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Notas: (a) Valores de Ln, Cn para resistência de carga de 1Ω e frequência de corte (⫺3dB) de 1 rad/s. Veja o texto para regras de
dimensionamento.
Usamos a configuração em T, como no exemplo anterior, O filtro completo é mostrado na Figura E.6.
porque RS RL. As regras de dimensionamento resultam em
reta de carga
1 Você pode operá-lo como base comum, se quiser; e tem muitos botões di-
vertidos para brincar.
O sinal se propaga ao longo do cabo, a uma velocidade de se referem a eles casualmente como cat-3 e cat-5.1 As LANs
Ethernet que usam essas taxas de dados são denominadas
“10baseT” e “100baseTX”, onde o “T” significa “torcido”; a
designação correspondente para Ethernet sobre coaxial fino
(“thinnet”) é “10base2.”
que é uma fração de vezes c (em que c é a velocidade Na eletrônica de alta velocidade, muitas vezes é neces-
da luz no vácuo, 3 ⫻ 108 m/s). O fator é denominado sário tratar trilhas em uma placa de circuito impresso como
fator de velocidade, e varia de 0,66 (polietileno sólido) a linhas de transmissão. Uma variante popular acrescenta um
0,80 (espuma de polietileno) para cabos coaxiais flexíveis par de trilhas aterradas de cada lado – isso é chamado de guia
disponíveis. Na ausência de um dielétrico o fator de velo- de onda coplanar aterrado (GCPW – grounded coplanar wa-
cidade é de 1,0, isto é, ondas se deslocam na velocidade da veguide). Existe também a geometria da stripline, onde a(s)
luz em uma linha coaxial de espaços de ar. O “comprimen- trilha(s) é(são) imprensada(s) entre camadas de plano terra.
to elétrico” visto por um sinal que se propaga em um cabo
de comprimento físico L é maior pelo fator ou seja,
Lelét ⫽ Lfísico H.1.2 Terminação: Pulsos
Note que a indutância e a capacitância do cabo não po- Uma linha de transmissão em baixas frequências (compri-
dem assumir quaisquer valores antigos porque eles são limi- mento de onda muito maior do que o comprimento do cabo)
tados pelo fato de seu produto LC estar relacionado com a parece simplesmente uma capacitância, tipicamente da or-
velocidade da luz. A partir disso, é fácil mostrar que, se você dem de 30 pF/pé (98,4 pF/m). No entanto, em altas frequên-
sabe a impedância característica e o fator de velocidade, pode cias, ou, equivalentemente, quando se trata de sinais com
então encontrar a capacitância por unidade de comprimento tempos de subida rápidos, o comportamento é diferente. A
(ou vice-versa) por fim de entender o comportamento curioso ilustrado na Figu-
ra H.1.2, é bom olhar primeiro para o que acontece quando
um pulso simples é aplicado a um comprimento de linha de
transmissão. Suponha que conectamos um gerador de pulso
rápido com impedância de 50 Ω de saída (a impedância de
Por exemplo, RG-8 tem uma impedância especificada de saída padrão de geradores de sinais, geradores de função e
52 Ω e um fator de velocidade de 0,66; a equação acima, geradores de pulsos) a um comprimento de cabo coaxial de
então, resulta em C ⫽ 97,1 pF/m, ou 29,6 pF/pé, em boa 50 Ω, em curto na extremidade. O impulso no início desapa-
concordância com o valor especificado de 29,5 pF/pé rece em uma impedância Z0 (assim, a amplitude do sinal é
(96,8 pF/m). metade da do gerador sem carga), mas depois de um tempo
de deslocamento, o pulso refletido de polaridade oposta re-
A. Par Trançado e Trilhas de PCB torna (Figura H.2). Se, em vez disso, for aplicado um sinal de
degrau rápido, o efeito da reflexão é o de converter o degrau
As linhas de transmissão não são obrigadas a serem de geo- em um pulso (Figura H.3). Uma linha de terminação aberta
metria coaxial. Uma forma extremamente popular de linha produz uma reflexão da mesma polaridade, com os efeitos
de transmissão contemporânea é o par trançado, que é exa- apresentados na Figura H.4. Para uma resistência de carga
tamente o que parece: um par de fios isolados, suavemente arbitrária R, a relação entre a amplitude da onda refletida e a
torcidos, e envolto integralmente por um revestimento iso- incidente (o coeficiente de reflexão) é dada por
lante (muitas vezes sem qualquer condutor de blindagem
geral). Estes podem muito bem ser a espécie dominante de ρ ⫽ Ar /Ai ⫽ (R ⫺ Z0)/(R ⫹ Z0)
linha de transmissão em nosso tempo, porque eles são o
material básico de redes locais (LANs). Geralmente vemos Note que uma resistência de terminação de R ⫽ Z0 não
quatro pares trançados agrupados em um único revestimento produz nenhuma reflexão. Um sinal aplicado a tal linha é ab-
blindado; este é o chamado “UTP” (par trançado não blin- sorvido pela resistência de terminação (em forma de calor) e
dado), e é a forma mais comum de um cabo LAN. Ele está desaparece para sempre. A fonte de sinal vê uma resistência
disponível também com uma blindagem (par trançado blin- de carga igual a Z0. (É por esta razão que não precisamos
dado, “STP”). Cabos UTP e STP contemporâneos têm 100
1 Padrões de desempenho mais elevados incluem a Categoria 5e (“e” para
Ω de impedância nominal, e caracterizam-se (em termos de
impedância e atenuação) para a operação de até 10 Mbps melhorado) e a Categoria 6, impulsionadas pelo desenvolvimento da Gigabit
Ethernet – literalmente 1 gigabit/s sobre um par trançado não blindado – tam-
(megabits por segundo) ou 100 Mbps; são chamados de ca-
bém conhecida como 1000baseT. Para conseguir essa taxa de dados, todos
tegoria 3 e categoria 5, respectivamente, e parecem diferir os quatro pares são usados simultaneamente com codificação de amplitude
principalmente no passo da torção. Aqueles que o conhecem de 5 níveis.
gerador de sinal (Z = 0)
entrada do cabo
FIGURA H.2 A. Um pulso acionando um comprimento de linha de transmissão em curto reflete no curto e retorna como um pulso de
polaridade oposta. B. Forma de onda de osciloscópio obtida com 70 pés (21,3 m) de cabo RG-8/U com dielétrico de espuma (fator de
velocidade de 78%), em curto-circuito na extremidade. Vertical: 1 V/div; horizontal: 40 ns/div. Para esta figura e as seguintes utilizamos
uma ponta de prova de osciloscópio de alta impedância para evitar a introdução de efeitos de linha de transmissão adicionais.
nos preocupar antecipadamente sobre os pulsos refletidos razão pela qual a maioria das fontes de sinal é padronizada
que refletem novamente a partir do gerador de pulso – sua numa impedância de 50 Ω).
impedância de fonte de 50 Ω absorve quaisquer sinais que
retornam de um cabo terminado inadequadamente, que é a
A. Terminação em Série
Este último ponto – em que os sinais de retorno (refletidos)
gerador de sinal (Z = 0) são completamente absorvidos se a impedância da fonte de si-
nal casa com a da linha – leva a uma boa técnica chamada ter-
minação em série (ou terminação de retorno), frequentemen-
te utilizada para sinais lógicos de alta velocidade (e em outras
situações em que a carga tem uma alta impedância de entra-
da). Observe a Figura H.5: uma fonte de sinal em série com
entrada do cabo um resistor (igual à impedância da linha) aciona uma linha de
transmissão cuja extremidade não tem terminação (ou seja, é
aberta). Agora imagine uma entrada em degrau de amplitude
Vsinal na fonte de sinal; ela se propaga na linha com metade
gerador de sinal (Z = 0)
aberto
(ou carga de alto Z)
entrada do cabo
da amplitude e, em seguida, reflete de volta a partir da extre- largura da trilha e espaçamento acima do plano de terra; essa
midade com amplitude total Vsinal. Embora qualquer ponto ao arte é conhecida como técnica de microstrip,3 útil tanto para
longo da linha veja uma forma de onda de dois degraus, o fato sinais digitais rápidos quanto para sinais em frequências su-
surpreendente é que a forma de onda vista na extremidade do periores cerca de 100 MHz (UHF e micro-ondas).
receptor é a de um único degrau de zero ao máximo Vsinal; Isso tudo é muito bom em teoria – mas na prática você
neste local, a onda incidente de metade do tamanho chega ao tem de lidar com fontes de sinais digitais rápidos que não são
mesmo tempo em que a onda refletida de metade do tamanho compatíveis com a impedância da linha. Isso acontece muitas
sai. Esse comportamento interessante é demonstrado na for- vezes em PCBs digitais onde as portas de saída digitais de
ma de onda do osciloscópio da Figura H.6. microprocessadores e FPGAs rápidos são mal casadas com
Você pode usar esta técnica para o envio de sinais lógi- as impedâncias das trilhas na PCB. Por exemplo, uma linha
cos CMOS através de um comprimento de cabo coaxial: três acionada por um sinal de impedância de fonte Z0/2 produz
buffers 74HC em paralelo (para uma impedância de fonte grande quantidade de oscilação em ambas as extremidades
baixa, cerca de 15 Ω) em série com um resistor de 33 Ω acio- de uma linha não terminada, incluindo overshoot de 33% na
nam satisfatoriamente comprimentos de cabos RG-174 ou extremidade do receptor; tais oscilações podem produzir fal-
RG- 316 (linha coaxial fina de 50 Ω), conectados à porta de sos clocks.
recepção no extremo sem terminação. A porta de recepção vê Para ilustrar o que isso parece, acionamos com um de-
sinais lógicos de variação completa. Essa técnica é frequente- grau um cabo coaxial RG-58U (Z0 ⫽ 50 Ω) de comprimento
mente preferível à técnica alternativa de carga casada – acio- 2,4 m sem terminação, medindo com um osciloscópio os sinais
nar diretamente uma linha que é terminada em 50 Ω – porque de entrada e saída. Fizemos isso em duas condições: (a) acio-
com a terminação em série o acionador vê uma resistência de nando com uma terminação em série de 50 Ω na entrada (ou
carga duas vezes mais alta (100 Ω, neste caso), e isso apenas seja, uma linha com “terminação de retorno”); e (b) acionado
para a duração de ida e volta do sinal (após a qual a carga se com um degrau de tensão de baixa impedância (RS ⫽ 1,5 Ω).
torna um circuito aberto).2 Para sinais lógicos muito rápidos Figura H.7 mostra os resultados, onde a amplitude de
(por exemplo, ECL 100K, ou processadores, memória e peri- circuito aberto do sinal (a denominemos VOC) é apresenta-
féricos CMOS de alta velocidade contemporâneos), pode ser da como uma divisão vertical. A terminação em série casada
necessário tratar uma trilha de circuito de apenas alguns cen- gera a recepção de um degrau “limpo” até VOC (e uma forma
tímetros como uma linha de transmissão. Tipicamente, a im- de onda de entrada com degrau inicial primeiro até VOC/2,
pedância da trilha da placa de circuito impresso (PCB) está em seguida até VOC depois de um atraso de ida e volta, as-
no intervalo de 50 Ω a 100 Ω, mas pode ser adaptada para sim como visto em escala ampliada na Figura H.6). Por ou-
uma impedância específica por meio da escolha adequada da tro lado, o acionamento de baixo Z impõe um degrau VOC
completo na entrada, o que é visto na outra extremidade com
amplitude 2VOC (porque a onda refletida não invertida dobra
a amplitude da onda que chega), posteriormente levada quase
gerador de sinal (Z = 0)
a zero (após um tempo de ida e volta) pela onda invertida
sinal
60% da extremidade recebido
(s/ termin.: (com RS=1,5Ω)
circ. aberto)
extremidade do receptor
(circuito aberto)
sinal
transmitido RS=1,5Ω
(na extremidade RS=50Ω
FIGURA H.6 Osciloscópio mostrando formas de onda na acionada) 2,4m RG-58 (50Ω)
entrada do cabo, no ponto médio e na outra extremidade, para
uma entrada em degrau terminada em série. O sinal de impe- FIGURA H.7 Sinais vistos na extremidade de uma linha de 50
dância zero do gerador também é mostrado; ele foi ajustado Ω de comprimento 8 pés (2,4 m) sem terminação quando acio-
para produzir um degrau de 2 V em circuito aberto. O cabo é um nada por um degrau unitário a partir de uma fonte de 50 Ω (tra-
RG-58/U (fator de velocidade de 66%) com 60 pés (∼18,3 m) e ço superior) e a partir de uma fonte de baixa impedância (traço
derivação em 36 pés (∼11 m) com uma sonda de tensão de alta médio). Os sinais correspondentes na extremidade de aciona-
impedância. Vertical: 1 V/div; horizontal: 40 ns/div. mento são mostrados na parte inferior. Horizontal: 100 ns/div.
2 Veja a Seção 12.10, onde vários métodos de acionamento de cabos com 3 Se você inserir os condutores que transportam o sinal entre um par de planos
lidando com casamento de impedância de linha de transmis- em que V é a tensão CA (sinal), medida em pontos ao
são. Virtuosos nessa área fazem uso pesado de analisadores de longo da linha; e Af e Ar são as amplitudes das ondas refle-
rede, e vão tentar impressioná-lo com suas belas “Cartas de tidas e incidentes, respectivamente. Medições de tensão ao
Smith” (que estão muito além do humilde escopo deste livro5). longo de um cabo sem ondas estacionárias vão resultar em
Quando se tem sinais senoidais – com reflexões – sobre uma amplitude constante (daí VSWR ⫽ 1,0).
uma linha de transmissão, geram-se ondas estacionárias. Ou O VSWR é um número real, entre 1,0 (casamento per-
seja, você pode imaginar o resultado líquido das ondas que se feito, nenhuma onda refletida) e ∞ (“descasamento perfeito”,
propagam em ambos os sentidos (na mesma frequência) como a amplitude da onda refletida é igual à amplitude da onda
a soma de uma onda que não se propaga (daí o “estacionária”) incidente). Em termos do coeficiente de reflexão ρ, o VSWR
e alguma onda que se propaga adicional. Por exemplo, uma é exatamente
linha aberta produz uma onda refletida de amplitude total; o
resultado é uma onda estacionária pura da mesma frequência
e duas vezes a amplitude, com uma amplitude máxima de os-
cilação na extremidade aberta (e repetindo a cada meio com-
primento de onda), e nulos completos (“nós” – pontos sem Para um descasamento puramente resistivo podemos
tensão) a meio caminho. Para uma linha com extremidade em usar nossa expressão anterior para ρ para descobrir que
curto, uma coisa semelhante acontece, mas a onda refletida é
de amplitude oposta, produzindo um valor nulo na extremi-
dade do receptor (e repetindo a cada meio-comprimento de
onda), com máximos no meio. (Você obtém o mesmo padrão
se amarrar um comprimento de varal a uma cerca e, em se- A partir do VSWR pode-se encontrar o módulo (mas não a
guida, agitar a extremidade para cima e para baixo no ritmo fase) do coeficiente de reflexão:
certo.) Com uma terminação descasada você não obtém o
cancelamento completo em qualquer ponto.
Ondas estacionárias não são necessariamente ruins
(embora não sejam boas nunca6!). Mas elas fazem aumentar
tanto as tensões de pico quanto as perdas resistivas (veja a O VSWR é medido com um medidor de potência direcional.
Seção seguinte), em relação a uma linha casada, para a mes- Conhecendo os valores de potência incidente e refletida, sa-
ma potência transmitida. Elas são normalmente vistas como bemos, a partir da equação de definição acima, que
o sintoma de uma linha descasada. Assim, em sistemas de co-
municações, as pessoas tentam minimizar a relação de onda
estacionária [abreviado por SWR (standing wave ratio), ou,
por vezes, VSWR – relação de onda estacionária de tensão],
que é definida como a razão entre a amplitude máxima e a
amplitude mínima:
H.1.4 Perda em Linhas de Transmissão
No mundo real das linhas de transmissão não ideais, as coi-
sas não são tão boas como temos levado a crer. As linhas de
transmissão reais possuem perdas, o que significa que os
5 Cartas de Smith são tratadas na excelente referência Fields and Waves in
sinais são atenuados quando eles avançam na linha; também
Communication Electronics por Ramo, Whinnery e Van Duzer (Wiley, 1994), são um pouco dispersivos, o que significa que os sinais de
bem como em Radio-Frequency Electronics por Hagen (Cambridge Univer- frequências diferentes se deslocam com velocidades ligeira-
sity Press, 2009). mente diferentes. A perda é dependente da frequência: o seu
6 Bem, quase nunca! Para operação ao longo de uma estreita faixa de fre- valor (muitas vezes especificado como atenuação em “dB
quência, às vezes você explora as propriedades de variação de impedância de por 30,5 m”) aumenta proporcionalmente a ou seja,
linhas descasadas, que necessariamente têm ondas estacionárias. Exemplos
são: (a) o uso de comprimentos abertos ou em curto-circuito de linha, como
uma quadruplicação da frequência dobra a perda (em dB)
capacitores ou indutores de alto Q, (b) uma linha de meia-onda em curto ou de um dado comprimento de linha. Isso acontece porque
de quarto de onda aberta usada como um capacitor de desvio de RF, (c) uma a perda é dominado pelo efeito skin: quando uma corren-
linha de meia onda aberta ou de um quarto de onda em curto-circuito usado te alternada flui através de um condutor, a corrente não é
como um choque de RF, (d) o casamento de duas impedâncias diferentes (ca- uniforme por toda a massa – que se limita a uma camada
bos, fontes de sinal ou cargas) com a interposição de uma seção de linha de
transmissão de um quarto de onda cuja impedância característica é a média
exterior (denominada profundidade pelicular) de espessura
geométrica das duas impedâncias casadas (isto é análogo a um revestimento em que σ é a condutividade e f é a frequên-
anti-reflexão de um quarto de onda em óptica), (e) o uso de uma linha fendida cia.7 Devido à profundidade pelicular diminuir inversamen-
e uma sonda de alta impedância para uma medição direta do comprimento de
onda, e (f) o uso de linhas de transmissão para fazer “ring hybrid” e “rat-race
hybrid.” Agradecemos a Jon Hagen e Darren Leigh por essas aplicações de 7Para ser mais preciso, a densidade de corrente diminui exponencialmente,
“boas ondas estacionárias.” caindo para 1/e (37%) do seu valor de superfície a uma profundidade igual a δ.
10
˝
0,5
das quando se usa linhas coaxiais cujo comprimento elétrico
1˝
at-
3) é uma fração significativa do comprimento de onda (pelo me-
c
P( -6) nos 1/20, por exemplo) das mais altas frequências que você
UT ou
-3
1 cat está usando. Dito em termos de tempo, em vez de frequên-
P( 8
UT RG cia, você tem que começar a se preocupar com a terminação
linha rígida de 50 Ω quando o tempo de propagação de ida e volta é de cerca de
20% do tempo de subida do sinal.
0,1
1 10 100 1000 10000 Já vimos que uma maneira simples de fazer isso é
Frequência, MHz terminar a linha em sua impedância característica (resistên-
FIGURA H.9 Atenuação (dB/100 pés) (100 pés ⫽ 30,5 m) cia), por exemplo, 50 Ω para a maioria das linhas coaxiais.
como uma função da frequência para vários tipos de cabos re- A terminação não é necessária em ambas as extremidades,
presentativos. porque uma extremidade terminada consome quaisquer si-
nais incidentes. Assim, você pode usar uma impedância de
fonte de sinal descasada para acionar uma linha terminada na
É útil perceber que os efeitos de profundidade pelicular extremidade do receptor; ou, como vimos acima, você pode
são significativos, mesmo em baixas frequências – a corrente fazer uma “terminação em série” da extremidade acionada
na frequência da rede elétrica de 60 Hz está confinada a uma de uma linha cuja outra extremidade não tem terminação (ou
camada superficial de aproximadamente 1 cm de cobre, para seja, alimentar uma carga de impedância muito maior do que
a qual a profundidade pelicular (em centímetros) à tempera- a linha). A prática usual, no entanto, é terminar ambas as
tura ambiente é dada por você não reduz extremidades na impedância característica da linha (um ins-
muito as perdas de transmissão de potência usando um fio tinto conservador que garante um mínimo de reflexões). Por
mais grosso do que esse. Em radiofrequências, a profundi- exemplo, você geralmente usa um cabo de 50 Ω para con-
dade pelicular é tão superficial (por exemplo, δ ⫽ 10 μm em finar o sinal a partir de um sintetizador ou gerador de sinal
40 MHz) que você pode fazer conexões de baixa perda, in- para uma carga casada de 50 Ω na extremidade do receptor;
dutores e assim por diante, dando um banho de prata em um se a carga for de alta impedância, você coloca um resistor de
mau condutor. Uma técnica comum para blindagem leve de 50 Ω na extremidade do receptor (ou usa uma terminação de
instrumentos e computadores é aplicar uma película metálica cabo coaxial de 50 Ω).
fina a um invólucro de plástico. A Figura H.10 mostra o grá- Às vezes você precisa casar uma linha com uma carga
fico da profundidade pelicular em condutores de cobre de 10 (ou fonte) de impedância diferente; por exemplo, você pode
Hz a 10 GHz. querer medir as propriedades de alguns cabos de vídeo de
75 Ω (que é a impedância que a indústria de vídeo escolheu,
para grande desgosto do restante da comunidade eletrônica),
H.2 CASAMENTO DE IMPEDÂNCIA e você tem instrumentos de teste de 50 Ω. Ou, você pode
Devido à obtenção de reflexões de linhas de transmissão sem querer casar a impedância de saída de um amplificador de
terminação (ou incorretamente terminadas), é obviamente alta frequência com um comprimento de cabo que vai para
uma boa ideia se certificar de que as impedâncias estão casa- uma antena.
Isso nos leva ao assunto de redes casadas. Nas seções Por exemplo, a rede em L de 50 Ω para 75 Ω anterior
a seguir tratamos do casamento de banda larga (a) resistivo tem uma perda de transmissão de 5,72 dB para sinais indo em
(com perda), (b) transformador (sem perda), e casamento de qualquer sentido. Com um casamento resistivo você tem que
banda estreita (c) reativo (sem perda). aceitar essa atenuação (isto é às vezes denominado módulo
de perda mínima). Vamos ver a seguir como fazer redes de
casamento sem perdas com transformadores ou com redes de
H.2.1 Rede de Casamento de Banda Larga Resistiva Ls e Cs (“redes de casamento reativas”).
(Com Perda) Como você pode imaginar, pode ser ainda pior, em
Você pode facilmente descobrir que dois resistores (sob a termos de perda, com uma rede que contém mais resistores!
forma de uma “rede L”, Figura H.11A) é tudo o que precisa Em particular, você pode adicionar outro resistor, transfor-
para casar com um par de impedâncias r e R (considerado mando em uma rede “T” ou uma rede “Pi”, que casa duas
resistivo, como todos os cabos são); ambos os lados estão impedâncias resistivas entre si, com perda maior do que a
“felizes” – cada um vê uma carga casada. Os valores dos re- perda mínima que encontramos anteriormente. Embora isso
sistores de casamento são não seja algo que você normalmente queira fazer, há uma
variação sobre esse tema que é frequentemente útil: uma
rede de atenuação resistiva entre um par de impedâncias já
casadas.
carga
de vídeo e
até 75 Ω
H.4 EPÍLOGO: DERIVAÇÃO EM ESCADA DA em que a última etapa mantivemos somente o primeiro termo
IMPEDÂNCIA CARACTERÍSTICA da expansão binomial, ou seja, 1/(1 ⫹ ε) ⫽ 1 ⫺ ε.
O segundo termo desaparece quando
Num curso formal sobre “ondas” você está sujeito a uma aná- que é a fórmula para a impedância característica da linha de
lise que utiliza as equações de Maxwell para derivar a relação transmissão. Mas... não tão rápido – esse termo teria desapa-
entre o deslocamento dos campos e , a partir dos quais se- recido de qualquer maneira conforme δx → 0 no entanto, a
gue a relação entre a tensão e a corrente e, portanto, a impedân- nossa linha de transmissão teria desaparecido também! O que
cia. Como um bônus, você obtém a capacitância e indutância precisamos fazer é incluir os termos binomiais de próxima
por unidade de comprimento, e a velocidade de propagação. ordem, e ver o que acontece quando deixamos δx ir para zero,
Mas há uma forma de “circuito” interessante para con- mantendo o comprimento total da linha l constante; o número
vencer você mesmo que uma linha de transmissão devida- de seções, em seguida, aumenta, conforme N⫽l/δx.
mente terminada parece com uma resistência pura (de valor Você pode fazer os cálculos. Você verá que os próxi-
igual à sua “impedância característica”, por exemplo, 50 Ω): mos dois termos adicionam contribuições9 de ordem δx2 e
o seu modelamento com uma escada LC discreta (Figura δx3, fazendo Z1 aparecer como
H.17), que consiste em pequenos incrementos de compri-
mento δx, cada um tendo uma indutância em série e
uma capacitância shunt em que e são a indutân-
cia e capacitância por unidade de comprimento da linha coa-
e assim, conectando em cascata N dessas seções (em que
xial. Existem l/δx destes em todo o comprimento I da linha.
N⫽l/δx), com a condição os termos de ordem
superior desaparecem como e (para as partes
H.4.1 Primeiro Método: Linha Terminada real e imaginária, respectivamente) conforme As-
sim, a impedância de entrada de uma linha de transmissão de
Começamos8 por escrever a impedância olhando para a últi- comprimento I, terminada em sua impedância característica
ma seção de uma linha terminada (Z1 na Figura H.17), o que (resistência) R0, é pura e resistiva e igual a R0.
nos dará uma condição na relação para que Z1 seja,
aproximadamente, igual a R0. Então veremos que a impedân-
cia Zin olhando para toda a escada converge exatamente para H.4.2 Segundo Método: Linha Semi-Infinita
R0 conforme convertemos a aproximação da escada discreta
Aqui está um método inteligente10 que não requer apro-
para uma linha de transmissão contínua, tomando o limite
ximação ou preocupações sobre a convergência. A ideia é
conforme δx tende para zero.
olhar para uma extremidade de uma linha de transmissão
Vamos fazer isso. Z1 é apenas a impedância de
de elementos concentrados que se estende até ao infini-
em série com a impedância em paralelo de R0 e
to (Figura H.18), notando que ele se parece exatamente o
mesmo se deslocarmos um passo à direita. Então, chaman-
do a impedância (complexa) de entrada Z0, temos, sim-
plesmente,
Z0 também Z0
L L L L para ∞
C C C C
ajustes do
capacitor
indutores
placas de
deflexão
vertical
FIGURA H.19 Osciloscópios analógicos usaram linhas de atraso no caminho do sinal, para que você pudesse ver o evento de dis-
paro. O antigo tubo de vácuo de 1959 545A da Tektronix (à esquerda) tinha uma largura de banda de 30 MHz, e utilizava uma linha de
atraso de 200 ns de elementos concentrados nos dois canais que consistia de 50 pares de indutores e 50 capacitores trimmer (ajus-
táveis!); (Figura H.20); o antigo osciloscópio 2213 de estado sólido de 1982 (direita) tinha 60 MHz de largura de banda, e utilizava um
comprimento de cabo coaxial espiral de 2,5 m para a sua linha de retardo de 100 ns.
Multiplicando pelo denominador do último termo e reorgani- cabo; presumivelmente, eles também sentiram alguma satis-
zando os termos, obtemos uma equação quadrática para Z0: fação em explorar a teoria que aprenderam em um curso de
eletrônica que tinham feito anos antes.12 Os osciloscópios
analógicos posteriores substituíram a linha de atraso de ele-
mentos concentrados por uma linha de atraso coaxial inte-
com a solução ligentemente projetada com um par de condutores internos
em espiral; sua indutância maior por unidade de compri-
mento aumentou o atraso.13 do sinal e, felizmente, aumen-
tou a impedância característica também. A foto mostra um
exemplo, onde o cabo foi colocado em um espaço vazio na
Agora, para o golpe de misericórdia: deixamos os segmentos
parte traseira, convenientemente enrolado sobre o CRT.14
individuais encolher em direção a zero, mantendo o compri-
A Figura H.21 revela os segredos internos desta elegante
mento da linha completo. Os Ls e Cs individuais vão para
linha de atraso de par diferencial, cujo “condutor central”
zero, mas sua relação permanece constante. Apenas o termo
helicoidal contra-enrolado de forma entrecruzada produz
4L/C sobrevive, dando-nos a impedância (real)
um atraso de 3,6 ns/m. E a Figura H.22 mostra o atraso ob-
Sem aproximações!
servado quando a forma de onda do par de pulsos triangular
diferencial, lançado numa das extremidades, é recebida na
H.4.3 Pós-Escrito: Linhas de Atraso de Elementos outra extremidade.
Concentrados
12
Os projetistas inteligentes de osciloscópios analógicos, vol- Os capacitores na linha de atraso de elementos concentrados da Figura
tando na idade das trevas da eletrônica, encontraram uma H.19 são, de fato, conectados ao ponto médio de cada indutor, tal como pode
ser visto no esquema oficial da Figura H.20. Acontece que esta é uma imple-
maneira de obter o traço horizontal antes do evento de dis- mentação mais eficiente de uma linha concentrada finita, como nos explicou
paro, ou seja, atrasando o sinal exibido em ∼100 ns, usando durante um jantar de conversa interessante e cozinha persa por Larry Baxter
uma linha de atraso.11 Os projetistas dos primeiros oscilos- (“Mr. Capacitive Sensors”; veja o livro com o mesmo nome).
cópios de tubo vácuo (como o lendário 545A da Tektronix) 13 Por um fator de πnD, aproximadamente, onde n é o número de voltas por
usou uma linha de transmissão de elementos concentrados unidade de comprimento e D é o diâmetro da espiral. Uma vez que o passo
como a da Figura H.19 para alcançar o atraso (200 ns, neste largo da espiral está intimamente envolvida pela blindagem, você pode pensar
o sinal como se propagando em forma de saca-rolhas ao longo da espiral;
caso) que de outra forma teria exigido mais do que 30 m de
essa aproximação dá então essa expressão simples, sem necessidade de cal-
cular a indutância e capacitância por unidade de comprimento.
11 Osciloscópios digitais contornam esse problema usando memória digital 14 Este é um tubo de raios catódicos, para os nascidos no milênio anterior, e,
para armazenar algumas amostras pré-disparo digitalizadas. assim, privados da oportunidade de admirar um.
PARA A
PLACA DE
DEFLEXÃO
INFERIOR
PARA A
PLACA DE
DEFLEXÃO
SUPERIOR
FIGURA H.20 Trabalhando duro para alcançar a perfeição: a Tektronix usou cinquenta pares de indutores e cinquenta trimmers para a linha de atraso do seu osciloscópio 545
Linhas de transmissão e casamento de impedância
(ilustrado na Figura H.19) dos anos de 1950. Reproduzido com a permissão da Tektronix Inc.
1129
23/02/17 08:46
1130 Apêndice H Linhas de transmissão e casamento de impedância
entrada
saída
FIGURA H.21 Retiramos a carcaça do 2213 da Tektronix de
Brian Shaban e, depois de desmontar um pouco mais, veja o
que encontramos dentro! Medimos um atraso de 100 ns, e uma
impedância diferencial de 1550 Ω, para o cabo de 2,6 m que foi
usado neste osciloscópio. A hélice contra-enrolada consiste em FIGURA H.22 Lançamos esta forma de onda analógica no
dois fios isolados de 0,05 mm2, com um passo de 1,125 milíme- cabo da Figura H.21 para ver o atraso do sinal de ~95 ns. O si-
tros e um diâmetro médio de 2 milímetros, isolados a partir da nal atrasado é de boa fidelidade, com uma largura de banda de
malha de blindagem em torno de 3,25 mm de diâmetro interno. sinal de teste um pouco maior do que os 60 MHz do osciloscó-
pio. Vertical: 1 V/div; horizontal: 20 ns/div.
cidade de 44.100 vezes por segundo (simultaneamente em ¶ 8. Sistemas de vídeo começam com uma câmara que
ambos os canais estéreo), e cada par amostrado é convertido tem sensor eletrônico (análoga a uma câmera digital) e que
(“digitalizado”) para um número binário de 16 bits.6 Assim, converte a cena em cores bidimensional neste sensor em
os bits são fornecidos a uma taxa de 2 ⫻ 44.100 ⫻ 16 ⫽ uma sucessão de quadros, cada uma das quais representa a
1.411.200 bits por segundo, ou cerca de 100 milhões de bits imagem nesses instantes sucessivos (para a TV dos EUA,
por minuto.7 a taxa é de aproximadamente 30 quadros por segundo). Na
televisão analógica tradicional, a imagem bidimensional é
¶ 6. Pode-se perguntar por que alguém em sã consciência convertida num sinal elétrico pelo seguinte método: imagine
iria querer lidar com tal quantidade de números quando a um único quadro, isto é, uma imagem parada. Para mantê-lo
representação analógica original do som seria muito mais simples, imagine ainda que é monocromático; isto é, “preto
simples – apenas um par de tensões que variam no máximo, e branco”.11 Começamos no canto superior esquerdo e mo-
20.000 vezes por segundo.8 São várias as razões, mas elas se vemo-nos horizontalmente através da imagem, gerando uma
resumem à facilidade contemporânea e economia do proces- tensão elétrica proporcional ao brilho em cada ponto à medi-
samento digital, combinada com a maior eficiência e qua- da que passamos por eles. Quando chegamos à margem do
lidade de armazenamento e transmissão de áudio (e vídeo) lado direito, saltamos de volta para a margem esquerda, con-
devidamente digitalizados. Para ter uma noção dessas vanta- tinuando com outro caminho horizontal, ligeiramente abaixo
gens, basta verificar as belíssimas imagens transmitidas dia- do primeiro. Veja a Figura I.1. Continuamos desta forma até
riamente das sondas planetárias que visitam Marte e Saturno chegar ao canto inferior direito, momento em que termina-
– imagens livres de “neve” e outros artefatos adicionados à mos de varrer todo o quadro uma vez, que é conhecido como
transmissão analógica pelos inevitáveis efeitos de interferên- padrão raster (“grade” em alemão).12
cia elétrica – e veremos os benefícios da transmissão digital
livre de erros. E, para ter uma noção da densidade do arma- ¶ 9. O que fazemos, então, é gerar uma representação
zenamento digital, notamos que um disco óptico contempo- elétrica, com o tempo (uma tensão variável proporcional à
râneo de 5 polegadas (dupla camada de discos Blu-ray) tem luminosidade em cada ponto da imagem) de uma imagem
80 horas de áudio com qualidade de CD, ou dez vezes esse bidimensional única; ou seja, convertemos uma imagem bi-
valor se modestamente “comprimido”, em comparação com dimensional em uma tensão de saída unidimensional. Veja a
o armazenamento de meia hora de áudio analógico nos LPs Figura I.2.
de vinil do passado.9
l.1.2 O vídeo
¶ 7. O vídeo é de longe a parte mais complicada da tele-
visão. O desafio é reproduzir uma cena com movimento, na
cor, preservando a fidelidade e a ausência de artefatos ade-
quada. E isso deve ser feito dentro dos recursos dos canais
de armazenamento e entrega – isto é, com o armazenamen-
to e velocidade em disco finitos, e com largura de banda
(bandwidth)10 de transmissão finita (via torre de transmissão,
cabo, Internet ou satélite).
“de fundo de escala” do som gravado. FIGURA I.1 A imagem bidimensional estática é “varrida” para
7A taxa de bits gravada é aproximadamente o triplo deste valor por causa da criar uma forma de onda de vídeo (Figura l.2) que representa a
codificação, redundância de correção de erros e similares. intensidade ao longo das linhas de varredura.
8 Ou 20 kHz, o limite superior do ouvido humano.
9E um contemporâneo disco rígido magnético de 3” e 3 terabytes que você
pode segurar em sua mão detém ainda um outro fator de 60, ou 50.000 horas 11 Ou, mais precisamente, em tons de cinza.
de excelente qualidade (128 kbps AAC) de áudio estéreo comprimido: que 12 A televisão de definição padrão tradicional (SDTV, usualmente chamado
corresponde a 15 anos de 40 horas por semana de música! de “NTSC,” para National Television System Committee, remonta à década de
10 Largura de banda é a faixa de frequências que podem ser transportadas no 1940) nos Estados Unidos divide a imagem inteira em 480 linhas horizontais
cabo ou outro meio de transmissão. É tecnicamente certo pensar nisto, por ao longo de cada uma das quais cerca de 640 recursos (elementos de imagem,
exemplo, como a faixa de estações no seletor do rádio que pode ser transpor- ou pixels) poderiam ser processados: um usuário de computador não ficaria
tada com fidelidade por um único cabo elétrico (ou outro meio). O termo é muito impressionado – ele diria que a televisão padrão NTSC tem apenas a
por vezes usado livremente para se referir à taxa de transferência de dados. resolução “VGA” (ou seja, 640x480).
nuvem árvores
branca escuras
branco
céu
azul
em cores
preto
pulso de sincronismo
monocromático
FIGURA I.2 Uma porção da forma de onda de vídeo a partir preto
(“preto e
da Figura l.1, que representa uma das 240 linhas de varredura branco”) rajada
horizontal. de cor sincro-
nismo
1 linha horizontal (63,5 μs) típico
¶ 10. Esta tensão variável no tempo é chamada sinal de ví- FIGURA I.3 Sinal de vídeo analógico composto de uma linha
deo, e é o primeiro passo na criação de uma imagem de tele- horizontal, emoldurado por pulsos de sincronização horizontal.
visão. Na televisão analógica NTSC tradicional, este sinal foi O brilho (“luminância”) é representado pela sua amplitude. A cor
transmitido por métodos analógicos, depois de um processo é acomodada pela adição de uma subportadora de “crominân-
chamado modulação (mais tarde), e foi recuperado e utiliza- cia” de 3,58 MHz, cuja amplitude representa o grau de satura-
do pelo aparelho de televisão para pintar a imagem na tela, ção e cuja fase codifica as cores.
realizando a mesma varredura de grade (esquerda para a di-
reita, de cima para baixo). Cada quadro segue na sequência,
fim do primeiras linhas
apresentando uma sucessão de 30 fotos por segundo na tela retraço vertical (topo da tela)
de visualização do aparelho de televisão.13
ma banda de frequência, ou seja, do sinal de vídeo não pro- de Nova Iorque, a eletrônica do aparelho de televisão sele-
cessado em si); em segundo lugar, alguns comprimentos de cionava a estação de transmissão em 210 MHz (atribuído
onda são mais convenientemente gerados e propagados do pelo FCC como Canal 13), ou seja, WNET. A eletrônica no
que outros. Por estas razões, o conteúdo de áudio e vídeo aparelho demodulava o sinal recebido, recuperando o si-
de sinais de televisão (e, de fato, todas as comunicações e nal de vídeo composto e áudio. O vídeo, com seus sinais
sinais de transmissão) em vez disso são utilizados para variar de sincronização incorporados, é usado para pintar a tela,
algum aspecto de uma onda “portadora”, escolhida em al- quadro a quadro, enquanto o áudio é enviado para os alto-
gum comprimento de onda específico. Esse comprimento de -falantes.17
onda da portadora (ou, equivalentemente, frequência) define
o “canal”; e o processo de “imprimir” a informação (vídeo e ¶ 16. Televisão de radiodifusão (e rádio) ocorre sobre o que
áudio) sobre a onda portadora é conhecido como modulação. é muitas vezes chamado de “ondas públicas.” Alguém só pre-
cisa de um aparelho de televisão (ou de rádio) e uma antena
¶ 13. Estações de rádio usam a mesma técnica: estações para receber essas transmissões públicas vindas pelo ar (OTA
AM variam a força (amplitude) da portadora (por isso “mo- – over-the-air). Embora alguns países exijam licenciamento
dulação de amplitude”), enquanto que as estações de FM de aparelhos de recepção (rádios e aparelhos de televisão),
variam a frequência (“modulação de frequência”). A própria nos Estados Unidos, os serviços de transmissão estão dis-
frequência da portadora define o canal: nos EUA, às esta- poníveis a qualquer um dentro do alcance de uma torre de
ções AM são atribuídas as frequências portadoras entre 520 transmissão.
e 1710 quilohertz (kHz, milhares de ciclos por segundo), en-
quanto que para as FM é atribuída a banda de portadoras de ¶ 17. Dependendo da distância e do caminho da estação
88 a 108 megahertz (MHz, milhões de ciclos por segundo). de transmissão para o telespectador, a “antena” pode ser tão
Nos EUA, a televisão aberta começa em 54 MHz (canal 2), simples como uma “gravata borboleta” interna ou um par de
e termina em 698 MHz (canal 51), com espaços para FM, “orelhas de coelho”, ou tão elaborada como uma estrutura
aeronáutica e outros serviços.15 de vários elementos montada no telhado. Seja qual for a sua
forma, a função da antena é criar um sinal elétrico na linha de
¶ 14. Quando a informação (vídeo, por exemplo) é modu- alimentação, induzido pela passagem do sinal de transmissão
lada sobre uma portadora, o sinal resultante se espalha e ocu- que se desloca na velocidade da luz pelo local da antena. An-
pa uma pequena banda de frequências. Por exemplo, quando tenas de recepção destinadas a televisão aberta são projeta-
uma estação FM varia a frequência de sua portadora desig- dos para funcionar em toda a faixa de frequências utilizadas
nada para transportar o seu sinal de áudio, o sinal resultante pelas emissoras (veja ¶13); assim, o sinal elétrico entregue
ocupa cerca de 150 kHz. Assim, canais para estações FM são ao aparelho de televisão inclui várias estações, e é o trabalho
atribuídos separados por 200 kHz (para permitir uma “banda do sintonizador de TV selecionar e processar o canal a ser
de guarda” de 50 kHz, além de seu sinal de 150 kHz) -- e é visualizado.
por isso que as frequências de emissoras FM sempre termi-
nam em um número ímpar após o ponto decimal (por exem- ¶ 18. A televisão via cabo envia sinais de canais de TV
plo WNYC de Nova York está em 93,9 MHz), garantindo um analógicos tradicionais quase exatamente da mesma maneira
espaçamento mínimo de 0,2 MHz (⫽ 200kHz). que na radiodifusão. Uma diferença evidente, no entanto, é
que os sinais canalizados são recebidos na extremidade da re-
¶ 15. A transmissão de TV analógica NTSC padrão uti- cepção a partir de um cabo coaxial (em vez de recebidos pela
lizava uma variante do AM para o sinal de imagem (vídeo antena de televisão do espectador), e, em seguida, conectados
composto) e, separadamente, FM para o sinal de áudio.16 ao aparelho de televisão diretamente (ou seja, no conector de
Os canais atribuídos eram espaçados por 6 MHz, sendo que antena normal, na parte de trás). Alternativamente, para ser-
era permitido a cada estação ocupar quase esse montante, viços de cabo adicionais (como os canais premium), o cabo
deixando uma banda de guarda pequena. Os televisores “sa- de entrada se conecta a um “set-top box” (STB) fornecido
biam” as frequências atribuídas para cada canal e sintoni- pela empresa de cabo, cuja saída é conectada ao aparelho de
zavam a frequência correta quando o usuário escolhia o nú- televisão do espectador (ou monitor de tela plana, projetor,
mero do canal. Por exemplo, se (durante a era analógica de etc.; veja ¶56ff).18 As frequências dos canais também são um
televisão) alguém sintonizava o Canal 13 na área da cidade
17 Nesta introdução ignoramos detalhes associados com a reprodução de cor
pouco diferentes: os canais de 2 a 13 continuam usados para a cabo. Ela permite a entrega de conteúdo de alta definição,
transmissão terrestre, mas os canais restantes são deslocados com mais de 480 linhas de NTSC (até 1080 linhas, com a
para eliminar as lacunas; isto pode ser feito porque o cabo é melhor qualidade suportada atualmente). Finalmente, ela for-
um “mundo privado”, isolado de modo a não interferir em, nece uma maneira natural de gravar para ver depois, pausar
ou sofrer interferência de, outros serviços de transmissão. ou reproduzir programas ao vivo, pelo armazenamento em
disco rígido do tipo usado em computador.
¶ 19. Uma terceira diferença é que uma parte do conteúdo
do cabo é entregue como uma assinatura, para que o espec- ¶ 22. A transmissão analógica foi “aposentada” nos Esta-
tador pague os custos adicionais; exemplos são serviços pre- dos Unidos em junho de 2009, e toda a entrega de transmis-
mium, como a Home Box Office (HBO). Estes exigem algum são de televisão agora é feito por métodos digitais (mais a se-
método para permitir ou negar a visualização de canais ou guir). Este processo de conversão para digital está ocorrendo
programas selecionados. Continuando para o momento com em todo o mundo e provavelmente será concluído em 2020
cabo analógico (cujos dias estão contados!), isso pode ser ou até antes.
feito de várias maneiras: a mais simples é pela instalação de
filtros (para bloquear frequências de canal de não assinan-
tes) no poste da concessionária de energia, onde o cabo do I.3 GRAVAÇÃO EM FORMATO ANALÓGICO DA TV
assinante se separa do tronco que segue ao longo da rua;19 DE RADIODIFUSÃO OU CABO
Um método mais sofisticado envolve embaralhamento (co- ¶ 23. A gravação de vídeo era complexa e onerosa (e,
dificação) dos sinais analógicos de programas de assinatu- portanto, confinada aos estúdios de transmissão) até 1975,
ras transmitidos pelo cabo,20 e, em seguida, configurando o quando os dispositivos de gravação vídeo domésticos fo-
STB (via comunicação digital do provedor de cabo ao STB ram introduzidos nos EUA pela Sony (“Betamax”) e suas
do assinante) de acordo com os programas que podem ser concorrentes (“VHS”, para video home system). Estes dis-
decodificados. positivos replicam o estágio de entrada de um aparelho de
¶ 20. É interessante notar que as empresas de cabo têm sido televisão, para recuperar vídeo e áudio a partir do sinal de
obrigadas a transmitir no cabo os canais abertos na sua área, entrada (radiodifusão ou cabo), e usar um arranjo inteligente
normalmente como canais de cabo analógico.21 Cada progra- de um cabeçote de fita girante22 para capturar na fita mag-
ma ocupa um canal (frequência) do cabo. No entanto, eles nética uma réplica razoável de um programa de televisão
podem distribuir serviços adicionais pelos métodos digitais analógica NTSC. Essa técnica é totalmente analógica (sem
(“cabo digital”) em canais (frequências) adicionais, que os digitalização, sem números) e grava apenas em uma mídia
assinantes preferem; isso porque, com os métodos digitais, de fita de vídeo especial (nenhuma mídia de computador,
é possível transportar até dez programas de qualidade NTSC não há discos rígidos, etc.), como uma gravação magnética
(ou seja, SDTV, para a TV de definição padrão) em um único (análogo a uma gravação de fita de áudio analógico, veja a
canal. Isso é denominado multicast (multidifusão); a capaci- nota de rodapé em ¶4).
dade de transportar vários programas em um único canal (ou ¶ 24. A tecnologia do videotape foi ofuscado por alternati-
seja, frequência). E, note que um cabo pode transportar mais vas digitais, como a gravação de disco óptico (mais famo-
de 100 tais portadoras – permitindo mais de 1.000 programas sa na forma de DVDs e discos Blu-Ray, vendido ora com
simultâneos. conteúdo pré-gravado ou gravado com um gravador de dis-
¶ 21. Visualizando alguma característica adicional da tele- co), que cria uma cópia permanente do material de vídeo;
visão digital: TV a cabo digital permite assinaturas flexíveis, ou através da gravação para uma unidade de disco rígido
com um programa que está sendo autorizado instantanea- (HDD) do tipo usado em computador, onde a cópia de vídeo
mente (por exemplo, pay-per-view, ou video-on-demand). é armazenada como um arquivo de computador. Estes mé-
Ela também fornece um mecanismo natural de proteção de todos digitais exigem que o material do programa seja con-
conteúdo por meio de criptografia. Ela permite a participação vertido da forma analógica para a digital, se já não estiver
interativa, através de um canal de retorno para o provedor de neste formato. (Isto é feito internamente e automaticamente
em dispositivos como TiVo® e outros gravadores de vídeo
pessoais.) A televisão digital e vídeo digital são discutidos
19 Por em seguida.
exemplo, mediante a supressão dos pulsos de sincronismo horizontal
ou invertendo o vídeo (intercâmbio de preto e branco).
20 Antigos assinantes de cabo vão se lembrar que chamavam a empresa de
cabo para adicionar um canal de filmes, logo após um caminhão da empresa
aparecia, o funcionário subia no poste para mexer com alguma coisa (a troca 22 Isto é conhecido como uma cabeça de fita “helicoidal”, que cria sucessivas
do filtro), e, pronto, os filmes estavam disponíveis! faixas inclinadas estreitas em toda a fita que se move lentamente, cada uma
21 A menos que todos os assinantes tenham STBs que podem receber o sinal mantendo um campo de vídeo. A utilização de um cabeçote de fita que se
digital. move rapidamente elimina a necessidade da fita se mover rapidamente.
uma pequena fração de seu tamanho original, antes de ser Frequência (MHz)
entregue. O uso de compressão, juntamente com o fato de FIGURA I.6 O Canal 47 digital, conforme visto em maio de
um sinal digital ser “apenas números”, permite a entrega de 2009, preenche a sua alocação de espectro de 6 MHz com ví-
múltiplos programas no mesmo “espaço” que transportaria deo digitalizado. Ele carrega cinco vezes mais programas, com
apenas um único sinal de vídeo (programa), tipicamente por comparável (ou melhor) qualidade de imagem.
um fator de 5 a 10.
¶ 26. Há várias razões para esta melhoria. Uma delas é a rados diretamente da antena de casa de um dos autores, em
capacidade de detectar e corrigir erros de transmissão por março de 2009, em meio à transição para o digital quando
técnicas numéricas, permitindo que se possa operar com tanto transmissões analógicas e digitais ocorriam (veja tam-
níveis de sinal recebido que estão próximos do nível do “ru- bém a Figura I.7).
ído” (a partir de interferência ou perda de sinal devido à
faixa ou obstruções); com a transmissão puramente analó- ¶ 28. A compressão visa reduzir por um fator grande (dez
gica uma grande relação sinal/ruído recebida é necessária vezes ou mais) a quantidade de números necessários para
para reduzir os efeitos visíveis do ruído (“neve”) para níveis descrever a sucessão de quadros da imagem, sem degradar
aceitáveis. significativamente a qualidade da imagem. Esta tarefa apa-
rentemente impossível tira vantagens de redundância de uma
¶ 27. Uma segunda razão é a eficiência espectral da trans- imagem em movimento, e de limitações na percepção visual
missão digital – ou, mais precisamente, a sua melhoria em humana.
comparação com a ineficiência da sinalização análoga. Isto
pode ser visto nas Figuras I.5 e I.6, um par de espectros reti-
CH 38 CH 39 CH 40 CH 41 CH 42 CH 43
portadora (ana) (dig) (ana) (dig) (ana) (dig)
de vídeo
portadora
de áudio
portadora
de cor
¶ 29. A compressão de vídeo digital contemporânea é um ¶ 31. A troca de qualidade de imagem por taxa de bits é
tema rico e matematicamente complexo, o resultado de um gradual, e em algum lugar no processo de decisão é feita
enorme esforço nas comunidades de matemática aplicada quanto à taxa de bits final desejada.26 A principal restrição
e engenharia elétrica ao longo das últimas décadas. Mas é imposta pelo fato de que tanto o sinal de radiodifusão de
os truques básicos são bastante fáceis de entender. O pro- TV digital quanto via cabo digital nos Estados Unidos é en-
cesso começa explorando o fato de partes de uma imagem viado em canais que estejam em conformidade com o mes-
próximas umas das outras serem semelhantes; assim pode- mo espaçamento de canal de 6 MHz que tem sido utilizado
-se codificar e enviar as diferenças (menores) de brilho e para a televisão desde os anos de 1940. Na prática (veja ¶35,
cor a partir de um conjunto de pontos de referência, em a seguir), é possível enviar cerca de 20 milhões de bits por
vez de a descrição completa de brilho e cor em cada pon- segundo (Mbps) em um canal de transmissão digital pelo ar,
to. Da mesma forma, quadros sucessivos tendem a ser se- e quase o dobro de um canal a cabo ou de satélite digital.
melhantes, por isso, pode-se definir uma coleção espaçada A taxa de bits comprimida típica para vídeo digital pelo ar
nas imagens do índice e enviar apenas as diferenças para com qualidade NTSC (SDTV) é de cerca de 4 Mbps; assim,
intervir nos quadros.23 Um outro truque explora o fato de as estações de televisão digital de radiodifusão são capazes
que a imagem muitas vezes contém objetos em movimento de combinar até 5 ou mais programas em qualidade NTSC
ou uma câmera panorâmica; por isso é eficaz calcular os em um canal. (Lembre-se que um “canal” de frequência não
“vetores de movimento”, prevendo os movimentos aproxi- é mais um “programa” único, por causa de multiplexação.
mados e, então, enviar apenas as correções (menores) dos Mais sobre isso início em ‘¶33, a seguir.) O conteúdo de
valores previstos. alta definição (HDTV) exige quase a taxa de transmissão
completa, portanto, apenas um programa HDTV pode ser
¶ 30. Esses métodos reduzem significativamente a taxa de transmitido por radiodifusão em um canal. Por outro lado,
bits necessários (quantidade de números por segundo), e eles os sistemas via cabo ou satélite, que não são restritos à com-
o fazem sem qualquer perda de qualidade de imagem – eles pressão MPEG-2, são capazes de combinar até oito progra-
são “livres de perdas.” Isso é porque a imagem digital origi- mas de HDTV em um canal quando se utiliza a eficiente co-
nal pode ser totalmente e exatamente recuperada aplicando dificação H.264/MPEG-4. A segunda revisão do padrão de
as diferenças numéricas na ordem inversa. No entanto, uma transmissão (ATSC 2.0) incorpora esses codificadores mais
maior redução de taxa de bits é desejável (e muitas vezes ne- eficientes, bem como uma série de melhorias de transporte e
cessária), e isto é conseguido por compressão com perdas. entrega que são destinadas a visualização móvel e interativa,
Esta consiste essencialmente em descartar a informação me- permitindo assim a radiodifusão pelo ar competir com servi-
nos importante da imagem (do ponto de vista psicovisual); ços disponíveis na Internet.
O compromisso é um imagem um pouco degradada (o grau
de degradação depende do grau de compressão), que, no en- ¶ 32. Vale a pena admirar as reduções de taxa de bits im-
tanto, pode ser diferente da primitiva original de modo que pressionantes que esses métodos estão alcançando: um cál-
sejam dificilmente perceptíveis para o espectador.24 A mate- culo simples27 mostra que a digitalização de um programa
mática envolve métodos com nomes como transformada cos- HDTV sem qualquer compressão produziria uma taxa de
seno discreta, quantização variável e codificação Huffman; bits de cerca de 1.000 Mbps, enquanto que os métodos de
mas a conclusão é que esses métodos permitem uma grande compressão contemporâneos reduzem este a um modesto (e
redução na taxa de bits com uma redução relativamente pe- capaz de ser entregue) 20 Mbps, uma redução de 50 vezes!
quena na qualidade da imagem percebida.25 E reduções comparáveis são rotineiramente alcançado com
SDTV.
do28), em vez da forma de onda analógica contínua que foi comprimento de 188 bytes e cada um pertencente a um
utilizada na televisão NTSC tradicional. Por causa das taxas programa individual. Quando vários programas são envia-
de bits econômicas produzidas por compressão, existe uma dos em um fluxo de transporte, ele é chamado de “fluxo de
capacidade adequada de um único canal de frequência via transporte de multiprograma”, ou MPTS; se for um único
cabo (ou radiodifusão) de acomodar alguns programas simul- programa, é um “fluxo de transporte de programa único”
tâneos. Isto é denominado multicast, e permite até quatro ou (SPTS). Repetindo o que foi dito anteriormente: uma emis-
cinco programas SDTV (um “multiplex”) a serem transpor- sora pode colocar cinco programas de definição padrão (ou
tados em uma única frequência de canal de radiodifusão.29 um programa HD e um SD) em MPTS de um único canal
Pode-se pensar neles como subcanais.30 de radiodifusão. Os pacotes individuais são identificados
pelo programa, e eles são intercalados no tempo (veja a Fi-
¶ 34. Para qualquer transmissão digital por radiodifusão ou gura I.8).
via cabo, o set-top box (STB) ou hardware equivalente dentro
do aparelho de televisão recebe as múltiplas frequências de Pacote PES de MPEG-2 Legenda
canais, cada um com seu multiplex de programas. O STB ou Vídeo Cabeçalho
P1
Carga Útil PES P≠ = número do programa
V = Vídeo, A = Áudio,
PES Fluxo Elementar de Vídeo
o aparelho de TV sabe as atribuições do programa dentro de N = contador_continuidade NULO
28 E também algumas informações de “acesso condicional” que permita aos ¶ 36. Dito de outra forma, os vários programas que serão
assinantes legítimos descriptografar e exibir o conteúdo protegido: veja ¶47.
29 O envio por cabo é mais eficiente, e permite até dez programas SDTV em
colocados em um fluxo de transporte de multiprogramas (um
“ multiplex de programa”) são cortados em pequenos peda-
um único canal.
30 Uma vez que o cabo (ou canal de radiodifusão) tenha uma taxa de bits total ços (pacotes, cerca de 40 μs de comprimento para cabo di-
fixa, as taxas de bits de cada um dos programas que estão multiplexados deve
gital), etiquetados com identificadores exclusivos (chamado
ser ajustada de tal modo que a sua taxa de bits total combinada corresponda à de PIDs, por “identificadores de programa”), e, em seguida,
capacidade do canal. Isso é denominado preparação de taxa de bit e envolve intercalados com as peças (pacotes) de outros programas que
null padding (adição de nulos, para aumentar a taxa de bits de um progra- compartilham o mesmo fluxo de transporte. No aparelho de
ma), compressão on-the-fly (para reduzir a taxa de bits de um programa), ou
televisão ou no STB os pacotes pertencentes ao programa se-
mesmo o deslocamento de tempo do conteúdo do programa (para impedir o
alinhamento infeliz de taxas de bits de pico dos vários programas). Os paco- lecionado são identificados (“filtrado”), olhando para os seus
tes de televisão digital incluem “selos de tempo de apresentação:” por isso PIDs, e depois remontados em um único fluxo de transporte
é correto mudar as coisas um pouco à medida que fluem através dos vários de programa a serem descodificados e exibidos. Na Figura
canais digitais em seu caminho para a tela da televisão. l.8 existem dois programas (P1 e P2), cada um com vídeo
31 A disparidade tem a ver com os esquemas de modulação particulares usa- (V) e áudio (A), com os seus PIDs correspondentes (1024,
dos: para a transmissão é chamada de “8-VSB”: enquanto que o cabo utiliza
1025, 377, 378); eles são mostrados como o fluxo de multi-
o mais eficiente “256-QAM”, explorando assim as melhores propriedades de
transporte de sinal do cabo para transportar cerca de duas vezes o conteúdo programa intercalado na parte superior, e como filtrado em
de informação. seus respectivos fluxos de programa único, na parte inferior.
voando ao redor da Terra em cerca de 1.127 km por hora, para manter-se com
32 Veja “Extra-terrestrial relays – can rocket stations give world-wide radio a rotação da Terra.
coverage?” [Sir] Arthur C. Clarke, Wireless World, outubro 1945. 35 Você pode obter um bom detector do arco do satélite com aplicativos
33 Há! Você pensou que era de 24 horas. Não é assim – estamos em órbita móveis como DishPointer ou Satellite Locator: quando você apontar seu
em torno do Sol, o que acrescenta um extra de 4 minutos (1/365 parte de um smartphone para o céu ele mostrará os satélites como círculos vermelhos
dia) ao verdadeiro período de rotação da Terra (o dia sideral) para chegar brilhantes (com suas localizações) em um arco vermelho, sobreposto na
ao dia solar de 24 horas (o tempo médio do meio-dia solar para o meio-dia imagem da câmera (com árvores que obstruem. etc.) visto pelo dispositivo
solar). móvel.
¶ 45. Devido a essa “comutação de pacotes” desorgani- I.8.1 Cabo Digital: Video-on-Demand
zada de dados da internet, o streaming de vídeo pode sofrer
¶ 48. Como é possível fornecer material de programa es-
interrupções ou intervalos durante os quais a taxa de entrega
pecificamente para um assinante individual, por exemplo, a
média é reduzida. Por essa razão, é comum a extremida-
entrega “sob demanda” de um programa previamente trans-
de receptora armazenar (“buffer”) alguns segundos de ví-
mitido, ou de um filme, em uma rede de cabo que serve
deo além do que está sendo exibido; e se a velocidade de
uma cidade inteira?41 Esses serviços recebem nomes como
entrega da internet for inadequada (como evidenciado por
“video-on-demand” (VOD), que são possibilitados pelo fato
esvaziamento do buffer), o remetente irá reduzir a taxa de
de o provedor de cabo ser capaz de adequar os sinais trans-
dados (entregando assim vídeo de qualidade inferior). Con-
portados em seus cabos que vão para diferentes grupos de
temporaneamente a qualidade da radiodifusão de TV de
assinantes de cabo em uma área.
alta definição (conhecida como 1080i, o que significa que
a imagem é composta de 1080 ⫻ 1920 pixels, entregando ¶ 49. A rede de cabo em uma área metropolitana é mais
30 quadros/s) requer acima de 2 megabits/s de velocidade complexa do que se poderia imaginar a princípio: ao invés de
de download, disponível agora na maioria dos lares com li- uma distribuição em toda a cidade de material de programa
gação à Internet de banda larga (cabo, fibra óptica ou linha comum, a rede está organizada em agrupamentos menores
telefônica DSL39). Essa velocidade é bem dentro da capa- de nós e grupos de serviço. Um grupo de serviço consiste
cidade de conexões sem fio (Wi-Fi), de modo que o vídeo em segmentos de cabo, normalmente alcançando não mais
de alta definição pode ser entregue a dispositivos móveis, de 500 casas, carregando material idêntico; esses sinais são
como computadores portáteis e tablets. alimentados para o cabo em um “nó” na vizinhança, que por
sua vez é alimentado através da fibra óptica a partir de um
“hub” mais distante em que o fornecedor introduz o grupo de
I.8 CABO DIGITAL: SERVIÇOS PREMIUM E
canais que vão a esse grupo de serviço particular.
ACESSO CONDICIONAL
¶ 46. Provedores de televisão via cabo oferecem servi- ¶ 50. O truque para fornecer material sob demanda indivi-
ços premium, como Showtime, HBO e pay-per-view, para dual, então, é primeiro garantir que existem pelo menos al-
os quais o assinante paga taxas mensais adicionais. Um guns canais extra (em adição à linha padrão) disponíveis para
assinante cuja assinatura inclui Showtime, por exemplo, é transportar tal conteúdo; e, segundo, dividir a cidade em mui-
capaz de ver (e gravar, se o STB inclui um DVR) a progra- tos grupos de serviço, de modo que esses canais extra possam
mação emitida em canais Showtime. O provedor de cabo transportar um conjunto diferente de conteúdo sob demanda
precisa de um método para controlar o acesso de cada as- para os diferentes grupos de serviço. Por exemplo, suponha
sinante à programação completa de canais. Embora cada que há cinco canais disponíveis para o material sob deman-
cliente tenha um cabo entrando na casa (e, portanto, pode- da e que cada um pode levar dez programas (como descrito
-se imaginar que diferentes conteúdos são enviados a cada anteriormente); se um grupo de serviço inclui 500 casas, das
casa), na verdade, o mesmo sinal é enviado para todas as quais 200 são assinantes de cabo, então o provedor de cabo
casas de um grupo de moradores, conhecido como “grupo pode satisfazer 25% desses assinantes com a programação
de serviço.”40 simultânea sob demanda (devido aos cinco canais extra, cada
um enviando dez programas personalizados, entregarem 50
¶ 47. Para limitar o acesso dentro do conjunto completo programas simultâneos).
de programação distribuída, o provedor de cabo inclui infor-
mações de acesso condicional (AC) juntamente com o vídeo ¶ 51. A programação sob demanda requer também um ca-
e o áudio. Isto é feito através da inclusão de pacotes “AC”, nal reverso para cada assinante, de modo que o assinante pos-
juntamente com os pacotes de vídeo e áudio normais que sa escolher a programação, e também fazer uma pausa (ou
compreendem um programa dentro do fluxo de transporte de avançar ou retroceder) no material. No entanto, estes canais
multiprograma. O STB inclui hardware de descriptografia, e reversos precisam transportar apenas alguns comandos sim-
usa os pacotes de AC para fornecer a informação chave para ples ao fornecedor (em oposição ao vídeo de taxa de bits alta
desbloquear a criptografia que é imposta sobre os pacotes de que é baixado em resposta), e são facilmente acomodados
vídeo e áudio pela empresa de cabo. numa banda de sinalização de enlace de subida “interativo”
da rede de cabo.
I.8.2 Cabo Digital: Transmissão Comutada sinal do cabo, gerar a saída capaz de ser exibida, responder
aos comandos do controle remoto infravermelho, e assim por
¶ 52. Alguns provedores de cabo usam outro serviço que
diante. Um STB contemporâneo típico com DVR contém um
explora a flexibilidade inerente à utilização da rede de cabo
chip processor dual, 64 MB de memória programa, 160 GB
de grupos de serviços distintos, a saber, “transmissão comu-
(mínimo) de disco rígido e vários hardwares adicionais rela-
tada.” A transmissão comutada oferece programas apenas
cionados com vídeo (sintonizador de entrada, memória de ví-
quando solicitado pelos telespectadores, em uma base de ser-
deo, controladores de display e áudio, etc.) Além do buffer e
viço de grupo, em comparação com a entrega de toda a pro-
armazenamento de conteúdo de vídeo e áudio, o STB contro-
gramação para todos os clientes. Isto permite que o operador
la o acesso, descriptografia e nova criptografia do conteúdo
de cabo ofereça mais opções de programação que poderia ser
de vídeo (protegido).
realizada simultaneamente no número disponível de canais.42
¶ 55. É importante notar que qualquer meio de armazena-
¶ 53. Apesar da transmissão comutada e VOD usarem mé-
mento digital de velocidade e capacidade adequadas pode
todos similares para entregar seu conteúdo para um assinan-
ser usado para armazenar conteúdo de vídeo digital; ao al-
te, vale a pena notar a diferença: o conteúdo da transmissão
cance do consumidor, existem muitos “gravadores de vídeo
comutada é entregue sempre que o material de programa é
pessoais” (PVRs – personal video recorders) que armaze-
normalmente agendado, e não ao sabor do assinante; o que o
nam programas em DVDs graváveis ou em chips de memória
distingue a partir de um material de programa normal é que,
“flash” de estado sólido. Há também gravadores de vídeo di-
de qualquer modo, ele não é colocado sobre o cabo do grupo
gitais que podem armazenar tanto SDTV quanto HDTV para
de serviço, se ninguém nesse grupo sintonizou o programa.
uma variante digital da fita VHS.
Uma vez que um assinante tiver sintonizado esse programa
(fazendo com que seja enviado para esse grupo de serviço,
sobre um subcanal em particular), esse mesmo programa está I.10 TECNOLOGIA DE DISPLAY
presente no cabo servindo quaisquer assinantes adicionais
nesse grupo de serviço, no mesmo sub-canal. Por outro lado, ¶ 56. Por mais de meio século, as imagens de televisão fo-
VOD é fornecido sob demanda, no momento em que é soli- ram exibidas com um tubo de raios catódicos (CRT), no qual
citado pelo assinante; da mesma forma, ele pode ser pausado os elétrons emitidos por um catodo quente e acelerado para
ou avançado rapidamente, etc. (tarefas que são executadas potenciais de quilovolts eram desviados (geralmente magne-
durante a operação pelo provedor de cabo, não pelo STB). ticamente) para pintar um raster, na taxa de quadro de ví-
Isso é possível porque o conteúdo VOD está sendo enviado deo, sobre uma superfície revestida de fósforo no interior da
em um subcanal especial somente no grupo de serviço do parte frontal do tubo de vácuo. A intensidade era modulada
assinante, e está disponível somente para o assinante que com um eletrodo de grade próximo do cátodo. CRTs antigos
requisitou (por meio de criptografia e “controle de direito” eram monocromáticos (preto e branco); tubos de cor utiliza-
de usuário específico, no caso de conteúdos protegidos). Os vam matrizes (tríades ou listras) de fósforo vermelho, verde
termos narrowcast e unicast são por vezes utilizados para se e azul, alinhados com uma máscara metálica de modo que os
referir à entrega de cabo para o serviço de grupo específico elétrons de cada um dos três cátodos de emissão de elétrons
destas duas variedades de conteúdo, isto é, material agenda- (ou, dirigido a partir de um único canhão de elétrons, na Tri-
do (“linear”) e material sob demanda de usuário específico nitron da Sony,) atingia uma única cor de fósforo.
interativo, respectivamente. ¶ 57. Os displays de tubo de raios catódicos funcionavam;
mas eram pesados (mais de 45 kg para uma TV com tela de
I.9 GRAVAÇÃO DE TELEVISÃO DIGITAL 32”), volumosos, e exigiam um difícil ajuste de “convergên-
cia” para obter o controle das cores. Encurtar o tubo para
¶ 54. A conversão de material analógico (áudio e vídeo do reduzir a profundidade do gabinete agravou os problemas de
mundo real) em formato digital é um trabalho árduo – mas convergência e geometria. CRTs são agora obsoletos, subs-
torna a tarefa de gravação simples. Isso porque um único tituídos por várias tecnologias, entre elas telas de cristal lí-
programa recebido no STB é, essencialmente, apenas um flu- quido (LCDs), displays de plasma e diodos emissores de luz
xo de números, o que pode ser filtrado a partir do fluxo de orgânicos (OLEDs).
multiprograma, montado numa memória temporária “buffer”,
e escrito em um arquivo de disco rígido, tal como qualquer ¶ 58. Em um LCD, uma camada de cristal líquido é impren-
arquivo de computador. Nesse sentido, um STB com DVR sada entre um par de polarizadores ópticos cruzados; um
é simplesmente um computador para fins especiais, com o campo elétrico aplicado altera as propriedades de polarização
processador de costume, disco rígido, etc., e tendo hardware da camada, variando assim a transmissão óptica. No display
adicional para fazer as tarefas especiais do STB – receber o clássico, há uma iluminação traseira uniforme branca (de
LEDs brancos, ou a partir de uma ou mais lâmpadas fluo-
42 Isso rescentes de cátodo frio – CCFLs, cold-cathode fluorescente
é às vezes chamado narrowcast, versus broadcast ou unicast.
lamps – combinadas com difusores e guias de luz); uma série surgiram pela primeira vez em pequenos displays (por exem-
de eletrodos aplica campos elétricos locais para os pixels da plo, telefones celulares e visores de câmera), mas, em 2014,
imagem, que são cobertos com filtros de cor vermelha, verde tiveram seu grande momento, com resolução 4K “Ultra HD”
e azul. A matriz de pixels de cristal líquido age como obtu- (3840 ⫻ 2160) e tamanhos de tela de até 65” e além. Ao con-
radores reguláveis de taxa de vídeo; toda a luz se origina no trário das tecnologias de visualização anteriores, os OLEDs
iluminador traseiro. podem ser flexíveis, e a moda atual são telas de TV curvas
(com capacidade de 3D, se você estiver interessado nisso). É
¶ 59. LCDs são dominantes em monitores de computador provável que o OLED seja o vencedor final, devido à sua fai-
e populares em televisores. Eles são finos (um centímetro xa dinâmica muito alta (1.000.000:1), amplo ângulo de visão,
ou mais) e brilhantes. Mas eles têm faixa dinâmica e velo- baixo consumo de energia, elegante fator de forma (3 mm de
cidade (ou relação de contraste: proporção de brilho má- espessura, leve e quase sem fronteiras) e potencial de pro-
ximo com “máxima escuridão”) um pouco limitadas e seu dução por um processo similar ao de jato de tinta. Eles têm
equilíbrio de cores e nível de preto degradam quando visto ganhado os prêmios de Melhor da Exposição, merecidos.44
fora do eixo. Tem havido grandes melhorias na velocidade e
no desempenho fora do eixo, devido a métodos com nomes ¶ 63. Duas outras tecnologias que pareciam boas, mas caí-
como in-plane switching (IPS), fringe-field switching (FFS) ram em tempos difíceis, são o field-emission display (FED) e
e semelhantes. E a faixa dinâmica pode ser melhorada usan- o surface-conduction electron-emitter display (SED). Ambas
do backlight (luz posterior) de matriz de LED, que pode ser envolvem uma matriz de células de fósforo (como o display
regulada localmente e rapidamente, adaptando-se às áreas de plasma), mas com a excitação de elétrons da substância
claras e escuras da imagem exibida.43 fosforescente (em vez de ultravioleta). Um protótipo SED da
Canon gerou grande entusiasmo45 na CES 2006, mas dispu-
¶ 60. Pela representação mais realista de material cinema- tas de patentes subsequentes e realidades econômicas cobra-
tográfico, no entanto, o display de plasma é superior ao LCD. ram seu preço. FED e SED podem subir novamente – mas
Ele é constituído por uma matriz de células pequenas, em não tenha muitas esperanças.
cada uma das quais uma descarga de gás comutável gera luz
ultravioleta que faz com que uma mancha de fósforo brilhe.
A tela de alta definição de 1080 ⫻ 1920 pixels tem três des- I.11 CONEXÕES DE VÍDEO: ANALÓGICAS
sas células para cada pixel (cada uma com fósforo vermelho, (COMPOSTO, COMPONENTE) E DIGITAIS
verde e azul) para gerar a cor final emitida do pixel. Ao con- (HDMI/DVI, DISPLAYPORT)
trário de um LCD (que filtra uma fonte de luz subjacente),
as células de um display de plasma geram a luz emitida dire- ¶ 64. De qualquer maneira, o que são todos aqueles cabos
tamente. Você pode pensar nisso como uma matriz de 6 mi- incompatíveis? Para aumentar a confusão analógico-digital,
lhões de pequenos CRTs (1080x1920x3), cada um comutado o mercado consumidor (de TVs de tela grande e painéis pla-
no tempo para atingir a intensidade de luz necessária. nos, etc.) e o mercado de computadores (monitores de LCD)
tomaram seus caminhos separados (na maioria das vezes).
¶ 61. Os displays de plasma mantêm a sua fidelidade de Aqui está um rápido resumo das conexões mais usadas; seus
cores e taxa de contraste, independentemente do ângulo de conectores são retratados na Figura I.10.
visão, e têm uma resposta rápida. Em tamanhos maiores,
estão atualmente um pouco menos caros do que LCDs. No ¶ 65. No mundo da televisão de consumo, existem quatro
entanto, não são tão brilhantes como os LCDs, e um padrão tipos de conexões (e conectores), as duas primeiras quase ex-
estático exibido por um longo período de tempo pode causar tintas.
alguma retenção de imagem, ou (em casos extremos) “quei- Vídeo composto. Baixa qualidade de definição pa-
mar” o fósforo. A sua relação de contraste é muito boa, mas drão (SDTV: 480i) de vídeo analógico, reconhecível
não é infinita, porque a descarga de gás em cada pixel deve pelo conector do tipo RCA amarelo (“conector fono”),
ser mantida a um nível baixo (ou seja, não pode ser desligada geralmente vem com um par de áudio (vermelho ⫽
completamente), para que possa ser modulada rapidamente. direita, branco ⫽ esquerda). A única linha amarela
¶ 62. LCD e Plasma têm dominado a tecnologia de exibi-
ção, mas o futuro é susceptível de ser governado pelo OLED
44 Os comentaristas estão espantados: “A melhor imagem que eu jamais vi
(LED orgânico), uma matriz de emissão direta de pequenos
em qualquer TV.” (CNET), “A TV mais bonita que eu já vi.” (Digital Trends)
LEDs (em três cores ou LEDs brancos com filtros). Estes
e “A melhor tela de visão direta – de qualquer tamanho e preço – que eu já
pus os olhos.” (HDTVtext, UK).
43 Para fins de marketing, estes LCDs são chamados às vezes “TVs de LED.” 45 Um comentário entusiasmado na SlashGear (19 de outubro de 2006) pro-
Não se deixe enganar: é uma LCD, mas com iluminação traseira de LED clamou “A TV SED é algo que nenhuma quantidade de palavras pode descre-
substituindo o CCFL. E pode ou não ter um dimmer local – leia as letras ver. É algo que deve ser VISTO para se acreditar; literalmente” e “A TV SED
miúdas! é o futuro das telas de imagem digitais, simples assim.”
transporta luminância (“luma”, abreviado com Y; es- teção de conteúdo; por essa razão, não é adotado por
sencialmente, a imagem em tons de cinza) e crominân- provedores de conteúdo, que podem impedir a saída
cia (“chroma”, abreviado com C, um par de sinais de de HDTV de resolução plena (1080 ⫻ 1920) nas to-
diferença de cor que são modulados em uma subporta- madas de componente (por exemplo, em um leitor de
dora de cor de 3,58 MHz) de largura de banda limita- Blu-Ray).
da, juntamente com linha e pulsos de sincronização de HDMI. Um formato puramente digital, cujas iniciais
quadro; às vezes, é chamado CVBS (vídeo composto, significam interface de multimídia de alta definição
apagamento e sincronismo). Não use essa conexão, a (high-definition multimidia interface). HDMI é a alter-
menos que não tenha nenhuma outra disponível! nativa digital para vídeo componente. Pode ser reco-
S-video. Vídeo analógico SDTV um pouco melhor, nhecido como um conector plano de 19 pinos similar
reconhecível pelo conector miniDIN de 4 pinos com ao USB (infelizmente, sem qualquer mecanismo de
pinos frágeis. Ele separa os sinais de luma (⫹ sinc) e travamento necessário), e eletricamente é equivalente
de croma, retendo mais largura de banda. Evitar este ao formato DVI-I (ver abaixo) de monitor de compu-
também, a menos que você goste de imagens difusas. tador. Ele carrega tanto áudio (até oito canais, digitali-
Vídeo componente. Agora sim! Este formato analó- zados para 24 bits, até 192 ksps) e vídeo (digitalizado
gico utiliza três linhas coaxiais de 75 Ω, com conecto- de 8 a 16 bits por componente, a taxas adequadas para
res do tipo RCA (normalmente) (ou, ocasionalmente, HDTV plena “1080p”, 1080 ⫻ 1920 progressiva a 60
BNCs) que são nas cores vermelho, verde e azul, e que Hz; versões HDMI 1.4 e posteriores suportam “4K”
podem transportar HDTV de largura de banda plena. pleno, 4096 ⫻ 2160, com 60 quadros por segundo pro-
As cores são enganadoras: a linha verde transporta lu- gressivo a partir da versão 2.0). Os dados de vídeo são
minância (⫹ sinc), enquanto azul e vermelho transpor- uma versão digitalizada do vídeo analógico: dados nu-
tam sinais de diferença de cor. Ou seja, os conectores méricos não compactados representam a amplitude dos
GBR coloridos denotam “YPbPr,” onde Y é luminância componentes de cor, enviados ao longo de quatro pares
(vermelho ⫹ azul ⫹ verde), Pb é azul menos Y, e Pr é trançados (R, G, B, clock). O HDMI suporta a proteção
vermelho menos Y. Tal como acontece com composto e de conteúdo digital (HDCP, high-bandwidth digital
S-vídeo, vídeo componente transporta apenas vídeo; o content protection), um protocolo pelo qual uma fonte
áudio precisa de cabos próprios. O vídeo componente de vídeo HD autentica um dispositivo display antes de
não sabe, ou não se preocupa, com coisas como pro- enviar dados (criptografados); desse modo, você tem
permissão para visualizar o vídeo em resolução ple- variantes, todas utilizando o mesmo conector (em que
na. De qualquer maneira, o HDCP parece funcionar alguns dos pinos não pode ser carregado): DVI-D é
a maior parte do tempo (embora você possa receber apenas vídeo, e vem nas variedades de enlace simples
mensagens irritantes e gliches). e duplo (este último necessário para resoluções supe-
riores a 1920 ⫻ 1200 a 60 Hz, por exemplo, a 2560 ⫻
¶ 66. No mundo dos monitores de computador, existem 1600 a 60 Hz utilizada em displays de 30”); DVI-A é
três tipos de conexões (e conectores) em ampla utilização. vídeo analógico (para compatibilidade com monitores
analógicos) e DVI-I (“integrado”) tem tanto vídeo di-
VGA analógico. Antigo enlace analógico, reconhecí-
gital (enlace simples ou duplo) quanto analógico. DVI,
vel pelo conector do tipo D de 15 pinos com parafusos
como VGA, não transporta áudio.
de fixação. VGA (Video Graphics Array) transporta si-
DisplayPort. Padrão mais recente, destinado a subs-
nais analógicos RGB separados, além de Hsinc e Vsinc
tituir o DVI, usa um conector de 20 pinos similar ao
(portanto, “RGBHV”). Em implementações contempo-
USB, com mecanismo de travamento, e suporta veloci-
râneas também tem um canal I2C para a identificação
dades de dados muito elevadas (até 4,3 Gbps em cada
e controle do monitor. A conexão VGA trabalha até re-
um dos quatro pares diferenciais, portanto, 17,3 Gbps).
soluções de aproximadamente 1600 ⫻ 1200 (não há li-
Ele parte do esquema de “grade digitalizada” do DVI/
mite especificado, mas você vai ver manchas indo para
HDMI, usando, em vez disso, um protocolo de dados
a direita de características nítidas ao aumentar a reso-
por pacotes; mas tem largura de banda o suficiente para
lução); muitos monitores abandonaram a VGA, porém,
lidar com a largura de banda de vídeo completo do DVI
em favor dos formatos digitais: DVI e DisplayPort.
de enlace duplo (que pode ser convertido em protocolo
DVI. Atualmente é a interface digital padrão, reco-
DisplayPort). Ele suporta até 16 bits por cor e 8 canais
nhecível pelo conector de 29 pinos (máximo), com
de áudio em 24 bits e 192 ksps. Inclui provisão para
parafusos de fixação. É eletricamente semelhante ao
fibra óptica (em vez de cobre) para grandes lances de
HDMI mais compacto e barato, abordado cima, que se
cabo (50 m ou mais), e suporta tanto HDCP de 56 bits
desenvolveu a partir dela para o consumidor do mer-
existente quanto seu próprio DPCP (proteção de con-
cado de televisão, e que inclui áudio (portanto, uma
teúdo do DisplayPort, com criptografia AES mais forte
única conexão de um conversor ou leitor de Blu-Ray
de 128 bits). A atual revisão do DisplayPort pode lidar
para o monitor de televisão). É fornecido em algumas
com 4K em 60 fps progressivo com facilidade.
amplitude fase
0 1,20
Fase (graus)
para “Adobe PDF” produziu esta figura.
–40,0 800m
J.3.2 Simulação: Varredura de Frequência FIGURA J.2 Saída do “osciloscópio” do circuito de ganho RC,
mostrando amplitude e fase (“Análise AC “) para o circuito da
Agora, vamos para a diversão! Começamos por salvar o figura J.1. O cursor indica o pico do ganho de tensão, Vout/Vin
projeto para uma pasta de nossa escolha, usando o menu ⫽ 1,142 em f ⫽1,096 kHz. A fase de saída do IntuScope original
File→Save As. Em seguida, configuramos a simulação em foi plotada na cor azul, e a convertemos para uma linha traceja-
da preta; ampliamos o texto, também, para facilitar a leitura.
Actions→ICAPS/Simulation Control (ou clique no botão
com um lápis sobre uma linha ondulada). Escolha e clique
em “AC Analysis”, digite 20 pontos por oitava, inicie (start)
em 100 Hz, finalize (end) em 10 kHz (tecle 10k na caixa), e
J.3.3 Simulação: Formas de Onda de Entrada e
clique em OK. Em seguida, clique em DONE. Agora execu-
te a simulação, clicando na “pequena pessoa correndo” (ou Saída
Action→Simulation). Isso inicia o Spice, com uma pequena Realmente acreditamos neste gráfico de ganho em função
janela (“IsSpice4”) mostrando os status e erros, e (se bem da frequência? Todo mundo sabe que uma rede RC simples
sucedida) um pequeno gráfico do resultado. Executar a si- apenas reduz as coisas na saída – fase deslocada e amplitude
mulação também inicia o programa de display “IntuScope” reduzida. Não acreditamos que esse circuito tenha ganho de
(que pode ser iniciado manualmente, clicando no ícone do tensão, a menos que o SPICE nos mostre as formas de onda
osciloscópio ao lado do ícone de simulação ou por meio de do sinal de entrada e saída reais para uma onda senoidal per-
Action→Scope). Neste ponto, haverá várias janelas sobrepos- to da frequência de ganho máximo de tensão (e talvez nem
tas, que você deve redimensionar e arrastar para localizações assim!).
convenientes na tela e, em seguida, escolher Options→Save Veja como fazer isso: em primeiro lugar, adicione outro
Preferences para memorizá-las. Agora clique na caixa “Test ponto de teste de tensão na entrada (“y” de novo), e altere o
Pts Only” na janela “Add Waveform” que pertence a IntuS- rótulo para Vin. Em seguida, clique duas vezes sobre a fonte
cope, em seguida, selecione Vout2 e clique em “Add”. Aí está de tensão de entrada e clique no campo “Tran Generators” (o
– isto produz um agradável gráfico de Vout versus frequência SPICE chama qualquer forma de onda antiga, incluindo uma
(veja a Figura J.2), com rótulos pré-definidos de eixo, grades onda senoidal, de “transitório”). Select SIN, defina a ampli-
tude de pico em 1, o offset em 0 e a frequência em 1.096
kHz. Clique em OK e em OK. Em seguida, vá até Simulation
1 Para a análise CA do SPICE, o cálculo de ganho da varredura de frequência
Setup (lápis sobre linha ondulada), desmarque AC Analysis
é realizado com amplitudes de pequeno sinal infinitesimais, que são então
e selecione Transient. Na janela Transient Analysis que apa-
normalizados para a amplitude do sinal especificado. Aqui, por exemplo, o
SPICE usa um sinal de amplitude muito menor do que 1 V. rece, defina Data Step Time em 1 us, Total Analysis Time em
2 Ou, se você não tiver renomeado a saída para Vout, selecione-a entre os
105 ms e Time to Start Recording Data em 100 ms (isso dá
sinais com nomes como v2, etc., na lista de saída do eixo Y. o tempo de circuito para estabilizar em seu estado estacio-
Lojas de Suprimentos de Excedentes de Eletrô- sendo descontinuados. A Jameco também tem um monte
nica. Estes são bons demais! Vários redutos conhecidos de dispositivos obsoletos. Freetradezone tem listas de inter-
são Halted (www.halted.com; oficialmente “HSC Electro- mediários para dispositivos obsoletos. Além disso, tente a
nics Supply”), em Santa Clara, Sacramento e Santa Rosa; e lnterfet (www.interfet.corn), um fabricante de FETs de pe-
Surplus Warehouse de Murphy (www.murphyjunk.bizland. queno sinal, incluindo aqueles que os grandes fornecedores
com), em EI Cajon. abandonaram.
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69: 728-741 (1981). Excelente revisão.
Ott, H., Noise Reduction Techniques in Electronic Systems. 1 Mas, felizmente ressuscitados no http://www.analog.com/library/analogdia-
Wiley (1988). Blindagem e projeto de baixo ruído. logue/archives/philbrick/computing_ amplifiers.html.
Strawn, J., editado por, Digital Audio Signal Processing. A-R Rogers, G. e Mayhew, Y, Engineering Thermodynamics:
Editions Inc. (Madison, WI; 1985). O primeiro artigo Work and Heat Transfer. Prentice-Hall (4ª edição,
(por Moore) é uma magnífica introdução à matemáti- 1996). Desenvolve uma melhor compreensão do ge-
ca de processamento de digital de sinais. Infelizmente, renciamento térmico em eletrônica.
este livro está fora de catálogo. Snelling, E. C., Soft Ferrites. Butterworth-Heinemann (2ª
Watkinson, J., The Art of Digital Audio. Focal Press (3ª edi- edição, 1988). A bíblia para projeto de indutor e trans-
ção, 2000). Outro bom livro sobre áudio digital. formador.
Roy, K. e Prasad, S., Low-Power CMOS VLSJ Circuit De- Lancaster, D., CMOS Cookbook. Howard W. Sams & Co. (2ª
sign. Wiley (2000). edição, 1997). Boa leitura, aplicações simples e dire-
Sevick, J., Transmission Line Transformers. Noble (4ª edi- tas. Inclui a técnica M2L (lógica Mickey Mouse) am-
ção, 2001). Guia prático para a compreensão e constru- plamente utilizada (mas raramente mencionada).
ção de transformadores de RF. Rohde, U. L., Digital PLL Prequency Synthesizers. Prentice-
-Hall (1983). Teoria e muitos detalhes de circuitos.
Sheingold, D. H., editado por, Transducer lnterfacing Hand-
PROCESSAMENTO DIGITAL DE SINAL E book. Analog Devices (1980).
COMUNICAÇÃO
Bracewell, R. N., The Fourier transform and its applications. COMPUTADORES E PROGRAMAÇÃO
McGraw-Hill (3ª edição, 1999). O clássico neste campo.
Brigham, E. O., The Fast Fourier Transform and its Applica- Hancock, L. e Krieger, M., The C Primer. McGraw-Hill
tions. Prentice-Hall (1988). Leitura agradável. (1982). Introdução para iniciantes.
Oppenheim, A. V. e Schafer, R. W., Discrete-Time Signal Harbison, S.P. e Steele, GL, Jr., C: A Reference Manual.
Processing. Prentice-Hall (3ª edição, 2009). Bem rece- Prentice-Hall (1987). De leitura agradável e definitiva;
bido clássico na análise de sinais digitais. tem extensões ANSI.
Sklar, B., Digital Communications: Fundamentals and Appli- Wescott, T., Applied Control Theory for Embedded Systems.
cations. Prentice-Hall (2ª edição, 2001). Bela introdu- Newnes (2006). Do autor do PID without a Ph.D.
ção a todos os aspectos da comunicação digital.
VARIADOS
LÓGICA, CONVERSÃO E MISTURA DE SINAIS Grätzer, G., More Math into LATEX. Springer (4ª edição,
Best, R. E., Phase-locked Loops. McGraw-Hill (6ª edição, 2007). Melhor referência na composição gráfica com
2007). Técnicas avançadas. LATEX (a linguagem de composição de software em
Brennan, P. V., Phase-locked Loops: Principles and Practice. que este livro foi escrito).
McGraw-Hill (1966). Kleppner, D. e Ramsey, N., Quick Calculus. Wiley (2ª edi-
Gardner F. M., Phaselock Techniques. Wiley (1979). O livro ção, 1985). O título é honesto, e é o caminho mais rá-
de PLL clássico; ênfase em fundamentos. pido para aprender cálculo. Não se deixe levar pela ca-
Kester, E., editado por, The Data Conversion Handbook. racterística clássica do livro (o próprio cálculo remonta
Newnes (2004). Inclui uma excelente história da con- quase quatro séculos).
versão de dados e muitos detalhes sobre as nuances da
conversão, temporização, largura de banda, etc.
AJUSTE DE GANHO
(volts/DIV)
MODO DE
CH2 ENTRADA
entrada
CH1
entrada
gerador
FONTE DE de rampa
DISPARO B
DISPARO gerador
filtro de rampa
LINHA A
entrada de
disparo
externa
AJUSTE DE VELOC.
VARREDURA
MODO DE
(tempo/DIV)
DISPARO
que já foi popular) não varrem em AUTO, a menos que o nível de disparo
seja ajustado corretamente.
O.1.4 Dicas para Iniciantes 5 Na prática, o cabo em si é feito de fio de resistência, para amortecer os
Às vezes é difícil conseguir alguma coisa para mostrar no os- efeitos de linha de transmissão (pico de frequência e reflexões transitórias,
ver Anexo H), uma elegante invenção de 1959 por Kobbe e Polits (patente
ciloscópio. Comece ligando o osciloscópio; ajuste o disparo 2.883.619 dos EUA); você também vê truques, tais como um RC em série nos
para AUTO, DC COUPLING, CH 1. Ajuste a velocidade terminais do osciloscópio (por exemplo, 500 Ω e um capacitor trimmer), para
de varredura em 1 ms/div, posicione o botão em cal e a ate- fornecer uma linha de transmissão casada em altas frequências.
FIGURA O.3 Uma ponta de prova 10⫻ passiva de osciloscópio atenua os sinais por um fator de dez em todas as frequências, con-
venientemente aumentando a impedância de entrada pelo mesmo fator. (Na prática, truques adicionais são utilizados para suprimir
os efeitos de linha de transmissão, veja o texto).
entrada memória
de
CH2 amostra
atenuação
controles do painel
disparo
Processador(es)
atenuação
entrada memória
CH1 de
amostra
clock de memória
amostra
nação; mas veja “disparo inteligente,” a seguir) e, quan- turadas dentro de um intervalo de forma de onda.
do estiver satisfeito, você terá uma substancial “pré- Oferece maior resolução, e não necessita de um
-história” na memória de amostra. Do ponto de vista do sinal repetitivo, mas reduz a largura de banda.8
usuário, você pode simplesmente definir o ponteiro de Persistência: Engenheiros de barbas cinzentas enaltecem as
disparo exibido para a parte direita da tela para revelar belas gradações de intensidade com que osciloscópios
o que veio antes. E você pode andar para trás ou para analógicos exibem formas de onda. Osciloscópios di-
frente através da captura de um único disparo salvo gitais levaram um tempo para recuperar o atraso, mas
(ver “captura de um único disparo,” a seguir). agora eles alardeiam sua capacidade de fazer o mesmo,
Display: O intervalo de tempo entre pontos na forma de com termos como “fósforo digital”, “persistência do
onda exibida (o “intervalo de forma de onda”) é tipica- traço” e “persistência digital.”
mente mais (muitas vezes muito mais) do que o inter- Captura de um único disparo: osciloscópios digitais se no-
valo de amostragem 1/fsamp. Isto permite vários modos tabilizam na captura de um único disparo. Você pode
de processamento dos pontos amostrados para produzir vasculhar os dados amostrados pós-captura, seja ma-
a forma de onda mostrada, em particular: nualmente (ajustando os botões de rolagem e de au-
amostra. Um ponto de amostragem por intervalo de mento) ou com algumas ferramentas de pesquisa úteis
forma de onda é exibido; o restante é descartado. automatizadas (por exemplo, o “Inspector Wave” da
Simples, mas suscetível a aliasing, veja a seguir. Tektronix – o nome diz tudo).
detector de pico. Os maiores e menores pontos amos- Varredura lenta: osciloscópios analógicos não apresentam
trados em dois intervalos de forma de onda su- solução quando você deseja exibir uma forma de onda
cessivas são exibidos. Produz uma forma de onda que leva muitos segundos; osciloscópios digitais não
mais espessa, mas nenhum pico curto é perdido. poderiam se importar menos. Use o “modo rolling” em
envoltória. Semelhante ao detector de pico, mas com- taxas de varredura baixas.
bina min/máx de múltipla aquisições disparadas. Salvar/Reaver: Você pode salvar uma ou mais formas de
Útil para ver excursões a partir de uma forma de onda na memória, reavê-las para comparação, etc. Você
onda repetitiva ideal. também pode salvar o status do osciloscópio (ou seja,
média. Cada ponto da forma de onda exibida é a média as configurações).
calculada de amostras simples (como no modo Medidas: Todos os dados estão disponíveis, de modo que
de amostra) ao longo de muitas aquisições dis- os osciloscópios digitais não têm nenhum problema
paradas (um número configurável, por exemplo, de período, frequência, amplitude, intervalo de tempo,
2, 4, 8,... 512). Reduz significativamente o ruído, ciclo de trabalho, etc. de medição. Estas medições nor-
sem reduzir a largura de banda, mas requer um
sinal repetitivo. 8 Você pode pensar nisso como uma “média horizontal” ao longo de uma cap-
alta resolução. Cada ponto apresentado é calculado tura de forma de onda, em comparação com a “média vertical” de pontos de
como o valor médio das múltiplas amostras cap- amostra individuais em sucessivas ondas empilhadas no modo média.
malmente atualizam continuamente, e você pode usar ções sobre fator de escala útil (por exemplo, os ampe-
os cursores horizontais e verticais ajustáveis para defi- res/div de uma ponta de prova de corrente); elas usam
nir as regiões e intervalos de medição. essas conexões também para enviar alimentação para
Matemática: Indo mais longe, osciloscópios digitais permi- a ponta de prova (necessário, por exemplo, com pon-
tem calcular produtos (por exemplo, para medir a po- tas de prova de tensão ativas com FET ou pontas de
tência a partir de tensão e corrente), quocientes (para prova de corrente de efeito Hall). Entretanto, isso pode
normalizar uma forma de onda), jitter, histogramas, es- ser um aborrecimento, se os conectores de entrada do
pectros de frequência, etc. Possibilidades quase ilimi- seu osciloscópio são do formato errado (o que acon-
tadas, mas você pode preferir extrair os dados e fazer a tece mesmo dentro de ofertas de osciloscópios de um
matemática à parte. fabricante).
I/O: Você pode enviar formas de onda e dados para fora (via
Ethernet ou qualquer outra interface), e você pode con-
trolar as operações do osciloscópio remotamente. Um O.2.2 Algumas Precauções
sistema de aquisição de dados em rede! Não há muito a dizer contra os osciloscópios digitais. Mas
Sinais misturados: Muitos osciloscópios digitais vêm com aqui estão algumas precauções para evitar enganos pelos
um monte de canais de 2 níveis (normalmente 16 ou mais descuidados.
32), juntamente com os 2 ou 4 canais habituais com
resolução total; por isso funciona como um analisador
lógico, mas aumentado por alguns canais de visualiza- A. Aliasing
ção de formas de onda claras. Tal como acontece com Isto pode enganar até mesmo o usuário experiente de oscilos-
um analisador lógico tradicional, você pode disparar cópio: osciloscópios digitais são projetados de tal forma que
um conjunto definido de níveis, e isso pode fazer a a taxa de amostragem máxima é sempre adequada para sinais
decodificação de barramento, disparo de barramento e até a largura de banda total do osciloscópio de aplicação; mas
outras coisas extravagantes para você. quando você opera a uma velocidade de varredura mais lenta
Disparador inteligente: Bons osciloscópios digitais lhe no modo “sample” (ou seja, uma amostra por ponto de onda
permitem disparar em praticamente qualquer condição exibido) a taxa de amostragem efetiva é muito menor. Assim,
que você pode imaginar: largura de pulso <, >, ⫽, ou ⫽ você pode ver coisas sem sentido como sinal instável com
de algum valor; pulsos estreitos e gliches; a violações jitter, incapacidade de disparo (trigger), mudança estranha
dos tempos de setup e hold; intervalo especificado de da forma de onda quando a taxa de varredura é alterada, caso
tempos de subida ou descida; condições especificadas haja um sinal de alta frequência presente.
ou violações em barramentos seriais; disparo após n Se você suspeitar de aliasing, tente acelerar a varredu-
eventos; e assim por diante. (Confira na leitura agradá- ra, ou mudar para o modo PEAK DETECT. O aliasing pode
vel da folha de dados da Tektronix, LeCroy, Keysight/ ser realmente irritante quando você está lidando com os si-
Agilent, ou Rohde & Schwarz). nais que combinam escalas de tempo (um clássico ocorria na
Teste de limite/máscara: Você pode configurar um modelo televisão analógica, com uma portadora de cor de 3,59 MHz
e detectar formas de onda fora de especificação para o em uma frequência de linha horizontal de ~15 kHz).
teste de critério em uma linha de produção; idem para
jitter e outros parâmetros mensuráveis.
Autoset: É fácil se perder neste deserto multi-dimensional; B. Tempo Morto
osciloscópios digitais fornecem um botão de emergên- Para a percepção visual humana é necessário atualizar a exibi-
cia (ajuste automático – autoset –, escala automática, ção osciloscópio apenas aproximadamente ~100 vezes por se-
ou alguma variante linguística, dependendo do fabri- gundo. Se o osciloscópio capturar dados de forma de onda de
cante), que, pelo menos, consegue obter alguma coisa entrada apenas a essa taxa, a fração de tempo que é sensível a
na tela (mas veja os cuidados, a seguir). eventos de sinal importantes (como um glitch ou violação de
Assimetria da ponta de prova: Quando você estiver usando temporização) pode ser extremamente baixa. Por exemplo, a
vários sistemas diferentes de detecção (por exemplo, a uma taxa de varredura mediano de 1 μs/div (portanto, 10 μs
ponta de prova 10⫻ passiva, ponta de prova FET ativa, por varredura) um osciloscópio que estiver atualizando 100
ponta de prova de corrente), os atrasos de sinal podem vezes/segundo estará ativo apenas 0,1% do tempo.
variar em dezenas de nanosegundos ou mais, interrom- Quando os usuários de osciloscópios tomaram co-
pendo completamente a fidelidade do display de multi- nhecimento a respeito, os fabricantes de osciloscópio arre-
canal (opa!, você pode ser levado a pensar que tem uma gaçaram as mangas: como resultado, hoje fornecem alguma
violação da causalidade – efeito que precede a causa!). medida de taxa de atualização de verdade (geralmente sob a
Leitura e alimentação de ponta de prova: Pontas de prova forma de “formas de ondas por segundo”, normalmente na
para uso com osciloscópios digitais contemporâneos faixa de 100.000 a 1.000.000). Tenha cuidado ao avaliar tais
têm conexões extras pelas quais elas comunicam seu métricas, porque há mais do que um pouco de “arte de espe-
fator de atenuação (x1, x10, x100) e outras informa- cificações” acontecendo.
C. Perdido em um Espaço Vetorial Multidimensional um monte de “lixo”. E você ainda pode perder um minuto
não percebendo que o equipamento está em modo SINGLE-
Os osciloscópios analógicos são simples, e você pode ver a
-SWEEP ou STOP.
configuração completa do instrumento apenas olhando para
botões e indicadores. Não temos essa sorte com osciloscó-
pios digitais. Os primeiros eram particularmente problemáti- D. O Osciloscópio está Mentindo para Você
cos, sem indicadores visuais e (principalmente) botões. Eles
Ao observar sinais com um osciloscópio digital, você pode
melhoraram muito,9 mas ainda é muito fácil se sentar em
ser vítima de uma bênção (uma vasta gama de capacidades
frente a um osciloscópio que simplesmente não está sincro-
e configurações de medição) que se torna uma maldição (as
nizando ou mostrando sinais vitais significativos. É preciso
configurações do osciloscópio não são o que você pensa). É
uma intuição aguçada para saber qual o menu a abrir (hori-
fácil esquecer algumas configurações obscuras, mas impor-
zontal? Disparo? Modo?) para chegar ao problema. Pode ser
tantes, que falsificam as medições que você pensa que está
tão simples como sincronizar no canal errado; ou pode ser
fazendo. Por exemplo, é fácil esquecer (temos feito isso,
que você tenha deixado o display no modo de média (AVE-
muitas vezes) que você deixou uma compensação PROBE
RAGING), e a falta de um disparo repetitivo estável produz
SKEW anteriormente em vigor, ou que alguns canais ainda
têm ajuste de BANDWIDTH LIMIT. Esses descuidos cor-
9 Gostamos particularmente do recurso “QuickMenu” introduzido pela rompem suas medidas de maneiras pouco óbvias que você
Tektronix em sua série original TDS3000 de osciloscópios. Inexplicavelmen-
te, este recurso tão útil foi eliminado (apesar de nossos protestos) em oscilos-
pode não perceber por um bom tempo; e quando percebe,
cópios sucessores da Tektronix. Temos atormentado-os desde então. está condenado a repetir as medições corretamente.
IIC (I2C): inter-integrated-circuit (um barramento serial) MOS: semicondutor de óxido metálico
IlR: resposta infinita ao impulso (filtro) MOSFET: transistor de efeito de campo de semicondutor de
INA: amplificador de instrumentação óxido metálico
INL: não linearidade integral (na conversão A/D) MOV: varistor de óxido metálico (filtro de linha)
IP: Internet protocol; propriedade intelectual MPTS: fluxos de transporte de multiprograma (em TV di-
IPS: comutação (uma tecnologia de display LCD) no plano gital)
IR: infravermelho MPU: unidade de microprocessador
ISA: International Society of Automation (uma organização MRAM: memória de acesso aleatório magnetoresistiva
de definição de padrão) MRI: imagem de ressonância magnética
ISI: interferência intersimbólica MSB: bit mais significativo
MSI: integração em média escala
JFET: transistor de efeito de campo de junção MUX: multiplexador
JTAG: Joint Test Action Group (uma interface de CI)
l/O: input-output NAN: não é um número
NC: normalmente fechado (chave)
LAB: bloco de matriz lógica (na lógica programável) NECL: lógica de emissor acoplado negativa
LAN: rede local NEMA: National Electrical Manufacturers Association (uma
LCD: display de cristal líquido organização de definição de padrões)
LCX: CMOS de baixa tensão crossvolt (família lógica) NIC: conversor de impedância negativa; cartão de interface
LDO: baixa queda de tensão (regulador de tensão linear) de rede
LE: elemento lógico (em lógica programável) NiCd: níquel-cádmio (bateria)
LED: diodo emissor de luz NiMH: níquel-metal-hidreto (bateria)
LFSR: registrador de deslocamento de realimentação linear NIST: National Institute of Standards and Technology
Li-ion: íon de lítio (bateria) NMI: interrupção não mascarável
LIFO: último a entrar e primeiro a sair (memória) nMOS: semicondutor de óxido metálico tipo n
LIN: rede de interconexão local (barramento) NMR: ressonância magnética nuclear
LKC: lei de Kirchhoff: para corrente NO: normalmente aberto (chave)
LKT: A lei de Kirchhoff para tensão NP0: dielétrico cerâmico de baixo coeficiente de temperatura
LNA: amplificador de baixo ruído (estável)
LNBF: low-noise block-downconverter plus feed (para TV NRZ: sem retorno para zero (código de dados)
via satélite) NRZI: sem retorno para zero invertido (código de dados)
LO: oscilador local (no receptor RF) NSC: National Semiconductor Corporation (agora parte da TI)
LPF: filtro passa-baixas NTC: coeficiente de temperatura negativo
LPT: impressora de linha (uma porta paralela) NTSC: National Television System Committee (padrão de
LS: Schottky de baixa potência (família lógica) TV analógica)
LSB: bit menos significativo NV: não volátil
LSI: circuito integrado de escala ampla NVM: memória não volátil
LUT: tabela de pesquisa
LV: baixa tensão (família lógica) O/C: coletor aberto (saída lógica)
LVC: CMOS de baixa tensão (família lógica) O/D: dreno aberto (saída lógica)
LVDS: sinalização diferencial de baixa tensão OCXO: oscilador a cristal controlado por forno
LVPECL: lógica de emissor acoplada de baixa tensão positiva OEM: fabricante de equipamentos originais
LVX: low-voltage crossvolt (família lógica) OLED: diodo emissor de luz orgânico
LXI: eXtensões de LAN para Instrumentação OSl: interligação de sistemas abertos (hierarquia de rede)
OSR: taxa de sobreamostragem
μC: microcontrolador OTA: over-the-air (radiodifusão)
MAC: multiplicador-acumulado; controle de acesso à mídia OTP: memória NV programável uma vez
MBB: fecha antes de abrir (chave)
MCU: unidade de microcontrolador PAL: lógica de matriz programável
MDAC: conversor digital-analógico multiplicador PARC: Palo Alto Research Center
MEMS: sistema microeletromecânico PATA: interface ATA paralela
MFB: realimentação múltipla (filtro ativo) PC: circuito impresso; computador pessoal
MIPS: milhões de instruções por segundo PCB: placa de circuito impresso
MLC: célula multinível (em memória não volátil) PCF: fibra revestida de plástico
MMU: unidade de gerenciamento de memória PCI: interface de componentes periféricos (um barramento
modem: modulador-demodulador de computador)
SPICE: “programa de simulação com ênfase em circuito in- UL: Underwriters Laboratories (uma empresa de certificação
tegrado” (software simulador de circuitos analógicos) de segurança)
SPL: nível de pressão sonora UPS: fonte de alimentação ininterrupta
sPLD: dispositivo lógico programável simples USB: universal serial bus (uma interface de dados)
SPST: um polo e uma posição (chave) UTP: par trançado sem blindagem (cabo)
SPTS: fluxo de transporte de único programa (em TV digital) UV: ultravioleta
SR: taxa de variação
SRAM: memória de acesso aleatório estática V/F: tensão-frequência (conversor)
SSD: unidade de estado sólido (uma memória NV) VBR: taxa de bits variável (codificação)
SSH: Secure Shell (um protocolo de rede) VCO: oscilador controlado por tensão
SSP: porta serial síncrona VCVS: fonte de tensão controlado por tensão (filtro ativo)
SSR: relé de estado sólido VCXO: oscilador a cristal controlado por tensão
ST: ponta reta (um conector de fibra óptica) VDE: Verband der Elektrotechnik, Elektronik und Informa-
STB: conversor (via cabo ou satélite) tionstechnik (uma organização alemã, cujas atividades
STP: par trançado blindado (cabo) incluem normas de segurança)
SWR: relação de onda estacionária (em uma linha de trans- VFB: realimentação de tensão
missão) VFD: display fluorescente vácuo
VGA video graphics array (vídeo analógico de 640x480)
T & M: teste e medição VHS: video home system (gravação de vídeo)
TAC: conversão tempo-amplitude VLSI: integração em escala muito ampla
TBH: take-back-half (um algoritmo de controle) VME: VERSAmodule Eurocard Bus (uma interface de cartão)
TCP: transmission control protocol (um protocolo da Inter- VOD: video-on-demand
net) VOM: volt-ohm-miliampère
TCXO: oscilador a cristal com compensação de temperatura VSWR: relação de onda estacionária de tensão (em uma li-
TD: transmitir dados (em um enlace serial) nha de transmissão)
tempco: coeficiente de temperatura VU: unidade de volume (um nível de áudio)
THD: distorção harmônica total
TI: Texas Instruments WL: latência de escrita (em memória do computador)
TNC: threaded Neill-Concelman (conector)
TO: transistor outline (por exemplo, TO-92, 220) X7R: um dielétrico de cerâmica
TSSOP: thin-shrink small-outline package XLR: uma série de conector de áudio profissional
TTL: lógica transistor-transistor XO: oscilador a cristal
TVS: supressor de tensão transitória
TWI: interface de dois fios (um barramento serial) Y5V: um dielétrico cerâmico
YIG: yttrium-irom garnet
UART: transmissor-receptor assíncrono universal
UDP: User Datagram Protocol (um protocolo da Internet) Z5U: um dielétrico cerâmico
UHF: frequência ultra alta; também um antigo conector co- ZCS: comutação de corrente zero
axial ZVS: comutação de tensão zero