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Universidade Estadual da Paraíba

Curso Psicologia

Componente Curricular: Psicodiagnóstico

Docente: Emily Souza Gaião e Albuquerque

Discente: Jaquelane Lorrani Maia Lourenço Mat.: 161281443

Turma: 7º Período

Fichamento
MÔNEGO, Bruna G. Cuidados técnicos no início do psicodiagnóstico. In: HUTZ,
C. S., BANDEIRA, D. R., TRENTINI, C. M., & KRUG, J. S. (Orgs.)
Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed, 2016.

 O psicodiagnóstico é um processo que deve ser planejado passo a passo


 O contato telefônico
 ... geralmente é o paciente quem vai procurar o serviço. Ele terá um acolhimento ou
uma triagem e, em seguida, você pegará seus dados para entrar em contato e marcar
a primeira entrevista. Ou seja, um pouco do trabalho foi adiantado e você já tem
informações para se preparar melhor. Caso vá atender em seu próprio consultório,
você mesmo coletará os primeiros dados e, se não tiver uma secretária, o paciente fará
o contato diretamente com você.
 ... mantenha sempre um papel e uma caneta à mão. Pergunte e anote o nome da pessoa
que será avaliada e sua idade, solicite uma descrição genérica do problema e marque
o horário.
 ... se não puder falar no momento, diga que retornará a ligação, mas nunca deixe de
anotar o nome da pessoa e o número do telefone.
 É importante manter a calma durante esse primeiro contato telefônico, pois o
indivíduo já está formando uma opinião sobre a sua competência ou capacidade de
estabelecer confiança.
 ... demonstrar ser atencioso e acolhedor
 ... perguntar sobre a demanda da avaliação
 .... se for uma demanda com a qual não trabalha, informe isso imediatamente ao
indivíduo e, se possível, indique outro profissional ou instituição que possa ajudá-lo.
 Ao marcar a primeira sessão, solicite que o indivíduo leve documentos e materiais
que você julgue necessários, como o encaminhamento do solicitante, resultados de
exames, e laudos médicos e psicológicos. Quando a ligação é feita pelo responsável
da criança para a qual se solicitou uma avaliação, você pode sugerir que ambos os
responsáveis legais (p. ex., pai e mãe) compareçam e orientá-los a ir para a sessão
sem a criança.
 Entretanto, muitas vezes o responsável a leva por não ter com quem deixá-la. Nessas
situações, você poderá avaliar se ela tem idade suficiente para ficar na sala de espera
com a secretária (caso disponha de uma), ou se entrará no consultório junto com o
responsável. Se ela ficar de fora, divida o tempo entre os responsáveis e a criança,
 Caso a criança tenha de acompanhar toda a sessão, introduza-a na conversa.
 Olhe para ela, pergunte diretamente a ela, mostre-se interessado no que tem a dizer.
Provavelmente você será capaz de observar aspectos da relação entre o responsável e
a criança, como o estímulo e a valorização dada às opiniões infantis.
 ... é interessante que o primeiro atendimento seja conduzido com o próprio
adolescente.... favorece uma relação de confiança.
 Ele chegou ao consultório...
 Cumprimente-o e apresente-se. O contato físico (abraço, aperto de mão, beijo na face)
nesse momento, assim como na despedida, vai depender de como você se sente mais
à vontade, mas não se esqueça de observar a reação do paciente.
 Os assuntos referentes à problemática do indivíduo devem ser sempre abordados
dentro do consultório, que é o local apropriado para isso, e porque você quer que toda
a sua atenção esteja voltada às respostas, procurando preservar a confidencialidade
das informações.
 Ouça-o! Esteja presente de corpo e mente. Prepare-se bem para esse momento e tenha
em mente as perguntas que precisa fazer, mas não esqueça de ouvir as respostas.
 ... a questão a ser refletida se refere ao indivíduo
 ... reflita sobre a real necessidade de nova avaliação e se ela trará informações que
ainda não foram investigadas
 Marcar e receber o indivíduo na primeira sessão após o contato telefônico não -
significa que a avaliação será realizada. Você considera rá pelo menos três pontos: o
esclarecimento da demanda; a real necessidade da avaliação; e sua competência para
realizá-la.
 O contrato
 ... esclarecer o que é um psicodiagnóstico
 Para versar sobre o contrato, vamos retomar o Código de Ética Profissional do
Psicólogo (CFP, 2005) como princípio fundamental: “. . . o psicólogo contribuirá para
promover a universalização do acesso da população às informações, ao conhecimento
da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da profissão” e tem como
responsabilidade “. . . Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços
psicológicos, informações concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo
profissional”.
 Esclareça sobre o sigilo.
 ... esclarecer que, como se trata de uma avaliação, você escreverá sobre o paciente e
provavelmente falará com o profissional que o encaminhou (e/ou responsáveis)
 Informe ao paciente que vias de contato ele pode usar com você para, por exemplo,
desmarcar o atendimento.
 Explique, também, que você anotará informações durante a avaliação.
 Estabeleça algumas normas sobre faltas e atrasos e comunique-as ao paciente.
 Tenha um cadastro de seus pacientes
 No preço, você precisa considerar os custos
 Defina os prazos de pagamento de forma que ele seja feito antes do fim do
psicodiagnóstico.
 .... você poderá informar um preço médio, dizer que precisará de mais informações
sobre a demanda e/ou marcar uma sessão para esclarecimento da demanda e
estipulação do valor.
 O trabalho deve ser sempre competente, coerente e confiável

RELAÇÃO PSICOLOGO-PACIENTE NO PSICODIAGNÓSTICO

 Empatia e relação terapêutica


 A empatia é uma habilidade que inclui aspectos cognitivos, afetivos (Davis, 1980;
Schreiter, Pij nen borg, & Rot, 2013) e comportamentais (Falcone et al., 2008; Irving
& Dickson, 2004; Larson & Yao, 2005).
 Empatia é sentir o que o outro está sentindo, sem uma conscientização do outro. Trata-
se de uma sincronia da emoção do observador com a emoção do observado.
 Ela supõe compaixão, vontade de ajudar (Schreiter et al., 2013), capacidade para
inferir estados mentais (Jiménez-Cortés et al., 2012) e se colocar intelectualmente no
lugar do outro, a fim de entender a sua visão e de utilizar essa compreensão para
resolver possíveis problemas interpessoais, além de conhecer os sentimentos do outro
por meio de sua expressão comportamental (Schreiter et al., 2013).
 Entretanto, no contexto profissional, a angústia pessoal não auxilia, e o contágio
emocional só é interessante se desencadear o processo empático como um todo. Caso
contrário, estarei sendo sensível aos sentimentos do paciente, mas sem garantir a
empatia necessária para que ele confie no meu trabalho.
 Espera-se, então, que o psicólogo seja capaz de escutar atentamente o relato do -
paciente e “escutar” seu comportamento não verbal, compreender a situação pelo
ponto de vista do paciente, compreender seu estado emocional, conectar-se
emocionalmente com ele, legitimar suas emoções e sentimentos e promover apoio.
 Thwaites e Bennett-Levy (2007) sugeriram que a empatia do psicólogo pode ser
compreendida em quatro aspectos diferentes: um se refere à sintonia empática; o outro
diz respeito à postura empática e terapêutica; um terceiro indica a habilidade
comunicativa para com o paciente; e o último trata do conhecimento declarativo que
o psicólogo tem sobre a empatia
 ... sua aceitação e sua compreensão não serão suficientes caso o paciente não as
reconheça.
 Talvez você precise ouvir mais sobre os sentimentos do paciente e fazer o exercício de
imaginar-se no lugar dele para, então, conseguir conectar-se (Schwartz & Flowers,
2009)
 A ideia é que você não precisa aceitar seus comportamentos “errados” para ser capaz
de olhá-lo com o interesse e a preocupação necessários para ouvi-lo.
 A conexão com o paciente tem de existir para que se possa entender o que acontece
com ele.
 A capacidade do psicólogo para demonstrar sua empatia, para valorizar a expressão
desses temores (Thwaites & Bennett-Levy, 2007) e para apresentar respeito, interesse
e compreensão é essencial para que o paciente se sinta acolhido e atendido (Araújo &
Shinohara, 2002), fortalecendo, assim, o vínculo. Uma relação terapêutica satisfatória
é importante tanto para o paciente quanto para a saúde do profissional, pois melhora
sua satisfação com o trabalho (Larson & Yao, 2005).
 Características do psicólogo e do paciente
 ... diferentemente do aprendizado de técnicas avaliativas ou terapêuticas, o
desenvolvimento de habilidades empáticas não pode separar-se da “pessoa do
psicólogo”. Trata-se de um amadurecimento pessoal, além de profissional.
 ... o psicólogo deve “. . . ter a habilidade para reconhecer, rotular, compreender e
expressar suas emoções. Em vez de não ter sentimentos, ou de ser um perito na
repressão” (Beck, Freeman, & Davis, 2005, p. 105).
 Como a relação terapêutica é estabelecida entre duas pessoas, ela não depende apenas
dos aspectos do psicólogo. Características pessoais do paciente, assim como sua
patologia (quando houver), a influenciarão.
 Quanto maior for a relação entre as dificuldades interpessoais do paciente e a demanda
da avaliação, maior será a exploração disso por parte do psicólogo.
 Pacientes hostis, arrogantes, raivosos, que gritam com o psicólogo com frequência
geram raiva no profissional. Nessas situações, o ideal é manter uma postura empática,
não agressiva e não defensiva, demonstrar firmeza e estabelecer limites (Ventura,
2001).
 ... é imprescindível permitir a expressão desse desconforto, esclarecer dúvidas e
manter uma postura profissional, sem investir em uma disputa a favor da profissão.
 Quando o psicólogo encontra um paciente com mais dificuldade para cooperar com o
psicodiagnóstico, o primeiro deve pensar nos motivos que o segundo pode ter para
isso.
 Esses aspectos também precisam ser considerados nos encaminhamentos dados ao
final do processo.
 A relação terapêutica no psicodiagnóstico
 O objetivo é estabelecer um senso de colaboração e confiança.
 Outro objetivo possível é observar as características da vinculação do paciente como
um dado para a análise da demanda, assunto já explorado neste capítulo.
 Por sua vez, o limite está entre o empenho e a observação do psicólogo para com a
relação e as intervenções realizadas, sendo estas últimas o campo de atuação da
psicoterapia.
 Estabelecer esse vínculo de forma mais imediata
 A relação deve estar de acordo com o estilo do profissional, para que possa ser genuína
e autêntica, caso contrário, o paciente perceberá um ambiente dúbio.
 É preciso estar atento às diversas nuanças do comportamento verbal e não verbal dele
e às suas próprias emoções. Tais observações, em conjunto com sua experiência (que
será adquirida de forma gradual) e seu conhecimento técnico-científico, darão a você
a habilidade de perceber o paciente.
 ... estabelecimento da confiança não depende apenas de disposição emocional, mas
principalmente da competência do profissional e da capacidade do paciente em confiar.

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