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º ano
GRUPO I
«Ricardo Reis – Odes – Livro primeiro», in Fernando Pessoa – poesia dos outros eus,
edição de Richard Zenith Lisboa, Assírio & Alvim, 2007, p. 120
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
António Vilas-Boas e Manuel Vieira │Entre Palavras 12 Error! Unknown switch argument.
Teste de Avaliação de 12.º ano
Error! Unknown switch argument. António Vilas-Boas e Manuel Vieira │Entre Palavras 12
Teste de Avaliação 12.º ano │ n.º 1
1.º Período
GRUPO II
Expedições científicas
- Em 20 de abril de 1758, o comandante de fragata José Solano y Bote escreveu uma carta ao
- ministro de Estado espanhol Ricardo Wall a partir da remota aldeia de Raudales, nas margens do
- Orinoco1. A expressão de sentimentos pessoais em correspondência oficial era inadequada, mas,
-
confiando na relevância do papel que lhe fora atribuído na abertura de uma nova fronteira
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selvagem ou talvez fraquejando num momento de debilidade, Solano atreveu-se a contar-lhe o que
-
-
pensava sobre a tarefa em que se encontrava empenhado.
- Segundo indicou na missiva, «as indispensáveis incomodidades destes desertos requerem
- grande robustez, acompanhada de uma vontade indómita para as superar e não as sentir, com o
- objetivo de que a fraqueza não torça o juízo. Convém vir munido de um enorme desejo de glória,
10 porque não existe esperança de encontrar o El Dorado2 e, no percurso, enfrentam-se muitas
-
tempestades. Convém, por fim, estar completamente fora de si para aceitar tudo o que se tem entre
-
mãos e, mesmo assim, construir algo».
-
-
A figura do expedicionário científico, que como recordou Solano deveria juntar força física e
psicológica, preparação adequada e o desejo de servir em condições extremas, expressa bem uma
15 certa ambivalência do pensamento iluminista3 e rapidamente entra no imaginário das sociedades
- setecentistas.
-
Movidos pela ambição global de progredir continuamente, os expedicionários representavam
-
também a ansiedade expansionista de um Ocidente triunfante na Europa e na América do Norte.
-
Essa atitude era igualmente herdeira da valorização científica, da aquisição de valores morais
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-
contraditórios, como o cosmopolitismo4, a compaixão ou a colaboração com outras culturas e
- outras humanidades. As generalizações são sempre perigosas: não existiu um expedicionário típico
- do Iluminismo, mas sim muitos protótipos. Alguns provinham de contextos sociais e culturais
- privilegiados, expressando nas novas aventuras uma herança nobre e aristocrata; outros eram
- meros burgueses ou comerciantes, ansiosos por identificar um novo filão de oportunidades
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económicas; e outros ainda eram camponeses e pescadores, provenientes de grandes capitais ou de
-
aldeias remotas. E é essa variedade humana que explica a força do conjunto.
Desde o fim do século XVII, o desenvolvimento da física de Newton, com os respetivos
-
impactes decisivos em disciplinas como a astronomia, a cartografia5, a geografia ou a geodesia6,
-
impôs a organização de missões especializadas, depois designadas por expedições científicas ou
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roteiros filosóficos. Tinham a missão de estudar sistematicamente um território e documentar todo
-
o tipo de fenómenos do mundo natural ali registados. Inseriam-se num movimento global de
- recolha de dados que pudessem ser estudados e interpretados e consequentemente alimentassem
- novas teorias. No melhor dos cenários, as expedições científicas pretendiam identificar leis de
- comportamento universal. Se o mundo era um livro que a ação humana deveria decifrar, estas
35 campanhas representaram, em primeira instância, uma mentalidade intervencionista e iluminista,
-
que pretendia «remediar os defeitos da natureza com a arte».
-
Requerendo a transferência de homens e instrumentos para locais distantes, para além da sua
proteção e abastecimento, as expedições científicas implicaram naturalmente uma logística militar.
-
Inseriram-se na ampla tradição da realidade ultramarina e nos campos da exploração especializada
-
que juntavam saberes multidisciplinares, respondendo às exigências sociais de informação dos
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impérios europeus. O seu dinamismo global ainda esconde alguns segredos.
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Teste de Avaliação de 12.º ano
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pelas lições que encerram. Neste sentido, os expedicionários científicos, um seleto grupo cosmopolita,
-
possuidor de aparelhos, técnicas e linguagens modernizadas em cidades e campos, montanhas e selvas,
- missões ou povoados de fronteira, constituíram um novo tipo de poder, centralizado e utilitário,
- anunciador do capitalismo. A panóplia7 de resultados produzidos, em contrapartida, variou
- radicalmente.
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É inegável que muitas destas campanhas desenvolveram a ciência geográfica, convertendo uma
-
parte da superfície terrestre num território seguro como nunca antes, navegável mediante mapas e
-
-
cartas, mensurável e governável com estatísticas e padrões infalíveis, suscetível de ser estudado e
- domesticado em herbários e jardins, ou de ser narrado em histórias e jornais contagiados pela ideia de
55 progresso.
National Geographic – A era das explorações – O nascimento de um mundo global, Edição especial, n.º 5, Lisboa, RBA Revistas
Portugal Lda., 2016, pp. 111 e 112
Vocabulário
1 grande rio da América do Sul que corre principalmente na Venezuela; 2 região mítica da América do Sul na qual os
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europeus acreditavam que o ouro era extremamente abundante; «pensamento iluminista» – mentalidade do
Iluminismo, corrente filosófica dominante no século XVIII, essencialmente otimista; 4 interesse por tudo, por todo o
mundo; 5 ciência relativa à elaboração de mapas; 6 ciência relativa, de um modo geral, à determinação da forma da
Terra; 7 grande conjunto
1. O destinatário da carta que José Solano y Bote escreveu, poderia ter ficado surpreendido, ao lê-
-la, com
(A) a linguagem pouco apropriada.
(B) a falta de informação científica.
(C) a presença de informação científica.
(D) a presença de opiniões.
2. Com a frase «ou talvez fraquejando num momento de debilidade» (l. 5), o autor do texto reflete
sobre um comportamento de José Solano y Bote,
(A) apresentando uma causa.
(B) dilucidando uma dúvida.
(C) propondo uma alternativa.
(D) lançando uma dúvida.
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Teste de formativo 12.º ano │ n.º 1
1.º Período
5. A frase «Se o mundo era um livro que a ação humana deveria decifrar, estas campanhas
representaram, em primeira instância, uma mentalidade intervencionista e iluminista» (ll. 34-
-35) integra
(A) uma hipérbole.
(B) uma personificação.
(C) uma comparação.
(D) uma metáfora.
8. Identifica o antecedente do pronome pessoal presente na frase «uma vontade indómita para as
superar» (l. 8).
9. Indica a função sintática do pronome relativo presente em «Se o mundo era um livro que a
ação humana deveria decifrar» (l. 34).
10. Classifica a oração subordinada presente em «Inseriam-se num movimento global de recolha
de dados que pudessem ser estudados» (ll. 31-32).
GRUPO III
Descobertas tecnológicas que, desde o século XVIII, enriqueceram a Humanidade, sob o lema do
progresso constante, não contribuíram sempre para o bem-estar e a segurança de todos. E constituem, por
vezes, nuvens negras no nosso horizonte…
Redige um texto de opinião no qual comproves esta perspetiva, apresentando, pelo menos, dois
argumentos e respetivos exemplos.
O teu texto deve ter entre duzentas e trezentas palavras e deve estruturar-se em três partes lógicas.
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Soluções
Grupo I
A
1. E o ruído dos juncos sobe-me aos ouvidos.
Grupo II
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