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 Etnia e raça não são sinônimas:

Etnia expressa uma realidade cultural na qual as pessoas que formam um determinado grupo
étnico, se baseiam na percepção comum e experiências espirituais compartilhadas e, com
freqüência, visam superar privações materiais;

Raça, de uso mais freqüente e antigo, refere-se aos atributos dados a povos que compartilham
traços biológicos comuns e ocupam áreas continentais desde tempos remotos.

Etnicidade: o sentimento de pertencimento a uma etnia. Jean-Paul Sartre: “para alguém que
não goza de autonomia econômica e política, pertencer a uma coletividade implica em ser e
em pensar em ser”;

Etnocentrismo: expansão do imperialismo (1884-1918) → etnocentrismo quase sinônimo de


eurocentrismo (centro absoluto de qualquer desenvolvimento humano);
RACISMO

No Brasil, desde a colonização, há um processo de sincretismo, em que a cultura da nação


sofre influência africana, europeia e indígena. Entretanto, devido ao eurocentrismo – grande
valorização e hegemonia das tradições e das características do povo europeu – e ao papel do
português como colonizador há, até hoje, uma exaltação de tudo que vem do branco e
desprezo e preconceito pelo que é de origem negra, tornando um país de fortes influências
africanas, racista, que mesmo ciente de tal flagelo, permanece excludente ao longo dos
séculos.
Com o passado histórico brasileiro demarcado pela opressão étnica, o racismo, gerador de
violência, ódio e discórdia, tornou-se um fator cultural de extrema prevalência no país e, por
isso, deve ser urgentemente, combatido. Segundo Nelson Mandela: “Ninguém nasce odiando
outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as
pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”. A
partir dessa afirmação de um dos símbolos da luta contra a segregação de raças, há a
comprovação de que a grande questão do preconceito é que valores de aversão à diversidade
são doutrinados na sociedade e, para reverter a atual situação, é necessária uma mudança
educacional que promova a igualdade e a harmonia.

De acordo com Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de agr e de pensar. Ao seguir essa linha de
pensamento, observa-se que a preparação do preconceito religioso se encaixa na teoria do sociólogo,
uma vez que se uma criança vive em uma família com esse comportamento, tende a adotá-lo também
por conta da vivência em grupo. Assim, a continuação do pensamento da inferioridade religiosa,
transmitido de geração a geração, funciona como base forte dessa forma de preconceito, perpetuando o
problema no Brasil.

De acordo com Albert Camus, escritor argelino do século XX, se houver falhas na conciliação entre justiça
e liberdade, haverá intempéries de amplo espectro. Nesse sentido, a intolerância religiosa no Brasil fere
não somente preceitos éticos e morais, mas também constitucionais estabelecidos pela Carta Magna do
país. Dessa forma, observa-se que a liberdade de crença nacional reflete um cenário desafiador seja a
partir de reflexo histórico, seja pelo descumprimento de cláusulas pétreas.

Mormente, ao avaliar a intolerância religiosa por um prisma estritamente histórico, nota-se que fenômenos
decorrentes da formação nacional ainda perpetuam na atualidade. Segundo Albert Einstein, cientista
contemporâneo, é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito enraizado. Sob tal ótica, é
indubitável que inúmeras ojerizas religiosas, presentes no Brasil hodierno possuem ligação direta com o
passado, haja vista os dogmas católicos amplamente difundidos no Brasil colônia do século XVI. Assim,
criou-se ao longo da historiografia, mitos e concepções deturpadas de religiões contrárias ao catolicismo,
religião oficial da época, instaurou-se, por conseguinte, o medo e as intolerâncias ao diferente.

Segundo Immanuel Kant, em sua teoria do Imperativo Categórico, os indivíduos deveriam ser tratados,
não como coisas que possuem valor, mas como pessoas que têm dignidade. Partindo desse
pressuposto, nota-se que a sociedade brasileira, decerto, tem ido de encontro ao postulado filosófico, uma
vez que há uma valoração negativa às crenças de caráter não tradicionais, conforme a mentalidade
arcaica, advinda de uma herança histórico-cultural, como o Candomblé, o espiritismo e o Islamismo.
IDENTIDADE DE GÊNERO

Orientação Sexual: refere-se ao sexo do objeto de desejo;

Identidade ou expressão de gênero: refere-se a como o sujeito se percebe em termos de


masculinidade e feminilidade ou como se expressa em relação a isso.

Gênero: é o termo que se refere a um princípio de organização e hierarquização do mundo ao nosso


redor que toma por base as diferenças percebidas entre os sexos. Gênero não diz respeito apenas aos
corpos humanos e suas respectivas genitálias, mas a tudo que se relaciona com esses corpos.

Sexualidade: envolve uma articulação de fatores biológicos, psicológicos e sociais. Por ser um animal
que produz cultura, o ser humano incorpora vários significados a práticas e desejos ligados ao prazer
sexual. Esses significados estão ligados a como se pensa as ideais de masculino e feminino (gênero) e
também a outras relações de poder presentes na sociedade. São produzidos, reproduzidos e modificados
por vários agentes e instituições sociais, como o Estado, o sistema educacional, o saber médico, o
jurídico, a mídia, as religiões e, por que não dizer, pelos movimentos sociais.

Orientação sexual: se refere ao sexo das pessoas que elegemos como objeto de desejo e/ou afeto.
Atualmente são reconhecidos três tipos: heterossexualidade, homossexualidade e bissexualidade. A
orientação sexual não implica nenhum outro tipo de comportamento de ordem moral, sexual ou de
gênero, além da atração afetivo-sexual. Resumo: refere-se ao sexo do objeto de desejo.

Identidade ou expressão de gênero: refere-se a como o sujeito se percebe em termos de


masculinidade ou feminilidade ou como se expressão em relação a isso.
JEITINHO BRASILEIRO

Definição: Forma especial de resolver algum problema ou situação difícil, proibida ou ilegal. Solução
criativa para alguma emergência. Deve produzir o resultado desejado no curto prazo.

Guerreiro Ramos: Formalismo e Jeitinho. Não é atributo de caráter nacional, e sim mecanismo que
denomina “processos crioulos”. Tem raiz no formalismo.

Roberto Campos: Origem: feudalismo; tensão institucional: normal e comportamento; religião católica:
não adaptação à evolução dos povos.

Oliveira Torres: o jeito é uma maneira peculiar de ser peculiarmente brasileira, fruto de condições
históricas. Dois tipos: o prático se traduz na capacidade de adaptação a situação inesperadas ou difíceis;
o teórico não torna a aparecer no texto.

Keith Rosen: status, contorno de obrigações, suborno, ter conhecidos que ajudem no processo, não
cumprimento de regras.

Clóvis de Abreu et ali: jeitinho é um recurso de poder.

Conclusões:

1. Jeitinho é decorrente da necessidade do formalismo;


2. Jeitinho é fuga à formalização;
3. Não é singularidade brasileira;
4. Modo de poder: “você sabe com quem você está falando”.
5. Não está em extinção.

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