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Começa-se esse texto com o trecho de um famoso texto bíblico: E não sede conformados com este mundo (Rm

12.2a). A palavra
“mundo” citado nesse texto, encontra-se no texto como “aivw/ni/aioni” que é derivado de “aivw,n/aion” que no presente texto tem
o significado de “período de tempo”, “idade” e “geração”, isto é, implica ao sistema em que tem vivido o presente tempo. Diante
disso, quando Paulo fala para não se conforma com este mundo, ele se refere que não se deve conformar-se com o presente tempo
em que o mundo tem vivido.

Com isso mente, acredita-se que a crise que a igreja tem passado nos tempos pós-moderno é por causa que a mesma tem se
conformado com ele, ou seja, ela tem se adaptado ao seu estilo de vida, se adequado ao seu modo de pensar e se configurado aos
seu padrões, princípios e valores. Sendo assim a igreja tem se ajuntado aos fundamentos inexistentes da pós-modernidade,
trazendo para o seu âmago a verdade relativa, dessa forma destronando os princípios inabaláveis da fé cristã, que são suas
doutrinas e dogmas. Além disso, tem que engolir o individualismo desse tempo, aceitando sua ideologia, onde as pessoas pensam
que não prestam mais contas de suas atitudes para a comunidade em que vivem, colocando essa forma de pensar em cima do que a
bíblia ensina sobre a comunhão dos santos. Sabe-se que o príncipe desse tempo é o diabo (Ef 2.2), o qual tem utilizado o seu reino
para acabar com a igreja de Cristo, todavia, existe uma promessa para a igreja quando ela se posicionar e atacar, essa promessa é
que “as portas do inferno não se prevalecerão contra ela (Mt 16.18)”, isto é, se a igreja de Cristo começar a avançar contra as
ideologias e ensinamentos pós-modernos, apregoando as suas bases de fé e assim, também vivendo-as, os pós-modernismo não
trazerá mais as crises que tem trazido (deve-se atacar os seus pressupostos errôneos, porém, o que estiver de correto nele, deve ser
usado para contextualizar a mensagem da salvação, como já tem feito alguns).

Durante os tempos históricos vê-se que a igreja passa pelas crises, mas sempre surgem grupos (remanescentes) que lutam para a
mesma vencer tais crises. Exemplifica-se com os movimentos pré-reformistas. Como já é sabível, na época da idade medieval a
Igreja Católica Apostólica Romana tinha abandonado muitos princípios bíblicos e lançado a mão para práticas pagãs e antibíblicas,
além disso, estava havendo imoralidade de alguns pontífices. Em meio dessas situações caóticas surgiram movimentos como os
Valdenses (condenando o purgatório e as indulgencies), os Catáros/Albigenses (buscando uma pureza espiritual, sendo que partiram
para certo radicalismo), os Petrobrussianos (rejeitavam a missa e apregoavam sobre o matrimônio dos padres), os Lolardos que
foram seguidores de John Wycliffe (pregou sobre a suprema autoridade das escrituras, a igreja como verdadeira e o conjunto de
eleitos, e o questionamento do papado e da transubstanciação), outros que foram influenciados por essas idéias foram os Hussitas
(seguidores de John Huss) e os Taboritas. Todos esses grupos citados colaboraram para que viesse ocorrer um avanço da igreja de
Cristo sobre os caos que estavam vivendo, que foi a Reforma Protestante, liderada pelo monge Martinho Lutero. Ninguém
imaginava que o romanismo pudesse ser vencido com suas práticas que viam das potestades do ar, contudo quando a verdadeira
igreja de Cristo se levantou e lutou pelo que é correto “as portas do inferno não prevalecerão”.

Portanto, se a igreja de Cristo quer vencer essa crise que o pós-modernismo tem trazido de uma forma global, ou seja, atingido a
maior porcentagem da cultura mundial, ela tem que seguir o imperativo principal do texto de Mt 28.19 “fazei que todas as nações
se tornem discipulos (BDJ)”, sabendo que “nações” nesse texto tem a conotação de “tribos”, “raças”, “povos” e “línguas”, em suma,
“grupo de pessoas”. Isto é, deve ensinar e influenciar a cultura global em sua diversidade tribal a viver conforme a
cosmovisão/metanarrativa bíblica, ou seja, mostrar através da globalização a forma como a igreja enxerga o mundo e como se deve
viver nele, discursando o fundamento universal e a estrutura da vida segundo o conceito das Escrituras. Desta forma usando o
contexto como ferramenta e lutando para que as ideologias pós-modernas não entrem na igreja, porém que as doutrinas cristãs
entrem no mundo, pois se assim não for, a tendência é piorar, como escreveu Darrow L. Miller: se a igreja não discipular as nações,
as nações discipularam a igreja. Modificando-se para o conceito que esse artigo esta propondo fica assim: se a igreja não discipular
o pós-modernismo, o pós-modernismo discipulará a igreja. Algo que já está sobrevindo…
Sua Identidade

João cap 9 vers 1-39 – JESUS cura um cego de nascença

A – vs 1-7 – A SUA IDENTIDADE EM RELAÇÃO A VOCÊ MESMO

Não existe maldição hereditária. DEUS não castiga você pelos pecados e erros dos outros. Você é responsável pelos seus atos. Você
não pode transferir as consequências para outros.

JESUS pode te transformar independente da sua fé. Ele é soberano e decidi qual é o melhor momento para você. A fé é importante
e necessária, mas ela não controla Deus.

B – vs 8-12 – A SUA IDENTIDADE EM RELAÇÃO AO OUTROS

As pessoas não acreditam que você possa mudar e transformar de vida. Muitos duvidam que isso seja possível. Vão pedir provas e
testar a sua transformação.

Você precisa estar pronto para testemunhar para as pessoas o que JESUS lhe fez e ainda pode fazer por você, mesmo que você
ainda não esteja entendendo o que JESUS está fazendo com você.

C - Vs 13-17 – A SUA IDENTIDADE EM RELAÇÃO À RELIGIOSOS LEGALISTAS

Os religiosos legalistas impõem regras e leis para que você cumpra. Não importa se você precisa mudar e se transformar. JESUS tem
que trabalhar de acordo com o que eles acham que é o correto. Não aceitam uma mudança fora dos seus padrões pré-
determinados. As regras tem que ser cumpridas, independente se o seu coração e a sua razão entendem o que DEUS diz em sua
palavra.

Vs 24-34

Os religiosos legalistas acreditam que tem autoridade e competência para avaliar quem está em pecado ou não. Dizem que JESUS é
pecador e dizem que o cego nasceu em pecado. O que contradiz o que JESUS diz no início da história para os discípulos, que ele não
tinha pecado para estar cego.

Eles usam do poder que tem para julgarem as pessoas segundo os seus padrões. Não se interessam pelo o que JESUS diz e nem o
que as escrituras dizem. Podem expulsar você da convivência deles, caso você não esteja de acordo com os padrões deles.

D – Vs 18-23 – A SUA IDENTIDADE EM RELAÇÃO À SUA FAMÍLIA

As pessoas apesar dos defeitos, ainda buscam e confiam na família. Os fariseus não acreditaram no cego curado, enquanto não
falou com a família.

A família é uma boa prova para sabermos quem somos. A família do cego deu um testemunho verdadeiro sobre quem ele era e
sobre quem ele era agora. A família ajuda muito na recuperação de uma nova identidade, pois ela foi responsável por parte desta
formação.

E – Vs 35-39 – A SUA IDENTIDADE EM RELAÇÃO A JESUS

JESUS atende o cego rejeitado pela religião e se revela de uma forma clara como filho de DEUS e requer que a sua fé seja depositada
nEle, para que você creia e tenha a vida eterna.

“Deus amou tanto as pessoas de todo o mundo que entregou o seu filho JESUS, para que toda pessoa que acreditasse nEle, não
morresse, mas tivesse a vida eterna” – João 3.16

JESUS não pediu ou obrigou o cego a adorá-lo, mas naturalmente o cego o fez, pois reconheceu a divindade de JESUS. Para isso você
precisa ser humilde e reconhecer que você não enxerga e precisa dEle para ver. Mas os orgulhosos não conseguem reconhecer o
que JESUS quer mostrar. JESUS espera uma posição sua quanto ao convite dEle de crer e segui-lo.

“Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.”
– Romanos 10.9
A CRISE DE IDENTIDADE DA IGREJA

Título: RESPOSTAS À CRISE DE IDENTIDADE DA IGREJA


O testemunho de João Batista de si mesmo e do Cristo – João 1.19-34

Introdução
O que é ser cristão nos dias de hoje? Que significado a igreja tem para os nossos dias? Estamos vivendo uma época não
apenas de crise econômica, mas também de identidade. A nossa sociedade carece de um referencial, tanto político quanto
religioso. Em época de grande secularização, muitas coisas vão perdendo o valor, por exemplo: coisas que antes eram
valorizadas, como a família, a igreja, as boas condutas morais, tem sido vulgarizadas. E em meio a esta perda de identidade, a
igreja também tem perdido a sua. Tem perdido o seu foco, perdido de vista o propósito porque ela existe. No início da igreja,
a concepção que as pessoas tinham a respeito dela era de um povo redimido pelo sangue de Jesus, que tinham tudo em
comum e que viviam para glorificar ao Senhor. Seu propósito era: evangelizar, edificar e adorar. Se perguntarmos hoje para
os crentes, o que é ser cristão e qual é o propósito da igreja? Muitos não saberão responder, porque ainda não entenderam o
que é ser cristão e o que é igreja. Isso revela a grande crise que a igreja está vivendo em nossos dias.

COMO VENCER A CRISE DE IDENTIDADE?


Vencemos a crise de identidade quando temos a capacidade de nos identificar no tempo em que vivemos e discernir o
papel da igreja e como devemos nos relacionar com Cristo.
O testemunho de João nos revela as respostas para a crise de identidade que a igreja vive nos dias atuais.

I. O TESTEMUNHO NEGATIVO DE JOÃO – vv. 19-22

1. Negou ser o Cristo – v.20. Ele não se esquivou, foi claro e objetivo em sua resposta, “eu não sou o Cristo”. São muitos que
pensam ser o Cristo, e até mesmo se coloca no lugar de Cristo.
2. Negou ser Elias- v. 21a. Elias foi um profeta que muitos gostariam de ser. Um profeta que orou e fogo caiu do céu, mandou
fogo cair sobre os soldados e assim aconteceu. João escolheu ser ele mesmo, e não o que não era. Quantos hoje não querem
ser como Elias, e em muitos casos, querem se passar como Elias.
3. Negou ser o profeta – v. 21b. “O profeta”, refere-se ao profeta dos últimos dias, o profeta de quem Moisés falou (Dt
18.15,18), e que a igreja atribuiu a Cristo (At 3.22; 7.37).
Ao mesmo tempo em que João nega ser o Cristo, Elias e o profeta, ele afirma a sua identidade. Para vencermos a nossa crise
de identidade, é necessário reconhecermos o que não somos, pois, pensar ser o que não é, já é um sinal de perda de
identidade.
Às vezes, pensamos ser o que as pessoas dizem que somos, o que sistema do mundo diz que somos. Alguém disse que o
“homem é o que come” (L. Feuerbach). Eu acrescentaria o que ele vê, o que ouve e o que ler. De que a igreja tem se
alimentado hoje? Qual é a visão que a igreja tem do mundo? O que a igreja ouve? A voz de Deus ou a do homem? Que tipo
de música a igreja ouve? O que ela ler? A Bíblia ou livros de alto ajuda?

II. O TESTEMUNHO POSITIVO DE JOÃO – vv. 22-34


1. Ele reconhece ser um homem chamado por Deus para cumprir um propósito – v. 23.
* Ele reconhece a sua missão. Sabe que não está ali por acaso. E a igreja de hoje reconhece a sua missão? Será que a missão
da igreja é promover espetáculos, campanhas de prosperidades? Etc.
* Ele reconhece que é a voz que clama no deserto. A voz que proclama a vontade de Deus. No deserto do pecado, da
perdição, solidão, da angústia, lá está voz profética proclamando as boas novas de Deus.
* Ele veio preparar o caminho do Senhor (cumprindo a profecia de Is 40.3). João não era uma eventualidade no tempo, ele
tinha convicção, de quem ele era, de onde veio e pra que veio.
A igreja de hoje sabe por que está aqui? Ela é a voz que proclama as verdades do Reino de Deus?
A igreja é a agência do Reino e está aqui para pregar o evangelho de Deus, para ganhar vidas para o Reino de Deus.
Hoje a maioria das pessoas vai ao culto não para adorar, mas para receber alguma coisa de Deus. Esta é a razão porque não
temos mais o desejo ardente de ganhar almas para o Senhor, de convidar as pessoas para virem ao culto porque o nosso
interesse é outro.
Quando a igreja perde a sua identidade, perde também a intimidade com Deus, e consequentemente a visão de Deus.
A igreja precisa entender que ela é uma voz profética e, assim como João proclamava no deserto, ela precisa proclamar pelas
ruas e em todo lugar a mensagem de Deus.

2. João reconhece que ele é limitado na realização da obra de Deus- vv. 24-26.
- ele apenas batiza com água – batismo de arrependimento, para os que se arrependeram.
- João reconhece que ele é inferior a Cristo – demonstra a sua reverência a Cristo – v.27.
Hoje muitos querem mandar em Cristo, dar ordem, exigir dele benção. E em muitas igrejas a gloria que deve ser dada a Cristo
tem sido dada a homens. Quantas vezes alguém fala na igreja, Jesus está aqui, e ninguém glorifica, mas quando alguém fala
tem um anjo aqui, o povo começa a gritar e pular, isso é mais um sinal de crise de identidade da igreja.
III. JOÃO TESTEMUNHA A RESPEITO DE CRISTO - vv. 29-34
1. Diante da multidão ele identifica Jesus como o Cordeiro que tira o pecado do mundo – v. 29.

2. Ele reconhece a superioridade e a preexistência do Cristo – v. 30.

3. Ele não conhecia Jesus como o Messias, mas cumpriu a sua missão para que Ele fosse revelado a Israel – v. 31

4. João vê o Espírito Santo descer sobre Jesus em forma de pomba v. 32. O Espírito Santo não é uma pomba, desceu sobre
Jesus de modo visível em forma de pomba.

5. João apenas batiza com água, mas quem batiza com o Espírito Santo é Jesus – v. 33. Para João, a sua posição pessoal não
tinha muita importância; ele era um instrumento nas mãos de Deus para apresentar alguém maior do que ele.
- o reconhecimento que João teve do Cristo foi mediante revelação de Deus – v. 33a.
- Deus revelou a João que aquele que recebe o Espírito Santo, é quem batiza com o Espírito Santo (cf. Mt 3.11). Fico
impressionado hoje com alguns homens que querem batizar as pessoas na força com Espírito Santo como se somente eles
fossem portadores do Espírito Santo. Esquecem que são homens e pensam que são semideuses. A igreja de Cristo deve ter
consciência de que somente Jesus pode batizar com o Espírito Santo.
6. João testificou que Jesus era o Filho de Deus – v.34. João testifica que o seu ministério é completado por alguém que ele
sabe mediante revelação ser o Filho de Deus.

Conclusão
Venceremos a crise de identidade que a igreja passa nos dias atuais se atentarmos para o que a Palavra de Deus nos ensina. A
perda de identidade da igreja está relacionada à negligência para com o estudo da Palavra. A igreja deixou de seguir a
doutrina dos apóstolos para seguir os modismos de hoje. Precisamos fazer um alto exame, questionar a nossa fé, procurar
saber se a igreja de hoje tem de fato servido ao Senhor, se como cristão estou vivendo em conformidade com a vontade de
Deus. Se tenho verdadeiramente testemunhado Cristo na minha vida.
“Examinem-se para ver se vocês estão na fé; provem-se a si mesmos. Não percebem que Cristo Jesus está em vocês? A não
ser que tenham sidos reprovados!” (2Co 13.5)
A identidade do jovem cristão

"Que é o homem?” - Dúvida inquietante apresentada por Jó (Jó 7.17) que continua sem resposta para muitos, e isto, em geração a
geração!
O jovem contemporâneo não está isento, talvez até mais confuso do que os de outrora, visto que, hoje vivemos uma verdadeira
transição do pensamento, e os valores que formam e conduzem a sociedade estão em completa crise de identidade, não quero me
deter hoje neste assunto, todavia para exemplificar deixo alguns exemplos desta crise:
a) Capitalismo Americano x Crescimento econômico chinês;
b) Cultura oriental assumindo (talvez já dominando) redutos ocidentais inquestionáveis como o Cinema;
c) Qual o papel atual das instituições: Estado, Escola, Igreja
Bom deixemos a falta de identidade das culturas e das instituições, para falarmos da crise de identidade do Jovem Cristão!
A juventude é a fase da vida onde definiremos o que seremos, e o assim seremos até a nossa morte.
Este ser jovem em definição, está sendo composto por vários fatores, dentre os quais podemos citar:
1 - Experiências sócio-familiares
2 - Aprendizados escolares;
3 - Relacionamentos - pais, amigos, professores
4 - Traumas
Tudo isto vivido na infância - recém encerrada, e que, já estão arraigados em um modelo de caráter em vigência!
Modelo este que certamente foi muito e duramente questionado na fase de adolescência e que esta em avaliação, revisão e
definição na fase jovem. (as faixas etárias variam entre pessoas conforme a pluralidade existente em nossa humanidade - entre
fatores biológicos, estruturais e sociais)
Sim o Jovem está avaliando o próprio ser, seus conceitos e valores e para a definição que poderá lhe valer para toda vida, o jovem
procura modelos! No nosso caso, modelos cristãos!
É importante ressaltar que, apesar do momento de transição particular citado acima, esta fase de "Definição de Identidade” não é
nova, faz parte do ciclo da vida, você jovem cristão do Século XXI não é o primeiro, mas, sempre vivemos na esperança de que a
nossa geração seja a última! Outros já viveram a crise de identidade, podemos nos valer de suas atitudes de sucesso.
No texto inicial da carta aos cristãos localizados em Roma - capital do império mundial, Paulo declara:
"Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus”
Vale-nos um breve pano de fundo histórico do contexto!
a) Carta do apóstolo Paulo à igreja localizada em Roma;
b) Carta reconhecida sem discussões como sendo legitimamente de Paulo;
c) Provavelmente escrita sem a influencia dos evangelhos escritos e canonizados no N.T (narrativas das testemunhas oculares -
Mateus, e João, Marcos através do apostolo Pedro e Lucas de pesquisa acurada a partir de Maria mão de Jesus)
d) Carta escrita provavelmente entre 55-56 d.c.
e) Até este momento, Paulo não estivera em Roma como um cristão, ou seja, não conhecia aquela igreja/comunidade
f) Carta enviada com objetivo de doutrinar e apoiar aquela comunidade que estava passando por algumas "CRISES”,
1- Severa Perseguição dos romanos;
2- Alguma perseguição dos judeus;
3- Conflito doutrinário por causa do judaísmo e do paganismo;
4- Falta de modelos e liderança a altura do evangelho de Cristo;
5- Mundanismo/paganismo crescente na capital do mundo.
Ou seja os cristãos de Roma precisavam de Identidade!
Quem era esta igreja, e, o que seria aquela igreja?
E se a igreja de Cristo somos nós, precisamos saber Quem Realmente "Somos”
E só saberemos o que somos - enquanto igreja/comunidade, quando soubermos quem sou - enquanto ser único!
Jovem observe:, o que eu sou de verdade, e não o que "eu” quero que os outros vejam, ou o "eu” que os outros acham, mas quem
EU realmente SOU.
QUEM EU SOU - UMA OPÇÃO
Disse Deus a Moises: EU SOU O QUE SOU: disse mais: assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. Ex 3.14
Algumas coisas em nossas vidas são impostas e imutáveis, outras são optativas, podemos e devemos escolher, escolher bem!
Não podemos escolher o país, estado, cidade, família ou época em que nascemos! Mas, podemos optar pela maneira com que
lidaremos com tudo isto, escolhemos nossa profissão, amigos, nossos cônjuges, nossa fé, igreja, etc - ou seja para muitas coisas
temos opções!
REFLEXÃO: PAULO OPTA POR SER ESCRAVO - Paulo escolhe ser servo de Cristo, servo fiel, ser frutífero, ter vida santa e dedica a
obra de Deus - ser santo, ser fiel, etc. é uma questão de OPÇÃO e não de circunstancia.
Paulo era cidadão romano por nascimento (At 22.25-28) tinha muitos direitos e privilégios, podia entrar e sair dentro do Império
(Green card) sem ser incomodado, Paulo "Era Livre” numa sociedade escravagista, onde 1 entre 3 homens eram livres, na época 1, 5
milhão de habitantes, cerca de 1 milhão eram escravos! A escravidão é algo terrível, possivelmente boa parte da igreja que havia em
Roma era de escravos. Paulo considera tudo como lixo/esterco por amor a Cristo. Paulo nasceu livre aos olhos do mundo, e a
liberdade para viver a vida do mundo é LOUCURA para Deus, Paulo opta por ser escravo de Cristo, e isto é LOUCURA para o mundo.
(I Co 1.17-25)
PAULO OPTOU POR SER ESCRAVO POR QUE SABIA A QUEM SERVIA!!
QUEM EU SOU - UMA DECISÃO
Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso furto permaneça, a
fim de que tudo quanto pedires ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda. João 15.16
Ocupação terreno - Vocação divina! Convicção de seu Chamado, Propósito real e claro de vida!
PENSE NISSO - qual o objetivo de vida que você investirá a sua vida, para no futuro olhar para trás e dizer: "Valeu a Pena”?
Vejamos Paulo - Paulo declara: "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé, desde agora, a cora da justia me esta
guardada a qual o Senhor o justo Juiz me dará naquele dia, e não somente a mim, mas, a todos quanto amarem a sua vida. II Tm 4.7-
8 - Paulo estava preso, numa sela fria úmida, abandonado pelos amigos, igrejas, e até traído por alguns obreiros (II Tm 4.9-‘7) - Mas,
mesmo considerando este contexto, percebemos que para ele Paulo sua vida valera muito a pena!
REFLEXÃO : Decisão errada levará o ser humano a uma vida triste, infeliz, a depressão, e por fim a miséria espiritual! Boa parte do
sofrimento, das depressões, estresse modernos, etc estão diretamente relacionados no viver vidas "sem objetivos”. Sempre
ocorrem quando as pessoa percebem que todo esforço e dedicação que investiram seus recursos não valeram a pena!
Jovem observe:
Quantos idosos chegam ao final da vida e descobrem que a vida não vale a luta pela casa própria!
Profissionais que descobrirão que a vida não vale todo desgaste, estresse, mentiras, horas extras, enfim o tempo investido no
sucesso.
Pais que descobrem que a vida não é apenas a educação de filhos!
É necessário algo maior, melhor, que valha a pena viver, e se necessário morrer!
JOVEM seja alguém que valha a pena - Decisão é somente sua!
PAULO ESCOLHE SER APOSTOLO, POR QUE SABIA QUEM O CHAMARA!
QUEM EU SOU - UMA OBRIGAÇÃO!
Pois, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, porque me é imposta essa obrigação, e aí de mim, se não anunciar o
evangelho! I Co 9.16
A VIDA Cristã não é feita só de Direitos - Temos nossas obrigações! Sim o cristão, servo de Deus, nova criatura, tem obrigações que
fazem parte desta nova vida, que é intrínseco a esta nova vida, e da formação de um novo caráter!
Quem Paulo era - era explicito pelas obrigações que ele assume em sua vida, obrigações que faz com alegria, esmero e
competência! Paulo tinha uma obrigação, todo cristã tem, para isto renascemos, para isto Cristo morreu em nosso lugar, para isto
enviou seu Santo Espírito, para isto fomos "separados” para vivermos o Evangelho puro, e, integral de Deus!
REFLEXÃO - O trabalho dignifica o homem, o trabalho enobrece e engrandece o homem, o trabalho traz valor, utilidade e realização
ao homem! Sim, tudo isto é verdade em relação a qualquer trabalho secular, independente do cargo ou salário! E o que podemos
dizer do trabalhão "espiritual”? o Trabalho realizado em Nome de Jesus e para o Reino de Deus?
Jovem observe:
Paulo tinha uma vida separada! A Separação pode ser POSICIONAL (estou) ou CONDICIONAL (sou). Posso ESTAR nos EUA e não SER
Americano. Posso estar em um igreja e não ser parte daquele culto, daquela visão, daquele trabalho, daquele projeto de Deus para
aquela comunidade! Isto é falta de identidade, identidade Cristã! Mais, do que ESTAR separados para o Evangelho, precisamos SER o
verdadeiro Evangelho de Cristo, esta é a nossa identidade neste mundo.
PAULO CRIA, NÃO SE AFASTA DA VISÃO, E SE DEDICAVA NO MELHOR - PORQUE SABIA PARA QUEM TRABALHAVA!
Jovem observe:
Paulo mesmo a distancia identifica uma "possível” falta de identidade nascendo em meio as crises que igreja em Roma enfrentava.
Talvez algo similar ao que nossa geração está vivenciando!
O que você é, e, o que você pode ser depende de você!
O que você é, e, o que você realmente será depende das escolhas de hoje! Sim das escolhas de hoje, mais do que os fatos de ontem.
Saulo foi um jovem prodígio no conceito do sinédrio judeu, o jovem de ontem entre muitos feitos foi um questionador, critico e
perseguidor da igreja, mas, Saulo escolheu ser Paulo!
E você vai ficar nas desculpas do passado;
No esconderijo do "coletivo” sendo apenas mais um;
Ou terá a atitude de escolher uma nova identidade? Identidade de jovem verdadeiramente cristão!
Paulo decidiu não ser ele mesmo, não ser como os outros, decidiu ser imitador de Cristo!
E, você o que decide?
IDENTIDADE CRISTÃ

INTRODUÇÃO: A igreja em geral vive uma CRISE DE IDENTIDADE. Muitos cristãos estão focando a sua vida num evangelho
humanista que resolve problemas aqui e agora, mas não desenvolve o caráter e a santidade de Deus no homem.

Na cultura judaica nada é mais importante que O NOME para identificar a pessoa. O NOSSO NOME NOS DISTINGUE DAS DEMAIS
PESSOAS, ELE NOS INDIVIDUALIZA.

O judeu dava nome ao filho de uma forma profética. Já na nossa cultura ocidental o nome é dado pela beleza do vocábulo, sem se
importarem com o significado.

• Deus antes de fazer grandes obras na vida dos homens da bíblia lhe TROCAVA OS NOMES.

• Como por exemplo Abrão que virou Abraão (pai de uma grande nação). Sara para Sarai (mãe). De Jacó para Israel (campeão de
Deus). De Cefas para Pedro (pedra).

IDENTIDADE: Qualidade de IDÊNTICO (tornarmos igual a Cristo I Co 11:1), características próprias e exclusivas de uma pessoa.
Nome, idade, estado, profissão, sexo.

1. QUEM NÃO VIVE O PROPÓSITO DE DEUS NÃO TEM NOME DIANTE DELE, É UM ANÔNIMO.

1. Tal pessoa até pode ser conhecida entre os homens, mas diante de Deus não passa de mais um diante da multidão. QUEM É
CONHECIDO POR DEUS É AQUELE QUE SE IDENTIFICA COM O SEU PROPÓSITO.

2. A mulher de Ló (Gn 19:15-26) se constitui em uma pessoa anônima, que não tinha identificação com o próprio Deus. Era parente
de um homem de Deus, mas isso NÃO lhe garantiu a salvação. Se transformou em uma estátua de sal quando NÃO cumpriu a
ordem de Deus de não olhar para trás.

3. Parentesco com alguém que é de Deus NÃO nos garante vitória. Um filho de pastor assim como uma esposa de um ministro
necessitam ter uma IDENTIDADE COM CRISTO para serem vencedores na vida espiritual. Deus não possui netos, diz o evangelista
Billy Graham.

NÃO É PELO FATO DE ESTARMOS NUMA GARAGEM QUE NOS TRANSFORMAMOS EM CARROS, DA MESMA FORMA, NÃO É
PORQUE ESTAMOS INDO A UMA IGREJA QUE SOMOS VERDADEIRAMENTE CRISTÃOS.

2. QUEM NÃO VIVE O PROPÓSITO DE DEUS PASSA POR ELE COMO UM ANÔNIMO.

1. Em Lucas 16:19-31 a bíblia fala sobre dois personagens antagônicos: O POBRE Lázaro, que muitas vezes é esquecido p/ homens
devido a sua condição econômica.

2. A Bíblia cita o RICO, mas não o nome, muitas vezes contrastando com o que os homens fazem.

3. Deus não nos conhece pela nossa condição econômica, e sim pela INTIMIDADE QUE POSSUÍMOS COM CRISTO!

Em seu livro Barro em Suas Mãos Antônio Abuchaim faz uma declaração:

“NOSSA VITÓRIA DEPENDE DE SABER QUEM SOMOS. O DIABO ATACOU A IDENTIDADE DE JESUS NO DESERTO. MUITAS VEZES
DEIXAMOS DE CONFIAR EM DEUS PORQUE NÃO SABEMOS O QUE SOMOS PARA ELE."

3. SATANÁS NÃO MUDOU A SUA ESTRATÉGIA, ELE CONTINUA ATACANDO O CRISTÃO PELA SUA IDENTIDADE.

1. A CRISE DE IDENTIDADE foi o que levou LÚCIFER a cair: QUERER SER ALGUÉM QUE ELE JAMAIS PODERIA SER: DEUS.

2. A CRISE DE IDENTIDADE foi também o problema de ADÃO E EVA, eles desejaram como Lúcifer, ser igual a Deus. Foi com essa
mesma tentação que Lúcifer também tentou o Senhor, ele quis semear uma CRISE DE IDENTIDADE no Senhor dizendo: “Se és o filho
de Deus”.

3. O diabo ainda hoje usa essa poderosa arma contra a igreja do Senhor, pois ele sabe que, se ele conseguir semear uma CRISE DE
IDENTIDADE na igreja, ele a paralisa.

4. Por esse motivo a nossa IDENTIDADE deve ser um assunto resolvido em nossas vidas!
4. AFINAL, QUEM NÓS SOMOS?

1. Somos “GERAÇÃO ELEITA”. A nossa origem é Deus! Somos filhos de Deus! Todo cristão tem de estar cônscio da sua identidade (Jo
1:12-13).

2. Somos “SACERDÓCIO REAL”. Somos sacerdotes espirituais, responsáveis em manifestar a glória de Deus e ministrar o louvor e
sacrifícios espirituais aqui na terra.

3. A vida do cristão é uma VIDA DE OFERTA E SACRIFÍCIO A DEUS. Devemos entender que quando colocamos a nossa vida no altar
de Deus, como toda oferta, morremos pra nós mesmos. Agora, NÃO PODEMOS VIVER PRA NÓS MESMOS, POIS MORREMOS PARA
O MUNDO E VIVEMOS PARA DEUS. “Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo,
santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês”. Romanos 12:1

SE NÃO SABERMOS QUEM NÓS SOMOS DIANTE DE DEUS, DOS DEMÔNIOS E DOS HOMENS SEREMOS SEMPRE ABALADOS
QUANDO FORMOS CONFRONTADOS.

5. HOMENS QUE SABEM QUEM SÃO EM CRISTO MUDAM O MUNDO.

1. Veja o exemplo do apóstolo Paulo. Em I Co 15:10 “Mas pela graça de Deus sou o que sou (identidade); e a sua graça para comigo
não foi vã (recebeu a graça e cooperou com ela), antes trabalhei muito mais do que todos eles (fez algo com o que recebeu); todavia
não eu, mas a graça de Deus (reconheceu que quem operou foi Deus que estava nele), que está comigo.”

2. A GRAÇA DE DEUS é uma cobertura espiritual a nossas fragilidades (como a massa corrida num móvel de madeira, ela nos deixa
em condições de sermos aproveitados).

3. Paulo não negava sua fraqueza humana como muitos estão ensinando hoje (veja I Co 2:1-5). Mas sabia que TUDO PODIA em
Cristo (Fp 4:13).

4. Em Atos 19:13-17 mostra claramente que Paulo triunfou porque ele tinha uma IDENTIDADE CRISTÃ: Alguns religiosos acharam
que fazendo igual a Paulo poderiam expulsar demônios. Foram terrivelmente derrotados e humilhados por Satanás. O próprio diabo
disse que conhecia a Jesus e a Paulo mas não sabia quem eles eram. A NOSSA IDENTIDADE EM CRISTO NOS TORNA PODEROSOS
NO MUNDO ESPIRITUAL.

CONCLUSÃO: QUEM NÃO PODE SER IDENTIFICADO NÃO PODE SER ALGUÉM DE VALOR.

Não pode abrir uma conta bancária, não pode viajar para o exterior, não tem direitos de um cidadão. Quando temos nossa carteira
de IDENTIDADE ESPIRITUAL - O nome e o sangue de Jesus Cristo, PODEMOS FAZER PROEZAS EM DEUS E TRANSFORMAR O MEIO
EM QUE VIVEMOS!
Crise de Identidade

Quando você pergunta para alguém “o que você é?” logo a pessoa responde a sua ocupação, o seja, afirma ser um advogado, uma
professora, um eletricista, funcionário público, pastor, policial, etc. Será que essa resposta é fruto de um entendimento errado
sobre a nossa existência? Será que aquilo que fazemos é mais importante do que aquilo que somos?

Creio que ouvir isso de um incrédulo, ou mesmo de alguém que segue a falsos deuses poderia até soar como normal. A dificuldade é
quando alguém que já entregou sua vida a Jesus, recebendo-o como seu Senhor e Salvador, passando a ser uma nova criatura e
desfrutar da viva esperança que há em Cristo Jesus, ao invés de afirmar que é um CRISTÃO, responde o que ele faz assim como um
ímpio: sou secretária, sou mecânico, sou bombeiro, sou porteiro, sou doméstica.

Esse tipo de comportamento acontece porque na maioria das vezes os CRISTÃOS não têm noção da significância de sua identificação
com CRISTO, logo aquilo que fazem diante da sociedade materialista em que vivem se torna muito mais importante para eles do que
aquilo que são diante de Deus.

Não deveria ser assim, pelo menos para os CRISTÃOS, porque aquilo que fazemos aqui profissionalmente cessará quando partimos
desse planeta para estarmos com nosso Salvador para todo sempre. Esse tipo de conscientização influenciaria de maneira
impactante nosso viver, nossas escolhas, nossas atitudes, nossos investimentos, nossas motivações, nosso envolvimento com o
Reino de Deus, e tudo aquilo que diz respeito ao CRISTIANISMO.

Quando olhamos para o livro de Atos, notamos que os CRISTÃOS foram assim chamados pela primeira vez em Antioquia, como um
apelido pejorativo por aqueles que se opunham à verdade do Evangelho. Os opositores do CRISTIANISMO entendiam que os
discípulos perdiam seu tempo imitando aquele judeu pobre que foi morto numa CRUZ.

Eles não compreenderam nem aceitaram a ressurreição e divindade de Jesus, e, portanto é até de se esperar esse comportamento
deles. Mas que dizer de nós CRISTÃOS que carregamos esse nome, dizemos que cremos em sua divindade, majestade e glória, mas
não agimos de forma diferente dos ímpios em relação ao tratamento que damos as coisas do REINO, ao SERVIÇO CRISTÃO, ao
demonstrar que as coisas do mundo são mais importantes e atraentes que as coisas espirituais?

Seria essa a razão de tanta divisão, tanta falta de comunhão, desamor, e carnalidade dentro das IGREJAS chamadas CRISTÃS? Seria a
crise de identidade que leva os CRISTÃOS de hoje a agirem como não-cristãos?

Voltemos nossos olhos para a CRUZ DE CRISTO, e apeguemo-nos firmemente a essa confissão que fizemos, e mantenhamos nosso
testemunho fielmente diante desse mundo que precisa se identificar com nosso salvador JESUS CRISTO.

“...em Antioquia, os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos.” (Atos 11.26b)
A Crise de Identidade da Igreja

O que é ser cristão no mundo, hoje? Parece-nos que esta pergunta não tem sido bem respondida pelos pastores com seus sermões.
Nossa pesquisa junto aos membros das Igrejas Batistas da região de Campinas aponta que há diversos temas atuais que nunca são
abordados por quase a totalidade dos pregadores, embora seus ouvintes vivam num mundo perturbado por tais questões. O mais
grave disso é que nossa pesquisa junto aos pastores aponta que boa parte deles nem sequer busca conhecer ou atualizar-se acerca
destas questões cruciais e atuais.

É claro que tal alienação por parte dos pastores não se deve pura e simplesmente à má vontade destes, mas a uma estrutura muito
mais complexa, explicável pelo diagnóstico da “crise de identidade” que afeta também estes pastores. Pensamos que, de modo
geral, os pastores não respondem à pergunta “o que é ser cristão no mundo hoje?” porque, principalmente, não conseguem fazer
uma leitura fidedigna da realidade que nos cerca.

A necessidade de a Igreja adaptar-se ao contexto social é reconhecida por Merval Rosa. Para ele na falta desta capacidade está a
razão para que a nossa pregação quase sempre se dirija a problemas apenas em termos genéricos. Para ele, damos margem àqueles
que nos acusam de pregarmos “uma espécie de alienação”.

Merval Rosa conclui que a pregação é o principal meio para transmitir ao homem códigos que lhe possibilitem ser “sal e luz para a
Terra”. Da forma como a pregação é feita hoje, onde o indivíduo ouve que deve tornar-se agente de transformação na sociedade,
mas deixa de receber os instrumentos para esta ação, a crise de identidade tende a perpetuar-se.

O indivíduo convertido por nossa pregação fica quase sempre fechado e protegido dentro da comunidade evangélica numa espécie
de marginalização social. (...) Em grande número de casos é difícil encontrar a relação entre aquilo em que nós cremos e nosso
comportamento na vida cotidiana. Será que um pregador do Evangelho do período apostólico reconheceria nossa pregação? Ao
entrar hoje em nossas igrejas para ouvir nossos pregadores o que pensariam que estão querendo dizer? Será que o protestantismo
do Brasil se identifica com a fé Bíblica e com o Espírito da Reforma ou está se tornando cada vez mais um moralismo que enaltece
a capacidade de auto redenção do homem? Estamos produzindo cristãos que sejam novas criaturas, sal da terra e luz do mundo,
força dinâmica de transformação ou meros conformistas a um legalismo asfixiante e a um moralismo castrante?

Interessante notar que Merval Rosa atribui a culpa pelo Cristianismo desfigurado dos nossos dias ao tipo de pregação que se pratica
em nossas Igrejas. Atentando para suas ponderações podemos concluir que o resultado deste tipo de pregação geradora de crise
produz, não discípulos de Cristo, mas fariseus modernos.

Analisando a Igreja evangélica brasileira deste final de milênio Caio Fábio afirma que o maior problema desta está relacionado à
ética. Para ele há uma fraqueza ética na Igreja, cuja raiz deriva-se da “fraqueza reflexiva”.

Essa Igreja alegre e feliz identificada com boa parte da população tem dado muito pouco valor ao estudo e à reflexão na Palavra.
Sem o estudo, sem a reflexão, não se adensam no coração de ninguém os referenciais que formam o caráter, que balizam
o comportamento, que enchem o ser com conteúdos éticos, que o capacitam a viver não apenas uma santidade religiosa, mas uma
santidade social ampla.

Justamente a falta de estudo e reflexão na Palavra é o fator levantado para implementar uma “crise de ser” da Igreja. E qual é a
maneira clássica pela qual o povo ouve e reflete na Palavra? Não resta dúvida que na medida em que a pregação torna-se
ineficiente e abdica da sua condição e importância que a própria Bíblia lhe atribui, o povo perde os referenciais que lhe
possibilitariam viver o Cristianismo na essência.

A realidade social e cultural contemporânea com a qual a Igreja brasileira tenta conviver é descrita por Christian Gillis num artigo
onde propõe alternativas à Igreja a fim de galgar o desafio da contextualização. Ele aponta seis principais fatores que determinam
esta nova realidade. O primeiro deles ressalta as mudanças políticas e econômicas ocorridas a partir da década de 70 e que,
inegavelmente, produziram profundas mudanças sociais. Na visão deste autor tais mudanças geraram uma “crise institucional
generalizada” e exigiu também novas respostas teológico-eclesiásticas.

Os outros fatores que, segundo Gillis, cooperam para o surgimento de um novo ordenamento sócio cultural são: o
desmantelamento das estruturas e economias comunistas, o desenvolvimento tecnológico nas comunicações, na informática e na
biologia, o movimento feminista, a acelerada urbanização, o renascimento místico e a consciência ecológica.

Todos estes fatores correspondem a tendências que têm consolidado uma nova mentalidade com a qual a Igreja precisa aprender a
lidar.

É nesta realidade histórica que a Igreja precisa sobreviver e desempenhar sua tarefa. Justamente pela complexidade do panorama
histórico é que se acentua a crise de identidade da Igreja. Gillis afirma que a Igreja erra em preocupar-se demasiadamente com o
passado, ao mesmo tempo que não percebe as mudanças ocorridas ao redor. Para ele o problema da Igreja não está na questão do
“ser Igreja”, mas no “como ser Igreja aqui e agora”. Conclui ser preciso uma remodelação das estruturas da Igreja para que seus
membros não sejam submetidos a viver entre as paredes eclesiásticas “respirando uma realidade alheia ao mundo”, sofrendo uma
espécie de “esquizofrenia histórica”.

É certa e direta a relação entre a situação de desprestígio do ministério da pregação e a crise de identidade da Igreja. Por isso que a
pregação, biblicamente, é a principal tarefa do pastor, justamente porque por ela, principalmente, o povo recebe palavras de vida,
não somente de vida eterna, mas de vida abundante em meio à sociedade. Quando pensamos na pregação desta maneira, somos
motivados a lembrar de Lloyd-Jones, um entusiasta pelo ministério da pregação.

... o pregador não está ali meramente para falar com eles, nem está ali a fim de divertí-los. Ele se encontra ali - e quero ressaltar isto
- para fazer algo em favor daquela gente; ele está ali para produzir resultados de várias modalidades, ele está ali para influenciar
pessoas. Não lhe compete meramente influenciar uma parte delas; não lhe compete influenciar suas mentes, ou apenas suas
emoções, ou meramente fazer pressão sobre a vontade delas, induzindo-as a se lançarem a alguma atividade qualquer. Mas acha-se
ali a fim de tratar da pessoa inteira; e sua pregação tem por intuito atingir a pessoa inteira, no próprio centro da vida. A pregação
deveria efetuar uma diferença tal no indivíduo que a ouve, que nunca mais ele fosse a mesma pessoa novamente. Noutras palavras,
a pregação é uma transação entre o pregador e o ouvinte. Realiza algo em prol da alma humana, em favor da pessoa inteira, do
homem todo; trata dele de maneira vital e radical.

Concordando com a centralidade da pregação no ministério pastoral e de sua vitalidade à saúde do povo de Deus, entendemos não
haver dúvidas acerca da relação entre o tipo de pregação descaracterizado de fidelidade bíblica mais aplicação relevante e os
sintomas que marcam o Cristianismo dos nossos dias.

Esta crise de identidade pela qual a Igreja passa é diagnosticada por diversos autores. Um deles é Ray Harms-Wiebe, num ensaio
intitulado “Estrutura Criativa”, onde propõe caminhos para a Igreja brasileira deste final de milênio.

A Igreja cristã, tanto católica quanto protestante, está em crise. Ela já não desfruta mais da posição privilegiada que mantinha há
cinquenta anos. Por isso precisa estudar novamente os relatos bíblicos e redescobrir a razão da sua existência.

Esta crise requer uma análise profunda por parte do Corpo de Cristo acerca do seu contexto sócio-cultural. Este autor sugere que
cada comunidade local deve se prostrar diante de Deus e pedir “sua visão” para cumprir um papel relevante dentro do momento
histórico.

Sem esta “visão”, seremos uma Igreja destinada a morrer! Esta é a conclusão de J. Scott Horrel com relação à Igreja “tradicional e
denominacionalista”. Para ele a razão disto se deve às características que são marcantes nestas Igrejas: formas antiquadas, falta de
criatividade, falta de penetração junto à população circunvizinha, preguiça espiritual, baixa ética moral e ignorância das verdades
bíblicas.

Obviamente, na medida em que a pregação falha e o crente deixa de reconhecer como ser crente no mundo atual, a consequência
mais óbvia disso passa a ser a apostasia, o afastamento dos crentes das Igrejas “tradicionalistas”. Estes crentes ou migram para
outras denominações ou voltam-se para o “mundo”.

O crescente Desprestígio da Pregação

A observação de que neste século, mais uma vez, a Igreja está marcada com o declínio da pregação, a exemplo do que houve no
período pós-apostólico, é demonstrada por Lloyd-Jones que, mesmo tendo algumas posturas “radicais”, defende a pregação como
sendo a principal tarefa do pregador e a razão maior do seu chamado.

No final da década de 60 Lloyd-Jones já denunciava algumas das tendências de mudanças na ordem de culto geralmente
pretendidas pelas igrejas, chamando-as de “elementos de entretenimento no culto”. Para ele, na medida em que a pregação perdeu
sua importância, foi necessário dar ênfase a outras partes do culto. Em sua análise, o maior culpado pelo desprestígio da pregação é
o próprio púlpito; toda vez que o púlpito está correto e a pregação é autêntica, isso atrai e arrebanha o povo para ouvir .

Um famoso ministro norte americano, Warrem Wiersbe, destacado pelo ministério radiofônico que desenvolve há décadas e por
alguns livros, escreveu uma obra traduzida para o português com o título “A Crise de Integridade”. Nele, o autor reconhece o
desprestígio da pregação no meio evangélico de seu país e conclui: “o tipo errado de pregadores, compelido por motivos errados,
criou o tipo errado de cristãos mediante a pregação da mensagem errada.”

Desta forma, a pregação que é tão prioritária para a vida da Igreja tem, nos próprios pregadores, os principais responsáveis pelo seu
desprestígio. Vale a pena lembrar a definição da pregação segundo Blackwood: “a verdade de Deus proclamada por uma
personalidade escolhida com o fim de satisfazer as necessidades humanas”. Ora, podemos concluir que o fato da pregação estar
desprestigiada se deve, principalmente, à incapacidade dos púlpitos em “satisfazer” as necessidades humanas.
Aproveitando a definição acima vale ressaltar que o que faz a pregação é a veracidade bíblica exposta fielmente e aplicada
relevantemente ao homem contemporâneo. Parece-nos que nos dias atuais nossos pregadores cumprem a primeira das condições e
desprezam a segunda.

Estas mesmas duas condições podem ser encontradas na definição de sermão de John H. Jowett. Para ele o sermão tem que ser
uma proclamação da verdade “como vitalmente relacionada com os homens e mulheres que vivem”. Ele diz que um sermão precisa
tocar a vida onde o toque seja significativo, “tanto nas suas crises como nas suas corriqueirices”. Completa ainda que o sermão
precisa ser “aquela verdade que viaja em companhia dos homens morro acima e morro abaixo, ou na planície monótona”.

É justamente por isso que a pregação é tão importante para os ouvintes. Há uma “fome” deste toque especial patrocinado pela
Palavra pregada. Na medida em que esta pregação é ineficiente em suprir os ouvintes desta necessidade, deixa de ser prestigiada.

Este desprestígio é observado também por James Crane. Para ele isto se deve, principalmente, à inaptidão em estabelecer objetivos
realmente relevantes para a pregação. Crane lembra que a pregação só tem sentido quando imbuída de um propósito persuasivo.
Argumentando acerca disso, ele cita G. Campbell Morgan:

Toda pregação tem um só fim, a saber, o de tomar cativa a cidadela central da alma humana, ou seja, a vontade. O intelecto e as
emoções constituem vias de aproximação que devemos utilizar. Porém o que temos de recordar sempre é que não temos atingido
o verdadeiro fim da pregação enquanto não for atingida a vontade, constrangendo-a a fazer sua escolha de acordo com a verdade
que proclamamos.

Sem este caráter persuasivo a pregação perde sua eficácia e, consequentemente, seu prestígio junto à própria Igreja. E qual o
resultado para a Igreja deste estágio em que a pregação se encontra? A própria Bíblia, no livro de Provérbios nos mostra o resultado
natural da ausência da legítima e eficiente pregação: “Não havendo profecia, o povo se corrompe”.

A Apostasia dos Membros da Igreja

O Pr. João Falcão Sobrinho, num artigo propondo uma forma de atuação da Igreja para com seus excluídos estima que para cada
cem batistas brasileiros há quarenta e dois excluídos. Ele dá o exemplo de um bairro no Rio de Janeiro onde foi feito um
levantamento e constatou-se que ali haviam mais batistas excluídos do que membros da Igreja local. Segundo o manual de “pré-
evangelização” da Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira, em nossas Igrejas, em média, batizamos uma pessoa
para cada dez que “se convertem” e chegamos a excluir 50% dos que batizamos.

Até que ponto esta apostasia tem a ver com a pregação que se faz na Igreja? Em 1986, num Congresso Nacional de Evangelização e
Missões, ocorrido no Rio de Janeiro, o Pr. Irland Pereira de Azevedo apresentou um estudo no qual alistou alguns dos motivos pelos
quais igrejas estão morrendo, dentre estes a pretensão de trazer os homens à Igreja antes de lhes falar de Cristo.

Outro motivo apontado pelo ilustre pregador foi “a pregação de um evangelho barato, antropocêntrico e deslembrado da soberania
e Senhorio de Cristo”. Isto posto, é inegável que dentre outros fatores, a pregação é estreitamente relacionada ao êxodo que boa
parte dos membros empreende das igrejas.

Igrejas com bancos vazios não são, infelizmente, exceções nos nossos dias. Uma explicação para a quantidade de bancos vazios
numa Igreja é encontrada no livro de Blackwood, onde transcreve um estudo do inglês Charles Morgan.

O púlpito deveria alimentar as ovelhas e não apenas “divertir a assistência”. O que o ausente exige e deixa continuamente de achar,
é algo que o interesse e desafie na Igreja. O que mais o desaponta são os sermões - não como muitos pastores modestamente
supõem, por serem longos demais ou porque ofendem o ouvinte, mas pela razão oposta, por serem mesquinhos, por não irem bem
ao fundo da questão e por serem conciliadores e tímidos demais... Quando o sermão começa, o que deseja ouvir... é o pastor que,
sem temor nem compromisso, relacione o seu assunto, qualquer que seja, com as verdades mais profundas do Cristianismo.

Desta forma, parece-nos inegável que dentre outras consequências, a apostasia reflete o lugar descaracterizado que a pregação
ocupa atualmente em nossas Igrejas e confirma a tese de que bancos vazios refletem púlpitos descontextualizados. Vale lembrar
ainda que boa parte dos “apóstatas” termina por vincular-se a outras denominações, geralmente neo-pentecostais.

O abandono da Igreja é visto por Martha Saint de Berberián como, em muitos casos, decorrência da “desnutrição espiritual” a que
os membros ficam expostos quando seus pastores não são eficientes no suprimento do “alimento”. Esta autora expõe a necessidade
de o pregador estar consciente da variedade de necessidades que envolve uma congregação para então dedicar-se a supri-la com
“uma dieta balanceada” por sermões com temas e objetivos variados, práticos e que toquem as vidas das pessoas com a Verdade
de Deus.

Samuel Escobar, professor de Missiologia e Estudos Hispânicos no Eastern Baptist Theological Seminary, em Filadélfia, EUA, batista
boliviano e ex-secretário executivo da Aliança Bíblica Universitária, escreveu um artigo em que respondeu à questão do porque do
crescimento dos protestantes na América Latina. Segundo fontes citadas pelo autor, os evangélicos chegam a 12,5% da população
do continente. Não é difícil perceber que tal índice de crescimento espelha principalmente a expansão das Igrejas Pentecostais e
neo-Pentecostais nestas últimas décadas.

A mobilização dos leigos e a ativa participação popular nas tarefas da igreja, marcas características do pentecostalismo, são
apontadas por Escobar. Outra característica marcante dos pentecostais é a adentração que tais Igrejas têm junto à população
marginalizada com uma proposta de auxílio às suas carências, inclusive materiais que, para o autor, também explica este
crescimento. Eles crescem porque “têm conseguido atingir melhor os pobres emocionalmente e consolá-los”.

Sendo assim, deduzimos que grande parte da migração dos membros para denominações pentecostais e neo-pentecostais explica-
se pelo tipo de mensagem que recebem ali. Não discutimos a legitimidade da mensagem pentecostal, no entanto, isto nos alerta
para o fato de que esta mudança é também consequência da insensibilidade dos nossos púlpitos para com essas mesmas
necessidades.

Se os médicos de um hospital que tem todos os mecanismos de pesquisa e tratamento das enfermidades da população não se
dedicam a utilizar os melhores tratamentos para com os enfermos, estes desistem e vão em busca de outras alternativas. Nossos
pregadores não têm identificado corretamente as doenças do povo de nossas Igrejas e, muitas vezes, lhes têm designado
“medicamentos” inócuos.

A Procura de Substitutos à Pregação

Não resta dúvida que a Bíblia nos ensina acerca da centralidade da pregação. O próprio Senhor Jesus dedicava-se à pregação em seu
ministério: “Ele porém lhes disse: É necessário que eu vá também às outras cidades e anuncie o evangelho do Reino de Deus;
porque para isso é que fui enviado. E pregava nas sinagogas da Judéia.” (Lucas 4:44). Embora Jesus se destacasse pelo seu ensino e
pelas curas que operava, a pregação ocupou lugar central em seu ministério.

O verbo grego kerusso, “proclamar”, “anunciar como um arauto”, é aplicado a Jesus tanto no texto acima como em vários outros:
“Foi Jesus para a Galiléia pregando o Evangelho de Deus” (Marcos 1:14), “E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas
suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino...” (Mateus 9:35).

Na Bíblia também aprendemos que Jesus transmitiu esta mesma prioridade aos seus discípulos. O capítulo 3 do Evangelho de
Marcos nos descreve que Jesus, depois de orar, “chamou a si os que Ele mesmo queria” e que, vindo a Ele, “designou doze para que
estivessem com Ele, e os mandasse pregar...” (v. 13 a 15). Em Lucas 9:2 novamente encontramos que Jesus enviou seus discípulos a
pregar.

Que tal prioridade foi abraçada pela Igreja apostólica, o livro de Atos não nos deixa dúvidas. Que a pregação era vista como
prioridade pelo apóstolo Paulo, suas cartas bem podem atestar. Em II Timóteo 4:2 o apóstolo transmite ao seu “filho” uma
recomendação que bem atesta o que na sua opinião era prioridade no ministério pastoral: “Prega a palavra, insta a tempo e fora de
tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda a longanimidade e ensino”.

Num artigo publicado em O Jornal Batista, Fausto Aguiar Vasconcelos referiu-se ao célebre Pr. Rúbens Lopes e a uma frase de sua
autoria: “O púlpito é o apogeu do ministério pastoral”. Concordando com esta opinião, o articulista enaltece a oportunidade que o
pregador tem dominicalmente de ministrar a Palavra de Deus ao seu rebanho e a responsabilidade que isto confere ao pregador. O
mesmo afirma que, diante de tamanha responsabilidade, o pastor não deve afastar-se de seu púlpito, a não ser excepcionalmente,
justamente porque “o púlpito é a maior arma do pastor”.

Esta mesma opinião é defendida por Lloyd-Jones na obra que é resultado de suas preleções proferidas aos estudantes do Seminário
Teológico Westminster, durante seis semanas, em 1969, com o tema “A Pregação e os Pregadores”. Para ele a pregação, além de
ser tarefa primordial da Igreja, é a salvação para restabelecer o papel da Igreja no mundo. Ele acreditava que se houver pregação
nos moldes corretos as pessoas virão para ouvi-la, pois a pregação sempre atrai pessoas.

Deus continua sendo o mesmo, e o homem continua sendo o mesmo... Ele honrará este método. Esse é o método através do qual
as igrejas sempre vieram à existência.

Este mesmo autor comenta acerca dos substitutos da pregação no culto, chamados à existência pelo declínio na importância da
pregação. O autor nota uma incrementação do “elemento de entretenimento no culto público”. Este elemento de entretenimento
pode relacionar-se a muitas práticas adotadas pelas Igrejas modernas e que visam simplesmente satisfazer o povo. Não que haja
erro em “satisfazer o povo”, afinal estamos tratando justamente da necessidade de a pregação atentar para as reais necessidades
do povo. Acontece que o tal “entretenimento” que, consequentemente ocupa o lugar deixado pela pregação, não dá ao povo o que
este precisa, mas o que o povo gosta.

Esta é a questão: a pregação é insubstituível. Outros elementos do culto podem auxiliar a pregação, mas não substituí-la.
Nos nossos dias já é normal que Igrejas tenham longos momentos de cânticos alegres e juvenis, com suas melodias simples e de fácil
aprendizado. Muitas vezes estes cânticos pouco têm a ensinar devido à simplicidade de suas letras que, nem sempre, são
elaboradas seguindo preceitos doutrinários corretos. Testemunhos de bênçãos alcançadas, períodos de intercessão, dentre outras
práticas, têm feito parte da liturgia de número crescente de nossas Igrejas. Tais coisas não são perniciosas em si, porém, atentamos
para que sua utilização acentua-se na medida em que a pregação torna-se insatisfatória.

Aliás, vale ressaltar que no meio “evangélico” nacional coisas espantosas se tem feito. Há expulsões de demônios esdrúxulos, como
o da obesidade, da caspa, da bronquite e da asma. Num artigo publicado na revista Ultimato, Marcos Roberto Inhauser, teólogo
menonita, refere-se a uma igreja carioca onde plantou-se arruda em frente ao templo para impedir a entrada de demônios. Noutra,
segundo o autor, os membros são orientados a vir com um galho de arruda na orelha para impedir que Satanás atrapalhe na hora
de ouvir a mensagem.

Inhauser comenta também acerca de uma igreja em Campinas que vendeu folhas da Bíblia do púlpito e orientou os compradores a
comê-las para que tivessem a Palavra de Deus “por dentro”. Ainda sobre as tendências de se substituir a pregação por elementos de
entretenimento no culto, Inhauser observa:

A exposição séria da Palavra tem cedido lugar aos testemunhos. O louvor praticado em algumas igrejas fala mais de guerra, pisar os
inimigos, destruir os adversários, que em voltar a outra face a quem lhe bate em uma, andar a segunda milha e amar os inimigos.
Fala-se de guerra e não se menciona que bem aventurados são os pacificadores. Fala-se de conversão sem dar ênfase ao discipulado
radical. Fala-se do espiritual sem falar do amor ao próximo na sua necessidade material.

Estes “elementos de entretenimento” realçados nos cultos contemporâneos em muitas Igrejas, mesmo batistas, até funcionam
como catalizador do povo, sobretudo a juventude. O problema está na insuficiência da mensagem pregada pois, como afirma o
autor acima, há cânticos populares que contém ensinos incompletos ou até antagônicos ao modelo bíblico.

Ultimamente muito se tem comentado acerca do espantoso crescimento da Igreja Universal do Reino de Deus que, em cerca de
dezessete anos arrebanhou, segundo a Revista Veja, 3,5 milhões de fiéis e já se espalhou por 34 países. Em número de fiéis só perde
para a Igreja Assembléia de Deus; no entanto é a única a possuir uma rede de televisão, com 47 emissoras, um banco, uma
gravadora e mais de uma dezena de emissoras de rádio.

Citamos estes dados para exemplificar como, com elementos que não a pregação na sua concepção puramente bíblica, pode-se
arrebanhar multidões.. Um de seus ex-bispos, de nome Sérgio Von Helde, protagonista de uma grande polêmica em virtude de ter
agredido diante de câmaras de televisão uma imagem da santa católica, Aparecida, em entrevista publicada pela mesma revista,
demonstrou ser uma pessoa iletrada, que não lê nada além da Bíblia, nem jornais, e que nunca leu um livro na vida que não fosse a
Bíblia.

Esta facilidade de as Igrejas crescerem através de outros recursos que não a prioridade da pregação é observada também no
contexto da Igreja norte americana. Warren Wiersbe reconhece esta tendência pelo entretenimento. Para ele o principal substituto
à verdadeira pregação é o desejo de que a Igreja receba a aprovação do mundo em geral e das pessoas “importantes”, em
particular. Ele afirma que a Igreja de seu país trocou a aprovação de Deus pelos aplausos dos homens. Em busca destes aplausos
tanto a pregação como tudo mais que constituem o culto se tornaram em mero entretenimento para o público cristão. Nesta crítica
o autor ressalta também o que chama de “culto à personalidade”, uma tendência de valorizar pessoas e ministérios centrados em
líderes carismáticos.

Assim, os tidos “elementos de entretenimento” se constituem no meio mais fácil de se arrebanhar pessoas. Ressaltamos ainda que
a própria pregação pode se constituir num destes elementos, na medida que se proponha a simplesmente preencher um espaço
dentro de uma estratégia.

Entendemos, portanto, que nossos dias são marcados pelo crescente desprestígio da pregação, isto refletindo-se no acentuamento
de uma crise de identidade. A relação entre a pregação sem relevância e a insalubridade da vida cristã do povo é incontestável.
Observamos ainda que a falta de crescimento de nossas Igrejas é sintoma do lugar ocupado pela pregação nos nossos dias e que a
máxima “púlpito inócuo, bancos vazios” explica, ao menos em parte, o esvaziamento de muitos templos. Uma tentativa de impedir
a apostasia, que não pelo tradicional método da pregação contextualizada, é a implementação do que chamamos “elementos de
entretenimento”.

Acreditamos que os demais elementos do culto precisam contextualizar-se à cultura dos adoradores a fim de torná-los mais que
simples assistentes nos cultos. Entretanto, verificamos que o desafio maior dos pregadores é restaurar o prestígio da pregação nos
nossos dias. No próximo capítulo indicamos os primeiros passos nesta direção.

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