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RESUMO
palabras-chave:
RESUMÉN
El articulo trata como los procedimientos técnico-metodológicos de la Educación Ambiental y de
la Cartografia Social pueden contribuyer en los procesos de planificación y gestión territorial de
las comunidades tradicionales. Enfoca los conceptos y fundamentos teóricos de los abordajes en
cuestión, enseñando como la interacción entre los conocimientos científicos y los saberes
tradicionales pueden llevar a un mayor empoderamiento por parte de la población y gestión
ambiental. Destaca aún, como las etapas de planificación y gestión consideradas, como
organización e inventario, análisis, diagnóstico, prognóstico y ejecución, pueden ser mejor
adecuadas con el apoyo de la población debidamente capacitada por la
Palavras-chave:
INTRODUÇÃO
As arboviroses são doenças motivadas pela infecção por insetos (arthopod borne viruses,
Vírus de artrópode). O arbovírus da dengue, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, se destaca
devido a sua grande incidência global. O dengue ocorre em climas tropicais e subtropicais de todo o
mundo, especialmente em áreas urbanas e semi-urbanas (OMS, 2016). Usualmente são observadas
nessas regiões, condições naturais e sociais favoráveis à infestação do mosquito.
Nesta pesquisa, é relacionada qualidade de vida urbana no município de São Luís com a
incidência da dengue a partir de do estudo dos indicadores socioambientais. Acredita-se que as
condições de vida das populações estão intrinsecamente ligadas à dengue. A doença vem sendo
considerada como um grave problema de saúde pública nos países em desenvolvimento e endêmica
em todos os continentes, florescendo em áreas urbanas pobres, subúrbios e no campo, mas também
afeta bairros mais abastados em países tropicais e subtropicais (WHO, 2017).
A cidade de São Luís vem testemunhando nos últimos tempos grandes transformações em
seu espaço geográfico. Essas mudanças acabam repercutindo no modo de vida dos habitantes do
município. A qualidade de vida tende a ser degradada mediante o crescimento urbano desordenado.
A partir deste Fenômeno, são propiciadas condições para a infestação do mosquito transmissor da
dengue. É necessário então o estudo dos indicadores socioambientais a fim de se conhecer o
problema.
Apontada a influência dos indicadores socioambientais sobre arbovirose da dengue, é
proposta uma maior atuação das políticas públicas sobre o saneamento ambiental da cidade.
Entende-se que ações voltadas a aspectos infraestruturais são a melhor medida de controle de
arboviroses, destacando-se a dengue. Dessa forma, o presente trabalho pretende contribuir com o
maior reconhecimento da importância da qualidade de vida e dos indicadores socioambientais no
enfrentamento da arbovirose da dengue.
MATERIAL E MÉTODOS
Método e procedimentos metodológicos
Conforme Gil (2008), a natureza do estudo de campo realizado se enquadra nos tipos de
pesquisa “exploratória”, pois tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema,
com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Em complemento, Marconi e Lakatos
(2009) classificam a pesquisa de campo realizada como “estudo exploratório” tendo a finalidade de
“desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou
fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar
conceitos”.
O município em sua parte ocidental é banhado pela Baía de São Marcos, enquanto que na
sua parte oriental é banhado pela Baía de São José. Na parte sul, é isolado do continente pelo canal
fluvial do Estreito dos Mosquitos. O município de São Luís faz divisa com São José de Ribamar a
Leste. A cidade está inserida na ilha do Maranhão, centro do golfão maranhense (figura - 1).
A qualidade de vida é definida pela OMS (1996) como “as percepções individuais sobre
sua posição de vida no contexto dos sistemas de cultura e de valores em que vivem, e em relação às
suas metas, expectativas, padrões e preocupações”. Trata-se de um conceito complexo, reunindo os
1
O setor censitário é a menor unidade territorial, formada por área contínua, integralmente contida em área urbana ou
rural, com dimensão adequada à operação de pesquisas e cujo conjunto esgota a totalidade do Território Nacional, o que
permite assegurar a plena cobertura do País (IPEA, 2013).
domínios: físico, psicológico, nível de dependência, relações sociais, ambiente e aspectos
espirituais. O bom estado de cada domínio influi na qualidade de vida do indivíduo OMS (1996).
Uma das ferramentas utilizadas nos estudos geográficos sobre a saúde humana, são os
indicadores sociais e ambientais. Januzzi (2009, p. 15) conceitua indicadores como “uma medida
em geral quantitativa dotada de significado social, substantivo, usado para substituir, quantificar ou
operacionalizar um conceito operacional abstrato”. Neste caso, os indicadores servem para elucidar
as condições socioambientais de um local, operacionalizando um conceito abstrato: o espaço social
e ambiental.
A possível destinação deste tipo de dados é dar indícios das condições qualidade de vida em
diversos locais no espaço. Januzzi (2009) reforça entre outras coisas, que os indicadores se prestam
a subsidiar as atividades de planejamento público e formulação de políticas sociais nas diferentes
esferas de governo. Os aspectos relacionados à qualidade de vida devem ser de interesse deste tipo
de estudo.
A cidade de São Luís vem sofrendo nos últimos tempos infecções arbovíricas, a exemplo
do dengue. A capital do estado do Maranhão, São Luís, teve sua primeira epidemia em 1996, com
4.641 casos notificados (RIBEIRO JÚNIOR, 2016). Em especial, nos últimos anos vem e
observando um acréscimo no número de agravos notificados (FIGURA - 3). Estes números
denotam o agravamento da doença a partir dos anos 2000.
Figura – 3: Casos de dengue em São Luís de 2001 a 2015.
Fonte: RIBEIRO JÚNIOR, 2016.
A partir do estudo, é foi apontada a relação “entre a concentração do registro dos óbitos de
dengue com as características dos espaços urbanos, bem representadas pelos bairros visitados nesta
pesquisa”. Cabe aqui ressaltar que a relação entre essas variáveis ocorre porque o estado da saúde
dos indivíduos se torna mais sensível ao habitarem áreas de vulnerabilidade socioambiental mais
intensa (BANI et al, 2015).
Todos os elementos da paisagem representados nas fotografias são indícios de áreas com
infestação do mosquito Aedes aegypti. Canais de esgoto a céu aberto, depósitos irregulares de
lixo, são fatores que propiciam a maior infestação do vírus da dengue. Dessa forma, pode se afirmar
que as populações humanas assentadas nessas áreas estão mais propensas a contração da doença
dada a sua vulnerabilidade socioambiental.
O LIRAa (Levantamento para Índice Rápido para Aedes aegypti) é uma metodologia
desenvolvida para gestores no controle municipal da dengue. Trata-se, fundamentalmente, de um
método de amostragem que tem como objetivo principal a obtenção de indicadores entomológicos,
de maneira rápida (BRASIL/MS, 2009). O LIRAa foi criado a partir do Programa nacional de
controle da dengue (2002), do governo federal.
Nas visitas do LIRAa realizadas pelos agentes de saúde, é verificada a existência de depósitos
potenciais a oviposição do mosquito Aedes aegypti. O procedimento de controle consiste na
remoção dos focos (quando há possibilidade) ou então aplicação de produtos químicos nos
criadouros. Os agentes de saúde também conscientizam os moradores das residências levantadas
sobre as práticas de prevenção do mosquito.
Figura – 5: A: Coleta de material para análise laboratorial. B: Amostra com larvas do mosquito Aedes aegypti. C:
Tanque, grupo C. D: Depósitos removíveis, grupo D. E: Manilha grupo C. E: Diversos depósitos removíveis, grupo C.
Fonte: RIBEIRO JÚNIOR, 2017.
Os agravos de Dengue notificados entre 2007 a 2012 demonstram (figura - 6), obedecendo às
categorias “Escolaridade” e faixa “Etária” assim como os gêneros masculino e feminino, a
predominância de ocorrências na categoria “Analfabeto” referente à variável “escolaridade” em
ambos os sexos como, também as categorias “15 a 39 anos” e “15 a 39 anos” referentes
respectivamente aos gêneros masculino e feminino em “Faixa etária”. Estes dados revelam a grande
incidência de Dengue em grupos sociais fragilizados e em grupos economicamente ativos.
Figura – 6: Agravos e notificações de Dengue em São Luís (2007-2012)
Fonte: Acervo da pesquisa, 2017 (Fonte: Dados SINAN/MS, 2015).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As arboviroses são doenças trazidas à baila no cenário mundial na atualidade por um contexto
de desigualdade social e ambiental do espaço urbano. A reemergência dessas doenças acontece
devido às contradições do espaço urbano: serviços urbanos ineficientes possibilitam a instalação e
infestação das arboviroses como ilustrado pelo estudo sobre a dengue em São Luís.
Se percebe a qualidade de vida como um grande apontador da arbovirose. Muitos grupos
populacionais no município de São Luís vivem em áreas com grande degradação da qualidade de
vida. Como foi exposto na pesquisa, nestas áreas, são verificadas condições para instalação e
proliferação do mosquito Aedes aegypti.
As áreas pobres da cidade, com intensa concentração de aglomerados subnormais, devido
suas condições de vulnerabilidade socioambiental apresentam maior propensão à contaminação do
arboviroses, sobretudo o dengue. É evidente que as ações de controle vetorial do município devem
se concentrar nessas áreas visto o grande risco de infecção do vírus do dengue em virtude da
degradação da qualidade de vida.
Os resultados obtidos na pesquisa demonstram grande contribuição no enfrentamento do
problema. As geotecnologias possibilitam uma melhor compreensão de problemas relacionados a
questão urbana e saúde pública. Os mapeamentos de áreas socioambientalmente degradadas a partir
da distribuição espacial dos indicadores socioeconômicos auxiliam nas políticas públicas. Através
do apontamento das áreas críticas é possível concentrar os esforços das políticas públicas de
melhoria das condições de vida dos moradores dessas áreas.
Neste sentido, é imperativo o maior uso e aplicação dos indicadores socioambientais
estudados no planejamento da cidade. Eles podem auxiliar na explicitação das condições de vida
presentes nas paisagens urbanas. O serviço vem sendo relativamente feito através do LIRAa. Este
serviço exerce papel importante como ferramenta de avaliação e controle da Dengue relativo ao
plano municipal de saúde.
No entanto, o enfrentamento do problema também deve ter contribuição da universidade. A
noção sistêmica e holística dos problemas ambientais urbanos e a importância do monitoramento a
partir de indicadores aqui abordados devem ser reconhecidas nos planos municipais de controle da
virose. É preciso que haja o maior reconhecimento dos setores da sociedade sobre a relação entre os
problemas ambientais urbanos e a incidência das doenças arbovíricas, como demonstrado a partir do
vírus da dengue.
REFERÊNCIAS
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