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1 Introdução:

1.1Apresentação do tema
Quando falamos, produzimos uma corrente de ar que sai dos pulmões e vai até a
cavidade oral, passando por diversos órgãos e estruturas. Os sons da fala são
produzidos quando alguns desses órgãos e estruturas agem sobre essa corrente, ou seja,
quando há mudança dessa corrente de ar. O conjunto de órgãos e estruturas que
produzem os sons de nossa fala é chamado de aparelho fonador. Suas funções vitais são
diversas, porém a principal é a ingestão de alimentos. Pode atuar também como uma
passagem para o ar até o trato respiratório. Na fala, a cavidade oral atua como um
volume continuamente variável para modificar o tom produzido na laringe na produção
da vogal e como uma câmara de obstrução através da qual o ar exalado é direcionado
pra criar algumas consoantes.

Podemos dizer que o aparelho fonador divide-se em três partes: articulatório fonatório
e respiratório.

• Articulatório: é constituído pela língua, faringe, nariz, lábios e dentes; são estruturas
que se encontram na parte superior da glote. O sistema articulatório é responsável por
várias funções primárias, principalmente ao ato de comer – morder, mastigar, sentir o
paladar, cheirar, sugar e engolir.
• Fonatório: constituído pela laringe. Na laringe encontramos músculos estriados que
podem obstruir a passagem da corrente de ar – as pregas vocais. A glote é o espaço
decorrente da não obstrução dos músculos laríngeos. A função primária da laringe é
atuar como válvula que obstrui a entrada de alimentos nos pulmões por meio do
abaixamento da epiglote.
• Respiratório: constituído pela traqueia, pulmões, brônquios e diafragma. Encontra-se na
parte inferior à glote – cavidade infraglotal. Sua função principal é a respiração.

O aparelho fonador pode ser dividido em cinco partes:


a) o produtor
b)o condutor
c)o vibrador
d)o ressoador
e)o articulador

Como objetivo deste trabalho vamos falar do sistema fonatório que é o responsável,
junto com os órgãos, da produção dos sons da nossa fala.
SISTEMA FONATÓRIO

O sistema fonatório é um dos três sistemas que constituem o aparelho fonador. Assim como
os outros sistemas a sua função fisiológica primária está relacionada a outras atividades
humanas. A fala é então sua função fisiológica secundária realizada em conjunto com os
demais órgãos dos sistemas respiratório e articulatório. Este sistema é constituído pela
laringe, um órgão fibromuscular que permite a passagem de ar que sai dos pulmões para a
faringe. Na laringe encontram-se uma série de músculos e cartilagens que desempenham
funções distintas, mas que ao mesmo tempo são complementares. Estes músculos e
cartilagens são: a glote, a epiglote e as pregas vocais. Cada um deles tem uma
determinada função primária, mas quando são usadas para a produção da voz suas
funções se complementam. Desta forma, a função primária da laringe é atuar como uma
válvula que obstrui a entrada de comida nos pulmões por meio do abaixamento da epiglote.
Sendo a sua função secundária a produção da voz em conjunto com os demais órgãos do
aparelho fonador. O órgão responsável pela obstrução da entrada de comida nos pulmões é
a epiglote que está localizada no final da língua e acima da laringe. Este órgão por meio do
movimento de abaixamento também funciona como um separador do sistema
fonatório/respiratório do digestório. Há ainda na laringe a presença de dois pares de
músculos estriados que, por meio de movimentos de afastamento e fechamento, obstruem
a passagem do ar. Quando estão em repouso estes músculos não produzem sons, pois
entre eles há um afastamento que permite o escape do ar. Este afastamento ou espaço
existente entre as pregas vocais é denominado glote. Na glote, apenas o par de pregas
vocais inferiores está relacionado ao processo de fonação por meio de sua vibração. Os
sons produzidos podem ser divididos em dois grupos: os sons vozeados que são
produzidos por meio de vibração e os
sons desvozeados que são produzidos
pela não vibração das pregas vocais.
O aparelho fonador pode ser dividido em cinco partes:

a) o produtor
b)o condutor
c)o vibrador
d)o ressoador
e)o articulador.

O produtor é formado pelos pulmões, músculos abdominais, diafragma, músculos


intercostais e músculos extensores da coluna. Os pulmões se apresentam como uma
massa esponjosa e elástica, que ocupa toda a cavidade torácica e estão protegidos pela
caixa de mesmo nome, que é formada por diversos músculos e ossos. Alem de serem
responsáveis pelos fenômenos respiratórios (inspiração e expiração) e pela troca gasosa,
os pulmões juntamente com as vias respiratórias superiores servem de reservatório de ar
que possibilitam a vibração das cordas vocais.

O condutor é formado por um conjunto de tubos do aparelho fonador sendo responsáveis


pela produção da coluna de ar que pressiona a laringe fazendo vibrar as cordas vocais e
produzindo o som. Estes tubos variam de tamanho e são denominados: brônquios, traquéia,
laringe, boca e fossas nasais.

O ressoador é formado pela cavidade nasal, a faringe e a boca, e tem como função ampliar
o som. As fossas nasais são duas cavidades existentes no nariz, onde o ar entra para o
organismo. Elas são separadas por uma estrutura chamada de septo nasal que se
comunica com o exterior através das narinas, com a boca e a faringe pelas coanas
(aberturas de comunicação das narinas com a cavidade bucal) Sua função biológica é de
filtrar, aquecer e umidificar o ar.
Como contribuição fonatória, visa à vibração e amortização do som, resultando na
ressonância nasal.

O articulador constituiu-se pelos componentes responsáveis pela articulação dos sons,


transformando-os em orais e nasais. O sentido dado ao som é outra função desempenhada
por este componente. O articulador compreende os órgãos localizados na boca como
lábios, língua, palato, maxilar, dentes, úvula e véu palatino. O principal órgão articulador é a
língua, que participa de todos os sons produzidos e interfere diretamente na formação das
vogais e consoantes. Os lábios são dobras membranosas localizadas na parte externa da
boca e que se dividem em superior e inferior, os quais tem como função fonatória produzir
os sons bilabiais da língua falada (Língua Portuguesa Brasileira). Os dentes são órgãos que
guarnecem as maxilas e não só auxiliam na mastigação, mas também fazem parte do
sistema fonador, contribuindo para o escoamento do som produzido.

O vibrador a laringe tem o papel de vibrador, pois é aí que


se produz a marca da sonoridade sobre a surdez,
diferenciando-se assim os sons do idioma Português, que se
caracteriza por ser bastante sonoro, pois temos como
articulações surdas, apenas: [p, t k, f, s, ts], todas as demais
são sonoras.
É do cérebro que parte a ordem de comando para a produção
da sonoridade. Quando a glote está aberta, isto é, as cordas
vocais separadas, produz-se o som surdo; quando, porém, a
glote esta fechada, isto é, as cordas vocais unidas, a corrente
de ar expelida força a passagem produzindo vibrações
horizontais e verticais que caracterizam o som sonoro.

A laringe compõe-se de:


 Cartilagens que constituem seu esqueleto
 Articulações e ligamentos que unem as diversas cartilagens
 Músculos que movimentam as cartilagens
 Uma mucosa que a recobre interiormente
A laringe limita-se anteriormente com a cartilagem tiróide e posteriormente com a
cricóide. Sua fixação é devida a traquéia, na parte inferior; a faringe, na superior, e
por certo numero de músculos e ligamento está presa de um lado ao osso hioide e
de outro a base do tórax.

A laringe está composta por cartilagens, a saber:


 Cricóide : o primeiro anel da traqueia, modificado para suportara laringe;
 A aritenóides: pequenas pirâmides triangulares que tem o cimo livre e a
base sobre a cricóide, onde aparecem duas apófises, uma externa, chamada
apófise muscular, pois sobre ela fixam-se os músculos motores, e uma
anterior, chamada apófise vocal, pois dá inserção a corda vocal (prega
inferior);
 Tiróide: cartilagem formada por duas laminas laterais; sua face anterior
forma o “pomo de- adão”, e a posterior, um ângulo no qual se inserem as
cordas vocais;
 A epiglote: elástica unida a língua e ao osso hioide; seus movimentos de
levantar e abaixar permitem a respiração e a deglutição , deita sobre a
laringe, permitindo que o alimento penetre pelo esôfago.
Os
músculo
s da
laringe
dividem-
se em intrínseco e extrínseco.
Para a fonação, os intrínsecos são importantes, ao passo que os extrínsecos não
tomam parte direta.

No ato fonatório, os músculos intrínsecos participam como:

1) Músculos tensores das cordas vocais


2) Músculos dilatadores da glote
3) Músculos constritores da glote
4) Músculo vocal

Estes músculos estao dispostos de tal forma que ligam a tiróide a cricóide, a
aritenóide a cricóide , enquanto que o músculo vocal situa-se dentro da prega
vocal.
Assim podemos dizer que há uma glote cartilaginosa e uma glote
membranácea.
Os músculos tem por funcao movimentar o complexo glote fazendo com que
esteja aberta, semiaberta ou fechada.

Na posição de repouso, a glote está aberta. Na inspiração, por mecanismo


reflexo, o músculo crico-aritenoideano posterior abre mais a glote, permitindo
o livre transito do ar. Os outros músculos fecham a glote, colocando as
cordas vocais em tensão, fazendo com que a corrente de ar, ao forçar a
passagem pela glote fechada, produza a vibração das cordas vocais. Em
certos momentos, o músculo crico-aritenoideano lateral pode também fechar
a glote membranácea, enquanto a glote cartilaginosa permanece aberta; esta
situação é quando o falante sussurra.

Para a fonação, interessa-nos a face interna da laringe, ainda que esta apresente
também uma face externa.
Na face interna da laringe as cordas vocais, as pregas vestibulares ou ventriculares,
os ventrículos e a glote.

O espaço delimitado entre as cordas vocais é


denominado glote, e tem uma função respiratória
e outra vocal. Sua forma é variada e depende da
posição tomada pelas cordas vocais. A glote
estando aberto, o som é surdo; estando fechada
som sonoro.

Uma vez definido o lugar de articulação de um


segmento sabemos qual é o articulador passivo e
qual é o articulador ativo envolvido na articulação. Os articuladores ativos tem a
função de movimentar-se, em direção ao articulador passivo, modificando a
configuração do trato vocal; são eles: lábio inferior, língua, véu palatino e cordas
vocais. Os articuladores passivos localizam-se na mandíbula superior; são eles:
lábio superior, dentes superiores e céu da boca que se divide em: alvéolos, palato
duro, véu palatino e úvula. Note que o véu palatino pode atuar como articulador
ativo, na produção de segmentos nasais, ou como articulador passivo, na
articulação de segmentos velares. Portanto, a partir da posição do articulador ativo
em relação ao articulador passivo, podendo ou não haver o contato entre eles,
podemos definir o lugar de articulação dos segmentos consonantais.

Bilabial: o articulador ativo é o lábio inferior e como articulador passivo temos


o lábio superior.
Labiodental: o articulador ativo é o lábio inferior e como articulador passivo
temos os dentes incisivos superiores.
Dental: o articulador ativo é ou o ápice ou a lâmina da língua e como
articulador passivo temos os dentes incisivos superiores.
Alveolar: o articulador ativo é o ápice ou a lâmina da língua e como
articulador passivo temos os alvéolos. Consoantes alveolares diferem de
consoantes dentais apenas quanto ao articulador passivo. Em consoantes
dentais temos como articulador passivo os dentes superiores. Já nas
consoantes alveolares temos os alvéolos como articulador passivo.
Alveopalatal: o articulador ativo é a parte anterior da língua e o articulador
passivo é a parte medial do palato duro.
Palatal: o articulador ativo é a parte média da língua e o articulador passivo é
a parte final do palato duro.
Velar: o articulador ativo é a parte posterior da língua e o articulador passivo
é o véu palatino ou palato mole
Glotal: os músculos ligamentais da glote comportam-se como articuladores.
Além de identificarmos o lugar de articulação de um segmento, devemos
caracterizar a sua maneira ou modo de articulação. A maneira ou modo de
articulação de um segmento está relacionado ao tipo de obstrução da corrente de ar
causada pelos articuladores durante a produção de um segmento. Identificando o
“grau e natureza*da estritura” (ou seja, a maneira como se dá a obstrução da
corrente de ar) estamos caracterizando a sua maneira ou modo de articulação.

Modo ou maneira de articulação

Oclusiva: Os articuladores produzem uma obstrução completa da passagem da


corrente de ar através da boca. O véu palatino está levantado e o ar que vem dos
pulmões encaminha-se para a cavidade oral. Oclusivas são, portanto consoantes
orais. As consoantes oclusivas que ocorrem em português são (brevemente
identificaremos os símbolos fonéticos que serão utilizados em transcrições): pá, tá,
cá, bar, dá, gol.
Nasal: Os articuladores produzem uma obstrução completa da passagem da
corrente de ar através da boca. O véu palatino encontra-se abaixado e o ar que vem
dos pulmões dirige-se às cavidades nasal e oral. Nasais são consoantes idênticas
às oclusivas diferenciando-se apenas quanto ao abaixamento do véu palatino para
as nasais. As consoantes nasais que ocorrem em português são: má, nua, banho.
Fricativa: Os articuladores se aproximam produzindo fricção quando ocorre a
passagem central da corrente de ar. A aproximação dos articuladores, entretanto
não chega a causar obstrução completa e sim parcial que causa a fricção. As
consoantes fricativas que ocorrem em português são: fé, vá, sapa, Zapata, chá, já,
rata (em alguns dialetos o som r de “rata” pode ocorrer como uma consoante
vibrante, descrita a seguir, e não como uma consoante fricativa indicada aqui. O r
fricativo ocorre tipicamente no português do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, por
exemplo).
Africada: Na fase inicial da produção de uma africada os articuladores produzem
uma obstrução completa na passagem da corrente de ar através da boca e o véu
palatino encontra-se levantado (como nas oclusivas). Na fase final dessa obstrução
(quando se dá a soltura da oclusão) ocorre então uma fricção decorrente da
passagem central da corrente de ar (como nas fricativas). A Oclusiva e a fricativa
que formam a consoante africada devem ter o mesmo lugar de articulação, ou seja,
são homorgânicas. O véu palatino continua levantado durante a produção de uma
africada. Africadas são, portanto consoantes orais. As consoantes africadas que
ocorrem em algumas variedades do português brasileiro são tia, dia. Imagine as
pronúncias “tchia” e “djia” para estes exemplos.
Para alguns falantes de Cuiabá, consoantes africadas ocorrem em palavras como
“chá” e “já” (que são pronunciadas como “tchá” e “djá” respectivamente). Na maioria
dos dialetos do português brasileiro temos uma consoante fricativa nas palavras
“chá” e “já”.
Tepe (ou vibrante simples): O articulador ativo toca rapidamente o articulador
passivo ocorrendo uma rápida obstrução da passagem da corrente de ar através da
boca. O tepe ocorre em português nos seguintes exemplos: cara. brava.
Vibrante (múltipla): O articulador ativo toca algumas vezes o articulador passivo
causando vibração. Em alguns dialetos do português ocorre esta variante em
expressões como “orra meu!” ou em palavras como “marra”. Certas variantes do
estado de São Paulo e do português europeu apresentam uma consoante vibrante
nestes exemplos.
Retroflexa: O palato duro é o articulador passivo e a ponta da língua é o articulador
ativo. A produção de uma retroflexa geralmente se dá com o levantamento e
encurvamento da ponta da língua em direção do palato duro. Ocorrem no dialeto
“caipira” e no sotaque de norte-americanos falando português como nas palavras:
mar, carta.
Laterais: O articulador ativo toca o articulador passivo e a corrente de ar é obstruída
na linha central do trato vocal. O ar será então expelido por ambos os lados desta
obstrução tendo, portanto saída lateral. Laterais ocorrem em português nos
seguintes exemplos: lá, palha, sal (da maneira que “sal” é pronunciado no sul do
Brasil ou em Portugal).
Classificamos os segmentos consonantais quanto ao mecanismo da corrente de ar
(egressiva); ao vozeamento ou desvozeamento; a oralidade/nasalidade; ao lugar e
modo de articulação. A notação dos segmentos consonantais segue a seguinte
ordem
A seguir tratamos de aspectos de articulações secundárias que podem ser produzidos
concomitantemente com uma determinada articulação consonantal.

Articulações secundárias
Segmentos consonantais podem ser produzidos com uma propriedade articulatória
secundária em relação às propriedades articulatórias fundamentais deste segmento. Por
exemplo, quando pronunciamos uma seqüência como su certamente arredondamos os
lábios durante a articulação da consoante s. Uma vez que a articulação de segmentos
consonantais normalmente não envolve o arredondamento dos lábios dizemos que a
labialização é uma propriedade articulatória secundária da consoante em questão.
Propriedades articulatórias secundárias geralmente ocorrem de acordo com o contexto ou
ambiente, ou seja, a partir de efeitos de segmentos adjacentes. Para marcarmos uma
propriedade articulatória secundária utilizamos um diacrítico ou símbolo adicional junto à
consoante em questão. A propriedade adicional de labialização descrita acima é
condicionada ao fato de uma consoante ser seguida de uma vogal produzida com
arredondamento dos lábios. Abaixo listamos as articulações secundárias dos segmentos
consonantais relevantes para o português.
Labialização: Consiste no arredondameto dos lábios durante a produção de um segmento
consonantal. A consoante que apresenta a propriedade secundária de labialização é
seguida de uma vogal que é produzida com o arredondamento dos lábios. A labialização
geralmente ocorre quando a consoante é seguida de vogais arredondadas (orais ou nasais)
como em “tutu, só, bolo, rum, som”.
““ Utilizamos o símbolo w colocado acima à direita do segmento para marcar a labialização:
p”, b”, tw, d", k", g", f v, v", sw, zw, J", 3 ", X". h \ m \ n \ l \ r'\ f " ;j\
Palatalização: Consiste no levantamento da língua em direção a parte posterior do palato
duro. ou seja, a língua direciona-se para uma posição anterior (mais para a frente da
cavidade bucal) do que normalmente ocorre quando se articula um determinado segmento
consonantal. A consoante que apresenta a propriedade secundária de palatalização
apresenta um efeito auditivo de sequência de consoante seguida da vogal i. A palatalização
geralmente ocorre quando uma consoante é seguida de vogais anteriores i, e, é (orais ou
nasais). Ocorre mais freqüentemente com consoantes seguidas da vogal i como em “aliado,
kilo, guia”. Pode ocorrer também em consoantes seguidas da vogal e como em “letra, leva,
tento”. Utilizamos 0 símbolo j colocado acima à direita do segmento para marcar a
palatalização: k1, gj, tJ. dj, 1'.
Velarização: Consiste no levantamento da parte posterior da língua em direção ao véu
palatino concomitantemente com a articulação de um determinado segmento consonantal.
A consoante lateral 1 apresenta a propriedade articulatória secundária de velarização em
certos dialetos do sul do Brasil e do português europeu. O contexto em que a velarização
ocorre é quando a lateral encontra-se em final de sílaba: sal, salta. Utilizamos 0 símbolo [\]
para transcrever a lateral velarizada que acabamos de descrever.
Dentalização: Algumas consoantes em português podem ser articuladas como dentais ou
alveolares. Por exemplo, a pronúncia de t em “tapa” pode se dar com a ponta da língua
tocando os dentes (sendo portanto uma consoante dental) ou pode se dar com a ponta da
língua tocando os alvéolos (sendo portanto uma consoante alveolar). Consoantes dentais
têm como articulador passivo os dentes incisivos superiores e consoantes alveolares tem
como articulador passivo os alvéolos. Pode-se articular um segmento dental ou alveolar
com 0 ápice ou com a lâmina da língua como articulador ativo.

Os sons surdos se produzem com as cordas vocais estão separadas e a glote está aberta.
O ar originado nos pulmões pode passar livremente sem que haja vibrações. Estando a
glote fechada e as cordas vocais unidas, o ar tem de forçar sua passagem fazendo- as
vibrar. Os sons resultantes são chamados sonoros ou vozeados.
Os fonemas surdos são: /p/, /t/, /k/, /f/, /ʃ/, /ʃ/, /ʈʃ /, /ʈʃ /, /R/.
['ʈʃia] tia
['ʃa]chá
['faka] faca
[ka'sa]caça
['todu] todo
['kaRu] carro
['patu]pato
['kaza]casa

Os sons sonoros se produzem quando as cordas vocais estão juntas em toda sua
extensão e a glote esta igualmente fechada.
Os fonemas sonoros: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/, /b/, /d/, /v/, /z/ e etc.

['dƷia]dia
['Ʒa]já
['vaka] vaca
['kaɾu] caro
['dadu]dado
['gatu] gato

Os sons sussurados se produzem devido ao afastamento das aritenóides quando há uma


pequena abertura na glote, o som resultante não é mais sonoro e sim sussurrado.
Numa palavra como lingüística o “i” e o “a” após a sílaba tônica podem ser pronunciados
como sonoridade ou com sussurro.

Quando a corrente de ar é bruscamente interrompida na glote pelo fechamento por um


período mais prolongado das cordas vocais, o som resultante é denominado oclusão, ou
oclusiva glotal.

Na sequência ã , ã usada no lugar do advérbio “não” muitas vezes tem uma oclusão glotal,
entre as duas vogais nasais, porém não há no português uma distintiva se existe ou não a
ausência ou presenca da oclusão glotal.
Os sons tremulados são sons produzidos pela vibração lenta dos ligamentos das cordas
vocais, permanecendo as aritenóides separadas.

Os sons aspirados se produzem quando as cordas vocais continuam abertas e não há


vibração por um período mais prolongado após a soltura da articulação da consoante,
quando os órgãos já estão posicionados para a produção do segmento seguinte. Assim,
sons aspirados são vogais surdas produzidas como a mesma protrusão labial e altura da
língua da vogal que se segue a uma consoante.

['RadƷju] rádio
['meʃmo, ma] mesmo

Os sons murmurados são os sons se dão havendo uma vibração das cordas vocais, mas
a parte das aritenóides permanecendo separada e ocorrendo um escape extra de ar. Os
sons murmurados têm sido denominados consoantes sonoras aspiradas, confundindo,
assim, murmurio e aspiração,que, são resultantes de aberturas da glote diferentes, posições
essas não-combináveis.

Concluímos os sons são fenômenos que traduzem graus maiores ou menores de


fechamento da glote e de tempo de vibração dos ligamentos e cordas vocais.

A nasalização se da pela glote, a corrente de ar, ao encontrar a passagem nasofaríngea


fechada pelo levantamento do véu palatino, escoa pela cavidade bucal, dando origem aos
sons orais. Se, porém, o véu palatino estiver abaixado e a passagem nasofaringea aberta,
parte do fluxo de ar se desvia para a cavidade nasal, dando origem aos sons nasais.
Com isso, as vogais podem ser classificadas como orais e nasais.
Na producão das orais: o véu do plato fecha a passagem á cavidade nasal, fazendo que o
ar saia somente pelo trato oral (a), ejemplo a palavra lá.
Nas vogais nasais: o véu palatino encontra-se abaixado, permitindo que o ar passe também
pelas cavidades ressoadoras nasais (b), ejemplo a palavra lã.

Exemplos de sons nasais nas palavras ninho e tenho:

Cavidade oral

A cavidade oral esta representada pela boca que forma parte tanto do sistema digestivo
como do sistema fonatório.
É uma cavidade limitada e muito versátil já que pode mudar de forma:
Na frente: os lábios
Por detrás: o istmo das fauces.
Por causa da sua capacidade de modificar seu tamanho, é capaz de modular a voz já que
os sons chocam com as paredes da cavidade, movendo a afectando aos harmônicos que
acompanham ao som.
O tamanho e a espessura das cordas vocais com outros determinantes anatômicos tais
como tamanho da língua, forma e altura do palato, comprimento da distância entre a laringe
e os lábios, são responsáveis pela caracterização individual da voz, distinguindo a voz
infantil, a masculina e a feminina.

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Como vimos neste trabalho, o estudo do Aparelho Fonador é importante para conhecer
como se formam os sons da nossa fala, que órgãos o constituem e qual é o funcionamento
de cada um deles.
Descobrimos também que tanto o sistema fonador como o sistema respiratório e o
articulatório são o conjunto necessário para a produção dos sons. Os principais órgãos que
temos para a produção sonora são a laringe, cordas vocais, cavidade oral, ressoador e a
glote.

Bibliografia

Callou, Dinah; Leite Yonne. Iniciacão a Fonética e a Fonologia. Editora: Jorge Zahar- 7°
Edicão, Rio de Janeiro
Pagliuchi da Silveira, Regina Célia. Estudos de Fonética do Idioma Português. Série
Gramática Portuguesa na Pesquisa e no Ensino. Editora: Cortez - 2° Edicão.
Cristófaro Silva, Thais. Fonética e fonologia do português. Editora: Contexto.

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http://gramaticagolip.blogspot.com/2017/04/023-aparelho-fonador.html

Laringe
A laringe está localizada na região do pescoço, entre a quarta e a sexta vértebra cervical.
Exerce função respiratória e fonatória, além de impedir a entrada de partículas estranhas.

A laringe é um órgão curto, de forma cônica, constituído de cartilagens, músculos e ligamentos.


Está localizada na região do pescoço, entre a quarta e sexta vértebra cervical, conectando a
faringe à traqueia. Seu tamanho é variável, sendo maior em homens, em face da influência de
hormônios.

Exerce função respiratória e fonatória, e também impede a entrada de partículas estranhas nas
estruturas respiratórias.

Possui nove peças cartilaginosas: cartilagem tireoidea, epiglote e cartilagem cricoide; e as


cartilagens cuneiforme, corniculada e aritenoide, que se apresentam em pares.

A cartilagem tireoidea, conhecida vulgarmente como “pomo de Adão”, é formada de cartilagem


hialina, e tem forma semelhante à de um livro aberto para trás. Fixada a ela, e também ao osso
hioide, está a epiglote. Esta funciona como uma espécie de “tampa”, evitando que substâncias
líquidas e sólidas sejam encaminhadas para os pulmões. Abaixo da tireoide, e antes da
traqueia, está a cartilagem elástica cricoide, ligada a esta primeira por uma membrana. As
cartilagens aritenoides são móveis, possuem formato piramidal e estão articuladas à cricoide.
Nestas se localizam as inserções das cordas vocais, influenciando a tensão destas, e de alguns
músculos da glote. Já as cartilagens corniculada e cuneiforme estão unidas entre si, deslizando-
se de acordo com as movimentações dos músculos da laringe. Essa última cartilagem, ainda,
liga as aritenoides à epiglote.

1: corno superior da cartilagem tireoidea.


2: osso hioide.
3: epiglote.
4: lâmina da cartilagem tireoidea.
5: ligamento vocal.
6: cartilagem cricoide.
7: traqueia.
8: corno inferior da cartilagem tireoidea.
9: cartilagem aritenoide.
10: cartilagem corniculada.
11: membrana tíreo-hióidea.

1: cartilagem corniculada. 2: processo vocal da cartilagem aritenoide.


3: cartilagem cricoide. 4: cartilagem corniculada.

Associados a estas estruturas cartilaginosas estão os músculos, exercendo a importante função


de estreitar ou dilatar os canais responsáveis pela passagem do ar; e de distender e relaxar as
cordas vocais.

As cordas vocais se encontram no interior da laringe, em dois pares. A dupla localizada na


região superior é chamada de banda ventricular, ou cordas vocais falsas, sendo constituída de
lâminas fibrosas. As inferiores, formadas por tecido fibroso, elástico e muscular, são as cordas
vocais verdadeiras. Estas partem da tireoide, cada uma se ligando à aritenoide correspondente;
formando um “v”, quando estão relaxadas como, por exemplo, quando respiramos.

Ao falarmos, as cartilagens aritenoides se movem, permitindo que as cordas vocais se


estendam, permanecendo bem próximas. Assim, quando o ar é expirado, estas vibram,
permitindo a formação de sons. A movimentação dos músculos da laringe, juntamente com a
articulação das estruturas bucais, como lábios, língua, bochechas; permitem a modulação da
voz e a linguagem falada.
1.2.1 Laringe
A laringe é um órgão curto que conecta a faringe com a traquéia. Ela se situa
na linha mediana do pescoço, diante da quarta, quinta e sexta vértebra cervicais.
A laringe tem três funções:
• Atua como passagem para o ar durante a respiração;
• Produz som, ou seja, a voz;
• Impede que o alimento e objetos estranhos entrem nas estruturas respiratórias.
A laringe desempenha função na produção de som. Na sua superfície
interna, encontramos uma fenda ântero-posterior denominada vestíbulo da laringe,
que possui duas pregas: prega vestibular (cordas vocais falsas) e prega vocal
(cordas vocais verdadeiras). A laringe é uma estrutura triangular constituída
principalmente de cartilagens, músculos e ligamentos.
A parede da laringe é composta de nove peças de cartilagens. Três são
ímpares (cartilagem tireóidea, cricóidea e epiglótica) e três são pares (cartilagem
aritenóidea, cuneiforme e corniculada).
A cartilagem tireóidea consiste de cartilagem hialina e forma a parede
anterior e lateral da laringe, é maior nos homens devido à influência dos hormônios
durante a fase da puberdade. As margens posteriores das lâminas apresentam
prolongamentos em formas de estiletes grossos e curtos, denominados cornos
superiores e inferiores.
A cartilagem cricóide localiza-se logo abaixo da cartilagem tireóide e
antecede a traquéia.
A epiglote se fixa no osso hióide e na cartilagem tireóide. A epiglote é uma
espécie de "porta" para o pulmão, onde apenas o ar ou substâncias gasosas entram
e saem dele. Já substâncias líquidas e sólidas não entram no pulmão, pois a
epiglote fecha-se e este dirige-se ao esôfago.
A cartilagem aritenóide articula-se com a cartilagem cricóide, estabelecendo
uma articulação do tipo diartrose. As cartilagens aritenóides são as mais
importantes, porque influenciam as posições e tensões das pregas vocais (cordas
vocais verdadeiras).
A cartilagem corniculada situa-se acima da cartilagem aritenóide. A
cartilagem cuneiforme é muito pequena e localiza-se anteriormente à cartilagem
corniculada correspondente, ligando cada aritenóide à epiglote.

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