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Disciplina

Estrutura, Política e Gestão Educacional

Coordenador da Disciplina

Prof.ª Nidia Barone

6ª Edição
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados desta edição ao Instituto UFC Virtual. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida,
transmitida e gravada por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, dos autores.

Créditos desta disciplina

Realização

Autor

Prof. Dr. Paulo Meireles Barguil

Revisão

Prof.ª Nidia Barone


Sumário
Aula 01: Tipos de Educação. História da Educação Brasileira. ........................................................... 01
Tópico 01: Tipos de Educação: formal, não formal e informal ............................................................. 01
Tópico 02: A Educação Brasileira na Colônia ....................................................................................... 07
Tópico 03: A Educação Brasileira no Império....................................................................................... 15
Tópico 04: A Educação Brasileira na República (1889-1930) .............................................................. 19
Tópico 05: A Educação Brasileira na República (1930-1964) .............................................................. 26
Tópico 06: A Educação Brasileira na República (1964-2011) .............................................................. 33

Aula 02: Legislação e sistema educacional brasileiro. Níveis e modalidades de ensino. Formação dos
profissionais. .............................................................................................................................................. 40
Tópico 01: Legislação Educacional ....................................................................................................... 40
Tópico 02: O sistema de ensino brasileiro ............................................................................................. 49
Tópico 03: Os níveis de ensino .............................................................................................................. 54
Tópico 04: As modalidades de ensino.................................................................................................... 60
Tópico 05: Formação dos profissionais da Educação ............................................................................ 64

Aula 03: Políticas públicas, gestão e financiamento da Educação brasileira. Avaliação do sistema
escolar brasileiro ....................................................................................................................................... 72
Tópico 01: Políticas públicas educacionais ............................................................................................ 72
Tópico 02: Gestão educacional .............................................................................................................. 87
Tópico 03: Financiamento da Educação ................................................................................................ 94
Tópico 04: Avaliação do sistema escolar brasileiro ............................................................................... 102
ESTRUTURA, POLÍTICA E GESTÃO EDUCACIONAL
AULA 01: TIPOS DE EDUCAÇÃO. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

TÓPICO 01: TIPOS DE EDUCAÇÃO: FORMAL, NÃO FORMAL E INFORMAL

MULTIMÍDIA
Ligue o som do seu computador!

Obs.: Alguns recursos de multimídia utilizados em nossas aulas,


como vídeos legendados e animações, requerem a instalação da versão
mais atualizada do programa Adobe Flash Player©. Para baixar a versão
mais recente do programa Adobe Flash Player, clique aqui! [1]

PALAVRA DO COORDENADOR DA DISCIPLINA DE ESTRUTURA, POLÍTICA E GESTÃO


EDUCACIONAL

VERSÃO TEXTUAL

Olá!

Sou a professora Nídia Barone, coordenadora da disciplina


Estrutura Política e Gestão Educacional.

Caros amigos, educação segundo o Dicionário Aurélio, esse


vocábulo significa: Processo de desenvolvimento da capacidade física,
intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando a sua
melhor integração individual e social , Educação da juventude, de
adultos e de excepcionais.

No entanto, muitos dizem o seguinte: A educação é um direito de


todos! Essa frase já é bem conhecida.

Mas ao analisarmos a sociedade brasileira nos questionamos: Será


que todos nós brasileiros temos realmente acesso livre à educação?

A educação brasileira é valorizada por nós, docentes?

Tem qualidade? Tem estrutura? Segue um regimento político e


pedagógico?

Existem leis que impulsionam os brasileiros a terem acesso à


educação?

Pois é! Estes questionamentos e muitos outros que giram em


torno da educação e da estrutura educacional são inquietantes, não é
verdade?

Portanto, a disciplina que vamos iniciar agora trará algumas


questões importantes sobre ensino.

Nossa disciplina será dividida em três importantes aulas :

1
Na primeira aula focaremos a educação em si (os diversos
conceitos que giram em torno desse vocábulo), bem como analisar os
principais tipos de educação no Brasil - a formal, a não formal e a
informal.

Em seguida, iremos percorrer pela história da educação e ver o


processo evolutivo da educação em nosso país.

Ainda nessa unidade, conheceremos acontecimentos marcantes


na educação brasileira; a elaboração funcional e estrutural das
unidades escolares bem como compreender as leis que regem a
educação no Brasil.

Num segundo momento de nossa disciplina discutiremos o


Sistema de Educação em nosso país e ainda as Leis, Diretrizes e Bases
do complexo educacional.

O objetivo dessa unidade 2 é compreender o processo de gestão e


educação no Brasil, e os paradigmas educacionais que estão inseridos
no processo político de ensino e aprendizagem dos cidadãos
brasileiros.

Na terceira e última aula, discutiremos ainda o processo de


organização e estruturação política e pedagógica das unidades
escolares, as inovações das leis pedagógicas e o processo de gestão e
financiamento da educação.

Nosso objetivo é entender o seguinte: o que é educação?

Como estruturar a educação brasileira? Por que ensinar?

Com que e como ensinar? Como financiar e manter uma educação


de qualidade no Brasil?

Então, caros amigos, vamos em frente! Mãos à obra!

Vamos estabelecer uma relação amistosa com o nosso conteúdo e


pensar no processo educacional como algo precioso.

Sejam todos bem-vindos à disciplina de ESTRUTURA, POLÍTICA


E GESTÃO EDUCACIONAL!

Profª Nidia Barone

AJUDA
Objetivando facilitar a aprendizagem do(a)s estudantes, o(a) tutor(a)
terá um plantão semanal de duas horas, cujo dia e horário serão
informados previamente, de acordo com a conveniência dele(a) e da
maioria da turma. Esse plantão poderá ser integral (um plantão com duas
horas de duração) ou fracionado (dois plantões com uma hora de duração
cada). O dia e o horário do plantão poderão ser modificados durante a
disciplina, sendo necessária a comunicação dessa mudança, por

2
mensagem no SOLAR, à turma. Durante o plantão, o(a) tutor(a)
comentará as participações no Fórum, responderá as mensagens
recebidas, orientará sobre as atividades, e tudo o mais que se fizer
necessário, inclusive abrir um Chat, para propiciar ao corpo discente um
clima de efetivo acompanhamento pelo(a) tutor(a).

Mulheres e homens, somos os únicos seres que,


social e historicamente, nos tornamos capazes de
aprender. Por isso, somos os únicos em quem aprender é

uma aventura criadora, algo, por isso mesmo, muito


mais rico do que meramente repetir a lição dada.

Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para

mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à


aventura do espírito. (FREIRE, 2009, p. 69). (Itálico
no original).

Cada espécie da natureza, que representa um elo de uma corrente,


necessita de algumas condições para sobreviver. A ausência dessas põe em
perigo a perpetuação da própria coletividade, afinal o ecossistema é uma
rede complexa.

A grande maioria dos filhotes das espécies é capaz de interagir


razoavelmente com a natureza logo após o nascimento ou pouco tempo
depois. O mesmo não ocorre com o bebê humano, cuja dependência em
relação aos seus pais e/ou membros adultos da comunidade é notória, pois
ele é incapaz de sobreviver apenas com o instinto.

A forma como a espécie humana se relaciona com a natureza é


totalmente diversa do padrão de comportamento das outras espécies, pois
ela não se limita a repetir as ações, mas é capaz de avaliá-las, de confrontá-
las com a realidade mutante, transformando-as para atingir resultados cada
vez mais satisfatórios, que considerem os seus sonhos, valores, sentimentos e
saberes.

O desenvolvimento das crianças, portanto, não é mera


maturação das funções biológicas, transmitidas hereditariamente,
mas resulta da combinação dessas com o meio ambiente no qual
aquelas vivem e interagem.

Na família (grupo social primário, pois propicia os cuidados básicos de


alimentação, higiene e proteção), os bebês humanos (e, posteriormente, as
crianças) aprendem (ou não) as primeiras lições sobre a importância da
coletividade, as quais se somam aos conhecimentos biológicos.
Posteriormente, outros espaços desempenharão esse papel educador: a rua, a
escola, a Igreja, o clube...

3
É no mundo que cada pessoa se realiza, que transforma (ou não) o seu
potencial em ação, expandindo a sua percepção do mistério que é a vida,
envolta em suaves e agudas charadas, capazes de surpreendê-la
incessantemente. O Homem, para afirmar e indagar, não pode prescindir do
mundo, pois está intimamente ligado a ele, conforme declara Coreth:

Não há para o homem autorrealização sem


realização do mundo, autoexperiência sem
experiência do mundo, nem autocompreensão sem
compreensão do mundo. Faz parte da natureza do
homem ser no mundo e ter um mundo. (CORETH,
1973, p. 62)(correção ortográfica nossa)

Para que esse processo de autorrealização seja o mais proveitoso


possível para todas as gerações, as mais adultas devem assumir sua missão
ontológica – cuidar com zelo das mais novas – e também da necessidade de
propiciar e fomentar o desenvolvimento da autonomia dessas, com o objetivo
de propiciar o acréscimo da sua autoconfiança. Não é fácil para as gerações
mais experientes aceitarem essa missão. Mais difícil ainda é vivenciá-la, uma
vez que elas precisam decidir o momento e o conteúdo que incentivam e
impulsionam as demais (BARGUIL, 2006, p. 99).

Em decorrência dessa imperiosa necessidade de conviver com seu


semelhante, é compreensível que toda pessoa tenha, diariamente, situações
que demandam negociação, uma vez que na maioria das vezes as partes
envolvidas têm interesses diversos. Preocupante é quando elas não
conseguem reconhecer o direito do outro de desejar e de pensar diferente e
querem impor a sua opção, tentando controlar a vida alheia e inibindo a
salutar e necessária troca de conhecimento, que enriquece todos os
envolvidos.

Encontro-me no meio de uma realidade que me


transcende e abrange, com a qual entro em múltiplas
relações. De um lado, experimento-me como este ser
individual e finito, distinto de todo outro e limitado
em relação a ele; do outro lado, não posso realizar a
mim mesmo e desenvolver-me, sem uma contínua
excursão para fora de mim e rumo ao outro, que me
encontra na totalidade de meu mundo. (CORETH,
1973, p. 96).

EDUCAÇÃO, SEGUNDO O DICIONÁRIO AURÉLIO, É

[Do lat.Educacione] S.F

1. Ato ou efeito de educar(-se).

4
2. Processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e
moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor
integração individual e social:

educação da juventude;

educação de adultos;

educação de excepcionais.

3. Os conhecimentos ou as aptidões resultantes de tal processo;


preparo: É um autodidata: sua educação resultou de sério esforço pessoal.

O cabedal científico e os métodos empregados na obtenção de tais


resultados; instrução, ensino: É uma autoridade em educação, sendo seus
livros largamente adotados.

5. Nível ou tipo de ensino: educação primária; educação musical;


educação sexual; educação religiosa; educação física.

6. Aperfeiçoamento integral de todas as faculdades humanas.

7. Conhecimento e prática dos usos de sociedade; civilidade,


delicadeza, polidez, cortesia: Vê-se que é uma pessoa de muita educação.

8. Arte de ensinar e adestrar animais; adestramento adestramento: a


educação de um cão, de uma foca.

9. Arte de cultivar as plantas e as fazer reproduzir nas melhores


condições possíveis para se auferirem bons resultados." (FERREIRA, 1993,
p. 619).

O Homem está sempre aprendendo e ensinando, porém, a depender da


natureza dessas situações, a Educação pode ser:

FORMAL
Ministrada por instituições – colégios, escolas, faculdades, institutos,
universidades – públicas e privadas, destinadas à Educação Básica e à
Educação Superior. Sistemática e organizada.

NÃO FORMAL
Ministrada por instituições – empresas, escolas profissionalizantes,
ONGs – com caráter complementar e suplementar em relação à educação
formal.

INFORMAL
Ministrada no cotidiano, num processo contínuo, assistemático e não
organizado.

Essa distinção entre os tipos de Educação não significa que eles não se
enriquecem mutuamente, sobretudo quando se assiste, cada vez mais, ao
crescimento de fontes (mídias) de informação (jornal, rádio, tv, computador,
smartphone, internet), as quais podem e devem ser potencializadas pela
Educação formal.

5
O objetivo principal da disciplina Estrutura, Política e Gestão
Educacional é conhecer e analisar a Educação formal no Brasil,
identificando as características de cada momento histórico.

LEITURA COMPLEMENTAR
Educação no Brasil [2]

Função social da escola pública (Visite a aula online para realizar


download deste arquivo.)

Educação Não Formal – O cenário brasileiro nos anos 90 (Visite a


aula online para realizar download deste arquivo.)

A questão da Educação Formal /Não Formal (Visite a aula online para


realizar download deste arquivo.)

EXERCITANDO
1. Quais são os tipos de Educação?
2. Explique cada um dos tipos de Educação.
3. Apresente três exemplos de cada um dos tipos de Educação.
4. Você acha que algum desses tipos de Educação é mais importante do
que os outros? Justifique.
5. Você acha que o Homem precisa desses diferentes tipos de Educação
para ser feliz? Justifique.

REFERÊNCIAS
BARGUIL, Paulo Meireles. Reflexões sobre a relação professor-aluno a
partir das pesquisas de Piaget e Vygotsky. In: PASCUAL, Jesus Garcia;
DIAS, Ana Maria Iorio (Orgs.). CONSTRUTIVISMO E EDUCAÇÃO
CONTEMPORÂNEA. Fortaleza: Brasil Tropical, 2006. p. 93-125.

CORETH, Emerich. QUESTÕES FUNDAMENTAIS DE


HERMENÊUTICA. Tradução Carlos Lopes de Matos. São Paulo: EPU,
1973.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. NOVO DICIONÁRIO DA


LÍNGUA PORTUGUESA. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira,
1993.

FREIRE, Paulo. PEDAGOGIA DA AUTONOMIA: saberes necessários à


prática educativa. 39. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2009.

FONTES DAS IMAGENS


1. http://www.adobe.com/products/flashplayer/
2. http://www.brasilescola.com/educacao/educacao-no-brasil.htm
3. http://www.denso-wave.com/en/

6
ESTRUTURA, POLÍTICA E GESTÃO EDUCACIONAL
AULA 01: TIPOS DE EDUCAÇÃO. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

TÓPICO 02: A EDUCAÇÃO BRASILEIRA NA COLÔNIA

A Educação formal desenvolvida em qualquer tempo e espaço sempre é


influenciada por aspectos políticos, econômicos, sociais, epistemológicos,
filosóficos e psicológicos. Para entender a estrutura educacional vigente no
Brasil é necessário se conhecer a sua História, a qual está intimamente
vinculada com o contexto geral.

Durante estas aulas, vocês serão convidados a responder as seguintes


questões:

VERSÃO TEXTUAL

- Que acontecimentos são marcantes na Educação brasileira?


- Qual é o papel da legislação na melhoria da Educação brasileira?
- Como está estruturada a Educação brasileira?
- Que tipo de formação docente é necessária para atender as demandas
da sociedade brasileira?
- As políticas educacionais podem modificar o quadro educacional
brasileiro? Por quê?
- A gestão do processo educativo tem alguma relação com a sua
qualidade?
- Quais são as fontes dos recursos financeiros investidos na Educação?
- Qual é a importância de avaliar o sistema escolar brasileiro? Quais
são os instrumentos utilizados atualmente?

Os Jesuítas foram os primeiros a criar uma rede, de alcance mundial, de


espaços específicos com princípios pedagógicos amplamente divulgados e
aplicados. Desde que chegaram ao Brasil, em 1549, com Manoel da Nóbrega
e seus companheiros, eles contribuíram para a inculcação de valores e
crenças sob a perspectiva do colonizador. Essa característica, infelizmente,
parece que ainda permanece no imaginário da nossa Educação, apesar da
Primeira Missa no Brasil, nacionalidade daquele ter mudado...
1860 (pintura de Victor
Meirelles) [2] JESUÍTA é um membro da Companhia de Jesus, que é uma ordem
religiosa, fundada em 1534, por um grupo de estudantes da
Universidade de Paris, liderados pelo basco Inácio de Loyola. É
mundialmente conhecida por seu trabalho missionário e educacional.
(Google)

OS JESUÍTAS SEGUNDO BARGUIL

Inácio Lopes de Loyola (1491-1556), militar espanhol, preocupado com


o avanço das crenças mulçumanas, criou a Companhia de Jesus em 1534,
aprovada pelo papa Paulo III, em 1540, tendo como ardor missionário

7
divulgar a fé cristã, num momento em que a Igreja formulava a
Contrarreforma. Diante da dificuldade de converter os adultos, os
dirigentes da Congregação se dedicaram à educação das crianças, de modo
a renovar o mundo. Com a “descoberta” de novos mundos por espanhóis e
portugueses, os Jesuítas, desde a primeira hora, acompanharam as missões
de colonização.

Em razão do sucesso da primeira escola, aberta em Messina (1548), o


próximo destino foi Roma (em 1551), que serviu de modelo para as que se
seguiram. No primeiro momento, as escolas atendiam somente aqueles que
pretendiam seguir a carreira missionária. Posteriormente, as matrículas
foram abertas para todos os que assim pretendessem se submeter aos
rígidos padrões estabelecidos.

Objetivando uniformizar a organização e funcionamento dos colégios,


foi elaborada a Ratio Studiorum, cuja primeira versão data de 1552. Após
ter sido submetida a críticas e sugestões por quase meio século, sua
publicação definitiva ocorreu em 1599, contendo quatrocentas e sessenta e
seis (466) regras, que tratam de várias questões: formação dos professores,
plano de estudos, metodologia de trabalho com os alunos, regime de
avaliação, regras administrativas e disciplinares etc.

Após cerca de cento e cinquenta (150) anos de intenso prestígio em


inúmeros países europeus, os Jesuítas começaram a sofrer pesadas críticas,
em virtude do intenso poder econômico que tinham conquistado. Em
pouco menos de dez (10) anos, eles são expulsos de Portugal e das colônias
(1759), da França (1764) e Espanha e colônias (1767). O golpe mais duro,
porém, ainda estava por vir: a dissolução da Companhia, em 1773, pelo
papa Clemente XIV em todo o mundo, com exceção da Prússia e parte da
Rússia. Somente em 1814, pelas mãos do pontífice Pio VII, ela foi
restaurada.

Extraído de Barguil (2006, p. 200-201).

Havia uma acentuada distinção entre a Educação destinada aos


descendentes dos colonizadores – com uma forte influência escolástica, com
o fito de seguirem fielmente os preceitos da Igreja e de formação da elite
colonial – e aos nativos – reduzida a dois aspectos:

RELIGIOSO ECONÔMICO

Para a formação de novos adeptos do Para a docilização da mão


catolicismo. de obra.

Os negros, quando chegaram, não receberam dos educadores qualquer


atenção. Freire (1993, p. 32/40) declara que a educação empreendida pelos
Jesuítas era permeada por uma ideologia de interdição do corpo, tanto em
virtude das barreiras criadas para que mulheres, índios e negros pudessem
participar da vida social através das dificuldades de terem acesso à educação,
como a proibição de que homens e mulheres manifestassem a sua
sexualidade.

8
A instituição das escolas de ler e escrever possibilitou aos Jesuítas um
fácil, prático e eficiente método de conversão das crianças indígenas para os
ideários defendidos por eles. Acrescente-se a isso o fato de que os colégios
eram construídos com a ajuda dos índios (FRANÇA, 1994, p. 65).

Após a promulgação, em 1599, da Ratio Studiorum (Ordem dos


Estudos) – normas (burocráticas e pedagógicas) e conteúdos a serem
cumpridos por todas as escolas vinculadas à Companhia de Jesus, visando à
formação uniforme dos seus estudantes – que se pautava na tríade estudar,
repetir e competir, a Educação nacional privilegiou os cursos de Filosofia,
Teologia e Humanidades, estruturados sobre o latim e o grego, relegando a
2º plano o ensino elementar, do qual a maioria da população necessitava. A
Fonte [3]
educação na Colônia era incipiente – em razão da pequena clientela atendida
e do conteúdo lecionado – e isolada do restante do mundo – vários países
europeus procediam a reformas nos seus modelos educacionais, enquanto
Portugal se fechava às mudanças com a defesa dos valores medievais.
Acrescente-se, ainda, a distância da Colônia em relação à Metrópole e a
necessidade de se deslocar daqui para lá para concluir os estudos, tendo
como destino, na maioria das vezes, a Universidade de Coimbra, dirigida
também pelos Jesuítas.

MULTIMÍDIA
Assista aos vídeos sugeridos abaixo:

Os Primeiros Tempos: A Educação pelos Jesuítas (1/2) [4]

Os Primeiros Tempos: A Educação pelos Jesuítas (2/2) [5]

Se o quadro já não era muito positivo, imagine o que aconteceu quando,


Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), o marquês de Pombal, em
1759, determinou, mediante Alvará, a expulsão dos Jesuítas de todas as
colônias portuguesas. Ele desejava, inspirado pelos ideais iluministas, "[...]
tirar Portugal do atraso cultural e econômico em que este submergia desde o
domínio espanhol, quase há dois séculos, e dar um passo adiante para a
modernização." (FREIRE, 1993, p. 46), formando um Estado forte,
Marques de Pombal independente da Igreja, tendo sob seu controle o poder econômico detido
expulsando os Jesuítas, 1766 por aquela e formando estudantes para servir primordialmente aos
(pintura de Louis-Michel van interesses do País e não aos da religião.
Loo e Claude Joseph Vemet
[6] O Alvará de 28 de junho de 1759 [7]:

i) proibiu o ensino público ou privado que não tivesse a autorização do


diretor geral dos estudos;

ii) determinou a inspeção das escolas e dos professores e a necessidade


desses prestarem exames, o que representou um avanço; e

iii) reestruturou o ensino médio em aulas avulsas de Latim, Grego,


Filosofia e Retórica, desmontando o curso regular instituído pelos
Jesuítas, o que foi um retrocesso.

9
A REFORMA EDUCACIONAL EMPREENDIDA POR POMBAL SEGUNDO SECO E AMARAL

As aulas régias eram autônomas e isoladas, com professor único e uma


não se articulava com as outras. Destarte, o novo sistema não impediu a
continuação do oferecimento de estudos nos seminários e colégios das
ordens religiosas que não a dos jesuítas (Oratorianos, Franciscanos e
Carmelitas, principalmente).

Em lugar de um sistema mais ou menos unificado, baseado na


seriação dos estudos, o ensino passou a ser disperso e fragmentado,
baseado em aulas isoladas que eram ministradas por professores leigos e
mal preparados.

Com a implantação do subsídio literário, imposto colonial para custear


o ensino, houve um aumento no número de aulas régias, porém ainda
muito precário devido à escassez de recursos, de docentes preparados e da
falta de um currículo regular. Ademais, vemos uma continuidade na
escolarização baseada na formação clássica, ornamental e europeizante dos
jesuítas, isto porque a base da pedagogia jesuítica permaneceu a mesma,
pois os padres missionários, além de terem cuidado da manutenção dos
colégios destinados à formação dos seus sacerdotes, criaram seminários
para um clero secular, constituído por “tios-padres” e “capelães de
engenho”, ou os chamados “padres-mestres”. Estes, dando continuidade à
sua ação pedagógica, mantiveram sua metodologia e seu programa de
estudos, que deixava de fora, além das ciências naturais, as línguas e
literaturas modernas, em oposição ao que acontecia na Metrópole, onde as
principais inovações de Pombal no campo da educação como o ensino das
línguas modernas, o estudo das ciências e a formação profissional já se
faziam presentes. Por isso, se para Portugal as reformas no campo da
educação, que levaram a laicização do ensino representou um avanço, para
o Brasil, tais reformas significaram um retrocesso na educação escolar com
o desmantelamento completo da educação brasileira oferecida pelo antigo
sistema de educação jesuítica, melhor estruturado do que as aulas régias
puderam oferecer.

Extraído de Seco e Amaral (2007).

MULTIMÍDIA
A Reviravolta de Pombal: Nasce a Educação Laica (1/3) [8]

A Reviravolta de Pombal: Nasce a Educação Laica (2/3) [9]

A Reviravolta de Pombal: Nasce a Educação Laica (3/3) [10]

Com a vinda da corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, D. João VI [11]


criou a Impressão Régia, a Biblioteca Pública, o Jardim Botânico e o Museu
Nacional, tendo em vista a imperiosa necessidade de dotar a Colônia de uma
infraestrutura mínima. Neste período, foram instaladas algumas instituições
educacionais, nos diferentes níveis, em vários locais do País, para
atendimento das exigências dessa nova sociedade. Em razão da defesa do

10
território, são criadas a Academia Real da Marinha e a Academia Real
Militar. A demanda por médicos e cirurgiões possibilitou a instauração, no
Rio de Janeiro, dos cursos de Cirurgia, Anatomia e Medicina (RIBEIRO,
1989, p. 40). Registre-se, também, a instauração, na Bahia, dos cursos de
Cirurgia, Economia, Agricultura, Química e Desenho Técnico.

BIBLIOTECA NACIONAL (VISTA AÉREA)

Fonte [12]

JARDIM BOTÂNICO

Fonte [13]

11
MUSEU NACIONAL

Fonte [14]

O ensino primário continuava restrito a ler e escrever, que


possibilitava que o estudante ocupasse pequenos cargos
burocráticos e se preparasse para o ensino secundário, que, ainda
estruturado nas aulas régias, teve a implantação de outras
modalidades: Desenho, Francês, História, Inglês e Matemática.

DICA
A Educação no Período Jesuítico [15]

A Educação no Período Pombalino [16]

LEITURA COMPLEMENTAR
Ratio Studiorum e a missão no Brasil (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.)

Sistema de aulas régias instituído pela Reforma Pombalina [17]

EXERCITANDO
1. No que se refere à participação dos Jesuítas no cenário educacional
brasileiro, responda: i) por que eles vieram para o Brasil?; ii) que currículo
eles adotaram?; iii) que tipo de Educação eles ofereciam a brancos, índios
e negros?; iv) por que eles foram expulsos?

2. O que é a Ratio Studiorum? Explique a sua importância na


Educação Jesuítica.

3. Em relação à Reforma Pombalina, responda: i) quando e quem a


instituiu?; ii) quais foram as suas motivações?; iii) como ficou organizado
o ensino no Brasil?; iv) como era o seu currículo e o seu corpo docente?; v)

12
em relação à Educação Jesuítica, ela foi um avanço ou um retrocesso?
Justifique.

4. O que aconteceu com a Educação nacional com a vinda da Coroa


Portuguesa em 1808?

REFERÊNCIAS
BARGUIL, Paulo Meireles. O HOMEM E A CONQUISTA DOS ESPAÇOS
– o que os alunos e os professores fazem, sentem e aprendem na
escola. Fortaleza: Gráfica e Editora LCR, 2006.

FRANÇA, Lilian Cristina Monteiro. CAOS – ESPAÇO – EDUCAÇÃO.


São Paulo: Annablume, 1994.

FREIRE, Ana Maria Araújo. ANALFABETISMO NO BRASIL. 2. ed. São


Paulo: Cortez, 1993.

RIBEIRO, Maria Luisa Santos. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO


BRASILEIRA – A organização escolar. 9. ed. São Paulo: Cortez, 1989.

SECO, Ana Paula; AMARAL, Tania Conceição Iglesias do. MARQUÊS


DE POMBAL E A REFORMA EDUCACIONAL BRASILEIRA. Disponível
em:
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/textos_introdutorios_periodos/intr_%
20periodo%20pombalino%20Ana%20Seco.doc [18] (Visite a aula
online para realizar download deste arquivo.). Acesso em: 26 abr.
2016.

FONTES DAS IMAGENS


1. http://www.adobe.com/go/getflashplayer
2. http://4.bp.blogspot.com/-_ecv688jafY/TbdQS4WdWwI/AAAAAAAAC
oQ/nQdSyEHYEM0/s1600/primeira-missa.jpg
3. http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1d/Ratiostudiorum
.jpg
4. http://www.youtube.com/watch?v=ic28PaXiM14
5. http://www.youtube.com/watch?v=HGr_MQMWPfY
6. http://2.bp.blogspot.com/_SeaMsVTENB4/TOcka7n1q2I/AAAAAAAAC
fM/NZU35BZVHqc/s1600/Louis-Michel%252Bvan%252BLoo%
252B003.jpg
7. http://www.unicamp.br/iel/memoria/crono/acervo/tx12.html
8. http://www.youtube.com/watch?v=LLp6dcAaQes
9. http://www.youtube.com/watch?v=D-7TcpO08Mo
10. http://www.youtube.com/watch?v=KfqFQtD4QE0
11. http://pt.wikipedia.org/wiki/D._Jo%C3%A3o_VI
12. http://4.bp.blogspot.com/_ndidGrHjEQM/Sr1DhpaWdGI/AAAAAAAA
A4k/7KAMmtuy6UQ/s400/Biblioteca+Nacional+(vista+aerea).jpg
13. http://meumundoenadamaisevellyn.files.wordpress.com/2008/05/jar
dim-botanico.jpg
14. http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7a/Pa%C3%
A7o_de_S%C3%A3o_Crist%C3%B3v%C3%A3o.jpg

13
15. http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/periodo_jesuitico_intr
o.html
16. http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/periodo_pombalino_i
ntro.html
17. http://coralx.ufsm.br/revce/revce/2005/02/a2.htm
18. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/textos_introdutorios
_periodos/intr_%20periodo%20pombalino%20Ana%20Seco.doc
19. http://www.denso-wave.com/en/

Responsável: Prof.ª Nidia Barone


Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual

14
ESTRUTURA, POLÍTICA E GESTÃO EDUCACIONAL
AULA 01: TIPOS DE EDUCAÇÃO. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

TÓPICO 03: A EDUCAÇÃO BRASILEIRA NO IMPÉRIO

A Proclamação da Independência do Brasil, em 1822, não modificou o


panorama da Educação Nacional. O que se observa no cenário nacional,
desde então, é a tentativa do Poder Público (federal, estadual e municipal) de
transformar a realidade através da lei, o que, via de regra, não trouxe os
resultados esperados em virtude da falta de suporte financeiro, que evidencia
Independência ou Morte, a falta de compromisso político dos governantes para resolver os problemas
1888 (pintura de Pedro educacionais estruturais seculares: falta de professores qualificados, salário
Américo [1] indigno, precariedade das escolas, falta de material didático adequado...

Deve ser destacado, desse período, o início da legislação nacional: o


Decreto, de 1º de março de 1823 [2], que instituiu o Método Lancaster [3],
conhecido como ensino mútuo, no qual os estudantes com maior
aproveitamento (monitores ou decuriões) auxiliavam os demais, cada
monitor/decurião orientava dez colegas; a Constituição Brasileira [4],
outorgada em 1824, no seu art. 179, inciso XXXII, garante “A Instrucção
primaria e gratuita a todos os Cidadãos”, e a Lei da Instrução Pública [5], de
15 de outubro de 1827, que estabelece, no seu art. 1º: “Em todas as cidades,
vilas e lugares mais populosos haverão as escolas de primeiras letras que
forem necessárias.”.

O Ato Adicional de 1834 [6], que instituiu a Regência Una, no seu art.
10, inciso II, descentralizou o ensino, mantendo a competência da União
para legislar sobre o ensino superior e atribuindo às províncias a
responsabilidade pela escola primária e secundária.

Em 1837, na cidade do Rio de Janeiro, é fundado o Colégio Pedro II [7],


que, sob as bençãos da Coroa, deveria ser o padrão de escola secundária. Tal
intenção, porém, não se materializou, uma vez que as suas condições de
funcionamento eram bem melhores que as dos colégios das províncias, que
careciam, dentre outras coisas, de professores qualificados. Para diminuir tal
deficiência, foram instaladas as escolas normais em Niterói (1835), Bahia
(1836), Ceará (1845) e São Paulo (1846), o que não atendia a grande
demanda. Na República, o Colégio Pedro II continuou a ser referência
educacional a nível secundário para ginásios estaduais e escolas privadas.

A partir de 1840, a economia do Império, antes baseada na produção


açucareira do Nordeste, encontra no café um novo produto de exportação,
estabelecendo uma nova sociedade, pois as cidades começaram a ocupar um
papel de destaque na economia nacional, em substituição ao campo. A
acumulação de capitais deu início à industrialização, exigindo uma mão de
obra apta a lidar com as máquinas, responsabilidade atribuída à educação. A
resposta estatal ocorreu, embora que timidamente: a maior parte das
medidas ficou circunscrita ao Município da Corte. A criação das escolas
normais, apesar de algumas dificuldades – os cursos eram noturnos, o que
implicava a realização de poucas aulas práticas, não havia garantia da
profissionalização, além da má preparação dos professores – permitiu uma

15
discreta melhoria da qualidade do ensino primário, ainda restrito às aulas de
leitura, escrita e cálculo.

A instrução secundária, cuja responsabilidade pela


organização era das províncias, ainda era marcada pelas aulas
régias, o que contribuía para que fosse vista apenas como um
passaporte para o ensino superior, devendo preparar os
estudantes aos exames de admissão. Quanto ao ensino superior,
os cursos se restringiam aos: jurídicos, em Olinda e São Paulo;
médicos, na Bahia e Rio de Janeiro; militares, no Rio Grande do
Sul, Rio de Janeiro e Fortaleza; de minas, em Ouro Preto; de
marinha e ensino artístico, no Rio de Janeiro; e de ensino
religioso, em 6 seminários.

Entre 1832 e 1850, vários relatórios foram escritos sobre a educação,


tendo em comum os seguintes pontos:

- quadro caótico da educação primária,

- insuficiência do método lancasteriano,

- preocupação com a qualidade dos prédios escolares,

- necessidade de fiscalização das escolas,

- quadro docente muitas vezes despreparado para desempenhar a


contento a sua função.

A Reforma de Couto Ferraz, de 1854 [9], revela a tentativa do Governo


Federal de criar normas que orientassem a educação nacional, ampliadas
com o Decreto de Leôncio de Carvalho, de 1878, o qual precisava da
aprovação do Legislativo, motivo pelo qual Rui Barbosa (1849-1923) [10]
elaborou dois pareceres, em 1882: um sobre o ensino secundário e superior e
o outro sobre o ensino primário e instituições complementares. A partir da
relação estabelecida entre desenvolvimento econômico, político e social de
Fonte [8]
algumas nações, com o grau da instrução primária alcançado, o Parecer
apontava a educação como o caminho a ser trilhado na extinção da
ignorância que assolava a nossa pátria, propondo a criação de um Ministério
da Instrução Pública. Uma novidade consistia na defesa da implantação, no
Brasil, dos jardins de infância, inspirados nos kindergartens propostos por
Friedrich Fröbel (1782-1852) [11] na década de 1830, destinados às crianças
de 3 a 7 anos.

LEITURA COMPLEMENTAR
Friedrich Fröbel: alguns elementos da sua proposta pedagógica.
(Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

A 2ª metade do século XIX foi marcada pela implantação de


estabelecimentos de nível secundário dedicados ao público
feminino. Até então, somente uma pequena parcela da população
16
feminina recebia aulas de primeiras letras, prendas domésticas e
boas maneiras, sendo que um contingente ainda mais reduzido é
que tinha acesso ao estudo de línguas modernas, ciências e
disciplinas pedagógicas.

Quanto mais o café gerava riqueza para os fazendeiros paulistas, mais


decaía a importância do açúcar na economia nacional. É interessante
lembrar que essa aristocracia tradicional estava profundamente ligada à
Monarquia, enquanto a emergente aristocracia não tinha vínculos tão
profundos com tal regime, o que contribuiu para que paulatinamente essa
desejasse maior participação nas decisões do Governo, o que levou à
fundação do Partido Republicano, em 1870.

É nesse contexto de mudança que as novas ideias ganham cada vez mais
espaço, notadamente as relacionadas ao Positivismo [12], cujo maior
expoente foi Augusto Comte (1798-1857). Refutando o pensamento católico
conservador, os republicanos defendiam a posição de que a Ciência deveria
guiar os passos da sociedade, imprimindo-lhe o progresso tão almejado em
todos os recantos do País.

Estima-se que, em 1867, apenas 10% da população tinha acesso à escola


primária. O analfabetismo, em 1890, atingia a marca de 67,2%, revelando a
falta de zelo do Poder Público nesse período pela Educação (ARANHA, 2002,
p. 154-155).

Assistiu-se, portanto, desde o final do século XVIII e boa parte do século


XIX até a Proclamação da República, a uma série de medidas isoladas –
instituição das aulas régias, criação das escolas de primeiras letras e escolas
normais, reformas educacionais... – as quais foram insuficientes para
elaborar um sistema educacional nacional.

LEITURA COMPLEMENTAR
O Império e as primeiras tentativas de Organização da Educação
Nacional [13]

MULTIMÍDIA
Educação no Império: Educação Secundária (1/3) [14]

Educação no Império: Educação Secundária (2/3) [15]

Educação no Império: Educação Secundária (3/3) [16]

OLHANDO DE PERTO
Crianças e escolas na passagem do Império para a República [17]

EXERCITANDO
1. Quais são os primeiros documentos da legislação educacional nacional?
Analise as determinações de cada um desses documentos.
17
2. Qual é a importância do colégio Pedro II na Educação nacional?
3. Conforme os relatórios, como era a situação da Educação nacional, nos
diferentes níveis, em meados do século XIX? Apresente e comente os
pontos contemplados nesses escritos.
4. O que aconteceu no cenário educacional na 2ª metade do século XIX?
5. Explique a influência do Positivismo na Proclamação da República.

REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO. 2. ed.
São Paulo: Moderna, 2002.

BARGUIL, Paulo Meireles. O HOMEM E A CONQUISTA DOS ESPAÇOS


– o que os alunos e os professores fazem, sentem e aprendem na
escola. Fortaleza: Gráfica e Editora LCR, 2006.

BATISTA, Maria Aparecida Camargo. O PRIMEIRO


"KINDERGARTEN" NA PROVÍNCIA DE SÃO PAULO. 1996. Dissertação
(Mestrado em Educação). USP, São Paulo.

BENITO, Agustín Escolano. TIEMPOS Y ESPACIOS PARA LA ESCUELA


– Ensayos históricos. Madrid: Biblioteca Nueva, 2000.

FRAGO, Antonio Viñao. Do Espaço escolar e da escola como lugar:


propostas e questões. In: FRAGO, Antonio Viñao; ESCOLANO,
Agustín. CURRÍCULO, ESPAÇO E SUBJETIVIDADE: a arquitetura
como programa. Tradução Alfredo Veiga-Neto. Rio de Janeiro: DP&A,
1998. p. 59-139.

FONTES DAS IMAGENS


1. http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/ce/Independ%C3%
AAncia_ou_Morte.jpg
2. http://www2.camara.gov.br/legin/fed/decret_sn/anterioresa1824/decr
eto-38742-1-marco-1823-567536-publicacaooriginal-90852-pe.html
3. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_met
odo_lancaster.htm
4. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
5. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/fontes_escritas/3_Imp
erio/lei%2015-10-1827%20lei%20do%20ensino%20de%20primeiras%
20letras.htm
6. http://brasilescola.uol.com.br/historiab/o-ato-adicional-1834.htm
7. http://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%A9gio_Pedro_II
8. http://1.bp.blogspot.com/_NgNLAktJdN4/S6JlRj76hkI/AAAAAAAAAi
w/iKn36wY4hvc/s1600-h/psloyd012.jpg
9. http://www2.camara.gov.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-1331-
a-17-fevereiro-1854-590146-publicacaooriginal-115292-pe.html
10. http://pt.wikipedia.org/wiki/Rui_Barbosa
11. http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Fr%C3%B6bel
12. http://pt.wikipedia.org/wiki/Positivismo
13. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/periodo_imperial_int
ro.html
14. http://www.youtube.com/watch?v=mNMvgOHkDPA
15. http://www.youtube.com/watch?v=JFPSvYtmWXo
16. http://www.youtube.com/watch?v=BzFj7Qx7OME

18
ESTRUTURA, POLÍTICA E GESTÃO EDUCACIONAL
AULA 01: TIPOS DE EDUCAÇÃO. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

TÓPICO 04: A EDUCAÇÃO BRASILEIRA NA REPÚBLICA (1889-1930)

Com a Proclamação da República, a situação mudou... no discurso e,


efetivamente, pouco no concreto! Conforme Faria Filho (2000, p. 27-28),
estima-se que, na primeira década do século passado, cerca de 5% da
população em idade escolar era atendida pela instrução pública, conforme
estimativa do próprio Estado. Isso, porém, não era o pior: a baixa qualidade
Proclamação da República, da escola era denunciada por inúmeros diagnósticos que relatavam a
1893 (pintura de Benedito desorganização do sistema de instrução, o despreparo (para não dizer
Calixto) [1] incompetência) da maioria dos professores. A produtividade dessa escola era
baixíssima: a frequência estava perto de 50% dos matriculados e o
aproveitamento oscilava entre 30 e 40% dos frequentes, quando muito.
Conclui-se, com esses dados, que apenas 1% da população nacional obtinha
sucesso na escola!

MULTIMÍDIA
Educação na República: Alfabetizar... Ou Alfabetizar (1/2) [2]

Educação na República: Alfabetizar... Ou Alfabetizar (2/2) [3]

A escola isolada é uma resposta muito precária, do Estado brasileiro,


durante o século XIX, diante da necessidade de um espaço adequado para
fomentar a socialização das crianças. O processo era simples: um professor,
ou quem as suas vezes quisesse fazer, devia encontrar na sua região um
número mínimo de crianças e, assim, requeria a criação de uma cadeira de
instrução primária no local. Essa costumava agregar estudantes de níveis
diferentes. A pressão social, manifestada via de regra por abaixo-assinados,
contribuía para que a demanda fosse atendida pelo governo, estabelecendo,
dessa forma, uma proximidade da comunidade com o professor, o qual
precisaria, mediante uma conduta moral e pedagógica, fazer jus à confiança
nele depositada. Ao mesmo tempo, o professor vinculava-se ao Estado, numa
relação de mão dupla: esse pagava o salário daquele que se submetia à
fiscalização empreendida pelo poder público, uma vez que as estatísticas
escolares efetuadas pelos próprios educadores, por vezes, eram eivadas de
fraudes... (FARIA FILHO, 2000, p. 28-29).

Conforme os relatórios dos inspetores e das autoridades de ensino, esse


panorama se perpetuava em virtude de um precário sistema de inspeção do
trabalho escolar e das péssimas condições de trabalho: além do tradicional
baixo salário, os inadequados locais e materiais didáticos, dentre outros.
Muitas dessas escolas funcionavam na casa do próprio professor, não
somente nas salas, tendo caixotes servindo como mesas e cadeiras,
desprovidas, ainda, de um mínimo de higiene, ensejando críticas de que essa
educação pública jamais realizaria a tarefa salvacionista, própria do ideário
republicano, pois pouco contribuía para a "[...] integração do povo à nação e
ao mercado de trabalho assalariado.". Diante desse quadro, é que surge um

19
movimento para "[...] refundar a escola pública." (FARIA FILHO, 2000, p.
30).

É nesse contexto que a concepção do grupo escolar é adotada


como a solução dos crônicos problemas da Educação Nacional,
possibilitando a transição "[...] do arcaico para o moderno, do
velho para o novo, dos pardieiros aos palácios." (FARIA FILHO,
Grupo Escolar Tiradentes 2000, p. 21).
(PR), 1895 [4]

Para tanto, ele deveria propiciar novos ritos e símbolos escolares,


elaborar outra identidade para os profissionais envolvidos na missão, o que
ocorreria dentro de uma mudança mais profunda que contemplava a
organização do ensino, das suas metodologias e conteúdos, a construção de
espaço e tempo escolares, uma nova identidade, baseada numa divisão
racional do trabalho, além da possibilidade de maior controle dos agentes
pedagógicos (FARIA FILHO, 2000, p. 31/34-35).

PARADA OBRIGATÓRIA
Prédios escolares no início da República (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.)

Os ideais positivistas, que inspiraram a proclamação da República,


ganham espaço no cenário nacional, inclusive na Educação. O governo
provisório criou o Ministério da Instrução, Correios e Telégrafos, sendo
Benjamin Constant [5] o seu primeiro titular, que formulou a Reforma da
Instrução Pública Primária e Secundária do Distrito Federal, que foi
aprovada pela Assembleia Constituinte: Decreto nº 981, de 08 de novembro
de 1890 [6]. Essa Reforma tinha como princípios a liberdade e a laicidade do
ensino, além da gratuidade do ensino primário.

Freire (1993, p. 184-190) afirma que a Reforma de Benjamim Constant


– que parece ter contemplado algumas propostas do projeto de Rui Barbosa,
apesar de conter alguns pontos que sugeriam revelar o esforço para se
descentralizar a Educação, bem como para empreender uma ampla
alfabetização no Território Nacional – está permeada de aspectos em favor
da centralização e de uma concepção elitista de Educação.

A Constituição de 1891 [7] determinava a descentralização do ensino,


cabendo à União legislar sobre o ensino superior na Capital Federal,
delegando aos estados a responsabilidade de organizar todo o seu sistema
escolar. A Educação na República é marcada desde o início por três
características:

20
CARACTERÍSTICA 01
A tendência de se querer modificar a realidade através da implantação
de reformas, de leis – a de Epitácio Pessoa (1901), a de Rivadávia Corrêa
(1911), a de Carlos Maximiliano (1915) e a de Luís Alves/Rocha Vaz (1925),
que refletiam a tendência de ora valorizar mais o lado literário, ora o lado
científico;

CARACTERÍSTICA 02
A inconstância política do governo federal em assumi-la, expressa na
oscilização entre centralização x descentralização; e

CARACTERÍSTICA 03
A preocupação com o analfabetismo.

Quando da Proclamação da República, para os nacionalistas, o Brasil


tinha, segundo Freire:

[...] dois grandes 'inimigos': o externo, os estrangeiros que poderiam


nos invadir contaminados pela prática das guerras na Europa; e o interno,
a 'chaga nacional', o analfabetismo.(FREIRE, 1993, p. 180).

Assim, a alfabetização deveria tanto formar os jovens para o


serviço à Pátria, como para eliminar aquela praga que nos
assolava.

A EDUCAÇÃO NO INÍCIO DO SÉCULO XX, SEGUNDO BARGUIL

Em 1915, foi criada no Clube Militar do Rio de Janeiro a Liga


Brasileira Contra o Analfabetismo, sendo seu principal objetivo dar de
presente ao País no centenário da sua Independência a erradicação do
analfabetismo. Ela desejava conseguir a obrigatoriedade do ensino
primário, encargo a ser assumido pelo poder central. Através de jargões
carregados para designar o analfabetismo – "muralhas do obscurantismo",
"praga negra", "maior inimigo do Brasil", "vergonha que não pode
continuar", "mais funesto de todos os males”, “cancro social da nossa
Pátria" –, seus membros defendiam uma guerra para tirar da escuridão
todos aqueles que se encontravam presos nas suas garras, pois o País
pagava um alto preço.

Havia uma identificação pejorativa entre o analfabeto e o seu valor


como pessoa. Por uma série de razões históricas, durante séculos, o negro
foi considerado como inferior, fosse do ponto de vista moral, fosse devido à
cor da sua pele. Agora, mais um fardo lhe é acrescentado, denegrindo a sua
imagem: o fato de ser analfabeto. O pior de tudo isso é o fato desse
preconceito esconder as verdadeiras raízes do problema: fatores
econômicos e políticos (FREIRE, 1993, p. 201/206).

Um fato relevante desse período é o início da coleta de dados


quantitativos, os quais nos forneceram um quadro vexatório a que a
educação nacional estava submetida, revelando a pouca eficácia das

21
políticas educacionais dos governos federais empreendidas até então. Por
outro lado, eles instigaram discussões políticas sobre a premência da
alfabetização no Território Nacional, pois permitiram o acompanhamento
da evolução dessa realidade. Eles também denunciaram o progressivo
aumento da clientela escolar, bem como o incremento da quantidade de
alunos aprovados, além da diminuição do analfabetismo. A existência de
classes conjugadas – um professor ensina ao mesmo tempo crianças de
diferentes séries – ainda é uma realidade! Os desafios atuais são a melhoria
da qualidade do ensino, para o que devem ser enfrentadas as seguintes
questões: qualificação do corpo docente, currículo, material didático,
dentre outras.

Apesar da maior quantidade de alunos ingressando na faculdade,


ainda em número reduzido, se considerado o universo de pessoas que
ingressam na escola, o título de doutor ainda tem um certo status social,
embora não seja garantia de emprego. Deve-se, ainda, alertar para a
existência de uma forte tendência literária, pois o conteúdo científico
apresentado costuma ter o cunho enciclopédico, despido do caráter
investigativo. Há de se observar, ainda, a existência do ensino
profissionalizante, destinado primordialmente aos membros das camadas
menos favorecidas, uma vez que o ensino literário objetivava a formação
das elites.

Extraído de Barguil (2000, p. 258-260).

As décadas de 1910 e 1920 foram marcadas por uma série de


acontecimentos sociais:

– tendo inclusive fundado algumas escolas, que em


O Anarquismo [8] razão da falta de apoio oficial não prosperaram.
(FREIRE, 1993, p. 207)

– caracteriza-se pela busca de imprimir às diversas


O Modernismo manifestações culturais um estilo nacional, cuja
[9] expressão maior se deu com a Semana de Arte
Moderna [10] de São Paulo (1922).

– representando a insatisfação de segmentos da


classe média e de militares de patente superior com
as decisões políticas do governo central,
O Tenentismo
notadamente no que se refere ao apoio à oligarquia
[11]
cafeeira, cujo marco foi O Levante do Forte de
Copacabana, também conhecido como os 18 do
Forte, em 1922.

A Revolta Paulista
de 1924 [12] e a – que percorreu o interior do País de 1924 a 1927,
Coluna Prestes propagando ideias contra o governo federal.
[13]

Os anos 20 assistiram a um fenômeno semelhante ao que havia ocorrido


no final da Monarquia – quando o poder dos produtores ligados ao açúcar foi
transferido aos produtores de café – pois esses, paulatinamente, em
consequência das sucessivas crises do café no cenário internacional, foram
perdendo a sua força econômica, bem como a política, para os emergentes

22
burgueses ligados à nascente indústria nacional. Para atender a demanda por
mão de obra qualificada, reformas educacionais foram implementadas no
nível primário em vários estados – Ceará (1922), Bahia (1925), Minas Gerais
(1927) e Pernambuco (1928) – bem como no Distrito Federal (1928), todas
sob a influência da Escola Nova [14].

MULTIMÍDIA
Escola Nova [15].

A Educação na Primeira República é marcada por dois movimentos


ideológicos:

- crença no poder da educação para colocar o Brasil


Entusiasmo da entre as grandes nações.
educação - caráter mais quantitativo, enfatizando a expansão da
rede escolar e a alfabetização do povo.

- crença na capacidade da escolarização de formar o


Homem brasileiro.
Otimismo
- com uma perspectiva qualitativa, visava à otimização
pedagógico
do ensino, com a melhora das condições didáticas e
pedagógicas da rede.

Do ponto de vista pedagógico, três correntes/concepções pedagógicas


compuseram o cenário da Educação, cada uma delas associada a um setor
social:

TRADICIONAL NOVA LIBERTÁRIA

Às oligarquias e À emergente Aos movimentos


à Igreja, que burguesia e classe média, sociais, que lutavam
queriam a que desejavam a pela transformação do
manutenção do modernização do Estado e status quo
sistema. da sociedade

Nas décadas seguintes, as ideias das duas primeiras continuaram a


polarizar a discussão sobre os rumos da Educação Nacional.

MULTIMÍDIA
Educação na República: Alfabetizar ... para Votar (1/2) [16]

Educação na República: Alfabetizar ... para Votar (2/2) [17]

DICA
A Educação na 1ª República [18]

OLHANDO DE PERTO
Educação e Sociedade na Primeira República (Visite a aula online
para realizar download deste arquivo.)

23
Primeira República: Educação e Iluminismo [19] (Visite a aula online
para realizar download deste arquivo.)

A Educação Libertária [20]

A Educação Anarquista no Brasil [21]

A Educação Anarquista em São Paulo (Visite a aula online para


realizar download deste arquivo.)

A quem cabe educar? (Visite a aula online para realizar download


deste arquivo.)

EXERCITANDO
1. Apresente e comente algumas mudanças (legais e factuais) que
aconteceram na Educação após a proclamação da República.
2. Em relação às escolas isoladas, responda: i) o que eram elas?; ii) como
elas funcionavam?; iii) conforme os relatórios, como era a qualidade da
Educação nelas oferecida e quais eram as suas dificuldades?
3. Contextualize e explique a criação do grupo escolar no cenário da
Educação Brasileira.
4. Cite e comente alguns movimentos sociais da Primeira República.
5. Que movimentos ideológicos caracterizam a Primeira República?
Explique cada um deles.

REFERÊNCIAS
BARGUIL, Paulo Meireles. HÁ SEMPRE ALGO NOVO! – Algumas
considerações filosóficas e psicológicas sobre a Avaliação Educacional.
Fortaleza: ABC Fortaleza, 2000.

______. O HOMEM E A CONQUISTA DOS ESPAÇOS – o que os alunos


e os professores fazem, sentem e aprendem na escola. Fortaleza:
Gráfica e Editora LCR, 2006.

FARIA FILHO, Luciano Mendes de. DOS PARDIEIROS AOS


PALÁCIOS: cultura escolar e urbana em Belo Horizonte na Primeira
República. Passo Fundo: Universidade de Passo Fundo, 2000.

FREIRE, Ana Maria Araújo. ANALFABETISMO NO BRASIL. 2. ed. São


Paulo: Cortez, 1993.

WOLFF, Silvia Ferreira Santos. ESPAÇO E EDUCAÇÃO: os primeiros


passos da arquitetura das escolas públicas paulistas. 1992. Dissertação
(Mestrado em Arquitetura). USP, São Paulo.

FONTES DAS IMAGENS


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1FhdT48I/AAAAAAAACOE/bR-sp1rfmzU/s1600/proclama%25C3%25A7%
25C3%25A3o-da-republica-fotos.jpg
2. http://www.youtube.com/watch?v=aLxB2vP8UN8
3. http://www.youtube.com/watch?v=KGF26GUfAlo

24
4. http://3.bp.blogspot.com/-uHO7C0dZdZw/Tm_jtXoQaDI/AAAAAAAA
HYQ/txFeDPNo98g/s1600/tn_600_580_arquitetura_da_educacao_4.jpg
5. http://pt.wikipedia.org/wiki/Benjamin_Constant_Botelho_de_Magalh
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6. http://www2.camara.gov.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-981-
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7. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao91.htm
8. http://pt.wikipedia.org/wiki/Anarquismo
9. http://pt.wikipedia.org/wiki/Modernismo
10. http://pt.wikipedia.org/wiki/Semana_de_Arte_Moderna
11. http://pt.wikipedia.org/wiki/Tenentismo
12. http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_Paulista_de_1924
13. http://pt.wikipedia.org/wiki/Coluna_Prestes
14. http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_Nova
15. http://www.youtube.com/watch?v=Lr5xe2LXoqs
16. http://www.youtube.com/watch?v=YfLP164dQ1U
17. http://www.youtube.com/watch?v=XNw-D_Rp7ts
18. http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/periodo_primeira_rep
ublica_intro.html
19. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/textos_introdutorios
_periodos/intr_primeira republica Jorge.doc
20. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_frames/artig
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21. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_frames/artigo
_052.html
22. http://www.denso-wave.com/en/

Responsável: Prof.ª Nidia Barone


Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual

25
ESTRUTURA, POLÍTICA E GESTÃO EDUCACIONAL
AULA 01: TIPOS DE EDUCAÇÃO. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

TÓPICO 05: A EDUCAÇÃO BRASILEIRA NA REPÚBLICA (1930-1964)

Após a Revolução de 1930, Getúlio Vargas [2] ascende ao poder,


representando o setor ligado à industrialização, voltada principalmente ao
consumo interno, daí originando-se a sua ideologia – nacional-
desenvolvimentista – em oposição ao modelo anterior pautado na
agricultura voltada ao mercado externo. Nesse ano, é criado o Ministério da
Educação e Saúde Pública. Em 1931, ocorreu a reforma de Francisco
Getúlio Vargas, após a Campos, destinada ao ensino superior, secundário e comercial.
Revolução de 1930 [1]
Em 1932, é lançado o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (Visite
a aula online para realizar download deste arquivo.), cujos educadores, por
entenderem que a Educação Tradicional incentivava o individualismo,
próprio de uma concepção burguesa, defendiam uma Escola Nova [3] com os
seguintes princípios:

i) ensino laico, gratuito e obrigatório;

ii) escola única e comum, não atendendo a privilégios de uma minoria; e

iii) professores com formação universitária.

O Manifesto se constituiu, portanto, num marco da luta por melhores


condições de ensino no Brasil, aprofundando ainda mais a discussão de dois
grupos de educadores sobre os rumos da educação nacional. Por um lado,
havia quem defendia a ideia de que a Educação deveria ser subordinada à
doutrina religiosa, em separado (no que se refere ao sexo dos estudantes),
diferenciada para os sexos, particular e atribuindo à família a
responsabilidade pela atividade educacional. Do outro, defendia-se a
laicidade, a coeducação, a gratuidade e a responsabilidade pública pela
Educação. Todos concordavam com a extinção do monopólio do Estado
sobre a Educação, para que essa ficasse livre das ideologias de esquerda e de
direita.

MULTIMÍDIA
Os Pioneiros da Educação Nova (1/2) [4]

Os Pioneiros da Educação Nova (2/2) [5]

PARADA OBRIGATÓRIA
A Educação nos anos 1930 [6] (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.).

Gustavo Capanema [7], que foi ministro da Educação e Saúde Pública,


no período de 1934 a 1945, formulou várias Leis Orgânicas do Ensino [8],
que foram promulgadas em 1942 e 1943. A Reforma Capanema estruturou o
ensino industrial e o ensino secundário (ciclos ginasial e colegial), reformou
26
o ensino comercial e criou o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial –
SENAI. Com o fim do Estado Novo, Raul Leitão assumiu o Ministério da
Educação, que implementou, em 1946, novas medidas: organização do
ensino primário do País, do ensino normal e do ensino agrícola, bem como
criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC.

As Constituições de 1934 [9], 1937 [10], 1946 [11], 1967 [12] e 1988 [13]
dedicaram capítulos inteiros à Educação, manifestando a crescente
preocupação dos legisladores sobre o tema. Conforme veremos na próxima
aula, a Lei não tem força para transformar a realidade, embora permita que
se lute pela sua implementação. É importante, por exemplo, que exista um
comando constitucional determinando um limite mínimo para aplicação dos
recursos dos entes federados e da União na Educação. A gratuidade e a
obrigatoriedade da Educação devem ser buscadas paralelamente à sua
qualidade.

Um fato importante na Educação Nacional foi que a Constituição de


1946, em seu artigo 5º, inciso XV, alínea d, determinou a competência da
União para elaborar a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB), inaugurando uma fase de intensos debates sobre os caminhos
educacionais. Nesse sentido, dois anos depois, o Ministro da Educação e
Saúde, Clemente Mariani, enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei, o
qual só foi aprovado em 1961 (Lei nº 4.024) [14]. Em 1953, Getúlio Vargas
criou o Ministério da Saúde e alterou a denominação de Ministério da
Educação e Saúde para Ministério da Educação e Cultura.

Os temas centrais dos debates que ocorreram durante a elaboração


desta LDB foram:

A centralização ou - concentração de poder na União x


descentralização da delegação de poder para estados e
Educação municípios.

Os princípios da escola
- laica e gratuita x confessional e paga.
pública e da particular

- construção e manutenção de escolas


O financiamento
públicas x concessão de bolsas de estudo

Dois grupos polarizaram o acirrado debate:

ESTATISTA
Defendia que o Estado tem a responsabilidade de educar, formando o
indivíduo (cidadão) para o bem da sociedade, sendo a escola particular
uma concessão do poder público.

LIBERALISTA
Entendia que a Educação é um dever da família (e não do Estado), a
qual deve escolher entre as escolas particulares aquela que lhe agrada,
cabendo ao Estado conceder, a quem necessitasse, bolsas de estudo para
permitir o acesso àquelas.

27
É importante destacar que esses grupos já vinham lutando pela
implantação das suas ideias desde o início dos anos 1930. Em 1959, um
grupo de mais de 150 intelectuais lança um novo documento – Manifesto dos
Educadores: mais uma vez convocados [15] (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.) – no qual, em prol de uma educação democrática,
reafirmam os princípios do Manifesto de 1932: a igualdade de oportunidades
para todos, a liberdade de pensamento, a escola democrática e progressista.

No governo de Juscelino Kubitschek [16], houve uma crescente


participação do capital estrangeiro na economia nacional, o que já havia sido
uma das causas que levaram o presidente Getúlio Vargas ao suicídio – pois
ele defendia o fortalecimento da economia brasileira a partir de empresas
nacionais. Se por um lado a maior participação das divisas internacionais
permitiu o enriquecimento do País, inspirando um movimento conhecido
como nacional-desenvolvimentismo, por outro manteve e aprofundou certas
estruturas sociais injustas, como, por exemplo, o isolamento da região
nordestina e a política agrária.

PARADA OBRIGATÓRIA
Nacional desenvolvimentismo (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.).

A Lei nº 4.024/61 organizou a Educação nacional da seguinte forma:

QUADRO: ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Duração (em
Grau Ciclo
anos)

Educação Pré-Primária 7
PRIMÁRIO
Ensino Primário De 4 a 6

Ginasial 4
MÉDIO
Colegial Mínimo de 3

Cursos de Graduação, Pós-Graduação e


SUPERIOR Variável
Especialização

Devem ser citadas as seguintes características da primeira LDB


nacional:

VERSÃO TEXTUAL

• Apenas o Ensino Primário era obrigatório.

• O ingresso no ciclo Ginasial do Ensino Médio dependia de


aprovação no Exame de Admissão (art. 36).

• O Ensino Médio tinha os cursos secundário, técnico (agrícola,


comercial e industrial), normal e outros.

28
• Os Ensinos Médio e Superior tinham como limites mínimos de
duração 180 dias.

Os anos 60 foram marcados por uma profunda inquietação social,


merecendo destaque os movimentos de educação popular: os centros
populares de cultura (CPC), os movimentos de cultura popular (MCP) e o
Movimento de Educação de Base (MEB). A contribuição de Paulo Freire [18]
para esta efervescência cultural, com forte preocupação social e política, é
intensa, não somente por ter formulado um método de alfabetização, num
país com grande contingente de pessoas iletradas, mas devido à concepção
de conhecimento, de Educação a ela vinculada. No entendimento de Paulo
Freire, para compreender e atuar no mundo, o Homem precisa ler a palavra
e ler a realidade. A sua proposta educacional se contrapõe à educação
bancária, a qual não vislumbra os estudantes como sujeitos, que interpretam
e criam significado, mas, tão só, gavetas para guardar informações que
poderão ser úteis no futuro...

MULTIMÍDIA
Centro Popular de Cultura – I [19]

Centro Popular de Cultura – II [20]

Movimento de Educação de Base [21]

O sucessor de Juscelino foi Jânio Quadros, que renunciou ao governo


em 25 de agosto de 1961. Os ministros militares impediram a posse do vice
de Jânio, João Goulart (Jango) [22], a qual só se efetivou, após duas
semanas, com a implantação do Parlamentarismo. Com a restauração do
Presidencialismo, no início de 1963, Jango propôs realizar as mudanças que
julgava necessárias para corrigir a economia nacional. O embate social a que
se assistiu entre os que eram a favor e contrários a essa proposta foi grande e
culminou com o movimento militar de 1964 [23].

DICA
Era Vargas (1930 - 1945) [24]

A Educação no Estado Novo [25]

A Educação na Nova República [26]

LEITURA COMPLEMENTAR
A Reforma Francisco Campos e a modernização nacionalizada do
ensino secundário [27]

O Manifesto dos Educadores (1959) à luz da História [28] (Visite a


aula online para realizar download deste arquivo.)

A “geração Capanema” contesta nos anos 60 [29] (Visite a aula online


para realizar download deste arquivo.)

29
MULTIMÍDIA
Educação na República: Democratização (1/2) [30]

Educação na República: Democratização (2/2) [31]

OLHANDO DE PERTO
Escolha um assunto de sua preferência:

A Educação e o Nacional-Desenvolvimentismo [32] (Visite a aula


online para realizar download deste arquivo.)

A efervescência cultural dos anos 1960 (Visite a aula online para


realizar download deste arquivo.)

A formação do professor primário [33]

A ideia da ascensão social via Educação [34]

As reformas educacionais e a formação de professores [35]

O público e o privado na Educação [36]

O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (Visite a aula online


para realizar download deste arquivo.)

LDB de 1961: disputa entre escola pública e escola privada. [37]


(Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

EXERCITANDO
1. Em relação ao Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, responda: i)
em que ano foi lançado?; ii) que movimento o influenciou?; iii) quais eram
os seus princípios?; iv) a que tipo de Educação ele se opunha?; e v) suas
ideias ainda são atuais? Justifique.
2. O que foram as Leis Orgânicas do Ensino?
3. Em relação à primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
responda: i) em que ano ela foi aprovada?; iii) quais eram os temas
centrais dos debates que antecederam a sua aprovação?; e iii) nomeie e
explique as ideias dos grupos que polarizam as discussões sobre essa Lei.
4. Por que o Manifesto dos Pioneiros – mais uma vez convocados foi
escrito?
5. Tendo em vista a Lei nº 4.024/61, responda: quais eram os grau de
Educação, como eles se dividiam e sua duração?; ii) quais são as suas
principais características?

REFERÊNCIAS
ANDREOTTI, Azilde L. O GOVERNO VARGAS E O EQUILÍBRIO
ENTRE A PEDAGOGIA TRADICIONAL E A PEDAGOGIA NOVA.
Disponível em:
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/textos_introdutorios_periodos/intr_g

30
20vargas%20Azilde.doc [38] (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.). Acesso em: 26 abr. 2016.

NASCIMENTO, Manoel Nelito M. EDUCAÇÃO E NACIONAL-


DESENVOLVIMENTISMO NO BRASIL. Disponível em:
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/textos_introdutorios_periodos/Intr_n
desenvolvimentismo%20Nelito.doc [39] (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.). Acesso em: 26 abr. 2016.

FONTES DAS IMAGENS


1. http://www.brasilescola.com/upload/e/rev%2030.jpg
2. http://pt.wikipedia.org/wiki/Get%C3%BAlio_Vargas
3. http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_Nova
4. http://www.youtube.com/watch?v=f6LTmh7Vn04
5. http://www.youtube.com/watch?v=Ybp6pzgLyQ8
6. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/textos_introdutorios_
periodos/intr_governo%20vargas%20Azilde.doc
7. http://pt.wikipedia.org/wiki/Gustavo_Capanema
8. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_leis
_organicas_de_ensino_de_1942_e_1946.htm
9. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao34.htm
10. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao37.htm
11. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao46.htm
12. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao67.htm
13. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
14. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4024.htm
15. http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/22e/doc2_22e.pdf
16. http://pt.wikipedia.org/wiki/Juscelino_Kubitschek
17. http://www.adobe.com/go/getflashplayer
18. http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Freire
19. http://www.youtube.com/watch?v=jS0Svi_Q9N4
20. http://www.youtube.com/watch?v=lEh3Inka96E
21. http://www.youtube.com/watch?v=yuNBk-Zqep8
22. http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Goulart
23. http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_de_1964
24. http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/periodo_era_vargas_i
ntro.html
25. http://frankvcarvalho.blogspot.com.br/2011/10/educacao-no-brasil-
no-periodo-do-estado.html
26. http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/34887/nova-
republica-historico-da-educacao-no-brasil
27. http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/viewFil
e/5520/4015
28. http://www.scielo.br/pdf/es/v28n99/a13v2899.pdf
29. http://www.rj.anpuh.org/resources/rj/Anais/1998/autor/Marilena%
20Ramos%20Barboza.doc
30. http://www.youtube.com/watch?v=YSbXYSdJ_2Q
31. http://www.youtube.com/watch?v=YAGejbVm18Y
32. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/textos_introdutorios
_periodos/Intr_nacional-desenvolvimentismo%20Nelito.doc
33. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_frames/artig
o_055.html
34. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_frames/artig
o_023.html
35. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_frames/artig
o_039.html
31
36. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_frames/artig
o_064.html
37. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/revista/edicoes/22/art10_22.pdf
38. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/textos_introdutorios
_periodos/intr_governo vargas Azilde.doc
39. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/textos_introdutorios
_periodos/Intr_nacional-desenvolvimentismo Nelito.doc
40. http://www.denso-wave.com/en/

Responsável: Prof.ª Nidia Barone


Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual

32
ESTRUTURA, POLÍTICA E GESTÃO EDUCACIONAL
AULA 01: TIPOS DE EDUCAÇÃO. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

TÓPICO 06: A EDUCAÇÃO BRASILEIRA NA REPÚBLICA (1964-2015)

As reformas empreendidas, nos anos 1960 e 1970, no cenário


educacional, expressavam o momento nacional: desenvolvimento. O desafio
do ensino, portanto, era formar o capital humano, o que demandava uma
estreita relação entre Educação e mercado de trabalho. Essas duas décadas
sofreram grande influência norte-americana, inclusive nos caminhos da
Educação Nacional, explicitada pelos acordos MEC/USAID, e que
fundamentaram a orientação das leis editadas posteriormente.

PARADA OBRIGATÓRIA
Adequação do Brasil às demandas internacionais (Visite a aula online
para realizar download deste arquivo.).

O método de alfabetização formulado por Paulo Freire [2], conforme


vimos, tinha uma forte conotação política. Em virtude disso, o Governo
Militar para enfrentar o problema do analfabetismo aprovou, mediante a Lei
nº 5.379/67 [3], o Plano de Alfabetização Funcional e Educação Continuada
de Adolescentes e Adultos, cujo Órgão executor era o Movimento Brasileiro
de Alfabetização - MOBRAL.

Embora mantivesse a estrutura das palavras geradoras, a metodologia


adotada no MOBRAL não valorizava a problematização da realidade e
Fonte [1]
utilizava a mesma apostila em todo o Brasil.

Em 1985, o MOBRAL foi extinto e substituído pela Fundação EDUCAR,


que durou até 1990, quando foi extinta sem a proposição de qualquer
instituição.

Em 1996, o governo federal apoiou a criação do Programa Alfabetização


Solidária - PAS, com atuação inclusive em países que falam o Português.

DICA
MOBRAL [4]

O governo militar também modificou a organização da Educação


Nacional:

- empreendeu reformas no ensino superior, tendo


i) a Lei nº
instituído o vestibular classificatório, o ciclo básico, os
5.540/68 [5]
departamentos e a matrícula por disciplina; e

ii) a Lei nº
- fixou diretrizes para o ensino de 1º e 2º graus.
5.692/71 [6]

O quadro abaixo expressa a nova configuração da Educação Nacional


após essas duas Leis:

33
QUADRO: ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Ensino Duração (em anos)

1º Grau 8

2º Grau 3-4

Superior Variável

São características da Lei no 5.692/71:

- Conforme o § 2º, do art. 19, cada sistema de ensino velaria sobre a


educação das crianças de idade inferior a sete anos em escolas maternais,
jardins de infância e instituições equivalentes.

- Com a fusão do Ensino Primário com o ciclo Ginasial do Ensino Médio,


desapareceu o Exame de Admissão.

- A duração normal do Ensino de 2º grau era de 3 anos. Esse prazo era


ultrapassado no caso de curso profissionalizante.

- Os Ensinos de 1º e 2º Graus tinham como limites mínimos: uma carga


horária anual de 720 horas e o ano letivo de 180 dias (ou seja, 4 horas por
dia).

MULTIMÍDIA
Educação na República: Ditadura (1/2) [7]

Educação na República: Ditadura (2/2) [8]

Os anos 80 assistiram à consolidação da redemocratização, que foi


coroada com a Constituição de 1988, que obriga o Poder Público à aplicação
de um percentual mínimo para a Educação.

A EDUCAÇÃO NOS ANOS 80, POR MINTO

A derrocada da Ditadura Militar representou uma importante


mudança no cenário político brasileiro na década de 1980. A chamada
"transição democrática" levou a termo o processo de abertura "lenta,
gradual e segura" iniciada pelo Governo Geisel (1974-9) e combatida pela
chamada linha dura do Exército brasileiro. A democratização consistia, de
um lado, na destituição dos militares do poder após 21 anos; de outro lado,
marcava a ascensão de importantes movimentos sociais organizados, que
fizeram dos 80, não a "década perdida", mas um período de intensa
mobilização social e de conquistas importantes na história da educação
brasileira. Esta ascensão inaugurou, também, uma intensa participação
social nos processos decisórios do Poder Legislativo brasileiro, nunca antes
testemunhado na história, cuja culminância ocorreu no processo de
elaboração da Constituição Federal de 1988.

A abertura política do país, entretanto, não ocorreu como movimento


histórico autônomo, ainda que marcado por diversas contradições.
Situava-se dentro de um contexto de mudanças nas relações políticas

34
internacionais, relacionadas ao processo de reestruturação capitalista que
tem início nos primeiros anos de 1970. A revolução tecnológica de base
microeletrônica, geradora da tecnologia da informática, criou novas bases
materiais para a expansão do capital. O processo da globalização tornava
possível a ocupação de amplos espaços do globo terrestre, bem como de
setores da produção e da reprodução das relações sociais (como as políticas
sociais, por exemplo) até então não determinados inteiramente pela lógica
do capital. As forças do capital encontravam-se progressivamente livres de
suas barreiras nacionais (territoriais) e de seus limites técnicos, o que abria
possibilidades inéditas de expansão/acumulação.

Tratava-se de um novo ciclo de expansão do capital, para o qual o


neoliberalismo – que havia surgido, nos anos 1940, como reação ao Estado
do bem-estar social e a toda e qualquer forma de controle social sobre o
capital – apresentava-se como ideologia ideal. Isso ocorreu na forma de
uma nova onda de "liberalização" da economia e das sociedades
capitalistas concretizada pelas políticas de desconstrução do Estado
providência, dito "interventor", em prol de um Estado máximo para o
capital: sem regulamentação sobre a circulação de capitais (sobretudo o
financeiro), sem políticas sociais, sem sistemas públicos de educação,
saúde e previdência social, com o mínimo de direitos trabalhistas etc.

A redução dos gastos sociais como uma das premissas essenciais do


neoliberalismo, abria horizontes sombrios para o futuro da educação. A
política educacional típica do período consistiu em reformar: reformar
para tornar eficiente e eficaz a educação; reformar para adequar a
educação aos ditames do novo paradigma da acumulação capitalista;
reformar para flexibilizar as relações de trabalho entre os trabalhadores da
área; reformar para criar mecanismos de controle (avaliação e autonomia)
do ensino e da produção científica; reformar para tornar a forma de
organização e gestão do ensino apto a converter-se em campo de domínio
do capital e da produção de mercadorias.

As lutas sociais que haviam adquirido força e presença política nos


anos 80, conquistando importantes mudanças na Constituinte de 1987-8,
passaram a ser desconstruídas tão logo foi promulgada a Constituição. No
campo educacional, a liberdade concedida ao capital traduzir-se-ia pela
ampliação progressiva de seu campo de ação, dando continuidade e
ampliando a tendência privatizante dos anos da Ditadura Militar. Uma das
maiores perdas para o ensino público, nesse sentido, ocorreu na própria
Constituição Federal de 1988, que não garantiu a exclusividade de recursos
públicos para os estabelecimentos de ensino mantidos pelo Estado,
abrindo uma brecha – que, aliás, ainda não foi fechada – para o setor
privado apropriar-se de novas fatias do fundo público para a educação.

Extraído de Minto (2007).

Os anos 90 foram marcados pela discussão das ideias de Piaget e


Vygotsky, que possibilitou uma reflexão mais intensa sobre o cotidiano
escolar, vislumbrando novos horizontes para vários temas importantes, com
destaque para o currículo, que ensejou que o MEC elaborasse os Parâmetros

35
Curriculares Nacionais PCN. Ocorreu, ainda, a aprovação da nova LDB, a Lei
nº 9.394/96 (que será analisada detalhadamente na próxima aula).

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS PCN

A partir de meados de 1990, o MEC os editou, nas diversas


disciplinas dos Ensinos Fundamental e Médio, na intenção de garantir
um currículo mínimo para os estudantes de todo o Brasil. A
homogeneidade pretendida é denunciada por ignorar (e/ou desprezar)
as singularidades regionais (e/ou locais), que são exatamente os saberes
que estão vinculados ao sentimento de identidade. A despeito desta
pertinente preocupação, os PCN revelam o esforço do governo federal
de fortalecer o sistema de ensino brasileiro.

DICA
PCN do Ensino Fundamental II [9]

PCN do Ensino Médio [10]

A Lei no 9.394/96, posteriormente alterada pela Lei nº 11.274/06 [11] e


a Emenda Constitucional nº 59, que será analisada na próxima aula,
organizou a Educação Escolar da seguinte forma:

Quadro: Duração dos níveis, etapas e fases da educação


escolar brasileira

Nível Etapa Fase Duração (em anos)

Creche 4*
Variável*
Educação (Obrigatório pelo
Pré-
Infantil 2*** menos 2 anos)***
escola

Anos
5**
Iniciais
Educação Ensino
básica Fundamental Anos 9**
4
FInais

Ensino médio 3 3

Graduação Variável
Educação
Superior Variável
Pós- Graduação Variável

* A matrícula na creche, destinada a crianças de até 3 anos e 11 meses, é


facultativa.

36
** A lei nº 11.274/06 determinou que, a partir de 2010, a duração é de nove
anos e se inicia aos 6 anos de idade.

*** Conforme a EC nº 59, promulgada em 2009, a partir de 2016, a EB


obrigatória e gratuita será dos 4 aos 7 anos de idade.

Elaborado a partir da legislação educacional em vigor.

Devem ser citadas as seguintes características:

- Os níveis da Educação Escolar passam a ser dois: Básica e Superior (Art.


21).

- A Educação Profissional, a Educação de Jovens e Adultos, a Educação


Especial, a Educação Escolar Indígena e a Educação a Distância são
modalidades de ensino.

- A Educação Básica tem como limites mínimos: uma carga horária anual
de 800 horas e o ano letivo de 200 dias (Art. 24, inciso I).

As próximas aulas abordarão algumas mudanças no cenário educacional


nos últimos vinte anos, que precisam ser compreendidas pelo(a) licenciado
(a), uma vez que elas têm grande impacto no seu exercício profissional.

PARADA OBRIGATÓRIA
A Educação nos anos 90 (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.).

DICA
A Educação no Período Militar [12]

A Educação na Redemocratização [13]

LEITURA COMPLEMENTAR
Beabá dos MEC-USAID (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.)

OLHANDO DE PERTO
O público e o privado na Educação Brasileira (Visite a aula online
para realizar download deste arquivo.)

Oscilações do público e do privado na História da Educação Brasileira


(Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

A alfabetização de adultos [14]

Concepções pedagógicas na História da Educação Brasileira [15]

EXERCITANDO

37
1. Contextualize a criação do MOBRAL, explicando a participação de Paulo
Freire nesse acontecimento.
2. Conforme a Lei nº 5.692/71, quais eram: i) os níveis de ensino e a
duração dos mesmos?; e ii) os limites mínimos (carga horária anual e dias
letivos) dos ensinos de 1º e 2ª grau?
3. O que são os PCN? Quais as suas contribuições para a melhoria da
Educação Brasileira? Que cuidados devemos ter quando da sua
implementação?

ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
Realize a pesquisa de campo sobre a História da Educação Brasileira,
conforme orientações deste roteiro (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.), e coloque a sua produção (Aula1_AP1.doc) no
seu Portfólio.

FÓRUM
Analise um acontecimento histórico da Educação Brasileira e
relacione-o com o momento atual, enfatizando as mudanças que já
aconteceram e as que ainda precisam se efetivar. Comente, com
argumentos e/ou exemplos, a participação de dois/duas colegas.

REFERÊNCIAS
MINTO, Lalo Watanabe. GLOBALIZAÇÃO, TRANSIÇÃO
DEMOCRÁTICA E EDUCAÇÃO (INTER)NACIONAL (1984....).
Disponível em:
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/periodo_transicao_democratica_intro
[16]. Acesso em: 26 abr. 2016.

SILVA, Romeu Adriano. GOLPE MILITAR E ADEQUAÇÃO NACIONAL


À INTERNACIONALIZAÇÃO CAPITALISTA (1964-1984). Disponível
em:
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/textos_introdutorios_periodos/intr_%
20governo%20militar%20Romeu.doc [17] (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.). Acesso em: 26 abr. 2016.

FONTES DAS IMAGENS


1. http://www.ufrgs.br/faced/extensao/memoria/cartilhas_imagens/Alfab
etizacao._Mobral._Livro_de_exercicios._2._ed.jpg
2. http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_Paulo_Freire
3. http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1960-1969/lei-5379-15-
dezembro-1967-359071-normaatualizada-pl.html
4. http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=130
5. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5540.htm
6. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5692.htm
7. http://www.youtube.com/watch?v=YqDgaGNDads
8. http://www.youtube.com/watch?v=C6m7EYMZ27A

38
9. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12657%3Aparametros-curriculares-
nacionais-5o-a-8o-series&catid=195%3Aseb-educacao-basica&Itemid=859
10. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12598%3Apublicacoes&Itemid=859
11. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2006/Lei/L11274.htm
12. http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/periodo_militar_intro.
html
13. http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/34894/redemoc
ratizacao-do-brasil-historico-da-educacao-no-brasil
14. http://www.infoescola.com/educacao/alfabetizacao-de-adultos/
15. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_frames/artigo
_036.html
16. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/periodo_transicao_d
emocratica_intro.html
17. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/textos_introdutorios_
periodos/intr_ governo militar Romeu.doc
18. http://www.denso-wave.com/en/

Responsável: Prof.ª Nidia Barone


Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual

39
ESTRUTURA, POLÍTICA E GESTÃO EDUCACIONAL
AULA 02: LEGISLAÇÃO E SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO.
NÍVEIS E MODALIDADES DE ENSINO. FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS

TÓPICO 01: LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL

AJUDA
Será apresentada no início de cada tópico uma relação das siglas nele
estudadas, objetivando auxiliá-lo(a) na aprendizagem.

LEGISLAÇÃO
CE – Constituição Estadual
CF – Constituição Federal
ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

O conhecimento da legislação nacional, estadual e municipal que trata


da Educação (Constituição Federal, Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, Estatuto da Criança e do Adolescente, Constituição do Estado do
Ceará e Lei Orgânica do Município) é de fundamental importância, pois as
determinações legais obrigam o ente público a oferecer oportunidades
educacionais, que devem vir acompanhadas do direito à alimentação, ao
material didático, à saúde e ao transporte. Cabe, portanto, à sociedade civil a
fiscalização da qualidade da Educação ministrada, objetivando o fiel
cumprimento dos ditames legais, denunciando, quando necessário for, o
desrespeito a estes.

Antes de analisar as determinações vigentes sobre a Educação, é


necessário conhecer alguns elementos do universo das leis.

LEI

VERSÃO TEXTUAL

Uma lei é um instrumento normativo, elaborado pelo poder


público, que determina, sob a inspiração da justiça, normas (deveres e
direitos) que devem ser seguidas por todos os cidadãos.

Os três Poderes da União são independentes e harmônicos e


exercem funções diferentes: o Legislativo elabora as leis, o
Executivo as cumpre e o Judiciário exerce o controle
jurisdicional, ou seja, zela pelas garantias individuais e sociais,
aplicando a lei aos fatos concretos.

ETAPAS DA ELABORAÇÃO DA LEI


1. INICIATIVA

40
Alguém (ou um grupo de pessoas) propõe a regulamentação de um
tema que deve ser analisada pelo Poder Legislativo respectivo;

2. DISCUSSÃO

O Poder Legislativo, composto pelos representantes do povo


(senadores, deputados federais e estaduais, e vereadores, de acordo com a
esfera da lei), discute a matéria, que, muitas vezes, é analisada (e votada)
em diversas comissões específicas antes de ser votada no plenário;

3. VOTAÇÃO

O colegiado dos representantes vota pela sua aprovação ou não;

4. SANÇÃO

O Poder Executivo ratifica, confirma (sanciona) a deliberação do


Poder Legislativo, podendo, todavia, apresentar vetos (com as pertinentes
justificativas), os quais devem ser analisados pelo Poder Legislativo;

5. PROMULGAÇÃO

O Poder Executivo determina a publicação da lei;

6. PUBLICAÇÃO

A lei torna-se pública, com a veiculação no respectivo meio (Diário


Oficial da União, do Estado ou do Município, de acordo com a esfera da
lei), e começa a entrar em vigor nesta data, salvo expressa determinação
em contrário.

FLUXO DO PROCESSO LEGISLATIVO

Fonte [2]

MULTIMÍDIA
Ciclo de criação de uma lei no Congresso Nacional [3].

O texto legal expressa-se em artigos, que são grafados em números


ordinais até o art. 9º, empós adota a numeração cardinal: Art. 10. Os artigos
têm uma cabeça (caput, em latim) e podem ser subdivididos em:

(cujo símbolo é §), que são grafados da mesma forma que os


parágrafos
artigos;

grafados em algarismos romanos. Esses algarismos se leem


incisos como ordinais até o décimo. Empós, são lidos como
numerais cardinais.

grafadas em letras alfabéticas minúsculas, seguidas de


alíneas
parêntese;

e itens grafados em algarismos arábicos.

41
Os artigos podem ser agrupados em Seções, Capítulos e Títulos.

No que se refere à hierarquia, a Constituição Federal [4] (Texto


atualizado), as suas emendas e as respectivas Leis Complementares ocupam
o topo da pirâmide, devendo todas as demais (Leis Federais – ordinárias,
delegadas, medidas provisórias e decretos legislativos – Constituição
Estadual, suas emendas e respectivas Leis Complementares, Leis Estaduais –
ordinárias e decretos legislativos – e Leis Municipais – ordinárias e decretos
legislativos) respeitarem os seus ditames.

LEITURA COMPLEMENTAR
Tipos e hierarquias dos atos legais [5] (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.).

O art. 6o, da Constituição Federal (CF), de 1988, inserto no Capítulo II


(Dos Direitos Sociais) do Título II (Dos Direitos e Garantias Individuais),
assevera in verbis ( -- Expressão em latim que significa “nestes termos”. É
utilizada quando algum dispositivo legal é reproduzido) : “São direitos
sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”. (grifo nosso)

O art. 205, da CF, inserto no Capítulo III (Da Educação, da Cultura e do


Desporto) do Título VIII (Da Ordem Social), afirma in verbis: “A educação,
direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.”. (grifo nosso)

Na mesma direção, é o art. 2o, da Lei nº 9.394 [6] (Texto atualizado), de


20 de dezembro de 1996, conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB), inserto no Título II (Dos Princípios e Fins da
Educação Nacional), in verbis: “A educação, dever da família e do Estado,
inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana,
tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”. (grifo nosso)

42
Por sua vez, a Lei no 8.069 [7] (Texto atualizado), de 13 de julho de
1990, conhecida como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) [8],
declara no art. 4º, in verbis: "É dever da família, da comunidade, da
sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a
efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito,
à liberdade e à convivência familiar e comunitária.". (grifo nosso)

Na Constituição Estadual (Visite a aula online para realizar download


deste arquivo.) (CE), o art. 15, inserto no Título III (Da Organização
Estadual), afirma que, in verbis, "É competência do Estado, da União e dos
Municípios: ... V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à
ciência". (grifo nosso)

A Educação é tratada em Capítulos específicos nas Constituições Federal


– Título VIII (Da Ordem Social), Capítulo III (Da Educação, da Cultura e do
Desporto), Seção I (Da Educação), os arts. 205 a 214 – e Estadual – Título
VIII (Das Responsabilidades Culturais, Sociais e Econômicas), Capítulo II
(Da Educação), os arts. 215 a 232, e, em ambos os casos, também noutros
artigos.

LEITURA COMPLEMENTAR
Artigos da CF que tratam da temática educacional (Visite a aula
online para realizar download deste arquivo.).

LDB na íntegra (Visite a aula online para realizar download deste


arquivo.).

Artigos da CE que tratam da temática educacional (Visite a aula


online para realizar download deste arquivo.).

O ECA explicado pela Turma da Mônica: ver na internet [9] ou baixar


a revistinha. [10] (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.)

Na CF, no Título III (Da Organização do Estado), é declarada, no


Capítulo I, a competência comum dos entes públicos dos diferentes níveis,
tanto para oferecer Educação, quanto para legislar sobre ela: no art. 23, in
verbis, "É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios: (...) V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à
educação e à ciência" (grifo nosso), e no art. 24, in verbis, "Compete à União,
aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...) IX -
educação, cultura, ensino e desporto" (grifo nosso).

O art. 30, por sua vez, no Capítulo II, do mesmo Título, determina, in
verbis, que "Compete aos Municípios: (...) VI - manter, com a cooperação
técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e
de ensino fundamental" (grifo nosso), que foi transcrita para o art. 28, inciso
V, no Título IV (Do Município), no Capítulo I (Disposições Gerais), da
Constituição Estadual.

43
A Lei no 8.069/90, nos seus artigos 53 a 59, que compõem o Capítulo IV
(Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer), repete alguns
dispositivos constitucionais, mas apresenta inovações que merecem a nossa
atenção, por constituírem avanços sociais.

De destacar, inicialmente, é a garantia do direito da criança e do


adolescente de ter, in verbis, "acesso a escola pública e gratuita próxima de
sua residência" (inciso V, do art. 53). No artigo seguinte, que trata do dever
do Estado de assegurar à criança e ao adolescente oportunidades
educacionais compatíveis com a sua idade, o § 2o dispõe, in verbis, que "O
não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público ou sua oferta
irregular importa responsabilidade da autoridade competente".

No art. 55, fica determinado ser obrigação dos pais e/ou responsáveis a
matrícula de seus filhos na rede regular de ensino. Finalmente, no art. 56, é
estabelecido que os dirigentes das escolas de Ensino Fundamental deverão
comunicar ao Conselho Tutelar os casos de, in verbis, "I – maus-tratos
envolvendo seus alunos; II – reiteração de faltas injustificadas e de evasão
escolar, esgotados os recursos escolares; III – elevados níveis de repetência".

Na mesma direção, o art. 10o, da Constituição Estadual (CE), inserto no


Título II (Da Participação Popular), afirma que, in verbis, "É direito de todos
o ensino de 1o e 2o graus, devendo o Estado e os Municípios dar condições ao
setor educacional para o alcance desse objetivo" (grifo nosso).

Fonte [11]

Como se percebe, em todos esses diplomas legais, está resguardado, de


forma clara e límpida, o direito da população de ter acesso à Educação, bem
como a determinação de que os entes públicos se organizem e prestem apoio
aos municípios para que estes ofereçam programas de Educação Infantil e
Ensino Fundamental.

O ESTADO E A EDUCAÇÃO NA CF/88

ART. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante


a garantia de:

44
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17
(dezessete) anos de idade, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para
todos os que a ela não tiverem acesso na idade própria;

II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;

III - atendimento educacional especializado aos portadores de


deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;

IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco)


anos de idade;

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação


artística, segundo a capacidade de cada um;

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do


educando;

VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação


básica, por meio de programas suplementares de material didático-escolar,
transporte, alimentação e assistência à saúde.

§ 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público


subjetivo.

§ 2º - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público,


ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade
competente.

§ 3º - Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino


fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis,
pela freqüência à escola.

Semelhante orientação tem o art. 5o, da LDB, in verbis: "O acesso ao


ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão,
grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de
classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público,
acionar o Poder Público para exigi-lo".

Em caso de descumprimento, os parágrafos 3o e 4o, do mesmo artigo,


determinam, in verbis, respectivamente, que "Qualquer das partes
mencionadas no caput deste artigo tem legitimidade para peticionar no
Poder Judiciário, na hipótese do § 2º do art. 208 da Constituição Federal,
sendo gratuita e de rito sumário a ação judicial correspondente" e
"Comprovada a negligência da autoridade competente para garantir o
oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de
responsabilidade".

PRINCÍPIOS DO ENSINO NA CF/88

ART. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes


princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

45
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o
pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência


de instituições públicas e privadas de ensino;

IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

V- valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na


forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso
público de provas e títulos, aos das redes públicas;

VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;

VII - garantia de padrão de qualidade.

VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da


educação escolar pública, nos termos de lei federal.

Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores


considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo
para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Com a promulgação, em novembro de 2009, da Emenda Constitucional


(EC) nº 59, o direito à Educação, antes restrito na faixa de 6 a 14 anos de
idade, é ampliado para de 4 a 17 anos de idade, contemplando, portanto, a
Educação Infantil e o Ensino Médio. Esta EC determina que este dispositivo
deverá ser implementado, progressivamente, até 2016, nos termos do Plano
Nacional de Educação, com apoio técnico e financeiro da União.

Percebe-se, portanto, que a legislação garante o direito tanto ao acesso à


Educação quanto a qualidade do ensino. O descaso do poder público em
relação à Educação, a despeito desse aparato legal, não deve ser motivo de
desalento, mas inspirar a luta pela reversão do cenário. Para tanto, é
necessário compreender como está organizado o Sistema de Ensino no
Brasil, assunto do próximo tópico.

Fonte [12]

LEITURA COMPLEMENTAR
O direito à Educação e a exclusão social (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.)

46
O direito à Educação e o princípio constitucional da dignidade da
pessoa humana [13]

Por que a Educação tem tantas leis? [14]

OLHANDO DE PERTO
Direito à Educação: direito à igualdade, direito à diferença [15] (Visite
a aula online para realizar download deste arquivo.)

Ensino público gratuito: flexibilidade e desvios [16] (Visite a aula


online para realizar download deste arquivo.)

EXERCITANDO
1. O que é uma lei? Quais são as funções que os Poderes da União exercem
em relação às leis?
2. Quais são as etapas da criação de uma lei pelo Congresso Nacional?
3. Conforme a legislação nacional, responda: i) quem tem direito à
Educação?; ii) a Educação é dever de quem?; iii) quais são as finalidades
da Educação?
4. Cite algumas inovações do ECA (Lei nº 8.069/90) pertinente aos
direitos de crianças e adolescentes e das responsabilidades dos
responsáveis pela Educação.
5. Quais são os princípios do ensino enunciados no art. 206, da CF/88?
6. Conforme o art. 208, da CF/88, o dever do Estado com a Educação se
efetiva mediante que garantias?
7. O que determina a Emenda Constitucional nº 59?

FONTES DAS IMAGENS


1. http://www.adobe.com/go/getflashplayer
2. http://3.bp.blogspot.com/_WqefjLEEjAg/TDX9xunJAkI/AAAAAAAAB
9I/6_wEBB3ruzU/s1600/img_processo_legislativo.jpg
3. http://www.youtube.com/watch?v=6eIA3KiNGfw
4. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
5. http://www.visbrasil.org.br/biblioteca/Tiposehierarquiadosatoslegais.p
df
6. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm
7. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm
8. http://1.bp.blogspot.com/_226uk8w2krY/THQT042_-sI/AAAAAAAAA
-0/Oo-kXlaJUFQ/s1600/ECA+TdM.jpg),
9. http://www.gnial.com.br/CLIENTES/UNICEF/ESTATUTO/
10. http://www.unicef.org/brazil/pt/monica_estatuto.pdf
11. http://3.bp.blogspot.com/_HQbvWtM1yjA/S7FXhHs_B-I/AAAAAAAA
ANg/imDjYJArD1w/s1600/Crian%C3%A7a+na+Escola.jpg
12. http://4.bp.blogspot.com/-sbIrQ1Onqzw/Tr1To5-
VMMI/AAAAAAAAAKg/VT4mzvfL_dQ/s1600/quadro+negro.jpg
13. http://jus.com.br/revista/texto/5633/o-direito-a-educacao-e-o-
principio-constitucional-da-dignidade-da-pessoa-humana
14. http://www.direitonet.com.br/artigos/x/58/44/584/
15. http://www.scielo.br/pdf/cp/n116/14405.pdf
16. http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v13n47/v13n47a06.pdf

47
17. http://www.denso-wave.com/en/

Responsável: Profª. Nidia Barone


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48
ESTRUTURA, POLÍTICA E GESTÃO EDUCACIONAL
AULA 02: LEGISLAÇÃO E SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO.
NÍVEIS E MODALIDADES DE ENSINO. FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS

TÓPICO 02: O SISTEMA DE ENSINO BRASILEIRO

AJUDA
ÓRGÃOS

Brasil
CNE – Conselho Nacional de Educação
MEC – Ministério da Educação

Estaduais e Municipais
CEE – Conselho Estadual de Educação
CME – Conselho Municipal de Educação
SECITECE – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do
Estado do Ceará
SEDUC – Secretaria de Educação Básica do Estado do Ceará
SME – Secretaria Municipal de Educação

SISTEMA

Sistema é um conjunto de elementos interligados.

No caso da Educação, os componentes deste sistema são:

fluxo de entrada (estudantes),

Fonte [1] processo de transformação (processo educacional/ação docente),

administração (Secretaria, escola, sala de aula),

objetivos educacionais (saberes, comportamentos, valores) e

fluxo de saída (formandos).

Com abrangências decrescentes, a Educação tem os seguintes sistemas:

SISTEMA
(todos os agentes sociais que educam),
EDUCACIONAL

SISTEMA DE (instituições e órgãos educacionais, além das


ENSINO pessoas vinculadas ao ensino sistemático) e

SISTEMA ESCOLAR (rede de escolas e sua estrutura).

O Sistema Escolar é um sistema aberto, uma vez que seus elementos não
estão isolados, mas interagem com o Sistema Social. A rede do Sistema
Escolar tem duas dimensões: vertical (diferentes níveis de ensino) e

49
horizontal (diversas modalidades). A estrutura do Sistema Escolar é
composta de:

Elementos não disposições legais, metodologia de ensino e


materiais conteúdo,

públicas (federal, estadual e municipal) e privadas


Entidades
(particulares, comunitárias, confessionais e
mantenedoras
filantrópicas), e

Administração órgãos.

REGIME DE COLABORAÇÃO NA CF/88

Regime de colaboração entre União, Estados, Distrito Federal e os


Municípios na CF/88

ART. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.

§ 1º - A União organizará o sistema federal de ensino e o dos


Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e
exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de
forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão
mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

§ 2º - Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental


e na educação infantil.

§ 3º - Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no


ensino fundamental e médio.

§ 4º - Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados,


o Distrito Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de
modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório.

§ 5º - A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino


regular.

A LDB, nos artigos 8º a 20, que compõem o TÍTULO IV (Da


Organização da Educação Nacional), detalha esta determinação.

O art. 8º repete o artigo constitucional supra.

O ART. 8º

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


organizarão, em regime de colaboração, os respectivos sistemas de
ensino.

§ 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de


educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo
função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais
instâncias educacionais.

50
§ 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos
termos desta Lei.

As atribuições da União, dos Estados e do Distrito Federal, e dos


Municípios estão elencadas, respectivamente, nos artigos 9º, 10 e 11,
merecendo destaque a responsabilidade de “[...] organizar, manter e
desenvolver os órgãos e instituições oficiais [...]” dos respectivos sistemas de
ensino, bem como a de, mediante os Conselhos de Educação, autorizar,
reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar os estabelecimentos do seu
sistema, e de baixar normas.

As incubências dos estabelecimentos de ensino e dos docentes estão


expressas nos artigos 12 e 13. O artigo 14 apresenta os princípios que os
sistemas de ensino devem observar quando definirem as normas da gestão
democrática do ensino público. A autonomia pedagógica e administrativa e
de gestão financeira das unidades escolares públicas é garantida no artigo 15.
Conforme os artigos 16, 17 e 18, da LDB, cada sistema de ensino é composto
por instituições e órgãos de Educação.

Sistemas e suas instituições:

SISTEMA FEDERAL
Instituições de ensino mantidas pela União

Instituições de Educação Superior criadas e mantidas pela iniciativa


privada

SISTEMA ESTADUAL
Instituições de ensino mantidas pelo Poder Público estadual

Instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público


municipal

Instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas pela


iniciativa privada

SISTEMA DO DISTRITO FEDERAL


Instituições de ensino mantidas pelo Distrito Federal

Instituições de educação infantil, ensino fundamental e médio criadas


e mantidas pela iniciativa privada

SISTEMA MUNICIPAL
Instituições de ensino fundamental, médio e de educação infantil
mantidas pelo Poder Público municipal

Instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa


privada

Sistemas e seus órgãos:

Ministério da Educação (MEC)


Sistema Federal
Conselho Nacional de Educação (CNE)

51
Sistema Estadual Secretaria Estadual de Educação (SEE)
Conselho Estadual de Educação (CEE)

Secretaria de Educação do Distrito Federal


Sistema do Distrito (SEDF)
Federal Conselho de Educação do Distrito Federal
(CEDF)

Secretaria Municipal de Educação (SME)


Sistema Municipal
Conselho Municipal de Educação (CME)

O artigo 19 divide as instituições de ensino em duas categorias:

PÚBLICAS
Criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder
Público.

PRIVADAS
Mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito
privado.

As instituições privadas de ensino, conforme o artigo 20, podem ser:

– instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas


Particulares ou jurídicas de direito privado que não apresentem as
características dos incisos abaixo

– instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou


mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas de pais,
Comunitárias
professores e alunos que incluam na sua entidade
mantenedora representantes da comunidade

– instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou


mais pessoas jurídicas que atendem a orientação
Confessionais
confessional e ideologia específicas e ao disposto no
inciso anterior, e

Filantrópicas – na forma da lei.

PARADA OBRIGATÓRIA
Artigos 8º a 20, da LDB (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.).

DICAS
Quadro com as instituições das redes e das esferas do sistema escolar
brasileiro

OLHANDO DE PERTO
Criação dos sistemas municipais de ensino [2] (Visite a aula online
para realizar download deste arquivo.)

52
O público e o privado na educação brasileira [3]

Gestão, avaliação e sucesso escolar: recortes da trajetória cearense [4]


(Visite a aula online para realizar download deste arquivo.).

EXERCITANDO
1. Quais são os sistemas de ensino no Brasil? Como eles devem se
organizar?
2. Qual é o papel da União na política nacional de educação? Como ele se
manifesta?
3. Quais são os órgãos e as instituições que compõem o sistema de ensino
federal?
4. Quais são os órgãos e as instituições que compõem o sistema de ensino
estadual?
5. Quais são os órgãos e as instituições que compõem o sistema de ensino
municipal?
6. Quais são as categorias das instituições de ensino? Explique-as.
7. Quais são as categorias das instituições privadas de ensino? Explique-
as.

FONTES DAS IMAGENS


1. http://1.bp.blogspot.com/_LKSP9aU2g0E/SMW_q4tKaWI/AAAAAAAA
AFc/I6J1fDhVHwU/s320/educacao.jpg
2. http://www.scielo.br/pdf/es/v26n93/27285.pdf
3. http://www.direitonet.com.br/artigos/x/30/15/3015/
4. http://www.scielo.br/pdf/ea/v21n60/a04v2160.pdf
5. http://www.denso-wave.com/en/

Responsável: Profª. Nidia Barone


Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual

53
ESTRUTURA, POLÍTICA E GESTÃO EDUCACIONAL
AULA 02: LEGISLAÇÃO E SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO.
NÍVEIS E MODALIDADES DE ENSINO. FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS

TÓPICO 03: OS NÍVEIS DE ENSINO

O Título V, da LDB, com os artigos 21 a 60, refere-se aos Níveis e às


Modalidades de Educação e Ensino e divide-se em cinco capítulos.

Conforme vimos na aula anterior, o art. 21, da Lei 9.394/96, que é


abordado no Capítulo I, determina que a educação escolar é composta da
educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) e
educação superior:

Nível Etapa Fase Duração (em anos)

Creche 4*
Variável*
Educação (Obrigatório pelo
Pré-
Infantil 2*** menos 2 anos)***
escola

Anos
5**
Iniciais
Educação Ensino
básica Fundamental Anos 9**
4
FInais

Ensino médio 3 3

Graduação Variável
Educação
Superior Variável
Pós- Graduação Variável

* A matrícula na creche, destinada a crianças de até 3 anos e 11 meses, é


facultativa.

** A lei nº 11.274/06 determinou que, a partir de 2010, a duração é de nove


anos e se inicia aos 6 anos de idade.

*** Conforme a EC nº 59, promulgada em 2009, a partir de 2016, a EB


obrigatória e gratuita será dos 4 aos 17 anos de idade.

Elaborado a partir da legislação educacional em vigor.

EDUCAÇÃO BÁSICA

Fonte [1]

54
A LDB, nos artigos 22 a 38, detalha no Capítulo II a Educação Básica
(EB), a qual, consoante o art. 22, objetiva, in verbis, “(...) desenvolver o
educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício
da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos
posteriores.”

A organização da EB é expressa no artigo 23 (séries anuais, períodos


semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não
seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por
forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de
aprendizagem assim o recomendar).

O art. 24 apresenta os critérios da organização nos níveis fundamental e


médio da EB:

são fixados os limites mínimos (carga horária anual de 800


Inciso I
horas e o ano letivo de 200 dias),

Inciso II as formas de classificação são explicadas;

Inciso III refere-se à adoção da progressão regular por série;

Inciso IV expõe sobre a organização em classes ou turmas;

são expostos os critérios de verificação do rendimento


Inciso V
escolar;

Inciso VI trata do controle de frequência; e

Inciso VII aborda a expedição de documentos comprobatórios.

O artigo 25 atribui a cada sistema de ensino a responsabilidade de


alcançar a, in verbis, “relação adequada entre o número de alunos e o
professor, a carga horária e as condições materiais do estabelecimento.”.

O art. 26 apresenta os conteúdos que devem ser ensinados: língua


portuguesa, matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da
realidade social e política, arte (a música é componente obrigatório, mas não
exclusivo) e educação física. A partir do 6o ano, é obrigatório o ensino de uma
língua estrangeira moderna, cuja escolha é de competência da comunidade
escolar. No Ensino Fundamental e Médio, é obrigatório o estudo da história
e cultura afro-brasileira e indígena.

Os conteúdos curriculares deverão observar as diretrizes elencadas no


art. 27.

O art. 28 enfatiza que, na oferta da EB para a população rural, os


sistemas de ensino devem promover as adaptações de acordo com as
especificidades, contemplando currículos, metodologias, organização escolar
e a natureza do trabalho na zona rural.

NÍVEIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA


A EDUCAÇÃO INFANTIL (EI)

A Educação Infantil (EI) é a primeira etapa da educação básica e visa


ao desenvolvimento integral da criança, em seus aspectos físico,

55
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da
comunidade (art. 29). A EI será oferecida, para crianças de até três anos,
em creches, ou entidades equivalentes, e para crianças de quatro a seis
anos de idade, em pré-escolas (art. 30). A avaliação da criança na EI se
pautará no, in verbis, “acompanhamento e registro do seu
desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao
ensino fundamental” (art. 31).

O ENSINO FUNDAMENTAL (EF)

O Ensino Fundamental (EF) obrigatório tem a duração de nove anos


(conforme a Lei nº 11.274/06), é gratuito na escola pública e inicia-se aos 6
(seis) anos de idade, tendo como objetivo a formação básica do cidadão
(art. 32). O ensino religioso, de matrícula facultativa, compõe a formação
básica do cidadão, devendo respeitar a diversidade cultural religiosa
brasileira (art. 33). A jornada escolar no EF é contemplada no art. 34.

O ENSINO MÉDIO (EM)

O Ensino Médio (EM), etapa final da educação básica, tem a duração


mínima de três anos, com finalidades (art. 35) e diretrizes específicas (art.
36).

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE ENSINO MÉDIO

A Lei nº 11.741/08 [2] incluiu a Seção IV-A, que trata da Educação


Profissional Técnica de Ensino Médio. Nos seus artigos, 36-A, 36-B, 36-C e
36-D, são contempladas: a possibilidade de o educando ser preparado para
o exercício de profissões técnicas, as possibilidades para a sua oferta e a
validade nacional dos diplomas, desde que registrados.

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)

Os artigos 37 e 38 tratam da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que


será abordada no próximo tópico, em virtude de ser uma modalidade.

PARADA OBRIGATÓRIA
Artigos 21 a 38, da LDB (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.).

MULTIMÍDIA
LDB – Educação Básica (1/2) [3]

LDB – Educação Básica (2/2) [4]

O Capítulo III, composto dos artigos 39 a 42, dedica-se à Educação


Profissional e Tecnológica (EPT), que, por ser uma modalidade, será
estudada no próximo tópico.

EDUCAÇÃO SUPERIOR
A LDB, nos artigos 43 a 57, que compõem o Capítulo IV, aborda a
Educação Superior (ES): suas finalidades (art. 43), seus cursos e programas
(art. 44) e as instituições que a ministrará (art. 45).

56
O artigo 46 trata da autorização e reconhecimento de cursos e do
Fonte [5] credenciamento de instituições de educação superior (IES). Consoante o
artigo 47, na ES, o ano letivo regular deverá ter, no mínimo, duzentos dias de
trabalho acadêmico efetivo.

Os artigos 48, 49, 50 e 51 tratam, respectivamente, da validade dos


diplomas de cursos superiores reconhecidos; da transferência de alunos
regulares; da abertura de matrículas a alunos não regulares e da necessidade
das universidades, ao fixar critérios e normas de seleção e admissão de
estudantes, levarem em conta as consequências dos critérios sobre a
orientação do ensino médio.

As universidades, conforme o artigo 52, são instituições


pluridisciplinares de formação profissional a nível superior, sendo-lhes
garantida a autonomia (art. 53), devendo, as que forem mantidas pelo Poder
Público, ter estatuto jurídico especial de acordo com suas peculiaridades (art.
54). A União deve garantir os recursos suficientes para a manutenção e
desenvolvimento das instituições de ensino superior de seu sistema (art. 55),
as quais deverão obedecer o princípio da gestão democrática (art. 56). Nestas
instituições, o professor deve ter pelo menos oito horas semanais de aulas
(art. 57).

Os artigos 58 a 60, do Capítulo V, referem-se à Educação Especial, que,


por ser uma modalidade, será estudada no próximo tópico.

PARADA OBRIGATÓRIA
Artigos 43 a 57, da LDB (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.).

OLHANDO DE PERTO
EDUCAÇÃO BÁSICA

A Educação Básica no Brasil [6] (Visite a aula online para realizar


download deste arquivo.)

Um salto para o presente: a educação básica no Brasil [7] (Visite a


aula online para realizar download deste arquivo.)

EDUCAÇÃO INFANTIL

As crianças de 0 a 6 anos nas políticas educacionais no Brasil:


educação infantil e/é fundamental [8] (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.)

O referencial curricular nacional para a educação infantil no


contexto das reformas [9] (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.)

ENSINO FUNDAMENTAL

Ensino Fundamental de 9 anos: estamos preparados para implantá-


lo? [10] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

57
O Ensino Fundamental no Brasil: avanços, perplexidades e
tendências [11] (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.)

ENSINO MÉDIO

Ensaios de inovação no Ensino Médio [12] (Visite a aula online para


realizar download deste arquivo.)

Ensino Médio: função do estado ou da empresa? [13] (Visite a aula


online para realizar download deste arquivo.)

O Ensino Médio agora é para a vida: entre o pretendido, o dito e o


feito [14] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

Ensino Médio e Ensino Técnico na América Latina: Brasil,


Argentina e Chile [15] (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.)

A escola média: um espaço sem consenso [16] (Visite a aula online


para realizar download deste arquivo.)

Os jovens do Ensino Médio e suas representações sociais [17] (Visite


a aula online para realizar download deste arquivo.)

A reforma do Ensino Médio: a nova formulação curricular e a


realidade da escola pública [18] (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.)

A reforma do Ensino Médio no Ceará e suas contradições [19]


(Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

Refundar o Ensino Médio? Alguns antecedentes e atuais


desdobramentos das políticas dos anos de 1990 [20] (Visite a aula online
para realizar download deste arquivo.)

EDUCAÇÃO SUPERIOR

Do acesso à permanência no ensino superior: percursos de


estudantes universitários de camadas populares [21] (Visite a aula online
para realizar download deste arquivo.)

Ensino universitário, corporação e profissão: paradoxos e dilemas


brasileiros [22] (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.)

O ensino superior brasileiro nos anos 90 [23] (Visite a aula online


para realizar download deste arquivo.)

Educação Superior no século XXI e a reforma universitária


brasileira [24] (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.)

EXERCITANDO
1. Quais são os níveis, as etapas e as fases da educação escolar brasileira?
Qual é a duração deles?

58
2. Como pode ser organizada a Educação Básica, nos termos da LDB/96?
3. Conforme a LDB/96, quais são os limites mínimos (carga horária anual
e dias letivos) da Educação Básica?
4. Que conteúdos devem ser ensinados na Educação Básica?
5. O que a LDB/96 estabelece sobre o ensino religioso?

FONTES DAS IMAGENS


1. http://prefeitosonline.com.br/site/wp-
content/uploads/2012/08/sala_aula.jpg
2. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2008/Lei/L11741.htm
3. http://www.youtube.com/watch?v=hNZe6cC3K7E
4. http://www.youtube.com/watch?v=RfOMFAl2vz4
5. http://sergioflima.pro.br/blogs/media/formatura.jpg
6. http://www.scielo.br/pdf/es/v23n80/12929.pdf
7. http://www.scielo.br/pdf/spp/v14n1/9798.pdf
8. http://www.scielo.br/pdf/es/v27n96/a09v2796.pdf
9. http://www.scielo.br/pdf/es/v23n80/12935.pdf
10. http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v15n54/a05v1554.pdf
11. http://www.scielo.br/pdf/es/v26n92/v26n92a15.pdf
12. http://www.scielo.br/pdf/cp/n116/14404.pdf
13. http://www.scielo.br/pdf/es/v22n75/22n75a11.pdf
14. http://www.scielo.br/pdf/es/v21n70/a03v2170.pdf
15. http://www.scielo.br/pdf/cp/n111/n111a03.pdf
16. http://www.scielo.br/pdf/cp/n120/a10n120.pdf
17. http://www.scielo.br/pdf/cp/n112/16107.pdf
18. http://www.scielo.br/pdf/es/v21n70/a05v2170.pdf
19. http://www.scielo.br/pdf/cp/v35n124/a1035124.pdf
20. http://www.scielo.br/pdf/es/v26n92/v26n92a16.pdf
21. http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v11n32/a03v11n32.pdf
22. http://www.scielo.br/pdf/soc/n17/a08n17.pdf
23. http://www.scielo.br/pdf/spp/v14n1/9801.pdf
24. http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v13n47/v13n47a02.pdf
25. http://www.denso-wave.com/en/

Responsável: Profª. Nidia Barone


Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual

59
ESTRUTURA, POLÍTICA E GESTÃO EDUCACIONAL
AULA 02: LEGISLAÇÃO E SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO.
NÍVEIS E MODALIDADES DE ENSINO. FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS

TÓPICO 04: AS MODALIDADES DE ENSINO

AJUDA
MODALIDADES
EAD – Educação a Distância
EBC – Educação Básica do Campo
EE – Educação Especial
EEI – Educação Escolar Indígena
EEQ – Educação Escolar Quilombola
EJA – Educação de Jovens e Adultos
EPT – Educação Profissional e Tecnológica

Conforme a LDB, são cinco as modalidades do ensino: a


Educação Profissional e Tecnológica (EPT), a Educação de Jovens
e Adultos (EJA), a Educação Especial (EE), a Educação Escolar
Indígena (EEI) e a Educação a Distância (EAD).

A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA (EPT)

A EPT é abordada nos artigos 39, 40, 41 e 42, os quais tratam,


respectivamente, do objetivo de desenvolver aptidões para a vida
produtiva; da articulação da EP com o ensino e dos locais adequados; da
avaliação da EP; e do oferecimento de cursos especiais das escolas técnicas
e profissionais à comunidade. Conforme vimos no tópico anterior, a Lei nº
11.741/08 incluiu a Seção IV-A, com os artigos, 36-A, 36-B, 36-C e 36-D
que tratam da Educação Profissional Técnica de Ensino Médio.

A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)

A EJA será destinada a quem não teve acesso ou continuidade à


Educação Básica na idade própria (art. 37), devendo os sistemas de ensino
manterem cursos e exames supletivos, permitindo o prosseguimento de
estudos (art. 38).

A EDUCAÇÃO ESPECIAL (EE)

A EE se refere ao atendimento, preferencialmente na rede regular de


ensino, de educandos portadores de necessidades especiais (art. 58), cujos
direitos, que deverão ser assegurados pelos sistemas de ensino, estão
descritos no artigo 59. Instituições privadas sem fins lucrativos,
especializadas em educação infantil, se atenderem critérios determinados
por órgãos normativos dos sistemas de ensino, poderão receber apoio
técnico e financeiro do Poder Público (art. 60).

A EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA (EEI)

A EEI, que contemplará programas integrados de ensino e pesquisa,


será ofertada mediante educação escolar bilíngue e intercultural, cujo
desenvolvimento caberá ao sistema de ensino da União (art. 78), devendo
60
essa apoiar, técnica e financeiramente, os sistemas de ensino que dela
participarem (art. 79).

De 16 a 20 de novembro de 2009, foi realizada a 1ª Conferência


Nacional de Educação Escolar Indígena [1], que debateu sobre a oferta da
educação intercultural indígena, no fito de aperfeiçoar as bases das
políticas e a gestão de programas e ações para a abordagem adequada da
sociodiversidade indígena.

A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)

A EAD, em todos os níveis e modalidades de ensino, será incentivada


pelo Poder Público (art. 80), sendo permitida a organização de cursos ou
instituições de ensino experimentais, se respeitar esta Lei (art. 81).

O art. 80 da LDB foi regulamentado pelo Decreto nº 5.622 [2], de 19 de


dezembro de 2005, que caracteriza, em seu artigo 1º, a EAD “[...] como
modalidade na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino
e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de
informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo
atividades educativas em lugares ou tempos diversos”. O capítulo I (arts. 1º a
8) contém as disposições gerais. O capítulo II (arts. 9º a 17) trata do
credenciamento de instituições para oferta de cursos e programas. O capítulo
III (arts. 18 e 19) contempla a oferta de EJA, EE e EP na Educação Básica. O
capítulo IV (arts. 20 a 23) refere-se à oferta de cursos superiores. O capítulo
V (arts. 24 e 25) contempla a oferta de cursos e programas de pós-graduação.
O capítulo VI (arts. 26 e 37) contém as disposições finais.

O Parecer nº 07 (Visite a aula online para realizar download deste


arquivo.), da Câmara de Educação Básica, do Conselho Nacional de
Educação, sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação
Básica, aprovado em 07 de abril de 2010, acrescentou duas modalidades:
Educação Básica do Campo (EBC) e Educação Escolar Quilombola.
Posteriormente, a Resolução nº 4 (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.), do CNE/CEB, de 13 de julho de 2010, ratificou o
Parecer supra.

A Educação Básica do Campo (EBC) está prevista no art. 28, da LDB,


que foi estudado no tópico anterior. O Parecer nº 07, do CNE/CBE,
enfatiza o princípio da sustentabilidade e destaca a pedagogia da
alternância (sistema dual), no qual o estudante frequenta dois ambientes
de aprendizagem (escolar e laboral) que são corresponsáveis pela sua
formação.

A Educação Escolar Quilombola (EEQ) será desenvolvida em unidades


educacionais inscritas em suas terras e cultura, com uma pedagogia
própria que respeite a especificidade etnicocultural de cada comunidade,
bem como formação específica de seus docentes.

VERSÃO TEXTUAL

A EEI e a EEQ representam um esforço do Estado Brasileiro de


proteger e valorizar os nossos ancestrais, que, apesar de terem

61
contribuído de forma significativa para a constituição do Brasil,
sofrem, há séculos, com práticas sociais que os marginalizam.

PARADA OBRIGATÓRIA
Artigos 28 (EBC), 36-A a D, 39 a 42 (EPT), 37 e 38 (EJA), 58 a 60
(EE), 78 e 79 (EEI) e 80 e 81 (EAD), da LDB (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.).

OLHANDO DE PERTO
EDUCAÇÃO BÁSICA DO CAMPO

Educação do Campo [4]

Das políticas ao cotidiano: entraves e possibilidades para a educação


do campo alcançar as escolas no rural [5] (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.)

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

Educação profissional numa sociedade sem empregos [6] (Visite a


aula online para realizar download deste arquivo.)

A divisão de tarefas na educação profissional brasileira [7] (Visite a


aula online para realizar download deste arquivo.)

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Expansão do Ensino Médio: temores sobre a Educação de Jovens e


Adultos [8] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

Reflexões acerca da organização curricular e das práticas


pedagógicas na EJA [9] (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.)

EDUCAÇÃO ESPECIAL

A nova LDB e as necessidades educativas especiais [10]

Políticas para a educação especial e as formas organizativas do


trabalho pedagógico [11] (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.)

EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA

Educação escolar indígena: um modo próprio de recriar a escola nas


aldeias Guarani [12]

Representações da Educação Karajá [13] (Visite a aula online para


realizar download deste arquivo.)

Projeto pedagógico xavante: tensões e rupturas na intensidade da


construção curricular [14] (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.)

62
EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA

A Educação para quilombolas [15] (Visite a aula online para realizar


download deste arquivo.)

A Educação Escolar Quilombola, o currículo e a formação de


professores (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Desafios da educação à distância ao sistema de educação superior:


novas reflexões sobre o papel da avaliação [16] (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.)

Tecnologias na formação de professores [17] (Visite a aula online


para realizar download deste arquivo.)

EXERCITANDO
1. Conforme a legislação atual, quais são as modalidades de ensino?

2. Explique os objetivos e a oferta de cada modalidade de ensino.

FONTES DAS IMAGENS


1. http://coneei.mec.gov.br/
2. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2005/Decreto/D5622.htm
3. http://www.adobe.com/go/getflashplayer
4. http://www.recantodasletras.com.br/artigos/2128405
5. http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v18n68/08.pdf
6. http://www.scielo.br/pdf/cp/n109/n109a03.pdf
7. http://www.scielo.br/pdf/cp/n112/16108.pdf
8. http://www.scielo.br/pdf/cp/n119/n119a03.pdf
9. http://www.scielo.br/pdf/er/n29/07.pdf
10. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
32621998000300002&lng=pt&nrm=iso
11. http://www.scielo.br/pdf/rbee/v12n3/01.pdf
12. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
32622007000200006&lng=pt&nrm=iso
13. http://www.scielo.br/pdf/es/v22n75/22n75a09.pdf
14. http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v23n61/a06v2361.pdf
15. http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v27n72/a07v2772.pdf
16. http://www.scielo.br/pdf/er/n28/a11n28.pdf
17. http://www.scielo.br/pdf/ep/v29n2/a06v29n2.pdf
18. http://www.denso-wave.com/en/

Responsável: Profª. Nidia Barone


Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual

63
ESTRUTURA, POLÍTICA E GESTÃO EDUCACIONAL
AULA 02: LEGISLAÇÃO E SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO.
NÍVEIS E MODALIDADES DE ENSINO. FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS

TÓPICO 05: FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

A qualificação dos profissionais da Educação é um dos temas centrais


nos debates sobre a melhoria do cotidiano escolar.

BRASIL
No Brasil, durante séculos, a Educação foi um privilégio de poucos,
sendo recente o crescente acesso de toda a população a este direito social
básico. Para atender uma clientela cada vez maior, é necessário ampliar e
melhorar a infraestrutura material (escolas, livros, recursos didáticos...) e
humana (professores e demais profissionais da área).

Fonte [1]

No século passado, especialmente no Nordeste rural, convivemos com a


figura do professor leigo, um profissional que, muitas vezes, não tinha a
formação necessária e recebia uma remuneração indigna. Acrescente-se,
ainda, a famigerada classe multisseriada, onde o docente precisava ministrar
conteúdos de várias séries no mesmo espaço-tempo!

Várias iniciativas foram desenvolvidas, nos anos 80 e 90, como o pró-


docente rural, pela UFC, no sentido de melhorar a qualificação destes
profissionais, respeitando e valorizando a cultura local.

Ciente da importância da qualificação docente para incrementar os


resultados educacionais, a LDB, nos artigos 61 a 67, que compõem o TÍTULO
VI (Dos Profissionais da Educação), aborda o perfil do profissional da
Educação, que, conforme os artigos:

Artigo deve ter uma formação que contemple a associação entre


61 teoria e prática, além de aproveitar as experiências na área.

o docente para atuar na Educação Básica deve ter nível


Artigo superior, mas se admite que o profissional que atue na
62 Educação Infantil e no Fundamental I (os cinco primeiros
anos) tenha apenas o nível médio, na modalidade Normal.

trata da competência dos institutos superiores.

64
Artigo
63

é determinado que a formação de profissionais de educação


para as funções além da docência (administração,
Artigo
planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional
64
para a educação básica) seja feita em cursos de graduação em
pedagogia ou em nível de pós-graduação.

Artigo a formação docente, exceto para a Educação Superior, terá


65 prática de ensino com, pelo menos, trezentas horas.

a qualificação do docente que leciona no Ensino Superior


Artigo
requer nível de Pós-Graduação, prioritariamente Mestrado e
66
Doutorado.

os sistemas de ensino promoverão a valorização dos


Artigo profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos
67 termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério
público

VALORIZAÇÃO DO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO NA LDB

Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos


profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos
estatutos e dos planos de carreira do magistério público:

I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;

II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com


licenciamento periódico remunerado para esse fim;

III - piso salarial profissional;

IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na


avaliação do desempenho;

V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na


carga de trabalho;

VI - condições adequadas de trabalho.

§ 1o A experiência docente é pré-requisito para o exercício profissional


de quaisquer outras funções de magistério, nos termos das normas de cada
sistema de ensino.

§ 2o Para os efeitos do disposto no § 5o do art. 40 e no § 8o do art. 201


da Constituição Federal, são consideradas funções de magistério as
exercidas por professores e especialistas em educação no desempenho de
atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação
básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício
da docência, as de direção de unidade escolar e as de coordenação e
assessoramento pedagógico.

PARADA OBRIGATÓRIA
Artigos 61 a 67, da LDB (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.).

65
Conforme o Censo Escolar da Educação Básica de 2006 – realizado pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(INEP) [2] com a colaboração das secretarias estaduais e municipais de
educação e com a participação de todas as escolas públicas e privadas do País
– no Ensino Fundamental, o contingente de professores é de 1.705.840,
sendo que a formação deles é: 9.056 (0,53%) com apenas o fundamental,
472.328 com nível médio (27,69%) e 1.224.456 com nível superior (71,78%).
No Ensino Médio, o contingente de professores é de 519.935, sendo que a
formação deles é: 22 (0,00%) com apenas o fundamental, 23.704 têm o nível
médio (4,56%) e 496.209 com nível superior (95,44%).

Em ambos os níveis, proporcionalmente, o cenário na zona rural é pior


do que na zona urbana.

Na zona urbana:

No Ensino Fundamental, o contingente de professores na zona urbana


é de 1.390.771, sendo que a formação deles é: 3.120 (0,53%) com apenas o
fundamental, 287.028 com nível médio (20,64%) e 1.100.623 com nível
superior (79,14%). Na zona rural, o contingente de professores é de
315.069, sendo que a formação deles é: 5.936 (1,88%) com apenas o
fundamental, 185.300 com o nível médio (58,81%) e 123.833 com nível
superior (39,30%).

No Ensino Médio, o contingente de professores na zona urbana é de


503.355, sendo que a formação deles é: 15 (0,00%) com apenas o
fundamental, 21.568 com o nível médio (4,28%) e 481.772 com nível
superior (95,71%). Na zona rural, o contingente de professores é de 16.580,
sendo que a formação deles é: 7 (0,00%) com apenas o fundamental, 2.136
com o nível médio (12,88%) e 14.437 com nível superior (87,07%).

O Censo Escolar de 2009 informa que existem 1.977.978 professores na


Educação Básica, sendo que cerca de 636 mil (quase 32%) deles não tem
formação universitária ou o diploma é em área diversa da que atua. Em
2007, esse contigente era de 594 mil.

Em 2009, na Bahia, cerca de 2/3 dos professores (mais de 100 mil) não
tem nível superior.

Um dado importante é que 381.214 professores da educação básica estão


matriculados na educação superior: 206.610 fazem cursos presenciais e
174.604, educação a distância. A grande maioria dos professores, 257.597
(67,57%), estudava em universidades privadas, enquanto 123.617 docentes
(32,43%) frequentavam instituições públicas.

Mais de 50% dos educadores estão em cursos de Pedagogia 192.965,


seguido de Letras (44.754 – 11,74%), Matemática (19.361 – 5,1%) e História
(14.478 – 3,8%). Fora das licenciaturas, os cursos preferidos são Direito, com
8.891 matrículas, Administração (5.809) e Serviço Social (4.259).

PROGRAMAS DO MEC PARA VALORIZAÇÃO DOS TRABALHADORES EM


EDUCAÇÃO

66
Ciente destes números, o MEC desenvolve vários programas que visam à
qualificação e valorização dos trabalhadores em Educação:

Rede Nacional de Formação Continuada de Professores [3]

Pró-Letramento [4]

Pró-Licenciatura [5]

Proinfantil [6]

Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas [7]

Profuncionário – Curso Técnico de Formação para os Funcionários da


Educação [8]

O Decreto nº 7.415 [9], de 30 de dezembro de 2010, instituiu a Política


Nacional de Formação dos Profissionais da Educação Básica, que, conforme
os artigos:

Tem a finalidade de organizar, em regime com colaboração, a


Artigo
formação dos profissionais da educação das redes públicas da

Educação Básica.

Artigos Listados, respectivamente, os princípios e os os objetivos


2º e 3º dessa Política.

Explicada e detalhada a responsabilidade da União em apoiar


Artigo
as ações de formação inicial e continuada de profissionais da

Educação Básica.

O Ministério da Educação apoiará a formação inicial dos


profissionais de educação básica por meio do Programa de
Artigo
Formação Inicial em Serviço dos Profissionais da Educação

Básica dos Sistemas de Ensino Público;
(PROFUNCIONÁRIO).

A formação profissional técnica em nível médio desses


profissionais ocorrerá, preferencialmente, por meio da EAD e
Artigo
contemplará as seguintes habilitações: secretaria escolar,

alimentação escolar, infraestrutura escolar, multimeios
didáticos, biblioteconomia e orientação comunitária.

Artigo O PROFUNCIONÁRIO será gerenciado por um conselho


7º gestor vinculado ao MEC.

Artigo Os componentes do conselho gestor não receberão qualquer


8º tipo de remuneração em virtude dessa participação.

Artigos Abordam a organização e o funcionamento do


9º ao 13 PROFUNCIONÁRIO.

DICA
Censo Escolar [10].

Conforme estudaremos na próxima aula, o capítulo IV do PNE trata do


Magistério da Educação Básica é dividido em três tópicos (Diagnóstico,

67
Diretrizes e Objetivos e Metas) e enfatiza a valorização do magistério, a qual
contempla a formação profissional inicial, as condições de trabalho, salário e
carreira e a formação continuada.

LEITURA COMPLEMENTAR
Capítulo IV da Lei nº 10.172/01.

O MEC elaborou vários mapas com os números da Educação Básica, do


Ensino Superior, da Pós-Graduação e do Ensino Profissional, permitindo-
nos conhecer melhor o complexo cenário educacional brasileiro e a
formulação de diversos programas/ações, os quais devem ser acompanhados
e fiscalizados pela população.

No caso da Educação Básica, são apresentados dados referentes a


financiamento (Fundeb, salário-educação, orçamento, Fundescola...), acesso
e permanência (merenda escolar e transporte escolar), qualidade (livros e
equipamentos didáticos, formação de professores e ensino fundamental em
nove anos), gestão democrática (conselhos escolares, fortalecimento das
secretarias municipais ...) e avaliação (ENEM, SAEB e Prova Brasil).

Em maio de 2009, o MEC lançou o primeiro Plano Nacional de


Formação dos Professores da Educação Básica [11], que tem como objetivo
formar na graduação em que atuam, nos próximos cinco anos, 330 mil
professores, sem a qualificação respectiva (professores sem graduação,
professores com licenciatura em área diversa e bacharéis). Também serão
ofertados cursos de formação continuada. O governo federal deverá investir
cerca de R$ 1 bilhão nesta política educacional.

No 2° semestre de 2009, através da Plataforma Paulo Freire [12], as


Universidades cadastradas ofertaram, em vários municípios, cursos de
formação inicial e continuada, presencial ou a distância, e os professores
interessados manifestaram sua preferência.

CEARÁ
No Ceará, as seguintes instituições estão cadastradas: IFCE, UECE,
UFC, URCA e UVA. A Secretaria de Educação Básica do Ceará (SEDUC) [13]
está ofertando vários cursos de formação continuada, na modalidade a
distância, relacionados à inclusão digital e ao uso das Tecnologias de
Informação e Comunicação (TIC).

Apesar do avanço verificado na qualificação docente, a rede municipal


continua com os piores índices, o que torna necessárias e urgentes políticas
públicas para a mudança deste quadro. Neste sentido, a APEOC consultou o
Conselho Estadual de Educação do Ceará (CEE) [14] sobre o uso de recursos
do FUNDEF para habilitar os professores leigos, o que ensejou o Parecer nº
867/98. O CEE, conforme o art. 230, da Constituição Estadual, é um órgão
normativo, deliberativo e consultivo do Sistema de Ensino do Estado. O CEE
é dividido em duas Câmaras – da Educação Básica e da Educação Superior e
Profissional – e tem como competências:

i) definir normas para o Sistema Estadual;

68
ii) interpretar a legislação do ensino;

iii) aplicar sanções;

iv) aprovar o Plano Estadual de Educação e Planos de Aplicação de


recursos destinados à Educação; e

v) autorizar o funcionamento de escolas e avaliar o seu ensino.

NÍVEL DE FORMAÇÃO DOS DOCENTES DO ESTADO DO CEARÁ

Conforme dados da SEDUC, de 2013, a rede estadual tinha 19.974


profissionais em exercício, sendo que 19.677 (98,51%) destes tinham
diploma universitário. Na rede municipal, dos 60.869 profissionais em
exercício, 50.003 (82,15%) tinham nível superior. Dos 20.376 profissionais
em exercício da rede particular, 14.326 (70,31%) tinham diploma
universitário.

Fonte:

SEDUC - Secretaria da Educação do Estado do Ceará - Estatística da


Educação no Ceará - Ano Base 2013 [15]

Número de Docentes por Nível Formação e Dependência


Administrativa, segundo as CREDE´s, Municípios e Modalidade/Etapa de
Ensino - Ceará 2013

PARADA OBRIGATÓRIA
Indicadores demográficos e educacionais de seu município [16].

OLHANDO DE PERTO
A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e
adultos como campo pedagógico [17] (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.).

A Qualidade da Educação Infantil Brasileira: alguns resultados de


pesquisa [18] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.).

Como e Onde Formar Professores: espaços em confronto [19] (Visite a


aula online para realizar download deste arquivo.).

Docência: formação e prática (Visite a aula online para realizar


download deste arquivo.)

Gestão pública, formação e identidade de profissionais de educação


infantil [20] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.).

Política de formação profissional para a educação infantil: Pedagogia


e Normal Superior [21] (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.).

EXERCITANDO

69
À luz dos artigos 61 a 67, da LDB/96, que abordam os Profissionais da
Educação, responda:
1) Qual é a formação necessária do docente para atuar na Educação Básica
e na Educação Superior?
2) Como deve ser feita a formação dos profissionais da Educação Básica
que atuam em funções além da docência? Que funções são essas?
3) Apresente quatro determinações legais que valorizam o profissional da
Educação.

ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
Realize a pesquisa de campo sobre formação docente continuada,
conforme orientações deste roteiro (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.), e coloque a sua produção (Aula2_AP1.doc) no
seu Portfólio.

FÓRUM
1. Analise um artigo da legislação educacional vigente e explicite as
transformações que ele proporcionou e as que ainda precisa proporcionar
para transformar a Educação Brasileira. Comente, com argumentos e/ou
exemplos, a participação de um(a) colega.

2. Conforme organização do(a) tutor(a), cada grupo escolherá, dentre


as 7 modalidades de ensino, um dos textos disponíveis na seção Olhando
de Perto do tópico 4, e postará, na primeira metade da duração do Fórum,
uma síntese do texto com as seguintes informações: i) O título e o(a) autor
(a); ii) As principais ideias do documento; e iii) Sua opinião (concorda ou
discorda), com argumentos, sobre as ideias citadas no item anterior e o
que aprendeu (e/ou as dúvidas que surgiram) com esta atividade. Na
segunda metade da duração do Fórum, conforme orientações do(a) tutor
(a), cada estudante comentará, com reflexões e exemplos do cotidiano, a
síntese de dois grupos.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do
Brasil. Disponível aqui [22]. Acesso em: 26 abr. 2016.

______. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto


da Criança e do Adolescente. Disponível aqui [23]. Acesso em: 26 abr.
2016.

______. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as


diretrizes e bases da educação nacional. Disponível aqui [24]. Acesso
em: 26 abr. 2016.

______. Lei nº 10.172, de 09 de janeiro de 2001. Aprova o Plano


Nacional de Educação. Disponível aqui [25]. Acesso em: 26 abr. 2016.

70
CEARÁ. Constituição (1989). Constituição do Estado do Ceará.
Disponível aqui (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.).Acesso em: 26 abr. 2016.

FONTES DAS IMAGENS


1. http://3.bp.blogspot.com/_1LcrRC3ExIA/S7M9-28-
M-I/AAAAAAAAAOE/iMzzQLQ-z1Q/s1600/HPIM1191.jpg
2. http://www.inep.gov.br/
3. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=231&Itemid=332
4. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12346:pro-letramento-
apresentacao&catid=301:pro-letramento&Itemid=698
5. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12349:pro-licenciatura-
apresentacao&catid=303:pro-licenciatura&Itemid=708
6. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12321:proinfantil-
apresentacao&catid=288:proinfantil&Itemid=548
7. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12370:projeto-saude-e-prevencao-
nas-escolas-spe&catid=310:projeto-saude-e-prevencao-nas-escolas-
spe&Itemid=578
8. http://portal.mec.gov.br/index.php/?
option=com_content&view=article&id=12365
9. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2010/Decreto/D7415.htm
10. http://portal.inep.gov.br/basica-censo
11. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=13583&Itemid=971
12. http://uab.ufabc.edu.br/index.php/institucional/freire
13. http://www.seduc.ce.gov.br
14. http://www.cee.ce.gov.br/
15. http://www.seduc.ce.gov.br/index.php/avaliacao-
educacional/estatisticas/7891-estatistica-da-educacao-no-ceara-ano-base-
2013
16. http://portal.mec.gov.br/ide/
17. http://www.scielo.br/pdf/es/v20n68/a10v2068.pdf
18. http://www.scielo.br/pdf/cp/v36n127/a0536127.pdf
19. http://www.scielo.br/pdf/es/v21n70/a08v2170.pdf
20. http://www.scielo.br/pdf/cp/v37n131/a1037131.pdf
21. http://www.scielo.br/pdf/es/v20n68/a04v2068.pdf
22. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
23. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm
24. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm
25. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10172.htm
26. http://www.denso-wave.com/en/

Responsável: Profª. Nidia Barone


Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual

71
ESTRUTURA, POLÍTICA E GESTÃO EDUCACIONAL
AULA 03: POLÍTICAS PÚBLICAS, GESTÃO E FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA.
AVALIAÇÃO DO SISTEMA ESCOLAR BRASILEIRO

TÓPICO 01: POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS

AJUDA
ÓRGÃOS DO MEC

CNE – Conselho Nacional de Educação


SASE – Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino
SEB – Secretaria de Educação Básica
SECADI – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização,
Diversidade e Inclusão
SERES – Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior
SETEC – Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
SESU – Secretaria de Educação Superior

ENTIDADES

Vinculadas ao MEC
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira

Educacionais
CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação
CONSED – Conselho Nacional de Secretários de Educação
UBES – União Brasileira de Estudantes Secundaristas
UNDIME – União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação
UNE – União Nacional dos Estudantes

POLÍTICAS EDUCACIONAIS

Brasil
CONAE – Conferência Nacional da Educação
IES – Instituições de Educação Superior
PAR – Plano Ações Articuladas
PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais
PDE – Plano de Desenvolvimento da Educação
PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar
PNATE – Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar
PNE – Plano Nacional de Educação
PNLD – Programa Nacional do Livro Didático
PPA – Plano Plurianual
PROJOVEM – Programa Nacional de Inclusão de Jovens
PROLIND – Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas

72
Indígenas
PROUNI – Programa Universidade para Todos
REUNI – Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão
das Universidades Federais

Ceará
EMI – Ensino Médio Integrado
PAIC – Programa Alfabetização na Idade Certa

Conforme vimos na aula passada, é obrigação do Estado atender a


clientela que requer Educação, para tanto os governos federal, estadual e
municipal devem desenvolver políticas que, articulando esforços e recursos
(humanos, físicos, financeiros, didáticos ...), cumpram essa determinação
legal.

BRASIL
O Ministério da Educação (MEC), órgão da administração direta do
governo federal, é o maior responsável pela proposição de políticas públicas,
bem como de promover o fortalecimento dos diversos órgãos encarregados
pela Educação nos sistemas dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.

As áreas de competências do MEC são:

i) política nacional de educação;

ii) educação infantil;

iii) educação em geral, compreendendo ensino fundamental, ensino


médio, educação superior, ensino supletivo, educação tecnológica,
educação de jovens e adultos, educação profissional, educação especial e
educação a distância, exceto ensino militar;

iv) avaliação, informação e pesquisa educacional;

v) pesquisa e extensão universitárias;

vi) magistério; e

vii) coordenação de programas de atenção integral a crianças e


adolescentes.

O MEC, em virtude do Decreto nº 7.480 [1], de 16 de maio de 2011, foi


reestruturado.

Alguns dos seus órgãos específicos são a Secretaria de Educação Básica


(SEB) [2], a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) [3],
a Secretaria de Educação Superior (SESU) [4], a Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) [5], a Secretaria

73
de Regulação e Supervisão da Educação Superior (SERES) [6] e a Secretaria
de Articulação com os Sistemas de Ensino (SASE) [7].

O Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) foi criado pelo Decreto


nº 5.800 [8], de 8 de junho de 2006, com a finalidade de expandir e
interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior no País.
Dentre os sete objetivos listados no seu artigo 1º, destaca-se o do inciso I:

“(...) oferecer, prioritariamente, cursos de licenciatura e de


formação inicial e continuada de professores da educação básica”.

Com a reformulação do MEC, a UAB [9] passou a ser gerida pela


Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
[10]. A CAPES é uma fundação pública, vinculada ao Ministério da
Educação. Quando da sua fundação, em 1951, tinha como foco a expansão e
consolidação da pós-graduação no Brasil. Desde 2007, ela incorporou a
missão de formar os professores da educação básica. É sua responsabilidade
o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica, que foi
estudado no tópico 5 da aula anterior.

A Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da


Educação Básica foi criada pelo Decreto nº 6.755 [11], de 29 de janeiro de
2009, com a finalidade de organizar, em regime com colaboração, a
formação dos profissionais do magistério das redes públicas da Educação
Básica. Os princípios e os objetivos dessa Política estão listados,
respectivamente, nos artigos 2º e 3º. Os demais artigos (4º a 13) tratam da
organização dessa Política.

EDUCAÇÃO BÁSICA

No Brasil, em 2009, a Educação Básica tinha 52.580.452 estudantes,


sendo 45.270.710 (86,10%) na rede pública e 7.309.742 (13,90%) na rede
privada. Esses dados revelam quão grande é a rede pública no Brasil e a
importância que as políticas desenvolvidas pelo MEC têm na melhoria da
Educação nacional.

Conforme o Censo Escolar 2010, divulgado em 20 de dezembro de 2010,


a Educação Básica tinha 51.549.889 estudantes, sendo 43.989.507 (85,33%)
na rede pública e 7.560.382 (14,67%) na rede privada. No período de 2009-
2010, aconteceu uma leve diminuição (1,96%) das matrículas nesse nível,
tendo a rede pública cedido 0,77% das matrículas para a rede privada.

Conforme o Censo Escolar 2011, a Educação Básica tinha 50.972.619


estudantes, sendo 43.053.942 (84,47%) em instituições públicas e 7.918.677
(15,53%) em instituições privadas. No período de 2010-2011, aconteceu uma
leve diminuição (1,1%) das matrículas nesse nível, tendo as instituições
públicas cedido 0,86% das matrículas para as instituições privadas. Os

74
sistemas federal, estadual e municipal são responsáveis, respectivamente,
por 257.052 (0,50%), 19.483.910 (38,23%) e 23.312.980 (45,74%) matrículas
na Educação Básica.

LEITURA COMPLEMENTAR
Censo da Educação Básica 2011 (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.) (Resumo Técnico)

Conforme estudamos na aula anterior, são sete as modalidades do


ensino: a Educação Básica do Campo (EBC), a Educação Profissional e
Tecnológica (EPT), a Educação de Jovens e Adultos (EJA), a Educação
Especial (EE), a Educação Escolar Indígena (EEI), a Educação Escolar
Quilombola (EEQ) e a Educação a Distância (EAD).

PROGRAMAS E AÇÕES DO MEC NAS MODALIDADES DE ENSINO

A Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e


Inclusão (SECADI) [12], é responsável pelas ações referentes à Educação
Básica no Campo (EBC). Dentre essas, destacam-se a Escola Ativa [13], o
Procampo [14] e o Projovem Campo – Saberes da Terra [15].

As ações do MEC para a Educação Profissional e Tecnológica (EPT)


são de competência da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
(SETEC) [16].

O MEC desenvolve, mediante a Secretaria de Educação Continuada,


Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) [17], vários programas que
visam à melhoria da Educação de Jovens e Adultos (EJA):

◾ Programa Brasil Alfabetizado [18]


◾ Educação em Prisões [19]

Em 2005, o Governo Federal lançou a Política Nacional de Juventude,


que, mediante a Lei nº 11.129/05 [20], se efetivou, com: i) a criação da
Secretaria Nacional de Juventude e do Conselho Nacional de Juventude; e
ii) a instituição do PROGRAMA NACIONAL DE INCLUSÃO DE JOVENS:
EDUCAÇÃO, QUALIFICAÇÃO E AÇÃO COMUNITÁRIA (PROJOVEM).

Em virtude das demandas sociais históricas, em 2007, foi constituído


o Grupo de Trabalho Juventude (GT Juventude), com a participação de
representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República, da Casa
Civil e dos Ministérios da Educação, do Desenvolvimento Social, do
Trabalho e Emprego, da Cultura, do Esporte e do Planejamento.

O GT Juventude, articulando as noções de oportunidade para todos e


direitos universalmente assegurados, propôs o ProJovem Integrado, que
contempla as seguintes modalidades (e responsáveis): o ProJovem
Adolescente [21] (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.) (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome),

75
ProJovem Urbano [22] (Secretaria Nacional de Juventude), ProJovem
Campo – Saberes da Terra [23] (Ministério da Educação) e ProJovem
Trabalhador [24] (Ministério do Trabalho e Emprego). A Lei nº 11.692/08
apresenta esta nova configuração do ProJovem.

Em 2007, foi instituído pela Portaria Interministerial nº 17/2007, o


Programa Mais Educação [25], que visa ao aumento do tempo que o
estudante fica na escola pública, com a oferta de atividades que
contemplam acompanhamento pedagógico, meio ambiente, esporte e lazer,
direitos humanos, cultura e artes, cultura digital, prevenção e promoção da
saúde, educomunicação, educação científica e educação econômica.

Em virtude da reestruturação do MEC, a Secretaria de Educação


Especial (SEESP) [26], que era responsável pelos programas e ações de
Educação Especial [27], foi extinta. Eles serão desenvolvidos, a partir de
agora, pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade
e Inclusão (SECADI) [28]. Destacam-se, dentre outras, as seguintes
políticas: Programa Escola Acessível [29]e Sala de recursos multifuncionais
[30].

O MEC desenvolve, mediante a Secretaria de Educação Continuada,


Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) [31], diversas ações que
objetivam ao incremento da Educação Escolar Indígena (EEI) [32]:

◾ Formação inicial e continuada de professores indígenas em nível médio


(Magistério Indígena)
◾ Formação de Professores Indígenas em Nível Superior
◾ Produção de material didático específico em línguas indígenas, bilíngues ou
em português
◾ Apoio político-pedagógico aos sistemas de ensino para a ampliação da oferta
de educação escolar em terras indígenas
◾ Promoção do Controle Social Indígena
◾ Apoio Financeiro à Construção, Reforma ou Ampliação de Escolas Indígenas

Objetivando estimular o desenvolvimento de projetos de cursos na


área das Licenciaturas Interculturais em instituições de ensino superior
públicas federais e estaduais foi criado o Programa de Formação Superior e
Licenciaturas Indígena (Prolind) [33]. Na UFC, funcionam os cursos de
Magistério Indígena Tremembé Superior e Magistério Indígena Superior
Intercultural dos Povos Pitaguary, Tapeba, Kanindé, Jenipapo-Kanindé e
Anacé.

O CNE elaborou um texto-referência [34] para subsidiar as audiências


públicas que serão promovidas com o objetivo de fundamentar as diretrizes
curriculares nacionais para a Educação Escolar Quilombola [35] (EEQ).

Em virtude da reestruturação do MEC, a Secretaria de Educação a


Distância (SEED), que era responsável pelos programas e projetos que
utilizam as novas tecnologias e a Educação a Distância (EAD), foi extinta.
As suas ações [36] serão realocadas na nova Secretaria de Regulação e

76
Supervisão da Educação Superio (SERES) [37] e na Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) [38].

O Plano Nacional de Educação (PNE) foi aprovado mediante a Lei nº


10.172/01 [39], constituindo-se em importante instrumento de política
educacional, uma vez que orienta as ações (políticas) do Poder Público nos
três níveis (Federal, Estadual e Municipal). Sua vigência é de dez anos. Em
2011, a partir das decisões da CONAE (apresentado no final desse tópico),
um novo PNE será elaborado.

O PNE está amparado na Constituição de 1988 e na LDB (arts. 9º, inciso


I, e 87, § 1º), tendo sido aprovado após três anos de tramitação no Congresso
Nacional. Infelizmente, a Lei não contemplou muitas das expectativas da
sociedade civil, notadamente no que se refere à ampliação da obrigação do
Estado com a oferta da Educação Básica e do Ensino Superior, as quais só
podem ocorrer se houver a respectiva dotação orçamentária, fruto de
determinação política da União, a qual se fez ausente, conforme os vetos [40]
apresentados pelo então Presidente da República, Fernando Henrique
Cardoso.

Art. 9º A União incumbir-se-á de:


I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
...
Art. 87. É instituída a Década da Educação, a iniciar-se um ano a partir
da publicação desta Lei.
§ 1º A União, no prazo de um ano a partir da publicação desta Lei,
encaminhará, ao Congresso Nacional, o Plano Nacional de Educação,
com diretrizes e metas para os dez anos seguintes, em sintonia com a
Declaração Mundial sobre Educação para Todos.

Este documento legal é divido em seis capítulos:

I – Introdução;

II – Níveis de Ensino;

III – Modalidades de Ensino;

IV – Magistério da Educação Básica;

V – Financiamento e Gestão e Acompanhamento e;

VI – Avaliação do Plano.

O Capítulo I é divido em dois tópicos: Histórico e Objetivos e


Prioridades. No Histórico, são relatados alguns acontecimentos no cenário

77
educacional na República, de modo a contextualizar a elaboração do Plano
Nacional de Educação.

Em Objetivos e Prioridades, são apresentados os quatro objetivos e as


cinco prioridades a seguir:

OBJETIVOS
1. A elevação global do nível de escolaridade da população;

2. A melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis;

3. A redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso


e à permanência, com sucesso, na educação pública;

4. Democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos


oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da
educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação
das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

PRIORIDADES
1. Garantia de ensino fundamental obrigatório de oito anos a todas as
crianças de 7 a 14 anos, assegurando o seu ingresso e permanência na
escola e a conclusão desse ensino;

2. Garantia de ensino fundamental a todos os que a ele não tiveram


acesso na idade própria ou que não o concluíram;

3. Ampliação do atendimento nos demais níveis de ensino;

4. Valorização dos profissionais da educação;

5. Desenvolvimento de sistemas de informação e de avaliação em


todos os níveis e modalidades de ensino.

À luz destes objetivos e prioridades, o Plano estabelece: diretrizes para a


gestão e o financiamento da Educação (Capítulo V); diretrizes e metas para
cada nível e modalidade de ensino (Capítulos II e III); e, ainda, diretrizes e
metas para a formação e valorização do magistério e demais profissionais da
educação (Capítulo IV).

LEITURA COMPLEMENTAR
Capítulo I da Lei nº 10.172/01 (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.).

Avaliação do Plano Nacional de Educação [41].

Em abril de 2007, o presidente Lula lançou o Plano de Desenvolvimento


da Educação (PDE) (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.), com a promessa de promover mudanças na estrutura educacional

78
brasileira, que padece de problemas de rendimento, frequência e
permanência do estudante na escola.

LEITURA COMPLEMENTAR
PDE: análise do projeto do MEC [42] (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.).

Plano de Desenvolvimento da Educação (Visite a aula online para


realizar download deste arquivo.).

Tendo em vista a realização, em abril de 2008, da Conferência Nacional


de Educação Básica [43], os Estados promoveram Conferências Estaduais.

No Ceará, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação e do


Conselho de Educação, a Assembleia Legislativa e a UNDIME/APRECE
(UNDIME: União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação;
APRECE: Associação dos Municípios e Prefeitos do Estado do Ceará)
promoveram a Conferência Estadual da Educação, que contemplou
Audiências Públicas, Conferências Regionais, Encontros Temáticos e outras
atividades, as quais culminaram na etapa final que ocorreu no período de 07
a 09 de novembro de 2007.

DICA
Conferência Nacional de Educação Básica [44].

Em 16 de julho de 2008, mediante a Lei nº 11.738 [46], foi instituído o


piso nacional do professor do ensino básico. É importante ressaltar que essa
lei regulamenta a alínea “e”, do inciso III, do CAPUT do art. 60, do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias, da Constituição Federal de 1988.
Somente após quase 20 anos, os professores foram contemplados por um
direito previsto na Lei maior nacional. Em 2008, o piso para o professor de
nível médio, com jornada de 40 horas semanais, era R$ 950,00. Em janeiro
de 2010, ele passou a ser R$ 1.024,67. Em 24 de fevereiro de 2011, o piso foi
reajustado para R$ 1.187,08. Em fevereiro de 2012, o valor foi alterado para
Fonte [45] R$ 1.451,00.

Outra conquista importante oriunda dessa Lei é a garantia de que o


professor deve ter no máximo 2/3 da sua carga horária em sala de aula (§ 4º,
do art. 2º), reservando pelo menos 1/3 para o planejamento.

Destaca-se, ainda, o art. 6º, in verbis: “A União, os Estados, o Distrito


Federal e os Municípios deverão elaborar ou adequar seus Planos de Carreira
e Remuneração do Magistério até 31 de dezembro de 2009, tendo em vista o
cumprimento do piso salarial profissional nacional para os profissionais do
magistério público da educação básica, conforme disposto no parágrafo
único do art. 206 da Constituição Federal [47].“

79
No período de fevereiro a abril de 2009, o MEC promoveu encontros
com os secretários municipais de educação, visando à divulgação dos
programas, projetos e ações da Educação Básica, troca de informações e
esclarecimento de dúvidas, ampliando, desta forma, o diálogo entre o MEC e
os municípios, tão necessário para o melhoramento da colaboração entre
estas esferas, que se expressa na proposição de políticas públicas.

De 28 de março a 1º de abril de 2010, foi realizada a Conferência


Nacional de Educação (CONAE), com tema “Construindo o Sistema Nacional
Articulado de Educação: O Plano Nacional de Educação, Diretrizes e
Estratégias de Ação”. Para tanto, o MEC organizou, em 2009, conferências
preparatórias: nos municípios (no 1° semestre) e nos Estados e no Distrito
Federal (no 2° semestre). As conferências estaduais tinham como objetivo
consolidar e aprofundar o documento formado a partir das conferências
Fonte [48]
municipais.

A CONAE [49] é um espaço democrático, instituído pelo Poder Público,


para que a sociedade participe do desenvolvimento da educação nacional.
Nas conferências estaduais, foram eleitos representantes – gestores das
diversas esferas, trabalhadores de escolas públicas e particulares, membros
dos conselhos de Educação, estudantes e pais de estudantes – da Educação
Básica, da Educação Profissional e da Educação Superior, conforme o
seguinte quadro (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.).

LEITURA COMPLEMENTAR
Documento-Referência da CONAE (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.).

Em 15 de dezembro de 2010, o Presidente da República e o Ministro da


Educação enviaram ao Congresso Nacional o projeto de Lei do Plano
Nacional de Educação (PNE) para o decênio 2011-2020 (Visite a aula online
para realizar download deste arquivo.). O documento apresenta dez (10)
diretrizes as quais se expressam em vinte (20) metas, com respectivas
estratégias.

Durante 2011, o novo PNE foi amplamente debatido pela sociedade civil
Fonte [50] e entidades educacionais, o que se atesta pelas quase 3.000 emendas
recebidas no Congresso Nacional. O substitutivo do relator foi apresentando
no início de dezembro, tendo sido protocoladas 449 emendas. Após
sucessivos adiamentos, o relator apresentou em 24 de abril de 2012 seu
relatório final sobre essas emendas. A grande bandeira nesse período foi a
inclusão da determinação de aplicar 10% do PIB em Educação, de modo a
garantir os recursos financeiros necessários à implementação das metas
listadas no PNE. O governo federal se opôs a esse índice e o relator propôs
8,0% do PIB de investimento total e 7,5% do PIB de investimento público
direto. Tendo em vista que, atualmente, os sistemas de ensino aplicam cerca

80
de 5% do PIB, o novo índice representa um aumento de 50% das verbas
destinadas à Educação, o que viabilizará a sua melhoria significativa.
Considerando, todavia, o teor do novo PNE, que busca sanar as fragilidades
da Educação Nacional, esse percentual provavelmente não será suficiente
para implementar as metas de todas as 10 diretrizes elencadas. Em 26 de
junho, a comissão especial do Plano Nacional de Educação (PNE) aprovou a
proposta de aplicação de 10% do PIB em políticas públicas educacionais até
2020. O percentual deverá ser de pelo menos 7% até 2015.

DICA
Principais pontos do projeto de lei do novo PNE [51].

Tramitação do projeto de lei do PNE 2011-2020 (PL-8035/2010) [52].

EDUCAÇÃO SUPERIOR

No que se refere às Instituições de Educação Superior (IES), destacam-


se como políticas públicas federais o PROUNI e o REUNI. Antes de
apresentá-los, é importante destacar o incremento de matrículas que
ocorreu, nas últimas duas décadas, neste nível. Em 1991, havia quase 1
milhão e 600 mil estudantes matriculados em cursos de graduação. Em
2008, o montante saltou para um pouco mais de 5 milhões e 800 mil
estudantes. Esta expansão, na ordem de 271,11%, foi impulsionada,
principalmente, pelas instituições privadas:

◾ em 1995, do total de 1.759.703 estudantes matriculados nas IES, as


instituições públicas tinham 700.540 estudantes (39,81%) e as instituições
privadas 1.059.163 estudantes (60,19%);

◾ em 2008, do total de 5.808.017 estudantes matriculados nas IES, as


instituições públicas tinham 1.552.953 estudantes (26,74%) e as instituições
privadas 4.255.064 estudantes (73,26%).

Em 2008, o ensino presencial tinha 5.080.056 estudantes (87,47%) e a


educação a distância tinha 727.961 estudantes (12,53%). É interessante
mencionar que, em 2002, apenas 40.174 estudantes estavam matriculados
em cursos a distância.

Conforme o Censo da Educação Superior de 2009, 5.954.021 estudantes


estavam matriculados em cursos de graduação, um aumento de 2,51% em
relação ao ano anterior. As instituições públicas tinham 1.523.864 estudantes
(25,59%) e as instituições privadas 4.430.157 estudantes (74,41%).

O ensino presencial tinha 5.115.896 estudantes (85,92%) e a educação a


distância tinha 838.125 estudantes (14,08%). No ensino presencial, as
instituições públicas tinham 1.351.168 estudantes (26,41%) e as instituições
privadas 3.764.728 estudantes (73,59%). Os cursos de Administração
(874.076 – 17,09%), Direito (651.600 – 12,73%), Engenharia (419.397 –
8,20%), Pedagogia (287.127 – 5,61%) e Enfermagem (235.281 – 4,60%)
concentravam quase a metade (48,22%) dessas matrículas.

81
Na educação a distância, as instituições públicas tinham 172.696
estudantes (20,61%) e as instituições privadas 665.429 estudantes (79,39%),
totalizando 838.125. Os cursos de Pedagogia (286.771 – 34,2%) e
Administração (228.503 – 27,3%) concentram 61,5% das matrículas nessa
modalidade.

No curso de Pedagogia, a quantidade de estudantes no ensino presencial


é quase igual à de estudantes da educação a distância.

Conforme o Censo da Educação Superior de 2010, 6.379.299 estudantes


estavam matriculados em cursos de Graduação, um aumento de 7,14% em
relação ao ano anterior. As instituições públicas tinham 1.643.298
estudantes (25,76%) e as instituições privadas 4.736.001 estudantes
(74,24%).

O ensino presencial tinha 5.449.120 estudantes (85,42%) e a educação a


distância tinha 930.179 estudantes (14,58%). No ensino presencial, as
instituições públicas tinham 1.461.696 estudantes (26,82%) e as instituições
privadas 3.987.424 estudantes (73,18%).

Na educação a distância, as instituições públicas tinham 181.602


estudantes (19,52%) e as instituições privadas 748.577 estudantes (80,48%),
totalizando 930.179.

A Lei nº 11.096/05 [53] institucionalizou o Programa Universidade para


Todos (PROUNI), que concede bolsas de estudo integrais e parciais em
cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em instituições
privadas de educação superior, as quais recebem, em contrapartida, isenção
de alguns tributos.

O PROUNI [54] contempla estudantes egressos do ensino médio da rede


pública ou da rede particular na condição de bolsistas integrais, com renda
per capita familiar máxima de três salários mínimos. A seleção é feita por um
sistema informatizado e impessoal, utilizando como critério a nota obtida no
Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Desde sua criação até o processo
seletivo do primeiro semestre de 2011, o PROUNI atendeu 863 mil
estudantes, sendo 67% com bolsas integrais.

MULTIMÍDIA
PROUNI [55].

No âmbito das universidades públicas federais, em 2007 foi instituído,


mediante o Decreto nº 6.096/07 [56], o Programa de Apoio ao Plano de
Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) [57],
objetivando expandir as vagas destas instituições, dotando-as de recursos
para ampliar o acesso e a permanência dos estudantes.

82
Embora o PROUNI e o REUNI possibilitem a democratização de
acesso às IES, os estudiosos questionam notadamente: i) o fato de o governo
federal utilizar, no PROUNI, o dinheiro público em instituições privadas,
quando deveria alocá-lo nas instituições públicas; e ii) a precarização do
trabalho docente, no REUNI, com o aumento de matrículas em cursos
antigos e novos, sem a compatível contratação de docentes e servidores
técnico-administrativos, e o compromisso de melhorar o índice de
concluintes, que, em 2008, era 67% (a meta é 90%), o que pode ensejar a
diminuição da qualidade do ensino, uma vez que fatores externos à
Universidade também influenciam a trajetória discente nela.

LEITURA COMPLEMENTAR
PROUNI: democratização de acesso às IES? (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.).

CEARÁ
A Secretaria de Educação Básica do Estado do Ceará (SEDUC) tem por
“finalidade definir diretrizes e prioridades educacionais e coordenar o
sistema de educação básica em nível estadual, garantindo a oferta de um
ensino de qualidade e assegurando a concretização das políticas educacionais
adotadas, bem como, a manutenção e o funcionamento dos
Estabelecimentos Oficiais de Ensino Público do Estado”. (CEARÁ, slide 02)

A SEDUC é composta de vinte e uma (21) Coordenadorias Regionais de


Desenvolvimento da Educação (CREDE), as quais têm a responsabilidade de
coordenar as políticas educacionais junto às setecentas e oitenta e duas (782)
escolas estaduais e as Secretarias Municipais de Educação, de acordo com a
jurisdição.

DICA
As sedes das CREDEs da SEDUC-CE.

Em relação às Políticas Educacionais implantadas pela SEDUC-CE,


devem ser citados: o Programa Alfabetização na Idade Certa (PAIC) [58], que
objetiva melhorar os índices de leitura e escrita dos estudantes cearenses,
uma vez que, na Prova Brasil de 2005, os nossos estudantes obtiveram o 8°
pior índice de proficiência em Português, o Ensino Médio Integrado (EMI),
no qual o estudante, no contraturno do Ensino Médio, faz um curso técnico
(Enfermagem, Informática, Segurança no Trabalho ou Turismo), e o
Primeiro Aprender!, que pretende o desenvolvimento e a consolidação de
conceitos e competências dos estudantes do Ensino Médio nas diversas
disciplinas, com foco em compreensão de textos, raciocínio, articulação
lógico-abstrata de conteúdos e resolução de problemas.

83
As disciplinas são divididas em dois blocos (I – Língua Portuguesa,
História, Língua Inglesa, Filosofia, Educação Física e Arte; II – Matemática,
Física, Biologia, Química e Geografia), cada um com três apostilas/módulos.

O desafio, portanto, é continuarmos lutando pela melhoria da Educação,


em todos os níveis, notadamente aquele que acontece nas instituições
públicas, com práticas que valorizem a participação da comunidade, que se
manifesta, na sala de aula, no cuidado e no respeito com os saberes discentes
e as relações interpessoais.

OLHANDO DE PERTO
Informações Educacionais do Estado do Ceará (Visite a aula online
para realizar download deste arquivo.).

A Reforma da Educação Básica no Ceará [59] (Visite a aula online


para realizar download deste arquivo.).

EXERCITANDO
1. Cite duas políticas educacionais para cada uma das modalidades de
ensino.
2. O que é o PNE? Quais são as diretrizes do projeto do PNE 2011/2020?
3. O que é o PDE? Quando ele foi lançado?
4. Em relação às conferências educacionais, responda: i) o que são elas?;
ii) qual é a sua finalidade?; e iii) quem pode participar delas?
5. Cite algumas determinações da Lei nº 11.738/08 e comente a
importância dessas para a transformação da Educação Brasileira.
6. Cite e explique duas políticas educacionais destinadas à Educação
Superior.
7. Apresente duas políticas educacionais desenvolvidas pela SEDUC/CE.

FONTES DAS IMAGENS


1. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2011/Decreto/D7480.htm
2. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=293&Itemid=810
3. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=286&Itemid=798
4. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=287&Itemid=819
5. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=290&Itemid=816
6. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=16717&Itemid=1117
7. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=16778&Itemid=1125

84
8. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2006/Decreto/D5800.htm
9. http://uab.capes.gov.br/index.php
10. http://www.capes.gov.br/
11. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2009/Decreto/D6755.htm
12. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=290&Itemid=816
13. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=259&Itemid=817
14. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12395&Itemid=677
15. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=17441&Itemid=817
16. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=286&Itemid=799
17. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=290&Itemid=816
18. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=17457&Itemid=817
19. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=17460&Itemid=817
20. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2005/Lei/L11129.htm
21. http://www.mds.gov.br/webarquivos/legislacao/assistencia_social/por
tarias/2009/PORTARIA%20No%20171_2009_%20ATUALIZADA_2011.pdf
22. http://portal.mec.gov.br/expansao-da-rede-federal/194-secretarias-
112877938/secad-educacao-continuada-223369541/17462-projovem-
urbano-novo
23. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12306&Itemid=817
24. http://portal.mte.gov.br/politicas_juventude/projovem-
trabalhador.htm
25. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=16690&Itemid=1115
26. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=288&Itemid=825
27. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12507&Itemid=826
28. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=290&Itemid=816
29. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=17428&Itemid=817
30. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=17430&Itemid=817
31. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=290&Itemid=816
32. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12315&Itemid=817
33. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12258&Itemid=817
34. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_docman&task=doc_download&gid=8527&Itemid=

85
35. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=17448&Itemid=817
36. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12502&Itemid=823
37. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=16717&Itemid=1117
38. http://www.capes.gov.br/
39. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10172.htm
40. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/Mensagem_Veto/2001/M
v0009-01.htm
41. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=234:pne-
apresentacao&catid=156:pne&Itemid=278
42. http://www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a2728100.pdf
43. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&task=view&id=8810
44. http://portal.mec.gov.br/arquivos/conferencia/index.html
45. http://3.bp.blogspot.com/-smZGLWTB9lI/SpxZItL6GqI/AAAAAAAAA
A0/wsvPXM1KxkU/s640/piso+j%25C3%25A1.jpg
46. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2008/Lei/L11738.htm
47. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm#
206
48. http://www.infonet.com.br/sysinfonet/images/secretarias/educacao/g
rande-CONAE-2010.jpg
49. http://conae.mec.gov.br/
50. http://3.bp.blogspot.com/-MamZfHI8vvo/TpcNzRw1q3I/AAAAAAAA
AKE/-A_nUbA8_1A/s1600/pib_1.jpg
51. http://conae.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=362:lula-envia-ao-congresso-
nacional-pl-com-as-metas-para-2011-2020&catid=102:destaque
52. http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?
idProposicao=490116
53. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2005/Lei/L11096.htm
54. http://prouniportal.mec.gov.br/
55. http://www.youtube.com/watch?v=hNEaUH5Z1J0
56. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2007/Decreto/D6096.htm
57. http://reuni.mec.gov.br/
58. http://www.idadecerta.seduc.ce.gov.br/
59. http://www.scielo.br/pdf/ea/v15n42/v15n42a06.pdf
60. http://www.denso-wave.com/en/

Responsável: Profª. Nidia Barone


Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual

86
ESTRUTURA, POLÍTICA E GESTÃO EDUCACIONAL
AULA 03: POLÍTICAS PÚBLICAS, GESTÃO E FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA.
AVALIAÇÃO DO SISTEMA ESCOLAR BRASILEIRO

TÓPICO 02: GESTÃO EDUCACIONAL

AJUDA
GESTÃO
GIDE – Gestão Integrada da Escola
PDE – Plano de Desenvolvimento da Escola
PMMEB – Programa de Modernização e Melhoria da Educação Básica
PPP – Projeto Político-Pedagógico

No art. 206, inciso VI, da CF, está resguardada, in verbis, "[...] gestão
democrática do ensino público, na forma desta Lei;", a qual se constitui num
dos princípios que devem orientar o ensino. A LDB, no seu art. 3º, inciso
VIII, ampliou esta determinação, quando afirmou que o ensino será
ministrado com base na, in verbis: "[...] gestão democrática do ensino
público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;".
Fonte [1]
Estudamos na aula 2 que os artigos 14 e 15, da LDB, respectivamente,
tratam da gestão do ensino e da autonomia das escolas. Enquanto o artigo 14
apresenta os princípios que os sistemas de ensino devem observar quando
definirem as normas da gestão democrática do ensino público, o artigo 15
garante a autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira das
unidades escolares públicas.

ARTIGOS 14 E 15, DA LDB

ART. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão


democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas
peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto


pedagógico da escola;

II - participação das comunidades escolar e local em conselhos


escolares ou equivalentes.

ART. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares


públicas de educação básica que os integram progressivos graus de
autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas
as normas gerais de direito financeiro público.

BRASIL
O MEC desenvolve vários programas e ações [2] que visam ao
fortalecimento da gestão democrática na Educação Básica:

Programa de Apoio aos Dirigentes Municipais de Educação - Pradime

Programa Nacional de Capacitação dos Conselheiros Municipais de


Educação

Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares


87
Programa de Fortalecimento Institucional das Secretarias Municipais de
Educação do Semiárido

Escola de Gestores da Educação Básica

PDE - Escola

Conforme o Censo Escolar de 2004, cerca de 30% dos gestores escolares


têm apenas o nível médio, motivo pelo qual o Governo Federal tem envidado
esforços no sentido de melhorar a sua qualificação, o que se percebe na
Escola de Gestores da Educação Básica [4], que objetiva formar gestores
Fonte [3] escolares das escolas públicas da Educação Básica numa perspectiva de
gestão democrática e de efetivação do direito à Educação.

O Conselho Escolar é composto por representantes da comunidade –


escolar (direção, representação dos professores, dos trabalhadores em
educação não docentes, dos estudantes e pais/responsáveis pelos estudantes)
e local – os quais têm a responsabilidade de deliberar sobre questões
político-pedagógicas, administrativas e financeiras da escola. Para tanto, o
Conselho Escolar precisa determinar as ações e os meios necessários para
alcançar as finalidades desejadas, as quais deverão constar do respectivo
projeto político-pedagógico (PPP).

O PPP, cuja elaboração compete ao Conselho Escolar, deve expressar os


anseios da comunidade – escolar e local – enunciando as prioridades e os
objetivos de cada unidade acadêmica, bem como os problemas que precisam
ser superados e as estratégias (práticas) coletivas necessárias para alcançar
as metas estabelecidas. Na redação deste documento, devem ser
considerados as experiências dos profissionais, a cultura e o currículo locais,
as peculiaridades do sistema de ensino e, ainda, as Diretrizes Curriculares
Nacionais, de modo que ele contemple as demandas e os desafios de uma
sociedade cada vez mais complexa.

LEITURA COMPLEMENTAR
PPP [5]

PPP e a construção da autonomia e da democracia na escola [6]


(Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

Percebe-se, portanto, o quanto o Conselho Escolar constitui-se num


importante e indispensável instrumento para a transformação do cenário
escolar, uma vez que ele propicia a participação da comunidade em todos os
momentos do cotidiano educacional (planejamento, execução e avaliação),
favorecendo o desenvolvimento de uma cultura democrática, cidadã, que
Fonte [7]
contempla a maioria, e afastando a cultura patrimonialista, segregacionista,
que favorece apenas alguns, notadamente os próximos dos "detentores" do
poder escolar.

As funções do Conselho Escolar são:

88
A) DELIBERATIVAS: quando decidem sobre o projeto político-
pedagógico e outros assuntos da escola, aprovam encaminhamentos de
problemas, garantem a elaboração de normas internas e o cumprimento
das normas dos sistemas de ensino e decidem sobre a organização e o
funcionamento geral das escolas, propondo à direção as ações a serem
desenvolvidas. Elaboram normas internas da escola sobre questões
referentes ao seu funcionamento nos aspectos pedagógico, administrativo
ou financeiro.

B) CONSULTIVAS: quando têm um caráter de assessoramento,


analisando as questões encaminhadas pelos diversos segmentos da escola e
apresentando sugestões ou soluções, que poderão ou não ser acatadas pelas
direções das unidades escolares.

C) FISCAIS (ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO): quando


acompanham a execução das ações pedagógicas, administrativas e
financeiras, avaliando e garantindo o cumprimento das normas das escolas
e a qualidade social do cotidiano escolar.

D) MOBILIZADORAS: quando promovem a participação, de forma


integrada, dos segmentos representativos da escola e da comunidade local
em diversas atividades, contribuindo assim para a efetivação da
democracia participativa e para a melhoria da qualidade social da
educação.

Extraído de:

Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares [8]


(Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

DICA
Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares [9].

Cadernos publicados pelo MEC sobre os Conselhos Escolares [10].

CEARÁ
É importante destacar as políticas desenvolvidas pela SEDUC no sentido
de propiciar a gestão democrática da educação, com a valorização da
participação da comunidade, como se depreende, por exemplo, nas eleições
diretas para diretor (1995, 1998, 2001 e 2004), na constituição dos núcleos
gestores – Diretor, Coordenador Pedagógico, Coordenador Administrativo-
Financeiro, Coordenador Escolar (Gestão) e Secretário (composição no caso
da escola ser de nível A, com mais de 1.500 estudantes) – e dos conselhos
escolares.

É claro que isso não basta para se ter uma gestão democrática no
ambiente escolar, nem é a garantia de que as decisões emanarão do coletivo,
mas representa um avanço, tendo em vista o clientelismo que campeou,
durante décadas, em terras alencarinas (não somente!).

A SEDUC desenvolveu a Gestão Integrada da Escola (GIDE), com o


intuito de integrar os documentos de gestão – Projeto Político Pedagógico

89
(PPP), Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE) e Programa de
Modernização e Melhoria da Educação Básica (PMMEB) – e incrementar os
resultados obtidos por eles.

LEITURA COMPLEMENTAR
Parecer do Conselho Estadual de Educação sobre a GIDE.

A DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCOLA

(...) a efetivação de uma lógica de gestão democrática é sempre


processual e, portanto, permanente vivência e aprendizado. É um processo
eminentemente pedagógico, que envolve, entre outros, o conhecimento da
legislação, a discussão e a participação nas modalidades de provimento ao
cargo de dirigente escolar, a implantação e consolidação de mecanismos de
participação, tais como Conselho Escolar.

Em uma unidade escolar, normalmente, o diretor assume o papel de


coordenador das atividades gerais da escola e, nesse sentido, assume um
conjunto de responsabilidades a serem partilhadas com os diferentes
segmentos da escola. Há alguns anos, o diretor centralizava em suas mãos
a tomada de decisões e pouco partilhava com as comunidades local e
escolar. A complexidade das tarefas de gestão e organização da escola, o
avanço teórico-prático da educação e de sua gestão, a democratização das
relações escolares e a rediscussão das formas de escolha dos diretores
começam a interferir nessa lógica tradicional de gestão. Isso quer dizer que
a organização e a gestão da escola passam a ser assunto dos diferentes
segmentos que compõem as comunidades local e escolar. Nesse cenário,
questões como avaliação educacional, planejamento escolar, calendário,
projeto político-pedagógico, eleições, festas e muitas outras atividades e
decisões contam com a participação cada vez maior dos pais, dos
estudantes, dos professores, dos funcionários, entre outros.

Essas mudanças acarretam a necessidade de se pensar o processo de


organização e os mecanismos de participação na escola e, ainda, de
estruturar a gestão com a participação de outros membros além do diretor.
Nessa direção, algumas escolas passam a ter uma equipe gestora, contando
com coordenadores, supervisores, vice-diretor(es), professores etc., que
trabalham coletivamente com o diretor, buscando soluções e alternativas
para melhorar o funcionamento das escolas.

Mas não é só isso. Muitas escolas têm experimentado o fortalecimento


do Conselho Escolar como espaço de decisão e deliberação das questões
pedagógicas, administrativas, financeiras e políticas da escola. Ou seja,
essas escolas veem o Conselho Escolar como um grande aliado na luta pelo
fortalecimento da unidade escolar e pela democratização das relações
escolares.

O processo de democratização da escolha de diretores tem contribuído


para se repensar a gestão escolar e o papel do diretor. Há uma tendência
crescente de entender o diretor como líder da comunidade e como gestor
público da educação e não como mero representante ou preposto de um

90
determinado governo. Refletindo sobre os diretores eleitos, Paro afirma
que

parece que o diretor consegue perceber melhor,


agora, sua situação contraditória, pelo fato de ser
mais cobrado pelos que o elegeram. Esse é um fato
novo que não pode ser menosprezado. À sua
condição de responsável último pela escola e de
preposto do Estado no que tange ao cumprimento
da lei e da ordem na instituição escolar, soma-se
agora seu novo papel de líder da escola, legitimado
democraticamente pelo voto de seus comandados,
que exige dele maior apego aos interesses do pessoal
escolar e dos usuários, em contraposição ao poder
do Estado. Isto serviu para introduzir mudanças na
conduta dos diretores eleitos, que passaram a ver
com as solicitações de professores, funcionários,
estudantes e pais (PARO, 2001, p. 69).

Esse processo de mudança, que amplia o estabelecimento de ações


compartilhadas na escola e fortalece a forma de organização coletiva, com a
estrutura de equipe gestora, e a criação e atuação dos Conselhos Escolares
têm se mostrado um dos caminhos para se avançar na democratização da
gestão escolar. Nessa direção, definir claramente as atribuições e o papel
político da equipe gestora e do Conselho Escolar é fundamental. De igual
modo, é necessário destacar as atribuições comuns das duas instâncias e
suas formas de articulação político-pedagógica.

A esse respeito, Paro (2001, p. 81-82) afirma que,

inteirado o conselho numa política mais ampla


da gestão escolar, parece que outra importante
questão a ser enfrentada refere-se à necessidade de
uma definição mais precisa de suas funções,
dotando-o de atribuições e competências que o
tornem coresponsável pela direção da escola, sem
provocar choque de competências com o diretor [...].
Uma solução que se poderia imaginar para essa
questão é a de dotar o conselho de escola de funções
diretivas, semelhantes às que tem hoje o diretor.
Dessa forma, o responsável último pela escola
deixaria de ser o diretor, passando a ser o próprio
conselho, em co-responsabilidade com o diretor,
que dele também faz parte. A vantagem desse tipo
de solução é que o conselho, na condição de
entidade coletiva, fica menos vulnerável, podendo
tomar medidas mais ousadas, sem que uma pessoa,
sozinha, corra o risco de ser punida pelos escalões
superiores. Supõe-se que, assim, o dirigente da

91
escola (o conselho) detenha maior legitimidade e
maior força política, posto que representa todos os
setores da escola. Seu poder de barganha e sua
capacidade de pressão, para reivindicar benefícios
para a escola, seriam, também, superiores ao do
diretor isolado.

A democratização da gestão por meio do fortalecimento dos


mecanismos de participação na escola, em especial do Conselho Escolar,
pode-se apresentar como uma alternativa criativa para envolver os
diferentes segmentos das comunidades local e escolar nas questões e
problemas vivenciados pela escola. Esse processo, certamente,
possibilitaria um aprendizado coletivo, cujo resultado poderia ser o
fortalecimento da gestão democrática na escola.

Nesse processo, o conhecimento e o redimensionamento da legislação,


visando garantir reais possibilidades de participação e organização
colegiada, são fundamentais para a garantia da democratização das
relações e do poder na unidade escolar. Por outro lado, fortalecer
instâncias de participação, como o Conselho Escolar, buscando formas de
ampliar a participação ativa de professores, coordenadores, orientadores
educacionais, estudantes, funcionários, pais de estudantes e comunidade
local é muito importante para a efetivação de um processo de gestão
inovador que expresse, a cada dia, as possibilidades de construção de uma
nova cultura escolar.

Extraído de

http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad5.pdf
[11] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

Como vimos neste tópico, a concepção vigente de gestão educacional


rejeita a anterior em que o poder se concentrava nas mãos apenas do
secretário, diretor e/ou professor e privilegia as práticas que incentivam a
ampla participação dos demais agentes. No cenário escolar, o desafio assume
tons mais fortes, tendo em vista que, em virtude do tempo que passamos
(profissionais da educação e estudantes) nesta instituição, podemos (ou não)
ter lições proveitosas sobre cidadania, cujo aprendizado nos habilitará para a
vida numa sociedade permeada de injustiça, a qual demanda um esforço
coletivo para sua transformação.

MULTIMÍDIA
LDB – Gestão Democrática e Autonomia Pedagógica (1/2) [12]

LDB – Gestão Democrática e Autonomia Pedagógica (2/2) [13]

OLHANDO DE PERTO
Conselho Escolar e autonomia [14] (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.)

92
Gestão da educação básica e o fortalecimento dos Conselhos Escolares
[15] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

Políticas e gestão da educação básica no Brasil: limites e perspectivas


[16] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

EXERCITANDO
1. Em relação ao Conselho Escolar, responda: i) como ele é composto?; ii)
quais são as suas atribuições?; iii) qual é a sua importância na
democratização da escola, em especial no que se refere ao PPP; e iv) cite e
explique as suas funções.
2. Resolva as seguintes questões sobre o PPP: i) o que significa tal sigla?;
ii) quem são as pessoas que deve elaborá-lo?; iii) o que deve nele constar?;
e iv) qual é a sua importância para a transformação da Educação?
3. O que é a GIDE?

FONTES DAS IMAGENS


1. http://1.bp.blogspot.com/-6sTPY34IByY/TVUkqJoJILI/AAAAAAAAAD
0/CIg5pnOPyRs/s1600/gest%25C3%25A3o%2Bescolar.JPG
2. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12492&Itemid=811
3. http://www.cefort.ufam.edu.br/portal/images/stories/logo-escola-
gestores.jpg
4. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12337:escola-de-gestores-da-
educacao-basica-apresentacao&catid=300:escola-de-gestores-da-educacao-
basica&Itemid=693
5. http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-
avaliacao/planejamento/projeto-politico-pedagogico-ppp-pratica-
610995.shtml
6. http://www.scielo.br/pdf/es/v24n83/a14v2483.pdf
7. http://modeloxique.blogspot.com/2011/04/brasileiros-desconhecem-o-
papel-do.html
8. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad1.pdf
9. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12384:conselhos-escolares-
apresentacao&catid=316:conselhos-escolares&Itemid=655
10. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12619%3Apublicacoes-dos-
conselhos-escolares&catid=195%3Aseb-educacao-basica&Itemid=859
11. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad5.pdf
12. http://www.youtube.com/watch?v=2jO9LMgS86E
13. http://www.youtube.com/watch?v=jcyv7Uz8qdU
14. http://escoladegestores.mec.gov.br/site/4-sala_politica_gestao_escola
r/pdf/conselho_esc_autonomia.pdf
15. http://www.scielo.br/pdf/er/n31/n31a09.pdf
16. http://www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a1428100.pdf
17. http://www.denso-wave.com/en/

Responsável: Profª. Nidia Barone


Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual

93
ESTRUTURA, POLÍTICA E GESTÃO EDUCACIONAL
AULA 03: POLÍTICAS PÚBLICAS, GESTÃO E FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA.
AVALIAÇÃO DO SISTEMA ESCOLAR BRASILEIRO

TÓPICO 03: FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO

AJUDA
FINANCIAMENTO
DRU – Desvinculação de Receitas da União
FIES – Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior
FPM – Fundo de Participação do Município
FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica
e de Valorização dos Profissionais da Educação
FUNDEF – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério
FUNDESCOLA – Fundo de Fortalecimento da Escola
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura

Para transformar as políticas públicas em realidade, é necessário, dentre


outras coisas, dinheiro ($)! Nesse tópico, estudaremos as fontes de
financiamento da Educação.

Temos assistido, recentemente, a dois fenômenos interessantes. De um


lado, uma progressiva redistribuição de responsabilidades, notadamente no
campo educacional, da União para Estados e Municípios, o que pode
permitir ações e gestões mais democráticas. Por outro lado, o incremento dos
percentuais legais dos recursos financeiros destinados à Educação.

PARADA OBRIGATÓRIA
Artigos da CF que tratam do Financimento da Educação (Visite a aula
online para realizar download deste arquivo.).

A LDB, nos artigos 68 a 77, que compõem o TÍTULO VII (Dos Recursos
Financeiros), contempla o financiamento da Educação.

O artigo 68 apresenta as fontes dos recursos públicos destinados à


Educação, enquanto o artigo 69 determina os percentuais mínimos de
aplicação na manutenção e desenvolvimento do ensino público, da receita
resultante de impostos, da União (18%) e dos Estados, Distrito Federal e
Municípios (25%), nos termos do art. 212 da CF. A fiscalização dos órgãos
competentes quanto aos recursos públicos priorizará os percentuais supra
(art. 73).

94
As despesas consideradas como de manutenção e desenvolvimento do
ensino são detalhadas no artigo 70, enquanto o artigo seguinte especifica as
que não se enquadram.

Objetivando à transparência das origem e destinação destes recursos, o


artigo 72 determina que as receitas e despesas com manutenção e
desenvolvimento do ensino serão apuradas e publicadas nos balanços do
Poder Público.

O regime de colaboração entre União, Estados, Distrito Federal e


Municípios quanto ao padrão mínimo de oportunidades educacionais para o
ensino fundamental é celebrado no artigo 74.

Os artigos 75 e 76 tratam, respectivamente, da ação supletiva e


redistributiva da União e dos Estados com vista a corrigir as disparidades de
acesso e garantir o padrão mínimo de qualidade de ensino, sendo
condicionado todavia ao cumprimento, por parte dos entes federados, do
disposto nesta Lei.

Recursos públicos podem ser utilizados por escolas comunitárias,


confessionais ou filantrópicas, que atenderem os requisitos elencados no
artigo 77.

PARADA OBRIGATÓRIA
Artigos 68 a 77, da LDB (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.).

ORIGEM DOS RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS PARA A EDUCAÇÃO

O sistema de financiamento da educação no Brasil está estruturado em


um conjunto de preceitos constitucionais que regem o gasto das receitas
gerais, um certo número de fontes vinculadas à educação e uma variedade
de instituições criadas para cumprir objetivos educacionais específicos. Em
geral, a prioridade declarada tem sido colocada como sendo a educação
básica, mas nem sempre, na prática, a redistribuição tem refletido essa
prioridade (Xavier; Marques, 1994).

No caso da União, os recursos orçamentários provêm de fontes


ordinárias e de recursos orçamentários vinculados, entre os quais se
destacam:

a) 1/3 dos recursos do Salário-educação; b)


18%, no mínimo da receita resultante de impostos;
c) operações de créditos, como os financiamentos do
Banco Mundial; e d) créditos internos, como parte
da receita do antigo Fundo de Apoio ao
Desenvolvimento Social (FAZ) e Crédito Educativo.

95
Os Estados têm obrigação constitucional de alocar para o ensino
fundamental: 2/3 dos recursos do Salário-educação arrecadados no
próprio Estado; 25%, no mínimo, dos recursos da receita própria de
impostos, decorrentes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS), Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e Imposto
sobre a Propriedade de Veículos Automotores e taxas diversas; 25%, no
mínimo, dos recursos transferidos pela União, entre eles os do Fundo de
Participação dos Estados (FPE); e outros recursos, provenientes de cotas
adicionais do Salário-educação sob a responsabilidade da União e outras
transferências.

Nos municípios, a Educação é financiada por 25%, no mínimo, dos


recursos da receita própria de impostos municipais, inclusive o Imposto
Predial e Territorial Urbano, Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
e Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos; por
25%, no mínimo, dos recursos transferidos pela União, entre eles os do
Fundo de Participação dos Municípios (FPM); por 25%, no mínimo, dos
recursos transferidos pelo Estado; e por outros recursos provenientes da
União os dos Estados, como cotas do Salário-educação ou transferências.

Extraído de França (2004, p. 71).

Durante a Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada,


em 1990, na cidade de Jomtien, na Tailândia, que foi promovida pela
Unesco, Unicef, PNUD e Banco Mundial, foi aprovada uma resolução,
assinada pelo Brasil, em defesa da melhoria da educação básica, propiciando
a todos o direito de terem acesso aos conhecimentos básicos necessários à
vida digna, marca inalienável de uma sociedade justa.

Em virtude deste compromisso, o Brasil elaborou, em 1993, o Plano


Decenal de Educação para Todos [1], cuja meta principal era assegurar, no
período de 1993 a 2003, a crianças e adolescentes em idade escolar o acesso
aos conteúdos mínimos em matéria de aprendizagem que respondam às
necessidades elementares da vida contemporânea, que se expressaria na
universalização da educação fundamental e na erradicação do analfabetismo.

Estes acontecimentos ensejaram a criação, em 1998, do Fundo de


Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério (FUNDEF), mediante a Lei nº 9.424/96 [2] (texto original).

Fonte [3]

96
Os estudiosos do FUNDEF reconhecem a importância de
garantir o financiamento do Ensino Fundamental e de propiciar a
descentralização financeira. Destacam, ainda, a determinação
legal de destinar pelo menos 60% dos recursos do FUNDEF ao
pagamento de todos os profissionais do magistério em exercício,
incluindo os professores em sala de aula, os profissionais em
atividades pedagógicas e a habilitação dos leigos, o que propiciou
o financiamento da educação em regiões mais pobres do País.

Por outro lado, eles criticam o fato de que parte dos recursos alocados
neste nível provêm de outros níveis, ou seja, como se diz popularmente,
"cobrindo um santo e descobrindo outro". Outra ressalva refere-se ao valor
aluno-ano pago pela União, uma vez que ele está defasado, obrigando, assim,
Estados e Municípios a arcarem com o déficit contábil.

Nos anos 90, foram aprovadas, pelo Congresso Nacional, duas normas
que diminuíram, de forma substancial, os recursos destinados à Educação: a
DRU e a Lei Kandir.

Em 1994, entrou em vigor a Desvinculação de Receitas da União (DRU),


que permite que 20% da receita da União seja aplicada como ela desejar, o
que implicava na redução do percentual da Educação de 18% para 13,4%. Em
novembro de 2009, foi promulgada a Emenda Constitucional n° 59, que
determina que as verbas da Educação não sejam mais retidas pela DRU. Em
2009, a retenção será de 12,5%, em 2010, o percentual cairá para 5% e em
2011, será zerada, ou seja, a Educação receberá integralmente os recursos
financeiros que têm direito, conforme a Constituição.

Em termos de cifras, o MEC estima que, neste período, a Educação


deixou de receber cerca de R$ 100 bilhões. Com o fim da DRU na Educação,
o governo liberará ao MEC, já em 2009, cerca de R$ 4 bilhões, e em 2010,
cerca de R$ 7 bilhões.

A Lei Kandir, de 1996, determinou a desoneração das exportações do


ICMS, que incide sobre produtos e serviços. Se por um lado, esta medida
incrementa a Economia, por outro lado, reduz o montante arrecadado deste
imposto, o qual é, proporcionalmente, repassado a Estados e Municípios.

Fonte [4]

Objetivando ampliar a sua atuação no cenário educacional, o governo


federal propôs e o Congresso Nacional aprovou a substituição do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do

97
Magistério (FUNDEF) pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB),
mediante a Lei nº 11.494/07 [5].

DICA
FUNDEB (MEC) [6].

FUNDEB (FNDE) [7].

PARADA OBRIGATÓRIA
Recursos do FUNDEB: origem, utilização e fiscalização (Visite a aula
online para realizar download deste arquivo.).

MULTIMÍDIA
Políticas públicas - FUNDEB (1/2) [8]

Políticas públicas - FUNDEB (2/2) [9]

Uma contribuição social muito importante para a Educação pública é o


salário-educação (art. 212, § 5º, da CF), que é recolhido pelas empresas
contribuintes no percentual de 2,5% sobre o total de remunerações pagas ou
creditadas aos segurados e repassado ao Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE) [10].

O FNDE é uma autarquia do MEC e tem como missão prestar


assistência financeira e técnica e executar ações que contribuam para uma
educação de qualidade a todos.

DICA
Salário-educação [11].

O Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES)


[12], criado pela Lei nº 10.260 [13], de 12 de julho de 2001, financia a
graduação de estudantes em instituições não gratuitas. A Lei nº 12.202 [14],
de 14 de janeiro de 2010, alterou alguns dispositivos originais, permitindo,
por exemplo, que profissionais do magistério público e médicos dos
programas de saúde abatam o seu saldo devedor em virtude do seu exercício
laboral.

São esses os programas implementados, atualmente, pelo FNDE [15]:

◾ Alimentação escolar (PNAE) [16]


◾ Biblioteca da escola [17]
◾ Brasil profissionalizado [18]
◾ Caminho da escola [19]
◾ Dinheiro direto na escola [20]

98
◾ Formação pela escola [21]
◾ Livro didático [22]
◾ Plano de ações articuladas (PAR) [23]
◾ ProInfância [24]
◾ Transporte do escolar (PNATE) [25]

Devem ser citadas, também, essas ações que impactaram positivamente


na Educação Básica:

◾ Melhoria e expansão do ensino médio (PROMED) [26]


◾ Projeto Alvorada [27]

LEITURA COMPLEMENTAR
A Conferência de Jomtien [28]

O Banco Mundial e a Educação [29]

Financiamento da educação infantil (Visite a aula online para realizar


download deste arquivo.)

Financiamento do ensino médio [30] (Visite a aula online para


realizar download deste arquivo.)

OLHANDO DE PERTO
Financiamento da Educação e Políticas Públicas [31] (Visite a aula
online para realizar download deste arquivo.)

Implicações do Programa Dinheiro Direto na Escola para a gestão


democrática da escola pública (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.)

Perspectivas e desafios no debate sobre financiamento e gestão da


Educação: da CONAE a um novo PNE (Visite a aula online para realizar
download deste arquivo.)

Política de Fundos e o financiamento da educação [32] (Visite a aula


online para realizar download deste arquivo.)

EXERCITANDO
1. Quais são os percentuais mínimos de aplicação na manutenção e
desenvolvimento do ensino público da receita resultante impostos dos
diferentes níveis de poder?
2. Elenque algumas despesas que são consideradas como de manutenção e
desenvolvimento do ensino.
3. Em que escolas o dinheiro público pode ser utilizado?
4. O que era o FUNDEF? Cite algumas de suas determinações legais.
5. O que é a DRU? Como ela influenciou o financiamento educacional?
6. O que é o FUNDEB? Cite algumas de suas determinações legais.

99
7. O que é o salário-educação? Como ele é utilizado na melhoria da
Educação? Cite alguns programas financiados pelo FNDE.

FONTES DAS IMAGENS


1. http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=91
2. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9424.htm
3. http://www.politicainrosa.com.br/wp-content/uploads/2016/02/05.gif
4. http://3.bp.blogspot.com/_ZW2nHGs9Ipg/SavQ2clQf6I/AAAAAAAAA
AU/LhExn4Evto8/S1600-R/FUNDEB2.jpg
5. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2007/Lei/L11494.htm
6. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12327&Itemid=669
7. http://www.fnde.gov.br/financiamento/fundeb/fundeb-apresentacao
8. http://www.youtube.com/watch?v=5KeNVR_4IKo
9. http://www.youtube.com/watch?v=EexWLi4JurU
10. http://www.fnde.gov.br/index.php
11. http://www.fnde.gov.br/financiamento/salario-educacao/salario-
educacao-entendendo-o
12. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=198&Itemid=303
13. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10260.htm
14. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2010/Lei/L12202.htm
15. http://www.fnde.gov.br/
16. http://www.fnde.gov.br/programas/alimentacao-escolar/alimentacao-
escolar-apresentacao
17. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12368&Itemid=574
18. http://portal.mec.gov.br/index2.php?
option=com_content&view=article&id=12325&Itemid=663
19. http://www.fnde.gov.br/programas/caminho-da-escola/caminho-da-
escola-apresentacao
20. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12320&Itemid=259
21. http://www.fnde.gov.br/programas/formacao-pela-escola/formacao-
pela-escola-apresentacao
22. http://www.fnde.gov.br/?Itemid=887
23. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&id=159&Itemid=235
24. http://www.fnde.gov.br/programas/proinfancia/proinfancia-
apresentacao
25. http://www.fnde.gov.br/programas/transporte-escolar/transporte-
escolar-apresentacao
26. http://www.fnde.gov.br/fnde/sala-de-
imprensa/noticias/itemlist/tag/Promed%20%28Programa%20de%
20Melhoria%20e%20Expans%C3%A3o%20do%20Ensino%20M%C3%
A9dio%29
27. http://www.mds.gov.br/relcrys/alvorada/apresentacao.htm#1
28. http://www.educacaoonline.pro.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=22:a-conferencia-de-jomtien-e-a-

100
educacao-para-todos-no-brasil-dos-anos-
1990&catid=4:educacao&Itemid=15
29. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
25551998000100004&lng=pt&nrm=iso
30. http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v15n55/a04v1555.pdf
31. http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v21n55/5540.pdf
32. http://www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a1228100.pdf
33. http://www.denso-wave.com/en/

Responsável: Profª. Nidia Barone


Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual

101
ESTRUTURA, POLÍTICA E GESTÃO EDUCACIONAL
AULA 03: POLÍTICAS PÚBLICAS, GESTÃO E FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA.
AVALIAÇÃO DO SISTEMA ESCOLAR BRASILEIRO

TÓPICO 04: AVALIAÇÃO DO SISTEMA ESCOLAR BRASILEIRO

AJUDA
INSTRUMENTOS, ÍNDICES E SISTEMAS DE AVALIAÇÃO
Brasil
ANEB – Avaliação Nacional da Educação Básica
ANRESC – Avaliação Nacional do Rendimento Escolar
ENADE – Exame Nacional de Desempenho de Estudantes
ENCCEJA – Exame Nacional para Certificação de Competências de
Jovens e Adultos
ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio
IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
PISA – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes
SAEB – Sistema de Avaliação da Educação Básica
SINAES – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
SISU – Sistema de Seleção Unificada

Ceará
SPAECE – Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará

No contexto educacional, compreende-se, cada vez mais, que a avaliação


não está apenas no final do processo, mas deve estar presente em todos os
momentos. Para planejar uma política o gestor precisa conhecer a realidade,
ou seja: elaborar um diagnóstico.

BRASIL
Desde o final dos anos 90, o MEC tem criado diversos instrumentos,
índices e sistemas para avaliar a qualidade da Educação Brasileira. Na sua
prática docente, é fundamental que o(a) licenciado(a) os conheça.

Com as informações colhidas, o MEC e as Secretarias estaduais e


municipais de Educação identificam as áreas que demandam ações para
aprimorar a qualidade da Educação e reduzir as desigualdades.

EDUCAÇÃO BÁSICA

O Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) é composto por


duas avaliações: Avaliação Nacional de Rendimento Escolar (ANRESC),
também conhecida como Prova Brasil, e a Avaliação Nacional da Educação
Básica (ANEB). As provas, elaboradas pelo INEP, são de Português (com
foco em leitura) e Matemática (com foco na resolução de problemas). É
também respondido um questionário socioeconômico.

A ANRESC (Prova Brasil), que é censitária, abrange estudantes do 5º e


9º anos do Ensino Fundamental, matriculados em escolas públicas urbanas e
rurais com pelo menos 20 estudantes. A ANEB, que é amostral, contempla
estudantes do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental, das redes pública
(urbano e rural) e privada, e do 3º ano do Ensino Médio das redes pública

102
(urbana e rural) e privada. As provas aplicadas no Ensino Fundamental são
as mesmas na ANRESC e na ANEB.

LEITURA COMPLEMENTAR
SAEB (INEP) [1]

SAEB: Histórico e instrumentos (Visite a aula online para realizar


download deste arquivo.)

O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) foi criado em 1998 para


avaliar o desempenho do estudante ao final da Educação Básica. Com caráter
facultativo, o ENEM era utilizado para selecionar estudantes interessados em
receber bolsa do Programa Universidade para Todos (PROUNI).

Em 2009, o MEC propôs a reformulação do ENEM, com a sua utilização


como forma de seleção unificada nos processos seletivos das universidades
públicas federais. Para saber mais sobre o ENEM, visite o MEC [2] e o INEP
[3]. A partir de 2010, o ENEM tornou-se obrigatório para todos os
estudantes do ensino médio público, permitindo, desta forma, a certificação
dos cursos. Em virtude da organização de conteúdos (Linguagens e códigos,
Matemática, Ciências da natureza e Ciências humanas) e das características
das questões, o novo formato do ENEM tem propiciado um debate sobre a
reforma do currículo do ensino médio, com a crescente integração entre as
disciplinas que compõem cada área.

MULTIMÍDIA
Novo ENEM [4]

O Sistema de Seleção Unificada (SISU) [5] foi instituído e


regulamentado pela Portaria Normativa nº 02 [6] (Visite a aula online para
realizar download deste arquivo.), de 26 de janeiro de 2010, do Ministério da
Educação, com o objetivo de selecionar candidatos a vagas em cursos de
graduação ofertados pelas instituições públicas de educação superior que a
ele aderirem. O estudante precisa ter nota no ENEM para se inscrever no
SISU, uma vez que ela é o critério adotado para selecionar os candidatos. No
SISU, o estudante pesquisa as instituições e os seus respectivos cursos
participantes, bem como as vagas disponíveis.

O Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e


Adultos (ENCCEJA) [7] foi instituído através da Portaria nº 2.270 [8] (Visite
a aula online para realizar download deste arquivo.), de 14 de agosto de
2002, com a finalidade de avaliar as habilidades e competências básicas de
jovens e adultos, em nível do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, que
não tiveram oportunidade de acesso à escolaridade regular na idade
apropriada. Para obter a certificação de conclusão de uma dessas etapas
educacionais, o participante se submete a uma prova e precisa alcançar o
mínimo de pontos exigido. O exame é aplicado anualmente e a adesão das
redes de ensino é opcional.

103
O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) [9] é um
programa de avaliação padronizada desenvolvido pela Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD). As avaliações, que são
trienais, abrangem as áreas de Ciências, Linguagem e Matemática,
verificando as competências dos estudantes na faixa de 15 anos,
matriculados no 8º ano do EF ao final do Ensino Médio, e produzindo
indicadores que contribuem para a discussão da qualidade da Educação
ministrada nos países participantes, de modo a subsidiar políticas de
melhoria da Educação Básica.

MULTIMÍDIA
O Brasil no PISA [10]

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) [11] foi criado


em 2007 e é calculado com base no desempenho do estudante em avaliações
do INEP [12] (ANEB e ANRESC) e em taxas de aprovação, conforme o Censo
Escolar [13]. Para que o IDEB (varia de 0 a 10) cresça é preciso que o aluno
aprenda, não repita o ano e frequente a sala de aula. Para conhecer o IDEB –
do Brasil, de um estado, de um município e de uma escola - clique aqui [14].

Os resultados do IDEB em 2005, 2007 e 2009 revelam, dentre outras


coisas:

◾ a melhoria mais significativa ocorreu nos anos iniciais do ensino fundamental;


◾ nos anos finais do ensino fundamental, o acréscimo foi modesto, embora
consistente;
◾ no ensino médio, houve apenas uma leve mudança positiva;
◾ a diferença entre a escola pública e a escola privada é muito grande;
◾ a maioria das metas para 2009 foram atingidas;
◾ a Educação ainda está muito longe das metas de 2021, embora seja
significativa a caminhada registrada por esses índices.

MULTIMÍDIA
IDEB [15]

A Provinha Brasil [16], criada em 2008, diagnostica o nível da


alfabetização e do letramento, no início e no final do ano letivo, dos
estudantes matriculados no segundo ano do ensino fundamental, permitindo
que os professores e os gestores escolares acompanhem, avaliem e melhorem
a Educação ofertada a esta clientela, com vistas a atingir uma das metas do
Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE): todas as crianças devem
saber ler e escrever até os oito anos de idade. A partir do 2º semestre de
2011, também será aplicada a Provinha Brasil de Matemática. Em 2012, as
provas de Leitura e Matemática serão aplicadas duas vezes.

EDUCAÇÃO SUPERIOR

A Educação Superior também tem seus instrumentos de avaliação – das


instituições, dos cursos e do desempenho dos estudantes – que compõem o
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) [17], que foi
criado pela Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004.

104
Os dados obtidos no SINAES permitem que as Instituições de Educação
Superior (IES) avaliem a sua qualidade, que os órgãos públicos planejem
políticas educacionais e que a sociedade oriente as suas escolhas
considerando a realidade dos cursos e das IES.

A Avaliação Institucional contempla a autoavaliação (coordenada pela


Comissão Própria de Avaliação – CPA – de cada instituição) e a avaliação
externa (realizada por comissões designadas pelo INEP).

Conforme o SINAES, os cursos de Graduação precisam ser avaliados


periodicamente, passando por 3 momentos: autorização, reconhecimento e
renovação de reconhecimento. A Avaliação dos cursos de Graduação gera,
dentre outras informações, o Índice Geral de Cursos (IGC) e o Conceito IDD
(Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado).

O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE), avalia,


com o mesmo instrumento, estudantes ingressantes (no início do curso –
entre 7% e 22% da carga horária total) e concluintes (no final do curso – a
partir de 80% da carga horária total), para mensurar o desempenho dos
estudantes com relação aos conteúdos previstos nas diretrizes curriculares
dos cursos de graduação, o desenvolvimento de competências e habilidades
referentes à formação geral e profissional, bem como o nível de atualização
dos estudantes com relação à realidade brasileira e mundial. No período de
1996 a 2003, os cursos de graduação eram avaliados apenas pelo Exame
Nacional de Cursos [18], que ficou conhecido como Provão.

DICA
Avaliação das Instituições de Educação Superior [19]

Avaliação dos cursos de Graduação [20]

Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) [21]

OLHANDO DE PERTO
A contribuição da educação infantil de qualidade e seus impactos no
início do ensino fundamental (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.)

Doze motivos favoráveis à adoção do ENEM pelas IFES (Visite a aula


online para realizar download deste arquivo.)

ENEM: regulação da qualidade do Ensino Médio e o vestibular (Visite


a aula online para realizar download deste arquivo.)

Possíveis impactos das políticas de avaliação no currículo escolar.


(Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

CEARÁ
A SEDUC implantou, em 1992, o Sistema Permanente de Avaliação da
Educação Básica do Ceará (SPAECE [22]), que fornece informações da

105
qualidade da Educação disponibilizada na rede pública, as quais são ponto
de partida para a formulação e acompanhamento das políticas educacionais.

O SPAECE tem três focos: a alfabetização (2° ano do Ensino


Fundamental), o ensino fundamental (5° e 9° anos) e o ensino médio (1ª, 2ª
e 3ª séries). Nestes dois últimos, as provas avaliam as competências e
habilidades nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática.

AVALIAÇÃO DO SISTEMA ESCOLAR BRASILEIRO

Instrumentos avaliativos do sistema escolar brasileiro.

EXERCITANDO
1. Quais são os instrumentos, índices e sistemas de avaliação da Educação
Brasileira? Identifique o público alvo e o conteúdo de cada um desses
instrumentos, índices e sistemas avaliativos.
2. O que é o SISU?
3. Explique, detalhadamente, como a Educação Pública no Ceará é
avaliada.

ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
1. Leia um artigo das seções Olhando de Perto desta aula e redija um
texto com as seguintes informações: i) O título e o(a) autor(a); ii) As
principais ideias do documento; e iii) Sua opinião (concorda ou discorda),
com argumentos, sobre as ideias citadas no item anterior e o que você
aprendeu (e/ou as dúvidas que surgiram) com esta atividade. Coloque a
sua produção (Aula3_AP1.doc) no seu portfólio.

2. Objetivando consolidar o que estudamos ao longo desta disciplina,


vocês vão realizar uma pesquisa de campo numa escola pública, conforme
o roteiro anexo (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.). A pesquisa é dividida em duas partes. A primeira parte pode ser
feita coletivamente (até quatro estudantes por grupo), enquanto a segunda
parte é individual. Coloque o resultado (Aula3_AP2.doc) nos Portfólios
individual e do grupo.

FÓRUM
Apresente e comente dois aprendizados que você teve ao cursar essa
disciplina. A partir deles, o que você poderá fazer para contribuir para o
sucesso das políticas educacionais? Comente, com argumentos e/ou
exemplos, a participação de dois/duas colegas.

REFERÊNCIAS
BRASIL. MEC. Secretaria de Educação Básica. Caderno 1: Conselhos
Escolares: democratização da escola e construção da cidadania.
Disponível aqui [23] (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.). Acesso em: 14 nov. 2007.

106
______. MEC. Secretaria de Educação Básica. Caderno 5: Conselho
Escolar, gestão democrática de educação e escolha do diretor.
Disponível aqui [24] (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.). Acesso em: 14 nov. 2007.

______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as


diretrizes e bases da educação nacional. Disponível aqui [25]. Acesso
em: 29 out. 2007.

______. Lei no 10.172, de 09 de janeiro de 2001. Aprova o Plano


Nacional de Educação. Disponível aqui [26]. Acesso em: 14 nov. 2007.

CEARÁ. Estrutura organizacional da SEDUC. Disponível aqui [27]


(Visite a aula online para realizar download deste arquivo.). Acesso
em: 29 out. 2007.

FRANÇA, Magna. Financiamento da educação: política, mobilização


de recursos e programas para o ensino fundamental. In: CABRAL
NETO, Antônio (Org.). Política educacional: desafio e tendências.
Porto Alegre: Sulina, 2004. p. 67-96.

FONTES DAS IMAGENS


1. http://portal.inep.gov.br/web/prova-brasil-e-saeb/prova-brasil-e-saeb
2. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=13318&Itemid=310
3. http://portal.inep.gov.br/web/enem/enem
4. http://www.youtube.com/watch?v=W3gXZnW_Nv8
5. http://sisu.mec.gov.br/#/principal.php
6. http://ces.ufpel.edu.br/vestibular/download/2009i/portaria_sisu_diari
o.pdf
7. http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12485&Itemid=784
8. http://download.inep.gov.br/educacao_basica/encceja/legistacao/2002
/portaria2270.pdf
9. http://portal.inep.gov.br/pisa-programa-internacional-de-avaliacao-de-
alunos
10. http://www.youtube.com/watch?v=J09MoqRY5Eg
11. http://portal.inep.gov.br/web/portal-ideb/portal-ideb
12. http://portal.inep.gov.br/web/portal-ideb/como-o-ideb-e-calculado
13. http://portal.inep.gov.br/basica-censo
14. http://ideb.inep.gov.br/
15. http://www.youtube.com/watch?v=riDNcIfJ3U8
16. http://provinhabrasil.inep.gov.br/
17. http://portal.mec.gov.br/index.php/?
option=com_content&view=article&id=12303
18. http://portal.inep.gov.br/enade/enc-provao
19. http://portal.inep.gov.br/superior-avaliacao_institucional
20. http://portal.inep.gov.br/superior-condicoesdeensino
21. http://portal.inep.gov.br/enade
22. http://www.seduc.ce.gov.br/index.php/avaliacao-educacional/5170-
spaece
23. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad1.pdf
24. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad5.pdf
25. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm
26. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10172.htm

107
27. http://download.seduc.ce.gov.br/documentos/powerpoint/estrutura_o
rganizacional_da_seduc.ppt
28. http://www.denso-wave.com/en/

Responsável: Profª. Nidia Barone


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