Professional Documents
Culture Documents
UANDERSON
REBULA DE OLIVEIRA
- Protocolo de Couto
- Método Strain Index
- Método NIOSH
Análise Ergonômica de Trabalho 2
1. INTRODUÇÃO
Existem vários métodos de análise ergonômica de trabalho - AET. Cada um deles possui características que tornam
uns mais apropriados do que outros para determinadas aplicações. Uns são mais indicados para avaliações de
membros superiores, outros para membros inferiores, outros para extremidades distais dos membros, etc.
2. PROTOCOLO DE COUTO
O protocolo desenvolvido por Hudson Araújo de Couto (2002), Médico do Trabalho e especialista em Ergonomia,
efetua uma avaliação simplificada do risco de se desenvolver uma lesão musculoesquelética nos membros
superiores em função da atividade física desempenhada.
Esse questionário aborda seis características distintas da relação homem / trabalho, que são:
O resultado da avaliação é obtido somando-se a pontuação de todas as respostas, é interpretado segundo a Tabela.
CRITÉRIO DE INTERPRETAÇÃO
Pontuação Comentários Conclusão
23 ou mais Ausência de fatores biomecânicos AUSÊNCIA DE RISCO
19 - 22 Fator biomecânico pouco significativo AUSÊNCIA DE RISCO
15 - 18 Fator biomecânico de moderada importância IMPROVÁVEL, MAS POSSÍVEL
11 - 14 Fator biomecânico significativo RISCO
10 ou menos Fator biomecânico muito significativo ALTO RISCO
3 – Postura do trabalho
Descrição Não Sim
a) Há algum esforço estático da mão ou antebraço como rotina na realização do trabalho? 1 0
b) Há algum esforço estático do braço ou pescoço como rotina na realização do trabalho? 1 0
c) Há extensão ou flexão forçadas do punho como rotina na execução da tarefa? 1 0
d) Há desvio lateral forçado do punho como rotina na execução da tarefa? 1 0
e) Há elevação dos braços acima do nível dos ombros como rotina da tarefa? 1 0
f) Existem outras posturas forçadas dos membros superiores? 1 0
g) O trabalhador tem flexibilidade na sua postura durante a jornada? 0 1
4 – Posto de trabalho
Descrição Não Sim
a) O posto de trabalho permite flexibilidade para posicionar ferramentas ou similares? 0 1
b) A altura do posto de trabalho é regulável? 0 1
6 – Ferramenta de trabalho
Descrição Não Sim
a) O diâmetro da manopla da ferramenta tem entre 25 e 35 mm (homens) ou 20 e 25 mm (mulheres)? 0 1
b) O cabo da ferramenta não é muito fino nem muito grosso e permite boa estabilidade da pega? 0 1
c) A ferramenta pesa menos de 1kg ou, no caso da pesar mais de 1kg, encontra-se suspensa por dispositivo capaz
0 1
de reduzir o esforço humano?
CRITÉRIO DE INTERPRETAÇÃO
Pontuação Comentários Conclusão
Acima de 22 Ausência de fatores biomecânicos AUSÊNCIA DE RISCO
19 e 22 Fator biomecânico pouco significativo AUSÊNCIA DE RISCO
15 e 18 Fator biomecânico de moderada importância IMPROVÁVEL, MAS POSSÍVEL
11 e 14 Fator biomecânico significativo RISCO EXISTENTE
Menos de 11 Fator biomecânico muito significativo ALTO RISCO
Este protocolo foi desenvolvido por Moore e Garg (1995), com o objetivo principal de avaliar o risco de lesões nas
mãos, punhos e braço. O termo Strain Index significa “Índice de Esforço”. É um critério semi-quantitativo.
De posse desse índice pode-se classificar o risco de lesão de acordo com a tabela abaixo.
Critério de interpretação
Pontuação Conclusão
SI ≤ 3 PROVAVELMENTE SEGURO
3 < SI ≤ 5 RISCO DUVIDOSO, QUESTIONÁVEL
5 < SI ≤ 7 RISCO MODERADO
SI > 7 ALTO RISCO, tão mais alto quanto maior o número observado
Método Strain Index – Avaliação do Fator Biomecânico no Risco para Distúrbios Músculo-Esqueléticos de
Mãos e Punhos Relacionados ao Trabalho
O cálculo da pontuação final do Strain Index (SI), resultará do produto destes seis fatores, conforme ilustrado na fórmula seguinte:
Inseridos todos os “fatores de multiplicação” procede-se ao cálculo, que nada mais é do que o produto (multiplicação)
de todos os fatores.
Assim como todas as ferramentas ergonômicas o Strain Index (Moore e Garg) não deve ser utilizado como ferramenta
de diagnóstico e sim de auxílio no diagnóstico.
Um relatório bem detalhado de uma atividade de trabalho analisada deve conter explanações sobre os dados
observados, características de trabalho que levam a ocorrência de tal achado e particularidades de cada posto de
trabalho.
Se bem utilizada, o critério de Moore e Garg permite uma quantificação do risco em membros superiores por
sobrecarga funcional, permite simulações de melhoria no posto de trabalho e adequação do posto de trabalho perante
órgãos fiscalizadores.
Devemos tomar cuidado com a finalidade da ferramenta, pois se ocorrem deslocamentos no posto (por ex. andar por
curtas distâncias), não devemos aplicar o método.
No mais, cautela na coleta, conhecimento do que se está avaliando e precisão nas medições garantem um bom
trabalho de campo e uma análise concisa e de qualidade.
4. MÉTODO NIOSH
O método NIOSH tem o objetivo de determinar a carga máxima a ser manuseada manualmente numa atividade.
A idéia estabelecida aqui é que, para uma situação qualquer no levantamento manual de cargas, sempre existirá um
Limite de Peso Recomendado – LPR, obtido por meio de certos cálculos, que veremos adiante.
O LPR, uma vez calculado, é comparado com a carga real levantada, obtendo-se o Índice de Levantamento - IL.
75 cm
25 cm
Índice de Levantamento - IL
O Índice de Levantamento - IL é o que determina se uma atividade apresenta risco de lesão músculo esquelética e
ainda quantifica esse risco.
Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, o índice de 23 Kg amplamente difundido não é aplicável a todas as
situações de trabalho encontradas; e sim o IL. O IL nada mais é do que a divisão da constante (23 kg) pela
multiplicação de todos os outros fatores.
A interpretação dos resultados segue os seguintes parâmetros:
Critério de interpretação do IL
Pontuação Conclusão
IL < 1 Condição segura, chance mínima de lesão
IL entre 1,0 e 2,0 Condição insegura, médio risco de lesão
IL acima de 2,0 Condição insegura, alto risco de lesão.
A utilização do método
O Niosh é um método amplamente difundido e utilizado no Brasil e no mundo. Podemos citar aqui algumas situações
em que pode ser aplicado, mas não podemos nos restringir a elas:
Análise de postos de trabalho;
Perícias ocupacionais;
Priorização de riscos entre diversos postos;
Adequação à legislação;
Simulação de projetos de melhoria
A análise dos resultados obtidos nos mostra que o peso movimentado nas características apresentadas (45 Kg), é 10 vezes maior
que o peso recomendado através deste cálculo (4,5 Kg). O índice de levantamento, é obtido através da divisão do peso real
levantado (45 kg) e o limite de peso recomendado através do calculo apresentado (4,5 Kg). No caso do exemplo apresentado, o
índice obtido foi de 10,57. Isto significa que o risco destes trabalhadores virem a ter alguma lesão, está cinco vezes mais alta que o
menor índice de risco sério.
Situações onde os índices de levantamento superam o valor mínimo (2,0), são freqüentes nas atividades observadas no estudo de
caso (área da construção civil). Além destes foram realizadas no local outras experiências, utilizando este modelo, e os resultados
sempre foram acima do valor mínimo. Algumas das atividades observadas foram a movimentação/descarga de sacos de cimento de
50 kg, colocação de suportes de sustentação para as estruturas de madeiras, dentre outras.
Como forma de observar os resultados obtidos da aplicação desta tabela, em outras atividades, foram feitas outras experiências,
esta vez de laboratório, nas quais se analisou o índice de levantamento em atividades de movimentação de caixas. Nestes casos, os
índices obtidos sempre foram acima de 1,5, e muitos deles acima do valor 2,0.
Pode-se dizer, que este tipo de cálculo é de grande utilidade, pela sua fácil utilização e aplicação, obtendo-se resultados confiáveis
e imediatos.
Bibliografia básica
COUTO, Hudson Araújo. A ergonomia aplicada ao trabalho em 18 lições. Belo Horizonte. Ed. Ergo. 2002.
MOORE, J. S., Garg A. The strain index: method to analyze jobs for risk of distal upper extremity disorders.
American Industrial Hygiene Association Journal, 56, 443-454. 1995.
COLOMBINI, Daniela et al. Método Ocra para análise e a prevenção do risco por movimentos repetitivos. São
Paulo. Ed, LTR, 2008.
CLIQUE AQUI
Autor: Prof MSc Uanderson Rébula
LIVROS PUBLICADOS POR
Uanderson Rébula de Oliveira
QUERO Esses ebooks estão disponíveis na livraria Saraiva por
COMPRAR preços bem acessíveis.