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Os dois ressuscitados

Escritos do Padre Egídio Viganó

«No princípio havia, pois, um “coração oratoriano”! Ou seja, um padre da Igreja local de
Turim, possuído de incontida paixão apostólica pelos meninos pobres e abandonados. Este
ardor apostólico não se explica sem a iniciativa de Cristo Salvador e a solicitude materna de
Maria, os dois Ressuscitados que guiam a história da salvação» (Dom Egídio Viganó, ACG
304).

«Com a Páscoa mudou, de fato, o conceito de tempo: não o círculo repetitivo, embora em
espiral, das estações dos séculos; não a linha reta sempre para frente, sem saber
objetivamente qual é a meta de chegada; mas o paradoxo do “já” e do “ainda não”, onde
está o progredir objetivo da história, e onde se encontra, ao mesmo tempo, a sua meta
definitiva, o homem novo que vive em plenitude nos dois Ressuscitados, Cristo e Maria, que,
quais protagonistas da nova humanidade, influem constantemente sobre o desenvolvimento
das vicissitudes humanas e injetam desde já na história as energias da ressurreição» (Dom
Egídio Viganó, ACG 311).

Catecismo da Igreja Católica

966. «Finalmente, a Virgem Imaculada, preservada imune de toda a mancha da culpa


original, terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao céu em corpo e alma e exaltada
pelo Senhor como rainha, para assim se conformar mais plenamente com o seu Filho,
Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte» (II Concílio do Vaticano, Const.
dogm. Lumen Gentium, 69). A Assunção da santíssima Virgem é uma singular participação
na ressurreição do seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos.

Papa Bento XVI

No corrente ano celebra-se o sexagésimo aniversário da data em que o Venerável Papa Pio
XII, no dia 1 de Novembro de 1950, definiu solenemente este dogma, e gostaria de ler –
embora seja um pouco complicado – a forma da dogmatização. O Papa afirma: "De tal
modo, a augusta Mãe de Deus, arcanamente unida a Jesus Cristo desde toda a eternidade
com um único decreto de predestinação, Imaculada na sua Conceição, Virgem pura na sua
maternidade divina, Sócia generosa do Redentor divino que alcançou o triunfo total sobre
o pecado e sobre as suas consequências, no final, como coroação suprema dos seus
privilégios, obteve a graça de ser preservada da corrupção do sepulcro e, vencendo a
morte, como já o seu Filho, de ser elevada de corpo e alma à glória do Céu, onde
resplandece como Rainha à direita do seu Filho, Rei imortal dos séculos" (Constituição
apostólica Munificentissimus Deus, em AAS 42 [1959], 768-769). (Homilia, 15 de Agosto de
2010).

«Em Maria Assunta ao Céu, plenamente partícipe da Ressurreição do Filho, nós


contemplamos a realização da criatura humana segundo o "mundo de Deus". (Idem)
«Como é grandioso o mistério de amor que hoje se repropõe à nossa contemplação! Cristo
venceu a morte com a omnipotência do seu amor. Só o amor é omnipotente. Este amor
impeliu Cristo a morrer por nós e assim a vencer a morte. Sim, unicamente o amor faz entrar
no reino da vida! E Maria entrou após o Filho, associada à sua glória, depois que foi
associada à sua paixão. Entrou com um ímpeto irrefreável, conservando depois de si mesma
o caminho aberto para todos nós». (Homilia, 15 de Agosto de 2008).

«Peçamos a Maria que nos conceda hoje o dom da sua fé, a fé que nos faça viver já nesta
dimensão entre o finito e o infinito, a fé que transforma também o sentimento do tempo e
do transcorrer da nossa existência, aquela fé na qual sentimos intimamente que a nossa vida
não se encontra encerrada no passado, mas orientada para o futuro, para Deus, aonde
Cristo e, depois dele, Maria nos precederam.

Contemplando Nossa Senhora da Assunção no céu compreendemos melhor que a nossa vida
de todos os dias, não obstante seja marcada por provações e dificuldades, corre como um
rio rumo ao oceano divino, para a plenitude da alegria e da paz. Entendemos que o nosso
morrer não é o fim, mas o ingresso na vida que não conhece a morte. O nosso crepúsculo no
horizonte deste mundo é um ressurgir na aurora do mundo novo, do dia eterno.

"Maria, enquanto nos acompanhas nas dificuldades do nosso viver e morrer diários,
conserva-nos constantemente orientados para a verdadeira pátria da bem-aventurança.
Ajuda-nos a fazer como Tu fizeste".

Amados irmãos e irmãs, queridos amigos que na manhã de hoje participais nesta celebração,
dirijamos em conjunto esta oração a Maria. Diante do triste espectáculo de tanta alegria
falsa e, contemporaneamente, de tanta dor angustiada que se difunde pelo mundo, temos
que aprender dela a tornar-nos sinais de esperança e de consolação, temos que anunciar
com a nossa vida a Ressurreição de Cristo.

"Ajuda-nos Tu, ó Mãe, fúlgida Porta do céu, Mãe da Misericórdia, nascente através da qual
brotou a nossa vida e a nossa alegria, Jesus Cristo.

Amém!". (Idem)

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