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Revista da Estrutura de Aço | Revista da Estrutura de Aço | Volume 1 | Número 1

Volume 1 | Número 2
Agosto de 2012

CBCA
Centro Brasileiro da Construção em Aço

1
Revista da Estrutura de Aço | Volume 1 | Número 2

ARTIGOS

Análise Teórico-Experimental de Ligações Soldadas


entre Pilares de Perfis de Seção Circular e Vigas de
Perfis I
Sylvia Letizia Ferrarezi Reis, Arlene Maria Sarmanho Freitas,
Geraldo Donizetti de Paula, Marcilio Sousa da Rocha Freitas

64

On the design methods of cold-formed steel wall studs


by the AISI specification
Luiz Carlos Marcos Vieira Junior, Benjamin William Schafer
79

Ajuste de um modelo para estimativa de cargade


flambagem do montante de alma de vigas alveolares
por meio de análise numérica
Washington Batista Vieira, Eliane Gomes da Silveira, José Carlos Lopes Ribeiro,
José Luiz Rangel Paes, Gustavo de Souza Veríssimo

95

Ligação mista viga-pilar resistente a momento


Juliano Lanza Conceição, Gilson Queiroz, Roberval José Pimenta,
Gabriel de Oliveira Ribeiro
111
   

Volume 1. Número 2 (agosto/2012). p. 64‐78   ISSN 2238‐9377 
 
Análise Teórico‐Experimental de Ligações Soldadas 
entre Pilares de Perfis de Seção Circular e Vigas de 
Perfis I 
Sylvia L. F. Reis1, Arlene M. S. Freitas2 *, Geraldo D. de Paula3 Marcílio S. R. 
Freitas4 
 
1
 Doutoranda, Programa de Pós‐Graduação em Engenharia Civil – PROPEC‐
DECIV/EM/UFOP, sylvialetizia@ig.com.br 
2
Professor Doutor, Departamento de Engenharia Civil ‐ PROPEC‐
DECIV/EM/UFOP, arlene@em.ufop.br 
3
Professor Doutor, Departamento de Engenharia Civil ‐ PROPEC‐
DECIV/EM/UFOP, geraldo@em.ufop.br 
3
Professor Doutor, Departamento de Engenharia Civil ‐ PROPEC‐
DECIV/EM/UFOP, marcilio@em.ufop.br 

Theoretical Experimental Analysis of Welded Joints with Circular Hollow 
Section Columns and I Beams 

Resumo 
Neste trabalho é apresentado um estudo de ligações soldadas formadas por pilar tubular sem 
costura  de  seção  transversal  circular  e  viga  de  aço  de  seção  transversal  tipo  “I”.  Para  este 
estudo  foram  desenvolvidas  análise  experimental  e  teórica  das  ligações.  Os  ensaios 
experimentais  foram  realizados  com  protótipos  em  escala  real,  com  a  geometria  definida 
através  de  estudos  de  esbeltez,  resistência  e  rigidez.  Os  ensaios  experimentais  foram 
realizados  no  Laboratório  de  Estruturas  do  Departamento  de  Engenharia  Civil  da  Escola  de 
Minas  da  Universidade  Federal  de  Ouro  Preto.  Os  ensaios  da  ligação  visaram  a  obtenção  do 
comportamento  momento‐rotação,  carga  última  e  modo  de  colapso  da  ligação  e  a 
comparação destes com modelos teóricos, o que permitiu a classificação da ligação quanto à 
sua rigidez. As análises teóricas foram realizadas a partir das prescrições de norma. As ligações 
ensaiadas apresentaram como modo de falha a plastificação da face do pilar. 
 
Palavras‐chave: estruturas tubulares, ligações, testes experimentais 
 
Abstract   
This  work  presents  a  study  of  welded  joints,  formed  by  a  structural  steel  hot  rolled  hollow 
section, having circular hollow sections at the columns and steel "I" sections at the beam. The 
study  developed  theoretical  analyses  for  the  joints  and  experimental  tests  in  full  scale 
prototypes. The experimental tests on the joints were performed at the Structures Laboratory 
of  the  Civil  Engineering  Department  in  the  School  of  Mines,  at  the  Universidade  Federal  de 
Ouro Preto. The results for behavior, ultimate load, stiffness, and collapse mode were analyzed 
and  compared  with  theoretical  models.  The  theoretical  analysis  was  carried  out  from  the 
codes prescriptions. The model represents the behavior and load capacity and the stiffness of 
the tested joints. The joints tested indicated the plastic failure of the column face. 
 
Keywords: tubular structures, joints, experimental tests 
 

* Autor correspondente 64
 
 

1 Introdução 

No Brasil tem‐se intensificado o uso de elementos estruturais metálicos associados a 
diversos  fatores  como,  por  exemplo,  a  rapidez  de  execução.  Dentre  esses  elementos 
estruturais, a sua forma, sua tipologia e seção estão associadas ao tipo de aplicação, 
estética, condições de uso, etc. Dentre as várias tipologias que envolvem a fabricação e 
forma das seções transversais dos perfis estruturais, encontram‐se os perfis tubulares, 
que são largamente utilizados em diversos países.

Entretanto, para as ligações entre pilar tubular de seção circular (CHS ‐ Circular Hollow 
Section)  e  viga  de  seção  tipo  I  que  é  objeto  de  estudo  deste  trabalho  (comuns  em 
edifícios  de  andares  múltiplos),  existem  poucas  contribuições  em  pesquisas, 
principalmente no Brasil. Os perfis tubulares geralmente são aplicados em elementos 
estruturais,  como  pilares,  treliças  planas,  espaciais,  etc.  No  Brasil,  são  muitos  os 
exemplos em estruturas tubulares em aço, conforme apresentado na Figura 1. 

a) Estádio João Havelange “Engenhão”, Rio de  b) Prédio da Escola de Farmácia, UFOP. Fonte: 
Janeiro. Fonte: Disponível em  Arquivo pessoal.
<65TTP://diariodorio.com/fotos‐do‐engenhao‐a‐noite >. Acesso 
em: 20 abr. 2010. 

Figura 1. Exemplos de estruturas com perfis tubulares em aço no Brasil. 

Sendo  assim,  neste  trabalho  é  feita  uma  avaliação  teórico‐experimental  de  ligação 
soldada utilizando um pilar de perfil tubular circular de aço e uma viga em perfil I. Foi 
feito  um  estudo  entre  as  relações  entre  diâmetro  e  espessura  do  tubo,  e  o 
comprimento  da  mesa  da  viga  de  perfil  I  que  influenciam  diretamente  na 
transmissibilidade  do  momento  e  na  rigidez  da  ligação  (Reis,  2011).  Faz‐se  também 
uma  análise  do  comportamento  momento  versus  rotação  (M‐ϕ)  das  ligações  e  a 
avaliação das prescrições existentes nas normas de dimensionamento. 

65
2 Rigidez das Ligações 
Os  estudos  e  observações  realizados  atualmente,  com  base  no  comportamento 
estrutural  de  ligações  entre  elementos  de  estruturas  metálicas,  vêm  comprovar  a 
necessidade  de  se  considerar  a  resposta  não  linear  das  estruturas  e  das  ligações  na 
análise estrutural.  

O  comportamento  semirrígido  das  ligações  é  considerado  pelas  especificações  mais 


recentes,  uma  vez  que  para  o  aperfeiçoamento  dos  métodos  mais  tradicionais  eram 
considerados  apenas  comportamentos  idealizados  da  ligação,  como  no  caso  das 
ligações flexíveis e rígidas. 

Os  estudos  sobre  o  comportamento  das  ligações  procuram  considerar  as 


características  que  possam  classificá‐las  em  termos  de  rigidez,  resistência  e 
ductilidade.  Esses  sistemas  de  classificação  são  concebidos  de  forma  a  permitir  a 
inclusão e a consideração de novos tipos de comportamentos de ligações, idealizados 
ou não. 

O conhecimento do comportamento estrutural da ligação vem pela determinação da 
relação  momento‐rotação  (M‐ϕ),  que  fornece  os  parâmetros  necessários  para  sua 
classificação  assim  como  a  análise  da  estrutura  na  qual  a  ligação  está  inserida, 
considerando‐se seu comportamento não linear. 

De forma geral, o diagrama M‐ϕ pode ser determinado de várias maneiras tais como 
simulações  numéricas,  modelos  teóricos,  modelos  semiempíricos  ou  ensaios 
experimentais.  O  Eurocode  3  ‐  part  1‐8  de  2005  estabelece  os  limites  de  rigidez  que 
classificam a ligação a partir do diagrama M‐ ϕ e tais limites são mostrados na Figura 3. 

66
Figura 3. Limites para classificação da rigidez de ligação viga‐pilar conforme o Eurocódigo 3  
(EN 1993 – 1 – 8). 

3 Prescrições Existentes 
As primeiras pesquisas de ligações não‐enrijecidas entre chapas ou vigas tipo I e perfis 
CHS  ocorreram  no  Japão  (Kurobane,  1981)  e  posteriormente  por  Wardenier  (1982), 
apud  Makino  (1984),  Kamba  e  Taclendo  (1998)  e  finalmente,  por  Aryioshi  e  Makino 
(2000). 

Na  década  de  noventa,  um  extensivo  programa  foi  realizado  por  Winkel  (1998)  para 
investigar o comportamento de ligações não enrijecidas multiplanar e uniplanar entre 
vigas de seção transversal I ou H e pilares CHS.  

As formulações de dimensionamento são definidas baseando‐se em como a estrutura 
irá  comportar‐se  e  quais  serão  os  estados‐limites  últimos  que  poderão  ocasionar  a 
ruptura da ligação. 

O  comportamento  de  cada  ligação  durante  o  colapso  é  função  da  distribuição  de 
tensão na região da ligação, o que é dependente das características geométricas dos 
elementos ligados. Para o dimensionamento dessas ligações, diversos estados‐limites 
últimos devem ser observados, a saber: 

 ruína plástica da face do pilar, Figura 4 (a); 
 flambagem local da parede do pilar, Figura 4 (b); 
 ruína da mesa da viga, Figura 4 (c); 
 ruína da solda, Figura 4 (d); 
 ruína por punção da parede do pilar, Figura 4 (e); 
 ruína por cisalhamento do pilar, Figura 4 (f); 

a) plastificação da face do pilar b) flambagem local da parede do pilar

67
c) ruína da mesa da viga d) ruína da solda 

e) ruína por punção da parede do pilar  f) ruptura por cisalhamento no pilar 
Figura 4. Modos de ruína para ligações soldadas entre viga tipo I e pilar CHS. Fonte: Wardenier 
et al.(2010) adaptado. 

As recomendações normativas do CIDECT (Wardenier et al, 2010) foram baseadas em 
estudos  feitos  por  Kurobane  (1981),  Wardenier  (1982)  e  posteriormente  por  apud 
Makino et al (2000), que foram adotadas pelo Eurocode 3 part 1‐8 de 2005 (Tabela 1). 

A plastificação da ligação soldada entre viga I e pilar CHS não é determinada só pela 
ligação entre as mesas da viga, mas também pela espessura do pilar. Deve‐se ressaltar 
que  o  efeito  da  alma  não  é  considerado  para  a  resistência  da  ligação  nas  equações 
apresentadas na Tabela 1. 

Tabela 1 – Equações de resistência de cálculo de ligação soldada entre viga tipo I e pilar CHS 
(CIDECT E EUROCODE 3). 
Tipo de ligação T  Estado Limite de Projeto
Plastificação da face do pilar

   
N1,Rd  f y 0t02 4  20  2 10,25  f n' 1  

68
M ip,1,Rd  h1 N1,Rd 2
 

M op ,1, Rd  0,5 b1 f y 0 t o2
5
1  0,81 
1  0,25  f n '   3
 
Fator redutor do efeito de compressão no pilar
f (n' )  1  0,3n'0,3(n' ) 2 para n'  1,0  quando o pilar estiver comprimido; (4)
f ( n ' )  1 para  n'  1,0 quando o pilar estiver tracionado; (5)
 p , Ed
n'  (6)
f y0
       
Faixa de validade 
θ1= 90º       d0/t0≤ 40       vigas: classe 2 
Onde: 
N1, Rd = força normal resistente de cálculo; 
Mip,1, Rd = momento fletor resistente de cálculo no plano da ligação; 
Mop,1, Rd = momento fletor resistente de cálculo fora do plano da ligação; 
σp, Ed = tensão axial solicitante no pilar; 
fy0 =  tensão de escoamento do aço do pilar; 
β = b1/d0; 
η = h1/d0;
 

Segundo o CIDECT Design Guide Nº 9 (kurobane et al, 2004) apud Aryioshi e Makino 
(2000),  as  recomendações  para  a  rigidez  axial  da  ligação  são  dadas  de  forma 
simplificada pela Equação (7) que considera a ligação T como de uma chapa: 

K  1,9 Etc  1,3 (2 ) 0,7


                                                        (7) 

onde 
K = rigidez axial da mesa. 
E = módulo de elasticidade do aço; 
t0 = espessura do pilar tubular circular; 
β = relação entre a largura da mesa da viga ligada ao pilar e o diâmetro do pilar tubular 
circular; 
γ = relação entre o diâmetro do tubo  e o dobro da sua espessura. 
Para o comportamento momento‐rotação as seguintes equações são aplicadas: 
2
  M ip  N1, Rd ( h1  tb , f )  Cb ,ip  Cb ,ip   (8) 
( h1  tb , f )
  Cb,ip  0,5K (h1  tb, f ) 2   (9) 
onde, 
Mip= momento fletor no plano da ligação; 
N1, Rd = força normal resistente de cálculo; 

69
N = carregamento axial; 
h1 = altura da viga; 
tb,f = espessura da mesa da viga; 
Cb,ip = rigidez da ligação; 
ϕ = rotação da ligação; 
δ = deslocamento da viga. 
 
Multiplicando‐se  a  rigidez  axial  K  da  mesa  da  viga  conectada  por  0,5(h1‐tb,f)2  tem‐se 
uma  aproximação  da  rigidez  dada  pela  Equação  (9),  para  as  ligações  capazes  de 
transmitir momento fletor. Entretanto, ressalta‐se que a contribuição da alma da viga 
conectada é desprezada. 

4 Programa Experimental 

Os  ensaios  realizados  são  de  ligações  soldadas  entre  pilares  de  perfis  tubulares 
circulares sem costura, laminados a quente, fabricados pela Vallourec & Mannesmann 
Tubes do Brasil e vigas de aço laminadas a quente com seção transversal tipo I de abas 
paralelas  fabricadas  pela  Gerdau  Açominas.  Foram  realizados  um  total  de  quatro 
ensaios,  sendo  dois  de  cada  protótipo.Os  protótipos  ensaiados  e  os  perfis  que  os 
compõem são mostrados na Tabela 2, a seguir. 

Tabela 2‐Definição dos perfis em aço dos protótipos ensaiados. 
Pilar 
Protótipo Viga 
φ x to (mm)
P1  219,1 x 9,5  310 x 38,7
P2  219,1 x 8,2  250 x 17,9
φ = diâmetro do tubo; 
t0 = espessura do tubo. 
 

Foi avaliada a resistência última das ligações e durante os ensaios foram observados os 
mecanismos  de  colapso,  os  deslocamentos  e  deformações,  sendo  os  níveis  de 
carregamento baseados em modelagens numéricas (Reis et al.,2011).As condições de 
contorno,  onde  foram  engastadas  as  extremidades  do  pilar,  e  as  aplicações  dos 
carregamentos  foram  feitas  de  maneira  a  simular  uma  ligação  soldada  real.  As 
dimensões  nominais  dos  perfis  utilizados  na  composição  dos  protótipos  ensaiados 
estão apresentadas na Tabela 3. 

70
Tabela 3 ‐ Dimensões nominais dos perfis utilizados na composição dos protótipos. 
Pilar  Viga 
d0 t0 h1 b1 tb,f tw
(mm (mm Perfil  (mm (mm (mm (mm
)  )  )  ) )  )
219,
9,5  W310x38,7  310  165  9,7  5,8 

219, W250x17,
8,2  251  101  5,3  4,8 
1  9 
 

Na Tabela 4tem‐se as propriedades mecânicas dos perfis circulares de aço utilizados. 

Tabela 4 ‐ Propriedades mecânicas do aço dos perfis dos pilares dos protótipos. 
Perfis  Resistência ao  Resistência à  Alongamento 
φ x to (mm)  Escoamento fy (MPa)  Ruptura fu (MPa)  (%) 
219,1 x 8,2  385  582  33 
219,1 x 9,5  374  571  34 
Para  as  vigas  foram  utilizados  perfis  laminados  de  aço  da  empresa  Gerdau  Açominas 
onde  foram  considerados  os  valores  nominais  de  345  MPa  para  a  resistência  ao 
escoamento e 485 MPa para a resistência à ruptura. 

4.1 Montagem e instrumentação dos ensaios 
O  sistema  de  aplicação  de  carga  foi  instalado  em  um  pórtico  de  reação,  com 
carregamento  aplicado  por  meio  de  um  atuador  hidráulico,  sendo  o  valor  do 
carregamento medido por uma célula de carga, em cuja extremidade foi colocada uma 
rótula  de  carga  visando  manter  a  verticalidade  do  carregamento.A  Figura  5  a  seguir, 
mostra o sistema de aplicação de carga. 

71
 
Figura 5 ‐ Sistema de aplicação de cargas. 
A  instrumentação  usada  no  ensaio  experimental  visou  ao  monitoramento  de 
deformações e deslocamentos assim como o controle dos carregamentos aplicados. A 
leitura de deslocamentos ocorridos na viga durante o ensaio, flecha da viga, foi feita 
por meio de LVDT’s (Linear Variable Displacement Transducers), em que as leituras dos 
deslocamentos  são  medidas  e  armazenadas  por  meio  de  sistema  de  aquisição  de 
dados controlado por computador. Utilizou‐se os deflectômetros de haste, que foram 
posicionados no pilar para a monitoração eventual de deslocamento. 

Os LVDT’s foram posicionados abaixo da viga no total de três em cada ensaio (L1, L2 e 
L3), sendo o L3 a 29 cm da face do pilar, o L2 e o L1 a uma distância de 29 cm entre 
eles, sendo que o L1 ficou posicionado abaixo do sistema de aplicação de carga, Figura 
6. 

72
 
Figura 6 ‐ Posicionamento dos LVDT's instalados no protótipo. 
Para  medição  das  deformações  foram  utilizados  os  extensômetros  elétricos  de 
resistência unidirecionais e também do tipo roseta 45°. Nas ligações ensaiadas, foram 
coladas  rosetas  na  face  do  pilar  e  extensômetros  nas  mesas  da  viga,  como  pode  ser 
observado na Figura 7. 

   
a) Dimensões do protótipo.  b) Extensômetros tipo Rosetas de 90°( R1, R2, 
R3 e R4) e extensômetros uniaxiais (E1, E2, 
E15 e E16). 
Figura 7 ‐ Posicionamento dos extensômetros e rosetas nos protótipos. 
Para  aquisição  dos  dados  foi  utilizado  um  sistema  automático  controlado  por 
computador  dotado  de  um  sistema  de  controle  e  monitoramento  de  aquisição.  Os 
ensaios  foram  realizados  com  uma  pré‐carga  para  ajuste  e  verificação  dos 
equipamentos. Em seguida foi aplicado o carregamento, sendo o critério de parada do 
ensaio a identificação do mecanismo de falha e a perda de resistência da ligação. 

73
4.2 Apresentação dos Resultados Experimentais 

Para cada etapa de carga de cada ensaio do protótipo, foram medidas as deformações 
e  os  deslocamentos,  e  a  partir  desses  resultados  foi  possível  determinar  a  curva 
momento‐rotação e a rigidez da ligação dos protótipos em questão. 

A  partir  dos  resultados  obtidos  nos  ensaios,  verificou‐se  que  o  modo  de  falha 
preponderante  foi  a  “plastificação  da  face  do  pilar”  com  o  escoamento  inicial  na 
roseta 4,  como  pode  ser  visto  nasFiguras8  e  9  como  os  representativos  da  série, 
indicados a partir da carga x deformação específicobtidas. 

200
180
160
140
Carga (kN)

120
100 E 12
80 E 13
60 E 14
40
20
0
‐6000 ‐5000 ‐4000 ‐3000 ‐2000 ‐1000 0
Deformação (µm/m)
 
Figura 8‐ Carga x Deformação específica para a roseta R 4 do protótipo P1. 

90
80
70
60
Carga (kN)

50
E 12
40
E 13
30
E 14
20
10
0
‐3000 ‐2500 ‐2000 ‐1500 ‐1000 ‐500 0
Deformação (µm/m)
 
Figura 9 ‐Carga x Deformação específica para a roseta R 4 do protótipo P2. 

74
Para se obter a curva momento‐rotação da ligação em estudo, calculou‐se o momento 
fletor para cada carga aplicada considerando que o braço é a distância da aplicação de 
carga até a face do pilar. A rotação obtida é a rotação da ligação. Os valores máximos 
de  momento  fletor  e  de  rotação  para  esse  ensaio  foram  respectivamente  de  143,66 
kNm  e  0,074  rad,  como  mostra  a  Figura10.  Para  o  cálculo  da  rigidez  foi  utilizado  o 
Método  da  Inclinação  Inicial  (Reis,  2011),  chegando  a  uma  rigidez  igual  a  9004,27 
kNm/rad. 

160
140
Momento ( kN.m)

120
100
80
60
40
20
0
0 0,02 0,04 0,06 0,08
Rotação  (rad)
 
Figura 10 -Curva Momento-Rotação da ligação para o protótipo P1.
Para  o  ensaio  P2  pôde‐se  determinar  os  valores  máximos  de  momento  fletor  e  de 
rotação que foram respectivamente de 72,52 kNm e 0,058 rad. A Figura 11 mostra a 
curva momento‐rotação do ensaio P2 através da qual foi obtida um valor darigidez da 
ligação igual a 4759,71 kNm/rad. 

80
70
60
Momento ( kN.m)

50
40
30
20
10
0
0 0,02 0,04 0,06
Rotação  (rad)  
Figura 11 ‐ Curva Momento‐Rotação da ligação do protótipo P2. 

75
A Figura 12 a seguir mostra o esmagamento da face do pilar pela viga, onde se percebe 
um enrugamento da mesa inferior da viga. 

 
Figura 12 ‐ Esmagamento do pilar pela mesa da viga por forças de compressão. 

Na Tabela 5 a seguir têm‐se os resultados obtidos nos ensaios, onde Py corresponde à 
carga  aplicada  que  ocasionou  a  plastificação  do  aço  do  pilar,  Pmax é  a  carga  máxima 
aplicada  nos  ensaios.Nessa  tabela  é  indicado  também  o  momento  fletor  máximo 
obtido nos ensaios, a rotação máxima e a rigidez da ligação obtida experimentalmente. 

Tabela 5 ‐ Resultados obtidos nos ensaios experimentais. 
Cargas  Momento 
Rotação 
Experimentais (kN)  Fletor  Rigidez  
Protótipo  Máxima 
Máximo  (kNm/rad) 
Py Pmax. (rad) 
(kNm) 
P1  135,08  186,69  162,42  0,074  9004,27 
P2  71,73  83,35  72,51  0,058  4759,71 

5 Análise e Comparação dos Resultados 
A  exposição  e  discussão  dos  resultados  é  feita  de  modo  a  se  estabelecer  um 
comparativo entre os resultados teóricos e experimentais obtidos a partir do Eurocode 
3  part  1‐8  de    2005  e  CIDECT  (Kurobane  et  al,  2004).  A  Tabela  6  a  seguir,  mostra  a 
comparação  entre  esses  resultados,  onde  se  pode  observar  que  houve  uma  boa 
correlação  entre  os  valores  da  rigidez  experimental  e  teórica  principalmente  para  os 
ensaios  do  protótipo  P1.  Todas  as  ligações  são  classificadas  como  semirrígidas  de 
acordo com os limites de rigidez do Eurocode 3. 

76
Tabela 6 ‐ Comparação entre os resultados teóricos e experimentais. 
Teórico  Experimental 
Mip,1,Rd Rigidez 
Ensaio  Mmax. Rigidez 
(kN.m)  (kN.m/rad) 
(kN.m)  (kN.m/rad) 
(Eq. (2)) (Eq. (9))
P1  160,54  8089,23  143,66  9004,27 
P2  53,60  2227,66  72,52  4759,71 
 
6 Considerações Finais 
A  determinação  da  rigidez  inicial  das  ligações  é  influenciada  pelas  características 
elásticas  dos  materiais  pelas  características  geométricas  e  pela  tipologia  do 
carregamento. 

No  entanto,  as  representações  do  desenvolvimento  de  deformações  plásticas, 


redistribuições  de  tensões  e  colapso,  dependem  dos  modelos  constitutivos  dos 
materiais. 

A ligação apresentou deformações plásticas na face do pilar principalmente na região 
comprimida,que recebe as forças oriundas da viga, definindo como modo de colapso a 
plastificação do pilar. 

Os  resultados  experimentais  obtidos  proporcionaram  a  determinação  da  rigidez  da 


ligação, distribuição de tensões na região do pilar e da viga, o mecanismo de colapso 
desenvolvido e a carga última aplicada. 

Neste trabalho procurou‐se o avanço do conhecimento do comportamento da ligação 
soldada  entre  viga  de  seção  tipo  I  e  pilar  de  perfil  tubular  circular  em  aço, 
evidenciando‐se  a  necessidade  de  se  conhecer  e  explorar  o  conceito  de  semirrigidez 
das ligações tubulares em aço,propondo formulações capazes de prever sua rigidez e 
desenvolvendo aplicações. 

 
7 Agradecimentos 

Os  autores  agradecem  a  FAPEMIG  (Fundação  de  Amparo  a  Pesquisa  do  Estado  de 
Minas Gerais), CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa), FINEP (Financiadora de Estudos 
e Projetos), CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e a 
empresa Vallourec & Mannesmann do Brasil. 

77
8 Referências bibliográficas 

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Engenharia Civil, Universidade Federal de Ouro Preto. 

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78
                                                                                                                                                                                                         
   
Volume 1. Número 2 (agosto/2012). p. 79‐94 ISSN 2238‐9377
 
On the design methods of cold‐formed steel wall 
studs by the AISI specification  
Luiz Carlos Marcos Vieira Junior1* and Benjamin William Schafer2 
 

1
 Visiting Scholar, Johns Hopkins University, 3400 North Charles Street, 
Baltimore, MD 21218, USA, luizvieirajr@gmail.com 
2
 Professor, Johns Hopkins University, 3400 North Charles Street, Baltimore, MD 
21218, USA, schafer@jhu.edu 

Abstract   
This  paper  discusses  the  various  design  methods  for  sheathed  walls  framed  from 
cold‐formed steel studs proposed by the American Iron and Steel Institute (AISI) since 
1962.  The  discussion  focuses  on  the  development  the  equations  used  in  the  design 
methods,  and  aims  to  establish  an  understanding  of  the  assumptions  and 
simplifications  employed.  Special  attention  is  given  to  the  “2a”  rule  used  since  AISI 
(1962).  The  2a  rule  prescribes  that  the  buckling  length  of  a  sheathed  stud  shall  be 
equal  to  twice  the  distance  between  fasteners  (2a),  in  order  to  consider  a  missing 
fastener. A reliability study is used herein to evaluate the 2a rule, which is shown  to 
lead  to  conservative  strength  predictions.  Resistance  factors  are  proposed  as  a more 
rational choice to take account of ineffective fasteners or construction flaws. 
 
Keywords: AISI specification, fastener spacing, wall stud, cold‐formed steel 
 

1 Introduction 

Cold‐formed  steel  may  be  used  to  frame  the  walls,  floors,  and  roofs  of  modern 
buildings.  The individual cold‐formed steel members (studs) have sheathing attached 
to  provide  appropriate  architectural  enclosures,  Figure  1.  In  Brazil,  this  construction 
* Autor correspondente                                               79 

 
system  is  best  known  as  “steel  framing”.  The  considerable  growth  in  the  use  of 
sheathed  wall‐studs  rather  than  traditional  masonry  walls  is  primarily  due  to  its 
lightweight and because it is faster to build.  

In  a  “steel  framing”  building  the  sheathing  –  usually  plywood,  gypsum,  and/or 
oriented strain board (OSB) – braces the cold‐formed steel studs under load and has a 
significant impact on the stability and strength of cold‐formed steel studs.  

a) View from outside the building  b) View from inside the building 

Figure 1 – Low‐rise building with cold‐formed steel wall stud. 

Since 1962 the AISI specification has proposed essentially three different methods 
(sections 2.1 and 2.2) to design sheathed stud walls. The first method was proposed in 
1962 (AISI, 1962), the design method was revisited and a new proposal was published 
in  1980  (AISI,  1980),  which  remained  on  the  specification  until  2004  when  it  was 
abandoned in favor of something similar to the 1962 approach (AISI‐S211, 2007). This 
paper  also  discusses  in  section  3  the  double  fastener  spacing,  or  “2a”  rule,  which  in 
essence implies that given the possibility of a missed fastener, where fasteners are at 
spacing  (a),  one  should  design  for  a  stud  buckling  at  a  length  twice  the  size  of  the 
spacing between fasteners, i.e. 2a.  

80 

 
2 Design methods of cold‐formed steel wall stud by the AISI 
specification 

2.1 AISI 1962‐1980 and 2004‐Present (2011) 

The  1962  AISI  Specification  (AISI,  1962)  was  based  on  two  papers:  one  was 
published in 1947 by Cornell University that included three authors: Green, Winter and 
Cuykendall (Green et al., 1947), and the other paper revisits the problem, published in 
1960  by  Winter  (Winter,  1960)  who  had  been  a  co‐author  on  the  previous  paper. 
Winter highlighted at the very beginning of his paper:  

 “[A]  simple  elementary  method  is  developed  that  permits  the 


lower  limits  of  strength  and  rigidity  of  lateral  support  to  be 
computed in order to provide “full bracing” to columns and beams. 
“Full  bracing”  is  defined  as  equivalent  in  effectiveness  to 
immovable lateral support” Winter (1960)  

Winter  (1960)  found  that  a  small  strength  and  stiffness  were  necessary  to 
guarantee “full bracing” to the stud, therefore the connection should be checked just 
to  make  sure  that  the  sheathing  is  able  to  restrain  it.  Additionally  to  strength  and 
stiffness  the  AISI  (1962)  specification  also  requires  that  maximum  space  between 
fasteners is checked (For more information on the design methods see Schafer et al. 
(2008)). 

Even  though  the  AISI  (1962)  specification  and  the  AISI‐S211  (2007)  are  based  on 
the  same  research,  they  have  some  differences.  The  AISI‐S211  (2007)  is  more  of  an 
“analysis”  method  in  that  it  attempts  to  provide  the  capacity  regardless  of  how  the 
member  fails,  while  the  AISI  (1962)  is  a  more  “prescriptive”  method  where  the  limit 
state has been pre‐selected and the provisions are intended to insure that stiffness (k) 
and fastener spacing (a) are selected such that this limit state does occur. 

The  AISI  (1962)  insures  that  global  buckling  load  in  the  weak  axis  (Pcry)  over  a 
buckling length equal to two times the fastener spacing (2a) is greater or equal to the 
strong  axis  buckling  load  over  the  column  length  (L).  Pcry  over  L  and  supported  by 

81 

 
lateral  springs  at  the  fastener  location  is  also  required  to  be  greater  or  equal  to  the 
squash load (Py=Afy). If both requirements for Pcry are guaranteed the global buckling 
load (Pcr) is given by the buckling load in the strong axis (Pcrx) over L. It is important to 
note that AISI (1962) did not check for flexural‐torsional buckling. 

While  AISI  (1962)  insures  that  the  buckling  load  is  governed  by  Pcrx,  the  buckling 
load in AISI‐S211 (2007) is given by lowest buckling load between weak‐axis buckling 
(Pcry)  and  flexural‐torsional  buckling  (PcrFT).  However,  Pcry  must  be  checked  over  a 
buckling length of 2a and PcrFT must be checked over a buckling length 2a for torsion 
and  L  for  strong‐axis  buckling,  in  both  checks  –  Pcry  and  PcrFT  –  the  springs  that 
represents the fasteners are disregarded (k=0).  

The  fastener  demand  on  the  fastener‐sheathing  assembly  shall  also  be  checked. 
While AISI (1962) adopted the equations proposed by Winter Winter (1960), the AISI‐
S211  (2007)  simplified  the  problem  and  adopted  the  well  know  2%  rule,  where  the 
bracing force is given by 2% of the axial load. In fact, Schafer et al. (2008) shows that 
the use of AISI (1962) equations to check fastener demand will lead values similar than 
the  2%  rule.  Table  1  summarizes  the  comparison  between  AISI‐1962  AISI  (1962)  and 
AISI‐2007 AISI‐S211 (2007). 

Table 1 – Summary of comparison between AISI (1962) and AISI‐S211 (2007). 

AISI (1962)  AISI‐S211 (2007). 
Pcr=Pcrx((KL)x=L)  Pcr=min (Pcry, PcrFT) 
subject to  where 
Pcry(k=0, (KL)y=2a)Pcrx((KL)x=L)  Pcry(k=0, (KL)y=2a) 
Pcry(k@a, (KL)y=L) Afy  PcrTF(k=0, (KL)x=L, (KL)t=2a) 
and  and 
~2%P for fasteners  2%P for fasteners 
 

2.2 AISI 1980‐2004 

From 1980 to 2004 AISI adopted the design method for sheathed walls (AISI, 1980) 
developed by Simaan and Pekoz (1976). In Simaan and Pekoz (1976) the buckling load 
is found by solving an energy problem. The total potential energy of the sheathed wall 
(  ),  Eq.  (1),  consists  in  three  components:  (i)  the  strain  energy  of  the  stud  ( U stud ), 

82 

 
which  incorporates  the  contribution  of  bending,  warping  and  twist,  (ii)  the  potential 
energy  of  the  concentric  axial  load  (Wload),  and  (iii)  the  energy  of  the  diaphragm  (
U diaphragm ), which a priori includes the contribution of diaphragm strain energy due to 

shear  distortion  ( U diaphragmshear ),  and  strain  energy  of  diaphragm  due  to  rotational 

distortion ( U diaphragmrotation ). 

  U stud U diaphragm Wload  (1) 

The  buckling  load  is  given  in  Simaan  and  Pekoz  (1976)  by  using  the  Rayleigh‐Ritz 

method to solve Eq. (1). In the solution  U diaphragmshear  is the strain energy contribution 


given  by  a  rotational  spring  on  the  plane  of  the  sheathing.  In  fact,  the  rotational 
restriction provided by the connection sheathing‐fastener‐stud is little if any, but the 
rotational  spring  in  discussion  is  actually  the  product  of  the  binary  created  by  two 
fasteners with lateral stiffness kx. 

  AISI (1980) adopted a couple of simplifications, an example is that they ignored 
the diaphragm rotational stiffness since it provided very little resistance. An important 
advance  of  the  design  method  is  that  it  provides  a  way  to  verify  not  only  flexural 
buckling but also flexural‐torsional buckling, which hadn’t been considered before. In 
the  method  flexural  buckling  still  considered  the  buckling  length  in  the  minor  axis 
equal  to  “2a”,  more  discussions  about  this  assumption  are  provided  in  the  following 
sections.  The  design  method  also  proposed  a  way  of  checking  the  shear  strain 
resistance of the sheathing, and it allows the engineer to design studs with sheathing 
on one flange only, or with different sheathing, even though it is not explicit in the AISI 
specification how to proceed with the design. 

Nonetheless  the  design  method  given  in  the  AISI  specification  is  considered,  as 
agreed  by  other  authors  (Trestain,  2002),  too  complex  for  ordinary  design  method. 
Trestain  (2002)  even  highlighted  that  “Provided  there  is  adequate  steel  bridging,  the 
approach in Section D4 (a) [the method discussed here] can produce a lower capacity 

83 

 
than  an  all  steel  approach”.  Due  to  its  complexity  and  inefficiency  the  method  was 
abandoned in 2004.   

3 Discussion on the “2a” fastener spacing rule 

As detailed in the previous sections, since the first specification in 1962, the “2a” 
rule has been used. There is no explanation for this rule other than one fastener may 
be defective or missed and so design should account for a stud in this condition.  

The  study  of  this  section  aims  to  show  the  inefficiency  of  this  arbitrary  rule.  The 
study consists of analyzing a column under flexural buckling, in which the sheathing is 
modeled  as  translational  spring  elements.  The  springs  are  considered  as  random 
variables,  all  other  variables  are  deterministic,  see  Figure  2.  In  the  study  expected 
statistics  for  the  fastener  stiffness  are  first  established,  and  then  used  to  find  the 
flexural  buckling  load  (Pcr)  of  the  column.  A  Monte  Carlo  simulation  is  performed  to 
determine  the  variation  in  Pcr  due  to  the  variation  of  the  spring  stiffness  and  the 
probability  of  failure  of  a  fastener.  The  Pcr  values  are  used  to  find  the  resistance  of 
each configuration.   

84 

 
Figure 2 – Problem definition. 

    

3.1 Statistical study of the in‐plane translational stiffness (k) 

In  Vieira  (2011),  lateral  stiffness  tests  are  performed  in  which  fastener  spacing, 
distance  to  the  edge  of  the  board,  sheathing  humidity  level  and  possibility  of 
overdriving a fastener were varied. This section is based on the tests reported in Vieira 
(2011) that used OSB boards (a total of 21 tests). In the tests, two‐lipped channels are 
pulled  apart  (tension)  or  pushed  together  (compression),  but  they  are  connected  by 
the  flanges  to  two  pieces  of  sheathing  through  eight  fasteners,  which  provide  a 
resistance  to  the  movement,  Figure  3.  The  resistance  can  be  determined  as  stiffness 
since the displacement is also recorded. 

Figure 3 – Translational stiffness test 

To  perform  the  Monte  Carlo  simulation  varying  the  spring  stiffness,  it  was 
necessary  to  find  the  best  probability  distribution  for  the  available  test  results.  Two 
distributions  were  considered:  normal  and  lognormal.  Figure  4  shows  both 
distributions compared to the test results in a Cumulative Distribution Function (CDF) 
plot. The goodness of fit was compared using the Kolmogorov‐Smirnov test, while the 
normal curve gives a statistically significant difference (p‐value) of 0.76, the lognormal 
85 

 
curve gives a p‐value of 0.98. The lognormal distribution was considered appropriate 
to be used in the reliability study.  

0.9

0.8
Cumulative frequency or Fx(k)

0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1 Lognormal fit


Normal fit
0
800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
Spring stiffness (k) in N/mm

Figure 4 – Curve fitting study for spring stiffness (k). Mean of k is 1,278.5 N/mm 
(7.2974 kip/in) and variance is 72,511 (N/mm)2 (2.3623 (kip/in)2). 

3.2 Rayleigh‐Ritz approach to find the global buckling load (Pcre) of columns 
supported by discrete springs (k) 

Chen (1987) provide a clear explanation of the Rayleigh‐Ritz method used – in this 
case  –  to  find  the  buckling  load  or  eigen‐value  of  a  column  supported  laterally  by 
discrete springs. They summarize that by using the Rayleigh‐Ritz method and assuming 
a  displacement  function  that  satisfies  the  geometric  boundary  condition:  “[A] 
structural  system  with  an  infinite  degree  of  freedom  is  now  reduced  to  a  system  of 
finite degrees of freedom. As a result of this simplification, the total potential energy 
function reduces from a functional to a function, and, so, instead of using the calculus 
of variations (which operates on functionals), we can now use ordinary calculus (which 
operates  on  functions)  to  obtain  solutions  directly  from  the  total  potential  energy 
function.” Given that we assumed a displacement equation, Eq. (2): 

86 

 
n n
ix (2)
   aii   ai sin( )
i 1 i 1 L  

  The  strain  energy,  the  potential  energy  due  to  the  axial  force  P  and  the 
potential energy due to the discrete springs can be expressed respectively by Eq. (3), 
(4) and (5), the bar above the strain and potential energy represents that the energy 
equations  are  using  an  approximate  deflection  curve.  The  total  potential  energy  is 
equal to the sum of Eq. (3), (4) and (5). 

1
L
d 2v 2 (3)
U   EI ( 2 ) dx
20 dx
 

P L  dv  (4)
2

VP     dx
2 0  dx   
n (5)
VS   kk v
1

2

k1 2  

  By the principle of stationary total potential energy, the total potential energy 
differentiated  for  ai  is  equal  to  zero,  Eq.  (6),  and  so  the  global‐buckling  load  can  be 
found by solving this eigen‐value problem. 

(U VP VS ) (6)


0
ai  

  The  components  of  the  total  potential  energy  (Eq.  (3),  (4)  and  (5)) 
differentiated for ai can be represented in a matrix format (Eq. (7), (8) and (9)).  

 4  a1  (7)
 1 0 0 0 0  
  0 0 0   
U EI  4   
 3 
i 4 0 0  ai

ai 2L 
  0   
 sym n4  an

  
 

87 

 
 4  a1  (8)
 1 0 0 0 0  
  0 0 0   
VP P 2   
 i 4
0 0  ai

ai 2L  
  0   
 sym n4  an

  
 
 a1  (9)
 
  
VS n  
  kk B ai

ai k1
  
 
 an 
 

where B is: 

  1 xk   1 xk   1 xk   j  xk   1 xk   n xk   (10)
 sin   sin    sin   sin    sin   sin   
  L   L   L   L   L   L  
     
 
  i  xk   j  xk   i  xk   n xk  
B sin   sin    sin   sin   
 L   L   L   L 
 
   
  n xk   n xk  
 sym sin   sin   
  L   L  

The eigen‐value problem cannot be simplified since the buckled shape developed 
by  the  minimum  elastic  buckling  load  may  require  many  sine  waves,  Figure  5, 
depending on the spring stiffness. If the spring stiffnesses are very small, the column 
buckles in just one half‐wave length, on the other extreme, if the springs are very rigid 
the  column  is  forced  to  buckle  in  several  waves,  which  coincides  to  the  number  of 
springs  plus  one.  For  the  spring  stiffnesses  reported  in  Vieira  (2011),  the  half‐wave 
lengths are close to two times the fastener spacing “2a”, which might be a justification 
for the “2a” rule, but such stiffnesses may not always be provided to the column. 

88 

 
k1 k1 k1

k2 k2 k2

k3 k3 … k3

k4 k4 k4



kn kn kn

m=1 m=2 m=number of springs + 1

Figure 5 – Buckled shape for different wavelengths (“m” is the number of half waves). 

For validation a finite element (FE) model was generated in ABAQUS v6.7 (ABAQUS, 
2007),  the  model  consisted  of  a  column  L=2.54m  (100in)  long,  cross‐section  area 
A=211mm2  (0.327in2),  moment  of  inertia  I=47,158mm4  (0.1133in4),  Young’s  modulus 
E=203GPa  (29500ksi),  yield  stress  fy=227MPa  (33ksi)  and  fastener  spacing  a=20.3cm 
(8in), starting at 5.1cm (2in) from the stud end by a springs of stiffness kk=2.3kN/mm 
(kk=13kip/in = 2 springs of 6.5kip/in). Comparing Pcr of the analytical solution to the FE 
model a difference of only 1.3% is found, thus suggest that the analytical solution is a 
good approximation.   

3.3 Monte‐Carlo simulation of restricted columns 

Since both flanges of a stud are connected to the sheathing, there are two ways of 
understanding  the  defective  fastener:  case  (i)  both  fasteners  are  defective  and  we 
would have to consider no fasteners over a length “2a”; and case (ii) a single fastener is 
defective  but  the  other  flange  still  connected,  which  is  the  more  likely  defect.  Both 
cases are simulated here. 

89 

 
The details for the models (L, E, I, and a) are the same as provided in the previous 
section, but the spring stiffness is generated using the lognormal PDF curve defined in 
section 2.1, also to each fastener location (case (i)) or fastener by itself (case (ii)) there 
is a probability of failure (Pf) associated to it, Pf is varied from 0, 1, 2, 5, 8, and 10%. 
For each probability of failure 1000 models were analyzed, Figure 6.  

As depicted in Figure 6, case (ii) shows less variability and higher mean values for 
the  buckling  load.  In  the  same  graph  the  buckling  load  of  models  that  consider  the 
fastener spacing of “a” or “2a” (8in (20.3cm) or 16in (40.6cm)), kk equal to the mean 
value found in the tests and no fastener failure (Pf=0%) is also plotted. The mean value 
for  all  the  simulations  without  fastener  failure  (Pf=0%)  is  very  close  to  the  value  of 
Pcr(k=mean,  a=a)  as  expected.  The  line  defined  by  Pcr(k=mean,  a=a)  also  shows  how 
much the mean buckling load varies depending on the probability of fastener failure. 
The second horizontal line (Pcr(k=mean, a=2a)) clearly shows how conservative it is to 
consider a buckling length equal to “2a”, the mean buckling load only gets closer to the 
horizontal line (Pcr(k=mean, a=2a)) in case (i) with Pf=10%. 

a) Case (i) – perfectly correlated fastener failure 

90 

 
b) Case (ii) – independent fastener failure  
Figure 6 – Global buckling Monte Carlo simulation of columns with discrete 
connections 

3.4 Resistance factor 

To  explore  the  impact  of  “2a”  rule  on  design,  we  consider  the  means  by  which 
variability is intended to be added to the design methods. According to the Load and 
Resistance Factor Design (LRFD) method the nominal resistance of a member (Rn) shall 
be multiplied by a resistance factor (). Assume the nominal load (Pn) is given by Pn=Pcr 
we  may  then  explore  what  resistance  factor  ()  would  be  appropriately  used  to 
establish a target reliability index of 2.5. 

AISI‐S100 (2007) presents in chapter F an equation to find the resistance factor (), 
Eq. (11). 

(11)
  C  M mFmPm  e
 o VM2 VF2 CPVP2 VQ2
 

91 

 
In Eq. (11) the values for the variables were selected according to the instructions 

in  AISI‐S100  (2007),  meaning  that:  C  (calibration  coefficient)  is  equal  to  1.52,  Mm 
(mean value of material factor) is equal to 1.10, Fm (mean value of fabrication factor) is 
equal  to  1.00,  Pm  (mean  value  of  professional  factor)  is  equal  to  1.00,  o  (target 
reliability index) is equal to 2.5, VM (coefficient of variation of material) is equal to 0.1, 
CP  (correction  factor)  is  given  by  the  result  of  CP=(1+1/n)*((n‐1)/(n‐3)),  “n”  being  the 
number of simulations (n=1000), which results in our case to CP=1.003 ,VP (coefficient 
of variation of test results) is given by calculating the coefficient of variation for each 
probability of failure, and finally VQ (coefficient of variation of load effect) is equal to 
0.21. With all these values the resistance factor () can be found using Eq. (11). 

As provided in Table 2 the resistance factor () decrease – as expected – with the 
increase  of  the  probability  of  defective  fastener  failure  (Pf)  in  both  cases,  but  it 
decreases a lot faster in case (i) than in case (ii). Given  =0.85 in column design today 
and  given  uncorrelated  fastener  failure  (case(ii)),  this  study  shows  that  about  5%  of 
fasteners  may  be  defective  and  it  would  still  be  reasonable  to  ignore  the  loss  in 
capacity due to defective fasteners. Therefore, this reliability study concludes that the 
“2a”  rule  leads  to  conservative  strength  prediction  and  that  the  probability  of  a 
defective fastener would be better captured by means of a resistance factor. 

Table 2 – Resistance factor () for different probability of defective fastener perfectly 
correlated (case (i)) vs. uncorrelated (case (ii)) defective fasteners. 

Problem Probability of defective fastener (P f)


conception 0% 1% 2% 5% 8% 10%
Resistance Case (i) 0.89 0.79 0.66 0.52 0.40 0.34
factor ( ) Case (ii) 0.91 0.89 0.88 0.83 0.76 0.70  

4 Conclusions 

The  summary  of  design  methods  provided  herein  shows  that  in  essence  the  AISI 
specification still prescribes the method first proposed in 1962 with few modifications. 
At the core of this method is the assumption that the wall studs should be checked at a 
92 

 
buckling length equal to twice the fastener spacing. This is based on the potential for a 
deficient/missing  fastener.  However,  even  when  a  fastener  is  missing  sheathed  walls 
have unbraced lengths resulting from the overall stud‐fastener‐sheathing interaction, 
and  not  just  between  fasteners.  An  elastic  stability  analysis  accounting  for  the  stud‐
fastener‐sheathing  interaction  is  provided  and  a  reliability  study  performed  with  this 
tool  to  assess  the  buckling  length  under  different  conditions  of  deficient  and/or 
missing  fasteners.  The  results  are  summarized  in  the  form  of  proposed  resistance 
factors to account for quality of construction. Given advances in numerical methods as 
well  as  the  availability  of  software  for  stability  analysis,  forthcoming  design 
specifications can adopt more accurate and robust design methods that fully account 
for  stud‐fastener‐sheathing  interaction.    A  new  design  method  proposed  in  Vieira 
(2011) to do just that is currently under review by AISI. 

5 References 

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AISI. Light Gage Cold‐Formed Steel Design Manual. New York, N.Y., American Iron and 
Steel Institute, 1962. 

AISI. Light Gage Cold‐Formed Steel Design Manual. New York, N.Y., American Iron and 
Steel Institute, 1980. 

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Structural Members, American Iron and Steel Institute, 2007. 

AISI‐S211.  North  American  Specification  for  the  Design  of  Cold‐Formed  Steel 
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CHEN,  Wai‐Kai.  Structural  Stability:  Theory  and  Implementation.  New  York, 


Elsevier.(1987) 

GREEN,  G. G.;  WINTER,  George;  CUYKENDALL, T.R.  Light  Gage  Steel  Columns  in Wall‐
braced Panels. Cornell University Engiineering Experiment Station 35: 1‐50, 1947. 

SCHAFER, Benjamin William; IOURIO, Ornella; VIEIRA, Luiz Carlos Marcos Jr. Notes on 
AISI  Design  Methods  for  Sheathing  Braced  Design  of  Wall  Studs  in  Compression.  A 
supplemental report for AISI‐COFS Project on Sheathing Braced Design of Wall Studs. 
Baltimore, The Johns Hopkins University, 2008. 

93 

 
SIMAAN, Amir; PEKÖZ, Teoman. Diaphragm Braced Members and Design of Wall Studs. 
ASCE J Struct Div 102(1): 77‐92, 1976. 

TRESTAIN,  T.  W.  J.  AISI  Cold‐Formed  Steel  Framing  Design  Guide  CF02‐1.  Washigton 
D.C., American Iron and Steel Institute, 2002. 

VIEIRA,  Luiz  Carlos  Marcos  Jr.  Behavior  and  Design  of  Sheathed  Cold‐Formed  Steel 
Stud  Walls  under  Compression.  Baltimore,  Johns  Hopkins  University.  Doctor  of 
Philosophy: 239, 2011. 

WINTER,  George.  Lateral  Bracing  of  Beams  and  Columns.  Journal  of  the  Structural 
Division, 1960. 

 
 

94 

 
                                                                                                         
 
 
                                        Volume 1. Número 2 (agosto/2012). p. 95‐110        ISSN 2238‐9377 
 
                                                                                                  

Ajuste de um modelo para estimativa de carga 
de flambagem do montante de alma de vigas 
alveolares por meio de análise numérica 
Washington Batista Vieira1*; Eliane Gomes da Silveira2; José Carlos Lopes 
Ribeiro3; José Luiz Rangel Paes4 e Gustavo de Souza Veríssimo5* 
 
1
 Estudante de Doutorado, DEC/UFV, email: washington.vieira@ufv.br 
2
 Mestre em Engenharia Civil, UFV, email: eliane.silveira@ufv.br 
3
 Professor Adjunto, DEC/UFV, email: jcarlos.ribeiro@ufv.br  
4
 Professor Adjunto, DEC/UFV, email: jlrangel@ufv.br 
5
 Professor Adjunto, DEC/UFV, email: gustavo@ufv.br  
Universidade Federal de Viçosa, Av. P. H. Rolfs, s/n, 36570‐000, Viçosa – MG.  
 
Adjustment of a model to estimate the web post buckling load for 
alveolar beams through numerical analysis 
 
Resumo 
Neste  trabalho  apresenta‐se  a  avaliação  de  um  modelo  analítico  para  obtenção  da  carga  de 
flambagem do montante de alma (FMA) de vigas alveolares de aço, desenvolvido em meados 
do  século  passado.  Desde  então,  a  resistência  dos  aços  estruturais  aumentou  e  seções  de 
perfis  laminados  com  almas  mais  esbeltas  têm  sido  produzidas.  Experimentos  recentes  têm 
demonstrado um comportamento diferente para os novos perfis disponíveis, justificando uma 
reavaliação dos modelos analíticos existentes. Com o auxílio de um modelo numérico validado 
a  partir  de  resultados  experimentais,  obteve‐se  a  carga  crítica  de  FMA  para  diversas  vigas 
alveolares  obtidas  de  perfis  atuais.  Os  resultados  foram  comparados  com  os  obtidos  com  o 
modelo analítico para as mesmas vigas. Enfim, propõe‐se um ajuste no modelo analítico que 
proporciona resultados melhores para a verificação do estado limite último de FMA em vigas 
alveolares. 
Palavras‐chave:  vigas  alveolares,  modelo  numérico,  flambagem  do  montante  de  alma,  vigas 
casteladas. 
 
Abstract   
This  paper  presents  the  evaluation  of  an  analytical  model  to  predict  the  web  post  buckling 
(WPB) load for alveolar steel beams, developed in the middle of last century. Since then, the 
resistance  of  structural  steel  has  increased  and  rolled  I‐shapes  with  slender  webs  have  been 
produced. Recent experiments have shown a different behavior for the new I‐shapes available, 
justifying  a  reassessment  of  existing  analytical  models.  Using  a  numerical  model,  validated 
from  experimental  results,  the  critical  load  related  to  WPB  for  various  cellular  beams 
fabricated from actual I‐shapes was obtained. The results were compared with those obtained 
from  the  analytical  model  for  the  same  beam.  Finally,  we  propose  an  adjustment  in  the 
analytical model that provides better results for the verification of ultimate limit state of WPB 
in alveolar beams. 
 
Keywords: open‐web expanded beams, numerical model, web post buckling, castellated 
beams. 

* Autor correspondente 95
 

1 Introdução 

As  vigas  alveolares  de  aço  surgiram  na  Europa  na  década  de  1930,  devido  à 
necessidade de vigas com altura superior à dos perfis I produzidos à época. Essas vigas 
são obtidas de perfis I laminados cortados longitudinalmente em ziguezague, de forma 
que as duas metades obtidas, deslocadas de certo comprimento e soldadas, formam 
uma  viga  com  uma  sequência  de  aberturas  na  alma,  com  altura  superior  à  do  perfil 
original, como ilustrado na Figura 1. 

 
Figura 1 – Esquema do procedimento utilizado na fabricação de vigas casteladas (a) 
sem chapa intermediária e (b) com chapa intermediária (Grünbauer 2012). 

Há  algumas  décadas,  as  vigas  alveolares  deixaram  de  ser  competitivas  e  caíram  em 
desuso,  devido  ao  encarecimento  da  mão‐de‐obra  nos  países  desenvolvidos. 
Recentemente,  avanços  tecnológicos  na  área  de  automação  de  corte  e  solda  de  aço 
têm  possibilitado  novamente  fabricar  essas  vigas  a  custos  competitivos,  e  tem‐se 
observado  o ressurgimento do interesse pelas vigas alveolares de aço, em função de 
suas vantagens estruturais e arquitetônicas. 

Os  avanços  tecnológicos  ocorridos  nas  últimas  décadas  têm  possibilitado  o 


desenvolvimento  de  aços  mais  resistentes  e  perfis  com  chapas  mais  esbeltas. 
Dependendo da esbeltez dos elementos constituintes da seção do perfil, predominam 

96
determinados  modos  de  colapso  que  não  são  contemplados  pelas  metodologias  de 
cálculo propostas por outros autores no passado.  

Embora os estudos passados tenham fornecido procedimentos para projeto e cálculo 
de alguns tipos particulares de vigas alveolares obtidas a partir dos perfis produzidos à 
época, pesquisas recentes demonstraram a necessidade de novos estudos.  

Zaarour e Redwood (1996) realizaram experimentos com vigas casteladas fabricadas a 
partir  de  uma  série  de  perfis  laminados  esbeltos  produzidos  pela  Chaparral  Steel, 
conhecidos  como  vigas  BANTAM.  Esses  perfis  possuíam  chapas  com  esbeltezes 
superiores  à  dos  perfis  laminados  usuais  à  época  e  as  vigas  casteladas  produzidas  a 
partir  deles  manifestaram  modos  de  colapso  inusitados  nos  ensaios  de  laboratório, 
relacionados à instabilidade. 

Outro  fato  que  suscitou  o  interesse  por  novos  estudos  foi  o  início,  relativamente 
recente,  da  produção  de  perfis  I  laminados  no  Brasil,  pela  siderúrgica  Gerdau‐
Açominas, a partir de 2002. Alguns dos novos perfis I laminados produzidos no Brasil 
possuem elementos com esbeltez além da faixa coberta pelos estudos experimentais 
realizados no passado, como mostrado na Figura 2. 

predomina o
colapso por
predomina o colapso por plastificação instabilidade

4
?
3
Laminados brasileiros (AÇOMINAS)
2
Vigas BANTAM
1
Perfis europeus
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
esbeltez da alma
 
Figura 2 – Variação da esbeltez da alma para perfis europeus, BANTAM e brasileiros. 

O  objetivo  deste  trabalho  é  avaliar  a  qualidade  da  resposta  de  um  modelo  analítico 
proposto por Delesques (1968), para determinação da carga crítica de flambagem do 
montante de alma em vigas alveolares, com o auxílio de análises numéricas, tendo em 

97
vista os aços e perfis laminados disponíveis atualmente e, se necessário, propor algum 
ajuste nesse modelo analítico. 

2 Modelo analítico proposto por Delesques (1968) 

Delesques  (1968)  apresentou  um  estudo  da  estabilidade  dos  montantes  de  alma  de 
vigas casteladas de aço, desenvolvendo um modelo analítico para a obtenção da força 
cortante  crítica  que  promove  a  flambagem  elástica  do  montante  de  alma  (Figura  3). 
Esse  modelo  analítico  tem  como  base  o  princípio  variação  da  energia  potencial.  O 
autor igualou a variação energia potencial dos esforços internos de meio montante à 
variação  dos  trabalhos  das  forças  externas  aplicadas  à  metade  do  montante  da  viga, 
chegando à expressão do esforço cortante dada pela Eq. (1). 

E tw3   
V   tg A  
0,65 tg A 
(1)
0,203  72 yo 
onde: 

E  módulo de elasticidade do aço 
tw  espessura da alma 
yo  distância entre o centro de gravidade do tê ao eixo da viga 
A  ângulo de inclinação das diagonais formadas no montante da viga, em relação à 
vertical (ver Figura 2) 
Φ, Ψ  ver Eq. (2) e Eq. (3) 
V  esforço cortante no montante (ver Figura 4) 

Figura 3 – Diagonal comprimida e diagonal tracionada no montante de alma (adaptado 
de Delesques 1968). 

98
V2

V2

Figura 4 – Esforço cortante considerado na formulação para verificação da flambagem 
do montante de alma. 

  hp   hp 
 2 b   hp     h    h 
  1  2 bw   1  p   o  2
exp
  3  1  w      o  2  
 p   exp   yo
 2 h   p   2 hexp   yo 
    
      
 
  hp   hp  (2)
 b    hexp   
 2 bw  yo  2 bw  yo
 3  1     o 1  1 
w
   1  2   1     1  2 
 p   p  exp
h  y   p  exp
h  yo 
  o
  
   
 

  hp   hp 
 2 b   hp         h 
  1  2 bw   1  p   o  2
h exp
  3  1  w      o  2  
 p   exp   yo
 2 h   p   2 hexp   yo 
  
       
 
  hp   hp  (3)
      hexp     
 3  1  w   o 1  1  w   o  1  2
b 2b y   1  2 bw   yo  1  2 
 p   p  hexp  yo   p  hexp  yo 
    
   
onde: 

φo, φ1,  ,   = funções apresentadas nas Eq. (4) a (7) 
bw, p, hp, hexp são apresentados na Figura 5 

 y  y
3
  y  25  y  
2 4   
o    16     3  6        (4) (2)
 yo   yo    yo  7  yo  

 
 y  y
3
 9  y 2 25  y 4    
1   16       5        (5) (2)
 yo   yo   4  yo  8  yo  

99
 
 y  y
3
 1 2  y 2 1  y 4    
o    16               (6) (2)
 yo   yo   3 5  yo  7  yo  
 
 y  y
3
 1 1  y 2 1  y 4    
o    16               (7) (2)
 yo   yo   4 3  yo  8  yo  
bw b bw

dg hp ho

p
 
Figura 5 – Simbologia relacionada às dimensões e espaçamento das aberturas nas vigas 
alveolares. 

Delesques  (1968)  mostra  que  o  valor  mínimo  do  esforço  cortante  dado  pela  Eq.  (1) 
ocorre quando: 

   
tg  A    (8)
0,65  (2)

Substituindo  a  Eq.  (8)  na  Eq.  (1),  Delesques  obteve  uma  equação  que  determina  o 
esforço crítico de instabilidade do montante de alma, dado pela Eq. (9). 

E t w3   
Vcr     (9)
5,9 yo (2)

Entretanto, como se pode notar pelas Eqs. (2) e (3), a obtenção dos parâmetros Φ e Ψ 
é  bastante  trabalhosa.  Segundo  Delesques  (1968),  um  valor  aproximado  para  a  raiz 
quadrada  do  produto  ΦΨ  pode  ser  descrito pela Eq.  (10),  originando  uma  expressão 
aproximada  para  o  cálculo  da  força  cortante  crítica  de  flambagem  do  montante  de 
alma, apresentada na Eq. (11). 

100
  2b   y o  0,8hexp  h p    
  5 1  1  w       (10)
  p   yo  (2)

E t w3   2 bw   y o  0,8hexp  h p  (11)
Vcr  1  1       
1,18 y o   p   yo 

A Eq. (11) é aplicável a qualquer padrão de viga castelada (com alvéolos hexagonais ou 
octogonais) ou celular (com alvéolos circulares), uma vez que depende basicamente do 
passo p e da largura do montante bw (ver Figura 5). 

3 Modelagem 

3.1 Modelo Numérico 

O  modelo  numérico  de  elementos  finitos  foi  desenvolvido  no  software  ABAQUS  
(Vieira  et  al.  2011).  Criou‐se  um  modelo  geométrico  tridimensional  formado  por 
elementos  de  casca  fina  que  representam  a  superfície  média  das  chapas  de  aço  que 
compõem a viga castelada. Optou‐se por dividir o modelo em regiões para facilitar a 
geração de malhas estruturadas de elementos finitos, como mostrado na Figura 6. 

Figura 6 – Modelo geométrico típico utilizado para uma viga castelada,  
com subdivisão em regiões. 

Nas  regiões  triangulares  formadas  nas  proximidades  das  aberturas  foram  usados 
elementos  de  casca  fina  triangulares.  tipo  S3  (elementos  lineares  de  casca  fina  com 
três nós e seis graus de liberdade por nó). Nas regiões quadrilaterais foram utilizados 

101
elementos  S4R  (elementos  de  casca  fina  lineares,  com  quatro  nós,  seis  graus  de 
liberdade por nó com integração reduzida), como mostrado na Figura 7. 

Figura 7 – Malha de elementos finitos de um modelo com detalhe da região com 
malha triangular. 

Na Figura 8 são apresentadas algumas características dos elementos utilizados. A partir 
de uma análise de sensibilidade da malha, foram adotados elementos com dimensão 
aproximada de 10 mm 

3
4

Ponto de Integração

3 5
4
1 1
1 3
2
1
1
2

S3 S4R
2

(a) (b) (c)

Figura 8 – Representação dos elementos do ABAQUS, (a) S3 e (b) S4R e dos (c) pontos 
de integração ao longo da espessura dos mesmos. 

Para  o  aço,  adotou‐se  um  modelo  constitutivo  não‐linear,  elastoplástico  sem 


encruamento, e o critério de escoamento de Von Mises. 

Para validação do modelo numérico, foram simulados os ensaios feitos com treze vigas 
originárias de quatro programas experimentais distintos (Redwood e Demirdjian 1998; 
Zaarour  e  Redwood  1996;  Bazile  e  Texier  1968  apud  Zaarour  1995;  Toprac  e  Cooke 

102
1959)  obtendo‐se  uma  boa  concordância  entre  os  resultados  numéricos  e  os 
experimentais, tanto para carga última como para o modo de colapso observado. 

A  rigor,  a  simulação  numérica  é  feita  em  duas  etapas.  A  primeira  consiste  de  uma 
análise  de  flambagem  elástica  –  onde  o  carregamento  é  aplicado  como  uma 
perturbação  linear  do  tipo  Buckle  (Hibbitt  et  al.,  2009)  –  para  obtenção  dos 
autovetores e autovalores, que representam, respectivamente, o modo de flambagem 
e  a  carga  crítica  de  flambagem  (Figura  9).  A  segunda  etapa  consiste  de  uma  análise 
não‐linear material e geométrica, pelo método de Riks modificado, com consideração 
de imperfeições iniciais e tensões residuais no perfil (Hibbitt et al., 2009). 

 
Figura 9 – Modo de flambagem representado no ABAQUS para uma viga ensaiada por 
Redwood e Demirdjian (1998). 

103
3.2 Características geométricas das vigas analisadas 

Para  este  estudo  foram  analisadas  21  vigas  alveolares,  variando‐se  a  geometria  dos 
alvéolos  e  o  vão  livre  entre  apoios.  Variou‐se  também  o  tipo  de  carregamento  para 
cada geometria, totalizando 42 análises realizadas.  

Na Tabela 1 são apresentadas as características geométricas das vigas analisadas e na 
Figura 10 são mostrados esquemas representativos da geometria das mesmas. 

Tabela 1 – Características geométricas das vigas analisadas. 

Viga  Padrão  dg  p   bw  hp  n  Vão  xca 


(mm)  (mm)  (mm) (mm) (mm)  (mm) 
AS‐3.0  Anglo‐Saxão  525,5  376,9  87,3  ‐  7  3000  369,2 
AS‐4.5  Anglo‐Saxão  525,5  376,9  87,3  ‐  11  4500  365,4 
AS‐6.0  Anglo‐Saxão  525,5  376,9  87,3  ‐  15  6000  361,6 
ASC‐3.0  Anglo‐Saxão  625,5  376,9  87,3  100  7  3000  369,2 
ASC‐4.5  Anglo‐Saxão  625,5  376,9  87,3  100  11  4500  365,4 
ASC‐6.0  Anglo‐Saxão  625,5  376,9  87,3  100  15  6000  361,6 
PN‐3.0  Peiner  525,5  523,5  174,5  ‐  5  3000  453,0 
PN‐4.5  Peiner  525,5  523,5  174,5  ‐  8  4500  417,8 
PN‐6.0  Peiner  525,5  523,5  174,5  ‐  11  6000  382,5 
PNC‐3.0  Peiner  625,5  523,5  174,5  100  5  3000  453,0 
PNC‐4.5  Peiner  625,5  523,5  174,5  100  8  4500  417,8 
PNC‐6.0  Peiner  625,5  523,5  174,5  100  11  6000  382,5 
LT‐3.0  Litzka  525,5  604,5  201,5  ‐  4  3000  593,3 
LT‐4.5  Litzka  525,5  604,5  201,5  ‐  7  4500  436,5 
LT‐6.0  Litzka  525,5  604,5  201,5  ‐  9  6000  582,1 
LTC‐3.0  Litzka  625,5  604,5  201,5  100  4  3000  593,3 
LTC‐4.5  Litzka  625,5  604,5  201,5  100  7  4500  436,5 
LTC‐6.0  Litzka  625,5  604,5  201,5  100  9  6000  582,1 
CEL‐3.0  Celular  525,5  523,5  174,5  ‐  5  3000  453,0 
CEL‐4.5  Celular  525,5  523,5  174,5  ‐  8  4500  417,8 
CEL‐6.0  Celular  525,5  523,5  174,5  ‐  11  6000  382,5 
 
dg – altura total da viga alveolar 
p – distância entre os centros de alvéolos adjacentes 
bw – distância entre bordas de alvéolos adjacentes = comprimento da solda 
hp – altura da chapa expansora 

104
n – número de alvéolos 
xca – coordenada do centro do primeiro alvéolo = seção onde é obtido o valor do esforço cortante 
 
 

AS-3.0 AS-4.5 AS-6.0

ASC-3.0 ASC-4.5 ASC-6.0

PN-3.0 PN-4.5 PN-6.0

PNC-3.0 PNC-4.5 PNC-6.0

LT-3.0 LT-4.5 LT-6.0

LTC-3.0 LTC-4.5 LTC-6.0

CEL-3.0 CEL-4.5 CEL-6.0

Figura 10 – Esquemas da geometria das vigas alveolares analisadas. 

4 Resultados 

Para verificar os resultados do modelo analítico de Delesques (1968), foram realizadas 
simulações  numéricas  em  um  conjunto  de  vigas  alveolares  para  obtenção  da  força 
cortante crítica que provoca a flambagem elástica do montante de alma, utilizando‐se 
uma  análise  linear  do  tipo  Buckle.  Os  resultados  das  análises  numéricas  foram 
comparados  com  aqueles  obtidos  pelo  modelo  analítico  desenvolvido  por  Delesques 
(1968), apresentado na Eq. (11). 

Para  as  vigas  apresentadas  na  Tabela  1,  obtiveram‐se  os  valores  da  força  cortante 
crítica  de  flambagem  elástica  do  montante  de  alma  para  duas  situações  de 
carregamento: 

‐ carregamento uniformemente distribuído ao longo do vão; 
‐ carga concentrada no centro do vão. 

As mesmas vigas foram analisadas com o modelo numérico, para as mesmas condições 
de  contorno,  para  que  os  resultados  obtidos  com  o  modelo  analítico  de  Delesques 
(1968) pudessem ser verificados. 

105
Na  Tabela  2  são  apresentados  os  resultados  do  modelo  analítico,  bem  como  os  do 
modelo  numérico,  para  as  vigas  submetidas  a  carregamento  uniformemente 
distribuído e carregamento concentrado no centro do vão. 

Tabela 2 – Força cortante crítica de flambagem elástica do montante de alma. 

Vigas com carga distribuída ao longo  Vigas com carga concentrada no 
Viga  Vcr.eq   do vão  centro do vão 
(kN)  Vcr.num Vcr.eq / Vcr.num  Vcr.num Vcr.eq / Vcr.num 
(kN) (kN) (kN) (kN) 
AS‐3.0  166,41  169,25  1,18  148,23  1,12 
AS‐4.5  166,41  151,74  1,22  139,35  1,19 
AS‐6.0  166,41  152,96  1,17  135,51  1,23 
ASC‐3.0  123,53  111,57  1,33  103,13  1,20 
ASC‐4.5  123,53  103,07  1,33  94,61  1,31 
ASC‐6.0  123,54  106,40  1,25  92,02  1,34 
PN‐3.0  154,59  153,45  1,34  147,12  1,05 
PN‐4.5  154,58  150,38  1,20  137,61  1,12 
PN‐6.0  154,59  149,49  1,15  134,44  1,15 
PNC‐3.0  119,27  115,96  1,37  108,06  1,10 
PNC‐4.5  119,25  108,67  1,28  99,55  1,20 
PNC‐6.0  119,25  108,65  1,22  97,30  1,23 
LT‐3.0  154,59  151,14  1,53  143,91  1,07 
LT‐4.5  154,58  150,37  1,23  139,40  1,11 
LT‐6.0  154,59  148,67  1,19  135,06  1,14 
LTC‐3.0  119,27  115,98  1,54  105,99  1,13 
LTC‐4.5  119,25  121,53  1,18  101,00  1,18 
LTC‐6.0  119,25  108,04  1,26  98,29  1,21 
CEL‐3.0  154,59  142,60  1,67  133,28  1,16 
CEL‐4.5  154,58  135,92  1,39  123,62  1,25 
CEL‐6.0  154,59  135,02  1,29  120,14  1,29 
MÉDIA  1,30    1,18 
 
Vcr.eq – força cortante crítica de flambagem do montante de alma, obtido pelo modelo analítico de Delesques 
(1968), apresentado na Eq. (11). 
Vcr.num – força cortante crítica de flambagem do montante de alma, obtido na etapa Buckle do modelo numérico 
 
 

Na  Figura  11  são  apresentados  os  resultados  para  o  caso  das  vigas  submetidas  a 
carregamento  uniformemente  distribuído  ao  longo  do  vão.  Nota‐se  que,  na  maioria 
dos  casos,  a  equação  de  Delesques  (1968)  apresenta  resultados  maiores  que  os 
obtidos com o modelo numérico. 

106
180

160

140
Esforço cortante crítico (kN)
120

100

80

60
MEF Delesques
40

20

0
AS-3.0

AS-4.5

AS-6.0

ASC-3.0

ASC-4.5

ASC-6.0

PN-3.0

PN-4.5

PN-6.0

PNC-3.0

PNC-4.5

PNC-6.0

LT-3.0

LT-4.5

LT-6.0

LTC-3.0

LTC-4.5

LTC-6.0

CEL-3.0

CEL-4.5

CEL-6.0
Vigas

 
Figura 11 – Força cortante crítica que promove a flambagem do montante de alma em 
vigas alveolares submetidas a carregamento uniformemente distribuído ao longo do 
vão. 

Na  Figura  12  são  apresentados  os  resultados  das  vigas  submetidas  a  uma  carga 
concentrada  no  centro  do  vão.  Observa‐se  que  para  todos  os  casos  a  equação  de 
Delesques (1968) superestima os valores obtidos de carga de flambagem em relação 
ao modelo numérico. 

180

160
Esforço cortante crítico (kN)

140

120

100

80
MEF Delesques
60

40

20

0
PN-3.0

PN-4.5

PN-6.0

PNC-3.0

PNC-4.5

PNC-6.0

LT-3.0

LT-4.5

LT-6.0

LTC-3.0

LTC-4.5

LTC-6.0
AS-3.0

AS-4.5

AS-6.0

ASC-3.0

ASC-4.5

ASC-6.0

CEL-3.0

CEL-4.5

CEL-6.0

Vigas

Figura 12. Força cortante crítica que promove a flambagem do montante de alma em 
vigas alveolares submetidas a carregamento concentrado no centro do vão. 

107
5 Discussão 

Nas  equações  desenvolvidas  por  Delesques  (1968),  considerou‐se  uma  condição 


específica  de  um  montante  de  alma  isolado,  sujeito  a  esforços  de  cisalhamento  que 
causam  a  flambagem  do  montante.  Numa  viga  real,  existem  vários  outros  efeitos 
combinados de momentos secundários atuando, o que provoca no modelo numérico 
um  rebaixamento  do  valor  da  carga  crítica  de  flambagem.  Esse  efeito  é  notado 
claramente na Figura 11, com a variação da carga crítica de flambagem em função do 
comprimento do vão. 

Observando  os  resultados  apresentados  anteriormente,  nota‐se  que,  em  média,  os 
resultados  numéricos  são  cerca  de  80%  superiores  aos  valores  obtidos  pela  equação 
simplificada  de  Delesques  (1968).  Assim,  inserindo‐se  um  fator  multiplicador  igual  a 
0,80 na Equação (11), obtém‐se a Equação (12). 

E t w3   2 bw   y o  0,8hexp  h p    
Vcr  1  1      (12)
1,475 y o   p   yo  (2)

Na  Figura  13  e  na  Figura  14  são  apresentados  os  resultados  comparativos  entre  o 
modelo numérico e a Equação (12). 

160

140
Esforço cortante crítico (kN)

120

100

80

60
MEF Delesques

40

20

0
AS-3.0

AS-4.5

AS-6.0

ASC-3.0

ASC-4.5

ASC-6.0

PN-3.0

PN-4.5

PN-6.0

PNC-3.0

PNC-4.5

PNC-6.0

LT-3.0

LT-4.5

LT-6.0

LTC-3.0

LTC-4.5

LTC-6.0

CEL-3.0

CEL-4.5

CEL-6.0

Vigas

Figura 13 – Força cortante crítica que promove a flambagem do montante de alma em 
vigas alveolares submetidas a carregamento distribuído ao longo do vão – comparação 
entre os valores numéricos e a Eq. (12). 

108
160

140
Esforço cortante crítico (kN)

120

100

80
MEF Delesques
60

40

20

0 PN-3.0

PN-4.5

PN-6.0

PNC-3.0

PNC-4.5

PNC-6.0

LT-3.0

LT-4.5

LT-6.0

LTC-3.0

LTC-4.5

LTC-6.0
AS-3.0

AS-4.5

AS-6.0

ASC-3.0

ASC-4.5

ASC-6.0

CEL-3.0

CEL-4.5

CEL-6.0
Vigas
 
Figura 14 – Força cortante crítica que promove a flambagem do montante de alma em 
vigas alveolares submetidas a carregamento concentrado no centro do vão – 
comparação entre os valores numéricos e a Eq. (12). 
6 Conclusões 

Delesques (1968) propôs dois modelos analíticos para a determinação da carga crítica 
de  flambagem  elástica  do  montante  de  alma  para  vigas  casteladas,  um  rigoroso, 
bastante complexo, e outro simplificado, que produz resultados ligeiramente inferiores 
aos do modelo complexo. 

Neste  trabalho,  42  vigas  alveolares  foram  analisadas  com  o  auxílio  de  um  modelo 
numérico  de  elementos  finitos,  validado  a  partir  de  resultados  experimentais,  com  o 
objetivo  de  verificar  a  concordância  dos  resultados  obtidos  com  o  modelo  analítico 
simplificado proposto por Delesques (1968). 

Analisando‐se  os  resultados,  observa‐se  que  os  valores  de  força  cortante  crítica 
obtidos  com  o  modelo  analítico  de  Delesques  (1968)  são  superiores  aos  do  modelo 
numérico.  Acredita‐se  que  isso  se  deva  principalmente  às  diferenças  de 
comportamento  de  um  montante  de  alma  isolado  em  relação  a  uma  viga  real,  onde 
existem  momentos  secundários  que  influenciam  na  ocorrência  da  flambagem  do 
montante. 

Para  aproximar  os  resultados  obtidos  pela  equação  aos  do  modelo  numérico,  foi 
proposto um ajuste no qual um coeficiente 0,80 é introduzido na equação simplificada 

109
de Delesques, fazendo com que os resultados analíticos apresentem melhor correlação 
com os dos experimentos numéricos. 

A equação modificada proposta pode ser utilizada para estimar a carga de flambagem 
elástica  do  montante  de  alma  tanto  para  vigas  casteladas,  padrões  Litzka,  Peiner  ou 
Anglo‐Saxão, como para vigas celulares (com alvéolos circulares). 

7 Agradecimentos 

Os autores agradecem à FAPEMIG, à FUNARBE e ao Departamento de Engenharia Civil 
da Universidade Federal de Viçosa pelo apoio para a realização deste trabalho. 

8 Referências bibliográficas 

DELESQUES,  R. Stabilité des montants  de poutres ajourées. Construction Métallique, n. 3,  p. 


26‐33. 1968. 
 
GRÜNBAUER BV. Web Page: http://www.grunbauer.nl/eng/waarom.htm. Acessado em 11 de 
junho de 2012. 
 
HIBBITT,  KARLSSON  e  SORENSEN.    “ABAQUS  Theory  Manual”,  Hibbitt,  Karlsson  &  Sorensen, 
Inc, EUA; 2009. 
 
REDWOOD, Richard G.; DEMIRDJIAN, Sevak. Castellated beam web buckling in shear, Journal 
of Structural Engineering, v.124, p.1202‐1207. 1998 
 
TOPRAC,  A.  A.;  COOKE,  B.  R.  An  experimental  investigation  of  open‐web  beams,  Welding 
Research Council Bulletin Series. 1959 
 
VIEIRA, Washington Batista, VERÍSSIMO, Gustavo de Souza, SILVEIRA, Eliane Gomes, PAES, José 
Luiz Rangel; RIBEIRO, José Carlos Lopes Development and validation of a numerical model for 
behavior assessment of castellated beams susceptible to collapse by web post buckling. XXXII 
Iberian  Latin‐American  Congress  on  Computational  Methods  in  Engineering,  Ouro  Preto, 
2011. 
 
ZAAROUR, Walid Jacques. Web buckling in thin webbed castellated beams. PhD Thesis. McGill 
University, Canadá. 1995 
 
ZAAROUR,  Walid  Jacques,  Redwood,  Richard  G.  Web  buckling  in  thin‐webbed  castellated 
beams; Journal of Structural Engineering, Vol.122, No.8, paper 11030. 1996 

110
                                                                                                                                                                                                         
 
                                   
                                     Volume 1. Número 2 (agosto/2012). p. 111‐132        ISSN 2238‐9377 
   

 
Ligação Mista Viga‐Pilar Resistente a Momento 
Juliano L. Conceição1, Gilson Queiroz2*, Roberval J. Pimenta1* e Gabriel O. 
Ribeiro2* 
 
1
 CODEME, Codeme Engenharia S/A, Gerência de Engenharia, Distrito Industrial 
Paulo Camilo, BR‐381 km 421, 32530‐000, Betim, MG, Brasil, 
http://www.codeme.com.br (juliano.lanza@codeme.com.br) 
2
 DEES, Departamento de Engenharia de Estruturas, Escola de Engenharia, 
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Campus Pampulha, 31270‐901, 
Belo Horizonte, MG, Brasil, http://www.pos.dees.ufmg.br 
(gilson@dees.ufmg.br) 

Beam‐to‐Column Moment‐Resisting Composite Connection 

Resumo 
Apesar  do  aumento  do  emprego  de  estruturas  mistas  de  aço  e  concreto  no  Brasil,  poucas 
referências são encontradas sobre o comportamento das ligações mistas viga‐pilar resistentes 
a  momento.  As  normas  de  dimensionamento  tanto  Brasileiras  quanto  internacionais  não 
prevêem  procedimentos  específicos  para  projeto  e  cálculo  dessas  ligações.  Frente  a  esse 
cenário,  é  proposto  neste  trabalho  o  estudo  preliminar  de  uma  ligação  mista  viga‐pilar  com 
chapa  de  extremidade  parafusada  na  mesa  do  pilar  metálico.  Foram  feitas  simulações 
numéricas  utilizando‐se  o  MEF/ANSYS  considerando‐se  as  não  linearidades  físicas  dos 
materiais,  permitindo  identificar  os  principais  mecanismos  de  falha  e  quantificar  o  momento 
fletor  resistente  da  ligação.  Foram  realizadas  análises  paramétricas  para  avaliar  a  influência 
das principais variáveis geométricas e físicas na resistência da ligação possibilitando propor um 
modelo mecânico preliminar. 
Palavras‐chave: Ligação Mista de Aço e Concreto, MEF 
 
Abstract   
The  use  of  steel  and  concrete  composite  structures  in  Brazil  has  been  increased.  However, 
there  are  only  a  few  references  about  the  behavior  of  beam‐to‐column  composite  moment 
connections.  The  Brazilian  and  international  standards  for  steel  and  concrete  do  not  provide 
specific  design  and  calculation  procedures  for  moment‐resisting  composite  connections. 
Therefore, this work proposes to perform the preliminary study of a beam‐to‐column moment‐
resisting  composite  connection  with  end  plate  bolted  at  the  steel  column  flange.  Numerical 
simulations were performed by the FEM/ANSYS. The physical nonlinearities of materials were 
considered, allowing to identify the major failure mechanisms and to quantify the connection 
flexural strength. Parametric analyses were performed to evaluate the influence of geometric 
and  physic  variables  on  the  connection  strength  and  a  preliminary  mechanical  model  was 
proposed. 
 
Keywords: Beam‐to‐Column Composite Connection, FEM. 
 

* Autor correspondente 111


1 Introdução 

Ligações  são  potencialmente  as  partes  mais  críticas  e  possivelmente  as  menos 
entendidas  dos  pórticos  estruturais.  O  papel  principal  das  ligações  é  transferir  as 
solicitações  entre  os  elementos  estruturais  mantendo  a  integridade  da  estrutura  sob 
os carregamentos aplicados. Diferentes tipos de elementos estruturais se interceptam 
nas  ligações  e  a  combinação  de  seus  esforços  solicitantes  gera  um  comportamento 
muitas vezes complexo.  

Este trabalho visa avaliar uma ligação de pórtico misto de aço e concreto por meio de 
simulação numérica considerando as não linearidades físicas dos materiais envolvidos. 
Trata‐se de uma ligação de viga metálica com um pilar misto constituído por um perfil 
de aço totalmente revestido com concreto, capaz de resistir aos momentos fletores e 
esforços  cortantes  provenientes  das  ações  verticais  e  horizontais  na  estrutura  de 
estabilização. A Fig. 1 ilustra a ligação estudada.  
Armadura transversal do pilar Estribo externo
Armadura longitudinal do pilar  Estribo interno
Chapa de extremidade parafusada 
Barra oblíqua

Viga metálica Perfil de aço 
Concreto 

Figura 1: Esquema da ligação mista viga‐pilar estudada neste trabalho 

Almeja‐se  identificar,  via  análise  numérica,  os  principais  mecanismos  de  falha  da 
ligação  e  também  o  momento  resistente  desse  tipo  de  ligação  para  algumas 
configurações  geométricas  pré‐definidas.  A  partir  do  estudo  do  comportamento  da 
ligação  proposta,  almeja‐se  propor  um  modelo  mecânico  preliminar,  o  qual  será 

112
aprimorado  futuramente  após  comprovações  experimentais  que  serão  realizadas  no 
Departamento de Engenharia de Estruturas da UFMG. 

A  ligação  mista  resistente  a  momento  do  tipo  viga‐pilar  proposta  neste  estudo  não 
exige  a  continuidade  das  vigas  de  pórtico,  não  sendo  necessária,  portanto,  a 
interrupção  do  perfil  de  aço  interno  ao  pilar  de  concreto.  A  ligação  proposta  prevê 
fixação das vigas no perfil de aço por meio de chapa de extremidade parafusada, além 
da passagem das barras de armadura da viga mista através do pilar. Essa configuração 
demonstra  ser  mais  simples  do  ponto  de  vista  construtivo,  uma  vez  que  não  é 
necessária  solda  de  campo  para  emendar  os  perfis  de  aço,  como  também  se  mostra 
vantajosa  na  fase  de  montagem  dos  pilares  devido  à  utilização  de  peças  de  maior 
comprimento  além  da  facilidade  de  montagem  inerente  a  uma  ligação  parafusada 
quando comparada a uma ligação soldada. 

2 Metodologia 

2.1 Comportamento da Ligação Mista Proposta 

A ação do momento fletor atuante na viga faz surgir dois modos de falha potenciais no 
concreto: um devido à ação da tração na mesa da viga, que por sua vez provoca um 
efeito de arrancamento da chapa de extremidade de dentro do pilar (corte A, Fig. 2); e 
outro, devido à compressão na mesa oposta da viga, que empurra a mesa do perfil de 
aço, mobilizando o maciço de concreto no interior do pilar (corte B, Fig. 2). 

As porções de concreto hachuradas na Fig. 2 indicam a predominância de tensões de 
compressão, e as delimitações das hachuras apontam para as prováveis superfícies de 
separação,  onde  surgirão  as  principais  fissuras  no  concreto  que  se  propagarão  até  a 
perda completa de resistência do material. 

O ACI 318‐08 (2008) apresenta formulações com base em ensaios de arrancamento de 
conectores  de  cisalhamento  em  concreto  armado,  onde  são  mostrados  ângulos  dos 
"cones" de falha de aproximadamente 1:1,5. Portanto, por analogia, espera‐se que no 
entorno  da  mesa  tracionada  da  viga  (corte  A,  Fig.  2)  seja  formado  um  cone  com 
aproximadamente  essa  inclinação,  e  o  equilíbrio  dos  esforços  horizontais  seria 
garantido  pelas  barras  de  armadura  que  atravessam  a  superfície  do  cone,  chamadas 
aqui de armaduras transversais efetivas. 

113
1.5
Cones de 
1
ruptura
1.5
1

A Corte A 
Momento 
B Fletor

Tração e compressão 
1.5 nas mesas da viga 
1
Corte B   

Figura 2: Hipóteses de falhas potenciais para o concreto do pilar misto na região da 
ligação 

2.2 Modelo de Elementos Finitos 

O modelo numérico de elementos finitos elaborado para simular a ligação mista viga‐
pilar é mostrado na Fig. 3. Adotou‐se uma modelagem 3D com elementos sólidos. Foi 
utilizado como ferramenta o programa computacional ANSYS (versão 12.1). 

Tanto os carregamentos quanto a geometria da ligação analisada possuem simetria em 
relação  ao  plano  vertical  que  passa  pelo  plano  médio  da  alma  da  viga.  O  pilar  de 
concreto  foi  modelado  com  uma  altura  suficiente  para  que  os  efeitos  localizados 
decorrentes das condições de contorno nas seções extremas do pilar não afetassem a 
resposta na região de interesse da ligação. Nas seções extremas do pilar foram criadas 
chapas grossas, cujo objetivo é garantir que as seções das extremidades permaneçam 
planas. 

As  chapas  de  confinamento  do  concreto  (ver  Figs.  3  e  4)  promovem  o  aumento  da 
resistência uniaxial à compressão do concreto na região nodal em função da geração 
de  estados  multiaxiais  de  compressão.  Elas  foram  modeladas  como  nervuras 
transversais na viga. 

114
Chapa grossa 
(fictícia) 
Pilar de concreto

Chapa de 
confinamento   Viga metálica
do concreto

Chapa grossa 
Pilar de aço incorporado  (fictícia) 
Figura 3: Modelo global de elementos finitos da ligação mista viga‐pilar 

As  armaduras  longitudinais  e  transversais  do  pilar  foram  modeladas  mediante  uma 
taxa  de  armadura  dispersa  nos  elementos  SOLID65  nas  proporções  e  direções 
apropriadas (ver Fig. 4). As barras oblíquas, em virtude da forma como foi construída a 
malha  3D,  foram  modeladas  com  elementos  de  treliça  do  tipo  LINK8  interligando  os 
nós da malha de concreto, conforme mostradas em vermelho na Fig. 4. 

Todas  as  superfícies  de  contato  existentes  entre  o  aço  e  o  aço,  ou  entre  o  aço  e  o 
concreto,  foram  modeladas  com  elementos  de  contato  do  tipo  CONTA173  e 
TARGE170. 

Os parafusos que constituem a ligação da chapa de extremidade com a mesa do pilar 
metálico  foram  modelados  com  elementos  de  barra  bi‐rotulados  do  tipo  LINK8.  Os 
furos  nas  chapas  não  foram  considerados  no  modelo.  Para  transferir  os  esforços  de 
cisalhamento da chapa de extremidade para a mesa do pilar metálico foram adotados 
acoplamentos  nodais  rígidos,  com  isso  as  tensões  de  cisalhamento  atuantes  nos 
parafusos  oriundas  da  força  cortante  tiveram  de  ser  desprezadas  nas  análises 
numéricas. Foi considerada uma protensão inicial dos parafusos equivalente a 70% da 
tensão  de  ruptura  do  parafuso,  aplicada  por  meio  de  uma  deformação  inicial 
processada  em  um  passo  de  carga  anterior  à  aplicação  dos  demais  carregamentos 
presentes na ligação. 

115
Chapas de aço modeladas com 
elementos sólidos SOLID185 
Armaduras dispersas nos 
elementos SOLID65 

Armaduras inclinadas discretizadas  Elementos com armaduras 
com elementos de treliça LINK8  dispersas nas três direções
 
Figura 4: Detalhe da modelagem das armaduras, dos perfis e das chapas de aço 

Para facilitar a convergência numérica os carregamentos foram impostos em forma de 
deslocamento prescrito.  

2.3 Relações Constitutivas e Propriedades Geométricas Adotadas 

Foram  consideradas  as  não  linearidades  físicas  de  todos  os  materiais  presentes  no 
modelo numérico, com exceção da viga de aço, cuja falha não é o foco deste estudo. 
As curvas das relações constitutivas adotadas estão esquematizadas na Fig. 5. 

O  comportamento  do  concreto  é  representado  por  meio  do  modelo  Concrete 


disponível  no  ANSYS,  que  tem  como  referência  o  modelo  proposto  por  WILLAM  e 
WARNKE  (1975)  e  permite  simular  a  fissuração  do  concreto,  quando  submetido  a 
tensões de tração, e o esmagamento, quando submetido a tensões de compressão. 

Para  melhorar  a  resposta  do  comportamento  do  concreto  à  compressão  foram 


realizados  testes  mesclando‐se  diferentes  superfícies  de  falha  com  o  critério  de 
Willam‐Warnke.  Os  melhores  resultados  foram  obtidos  adotando‐se  o  critério  de 
escoamento de von Mises. 

116
(a)

(d) 

(b) 

(e)
 
(c) 
Figura 5: Relações constitutivas adotadas para: a) aço do pilar de aço e chapas; b) aço 
dos parafusos; c) aço das armaduras; d) concreto à compressão; e) concreto à tração 

Apesar  de  o  critério  de  von  Mises  ser  normalmente  utilizado  para  materiais  dúcteis, 
em CHEN e HAN (2001) cita‐se que critérios como von Mises e Tresca são geralmente 
utilizados em análises preliminares com elementos finitos para o concreto sob tensões 
de  compressão.  Esse  artifício  tem  sido  utilizado  também  em  outros  trabalhos  como, 
por  exemplo,  LEONEL  et  al  (2003),  QUEIROZ  et  al  (2005),  KOTINDA  (2006),  e 
CONCEIÇÃO  (2011).  Portanto,  adotou‐se  para  representar  a  compressão  do  concreto 
um  modelo  multilinear  com  encruamento  isótropico,  critério  de  escoamento  de  von 
Mises, e curva tensão‐deformação dada pela EN 1994‐1‐1 (2004), reproduzida na Fig. 
5(d).  Para  tanto,  a  capacidade  de  esmagamento  do  concreto  no  modelo  Concrete  é 

117
desabilitada  através  da  atribuição  do  valor  ‐1  ao  parâmetro    (resistência  uniaxial  à 
compressão do concreto). 

As propriedades geométricas e físicas adotadas nas simulações são apresentadas nas 
Tabelas 1 e 2, respectivamente. 

Tabela 1: Características geométricas do modelo M0 analisado numericamente 
Descrição dos Parâmetros  Valor 
Largura do pilar de concreto ( ) e Altura do pilar de concreto ( )  600 mm 
Comprimento do pilar no modelo ( )   2,4 m 
Comprimento da viga no modelo ( )   1,2 m 
Largura da chapa de extremidade ( )  256 mm 
Comprimento da chapa de extremidade ( )  760 mm 
Espessura da chapa de extremidade ( )  19 mm 
Largura da mesa da viga ( )  150 mm 
Altura da viga ( )  600 mm 
Espessura das mesas da viga ( ) [seção duplamente simétrica] 16 mm 
Espessura da alma da viga ( )  8 mm 
Largura da mesa do pilar de aço incorporado ao pilar misto ( ) 256 mm 
Altura da seção transversal do pilar de aço ( )  246 mm 
Espessura das mesas do pilar de aço ( ) 10,7 mm 
Espessura da alma do pilar de aço ( )  10,5 mm 
Espessura da chapa de confinamento do concreto ( )  12,5 mm 
Número total de armaduras longitudinais do pilar misto ( )  12 
Diâmetro da armadura longitudinal do pilar misto ( )  16,0 mm 
Diâmetro das armaduras transversais da ligação mista ( )  12,5 mm 
Diâmetro dos estribos do pilar misto ( )  5,0 mm 
Espaçamento entre as camadas de armaduras transversais da ligação ( )  7,5 cm 
Espaçamento entre as camadas de estribos do pilar de concreto ( )  20 cm 
Cobrimento das armaduras longitudinais do pilar ( )  50 mm  
Cobrimento das armaduras transversais do pilar ( )  35 mm 
Número de linhas de parafusos na ligação com chapa de extremidade ( )  6 
Diâmetro dos parafusos ( )  ¾ in (19 mm) 
Gabarito da ligação ( )  79 mm 
Distância da mesa da viga à 1ª linha de furação acima da mesa ( )  40 mm 
Distância vertical entre o furo e a borda da chapa de extremidade ( )  40 mm 
Distância entre as linhas de furação acima e abaixo da mesa da viga  ( )  103,3 mm 
Distância entre a 1ª linha e a 2ª linha de furação interna à viga ( )   94,7 mm 
Relação entre a área efetiva à tração e a área nominal do parafuso ( , )  75 %
 

118
Tabela 2: Características físicas do modelo M0 analisado numericamente 
Descrição dos Parâmetros  Valor 
Coeficiente de atrito estático aço‐aço e aço‐concreto (   0,35
Módulo de elasticidade do aço dos perfis e das chapas ( )  200 GPa
Módulo de elasticidade do aço das armaduras ( )  210 GPa
Módulo de elasticidade inicial do concreto ( )  35418 MPa
Coeficiente de Poisson dos aços ( )  0,3
Coeficiente de Poisson do concreto ( )  0,2
Tensão de escoamento dos aços do pilar e da chapa de extremidade ( )  350 MPa
Tensão de ruptura do aço do pilar de aço e da chapa de extremidade ( )  480 MPa
Tensão de escoamento do aço das armaduras ( ) 500 MPa
Tensão de ruptura do aço das armaduras ( )  550 MPa
Tensão de escoamento do aço dos parafusos ( ) 635 MPa
Tensão de ruptura do aço dos parafusos ( )  825 MPa
Resistência uniaxial à tração do concreto ( )  3,5 MPa
Resistência uniaxial à compressão do concreto ( )  40 MPa
Deformação de início do encruamento do aço do perfil e da chapa ( )  1 %
Deformação máxima do aço do perfil e da chapa de extremidade ( )  18 %
Deformação do concreto associada à   ( )  2,2 ‰
Deformação de ruína do concreto  )  3,5 ‰
Deformação associada à tensão de ruptura do aço das armaduras  ε )  5 %
Deformação máxima do aço das armaduras  ) 8 %
Deformação associada ao fim do encruamento do aço dos parafusos  )  4 %
Deformação de início de queda da resistência do aço dos parafusos  )  8 %
Deformação final do aço dos parafusos  ) 12 %
 
3 Resultados 

3.1 Apresentação e Análise dos Resultados 

Neste item são apresentados os resultados da análise numérica do modelo global M0, 
isento  de  força  normal  do  pilar.  A  Fig.  6  apresenta  os  deslocamentos  globais  do 
modelo,  cuja  deformada  indicou  um  comportamento  do  modelo  numérico  conforme 
idealizado. 

A tensão axial nas armaduras transversais e longitudinais da ligação é apresentada na 
Fig.  7.  Nota‐se  que  as  armaduras  são  mobilizadas  até  atingirem  a  tensão  de 
escoamento do aço, tanto nas armaduras transversais horizontais e oblíquas, quanto 

119
nas armaduras longitudinais do pilar misto, mostrando com isso a importância dessas 
barras de armaduras na resistência a momento da ligação estudada. 

Figura 6: Deslocamento global [mm]: a) pilar de concreto; b) armaduras do pilar; c) 
perfis de aço, chapa de extremidade e armaduras oblíquas  

Para  estudar  o  comportamento  da  ligação  parafusada,  foram  traçadas  curvas  Força 
versus  Rotação  da  Ligação  para  todas  as  linhas  de  parafusos,  mostradas  na  Fig.  8. 
Nessas curvas foram comparadas a força de tração atuante nos parafusos e a força de 
compressão atuante entre a chapa de extremidade e a mesa do pilar metálico. A força 
de compressão foi tomada como a soma das forças no contato entre a chapa e o perfil, 
obtidas em uma região de influência de cada parafuso. Em cada linha de parafusos, a 
diferença  entre  a  força  de  tração  nos  parafusos  e  a  força  de  compressão  no  contato 
das  chapas  corresponde  à  força  externa  equilibrada  pela  linha.  Quando  a  força  de 
compressão  supera  a  força  de  tração  em  uma  dada  linha  de  parafusos  significa  que 
existe uma força de compressão externa sendo equilibrada por essa linha. 

120
   
(a) Armaduras transversais  (b) Armaduras transversais 
paralelas e transversais à viga oblíquas 

 
 

Figura 7: Tensão axial nas armaduras da ligação [MPa] 

Para  o  início  do  processamento  (rotação  nula  da  ligação),  as  forças  de  tração  e  de 
compressão  são  iguais  em  módulo,  e  suas  magnitudes  correspondem  a 
aproximadamente 70% da soma das resistências à ruptura dos parafusos ( ). A força 
correspondente a ruptura de cada parafuso é igual a 175,4kN e, portanto, a força de 
protensão considerando dois parafusos por linha equivale a 245,6kN, valor esse muito 
próximo do obtido numericamente (Fig. 8). Nessa etapa de protensão a força externa 
equilibrada  pelas  linhas  de  parafusos  é  nula.  À  medida  que  o  momento  fletor 
introduzido  na  ligação  parafusada  aumenta,  a  tração  nos  parafusos  das  linhas 
superiores  aumenta  (linhas  1,  2  e  3)  e  a  compressão  entre  as  chapas  diminui.  Nas 
linhas 1 e 3 ocorreu o efeito prying, ocasionado por pontos de contato entre as chapas 
da  ligação.  A  força  de  compressão  nesses  contatos  provoca  o  aumento  da  força  de 
tração nos parafusos sem aumentar a parcela de força externa absorvida na linha de 
parafusos.  

121
1ª Linha de Parafusos
400

300

Força [kN]
200

100

0
0 2 4 6 8 10 12 14
-100

-200

-300

Rotação da Ligação [mrad]


2ª Linha de Parafusos
400

300
Força [kN]

200

100

0
0 2 4 6 8 10 12 14
-100

-200

-300

Rotação da Ligação [mrad]


3ª Linha de Parafusos
400
300
200
Força [kN]

100
0
-100 0 2 4 6 8 10 12 14

-200
-300
-400

Rotação da Ligação [mrad]


4ª Linha de Parafusos
300

200
Força [kN]

100

0
0 2 4 6 8 10 12 14
-100

-200

-300

Rotação da Ligação [mrad]

122
5ª Linha de Parafusos
400
200
0

Força [kN]
-200 0 2 4 6 8 10 12 14
-400
-600
-800
-1000
-1200
-1400

Rotação da Ligação [mrad]


6ª Linha de Parafusos
500

0
Força [kN]

0 2 4 6 8 10 12 14
-500

-1000

-1500

-2000

Rotação da Ligação [mrad]  


Compressão entre as chapas Tração nos parafusos Força externa na linha
 
Figura 8: Forças desenvolvidas nas linhas de parafusos em função da rotação da ligação 

3.2  

3.3 Estudo Numérico Paramétrico 

A  partir  do  modelo  global  foi  realizado  um  estudo  paramétrico,  que  consiste  na 
variação dos valores de alguns parâmetros considerados mais importantes para avaliar 
a alteração do comportamento da ligação. Foram variados basicamente: a resistência 
uniaxial  à  compressão  do  concreto;  a  geometria  do  pilar  de  aço;  a  existência  das 
armaduras  transversais  oblíquas;  as  dimensões  do  pilar  de  concreto;  e  o  número  de 
barras  de  armadura  longitudinais.  Todos  os  modelos  paramétricos  foram  analisados 
isentos de força normal externa atuante no pilar. A matriz de simulação é apresentada 
na Tabela 3. 

123
Tabela 3: Definição dos modelos utilizados no estudo paramétrico 
Nº do  fc  Pilar de Aço  Barra  Nº de Barras  Pilar de  Nome do Modelo 
Modelo  [MPa]  [perfil]  Oblíqua  Longitudinais  Concreto  Numérico 
[mm]
1  30  HP 250x62  CO(1)  12  600x600  fc30_HP62_CO_12b_p60 
2  40  HP 250x62  CO  12  600x600  fc40_HP62_CO_12b_p60 
3  30  HP 310x79  CO  12  600x600  fc30_HP79_CO_12b_p60 
4  40  HP 310x79  CO  12  600x600  fc40_HP79_CO_12b_p60 
5  30  HP 250x62  SO(1)  12  600x600  fc30_HP62_SO_12b_p60 
6  40  HP 250x62  SO  12  600x600  fc40_HP62_SO_12b_p60 
7  30  HP 310x79  SO  12  600x600  fc30_HP79_SO_12b_p60 
8  40  HP 310x79  SO  12  600x600  fc40_HP79_SO_12b_p60 
9  30  HP 250x62  CO  20  600x600  fc30_HP62_CO_20b_p60 
10  40  HP 250x62  CO  20  600x600  fc40_HP62_CO_20b_p60 
11  30  HP 310x79  CO  20  600x600  fc30_HP79_CO_20b_p60 
12  40  HP 310x79  CO  20  600x600  fc40_HP79_CO_20b_p60 
13  30  HP 250x62  SO  20  600x600  fc30_HP62_SO_20b_p60 
14  40  HP 250x62  SO  20  600x600  fc40_HP62_SO_20b_p60 
15  30  HP 310x79  SO  20  600x600  fc30_HP79_SO_20b_p60 
16  40  HP 310x79  SO  20  600x600  fc40_HP79_SO_20b_p60 
17  30  HP 310x79  CO  12  800x800  fc30_HP79_CO_12b_p80 
18  40  HP 310x79  CO  12  800x800  fc40_HP79_CO_12b_p80 
19  30  HP 310x79  SO  12  800x800  fc30_HP79_SO_12b_p80 
20  40  HP 310x79  SO  12  800x800  fc40_HP79_SO_12b_p80 
21  30  HP 310x79  CO  20  800x800  fc30_HP79_CO_20b_p80 
22  40  HP 310x79  CO  20  800x800  fc40_HP79_CO_20b_p80 
23  30  HP 310x79  SO  20  800x800  fc30_HP79_SO_20b_p80 
24  40  HP 310x79  SO  20  800x800  fc40_HP79_SO_20b_p80 
Nota (1):  CO  =  modelo  com  as  barras  transversais  oblíquas;  SO  =  modelo  sem  as  barras  transversais 
oblíquas. 

As  curvas  Momento  Fletor  versus  Rotação  da  Ligação  para  os  modelos  listados  na 
Tabela  3  são  apresentados  nas  Figs.  9  e  10.  A  rotação  relativa  da  ligação  ∆  
corresponde à rotação total da região nodal descontada da parcela associada apenas à 
rotação do eixo pilar (∆ ). 

124
2500

2250
Momento Fletor [kNm]

2000

1750

1500

1250

1000

750

500

250

0
0.000 0.002 0.004 0.006 0.008 0.010 0.012 0.014 0.016
Rotação da Ligação [rad]
fc30_HP62_CO_12b_p60_mod1 fc30_HP79_CO_12b_p60_mod3 fc30_HP62_SO_12b_p60_mod5
fc30_HP79_SO_12b_p60_mod7 fc30_HP62_CO_20b_p60_mod9 fc30_HP79_CO_20b_p60_mod11
fc30_HP62_SO_20b_p60_mod13 fc30_HP79_SO_20b_p60_mod15 fc30_HP79_CO_12b_p80_mod17
fc30_HP79_SO_12b_p80_mod19 fc30_HP79_CO_20b_p80_mod21 fc30_HP79_SO_20b_p80_mod23

Figura 9: Curvas Momento Fletor x Rotação da Ligação (modelos com   = 30MPa) 

3000
2750
2500
Momento Fletor [kNm]

2250
2000
1750
1500
1250
1000
750
500
250
0
0.000 0.002 0.004 0.006 0.008 0.010 0.012 0.014 0.016 0.018 0.020 0.022
Rotação da Ligação [rad]
fc40_HP62_CO_12b_p60_mod2 fc40_HP79_CO_12b_p60_mod4 fc40_HP62_SO_12b_p60_mod6
fc40_HP79_SO_12b_p60_mod8 fc40_HP62_CO_20b_p60_mod10 fc40_HP79_CO_20b_p60_mod12
fc40_HP62_SO_20b_p60_mod14 fc40_HP79_SO_20b_p60_mod16 fc40_HP79_CO_12b_p80_mod18
fc40_HP79_SO_12b_p80_mod20 fc40_HP79_CO_20b_p80_mod22 fc40_HP79_SO_20b_p80_mod24

Figura 10: Curvas Momento Fletor x Rotação da Ligação (modelos com   = 40MPa) 

Analisando‐se os resultados dos modelos paramétricos apresentados nas Figs. 9 e 10 
constata‐se que o término do processamento ocorreu devido aos seguintes modos de 

125
falha:  (1)  escoamento  das  armaduras  transversais,  longitudinais  ou  ambas;  (2) 
esgotamento  da  capacidade  da  ligação  parafusada,  dada  pela  ruptura  dos  parafusos 
e/ou  escoamento  da  chapa  de  extremidade,  da  mesa  e  da  alma  do  pilar  de  aço;  (3) 
deformação por compressão exagerada nas porções de concreto localizadas na face do 
pilar  abaixo  da  mesa  comprimida  da  viga.  Esses  modos  ocorrem  tanto  isoladamente 
quanto  em  conjunto.  De  maneira  geral,  para  rotações  iniciais,  a  ligação  parafusada 
absorve a maior parcela do momento fletor, uma vez que a rigidez da ligação metálica 
é maior do que a rigidez dos mecanismos de transferência de tração para o concreto. 
Entretanto,  a  partir  do  instante  que  os  parafusos  atingem  deformações  superiores  a 
4% ( ) ou as chapas da ligação parafusada (chapa de extremidade, mesa e alma do 
pilar de aço atingem a tensão de escoamento ( ), os mecanismos de transferência de 
força de tração externa para o concreto se tornam os limitadores do momento fletor 
final da ligação. 

A resistência à compressão horizontal da ligação não foi limitadora do momento fletor 
último obtido nas análises paramétricas. Foi verificado que as tensões equivalentes de 
von  Mises  na  chapa  de  extremidade  não  atingiram  a  tensão  de  escoamento    na 
região mobilizada pela mesa comprimida da viga. As tensões de compressão de pico no 
concreto em contato com a face interna da mesa do pilar metálico não ultrapassaram 
a tensão de esmagamento 2  nessa mesma região. 

A resistência ao cisalhamento dos painéis de aço e de concreto do pilar misto não foi 
predominante na resistência ao momento fletor da ligação para os casos processados.  

Os  pilares  mistos  com  dimensões  de  800x800mm  apresentam  maiores  resistências  a 
momento do que os pilares com dimensões de 600x600mm, para um mesmo tipo de 
pilar de aço (HP 310x79), uma mesma resistência uniaxial à compressão do concreto, e 
uma  mesma  configuração  de  armaduras.  Constatou‐se  numericamente  que  essa 
diferença de resistência deve‐se principalmente ao maior cobrimento de concreto da 
chapa  de  extremidade  ( ),  que  influencia  na  resistência  a  momento  da  ligação  de 
duas maneiras: a) proporcionando a mobilização de um maior número de armaduras 
tanto  transversais  quanto  longitudinais;  b)  aumentando  a  parcela  de  momentos 
resistentes  associados  às  forças  verticais  devido  ao  aumento  dos  braços  de  alavanca 

126
dessas forças, em virtude do maior comprimento embutido da viga dentro do pilar de 
concreto. 

Comparando‐se  apenas  a  quantidade  total  de  barras  de  armaduras  longitudinais  (12 
ou 20 barras totais), e mantendo‐se todos os outros parâmetros constantes, verifica‐se 
que  a  diferença  média  entre  as  resistências  a  momento  desses  modelos  é  inferior  a 
1%.  Foram  avaliados  outros  modelos  numéricos  auxiliares  nos  quais  não  foram 
consideradas  as  armaduras  transversais  e  nem  os  parafusos,  constatando‐se  que  as 
armaduras  longitudinais  contribuem  na  resistência  a  momento  da  ligação.  Portanto, 
essa  pequena  diferença  de  resistências  a  momento  obtida  da  comparação  dos 
modelos paramétricos pode ser associada à posição das barras de armadura dentro da 
seção transversal do pilar, indicando que apenas as barras de armaduras longitudinais 
localizadas  próximas  às  bordas  laterais  da  viga  contribuíram  efetivamente  na 
resistência a momento da ligação. 

Fazendo‐se  a  comparação  dos  modelos  munidos  de  armaduras  transversais  oblíquas 


(modelos  “CO”)  com  os  modelos  desprovidos  dessas  armaduras  (modelos  “SO”), 
contata‐se  que,  para  os  modelos  com  pilar  metálico  HP  250x62  e  modelos  com 
dimensões de 800x800mm, a resistência a momento dos modelos CO é em média 4% 
superior às resistências dos modelos SO. Entretanto, fazendo essa mesma comparação 
apenas  para  os  modelos  com  pilar  metálico  HP  310x79  e  dimensões  de  600x600m, 
constata‐se que essa diferença sobe para 13%. Ou seja, percebe‐se que nos modelos 
cujo cobrimento de concreto da chapa de extremidade é suficiente para mobilizar um 
número maior de barras transversais, como é caso dos modelos com pilar metálico HP 
250x62 ( =19mm) e dos modelos com dimensões de 800x800, as armaduras oblíquas 
praticamente não fizeram diferença, pois a falha da ligação se deu pelo esmagamento 
do concreto em contato com a chapa de extremidade. Porém, nos modelos com pilar 
de  aço  HP  310x79  ( =25mm)  o  cobrimento  da  chapa  de  extremidade  é  menor, 
implicando  na  mobilização  de  um  número  menor  de  armaduras  transversais.  Nesses 
casos,  a  falha  da  ligação  ocorre  por  esgotamento  da  capacidade  de  transmissão  dos 
esforços  pelos  mecanismos  formados  pelas  armaduras,  tornando  as  armaduras 
oblíquas importantes nessas situações. 

127
4 Modelo Mecânico Preliminar 

Os mecanismos de falha no concreto foram estimados pela determinação de um bloco 
de  esmagamento,  definido  por  uma  largura  equivalente    que  foi  estabelecida  com 
base  no  momento  fletor  de  plastificação  total  da  chapa  de  extremidade  juntamente 
com  a  formação  de  um  maciço  de  concreto  esmagado.  Fazendo‐se  a  verificação  do 
momento de plastificação da seção transversal da chapa de extremidade (seção A‐A, 
ver Fig. 11)  é obtido o  momento resistente interno  . Esse momento é igualado ao 
momento  externo    provocado  pela  força  resultante    do  bloco  de  concreto 
esmagado aplicada com um braço de alavanca  ⁄2, conforme Fig. 11. 

2
Concreto esmagado

2 A A

 
Figura 11: Modelo mecânico retangular para falha da chapa de extremidade e do 
concreto 

Foi  considerado  no  modelo  mecânico  que  os  blocos  de  esmagamento  ocorrem  para 
tensões iguais a 2 , onde o aumento na resistência à compressão do concreto nesses 
blocos deve‐se ao elevado confinamento promovido pela presença das chapas de aço 
e das armaduras na região da ligação. Esse aumento de resistência foi observado nas 
análises numéricas realizadas. Em VIEST et al (1997) também é recomendado utilizar 
uma tensão de esmagamento igual a 2 . 

A largura equivalente do bloco de concreto esmagado, Eq. 3, é obtida igualando‐se as 
Eqs. 1 e 2. 

⋅ 2 ⋅          (1) 

                                               (2) 

128
⇒      (3) 

Onde   é o comprimento livre da chapa de extremidade à mesa da viga, que no caso 
de uma chapa de extremidade simétrica em relação à viga torna‐se  ⁄2.  

A Fig. 12 apresenta esquematicamente o modelo mecânico preliminar proposto para a 
ligação  mista  viga‐pilar  resistente  a  momento  com  chapa  de  extremidade.  A 
verificação  da  charneira  plástica  da  chapa  de  extremidade  é  feita  por  analogia  à 
metodologia de cálculo de placa de base citada no item 3.1.2 do AISC (2006).  

Segue abaixo a definição dos parâmetros geométricos indicados na Fig. 12: 

           ⁄2                     (4)             2 0,8                  (7) 

            2 5       (8) 
           0,1           (5) 
            2                      (9) 
           2 0,8            (6) 

 
Figura 12: Modelo mecânico global da ligação mista com chapa de extremidade 

A resistência potencial à compressão total do modelo mecânico é resumida na Eq. 10. 

2       (10) 

129
As  resistências  potenciais  à  tração  dos  blocos  de  concreto  mobilizados  pela  mesa 
tracionada  e  pela  região  da  alma  tracionada  da  viga  são  definidas  nas  Eqs.  11  e  12, 
respectivamente. 

2 2    (11) 

4       (12) 

A altura do bloco de esmagamento mobilizado pela alma da viga que foi utilizada no 
cálculo da resistência potencial   (ver Eq. 12 e Fig. 12) foi definida arbitrariamente 
igual a  ⁄3, parâmetro esse que será calibrado após os estudos experimentais. 

A resistência potencial à tração total do modelo mecânico é definida na Eq. 13. 

∑       (13) 

Onde ∑  é o somatório das resistências das linhas de parafusos calculadas mediante 
o método das charneiras plásticas, conforme EN 1993‐1‐8 (2005). 

Em  CONCEIÇÃO  (2011)  são  apresentados  em  detalhes  os  critérios  e  a  formulação 
proposta  para  determinação  da  resistência  da  ligação  estudada.  São  mostrados 
também  os  mecanismos  associados  ao  escoamento  das  armaduras  transversais  e 
longitudinais da ligação e do pilar. 

É apresentada na Fig. 13 a comparação entre os momentos fletores últimos obtidos no 
estudo  paramétrico  e  os  momentos  fletores  obtidos  do  cálculo  do  modelo  mecânico 
preliminar proposto acima. Essa comparação é feita apenas com base nas parcelas de 
momento  fletor  resistente  associadas  às  forças  horizontais  do  sistema,  obtido  dos 
momentos  resistentes  totais  (curvas  das  Figs.  9  e  10)  deduzidos  da  parcela  de 
momento  oriundo  das  forças  verticais  (cisalhamento  dos  parafusos,  compressão  no 
contato entre a mesa comprimida da viga e o concreto, e parcelas de atrito vertical nas 
interfaces de contato aço‐concreto). 

130
2250

Momento Fletor [kNm] 2000

1750

1500

1250

1000

750

500

250

0
fc30_HP62_SO_12b_p60 Modelo 5
fc40_HP62_SO_12b_p60 Modelo 6
fc30_HP79_SO_12b_p60 Modelo 7
fc40_HP79_SO_12b_p60 Modelo 8

fc30_HP62_SO_20b_p60 Modelo 13
fc40_HP62_SO_20b_p60 Modelo 14
fc30_HP79_SO_20b_p60 Modelo 15
fc40_HP79_SO_20b_p60 Modelo 16

fc30_HP79_SO_12b_p80 Modelo 19
fc40_HP79_SO_12b_p80 Modelo 20

fc30_HP79_SO_20b_p80 Modelo 23
fc40_HP79_SO_20b_p80 Modelo 24
fc40_HP62_CO_20b_p60 Modelo 10

fc40_HP79_CO_20b_p60 Modelo 12

fc30_HP79_CO_12b_p80 Modelo 17
fc40_HP79_CO_12b_p80 Modelo 18

fc30_HP79_CO_20b_p80 Modelo 21
fc40_HP79_CO_20b_p80 Modelo 22
fc30_HP62_CO_12b_p60 Modelo 1
fc40_HP62_CO_12b_p60 Modelo 2
fc30_HP79_CO_12b_p60 Modelo 3
fc40_HP79_CO_12b_p60 Modelo 4

fc30_HP62_CO_20b_p60 Modelo 9

fc30_HP79_CO_20b_p60 Modelo 11

Resultado Numérico Resultado Numérico Reduzido em 15%(1) Resultado do Modelo Mecânico


Figura 13: Comparação entre os resultados dos modelos numéricos e os resultados do 
modelo mecânico: momento fletor oriundo das forças horizontais 
Nota (1):  15% corresponde ao erro médio obtido no teste de refinamento de malha [CONCEIÇÃO (2011)]. 

5 Conclusões 

Os  resultados  numéricos  permitiram  visualizar  os  mecanismos  de  falha  principais 
atuantes  na  ligação,  captando  as  não  linearidades  físicas  tanto  do  aço  (armaduras, 
parafusos e chapas) quanto do concreto. 

As comparações feitas entre os resultados numéricos dos modelos paramétricos e os 
resultados  gerados  pelo  modelo  mecânico  preliminar  proposto  neste  trabalho 
mostraram boa correspondência, gerando valores em média 10% mais conservadores. 
As parcelas de momento fletor da ligação oriundas das forças resistentes horizontais 
(tração da ligação parafusada e arrancamento do concreto do pilar), obtidas no estudo 
paramétrico,  foram  comparadas  com  os  momentos  fletores  calculados  pelo  modelo 
mecânico  preliminar,  os  quais  apresentaram  tendências  semelhantes  e  valores  em 

131
média 11% mais conservadores. Portanto, é possível concluir que o modelo mecânico 
preliminar proposto, até que sejam obtidos dados experimentais que possibilitem uma 
melhor avaliação do comportamento da ligação mista estudada, representa uma boa 
estimativa  da  resistência  a  momento  da  ligação,  tanto  quantitativa  (magnitude  do 
momento fletor resistente), quanto qualitativa (permitindo prever qual é o mecanismo 
de falha predominante). 

Após  a  realização  de  ensaios  experimentais  será  formulado  um  modelo  mecânico  de 
cálculo  para  o  dimensionamento  estrutural  da  ligação  mista  viga‐pilar  resistente  a 
momento estudada neste trabalho. 

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