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ARTES VISUAIS
ARTE E PROCESSOS
DE CRIAÇÃO I
Semestre 1
CDD 371
UNIMES VIRTUAL
ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
UNIMES – Universidade Metropolitana de Santos - Campus I e III
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ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
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Viviane Ferreira
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ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
AULA INAUGURAL
A disciplina que iremos trabalhar, ao longo deste semestre, tem seus ob-
jetivos estabelecidos no Plano de Ensino que está acessível a todos. Con-
siderando as características e peculiaridades de um curso a distância e
da disciplina que trata de visualidade, sugerimos sempre que possível que
você visite museus e exposições, mesmo que virtuais, de forma a refletir
e exercitar os conteúdos tratados.
Um grande abraço,
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ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
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ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
Índice
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ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
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10 ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
Unidade I
Conceitos e noções fundamentais de estética
Objetivos
- Estabelecer uma reflexão crítica sobre algumas teorias estéticas, iniciando-se pelo
conceito de estética.
- Apreciar uma obra de arte observando-se diferentes aspectos.
Plano de Estudo
Esta unidade conta com as seguintes aulas:
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ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I 11
Aula: 01
Pareyson (1997, p.05) nos diz que na experiência estética entra toda expe-
riência que tem a ver com o belo e com a arte: a experiência do artista, do
leitor, do crítico, do historiador, do técnico de arte e daquele que desfruta
de qualquer beleza. Nela, entra, em suma, a contemplação da beleza, quer
seja artística, quer natural ou intelectual.
No dia a dia emitimos com freqüência juízos estéticos a respeito das mais
variadas coisas, como exemplos:
Até lá!
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ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I 13
Aula: 02
Essas teorias são as teorias da arte essencialistas que defendem que exis-
te uma essência de arte, ou seja, que existem propriedades essenciais na
arte que são capazes de defini-la, propriedades que sirvam para distinguir
a arte de outras coisas que não são arte, como se houvessem característi-
cas comuns a todas as obras de arte. Vamos então a elas:
Esta é uma das mais antigas teorias da arte, na qual está implícito o con-
ceito de mimese - a idéia da arte como “mimesis” implica uma cópia da
natureza, real ou ideal. Esta teoria consiste em que uma obra só é arte
quando imita ou representa algo do mundo circundante, ou seja, da na-
tureza, sendo uma teoria derivada das idéias de Platão (428 - 347 AC) e
Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) Decorre daí que, intuitivamente, muitas
pessoas, até hoje, procuram na obra de arte a semelhança com o objeto
representado, se o objeto não é fiel ao modelo não é uma obra de arte. Des-
sa teoria nasce a admiração que muitas pessoas possuem pela habilidade
do artista em executar um trabalho que pareça ”real”.
Essa teoria está fadada ao fracasso assim que observarmos que existem
obras de arte visuais abstratas, que não possuem a pretensão de imitar
Filósofo grego, nasceu em Atenas e se destacou entre os pensadores mais influentes
da civilização ocidental. Deu um sentido negativo a “mimesis”, considerando-a como
simulacro ou imitação. Para ele, as artes regulada pela mimesis eram condenáveis.
Aristóteles, filósofo grego que teve influências significativas na educação e no pensa-
mento ocidental contemporâneo, é considerado o criador do pensamento lógico. Contra-
riamente a Platão, via a arte como imitação, segundo regras de adequação. Um trabalho
artístico idêntico ao modelo é verdadeiro, pois é adequado, é “natural”.
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14 ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
nada. Encontramo-las em desenhos, gravuras, pinturas e em esculturas
abstratas.
Nesse último exemplo é até bastante improvável que exista alguma obra
musical que imite seja o que for, mesmo que alguns recordem da música
programática, que consiste em uma música que contando uma história,
evoca um cenário natural ou se propõe a ilustrar um acontecimento; a
música não é uma obra mimética.
Porém, se, por um lado, nessa teoria podemos incluir as obras que não imi-
tam nada como a música, por outro lado damos à obra de arte um critério
valorativo, pois ela só é obra de arte se conseguir exprimir o sentimento
do artista que a criou. Então como teremos certeza do que exatamente o
artista desejou expressar em uma determinada obra?
Mais uma vez temos uma teoria que não observa todas as artes, pois
nunca teremos certeza a respeito dos sentimentos que o artista desejou
expressar.
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ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I 15
Aula: 03
A teoria formalista, defendida, entre outros, pelo filósofo Clive Bell (1881-
1964), considera que não se deve começar por procurar aquilo que define
uma obra de arte na própria obra, mas sim no sujeito que a aprecia, signi-
ficando que a única característica que permeia todas as a obras de arte é
que esta desperta uma emoção particular no observador. Essa emoção é o
que se denomina de emoção estética.
Sendo assim, uma obra só é arte se desperta nas pessoas uma emoção,
Clive Bell (1881-1964) crítico inglês, conhecido, sobretudo, por defender a teoria forma-
lista da arte, foi um dos membros do famoso grupo de Bloomsbury, que incluía Roger Fry,
John Maynard Keynes e Virginia Wollf.
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16 ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
um sentimento que não possui nada em comum com qualquer sentimento
ou ausência do mesmo da parte do artista.
Marcel Duchamp foi um dos precursores da arte conceitual e é o responsável pelo con-
ceito de ready made como objeto de arte. A obra de Duchamp foi de grande importância
para as experimentações artísticas subseqüentes, tais como o Dadaísmo, Surrealismo,
Expressionismo Abstrato, etc.
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ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I 17
Aula: 04
A partir dessa aula, veremos outras duas teorias que acreditam na impos-
sibilidade de uma definição essencialista da arte. Apesar de não serem
essencialistas são teorias que, também, de forma banal, encontram-se
difundidas no senso comum. São elas as teorias institucionais e a Teoria
Simbólica de Goodman, ou cognitivismo estético.
Teorias Institucionais
Para Dickie, uma obra de arte é um artefato, ao qual foi conferido o estatu-
to de objeto artístico por uma instituição social, que ele denomina “mundo
da arte”.
Dr. Morris Weitz foi professor de Filosofia da Philosophy at Brandeis University, especia-
lizado em estética e filosofia, publicou inúmeros livros dentre os quais “Filosofia da arte”
em 1950.
George Dickie, filósofo da arte, nascido na Florida, é Professor na Universidade de Illinois
em Chicago. Publicou vários livros sobre teoria estética, história da estética e filosofia
da arte.
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18 ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
Então, o cerne desta definição é a idéia de se conferir um estatuto.
Mas, como podemos encarar uma obra como “a pedra“ de Alberto Car-
neiro (1937) que não é um artefato, pois consiste em um objeto natural
retirado de um rio?
Dickie nos diz que, quando essa pedra foi levada para uma exposição de
arte, não sofreu qualquer modificação nas suas propriedades, porém, so-
freu uma modificação quando foi proposta como candidata para aprecia-
ção por um membro do “mundo-da-arte”, ou seja, uma instituição de arte.
Apesar de Dickie explicar que a pedra de Alberto Carneiro possa ser uma
obra de arte, ele não consegue elucidar com clareza como essa obra pode
perder o estatuto com a mudança de circunstâncias, isto é, se for reposta
no rio de onde veio.
Outro problema, diz respeito às obras de arte rupestre, pois o homem pri-
mitivo não possuía uma instituição do “mundo da arte” nem o “conceito”
de arte, então devemos excluí-las de nossas instituições também?
Se para existir arte for necessária uma instituição, então teremos de abolir
dos museus não só a arte primitiva, mas a arte infantil e a arte popular,
por exemplo.
Alberto Carneiro é artista plástico, natural de S. Mamede do Coronado, Portugal.
Precursor da Land Art em Portugal propõe uma reflexão particular sobre a condição da
arte enquanto criação de uma evidência da natureza, pondo em jogo não só materiais
naturais, como a própria natureza e o seu corpo.
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ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I 19
Aula: 05
Temática: Teoria Simbólica de Goodman ou
cognitivismo estético
Nelson Goodman foi um dos mais importantes filósofos americanos do séc. XX. Abor-
dou vários problemas centrais da filosofia da arte, dentre os quais estão: o problema da
natureza da representação pictórica realista, sendo que recusou a teoria da arte como
imitação ou mimesis.
Hansruedi.R. Giger nasceu na pequena cidade de Chur, Suíça. Nascido em uma família
normal de classe média, tornou-se um artista surrealista, ficando conhecido pelo seu
trabalho para o filme Alien.
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20 ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
Entretanto, não é suficiente também eliminar a representação para eliminar
qualquer referência, pois em obras como as de Piet Mondrian (1872 - 1944),
que não representaram nada, podem ser encontradas referências a ritmos,
harmonias, cadências visuais, ..., ou seja, certas propriedades da obra de
arte como cores, formas, podem ser relacionadas com algo do exterior, ou
com outras obras de arte que possuam os mesmos elementos.
Outro autor que utiliza o aspecto simbólico da arte é Erwin Panofsky (1892-
1968), que defende a iconologia. Segundo Panofsky (2002), é necessário,
para um estudo iconológico, fazer uso de fontes literárias e da História dos
tipos, que consiste na “compreensão da maneira pela qual, sob condições
históricas diferentes, temas específicos e conceitos foram expressos por
objetos e fatos” (PANOFSKY, 2002, p.63). Esse autor enfatiza a importância
dos costumes cotidianos para se compreender as representações sim-
bólicas, que, segundo ele, muitas vezes, são desconhecidas pelo próprio
artista e podem, até, diferir enfaticamente do que ele conscientemente
tentou expressar. A iconologia é assim, uma interpretação a partir das
comparações dos diferentes aspectos nos quais está inserida a obra, ou
seja, um aspecto convencional no qual podemos encontrar o significado
escondido das representações.
Na aula de hoje, você pôde ver que o próprio Panofsky reconhece que
é necessário que o observador possua familiaridade com os costumes e
tradições culturais de um determinado período e, principalmente, utilize
fontes literárias para poder encontrar a significação dos símbolos presen-
tes nas obras de arte.
Assim sendo, diante de uma obra, podemos refletir e apreciá-la sobre dife-
rentes aspectos. Mas quais são eles?
Aspecto factual:
Aspecto Técnico:
Aspecto convencional:
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24 ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
Aula: 07
Agora veremos outros aspectos que podem ser objetos de reflexão diante
de uma obra de arte.
Aspecto estilístico:
Dessa forma, o conceito de estilo nos auxilia no diálogo com a obra, possi-
bilitando a identificação de certos elementos e expressões nela contidos,
de forma que, a categoria de estilo deve ser utilizada para apreender deter-
minados aspectos da obra e não como um rótulo fechado e inflexível.
Michelangelo Buonarroti, Famoso pintor, escultor, poeta e arquiteto renascentista italia-
no, é conhecido principalmente pelos afrescos do teto da capela sistina no Vaticano.
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ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I 25
Aspecto de atualização:
Aspecto Institucional:
Esse aspecto pode ser uma espécie de atualização, quando por um crítico
ou instituição resgata o valor de um artista, de forma que, algumas veze, o
aspecto atualização e institucionalização se interpenetram.
Aspecto Neofactual:
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26 ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
Aspecto de contextualização: a vida do artista
Vale exercitar:
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ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I 27
Resumo - Unidade I
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28 ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
Durante nossa jornada refletimos sobre alguns aspectos importantes que
contribuem para a apreciação de uma obra: o aspecto factual, que con-
siste em descrever aquilo que a obra mostra literalmente; o aspecto téc-
nico, que se refere aos materiais físicos e conhecimento das técnicas que
o artista manipulou para construir a obra; e o aspecto convencional, que
consiste no uso de símbolos.
Até lá!
Referências Bibliográficas:
HAAR, Michel. A obra de arte: ensaio sobre a ontologia das obras. Rio
de Janeiro: Difel, 2000.
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30 ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
Exercício de auto-avaliação I
2- Para Dickie, uma obra de arte é um artefato ao qual foi conferido o estatuto de objeto
artístico por uma instituição social, que ele denomina “mundo da arte”, o que define a
teoria institucional. No que consiste “o mundo das artes” nesse contexto?
a) O cinema.
b) As artes plásticas.
c) Uma instituição de arte.
d) um texto escrito por ele.
3- Existem algumas teorias chamadas de essencialistas como: a teoria da arte como imi-
tação ou representação, a teoria da arte como expressão e a teoria da arte como forma
significante. No que consiste uma teoria essencialista?
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ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I 31
4- Erwin Panofsky formulou a iconologia que é a responsável pelo estudo de símbolos. A
qual aspecto de apreciação da obra de arte está ligado a iconologia?
a) Aspecto técnico.
b) Aspecto neofactual.
c) Aspecto factual.
d) Aspecto convencional.
5- Em outras épocas e culturas, como nos diz Munari (1993, p.20), “a arte e a vida avan-
çavam ao par: não havia objetos de arte para olhar e objetos vulgares para usar”. A que
se refere essa frase?
a) A um conceito.
b) Ao aspecto de atualização de uma obra de arte.
c) A experiência estética.
d) Aos juízos estéticos.
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32 ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
Unidade II
Os elementos da linguagem visual no processo de criação
Objetivos
- Conhecer e conceituar os elementos básicos da linguagem visual, identifican-
do-os como ferramentas do processo de criação artística.
Plano de Estudo
Esta unidade conta com as seguintes aulas:
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ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I 33
Aula: 08
A linguagem visual
Concordamos com Ostrower (1991) quando ela nos fala que, ao contrário
das palavras, esses elementos visuais não possuem significado exato e
pré-estabelecido, e dessa forma, quando se encontram reunidos em um
contexto formal podem determinar muitos caminhos e significações.
O modo de “ver” as formas pode ser refinado pelo alfabetismo visual, que
consiste em apreender os componentes básicos da linguagem visual e
compartilhar com outras pessoas o significado atribuído a eles. Diferen-
temente da linguagem escrita, cuja estrutura foi inventada para codificar
e decodificar informações de modo rápido e fácil, a linguagem visual não
possui a mesma exatidão e lógica. Por esse motivo, artistas, filósofos e
diversos especialistas buscam nos processos artísticos a compreensão de
como as artes comunicam.
O Ponto:
O ponto possui uma grande atração visual, de maneira que dirige o olhar.
Quanto mais próximos uns pontos estiverem dos outros, essa força de
direção se intensificará.
A Linha:
Até lá!
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36 ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
Aula: 09
Superfície ou Plano
Superposição
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ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I 39
Aula: 10
Forma
“Em toda obra de arte, a forma incorpora o conteúdo de tal modo que se
tornam uma só identidade” (OSTROWER, 1991:43). Isso quer dizer que a
obra é existência física expressa pela forma (obra) concreta a qual pode-
mos visualizar e, portanto, existe enquanto imagem. A forma (obra de arte)
não é um envoltório que protege uma coisa, um conteúdo ou um signifi-
cado, ela mesma é o conteúdo, “o fato de que o conteúdo se dá a própria
forma” (PAREYSON, 1997, p.57).
É uma forma que tem sido utilizada por artistas e arquitetos de todos os
períodos a ponto de ter conferido proporções às cidades antigas e moder-
nos edifícios: Babilônia, o Partenon, a catedral de Pisa, etc. O quadrado
está presente na estrutura estável dos ideogramas chineses, no nosso
alfabeto, e no hebraico dentre outros.
Volume ou dimensão
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42 ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
Aula: 11
Luz
A luz pode ser definida como “o contraste formal entre claro e escuro” (Os-
trower, 1991, p.96), e o tom como a maior presença ou ausência de luz.
http://masp.uol.com.br/colecao/de-
talhesObra.php?cob=75
A B C
Tom
Textura
A textura pode ser definida como aparência da disposição das partes ele-
mentares da estrutura de um objeto, ou seja, refere-se à aparência de uma
superfície onde os elementos que a compõem estão agrupados.
Movimento
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46 ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
O sentido direcional também pode ser explorado por signos, que partiram
de algum objeto, nesse caso nos referimos à flecha. Esse objeto, conhe-
cido desde os tempos mais remotos, parte de um arco distendido e voa a
uma direção específica. Munari (1993) diz que quem escolheu esse objeto
como signo de direção provavelmente fez essas considerações.
A relevância nesse caso é a forma que a flecha possui e que nos remete a
idéia de direção. A partir do séc. XIX essa forma foi estilizada, concentran-
do-se a atenção em sua ponta, com o Futurismo no séc. XX e as primeiras
pesquisas geométricas, a flecha se transforma em um retângulo com um
triângulo na ponta sendo utilizada até hoje como indicador de direção.
Movimento artístico fundado por Filippo Tommaso Marinetti com a publicação do Mani-
festo fundador do Futurismo em 1909. Esse movimento, se propunha a demolir a tradição
e a arte passada, e proclamava a arte do futuro, ou seja, a velocidade, a era mecânica, a
eletricidade, o dinamismo
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ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I 47
Aula: 13
Escala ou Proporção
A escala pode ser definida como as relações entre as medidas dos objetos
visuais, o campo visual ou o ambiente. Pode ser definida também como a
relação das dimensões entre o desenho e o objeto por ele representado.
Neste último caso, a escala é utilizada em projetos, mapas e esquemas
que necessitem representar as medidas proporcionais ao real.
A
B
Escala 1:1 ou 2:2 ou 3:3, etc. Representa uma divisão simétrica e estática.
Aparenta solenidade.
Uma coisa é imaginar cores, outra é percebê-las, portanto por mais que
se antecipe o efeito de uma cor, sua presença sensorial é necessária para
uma avaliação mais concreta dentro de um determinado contexto. Pode-
se dizer que cor é a sensação provocada pela ação da luz sobre o nosso
órgão de visão, ou seja, uma reação consciente de um observador, o qual
teve sua retina estimulada por uma energia radiante.
A cor
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50 ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
Cor – luz
É uma radiação luminosa visível que possui como síntese a luz branca.
Pode ser percebida pela decomposição da luz solar, como acontece no
arco íris, ou através de meios artificiais com o uso de prismas.
Somando-se as radiações de comprimentos das ondas, ou seja, efetuando
uma combinação de luzes, obtemos o que chamamos de síntese aditiva ou
adição cromática. São elas o vermelho, verde e azul. (RGB = red, green,
blue aplicadas à tv e computadores).
Cor – pigmento
“É a substância material que conforme sua natureza absorve, refrata e
reflete raios luminosos componentes da luz que se difunde sobre ela” (PE-
DROSA, 1982, p.17). Se observarmos um objeto de cor azul é porque ele
absorve quase todos os raios de luz branca que incidem sobre ele, refletin-
do somente os raios de cor azul. Portanto a cor pigmento é percebida pelo
processo de reflexão de raios luminosos em contato com superfícies que
contêm pigmentos, ou seja, substâncias coloridas.
Usualmente denominamos cor pigmento as substâncias corantes que fa-
zem parte do grupo de cores químicas e são classificados em duas cate-
gorias: pigmentos acromáticos que não contém cor como o preto, branco
e cinza, e pigmentos cromáticos que são todos os outros que contêm cor.
Os pigmentos podem ser de origem vegetal, animal ou mineral e são ob-
tidos através da transformação de diversas substâncias como madeira,
ossos, terra, raízes, em pó.
Nas cores pigmentos obtêm-se o que chamamos de síntese subtrativa
ou subtração cromática, através da mistura de vermelho, amarelo e azul
em um processo em que um pigmento anula ou subtrai o outro. (MAYER,
2002) (CMY = cyan, magenta, yellow, aplicada nas artes gráficas). As
cores pigmentos são as que mais nos interessam devido a sua aplicação
nas técnicas artísticas.
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52 ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
Aula: 15
Fonte: http://www.portinari.org.
br/ppsite/ppacervo/thumb.asp?te
ma=000912&totObras=10
O artista não se explica ou exprimi por palavras e sim pela obra; ao tra-
balhar, ele utiliza linhas, cores, texturas e todos os outros elementos da
Candido Portinari nasceu em Brodowski,interior de São Paulo. Filho de imigrantes ita-
lianos foi reconhecido internacionalmente quando,em 1935, ganhou um prêmio em Nova
York com a pintura Café.
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ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I 53
linguagem visual que estudamos provando que os conhece, mesmo que
não seja capaz de colocar suas intenções em palavras, aliás, o que é des-
necessário, pois o objetivo do artista é fazer uma obra expressiva. Os pen-
samentos e valores que o artista formula, raramente ocorrem no verbal, ele
pensa diretamente como forma.
As cores do quadro: brancos sujos, tons de terra e azuis, são todas pálidas.
Assim sendo, é possível que esse quadro possa funcionar para muitos
leitores como símbolo de trabalho.
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54 ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
Aspecto estilístico: O estilo não deve ser uma gaveta com etiqueta, e
tudo o que foi dito pela crítica sobre Portinari nos mostra as inquietações
que uma obra de arte desperta quando querem colocá-la sobre um rótulo.
Segundo Fabris (1990, p.9), Portinari foi considerado um pintor “clássico
moderno”, Aracy Amaral (1987, p.63) o chama de nosso “pintor de expor-
tação”. Seria difícil enquadrá-lo corretamente em alguma escola ou movi-
mento do século 20. Iniciando-se com um naturalismo, Portinari passa à
geometrização, misturando elementos do Cubismo e do Expressionismo e
criando um estilo próprio, que foi o que os críticos denominaram de “Por-
tinarismo”, uma forma de expressão própria de Portinari, refletindo uma
estética característica.
Até lá!
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ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I 55
Aula: 16
Relembrando que na superfície percebemos duas dimensões: altura e largura e que
consistem em áreas cujas margens nos permitem perceber uma estrutura interna.
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56 ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
Os quadrados que completam os re-
cipientes de água acentuam a imobili-
dade das lavadeiras, pois são formas
estáticas. Os recipientes são os que
possuem maior peso visual, pelas for-
mas estáticas e por estarem abaixo da
linha horizontal que divide o quadro ao
meio, funcionado visualmente como
terra. O ponto perceptivo localiza-se
no rosto da criança, destacando-a e de
forma que percebemos a parte superior
da composição como mais leve.
UNIMES VIRTUAL
ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I 57
O quadro expressa tristeza, sofrimento e miséria e não acredito que nin-
guém tenha pensado outra coisa, pois verificamos em todas as decisões
do artista que a expressão da obra é verdadeira. O quadro expressa tudo
o que as lavadeiras podem ser, todo o seu universo e, por isso mesmo, ele
diz tudo.
Como nos diz Ostrower (1991, p. 64) “Portinari eleva a situação particular
das lavadeiras a um plano mais universal, de sofrimento humano”. Por
esse motivo, provavelmente, a experiência estética proporcionada por
esse quadro provocou um estranhamento, em muitos de vocês, pela tris-
teza na expressão da obra; muitas pessoas não pendurariam esse trabalho
na parede de suas casas, não gostariam de ficar olhando para ele todos
os dias.
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58 ARTE E PROCESSOS DE CRIAÇÃO I
Resumo - Unidade II
Um grande abraço,
Referências Bibliográficas:
1 – Dos elementos da linguagem visual, qual é a unidade mais irredutível e simples, sen-
do a mais encontrada na natureza?
a) A linha.
b) A cor.
c) O ponto.
d) A textura.
4) A cor não existe materialmente, é uma sensação provocada pelo estímulo da luz no olho.
As sensações cromáticas são provocadas por dois tipos de estímulos, quais são eles?
a) O da cor clara e escura
b) O da cor primária e secundária.
c) O das cores luzes e o das cores pigmentos.
d) O da cor luz e cor escura.