Universidade Federal de Campina Grande

Centro de Ciências e Tecnologia

Unidade Acadêmica de Física

Professor: Aércio Ferreira de Lima

Disciplina: Mecânica Clássica II

4ª Lista: Capítulo 5

Alberto Silva Pereira

20811642

Campina Grande – PB

2011
 PROBLEMAS

1. Uma partícula de massa move-se no semi-eixo com energia potencial

onde todas as constantes são positivas. Determine para que valores das constantes existem
posições de equilíbrio e encontre a freqüência das pequenas oscilações em torno das
posições de equilíbrio estável.

Antes de procurarmos pelos valores das constantes podemos fazer uma pré-analise, plotando valores
arbitrários para constates e com isso observando o comportamento do gráfico. Vamos iniciar com os
seguintes valores

Agora plotando para

Já podemos inferir pelos dois gráficos acima que a constante apenas faz aumentar a escala do eixo
vertical e com isso aumentar a profundidade do poço. Isso nos permite já fazer um chute de que a mesma
deve ter valores no intervalo . E para finalizar nossa pré-analise temos os seguintes valores
Deixando claro que não pode assumir valores altos, o que faz sumir o poço que corresponde exatamente
à região onde teremos as posições de equilíbrio. Para definirmos formalmente os valores das constantes
devemos analisar as seguintes condições

Da primeira condição tiramos que

Com isso confirmamos que e com a segunda condição tiramos que

Com isso encontramos que as constantes devem assumir os seguintes valores para que haja equilíbrio

Onde é valor de onde o sistema estará em equilíbrio. Vamos pelos gráficos expostos supor que

Onde admitimos , plotando teremos que

O interessante a ser notado nessa parte é que se fixarmos os valores de e de e variarmos os valores ,
vemos que o intervalo em que se forma a concavidade é apenas no intervalo e que vai se
atenuando à medida que nos aproximamos de zero. Nosso próximo passo será encontrar as freqüências
das pequenas oscilações em torno das posições de equilíbrio, para isto devemos expandir o potencial em
torno de , definindo as pequenas oscilações em torno da posição de equilíbrio como sendo

Teremos que a expansão em série de Taylor será

Onde a primeira derivada de ordem um é nula devida à condição de equilíbrio. Também sabemos que

Com isso podemos expressar a lagrangeana do sistema em termos da quantidade infinitesimal , como
segue

Aqui descartamos a constante que aparece no potencial devido ao fato de não interferir nas equações de
movimento do sistema. Por analogia a lagrangeana do oscilador harmônico

Temos

Que a corresponde a freqüência do sistema em torno da posição de equilíbrio.

 2. Uma conta de massa desliza sem atrito ao longo de uma circunferência de raio que gira
em torno de seu diâmetro vertical com velocidade angular constante . Sendo a origem
tomada no centro da circunferência e o ângulo definido pela partícula relativamente a
direção vertical, as coordenadas cartesianas da partícula de massa são
onde é o ângulo de rotação em torno do
eixo vertical .

a) Se o nível zero do potencial gravitacional for formado no ponto mais baixo da

circunferência, mostre que a lagrangeana do sistema é dada por

onde

Nós sabemos em coordenadas cartesianas tridimensional a lagrangiana tem a seguinte forma

Passando suas coordenadas cartesianas para esféricas temos

Elevando ao quadrado cada parcela das componentes acima temos

Realizando a soma dessas parcelas e usando algumas relações trigonométricas fundamentais temos

Com isso temos

Como queríamos demonstrar.

b) Estude as configurações de equilíbrio e classifique-as quanto a estabilidade.

Primeiramente devemos saber qual é a coordenada generalizada que identificamos como sendo , então
calculando a derivada primeira temos que

Considerando a situação em que , temos o seguinte ponto de equilíbrio

Agora para sabermos se a posição é de equilíbrio instável ou estável devemos analisar o sinal da segunda
derivada, que apresenta a seguinte configuração

Então

Com a expressão acima podemos concluir que o equilíbrio é instável se , enquanto

que se , devemos observar se

Então para o caso em que temos uma situação de equilíbrio estável e uma de
equilíbrio instável, visto que a derivada segunda apresenta mudança de sinal para cada caso. Por último
devemos olha a solução restante dada pelo arccosseno, para isso vamos fazer uso da seguinte relação
trigonométrica

Então

Aqui observamos que se

c) Mostre que este sistema também apresenta quebra espontânea de simetria

(Sivardière 1983).

Primeiramente devemos verificar se a lagrangiana do sistema é invariante sob a transformação

Com isso podemos ver que a lagrangiana é invariante. Para melhor analisarmos o problema devemos plotar
seu gráfico para as seguintes situações

Os gráficos acima plotamos para o intervalo de um período, ou seja, . Aqui podemos ver
claramente a ocorrência de quebra espontânea de simetria, visto que para a situação em a energia

mínima passa a ser degenerado nos seguintes pontos e e justamente

isso é que provoca a quebra de simetria, pois ao fazemos a mudança , levamos o sistema de um
estado de equilíbrio a outro.

3. Uma partícula move-se sem atrito na parte interna côncava de uma superfície de revolução
onde são coordenadas cilíndricas, e na presença de um campo gravitacional
constante

a) Encontre a condição para que exista uma orbita circular de raio

Como a partícula esta na presença de um campo gravitacional, temos que seu potencial será

Para encontrarmos essa condição devemos analisar duas condições

Onde

Então derivando temos

Derivando mais vez encontramos que

Multiplicando ambos os lados da primeira derivada por

Assim

Com isso temos que a orbita só será estável caso a condição seja satisfeita.

b) Mostre que uma orbita circular é estável ou instável conforme seja

positivo ou negativo.

Como podemos ver da condição de orbita estável

Que a estabilidade dependera do sinal dessa soma que deverá ser negativa para que tenhamos orbita
estável e positiva orbita instável.

c) Para as orbitas estáveis, encontre a freqüência das pequenas oscilações em torno

da configuração de equilíbrio.

Expandindo em série de Taylor o potencial efetivo e considerando apenas o termo de segunda ordem de
modo análogo ao problema um dessa lista temos

Com isso a lagrangiana toma a seguinte forma

Sendo a freqüência dada pela relação

4. Um aro fino de massa e raio oscila num plano vertical com um ponto fixo . Ao longo do
aro desliza sem atrito uma conta com a mesma massa .

a) Mostre que a lagrangeana do sistema é

Para este cálculo torna-se interessante utilizarmos coordenada polar e com o objetivo de simplificar nossos
cálculos vamos tomar como referência do sistema de coordenadas o ponto , esquematicamente temos

Para a ilustração acima consideramos a massa do aro como estando toda no centro, como também levando
em conta que sua massa será somada junto com a da conta. Com os dados acima vamos inicialmente
calcular a energia cinética do sistema dada por

Aqui levamos em conta que o aro além de possui sua massa carrega a da conta que é igual a do aro, por
isso temos essa expressão para a energia cinética, as coordenadas cartesianas podemos transformá-las
em coordenadas polares como segue
Realizando a soma desses termos e utilizando algumas identidades trigonométricas para simplificarmos a
expressão temos

Já a energia potencial é dada por

Com isso encontramos que a lagrangiana do sistema será

b) Considerando pequenas oscilações, encontre as freqüências características e os

modos normais de vibração. Represente graficamente os modos normais de
vibração.

Vamos fazer uso do resultado demonstrado no livro que é para a expansão do potencial em torno da
posição de equilíbrio com mais de um grau de liberdade, expresso na forma padrão

A nossa lagrangiana é da forma

Que podemos reescrevê-la levando em conta o fato de que os deslocamentos são apenas em torno das
posições de equilíbrio, assim

Com isso devemos reescrever o termo a seguir

O resultado acima encontramos devido ao fato das ordens com que aparecem os infinitésimos, assim a
lagrangiana toma a forma

Onde descartamos a quantidade visto que não intervirá nas equações do movimento por ser
constante. Com isso temos que a matriz de massa será

E a matriz potencial será

Com as matrizes definidas acima podemos encontrar as freqüências características resolvendo o seguinte
determinante

Calculando temos

Fazendo , temos

Com essa duas soluções devemos encontrar mais duas ao voltar na relação

Com isso encontramos quatro freqüências características para esse sistema. Para encontrarmos os modos
normais de vibração devemos determinar os vetores linearmente associados a cada freqüência
características que encontramos acima, assim

Dessa forma encontramos

Para as outras duas freqüências temos

Assim

Com isso encontramos dois modos normais de vibração, que devemos escolhê-los de tal forma a serem
linearmente independente, para isso podemos escolher os seguintes vetores

A ilustração se apresenta da seguinte forma para os modos normais

aro aro

conta conta

c) Obtenha a solução das equações de movimento com as condições iniciais

.

A solução geral para as equações do movimento são

Onde simboliza o número de modos normais. Como temos quatro, mas apenas dois não nulos fica

Aplicando as condições iniciais do problema encontramos o seguinte sistema de equações

Somando as duas primeiras equações acima encontramos

Com a equação acima tiramos que e , visto que o contrario violaria a mesma e das duas
últimas equações encontramos

Que nos da a seguinte solução

Com isso encontramos

Determinado as constantes podemos escrever a solução das equações do movimento

d) Determine a matriz modal e as coordenadas normais do sistema.

A matriz modal construímos através dos vetores

Desde que eles constituam um conjunto ortonormal segundo o produto escalar definido por

Então para cada um dos vetores teremos

E para o segundo vetor temos

Para verificarmos se são ortogonais fazemos

Assim definimos os vetores ortonormais como sendo

Com isso podemos escrever a matriz como sendo

Para encontrarmos as coordenadas normais do sistema devemos fazer

Com isso temos

Isso ta de acordo com a ilustração que fizemos para os modos normais de vibração, onde corresponde
ao sistema oscilando tanto a conta quanto o aro, enquanto que mostra-se que se tivéssemos apenas um
corpo oscilando.