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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA

VARA______JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA


DE MACEIÓ/AL

______________________ , brasileiro, solteiro, forneiro,


portador do RG nº ____________________, inscrito no CPF sob o nº
___________________, residente e domiciliado na
______________________________,vem à presença de Vossa Excelência,
por intermédio de sua procuradora constituída, propor a presente

AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO


PREVIDENCIÁRIO

em desfavor do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL –


INSS, pelos fatos e fundamentos que a seguir aduz:
1. DOS FATOS
A Parte Autora é segurada da Previdência Social, e,
sofre de Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de
álcool, Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de
múltiplas drogas e ao uso de outras substâncias psicoativas e
Transtornos esquizotípico, F10, F19 e F21, e com os agravamentos
está com problemas psíquicos.
Ocorre que, apesar de devidamente requerido, não foi
concedido o benefício de auxílio-doença/aposentadoria por invalidez
pela Autarquia Previdenciária.
Tal requerimento e sua negatória estão devidamente
comprovados nos documentos anexos a essa exordial.
Quanto ao resultado do pedido administrativo, sem
dúvida alguma, merece reparo o trabalho realizado pela perícia da
Autarquia-Ré. Isso porque a análise do caso realizado pelo perito da
Autarquia-Ré foi feita de forma incorreta e superficial,
desconsiderando os exames e laudos apresentados.
In casu, a Parte Autora é portadora das enfermidades
acima indicadas de forma recorrente, e, por estar ainda em
tratamento, não se encontra em condições de voltar às suas
atividades laborais.
Inconformado com o erro cometido pela Autarquia-Ré,
vem, a Parte Autora, perante este Emérito Julgador, requerer a
concessão de seu benefício de auxílio-doença e posterior conversão
em aposentadoria por invalidez.
2. DO DIREITO À CONCESSÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA

O artigo 59 da Lei nº 8.213/91 determina:

Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que,


havendo cumprido, quando for o caso, o período de
carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu
trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de
15 (quinze) dias consecutivos.

A Parte Autora preencheu todos os requisitos


necessários para a obtenção do auxílio-doença. Quanto à qualidade
de segurado, cabe-nos destacar que a cessação dos recolhimentos
previdenciários se deu pela incapacidade laborativa e tem
conseguido verter algumas contribuições com ajuda dos familiares.
A jurisprudência vem entendendo que, se o segurado
deixou de verter contribuições pelo fato de já estar acometido de
doença durante o período de graça, resta suprida a exigência:
PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA
POR INVALIDEZ. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO
NÃO CARACTERIZADA. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1.
Não ocorre a perda da qualidade de segurado quando, à
época da saída do emprego, a parte autora já
apresentava sinais de problemas que a impediam de
exercer atividades laborais e preenchia os requisitos
necessários à aposentadoria por invalidez. 2. Recurso
especial provido. (STJ, REsp 826.555/SP, 5ª Turma, Rel.
Min. Arnaldo Esteves Lima, DJe 13.4.2009).

No presente caso, a carência foi devidamente


cumprida pelo segurado, tendo sido, portanto, implementada essa
condição para a concessão do benefício.
Além disso, a Parte Autora não possui a capacidade
para o trabalho ou para as atividades habituais e, em face do
agravamento de sua enfermidade, está impedida de desempenhar
suas atividades laborais.
Tal fato está suficientemente comprovado pelos laudos
apresentados e poderá ser ratificado pelo laudo pericial.

3. DA TRANSFORMAÇÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

O caput do artigo 42 da Lei nº 8.213/91 assim


estabelece:
Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez
cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será
devida ao segurado que, estando ou não em gozo de
auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível
de reabilitação para o exercício de atividade que lhe
garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto
permanecer nesta condição.

No caso em análise, verificamos que a Parte Autora se


enquadra na hipótese de concessão da Aposentadoria por Invalidez.
É importante ressaltar que, apesar do auxílio-doença não ter sido
concedido ao autor, seu quadro clínico nunca melhorou e não
apresenta possibilidade de melhora.
Sendo assim, restando comprovada a incapacidade
permanente da Parte Autora, esta faz jus à transformação do
benefício de auxílio-doença em aposentadoria por invalidez.
4. DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
A situação criada pela Ré, ou seja, a negatória do
benefício por incapacidade, seja ele o auxílio-doença ou a
aposentadoria por invalidez, está pondo em risco a subsistência da
Parte Autora e de sua família, principalmente pela natureza
alimentar do benefício.
Sem receber qualquer tipo de rendimentos e não
podendo trabalhar, a Parte Autora passa por sérias dificuldades
financeiras desde seu afastamento do trabalho, uma vez que o
benefício em questão seria seu único meio de subsistência.
Assim, impõe-se a designação de perícia médica, com
urgência, a fim de que, após o laudo, possam ser antecipados os
efeitos da tutela, como medida de salvaguarda à vida da Parte
Autora. Em não sendo possível a realização de perícia judicial de
forma rápida, faz-se necessária a concessão, ainda que
precariamente, da tutela antecipada, de forma a garantir a
subsistência do núcleo familiar do qual faz parte o segurado.
A jurisprudência vem entendendo pelo cabimento da
antecipação de tutela antes mesmo da perícia, caso esse respeitável
Juízo se convença da existência dos pressupostos para a concessão
da medida a partir da documentação já acostada, como se vê da
decisão a seguir transcrita:
PREVIDENCIÁRIO. AGTR. AUXÍLIO-DOENÇA. ART. 59 DA
LEI 8.213/91. INEXISTÊNCIA DE PERÍCIA JUDICIAL.
INCAPACIDADE ATESTADA. ESTADO DE SAÚDE
QUALIFICADO PELO JUIZ A QUO, EM AUDIÊNCIA, COMO
DEPRIMENTE. RESTABELECIMENTO. POSSIBILIDADE. AGTR
IMPROVIDO.
1. Pretende o INSS a reforma da decisão agravada, que determinou o
imediato restabelecimento do benefício de auxílio-doença da ora
agravada, por entender que o estado de saúde da autora salta aos olhos
como deprimente (fls. 83).
2. A Lei 8.213/91, ao dispor sobre os Planos de Benefícios da
Previdência Social, determina o preenchimento de requisitos para que
haja a concessão de benefício de auxílio-doença, quais sejam, a
incapacidade para o trabalho ou atividade habitual por mais de 15
(quinze) dias consecutivos e o período de carência.
3. No caso dos autos, ainda não foi realizada a perícia judicial, mas o
atestado colacionado às fls 47 se reporta à incapacidade da agravada
como total e definitiva, ocasião em que não mais lhe seria devido o
benefício do auxílio-doença e sim a aposentadoria da agravada por
invalidez.
4. Observa-se, ainda, que o douto Magistrado a quo consignou, em
audiência, que o estado de saúde da autora salta aos olhos como
deprimente , devendo ser mantido o benefício de auxílio-doença até
que seja realizada a perícia judicial.

5. REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência:


a) a citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para,
querendo, responder à presente demanda, no prazo legal,
advertindo-se que, em caso de inércia, presumir-se-ão aceitos como
verdadeiros os fatos articulados pela autora (art. 334, in fine
do CPC);
b) a concessão da tutela antecipada, antes da realização de perícia
médica, determinando-se ao INSS que inicie imediatamente o
pagamento do benefício previdenciário de auxílio-doença, enquanto
persistir a enfermidade ensejadora do benefício;
c) caso seja constatado, por meio de perícia, a condição de invalidez
(incapacidade insuscetível de reabilitação para o exercício de
qualquer atividade), requer a concessão da tutela antecipada,
determinando-se ao INSS que inicie imediatamente o pagamento do
benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez, com fulcro
no artigo 77 do Decreto nº 3.048/99 c/c arts. 62 e 101 da Lei
nº 8.213/91;
d) a determinação do pagamento de multa a ser fixada por este
Juízo, com base no parágrafo único do artigo 297, c/c 537, do CPC,
caso haja, por parte da Autarquia-Ré, o descumprimento da tutela a
ser deferida;

e) a procedência da pretensão deduzida, consoante narrado nesta


inicial, condenando-se o INSS a conceder o benefício previdenciário
de aposentadoria por invalidez, ou, sucessivamente, a conceder o
benefício de auxílio-doença, determinando-se ao INSS que pague as
parcelas a serem apuradas, mês a mês, a partir da competência
28/02/2011, nos termos desta inicial, com juros de mora de 1% ao
mês e correção monetária pelo INPC, bem como continue pagando à
Parte Autora o benefício, enquanto persistirem as doenças
ensejadoras do mesmo;
f) a condenação do INSS ao pagamento dos honorários advocatícios
devidamente atualizados, na base de 20% (vinte por cento) sobre a
condenação, conforme dispõem o art. 55 da Lei nº 9.099/95 e art. 85
do Código de Processo Civil.

Requer, também, a produção das provas por todos os


meios admitidos em direito, especialmente a oitiva de testemunhas,
juntada de novos documentos e, em especial, a nomeação de perito,
escolhido por este R. Juízo, para realização da perícia médica,
inclusive com poderes para requerer exames que considerar
necessários e indispensáveis para a constatação da doença, além
dos documentos já apresentados no processo, respondendo aos
quesitos formulados; e, não possuindo a Parte Autora condições
financeiras para nomear assistente técnico, protesta pela
apresentação de quesitos suplementares para o perito judicial.
Requer-se, ainda, por ser a Parte Autora pessoa
hipossuficiente, na acepção jurídica do termo, sem condições de
arcar com as despesas processuais e os honorários advocatícios
sucumbenciais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, a
concessão do Benefício da Justiça Gratuita, na forma da Lei
nº 1.060/50.
Requer-se, com base no § 4º do art. 22 da Lei
nº 8.906/94, que, ao final da presente demanda, caso sejam
encontradas diferenças em favor da autora, quando da expedição da
RPV ou do precatório, os valores referentes aos honorários
contratuais seja concedido em nome das advogadas contratadas
pela Parte Autora, no percentual constante no contrato de honorários
anexo, assim como dos eventuais honorários de sucumbência.
Dá-se a causa o valor de R$ 57.178,76 (Cinquenta e sete mil,
cento e setenta e oito reais e setenta e seis centavos). RENUNCIA O
EXCEDENTE AO TETO DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL.

Nesses termos,

Pede deferimento

Maria Rosiane Conceição Cavalcante

OAB/AL 10.880

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