You are on page 1of 3

A comunicação, definida como contato ou contato

bem-sucedido, é sempre uma ação que acontece num


contexto ou quadro social ou psicossocial; tais contextos
se def nem, entre outros atributos, por apresentarem um
“idioma” de “representações sociais” que os indivíduos
acessam para estabelecerem contatos uns com os outros
Assim, é possível dizer que indivíduos que vivem
num mesmo contexto social pensam de modo semelhante porque compartilham das mesmas representa-
ções ou de representações diferentes, mas que “conversam” entre si.

O DSC permite mostrar que sempre há diferentes tipos ou categorias de


pensamento coletivo entre as populações envolvidas com um determinado
tema em uma determinada pesquisa empírica.

Falar em tipos ou categorias significa dizer que diferentes indivíduos


pensam de modo semelhante e o DSC, adotando procedimentos de base
indutiva sobre um conjunto de depoimentos individuais e selecionando
adequadamente os estímulos (as questões abertas), permite identificar e
reconstituir tipos, categorias ou diferentes lógicas de pensamento coletivo,
bem como dar diferentes nomes a estes diferentes conjuntos de
depoimentos, agrupados por semelhança.

DIFERENÇA NA DIFERENÇA

Hoje, nas sociedades contemporâ-


neas, há um fortíssimo movimento no sentido de canalizar todas as diferenças e todo o
diferente para o mesmo
Mercado, para o mesmo Shopping Center, arena comum
onde se pode e se deve comprar e exibir suas diferen-
ças

Isto anula a potencialidade criativa das diferenças,


não apenas porque tudo vira consumo, mas também
porque as diferenças ou diferentes selecionados, em
suma, a moda, é sempre em função dos interesses do
mercado e não dos seres humanos.
Por isso, se todos temos que ter algo em comum,
que todos sejamos diferentemente diferentes...

A COMUNICAÇÃO EM SAÚDE E AS SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS

A comunicação em saúde para os dias de hoje


deve, então, trabalhar num contexto de tensão constante entre o semelhante e o diferente.

Deve considerar o semelhante na medida em que o comunicador, educador ou promotor de saúde, para entender
os indivíduos com os quais interage (numa consulta
médica, numa aula, numa palestra, num software
educativo), precisa ter em mente que eles aderem
às representações sociais por instinto gregário, por
necessidade de identificação coletiva, por interesses objetivos, etc

CONSIDERAÇÕES FINAIS

• A comunicação em saúde pode ser vista como uma


relação de troca de ideias ou mensagens que, quando
bem sucedida, promove um contato entre o pensamento sanitário e o pensamento do senso
comum, afetando
ambos e fazendo avançar a consciência coletiva sobre
as questões de saúde e doença em uma dada formação
sociocultural.

Para que isso ocorra, é preciso considerar


as representações sociais sobre saúde e doença existentes nas formações socioculturais, ou seja, o sistema
de
ideias que constitui o modo de pensar saúde e doença
próprio do grupo ao qual o(s) indivíduo(s) pertence(m).

A metodologia do DSC preocupa-se com a criação de uma ponte entre o senso comum e o
conhecimento científico partindo da reconstituição de um pensamento coletivo, com base na
Teoria das Representações Sociais, mediando também as perspectivas metodológicas
qualitativa e quantitativa. Isso possibilita acessar o conhecimento e o saber rotineiros,
tratando os indivíduos como possuidores de um caráter racional e cognitivo compartilhado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A existência do discurso como uma manifestação concreta da língua e dotado de sentido e


significado socialmente construídos pode ser percebida também nos processos estratégicos
durante a interação entre praticantes da estratégia. Tal interação pode ser compreendida a
partir de abordagens metodológicas que exaltem o nível de subjetividade, o processo, a
interação e o movimento existente no campo social. Assim, através de um breve resgate
histórico percebemos que a S-as-P deve se aproximar de métodos ideográficos a fim de
compreender o processo de estrategização em nível de subjetividade. Essa percepção abre
várias frentes de estudo metodológico no campo da estratégia como prática, conduzindo,
entre outras, à possibilidade de aproximação dessa abordagem com a metodologia do DSC. A
percepção da importância que o discurso do estrategista tem para os estudos da S-as-P levou a
considerar possíveis contribuições que a metodologia do DSC pode oferecer. Partindo do
pressuposto utilizado por Jarzabkowski (2004), que coloca que as comunidades de prática
possibilitam a interação de sujeitos a fim de construir e reconstruir sentido e significado dos
elementos organizacionais, sugere-se o uso da metodologia do DSC como aparato técnico para
compreender o processo de estrategização. Tal aproximação se torna possível por abarcar a
relação do praticante da estratégia com a prática e com outros praticantes, interação esta que
oferece campo para a proveniência das representações sociais. Sendo assim, foi discutido que
a metodologia do DSC suporta estudos de discurso no campo da S-as-P por suas semelhanças
nas abordagens de prática, campo, representações sociais e estruturas macro e microssociais,
no qual foi mostrada a aproximação da metodologia do DSC com a S-as-P nas questões de
cunho interpretativista, porém com a ressalva das limitações da metodologia do DSC para
compreender o fenômeno como um todo, necessitando, assim, de metodologias auxiliares.
Também foi possível enfatizar a DSC em suas investigações do funcionamento da experiência
produzida pelo senso comum e do raciocínio prático em conjunturas sociais para compreender
a práxis, os praticantes e as práticas estratégicas. Dessa forma, o presente estudo contribuiu
para a reflexão metodológica acerca do DSC, se apoiando nas contribuições de Gondim e
Fischer (2009) no tocante aos estudos organizacionais para imbricar essa abordagem
metodológica com a Estratégia como Prática. 11 REFERÊNCIA Alexander, J. (1988). El nuevo
movimiento teórico. Estudios Sociológicos, Cidade

http://slideplayer.com.br/slide/7293016/

A COMUNICAÇÃO EM SAÚDE E AS SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS

A comunicação em saúde para os dias de hoje


deve, então, trabalhar num contexto de tensão constante entre o semelhante e o diferente. Deve considerar
o semelhante na medida em que o comunicador, educador ou promotor de saúde, para entender
os indivíduos com os quais interage (numa consulta
médica, numa aula, numa palestra, num software
educativo), precisa ter em mente que eles aderem
às representações sociais por instinto gregário, por
necessidade de identificação coletiva, por interesses objetivos, e

You might also like