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Programas de

educação Para
Aposentadoria
964p Programas de educação para aposentadoria: como planejar,
implementar e avaliar / organizado por Sheila Giardini
Murta, Cristineide Leandro-França e Juliana Seidl. –
Novo Hamburgo : Sinopsys, 2014.
320p. ; 16x23cm.

ISBN 978-85-64468-20-7

1. Psicologia – Aposentadoria – Programas. I. Murta, Sheila


Giardini. II. Leandro-França, Cristineide. III. Seidl, Juliana.
IV. Título.

CDU 159.9-053-85

Catalogação na publicação: Mônica Ballejo Canto – CRB 10/1023


Programas de
educação Para
Aposentadoria
como Planejar, Implementar e avaliar

sheila giardini murta


cristineide Leandro-França
Juliana seidl
Organizadoras

2014
© Sinopsys Editora e Sistemas Ltda., 2014
Programas de Educação para Aposentadoria:
como Planejar, Implementar e Avaliar
Sheila Giardini Murta, Cristineide Leandro-França e Juliana Seidl (orgs.)

Capa: Maurício Pamplona

Revisão: Lívia Algayer Freitag

Supervisão editorial: Mônica Ballejo Canto

Editoração: Formato Artes Gráficas

Sinopsys Editora
Fone: (51) 3066-3690
E-mail: atendimento@sinopsyseditora.com.br
Site: www. sinopsyseditora.com.br
Dedicamos este livro àqueles que desejam
enfrentar os desafios e saborear as conquistas de
trabalhar com o tema Educação para Aposentadoria.
autores

Sheila Giardini Murta (org.). Psicóloga pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
Mestre em Psicologia do Desenvolvimento Humano pela Universidade de Brasília
(UnB). Doutora em Psicologia Social e do Trabalho pela UnB, com estágio de douto-
ramento na Queensland University of Technology, Austrália. Pós-Doutora pela Univer-
sidade Federal de São Carlos e Universidade de Maastricht (Holanda). Professora
Adjunta no Departamento de Psicologia Clínica da UnB. Orientadora no Programa de
Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura da UnB. Realiza pesquisas em prevenção
e promoção de saúde mental no ciclo de vida. Coordenadora do Grupo de Pesquisa em
Prevençãoe Promoçãode Saúdeno Ciclode Vida-GEPPSVida. Bolsista de Produtividade
em Pesquisa – CNPq. E-mail: giardini@unb.br

Cristineide Leandro-França (org.). Mestre em Psicologia Clínica e Cultura pela Uni-


versidade de Brasília (UnB). Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Clínica e Cultura da UnB. Psicóloga da Universidade de Brasília vinculada à Coordenação
de Atenção à Saúde e Qualidade de Vida (CASQV) e integrante do Grupo de Estudos em
Prevenção e Promoção da Saúde no Ciclo de Vida – GEPPSVida do Instituto de Psicologia
da UnB, que realiza, dentre outros temas, pesquisas sobre Programas de Educação para
Aposentadoria. E-mail: cristineide@unb.br

Juliana Seidl (org.). Psicóloga pela Universidade de Brasília (UnB). Mestre em Psicologia
Organizacional e do Trabalho pela Universidade de Coimbra, Portugal, com mobilida-
de na Universitat de Barcelona, Espanha. Bolsista do Núcleo de Saúde do Trabalhador
da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Brasília), multiplicadora do Programa Fortalecen-
do Famílias no Brasil (UNODC/Ministério da Saúde) e integrante do GEPPSVida.
E-mail: juliana.seidl@gmail.com
viii Autores

Áderson Luiz Costa Junior. Psicólogo pela Universidade de Brasília (UnB). Mestre em
Psicologia da Aprendizagem e do Desenvolvimento e Doutor em Psicologia pela UnB.
Pesquisador nas áreas de Psicologia Pediátrica e Psicologia da Saúde, com ênfase em
Psico-oncologia e Psicologia Aplicada à Odontologia. Professor Associado do Institu-
to de Psicologia da UnB. Possui experiência profissional no atendimento a crianças
e adolescentes em tratamento médico de doenças agudas e crônicas e na preparação
de pacientes para submissão a procedimentos médicos e odontológicos invasivos.
E-mail: aderson@unb.br
Carla Antloga. Doutora em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, com
ênfase em Ergonomia da Atividade Aplicada à Qualidade de Vida no Trabalho (EAAQVT)
pela Universidade de Brasília (UnB). Professora Adjunta do Departamento de Psico-
logia Social e do Trabalho e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do
Trabalho e das Organizações na UnB. Coordenadora do Núcleo de Ergonomia da Ati-
vidade, Cognição e Saúde (ECoS). Membro do Grupo de Estudos em Ergonomia
Aplicada ao Setor Público (ErgoPublic). Tem experiência na área de Psicologia, com
ênfase em Fatores Humanos no Trabalho, atuando principalmente nos seguintes temas:
Qualidade de Vida no Trabalho no Setor Público e Preparação para a Aposentadoria.
E-mail: antlogacarla@gmail.com
Gerson Américo Janczura. Ph.D. em Psicologia Cognitiva pela University of South Flo-
rida, Estados Unidos. Psicólogo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul (PUC-RS). Mestre em Psicologia pela Universidade de Brasília (UnB). Professor asso-
ciado da UnB desde 1984; responsável pelo Laboratório de Processos Cognitivos e membro
do grupo de Pesquisa/CNPq: Memória e Comportamento; orienta alunos dos cursos de
mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Comportamento da
UnB. Desenvolve pesquisas e programas de estimulação e treinamento da memória humana
para adultos e idosos. Atua no ensino de graduação em psicologia nas áreas de Psicologia
Cognitiva e Terapia Cognitiva. E-mail: janczura@unb.br
Isabelle Patriciá Freitas Chariglione. Psicóloga pela Universidade Federal da Paraíba
(UFPB). Especialista em Neuropsicologia pelo Instituto de Psicologia Aplicada e For-
mação. Mestre e doutoranda em Cognição e Neurociências do Programa de Pós-Gra-
duação em Ciências do Comportamento da Universidade de Brasília (UnB). Realizou
estágio sanduíche doutoral no Institut Universitaire de Gériatrie de Montréal na Uni-
versité de Montréal, Canadá. Professora da Universidade Católica de Brasília, membro
do Laboratório de Processos Cognitivos da UnB e do grupo de Pesquisa/CNPq: Me-
mória e Comportamento. E-mail: ichariglione@gmail.com
Isolda de Araújo Günther. Psicóloga pela Universidade Católica de Pernambuco. Es-
pecialista em Psicologia Clínica pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Mestre em Psicologia Social Experimental pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Doutora em Psicologia do Desenvolvimento pela Michigan State University, Estados
Unidos. Pós-Doutora pela City University of New York, Estados Unidos e pela Carl
Autores ix

von Ossietzky Universität, Oldenburg, Alemanha. Orientadora no Programa de Pós-


-Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações da Universidade de
Brasília (UnB). Realiza pesquisas na área do Desenvolvimento Humano no Ambiente
Urbano. E-mail: isolda.gunther@gmail.com
Jéssica Vaz Malaquias. Psicóloga pela Universidade de Brasília (UnB). Mestre em Psi-
cologia Clínica e Cultura pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e
Cultura da UnB. Atuou junto à Vara de Infância e Juventude do Distrito Federal, com
crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Desenvolveu estudos e pesquisa de
mestrado relativos a intervenções de rede por atores sociais do Sistema de Garantia de
Direitos. Professora da Escola de Conselhos do Distrito Federal, sob implantação do
Centro de Estudos Avançados de Governo e Administração Pública da Universidade de
Brasília (CEAG/UnB), atuando na formação de conselheiros tutelares e de direitos no
Distrito Federal. E-mail: jehmalaquias@gmail.com
José Carlos Zanelli. Psicólogo (1974), especialista (1978) e mestre (1984). Doutor em
Educação pela Universidade de Campinas (1992). Professor da Universidade Federal de
Santa Catarina, onde idealizou e implementou o PPA/UFSC em 1993. Trabalha na
área ampla da prevenção de riscos psicossociais e, especificamente, nas atividades
relativas ao desenvolvimento interno de programas de orientação para aposentadoria
nas organizações. Além de coordenar programas e atuar como orientador, conduz pes-
quisas relativas ao assunto. É o primeiro autor dos livros Programa de Preparação para
Aposentadoria, Insular (1996) e Orientação para aposentadoria nas organizações de traba-
lho, Artmed (2010). Coordenou e assessora atividades de planejamento, implantação e
desenvolvimento de programas de orientação para aposentadoria em dezenas de ins-
tituições públicas e privadas do território nacional. Diretor do Instituto Saúde e Pro-
dutividade, idealizador e presidente de todas as edições do Congresso Brasileiro de
Orientação para Aposentadoria. E-mail: zanelli@terra.com.br
Larissa de Almeida Nobre Sandoval. Psicóloga pela Pontifícia Universidade Católica
de Goiás. Mestre em Psicologia da Saúde, Avaliação e Tratamentos Psicológicos e Dou-
tora em Psicologia, ambos pela Universidad de Granada, Espanha. Atua como psico-
terapeuta cognitivo-comportamental e como consultora especializada em relações
interpessoais, elaboração e avaliação de intervenções preventivas e de promoção de
saúde. Atualmente, integra o Grupo de Estudos em Prevenção e Promoção da Saúde no
Ciclo de Vida – GEPPSVida do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília
(UnB). Realiza pesquisas na área de prevenção à violência no namoro e qualidade do rela-
cionamento conjugal. É representante no Brasil da Asociación Psicológica Iberoamericana
de Clínica y Salud (APICSA). E-mail: nobre.lan@gmail.com
Leonardo Martins Barbosa. Psicólogo pela Universidade de Brasília (UnB). Mestre e
doutorando em Psicologia Clínica e Cultura pela UnB. Psicólogo clínico cognitivo-
-comportamental de indivíduos e grupos. Integra o Grupo de Estudos em Prevenção e
x Autores

Promoção da Saúde no Ciclo de Vida (GEPPSVida) do Instituto de Psicologia da UnB,


realizando pesquisas sobre programas de preparação para a aposentadoria, terapia de
aceitação e compromisso, psicologia baseada em evidências, prevenção e promoção em
saúde mental. E-mail: leopfq@gmail.com
Lia Silvia Kunzler. Graduada em Medicina pela Universidade Católica de Pelotas
(UCPel) e residência multiprofissional em saúde mental pela Secretaria Estadual de
Saúde do Distrito Federal-SES DF. Especialista em Psiquiatria pela Associação Médica
Brasileira e Associação Brasileira de Psiquiatria. Mestre em Psicologia da Saúde pela
Universidade de Brasília (UnB). Formada em Terapia Cognitiva pelo Beck Institute for
Therapy and Research, Filadélfia. Membro Certificado da Academy of Cognitive Therapy
(ACT). Vice-presidente da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas (FBTC), Gestão
2011-2013. Trabalha no Decanato de Gestão de Pessoas da Universidade de Brasília
como psiquiatra da Junta Médica Oficial (CPOS – Unidade SIASS-UnB) e como
terapeuta cognitiva com atendimento em grupo no Programa Equilíbrio – Reeducação
Alimentar e Prática de Atividade Física Planejada. Atua também com atendimento
clínico em Psiquiatria e Terapia Cognitiva na Mental Health – Clínica de Psiquiatria e
Psicologia. E-mail: lia.kunzler@gmail.com
Liana Fortunato Costa. Psicóloga. Psicodramatista. Terapeuta Conjugal e Familiar.
Doutora em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo (USP). Pós-Doutora em
Psicossociologia, História de Vida, pela Universidade Federal Fluminense. Docente
Permanente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura da Uni-
versidade de Brasília (UnB). Atua e pesquisa na área de violência sexual, abuso sexual,
violência doméstica, tanto com vítimas quanto com adolescentes autores de ofensa
sexual. Autora de artigos científicos sobre as temáticas de família e violência sexual.
E-mail: lianaf@terra.com.br
Lilian Maria Borges. Psicóloga pela Universidade Federal do Pará (UFPa). Mestre e Dou-
tora em Psicologia pelo Programa de Pós-graduação em Processos de Desenvolvimento
Humano e Saúde da Universidade de Brasília (UnB). Professora Adjunta no Departamento
de Psicologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Desenvolve pes-
quisas e intervenções relacionadas à promoção do autocuidado e ao enfrentamento de doen-
ças com pessoas em diferentes fases do ciclo de vida, em especial crianças e idosos. Integrante
do Grupo de Trabalho Psicologia da Saúde em Instituições e na Comunidade, da ANPEPP.
E-mail: limaborgesg@gmail.com
Lucia Helena de Freitas Pinho França. Psicóloga pela Universidade Gama Filho
(UGF). Gerontóloga pelo Instituto Sedes Sapientiae/SBGG-SP. Mestre em Psicologia
Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Doutora (PhD) em Psi-
cologia pela University of Auckland, New Zealand. Professora e orientadora de mestrado
e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Salgado de
Oliveira (UNIVERSO). Coordenou o Trabalho Social com Idosos no SESC – Depar-
tamento Nacional (1979-1995). É pesquisadora da FAPERJ, bolsista de Produtividade
Autores xi

do CNPq, coordenadora de pesquisas e autora de artigos e livros publicados na área do


Envelhecimento e Aposentadoria. Desde 1990 realiza consultoria para diversas organi-
zações em Programas de Preparação para a Aposentadoria (PPA). E-mail: luciafranca@
luciafranca.com
Marcos Pimenta. Engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo (USP). Master of Arts in Leadershipand Training pela Royal Roads University,
Victoria, BC, Canadá. Master of Business Administration (MBA) Executivo em Finanças.
Professor de Pós-graduação em cursos de MBA em Finanças, Gestão e Controladoria.
Mestre em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações pela Universidade de Brasí-
lia (UnB). Ganhador do Prêmio de Pós-Graduação da Interamerican Society of Psycho-
logy, Analista do Departamento de Educação Financeira do Banco Central do Brasil.
E-mail: marcos.pimenta@gmail.com
Maria Inês Gandolfo Conceição. Psicóloga. Psicodramatista. Especialista em Psicologia
Hospitalar, Mestre e Doutora em psicologia pela Universidade de Brasília (UnB). Pós-
-Doutora pela University of Toronto (Bolsista Sênior CAPES) e pela Universidade Fe-
deral Fluminense. Professora Associada do Departamento de Psicologia Clínica do
Instituto de Psicologia (IP/UnB). Coordenadora do Laboratório de Família, Grupos e
Comunidades, Coordenadora Geral do Curso de Prevenção do Uso de Drogas para
Educadores (SENAD/MEC/UnB). Editora-Chefe da revista Psicologia: Teoria e Pesquisa.
Docente/Pesquisadora do Projeto Pró-Ensino na Saúde Fortalecimento do Ensino na
Saúde no Contexto do SUS. Membro dos grupos de pesquisa NUPEVS, Socius e Pro-
jeto de Pesquisa Adolescência, Violência e Traumatismo: Dimensões Psíquicas e Rela-
cionais (CNPq). E-mail: inesgand@unb.br
Maurício Neubern. Doutor em Psicologia pela Universidade de Brasília (UnB). Parti-
cipou do Programa PDEE/Capes, junto à Université Paris VII, onde fez parte de seu
doutorado. Professor Adjunto do Departamento de Psicologia Clínica, Instituto de Psi-
cologia da UnB. Sua linha de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Clínica e Cultura (PPG-PsiCC) envolve a articulação entre Complexidade, Hipnose e
Subjetividade (CHYS), abarcando temas como as relações terapêuticas, transe, cultura,
etnopsiquiatria, espiritualidade, dores crônicas em termos clínicos e epistemológicos. É
também psicólogo clínico, psicoterapeuta e formador de terapeutas. E-mail: mauricio.
neubern@gmail.com
sumário

Apresentação..................................................................................................................... 17
Sheila Giardini Murta, Cristineide Leandro-França e Juliana Seidl

Parte I – Fundamentos
1 Prevenção e Promoção da saúde mental, Políticas Públicas
sobre envelhecimento ativo e educação para aposentadoria .............. 22
Cristineide Leandro-França

2 modelos Teóricos que Fundamentam os


Programas de educação para aposentadoria ....................................... 37
Isolda de Araújo Günther e Lilian Maria Borges

3 aposentadoria: crise ou Liberdade? ..................................................... 54


Cristineide Leandro-França

Parte II – Planejamento de Programas


de educação para aposentadoria
4 manejo de grupos Psicoeducativos...................................................... 68
Sheila Giardini Murta, Lilian Maria Borges e Áderson Luiz Costa Junior

5 Formatos de Programas de educação para aposentadoria ................... 84


Juliana Seidl, Cristineide Leandro-França e Sheila Giardini Murta

6 Planejamento de Programas de educação para aposentadoria ..........114


José Carlos Zanelli e Carla Antloga
xiv Sumário

Parte III – Temas e estratégias para Programas


de educação para aposentadoria

7 Identidade, Valores e Novas Perspectivas Profissionais......................... 134


Juliana Seidl e Maria Inês Gandolfo Conceição

8 Funções cognitivas, envelhecimento e aposentadoria:


mémoria e Técnicas de Intervenção ................................................................ 153
Isabelle Patriciá Freitas Chariglione e Gerson Américo Janczura

9 o Pensar saudável na aposentadoria............................................................. 165


Lia Silvia Kunzler

10 relacionamentos Familiares e conjugais na aposentadoria .............. 182


Lucia Helena de Freitas Pinho França
e Larissa de Almeida Nobre Sandoval

11 rede social e aposentadoria ............................................................. 197


Liana Fortunato Costa e Jéssica Vaz Malaquias

12 autonomia Financeira na aposentadoria .......................................... 210


Marcos Pimenta

13 (re)descobrindo o Lazer na aposentadoria ....................................... 227


Juliana Seidl

14 espiritualidade, Promoção de saúde e aposentadoria...................... 251


Maurício Neubern

15 Projetos de Vida, Valores e ação


comprometida na aposentadoria ..................................................... 267
Lucia Helena de Freitas Pinho França, Leonardo Martins Barbosa
e Sheila Giardini Murta

Parte IV – Pesquisa

16 Pesquisa em avaliação de Programas de


educação para aposentadoria ................................................................ 288
Sheila Giardini Murta, Cristineide Leandro-França
e Leonardo Martins Barbosa
• Exemplos de programas de intervenção continuada.....................................107
• Planejamento do Encontro Rede Social e Aposentadoria............................ 108
• Escala de Mudança de Comportamento em
Planejamento para aposentadoria ........................................................... 110
• Diagrama de recursos........................................................................................ 111
• Plano de ação........................................................................................................ 112
• Avaliação de satisfação .................................................................................... 113
• Percepção de identidade ................................................................................ 149
• Diário de atividades valorizadas ...................................................................... 150
• Curtograma ....................................................................................................... 151
• Perspectivas de ocupação na aposentadoria ............................................ 152
• Tomada de decisão e qualidade de vida ............................................ 178-180
• Cartões de enfrentamento para a confecção de um bloco....................... 181
• Técnica da agenda colorida ............................................................................. 248
• Heranças de lazer............................................................................................. 249
• Sugestões de filmes ................................................................................. 250
• Monitorando minhas ações, meus valores
e meus projetos de vida ...................................................................... 285
• indicadores de avaliação de eficácia e de efetividade .............................. 312
• Protocolo de avaliação de processo – Programa Viva Mais!......................... 313
apresentação

Sheila Giardini Murta, Cristineide Leandro-França e Juliana Seidl

A transição para a aposentadoria é vivenciada de maneira distinta en-


tre os trabalhadores. Alguns sofrem com a mudança de rotina, a perda de
contato com os colegas de trabalho, a impossibilidade de seguir realizando
as atividades as quais estavam acostumados e vivenciam um processo de crise
de identidade. Já outros se sentem mais livres, iniciam novas atividades com
base em seus valores e interesses, mantêm-se fisicamente ativos, fortalecem
vínculos e realizam projetos desde há muito tempo guardados. Nesse con-
texto, como tal dualidade é natural, diversos pesquisadores vêm estudando
as condições que permitem viver a aposentadoria com qualidade de vida e a
forma como promovê-la. Muitos profissionais de organizações públicas e
privadas, vinculados à Saúde no Trabalho, Qualidade de Vida, Gestão de
Pessoas, dentre outros, perguntam-se quais ações realizar para auxiliar os tra-
balhadores a enfrentar essa nova fase da vida. Em resposta a esta questão,
este livro tem como objetivo principal descrever como planejar, implemen-
tar e avaliar Programas de Educação para Aposentadoria.
A trajetória que nos trouxe até aqui se iniciou no final de novembro
de 2012, durante o IV Encontro Nacional de Atenção à Saúde do Servidor
(ENASS), no qual as organizadoras desta obra foram convidadas por
representantes da Secretaria de Gestão Pública (SEGESP) do Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP) a oferecer um curso a distân-
18 Apresentação

cia a servidores públicos federais sobre Programas de Preparação para


Aposentadoria. Desde então, originou-se uma parceria entre a SEGESP/
MP, o Centro de Educação a Distância da Universidade de Brasília (CEAD/
UnB) e o Grupo de Estudos em Prevenção e Promoção da Saúde no Ciclo
da Vida (GEPPSVida), vinculado ao Departamento de Psicologia Clínica
do Instituto de Psicologia da UnB. Coube ao GEPPSVida a organização
do curso e do material didático de apoio, o qual originou este livro.
O resultado é esta obra que você tem em mãos: composto por 16
capítulos e com a participação de 19 estudiosos brasileiros sobre aposen-
tadoria. Os autores estão filiados a distintas organizações: Universidade
de Brasília (UnB), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade
Salgado de Oliveira (UNIVERSO), Fiocruz Brasília e o Banco Central
do Brasil. Seu conteúdo será útil a todos os profissionais que almejam
aprender ou aperfeiçoar suas competências sobre como planejar, im-
plementar e avaliar Programas de Educação para Aposentadoria. As-
sim, esta obra é dirigida a profissionais, gestores, docentes, pesquisado-
res e estudantes interessados em envelhecimento ativo, aposentadoria
bem-sucedida e em programas preventivos no âmbito da educação para
a aposentadoria.
O livro é dividido em quatro partes. Na Parte I, Fundamentos (capí-
tulos 1 a 3), são apresentadas as políticas relacionadas à promoção do enve-
lhecimento ativo e de programas de educação para aposentadoria; os princi-
pais modelos teóricos que embasam programas de educação para aposenta-
doria (tais como a Perspectiva do Curso de Vida, o Modelo de Resiliência e
o Modelo Transteórico de Mudança) e as condições que fazem com que a
aposentadoria seja vivenciada como crise ou como liberdade.
Na Parte II, Planejamento de Programas de Educação para Aposenta-
doria (capítulos 4 a 6), discutem-se os usos, o formato e a eficácia dos grupos
psicoeducativos, bem como as habilidades necessárias para o manejo desses
grupos; as intervenções continuada, breve e intensiva como formatos de
programas de educação para aposentadoria e, por fim, as etapas necessárias
para planejar programas nesta área.
Programas de Educação para Aposentadoria 19

Já na Parte III, Temas e Estratégias, os capítulos de 7 a 15 abordam


diversos temas que estão associados às condições que promovem o bem-es-
tar na aposentadoria e costumam integrar intervenções na área. Os temas
são: identidade, valores e novas perspectivas pós-aposentadoria; funções
cognitivas e envelhecimento; o cuidado com a saúde física e mental; relacio-
namentos familiares e conjugais; rede de apoio social; autonomia financeira;
a (re)descoberta do lazer nessa nova fase; o desenvolvimento da espirituali-
dade e a definição de novos projetos de vida com base em valores.
Por fim, a quarta e última parte (capítulo 16), aborda a pesquisa em ava-
liação de programas de educação para aposentadoria. Estudos de desenvolvi-
mento de programas, avaliação de necessidades, de eficácia, de efetividade e de
disseminação são explicados e exemplificados aos leitores neste capítulo.
Agradecemos aos autores convidados por colocarem seu conhe-
cimento, habilidades e tempo a serviço deste livro, bem como à Sinopsys
Editora pelo trabalho esmerado de edição. Nossa gratidão também aos
nossos companheiros, amigos, familiares e colegas de profissão pelo
encorajamento para levar a cabo este projeto. O sentimento atual é de
realização, conquista e dever cumprido, após um processo intenso de
trabalho. Esperamos que você aprecie a leitura e possa fazer uso dela
em sua prática profissional, de ensino ou pesquisa. Este é o alvo maior
de nossos esforços.
Parte I
Fundamentos
1
Prevenção e Promoção da
saúde mental, Políticas Públicas
sobre envelhecimento ativo e
educação para aposentadoria
Cristineide Leandro-França

A aposentadoria nem sempre é vivenciada com otimismo pelos


trabalhadores. Quando não é planejada adequadamente, seja no cam-
po financeiro, no fortalecimento das relações familiares e sociais, nas
atividades de ocupação e de lazer ou nos cuidados com a saúde, pode
não garantir um futuro tranquilo como o almejado pelo servidor.
Deste modo, a aposentadoria é um acontecimento que exige adequa-
ções no estilo de vida do indivíduo, em suas relações sociais, familiares
e de trabalho.
Como em outros processos de transição – casamento, nascimen-
to dos filhos e divórcio, por exemplo –, a decisão de se aposentar re-
quer a aquisição de competências que auxiliem o indivíduo a enfrentar
as dificuldades dessa fase da vida. Tais competências estão relacionadas
à capacidade de lidar com mudanças e perdas, de superar as adversida-
des e de buscar alternativas para a solução de problemas, a fim de
adaptar-se melhor a esse novo contexto. Assim, a implantação de ações
que atendam a essas necessidades, seja em organizações públicas ou
privadas, torna-se relevante para prevenir o sofrimento psíquico dos
trabalhadores e promover um melhor ajustamento à aposentadoria.
Nesta perspectiva, este capítulo tem como objetivo apresentar concep-
ções sobre prevenção e promoção da saúde mental, enfatizando as prin-
Programas de Educação para Aposentadoria 23

cipais políticas que normatizam medidas para fomentar o ajustamento


à aposentadoria e ao envelhecimento ativo.

coNcePçÕes soBre PreVeNção e Promoção


da saÚde meNTaL No coNTeXTo da
APOSENTADORIA E DO ENVELHECIMENTO

Os índices de transtornos psíquicos têm aumentado de forma


preocupante em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial de Saú-
de (OMS; 2005), calcula-se que em 2020 os transtornos psiquiátricos
ocasionem 15% das incapacidades mundiais, com destaque para a de-
pressão, que é avaliada por especialistas como um grave problema de
saúde pública (Muñoz, Cuijpers, Smit, Barrera & Leykin, 2010). Os
idosos são considerados uma população de risco à depressão e ao suicí-
dio, tendo em vista as vulnerabilidades decorrentes do envelhecimento,
tais como: isolamento social, perda dos entes queridos, enfermidades fí-
sicas, perda de prestígio pessoal, ausência de projeto de vida e aposenta-
doria (Minayo & Cavalcante, 2012). Neste contexto, o investimento
em ações de prevenção e de promoção da saúde mental dessa população
tem sido uma tendência adotada por políticas nacionais e internacio-
nais, como, por exemplo, em normatizações da OMS (2004) e na Polí-
tica de Atenção à Saúde e Segurança do Trabalho do Servidor Público
Federal (PASS; 2009). Contudo, ao planejar ações de prevenção e de
promoção da saúde mental para adultos mais velhos e idosos, é funda-
mental compreender conexões e diferenças conceituais entre prevenção
e promoção da saúde.
O conceito de prevenção sofreu transformações ao longo do tem-
po. Uma das modificações substanciais ocorreu com sua subdivisão em
primária, secundária e terciária. No contexto prático da saúde mental,
as intervenções de prevenção primária são direcionadas a toda a popula-
ção e têm como objetivo reduzir a incidência de transtornos mentais. As
intervenções de prevenção secundária destinam-se à redução da doença e
24 Prevenção e Promoção da Saúde Mental, Políticas Públicas sobre...

são fornecidas à população que apresenta sinais iniciais de algum trans-


torno. As intervenções de prevenção terciária são oferecidas aos indiví-
duos que já possuem o diagnóstico determinado. No decorrer dos anos,
este modelo foi revisto e renomeado por especialistas da área. Esta revi-
são propôs ainda a divisão de prevenção primária em prevenção univer-
sal, seletiva e indicada (Muñoz, Mrazek, & Haggerty, 1996).
Ao analisar o novo modelo de prevenção primária, aliando-o às
atividades de preparação para aposentadoria, pode-se considerar que as
ações com foco na prevenção universal são destinadas a todos os traba-
lhadores do órgão, independentemente da idade e do tempo para se
aposentar. Este tipo de ação pode englobar pessoas que ingressaram na
instituição há pouco tempo e desejam se preparar com antecedência
para a aposentadoria.
As ações de prevenção seletiva devem ser direcionadas a trabalha-
dores que estão expostos a algum risco que possa vir a desencadear um
sofrimento psíquico grave, mas que não manifestam sintomas. Esta si-
tuação pode ser exemplificada por pessoas com dificuldades financei-
ras, enfermidades físicas, ausência de moradia, problemas conjugais e
familiares, falta de um suporte social e de um projeto para a aposenta-
doria. É comum esses problemas serem vivenciados quando as pessoas
estão próximas à aposentadoria, por exemplo, de dois a quatro anos
antes de se aposentarem.
Quanto às ações com foco na prevenção indicada, estas devem
ser voltadas a servidores que apresentem sintomas iniciais, com nível
leve a moderado, de algum transtorno decorrente do sofrimento causa-
do pelo processo da aposentadoria, como, por exemplo, ansiedade e
depressão.
Entende-se que a compreensão desse modelo auxiliará profissio-
nais que atuam com esse público a planejar ações de educação para
aposentadorias adequadas às necessidades dos trabalhadores da organi-
zação. A instituição pode optar pela implantação de programas com
foco na prevenção universal por esta ser mais inclusiva e, possivelmen-
Programas de Educação para Aposentadoria 25

te, beneficiar uma quantidade maior de trabalhadores. Pode-se também


utilizar programas que combinem os três tipos de prevenção (universal,
seletiva e indicada). Assim, cabe à organização avaliar o que melhor
atende às suas demandas.
Em continuidade à evolução da definição de prevenção, estudos
recentes (Abreu, 2012; Muñoz, et al., 2010) evidenciam a existência de
um modelo atual e integrativo. Esta nova concepção inclui a promoção
da saúde como parte da prevenção. Sendo assim, verifica-se que ativida-
des que objetivam promover a saúde mental também previnem o surgi-
mento de transtornos psíquicos.
O conceito de promoção da saúde também sofreu revisões ao lon-
go dos anos. O significado de promoção esteve por muito tempo asso-
ciado a um modelo biomédico que tinha como foco a doença e as con-
dições sanitárias. Em 1986, por meio da I Conferência Internacional de
Promoção da Saúde, ocorrida em Ottawa, surge um novo conceito. A
promoção passa a assumir uma condição abrangente, indo além dos
cuidados com a saúde, como referendado na Carta de Ottawa:

Promoção da saúde é o nome dado ao processo de capacitação da co-


munidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, in-
cluindo uma maior participação no controle deste processo. Para atingir
um estado de completo bem-estar físico, mental e social, os indivíduos
e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e
modificar favoravelmente o meio ambiente. (1986, p. 1).

No que diz respeito à promoção da saúde mental das pessoas em


transição para a aposentadoria, destaca-se que ações com este foco de-
vem adotar um modelo integrativo de prevenção ao surgimento de ris-
cos de transtornos e de promoção das competências com base nos fato-
res de proteção e no fortalecimento de recursos pessoais, psicossociais e
organizacionais (França & Murta, 2014).
26 Prevenção e Promoção da Saúde Mental, Políticas Públicas sobre...

PoLÍTIcas PÚBLIcas soBre educação


PARA APOSENTADORIA E ENVELHECIMENTO ATIVO

O aumento na expectativa de vida da população mundial tem


motivado profissionais, pesquisadores e gestores públicos a refletirem
sobre a importância de elaborar leis e desenvolver estratégias que pro-
porcionem um estilo de vida saudável, uma aposentadoria bem-suce-
dida e um envelhecimento com qualidade. Algumas políticas nacio-
nais e internacionais têm se destacado por suas contribuições quanto
às orientações sobre o uso de estratégias de prevenção de transtornos e
de promoção da saúde mental de adultos mais velhos e idosos. Tais
leis podem nortear as ações de promoção da saúde mental de servi-
dores públicos em processo de aposentadoria, realizadas por profissio-
nais de saúde ou de áreas de gestão de pessoas que, em geral, atuam
com esse público.

envelhecimento ativo

O termo envelhecimento ativo foi adotado pela OMS, no final


dos anos de 1990, como uma proposta de desenvolver oportunidades
de saúde, de inclusão e de segurança, proporcionando uma melhoria na
qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem. Caracteriza-se
por ser mais abrangente do que a descrição de envelhecimento saudável,
pois engloba, além dos cuidados com a saúde, características psicológi-
cas, sociais, culturais, comportamentais, econômicas e de gênero. Esta
visão integrada está em consonância com a definição ampliada de saúde
proposta pela OMS.
Sendo assim, o envelhecimento ativo está associado à percepção do
potencial individual para o bem-estar físico, social e mental ao longo do
curso da vida. Além disso, envolve a participação das pessoas na sociedade
de acordo com suas necessidades, desejos, capacidades, proteção, seguran-
ça e cuidados adequados, quando necessários (OMS, 2005).
Programas de Educação para Aposentadoria 27

Quadro 1.1 Determinantes do envelhecimento ativo


(a) Fatores individuais: influências biológica e genética e fatores psicológicos, como autoeficácia e
capacidade cognitiva.
(b) Fatores econômicos: renda, oportunidade de trabalho, seguridade social, aposentadoria, pou-
pança e seguro-saúde.
(c) Fatores sociais: vínculos familiares, apoio social, educação e aprendizagem permanente e pro-
teção contra violência e maus-tratos.
(d) Fatores do ambiente físico: moradia segura, água potável, ar puro e alimentos saudáveis.
(e) Fatores comportamentais: estilo de vida saudável e participação ativa no cuidado da própria
saúde.
(f) Fatores de serviços sociais e de saúde: promoção da saúde, prevenção de doenças, acesso
equitativo a cuidado primário e assistência à saúde física e mental.

Além desses componentes, a cultura e o gênero também são con-


siderados pela OMS (2005) fatores determinantes transversais ao enve-
lhecimento ativo. Um exemplo clássico da influência da cultura no en-
velhecimento ativo é a valorização do idoso por sua sabedoria e seu co-
nhecimento, como é observado em alguns países orientais. Este com-
portamento de respeito é transmitido de geração a geração, o que facili-
ta a adequação do idoso aos novos modelos familiares e à convivência
com os mais jovens. Sendo assim, recomenda-se que políticas e progra-
mas respeitem as tradições culturais e de gênero, desde que estas não
afetem o bem-estar, a saúde e a qualidade de vida da pessoa idosa.

Políticas internacionais de envelhecimento ativo

No campo das políticas internacionais direcionadas às questões de


saúde e de segurança da população mais velha, destaca-se o papel da
OMS. Trata-se de uma entidade vinculada à Organização das Nações
Unidas (ONU) que tem como proposta elaborar diretrizes e normas
que ajudem governos e sociedade a enfrentarem os problemas de saúde
pública em todo o mundo. Integram a OMS 192 países que se reúnem
a cada ano na sede, em Genebra, na Suíça, desde sua fundação, em
1948 (WHO, 2004). Para a OMS, a concepção de saúde diz respeito a
28 Prevenção e Promoção da Saúde Mental, Políticas Públicas sobre...

uma situação de pleno desenvolvimento e de bem-estar físico, mental e


social, e não somente à ausência de doença. Com tal definição abran-
gente, a OMS reforça a relevância dos cuidados com a saúde mental do
indivíduo e o impacto desta na saúde como um todo.
As reflexões sobre a longevidade da população e os aspectos de
saúde inerentes a este fenômeno motivaram os países-membros da ONU
a pensarem alternativas que proporcionassem uma melhor qualidade de
vida na velhice. Neste contexto, no ano de 1982, em Viena, na Áustria,
foi realizada a I Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento, com o
objetivo de debater questões sobre essa temática. O evento contou com
a participação de 124 países, incluindo o Brasil. No 1º Plano de Ação
para o Envelhecimento proposto pela assembleia, constam recomenda-
ções para a implantação de políticas de envelhecimento, com destaque
para a responsabilidade familiar em manter e proteger os idosos e para a
formulação de políticas sociais que assegurem a saúde física e psicológi-
ca, assim como a assistência cultural, espiritual e econômica dessa po-
pulação. Além disso, o Plano de Ação propôs a inclusão do idoso em
ações de desenvolvimento do seu país, inclusive com contribuições para
a implantação de políticas públicas direcionadas a essa faixa etária (Ro-
drigues et al., 2007).
Aproximadamente 20 anos depois da primeira edição, ocorreu,
em abril de 2002, em Madri, na Espanha, a II Assembleia Mundial so-
bre o Envelhecimento. O encontro resultou na elaboração de documen-
tos importantes, como a Declaração Política e o Plano de Ação Interna-
cional para o Envelhecimento (PIAE; 2002). Esses documentos consti-
tuem um marco para subsidiar ações que combatam a discriminação, a
negligência e a violência contra a pessoa idosa.
Conforme dados contidos no PIAE, o mundo enfrenta uma gran-
de transformação demográfica no século XXI, principalmente em países
em desenvolvimento. Está previsto um aumento significante no número
de idosos em todo o mundo, passando de 600 milhões a quase dois bi-
lhões até 2050. Pela primeira vez na história mundial, a população com
mais de 60 anos será maior do que o segmento da população dos meno-
Programas de Educação para Aposentadoria 29

res de 15. Além disso, estima-se que em cinco décadas a população ido-
sa se quadruplique nos países em desenvolvimento (PIAE, 2002). Desta
forma, o Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento (PIAE)
foi proposto em razão da necessidade de estabelecer critérios mais atuais
e que atendam às necessidades dessa população.
A Declaração Política, parte introdutória do PIAE, é composta de
19 artigos, nos quais constam questões importantes como o compro-
misso dos governantes em adotar medidas direcionadas a todas as idades
e em promover a democracia, os direitos humanos e a dignidade à pes-
soa idosa, eliminando todas as formas de discriminação e proporcionan-
do uma vida plena, com saúde, segurança e inclusão nos setores econô-
mico, social, cultural e político de seu país. Além disso, reafirma a coope-
ração internacional para a aplicação das recomendações contidas no Plano
de Ação Internacional para o Envelhecimento e o compromisso em elimi-
nar todas as formas de abandono, abuso e violência contra a pessoa idosa.
O documento destaca ainda a importância de incluir o tema envelheci-
mento em programas de desenvolvimento (por exemplo, nos programas
de educação para aposentadoria), de capacitar as pessoas a alcançarem
uma velhice com mais saúde e bem-estar e de realizar pesquisas interna-
cionais sobre envelhecimento e aspectos relacionados com a idade. A De-
claração Política reconhece também a relevância do papel da família, dos
voluntários e das comunidades em oferecer apoio e cuidados aos idosos,
em parceria com ações governamentais. Enfatiza-se ainda a necessidade
de fortalecer e incentivar as relações solidárias entre gerações.
A segunda parte do PIAE inclui recomendações para a adoção de
medidas destinadas a esse público, com foco em três orientações priori-
tárias, explicitadas a seguir:
1a Pessoas idosas e o desenvolvimento
2a Promoção da saúde e do bem-estar na velhice
3ª Criação de ambiente propício e favorável

Com relação à aposentadoria e sua conexão com o trabalho, é pre-


vista nessa política a ampliação de empregos com “modalidades flexíveis”,
30 Prevenção e Promoção da Saúde Mental, Políticas Públicas sobre...

em contextos trabalhistas adaptáveis, de forma que o idoso possa aliar o


trabalho remunerado com outras atividades pessoais. O objetivo é ofere-
cer oportunidades de emprego às pessoas idosas “que desejem trabalhar”,
mesmo quando aposentadas. Questões econômicas justificam a implanta-
ção dessa medida ao se considerar que, em alguns países desenvolvidos e
com economias em transição, existe uma carência de força de trabalho jo-
vem, tendo em vista o envelhecimento dos trabalhadores e a tendência a
antecipar a aposentadoria (PIAE, 2002). Questões de gênero também são
discutidas no Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento, como
a adoção de medidas que incluam a participação, de forma voluntária, da
mulher idosa ou aposentada na força de trabalho.
Como consequência do Plano de Ação Internacional para o En-
velhecimento (PIAE), foi desenvolvido, pela Unidade de Envelhecimen-
to e Curso de Vida da OMS, um projeto de política de saúde que obje-
tiva fornecer informações para a discussão e a formulação de planos de
ação que promovam um envelhecimento saudável e ativo.

Políticas nacionais de promoção do envelhecimento


ativo e da aposentadoria bem-sucedida

No Brasil, as principais normas direcionadas ao envelhecimento


ativo da população estão previstas na Política Nacional do Idoso (Lei
8.842/1994), na Política Nacional de Saúde do Idoso (Ministério da
Saúde, Portaria 1.395/1999) e no Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003).
A primeira visa assegurar os direitos da pessoa idosa, fornecendo
condições para promover sua autonomia, integração e inclusão na so-
ciedade. A Política Nacional do Idoso instituiu o Conselho Nacional
do Idoso e estabeleceu, entre as diretrizes: (a) a viabilidade do conví-
vio do idoso na sociedade por meio de organizações representativas;
(b) a implementação e a avaliação das políticas e dos projetos com
foco nesse público; (c) a descentralização político-administrativa; (d)
a divulgação de informações sobre questões biopsicossociais do enve-
Programas de Educação para Aposentadoria 31

lhecimento; e (e) o apoio a estudos e pesquisas sobre a temática (Xa-


vier, 2012). Conforme esta lei, considera-se idoso, no Brasil, a pessoa
que possua mais de 60 anos.
A segunda política tem como foco promover uma velhice saudá-
vel por meio de orientações sobre a importância de adquirir hábitos be-
néficos e modificar comportamentos nocivos à saúde. Além disso, visa à
prevenção de doenças, à manutenção da capacidade funcional do idoso,
à assistência às suas necessidades de saúde – incluindo assistência hospi-
talar e domiciliar -, à capacitação de recursos humanos especializados
para lidar com as demandas desse público e ao apoio a estudos e pesqui-
sas em geriatria e gerontologia (Rodrigues et al., 2007).
A terceira destina-se a regular os direitos da pessoa idosa, como o
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte,
ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e
à convivência familiar e comunitária. Além de assegurar os direitos fun-
damentais, esta lei endossa a preservação da saúde física e psíquica, as-
sim como o aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social do
idoso, promovendo condições de liberdade e de dignidade. O estatuto
institui ainda penalidades para quem desrespeitar a lei e para quem co-
meter violência e maus-tratos contra o idoso.
Com relação ao afastamento das atividades laborais, tanto a Polí-
tica Nacional do Idoso (Artigo 10, Inciso IV, Alínea c) como o Estatuto
do Idoso (Artigo 28, Inciso II) estabelecem que o poder público desen-
volva e estimule a manutenção de programas de preparação para apo-
sentadoria dos trabalhadores em órgãos públicos e privados, com ante-
cedência mínima de um ano. Tais ações devem incitar a criação de pro-
jetos, em conformidade com os interesses pessoais, e informar sobre di-
reitos sociais e de cidadania.
Em consonância com tais recomendações, em 2007, iniciaram-se
as discussões e a construção da Política de Atenção à Saúde e Segurança
do Trabalho do Servidor Público Federal (PASS) pelo governo brasilei-
ro, por meio do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Esta
diz respeito a uma política de gestão de pessoas, construída de forma
32 Prevenção e Promoção da Saúde Mental, Políticas Públicas sobre...

coletiva por servidores, gestores e entidades sindicais, com o objetivo de


fornecer parâmetros para nortear projetos e ações de atenção à saúde e à
segurança do servidor público federal. As diretrizes desta política estão
fundamentadas na abordagem biopsicossocial, nos dados epidemiológi-
cos, no trabalho multidisciplinar, no conhecimento transdisciplinar e
na avaliação dos locais e relações de trabalho. A PASS está embasada
nos seguintes eixos:
1. Perícia em saúde
2. Vigilância e promoção da saúde
3. Assistência à saúde do servidor

Em 29 de abril de 2009, por meio do Decreto nº 6.833, foi cria-


do o Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS).
Este sistema tem como finalidade implantar as ações da PASS nos ór-
gãos públicos federais, articular uma rede de cuidados à saúde e à segu-
rança do servidor, bem como integrar os recursos físicos, materiais e hu-
manos. A implantação das unidades do SIASS nos órgãos públicos tem
ocorrido por meio da assinatura de acordos de cooperação técnica. Estas
unidades são responsáveis pelo desenvolvimento e pela ampliação de
ações como: perícia, promoção da saúde, vigilância, registro de aciden-
tes de trabalho, nexo das doenças laborais, readaptação funcional e su-
porte assistencial aos casos graves (SIASS, 2009).
Na normatização da PASS constam ainda os princípios, diretrizes
e ações em saúde mental na Administração Pública Federal. Estes foram
instituídos por meio da Portaria SRH nº 1.261 do Ministério do Plane-
jamento, de 5 de maio de 2010, que tem como proposta oferecer, aos
servidores, gestores e profissionais de saúde que atuam no Poder Execu-
tivo, parâmetros para a elaboração de projetos e ações direcionados à
saúde mental dos servidores públicos federais. Entre os princípios nor-
teadores desta portaria está o compromisso em obedecer às políticas pú-
blicas de saúde mental e de saúde do trabalhador nos âmbitos nacional
(Ministério da Saúde) e internacional (OMS; Organização Pan-Ameri-
cana da Saúde [OPAS]; Organização Internacional do Trabalho [OIT]).
Programas de Educação para Aposentadoria 33

Além disso, de acordo com a portaria é relevante realizar parcerias e re-


des, manter interlocução com a sociedade, compartilhar as ações da
PASS com os gestores, servidores e seus representantes, adotar estraté-
gias coletivas para lidar com as dificuldades relacionadas à saúde mental
do servidor, estabelecer o atendimento interdisciplinar nas unidades do
SIASS por meio de equipe multidisciplinar, garantir a intersetorialidade
dos órgãos e serviços e oferecer formação, capacitação e supervisão para
os profissionais que atuam no campo de saúde do trabalhador.
Na Seção I da Portaria SRH nº 1.261 estão previstas orientações
de promoção da saúde do trabalhador. O Parágrafo XV desta seção esta-
belece a importância de incentivar a implantação de programas de pre-
paração à aposentadoria (PPAs) como forma de evitar danos à saúde
mental do servidor e de diminuir o sofrimento psíquico em razão de
seu afastamento do trabalho. Sendo assim, ao realizar ações de planeja-
mento para aposentadoria nos órgãos públicos federais, os profissionais
e gestores públicos estão cumprindo as recomendações de uma política
que vem se consolidando a cada ano em prol do bem-estar do servidor
público federal. Ações com foco na aposentadoria também atendem ou-
tras diretrizes contidas na Seção I (Alíneas III e XII) desta portaria,
como a importância de realizar atividades de promoção inclusivas com
respeito às diferenças culturais, de gênero, de religião, de etnia, de classe
e de idade, assim como de oferecer apoio ao desenvolvimento das com-
petências e habilidades do servidor, tendo em vista o alcance de suas
metas e objetivos, auxiliando-o na elaboração de projetos de vida.
Em 25 de março de 2013, a Portaria Normativa nº 3 instituiu di-
retrizes gerais de promoção da saúde do servidor público federal, com o
intuito de orientar os órgãos e entidades do Sistema de Pessoal Civil da
Administração Federal (SIPEC). De acordo com esta portaria, as ações
de promoção da saúde do servidor devem contemplar abordagens cole-
tivas que modifiquem comportamentos individuais, culturais e organi-
zacionais. Tais ações devem favorecer os espaços de convivência, a saúde
e a autonomia dos servidores, conforme suas competências e habilida-
des. Quanto ao planejamento das ações de promoção da saúde e à pre-
34 Prevenção e Promoção da Saúde Mental, Políticas Públicas sobre...

venção de riscos e doenças, recomenda-se que elas priorizem, entre ou-


tras, a saúde do idoso (Cap. II, Art. 10, IV), o envelhecimento ativo, a
educação e a preparação para aposentadoria (Cap. II, Art. 11, IV).

coNsIderaçÕes FINaIs

O aumento da expectativa de vida da população, resultado de


políticas de saúde, investimentos e avanços tecnológicos, foi por mui-
to tempo um fenômeno desejado pela sociedade. Contudo, o envelhe-
cimento da população e os critérios de aposentadoria vêm sendo ana-
lisados com cautela, tendo em vista as consequências e o impacto des-
tes nas contas públicas. Com o aumento da longevidade e a redução
da oferta de força de trabalho em um futuro próximo, o Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) avalia a necessidade de novas po-
líticas que mantenham o servidor na ativa por mais tempo. Uma das
alternativas seria adiar a idade limite para a realização das atividades
laborais, que atualmente é de 70 anos (Camarano, Kanso, & Fernan-
des, 2013). Entretanto, esta é uma questão polêmica que tem dividido
a opinião de gestores, pesquisadores, entidades sindicais e trabalhado-
res em geral. Acredita-se que tais medidas tendem a equilibrar o défi-
cit da previdência social, o que é positivo, mas, por outro lado, podem
ocasionar sofrimento psicológico ao trabalhador que espera poder
aproveitar sua aposentadoria e seu envelhecimento com tranquilidade
após anos de dedicação ao trabalho.
Ao considerar este cenário de mudanças, torna-se relevante uma
agenda política que promova discussões entre entidades trabalhistas e
sociedade sobre os prós e contras dessa nova proposta. Além disso, as
novas políticas devem respeitar as normatizações vigentes, as particula-
ridades, os direitos adquiridos e as conquistas do trabalhador ao longo
dos anos. Por fim, devem também continuar favorecendo a implanta-
ção de ações direcionadas à educação para aposentadoria que promo-
vam autocuidado, autoconfiança, mudança no estilo de vida, modifica-
Programas de Educação para Aposentadoria 35

ções de comportamentos e planejamento adequado para uma decisão


segura com relação à aposentadoria e, consequentemente, um envelhe-
cimento bem-sucedido.

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