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Universidade Pedagógica
Nampula
2017
Dimas da Silva Wateca
Docente:
MA. Ângelo Artur Natalino Jaime
Universidade Pedagógica
Nampula
2017
ii
Índice
Introdução ........................................................................................................................................ 4
Capitulo I: Gestão escolar participativa........................................................................................... 5
Gestão escolar .................................................................................................................................. 5
Administração escolar ou Gestão escolar ........................................................................................ 5
Gestão escolar participativa ............................................................................................................. 5
O gestor na gestão escolar participativa .......................................................................................... 6
Características da gestão escolar participativa ................................................................................ 6
Participação da família na gestão participativa ............................................................................... 7
Capitulo II: Clima organizacional no contexto escolar ................................................................... 7
Clima organizacional ....................................................................................................................... 7
Clima organizacional no contexto escolar ....................................................................................... 8
Dimensões do clima organizacional nas Escolas ............................................................................ 9
Tipos de Clima organizacional no contexto escolar ........................................................................ 9
Clima aberto .................................................................................................................................... 9
Clima autónomo .............................................................................................................................. 9
Clima controlado ............................................................................................................................. 9
Clima familiar ................................................................................................................................ 10
Clima paternal ............................................................................................................................... 10
Clima fechado ................................................................................................................................ 10
Influência do Clima na Organização e nos Professores ................................................................ 10
Importância do estudo do clima das organizações escolares ......................................................... 10
Capitulo III: Gestão de conflitos no contexto escolar ................................................................... 11
Conflito .......................................................................................................................................... 11
Conflitos no contexto escolar ........................................................................................................ 11
Gestão de conflitos ........................................................................................................................ 12
Causas dos conflitos ...................................................................................................................... 12
Outras causas dos conflitos ........................................................................................................... 12
A fonte dos conflitos, no nosso país Moçambique ........................................................................ 13
Classificação dos conflitos ............................................................................................................ 13
Categorias dos conflitos escolares ................................................................................................. 14
Organizacionais ............................................................................................................................. 15
Culturais ........................................................................................................................................ 15
iii
Pedagógicos ................................................................................................................................... 15
Atores ............................................................................................................................................ 15
Resolução dos conflitos escolares ................................................................................................. 16
Mediação de conflitos na escola .................................................................................................... 16
Vantagens do uso mediação na resolução de conflitos escolares .................................................. 17
Conclusão ...................................................................................................................................... 18
Referencias Bibliograficas ............................................................................................................. 19
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Introdução
O presente trabalho é resultado de estudos bibliográficos sobre a gestão participativa no contexto
escolar. Tendo em vista a importância da gestão participativa na escola que prioriza um trabalho
escolar com ações de caráter coletivo, que integra os membros de todos os segmentos da
comunidade escolar. Nesse processo almeja-se, uma a gestão escolar que atenda ao princípio
participativo com competência técnica e comportamental para trabalhar de forma assertiva o Clima
Organizacional escolar priorizando a prática de valores éticos, e que a participação coletiva seja o
eixo central nas tomadas de decisões; assim como o incentivo constante ao diálogo entre família e
escola, visando o desenvolvimento contínuo do processo de socialização. Este trabalho visa fazer
uma menção sobre a gestão participativa, clima organizacional e a gestão de conflitos no contexto
escolar.
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Gestão escolar
Para LOPES, (2013), Gestão é administração, é tomada de decisão, é organização, é relacionar –
com a atividade de impulsionar uma organização a atingir seus objetivos, cumprir sua função,
desempenhar seu papel.
O conceito de gestão escolar resulta de uma nova compreensão da condução das organizações.
Surge como superação dos limites da administração. LUCK, (2006, p.33) apud MODOLO, (2007,
p.13).
A gestão está presente em todas as empresas e instituições públicas e particulares, sendo atualmente
fundamental e necessária no setor de educação. A gestão escolar engloba as incumbências que as
unidades escolares possuem, tais como: elaborar e executar a proposta pedagógica, administrar o
pessoal e os recursos materiais e financeiros.
Para LUCK, (2009, p.23) apud LOPES, (2013, p.28) diz que:
A gestão escolar constitui uma das áreas de atuação profissional na educação destinada a
realizar o planeamento, a organização, a liderança, a orientação, a mediação, a
coordenação, o monitoramento e a avaliação dos processos necessários à efetividade das
ações educacionais orientadas para a promoção da aprendizagem e formação dos alunos.
distribuição do poder no seu interior (...) Outro dado importante é entender a participação
como processo a ser construído coletivamente. Nessa direção, é fundamental ressaltar que
a participação não se decreta, não se impõe e, portanto, não pode ser entendida apenas
como mecanismo formal/legal. FONSECA & SANTOS, (2008).
LISBOA, (2014), sustenta que a gestão escolar participativa pode ser definida como uma parceria
entre os gestores e a comunidade escolar em que ambas as partes se mobilizam e participam das
decisões tomadas pela escola. Isso não significa que os participantes devam receber explicações e
tomar ciência dos atos da direção, mas sim assumir e reconhecer seu poder sobre a dinâmica
escolar, participar efetivamente do processo decisório, com ampla liberdade para opinar e sugerir
diferentes formas de se resolver determinado problema.
Por outro lado FONSECA & SANTOS, (2008), dizem que a gestão escolar participativa propaga
a garantia de um bom currículo escolar considerando a realidade da comunidade, uma melhor
qualidade pedagógica no processo educacional, motivando uma maior participação da comunidade
nas escolas e implicando em um ambiente estimulador para o trabalho e para a aprendizagem, em
que a opinião de todos é levada em consideração, analisada e colocada em prática de acordo com
a necessidade da escola e dos alunos. Algumas teorias afirmam que a gestão participativa tem bons
resultados, aumenta a qualidade de ensino, entre outros benefícios para a escola e para o aluno.
Cada categoria de sujeitos que constituem a organização escolar, tais como: professores, alunos,
coordenadores, gestores, pais, funcionários dentre outros, possuem interesses específicos, uma vez
que implica diversidades culturais e diferentes visões das questões escolares.
Para tanto, LIBÂNEO apud LISBOA, 2014, p.08 expõe que, resguardado o princípio da gestão
participativa, faz-se necessário considerar que a escola apresenta funções sociais explicitas,
objetivos próprios, projeto pedagógico-curricular, estrutura de gestão, formulados de forma
coletiva e pública, dentro do critério do respeito aos papéis e competências.
Clima organizacional
O clima organizacional é um instrumento eficaz que estabelece o elo entre o nível individual e o
nível organizacional, levando-se em conta o que os indivíduos numa coletividade pensam a respeito
do lugar em que trabalham BISPO, (2006) apud PEREIRA, (2013).
Assim, pode-se definir clima organizacional escolar como o conjunto de crenças, valores e atitudes
que interagem entre os alunos, professores e administradores para definir os parâmetros de
comportamento aceitável e normas para a escola. TAMAYO, (1999) apud PEREIRA, (2013).
Apesar de a escola constituir-se como uma forma de organização ela apresenta peculiaridades
inerentes ao seu ambiente, permitindo criar um ambiente com clima diferente dos outros tipos de
organizações, principalmente as privadas. Dessa forma GRIFFITH (1999) apud PEREIRA, (2013)
afirma que:
Diante do exposto, é possível entender que para existir um ambiente com clima social positivo
deve-se existir um ambiente físico adequado, atividades variadas e de comunicação, diversão
respeitoso entre professores, alunos e colegas, bem como a capacidade de entender cada valor,
iguais ou diferentes ARON & MILICIC, (1999) apud apud PEREIRA, (2013). Esse clima será
gerado a partir de uma cultura fundamentada em um conjunto de pressupostos básicos
reinventados, descobertos e/ou desenvolvidos por um dado grupo, através do aprendizado e
enfrentamento de seus problemas de adaptação externa e integração interna.
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Clima aberto
Assim, o clima aberto apresenta-se quando os professores se sentem motivados e envolvidos no
seu trabalho e na própria instituição a que pertencem. O director assume uma postura incentivadora
e valoriza o trabalho dos docentes. Estamos perante um quadro ideal em que todos se sentem
satisfeitos moral e socialmente. As suas necessidades encontram-se satisfeitas.
Clima autónomo
No tipo de clima autónomo, impera a liberdade que o director confere aos docentes para que estes
satisfaçam as suas necessidades e como consequência tenham um melhor desempenho profissional.
Clima controlado
O clima controlado caracteriza-se pela maior importância que se dá à produtividade e a menor
importância que se dá à satisfação dos trabalhadores. Neste tipo de clima não se desenvolvem
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grandes relações sociais e há uma forte tendência para o trabalho individualizado. A produção e o
cumprimento das normas são a maior preocupação dos órgãos de gestão da escola.
Clima familiar
O clima familiar, tal como o nome indica, caracteriza-se por um ambiente em que todos se sentem
de igual forma dentro da escola, como pertencendo a uma mesma família. Há uma grande
proximidade entre todos os elementos e é dada menor importância à parte produtiva.
Clima paternal
O clima de tipo paternal reflecte – se por um grande distanciamento do projecto da escola. Há uma
forte preocupação com a produtividade, com o controlo e a centralização de papéis, contudo os
seus membros revelam pouco interesse ou preocupação pelo projecto da escola.
Clima fechado
O clima fechado parece ser o menos adequado às escolas. Neste, os professores sentem-se
moralmente em baixo, há pouca sociabilidade e identificação com o projecto da escola. Há uma
forte tendência para a formalidade nas relações.
ao clima uma grande importância, na medida em que este revela o modo como os seus membros
percepcionam a organização.
Conflito
MARCH & SIMON (1958, p. 112) CANDINI, (2016) consideram conflito um colapso nos
mecanismos normais de tomada de decisão, de modo que individualmente ou em grupo, existir
dificuldade em selecionar uma alternativa.
A educação tem sido deliberadamente aquecida pelas políticas públicas. E este fator permite o
surgimento de conflitos variados e sua má gestão contribui para realimentar situações de
desigualdade e descomprometimento com a educação em si para se valorizar as disputas internas
por poder e a busca pelo alcance de interesses isolados dos atores envolvidos. Podemos esperar
que, pela diferença entre as opiniões, haja conflito no espaço escolar. Um conflito criado pela
diferença de conceito ou pelo valor diferente que se dá ao mesmo ato. Professores e alunos dão
valores diferentes à mesma ação e reagem diferentemente ao mesmo acto: isso é conflito. Como a
escola está acostumada historicamente a lidar com um tipo padrão de aluno, ela apresenta a regra
e requer dos alunos enquadramento automático.
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Gestão de conflitos
Conforme QUINN (2003) apud CHRISPINO, (2007), a gestão de conflitos consiste em uma das
principais competências do papel facilitador do gestor e sua ausência torna o gestor sem
consciência, inábil e grosseiro. E isto permite o surgimento de valores indefinidos e contrapostos,
enquanto a eficiência na realização deste papel, provoca a participação e a abertura, o que facilita
a interação entre as partes.
Para se fazer uma boa gestão de conflitos e também os prevenis é necessário conhecer as situações
que têm tendência a gerar conflitos. A interdependência de funções é uma das situações chave que
dão origem a conflito, pois se o trabalho de uma pessoa esta dependente do trabalho de outra é
bastante provável que surjam conflitos. CHRISPINO, (2007).
Outra situação que se deve referir é a indefinição das regras do jogo. Quando se instala a
ambiguidade quer seja em relações profissionais como pessoais, dá origem a interpretações às quais
as partes intervenientes podem não estar de acordo. Igualmente geradora de conflitos está a situação
de interdependência de recursos. Em todas as situações em que os recursos são escassos em relação
ao desejado vai ocorrer uma discordância em como reparti-los. O conflito esta presente em
situações onde existe um sistema de recompensas competitivas pois basicamente se verifica que
para um indivíduo ganhar e ser premiado o outro não o será.
Diferenças de personalidades;
Existência de actividades interdependentes no trabalho;
Metas diferentes;
Recursos compartilhados;
Diferenças na acessória de informação e
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Percepções diferentes.
Martinez Zampa (2005, p. 31-32) apud CHRISPINO, (2007 p.11-12), classifica os conflitos
escolares da seguinte forma:
Notas arbitrárias;
Divergência sobre critério de avaliação;
Avaliação inadequada (na visão do aluno);
Descriminação;
Falta de material didático;
Não serem ouvidos (tanto alunos quanto docentes);
Desinteresse pela matéria de estudo.
Entre alunos - causas
Mal entendidos;
Brigas;
Rivalidade entre grupos;
Descriminação;
Uso de espaços e bens;
Namoro;
Assédio sexual;
Perda ou dano de bens escolares;
Entre pais, docentes e gestores – causas:
Agressões ocorridas entre alunos e entre os professores;
Perda de material de trabalho;
Associação de pais e amigos;
Cantina escolar ou similar;
Falta ao serviço pelos professores;
Falta de assistência pedagógica pelos professores;
Critérios de avaliação, aprovação e reprovação;
Uso de uniforme escolar;
Não-atendimento a requisitos burocráticos e administrativos da gestão.
Organizacionais
Setoriais: são aqueles que se produzem a partir da divisão de trabalho e do desenho hierárquico da
instituição, que gera a rotina de tarefas e de funções (direção, técnico administrativo, professores,
alunos, etc);
O salário e as formas como o dinheiro se distribui no coletivo, afetando a qualidade de vida dos
funcionários e docentes, etc.
Culturais
Comunitários: são aqueles que emanam de redes sociais de diferentes atores onde está situada a
escola. Rompem-se as concepções rígidas dos muros da escola, ampliando-se as fronteiras (por
exemplo, os bairros e suas características, as organizações sociais do bairro, as condições
econômicas de seus habitantes).
Raciais e identidades: são aqueles grupos sociais que possuem um pertencimento e afiliação que
faz a sua condição de existência no mundo. Estes, com suas características culturais, folclóricas,
ritualísticas, patrocinam uma série de práticas e habitus que retroalimentam o estabelecimento de
ensino (por exemplo, a presença de fortes componentes migratórios na região).
Pedagógicos
São aqueles que derivam do desenho estratégico da formação e dos dispositivos de controlo de
qualidade e das formas de ensinar, seus ajustes ao currículo acadêmico e suas formas de produção
(por exemplo, não é a mesma coisa ensinar matemática que literatura, e ambas possuem
procedimentos similares, mas diferentes; a organização dos horários de das turmas e dos
professores; as avaliações).b
Atores
São aqueles que denominamos pessoas e que devem ser distinguidos:
Em grupos e subgrupos, que ocorrem em qualquer âmbito (turma, corpo docente, direção
etc).
Familiares, donde derivam as ações que caracterizam a dinâmica familiar que afeta
diretamente a pessoa, podendo produzir o fenômeno de afastamento familiar que acarreta
o depósito do aluno na escola.
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Individuais, que são aqueles onde a “patologia” toma um membro da organização escolar.
Neste caso, há sempre o risco da estigmatização do membro da comunidade que é o
causador do conflito.
Segundo TORREGO (2003, p.5) apud JESUS (2012), a mediação é uma forma de resolver os
conflitos, em que as duas partes em confronto recorrem a uma terceira pessoa imparcial, que neste
caso é o mediador. O objetivo será chegarem a um acordo satisfatório para ambas as partes. Uma
outra característica da mediação, é a negociação cooperativa considerada ideal para todo o tipo de
conflitos, em que as partes em confronto, devem ou pretendem manter uma relação entre si. A
mediação nas escolas é um dos métodos mais eficazes e construtivos para a resolução de conflitos
neste contexto.
Conclusão
Diante do que foi abordado neste trabalho, percebe-se que, para uma adequada aplicabilidade
metodológica acerca da gestão escolar, faz-se necessário a atuação da gestão participativa com a
finalidade de solucionar as problemáticas existentes na escola, bem como os anseios dos alunos no
ambiente escolar, além de cumprir as metas propostas pela estrutura organizacional e curricular da
instituição de ensino. Desse modo, faz-se mister salientar que a gestão participativa contribui para
uma gestão escolar proporcionando a ampliação da democratização da instituição, uma vez que
com a participação de todos os membros da escola facilita o trabalho de ambos na distribuição de
tarefas, sendo articuladas ambas umas as outras e torna, desse modo, uma escola atuante e eficiente
para o sistema educacional vigente. Por outro lado a escola é um ambiente especialmente adequado
para trabalhos sobre clima organizacional pois nela há diversos conflitos pois o clima tem um efeito
circular: resulta de uma constelação de fatores circunstanciais e, por sua vez, pode alterar esse
contexto. Além de identificar que o clima está mal, é preciso identificar onde, por que e como agir
para melhorá-lo porque quando o clima organizacional na escola é desfavorável, podem surgir
conflitos.
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Referencias Bibliograficas
CANDINI, Treva Ricardo. Análise Das Estratégias De Gestão De Conflitos Laborais para o
desenvolvimento organizacional: Um Estudo De Caso Na Escola Secundária De Jécua- Cristo Rei
Em Manica (2013-2015). Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia. TETE,
Universidade Católica De Moçambique 2016.
CHRISPINO, Álvaro; Gestão do conflito escolar: da classificação dos conflitos aos modelos de
mediação. Rio de Janeiro, 2007.
COSTA, Andreia Fonseca L. Clima Escolar e Participação Docente. Tese de Mestrado em
Ciências da Educação, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Coimbra, Universidade
de Coimbra. 2010.
FONSECA, Lydiene Moreira & SANTOS, Josiana Rodrigues; A Gestão Participativa No
Cotidiano Escolar, 2008.
LOPES, Ana Paula Padilha Custódio; Gestão Escolar, São Paulo, 2013.