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«No princípio havia, pois, um “coração oratoriano”! Ou seja, um padre da Igreja local de
Turim, possuído de incontida paixão apostólica pelos meninos pobres e abandonados. Este
ardor apostólico não se explica sem a iniciativa de Cristo Salvador e a solicitude materna de
Maria, os dois Ressuscitados que guiam a história da salvação» (Dom Egídio Viganó, ACG
304).
«Com a Páscoa mudou, de fato, o conceito de tempo: não o círculo repetitivo, embora em
espiral, das estações dos séculos; não a linha reta sempre para frente, sem saber
objetivamente qual é a meta de chegada; mas o paradoxo do “já” e do “ainda não”, onde
está o progredir objetivo da história, e onde se encontra, ao mesmo tempo, a sua meta
definitiva, o homem novo que vive em plenitude nos dois Ressuscitados, Cristo e Maria, que,
quais protagonistas da nova humanidade, influem constantemente sobre o desenvolvimento
das vicissitudes humanas e injetam desde já na história as energias da ressurreição» (Dom
Egídio Viganó, ACG 311).
No corrente ano celebra-se o sexagésimo aniversário da data em que o Venerável Papa Pio
XII, no dia 1 de Novembro de 1950, definiu solenemente este dogma, e gostaria de ler –
embora seja um pouco complicado – a forma da dogmatização. O Papa afirma: "De tal
modo, a augusta Mãe de Deus, arcanamente unida a Jesus Cristo desde toda a eternidade
com um único decreto de predestinação, Imaculada na sua Conceição, Virgem pura na sua
maternidade divina, Sócia generosa do Redentor divino que alcançou o triunfo total sobre
o pecado e sobre as suas consequências, no final, como coroação suprema dos seus
privilégios, obteve a graça de ser preservada da corrupção do sepulcro e, vencendo a
morte, como já o seu Filho, de ser elevada de corpo e alma à glória do Céu, onde
resplandece como Rainha à direita do seu Filho, Rei imortal dos séculos" (Constituição
apostólica Munificentissimus Deus, em AAS 42 [1959], 768-769). (Homilia, 15 de Agosto de
2010).
«Peçamos a Maria que nos conceda hoje o dom da sua fé, a fé que nos faça viver já nesta
dimensão entre o finito e o infinito, a fé que transforma também o sentimento do tempo e
do transcorrer da nossa existência, aquela fé na qual sentimos intimamente que a nossa vida
não se encontra encerrada no passado, mas orientada para o futuro, para Deus, aonde
Cristo e, depois dele, Maria nos precederam.
Contemplando Nossa Senhora da Assunção no céu compreendemos melhor que a nossa vida
de todos os dias, não obstante seja marcada por provações e dificuldades, corre como um
rio rumo ao oceano divino, para a plenitude da alegria e da paz. Entendemos que o nosso
morrer não é o fim, mas o ingresso na vida que não conhece a morte. O nosso crepúsculo no
horizonte deste mundo é um ressurgir na aurora do mundo novo, do dia eterno.
"Maria, enquanto nos acompanhas nas dificuldades do nosso viver e morrer diários,
conserva-nos constantemente orientados para a verdadeira pátria da bem-aventurança.
Ajuda-nos a fazer como Tu fizeste".
Amados irmãos e irmãs, queridos amigos que na manhã de hoje participais nesta celebração,
dirijamos em conjunto esta oração a Maria. Diante do triste espectáculo de tanta alegria
falsa e, contemporaneamente, de tanta dor angustiada que se difunde pelo mundo, temos
que aprender dela a tornar-nos sinais de esperança e de consolação, temos que anunciar
com a nossa vida a Ressurreição de Cristo.
"Ajuda-nos Tu, ó Mãe, fúlgida Porta do céu, Mãe da Misericórdia, nascente através da qual
brotou a nossa vida e a nossa alegria, Jesus Cristo.
Amém!". (Idem)