JOGO DE RPG BÁSICO
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www.RPGsimples.blogspot.com
Organização: Prof. Gilson Rocha de Oliveira
Apresentação
Entenda como são os jogos de RPG! Além de ser
uma possibilidade didática; leia mais no tópico
RPG e educação.
Você precisa apenas de lápis, papel, imaginação,
uma moeda qualquer e um grupo de corajosos
amigos.
[AVISO] Este material é inadequado para pessoas
com menos de doze anos por conter violência, mas
é possível jogar apenas contando histórias mais
infantis. [AVISO]
O que é RPG?
RPG vem do inglês (role playing game) e pode ser
traduzido como „Jogo de Representação‟ (JDR).
Jogar RPG significa interpretar um papel. Você
finge ser outra pessoa, age como ela agiria e pensa
como ela pensaria. Funciona como um teatro, mas
sem um roteiro para seguir: a história apenas vai
acontecendo. E as ações são apenas faladas e não
efetivamente realizadas.
É um tipo de jogo de faz de conta, um jogo de
contar histórias. A aventura acontece enquanto os
jogadores tomam suas decisões, vivendo seus
papéis em mundos de imaginação. Sentados à volta
de uma mesa, anotando em papéis e jogando dados,
eles experimentam aventuras heróicas, viagens
triviais, batalhas gloriosas e perigos apavorantes!
Prepare-se!
RPG é diferente dos outros jogos. É como assistir a
um filme, ler um livro ou uma história em
quadrinhos, com uma grande diferença: você está
participando da história! E o que você decidir fazer
mudará tudo.
Esqueça a segurança de seu sofá: neste mundo de
aventuras e perigos, é você quem viverá as
aventuras, você que deve decifrar os enigmas,
encontrar as saídas, combater monstros e inimigos
e lutar por um final feliz e divertido.
Quem ganha?
Apesar de ser um tipo de jogo, no RPG ninguém
ganha, ninguém perde e ninguém compete. O
objetivo é construir de forma cooperativa uma
história proposta pelo narrador, que é um tipo
especial de jogador.
É um jogo de interação e de contar histórias. Em
uma partida de RPG temos um grupo de jogadores
e um narrador (também chamado de mestre do
jogo ou apenas mestre). O narrador propõe um
desafio, uma aventura, que os jogadores devem
vivenciar. Na verdade, todos apenas imaginam que
participam da aventura, pois ela se passa na
imaginação de cada um.
Como jogar?
Para jogar RPG não é necessário tabuleiro,
computador, videogame ou qualquer objeto deste
tipo, nem mesmo fantasiar-se. É necessário apenas
lápis, papel, uma moeda, imaginação e um grupo
de corajosos amigos.
Para uma boa aventura de RPG é necessário um
narrador e de 3 até 5 jogadores. Pode ter mais
jogadores, mas as rodadas tendem a ficar um pouco
lentas.
Regras
Os jogos de RPG geralmente usam dados comuns
de 6 lados e/ou dados diferentes de 4, 8, 10, 12 e 20
lados. Como o objetivo deste material é ensinar
como funciona uma partida de RPG, apresentarei o
sistema ZIP de Paulo Micchi, com algumas
pequenas alterações para ser mais simples ainda. O
sistema ZIP usa apenas uma moeda.
A PERSONAGEM
O jogador de RPG faz de conta que é outra pessoa,
e a personagem é essa pessoa que ele finge ser.
A personagem do jogador (PJ) existe apenas em
sua imaginação. É o herói que participará das
aventuras, fazendo o que o jogador que a interpreta
decidir. É como uma personagem de videogame,
que se movimenta quando os botões são apertados.
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A diferença é que, em vez de apertar botões, o
jogador precisa apenas dizer o que sua personagem
faz. Se o jogador diz “estou correndo”, na verdade
não é ele, e sim sua personagem, que corre. Tudo é
falado e acontece apenas na imaginação.
A ficha de personagem
A ficha diz como é sua personagem, o que ela é
capaz de fazer e que equipamento tem. Mais
adiante está uma personagem de exemplo.
As personagens deste sistema de regras precisam
dessas características: Habilidades, Especial e
Equipamento inicial.
Habilidades dizem o que a personagem sabe fazer
(como um guerreiro, pirata, ninja, explorador,
arqueólogo, cientista, professor, estudante, etc.).
Exemplo: ninja (mover-se em silêncio, abrir
fechaduras, espadas). A personagem pode fazer
outras coisas, mas elas serão mais difíceis. Escolha
três Habilidades.
Especial pode ser alguma habilidade incrível como
magia ou algum poder; ou pode ser uma
característica que todo mundo tem, mas que na
personagem se destaca dos outros, como força,
saúde, carisma, etc.
Equipamento inicial é o que cada personagem
começa na aventura. Algumas armas, armadura e
outros objetos, geralmente relacionados com suas
Habilidades e o tema da história.
Os objetos podem ser perdidos durantes as
aventuras e outros podem ser encontrados. Além
disso, as personagens podem trocar equipamentos
entre si. Por isso a ficha de personagem deve ter
espaço em branco para que você anote os
equipamentos que encontrar. Use lápis, pois as
coisas que conseguir podem ser perdidas.
Anote a ficha num papel para cada jogador:
Personagem:
Habilidades:
Especial:
Equipamento:
Exemplo de personagem
Personagem: Roberval, o ferreiro
Habilidades: ferreiro, natação, combate.
Especial: carisma
Equipamento: espada
Outras informações:
História: Roberval foi encontrado num navio a
deriva quando era criança, no ano 1.660. Foi criado
pelos ingleses no Caribe e tornou-se um excelente
ferreiro fabricante de espadas e com ótimos
contatos entre os nobres.
Aparência: ele tem quase vinte anos e uma
aparência atraente para as mulheres. Toma banho
todos os dias, algo incomum na época, e suas
roupas estão sempre limpas e arrumadas.
Interpretação: ao jogar com Roberval você deve
fingir que é ele, como se fosse um teatro
improvisado. Ele é esforçado no trabalho e seu
único sonho parece ser casar-se com a bela filha do
Governador da ilha em que vivem, que está de
casamento marcado com um oficial da Marinha de
cargo alto, mas ela na verdade gosta de Roberval.
Ele mora sozinho em sua casa, que também é seu
local de trabalho, fazendo espadas. É educado e
corajoso. Evita confusões, mas sabe usar bem uma
espada caso precise.
Algumas habilidades para criar personagens
(outras podem ser inventadas):
Combate, luta desarmada, cavalgar, condução de
veículo, escalar, furtividade, conhecer outro
idioma, lábia, medicina, primeiros socorros,
natação, navegação, punga, seguir rastros.
Algumas habilidades do tipo Especial (outras
podem ser inventadas):
- Força: vantagem em qualquer teste, diminuindo
em um nível o nível de dificuldade, que envolva
força física, como erguer um peso ou arrombar uma
porta. Aumenta em um ponto o dano com armas de
mão e em combate desarmado.
- Agilidade: representa a capacidade de executar
proezas como saltar, agarrar objetos em
movimento, etc. Uma personagem com este
Especial possui excelentes capacidades atléticas,
em especial de coordenação motora.
- Carisma: representa a capacidade natural de
agradar aos outros, causando-lhes uma reação
favorável, resultado de boa aparência física e/ou
uma simpatia natural. Especial em Carisma resulta
na redução em um nível da dificuldade de causar
boa impressão a um estranho (o nível de
dificuldade inicial é determinado pelo narrador, em
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função das circunstâncias). Muito útil para
conseguir aliados.
- Saúde: ajuda em testes contra venenos, doenças,
etc., e o torna mais resistente ao dano físico.
- Audição Aguçada. Facilidade em ouvir sons
baixos num teste.
- Companheiro animal. Um pequeno animal
mágico, inteligente e fiel ao seu mestre e que pode
se comunicar com ele.
- Olfato/Paladar Aguçados. Para sentir o cheiro ou
gosto com mais intensidade num teste.
- Senso de direção. Sempre sabe onde está o Norte.
- Visão Aguçada. Ajuda e enxergar melhor num
teste.
- Visão Noturna. Enxerga com o mínimo de
iluminação.
O NARRADOR
Antes de começar o jogo, um jogador deve ser
escolhido para ser o narrador, que é um tipo
especial de jogador.
O narrador conta a história da aventura, propondo o
desafio que deve ser enfrentado pelos outros
jogadores. Se RPG fosse um videogame, o narrador
seria o aparelho em si.
O narrador cria o mundo de aventuras onde as
personagens vivem. Ele diz aos jogadores o que
acontece neste mundo, descrevendo onde as
personagens dos jogadores estão, coloca
armadilhas, passagens secretas e itens especiais que
ajudarão as personagens. O narrador também
interpreta os inimigos e monstros que enfrentam os
heróis no mundo imaginário. E também os amigos
e outras personagens que os jogadores encontrarão:
vendedores, guardas, pessoas nas ruas, etc.
A palavra do narrador é final e não pode ser
contestada. Tudo o que ele diz torna-se real no
mundo imaginário do jogo. Ele pode contrariar as
regras, pois uma regra só existe se o narrador
permite. Ele pode até inventar suas próprias regras
no meio do jogo!
Sempre que o jogador tenta fazer algo com sua
personagem, é o narrador que diz se é possível ou
não, através da decisão própria ou com um teste.
Seja para escalar uma muralha, encontrar uma
passagem secreta, enganar um segurança, atacar
um monstro e o que mais for necessário.
Funções - Ser narrador é divertido, mas não é fácil.
O narrador tem mais trabalho que os outros
jogadores. Ele deve conhecer as regras, até para
quebrá-las. Também é quem ensina o jogo para o
resto do grupo.
O narrador também inventa as aventuras, e é esta
uma das coisas que torna o cargo de narrador
divertido. Neste material há uma aventura pronta
que o narrador precisa ler antes do jogo. Quando a
aventura acabar, cabe ao narrador criar outras
aventuras para que o grupo continue jogando com
suas personagens.
Não é preciso que o narrador seja sempre a mesma
pessoa. É interessante que cada jogador do grupo
tente ser narrador pelo menos uma vez.
Poder e responsabilidade - O narrador tem o
poder ilimitado. Tudo o que ele diz torna-se real no
mundo imaginário. Se o narrador diz que uma
chuva de meteoritos matou as personagens, assim
acontece. Se ele diz que o planeta explodiu, assim
acontece.
Mas o narrador não joga CONTRA os jogadores.
Ele não joga para ganhar. Se fizesse isso, eles não
teriam chance e o jogo perderia a graça. A função
do narrador é contar a história e fazer com que
todos se divirtam, inclusive ele.
O narrador precisa ser justo, como um árbitro. Seu
papel no jogo é colocar o desafio no caminho dos
jogadores. Ele é como um escritor de livros ou um
roteirista de cinema, criando uma história
emocionante para que todos se divirtam. Esse é o
objetivo de qualquer partida de RPG: a diversão.
Acima de tudo, o narrador deve ter bom senso. Se
um jogador tenta fazer algo fácil ou sensato, como
usar uma alavanca para arrombar uma porta, suas
chances de fazê-lo são maiores. O narrador pode
decidir que ele consegue ou pedir um teste fácil
(pelo uso da alavanca). Os testes serão explicados
nas regras. Por outro lado, se o jogador tenta algo
muito difícil ou absurdo, como forçar a mesma
porta com uma colher, então o narrador diz que é
impossível ou torna o teste muito difícil.
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Ser justo - O narrador é o único jogador que pode
trapacear. Quando faz os testes para os inimigos e
monstros, ele pode fazer isso em segredo, basta
fazer atrás de um livro aberto. Como os jogadores
não podem ver os resultados, o narrador pode
mentir sobre o que aconteceu.
Mas por que o narrador pode trapacear? Porque às
vezes isso é necessário para manter a aventura
divertida. Quando um herói está em perigo e um
monstro acerta um ataque mortal, por exemplo, o
narrador pode mentir e dizer que o monstro errou
ou que o ataque foi fraco. Se não fizesse isso, o
herói morreria e o jogador ficaria fora da aventura.
Ele não vai salvar a personagem todas às vezes,
claro – apenas o bastante para que ele não tenha
uma morte boba.
O narrador pode fazer o contrário também. Se a
aventura está fácil demais para os jogadores, pode
trapacear para o lado dos inimigos e mentir os
resultados das jogadas deles. O narrador não deve
exagerar demais nos perigos, só o bastante para
deixar as coisas emocionantes.
O narrador trapaceia apenas pelo bem da aventura.
PDNs – Enquanto os jogadores controlam os
heróis, cabe ao narrador controlar as outras
personagens da aventura. Os inimigos, aliados, as
pessoas nas ruas. Todas são Personagens do
Narrador (PDNs).
Jogar com PDNs é outra coisa que torna divertido
ser narrador. Você não interpreta apenas uma
personagem, mas várias! Controla suas ações,
imagina o que elas fariam e como agiriam diante
dos heróis, os PJs.
O narrador vai conversar com as personagens dos
jogadores (PJs) como se fosse também ele uma
personagem. Ele pode mudar a voz quando fala
pelo PDN; falar grosso se é um vilão rabugento ou
fino para uma criança em apuros.
AS REGRAS
Um jogo de RPG pode ter muitas ou poucas regras,
dependendo apenas da vontade dos jogadores e do
narrador.
O ZIP tem poucas regras e outras são criadas pelo
narrador quando uma situação diferente aparece.
Vamos imaginar que você é João, o pirata. O
narrador diz que durante a briga na estalagem que
você está, uma mesa é jogada em sua direção. Você
diz ao narrador que deseja saltar sobre a mesa
enquanto ela está no ar. E agora? O narrador não
encontrará aqui uma regra específica sobre como
esquivar-se de mesas voadoras! O que ele faz? Ele
inventa uma regra nova para esta situação. Pode
pedir para o jogador fazer um teste com dificuldade
média ou difícil (a mesa pode ser grande) e seria
mais complicado sair de seu caminho.
O narrador pode mudar uma regra que ele não
concorde, se tiver uma boa razão para isso. O
narrador é o único jogador que não precisa seguir
as regras, podendo mudá-las como e quando quiser.
As regras são a grande diferença entre os RPGs e o
simples faz-de-conta, mas elas não são importantes.
O objetivo do RPG é contar histórias e se divertir,
não discutir regras.
Rodada é a “sua vez de jogar”. É uma medida de
tempo para saber como as coisas acontecem no
mundo do jogo. Uma rodada dura um minuto, dez
segundos, um instante, não importa. Não é tempo
real, apenas uma medida imaginária. É o tempo
para executar uma ação ou movimento simples.
Uma personagem não pode executar duas ações em
uma mesma rodada, exceto um ataque e uma
defesa.
Exemplos do que fazer em uma rodada: abrir uma
porta; fazer um ataque e uma defesa; fazer um
movimento simples; usar uma habilidade Especial;
ler um bilhete.
Testes – Em certas situações, geralmente quando o
jogador diz que sua personagem vai fazer algo, o
narrador pode exigir um teste. Qualquer coisa pode
ser testada: abrir uma porta trancada; encontrar um
livro em uma biblioteca; perceber a sombra de
alguém que se aproxima; atirar uma flecha com um
arco; ou até dar um passo, se for um passo
perigoso...
Os testes nem sempre são necessários. O narrador
costuma pedir testes apenas para coisas difíceis.
Além disso, o narrador pode decidir que a
personagem consegue ou falha automaticamente
em sua ação, sem nenhum teste. Apenas o narrador
decide quando um teste é necessário ou não.
Todos os testes são realizados com uma moeda.
Tudo que o narrador tem de fazer é decidir o nível
de dificuldade para a ação que a personagem
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realizará e se terá que jogar a moeda uma ou duas
vezes, entre três níveis de dificuldade:
- Fácil: jogue a moeda duas vezes. Se conseguir ao
menos um sucesso a ação foi bem sucedida.
- Médio: jogue uma moeda, você tem 50% de
chance de ser bem sucedido e 50% de falhar.
- Difícil: jogue a moeda duas vezes. Você tem que
conseguir sucesso nas duas jogadas, caso contrário
falha.
Conseguir um sucesso significa conseguir „coroa‟
ao jogar a moeda, um fracasso significa conseguir
„cara‟.
É nesse momento que as características da
personagem fazem diferença. Se o narrador
determina que o nível de dificuldade é difícil e a
personagem possui uma habilidade ou uma
vantagem Especial que lhe garante facilidade
naquela situação, o nível de dificuldade é reduzido
imediatamente para um nível abaixo. No caso
adiante, por exemplo, o nível de dificuldade
deixaria de ser difícil para ser médio, aumentando
as chances de sucesso da personagem.
Exemplo: uma personagem deseja mover-se
furtivamente em algum momento de uma aventura.
Digamos que o narrador decida que o nível de
dificuldade é difícil (o local está muito escuro) isso
obriga o jogador que interpreta essa personagem a
jogar a moeda duas vezes e conseguir coroa nas
duas vezes para não falhar e fazer barulho. Porém,
se a personagem tiver a habilidade „Furtividade‟, o
nível de dificuldade dessa ação se reduz em um
nível, ou seja, vai de difícil para médio e o jogador
só tem de conseguir coroa jogando uma só moeda.
EXEMPLO DE SITUAÇÃO
Narrador: “A aventura começa. Estamos no ano
1670 nas águas do Caribe. São 10 horas da noite
[no mundo do jogo] e o navio que vocês estão foi
invadido por homens-peixes!”
Jogador 1 (interpretando Roberval, o ferreiro):
“Usarei minha espada afiada para atacar estas
estranhas criaturas que invadiram o navio!”
Narrador: “São três criaturas no total e com apenas
a iluminação das tochas do navio e da lua, vocês
percebem que elas usam armaduras e estão armadas
com tridentes. Elas parecem tubarões com pernas e
braços e têm um cheiro horrível. Faça um ataque
com dificuldade média”.
Jogador 1: “Consegui!”
Narrador: “Você acertou a criatura que estava mais
à frente e ela ficou ferida. As outras correram em
direção a ela para ajudar. Elas pularam para fora do
navio, mas o tridente ficou para trás”.
Jogador 2 (interpretando João, o pirata): “Em anos
de pirataria já ouvi falar dessas coisas estranhas,
mas achei que fossem lendas. Pelo menos deixaram
sua arma. Vou pegar para ver”.
Narrador: “Pirata João, você percebe que o tridente
é feito de ouro puro”.
Jogador 2 (interpretando o pirata João e fazendo
um expressão de felicidade): “Hummmmm...”
Jogador 3 (interpretando Simão, aventureiro e
fabricante de jóias): “Pode ter muito mais de onde
este veio! Podemos ficar ricos!”
Jogador 4 (interpretando Maria, pirata destemida):
“Simão, você está certo, mas essas criaturas devem
ser muitas. Fale com o capitão para mudarmos a
rota para aquela ilha. É de lá que elas devem ter
vindo”.
O jogador que interpreta Simão falará com o
capitão, que é interpretando pelo narrador.
COMBATE
Como parte divertida nos jogos de RPG, as lutas
fazem as partidas ficarem mais emocionantes.
Durante um combate, cada personagem pode fazer
um ataque e uma defesa. Um combate pode durar
várias rodadas, até que a luta termine (com fuga,
rendição ou mesmo morte de um dos oponentes).
Cada rodada deve ser resolvida uma de cada vez
para evitar confusões (o narrador anuncia que a
rodada terminou e outra começará).
Os testes em combate são praticamente iguais aos
das demais situações, com o jogador tendo de
conseguir o número necessário de sucessos para
que a ação seja bem sucedida. Uma personagem só
pode realizar um ataque por turno. A decisão de
quem ataca primeiro ou atira primeiro fica a cargo
do narrador, se este considerar que ambos têm
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condições iguais de atacar primeiro ele decidirá na
sorte qual dos dois ataca primeiro (no cara ou
coroa, é claro!).
O combate desarmado ou com armas de mão
(como facas, machados, espadas de luz, etc.) pode
ocorrer de três maneiras diferentes:
- Um especialista ataca um não-especialista. Nesse
caso o atacante leva vantagem e o nível de
dificuldade é fácil.
Um especialista é a personagem que tem uma
habilidade útil em uma determinada situação, no
caso do combate com armas de mão um exemplo
seria uma personagem com a habilidade Combate.
- Um não-especialista ataca um especialista. É o
inverso da situação anterior, quando uma
personagem sem treinamento em combate tenta
golpear um especialista. O nível de dificuldade é
difícil.
- Um não-especialista ataca outro não-especialista,
ou um especialista ataca outro especialista. Nesse
caso as habilidades, ou a falta delas, anulam as do
outro. O nível de dificuldade é médio.
Em combate com armas de projétil (bestas, arcos,
pistolas, metralhadoras, garrafas arremessadas,
revólveres, etc.) tudo que o narrador tem de fazer é
determinar se o tiro é possível (levando em conta o
tipo de arma e a dificuldade de acertar o alvo,
devido ao seu tamanho e movimento), caso seja
possível o tiro, o narrador determina o nível de
dificuldade do disparo. Se a personagem tiver uma
habilidade que lhe dê vantagem com esse tipo de
arma, reduz-se o nível de dificuldade.
Armas Dano
Grandes: espadas e machados de duas
3
mãos, balas de rifle ou escopeta
Médias: espadas e machados de uma
2 prolongados e de repouso, a critério do narrador.
mão, balas de revólver ou pistola
Pequenas: facas, punhais, flechas,
1 personagem, não reduzem o nível de dano, mas
clavas e porretes, etc.
- impedem que o sangramento aumente o nível de
Armaduras Proteção
Moderna: colete militar
2 habilidades especiais. Somente quem tem pode
Medieval: placas de metal sobre couro
Moderna: colete executivo
1
Medieval: cota de malha sobre couro
DANO FÍSICO
Como dano entende-se qualquer ferimento que a
personagem sofra, devido a diversas fontes (fogo,
quedas, armas, etc.).
Para se ter um controle simples do estado físico da
personagem utiliza-se um sistema que avalia o
estado da personagem com base no número de
pontos de dano que a personagem recebeu. Esses
pontos de dano vão sendo somados e anotados
conforme a personagem for recebendo dano (ou
subtraído caso os pontos de dano sejam
recuperados através de descanso ou atendimento de
cura).
Armaduras reduzem o valor do dano recebido.
A maioria das personagens é capaz de suportar até
3 pontos de dano. Ao receber 4 pontos de dano a
personagem fica inconsciente até que seja atendido
e seu nível de dano regrida, caso isso não seja feito
a personagem morrerá devido aos ferimentos em
um espaço de tempo definido pelo narrador. A
personagem MORRE se acumular 5 ou mais
pontos de dano. Exceção: personagens com
habilidade Especial em Saúde são mais resistentes
ao dano físico e só ficam inconscientes ao receber 5
pontos de dano e morrem se receberem 6 ou mais
pontos de dano.
O dano causado com mãos, pés ou outra parte
qualquer do corpo é zero, ou seja, não é suficiente
para incapacitar a personagem (isso só acontece se
você levar muitos golpes). Porém, caso a
personagem possua vantagem em combate
desarmado (como a habilidade Luta Desarmada)
aumenta-se em um ponto o dano causado sem
armas. Ter como Especial a Força também aumenta
em um ponto o dano. Assim uma personagem com
Especial em Força e habilidade Luta Desarmada
causa 2 pontos de dano com as mãos limpas!
A recuperação completa necessita cuidados mais
Bandagens podem ser realizadas por qualquer
dano.
MAGIAS E PODERES (habilidade Especial)
Fazem parte do imaginário e do jogo ter
usar. Podem ser escolhidas como Especial, caso o
narrador permita. Funcionam automaticamente,
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mas quando são ofensivas precisam de uma jogada
com dificuldade média para acertar o alvo
escolhido.
- Substituição: você troca de lugar com um objeto
grande (como um pedaço de tronco de árvore) do
tamanho da personagem e aparece em outro lugar a
poucos metros.
- Cópias Clone: você cria cópias suas para atacar e
que têm apenas um ponto de vida para elas. Se elas
forem atingidas desaparecem e você recupera os
pontos de vida.
- Relâmpago: impacto com 2 de dano.
- Levitar: permite ao alvo levitar 10 metros por dez
minutos.
- Entender magia: para saber quais os efeitos da
magia em algo mágico ou encantado.
- Troca-pele: transformar-se em animal com suas
respectivas características por dez minutos, sendo
cada animal uma magia diferente. Roupas e
pertences desaparecem e reaparecem. Voltar à
forma original não conta como ação mágica.
- Curar: cura 2 pontos de vida de uma única
personagem, exceto de você mesmo.
- Ressurreição: você pode ressuscitar alguém morto
em até uma hora, menos você mesmo, porque está
morto...
AS AVENTURAS
Uma aventura é um problema a ser resolvido pelas
personagens dos jogadores. É o perigo que será
enfrentado pelos heróis.
A aventura de RPG é uma história contada pelo
narrador. Pode ser uma caverna onde se esconde
um dragão, um cientista que planeja destruir o
mundo, bandeirantes do Brasil colonial, etc.
Qualquer história onde existe um desafio para
vencer.
A seguir há uma aventura pronta. Depois o
narrador pode inventar outras.
Antes de começar a jogar, o narrador deve ler toda
a aventura com atenção. Os jogadores não podem
ler. O jogador que lê a aventura estraga a própria
diversão.
Antes de começar a aventura, o narrador deve
distribuir fichas de personagens para os jogadores.
Eles podem criar seus próprios heróis ou aceitar os
fornecidos pelo narrador.
O narrador deve lembrar os jogadores de que não
existem personagens melhores ou piores, apenas
diferentes. Cada um tem suas habilidades normais e
especiais. Também não faz diferença se um jogador
interpreta uma personagem mulher ou se uma
jogadora interpreta uma personagem homem.
Você também pode inventar novas personagens
com os jogadores, que é algo bastante interessante.
Basta observar como são as personagens prontas e
ler as regras sobre personagens.
Mudando a aventura – O narrador pode mudar
qualquer coisa na aventura que julgar necessário.
Até mesmo na aventura apresentada neste material.
Isto não é trapaça! O narrador pode fazer essas
coisas para manter a aventura divertida, mas deve
fazer as mudanças com bom senso, para ajudar ou
dificultar a missão dos jogadores. Vale lembrar: a
função do narrador é divertir o grupo, inclusive ele,
e não matar as personagens!
Nem todas as aventuras de RPG têm um mapa, mas
eles sempre ajudam. O narrador pode usar um
mapa para orientar os jogadores mostrando o lugar
onde estão apenas para ter uma noção onde estão as
coisas. E durante os combates basta usar pedras,
botões, tampas de garrafas para representar os PJs e
PDNs.
Novas aventuras – Quando acabar a aventura o
grupo pode desejar jogar outras aventuras, e para
isso o narrador precisa criar novas. Ele precisa de
tempo para pensar na história, imaginar os perigos,
inimigos e monstros que podem estar no caminho.
O narrador também precisa pensar em coisas que
podem ajudar as personagens como itens especiais,
informações, PDNs, etc. Uma boa sugestão é usar
ideias de livros, filmes, quadrinhos, eventos
históricos.
Quando fazemos uma aventura após a outra temos
uma “campanha”. Em uma campanha, tudo o que
aconteceu na aventura anterior continua valendo
para a próxima. Se um herói foi morto, ele
continuará morto na aventura seguinte. Se
encontrou um tesouro, ele ainda será dele na
próxima aventura.
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AVENTURA PRONTA
Nome da aventura: “Pirataria maldita”
Esta aventura se passa nas águas do Caribe no
século 17. Antes de iniciar a aventura, peça para os
jogadores decidirem se serão piratas ou oficiais da
Marinha Britânica.
Parte 1 “Uma manhã quase tranquila”.
Leia o seguinte para os jogadores: “Nas águas do
Caribe do ano 1670 a pirataria é um problema
grave para o comércio”.
Conte que as personagens dos jogadores (PJs) estão
no navio Intrépido da Marinha Britânica. Os que
escolheram ser piratas estão presos na cela e os que
decidiram ser oficiais da Marinha estão a serviço
da Coroa Britânica.
O Intrépido está indo para uma das muitas ilhas que
a Marinha administra e levando os piratas presos
para serem julgados e provavelmente enforcados.
São 7 horas da manhã.
Leia isto: “Na viagem pelas águas do Caribe, pela
manhã, em direção à morte dos malditos piratas, as
águas estão tranquilas e o céu está aberto”.
Agora pergunte aos jogadores o que eles estão
fazendo e deixe-os perguntarem o que quiserem.
Faça com que eles interajam com personagens do
narrador, os PDNs. Há outros oficiais no navio e
outros piratas na mesma cela que são PDNs.
Os PDNs (oficiais e piratas) ouviram histórias
sobre o navio fantasma Holandês Voador,
comandado pelo temível Davi Jonas, além das
notícias reais de ataques do pirata enlouquecido
capitão João.
Depois de um tempo alguns piratas PDNs (ou
mesmo os PJs) se enfurecem na cela, pedindo
comida ou para serem soltos. Oficiais PJs (ou
PDNs) vão até a cela verificar o que acontece e
procuram controlá-los como podem. Imagine a
confusão entre prisioneiros e guardas e narre.
Parte 2 “Tarde ruim!”.
Leia isto: “É quase ao meio-dia e um navio sem
bandeira surge rápido por detrás de imensas rochas.
É o Pérola Negra comandado por seu louco
capitão!”
Veja as reações de todos os PJs. A gritaria dos
oficiais chega à cela e as aberturas na lateral do
Intrépido permitem que os piratas presos vejam o
famoso Pérola Negra. Se houverem PJs oficiais
eles terão que preparar canhões e verificar suas
armas. Faça uns testes com dificuldade difícil, pois
a pressa e o susto tornaram tudo mais complicado.
Leia isto:
“Por mais rápidos que os oficiais do Intrépido
sejam, o Pérola Negra aborda com muita
velocidade e os navios ficam a três metros de
distância. Os canhões não são preparados a tempo e
piratas invasores pulam de todos os lados!”
Aqui é o momento do combate. Não deixe nenhum
PJ da Marinha morrer, pelo menos por enquanto.
Assuma que eles estão feridos, e quem se ferir está
fora de combate em algum canto escondido se
protegendo. Narre algumas lutas entre oficiais e
piratas, mas nada muito demorado.
Ao fim do combate conte que os piratas invasores
vencem a batalha, roubam e não fazem matanças
desnecessárias, que sejam fora de combate. Os
piratas que estão presos são soltos e se juntam à
tripulação do Pérola Negra. Se houver algum PJ da
Marinha, será levado como prisioneiro ao Pérola
Negra. Os PJs piratas que estavam presos ganham
10 peças de ouro e cada um ganha uma espada e
uma pistola (de pólvora com um tiro só). E os PJs
oficias ficam sem suas espadas e espingardas. Diga
aos jogadores para anotarem os equipamentos que
ganharam ou apagar os que perderam.
O capitão João e seus piratas (que são PDNs) falam
com os PJs piratas libertados e com os oficiais
feitos prisioneiros. O narrador pode interpretar
esses PDNs e faça os jogadores interagirem com
eles.
Parte 3 “Noite infernal”.
Leia isto: “Chega a noite e uma estranha
tempestade se aproxima”.
Se houver algum PJ oficial ele foi levado ao Pérola
Negra e está limpando o convés. Esses PJs serão
provocados pelos PJs piratas e talvez o clima fique
tenso. Os outros piratas PDNs não deixarão que
algo grave aconteça. Os ex-oficiais voltam ao
trabalho pesado.
Com a chegada da tempestade, peça que os piratas
façam alguns testes para manter o navio estável e
que ninguém caia no mar. A tempestade é muito
forte, no meio da escuridão da madrugada. Narre
 9
como o navio Pérola Negra balança, ondas o
cobrem e alguns caem no mar!
A experiência dos oficiais da Marinha se mostra
exemplar e o trabalho deles é reconhecido pelos
piratas e pelo próprio capitão João. Eles sentem
prazer com o reconhecimento e companheirismo
que estão vivendo na pirataria que nunca tiveram
durante anos servindo a Marinha. Eles tornam-se
piratas!
FIM
Sugestões para continuar (podem estar
interligadas ou não):
1. O Pérola Negra segue para Tortuga, uma ilha de
bandidagem e sem lei. Bebem, brigam e talvez até
roubem outros navios piratas ancorados!
2. Durante as viagens, o Pérola Negra faz saques a
navios comerciais que não criam muita resistência
e poucos reagem com luta. A Marinha está
enfurecida e na caçada.
3. Seguem atrás de um tesouro lendário que dizem
estar amaldiçoado, mas mesmo assim conseguem
encontrá-lo numa das muitas ilhas do Caribe.
Depois de meses gastando os saques, a maldição
ocorre e eles viram, na luz da lua, mortos-vivos.
4. O capitão Davi Jonas em seu navio Holandês
Voador, emergindo debaixo d‟água, persegue o
Pérola Negra em busca de algo que João escondeu.
O Holandês aborda o Pérola e os capitães
conversam. João o engana (de novo). Os navios
seguem para direções diferentes e João encontra o
que escondeu antes. Davi Jonas descobre a trapaça
e vai atrás de sua vingança. Agora o Pérola Negra e
sua tripulação estão sendo perseguindos pelo
Holandês Voador e por toda a Marinha!
PERSONAGENS PRONTOS
Alguns PDNs podem ter mais habilidades, fugindo
das regras. Mude o que quiser:
Capitão João, capitão do Pérola Negra
Habilidades: Combate, Lábia (sabe enrolar as
pessoas), Navegação, Natação.
Especial: carisma
Equipamento: espada e pistola
Barbossa, primeiro imediato do Pérola Negra
Habilidades: Combate, Liderança, Navegação,
Natação.
Especial: inteligente
Equipamento: espada e pistola
Davi Jonas, capitão do Holandês Voador
Habilidades: Combate, Liderança, Navegação.
Especial: não pode ser morto diretamente, é uma
maldição
Equipamento: espada
Pirata A
Habilidades: Combate, Natação, Intimidação.
Especial: Força (um ponto a mais de dano)
Equipamento: espada
Pirata B
Habilidades: Abrir Fechaduras, Natação,
Furtividade (andar em silêncio)
Especial: Saúde
Equipamento: espada
Pirata do navio Holandês Voador
Habilidades: Abrir Fechaduras, Combate, Natação.
Especial: regeneração pelas mudanças no corpo
com aparência de criaturas do mar
Equipamento: espada
Tripulante da Marinha A
Habilidades: Navegação, Natação, Combate.
Especial: Força (um ponto a mais de dano)
Equipamento: espada e espingarda
Tripulante da Marinha B
Habilidades: Navegação, Natação, Combate.
Especial: Saúde
Equipamento: espada e espingarda
FINALIZANDO
Sou professor-pesquisador do tema jogos de RPG.
Seguem adiante meu blogue e email para dúvidas,
conseguir este material em PDF e conhecer mais
sobre o assunto.
Quem já joga RPG e quer ensinar, há boas dicas no
jogo Aventura RPG também no blogue.
RPG E EDUCAÇÃO
Se você é estudante, pode apresentar esta última
parte para seus professores antes do início. Quem
sabe o RPG não entra como diversão extra-escolar?
Pesquisas envolvendo RPG e Educação podem ser
encontradas no banco de dados da CAPES
(w w w . c a p e s . g o v . b r ) com dissertações de
mestrado e teses de doutorado abrangendo as áreas
de educação, sociologia, filosofia, psicologia,
licenciaturas e muitas outras. E também há livros e
artigos publicados em espaços de pesquisa
 10
acadêmica envolvendo RPG e Educação. Mantenho
uma bibliografia atualizada em meu blogue:
www.RPGsimples.blogspot.com .
As experiências de professores que conheceram o
RPG e aplicaram em algumas aulas geralmente são
satisfatórias e surpreendentes, exercitando as
práticas de leitura, escrita e pesquisa dos alunos e
alunas. Apesar de não ser este o foco de meu
trabalho, alguns pesquisadores já abordaram este
tema em suas pesquisas. Além disso, o RPG
exercita cooperação e a socialização.
Ao registrar os históricos das personagens, criar
mundos imaginários, buscar leituras históricas ou
fictícias e investigar áreas do conhecimento,
crianças e jovens exercitam as práticas de leitura,
escrita e pesquisa.
RPG na sala de aula
Aplicar o jogo de RPG em sala de aula precisa de
algumas adequações:
- Já que são turmas com muitos alunos-jogadores e
uma partida comum tem de 3 a 6 jogadores, é
preciso dividir em pequenos grupos com alguns
alunos como narradores ou fazer com que grupos
de alunos representem uma única personagem.
- É necessário que algumas situações das aventuras
sejam parte do conteúdo curricular ou que
aventuras sem o conteúdo curricular possam se
aproximar destes conteúdos, como o ângulo de um
arco numa aventura medieval, a biologia de um ser
vivo ou as propriedades químicas de um composto.
- É vital que o professor interessado no RPG goste
de se divertir. RPG é acima de tudo diversão e não
obrigação. Nenhum aluno pode ser obrigado a
jogar. Deixe esses alunos observando o jogo e eles
podem querer jogar depois. Invente uma situação
para seus personagens entrarem na história.
- RPG não pode ser usado em exagero. Para este
assunto e sobre o uso do RPG na escola, além de
aventuras com conteúdo didático, recomendo o
livro do psicólogo e professor Alfeu Marcatto
“Saindo do Quadro”, vendido em PDF:
http://www.alfmarc.psc.br/avent_edu_liv.asp
MAIS
No meu blogue também está a versão original do
RPG ZIP e o site oficial de seu criador. Ele me deu
autorização para adequar o jogo para deixá-lo mais
simples do que já é, visando quem nunca jogou
RPG. A mudança permite criar personagens
diferentes mesmo que tenham a mesma ocupação.
Uma parte menor do texto explicativo deste
material é minha, bem como algumas adequações e
a aventura pronta. A maior parte foi originalmente
publicada na revista “As novas aventuras de
Katabrok” da editora Trama (por volta de 1997) e é
um jogo neste formato. Não é uma afronta aos
direitos da revista, apenas a explicação e
divulgação dos jogos de RPG, inclusive recomendo
a aquisição dela. Não foi possível saber com a
editora se é republicada ainda.
Este material não pode ser vendido. Tire cópias
para quem gostou de jogar. [edição 9]
Algumas pesquisas, outras nos endereços abaixo:
FAIRCHILD, Thomas Massao. O discurso de
escolarização do RPG. USP: 2004. (mestrado)
FREITAS, Luiz Eduardo Ricon de. O role playing
game e a escola: múltiplas linguagens e
competências em jogo - um estudo de caso sobre a
inserção dos jogos de RPG dentro do currículo
escolar. PUC-RJ: 2006. (mestrado)
OLIVEIRA, Gilson Rocha de. A forja da alma:
narrativas de docentes-mestres de jogos de RPG.
UFPA: 2012. (mestrado)
PAVÃO, Andréa. A aventura da leitura e da escrita
entre mestres de roleplaying game (RPG). 2a
edição. São Paulo: Devir, 2000. [mestrado em livro]
RANDI, Marco Antonio Ferreira. Uso de RPG (Role
playing games) no ensino de biologia celular.
UNICAMP: 2011. (doutorado)
ROCHA, Mateus Souza. RPG Jogo e conhecimento
- o role playing game como mobilizador esferas do
conhecimento. UNIMEP: 2006. (mestrado)
SERBENA, Carlos Augusto. O mito do herói nos
jogos de representação (RPG). UFSC: 2006.
(doutorado)
SILVA, Matheus Vieira. O jogo de papéis (RPG)
como tecnologia educacional e o processo de
aprendizagem no ensino médio. UTP: 2009.
(mestrado)
STAROSKY, Priscila. O role-playing game como
proposta pedagógica de co-construção de
histórias no contexto da surdez. PUC-RJ: 2011.
(doutorado)
VASQUES, Rafael Carneiro. As potencialidades do
RPG (role playing game) na educação escolar.
UNESP-Araraquara: 2008. (mestrado)
- Prof. Gilson Rocha de Oliveira
www.PesquisaRPG.ufpa.br
www.RPGsimples.blogspot.com
gilsonrocha13@gmail.com