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O debate será realizado a dois meses do primeiro turno das eleições, quando serão
escolhidos o presidente da República e os membros do Congresso.
O tema do aborto voltou ao debate público com a recente aprovação pela Câmara
dos Deputados da Argentina (https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-
noticias/2018/06/14/por-quatro-votos-camara-argentina-aprova-legalizacao-do-
aborto-projeto-vai-ao-senado.htm) de um projeto de lei que permite a prática até a
14ª semana de gravidez, e apenas por decisão da mulher. Lá, o texto ainda precisa
ser aprovado pelo Senado para se tornar lei.
No Brasil, na ação ao STF, o PSOL diz que tratar como crime o aborto por iniciativa
da gestante equivale a tornar obrigatória a gravidez, o que fere o direito das
mulheres à liberdade para decidir sobre a própria vida e sexualidade.
Pesquisa Datafolha, de novembro do ano passado, aponta que, para 57% dos
brasileiros, o aborto deve ser considerado crime
(https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/12/1947128-cresce-apoio-a-
descriminalizacao-do-aborto-aponta-pesquisa-datafolha.shtml). Esse percentual era
de 64% em dezembro de 2016. O número de brasileiros que declararam
ser contrários à criminalização do aborto cresceu de 23% para 36% na última
pesquisa.
O presidente da República não tem o poder de, sozinho, mudar as leis do país, que
são alteradas por meio de aprovação pelo Congresso Nacional (Câmara e Senado).
Mas o presidente tem o poder de vetar projetos de lei aprovados no Congresso, que
por sua vez, pode derrubar o veto presidencial numa segunda rodada de votação.
Por ser uma proposta de emenda constitucional, o texto precisa ser aprovado em
duas votações na Câmara e duas no Senado, e não é exigida a sanção do
presidente da República para passar a valer.
Carine Wallauer/UOL
Ze Carlos Barretta/Folhapress
Eymael (PSDC)
Marlene Bergamo/Folhapress
Kleyton Amorim/UOL
Reprodução/Facebook @guilhermeafif
"Hoje você tem uma legislação do aborto que já prevê os casos em que se pode
abortar. E eu estou de acordo com esta legislação. A ampliação eu não considero.
Sou contra."
"Eu apoio a ADPF apresentada pelo PSOL. Segundo um levantamento feito pelo
Ministério da Saúde, 4 mulheres morrem por dia por complicações de aborto. Chega
de tratar esse tema como um tabu. Todo mundo sabe: as mulheres que têm dinheiro
pagam o procedimento num hospital privado, enquanto as pobres morrem em
clínicas clandestinas. É uma questão de saúde pública.
Pedro Ladeira/Folhapress
Jair Bolsonaro (PSL)
"Sempre me posicionei contra a legalização do aborto. Sou contra por uma questão
religiosa, porque sou cristão. Como presidente, manteria minha posição contrária à
legalização. Defenderia que a legislação continuasse como está em relação às
possibilidades de aborto [estupro, risco de morte para a grávida ou feto anencéfalo].
Não faria nenhuma alteração."
Acho que o interesse da mulher não é interromper a gravidez, é ter o filho e cuidar
dele. O Estado precisa garantir esse direito dando a assistência necessária, e não
está garantindo. Essa é, em minha opinião, a principal causa do elevado número de
abortos que assola o país. Sou de opinião, por fim, de que não se deve jogar sobre
os ombros de uma mulher sozinha a resolução de um problema social. A luta central
é para que o Estado garanta plenamente o direito à maternidade."
Danilo Verpa/Folhapress
Levy Fidelix (PRTB)
"A minha posição é que devemos respeitar o que está na Constituição Federal,
onde há o direito inviolável assegurado aos que aqui nascem possuem proteção
total. Devemos levar em consideração que dentro de um corpo também existe uma
vida espiritual. Corpo e alma. Esta alma pertence a Deus, não nos cabe abortar de
maneira nenhuma, a não ser em casos de anencefalia, porque não existe vida a ser
protegida quando não existe cérebro.
Leonardo Benassatto/Reuters
"O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre destacou, em toda sua vida
pública, que tem duas posições sobre o tema aborto. Como homem, marido e pai
de cinco filhos, sua posição é contrária ao aborto. Mas o ex-presidente também
ressalta que ninguém em sã consciência faz aborto por opção. É uma circunstância
indesejada, na qual as mulheres – e, infelizmente, às vezes mulheres bem jovens –
se encontram num contexto de muita fragilidade. Por isso, ele também destaca que,
politicamente, como homem público e governante, sua posição é que o aborto tem
que ser tratado como uma questão de saúde pública. O Estado não pode ficar
alheio a uma situação que existe e negar assistência, pois sabemos que esta é uma
situação que atinge mais gravemente as mulheres mais pobres.
Para Lula, o Estado deve continuamente ampliar os programas de atenção à saúde
integral da mulher, amparando essa mulher e atuando pela redução da mortalidade
materna e neonatal. O Estado, laico, também deve discutir a legislação que
restringe a autonomia da mulher sobre seu próprio corpo."
"Não existe nenhuma mulher que seja favorável ao aborto. Mas é um tema
importante a ser debatido com as mulheres, por ser uma questão de saúde pública",
disse. "Todas nós sabemos que somos contra o aborto, mas que mulheres ricas não
morrem quando o fazem, enquanto as mulheres pobres morrem", afirmou a pré-
candidata ao UOL, em novembro do ano passado
(https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2017/11/11/aborto-e-feminismo-o-que-
pensa-manuela-davila-pre-candidata-a-presidente.htm).
Ricardo Borges/UOL
"Sou a favor da vida desde sua concepção. Os casos de exceção são previstos na
atual legislação brasileira. A legislação atual é suficiente para atender os casos
excepcionais."
Marlene Bergamo/FolhaPress
Vera Lúcia (PSTU)
A falta de creches e escolas em tempo integral onde deixar os filhos para poder
trabalhar, o medo do desemprego, os baixos salários, a saúde precária, tudo isso
faz com que as mulheres trabalhadoras, diante de uma gravidez indesejada, vivam
um dilema: por um lado não tem assegurado pelo Estado as condições para exercer
a maternidade de forma digna, e por outro são obrigadas a recorrer ao aborto
clandestino, muitas vezes contra suas próprias convicções religiosas, colocando
sua saúde e sua vida em risco porque a legislação proíbe a prática. Isso sim é um
crime, cometido pelo Estado contra elas. Eu defendo educação sexual para
prevenir, contraceptivo para não engravidar, aborto legal e seguro para não morrer.
É pela vida das mulheres trabalhadoras
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