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Direito Tributário para RFB-2015

Curso de Jurisprudência
Prof. Fábio Dutra- Aula 04

AULA 04: Leg. Tributária, Obrig. Tributária, Resp.


Tributária, Crédito Tributário e Suspensão da
______Exigibilidade do Crédito Tributário

SUMÁRIO PÁGINA
Observações sobre a aula 01
Legislação Tributária 02
Interpretação e integração da legislação tributária 07
Obrigação tributária 08
Responsabilidade Tributária 16
Crédito Tributário e Lançamento 25
Suspensão da exigibilidade do crédito tributário 28
Lista das Questões Comentadas em Aula 32
Gabarito das Questões Comentadas em Aula 37

Observações sobre a Aula

Olá, meu amigo(a)! Tudo bem? Como vão os estudos? Este já é nosso
quinto encontro. Como passou rápido, não é mesmo?

Na aula de hoje, estudaremos muita jurisprudência! A aula será muito


proveitosa, pois são a s s u n t o s certos na sua prova. Não duvide disso!
Estudaremos desde a Legislação Tributária até o Crédito Tributário e outros
temas relativos a este.

Caro aluno, é sempre bom reforçar que nós estamos aqui para aprender
Direito Tributário de verdade! Sendo assim, se você encontrar questões
interessantes que versem sobre jurisprudência, não deixe de entrar em
contato comigo! Teremos o maior prazer em comentá-las na próxima aula!
Beleza?

E aí, pronto para começar mais uma aula?

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1 - LEGISLAÇÃO TRIBU TÁRIA

É importante ressaltar que boa parte da jurisprudência sobre legislação


tributária gira em torno do art. 98 do CTN, o qual elenca algumas matérias
capazes de serem estabelecidas apenas pela lei.

Como nós já vimos o que há de mais importante sobre o assunto, ao


tratar do princípio da legalidade, não vejo razões para fazermos nova análise
sobre o tema.

Portanto, partiremos para a análise dos tratados internacionais.


Inicialmente, é válido dizer que os tratados internacionais não podem
tratar de matéria reservada à lei com plem entar:

"(...) TRATADO INTERNACIONAL E RESERVA CONSTITUCIONAL DE LEI


COMPLEMENTAR. - O primado da Constituição, no sistema jurídico brasileiro,
é oponível ao princípio pacta sunt servanda, inexistindo, por isso mesmo, no
direito positivo nacional, o problema da concorrência entre tratados
internacionais e a Lei Fundamental da República, cuja suprema autoridade
normativa deverá sempre prevalecer sobre os atos de direito internacional
público. Os tratados internacionais celebrados pelo Brasil - ou aos quais o
Brasil venha a aderir - não podem, em conseqüência, versar matéria
posta sob reserva constitucional de lei com plem entar. É que, em tal
situação, a própria Carta Política subordina o tratam ento legislativo
de determ inado tema ao exclusivo dom ínio norm ativo da lei
com plem entar, que não pode ser substituída por qualquer outra espécie
normativa infraconstitucional, inclusive pelos atos internacionais já
incorporados ao direito positivo interno. (...)"

(STF, ADI 1.480-MC/DF, Plenário, Rel. Min. Celso de Mello, Julgamento em


04/09/1997)

Dito isso, acompanhe o que diz o art. 98 do CTN:

Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou


modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela
que lhes sobrevenha.

Na visão da doutrina, o trecho da norma que diz que os tratados


"revogam ou modificam a legislação tributária interna" deve ser interpretado
da seguinte forma (grifamos):

”... não se trata, a rigor, de revogação da legislação interna, mas de


suspensão da eficácia da norma tributária nacional, que readquirirá
a sua aptidão para produzir efeitos se e quando o tratado for
denunciado." (TORRES, Ricardo Lobo. Curso de Direito Financeiro e
Tributário. 16a Ed. Renovar, 2009, p.49)

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Não podemos deixar de citar também as lições de Luciano Amaro
(grifamos):

"O conflito entre a lei interna e o tratado resolve-se, pois, a favor


da norma especial (do tratado), que excepciona a norma geral (da lei
interna), tornando-se indiferente que a norma interna seja anterior
ou posterior ao tratado. Este prepondera em ambos os casos
(abstraída a discussão sobre se ele é ou não superior à lei interna)
porque traduz preceito especial, harmonizável com a norma geral."
(AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 14a Ed. Saraiva, 2008,
p.181)

Na contramão da redação dada pelo CTN, o STF já se posicionou no


sentido da paridade normativa entre os tratados internacionais e as leis
o rd in á ria s:

”(...) PARIDADE NORMATIVA ENTRE ATOS INTERNACIONAIS E NORMAS


INFRACONSTITUCIONAIS DE DIREITO INTERNO. - Os tratados ou
convenções internacionais, uma vez regularmente incorporados ao direito
interno, situam -se, no sistem a jurídico brasileiro, nos mesmos planos
de validade, de eficácia e de autoridade em que se posicionam as leis
ordinárias, havendo, em conseqüência, entre estas e os atos de direito
internacional público, mera relação de paridade norm ativa. (...)”

(STF, ADI 1.480-MC/DF, Plenário, Rel. Min. Celso de Mello, Julgamento em


04/09/1997)

Observação: Existe a possibilidade de esse entendim ento mudar,


quando do julgam ento do RE 460.320. O Min. Gilmar Mendes já
demonstrou o entendimento a respeito da prevalência dos tratados
internacionais, em seu voto. Por hora, o que devemos levar para a prova é a
paridade, salvo, em último caso, se a banca fizer menção a esse voto do
ministro relator.

Segundo o STF, se há paridade normativa entre tratado


internacional e as leis ordinárias, estas podem alterar
aqueles.

Questão 01 - ES A F/PFN /2007

Segundo o Código Tributário Nacional (CTN), os tratados internacionais


precisam ser observados pelo legislador, que, assim, não poderá alterá-los por
normas com eles incompatíveis?

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Comentário: O candidato que tem conhecimento de jurisprudência, deve
saber quando utilizá-la, sob pena de errar questões que outros candidatos,
menos preparados, não errariam. Se a questão disser "Segundo o CTN",
resposta segundo o CTN. Então, a assertiva está correta, de acordo com o
art. 98 do Código Tributário Nacional.

Destaque-se que o STJ já fez distinção quanto às formas modalidades de


tratado internacional: tratados-contratos e tratados-leis. No entanto, há
divergência quanto a qual deles se refere o art. 98 do CTN, tendo a Primeira
Turma decidido de uma forma, e a Segunda, de outra. Julgo ser temerária a
cobrança do tema em provas.

A única questão sobre o tema foi cobrada na prova da PFN em 2007. Não
foi possível conhecer os gabaritos definitivos, pois a prova foi completamente
anulada (se você souber de outra questão sobre o tema, envie pra mim no
fórum de dúvidas, ok?).

No entanto, partindo-se do pressuposto de que o gabarito provisório


demonstra o posicionamento da banca sobre o tema, vamos transcrevê-la:

Questão 02 - ES A F/PFN /2007

O STJ, em matéria de direito internacional tributário, tem entendido que os


tratados-leis, diferentemente dos tratados-contratos, não podem ser alterados
pela legislação interna.

Comentário: A questão foi elaborada com base no REsp 426.945/PR, segundo


o qual não se permite que os tratados-leis sejam alterados pela legislação
interna. Questão correta, com as ressaltas que fizemos acima.

Súmula STF 575 - À mercadoria importada de país signatário do (GATT), ou


membro da (ALALC), estende-se a isenção do imposto de circulação de
mercadorias concedida a similar nacional.

Muito embora o art. 111, II, do CTN, afirme que a outorga de isenção
deve ser interpretada literalmente, o GATT prevê o princípio do tratamento
nacional, que foi explicado pelo ilustre professor Ricardo Vale nos seguintes
termos:

"Em linhas gerais, o princípio do tratamento nacional (também


chamado de princípio da paridade) proíbe os membros da OMC de
conceder tratamento mais favorável aos produtos domésticos do que aos
produtos de outros membros da OMC, uma vez que estes últimos
tenham adentrado o território aduaneiro." (Curso de Comércio
Internacional, Prof. Ricardo Vale)

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Conforme a súmula acima citad a, percebemos que este é o
posicionamento da Suprema Corte (e do STJ também) no sentido da extensão
do benefício fiscal.

Destaque-se que o art. 152 da C F/88 também preceitua que é


vedado os entes federados estabelecer diferença tributária entre bens
e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou
destino.

Questão 03 - ESAF/AFR F/2005

A lei instituidora da isenção de mercadorias, mesmo que nada diga a respeito,


é extensiva às mercadorias estrangeiras, quando haja previsão da lei mais
favorecida, porque para não ofender o disposto no art. 98 do CTN ela tem de
ser interpretada como aplicável a todos os casos que não os ressalvados, em
virtude de extensão de isenção pelos tratados internacionais.

Comentário: A questão estaria errada, caso se referisse à extensão de


isenções de forma genérica, tendo em vista a restrição do art. 111, II, do CTN.
Contudo, como se trata de tratados internacionais, há a referida extensão, e a
questão está correta.

Meu aluno, minha aluna, por favor, não se esqueça do


que vim os na Aula 1 : o Presidente da República, ao
firmar tratados internacionais, age em nome da
República Federativa do B ra sil, podendo, inclusive,
conceder isenções a tributos estaduais e municipais, sem
que se caracterize isenções heterônomas.

Antes de encerrar este tópico, vejamos mais uma jurisprudência acerca


de legislação tributária:

3. O art. 3° da LC 118/2005, a pratexto de interpretar os arts. 150, §


1°, 160, I, do CTN, conferiu-lhes, na verdade, um sentido e um
alcance diferente daquele dado pelo Judiciário. Ainda que defensável a
"interpretação" dada, não há como negar que a Lei inovou no plano
normativo, pois retirou das disposições interpretadas um dos seus
sentidos possíveis, justam ente aquele tido como correto pelo STJ,
intérprete e guardião da legislação federal. Portanto, o art. 3° da LC
118/2005 só pode ter eficácia prospectiva, incidindo apenas sobre situações
que venham a ocorrer a partir da sua vigência.
4. Assim, tratando-se de preceito normativo modificativo, e não simplesmente
interpretativo, o art. 3° da LC 118/2005 só pode ter eficácia prospectiva,
incidindo apenas sobre situações que venham a ocorrer a partir da
sua vigência.
5. O artigo 4°, segunda parte, da LC 118/2005, que determina a aplicação

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retroativa do seu art. 3°, para alcançar inclusive fatos passados, ofende o
princípio constitucional da autonomia e independência dos poderes
(CF, art. 2°) e o da garantia do direito adquirido, do ato jurídico
perfeito e da coisa julgada (CF, art. 5°, XXXVI).

(STJ, AgRg no REsp 672.032/DF, Primeira Turma, Rel. Min. Teori Albino
Zavascki, Julgamento em 07/04/2005)

O art. 168, I, do CTN, prevê que o prazo para pleitear restituição de


pagamento indevido é de 5 anos a contar da data da extinção do crédito
tributário.

O STJ entendia que a extinção, para lançamentos por homologação,


ocorria apenas com a homologação do lançamento, que normalmente ocorre
tacitamente 5 anos após o lançamento (art. 150, § 4°). Na prática, o sujeito
passivo acabava tendo 10 anos (5+5).

Contudo, a LC 118/05, em seu art. 3°, alterou tal interpretação,


estabelecendo que o prazo inicia-se da data do pagamento antecipado. A
decisão ora analisada demonstra que o entendimento do STJ é o de que a lei
não apenas interpretou, mas inovou na ordem jurídica, não podendo ser
aplicada retroativamente, nos termos do art. 106, I, do CTN. Entendido?

Vamos resolver uma questão difícil sobre o assunto:

Questão 04 - ES A F/PFN /2006

A Lei Complementar n. 118, de 9 de fevereiro de 2005, dispõe:

"Art. 3o - Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei n.


5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a
extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a
lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de
que trata o § 1o do art. 150 da referida Lei.
Art. 4o - Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após a sua
publicação, observado, quanto ao art. 3o o disposto no art. 106, inciso I,
da Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional."

Julgue os itens abaixo segundo o entendimento atualmente dominante no


Superior Tribunal de Justiça - STJ e marque, a seguir, a opção que apresenta a
resposta correta.
I. O art. 3o é preceito normativo e não meramente interpretativo.
II. Os dispositivos são inconstitucionais, pois, ao veicular preceito
interpretativo, fazem-no contra expressa jurisprudência da Corte, violando
assim o princípio da separação dos poderes, já que impõem ao juiz uma
interpretação da lei, função que é privativa deste e vedada ao legislador.

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III. Os processos em curso ao tempo da entrada em vigor da lei devem ser
julgados considerando o disposto no art. 3o.
a) Apenas o item II está errado.
b) Apenas o item I está correto.
c) Apenas os itens I e II estão corretos.
d) Apenas o item II está correto.
e) Apenas o item III está correto.

Comentário: Pela relevância e complexidade da questão, vamos comentá-la,


item por item:

Item I: Embora o dispositivo seja expressamente interpretativo, o


entendimento do STJ é que houve inovação no plano normativo. Item correto.

Item II: Na verdade, o STJ declarou inconstitucional apenas o art. 4°, pois foi
este que concedeu aplicação retroativa ao art. 3°. Item errado.

Item III: De acordo com o STJ, o art. 3° da LC 118/2005 só pode ter eficácia
prospectiva, incidindo apenas sobre situações que venham a ocorrer a partir da
sua vigência. Item errado.

Portanto, apenas o item I está correto, e o gabarito da questão é Letra B.

2 - INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBU TÁRIA

É importante ter conhecimento da diferença entre o instituto da analogia


e a interpretação extensiva:

"TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ISS. LISTA DE SERVIÇOS.


TAXATIVIDADE. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA. POSSIBILIDADE. (...) Não se
pode confundir analogia com interpretação analógica ou extensiva. A
analogia é técnica de integração, vale dizer, recurso de que se vale o
operador do direito diante de uma lacuna no ordenam ento jurídico.
Já a interpretação, seja ela extensiva ou analógica, objetiva
desvendar o sentido e o alcance da norma, para então definir-lhe,
com certeza, a sua extensão. A norma existe, sendo o método
interpretativo necessário, apenas, para precisar-lhe os contornos.

(STJ, REsp 121.428/RJ, Segunda Turma, Rel. Min. Castro Meira, Julgamento
em 01/06/2004)

No que se refere ao art. 111, que dispõe acerca da interpretação literal


das normas tributárias, o STJ já decidiu o seguinte:

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"(...)É firme o entendimento do STJ, no sentido de que a busca do real


significado, sentido e alcance de benefício fiscal não caracteriza
ofensa ao art. 111 do CTN ."

(STJ, REsp 1.125.064/DF, Segunda Turma, Min. Rel. Eliana Calmon,


Julgamento em 06/04/2010)

Ademais, no tocante à interpretação mais favorável ao acusado, em


relação às penalidades e infrações, o STJ é firm e no sentido de que, não
havendo dúvidas, não há que se falar em interpretação mais fa vorável:

"(...) No caso, cuida-se de concordata preventiva, inexistindo razão para que


o devedor inadimplente seja privilegiado com a dispensa da multa. O art.
112 do CTN, que recomenda a interpretação mais favorável, somente
tem pertinência quando haja dúvida na exegese da norma punitiva, o
que inexiste na espécie, em face do texto claro do citado dispositivo da Lei
de Quebras."

(STJ, REsp 183.720/SP, Segunda Turma, Min. Rel. Aldir Passarinho Júnior,
Julgamento em 15/06/1999)

Questão 05 - IN ÉD ITA/2014

Consoante o disposto no CTN, a lei tributária que define infrações ou lhe


comina penalidades interpreta-se, sempre que possível, da maneira mais
favorável ao acusado.

Comentário: Conforme o art. 112 do CTN, e a jurisprudência do STJ, somente


se há de fazer interpretação benigna em favor do acusado, quando restar
alguma dúvida (e não sempre que possível) sobre a interpretação da
legislação a ele aplicável. Questão errada.

3 - OBRIGAÇÃO TRIBU TÁRIA

É sabido que a obrigação tributária é principal ou acessória. Defendendo


a autonomia das obrigações acessórias, o STJ já decidiu que é permitido que
se exija do contribuinte as notas fiscais de bens deslocados entre
estabelecimentos da mesma empresa, em operação interestadual:

Afirm ou-se que os deveres instrum entais, previstos na legislação


tributária, ostentam caráter autônomo em relação à regra matriz de
incidência do trib u to , uma vez que vinculam, inclusive, as pessoas físicas
ou jurídicas que gozem de imunidade ou outro benefício fiscal, ex vi dos arts.

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175 e 194, parág. único do CTN; assim, ainda que, em tese, o deslocamento
de bens do ativo imobilizado e de material de uso e consumo entre
estabelecimentos de uma mesma instituição financeira não configure
hipótese de incidência do ICMS, compete ao Fisco Estadual averiguar a
veracidade da aludida operação, sobressaindo a razoabilidade e
proporcionalidade da norma jurídica que tão som ente exige que os
bens da pessoa jurídica sejam acom panhados das respectivas notas
fiscais.

(STJ, EDcl nos EDcl no REsp 1116792/PB, Primeira Seção, Rel. Min. Napoleão
Nunes Maia Filho, Julgamento em 22/08/2012)

Questão 06 - ESAF/AFRFB/2009

A existência de uma obrigação tributária acessória pressupõe a existência de


uma obrigação tributária principal.

Com entário: Como vimos, a obrigação tributária acessória independe da


existência da obrigação principal. Sendo assim, por exemplo, até mesmo as
entidades imunes estão sujeitas ao cumprimento de certas obrigações
acessórias, conforme art. 14, caput, e incisos. Questão errada.

Um tema muito conturbado na doutrina é a questão da exigência de lei


em sentido estrito para instituição de obrigações acessórias. O CTN - em seu
art. 113, § 2° - afirma que tais obrigações decorrem da legislação tributária,
expressão explicada no texto do próprio CTN (art. 96) como leis, tratados
internacionais, decretos e normas complementares. Nesse sentido:

"(...)É cediço que, nos termos do art. 113, § 2°, do CTN, em torno das
relações jurídico-tributárias relacionadas ao tributo em si, exsurgem outras,
de conteúdo extra-patrimonial, consubstanciadas em um dever de fazer,
não-fazer ou tolerar. São os denom inados deveres instrum entais ou
obrigações acessórias, inerentes à regulam entação das questões
operacionais relativas à tributação, razão pela qual sua regulação foi
legada à "legislação tributária" em sentido lato, podendo ser
disciplinados por meio de decretos e de normas com plem entares,
sempre vinculados à lei da qual dependem ."

(STJ, REsp 724.779/RJ, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, Julgamento em
12/09/2006)

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Vejamos como o assunto foi cobrado pela ESAF em 2009:

Questão 07 - ESAF/AFRFB/2009

A instituição de obrigação acessória, com a finalidade de dar cumprimento à


obrigação principal, deve atenção ao princípio da estrita legalidade.

Comentário: De fato, as obrigações acessórias criam deveres instrumentais,


com a finalidade de dar cumprimento à obrigação principal. Segundo a ESAF, a
instituição de obrigações acessórias não está sujeita à estrita legalidade.
Questão errada.

O art. 113, § 3°, do CTN, assevera que as obrigações


acessórias, quando descumpridas geram uma penalidade
pecuniária. Fique atento, pois essa penalidade está
subm etida ao princípio da legalidade (art. 97, V, do
próprio CTN).

O STJ entende que, para verificar se há ou não a ocorrência do fato


gerador do imposto de renda, o que importa é a realidade econôm ica, e
não a sim ples form a jurídica. Nesse sentido:

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. ABONO CONCEDIDO EM ACORDO


COLETIVO. CARÁTER SUBSTITUTIVO DE REAJUSTE SALARIAL. NATUREZA
SALARIAL. INCIDÊNCIA. INDENIZAÇÃO DE AUXILIO-ALIMENTAÇÃO.
CARACTERIZAÇÃO SUPRESSÃO DE DIREITO TRABALHISTA. CARÁTER
/ A

INDENIZATÓRIO. NÃO-INCIDÊNCIA.
4. Interpretação econôm ica que se impõe, uma vez que a realidade
econôm ica há de prevalecer sobre a sim ples form a jurídica. 5. As
verbas indenizatórias não estão sujeitas à incidência do Imposto de Renda.

(STJ, REsp 696.745/CE, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, Julgamento em
07/06/2005)

Questão 08 - ES A F/PFN /2007

A interpretação econômica se impõe, uma vez que a realidade econômica há


de prevalecer sobre a simples forma jurídica.

Comentário: A foi copiada do REsp 696.745, dispensando os comentários já


realizados sobre o referido julgado. Questão correta.

A respeito do fato gerador, o art. 118 preconiza que sua definição legal é
interpretada abstraindo-se da validade jurídica dos atos praticados bem como
da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. Nessa linha, o STJ já decidiu:

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TRIBUTÁRIO - ICMS - SERVIÇO DE TELEFONIA MÓVEL - INADIMPLÊNCIA


DOS USUÁRIOS - FURTO DE SINAL (CLONAGEM) - INCIDÊNCIA DO
TRIBUTO.
1. O fato gerador do ICMS na telefonia é a disponibilização da linha
em favor do usuário que contrata, onerosamente, os serviços de
comunicação da operadora. A inadim plência e o furto por "clonagem "
fazem parte dos riscos da atividade econôm ica, que não podem ser
transferidos ao Estado.
2. Nos term os do art. 118 do Código Tributário Nacional, o
descum prim ento da operação de compra e venda m ercantil não tem o
condão de m alferir a ocorrência do fato gerador do ICMS.

(STJ, REsp 1.189.924/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins,


Julgamento em 25/05/2010)

Questão 09 - IN ÉD ITA/2014

No que se refere aos serviços de telefonia móvel, o STJ já decidiu que a


inadimplência e o furto por clonagem descaracterizam a incidência do ICMS.

Comentário: O que o STJ decidiu é que o fato gerador do ICMS na telefonia é


a disponibilização da linha em favor do usuário que contrata, não importando
se houve furto por clonagem ou inadimplência. De qualquer modo, ocorre o
fato gerador do ICMS. Questão errada.

Na mesma direção:

TRIBUTÁRIO. PIS/PASEP E COFINS. BASE DE CÁLCULO. FATURAMENTO.


ARTIGO 3°, § 2°, I, DA LEI 9.718/98. HIGIDEZ CONSTITUCIONAL
RECONHECIDA PELO STF EM SEDE DE CONTROLE DIFUSO. EXCLUSÃO DO
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. "VENDAS INAD IM PLID AS". ALEGADA
EQUIPARAÇÃO COM "VENDAS CANCELADAS". ANALOGIA/EQÜIDADE.
INAPLICABILIDADE. ARTIGOS 1 l l E 118, DO CTN. OBSERVÂNCIA.
(...) Entrementes, o inadim plem ento do consum idor não equivale ao
cancelam ento da compra e venda, no qual ocorre o desfazim ento do
negócio jurídico, denotando a ausência de receita e, conseqüente,
intributabilidade da operação.

(STJ, REsp 1.029.434/CE, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, Julgamento em
20/05/2008)

Questão 10 - ESAF/ACE-M DIC/2012

As vendas inadimplidas equivalem às vendas canceladas para fins de incidência


tributária, eis que no sistema tributário nacional, embora tenha consagrado o

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regime de competência como a regra geral de apuração dos resultados, o
inadimplemento constitui hipótese de cancelamento de venda, e não tendo
ingressado a receita de venda, não há que se falar em tributação.

Comentário: No entendimento do STJ, as vendas inadimplidas não podem ser


consideradas como cancelamento, tendo em vista que naquele caso não ocorre
o desfazimento do negócio jurídico como neste. Questão errada.

Conforme você já deve ter estudado, de acordo com o art. 123 do CTN,
"as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de
tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição
legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes."

Nesse contexto, a alienação fiduciária não afasta a pena de perdimento


de veículo, quando houver previsão legal para aplicação de tal pena:

CONVENÇÃO PARTICULAR NÃO OPONÍVEL À FAZENDA PÚBLICA. APLICAÇÃO


DO ART. 123, DO CTN. PRINCÍPIOS DA ETICIDADE E DA FUNÇÃO SOCIAL
DO CONTRATO. ARTS. 421 E 2035, DO CC/2002. JURISPRUDÊNCIA DO
EXTINTO TRIBUNAL FEDERAL DE RECURSOS. COMPATIBILIDADE COM A
SÚMULA N. 138/TFR.
É admitida a aplicação da pena de perdim ento de veículo objeto de
alienação fiduciária.

(STJ, REsp 1.387.990/PR, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell


Marques, Julgamento em 17/09/2013)

Questão 11 - IN ÉD ITA/2014

Não se admite a aplicação da pena de perdimento de veículo objeto de


alienação fiduciária.

Comentário: De acordo com o REsp 1.387.990/PR, admite-se a aplicação da


pena de perdimento de veículo objeto de alienação fiduciária. O embasamento
legal para tal decisão foi o previsto no art. 123 do CTN. Questão errada.

Na mesma linha da irrelevância do adimplemento ou não das vendas


efetuadas, é de se destacar também o entendimento do STF sobre o aspecto
temporal da hipótese de incidência (a partir de que momento considera-se
ocorrido o fato gerador) da COFINS e PIS:

"Quanto ao aspecto tem poral da hipótese de incidência da COFINS e


da contribuição para o PIS , portanto, temos que o fato gerador da
obrigação ocorre com o aperfeiçoam ento do contrato de compra e
venda (entrega do produto), e não com o recebimento do preço

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acordado."

(STF, RE 586.482-RS, Rel. Min. Dias Toffoli, 23/11/2011)

Sobre a solidariedade prevista no art. 124, I, do CTN, é de ressaltar que


o STJ já decidiu que para configurar o interesse comum na situação que
constitua o fato gerador do tributo, é necessário haver, no caso de
prestação de serviços, prestação conjunta por parte das empresas
envolvidas.

O simples fato de as empresas pertencerem ao mesmo conglomerado


financeiro não caracteriza por si só o interesse comum capaz de gerar
solidariedade tributária:

"PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL.


TRIBUTÁRIO. ISS. EXECUÇÃO FISCAL. PESSOAS JURÍDICAS QUE
PERTENCEM AO MESMO GRUPO ECONÔMICO. CIRCUNSTÂNCIA QUE, POR SI
SÓ, NÃO ENSEJA SOLIDARIEDADE PASSIVA.
1. O entendimento prevalente no âmbito das Turmas que integram a
Primeira Seção desta Corte é no sentido de que o fato de haver pessoas
jurídicas que pertençam ao mesmo grupo econôm ico, por si só, não
enseja a responsabilidade so lid ária, na forma prevista no art. 124 do
CTN. Ressalte-se que a solidariedade não se presume (art. 265 do
CC/2002), sobretudo em sede de direito trib u tá rio .(...)"

(STJ, REsp 834.044/RS, Primeira Seção, Rel. Min. Mauro Campbell Marques,
Julgamento em 08/09/2010)

Um tema muito controvertido é a possibilidade de o sujeito ativo da


obrigação tributária ser pessoa jurídica de direito privado. O STJ já sumulou o
seguinte:

Súmula STJ 396 - A Confederação Nacional da Agricultura tem legitimidade


ativa para a cobrança da contribuição sindical rural.

Ademais, essa Corte também proferiu decisão que o SENAI pode figurar
como sujeito ativo das obrigações tributárias a ele destinadas (REsp
735.278/PR). No entanto, lembre-se que a regra é o que está no art. 119 do
CTN, ou seja, somente pode figurar como sujeito ativo da obrigação
tributária pessoa jurídica de direito público.

Mesmo havendo esse posicionamento do STJ, recomendo


que você siga o texto do art. 119 do CTN, somente
considerando correto se houver cópia literal da
mencionada súmula ou do caso referente ao SENAI.

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Questão 12 - ESAF/AFRFB/2009

No pólo ativo da relação jurídico-tributária, necessariamente deve figurar


pessoa jurídica de direito público.

Comentário: Conforme aprendemos, adotamos o CTN como regra. Somente


consideraremos a Súmula 396, quando a banca mencioná-la literalmente!
Questão correta.

Questão 13 - IN ÉD ITA/2014

De acordo com entendimento sumulado pelo STJ, a Confederação Nacional da


Agricultura tem legitimidade ativa para a cobrança da contribuição sindical
rural.

Comentário: Nessa questão, como foi mencionada a súmula do STJ, devemos


considerar o que diz a sua redação, ou seja, a CNA possui legitimidade ativa
para tal cobrança. Questão correta.

No que se refere ao domicílio tributário do sujeito passivo, destaque-se


que o STJ tem entendido que caracteriza cerceamento de defesa do sujeito
passivo notificação fiscal enviada para endereço diferente do domicílio
tributário, quando este é do conhecimento do fisco:

TRIBUTARIO. DOMICILIO TRIBUTARIO. FIRMA INDIVIDUAL. C.T.N., ART.127,


II. APLICAÇÃO.
I - O acórdão recorrido, ao adm itir como válida notificação fiscal
enviada para local diverso do dom icílio tributário do contribuinte,
que era do conhecim ento do fisco, ofendeu o art. 127, II, do C.T.N. II
- Recurso Especial conhecido e provido.

(STJ, 33.837/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro,


Julgamento em 04/03/1996)

Ademais, destaque-se que, para o STJ, a remessa de carnê para o


endereço do contribuinte configura notificação de lançamento nos termos da
Súmula 397:

Súmula STJ 397 - O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo


envio do carnê ao seu endereço.

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Questão 14 - CESPE/JU IZ-TJ-M A/2013

Segundo entendimento do STJ, o simples envio de carnê ao endereço do


contribuinte não caracteriza notificação do lançamento tributário.

Comentário: Conforme a Súmula 397 do STJ, basta que haja o envio do carnê
ao endereço do contribuinte para que seja caracterizada a notificação de
lançamento tributário. Questão errada.

Ainda sobre o domicílio tributário, não há base legal para impedir o


contribuinte de indicar sua residência como domicílio tributário, pois, de acordo
com o STJ:

DOMICILIO TRIBUTARIO - MESMO DA RESIDENCIA.


Não procede o argumento de que sendo inviolável o domicílio da pessoa
física, dificultaria atuação dos agentes fiscais, caso tenha o domicílio
tributário a mesma sede, porque tal proteção deixaria de existir. É
injustificável e sem base legal im pedir o contribuinte de indicar sua
residência para dom icílio tributário. Recurso improvido.

(STJ, REsp 28.237/SP, Primeira Turma, Rel. Min Garcia Vieira, Julgameno em
16/11/1992)

Questão 15 - IN ÉD ITA/2014

De acordo com entendimento do STJ, os agentes fiscais podem impedir o


contribuinte de indicar sua residência como seu domicílio tributário.

Comentário: Não é possível tal impedimento. Não se mostra razoável obstar o


contribuinte de indicar sua residência para domicílio tributário. Questão errada.

Digno de nota é o fato de o STJ aceitar a pluralidade de domicílios


tributários para pessoas jurídicas ou rnrmas individuais:

TRIBUTARIO. ISS. MUNICIPIO COMPETENTE PARA EXIGIR O TRIBUTO.


CTN,ART. 127, II. DECRETO-LEI 406/68 (ART. 12, 'A').

É juridicam ente possível as pessoas jurídicas ou firm as individuais


possuírem mais de um dom icílio tributário.

(STJ, Primeira Turma, REsp 23.371/SP, Rel. Min. Milton Luiz Pereira,
Julgamento em 31/08/1994)

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Por último, destaque-se o princípio da autonomia de cada
estabelecimento por meio da jurisprudência do STJ:

TRIBUTÁRIO. CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITO DE NEGATIVA. FILIAL.


PENDÊNCIA DA MATRIZ. POSSIBILIDADE.
1. O Tribunal a quo concluiu pela "im possibilidade de a Unidade
localizada em Goiânia ser penalizada pela existência de débito
constituído em nome da matriz ou outras filia is , haja vista que cada
Unidade tem seu registro no CNPJ, de modo que não há que se falar em
negativa de expedição de certidão de regularidade fiscal" (e-STJ fl.445).
2. O art. 127, I, do Código Tributário Nacional consagra o princípio da
autonomia de cada estabelecim ento da empresa que tenha o
respectivo C N PJ, o que justifica o direito à certidão positiva com
efeito de negativa em nome de filial de grupo econôm ico, ainda que
fiquem pendências tributárias da matriz ou de outras filiais.

(STJ, AgRg no AREsp 192.658/AM, Segunda Turma, Rel. Min Castro Meira,
Julgamento em 23/10/2012)

Questão 16 - IN ÉD ITA/2014

O Código Tributário Nacional (Lei 5.172/1966), ao tratar do domicílio


tributário, consagrou o princípio da autonomia de cada estabelecimento.

Comentário: O STJ entende que o art. 127, II (não é o primeiro, como diz a
ementa), do Código Tributário Nacional consagra o princípio da autonomia de
cada estabelecimento da empresa que tenha o respectivo CNPJ. Questão
correta.

4 - RESPONSABILIDADE TRIBU TÁRIA

No tocante à responsabilidade por sucessão, especificamente em relação


à alienação de bens imóveis em hasta pública, o STJ entende que, caso o valor
do débito supere o valor da arrematação, não há ônus para o arrematante:

PROCESSO CIVIL. ARREMATAÇÃO. FALÊNCIA. TRIBUTO PREDIAL INCIDENTE


SOBRE O IMÓVEL ARREMATADO. MATÉRIA CONCERNENTE AO PROCESSO
FALIMENTAR. NEGATIVA DE VIGÊNCIA AO ART. 130 PARÁGRAFO ÚNICO,
CTN. PRECEDENTES DOUTRINA. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
I - Na hipótese de arrem atação em hasta pública, dispõe o parágrafo
único do art.130 do Código Tributário Nacional que a sub-rogação do
crédito trib u tário, decorrente de impostos cujo fato gerador seja a
propriedade do imóvel, ocorre sobre o respectivo preço, que por eles
responde. Esses créditos, até então assegurados pelo bem, passam a ser

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garantidos pelo referido preço da arrematação, recebendo o adquirente o


imóvel desonerado dos ônus tributários devidos até a data da
realização da hasta.
II - Se o preço alcançado na arrem atação em hasta pública não for
suficiente para cobrir o débito tributário, não fica o arrem atante
responsável pelo eventual saldo devedor. A arrematação tem o efeito de
extinguir os ônus que incidem sobre o bem imóvel arrematado, passando
este ao arrematante livre e desembaraçado dos encargos tributários.

(STJ, REsp 166.975/SP, Quarta Turma, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo


Teixeira, Julgamento em 24/08/1999)

Há precedente do STJ (REsp 1.059.102/RS) no sentido da


responsabilização do antigo proprietário caso o valor da arrem atação
não seja suficiente para quitar os débitos existentes.

Só use o entendimento da responsabilização do antigo


proprietário se a banca mencionar a linha que o STJ tem
^ ^ a te n ç ã o seguido. Caso contrário, literalidade do art. 130,
parágrafo único!

Questão 17 - CESPE/D PU/2010

Considere que pessoa jurídica tenha adquirido imóvel não residencial em hasta
pública. Nesse caso, em consonância com a jurisprudência do STJ, a
arrematação tem o efeito de expurgar qualquer ônus obrigacional sobre o
imóvel para a pessoa jurídica arrematante, devendo a transferência ocorrer
livre de qualquer encargo ou responsabilidade tributária.

Comentário: Questão bem tranqüila, não é mesmo? O arrematante, via de


regra, adquire o bem livre de qualquer encargo ou responsabilidade tributária.
Questão correta.

Destacamos, ainda, a possibilidade de o edital de hasta pública


prever que os débitos ficarão a cargo do arrem atante, hipótese em que
este assumirá o ônus tributário, conforme vemos a seguir:

RECURSO ESPECIAL - EXECUÇÃO - PRAÇA - ARREMATAÇÃO - DÉBITOS


FISCAIS E CONDOMINIAIS - RESPONSABILIDADE DO ARREMATANTE,
DESDE QUE H A JA PREVISÃO EXPRESSA NO EDITAL - PRECEDENTES DO
STJ - HIPÓTESE OCORRENTE, NA ESPÉCIE - DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL
NÃO DEMONSTRADO - RECURSO IMPROVIDO.
I - Em regra, o preço apurado na arrematação serve ao pagamento do IPTU
e de taxas pela prestação de serviços incidentes sobre o imóvel (art. 130 e

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130, parágrafo único, do CTN);


II - Contudo, havendo expressa menção no edital acerca da
existência de débitos condom iniais e tributários incidentes sobre o
imóvel arrem atado, a responsabilidade pelo seu adim plem ento
transfere-se para o arrem atante;

(STJ, REsp 1.114.111/RJ, Terceita Turma, Rel. Min Massami Uyeda,


Julgamento em 20/10/2009)

Em regra, o pagamento de tributos é feito com o valor


fruto da arrematação (sub-rogação sobre o preço). No
entanto, pode o arrematante ter de arcar com os tributos
devidos, caso haja previsão expressa no edital de hasta
pública.

Sobre o mesmo assunto, o STJ também já decidiu o seguinte (neste, o


Tribunal se refere aos bens m óveis):

EXECUÇÃO. ARREMATAÇÃO. ADJUDICAÇÃO. CREDOR. ÔNUS RECAÍDOS


SOBRE O BEM. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. (CTN - ART. 130,
parágrafo único).
I - O credor que arremata veículo em relação ao qual pendia débito
de IPV A não responde pelo tributo em atraso . O crédito proveniente
do IPV A subroga-se no preço pago pelo arrematante. Alcance do Art.
130, parágrafo único, do CTN).

(STJ, REsp 905.208/SP, Terceira Turma, Rel. Min. Humberto Gomes de


Barros, Julgamento em 18/10/2007)

Novamente, vale a observação em relação à possibilidade de o edital


atribuir o ônus ao arrematante (REsp 808.101/DF).

Repare que o STJ concedeu interpretação extensiva


(aplicando-o também a bens móveis) ao par. único do
art. 130 do CTN. Contudo, só utilize essa decisão se a
banca expressamente solicitá-la. A regra é que tal
dispositivo legal é aplicável unicam ente aos bens
imóveis.

Sobre o que acabamos de alertar, veja como a ESAF cobrou o tema:

Questão 18 - ESAF/ISS-NATAL/2008

No caso de arrematação de bem móvel em hasta pública pelo credor, o


arrematante adquire o bem livre de quaisquer ônus, não se investindo na

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figura de responsável pelo pagamento de tributos cujos fatos geradores
tenham ocorrido até a data da aquisição.

Comentário: Conforme vimos, o entendimento mais seguro para levar para a


prova é que o parágrafo único do art. 130 do CTN é aplicável unicamente aos
bens imóveis. Contudo, fique sempre ligado ao que pode ser cobrado
pela banca. Questão errada.

A respeito da sucessão causa mortis, vale comentar que a


responsabilidade dos sucessores inclui não só o valor dos tributos devidos, mas
também o valor da multa moratória:

TRIBUTÁRIO. INTERPRETAÇÃO DO ARTIGO 2°, § 8°, DA LEI 6.830, DE 1980,


E DO ART. 131, III, DO CTN.
(...) 3. A multa moratória é imposição decorrente do não pagamento do
tributo na época do vencimento.
4. Na expressão créditos tributários estão incluídas as multas
moratórias.
5. O espólio, quando chamado como sucessor tributário, é
responsável pelo tributo declarado pelo "de cujus" e não pago no
vencimento, incluindo-se o valor da multa moratória. (...)"

(STJ, REsp 295.222/SP, Primeira Turma, Rel. Min. José Delgado, Julgamento
em 12/06/2001)

Questão 19 - IN ÉD ITA/2014

O espólio, quando chamado como sucessor tributário, é responsável pelo


tributo declarado pelo "de cujus" e não pago no vencimento, incluindo-se o
valor da multa moratória.

Comentário: Questão no estilo ESAF, ou seja, "copia e cola" dos julgados do


STJ e STF. Questão correta.

Por outro lado, o mesmo ministro, ao tratar de caso referente à


sucessão em presarial, incluir também as multas punitivas como
sujeitas à sucessão trib u tá ria :

"(...)A responsabilidade tributária do sucessor abrange, além dos tributos


devidos pelo sucedido, as multas m oratórias ou punitivas, que, por
representarem dívida de valor, acompanham o passivo do patrimônio
adquirido pelo sucessor, desde que seu fato gerador tenha ocorrido até a
data da sucessão. (...)"

(STJ, REsp 923.012, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, Julgamento em
09/06/2010)

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• Sucessão causa mortis: multa moratória;


^^•atenção • Sucessão empresarial: multa moratória e punitiva.

Há de se destacar a responsabilidade dos diretores e sócios-gerentes, em


relação a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de
poderes ou infração de lei:

TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL.


RESPONSABILIDADE DE SÓCIO-GERENTE. LIMITES. ART. 135, III, DO
CTN. PRECEDENTES.
1. Os bens do sócio de uma pessoa jurídica com ercial não respondem,
em caráter solidário, por dívidas fiscais assum idas pela sociedade. A
responsabilidade tributária imposta por sócio-gerente,
adm inistrador, diretor ou equivalente só se caracteriza quando há
dissolução irregular da sociedade ou se comprova infração à lei
praticada pelo dirigente.
2. Em qualquer espécie de sociedade comercial é o patrimônio social que
responde sempre e integralmente pelas dívidas sociais. Os diretores não são
responsáveis pessoalmente pelas obrigações contraídas em nome da
sociedade, mas respondem para com esta e para com terceiros
solidária e ilim itadam ente pelo excesso de mandato e pelos atos
praticados com violação do estatuto ou lei (art. 158, I e II, da Lei n°
6.404/76).
(...)
4. O sim ples inadim plem ento não caracteriza infração legal.
Inexistindo prova de que se tenha agido com excesso de poderes ou infração
de contrato social ou estatutos, não há falar-se em responsabilidade
tributária de ex-sócio a esse título ou a título de infração legal. Inexistência
de responsabilidade tributária do ex-sócio.
5. Precedentes desta Corte Superior.
6. O fato do sócio ter se retiradrn da sociedade em data anterior a da
ocorrência do fato gerador da obrigação tributária discutida constitui
suporte jurídico para excluí-lo de qualquer responsabilidade. (...)"

(STJ, AgRg no REsp 276.779/SP, Primeira Turma, Rel. Min José Delgado,
Julgamento em 20/02/2001)

Embora se trate de uma ementa bastante extensa, julgo transcrever tais


trecho, tendo em vista a possibilidade de a banca retirar uma questão inteira
apenas com base nos entendimentos acima expostos.

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Em suma, você deve guardar o seguinte:

^ Os bens de sócio unicamente quotista não respondem pelas obrigações da


empresa;
^ Só há responsabilização dos administradores quando se tratar de dissolução
irregular (encerramento irregular da sociedade) ou excesso de mandato ou
pelos atos praticados com violação do estatuto ou lei;
^ O simples inadimplemento não caracteriza infração legal.
^ Se o sócio se retira da sociedade antes do fato gerador da obrigação
tributária gerada pelos motivos citados, não é responsável por elas.

Pela relevância do assunto, vejamos duas súmulas do próprio STJ nesse


sentido:

Súmula STJ 430 - O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade


não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.

Súmula STJ 435 - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que


deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos
competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o
sócio-gerente.

Questão 20 - CESPE/JUIZ FEDERAL-53 REGIÃO/2013

O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade é suficiente, por si


só, para atrair a responsabilidade solidária do sócio-gerente.

Comentário: Conforme entendimento do STJ, o inadimplemento da obrigação


tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do
sócio-gerente. Questão errada.

Questão 21 - CESPE/JUIZ FEDERA L-5a REGIÃO/2013

O fato de a sociedade não ser localizada no endereço fornecido como domicílio


fiscal não gera presunção de que ela tenha sido irregularmente dissolvida.

Comentário: Na realidade, ocorre a presunção de que a empresa tenha sido


irregularmente dissolvida. Questão errada.

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No mesmo ano, tal jurisprudência foi novamente objeto de prova do
CESPE:

Questão 22 - CESPE/D PDF/2013

De acordo com o STJ, a não localização de determinada sociedade no domicílio


fiscal fornecido gera presunção iuris tantum de dissolução irregular, sendo
possível, nesse caso, o redirecionamento da execução fiscal ao sócio-gerente
da sociedade.

Comentário: Simples interpretação da Súmula 435 do STJ. Questão correta.

Ainda sobre esse assunto, devemos ter em mente a possibilidade de


redirecionamento da execução para o sócio-gerente:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO


FISCAL. REDIRECIONAMENTO. SÓCIO-GERENTE. ART. 135, III, DO CTN.
DISSOLUÇÃO IRREGULAR. POSSIBILIDADE.
1. Havendo indícios de que a empresa encerrou irregularm ente suas
atividades, é possível redirecionar a execução ao sócio, a quem cabe
provar o contrário em sede de em bargos à execução, e não pela
estreita via da exceção de pré-executividade.
2. Agravo regimental desprovido.

(STJ, AgRg no Ag 561.854/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Teori Albino


Zavascki, Julgamento em 06/04/2004)

Repare o detalhe: há inversão do ônus da prova, ou seja, cabe ao


sócio provar o contrário.

A responsabilidade alcança apenas os sócios-gerentes, ou


seja, aqueles que intervieram nas atividades da empresa.
^ ^ ^ te n c ã o O sócio c o tista, portanto, não pode ser
resposabilizado.

Questão 23 - ESAF/AFR F/2005

O sócio cotista pode ser responsabilizado com base na regra de solidariedade


do CTN, sem que tenha participado da gerência.

Comentário: A responsabilidade dos sócios surge quando estes forem, ao


mesmo tempo, gerentes da empresa. O sócio cotista, que não exerce qualquer
atribuição dentro da empresa, não pode responder com seus bens por dívidas
fiscais assumidas pela sociedade. Questão errada.

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Questão 24 - ESAF/AFR F/2005

Inadimplemento de obrigações tributárias caracteriza infração legal que


justifique redirecionamento da responsabilidade para o sócio-gerente da
empresa.

Comentário: De acordo com o nosso resumo, o simples inadimplemento nde


obrigações tributárias não caracteriza infração legal. A questão, portanto, está
errada.

Para encerrar o assunto Responsabilidade Tributária, vamos estudar a


jurisprudência pertinente à denúncia espontânea, instituto previsto no art. 138
do CTN.

De acordo com o STJ, para ficar caracterizada a denúncia espontânea, é


necessário que o sujeito passivo promova o pagamento do tributo, e não o
mero parcelam ento. Lembre-se de que o pagam ento deve ser
acom panhado da correção monetária.

TRIBUTÁRIO - DENÚNCIA ESPONTÂNEA - PARCELAMENTO DO DÉBITO -


ART. 138 DO CTN - MULTA MORATÓRIA DEVIDA - SÚMULA 208/TFR -
JURISPRUDÊNCIA REVISTA PELA PRIMEIRA SEÇÃO.
1. A Primeira Seção desta Corte, revendo jurisprudência em torno do
parcelam ento do débito, concluiu que este não equivale a pagamento
e, portanto, não se trata de hipótese de denúncia espontânea, capaz
de ensejar o afastam ento da multa moratória (REsp 284.189/SP).
2. Aplicação da Súmula 208 do extinto TFR.
3. Recurso especial provido.

(STJ, REsp 426.964/SC, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon,


Julgamento em 20/08/2002)

Questão 25 - IN ÉD ITA/2014

A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de o parcelamento poder ser


equiparado ao pagamento para fins de denúncia espontânea, prevista no art.
138 do CTN.

Comentário: O STJ se posicionou exatamente ao contrário, ou seja, o


parcelamento não equivale ao pagamento, não podendo ser caracterizado
como denúncia espontânea. Questão errada.

Sobre a denúncia espontânea, pode-se acrescentar ainda que é


instrumento capaz de afastar a punibilidade de infrações:

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TRIBUTÁRIO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA MORATÓRIA. EXCLUSÃO. LEI


8.212/91, ART. 35, I. COMPATIBILIDADE COM O ART. 138 DO CTN.
1. É desnecessário fazer distinção entre multa m oratória e multa
punitiva, visto que ambas são excluídas em caso de configuração da
denúncia espontânea. Precedentes.

(STJ, REsp 774.058/PR, Primeira Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki,
Julgamento em 01/10/2009)

Contudo, a denúncia espontânea não afasta as penalidades por


descumprimento de obrigações acessórias:

Mandado de Segurança. Tributário. Imposto de Renda. Atraso na Entrega da


Declaração. Multa Moratória. Lei 8.981/91 (art. 88) - CTN, artigo 138.
A responsabilidade acessória autônoma, portanto, desvinculada do
fato gerador do tributo, não está albergada pelas disposições do
artigo 138, CTN. A tardia entrega da declaração de Imposto de Renda
justifica a aplicação de multa (art. 88, Lei 8.981/91).

(STJ, REsp 322.505/PR, Primeira Turma, Rel. Min. Milton Luiz Pereira,
Julgamento em 21/06/2001)

A denúncia espontânea afasta multas moratórias e


punitivas, mas não aquelas surgidas por descumprimento
de obrigações acessórias.

Ressalte-se que a denúncia espontânea não se aplica aos lançamentos


por homologação, que já foram declarados (houve a declaração de um débito),
mas pagos a destempo.

Súmula STJ 360 - O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos


tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados,
mas pagos a destempo.

Ora, com a entrega da declaração (típica de lançamentos por


homologação), o STJ entende que há a constituição do crédito tributário,
dispensando qualquer providência do fisco. Se já houve a constituição e o
tributo não foi pago, não há que se falar em denúncia espontânea.

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Questão 26 - CESPE/JUIZ FEDERAL-53 REGIÃO/2013

O contribuinte que declara o tributo sujeito a lançamento por homologação e


deixa de efetuar o pagamento na data estabelecida não perde o direito de se
valer do benefício da denúncia espontânea.

Comentário: Nos termos da Súmula 360 do STJ, o benefício da denúncia


espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação
regularmente declarados, mas pagos a destempo. Questão errada.

5 - CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO

Inicialmente, cumpre-nos transcrever o entendimento básico do STJ


acerca da amplitude da expressão "crédito tributário":

(...) observa-se que crédito tributário não d iz respeito apenas a tributo


em sentido estrito, mas alcança, também, as penalidades que
incidam sobre e le .

(STJ, Primeira Seção, EREsp 760.290/PR, Rel. Min. Castro Meira, Julgamento
em 13/06/2007)

Na realidade, esse entendimento decorre da própria literalidade do CTN,


já que no art. 113, § 1°, o legislador afirma que a obrigação tributária tem por
objeto o pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária, e no art. 139 ficou
estabelecido que o crédito tributário decorre da obrigação principal.

Portanto, o crédito tributário não diz respeito apenas a tributo, mas


também às penalidades pecuniárias!

Nesse sentido, a ESAF abordou o tema da seguinte forma:

Questão 27 - ESAF/ATRFB/2012

Segundo entendimento do STJ, a expressão 'crédito tributário' não diz respeito


apenas a tributo em sentido estrito, mas alcança, também, as penalidades que
incidam sobre ele.

Comentário: Conforme acabamos de ver, para o STJ, o crédito tributário não


diz respeito apenas a tributo, mas também às penalidades pecuniárias.
Questão correta.

A respeito do lançamento por homologação, é de se destacar que o


entendimento do STJ é que a entrega de declaração (obrigação acessória

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criada para tributos sujeitos a esta modalidade de lançamento) pelo
contribuinte constitui o crédito tributário. Vejamos o que diz a Súmula 436:

Súmula STJ 436 - A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo


débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra
providência por parte do fisco.

Nesse rumo, o STJ também já decidiu:

No caso de tributos sujeitos à lançamento por homologação a declaração


do contribuinte elide a necessidade da constituição form al do créd ito,
podendo ser realizada a inscrição em dívida a tiva .

(STJ, REsp 1.195.286/SP, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon,


Julgamento em 17/09/2013)

Exemplo: A Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) é


uma declaração obrigatória para pessoas jurídicas em geral, referindo-se a
diversos impostos e contribuições federais. O objetivo é informar o fisco sobre
os tributos apurados pela empresa. A entrega dessa declaração constitui o
crédito tributário, dispensando as providências do fisco nesse sentido.

Questão 28 - IN ÉD ITA/2014

O STJ tem entendido que a entrega de declaração pelo contribuinte,


reconhecendo a dívida fiscal, constitui o crédito tributário, podendo o fisco
realizar a inscrição em dívida ativa.

Comentário: Esse é um tema muito bom de ser cobrado em prova. Você


precisa dominar o assunto! Portanto, a entrega da declaração constitui o
crédito tributário. Questão correta.

A respeito da alteração do lag çamento, é evidente o entendimento do


STJ no sentido de não ser possível revisar lançamento por erro de direito (art.
146, CTN):

TRIBUTÁRIO - IMPORTAÇÃO - REVISÃO DE LANÇAMENTO POR ERRO DE


DIREITO - SÚMULA 227/TFR.
1. Em havendo na declaração do contribuinte erro de direito não
detectado pelo Fisco, que a aceita integralm ente, a mudança de
entendim ento constitui-se em alteração de critério vedada pelo CTN.

2. Só a falsidade, o erro ou a om issão são capazes de provocar a


revisão do lançamento com a conseqüente autuação do contribuinte.

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(STJ, REsp 171.119/SP, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon,


Julgamento em 07/08/2001)

Não se esqueça de que o erro de fato, caso identificado, deve ser revisto
pela autoridade administrativa.

Questão 29 - IN ÉD ITA/2014

Só a falsidade, o erro ou a omissão são capazes de provocar a revisão do


lançamento com a conseqüente autuação do contribuinte, não podendo,
portanto, haver alteração motivada por erro de direito.

Comentário: Não pode haver revisão de lançamento por erro de direito. A


mudança de critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no
exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo
sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua
introdução (art. 146, CTN). Questão correta.

Erro de Fato: Inexatidão dos fatos que deram origem


à obrigação tributária;
Erro de Direito: Aplicação incorreta de uma norma.

Havendo, contudo, alguma das hipóteses previstas no art. 149 do CTN, a


autoridade administrativa tem o poder-dever de fazer a alteração, de ofício.

No caso de alterações de lançamentos efetuados com base em


declaração prestada pelo sujeito passivo, o STJ entende que não há
possibilidade de alteração após a notificação do lançam ento, respeitado,
é claro, o direito do contribuinte de pleitear judicialmente a alteração:

A m odificação da declaração do sujeito passivo pela Adm inistração


Fazendária fica obstada a partir da notificação do lançamento,
consoante o disposto pelo art. 147, § 1.°, do CTN. Isto porque, com o
lançamento encerra-se o procedimento administrativo, ficando a Fazenda,
por força do princípio geral da im utabilidade do lançam ento, impedida
de alterá-lo.
(...)
Assim, uma vez feita a notificação ao contribuinte, não poderá a
Adm inistração, de ofício, ou a requerim ento deste, alterar o
procedim ento já definitivam ente encerrado.
(...)
Deveras, mesmo findo referido procedimento, é assegurado ao sujeito
passivo da obrigação tributária o direito de pretender judicialm ente a

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anulação do crédito oriundo do lançamento eventualm ente fundado


em erro de fa to (...)"
(STJ, REsp 770.236/PB, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, Julgamento em
14/08/2007)

Antes de encerrar mais um tópico da aula, um alerta: não se esqueça do


que abordamos na Aula 3, acerca da cobrança de tributos com base em pauta
fiscal. Conforme dissemos, é possível haver o arbitram ento, mas não a
cobrança generalizada por meio do uso de pautas fiscais.

6 - SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

O sujeito passivo, quando discorde de algum crédito tributário contra ele


lançado, tem a seu dispor a via administrativa ou judicial. Caso opte pela via
judicial, há que se fazer o depósito do montante integral para suspender a
exigibilidade do crédito, já que apenas o ajuizamento da ação não é capaz, por
si só, de suspendê-la:

"(...) 3. Decorrência lógica da referida presunção é a e que o crédito


tributário só pode ter sua exigibilidade suspensa na ocorrência de
uma das hipóteses estabelecidas no art. 151 do mesmo diploma
legal.
4. Deveras, o ajuizam ento de ação anulatória de débito fiscal,
desacom panhada de depósito no montante integral, não tem o
condão de suspender o curso de execução fiscal já proposta (...)."

(STJ, REsp 758.270/RS, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, Julgamento em
08/05/2007)

Havendo o mencionado depósito, o STJ entende que ele deve ocorrer da


seguinte maneira:

Súmula STJ 112 - O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito


tributário se for integral e em dinheiro.

O oferecim ento de bens em caução não tem efeito


de depósito (STJ, AgRg no AREsp 354.521/GO).

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Questão 30 - IN ÉD ITA/2014

O oferecimento de bens em caução pode ser caracterizado como hipótese de


suspensão da exigibilidade do crédito tributário.

Comentário: Acabamos de aprender que o oferecimento de bens em caução


não tem efeito de depósito. Questão errada.

Contudo, tendo o depósito do montante integral o objetivo de suspender


a exigibilidade do crédito tributário, não pode ser exigido como condição
para o ajuizam ento da ação judicial, sob pena de ferir o princípio do
Livre Acesso ao Judiciário (art. 5°, XXV, da CF/88):

Súmula Vinculante 28 - É inconstitucional a exigência de depósito prévio


como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda
discutir a exigibilidade de crédito tributário.

Questão 31 - CESPE/JU IZ-TJ-M A/2013

A jurisprudência do STF já afirmou reiteradamente a possibilidade de exigência


de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual
se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário.

Comentário: Acabamos de estudar que o depósito do montante integral não


pode ser exigido como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se
pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário. Questão errada.

No que se refere ao lançamento por homologação, o STJ assim já


decidiu:

A Segunda Turma, ao julgar o REsp 804.415/RS (15/02/2007) adotou o


entendimento da Primeira Turma de que, com relação aos tributos
lançados por hom ologação, o depósito judicial em dinheiro, efetuado pelo
contribuinte com o intuito de suspender a exigibilidade do crédito tributário,
equivale ao recolhim ento da exação, cuja conversão em renda fica
condicionada à improcedência da demanda. Na hipótese, não transcorre o
prazo decadencial, já que houve constituição do crédito tributário por
lançamento tácito.

(STJ, EREsp 767.328/RS, Primeira Seção, Rel. Min. Herman Benjamin,


Julgamento em 11/04/2007)

Como nessa modalidade de lançamento, cabe ao sujeito passivo a


apuração e o recolhimento do montante devido, sem prévio exame da

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autoridade administrativa, o depósito do montante integral equivale ao
recolhimento da exação.

Caso posteriormente o sujeito passivo não obtenha sucesso na ação


judicial, o depósito é convertido em renda. Não há de se falar em
decadência, pois houve a constituição do crédito tributário, por
lançamento tácito (sem m anifestação da autoridade).

Por outro lado, caso o sujeito passivo, opte pela via administrativa, a
interposição de recurso já suspende a exigibilidade do crédito
tributário.

Em caso de interposição de recurso administrativo, o


sujeito passivo até pode fazer o depósito do montante
integral, mas este servirá apenas para im pedir a
fluência de juros e correção monetária sobre os
tributos suspensos, já que a im pugnação tem efeito
de suspensão do crédito tributário.

Nesse sentido, vejamos as seguintes súmulas:

Súmula Vinculante 21 - É inconstitucional a exigência de depósito ou


arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso
administrativo.

Súmula STJ 373 - É ilegítima a exigência de depósito prévio para


admissibilidade de recurso administrativo.

Questão 32 - IN ÉD ITA/2014

é constitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou


bens para admissibilidade de recurso administrativo.

Comentário: Acabamos de estudar que a exigência de depósito ou


arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso
administrativo é inconstitucional. Questão errada.

Para finalizar, devemos saber também que se o juiz condiciona a


concessão de medida liminar em mandado de segurança à realização do
depósito do montante integral, está, na verdade, indeferindo a liminar.

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Vejamos:

TRIBUTÁRIO. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CREDITO TRIBUTÁRIO.


DISTINÇÃO ENTRE MEDIDA LIMINAR E DEPOSITO DO TRIBUTO
CONTROVERTIDO.

A medida lim inar em mandado de segurança suspende a exigibilidade


do crédito trib u tário , independentem ente do depósito do tributo
controvertido; se o juiz condiciona a concessão da medida liminar à
realização do depósito, está, na verdade, indeferindo a medida liminar.
Recurso ordinário provido em parte.

(STJ,RMS 3.881/SP, Segunda Turma, Rel. Min. Ari Pargendler, Julgamento


em 01/09/1997)

Por hoje, é só! Até a próxima aula!

Um abraço e bons estudos,

Prof. Fábio Dutra

Email: fabiodutra@estrategiaconcursos.com.br

Facebook: http://www.facebook.com/FabioDutraFS

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7 - LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS EM AULA

Questão 01 - ES A F/PFN /2007

Segundo o Código Tributário Nacional (CTN), os tratados internacionais


precisam ser observados pelo legislador, que, assim, não poderá alterá-los por
normas com eles incompatíveis?

Questão 02 - ES A F/PFN /2007

O STJ, em matéria de direito internacional tributário, tem entendido que os


tratados-leis, diferentemente dos tratados-contratos, não podem ser alterados
pela legislação interna.

Questão 03 - ESAF/AFR F/2005

A lei instituidora da isenção de mercadorias, mesmo que nada diga a respeito,


é extensiva às mercadorias estrangeiras, quando haja previsão da lei mais
favorecida, porque para não ofender o disposto no art. 98 do CTN ela tem de
ser interpretada como aplicável a todos os casos que não os ressalvados, em
virtude de extensão de isenção pelos tratados internacionais.

Questão 04 - ES A F/PFN /2006

A Lei Complementar n. 118, de 9 de fevereiro de 2005, dispõe:


"Art. 3o - Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei n.
5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, a
extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a
lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de
que trata o § 1o do art. 150 da referida Lei.
Art. 4o - Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após a sua
publicação, observado, quanto ao art. 3o o disposto no art. 106, inciso I,
da Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional."
Julgue os itens abaixo segundo o entendimento atualmente dominante no
Superior Tribunal de Justiça - STJ e marque, a seguir, a opção que apresenta a
resposta correta.
I. O art. 3o é preceito normativo e não meramente interpretativo.
II. Os dispositivos são inconstitucionais, pois, ao veicular preceito
interpretativo, fazem-no contra expressa jurisprudência da Corte, violando
assim o princípio da separação dos poderes, já que impõem ao juiz uma
interpretação da lei, função que é privativa deste e vedada ao legislador.
III. Os processos em curso ao tempo da entrada em vigor da lei devem ser
julgados considerando o disposto no art. 3o.
a) Apenas o item II está errado.
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b) Apenas o item I está correto.
c) Apenas os itens I e II estão corretos.
d) Apenas o item II está correto.
e) Apenas o item III está correto.

Questão 05 - IN ÉD ITA/2014

Consoante o disposto no CTN, a lei tributária que define infrações ou lhe


comina penalidades interpreta-se, sempre que possível, da maneira mais
favorável ao acusado.

Questão 06 - ESAF/AFRFB/2009

A existência de uma obrigação tributária acessória pressupõe a existência de


uma obrigação tributária principal.

Questão 07 - ESAF/AFRFB/2009

A instituição de obrigação acessória, com a finalidade de dar cumprimento à


obrigação principal, deve atenção ao princípio da estrita legalidade.

Questão 08 - ES A F/PFN /2007

A interpretação econômica se impõe, uma vez que a realidade econômica há


de prevalecer sobre a simples forma jurídica.

Questão 09 - IN ÉD ITA/2014

No que se refere aos serviços de telefonia móvel, o STJ já decidiu que a


inadimplência e o furto por clonagem descaracterizam a incidência do ICMS.

Questão 10 - ESAF/ACE-M DIC/2012

As vendas inadimplidas equivalem às vendas canceladas para fins de incidência


tributária, eis que no sistema tributário nacional, embora tenha consagrado o
regime de competência como a regra geral de apuração dos resultados, o
inadimplemento constitui hipótese de cancelamento de venda, e não tendo
ingressado a receita de venda, não há que se falar em tributação.

Questão 11 - IN ÉD ITA/2014

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Não se admite a aplicação da pena de perdimento de veículo objeto de
alienação fiduciária.

Questão 12 - ESAF/AFRFB/2009

No pólo ativo da relação jurídico-tributária, necessariamente deve figurar


pessoa jurídica de direito público.

Questão 13 - IN ÉD ITA/2014

De acordo com entendimento sumulado pelo STJ, a Confederação Nacional da


Agricultura tem legitimidade ativa para a cobrança da contribuição sindical
rural.

Questão 14 - CESPE/JU IZ-TJ-M A/2013

Segundo entendimento do STJ, o simples envio de carnê ao endereço do


contribuinte não caracteriza notificação do lançamento tributário.

Questão 15 - IN ÉD ITA/2014

De acordo com entendimento do STJ, os agentes fiscais podem impedir o


contribuinte de indicar sua residência como seu domicílio tributário.

Questão 16 - IN ÉD ITA/2014

O Código Tributário Nacional (Lei 5.172/1966), ao tratar do domicílio


tributário, consagrou o princípio da autonomia de cada estabelecimento.

Questão 17 - CESPE/D PU/2010

Considere que pessoa jurídica tenha adquirido imóvel não residencial em hasta
pública. Nesse caso, em consonância com a jurisprudência do STJ, a
arrematação tem o efeito de expurgar qualquer ônus obrigacional sobre o
imóvel para a pessoa jurídica arrematante, devendo a transferência ocorrer
livre de qualquer encargo ou responsabilidade tributária.

Questão 18 - ESAF/ISS-NATAL/2008

No caso de arrematação de bem móvel em hasta pública pelo credor, o


arrematante adquire o bem livre de quaisquer ônus, não se investindo na

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figura de responsável pelo pagamento de tributos cujos fatos geradores
tenham ocorrido até a data da aquisição.

Questão 19 - IN ÉD ITA/2014

O espólio, quando chamado como sucessor tributário, é responsável pelo


tributo declarado pelo "de cujus" e não pago no vencimento, incluindo-se o
valor da multa moratória.

Questão 20 - CESPE/JUIZ FEDERAL-53 REGIÃO/2013

O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade é suficiente, por si


só, para atrair a responsabilidade solidária do sócio-gerente.

Questão 21 - CESPE/JUIZ FEDERAL-53 REGIÃO/2013

O fato de a sociedade não ser localizada no endereço fornecido como domicílio


fiscal não gera presunção de que ela tenha sido irregularmente dissolvida.

Questão 22 - CESPE/D PDF/2013

De acordo com o STJ, a não localização de determinada sociedade no domicílio


fiscal fornecido gera presunção iuris tantum de dissolução irregular, sendo
possível, nesse caso, o redirecionamento da execução fiscal ao sócio-gerente
da sociedade.

Questão 23 - ESAF/AFR F/2005

O sócio cotista pode ser responsabilizado com base na regra de solidariedade


do CTN, sem que tenha participado da gerência.

Questão 24 - ESAF/AFR F/2005

Inadimplemento de obrigações tributárias caracteriza infração legal que


justifique redirecionamento da responsabilidade para o sócio-gerente da
empresa.

Questão 25 - IN ÉD ITA/2014

A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de o parcelamento poder ser


equiparado ao pagamento para fins de denúncia espontânea, prevista no art.
138 do CTN.

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Questão 26 - CESPE/JUIZ FEDERAL-53 REGIÃO/2013

O contribuinte que declara o tributo sujeito a lançamento por homologação e


deixa de efetuar o pagamento na data estabelecida não perde o direito de se
valer do benefício da denúncia espontânea.

Questão 27 - ESAF/ATRFB/2012

Segundo entendimento do STJ, a expressão 'crédito tributário' não diz respeito


apenas a tributo em sentido estrito, mas alcança, também, as penalidades que
incidam sobre ele.

Questão 28 - IN ÉD ITA/2014

O STJ tem entendido que a entrega de declaração pelo contribuinte,


reconhecendo a dívida fiscal, constitui o crédito tributário, podendo o fisco
realizar a inscrição em dívida ativa.

Questão 29 - IN ÉD ITA/2014

Só a falsidade, o erro ou a omissão são capazes de provocar a revisão do


lançamento com a conseqüente autuação do contribuinte, não podendo,
portanto, haver alteração motivada por erro de direito.

Questão 30 - IN ÉD ITA/2014

O oferecimento de bens em caução pode ser caracterizado como hipótese de


suspensão da exigibilidade do crédito tributário.

Questão 31 - CESPE/JU IZ-TJ-M A/2013

A jurisprudência do STF já afirmou reiteradamente a possibilidade de exigência


de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual
se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário.

Questão 32 - IN ÉD ITA/2014

É constitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou


bens para admissibilidade de recurso administrativo.

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8 - GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS EM AULA

1 CORRETO
2 CORRETO
3 CORRETO
4 Letra B
5 ERRADO
6 ERRADO
7 ERRADO
8 CORRETO
9 ERRADO
10 ERRADO
11 ERRADO
12 CORRETO
13 CORRETO
14 ERRADO
15 ERRADO
16 CORRETO
17 CORRETO
18 ERRADO
19 ERRADO
20 ERRADO
21 ERRADO
22 CORRETO
23 ERRADO
24 ERRADO
25 ERRADO
26 Ie r r a d o
27 CORRETA
28 CORRETO
29 CORRETO
30 ERRADO
31 ERRADO
32 ERRADO

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