Este artigo propõe discutir a ideia de autoficionalização na construção da performance dita
autobiográfica, de modo a problematizar as noções de real ou referencial e ficcional, assim como de presença e ausência no processo de escritura performática. Partindo da noção que a escrita de si funciona como uma desnaturalização do sujeito, uma performação da noção de indivíduo, proponho pensar a autoficção como uma definição mais adequada para a performance, uma vez que ambos se apresentam como narrativas híbridas e ambivalentes, na qual a construção desta ficção de si tem como referencia o autor/performer não enquanto pessoa biográfica, mas sim como sujeito construído discursivamente, em processo e que se identifica com uma multiplicidade de outras vozes.