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PT despreza leis e desestabiliza

quadro político, diz procurador do


MPF
Nathan Lopes
Do UOL, em São Paulo 09/08/2018 13h30 > Atualizada 09/08/2018 13h30

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Nelson Almeida - 4.ago.2018/AFP

O MPF (Ministério Público Federal) na segunda instância se posicionou, nesta


quinta-feira (9), contra o pedido do PT para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva possa participar de atos de campanha, como o primeiro debate entre
presidenciáveis, que acontece nesta noite e será promovido pela TV Bandeirantes.
O encontro será retransmitido pelo UOL.

No parecer, referente a um agravo apresentado pelo PT no TRF-4 (Tribunal


Regional Federal da 4ª Região), o procurador regional Mauricio Gotardo Gerum diz
que, "tratando-se de preso, é inerente à sua condição a restrição à liberdade". Em
sua opinião, não se deve "ofender o princípio da isonomia, granjeando-lhe benesses
que a nenhum outro preso são concedidas".

Condenado em segunda instância no processo do tríplex, Lula cumpre sua pena de


mais de 12 anos de prisão desde 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal
em Curitiba.

Além do agravo --que já havia sido rejeitado preliminarmente na última


segunda-feira (6)
(https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/08/06/justica-recusa-
pedido-do-pt-para-que-lula-participe-de-debate.htm)-- o PT também entrou, na
quarta-feira (8), com um mandado de segurança no TRF-4
(http://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/08/08/pt-entra-com-
mandado-de-seguranca-em-acao-por-lula-no-debate-da-band.htm) para que Lula
possa participar do debate até "por meio de vídeos previamente gravados". Ainda
não houve resposta sobre essa questão.

Em razão de sua condenação, Lula está inelegível. O PT, porém, mantém a posição
de registrar sua candidatura no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 15 de agosto. A
Justiça Eleitoral, a partir de então, deverá analisar a situação do ex-presidente.

Inelegível sem dúvida


Gerum diz que não há "qualquer dúvida jurídica" de que a condenação em segunda
instância inviabiliza a candidatura de Lula. "Então ele simplesmente não é, e nem
pode ser, candidato, ao menos até que haja uma decisão judicial, e se ela vier, e
enquanto ela subsistir, modificando esse seu status."

Para o procurador, "não faz sentido relativizar as restrições a que se sujeita o preso
em regime fechado por conta de uma estratégia partidária que não possui qualquer
amparo legal". "Neste aspecto, não é compreensível que um partido político da
envergadura do Partido dos Trabalhadores pretenda ignorar a disciplina legal que
pauta o jogo democrático, apostando temerariamente na subversão dessas regras."

U Ao insistir na candidatura Lula, além de evidenciar


seu desprezo às leis e às instituições, o PT traz
uma instabilidade perigosa ao quadro político,
fomentando uma autocracia personalista que, além
de tudo, trai a essência da formação desse partido,
notável pela democracia interna que sempre o
orientou
Mauricio Gotardo Gerum, procurador regional

Na segunda-feira (6), a juíza Bianca Arenhardt, substituindo o desembargador João


Pedro Gebran Neto, não chegou a entrar no mérito da questão pelo fato de ter
considerado que o agravo não cabia para essa situação. Ela também ressaltou que
o PT não tem relação com a defesa de Lula na área criminal, à qual pertence o
processo do tríplex.

Pelas mesmas razões, Gerum também se mostra contra a possibilidade de TRF-4


aceitar julgar o mérito da questão. O procurador também pontuou que, caso
contrário, o Tribunal deveria negar o recurso.

Agora, o TRF-4 precisa se manifestar novamente a respeito do pedido. Não há


prazo para que isso aconteça. Além dele, há solicitações semelhantes do fotógrafo
Ricardo Stuckert, que trabalha para Lula, e da defesa do próprio ex-presidente.
Esses recursos, já negados na primeira instância, ainda não foram analisados pelo
TRF-4.

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