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FMU
São Paulo
2017
LUCAS FELIPE RIBEIRO DOS SANTOS
São Paulo
2017
Sumário
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 6
MÉTODO…………………………………………………………………………………………………………………………………………….8
RESULTADOS............................................................................................................................................9
DESENVOLVIMENTO..............................................................................................................................12
CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………………………………………………………………………………………………………15
REFERENCIAS……………………………………………………………………………………………………………………………………17
TABELAS E IMAGENS
IMAGEM 1……………………..........................................................................................................................6
TABELA 1..................................................................................................................................................8
TABELA 2..................................................................................................................................................9
TABELA 3................................................................................................................................................10
1. INTRODUÇÃO
Palavras chave utilizadas na busca Base de dados utilizada Qtde de artigos publicados
EM e HS SciELO 0
EM e psicologia Bvs 3
EM e reabilitação psicológica 0
EM e psicoterapia 0
EM e terapia cognitiva 0
EM e terapia comportamental 0
EM e enfrentamento 0
EM e comportamento 1
Avalição psicológica e EM 0
3. DESENVOLVIMENTO
4. RESULTADOS
A busca realizada teve como objetivo encontrar artigos que mostrassem por
meio de evidencias científicas o desenvolvimento de HS nos pacientes com EM.
Foram encontrados 4 artigos diferentes. As publicações de modo geral, utilizaram
métodos quantitativos, recorte transversal, ensaio clínico e um estudo de caso.
A maioria dos estudos foram abordados por profissionais da psicologia, 2
deles apontam aspectos cognitivos do paciente com EM, avaliando funções como
atenção, memória e raciocínio lógico.
Apenas o estudo realizado como ensaio clínico, foi abordado por profissionais
da fisioterapia e relata efeitos da equoterapia na estabilidade postural de pessoas
com EM.
A tabela abaixo, exibe resultados alcançados e métodos utilizados para cada
estudo.
TIPO DE
AUTOR TÍTULO PRINCIPAIS RESULTADOS
ESTUDO
Avaliação das Os resultados apontaram perdas cognitivas
Freitas, José
Funções Cognitivas com significância estatística nos pacientes com idade
Osmar
de Atenção, Pesquisa entre 40 e 55 anos e nos que apresentaram
Frazão; Aguiar,
Memória e Quantitati comprometimento por fadiga nos subdomínios cognitivo e
Cilene Rejane
Percepção em va psicossocial. Os pacientes com tempo de doença
Ramos Alves
Pacientes com entre 5,0 e 19,9 anos apresentaram redução da
de.
Esclerose Múltipla pontuação nos testes, mas sem significância estatística.
Crovador, Estudo do
Laura Ferreira; tipo
Qualidade de vida
Oliveira- descritivo
relacionada à saúde Os resultados evidenciaram a
Cardoso, Érika e
de pacientes com existência de relação significativa entre prejuízos físicos e
Arantes; exploratór
esclerose múltipla mentais impostos pela enfermidade (e/ou pelo
Mastropietro, io,
antes do transplante transplante) e a instalação de quadros de depressão,
Ana Paula; com
de células-tronco ansiedade e estresse nos participantes.
Santos, recorte
hematopoéticas
Manoel transvers
Antônio dos. al
Menezes,
Karla
Ensaio
Mendonça; Co Efeito da A amplitude de oscilação anteroposterior reduziu
clínico
petti, equoterapia na significativamente
não
Fernando; Wie estabilidade postural no GI após a estimulação, enquanto o GC manteve
randomiz
st, Matheus de portadores de um comportamento inalterado entre as avaliações. Em
ado com
Joner; Trevisa esclerose múltipla ambos os grupos, a estabilidade postural foi reduzida com
séries
n, Cláudia estudo preliminar a supressão da informação visual.
temporais
Morais; Silveira
, Aron Ferreira.
Durante a reavaliação foi possível perceber que Celso
apresentou maior facilidade em realizar os subtestes que
envolviam resolução e compreensão aritmética na
Relato de
Fiorotto, primeira parte da avaliação. Observou-se, também,
experiência em
Samira Maria; avanços nos subtestes que envolviam memória. Ao
acompanhamento Estudo de
Barroso, comparar os resultados das duas avaliações percebeu-se
cognitivo com um caso
Sabrina melhora significativa na capacidade de recordação tardia
paciente com
Martins e aprendizagem aritmética, que deixaram de consistir em
esclerose múltipla
déficits. Além disso, houve abrandamento do déficit na
compreensão aritmética. Os demais resultados
permaneceram sem alterações.
Tabela 2 – Síntese dos artigos encontrados
Estes resultados não apontam o desenvolvimento, avaliação e estímulos de
HS na amostragem dos estudos, sendo que, 2 dos trabalhos não apresentavam
proposta de intervenção, somente avaliação das características cognitivas,
emocionais e relacionadas a qualidade de vida.
Os trabalhos com propostas de intervenção apresentaram resultados
favoráveis a seus objetivos, porém somente no estudo de caso intitulado
“experiência em acompanhamento cognitivo com um paciente com esclerose
múltipla” (FIOROTTO, 2015) é possível verificar, mesmo que de maneira indireta o
desenvolvimento de habilidades de interação social no paciente acompanhado.
O estudo teve como objetivo identificar déficits cognitivos por meio de testes
neuropsicológicos e realizar um treino cognitivo, no período de 10 sessões, com
encontros semanais, a cada encontro eram propostas atividades que exercitassem
as funções identificadas como deficitárias e também eram passadas tarefas para
que o paciente fizesse em casa. Na primeira avaliação do paciente acompanhado,
foram identificados prejuízos recordação tardia, compreensão léxica, compreensão
aritmética e aprendizagem numérica.
FUNÇÕES
SESSÃO
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO TRABALHADAS
Localizar e montar trio de números expressos de diferentes formas memória operacional,
1 (por extenso, algarismo planejamento e controle
arábico e tracinhos) inibitório
1 - Montar uma lista de supermercado, com produtos que compraria
para casa. Em seguida, procurar os produtos da lista em um folheto
de supermercado (levado pela graduanda) e marcar os produtos
Memória, planejamento,
2 encontrados em comum. Por último, fazer o cálculo de quanto
raciocínio lógico, atenção
gastaria em sua compra. 2 -Utilizando cartela de bingo: marcar os
números pares e ímpares de acordo com a instrução de cada
cartela.
Atividade 1 - Falar os sinônimos e antônimos das seguintes palavras:
feliz, bonito, quente, rápido e longe. Depois de dito os sinônimos e
antônimos, formar frases com as palavras.
Atividade 2 - Jogo de dominó Raciocínio lógico,
3 Atividade 3 - Em uma folha sulfite contendo uma palavra-chave aprendizagem, atenção,
ESCOLA, com várias outras palavras linguagem
escritas ao redor que se relacionam ou não com a palavra-chave, o
paciente deve circular somente as palavras que se relacionam com a
principal.
Atividade 1 - Entregar ao paciente uma folha somente com algumas
respostas e solicitar que ele invente perguntas pertinentes a cada
resposta apresentada.
Atividade 2 - Cantar ou dizer o nome de músicas que lembrem Raciocínio lógico, memória,
algumas datas importantes para ele, tais como, natal, aniversário, aprendizagem,
4
carnaval, amor, saudade. Em seguida, dizer uma música que marcou planejamento,
sua vida. perseveração
Atividade 3 - Realizar novamente a atividade do primeiro encontro de
localizar e montar trio de números expressos de diferentes formas
(por extenso, algarismo arábico e tracinhos) - efeito de aprendizado.
Atividade 1 - A graduanda escolheu um texto aleatório em que foram
grifadas 5 palavras. A atividade
consiste em pedir que o paciente escreva os sinônimos
correspondentes de cada palavra grifada.
Atividade 2 - Apresentar uma tabela com modelos de carros, preços, Raciocínio, aprendizagem,
5 potência dos motores, cores, nomes de lojas que vendem os carros linguagem memória,
e nomes de vendedores. Em seguida, pedir que ele responda planejamento
questões relacionadas com a tabela. Em todas as questões o
paciente deve raciocinar, relacionar, fazer contas, etc.
Atividade 3 - Recordar as 5 palavras que escolheu como sinônimo na
primeira atividade do dia.
Atividade 1 - Jogo “stop”
Atividade 2 - Jogo da forca Velocidade de
6 Atividade 3 - Sequências de números. O paciente deverá descobrir processamento, raciocínio
quais são os próximos números de cada sequência que lhe será lógico
apresentada.
Atividade 1 - Uso de jornal. Propor ao paciente que crie histórias com Encadeamento,
7 as principais manchetes de um aprendizagem
jornal levado pela graduanda.
Atividade 1 - Jogo de cartas “Super trunfo” Raciocínio lógico, resolução
8 Atividade 2 - Tirar a argola. O paciente deverá raciocinar para retirar de problemas
a argola que está presa entre as cordas.
Atividade 1 - Fazer o planejamento da agenda para a próxima
9 semana do paciente, contendo todos os seus compromissos da Planejamento, memória
semana.
Atividade 1 - Conversão de dinheiro: Apresentar ao paciente
algumas quantias em dinheiro (de brinquedo) e, em seguida, foi
solicitado que ele convertesse em outra moeda corrente escolhida
pela graduanda, Aprendizagem, raciocínio
10 usando como medida 1 dólar = 2 reais, 1 libra = 3 reais 1 euro = 2,50 lógico, resolução de
reais. problemas
Atividade 2 - Palavras Proibidas: Consiste em descrever uma
palavra, sendo que para cada palavra, três outras palavras que são
relacionadas serão “proibidas” de serem utilizadas na descrição.
Tabela 3 – Propostas de intervenção.
Após as sessões, foi realizado a reaplicação dos testes neuropsicológicos no
paciente e observou-se maior facilidade em realizar os subtestes que envolviam
resolução e compreensão aritmética na primeira parte da avaliação. Observou-se,
também, avanços nos subtestes que envolviam memória. Ao comparar os resultados
das duas avaliações percebeu-se melhora significativa na capacidade de recordação
tardia e aprendizagem aritmética, que deixaram de consistir em déficits. Além disso,
houve abrandamento do déficit na compreensão aritmética. Os demais resultados
permaneceram sem alterações (FIOROTTO, 2015).
Também foi possível verificar a partir da verbalização do paciente, uma
alteração no modelo de interação relacional estabelecida no trabalho e com a
família. De acordo com o paciente houve uma melhora da memória, o que pode ser
comprovado mediante os resultados dos testes aplicados. O paciente afirma que
isso contribuiu com sua produtividade, passou a esquecer menos de seus
compromissos e também houve uma aproximação no relacionamento com suas
filhas, sugerindo que o acompanhamento cognitivo proporcionou melhora em sua
interação social, seja no trabalho ou com a família (FIOROTTO, 2015).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O paciente acometido por EM, muitas vezes necessita mudanças e
redimensionamento de atividades em sua vida, fazendo-se necessário utilizar de
habilidades de enfretamento, socialização, controle da agressividade, entre outras,
para uma interação mais adaptada com o meio, frente as mudanças. Sabe-se que a
EM pode ocasionar desde seu início alterações cognitivas, estas podem impactar
diretamente na manutenção das HS já adquiridas pelo sujeito e na aprendizagem de
novo repertório. É importante que o paciente possa passar por atendimento
psicológico, individual ou em grupo desde o início da doença.
Diante do comprometimento do relacionamento social que a doença muitas
vezes pode ocasionar ao paciente, por diversos motivos, principalmente pela
depressão, acometimento motor ou cognitivo o estímulo ao convívio e interação
social faz-se extremamente necessário, sugere-se programas grupais, com objetivos
terapêuticos, utilizando a técnica do THS. (FERNANDES 2012).
Boas e Silva (2005, apud LEME, 2016) apontam algumas vantagens do THS
realizado em grupo em relação ao individual. A interação social entre o grupo
favorece o desempenho de papéis entre os participantes e corrobora para que
possam dar feedbacks entre eles. Diante do comprometimento do relacionamento
social que a doença muitas vezes pode ocasionar ao paciente
É possível verificar que, nos últimos 5 anos, no Brasil, não foram publicados
trabalhos que apontem diretamente para o desenvolvimento de HS em pessoas com
EM. Também se verificou possíveis ganhos por meio do THS na EM. Sugere-se
criação de protocolos de grupais para o desenvolvimento das HS para estes
pacientes. A utilização de técnicas psicológicas do THS pode favorecer ao paciente
uma compreensão sobre si mesmo de forma a aprender a lidar melhor com o
adoecimento, buscando novas formas de enfrentamento, com melhor interação
social.
REFERÊNCIAS
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