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Estudo de Caso :

Saúde Mental na Atenção Básica e Saúde da Família


A cura através do humor: misturando saúde mental, humor e negócios

REFERÊNCIA: Talo!" M#$ %e&it# A cu!a at!a&'s do (umo!: mistu!ando saúde mental"
(umo! e ne)*cios# Richard Ivey School of Business Foundation # +este!n ,ni&e!sit"
%ond!es" -ntá!io" Canadá# ./ de outu0!o de 1/2.#

23 IN4ICA56- BIB% I-7R8FICA


Taylor, M.; Levit. A cura através do humor: misturando saúde mental, humor e negócios. Richard
Ivey chool o! "usiness #oundation. $estern %niversity, Londres, &ntario, 'anada. () de outu*ro
de +)(.

13 RES,M-

& artigo trata so*re a organi-a/o sem !ins lucrativos !undada 0or Ian Morrison em +))1, na
cidade de Regina no 'anad2, a 34ealing Through 4umor5 64T47, tradu-ido 0ara o 0ortugu8s
3'ura Através do 4umor5. A 4T4 tinha como 0rinci0al en!o9ue su*verter o estigma tra-ido 0elo
diagnóstico de uma doena mental através de uma vis/o *em humorada das situaes 0elos
0ró0rios 0acientes. ara tanto eram reali-ados encontros em gru0os livres, semanais e gratuitos
onde as 0essoas criavam seu 0ró0rio número de stand<u0 0ara 0osteriormente ser a0resentado
0ara um 0ú*lico maior e mais heterog8neo. =essa !orma a desconstru/o dos estigmas
acontecia 0rimeiramente com os 0ró0rios estigmati-ados 0ara ent/o ser e>0osto e tra*alhado
com a sociedade 9ue 0ossivelmente os e>clui ou 9ue eram alvo de sua indi!erena.
? interessante analisar o conte>to do !undador da organi-a/o, Ian Morrison nasceu e
cresceu em Regina, tendo, 0ortanto !ortes ligaes com a cidade e comunidade, além de ter
so!rido com uma doena mental 9ue o acom0anhava 0or toda a vida. @le 9ueria 0ro0orcionar a
outras 0essoas 9ue tam*ém so!riam com as limitaes, 0rinci0almente sociais, da doena mental
uma !orma di!erente de su0erar e viver com a doena, através do humor e a0resentaes de
stand<u0, n/o 0or acaso seu lema era 3uma ve- 9ue voc8 est2 0ronto 0ara rir, voc8 est2 0ronto
0ara curar5.

.3 CITA59ES
egundo Taylor e Levit:

4
&s o*etivos 0rinci0ais da 4T4 eram elevar a auto<estima e as ha*ilidades de vida
0ara 0essoas so!rendo de alguma doena mental, 0ara sensi*ili-ar o 0ú*lico so*re os
0ro*lemas de saúde mental e 0ara 9ue*rar as *arreiras da discrimina/o relacionada
B saúde mental na comunidade em geral 6+)(, 0.7

& !undador da organi-a/o Ian Morrison sa*ia 9ue !alar so*re a doena 0oderia ser
*ené!ico, 0ois
Muitas 0essoas com doena mental n/o gostam de !alar so*re o assunto. eu sil8ncio
muitas ve-es signi!ica 9ue eles n/o s/o diagnosticados e tratados. ara 0iorar a
situa/o, o 0ú*lico em geral n/o tem acesso a in!orma/o e n/o com0reende as
doenas mentais. 6TACL&R; L@DIT, +)(, 0.7
'om rela/o Bs turmas de stand<u0 comedy,
As aulas era semanais audavam os 0artici0antes a ganhar con!iana 0erante um
gru0o, os ensinando a arte da comédia. & 0rograma estava dis0onEvel gratuitamente.
eu lema era 3%ma ve- 9ue voc8 est2 0ronto 0ara rir, voc8 est2 0ronto 0ara curar.5
6TACL&R; L@DIT, +)(, 0.(7
& 0artici0ante 0er!eito seria a9uele 9ue 2 estivesse com a doena mental so* controle e
9uisesse 9uestionar o estigma associado B doena,
or essa ra-/o a 4T4 concentrou sua comédia em redu-ir o estigma 0ú*lico, o
0reconceito e a discrimina/o so*re doenas mentais muitas ve-es com humor auto<
de0reciativo. 6TACL&R; L@DIT, +)(, 0.(7
=e0ois de oito semanas as 0essoas 2 estavam 0rontas 0ara a0resentar seu número de
stand<u0. orém Ian Morrison estava encontrando di!iculdades econFmicas na divulgar o tra*alho
de seu gru0o, a0esar de chamar aten/o de 0rogramas de televis/o,
& o*etivo de Morrison era gerar uma divulga/o *oca<a<*oca contEnua 9ue iria
des0ertar o interesse e es0alhar a notEcia so*re as a0resentaes 0ú*licas regulares.
'omo um e!eito colateral,isso iria gerar conscienti-a/o so*re a o0ortunidade de cura
das aulas de stand<u0 comedy 0ara a9ueles 9ue 0oderiam se *ene!iciar delas. Além
de 0Fsteres divulgando as 0ró>imas atuaes, os 0rinci0ais instrumentos de

divulga/o eram o site da organi-a/o e uma 02gina no #ace*ooG. 6TACL&R; L@DIT,


+)(, 0.H7
egundo Taylor e Levit 6+)(, 0.7 tendo em vista o sucesso das a0resentaes, Morrison 3J...K se
concentrou em seus tr8s o*etivos 0rinci0ais a curto 0ra-o: aumentar o tamanho da turma,
aumentar as vendas de ingressos da 0lateia 0ara as a0resentaes e melhorara situa/o dos
recursos da 4T45

3 C-MENT8RI-S

4
& estigma ocorre 9uando o sueito n/o est2 0re0arado 0ara aceita/o social 0lena, o!!man
617 de!ine 0essoas estigmati-adas em duas classes, os desacreditados e desacredit2veis, o
0rimeiro seu estigma é imediatamente evidente e conhecido 0elo gru0o, o segundo sua condi/o
nem sem0re é conhecida 0elas 0essoas, nem imediatamente 0erce0tEvel. No entanto 0ara as
0essoas com diagnóstico de transtorno mental estas 0odem assumir os dois 0a0eis: em um surto,
na !ase aguda da doena elas se encai>am no 0er!il de desacreditados e 9uando a doena est2
controlada e com medica/o controlada, 0odendo haver mani0ula/o da in!orma/o de si mesmo,
so*re 0ossEveis internaes ou atendimentos 0si9ui2tricos, eles se encai>am no 0er!il de
desacredit2veis.
No te>to 9ual9uer 0essoa com doena mental 0ode 0artici0ar dos gru0os de stand<u0, mas o
0artici0ante ideal como os autores 0ontuam é a9uele 9ue est2 com a doena so* controle, ou
sea, o desacredit2vel. & di!erencial do gru0o é tra*alhar ustamente o auto<estigma 0ara assim
desconstruir os estigmas im0ostos 0ela sociedade de 0essoas ditas 3normais5 tra*alhando assim
o 0reconceito e aceita/o das di!erenas e 0ossEveis limitaes causadas 0or um diagnóstico.
or isso 0ara os 0ro!issionais da saúde mental, o diagnóstico é um terreno muito delicado,
0ois o modo 9ue a 0essoa e o seu meio social rece*e a notEcia 0ode com0rometer 0ro!undamente
a 0ró0ria identidade da 0essoa e o modo como ela interage com os outros. ? im0ortante
esta*elecer 0arcerias com 0aciente, !amElia e 0ossEvel cuidador 0ara 9ue estes rece*am o
diagnóstico, esclarecendo 0ossEveis dúvidas, mitos e estereóti0os associados, tentando ao
m2>imo n/o com0rometer a rotina e vida da 0essoa com a doena mental, os gru0os como
citados no te>to tam*ém s/o ótimas !ormas de en!rentamento, 0ois as 0essoas n/o se 0erce*em
so-inhas em uma situa/o 9ue elas lidam como sendo di!Ecil.

;3 I4EA56-

No "rasil h2 gru0os tera08uticos em saúde mental através dos 'entros de Aten/o


sicossocial e 'entros de 'onviv8ncia e 'ultura, s/o o!erecidas tera0ias gru0ais, o!icinas,
artesanato, e outras atividades em gru0o visando gera/o de renda e reinser/o social. ?
interessante lem*rar e reconhecer 9ue n/o é só em outros 0aEses 9ue se t8m idéias criativas 0ara
tra*alhar com a tem2tica da saúde mental, muitos desdo*ramentos destes gru0os tera08uticos
est/o ganhando es0ao na sociedade *rasileira.
& gru0o musical <a!monia Enlou=uece !ormado 0or 0acientes e !uncion2rios do 'entro
si9ui2trico Rio de Oaneiro !icou muito conhecido no 0aEs a0ós ter sua música 3u!oco na vida5 na
novela 'aminho das Pndias em +))1. Através da musicotera0ia tratam temas como transtornos
mentais, internaes, !amElia, medica/o e outros assuntos da sua realidade.

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&utro gru0o e e>0eri8ncia *em sucedida no 0aEs é o <otel da %oucu!a, onde s/o montadas
0eas de teatro com elenco !ormado 0or atores 0ro!issionais e 0acientes, tendo o entendimento
9ue toda e 9ual9uer 0essoa 0ode ser ator, e 9ue o teatro verdadeiro n/o tem hierar9uia. & 4otel
da Loucura est2 instalado em dois andares desativados do Instituto Nise da ilveira, e><'entro
si9ui2trico edro II, no *airro da %rca, Rio de Oaneiro.
@m agosto de +), no #estival de ramado !oi e>i*ido o cu!ta >A!te da %oucu!a? em 9ue
0acientes do 4os0ital si9ui2trico /o edro 6RO7 eram os 0rotagonistas. 42 muitos outros
0roetos 9ue *uscam intervir na saúde mental como !orma de su0era/o de estigmas e
0reconceitos, a9ui em nosso 0aEs, e ainda h2 muito o 9ue se !a-er 0ara desmisti!icar 9uestes
relacionadas.

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