras, e aprender a respeitar esta realidade
individual é fundamental para lidar com o outro e para atuar de forma terapêutica.

Cada pessoa tem uma interpretação do mundo

Gosto da frase: “Não importa o que fizeram com você, importa o que você fez com o que fizeram
com você”, ou seja, 50% é o que recebemos da vida, dos pais da história e os outros 50% é como
interpretamos e o que fazemos com esta interpretação. Se perguntarmos para 5 filhos, a opinião de cada um
sobre seus pais, cada um vai dar uma interpretação diferente. Porque os pais são os mesmos, criam
basicamente igual, mas a interpretação de cada um sobre estes pais é única. Sendo assim, não dá pra todos
pensarem igual, se os sentimentos, crenças, valores, sensações, vêm de dentro.

Cada pessoa tem uma história de vida

Vamos pensar em um casal, ele nunca lembra das datas comemorativas do ano e consequentemente
nunca dá presente para sua parceira. Ela sofre profundamente por não receber um presente, acha que o
parceiro não a ama.
Qual dos dois está errado? Qual dos dois está certo?

Os dois estão certos, porque os dois têm suas razões:


Ele: durante sua infância só ganhou dois presentes/brinquedos: um em uma festa de confraternização
da empresa em que o pai trabalhava e um carrinho do padrinho.
Ela: filha caçula de duas irmãs adolescentes, antes de nascer, os pais haviam perdido alguns filhos,
foi extremamente mimada, todos faziam tudo que ela queria, era o xodó da família e para ajudar, outubro
era dia das crianças, novembro seu aniversário e dezembro natal, esta criança se enchia de presentes de
todos os adultos da família e o pai não media esforços para realizar seus desejos materiais.

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Cada um teve uma realidade totalmente diferente um do outro, registros diferentes, experiências
diferentes. Ele não sabe sequer comprar presentes, pois não viveu esta experiência. Ela recebia amor,
recebendo também muitos presentes.
Sendo assim, cada um formou o seu mapa, sua RI, de acordo com as experiências vividas, em relação
a questão “presente/presentear”.

Mapeando a Realidade Individual

1. Do que gosta, o que é agradável, o que dá prazer:


2. Reconhecimentos de beleza: de si e do outro;
3. O que é desagradável:
4. Quais as habilidades:
5. Momentos difíceis:
6. Situações passadas de momentos bons:
7. Metáforas usadas para descrever o que o cerca:
8. hobbies
9. medos
10. condição física
11. onde costuma e gosta de descansar
12. valores morais
13. observações

CRENÇAS

Junto com a história, recebemos também as crenças, os valores éticos e morais que vem do sistema
familiar, do inconsciente coletivo, das experiências vividas na infância e do psiquismo, em cima de tudo
isso, vamos formando nossa própria identidade e cada pessoa vai ter uma forma diferente de pensar.
Quando entendemos tudo isso, além de ficar mais fácil a convivência, porque passamos a
compreender como e porque o outro funciona e pensa diferente de mim, passa-se principalmente a respeitar.

E porque tudo isso é importante no trabalho terapêutico?

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Para utilizar uma ferramenta de tamanho poder, precisamos respeitar a realidade do outro.
Erickson leva em consideração esta realidade, pois a Realidade Individual do outro é utilizada nas
atividades hipnóticas.
Se uma pessoa que não gosta de praia, não suporta tocar a areia e for induzida a se imaginar
passeando na praia porque o condutor gosta de praia, esta atividade está fadada ao fracasso. A menos que a
indução contrária seja planejada com um propósito.

Quando trabalha-se de forma terapêutica com alguém, é fundamental respeitar e aceitar suas crenças,
opiniões, sentimentos, valores e comportamentos. Só muda o que o cliente quer mudar.

Também é importante ressaltar que crenças limitantes são passíveis de mudanças, segundo Dilts,
muda-se crenças da seguinte forma:
1. Identificando o estado atual
2. Identificando o estado desejado
3. Identificando os recursos adequados para passar do estado atual para o estado desejado
4. Eliminando interferências por meio do uso desses recursos.
É preciso querer mudar, saber como mudar, e se dar a chance de mudar.

Estado atual + Recursos = Estado Desejado

Crenças Limitantes

Recebemos influências positivas e negativas já no ventre de nossa mãe. E na medida que vamos
crescendo, além de receber novas influências, recebemos também informações conscientes ou não, que vão
gerando ideias nas quais acreditamos, as quais chamamos de crenças, estas vão sendo reforçadas na medida
que ouvimos, vemos, sentimos e vivemos.

As crenças têm grande influência em nossas vidas, uma vez que a mente realiza o que acreditamos.
Dilts relata que, percebia, mesmo depois de um trabalho bem sucedido com a PNL ( sua linha de atuação),
algumas pessoas não mudavam. Ao examinar as causas da resistência às mudanças, com frequência,
percebia que as pessoas tinham crenças que negavam a mudança que a pessoa desejava obter.

Além das crenças que adquirimos no âmbito familiar, na escola, das informações que vêm dos
amigos e do olhar do outro, temos também crenças que fazem parte da cultura de um povo, de um país ou
local, e até de uma era.

Exemplos de crenças:

Vamos pensar em uma jovem que quer arrumar namorado, mas não consegue, afirma que tem
dificuldades de relacionamentos. Ao investigar, solta uma frase: - O pior é que homem nenhum presta!

Também pessoas que acreditam que não nasceram para serem ricas; não consegue aprender inglês,
etc.

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É fundamental dar atenção às crenças limitantes, porque o trabalho terapêutico, em muito, depende
destas crenças, quando uma crença faz parte da identidade do cliente, não é fácil a mudança. Para mudar,
precisa dar também novos significados às crenças, conversar sobre elas, buscar na história do cliente, fatos
que mostrem que sua crença pode não ser tão real quanto parece no momento.

A jovem solteira que acredita que homem não presta, possivelmente conhece alguém que é casada
com um homem que “presta”, e que tenha uma vida satisfatória ao lado deste homem. Ou mesmo tem um
amigo ou conhecido do sexo masculino, o qual admira. Ao se deparar com estes fatos, pode dar novos
significados à sua crença.

“As crenças não se baseiam necessariamente numa estrutura lógica de ideias. Ao contrário, todos
sabem, tão pouco elas reagem à lógica. Não se pode esperar que elas se coincidam com a realidade. Como
não sabemos na verdade o que é real, temos de formar uma crença – uma questão de fé. É importante
entender isso quando se trabalha com alguém que quer mudar suas crenças limitantes” (Dilts; pg. 27)

Dilts relata um exemplo de crenças limitantes e a força que elas têm em nossas vidas:

“Uma velha história contada por Abraham Maslow serve como ilustração: Um psiquiatra estava
tratando de um homem que pensava ser um cadáver. Apesar de todos os argumentos lógicos do psiquiatra,
o homem persistia em sua crença. Em um momento de inspiração, o psiquiatra perguntou ao homem: “Um
cadáver sangra?” O paciente respondeu: “Que pergunta ridícula, claro que não!”. Após lhe pedir permissão,
o psiquiatra fez um furo no dedo do paciente, de onde saiu uma gota de sangue. O paciente olhou para o
sangue com nojo e surpresa e exclamou: “Ora, e não é que sangra!” (Dilts).

O’Connor relata que se constrói um Rapport poderoso quando respeita e compreende as crenças e
valores de outra pessoa. Não precisa concordar, apenas respeitar e falar a mesma língua

COMUNICAÇÃO INDIRETA

Milton Erickson desenvolveu a técnica de comunicação indireta. Com utilização de histórias e


metáforas, conseguia grandes evoluções nos tratamentos dos pacientes.
Nosso psiquismo tem a consciência, pré-consciência e o inconsciente, nomes e fenômenos
estudados por Freud, mas a grosso modo, vamos pensar em consciência tudo que pensamos, sabemos,
vemos e literalmente tudo que temos consciência, todo o resto é inconsciente.
Na hora que estamos em uma discussão calorosa, nossa consciência para de ouvir o que vem do
outro, como se tapasse os ouvidos e entra só algumas palavras, no geral, as piores, na ora da briga. Se
observar duas pessoas brigando, percebe-se que são dois monólogos.
A comunicação indireta tem a função de driblar a consciência, assim o receptor da comunicação
recebe a informação que o locutor pretende passar. Sem agredir, sem incomodar.

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Essa comunicação pode ser feita com utilização de histórias e metáforas. As histórias podem ser do
próprio locutor ou de uma outra pessoa.

Exemplo:
O indivíduo que está a minha frente é extremamente acomodado, desempregado, endividado,
relacionamento falido e a única coisa que sabe fazer é reclamar: Oh Deus! Oh Vida!

Duas formas de comunicação:


Direta: olha meu amigo, você deve levantar cedo, ir procurar emprego. Têm diversas vagas no
mercado, talvez não comece na sua área, mas qualquer emprego que você arrumar, já ganha um dinheiro,
já te ajuda.

Indireta: lembrei de uma história: um cara estava viajando, e estava em uma estrada bem deserta,
viu um posto de gasolina e parou para ir ao banheiro e aproveitou para abastecer o carro.
Ao parar percebeu que havia um frentista, um único. Desceu, conversou, foi ao banheiro e todo o
tempo percebeu um choro de cachorro.
Ao voltar para o carro perguntou ao frentista:
_ Porque esse cachorro chora tanto?
_ Porque ele está deitado em cima de uma tábua cheia de pregos. – respondeu
_ Porque você não o tira?
_ Quando os pregos o incomodarem o suficiente ele ira levantar e sair.

De certo que a comunicação indireta será muito mais eficiente, pois além de driblar a consciência,
fala também para o inconsciente.
Experimente dar conselhos para uma pessoa negativa, ela arruma desculpas para todas as soluções
que você sugerir. Ah! Mas.... é o discurso preferido.

Nas relações a comunicação indireta é eficiente, ativa a memória através da história do outro. Dribla,
como foi dito, a consciência, tira o receptor da comunicação da defensiva e promove reflexões e diálogo.

AUTO-HIPNOSE

Auto hipnose – Uma arte antiga para enfrentar as necessidades da era moderna (Paul Adams,
1972, pg. 13)

Você já parou para pensar o que faz com que um homem tenha êxito, ao passo que outro fracassa?
O Homem de sucesso, ainda que nada saiba sobre hipnose, possui, governa, controla e libera o poder
que existe dentro dele. Sendo esta uma das funções da auto-hipnose.
“Toda hipnose é uma Auto-hipnose. É a pessoa que vai se colocar em transe, e isto não requer
aprendizagem especial. Não requer nenhuma habilidade além do seu desejo de voltar-se para si e olhar um
pouco internamente. Ela vai se voltando para dentro de si, dirigindo o seus pensamentos na direção de
imagens, sons, cenas, sensações, e fica absorta nestes pensamentos, imagens ou sons... E pode ficar tão

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absorta que entra em transe. Se este estado foi conseguido sozinho é chamado de Auto-hipnose.
http://www.miltonerickson-bh.psc.br/auto-hipnose.

Auto-hipnose é quando a sua mente está focada em algo, ao pensamento que você está dando a você
mesmo no momento.

Auto-hipnose deve ser aplicado de forma muito semelhante a hipnose com indutor. Uma música
relaxante e um local com menos barulho sempre ajuda. Uma posição confortável, sentado ou deitado.

A forma mais simples é focar seus pensamentos e afirmar mentalmente, não precisa verbalizar os
pensamentos:

1. Neste momento uma sensação de conforto e bem estar começa a tomar conta de todo meu corpo,
2. Tenho a certeza de que se algo ocorrer que precise de minha atitude, eu irei despertar rapidamente
e sem nenhum problema! (é importante afirmar positivamente isso para desenvolver um trabalho
mais responsável, três vezes é o suficiente, caso precise acordar de forma abrupta, não deverá sentir
nenhum problema).

Comece então o trabalho de relaxamento:

3. Meus pés estão ficando profundamente relaxados e, a partir de agora, uma sensação de conforto me
envolve lenta e profundamente.
4. Meus pés, calcanhares, tornozelos ficam mais relaxados e descontraídos a cada momento, mais
leve, e minha mente fica mais focada!”
5. Meus pés, calcanhares, tornozelos, joelhos, coxas e quadris, estão agora soltos livres e
descontraídos,
6. Estou me sentindo bem, em um lugar muito tranquilo e seguro! Neste momento, relaxo toda a
região de meu abdômen! Todos os músculos e órgãos desta região já estão ficando envolvidos em
um relaxamento, que se torna cada vez mais profundo.
7. Agora um relaxamento profundo e saudável envolve meu peito! Todos os músculos e órgãos de
meu peito estão envolvidos em um relaxamento gostoso e cada vez mais profundo! Que se torna
ainda mais profundo,
8. Meu coração, pulmões, todos os órgãos desta região vital de meu corpo, estão cada vez mais
saudáveis e profundamente relaxados!
9. Neste momento uma luz verde, (Imagine a luz de seu jeito) envolve meu peito, relaxando,
equilibrando, e trazendo paz e leveza para meu coração!
10. Todos os músculos de minhas costas estão soltos, relaxados, saudáveis, cada vez mais, soltos,
relaxados e saudáveis!
11. Toda a região de meu pescoço, músculo de minhas faces, pálpebras, estão envolvidos em um
relaxamento gostoso, saudável e cada vez mais profundo!
12. A pele e os músculos de minha testa estão soltos, lisos e saudáveis! Neste momento relaxo toda a
região de meu couro cabeludo! Posso sentir o calor de meu couro cabeludo, e com isso meu
relaxamento corporal está completo!
13. Só irei acordar quando tiver cumprido meus objetivos mentais e emocionais para o dia de hoje!

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Neste momento, um relaxamento em nível alfa deve tomar conta de seu corpo, e sua mente deve estar
preparada para trabalhar seus limites e expandir seus potenciais diante da vida! Neste momento, direcione
os pensamentos, comportamentos e recursos desejáveis.

14. Ao terminar mentalize: termino agora o relaxamento e conto até 5; meus pés e pernas se movimentam,
minhas mãos se movimentam e vou voltando... voltando.... e por último abrindo os olhos trazendo comigo
a sensação de leveza....

PROCESSOS
Tratamento com Hipnose

Diagnóstico/mudanças necessárias/intervenção

Diagnóstico: forma de pensar que origina o problema.


- Qual o problema?
- Em que momento costuma ocorrer
- A que o problema está relacionado?
- Como lida com o problema?
- Onde se localiza no corpo?

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- Ganhos ao ter o problema?
- Fez algo que não deu certo? O que?
- Mais alguém com o problema na família? Quem?

Mudanças necessárias: o terapeuta, ou para o exercício de auto Hipnose, deve estar atento a realizar
um excelente diagnóstico, refletir sobre as possíveis mudanças, possíveis prejuízos com as mudanças e só
então pensar em novos pensamentos, metas, crenças, etc.
Para novos comportamentos é importante utilizar recursos como: segurança, autoconfiança, determinação,
etc.
- Se a pessoa acordasse no dia seguinte e não tivesse mais o problema, sem ter feito nada,
como seria a vida dela?

Intervenção: saber o que usar, como utilizar e que caminho seguir. Escolher dentre as ferramentas da
Hipnose os possíveis caminhos.
Ex: Relaxamento por partes, regressão de idade, re-significar com novas aprendizagens e novos recursos.

NÍVEIS DE SENSIBILIDADE HIPNÓTICA

Pessoas com facilidade em entrar em Hipnose ou Transe

Hipnófilo ou dotado: 5% das pessoas entram com bastante facilidade no transe hipnótico. Qualquer um,
mesmo com pouca experiência, pode levar esta pessoa ao estado de transe profundo. Porém, com a mesma
facilidade com que entra, também desperta da Hipnose, basta perceber ou desconfiar de algo na conduta do
Hipnoterapeuta.

Sensíveis: para hipnotizá-la é necessário uma certa técnica, uma vez empregada a técnica correta, torna-se
fácil levá-la ao estado de hipnose.

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Menos sensíveis: para Hipnotizá-las é preciso um bom conhecimento, além disso é necessário um número
maior de sessões, uma construção de Rapport, e nestes casos é indicado iniciar com metodologias de Milton
Erickson, mais subliminares.

Refratários: não indicados para Hipnoterapia, como: alcoólatra (em estado de embriagues), crianças
menores de 5 anos, esquizofrenia, bipolaridade, paranóides, etc. Algumas situações pode ser realizado um
trabalho em parceria com Médico Psiquiatra e em um atendimento multidisciplinar.

TÉCNICAS DA HIPNOSE

Relaxamento
- Progressivo, por partes
- Orações repetidas/mantras/pensamentos com baixa atividade psíquica
- Meditação

Transe
- Alta atividade psíquica
- Apreensão
- Raciocínio coerente
- Total foco de atenção

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Amnésia- pode ocorrer de não lembrar de algumas falas ditas no exercício, devido a profundidade do
relaxamento e foco de atenção. Pode ser feita com propósito para eliminação de algum trauma ou por não
estar preparado para algumas lembranças.

Hipermnésia – lembranças intensas de algo apreendido ou passado, pode ser utilizada para diagnosticar,
alterar forma de pensar, pesquisar memória, buscar recursos internos, facilitar outros fenômenos.

Regressão de idade – voltar ao passado como se fosse presente, retomando os mesmos pensares,
sentimentos, atitudes, memórias e movimentos. Alterar aprendizagens indesejáveis, diagnosticar, inserir
recursos ou buscar recursos, etc.

Terapia de vidas passadas - trabalhar vidas passadas, só e unicamente se o cliente acredita e pensa ser
origem de seu estado atual, se para ele for significativo; o profissional pode acessar essas lembranças como
pensar passível de ser mudado, como forma de mudar o presente da pessoa, assim como seus sentimentos,
suas formas de se relacionar e assim por diante, sendo terapêutico.

Projeção/progressão de futuro- raciocínio intensificado e escolhido a cerca do que pode acontecer.

Progressão de idade – provocar a noção de estar no futuro percebendo este como presente.

Alterações positivas – mudanças de pensamentos negativos, crenças limitantes, aprendizagens, entre


outras.

Anestesia e analgesia- utilizado em situações de cirurgias, também pode ser utilizada em dores crônicas
com os devidos cuidados.

Movimentos específicos: catalepsia, signo e sinal, movimentos alavancados, escrita automática, percepção
de si, expansão, condensação.

FRASES DA HIPNOSE ERICKSONIANA

As frases da Hipnose de Milton Erickson devem ser utilizadas no sentido permissivo.

“ Pode... começar a... aos poucos.... talvez ... começar a perceber... notar... de diferentes formas... “

“Agradavelmente... saudavelmente.... interessantemente... gradativamente... confortavelmente...


simplesmente...”

“E cada vez mais, você pode agora e depois perceber interessantes possibilidades começando a surgir
ai dentro ... no seu tempo... da sua maneira... ai dentro... dai de dentro...”

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“Fico imaginando... quais serão as agradáveis mudanças que estarão ocorrendo ai dentro”

“De quantas formas diferentes você pode estar percebendo saudáveis (pensamentos referentes às
mudanças buscadas) evoluindo nos próximos segundos, minutos, horas e depois ...e depois... e de...pois”

“De quantas formas criativas, que você ainda não percebeu, você poderá desenvolver (pensamentos
referentes às mudanças desejadas) saudavelmente...”

“E o quanto você pode estar desfrutando (pensamentos referentes às mudanças buscadas) possibilidades
que possam começar a surgir quase que por si só... ai dentro”

“E como é bom perceber que você pode desenvolver (pensamentos referentes às mudanças buscadas)
de tantas formas saudáveis”

“E aos poucos você poderá perceber diferentes possibilidades de como desenvolver possibilidades de
aprendizagens e sentimentos referentes às mudanças buscadas em momentos propícios...”

“E talvez... agora... você possa perceber diferentes formas de... num próximo encontro ... desenvolver
interessantes possibilidades mais profundas e confortáveis... para você... ai dentro... dai de dentro... no
seu tempo...”

“Podendo voltar dai agora... no seu tempo... respirando mais uma ou duas vezes profundamente... (para
cada demonstração de estar voltando ratificar com... isso mesmo... mm-hm, muito bom”

Só finaliza uma indução quando a pessoa estiver em um estado e com um pensar saudável.

(Galvão, 2004, Apostila desenvolvida)

INDUÇÕES

Indução hipnótica por contagem (Clássica)

Vamos supor que a pessoa a ser induzida já esteja em rapport com o profissional hipnoterapeuta, estas
palavras devem ser pronunciadas de maneira clara, serena e pausada!

“Seus olhos estão fechados... continue assim, com os olhos fechados. Só abra seus olhos se eu mandar. De
agora em diante, concentre-se UNICAMENTE em minha voz, na música e nas palavras que eu disser. Não
desvie a atenção da minha voz e das minhas palavras... Você pode colaborar para que tenhamos sucesso...De
agora em diante, pense apenas em relaxar seu corpo...apenas relaxar... relaxar é muito importante, é muito
bom... durante o relaxamento, nós podemos eliminar todo o cansaço físico... Durante o relaxamento,

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podemos eliminar todo o cansaço mental... Por isso relaxar é tão bom... Continue assim, focado unicamente
em minha voz e em minhas palavras... Nada pode perturbá-lo ou incomodá-lo... Você está se sentindo muito
bem... Você está em total segurança... Em um lugar agradável... muito agradável para você... Continue
pensando apenas em relaxar seu corpo e sua mente... Eu irei contar de um até trinta... Cada vez que eu
aumentar um número em minha contagem, você sentirá um relaxamento mais profundo tomar conta de seu
corpo... Irei contar de um até trinta, e a cada número que eu acrescentar em minha contagem, você sentirá
um relaxamento mais profundo tomar conta de sua mente... cada vez maior... Cada vez mais forte...
Relaxado... Descontraído... Seguro... Em um lugar agradável, muito agradável... Antes mesmo que eu
complete minha contagem do número um até o número trinta... Uma sensação de profundo conforto e bem
estar irá tomar conta de seu corpo e de sua mente... Um relaxamento... Gostoso... Profundo...
Repousante...Agora irei começar minha contagem... Um... Dois... Três... Quatro... Cinco... Começa a sentir
o corpo inteiro relaxado, solto, confortável... Muito, muito bom... quando eu disser o número trinta... O
relaxamento será completo, profundo e saudável, e você só irá acordar quando eu chamá-lo... apenas quando
eu chamá-lo... Continue focado apenas em minha voz ... Na música suave... e em minhas palavras... Em um
lugar seguro, tranquilo e repousante

Indução por partes com linguagem Ericksoniana

Procure uma posição o mais confortável possível.... descruzando pernas e braços.... talvez você queira
fechar os olhos e começar a focar a atenção na sua respiração.... inspiração.... expiração....inspira... solta....
inspira solta....

Agora você pode sentir seus pés apoiado no chão... seu corpo apoiado na cadeira... você pode ouvir sons
internos e externos.... assim como você pode começar a relaxar tranqüilamente.... confiantemente.... mente
confiante.

Seus pés começam a relaxar .... e vai ficando pesado.... pesado.... pesado.... suas pernas vão ficando
pesadas.... confortavelmente pesadas.... e relaxadas.... relaxe os músculos da coxa... confiantemente....
relaxe os músculos do abdomem.... soltando os músculos do ombro.... solte os músculos da face.... isso....
confiantemente.... confortavelmente.... agora todo seu corpo está confortavelmente relaxado... e começa
agora a surgir uma sensação agradável....

Retirar do transe ou relaxamento

E agora... no seu tempo... no seu ritmo... você pode começar a mexer os pés.... mexer as mãos.... por uútimo
abrir os olhos... no seu tempo .... no seu ritmo.... retornando... para o aqui agora....

(se fizer uma regressão neste momento é aconselhável acrescentar: estamos no dia ___/___/___ dia da
semana).

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Auto domínio = auto hipnose

1. Pensar na queixa

2. Pensar no estado desejado

3. Recursos que precisa + situação em que teve o recurso

4. Em um local agradável/posição confortável/música

5. Começa respirando e focando a atenção/ vai relaxando

6. Imaginar em uma tela a situação do lado direito a situação (queixa)

7. Imaginar do outro lado outra tela/ estado desejado

8. Lembrar de situação com recurso/ e imaginar-se passando para a outra tela levando o recurso
favorável. (repetir mais duas vezes com novos recursos)

9. Observar a tela do estado desejado e verificar como está / se necessário repetir o exercício.

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PROGRAMAÇÃO NEURO LINGÜÍSTICA (PNL)

Richard Bandler & John Grinder

Um menino pergunta para sua mãe: “O que é PNL?”


Sua mãe disse: “já vou lhe dizer, mas primeiro você terá que fazer algo, para que possa compreender.
Vê seu avô ali na poltrona dele?
“Sim”, disse o menino.
“Vá até lá e pergunte-lhe como vai sua artrite hoje”.
O menino foi até o avô. “Vovô, disse ele, “como está sua artrite hoje?”.

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“Bem, está um tanto ruim filho”, respondeu o velho. “Sempre fica pior quando o tempo está úmido.
Quase não consigo mexer os dedos hoje.” Uma expressão de dor atravessou-lhe a face.
O menino voltou para a mãe. “Ele disse que estava ruim. Acho que ele sente dor. Você vai me dizer o
que é PNL agora?”.
“Em um minuto prometo”, respondeu a mãe. “Agora vá lá e pergunte ao vovô qual foi a coisa mais
engraçada que você fez quando era bem pequeno”.
O menino foi até o avô. “Vovô”, começou, “qual foi a coisa mais engraçada que já fiz quando era bem
pequenininho?”.
O semblante do velho se iluminou. “Bem”, sorriu, “houve muitas coisas. Teve a vez que você e seu
amigo brincaram de Papai Noel e espalharam talco pelo banheiro todo dizendo que era neve. Eu ri
muito – mas eu não precisava limpar tudo”. Fitou a distância com um sorriso.
“E depois teve aquela vez quando eu o levei para passear. Era um dia lindo e você cantava uma música
infantil que acabara de aprender. Cantava alto. Um homem passou e olhou para você com a cara feia.
Achou que você fazia barulho demais. Pediu-me que lhe dissesse para ficar quieto. Então você virou
para ele e disse: “Se você não gosta quando eu canto, você pode ir ferver a sua cabeça”. E continuou
mais alto ainda”... o velho riu.
O menino voltou para sua mãe. “Você ouviu o que o vovô disse?” perguntou.
“Sim”, respondeu a mãe. “Você mudou o que ele sentia com algumas palavras. Isso é PNL. (pg.2).

FUNDADORES

A história da PNL é a história da sinergia que resultou em um mundo de mudanças. No início dos anos
70, co-fundador da PNL, Richard Bandler, estudava matemática na Universidade da Califórnia, em Santa
Cruz. No princípio, ele passava a maior parte do seu tempo estudando computação. Inspirado por um amigo
de família resolveu cursar psicologia. Após estudar cuidadosamente alguns desses famosos
terapeutas, Richard descobriu que, repetindo totalmente os padrões pessoais de comportamento deles,
poderia conseguir resultados positivos similares com outras pessoas. Essa descoberta se tornou a base para

39
a abordagem inicial de PNL conhecida como Modelagem da Excelência Humana. Encontrou outro co-
fundador da PNL, o Dr. John Grinder, professor adjunto de linguística. A carreira de John Grinder
era tão singular quanto a de Richard. Sua capacidade para aprender línguas rapidamente, adquirir sotaques
e assimilar comportamentos tinha sido aprimorada na Força Especial do Exército Americano na
Europa nos anos 60 e depois quando membro dos serviços de inteligência em operação na Europa. O
interesse de John pela psicologia alinhava-se com o objetivo básico da linguística - revelar a gramática
oculta de pensamento e ação.
Decidiram combinar os respectivos conhecimentos de computação e linguística, somado à habilidade
para copiar comportamentos não verbais, com o intuito de desenvolver uma "linguagem de mudança".
Encorajados por seus sucessos, eles passaram a estudar um dos grandes fundadores da terapia de
família, Virginia Satir, e o filósofo inovador e pensador de sistemas, Gregory Bateson.

Ao buscar a essência da mudança nos melhores mestres que puderam encontrar, Bandler e Grinder
questionaram o que mudar primeiro, por onde seria mais importante começar. Por sua habilidade e
Ao buscar a essência da mudança nos melhores mestres que puderam encontrar, Bandler e Grinder
questionaram o que mudar primeiro, por onde seria mais importante começar. Por sua habilidade e crescente
reputação, conseguiram ser apresentados a alguns dos maiores exemplos de excelência humana no mundo,
incluindo o Doutor Milton H. Erickson, M.D., fundador da Sociedade Americana de Hipnose Clínica e
reconhecido como o mais notável hipnotizador do mundo.

Técnicas PNL

1. Situação a ser re-significada


2. Recursos
3. Ancorar recursos
4. Jogar tinta ou apagar situação
5. Ponte ao futuro

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A PNL estuda talento e qualidade, como organizações e indivíduos excelentes obtêm seus resultados
excelentes. Trabalha com métodos de modelagem.
Para modelar, a PNL estuda como estruturamos nossa experiência subjetiva, como pensamos sobre
nossos valores e crenças, e como criamos nossos estados emocionais, como construímos nosso mundo
interno e a partir de nossa experiência lhe damos significado. (O´connor, 1994)
O nome advém de 3 áreas:
P-Programação: como sequenciamos nossas ações para alcançarmos metas.
N-Neurologia: A mente e como pensamos.
L-Lingüística: como usamos a linguagem e como ela nos afeta.

A PNL é a influência da linguagem sobre nossas mentes e nossos comportamentos.

Princípios básicos da PNL:


- Você – seu estado emocional e nível de habilidade;
- As pressuposições – pressupostos sobre os quais a PNL age;
- Rapport – a qualidade do relacionamento;
- Resultado – saber o que quer;
- Feedback – como saber que esta conseguindo o que quer;
- Flexibilidade – se o que está fazendo não estiver funcionando, faça algo diferente.

Pressuposições da PNL
- As pessoas respondem a sua experiência, não à realidade em si.
- Ter uma escolha ou opção é melhor do que não ter uma escolha ou opção.
- As pessoas fazem a melhor escolha que podem no momento.
- As pessoas funcionam perfeitamente.
- Todas as ações têm um propósito.
- Todo comportamento possui intenção positiva.
- A mente inconsciente contrabalança a consciente; ela não é maliciosa.
- O significado da comunicação não é simplesmente aquilo que você pretende, mas também a resposta
que obtém.
- Já temos todos os recursos de que necessitamos ou então podemos criá-los.
- Mente e corpo formam um sistema. São expressões diferentes da mesma pessoa.
- Processamos todas as informações através de nossos sentidos.
- Modelar desempenho bem sucedido leva a excelência.

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- Se quiser compreender, aja.
- O aprender está no fazer.

Segundo O´Connor, o Modelo Milton Erickson, é um conjunto de padrões de linguagem utilizado para
induzir transes ou um estado alterado de consciência e utilizar recursos do inconsciente para realizar
mudanças desejáveis e solucionar problemas difíceis. Foi modelado por Richard Bandler e John Grinder, a
partir de Milton Erickson em 1974, por sugestão de Gregory Bateson.
As ideias e valores, as crenças e as habilidades de Erickson tiveram um profundo efeito na maneira pela
qual a PNL se desenvolveu. Os seminários originais da PNL foram construídos em torno da hipnose,
utilizando os padrões de linguagem de Erickson. O Modelo de Milton é o espelho do Metamodelo da PNL.

ÂNCORAS

Segundo O”Connor, âncoras são gatilhos visuais, auditivos ou sinestésicos, que se tornam
associados a uma reposta ou a um estado específico. As âncoras estão no nosso redor – sempre que
respondemos sem pensar, estamos sob a influência de uma âncora. A ancoragem é o processo, através do
qual, qualquer estímulo interno ou externo, se torna um gatilho que provoca uma resposta. Isso pode
acontecer aleatoriamente no decorrer da vida ou pode ser proposital.

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Âncoras fazem parte de nossa vida, funcionamos de forma automática em muitas situações, graças
às âncoras, como por exemplo: parar em um sinal vermelho, ao ver o sinal já tomamos a atitude de parar,
as âncoras fazem parte dos nossos hábitos.

Também as âncoras podem mudar nosso estado emocional, ao ouvir uma música e lembrar de um
amor que nos fez sofrer, podemos ficar triste, sentir saudades e até chorar. Porque a âncoras aciona os
sentimentos e levam à ação.

Alguns exemplos de âncoras:

Visuais: bandeira nacional ou do time, fotos, propagandas, sol, etc.

Auditivas: seu nome, músicas, tom de voz, canto dos pássaros, etc.

Cinestésicas: cadeira confortável, cama, banho, gesto, etc.

Gustativa e olfativa: cheiro de pão, bolo, chocolate, café, etc.

Uma experiência intensa pode estabelecer uma âncora, é assim que um trauma pode estabelecer uma
fobia. Assim como uma âncora pode estabelecer um estado desagradável, também pode estabelecer um
estado agradável e até de excelência.

Ancorar recursos

É possível ancorar recursos para mudar um estado emocional, quando estabelece-se deliberadamente
uma âncora para ajudar a passar por uma situação com mais recursos. Em situações como provas,
apresentação, reunião, falar em público, entre muitas outras situações.

Para utilizar a ancoragem de recursos:

1. Evocar um estado com recursos

2. Calibrar o estado

3. Ancorar o estado

4. Testar a âncora

5. Fazer ponte ao futuro ou projeção para que seja usado no contexto apropriado.

Tabela de recursos:

Recursos Internos

ACEITAÇÃO ESPERANÇA OTIMISMO


ALEGRIA ENTUSIASMO

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AMIZADE EQUILIBRIO
AMOR ENERGIA PACIÊNCIA
AUTO-CONFIANÇA PAZ
AUTO-CONTROLE PERCEPÇÃO
AUTO-ESTIMA FÉ PERSISTÊNCIA
ARROJO FELICIDADE PERSPICÁCIA
FLEXIBILIDADE PONDERAÇÃO
FORÇA PROSPERIDADE
BOM SENSO
BOM HUMOR
BELEZA GENEROSIDADE REAÇÃO
GRATIDÃO REALIZAÇÃO
CAPACIDADE RESPONSABILIDADE
COMPAIXÃO
COMPREENSÃO HARMONIA
CONCENTRAÇÃO HUMILDADE
CONFIANÇA HONESTIDADE SABEDORIA
CONSIDERAÇÃO SAÚDE
CORAGEM SEGURANÇA
CRIATIVIDADE IMAGINAÇÃO SENSATEZ
INDEPENDENCIA SENSIBILIDADE
INSPIRAÇÃO SUCESSO
INTELIGÊNCIA
DETERMINAÇÃO INTUIÇÃO
DIGNIDADE INICIATIVA
DINAMISMO TOLERÂNCIA
DISPOSIÇÃO TRANQUILIDADE
DISSERNIMENTO LIBERDADE
DOÇURA
VALORIZAÇÃO
MERECIMENTO VONTADE
MODERAÇÃO

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1. Objetivo: (claro, no presente, até dois verbos e objetivo)

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________

2. Objetivo: até: (data, mês e ano) __________/____________/_________


3. Evidência: _____________________________________________________
4. O que vão falar/comentar?
a)____________________________________________________________________
b)_______________________________________________________________________
c)_______________________________________________________________________
d)_______________________________________________________________________
e)_______________________________________________________________________
f)_______________________________________________________________________
g)_______________________________________________________________________
h)_______________________________________________________________________
i)________________________________________________________________________
j)________________________________________________________________________

5. O que vai trazer de conseqüências para o outro?


a)_______________________________________________________________________
b)_______________________________________________________________________
c)_______________________________________________________________________
d)_______________________________________________________________________
e)_______________________________________________________________________
f)_______________________________________________________________________
g)_______________________________________________________________________
h)_______________________________________________________________________
i)________________________________________________________________________
j)________________________________________________________________________

6. O que vai trazer de conseqüências pra você?


a)_______________________________________________________________________
b)_______________________________________________________________________
c)_______________________________________________________________________
d)_______________________________________________________________________

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e)_______________________________________________________________________
f)_______________________________________________________________________
g)_______________________________________________________________________
h)_______________________________________________________________________
i)________________________________________________________________________
j)________________________________________________________________________
Observações:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
_______________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
_______________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
_______________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
_______________________________________________________

7. Será empecilho/impedimento?
________________________________________________________

8. Onde, quando e com quem não quer?

9. Onde, quando e com quem quer?

_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_______________________________________________________

10. Quais são suas limitações?


Reais Emocionais

11. Quais são os passos?


a)_______________________________________________________________________

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b)_______________________________________________________________________
c)_______________________________________________________________________
d)_______________________________________________________________________
e)_______________________________________________________________________
f)_______________________________________________________________________
g)_______________________________________________________________________
h)_______________________________________________________________________
i)________________________________________________________________________
j)________________________________________________________________________

12. Quais os recursos que já tem?


Reais Emocionais

13. Quais recursos que precisa?


Reais Emocionais

14. O que vai trazer de bom?


a)_______________________________________________________________________
b)_______________________________________________________________________
c)_______________________________________________________________________
d)_______________________________________________________________________
e)_______________________________________________________________________
f)_______________________________________________________________________

47
g)_______________________________________________________________________
h)_______________________________________________________________________
i)________________________________________________________________________
j)______________________________________________________________________

Eu quero: ___________________
Eu posso: ___________________
Eu mereço: _________________
Eu sou capaz: ________________
Eu permito: _________________
Eu assumo a responsabilidade: _______________

Técnicas da PNL com utilização das submodalidades

Entrar em segunda=Metaespelho

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Entrar na energia da outra pessoa para entender o porque de determinado comportamento e/ou sentimento
pode contribuir para um melhor entendimento de situações e convivências desagradáveis.
1. Identificar quem é a pessoa e qual a questão.
2. Investigar se os sentimentos em relação à pessoa for resolvido, será ecológico. Se não for ecológico
verificar se interrompe o exercício ou tem negociações, como por exemplo, substituir os sentimentos
em relação ao outro por um ou mais recurso.
3. Pedir para o cliente ficar em pé diante de uma cadeira.
4. Informar que a pessoa em questão está sentando na cadeira e na medida que for se aproximando da
cadeira vai entrando na energia da pessoa; quando sentar será a pessoa.
5. Ao sentar-se, o facilitador cumprimenta a pessoa referindo-se ao seu nome, inicia o seguinte dialogo:
- Como vai Leia? Tudo bem? Sou a Cristina e gostaria de saber se você pode me ajudar.
E assim inicia a investigação.
_ Você sabe que a Maria está chateada com alguma questões em relação a você.
_ E você sente algo em relação a esta situação?
_ O que leva você a agir assim?
_ Se você soubesse agir de forma diferente, agiria?
_ Você gostaria de falar algo para a Maria?
Agradece a contribuição e de forma brupta tira o cliente do papel/energia.
*este modelo de dialogo é um exemplo que deve ser adaptado à queixa do cliente.
6. investiga se houve modificação nas sensações do cliente em relação à situação.

Conversando com partes


1. Identifica o conflito. Veja se uma parte quer realizar algo e a outra parte não quer. Lembrando da
intenção positiva e do exercício de Coaching, (o que vai trazer de negativo a realização de um
objetivo).
2. Pega a parte que quer algo ou que sente algo, coloca em uma das mãos e conversa com ela: - Qual
a intenção positiva dela. – O que ela tem para ensinar. Se ela aceita conversar com a outra parte.
(deixe-a ancorada em uma das mãos).

49
3. Na outra mão coloca a outra parte. Faz as mesmas perguntas e pergunta se ela aceita conversar com
a outra parte.
4. Agora com as duas partes, uma em cada mão, pergunta o que uma tem para ensinar para a outra e
se a outra aceita aprender. Repete o processo com a outra mão. Nesta conversa é possível observar
conteúdos em comum.
5. Após a conversa, pergunta se é possível ficarem uma de frente para a outra. Depois de ficarem em
frente se é possível se aproximarem.
Ao se aproximarem as diferenças se integram e as decisões ficam mais fáceis.

50
Constelação Familiar
Bert Hellinger

51
O que é Constelação Familiar ou Sistêmica?

É um método de terapia Breve. Foi desenvolvida pelo Alemão Bert Hellinger e está no Brasil há mais de
20 anos, sendo considerada nova, uma vez que outras teorias e autores são centenários.

Bert Hellinger percebeu que sintomas são gerados devido a movimentos que ocorrem nos sistemas
familiares como por exemplo: repetição de padrões, doenças, dependências, abortos, dificuldades nos
relacionamentos, etc. Relata que estamos envolvidos de forma inconsciente com nossos antepassados
e nomeia esses envolvimentos de emaranhados.

O sistema familiar tem uma ordem que deve respeitar a hierarquia, as trocas e os direitos de pertencimento,
quando há emaranhados revela que estas ordens não são respeitadas. A Constelação permite perceber onde
se localiza as desordens, gerando informações e possibilitando novos movimentos e novas ordens libertando
e liberando os membros do sistema para seguir a vida.

É um modelo fenomenológico e de difícil compreensão baseando-se apenas em leituras, para entender a


dimensão deste método é importante participar de workshops para ouvir sobre o método e vivenciar a
técnica.

É transformadora e vem tomando uma dimensão imensurável, hoje atinge as áreas Júridica, Educacional,
Organizacional e Familiar.

A Constelação tem basicamente duas funções: gerar informações e promover uma nova ordem no sistema.

Ordens do Amor

Bert Hellinger considera que o sistema familiar ou qualquer outro, é movodo por amor e classifica os
movimentos em três ordens: Pertencimento, Equilibrio e Hierarquia.

Pertencimento: todos têm o direito de pertencer ao sistema. Familia atual (casal e filhos), pais, avós, bisavós,
tataravós, tios, primeiro(a) parceiro(a), filhos de relaciomenamentos anteriores, até paises de origem do
sistema.
Desordem: quando uma pessoa é excluída de forma consciente ou não, pode causar emaranhamentos.
Exemplos de exclusões de um sistema familiar: abortos, depêndencias, crimes, adolescentes grávidas, etc.

Equilíbrio entre dar e receber: é preciso que haja equilíbrio entre dar e receber. que as trocas sejam justas,
sendo esta a ordem natural. É comum ver relacionamentos em que um se doa muito e outro só recebe. Na

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relação entre pais e filhos, os pais dão a vida e os filhos recebem, a melhor forma de compensar os pais é
sendo feliz, entre irmãos também ha a necessidade de um equilibrio.
Desordens: ifilhos sentem-se maiores e melhores que os pais, irmãos mais novos sentem-se superior aos
mais velhos, papéis no casal invertidos, pais cobrando dos filhos o que estes não conseguem dar, etc.

Hierarquia: deve ser respeitada. Primeiro vieram os pais e depois os filhos,


também a ordem de nascimento de irmãos devem ser respeitadas, mesmo o aborto e meio irmãos devem
ser incluídos e na ordem de nascimento.
Desordens: um filho pode se sentir maior que um dos pais e agir como tal; pode também querer dar ordens
aos pais agindo como pai/mãe deles, irmãos que ocupam o lugar de outro irmão, são alguns exemplos desta
lei.

Um dos objetivos da Constelação Familiar é verificar se há e onde estão as desordens gerando informação
e a partir desta coloca-se uma nova ordem e todos ficam livres para seguir.

A Técnica

A técnica propriamente dita é conduzida por um Facilitador (pessoa devidamente capacitado e formado por
Bert Hellinger ou seus discipulos). Este colhe informações básicas do sistema do cliente, investiga fatos e
certifica-se do desejo real do cliente como resultado. Após este primeiro momento escolhe-se os
representantes necessários para compor o sistema do cliente, as pessoas são posicionadas no campo e
seguem os movimentos com base nas sensações que ocorrem por meio do campo morfico ou morfogenético.

Fenomenologia- campo mórfico

A Constelação ocorre baseado no campo mórfico ou morfogenético, campo de informação; na medida que
o cliente traz as informações do seu sistema os participantes vão acionando a memória somado às
informações que foram passadas pelo facilitador cria-se um campo, o qual conhecemos como campo
mórfico. Dentro deste campo é possível que o represetante sinta como se fosse o elemento que representa,
seja uma pessoa ou algo. Com sentimentos e sensações reais e em algumas situações com comportamentos
e ações.

A hipótese dos campos morfogenéticos foi formulada por Rupert Sheldrake. Segundo o holismo, os campos
morfogenéticos são a memória coletiva a qual recorre cada membro da espécie e para a qual cada um deles
contribui.

Morfo vem da palavra grega morphe que significa forma. Os campos morfogenéticos são campos de forma,
padrões ou estruturas de ordem. Estes campos organizam não só os campos de organismos vivos mas
também de cristais e moléculas.

Os campos morfogenéticos são campos que levam informações e são utilizáveis através do espaço e do
tempo sem perda alguma de intensidade depois de ter sido criado. Eles são campos não físicos que exercem
influênica sobre sistemas que apresentam algum tipo de organização inerente.

No livro Simetria Oculta do Amor, Bert Hellinger relata: " Eu não sei como isso funciona, eu sei que
funciona e eu utilizo".

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Informações obtidas em: deldebbio.com.br

A Técnica

A técnica propriamente dita é conduzida por um Facilitador (pessoa devidamente capacitado e formado por
Bert Hellinger ou seus discipulos). Este colhe informações básicas do sistema do cliente, investiga fatos e
certifica-se do desejo real do cliente como resultado. Após este primeiro momento escolhe-se os
representantes necessários para compor o sistema do cliente, as pessoas são posicionadas no campo e
seguem os movimentos com base nas sensações que ocorrem por meio do campo morfico ou morfogenético.

Fenomeno x Espiritismo

A Constelação não é espiritismo ou espiritualidade. A Constelação Familiar, foi a primeira forma de olhar
sistêmico dentro desta linha de pensamento, olha para o sistema familiar considerando a ancestralidade:
pais, avós, bisavós... até mesmo os países de origem do sistema originados de guerras e imigrações.
Ancestrais é diferente de vidas passadas. Algumas pessoas misturam estes dois conceitos sendo este um
dos motivos da relação que alguns fazem da técnica com espiritualidade.

Outro fato que leva alguns a misturar é o campo mórfico. O fato do representante sentir por uma pessoa que
não está presente. Campo mórfico está diretamente ligado à fisica quântica, ciência e não ao espiritismo ou
qualquer outra religião.

Nosso país é rico em crenças, religiões e misticismos, contribuindo para a confusão que se faz de
constelação com espiritualidade. Alguns facilitadores misturam, os profissionais do Espaço Crescer
Psicologia tratam a Constelação como o Mestre, um método.

Bert Hellinger recebe em uma entrevista com a jornalista Gabriele Ten Hovel a seguinte pergunta:
"Porque o senhor não gosta de chamá-la de ritual?"
Ao que responde:
"O ritual tem um fundo religioso, as constelações familiares não. A solução talvez tenha algo a ver com um
ritual. Mas o trabalho com constelações é apenas um método." (pg 67; Constelações Familiares; 2007)

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BIBLIOGRAFIA

Bert Hellinger; “Ordens do Amor”;


Editora Cultrix; São Paulo; 2001.

Bert Hellinger; “Ordens da Ajuda”;


Editora Atman; Minas Gerais; 2008

Bert Hellinger; “Êxito da vida e na Profissão”


Editora Atman; Goiás, 2009

Bert Hellinger; “Desatando os laços do Destino, Constelações Familiares com doentes de câncer”;
Editora Cultrix; São Paulo; 2004

Bert Hellinger e colaboradores; “A Simetria Oculta do Amor”;


Editora Cultrix, São Paulo; 2006

Brigitte Grosse Jakob Schneider; “Ah! Que bom que eu sei”;


Editora Atman; Minas Gerais; 2005

Bert Hellinger; “Leis Sistêmicas na Assessoria Empresarial;


Editora Atman; Minas Gerais, 2014

Bert Hellinger; “Histórias de Sucesso”;


Editora Atmam; Goiás; 2009.

Gabriele Tem Hovel; “Um lugar para os excluídos”;


Editora Atman; Minas Gerais; 2010.

Gabriele Tem Hovel; “Constelações Familiares”;


Editora Cultrix; São Paulo; 2001

Grochowiak, Klaus & Castella, Joachim; “Constelações Organizacionais”;

55
Editora Cultrix; São Paulo; 2007.

Johannes Neuhauser(org.); “Para que o amor dê certo”;


Editora Cultrix; São Paulo, 2014.

Bert Hellinger, “No centro sentimos leveza”;


Editora Cultrix, São Paulo; 1996.

Bert Hellinger; “Meditações”;


WWW.abcsistemas.org; 2012

Bert Hellinger & Hoven, Gabriele; “Um lugar para os excluídos”;


Editora Atman; Minas Gerais, 2010.

Bert Hellinger; “Liberados somos Concluídos”;


Editora Atamn, Minas Gerais; 2006

Bert Hellinger; “Religião, Psicoterapia e Aconselhamento Espiritual”;


Editora Cultrix; São Paulo; 2005.

Bert Hellinger; “Olhando para a alma das Crianças”;


Editora Atamn; Belo Horizonte; 2015

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Adamns, Paul; “Ajuda-te Pela Nova Auto Hipnose”;


Editora Ibrasa; São Paulo; 1972

Dilts, Robert; “Crenças caminhos para a Saúde e o bem estar”;


Editora Summus; São Pailo; 1993.

Ferreira, Marlus Vinicius Costa; “Manual Brasileiro de Hipnose Clinica”;


Atheneu; 2013; São Paulo; 2013

Freire, Paulo; “Pedagogia da Autonomia”;


Editora Paz e Terra; São Paulo, 2011

Gonzaga, Jefferson Gonçalves; “Hipnose Médica”;


Editora Edigraf; São Paulo; 1959.

Masetto, Marcos Tarciso & colaboradores; “Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica”; Papirus Editora;
São Paulo; 2013

Metzger,Claus; “Desvendando o Segredo do Ser Humano”;


Gráfica Lince; São Paulo, 2010

56
O`Connor, Josefh; “Manual de Programação Neuro Lingüística”;
Editora Qualitymark; Rio de Janeiro; 2004

Edmunds, Simeon; “Poder Psíquico da Hipnose”;


Editora Hemus; São Paulo.

Zeig, Jeffrey K.; “Vivenciando Erickson”;


Editora Livro Pleno; São Paulo; 2003

Apostila do Curso de Hipnose Educativa


Galvão, Bayard Veloso; “A Psicoterapia e a Hipnoterapia Ericksoniana segunda a Hipnoterapia Educativa”;
Instituto Milton H. Erickson de São Paulo; 2004.

Masetto, Marcos Tarciso; “ Competência Pedagógica do Professor Universitário”; Editora Summus; São
Paulo; 2012

http://www.miltonerickson-bh.psc.br/auto-hipnose.

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ANEXOS

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Textos publicados no blog nossoespacocrescerpsicologia.com

Constelação Familiar - O que vocês querem fazer com ela?


Não estive no Congresso de Bert Hellinger mas pelo visto foi a melhor coisa que fiz. Infelizmente as
Constelações
estão tomando um rumo do qual não concordo e o próprio Mestre, antes de Sofhie, sua esposa, também não
concordava.
Há anos atrás Freud observando comportamentos criou a Psicanálise, desenvolveu um olhar para o
desenvolvimento humano que contribui até os dias atuais e durará para sempre; Conceitos como
inconsciente, consciência, id, ego, super ego e complexo de Édipo além de mecanismos de defesa, entre
outros conceitos que nos ajuda a compreender o psiquismo humano.
Jung seu seguidor começou a ter um olhar diferenciado, suas idéias não batiam com o conservador Dr.
Freud e como consequência provocou a separação dos dois mestres, portanto esta separação enriqueceu os
caminhos daqueles que seguem as teorias até hoje; Jung contribuiu com conceitos que também são
utilizados até os dias atuais: inconsciente coletivo, conceito de Individuação, animus e anima, o excelente
trabalho relacionado com os mitos e alquimia. Mesmo que tenham cortado relações cada um Não com sua
sabedoria desenvolveu seu trabalho em prol do outro com muita maestria e nos servem até os dias atuais.

Hoje temos o grande Bert Hellinger, que estudou Psicanálise, Hipnose de Milton Erickson, Filosofia, entre
outras. Foi seminarista e ao meu ver a Constelação é um método que utiliza todo o seu conhecimento. Em
seus livros defende que Constelação é um método:
Bert Hellinger recebe em uma entrevista com a jornalista Gabriele Ten Hovel a seguinte pergunta:
"Porque o senhor não gosta de chamá-la de ritual?"
Ao que responde:
"O ritual tem um fundo religioso, as constelações familiares não. A solução talvez tenha algo a ver com um
ritual. Mas o trabalho com constelações é apenas um método." (pg 67; Constelações Familiares; 2007)
e sobre o fenômeno diz " Eu não sei como isso funciona, eu sei que funciona e eu utilizo".

Portanto, assim como para Freud surgiu Jung, alguém surge na vida de Bert e vem com um olhar que muito
nos distância da Ciência. * Com a diferença que Jung foi mais um braço da mesma ciência.

No ultimo Congresso em que participei, em 2013 percebi estas nuances espirituais que Sophie Hellinger
tentou dar ao que chamavam de Constelação Medial, Bert já com sua idade avançada deixou que sua esposa

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levasse quase todo o tempo as Constelações e na época associei com Freud e Jung, com uma diferença
gritante que a dupla de hoje é um casal e que não vão se separar e que como o próprio Bert Hellinger fala,
a mulher tem sempre razão e num outro momento em seu libro A Simetria oculta do amor relata que a unica
função do masculino é servir ao feminino.

Lamentável, pois hoje existe muitos movimentos para tornar a constelação uma ferramenta que possa atingir
todas as áreas humanas, incluindo psicologia, direito, administração, entre outras.

Conheço diversos facilitadores que misturam a Constelação com espiritismo e respeito, cada um com sua
forma e com seu publico. Mas generalizar é lamentável pois isso tomará uma dimensão que para
profissionais que têm como base a ciência, perderá crédito e consequentemente muitos deixarão de usufruir
de um método de impressionante eficiência.

Como psicóloga vejo claramente a ligação entre a teoria do Freud, do Jung e o Método de Constelação, vejo
também influências da Hipnose de Milton Erickson, os movimentos que se dão pela física quântica e o
campo mórfico explicado pelo biólogo Rupert Sheldrake.

Me resta a esperança que estes movimentos cresçam e que sejam respeitados para que este método não
perca sua verdadeira essência. E que todos, cada um no seu campo de trabalho e de crenças possa utilizar
como melhor convir para si e para seus clientes.

O que depender de mim para defender e trabalhar com o Método como um método e não como um meio
espiritista, o farei, mas confesso, tenho medo que este movimento seja menor.

Nova Constelação ou Constelação Medial

Este método pode ser bastante perigoso nas mãos de profissionais inábeis e para vida daqueles que vem
pedir ajuda. Nesta forma de Constelar, o cliente não precisa falar nada, o facilitador coloca os representantes
e as cenas acontecem. Sabe-se lá o quanto de crenças, projeções, intenções, etc. estes representantes
carregam para o movimento que ao meu ver não traz informação e muito menos solução. Se hoje pessoas
fazem cursos rápidos e já saem "constelando" por ai, imagine se virar uma coisa espiritista, nem curso
precisará fazer. Lamentável.

Uma ferramenta apaixonante, encantadora e que traz resultados, eu já tive diversos retornos e resultados no
sistema familiar (pais, avós, bisavós, tataravós, etc.) tanto na vida pessoal como na vida dos clientes que
acompanho que foram realizadas na sua essência, aquela descoberta pelo mestre Bert Hellinger.

Por Cristina S. Souza

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Constelação Familiar para todos

Durante a semana publiquei um artigo que causou discussão. Muitos colegas me apoiaram e dizem
concordar com minha visão e outros me condenaram, alguns tentaram me convencer a mudar minha visão.
O artigo é esse: Constelação Familiar o que vocês querem fazer com ela?

A Constelação Familiar é descrita em diversos livros pelo Alemão Bert Hellinger, um método de terapia,
como ele mesmo fala; que nos permite olhar além do individuo e suas projeções.
No atendimento psicológico o paciente/cliente traz para sua terapia um mundo pelo qual consegue enxergar
com seus olhos, sentimentos e percepções. Fato que em algumas situações limita as mudanças e
transformações. A Constelação permite um olhar Sistêmico, que vai além do individuo, gerando
informações, percepções e mudanças.

Perceber que por amor, ficamos presos e emaranhados em nosso sistema familiar, ou seja, em nossos pais,
avós, bisavós etc. foi a grande sacada de Bert hellinger. Perceber que um sistema que é emaranhado está
em desordem e que é possível colocar uma devida ordem foi a grande descoberta.

Família todos nós temos, todos nascemos em um sistema formado por pai, mãe, irmãos, avós, etc. Portanto
TODOS estão sujeitos a se envolver em emaranhados deste sistema ao qual pertence.

O que me incomodou foi ver o Mestre falar que tudo que já foi visto de Constelação não vale nada e Sophie
falar que os movimentos que ocorrem são movimentos espiritas e de vidas passadas.

Sabe-se que os movimentos se dão por campo mórfico explicado por Rupert Sheldrake, e movimentos que
ocorrem por física quântica.

Espiritismo x espiritualidade

Sim... somos seres BIO-PSICO-SOCIAL E ESPIRITUAL.


Muitos me questionaram e desafiaram tentando convencer-me que vidas passadas é um fato.
Ao meu entendimento. quando olho movimentos do espirito olho e respeito as crenças de cada cliente.
Imaginando uma cena comum nas constelações: alguém vai embora muito cedo, uma mãe ou um filho vem
a óbito, para aquele que fica não é fácil aceitar e passar toda uma vida carregando sentimento negativos por
esta morte. Na constelação, colocar um representante para algo maior, faz com que o cliente olhe para este
representante e dentro da sua crença elabora seus sentimentos, por meio de suas projeções.- isto é espiritual.
Se eu falar algo com conotação espirita, vou ferir o cliente se este tem outra fé ou crença, que não seja
espirita. - isto é espiritismo.

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Sendo assim tornar a Constelação uma ferramenta espirita, é o mesmo que excluir todos aqueles que não
tem esta crença.

Conversando com um colega da área do Direito me acalmei, pois me lembrou que tudo que Bert Hellinger
fez e disse está escrito, registrado em diversos livros e este é um legado que ninguém poderá nos tirar.
Mesmo que o Mestre, hoje com seus quase 90 anos, mude de ideia, sua ideia original é o que vale para
Psicologia, Direito, Medicina, Administração, etc.

Psicologia x Religião

Sempre há polemicas quando se fala em conceitos religiosos e psicólogos.


Psicólogo em sua atuação NÃO TEM RELIGIÃO. Sempre explico para aqueles que me procuram que
dentro do meu consultório não tenho crenças, valores e julgamentos, estou ali a serviço para ouvi-lo em sua
essência. E só assim, limpa do que é meu, consigo estar presente com o outro. Este é meu trabalho.
Isso é tão sério que é pautado no código de ética do psicólogo.
Art. 2o. Ao Psicólogo é vedado:
e) induzir a convicções politicas, filosóficas, morais ou RELIGIOSAS, quando do exercício de suas
funções profissionais;

Este é um dos motivos que mais levam os colegas Psicólogos à Juri, tentar induzir o paciente às suas crenças
religiosas. Sei porque periodicamente recebemos uma revista do CRP que informa os casos que estão em
processo.

Traduzindo, é dever do Psicólogo respeitar as crenças de cada cliente e ajuda-lo a refletir e encontrar
respostas se for uma questão de psicoterapia abordada pelo cliente dentro de suas crenças.

Por Cristina S. Souza

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Diga um profundo sim para sua história
Família

Muitos conflitos, brigas, mágoas são gerados em família; pais x filhos, irmãos x irmãos, avós x netos,
cunhados, primos, tios, agregados, enfim. Muitas idas e vindas, vai e vens...

Mas também muitas alegrias, companheirismos, festas, ajudas, etc. acontecem em uma família.

Porém o importante é o reconhecimento, todos nós temos um lugar na família, reconhecer este lugar é muito
importante e nos faz pertencer.

Por exemplo: você é filho(a), qual? O primeiro, segundo? Para saber qual seu lugar na vida é preciso saber
qual seu lugar no sistema familiar. Para saber que filho você é, é necessário saber se ouve abortos ou
natimortos antes de você, pois segundo a teoria de Bert Helinger, autor da Constelação Familiar, estes
devem ser contados como filhos.

Então se você é o primeiro e antes de você sua mãe teve um aborto, você é na verdade o segundo filho. Se
você é o terceiro e antes de você houve um aborto ou natimorto, você é na verdade o quarto filho. Este é
seu lugar. Então verifique com sua família e certifique-se que lugar é realmente o seu.

Após você ter reconhecido seu verdadeiro lugar, vem então o reconhecimento de seus ancestrais.

Pai e mãe, independente do que tenha acontecido, de como foi este pai e esta mãe, apesar da dor que você
possa ter por causa de mágoas, deve olhar para eles e dizer um profundo sim para a sua história com eles,
agradecer por ter recebido deles o seu bem maior, a VIDA. Ser grato(a) a esta vida que recebeu, deles.

Após reconhecer e aceitar os pais você pode perceber que sua mãe tem um pai e uma mãe, seu pai tem um
pai e uma mãe, e tem uma história que provavelmente não foi uma história fácil, e estes que são seus avós,
tem pais, que também vem de histórias, muitas vezes sofridas.

Somos ser bio-psico-social e espiritual; ao social entende-se ambientes como casa, escola, igreja que
contribui para a formação da identidade e personalidade, se a história de vida tem sofrimentos esta
identidade e personalidade será marcada por esta história. E muito do que sofremos passamos para nossos
descendentes.

Portanto é importante que você saiba um pouco das histórias de seus pais, avós, bisavós e se possível dos
tataravós. Muitas respostas virão, muita coisa fará sentido para você, coincidências, repetições de histórias
e comportamentos.

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Olhar para trás, para toda a ancestralidade e falar um sim para tudo que já aconteceu em sua família para
que você existisse. Sem julgamentos, sem mágoas, simplesmente com aceitação.

Se conseguir fazer tudo isso, a vida ficará muito mais leve e você terá um lugar na vida.

Respeitar este passado, agradecer por todos os que pertencem a ele e reconhecer o seu lugar na família.
Esse é um dos princípios da Constelação Familiar e me inspirei em escrever sobre este tema porque a minha
avó, de 96 anos está bem fraquinha, e hoje eu fiz isto, disse um profundo sim para tudo o que ela foi e
agradeci a vida que recebi por meio dela.

Se tiver alguma dúvida sobre este tema pode entrar em contato com o Espaço Crescer Psicologia, terei
prazer em atende-los.
Se tiver interesse, Constelação Familiar, é uma técnica que tem como objetivo colocar ordem no sistema
familiar, para que o constelado fique livre das amarras dos sistemas e siga a vida com maior qualidade.

Temos atendimento com Constelação Individual no Espaço Crescer Psicologia. Procure-nos.

Por: Cristina S. Souza - Psicóloga

Claro que Constelação é muito mais: troca de papeis, cobranças resultantes de carências, repetições,
desequilibrio entre as leis do amor, etc.

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Alienação Parental - um olhar sistêmico

Há algum tempo venho participando de um grupo de Alienação Parental em uma rede social, e muito tem
me comovido ver o sofrimento daqueles que são afastados de seus filhos.
Mas muito antes fui tocada por diversas crianças e adolescentes que atendi cujos pais eram separados e
percebia o maldito "jogo", cuja raiva e mágoa dos adultos, de forma muito egoísta é utilizada para ferir os
filhos, pior que de forma inconsciente, pois estes pais acham que estão fazendo o melhor para os filhos e
não percebem a dor que este sofre pela alienação.
E antes ainda pude acompanhar de forma bem pessoal uma situação, cuja guerra dos alienadores, resultou
na criança um câncer que a levou à morte com 15 anos de idade. E isso é tão real e absurdo que no necrotério
um dos alienadores virou para o pai e falou: "toma... agora ela é sua".

Sim isso é muito sério e deve ser visto com muito cuidado, a lei está tentando olhar, proteger, acompanhar,
mas os casos são muitos e muitos nem chegam à lei, ficam escondidos na sociedade, nas famílias e nas
casas e as crianças escondidas em suas dores, mágoas e revoltas. Adoecem, vão mal na escola, tornam-se
agressivos ou passivos, como forma de gritar socorro pela sua dor.

Enquanto os adultos, pais, avós, tios.... sequer olham para esta dor e ficam em suas guerra de egos para ver
quem ganha nesta briga, alguns abrem mão e abandonam e mesmo assim, a criança sofre.

Quem deve ser protegido? Quem deve ganhar? Quem precisa de pai e mãe?

Um olhar pela visão da Constelação Familiar

Segundo a Constelação Familiar do Alemão Bert Hellinger, o sistema familiar é regido pelas ordens do
amor, e estas ordens contém três leis, as quais serei breve na explicação, pois toda ela você encontra em
nosso site www.espacocrescerpsicologia.com, e farei uma correlação com o assunto em pauta, alienação
parental.

- Lei do pertencimento: todos têm o direito de pertencer ao sistema familiar, o problema é que alguns são
excluídos, ex: aborto, assassinos, alcoólatras, ex namorados dos pais, etc. Quando alguém é excluído
alguém do sistema atual pode vir para representar o excluído e fazer com que seja visto para que o sistema
entre em ordem.
Algumas possibilidades de situações:
- quando o pai do alienador foi excluído este pode fazer o mesmo com o genitor do filho repetindo o padrão.
- quando o pai foi ausente gerando mágoas, entre outras situações.

- Lei do equilíbrio entre o dar e receber: nas relações todos devem dar e receber igualmente, portanto o que
ocorre é que alguns só recebem e o outro só da, quando isso acontece o casal separa, porque o que recebe
demais não suporta e vai embora e passa a ser julgado porque foi injusto, o outro fez tudo por ele(a) e foi

65
embora mesmo assim. A parte que só recebe se sente pequeno demais por receber tanto e não poder pagar
da mesma forma.
Algumas possibilidades de situações:
- o que foi embora e recebia demais é julgado e este julgamento não passa despercebido para os filhos.
- aquele que da demais acha-se suficiente para os filhos, não precisa do outro genitor por ser auto-suficiente.
- quando um dos genitores vai embora o outro coloca o filho no lugar

E assim vamos para outra lei, a Hierarquia: precisa haver respeito na hierarquia, porque cada um tem o seu
lugar no sistema, os que vieram primeiro devem ser respeitado, bisavós, avós, pais, filhos, primeiro filho,
segundo filho, etc. O que acontece e é comum são hierarquias sendo desrespeitadas, filhos mandam nos
pais como se fosse melhores que eles ou maiores, irmãos menores assumem responsabilidades de irmãos
maiores, abortos excluídos e filhos que tentam ocupar este lugar, filhos tentando ocupar o lugar de um dos
genitores.
Se a hierarquia não é respeitada a alienação toma conta facilmente, há julgamentos, criticas, por parte
daqueles que se sentem maiores.

Dizer um profundo sim:

Quando colocamos uma Constelação vemos movimentos como a criança querer se aproximar de um dos
genitores e o outro impedir, a criança sofre porque ama os pais mas teme magoar um deles, o que tem a
guarda, e olha com amor para o outro mas permanece distante. Outro movimento é quando a criança se
coloca entre os pais para protege-los de suas iras, mas isso é muito pesado para o filho.

Acordem pais (mãe e pai)


Para existir uma criança existiu um casal e um ato de amor, a criança é 50% do pai e 50% da mãe, assim
ela se forma em sua totalidade. Denegrir um desses é tentar matar parte desta criança, é querer que ela seja
incompleta, pela metade. A criança por sua vez sente uma profunda dor porque além de amar os pais, se vê
obrigada a abrir mão dela mesma, de sua parte que vem de um dos genitores.

Quando um casal se une, cada um traz uma bagagem consigo, cheia de emaranhamentos e conflitos, estes
se misturam e quando não resolvidos geram a separação/ brigas/ conflitos.

Olharem-se com o devido respeito é um caminho para aceitar esta parceria, os filhos, mas para olhar o outro
com respeito é necessário que olhe para o passado, pais, avós... com respeito e é isso que a constelação
permite.

É comum casais em conflitos que quando utilizam esta técnica conseguem se olhar, no minimo com
respeito.
Com a visão da Constelação sabemos que cada um tem o seu lugar, pai, mãe e filho. Quando o lugar não é
respeitado gera um grande vazio na vida dos filhos.
Da mãe a criança recebe a vida e do pai a força para a vida.

Uma das falas que usamos nas constelações e que deixo aqui para cada um que passa por estas situações,
seja lá o alienado ou o alienador é:

66
Relação mãe & filha – transformando dor em saúde

Hoje estou particularmente tocada pelo relato de uma mãe.

Recebemos em nossos consultórios queixas relacionadas a esta relação, mãe e filha. Adultos que sofrem
sequelas de uma mãe que foi fria, dominadora, distante, indiferente, entre outras características.

Adultos que sofrem carências por toda vida por não ter recebido o amor da forma que esperava, em cima
desta falta constrói seus relacionamentos de forma vazia, insatisfatória e indiferente.
Sabe-se que nos consultórios chegam as mais variadas queixas e problemas mas o mais constante são
insatisfações nesta relação. Falo de mãe e filha pois esta queixa parte mais de pacientes mulheres, homens
raramente traz esta relação como causa de seus sintomas. Ao menos, em meus 14 anos de atendimentos, é
o que observo.

Vejo mulheres destruídas emocionalmente, com baixa auto-estima, sem sucesso profissional e financeiro
porque a mãe não soube elogiar, estimular e apreciar enquanto criança e adolescente.
Vejo mulheres que se casaram cedo para se livrarem de uma mãe austera.

Vejo mulheres que não sabem ser mãe carinhosa, presente e afetiva porque não tiveram essa referencia e
assim passa-se de geração em geração uma linhagem de mulheres frias com suas filhas.
Vejo mulheres que tiveram suas vidas marcadas por mães que eram afetivas com os filhos homens e frias
com as filhas mulheres, vitimas de preconceitos e machismo de uma cultura e sociedade.

Vejo mulheres que quando tiravam uma nota máxima na escola a mãe dizia que não fazia mais que a
obrigação, apagando o brilho nos olhos e o sorriso de uma menina feliz por ter ido bem na prova.
Mães que ensinaram suas filhas a não confiarem em homens, pautadas em suas experiências, sendo
submissas e tendo que suportar humilhações, traições, etc,

Sim, grande parte de nossas clientes/pacientes trazem como causa de suas queixas uma relação materna
prejudicada e por outro lado temos aquelas filhas que mesmo constituindo família não saem da barra da
saia da mãe, ficam apegadas demais e assim não ficam presentes para marido e filhos, também relações em
que o amor demasiado prejudica o presente e consequentemente o futuro.

Hoje, vejo transformações, e voltando ao relato que ouvi citado acima, uma mãe cuja filha era fria, distante
e julgadora, após algumas sessões de terapia e uma constelação familiar, transformou. A cliente esta
encantada com as mudanças que ocorreram em sua filha, na relação das duas e pergunto: você consegue
imaginar que passaram anos, muitos anos em uma relação ruim e após um trabalho de Constelação Familiar
tiveram suas vidas transformadas?

Imagine quantas pessoas podem se beneficiar com este método de terapia.

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Nas Constelações substitui-se julgamentos por entendimento e aceitação, carências por gratidão, pulsão de
morte por vida.

Todas as bases das Constelações são teorias da Psicologia, um método que pode ser utilizado pelo Psicólogo
segundo informações obtidas no CRP-SP.

Quer conhecer e/ou usufruir deste método? Participe dos nossos encontros.

Deixo abaixo links com informações sobre o método, workshops e cursos.

Constelação Familiar/ Sistêmica - Sobre o metodo


Curso Constelação Familiar/ Sistemica

Os workshops você pode acompanhar pelo facebook e páginas


https://www.facebook.com/cris.silva.5099
Nossa página

A maior gratificação para um Psicólogo é ver o sorriso nos lábios de seu paciente, ver o brilho no
olhar e ver que a vida segue diferente, nova, feliz.

O maior reconhecimentos são as indicações que esses pacientes que se transformaram fazem, trazem os
amigos, os parentes, os amigos dos amigos e assim seguimos com nossa profissão a serviço da vida.

Por Cristina - Psicóloga e Facilitadora em Constelações Familiar/Organizacional/Individual/Sistêmica

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Ser mãe em PAZ!

Hoje a tarde fui deitar na minha cama e minha filha mais nova estava lá, dormindo, fiquei observando-a por
algum tempo, serena, linda, em seu sono profundo. Algum tempo depois, acordou, pulou da cama e a
primeira coisa que falou foi: “Cade meu celular?” pegou-o e foi atualizar as conversas com os amigos, já
saiu do quarto e foi pra vida dela.

Me coloquei a refletir sobre este momento e o que percebi é que hoje me encontro em meu papel de mãe, e
o papel ou a função dos pais é estar lá. É assim que sinto, depois CLARO, de muitas Constelações
Familiares, sinto que estou aqui, quando elas precisam de mim estou presente, pronta para ajuda-las e servi-
las. Para doar-me como mãe.

A partir da adolescência os interesses dos filhos mudam completamente, passam a viver os amigos, os
amores e agora as redes sociais, preferem passar um dia conversando com os amigos que passar um dia
com os pais, avós, primos pequenos.
O problema é que este fato irrita e incomoda terrivelmente aos pais, não só de adolescentes, mas também
dos filhos jovens e este incomodo traz cobranças, brigas, chantagens.

Se pensarmos ou nos colocarmos no lugar dos filhos saberemos entender suas escolhas. Se um adolescente
tiver de escolher entre passar a tarde de domingo assistindo tv com os pais ou ir ao Shopping com os amigos,
o que ele prefere? O que você pai/mãe preferiria se estivesse no lugar deles?

Não significa que os filhos devem esquecer ou desprezar os pais, mas que os pais devem respeitar suas
escolhas, deixá-los ir pra vida. Também não significa que os filhos não amam aos pais, amam muito, mas
a vida está acontecendo.

Quando os pais cobram dos filhos, de forma exagerada, abraços, beijos, atenção, presença, escolhas é
porque não recebeu de seus próprios pais e esperam receber dos filhos, o amor que outrora faltou.

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Quando cito a Constelação Familiar como motivo para que me sinta em paz com meu papel de mãe, e que
estou aqui quando as filhas precisam, é porque a Constelação além de nos conscientizar que cada um tem o
seu lugar no sistema familiar, ajuda a colocar em ordem estes papeis quando estão desordenado.
Ex. Se uma mãe cobra muito de uma filha, ou a filha da ordens para a mãe, é porque os papeis estão trocados,
algumas vezes tomar consciência resolve, mas quando não resolve a Constelação é uma ferramenta que
pode contribuir para colocar ordem nesta relação.

Quando o sistema familiar esta em ordem e temos a tomada de consciência a vida fica mais leve, mais fácil
e as relações melhores, consequentemente.

Quando nos relacionamos com nossos filhos de forma tranquila e segura, eles estarão presentes, e sim,
muitas vezes nos procurarão quando precisam de nós, pais. Essa é a lei natural da vida. Nós damos a eles a
vida e eles a recebem e seguem pra frente, crescem, estudam, se divertem, têm amigos, namoram, casam,
se formam, têm filhos.... (não necessariamente nesta ordem). E a nós cabe ficar feliz com as conquistas
deles e estar presente quando solicitados, com amor.

E aqui deixo um convite a todos que ainda não conhecem Constelação Familiar, que venha conhecer e
entender as tramas que acontecem nas famílias. A mim trouxe paz no papel de mãe e muito mais.

Por Cristina S. Souza

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Constelação Sistêmica / Familiar
Nome: ___________________________________________________________
Fone: ____________________________________________________________
Indicação: _______________________________________________________
Queixa:______________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_________________________________________

71
Nome: ______________________________________________

Nasc.: _________________________________________
Filiação: ____________________________________________
Frase:________________________________________________________________
____________________________________________________________

Pontos positivos/qualidades Pontos negativos Conquistas Desejos, sonhos,


realizadas objetivos

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Alzira Cristina da Silva

Psicóloga - CRP 06-71699


Endereço para acessar CV:http://lattes.cnpq.br/969079042539371

 Psicóloga Clinica desde 2002 com atuação em Psicodiagnóstico Infantil, Ludoterapia, Psicoterapia,
Orientação de Casal e Família.
 Educação, Filosofia e Teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
 Coordenadora do Curso de Pós Graduação em Constelação Familiar/Sistêmica na USCS
 Especializada em Constelação Familiar sob orientação de Mimansa Érika Furnny – 2013.
 Especializada em Constelação Organizacional pelo Ynfosion.
 Artigo Cientifico publicado na Revista Pandora da Universidade Mackenzie - 2012

http://revistapandorabrasil.com/revista_pandora/docencia/cristina.pdf

 Formada pelo Instituto Milton Erickson de São Paulo no curso de Psicoterapia e Hipnoterapia
Ericksoniana – 2004
 Formação de Practitioner em Programação Neuro Lingüística pelo Instituto Terapêutico Via Lux-
2005
 Formada em Psicologia pelas Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU. 2012

Outros:
 Organizadora do Projeto Social “Venha Crescer com a Gente”- desenvolvido na Igreja Presbiteriana
Independente de Freguesia do Ó - 2011
 Psicoterapia de Grupo
 Palestras
 Aprimoramento em Atendimento Clinico.
 Participação no Projeto Renda Cidadã – 2006-2007
 Expositora do Trabalho “Analise do Desenvolvimento de bebês em um abrigo para meninos na
grande São Paulo”, Faculdades Metropolitana Unidas.
 Participação em Debates no Programa Vejam Só do canal Rit TV
 Artigos publicados na Revista Alvorada da Igreja Presbiteriana Independente

Email: cristina.alzirapsi@outlook.com
Site: http://www.espacocrescerpsicologia.com/
Site: http://www.cristinassouzapsicologa.com/
Blog: http://nossoespacocrescer.blogspot.com.br
Fone: (11) 99361.8423

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