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Dimas da Silva Wateca

Gestão Escolar Participativa: Clima organizacional no contexto Escolar e gestão de


Conflitos
Licenciatura em Informática minor em Ensino de Informática

Universidade Pedagógica
Nampula
2017
Dimas da Silva Wateca

Gestão Escolar Participativa: Clima organizacional no contexto Escolar e gestão de


Conflitos

Trabalho de pesquisa da cadeira de


Organização e Gestão Escolar a ser
apresentado no departamento de ESTEC
como requisito de avaliação orientado pelo
docente da cadeira

Docente:
MA. Ângelo Artur Natalino Jaime

Universidade Pedagógica
Nampula
2017
ii

Índice
Introdução ........................................................................................................................................ 4
Capitulo I: Gestão escolar participativa........................................................................................... 5
Gestão escolar .................................................................................................................................. 5
Administração escolar ou Gestão escolar ........................................................................................ 5
Gestão escolar participativa ............................................................................................................. 5
O gestor na gestão escolar participativa .......................................................................................... 6
Características da gestão escolar participativa ................................................................................ 6
Participação da família na gestão participativa ............................................................................... 7
Capitulo II: Clima organizacional no contexto escolar ................................................................... 7
Clima organizacional ....................................................................................................................... 7
Clima organizacional no contexto escolar ....................................................................................... 8
Dimensões do clima organizacional nas Escolas ............................................................................ 9
Tipos de Clima organizacional no contexto escolar ........................................................................ 9
Clima aberto .................................................................................................................................... 9
Clima autónomo .............................................................................................................................. 9
Clima controlado ............................................................................................................................. 9
Clima familiar ................................................................................................................................ 10
Clima paternal ............................................................................................................................... 10
Clima fechado ................................................................................................................................ 10
Influência do Clima na Organização e nos Professores ................................................................ 10
Importância do estudo do clima das organizações escolares ......................................................... 10
Capitulo III: Gestão de conflitos no contexto escolar ................................................................... 11
Conflito .......................................................................................................................................... 11
Conflitos no contexto escolar ........................................................................................................ 11
Gestão de conflitos ........................................................................................................................ 12
Causas dos conflitos ...................................................................................................................... 12
Outras causas dos conflitos ........................................................................................................... 12
A fonte dos conflitos, no nosso país Moçambique ........................................................................ 13
Classificação dos conflitos ............................................................................................................ 13
Categorias dos conflitos escolares ................................................................................................. 14
Organizacionais ............................................................................................................................. 15
Culturais ........................................................................................................................................ 15
iii

Pedagógicos ................................................................................................................................... 15
Atores ............................................................................................................................................ 15
Resolução dos conflitos escolares ................................................................................................. 16
Mediação de conflitos na escola .................................................................................................... 16
Vantagens do uso mediação na resolução de conflitos escolares .................................................. 17
Conclusão ...................................................................................................................................... 18
Referencias Bibliograficas ............................................................................................................. 19
4

Introdução
O presente trabalho é resultado de estudos bibliográficos sobre a gestão participativa no contexto
escolar. Tendo em vista a importância da gestão participativa na escola que prioriza um trabalho
escolar com ações de caráter coletivo, que integra os membros de todos os segmentos da
comunidade escolar. Nesse processo almeja-se, uma a gestão escolar que atenda ao princípio
participativo com competência técnica e comportamental para trabalhar de forma assertiva o Clima
Organizacional escolar priorizando a prática de valores éticos, e que a participação coletiva seja o
eixo central nas tomadas de decisões; assim como o incentivo constante ao diálogo entre família e
escola, visando o desenvolvimento contínuo do processo de socialização. Este trabalho visa fazer
uma menção sobre a gestão participativa, clima organizacional e a gestão de conflitos no contexto
escolar.
5

Capitulo I: Gestão escolar participativa

Gestão escolar
Para LOPES, (2013), Gestão é administração, é tomada de decisão, é organização, é relacionar –
com a atividade de impulsionar uma organização a atingir seus objetivos, cumprir sua função,
desempenhar seu papel.

A escola é o lugar que representa a esperança, o desejo humano de aperfeiçoar-se, de mudar, de


fazer-se e promover-se o integralmente, o “lugar social no qual a expectativa de mudança é o traço
mais marcante” SILVA, (1996, p.52) apud LOPES, (2013),

Administração escolar ou Gestão escolar


A administração escolar, é uma instância inerente à prática educativa, abrange o conjunto de
normas/diretrizes e as práticas/atividades que garantem de um lado o significado ou o sentido
histórico do que se faz e, de outro, a unidade do conjunto na diversidade de sua concretização
WITTMAN & FRANCO, (1998) apud LOPES, (2013).

O conceito de gestão escolar resulta de uma nova compreensão da condução das organizações.
Surge como superação dos limites da administração. LUCK, (2006, p.33) apud MODOLO, (2007,
p.13).

A gestão está presente em todas as empresas e instituições públicas e particulares, sendo atualmente
fundamental e necessária no setor de educação. A gestão escolar engloba as incumbências que as
unidades escolares possuem, tais como: elaborar e executar a proposta pedagógica, administrar o
pessoal e os recursos materiais e financeiros.

Para LUCK, (2009, p.23) apud LOPES, (2013, p.28) diz que:

A gestão escolar constitui uma das áreas de atuação profissional na educação destinada a
realizar o planeamento, a organização, a liderança, a orientação, a mediação, a
coordenação, o monitoramento e a avaliação dos processos necessários à efetividade das
ações educacionais orientadas para a promoção da aprendizagem e formação dos alunos.

Gestão escolar participativa


Para que a participação seja realidade, são necessários meios e condições favoráveis, ou
seja, é preciso repensar a cultura escolar e os processos, normalmente autoritários, de
6

distribuição do poder no seu interior (...) Outro dado importante é entender a participação
como processo a ser construído coletivamente. Nessa direção, é fundamental ressaltar que
a participação não se decreta, não se impõe e, portanto, não pode ser entendida apenas
como mecanismo formal/legal. FONSECA & SANTOS, (2008).

LISBOA, (2014), sustenta que a gestão escolar participativa pode ser definida como uma parceria
entre os gestores e a comunidade escolar em que ambas as partes se mobilizam e participam das
decisões tomadas pela escola. Isso não significa que os participantes devam receber explicações e
tomar ciência dos atos da direção, mas sim assumir e reconhecer seu poder sobre a dinâmica
escolar, participar efetivamente do processo decisório, com ampla liberdade para opinar e sugerir
diferentes formas de se resolver determinado problema.

Por outro lado FONSECA & SANTOS, (2008), dizem que a gestão escolar participativa propaga
a garantia de um bom currículo escolar considerando a realidade da comunidade, uma melhor
qualidade pedagógica no processo educacional, motivando uma maior participação da comunidade
nas escolas e implicando em um ambiente estimulador para o trabalho e para a aprendizagem, em
que a opinião de todos é levada em consideração, analisada e colocada em prática de acordo com
a necessidade da escola e dos alunos. Algumas teorias afirmam que a gestão participativa tem bons
resultados, aumenta a qualidade de ensino, entre outros benefícios para a escola e para o aluno.

O gestor na gestão escolar participativa


FONSECA & SANTOS, (2008 p.5), afirmam que na gestão participativa o gestor da escola não é
mais visto como um gerente que vê os pais e os alunos como clientes que compram um produto a
prazo, o novo perfil deste seria proporcionar uma abertura para a comunidade, ou seja, haveria
maior envolvimento dos pais/responsáveis, dos professores e dos funcionários na administração da
escola, sanando o isolamento profissional que causa a baixa produtividade.

Características da gestão escolar participativa


 Uma gestão escolar participativa engloba os princípios da democrática quando defende que
a educação está na coordenação de atitudes que afirmam a participação social no
planeamento, execução e elaboração e execução de políticas educacionais. Essas medidas
dentro da esfera educacional operam para a observação da permanência do aluno na escola
e a ele é dada uma educação com qualidade social.
7

 A gestão participativa valoriza a participação da comunidade escolar no processo de tomada


de decisão, apostando na construção coletiva dos objetivos e do funcionamento da escola
através do diálogo, do consenso.
 A gestão participativa pressupõe que o processo educacional só se transforma e se torna
mais competente na medida em que seus participantes tenham consciência de que são
responsáveis pelo mesmo, buscando ações coordenadas e horizontalizadas.

Participação da família na gestão participativa


LISBOA, (2014, p.08), diz que é importante ressaltar que a exigência da participação dos pais na
organização e gestão da escola corresponde a novas formas de relações entre escola, sociedade e
trabalho, que repercutem na escola nas práticas de descentralização, autonomia, co –
responsabilização, interculturalismo.

Cada categoria de sujeitos que constituem a organização escolar, tais como: professores, alunos,
coordenadores, gestores, pais, funcionários dentre outros, possuem interesses específicos, uma vez
que implica diversidades culturais e diferentes visões das questões escolares.

Para tanto, LIBÂNEO apud LISBOA, 2014, p.08 expõe que, resguardado o princípio da gestão
participativa, faz-se necessário considerar que a escola apresenta funções sociais explicitas,
objetivos próprios, projeto pedagógico-curricular, estrutura de gestão, formulados de forma
coletiva e pública, dentro do critério do respeito aos papéis e competências.

Capitulo II: Clima organizacional no contexto escolar

Clima organizacional
O clima organizacional é um instrumento eficaz que estabelece o elo entre o nível individual e o
nível organizacional, levando-se em conta o que os indivíduos numa coletividade pensam a respeito
do lugar em que trabalham BISPO, (2006) apud PEREIRA, (2013).

De acordo com LUZ (2003, p.13) apud PEREIRA, (2013),

“O clima organizacional é a atmosfera psicológica que envolve num dado momento, a


relação entre a empresa e seus funcionários. Avaliar o clima de uma organização permite
verificar qual a percepção dos colaboradores sobre o ambiente de trabalho e como os
valores difundidos pela organização afetam o comportamento dessas pessoas no trabalho.”
8

Clima organizacional no contexto escolar


A partir da concepção de clima que mostra uma forma como o ambiente organizacional é percebido
e interpretado pelos empregados TAMAYO, (1999) apud PEREIRA, (2013), bem como as
percepções divididas entre os membros da organização sobre o ambiente, nota-se que o ambiente
escolar possui condições dramáticas ou não, capazes de gerar nos indivíduos envolvidos
sentimentos referentes as suas experiências no sistema escolar MILICIC & ARON, (1999) apud
PEREIRA, (2013).

Assim, pode-se definir clima organizacional escolar como o conjunto de crenças, valores e atitudes
que interagem entre os alunos, professores e administradores para definir os parâmetros de
comportamento aceitável e normas para a escola. TAMAYO, (1999) apud PEREIRA, (2013).

Apesar de a escola constituir-se como uma forma de organização ela apresenta peculiaridades
inerentes ao seu ambiente, permitindo criar um ambiente com clima diferente dos outros tipos de
organizações, principalmente as privadas. Dessa forma GRIFFITH (1999) apud PEREIRA, (2013)
afirma que:

“O Clima da escola facilita as interações sociais e individuais, satisfazendo a


identidade dos membros do grupo e necessidades interpessoais, chamada
expressiva ou emocional ela está dividida em duas formas: Ordem Social que
refere-se a estrutura social nas escolas, como os objetivos da escola, normas e
valores, papéis definidos de funcionários e alunos, clima social e a Ação Social
relacionada às interações do dia-a-dia entre os alunos, funcionários da escola e os
pais.”

Diante do exposto, é possível entender que para existir um ambiente com clima social positivo
deve-se existir um ambiente físico adequado, atividades variadas e de comunicação, diversão
respeitoso entre professores, alunos e colegas, bem como a capacidade de entender cada valor,
iguais ou diferentes ARON & MILICIC, (1999) apud apud PEREIRA, (2013). Esse clima será
gerado a partir de uma cultura fundamentada em um conjunto de pressupostos básicos
reinventados, descobertos e/ou desenvolvidos por um dado grupo, através do aprendizado e
enfrentamento de seus problemas de adaptação externa e integração interna.
9

Dimensões do clima organizacional nas Escolas


Se em relação à natureza multidimensional do clima o consenso é generalizado, o
mesmo não acontece quanto às questões de natureza (organizacional versus
psicológica) das dimensões, do processo de medida (descritivo versus avaliativo),
da etiologia e do nível de análise” (FERREIRA, 2001, p. 433) apud COSTA,
(2010).

COSTA, (2010) Destaca quatro dimensões do clima organizacional:

 O grau de autonomia individual (responsabilidade, independência, iniciativa);


 O grau de formalização imposto pelo trabalho;
 O sistema de recompensas materiais ou simbólicas (remuneração, benefícios,
incentivos);
 O grau de consideração e apoio recebidos por parte das chefias da organização.

Tipos de Clima organizacional no contexto escolar


A definição de cada tipo de clima está pois, relacionada com as dimensões atrás mencionadas e a
escala em que estas se encontram. Assim, da combinação destas 4 dimensões, são identificados
vários tipos de clima (aberto, autónomo, controlado, familiar, paternal e fechado), situados numa
escala contínua que vai de um clima mais aberto até um clima mais fechado. COSTA, (2010).

Clima aberto
Assim, o clima aberto apresenta-se quando os professores se sentem motivados e envolvidos no
seu trabalho e na própria instituição a que pertencem. O director assume uma postura incentivadora
e valoriza o trabalho dos docentes. Estamos perante um quadro ideal em que todos se sentem
satisfeitos moral e socialmente. As suas necessidades encontram-se satisfeitas.

Clima autónomo
No tipo de clima autónomo, impera a liberdade que o director confere aos docentes para que estes
satisfaçam as suas necessidades e como consequência tenham um melhor desempenho profissional.

Clima controlado
O clima controlado caracteriza-se pela maior importância que se dá à produtividade e a menor
importância que se dá à satisfação dos trabalhadores. Neste tipo de clima não se desenvolvem
10

grandes relações sociais e há uma forte tendência para o trabalho individualizado. A produção e o
cumprimento das normas são a maior preocupação dos órgãos de gestão da escola.

Clima familiar
O clima familiar, tal como o nome indica, caracteriza-se por um ambiente em que todos se sentem
de igual forma dentro da escola, como pertencendo a uma mesma família. Há uma grande
proximidade entre todos os elementos e é dada menor importância à parte produtiva.

Clima paternal
O clima de tipo paternal reflecte – se por um grande distanciamento do projecto da escola. Há uma
forte preocupação com a produtividade, com o controlo e a centralização de papéis, contudo os
seus membros revelam pouco interesse ou preocupação pelo projecto da escola.

Clima fechado
O clima fechado parece ser o menos adequado às escolas. Neste, os professores sentem-se
moralmente em baixo, há pouca sociabilidade e identificação com o projecto da escola. Há uma
forte tendência para a formalidade nas relações.

Influência do Clima na Organização e nos Professores


Cada vez mais os estudos da qualidade e eficácia da escola enquanto organização passam por
investigar o seu clima. Com efeito, na procura da qualidade, as investigações acerca da escola
atribuem uma grande importância ao clima organizacional, na medida em que o clima de uma
escola pode influenciar os seus membros. Esta influência sente-se no trabalho de cada membro e
em última instância, na eficácia da organização escolar. GOUPIL. (2005, p.32) apud COSTA,
(2010), defende a existência de uma correspondência entre a qualidade do clima organizacional
percepcionado e o stress vivido pelos professores no seu trabalho.

Importância do estudo do clima das organizações escolares


O estudo do clima das organizações escolares procura, de certo modo, a qualidade educativa.
Segundo CARVALHO (1992) apud COSTA, (2010), a importância do estudo do clima de escola,
prende-se ao facto de haver uma necessidade de conhecer melhor a vida no interior da organização
escolar. As investigações existentes sobre a eficácia e melhoria deste tipo de organização atribuem
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ao clima uma grande importância, na medida em que este revela o modo como os seus membros
percepcionam a organização.

O clima organizacional encontra – se intimamente ligado à qualidade da escola. Avaliar as


interacções entre os membros de uma organização escolar e a percepção que estes têm dessa mesma
organização, ajuda a perceber até que ponto os intervenientes se encontram satisfeitos, motivados
e participativos na vida da escola. O seu estudo permite igualmente diagnosticar ou fazer uma
avaliação interna, que pode fornecer informações cruciais à tomada de decisões na organização
escola que poderão ser importantes para a promoção e eficácia de uma mudança organizacional.

Capitulo III: Gestão de conflitos no contexto escolar

Conflito
MARCH & SIMON (1958, p. 112) CANDINI, (2016) consideram conflito um colapso nos
mecanismos normais de tomada de decisão, de modo que individualmente ou em grupo, existir
dificuldade em selecionar uma alternativa.

Conflitos no contexto escolar


Para CANDINI, (2016) os conflitos escolares, para efeito de estudo, são aqueles provenientes de
ações próprias dos sistemas escolares ou oriundos das relações que envolvem os atores da
comunidade educacional mais ampla.

A educação tem sido deliberadamente aquecida pelas políticas públicas. E este fator permite o
surgimento de conflitos variados e sua má gestão contribui para realimentar situações de
desigualdade e descomprometimento com a educação em si para se valorizar as disputas internas
por poder e a busca pelo alcance de interesses isolados dos atores envolvidos. Podemos esperar
que, pela diferença entre as opiniões, haja conflito no espaço escolar. Um conflito criado pela
diferença de conceito ou pelo valor diferente que se dá ao mesmo ato. Professores e alunos dão
valores diferentes à mesma ação e reagem diferentemente ao mesmo acto: isso é conflito. Como a
escola está acostumada historicamente a lidar com um tipo padrão de aluno, ela apresenta a regra
e requer dos alunos enquadramento automático.
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Gestão de conflitos
Conforme QUINN (2003) apud CHRISPINO, (2007), a gestão de conflitos consiste em uma das
principais competências do papel facilitador do gestor e sua ausência torna o gestor sem
consciência, inábil e grosseiro. E isto permite o surgimento de valores indefinidos e contrapostos,
enquanto a eficiência na realização deste papel, provoca a participação e a abertura, o que facilita
a interação entre as partes.

Causas dos conflitos


CHIAVENATO (2004) apud NASCIMENTO & SIMÕES, (2010) afirma que:
Professores e alunos dão valores diferentes à mesma ação e reagem diferentemente ao
mesmo ato: isso é conflito. [...] Quanto mais diversificado for o perfil dos alunos (e dos
professores), maior será a possibilidade de conflito ou de diferença de opinião.

Para se fazer uma boa gestão de conflitos e também os prevenis é necessário conhecer as situações
que têm tendência a gerar conflitos. A interdependência de funções é uma das situações chave que
dão origem a conflito, pois se o trabalho de uma pessoa esta dependente do trabalho de outra é
bastante provável que surjam conflitos. CHRISPINO, (2007).

Outra situação que se deve referir é a indefinição das regras do jogo. Quando se instala a
ambiguidade quer seja em relações profissionais como pessoais, dá origem a interpretações às quais
as partes intervenientes podem não estar de acordo. Igualmente geradora de conflitos está a situação
de interdependência de recursos. Em todas as situações em que os recursos são escassos em relação
ao desejado vai ocorrer uma discordância em como reparti-los. O conflito esta presente em
situações onde existe um sistema de recompensas competitivas pois basicamente se verifica que
para um indivíduo ganhar e ser premiado o outro não o será.

Outras causas dos conflitos


Segundo CHIAVENATO (2004) apud CANDINI, (2016), as causas dos conflitos são:

 Diferenças de personalidades;
 Existência de actividades interdependentes no trabalho;
 Metas diferentes;
 Recursos compartilhados;
 Diferenças na acessória de informação e
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 Percepções diferentes.

A fonte dos conflitos, no nosso país Moçambique


Segundo GUILANDE (2000) apud CANDINI, (2016), diz que é possível destacar fontes de
conflitos tais como:

 Atraso no pagamento salarial;


 Abuso de poder por parte de alguns membros pertencentes ao elenco administrativo;
 Despedimento sem justa causa;
 O não cumprimento das obrigações organizações, como: pagamento do INSS, IRPS;
 O incumprimento das cláusulas de trabalho entre o patronato e o trabalhador;
 Aumento da carga horária sem a devida recompensa salarial;
 A falta de pagamentos de horas extras.

Classificação dos conflitos


Na comunidade escolar existem pontos que contribuem para o surgimento dos conflitos e que, na
maioria das vezes, não são explícitos ou mesmo percebidos. A prioridade que se dá para os
diferentes conflitos escolares é um primeiro ponto. Martinez Zampa (2005, p. 29) apud
CHRISPINO, (2007 p.11-12), diz que os professores consideram que os conflitos mais frequentes
e importantes se dão entre seus colegas e diretores, colocando em segundo lugar de importância os
conflitos entre alunos.

Martinez Zampa (2005, p. 31-32) apud CHRISPINO, (2007 p.11-12), classifica os conflitos
escolares da seguinte forma:

 Entre docentes – Esses conflitos são causados por:


 Falta de comunicação;
 Interesses pessoais;
 Questões de poder;
 Conflitos anteriores;
 Busca de “pontuação” (posição de destaque);
 Não-indicação para cargos de ascensão hierárquica.
 Entre alunos e docentes – causadas por:
 Não entender o que explicam;
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 Notas arbitrárias;
 Divergência sobre critério de avaliação;
 Avaliação inadequada (na visão do aluno);
 Descriminação;
 Falta de material didático;
 Não serem ouvidos (tanto alunos quanto docentes);
 Desinteresse pela matéria de estudo.
 Entre alunos - causas
 Mal entendidos;
 Brigas;
 Rivalidade entre grupos;
 Descriminação;
 Uso de espaços e bens;
 Namoro;
 Assédio sexual;
 Perda ou dano de bens escolares;
 Entre pais, docentes e gestores – causas:
 Agressões ocorridas entre alunos e entre os professores;
 Perda de material de trabalho;
 Associação de pais e amigos;
 Cantina escolar ou similar;
 Falta ao serviço pelos professores;
 Falta de assistência pedagógica pelos professores;
 Critérios de avaliação, aprovação e reprovação;
 Uso de uniforme escolar;
 Não-atendimento a requisitos burocráticos e administrativos da gestão.

Categorias dos conflitos escolares


Segundo NEBOT (2000, p. 81-82) apud CHRISPINO, (2007), os conflitos escolares podem ser
categorizados em organizacionais, culturais, pedagógicos e de atores. A seguir, os detalhes de cada
um dos tipos:
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Organizacionais
Setoriais: são aqueles que se produzem a partir da divisão de trabalho e do desenho hierárquico da
instituição, que gera a rotina de tarefas e de funções (direção, técnico administrativo, professores,
alunos, etc);

O salário e as formas como o dinheiro se distribui no coletivo, afetando a qualidade de vida dos
funcionários e docentes, etc.

Culturais
Comunitários: são aqueles que emanam de redes sociais de diferentes atores onde está situada a
escola. Rompem-se as concepções rígidas dos muros da escola, ampliando-se as fronteiras (por
exemplo, os bairros e suas características, as organizações sociais do bairro, as condições
econômicas de seus habitantes).

Raciais e identidades: são aqueles grupos sociais que possuem um pertencimento e afiliação que
faz a sua condição de existência no mundo. Estes, com suas características culturais, folclóricas,
ritualísticas, patrocinam uma série de práticas e habitus que retroalimentam o estabelecimento de
ensino (por exemplo, a presença de fortes componentes migratórios na região).

Pedagógicos
São aqueles que derivam do desenho estratégico da formação e dos dispositivos de controlo de
qualidade e das formas de ensinar, seus ajustes ao currículo acadêmico e suas formas de produção
(por exemplo, não é a mesma coisa ensinar matemática que literatura, e ambas possuem
procedimentos similares, mas diferentes; a organização dos horários de das turmas e dos
professores; as avaliações).b

Atores
São aqueles que denominamos pessoas e que devem ser distinguidos:

 Em grupos e subgrupos, que ocorrem em qualquer âmbito (turma, corpo docente, direção
etc).
 Familiares, donde derivam as ações que caracterizam a dinâmica familiar que afeta
diretamente a pessoa, podendo produzir o fenômeno de afastamento familiar que acarreta
o depósito do aluno na escola.
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 Individuais, que são aqueles onde a “patologia” toma um membro da organização escolar.
Neste caso, há sempre o risco da estigmatização do membro da comunidade que é o
causador do conflito.

Resolução dos conflitos escolares


Segundo BALLENATO (2008:142) apud CHRISPINO, (2007), existem algumas formas
fundamentais para uma resolução adequada de problemas, tais como:

 Utilizar o diálogo, aproveitando adequadamente a comunicação como um instrumento útil


para pedir opiniões, dar e receber informação, partilhar sentimentos, reunir esforços,
encontrar alternativas;
 Desenvolver a empatia, capacidade de se colocar no lugar do outro, o que nos permite
compreender o seu ponto de vista, bem como os motivos e argumentos que o levam a pensar
de determinada maneira. Podemos avançar no processo de solução de um conflito, se
compreendermos o modo de pensar e de sentir da outra pessoa;
 Mostrar assertividade, admitindo uma atitude e comportamento que permita respeitar os
outros sem violar os seus direitos e desejos.

Mediação de conflitos na escola


O primeiro ponto para a introdução da mediação de conflito no universo escolar é assumir que
existem conflitos e que estes devem ser superados a fim de que a escola cumpra melhor as suas
reais finalidades.

Segundo TORREGO (2003, p.5) apud JESUS (2012), a mediação é uma forma de resolver os
conflitos, em que as duas partes em confronto recorrem a uma terceira pessoa imparcial, que neste
caso é o mediador. O objetivo será chegarem a um acordo satisfatório para ambas as partes. Uma
outra característica da mediação, é a negociação cooperativa considerada ideal para todo o tipo de
conflitos, em que as partes em confronto, devem ou pretendem manter uma relação entre si. A
mediação nas escolas é um dos métodos mais eficazes e construtivos para a resolução de conflitos
neste contexto.

Para se levar a cabo a transformação do conflito no contexto educativo através da mediação, e na


sequência do exposto, é necessário alterar comportamentos e a comunicação interpessoal e,
simultaneamente, desenvolver capacidades e competências para a gestão e resolução de conflitos.
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Neste sentido, o sucesso de um projecto de mediação na escola depende do envolvimento de todos


os actores do contexto escolar. A escola deve desenvolver um contexto de significação congruente
com a mediação. De pouco servirá que as crianças e os jovens estudantes sejam sensibilizados e
treinados para uma cultura de diálogo, de escuta e de pacificação das relações interpessoais, se o
discurso de educadores e docentes for incoerente com esta postura. (CHRISPINO, 2007),

Vantagens do uso mediação na resolução de conflitos escolares


A mediação escolar aponta os seguintes aspetos positivos JESUS (2012):

 Contribui para o desenvolvimento de atitudes de interesses e respeito pelo outro;


 Ajuda a reconhecer e a dar valor aos sentimentos, interesses, necessidades e valores
próprios e dos outros;
 Estimula o desenvolvimento de atitudes cooperativas no tratamento dos conflitos, uma vez
que as pessoas procuram em conjunto soluções satisfatórias para ambas as partes;
 Aumenta a capacidade de resolução de conflitos de forma não violenta;
 Contribui para o desenvolvimento da capacidade de diálogo e para a melhoria das
capacidades comunicativas, sobretudo a escuta;
 Contribui para a melhoria das relações interpessoais. Favorece a autorregulação, através da
procura de soluções autónomas e negociadas;
 Diminui o número de conflitos, tal como o tempo gasto na resolução dos mesmos;
 Ajuda a uma resolução de conflitos mais rápida e sem custos;
 Reduz o número de sanções e expulsões;

Em Moçambique a mediação de conflitos é regulamentado pelo centro de mediação e arbitragem


laboral e regulamentada na lei nº 23/2007 de 1 de Agosto e foi publicado no B.R.I série, a mesma lei
cria os Centros de Mediação e o Decreto-Lei 31/2005 regula o uso da mediação, na resolução dos
conflitos a mediação e arbitragem é um órgão importante em Moçambique regulada por legislação
especifica e é uma das medidas de resolução doas conflitos com processo de obrigatoriedade a ser
conduzido para a mediação antes de serem submetidos aos tribunais. (CANDINI, 2016).
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Conclusão
Diante do que foi abordado neste trabalho, percebe-se que, para uma adequada aplicabilidade
metodológica acerca da gestão escolar, faz-se necessário a atuação da gestão participativa com a
finalidade de solucionar as problemáticas existentes na escola, bem como os anseios dos alunos no
ambiente escolar, além de cumprir as metas propostas pela estrutura organizacional e curricular da
instituição de ensino. Desse modo, faz-se mister salientar que a gestão participativa contribui para
uma gestão escolar proporcionando a ampliação da democratização da instituição, uma vez que
com a participação de todos os membros da escola facilita o trabalho de ambos na distribuição de
tarefas, sendo articuladas ambas umas as outras e torna, desse modo, uma escola atuante e eficiente
para o sistema educacional vigente. Por outro lado a escola é um ambiente especialmente adequado
para trabalhos sobre clima organizacional pois nela há diversos conflitos pois o clima tem um efeito
circular: resulta de uma constelação de fatores circunstanciais e, por sua vez, pode alterar esse
contexto. Além de identificar que o clima está mal, é preciso identificar onde, por que e como agir
para melhorá-lo porque quando o clima organizacional na escola é desfavorável, podem surgir
conflitos.
19

Referencias Bibliograficas
CANDINI, Treva Ricardo. Análise Das Estratégias De Gestão De Conflitos Laborais para o
desenvolvimento organizacional: Um Estudo De Caso Na Escola Secundária De Jécua- Cristo Rei
Em Manica (2013-2015). Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia. TETE,
Universidade Católica De Moçambique 2016.
CHRISPINO, Álvaro; Gestão do conflito escolar: da classificação dos conflitos aos modelos de
mediação. Rio de Janeiro, 2007.
COSTA, Andreia Fonseca L. Clima Escolar e Participação Docente. Tese de Mestrado em
Ciências da Educação, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Coimbra, Universidade
de Coimbra. 2010.
FONSECA, Lydiene Moreira & SANTOS, Josiana Rodrigues; A Gestão Participativa No
Cotidiano Escolar, 2008.

JESUS, Catarina Sofia Cristina; Gestão de conflitos na escola, Beja, 2012


LISBOA, Magno da Nóbrega; A Relevância Da Gestão Democrática E Participativa No Contexto
Educacional, UEPB, 2014

LOPES, Ana Paula Padilha Custódio; Gestão Escolar, São Paulo, 2013.

MODOLO, Camila Pilastri; A Gestão Escolar Democrática Participativa E A Ação Docente,


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